anÁlise do sistema de gestÃo de resÍduos da...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
MARIANA THAYS CAMENAR
MELQUIOR FORGIARINI SCHEID
ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE
PATO BRANCO - PR
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PATO BRANCO
2016
MARIANA THAYS CAMENAR
MELQUIOR FORGIARINI SCHEID
ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE
PATO BRANCO - PR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para a conclusão do curso
de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná – Campus Pato Branco.
Orientador: Prof. Msc. Normelio Vitor Fracaro
PATO BRANCO
2016
TERMO DE APROVAÇÃO
ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVL: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE PATO BRANCO – PR
MELQUIOR FORGIARINI SCHEID e
MARIANA THAYS CAMENAR
No dia 22 de junho de 2016, às 14h 45min, na Sala N108 da Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, este trabalho de conclusão de curso foi julgado e, após arguição
pelos membros da Comissão Examinadora abaixo identificados, foi aprovado como
requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná– UTFPR, conforme Ata de Defesa
Pública nº30-TCC/2016.
Orientador: Prof. Msc. NORMELIO VITOR FRACARO (DACOC/UTFPR-PB) Membro 1 da Banca: Profa. Dra. ELIZÂNGELA MARCELO SILIPRANDI (DACOC/UTFPR-PB) Membro 2 da Banca: Prof. Msc. JOSÉ MIGUEL ETCHALUS (DACOC/UTFPR-PB)
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao apoio da nossa família nos momentos em que precisamos,
além de sempre incentivar a continuarmos firmes na busca dos nossos objetivos.
Ao nosso orientador, Professor Msc. Normelio Vitor Fracaro, por todos os
ensinamentos repassados, bem como no auxílio para a realização deste estudo. Aos
professores da banca examinadora, Professora Dra Elizângela Marcelo Siliprendi e
Professor Msc. José Miguel Etchalus, pela disponibilidade de avaliação do trabalho, e
também da contribuição de seus conhecimentos para o aprimoramento do mesmo.
À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e a todos os professores do
Departamento de Construção Civil, pela nossa formação acadêmica, que foi
imprescindível para a realização deste estudo.
“As nuvens mudam sempre de posição, mas são
sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia,
mutantes, porém leais com o que pensamos e
sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar,
menos os pensamentos”.
(Paulo Beleki)
RESUMO
CAMENAR, Mariana Thays; SCHEID, Melquior Forgiarini. Analise do Sistema de
Gestão de Resíduos da Construção Civil: Estudo de caso no Município de Pato
Branco – PR. 93 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia
Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2016.
Mesmo com normas e legislações vigentes e em constante atualização com a
intenção de minimizar os impactos gerados pelas fontes poluidoras do sistema
construtivo, o gerenciamento de RCC atualmente é deficiente. Este trabalho teve
objetivo realizar uma análise do sistema de gerenciamento de resíduos da construção
civil, no Município de Pato Branco – PR, verificando a situação de coleta, transporte e
destinação final. Dando destaque ao desenvolvimento de um checklist avaliando-se
31 itens, a partir das diretrizes de implantação e operação das áreas de transbordo,
triagem, aterro e reciclagem referentes às NBR’s 15112/2004, 15113/2004 e
15114/2004 envolvidas no processo de deposição final que serviram de auxílio para
obtenção dos resultados, como também a produção de um mapeamento das áreas
de deposição de RCC visitadas. Como viabilidade da aplicação do checklist, fez-se
uma averiguação das áreas de reciclagem, propondo então uma tabela sintetizada
com itens relevantes ao estudo de caso. Fez-se ainda uma revisão bibliográfica das
ocorrências de perdas nos canteiros de obras, associando-se as obras visitadas ao
decorrer do trabalho. Utilizando da metodologia de Ângulo et al. (2011) com algumas
adaptações, obteve-se o quantitativo da geração de resíduos da construção e também
demolição, por dois métodos direto e indireto, podendo ser observado a discrepância
dos resultados.
Palavras – Chave: Gerenciamento, Análise, Checklist, RCC, Diretrizes de
Implantação e Operação.
ABSTRACT
CAMENAR, Mariana Thays; SCHEID, Melquior Forgiarini. Analysis of the Waste
Management System in the Civil Construction: A case study in Pato Branco
County - PR. 93 f. Final Paper (Bachelor on Civil Engineering) - Federal Technological
University of Paraná. Pato Branco, 2016.
Even with the current and constantly updated rules and laws with the intention of minimizing the impacts of pollution sources of the construction system, the RCC management is currently disabled. This study had the aim of performing an analysis of the waste management system in the construction, in Pato Branco County - PR, checking the situation of collection, transportation and final destination. Giving prominence to developing a checklist evaluating 31 items, based on the implantation and operation directives of transshipment areas, sorting, landfill and recycling regarding to the 15112/2004, 15113/2004 and 15114/2004 NBR's, involved in the final disposal process, which served as an assistance to obtain the results, as well as the production of a mapping of RCC deposition visited areas. As feasibility of implementing the checklist, it has been made an investigation of recycling areas, proposing then a synthesized table with relevant items to the case study. It has also been made a literature review of losses occurrences in construction sites, associating the works visited during this study. Using the Ângulo et al. methodology (2011) with some adaptations, it has got the amount of the generation of waste construction and demolition by two methods: direct and indirect, being possible to note the results discrepancy.
Key - Words: Management, Analysis, Checklist, RCC, Implantation and Operation
Directives.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Bota fora localizado em Pelotas – RS .................................................. 24
Figura 2 - Hierarquia na gestão de RCC ................................................................ 26
Figura 3 - Perda de componentes cerâmicos no manuseio em canteiro de obras
.................................................................................................................................. 27
Figura 4 - Perda de areia na etapa de estocagem ................................................ 28
Figura 5 - Resíduo de corte de treliça metálica para adequação ao projeto ...... 29
Figura 6 - Resíduos de materiais cerâmicos e gesso da etapa de aplicação .... 30
Figura 7 - Geração de resíduos – latas de tinta .................................................... 31
Figura 8 - Aspecto geral do RCD após beneficiamento ....................................... 32
Figura 9 - Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil ......... 35
Figura 10 - Usina de reciclagem ............................................................................. 36
Figura 11 - Diagrama das atividades desenvolvidos no trabalho ....................... 41
Figura 12 - Localização do Município de Pato Branco – PR ................................ 42
Figura 13 – Checklist proposto inicialmente ........................................................ 45
Figura 14 - Tabela sintetizada ................................................................................ 46
Figura 15 - Caminhão poliguindaste simples – transporte dos RCC .................. 47
Figura 16 - Retirada completa do forro em gesso do salão de festas residencial
.................................................................................................................................. 48
Figura 17 - Geração de resíduos em gesso do salão de festas residencial ....... 48
Figura 18 - Resíduos de sobra de madeira ........................................................... 49
Figura 19 - RCC gerados pela reforma .................................................................. 50
Figura 20 - RCC gerados pela demolição .............................................................. 50
Figura 21 - RCC gerados pela edificação .............................................................. 51
Figura 22 - RCC gerados pelos acabamentos ...................................................... 52
Figura 23 - Resíduos de modernização do ambiente construído ....................... 52
Figura 24 - RCC em obras residenciais ................................................................. 53
Figura 25 - Margem do Rio Ligeiro do Munícipio de Pato Branco – PR ............. 54
Figura 26 - Bota fora em loteamento ..................................................................... 54
Figura 27 - Bota fora de pequenas proporções na beira do Rio Ligeiro ............ 55
Figura 28 - Deposição irregular de gesso em talude ........................................... 55
Figura 29 - Deposição irregular ao longo da BR 158 ........................................... 56
Figura 30 - Área de acesso ao Aterro 1 ................................................................. 58
Figura 31 - Aterro 1 - Deslizamento de massa ...................................................... 58
Figura 32 - Aterro1 - Localidade próxima aos deslizamentos de massa ............ 59
Figura 33 - Margens da BR 158 em frente ao Aterro 1 ......................................... 59
Figura 34 - Vista frontal do Aterro 2 ...................................................................... 60
Figura 35 - Resíduos depositados para aterrar .................................................... 61
Figura 36 - Área de triagem do Aterro 2 ................................................................ 62
Figura 37 - Área de triagem do Aterro 2 ................................................................ 62
Figura 38 - Área de acesso ao Aterro 3 ................................................................. 63
Figura 39 - Despejo de RCC sendo realizado pela linha do topo ........................ 64
Figura 40 - Divisa com o terreno vizinho............................................................... 64
Figura 41 - Área de triagem do Aterro 3 ................................................................ 65
Figura 42 - Área de triagem ao Aterro 3 ................................................................ 65
Figura 43 - Área de acesso ao Aterro 4 ................................................................. 66
Figura 44 - Vista lateral do Aterro 4 ....................................................................... 67
Figura 45 - Deposição dos resíduos no Aterro 4 .................................................. 67
Figura 46 - Deposição dos RCC no Aterro 5 ......................................................... 68
Figura 47 - Despejo sendo realizado em camadas ............................................... 69
Figura 48 - Mapeamento dos pontos de deposição de resíduos da construção
civil ........................................................................................................................... 71
Figura 49 - Localizações dos pontos de deposição de RCC dos Aterros 1 e 4 . 72
Figura 50 - Localização do ponto de deposição do Aterro 2 ............................... 72
Figura 51 - Localização do ponto de deposição do Aterro 3 ............................... 73
Figura 52 - Localizaçõa do ponto de deposição de RCC do Aterro 5 ................. 73
Figura 53 - Gráfico com dados quantitativos coletados diariamente pelos aterros
.................................................................................................................................. 75
Figura 54 - Gráfico com dados quantitativos coletados mensalmente pelos
aterros ...................................................................................................................... 76
Figura 55 - Gráfico com dados de RCC gerados anualmente ............................. 78
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características dos veículos coletores ................................................ 47
Tabela 2 - Dados constatados na visita ao Aterro 1 ............................................. 60
Tabela 3 - Dados constatados na visita ao Aterro 2 ............................................. 63
Tabela 4 - Dados constatados na visita ao Aterro 3 ............................................. 66
Tabela 5 - Dados constatados na visita ao Aterro 4 ............................................. 68
Tabela 6 - Dados constatados na visita ao Aterro 5 ............................................. 69
Tabela 7 - Síntese dos itens avaliados pelo Checklist ......................................... 70
Tabela 8 - Dados referentes aos coletores de RCC do Município de Pato Branco
- PR ........................................................................................................................... 74
Tabela 9 - Resultados obtidos pelo Método direto ............................................... 74
Tabela 10 - Transformação dos dados em toneladas .......................................... 76
Tabela 11 - Resultados obtidos pelo Método indireto ......................................... 77
Tabela 12 - Comparativo Métodos Direto/Indireto ................................................ 79
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Resíduos oriundos de atividades construtivas..................................33
LISTA DE SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
RCC.- Resíduo da Construção Civil
RCD - Resíduo da Construção e Demolição
WWF - Wide Found for Nature
IAP - Instituto Ambiental do Paraná
ICC - Industria da Construção Civil
CTR - Controle de Transporte do Resíduo
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................... 15
1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 15
1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 15
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 18
2.1 Desenvolvimento Sustentável ........................................................................... 18
2.1.1 Sustentabilidade na Construção Civil ............................................................. 18
2.2 Contexto Ambiental dos Resíduos da Construção Civil (RCC’S) ...................... 19
2.3 Classificação dos Resíduos Sólidos ................................................................. 20
2.3.1 Classificação dos Resíduos da Construção Civil ........................................... 21
2.4 Lei Municipal ..................................................................................................... 21
2.5 Normas ............................................................................................................. 23
2.6 Gestão de Resíduos ......................................................................................... 23
2.7 Hierarquia da Gestão de Resíduos ................................................................... 25
2.7.1 Prevenção na fase de projetos....................................................................... 26
2.7.2 Perdas no Canteiro de Obra .......................................................................... 26
2.7.3 Logística reversa ............................................................................................ 30
2.7.4 Reutilização/Reciclagem no canteiro de obras .............................................. 31
2.8 Acondicionamento e Segregação ..................................................................... 33
2.9 Áreas de Transbordo e Triagem ....................................................................... 34
2.10 Áreas de Reciclagem ........................................................................................ 35
2.11 Disposição Final ................................................................................................ 36
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 40
3.1 Diagrama .......................................................................................................... 40
3.2 Caracterização do estudo de caso .................................................................... 41
3.3 Método para quantificar os RCC ....................................................................... 42
3.3.1 Quantificação pelo Método direto ................................................................... 43
3.3.2 Quantificação pelo Método indireto ................................................................ 44
3.4 Método para realização do checklist ................................................................. 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 46
4.1 Coleta e Transporte .......................................................................................... 46
4.2 Exemplos de geração de RCC .......................................................................... 47
4.3 Deposição Final ................................................................................................ 53
4.3.1 Deposição Irregular ou Bota-Fora .................................................................. 53
4.3.2 Aplicação do Checklist ................................................................................... 56
4.3.3 Síntese dos itens avaliados pelo checklist ..................................................... 70
4.3.4 Mapeamento dos aterros visitados ................................................................ 71
4.4 Dados Quantitativos .......................................................................................... 74
4.4.1 Método Direto ................................................................................................. 74
4.4.2 Método Indireto .............................................................................................. 77
4.4.3 Comparação dos resultados dos Métodos Direto e Indireto .......................... 78
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 80
5.1 Trabalhos futuros .............................................................................................. 81
REFERÊNCIAS..........................................................................................................84
APÊNDICE l...............................................................................................................91
14
1. INTRODUÇÃO
A construção civil é uma indústria preponderante no desenvolvimento
econômico e social das civilizações, e sua evolução atrela-se à evolução da própria
sociedade. Contudo, como qualquer atividade humana, ela modifica o ambiente e gera
impactos ambientais intrínsecos à expansão humana. Os impactos da indústria da
construção civil são maximizados quando não há correto controle dos processos dos
novos empreendimentos e com a necessidade de maior eficiência dos espaços
construídos, motivando readequações, reformas e demolições. Esses fatores são
vetores da geração de resíduos, e a gestão destes denota-se como um problema para
o ecossistema, o estado e os empreendedores da construção civil.
Surge então, a partir da observação dos impactos gerados pela construção civil,
uma nova concepção do ambiente construído chamado de construção sustentável que
visa racionalizar os processos inerentes à indústria da construção civil, da extração
da matéria prima para geração de materiais de construção até a finalização da obra,
proporcionando redução do impacto ambiental.
Em pesquisa realizada pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável
(CBCS, 2014), cerca de 50% dos recursos naturais extraídos são consumidos pelas
indústrias de materiais de construção, utilizando de matérias primas de baixo custo e
em abundância no planeta, como a sílica, alumínio, ferro e cálcio. A substituição
destes materiais é improvável devido ao "modus operandi" do processo construtivo
das obras correntes, e a sua grande demanda no desenvolvimento das cidades.
Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (CONAMA RESOLUÇÃO N° 307, 2002).
A deposição irregular ainda é uma prática frequente nos países em
desenvolvimento, que o fazem em: vales, margens de rios, a céu aberto, em terrenos
baldios, em vias públicas ou em aterros sem qualquer tratamento específico
(CORRÊA et al., 2009). Assim como uma maneira de proporcionar melhorias e
benefícios a qualidade do meio ambiente do município de Pato Branco - PR, este
15
trabalho traz como objetivos diagnosticar a situação da coleta, transporte e destinação
final dos resíduos sólidos gerados pela construção civil, verificando as áreas de
manejo de Resíduos da Construção Civil (RCC) cadastradas no Instituto Ambiental do
Paraná, responsável pela fiscalização dessas áreas.
Atualmente intensifica-se a necessidade para que o desenvolvimento se faça
de forma sustentável e a destinação adequada dos RCC. Possibilitando novos pontos
de vista do estudo de soluções para a gestão dos resíduos na cidade. Acarretando
em melhorias de projetos e inovações nos processos construtivos, uma contribuição
diferenciada para a competitividade a preservação ambiental em beneficio ao bem-
estar social, ao serem executadas na construção civil.
Salienta-se o uso do termo Resíduos da Construção Civil no estudo, dos quais
abrangem todos os resíduos provenientes dos processos da indústria da construção
civil (ICC), incluindo possíveis demolições de construções existentes para a
adaptação de terrenos a novos projetos. No corpo do trabalho apresenta-se também
o uso do termo resíduo da construção e demolição (RCD), cuja terminologia
compreende-se também como RCC.
1.1 Objetivos
Os objetivos deste trabalho estão classificados em geral e específicos e são
apresentados nos próximos itens.
1.1.1 Objetivo Geral
Analisar o gerenciamento dos resíduos de construção civil (RCC) sob a ótica
das normas e legislações vigentes no Município de Pato Branco – PR.
1.1.2 Objetivos Específicos
Diagnosticar a situação da coleta, transporte e destinação final dos resíduos
sólidos gerados pela construção civil, no Município de Pato Branco - PR;
Verificar as áreas de destinação final de RCC cadastradas no Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) e analisa-las através de um checklist relativos as
16
diretrizes de implantação e operação das áreas de transbordo, triagem, aterros
e reciclagem, dadas pela NBR 15112/2004, NBR 15113/2004 e 15114/2004;
Realizar revisão bibliográfica de como ocorre a geração de resíduos da
construção civil nos canteiros de obras;
Realizar quantitativo de geração de resíduos no Município de Pato Branco -
PR.
1.2 Justificativa
O crescimento da sociedade vem ocorrendo de forma a degradar o meio
ambiente e a qualidade de vida da população, gerando impactos, por não se ter a
compreensão sistêmica de sustentabilidade. Segundo o documento Our Commun
Future (World Comission on Environment and Development, 1986, p. 41), o
desenvolvimento sustentável é definido como:
“O desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer suas próprias
necessidades”.
Além disso, o desenvolvimento sustentável denota a importância do
gerenciamento dos processos industriais na geração de excedentes, cujos volumes
podem extrapolar a capacidade dos ecossistemas de absorve-los. A construção civil,
responsável por uma das necessidades primordiais do ser humano, moradia, locais
de vivência, obras de infraestruturas e de mobilidade, é uma das principais
responsáveis na geração de resíduos sólidos.
No ano de 2014 nos municípios do Brasil cerca de 45 milhões de toneladas
foram coletadas de Resíduos de Construção e Demolição, provocando um aumento
de 4,1% em relação ao ano de 2013, segundo pesquisa ABRELPE (Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos, 2014).
O RCC é gerado entre 0,4 a 0,7 t/hab.ano e representa 2/3 da massa dos
resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos resíduos sólidos domiciliares.
As deposições irregulares são comuns nos municípios brasileiros, diante da falta de
alternativas para destinação ou disposição correta, provocam desperdício de materiais
nobres e elevados dispêndios para as ações corretivas (ALMEIDA, 2012, p. 19).
Segundo Corrêa et al. (2009) estima-se que no Brasil 61% do total de resíduos
gerados sejam representados pelos Resíduos da Construção e Demolição (RCD) e
17
28% pelos resíduos domiciliares. Em média os resíduos que saem dos canteiros de
obras sejam compostos pelos seguintes índices percentuais, 64% de argamassa, 30%
de componentes de vedação e 6% de outros materiais (CAVALCANTI, 2003).
Almeida (2012) e Corrêa et al. (2009) evidenciam a grande carga dos RCD no
montante dos resíduos gerados pelo metabolismo das cidades. Priori JR (2011),
destaca que o crescimento e a urbanização da população mundial com a previsão de
que no ano de 2050, 70% da população do mundo será urbana. As altas taxas de
RCD na composição dos resíduos gerados nas cidades brasileiras, em anos onde
teve-se grande crescimento demográfico das cidades, denotam a importância do
estudo da gestão dos RCC nos municípios.
A partir disto, o trabalho mostra o estudo realizado no município de Pato
Branco, diagnosticando a situação da coleta dos RCC por serviços privados e as
circunstâncias em que se encontram os locais de disposição final destes.
Objetivando viabilizar o estudo, são apresentados dados quantitativos de
volume de RCC de forma estimada, por não existir o devido controle no descarte dos
RCC provenientes dos canteiros de obras, e não sucedendo a adequada reutilização
ao chegar ao seu destino final nos aterros do município.
A originalidade do trabalho está ao se analisar as formas de deposição dos
RCC no município de Pato Branco - PR, aplicando um checklist em conformidade a
normatizações, como também produzindo um mapeamento dos aterros visitados.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Os próximos itens apresentados são relativos ao referencial téorico deste
trabalho.
2.1 Desenvolvimento Sustentável
Conforme afirma Nichioka (2008) os recursos naturais durante muitos anos
foram tratados de forma a suprir as necessidades do homem, como fontes
intermináveis. Onde o ciclo produtivo da sociedade retira o necessário para produção
e consumo, entretanto, tem o retorno em forma de grandes quantidades de resíduos,
ocasionando a geração de poluentes e escassez de suas fontes de matéria prima.
De acordo com a organização não-governamental World Wide Found For
Nature - Brasil (WWF-Brasil, 2016) “O desenvolvimento sustentável sugere, de fato,
qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e
produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem”.
Segundo Karpinski (2009) desenvolvimento sustentável “é um processo
participativo que integra aspectos econômicos, ambientais, culturais, políticos, legais,
sociais e técnicos, do ponto de vista coletivo ou individual”.
Com isso tornando inevitável o emprego mais coerente dos recursos naturais,
da energia e do estabelecimento mais racional na gestão dos resíduos (CARNEIRO;
BRUM; CASSA, 2001).
O desenvolvimento sustentável envolve a diversidade em suas ações, desde
uma escala individual até organizações mundiais governamentais e não
governamentais de diversos países que prezam a finalidade da dissipação da
sustentabilidade mundial (MARQUES NETO, 2004).
2.1.1 Sustentabilidade na Construção Civil
O setor da Construção Civil tem a necessidade de sofrer mudanças
constantemente em sua forma de elaborar e executar seus empreendimentos. A
sustentabilidade tem a sua introdução nos canteiros de obras, com modificações em
cada empreendimento progressivamente (CORRÊA, 2009).
19
Nichioka (2008) afirma que, a Construção Sustentável beneficia em atitudes
sobre o meio ambiente, ao não se haver a extinção dos recursos naturais, promovendo
a conservação da matéria prima a futuras gerações. Utiliza-se do emprego de
materiais ecologicamente apropriados e recursos com tecnologias inteligentes, como
forma de minorar os impactos gerados pelas edificações.
Kibert (1994) define Construção Sustentável como “a criação e manutenção
responsáveis de um ambiente construído saudável, baseado na utilização eficiente de
recursos e em princípios ecológicos”.
O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS, 2008) revela dados
do desempenho sobre o uso de práticas sustentáveis no setor da construção civil onde
há uma diminuição entre 30% e 40% no gasto com a energia e água. No Brasil revela-
se um gasto superior a 45%, em relação a decorrência deste gasto, ao longo do seu
uso e operação da construção, ocasionando em um aumentando significativo nesta
porcentagem, quando comparado a sua economia.
A escolha por materiais mais sustentáveis proporciona a redução de resíduos
gerados, mas não impossibilita o descumprimento de Leis Ambientais na concepção
do produto, sendo sua inferioridade de qualidade e durabilidade um impacto social e
econômico. As alterações, mesmo paliativas, devem ser alcançadas, para que haja
modificações nos métodos executivos e culturais para um universo mais sustentável
(NICHIOKA, 2008).
2.2 Contexto Ambiental dos Resíduos da Construção Civil (RCC’S)
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 225,
cita que:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Porém a questão ambiental é complexa, pois os sistemas ambientais são
evolutivos, ou seja, não-deterministas, não-lineares, irreversíveis e com estados de
desequilíbrio constante (PHILIPPI JR, 2004, p 19).
Esse processo evolutivo modifica-se de acordo com as interferências relativas
à expansão da sociedade humana. As indústrias de benfeitorias são significativas na
análise do desequilíbrio constante das questões ambientais, pois interferem
20
diretamente devido às diversas formas de poluição e interferências ao meio ambiente.
Não obstante essa definição aplica-se à indústria da construção civil, que ao servir
para a edificação da infraestrutura necessária para a sociedade é uma das geradoras
deste desequilíbrio ambiental, e como parte da coletividade, conforme estabelecido
no artigo 225 da Constituição Federal, é também responsável pela defesa e
preservação ambiental em seus processos.
A indústria da construção civil (ICC), segundo Paliari (1999), é
caracteristicamente heterogênea em seus procedimentos e essa heterogeneidade
favorece o aparecimento de falhas, que repercutem em consumos adicionais,
denominadas perdas. Essas perdas são o principal fator causador de desequilíbrio
ambiental da ICC. As perdas, como cita Formoso et al. (1997), devem ser entendidas
como qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de
obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da
edificação. Neste caso, as perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de
materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais
e não agregam valor.
Segundo Kunkel (2009) verifica-se, que além de consumir recursos
indevidamente, as perdas têm como subproduto um efeito indesejável: o entulho. De
acordo com Ângulo (2005) alguns autores preferem o termo RCD para resíduos de
construção e demolição; outros utilizam o termo entulho.
2.3 Classificação dos Resíduos Sólidos
Segundo a NBR 10004/2004, para que possam ser gerenciados
adequadamente, os resíduos sólidos são classificados quanto aos riscos potenciais
ao meio ambiente e à saúde pública. Dividindo-se em duas classes como perigosos e
não-perigosos, em sequência a subdivisão de sua classificação como inertes e não
inertes.
Classe I – Perigosos: risco à saúde e ao meio ambiente sendo resíduos
inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou com patogênicos para a saúde humana.
Classe II – Não perigosos:
II A – não inertes: resíduos biodegradáveis, combustíveis, ou solúveis em água,
que não se enquadram na classe I;
21
II B – inertes: resíduos que não oferecem riscos à saúde e que não apresentam
constituintes solúveis em água em concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água.
2.3.1 Classificação dos Resíduos da Construção Civil
Em conformidade a Lei 12.305/2010 Art. 13° Inciso h em concordância a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, o resíduo da construção civil tem a seguinte
classificação com relação a origem:
“Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da
preparação e escavação de terrenos para obras civis”.
De acordo com a Resolução n° 307/2002 da Conama com as correções e
alterações pela Resolução n° 431/2011, Resolução n° 348/2004 e Resolução n°
469/2015, são classificados os resíduos da construção civil da seguinte forma:
I -Classe A -são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio - fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B -são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; lll - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; IV - Classe D -são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.
2.4 Lei Municipal
De acordo com a Resolução n° 307/2002 da Conama Art. 5° deve ser elaborado
pelos Municípios e pelo Distrito Federal em conformidade com o Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólido, com objetivo a implantação da gestão dos
22
resíduos da construção civil o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção
Civil.
Conforme Lei Nº 2.531, de 5 de outubro de 2005, segundo Art. 5º compete-se
ao Município de Pato Branco, através da Secretaria do Meio Ambiente, de acordo com
o Art. 5° o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:
I. Cadastrar áreas públicas ou privadas que, atendidas as exigências técnicas e legais, possam ser utilizadas para o recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, para posterior reutilização, reciclagem ou beneficiamento. II. Definir áreas destinadas à disposição final de resíduos. lll. Determinar os resíduos a serem dispostos nas áreas definidas nos incisos I e ll deste artigo. IV. Definir os critérios para o cadastramento de transportadores de resíduos de construção civil. V. Orientar, fiscalizar e controlar os agentes envolvidos no processo. VI. Estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos adequados para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, na conformidade com os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana. VII. Promover ações e campanhas educativas objetivando: a) a redução dos resíduos oriundos da construção civil; b) a divulgação das normas destinadas a assegurar a correta disposição dos resíduos da construção civil. VIII. Incentivar e priorizar a utilização de materiais oriundos da reutilização, reciclagem ou beneficiamento de resíduos da construção civil, na construção de moradias de interesse social e em obras de pavimentação, visando obter um custo menor sem alteração de sua qualidade. IX Incentivar a formação de cooperativas populares voltadas à reutilização, reciclagem ou beneficiamento de resíduos da construção civil, que priorizem o aproveitamento da mão-de-obra dos moradores próximos ao local de suas instalações físicas. X. Colaborar com iniciativas e campanhas sócio-educativas, relacionadas à temática ambiental.
Ao poder municipal cabe dar a devida destinação a pequenos volumes de
resíduos, onde frequentemente são depositados em locais impróprios e o manejo
adequado dos grandes volumes de resíduos. Definidas e licenciados os locais para
área de manejo dos resíduos em conformidade a Resolução, os transportadores de
resíduos devem ser cadastrados e formalizando sua prestação de serviço. O
Município ocupa-se em cobrar o compromisso dos geradores (KARPINSK et al.,
2009).
Conforme em seu Art. 1° de sua Resolução n°307/2002 cabe ao Município,
“estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos
ambientais”.
23
Define quando preciso, licenças ambientais especificas, atentando a natureza,
características e peculiaridades do empreendimento, e a unificação do processo de
licenciamento com as fases de planejamento, implantação e operação (CONAMA -
RESOLUÇÃO N°237, 1997).
2.5 Normas
A organização de políticas públicas revela-se no Brasil desde 2002, orientadas
para o incentivo da condução em locais de deposição os resíduos de forma
sustentável (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005).
Para que sejam respeitados os limites e a capacidade de utilização dos RCC
segue-se o uso de Normas Brasileiras, são elas a NBR 15112, NBR 15113 e NBR
15114 que dispõem diretrizes para projeto, implantação e operação dos resíduos da
construção civil NBR 15112 (ABNT, 2004).
2.6 Gestão de Resíduos
A Resolução do Conama nº 307/2002 que propõe diretrizes em relação à
gestão de resíduos sólidos nos municípios brasileiros dispõe que gerenciamento de
resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos
incluindo planejamentos, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para
desenvolver tais processos.
De acordo com Erpen (2009, p. 28), o modelo de gestão de RCC amplamente
utilizado nas cidades brasileiras é a Gestão Corretiva, que se caracteriza por
atividades não preventivas, repetitivas e custosas, que repercutem em resultados
inadequados e são ineficientes à uma boa gestão ambiental.
Pinto (1999) exemplifica que nesse modelo de gestão as resoluções são
tomadas de forma emergenciais, e os gestores dos resíduos se mantém como mero
coadjuvantes do processo, sustentando a “inevitabilidade” da destinação em áreas
irregulares.
Ainda segundo Pinto (1999, p. 73), a disposição dos grandes volumes de RCC,
em municípios de médio e grande porte é realizado em “bota-foras”, aterros inertes
com “áreas de pequeno e grande porte, privada ou públicas, que vão sendo
designadas oficial ou oficiosamente para a recepção dos RCD e outros resíduos
24
sólidos inertes”. A Resolução n° 307/2002 que traça diretrizes em relação à gestão de
resíduos sólidos nos municípios brasileiros, rechaça a disposição dos resíduos em
áreas como bota-foras, encostas, corpos d’água, lotes vagos e áreas protegidas pela
lei.
Na figura 1, observa-se a deposição irregular de resíduos da construção civil,
um exemplo de problemas ambientais ocorridos no ano de 2013 na região,
acarretando na deteriorização qualidade das aguas superficiais e subterrâneas pela
ausência de fiscalização e gestão pública (TESSARO; SÁ; SCREMIN, 2012).
Figura 1 - Bota fora localizado em Pelotas – RS
Fonte: Tessaro, Sá e Scremin (2012).
Gonçalves (2013, p. 51) cita que a implementação de um plano local de
gerenciamento de RCD traz inúmeros benefícios como “a prevenção da poluição,
melhor utilização dos recursos, melhor conformidade nos produtos e a avaliação dos
riscos”. Em consequência à observação da metodologia e resultados da gestão
corretiva, Pinto (1999, p. 122) propõe a gestão diferenciada do RCD, buscando atingir
“um modelo racional, eficaz, menos custoso, e portanto, sustentável”. A gestão
diferenciada tem como parâmetros principais:
a captação máxima dos resíduos gerados, através de áreas previamente
estabelecidas para grandes e pequenos volumes de RCD;
a reciclagem dos resíduos captados;
a racionalização da construção através de seus procedimentos, visando
diminuir a intensidade da geração dos resíduos.
25
Na resolução da Conama n° 307/2002 consta que um plano de gerenciamento
de resíduos deve contemplar as seguintes etapas:
1. Caracterização, identificação e quantificação dos RCD;
2. Triagem: Segregação dos RCD de acordo com o artigo 3 da 307/2002
realizada após a geração na origem ou em áreas destinadas e
licenciadas para tal fim;
3. Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento do RCD,
assegurando suas condições de reutilização ou reciclagem
4. Transporte: De acordo com as preconizações 1, 2 e 3 já citadas;
5. Destinação: De acordo com a classificação dos RCD e dentro da
legislação ambiental vigente na localidade.
Pinto e González (2005, p. 12) dizem que o programa de gestão deve
buscar os seguintes objetivos:
• Destinação adequada dos grandes volumes;
• Preservação e controle das opções de aterro;
• Disposição facilitada de pequenos volumes;
• Melhoria da limpeza e da paisagem urbana;
• Preservação ambiental;
• Incentivo às parcerias;
• Incentivo à presença de novos agentes de limpeza;
• Incentivo à redução de resíduos na fonte;
• Redução dos custos municipais.
2.7 Hierarquia da Gestão de Resíduos
A Lei Nº 2.531 de 2005 do Município de Pato Branco, em seu art. 2° institui o
Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, onde a
gestão dos resíduos deve obedecer uma hierarquia, ou ordem de prioridades, que
parte da necessidade da minimização da geração dos resíduos até a disposição final
devidamente regulamentada e ambientalmente correta, conforme mostra a figura 2:
26
Figura 2 - Hierarquia na gestão de RCC
Fonte: Tozzi (2016).
Edwads & Hyett (2005 apud JUNIOR, 2011, p 87) considera também a
hierarquia dos 3Rs: Reduzir > Reaproveitar > Reciclar que mostra-se menos completo
por não exemplificar a destinação final.
2.7.1 Prevenção na fase de projetos
Os primeiros termos nas duas abordagens da hierarquia da gestão de resíduos
mencionam os termos redução e prevenção na geração. Isso remete diretamente aos
projetos e construção das diversas obras da ICC, aos métodos construtivos
empregados e aos canteiros de obras do edifício ou empreendimento.
Para a realização de um programa de gestão de resíduos, mostra-se uma boa
ferramenta a prévia compatibilização entre os diversos projetos que formam o escopo
das obras, identificando previamente as incongruências entre eles e fornecendo
soluções antes do início das execuções. Esta prática proporciona maior interação
entre os projetistas e construtores, visando reduzir retrabalhos (que vem atrelado à
necessidade de destruição, gradiente na produção de resíduos), otimizar materiais e
reutilizar os resíduos de forma tecnicamente viável (GEHLEN, 2008, p. 54).
2.7.2 Perdas no Canteiro de Obra
Para o aprofundamento do conceito de redução de perdas, ou a não-geração
de resíduos é necessário diagnosticar as perdas diretas na etapa de execução, no
canteiro de obras, que de acordo com Gehlen (2008, p. 44) é onde “recursos
27
transformadores (pessoas e instalações) processam os recursos a serem
transformados (matéria-prima, água, energia [...]) em produtos e serviços”.
Rosa (2001, p. 26) exemplifica as perdas diretas como a perda de material que
não pode ser recuperado ou utilizado e que é perdido durante a execução. Pode-se
entender que perda é quando o material não mais pode ser utilizado para o fim que
foi designado.
Segundo Paliari (1999, p. 146 – 188) existem diversas perdas no canteiro de
obras, são elas:
2.7.2.1 Perdas na etapa de manuseio e transporte
A maioria das perdas ocorre no manuseio e transporte descuidados de
materiais frágeis como por exemplo os cerâmicos (blocos, telhas) seja externo ou já
interno às obras. Podem estar associadas ao manuseio excessivo, equipamento
inadequado, condições precárias de acesso, má distribuição do canteiro de obras,
como demonstrado na figura 3 (ROSA, 2001, p. 27).
Figura 3 - Perda de componentes cerâmicos no manuseio em canteiro de obras
Fonte: Autoria própria (2016).
2.7.2.2 Perdas na etapa de estocagem
É a perda por mau condicionamento do material a ser transformado, que podem
ter suas propriedades descaracterizadas sob efeitos das intempéries climáticas e até
28
mesmo serem carreados com a água da chuva, como é o caso do material a granel
mal condicionado em terrenos íngremes, como pode-se observar na figura 4.
Figura 4 - Perda de areia na etapa de estocagem
Fonte: Autoria Própria.
2.7.2.3 Perdas no processo intermediário
Alguns materiais devem passar por um processo intermediário de
transformação previamente à sua aplicação na fabricação do produto final, que podem
ser distinguidos em dois grupos:
1) Materiais básicos (cimento, cal, areia, entre outros) em que as perdas podem
ocorrer por erros de dosagem, produção em excesso, transporte irracional e
equipamentos inadequados.
2) Materiais que necessitam de cortes ou alterações em suas dimensões como
é o caso do aço, tubulações elétricas e hidráulicas, madeira, quando não é realizado
um projeto ideal o um plano de corte racional desses materiais, como demonstrado
na figura 5. (PALIARI, 1999, p. 161)
29
Figura 5 - Resíduo de corte de treliça metálica para adequação ao projeto
Fonte: Autoria Própria (2016).
2.7.2.4 Perdas no processo de aplicação
Relaciona-se às perdas vinculadas à execução de cada serviço, Shingo (1981,
apud SOUZA, 2013, p.59) cita a existência de perdas por confecção e utilização de
produtos fora dos padrões, desqualificação da mão de obra para a execução do
trabalho requerido gerando retrabalho e redução do desempenho final. Exemplifica-
se impermeabilizações, pinturas mal feitas e assentamentos de materiais cerâmicos
e colocação de gesso, de forma não uniforme como processos sujeitos as perdas na
etapa de aplicação, como pode-se observar na figura 6.
Payeras (2005) contempla que esse tipo de perda é inerente ao processo
construtivo utilizado, e cita como possíveis soluções na diminuição da sua ocorrência
a mudança de patamar tecnológico ou das técnicas construtivas aplicadas.
30
Figura 6 - Resíduos de materiais cerâmicos e gesso da etapa de aplicação
Fonte: Autoria própria (2016).
2.7.3 Logística reversa
Fleischmann (2001 apud MARCONDES, 2007, p. 41) dispõe logística reversa
como um o processo de planejamento, implementação e controle eficaz do fluxo de
entradas e armazenagem de materiais secundários, contrárias ao sentido tradicional
da cadeia de suprimentos, como o propósito de descartar corretamente ou recuperar
valor do material.
A construção civil utiliza-se de diversos produtos e materiais fornecidos pelos
fabricantes em embalagens (sacos de cimento, sacos plásticos, latas de tintas, entre
outros), Marcondes (2005) aponta essas embalagens como produto de pós-consumo,
que devem ter seu canal de distribuição reverso estruturado, permitindo a
revalorização em outros mercados ou a adequada disposição
A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 em seu Art. 33 institui que os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem estruturar um sistema
de logística reversa em caso de embalagens que contém resíduos perigosos como é
o caso das latas de tintas e solventes, que costumeiramente contém restos de
materiais danosos à saúde e ao ambiente, observa-se na figura 5, resto de latas
contendo tinta, proveniente da sobra de obra.
31
Figura 7 - Geração de resíduos – latas de tinta
Fonte: Autoria própria (2016).
2.7.4 Reutilização/Reciclagem no canteiro de obras
“Reutilizar refere-se à possibilidade aproveitamento do resíduo nas condições
em que é descartado”, porém sem grandes modificações do seu estado (SOUZA,
2001 p. 33). No entanto, a ampla gama de utilização dos RCC se dá através do
beneficiamento, em que o resíduo é adaptado a uma granulometria através de
processos mecânicos, e pode gerar a inúmeras aplicações como os seguintes
exemplos:
Na revisão bibliográfica de Santana et al. (2011, p. 5), figura 6 verificou-se que
o concreto reciclado, utilizando-se de resíduos beneficiados, podem ser utilizados em
elementos como: pisos, contra-marcos de janelas, painéis de pré-moldados, e lajes
pré-moldadas, porém deve-se ter em conta sua menor resistência, maior
deformabilidade e maior permeabilidade.
32
Figura 8 - Aspecto geral do RCD após beneficiamento
Fonte: Santana, et al. (2011).
Paschoalin Filho et al. (2014, p. 1) realizaram um estudo em contrapisos de
prédios comerciais e constatou que a utilização de materiais reciclados na execução
da base do contrapiso trouxe ganhos econômicos significativos pois diminuiu os
custos de transporte e destinação final dos resíduos gerados e diminuiu os custos de
matéria prima.
Minozzi e Tonus (2014, p. 61) verificaram a viabilidade técnica e econômica de
utilizar-se de resíduos de blocos cerâmicos com argamassa no contrapiso, ocorrendo
algumas readequações aos procedimentos adotados, não obtendo o resultado
esperado.
Hasse (2014 p. 71) estudou que a adição de filler cerâmico advindo de processo
de reciclagem em concretos auto-adensáveis é uma solução coerente, alternativa ao
filler de cálcário, por não apresentar perda de resistência à compressão durante sua
cura.
A NBR 15115/2004 dispõe sobre execução de camadas de pavimentação
(reforços de sub-leito, sub-bases e base) utilizando-se de RCD de Classe A.
É ainda necessário em um programa de gestão de resíduos a previsão de
usinas de processamento e beneficiamento dos resíduos que agregariam tecnologias
importantes no processo, como um separador de agregados por densidade, factível
ao observar-se o trabalho de Carrijo (2005, p. 115) onde não encontrou-se diferenças
significativas no consumo de cimento no concreto com agregados reciclados dentro
da faixa de densidade de 2,5 g/cm³ e 2,2 – 2,5 g/cm³ em comparação com um concreto
convencional para a utilização em peças com finalidades estruturais.
33
2.8 Acondicionamento e Segregação
A Resolução do Conama 307/2002 em relação ao condicionamento dos
resíduos normatiza que o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos de sua
geração até a etapa de transporte, buscando assegurar suas condições de
reutilização e reciclagem.
O quadro 1 mostra modos de realizar o acondicionamento final dos resíduos no
canteiro de obras, de acordo com o tipo de material:
Quadro 1 - Resíduos oriundos de atividades construtivas
TIPOS DE RESÍDUO ACONDICIONAMENTO FINAL
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados.
Preferencialmente em caçambas estacionárias.
Madeira Preferencialmente em baias sinalizadas, podendo ser utilizadas caçambas estacionárias.
Plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações, etc)
Em bags sinalizados.
Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados durante a obra) e papéis (escritório
Em Bags sinalizados ou em fardos, mantidos ambos em local coberto.
Metal (ferro, aço, fiação revestida, arames etc) Em baias sinalizadas.
Serragem Baia para acúmulo dos sacos contendo o resíduo.
Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos
Em caçambas estacionárias, respeitando condição de segregação em relação aos resíduos de alvenaria e concreto.
Solos Em caçambas estacionárias, preferencialmente separados dos resíduos de alvenaria e concreto.
Telas de fachada e de proteção Dispor em local de fácil acesso e solicitar imediatamente a retirada ao destinatário.
EPS (poliestireno expandido) - exemplo: isopor Baia para acúmulo dos sacos contendo os resíduos ou fardos.
Resíduos perigosos presentes em embalagens plásticas e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como panos, trapos, estopas etc.
Em baias devidamente sinalizadas e para uso restrito das pessoas que, durante suas tarefas, manuseiam estes resíduos.
Restos de uniformes, botas, panos e trapos sem contaminação por produtos químicos.
Em bags para outros resíduos.
Fonte: Neto (2005).
A resolução n° 307/2002 do Conama também é pontual ao discorrer sobre a
triagem, ou segregação dos resíduos, de acordo com sua classificação, e que deve
ser realizada sob condições preferenciais no próprio canteiro de obras, ou ainda
realizada em áreas de destinação licenciadas para essa finalidade.
34
O Art. 1° da Resolução n° 237/1997 do Conama tem por definição o
licenciamento ambiental como sendo:
Um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, sob qualquer forma, que possam causar degradação ambiental.
No Paraná cabe ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a obrigação de cumprir
a proteção, preservação, conservação, controle e recuperação do patrimônio
ambiental, em parceria com a sociedade buscando o desenvolvimento sustentável.
Como finalidade garantir o cumprimento das normas e políticas ambientais nacionais
e estaduais.
2.9 Áreas de Transbordo e Triagem
As diretrizes para a instalação e operação de áreas de transbordo e triagem
nos territórios brasileiros são dadas pela NBR 15112/2004, e trata-se um local para a
segregação dos resíduos de acordo com a classificação do Conama 307/2002, para
a posterior disposição final. Entre suas diretrizes consta:
Sistema de proteção ambiental: controle de poeira, contenção de ruídos,
drenagem superficial, revestimento primário do piso nas áreas de
acesso, operação e estocagem para possibilidade de uso sob qualquer
condição climática
Quantificação e qualificação dos RCD
Não serão aceitos resíduos da classe D
Necessário um controle de transporte do resíduo (CTR) para aceitação
dos resíduos
Que os resíduos aceitos sejam totalmente triados, separados pela sua
natureza e acondicionados em locais diferenciados
A figura 7 ilustra o layout das especificações referentes a NBR 15112/2004, já
citadas, com as respectivas diretrizes de operação para seu adequado funcionamento
das áreas de transbordo e triagem dos resíduos da construção civil.
35
2.10 Áreas de Reciclagem
A NBR 15114/2004, que cita os requisitos mínimos para o projeto, implantação
e operação de áreas de reciclagem de resíduos classe A, prevê diversas diretrizes
para a instalação que inclui:
Controle de Transporte de Resíduo
Separagem prévia pelo gerador ou na área de triagem de RCD
Ser em uma área legalizada nas normas e leis ambientais;
Isolamento ao público e sinalizações e acessos adequados;
Iluminação e energia, que permitam ações de emergência
Proteção das águas superficiais – sistema de drenagem
A área de reciclagem deve prever inclusive um espaço de estocagem para
resíduos não recicláveis. A Figura 8, exemplifica uma Usina de Reciclagem de
Resíduos da Construção Civil, localizada no Munícipio de Guarulhos, implantada em
2003, que atende aos requisitos exigidos pela Conama 307/2002 e NBR15114/2004.
Realiza o beneficiamento de cem por cento de toda a quantia mineral levado aos
pontos de entrega voluntária (PROGUARU S/A PROGRESSO E
DESENVOLVIMENTO DE GUARULHOS, 2016).
Figura 9 - Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil Fonte: Machado (2014).
36
Figura 10 - Usina de reciclagem
Fonte: Burim (2016).
2.11 Disposição Final
A destinação dos resíduos da construção civil após a triagem, de acordo com
da Conama 307/2002 com alterações dada pela resolução 448/2012 Art. 10 devem
ser dados da seguinte forma:
Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros; Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas; Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com normas técnicas especificas.
A NBR 15113/2004 firma as condições mínimas requeridas para projeto,
implantação e operação de aterros de resíduos da construção civil de classe A e de
resíduos inertes: São de responsabilidade de órgãos estaduais o licenciamento
ambiental, com relação a sua localização, instalação e operação, em conformidades
as legislações vigentes próprias da localidade. Para se obter o licenciamento do aterro
deve-se prever a correção ambiental da área. Aterros de pequeno tamanho que
37
disponham de imediata regularização da área a construir deverão ser isentos da
licença ambiental.
Ainda de acordo com a NBR 15113/2004, deverá estar presente em projetos
de aterros, além do memorial técnico, cronograma, desenhos e plantas, o memorial
descritivo, onde deve constar:
“Plano de Controle e Monitoramento”
Deve prever um plano de controle da origem e quantidade dos resíduos
recebidos e o monitoramento frequente da qualidade dos resíduos dispostos, que
permitam a reconstituição da hierarquia de responsabilidades; monitoramento da
qualidade das águas subterrâneas e superficiais.
“Plano de Inspeção e Manutenção”
Visa o controle operacional, onde haja regularmente o controle do sistema de
drenagem, da estabilidade do aterro, da dispersão de material particulado e emissão
de ruídos e da segurança ocupacional de operadores e instalação.
“Plano de Manutenção da Área de Reservação”
Visa o controle da disposição de resíduos em áreas de reservação de materiais
segregados que contemplem os procedimentos a serem mantidos para garantia das
condições de drenagem, isolamento e estabilidade geotécnica previstas em projeto,
na área de reservação e com a finalização das atividades.
“Plano de Encerramento do Aterro e Uso Futuro da Área”
Visa o controle da disposição definitiva de resíduos, onde visa apresentar um
Plano de Encerramento do Aterro e seu uso futuramente do local, com a finalidade de
diminuir a necessidade de posterior manutenção e fenômenos de poluição.
Para a devida operação do aterro deve-se fazer a triagem após a coleta dos
resíduos da construção civil e resíduos inertes, em conformidade da companhia da
CTR-Controle de Transporte de Resíduos. Os resíduos de classe B, C e D devem ser
conduzidos a sua devida destinação. “Os resíduos devem ser dispostos em camadas
sobrepostas e não será permitido o despejo pela linha de topo” (NBR 15114, 2004).
Em conformidade a NBR 15113/2004, o registro de operação deve preservar-
se na instalação até o pós fechamento, com referências, descrição e quantidade de
cada resíduo recebido, junto com a data de deposição e CTR , descrição da
quantidade e o destino dado aos resíduos rejeitados, indicar o setor aonde foi
disposto, descrição da quantidade de resíduos reaproveitado, registro da análise
realizadas nos resíduos, registro de vistoria e incidentes ocorridos e suas datas, dados
38
do monitoramento das aguas superficiais e subterrâneas. Devem ser conservados os
registros para posterior mudança de titularidade da localidade e para posterior
exibição de relatórios.
Em conformidade ao Ministério do Meio Ambiente (2005) os procedimentos
para se licenciar áreas de manejo de resíduos da construção civil podem ser menos
trabalhosos em relação aos resíduos urbanos, em virtude da maior porcentagem de
RCD serem de classe A, ou seja, inertes. “No Brasil, constatou que os resíduos de
construção civil são compostos, principalmente, de tijolos, areias e argamassas (em
torno de 80%)” (LUCENA, 2005 apud BERNARDES et al., 2008, p.66). Para se
adquirir o licenciamento os procedimentos devem estar em concordância com a
Resolução nº 237/1997 do Conama que exemplifica os procedimentos e critérios
utilizados para o licenciamento ambiental e com a legislação local.
Segundo Art. 10 da Resolução n° 237/1997 da Conama as etapas para o
processo de licenciamento são:
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias; IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente; VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da so licitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.
A Resolução n° 237/1997 do Conama além de trazer definições, estabelece
uma lista de empreendimentos submetidos ao licenciamento, estipulando prazos e
validade da licença, organiza as fases envolvidas do processo e estabelece a
competência, relacionando as atividades que devem ser licenciadas pela União,
39
Estados e Municípios e determina um único nível de competência para o
licenciamento.
Compete-se ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, órgão federal executor do Sistema Nacional do Meio Ambiente
– SISNAMA, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades
localizadas em que o impacto exceda mais de um país ou de mais de um estado, que
abranja o mar territorial, a plataforma continental, a zona econômica exclusiva, terras
indígenas ou unidades de conservação do domínio da União, ainda também, que
associe-se energia nuclear ou assuntos militares (CAPAZ et al.,2014).
As licenças ambientas constituem exigências para que se gere o mínimo de
impacto possível ao meio ambiente pelo empreendimento. Salientando que qualquer
tipo de alteração, deverá solicitar novo licenciamento, com o requerimento de Licença
Prévia.
Segundo Resolução n° 237/1997 da Conama Art. 8° existem três tipos de
licença ambiental no Brasil para o posterior licenciamento ambiental:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação; II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante; III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
O empreendimento ou atividade que solicitar qualquer uma das licenças deve-
se encontrar em acordo com a fase de concepção, obra, operação ou ampliação,
mesmo sem ter anteriormente a Licença prevista em Lei BIOTERA (2011).
40
3 METODOLOGIA
O presente trabalho segundo Gil (2002) é classificado referente aos seus
objetivos como uma pesquisa exploratória, cuja sua finalidade é proporcionar maior
familiaridade com o problema, aprimorando ideias e gerando benefícios à sociedade
com o tema abordado.
Com relação aos procedimentos técnicos para a coleta de dados da pesquisa,
foram utilizadas referências bibliográficas de publicações, livros, legislações e normas
técnicas brasileiras que auxiliaram no estudo de caso do Município de Pato Branco -
PR. Em benefício ao trabalho, como forma de obter informações, foram realizadas
entrevistas não - estruturadas com profissionais envolvidos na construção civil, com o
intuito de compreender a percepção deste em relação ao sistema de gerenciamento
de resíduos nas obras em que atuam.
Foram efetuadas visitas a aterros licenciados e em processo de licenciamento
em Pato Branco, verificando, quando havia, o processo de separação até a sua
disposição final dos RCC, mapeando-os e preenchendo um checklist relacionado a
itens das normas.
A abordagem da pesquisa será qualitativa e quantitativa. Qualitativamente
procurando analisar o sistema de gerenciamento do Município, através de visitas a
obras e aterros, realizando memorial fotográfico. Já a pesquisa quantitativa é definida
em relação aos dados e proporção numérica (FACHIN, 2001). Gerando valores direta
e indiretamente com aproximações e estimativas de forma a trazer dados ao
município, sobre a quantia de RCC gerada, a partir dos padrões construtivos locais.
3.1 Diagrama
As atividades desenvolvidas no decorrer deste trabalho, seguem elencados na
figura 11.
41
Figura 11 - Diagrama das atividades desenvolvidos no trabalho
Fonte: Autoria própria (2016).
3.2 Caracterização do estudo de caso
Pato Branco é uma cidade do sudoeste do Paraná fundada em 14/11/1951,
uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) em
2016 de 79.869 pessoas e se encontra a 429 km da capital do estado, Curitiba. Tem
uma área de 537,8 km² o que resulta em uma densidade demográfica de 148,51
hab/km², com um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,849, considerado alto no
contexto do estado do Paraná (IBGE, 2016).
No ano de 2010, segundo o IBGE, apresentava um grau de urbanização de
94,04% e uma taxa de crescimento geométrico de 1,52% tendo, nesse mesmo ano
26213 domicílios. Na figura 9, tem-se a localização do município no estado do Paraná.
42
Figura 12 - Localização do Município de Pato Branco – PR
Fonte: Tabalipa e Fiori (2008).
3.3 Método para quantificar os RCC
“O interesse em saber a quantidade de resíduos gerada pela indústria da
construção civil e seus impactos na quantidade de resíduos urbanos existe a muito
tempo inserida na discussão da redução de desperdícios “ (OLIVEIRA, 2007, p. 41).
De acordo com Bernardes et al. (2008) em publicações já realizadas, tiveram como
resultado através da análise da quantidade de resíduos geradas, a eficácia em estimar
as futuras gerações de resíduos e a necessidade de se empregar processos de
reciclagem nos canteiros de obras. O percursor nacional a estudar a questão foi o
trabalho realizado por Pinto em 1999, ocasionando questionamentos mais amplos
sobre o assunto (OLIVEIRA, 2007, p. 42).
De acordo com Pinto (1999) existe três formas de se obter informações para
analisar a quantidade de RCC gerado: estimativas de área construída, serviços
executados e perdas efetivas e da movimentação de cargas por coletores. No estudo
realizado no Município de Pato Branco no ano de 2016, serão somente quantificadas
as informações por estimativas de área construída e demolida, e pela movimentação
de carga por coletores, de forma a gerar dados com informações das construções
formais e informais da região, dependendo do método utilizado.
43
A referência para esta estimativa de resultados foi feita através do artigo
publicado por Angulo et al. (2011), tomando como base sua metodologia de
quantificação de RCC direta e indiretamente com algumas alterações para
adequações ao estudo de caso em Pato Branco.
3.3.1 Quantificação pelo Método direto
Pinto (1999) afirma que o processo para se obter informações com esse
método é de extrema dificuldade, tanto pelos vários espaços urbanos de descarga
formais e informais, como também pela inviabilidade de se acompanhar os pontos de
manejo de resíduos, por um longo período.
O método direto envolve a quantificação estimada do número de coletores
destinados à coleta de resíduos da construção e demolição pelas empresas privadas.
São dados coletados através de conversas informais, fornecidos por funcionários
envolvidos no sistema de coleta. Como não há o controle rigoroso e especifico do
volume relacionado a quantia de caçambas que chegam ao aterro, as aproximações
foram voltadas a situações extremas.
Não se inseriu nos cálculos a subtração dos valores relacionados aos dias com
chuvas, o qual ocorre a redução no número de coletas de caçambas. Entram no
cálculo tanto resíduos da construção e demolição formalizadas, como também
atividade construtivas de características informais sem suas distinções.
Utilizou-se o coeficiente de peso especifico de 1,326 t/m³ encontrado no estudo
de Rocha (2006), que encontrou esse valor em um estudo de caso em Brasília - DF,
como forma de demonstrar e produzir valores numéricos de RCC, em t/ano.
A equação utilizada foi:
V = N . C (1)
Onde:
V: volume de resíduos da construção civil (m³/dia ou m³/mês)
N: número de caçambas por dia ou mês
C: capacidade das caçambas (m³)
44
3.3.2 Quantificação pelo Método indireto
A forma de quantificação indireta é gerada em função das emissões dos alvarás
de construção e demolição, os dados foram concedidos pela Prefeitura do Município
de Pato Branco – PR. A estimativa foi feita através da equação Ângulo et al. (2011):
C = Ac . ρc (2)
Onde:
C: Resíduo da Construção Civil por ano (t RCC/ano)
Ac: Área construída por ano (m² construído/ano)
ρc: Índice de geração de resíduo na construção (0,15 t RCC/m² construído),
obtido por Pinto (1999).
D = Ad . ρd (3)
Onde:
D: Resíduo na demolição por ano (t RCC/ano)
Ad: Área demolida por ano (m² demolido/ano)
ρd: Índice de geração de resíduo na demolição (0,47 t RCC/m² demolido), obtido
por Morales et al. (2006).
Neste método foi quantificado somente as construções e demolições
formalizadas. Utilizou-se índices de geração de resíduos, analisados e estudados por
Pinto (1999) e Morales et al. (2006).
3.4 Método para realização do checklist
O checklist foi elaborado com base na NBR 15112/2004, NBR 15113/2004, e
NBR 15114/2004, para diagnosticar itens relativos as diretrizes de implantação e
operação das áreas de transbordo, triagem, aterros e reciclagem, facilitando e
agilizando a obtenção dos resultados, agregando maiores informações referentes a
disposição final dos RCC no Município de Pato Branco - PR.
A aplicação do checklist torna-se uma forma rápida e ágil de conferir itens
específicos relativos a implantação e operação dos aterros conforme normatização
45
existente, sendo ele preenchido pelos próprios acadêmicos conferidos sob ótica dos
aterros visitados. Como forma de demonstração a figura 13, apresenta incialmente o
checklist proposto, que se encontra completo no Apêndice - l deste trabalho, em
concordância com normatizações, contando com 31 itens avaliados.
Figura 13 – Checklist proposto inicialmente Fonte: Autoria própria (2016).
Analisados com os seguintes critérios de classificação: não atende, atende
parcialmente, atende e não se aplica.
O critério de classificação ‘não atende’ foi empregado quando o item verificado
se encontrava em discordância completa ao imposto por norma. Já o critério ‘atende’
foi empregado a itens em completa satisfação aos exigidos por norma. O critério
‘atende parcialmente’ empregado quando razoavelmente uma parte do item se
encaixava. O critério ‘não se aplica’ foi empregado a áreas no qual não se encaixava
os itens analisados.
Entretando ao se efetuar as visitas aos aterros verificou-se que havia a
unificação das áreas de transbordo e triagem aos aterros, e não utilizou-se itens
referentes a NBR 15114/2004, por não se encontrar áreas de reciclagem de RCC no
46
Município de Pato Branco-PR. A figura 14 demonstra a tabela sintetizada proposta
após as visitas serem realizadas, contando com cinco itens principais avaliados:
Isolamento, Sistema de proteção ambiental, triagem, Recebimento de RCC e resíduos
inertes e Disposição adequada.
Figura 14 - Tabela sintetizada Fonte: Autoria própria (2016).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Coleta e Transporte
A coleta é realizada em sua grande maioria por empresas privadas, instaladas
no Município de Pato Branco, onde utiliza-se locações de caçambas estacionárias
(comumente conhecidas como bruks) por construtores e afins, para o descarte de
entulhos gerados pela construção e demolição. Ainda, existe no município a
deposição dos RCC pela prefeitura em uma área a parte, junto ao aterro sanitário.
O transporte frequentemente utilizado pelas empresas privadas verificadas no
Município de Pato Branco é realizado pelo caminhão poliguindaste simples, como
pode ser observado na figura 15, com capacidade de carregar uma caçamba de cada
vez. Os tipos de caçambas estacionarias disponíveis no mercado podem variar com
relação ao volume, entre 3 m³, 4 m³, 5 m³ e 7 m³, dependendo da necessidade do
cliente em seu empreendimento.
47
Figura 15 - Caminhão poliguindaste simples – transporte dos RCC
Fonte: Autoria própria (2016).
A tabela 1 mostra as características e quantidade de veículos utilizados pelos
coletores nos aterros do Município de Pato Branco – PR, observa-se que o Aterro1
não há valores por ser um aterro desativado.
Tabela 1 - Características dos veículos coletores
Aterro Tipo de caminhão coletor Número de caminhões
coletores
Capacidade volumétrica (m³/ viagem)
1 - - -
2 Poliguindaste simples 2 3 a 7
3 Poliguindaste simples 5 3 a 7
4 Poliguindaste simples 2 3 a 7
5 Basculante - Até 12
Fonte: Autoria própria.
Diferencia-se o Aterro 5, quanto ao tipo de caminhão utilizado com caçamba
basculante e também pela realização de uma ação corretiva de deposições de
pequenos volumes de resíduos gerados pela população do Município, ocorrendo a
demanda de resíduos não provenientes da construção civil, não sendo possível
quantificar o número de caminhões envolvidos especificamente à coleta de RCC.
4.2 Exemplos de geração de RCC
Para melhor exemplificar a geração de RCC foram visitadas alguas obras, que
para este contexto, sem a necessidade de expor tanto edificação quanto profissionais
48
envolvidos, são apresentadas como Obra A, B, C, D, E, F, G e H. As mesmas tiveram
apenas focos pontuais apresentados, sem descrições mais extensas, apenas com o
intuito de demonstrar os volumes gerados em cada caso específico exemplificado.
Obra A
Nesta obra tem-se a presença do retrabalho em alguns serviços, principalmente
causados por erros de execução. Um exemplo pode ser visto nas figuras 16 e 17, com
a completa retirada do forro em gesso, foram a não previsão de juntas de dilatação,
ocasionando a presença de fissuras no forro dias após sua execução.
Figura 16 - Retirada completa do forro em gesso do salão de festas residencial
Fonte: Autoria própria (2016).
Figura 17 - Geração de resíduos em gesso do salão de festas residencial
Fonte: Autoria própria (2016).
A geração de resíduos foi considerável, visto que se tratava de um salão de
festas, com amplo espaço. Além disso, houveram danos ao porcelanato, como riscos
e manchas, ocasionado pela nova execução do forro em gesso, devido a ausência de
cuidado.
49
Obra B
A utilização da madeira como elemento temporário, como fôrmas,
escoramentos e andaimes, ou o seu uso como elemento estrutural de cobertura, piso,
forros e acabamentos, acarreta na produção de grande carga de resíduos, como visto
aos fundos da Obra B na figura 18. Em consequência, descarte-se após o uso como
elementos temporários, sendo destinado aos aterros, sem reaproveitamento, seja
como material de construção ou até como combustível para caldeiras.
Figura 18 - Resíduos de sobra de madeira
Fonte: Autoria própria (2016).
Obra C A figura 19 mostra uma caçamba estacionária contendo entulho gerado pela
reforma de um banheiro, com troca de revestimento cerâmico. Destes resíduos, pode-
se realizar o reaproveitamento através da reciclagem, promovendo a redução do
impacto ao meio ambiente com economia do uso de recursos naturais e energia,
empregando matéria-prima reciclada.
Para que isso se concretize, é necessário o investimento de empresas
privadas, em consonância com o Munícipio, pesquisando e proporcionando a
implantação de novas técnicas de beneficiamento, como usinas de reciclagem.
50
Figura 19 - RCC gerados pela reforma
Fonte: Autoria própria (2016).
Obra D A figura 20 mostra a demolição de uma antiga residência, dando um novo
espaço para construção. Visualiza-se a grande quantidade de resíduos gerados, de
acordo com os funcionários que realizam o serviço, haverá o reaproveitamento da
madeira, utilizada em outra obra e o restante destinado ao aterro de RCC.
Figura 20 - RCC gerados pela demolição
Fonte: Alves (2016).
Obra E
A figura 21 mostra uma grande quantidade de resíduos gerada a partir da
edificação de obras que se encontram ao fundo da imagem. Pode-se notar a presença
de diversos tipos de resíduos, dentro deles a predominância de concreto e
51
argamassas de cimento, solo, materiais cerâmicos e materiais primários da
construção como brita basáltica, cuja presença demonstra um desperdício direto.
Figura 21 - RCC gerados pela edificação
Fonte: Autoria própria (2016).
Obra F A figura 22, mostra resíduos da parte de finalização e acabamento da obra,
distingue-se da fase do processo intermediário pelo seu conteúdo, não se observa a
presença de cimento e blocos cerâmicos, constantes nos resíduos das outras etapas
da construção. Visualiza-se nessa etapa, um grande número de embalagens de papel
e de metal, de simples reciclagem se não existir resquícios do material que embalam,
como é o caso da tinta e do gesso.
Nota-se também a presença de resíduos de equipamentos do processo
construtivo inutilizados, nesse caso representado pelo carrinho de mão, materiais de
alto valor agregado, como uma treliça de aço e corte sobressalente de perfil de chapa
metálica, utilizado em calhas, tão como pedaços de lajotas cerâmicas, caracterizado
como perda no processo de aplicação.
52
Figura 22 - RCC gerados pelos acabamentos
Fonte: Autoria própria (2016).
Obra G Também se observaram resíduos provenientes da utilização e modernização
de obra, no caso da figura 23, que mostra caixas utilizadas para a colocação de ar-
condicionado nas residências. Com o advento de novas tecnologias no mercado de
condicionamento do ar em residências, o chamado split, essas caixas que eram
utilizadas para a proteção dos antigos aparelhos, inutilizam-se, tornando-se resíduos.
Figura 23 - Resíduos de modernização do ambiente construído
Fonte: Autoria própria (2016).
Obra H A figura 24, mostra RCC de duas residências de padrão popular. Observa-se a
baia para a fabricação e mistura de argamassas o que diminui perdas. Porém, ainda
se verifica a presença de resíduos de cimento e blocos cerâmicos, que podem ser
53
considerados como um resíduo padrão das edificações que optam por elementos
aporticados de concreto com fechamentos em bloco cerâmico, metodologia
construtiva tomada como padrão pela engenharia brasileira.
Figura 24 - RCC em obras residenciais
Fonte: Autoria própria (2016).
4.3 Deposição Final
Nas buscas realizadas em diferentes bairros, cujo intuito era observar possíveis
terrenos ou espaços públicos que estivessem sendo utilizados para deposições
irregulares de RCC, muitos casos foram encontrados e são apresentados a seguir.
4.3.1 Deposição Irregular ou Bota-Fora
Margem do Rio Ligeiro 1
A figura 25 pode-se observar resíduos de telhas de fibrocimento em uma
encosta do Rio Ligeiro.
54
Figura 25 - Margem do Rio Ligeiro do Munícipio de Pato Branco – PR
Fonte: Autoria própria (2016).
Terreno B
A figura 26, observa-se disposição irregular de RCC no Bairro Fraron, de obras
próximas. Demonstrando um descaso com a gestão adequada com os resíduos
gerados na obra. Nota-se a grande presença de brita no monturo, constatando um
desperdício direto dos materiais da obra.
Figura 26 - Bota fora em loteamento
Fonte: Autoria própria (2016).
Margem do Rio Ligeiro 2
Na figura 27, observa-se a deposição de resíduos em área ao lado do Rio
Ligeiro canalizado, no centro de Pato Branco – PR, encontram-se resíduos de blocos
cerâmicos com características diferentes que demonstram disposições irregulares ao
longo do tempo. Observa-se também a presença de gesso.
55
Figura 27 - Bota fora de pequenas proporções na beira do Rio Ligeiro
Fonte: Autoria Própria (2016).
Terreno C Próximo a uma obra visitada no Bairro Fraron, como mostra a figura 28,
encontrou-se deposições irregulares de restos de gesso em um talude, podendo-se
ocasionar carreamento dos resíduos ao longo dos lotes vizinhos, em virtude
posteriormente de chuvas.
Figura 28 - Deposição irregular de gesso em talude
Fonte: Autoria Própria (2016).
Margem da Rodovia BR158
A figura 29, pode-se observar despejos de RCC ao longo da rodovia, encontra-
se grande quantia de restos de papelão, porcelanato, plástico, entre outros,
56
evidenciando-se ainda existir no Município de Pato Branco – PR, muitas deposições
irregulares.
Figura 29 - Deposição irregular ao longo da BR 158
Fonte: Autoria Própria (2016).
Os bota-foras/deposições irregulares encontrados foram de pequenas e
médias proporções, porém não podem ser desconsiderados, uma vez que se
incorporam às paisagens ao meio ambiente, proporcionando impactos ao
ecossistema.
4.3.2 Aplicação do Checklist
Exitem hoje em pato branco 4 empresas que realizam a coleta de RCC. Destas
apenas duas possuem um aterro regulamentado para deposição do material coletado.
A terceira encontra-se em processo de licenciamento de seu aterro, e a quarta tem
seu aterro já desativado. Há ainda, segundo o mesmo órgão, uma outra empresa de
coleta de RCC, cujos lotes de aterro encontarm-se também em processo de
licenciamento, no entanto um dos lotes faz parte de uma área de preservação
ambiental, o que deve dificultar ou inviabilizar a liberação.
Já a Prefeitura de Pato Branco, possui uma área a parte de deposição de
resíduos da construção civil, localizado próximo ao aterro sanitário, que juntamente
com as três primeiras empresas privadas citadas foram os aterros visitados.
Para preservar o nome das empresas privadas e da prefeitura de Pato Branco
- PR que realizam o manejo e deposição dos resíduos da construção civil, serão
57
referenciados neste trabalho de modo aleatório como: Aterro 1, Aterro 2, Aterro 3,
Aterro 4 e Aterro 5.
Contatou-se nos locais visitados, a unificação das áreas para a destinação dos
RCC, alguns aterros contavam com a área de transbordo e triagem no mesmo local
da destinação final. Por isso, padronizou-se uma tabela (tabela 2, 3, 4, 5 e 6)
sintetizando itens em conformidade com a NBR 15112/2004 de Áreas de trasbordo e
triagem e a NBR 15113/2004 sobre os Aterros contidas no checklist, não utilizando-
se de itens referentes a NBR 15114/2004 conforme verificado, por não existir áreas
de reciclagem de resíduos de classe A no Município de Pato Branco – PR.
A seguir dando-se relevância aos itens envolvidos no processo para o
desenvolvimento do trabalho, juntamente ao memorial fotográfico sendo descritos os
itens avaliados durante as visitas, expondo os principais pontos avaliados
visualmente, são apresentados os resultados de cada visita a cada um dos Aterros,
considerando as observações salientadas acima e o checklist desenvolvido a partir
das mesmas.
Segue no Apêndice l o checklist proposto antes das visitas serem realizadas
aos aterros, como também a sua classificação aos itens normatizados.
4.3.2.1 Aterro 1
A visita realizada em agosto de 2016, foi a um aterro já desativado, localizado
na BR 158, sendo não mais realizada a deposição de resíduos na área e o solo
compactado, observado na figura 28.
Na figura 30, conforme o checklist, observa-se, na via de acesso, sacos com
entulhos deixados na entrada, contendo resíduos da construção civil, sendo
ocasionado pela ausência de controle de acesso ao local.
58
Figura 30 - Área de acesso ao Aterro 1
Fonte: Autoria própria (2016).
As figuras 31 demonstra o grande desnível, de aproximadamente 10 a 15
metros, em relação aos terrenos vizinhos, causada pelo aterramento, que teve o
intuito de uniformizar a cota do terreno com a da BR 158. Pode-se observar grande
quantidade de resíduos, especificadamente elementos de concreto armado,
localizados no talude. Há visível risco de escorregamento do talude, devido à sua
grande inclinação, a não - homegenidade dos materiais e de sua porosidade,
remetendo a um incerto grau de compactação do aterro. Inclusive, pode ser observado
na figura 32 resíduos de Classe A no terreno vizinho, denotando que o deslizamento
já ocorre, demonstrando a ausência de um sistema de proteção ambiental.
Figura 31 - Aterro 1 - Deslizamento de massa
Fonte: Autoria própria (2016).
59
Figura 32 - Aterro1 - Localidade próxima aos deslizamentos de massa
Fonte: Autoria própria (2016).
Não existe o cercamento do perímetro do aterro, como demonstrado na figura
33, um dos itens de avaliação do checklist, possibilitando a entrada de pessoas não
autorizadas, que podem realizar deposição de resíduos de forma indiscriminada no
local, como já constatado a ocorrência na localidade.
Figura 33 - Margens da BR 158 em frente ao Aterro 1
Fonte: Autoria própria (2016).
60
A tabela 2 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 1:
Tabela 2 - Dados constatados na visita ao Aterro 1
Não
atende Atende
parcialmente Atende
Não se aplica
Isolamento X
Sistema de proteção ambiental X
Triagem X Recebimento de RCC e
resíduos inertes X
Disposição adequado X
Fonte: Autoria própria (2016).
4.3.2.2 Aterro 2
Em agosto de 2016, fez-se a visita ao Aterro 2 em operação, localizado na BR
158, a sua área de transbordo e triagem é agregada ao aterro, como observa-se na
figura 34.
Figura 34 - Vista frontal do Aterro 2
Fonte: Autoria própria (2016).
A figura 34, observa-se que a adequada compactação não está sendo
realizado, como é especificado pela Conama 307/2002, onde o princípio de um aterro
é compactá-lo o máximo possível, para edificação na localidade. Com relação a
avaliação do checklist os itens não atendidos foram: o cercamento do perímetro,
identificação sobre as atividades desenvolvidas, iluminação e principalmente quanto
61
ao recebimento dos resíduos, não contendo o acompanhamento da CTR, sem
especificações das procedências dos resíduos, como pode-se perceber durante a
visita o recolhimento de material não estabelecido por norma e legislação.
Na figura 35, percebe-se que não há sistema de proteção ambiental, com
relação à drenagem do local, requisito exigido pela norma em aterros de resíduos
inertes e corroborado com o diagnóstico que o aterro recebe resíduos não inertes que
podem ser carreados pela água. Existe apenas uma vala para escoamento da água
em um terreno vizinho, sem nenhum controle ambiental das águas subterrâneas e
superficiais impactando o local.
Figura 35 - Resíduos depositados para aterrar
Fonte: Autoria própria (2016).
A figura 36 mostra que, na área ocorre a triagem dos materiais que chegam ao
aterro, onde o responsável não tem contrato formal assalariado com a empresa que
faz a disposição dos resíduos no local, por conseguinte, o serviço de triagem dos
materiais é realizado em troca do transporte dos resíduos até o local de venda,
garantindo o sustento do responsável com a venda de materiais com capacidade de
reciclagem.
Promove-se então, somente a triagem de materiais que ainda conservam valor
de mercado para a reciclagem, sendo deixado para compor o aterro materiais que são
potencialmente recicláveis, como gesso, cerâmicas, porcelanas. Inclusive, encontrou-
se grande quantidade de resíduos que não são definidos como RCC.
62
Figura 36 - Área de triagem do Aterro 2
Fonte: Autoria própria (2016).
Na figura 37 mostra a área de triagem do aterro em operação, com a separação
dos materiais em caçambas estacionarias e bags, os materiais reaproveitados são
papelão, latas, vidro, fios de cobre, materiais derivados do PVC e plástico. Pode-se
observar a separação que é dada por tipo de material, o papelão encontrava-se
exposto para a secagem.
Figura 37 - Área de triagem do Aterro 2
Fonte: Autoria própria (2016).
63
A tabela 3 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 2:
Tabela 3 - Dados constatados na visita ao Aterro 2
Não
atende Atende
parcialmente Atende
Não se aplica
Isolamento X
Sistema de proteção ambiental X
Triagem X Recebimento de RCC e
resíduos inertes X
Disposição adequado X
Fonte: Autoria própria (2016).
Ainda referente ao checklist a disposição dos resíduos é realizada
inadequadamente, sendo as caçambas descarregadas pela linha do topo, e não
segregado o material, não atendendo a normatização.
4.3.2.3 Aterro 3
Situada na BR 158 o Aterro 3 em operação, foi o único com cercamento feito
de maneira fiel à norma atendendo ao item avaliado pelo checklist, observado na
figura 38, e que contava com os responsáveis pelo aterro no próprio local.
Figura 38 - Área de acesso ao Aterro 3
Fonte: Autoria própria (2016).
O checklist aplicado a área de transbordo e triagem juntamente ao aterro
atende parcialmente quanto à triagem dos resíduos aceitos. Entretanto, não ocorre o
64
despejo dos resíduos em camadas sobrepostas, sendo despejados pela linha do topo,
como observados na figura 39, não atendendo a avaliação desse item.
Figura 39 - Despejo de RCC sendo realizado pela linha do topo
Fonte: Autoria própria (2016).
A figura 40, demonstra uma consequência de impacto ambiental causada pela
presença do aterro, simbolizada pelos visíveis danos à árvore localizada na divisa.
Não há sistema de proteção ambiental, inexistindo controle de poeira, ruído,
drenagem, existindo apenas, como requisito da norma, revestimento primário do piso,
executado com resíduos de classe A, das áreas de acesso, operação e estocagem.
Figura 40 - Divisa com o terreno vizinho
Fonte: Autoria própria (2016).
As figuras 41 e 42 demonstram a triagem realizada no próprio aterro, com
separação de papel, plástico, restos de fios de cobre, materiais de PVC, vidro
65
(resíduos de classe B) e latas de tinta com resíduos de tinta (classe D) em caçambas
estacionarias e bags, novamente constatou-se somente a separação de materiais que
ainda conservam valor de mercado para a revenda e reciclagem, não sendo realizado
qualquer outro tipo de triagem com relação às classes de resíduos dispostas na
resolução n° 307/2002 da CONAMA (com suas alterações).
Figura 41 - Área de triagem do Aterro 3
Fonte: Autoria própria (2016).
Figura 42 - Área de triagem ao Aterro 3
Fonte: Autoria própria (2016).
66
A tabela 4 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 3:
Tabela 4 - Dados constatados na visita ao Aterro 3
Não
atende Atende
parcialmente Atende
Não se aplica
Isolamento X
Sistema de proteção ambiental X
Triagem X Recebimento de RCC e
resíduos inertes X
Disposição adequado X
Fonte: Autoria própria (2016).
4.3.2.4 Aterro 4
Localizado também na BR158, o Aterro 4, figura 43 mostra a sua entrada,
observando-se que uma parte já foi aterrada e compactada, com parte do terreno já
no mesmo nível da rodovia.
Figura 43 - Área de acesso ao Aterro 4
Fonte: Autoria própria (2016).
Não se encontrou os responsáveis pelo aterro durante a visita realizada, pode-
se verificar através do checklist que somente a área de acesso continha portão,
entretanto sem tranca, e o resto do perímetro do aterro sem cercamento, como
observa-se na figura 44.
67
Figura 44 - Vista lateral do Aterro 4
Fonte: Autoria própria (2016).
A triagem não é realizada nessa área, encontrou-se diversos materiais não
pertencentes a construção civil de classe A ou inertes, misturados a resíduos de todas
as classes. Resíduos dos mais variados tipos de eletrônicos, móveis e brinquedos de
plástico foram encontrados como pode ser visto na figura 45. Muitos itens não foram
atendidos como o sistema de proteção ambiental, iluminação de emergência,
armazenagem, proteção de resíduos de classe D conforme itens avaliados pela tabela
5. A disposição dos resíduos é realizada em forma de pilhas como mostra-se na figura
45.
Figura 45 - Deposição dos resíduos no Aterro 4
Fonte: Autoria própria (2016).
68
A tabela 5 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 4:
Tabela 5 - Dados constatados na visita ao Aterro 4
Não
atende Atende
parcialmente Atende
Não se aplica
Isolamento X
Sistema de proteção ambiental X
Triagem X Recebimento de RCC e
resíduos inertes X
Disposição adequado X
Fonte: Autoria própria (2016).
4.3.2.5 Aterro 5
O aterro 5 visitado é localizado no mesmo complexo que o aterro sanitário do
poder público municipal de Pato Branco, e se destina a receber pequenos volumes de
RCC. A finalidade do aterro público é a deposição de materiais de limpeza vegetal dos
terrenos do município, cuja coleta é realizada pelo município, recebendo também RCC
de particulares, como pode-se observar na figura 46, com volume menor que uma
caçamba padrão das empresas privadas de coleta e disposição de RCC.
Na entrada do complexo que compreende o aterro 5, o aterro sanitário, e a
triagem de resíduos recicláveis de Pato Branco há portão de entrada e balança para
recebimento dos caminhões, mas para o aterro 5, em questão, não é realizado um
controle padronizado dos resíduos.
Figura 46 - Deposição dos RCC no Aterro 5
Fonte: Autoria própria (2016).
69
A disposição do RCC no aterro 5, que não é um terreno desnivelado como
observou-se nos outros aterros, é realizada em camadas, como observado na figura
47, para o posterior aterramento atendendo ao item do checklist da correta disposição.
Figura 47 - Despejo sendo realizado em camadas
Fonte: Autoria própria (2016).
Não havia funcionários trabalhando diretamente no aterro, mas a partir de
conversas informais soube-se que os funcionários trabalham apenas com maquinário
no local, não tendo contato direto com os RCC e os demais resíduos dispostos na
área.
A tabela 6 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 5:
Tabela 6 - Dados constatados na visita ao Aterro 5
Não
atende Atende
parcialmente Atende
Não se aplica
Isolamento X
Sistema de proteção ambiental X
Triagem X Recebimento de RCC e
resíduos inertes X
Disposição adequado X
Fonte: Autoria própria (2016).
70
4.3.3 Síntese dos itens avaliados pelo checklist
A tabela 7, refere-se aos dados obtidos de acordo com o preenchimento do
checklist sintetizando a quantidade dos itens atendidos aos locais visitados.
Tabela 7 - Síntese dos itens avaliados pelo Checklist
Não
atende Atende
parcialmente Atende
Não se aplica
Isolamento 3 1 1 0
Sistema de proteção ambiental 4 0 0 1
Triagem 3 1 0 1 Recebimento de RCC e resíduos
inertes 4 0 0 1
Disposição adequado 3 0 1 1 Fonte: Autoria própria (2016).
A partir da tabela 7, pode-se ter um panorama da situação dos aterros
destinados aos RCC em relação às NBR 15112/2004 e 15113/2004 que regem essas
áreas na cidade de Pato Branco – PR. Teve-se apenas dois locais de análise que
atenderam aos itens da norma: o isolamento do perímetro do Aterro 3 e a disposição
do Aterro 5, pertencente à prefeitura.
Não se encontrou sistema de proteção ambiental nos aterros, essa constatação
denota uma leviandade com relação às questões ambientais dos terrenos onde é feita
a disposição e à vizinhança, principalmente no que tange à qualidade das águas
subterrâneas e superficiais, principalmente após a constatação que não são dispostos
apenas resíduos inertes nestes locais.
A triagem, atendeu parcialmente em dois aterros, onde pode-se constatar
segregação apenas de resíduos dos quais a tecnologia da reciclagem é viável
financeiramente.
Nenhum dos aterros atendeu aos requisitos com relação ao controle do
recebimento dos RCC, apenas um dos locais visitados, o aterro 3, tinham os
responsáveis em um escritório na localidade, onde era realizado apenas um controle
visando a organização financeira da empresa do recebimento dos caminhões, mas
sem o controle do conteúdo que desembarcava.
71
A disposição em 3 dos aterros visitados encontrou-se irregular. Estes locais são
terrenos com taludes inclinados, localizados à beira da BR 158, perto dos acessos à
Pato Branco - PR em que o aterro é realizado para nivelar o terreno para uma posterior
edificação industrial ou comercial. Visando a facilidade do despejo, os resíduos são
dispostos pela linha do topo. Esse processo de aterramento, sem nenhum critério de
engenharia pode inclusive apresentar perigo com relação a desmoronamento, como
observou-se na análise do Aterro 1.
4.3.4 Mapeamento dos aterros visitados
O mapeamento dos pontos visitados de deposição de RCC foi realizado através
do aplicativo de mapas Google Earth, demarcando-se a localização dos aterros do
Município de Pato Branco – PR, através de imagens de satélite.
Os pontos de deposição final de RCC são demonstrados na figura 48. Os locais
visitados encontram-se ao longo da BR 158, onde se tem significativa demanda da
quantidade de RCC que chega a essas instalações. Entretanto sabe-se que existem
outros pontos de deposição na cidade, assim como também bota-foras, deposições
irregulares.
Figura 48 - Mapeamento dos pontos de deposição de resíduos da construção civil
Fonte: Google Earth (2016).
72
Afim de observar os locais mais de perto, captou-se imagens aproximadas dos
aterros, conforme a figura 49, que mostra os pontos referentes aos Aterros 1 e 4.
Figura 49 - Localizações dos pontos de deposição de RCC dos Aterros 1 e 4
Fonte: Google Earth (2016).
A figura 50, observa-se a localização do Aterro 2, entretanto na data em que a
imagem foi gerada, o local ainda não estava sendo aterrado com RCC.
Figura 50 - Localização do ponto de deposição do Aterro 2
Fonte: Google Earth (2013).
Percebe-se na figura 51 e 52, as localizações de deposição de RCC do Aterro
3 e 5. Como pode-se observar o Aterro 5, fica localizado próximo ao aterro sanitário
do Município de Pato Branco – PR.
73
Figura 51 - Localização do ponto de deposição do Aterro 3
Fonte: Google Earth (2016).
Figura 52 - Localizaçõa do ponto de deposição de RCC do Aterro 5
Fonte: Google Earth (2016).
Os aterros visitados encontram-se todos ao longo da BR 158. Considerando os
aterros realizados pela iniciativa privada, três dos quatro aterros estão entre dois
trevos de saída de Pato Branco, região onde nota-se intensa expansão urbana. O
aterro 2, mais afastado e que se localiza no sentido da cidade de Chopinzinho - PR
encontra-se numa região onde várias industrias se instalaram.
Tendo em vista esses dois fatores, releva-se a finalidade da deposição de RCC
nos locais, que é a regularização da cota do terreno, que naturalmente apresenta-se
74
como um talude, com a da rodovia 158, para uma posterior ocupação de caráter
comercial ou industrial no local.
4.4 Dados Quantitativos
4.4.1 Método Direto
A tabela 8, mostra dados referentes ao número estimado de caçambas
coletadas diariamente informados pelas empresas privadas, como também a
capacidade delas em conformidade ao mercado.
Tabela 8 - Dados referentes aos coletores de RCC do Município de Pato Branco - PR
Aterros Número de caçambas por dia Capacidade dos coletores (m³)
1 - -
2 4 a 5 3 a 4
3 20 a 25 3 a 4
4 4 a 5 3 a 4
5 - -
Fonte: Aterros de RCC do Município de Pato Branco – PR (2016).
A partir desses dados foi possível a realização do quantitativo em volume de
RCC coletado, pelo Método direto. Destacando-se o Aterro 5, que não faz o uso de
caçamba estacionária, para o recolhimento dos RCC, e também o controle das
viagens diárias e o Aterro 1 encontra-se desativado, não sendo possível obter seus
dados.
A tabela 9, demonstra os dados resultados pelo Método Direto de quantificação
de RCC no Município de Pato Branco – PR, proveniente do volume de coletores em
dia, mês e ano, como também a totalização do volume de RCC de todo o grupo de
aterros visitados, foram considerados que o mês tem vinte dias uteis e que a
deposição de RCC é realizada somente nesses dias.
Tabela 9 - Resultados obtidos pelo Método direto
Aterro Volume total de RCC
coletado (m³/dia) Volume total de RCC
coletado (m³/mês) Volume total de RCC
coletado (m³/ano)
1 - - -
2 20 400 4.800
3 100 2.000 24.000
4 20 400 4.800
5 - - -
Total 140 2.800 33.600
Fonte: Aterros de RCC do Município de Pato Branco – PR (2016).
75
De acordo com relatos dos profissionais de três empresas privadas,
responsáveis pelos aterros 2, 3 e 4 de coleta de RCC, levantou-se a estimativa média
totalizando em trinta e cinco viagens diárias. Para transformar esse número em
volume de RCC coletado, estabeleceu-se um padrão de 4m³ de capacidade das
caçambas, totalizando em 140 m³/dia, 2.800 m³/mês e 33.600 m³/ano conforme
mostrado na tabela 9 de RCC.
A coleta realizada pelo poder público de Pato Branco – PR, especificadamente
no aterro 5, não se pode quantificar, por não existir o controle no transporte e
recebimento, em um aterro que serve para a deposição de outros tipos de resíduos
além de RCC. O aterro 1 encontra-se desativado em sua área de manejo e deposição
de RCC e por isso não apresenta dados da quantidade de resíduos recebidos ao longo
do tempo.
A figura 53, expressa graficamente os resultados dos dados obtidos pelas
visitas aos Aterros de RCC, observa-se que o Aterro 3, obteve-se um expressivo valor
de 100m³/dia, com relação aos Aterros 2 e 4, de 20 m³/dia. Essa discrepância deve-
se devido a demanda proporcionada nela, pois o pátio do aterro continha caçambas
de diversas empresas que depositam RCC no local.
Figura 53 - Gráfico com dados quantitativos coletados diariamente pelos aterros Fonte: Aterros coletores de RCC do Munícipio de Pato Branco - PR (2016).
A figura 54, mostra graficamente que mensalmente a coleta de RCC no
Município de Pato Branco – PR, sem desprezar dias chuvosos, apresenta uma
demanda de 400 m³/mês nos Aterros 2 e 4 e 2000 m³/mês no Aterro 3, contanto são
0
20
40
60
80
100
Volume total de RCC coletado (m³/dia)
20
100
20
Método Direto
Aterro 2 Aterro 3 Aterro 4
76
valores estimados, visto que são dados de coletores licenciados e em processo de
licenciamento, sem considerar os coletores informais e pelo poder público.
Figura 54 - Gráfico com dados quantitativos coletados mensalmente pelos aterros
Fonte: Aterros coletores de RCC do Munícipio de Pato Branco - PR (2016).
Salienta-se que os dados obtidos são derivados da construção e de reformas,
ampliações e demolições de serviços prestados pelos coletores, não eliminando
também como constatado nas visitas aos aterros a deposição de resíduos não
provenientes da construção civil.
Para a quantificação dos dados obtidos pelo Método Direto utilizou-se o
coeficiente peso específico de 1,326 t/m³ (ROCHA, 2006), para o estudo de caso no
Município de Pato Branco - PR, com a finalidade de transformação dos dados em
tonelada. A tabela 10, demonstra os valores de tonelada por ano de RCC de acordo
com cada aterro, cujo valor total é de 44.553,60 toneladas/ano.
Tabela 10 - Transformação dos dados em toneladas
Aterro RCC coletado (t/ano)
1 -
2 6.364,80
3 31.824,00
4 6.364,80
5 -
Total 44.553,60
Fonte: Autoria própria.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Volume total de RCC coletado (m³/mês)
400
2000
400
Método Direto
Aterro 2
Aterro 3
Aterro 4
77
4.4.2 Método Indireto
A tabela 11 refere-se à quantificação de RCC pelo Método indireto, a partir dos
alvarás emitidos pela prefeitura de Pato Branco – PR com relação ao metro quadrado
de áreas construídas e demolidas, sintetizando os anos de 2005 até 2015. Avalia-se
quantitativamente o peso dos resíduos gerados pelas construções e demolições
formalizadas no município, ao decorrer do tempo, como também a somatório dos
resíduos da construção e demolição gerados anualmente.
Tabela 11 - Resultados obtidos pelo Método indireto
Ano Área
construída (m²)
Área demolida
(m²)
Resíduo da construção por ano
(t RCC/ano)
Resíduo da demolição por ano
(t RCC/ano)
Somatório Resíduos da construção e demolição
por ano (t RCC/ano)
2005 96.806,45 1.262,58 14.520,97 593,41 15.114,38
2006 96.258,95 2.716,87 14.438,84 1.276,93 15.715,77
2007 161.065,74 1.955,24 24.159,86 918,96 25.078,82
2008 281.665,30 902,61 42.249,79 424,23 42.674,02
2009 313.322,84 2.867,46 46.998,43 1.347,71 48.346,14
2010 224.935,78 3.341,69 33.740,37 1.570,59 35.310,96
2011 244.534,10 3.481,94 36.680,12 1.636,51 38.316,63
2012 258.645,00 2.931,91 38.796,75 1.378,00 40.174,75
2013 211.001,78 2.432,20 31.650,27 1.143,13 32.793,40
2014 329.049,52 3.501,28 49.357,43 1.645,60 51.003,03
2015 355.054,19 2.635,37 53.258,13 1.238,62 54.496,75
Fonte: Prefeitura Municipal de Pato Branco - PR (2016).
Na figura 55 mostra-se a evolução gráfica da geração de RCC em relação às
áreas construídas e demolidas. Nota-se picos do gráfico que demonstram o
aquecimento do mercado de construção civil no Município de Pato Branco nos anos
de 2009, 2014 e 2015, ano em que ocorre o pico de emissão de alvarás de construção
nos últimos 10 anos, e consequentemente o maior valor em toneladas de RCC
geradas nos canteiros de obra.
Nota-se os baixos valores de RCC gerados pelas demolições ao longo dos 10
anos analisados. Pode-se interpretar pela não regularização na prefeitura das
demolições realizadas no Município, ou também, pela cidade ser relativamente nova,
com 64 anos de sua fundação, tendo um grande número de lotes vagos mesmo em
suas áreas mais valorizadas imobiliariamente.
78
Figura 55 - Gráfico com dados de RCC gerados anualmente
Fonte: Prefeitura Municipal de Pato Branco - PR (2016).
Através de informações da Prefeitura de Pato Branco – PR, houve um elevado
número de aprovações de projetos antes de se modificar o Plano Diretor do Município
de Pato Branco – PR no ano de 2008, como exemplo alterando-se na redução no
numero de pavimentos de uma edificação dependendo da zona de ocupação da
cidade.
Sendo assim os projetos que tinham sido aprovados antes do ano de 2008,
poderiam ser executados posteriormente as mudanças do Plano Diretor, ainda com
as legislações antigas referentes ao uso, ocupação e parcelamento do solo. Como
nota-se graficamente na figura 55 a elavada geração de RCC no ano 2009,
executados após alterações ao Plano Diretor.
Em relevância os dois últimos anos (2014 e 2015) tiveram um aumento
significativo na geração dos RCC, se comparado com os outros anos, mesmo com a
crise econômica estabelecida no país.
4.4.3 Comparação dos resultados dos Métodos Direto e Indireto
A partir das metodologias adotadas no estudo, obteve-se resultados distintos
de geração de RCC, como pode-se observar na tabela 12. Comparou-se então, esses
métodos, utilizando o resultado final de toneladas por ano do método direto com o
resultado final de toneladas por ano, tendo como base o ano de 2015.
0,00
10000,00
20000,00
30000,00
40000,00
50000,00
60000,00
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
14
52
0,9
7
14
43
8,8
4
24
15
9,8
6
42
24
9,7
9
46
99
8,4
3
33
74
0,3
7
36
68
0,1
2
38
79
6,7
5
31
65
0,2
7
49
35
7,4
3
53
25
8,1
3
59
3,4
1
12
76
,93
91
8,9
6
42
4,2
3
13
47
,71
15
70
,59
16
36
,51
13
78
,00
11
43
,13
16
45
,60
12
38
,62
Método Indireto
Resíduo da construção por ano (t RCC/ano) Resíduo da demolição por ano (t RCC/ano)
79
Tabela 12 - Comparativo Métodos Direto/Indireto
Método Direto (t/ano) Método Indireto (t/ano) Diferença (t/ano)
44.553,60 54.496,75 9.943,15
Fonte: Autoria própria.
Encontrou-se uma variação nos resultados entre os métodos. A diferença de
9.943,15 t/ano ou 18,24% pode-se explicar de diversas formas: Pela existência de
aterros ainda não legalizados que não foram visitados, pela média da carga dada
pelas empresas, sendo uma simples estimativa e consequentemente, não entraram
no cômputo do cálculo, pelos índices da massa específica, utilizado no método
indireto, e a taxa de geração de RCC de t/m³, utilizado no método direto, serem índices
empíricos, encontrados por autores diferentes em locais diferentes. E, pela presença
de bota-foras e disposição de RCC em lugares impróprios como foi observado no
Município de Pato Branco – PR.
80
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O intuito desse trabalho consistia em traçar um panorama da gestão de
resíduos da construção civil no Município de Pato Branco – PR tendo como
parâmetros normas e legislações brasileiras vigentes. A partir da hierararquia de
responsabilidades da gestão dos resíduos pode-se definir falhas das
responsabilidades em cada etapa da produção dos RCC, que se iniciam desde o
projeto, e posteriormente influenciando diretamente no sistema construtivo até a sua
destinação final.
A partir das visitas realizadas em obras, pode-se verificar a existência
prevalecente dos RCC, não se havendo conscientização e racionalização dos
métodos empregados, como também o acondicionamento final dado, sem qualquer
diferenciação, ao serem colocadas nas caçambas estacionárias.
Atraves das cinco visitas a áreas de deposição de RCC distribuídos ao longo
da BR 158 no Município de Pato Branco -PR, possibilitou muitas vezes a identificação
das atividades de implantação e operação em completo desacordo à normatização,
resultando em muitos itens referentes ao checklist não atendidos, sintetizando-se em
uma tabela, verificando-se a deficiência da gestão dos RCC tanto por parte dos
responsáveis, como pelos orgãos fiscalizadores aos aterros.
Com relação ao quantitativo apresentou algumas divergências quando
comparadas as suas metodologias adotadas pela bibliografia, demonstrando
disparidade entre os valores de 18,24%, constando um dos fatores principais sendo o
coeficiente utilizado pelo método direto quanto ao peso específico, cujo valor
característico de Pato Branco – PR ainda necessecita ser estudado, como também a
falta de controle por parte dos coletores. Mas que se pode ter a percepção
quantitativamente dos dados aproximados da geração dos RCC, podendo-se definar
a geração de RCC de 0,55 t/hab.ano com o quantitativo realizado através do estudo
de caso, realizado em Pato Branco.
Na produção do mapeamento, não se entrou no mérito de classificar os aterros
quanto a especificação do licenciamento, devido as condições encontradas durante
as visitas aos mesmos. Porém, descobriu-se que o Aterro 2 e o 3 são licenciados pelo
IAP, sendo os outros “em processo de licenciamento” apesar de estarem sendo
utilizados integralmente para a destinação dos RCC. Pode-se contatar que a demanda
de 15 municípios atendidos pelo IAP, é bem maior do que o número de pessoas
81
envolvidas no processo de fiscalização dos aterros que trabalham no instituto, muitas
vezes tendo-se interesses políticos envolvidos na contratação de novos funcionários.
O trabalho evidencia a obrigatoriedade de melhorias na gestão dos RCC para
o Município de Pato Branco – PR, como sugestões tem-se a qualificação profissional,
através do fomento da ideia da imprescindibilidade da redução na geração dos
resíduos e de sua gestão correta. Como consequência deve-se existir a
conscientização dos envolvidos no processo da construção civil, visando um
desenvolvimento mais sustentável, reduzindo o impacto da obra em seu entorno e os
custos de construção, dado pela diminuição do desperdício de matéria prima.
Outra ferramenta relevante para a correta gestão dos RCC é a implantação no
canteiro de obras de um sistema de segregação dos resíduos gerados, conforme dado
pela Resolução n° 307/2002 da CONAMA, o que facilitaria na identificação dos
processos que repercutem em maior desperdício, e na posterior destinação, seja a
reciclagem ou a disposição em aterros. Como constatou-se a inexistência de áreas de
reciclagem, demonstra-se exequível em obras de grande porte ter-se junto às
ferramentas contidas no ciclo de vida da obra, um reciclador/triturador de resíduos
para a reutilização do resíduo sem necessidades de transporte, reduzindo-se custos
do empreendimento.
Intensifica-se a necessidade da adoção pela construção civil de uma forma
sustentável para o constante desenvolvimento dos municípios, e consequentemente
uma gestão mais racional dos RCC. Como demonstrou-se no estudo de caso do
Município de Pato Branco – PR existem pontos a serem melhorados e inovações a
serem adotadas, visando uma readequação dos processos, da geração à gestão dos
resíduos, buscando o constante bem-estar da sociedade através preservação
ambiental.
5.1 Trabalhos futuros
Como forma de continuidade as pesquisas referentes a este trabalho, propõe-
se algumas sugestões:
Estudar e estabelecer o índice de geração de resíduos da construção
civil do Município de Pato Branco – PR, através da segregação de
materiais dispostos em caçambas;
82
Estudar e produzir o mapeamento das deposições irregulares/bota fora
do Município de Pato Branco – PR.
83
REFERÊNCIAS
ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Brasil: Grappa, 2014. 120 p.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004 – Classificação de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro, RJ, 2010.
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90
APÊNDICE l
ABNT NBR 15112/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos
volumosos – Áreas de transbordo e triagem
Não atende
Atende parcialmente Atende
Não aplica
Diretrizes para implantação
1
Isolamento - Possuir portão e cercamento no perímetro da área de operação.
1, 2, 4 e 5 3
2
Identificação – Possuir identificação visível quanto as atividades desenvolvidas e aprovação do empreendimento.
1, 2, 4 e 5 3
3
Equipamentos de segurança – Dispor de equipamentos de proteção individual, iluminação e energia de emergência.
2, 3, 4 e 5 1
4
Sistema de proteção ambiental – sistema de controle de poeira, sistema de drenagem superficial, dispositivo de contenção de ruído em veículos e equipamentos, revestimento primário do piso nas áreas de acesso, operação e estocagem.
1, 2, 3, 4 e 5
Diretrizes para operação
5 Recebimento - Somente resíduos da construção civil e resíduos volumosos.
2, 3, 4 e 5 1
6 Não devem ser recebidas cargas de resíduos de classe D.
2, 3, 4 e 5 1
7 Os resíduos aceitos têm o acompanhamento do CTR.
2, 3, 4 e 5 1
8 Os resíduos aceitos ser totalmente triados. 2, 3 1, 4 e 5
9 Evitar o acumulo de materiais não triados. 2, 3 1, 4 e 5
10
Os resíduos devem ser classificados pela natureza e acondicionados em locais diferentes. 2, 3 1, 4 e 5
ABNT NBR 15113/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos
inertes - Aterro Não atende
Atende parcialmente Atende
Não aplica
Diretrizes para implantação
11
Acessos, isolamento e sinalização - Acessos internos e externos protegidos, cercamento no perímetro da área em operação. 2, 4 e 5 3 1
12
Iluminação e energia – Iluminação e energia que permitam uma ação de emergência.
2, 3, 4 e 5 1
13
Análise de resíduos - Nenhum resíduo pode ser disposto no aterro sem que seja conhecida sua procedência e composição.
2, 3, 4 e 5 1,
14
Proteção das águas subterrâneas e superficiais - sistema de monitoramento das águas subterrâneas (aterros de pequeno
2, 3, 4 e 5 1
91
porte, com área inferior a 10 000 m² e volume de disposição inferior a 10 000 m³, estão dispensados do monitoramento).
Diretrizes de operação
15
Recebimento - Somente devem ser aceitos no aterro os resíduos da construção civil e os resíduos inertes.
2, 3, 4 e 5 1
16
Triagem - Os resíduos recebidos devem ser previamente triados, na fonte geradora, em áreas de transbordo e triagem ou em área de triagem estabelecida no próprio aterro, de modo que nele sejam dispostos apenas os resíduos de construção civil classe A ou resíduos inertes. 4 e 5 2, 3 1
17
Os resíduos classificados como classe D devem ser armazenados temporariamente protegidos de intempéries.
2, 3, 4 e 5 1
18
Disposição - Os resíduos devem ser dispostos em camadas sobrepostas e não será permitido o despejo pela linha de topo. 2, 3, 4 5 1
19 Equipamento de proteção - EPI dos funcionários.
2, 3, 4 e 5 1
ABNT NBR 15 114 – Resíduos da
construção civil - Reciclagem Não atende
Atende parcialmente Atende
Não aplica
Diretrizes para implantação
20
Isolamento e sinalização – Cercamento no perímetro da área em operação, portão de acesso e sinalização na entrada.
1, 2, 3, 4 e 5
21
Iluminação e energia – dispor de iluminação e energia que permitam ação de emergência.
1, 2, 3, 4 e 5
22
Proteção das águas superficiais – previsto um sistema de drenagem das águas de escoamento superficial na área de reciclagem.
1, 2, 3, 4 e 5
23 Preparo da área de operação –Superfície regularizada.
1, 2, 3, 4 e 5
24
Local específico para armazenamento temporário de resíduos não recicláveis na instalação.
1, 2, 3, 4 e 5
25
Prevista cobertura da área de armazenamento temporário de resíduos classe D.
1, 2, 3, 4 e 5
Diretrizes para operação
26
Recebimento - Somente podem ser aceitos na área de reciclagem os resíduos da construção civil classe A.
1, 2, 3, 4 e 5
27
Nenhum resíduo pode ser aceito na área de reciclagem sem que sejam conhecidas sua procedência e composição.
1, 2, 3, 4 e 5
28
Triagem - Os resíduos recebidos devem ser previamente triados, na fonte geradora, em áreas de
1, 2, 3, 4 e 5
92
LEGENDA: Aterro 1 - 1 Aterro 2 - 2 Aterro 3 - 3 Aterro 4 - 4
Aterro 5 - 5
transbordo e triagem, em aterros de resíduos da construção civil e resíduos inertes ou na própria área de reciclagem, de modo que nela sejam reciclados apenas os resíduos de construção civil classe A, incluso o solo.
29
Os resíduos de construção civil das classes B, C ou D devem ser encaminhados a destinação adequada.
1, 2, 3, 4 e 5
30
Controle de poluição ambiental no processamento de resíduos - Os equipamentos e a instalação devem ser dotados de sistemas de controle de vibrações, ruídos e poluentes atmosféricos.
1, 2, 3, 4 e 5
31 Equipamento de proteção - EPI dos funcionários.
1, 2, 3, 4 e 5