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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE AGRONOMIA Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Areia-PB Abril/2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CURSO DE AGRONOMIA

Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das-frutas

(Diptera: Tephritidae)

JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA

Areia-PB

Abril/2013

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JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA

Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae)

Trabalho de Graduação apresentado a

Universidade Federal da Paraíba, Centro de

Ciências Agrárias, Campus II, Areia-PB, como

parte integrante dos requisitos para obtenção do

Título de Engenheiro Agrônomo.

Orientadores: Prof. Dr. Carlos Henrique de Brito

Prof. Dr. Jacinto de Luna Batista

Areia-PB

Abril/2013

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JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA

Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae)

Trabalho de graduação aprovado em: 05/04/2013

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. Dr. Carlos Henrique de Brito

Orientador- DCB/CCA/UFPB

___________________________________________

M.Sc. Flávia Queiroz de Oliveira

Examinadora – Doutoranda UNESP/Jaboticabal

___________________________________________

M.Sc. Daniele Lavra Vieira

Examinadora – Doutoranda PPGA/UFPB

Areia-PB

Abril/2013

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iv

Dedico esse trabalho aos meus pais, por incondicional doação de amor, carinho, apoio,

confiança e sacrifícios dedicados em função da educação durante toda vida. A toda a minha

família, que esteve presente durante essa etapa.

DEDICO

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v

AGRADECIMENTOS

A DEUS, pela força em todos os momentos de minha vida;

Aos meus Pais, Célia Gonçalves da Silva e José Alves da Silva (In memoriam), que

me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo

amor que me fortalecem todos os dias;

Aos meus irmãos por todo carinho, amizade e apoio: Jocélia, Joéliton e Jocelmo;

A minha namorada Thaís por está comigo em todos os momentos;

À Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pelo apoio institucional e ao CNPQ, pela

concessão da bolsa;

Ao professor Dr. Carlos Henrique de Brito, pela orientação, confiança,

disponibilidade, ensinamentos transmitidos, amizade e pelo exemplo de dedicação;

Ao professor Dr. Jacinto de Luna Batista pela orientação e apoio;

A todos os professores do Curso de Agronomia pela paciência, dedicação e

ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma especial contribuiu para a

conclusão desse trabalho e consequentemente para minha formação profissional;

Aos estagiários, bolsistas, mestres e doutores dos Laboratórios de Entomologia e

Zoologia: Robério, Wennia, Daniele, Geisa, Janaina Paulo, Vinicius, Francisco Caio, Wyara,

Jackeline, Mileny, Luana;

Ao Dr. Elton Lúcio de Araujo, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido,

UFERSA, Mossoró, RN, pela identificação dos insetos, alvos da pesquisa;

Aos amigos de Graduação da turma 2008.2 em especial aos amigos: Hilderlande,

Cristiany, Pâmela, Maria Idaline, José Lucivaldo, José Roberto, Adelaido, Alécio, por sempre

esta ao meu lado;

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Aos meus amigos de longa data que sempre estiveram comigo: Gustavo, Mauricio,

Pedro Felipe, Eduardo, Williby, Euclides, Matheus, Fiama;

A banca examinadora pelas sugestões no trabalho;

Enfim, a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização desse

trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. ix

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... xi

RESUMO ................................................................................................................................. xii

ABSTRACT ............................................................................................................................ xiii

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................. 3

2.1. Importância econômica .................................................................................................... 3

2.2. Moscas-das-frutas ............................................................................................................ 3

2.3. Biologia de Ceratitis capitata e Anastrepha spp. ............................................................ 4

2.4. Plantas hospedeiras .......................................................................................................... 5

2.5. Análise faunística de moscas-das-frutas .......................................................................... 6

2.6. Flutuação populacional de moscas-das-frutas ................................................................. 7

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 9

3.1. Área experimental ............................................................................................................ 9

3.2. Coleta dos frutos e obtenção dos adultos ....................................................................... 10

3.3. Identificação de espécies de moscas-das-frutas e parasitóides ...................................... 11

3.4. Parâmetros avaliados com base nas coletas dos frutos (Análise faunística) .................. 11

3.4.1. Análise faunística .................................................................................................... 11

3.4.2. Frequência ............................................................................................................... 11

3.4.3. Constância (C) ......................................................................................................... 12

3.4.4. Riqueza (S) .............................................................................................................. 12

3.4.5. Número de espécies dominantes ............................................................................. 12

3.5. Flutuação populacional .................................................................................................. 12

3.6. Parâmetros avaliados com base nas coletas dos frutos (Infestação) .............................. 13

3.6.1. Nível de Infestação .................................................................................................. 13

3.6.2. Viabilidade pupal (VP)............................................................................................ 13

3.6.3. Taxa de emergência (E)........................................................................................... 13

3.6.4. Nível de parasitismo (PT) ....................................................................................... 13

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 14

4.1. Levantamento e diversidade de moscas-das-frutas ........................................................ 14

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4.2 Hospedeiros de moscas-das-frutas .................................................................................. 16

4.3. Flutuação populacional de moscas-das-frutas ............................................................... 19

4.4. Análise faunística de moscas-das-frutas ........................................................................ 23

4.5. Níveis de infestação de moscas-das-frutas .................................................................... 28

4.6 Moscas-das-frutas e parasitóides .................................................................................... 33

5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 35

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 36

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Locais de coleta dos frutos e suas respectivas coordenadas geográficas. Areia-

PB................................................................................................................................................9

TABELA 2. Número de tefritídeos coletados em frutos de solo e planta no município de

Areia, no período de março/2011 a outubro/2012....................................................................14

TABELA 3. Número de fêmeas de moscas-das-frutas dos gêneros Anastrepha e Ceratitis,

obtidas de frutos (solo e planta) em pomar doméstico de diferentes propriedades, no

município de Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012.....................................15

TABELA 4. Número de fêmeas de moscas-das-frutas coletadas em diferentes hospedeiros, no

período de março/2011 a outubro/2012, Areia – PB................................................................17

TABELA 5. Umidade relativa e precipitação referentes aos meses de março/2011 a

outubro/2012, do município de Areia-PB.................................................................................22

TABELA 6. Análise faunística geral das espécies de moscas-das-frutas obtidas de frutos

(solo e planta), em pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia – PB,

no período de março/2011 a outubro/2012...............................................................................24

TABELA 7. Dominância, frequência e constância das espécies de moscas-das-frutas obtidas

de frutos (solo e planta), em pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de

Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012...........................................................25

TABELA 8. Índices faunísticos específicos analisados para seis espécies de moscas-das-

frutas obtidas de frutos (solo e planta), em pomar doméstico de diferentes propriedades, no

município de Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012.....................................27

TABELA 9. Peso dos frutos (solo e planta) coletados em diferentes hospedeiros, no período

de março/2011 a outubro/2012.................................................................................................28

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TABELA 10. Índices de infestação de moscas-das-frutas no município de Areia – PB, no

período de março/2011 a outubro/2012....................................................................................32

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Distribuição geográfica dos pomares domésticos utilizados para as coletas de

moscas-das-frutas no município de Areia – PB........................................................................10

FIGURA 2. Flutuação populacional de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, obtidas de

frutos (solo e planta), em pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia

– PB e dados de temperatura, no período de março/2011 a outubro/2012, Areia – PB............21

FIGURA 3. Porcentagem dos tefritídeos e parasitóides obtidos de frutos (solo e planta), em

pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia – PB, no período de

março/2011 a outubro/2012......................................................................................................33

FIGURA 4. Número de tefritídeos e parasitóides obtidos dos frutos de solo e planta em

pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia – PB, no período de

março/2011 a outubro/2012......................................................................................................34

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SILVA, J. G. Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

Tephritidae). 2013. Monografia (Graduação em Agronomia). Universidade Federal a

Paraíba, Centro de Ciências Agrárias.

RESUMO

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas no ranking mundial, com 43 milhões de

toneladas produzidas, ficando atrás apenas da China e da Índia. Porém a atividade de

exportação ainda é baixa, devido principalmente ao baixo nível tecnológico utilizado hoje no

cultivo de fruteiras. As moscas-das-frutas são as pragas de maior expressão econômica na

fruticultura mundial, sua importância está relacionada diretamente aos danos que causam aos

frutos. O trabalho objetivou avaliar qualitativamente e quantitativamente a biodiversidade de

moscas-das-frutas e a ocorrência de parasitoides associados a pomares domesticos. Os frutos

foram coletados em diferentes localidades e transportados em caixas até o Laboratório de

Zoologia de Invertebrados, pertencente ao Departamento de Ciências Biológicas do Centro de

Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – Areia/PB, onde foram

individualizados por tipo de fruto, pesados e mantidos em bandejas plásticas teladas com uma

camada de 2 cm areia esterilizada. As bandejas foram etiquetadas com os dados de campo e

colocadas em casa de vegetação. Os exemplares de moscas-das-frutas foram separados por

sexo e apenas as fêmeas foram identificadas. Um total de oito espécies de moscas-das-frutas

foi registrada nos pomares domésticos do Município de Areia – PB, estando essas espécies

nos gêneros Anastrepha e Ceratitis. O gênero Anastrepha e a espécie Ceratitis capitata foram

encontradas em todas as família coletadas dos diferentes hospedeiros: Anacardiaceae,

Malpighaceae, Myrtaceae, Oxalidaceae e Rutaceae. O nível de parasitismo natural foi

considerado baixo.

Palavras-chave: Levantamento populacional, Anastrepha spp., Ceratitis capitata

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SILVA, J. G. Faunistic analysis and population fluctuation of fruit-flies (Diptera:

Tephritidae). 2013. Monografia (Graduação em Agronomia). Universidade Federal a

Paraíba, Centro de Ciências Agrárias.

ABSTRACT

The Brazil is the third largest producer of fruits in the world rankings, with 43 million tons

produced, ago only China and India. But the export activity is still low, mainly due to the low

level of technology used today in the cultivation of fruit trees. The fruit-flies are pests of

greatest economic significance in the fruitculture world, its importance is directly related to

the damage they cause to fruits. The study aimed to evaluate qualitatively and quantitatively

the biodiversity of fruit-flies and occurrence of parasitoids associated with orchards domestic.

The fruits were collected from different localities and transported in boxes to the Laboratory

of Zoology of Invertebrates from the Department of Biological Sciences/Center Agricultural

Sciences, Federal University of Paraíba - Areia/PB, which were individualized by type of

fruit, weighed and screened maintained in plastic trays with a layer of 2 cm sand sterilized.

The trays were labeled with field data and placed in greenhouse. The fruit-flies were separated

by sex, and only the females were identified. A total of eight species of fruit-flies have been

recorded in genus Anastrepha and Ceratitis. The genus Anastrepha and Ceratitis capitata

species were found in all family collected from different hosts: Anacardiaceae, Malpighaceae,

Myrtaceae, Rutaceae and Oxalidaceae. The level of parasitism was considered low.

Key words: Population survey, Anastrepha ssp., Ceratitis capitata

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas no ranking mundial, com 43 milhões de

toneladas produzidas, ficando atrás apenas da China e da Índia. Cerca de 53% da produção

brasileira é destinada ao mercado de frutas processadas e 47% ao mercado de frutas frescas.

Do total produzido 28,3 milhões de toneladas são destinadas à exportação. O setor emprega

5,6 milhões de pessoas, equivalendo a 27% do total da mão de obra agrícola no Brasil

(REVISTA CIDADANIA E MEIO AMBIENTE, 2009).

Porém a atividade de exportação ainda é baixa, devido principalmente ao baixo nível

tecnológico utilizado hoje no cultivo de fruteiras, o que facilita o ataque de pragas e doenças.

Além disso, os países importadores de frutas frescas possuem normas e regulamentos,

impondo barreiras fitossanitárias, o que dificulta ou até impede a exportação.

As moscas-das-frutas são as pragas de maior expressão econômica na fruticultura

mundial. Sua importância está relacionada diretamente aos danos que causam aos frutos, aos

elevados custos necessários ao seu controle e aos prejuízos, que advêm com as restrições

fitossanitárias impostas nas relações comerciais internacionais de frutos in natura. No mundo,

anualmente são perdidos aproximadamente 1 bilhão de dólares devido aos danos causados por

essas pragas (GODOY; PACHECO; MALAVASI, 2011).

Os danos diretos são decorrentes da oviposição da fêmea no fruto, onde as larvas

passam a se alimentar do seu interior, causando perdas qualitativas e quantitativas. O dano

indireto deve-se ao favorecimento da ação de patógenos a partir da punctura das fêmeas para

oviposição, depreciando ainda mais os frutos. Como consequência está o impedimento à

exportação, já que, os produtos a serem exportados devem ter a Certificação Fitossanitária de

Origem, exigidos nas barreiras fitossanitárias. Essa certificação é emitida para evitar que

pragas existentes no Brasil sejam transportadas para regiões livres e também para auxiliar o

processo de exportação (BRASIL, 2012).

A maioria dos estudos sobre dinâmica populacional de tefritídeos no Brasil é feita em

pomares comerciais, ignorando-se o que é produzido em pequenos espaços urbanos e rurais e

que representam elevada importância para alimentação da população mais pobre das cidades.

Estudos em ambientes como estes, permitem registrar ocorrência de uma diversidade

de moscas-das-frutas e dos fatores bióticos e abióticos que participam na regulação da

populacional.

O plantio de frutíferas em pequenas áreas urbanas tem grande importância na

complementação alimentar da população mais carente das cidades. Essas áreas, para a

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população, são definidas como pequenas áreas verdes ao redor da casa, nos quais encontram-

se frutíferas de diferentes espécies. No entanto, grande parte dessas frutíferas sofre ataques

severos de moscas-das-frutas, tornando-as imprestáveis para o consumo, tanto “in natura”

quanto processado. Como o principal sítio de ataque dessa praga é a própria fruta, é

necessário conhecer aspectos de sua dinâmica populacional e os principais mecanismos

reguladores da flutuação populacional. Estes estudos são fundamentais para subsidiar o

planejamento de estratégia de manejo integrado dessa praga. Assim sendo, a presente

pesquisa será conduzida visando avaliar qualitativamente e quantitativamente a

biodiversidade de moscas-das-frutas e a ocorrência de parasitóides associados a pomares

domésticos no município de Areia-PB.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Importância econômica

As espécies de moscas-das-frutas de importância econômica e quarentenárias no Brasil

encontram-se distribuídas em três gêneros: Ceratitis, onde a C. capitata é popularmente

conhecida como mosca-do-mediterrâneo, Anastrepha Schiner, 1868, Bactrocera e

Rhagoletis (CARVALHO, 2005).

A importância econômica das moscas-da-frutas pode variar segundo a região,

hospedeiro e época do ano. Mesmo em pequenas populações as moscas-das-frutas causam

danos econômicos significativos, o que requer do fruticultor atenção especial. O problema é

ampliado na medida em que o foco de infestação se localiza em áreas próximas aos pomares

comerciais, ocorrendo a migração e infestação de frutos naqueles locais, dificultando o

controle da praga e inviabilizando a comercialização de frutas frescas (CARVALHO et al.,

2006).

Os danos e perdas provocados por tefritídeos podem ser resumidos em: (1) As perdas

diretas podem ser observadas pela diminuição da produção (frutos infestados caem

precocemente ao chão), aumento no custo de produção (pelo emprego de medidas de controle

como a aplicação de inseticidas, o ensacamento dos frutos), menor valor da produção (as

frutas de baixa qualidade tem menor valor comercial), menor tempo de prateleira (as frutas

infestadas com moscas-das-frutas apodrecem mais rapidamente). (2) As perdas indiretas estão

associadas a questões de mercado (OLIVEIRA et al., 2002).

2.2. Moscas-das-frutas

Tephritidae é uma das famílias de dípteros que compõe a superfamília Tephritoidea.

Algumas moscas desta família, na fase larval, alimentam-se de frutos de diversas espécies

botânicas (ZUCCHI, 2000a; GONÇALVES et al., 2006; GARCIA; NORRBOM, 2011;

RONCHI-TELES et al., 2011). Mesmo sendo conhecidas como “moscas-das-frutas”, algumas

espécies desta família podem alimentar-se na fase larval de botões florais, flores, brotos,

folhas, sementes e raízes (KHAGHANINIA et al., 2011; SABEDOT-BORDIN et al., 2011).

As espécies de moscas-das-frutas mais importantes economicamente para o mercado

de frutos pertencem a quatro gêneros: Anastrepha, Bactrocera, Ceratitis e Rhagoletis

(ZUCCHI, 2000b). Na região de transição Cerrado-Pantanal tem sido registrada Ceratitis

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capitata e cerca de 30 espécies de Anastrepha (UCHÔA et al., 2002, 2003; RODRIGUES et

al., 2006; CANESIN e UCHÔA, 2007; UCHÔA e NICÁCIO, 2010).

Até o ano de 2000, segundo Zucchi (2000b), tinham sido registradas 90 espécies de

Anastrepha para o Brasil, no entanto, apenas A. grandis (Macquart), A. fraterculus (Wied.), A.

obliqua (Macquart), A. sororcula Zucchi, A. striata Schiner, A. pseudoparallela (Loew) e A.

zenildae Zucchi possuíam importância agrícola. As três primeiras espécies de tefritídeos estão

entre as sete espécies que possuem importância econômica para a fruticultura mundial

(ALUJA, 1994). Já Rhagoletis é representada por quatro espécies (R. adusta, R. blanchardi,

R. ferruginea e R. macquarti) sem expressão econômica para a fruticultura brasileira. Os

gêneros Bactrocera e Ceratitis são representados por uma única espécie cada; B. carambolae

que foi introduzida no continente americano e que teve seu registro no Oiapoque (AP) e C.

capitata, uma espécie exótica que está presente em praticamente todas as áreas quente do

mundo (ZUCCHI, 2000b).

A identificação das espécies de Bactrocera e Ceratitis para o Brasil é feita

praticamente apenas pelo reconhecimento do gênero, já que apenas uma espécie de cada

gênero apresenta importância agrícola no país. Já Anastrepha, por possuir diversas espécies

sinônimas é necessário realizar a identificação pelas suas características taxonômicas.

Normalmente as fêmeas são utilizadas para a identificação da espécie, pois o principal caráter

taxonômico deste gênero é o acúleo, parte final do ovipositor (ZUCCHI, 2000b).

Estes insetos estão presentes tanto em cultivo convencional como no protegido

(CHAVARRIA et al., 2009) e em alguns locais esta praga pode ocasionar perda total das

frutas, inviabilizando a prática da fruticultura (CARVALHO, 2005).

2.3. Biologia de Ceratitis capitata e Anastrepha spp.

O adulto de C. capitata é uma mosca que mede de 4-5 mm de comprimento por 10 a

12 mm de envergadura, corpo amarelado, parte superior escura com desenhos brancos, olhos

castanhos-violáceos e as asas são de transparência rosada com listras amarelas e sombreadas.

O ciclo inicia-se com o acasalamento, depois as fêmeas se alimentam de substâncias

protéicas e carboidratos até alcançarem a maturidade dos ovos (11 dias), após isso procuram o

fruto hospedeiro e o melhor local para oviposição. Em seguida, ovipositam de 1 a 10 ovos no

mesmo orifício. Os ovos são alongados, possuem 1 mm de comprimento, cor branca em

forma de banana. O período de incubação é de 2 a 6 dias, eclodindo a larva, esta faz galerias

em direção ao centro do fruto. Possui aproximadamente 8 mm de comprimento quando

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totalmente desenvolvida, é de coloração branco-amarelada, afilada na parte anterior, truncada

e arredondada na parte posterior.

O período larval varia de 9 a 13 dias. Após este período abandona o fruto e empupa no

solo a uma profundidade de 1 a 10 cm. A pupa possui o formato de um barril, mede cerca de 5

mm e possui a coloração marrom-escura. O período pupal dura em torno de 10 - 12 dias, no

verão, e até 20 dias no inverno. Acabando o período pupal emerge o adulto. A fêmea inicia a

postura após 12 dias do acasalamento. O ciclo evolutivo completo dura aproximadamente 31

dias. As fêmeas podem viver até 10 meses, ovipositando até 800 ovos durante este período.

Os machos são diferenciados das fêmeas por possuírem dois apêndices filiformes terminados

em forma de espátula na fronte e entre os olhos (GALLO et al., 2002).

Os ovos de Anastrepha spp., no geral, possuem forma elíptica e a coloração é uma

variação da cor branca-creme. As larvas possuem a coloração semelhante aos ovos, são

ápodas e com a cabeça retrátil. Os adultos possuem uma grande variação fenotípica

(SALLES, 2000). O ciclo é semelhante ao de C. capitata, porém o período das fases pode

variar bastante devido ao grande número de espécies. São poucos os estudos que

disponibilizam dados sobre a biologia das diferentes espécies. Um exemplo da diferença que

pode ocorrer entre as espécies é o período de sobrevivência, como verificado por Joachim-

Bravo et al. (2003), cujas fêmeas de A. zenildae viveram até 265 dias, A. sororcula viveram

até 240 dias e A. fraterculus viveram no máximo 190 dias, nas mesmas condições.

2.4. Plantas hospedeiras

A identificação dos hospedeiros primários é fundamental para o monitoramento e a

implementação do manejo integrado de moscas-das-frutas. Por exemplo, C. capitata tem

como hospedeiros primários, frutos de espécies frutíferas introduzidas ou exóticas. Já as

espécies nativas pertencentes ao complexo Anastrepha, possuem como hospedeiros primários

espécies de fruteiras silvestres (CARVALHO, 2005).

Carvalho (2005) cita ainda que as moscas-das-frutas ainda possuem hospedeiro

secundário, que é a fruta que serve como hospedeiro alternativo na eventualidade da ausência

do hospedeiro primário. Um exemplo típico de hospedeiro secundário de moscas-das-frutas

são as frutas cítricas. Os danos observados nas plantas cítricas são ocasionados normalmente

por populações de moscas-das-frutas que tiveram origem em hospedeiros primários.

Rotineiramente é necessário se determinar que espécie ocorra em um dado país e em

quais hospedeiros, para assim poder realizar um controle efetivo (ZUCCHI, 2000b).

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6

Ha registros de plantas hospedeiras para apenas 39% das espécies de Anastrepha.

Além disso, aproximadamente 70% dos registros de hospedeiros correspondem as sete

espécies importantes economicamente (NORRBOM, 1985).

Registros posteriores ao ano de 2000 indicam que foram descobertos 45 novos

registros de hospedeiros para Anastrepha no Brasil, dos quais destacam as primeiras

associações com espécies de igual número de famílias de plantas: A. atrigona Hendel, 1914 e

A. fumipennis Lima, 1934 em Apocynaceae; A. fraterculus e A. turpiniae Stone, 1942 em

Caricaceae; A. coronilli Carrejo; Gonzalez, 1993 em Dileniaceae e Memecylaceae; e A.

nascimentoi Zucchi, 1979 em Olacaceae (URAMOTO; ZUCCHI, 2007).

Zucchi (2007) relata que as larvas de Anastrepha, no Brasil se desenvolvem em

espécies de hospedeiros de 35 famílias de plantas, sendo que a maior diversidade dessas

espécies ocorre nos hospedeiros das famílias Myrtaceae, Sapotaceae, Anacardiaceae e

Passifloraceae. Entretanto, em 20 espécies de Anastrepha, se conhece apenas um hospedeiro

para cada uma delas.

Anastrepha fraterculus é a espécie que apresenta uma polifagia muito ampla, já que

está associada com 76 espécies de hospedeiros em 20 famílias botânicas (ZUCCHI, 2007).

2.5. Análise faunística de moscas-das-frutas

Estudos de comunidades de insetos têm sido observados mais frequentemente nos

últimos anos, dentre eles, os estudos de análise faunística, que são considerados um dos

principais métodos para caracterizar e delimitar comunidades (SILVEIRA NETO et al., 1976;

SOUTHWOOD, 1995; PINTO-COELHO, 2000).

Segundo Uramoto (2004), o número total de indivíduos amostrados em uma

determinada área e a análise quantitativa da diversidade têm sido bastante empregados em

estudos faunísticos. A mesma autora afirma que no Brasil existem poucos estudos sobre

análise faunística, entretanto todos apresentam resultados semelhantes aos trabalhos

realizados em outros países.

Campus (1995) constatou, em trabalho realizado em Mazomba, distrito de Itaguaí

(RJ), que as espécies A. fraterculus, A. obliqua, A. sororcula e C. capitata foram frequentes,

constantes e dominantes. Entretanto, A. fraterculus foi muito abundante e as demais espécies

capturadas foram comuns em relação ao índice de abundância.

Em estudo feito em três locais do norte do Espírito Santo, Martins et al. (1996)

calcularam os índices de diversidade, frequência e dominância das espécies de moscas-das-

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7

frutas coletadas em armadilhas, e verificaram diferenças entre os pomares estudados, porém

A. fraterculus e C. capitata mostraram-se como as espécies principais.

Em trabalhos conduzidos em Porto Alegre, RS, em pomares de três cultivares de

pêssegos (Prunus persica), Garcia e Corseuil (1998) concluíram, com base em análise

faunística, que A. fraterculus é muito abundante no período de frutificação das três cultivares,

enquanto C. capitata só foi abundante na época de maturação da cultivar Marli. A. grandis foi

rara em todo o período de coleta. A. fraterculus foi constante e frequente, C. capitata e A.

grandis caracterizaram-se como acessória e acidental, respectivamente.

Bomfim et al. (2007) estudando a biodiversidade de moscas-das-frutas em matas

nativas e pomares domésticos de dois municípios do Estado do Tocantins, encontraram na

determinação dos índices faunísticos, das 19 espécies coletadas, A. obliqua e A. distincta

como constantes e dominantes.

Estudos de análise faunística de moscas-das-frutas, conduzidos em diferentes estados

brasileiros, mostraram que apenas uma ou duas espécies são predominantes, particularmente

em pomares comerciais homogêneos onde normalmente constituem as pragas-chave, embora

uma diversidade alta de espécies de moscas-das-frutas possa ser encontrada nesses pomares

em função dos agroecossistemas adjacentes ou vegetação nativa do entorno (NASCIMENTO

et al. 1983, KOVALESKI, 1997; CANAL et al. 1998a, GARCIA et al. 2003a, FERRARA et

al. 2005, URAMOTO et al. 2005).

2.6. Flutuação populacional de moscas-das-frutas

Flutuação populacional é o estudo da variação populacional de um organismo ao longo

de um período mínimo de um ano, permitindo estabelecer a época de maior ocorrência desses

organismos e seus picos populacionais (SILVEIRA NETO, 1990).

O monitoramento populacional permite o acompanhamento da flutuação da praga em

certa área, ou a detecção de espécies exóticas ou quarentenárias. Assim, o monitoramento

permite caracterizar a população dos tefritídeos do ponto de vista qualitativo e quantitativo

(MALAVASI et al., 2000).

A flutuação populacional de adultos de mosca-das-frutas não obedece a um padrão. Há

enormes variações de toda ordem, quer seja entre anos, regiões ou locais. Acredita-se que dois

fatores sejam básicos para tais variações: presença do hospedeiro alternativo multiplicador e

clima, principalmente relativo a temperatura e chuvas durante a primavera (SALLES, 1995).

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8

Os picos populacionais das moscas-das-frutas ocorrem logo após o período de maior

disponibilidade de frutos hospedeiros, sendo esse parâmetro o mais importante na

determinação da flutuação (VELOSO, 1997).

Levantamentos das espécies de moscas-das-frutas, suas plantas hospedeiras e seus

parasitóides enquadram-se entre os estudos fundamentais para uma melhor compreensão

desse grupo de insetos. A tendência é que esses estudos tornem-se mais importantes devido ao

Mercosul, pois rotineiramente é preciso saber se determinada espécie ocorre neste ou naquele

país e em quais hospedeiros. Do ponto de vista agrícola apenas C. capitata e sete das espécies

de Anastrepha são moscas-das-frutas economicamente importantes no Brasil (ZUCCHI,

2000).

Um dos primeiros trabalhos sobre sucessão hospedeira e dinâmica populacional de

moscas-das-frutas no Brasil foi realizado por Puzzi e Orlando (1965). Estes autores

consideraram a frequência de hospedeiros como o principal componente responsável pelas

mudanças na flutuação populacional de moscas-de-frutas, sendo que a interrupção desta

sucessão constituiu-se no único fator natural capaz de interferir na sua densidade, além da

presença de frutíferas da mesma espécie florescendo em diferentes épocas.

Malavasi e Morgante (1981) determinaram a flutuação populacional de adultos,

através de armadilhas tipo McPhail modificada, e de larvas de A. fraterculus, relacionando

com a disponibilidade de frutos hospedeiros, no período de 1975 a 1977, em Itaquera-SP.

Segundo esses autores, o pico de população de adultos sobre cada hospedeiro ocorreu cinco

semanas após o pico populacional de larvas.

Jiron e Hedstrom (1991) observaram que as moscas-das-frutas apresentaram uma

tendência de sincronização com determinada família de planta hospedeira, e que sua

população acusou um crescimento durante a estação de frutificação principal.

Soto-Manitiu e Jirón (1989) estudaram a dinâmica populacional de moscas-das frutas

associadas a manga na Costa Rica, observando que a maioria dos adultos capturados em

armadilhas eram de A. serpentina seguida por A. obliqua, A. striata e A. balloui, e que os

meses de maior ocorrência populacional coincidiam com o período de frutificação de seus

hospedeiros. Todas as espécies de tefritídeos coletados em frutos infestados eram A. obliqua,

ocorreu em maior abundância no início da estação chuvosa.

Canal Daza (1997) estudou a flutuação populacional de moscas-das-frutas em seis

localidades do estado de Minas Gerais e concluiu que a presença de tefritídeos é influenciada

principalmente pela presença de frutos hospedeiros.

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9

As flutuações populacionais de tefritídeos em Limeira, Jundiaí e Piracicaba, SP, foram

maiores nos meses de outubro a dezembro e que os picos populacionais coincidiram com a

época em que os frutos estavam desenvolvidos e maduros (Arrigoni, 1984).

No Brasil, Zahler (1991) estudando a flutuação populacional de moscas-dasfrutas em

dois pomares de manga, através de armadilhas (tipo Melpan), observou que A. obliqua foi a

mais freqüente em um dos pomares, sendo que no outro, esta espécie predominou juntamente

com A. sororcula. A maior densidade populacional ocorreu no período de maturação dos

frutos. Este autor ainda ressaltou que devido ao maior espaçamento entre as plantas, os fatores

ambientais não tiveram nenhuma influência na variação da população.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Área experimental

A área de estudo situa-se na Mesorregião do Agreste Paraibano e Microrregião do

Brejo Paraibano no Município de Areia – PB (Tabela 1) (Figura 1).

O levantamento populacional de moscas-das-frutas foi realizado de março/2011 a

outubro/2012, em propriedades com pomares livres de qualquer uso de agrotóxicos, uma vez

que o produtor adotou o cultivo orgânico. A finalidade das frutas nestas propriedades é para

consumo doméstico e comercial.

Tabela 1. Locais de coleta dos frutos e suas respectivas coordenadas geográficas. Areia-PB.

Localidade Coordenadas Geográficas

USINA S 06º 57’01.1” W 035º 40’01.0”

ENGENHO BUJARI S 06º 57’39.5” W 035º 44’08.8”

ASSENTAMENTO MANOEL JOAQUIM S 07º 00’10.4” W 035º 44’56.4”

ENGENHO TRIUNFO S 06º 59’22.5” W 035º 44’02.2”

SÍTIO DONA LIA S 06º 58’16.9” W 035º 42’42.8”

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Figura 1. Distribuição geográfica dos pomares domésticos utilizados para as coletas de

moscas-das-frutas no município de Areia – PB.

3.2. Coleta dos frutos e obtenção dos adultos

A aquisição dos frutos foi por meio de coletas quinzenais em pomares nas localidades

descritas na tabela 1 coletando-se preferencialmente frutos maduros ou em início de

maturação, diferenciando frutos do solo e da planta. O número de frutos coletados variou de

acordo com o período de frutificação. Após a coleta foram transportados em caixas até o

Laboratório de Zoologia de Invertebrados, pertencente ao Departamento de Ciências

Biológicas do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – Areia/PB,

onde foram contados, individualizados por tipo de fruto, pesados e mantidos em bandejas

plásticas teladas com uma camada de 2 cm areia esterilizada. As bandejas foram etiquetadas

com os dados de campo e colocadas em casa de vegetação. Decorrido um período de 10-13

dias, os frutos já em estágio de decomposição, foram examinados a fim de localizar larvas de

3º instar. E os frutos posteriormente foram descartados. Os recipientes foram examinados

periodicamente e os pupários coletados e armazenados em placas de petri com areia, sendo

cobertos por “voil” e mantidos no laboratório até a emergência das moscas e/ou parasitóides.

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3.3. Identificação de espécies de moscas-das-frutas e parasitóides

Os exemplares de moscas-das-frutas foram separados por sexo e apenas as fêmeas

foram identificadas, através dos acúleos presentes no ovipositor, uma vez que os machos não

apresentam os caracteres diagnósticos para a identificação específica (URAMOTO, 2002).

Para tal utilizou se chaves de identificação (ZUCCHI, 2000).

O acúleo das fêmeas foi extrovertido, destacado da membrana eversível e montado em

glicerina entre lâmina e lamínula e examinados sob lupa e microscópio óptico. O exame do

acúleo foi realizado ao microscópio óptico sob aumento de 20X ou 40X. A confirmação da

identificação das espécies do gênero Anastrepha foi realizada pelo Dr. Elton Lucio de Araujo,

do Laboratório de Moscas-das-frutas, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, UFERSA,

Mossoró, RN.

Os espécimes foram depositados na coleção de insetos do Setor de Fitossanidade da

UFERSA, Mossoró – RN, e na coleção de insetos do Laboratório de Invertebrados, do Setor

de Biologia Animal da Universidade Federal da Paraíba, Areia – PB.

3.4. Parâmetros avaliados com base nas coletas dos frutos (Análise faunística)

3.4.1. Análise faunística

Os dados obtidos através das coletas quizenais, referentes aos adultos de Anastrepha

spp., e Ceratitis capitata foram utilizados nos estudos da análise faunística visando

caracterizar e procurando delimitar cada uma das comunidades. A análise faunística das

espécies de moscas-das-frutas foi elaborada com base em Silveira Neto et al., (1976) e

Uramoto et al., (2005).

3.4.2. Frequência

A frequência indica a proporção de indivíduos de uma espécie em relação ao total de

indivíduos da amostra. Foi calculada de acordo com a fórmula:

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Onde: ni: número de indivíduos da espécie i e N: total de indivíduos da amostra.

3.4.3. Constância (C)

Porcentagem de amostras em que uma determinada espécie esteve presente sendo

calculada de acordo com a fórmula:

Onde: p: número de amostras com a espécie e N: número total de amostras tomadas.

Classificação das espécies quanto à constância:

- Espécie constante (w): presente em mais de 50% das amostras

- Espécie acessória (y): presente em 25-50% das amostras

- Espécie acidental (z): presente em menos de 25% das amostras

3.4.4. Riqueza (S)

Registrou-se o número total de espécies observadas na comunidade.

3.4.5. Número de espécies dominantes

Uma espécie é tida como dominante quando apresenta frequência superior a 1/S, onde

S é o número total de espécies na comunidade.

3.5. Flutuação populacional

Os levantamentos de espécies de Anastrepha para estudo das flutuações populacionais

foram realizados por meio das espécies presentes nos frutos coletados no solo e na planta.

A flutuação populacional foi baseada no número total de adultos fêmeas de

Anastrepha por mês, sendo analisada em relação às variáveis climáticas: temperatura,

umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica. Os dados climáticos foram obtidos da

Estação Experimental da UFPB, Areia – PB.

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3.6. Parâmetros avaliados com base nas coletas dos frutos (Infestação)

3.6.1. Nível de Infestação

O nível de infestação foi calculado através do número médio de pupários por quilo de

fruto (ARAUJO & ZUCCHI, 2003).

NI = Número de pupários

Kg de fruto

3.6.2. Viabilidade pupal (VP)

O índice de viabilidade pupal expresso em porcentagem, foi calculado através da

fórmula de Castro Portilla (2002).

VP% = (Número de parasitóides emergidos + Número de moscas) x 100

Número de pupários

3.6.3. Taxa de emergência (E)

Calculou-se de acordo com Castro Portilla (2002).

E% = Número de moscas emergidas x 100

Número de pupários

3.6.4. Nível de parasitismo (PT)

O nível de parasitismo, expresso em porcentagem, foi calculado de acordo com Castro

Portilla (2002).

PT% = Número de parasitóides emergidos x 100

Número de moscas emergidas + Número de parasitóides

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Levantamento e diversidade de moscas-das-frutas

No período de amostragem, foram capturados um total de 1.953 espécimes de moscas-

das-frutas coletados do solo e da planta sendo, 987 machos e 774 fêmeas pertencentes ao

gênero Anastrepha e 90 machos e 102 fêmeas pertencentes ao gênero Ceratitis (Tabela 2).

Tabela 2. Número de tefritídeos coletados em frutos de solo e planta no município de Areia,

no período de março/2011 a outubro/2012.

Gêneros Indivíduos

Machos Fêmeas Total

Anastrepha 987 774 1.761

Ceratitis 90 102 192

A maioria das espécies de moscas-das-frutas no Brasil pertence ao gênero Anastrepha.

Norrbom (1985) relacionou preliminarmente 193 espécies no mundo, das quais 78 ocorriam

no Brasil. Hoje, já são descritas 212 espécies válidas, baseando-se na morfologia dos adultos

(ZUCCHI, 2007). Dentre estas, 99 espécies são assinaladas no Brasil, ocorrendo em todos os

Estados brasileiros, com exceção de Sergipe (ZUCCHI, 2007). Trinta e três espécies são

exclusivamente brasileiras (ZUCCHI, 2007).

Malavasi et al. (1980) assinalam que as espécies de Anastrepha desenvolvem-se

preferencialmente em frutos nativos, funcionando como repositório natural, tanto pelo alto

índice de infestação como pela ampla distribuição geográfica. E a Ceratitis por espécies

introduzidas, embora evidenciassem existir adaptação de Ceratitis para nativas e de

Anastrepha spp. para as introduzidas. Segundo os autores, a Ceratitis tem-se estabelecido

neste país e é reconhecida como uma das principais pragas da fruticultura.

Bragança et al. (1998) mencionaram que ambientes naturais apresentam maior

estabilidade e heterogeneidade na vegetação, expressando elevada riqueza de espécies e maior

equitabilidade na distribuição dos indivíduos das diferentes espécies.

A ocorrência de fêmeas de moscas-das-frutas dos gêneros Anastrepha e Ceratitis

(Tabela 3), foi bastante equilibrada em relação às localidades de obtenção dos frutos, onde,

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15

verificou-se que a maior incidência de moscas do gênero Anastrepha foi observada nas

propriedades Sitio Dona Lia, Engenho Triunfo e Engenho Bujari apresentando

respectivamente 263, 236 e 161 fêmeas. No entanto foi nas propriedades Engenho Triunfo,

Engenho Bujari e Sitio Dona Lia que obtiveram as maiores incidências do gênero Ceratitis

30, 25, 18 respectivamente (Tabela 3).

O gênero Anastrepha foi predominante em relação aos demais nas capturas, sendo a

espécie A. obliqua com maior número de indivíduos coletados 354, das sete espécies

coletadas (Tabela 3).

Tabela 3. Número de fêmeas de moscas-das-frutas dos gêneros Anastrepha e Ceratitis,

obtidas de frutos (solo e planta) em pomar doméstico de diferentes propriedades,

no município de Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012.

Espécie

Localidades

Assentamento

Manoel Joaquin

Sítio Dona

Lia

Engenho

Triunfo Usina

Engenho

Bujari

A. obliqua 37 118 92 32 75

A. fraterculus 13 87 94 23 50

A. sororcula 1 29 47 5 32

A. zenildae -- 3 2 2 2

A. antunesi -- 26 1 1 --

A. bahiensis -- -- -- -- 1

A. distincta -- -- -- -- 1

C. capitata 15 18 30 14 25

Total 66 281 266 77 186

Das 7 espécies de moscas-das-frutas importantes do ponto de vista econômico, devido

aos prejuízos que causam nas plantas frutíferas, quatro espécies foram capturadas: A. obliqua,

A. fraterculus, A. sororcula e C. capitata.

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4.2 Hospedeiros de moscas-das-frutas

As espécies botânicas identificadas como hospedeiras de moscas-das-frutas foram

pertencentes às famílias: Myrtaceae, Anacardiaceae, Rutaceae, Malpighacea e Oxalidaceae. A

espécies A. obliqua (354), A. fraterculus (267) e C. capitata (102) mostrou-se presente em

todas as famílias das espécies botânicas estudadas. A. sororcula (114) foram encontradas nas

famílias de hospedeiros Myrtaceae, Anacardiaceae, Rutaceae e A. antunesi (28), foi

encontrada nas espécies botânicas Anacardiaceae e Malpighaceae. A. zenildae (9), A. distincta

(1), e A. bahiensis (1), foram encontradas em menor número nas Myrtaceae e Anacardiaceae

(Tabela 4).

Buscando determinar a composição do gênero Anastrepha e verificar a associação das

espécies de plantas hospedeiras, Uramoto et al. (2004) verificaram que A. fraterculus infestou

maior diversidade de frutos e que os hospedeiros preferidos de A. obliqua foram as espécies

da família Anacardiaceae. Esses autores registraram pela primeira vez A. fraterculus em

sapoti (Achras sapota L.) no Brasil.

Uramoto (2002), em estudos conduzidos em Piracicaba/SP, também evidenciou a

preferência de A. fraterculus em Rutaceae (laranja e tangerina) e em conformidade Kovaleski

(2007) concluiu que esta espécie, em estudos conduzidos em Vacaria/RS, foi predominante e

representou mais de 80% do total dos insetos capturados.

A espécie A. obliqua tem registro como hospedeiro em 16 espécies da família

Myrtaceae, além de espécies pertencentes a outras quatro famílias.

Segundo Zucchi (2000b), no Brasil, tem registro de A. fraterculus como hospedeiro de

espécies de plantas pertencentes a 17 famílias, porém, as espécies mais comum pertencem à

família Myrtaceae.

A espécie C. capitata foi também bastante frequente. Este elevado percentual de C.

capitata não causa admiração, pois esta espécie é extremamente polífaga e cosmopolita

(MALAVASI et al., 2000).

Espécies de Anastrepha utilizam as frutas tropicais como hospedeiros primários. A.

fraterculus e A. sororcula tem nas frutas da família Myrtaceae os seus hospedeiros

preferenciais, enquanto A. obliqua utiliza preferencialmente as da família Anacardiaceae

(MORGANTE, 1991).

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Tabela 4. Número de fêmeas de moscas-das-frutas coletadas em diferentes hospedeiros, no período de março/2011 a outubro/2012, Areia – PB.

Espécies Família Nome Científico Nome comum Número de fêmeas Procedência

A. obliqua

Anacardiaceae

Spondias purpurea Seriguela 153 E

Spondias mombim Cajá 80 N

Spondias sp. Umbu-Cajá 7 E

Mangífera indica Manga 19 E

Malpighaceae Malpighia emarginata Acerola 1 E

Myrtaceae Psidium guajava Goiaba 64 E

Eugenia uniflora Pitanga 2 N

Oxalidaceae Averrhoa carambola Carambola 1 E

Rutaceae Citrus reticulata Tangerina 27 E

Total ------ ------ ------ 354 ------

A. fraterculus

Myrtaceae Psidium guajava Goiaba 223 E

Psidium sp. Goiaba branca 1 E

Anacardiaceae

Spondias purpurea Seriguela 14 E

Spondias mombim Cajá 3 N

Spondias sp. Umbu-cajá 1 E

Mangifera indica Manga 12 E

Malpighaceae Malpighia emarginata Acerola 2 E

Oxalidaceae Averrhoa carambola Carambola 2 E

Rutaceae Citrus reticulata Tangerina 9 E

Total ------ ------ ------ 267 ------

A. sororcula

Myrtaceae Psidium guajava Goiaba 108 E

Anacardiaceae Spondias purpurea Seriguela 3 E

Mangifera indica Manga 2 E

Rutaceae Citrus reticulata Tangerina 1 E

Total ------ ------ ------ 114 ------

A. zenildae Myrtaceae Psidium guajava Goiaba 9 E

Total ------ ------ ------ 9 ------

A. antunesi Anacardiaceae Spondias sp. Umbu-Cajá 6 E

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E (Exótico), N (Nativa)

Spondias mombim Cajá 20 N

Mangifera indica Manga 1 E

Malpighaceae Malpighia emarginata Acerola 1 E

Total ------ ------ ------ 28 ------

A. bahiensis Myrtaceae Psidium guajava Goiaba 1 E

Total ------ ------ ------ 1 ------ A. distincta Anacardiaceae Spondias purpurea Seriguela 1 E

Total ------ ------ ------ 1 ------

C. capitata

Anacardiaceae

Spondias purpurea Seriguela 20 E

Spondias mombim Cajá 1 N

Spondias sp. Umbu-Cajá 4 E

Mangífera indica Manga 7 E

Malpighaceae Malpighia emarginata Acerola 1 E

Myrtaceae Psidium guajava Goiaba 58 E

Eugenia uniflora Pitanga 1 N

Oxalidaceae Averrhoa carambola Carambola 3 E

Rutaceae Citrus reticulata Tangerina 7 E

Total ------ ------ ------ 102 ------

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19

4.3. Flutuação populacional de moscas-das-frutas

A flutuação populacional de Anastrepha sp., durante todo período de coleta está

representado na Figura 2. Os maiores picos populacionais da mosca-das-frutas do gênero

Anastrepha foi observado nos meses de março a maio/11, sendo a espécie A. obliqua a que

apresentou maiores índices populacionais no período de março a abril/11, havendo um

declínio no mês de maio. As espécies A. fraterculus e A. sororcula apresentaram o maior pico

populacional no mês de abril/11 constatando-se um declínio gradativo nos meses

subsequentes. A espécie A. antunsesi foi encontrada apenas nos meses de abril/11 e maio/12.

A espécie A. zenildae esteve presente nos meses de março/11 e junho/11. Constatou-se que

dentre as sete espécies identificadas, A disticta e A. bahiensis, foram as que apresentaram os

menores índices populacionais, sendo encontrada apenas nos meses de maio e junho/12

respectivamente. As espécies A. obliqua e A. fraterculus foram às únicas que estiveram

presentes em quase todos os meses de coleta, exceto no mês de junho/11 (A. obliqua) e

agosto/11 (A. fraterculus). O mês de setembro/11 foi o único mês que não foi encontrada

nenhuma espécie de Anastrepha sp., isso pode ser devido a pouca disponibilidade de

frutos.

A flutuação populacional de adultos de moscas-das-frutas não obedece a um padrão e

isso se deve as variações de toda ordem: épocas (anos, meses), regiões ou locais. Basicamente

dois fatores são responsáveis por tais variações: plantas hospedeiras multiplicadoras e clima,

(SALLES, 1995a).

Na identificação dos espécimes de moscas do gênero Anastrepha foi constatado que a

maioria dos tefritídios capturados nos locais pertencem as espécies A. obliqua e A.

fraterculus, o que está coerente com as informações de Hickel (1993) e Salles (1995a), que

citam estas espécies, como sendo as mosca-das-frutas mais abundante no Brasil.

A maior incidência de A. fraterculus em relação as outras espécies também foi

verificado por Garcia et al. (2003a), Chiaradia et al. (2004), Garcia; Lara (2006) e Mendes et

al. (2007).

Cruz et al. (1980) verificaram, em Itaguaí (RJ), que as espécies de maiores frequências

em fevereiro, nos pomares de laranja Natal, foram a A. fraterculus, A. obliqua e A. sororcula.

Em julho coletaram-se ainda as espécies A. distincta e A. pseudoparallela. Neste mesmo

município, Menezes e Ogawa (1987) observaram maiores infestações de A. fraterculus, em

goiaba comercial.

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20

De acordo com Nascimento e Carvalho (2000), em pomares comerciais, onde

predomina um único hospedeiro, a maior densidade populacional coincide com a época de

maior disponibilidade de frutos maduros.

Ronchi-Teles e Silva (2000; 2005) em levantamento feito no Amazonas, capturaram

13 espécies: A. striata, A. obliqua, A. leptozona, A. serpentina, A. distincta, A. bahiensis, A.

antunesi, A. coronilli, A. furcata, A. atrigona, A. flavipennis, A. zernyi e Anastrepha sp., e

concluiram que o fator mais importante na determinação da população de moscas-das-frutas é

a disponibilidade de frutos hospedeiros.

Segundo Uramoto (2002), a disponibilidade de frutos hospedeiros é mais importante

na determinação do tamanho das populações das espécies mais abundantes de Anastrepha do

que as variáveis meteorológicas.

Garcia e Lara (2006), em estudo realizado em Dionísio Cerqueira, município da região

oeste do Estado de Santa Catarina, verificaram o pico populacional de A. fraterculus nos

meses de março e abril, associando à época de maturação do cultivar Rubi.

Souza et al. (2008b) concluíram em estudos realizados em Fortaleza (CE), que o

crescimento populacional das moscas-das-frutas se dava à medida que havia elevada

quantidade de frutos no pomar e que o índice de infestação das diferentes frutas por

Anastrepha variaram de acordo com a época.

Page 34: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

21

Figura 2. Flutuação populacional de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, obtidas de frutos (solo e planta), em pomar doméstico de

diferentes propriedades, no município de Areia – PB e dados de temperatura, no período de março/2011 a outubro/2012, Areia – PB.

18

19

20

21

22

23

24

25

0

20

40

60

80

100

120

140

A. obliqua A. fraterculus A. sororcula A. antunesi

A. zenildae A. bahiensis A. distincta

Nu

mer

o d

e f

êmea

s

Tem

per

atu

ra

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22

Os dados de umidade relatados variaram de 78,0% a 89,8% de março/2011 a

março/2012, e abril/2012 a outubro/2012 a umidade variou de 76,0% a 89,0%. Assim como a

precipitação que variou de 13,8 mm a 462,1 mm de março/2011 a março/2012, e abril/2012 a

outubro/2012 a precipitação variou de 6,7 mm a 302,2 mm. (Tabela 5). No entanto, estas

variáveis mesmo com tamanhas amplitudes, não influenciaram na população dos insetos.

Tabela 5. Umidade relativa e precipitação referentes aos meses de março/2011 a

outubro/2012, do município de Areia-PB.

Fonte: Estação meteorológica da UFPB

Meses Ano Umidade (%) Precipitação (mm)

Março 2011 79,5 82,6

Abril 2011 86,5 280,2

Maio 2011 89,5 462,1

Junho 2011 87,6 181,4

Julho 2011 89,8 363,0

Agosto 2011 84,9 156,9

Setembro 2011 84,5 19,9

Outubro 2011 83,0 13,8

Novembro 2011 81,0 48,3

Dezembro 2011 78,0 29,9

Janeiro 2012 87,0 183,3

Fevereiro 2012 86,0 154,8

Março 2012 84,0 34,5

Abril 2012 84,0 34,5

Maio 2012 83,0 102,5

Junho 2012 89,0 302,2

Julho 2012 89,0 163,3

Agosto 2012 83,0 25,9

Setembro 2012 76,0 6,7

Outubro 2012 78,0 13,9

Page 36: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

23

Dentre os principais fatores abióticos que atuam sobre o ciclo de vida dos tefritídeos

destacam-se a umidade, temperatura e precipitação (BATEMAN, 1972; MORGANTE, 1991).

Para Lopes et al. (2008) os fatores climáticos, principalmente temperatura e umidade afetam a

biologia dos insetos, sobretudo a duração das fases do ciclo biológico, a viabilidade e a

fecundidade dos adultos.

Bleicher et al. (1978b) estudando a flutuação populacional de A. fraterculus no

município de Videira – SC, constataram que a temperatura foi o fator que teve correlação

linear significativa em relação ao número de moscas coletadas mensalmente. As inversões

populacionais para Anastrepha sp. e C. capitata estão relacionadas com fatores climáticos,

como a temperatura e regime de chuva (PAVAN, 1978).

4.4. Análise faunística de moscas-das-frutas

Os índices faunísticos foram calculados apenas para as fêmeas identificadas de

Anastrepha e Ceratitis.

No período de 20 meses de amostragem, considerando todas as coletas realizadas,

foram capturadas 8 espécies de moscas-das-frutas, sendo sete do gênero Anastrepha e apenas

uma do gênero Ceratitis. A partir dos resultados foi registrado o parâmetro de Riqueza (S=8)

para determinar a diversidade destas espécies na região e destas, três foram consideradas

dominantes e cinco não-dominantes, além de verificarmos que três espécies são consideradas

constante, uma acessória e quatro acidentais (Tabela 6).

As oito espécies de moscas-das-frutas capturadas em pomares domésticos no

município de Areia, correspondem ao índice de diversidade de 1,417, valor este relativamente

baixo. Esse valor é próximo ao encontrado por Alberti (2008) ao estudar moscas-das-frutas

em pomar de pessegueiro em Iraceminha – SC, e superior ao índice de Garcia e Lara (2006),

que obtiveram o índice de diversidade de 1,09 em pomar cítrico no município de Dionísio

Cerqueira – SC.

Page 37: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

24

Tabela 6. Análise faunística geral das espécies de moscas-das-frutas obtidas de frutos (solo e

planta), em pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia –

PB, no período de março/2011 a outubro/2012.

Parâmetros

Riqueza 8

Índice de Simpson 0,712

Índice de Shannon 1,417

Número de espécies

Dominantes 3

Não-dominantes 5

Número de espécies

Constante 3

Acessória 1

Acidentais 4

De acordo com Canal et al. (1998) nos estudos sobre análise faunística, de modo geral,

a espécie predominante tem sido a mesma em todos os locais, porém, a importância da

presença destas espécies varia em cada local devido a fenologia das plantas e o período em

que ocorre maior captura.

A. obliqua, A. fraterculus, A. sororcula e C. capitata foram às espécies mais abundantes,

e frequentes, porém apenas as espécies A. obliqua, A. fraterculus e C. capitata foram constantes

e A. obliqua, A. fraterculus e A. sororcula dominantes, podendo estas serem consideradas

como predominantes no município de Areia (Tabela 7). Esse resultado pode estar relacionado

à polifagia destas espécies que atacam vários hospedeiros, pertencentes a diversas famílias

(ZUCCHI, 2000b).

As demais espécies (A. antunesi, A. zenildae, A. bahiensis, A. distincta) foram pouco

frequentes, raras, não-dominantes e acidentais, devido à pequena quantidade de espécimes

capturados, e presentes em apenas algumas coletas (Tabela 7).

Garcia et al. (2003a) em estudo sobre análise faunística na região oeste de Santa

Catarina também chegaram a mesma classificação para espécie A. fraterculus, nos pomares

estudados.

Nascimento e Zucchi (1981) em estudo de dinâmica populacional de moscas-das-

frutas no Recôncavo Baiano em diversas frutíferas constataram que A. fraterculus, A. obliqua,

Page 38: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

25

A. sororcula, A. distincta e A. serpentina são as espécies mais frequentes. A. sororcula foi à

espécie acessória, sendo também considerada dominante em relação a outras espécies (Tabela 7).

Nascimento et al. (1983) em estudo de análise faunística de moscas-das-frutas

concluíram que as espécies predominantes foram A. fraterculus, A. obliqua e A. sororcula no

Recôncavo Baiano.

Tabela 7. Dominância, frequência e constância das espécies de moscas-das-frutas obtidas de

frutos (solo e planta), em pomar doméstico de diferentes propriedades, no

município de Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012.

Espécies N Dominância* Amostras** Frequência Constância

A. obliqua 354 D 29 40,41 87,88 W

A. fraterculus 267 D 27 30,48 81,82 W

A. sororcula 114 D 13 13,01 39,39 Y

A. antunesi 28 N 4 3,20 12,12 Z

A. zenildae 9 N 4 1,03 12,12 Z

A. bahiensis 1 N 1 0,11 3,03 Z

A. distincta 1 N 1 0,11 3,03 Z

C. capitata 102 N 24 11,64 72,73 W

N = Total de fêmeas coletas; w = constante, y = acessória, z = acidental

*d = dominante, n = não dominante ** número de amostras com a espécie

Para riqueza especifica verificou-se que não houve variação entre os locais estudados,

sendo (S = 6), exceto para Assentamento Manoel Joaquim que obteve (S = 4) (Tabela 8). Isso

pode ter se dado pela pouca diversificação de hospedeiros. Segundo Aluja et al. (1996), os

pomares localizados em área com maior diversidade vegetal apresentam maior riqueza de

espécies.

Em pomares comerciais, onde predomina uma única espécie hospedeira, normalmente

duas a três espécies de moscas-das-frutas são predominantes (NASCIMENTO et al., 1982;

ALUJA et al., 1996; KOVALESKI, 1997).

As propriedades do Sitio Dona Lia e Engenho Triunfo, obtiveram-se os maiores

índices de frequência (Tabela 8), verificou-se que, embora a diversidade de espécies fosse

similar nos locais estudados, as frequências das espécies foram diferentes de um local para

outro.

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26

Os valores elevados dos índices de Simpson (0,595; 0,651; 0,711; 0,699; 0,646)

refletem a probabilidade de que dois indivíduos escolhidos ao acaso numa comunidade

pertençam à mesma espécie. Em levantamento realizado em 6 municípios do estado do

Amazonas, Ronchi-Teles (2000), observou índices de Simpson mais baixos, com valores que

variaram entre 0 e 0,568.

Já os valores baixos dos índices de Shannon (1,045; 1,210; 1,345; 1,365; 1,158),

indicam o menor grau de incerteza em prever que as espécies amostradas pertencerá um

individuo escolhido ao acaso. Esses índices (Simpson e Shannon) refletem tanto na frequência

como na riqueza específica nas comunidades.

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27

Tabela 8. Índices faunísticos específicos analisados para seis espécies de moscas-das-frutas obtidas de frutos (solo e planta), em pomar

doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012.

Localidades A.

obliqua

A.

fraterculus

A.

sororcula

A.

antunesi

A.

zenilde

A.

bahiensis

A.

distincta

C.

capitata pi S λ H'

Assentamento

Manoel Joaquim 37 13 1 -- --

15 7,53 4 0,595 1,045

Sítio Dona Lia 118 87 29 26 3 -- -- 18 32,08 6 0,651 1,210

Engenho Triunfo 92 94 47 1 2 -- -- 30 30,37 6 0,711 1,345

Usina 32 23 5 1 2 -- -- 14 8,79 6 0,699 1,365

Engenho Bujari 75 50 32 -- 2 1 1 -- 18,38 6 0,646 1,158

Índices: Pi = frequência, S = riqueza específica, λ = Índice de Simpson, H' = Índice de Shannon.

Page 41: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

28

4.5. Níveis de infestação de moscas-das-frutas

No geral, os maiores índices de infestação foram observados nos períodos de

frutificação dos hospedeiros de moscas-das-frutas, estando as maiores e menores infestações

associadas à fenologia dos frutos. O período de coleta dos frutos ocorreu de março/2011 a

outubro/2012. A quantidade de frutos coletados do solo foi maior que o número de frutos

coletados da planta, com 113, 508 Kg e 90,559 Kg de frutos, respectivamente. Durante as

coletas foi possível observar que nos pomares domésticos a quantidade de plantas de

goiabeira, foi maior que as demais plantas, repercutindo também na quantidade de frutos

coletados com cerca de 53,743 Kg e 31,382 Kg de frutos, solo e planta, respectivamente. Em

contra partida a pitanga foi a espécie com menos quantidade de frutos, cerca de 0,835 Kg e

0,405 Kg (Tabela 9). (ZUCCHI, 2000). Empiricamente, este fator está relacionado à

disponibilidade de frutos dessa espécie no pomar, já que a mesma frutifica apenas uma vez

ano.

Tabela 9. Peso dos frutos (solo e planta) coletados em diferentes hospedeiros, no período de

março/2011 a outubro/2012.

Nome Científico Nome comum Massa de frutos (kg)

Solo Planta Total

Anacardiaceae

Spondias purpurea Seriguela 13,067 12,236 25,303

Spondias mombim Cajá 6,025 -- 6,025

Spondias sp. Umbu-caja 2,518 -- 2,518

Mangífera indica Manga 19,538 10,668 30,206

Myrtaceae

Psidium guajava Goiaba 53,743 31,382 85,125

Psidium sp. Goiaba branca 1,437 -- 1,437

Eugenia uniflora Pitanga 0,835 0,405 1,240

Oxalidaceae

Averrhoa carambola Carambola 0,847 -- 0,847

Rutaceae

Citrus sinensis Laranja 1,007 2,564 3,571

Citrus reticulata Tangerina 11,873 9,050 20,923

Malpighaceae

Malphigia emarginata Acerola 2,618 1,997 4,615

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29

Quanto aos índices de infestação em frutos (Tabela 10), constatou-se que dos onze

hospedeiros estudados, em dez ocorreu infestação por tefritídeos: seriguela, cajá, umbu-caja,

manga, goiaba, goiaba branca, tangerina, pitanga, carambola e acerola. A goiaba foi à espécie

hospedeira que apresentou maior número de pupários (5.252), representando o maior número

de adultos emergidos (1.068), onde segundo vários estudos realizados no Brasil demonstram

que a goiaba é atacada principalmente por A. fraterculus, sendo um dos hospedeiros mais

infestados por esta espécie (MALAVASI e MORGANTE, 1980).

Dos frutos amostrados, foram obtidos 10.706 pupários sendo que deste total

emergiram 1.952 adultos pertencentes ao gênero Anastrepha e Ceratitis. Deste total, os frutos

de cajá apresentaram a maior viabilidade pupal com 37,43%, seguido dos frutos de acerola

com 29,05%. A maior infestação de pupários/kg foi obtida em cajá com índice de infestação

de 144,56. Em outras regiões do Brasil também foi observado que a infestação em espécies do

gênero Spondias é bastante elevada. Em uma área de reserva natural da Vale do Rio Doce, em

Linhares-ES, foi detectada infestação de 470 pupários/kg de fruto em Spondias venulosa e

Spondias cf. macrocarpa (URAMOTO; MARTINS; ZUCCHI, 2008). Já no Semi-árido do

Rio Grande do Norte, obteve-se 32,3; 21,9; 8,8 e 15,7 pupários/Kg de fruto de Anastrepha

spp. em frutos de cajarana, cajá, seriguela e umbu (Spondias tuberosa), respectivamente

(ARAÚJO et al., 2005). Em contrapartida, constatou-se o menor índice de infestação foi em

Laranja apresentando 3,36 pupários/kg respectivamente (Tabela 10).

Levantamentos realizados por Feitosa et al. (2007), mostraram diferentes índices de

infestação em frutos de carambola em três municípios no estado do Piauí (Altos, Teresina e

Parnaíba), obtendo 3,66, 2,18 e 0,016 moscas/fruto de C. capitata para cada local,

respectivamente. Em estudos que objetivam conhecer a infestação de uma determinada praga

em uma espécie de hospedeiro, devem descrever as culturas presentes na área, para que assim

se tenha conhecimento se a variação de infestação ocorreu devido a características de cada

região ou devido à competição da espécie-praga estudada por outro hospedeiro.

SÁ et al. (2008) ao realizarem coletas de 21 espécies de frutos nativos e exóticos no

Pólo de fruticultura em Anagé-BA de 2004 a 2005 encontraram maiores índices de infestação

(pupários/kg de fruto) em seriguela (Spondias purpurea L.) (Anacardiaceae) com 61,3, juá

(Ziziphus joazeiro L.) (Rhamnaceae), 38,3 e umbu (Spondias tuberosa L.) (Anacardiaceae),

33,1, os quais foram considerados hospedeiros primários de A. fraterculus e A. obliqua

(Macquart).

A infestação também pode variar dependendo das variedades de uma espécie de fruto

ou em diferentes espécies pertencentes a um mesmo gênero frutífero. Ferreira et al. (2003) ao

Page 43: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

30

avaliarem a infestação em diferentes variedades de manga no estado de Goiás, obtiveram 15,3

pupários/ fruto e 73,611 pupários/kg de frutos na variedade Imperial, em Goiânia, e 7,0

pupários/fruto e 17,503 pupários/kg de frutos na variedade Tommy Atkins, no município de

Orizona.

Raga et al. (2004), coletaram diferentes espécies de citros no período de 1998 a 2000

23 no estado de São Paulo. Tangerina cravo (Citrus reticulata) e Laranja azeda (Citrus

aurantium) apresentaram os maiores índices de infestação, 3,4 e 2,4 pupários/fruto,

respectivamente.

As maiores taxas de emergência de tefritídeos foram constatados em cajá, acerola,

carambola e goiaba (25,95%; 23,33%; 20,45% e 20,30%) (Tabela 10), as outras espécies

vegetais apresentaram baixo índice de emergência de tefritidios em relação aos frutos citados.

A baixa taxa de emergência pode ser influenciada pela temperatura e umidade, por ser esse

um fator que tem muita influência sobre o desenvolvimento das moscas-das-frutas, (SALLES,

2000).

O baixo número de adultos emergidos dos pupários, neste trabalho, possivelmente se

deve ao fato de que os frutos quando trazidos do campo, permaneceram em casa de vegetação,

cuja temperatura é superior a do pomar. Esses dados apresentam semelhança com os

resultados obtidos nos frutos das mesmas espécies coletados em uma área de Mata Atlântica

no município de Presidente Tancredo Neves, BA, em que também houve predominância da

espécie M. emarginata (acerola) com taxa de emergência de 88,68%, seguida da espécie P.

guajava (goiaba) com taxa de emergência de 10,53% (CARVALHO et al., 2004).

Em frutos de umbu-cajá ocorreu o maior nível de parasitismo com 51,32% dos

pupários parasitados (Tabela 10). A porcentagem de parasitismo é uma forma direta de se

conhecer a taxa de mortalidade de moscas-das-frutas. Podendo observar que essa

porcentagem tem variações de acordo com a região e com o fruto hospedeiro da mosca-das-

frutas.

O parasitismo pode ser influenciado por diversos fatores como cor, tamanho e

espessura da casca do fruto (AGUIAR & MENEZES, 2000). Um dos obstáculos para o

controle biológico de tefritídeos com parasitoide larval é o fato dos frutos grandes servirem de

refúgio para as larvas, dificultando o alcance do ovipositor nas larvas que estão em maior

profundidade (PARANHOS; NASCIMENTO; WALDER, 2009). Em frutos menores, com

polpa e casca fina, o índice de parasitismo é maior, pela facilidade que o parasitóide encontra

em localizar as larvas da mosca-das-frutas no interior do fruto (CARVALHO;

NASCIMENTO; MATRANGOLO, 2000). O parasitismo natural de moscas-das-frutas é

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31

afetado pelo inseto praga e o fruto hospedeiro, pelo local e pela época de coleta (CANAL;

ZUCCHI, 2000).

Araújo e Zucchi (2002) obtiveram o maior nível de parasitismo em larvas de moscas-

das-frutas em cajarana Spondias sp. por apresentar características físicas que favorecem o

parasitismo, ou seja, é um fruto pequeno e leve. Foi possível também associar o maior nível

de parasitismo ao período de maior índice de infestação. Na região de Mossoró/Assu, RN, a

maior taxa de parasitismo (11,3) ocorreu em larvas de Anastrepha spp. em frutos de cajarana

(Spondias sp.) (Anacardiaceae) (ARAÚJO e ZUCCHI, 2002).

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Tabela 10. Índices de infestação de moscas-das-frutas no município de Areia – PB, no período de março/2011 a outubro/2012.

Nome científico Nome comum Nº de

pupários

Nº de

adultos

Níveis de infestação

Viabilidade

Pupal (%)

Pupários

(Kg)

Taxa de

emergência

Nível de

parasitismo

Anacardiaceae

Spondias purpurea Seriguela 2649 392 18,16 104,69 14,80 18,50

Spondias mombim Cajá 871 226 37,43 144,56 25,95 30,67

Spondias sp. Umbu-caja 266 37 28,57 105,64 13,91 51,32

Mangífera indica Manga 721 77 13,87 23,87 10,68 23,00

Myrtaceae

Psidium guajava Goiaba 5252 1066 20,68 61,70 20,30 1,84

Psidium sp. Goiaba branca 45 2 4,44 31,32 4,44 0,00

Eugenia uniflora Pitanga 83 12 14,46 66,94 14,46 0,00

Oxalidaceae

Averrhoa carambola Carambola 44 9 20,45 51,95 20,45 0,00

Rutaceae

Citrus sinensis Laranja 12 0,00 0,00 3,36 0,00 0,00

Citrus reticulata Tangerina 553 82 14,83 26,43 14,83 0,00

Malpighiaceae

Malphigia emarginata Acerola 210 49 29,05 45,50 23,33 19,67

Total 10.706 1.952

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33

4.6 Moscas-das-frutas e parasitóides

Do total de frutos coletados, foram obtidos 10.706 pupários, dos quais emergiram

1.953 adultos (1.077 fêmeas e 876 machos) de tefritídeos e 283 parasitóides. Todos os

tefritídeos que emergiram pertencem ao gênero Anastrepha e Ceratitis. O parasitismo natural

foi representado por 12,66% o que corresponde a uma baixa taxa de parasitismo (Figura 3).

O parasitismo natural de tefritídeos, no Brasil, é realizado normalmente por

himenópteros pertencentes às famílias Braconidae, Figitidae e Pteromalidae e estas são

diferenciadas pela venação alar. No geral, os braconídeos são os parasitóides coletados com

maior frequência em todo território brasileiro (CANAL e ZUCCHI, 2000). O sucesso do

parasitismo é influenciado pelo tamanho do ovipositor e do fruto (LÓPEZ et al., 1999;

SIVINSKI et al., 1997, 2001; OVRUSKI et al., 2008); e pelo estado de maturação do fruto,

pois frutos maduros liberam voláteis que podem auxiliar no direcionamento do parasitóide

(GUIMARÃES e ZUCCHI, 2004; SILVA et al., 2007).

Segundo Canal e Zucchi (2000), o nível de parasitismo natural de moscas-das-frutas

raramente ultrapassa 50%, sendo este valor considerado baixo. Entretanto, estes mesmos

autores afirmam que apesar dos baixos índices de parasitismo natural de moscas-das-frutas, o

controle biológico pode ser muito eficiente em programas de manejo integrado destes insetos

através de liberações inundativas de parasitóides.

Figura 3. Porcentagem dos tefritídeos e parasitóides obtidos de frutos (solo e planta), em

pomar doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia – PB, no

período de março/2011 a outubro/2012.

12,66%

87,34%

Parasitóides

Tefritídeos

Page 47: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

34

De acordo com os resultados observados na Figura 4, o número de tefritídeos obtidos

em frutos coletados no solo em pomar doméstico foi superior ao número de parasitóide,

obtendo valores de 1.214 e 241 insetos respectivamente, o que diferiu dos frutos coletados das

plantas que obteve um valor inferior a. Provavelmente esse fato ocorreu devido aos frutos da

planta terem sido colhidos antes das moscas infestarem os frutos e dos parasitóides

ovipositarem nas larvas das moscas-das-frutas. O número de parasitóides emergidos dos

pupários obtidos dos frutos colhidos das plantas foi menor que os pupários obtidos dos frutos

coletados do solo, isso se deve provavelmente ao fato de que, quando os frutos são levados

para o laboratório, as larvas ainda não parasitadas escapam do inimigo natural

(MATRANGOLO et al., 1998).

Figura 4. Número de tefritídios e parasitóides obtidos dos frutos de solo e planta em pomar

doméstico de diferentes propriedades, no município de Areia – PB, no período de

março/2011 a outubro/2012.

1214

241

739

42

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Tefritídeos Parasitóides Tefritídeos Parasitóides

Solo Planta

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35

5. CONCLUSÕES

• Um total de oito espécies de moscas-das-frutas foi registrada nos pomares domésticos

do Município de Areia – PB, estando essas espécies nos gêneros Anastrepha e Ceratitis;

• O valor de Shannon e Simpson caracterizam uma alta diversidade e uma dominância

de três espécies;

• A. sororcula foi considerada espécie acessória;

• A disponibilidade dos frutos foi o fator que determinou os picos populacionais de A.

obliqua;

• A. obliqua foi à espécie com maior frequência na coleta em frutos;

• O gênero Anastrepha e a espécie Ceratitis capitata foram encontradas em todas as

família coletadas dos diferentes hospedeiros: Anacardiaceae, Malpighaceae, Myrtaceae,

Oxalidaceae e Rutaceae;

• A maior infestação de pupas/kg, a maior viabilidade pupal e taxa de emergência de

moscas-das-frutas foi obtida em frutos de Spondias mombim;

• O nível de parasitismo natural foi considerado baixo.

Page 49: Análise faunística e flutuação populacional de Moscas-das ... · ii JOÁLISSON GONÇALVES DA SILVA Análise faunística e flutuação populacional de moscas-das-frutas (Diptera:

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