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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Rafael Alves da Conceição TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO ANÁLISE DOS PROCESSOS DO SETOR DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DA EMPRESA INFOSTORE INFORMÁTICA Organização Sistemas e Métodos ITAJAÍ (SC) 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Rafael Alves da Conceição

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ANÁLISE DOS PROCESSOS DO SETOR DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DA EMPRESA

INFOSTORE INFORMÁTICA

Organização Sistemas e Métodos

ITAJAÍ (SC) 2011

RAFAEL ALVES DA CONCEIÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

ANÁLISE DOS PROCESSOS DO SETOR DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DA EMPRESA

INFOSTORE INFORMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ - SC, 2011

Agradeço aos meus pais, pelo incentivo,

carinho e amor sempre demonstrados ao

longo desta jornada;

Agradeço ao meu orientador André M.

dos Santos, pela dedicação e força na

realização do estágio;

O fracasso é o sucesso em processo!

Desistir de um sonho é o mesmo que

anunciar que você está morrendo.

A persistência é a mãe do sucesso.

É ela que, mais cedo ou mais tarde,

materializa os nossos sonhos.

Marcelo de Almeida, 2009.

EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Rafael Alves da Conceição

b) Área de estágio

Organização Sistemas e Métodos

c) Supervisor de campo

Magnus Weber Vieira Quadra

d) Orientador de estágio

Prof. André Moraes dos Santos

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, Msc.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social

Quadra e Weber Ltda.

b) Endereço

Rua: Manoel Vieira Garção, 54, Centro, Itajaí – SC.

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Assistência Técnica

d) Duração do estágio

240 horas

e) Nome e cargo do supervisor de campo

Magnus Weber Vieira Quadra – Sócio Gerente

f) Carimbo e visto da empresa

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Itajaí, 06 de junho de 2011.

A Empresa INFOSTORE INFORMÁTICA, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de

Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelo (a) acadêmico (a)

Rafael Alves da Conceição.

__________________________________

Magnus Weber Vieira Quadra

RESUMO

Atualmente a busca pela qualidade na prestação de serviços é um fator muito importante e procurado e as empresas buscam constantemente uma fidelização destes clientes. Esta pesquisa teve como principal objetivo realizar a análise dos processos relativos à prestação dos serviços de assistência técnica na empresa Infostore Informática. A análise permitiu identificar falhas ao longo do processo da manutenção de computadores na empresa e propor melhorias ao mesmo. A pesquisa foi realizada de acordo com a visão qualitativa, e o levantamento dos dados ocorreu por meio de observação direta no processo, entrevistas aos colaboradores e notas de campo. Os resultados obtidos foram satisfatórios e permitiram analisar a atividade de prestação de serviços. Os principais problemas encontrados foram os atrasos de metas estipuladas para atendimento, inexistência de controles de avaliação da satisfação do cliente com os serviços prestados e descumprimento de prazos contratuais. A análise destes problemas levou a identificação de suas possíveis causas e, consequentemente, à proposição de ações corretivas. Em resumo, o trabalho propôs novas formas de controle e de estrutura funcional para a organização. Espera-se que a implementação destas recomendações contribua para a melhoria da qualidade dos serviços prestados e reflita-se na maior satisfação e fidelização dos clientes. Palavras-Chaves: Qualidade, Fidelização, Satisfação do Cliente.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Número de Colaboradores Infostore Informática ................................................16

Figura 1 – Etapas do desenvolvimento do trabalho de estágio ...............................................18

Quadro 2 – Trabalhos desenvolvidos pela Área de OSM .......................................................20

Figura 2 – Gestão de processos .............................................................................................23

Figura 3 – Gestão de processos – Sistema integrado ..............................................................28

Figura 4 – Exemplo de fluxograma .......................................................................................38

Figura 5 – Exemplo Diagrama causa e efeito ........................................................................39

Organograma 1 – Infostore informática .................................................................................43

Gráfico 1 – Faturamento de assistência técnica 2010 .............................................................44

Figura 6 – Processos de entrada para área de assistência técnica............................................45

Fluxograma 1 – Atendimento balcão .....................................................................................46

Fluxograma 2 – Atendimento telefone ..................................................................................48

Fluxograma 3 – Atendimento eletrônico ...............................................................................50

Figura 7 – Tela de abertura de chamados ..............................................................................51

Figura 8 – E-mail abertura de chamados ...............................................................................51

Fluxograma 4 – Atendimento externo ...................................................................................53

Fluxograma 5 – Atendimento interno ....................................................................................55

Fluxograma 6 – Atendimento contrato ..................................................................................57

Figura 9 – E-mail encerramento ............................................................................................58

Fluxograma 7 – entrega ou devolução dos equipamentos ......................................................59

Diagrama 1 – Atraso da empresa em prestar o primeiro atendimento ....................................61

Diagrama 2 – Descumprimento do prazo de entrega estimado para conserto .........................65

Diagrama 3 – Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos ...............................68

Diagrama 4 – Falha em avaliar o atendimento realizado ........................................................71

Quadro 3 – Processos X Problemas .......................................................................................72

Organograma 2 – Novo Organograma Infostore Informática .................................................73

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa .......................................................................... 12

1.2 Objetivos do trabalho ............................................................................................... 13

1.2.1 . Objetivo Geral ............................................................................................................ 13

1.2.2 . Objetivos Específicos ................................................................................................. 14

1.3 Aspectos metodológicos ............................................................................................ 14

1.3.1 . Caracterização do trabalho de estágio ......................................................................... 14

1.3.2 . Contexto e participantes do trabalho de estágio ........................................................... 16

1.3.3 . Instrumentos e procedimentos de coleta de dados ..................................................... 166

1.4 Tratamento e análise de dados ................................................................................. 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 19

2.1 Organização, Sistemas e Métodos (OSM) ................................................................ 19

2.1.1 . Profissionais de Organização, Sistemas e Métodos...................................................... 21

2.2 Fluxo de Informações ............................................................................................... 22

2.3 Gestão por processos .............................................................................................. 233

2.3.1 . Tipos e características dos processos ......................................................................... 255

2.3.2 . Mapeamento dos processos organizacionais ................................................................ 26

2.3.3 . Aplicação do mapa de processo .................................................................................. 28

2.3.4 . Análise de Processo de Negócio ................................................................................. 29

2.3.5 . Controle dos processos ............................................................................................... 29

2.3.6 . Reengenharia dos processos ........................................................................................ 31

2.3.7 . Melhorias dos processos ............................................................................................. 32

2.4 Qualidade Total ........................................................................................................ 33

2.4.1 . Qualidade total nos serviços........................................................................................ 34

2.4.2 . Cliente na estrutura da Qualidade Total ...................................................................... 35

2.5 Ferramenta da qualidade na gestão dos processos .................................................. 37

2.5.1 . Fluxograma ................................................................................................................ 37

2.5.2 . Diagrama de Causa e Efeito ........................................................................................ 39

2.5.3 . 5W2H ....................................................................................................................... 40

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ................................................. 42

3.1 Caracterização da Empresa ..................................................................................... 42

3.1.1 . Área de assistência técnica .......................................................................................... 43

3.2 Mapeamento dos processos ...................................................................................... 45

3.2.1 . Entradas Assistência técnica ....................................................................................... 45

3.2.2 . Serviços prestados pela Assistência Técnica - Processo .............................................. 52

3.2.3 . Entrega ou devolução dos equipamentos – Saídas ....................................................... 58

3.3 Identificação de Problemas e suas principais causas e efeitos. ................................ 60

3.3.1 . Atraso da empresa em prestar o primeiro atendimento, após a abertura de um chamado. .

........ ........... ....................................................................................................................... 60

3.3.2 . Descumprimento do prazo de entrega estimado para o conserto .................................. 64

3.3.3 . Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos ........................................... 67

3.3.4 . Falha em avaliar o atendimento realizado.................................................................... 70

3.4 Proposta de melhorias e soluções aos problemas identificados ............................... 72

3.4.1 . Adequação de funções atendimento interno e externo ................................................. 73

3.4.2 . Adequação do responsável pela organização da agenda dos técnicos externos ............. 75

3.4.3 . Distinção no Atendimento Externo em dois grupos, atendimento avulso e atendimento

contrato ....... ....................................................................................................................... 76

3.4.4 . Feedback ao cliente .................................................................................................... 77

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 80

APENDICES ......................................................................................................................84

APENCICE I ........................................................................................................................85

APENDICE II.......................................................................................................................86

APENDICE III .....................................................................................................................87

APENDICE IV .....................................................................................................................88

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS .............................................................................91

11

1 INTRODUÇÃO

O mercado global de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) deverá

movimentar aproximadamente 3,3 trilhões de dólares até o final de 2010 (INFO, 2009). Neste

cenário, o Brasil deverá ocupar uma posição entre os dez países que mais investem em TIC. O

crescimento do mercado brasileiro para 2010 é estimado em 15%, comparado com 2009, três

vezes mais que a média do crescimento mundial esperado (TI INSIDE, 2010; GARTNER,

2010). Embora a taxa de crescimento com números dobrados observada nos anos de 2007 e

2008 tenha sido afetada pelas recentes oscilações na economia global, o crescimento do

mercado de TIC no Brasil continua sendo positivo, em contraste com muitos países europeus,

conforme os dados extraídos do site da empresa BITS - Business It South América (BITS,

2010).

O bom desempenho deste setor favorece as empresas prestadoras de serviços de

suporte e manutenção de TI. Com o crescimento nos investimentos em TI, as empresas estão

buscando terceirizar os serviços básicos de suporte e manutenção de seus equipamentos, a fim

de cortar custos, e obter mais flexibilidade dentro das organizações (CONVERGÊNCIA,

2010).

A crescente competitividade do setor tem exigido das empresas prestadoras de

serviços de TI maior qualidade, redução de custos, flexibilidade para atender a crescente

demanda e também maior comprometimento com os clientes. As mudanças tecnológicas e a

inserção das organizações em um ambiente de competição globalizada tornam necessário o

reprojeto e a gestão das funções organizacionais, de modo a adequá-las à realidade do

mercado, visando aumentar a competitividade e o valor da organização (VILLELA, 2000).

As funções organizacionais são compostas pelos processos de negócio da

organização, ou seja, sequencias específicas de atividades a serem desenvolvidas em

consequência da política da empresa e da busca de seus objetivos.

O sucesso no desempenho das funções organizacionais depende também de como os

processos internos são executados e como o sincronismo entre as áreas envolvidas está

relacionado. Assim, é importante o mapeamento dos processos de uma organização para uma

melhor compreensão do funcionamento interno e do sincronismo organizacional necessário

para otimizar as funções organizacionais.

12

Deste modo, o presente estudo buscou mapear os principais processos em uma

organização de prestação de serviços de TI, visando à análise das atividades atualmente

utilizadas pela empresa para se obter um melhor desempenho e eficácia dos serviços.

A empresa em que foi desenvolvido o trabalho é a Infostore Informática, cujas

atividades estão voltadas à venda de computadores e acessórios de informática, automação

comercial, manutenção de equipamentos e prestação de serviços de assistência técnica

especializada.

1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa

A Infostore Informática, empresa em que foi desenvolvida a pesquisa, possui grande

parte de sua receita oriunda da prestação de serviços de assistência técnica especializada em

equipamentos de informática. Atualmente, as atividades relacionadas aos processos internos

de manutenção de equipamentos e também os externos relativos aos serviços técnicos

prestados, não estão claramente definidos.

Nas atividades desenvolvidas atualmente, algumas regras estão sendo seguidas, mas

não estão atendendo a grande demanda do mercado consumidor. Os procedimentos para o

suporte e manutenção dos equipamentos não estão sendo realizados, estão ocorrendo algumas

falhas e não há um sincronismo organizacional, é necessária a análise, avaliação e uma

reformulação para melhor atender aos seus clientes.

Diante do que se expõe, formulou-se a seguinte questão problema: Quais melhorias

podem ser propostas para aperfeiçoar os processos e o sincronismo organizacional para

suporte e manutenção de equipamentos atualmente realizados pela empresa, para que a

condução destes possa atender a demanda, melhorar a eficácia e eficiência no serviço e

consequentemente a satisfação do cliente?

Roesch (2007, p.90) define problemas de pesquisa como sendo, um problema de pesquisa pode ser definido tanto a partir da observação, como da teoria, ou ainda de um método que se queira testar. No contexto de um projeto de prática profissional, um problema é uma situação não resolvida, mas também pode ser a identificação de oportunidades até então não percebidas pela organização.

13

Este trabalho foi importante para o acadêmico e proporcionou condições de

observação e integração de práticas e teorias estudadas em sala de aula, aprimorando assim os

conhecimentos obtidos nas áreas correspondentes ao estudo, ao longo da jornada acadêmica.

Para a empresa a elaboração de um diagnóstico dos processos e de uma proposta de

aperfeiçoamento contribuiu para a discussão de melhorias a serem implementadas no setor

estudado.

O trabalho também apresenta características de originalidade, pois não havia sido

realizado na organização nenhum estudo semelhante, proporcionando uma nova realidade aos

envolvidos.

O trabalho foi concluído dentro do cronograma e custos propostos.

1.2 Objetivos do trabalho

Roesch (2007) explica que para o desenvolvimento do trabalho é preciso que se

definam os objetivos a serem seguidos levando o autor do estudo a perceber as etapas contidas

em seu trabalho, isto é, os objetivos orientam a revisão da literatura e a metodologia do

estudo. [...] Objetivo geral define o propósito do trabalho, num projeto, não é suficiente definir apenas objetivos gerais, visto que estes são amplos e dificilmente podem ser avaliados, não é suficiente para dar uma ideia de como o trabalho será desenvolvido, já o objetivo especifico especificam o modo como se pretende atingir um objetivo geral, pois passam a ser claramente associados às etapas do plano e normalmente a literatura aponta indicações de fases ou etapas a cumprir [...] (ROESCH, 2007, p. 96-97).

1.2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho de estágio tem como objetivo geral realizar a análise dos

processos, necessários à realização dos serviços de assistência técnica na empresa Infostore

Informática.

14

1.2.2 Objetivos Específicos

• Realizar o mapeamento dos processos atualmente desempenhados nos serviços de

assistência técnica;

• Identificar os principais problemas nos processos mapeados;

• Descrever os problemas identificados, utilizando modelos de causa-efeito;

• Elaborar proposta de melhoria para os processos analisados.

1.3 Aspectos metodológicos

Neste item são citados os métodos científicos que foram empregados no

desenvolvimento deste trabalho.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

O objetivo deste trabalho é analisar as atividades utilizadas atualmente e propor

melhorias e novos processos a empresa na prestação de serviços, para melhorar a eficácia e o

cumprimento de prazos, adota-se como método de delineamento de pesquisa avaliação

formativa.

Roesch (1996) descreve a avaliação formativa como sendo um tipo de pesquisa que

visa melhorar ou aperfeiçoar sistemas ou processos. A função da avaliação formativa, numa

perspectiva ampla, supõe uma avaliação do avaliador em direção ao desenvolvimento e

crescimento do avaliado.

No desenvolvimento do projeto utilizar-se-á o método de pesquisa qualitativa, pois

“O método qualitativo difere, em principio, do quantitativo à medida que não emprega um

instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema”. (RICHARDSON,

1999, p. 79). As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar

15

a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. (OLIVEIRA, 1999, p. 117).

O método qualitativo “implica uma ênfase nos processos e significados que não são

examinados ou medidos em termos de quantidade, intensidade ou frequência” (GARCIA;

QUEK, 1997, p. 451), e por meio de seu uso “procura-se fazer análises em profundidade,

obtendo-se até as percepções dos elementos pesquisados sobre os eventos de interesse”

(CAMPOMAR, 1991, p.96).

Portanto, a caracterização do trabalho apresenta três dimensões: quanto à natureza

dos dados este trabalho apresenta a abordagem qualitativa, os objetivos apontam para

atividade descritiva e quanto aos procedimentos à pesquisa aponta para um estudo de caso. O

trabalho de estágio teve como estratégia a tipologia de análise formativa e delineamento

predominante qualitativo.

As pesquisas descritivas não procuram explicar alguma coisa ou mostrar relações

causais. Para Roesch (2007, p. 137): “Pesquisas descritivas não respondem bem ao por que,

embora possam associar certos resultados a grupos de respondentes”.

A metodologia que será utilizada para elaboração deste projeto é o estudo de caso,

que Yin (2005, p.20) descreve como: Como estratégia de pesquisa, utiliza-se o estudo de caso em muitas situações, para contribuir com o conhecimento que temos dos fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, além de outros fenômenos relacionados.

Um projeto de pesquisa que envolva o Método do Estudo de Caso se dá em três fases

distintas: 1) escolha do referencial teórico sobre o qual se pretende trabalhar; a seleção dos

casos e o desenvolvimento de um protocolo para a coleta de dados; 2) condução do estudo de

caso, com a coleta e análise de dados, culminando com o relatório do caso; 3) análise dos

dados obtidos à luz da teoria selecionada, interpretando os resultados da pesquisa. O protocolo

configura-se como o grande componente de confiabilidade ao estudo de caso.

Yin (2005) apresenta três situações nas quais o estudo de caso é indicado. A primeira

é quando o caso em estudo é crítico para se testar uma hipótese ou teoria explicitada. A

segunda situação para se optar por um estudo de caso é o fato dele ser extremo ou único. A

terceira situação se dá quando o caso é revelador, que ocorre quando o pesquisador tem

acesso a um evento ou fenômeno até então inacessível à pesquisa científica.

O artigo publicado por Lee (1989) identificou o estudo de caso como principal

método de pesquisa utilizado na área de Sistemas de Informação; posteriormente, Lai e

Mahapatra (1997) confirmaram-no como um dos mais populares na área. No Brasil, o estudo

16

de caso também tem sido o método qualitativo mais adotado nas pesquisas apresentadas na

área de Sistemas de Informação (HOPPEN; MEIRELLES, 2005).

Com as pesquisas, avaliações e as análises devidamente realizadas na área de

Sistemas de Informação dos processos adotados dentro da empresa, foram possíveis

identificar e diagnosticar os problemas das atividades utilizadas e elaborar uma proposta de

reestruturação dos processos da organização relacionados à prestação de serviços.

1.3.2 Contexto e participantes do trabalho de estágio

Nesta pesquisa específica, tratando-se de uma microempresa, onde o número de

pessoas é reduzido e o acesso a ambas é facilitado, todos os colaboradores do setor de

assistência técnica foram selecionados como informante-chave para a pesquisa. A definição

dos participantes de uma pesquisa deve levar em consideração as características em comum

que os mesmos possuem para o estudo (OLIVEIRA, 1999).

A pesquisa contou com a participação da população de 13 pessoas que são os

colaboradores e o gestor da empresa, todos envolvidos na área da assistência técnica,

relacionados no Quadro 1 abaixo:

Descrição de Cargo Número de colaboradores

Gestor 01

Vendedores 04

Técnicos Internos 04

Técnicos Externos 04 Quadro 1 – Número de colaboradores Infostore Informática. Fonte: Infostore Informática (2011).

1.3.3 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados

A coleta de dados foi feita de duas formas: por meio da observação participante e

entrevistas focadas.

17

Cicourel apud Haguette (1982, p.62) define a observação participativa como sendo:

“um processo no qual a presença do observador, em uma situação social, é mantida para fins

de investigação científica”. Richardson (1999, p.261) descreve a prática da observação

participativa da forma que “o observador não é apenas um espectador do fato que está sendo

estudado, ele se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que compõem o

fenômeno a ser observado”.

A observação participante permite conhecer o cenário conceitual da empresa, além

de analisar o fluxo dos processos e observar métodos utilizados pelos colaboradores, podendo

identificar em qual setor possam estar ocorrendo às desconformidades dos processos que

envolvem as regras adotadas pela empresa.

O outro instrumento adotado para coleta de informações foi à entrevista. Para Roesch

(2007, p.158): “Entrevistas, observação e uso de diários são as técnicas mais utilizadas na

pesquisa de caráter qualitativo”.

Conforme os dados citados acima a entrevista contribuiu para diagnosticar as

deficiências, as estratégias que compreendem as atividades operacionais na realização da

manutenção dos equipamentos e na prestação de serviços de assistência técnica, percorrendo

todos os setores envolvidos e procurar propor um fluxograma de reestruturação dos processos

para melhoria da eficácia dos serviços prestados e alcançar os prazos definidos.

1.4 Tratamento e análise de dados

Os dados coletados foram interpretados, codificados e serão apresentados na seção

de resultados sob a forma de gráficos, desenhos e texto descritivo.

De acordo com Roesch (1996, p. 156): Na pesquisa de caráter qualitativo, o pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, depara com uma quantidade imensa de notas de pesquisa ou de depoimentos, que se materializam na forma de textos, os quais terão de organizar para depois interpretar.

Yin (2005, p. 137) acrescenta que: “á analise de dados consiste em examinar,

categorizar, classificar em tabelas, testar ou, do contrário, recombinar as evidencias

quantitativas e qualitativas para tratar as proposições iniciais de um estudo”.

Para análise, adotou-se a técnica da análise de conteúdo que, segundo Roesch (2007)

define as unidades de análise sobre as respostas obtidas dos entrevistados e de observações,

bem como categorias de análise e codificações para interpretação com base nas teorias que

18

fundamentam o trabalho. As categorias serão definidas pelas etapas do processo. As etapas de

realização do trabalho estão definidas a na Figura 1 seguir representada:

Os dados obtidos, posteriormente analisados, possibilitaram propor os novos

procedimentos para um bom sincronismo organizacional, reestruturação dos processos

atualmente adotados e a criação de um fluxograma ideal a ser seguido pelos departamentos

envolvidos no processo de manutenção e prestação de serviços de assistência técnica de

equipamentos de informática, para obter um melhor desempenho e eficácia, que satisfaça o

cliente no qual a empresa atende.

19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo busca apresentar informações que fundamentam teoricamente este

estudo, enfatizando questões relacionadas com a Organização, Sistemas e Métodos ligados

aos processos e procedimentos.

Segundo Roesch (2007, p.106): “A revisão da literatura é uma das seções mais

longas e trabalhosas do projeto. Na prática, implica seleção, leitura e análise de textos

relevantes ao tema do projeto, seguida de um relato por escrito”.

2.1 Organização, Sistemas e Métodos (OSM).

Para realização do objetivo deste trabalho de analisar o processo, devem-se registrar

conceitos básicos de OSM, que tem como foco o estudo da organização, dos sistemas e

métodos de trabalho, bem como mostrado nos conceitos da qualidade que tem com objetivo a

melhoria contínua.

Segundo Cruz (2000, p.34) Organização, Sistemas e Métodos pode ser definida

como: “Estudo das organizações por meio da análise de cada uma das atividades, a fim de

criar procedimentos que venham a interliga-las de forma sistêmica”.

Cury (2000, p.273) define OSM como sendo: Um processo de trabalho, dinâmico e permanente, que tem como objetivo efetuar diagnósticos situacionais das causas e estudar soluções integradas para os problemas administrativos, envolvendo, portanto, a responsabilidade básica de planejar as mudanças, aperfeiçoando o clima e a estrutura organizacional, assim como os processos e os métodos de trabalho.

De acordo com Luporini e Pinto (1992, p.20), “organização pode ser entendida com

uma correlação de deveres ou funções, para consecução dos objetivos esperados”.

No entanto, a distribuição destas funções e sua coordenação de forma certa é o que

determinará a boa organização, com contribuições adequadas para o bom sucesso

administrativo da empresa, sendo que, o administrador deverá distribuir de forma, que as

relações funcionais sejam ordenadas de maneira lógica, a fim de evitar duplicidade de tarefas,

omissões e confusões desnecessárias e generalizadas. (LUPORINI E PINTO, 1992).

O desempenho de uma organização esta ligado diretamente à perfeita realização das

atividades, inerentes ao bem ou serviço a que a organização se propõe a produzir. No

desenvolvimento das atividades processadas dentro de uma organização, a eficácia e

20

eficiência são fatores fundamentais, onde cada indivíduo deve buscar o máximo de suas

obrigações sociais, estabelecendo atitudes equilibradas na realização dos processos. (CURY,

1995)

Para Alvarez (1990) a área de OSM pode desenvolver diversos tipos de trabalhos,

depende do tamanho da organização, no Quadro 2 a seguir estão relacionados os trabalhos que

a área de OSM desenvolve:

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

- Acompanhar a criação ou eliminação das unidades; - definir os objetivos de cada unidade, bem como descrever suas funções; - discriminar in loco os trabalhos desenvolvidos sobre a estrutura organizacional - elaborar, institucionalizar as normas, regulamentos e manuais internos.

RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO

- definir o fluxo de documentos e de decisões dos sistemas; - desenvolver estudos dos sistemas e dos processos internos; - melhorar os métodos de trabalho analisando e criando alternativas; - atualizar os métodos administrativos e sistemas de trabalho; - definir instrumentos que auxiliem as soluções operacionais, administrativas e funcionais; - pesquisar novas tecnologias que possam ser utilizadas pela empresa; - desenvolver novas opções tecnológicas para os processos internos.

DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

- acompanhar e definir os ciclos organizacionais; - analisar as alternativas que possibilitam um crescimento organizacional; - avaliar impactos ou desgastes gerados pelas ações e pelos ciclos organizacionais; - definir a forma de treinamento do pessoal visando o desenvolvimento organizacional.

CONTROLE DE SISTEMAS

- analisar a viabilidade econômica para criação de sistemas; - elaborar cronograma para desenvolvimento organizacional; - avaliar os equipamentos, instrumentos e ferramentas disponibilizados para desenvolvimento dos processos.

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

- analisar e definir a amplitude dos níveis organizacionais contemplados; - definir e estruturar os dados a nível operacional das informações transacionais; - definir e estruturar as atividades dos sistemas de informações para integração das informações gerenciais; - definir as informações para auxiliar a organização na tomada de decisão.

CONSULTORIA EXTERNA

- participar dos contratos com consultores/analistas externos; - monitorar os serviços prestados por terceiros.

Quadro 02 – Trabalhos desenvolvidos pela área de OSM. Fonte: Adaptado de Alvarez (1990)

21

A mudança de uma estrutura deve ser estudada e desenvolvida com muito cuidado,

pois envolve problemas estratégicos, táticos e operacionais, não podendo esquecer a cultura

da empresa. Segundo Cury (2005, p.216): “A estrutura é o arranjo dos elementos constitutivos

de uma organização, ou seja, é a forma mediante a qual estão integrados e se apresentam os

elementos componentes de uma empresa”.

2.1.1 Profissionais de Organização, Sistemas e Métodos.

A área de Organização, Sistemas e Métodos ao passar do tempo se tornou muito

complexa, e por este motivo, surgiu à necessidade de ter um profissional especializado que

possa organizar os processos de mudanças e aperfeiçoamento. Diante disto, surge o

profissional de OSM. Este profissional precisa ser uma pessoa com habilidade conceitual,

técnica e de relacionamento com as pessoas.

Oliveira (1998, p.478) define que “os profissionais de organização, sistemas e

métodos desenvolvem três tipos de habilidades necessárias para que o executivo possa

executar eficazmente o processo administrativo”. Estas habilidades citadas pelo autor estão

descritas na sequencia:

ü Habilidades técnicas: consistem em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e

equipamentos necessários para a realização das tarefas específicas, através de sua

instrução, experiência e educação.

ü Habilidades humanas: consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com

pessoas, compreender suas atitudes e motivações aplicando uma liderança eficaz.

Essa habilidade é de grande importância, pois saber ouvir, observar e argumentar é

necessário para a ação de influenciar terceiros, convencendo-os das vantagens de

suas recomendações.

ü Habilidades conceituais: consiste na habilidade para compreender as complexidades

da empresa como um todo e ao ajustamento do comportamento da pessoa dentro da

estrutura organizacional da empresa. Essa habilidade permite que o profissional de

OSM se comporte de acordo com os objetivos e as necessidades da empresa,

promovendo ajustes necessários que são evidenciados por análises de dados dos

sistemas administrativos.

22

Diante de uma realidade complexa, econômica e burocrática com que se depara uma

organização, os processos precisam ser revistos continuamente. Os métodos utilizados

modificam-se, e com o passar do tempo, surgem novos procedimentos e os problemas

também se agravam. O profissional de OSM, para superar os obstáculos precisa estar sempre

se aperfeiçoando, e reforçando seus conhecimentos para saber enfrentar e tomar decisões

sobre os problemas que lhes são apresentados. (ARAÚJO, 1994).

2.2 Fluxo de Informações

A informação, recurso indispensável nas organizações vem consolidando cada vez

mais sua importância na economia e mercados globalizados, estando presente ao longo de

todo o processo, seja ele produtivo ou empresarial.

Segundo Bär (1995), a informação apresenta-se como um produto do processamento

de dados, resultantes dos fatos do cotidiano da organização procurando viabilizar os sistemas

produtivos e gerenciais para os quais é insumo indispensável. Normalmente, esta informação

apresenta-se sob a forma de fluxos contínuos gerados do desenvolvimento das atividades das

organizações. Para Lesca e Almeida (1994), os fluxos de informações em uma empresa

apresentam-se sob as seguintes formas:

• Fluxo de informações coletado externamente à empresa e utilizados por ela – este

tipo de fluxo refere-se às informações coletadas de agentes externos (fornecedores, clientes e

concorrentes) que influenciam na existência e funcionamento da empresa bem como suas

ações e decisões;

• Fluxo de informações produzido pela empresa e destinado ao mercado – este fluxo

refere-se às informações que a empresa produz e destina aos agentes externos de mercado

(pedidos de compra, fatura para os clientes, campanhas publicitárias, etc.);

• Fluxo de informações produzido pela empresa e destinado a ela própria – este fluxo

é gerado e consumido internamente (informações contábeis, relatórios de produção,

comunicações internas formais e informais entre os elos da cadeia, etc.).

23

2.3 Gestão por processos

O processo pode ser definido como um conjunto de atividades que visam atingir uma

ou mais objetivos predefinidos. Essas atividades podem ser executadas manualmente ou com

ajuda da tecnologia. A Figura 2 representa a Gestão por Processos.

Figura 2: Gestão de Processos. Fonte: Gestão de Processos Unicamp.

A excelência na gestão de processos agrega valor à empresa podendo contribuir para

a melhoria de sua competitividade e de sua lucratividade. Adair e Murray (1996) afirmam que

os processos variam significativamente ao longo do tempo, em termos de desenho e modo de

operação de função, de empresa para empresa e, até de gerente para gerente de uma mesma

empresa.

O processo representa um grupo lógico de atividades necessárias ao funcionamento

da empresa, independentemente dos seus executores. Uma vez conhecidos os processos de

uma organização, será através da identificação das necessidades de informações de cada

processo que deverão ser definidos e desenvolvidos os processos. (CURY, 2000)

24

Oliveira (2006, p.8) cita que processo “é um conjunto estruturado de atividades

sequencias que apresentam relação lógica entre si, com finalidade de atender e,

preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas dos clientes internos e externos

da empresa”.

Para Campos (1994), a organização deve definir padrões para execução das tarefas

com o intuito de melhorar o fluxo de trabalho, ajudando também aos indivíduos da

organização a desempenhar suas tarefas com confiança, responsabilidade e obtendo um ótimo

desempenho. E define “o padrão é o instrumento que indica a meta (fim) e os procedimentos

(meios) para execução dos trabalhos, de tal maneira que cada um tenha condições de assumir

a responsabilidade pelos resultados de seu trabalho.” (CAMPOS, 1994, p.31).

Os procedimentos padrões servem para organização controlar os seus processos

fazendo com que nunca mais ocorram anomalias. Para Crosby (1994, p.44): “Problemas

geram problemas, e a falta de um método disciplinado para atacá-los gera novos problemas”.

Ainda existem empresas que não utilizam nenhum tipo de organização ou

documentação, o que vem causando estrago a essas empresas, principalmente às pequenas e

médias, por serem construídas e desenvolvidas pelos próprios donos, raramente tiveram a

oportunidade de serem erguidas de forma organizada, com todos os processos documentados.

(CRUZ, 1998)

A organização deve padronizar aquilo que realmente necessita para atingir o

resultado final esperado, e segundo Sordi (2008), a Tecnologia da Informação é a melhor

maneira utilizada pelas organizações para aperfeiçoar e agilizar os processos. Todas as

informações dos processos são lançadas no sistema utilizado pela organização, essas

informações ficam armazenadas no banco de dados do sistema, e através de ferramentas do

sistema é possível emitir relatórios e também adquirir as informações necessárias para uma

tomada de decisão.

Sordi (2008) ainda complementa que a interação humana é um ponto importante para

desenvolver um sistema completo e adequado para organização. É através do conhecimento

dos envolvidos que a empresa responsável pela elaboração do sistema estará buscando atingir

ao máximo o desejado para administração dos processos e satisfação dos usuários.

Para Lacombe; Heilborn (2003) é necessário existir uma cultura organizacional,

sendo definido o nível de qualidade para os produtos, serviços e processos administrados pela

empresa, um ponto importante que não deve ser esquecido é a educação e o treinamento dos

funcionários para que seja atingida a qualidade total, alcançando os resultados que a

organização deseja.

25

2.3.1 Tipos e características dos processos

As características são essenciais para identificar as áreas com problemas-chave,

fornecer o conjunto de dados necessários para a tomada de decisões, construindo a base

estabelecendo metas de aperfeiçoamento e, para avaliar resultados.

Harrigon (1993, p.135), apresenta algumas características que descrevem como

aperfeiçoar os processos dentro de uma organização, conforme abaixo:

ü Fluxo: os métodos de transformar entradas em saídas;

ü Eficácia: o grau com que o processo atende as expectativas e as necessidades do

cliente final;

ü Eficiência: o grau de aproveitamento dos recursos para produzir uma saída;

ü Tempo de ciclo: o tempo necessário para transformar uma entrada numa saída;

ü Custo: o dispêndio de todo o processo.

Segundo Adair e Murray (1996, apud Vieira), os processos possuem múltiplas

etapas, tarefas, operações ou funções que são executadas em sequencia, ou às vezes em

conjunto de tarefas, operações ou funções executadas simultânea ou sequencialmente. A

característica comum aos processos é a geração de um resultado ou produto identificável,

podendo ser produto físico, um relatório ou ainda um serviço.

Oliveira (2006, p.13) define que “a administração de processos deve ser um

procedimento contínuo e acumulativo de repensar e de redesenho do negócio e de todas as

suas partes ou atividades integrantes”.

A partir do foco no cliente, Cerqueira Neto (1994, apud Villela) define que existem

processos fundamentais e processos de apoio. No entanto existe um terceiro tipo de processo e

estabelece a classificação como pode ser observado abaixo:

ü Processos primários: São aqueles que tocam o cliente. Qualquer falha, o cliente logo

identifica;

ü Processos de apoio: são os que colaboram com os processos primários na obtenção

do sucesso junto aos clientes;

ü Processos gerenciais: são aqueles que existem para coordenar as atividades de apoio

e dos processos primários.

Os processos operacionais se referem à forma que o trabalho é feito na organização

para produzir bens e serviços e os processos de suporte por sua vez, permitem a realização dos

26

processos operacionais, como por exemplo, a provisão de tecnologia, gestão de recursos

humanos e contabilidade. Os processos de estabelecimento de direção estão relacionados com

a definição da estratégia da organização e a influências destas é a mais importante da

administração de processos nas empresas, por isso é necessário à definição da expressão

reengenharia estratégica e organizacional.

Reengenharia estratégica e organizacional é a reestruturação de impacto dos

processos estratégicos e organizacionais para melhorar os lucros e os resultados dos negócios,

produtos, serviços de toda empresa a partir da alavancagem dos processos, sistemas, fluxos,

políticas, estrutura organizacional e comprometimentos profissionais, visando o aumento da

produtividade e da qualidade, bem como o atendimento das necessidades e expectativas dos

clientes e mercados atuais e futuros da empresa. (OLIVEIRA, 2006).

Já os processos gerenciais envolvem as atividades de tomada de decisões e

comunicação. Independente do tipo, os processos organizacionais podem variar no grau de

complexidade, tornando-se necessário estabelecer uma hierarquia de processos.

Na visão de Gonçalves (2000) os tipos de processos estão definidos como:

ü Internos – quando têm inicio e fim dentro da mesma empresa;

ü Externos – quando o processo atravessa as fronteiras das áreas funcionais;

ü Inter ou Intra-organizacionais – quando envolve diversas empresas diferentes para a

sua realização

ü Horizontal – se desenvolve ortogonalmente à estrutura da empresa;

ü Vertical – é típica de empresas que possuem estruturas funcionais.

A garantia de qualidade desde o projeto e a melhoria da qualidade em processos

existentes só são possíveis com um profundo entendimento dos processos aplicados na

organização.

2.3.2 Mapeamento dos processos organizacionais

O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial e de comunicação essencial

para líderes e organizações inovadoras que tem a intenção de promover melhorias ou

implantar uma estrutura voltada para novos processos (VILLELA, 2000). Para comparar a

situação atual e desejada, de forma a gerar tensão estrutural que impulsionará a mudança

27

organizacional, torna-se necessário mapear a organização como ela é. A partir disso,

identifica-se qual é o problema do processo para modelar como ela deverá ser e apresentar um

mapa de “Como” o problema será resolvido ou da implantação do novo processo (HUNT,

1996).

Através do processo de mapeamento torna-se mais simples determinar onde e como

melhorar o processo. Pode-se dizer que o mapeamento de processos desempenha o papel

essencial de desafiar os processos existentes, criando oportunidades de melhoria de

desempenho organizacional ao identificar interfaces críticas e, sobretudo, criar bases para

implantação de novas e modernas tecnologias de informação e de integração empresarial.

Para Hunt (1996), esta análise estruturada de processos permite, ainda, reduzir custos

no desenvolvimento de produtos e serviços, falhas de integração entre sistemas e promover

melhoria de desempenho organizacional, além de ser uma excelente ferramenta para

possibilitar o melhor entendimento dos processos atuais e eliminar ou simplificar aqueles que

necessitam de mudanças.

Além disso, o mapeamento de processos exige um profundo conhecimento das

atividades que constituem os processos essenciais de uma organização e os processos que os

apoiam. Esse entendimento pode ser melhor alcançado pela “modelagem” e pelas medidas

dos processos, utilizando-se de várias técnicas que foram desenvolvidas e refinadas no

decorrer dos anos (JOHANSSON et al., 1995).

Em um mapa de processos consideram-se atividades, informações e restrições de

interface de forma simultânea. A sua representação Figura 3, iniciam-se do sistema inteiro de

processos como uma única unidade modular, que será expandida em diversas outras unidades

mais detalhadas, que, conectadas por setas e linhas, serão decompostas em maiores detalhes

de forma sucessiva (Villela apud. Hunt, 1996).

28

Figura 3: Gestão de Processos – Sistema Integrado. Fonte: Gestão de Processos Unicamp.

Segundo Kettinger et al. (1997), muitas são as técnicas de representação, usadas para

construir modelos de processo, disponíveis que auxiliam a elaboração de diferentes tipos de

mapas. Mas qualquer que seja a técnica adotada, o mapeamento de processo segue,

normalmente, as seguintes etapas (Biazzo, 2000):

1. Definição das fronteiras e dos clientes do processo, dos principais inputs e outputs

e dos atores envolvidos no fluxo de trabalho;

2. Entrevistas com os responsáveis pelas várias atividades dentro do processo e

estudo dos documentos disponíveis;

3. Criação do modelo com base na informação adquirida e revisão passo a passo do

modelo seguindo a lógica do ciclo de “author-reader” (onde o “reader” pode ser tanto aqueles

que participam do processo como potenciais usuários do modelo).

2.3.3 Aplicação do mapa de processo

29

A técnica de mapeamento de processo fornece uma representação gráfica das

operações sob análise, evidenciando a sequencia de atividades, os agentes envolvidos, os

prazos e o fluxo de documentos em uma organização ou área. Isso permite à equipe de

auditoria, em conjunto com gerentes e técnicos envolvidos, identificar mais facilmente

oportunidades para a racionalização e o aperfeiçoamento dos processos de trabalho em uma

organização.

O mapa de processo também é útil para identificar pontos fortes do processo que

podem ser reproduzidos ou adaptados a outros processos de uma mesma organização ou de

organizações diferentes, como meio de disseminar boas práticas.

2.3.4 Análise de Processo de Negócio

A análise de processo de negócio ou BPA (Business Process Analysis) é, segundo

Ostrenga et al. (1993), uma técnica fundamental para a compreensão, análise e

aperfeiçoamento do desempenho da organização. Ela focaliza o fluxo de trabalho, em vez de

enfatizar a estrutura organizacional usada para se gerenciar o trabalho. Ela requer que se

considere de forma explícita as necessidades dos clientes.

O BPA ajuda a estruturar definição dos problemas da empresa de forma a poder

identificar e atacar suas causas básicas. E provê uma base para melhorar a qualidade, reduzir o

tempo de ciclo e também os custos.

A análise de processo de negócio é uma técnica de benefícios duplos, ela permite que

se obtenham resultados a curto e em longo prazo, identificando oportunidades para melhorias

importantes e ao mesmo tempo serve de base para outras técnicas contábeis que podem

manter a empresa no caminho de aperfeiçoamento permanente (Ostrenga et al., 1993).

Gargalos de Processo correspondem a etapas ou atividades que “ditam o ritmo” do

processo. Para melhorar a eficiência do processo, é preciso identificar quais são seus gargalos,

e eliminá-los, ou transferi-los para outro ponto.

2.3.5 Controle dos processos

30

O controle de processo compreende três ações principais, citados por Werkerma

(1995), o estabelecimento da diretriz de controle, a manutenção do nível de controle, e, a

alteração da diretriz de controle com o objetivo de melhorar o nível de qualidade planejado

inicialmente, para o autor o ciclo PDCA é uma ferramenta para manter o processo sob

controle.

Campos (1992) explica que o PDCA é um método para a prática de controle,

destacando que o sistema é composto das etapas de planejamento (P), execução (D),

verificação (C) e ação corretiva (A).

A etapa de planejamento é onde são estabelecidos as metas e o método para alcançá-

las; a execução é a determinado o que será executado exatamente como foi previsto no

planejamento e a coleta de dados para serem utilizados na próxima etapa; a verificação é

realizada a partir dos dados coletados na execução, comparando-se o resultado alcançado e a

meta planejada; e, etapa de ação corretiva adota como padrão o plano proposto, caso a meta

não tenha sido alcançada ou então agir sobre as causas do não atingimento da meta.

Dentro de uma organização os processos fazem parte dela, para isso é necessário que

seja esclarecido, qual a real função de um processo. Segundo a norma ISO 9000:2000 apud

Mello (2002, p.43) um processo “é um conjunto de atividades inter-relacionadas ou

interativas que transformam entradas em saídas”. Significa que qualquer atividade, ou

conjunto de atividades, que usa recursos para transformar entradas em saídas, pode ser

considerado como um processo.

Para Paladini (1995, p.168) o processo se configura como: “qualquer conjunto de

condições, ou causas que, agindo juntas, geram um dado resultado”. Sendo que controle de

processos pode ser considerado como um conjunto de atividades a serem realizadas,

planejadas e desenvolvidas com a finalidade de conhecer o processo em estudo.

Os autores Harrington (1993) e Cruz (1998) explicam que os processos são macro

conjuntos ou macro processos, podendo ser produtivos ou empresariais, e que estão divididos

em sub-processos, atividades, procedimentos e tarefas, com as respectivas definições a seguir:

ü Sub-processo – é o conjunto de atividades correlacionadas, que executa uma parte

específica do processo, do qual recebe insumos e para qual envia o produto do

trabalho realizado por todas;

ü Atividade – é o conjunto de procedimentos que deve ser executado a fim de produzir

determinado resultado;

31

ü Procedimentos – podem ser formais e informais. Formais é o conjunto de

informações que indica para o responsável da atividade como, quando e com o que

ela deve ser executada. Informais é o conjunto de práticas não escritas que o

ocupante de um posto incorpora à realização de seu trabalho;

ü Tarefas – é a menor parte realizável de uma atividade e o seu conjunto compõe os

procedimentos inerentes a cada atividade.

A análise da capacidade produz um diagnóstico do processo em termos de

consistência e atendimento a determinados padrões, e sempre está baseada na natureza das

variações, ou seja, reflexo de causas que estão atuando sobre o processo. A análise do

processo determina se elas são aleatórias, revelando uma situação normal do processo, ou se

as causas são apenas observáveis. (TACHIZAWA e SCACO, 1997).

2.3.6 Reengenharia dos processos

Segundo Oliveira (1990) organização da empresa é a ordenação e o agrupamento de

atividades e recursos visando o alcance de objetivos e resultados estabelecidos. Para

Caulliraux e Cameira (2000), a visão por processos prioriza a análise das funções de uma

organização desde uma ótica de atividades sequenciadas lógico-temporalmente.

Um processo é definido como uma específica ordenação de atividades de trabalho

através do tempo e do espaço, com um início, um fim e um conjunto claramente definido de

entradas e saídas (DAVENPORT, 2000). O planejamento eficiente de qualquer organização

exige um conhecimento amplo dos processos que ela realiza para que o gerenciamento dos

fluxos de materiais, informações e mão de obra ocorra da melhor forma possível. Caulliraux e

Cameira (2000) indicam que a visão de processos se consolida com a aplicação de técnicas da

Engenharia de Produção.

Dentro dessa conjuntura, a modelagem de processos tem demonstrado ser uma

ferramenta eficiente para esse conhecimento. Vernadat (1996) apresenta as principais

finalidades da modelagem de processos: uniformização do entendimento da forma de

trabalho, gerando integração; análise e melhoria do fluxo de informações; explicitação do

conhecimento sobre os processos, armazenando, assim, o know-how organizacional;

realização de análises organizacionais e de indicadores (processos, financeiros e outros);

32

realização de simulações, apoiando tomada de decisões; e gestão da organização. A

modelagem de processos é suportada por diferentes métodos que, por sua vez, estão

condicionados ao objetivo de modelagem.

O conjunto de informações a ser levantado, o nível de detalhamento dos modelos, a

ferramenta a ser utilizada, a forma de condução da modelagem, entre outros aspectos, devem

ser definidos a partir dos fins da modelagem dos processos organizacionais. No âmbito deste

trabalho, a modelagem dos processos se colocou como uma forma de representar e,

consequentemente, melhor entender a realidade analisada, isto é, o conjunto de processos de

controle de qualidade. Buscou-se aplicar uma metodologia de modelagem para a geração dos

modelos, de modo que os mesmos servissem como instrumento de análise e proposição de

melhorias para a organização estudada. Este trabalho busca, portanto, utilizar os conceitos,

ferramentas e métodos da Engenharia de Processos como forma de representação e

contribuição às atividades de melhoria realizadas pelo Controle de Qualidade.

2.3.7 Melhorias dos processos

As iniciativas de melhoria exigem informações detalhadas sobre os atuais processos,

sendo necessário documentar o fluxo de processo e os participantes devem definir suas

atividades, para que possam ser analisadas com amplitude suficiente. A análise dos processos

existentes deve incluir descrições de cargos, relações de técnicas e conhecimento das

mudanças organizacionais. (DAVENPORT, 1994)

Neste processo acelerado de mudança o benchmarking ganhou significativa

importância. Para Oliveira (2006, p.17) benchmarking. é o processo de análise referencial da empresa perante outras empresas do mercado, incluindo o aprendizado do que estas empresas fazem de melhor, bem como a incorporação destas realidades de maneira otimizada e mais vantajosa para a empresa que aplicou o benchmarking. Pode-se afirmar que benchmarking bem utilizado pode se constituir em uma importante vantagem competitiva para a empresa.

As oportunidades de analise surgem de analises detalhadas das atuais operações dos

processos, e os problemas são documentados durante as atividades de entendimento, dando

origem ao nível de exame as oportunidades de simplificação e racionalização.

33

O entendimento dos processos existentes é um elemento essencial de todas as

abordagens tradicionais baseadas em processos, analisando os métodos, ferramentas e

técnicas que possam ser usadas para melhorar os processos.

Portanto, os processos administrativos estão-se tornando de maior amplitude e de

melhor atuação direta sobre os resultados das empresas e as principais consequências para

administração de processos, resultantes das questões estratégicas, são a necessidade de

metodologias de planejamento estratégico estruturadas, bem como interligadas com os outros

instrumentos administrativos, o desenvolvimento de planejamento alternativos, capacitação

para identificar e usufruir oportunidades, o perfeito conhecimento e atendimento das

necessidades de mercado, a melhoria dos níveis de produtividade, bem como a otimizada

aplicação do benchmarking. (OLIVEIRA, 2006)

2.4 Qualidade Total

A qualidade total é uma técnica de administração formada por um conjunto de

Programas, Ferramentas e Métodos, aplicados no controle do processo de produção das

empresas, para obter bens e serviços pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando

atender as exigências e a satisfação dos clientes.

A busca pela excelência do desempenho e o sucesso no negocio requerem que todas

as atividades inter-relacionadas sejam compreendidas e gerenciadas segundo uma visão de

processos. Esta é fundamental que sejam conhecidos os clientes desses processos, seus

requisitos e o de cada atividade, buscando adicionar valor na busca do atendimento a esses

requisitos.

Qualidade é a capacidade de satisfazer a real necessidade do cliente oferecendo o

maior número de especificações por ele requerido, tudo com eficiência e eficácia máxima e a

um valor considerado justo. Dessa forma, a qualidade torna-se subjetivamente relativa à

preferência pessoal, de modo que um serviço ou produto somente terá qualidade se estiver

totalmente adequado aos padrões impostos nas expectativas dos clientes.

Segundo Roesch (1996), a preocupação central das administrações se faz em relação

ao desempenho da organização, em suas diversas interpretações onde uma delas vem a ser a

qualidade.

34

Para o sucesso de uma empresa os clientes terão que aprovar a qualidade de seus

produtos e serviços sendo que o cliente quer o atendimento de suas necessidades, significando

que a qualidade é tudo o que alguém faz ao longo de um processo para garantir que o cliente

obtenha exatamente o que deseja.

A qualidade ‘’deve ser sempre definida de forma a orienta-se para seu alvo

especifico: o consumidor’’ (PALADINI, 1997, p.16).

A adequação da realidade ao melhor uso dos recursos e maior eficiência é que

pretende aperfeiçoar os processos, padronizando-os, registrando-os e aplicando-os, para que

os objetivos das empresas sejam alcançados, ocorrendo à formação de uma estrutura

organizacional. Esta busca pela qualidade deve se dar com um processo amplo e de

responsabilidade de todas as partes envolvidas na empresa, sendo que muitas das ferramentas

são necessárias para um bom funcionamento e também para mobilização de todos os

colaboradores. Desta forma percebe-se que o controle de qualidade total ainda necessita de

adaptações para que seja entendida e aceita.

Segundo Ishikawa, (1993, p.87), ‘’a responsabilidade pela qualidade em uma

empresa é de todas as pessoas que nela trabalham, independentemente do posto que ocupam,

do local onde estejam ou do serviço que prestam’’.

É necessário que as empresas compreendam que a qualidade total já não é mais um

diferencial competitivo, e sim já um padrão exigido pelo mercado, sobrevivendo apenas as

empresas que procuram se adequar a esta nova exigência.

2.4.1 Qualidade total nos serviços

Toda linha de produção resulta em um produto, quando é algo materializado e

possibilita manter um estoque, ou seja, palpável, este produto é um bem. Quando este produto

é um esforço, uma atitude ou ação realizada para suprir uma necessidade de terceiros e essa

necessidade não é material, ou seja, não palpável, este será um serviço.

A satisfação do cliente está intrinsecamente ligada à qualidade dos serviços, pois ela

serve como um parâmetro medidor desta qualidade. Toda vez que um cliente retorna a

empresa e é novamente satisfeito ele atualiza seus níveis de qualidade em relação aos serviços

prestados.

35

A gestão pela qualidade total em serviços foca permanentemente no cliente,

utilizando a prevenção para não cometer erros no processo de prestação, busca desenvolver

continuamente o atendimento direto e indireto para saber identificar as expectativas dos

serviços, faz com que as relações interpessoais entre funcionários e clientes sejam amistosas,

de caráter servidor e bem sucedido, de forma que as transações sejam entendidas claramente e

assim realizar uma gestão pela qualidade total em serviços. Dentro do contexto do movimento da qualidade total surgiu posteriormente uma preocupação com a questão da qualidade em serviços. Constatou-se a existência ou necessidade de atenção de atenção maior aos clientes, quando o assunto era qualidade, principalmente no setor dos serviços. (ARAUJO, 2001, p.233)

Atualmente os serviços são atividades que mais crescem e mais geram vendas e

lucros, pois os bens se transformam em comodidades, enquanto os serviços são cada vez mais

preciosos além de empregar muita mão de obra. Os prestadores de serviços tem de trabalhar muito bem com os clientes para criar um valor superior durante seus contatos. Essa interação tem que ser eficaz. A interação eficaz, por sua vez, depende da capacidade dos empregados da linha de frente, da produção do serviço e dos processos de apoio que dão subsidio a esses empregados. ‘’com isso fica claro a necessidade dos prestadores de serviços concentrarem atenção tanto no cliente externo como no interno’’. (KOTLER; ARMSTRONG, 1995, p.457)

As empresas estão constantemente em busca pelo aperfeiçoamento, onde diversas

empresas estão mudando seu comportamento para o alcance da qualidade e competitividade,

esta percepção do comportamento e da evolução de cada segmento de mercado constitui há

muito tempo uma imposição a ser observada por qualquer empresa.

É primordial a observações das relações com o público, concorrência, aliados a

verificação constante das tendências de aspirações da sociedade constituem um fator principal

para cada empresa de acordo com seu segmento de mercado. Desta forma, os programas de

qualidade têm sido muito solicitados nas organizações como pré-requisito, sendo um modelo

de diferencial para outras empresas.

É de extrema importância definir processos e padronizar procedimentos para

introduzir sistemas de garantia da qualidade, estas são atividades fundamentais para obtenção

de um alto nível de aceitação dos produtos e serviços, alem de proporcionar um importante

crescimento na produtividade e maior facilidade de gerenciamento de rotinas. Sendo assim os

programas de melhorias são meios de capacitação para a solução dos problemas de qualidade,

e não a solução de todos os problemas da empresa.

2.4.2 Cliente na estrutura da Qualidade Total

36

A qualidade total pode ser definida como um processo que torna o objetivo da

empresa a satisfação do cliente. Pode ser considerada como estado ótimo de eficiência e

eficácia, na ação de todos os elementos que constituem a existência da empresa.

A total satisfação dos clientes se obtém prevendo as necessidades e superar as

expectativas do cliente. Nas interfaces cliente-fornecedor o núcleo deve ser envolto por

comprometimento com a qualidade, atendimento dos requisitos do cliente, pela comunicação

da mensagem da qualidade e pelo reconhecimento da necessidade de mudança da cultura das

organizações que instalam um sistema de qualidade.

Organizações do mundo todo tem usado a qualidade de modo estratégico para ganhar

clientes, obter vantagem em recursos ou fundos de negócios e ser competitivas. A

preocupação com a qualidade melhora o desempenho, confiabilidade, entrega e preço.

Segundo Maranhão (2006, p.10) ‘’outro ponto importante refere-se à capacidade de

adaptação a uma nova conjuntura, bem como em que tempo o fazem; e quanto mais rápida for

à adaptação de organizações assuas novas respectivas condicionantes, mais bem-sucedidas

elas tenderão a ser’’. As empresas precisam estar atentas as mudanças do mercado e

preparadas para enfrentá-las, no sentido de sobreviver a estas e até antecipar-se de seus

concorrentes.

Os consumidores ficaram mais exigentes e cobram das empresas mais qualidade,

agilidade e melhores preços, sendo também mais difíceis de prever suas preferências futuras.

Atualmente as organizações começaram a procurar descobrir as verdadeiras necessidades do

seu cliente para assim atende-las, fazendo um trabalho direcionado à conquista da finalização

dos mesmos.

De acordo com Cheng (1995, p.87) ‘’a opinião dos clientes sobre o produto em

desenvolvimento deve ser ouvida em vários momentos, como forma de verificar se os

benefícios objetivados para o produto estão realmente sendo embutidos no projeto e

percebidos pelos clientes.

O bom atendimento da empresa levará a satisfação e consequentemente a fidelização

do cliente, isto refletirá em lucro para a empresa, viabilizando a base da vantagem competitiva

sustentável, cada vez mais imprescindível a qualquer empresa no ambiente atual.

Assim, exceder as expectativas do cliente, no sentido de um serviço de qualidade,

deve ser a força que impulsiona uma organização, o centro de suas preocupações e o motivo

para ela estar nos negócios. Um serviço de qualidade não é a meta, não é um objetivo, ao

contrário, é uma forma de fazer negócios, uma forma de vida.

37

É interessante que cada empresa conheça seus clientes e o nível de satisfação dos

mesmos, pois assim terão condições de melhorar e acertar as suas deficiências.

2.5 Ferramenta da qualidade na gestão dos processos

O modelo do Sistema de Gestão pela Qualidade Total (TQM) está centrado no

processo produtivo e suas metas estão associadas com produtividade, minimização de perdas

e desperdícios, melhor alocação de recursos tangíveis e intangíveis.

Segundo Paladini (1997, p.66) as ferramentas da qualidade total na gestão de

processos “são dispositivos, procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações

práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de operação etc.”.

Para Paladini (1997, p.67) “o objetivo básico destas sete ferramentas é auxiliar seus

usuários a entenderem o processo, para providenciar o meio de melhorá-lo”.

Estas ferramentas de qualidade auxiliam no desenvolvimento de uma nova postura

gerencial, orientada para a satisfação do cliente e para a melhoria da qualidade das relações

internas, visando maior produtividade e o melhor posicionamento da empresa no mercado.

A seguir serão apresentados ao estudo o fluxograma, o diagrama de causa e feito e

5W2H.

2.5.1 Fluxograma

A ferramenta de fluxograma são representações gráficas das etapas pelas quais passa

um processo, estes fluxogramas permitem um entendimento mais rápido de como o processo

opera, determinando o fluxo de operações, deixando-o bem definido, o que permite a visão

global do processo, ao mesmo tempo pode ressaltar operações criticas ou detectar

congestionamentos (PALADINI, 1997).

Já segundo Marshall (2006, p.104) o fluxograma ‘’ apresenta a sequencia lógica e de

encadeamento de atividades e decisões [...] o que permite a realização de analise critica para

detenção de falhas e de oportunidades de melhorias’’.

38

De acordo com Oliveira (1995, p. 11) diz que definição de fluxograma é a

“representação gráfica das diversas etapas que constituem um determinado processo”.

A Figura 4 a seguir, apresenta um exemplo de fluxograma.

Figura 4: Exemplo de Fluxograma. Fonte: Paladini, 1997.

Segundo Cury (1990, p.236) o fluxograma muito utilizado é o vertical:

É o mais utilizado para identificar as rotinas existentes num setor de trabalho qualquer. O formulário utilizado permitirá que o analista, no momento em que está fazendo o levantamento e anotando os eventos no campo adequado, simplesmente escureça os símbolos impressos, segundo a natureza da atividade identificada, bastante, para completar o gráfico, a ligação dos símbolos escurecidos.

Estas ferramentas, são instrumentos que auxiliam os gestores a partir de alguns

métodos que sugerem, propõem, os encaminham e incentivam processos de analise, pela visão

por processos, para encontrar as soluções para a correção ou melhoria, visando à qualidade.

Podendo estes gestores buscam formas de uso das ferramentas adequando-os as analises de

seu contexto, criando nomenclaturas especificas para seus processos, para assim alcançar

melhores resultados.

39

2.5.2 Diagrama de Causa e Efeito

Uma das ferramentas básicas para a análise de problemas é o diagrama de causa e

efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa, ou ainda popularmente chamado de

“espinha de peixe”, devido ao seu formato, conforme exemplo da Figura 5.

Figura 5: Formato Diagrama de Causa e Efeito. Fonte: Ishikawa, 1960.

O modelo de diagrama foi proposto pelo engenheiro japonês Kaoru Ishikawa, na

década de 60, como uma ferramenta para identificar, organizar e apresentar de modo

estruturado as causas dos problemas em processos (LINS, 1993).

De acordo com Koscianski e Soares (2006, p.20), “a técnica é utilizada para

identificar as causas de um problema e, de preferência, deve ser utilizada durante uma reunião

em que todos os envolvidos discutam livremente, sem sanções.”. O problema principal, ou

seus efeitos percebidos, deve ser representado no centro direito do diagrama, dando início ao

eixo principal. Ligados ao eixo principal são traçados eixos diagonais que irão representar as

categorias de possíveis causas para o problema. Dentro de cada categoria, deve procurar os

principais fatores, ou causas, que afetam o problema.

Geralmente, na área de serviços, as categorias incluem estrutura física, pessoas,

procedimentos e políticas e normas da empresa. Entretanto, o modelo deve ser adaptado e

livre para acomodar as percepções do grupo de trabalho, mais do que seguir um padrão rígido

(KOSCIANSKI; SOARES, 2006).

40

2.5.3 5W2H

O 5W2H, basicamente, é um checklist de determinadas atividades que precisam ser

desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa.

Ele funciona como um mapeamento destas atividades, onde ficará estabelecido o que será

feito, quem fará o quê, em qual período de tempo, em qual área da empresa e todos os

motivos pelos quais esta atividade deve ser feita. Em um segundo momento, deverá figurar

nesta tabela como será feita esta atividade e quanto custará aos cofres da empresa tal

processo.

Esta ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por

completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em um meio

ágil e competitivo como é o ambiente corporativo, a ausência de dúvidas agiliza e muito as

atividades a serem desenvolvidas por colaboradores de setores ou áreas diferentes. Afinal, um

erro na transmissão de informações pode acarretar diversos prejuízos à sua empresa, por isso é

preciso ficar atento à essas questões decisivas, e o 5W2H é excelente neste quesito!

O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos

nomes (em inglês) das diretrizes utilizadas neste processo.

Segundo Mello (2007) podemos observar abaixo o método 5W2H, cada uma delas e

o que elas representam:

ü What – O que será feito (etapas);

ü Why – Por que será feito (justificativa);

ü Where – Onde será feito (local);

ü When – Quando será feito (tempo);

ü Who – Por quem será feito (responsabilidade);

ü How – Como será feito (método);

ü How much – Quanto custará fazer (custo).

Através destes sete elementos permite identificar-se e posteriormente orientar as

diversas ações que deverão ser implementadas.

Para Marshall (2006, p.108) ‘’é utilizada principalmente no mapeamento e

padronização de processos, na elaboração de planos de ação e no estabelecimento de

procedimentos associados a indicadores’’.

41

Portanto a ferramenta da qualidade a ser utilizada chama-se ‘’5W2H’’, que funciona

como um plano de ação simplificado, sendo uma ferramenta poderosa e que esta a disposição

de todos os colaboradores da empresa, e se bem utilizada consequentemente trará benefícios á

empresa.

42

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Nesta seção serão apresentados os principais resultados desta pesquisa. De acordo

com os objetivos propostos, primeiramente será descrita a empresa em questão e a área da

mesma em que o estudo foi realizado, após o mapeamento dos processos atualmente

desempenhados nos serviços de assistência técnica e em seguida são descritos os principais

problemas identificados nos processos mapeados, utilizando-se a técnica de análise de causa-

efeito.

Como resultado do processo de análise e discussão com os atores da organização,

foram elaboradas propostas de melhorias e definidos os principais indicadores para gerenciar

os processos mapeados. Por fim, são tecidas as considerações gerais do trabalho, seus

possíveis desdobramentos e limitações.

3.1 Caracterização da Empresa

A empresa Infostore Informática foi fundada em 2 de Novembro de 2000 pelos

amigos Marcello Fontolan e Magnus Quadra, situada na cidade de Itajaí – SC, estava

localizada inicialmente na Av. Contorno Sul, após 2 anos em constante desenvolvimento e

crescimento a sede já era pequena para atender seus clientes, foi então que houve a mudança

para o endereço na Rua: Gil Stein Ferreira, Centro de Itajaí, uma sede mais ampla e um local

privilegiado na cidade.

Em Outubro de 2007 Marcello Fontolan deixa a sociedade e a empresa passa ser

administrada apenas por Magnus Quadra, mantendo o nome fantasia “Infostore Informática”,

uma empresa já consolidada e reconhecida na cidade. O crescimento contínuo da empresa fez

com que a mesma buscasse um espaço físico maior, triplicando a área de vendas e ampliando

a oferta e exposição de produtos para atender seus clientes. Em 21 de Fevereiro de 2011, a

Infostore mudou-se para o endereço atual, localizado na Rua Manoel Vieira Garção, no centro

de Itajaí. Segundo pesquisa realizada pela empresa, esta é a segunda rua mais movimentada

em circulação de pessoas, na zona central da cidade.

43

A Infostore atua na prestação serviço de assistência técnica especializada, vendas e

consultoria em informática, conta com 13 profissionais qualificados distribuídos em 4

(quatro) técnicos especializados para o atendimento interno de computadores, monitores,

impressoras, no-breaks, estabilizadores, 4 (quatro) para realização dos atendimentos externos

a empresas e usuários domésticos, 4 (quatro) vendedores de equipamentos e acessórios, e o

Gestor. Estes colaboradores estão distribuídos em três grandes áreas, todas subordinadas ao

gestor da empresa, conforme é possível observar no Organograma 1.

Organograma 1: Infostore Informática. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Atualmente, a Infostore Informática é formada por profissionais qualificados e com

experiência. Desponta no setor de TIC como uma empresa que oferece soluções sempre

inovando e atendendo seus clientes com seriedade e profissionalismo.

3.1.1 Área de assistência técnica

A área de assistência técnica da INFOSTORE vem crescendo bastante nos últimos

anos e seus principais serviços prestados estão distribuídos em: Atendimentos Internos

(Oficina), Atendimentos Externos e Atendimentos a contratos.

Em 2005, a empresa registrava um total de 1200 atendimentos anuais realizados pela

área, distribuídos em 55% de Atendimentos Internos, onde está relacionado com a

manutenção realizada na oficina em computadores, notebooks, impressoras, no-breaks, 35%

de Atendimentos Externos em empresas ou residências dos clientes e 10% de Atendimentos a

44

Contratos que são aquelas empresas que possuem planos de manutenção. O número de

atendimentos anuais saltou para 3500 em 2010, marcando um crescimento de 291%, um

aumento anual de 58,2% demonstrando um crescimento elevado dos atendimentos.

O Gráfico 1 abaixo representado, demonstra o quanto cada área de atendimento

representa para a receita total da Assistência técnica.

Gráfico 1: Faturamento de assistência técnica 2010. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Este gráfico demonstra a importância de cada serviço prestado pela área de

assistência técnica em relação ao faturamento, e pode ser identificado que o maior esta

relacionado com a o atendimento interno, onde são realizadas manutenções em computadores

e notebooks, tais como: reinstalação de sistema operacional, conserto e troca de peças em

equipamentos de clientes avulsos e em equipamentos dos clientes de contrato de manutenção

que eventualmente são coletados, montagem de equipamentos novos, conserto em monitores,

impressoras, no-breaks e peças diversas, como: modem adsl, roteadores sem fio, fontes de

notebooks.

Seguido pelos atendimentos técnicos externos, que são os atendimentos realizados

nos clientes domésticos e às empresas não contratos, chamados de clientes avulsos, para

manutenção em seus equipamentos realizados no endereço do cliente.

Foi realizado a pesquisas buscando abranger todos os serviços prestados pela área de

assistência técnica, buscou-se o mapeamento dos processos, identificação da causa e efeito

dos problemas e proposta de melhorias para obter eficiência e eficácia nos atendimentos

realizados por esta área na empresa.

55%25%20%

FATURAMENTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Atendimento Interno Atendimento Externo Atendimento Contrato

45

3.2 Mapeamento dos processos

De acordo com os objetivos desta pesquisa, foi realizado o mapeamento dos

processos relativos à assistência técnica. O método de mapeamento utilizado foi a

investigação da situação alvo e representação detalhada da mesma sob a forma pictográfica,

com desenhos, imagens e formatos livres (SOARES; COSENZA; GOMES, 1999).

3.2.1 Entradas Assistência técnica

A área de assistência técnica tem como entradas três canais principais: o

Atendimento Balcão, Atendimento Telefone e o Atendimento Eletrônico. As solicitações dos

clientes são atendidas pelo processo de assistência técnica. Ao final, como saídas, pode-se

destacar a entrega do produto ou serviço ao cliente. A representação gráfica deste processo

pode ser observada na Figura 6.

Figura 6: Processos de entrada para Área de Assistência Técnica. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

As entradas estão relacionadas com as solicitações, alterações ou informações

realizadas pelo cliente para o processo de assistência técnica. Segundo estimativas da

empresa, no ano de 2010 a média dessas entradas foi de 30% para os processos do

Atendimento Balcão, 50% para os contatos por Atendimento Telefônico e 20% para as

solicitações feitas por Atendimento Eletrônico. Cada um destes processos de entrada será

detalhado nas subseções seguintes.

46

3.2.1.1 Atendimento Balcão

O Atendimento Balcão é aquele prestado ao cliente que chega até a loja, fisicamente,

em quatro situações principais: o Recebimento dos Equipamentos, que está relacionado à

entrega de equipamentos pelo cliente para o conserto; a Consulta de Orçamento dos

equipamentos que já estão em manutenção, onde o cliente busca informações sobre seu

equipamento; a realização da Devolução dos Equipamentos, onde o equipamento pronto ou o

não autorizado é devolvido ao cliente; por fim, a Solicitação de Atendimento Externo, na qual

o cliente vai à loja solicitar atendimento para ser realizado externamente na sua empresa ou na

residência.

O processo de Atendimento Balcão está representado no Fluxograma 1.

Fluxograma 1: Atendimento Balcão. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Cada atividade é representada por um fluxo de processos que são seguidos pelo ator

do atendimento e estão descritos abaixo:

ü Recebimento dos equipamentos – É o recebimento do equipamento para

manutenção no Atendimento Interno. Neste momento são coletados e identificados dados para

a abertura no sistema do Relatório de Atendimento Técnico (RAT), onde são descritas

47

todas as informações relatadas pelo cliente, como, por exemplo, defeito que esta ocorrendo, o

que estava sendo utilizado no momento do erro e o que pode ter ocasionado o defeito (queda

de energia, barulho estranho, trombada, etc.). São mencionados também se o equipamento

acompanha algum acessório, CDs, fontes de alimentação, capas, mouse, maletas, que

precisam acompanhar o equipamento na devolução ao cliente após a manutenção. O cliente é

liberado e após este processo o equipamento é levado até a fila dos equipamentos para

Manutenção Interna.

ü Consultar orçamento – Este processo consiste em Informar o Orçamento ao

Cliente. O ator acessa o sistema e com o nome do cliente abre o RAT, este, contém a

informação se o equipamento ainda esta aguardando a manutenção, se já está em manutenção,

mas ainda não foram finalizados os testes ou se já foi diagnosticado o defeito e está

aguardando o contato com o cliente para autorização do orçamento.

Quando a posição está como aguardando autorização de orçamento, o equipamento

já foi previamente diagnosticado pela área técnica e o orçamento elaborado para conserto do

mesmo, é informado ao cliente os defeitos e o orçamento para solução. Neste momento

existem as duas possibilidades, a de aprovação ou a recusa do orçamento.

Se o orçamento foi aprovado o sistema é alimentado com a informação. Depois o

ator vai até a fila de equipamentos aguardando autorização e coloca o equipamento na fila

de equipamentos autorizados a manutenção. Desta forma, os técnicos internos são

informados e continua a manutenção interna.

Se o orçamento foi recusado é realizado a coleta do equipamento na fila de

equipamentos aguardando autorização e devolvido ao cliente.

ü Devolução de equipamento – É a entrega do equipamento pronto ou não

autorizado, o ator coleta o equipamento no local dos equipamentos prontos para entrega,

confere no sistema os itens que acompanham o produto e verifica se todos estão sendo

devidamente devolvidos, por exemplo, um notebook pode ser enviado para conserto

acompanhado da fonte, mouse ou algum outro acessório, realiza o fechamento do RAT, onde

ele fatura ou recebe o valor do orçamento e por fim devolve o equipamento ao cliente.

ü Solicitar atendimento externo – O Cliente vai até a loja para solicitar

pessoalmente atendimento técnico em sua empresa ou residência, o ator coleta todas as

informações repassadas pelo o cliente do defeito e faz a abertura do agendamento no

sistema para o posterior atendimento externo.

48

3.2.1.2 Atendimento Telefone

Em estimativa realizada pela empresa, o Atendimento Telefone é o mais requisitado

pelos clientes atualmente. Desta forma é o principal meio de comunicação do cliente com a

empresa e necessita de atenção especial.

Este processo está definido em três situações principais: Solicitar Atendimento

Externo, o cliente faz o contato para solicitar atendimento técnico para sua residência ou casa;

a Alteração ou maiores informações do agendamento que já havia sido solicitado e a Consulta

de Orçamento, que consiste em repassar o orçamento do equipamento que esta em

manutenção ao cliente.

O processo de Atendimento Telefone está representado no Fluxograma 2.

Fluxograma 2: Atendimento Telefone. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Cada atividade é representada por um fluxo de processos que são seguidos pelo ator

do atendimento e estão descritos abaixo:

ü Solicitar atendimento externo – O Cliente realiza o contato telefônico

solicitando atendimento técnico em sua empresa ou residência, atualmente na empresa não

esta definida uma pessoa (telefonista) para atendimento do telefone, o colaborador que esta

disponível, atende ao telefone e coleta todas as informações repassadas pelo cliente do defeito

que esta ocorrendo e faz a abertura do agendamento no sistema para o posterior

atendimento externo.

49

ü Alterações e informações em atendimento externo agendado – Nesta

atividade o cliente entra em contato com a empresa para solicitar alguma alteração referente a

um agendamento já solicitado. Como exemplo, temos solicitações de alteração no horário

agendado, novos problemas técnicos, etc.. Procura saber também informações sobre o

atendimento solicitado, como: qual é a previsão do atendimento que será realizado, que horas

será, qual técnico realizará o atendimento. São realizadas as alterações ou repassado as

informações solicitadas pelo cliente no sistema.

ü Consultar orçamento – Este processo consiste em Informar o Orçamento ao

Cliente. O ator acessa o sistema e com o nome do cliente abre o RAT, este, contém a

informação se o equipamento ainda está aguardando a manutenção, se está em manutenção,

mas ainda não foram finalizados os testes ou se já foi diagnosticado o defeito e está

aguardando o contato com o cliente para autorização do orçamento.

Quando a posição está como aguardando autorização de orçamento, o equipamento

já foi previamente diagnosticado pela área técnica e o orçamento elaborado para conserto do

mesmo, é informado ao cliente os defeitos e o orçamento para solução. Neste momento

existem as duas possibilidades, a de aprovação ou a recusa do orçamento.

Se o orçamento foi aprovado o sistema é alimentado com a informação, depois o

ator vai até a fila de equipamentos aguardando autorização e coloca na fila de

equipamentos autorizados a manutenção, os técnicos internos são informados e com isso

continua a manutenção interna.

Se o orçamento foi recusado é realizada a coleta do equipamento na fila de

equipamentos aguardando autorização e o mesmo é colocado na fila de equipamentos

pronto ou não autorizado, para posterior coleta do cliente.

3.2.1.3 Atendimento Eletrônico

A utilização do processo de Atendimento Eletrônico, atualmente esta disponível

apenas para os clientes que possuem Planos de Manutenção Técnica com a Infostore

Informática. O atendimento eletrônico tem como principais funções: agilizar o agendamento

dos atendimentos técnicos, possibilidade de mensurar a quantidade de atendimentos que estão

sendo realizados para aquele cliente de contrato, bem como, um histórico dos atendimentos.

O processo de Atendimento Eletrônico está representado no Fluxograma 3.

50

Fluxograma 3: Atendimento Eletrônico. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

As descrições das etapas para a realização do Atendimento Eletrônico estão definidas

a seguir:

O atendimento eletrônico é disponibilizado quando a Infostore cria um Login e

Senha para acesso ao Software de abertura de chamados, onde este é acessado via internet.

O cliente deverá definir uma pessoa responsável para realização da abertura desses

chamados para centralizar o processo.

Após a definição, esta pessoa acessa o software via internet e realiza a abertura do

chamado, nesta etapa ele deverá preencher as informações necessárias para que ocorra o

atendimento, como: área responsável pelo chamado na Infostore, no caso se é referente á

vendas/Comercial, Administrativo ou Técnico; a relação do problema refere-se a computador,

impressora, rede, etc.; a descrição do problema que refere-se à informação dos defeitos que

estão ocorrendo no equipamento ou na rede; o contato e o ramal desta pessoa para um

possível contato telefônico; o local, que corresponde ao departamento que será realizado o

atendimento e o anexar arquivo, se o cliente identificar a necessidade de anexar algum tipo de

arquivo que possa auxiliar na solução do problema , para melhor visualização, segue abaixo à

Figura 7 que representa a tela de abertura de chamados:

51

Figura 7: Tela Abertura de chamados. Fonte: Software Ocomon.

Após a confirmação da abertura do chamado pelo cliente, o Software envia

automaticamente um e-mail com o Assunto: CHAMADO ABERTO e o nome do Cliente

que esta solicitando o atendimento, para três pessoas na Infostore: O Gestor, o Gerente dos

técnicos externos e para a pessoa responsável pelo agendamento dos atendimentos externos.

A pessoa responsável por agendar os atendimentos externos, faz a abertura de

agendamentos no sistema, onde coloca as informações que recebeu por e-mail, na agenda e

distribui entre os técnicos para a realização do atendimento contrato. Este email que foi

gerado automaticamente esta representado na Figura 8.

Figura 8 – E-mail abertura de chamados. Fonte: Software Ocomon.

As informações de todos os chamados estão disponíveis para acesso em qualquer

lugar, desde que tenha acesso a internet, o Login e senha fornecida pela Infostore para acessar

ao software, o que facilita a visualização dos chamados.

52

Com a confirmação da abertura do chamado o cliente aguarda a realização do

atendimento técnico em sua empresa.

3.2.2 Serviços prestados pela Assistência Técnica - Processo

Os serviços realizados pela Assistência Técnica estão separados em três diferentes

tipos de atendimentos. O Atendimento Externo, onde são os atendimentos realizados na

empresa ou residência do cliente; o Atendimento Interno, que estão relacionadas às

manutenções nos equipamentos que estão na oficina para conserto, como: computadores,

notebooks, impressoras, no-breaks, estabilizadores, etc. e o Atendimento Contrato que são os

atendimentos realizados nos clientes que possuem planos de contrato de manutenção.

Cada etapa e processos que correspondem aos atendimentos realizados pela área de

Assistência Técnica estão descrito abaixo.

3.2.2.1 Atendimento Externo

Denominou-se Atendimento Externo aquela manutenção em que o cliente faz a

solicitação de um atendimento relacionado a suporte técnico em sua empresa ou residência,

visando sua maior comodidade e agilidade no atendimento.

Cada etapa do processo de realização do atendimento externo está representando

abaixo no Fluxograma 4.

53

Fluxograma 4: Atendimento Externo. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Após já ter passado pelos canais de entrada para assistência técnica onde o cliente

solicitou a realização de um Atendimento Externo em sua empresa ou residência, as

reclamações e problemas expostos pelo cliente já estão informados no Agendamento aberto

no sistema, inicia-se assim o processo de atendimento externo.

A pessoa responsável pela organização da agenda dos técnicos começa posicionando

e definindo a sequencia dos atendimentos a ser realizada, esta etapa podemos definir como o

encaminhamento do técnico aos agendamentos. Os técnicos, com sua agenda já pré-definida

e encaminhada, segue até o local do atendimento informado no agendamento e realiza o

atendimento ao cliente. Neste momento pode haver duas situações: a possibilidade da

manutenção no local ou a necessidade de coleta do equipamento para melhor diagnosticar o

defeito no Atendimento interno (oficina).

Na possibilidade de manutenção no local, o atendimento ainda pode haver outras

duas situações, como: Atendimento finalizado, onde a manutenção foi realizada com sucesso

e o defeito foi solucionado para o cliente, é preenchido o RAT com as informações e soluções

54

do atendimento e o valor do atendimento é recebido ou faturado ao cliente e Atendimento

não finalizado, que está relacionado a não finalização do atendimento naquele momento, que

pode ser por diversos fatores, como: tempo do atendimento ultrapassou o previsto, faltaram

peças para dar continuidade ao atendimento, algum móvel ou tomada elétrica faltou na casa

ou empresa do cliente, falta de conhecimento do técnico para finalização do atendimento, etc.,

neste caso retorna o agendamento aberto no sistema para ser programada uma nova visita ao

cliente e o processo retorna ao seu inicio.

Quando o técnico fez as verificações e identificou que não tem a possibilidade de

conserto do equipamento no local, ele realiza a coleta, para o defeito ser melhor

diagnosticado no Atendimento Interno (oficina).

Segue as manutenções no atendimento interno e após ser realizado o conserto na

oficina é novamente aberto o agendamento no sistema para devolução do equipamento ao

cliente.

3.2.2.2 Atendimento Interno

Definiu-se atendimento interno aquele em que o cliente leva os equipamentos como:

computador, notebook, impressora, no-breaks, monitor, estabilizador, etc., até a loja para

manutenção na assistência técnica ou aquela em que a coleta é realizada pelo técnico externo,

onde não houve a possibilidade de conserto no local do seu atendimento e há necessidade de

ser melhor diagnosticado o defeito do equipamento.

A forma de entrada do equipamento, quando o cliente leva até a loja, segue os

mesmos processos já vistos na seção 3.2.1.1 Atendimento Balcão – Recebimento dos

equipamentos. Quando o técnico realiza a coleta do equipamento no cliente, quem faz a

abertura do RAT no sistema é o próprio técnico, logo que chega à empresa, depois coloca o

equipamento na fila de equipamentos para manutenção.

Cada etapa do processo de realização do atendimento interno está representando

abaixo no Fluxograma 5.

55

Fluxograma 5: Atendimento Interno. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

Quando o técnico interno coleta o equipamento que está na fila de equipamentos

aguardando manutenção e com o RAT aberto, ele segue dois procedimentos diferentes para

tipos de equipamentos. Os equipamentos: impressoras, monitores, estabilizadores e no-

breaks, normalmente necessitam de manutenção eletrônica como: soldas frias, substituição de

capacitores e outros componentes em placas lógicas, necessitam conhecimento em eletrônica

para realização deste serviço, como a Infostore não possui um técnico interno com este

conhecimento, os técnicos fazem apenas os primeiros testes na oficina como: troca de bateria

em no-breaks, troca de cartuchos em impressoras, troca de fusível em estabilizadores, testes

simples, que às vezes solucionam o defeito, identificam se há possibilidade de conserto

destes equipamentos na oficina ou não.

Se o técnico fez os testes e trocas de peças cabíveis e identificou à possibilidade de

conserto na oficina, define-se o diagnóstico e o orçamento necessário para conserto. Neste

momento o equipamento vai para fila de equipamentos aguardando autorização de

orçamento. Então um técnico realiza o contato com o cliente e repassa o valor necessário

para conserto do equipamento. Se aprovado o orçamento pelo cliente, o serviço é efetuado e

comunicado ao cliente da sua realização e posterior retirada do equipamento na empresa.

56

Se estes equipamentos não têm à possibilidade de conserto na oficina, por falta de

peças, aparelhagem ou falta de conhecimento dos técnicos internos para a realização do

conserto, estes são encaminhados para a manutenção terceirizada em eletrônica que presta

este serviço par a Infostore. Esta empresa após diagnosticar e verificar a necessidade de peças

e suprimentos informa o valor total para manutenção para a pessoa responsável na Infostore,

para que seja informado o orçamento ao cliente.

É realizado o contato com o cliente pela pessoa responsável na Infostore e informado

o orçamento, se houver a aprovação, a informação é repassada para a empresa que presta a

manutenção terceirizada e será realizado o conserto. Depois da realização do conserto a

empresa terceirizada devolve o equipamento. Se o cliente não aprova, a empresa apenas

devolve o equipamento sem conserto. Na Infostore este equipamento é colocado no local de

equipamentos prontos ou não autorizado para posterior devolução ao cliente.

Nos casos em que os equipamentos da fila são computadores ou notebooks a

manutenção e o diagnóstico são feitos na oficina. No momento em que o equipamento é

diagnosticado e o orçamento está pronto, o mesmo é colocado na fila de equipamentos

aguardando autorização de orçamento, para ser informado o orçamento ao cliente. Então,

um técnico realiza o contato com o cliente e informa o orçamento necessário para conserto

do equipamento. Caso aprovado o orçamento, é realizado o conserto e trocas de peças

necessárias, depois o técnico coloca o equipamento no local de equipamentos prontos ou

não autorizado e comunicado ao cliente para retirada do equipamento na empresa ou é

agendado para entrega na residência ou empresa.

3.2.2.3 Atendimento Contrato

Atendimento contrato é aquele prestado aos clientes que possuem planos de

manutenção para assistência técnica em sua empresa e recebem atendimentos priorizados e

diferenciados. Os planos oferecem: atendimento priorizado para atendimentos na agenda,

forma de abertura de chamados eletronicamente, manutenções preventivas e corretivas,

manutenções em servidores e consultoria de TI.

Este tipo de atendimento representa apenas 20% do faturamento total referente a

assistência técnica da empresa, mas é um valor recebido constantemente e que liquida no todo

57

as despesas com folha de pagamento da empresa. Por este motivo, este atendimento merece

uma atenção especial pela área de Assistência Técnica.

Cada etapa do processo de realização do atendimento contrato está representando no

Fluxograma 6 abaixo.

Fluxograma 6 : Atendimento Contrato. Fonte: Elaborado pelo Acadêmico.

Após já ter realizado a abertura de chamado pelo canal de entrada Atendimento

Eletrônico, onde os processos já foram vistos no item 3.2.1.3, as informações do atendimento

já estão no agendamento aberto no sistema.

A pessoa responsável pela organização da agenda dos técnicos começa posicionando

e definindo a sequencia dos atendimentos a ser realizada, esta etapa podemos definir como o

encaminhamento do técnico aos agendamentos. Os técnicos, com sua agenda já pré-definida

e encaminhada, segue até o local do atendimento informado no agendamento e realiza o

atendimento ao cliente. Neste momento pode haver duas situações: a possibilidade da

manutenção no local ou a necessidade de coleta do equipamento para melhor diagnosticar o

defeito no Atendimento interno (oficina).

58

Na possibilidade de manutenção no local, o atendimento ainda pode haver duas

outras situações, como: Atendimento finalizado, onde a manutenção foi realizada com

sucesso e o defeito foi solucionado para o cliente, o técnico acessa o software via internet e

realiza o encerramento do chamado, onde coloca as informações dos procedimentos

adotados, a solução dos defeitos que foram realizados no cliente e confirma o encerramento.

Após este processo, o software envia um email às pessoas responsáveis e está

finalizado o atendimento contrato com o cliente. Este email que foi gerado automaticamente

esta representado na Figura 9.

Figura 9 – E-mail fechamento de chamados. Fonte: Software Ocomon.

Se o Atendimento não finalizado, que está relacionado a não finalização do

atendimento naquele momento, que pode ser por diversos fatores, como: tempo do

atendimento ultrapassou o previsto, faltaram peças para dar continuidade ao atendimento,

algum móvel ou tomada elétrica que faltaram na empresa, falta de conhecimento do técnico

para finalização do atendimento, etc., neste caso retorna o agendamento aberto no sistema

para ser programada uma nova visita ao cliente e o processo retorna ao seu inicio.

Quando o técnico fez as verificações e identificou que não tem a possibilidade de

conserto do equipamento no local, ele realiza a coleta para ser melhor diagnosticado o defeito

no Atendimento Interno (oficina).

Segue as manutenções no atendimento interno e após ser realizado o conserto é

novamente aberto o agendamento no sistema para devolução do equipamento ao cliente.

3.2.3 Entrega ou devolução dos equipamentos – Saídas

Denominou-se como Saídas o processo de entrega ou devolução dos equipamentos

ao cliente. Neste momento, já foram realizados todas as etapas de Entradas, o Processo e

agora é a Saída, que mesmo sendo o último processo, é a finalização de todos os

59

atendimentos, e necessita de atenção para não prejudicar todas as outras etapas que já foram

concluídas.

Cada etapa do processo de realização de entrega ou devolução dos equipamentos está

representando no Fluxograma 7 abaixo.

Fluxograma 7: Entrega ou devolução do equipamento. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

O equipamento foi coletado no atendimento externo ou entregue na loja, e a

manutenção foi realizada, há a necessidade de devolução do equipamento ao cliente. Quando

é alterado o Status na oficina para equipamento ok-pronto ou não autorizado, já é aberto o

agendamento no sistema para devolução do equipamento. Quando o equipamento foi coletado

no cliente já é agendada a devolução do mesmo. Se foi entregue na loja, é informado ao

cliente para ser coletado, mas mesmo se o cliente entregou o equipamento na loja, ele também

pode solicitar a entrega.

Após a solicitação de entrega o agendamento é aberto no sistema e o técnico

externo coleta equipamento no local dos equipamentos prontos ou não autorizados e

segue para o atendimento no cliente.

No cliente, é realizada a montagem do equipamento e feito os ajustes necessários

para a utilização do cliente, como: instalação de impressoras, configuração em rede,

configurar rede sem fio, dúvidas referente a manutenção são tiradas, etc.

Com o processo de entrega do equipamento finalizado, todas as atividades do

mapeamento dos processos foram concluídas, seguindo-se assim a identificação de problemas

e suas principais causas e efeitos e a proposta de melhorias.

60

3.3 Identificação de Problemas e suas principais causas e efeitos.

Após a atividade de mapeamento dos processos, os modelos foram utilizados para

auxiliar a identificação dos principais problemas relacionados à atividade de assistência

técnica. Com base no modelo principal, figura 5, foram realizadas entrevistas com os

colaboradores que atuam na área e realizadas discussões em grupo para identificar e debater

os principais problemas da área. O pesquisador também realizou a observação das atividades

como forma adicional de informações para a análise.

Na visão dos colaboradores, os principais problemas estavam associados ao

atendimento aos clientes. O grupo de discussão identificou quatro principais problemas

relacionados à insatisfação dos clientes com o atendimento e entrega dos serviços de

assistência técnica:

1. Atraso da empresa em prestar o primeiro atendimento, após a abertura de um

chamado;

2. Descumprimento do prazo de entrega estimado para o conserto;

3. Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos;

4. Falha em avaliar o atendimento realizado.

Cada um dos problemas identificados será analisado individualmente nas subseções a

seguir.

3.3.1 Atraso da empresa em prestar o primeiro atendimento, após a abertura de

um chamado.

O atraso no atendimento refere-se à demora da empresa em prestar o primeiro

atendimento ao cliente logo após este ter feito a abertura de um chamado. Foi constatado que

a empresa não possui mecanismos de controle destes prazos e não realiza medições para

verificar o índice de atraso ou atendimentos não realizados.

Para a análise deste problema, foram entrevistados os colaboradores Rafael, Jony,

Eliza e Nayara, envolvidos com os processos mapeados em 3.2.1.1 Atendimento Balcão,

61

3.2.1.2 Atendimento Telefone, 3.2.2.1 Atendimento Externo, onde os mesmos recebem as

ligações ou a presença do cliente na loja para informações sobre o atendimento e a previsão

da realização da prestação de serviço, conseguindo identificar a insatisfação do cliente quando

a previsão que foi passada previamente para o atendimento não esta sendo cumprida.

Como ferramenta auxiliar ao processo de identificação de causas e consequências do

problema, foi utilizado o diagrama de “espinha de peixe”. Como resultado das discussões, o

seguinte modelo foi desenvolvido e está representado no Diagrama 1. Para melhor

visualização, o mesmo encontra-se ampliado no Apêndice I.

Diagrama 1: Atraso da empresa em prestar o primeiro atendimento. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

As principais causas para o atraso em prestar atendimento foram identificadas e estão

descritos abaixo.

Liberação: Para realizar os atendimentos externos, o técnico organiza sua agenda de

visitas, onde irá realizar também outros atendimentos, coleta e entrega de equipamentos, e

prepara todos os equipamentos, ferramentas, peças e documentos necessários para executar

suas tarefas.

ü RAT´s não estão fechados. Uma causa identificada foi com relação à emissão

do documento RAT, necessário para a entrega ao cliente de algum equipamento no

qual foi realizada manutenção. O RAT precisa ser fechado ou faturado, ou seja, é

necessário que os valores de peças e mão de obra sejam calculados e lançados no

sistema, gerando a emissão deste documento. O técnico deve solicitar o fechamento

do RAT aos funcionários da área de vendas. Identificou-se que em muitas situações

existe uma demora excessiva da área vendas em fechar e emitir as RAT´s, atrasando

a liberação do técnico para executar sua agenda externa. O técnico externo demora a

62

sair para realização do seu primeiro atendimento da sua programação da agenda, o

que já causa o atraso de todos os outros atendimentos subsequentes ao primeiro.

ü Disponibilidade de automóvel. Os atendimentos externos realizados são

realizados, em sua maioria, utilizando-se um dos quatro veículos que a empresa

possui. Ocorre que em algumas situações os carros da empresa já estão sendo

utilizados por outros colaboradores e o técnico precisa aguardar o retorno do

automóvel, atrasando sua saída.

Deslocamento: Para realização do atendimento, o técnico precisa deslocar-se até a

casa ou empresa do cliente, e pode ocorrer de carro ou a pé. Quando há a necessidade da

utilização do carro, este tempo para o deslocamento não é previamente visto para organização

da agenda do técnico.

ü Trânsito. Na cidade de Itajaí, o trânsito nas horas de pico, como ás 8 horas da

manhã, entre 13h30min e 14 horas ou próximo às 18 horas, já esta se tornando um

grande vilão para os atendimentos devido ao trânsito da cidade. E como são

exatamente estes horários que normalmente os técnicos externos estão saindo para o

atendimento, o trânsito causa atrasos em seus atendimentos.

ü Vagas estacionamento. Outra causa identificada são as vagas para

estacionamento no centro e também nos bairros da cidade, o técnico perde alguns

minutos preciosos para realização do seu atendimento para encontrar alguma vaga de

estacionamento próximo ao local.

Horário de trabalho técnico: O expediente dos técnicos externos é das 08h00min ás

18h30min com uma hora de almoço e nos sábados das 08h30min às 12h30min. A carga

horária semanal dos técnicos fecha em 50h30min. Referente a estas horas trabalhadas, são

tratados com cada técnico o valor de seu salário mensal. A agenda de cada técnico é prevista

considerando o horário de expediente deles, mas normalmente ocorrem atrasos diários no

horário de chegada à empresa.

ü Atrasos no horário de chegada: Na empresa atualmente contém uma folha

ponto dos funcionários, mas está não é preenchida diariamente por todos. Os atrasos ocorrem

diariamente na chegada á empresa pelos técnicos e como não há nenhum tipo de compensação

financeira de horas extras de trabalho, os técnicos que, por exemplo, ficaram até ás 19h00min

no dia anterior em um atendimento no cliente, ficam confortáveis em chegar atrasados no dia

seguinte á empresa, consequentemente implicando nos atendimentos.

Falha de estimativa de tempo de atendimento e falta de peças: Quando o técnico

externo verifica sua agenda, os defeitos e problemas que foram relatados pelo cliente estão em

63

seu agendamento para leitura. Neste momento, o técnico identifica, defini e imagina o que

será necessário fazer e levar para solucionar os defeitos relatados, como por exemplo, levar

fonte de alimentação para um computador que não liga, ou um modem ADSL para um cliente

que relatou que não está funcionando a internet da sua residência. A organização da agenda,

normalmente é considerada a estimativa de uma hora para cada atendimento, mas não estão

sendo levados em consideração os defeitos relatados pelo cliente.

ü Surgem novos problemas e faltas de peças: No atendimento, o técnico se

depara com situações diversas e que muitas vezes não estavam previstas, surgem

novos problemas que o técnico não havia levado peças para solução destes defeitos;

ü Cliente não relata todos os problemas: No agendamento, o cliente normalmente

não relata todos os defeitos que estão ocorrendo de fato em seu computador ou

empresa, e quando o atendimento está sendo realizado, solicita que sejam realizadas

manutenções que não foram previamente relatadas, o que causa um tempo maior de

atendimento do que o estimado.

Falta de acompanhamento dos técnicos: Atualmente na empresa tem uma pessoa

responsável pela agenda dos técnicos. A agenda é atualizada constantemente com novos

agendamentos, por todos que estão envolvidos no canal de entrada de agendamento do

atendimento externo. Por este motivo necessita que se faça um acompanhamento dos

atendimentos que estão sendo realizados, como: se está dentro do tempo previsto, se ocorreu

algum problema, qual será o próximo atendimento e se o técnico esta no roteiro de algum

novo atendimento solicitado, para verificar a possibilidade de alteração. Está ocorrendo na

empresa à falta de acompanhamento dos técnicos.

ü Pessoa responsável pela agenda não acompanha o desenrolar dos atendimentos:

não é feito este acompanhamento do desenrolar dos atendimentos que estão

acontecendo;

ü Responsável com outras tarefas: O responsável não faz exclusivamente essa

função, têm outras tarefas que ocupam muito tempo, fazendo com que não dê a

atenção necessária ao acompanhamento. Além das tarefas que já estão definidas para

o responsável, ainda sim surgem novas que não estavam previstas;

ü Somente é verificada quando surge um novo agendamento com prioridade alta:

Os agendamentos são colocados em nome do responsável na agenda, e o responsável

distribui e organiza para os técnicos. A verificação da agenda somente ocorre quando

surge um novo agendamento que somente coloca em nome do técnico para

realização do atendimento, e não acompanha mais o atendimento.

64

ü A agenda é verificada apenas no final de cada período: A agenda, quando não

surge nenhum novo atendimento, é verificada apenas no final de cada período,

apenas para distribuição e organização do que será feito no próximo período. Não é

realizado o acompanhamento dos atendimentos que foram feitos e foram cumpridos

dentro do prazo e horário informado ao cliente.

Técnico sai com a agenda do período: No início de cada período, o técnico externo

faz a impressão do seu roteiro de atendimentos, que já foram organizados pelo responsável, e

sai para realização dos atendimentos daquele período. O técnico procura fazer todos os

atendimentos que estão em sua agenda do período, mas ocorre entre esses atendimentos

imprevistos e novos problemas, o que causam os atrasos e o responsável não esta

acompanhando.

ü Técnico retorna do final do período sem realizar todos os atendimentos: O

técnico saiu com sua agenda do período, mas ocorreram imprevistos durante seus

atendimentos e não conseguiu cumprir sua agenda do período. O atendimento

daquele período fica transferido para o próximo e o cliente que estava aguardando

não é informado. Os atendimentos que estavam programados para o próximo período

já atrasam, pois precisa ser realizado o atendimento que não foi realizado no período

anterior. O cliente novamente não é informado, apenas é transferido.

ü Técnico não informa que vai se atrasar no atendimento interior: Não tem o

acompanhamento dos atendimentos pelo responsável e o técnico também não faz

nenhum tipo de contato com o responsável informando que vai prolongar o

atendimento que está fazendo, para que possa ser realizado o contato com o cliente

do próximo atendimento informando-o do atraso.

ü Técnico não está monitorando o tempo: No atendimento, o técnico esta

envolvido para solucionar o problema para o cliente, e não monitora o seu tempo,

ultrapassando muito do tempo estimado e não informa ao responsável e também ao

cliente de seu próximo atendimento.

3.3.2 Descumprimento do prazo de entrega estimado para o conserto

65

O prazo de entrega de equipamentos atualmente é fundamental, pois com a grande

concorrência que existe na região, os clientes procuram empresas que possam lhe atender com

maior eficiência e prazos menores, estão muito mais exigentes, se o prazo é muito longo,

normalmente o cliente não deixa o equipamento para manutenção ou se ultrapassa o prazo

informado não faz mais serviços com a empresa.

A Infostore trabalha hoje com prazos relativamente pequenos para manutenção de

equipamentos em sua oficina. Para computadores, notebooks, é estimado e informado ao

cliente um prazo médio de 3 dias úteis para diagnóstico, já para impressoras, monitores, no-

breaks, estabilizadores o prazo é de 5 dias úteis. Foi constatado que a empresa não possui

mecanismos de controle destes prazos e não realiza medições para verificar o índice de

cumprimento ou o descumprimento dos prazos de entrega estimados.

Para a análise deste problema, foram entrevistados os colaboradores André, Juliano

Onofre, Guilherme e Juliano Rebello, envolvidos com os processos mapeados em 3.2.2.2

Atendimento Interno, onde eles fazem as manutenções e puderam repassar informações

importantes para identificação das causas do problema.

Como ferramenta auxiliar ao processo de identificação de causas e consequências do

problema, foi utilizado o diagrama de “espinha de peixe”. Como resultado das discussões, o

seguinte modelo foi desenvolvido e está representado no Diagrama 2. Para melhor

visualização, o mesmo encontra-se ampliado no Apêndice II.

Diagrama 2: Descumprimento do prazo de entrega estimado para conserto. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

As principais causas do descumprimento dos prazos de entrega estimados foram

identificadas e estão descritos abaixo.

Poucos técnicos: A Infostore atualmente conta com 3 técnicos internos que fazem as

manutenções nos equipamentos dos clientes que estão na oficina e mais o Gerente André que,

na realidade, por causa de suas outras tarefas de manutenção em servidores e contato com os

66

clientes de contratos, não está sendo possível monitorar, orientar e fazer parte das

manutenções nos equipamentos na oficina.

ü Retenção de custos com profissionais: A empresa está crescendo, mas o

investimento com profissionais qualificados não está crescendo na mesma proporção.

Os técnicos já não estão conseguindo cumprir os prazos, pois as quantidades de

equipamentos para manutenção aumentaram muito.

Não é monitorado o tempo de manutenção para cada equipamento: Com análise,

procedimentos e testes focados, adotados na manutenção, é possível estimar um tempo para

diagnosticar o defeito em um equipamento. Mas, atualmente na empresa, não está sendo

mensurado o tempo de manutenção para cada equipamento, não tem testes ou procedimentos

padrões para que possa diagnosticar o defeito do equipamento com um menor tempo.

ü Técnico levando muito tempo para diagnosticar o defeito: Nas pesquisas

realizadas, os entrevistados informaram que já ocorreu de equipamento ficar na

bancada por dois dias no mesmo teste e não ser diagnosticado o defeito. Muito tempo

para diagnosticar e criar o orçamento para ser repassado ao cliente.

Técnicos sem funções pré-definidas: Os técnicos na Infostore não têm funções pré-

definidas, todos fazem manutenção em todos os equipamentos que chegam à oficina. Não tem

a distinção do que cada um irá fazer ou qual equipamento ele será especialista.

ü Várias atividades a cada técnico: Todos os técnicos tem conhecimento em

todos os equipamentos que estão em manutenção, mas esse conhecimento não é

muito amplo, cada técnico faz tudo, configura modem para o pessoal de vendas, faz

testes em impressora, troca bateria de no-breaks, faz a manutenção dos equipamentos

que estão na sua bancada. Não tem uma atividade específica distribuída entre os

técnicos.

São colocadas prioridades de equipamentos: Em alguns casos de manutenções,

para satisfazer o cliente, os colaboradores e até o próprio gestor, informam um prazo de

entrega de equipamento bem menor do que o estimado para o atendimento na oficina. Para

que ocorra esse tipo de atendimento, esses equipamentos são colocados em manutenção antes

do que os que já estavam aguardando na fila de equipamentos para manutenção, e não há

nenhum tipo de procedimento quando este tipo de manutenção é solicitado. Os equipamentos

que estavam na fila, ultrapassam o tempo estimado repassado ao cliente para o diagnóstico.

ü Qualquer colaborador define prioridades: A causa principal que foi

identificada, esta relacionada com a autonomia que qualquer colaborador tem de

identificar e definir a possibilidade de oferecer a prioridade manutenção do

67

equipamento ao cliente, não são adotados critérios para que possa ser oferecido este

tipo de prioridade.

Morosidade para informar o orçamento ao cliente: Os equipamentos quando

entram para manutenção na oficina, é estimado um prazo de 3 dias úteis para diagnosticar o

defeito. Após este diagnóstico, o equipamento é colocado na fila de equipamentos que estão

aguardando autorização de orçamento para que seja realizado o contato com o cliente

informando o valor do orçamento para conserto. Constatado que não está bem definida a

pessoa responsável para realização deste contato, o que torna este contato muito demorado.

ü Técnicos realizando o contato: Identificado que os próprios técnicos realizam o

contato com o cliente para repassar o orçamento, eles estão despreparados para

realização deste contato. Tem o conhecimento técnico, mas não o conhecimento

comercial e também tempo hábil para realização desta tarefa.

ü Não tem uma pessoa responsável pelo contato: Quando o cliente entra em

contato para saber informação sobre seu equipamento que está em manutenção, o

setor de vendas verifica no RAT se esta pronto o orçamento, para poder repassar ao

cliente. Se neste momento já estiver elaborado o orçamento, o próprio colaborador já

o repassa ao cliente. Mas esta situação só ocorre quando o cliente entra contato para

saber sobre informação do seu equipamento, na oficina não tem uma pessoa

responsável para esta tarefa, e só é realizada quando o técnico responsável pelo

equipamento separa um tempo em seus afazeres para realização do contato.

ü Não é realizada a verificação constante dos equipamentos que estão na fila de

equipamentos aguardando autorização de orçamento: Os equipamentos após o

diagnóstico ficam na fila aguardando autorização de orçamento até o contato com o

cliente, mas esta fila não é verificada constantemente pelos técnicos, como eles estão

com outros equipamentos em manutenção, não interrompem sua manutenção para

verificação destes equipamentos e realizar o contato com o cliente.

3.3.3 Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos

Os planos de manutenção são os contratos assinados com a Infostore para prestação

de serviços em: manutenção de equipamentos, atendimentos preventivos e corretivos,

68

assistência técnica especializada e qualquer tipo de consultoria em Tecnologia da Informação.

O valor referente a este serviço corresponde ao número de equipamentos e servidores que as

empresas possuem e estes são pagos mensalmente. Os planos preveem em contrato

atendimentos e manutenções priorizadas, prazos de entrega dos equipamentos, quando é

necessária a manutenção na oficina, menores do que aos clientes avulsos e manutenções

preventivas para evitar problemas futuros.

Atualmente a Infostore conta com 20 empresas com planos de manutenção, estas

empresas estão distribuídas em pequeno e médio porte e a quantidade de equipamentos

variam entre 3 e 60 equipamentos. Foi identificado que a Infostore não possui mecanismos de

controle para identificação do cumprimento dos prazos estipulados em contrato ou se as

manutenções preventivas estão sendo realizadas. Nas entrevistas realizadas com os

colaboradores envolvidos com os atendimentos externos e internos foram identificada

insatisfação de alguns clientes referente ao prazo de devolução dos equipamentos, a falta de

realização das manutenções preventivas e a falta de realização da consultoria da Infostore a

seus clientes.

Para análise deste problema, foram entrevistados os colaboradores Ederson,

Anderson, Diogo e Carlos, André, Juliano Onofre, Guilherme e Juliano Rebello envolvidos

com os processos mapeados em, 3.2.2.1 Atendimento Externo, 3.2.2.2 Atendimento Interno e

3.2.2.3 Atendimentos contratos, onde todos estão relacionados com o problema.

Como ferramenta auxiliar ao processo de identificação de causas e consequências do

problema, foi utilizado o diagrama de “espinha de peixe”. Como resultado das discussões, o

seguinte modelo foi desenvolvido e está representado no Diagrama 3. Para melhor

visualização, o mesmo encontra-se ampliado no Apêndice III.

Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos

Não está sendo cumprido os prazos para manutenção

nos equipamentos

Sem procedimentos para equipamentos de contrato

Não estão sendo realizadas as manutenções preventivas

previstas em contrato

Agendamentos apenas corretivos

Prazo para primeiro atendimento para os contratos

Somente um técnico específico para 20 contratos

Somente um técnico específico para 20 contratos

Não esta sendo agendada As manutenções

Não esta havendo a consultoriaInformada na venda dos planos

Não esta acontecendo a prioridade para atendimento

Diagrama 3: Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos. Fonte: Elaborado pelo acadêmico.

69

As principais causas da insatisfação dos clientes que possuem planos de manutenção

foram identificadas e estão descritas abaixo.

Prazo para o primeiro atendimento para os contratos: Os clientes que possuem

os planos exigem um prazo de 4 horas após a abertura do chamado para a realização do

atendimento em sua empresa. Atualmente a Infostore consta com 4 técnicos para realização

dos atendimentos externos, mas foi identificado que apenas um deles é específico para os

atendimentos aos clientes que possuem os planos.

ü Somente um técnico específico para 20 contratos: Uma causa identificada para

não estar sendo cumprido o prazo, é a Infostore possuir apenas um técnico externo

para atender os 20 contratos e poder cumprir o prazo exigido;

ü Não está acontecendo à prioridade para atendimentos: O técnico específico

para manutenção nas empresas que possuem o plano, em diversas vezes estava

fazendo atendimento a clientes avulso, o que não poderia estar ocorrendo, e quando

foi solicitado um atendimento pelo cliente de contrato não pode sair do atendimento

avulso para realização do atendimento, com isso não está acontecendo à prioridade

para os atendimentos para esses clientes dos planos.

Não estão sendo realizadas as manutenções preventivas previstas em contrato:

A manutenção preventiva é aquela em que o técnico verifica todos os computadores da

empresa contra vírus, analisa o desempenho do equipamento do usuário, verifica se não tem

programas indevidos instalados no equipamento, analisa o desempenho da rede, faz

literalmente uma “geral” nos equipamentos do cliente. Para realização de todas essas

verificações e análise, é necessário um tempo maior para o atendimento do que um que

apenas faz verificação de um problema que esta ocorrendo com o usuário.

ü Somente um técnico específico para 20 contratos: Novamente a causa

identificada para não realização das manutenções preventivas, foi a Infostore possuir

apenas um técnico externo específico para atender os 20 contratos e poder passar o

tempo necessário para realização de todas as verificações que são exigidas na

manutenção preventiva.

ü Não está agendada as manutenções: Para realização da manutenção preventiva,

é necessário que ela seja agendada com antecedência para estar destinado um tempo

maior do técnico para isto. Identificado que não está sendo realizado o agendamento

e como não possui nenhum tipo de controle para as manutenções, na entrevista com o

técnico específico para os planos, o mesmo não soube informar qual já tinha

realizado, muito menos quando seria a próxima manutenção.

70

Não estão sendo cumpridos os prazos para manutenção nos equipamentos: Quando há a necessidade de coleta para oficina de algum equipamento dos clientes que

possuem os planos de contrato, é previsto em contrato um prazo de devolução deste

equipamento, dependendo do defeito, de no máximo de 48 horas a partir da coleta para o

diagnóstico. Mesmo com nenhum tipo de controle referente à este tempo, em entrevista

realizada com os técnicos internos, foi identificado que o equipamento de clientes de contrato

não é priorizado na fila de equipamentos que estão aguardando manutenção, e com certeza o

prazo estimado para estes equipamentos ultrapassavam 48 horas para o diagnóstico.

ü Sem procedimentos para equipamentos de contrato: Os equipamentos de

clientes de contrato, quando coletados, são colocados na fila de equipamentos que

estão aguardando manutenção, sem nenhum tipo de priorização ou procedimento

diferenciado para isso. Foi identificado em uma pequena consulta realizada que após

entrar na oficina, o equipamento foi entrar em bancada para ser iniciada a análise

apenas com 48 horas após ele já estar na empresa, teria que ser realizado ainda todos

os testes para identificação do problema e posterior diagnóstico para solução.

Agendamentos apenas corretivos: Os agendamentos corretivos são aqueles em que

ocorre o defeito no cliente e ele solicita o atendimento, sendo necessária a intervenção técnica

para solução do problema. A consultoria em TI normalmente previne diversos defeitos e

otimizar a utilização dos equipamentos ou a transmissão de dados na empresa. Não está sendo

realizada a consultoria da Infostore perante o seu cliente de contrato. Somente são feitas

manutenções corretivas, não previnem os possíveis problemas futuros.

ü Não está havendo a consultoria informada na venda dos planos: Identificado

que não estão sendo oferecidos otimizações, melhorias ou mudanças para melhor

desempenho e desenvolvimento das empresas de contrato.

3.3.4 Falha em avaliar o atendimento realizado.

Para tornar-se uma empresa com excelência em seus atendimentos é necessário

atenção em todas as etapas, desde o agendamento, a realização até sua conclusão. Mas para

que o ciclo de negociações não termine e encante o cliente, é necessário ainda o

acompanhamento do atendimento após sua conclusão, onde normalmente chamamos de

71

FEEDBACK do cliente referente ao atendimento realizado. Dentro deste Feedback pode ser

identificado insatisfação do cliente, erros cometidos pela a empresa durante todo o processo

de manutenção e atendimento, desempenho das pessoas envolvidas nos processos e até

sugestões dos clientes, para melhoria constante da empresa.

Atualmente a Infostore não faz nenhum tipo de avaliação do atendimento realizado, o

Feedback do cliente, demonstrando um problema, pois com a concorrência acirrada que tem o

setor de Tecnologia de Informação e seu constante crescimento demonstra que a empresa não

está preparando-se para o futuro.

Para análise deste problema, foi entrevistado o Gestor da empresa, Magnus, para

identificar as causas da não realização da avaliação dos atendimentos realizados.

Como ferramenta auxiliar ao processo de identificação de causas e consequências do

problema, foi utilizado o diagrama de “espinha de peixe”. Como resultado das discussões, o

seguinte modelo foi desenvolvido e está representado no Diagrama 4. Para melhor

visualização, o mesmo encontra-se ampliado no Apêndice IV.

Diagrama 4: Falha em avaliar o atendimento realizado. Fonte: Elaborado pelo acadêmico

As principais causas para não ser realizada a avaliação do atendimento realizado

foram identificadas e estão descritas abaixo.

Não tem nenhum tipo de controle para dar o retorno: Na entrevista realizada, a

Infostore atualmente não tem nenhum tipo de controle que possa ser utilizado para ser

realizado o Feedback do cliente. São realizados os atendimentos, são apenas finalizados e

faturados, não é gerado um controle para que possa ser feito este contato com o cliente.

72

Falta do responsável: A empresa não tinha esta função definida, por este motivo

não tem um responsável que possa coletar os dados e realizar o contato com o cliente para

obter as informações necessárias para possíveis melhorias na empresa.

Falta de pessoas para o contato: Todos os colaboradores atualmente já estão com o

seu tempo preenchido para poder realizar o contato com cliente.

3.4 Proposta de melhorias e soluções aos problemas identificados

A partir das bases teóricas utilizadas neste trabalho e da discussão com os

colaboradores da empresa, foram propostas melhorias aos problemas identificados. As fontes

teóricas utilizadas foram à ciência da administração e suas funções, a gestão de micro e

pequenas empresas, os princípios da qualidade e suas ferramentas, o gerenciamento de

processos e a aplicação da abordagem por processos.

Os principais problemas identificados foram reunidos no Quadro 3 abaixo

representado e estão demarcadas a qual ou as quais etapas do processo este problema está

relacionado.

Processo X Problemas Entradas

Assistência técnica

Serviços prestados- Processos

Entrega ou devolução

Atraso em prestar o primeiro atendimento, após abertura de um chamado;

X X

Descumprimento do prazo de entrega estimado para o conserto;

X X

Clientes que possuem planos de manutenção insatisfeitos; X X

Falha em avaliar o atendimento realizado. X

Quadro 3: Processos x problemas Fonte: Elaborado pelo acadêmico

A discussão dos problemas, e suas causas, junto aos colaboradores e diretores da

empresa resultaram na proposta de uma reorganização da estrutura funcional. Com base na

análise das causas, identificou-se que grande parte dos problemas eram originados pela

sobrecarga de alguns funcionários e falta de definição clara de áreas de responsabilidade de

73

determinadas funções. Diante disto, foi elaborada uma proposta de melhoria na estrutura

organizacional, a qual será apresentada a seguir.

A principal mudança da reorganização está relacionada com a assistência técnica. Foi

proposta a mudança de responsabilidade de setores e definições das funções, bem como as

tarefas desempenhadas por cada envolvido nos processos de assistência técnica, com base no

organograma atual, foi elaborado o novo organograma, visando reorganização da estrutura

funcional, o novo modelo está representado no Organograma 2 abaixo.

Organograma 2: Novo Organograma Infostore Informática Fonte: Elaborado pelo acadêmico

Com a elaboração da reorganização funcional, estão citadas abaixo as possíveis

melhorias identificadas pelo acadêmico.

3.4.1 Adequação de funções atendimento interno e externo

Um dos primeiros pontos do processo de reorganização foi à adequação de funções

dos responsáveis pelos atendimentos internos e externos. A função de gerente de atendimento

interno exige do profissional um constante acompanhamento dos serviços, sendo uma

atividade bastante intensa. Na situação pesquisada, o gerente dos Atendimentos internos, Sr.

André, alocava grande parte de seu tempo com a manutenção de servidores, não podendo dar

atenção às reais demandas de atendimento interno. Isto ocorria em função das habilidades

74

técnicas do Sr. André, sendo o profissional mais capacitado para atender a demanda em

manutenção de servidores.

Esta limitação causava diversos problemas identificados na pesquisa, como: a não

realização do monitoramento do tempo de manutenção de cada equipamento; demora

excessiva dos os técnicos internos para diagnosticar o defeito; as funções de cada técnico não

estavam bem definidas e não existiam critérios para prioridades de manutenção; demoras

excessivas para informar o orçamento ao cliente; desrespeito aos prazos para a coleta de

equipamentos dos clientes de planos de manutenção. Também foi possível notar que a função

e suas atribuições não eram claramente definidas pela empresa.

Por outro lado, a função de gerente de atendimento externo, a qual era exercida pelo

Sr. Ederson, é uma atividade que exige menos tempo do profissional do que a gestão interna.

Assim, a troca do Sr. André para a função de gerente de atendimento externo permitirá que o

mesmo consiga conciliar as funções de gerência e manutenção de servidores. Considerando

também que o Sr. Ederson já exerceu a função de gestor do atendimento interno, este possui

mais experiência na área e está totalmente disponível para as atividades demandadas.

Espera-se que esta troca de funções, surta os efeitos desejados. O Sr. Ederson estará

constantemente na oficina e será responsável por realizar o gerenciamento da equipe e dos

processos. Também foi definido que o Sr. Ederson não realizará tarefas de manutenção em

equipamentos, podendo dedicar-se integralmente as funções de gerenciamento do setor de

atendimento interno.

Também foram definidos novos procedimentos e controles para os processos de

atendimento interno para evitar demoras excessivas no repasse de informações sobre

orçamento aos clientes. Foi sugerido que Sr. Ederson passe a centralizar todo o contato com o

cliente para informações sobre o equipamento em conserto e repasse de orçamento. Antes não

havia definição de pessoa responsável, o que gerava falta de controle e informação. Assim,

centralizado sob a responsabilidade do Sr. Ederson, o atendimento ao cliente poderá ser mais

rápido e preciso. Um controle de prazos também foi sugerido à empresa, com relatórios

diários da posição dos atendimentos e tempo de espera.

Com relação a priorização de equipamentos na fila de espera, foi definido que o

gerente de atendimento interno, Sr. Ederson, será a única pessoa que poderá aceitar ou não a

prioridade de clientes avulsos, ou seja, clientes que não possuem contratos com prazo máximo

para conserto. Isto fará com que a prioridade para os contratos de manutenção seja elevada,

evitando os constantes atrasos em função da falta de prioridade na fila de consertos.

75

Outra forma de minimizar o tempo de espera para a manutenção é a correta alocação

dos técnicos para as diferentes necessidades de conhecimentos e habilidades de cada conserto.

Assim, o Sr. Ederson, com base em sua experiência, conhecimento da área e

acompanhamento constante dos funcionários poderá identificar aptidões técnicas e

habilidades e designar técnicos específicos para manutenções em computadores, notebooks,

no-breaks, impressoras, monitores e outros equipamentos, dos clientes que possuem planos de

manutenção e quem será responsável por montar equipamentos novos vendidos.

Novas atividades também foram incluídas nas funções de gerenciamento interno. O

novo gestor também ficará responsável em mensurar a produtividade de cada técnico interno e

o tempo que esta levando para diagnosticar um equipamento.

3.4.2 Adequação do responsável pela organização da agenda dos técnicos

externos

Atualmente na empresa, a pessoa responsável por organizar a agenda e distribuir

entre os técnicos externos é o gerente de vendas. Está função consiste em planejar, organizar e

definir o roteiro de atendimentos de cada técnico.

Foram identificados na pesquisa realizada alguns problemas nesta função como, por

exemplo: demora em liberação do técnico externo pois os RAT’s, quando há a necessidade,

não estão fechados; falha de estimativa de tempo e falta de peças para os atendimentos; não

ocorre o acompanhamento dos atendimentos realizados ou os não realizados; e estes estavam

ocorrendo pois o gestor de vendas tem outras tarefas que ocupam o seu tempo, não sendo

possível realizar a função como deveria.

Para realização desta função identificou-se a necessidade de adequação a outro

colaborador que possa acompanhar esses atendimentos. Visto isso se proponha que esta

função fosse repassada ao Gestor dos atendimentos internos.

Esta mudança trará vários benefícios, pois quem organizará agenda é um técnico e

não mais uma pessoa de vendas, terá um conhecimento e poderá estimar o tempo de

atendimento para aquele defeito que está ocorrendo no cliente e as peças necessárias para a

solução, ele próprio vai separar as peças para o técnico externo levar para o atendimento.

76

Irá providenciar, quando há a necessidade, o fechamento do RAT para liberação do

técnico externo antecipadamente ao período do atendimento agendado, agilizando assim a

saída do técnico. Também realizará o acompanhamento dos técnicos em seus atendimentos.

3.4.3 Distinção no Atendimento Externo em dois grupos, atendimento avulso e

atendimento contrato.

Outro ponto importante no processo de reorganização funcional foi à proposta de

melhoria no atendimento aos clientes de planos de manutenção. A Infostore atualmente conta

com 20 clientes que possuem planos de manutenção que representam 20% do faturamento

total da assistência técnica.

Na pesquisa realizada com os colaboradores identificou-se uma insatisfação desses

clientes referente aos serviços prestados pela empresa como: os prazos para o primeiro

atendimento na empresa do cliente não estavam sendo cumpridos; as manutenções

preventivas, previstas em contrato, não estavam sendo realizadas; apenas estavam sendo

agendados atendimentos corretivos; e não ocorre a consultoria para otimizações, melhorias ou

mudanças para o desempenho e desenvolvimento das empresas de contrato.

Com a reorganização do Sr. André para gestão do atendimento externo, poderá

oferecer o suporte necessário aos técnicos externos com relação ao conhecimento técnico a

servidores.

É proposta então a adequação do técnico interno Juliano Onofre, para técnico externo

específico para os clientes de planos de manutenção, juntamente com o técnico Diogo. Com

esta alteração a equipe dos atendimentos externos fica desta forma: Carlos e Anderson,

destinados à realização dos atendimentos avulsos e Diogo e Juliano Onofre, destinados à

realização dos atendimentos aos clientes de planos de manutenção.

Esta adequação poderá oferecer um atendimento diferenciado e melhoria no

atendimento prestado a esses clientes, obtendo assim a possibilidade de: realização dos

atendimentos com maior prontidão; realizar as manutenções preventivas, que não estavam

ocorrendo; oferecer um tempo maior dos técnicos nessas empresas prestando a consultoria

necessária para cada cliente, pois terá mais tempo para fazer a manutenção preventiva

enquanto o outro faz as corretivas quando necessário.

77

Para suprir a saída do técnico da oficina, proponha-se a contratação de mais um

técnico interno.

Ao horário de entrada dos técnicos, proponha-se a implementação de pagamento de

horas extras, desta maneira, estarão recebendo por seu tempo de trabalho excedido da sua

carga horária semanal, e não ocorrerá mais o atraso na chegada a empresa.

Como não esta havendo o contato dos técnicos externos com o responsável pela

agenda, propõe-se que sejam estabelecidas metas de notificação do atendimento externo, onde

cada técnico deve informar à gerência o andamento da agenda, imediatamente após cada

atendimento ou atraso. Espera-se que a informação enviada e o acompanhamento do

responsável pela agenda evitem atrasos no atendimento ou então que permita à empresa avisar

seus clientes e reorganizar a agenda frente a fatores que não podem ser controlados.

3.4.4 Feedback ao cliente

Atualmente o gerente de vendas é responsável por organizar a agenda dos técnicos

externos, com a proposta de repassar ao gerente do atendimento interno esta função, poderão

ser criadas duas novas situações que foram identificadas como problemas na pesquisa

realizada: a realização do Feedback com cliente referente aos atendimentos realizados,

situação que ainda não era exercida na empresa; e a implementação de um checklist, onde são

perguntas essenciais para ser realizadas ao cliente. Esse check-list de perguntas coletará

informações necessárias para o agendamento do atendimento externo, auxiliará o técnico em

seu atendimento, poderá sair com o que é necessária para a manutenção e diminua a

possibilidade de perca de tempo em seu atendimento, por solicitações a mais que não haviam

sido repassadas antes e a possibilidade de ser estimado o tempo correto para o atendimento

solicitado.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A competitividade tem exigido que as empresas desenvolvam vantagens

competitivas em relação aos seus concorrentes envolvendo o tempo, custo e nível de serviços

oferecidos ao cliente.

No cenário atual, a competitividade é uma forma que as empresas utilizam para a

busca de soluções, para aprimoramento dos processos, evolução e inovação. O gerenciamento

estratégico surge como uma ferramenta poderosa, com o objetivo de oferecer aos gestores

parâmetros de avaliação do desempenho compatível com os objetivos da empresa, enquanto

entidade patrimonial geradora de benefícios aos seus donos e demais partes interessadas.

Contudo permite que as empresas possam investir em constantes aperfeiçoamentos e

possibilitando assim uma ampla visão do mercado, permitindo que ao longo das operações

possa criar situações através das falhas identificadas e aprimorando em tempo real a situação

de cada estágio do processo, reconhecendo os inter-relacionamentos e interligações do

processo que conectam o fornecedor aos clientes.

O objetivo do mapeamento e gestão dos processos é assegurar a satisfação do cliente

ao longo do tempo, desde os fornecedores de produtos á empresa, clientes, fluxo de materiais,

fluxo de informação, fluxo financeiro e recursos humanos.

Almejando atender os objetivos da empresa e do próprio cliente, os gerenciadores

não devem se ocupar somente da entrega dos produtos aos clientes, dos artigos comerciais e

dos serviços demandados, mas tem que reorganizar globalmente as funções de abastecimento

de materiais, compras, a função de promoção dos produtos e de distribuição física, a função

de vendas, marketing e assim por diante; é necessário estruturá-las e sistematizá-las, tem que

ter a flexibilidade e consciência para mudanças, pois todas as fases do processo são de

extrema importância e não somente a entrega do produto ao cliente, um processo eficiente é

constituído por tudo que ocorre antes, durante até a entrega do produto ao cliente, e têm que

ser perceptíveis as falhas ocorridas ao longo do mesmo de forma que possam ser analisadas e

corrigidas com destreza, rapidez e inteligência de modo que o cliente não sinta essas

dificuldades.

A busca pelo reconhecimento no mercado é constante, porém serão apenas á aquelas

que forem capazes de proporcionar valor adicionado em escalas de tempo cada vez menores e

com uma maior possibilidade de informações ao cliente referente aos seus produtos,

79

possibilitando que este processo evite possíveis transtornos ao cliente, começando aí a relação

de confiança e fidelidade com a organização.

È necessário também que seja reavaliado a cultura da organização perante seus

clientes e compromissos com os mesmos, quebrando paradigmas e propondo novas

estratégias que traga a organização mais vantagem competitiva.

Este estudo cumpriu os objetivos propostos no trabalho. Sendo importante para todos

aqueles que estão inseridos ou trabalham na área de Administração, apresentando claramente

os conceitos e as etapas dos processos, reavaliando e trazendo melhorias à organização, seus

colaboradores e consequentemente seus clientes, tornando-se um instrumento importante para

aqueles que utilizam da Administração para encontrar soluções.

80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APENDICES – DIAGRAMAS CAUSA E EFEITO

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APENDICE I – DIAGRAMA 1 - ATRASO DA EMPRESA EM PRESTAR O PRIMEIRO ATENDIMENTO

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APENDICE II - DIAGRAMA 2 - DESCUMPRIMENTO DO PRAZO DE ENTREGA ESTIMADO PARA CONSERTO

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APENDICE III - DIAGRAMA 3 - CLIENTES QUE POSSUEM PLANOS DE MANUTENÇÃO INSATISFEITOS

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APENDICE IV - DIAGRAMA 4 - FALHA EM AVALIAR O ATENDIMENTO REALIZADO

89

DECLARAÇÃO

A empresa INFOSTORE INFORMÁTICA declara, para devidos fins, que concorda

com o projeto de estágio apresentado pelo (a) estagiário (a) Rafael Alves da Conceição, aluno

(a) do curso de Administração do Centro de Educação Superior de Ciências Sociais Aplicadas

da Universidade do Vale do Itajaí, e se propõe a oferecer as condições necessárias para o bom

andamento do mesmo.

Itajaí, 06 de junho de 2011.

_____________________________________ Magnus Weber Vieira Quadra

90

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização cedente de estágio INFOSTORE INFORMÁTICA, declara, para os

devidos fins, que o (a) estagiário (a) Rafael Alves da Conceição, aluno (a) do Curso de

Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da Universidade

do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 16/08/2010 a 06/06/2011, cumpriu a carga horária de

estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de

Estágio e respeitou nossas normas internas.

Itajaí, 06 de JUNHO de 2011.

_____________________________________ Magnus Weber Vieira Quadra

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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Rafael Alves da Conceição

Estagiário

Magnus Weber Vieira Quadra

Supervisor de campo

André Moraes dos Santos

Orientador de estágio

Prof. Eduardo Krieger da Silva

Responsável pelos Estágios em Administração