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ANÁLISE E MODELAGEM DO DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÃO, COM ESTUDO DE CASO COM ATENDIMENTO DE REQUISITOS NORMATIVOS DO BRASIL E PORTUGAL Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Assed Naked Haddad Rio de Janeiro Março de 2018

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ANÁLISE E MODELAGEM DO

DESEMPENHO TÉRMICO DE

EDIFICAÇÃO, COM ESTUDO DE CASO

COM ATENDIMENTO DE REQUISITOS

NORMATIVOS DO BRASIL E PORTUGAL

Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Assed Naked Haddad

Rio de Janeiro

Março de 2018

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i

ANÁLISE E MODELAGEM DO

DESEMPENHO TÉRMICO DE

EDIFICAÇÃO, COM ESTUDO DE CASO

COM ATENDIMENTO DE REQUISITOS

NORMATIVOS DO BRASIL E PORTUGAL

Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Assed Naked Haddad

Rio de Janeiro

Março de 2018

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ii

ANÁLISE E MODELAGEM DO DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÃO, COM ESTUDO DE CASO COM ATENDIMENTO DE REQUISITOS

NORMATIVOS DO BRASIL E PORTUGAL

Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

_________________________________ Prof. Assed N. Haddad, D.Sc., Orientador _________________________________ Prof. Eduardo L. Qualharini, D. Sc. _________________________________ Prof. João Carlos G. Lanzinha, D.Sc. _________________________________ Prof.

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RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

Mariz Filho, Marcus Vincius Arruda Plaisant

Análise e Modelagem do Desempenho Térmico de Edificação,

com Estudo de Caso com Atendimento de Requisitos Normativos do

Brasil e Portugal/ Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho. – Rio

de Janeiro: UFRJ/

Escola Politécnica,2018.

xiii, 77 p.: 29,7 cm.

Orientador: Assed Naked Haddad

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica /

Curso de Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 55-58

1. Introdução 2. BIM ( Building Information Modeling)

3. Desempenho Térmico em Edificações 4. Estudo de Caso 5.

Considerações Finais

I. Naked Haddad, Assed; II. Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Título

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Dedico este trabalho aos meu pais Marcus e Elizabeth.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Elizabeth e Marcus por todo amor e carinho desde o meu primeiro

minuto de vida. Não existem palavras para agradecer todo o esforço que vocês

desempenharam para sempre me proporcionar o melhor que o mundo tem a oferecer.

Vocês são os melhores pais que eu poderia desejar.

A minha namorada Manoela, por ser minha inspiração em busca de ser sempre o

melhor em tudo o que faço. Obrigado por estar sempre ao me lado e sempre acreditar em

mim. Eu sou apaixonado por você.

A todas as amizades que cultivo por todos esses anos, desde o Colégio Santo

Agostinho, Ciclo Básico e Civil. Foi um imenso prazer conhecê-los e espero que essa

amizade permaneça por muitos e muitos anos.

Ao Professor Qualharini e a todos do Núcleo de Pesquisa em Planejamento e Gestão

por me receberem de forma calorosa desde o início. Muito obrigado por todas as

oportunidades de crescimento pessoal e profissional, vocês são uma equipe incrível.

Ao meu orientador Assed, a quem admiro pela incrível jornada acadêmica e os

conhecimento quase inesgotáveis em engenharia. Foi uma experiência única ser monitor

da sua disciplina e aprender o que é de fato ser um engenheiro.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica - UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ANÁLISE E MODELAGEM DO DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÃO,

COM ESTUDO DE CASO COM ATENDIMENTO DE REQUISITOS

NORMATIVOS DO BRASIL E PORTUGAL

Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho

Março de 2018

Orientador: Assed Naked Haddad

Curso: Engenharia Civil

Este trabalha abordará o tema do desempenho térmico de edificações, como principal

objetivo realizar uma análise térmica de um edifício existente através do uso de softwares

com aplicação da metodologia BIM (Building Modeling Information). Desta forma, serão

simuladas análises térmicas da edificação, respeitando os requisitos normativos da NBR

15.575/2013 - Norma de Desempenho e a Certificação Energética adotada em Portugal.

De forma a estudar os conceitos apresentados, serão analisadas as consequencias obtidas

pela simulação energética, interpretando os principais parâmetros que influenciaram os

resultados obtidos.

Palavras-chave: BIM, Construção civil , Building Modeling Information, Desempenho Térmico,

Análise Térmica.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

ANALYSIS AND MODELING OF THE THERMAL PERFORMANCE OF

BUILDING, CASE STUDY WITH NORMATIVE REQUIREMENTS OF

BRAZIL AND PORTUGAL.

Marcus Vinicius Arruda Plaisant Mariz Filho

March/2018

Advisor: Assed N. Haddad

Course: Civil Engineering

This work will address the theme of the thermal performance of buildings, as main

objective to perform a thermal analysis of an existing building through the use of software

with application of the BIM (Building Information Modeling) methodology. It will be

simulated a thermal analyze of an existing building, respecting the regulatory

requirements of the NBR 15.575/2013 – Brazilian Standard of Performance and the

Energy Certification adopted in Portugal. In order to study the concepts presented, will

be analyzed the consequences obtained by the simulation efficiency, interpreting the main

parameters that influenced the results obtained.

Keywords: BIM, Civil Construction, Building Modeling Information, Thermal performance,

Thermal Analysis.

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viii

SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................................. 1

1.1. Motivação do Estudo .................................................................................................... 1

1.2. Objetivo ......................................................................................................................... 1

1.3. Abordagem e Metodologia ........................................................................................... 2

1.4. Estrutura da Monografia ............................................................................................... 2

2. BIM (Building Information Modeling) ................................................................................... 4

2.1. O Conceito de Modelagem BIM .................................................................................... 4

2.2. O Histórico da Modelagem BIM .................................................................................... 7

2.3. Vantagens da Metodologia BIM .................................................................................... 8

2.4. Principais Ferramentas Auxiliares ................................................................................. 9

2.4.1. A Utilização do Software Revit ............................................................................ 10

3. DESEMPENHO TÉRMICO EM EDIFICAÇÕES ......................................................................... 11

3.1. Introdução ................................................................................................................... 11

3.2. Eficiência Energética ................................................................................................... 12

3.3. Norma NBR 15.575/13: A Norma de Desempenho Brasileira .................................... 14

3.3.1. Aplicabilidade da Norma de Desempenho .......................................................... 14

3.3.2. Origem da NBR 15.575/13 .................................................................................. 15

3.2.3 Desempenho Térmico ......................................................................................... 19

3.2.4 Desempenho Térmico das Vedações Verticais ................................................... 22

3.2.5 Desempenho Térmico das Coberturas ................................................................ 24

3.3 Certificação Energética – Norma de Portugal ............................................................. 25

3.3.1 Pilares Normativos .............................................................................................. 25

3.3.2 Processo de Certificação ..................................................................................... 28

3.3.3 Desempenho das Vedações e Cobertura ............................................................ 30

3.4 Software Energy Plus ................................................................................................... 31

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3.4.1 Simulação Energética no REVIT ........................................................................... 33

4. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................ 35

4.1 Localização e Caracterísiticas do Edifício .................................................................... 35

4.2 Modelo para Análise Energética ................................................................................. 37

4.3 Simulação .................................................................................................................... 40

4.3.1 Simulação Básica ................................................................................................. 41

4.3.2 Simulação NBR 15.575 ........................................................................................ 43

4.3.3 Simulação da Certificação Portuguesa ................................................................ 46

4.3.4 Resultado das Simulações Iniciais ....................................................................... 48

4.4 Projetos de Otimização do Desempenho Energético ................................................. 49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 53

5.1 Conclusões................................................................................................................... 53

5.2 Limitações observadas ................................................................................................ 53

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 55

APÊNDICE A ................................................................................................................................. 59

APÊNDICE B ................................................................................................................................. 65

APÊNDICE C ................................................................................................................................. 67

APÊNDICE D ................................................................................................................................. 69

APÊNDICE E ................................................................................................................................. 71

APÊNDICE F .................................................................................................................................. 73

APÊNDICE G ................................................................................................................................. 75

APÊNDICE H ................................................................................................................................. 77

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Lista de Figuras

FIGURA 1: Fluxo de Trabalho em Projetos de Construção............................................06

FIGURA 2: Gráfico do Esforço e Efeito no Ciclo de Vida de um Projeto. ......................09

FIGURA 3: Interface do REVIT 2017............................................................................10

FIGURA 4: Gráfico do esforço e efeito no ciclo de vida de um projeto..........................13

FIGURA 5: Cronologia da Norma de Desempenho........................................................18

FIGURA 6: Estruturação da Norma de Desempenho em capítulos................................18

FIGURA 7: Distribuição das Zonas Bioclimáticas no Território Brasileiro...................19

FIGURA 8: Legislação Portuguesa sobre Eficiência Energética.....................................25

FIGURA 9: Modelo do Certificado Energético e da Qualidade do Ar Interior................29

FIGURA 10: Logo do Software EnergyPlus...................................................................31

FIGURA 11: Linha do Tempo de atualizações do REVIT..............................................34

FIGURA 12: Localização do Edifício Universitário.......................................................35

FIGURA 13: Foto do Centro de Tecnologia (1960 x 2018)............................................36

FIGURA 14: Modelagem de uma parede no REVIT 2017.............................................38

FIGURA 15: Ambas Vistas em Perspectiva da Fachada do Edifício Universitário,

Modelado no Software REVIT 2017................................................................................39

FIGURA 16: Posicionamento das Coordenadas Geográficas no REVIT 2017..............39

FIGURA 17: Simulação do Caminho Solar e Sombreamento da Edificação (dia

28/01/2018 as 10:00)........................................................................................................40

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FIGURA 18: Caracterização da Parede Externa em Alvenaria e Pintura / Caracterização

do Telhado de Fibrocimento.............................................................................................41

FIGURA 19: Menu Analyze do REVIT 2017.................................................................42

FIGURA 20: Resultados da Análise Térmica Modelo Simples.......................................43

FIGURA 21: Caracterização da Vedação Externa Segundo NBR

15.575..............................................................................................................................44

FIGURA 22: Caracterização da Cobertura Segundo NBR 15.575..................................45

FIGURA 23: Resultados da Análise Térmica segundo NBR 15.575.............................46

FIGURA 24: Caracterização das Paredes em Alvenaria Segundo a Certificação de

Portugal............................................................................................................................46

FIGURA 25: Caracterização da Cobertura Segundo a Certificação de Portugal...........47

FIGURA 26: Resultados da Análise Térmica Segundo a Certificação Energética de

Portugal............................................................................................................................47

FIGURA 27: Mudança de Material da Cobertura da Edificação.....................................47

FIGURA 28: Resultados da Simulação com o Novo Material da Cobertura...................50

FIGURA 29: Nova Modelagem do Bloco D com Substituição do Telhado

Original............................................................................................................................50

FIGURA 30: Resultados da Simulação com Modificação Estrutural do Telhado..........51

FIGURA 31: Resultados da Simulação com Modificação Estrutural do Telhado e com

Cobertura em Telha Cerâmica..........................................................................................51

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Lista de Tabelas

TABELA 1: Adaptação dos Critérios da ISO 6241:1984...................................................16

TABELA 2: Critério de Temperatura Máxima do Ambiente Interno de Acordo com a Zona

Bioclimática....................................................................................................................21

TABELA 3: Critério de Temperatura Mínima do Ambiente Interno de Acordo com a Zona

Bioclimática....................................................................................................................22

TABELA 4: Critério de Transmitância Térmica para Vedações Externas de Acordo com a

Zona Bioclimática............................................................................................................22

TABELA 5: Absortância () para radiação solar e emissividade ()..................................23

TABELA 6: Critério de Capacidade Térmica de Paredes Externas em Edificações de

Acordo com a Zona Bioclimática.....................................................................................24

TABELA 7: Critério de Transmitância Térmica para Coberturas de Acordo com a Zona

Bioclimática....................................................................................................................24

TABELA 8: Disciplinas Abordadas no Cálculo do EPC.....................................................30

TABELA 9: Valores de Transmitância Térmica Adotados pela Certificação Energética..31

TABELA 10: Características do Bloco D............................................................................37

TABELA 11: Resumo dos Resultados das Análises Térmicas...........................................46

TABELA 12: Resumo dos Resultados das Análises Térmicas............................................52

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Lista de Siglas

ADENE - Agência Nacional de Energia

BDS – Building Description System

BIM – Building Information Modeling

CAD – Computer Aided Design

CT - Capacidade Térmica

EPC – Energy Performance Certificate

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

GBS – Green Building Studio

HVAC - Heating, ventilation, and air conditioning

ISO – International Standart Organization

RCCTE – Regulamento das Características do Comportamento Térmco dos Edifícios

RECS – Regulamento do Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e

Serviços

REH – Regulamento do Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação

RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios

SCE – Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar interiror nos

Edifícios

U - Transmitância Térmica

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1. Introdução

1.1. Motivação do Estudo

O estabelecimento de exigências funcionais para os edifícios e suas partes advém

assim da premissa óbvia de que os edifícios, sendo indispensáveis à vida e à atividade do

homem, devem possuir características que correspondem e satisfaçam as necessidades

humanas (GOMES, RUY J., 1982).

Baseado nesta premissa, esta obra se propõe a criar parâmetros entre as normas de

desempenho térmico em uma edificação real. Será trabalhado exclusivamente o caso na

norma NBR 15.575/13 e a legislação portuguesa.

Tal comparação será feita através da metodologia de modetagem BIM. Seu

surgimento revolucionário permitiu parametrizar elementos de projeto, possibilitando a

compatibilização das diversas áreas da construção civil, tais como: estruturas, instalções

prediais e arquitetura.

A principal motivação deste estudo é através da aplicabidade prática deste projeto ter

um melhor conhecimento da resposta térmica da edificação e seus materiais, a fim de

provar a possibilidade de gerar uma economia significativa de consumo energético,

proporcionando uma hipótese de desenvolvimento sustentável da construção civil.

1.2. Objetivo

No presente trabalho, busca-se traçar uma análise comparativa de um edifício real

entre a avaliação de desempenho térmico de uma edificação utilizando padrões nacionais,

através da norma de desempenho brasileira (NBR 15.575/13), e padrões internacionais,

em especial a legislação portuguesa.

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2

1.3. Abordagem e Metodologia

A fim de alcançar o objetivo estipulado na presente obra será desenvolvido um

projeto, especificando a arquitetura de uma real edificação, através do uso da metodologia

BIM. A partir destes dados, serão analisadas e avaliadas as principais conformidades e

desconformidades do padrão da norma vigente da construção civil.

Além disso, o trabalho cumprirá com um papel de abordagem teórica, que visa

conceituar e contextualizar as principais características da tecnologia BIM, assim como

o Software Revit e o Energy Plus. Esta parte tem como propósito a familiarização com o

tema da parte operacional no cenário de modelagem de edificação a que se está inserido.

1.4. Estrutura da Monografia

Esta monografia está dividida em 5 capítulos, sendo este dedicado a sua introdução.

No segundo capítulo será apresentado o conceito da modelagem BIM, suas

características, vantagens e as principais ferramentas auxiliares que se utilizam desta

tecnologia.

No terceiro capítulo serão apresentados os conceitos que acercam o tema do

desemepnho térmico das edificações, a norma brasileira que regulamenta os requisitos

mínimos que uma edificação deve constar, os pilares normativos da certificação

portuguesa e o software EnergyPlus.

No quarto capítulo será realizado o estudo de caso com as simulações energéticas da

edificação estudada, o atendimento das normativas e propostas de melhoria do

desempenho do edifício.

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3

No quinto capítulo será estruturada as considerações finais, abordando as conclusões

do estudo, as limitações encontradas no processo de execução deste trabalho.

A seguir serão apresentadas as referências, os apêndices A ao G apresentando

resultados da simulação energética de 2 Rooms e por último o apêndice H com a planta

baixa da edificação.

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4

2. BIM (Building Information Modeling)

2.1. O Conceito de Modelagem BIM

O Building Information Modeling (BIM), em português, Modelagem da Informação

da Construção trata-se de um sistema de modelagem de edificações, que usa como base

um modelo digital integrado de informações, englobando plantas, geometrias, materiais

e componentes, quantitativos de custo, além de outros dados necessários para a execução

e acompanhamento de um projeto de engenharia.

Em suma, pode se dizer que é o novo conceito quando se trata de projetos para

construções. Ao invés de um desenho em 2D, isto é, uma representação planificada do

que será construído, a modelagem com o conceito BIM trabalha com modelos 3D, ou

seja, espaço trimensional, e outros planos que forem necessários para assimilar da melhor

forma o produto final, como tempo, custo, entre outros.

A modelagem 3D em sistemas de tecnologia BIM é realizada de forma paramétrica,

isto é, os elementos são representados por parâmetros associados a dados (geométricos e

não geométricos). Em exemplo prático, ao se modelar uma parede usando o BIM, é

possível especificar parâmetros não apenas de comprimento, espessura e altura, mas

também, o material constituído, fabricantes, custos, propriedades térmicas e acústicas,

dentre outras.

Eastman et al. (2011) caracteriza os modelos gerados numa metodologia BIM como

um conjunto de objetos que formam a edificação representados digitalmente,

apresentando ao mesmo tempo informações geométricas e semânticas sobre o seu

desempenho, custo, origem, entre outras. Define ainda que os objetos devem seguir regras

paramétricas, possibilitando a sua manipulação geométrica de forma inteligente.

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5

A grande vantagem da parametrização do sistema BIM consiste na garantia de que a

alteração em determinada parcela ou detalhe do projeto automaticamente ocasionou a

modificação no projeto como um todo, permitindo a compatibilização de todos os

elementos contrutivos presentes na modelagem, fenômeno este denominado

interoperabilidade.

Além disso, outro benefício deste sistema, consequente da interoperabilidade, é a

facilidade de colaboração de informações, assim os setores de planejamento e projeto

consequem realizar um intercâmbio dados, a fim de exercer suas funções de forma

integrada e alinhada ao objetivo do projeto.

Todas essas peculiaridades fazem com que os elementos construtivos representados

digitalmente pertençam a uma família, que deve se relacionar de maneira distinta com

outros objetos (MANZIONE, 2013).

Exemplificando, em um software de metodologia CAD, pode-se desenhar uma

parede, porém o programa a interpretará apenas por um conjunto de linhas

perpendiculares que fecham um cubo. Porém, um modelo BIM uma parede é designada

por uma família “parede”, onde é possível determinar características como as camadas do

revestimento, suas respectivas espessuras, custo de cada material, entre outras. Inclusive,

o BIM consegue criar relações entre famílias, tais como, para inserir uma esquadria no

seu projeto, é necessário ter uma parede capaz de recebê-la, e de forma análoga, ao excluir

uma parede de um projeto, todos os seus hospedeiros também serão apagados.

Desta forma, engenheiros, arquitetos, construtores e stakeholders podem extrair

informações conforme suas necessidades, com intuito de tomarem decisões mais

assertivas. Pois toda e qualquer mudança que os profissionais executarem no modelo será

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6

processada em tempo real e atualizada. Essa automação dos processos ajuda bastante na

economia de tempo e na redução dos custos.

A figura 1 mostra a mudança causada pela substituição da metodologia CAD e BIM.

Quanto mais cedo forem tomadas as decisões de um projeto de construção, maior será o

seu impacto ao final do projeto, representado pela curva 1.

Já na curva 3, a utilização de programas em CAD se desenvolve principalmente nas

etapas de projeto executivo e contrução, onde possíveis mudanças no projeto necessitam

de um maior despêndio de recursos, demostrado pela curva 2.

Ao observar a curva 4, onde se é aplicada a metodologia BIM, seu esforço tem início

na etapa de projeto básico e segue até o projeto executivo, onde ocorre uma queda brusca.

Nesta fase, gerenciar mudanças, realizar simulações e alterações na arquitetura de uma

contrução não demandam tantos recursos, quanto nas fases posteriores, possuindo maior

impacto no produto final.

FIGURA 1: Fluxo de Trabalho em Projetos de Construção. FONTE: BIM COMMUNITY,2018.

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7

Segundo Azhar, 2011 a utilização das ferramentas em BIM podem ser utilizadas para

os seguintes propósitos:

Visualização de modelos em 3D, com renerização dos elementos da edificação;

Fabricação de Desenhos Industrais, concluída a modelagem de uma edificação,

os fornecedores poderão retirar as informações dos elementos construtivos a fim

de criar peças personalizadas para o edifício em questão;

Revisão de Projeto: os órgãos governamentais poderão avaliar e revisar os

parâmetros da edificação.

Estimativa de Custo: os softwares em BIM permitem a partir do quantitativo de

material utilizado no projeto, calcular o custo dos materiais empregados na

cosntrução.

Sequenciamento da Construção: um modelo em BIM pode ser utilizado para

gerenciar o andamento de uma construção, auxiliando na coordenação de

chegada de materiais ao canteiro, ordem de fabricação e etapas do canteiro.

Conflitos, Interferências e Incompatibilidade de Projeto: o desenho em 3D da

edificação permite ao programa verificar automaticamente a incompatibilidade

entre os diversos subsistemas da edificação.

2.2. O Histórico da Modelagem BIM

O conceito de modelagem de informação foi criado em 1974 pelo professor Charles

M. Eastman do Instituto de Tecnologia da Georgia, juntamente com sua equipe de

estudiosos. A denominação inicial era: BDS (Building Description System), em português

Sistema de Descrição da Construção.

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O objetivo de Eastman era:

o sistema BDS foi iniciado para mostrar que uma descrição baseada em computador de um edifício poderia replicar ou melhorar todos os pontos fortes de desenhos como um meio para a elaboração de projeto, construção e operação, bem como eliminar a maioria de suas fraquezas. (Eastman, 2011)

Em 1992, G.A. van Nederveen e F.P. Tolman publicaram um artigo abordando as

múltiplas visões de modelagem da construção, que deu a origem ao termo Modeling

Building Information, que mais tarde abriu espaço para o termo Building Information

Modeling (BIM).

Abria-se o caminho para a utilização do conceito de um sistema computacional coeso

que permitisse o gerenciamento e controle das interações políticas, processos e

tecnologias envolvidas nos projetos de construção, ou seja, a utilização de um banco de

dados integrado.

2.3. Vantagens da Metodologia BIM

A evolução dos projetos em engenharia da plataforma CAD para os novos softwares

com processo BIM trouxeram benefícios no ganho de tempo de modelagem e na

diminuição de erros e incompatibilidades entre projetos. De acordo com Eastman et al.

2011, a automatização dos padrões de detalhamento diminui o tempo necessário para

documentar os projetos da edificação, e desta maneira mais tempo possa ser investido na

fase de concepção e tomada de decisões, figura 2.

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FIGURA 2: Gráfico do esforço e efeito no ciclo de vida de um projeto.

FONTE: EASTMAN et al. 2011.

O resultado de um modelo em BIM possui uma riqueza de dados, orientado por

objetos, através de uma representação digital paramétrica, no qual os envolvidos no

projeto podem extrair e analisar as informações a fim de tomar decisões mais acertivas e

melhorar o processo de construção (AZHAR et al.,2008).

2.4. Principais Ferramentas Auxiliares

Depois de analisar o BIM a fundo, é preciso ressaltar que o BIM não passa de uma

metodologia, presente única e exclusivamente no plano das idéias. Sendo necessário um

software auxiliar para realizar a materialização do conceito.

Pode-se citar entre estes softwares, que funcionam como ferramenta auxiliar:

ArchiCAD, Revit, VectorWorks, NavisWorks, entre outros. O software que será utilizado

na parte prática deste estudo será o Revit, desta maneira, será dada maior atenção para a

conceituação do mesmo, para fins de introsamento com a matéria.

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2.4.1. A Utilização do Software Revit

O Revit é um software criado dentro do conceito de Modelagem BIM, que oferece

completa associatividade multi-dimencional. É atualmente o líder de mercado na

utilização de projetos de arquitetura, e foi adquirido pela Autodesk em 2002, mesma

fabricante do software de metodologia CAD: o AutoCAD.

Uma das vantagens desde programa, é que ele possui um banco de dados próprio

incorporado pela Autodesk, a partir de pesquisas realizadas em conjunto de fabricantes de

materiais de construção de diversas nacionalidades, assim, o usuário não tem dificuldade

em adaptar o seu projeto aos padrões do local que está sendo realizado.

Também é possível citar a usabilidade da plataforma, que divide os elementos

construtívos em sistemas (arquitetura, estrutura e instalações ) e famílias (parede, portas,

vigas lajes, etc.) favorecendo na clareza e facilidade de uso. A figura 3 apresenta a

interface do programa, onde se é possível criar diversas vistas do projeto representada

pelo Project Browser, as propriedades dos elementos selecionados pelo projetista na

janela Properties e nas abas de criação e modificação de projetos.

FIGURA 3: Interface do REVIT 2017

FONTE: Foto do Autor.

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3. DESEMPENHO TÉRMICO EM EDIFICAÇÕES

3.1. Introdução

De uma maneira geral, desempenho pode ser definido como o comportamento em

uso, e para o caso de uma edificação entende-se como as condições mínimas de

habitabilidade necessárias para que se possa utilizar a edificação durante um período de

tempo. Dentre estas condições estão: conforto térmico, conforto acústico, segurança e

luminosidade (SACHS e NAKAMURA, 2013).

No âmbito da construção civil, o desempenho das edificações pode ser compreendido

como as condições mínimas necessárias de habitabilidade (conforto, térmico, acústico,

etc.) para que um ou mais indivíduos possam utilizar a edificação durante um período de

tempo.

O adequado desempenho térmico repercute no conforto das pessoas e em condições adequadas para o sono e atividades normais em uma habitação, contribuindo ainda para a economia de energia. A avaliação de desempenho pode ser feita de forma simplificada, com base em propriedades térmicas das fachadas e das coberturas, ou por simulação computacional, onde são cotejados simultaneamente todos os elementos e todos os fenômenos intervenientes. (CBIC,2013)

O desempenho térmico será o objeto de destaque neste estudo. Ele está interligado a

diversos fatores que envolvem o ambiente da obra e edificação, tais como: topografia,

temperatura, umidade do ar, direção e velocidade dos ventos, orientação das fachadas,

materiais de construção, dimensão das edificações, número de pavimentos, entre outros.

O nível de satisfação depende da coerência da tipologia do edifício com as atividades

realizadas no interior do imóvel, que serão caracterizadas de acordo com a quantidade e

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tipo de mobília e vestimentas utilizadas pelos indíviduos que o frequentam, número de

ocupantes, faixa etária, condições fisiológicas e psicológicas dos usuários.

A insatisfação com o ambiente térmico pode ser causada pela sensação de desconforto

por calor ou frio quando o balanço térmico não é estável, isto é, quando há diferenças

entre o calor produzido pelo corpo e o calor perdido para o ambiente.

Desta forma, as normas de desempenho são prescritivas pois definem requisitos com

base no uso exclusivo de produtos ou procedimentos, procurando atender às exigências

para o conforto dos usuários de forma indireta.

3.2. Eficiência Energética

Desde a década de 90, o conceito de sustentabilidade da construção tem expandido os

seus horizontes. Atualmente, não pode-se afirmar que um edifício sustentável é aquele

que utiliza materiais recicláveis, pois há todo um ciclo de vida da edificação a ser

estudado além dos materiais empregados, tais como os métodos construtivos, a eficiência

dos subsistemas, sua fase de operação e manutenção (O&M), demolição ou reforma

(KRYGIEL & NIES, 2008).

O desenvolvimento de novas tecnologias de aquecimento, ventilação, iluminação e

resfriamento permitiu uma melhor adaptação dos projetos arquitetônicos ao clima local,

gerando uma uniformização da arquitetura em escala global (KRYGIEL & KIES, 2008).

Estes sistemas artificiais de HVAC também proporcionam soluções para falhas de

projeto, melhorando as condições de uso para o usuário. Em escala urbana, o uso

constante destes aparelhos eletromecânicos colaboraram com a demanda energética das

residencias, que desde 1995 até 2016 foi constatado pela Empresa de Pesquisa Energética

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(EPE) um aumento de 63,6 GWh para 132.9 GWh, ou seja, 109% de aumento no consumo

Naciona de Energia, figura 4.

FIGURA 4: Gráfico do esforço e efeito no ciclo de vida de um projeto.

FONTE: EPE – Empresa de Pesquisa Energética (http://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-ben)

Desto modo, a eficiência energética deve ser interpretada como um dos atributos da

edificação, possibilitando os usuários uma permanência no ambiente construído com

conforto térmico, acústico e visual exigindo o menor consumo energético possível

(LAMBERTS, DUTRA e PEIREIRA, 2014).

A otimização da eficiência energética de um edifício passa essencialmente pelo

processo de modelagem e estudo de concepção do projeto arquitetônico, pois cada decisão

tem influência direta com o seu desempenho térmico e luminoso (KRYGIEL & KIES,

2008).

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Desta maneira, a simulação energética é uma ferramenta de apoio a decisão do

projetista, no qual é possível, de acordo com mapa bioclimático, comparar soluções de

maneira iterativa. Os impactos desta análise são maiores quando esta é verificada no

início do planejamento de uma construção (LAMBERTS; DUTRA; PEIREIRA, 2014).

Deve-se ressaltar que os modelos gerados são aproximações da realidade. A

confiabilidade dos resultados recai sobre os parâmetros utilizados pelo projetista durante

a simulação, desta forma, é possível ter uma semelhança do real desempenho da

edificação, validando a simulação (AUTODESK SUSTAINABILITY WORKSHOP,

2017).

3.3. Norma NBR 15.575/13: A Norma de Desempenho Brasileira

3.3.1. Aplicabilidade da Norma de Desempenho

A entrega final de um projeto na construção civil é a edificação. Este produto deve

possuir as características necessárias para cumprir as funções que foi projetado na sua

fase de uso e operação (BORGES, 2010).

A perda de desempenho de uma edificação é uma situação natural do ciclo de vida,

iniciada na fase de uso e operação. Porém, o uso de materiais de baixa qualidade, erros

de projeto, problemas de execução e a falta de manutenção dos usuários promovem uma

degradação acelerada do edifício.

Por muitos anos no Brasil, a indústria da construção permaneceu com um predomínio

da informalidade da mão de obra e a despreparo dos fornecedores de materiais, que devido

a falta de uma norma que estabelecesse um padrão mínimo de desempenho, entregavam

produtos de qualidade questionável (CORDOVIL, 2013).

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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a Norma de

Desempenho NBR 15.575, no dia 19 de fevereiro de 2013, com o objetivo de aumentar a

vida útil da fase de uso e operação e a qualidade das construções, foram estabelecidos

critérios mínimos de desempenho a partir de estudos compatíveis com o clima, cultura do

país e metodologias construtivas para os diversos sistemas de uma edificação.

No entanto, este Norma não abrange os edifícios já construídos antes da data de sua

exigibilidade1, obras já em fase de construção na data de sua publicação, obras de reforma

ou retrofit e em edificações provisórias.

3.3.2. Origem da NBR 15.575/13

O conceito de desempenho na construção civil surgiu a partir do fim da Segunda

Guerra Mundial, onde as principais capitais européias se encontravam devastadas e

demandavam uma reestruturação rápida e eficaz de suas cidades (MACHADO, 2015).

Neste contexto, a Organização americana, ISO (International Standart Organization)

deu início a pesquisa sobre o desempenho esperado em edificações, criando em 1984 a

primeira norma de desempenho (ISO 6240). A tabela 1 mostra os primeiros requisitos e

verificações resultados da pesquisa coordenada pela ISO, que posteriormente se

tornariam base para o aprimoramento de outras normas, dentre elas a NBR 15.575.

1 A NBR 15.575 teve sua publicação em 19/02/2013 e exigibilidade em 19/07/2013

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TABELA 1: Adaptação dos Critérios da ISO 6241:1984

REQUISITOS EXEMPLOS DE VERIFICAÇÕES

Estabilidade estrutural Resistência mecânica a ações estáticas e dinâmicas; Efeitos climáticos.

Segurança ao fogo Risco de propagação de chamas; Efeitos fisiológicos (controle de fumaça e ventilação.

Segurança ao uso Proteção contra movimentos mecânicos; Proteção contra choques elétricos; Segurança durante circulação; Segurança contra intrusão humana ou animal.

Estanqueidade Estanqueidade à água; Estanqueidade ao ar; controle de intrusão de poeira.

Conforto higrotérmico Controle da temperatura do ar e radiação térmica.

Pureza do ar Controle da velocidade e umidade do ar; Controle de gases tóxicos.

Conforto acústico Controle de ruídos.

Conforto visual Controle da iluminação natural e artificial; Insolação; Nível de iluminância contraste de luminância.

Conforto tátil Aspereza e flexibilidade das superfícies; Umidade e temperatura nas superfícies.

Higiene Instalações para o cuidado do corpo humano; Suprimento de água limpa; Evacuação das águas servidas.

Adequabilidade à usos específicos Número; Tamanho; geometria e inter-relações dos espaços; Provisão de serviços e equipamentos.

Durabilidade Conservação do desempenho durante toda vida útil; Possibilidade de manutenção e reposição.

Economia Custos de implantação; Custos financeiros; Custos de operação e manutenção.

FONTE: Adaptado de MACHADO, 2015.

No Brasil, o conceito de desempenho foi introduzido na década de 70, com a importação

dos novos sistemas construtivos desenvolvidos na Europa, com o mesmo objetivo de suprir o

déficit de habitações. Porém os produtos industrializados nacionais ainda careciam de

qualidade, apresentando problemas patológicos, de segurança e habitabilidade (MITIDIERI

FILHO, 1998).

No ano de 1997 a Caixa Econômica Federal realizou um programa junto ao Instituto de

Pesquisas Tecnológicas (IPT) para atualizar as tecnologias construtivas da década de 70, porém

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com foco em edificações habitacionais de baixa renda. Este programa deu início a outros

trabalhos desenvolvidos pelo o Comitê Brasileiro de Construção Civil (CB 2) da ABNT e a

Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que se comprometeram a elaborar uma norma

técnica para a avaliação de edifícios habitacionais, utilizando como princípio fundamental o

conceito de desempenho (BORGES,2008).

No final da década de 90, a Caixa Econômica Federal (CEF) juntamente com o Programa

B asilei o da Qualidade e P odutividade do Ha itat PBPQH ap ese ta a os C ité ios Mí i os

de Dese pe ho pa a Ha itações Té eas de I te esse So ial e e 2000 a CEF fi a iou o

p ojeto de pes uisa No as Té i as pa a Avaliação de Siste as Co st utivos I ovado es pa a

Ha itações , ue foi o p e u so pa a o dese volvi e to da atual No a de Desempenho de

Edificações, finalmente publicada em maio de 2008 (MACHADO, 2015).

Entretanto, com a sua exigibilidade em novembro de 2010, as incorporadoras, construtoras

e projetistas ganharam novas responsabilidades na obtenção de um desempenho mínimo na

edificação e em seus sistemas. Além disso, a norma tem força de lei o que pressiona as empresas

a se mobilizarem para se adaptarem aos requisitos apresentados pela norma de desempenho.

Para permitir a correta adaptação do setor da construção civil, a norma sofreu uma

suspensão de 2 anos, recebendo uma nova revisão publicada em fevereiro de 2013 com

exigibilidade em julho até a presente data, figura 5.

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FIGURA 5: Cronologia da Norma de Desempenho

FONTE: Autor.

Atualmente em vigência, a Norma de Desempenho de divide em seis capítulos classificados

de acordo com um substema da edificação, figura 6. Em cada capítulo, são abordados aspectos

de estabilidade e resistência estrutural,estanqueidade, desempenho térmico, acústico e contra

incêndio.

FIGURA 6: Estruturação da Norma de Desempenho em capítulos.

FONTE: Autor.

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3.2.3 Desempenho Térmico

A norma NBR 15.575 não trata o desempenho como um condicionamento artificial,

para isso ela utiliza parâmetros regionais, com base nas condições climáticas naturais,

divididas em 8 zonas em todo o território brasileiro, denominadas zonas bioclimáticas

brasileiras, figura 7. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, está situada na zona

bioclimática 8.

FIGURA 7: Distribuição das Zonas Bioclimáticas no Território Brasileiro.

FONTE: NBR 15.220-3 (2003).

No estudo do desempenho térmico das edificações, a norma se subdivide em dois

principais sistemas: vedações verticais e cobertura.

O sistema de vedações verticais pode ser entendido como sendo um subsistema do

edifício constituído por elementos que compartimentam e definem os ambientes internos

e externos, cujos principais elementos são: paredes, esquadrias e revestimentos.

O sistema de coberturas é o conjunto de componentes , dispostos no topo da

construção, com as funções de assegurar estanqueidade às águas pluviais e salubridade,

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protegendo demais sistemas da edificação e contribuindo positivamente para o conforto

termoacústico. Este sistema é composto de telhado, subcobertura, forro, estrutura

principal e secundária.

De acordo com a NBR 15.575-1, ambos os sistemas poderão ser avaliados por 3

procedimentos: simplificado, simulação e medição. No procedimento simplificado,

verifica-se o atendimento aos requisitos e critérios para fachadas e coberturas de acordo

com duas tabelas, transmitância térmica e capacidade térmica.

O procedimento simplificado da norma, apesar de ser uma ferramenta de aplicação

rápida, pode apresentar incertezas consideráveis em seus resultados. Embora a NBR

15.575 tenha sido um passo importante para a melhoria do desempenho térmico das

construções no Brasil, o procedimento simplificado detém-se apenas em paredes e

coberturas, e não na edificação como um todo (Grigoletti e Sattler 2010). Sendo assim,

essa análise isolada pode não expressar o comportamento térmico real de edificação. Caso

a edificação não atinja os requisitos estabelecidos por esse primeiro procedimento,

recorre-se ao procedimento de simulação ou medição.

No procedimento de simulação, verifica-se o atendimento aos requisitos e critérios

estabelecidos na Norma, através do uso de softwares de modelagem e simulação

computacional.

Para realizar este procedimento, primeiro deve-se identificar a zona bioclimática do

local apresentado ou adequá-lo a uma zona cujos dados climáticos sejam similares. A

norma recomenda a utilização do software EnergyPlus para o estudo das cargas térmicas

de resfriamento e aquecimento dos ambientes. A modelagem dos componentes e as

propriedades térmicas dos materiais podem ser definidos de duas formas: ensaios

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normalizados realizados em laboratório ou na ausência e impossibilidade de obtê-los

junto aos fabricantes, utilizar as referências da NBR 15.220-2.

No procedimento de medição, ocorre a verificação do atendimento aos requisitos e

critérios estabelecidos na Norma, mas por meio da realização de avaliações in loco (na

própria edificação ou em protótipos).

O princial critério utilizado no desempenho é o valor máximo de temperatura (verão)

e mínimo (inverno). Para o verão, a NBR15.575 cita que o valor máximo diário da

temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como, por exemplo,

salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas,

outros equipamentos em geral), deve ser sempre menor ou igual ao valor máximo diário

da temperatura do ar exterior, tabela 2.

TABELA 2: Critério de Temperatura Máxima do Ambiente Interno de Acordo com a Zona

Bioclimática.

FONTE: Tabela 11.2 / NBR 15.575-1.

De modo similar, para o inverno, as condições térmicas no interior do edifício

habitacional devem ser mais agradáveis que o ambiente externo, ou seja, os valores

mínimos diários da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada,

como por exemplo salas e dormitórios, no dia típico de inverno, devem ser sempre

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maiores ou iguais à temperatura mínima externa acrescida de 3 °C. Neste caso, as zonas

6, 7 e 8 não necessitam realizar este tipo de avaliação, tabela 3.

TABELA 3: Critério de Temperatura Mínima do Ambiente Interno de Acordo com a Zona

Bioclimática.

FONTE: Tabela 11.3 / NBR 15.575-1.

3.2.4 Desempenho Térmico das Vedações Verticais

O primeiro conceito a ser entendido dentro da avaliação de desempenho térmico é a

transmitância térmica (U), ou seja, a transmissão de calor através de uma área unitária de

um elemento ou componente construtivo, tais como vidros, e vedações internas e

externas, induzida pela diferença de temperatura entre dois ambientes (NBR 15.575-1).

De acordo com a tabela da NBR 15575-4, temos os seguintes valores de U separados

por zona bioclimática, tabela 4.

TABELA 4: Critério de Transmitância Térmica para Vedações Externas de Acordo com a Zona

Bioclimática.

FONTE: Tabela 13 da NBR 15.575-4 .

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De acordo com a NBR 15.220-2, quando não é possível obter o valor calculado pelo

fabricante, a norma estipula valores para a absortância de acordo com o tipo de superfície

que está sendo estudada, tabela 5.

TABELA 5: Absortância () para radiação solar e emissividade ().

FONTE: Tabela B.2 - NBR 15.220-2 .

Além da transmitância, outro conceito importante no estudo térmico de edificações é

a capacidade térmica (CT), ou seja, a quantidade de calor necessária para variar em uma

unidade a temperatura de um sistema em kJ/(m².K). A tabela 6 da Norma nos mostra os

valores mínimos admissíveis para a CT de paredes externas em edificações.

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TABELA 6: Critério de Capacidade Térmica de Paredes Externas em Edificações de Acordo com a

Zona Bioclimática.

FONTE: Tabela 14 da NBR 15.575-4 .

Estes dois critérios são fundamentais para a aprovação da metodologia simplificada

da norma.

3.2.5 Desempenho Térmico das Coberturas

De forma análoga a avaliação das vedações verticais, o desempenho simplificado das

coberturas deve apresentar uma transmitância térmica e absortância à radiação solar que

proporcionem um desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática. A tabela

7 apresenta os critérios mínimos de desempenho térmico das coberturas quanto à

transmitância térmica.

TABELA 7: Critério de Transmitância Térmica para Coberturas de Acordo com a Zona

Bioclimática.

FONTE: Tabela 5 da NBR 15.575-5/2013 .

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3.3 Certificação Energética – Norma de Portugal

3.3.1 Pilares Normativos

Em Portugal, o conceito de desempenho térmico em edificações teve início em 2006,

onde foram adotados Decretos-Lei e regulamentos para avaliar a capacidade de

desempenho energético de cada edificação. Dentre as normativas, pode-se destacar os três

pilares principais adotados pela legislação portuguesa, figura 8: o Regulamento das

Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), Regulamento dos

Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE) e Sistema Nacional de

Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE).

FIGURA 8: Legislação Portuguesa sobre Eficiência Energética.

FONTE: Freitas, 2007.

O RCCTE é o Decreto-Lei 80/2006, de 4 de Abril, que estabelece requisitos de

qualidade para os novos edifícios de habitação e de serviços de pequeno porte sem

sistemas de climatização, limitando as perdas térmicas e controlando os ganhos solares

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excessivos. Este regulamento impõe limites aos consumos energéticos para climatização

e aquecimento da água, incentivando à utilização de sistemas eficientes e de fontes

energéticas de menor impacto. Esta legislação impõe a instalação de painéis solares e

valoriza a utilização de outras fontes de energia renovável (CERTIFICAÇÃO

ENERGÉTICA,2018).

O RSECE define um conjunto de requisitos aplicáveis a edifícios de serviços e

habitação dotados sistemas de climatização, sob aspectos relacionados a limitação dos

consumos energéticos e, também, a eficiência e manutenção dos sistemas de climatização

dos edifício, impondo a realização de vistorias periódicas aos edifícios de serviços. Neste

regulamento, a qualidade do ar interior e as concentrações máximas dos principais

poluentes surgem também com requisitos mínimos de exigência (CERTIFICAÇÃO

ENERGÉTICA,2018).

O SCE surgiu a partir do Decreto-lei nº 78/2006 de 4 de Abril, que em conjunto com

os regulamentos técnicos aplicáveis aos edifícios de habitação (RCCTE, DL 80/2006) e

aos edifícios de serviços (RSECE, DL 79/2006), define regras e métodos para verificação

da aplicação efetiva destes regulamentos às novas edificações, bem como, numa fase

posterior aos imóveis já construídos (CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA,2018).

No ano de 2013, a Lei Portuguesa 118/2013 criou novas resoluções no âmbito do

desempenho térmico das edificações. Uma nova designação, o Regulamento do

Desempenho Energético dos Edifícios de Habitação (REH) substituiu o antigo RCCTE e

o novo Regulamento do Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços

(RECS) que atualizou o antigo RSECE.

No REH e RECS são abordados os valores máximos para as necessidades anuais de

energia útil de aquecimento e resfriamento dos ambientes de uma edificação. Também

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são definidas as metodologia de determinação da classe de desempenho energético, além

dos pré-certificados e certificados SCE, bem como os requisitos de comportamento

técnico e de eficiência dos sistemas técnicos dos edifícios novos e edifícios sujeitos a

grande intervenção (DECRETO - LEI n.º 118/2013).

A realização da Certificação Energética SCE é de responsabilidade do proprietário do

imóvel, se tornando obrigatória nos seguintes casos, (ADENE,2018):

Edifícios novos;

Edificações existentes cujo processo de reabilitação ultrapassa 25% do valor do

edifício;

Edificações comerciais e de serviços com área útil de pavimento superior a 1000

m2 , ou para centros comerciais, supermercados e piscinas cobertas de 500 m2.

Edifícios de entidade pública com área útil de pavimento superior a 500 m2;

Todos os edifícios existentes, em processo de venda, locação e arrendamento no

qual o proprietário deve apresentar ao potencial cliente o certificado emitido pela

SCE.

As edificações sem obrigatoriedade da SCE são:

Instalações industriais, agrícolas ou pecuárias;

Edifícios para atividades religiosas;

Edifícios exclusivamente destinados a armazéns, estacionamento, oficinas e

similares;

Edifícios unifamiliares com área útil igual ou inferior a 50 m2 ;

Edifícios em ruínas;

Infraestruturas militares;

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Monumentos e os edifícios classificados ou em vias de ser, património cultural;

Edifícios de comércio e serviços inseridos em instalações sujeitas ao Sistema de

Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE).

E o prazo de validade deste Certificado varia de acordo com a natureza do edifício e

seu contexto. Segundo o Decreto-Lei 118/2013 de 20 de agosto, são definidos os

seguintes prazos de validade:

Edificações residenciais – 10 anos;

Edifícios comerciais e de serviço de pequeno porte - 10 anos;

Edifícios comerciais e de serviço de grande porte - 6 anos, para certificados

emitidos até 30 de abril de 2015;

Edifícios comerciais e de serviço de grande porte - 8 anos, para certificados

emitidos após 30 de abril de 2015;

A certificação energética tem o objetivo de comprovar a correta aplicação da

regulamentação energética e informar o cidadão sobre o potencial de consumo do produto

que está sendo adquirido. De maneira sucinta, ele informa: o desempenho energético

atestado em 9 classes (A+ a G), a emissão de CO2 e para edifícios existentes há incluso

um Plano de Racionalização Energética (PRE).

3.3.2 Processo de Certificação

O processo de certificação é realizado por um perito qualificado da ADENE, que

verificará a conformidade do edifício no âmbito dos regulamentos aplicáveis, classificá-

lo de acordo com o seu desempenho energético, com base numa escala de A+ (melhor

desempenho) a G (pior desempenho) e eventualmente propor medidas de melhoria. Em

resultado da sua análise o perito pododerá emitir:

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Declaração de Conformidade Regulamentar (DCR) necessária para a obtenção do

pedido de Licença de Construção;

Certificado Energético e da Qualidade do Ar Interior (CE) necessário para a

obtenção do pedido de Licença de Utilização ou, no caso de edifícios existentes,

para venda ou aluguer do imóvel;

Declaração de Conformidade Regulamentar e Certificado Energético e da

Qualidade do Ar Interior.

Este último certificado,figura 9, é a face visível da aplicação dos regulamentos

(RCCTE e RSECE). O CE/DCR inclui a classificação do imóvel em termos do seu

desempenho energético, determinada com base em pressupostos nominais (condições

típicas ou convencionadas de funcionamento).

Nos edifícios novos (com pedido de licença de construção após entrada em vigor do

SCE) as classes energéticas variam apenas entre as classes A+ e B-. Os edifícios

existentes podem ter qualquer classe.

FIGURA 9: Modelo do Certificado Energético e da Qualidade do Ar Interior

FONTE: ADENE, 2018 .

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30

3.3.3 Desempenho das Vedações e Cobertura

Em 2013, a legislação foi revisada recebendo a contribuição de aproximadamente 100

instituições portuguesas, em busca de melhorar o processso de implantação e certificação

para instalar a Diretiva Nacional da Performance Energética de Edifícios. Assim como a

Norma de Desempenho brasileira, o mercado português adotou um período de 2 anos para

adaptação do setor da contrução as alterações da Normativa, onde as novas edificações

exigem o Energy Performance Certificate (EPC). A tabela 8 mostra os parâmetros de

cálculo abordados para edifícios residenciais e não residencias .

TABELA 8: Disciplinas Abordadas no Cálculo do EPC.

FONTE: FALLIS A., 2013.

A tabela 9 a seguir mostra a evolução dos requisitos mínimos adotados para os

elementos de vedação e cobertura em relação a transmitância Térmica (U), adotados pela

certificação.

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TABELA 9: Valores de Transmitância Térmica Adotados pela Certificação Energética.

FONTE: FALLIS A.,2013.

3.4 Software Energy Plus

O EnergyPlus é um software open-source, que utiliza a tecnologia Building Energy

Modeling (BEM), desenvolvido e distribuído pelo Departamento de Energia dos Estados

Unidos para a simulação de carga térmica e análise energética de edificações e seus

subsistemas (ENEEGYPLUS,2017).

FIGURA 10: Logo do Software EnergyPlus

FONTE: EnergyPlus,2017.

Este software simula detalhadamente a física para os fenômenos de transferência de

calor, umidade, radiação e convecção, cálculo de métricas de conforto térmico,

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iluminação e sombreamento, suportando a confirguração flexível de componentes HVAC

(ENERGYPLUS,2017).

O programa EnergyPlus apresenta algumas características que o diferencia dos

demais programas de simulações termoenergéticas, tais como:

a) Solução simultânea e integrada em que a resposta do prédio e o sistema primário e

secundário estão acoplados;

b) Intervalos de tempos definidos pelo usuário, com fração de hora, para interação

entre as zonas térmicas e o ambiente, e intervalos de tempo variável para interação entre

a zona térmica e o sistema HVAC;

c) Arquivos de entrada, saída e climática que incluem condições ambientais horárias

ou sub-horárias (até um quarto de hora) e relatórios padrões reajustáveis pelo usuário;

d) Técnica de solução baseada no balanço de energia para as cargas térmicas prediais,

que permite o cálculo simultâneo dos efeitos radiante e convectivo na superfície interior

e exterior, durante cada intervalo de tempo;

e) Condução de calor transiente através dos elementos do prédio como paredes, tetos,

pisos, etc, usando funções de transferência e modelo de conforto térmico;

f) Modelo de céu anisotrópico para cálculos mais complexos da radiação difusa sobre

superfícies inclinadas;

g) Cálculo de balanço de calor de janelas que permite o controle eletrônico de

persianas, balanço térmico camada por camada, o que permite a identificação do

comprimento de onda da energia solar absorvida pelo vidro da janela;

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h) Possui uma biblioteca versátil com diversos modelos comerciais de janela; controle

da luz do dia, incluindo cálculos da iluminância interior, controle dos brilhos das

luminárias e do efeito da iluminação artificial;

i) Sistemas de condicionamento de ar configuráveis, que permitem ao usuário simular

sistemas típicos comuns e sistemas poucos modificados, sem ter que recompilar o código

fonte do programa;entre outras.

Além disso, o software integra vários módulos que trabalham juntos para calcular a

energia requerida para aquecer ou resfriar um edifício usando uma variedade de sistemas

e fontes de energia. Ele faz isso simulando o edifício e os sistemas associados em

diferentes condições ambientais e operacionais. A essência da simulação está no modelo

do edifício que utiliza princípios fundamentais de balanço energético.

Apesar de todas as suas vantagens e também ser adotado pela Norma 15.575 como

software principal de modelagem energética, os dados de entrada para o uso desta

ferramento são complexos e demandam uma habilidade em programação e operação com

banco de dados. Consequentemente, os projetistas consideram esta análise um processo

com alto despêndio de tempo sendo deixado para as etapas finais de projeto (STUMPF;

KIM; JENICEK, 2009).

3.4.1 Simulação Energética no REVIT

Com objetivo de expandir a aplicação da modelagem BIM e permitir a possibilidade

de realizar simulações para obter melhores resultados de desempenho e sustentabilidade,

a Autodesk desenvolveu uma plataforma na nuvem integrada ao Revit 2016, denominada

Green Building Studio (GBS).

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Esta ferramenta permite ao usuário realizar simulações em servidores remotos,

utilizando os dados da modelagem como input para a simulação energética com base na

ferrmenta do EnergyPlus (AUTODESK,2017).

FIGURA 11: Linha do Tempo de atualizações do REVIT.

FONTE: Autodesk.

Segundo Azhar et al, [s.d] o Green Building Studio, gera uma análise energética

baseada na web que permite ao usuário avaliar o impacto ambiental da construção de

componentes individuais na etapa de planejamento da construção. As capacidades de

análise primária do software incluem energia e análise térmica, análise de iluminação e

sombra, e análises de custo.

Em 2016, uma nova ferramenta foi adicionada ao GBS, o Insight360 que permite o

usuário analisar as diferenças de performance energéticas com as alterações da orientação

espacial da construção, mudança de materiais, proporção entre esquadrias e alvenarias

externas e explorar os impactos no aproveitamento energético do edifício através de

variações no projeto arquitetônico. A inclusão do EnergyPlus permitiu o cálculo de carga

térmica de aquecimento e resfriamento (heating and cooling loads) para identificar os

impactos energéticos anuais gerados pelo edifício em modelo (INSIGHT 360, 2017).

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4. ESTUDO DE CASO

4.1 Localização e Caracterísiticas do Edifício

Este trabalho realizará uma simulação energética através do Revit / EnergyPlus

buscando soluções de melhoria na eficiência energética do bloco D, edifício da UFRJ que

abriga as aulas da engenharia civil, petróleo e ambiental, localizado na Av. Athos da

Silveira Ramos 149, figura 12.

A escolha desta edificação para estudo ocorreu devido a sua importância para os

alunos de engenharia civil, a facilidade de visitação, obtenção dos dados para a sua

modelagem e a busca por melhorias no conforto dos seus usuários.

FIGURA 12: Localização do Edifício Universitário.

FONTE: Google Maps.

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Projetado em 1956 pelo arquiteto Jorge Moreira, o Centro de Tecnologia teve sua

concepção dividindo as diversas especialidades de engenharia em seis blocos de dois

pavimentos, dispostos paralelamente, saparados por pátios e jardins, sobre pilotis duplos.

Porém, desde sua construção, inúmeras modificações foram realizadas, tais como

reformas, restaurações e até alterações arquitetônicas.

A adaptação mais relevante nesta edificação ocorreu devido à necessidade de

ampliação do número das salas de aula, com a crescente demanda de estudantes da escola

politécnica. Portanto, os pilotis foram cercados por alvenaria confiando o pavimento

térreo, figura 13. Esta transformação se evidencia pela existência de pilares dentro das

salas de aula, situação que não constava no projeto de Jorge Moreira.

FIGURA 13: Foto do Centro de Tecnologia (1960 x 2018)

FONTE: Banco de Imagens (UFRJ) / Foto do autor.

Após tais modificações, atualmente, a edificação do bloco D possui as seguintes

características:

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TABELA 10: Características do Bloco D

Área dos Pavimentos 115 m x 21 m = 2.415 m2

Pé Direito 4,0 m

Altura da Edificação 12,0 m

Área Total Construída 4.830 m2

Salas de Aula 22

Banheiros 10

Salas de Departamento 5

Salas de estudo, pesquisa e outros 7

FONTE: Autor.

4.2 Modelo para Análise Energética

Para a modelagem da volumetria da edificação proposta foi utilizado o software

REVIT 2017 da Autodesk. Esta ferramenta permite um ganho de tempo em sua rapidez

de modelagem através da parametrização dos elementos construtivos. Assim, tem-se

como resultado um volume automaticamente parametrizado, tornando simples a

modificação das suas dimensões, figura 14.

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FIGURA 14: Modelagem de uma parede no REVIT 2017.

FONTE: REVIT 2017.

As alterações realizadas na volumetria são automaticamente representadas em outras

vistas, facilitando a visualização em diferentes perspectivas durante o processo de

modelagem da edificação.

A modelagem passa pelo processo de duas etapas: a transferência das medidas da

edificação para o programa, gerando um modelo arquitetônico, e o posicionamento

espacial do edifício no mapa geográfico onde se encontra.

A primeira etapa foi realizada após as medições em campo, no qual resultou em

um modelo 3D da arquitetura da edificação, representado pela figura 15. As demais

dependências da do edifício constam no anexo A deste trabalho.

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FIGURA 15: Ambas vistas em perspectiva da fachada do edifício universitário, modelado no Software REVIT 2017.

FONTE: Autor.

A etapa seguinte consta do posicionamento geográfico do edifício. No mesmo

software é possível definir suas coordanadas geográficas, figura 16, onde será importado

características como a intensidade solar, o caminho do sol (figura 17) e os efeitos de

sombramento da edificação no decorrer dos dias do ano.

FIGURA 16: Posicionamento das Coordenadas Geográficas no REVIT 2017.

FONTE: Autor.

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FIGURA 17: Simulação do Caminho Solar e Sombreamento da Edificação (dia 28/01/2018 as 10:00).

FONTE: Autor.

Concluídas ambas as etapas, é preciso definir a dimensão dos materiais e suas

caracterísitcas térmicas associadas, que em seguida serão utilizadas no INSIGHT 360, ua

extensão do REVIT 2017 onde se é possível avaliar o desempenho térmico da edificação.

4.3 Simulação

Na plataforma BIM, cada elemento construtivo denota de propriedades físicas,

gráficas e térmicas. Para uma simulação energética, os principais parâmetros a serem

estudados são as propriedades analíticas térmicas, tais como transmitânca térmica (U) e

absortância ().

Ambas normativas brasileira e portuguesa possuem intervalos específicos para tais

parâmetros, buscando um melhor conforto para os usuários da edificação. Com base

nestes parâmetros, foram realizadas três simulações energéticas a fim de se estudar o atual

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desempenho da edificação. As simulações foram denominadas: simulação básica,

simulação NBR15.575 e Simulação da Certificação Portuguesa.

4.3.1 Simulação Básica

Para a primeira simulção energética, foram utilizados os materiais básicos cadastrados

na biblioteca do REVIT 2017 sem a alteração de suas características , dando assim nome

a esta simulação.

Os principais elementos abordados tanto pela certificação portuguesa, quanto a

Norma de Desempenho são as vedações externas e o sistema de cobertura da edificação,

que representam o elemento construtivo de influência direta no desempenho térmico da

edificação. Logo, foram adotados os seguintes dados da parede externa e cobertura as

segunites informações da figura 18.

FIGURA 18: Caracterização da parede externa em alvenaria e pintura / Caracterização do telhado de fibrocimento.

FONTE: Autor.

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Definidas as propriedades dos materiais, o software poderá simular as cargas térmicas

que inflenciam no desempenho final da edificação. Esta simulação se dá início na aba

Analyze,figura 19, onde será criado um modelo térmico 3D da edificação (Generate

Insight).

FIGURA 19: Menu Analyze do REVIT 2017.

FONTE: Autor.

O programa de análise térmica gera os resultados de cada espaço individual do interior

da edificação, denominado Room (apêndice B), além do resumo dos principais resultados

em relação a edificação como um todo demonstrados na figura 20. O Building Summary,

explica características do edifício como um todo, tais como a área dos pavimentos (SF) e

volumetria (CF), além das cargas térmicas de aquecimento e arrefecimento.

O primeiro resultado a ser estudado é Cooling Total Load (CTL), referente a carga

total de resfriamento do ambiente, ou seja, a energia em BTU/h necessária para resfriar a

edificação.

Outro resultado da análise é o Cooling Latent Load (CLL), ou seja, a medida de

energia necessária para desumidificar o ar do edifício independente da humidade externa.

Este fator sofre influência principalmente da ocupação do ambiente com pessoas e

equipamentos, e a humidade do ar que circula na edificação.

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Também será avalidad a Cooling Load Density (CLD), que consiste na carga total de

resfriamento dividido pela soma das áreas dos pavimentos do edifício, segundo a fórmula:

CLD = 𝐶𝑇𝐿Σ Á a Pavi

Neste trabalho, não serão avaliados fatores de heating, ou seja, aquecimento do

ambiente estudado pois a edificação está localizada em uma região tropical, não

possuindo nenhum sistema de aquecimento dentro de suas dependências.

Por último, o software é capaz de estimar os gastos energéticos do edifício em

kWh/m2/yr. Desta maneira, a primeira simulação obteve os seguintes resultados:

FIGURA 20: Resultados da Análise Térmica Modelo Simples.

FONTE: Autor.

4.3.2 Simulação NBR 15.575

A segunda base de simulação será rodada com a adaptação dos elementos de vedação

de acordo com a norma de desempenho 15.575 apresentadas no capítulo 3.3 deste

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trabalho. A firgura 21 apresenta as caracterísitcas adotadas para as vedações externas da

edificação.

Fonte: Autor.

FIGURA 21: Caracterização da Vedação Externa Segundo NBR 15.575.

FONTE: Autor.

De maneira análoga, foram modificadas as características térmicas adotadas para o

elemento da cobertura em fibrocimento, demonstrado através da figura 22. Também foi

disponibilizado o resultado de duas Rooms no apêndice C deste trabalho.

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FIGURA 22: Caracterização da Cobertura Segundo NBR 15.575.

FONTE: Autor.

Logo, o novo modelo adapatado as propriedades adotadas na Norma de Desempenho

gerou os seguintes resultados apresentados na figura 23.

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FIGURA 23: Resultados da Análise Térmica segundo NBR 15.575.

FONTE: Autor.

4.3.3 Simulação da Certificação Portuguesa

Por último, será utilizado os dados fornecidos pela legislação portuguesa que abrange

o desempenho térmico das edificações. Desta forma, as características adotadas para as

paredes de alvenaria externa e o sistema de coberturas são representados respectivamente

pelas figuras 24 e 25.

FIGURA 24: Caracterização das Paredes em Alvenaria Segundo a Certificação de Portugal.

FONTE: Autor.

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FIGURA 25: Caracterização da Cobertura Segundo a Certificação de Portugal.

FONTE: Autor.

Logo, o INSIGHT 360 gerou um novo modelo térmico, gerando os seguintes

resultados de cargas térmicas para a edificação, figura 26, além dos resultados dos Rooms

30 e 77 apresentados no apêndice D.

FIGURA 26: Resultados da Análise Térmica Segundo a Certificação Energética de Portugal.

FONTE: Autor.

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4.3.4 Resultado das Simulações Iniciais

A partir do resultado das simulações, é possível comparar os resultados gerados pelo

software.

TABELA 11: Resumo dos Resultados das Análises Térmicas.

Cooling Total Load (Btu/h)

Cooling Latent Load (Btu/h)

Cooling Load Density

(Btu/h.ft2) kWh/m2/yr

Simulação Simples 539.616,69 25.025,32 21,20 176,0

Simulação Norma de Desempenho

537.673,31 24.947,00 21,18 175,0

Simulação Norma de Portugal

531.055,62 24.515,84 21,20 174,0

FONTE: Autor.

Através da tabela de resultados, é possível comparar as cargas térmicas de

arrefecimento e a energia consumida pela edificação em cada uma das simulações. Apesar

da Certificação Portuguesa estar adaptada ao clima europeu, sua legislação possui um

maior rigor comparado a Norma de Desempenho, sendo necessário parede de menor

transmitância térmica, ou seja, com maior isolamento entre o ambiente intero e externo

do edifício, o resultado gerado pelo EnergyPlus permitiu identificar um variação pouco

significante entre os modelos.

A maior variação ocorre na coluna de Cooling Total Load, entre a simulação simples

e a com parâmetros de Portugal, sendo uma variação de 1,6%. Já de acordo com a carga

energética consumida pelo edifício, esta variação é reduzida para 1,1%.

Através destes resultados é possível criar duas hipóteses. A primeira é que o Bloco D

se encontra dentro dos parâmetos da NBR 15.575, mesmo tendo sido construído mais de

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50 anos antes da Norma entrar em viagor. A segunda é que os parâmetros adotados pelo

Norma Portuguesa não se demonstraram tão eficientes quando aplicados ao edifício, não

trazendo resultados significativos no ganho de desempenho térmico da edificação.

4.4 Projetos de Otimização do Desempenho Energético

Além da busca de adaptação do Bloco D às Normativas nacionais e internacionais,

foram realizadas simulações modificando a estrutura da cobertura, a fim de buscar

melhorias de desempenho. Desta forma foram realizadas três novas simulações:

substtuindo o telhado de fibrocimento pela convencional telha cerâmica, remodelando o

telhado para um novo telhado simples de 4 águas mantendo o material original e uma

combinação utilizando o novo telhado de telha cerâmica.

O primerio modelo gerado foi a substituição do telhado de fibrocimento pela telha

cerâmica, figura 27.

FIGURA 27: Mudança de Material da Cobertura da Edificação.

FONTE: Autor.

A mudança de material gerou uma nova simulação térmica da edificação que obteve

os seguintes resultados, figura 28 e apêndice E.

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FIGURA 28: Resultados da Simulação com o Novo Material da Cobertura.

FONTE: Autor.

A segunda modificação desejado era a nova modelagem da estrutura do telhado. O

telhado real da edificação foi susbtituído por um telhado convencional de 4 águas, com

uma inclinação de 8% . Na figura 29 é possível ver em perspectiva a nova modelagem de

telhado utilizada para simular as mudanças de desempenho térmico da edificação.

FIGURA 29: Nova Modelagem do Bloco D com Substituição do Telhado Original.

FONTE: Autor.

Nesta simulação foi mantido o material original do telhado em fibrocimento, sendo

verificado apenas a influência da arquitetura do telhado no seu desempenho térmico.

Logo, a simulação térmica gerada obteve os seguintes resultados, figura 30 e apêndice F.

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FIGURA 30: Resultados da Simulação com Modificação Estrutural do Telhado.

FONTE: Autor.

Por último, foi realizada uma nova simulação aproveitando o novo modelo de telhado

de 4 águas, porém com a cobertura de telhas cerâmicas. Esta nova simulação obteve os

seguintes resultados apresentados na figura 31 e no apêndice G.

FIGURA 31: Resultados da Simulação com Modificação Estrutural do Telhado e com Cobertura em Telha Cerâmica.

FONTE: Autor.

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A tabela 14, a seguir, apresenta um resumo dos resultados gerados pela segunda

rodada de simulações do desempenho energético do bloco D.

A partir dos resultados é possível obter novas hipóteses sobre a simulação energética.

A primeira indica a não influência da troca do material da cobertura, ou seja, apesar da

troca da telha de fibrocimento pela telha cerâmica nos dois telhados utilizadosnão causou

diferentes respostas térmicas.

A segunda hipótese avalia a perda de eficiência energética utilizando um modelo

convencional de telhado.

TABELA 12: Resumo dos Resultados das Análises Térmicas.

Cooling Total Load (Btu/h)

Cooling Latent Load (Btu/h)

Cooling Load Density

(Btu/h.ft2) kWh/m2/yr

Simulação Norma de Desempenho

537.673,31 24.947,00 21,18 175,0

Simulação Telhado Cerâmico

537.673,31 24.947,00 21,18 175,0

Simulação Telhado Modificado

299.061,69 19.913,88 14,25 211,0

Simulação Telhado Modificado /Cerâmico

299.061,69 19.913,88 14,25 211,0

FONTE: Autor.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Conclusões

A primeira rodada de simulações permitiu comparar o desempenho do edifício

atualmente, com as propriedades dos materiais que o compõe. Nesta etapa é possível

concluir a partir do resultado gerado pela simulações térmicas através do simulador

INSIGHT 360, incluso no programa REVIT 2017 que o edifício possui um desempenho

térmico de acordo com a Norma de Desempenho NBR 15.575 e a legislação adotada pela

nação de Portugal.

Na segunda rodada de simulações foi analisado a influência do material e da

arquiterura da cobertura. Neste caso, os resultados demonstram que a mudança do

material não causou influências no resultado térmico da edificação, que se manteve no

mesmo consumo energético em ambas as situações.

Porém, a mudança da arquitetura do telhado implicou em uma ineficiência do

aproveitamento térmico, com uma diferença de 36 kWh/m2/yr, ou seja, um decréscimo

de 20% da eficiência.

Pode-se concluir que o modelo atual da edificação obtém resultados satisfatórios com

relação ao seu desempenho térmico, cumprindo os requisitos mínimos exigidos pela atual

Norma de Desempenho.

5.2 Limitações observadas

Durante o processo de modelagem da arquitetura da edificação, algumas limitações

foram identificadas, sendo a principal delas uma biblioteca esparsa de materiais

brasileiros do REVIT 2017. Os materiais e as propriedades térmicas adotadas pelo autor

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seguiram o padrão a biblioteca orginial do software, o que certamente influenciaria nos

resultados do desempenho térmico da edificação como um todo.

Outra limitação observada esta relacionada a proposta de melhoria no projeto. Devido

a sua importância histórica e o legado deixando pelo arquiteto Jorge Moreira, não foi

cogitada a possibilidade de alteração física das fachadas, ou seja, da mundança na

proporção entre as esquadrias e as paredes externas em alvenaria. Desta forma as soluções

foram limitadas ao melhor isolamento das alvenarias externas e o sistema de cobertura.

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55

REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

Modelagem do Bloco D.

FIGURA 1: Modelagem da Sala D-114, renderização do modelo BIM e foto real.

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FIGURA 2: Modelagem da Fachada, renderização do modelo BIM e foto real.

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FIGURA 3: Modelagem da Fachada, renderização do modelo BIM e foto real.

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FIGURA 4: Modelagem 3D do telhado, renderização do modelo BIM e foto de satélite.

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FIGURA 5: Renderização do REVIT da Sala D-107.

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FIGURA 6: Renderização do REVIT 3D da Edificação

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APÊNDICE B

Resultados da Análise Energética do Modelo Simples. Exemplos do Room 77 e 30.

FIGURA 7: Modelo Simples, Room 77.

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FIGURA 8: Modelo Simples, Room 30.

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APÊNDICE C

Resultados da Análise Energética do Modelo da da Análise Térmica segundo NBR 15.575. Exemplos do Room 77 e 30.

FIGURA 9: Modelo da Análise Térmica segundo NBR 15.575, Room 77.

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FIGURA 10: Modelo da Análise Térmica segundo NBR 15.575, Room 30.

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APÊNDICE D

Resultados da Análise Energética do Modelo da Certificação Portuguesa. Exemplos do Room 77 e 30.

FIGURA 11: Modelo da Análise Térmica segundo Certificação Portuguesa, Room 77.

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FIGURA 12: Modelo da Análise Térmica segundo Certificação Portuguesa, Room 30.

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APÊNDICE E

Resultados da Análise Energética modificando o material da cobertura (telha cerâmica). Exemplos do Room 77 e 30.

FIGURA 13: Modelo da Análise Térmica modificando o material da cobertura, Room 77.

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FIGURA 14: Modelo da Análise Térmica modificando o material da cobertura, Room 30.

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APÊNDICE F

Resultados da Análise Energética com Novo Modelo de Telhado em fibrocimento. Exemplos do Room 77 e 30.

FIGURA 15: Modelo da Análise Térmica modificando a Estrutura do Telhado com cobertura de fibrocimento, Room 77.

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FIGURA 16: Modelo da Análise Térmica modificando a Estrutura do Telhado com cobertura de fibrocimento, Room 30.

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APÊNDICE G

Resultados da Análise Energética com modificação da Estrutura do telhado e adoção da telha cerâmica. Exemplos do Room 77 e 30.

FIGURA 17: Modelo da Análise Térmica modificando a Estrutura do Telhado com cobertura de telha cerâmica, Room 77.

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FIGURA 17: Modelo da Análise Térmica modificando a Estrutura do Telhado com cobertura de telha cerâmica, Room 30.

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APÊNDICE H

Planta Baixa da Edificação.

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26.46

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- N

E

S

W

05:30

18:41

10:00

28 de janeiro

DATA:

ESCALA:

Nº PROCESSO:

VISTOS:

OBSERVAÇÕES:

PROPRIETÁRIO:

AUTOR DO PROJETO (PREA):

RESPONSÁVEL TÉCNICO (PREO):

1 : 200

1º Pavimento - Bloco D1

1 : 200

2º Pavimento - Bloco D2

1 : 500

Caminho Solar - Bloco D3