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Análise dos pontos de aproximação e afastamento dos perfis comportamentais de sócios de uma empresa Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional Luana Hoffmann de Assis [email protected] Fernando Oliveira de Araujo [email protected] Resumo: O empreendedorismo vem sendo alvo de investigações de pesquisadores desejosos de compreender o referido fenômeno sob distintos enfoques, analisando desde as motivações econômicas, passando pelas sociais e psicológicas. O presente trabalho, focalizado na abordagem comportamentalista, tem como objetivo identificar e analisar os perfis empreendedores de dois sócios-proprietários de uma empresa de logística situada no Município de Santa Teresa/ ES. A coleta de dados primários está baseada em questionário de auto percepção aplicado aos sócios- proprietários. Além disso, o estudo encontra-se suportado teoricamente pela literatura técnico-científica, afeta aos temas da teoria comportamentalista e análise do comportamento empreendedor. Como resultados, o estudo evidencia pontos de aproximação e afastamento observados entre os perfis empreendedores dos sócios-proprietários da empresa, destacando em que medida a complementaridade pode ser benéfica para a sustentabilidade do negócio. Palavras-chaves: ISSN 1984-9354

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Page 1: Análise dos pontos de aproximação e afastamento dos perfis ... · 13 e 14 de agosto de 2015 2 1. Introdução ... com o surgimento, a cada ano, de um conjunto de novas empresas

Análise dos pontos de aproximação e afastamento dos

perfis comportamentais de sócios de uma empresa

Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional

Luana Hoffmann de Assis

[email protected]

Fernando Oliveira de Araujo

[email protected]

Resumo: O empreendedorismo vem sendo alvo de investigações de pesquisadores desejosos de compreender o

referido fenômeno sob distintos enfoques, analisando desde as motivações econômicas, passando pelas sociais e

psicológicas. O presente trabalho, focalizado na abordagem comportamentalista, tem como objetivo identificar e

analisar os perfis empreendedores de dois sócios-proprietários de uma empresa de logística situada no Município de

Santa Teresa/ ES. A coleta de dados primários está baseada em questionário de auto percepção aplicado aos sócios-

proprietários. Além disso, o estudo encontra-se suportado teoricamente pela literatura técnico-científica, afeta aos

temas da teoria comportamentalista e análise do comportamento empreendedor. Como resultados, o estudo evidencia

pontos de aproximação e afastamento observados entre os perfis empreendedores dos sócios-proprietários da empresa,

destacando em que medida a complementaridade pode ser benéfica para a sustentabilidade do negócio.

Palavras-chaves:

ISSN 1984-9354

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1. Introdução

Segundo dados dos relatórios do GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2013) e do

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2015), o Brasil apresenta altas

taxas de empreendedorismo, com o surgimento, a cada ano, de um conjunto de novas empresas

desejosas de obterem espaço no mercado.

Em particular, o presente estudo focaliza-se em uma pequena empresa de distribuição física de

produtos (bebidas), localizada no município de Santa Teresa, região serrana do Estado do Espírito

Santo (ES). Ao contrário de outras tantas pequenas empresas que não sobrevivem ao segundo ano de

sua constituição, a referida organização está em operação desde 1991.

Na ocasião, seus sócios-proprietários vislumbraram uma oportunidade para desenvolver o

mercado de refrigerantes locais em municípios do interior do ES. O ano de 2006 marca um destacado

ponto de inflexão no ciclo de desenvolvimento da empresa, após a assinatura de um contrato de

distribuição com uma importante cervejaria do Estado do Rio de Janeiro.

O presente estudo tem a intenção de analisar uma vertente específica do estudo do

empreendedorismo, a corrente comportamentalista, visando a investigar, por meio de formulário de

auto percepção, o perfil empreendedor de cada um dos sócios. Essa investigação, tem o intuito de

verificar quais são e como são empregados os aspectos gerenciais e comportamentais adotados na

condução do negócio e, em que medida, a diversidade de percepções sobre a organização em tela é

contributiva para sua longevidade.

Em termos de sua estrutura, o artigo está subdividido em seis seções. A primeira oferece um

preâmbulo da discussão do empreendedorismo e inicia a situação do objeto de estudo. A segunda

contempla uma breve revisão da literatura do empreendedorismo, com enfoque especial para a corrente

comportamentalista. A seção 3 apresenta a metodologia da pesquisa adotada. Na seção 4, o caso da

empresa de distribuição física de produtos é descrito com mais detalhes. A seção 5 contempla a análise

e a discussão de resultados. Na sexta e última seção são tecidas as conclusões e indicadas sugestões de

estudos futuros.

2. Revisão da Literatura

2.1. O empreendedorismo e o empreendedor

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Segundo Dornelas (2008), o movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na

década de 1990, com a criação de entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software). Antes disso, na

visão do autor, nos anos antecedentes, os ambientes político e econômico do país não eram propícios

para a ação empreendedora.

Para Timmons (1994 apud Dolabela, 2006), o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que

representa para o século XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX. No início do

século XXI, segundo Dolabela (2006) atribui ao empreendedor o papel de força motor da economia.

Por meio da inovação, dinamiza a economia. O empreendedor é responsável pelo crescimento

econômico e pelo desenvolvimento social.

Segundo Dornelas (2008), é difícil pensar em uma sociedade sem a figura do empreendedor. Além

disso, o momento atual pode ser chamado da era do empreendedorismo. Ainda de acordo com o

referido autor, o empreendedorismo tem sido o centro de políticas públicas na maioria dos países. O

que pode ser observado em ações como: programas de incubação de empresas e parques tecnológicos;

subsídios governamentais para criação e desenvolvimento de novas empresas; programas de

desburocratização e acesso ao crédito para pequenas empresas; criação de agências de suporte ao

empreendedorismo e à criação de negócios.

Para Hisrich (2014), o empreendedorismo tem uma função importante na criação e no crescimento dos

negócios, assim como no crescimento e na prosperidade de nações e regiões. Para Chiavenato (2013),

o empreendedor transforma ideias em realidade para benefício próprio e para o benefício da sociedade

e da comunidade. De acordo com Schumpeter (1947 apud Chiavenato, 2013), o empreendedor é a

pessoa que destrói a ordem econômica existente graças à introdução de novos produtos/ serviços, pela

criação novas formas de gestão ou pela exploração de novos recursos, materiais e tecnologias.

2.2. Teorias do Empreendedorismo

Dolabela (2006) ressalta que:

“[...] há muitas definições do termo empreendedor, principalmente porque são propostas por

pesquisadores de diferentes campos, que utilizam os princípios de suas próprias áreas de

interesse para construir o conceito. Duas correntes principais (...) os economistas, que

associaram o empreendedor à inovação, e os comportamentalistas, que enfatizam aspectos

atitudinais, como a criatividade e a intuição”.

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Segundo Mariano & Mayer (2010), os economistas se interessaram pelo tema empreendedorismo,

porque viam a capacidade empreendedora como a mola que impulsionava a economia no sentido de

promover as inovações. Já os psicólogos e sociólogos buscaram encontrar quais as razões

comportamentais que levam determinadas pessoas a ter comportamentos empreendedores e

compreender como o ambiente social poderia promover a prática e a execução de ações

empreendedoras (BRAGA, 2004).

2.2.1. Os economistas

Say (1800 apud Filion, 1998) considera o desenvolvimento econômico como resultado da criação de

novos empreendimentos.

Knight (1921 apud Filion, 1998) evidencia que os empreendedores assumiam riscos por causa do

estado de incerteza no qual trabalhavam e que eles eram recompensados de acordo com os lucros

obtidos com as atividades que iniciavam.

Schumpeter (1947 apud Filion, 1998) é considerado como o precursor na compreensão do fenômeno

do empreendedorismo, associando-o claramente à inovação. Não só associou os empreendedores à

inovação, mas também apresentou a importância dos empreendedores na explicação do

desenvolvimento econômico.

Baumol (1968 apud Filion, 1998) propôs duas categorias de empreendedores: os empreendedores

organizadores de negócios e os empreendedores inovadores. O primeiro tipo inclui o empreendedor

clássico descrito por Say (1803) e Knight (1921), e o outro tipo, o empreendedor descrito por

Schumpeter (1934).

Segundo Filion (1998), os economistas estavam primordialmente interessados na compreensão do

papel do empreendedor como motor do sistema econômico.

Para Gomes, Lima & Capeelle (2013) , os economistas associam o empreendedorismo ao

desenvolvimento econômico e o empreendedor ao agente propulsor da inovação e, por conseguinte, às

forças direcionadoras de desenvolvimento.

2.2.2. Os comportamentalistas

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Max Weber (1930 apud Filion, 1998) identificou o sistema de valores como um elemento fundamental

para a explicação do comportamento empreendedor. Via os empreendedores como inovadores, pessoas

independentes cujo papel de liderança nos negócios inferia uma fonte de autoridade formal.

Segundo McClelland (1961), os resultados de suas pesquisas revelaram que as pessoas são motivadas

por dois tipos de necessidades: a) necessidade de realização pessoal, o indivíduo tem de testar seus

limites e realizar um bom trabalho; b) necessidade de autoridade e poder, forte preocupação em

exercer o poder sobre os outros, ao apresentar grande necessidade de ser influente efetivo e de causar

impacto;

McClelland (1961) propôs uma divisão de que na sociedade existiria um grupo minoritário de pessoas

mais capazes de enfrentar desafios e de correr riscos, em detrimento de uma maioria desprovida desta

capacidade.

Para Gomes, Lima & Capeelle (2013), os comportamentalistas voltam seu interesse para aspectos

subjetivos do sujeito empreendedor, do seu comportamento, buscando identificar inclusive suas

características atitudinais

Ainda de acordo com os referidos autores, os comportamentos esperados de um empreendedor, tais

como capacidade de correr riscos e enfrentar desafios, pró-atividade, iniciativa, determinação, visão de

futuro, criatividade, perseverança, intuição, também colaboraram para a difusão da crença de que um

indivíduo só poderia entrar para o rol de empreendedores se apresentasse essas qualidades .

McClelland (1961) classifica o empreendedor como: confiante, perseverante, diligente, habilidoso,

criativo, visionário, versátil, inteligente e perceptivo.

Segundo Filion (1998), os comportamentalistas dominaram o campo do estudo do empreendedorismo

até o início da década de 1980 e tinham como principal objetivo definir o que são empreendedores e as

suas características, observando em que medida a sinergia de competências pode ser contributiva à

prosperidade dos negócios. Ainda de acordo com o referido autor, as principais características

comportamentais atribuídas aos empreendedores estão consolidadas no Quadro 01.

Quadro 01 - Características mais frequentemente atribuídas aos empreendedores pelos comportamentalistas

Caracteríscas dos empreendedores

Inovação Liderança Riscos Moderados

Perseverança Tolerância à ambiguidade e à incerteza Iniciativa

Flexibilidade Criatividade Independência

Energia Necessidade de realização Auto confiança

Autoconsciência Habilidade na utilização de recursos Sensibilidade a outros

Otimismo Habilidade para conduzir situações Orientação para resultados

Fonte: Adaptado de Filion (1998)

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2.3. Perfil empreendedor

Segundo Chiavenato (2013), o empreendedor por ter criatividade e um alto nível de energia

apresenta imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, habilita o

empreendedor a transformar uma ideia simples em algo que produza resultados concretos e bem-

sucedidos no mercado.

Ainda de acordo com o referido autor, os empreendedores assumem riscos com prudência,

avaliam custos, necessidades de mercado/ clientes.

McClelland (1961) descreve a personalidade do empreendedor como basicamente motivada

pela necessidade de realização e forte impulso para construir.

Collins e Moore (1970 apud Chiavenato, 2013) estudaram uma amostra de empreendedores e

concluíram que era constituída por pessoas firmes, pragmáticas e impulsionadas por necessidade de

independência e realização.

Para Salim e Silva (2010), as dez características mais comuns nos empreendedores de sucesso

são: busca de oportunidade e iniciativa; persistência; aceitação de riscos calculados; exigência de

eficácia, eficiência e qualidade; comprometimento com o trabalho; trabalho baseados em metas; busca

de informações contínuas; monitoramento e planejamento sistemático; formação de rede de contatos,

e; independência e autoconfiança.

Ainda de acordo com os referidos autores, são comportamentos comumente observados em

empreendedores os seguintes aspectos atitudinais: assumir posições; estabelecer uma meta; tomar

iniciativa; busca conhecimento; saber escolher; ser corajoso; seguir sua decisão; ser determinado, e; ser

perseverante.

Segundo Leite (2012), o comportamento do empreendedor bem-sucedido apresenta algumas

características marcantes, como autoconfiança, capacidade de assumir riscos calculados,

adaptabilidade e flexibilidade diante das mudanças, conhecimento do mercado e do ramo de negócio

onde atua, forte senso de iniciativa e perseverança.

O perfil das características do comportamento empreendedor estão destacados no Quadro 02.

Quadro 02 – Característicaas do comportamento empreendedor

Característica Empreendedores Alta necessidade de realização Trabalham com a expectativa de alcançar os mais elevados níveis de realização.

Assumir riscos calculados Não possuem aversão ao risco, embora optem por riscos calculados.

Saber resolver problemas São líderes e geralmente os primeiros a identificar possíveis problemas e a arranjar possíveis

soluções.

Necessidade de status Encontram satisfação em símbolos de sucesso exteriores a si mesmos. E não permitem que as

necessidades ligadas ao status, interfiram na missão empresarial.

Elevados níveis de energia Empreendedores são, na maioria, dedicados, dispostos e prontos para trabalhar.

Possuir autoconfiança São individuos extremamente, autoconfiantes, acreditando nas suas competências e capacidades.

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Fonte: Adaptado de Leite (2012)

Para Chiavenato (2013) a um empreendedor são necessárias inspiração, motivaçao e

sensibilidade.

Na percepção do SEBRAE (2015), em qualquer empreendimento é necessário ter perseverança,

vontade de trabalhar e liderança. Todo empreendedor deve se dedicar ao seu negócio com tempo e

envolvimento pessoal.

Ainda de acordo com o SEBRAE (2015), os aspectos fundamentais da personalidade de um

empreendedor estão destacados no Quadro 03.

Quadro 03 – Aspectos fundamentais da persolidade do empreendedor

Característica Definição

Criatividade Aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de problemas.

Liderança Inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar equipe. Criar um clima moral elevado,

saber compartilhar ideias, ouvir, aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

Perseverança

Manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar os limites de sua possibilidade buscando

metas viáveis até mesmo em situações adversas.

Flexibilidade Controlar seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar mudanças, estar aberto para

estudar e aprender sempre.

Vontade de

trabalhar Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu negócio.

Automotivação Encontrar a realizaçao pessoal no trabalho e seus resultados.

Formação

permanente

Buscar constantemente informações sobre o mercado e atualizaçao profissional sobre novas técnicas

gerenciais.

Organização

Compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e administrativo de forma lógica

e racional, entender as alterações ocorridas no meio ambiente externo de forma a estruturar a empresa

para melhor lidar com as mudanças

Senso crítico Antecipar-se aos problemas principais, analisando-os friamente.

Fonte: SEBRAE (2015)

3. Procedimentos metodológicos da pesquisa

No que concerne à caracterização da amostra da pesquisa, o estudo foi desenvolvido com os dois

sócios-proprietários de uma empresa de logística, situada no município de Santa Teresa/ ES. O

primeiro sócio, identificado no estudo como “Sócio A”, tem 48 anos, inicia sua trajetória profissional

em atividades rurais na agricultura de café e no manejo de gado. Posteriormente, sai do campo e vai

para a cidade, onde atua como colaborador de um açougue que, futuramente, iria se tornar proprietário.

Em termos de formação escolar, possui o primeiro grau incompleto. O segundo sócio, doravante

“Sócio B”, com 52 anos, possui um histórico profissional que vai de venda de verduras e livros de casa

em casa, passando por atendimento bancário e proprietário de açougue, até chegar à atual empresa de

logística. O sócio B possui formação escolar incompleta de segundo grau.

No que concernem aos procedimentos para a coleta de dados, o estudo utiliza-se de um formulário

intitulado “levantamento do perfil empreendedor”, inspirado em Dornelas (2008) e Dolabela (2006). O

referido instrumento passou por processos de validação com o Professor Orientador, além de ser

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realizada uma pré-testagem com três empreendedores, no sentido de verificação do grau de

compreensão e eventuais sugestões de aprimoramento.

A aplicação do questionário foi realizada presencialmente pelos pesquisadores com os sócios-

proprietários, no mês de março de 2015. Os sócios supraidentificados preencheram o levantamento do

perfil empreendedor, reconhecendo que o instrumento está baseado na auto percepção dos

respondentes. O instrumento adotado (Apêndice I), foi proposto com base em uma escala psicométrica

de 5 pontos, graduados discretamente, com base na seguinte escala: 1 (insuficiente); 2 (fraco); 3

(regular); 4 (bom), e; 5 (excelente).

Adicionalmente, visitas de observação in loco na empresa foram adotadas para ampliar e refinar o

espectro da análise, bem como para uma melhor compreensão do ambiente organizacional e a

trajetória histórica do empreendimento.

Cumpre destacar que a auto percepção é uma técnica amplamente utilizada em pesquisa social. Trata-

se de um esforço do pesquisador de compreender alguns características comportamentais do

protagonista pesquisado, sob o enfoque desse último. Para Baptista e Cunha (2007), o referido

procedimento tem como vantagem o esforço do pesquisador em ampliar sua isenção na condução da

pesquisa, minimizando possibilidades de indução de respostas do entrevistado. Em contrapartida, o

método é suscetível à viés atribuído pelo respondente que pode, em alguma situações, se subestimar ou

superestimar (autopercepção equivocada).

Os dados coletados, provenientes das respostas dos questionários de auto percepção, foram tabulados e

analisados por meio de gráficos radares, no sentido de capturar pontos de aproximação e afastamento

dos perfis dos sócios-proprietários da empresa.

4. Breve descritivo do perfil da empresa de logística

A empresa estudada é uma organização prestadora de serviços de logística (distribuição física

de produtos), situada no município de Santa Teresa-ES. A empresa é fruto de uma sociedade familiar

entre dois concunhados (sócio A e sócio B) que, há 24 anos, tanto por motivos de necessidade, quanto

por oportunidade, alteraram o ramo de atuação original (açougue) para o segmento de distribuição, a

partir de uma demanda induzida de um fabricante regional de refrigerantes e água mineral.

Com o passar do tempo, a empresa desenvolve a melhoria nos seus processos e adquire

tecnologias (sobretudo sistemas informatizados de gestão de estoque e de faturamento), de modo a

atender os clientes. Gradativamente, o portfólio de produtos distribuídos foi aumentado, incorporando,

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além de refrigerantes e água, distintas marcas de cerveja que foram sendo modificadas, com o passar

do tempo, até o estabelecimento de contrato, em 2006, com atual fornecedora.

A referida relação contratual está estabelecida com uma grande cervejaria do Estado do Rio de

Janeiro que tem feito esforços para a ampliação de seu mercado junto a outras regiões do país. Dada à

experiência e consolidação de mercado da empresa estudada, a cervejaria entendeu que não haveria

necessidade de incorporar em sua operação a distribuição física para algumas cidades do interior do

Espírito Santo, onde a empresa de logística já tinha atuação. Nesse sentido, a parceria foi percebida

como benéfica para ambos.

A organização em estudo é a responsável pela distribuição física de refrigerantes e cervejas em

municípios das regiões central e serrana do Espírito Santo, em especial para bares, restaurantes,

mercados, mercearias e pequenos varejistas. A Figura 01 ilustra em destaque os municípios de Santa

Teresa, Santa Maria de Jetibá, Itarana, Itaguaçu e Santa Leopoldina, onde a empresa atua.

Figura 01 – Áreas de atuação da empresa de distribuição física de produtos

(Fonte: PRT – 17ª Reg., 2012)

A Tabela 01 consolida algumas informações relevantes sobre a empresa estudada, evidenciando

a evolução da organização em relação a um conjunto de indicadores importantes para avaliar o seu

nível de evolução. Os dados foram fornecidos diretamente pelos sócios-empreendedores, com dados

aproximados (vide *), baseados em sua memória – a empresa não dispõe de um sistema de gestão

capaz de fornecer relatórios históricos.

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Tabela 01 – Informações sobre o crescimento da empresa entre os anos de 1991 a 2006 e 2006 e 2014

1991 2006 2014

Número de Sócios 2 2 2

Número de Funcionários 1 9 16

Número de Clientes* 15 ~200 ~485

Faturamento Estimado* X 21X 67X

Os dois sócios do empreendimento, para além do vínculo profissional, apresentam

complementaridade no perfil comportamental e gerencial, o que atribui à organização estudada uma

gestão equilibrada, contribuindo para o crescimento sustentável do negócio. Na próxima seção são

apresentados e discutidos o perfil comportamental dos empreendedores.

5. Análise e discussão de resultados

Conforme previamente indicado, a empresa de distribuição física de produtos, localizada em Santa

Teresa/ ES, é fruto de uma sociedade familiar constituída entre dois concunhados, estabelecida em

1991. Informações gerais sobre os sócios estão consolidadas no Quadro 04.

Quadro 04 – Informações gerais sobre os sócios-proprietários

Sócio A B

Gênero Masculino Masculino

Escolaridade Primeiro grau incompleto Segundo grau incompleto

Ocupação anterior Sócio proprietário de um açougue com o

concunhado

Sócio proprietário de um açougue com o

concunhado

Experiência em vendas Nenhuma Venda de verduras/ livros de casa em casa

Busca capacitação? Não, somente na prática profissional Sim, em cursos e palestras

Adicionalmente, nessa seção estão analisadas e discutidas questões comportamentais dos

referidos sócios, baseadas na autopercepção dos respondentes. Conforme evidenciado nos

procedimentos metodológicos da pesquisa, as respostas foram obtidas através do questionário, apoiado

por um instrumento de coleta de dados elaborado com inspiração em Dornelas (2008) e Dolabela

(2006). O questionário foi aplicado com os sócios em março de 2015.

Um dos objetivos do instrumento de coleta de dados é o de avaliar o perfil empreendedor dos

sócios-proprietários do negócio a fim de identificar os pontos de aproximação e afastamento de seus

perfis empreendedores, verificando aspectos positivos e, eventualmente, observando pontos a serem

aprimorados para o desenvolvimento de habilidades e competências que, por ventura, necessitem de

melhorias.

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A participação dos sócios-proprietários foi determinante no sentido de contribuir para o

levantamento do perfil empreendedor de cada um dos sócios-proprietários. Os presentes formulários,

baseados em escala psicométrica, foram preenchidos individualmente.

A Figura 02 ilustra o resultado da autopercepção dos sócios-proprietários sobre as

características relacionadas ao seu comprometimento e à sua determinação.

Figura 02 – Características dos sócios-proprietários relacionadas ao seu comprometimento e determinação

1

2

3

4

5Iniciativa

Persistência

Dedicação

Resolver problemas

Atingir metas

Comprometimento

Sócio A Sócio B

Em relação à Figura 02, observam-se distintos graus de auto percepção dos sócios-proprietários

em cinco das seis dimensões investigadas. Essas características relacionadas ao comprometimento e à

determinação existentes nos empreendedores visam a identificar atributos comportamentais auto

percebidos que contribuíram/contribuem o desenvolvimento da empresa.

No que concernem às diferenças observadas, enquanto o sócio A se avaliou como excelente e

bom, variando o grau entre 4 e 5, o sócio B se analisou como regular e fraco. O sócio B obteve graus

menores do que o sócio A em todos as características, com exceção do aspecto atingir metas, em que o

sócio B se analisou com grau 5 e o sócio A com grau 4. Em relação à iniciativa os sócios se avaliaram

igualmente com grau 3.

A Figura 03 refere-se aos resultados obtidos da autoanálise dos sócios-proprietários em relação

à busca pelas oportunidades.

Figura 03 – Características dos sócios-proprietários relacionadas à busca pelas oportunidades

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1

2

3

4

5

Conhecimentosobre as

necessidades dosclientes

Dirigido pelomercado

Busca constantepor satisfazer

clientes

Sócio A Sócio B

A Figura 03 tem o propósito de ilustrar as auto percepções dos sócios-proprietários em relação a como

analisam as oportunidades do mercado. Os dois sócios são dirigidos pelo mercado e buscam conhecer

as necessidades dos clientes. O sócio A se avalia como focado por satisfazer os clientes, já o sócio B

percebe como regular sua busca por satisfazer os clientes.

A Figura 04 ilustra os resultados da autoavaliação dos sócios-proprietários em relação à

tolerância ao risco, à ambiguidade e às incertezas.

Figura 04– Autoanalise da tolerância dos sócios-proprietários em relação ao risco, à ambiguidade e às incertezas

1

2

3

4

5Corre riscos calculados

Procura minimizar osriscos

Tolera à incerteza efalta de estrutura

Tolera o stress econflitos

É hábil em resolverproblemas e integrar

soluções

Sócio A Sócio B

A Figura 04 ilustra de que maneira os sócios-proprietários percebem e lidam com os riscos, a

ambiguidade e as incertezas. O sócio A se classificou como regular em todos os aspectos, com exceção

em resolver problemas e integrar soluções em que atribuiu grau 4. Já o sócio B procura correr riscos

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calculados, minimizar os riscos, resolver problemas e integrar soluções. E se julga regular quanto a

tolerar o stress, conflitos, incertezas e falta de estrutura.

A Figura 05 evidencia a autoanálise dos sócios-proprietários relacionada à criatividade, à

autoconfiança e à habilidade de adaptação.

Figura 05 – Autoanalise sócios-proprietários em relação à criatividade, à autoconfiança e à habilidade de adaptação

1

2

3

4

5

Aceita e prezasugestões de

terceiros

É pro-ativo

É hábil em se adaptara novas situações

Aceita possibilidadede falha

É hábil em definirconceitos e detalhar

ideias

Sócio A Sócio B

A Figura 05 ilustra as características auto percebidas dos empreendedores relacionadas à

criatividade, à automotivação e à habilidade de adaptação. Os dois sócios se autoavaliaram como bom

e regular em ser proativo, aceitar e prezar por sugestões dos terceiros, em aceitar possibilidade de falha

e em ter habilidade de definir conceitos e detalhar ideias. E o sócio A atribuiu grau 5 em ter habilidade

de adaptação a novas situações.

A Figura 06 ilustra a autopercepção dos empreendedores quanto a sua motivação e sua

superação.

Figura 06 – Autoanalise dos sócios-proprietários em relação à motivação e à superação

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1

2

3

4

5

É orientado parametas e resultados

É despreocupadocom status e poder

É dirigido pelanecessidade de

crescer

Tem autoconfiança

É ciente da suasfraquezas e forças

Tem senso dehumor e buscaestar animado

Sócio A Sócio B

A Figura 06 ilustra a auto percepção dos empreendedores em relação a como lidam com a

motivação e a superação. O sócio A atribuiu grau 5 ao senso de humor e à busca por estar animado,

ser orientado para atingir metas e resultados e em ser despreocupado com status e poder. Avalia-se

como bom em relação a ter ciência das suas fraquezas e forças. Avaliou como regular sua

autoconfiança. E atribuiu grau 2 para o aspecto ser dirigido pela necessidade de crescer. Já o sócio B

atribuiu entre grau 3 e 4 para todos os aspectos avaliados.

A Figura 07 refere-se aos resultados obtidos da autoavaliação dos sócios-proprietários sobre

perspectiva liderança.

Figura 07 – Autoanalise dos sócios-proprietários em relação à liderança

1

2

3

4

5Tem iniciativa

Tem poder deautocontrole

Transmite integridadee confiabilidade

É paciente e sabeouvir

Sabe construir times etrabalhar em equipe

Sócio A Sócio B

A Figura 07 ilustra as características auto percebidas atribuídas à liderança pelos sócios-

proprietários. O sócio A percebe-se como excelente em construir times e trabalhar em equipe. E ser

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bom, em ter poder de autocontrole, em relação a ter iniciativa e transmitir integridade e confiabilidade

e em ter iniciativa. Avaliou como regular o aspecto ser paciente e saber ouvir. Já o sócio B, considera-

se como bom e regular em todos os aspectos, com exceção em ter iniciativa.

6. Conclusões e sugestões de novos estudos

O presente estudo analisou alguns dos principais conceitos sobre empreendedorismo,

enfatizando a importância das características empreendedoras, com enfoque especial no diagnóstico do

perfil empreendedor dos sócios-proprietários de uma empresa de logística, situada em Santa

Teresa/ES. A investigação identificou os pontos de aproximação e afastamento dos atributos

comportamentais dos referidos sócios.

Adicionalmente, conforme relatado nos procedimentos metodológicos, o estudo foi suportado

por visitas in loco na empresa, no sentido de melhor compreensão da trajetória da organização e

observar o ambiente do negócio.

Em termos de técnicas de processamento de dados, o estudo utilizou-se de análise comparativa

das respostas dos entrevistados oferecida pela construção de gráficos radares. A adoção dessa técnica

permitiu a identificação de alguns atributos comuns e outros diferentes em termos comportamentais.

Em relação aos pontos comuns, observaram-se os seguintes aspectos: a busca determinada pela

obtenção de metas, conhecer as necessidades dos clientes, ter orientação para o atendimento das

demandas do mercado, habilidade em resolver problemas e estruturar soluções eficientes, além de

procurar ter sempre bom humor e estar animado.

Por outro lado, foram observados pontos de afastamento (variação maior ou igual do que dois

pontos na resposta de auto percebida), como: saber construir times e trabalhar em equipe; tem

autocontrole; despreocupação com status e poder; habilidade de adaptação à novas situações; correr

riscos calculados; dedicação; resolver problemas, e; comprometimento.

Um descoberta importante proveniente da análise diz respeito à auto atribuição de graus

maiores pelo Sócio A em relação ao Sócio B em 5 das 6 dimensões comportamentais abrangidas pelo

estudo. Esta constatação sugere que o Sócio A se percebe comportamentalmente com maior estima nas

seguintes dimensões: comprometimento e determinação; obsessão pelas oportunidades; criatividade,

autoconfiança e habilidade de adaptação; motivação e superação, e; liderança. Enquanto isso, o Sócio

B com diferença de dois pontos se autoavaliou com melhor desempenho que o Sócio A na dimensão

tolerância ao risco, ambiguidade e incerteza.

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Por outro lado, observa-se no perfil dos sócios (um ou outro, ou ainda ambos) se auto avaliarem

como possuidores de estreita relação com algumas das características apontadas pela literatura técnico-

científica como atributos comportamentais típicos dos empreendedores, como: orientação para

resultados; correr riscos calculados; comprometimento e determinação; capacidade de resolver

problemas, e; necessidade de realização (FILION, 1998; LEITE, 2012; SEBRAE, 2015).

Como sugestões de novos estudos, recomenda-se avaliar a adequação das

atividades/responsabilidades desempenhadas por cada sócio em relação ao seu perfil comportamental,

de modo a identificar atividades/responsabilidades mais condizentes com o citado perfil.

Adicionalmente, sugere-se o desenvolvimento de estudos capazes de apoiar os sócios-proprietários da

empresa estudada, no que concerne ao desenvolvimento da organização.

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Apêndice

Prezado respondente, atribua um grau de 1 a 5, assinalando um “X” na coluna que melhor

corresponder à sua percepção. Conforme os seguintes graus: 1: Insuficiente; 2: Fraco; 3: Regular; 4:

Bom; 5: Excelente.

Suas características Sua auto-percepção

Comprometimento e determinação 1 2 3 4 5

1. Tem iniciativa

2. É persistente e obstinado

3. Tem disciplina e dedicação

4. É persistente ao resolver problemas

5. É disposto ao sacrifício para atingir metas

6. É capaz de imersão total nas atividades que desenvolve

Obsessão pelas oportunidades 1 2 3 4 5

7. Procura ter conhecimento profundo das necessidades dos

clientes

8. É dirigido pelo mercado

9. É obcecado por satisfazer os clientes

Tolerância ao risco, ambigüidade e incertezas 1 2 3 4 5

10. Corre riscos calculados (analisa tudo antes de agir)

11. Procura minimizar os riscos

12. Tolera as incertezas e falta de estrutura

13. Tolera o estresse e conflitos

14. É hábil em resolver problemas e integrar soluções

Criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação 1 2 3 4 5

15. Aceita e preza por sugestões de terceiros

16. É pró-ativo

17. É hábil em se adaptar a novas situações

18. Aceita possibilidade de falha

19. É hábil em definir conceitos e detalhar idéias

Motivação e superação 1 2 3 4 5

20. É orientado para metas e resultados

21. É dirigido pela necessidade de crescer e atingir melhores

resultados

22. É despreocupado com status e poder

23. Tem autoconfiança

24. É ciente de suas fraquezas e forças

25. Tem senso de humor e procura estar animado

Liderança 1 2 3 4 5

26. Tem iniciativa

27. Tem poder de autocontrole

28. Transmite integridade e confiabilidade

29. É paciente e sabe ouvir

30. Sabe construir times e trabalhar em equipe