análise teoria utilitarista no livro "o curioso caso dos exploradores de cavernas"

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... Jeremy Bentham em sua teoria utilitarista, afirma ser o maior principio moral, pessoal ou político aquele que visa maximizar o bem geral, ou a felicidade coletiva, ou a relação prazer vs. Dor. Segundo o filosofo e jurista, para chegar a qualquer decisão, aqueles que detêm o poder de julgamento devem pensar: Se somarmos todos os benefícios, e subtrairmos todos seus custos a decisão certa a se tomar é aquela que maximiza a relação entre felicidade vs. Sofrimento. Partindo de tal pressuposto, se a defesa for adepta a tal teoria, pode se afirmar que o sofrimento de Roger Whetore, quando subtraído da felicidade que sua morte proporcionou a aqueles que o assassinaram, não foi um custo tão grande perante seus benefícios. Tendo em conta essa analise de custos/benéficos gostaria de analisar um caso que se equipara ao em julgamento, na década de 70, foi lançado nos EUA um carro denominado “ford pinto”, era um carro pequeno, popular, mas que tinha um problema, seu tanque combustível ficava na parte traseira e em colisões traseiras o tanque explodia. Muitas pessoas morreram ou se feriram gravemente nesses acidentes, e processaram a Ford por isso, no julgamento ficou comprovado que a Ford sabia do problema, só que tinha feito uma analise custo/benéfico e visto que o custo para reforçar o tanque dos carros seria de aproximadamente $137 milhões, e as despesas com as pessoas mortas, feridas, e os consertos aos veículos era de aproximadamente $49,5 milhões, por isso mantiveram assim o veiculo, os juízes visto tal analise determinaram o pagamento de uma indenização milionária as famílias das vitimas dos acidentes. O que levou os juízes a essa decisão é o mesmo impasse que se coloca sobre a absolvição dos assassinos de Whetmore, como precisar o valor da vida de uma pessoa? Como determinar que o valor da vida dos quatro sobreviventes supria ao da vida da vitima? Na roma antiga, os cristões eram atirados aos leões pelos romanos no coliseu como forma de esporte, se pensarmos pelo calculo utilitarista, sim, os cristãos que eram atirados aos leões sofriam muita dor, mas vejam o êxtase coletivo dos romanos! Estes exemplos mostram criticas feitas ao utilitarismo de Bentham: se ele respeita adequadamente os direitos individuais ou da minoria; se é possível somar todos valores e converte-los em instancia monetária e se é uma presunção julgar de quem são

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Contra argumento do principio utilitarista no livro " O caso dos exploradores de caverna ".

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... Jeremy Bentham em sua teoria utilitarista, afirma ser o maior principio moral, pessoal ou poltico aquele que visa maximizar o bem geral, ou a felicidade coletiva, ou a relao prazer vs. Dor. Segundo o filosofo e jurista, para chegar a qualquer deciso, aqueles que detm o poder de julgamento devem pensar: Se somarmos todos os benefcios, e subtrairmos todos seus custos a deciso certa a se tomar aquela que maximiza a relao entre felicidade vs. Sofrimento. Partindo de tal pressuposto, se a defesa for adepta a tal teoria, pode se afirmar que o sofrimento de Roger Whetore, quando subtrado da felicidade que sua morte proporcionou a aqueles que o assassinaram, no foi um custo to grande perante seus benefcios. Tendo em conta essa analise de custos/benficos gostaria de analisar um caso que se equipara ao em julgamento, na dcada de 70, foi lanado nos EUA um carro denominado ford pinto, era um carro pequeno, popular, mas que tinha um problema, seu tanque combustvel ficava na parte traseira e em colises traseiras o tanque explodia. Muitas pessoas morreram ou se feriram gravemente nesses acidentes, e processaram a Ford por isso, no julgamento ficou comprovado que a Ford sabia do problema, s que tinha feito uma analise custo/benfico e visto que o custo para reforar o tanque dos carros seria de aproximadamente $137 milhes, e as despesas com as pessoas mortas, feridas, e os consertos aos veculos era de aproximadamente $49,5 milhes, por isso mantiveram assim o veiculo, os juzes visto tal analise determinaram o pagamento de uma indenizao milionria as famlias das vitimas dos acidentes. O que levou os juzes a essa deciso o mesmo impasse que se coloca sobre a absolvio dos assassinos de Whetmore, como precisar o valor da vida de uma pessoa? Como determinar que o valor da vida dos quatro sobreviventes supria ao da vida da vitima? Na roma antiga, os cristes eram atirados aos lees pelos romanos no coliseu como forma de esporte, se pensarmos pelo calculo utilitarista, sim, os cristos que eram atirados aos lees sofriam muita dor, mas vejam o xtase coletivo dos romanos! Estes exemplos mostram criticas feitas ao utilitarismo de Bentham: se ele respeita adequadamente os direitos individuais ou da minoria; se possvel somar todos valores e converte-los em instancia monetria e se uma presuno julgar de quem so os melhores prazeres, melhores, ou maiores. Como submeter a vida de um ser humano para salvar a outras quando todos tem direito a viver, assim afirma tambm kant, em seu pensamento as leis morais devem ser universais e impessoais, quando pensamos de forma racional, notvel que no correto moralmente privar a outrem da vida, valorizar a uma maioria sobre a minoria. Se est certo que eu faa uma determinada coisa, ento est certo para qualquer pessoa nas mesmas circunstncias fazer a mesma coisa. (...)Tendo em vista essas lacunas na teoria de Bentham, seu seguidor, John Stuart Mill, tenta reformular suas falhas, em principio tentando distinguir qualitativamente maiores prazeres dos menores. Citando Mill ele afirma: De dois prazeres se h um para qual todos ou quase todos que o experimentam decidiram pelo mesmo, independente de qualquer sentimento de obrigao moral em escolh-lo, este o prazer mais desejvel. Refletindo sobre tal citao, gostaria de abrir uma indagao aos presentes, quando os acusados decidiram que o maior prazer seria privar a vida de Roger para manter a de outras 4 pessoas, teria fundamento tal deciso? Ironicamente, se levarmos em conta um terico utilitarista, que quando analisada superficialmente sua teoria leva a crer que deve se maximizar nmeros, no foi bem fundamentada tal deciso. Se partirmos do pressuposto que indivduos nesse caso, pudessem escolher entre assassinar um para manter a vida de outros, ou agir moralmente de acordo com a razo e tomar por base que a vida humana no pode ser valorada, escolheriam o homicdio. Segundo Mill, um prazer maior porque emprega nossas melhores faculdades humanas, e quais foram as melhores faculdades empregadas no caso? O que posso afirmar que a justia no foi um deles, nem mesmo segundo Stuart Mill, que declara: Justia um nome para certos requisitos morais que, consideradas coletivamente, tm maior valor na escala da utilidade social, e por isso tem obrigao primordial, acima de qualquer outras. Pode concluir-se ento que para Mill, a justia sagrada, primordial e privilegiada, uma vez que considera os interesses a longo prazo da humanidade e de todos nos como seres que evoluem, assim sendo, o correto recriminar qualquer caso de homicdio, sendo ele moralmente indevido , para que a sociedade saiba que justo respeitar o direito a vida de qualquer ser humano. Se fizermos justia e respeitarmos os direitos, a sociedade como todo ser melhor a longo prazo.