análise iconográfica da igreja de nossa senhora das dores - cachoeira do campo

Download Análise iconográfica da Igreja de Nossa Senhora das Dores - Cachoeira do Campo

If you can't read please download the document

Upload: manuela-auxiliadora

Post on 03-Jul-2015

153 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

SumrioIntroduo ................................ ................................ ................................ ................................ ......... 2 O culto a Nossa Senhora das Dores ................................ ................................ ................................ .... 3 Igreja de Nossa Senhora das Dores................................ ................................ ................................ ..... 5 Anlise iconogrfica ................................ ................................ ................................ ........................... 6Exterior ................................ ................................ ................................ ................................ ....... 6 Interior ................................ ................................ ................................ ................................ ........ 8

IntroduoO municpio de Ouro Preto mundia lmente conhecido por sua magnfica arquitetura colonial. Neste momento no tenho a inteno de falar do centro histrico da cidade, mas sim, de um de seus distritos que tambm possui, em menor escala, monumentos ricos em beleza e histria. Cachoeira do Campo um dos distritos de Ouro Preto e participou diretamente de importantes momentos histricos do municpio. Dentre seus monumentos histricos, temos a Igreja de Nossa Senhora das Dores, que neste trabalho o alvo principal de abordagem, da qual estar ei apresentando a seguir um pouco de sua histria e uma breve anlise iconogrfica.

O culto a Nossa Senhora das DoresAntes de qualquer coisa, segundo Augusto de Lima Junior, o culto de Nossa Senhora espalhou-se rapidamente pelas comunidades crists d esde os mais remotos tempos do apostolado. Dominando o culto cristo, cada um referia-se Me de Deus sob a invocao que melhor a caracterizava, ora pelos motivos porque o fazia, ora pelo local onde se encontravam s suas imagens, de qualquer modo, revelando o sentimento filial que unia os homens sua Me Celestial 1 . A partir desta afirmao pode-se concluir que foi assim que Nossa Senhora, a Rainha dos Cus, sempre recebeu seus tributos na terra. Referindo a Virgem das Dores, que pode ser representa da com o Cristo morto sobre os joelhos (Nossa Senhora da Piedade) e/ou sozinha no sepulcro (Nossa Senhora das (sete) Dores). Neste caso, o que nos interessa a Nossa Senhora das Dores, que aps o sepultamento do Cristo permanece sozinha e abandonada em su a dor. Segundo o livro Histria de Nossa Senhora em Minas Gerais de Augusto de L. Jnior, o culto se inspira no Eclesiastes, que nos ensina que no devemos esquecer os suspiros e as lagrimas de nossa me: GEMITUS MATRIS TUAE NE OBLIVICARIS.2

1. Jnior, Augusto de Lima. Histria de Nossa Senhora em Minas Gerais (Origens e principais invocaes). Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1956. 2. 1, Iden. 3. Lucas 2:34, 35. Biblia Catlica. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://www.bibliacatolica.com.br/24/49/2.php. 4. Arautos do Evangelho - So Carlos. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://aesaocarlos.blogspot.com/2008/09/fuga-para-o-egito.html. 5. Nossa Senhora das Dores. Movimento do Rosrio permanente. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://rosariopermanente.leiame.net/devocoes/nsradores.html. 6. Bohrer, Alex Fernandes. Imaginrio da Paixo de Cristo - Cultura artistica e religiosa no alto Rio das Velhas nos sculos XVIII e XIX. Textos reunidos de iconografia - vol. I. 2010. 7. Werneck, Gustavo. Campanha para salvar igreja. 15 de Setembro de 2010.

Sua imagem era representada com um punhal ou espada atravessando o seu peito. Depois no sculo XV passou a ser representada com sete espadas que correspondem s sete quedas de Cristo a caminho do calvrio. 1 - A profecia de Simeo: Simeo abenoou-os e disse a Maria, me do Menino: Eis que este Menino vai ser a causa da queda e elevao de muitos em Israel. Ele ser um sinal de contradio. Quanto a ti, uma espada h -de atravessar-te a alma. Assim sero revelados os pensamentos de muitos coraes 3. 2 - A fuga para o Egito: A profecia de Simeo cumpriu-se logo e Jesus apenas nascido, j estava cercado pela morte. Para salvar Jesus, Maria vai para o Egito por caminhos desconhecidos e cheios de perigo 4. 3 - Perda do Menino Jesus no templo entre os doutores 4 - Caminho do calvrio 5 - Crucificao 6 - Abertura do corao de Jesus pela lana e descimento da cruz3. Lucas 2:34-35. Biblia Catlica. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://www.bibliacatolica.com.br/24/49/2.php. 1. Jnior, Augusto de Lima. Histria de Nossa Senhora em Minas Gerais (Origens e principais invocaes). Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1956. 2. 1, Iden. 3. Lucas 2:34, 35. Biblia Catlica. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://www.bibliacatolica.com.br/24/49/2.php. 4. Arautos do Evangelho - So Carlos. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://aesaocarlos.blogspot.com/2008/09/fuga-para-o-egito.html. 5. Nossa Senhora das Dores. Movimento do Rosrio permanente. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://rosariopermanente.leiame.net/devocoes/nsradores.html. 6. Bohrer, Alex Fernandes. Imaginrio da Paixo de Cristo - Cultura artistica e religiosa no alto Rio das Velhas nos sculos XVIII e XIX. Textos reunidos de iconografia - vol. I. 2010. 7. Werneck, Gustavo. Campanha para salvar igreja. 15 de Setembro de 2010.

7 - Sepultamento Os punhais so dispostos lateralmente, trs do lado esquerdo e 4 do lado direito, podendo tambm estar dispostos em circulo.

Igreja de Nossa Senhora das DoresAo redor da Igreja de Nossa Senhora de Nazar, famosa por seus retbulos do estilo Nacional Portugus, cresceu o atual distrito de Cachoeira do Campo. Seguindo para trs desta igreja temos a Igreja de Nossa Senhora das Dores qu e, apesar de ter sua beleza ofuscada pela Matriz, muito importante por ser a primeira igreja a possuir essa invocao no Brasil. Foi construda em 1761 (data que se encontra no culo) com o objetivo de acolher as celebraes da Semana Santa . Segundo conta a lenda, a torre da Igreja de Nossa Senhora das Dores era utilizada pelos inconfidentes como ponto de espionagem. Eles espionavam o visconde de Barbacena que se encontrava no antigo Palcio de Campo dos Governadores. Em 1939 sofreu uma restau rao, sendo que sua ultima interveno foi em 1990. Apesar das intervenes j sofridas suas pinturas j se encontram deterioradas e atualmente, a igreja se encontra de portas fechadas correndo o risco de perder todas as pinturas originais do forro que est cedendo.

Anlise iconogrficaExterior

A igreja possui um frontispcio simples com um fronto triangular, um culo central e uma cruz localizada na parte superior central. No culo se encontram as datas 1761-1939. Duas torres retangulares com terminao piramidal de quatro faces. Com cunhais que comeam na cimalha e vo at a altura da janela e um ornamento como terminao. Uma das torres apresenta dois sinos datados 1810-1898. Abaixo do fronto encontram-se duas janelas de verga arqueada e envidraadas e na parte inferior central encontra-se a porta de duas folhas almofadadas e de verga arqueada. Sua planta retangular, composta por trs corpos: a nave, capela mor e sacristia.

Capela Mor

SacristiaFigura 1 - Esquema da planta da Igreja

Nave

Fi u

2- Det lhes

Interior

Ao entrar na Igreja e olharmos para o cho nos deparamos com um piso bem rstico feito de lajotas de barro e que possui a caracterstica especial de ser marcado por pequenas patas de cachorros e dedos de criancinhas. Do lado do evangelho encontra -se um plpito, bem simples, com uma escada de acesso, tudo feito em m adeira e uma porta que d acesso sacristia. Do lado da epistola encontra-se um altar de madeira pintada. Na lateral da epistola encontra-se uma escada que d acesso ao coro que cercado por uma balaustrada de madeira e d o coro tem-se acesso as torres. Abaixo do coro encontram-se duas pias de pedra. Na parte central da nave, temos uma balaustrada de madeira que separa os bancos das laterais da nave. A diviso entre a nave e a capela mor feita por um arco cruzeiro. A capela mor possui um altar central onde se encontra a imagem de Nossa Senhora das Dores que tem como caracterstica especial ser de roca . Quanto ao forro da nave, formado por quinze pinturas organizadas em caixotes mais uma pintura localizada abaixo do coro. Esta pintura de um medalho, formado por uma coroa real (localizada na parte superior), a representao de um monte contendo no topo um corao com sete espadas (trs do lado esquerdo e quatro do direito) e uma cruz localizados no centro do medalho e o contorno feito por um desenho que se assemelha a rocalhas rsticas. Este medalho representa o Monte Calvrio onde Jesus foi crucificado, a prpria morte de Jesus e as sete dores de Maria. As quinze pinturas, segundo Alex Bohrer em sua monografia de bacharelado, representam a via-sacra e o artista desconhecido desconsiderou a pintura em perspectiva que j era novidade em Minas Gerais 5 Os caixotes esto dispostos em trs colunas e cinco linhas conforme a ilustrao a seguir.

5

(6)

Painel 1

Painel 9

Painel 8

Painel 2

Painel 10

Painel 7

Painel 3

Painel 11

Painel 6

Painel 4

Painel 12

Painel 5

Painel 13 Painel 14 Torre

Painel 15

Torre

Figura 3 - Esquema do forro da nave

6

Segundo Bohrer, a primeira pintura representa Jesus no jardim de Getsmani onde se encontra entre um apostolo dormindo e um anjo com o clice. Essa passagem representa o evangelho de So Lucas ,22:42-44. Pai se de teu agrado, afasta de mim este clice! No se faa, todavia, a minha vontade, mas sim a tua. Apareceu-lhe ento um anjo do cu para conforta-lo. Ele entrou em agonia e orava ainda mais com instancia, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. 7

6

(6)

7

Lucas 22: 42-44. Biblia Catlica. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://www.bibliacatolica.com.br/01/49/22.php

O segundo representa o beijo de Judas

Simo Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, decepandolhe a orelha direita. (O servo chamavase Malco.) 11. Mas Jesus disse a Pedro: Enfia a tua espada na bainha! No hei de beber eu o clice que o Pai me deu?

1. Jnior, Augusto de Lima. Histria de Nossa Senhora em Minas Gerais (Origens e principais invocaes). Belo Horizonte : Imprensa Oficial, 1956. 2. 1, Iden. 3. Lucas 2:34, 35. Biblia Catlica. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://www.bibliacatolica.com.br/24/49/2.php. 4. Arautos do Evangelho - So Carlos. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://aesaocarlos.blogspot.com/2008/09/fuga-para-o-egito.html. 5. Nossa Senhora das Dores. Movimento do Rosrio permanente. [Online] [Citado em: 30 de Setembro de 2010.] http://rosariopermanente.leiame.net/devocoes/nsradores.html. 6. Bohrer, Alex Fernandes. Imaginrio da Paixo de Cristo - Cultura artistica e religiosa no alto Rio das Velhas nos sculos XVIII e XIX. Textos reunidos de iconografia - vol. I. 2010. 7. Werneck, Gustavo. Campanha para salvar igreja. 15 de Setembro de 2010.