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  • Curso Anlise Criminal Mdulo 4 SENASP/MJ - ltima atualizao em 10/11/2008

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    Anlise Criminal

  • Curso Anlise Criminal Mdulo 4 SENASP/MJ - ltima atualizao em 10/11/2008

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    Mdulo 4 Sistema de Informao Geogrfica SIG

    Neste mdulo, voc estudar a representao dos dados e informaes a partir de mapas.

    Ao final do mdulo, voc dever ser capaz de:

    - Definir os principais conceitos relacionados estatstica espacial;

    - Identificar os tipos de projees cartogrficas;

    - Compreender a utilizao de escalas;

    - Identificar os diferentes tipos de mapas; e

    - Correlacionar os diferentes tipos de mapa s informaes que renem.

    O contedo deste mdulo est dividido em 4 aulas: Aula 1 Estatstica espacial: conceitos bsicos Aula 2 Projees cartogrficas Aula 3 Escala cartogrfica Aula 4 Construo de mapas no SIG

    Aula 1 Estatstica espacial: conceitos bsicos

    Geoprocessamento Disciplina do conhecimento que utiliza tcnicas matemticas, computacionais e geogrficas destinadas coleta e ao tratamento de informaes espaciais. Envolve tambm o desenvolvimento de sistemas (softwares) que utilizam esses dados. Esses sistemas so chamamos de Sistemas de Informao Geogrfica SIG (Neste curso ser utilizada a sigla SIG Sistema de Informao Geogrfica), traduo da palavra inglesa

    Geographical Information Systems (GIS).

    Coleta de dados georeferenciados

    Para que haja anlise espacial, necessrio, antes de tudo, uma base cartogrfica ou um

    mapa digital da regio foco do estudo.

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    A coleta da base cartogrfica ou construo do mapa digital pode ser realizada por

    levantamentos terrestres ou sensoriamento remoto. Essa coleta muito onerosa, o que

    =dificulta o acesso gratuito das bases e mapas.

    Coordenadas geogrficas

    Constituem um sistema de linhas imaginrias que dividem a Terra. Elas foram criadas com o objetivo de padronizar, universalmente, a localizao espacial em qualquer ponto do globo

    terrestre. Para entender o sistema de coordenadas necessrio se familiarizar com as noes

    de latitude, longitude e com os pontos cardeais (Norte, sul, leste e oeste).

    Latitude determinada pelos paralelos. Os paralelos so linhas imaginrias que cortam a Terra no sentido leste-oeste, paralelas a linha do Equador. A linha do Equador o paralelo mais conhecido e corta o globo terrestre exatamente ao meio, dividindo a Terra em duas partes

    iguais. por esse motivo que seu nome deriva do radical grego equi que significa igual. Por

    conveno, a linha do Equador a latitude zero.

    Conforme nos movemos para o norte ou para o sul, a latitude aumenta em propores iguais. Ao norte do equador, a latitude positiva, ao sul negativa. Dois outros paralelos tambm famosos so os Trpicos de Cncer (232600) e de Capricrnio (-232709). As

    zonas tropicais recebem esse nome porque esto situadas entre esses trpicos, na zona

    prxima ao Equador.

    Figura 8: Distribuio das latitudes

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    Longitude

    determinada por linhas imaginrias que cortam o globo terrestre no sentido norte-sul, passando pelos dois plos. Essas linhas imaginrias so chamadas de meridianos. Ao contrrio dos paralelos, todos os meridianos dividem a Terra ao meio, porque todos passam

    nos plos. Em 1884, a International Meridian Conference adotou o meridiano de Greenwich

    como marco zero, que usado, universalmente, para a localizao de pontos na Terra. Os

    outros meridianos foram calculados em 180 para leste e oeste do meridiano de Greenwich,

    totalizando os 360 do globo terrestre.

    Ao oeste do meridiano de Greenwich, a longitude negativa, ao leste positiva. Cada grau de longitude subdividido em 60 minutos, e esses em 60 segundos. Uma longitude especificada no formato graus minutos' segundos''.

    Figura 9: Distribuio das longitudes

    Fonte: http://www.esteio.com.br/servicos/se_cartografia.htm .

    Aula 2 Projees cartogrficas

    As projees cartogrficas so formas de representar a superfcie terrestre em um plano. A grande dificuldade das projees cartogrficas representar uma superfcie esfrica em um plano. Para resolver essa questo, h vrios sculos, diferentes mtodos para fazer

    projees cartogrficas tm sido desenvolvidos. Eles so baseados em modelos matemticos e

    cada um apresenta distores diferentes, em reas distintas.

    Compreendendo a questo Imagine a abertura da esfera terrestre at o ponto em que ela fica plana. Se existem os pontos

    A, B e C na Terra e eles apresentam a mesma distncia entre si, quando essa representao

    for feita em uma superfcie plana, provavelmente, ocorrero distores da distncia real entre

    os pontos.

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    Para facilitar o entendimento, imagine um desenho na superfcie de uma bola de futebol. Ao

    cort-la na metade do dimetro, e abri-la reta em cima de uma mesa como se quisesse criar

    uma folha, com a inteno de manter o desenho, seria preciso rasgar a bola em pedaos ou

    distorc-lo, aumentando o tamanho de alguns pedaos e diminuindo outros. A mesma coisa

    acontece, quando se quer representar a Terra em uma superfcie plana.

    Tipos de projees As projees so divididas em trs tipos bsicos: plana, cnica e cilndrica. Alm disso, elas podem ser secantes ou tangentes. A tangente coincide com o limite do globo e a secante corta o globo na sua extremidade.

    - Projees planas (Azimutais) So realizadas atravs de um plano tangente esfera terrestre. No ponto de tangncia est o

    centro da representao cartogrfica. As reas prximas a esse ponto apresentam pequenas

    distores e os distantes apresentam grandes distores ou desaparecem. Assim, a regio da

    rea de tangncia aparece em destaque. Seu maior uso geopoltico, pois pode realar a

    posio de um pas, colocado no ponto de tangncia. Empresas multinacionais utilizam essa

    projeo colocando em destaque seu pas sede. Os mapas aeronuticos e de navegao

    tambm a utilizam.

    Figura 10: Projees planas.

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    Projees planas (Azimutais)

    Fonte: http://www.esteio.com.br/servicos/se_cartografia.htm .

    Projees cnicas

    As projees cnicas representam a esfera terrestre sobre um cone imaginrio que entra em

    contato com ela em um dado paralelo. Suas distores so pequenas perto desse paralelo e

    aumentam medida que se distanciam dele. Esse tipo de projeo muito utilizado para

    representar reas de latitude entre 30 e 60 graus ou reas de grande extenso latitudinal.

    Figura 11: Projees cnicas.

    Fonte: http://www.esteio.com.br/servicos/se_cartografia.htm .

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    Projees cilndricas Projetam a esfera terrestre sobre um cilindro. No caso da tangente, suas distores aumentam

    medida que aumenta a latitude, ou seja, que se aproxima dos plos. No caso da secante, as

    distores so mais distribudas e reduzem nas proximidades dos plos, como pode ser

    observado na figura 12. Esse tipo de projeo muito usado para representar toda a superfcie

    terrestre, como nos mapas-mndi. Existem vrios tipos de projees cilndricas, cada qual com

    suas particularidades. A projeo mais antiga a de Mercator, de 1569. Nessa projeo, o

    espaamento entre os paralelos adjacentes aumenta com a latitude de forma que a distoro

    leste-oeste acompanhada por idntica distoro norte-sul.

    Figura 12: Projeo cilndrica tangente e secante.

    Fonte: http://www.esteio.com.br/servicos/se_cartografia.htm .

    Universal Transversa de Mercator Uma projeo cilndrica bastante utilizada a Universal Transversa de Mercator (UTM). Esse tipo de projeo foi proposta em 1950, com objetivo de abranger todas as longitudes. No

    sistema UTM, a superfcie terrestre dividida em 60 fusos, com amplitude de 6 de longitude

    cada um. A latitude limitada a 84N e 80S, pois para latitudes maiores as distores so

    significativas. A principal diferena entre a projeo de Mercator e a UTM que, na projeo de

    Mercator, o cilindro paralelo ao eixo de rotao da Terra e, na UTM, ele perpendicular a

    esse.

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    Figura 14 Projeo UTM

    Fuso UTM 60 fusos

    Figura 13: Projeo de Mercator.

    Fonte: http://www.esteio.com.br/servicos/se_cartografia.htm .

    Universal Transversa de Mercator

    Fonte: http://www.esteio.com.br/servicos/se_cartografia.htm .

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    Aula 3 Escala cartogrfica

    A escala cartogrfica um dos principais elementos de um mapa. O mapa a representao de uma rea em tamanho reduzido. atravs da escala que se identifica a proporo existente entre o mundo real e a sua representao, ou seja, com a escala cartogrfica possvel calcular o tamanho real da rea. Existem duas formas de mostrar a escala em um mapa:

    Forma numrica A escala apresentada por uma frao ou proporo, que indica a relao entre a distncia no mapa e a distncia na rea. Por exemplo, uma escala de 1:1.000.000 (um por um milho) significa que cada 1 centmetro no mapa equivale a 1.000.000 centmetros na rea,

    ou seja, cada 1cm no mapa equivale a 10 quilmetros na rea real.

    Forma grfica A escala apresentada como um segmento de reta em que uma unidade de medida na reta equivale a uma determinada medida real, conforme relao determinada. Cada seqncia de reta tem um centmetro, que equivale a dez quilmetros na rea real, ou seja,

    cada 1cm no mapa proporcional a 10km na rea representada. Por exemplo:

    0 10 20 30 40 50

    |____|____|____|____|____|____| (km - quilmetros)

    Escala cartogrfica

    Para elaborar mapas de pequenas reas no preciso usar escalas que reduzam muito o seu

    tamanho. Quanto menor for o denominador da escala, menor a reduo aplicada para a sua

    elaborao e maior ser a escala.

    Acontece o contrrio quando se representa reas muito grandes, por ser preciso reduzir muito

    seu tamanho, o denominador da escala grande e, portanto, a escala menor.

    A escolha da escala realizada de acordo com a informao que se pretende destacar.

    Quando se quer representar elementos bsicos de uma rea sem seus detalhes, escolha escalas pequenas, como nos mapas geopolticos. Por outro lado, se estiver interessado nos detalhes da rea, escolha escalas grandes, como na plantas da construo civil.

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    Aula 4 Construo de mapas no Sistema de Informao Geogrfica SIG

    Um objeto geogrfico pode ser representado em um mapa por ponto, linha ou polgono. Esses

    elementos podem estar ligados a vrios atributos. Os atributos so as propriedades do objeto

    espacial, ou seja, a base de dados que define esse objeto.

    Pontos: Abrangem as entidades geogrficas que so representadas por um par de coordenadas de latitude e longitude, que permite sua localizao espacial. Alguns exemplos de

    entidades geogrficas representadas por pontos so: ocorrncias criminais como roubos ou

    homicdios, registros de determinados tipos de doena, rvores, as lojas de uma rede de

    comrcio, estaes de trem, dentre diversas outras representaes.

    Linhas: As linhas so formadas por um conjunto de pontos conectados. Os rios, as ruas, o trajeto das viaturas policiais, de um criminoso serial, dentre diversas outras representaes

    podem ser representadas com linhas.

    Polgono: um conjunto de linhas fechadas sobre uma rea. possvel representar a fronteira de pases, de municpios, a rea de atuao de um comando da Polcia Militar, rea de

    atuao de um grupamento especial, rea de favelas, com polgonos.

    Sobreposio de temas

    Na linguagem do SIG chama-se tema ou camadas uma coleo de objetos espaciais de uma rea especfica. Para constituir uma representao cartogrfica e organiz-la em forma de mapa virtual, renem-se vrios temas.

    Os temas esto ligados a uma fonte de atributos e as definies de sua representao no

    mapa. Assim, os temas representam cada tipo de informao que vai compor um mapa e os

    mapas so constitudos da sobreposio dos temas. Imagine um mapa de ocorrncias de

    roubos (pontos), outro mapa com as ruas (linhas) e outro com os bairros (polgonos) de um

    centro urbano. A sobreposio vai permitir que todos eles estejam representados na mesma

    imagem, permitindo a um analista observar como o padro pontual de distribuio se comporta

    nas ruas e nos bairros. Na figura abaixo possvel observar a composio de um mapa que

    representa o relevo (polgono), as ruas (linhas) e os lotes (pontos) de uma determinada rea.

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    Mapa 1 Modelo de sobreposio

    de camadas.

    Tipos de mapas

    O mapa um excelente instrumento analtico. A representao de um fenmeno em forma de mapa permite uma melhor visualizao e entendimento da sua distribuio espacial, alm de dedues que outro tipo de anlise no permite visualizar. Por exemplo, um mapa com postos de polcia pode revelar a cobertura mdia dos postos policiais, um mapa de

    homicdios pode revelar as reas em que a polcia precisa concentrar seu efetivo, um mapa de

    crime cometido por um manaco pode ajudar a prever onde ele atuar novamente.

    Os mapas mais utilizados na anlise criminal so os mapas de ponto e os mapas temticos.

    Vale destacar que no h um tipo de mapa mais recomendado que o outro. A escolha depende

    do tipo de dado e do atributo a ser representado. Alm disso, para um mesmo atributo podem

    ser gerados mapas diferentes. Recomenda-se sempre a construo de mais de um mapa

    sobre o mesmo fenmeno analisado para que se possa observar as variaes e buscar o

    motivo delas.

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    Mapa de pontos

    Nos mapas de pontos, sobre uma camada de mapa de polgono, aparecem os eventos

    ocorridos em formato de pontos. Esses pontos tambm podem ser apresentados por alguma

    figura, como uma cruz ou um boneco para representar eventos de homicdio.

    Mapa 2 Exemplos de mapas de pontos.

    Mapa das ocorrncias de homicdios registrados

    pela PC MG em alguns bairros do municpio de

    Belo Horizonte, em 1998

    Fonte: Polcia Civil de Minas Gerais.

    Homicdios em alguns quarteires de um

    centro urbano, em 2005 (Mapa fictcio)

    Fonte: Ministrio da Justia MJ/ Secretaria

    Nacional de Segurana Pblica SENASP/ Coordenao Geral de Pesquisa.

    Mapa Hot Spots

    Nos ltimos anos, um padro pontual que ganhou muito reconhecimento na anlise criminal,

    por sua utilidade, o mapa de Hot Spots, que significa reas quentes. Esse mapa mostra qual a densidade de concentrao dos pontos, utilizando gradaes de cores. O mapa apresenta cores mais fortes nas reas onde a densidade de eventos criminais maior, ou

    seja, as reas quentes. medida que a densidade diminui, as cores ganham tonalidades mais

    claras. Assim, surgem manchas no mapa que indicam as regies onde a criminalidade est

    mais concentrada.

    A estimativa da densidade criminal de um local est na contagem dos casos dentro de um

    dado raio. Essa contagem ponderada pela distncia em relao aos eventos vizinhos e

    suavizada por uma funo chamada de Kernel. Por isso, esse tipo de mapa tambm

    chamado de mapa de Kernel. Essa funo associa os eventos vizinhos atribuindo cores diferentes dependendo da quantidade e da distncia mdia entre os eventos, calculando a

    concentrao e revelando os Hot Spots.

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    Vantagens e desvantagens do mapa Hot Spots

    As vantagens do mapa de Hot Spots so que possui uma visualizao agradvel, revela os

    locais, os tamanhos e as formas das manchas criminais. As desvantagens so que no

    apresenta o nmero de eventos e capaz de causar distores. As distores acontecem

    porque a funo de Kernel trabalha com a densidade relativa entre os locais, sendo possvel

    formar mapas iguais trabalhando com 10 crimes ou com 1000 crimes.

    Veja o mapa de Hot Spots (Kernel) dos homicdios ocorridos em Belo Horizonte (2002). As

    distncias acima do mapa mostram o tamanho do raio usado na anlise. Observe como os

    mapas diferem de acordo com o raio que determinado pelo usurio para a anlise. O raio determina o espao no qual ser realizada a contagem de eventos. Assim, quanto maior o raio, menor o detalhamento em relao distribuio dos crimes. Quando se busca identificar um quarteiro ou esquina mais problemtica, preciso utilizar raios menores.

    Quando se busca identificar os bairros ou regies mais problemticas, preciso utilizar raios

    maiores.

    Mapa 3 Mapa de Kernel dos homicdios em Belo Horizonte (2002): variao no raio de

    anlise

    Fonte: http://www.crisp.ufmg.br/metodo_kernel.pdf .

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    Mapa temtico Atravs dos mapas temticos apresenta-se a distribuio espacial do atributo de interesse. Sua construo realizada sobre uma camada de mapa de polgonos, em geral, uma diviso da rea estudada, sobre o mapa de bairros de uma cidade, municpios de um

    estado ou pases de um continente. Os polgonos so ordenados de acordo com o atributo de

    interesse e divididos em grupos. Cada grupo de polgono colorido com uma cor. Geralmente,

    as cores mais claras correspondem aos menores valores do atributo e as cores mais escuras

    aos maiores valores.

    Um exemplo de mapa de temtico, na rea de estudos criminais, o mapa de taxas de

    ocorrncias de homicdios por 100 mil habitantes. O mapa temtico tambm muito utilizado

    em outras reas do conhecimento, como por exemplo, para mostrar municpios que

    concentram mais casos de dengue ou nveis de alfabetizao da populao em municpios de

    uma determinada regio.

    Para determinar a diviso dos grupos de polgonos de acordo com o atributo de interesse,

    existem algumas tcnicas. Essas tcnicas determinam quais os valores do atributo que

    abrangem cada um dos grupos, ou seja, quais intervalos de valores do atributo devem ser

    considerados em cada grupo. Alm disso, determinam a quantidade de polgonos que cada

    grupo deve conter. Existem vrias tcnicas para a diviso dos polgonos e o prprio analista

    criminal pode construir os intervalos, de acordo com o objetivo do estudo.

    Passos Iguais (Equal Ranges) Os intervalos do atributo so divididos matematicamente em partes iguais. A diferena entre os

    extremos de cada intervalo a mesma para as classes. Por exemplo, se o menor valor for 10,

    o maior valor 50 e h 4 intervalos, os intervalos sero de 10 em 10, independente do nmero

    de polgonos em cada classe.

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    Mapa 4 Mapa temtico por passos iguais.

    Taxas por 100 mil habitantes de crimes violentos letais intencionais registradas pelas polcias civis no Brasil em 2005. Fonte: Ministrio da Justia MJ/ Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP/

    Secretarias Estaduais de Segurana Pblica/ Departamento de Pesquisa, Anlise da

    Informao e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica Coordenao Geral de

    Pesquisa/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

    Acima de 38,2 por 100 mil hab.

    Entre 28,3 e 38,2 por 100 mil hab.

    Entre 18,3 e 28,3 por 100 mil hab.

    Abaixo de 18,3 por hab.

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    Quantil (Equal Counts) Os intervalos do atributo possuem o mesmo nmero de polgonos. No mapa, a seguir, so 27

    unidades da federao e 4 intervalos, ou seja, sero aproximadamente 7 UFs em cada

    intervalo. Esse tipo de diviso muito usado em casos ordinais onde as legendas no se

    referem a valores, mas sim, a categorias de muito ou pouco e de mais ou menos.

    Mapa 5 Mapa temtico por Quantil. Taxas por 100 mil habitantes de crimes violentos letais intencionais registradas pelas polcias civis no Brasil em 2005.

    Fonte: Ministrio da Justia MJ/ Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP/

    Secretarias Estaduais de Segurana Pblica/ Departamento de Pesquisa, Anlise da

    Informao e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica Coordenao Geral de

    Pesquisa/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

    Acima de 32,1 por 100 mil hab.

    Entre 22,2 2 32,1 por 100 mil hab.

    Entre 18,0 e 22,2 por 100 mil hab.

    Abaixo de 18,0 por 100 mil hab.

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    Desvio Padro (Standard Deviation) Os intervalos so calculados com base na mdia e no desvio padro dos valores nos clculos

    de 1, 0.5 e 0.25 desvios padres da mdia. Nesse caso, o nmero de classes no definido

    pelo usurio e sim, pela distribuio dos valores.

    Mapa 6 Mapa temtico por desvio padro.

    Taxas por 100 mil habitantes de crimes violentos letais intencionais registradas pelas polcias civis no Brasil em 2005.

    Fonte: Ministrio da Justia MJ/ Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP/

    Secretarias Estaduais de Segurana Pblica/ Departamento de Pesquisa, Anlise da

    Informao e Desenvolvimento de Pessoal em Segurana Pblica Coordenao Geral de

    Pesquisa/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE.

    Aula 5 Consideraes sobre I3GEO

    A implantao de sistemas de anlise espacial tem como principais dificuldades a existncia de

    informaes suficientemente qualificadas para fundamentar uma boa anlise dos dados,

    gestores formados para utilizar as informaes como ferramenta de gesto e, no caso de

    ambientes urbanos, uma base de endereos georeferenciados para localizar cada ocorrncia

    criminal. A aquisio do sistema de anlise criminal a parte mais fcil e menos custosa, onde

    Acima de 32,9 por 100 mil Hab.

    Entre 23,3 e 32,9 por 100 mil Hab.

    Entre 13,8 e 23,3 por 100 mil Hab.

    Abaixo de 13,8 por 100 mil Hab.

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    possvel tambm aproveitar os inmeros sistemas de anlise de estatstica espacial, livres e

    gratuitos, j disponveis.

    Em 2004, na CGTI (Coordenao Geral de Tecnologia da Informao do Ministrio do Meio

    Ambiente http://www.mma.gov.br) teve incio a implantao de um grupo especfico de

    profissionais para tratar das questes referentes ao processamento de dados geogrficos. Em

    2006, devido a grande demanda de tecnologias de geoprocessamento, principalmente nas

    questes ambientais no Brasil, foi criada na CGTI do Ministrio do Meio Ambiente, a AGGT,

    uma equipe especializada em gerenciar bancos de dados e aprimorar as ferramentas de

    internet para acesso aos dados geogrficos do MMA.

    Software I3GEO Dentre alguns softwares desenvolvidos pela AGGT, destaca-se o I3GEO (Interface integrada

    para internet de ferramentas de geoprocessamento) que um software livre e de padres

    abertos, facilitando o repasse s instituies que desejarem, possibilitando que qualquer

    pessoa tenha acesso aos cdigos de programao.

    O I3Geo um aplicativo desenvolvido para o acesso e anlise de dados geogrficos. Baseado em softwares livres, principalmente no Mapserver (http://mapserver.gis.umn.edu/),

    utiliza como plataforma de funcionamento, navegadores para internet, como o Internet Explorer

    e o Firefox. Com o objetivo de difundir o uso do geoprocessamento como instrumento tcnico-

    cientfico e implementar uma interface genrica para acesso aos dados geogrficos existentes

    em instituies pblicas, privadas ou no-governamentais, o I3Geo pode ser utilizado e

    incorporado por qualquer instituio interessada sem nenhum custo.

    Adotando padres internacionais de interoperabilidade, o I3Geo incorpora funcionalidades que

    facilitam o acesso remoto a dados, permitindo o estabelecimento de redes cooperativas.

    Operaes que normalmente so encontradas apenas em programas para computadores

    pessoais, que operam em instalaes locais, esto disponveis no I3Geo: gerao de grficos,

    anlise de dados tabulares, operaes espaciais, etc.

    Neste mdulo so apresentados exerccios de fixao para auxiliar a compreenso do contedo. O objetivo destes exerccios complementar as informaes apresentadas nas pginas anteriores.

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    1. Marque as afirmativas falsas:

    ( ) Para que haja anlise espacial, necessrio, antes de tudo, uma base cartogrfica ou um

    mapa digital da regio foco do estudo. A coleta da base cartogrfica ou construo do mapa

    digital pode ser realizada por levantamentos terrestres ou sensoriamento remoto.

    ( ) A latitude determinada pelos paralelos. Os paralelos so linhas imaginrias que cortam a

    Terra no sentido norte-sul, paralelas a linha do Equador.

    ( ) As coordenadas geogrficas constituem um sistema de linhas imaginrias que dividem a

    Terra. Elas foram criadas com o objetivo de padronizar, universalmente, a localizao espacial

    em qualquer ponto do globo terrestre.

    ( ) O geoprocessamento a disciplina do conhecimento que utiliza tcnicas matemticas,

    computacionais e geogrficas destinadas coleta e ao tratamento de informaes espaciais.

    Envolve tambm o desenvolvimento de sistemas (softwares) que utilizam esses dados.

    ( ) A longitude determinada por linhas imaginrias que cortam o globo terrestre no sentido

    leste-oeste, passando pelos dois plos. Essas linhas imaginrias so chamadas de meridianos.

    2. A escala cartogrfica um dos principais elementos de um mapa. O mapa a representao de uma rea em tamanho reduzido. atravs da escala que se identifica a proporo existente entre o mundo real e a sua representao, ou seja, com a escala cartogrfica possvel calcular o tamanho real da rea. Qual a representao de forma numrica de uma escala em que um centmetro no mapa equivale a doze quilmetros na rea real: ( ) 1: 120.000

    ( ) 1: 12.000

    ( ) 1: 1.200.000

    ( ) 1: 1.200

    ( ) 1: 12

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    3. Marque a afirmativa FALSA: ( ) Os pontos abrangem as entidades geogrficas que so representadas por um par de

    coordenadas de latitude e longitude, que no permite sua localizao espacial.

    ( ) Polgono um conjunto de linhas fechadas sobre uma rea.

    ( ) As linhas so formadas por um conjunto de pontos conectados. possvel representar

    com linhas os rios, as ruas, o trajeto das viaturas policiais, o trajeto de um criminoso serial,

    dentre diversas outras representaes.

    ( ) A representao de um fenmeno em forma de mapa permite uma melhor visualizao e

    entendimento da sua distribuio espacial, alm de dedues que outro tipo de anlise no

    permite visualizar.

    ( ) Na linguagem do SIG chamamos tema ou camadas uma coleo de objetos espaciais

    de uma rea especfica. Para constituir uma representao cartogrfica e organiz-la em forma

    de mapa virtual, renem-se vrios temas. Assim, os temas representam cada tipo de

    informao que vai compor um mapa e os mapas so constitudos da sobreposio dos temas.

    4. Marque a afirmativa correta: ( ) O mapa de Hot Spots, que significa reas quentes, mostra qual a densidade de

    concentrao dos pontos, utilizando gradaes de cores. O mapa apresenta cores mais claras

    nas reas onde a densidade de eventos criminais maior. medida que a densidade diminui,

    as cores ganham tonalidades mais escuras.

    ( ) Nos mapas de pontos, sobre uma camada de mapa de polgono, aparecem os eventos

    ocorridos em formato de pontos. Esses pontos tambm podem ser apresentados por alguma

    figura.

    ( ) Atravs dos mapas temticos, a distribuio espacial do atributo de interesse

    apresentada. Sua construo realizada sobre uma camada de mapa de pontos, em geral,

    uma diviso da rea estudada.

    ( ) No mapa temtico em que a tcnica aplicada para a estratificao dos atributos o desvio

    padro (Standard Deviation), os intervalos so calculados com base na mdia e no desvio

    padro dos valores nos clculos de 1, 0.5 e 0.25 desvios padres da mdia. Nesse caso, o

    nmero de classes definido pelo usurio.

    ( ) No mapa temtico em que a tcnica aplicada para a estratificao dos atributos o passos

    iguais (Equal Ranges), os intervalos do atributo possuem mais ou menos o mesmo nmero de

    polgonos.

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    Gabarito

    1. A latitude determinada pelos paralelos. Os paralelos so linhas imaginrias que cortam a Terra no sentido norte-sul, paralelas a linha do Equador; e

    A longitude determinada por linhas imaginrias que cortam o globo terrestre no sentido leste-

    oeste, passando pelos dois plos. Essas linhas imaginrias so chamadas de meridianos.

    2. 1: 1.200.000 3. Os pontos abrangem as entidades geogrficas que so representadas por um par de coordenadas de latitude e longitude, que no permite sua localizao espacial.

    4. Nos mapas de pontos, sobre uma camada de mapa de polgono, aparecem os eventos ocorridos em formato de pontos. Esses pontos tambm podem ser apresentados por alguma

    figura.

    Este o final do mdulo 4 Sistema de Informao Geogrfica SIG