análise postural do endodontista na atividade clínica utilizando
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
Departamento de Odontologia Restauradora
ANÁLISE POSTURAL DO ENDODONTISTA NA ATIVIDADE CLÍNICA
UTILIZANDO INSTRUMENTAÇÃO ROTATÓRIA E MANUAL POR MEIO DA
CINEMETRIA, ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE E CHECKLISTS
ERGONÔMICOS
GERALDO CELSO DA SILVA ONETY
Ribeirão Preto 2011
GERALDO CELSO DA SILVA ONETY
ANÁLISE POSTURAL DO ENDODONTISTA NA ATIVIDADE CLÍNICA
UTILIZANDO INSTRUMENTAÇÃO ROTATÓRIA E MANUAL POR MEIO DA
CINEMETRIA, ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE E CHECKLISTS
ERGONÔMICOS
Ribeirão Preto 2011
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências – Programa: Odontologia Restauradora. Área de Concentração: Odontologia Restauradora-opção: Endodontia Orientadora: Profa. Dra. Simone Cecílio Hallak Regalo
Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial da presente obra por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.
Assinatura do autor:_________________________________________________ Data:_____/_____/______
FICHA CATALOGRÁFICA
Onety, Geraldo Celso da Silva Análise postural do endodontista na atividade clínica utilizando instrumentação rotatória e manual por meio da cinemetria, eletromiografia de superfície e checklists ergonômicos. Ribeirão Preto, 2011.
104 p.: il.; 30cm Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto/USP – Área de concentração: Odontologia Restauradora – Endodontia.
Orientadora: Regalo, Simone Cecílio Hallak.
1. Análise Postural 2. Ergonomia. 3. Eletromiografia. 4. Instrumentação Rotatória. 5. Instrumentação Manual.
Candidato: Geraldo Celso da Silva Onety
Título da Dissertação: Análise postural do endodontista na atividade clínica
utilizando instrumentação rotatória e manual por meio da cinemetria, eletromiografia
de superfície e checklists ergonômicos
A Comissão Julgadora dos trabalhos de defesa da Dissertação de Mestrado,
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – Área
de Concentração: Odontologia Restauradora - opção: Endodontia, em sessão
pública realizada em ____/_____/2011, considerou o candidato
______________________.
BANCA EXAMINADORA
Prof (a). Dr(a).________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________
Julgamento: _______________________Assinatura: _________________________
Prof (a). Dr(a).________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________
Julgamento: _______________________Assinatura: _________________________
Prof (a). Dr(a).________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________
Julgamento: _______________________Assinatura: _________________________
DEDICATÓRIA
Aos Meus Pais Paulo de Oliveira Onety e Maria Iris Dutra da Silva Onety
Exemplos de vida, amor, cumplicidade e acima de tudo lealdade. Se cheguei
até aqui foi graças ao incentivo e apoio dados por vocês em toda a minha trajetória.
Embora não estejam mais presentes nesta vida terrena sinto suas bênçãos a todo o
momento. Tenho a certeza de que Deus os acolheu e os mantém ao Seu lado para
juntos protegerem a família aqui construída. Meu amor incondicional!
Aos meus irmãos
A vocês, meus queridos irmãos, pela confiança e afeto que sempre recebi.
Sinto orgulho de fazer parte da família Onety e tenham a certeza de que esta vitória
só ocorreu em face da união e do amor existentes entre nós. Vocês são meu refúgio
e minha fortaleza!
Aos demais familiares
O bem querer mútuo e o respeito profissional foram fundamentais para a
realização deste sonho. Cada incentivo, palavras de carinho e reconhecimento da
minha atividade profissional serviram para que acreditasse na minha capacidade
técnica e continuasse em busca de novos desafios.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
DEUS- O Arquiteto do Universo
Obrigado Senhor, pelo dom da vida. Sua luz, ao iluminar meus caminhos,
permite minhas vitórias fazendo com que me torne uma pessoa melhor. Que eu seja
merecedor de Suas dádivas e que o Divino Espírito Santo continue a me proteger
aumentando a cada dia minha fé.
Minha Orientadora Profa. Dra. Simone Cecílio Hallak Regalo
Quando recebi a notícia que teria você como minha orientadora, a sensação
de paz e de que algo de bom estaria reservado para mim aflorou em minha mente.
Estava certo! Você é uma das pessoas mais formidáveis que já conheci. Sua
educação, seu sorriso estampado no rosto, suas palavras de conforto nos momentos
difíceis que passei associados à seriedade e competência profissional fazem de
você esta pessoa admirada por todos. De coração, muito obrigado!
Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora
Sua trajetória acadêmica, por si, serve de exemplo para todos aqueles que
buscam na docência, a realização de um sonho. Não obstante, tive a oportunidade
de, durante nossas conversas, partilhar momentos de crescimento profissional,
espiritual e humano. Um aprendizado que jamais esquecerei!
Profa. Dra Marisa Semprini, Profa. Dra Selma Siessére
A harmonia e a sensação de bem-estar na sala do Departamento de Morfologia,
Estomatologia e Fisiologia - DMEF, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
são percebidas graças a vocês que, juntamente com a minha orientadora, fazem
daquele ambiente um local estimulador e agradável. Essa energia positiva contagia
a todos nós, que temos a oportunidade de desfrutar dessa convivência.
Prof. Dr. Benedito Taveira da Silva, Profa. Dra. Tânia de Miranda Chicre
Alcântara, Prof. Dr. Joaquim Alberto da Silva
Meus coordenadores e amigos da Universidade do Estado do Amazonas- UEA
que, ao tomarem ciência de minha aprovação no curso de mestrado da
FORP-USP, não mediram esforços na liberação de minhas atividades acadêmicas
junto à Universidade, visando minha participação no curso.
Profa. Dra. Débora Fernandes Costa Guedes, colaboradora do Departamento de
Odontologia Restauradora, pelas palavras de incentivo e amizade ao longo de todo o
curso.
Fisioterapeutas Bruno Ferreira e Gabriel de Pádua da Silva
A oportunidade de trabalhar com vocês durante esta jornada foi fundamental para
o êxito desta dissertação. Profissionais jovens, competentes e com um grande
futuro. Torço por vocês e que possamos em breve desenvolver novos projetos.
Cirurgiãs Dentistas Alexandra Maria Sousa Valente e Denise Freire da Silva
Amigas de todos os momentos! Vocês que sempre acreditaram em mim, o
reconhecimento pelo verdadeiro significado do sentimento de amizade. Guardo
vocês no lado esquerdo do meu peito e que este sentimento esteja em continua
renovação.
Aos amigos André Loureiro Marques e Maria Aparecida Gomes de Freitas
Quando decidi pelo curso de mestrado em Ribeirão Preto, estava ciente que o
afastamento de meus familiares seria extremamente doloroso e que precisaria
encontrar forças na oração e em mim mesmo. Para minha felicidade, Deus colocou-
os no meu caminho e agradeço todos os dias pela receptividade e carinho que
vocês dispensaram para comigo. Muito obrigado por tudo!
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas-
IFAM, na pessoa do Magnífico Reitor Prof. Dr. João Martins Dias, pela liberação de
minhas atividades profissionais junto a essa Instituição Federal, através do incentivo
à qualificação de seus servidores técnico-administrativos.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM, pela
concessão de bolsa pelo programa de RH- POSGRAD-MESTRADO, apoio este de
fundamental importância durante o desenvolvimento do curso.
A Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na
pessoa do seu Diretor Prof. Dr. Osvaldo Luiz Bezzon e do Vice-Diretor Prof. Dr.
Valdemar Mallet da Rocha Barros, pela oportunidade de crescimento profissional.
Ao Departamento de Odontologia Restauradora, na pessoa do seu chefe Prof. Dr.
Ricardo Gariba Silva e docentes da Endodontia, Prof. Dr. Antonio Miranda da
Cruz Filho; Prof. Dr. Luiz Pascoal Vansan e ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia Restauradora, pelo seu Coordenador Prof. Dr. Manoel Damião de
Souza Neto, pelos conhecimentos adquiridos através do conteúdo programático do
curso.
Polliana Vilaça Silva
A amizade construída ao longo do curso de mestrado foi extremamente
gratificante, tendo sido demonstrada não somente durante nossas atividades
discentes, mas também naqueles momentos difíceis onde seu apoio e incentivo
foram significativos. De coração, desejo muito sucesso em sua nova etapa
acadêmica!
Aos colegas da Pós-Graduação: Daniel Vilela Leonel, Graziela Bianchi Leoni,
Luis Eduardo Souza Flamini, Tiago Gilioli Varise, Mariangela Salles Pereira
Nassar, Marcelo Palinkas, Ana Paula Zanetti Brochini, Ira Cristina Uekama,
César Lepri, Renata Filgueira Borges, Renata Scatolin e Luciana Bastos que
caminharam junto comigo nesta jornada, rogo a Deus pelo crescimento profissional e
pessoal de cada um de vocês. Estarei à disposição para o que precisarem.
Prof. Dr. André Augusto Franco Marques
Meu amigo e colega docente da Universidade do Estado do Amazonas. Um
jovem pesquisador que, além do incentivo para concorrer ao mestrado, fez de seus
pais minha nova família em Ribeirão Preto. Muito obrigado!
Aos Professores e Amigos da Universidade do Estado do Amazonas- UEA, que
vivenciaram recentemente a experiência de um curso de Pós-Graduação, pelo apoio
e pela torcida para que eu realizasse com êxito este trabalho.
Carlos Feitosa dos Santos, Secretário da Pós-Graduação do Departamento de
Odontologia Restauradora. Sua maneira educada e atenciosa, não somente comigo,
mas com todos aqueles que em algum momento recorreram às suas funções nesta
Secretaria, revela a pessoa iluminada e amiga que tive a felicidade de conhecer.
Que Deus o abençoe sempre!
Luiz Gustavo de Souza, Técnico do Laboratório de Anatomia da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Sua capacidade
técnica, fundamental para que meu trabalho tornasse viável, além do espírito amigo
em todas as vezes que estive no laboratório traduz a pessoa de alma boa e
colaboradora que você é. Meus sinceros agradecimentos.
Aos Funcionários da FORP-USP: Paulo Batista de Vasconcelos (Técnico
Laboratório de EMG Prof. Dr. Mathias Vitti), Clélia Aparecida Celino (Secretária do
MEF), Reginaldo Santana da Silva (Técnico do Laboratório de Pesquisa em
Endodontia do Departamento de Odontologia Restauradora), Patrícia Marchi
(Técnica do Laboratório de Pesquisa em Dentística do Departamento de Odontologia
Restauradora), Ronivaldo Zonfrilli (Técnico do Laboratório Multidisciplinar)
Frederico Augusto B. Farias (Técnico do Laboratório Multidisciplinar), Maria
Amália Viesti de Oliveira Motta (Secretária do Departamento de Odontologia
Restauradora), Maria Isabel Cezário Francisco Miguel (Secretária do
Departamento de Odontologia Restauradora), Regiane de Cássio Tirano
Damasceno (Secretária da Pós Graduação da Faculdade de Odontologia), Regiane
Cristina Moi Sacilotto (Técnica Acadêmica), Isabel Cristina Galino Sola (Técnica
Acadêmica – Chefe Administrativo do Serviço) Elisabete Camilo Pereira
(Funcionária dos Serviços Gerais Terceirizado do MEF), Rosangela Angelini
(Auxiliar de serviços gerais Departamento de Odontologia Restauradora).
A colaboração de vocês foi fundamental para o desenvolvimento deste trabalho.
Durante todo o processo tive a oportunidade de conviver com pessoas abençoadas
e com espírito de grupo, sem o que não seria possível a realização desta pesquisa.
Minha eterna gratidão!
Aos Cirurgiões Dentistas voluntários, obrigado pela disponibilidade, paciência e
percepção da importância da participação de cada um para a realização da
pesquisa.
VIDA
“Já perdoei erros quase imperdoáveis
Tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis
Já fiz coisas por impulso. Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei
me decepcionar, mas também decepcionei alguém
Já abracei pra proteger. Já dei risada quando não podia
Já fiz amigos eternos
Já gritei e pulei de tanta felicidade
Já me apaixonei por um sorriso
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém
especial (e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
E você também não deveria passar. Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
Abraçar a vida e viver com paixão,
Perder com classe e vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E A VIDA É MUITO para ser insignificante”.
CHARLES CHAPLIN
RESUMO
Onety, GCS. Análise postural do endodontista na atividade clínica utilizando
instrumentação rotatória e manual por meio da cinemetria, eletromiografia de
superfície e checklists ergonômicos (dissertação). Ribeirão Preto: Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2011.
Atualmente a ergonomia revela-se em todas as circunstâncias na prática
odontológica, desde o local de trabalho a forma como os equipamentos são
utilizados, onde variáveis importantes como a postura e o movimento são
determinados pela tarefa e pelo posto de trabalho. O objetivo desta pesquisa foi
analisar, por meio da atividade muscular (eletromiografia), cinemetria, escalas
ergonômicas (RULA e Checklist de Couto) e biofotogrametria, a postura de dezoito
profissionais endodontistas, destros, com idade entre 25 e 60 anos (30 ± 3) durante
o preparo químico-mecânico do sistema de canais radiculares dos molares 16 e 17,
utilizando-se da técnica de instrumentação rotatória e da técnica de instrumentação
manual, evidenciando os efeitos que a profissão odontológica e as posturas viciosas
adotadas pelos profissionais endodontistas promovem durante as horas de trabalho
nas cadeias musculares dos membros superiores e região de tronco. Baseado nos
resultados obtidos nesta pesquisa pode-se concluir que as variações apresentadas
nos valores eletromiográficos normalizados durante a execução das técnicas
rotatória e manual sugerem que a ação dos músculos longuíssimo, deltóide anterior,
deltóide médio, trapézio - fibras médias, bíceps braquial, tríceps braquial,
braquiorradial e abdutor curto do polegar, propiciou adaptações musculares, com a
finalidade de promover movimentos funcionais mais precisos. Na cinemetria
computadorizada, observou-se que a técnica rotatória apresentou maior exigência
postural do que a técnica manual, fato também evidenciado pela análise do posto de
trabalho e biomecânica da atividade profissional. A análise estática da postura
corporal (biofotogrametria) sugere que a atividade clínica do profissional
endodontista pode contribuir para um desequilíbrio postural do quadrante superior
do corpo. Concluiu-se que o profissional endodontista apresentou postura corporal
comprometida, independente de trabalhar com a técnica rotatória e/ou manual.
Palavras-Chave: Análise postural, ergonomia, eletromiografia, instrumentação rotatória,instrumentação manual. .
ABSTRACT
Onety, GCS. Analysis of the endodontist posture using rotary and manual
instrumentation applying kinemetry, surface electromyography and ergonomic
checklists (dissertation). Ribeirão Preto: Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo; 2011.
Nowadays ergonomics has had different uses in dentistry, from the workplace to how
equipments are used; where important variables, such as posture and movement,
have been determined by the job and the work position. The objective of this
research was to apply electromyography, kinemetry, ergonomic scales (RULA and
Couto’s checklist) and biophotogrammetry to analyze the posture of eighteen right-
handed endodontists, aged between 25 and 60 years old (30 + 3), during the
preparation of the chemical-mechanical system of root canal of molars 16 and 17,
using rotary and manual instrumentation, showing the effects of endodontists’
profession and vicious postures during hours of work on muscle chains of upper
limbs and trunk. Based on the results it is possible to conclude that the variations
showed in the electromyographic values normalized during the use of rotary and
manual techniques, suggest that longissimus, anterior and middle deltoid, trapezium
– medium fibers, brachial biceps and triceps, brachioradialis and short abducent of
the thumb, provided muscle adaptations in order to cause functional more accurate
movements. In computer kinemetry the rotary technique was more postural
demanding than the manual technique, that was also showed by the analysis of the
work position and biomechanics of the profession. The static analysis of the body
posture (biophotogrammetry) suggests that the professional activity of the
endodontist can contribute for a postural imbalance of upper body. In conclusion, the
endodontist presented compromised posture regardless the kind of technique he/she
uses: rotary and/or manual.
Keywords: Postural analysis, ergonomics, electromyography, rotary instrumentation,
manual instrumentation.
SUMÁRIO
1 Introdução......................................................................................................... 15
2 Proposição........................................................................................................ 25
3 Material e Métodos........................................................................................... 27
3.1 Amostra................................................................................................... 28
3.2 “Paciente” da Pesquisa........................................................................... 29
3.3 Preparo Químico-Mecânico do Sistema de Canais Radiculares............ 33
3.3.1 Instrumentação Rotatória............................................................ 33
3.3.2 Instrumentação Manual............................................................... 34
3.4 Avaliações Durante a Execução do Preparo Químico-Mecânico........... 36
3.4.1 Análise Eletromiográfica.............................................................. 36
3.4.2 Análise dos Dados Eletromiográficos.......................................... 39
3.4.3 Cinemetria Computadorizada...................................................... 40
3.4.4 Escalas Ergonômicas (Rula e Checklist de Couto) .................... 43
3.4.5 Biofotogrametria Computadorizada............................................. 44
3.5 Análise Estatística................................................................................... 45
4 Resultados........................................................................................................ 46
5 Discussão......................................................................................................... 70
6 Conclusão......................................................................................................... 87
Referências.......................................................................................................... 89
Anexos................................................................................................................. 97
15
16
1 INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde conceitua saúde como “o completo estado
de bem-estar físico, psíquico e social” (WHO, 2011).
Para Régis Filho (2004), “Saúde é a ausência de estado como: patologia,
deficiência, restrição da vida social e miséria econômica”, ou seja, saúde deve ser
vista como resultado de um processo de construção de uma vida saudável, ou ainda
a adoção de práticas adequadas que envolvem cuidados médicos, de higiene
pessoal, de prevenção contra doenças, de prevenção de acidentes, e de equilíbrio
das atividades diárias: trabalho, recreação, sono e repouso.
O trabalho e as condições em que este trabalho é realizado são fatores
preponderantes no estado de saúde integral do indivíduo (REGIS FILHO, 2002).
Segundo a ABERGO (2011), a Internacional Ergonomics Association adotou
uma definição oficial para ergonomia como sendo uma disciplina científica
relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros
elementos ou sistemas e a aplicação de teorias, dados e métodos a projetos, a fim
de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.
Iida (1993) classifica a ergonomia de acordo com a ocasião em que a
intervenção ergonômica ocorre, ou seja, ergonomia de concepção, a qual permite
que se aja desde a fase inicial criando-se condições de trabalho adaptadas e
relacionadas à eficácia, segurança e conforto; ergonomia de correção, que
corresponde às inadaptações, ou seja, se traduzem por problemas na segurança e
no conforto do indivíduo ou na qualidade e quantidade da produção, e ergonomia de
conscientização, que conscientiza e, ao mesmo tempo, complementa as fases de
concepção e correção, pois proporciona aos indivíduos a capacitação para utilização
17
correta dos recursos para realização do trabalho e deve ocorrer por meio de
treinamentos e reciclagens periódicas.
Dul e Weerdmeester (1998) citaram que um princípio extremamente
importante na aplicação da ergonomia é o de que equipamentos, sistemas e tarefas
deverão ser projetados para uso coletivo.
A Ergonomia fez-se presente de uma forma empírica e implícita na história da
Odontologia e se revela em todas as circunstâncias, desde o local de trabalho ao
equipamento ou instrumento que é utilizado para a realização de um determinado
procedimento. Entretanto ela foi fortemente inserida a partir de três eventos
históricos que marcaram uma nova era na incorporação de conceitos ergonômicos à
prática odontológica. O primeiro evento que iniciou a reforma ergonômica na
odontologia foi a fabricação da cadeira do tipo “relax” baseado em cadeiras de avião
bombardeiros; o segundo evento que marcou a ergonomia odontológica foi a
fabricação do protótipo do primeiro mocho rodante, que possuía cinco rodízios; e por
último a disponibilização do primeiro sistema de sucção (BARROS, 1999).
Segundo Garbin et al. (2009) a consolidação e a aplicação de normas e
diretrizes ergonômicas que identifiquem, apontem e modifiquem as inadequações
posturais se fazem necessárias e eficazes para garantir a salubridade, segurança,
alto desempenho, motivação e a satisfação na prática odontológica.
Postura e movimento, variáveis que tem grande importância para a
Ergonomia, são determinados pela tarefa e pelo posto de trabalho. Para se assumir
uma postura ou movimento são acionados diversos músculos, ligamentos e
articulações do corpo, onde os músculos fornecem a força necessária para o corpo
adotar uma postura ou realizar um movimento (DUL; WEERDMEESTER, 1998).
18
As lesões por esforços repetitivos (LER) e os distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT) em profissionais da saúde têm-se demonstrado de
forma significativa e crescente, dentre os principais riscos biomecânicos no posto de
trabalho. Os distúrbios no sistema músculo-esquelético resultantes de posturas
viciosas ou adquiridas demonstram-se com maior índice de lesão, justificando assim
mais estudos nas áreas de trabalho com pouco conhecimento sobre os riscos
deletérios a saúde do trabalhador, que podem ser limitadoras ou levá-lo ao
afastamento do trabalho. Estando a etiologia das LER/DORT bem estabelecida
torna-se essencial conhecer os nexos causais de fundo laboral, ou seja, ligando esta
etiologia às condições materiais que podem produzir comportamentos deletérios
(RUCKER; SUNELL, 2002).
No manual de biossegurança direcionado ao atendimento odontológico
proposto pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, elaborado a partir de
estudos realizados por Gomes et al. (2001), e revisados pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), os distúrbios posturais e doenças profissionais
frequentes no cirurgião dentista são: dores musculares na região dorsal, lombar,
pernas, braços e pés; cefaléias; perturbações circulatórias e varizes; bursite dos
ombros e cotovelos; inflamações de tendões; problemas de coluna com alterações
cervicais, dorsais e lombares; fadiga dos olhos; desigualdade da altura dos ombros
(artrite cervical).
Régis Filho (2004) por meio de pesquisa realizada com 484 profissionais
cirurgiões dentistas indicou que os principais distúrbios de saúde eram os vasculares
dos membros inferiores, deficiências auditivas, disfunções da coluna vertebral,
deficiências visuais e outras, como dermatites, conjuntivites e intoxicações.
19
Chovet (1978) relatou em suas pesquisas que as principais alterações de
saúde em cirurgiões dentistas eram a fadiga e distúrbios nervosos, distúrbios
vertebrais e dores posturais, baixa prematura da acuidade visual, distúrbios
circulatórios e cardíacos e, finalmente, distúrbios alérgicos.
Gomes et al. (2001) demonstraram que as dores na região posterior do tronco
associadas à má postura ocupacional, acometem um grande número de cirurgiões
dentistas. Segundo os estudos, um entre dois cirurgiões dentistas apresentam
patologias na coluna lombar que são correlacionadas à postura profissional que
impõe aos cirurgiões dentistas uma movimentação da coluna no sentido de
inclinações para frente, laterais, flexões e extensões, posturas estas que podem
acentuar patologias de origem postural como escoliose, cifose e lordose.
Para Lawrence (1972) é bastante comum entre cirurgiões dentistas a
degeneração dos discos intervertebrais da região cervical. Outras patologias, como a
periartrite escápulo-umeral ou bursite, a hipertrofia muscular no membro mais
utilizado e a contratura muscular fisiológica são comuns nesta categoria profissional
(SAQUY; PÉCORA, 1996). Encontram-se, também em vários cirurgiões dentistas,
desigualdade na altura do ombro, infamação das bainhas tendinosas e artrite das
mãos (NOGUEIRA, 1983).
Para relatar as alterações no campo da ergonomia existem vários métodos
observacionais, utilizados em estudos ergonômicos, destacando-se a observação
direta, as fotografias e os videotapes. O método a ser utilizado para avaliação da
postura e posição de trabalho em Odontologia deve ser selecionado de acordo com
as necessidades e objetivos da avaliação, considerando suas limitações e
facilidades (CAMPOS et al, 2008).
20
O método RULA - Rapid Upper Limb Assessment (Anexo III) proporciona uma
avaliação rápida das cargas impostas ao sistema músculo esquelético, devido à
postura, função muscular e forças exercidas, sem a necessidade de equipamentos
especiais, contribuindo para a análise ergonômica global da tarefa (CARDOSO
JUNIOR, 2006). Nesta pesquisa, o método RULA atuou como parâmetro na análise
do posto de trabalho do endodontista por meio da avaliação postural da região
cervical, tronco e membros superiores (braço, antebraço e mãos), relacionando com
o esforço muscular e a carga externa a qual o corpo foi submetido quando o
voluntário endodontista estava trabalhando na instrumentação do sistema de canais
radiculares, tanto na técnica de instrumentação manual quanto na técnica rotatória.
Como coadjuvante ao método RULA, foi utilizado o checklist de Couto (Anexo
IV) que é um instrumento subjetivo e simplificado para possíveis riscos de
tenossinovites e distúrbios músculo esqueléticos de membros superiores
relacionados ao trabalho. O checklist de Couto possibilita que todos os pontos
importantes de uma análise de trabalho sejam observados, evitando a omissão de
algum aspecto, além de possibilitar um mapeamento rápido, obtendo-se uma
espécie de visão panorâmica do risco de lesão de membros superiores (FERREIRA,
2006).
Outro recurso cada vez mais eficaz na análise da postura e da sobrecarga
imposta às cadeias musculares é a eletromiografia que tem como principal função
monitorar as atividades elétricas das membranas excitáveis, representando a
medida do potencial de ação da unidade motora. O sinal eletromiográfico é a soma
de todos os sinais captados em determinada área, o qual pode ser afetado por
propriedades musculares, anatômicas e fisiológicas assim como pelo controle
21
nervoso periférico e os instrumentos utilizados para aquisição do sinal (MARCHETI;
DUARTE, 2011).
A fotogrametria por sua vez é a ciência e tecnologia de se reconstruir o
espaço tridimensional, a partir de imagens bidimensionais, advindas da gravação de
padrões de ondas eletromagnéticas. A fotogrametria pode fornecer às práticas
médicas um meio não-invasivo e sem dor para obter medidas espaciais relacionadas
ao corpo humano (MICHEL; NEWTON, 2002).
Iunes et al. (2005) demonstraram em seu estudo que a biofotogrametria
computadorizada vem sendo utilizada para facilitar o trabalho de profissionais da
área da Saúde. Tal método consiste em aplicações da fotogrametria a curta
distância, geralmente para extrair medidas das formas e dimensões do corpo
humano. Esse método é utilizado em avaliações posturais em função de suas
vantagens e efetividade de sua aplicação clínica.
A videogrametria é composta por procedimentos de natureza essencialmente
óptica, onde as medidas são realizadas segundo indicadores indiretos obtidos por
meio de imagens e procura medir os parâmetros cinemáticos do movimento
(CUNHA, 2009).
Segundo Robertson et al. (2004) a cinemetria ou videogrametria permite
estudar tanto movimentos lineares, cujos parâmetros cinemáticos são a posição, a
velocidade a aceleração, como movimentos angulares cujos respectivos parâmetros
são ângulo, velocidade angular e aceleração angular.
Os instrumentos endodônticos são produzidos em ligas de aço inoxidável
autenístico, que possuem boa resistência à corrosão, à fratura, grande tenacidade e
dureza, características estas que permitem que os instrumentos endodônticos
22
vençam os carregamentos adversos encontrados durante a instrumentação dos
canais radiculares (LOPES; SIQUEIRA JR., 2004).
Walia et al. (1988) introduziram a liga de níquel-titânio em endodontia com a
utilização de limas número 15 produzidas experimentalmente a partir de fios
ortodônticos compostos desta liga.
As limas de níquel-titânio quando flexionadas ou torcidas, apresentam
elasticidade duas a três vezes maiores que as limas de número 15 de aço
inoxidável. A liga de NiTi empregada na endodontia apresenta pequeno módulo de
elasticidade, cerca de um quarto a um quinto em relação ao aço inoxidável, e, em
consequência disso, possui grande elasticidade e alta resistência à deformação
elástica e à fratura (LOPES; SIQUEIRA JR., 2004).
Os desafios da prática endodôntica são principalmente caracterizados pela
dificuldade em se obter uma perfeita limpeza e uma correta modelagem do sistema
de canais radiculares (SCHILDER, 1974).
Clem (1969) foi quem primeiro propôs o escalonamento para canais curvos e
atrésicos denominado step preparation observando que, com esta técnica, acidentes
como desvios e perfurações poderiam ser evitados.
Martin (1974) descreveu uma técnica para canais curvos denominada
telescópica ou step back. Esta técnica consiste na dilatação e irrigação do canal
curvo em toda sua extensão até uma lima tipo K de diâmetro inicial 25 ou 30 e
subsequente recuo de um milímetro (1mm) em cada lima de numeração crescente
(LEONARDO, 2005 )
No Departamento de Endodontia da Universidade de Oregon Health Science
Center foi desenvolvida uma técnica denominada Técnica de Oregon, ou Crown
Down pressureless technique ou Técnica Crown Down. Esta técnica visava um
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tempo de trabalho menor e uma instrumentação atraumática para todos os tecidos
periapicais (MARSHALL; PAPPIN, 1980).
Os sistemas rotatórios, através do emprego de instrumentos fabricados com a
liga níquel-titânio acionados a motor, com rotação completa (360◦), instrumentação
não convencional, representam atualmente uma verdadeira “evolução tecnológica na
Endodontia”, principalmente por possibilitar a realização de tratamentos de canais
radiculares atresiados, retos e∕ou curvos de molares, de uma forma muito mais
rápida do que se fazia num passado recente (LEONARDO, 2005).
Com o advento dos instrumentos rotatórios, os clínicos e endodontistas têm
realizado tratamentos mais rápidos e com melhora da qualidade final do preparo
(YOUNG et al., 2007).
Os instrumentos rotatórios são utilizados em baixa rotação (rotações por
minuto- rpm) acionados por um motor elétrico ou pneumático. Sua utilização tem
mostrado bons resultados, sendo capazes de preparar um canal radicular causando
pouco ou nenhum transporte do longo eixo axial do canal (BUCHANAN, 2001)
Várias técnicas para o preparo biomecânico dos canais radiculares com
diferentes instrumentos e diversos motores têm sido preconizadas por diversos
autores ou mesmo de acordo com a recomendação dos fabricantes (LEONARDO;
LEONARDO, 2002)
A técnica de instrumentação denominada Free Tip Preparation foi
desenvolvida de forma a solucionar o problema da fratura dos instrumentos
rotatórios, permitindo o uso destes pelos alunos de graduação. O princípio da
técnica baseia-se em direcionar os esforços durante a instrumentação para a região
onde os instrumentos apresentem maior massa metálica, permitindo que a ponta do
instrumento permaneça livre (PÉCORA et al., 2002).
24
O sistema rotatório K3, desenvolvido pelo Dr. John T. McSppaden,foi
introduzido comercialmente em 2001 pela Sybron Dental Specialties-Kerr e
representa uma evolução da limas Quantec. Diferentemente da maioria dos
instrumentos rotatórios que apresentam um ângulo de corte negativo, o instrumento
do sistema K3 apresenta três planos radiais de corte positivo com ângulos
diferentes, fazendo desse sistema, o que apresenta maior capacidade de corte
(HERZOG; MENDEZ; CÁRDENAS, 2005).
Como se pode observar no histórico da Odontologia, a profissão evoluiu muito
tecnicamente, seja no que diz respeito aos materiais ou aos instrumentos. Nos
últimos tempos esta evolução tem sido cada vez mais rápida devido às pesquisas
mais intensas que tentam atender a uma demanda cada vez maior com o objetivo de
se aumentar a produtividade e diminuir os custos.
Dentro de um contexto global, Saquy et al. (1998), o trabalho torna-se mais
dependente da técnica, o que aumenta de forma assustadora o número de acidentes
e doenças profissionais.
25
26
2 PROPOSIÇÃO
O objetivo desta pesquisa foi analisar, por meio da atividade muscular
(eletromiografia), cinemetria, escalas ergonômicas (RULA e Checklist de Couto) e
biofotogrametria, a postura dos profissionais endodontistas, durante o preparo
químico-mecânico do sistema de canais radiculares de molares do hemiarco
superior direito, utilizando-se de duas técnicas, a técnica de instrumentação rotatória
e a técnica de instrumentação manual, nos elementos dentais 17 e 16
respectivamente, demonstrando-se os efeitos que a profissão odontológica e as
posturas viciosas adotadas pelos profissionais endodontistas promovem durante as
horas de trabalho nas cadeias musculares dos membros superiores e região de
tronco.
27
28
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 AMOSTRA
Participaram deste estudo dezoito profissionais endodontistas, destros, com
idade entre 25 e 60 anos, com média de idade de 30 ± 3 anos, oriundos da região de
Ribeirão Preto, submetidos às análises eletromiográficas, cinemétricas,
biofotogramétricas e escalas ergonômicas (RULA e Checklist de Couto) durante a
execução de duas técnicas de tratamento endodôntico, a técnica de instrumentação
rotatória, realizada no elemento dental 17 e a técnica de instrumentação manual,
realizada no elemento dental 16. As análises realizadas durante a execução do
tratamento endodôntico foram feitas no Laboratório de Pesquisa em Laser do
Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que possui equipamento odontológico
completo. A biofotogrametria foi realizada no Laboratório de Eletromiografia “Prof.
Dr. Mathias Vitti”, do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
A pesquisa foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (processo n°
2010.1.1334.58.3 – Anexo I). Todos os profissionais endodontistas foram informados
sobre os propósitos e etapas da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexo II), de acordo com a resolução 196/96 e Complementares do
Conselho Nacional de Saúde.
A seleção da amostra e os critérios de inclusão/exclusão foram determinados
da seguinte forma: todos os profissionais deveriam ser endodontistas, com
29
experiência em instrumentação rotatória e manual, não apresentaram diagnósticos
estabelecidos de patologias posturais e nem problemas cognitivos ou mentais.
3.2 “PACIENTE” DA PESQUISA
Como “paciente” dos profissionais endodontistas foi utilizado um boneco de
plástico em tamanho adulto adaptado, com articulação dos membros superiores,
inferiores e pescoço (Figura1), simulando os movimentos realizados por um
indivíduo em condições reais.
Figura 1: Modelo Experimental
Este modelo foi confeccionado no Laboratório de Anatomia do Departamento
de Morfologia, Eletromiografia e Fisiologia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo pelo técnico especializado Luiz Gustavo de
Sousa. Frente à necessidade de analisar a postura do profissional endodontista
executando as técnicas propostas, a idéia de usar um modelo artificial foi muito
discutida e finalmente optou-se pela construção deste modelo, que incluiu também a
30
cavidade da boca (Figura 2). A cavidade bucal foi reproduzida com a utilização de
dentes naturais e, a mesma, permitia a substituição dos elementos dentais 17 e 16 a
cada execução do experimento, pois estes elementos dentais foram construídos em
blocos individuais.
Figura 2- Modelo Experimental
31
Foram utilizados trinta e seis elementos dentais, sendo dezoito elementos
dentais 16 e dezoito 17, provenientes do banco de dentes da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Previamente ao
experimento, os elementos dentais foram submetidos à remoção de cálculos
salivares existentes por ação de curetas periodontais, além de profilaxia coronária
com pasta de pedra pomes aplicada com auxílio de uma escova tipo Robson. Em
seguida, os dentes foram fixados em uma base de cera utilidade pela porção
radicular e depois, incluídos em um bloco de resina acrílica auto-polimerizável,
obtido a partir de uma matriz de silicone previamente confeccionada (Figura 3).
Figura 3: Confecção dos blocos em resina acrílica
32
Após a polimerização da resina acrílica procedeu-se a cirurgia de acesso
coronário, por meio de broca esférica diamantada nº 1016 HL (FKG Sorensen) e
motor de alta rotação odontológico (MS 350- DABI ATLANTE) sob refrigeração,
removendo-se o teto da câmara pulpar até atingir sua porção mais central, momento
referido como a “sensação de queda no vazio”. Realizou-se a forma de conveniência
para dentes molares superiores, com formato triangular com a base voltada para a
face vestibular fazendo com que os orifícios de entrada dos condutos radiculares
ficassem bem visíveis. Com auxílio de uma sonda endodôntica de ponta reta
localizou-se a entrada dos canais radiculares, seguindo-se com o alisamento das
paredes e remoção de todas as retenções por meio de broca Endo Z (Maillefer) de
alta rotação permitindo um acesso livre e direto aos canais radiculares.
Para efeito de padronização foram utilizados somente elementos dentais com
três condutos. Todo o procedimento foi realizado sob irrigação abundante com
solução de hipoclorito de sódio a 1% com aspiração concomitante.
Seguiu-se com a remoção da base de cera e, por meio de uma lima
endodôntica manual tipo K10 (Maillefer), obteve-se a odontometria dos condutos
radiculares por visualização direta. Recuou-se um milímetro do comprimento do
instrumento endodôntico após sua ultrapassagem pelo forame apical, para a
determinação do comprimento de trabalho. Este procedimento foi realizado com a
finalidade de se evitar o exame radiográfico durante a execução do preparo químico-
mecânico. Concluiu-se esta etapa com a colocação de uma pelota de algodão no
interior da câmara pulpar e selamento da cavidade com cimento provisório Coltosol
(VIGODENT).
Todos os momentos operatórios descritos acima foram executados por um
mesmo operador, para evitar viés de procedimento operatório inicial. Em seguida, os
33
blocos foram posicionados no hemiarco superior direito e fixados por pontos de
resina acrílica na região palatina realizando-se o procedimento de isolamento
absoluto dos referidos elementos dentais.
A partir dessa etapa, o modelo artificial foi posicionado na cadeira
odontológica para a atuação dos profissionais endodontistas.
3.3 PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES
Nesta fase da pesquisa foi solicitado aos profissionais endodontistas que,
inicialmente, desenvolvessem a técnica preconizada de instrumentação rotatória no
elemento dental 17 de forma semelhante ao atendimento realizado em suas
atividades clínicas diárias, com a finalidade de reproduzir seus movimentos, para as
análises propostas.
3.3.1 INSTRUMENTAÇÃO ROTATÓRIA
Para a execução desta fase do preparo químico-mecânico no elemento dental
17, foi estabelecido o uso da técnica de instrumentação rotatória Free Tip
Preparation (PÉCORA et al., 2002) que, segundo seus autores, procura preparar o
canal com as áreas de maior conicidade do instrumento e deixar a ponta livre. Este
conceito de ponta livre diminui drasticamente o risco de fraturas e foi descrito de
modo semelhante por outros pesquisadores (MCSPADDEN, 1996)
Após a remoção do selamento provisório com cureta de dentina e irrigação
da cavidade coronária com hipoclorito de sódio a 1% iniciou-se o preparo da região
cervical dos condutos radiculares com instrumentos de níquel-titânio K3
(SybronEndo) , de conicidade 0.06 e diâmetro da ponta (D1) 25, utilizando-se motor
rotatório elétrico em 300 rpm (rotações por minuto) até atingir os 2/3 terços do
comprimento de trabalho previamente obtido, realizando movimentos de vai-e-vem e
34
acompanhando o longo eixo do canal radicular. A irrigação abundante com
hipoclorito de sódio a 1% e aspiração se fez presente de forma efetiva.
Prosseguiu-se o preparo cervical dos condutos radiculares utilizando-se
instrumentos de níquel-titânio de conicidades maiores - 0.08, 0.10 e 0.12, mantendo-
se o diâmetro da ponta (D1) 25, nos 2/3 terços do comprimento de trabalho do canal
radicular, sob constante irrigação com solução irrigadora e aspiração.
Para a instrumentação da porção apical dos condutos radiculares utilizou-se
instrumentos de menor conicidade, 0.02 e 0.04 e diâmetro da ponta (D1) de acordo
com o Diâmetro Anatômico (DA) do referido conduto, até atingir o comprimento de
trabalho. Seguiu-se com o preparo, utilizando-se instrumentos rotatórios de Diâmetro
da ponta (D1) quatro números imediatamente acima do inicial, com o objetivo de
estabelecer um Diâmetro Cirúrgico (DC) em torno de 200 micrometros de dilatação
desta região. A irrigação com hipoclorito de sódio a 1 % seguida de aspiração foi
uma constante nesta etapa.
Concluído o preparo químico-mecânico dos condutos radiculares, foi colocada
uma pelota de algodão no interior da cavidade coronária e realizado o selamento
provisório do referido elemento dental, com cimento Coltosol (VIGODENT).
Após a execução da instrumentação rotatória houve um intervalo de dez
minutos para que em seguida o profissional iniciasse a instrumentação manual no
elemento dental 16.
3.3.2 INSTRUMENTAÇÃO MANUAL
Para realização da instrumentação manual no elemento dental 16, foi
estabelecida a técnica denominada Técnica de Oregon, ou Crown Down
Pressureless Technique ou Técnica Crown Down, técnica esta que, segundo seus
35
autores, visava um tempo de trabalho menor e uma instrumentação atraumática para
todos os tecidos periapicais (MARSHALL; PAPPIN, 1980).
Com o decorrer do tempo, várias modificações foram introduzidas à técnica
original, porém os princípios básicos foram mantidos.
Inicialmente, após a remoção do selamento provisório com cureta de dentina
e irrigação da cavidade coronária com hipoclorito de sódio a 1%, utilizou-se uma
broca CPdrill longa (Aditek do Brasil Ltda), preparando a embocadura do conduto e
promovendo uma dilatação inicial do orifício do canal radicular. Seguiu-se com a
seleção de uma lima manual tipo K (Maillefer), de diâmetro equivalente à
embocadura do canal radicular e, com movimentos de penetração, rotação de ¼ de
volta no sentido horário e ¼ de volta no sentido anti-horário e remoção, iniciou-se a
instrumentação do canal radicular. Esta operação foi repetida com instrumentos de
diâmetros decrescentes até que um instrumento endodôntico de número 10,15 ou 20
atingisse o comprimento de trabalho previamente obtido.
Prosseguiu-se a fase operatória acima descrita, reiniciando a
instrumentação na embocadura do canal com uma lima de diâmetro imediatamente
superior ao utilizado no primeiro momento, objetivando chegar ao comprimento de
trabalho com uma lima endodôntica de calibre imediatamente superior ao diâmetro
inicial atingido pelo instrumental na região apical, e assim sucessivamente até que o
preparo da região apical fosse realizado com uma lima de diâmetro 30, 35 ou 40,
promovendo uma dilatação do diâmetro do conduto em torno de 200 micrometros. A
irrigação com solução de hipoclorito de sódio a 1% era realizada a cada troca de
limas, mantendo-se a câmara coronária sempre repleta de líquido.
36
Finalizado o preparo químico-mecânico dos condutos radiculares, uma pelota
de algodão foi colocada no interior da cavidade coronária e realizado o selamento
provisório do referido elemento dental, com cimento Coltosol (VIGODENT).
3.4 AVALIAÇÕES DURANTE A EXECUÇÃO DO PREPARO QUÍMICO-MECÂNICO
3.4.1 ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA
Foi utilizado o Eletromiógrafo MyoSystem-Br1 P84 (Figura 4), de doze canais,
portátil, sendo oito canais para EMG (para eletrodos ativos e passivos), quatro
canais auxiliares, sistema de aquisição de dados de alta performance e software
para controle, armazenamento, processamento e análise de dados. Os conectores
possuem saídas de tensão CC de ±12V @ ±100 mA, CMRR (relação de rejeição em
modo comum) de 112dB @ 60dB, impedância de entrada para eletrodos passivos
10¹º Ohms/6pf, correntes bias de entrada para eletrodos ativos de ±2nA, proteção
contra sobretensões e filtros passa faixa para eliminação de ruídos de 5Hz a 5KHz.
Figura 4 - Eletromiógrafo MyoSystem Br1 P84
37
Os eletrodos utilizados foram os eletrodos ativos simples diferenciais de
superfície, com dois contatos de 10,0 x 1,0 mm e distância de 10,0 mm entre eles,
sendo de prata e fixos em um encapsulamento de resina de 40x20x5 mm (Figura 5).
Utilizou-se como parâmetro eletromiográfico de coleta, eletrodos ativos com ganho
de sinal de 20x, amplificação analógica do sinal com ganho de 124x e filtros
analógicos em frequência de 2Khz.
Os eletrodos foram posicionados sobre a pele dos ventres musculares dos
músculos: longuíssimo, deltóide anterior, deltóide médio, trapézio - fibras médias,
bíceps braquial, tríceps braquial, braquiorradial e abdutor curto do polegar, músculos
estes captados unilateralmente no membro dominante dos profissionais
endodontistas, nesse caso, o lado direito. Para isto realizou-se a medição e
demarcação do melhor ponto para eletromiografia seguindo à padronização do
protocolo internacional, SENIAM - Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive
Assessment of Muscles (HERMENS et al., 1999).
Figura 5 – Eletrodo ativo diferencial de superfície
38
Como eletrodo de referência (eletrodo terra), utilizou-se um eletrodo circular
de aço inoxidável, com três centímetros de diâmetro, posicionado sobre a pele da
região maléolo lateral direito (Figura 6).
Figura 6 – Eletrodo terra
Após as demarcações dos pontos eletromiográficos sobre a pele dos ventres
musculares dos músculos longuíssimo, deltóide anterior, deltóide médio, trapézio -
fibras médias, bíceps braquial, tríceps braquial, braquiorradial e abdutor curto do
polegar foi realizado, para normalização dos dados, o exercício denominado de
crucifixo ou ponte, com o profissional endodontista sentado no mocho odontológico,
com os dois braços abertos lateralmente, em forma de cruz, durante 10 segundos.
Após esta coleta inicial, foi emitido um comando para que os profissionais
endodontistas começassem a execução da técnica endodôntica conforme
preconizado, iniciando pela instrumentação rotatória e depois, após dez minutos,
finalizando com a instrumentação manual, com determinação temporal.
Durante o registro eletromiográfico procurou-se manter um ambiente calmo e
silencioso. Previamente à realização de cada experimento, foram realizadas as
instruções e explicações necessárias, solicitando sempre ao profissional
endodontista que permanecesse o mais calmo possível, respirando lenta e
pausadamente.
39
Todos os exames foram executados nos períodos de manhã e tarde entre
8h00min e 15h00min, eliminando qualquer alteração do ciclo circadiano.
3.4.2 ANÁLISE DOS DADOS ELETROMIOGRÁFICOS
Os sinais eletromiográficos foram processados no programa Myosystem-Br1
versão 3.5.6. Após a digitalização, os sinais foram filtrados (filtro passa-banda de
0,20 – 2kHz) e amostrados por uma placa conversora A/D de 12 bites com
frequência de aquisição de 4KHz.
Para análise dos dados obtidos determinou-se a utilização do janelamento do
sinal, ou seja, a técnica de RMS móvel, que consiste em realizar tomadas temporais
pré-determinadas do sinal coletado. Neste trabalho realizaram-se cinco tomadas
temporais de 120 segundos cada. Para determinação destes tempos utilizou-se a
somatória completa de cada atividade desenvolvida pelo profissional endodontista e
deste total retirou-se o tempo inicial, 25%, 50%, 75% e tempo final de cada técnica
realizada.
40
3.4.3 CINEMETRIA COMPUTADORIZADA
Durante a avaliação eletromiográfica, foi realizado a videogrametria como
critério de investigação da ergonomia do profissional endodontista no seu posto de
trabalho. Para realização da técnica foram utilizadas 03 câmeras da marca FujiFilm
modelo S1800, sendo posicionadas em ângulo de 90 graus formando um circuito em
270 graus em relação ao profissional endodontista em seu posto de trabalho. Os
tripés foram posicionados em três planos de delimitações (região frontal, lateral
direito e lateral esquerdo). A coleta seguiu padrões de altura (laterais de 90 cm e
frontal de 140 cm) e distância entre o foco da imagem ao ponto central do posto de
trabalho (150 cm). Durante a realização das técnicas, os profissionais endodontistas
utilizaram as posições de trabalho de 09 e 11 horas. O protocolo de padronização da
pesquisa foi realizado previamente por demarcações de pontos anatômicos de
referência com uma caneta Pilot e posteriormente foram posicionados os
demarcadores passivos (bolinhas de Isopor com diâmetro de 25 mm), por meio de
fita dupla face da marca 3M. Os pontos demarcados foram o manúbrio do esterno,
acrômios, epicôndilo lateral do úmero, processo estilóide do rádio, C7, ângulo
superior e inferior da escápula, tragos auriculares, glabela e região mentual. Os
vídeos foram coletados continuamente de acordo com a técnica de instrumentação
aplicada (rotatória e manual). Ao término de cada coleta, os vídeos foram
transferidos para um computador portátil e posteriormente os pontos importantes
foram avaliados pelo programa Quintic Biomechanics versão 9.03, no formato WMV,
com redução da velocidade em timeline. A análise foi realizada de acordo com o
tempo de ciclo de trabalho do profissional endodontista (0%, 25%, 50%, 75% e
100%). A periodização do tempo de trabalho foi definida por valores matemáticos e
obtendo os frame-ware pelo próprio programa com base na escala temporal do ciclo
41
de trabalho. Os vídeos foram analisados de acordo com a obtenção de imagem de
cada câmera: Câmera lateral esquerda (abdução-adução de ombro contralateral e
inclinação cervical), câmera frontal (flexo-extensão de cervical e cotovelo) e câmera
lateral direita (coluna cérvico-torácica). Para realização das análises foram traçados
ângulos livres fechados de acordo com a condição clínica do profissional
endodontista em atividade. Estabeleceu-se um protocolo de faixa de normatização
de 100 quadros para mais e para menos dos vídeos, com o objetivo de obter o ponto
temporal exato da atividade executada (Figura 7).
42
Figura 7: Cinemetria computadorizada
43
3.4.4 ESCALAS ERGONÔMICAS (RULA E CHECKLIST DE COUTO)
Foram utilizados para análise ergonômica do posto de trabalho os protocolos
do método RULA e análise de Couto, por meio do software Ergolandia 3.0
concomitantemente à avaliação eletromiográfica e cinemétrica. Em ambos, a
avaliação dos profissionais endodontistas foi feita enquanto os mesmos
desempenhavam seu exercício profissional, por meio da análise dos gestos,
quantificando-os e qualificando-os.
O método RULA gera pontuações em determinadas posturas, enquadrando o
indivíduo em uma escala de escore de 1 a 7, sendo que quanto maior o seu escore
maior o risco biomecânico do profissional desenvolver alguma patologia. Esses
resultados requerem intervenções, dependendo do escore, que vão desde uma
postura aceitável - nível de ação 1, até a necessidade de introdução de mudanças
posturais imediatamente - nível de ação 4, passando pelo nível de ação 2 no qual
deve-se realizar uma observação onde podem ser necessárias mudanças e nível de
ação 3 onde mudanças devem ser introduzidas após investigação.
A avaliação de Couto indica os riscos ergonômicos, variando de acordo com
tipo de atividade, risco e realidade observada no posto de trabalho. Esta avaliação
permite classificar as situações de risco, pela significância dos critérios
biomecânicos, em: A - ausência de fatores significativos - escore entre 0 a 3 pontos;
B - fator biomecânico pouco significativo – escore entre 4 a 6 pontos; C - fator
biomecânico de moderada significância – escore entre 7 e 9 pontos; D - fator
biomecânico significativo – escore entre 10 e 14 pontos e, E - fator biomecânico
muito significativo com escore acima de 15 pontos.
44
Os escores acima obtidos geram uma interpretação que varia de ausência de
risco para os itens A e B; risco improvável, mas possível para o item C; risco para o
item D e alto risco para o item E.
3.4.5 BIOFOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA
Na análise da biofotogrametria computadorizada, os profissionais endodontistas
foram fotografados para visualização dos padrões normais e de alterações posturais.
Esta avaliação foi realizada com os profissionais endodontistas em trajes leves e
confortáveis, sendo dadas as instruções e explicações necessárias.
Como critérios de padronização das imagens, os profissionais endodontistas
foram posicionados sobre uma plataforma de nivelamento tridimensional à frente de
um simetrógrafo com dimensões de 200 x 100 cm e de 10 cm de quadrangular.
Previamente ao posicionamento todo um critério de nivelamento parede-solo foi
realizado. Foram demarcados pontos passivos (bolinhas de isopor de 25 mm) nas
seguintes estruturas corporais: manúbrio do esterno, acrômios, epicôndilo lateral do
úmero, processo estilóide do rádio, vértebra C7, ângulo superior e inferior da
escápula, vértebra L4.
Uma câmera da marca Kodak p880 com 8.5 megapixels foi posicionada a um
tripé com uma distância de três metros entre a lente focal da câmera e o centro
corporal do profissional endodontista sendo demarcada ao solo com fita crepe, para
prosseguimento das avaliações. Outra medida de padronização foi a altura do tripé,
mantida a 0,90 cm. A obtenção das imagens foi realizada por um único avaliador,
sem zoom e em três planos de delimitação: anterior, lateral e posterior.
Ao final das coletas as imagens foram analisadas pelo programa ImageJ
versão 1.40g com prévia calibração do software pelo comando Set Scale, por meio
45
da quadrangular de 10 cm do simetrógrafo. Posteriormente foram traçados ângulos
fechados livres nas seguintes condições clínicas: elevação de ombro, abdução de
ombro, flexão de cotovelo e rotação de escápula (Figura 8).
Figura 8: Biofotogrametria
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados eletromiográficos normalizados, cinimétricos, os escores das
tabelas avaliativas e os dados da biofotogrametria foram tabulados e submetidos à
análise estatística utilizando o software SPSS versão 17.0 para Windows (SPSS
Inc.; Chicago, IL, USA). Realizou-se a análise descritiva (médias, desvios padrão,
valor máximo e valor mínimo), para cada variável. Os valores obtidos foram
comparados pelo teste estatístico teste t independente (p≤0,05).
46
47
4. RESULTADOS
RESULTADOS ELETROMIOGRÁFICOS
Tempo Inicial (tempo 0)
Na análise tempo Inicial dos profissionais endodontistas verificaram-se
maiores valores eletromiográficos normalizados durante a execução da técnica
rotatória para a maior parte dos músculos analisados, exceto para o deltóide anterior
e abdutor curto do polegar. Os dados não foram estatisticamente significantes para
p≤0,05 (Figura 9 e Tabela 1).
Figura 9. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo Inicial.
48
Tabela 1. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo Inicial (teste t para p≤0,05).
Músculos Técnica p Média Erro Padrão
Deltóide Anterior Rotatória
0,73 ns 1,08 ±0,20
Manual 1,20 ±0,26
Deltóide Médio Rotatória
0,37 ns 0,20 ±0,01
Manual 0,18 ±0,01
Bíceps Braquial Rotatória
0,81 ns 2,72 ±0,30
Manual 2,62 ±0,31
Tríceps Braquial Rotatória
0,26 ns 2,50 ±1,74
Manual 0,53 ±0,05
Braquiorradial Rotatória
0,63 ns 4,02 ±0,45
Manual 3,73 ±0,38
Abdutor Curto do
Polegar
Rotatória 0,64 ns
33,59 ±3,39
Manual 36,04 ±4,07
Trapézio Médio Rotatória
0,76 ns 0,47 ±0,06
Manual 0,44 ±0,06
Longuíssimo Rotatória
0,46 ns 2,99 ±0,32
Manual 2,63 ±0,35
ns Não significante
49
Tempo 25%
Na análise Tempo 25% dos profissionais endodontistas verificaram-se
maiores valores eletromiográficos normalizados durante a execução da técnica
rotatória para os músculos bíceps braquial, tríceps braquial, braquiorradial e
longuíssimo. Os músculos deltóide anterior, deltóide médio, trapézio médio e abdutor
curto do polegar apresentaram maior atividade eletromiográfica na técnica manual.
Os dados foram estatisticamente significantes para o músculo abdutor curto do
polegar para p≤0,05 (Figura 10 e Tabela 2).
Figura 10. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo de 25%.
50
Tabela 2. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo de 25% (teste t para p≤0,05).
Músculos Técnica p Média Erro Padrão
Deltóide Anterior
Rotatória
0,20 ns
0,85 ±0,10
Manual 1,06 ±0,12
Deltóide Médio Rotatória
0,61 ns 0,23 ±0,02
Manual 0,25 ±0,02
Bíceps Braquial Rotatória
0,44 ns 3,20 ±0,37
Manual 2,80 ±0,37
Tríceps Braquial Rotatória
0,24 ns 2,15 ±1,32
Manual 0,57 ±0,05
Braquiorradial
Rotatória
0,50 ns
4,12 ±0,45
Manual 3,72 ±0,38
Abdutor Curto do
Polegar
Rotatória 0,02*
32,83 ±3,66
Manual 47,90 ±5,02
Trapézio Médio Rotatória
0,92 ns 0,55 ±0,05
Manual 0,56 ±0,13
Longuíssimo Rotatória
0,16 ns 2,89 ±0,31
Manual 2,61 ±0,40
ns Não significante
* Significante para p≤0,05
51
Tempo 50%
Na análise temporal de 50% verificou-se que os músculos bíceps braquial,
tríceps braquial e longuíssimo obtiveram valores eletromiográficos normalizados
maiores durante a técnica rotatória. Os músculos deltóide anterior, deltóide médio,
braquiorradial, trapézio médio e abdutor curto do polegar apresentaram maior
atividade eletromiográfica na técnica manual. Os dados não foram estatisticamente
significantes para p≤0,05 (Figura 11 e Tabela 3).
Figura 11. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo de 50%.
52
Tabela 3. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo 50% (teste t para p≤0,05).
Músculos Técnica p Média Erro Padrão
Deltóide Anterior Rotatória
0,16 ns 0,84 ±0,11
Manual 1,12 ±0,16
Deltóide Médio Rotatória
0,14 ns 0,21 ±0,02
Manual 0,27 ±0,02
Bíceps Braquial Rotatória
0,50 ns 3,30 ±0,28
Manual 2,97 ±0,39
Tríceps Braquial Rotatória
0,23 ns 1,90 ±1,08
Manual 0,58 ±0,04
Braquiorradial Rotatória
0,94 ns 4,13 ±0,35
Manual 4,17 ±0,45
Abdutor Curto do
Polegar
Rotatória 0,00**
29,09 ±3,12
Manual 49,34 ±5,45
Trapézio Médio Rotatória
0,40 ns 0,49 ±0,05
Manual 0,71 ±0,25
Longuíssimo Rotatória
0,56 ns 2,64 ±0,28
Manual 2,40 ±0,29
ns Não significante
**Significante para p≤0,01
53
Tempo 75%
Na análise temporal de 75% verificou-se que os músculos bíceps braquial,
tríceps braquial e longuíssimo obtiveram valores eletromiográficos maiores durante a
técnica rotatória. Os músculos deltóide anterior, deltóide médio, braquiorradial e
abdutor curto do polegar apresentaram maior atividade eletromiográfica na técnica
manual. O músculo trapézio médio apresentou valores eletromiográficos
normalizados iguais para as duas técnicas. Os dados foram estatisticamente
significantes para os músculos deltóide anterior, deltóide médio e abdutor curto do
polegar para p≤0,05 (Figura 12 e Tabela 4).
Figura 12. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo de 75%.
54
Tabela 4. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo 75% (teste t para p≤0,05).
Músculos Técnica p Média Erro Padrão
Deltóide Anterior Rotatória
0,04* 0,67 ±0,07
Manual 0,99 ±0,12
Deltóide Médio Rotatória
0,01** 0,18 ±0,16
Manual 0,27 ±0,02
Bíceps Braquial Rotatória
0,62 ns 3,34 ±0,36
Manual 3,06 ±0,42
Tríceps Braquial Rotatória
0,20 ns 2,58 ±1,55
Manual 0,58 ±0,05
Braquiorradial Rotatória
0,96 ns 4,14 ±0,39
Manual 4,16 ±0,49
Abdutor Curto do
Polegar
Rotatória 0,00**
25,60 ±2,77
Manual 48,46 ±4,98
Trapézio Médio Rotatória
0,97 ns 0,47 ±0,04
Manual 0,47 ±0,06
Longuíssimo Rotatória
0,33 ns 3,95 ±1,26
Manual 2,65 ±0,39
ns Não significante
** Significante para p≤0,01 * Significante para p≤0,05
55
Tempo Final
Na análise temporal Final do tempo total dos profissionais endodontistas na
execução das técnicas, verificou-se que os músculos bíceps braquial, tríceps
braquial, trapézio médio e longuíssimo obtiveram valores eletromiográficos
normalizados maiores durante a técnica rotatória. Os músculos deltóide anterior,
deltóide médio, braquiorradial e abdutor curto do polegar apresentaram maior
atividade eletromiográfica na técnica manual. Os dados foram estatisticamente
significantes para p≤0,05 somente para o músculo abdutor curto do polegar (Figura
13 e Tabela 5).
Figura 13. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo Final.
56
Tabela 5. Médias eletromiográficas normalizadas (µV) e erro-padrão dos músculos
deltóide anterior (DA), deltóide médio (DM), bíceps braquial (BB), tríceps braquial
(TB), braquiorradial (BR), abdutor curto do polegar (ACP), trapézio médio (TM) e
longuíssimo (L) nas técnicas rotatória e manual para a condição clínica de trabalho
habitual no tempo Final (teste t para p≤0,05).
Músculos Técnica p Média Erro Padrão
Deltóide Anterior Rotatória
0,73 ns 0,86 ±0,08
Manual 0,91 ±0,10
Deltóide Médio Rotatória
0,25 ns 0,17 ±0,02
Manual 0,20 ±0,02
Bíceps Braquial Rotatória
0,81 ns 2,98 ±0,31
Manual 2,86 ±0,37
Tríceps Braquial Rotatória
0,28 ns 1,94 ±1,25
Manual 0,59 ±0,05
Braquiorradial Rotatória
0,80 ns 3,79 ±0,42
Manual 3,97 ±0,56
Abdutor Curto do
Polegar
Rotatória 0,03 *
25,56 ±3,15
Manual 36,47 ±3,94
Trapézio Médio Rotatória
0,38 ns 0,62 ±0,17
Manual 0,46 ±0,06
Longuíssimo Rotatória
0,32 ns 3,59 ±1,17
Manual 2,37 ±0,33
ns Não significante
* Significante para p≤0,05
57
CINEMETRIA COMPUTADORIZADA
Condição Clínica Flexo-Extensão Cervical
Em flexo-extensão de cervical, observou-se que no ciclo de trabalho houve
uma prevalência de flexão de cervical na técnica manual no inicio e 50% e na
técnica rotatória em 25% e 75%. Os dados não foram estatisticamente significantes
para p≤0,05 (Figura 14, Tabela 6).
Figura 14. Valores médios e erro-padrão da cinemetria no eixo angular de flexo-
extensão de cervical, nas técnicas rotatória e manual, durante o ciclo de trabalho do
profissional endodontista.
58
Tabela 6. Valores médios da cinemetria e erro-padrão do eixo angular de flexo-
extensão de cervical, nas técnicas rotatória e manual, para a análise comparativa
entre as técnicas, durante o ciclo de trabalho do profissional endodontista.
Análise
Temporal
Técnica p Média Erro Padrão
Inicial Rotatória 0,48 ns 83,92 ± 1,78
Manual 81,94 ± 2,13
25% Rotatória 0,48 ns 103,78 ± 5,06
Manual 108,77 ± 4,90
50% Rotatória 0,58 ns 106,36 ± 4,96
Manual 102,81 ± 4,16
75% Rotatória 0,88 ns 103,49 ± 6,41
Manual 104,75 ± 5,39
Final Rotatória 0,98 ns 106,50 ± 5,41
Manual 106,61 ± 5,12
ns Não significante
59
Condição Clínica de Inclinação Cervical
Na condição clínica de inclinação cervical, observou-se nos ciclos de trabalho
inicial e 25% que a técnica manual apresentou maior inclinação cervical para direita.
Na técnica rotatória, pequena inclinação cervical à direita foi observada em 75% e no
final do ciclo de trabalho. Os dados não foram estatisticamente significantes para
p≤0,05 (Figura 15, Tabela 7).
Figura 15. Valores médios da cinemetria e erro-padrão no eixo angular de Inclinação
cervical, nas técnicas rotatória e manual, durante o ciclo de trabalho do profissional
endodontista.
60
Tabela 7. Valores médios da cinemetria e erro-padrão do eixo angular de Inclinação
cervical, nas técnicas rotatória e manual, para a análise comparativa entre as
técnicas, durante o ciclo de trabalho do profissional endodontista.
Análise Temporal Técnica p Média Erro Padrão
Inicial Rotatória 0,66 ns 103,30 ± 4,42
Manual 100,78 ± 3,80
25% Rotatória 0,49 ns 52,29 ± 6,55
Manual 46,77 ± 4,70
50% Rotatória 0,99 ns 48,90 ± 5,50
Manual 48,89 ± 4,65
75% Rotatória 0,92 ns 47,51 ± 6,01
Manual 48,22 ± 4,31
Final Rotatória 0,86 ns 46,37 ± 5,37
Manual 47,67 ± 5,41
ns Não significante
61
Condição Clínica na Coluna Cérvico-Torácica
Na condição clínica da coluna cérvico-torácica, observou-se que os
profissionais endodontistas apresentaram em todo o ciclo de trabalho da técnica
rotatória uma hipercifose torácica, independente do período de instrumentação, o
que não foi verificado na execução da técnica manual. Os dados não foram
estatisticamente significantes para p≤0,05 (Figura 16, Tabela 8).
Figura 16. Valores médios da cinemetria e erro-padrão no eixo angular da coluna
cérvico-torácica, nas técnicas rotatória e manual, durante o ciclo de trabalho do
profissional endodontista.
62
Tabela 8. Valores médios da cinemetria e erro-padrão do eixo angular da coluna
cérvico-torácica, nas técnicas rotatória e manual, para a análise comparativa entre
as técnicas, durante o ciclo de trabalho do profissional endodontista.
Análise Temporal Técnica p Média Erro Padrão
Inicial Rotatória 0,64 ns 148,48 ± 2,29
Manual 149,97 ± 2,57
25% Rotatória 0,62 ns 136,13 ± 2,52
Manual 137,71 ± 2,05
50% Rotatória 0,67 ns 139,49 ± 2,93
Manual 141,10 ± 2,44
75% Rotatória 0,54 ns 138,59 ± 2,49
Manual 140,39 ± 1,55
Final Rotatória 0,61 ns 137,53 ± 3,09
Manual 139,33 ± 1,70
ns Não significante
63
Condição Clínica Flexo-Extensão Cotovelo
Observou-se na condição clínica de flexo-extensão de cotovelo que a técnica
rotatória apresentou maior ângulo de carregamento (semi-flexão de cotovelo) do que
a técnica manual, durante o ciclo de trabalho excetuando a fase inicial da
instrumentação. No período de 50% e 75% do ciclo de trabalho, obtiveram-se
valores estatísticos significantes para p≤ 0,05 nas técnicas rotatória e manual (Figura
17, Tabela 9).
Figura 17. Valores médios da cinemetria e erro-padrão no eixo angular de flexo-
extensão de cotovelo, nas técnicas rotatória e manual, durante o ciclo de trabalho do
profissional endodontista.
64
Tabela 9. Valores médios da cinemetria e erro-padrão do eixo angular de flexo-
extensão de cotovelo, nas técnicas rotatória e manual, para a análise comparativa
entre as técnicas, durante o ciclo de trabalho do profissional endodontista.
Análise
Temporal
Técnica p Média Erro Padrão
Inicial Rotatória 0,63 ns 104,74 ± 2,99
Manual 102,62 ± 3,29
25% Rotatória 0,09 ns 51,95 ± 2,91
Manual 58,52 ± 2,47
50% Rotatória 0,00** 52,13 ± 2,34
Manual 64,36 ± 3,63
75% Rotatória 0,01** 49,93 ± 2,54
Manual 62,46 ± 4,22
Final Rotatória 0,70 ns 49,93 ± 2,06
Manual 51,16 ± 2,52
** Significância estatística para p≤0,01 ns
Não significante
65
Condição Clínica Abdução-Adução de Ombro Contralateral
Na condição clínica de abdução-adução de ombro contralateral a técnica
rotatória durante o ciclo de trabalho inicial, 25% e 75% apresentou maior abdução de
ombro, sendo que nos demais tempos clínicos foram mantidos valores de
normalidade. Os dados não foram estatisticamente significantes para p≤0,05 (Figura
18, Tabela 10).
Figura 18. Valores médios da cinemetria e erro-padrão no eixo angular de abdução-
adução de ombro, nas técnicas rotatória e manual, durante o ciclo de trabalho do
profissional endodontista.
66
Tabela 10. Valores médios da cinemetria e erro-padrão dos eixo angular de
abdução-adução de ombro contralateral, nas técnicas rotatória e manual, para a
análise comparativa entre as técnicas, durante o ciclo de trabalho do profissional
endodontista.
Análise Temporal Técnica p Média Erro Padrão
Inicial Rotatória 0,68 ns 91,70 ± 1,44
Manual 90,81 ± 1,63
25% Rotatória 0,26 ns 92,78 ± 2,98
Manual 88,62 ± 2,13
50% Rotatória 0,88 ns 89,11 ± 4,67
Manual 89,92 ± 2,89
75% Rotatória 0,65 ns 92,73 ± 2,97
Manual 90,79 ± 3,02
Final Rotatória 0,95 ns 99,76 ± 3,67
Manual 99,48 ± 3,54
ns Não significante
67
ESCALAS ERGONÔMICAS (RULA e COUTO) - Avaliação do posto de trabalho
A escala avaliativa de RULA evidenciou que os profissionais endodontistas,
quando em seu posto de trabalho, apresentavam posturas inadequadas, resultando
em alto risco ergonômico, com maiores índices de anormalidade da escala.
No Checklist de COUTO observou-se que há risco biomecânico de moderada
importância com relação aos profissionais endodontistas, quando em seu posto de
trabalho, sendo um fator possível de lesão (Figura 19, Tabela 11).
Figura 19. Médias das escalas avaliativas (Escala de RULA e Checklist de COUTO)
e erro-padrão durante o posto de trabalho dos profissionais endodontistas.
Tabela 11. Médias e erro padrão das escalas avaliativas (Escala de RULA e
Checklist de COUTO), nos profissionais endodontistas
Escala Ergonômica Média Erro Padrão
Escala de RULA 6,9 ±0,73
Checklist de COUTO 8,1 ±0,37
68
BIOFOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA
Os resultados da biofotogrametria computadorizada demonstraram que, para
os ombros (EO), o lado esquerdo apresentou-se levemente mais elevado do que o
lado direito. Na variável flexão de cotovelo (FC) notou-se para o lado direito que o
ângulo de carregamento (semi-flexão estática de cotovelo) foi superior ao lado
esquerdo, evidenciado pelo valor menor da flexão do cotovelo. Na abdução de
ombro (elevação lateral), observaram-se valores semelhantes entre os lados direito
e esquerdo. Na condição clínica de rotação de escápula, observou-se que o lado
direito apresentou maior rotação externa de escápula.
Os resultados foram estatisticamente significantes somente para a variável de
flexão de cotovelo para p≤0,05 (Figura 20, Tabela 12).
Figura 20: Valores médios da biofotogrametria e erro-padrão das condições clínicas
de elevação de ombro (EO), flexão de cotovelo (FC), abdução de ombro (AO) e
rotação de escápula (RE) de profissionais endodontistas.
69
Tabela 12. Médias biofotogramétricas e erro-padrão das condições clínicas elevação
de ombro direito e esquerdo, semi-flexão de cotovelo direito e esquerdo, abdução de
ombro direito e esquerdo e rotação de escápula direita e esquerda nos
endodontistas (teste t para p≤0,05).
Regiões p Média Erro Padrão
Elevação de Ombro Direito 0,17ns
99,34 ± 0,97
Elevação de Ombro Esquerdo 101,10 ± 0,83
Semi-Flexão Cotovelo Direito 0,01**
158,23 ± 1,55
Semi-Flexão Cotovelo Esquerdo 163,80 ± 1,57
Abdução de Ombro Direito 0,72ns
100,33 ± 1,05
Abdução de Ombro Direito 99,77 ± 1,21
Rotação de Escápula Direito 0,11ns
126,75 ± 2,69
Rotação de Escápula Esquerdo 121,35 ± 2,01
**Significância estatística para p≤0,01 ns Não significante
70
71
5. DISCUSSÃO
A eletromiografia é uma ferramenta diagnóstica que se caracteriza pela
captação dos potenciais de ação da unidade motora, ocorrendo de forma direta ou
indireta (RIBERTO et al., 2004). A eletromiografia direta ou profunda é realizada com
a introdução de uma agulha de captação eletromiográfica intramuscular, sendo
considerada uma forma confiável e de alta precisão para obtenção dos sinais
eletromiográficos com acuidade significativa (NEVES, 2011). A eletromiografia
indireta ou de superfície é caracterizada pela captação do sinal através da pele do
indivíduo. Esta técnica tornou-se popular pela sua simplicidade e viabilidade de
realização onde os indivíduos não são submetidos a processos dolorosos e
complexos para a coleta dos dados (RIBERTO et al., 2004).
Atualmente a eletromiografia de superfície é difundida no mundo todo, pois
sua utilização é uma forma concisa e fácil de aumentar o conhecimento sobre a
função muscular (REGIS-FILHO; MICHELS; SELL, 2006; BLACK, 2005). Entretanto,
para manter a confiabilidade desta técnica, é necessário que seu operador tenha
cuidados para diminuir a impedância e possíveis ruídos eletromiográficos, tendo em
vista que, por se tratar de uma técnica indireta, os tecidos corpóreos são
atenuadores do registro eletromiográfico, funcionando como filtros de banda passa-
baixa (REGIS-FILHO; MICHELS; SELL, 2006).
Durante a preparação e padronização da técnica de eletromiografia existem
fatores que devem ser abordados para aumentar a acuidade dos resultados obtidos.
Segundo as regras internacionais propostas pelo SENIAM - Surface Eletromiography
for a Non-Invasive Assesssment of Muscle (HERMENS et al., 1999), destaca-se a
colocação correta dos eletrodos de superfície, na porção central dos ventres
musculares, visando a melhor captação do sinal eletromiográfico, fazendo com que a
72
pesquisa mantenha uma padronização para os diferentes indivíduos. Este fato torna-
se significativo para atenuar o cross-talk e captar um sinal eletromiográfico
considerado “puro”, isto é, individualizado para o músculo analisado, sem
interferências de músculos circunvizinhos (BASMAJIAN, 1985; FORTI, 2005).
Na área da Saúde, relacionada à ergonomia, a eletromiografia tornou-se um
método para a análise do biofeedback muscular, com a avaliação da resposta
muscular em atividades ocupacionais, assim como a efetividade de exercícios de
reabilitação transformando-se, neste contexto, em uma ferramenta fundamental para
o estudo cinesiológico de fatores lesivos dentro do campo de trabalho (REGIS-
FILHO; MICHELS; SELL, 2006; FORTI, 2005).
Nesta pesquisa, a técnica eletromiográfica foi utilizada para avaliar as
alterações musculares em profissionais endodontistas durante a realização de duas
diferentes técnicas de instrumentação endodôntica, a técnica rotatória e a manual,
comparando-as em diferentes faixas temporais, nos tempos Inicial, 25%, 50%, 75%
e Final. Para isso, os profissionais endodontistas foram preparados para a coleta de
do sinal eletromiográfico segundo as padronizações estabelecidas pelo SENIAM,
como a demarcação dos pontos eletromiográficos correspondentes aos músculos
analisados, tricotomia, quando necessário e assepsia da pele com álcool. Após esta
etapa, a captação dos sinais eletromiográficos foi obtida durante a execução das
técnicas de instrumentação da prática clínica habitual. Os profissionais
endodontistas realizavam a técnica rotatória no elemento dental 17, seguido por um
intervalo de 10 minutos para descanso e, posteriormente executavam a técnica
manual no elemento dental 16, sem a retirada dos eletrodos, o que evitou um viés
na captação dos dados eletromiográficos.
73
Na análise dos valores eletromiográficos, cinco tempos foram selecionados:
Inicial, 25%, 50%, 75% e Final, estabelecendo-se o período de 120 segundos para
cada um deles.
Nesta pesquisa verificou-se que os músculos bíceps braquial, tríceps braquial,
longuíssimo e trapézio médio, obtiveram maiores valores eletromiográficos durante a
realização da técnica rotatória. Este fato corrobora com Graças et al. (2006) que
apresentou os fatores de agressão para o profissional endodontista, destacando a
utilização de aparelhos vibratórios.
A utilização de equipamentos vibratórios, como são os utilizados pelos
sistemas rotatórios, funcionam gerando energia vibratória ou de aceleração, que
transfere uma porcentagem desta energia para o corpo humano. Esta energia
vibratória é transformada em energia mecânica, e neste estudo, verificou-se que
esta energia promoveu no profissional endodontista um aumento da atividade
muscular por uma maior necessidade de estabilizar o membro superior devido à
dissipação destas energias (REGAZZI, 2011). Os resultados obtidos nesta pesquisa
demonstraram uma maior ativação dos músculos sinergistas e estabilizadores do
ombro, evidenciando que o uso do sistema rotatório influenciou na atividade dos
músculos da região do cotovelo, ombro e coluna, aumentando a estabilidade destas
regiões, frente às exigências funcionais.
O ombro tem a função de permitir maior amplitude da movimentação das
mãos com relação ao espaço. A região dos ombros apresenta amplos movimentos
nos três eixos, ântero-posterior, látero-lateral, e rotacional, resultante da pequena
quantidade de estabilizadores estáticos. As porções longas dos músculos bíceps
braquial e tríceps braquial são estabilizadoras glenoumerais e sinergistas dos
movimentos dos ombros. Desta forma notou-se que ocorreu uma maior necessidade
74
de estabilização articular após um determinado tempo de uso do sistema rotatório
(KOSSEL et al., 2009).
O músculo longuíssimo atua indiretamente na estabilidade articular do ombro,
onde as contrações involuntárias deste músculo estabilizam a articulação da coluna
mantendo a postura corporal (PIRES et al., 2003).
Ao final do experimento, o músculo trapézio médio obteve maiores valores
durante a técnica rotatória, entretanto os profissionais endodontistas já
apresentavam uma alteração postural, confirmada pela biofotogrametria, que pode
ter gerado um fator adicional para obtenção destes resultados. Este fato pode ser
causado pelo stress muscular, haja vista que o músculo trapézio participa como
estabilizador na rotação da escápula, o que permite maior liberdade e sustentação
dos movimentos do ombro e minimiza a compensação muscular desta região
(FORTINGUERRA, 2006; ANJOS, 2006).
Regis Filho et al. (1991) demonstraram que a repetição dos movimentos para
o tratamento endodôntico promove nos profissionais endodontistas postura
inadequada do membro superior e tronco e falta de manutenção do alinhamento
corporal, gerando patologias ocupacionais, como consequência de uma maior
sobrecarga muscular na região descrita acima. Verificou-se também um aumento
exacerbado da atividade do abdutor curto do polegar, principalmente pelo
movimento de pinça, executado para sustentação da caneta do aparelho rotatório
e/ou dos instrumentos manuais, com aumento da atividade muscular na região do
punho de cirurgiões dentistas.
Na técnica manual verificou-se a maior atividade para os músculos deltóide
anterior, deltóide médio e abdutor curto do polegar. Este fato ocorreu em razão dos
movimentos inerentes à realização da técnica manual de instrumentação
75
endodôntica, onde há uma rotação de ¼ há ½ de volta na lima no interior do canal,
exigindo uma maior ativação muscular do abdutor curto do polegar, vista que, a ação
cinesiológica deste músculo durante a cinemática de pinça em cadeia aberta e
fechada é amplamente utilizada na execução do movimento (MARSHALL; PAPPIN,
1980; MONTEIRO et al., 2009).
Os músculos deltóides (anterior e médio), durante a técnica manual,
apresentaram-se mais ativados. Isso ocorreu porque esses músculos são
influenciados por movimentos de coordenação fina, como os movimentos realizados
pela mão do profissional endodontista que exigem uma alta precisão, gerando
adaptações musculares por todo o antebraço e braço para realizar a estabilidade da
articulação glenoumeral (FORTINGUERRA, 2006). Estes resultados são
corroborados por Cartucho et al., (2007) que demonstraram a influência do músculo
deltóide na estabilidade do ombro, atuando com o manguito rotador e a cabeça
longa do bíceps, mantendo a estabilização da articulação glenoumeral. Entretanto
estes resultados são discordes dos resultados obtidos por Roman-Liu et al., (2001),
que relataram não haver influência dos músculos deltóides na coordenação fina, que
é regida apenas pelo músculo trapézio, sendo este um sinergista da estabilização do
ombro.
Durante a execução das técnicas rotatória e manual, o músculo braquiorradial
apresentou maiores valores eletromiográficos normalizados para a técnica rotatória
no início da coleta, consequência da sua atuação na estabilização do cotovelo,
buscando uma maior estabilidade da articulação úmero-ulnar, resultados concordes
com Correa e Freire, 2004, que verificaram que o músculo braquiorradial
desempenha importante atuação na estabilidade do cotovelo. Ao final da execução
das técnicas, ocorreu uma maior atividade do músculo braquiorradial durante a
76
execução da técnica manual, fato este, que pode ser explicado pela diminuição da
atividade dos músculos deltóides, o que gera um mecanismo muscular
compensatório, onde a diminuição da estabilidade do ombro ocasiona uma atuação
dos músculos sinergistas (bíceps e tríceps braquial) desencadeando um aumento na
atividade do músculo braquiorradial para estabilizar o cotovelo de uma forma mais
concisa.
Segundo GRUÉN (1997) a cinemetria é uma ciência de marcação precisa de
medidas reais por meio de vídeos, oferecendo uma análise detalhada do objeto
avaliado, com maior fidedignidade em seus resultados se comparado aos meios
visuais. A técnica é obtida por meio de filmagens e colocação de marcadores
passivos em estruturas corporais que servem como pontos de referência para
análise angular de eixos específicos, resultando na possível reprodução de valores
quantitativos e qualitativos do movimento. Esta técnica também se fundamenta na
busca detalhada de mecanismos de desordens específicas e compensações durante
a execução de determinados movimentos e atividades, além de possuir grande valor
no diagnóstico de disfunções músculo esqueléticas, na prescrição de terapias e na
avaliação da evolução de tratamentos (BARROS et al., 1999).
A cinemetria é realizada para registros dos movimentos, sendo
posteriormente os vídeos processados por meio de um software, o qual calcula os
padrões cinemáticos. Para tanto é necessário traçar ângulos predeterminados, no
entanto, a precisão das medidas reais dos pontos de referência é de extrema
importância, pois é por meio destas que o cálculo dos coeficientes e
consequentemente a determinação das coordenadas é obtida, cuidados estes que
foram seguidos a risca durante toda a coleta da cinemetria computadorizada deste
estudo (REIS, 2007).
77
Na atuação do profissional endodontista a cinemetria teve por objetivo
analisar as exigências biomecânicas, diagnosticando a postura do indivíduo e
propondo valores para melhoria das ferramentas e comandos dentro do alcance dos
movimentos corporais, facilitando a percepção de informações, de modo que o
trabalho seja realizado com conforto e segurança (ABRAHÃO, 2000). Na análise da
projeção de qualquer posto de trabalho, a cinemetria baseia-se na relação espaço
laboral e dimensões do corpo, dessa forma, o posto de trabalho poderá ser ajustado
ao trabalhador (PALUCH, 1996).
A avaliação pela cinemetria computadorizada objetivou uma visualização dos
padrões angulares, por meio de eixos específicos da postura do profissional
endodontista em seu posto de trabalho, comparando duas técnicas de
instrumentação endodôntica (rotatória- Free Tip Preparation e manual- Crown
Down). Neste estudo foram utilizados cinco eixos angulares para visualização de
estruturas corporais: flexo-extensão de cervical, inclinação cervical, coluna cérvico-
torácica, abdução-adução de ombro contralateral e flexo-extensão cotovelo, de
acordo com a periodização do ciclo de trabalho inicial, 25%, 50%, 75% e final. Como
critério de padronização das coletas de vídeo foi feita uma sincronização
independente por meio de mudanças na iluminação do ambiente durante o início da
coleta de dados. A partir do término do foco de iluminação do ambiente, foi dado
início a coleta dos dados e as demais análises temporais.
A obtenção de imagens deste estudo foi feita em três planos, com o objetivo
de quantificar a atividade do profissional endodontista por meio de uma análise
espacial (RÉGIS FILHO; MICHELS; SELL, 2006). Para isso, três câmeras
independentes foram dispostas ao redor do posto de trabalho, coletando os vídeos
ao longo da execução das duas técnicas de instrumentação empregadas. Para
78
minimizar possíveis vieses de resultados, alguns critérios de padronização da
obtenção dos vídeos foram estabelecidos, tais como a demarcação de solo; a
determinação da altura dos tripés; a determinação do posicionamento do posto de
trabalho do profissional endodontista em nove ou onze horas, para diminuir a
variação do posicionamento no mocho durante o desenvolvimento da técnica e por
fim, a distância do foco da lente ao profissional endodontista.
Para o cálculo das expressões matemáticas da periodização do trabalho foi
utilizada a seguinte fórmula: (Tempo Total do vídeo - Fase Inicial pós sincronismo) x
0,25, 0,50 ou 0,75, sendo que a fase final da periodização do trabalho coincidiu com
o término da instrumentação das técnicas. Os resultados obtidos, na condição clínica
de flexo-extensão de cervical mostraram que houve uma prevalência de flexão de
cervical na técnica manual no inicio e 50% do ciclo de trabalho e na técnica rotatória
em 25% e 75% do ciclo de trabalho. Estes resultados corroboram com Alves et al.,
2002, que constataram em seu estudo uma prevalência de flexão de cervical durante
a prática profissional do cirurgião dentista. De acordo com Moen e Bjorvatn, 1996, na
conduta clínica do profissional cirurgião dentista, existem vários procedimentos onde
estes profissionais assumem e mantêm posições que podem alterar a integridade de
seu sistema músculo esquelético. Dentre as principais posições adotadas, destaca-
se a elevação dos braços sem apoio e com a coluna cervical flexionada e rodada, o
que também foi verificado em nosso estudo. Existe uma grande prevalência de
sintomas no pescoço, na região do ombro, assim como, na região lombar durante a
prática clínica. Rio e Rio (2001) verificaram que 92,12% dos cirurgiões dentistas de
Belo Horizonte apresentavam dores relacionadas ao exercício da profissão,
considerando a atividade profissional estressante.
79
Na condição clínica de inclinação cervical, observou-se que somente no ciclo
de trabalho Inicial e 25%, a técnica manual apresentou maior inclinação cervical para
direita. Na técnica rotatória, pequena inclinação cervical à direita foi observada em
75% e no final do ciclo de trabalho. Estes resultados podem estar correlacionados
com o campo visual do profissional endodontista em seu posto de trabalho, que
busca durante a instrumentação endodôntica uma postura para melhorar a execução
da técnica, principalmente na execução da técnica manual. Segundo Rio e Pires,
1999, a postura correta do posto de trabalho deve ser aplicada de acordo com a
manutenção do pescoço na posição neutra, sem inclinação, flexo-extensão e/ou
rotação, mantendo o campo visual em seu nível preciso, para que não haja
comprometimento do sistema músculo esquelético. No entanto, a adequação do
posicionamento da cadeira odontológica durante a instrumentação ou o
posicionamento do posto de trabalho, possivelmente colaboram com a diminuição
dos acometimentos de inclinação cervical.
Os resultados posturais da flexo-extensão e inclinação cervical demontraram
que a técnica manual, em seu aspecto biomecânico postural, apresentou maior
índice de alteração cinésio-funcional, estes dados condizem com a exigência
postural para a técnica empregada. O campo de visão do profissional endodontista é
dificultado, invariavelmente pela necessidade do profissional se adaptar às
limitações da abertura da cavidade bucal, além de ter que desempenhar suas
atividades em dentes, com morfologia variada, na maioria das vezes com difícil
acesso e visualização direta e ainda atuar de forma a não se apoiar no paciente e
manter o campo de ação não contaminado. Os endodontistas mantêm a flexão do
pescoço e cabeça na maior parte do tempo, fato que possivelmente promove o
aparecimento de quadro álgico nessas regiões (BARROS,1999; SMITH et al., 2002)
80
Na condição clínica da coluna cérvico-torácica, observou-se que a técnica
rotatória, em todo o ciclo de trabalho, provocou no profissional endodontista uma
hipercifose torácica, independente do período de instrumentação, quando
comparada à técnica manual. A prevalência da hipercifose torácica na técnica
rotatória observada neste trabalho pode estar relacionada com a adaptação do
profissional endodontista ao equipamento vibratório para a execução da técnica de
instrumentação, resultados estes concordes com Carvalho, 2007, que demonstraram
que os casos mais frequentes de acometimentos posturais em cirurgiões dentistas
são a escoliose, hiperlordose, destacando-se a hipercifose torácica. Pietrobon, Regis
Filho, 2005, verificaram uma elevada tendência de cifose e escoliose, principalmente
em cirurgiões dentistas, do gênero feminino, da Secretaria Municipal de Saúde do
município de Florianópolis/SC.
Observou-se na condição clínica de flexo-extensão de cotovelo que a técnica
rotatória apresentou maior ângulo de carregamento (semi-flexão de cotovelo) do que
a técnica manual, durante o ciclo de trabalho excetuando a fase inicial da
instrumentação. A semi-flexão de cotovelo, segundo Oliveira et al.(2008), ocorre de
acordo com o limiar de esforço para execução de uma atividade. Nesta pesquisa
observou-se que, para execução da instrumentação, a técnica rotatória apresentou
maior exigência funcional do que a técnica manual, demonstrando que a técnica
possivelmente promova maiores alterações posturais e funcionais no sistema
músculo esquelético.
Na condição clínica de abdução-adução de ombro contralateral, a técnica
rotatória durante o ciclo de trabalho Inicial, 25% e 75% apresentou maiores valores
de abdução de ombro e na execução da técnica, durante a manipulação do contra-
ângulo do aparelho rotatório, ocorreram adaptações posturais do membro superior
81
do profissional endodontista. Pode-se também observar que o padrão de adaptação
postural empregado proporcionou ao profissional endodontista a exposição a
esforços estáticos, sendo que o recomendado, para o posto de trabalho, é a
eliminação de movimentos rápidos e altamente repetitivos dos braços ou que exijam
esforços estáticos; minimizar a flexão e abdução dos ombros e a sustentação de
cargas nas mãos; reduzir ou eliminar tarefas que requeiram emprego de força
manual excessiva e que os trabalhadores tenham períodos de descanso
(SOMMERICH et al, 1993).
Os fatores de risco na postura de cirurgiões dentistas podem ser agrupados
com base nos seguintes critérios: grau de adequação do posto de trabalho à zona
de atenção e à visão; frio; vibração e pressões mecânicas localizadas nos tecidos;
posturas inadequadas; carga músculo esquelética; carga estática; invariabilidade da
tarefa; exigências cognitivas e fatores organizacionais e psicossociais ligados ao
trabalho (KUORINKA; FORCIER, 1995).
A ergonomia é caracterizada como uma área da ciência médica que atua na
configuração do indivíduo no posto e na rotina de trabalho, tendo em vista que as
exigências da produção e a saúde do trabalhador são afetadas pelo ambiente onde
trabalha, assim como, por fatores intrínsecos pessoais do indivíduo, tornando a
ergonomia uma ação dinâmica de duplo benefício para o trabalhador e empregador
(MOTTA, 2009; TAKEDA et al, 2010).
As patologias músculo esqueléticas decorrentes do posto de trabalho são um
dos principais agravantes para a saúde do trabalhador brasileiro, ocupando o
terceiro lugar dentre todas as doenças, tornando-se uma pandemia. Os distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) são ocasionados pela
inflexibilidade e alta intensidade do ciclo de trabalho, movimentos repetitivos em alta
82
velocidade, trabalho de determinados grupos musculares, falta de intervalos, alto
ritmo de produtividade, uso de equipamento e mobiliários inapropriados
ergonomicamente (PAVANI, 2007).
Devido ao crescente número de patologias relacionadas ao trabalho, iniciou-
se um movimento das organizações empresariais e de seus gestores, sugerindo
uma avaliação na adaptação das condições do trabalho de seus empregados,
aumentando a área de atuação na prevenção das DORTS (PAVANI, 2007). Dessa
forma, fez-se necessário a realização de avaliações cinesiológicas dos diferentes
postos de trabalho, a fim de gerar um levantamento ergonômico, com o objetivo de
identificar possíveis fatores adaptativos e/ou agressivos existentes, elaborando uma
possível solução (BORDIN, 2004).
Dentre os métodos avaliativos ergonômicos, o método RULA (Rapid Upper
Limb Assessment) é um método utilizado para verificar as adaptações posturais do
trabalhador com queixas de alterações músculo esqueléticas nos membros
superiores, pois esta técnica realiza uma análise detalhada da atividade desses
membros e gera uma classificação sobre o risco iminente à saúde do trabalhador,
avaliando a musculatura de forma estática (SAAD et al, 2006; TAKEDA et al., 2010).
Outro método utilizado na avaliação ergonômica do posto de trabalho é o
checklist de Couto que tem objetivo de avaliar de forma simplificada fatores
biomecânicos de risco nos membros superiores (BARROS, 2006). Esta avaliação
permite obter uma visão panorâmica, mapeando de forma rápida, os agentes lesivos
do posto de trabalho (FERREIRA, 2006).
Nesta pesquisa durante os primeiros 15 minutos da execução do
procedimento endodôntico, foram realizadas as avaliações de RULA e Couto, com o
objetivo de analisar e classificar os fatores biomecânicos que influenciam os
83
profissionais endodontistas durante a prática de suas atividades ocupacionais. Para
isto utilizou-se o programa Ergolandia versão 3.0, que contém, dentre as várias
avaliações ergonômicas existentes, as duas análises utilizadas nesta pesquisa. Para
avaliação do posto de trabalho houve o treinamento e preparo de um fisioterapeuta,
que foi incumbido de realizar as avaliações em todos os profissionais endodontistas
participantes desta pesquisa por meio de visão látero-posterior sem realizar aviso
prévio do momento da realização das avaliações, evitando com isso, a modificação
enganosa da postura dos profissionais endodontistas.
Os resultados obtidos nesta pesquisa com a avaliação de RULA
apresentaram o maior índice de comprometimento postural do método, com escore 7
de acometimento, o qual requer a imediata introdução de medidas ergonômicas para
prevenção de lesões. No checklist de Couto os profissionais endodontistas foram
classificados como fator biomecânico de moderada importância – risco improvável,
mas possível (C - fator biomecânico de moderada significância – escore entre 7 e 9
pontos), demonstrando que também há comprometimento ergonômico. Estes dados
corroboram com Cassarin e Caria (2008), que descreveram a importância dos
músculos da cintura escapular e cervical na atuação biomecânica do cirurgião
dentista, relatando quadro de fadiga nestes músculos no decorrer do trabalho, que
resulta no aparecimento de algias. Este dados são concordes com os apresentados
por Regis Filho, Michels e Sell (2006), que verificaram que os cirurgiões dentistas
realizam posturas compensatórias no posto de trabalho, com acometimento de
médio a alto risco para desencadear patologias ocupacionais. Os resultados obtidos
nessa pesquisa são discordes, em parte, aos encontrados por Moreira (2011), o qual
relatou que a posição de trabalho de 9 e 11 horas minimizam os acometimentos
posturais nos cirurgiões dentistas. Verificamos que, mesmo nestas posições de
84
trabalho, ocorrem riscos ergonômicos elevados para o desencadeamento de
DORTS.
A biofotogrametria computadorizada é advinda de princípios fotogramétricos
obtidos de movimentos corporais ou de padrões estáticos. As imagens são aplicadas
por bases de fotointerpretação, tornando-se uma ferramenta significante para o
estudo da cinemática. A fotointerpretação segue parâmetros de referências ósseas e
articulares, associando com os planos e eixos. Nessa técnica obtém-se o
planejamento e construção de um mapa planimétrico condizente com a realidade
que se pretende refletir sobre o segmento corporal a ser estudado (RICIERI, 2005).
Esta técnica é um instrumento no diagnóstico das desordens de movimentos,
processando imagens livres coletadas em vários sistemas, utilizando-se câmeras e
marcadores que são colocados sobre vários pontos no corpo do indivíduo
(CASTILLO et al., 2011).
A prática odontológica, principalmente a endodôntica, faz com que se utilize
como rotina de trabalho os membros superiores e estruturas adjacentes,
frequentemente com repetitividade de um mesmo padrão de movimento em virtude
da atividade clínica, assumindo posturas inadequadas pelas próprias fases de
instrumentação (REGIS FILHO; MICHELS; SELL, 2005).
Para biofotogrametria computadorizada, previamente foi realizado o
nivelamento parede-solo, o profissional endodontista foi posicionado em uma
plataforma de nivelamento à frente do simetrógrafo e foram demarcados os pontos
estruturais como manúbrio do esterno, acrômios, epicôndilos laterais do úmero,
processo estilóide do rádio, ângulo superior e inferior de escápula e C7. As imagens
foram coletadas em 4 planos de delimitação (anterior, lateral direito e esquerdo e
85
posterior), os dados foram analisados na elevação de ombro, flexão de cotovelo,
abdução de ombro e rotação de escápula.
Na condição clínica de elevação de ombros, o lado esquerdo apresentou-se
elevado quando comparado ao direito. Os resultados revelaram a possibilidade dos
profissionais endodontistas apresentarem uma maior inclinação de tronco à direita
para realização da instrumentação, com consequente alteração postural entre os
dois ombros. Jacinto et al. (2008) verificou harmonia de elevação entre os dois
ombros durante um programa de treinamento físico, independente da dominância.
Na variável flexão de cotovelo notou-se para o lado direito que o ângulo de
carregamento (semi-flexão de cotovelo) foi superior ao do lado esquerdo. Estes
resultados são discordes de Simão, 2001, que constatou um padrão de normalidade
da flexão de cotovelo em ambos os hemicorpos em praticantes de atividade física. A
prevalência de semi-flexão de cotovelo direito está possivelmente relacionada aos
profissionais endodontistas serem destros, mantendo maior exigência funcional no
membro superior direito e com isso gerando adaptações estruturais durante as
atividades executadas.
Na abdução de ombro, observou-se semelhança entre os valores dos lados
direito e esquerdo, demonstrando que ocorreu uma harmonia corporal, sem
compensação postural dos profissionais endodontistas. Segundo Moraes et al.,
2009, existe uma predisposição maior para desenvolver alterações na relação
mobilidade-estabilidade quando se mantém o ombro abduzido. Nesta pesquisa,
acredita-se que a normalidade entre os valores de abdução de ombro ocorreu em
razão dos profissionais endodontistas apresentarem poucas variações no posto de
trabalho.
86
Na condição clínica de rotação de escápula, observou-se que o lado direito
apresentou maior rotação externa de escápula. Este resultado possivelmente está
relacionado ao fato dos profissionais endodontistas serem destros e pelos níveis de
exigências impostos ao membro superior direito. Segundo Marmor e Bechtol, 1963,
a prevalência de rotação de escápula não é uma condição frequente e, está
associada a uma disfunção da musculatura do serrátil anterior, ocasionando todo um
desarranjo no complexo escapular. No entanto os resultados demonstram que a
prática clínica do endodontista pode influenciar no sistema muscular de ombro,
cintura escapular e cotovelo, promovendo um desequilíbrio na atividade muscular
dessas estruturas e conseqüentemente o aparecimento de alterações posturais.
87
88
6 CONCLUSÕES
Baseados nos resultados obtidos nesta pesquisa pode-se concluir que as
variações apresentadas nos valores eletromiográficos normalizados durante a
execução das técnicas rotatória e manual sugerem que, a ação dos músculos
longuíssimo, deltóide anterior, deltóide médio, trapézio - fibras médias, bíceps
braquial, tríceps braquial, braquiorradial e abdutor curto do polegar, propiciou
adaptações musculares, com a finalidade de promover movimentos funcionais
precisos.
Na cinemetria computadorizada, observou-se que a técnica rotatória
apresentou maior exigência postural do que a técnica manual, fato também
evidenciado pela análise do posto de trabalho e biomecânica da atividade
profissional.
A análise estática da postura corporal (biofotogrametria) sugere que a
atividade clínica do profissional endodontista pode contribuir para um desequilíbrio
postural do quadrante superior do corpo.
Dessa forma, existe a necessidade de mais estudos tanto no campo da
tecnologia dos equipamentos e técnicas quanto na ergonomia, para minimizar as
alterações posturais e funcionais dos profissionais endodontistas ao longo do tempo
de trabalho.
89
90
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ANEXOS
ANEXO I- Aprovação do Comitê de Ética
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ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Convidamos você, _______________________________________ para participar
voluntariamente do projeto de pesquisa “Análise postural do endodontista na atividade clínica
utilizando instrumento rotatório por meio da cinemetria, eletromiografia de superfície e
checklists ergonômicos”, tendo como pesquisadores responsáveis o mestrando Geraldo Celso
da Silva Onety e a Profa. Dra. Simone Cecilio Hallak Regalo, professora da Disciplina de
Morfologia do Corpo Humano da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP.
Declaro que tomei ciência e que fui esclarecido(a) de maneira a não restarem quaisquer
dúvidas sobre minha participação no estudo, de acordo com os termos abaixo relacionados.
Fui informado que:
1) O objetivo deste estudo é avaliar os efeitos que a profissão odontológica e as posturas
viciosas adotadas pelos especialistas endodôntistas promovem durante as horas de trabalho
nas cadeias musculares dos membros superiores e inferiores ao longo do tempo de atuação
profissional.
2) Estas análises serão feitas usando diferentes metodologias, como o aparelho para ver a
atividade dos meus músculos (eletromiógrafo), exames de avaliação postural e gestos
profissionais por meio da videogrametria (análise das imagens – filmagens durante o ato
profissional). Finalizando será realizado Check-lists ergonômicos (questionário de postura)
após a atuação do profissional em seu posto de trabalho..
3) No exame de eletromiografia, o desconforto causado resume-se a adesão da fita adesiva
(esparadrapo) sobre a pele do local dos músculos a serem estudados. Os riscos são mínimos e
os benefícios esperados resumem-se em saber a função dos músculos. Fui esclarecido que
este método não aquece, não provoca dor e não causa risco à minha saúde.
4) Não será oferecido nenhum tipo de pagamento de gastos, assim como não será efetuado
nenhum tipo de pagamento pela minha participação.
5) Tenho total liberdade em não participar da pesquisa, sem nenhum prejuízo, podendo
também interromper minha participação a qualquer momento que desejar.
6) Estou ciente que minha identidade será mantida em sigilo e que tenho total liberdade para
solicitar maiores esclarecimentos antes e durante o desenvolvimento da pesquisa e consultar o
Comitê de Ética em Pesquisa para qualquer informação sobre o projeto.
7) Autorizo, para devidos fins, o uso, a divulgação e publicação em revistas científicas os
dados obtidos nesta pesquisa, desde que minha identidade não seja revelada. Tenho, por parte
dos pesquisadores, a garantia do sigilo que assegura a minha privacidade.
8) Estou ciente que não terei benefício direto com este estudo, mas estou disposto a autorizar
minha participação para que os resultados encontrados possam ajudar outras pessoas.
9) Entendo que posso fazer qualquer pergunta sobre os procedimentos e que eu sou livre para
rescindir meu consentimento e interromper a minha participação nesta pesquisa a qualquer
momento, sem nenhum prejuízo de minha parte.
100
Desta forma, confirmo que recebi de maneira clara, todas as informações necessárias ao meu
consentimento. Assim, informo que irei participar desta pesquisa por livre e espontânea
vontade.
Ribeirão Preto, ........... de ........................................de 20.....
Eu, ......................................................................................................., portador(a) do RG nº....,
residente à ...................................................................................., nº............., na cidade de
...............................Fone.............................., Estado de ............., estou ciente das informações
acima e concordo a participar da pesquisa.
Assinatura do Voluntário _____________________________________________
Mestrando Geraldo Celso da Silva Onety (RG: 594715)
Profa. Dra. Simone Cecílio Hallak Regalo (RG: 15281645)
Telefones para contato: Profa. Dra. Simone 16-81257376 ou 36024015
Secretária do CEP: Juliana Godoi de Oliveira Silva - Avenida do Café, s/n.° - 14040-904
– Ribeirão Preto/SP Telefones: (16) 3602-4122 / 3963
101
ANEXO III- MÉTODO RULA
102
ANEXO IV- CHECKLIST DE COUTO
103
ANEXO V- AUTORIZAÇÃO DE IMAGENS
104