analise sobre o sistema operacional qnx

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Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de história Prof.: Alexandre Werneck Aluno: Mauro Vinicius de Souza Floriano DRE: 110133408 Introdução a sociologia Trabalho de fim de curso 18/07/2011

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Page 1: Analise Sobre o Sistema Operacional Qnx

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de história

Prof.: Alexandre Werneck

Aluno: Mauro Vinicius de Souza Floriano

DRE: 110133408

Introdução a sociologia

Trabalho de fim de curso

18/07/2011

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O trabalho a seguir, consiste de uma breve pesquisa sobre diferentes concepções de vida,

demonstradas a través de um grupo de perguntas feitas a pessoas de diferentes idades e ocupações, e

analisadas a luz das ideias um autor estudado durante o período nesse caso eu escolhi a obra de

Manuel Castells que analisa os problemas enfrentados pela sociedade ao longo da passagem dos

anos, ao relacionar os avanços tecnológicos vivenciados nas ultimas decadas as novas maneiras de

compreender o mundo . Segue as entrevistas e a analise delas:

Lucas Campos de Souza , 20 anos e estudante de historia

Com 18 anos, o que você almejava para o seu futuro?

Eu esperava casar cedo, já que namorava 3 anos, esperava morar sozinho cedo e meu maior sonho

era constituir uma familia

E para o futuro do mundo?

eu não pensava muito no futuro do mundo, apesar de querer constituir família, acho que eu era

bitolado nessa questão, ia remando com a maré, como se estivesse numa bolha longe dos problemas

do mundo.

Qual o maior medo que tinham?

Meu maior medo era o de morrer ou ficar sozinho, perder minha namorada, como o segundo

aconteceu e eu sobrevivi posso falar que meu maior medo é a morte

Pedro Brasil Rodrigues de Jesus, 24 anos e desempregado

Com 18 anos, o que você almejava para o seu futuro?

Entrar numa faculdade publica, me formar, arrumar um emprego bom e sair de casa

E para o futuro do mundo?

Não me ligava muito para o futuro do mundo, estava mais preocupado com meus próprios

problemas, me preocupava se eu estava escolhendo a carreira certa, se conseguiria passar no

vestibular e tentar ser bem sucedido para poder ter condição de manter um estilo de vida a qual

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estou acostumado.

Qual o maior medo que tinham?

Não conseguir realizar minhas metas, principalmente no âmbito profissional

Guilherme Pinto motta, 25 anos estudante de psicologia

Com 18 anos, o que você almejava para o seu futuro?

Como eu morava sozinho e já trabalhava meu maior sonho era viajar pelo mundo, e conhecer

pessoas de todos os tipos, isso em parte é o que me fez me mudar do rio para belém com 17 anos e

largar a faculdade de farmácia e ir tentar fazer administração o que acabei descobrindo não ser a

melhor escolha em parte eu estava até meio perdido sem saber o que fazer com muitas opções de

vida na minha mão.

E para o futuro do mundo?

Nunca me liguei muito para esse tipo de questão ,planejava apenas ser feliz e independente nunca

fui de me ligar muito no futuro.

Qual o maior medo que tinham?

Meu maior medo era o de morrer sem ter vivido, ou seja sem ter as experiencias de vida que eu

queria ter sem ter aproveitado a vida como eu sonahva aproveitar e sem conhecer tudo que eu

queria conhecer.

Vanessa de Souza Costa 45 anos advogada

Com 18 anos, o que você almejava para o seu futuro?

Por já ser mãe des dos meus 15 anos e sempre ter trabalhado pois meu pai havia saído de casa era o

único jeito de sustentar a minha família, eu queria ter uma família feliz e estava acaminho disso já

que comecei a namorar meu atual marido nessa época,então para o futuro eu apenas queria ser feliz

e conseguir sustentar o meu filho e cuidar para que não lhe faltasse nada e ele pudesse ter tudo que

eu não tive.

E para o futuro do mundo?

Page 4: Analise Sobre o Sistema Operacional Qnx

Nunca pensei muito no futuro do mundo, eu me preocupava mais se eu seria feliz e se conseguiria

dar as condições de vida que eu não tive para o meu filho

Qual o maior medo que tinham?

De falhar como mãe e como esposa.

Eduardo da Costa Baptista 60 anos aposentado

Com 18 anos, o que você almejava para o seu futuro?

Não tive como me preocupar muito com o meu futuro, eu era goleiro e sonhava em seguir na

profissão porém meu pai morreu mais ou menos nessa época e eu tive que passar a cuidar da casa e

de ter outras 5 irmãs mais novas para cuidar portanto larguei o futebol e passei a trabalhar para

sustentar a casa.

E para o futuro do mundo?

Não dava muita importância para isso na época.

Qual o maior medo que tinham?

O de não conseguir arcar com as responsabilidades da casa.

ANALISE DAS ENTREVISTAS

ao analisar as entrevistas pode-se perceber certas similaridades entre elas, principalmente no que se

diz respeito aos anseios para o futuro, com apenas uma exceção todos planejavam ter de algum

modo um sucesso profissional , portanto podemos entender um padrão constante apesar das

diferenças de idade e motivação nos entrevistados seja por independência financeira ou por razões

do destino que tornava quase obrigatório, como no caso de Eduardo Baptista que abriu mão do seu

sonho de ser jogador para sustentar sua família, ou temos também, o caso de Guilherme mota que

buscou sua independência com o objetivo de suprir sua busca por felicidade. podemos analisar

também pelas respostas a segunda pergunta um certo isolamento das pessoas em relação ao

mundo,pois para eles as questões que concernem a eles mesmos no âmbito financeiro ou pessoal

Page 5: Analise Sobre o Sistema Operacional Qnx

que demonstra como falado pelo entrevistado lucas campos uma ideia de viver numa bolha separada

do mundo principalmente pelos mais jovens, mas mesmo os mais velhos não tinham grandes ideias

para o futuro do mundo mostrando que certas coisas são atemporais .a terceira questão mostra como

as pessoas as vezes se sentem mais desconfortáveis ao se auto analisar e falar sobre certas coisas, no

caso de Pedro Brasil o medo de não ser bem sucedido em suas escolhas é algo que também é

compartilhado por outros 2 entrevistados, todos por diferentes razões, porem com medos parecidos

de falhar no sentido profissional e assim falhar com as pessoas que dependem deles como nos casos

de Eduardo Baptista e Vanessa de Souza Costa, o medo da morte também é um assunto tocado

porém de perspectivas diferentes, enquanto Lucas Campos tem emdo de morrer sozinho sem ter

conquistado alguém ao seu lado, Guilherme motta tem medo de morrer sem ter conhecido o mundo

nem ter tido as experiencias que queria isso mostra que apesar de ambos terem um medo parecido é

motivado por razões diferentes. Podemos assim concluir que a idade dos entrevistados não é um

fator tão determinante quanto o meio no qual eles foram criados,e as situações que avida pos no

caminho deles tornam algumas de suas experiencias atemporais.

Analise do texto: A sociedade em rede. A era da inf ormação:

economia,sociedade e cultura

A atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação

desses conhecimentos e dessa informação para geração de conhecimentos e de dispositivos e de

processamento/comunicação da informação, em um ciclo de retroalimentação entre inovação e uso.

Castells trata desses temas no capítulo 1 do tomo 1 de sua obra, “A revolução da tecnologia de

informação”.

Na era em que vivemos, computadores e sistema de comunicação são amplificadores e extensões da

mente humana. Assim sendo, a difusão da tecnologia amplifica as capacidades do ser humano e

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suas próprias, à medida que os usuários apropriam-se dela e a redefinem. Dessa forma, os usuários

podem assumir o controle da tecnologia, como no caso da Internet. Pela primeira vez na história, a

mente humana é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema

produtivo. Essas novas tecnologias da informação difundiram-se por todo o mundo entre meados

dos anos 1970 e 1990, por meio de uma lógica característica do momento presente: a aplicação

imediata no próprio desenvolvimento da tecnologia gerada.

Na verdade, há grandes áreas do mundo e consideráveis segmentos da população que estão

desconectados do novo sistema tecnológico. As áreas desconectadas são cultural e espacialmente

descontínuas. Cabe recordar os principais eixos da transformação tecnológica em geração-

processamento-transmissão da informação, colocando-os na sequência que se deslocou rumo à

formação do novo paradigma. Em primeiro lugar, destacam-se as macro mudanças da

microengenharia, que compreendem a criação do primeiro computador programável a o transistor,

que, embora criados alguns anos antes, tiveram seus efeitos mais a partir do chamado divisor

tecnológico dos anos 1970. Essa década representa um salto qualitativo na difusão da tecnologia em

aplicações comerciais e civis, uma tendência ascendente com custo cada vez menor e qualidade

cada vez maior. Em seguida, vale apontar também as tecnologias da vida, em especial a

biotecnologia – e Castells chega a apontar uma futura revolução na biologia advinda das

descobertas na área da engenharia genética. Apesar de a década de 1970 coincidir com vários

importantes eventos, tais quais, por exemplo, a crise econômica e a reestruturação das finanças

internacionais, Castells afirma que o surgimento do novo sistema tecnológico deve ser atribuído à

“dinâmica autônoma da descoberta e difusão tecnológica, inclusive aos efeitos sinérgicos entre

todas as várias principais tecnologias” (grifo nosso), e isso já teria sido uma base fundamental para

a reestruturação socioeconômica da década seguinte.

Essa revolução tecnológica teve sede nos EUA, especificamente na Califórnia, embora tenha

contado com a colaboração decisiva das descobertas científicas no Reino Unido, França, Alemanha

e Itália. O autor aponta para o papel importante papel desempenhado pela concentração de

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conhecimentos científico-tecnológicos, instituições, empresas e mão-de-obra qualificada, que, para

ele, foram as forjas da inovação na nova era. Para Castells, “a inovação tecnológica tem sido

essencialmente conduzida pelo mercado (…), e os inovadores (…), muitas vezes empregados por

grandes empresas”. O autor não deixa, ainda assim, de destacar os programas de macropesquisa

conduzidos ou patrocinados pelos governos, em especial o estadunidense.

É nesse contexto que se forma um novo paradigma de tecnologia da informação que compreende

cinco características principais, abaixo exploradas. A primeira característica do novo paradigma é

ter informação como sua matéria-prima. O segundo aspecto diz respeito à penetrabilidade dos

efeitos das novas tecnologias: já que a informação é uma integra toda atividade humana, todos os

processos de nossa existência individual e coletiva são moldados, embora não determinados, pelo

novo meio. A terceira característica refere-se à lógica de redes em qualquer sistema ou conjunto de

relações, que passa a fazer uso dessas novas tecnologias da informação. Em quarto lugar, o

paradigma da tecnologia da informação é compreende a flexibilidade: processos são reversíveis,

assim como organizações e instituições podem ser modificadas. A quinta e última característica é a

crescente convergência de tecnologias especificas para um sistema integrado no qual trajetórias

tecnológicas ficam profundamente interligadas e interdependentes. O uso da tecnologia é, então,

permeado por esse novo paradigma. Mas sua utilização na esfera da ação social, política e

econômica são objetivos de estudo do segundo capítulo do livro, “A nova economia:

informacionalismo, globalização, funcionamento em rede”

Sobre o enigma supracitado, os historiadores observaram uma considerável defasagem temporal

entre a inovação tecnológica e o crescimento na produtividade, de modo que os dados para as

décadas de 1970 e 1980 não poderiam apresentar, ainda, esse crescimento. Outro ponto deve ser

considerado: como em todas as revoluções, a inovação é primeiramente aplicada nas áreas onde ela

surge, e, de fato, pode-se constatar assombroso aumento de produtividade, por exemplo, no setor da

informática. Por outro lado, talvez grande parte da desaceleração que esses anos presenciaram seja

também resultante da inadequação das estatísticas econômicas ao estudarem os movimentos da

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economia informacional, em razão da grande quantidade de transformações decorrentes do impacto

da tecnologia da informação e das mudanças organizacionais.

A evolução do comércio internacional no último quartel do século XX caracterizou-se por quatro

principais tendências: sua transformação setorial (1); sua diversificação relativa (2); a interação

entre a liberalização do comércio global e a regionalização da economia mundial (3); e,

especialmente, a formação de uma rede de relações comerciais entre firmas, unindo regiões e países

(4). Esse último ponto inclui, por exemplo, a tendência à formação de blocos, tais quais a União

Européia, o NAFTA e o Mercosul, que se mostrava aparentemente contraditória com a tendência à

liberalização internacional.

O fenômeno da globalização, para Castells, fomentado principalmente pelos governos dos países

mais ricos (os integrantes do G-7), foi alicerçado por três políticas inter-relacionadas: a

desregulamentação das atividades econômicas domésticas, que começou com os mercados

financeiros (1); a liberalização do comércio e dos investimentos internacionais (2); e a privatização

das empresas públicas (3), quase sempre vendidas a investidores estrangeiros. Grande parte das

instituições e regras da globalização criadas na década de 1990 não foi, entretanto, um movimento

de aprimoramento da soberania, mas sim, na verdade, um exercício de regulamentação para a

globalização. Quanto mais países aderiam a essas regras, mais custoso tornava sair delas ou mesmo

permanecer fora delas, em uma espécie de lógica auto-ampliável que aprofundou a interligação das

economias em um núcleo globalizado.

De acordo com Castells, a economia informacional surge do desenvolvimento de uma lógica

organizacional e da atual transformação tecnológica. Pode-se, nesse contexto, exemplificar com a

trajetória do industrialismo para o informacionalismo na reestruturação econômica dos anos 1980,

causada pela crise de lucratividade do processo de acumulação de capital da década de 1970. Como

principais pontos dessa reestruturação, podem ser citadas: a divisão na organização da produção e

dos mercados na economia global (1); as transformações organizacionais que interagiram com a

difusão da tecnologia de informação (2); o fato de que essas transformações organizacionais

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objetivavam lidar com a incerteza oriunda das mudanças no ambiente econômico, institucional,

tecnológico da empresa (3); e, por fim, a introdução do modelo de “produção enxuta”, eliminando

mão-de-obra, tarefas e algumas camadas administrativas mediante processos de automação.

Vale recorrer a Max Weber para, paralelamente, entender a essência das transformações culturais e

institucionais causadas pelo nascimento desse novo paradigma de organização econômica. É

preciso, antes, perceber que o informacionalismo altera, mas não substitui – ao menos, não no

sentido de se opor – ao modelo de produção anteriormente predominante; ao contrário, a nova

abrange a antiga mediante o aprofundamento tecnológico. As redes de empresas, que se manifestam

em diferentes formas e contextos, são elementos profundamente associados ao novo paradigma

organizacional. Pesam também ferramentas tecnológicas (por exemplo, novas redes de

telecomunicações), novos softwares, novos trabalhadores e administradores… Existe, ainda, uma

concorrência global que força a constante redefinição de produtos, processos e até de mercados,

capital e informação. Outro crucial elemento é o Estado, que ora é desenvolvimentista, ora agente

ativo, coordenador ou mesmo mensageiro, direcionando a economia nacional para um novo curso

histórico. Embora, como dito, todos esses elementos sejam parte do novo paradigma, falta ainda, à

luz de Weber, o elo cultural para uni-los. É bem verdade que a unidade básica da nova forma de

organização é a própria rede, formada de vários sujeitos e organizações, mas certamente permeado

por um código cultural comum.

Esse código, entretanto, é certamente multicultural, por ser composto de valores e projetos dos

diversos participantes da rede. Segundo Castells, é, de fato, uma cultura, ainda que seja uma cultura

do efêmero, de decisões estratégicas, uma “colcha de retalhos de experiências e interesses, ao invés

de uma carta de direitos e obrigações”. Dessa forma, as tentativas de cristalizar posições

na rede como um código cultural são fadadas à obsolescência, de modo que “o espírito do

informacionalismo é a cultura da destruição criativa”.