anÁlise do perfil de lideranÇa do bibliotecÁrio gestor na cidade de goiÂnia-go

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Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais Mestrado Profissional em Administração Gestão Estratégica de Organizações Gestão de Sistemas Educacionais Célia Márcia da Costa de Assis ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO Belo Horizonte 2012

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Page 1: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais

Mestrado Profissional em Administração

Gestão Estratégica de Organizações

Gestão de Sistemas Educacionais

Célia Márcia da Costa de Assis

ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO

GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Belo Horizonte

2012

Page 2: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Célia Márcia da Costa de Assis

ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO

GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Profissional em Administração – FEAD – como

requisito para obtenção do título de Mestre em

Administração.

Área de Concentração: Gestão Estratégica de

Organizações.

Linha de Pesquisa: Gestão de Sistemas

Educacionais.

Orientação: Professor Dr. Luiz Cláudio Gomes Maia

Belo Horizonte

2012

Page 3: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A848a Assis, Célia Márcia da Costa.

Análise do perfil de liderança dos bibliotecários gestores da cidade de

Goiânia [manuscrito] / Célia Márcia da Costa de Assis. – 2012.

116 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Administração: Gestão de Sistemas Educacionais) –

Faculdade de Ensino Administrativo de Minas Gerais – FEAD, Belo Horizonte, 2012.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Cláudio Gomes Maia.

Bibliografia.

1. Bibliotecário gestor. 2. Bibliotecário líder. 3. Estilos de liderança.

4. Estilos de liderança (Kurt Lewin). I. Maia, Luiz Cláudio Gomes. II. Título.

CDU 023.4: 658.12(817.3)

Page 4: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

FOLHA DE APROVAÇÃO

Dissertação intitulada Análise do perfil de liderança do bibliotecário gestor na cidade de Goiânia, de

autoria da mestranda Célia Márcia da Costa de Assis, defendida e aprovada em 23 / 08 / 2012, pela

banca examinadora constituída pelos seguintes professores:

Prof. Dr. Luiz Cláudio Gomes Maia – Orientador

Prof. Dr. Alex Moreira

Prof. Dr. Frederico Vidigal

Page 5: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

A Deus que, em sua infinita misericórdia, me deu forças para persistir.

À memória dos meus pais, a quem tanto amo.

Page 6: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Luiz Cláudio Gomes Maia, pela orientação dedicada e generosidade.

A minha família, pela compreensão e apoio nos momentos de ausência e por entender meus

momentos de angústia e ansiedade.

Aos mestrandos da turma 3T.1.2010.SE01 pela amizade, pela troca de experiências e de ideias e

pela cooperação na preparação dos trabalhos de grupo, procurando sempre estimular o espírito de

equipe.

À amiga bibliotecária Dra. Geni Anastácio Sabino, que, com sua experiência, colaborou com

sugestões pertinentes para o desenvolvimento da pesquisa.

À professora Ivone Félix, pela colaboração no tratamento dos dados estatísticos.

À professora Darcy Costa pela colaboração na revisão do texto.

Por fim, a todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente para a realização desta

pesquisa.

Page 7: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim

terás o que colher.

Cora Coralina

Page 8: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

RESUMO

O objetivo principal da pesquisa foi identificar o estilo de liderança predominante entre os

bibliotecários de Goiânia-Go, que ocupam a função de gestores em suas unidades de informação, bem

como mostrar que o bibliotecário não só entende das técnicas biblioteconômicas, mas também atua

como líder na condução da sua equipe de trabalho, demonstrando habilidades gerenciais. A pesquisa

baseou-se na teoria dos estilos de liderança de Kurt Lewin, o qual classifica esses estilos em

autoritário, democrático e liberal. A pesquisa teve ainda como objetivo descrever as características

pessoais e profissionais dos bibliotecários, a identificação das características da equipe liderada, de

acordo com o ponto de vista dos bibliotecários, e levantar os principais problemas e desafios

enfrentados pelos bibliotecários no desempenho de sua função de líder no seu ambiente de trabalho. O

estudo compreende uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo. Os dados foram coletados,

mediante aplicação de questionário online, enviados a todos os bibliotecários abordados na pesquisa e

da realização de entrevista com uma amostra dos bibliotecários. As informações obtidas pelo

questionário foram enviadas para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), no

qual se criou uma lista de variáveis, e cada variável foi relacionada com um item do questionário. Na

análise das entrevistas, procurou-se seguir os padrões da análise quantitativa, ou seja, o propósito foi o

de contar a frequência de um fenômeno, identificando as relações entre os fenômenos. Os resultados

da pesquisa, associados à teoria pertinente apontaram que, em relação à tomada de decisões com a

equipe liderada, os bibliotecários seguem o estilo de liderança democrático, embora utilizem outros

estilos de liderança de acordo como as situações se apresentam no contexto diário.

Palavras-chave: bibliotecário gestor – bibliotecário líder – gestão de bibliotecas – estilos de liderança –

teoria dos estilos de liderança (Kurt Lewin).

Page 9: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

ABSTRACT

The main objective of this study was to identify the dominant style of leadership among librarians in

Goiânia-GO, especially those who have the role as managers in their information units, as well as

show that librarians do not only know about librarianship techniques but that they also act as leaders in

the conduct of their team, then demonstrating their management skills. The research is based on Kurt

Lewin’s theory of leadership styles, which classifies such styles as authoritarian, democratic and

laissez-faire. The research also aimed to describe the professional and personal characteristics of

librarians, the identification of the characteristics of the team being led according to librarians’ points-

of-view, as well as discuss the main issues and challenges faced by librarians when performing their

roles as leaders in their professional environment. The study includes a qualitative and quantitative

survey. Data were collected through an online questionnaire, which was sent to all librarians addressed

in this study. Interviews were conducted with a sample of librarians. Information obtained through the

questionnaire was sent to the Statistical Package for Social Sciences (SPSS), where a list of variables

was created. Each variable was related to a questionnaire item. In the interview analysis, we tried to

follow the standards of quantitative analysis, e.g., the purpose was to count the frequency of a

phenomenon, identifying the relationship among them. The search results associated with the relevant

theory showed that, in relation to decision making with the team led, librarians follow the democratic

leadership style, while using other leadership styles according to the way the situations occur on a

daily basis.

Keywords: librarian manager, librarian leader, library management, leadership styles, theory of

leadership styles (Kurt Lewin).

Page 10: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Distribuição da população pesquisada por faixa etária............................ 73

FIGURA 2 População pesquisada de acordo com o sexo........................................... 74

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 Dissertações de mestrado que abordaram o tema liderança e gestão de

bibliotecas...............................................................................................

19

QUADRO 2 Artigos de periódicos, congressos, eventos, encontros e projetos que

abordaram o tema liderança e gestão de biblioteca..................................

20

QUADRO 3 Objetivos específicos da pesquisa com as variáveis e as questões do

questionário.............................................................................................

67

QUADRO 4 Quantitativo de questionários enviados e respondidos........................... 69

QUADRO 5 Conceitos de líder autocrático, líder democrático e líder liberal ou

laissez-faire..............................................................................................

79

QUADRO 6 Identificação do bibliotecário gestor de acordo com o tipo de biblioteca

em que atua...............................................................................................

85

Page 11: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Distribuição da população pesquisada por faixa etária............................ 72

TABELA 2 Nível de escolaridade da população pesquisada...................................... 73

TABELA 3 Tempo de serviço do bibliotecário na instituição.................................... 75

TABELA 4 Tempo que o bibliotecário exerce a função de gestor.............................. 75

TABELA 5 Quantidade de bibliotecários nas equipes................................................ 76

TABELA 6 Quantidade de auxiliar de biblioteca nas equipes.................................... 77

TABELA 7 Quantidade de estagiários de biblioteconomia nas equipes..................... 77

TABELA 8 Quantidade de outras categorias profissionais nas equipes...................... 78

TABELA 9 Na realização das atividades, o gestor, procura esclarecer as tarefas a

serem executadas pela equipe..................................................................

80

TABELA 10 Na função de gestor considero que tenho forte desejo de comandar e

ou exercer o poder................................................................

80

TABELA 11 No exercício de sua função, o gestor toma decisões unilaterais e

determina as tarefas e métodos de trabalho............................................

81

TABELA 12 Na rotina diária do seu trabalho, o gestor, procura envolver a equipe

nos processos decisórios, incentivando sua participação como forma de

treinamento..............................................................................................

81

TABELA 13 O gestor, deixa sua equipe completamente à vontade para deliberar

sobre as tarefas a serem realizadas e a forma de executá-las...................

82

TABELA 14 No exercício de sua função, o gestor, procura enfatizar a tarefa,

organizar e definir as funções dos membros da equipe............................

82

TABELA 15 No exercício de sua função, o gestor, procura dar feedback para a

equipe.......................................................................................................

83

TABELA 16 Na execução das tarefas, o gestor, orienta sua equipe na realização de

seus objetivos de trabalho, auxiliando-os na eliminação dos obstáculos

existentes na execução das tarefas...........................................................

83

TABELA 17 O gestor orienta sua equipe para que ela compreenda como atingir os

objetivos da instituição visando desempenho cada vez melhor...............

84

Page 12: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

LISTA DE SIGLAS

ABG Associação dos Bibliotecários de Goiás

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Social

Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CNE Conselho Nacional de Educação

CEE Conselho Estadual de Educação

CFB Conselho Federal de Biblioteconomia

CRB Conselho Regional de Biblioteconomia

Ibict Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

IES Instituições de Ensino Superior Privadas

LDBN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério da Educação

QI Quociente de Inteligência

Sectec-GO Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás

SESu Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação

Sibi/UFG Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

Unesco Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

Page 13: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

SSUUMMÁÁRRIIOO

11 INTRODUÇÃO................................................................................................... 1122

11..11 Problema de pesquisa.......................................................................................... 1155

11..22 Objetivos........................................................................................................ 1166

11..22..11 Objetivo geral...................................................................................................... 1166

11..22..22 OObbjjeettiivvooss eessppeeccííffiiccooss........................................................................................................................................................................................ 1177

11..33 JJuussttiiffiiccaattiivvaa 1177

22 RREEVVIISSÃÃOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA...................................................................................................................................................... 2211

22..11 Liderança............................................................................................................. 2211

22..11..11 PPrriinncciippaaiiss tteeoorriiaass ddee lliiddeerraannççaa.............................................................................................................................................................. 2244

22..11..11..11 TTeeoorriiaa ddooss ttrraaççooss.................................................................................................................................................................................................... 2255

22..11..11..22 TTeeoorriiaa ddooss eessttiillooss ((tteeoorriiaa ccoommppoorrttaammeennttaall))...................................................................................................................... 2277

22..11..11..33 TTeeoorriiaa ddoo eennffooqquuee ssiittuuaacciioonnaall oouu ccoonnttiinnggeenncciiaall........................................................................................................ 2299

22..11..11..44 Teoria da liderança transformacional – abordagem da nova liderança................. 3300

22..22 Estilos de liderança de Kurt Lewin.................................................................... 3322

22..33 Atributos dos líderes.......................................................................................... 3355

22..33..11 Atributos positivos................................................................................................ 3355

22..33..22 Atributos negativos............................................................................................... 3366

22..44 Gestão de biblioteca............................................................................................ 3388

22..44..11 Bibliotecário gestor............................................................................................... 4422

22..44..22 Bibliotecário líder................................................................................................. 5511

22..55 Contextualização da temática abordada.......................................................... 5588

22..55..11 Panorama geral das bibliotecas de Goiânia.......................................................... 6600

22..55..22 Tipos de bibliotecas abordadas na pesquisa......................................................... 6600

22..55..22..11 Bibliotecas universitárias...................................................................................... 6600

22..55..22..22 Bibliotecas municipais e estaduais....................................................................... 6611

Page 14: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

22..55..22..33 Bibliotecas especializadas.................................................................................... 6622

22..55..33 Considerações sobre os bibliotecários abordados na pesquisa............................. 6622

33 METODOLOGIA.............................................................................................. 6644

33..11 Caracterização da pesquisa............................................................................... 6644

33..22 Universo da pesquisa.......................................................................................... 6666

3.3 Coleta de dados................................................................................................... 6666

3.3.1 Instrumento de coleta de dados......................................................................... 6666

3.3.1.1 Questionário......................................................................................................... 6666

3.3.1.2 Entrevista.............................................................................................................. 6699

3.3.1.3 Relato do pré-teste................................................................................................ 7711

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................................... 7722

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES................................... 9922

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 9955

APÊNDICES....................................................................................................... 110022

Page 15: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

1 INTRODUÇÃO

A passagem do século XX para o XXI foi acompanhada de intensas e rápidas

transformações sociais, econômicas e culturais, provocando mudanças nas organizações e,

consequentemente, na sua forma de administração, mudando, assim, o papel e as

competências dos gestores.

No ambiente organizacional, esse cenário tornou-se um desafio para as lideranças das

organizações e as organizações, que, por sua vez, só poderão enfrentá-lo com a constituição

de equipes energizadas, comprometidas e apoiadas em valores humanos sólidos.

As mudanças que vêm ocorrendo no mundo do trabalho passaram a requerer dos

gestores competências específicas para exercerem a liderança e atuarem na condução de

equipes, despertando assim o interesse dos pesquisadores ligados à área do comportamento

organizacional para o tema liderança (BOMFIN; HASTENREITER, 2010).

A liderança torna-se cada vez mais necessária no contexto das equipes. A importância

do papel do líder que orienta seus membros aumenta à medida que as equipes crescem e o

desafio maior dos gestores é o de tornar-se um líder de equipe eficaz. Os gestores necessitam

desenvolver habilidades, como a paciência para compartilhar informações, a confiança nos

outros, abrir mão da sua autoridade e saber o momento adequado de intervir. Os líderes

eficazes sabem quando deixar a equipe sozinha e quando devem interceder (ROBBINS,

2002).

Segundo Robbins (2002), o trabalho do líder de equipe é focado em quatro papéis

específicos:

a) os líderes de equipes são elementos de ligação com os componentes externos, o

que inclui a administração superior, as outras equipes internas, os clientes/usuários e os

fornecedores;

b) os líderes de equipes são solucionadores de problemas - quando os membros da

equipe enfrentam dificuldades, os líderes devem reunir-se com eles em busca de soluções;

Page 16: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

13

c) os líderes de equipes são administradores de conflitos - devem ajudar a equipe a

processar o conflito quando há alguma desavença; o líder minimiza os aspectos destrutivos

dos conflitos internos da equipe;

d) os líderes de equipes são treinadores - definem os papéis e as expectativas,

ensinam, apoiam, torcem e ajudam os membros das equipes a melhorarem seu desempenho

nas tarefas a serem executadas.

Conforme Oliveira (2007) nas organizações atuais, muitos administradores apenas

gerenciam o trabalho da equipe, esquecendo-se de que liderar e aplicar um estilo de liderança

nas organizações é necessário, independentemente de seu porte.

Gerenciar pessoas ou a gestão de pessoas é a preocupação de muitas organizações

para que seus objetivos sejam atingidos, de preferência com a participação de um grupo eficaz

e motivado, liderado por um gestor que possa cumprir os desafios estratégicos estabelecidos

para essa atividade. São eles: atrair, capacitar e reter talentos; gerir competências, novas

relações trabalhistas e conhecimentos; formar novo perfil do profissional demandado pelo

setor; manter motivação/clima organizacional; desenvolver uma cultura gerencial voltada para

a excelência; reconhecer que os recursos humanos são estratégicos para a organização;

conciliar redução de custo e desempenho humano de qualidade; estabelecer equilíbrio das

ações com qualidade de vida no trabalho e descentralizar a gestão de recursos humanos

(FISCHER; ALBURQUERQUE, 2001).

Para Lira e Jovanovich (2004, p. 1), administrar é somente um dos aspectos que fazem

parte da vida do profissional da informação. Para que uma unidade de informação possa atuar

de forma eficaz, “[...] é necessário rever as formas de trabalho e os estilos de gestão até então

praticados, pois nenhuma organização existe ou funciona sem os recursos humanos”.

Nas bibliotecas, organizações que prestam serviços peculiares, a satisfação do

cliente/usuário é um dos aspectos mais importantes de sua atuação, pois esses órgãos buscam

atender às necessidades informacionais dos seus clientes/usuários e, para que isso ocorra, é

necessária uma equipe formada por pessoas capacitadas para o exercício de suas funções.

Deve-se, portanto, considerar a questão da gestão de pessoas, incluindo a liderança, o trabalho

em equipe com pessoas motivadas e a capacitação de recursos humanos (PAIXÃO, 2007).

Page 17: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

14

Segundo Tarapanoff et. al. (2000, p. 92):

As unidades de informação (bibliotecas, centros e sistemas de informação e de

documentação) foram e são, tradicionalmente, organizações sociais sem fins

lucrativos, cuja característica como unidade de negócio é a prestação de serviços,

para os indivíduos e a sociedade, de forma tangível (produtos impressos), ou

intangível (prestação de serviços personalizados, pessoais, e hoje, cada vez mais, de

forma virtual – em linha, pela Internet).

No que se refere às bibliotecas, é fundamental que o gestor conheça as novas teorias e

tendências organizacionais, adaptando-as para que sejam aplicadas em sua unidade de

informação, pois mesmo sendo organizações sem fins lucrativos, as mudanças ambientais lhes

conferem características competitivas e inovadoras, necessárias à autoafirmação no mercado.

O bibliotecário gestor deve adequar sua atuação não somente aos objetivos e metas da

biblioteca, mas, sobretudo, aos objetivos e metas da instituição na qual ela está inserida.

Com o surgimento da Internet, as barreiras geográficas e de tempo foram eliminadas,

tornando o mundo globalizado. As novas tecnologias provocaram mudanças nas bibliotecas e

no comportamento do bibliotecário. O bibliotecário não pode ser visto como simples

guardador de livros, mas como gerente e administrador, tanto de pessoas como do

conhecimento. Portanto, deve ser uma pessoa ágil e dinâmica, com uma visão moderna de

gestão e organização.

No decorrer dos séculos, as bibliotecas foram segmentadas, dando origem a variados

tipos como: bibliotecas escolares, públicas, universitárias, especializadas, cada uma com uma

missão e um público alvo diferenciado, o que, consequentemente, enfatiza a necessidade de

uma administração que busque atender aos objetivos institucionais propostos.

Para que a biblioteca se torne um agente de transformação, o gestor deve ter a

capacidade de pesquisar, liderar, planejar, ser avaliado por outros e se autoavaliar, de modo a

ter capacidade de criar alternativas relevantes com os recursos de que dispõe.

É fundamental que a gestão das bibliotecas, seja qual for a sua tipologia, conte com

um líder que tenha a capacidade de influenciar e motivar os membros de sua equipe,

formando assim uma equipe voltada para solucionar os conflitos organizacionais existentes de

maneira criativa. A função do líder é influenciar, de maneira positiva, os membros, estimulá-

los e valorizá-los para que se possa aproveitar o potencial humano de cada um.

Page 18: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

15

Neste trabalho, a pesquisadora procura trazer da área da Administração a questão da

liderança e introduzi-la na área da Biblioteconomia, com a abordagem de quatro teorias de

liderança – a teoria dos traços, a teoria dos estilos (comportamental), a teoria do enfoque

situacional ou contingencial e a teoria da liderança transformacional.

A dissertação está estruturada em sete capítulos: O capítulo 1 – Introdução – apresenta

o panorama, o objetivo geral e os objetivos específicos, a justificativa da pesquisa e sugestões

sobre o tema. O capítulo 2 – Revisão da literatura – expõe os conceitos, as principais teorias e

os estilos de liderança, os atributos e características dos líderes e, também, a gestão de

bibliotecas, assim como o papel desempenhado pelo bibliotecário como líder e gestor, além

da contextualização da temática abordada. O capítulo 4 – Metodologia – aborda os aspectos

metodológicos da pesquisa, com ênfase ao questionário e à entrevista como estratégias de

pesquisa, apresenta as informações coletadas e os instrumentos de coleta de dados utilizados e

a análise dos resultados coletados, associando-os com os objetivos da pesquisa. O capítulo 5

– Considerações finais e recomendações – retoma os pontos principais dos resultados

alcançados, apontando conclusões e sugestões para pesquisas futuras.

1.1 Problema de pesquisa

Atualmente, a liderança tem sua importância cada vez mais destacada nas instituições

com e sem fins lucrativos, pois líderes são responsáveis por conduzi-las, com sua visão, com a

tomada de decisões ou com inspiração e orientação das pessoas para o alcance de objetivos

comuns.

Percebe-se que as instituições com e sem fins lucrativos estão atualmente em busca de

líderes com visão de futuro e procurando formas de tornar a instituição suficientemente

flexível para enfrentar problemas e desafios que com certeza existirão. O líder deve sentir e

agir como se fosse dono da instituição. Deve possuir pelo menos duas características: ousadia

para inovar e modificar situações e grande habilidade para superar e tirar proveito dos

obstáculos.

Segundo Bergamini (2009), instituições desprovidas de líderes eficazes carecem de

identidade, sentido, energia e apresentam enormes dificuldades na superação de desafios.

Contudo, a liderança não deriva unicamente das habilidades do líder. Há uma série de outras

Page 19: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

16

variáveis que influenciam a dinâmica desse processo. Assim, o exercício da liderança é

também dependente da situação e do contexto em que está inserido.

De acordo com Silva (2005, p.10) o profissional bibliotecário:

Depara-se com o crescimento de diversas possibilidades de mercado de trabalho.

Exerce sua profissão em: centros de informação, empresas públicas e privadas,

indústrias, bibliotecas particulares ou públicas, desenvolvimento de arquiteturas de

distribuição de informação na Web, meios de comunicação, empresas de multimídia,

centros de documentação áudio visual, serviços culturais, arquivos, museus, bancos,

editoras, hospitais, escritórios de advocacia, em atividades acadêmicas de ensino e

pesquisa em Ciência da Informação e diversos outros ambientes em que

demonstrado eficácia no desenvolvimento do seu trabalho, como a criação de

empresas de consultoria e a prestação de serviços autônomos, principalmente, para o

desenvolvimento de atividades centradas na organização e administração de dados e

informações, e até mesmo do material de importância estratégica na acirrada guerra

comercial e industrial.

O profissional bibliotecário é também um gestor, portanto, necessita conhecer a

unidade de informação em que trabalha, nos seus diversos aspectos, para que possa

desempenhar e oferecer aos seus usuários/clientes um trabalho que os atenda

satisfatoriamente. Também precisa identificar atributos de sua personalidade e as suas

potencialidades e a da equipe para que possa atuar como líder na sua unidade de informação e,

assim, garantir os resultados esperados, com aplicação de ideias e capacidade de análise e

síntese por meio de esforços bem direcionados.

Nesse contexto, é de suma importância que o profissional bibliotecário saiba utilizar

suas potencialidades e o da sua equipe no desempenho de suas atividades na unidade de

informação em que atua.

A questão levantada para esta pesquisa é a seguinte: qual o perfil de liderança dos

bibliotecários gestores que atuam nas bibliotecas universitárias públicas/privadas, nas

bibliotecas públicas municipais/estaduais e nas bibliotecas especializadas da cidade de

Goiânia?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar o perfil de liderança dos profissionais bibliotecários gestores que atuam nas

diversas bibliotecas na cidade de Goiânia-GO.

Page 20: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

17

1.2.2 Objetivos específicos

a) descrever as características pessoais e profissionais dos bibliotecários gestores de Goiânia;

b) identificar as características da equipe liderada segundo ponto de vista dos bibliotecários de

Goiânia-GO;

c) identificar o estilo de liderança predominante entre os bibliotecários gestores das diversas

bibliotecas da cidade de Goiânia-GO;

d) verificar os principais problemas e desafios enfrentados pelos bibliotecários no

desempenho de sua função de líder no seu ambiente de trabalho.

1.3 Justificativa

Diante das constantes e rápidas transformações que estão ocorrendo na sociedade,

causando grande impacto na vida das organizações, torna-se necessário a existência de

gestores que tenham a capacidade de conduzir pessoas nesse ambiente de complexidade e

transformação. Para que isso se concretize, é necessário desenvolver nas organizações uma

cultura de valorização da liderança como recurso, com o objetivo de possibilitar a

transformação organizacional.

Nas últimas décadas, foram realizadas pesquisas em universidades e centros de

estudos renomados que indicam que a liderança se caracteriza por ser um processo em que

alguém determina o propósito ou o sentido para uma ou mais pessoas, fazendo também que

todos se mobilizem em alguma direção, não só de maneira eficaz, mas com total

envolvimento de todos da equipe, sem agredir suas escalas de valores pessoais

(HILDEGARD, 1973).

A literatura científica descreve que a liderança, por várias décadas, foi entendida como

um traço de personalidade, isto é, uma das características pessoais inatas da pessoa líder. Com

o desenvolvimento de novas estratégias de gestão, esse enfoque tem sofrido modificações,

pois se percebe na atualidade que a aprendizagem social do indivíduo é um fator determinante

que pode treinar e aperfeiçoar um indivíduo para que ele se torne um líder na área em que

atua.

Page 21: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

18

As bibliotecas também estão passando por profundas mudanças em sua maneira de

serem gerenciadas, pois é necessário acompanhar as novas formas de gestão e adaptá-las para

que elas possam desempenhar, da melhor maneira possível, seu papel de atender as

necessidades informacionais de seus usuários/clientes.

É fundamental que os bibliotecários que exerçam papel de gestores observem as

mudanças que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea, a um ritmo cada vez mais

acelerado, o que os obriga a refletirem sobre as mudanças que afetam o gerenciamento das

bibliotecas em que atuam.

A inexistência de estudos sobre o tema liderança e gestão em bibliotecas e,

consequentemente, sobre a atuação do bibliotecário nas unidades de informação em que

atuam, foi o que motivou a escolha do tema da pesquisa. Embora exista um número

considerável de bibliotecários que atuam como gestores nas bibliotecas na cidade de Goiânia -

GO, entretanto ainda não foi realizado estudo científico para identificar o perfil de liderança

desses profissionais e como eles estão atuando como líderes nas unidades de informação em

que atuam.

Esta pesquisa poderá servir de referência para autoavaliação dos bibliotecários para

que possam identificar o tipo de liderança que estão exercendo com seus liderados. Também

poderá ser útil aos bibliotecários gestores que buscam continuamente aprimorar sua atitude

profissional, suas habilidades, práticas e atributos visando atingir, com sua equipe, objetivos

comuns e assim atingir a missão maior das bibliotecas em atuam, que é o de atender às

demandas informacionais de seus usuários/clientes em um cenário de mudanças rápidas e

contínuas.

Em virtude da importância do proposto, realizou-se um levantamento bibliográfico na

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Ciência e

Tecnologia (Ibict), no Portal de Periódicos Capes (Coordenação de Apoio ao Pessoal de Nível

Superior), no banco de teses da Capes, em artigos de periódicos, anais de congressos e

eventos. Os termos utilizados para a elaboração da estratégia de busca foram: estilos de

liderança, perfil do profissional, gestão de bibliotecas, mudança organizacional.

Page 22: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

19

Os resultados do levantamento encontram-se nos quadros 1 e 2.

QUADRO 1 Dissertações de mestrado que abordam o tema liderança e gestão de bibliotecas

Liderança

Ano Autor Título

2010 SANTOS, Ticiane Lima

dos.

Os estilos de liderança nas organizações não governamentais da região

metropolitana de Belém.

2009 SILVA, Janaina Costa. O estilo de liderança dos bibliotecários de Brasília

2005 PANTOJA, Sérgio

Roberto Guimarães.

Liderança: uma relação eficaz

2002 ALMEIDA, Paulo

Roberto Araújo de.

Estilos de gerência: um estudo sobre as relações entre tipos de gerencia e

a missão organizacional

2001 CAÑIZARES, Juan

Carlos Lara.

Análise da gestão do líder formal em relação a implementação da

mudança organizacional: estudo de caso Universidade Federal do Rio

Grande do Sul.

Gestão de bibliotecas

2011 MELO, Ana Cristina

Azevedo U.

A percepção na gestão das Bibliotecas Universitárias da Universidade

Federal do Ceará: paralelo entre a visão dos gestores e usuários.

2009 NASCIMENTO, Eliene

Gomes Vieira.

Método de gestão para Biblioteca Universitária baseado no Balanced

Scored

2003 DZIEKANIAK, Cibele V. Sistema de gestão para biblioteca universitária

Total de dissertações encontradas = 8

Fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Disponível em: <www.ibict.gov.br>. Acesso em: 5 jan.

2012. Quadro elaborado pela autora da pesquisa.

Silva (2009), em sua dissertação, identificou o estilo de liderança dos bibliotecários de

Brasília que ocupam a posição de líder em suas unidades de informação, concluindo que os

bibliotecários de Brasília reúnem atributos de personalidade mais direcionados para líderes

motivados, determinados, disciplinados, inovadores e negociadores, atributos considerados

positivos para o exercício da liderança.

Page 23: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

20

QUADRO 2 Artigos de periódicos, congressos, eventos, encontros e projetos que abordaram o tema liderança

e gestão de biblioteca. Liderança

Ano Autor Título Tipo de Trabalho

2008 DALMUTT, Helonez B.;

MOROZINI, João F.

A influência da liderança na

gestão das empresas do

município de Mangueirinha

Revista Eletrônica Lato Sensu, v.3, n. 1, mar.

2008. Disponível em:<

http://www.unicentro.br>.

2008 PEREIRA, D. G.;

BRAGA, M. F. A.

A questão da liderança no

contexto biblioteconômico

Trabalho oral apresentado no XV Seminário

Nacional de Bibliotecas Universitárias

(SNBU) – São Paulo/SP.

2008 LOPES, Adilson de

Oliveira; DOURADO,

Ana Paula et al.

O papel da liderança no ato de

gerenciar pessoas com sucesso

Revista Científica Eletrônica de

Administração. v.8, n. 14, jun. 2008.

2007 PAIXÃO, Ligia Liderança: alternativas para

bibliotecas

II Congresso Iberoamericano de

Bibliotecologia - Buenos Aires, 14 a 17 de

abril de 2007.

GESTÃO DE BIBLIOTECAS

2005 PRADO, Noêmia

Schoffen; ABREU, Juliana

de

Modelos de organização e

gestão de bibliotecas

universitárias do estado de

Santa Catarina

Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa

Catarina, v.10, n.1, p. 107-123, jan./dez. 2005.

2000 BARBALHO, Célia

Regina S; SILVA, Carla

Maria T. de S. C. da;

FREITAS, Kellem

Andrezza de A.

Gestão de bibliotecas: um

estudo sobre o perfil do

bibliotecário gestor na cidade

de Manaus.

Projeto de pesquisa “Estilos gerenciais dos

administradores de bibliotecas em Manaus”,

Programa de Iniciação Científica

(Pibic/CNPq) e Departamento de

Biblioteconomia da Universidade do

Amazonas.

Total de textos encontrados: 6

Fonte: Pesquisa em artigos de periódicos, anais de congressos, eventos, encontros e projetos.

Quadro elaborado pela autora da pesquisa.

De acordo com a pesquisa realizada, constatou-se que, apesar da importância da

temática, existem poucos trabalhos científicos que abordam o tema liderança e gestão em

bibliotecas, conforme demonstrado nos quadros 1 e 2.

Page 24: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

21

2 REVISÃO DA LITERATURA

O embasamento teórico da pesquisa foi fundamentado em obras dos seguintes autores,

que descrevem as principais características de liderança, seus estilos e teorias: Lacombe

(2003), Robbins (2002), Kurt Lewin (1939), Bergamini (2009), Burns (1978), Uris (1967), Yukl e Van Fleet (1992), Covey (1996), Bryman (1992), Kouzes e Posner (1997), Moscovici

(1998), Maximiano (2000), Montana e Charnov (2003), Quinn et al. (2003), Massapina

(2008), Drucker (1999), Goleman (2002) e Tolfo (2010).

A pesquisa foi centrada na teoria dos estilos de liderança de Kurt Lewin (1939) e de

seus colaboradores Ronald Lippitt e Ralph White que classificam os estilos de liderança em

autoritário, democrático e liberal.

2.1 Liderança

Liderar, etimologicamente significa conduzir. Segundo a Administração, liderar é

conduzir um grupo de pessoas, influenciando seus comportamentos e ações, para atingirem

objetivos e metas de comuns do grupo, de acordo com a visão de futuro, tendo como base um

conjunto coerente de idéias e princípios. (LACOMBE; HEILBORN, 2003).

Liderança é um tema de origem não muito clara e está relacionada ao comportamento

humano nas organizações desde que os teóricos e administradores passaram a se preocupar

com a temática. O termo liderar, do inglês to lead, está relacionado a comando, direção,

condução. Já a palavra líder remonta ao século XIV, e indica aquele que conduz, e liderança

aparece na língua inglesa somente no início do século XIX (VENDRAMINI, 2000).

O crescente interesse pelo tema liderança provocou o aparecimento de diversos

conceitos formulados por pesquisadores em comportamento organizacional. Assim, torna-se

difícil delinear mais precisamente a completa abrangência do assunto. Consequentemente, a

abrangência do tema ampliou consideravelmente os seus limites, surgindo assim muitas e

diferentes definições do que seria considerado liderança. Embora tenham surgido vários

conceitos, dois elementos mostraram ser comuns a quase todos os conceitos. Em alguns

aspectos tinham em comum o fato de referir-se a um fenômeno grupal e, por outro lado, trata-

se de um processo de influenciação, de forma intencional, exercido pelo líder e seus

seguidores (BERGAMINI, 2009).

Page 25: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

22

Tolfo (2010) afirma que, no século XX emergiram diversos estudos sobre o poder e o

exercício da liderança, considerando-os como a capacidade de influenciar, conforme a

estrutura da organização, uma ou mais pessoas para cumprir ordens. As teorias

comportamentais vislumbravam a possibilidade de treinar pessoas para assumirem posições

de liderança.

Para Kouzes e Posner (1997, p. 33) a liderança é “a arte de mobilizar os outros para

que estes queiram lutar por aspirações compartilhadas.” Nessa definição, observa-se que a

palavra querer se destaca e sem ela o significado de liderança torna-se bastante alterado,

provocando, dessa forma, o desaparecimento de conceitos como escolha, motivação interna e

aspirações. Nesse caso, a liderança implica algo menor que o envolvimento voluntário dos

seguidores. Assim, se existe um aspecto característico do processo de liderança, para os

autores, a solução reside na distinção entre mobilizar os outros para fazer algo e mobilizá-los

para querer fazê-lo. Para os autores, os líderes mobilizam os outros para que queiram agir

graças à credibilidade de que dispõem. Há uma grande diferença entre arregimentar apoio e

dar ordens, entre conquistar compromisso e impor obediência. Esses líderes mantêm

credibilidade em conseqüência de suas ações – ao desafiar, inspirar, permitir, guiar e

encorajar. Liderança é um conjunto de regras e comportamentos, e não um cargo, portanto os

liderados não se dispõem com boa vontade a seguir os ocupantes de cargos, mas pessoas

comprometidas com o processo.

Para Covey (1996) a liderança pode ser desmembrada em três funções:

a) explorar - a primeira função de um líder relaciona-se com uma visão futurista e

instigante voltadas a atender às necessidades do cliente, mediante um plano estratégico;

b) alinhar - a segunda função de um líder compreende um esforço e compromisso de

alinhar os membros da equipe à missão e visão, todos colaborando para atingir o objetivo de

atender às necessidades do cliente;

c) dar autonomia (empowerment) - a terceira função do líder aborda o poder que é

dado às pessoas, após estarem alinhadas à missão e à visão de atender às necessidades dos

clientes, para que se tornem mais autônomas e mais capazes.

Page 26: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

23

Segundo o autor, dessa forma os líderes podem expressar seus talentos, habilidades e

inteligência. Portanto, se o líder quiser obter resultados diferentes, terá que internalizar

princípios para que possa desenvolver uma força de trabalho voltada para o conhecimento e o

aprendizado.

Robbins (2002, p. 219) define a liderança como “a capacidade de influenciar um grupo

em direção à realização de metas. A fonte dessa influência pode ser formal, como a fornecida

pela detenção de uma posição gerencial numa organização”. Os líderes nem sempre são os

detentores de posição de autoridade que lhes confere legitimidade; os líderes podem surgir no

interior dos grupos e esse tipo de liderança é conhecido como informal.

Para Lacombe e Heilborn (2003, p. 55), a liderança é um tema importante para os

gestores, em virtude do papel fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e

da organização. Segundo os autores, “liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário,

liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização

é um ser vivo dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos”.

Conforme Bergamini (2009) existem estudos que tratam a liderança como um

processo de interação que envolve trocas sociais em que o líder é tido como alguém que traz

algum benefício ao grupo e a cada membro desse grupo. E, inversamente, os membros do

grupo devolvem ao líder o seu reconhecimento de acordo com a forma que lhe confere

autoridade.

A liderança tem papel fundamental na vida das organizações. Na concepção do líder, a

liderança é o que levará a organização a conquistar seus objetivos e atingir as metas com

sucesso.

Para Hollander (1984), liderança é um processo que envolve relacionamento de

influência em duplo sentido, orientado, sobretudo, para o atendimento de objetivos mútuos,

tais como aqueles de um grupo, organização ou sociedade. Nesse aspecto, a liderança, para o

autor, não se refere apenas ao cargo do líder, mas também está ligada aos esforços de

cooperação de outras pessoas. O destaque é a liderança como um processo de dupla via entre

líder e liderado.

Page 27: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

24

Desde os anos 1930 até os dias atuais, estudiosos têm proposto várias teorias com o

intuito de determinar o que faz um líder eficaz e o que diferencia líderes de não líderes. As

principais correntes denominam-se teoria dos traços, teoria comportamental, teoria

contingencial ou situacional e teorias contemporâneas (YUKL; VAN FLEET, 1992).

De acordo com Montana e Charnov (2003), as primeiras teorias a respeito da liderança

apresentavam a ideia de que líderes já nascem como tais. Essa abordagem foi chamada de

teoria genética, ou seja, havia uma crença de que a capacidade de liderança era transmitida

geneticamente.

Bergamini (2009) considera que todas as teorias conservam o denominador comum de

que a liderança envolve duas ou mais pessoas e se trata de um processo de influência exercido

de forma intencional pelo líder sobre seus seguidores. A autora aponta como desafios centrais

da liderança: motivar, inspirar, sensibilizar e comunicar.

Os pesquisadores, portanto, conceituam liderança de maneira diferenciada,

selecionando diversos fenômenos para investigar e interpretar resultados através de diferentes

maneiras. Embora todas essas definições apresentem pontos que possam aparentemente ser

contraditórios, na realidade, elas complementam-se mutuamente. Segundo Bergaminn (2009),

o que se vê é que se trata de um tema amplo, e as diversas variáveis devem ser levadas em

conta para que o conhecimento sobre liderança não seja considerado insuficiente ou

distorcido.

2.1.1 Principais teorias de liderança

O termo liderança vem sendo estudado ao longo dos anos, originando vários conceitos

entre os pesquisadores do comportamento humano, o que tem levado a uma dificuldade de

maior precisão e abrangência do tema. Embora os pesquisadores se preocupem com a

definição do tema, ainda não existe um consenso quanto à definição do fenômeno da liderança

(BERGAMINI, 2009).

O estudo da liderança começou a ter prioridade no interior das organizações após o

fim da Segunda Guerra Mundial. Anteriormente, as informações que havia sobre o assunto

eram resultado de observações de grupos de crianças de escolas primárias durante o recreio

(BERGAMINI, 2009).

Page 28: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

25

Na literatura científica, são descritas várias teorias sobre a liderança. Para fundamentar

a pesquisa quali/quantitativa e a coleta de dados com aplicação do questionário e entrevista

semiestruturada, optou-se pela abordagem de quatro teorias de liderança, que representam as

tendências contemporâneas mais utilizadas nos modelos gerenciais. Serão abordadas as

seguintes teorias: teoria dos traços, teoria do estilo ou comportamental, teoria contingencial e

teoria transformacional.

2.1.1.1 Teoria dos traços

A teoria dos traços predominou com êxito até meados da década de 1940 e baseava-se

na idéia de que o líder possuía certas características que o tornavam mais apto para conduzir

os demais, a quem cabia o papel de seguidores. Essa teoria enfatiza especialmente as

qualidades pessoais do líder. A teoria dos traços considera que a liderança é uma característica

inata e não uma habilidade aprendida, portanto os líderes possuem qualidades que os

distinguem dos não líderes ou liderados (TOLFO, 2010).

Gil (2008) afirma que a teoria dos traços foi elaborada no final do século passado para

identificar as características que diferenciavam os “grandes homens” das massas. Foi muito

utilizada para explicar o comportamento de líderes como Alexandre, o Grande, Júlio César e

Napoleão. Sua aceitação no meio organizacional trouxe algumas implicações e a principal

dela se refere à maior valorização conferida à seleção do que ao treinamento. Desta maneira,

pode-se considerar que uma empresa que adote essa teoria estará preocupada em admitir

gerentes com determinados traços de liderança. Quando se começou a estudar e comprovar

que a eficácia dos líderes não estava ligada a traços pessoais, pesquisadores começaram a

identificar os comportamentos que tornariam os líderes mais eficazes, afirma Gil (2008).

Ainda segundo Gil (2008), com essa nova perspectiva, começou-se a dar ênfase ao

treinamento, pois os comportamentos de liderança poderiam ser aprendidos. Uma das

principais preocupações dos estudiosos dessa nova tendência foi estabelecer uma classificação

dos estilos de liderança. Os principais elementos foram baseados na escola clássica de

administração e no movimento das relações humanas.

Page 29: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

26

Conforme Tolfo (2010), a teoria dos traços é pioneira em termos de sistematização dos

trabalhos existentes sobre liderança. Os líderes, segundo essa teoria, apresentam certo perfil

que os habilita para sua função.

Para Vergara (1999, p.75), “só exerceria influência sobre indivíduos e grupos, quem

nascesse com determinados traços de personalidade” e que no perfil do líder existiriam “[...]

quatro tipos de traços de personalidade: físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa”.

O autor aponta os seguintes traços físicos: aparência, estatura, energia e forca física. Os traços

intelectuais estão ligados às características de adaptabilidade, entusiasmo, autoconfiança e

elevado coeficiente intelectual. Os traços sociais relacionam-se aos aspectos de cooperação,

habilidades interpessoais e habilidades administrativas. Os traços relacionados à tarefa estão

ligados às características de impulso de realização, persistência e iniciativa.

Para Burns (1978), a teoria dos traços de personalidade, sustenta a premissa de que os

líderes possuem traços de personalidade que os auxiliam em seu papel de líder/chefe. Em

outras palavras, eles nascem com determinados traços de personalidade: físicos, intelectuais,

sociais e relacionados com a tarefa. O autor aponta os seguintes traços:

a) físicos – aparência, estatura, energia;

b) intelectuais - adaptabilidade, entusiasmo, confiança elevado quociente de

inteligência - QI;

c) sociais - cooperação, habilidades interpessoais, habilidades administrativas;

d) relacionados com a tarefa - impulso de realização, persistência.

O conceito de liderança nata não prevaleceu por muito tempo, em virtude de os

pesquisadores da teoria dos traços não terem se preocupado em correlacionar as

características a aspectos tais como a eficácia no processo de liderança e aos aspectos

contingenciais que poderiam interferir no processo. Então, se a liderança não é nata, é

possível aprender a liderar.

O enfoque dos traços predominou até a década de 1940, não tendo se sustentado por

muito tempo em razão de terem considerado a liderança apenas como um somatório de

características pessoais (BERGAMINI, 2009).

Page 30: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

27

Segundo Montana e Charnov (2003, p. 226-7),

[...] a dificuldade final com esse tipo de abordagem para o entendimento da

liderança é que, sendo uma teoria baseada na genética, ela não assume que as

características são aprendidas. Porém pode ser este o caso: muitas características de

liderança, como as habilidades de comunicação e tomada de decisão, podem ser

aprendidas.

Vários estudos foram realizados e houve o consenso de que os traços não serviam para

definir precisamente a natureza da liderança, já que ela parecia ser afetada por fatores

externos aos líderes em cada situação por ele vivenciada.

2.1.1.2 Teoria dos estilos (teoria comportamental)

Bergamini (2009) assinala que, no início da década de 1950, cientistas

comportamentais começaram a se preocupar com o aspecto mais dinâmico da personalidade

do líder, que retrata o seu comportamento. Procurou-se, ainda, identificar os tipos de

comportamentos adotados pelo líder com maior impacto no aumento da eficácia do

desempenho dos seus seguidores.

Para Bergamini (2009), estudiosos do tema liderança, tendo à frente Kurt Lewin,

preocupavam-se em determinar como caracterizar um comportamento eficaz de liderança, e

realizavam seus estudos em ambientes reais, com pessoas que já ocupavam posição de

liderança.

Atribui-se a Kurt Lewin (1890-1947) a primeira pesquisa sobre esse estilo de

liderança, realizada em 1939, em que demonstrou que um mesmo grupo de pessoas se

comporta de diferentes maneiras ao interagir com diferentes tipos de líderes. Esse estudo foi

realizado após a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos da América do Norte. Lewin

(1939) desenvolveu um conjunto de investigações, sobre atmosferas de liderança, aplicando

no seu trabalho o método experimental, com o qual pretendia observar e comparar os efeitos

de diferentes tipos de líderes, quais sejam: autoritário ou autocrático, democrático ou

participativo e liberal ou laissez-faire.

Para Uris (1967) a teoria dos estilos de liderança identifica conjunto de

comportamentos que descrevem os tipos de ações eficazes do líder. Os estudos pioneiros

sobre estilos de liderança foram feitos com maior rigor científico pelas universidades de Ohio,

Page 31: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

28

Michigam e Yowa. As duas primeiras universidades inspiraram a maior parte dos programas

de treinamento e de desenvolvimento, que foram avidamente consumidos pelas organizações,

em especial pelas norte-americanas. Havia grande preocupação em melhorar a qualidade do

gerenciamento de pessoas no dia a dia das organizações que se agigantavam cada vez mais.

Uris (1967), baseado na teoria dos estilos de liderança define cinco aspectos de

qualidades da liderança:

a) objetividade - evidencia a capacidade do líder/chefe de encarar os acontecimentos

do ponto de vista mais geral do que pessoal;

b) compreensão dos outros - evidencia a capacidade de compreender os pensamentos,

emoções e motivos de outrem;

c) flexibilidade - evidencia a capacidade de adaptação;

d) comunicação - evidencia a capacidade de transmitir idéias a outros, por meio de

palavras e ações;

e) autoridade - evidencia a capacidade de ceder, condescender, conseguir a

cooperação.

A teoria comportamental prega que as decisões dos indivíduos são baseadas nas

informações que recebem do ambiente de trabalho e processam-nas de acordo com suas

convicções, assumindo atitudes e opiniões em todas as circunstâncias (URIS, 1967).

Na teoria comportamental, as necessidades dos indivíduos passaram a serem

consideradas, assim como a possibilidade de autodesenvolvimento e crescimento. Essa escola

representa um impulso para as abordagens do comportamento organizacional, e os estilos

comportamentais adotados no desempenho da liderança tornam-se objetos de pesquisas que

estudam a influência de líderes autocráticos, democráticos ou laissez-faire sobre os

participantes das equipes e sobre o resultado do trabalho (FIELDER; CHEMERS, 1981 apud

TOLFO, 2010).

Page 32: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

29

Bergamini (2009) destaca que, na abordagem dos estilos de liderança, passa-se a

aceitar que, conhecendo o comportamento responsável pela liderança eficaz, as pessoas

podem ser treinadas para apresentar esse comportamento e, assim, se tornarem líderes.

As teorias comportamentais vislumbram a possibilidade de treinar pessoas para

assumirem posições de liderança. Nesse aspecto, merecem destaque quatro trabalhos: os

estudos de Ohio State University, os ensaios de Michigan University, a teoria da grade

gerencial e os estudos escandinavos, desenvolvidos entre as décadas de 1940 e 1960 (TOLFO,

2010).

2.1.1.3 Teoria do enfoque situacional ou contingencial

A teoria do enfoque contingencial foi formulada a partir da década de 1960, e remete

aos estudos de organizações em diferentes contextos, o que caracteriza essa abordagem.

As teorias contingenciais, também conhecidas como situacionais, abordam os aspectos

que cercam o processo da liderança, enfatizando também os diferentes tipos de

comportamentos do líder.

Na abordagem contingencial, o líder, para ser eficaz, deve adaptar-se às situações, o

que ocorre após uma avaliação dos fatores contextuais em que está inserido, tais como: a área

de atuação da empresa, o comportamento dos membros da equipe, o ambiente externo, a

autoridade do líder, ou seja, fatores situacionais que colaboram para que ocorra a liderança

(MAXIMIANO, 2000).

A abordagem contingencial centra-se no líder, nos liderados e na situação. Os fatores

situacionais assumem papel central no entendimento da liderança, buscando especificar as

variáveis que moderarão a atuação do líder (BEGGIATO, 2010).

Segundo Cavalcanti et al. (2006, p.59):

[...] o líder precisa ter flexibilidade na relação com os liderados, alternando o seu

estilo de atuação função dos aspectos situacionais. Isto significa que o líder necessita

ter sensibilidade e habilidades para atender às diferentes demandas.

Bryman (1992) afirma que “[...] o enfoque contingencial propõe que a eficácia de um

estilo de liderança seja um aspecto situacionalmente contingente”. Significa que um estilo

Page 33: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

30

padrão particular de comportamento é eficaz em algumas circunstâncias (como quando a

tarefa provoca satisfação intrínseca ou quando as personalidades dos subordinados os

predispõem a um estilo particular), mas não em outras. No que concerne ao líder, a teoria

destaca a questão da autoridade formal e a da personalidade. O fato de alguém ter a autoridade

formal (determinada posição na hierarquia) não garante a liderança, mas pode facilitá-la. Por

outro lado, as características da personalidade, tanto podem facilitar o trabalho como podem

criar obstáculos. Quanto aos liderados, seguidores, subordinados ou funcionários, e outros, a

teoria destaca a questão das expectativas, dos interesses e das motivações, para afirmar que

exercerá liderança aquele que as satisfizer.

Ainda conforme Bryman (1992), a teoria contingencial destaca também a situação,

assim entendida e não só a organização (empresa ou outro tipo de organização) como

organizações não governamentais, setores da administração pública, clubes, igrejas, escolas,

universidades, etc.), cenários onde as coisas acontecem. Essa teoria é bastante útil para a

compreensão de determinadas situações, como a cultura organizacional, o clima psicológico

do momento, a relevância da tarefa a ser executada, os riscos de sua não execução, etc.

Questões desse tipo precisam, portanto, serem consideradas. Entretanto, todas as mudanças

devem ser feitas com um quadro referencial que privilegie as metas empresarias e a

valorização das pessoas.

Para a teoria contingencial, o líder eficaz não tem um estilo fixo, embora possa ter um

estilo determinante ou característico, sendo capaz de alterar os seus critérios de ação de

acordo com as necessidades do ambiente e a maturidade dos seus subordinados.

2.1.1.4 Teoria da liderança transformacional: abordagem da nova liderança

Os pressupostos da teoria transformacional da liderança foram desenvolvidos na

década de 1980 e com ênfase na mudança como uma constante, cabendo ao líder ser um

agente de mudanças, flexível para lidar com as incertezas, visionário, conhecedor das

motivações dos liderados, fomentador de relações interpessoais de reciprocidade e agente de

aprendizagem (BURNS, 1978 apud TOLFO, 2010).

De acordo com Bass e Avolio (1994), o líder é definido em termos do efeito sobre os

seguidores, ou seja, o líder proporciona aos liderados um ambiente em que podem

Page 34: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

31

desenvolver seu potencial, criando um ambiente organizacional agradável, incentivando assim

a melhoria do desempenho dos liderados. Segundo os autores, o líder transformacional inspira

os seguidores a transcenderem seus próprios interesses em prol do grupo ou da organização.

A teoria da liderança transformacional está voltada para a visão, a comunicação, o

carisma, os relacionamentos interpessoais entre líder e liderados e as necessidades dos

subordinados. O líder, de acordo com essa teoria, mostra-se um agente de mudanças, capaz de

correr riscos, atento à satisfação das necessidades das pessoas, guiado por valores centrais,

voltado para o aprendizado contínuo, capaz de lidar com complexidades, ambiguidades e

incertezas, direcionado para uma visão compartilhada (BOWDITCH; BUONO, 1992).

Masi e Cooke (2000) consideram que a liderança transformacional envolve a

instigação do orgulho, da autoestima e da confiança no líder, cujo poder está centrado na

articulação e no reforço da visão da organização. As características da influência do líder

sobre os subordinados incorporam o carisma, a estimulação intelectual, a consideração

individualizada, a inspiração e a influência idealizadora.

Conforme Robbins (2002, p.319) os líderes transformacionais,

Prestam atenção às preocupações e às necessidades de desenvolvimento de cada um

de seus liderados; modificam a maneira de seus seguidores verem as coisas,

ajudando-os a pensar nos velhos problemas de uma nova forma; e são capazes de

entusiasmar, incitar e inspirar as pessoas a darem o máximo de si na busca dos

objetivos do grupo.

Para Schermerhorm (1999), a liderança transformacional tenta desenvolver a

capacidade crítica dos subordinados. Esse estilo de liderança ocorre quando o líder se

preocupa em ampliar e elevar os interesses dos subordinados e dos demais, com a

conscientização e a aceitação das implicações da missão do grupo.

A teoria transformacional define líderes basicamente em termos do efeito do seu

comportamento sobre os liderados. Os liderados sentem confiança, admiração, lealdade e

respeito em relação ao líder, estando motivados a fazer por ele mais do que comumente é

esperado. O líder pode transformar os liderados, tornando-os mais conscientes em relação à

importância e ao valor dos resultados do trabalho, levando-os a ultrapassar os seus próprios

interesses em benefício da organização ou do grupo.

Page 35: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

32

Os líderes transformacionais têm como características que o identificam o fato de que

eles articulam uma visão, atuam de forma não tradicional, encorajam o desenvolvimento

individual, promovem um ambiente de trabalho cooperativo e de confiança e empregam a

tomada de decisão participativa.

No estilo de liderança transformacional, o líder e os subordinados envolvem-se com a

visão e a missão da organização. O líder sugere mudanças radicais que envolvem mudanças

de pensamentos, estratégias de produtividade e participação ativa no ambiente econômico,

político e social.

2.2 Estilos de liderança de Kurt Lewin

Estilo de liderança é a maneira pela qual uma pessoa, em uma posição de líder no

grupo, influencia as demais. Os estilos de liderança consistem nas atitudes de um líder em

relação aos seus colaboradores.

Kurt Lewin (1890-1947) foi um psicólogo e estudioso na área do comportamento

humano. Ele e os psicólogos Ronald Lippitt e Ralph White, pesquisadores da Universidade de

Yowa, realizaram estudos sobre a liderança.

No trabalho de Kurt Lewin (1939) e seus colaboradores, foram organizados dois

grupos experimentais (URIS, 1967). Um deles foi conduzido por um líder “ditatorial”, que:

a) determinava a política administrativa;

b) decidia o que e como devia ser feito;

c) determinava as tarefas individuais e decidia que pessoas deveriam fazer parte de

determinado grupo;

d) não fazia elogios, críticas e comentários, de modo geral.

O outro grupo foi conduzido pelo líder “democrático”, que devia:

a) apresentar a política administrativa ao grupo e aceitava a opinião do grupo;

b) instigar os membros do grupo a participarem das decisões;

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33

c) autorizar aos indivíduos escolherem seus companheiros de trabalho;

d) fazer comentários objetivos.

Durante o estudo, ocorreu um fato inesperado: a pessoa que fazia o papel de um líder

“democrático” passou a ter atitudes diferentes daquelas propostas para a liderança

democrática. Esse líder:

a) não possuía nenhum controle sobre os membros do grupo;

b) aceitava que os membros do grupo agissem por conta própria na maioria das

vezes;

c) permitia que resolvessem os problemas que surgiam como pudessem.

d) Como o líder teve atitudes diferentes das estabelecidas, a reação dos membros

do grupo também foi diferente das reações dos outros grupos democráticos. Diante desse

resultado, Lewin (1939) e seus colaboradores resolveram estabelecer um terceiro grupo de

acordo com esse estilo, o qual foi chamado de laissez-faire (URIS, 1967).

Ao final de seus estudos Lewin et. al (1939) concluíram que existem vários estilos de

liderança que o líder pode utilizar, e que os principais são: o autocrático, o democrático e o

laissez-faire, este também chamado por alguns autores como liberal. Os estilos de liderança

definem-se da forma que se segue:

No estilo autoritário ou autocrático, o nível de intervenção do líder é alto, e neste caso,

o líder toma as decisões sem consultar o grupo, fixa as tarefas de cada um e determina o modo

de concretizá-las. O líder autocrático é centralizador, impondo as suas ordens ao grupo, o que

pode levá-los à tensão, à frustração e à agressividade; inexistem a espontaneidade, a iniciativa

e a formação de equipes, e não há satisfação com o trabalho. A presença do líder é

fundamental na execução das tarefas e sua ausência pode levar o grupo a explosões de

agressividade e indisciplina. A liderança autocrática é representada por líderes que decidem e

estabelecem as normas sem qualquer participação do grupo, decidem as providências para a

realização das tarefas uma por vez, à medida que se tornam necessárias e de maneira

imprevisível para o grupo. Também os líderes determinam a tarefa que cada um deve

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34

executar e qual o seu companheiro de trabalho. Na sua participação nas atividades, é

dominador e radical nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro (LEWIN, 1939).

O estilo democrático, nível médio de intervenção do líder, também é chamado de

estilo participativo, pois o líder compartilha com os empregados sua responsabilidade de

liderança, envolvendo-os no processo de tomada de decisão. Assim, o grupo participa na

discussão da programação do trabalho, da divisão das tarefas e as decisões são tomadas com

base nas discussões do grupo. O líder democrático conduz o grupo, incentiva a participação

dos membros do grupo nas decisões, as comunicações são francas e cordiais, ocorre formação

de relacionamentos de amizade, o ritmo de trabalho é suave e seguro, provocando um alto

grau de comprometimento e responsabilidade. Na liderança democrática, as normas são

debatidas e decidias pelo líder. O grupo traça as providências e meios para atingir o alvo, com

a orientação do líder, quando necessário. As tarefas adquirem novas perspectivas com os

debates. A distribuição das tarefas fica a critério do grupo, e cada membro tem a liberdade de

escolher seus colegas de trabalho. O líder busca ser um membro do grupo, sem

responsabilizar-se muito pelas tarefas. É direto e atém-se aos fatos em seus elogios e críticas.

É dinâmico e conselheiro e, entre seus liderados podem constituírem-se grupos de amizades.

Líder e liderados promovem comunicações espontâneas e sinceras. Na realização das tarefas,

o trabalho segue em compasso suave e seguro, não havendo alterações, mesmo quando o líder

está ausente (LEWIN, 1939).

No estilo laissez-faire ou liberal, a intervenção é quase nula, o líder funciona como

elemento do grupo e só acaba intervindo se for solicitado. É o grupo que levanta os

problemas, discute as soluções e decide. O líder não interfere na divisão de tarefas, limitando

a sua atividade nem fornecer informações, se a sua intervenção for requerida. O líder liberal

ou laissez-faire delega todas as decisões ao grupo e, portanto, inexiste o controle. O sistema

promove uma atividade intensa, porém com baixa produtividade. Existe um individualismo

agressivo, e o líder é pouco respeitado. A liderança liberal ou laissez–faire caracteriza-se pela

total liberdade dos liderados na tomada de decisões grupais ou individuais. A participação do

líder é mínima, ele somente expõe alternativas variadas ao grupo, informando que poderia

fornecer informações desde que solicitado. O grupo tem liberdade na divisão de tarefas e na

escolha dos colegas e não há qualquer participação do líder. Ele não procura avaliar ou

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35

regular o curso das coisas. Apenas faz comentários irregulares sobre as atividades, quando

questionado (LEWIN, 1939).

Os estudos desenvolvidos por Lewin, Lippitt e White (1939) foram esclarecedores e

serviram como ponto de partida para estudos posteriores sobre o tema liderança.

2.3 Atributos dos líderes

2.3.1 Atributos positivos

Na teoria organizacional, dentre os atributos positivos dos líderes destacam-se:

motivação, disciplina, determinação, inovação, negociação.

Para Gomes (2009), o papel do líder motivado e motivador é de importância

fundamental na organização e sua função é estratégica para que os objetivos organizacionais

sejam atingidos. A existência do líder motivado O líder motivado resulta em maiores

benefícios para a organização, ou seja, um líder motivado gera frutos positivos.

Para Faccioli (2008), a primeira pessoa que alguém lidera é ela mesma. O líder deve

ser disciplinado por representar alguém a ser seguido, ou seja, ele deve ser exemplo para a

equipe. O líder precisa traçar metas e definir prioridades, deve tratar seus objetivos de

maneira disciplinada e não pode deixar- se levar por desculpas oriundas de desânimo. O líder,

sendo um exemplo para a equipe, deve ser autodisciplinado para fazer-se entender perante

seus seguidores. As atitudes do líder são observadas pela equipe e os influencia nas suas

escolhas entre seguir alguém em quem confiam ou não.

O líder disciplinado sugere comprometimento com a organização, por ele preocupar-se

em seguir as normas e princípios seguidos pela organização, dando assim o exemplo a ser

seguido por seus liderados.

De acordo com Polito (2008), determinação foi sempre uma das características mais

importantes na vida dos grandes líderes. Observando a trajetória daqueles que influenciaram a

história da humanidade, constata-se praticamente que todos foram pessoas determinadas, que

nunca esmoreceram diante dos desafios que tiveram de enfrentar.

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36

O líder determinado é aquele que sabe o que quer e que demonstra isso em suas

atitudes. Ele é decidido, firma seus objetivos e é determinado o suficiente para alcançá-los.

Quando o líder determinado percebe que não reúne todos os atributos existentes, sua

determinação basta para que ele aprimore os atributos que possui e desenvolva os que lhe

faltam.

Quinn et al. (2003, p. 331) descrevem um modelo de líder inovador que “[...] envolve

o uso da criatividade e o gerenciamento das transformações e transições organizacionais”. Os

autores destacam que o líder inovador deve sair da mesmice, eliminando resistência

psicológica tanto dele quanto da equipe. Deve ser criativo para gerar novas ideias e soluções e

deve ser um gestor de mudanças, administrando a visão, a comunicação e a delegação de

poderes.

Segundo Junqueira (1998) para que haja uma negociação eficiente e eficaz, é

necessário que se conheça as pessoas com quem se negocia, que se conheça o assunto objeto

da negociação, assim como as técnicas de negociação, e o líder negociador devem possuir tais

habilidades. Com base nessas habilidades, pode-se afirmar que o líder negociador possui

capacidade para lidar adequadamente com os objetivos da organização e com os conflitos

envolvendo as pessoas.

Para Quinn et al. (2003) o líder negociador deve apresentar ideias e saber negociá-las

com eficácia, deve saber que, nas organizações, as ideias só dão certo se as pessoas

envolvidas vislumbrarem benefícios na sua aplicação.

2.3.2 Atributos negativos

Dentre os atributos negativos dos líderes, destacam-se o controle, a intransigência, a

impulsividade, a competitividade.

Toda organização possui em sua estrutura pessoas que têm a responsabilidade pelo

controle da unidade. Se o controle extrapolar os limites da normalidade, está assumindo um

aspecto negativo, inserindo a rigidez na organização. O controle é considerado positivo se o

seu objetivo é de prevenir ou corrigir as atividades propostas pela organização.

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37

Segundo Nogueira (2005) o controle é toda e qualquer ação tomada pela administração

visando atingir metas preestabelecidas. Para Massapina (2008), a necessidade de controle

bloqueia os líderes controladores, tornando-os inflexíveis, mesmo que eles exibam um rigor e

um empenho admirável no trabalho. Portanto, o líder controlador pode contribuir

negativamente para a organização, com mais prejuízos do que soluções.

Segundo definição de Ferreira (2006, p. 488) um indivíduo intransigente é “[...] aquele

que não faz concessão” e intolerância passa ser a sua característica.

Kfouri (2006) aponta sobre os efeitos negativos do líder intransigente nas

organizações:

[...] um líder intransigente pode causar efeitos negativos, levando muitas vezes ao

fracasso grupos inteiros de profissionais. E não por falta de capacidade, talento ou

potencial desses colaboradores, mas por falta de sensibilidade, segurança e espírito

de liderança.

Uma característica do líder intransigente é a falta de compreensão dos efeitos da

sobrecarga de tarefas e a inflexibilidade. Nessas circunstâncias, o líder pode tornar-se uma

ameaça para o sucesso da equipe que comanda.

Para Zago (2009), a ansiedade geralmente conduz à impulsividade e, usualmente,

pessoas ansiosas são pessoas impulsivas. O líder que toma atitudes movido pela

impulsividade age pela emoção, sem racionalizar a situação, o que pode gerar insegurança na

equipe, pois as decisões tomadas pelo líder impulsivo podem não ser as melhores.

Ainda de acordo com Zago (2009) as pessoas impulsivas apresentam algumas

características: falar sem pensar, falar demais, falar muito rápido, apresentar a respiração

acelerada, engolir as palavras, falar mais do que ouvir, estar sempre com pressa e agitada,

expor-se, não procurar o momento adequado de falar, expor-se com as pessoas, conhecidas ou

não, falando demais de si mesma e não possuindo controle de suas emoções.

Segundo Cavalcanti et al. (2006, p. 72), o líder competitivo deve ter habilidade de

perceber as situações de aspectos contrastantes entre eles e lançar mão de competências

contrárias. Ainda, segundo a autora,

Até que o líder possa integrar todos os papéis, dominar as competências, utilizá-las

de forma adequada, há um longo caminho a ser percorrido. É um aprendizado

contínuo, aliado a um processo de transformação, que requer esforço concentrado

para compreender novos conceitos e praticar novas habilidades.

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O líder competitivo apresenta similaridades com o líder controlador. A liderança

competitiva pode gerar bons frutos para a organização desde que o líder exerça a competição

em padrões normais e assim estará provando ser um grande negociador e com certeza estará

apto para vencer os obstáculos que possam surgir. Quando o líder coloca a competição acima

de qualquer coisa, estará competindo, não a favor da organização, mas dele próprio.

2.4 Gestão de biblioteca

A atividade de gestão tem sua importância cada vez mais destacada porque se reflete

em toda a organização. Uma administração em que boas práticas são aplicadas nas tarefas

cotidianas resulta na satisfação dos clientes internos e externos em qualquer organização, pois

clientes internos motivados realizam suas tarefas de forma mais eficiente e eficaz, garantindo,

assim, a qualidade na prestação dos serviços, e consequentemente, a satisfação dos clientes

externos. No caso das bibliotecas, os clientes internos são os membros da equipe que realizam

os serviços, e os clientes externos são os usuários que procuram a instituição com o objetivo

de satisfazerem sua necessidade informacional (SILVEIRA, 2009).

Na atualidade, o bibliotecário atua também como administrador de biblioteca

exercendo a função de gestor, e tem como atribuições organizar, comandar, prever, coordenar

e controlar todas as atividades relacionadas à unidade de informação em que atua. Para

melhor desempenhar seu papel, o bibliotecário deve possuir conhecimentos técnicos e

administrativos que lhe possibilitem manter diretrizes e liderança em sua atividade gerencial,

traçar metas, estabelecer planos e políticas em consonância com as políticas da instituição em

que a unidade de informação está inserida (SILVA, 2005).

Segundo Motta (1998 apud MACIEL; MENDONÇA, 2000, p. 41), “as características

do mundo moderno têm influenciado substancialmente as organizações e vêm alterando as

formas de gestão”. As bibliotecas encontram-se incluídas nesse contexto. Ela deixa de ser

simples armazenadora de informações, e o bibliotecário, de ser um guardador de livros,

assumindo a condição de líder e administrador, tanto de pessoas, quanto de conhecimentos,

adotando uma postura dinâmica, com uma visão de gestão e organização.

O bibliotecário, gestor de uma unidade de informação, trabalha para atingir metas com

a sua equipe, procurando sempre tornar todos motivados e responsáveis pelos resultados,

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alcançados mediante a gestão de recursos tecnológicos, financeiros, físicos e humanos. É

preciso um conhecimento sempre atualizado dos diversos serviços de informações disponíveis

e das organizações que os fornecem, tanto nacionais quanto internacionais, dependendo da

natureza e do objetivo de cada unidade de informação (SILVA, 2005).

O gestor deve ter conhecimento das teorias de administração para poder adequá-las e

aplicá-las nas situações adversas, tanto nos processos de planejamento estratégico e no

desenvolvimento da unidade de informação com recursos tecnológicos, como nas atividades

pertinentes à equipe de trabalho (SILVA, 2005).

Na sua função de gestor, o bibliotecário deve pensar na organização na qual a unidade

de informação está inserida e procurar conciliar o interesse da organização com os da equipe,

a fim de obter resultados positivos de ambas as partes.

A gestão de biblioteca deve ser aprofundada, sendo necessário que haja mais do que

uma simples administração de serviços e atividades, mas, sobretudo que seja difundida a

cultura de uma gestão baseada na construção e no uso do conhecimento de toda equipe,

criando o espaço necessário para a troca de ideias as entre todos os membros da equipe, desde

os estagiários até os bibliotecários de todos os setores (SILVEIRA, 2009).

O gestor de uma biblioteca deve ter desprendimento para enfrentar, assumir e buscar

soluções para os desafios que a informatização impõe. Além disso, faz-se necessário que haja

uma avaliação permanente da própria estrutura da unidade de informação, dos seus processos

organizacionais, dos seus objetivos e da sua coleção. Nesse contexto, o gestor necessita

possuir uma visão dinâmica de toda estrutura funcional e administrativa que compõe uma

unidade de informação, bem como da organização na qual está inserida (SILVA, 2005).

Para Dalberio (2008), origem da palavra gestão advém do latim gestione, cujo

significado é arte de gerir, gerência, administração. Desse modo, gestão é a geração de um

novo modo de administrar uma realidade, sendo, então, por si mesma, democrática, pois

traduz a idéia de comunicação pelo envolvimento coletivo, por meio da discussão e do

diálogo.

Valeriano (1998) afirma que administrar e gerenciar representam as atividades de

planejar, decidir, agir e utilizar os recursos necessários para o alcance de objetivos, enquanto a

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40

gestão se traduz por meio de atividades específicas delegadas pela gerência para serem

desenvolvidas, tais como: gestão da qualidade, gestão da documentação, gestão ambiental,

etc.

Faria (1995, p. 36), aponta a gestão como “um conjunto de práticas gerenciais da

empresa claramente orientada por uma visão do foco no negócio da organização, o qual

determina sua missão, seus valores e sua filosofia.”

Atualmente, a preocupação e as responsabilidades de um gestor de bibliotecas

ultrapassam as questões referentes à formação e ao desenvolvimento de coleções, ou seja, da

administração de recursos financeiros, materiais e humanos. Novas preocupações e novos

desafios surgiram e, dentre eles, destacam-se a necessidade da elaboração de planos

estratégicos organizacionais e a arte de liderar e motivar pessoas em busca da satisfação da

equipe no ambiente de trabalho.

Oliveira (2010, p.17) define planejamento estratégico como,

Processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se

estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau

de interação com os fatores externos - não controláveis - e atuando de forma

inovadora e diferenciada.

O planejamento estratégico prevê ações futuras das decisões tomadas no presente,

permitindo, assim, que a instituição esteja preparada para enfrentar situações adversas que

possam surgir no futuro.

Di Foggi, Coletta e Cristianini (2010, p. 2) explicam que, em se tratando de bibliotecas

universitárias, “o planejamento estratégico de uma biblioteca segue as mesmas normas e

conceitos de uma empresa”, pois embora não vise o lucro econômico, administra recursos

financeiros da própria instituição e verbas recebidas de agências financiadoras de projetos

para aquisição de bibliografias, mobiliários, dentre outros.

Carvalho (2008, p. 2) enfatiza que os gestores necessitam estar conscientes de que as

bibliotecas não são imutáveis e que seu ambiente está em constante modificação e, em razão

disso, considera que “é melhor lidar com algo que há havia sido planejado do que com uma

situação súbita e inesperada.” Evidencia-se assim a importância de um planejamento

estratégico, que trace metas envolvendo toda a equipe nesse processo. A equipe deve ter

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41

consciência da importância do seu trabalho, o que resulta no aproveitamento do potencial de

cada membro e se torna mais fácil alcançar os objetivos propostos, o que viabiliza o processo

de gestão da unidade informacional.

As instituições com e sem fins lucrativos têm buscado novas estratégias de ações para

adentrarem o mercado competitivo que cada vez mais exige qualidade e inovação tecnológica.

Nesse novo cenário, os administradores precisam saber estruturar suas organizações de modo

diferente, com foco voltado para atender ao cliente/usuário. É importante que os gestores

realizem revisões das estruturas de funcionamento de sua organização, com o objetivo de

adequar-se a essas novas tendências organizacionais.

Bandeira et al. (2008), afirmam que a gestão, na verdade, requer que os gestores sejam

muito mais do que meros supervisores de pessoas e que também administrem recursos. O

perfil do novo gestor requer diferentes responsabilidades e prerrogativas, de acordo com as

práticas adotadas pela empresa, atendendo a forma de conduzir os negócios conforme as

exigências do mercado. A visão do gestor abrange todos os aspectos internos e externos da

organização, na qual os recursos necessários para a execução perfeita das tarefas devem ser

distribuídos da melhor forma possível, para aproveitar todas as oportunidades ou resguardar-

se de todo prenúncio de perigo apresentado em determinada situação econômica e política do

mercado. Os autores consideram ser imprescindíveis para o gestor atual estar apto para

perceber, refletir, decidir e agir em condições totalmente diferentes das anteriores, haja vista

que, no contexto administrativo atual, se observam diferentes contatos com uma realidade

complexa, em que os processos necessitam de equipes de áreas diferentes, perfis profissionais

e linguagens diversas. Essas situações apresentam-se cada vez mais e com um número maior

de variáveis de ação.

A gestão de bibliotecas, além da própria atividade bibliotecária, envolve diversos

aspectos relacionados à administração de pessoas e recursos, além das atividades

bibliotecárias e que merecem destaque pela sua importância para o atendimento das

necessidades informacionais dos seus clientes/usuários.

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42

Em relação à gestão de biblioteca, Carvalho (2008, p. 2) afirma:

O bibliotecário precisa estar preparado para administrar a biblioteca de forma que

não acarretem problemas políticos junto à alta administração das instituições as

quais estão inseridas. O que demonstra mais uma vez a necessidade da gestão se

adequar não somente aos objetivos e metas da biblioteca, mas principalmente da

instituição da qual ela pertence.

De acordo com Silveira (2009) a gestão de bibliotecas universitárias é uma atividade

mais complexa, pois não deve atender apenas aos interesses do seu público externo, mas,

sobretudo do seu público interno. Devem atender as expectativas de sua comunidade interna

de trabalhadores, ou seja, de seu diversificado quadro de funcionários, de modo a favorecer a

qualidade de vida e satisfação no ambiente de trabalho, uma vez que a satisfação no ambiente

de trabalho resulta em maior produtividade e melhor desempenho.

2.4.1 Bibliotecário gestor

Para administrar uma biblioteca, independentemente de sua tipologia, é importante que

os bibliotecários conheçam as tendências administrativas, assim como as teorias que as

fundamentam, para que possam ser adaptadas e aplicadas a sua área de atuação. Conforme

ressalta Amaral (1995, p.9):

Além de desenvolver essas habilidades, o bibliotecário deverá conhecer o cenário

onde atua a instituição mantenedora da unidade de informação sob sua

responsabilidade. Desde os aspectos sócio-culturais, econômicos, políticos,

tecnológicos, demográficos e legais relacionados com o meio ambiente geral em

nível macro, como os relativos ao ambiente específico em que atua a instituição e o

próprio ambiente interno, tudo deve ser estudado. De igual importância é o

conhecimento da cultura organizacional da instituição. O envolvimento do

bibliotecário com esse cenário concorrerá para a compreensão do comportamento

das pessoas com as quais ele se relacionará e o ajudarão na tomada de decisão,

facilitando sua atuação pró-ativa.

Para Carbone (1992) o gestor pode assumir os mais variados papéis que a situação

exigir. Em alguns, ele é um chefe enérgico, em outros, ele é brando e democrático. Em certos

momentos ele delega, em outros, determina. Em algumas situações procura compartilhar, em

outras, procura convencer. Em casos específicos, mostra-se ativo, participativo, e em outros,

desaparece por algum tempo, mostrando-se distante e ausente. Tudo depende das

circunstâncias, que orientam o gerente na escolha da “forma” a ser empregada, uma vez que

há sempre um “estilo” mais adequado para cada situação.

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43

O bibliotecário gestor tende a lidar com as atitudes individuais e com as de grupo,

fazendo que todos desempenhem bem o seu papel para atingir o objetivo final, que é a

satisfação das necessidades informacionais dos clientes/usuários.

O bibliotecário gestor precisa ter a capacidade de perceber e explorar o potencial

humano de cada indivíduo, para que os colaboradores possam ter uma visão sistêmica do

ambiente interno em que trabalha e como suas ações influenciam os demais setores da

unidade de informação (ALMEIDA, 2005).

O bibliotecário gestor deve adotar uma administração estratégica que se preocupe com

o ambiente externo e esteja em constante processo de qualificação visando acompanhar ou até

mesmo antecipar as mudanças que se tornam cada vez mais rápidas e, assim, poder colaborar

para que a organização na qual a biblioteca está inserida esteja em condições de competir

com as demais organizações. Trata-se não somente de permanecer no mercado como de

também ter condições de crescimento (MACIEL; MENDONÇA, 2000).

O bibliotecário gestor deve ter um comprometimento no tocante à busca por alianças e

parcerias, valorização dos profissionais, gestão democrática, fortalecimento e modernização

do processo decisório, racionalização e produtividade do sistema.

Para exercer a função de gestor, o bibliotecário deve desenvolver atividades voltadas

para a gestão do conhecimento, da informação, de recursos humanos (RH), e também exercer

as funções técnicas exigidas pelo seu cargo. Para Motta (1991, p. 27), “o vício no pensamento

excessivamente técnico, restrito a uma área ou profissão pode ser uma desvantagem para o

exercício da função gerencial.”

Tarapanoff (2000, p. 37) afirma que em relação às habilidades de gestão envolvendo a

tomada de decisão o bibliotecário deve:

[...] trabalhar com a informação, interpretando os dados, transformando-os em

conhecimento com valor agregado para a tomada de decisão na organização, ou para

atender necessidades informacionais de pesquisadores, e ainda de qualquer tipo de

usuário.

Maciel e Mendonça (2000) destacam que as funções informacionais estão ligadas às

informações recebidas e recolhidas pelo gestor, com o objetivo de inteirar-se dos fatos que

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44

ocorrem na organização e, posteriormente, transmiti-las aos seus subordinados. Ao exercer as

funções informacionais, o gestor representa os papéis de:

a) monitor - o bibliotecário gestor deve obter informações relacionadas a novos fatos,

eventos, bem como informações sobre mudanças na legislação (de interesse da organização);

cursos e treinamentos de interesse para seus subordinados, dentre outros;

b) disseminador - o bibliotecário gestor deve disseminar as informações recolhidas,

de acordo com o interesse de seus subordinados, de seus superiores e usuários;

c) porta-voz - o bibliotecário gestor é a pessoa que deve falar em nome da

organização.

Ainda, segundo Maciel e Mendonça (2000), em relação às funções decisórias o

bibliotecário gestor necessita assumir papéis variados, tais como os de:

a) empreendedor, que propõe projetos e ideias para a melhoria dos serviços prestados

pela biblioteca;

b) conciliador, que concilia as pressões internas e externas à biblioteca, amenizando

conflitos;

c) alocador de recursos, com capacidade de distribuir adequadamente os recursos em

sua unidade;

d) negociador, que interage com superiores, subordinados, usuários e agências

financiadoras para captar recursos para a biblioteca.

Vale ressaltar que os papéis exercidos pelo bibliotecário gestor nas funções gerenciais

são integrados, isto é, fica difícil separar o negociador do monitor ou o empreendedor do

disseminador. Na visão clássica também os papéis não são estanques: o gestor alterna os

papéis e o bibliotecário pode representar vários ao mesmo tempo (MACIEL; MENDONÇA,

2000).

No que se refere ao exercício profissional do bibliotecário, Valentim (2008) explicita

que, para ser um profissional da informação criativo, é preciso dispor de tempo para leitura de

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45

artigos e livros científicos das áreas da Ciência da Informação, da Administração, do

Marketing, dentre outros, com o intuito de conhecer as novidades sobre conceitos,

pensamentos, correntes e tendências futuras. Além de ter uma atitude comunicativa, deve

interagir com seus pares, para troca, compartilhamento e socialização do conhecimento,

gerando novas experiências, possibilitando, dessa forma, ampliar a visão de trabalho.

Ainda, segundo Valentim (2000) o bibliotecário gestor deve estar capacitado para:

a) tratar, como objeto de trabalho, a informação de maneira ampla;

b) trabalhar de forma globalizada e regionalizada, ou seja, pensar globalmente e agir

localmente;

c) conhecer e utilizar as tecnologias de informação;

d) levar para o cotidiano de trabalho as técnicas administrativas modernas, como a

administração por projetos;

e) criar e planejar produtos e serviços informacionais visando o cliente/usuário;

f) planejar sistemas de custos para cobrança dos serviços e produtos informacionais

com valor agregado;

g) trabalhar de forma integrada, relacionando formatos eletrônicos e digitais à

telecomunicação, possibilitando o acesso local e remoto;

h) reestruturar a estrutura organizacional da unidade de informação de forma a

contemplar o cliente/usuário;

i) disponibilizar sistemas que possibilitem a avaliação contínua e sua melhoria;

j) estudar sistemas especialistas e inteligência artificial, de forma que essas

ferramentas ajudem os processos repetitivos da unidade de informação.

Silveira (2009) apresenta algumas responsabilidades referentes aos bibliotecários

gestores. Eles devem possuir conhecimentos diferenciais e estar qualificados para atuar em

áreas fundamentais para o crescimento das bibliotecas, sobretudo no que se refere ao

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46

planejamento organizacional e financeiro, bem como de recursos físicos e humanos. Devem

também assumir a responsabilidade pelo gerenciamento das atividades referentes à formação

e ao desenvolvimento de coleções, processamento técnico dos recursos informacionais,

introdução de novas tecnologias e de novos métodos que facilitem o trabalho bibliotecário, o

acesso à informação e planejamento de ações para educação de usuários quanto ao uso da

biblioteca e dos seus recursos de informação.

Segundo Boog (2004) as atividades gerenciais típicas dos gestores são:

a) administração de recursos;

b) programação das atividades a serem desenvolvidas;

c) programação do futuro;

d) cumprimento de metas;

e) organização de sua área de trabalho;

f) alocação de recursos materiais, técnicos e humanos;

g) liderança de uma equipe;

h) disponibilidade para ouvir sua equipe;

i) motivação dos subordinados;

j) defesa dos interesses de sua área de trabalho;

k) integração com os outros departamentos;

l) atenção ao que ocorre fora da organização;

m) comunicação adequada;

n) verificação do progresso no cumprimento de metas;

o) elaboração de relatórios;

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p) eliminação da “burocracia”;

q) tomada de decisões certas e no momento oportuno;

r) adoção de medidas corretivas, quando necessário,etc.

Para Baptista (2002, p. 3-4), o gestor de bibliotecas deve desenvolver não somente

habilidades e competências gerenciais, mas também qualidades de caráter pessoal e

intelectual, tais como:

Saber encontrar as informações; ser comunicativo; compartilhar informações com os

demais colegas; saber negociar e intermediar; dar suporte à tomada de decisão; ter

responsabilidade e compromisso ético com a instituição, apreciar desafios, ter

curiosidade, identificar oportunidade e ser reflexivo nas suas atividades.

Segundo Maciel e Mendonça (2000, p. 41) “[...] o processo de administração de uma

biblioteca no contexto mutante e economicamente instável que ora se atravessa, exige dos

bibliotecários conhecimentos e habilidades diversas”.

Ferreira (2003, p. 48) realizou um estudo sobre o perfil do profissional da informação

(bibliotecário) conforme opinião de doze empresas de consultoria de recursos humanos e

concluiu que o mercado não conhece as potencialidades desses profissionais, e não divulgam

as suas capacidades. Conforme cita o autor,

Portanto, o mercado reconhece a necessidade e o valor da informação, a necessidade

de habilidades e competências para se trabalhar com a informação, a

interdisciplinaridade do processo de gestão do conhecimento, identificando as

funções para desenvolver essa prática, mas não percebe que essas funções são

específicas da ciência da informação. A explicação para isso é que a área da ciência

da informação ainda não foi "apresentada" devidamente ao mercado, ou seja, o

próprio profissional não teve formação para fazer esse papel de divulgador de sua

área de atuação. Tal fato se deve à velocidade com que ocorrem as mudanças

relacionadas à área, o que muitas vezes o próprio profissional não percebe, e,

também, à grande dificuldade de divulgar uma profissão que possua, diante de seu

conjunto, atividades abstratas, como, por exemplo, o trabalho com o conhecimento.

Pelissari, Vanalle e Gonzalez (2006) afirmam que, para uma boa formação de gestão,

faz-se necessário a aquisição de habilidades, além de opções para a pessoa em termos de

carreira e de vida. As habilidades adquiridas pelo gestor facilitam a execução de suas tarefas,

enriquecendo sua compreensão diante da vida. Significa que pessoas com melhores

conhecimentos e com habilidades desenvolvidas tornam-se autoconfiantes e contribuem para

a criação de um clima organizacional seguro. Para autores,

Page 51: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

48

As mudanças vêm ocorrendo num ritmo tão vertiginoso que se torna difícil assimilá-

las por completo, configurando-se em novos e inusitados cenários, tanto para as

pessoas, quanto para as organizações. É um movimento contínuo com características

comuns como: rapidez nas transformações, incertezas, mas também, muitas

oportunidades. Fazendo frente a essas exigências atuais, o gestor precisa aprender

novos modos de gerenciar e estimular um espírito de equipe em que todos

contribuam com seus conhecimentos (PELISSARI; VANALLE; GONZALES,

2006, p. 4).

O desempenho do bibliotecário em áreas especializadas, como organizações

empresariais, exige que ele seja um especialista na área de conhecimento em que, além de um

conhecedor de técnicas e tecnologias avançadas de tratamento da informação, um gestor

efetivo, um líder para enfrentar as mudanças.

Segundo Santos (2000, p. 113-114), o moderno profissional da informação (MIP)

necessita “ser um gestor efetivo, ou seja, estar preparado para a mudança sempre, pode

sintetizar a principal característica de um MIP”.

É importante ressaltar que as mudanças tecnológicas ocorridas após a década de 1990

e, consequentemente, a implementação de novas tecnologias da informação vêm modificando

os serviços meios e as atividades fins das bibliotecas, provocando, assim um novo

comportamento organizacional e a necessidade de bibliotecários que exerçam a função de

gestores se adaptarem a esse novo cenário, pois as novas tecnologias provocam mudanças

tanto na distribuição dos serviços como também na criação de novos serviços e, ainda, na

redefinição de algumas funções, influenciando relacionamentos interpessoais, repercutindo

seriamente na estrutura organizacional. Para ter um gerenciamento bem-sucedido, o gestor

necessita de um aprendizado contínuo e um foco nas mudanças, sendo necessário que

desenvolva novas habilidades e atitudes em relação ao acompanhamento e à orientação de sua

equipe de trabalho (MACIEL; MENDONÇA, 2000).

Segundo Silva (2005) o gestor de uma unidade de informação deve possuir as

seguintes competências e habilidades:

a) empreendedorismo - deve estar sempre em alerta quanto as necessidade da

unidade de informação e de sua equipe, procurando direcionar os esforços de sua equipe no

planejamento e execução de novos projetos que tragam excelência à prestação de serviços;

Page 52: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

49

b) liderança - ao liderar a equipe o bibliotecário deve formular e aplicar os objetivos

da unidade de informação; necessita coordenar os processos de rotina e as estratégias para a

geração de novos resultados com o envolvimento de toda equipe, acompanhando e avaliando

todas as etapas das metas a serem atingidas e dando feedback para a equipe sobre os

resultados, podendo, assim, atingir os resultados propostos;

c) planejamento – o gestor deve elaborar com a equipe o planejamento e metodologia

para o cumprimento das metas;

d) focar nos objetivos dos usuários/clientes – o gestor bibliotecário deve criar e

manter, com a equipe a cultura segundo a qual todos os serviços desenvolvidos são realizados

para os usuários/clientes, independentemente da especialidade desenvolvida pelo bibliotecário

ou pela equipe;

e) alocação de recursos - o gestor deve ser um excelente negociador para administrar

o orçamento de uma unidade de informação e monitorar a necessidade de novos recursos para

o seu desenvolvimento;

f) disseminação de informações - o gestor deve comunicar a toda equipe as

informações pertinentes para a execução de suas atividades;

g) monitoramento das atividades - o gestor deve avaliar as necessidades da unidade

de informação, dar suporte para execução de tarefas da equipe, fiscalizar a qualidade do

trabalho, cumprimento de prazos e motivação da equipe;

h) relações públicas - o gestor deve conhecer todas as atividades da unidade de

informação que gerencia para negociar com os fornecedores, e representá-la sempre que for

necessário;

i) controle de distúrbios: - o gestor deve solucionar os eventuais conflitos entre a

equipe ou reclamações de usuários/clientes que transcendam a capacidade de negociação com

os atendentes;

j) avaliação de desempenhos - o gestor deve manter a equipe informada sobre o papel

e o desempenho de cada integrante;

Page 53: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

50

l) delegação de tarefas - para administrar uma unidade de informação, o gestor

precisa saber delegar tarefas, e para tal, precisa saber explicar aonde se quer chegar; o diálogo

é imprescindível para que não haja mal entendido;

m) exemplo para sua equipe - a equipe segue o exemplo de seus gestores, que

determinam o tom e os padrões; o gestor da unidade de informação deve dar o exemplo, e, é

inovador e criativo, o seu perfil servirá de inspiração para a equipe.

Para que o bibliotecário gestor possa atingir os objetivos propostos, faz-se necessário

que possua flexibilidade, criatividade, experiência e que esteja em constante atualização, além

de procurar se especializar na arte de liderar e motivar as pessoas, a fim de atingir maior

produtividade, desempenho e qualidade nos serviços prestados por sua equipe de trabalho. O

gestor deve ainda promover uma gestão moderna, com uma visão centrada no ser humano,

como um sistema aberto, participativo, no qual as responsabilidades são compartilhadas, e

que esteja voltado para interação com meio o ambiente e apresentar características de

administração estratégica, flexibilidade na hierarquia da unidade, trabalhando em equipe e

deve possuir uma visão sistêmica da realidade, ampliando a capacidade organizacional de sua

unidade de informação inovando sempre e trabalhando com as equipes, evitando separar os

que definem as ações dos que as executam, pois o processo é sistêmico, e a soma dos

indivíduos é que faz o diferencial (CARVALHO, 2008).

A gestão estratégica e participativa, a inovação e a criatividade são os meios que

devem ser utilizados pelos bibliotecários gestores para garantia de melhor uso de seus

recursos, a serem traduzidos em melhores indicadores de qualidade e de produtividade

(NASCIMENTO; COUTO; BASTOS, 2000).

Segundo Carvalho (2008), o bibliotecário gestor deve entender que não basta ser um

líder eficiente, precisa, sobretudo ser eficaz, pois precisa compor a sua equipe, treiná-la,

capacitá-la para que ela desenvolva um trabalho com excelência. O gestor necessita também

pensar no planejamento da biblioteca e especialmente, interagir com as equipes. Outro

aspecto que deve ser observado é que o bibliotecário gestor líder deve rever sempre as metas e

estratégias do planejamento, motivar pessoas, monitorá-las e averiguar o nível de desempenho

de cada indivíduo. É fundamental que tenha claro que liderança é a atividade de influenciar

pessoas, fazendo-as empenhar-se voluntariamente para atingir objetivos de grupo.

Page 54: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

51

O bibliotecário gestor deve procurar adotar a administração estratégica, preocupando-

se com o ambiente externo, desenvolvendo capacitações que permitam melhor entender o

ambiente tanto no presente, quanto em suas possíveis evoluções no futuro. A preocupação

com a visão de longo prazo é essencial para construir o futuro da organização, e assim, estar

preparado para as mudanças ou até mesmo antecipar-se a essas mudanças. Cabe ao

bibliotecário gestor identificar se sua equipe conta com pessoas capacitadas para atender às

necessidades tanto no âmbito da biblioteca quanto aos usuários/clientes, para isso, deve

considerar em seu planejamento a gestão de pessoas com enfoque na liderança e no trabalho

com equipes motivadas e capacitadas. (MACIEL; MENDONÇA, 2000).

O bibliotecário gestor deve procurar desenvolver uma gestão participativa, inovadora,

e para isso deve constantemente buscar seu autodesenvolvimento, o desenvolvimento da

equipe e o desenvolvimento organizacional. Deve também assumir as mais variadas

atribuições que a situação impuser. Em algumas situações, ele deve ser enérgico, e em outras,

flexível e democrática. Em alguns momentos, deve procurar compartilhar, em outros

convencer. Em situações específicas, deve mostrar-se ativo, participante, e, em outras, deve

desaparecer por algum tempo, demonstrando estar distante e ausente. As circunstâncias

devem orientar o gestor na escolha do estilo mais adequado para cada situação (CARBONE,

1992).

2.4.2 Bibliotecário líder

Atualmente, as organizações buscam a competitividade, em um ambiente em que a

concorrência é cada vez mais acirrada, e o usuário/cliente cada vez mais exigente. As

organizações mais bem-sucedidas são as que usam com eficácia diversos recursos, dentre

eles, o trabalho em equipe, e que promove a integração da produtividade com a qualidade. Os

novos modelos de organizações de sucesso têm o seu foco no ser humano.

Líder é aquele indivíduo que atinge resultados com pessoas e com inovação. O líder é

admirado pelos seus liderados e esse é o diferencial entre ser chefe e ser líder.

De acordo com Moscovici (1998), o líder é a pessoa em um grupo à qual foi atribuída,

formal ou informalmente, uma posição de responsabilidade para dirigir e coordenar

Page 55: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

52

determinadas atividades. Além de coordenar atividades, o líder também coordena pessoas e é

o principal responsável pelos resultados advindos de sua influência.

No contexto atual o mercado de trabalho tem exigido do profissional bibliotecário

habilidades gerenciais. Diante desse novo cenário, o profissional bibliotecário deve estar

capacitado para que possa desenvolver suas atividades cada vez mais com foco em gestão e

liderança, pois sua capacidade de liderança é testada toda vez em que, gerenciar, liderar,

planejar, motivar, treinar, decidir, delegar, orientar, avaliar, exigir, aconselhar, formar,

contratar, demitir, etc. (SILVA, 2005).

Segundo Boog (2004), as organizações buscam líderes com as seguintes

características:

a) ser convincente e persuasivo - os resultados são atingidos por convencimento;

b) ser seguro - mostrar firmeza e segurança em suas decisões e ações;

c) tomar a iniciativa e aproveitar oportunidades - ser inovador, sair na frente, saber

aproveitar a oportunidade no tempo certo;

d) ser assertivo - ser convincente ao defender suas posições;

e) usar o apoio dos liderados - identificar as competências dos membros da equipe e

usá-las;

f) confiar nos liderados - construir a confiança nos liderados com base sólida;

g) promover o aprendizado - repassar as informações aos liderados de forma

sistemática e estimular o aprendizado;

h) ajudar os liderados a superar os medos - promover a superação dos obstáculos

diante das inovações;

i) ter competências técnicas - ser capaz de orientar adequadamente a equipe na

realização das tarefas;

j) ter sensibilidade de conhecer as pessoas - conhecer e interpretar a “alma” humana;

Page 56: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

53

l) estabelecer e atingir objetivos - estabelecer metas para cumprimento dos objetivos.

Pereira e Braga (2008) afirmam que o líder, no interior de uma organização é a ligação

que interfere no desempenho da informação e da comunicação, uma vez que ele pode ser

considerado o identificador em o comunicador de valores coletivos, em razão de, na maior

parte do tempo, ouvir, movendo equipes e a autonomia que privilegia o uso da habilidade,

talento e criatividade, na resolução de problemas dos usuários/clientes, assim como na busca

de resultados melhores, necessários para o desempenho eficiente e eficaz no atendimento das

demandas do cliente.

Novaes (2007) afirma que geralmente o líder é identificado por seu carisma, sempre

com um traço vitorioso, vivaz, afirmativo e, ao mesmo tempo, suave e doce ou severo e

agressivo. O líder é aquele que vislumbra uma visão, e decididamente a busca, fazendo que

ela ressoe na alma das pessoas. O líder preocupa-se com as pessoas, com as relações

interpessoais, ao passo que o chefe se preocupa com a condução das pessoas dando

significação ao trabalho. Na atualidade, não basta ser chefe, é necessário ser um líder. E para

ser um gestor de qualidade, no atual contexto, são imprescindíveis não apenas as

competências do chefe, mas também e, sobretudo, as do líder.

Várias são as formas de caracterizar a atuação do bibliotecário como líder da equipe

que gerencia. Para Maciel e Mendonça (2000) os bibliotecários são os gerentes de biblioteca,

Na opinião de Baptista (2002), esses profissionais são gestores de biblioteca, e, segundo

Ferreira e Oliveira (1989), os bibliotecários são administradores de bibliotecas.

De acordo com Fielden (1993 apud SILVA, 2009), a administração de bibliotecas está

se tornando cada vez mais complexa, tanto política quanto tecnicamente, exigindo alto nível

de habilidades de gestão.

Cabe ao bibliotecário reconhecer as novas demandas que o mercado de trabalho exige

e se adaptar, pois conforme Grandi (1982, p. 7) “[...] as exigências científica e tecnológica

levaram os responsáveis pelos serviços bibliotecários a uma avaliação e revisão dos objetivos,

métodos e desempenhos adotados, no sentido de se adequarem à nova situação.”

Page 57: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

54

Conforme Oliveira (2000, p. 31),

[...] se por um lado, a profissão reconhece a necessidade não só da aplicação de

técnica e conhecimentos administrativos em bibliotecas, ela também vem, ao longo

do tempo denunciando a inadequação do programa acadêmico dos profissionais para

assumirem funções gerenciais de suas bibliotecas.

Para Safford (1988, p.20, apud SILVA, 2009) “[...] mesmo nas bibliotecas com um

profissional apenas, uma parte significativa do tempo do diretor deve ser voltado para as

responsabilidades de gestão”.

De acordo com Guimarães (1996) para que os bibliotecários possam ter atitude

gerencial, devem “[...] saber planejar racionalizando procedimentos e gastos, buscando e

compartilhando recursos, estabelecendo parcerias e integrando sua biblioteca a sistemas mais

amplos”.

Ferreira e Oliveira (1989) assinalam que o futuro das habilidades e competências no

processo de administrar bibliotecas distancia-se cada vez mais das atividades técnicas. Esse

novo paradigma gerencial centra-se em:

a) tomar decisões;

b) buscar, no meio ambiente, formas e meios de melhorar o desempenho e alcançar

os objetivos da biblioteca;

c) antecipar novas direções de trabalho;

d) elaborar planos de ação e relatórios;

e) estabelecer comunicação com dirigentes e subordinados;

f) lidar com atividades de grupos.

Segundo Silva (2005, p. 47), uma das principais funções do coordenador e líder de

uma biblioteca é a de formar equipes integradas harmônicas e coesas, e,

O papel de líder e a garantia de continuidade, tanto em relação à eficiência quanto à

eficácia de seu grupo e essa tarefa deve ser exercida todos os dias,

independentemente de uma biblioteca possuir um programa de qualidade ou não,

embora, sua implantação, facilite muito a união da equipe em torno de um propósito

comum.

Page 58: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

55

Ainda de acordo com o autor citado, a liderança de uma equipe requer competência

para formular e aplicar os objetivos da biblioteca.

O bibliotecário líder deve observar constantemente o comportamento pessoal e

profissional de seus colaboradores, objetivando identificar os pontos fortes e os fracos de cada

indivíduo, buscando melhorias contínuas, tanto no aspecto técnico quanto no comportamental.

O bibliotecário líder deve auxiliar seus colaboradores a encararem a realidade e mobilizá-los

para que promovam mudanças, para que se despertem para novos desafios que surgem a cada

dia. O processo construído no dia a dia mediante o relacionamento entre líderes e liderados

exige esforço, dedicação e atitude de ambas as partes, na busca de um objetivo comum.

Para Oliveira et al. (2000), a função de líder do gerente é considerada decisiva para o

sucesso ou fracasso da organização. O novo paradigma gerencial envolve a descentralização

da gestão, e o gerente age então como um facilitador em um processo de obter resultados. No

entanto, para os autores,

O gerente é um ser humano, com origens e valores morais, que leva a certo

comportamento de acordo com sua formação de caráter e também de acordo com as

condições estruturais que ele possui. Dessa forma, existem gerentes: reativos,

proativos, autocráticos, democráticos, liberais, entre outros. A formação acadêmica

do gerente também influencia seu estilo de gestão (OLIVEIRA et al., 2000, p. 14).

Também conforme os autores, o líder deve possuir “[...] vasta cultura geral, facilidade

de trabalhar em equipe, ser autoconfiante, comprometer-se com o que faz, liderar pelo

exemplo e pelo carisma.” A gestão do terceiro milênio também exige trabalho em equipes

interdisciplinares, e o gerente deve estar preparado para compartilhar informações, com

capacidade de comunicação formal e informal.

Em relação aos estilos gerenciais adotados pelo profissional bibliotecário, Corte (1988,

p. 99) analisou a função gerencial pela caracterização de algumas atividades, atitudes e

comportamento desses profissionais. Referindo-se ao comportamento, para a autora, os

bibliotecários são,

Percebe-se ainda uma atitude insegura e retraída do bibliotecário. Face a provável

não conscientização da importância da sua função, da responsabilidade de sua

missão e do campo de trabalho que está à sua frente, é necessário conscientizar-se de

que é um profissional da informação que tem competência (se não, pode

desenvolvê-la) para efetua grandes negociações.

Page 59: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

56

Para Soares (2007) as funções interpessoais assumidas pelo bibliotecário gestor são:

a) as de representante da organização - recepção a visitantes e funcionários novos,

participação em solenidades;

b) líder - responsável pelos seus subordinados, o gerente deve incumbir-se do

treinamento, incentivos e esclarecimentos para sua equipe sobre os objetivos da organização;

c) realizador de contatos - estabelecimento de uma rede de contatos dentro e fora da

biblioteca, como por exemplo, com superiores e representantes de entidades organizacionais.

Lira e Jovanovich (2004) realizaram um estudo sobre o estilo de liderança dos

bibliotecários segundo a ótica dos subordinados e autoavaliação dos líderes. As autoras

basearam-se em estilos autocráticos, democrático e liberal (laissez-faire) e concluíram que: o

estilo de lideranças das chefias de bibliotecas é o estilo democrático.

O bibliotecário líder deve estar capacitado para administrar os recursos

informacionais, com habilidade exigida para melhor satisfação das necessidades de

informação dos seus usuários/clientes. Deve liderar sua unidade de informação, visando

sempre o ser humano, utilizando métodos abertos, participativos e com corresponsabilidades.

Deve interagir com o meio externo e apresentar características de administração estratégica,

flexibilidade na hierarquia do setor, desempenhar controle sobre resultados, trabalhar em

equipe, de forma partilhada, possuir uma visão sistêmica da realidade, para aumentar a

capacidade organizacional de sua unidade de informação, criando e inovando (SILVA, 2005).

A atividade do bibliotecário líder envolve mais que determinação. É necessário que ele

tenha visão, comprometimento, comunicação, integridade, realidade e intuição. Ele deve ser

acima de tudo um visionário, permitir-se prever o futuro e se comprometer com isso. O

comprometimento cria responsabilidade, poder e confiança, proporcionando que as metas

estabelecidas sejam cumpridas.

O bibliotecário líder deve usar a comunicação como um fator de grande importância

no exercício da liderança o que significa manter seus colaboradores informados, dando e

recebendo feedback adequados, explicando decisões com franqueza e de forma clara. Deve

também expressar claramente as crenças e os valores do ambiente em que atua. O

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57

bibliotecário deve transmitir uma direção firme, envolvendo seus colaboradores em um

objetivo único e criando um clima de confiança que possibilite a troca de feedback,

proporcionando um clima de cooperação no qual a crítica é vista como uma forma de

crescimento interpessoal (SILVA, 2005).

Uma boa comunicação com mensagens claras, sem incompreensões e interpretações

equivocadas, contribui para que as pessoas trabalhem produtivamente e de forma harmoniosa.

Em razão disso, é necessário que o bibliotecário trabalhe com informações fidedignas para

que possa tomar decisões certas.

Segundo Silva (2005), o bibliotecário líder deve preocupar-se com a produtividade,

levando em conta os processos produtivos e os interesses pessoais dos seus subordinados,

assim como também os da organização na qual está inserida, pois, assim, os objetivos

pessoais e os da organização serão atingidos eficientemente.

O bibliotecário deve procurar formar equipes integradas, harmônicas e coesas. Esse é

o principal papel do líder e uma garantia de continuidade, tanto em relação à eficiência quanto

à eficácia de sua equipe, e essa tarefa deve que ser exercida todos os dias, independentemente

do tipo de organização na qual ele esteja inserido. Manter a equipe motivada, integrada e

criativa é a missão de uma gestão verdadeiramente líder e eficaz.

O bibliotecário líder, com seu poder de influência, pode influenciar sua equipe para

atitudes inovadoras e renovadoras, sendo fundamental transmitir confiança, tranqüilidade e

ponderação possibilitando, dessa forma, mudanças organizacionais. A busca de novos

aprendizados faz que o líder adote atitude comportamental de abertura e de bom

relacionamento com sua equipe. Essa aprendizagem inovadora possibilita o preparo das

organizações para as novas situações, proporcionando as modificações e resoluções de

problemas, mas, para que isso ocorra, é fundamental que o líder estimule o desenvolvimento

do potencial humano de sua equipe (SILVA, 2005).

O bibliotecário líder bem-sucedido é aquele que procura compreender a si próprio, os

indivíduos e a equipe que está liderando, a instituição em que sua unidade de informação está

inserida e o ambiente social no qual atua. Deve ainda procurar seguir um estilo de liderança

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58

que o habilite a influenciar sua equipe para atingir as metas da organização em que a unidade

de informação está inserida bem como da própria unidade em que atua.

Na atualidade, já se aceita que “mudanças são inevitáveis”. E um desafio para o gestor

é tornar-se um líder de mudanças. Segundo Drucker (2001) para tornar-se um líder de

mudanças, é necessário disposição e capacidade acerca do que já está sendo feito, bem como

para fazer coisas novas e diferentes. De acordo com o autor para fazer o presente e criar o

futuro são necessárias as seguintes políticas:

a) abandono do ontem – deixar de comprometer os recursos com o que não mais

produz resultados e liberá-los para novas frentes;

b) aperfeiçoamento organizado – o que a empresa faz, interna e externamente,

necessita ser aperfeiçoado de forma sistemática e contínua;

c) exploração do sucesso - as instituições que foram bem sucedidas devem explorar

os próprios sucessos e construir as mudanças sobre eles;

d) criação de mudanças – o líder de mudanças deve introduzir na organização uma

política sistemática de inovação, ou seja, uma política para criar mudanças.

De acordo com Drucker (2001) sem essas políticas, nenhuma organização pode ser

uma inovadora de sucesso, pois a principal razão do sucesso é que uma política de inovação

sistemática produz a mentalidade que contribui para que a organização seja líder de

mudanças. A política de inovação sistemática faz que a organização perceba mudanças como

oportunidades.

Em um contexto em que as mudanças são constantes, inevitáveis e turbulentas, é

necessário que haja líderes que promovam mudanças e gestão eficaz e eficiente de pessoas,

visando o equilíbrio entre os objetivos pessoais e organizacionais.

2.5 Contextualização da temática abordada

Na década de 1980, Goiás vivenciou um amplo processo expansionista na educação

superior, marcado pela criação de novas autarquias estaduais, fundações municipais e

instituições isoladas de educação superior privada. Tal processo foi caracterizado pela

Page 62: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

59

interiorização da educação superior no estado, sobretudo, nas regiões Sul, Sudeste, Sudoeste e

Oeste Goiano.

A partir da segunda metade de 1990, na educação superior privada em Goiás houve

expansão também extremamente significativa propiciada pela abertura de novas instituições,

de novos cursos, interiorização das instituições de ensino superior (IES) 1.

Na década de 1990, a educação superior em Goiás, vinculada às alterações decorrentes

da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) e de uma sucessão

de atos e políticas educacionais para o setor, consubstanciadas em decretos, portarias,

resoluções da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educacão (SESu) e do Conselho

Nacional de Educação (CNE). No estado, estabeleceram-se ainda legislações especificas, tais

como a Lei n° 26/98 que regulamentou o Sistema Educativo de Goiás e ações do Conselho

Estadual de Educação (CEE), caracterizando um processo de expansão e de interiorização da

educação superior nos setores públicos e privados, em consonância ao movimento nacional

para o setor.2

Com a implementação da LDBN, Lei nº. 9.394/1996, ocorrida na década de 1990, o

Ministério da Educação (MEC) teve maior flexibilidade na concessão de funcionamento de

novas instituições de ensino superior no Brasil. Com a LDBN surgiu também o financiamento

proporcionado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), para a abertura de

novas instituições de ensino superior (IES) privadas (BARREYRO, 2008).

Em Goiás, houve uma multiplicação de IES privadas, a exemplo do que ocorrera em

outros estados brasileiros. O fator motivador para abertura de novas IES foi à flexibilidade

promovida pela legislação que possibilitou a dissociação entre ensino, pesquisa e extensão, a

possibilidade de criação de novas modalidades de IES, permitindo a abertura de centros

universitários, faculdades integradas, faculdades isoladas; bem como de novas modalidades

de cursos tecnológicos e sequenciais. A “mercantilização” da educação superior provocou a

expansão da oferta de novas IES e de novos cursos (BARREYRO, 2008).

1Disponível em: < http://www.sectec.go.gov.br/portal/?page_id=327>. Acesso em: 20 jan. 2012. 2 Disponível em: < http://www.sectec.go.gov.br/portal/?page_id=327>. Acesso em: 20 jan. 2012.

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60

2.5.1 Panorama geral das bibliotecas de Goiânia

Os dados apresentados a seguir estão baseados em informações contidas nos sites do

Ministério da Educação (MEC), da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás

(Sectec), do Conselho Regional de Biblioteconomia 1ª Região (CRB1), da Associação dos

Bibliotecários de Goiás (ABG) e nos sites de outras instituições, órgãos públicos e empresas

nas quais as unidades de informação estão inseridas.

Dados obtidos pelo levantamento realizado pelo CRB-1 (2008) sobre os tipos de

bibliotecas que se encontram nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e

Distrito Federal, apontam os seguintes tipos na cidade de Goiânia:

a) bibliotecas universitárias particulares;

b) bibliotecas universitárias públicas;

c) bibliotecas escolares particulares;

d) bibliotecas escolares públicas;

e) bibliotecas especializadas, governamentais, poder judiciário;

f) bibliotecas especializadas empresariais;

g) bibliotecas públicas;

h) bibliotecas particulares.

2.5.2 Tipos de bibliotecas abordadas na pesquisa

2.5.2.1 Bibliotecas universitárias

São as bibliotecas sem fins lucrativos. Não são organizações autônomas, mas

dependentes de uma organização maior – a universidade – e, portanto, sujeitas a receberem

influências externas e internas do ambiente que as cercam. Essas bibliotecas, em razão de seus

serviços e produtos, dão suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão, caracterizando-

se como um dos principais pilares do ensino-aprendizagem da universidade em que está

inserida.

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61

As bibliotecas universitárias são conceituadas tradicionalmente como bibliotecas de

instituições de ensino superior (IES), destinadas a suprir as necessidades informacionais da

comunidade acadêmica, no desempenho de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão

(CARVALHO, 1981).

Silveira (2009, p. 127) expõe que “as bibliotecas universitárias são agências sociais

criadas para fomentar o alcance de atividades fim das universidades” e que, portanto, “devem

empenhar-se para alcançarem objetivos e cumprir metas organizacionais e sociais

relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão”.

2.5.2.2 Bibliotecas públicas municipais e estaduais

As bibliotecas públicas municipais e estaduais são mantidas por órgãos públicos –

municipais ou estaduais. Possui um acervo generalizado, destinando-se à comunidade local ou

regional.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco,

1994) em seu manifesto sobre bibliotecas públicas, define-as como o centro local de

informação, que tornam prontamente acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a

informação de todos os gêneros. Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com

base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião,

nacionalidade, língua ou condição social. Serviços e materiais específicos devem ser postos à

disposição dos utilizadores que, por qualquer razão, não possam usar os serviços e os

materiais correntes, como por exemplo, minorias linguisticas, pessoas deficientes,

hospitalizadas ou reclusas.

Alves et al. (2005) afirmam que a biblioteca pública é também um centro cultural da

comunidade, proporcionando reuniões de pessoas com os mesmos interesses, e, para isso, ela

deve dispor de espaço e material necessários para a realização dos eventos.

A cidade de Goiânia conta com duas bibliotecas municipais e com uma biblioteca

estadual que atendem a comunidade.

Page 65: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

62

2.5.2.3 Bibliotecas especializadas

São aquelas mantidas por órgãos particulares, governamentais e que possuem acervo

composto de assuntos específicos, visando atender a um grupo específico de usuários, tais

como, advogados, médicos, odontólogos, dentre outros.

Esse tipo de biblioteca possui características bastante peculiares que a diferencia das

demais. Das características mais marcantes, podem-se citar: dedicam-se a áreas específicas do

conhecimento, por meio de acervos mais seletivos e atualizados; o foco é voltado para a

informação atualizada, em diferentes formatos, até mesmo o não impresso, visto que o

objetivo é se antecipar às necessidades de seus usuários, cumprindo o seu papel e ocupando o

seu espaço na cadeia de inovação tecnológico-estrutural de orientação por assunto, alinhados

aos objetivos específicos da organização a que serve, para nortear todas as atividades da

biblioteca (VOLPATO, 1999).

Maia et al. (1991) afirmam que as bibliotecas especializadas têm características

peculiares, devendo ser vista como um centro de suporte à informação. Cumprem seu papel e

ocupam o seu espaço na cadeia da inovação tecnológica, possuindo um acervo mais seletivo e

atual, se comparados aos modelos de bibliotecas tradicionais, como as públicas e as escolares,

e mesmo às universitárias, com seus acervos mais diversificados em termos de áreas de

conhecimento.

As bibliotecas especializadas constituem um campo de trabalho em constante

expansão para o profissional bibliotecário.

A cidade de Goiânia conta com aproximadamente 31 bibliotecas especializadas. O

número exato não foi possível determinar, uma vez que não há uma exigência de

cadastramento tanto no Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB) como também no

Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).

2.5.3 Considerações sobre os bibliotecários abordados na pesquisa

Na pesquisa, foram abordados os bibliotecários de instituições de ensino superior

públicas e privadas, de órgãos e empresas públicas, de empresas privadas e de bibliotecas

públicas municipais e estaduais que ocupam a função de gestores em suas unidades de

Page 66: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

63

informação, em virtude do objetivo da pesquisa: analisar o estilo de liderança dos

bibliotecários de Goiânia.

Os bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás

(Sibi/UFG) não participaram da pesquisa, em razão de a pesquisadora compor o quadro de

bibliotecários do mencionado Sibi, o que poderia causar algum constrangimento aos colegas

bibliotecários no momento de responderem aos questionários e participarem da entrevista.

Page 67: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

64

3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da pesquisa

Esta pesquisa foi construída com base em um estudo sobre a liderança nas

organizações, identificando na literatura as principais teorias que abordam o tema pesquisado.

Na construção do referencial teórico, foi realizada uma pesquisa bibliográfica

utilizando a literatura mais recente e de relevância para a pesquisa. O objetivo da pesquisa

bibliográfica foi fundamentar a teoria metodológica do trabalho, e foi realizada em fontes tais

como: livros, artigos de periódicos, relatórios científicos, anais de congressos, Banco de Teses

da Capes, bases de dados bibliográficas nacionais e internacionais, portais de revista

eletrônica, Portal de Periódico Capes e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Na

pesquisa, utilizaram-se os seguintes descritores: liderança, estilo de liderança, tipologia de

bibliotecas, gestão de bibliotecas, bibliotecário gestor e bibliotecário líder.

Segundo Marconi e Lakatos (2004), a pesquisa bibliográfica é necessária para que os

pesquisadores tenham conhecimento das contribuições científicas sobre determinado assunto.

A pesquisa em foco é de caráter descritivo, pois seu objetivo principal é o de descrever

as características de atuação do bibliotecário como líder de equipe, analisando o seu perfil de

liderança. Por ser descritiva, pretendeu-se descrever, classificar e interpretar os dados

coletados.

Conforme Gil (1999, p. 42), “[...] a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a

descrição das características de determinadas populações ou fenômenos”.

Na opinião de Cervo e Bervian (2002) a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e

correlaciona fato ou fenômeno. Os dados da pesquisa foram referendados com pesquisa

quantitativa, que considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em

números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las.

A abordagem da pesquisa é quanti-qualitativa. A integração da abordagem

quantitativa e qualitativa em uma pesquisa permite tirar proveito do que cada um oferece

evitando certas limitações encontradas quando se utiliza apenas uma abordagem.

Page 68: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

65

Em razão da importância atribuída às pesquisas qualitativas, o planejamento da

pesquisa foi precedido de uma fase exploratória, sugerida por Alves-Mazzotti (1998). O

objetivo primordial desta fase foi a de proporcionar, pela imersão da pesquisadora no

contexto, uma visão geral do problema considerado, contribuindo para a melhor elaboração

das questões e a identificação de informantes e outras fontes de consulta.

O caráter qualitativo da abordagem adotada na pesquisa justificou-se porque ela se

caracterizou como uma tentativa de detalhamento dos significados apresentados, oferecendo

maior flexibilidade ao pesquisador.

A pesquisa é quantitativa e qualitativa, pois os instrumentos que foram utilizados na

coleta de dados da pesquisa quantitativa foram um questionário composto de questões

fechadas de múltipla escolha, cuja interpretação foi feita tendo como base o levantamento das

respostas dadas a cada uma das opções apresentadas para os respondentes. Para a pesquisa

qualitativa, foi realizada uma entrevista semi/estrutural. Para entrevista foram selecionados,

dentre os sujeitos participantes da pesquisa, representantes de cada tipologia de biblioteca

pesquisada.

De acordo com Gil (1999, p. 124),

O questionário constitui uma das mais importantes técnicas disponíveis para a

obtenção de dados nas pesquisas sociais... Pode-se definir um questionário com a

técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de

questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de

opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.

O questionário aplicado baseou-se no modelo elaborado por Bomfin (2010) 3, que se

mostrou adequado aos propósitos do estudo, pois segundo o autor, sua elaboração teve por

objetivo servir como instrumento didático-avaliativo sobre o processo de aprendizagem dos

alunos, contemplando o maior número de características que pudessem indicar uma dada

teoria de liderança: teoria dos traços, teoria comportamental, teoria contingencial, teoria

transformacional. Também contribui para o princípio crítico-reflexivo, uma vez que o

respondente é estimulado a identificar características de liderança presentes em sua realidade

3 Esse instrumento é o questionário características de liderança, criado por Bomfin (2010) para a disciplina Liderança e

Equipes, do Curso de Mestrado Profissional em Administração da Faculdade de Estudos Administrativos (FEAD – MG).

Page 69: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

66

de análise, e assim, identificar fatores que contribuem para que as características se

manifestem no ambiente organizacional em análise e refletir sobre elas (BEGGIATO, 2010).

3.2 Universo da pesquisa

O universo da pesquisa é formado pelo conjunto de bibliotecários que exercem a

função de gestores e ocupam a posição de líder nas bibliotecas na cidade de Goiânia.

Para o levantamento da amostra foram considerados três tipos de bibliotecas. Foram

pesquisados os bibliotecários das bibliotecas universitárias (públicas e privadas), das

bibliotecas públicas (municipais e estaduais) e das bibliotecas especializadas.

De acordo com (1989, p. 100) na determinação da amostra,

A amostra é um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se

estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população. Uma

amostra pode ser constituída, por exemplo, por cem empregados de uma população

de quatro mil que trabalham em uma fábrica.

Após o levantamento realizado, chegou-se a um total de 95 bibliotecários que exercem

a função de gestor nas unidades de informação abordadas na pesquisa. A pesquisa foi restrita

aos bibliotecários em posição de liderança, pois seria irrelevante investigar bibliotecários da

equipe que não estivessem atuando como líderes. Foram excluídos da pesquisa os gestores da

Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Goiás por ser o local de trabalho da

pesquisadora e pelo fato de desejar conhecer a realidade das outras bibliotecas existentes na

cidade de Goiânia-GO.

3.3 Coleta de dados

3.3.1 Instrumento de coleta de dados

3.3.1.1 Questionário

Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário eletrônico, constituído de 19

questões fechadas de múltipla escolha, assim distribuídas: a primeira parte do questionário,

parte A, com 10 questões destinadas à caracterização dos sujeitos, e a segunda parte do

questionário, parte B, com 9 questões referentes à percepção que os pesquisados tem de suas

atividades como líderes gestores em bibliotecas.

Page 70: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

67

O questionário foi estruturado com a finalidade de atender aos objetivos específicos da

pesquisa e conforme as variáveis demonstradas a seguir (quadro 3).

QUADRO 3 Objetivos específicos da pesquisa com as variáveis e as questões do questionário

Objetivos específicos Variáveis Questões

Descrever as características

pessoais e profissionais dos

bibliotecários gestores de

Goiânia;

Sexo

Faixa etária

Escolaridade

Tempo de serviço na Instituição

Tempo que exerce a função de gestor

Parte A – questões de 1 a 6

Identificar as características da

equipe liderada segundo ponto de

vista dos bibliotecários de

Goiânia

Quantitativo de pessoas que fazem

parte da equipe

Função das pessoas na equipe

Parte A – questões de 7 a 10

Identificar o estilo de liderança

predominante entre os

bibliotecários gestores das

diversas bibliotecas da cidade de

Goiânia-GO

Características de liderança presentes,

enquanto gestor, no ambiente de

trabalho do bibliotecário

Parte B – questões de 1 a 9

Fonte: dados da pesquisa. Quadro elaborado pela pesquisadora.

Para Almeida e Botelho (2006, p. 90), o objetivo principal de um questionário é dar

respostas ao problema da pesquisa. Para isso, é preciso conhecer e compreender bem o

objetivo da pesquisa e como será a coleta e a apuração da informação.

Para Carvalho (1994), os questionários são instrumentos de coleta de dados que devem

ser preenchidos pelos informantes. Deve-se ter cuidado ao elaborar o questionário em relação

a sua extensão e finalidade, para que seja respondido em tempo hábil. Na elaboração do

questionário, é importante determinar quais são as questões relevantes a serem propostas,

relacionando com cada item da pesquisa.

Os questionários foram encaminhados via e-mail com uma mensagem introdutória na

qual foi feita a apresentação da pesquisadora, o esclarecimento dos objetivos e da relevância

da pesquisa, além de esclarecer aos respondentes quanto ao preenchimento do questionário on

line.

Page 71: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

68

Para obtenção dos endereços eletrônicos das bibliotecas para o envio dos

questionários, foi consultado o cadastro de bibliotecas do Conselho Regional de

Biblioteconomia - 1ª Região, o cadastro da Associação dos Bibliotecários de Goiás (ABG), o

banco de dados do Ministério da Educação (MEC), o banco de dados da Secretaria de

Ciências e Tecnologia do Estado de Goiás (Sectec-GO) e sites das bibliotecas cujos gestores

fizeram parte do universo pesquisado.

O questionário, baseado no modelo de Bomfin (2010), foi adaptado aos grupos

profissionais abordados nesta pesquisa, visando analisar as características de liderança dos

bibliotecários gestores das diversas bibliotecas de Goiânia-GO.

Para coleta dos dados, o questionário on line foi enviado por meio da ferramenta

Google Docs, que permite a criação e o envio de questionários via Internet, coletando

automaticamente os dados, permitindo ainda que o questionário seja publicado on line e

acompanhado, possibilitando melhor controle dos dados. A ferramenta Google Docs

apresenta facilidades, como a possibilidade de recebimento e preenchimento on line, o que

facilitou ao participante da pesquisa acessar e responder ao questionário por meio do link da

referida ferramenta. Optou-se por essa ferramenta de coleta de dados por possibilitar atingir

os objetivos da pesquisa e responder ao problema levantado e também pela rapidez do retorno

dos questionários respondidos.

O questionário foi enviado, em meados de abril de 2012, para 95 bibliotecários

gestores. Foram respondidos 34 questionários até princípio do mês de maio de 2012. Em

meados do mês de maio, o questionário foi reenviado para os bibliotecários que não o haviam

respondido.

No final do mês de maio de 2012, haviam sido respondidos 63 (66,3%) questionários

o que foi considerado suficiente, pois a pesquisa seria complementada com a entrevista.

Page 72: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

69

O quantitativo de questionários enviados e respondidos pelos bibliotecários estão

representados no quadro 4.

QUADRO 4 Quantitativo de questionários enviados e respondidos

Fonte: dados da pesquisa. Quadro elaborado pela pesquisadora.

As informações obtidas pelo questionário foram enviadas para o software Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS), no qual se criou uma lista de variáveis, e cada

variável foi relacionada com um item do questionário. Posteriormente, foram cadastradas as

descrições, tipos e valores de modo a automatizar a tabulação de dados. Assim, foi possível

gerar tabelas e gráficos para cada variável, possibilitando a análise estatística dos dados

coletados e, a partir daí, os resultados foram inseridos na dissertação.

3.3.1.2 Entrevista

Para a realização da entrevista, do total de 63 bibliotecários que responderam ao

questionário eletrônico, foi selecionado o quantitativo de 10% dos bibliotecários em cada tipo

de biblioteca para serem entrevistados.

Na definição dos bibliotecários para serem entrevistados, do percentual de 10%,

optou-se pelo bibliotecário gestor cuja equipe possuía um maior número de

funcionários/servidores sob sua liderança.

Para a realização da entrevista, foi necessário entrar em contato com os bibliotecários

participantes para agendar data, horário e local para a realização da entrevista, realizada pela

pesquisadora e gravada, preservando o anonimato dos participantes. Concluída a entrevista e

com a autorização dos participantes, os dados obtidos foram transcritos para a dissertação.

A entrevista semiestruturada foi composta por oito questões pré-formuladas. Essa

entrevista contribuiu para atingir o objetivo geral desta pesquisa: analisar o perfil de liderança

Tipo de biblioteca Quantidade de questionários

enviados respondidos

Bibliotecas universitárias públicas 37 13

Bibliotecas universitárias de instituições

de ensino superior privadas

24 20

Bibliotecas públicas municipais e

estaduais

03 03

Bibliotecas especializadas 31 27

Total 95 63

Page 73: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

70

dos profissionais bibliotecários gestores que atuam nas diversas bibliotecas na cidade de

Goiânia-GO.

Para Alves-Mazzotti e Gewandsnajder (1998, p. 168), “[...] a entrevista permite tratar

de temas complexos que dificilmente poderiam ser investigados adequadamente através de

questionários, explorando-os em profundidade”, exigindo conhecimento e arte. Triviños

(1987) reforça a definição dos autores, ao afirmar que a entrevista é um dos principais meios

de que dispõe o pesquisador para realizar a coleta de dados. O início da entrevista está

marcado por uma série de fases prévias informais.

Para Trivinõs (1987, p. 152), a entrevista semiestruturada,

Tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e

hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos

a novas hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes. O foco principal

seria colocado pelo investigador-entrevistador. Complementa o autor, afirmando que

a entrevista semiestruturada “[...] favorece não só a descrição dos fenômenos

sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade [...]” além de

manter a presença consciente e atuante do pesquisador no processo de coleta de

informações.

As entrevistas foram realizadas no período de 28/05/2012 a 14/06/2012 e foram

gravadas, sem identificação dos bibliotecários, e o relato do entrevistado foi fielmente

transcrito.

Foram realizadas sete entrevistas, com duração entre 40 a 80 minutos, cada uma delas.

Em cada entrevista foi explicado o conteúdo das perguntas, sem haver nenhuma forma de

indução. Em todas as unidades, a entrevista foi realizada no ambiente de trabalho de cada

participante. Todos os entrevistados concordaram com a gravação e assinaram um termo de

consentimento para posterior descrição dos dados para a dissertação. As fitas foram

transcritas de forma fidedigna, levando em conta a subjetividade dos depoimentos.

As narrativas apresentadas foram selecionadas de acordo com a maior ocorrência de

seu conteúdo. Foram escolhidas as que melhor representaram a variedade de percepções dos

sujeitos entrevistados, as quais foram analisadas com base no referencial teórico. Na análise

das entrevistas, procurou-se seguir os padrões da análise quantitativa, ou seja, o propósito foi

o de contar a frequência de um fenômeno, identificando as relações entre os fenômenos.

Page 74: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

71

3.3.1.3 Relato do pré-teste

Com o propósito de investigar a existência de inconstância e aperfeiçoar a formulação

das questões quanto à compreensão dos termos e dos conceitos adotados e apresentados no

questionário/roteiro da entrevista semiestruturada, foi aplicado no mês de março de 2012 o

pré-teste aos bibliotecários chefes de setores da Biblioteca Central da Universidade Federal de

Goiás. Essa biblioteca foi escolhida em razão da grande quantidade de bibliotecários em

cargos de gestores, o que caracteriza o foco desta pesquisa e também por não fazerem parte da

amostra selecionada, possuindo, no entanto, similaridades com a população estudada.

Foram aplicados questionários aos bibliotecários chefes de setores de circulação,

referência, periódicos e processamento técnico.

O resultado apurado demonstrou que as questões foram de fácil compreensão para os

respondentes, não apresentando problemas de entendimento e ou interpretação equivocada

dos quesitos.

Page 75: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

72

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com a finalidade de responder ao objetivo geral e aos específicos, realizaram-se

análises descritivas dos dados coletados por meio do questionário. Em relação ao objetivo

específico de descrever as características pessoais e profissionais dos bibliotecários gestores

de Goiânia, assim como as características da equipe liderada segundo ponto de vista dos

bibliotecários, foram feitas análises descritivas relativas ao sexo, faixa etária, escolaridade,

tempo de serviço na instituição, tempo em que exerce a função de gestor e também aquelas

relacionadas ao quantitativo da equipe liderada, segundo a função.

No tocante à faixa etária, observou-se que 46% (n=29) dos bibliotecários gestores

estão na faixa etária de mais de 40 anos. Possuem idade entre 21 a 25 anos 1,6% dos

bibliotecários gestores; 11,1% estão na faixa etária entre 26 e 30 anos; 20,6%, entre as faixas

de 31 a 35 anos, e também de 36 a 40 anos (tabela 1).

TABELA 1 Distribuição dos bibliotecários gestores por faixa etária

Variável Anos Frequência Porcentagem (%)

Faixa etária

21 - 25 1 1,6

26 - 30 7 11,1

31 - 35 13 20,6

36 - 40 13 20,6

mais de 40 29 46,0

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se maior incidência de profissionais na idade superior a quarenta anos

desempenhando função de gestor, o que demonstra que as bibliotecas as quais foram

pesquisadas priorizam os profissionais com idade mais avançada para ocupar os cargos

gerenciais.

Page 76: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

73

Em relação ao sexo, constatou-se que 58 bibliotecários (92%) pertencem ao sexo

feminino, e que 5 bibliotecários (8%) são do sexo masculino (figura 1).

FIGURA 1 – População pesquisada de acordo com o sexo

Fonte: dados da pesquisa.

Os dados comprovam a realidade observada em pesquisas já realizadas. Na pesquisa

de Corte (1988), predominou o sexo feminino com 94,5% dos respondentes e na de Silva

(2009) também o sexo feminino foi preponderante (88,3%).

Em relação ao nível de escolaridade da população pesquisada observou-se que quanto

à escolaridade não houve uma variação muito grande, oscilando de curso superior completo a

mestrado. A maioria dos bibliotecários gestores (n=34, 54%) possui especialização; 6,3%

(n=4) possuem mestrado e não houve nenhuma ocorrência de doutorado (tabela 2).

TABELA 2 Nível de escolaridade da população pesquisada

Variável Nível Frequência Porcentagem (%)

Escolaridade

Superior completo 25 39,7

Especialização 34 54,0

Mestrado 4 6,3

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Comparando com a pesquisa de Corte (1988), em que os respondentes não cursavam

nenhum tipo de pós-graduação e com a pesquisa de Silva (2009), em que aferiu que 41,6%

dos respondentes possuíam curso de especialização, mestrado ou doutorado, constatou-se com

esta pesquisa que esse quadro vem mudando e que os bibliotecários estão procurando se

aperfeiçoar na área. E, como em Goiânia não existe curso de mestrado e nem de doutorado na

área de Biblioteconomia, como acontece em Brasília, local de pesquisa de Corte (1988) e

Page 77: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

74

Silva (2009), prevalece entre os bibliotecários respondentes o nível de especialização em

detrimento do mestrado e doutorado.

Com o objetivo de conhecer o tipo de biblioteca em que o bibliotecário gestor exerce

sua liderança, foi solicitado que se informasse o nome da instituição. Esse dado foi

importante para identificar as bibliotecas participantes e o tipo de biblioteca em que se

enquadram.

De acordo com os dados da pesquisa, 43% dos bibliotecários atuam em bibliotecas

especializadas, 30% em bibliotecas universitárias de instituições de ensino superior privadas,

22% em bibliotecas de instituições de ensino superior públicas e 5% em bibliotecas públicas

municipais e estaduais (figura 2).

FIGURA 2 – Distribuição dos bibliotecários por tipos de bibliotecas

Fonte: dados da pesquisa.

Os dados obtidos mostram que os maiores empregadores dos bibliotecários na cidade

de Goiânia são as bibliotecas especializadas (43%) e universitárias públicas/privadas (52%),

tendo em vista que as bibliotecas universitárias das IES privadas absorvem 30% (n=19) dos

bibliotecários, o que se deve ao grande número de instituições de ensino superior privadas

criadas nos últimos quinze anos. Os dados estão de acordo com a pesquisa de Silva (2009)

que constatou que 59% dos bibliotecários de Brasília-DF estão concentrados em bibliotecas

especializadas e universitárias.

Page 78: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

75

Em relação ao tempo de serviço na instituição, observou-se que houve uma

distribuição homogênea entre as categorias estipuladas neste estudo: 25,4% dos respondentes

possuem de 2 a 5 anos de serviço; 20,6% responderam ter menos de 2 anos de serviço; 14,3%,

de 6 a 10 anos; 19%, de 11 a 15 anos, e 20,6 %, mais de 15 anos de serviço na instituição

(Tabela 3).

TABELA 3 Tempo de serviço do bibliotecário na Instituição

Variável Anos Frequência Porcentagem (%)

Tempo de

serviço

menos de 2 13 20,6

de 2 a 5 16 25,4

de 6 a 10 9 14,3

de 11 a 15 12 19

mais de 15 13 20,6

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Pode-se inferir, com base nesses dados, que o mercado está sempre absorvendo novos

bibliotecários e mantendo os antigos.

A análise dos dados relativos ao tempo que o bibliotecário exerce a função de gestor

evidenciou-se que a maioria (n=38, 60,3%) dos bibliotecários gestores desempenha a função

há mais de cinco anos (tabela 4).

TABELA 4 Tempo que o bibliotecário exerce a função de gestor

Variável Anos Frequência Porcentagem (%)

Tempo de

gestor

1 8 12,7

2 5 7,9

3 2 3,2

4 6 9,5

5 4 6,3

mais de 5 38 60,3

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Analisando esse dado e comparando-o com o tempo de serviço na instituição, percebe-

se que a função de gestor é desempenhada por bibliotecários com mais tempo de serviço na

instituição.

Page 79: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

76

Em relação às características pessoais e profissionais dos bibliotecários gestores de

Goiânia os dados da pesquisa apontaram que a maioria dos bibliotecários gestores pertence ao

sexo feminino e idade superior a quarenta anos e também, possui especialização,

demonstrando que os bibliotecários gestores buscam a educação continuada. Os dados

também mostraram uma maior ocorrência de bibliotecários na função de gestores nas

bibliotecas universitárias e especializadas e, que o bibliotecário gestor é também aquele que

tem mais tempo de serviço na instituição.

Os dados da pesquisa mostraram que a maioria das bibliotecas conta com apenas um

bibliotecário na equipe, sendo este o próprio gestor. Observou-se, também, que na maioria das

bibliotecas, não há auxiliar de biblioteca, estagiários de biblioteconomia e nem outros

profissionais em suas equipes, ou seja, há apenas o bibliotecário gestor, o qual desempenha

todas as tarefas da biblioteca.

Para responder ao objetivo específico de identificar as características da equipe

liderada, segundo o ponto de vista dos bibliotecários gestores de Goiânia-GO, foram feitas

análises das questões relativas às categorias profissionais que fazem parte da equipe liderada

pelo bibliotecário gestor. Também, para conhecer o tamanho da equipe e identificar as

categorias profissionais que compõem o quadro de pessoal de cada biblioteca, foi solicitado

aos bibliotecários respondentes que apontassem o número de profissionais existentes na

equipe, no exercício de cada função.

Quanto ao número de bibliotecários presentes nas equipes, constatou-se que, incluindo

o bibliotecário gestor, 65% das bibliotecas contam com apenas um bibliotecário, e 25% dois.

As demais (5% e 3%) contam com cinco e três bibliotecários, respectivamente (tabela 5).

TABELA 5 Quantidade de bibliotecários nas equipes

Número de bibliotecários N Porcentagem (%)

Um 41 65,1

Dois 16 25,4

Três 2 3,2

Quatro 1 1,6

Cinco 3 4,8

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Page 80: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

77

No tocante ao número de auxiliares de biblioteca, 30,2% das bibliotecas não possuem

essa categoria profissional em seus quadros, 25,4% possuem cinco auxiliares de bibliotecas,

15,9%, um auxiliar de biblioteca, 12,7%, dois auxiliares de biblioteca e 7,9%, sete auxiliares

de biblioteca em sua equipe de trabalho (tabela 6).

TABELA 6 Quantidade de auxiliar de biblioteca nas equipes

Número de auxiliares de bibliotecas

N

Porcentagem (%)

Nenhum 19 30,2

Um 10 15,9

Dois 8 12,7

Três 5 7,9

Quatro 5 7,9

Cinco 16 25,4

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Constatou-se que em 79,4% das bibliotecas não há estagiários de cursos de

biblioteconomia em suas equipes, em 17,5%, há um estagiário e, em 3,2% há três estagiários

fazendo parte de suas (tabela 7).

TABELA 7 Quantidade de estagiários de biblioteconomia nas equipes

Número de Estagiários de bibliotecas N Porcentagem

Nenhum 50 79,4

Um 11 17,5

Dois 1 1,6

Quatro 1 1,6

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Page 81: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

78

Da mesma forma que ocorreu com os estagiários de Biblioteconomia, os profissionais

de outras áreas não estão muito presentes nas equipes abordadas na pesquisa: 57,1% (n=36)

responderam que não há nenhum profissional de outra área em sua equipe, e 14,3% (n=9)

respondentes que há apenas um profissional de outra área na sua equipe (tabela 8).

TABELA 8 Quantidade de outras categorias profissionais nas equipes

Quantidade de profissional N Porcentagem (%)

Nenhum 36 57,1

Um 9 14,3

Dois 6 9,5

Três 6 9,5

Quatro 3 4,8

Cinco 3 4,8

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Para responder ao objetivo específico de identificar o estilo de liderança entre os

bibliotecários gestores das diversas bibliotecas da cidade de Goiânia-GO, foram feitas

análises descritivas das questões buscando identificar situações que envolvem a tomada de

decisão na rotina de trabalho dos bibliotecários no seu ambiente de trabalho.

Page 82: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

79

Para possibilitar a análise dos dados apurados nas questões, foram sintetizados os

conceitos de líder autocrático, democrático e liberal (laissez-faire) de Kurt Lewin (1939),

conforme quadro 5:

QUADRO 5 Conceitos de líder autocrático, líder democrático e líder liberal ou laissez-faire

Líder autocrático

Líder democrático

Líder liberal ou laissez-faire

O nível de intervenção do líder é

alto.

O líder toma as decisões sem

consultar o grupo.

O líder fixa as tarefas de cada um e

determina o modo de concretizá-

las.

O líder é centralizador, impondo as

suas ordens ao grupo.

O líder determina qual a tarefa que

cada um deverá executar e qual o

companheiro de trabalho.

A presença do líder é fundamental

na execução das tarefas.

O líder autocrático decide e

estabelece as normas sem qualquer

participação do grupo.

Nível médio de intervenção do

líder.

O líder esclarece as tarefas a serem

executadas, eliminando os

obstáculos.

O líder compartilha com os

empregados sua responsabilidade

de liderança.

O grupo participa da discussão da

programação do trabalho, da

divisão das tarefas, e as decisões

são tomadas com base nas

discussões do grupo.

O líder democrático conduz o

grupo, incentiva a participação dos

membros do grupo nas decisões.

As comunicações são francas e

cordiais, e existe a formação de

relacionamento de amizade.

O grupo traça as providências e

meios para atingir os objetivos,

com a orientação do líder, quando

necessário.

De intervenção quase nula, o líder

funciona como elemento do grupo

e só acaba intervindo se for

solicitado.

O grupo levanta os problemas,

discute as soluções e decide.

O líder não interfere na divisão de

tarefas, limitando-se fornecer

informações, se a sua intervenção

for requerida.

O líder liberal delega todas as

decisões ao grupo; inexiste o

controle.

Existe um individualismo

agressivo e o líder é pouco

respeitado.

O grupo tem liberdade na divisão

de tarefas e na escolha dos colegas,

e não há qualquer participação do

líder.

Fonte: quadro elaborado pela pesquisadora baseado na teoria de estilos de liderança de Kurt Lewin

(1939).

As questões foram elaboradas com a finalidade de conhecer e identificar o estilo de

liderança predominante utilizado pelos bibliotecários gestores na rotina de trabalho com as

equipes por eles lideradas.

Page 83: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

80

De acordo com os dados apurados observou-se que a maioria dos bibliotecários

gestores (92%, n=58) esclarece as tarefas a serem executadas pelos seus subordinados.

Segundo a teoria de Kurt Lewin (1939), uma das características da liderança democrática é a

de esclarecer as tarefas a serem executadas, eliminando os obstáculos (tabela 9).

TABELA 9 Na realização das atividades, como gestor, procuro esclarecer as tarefas a serem executadas pela equipe

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 2 3,2

Indiferente 3 4,8

Concorda 58 92,0

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

A tabela 10 refere-se ao poder do bibliotecário no exercício de sua função de gestor.

TABELA 10 No exercício de sua função, o gestor, apresenta forte desejo de comandar e ou exercer o poder

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 32 50,8

Indiferente 10 15,9

Concorda 21 33,3

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Dentre os bibliotecários gestores, (50,8%, n=32) consideram que não possuem forte

desejo de comandar e/ou exercer o poder, e 21 (33,3%) responderam afirmativamente. De

acordo com as respostas, prevalece o estilo de liderança democrático, mas é também

representativa (33,3%) a quantidade de bibliotecários que tendem a seguir o estilo de

liderança autocrático.

As opiniões dos bibliotecários gestores estão de acordo com a teoria de Kurt Lewin

(1939), segundo o qual o líder democrático compartilha com a equipe sua responsabilidade de

liderança.

Page 84: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

81

Na tabela 11, apresentam-se as respostas relativas à tomada de decisões.

TABELA 11 No exercício de sua função, o gestor, toma decisões unilaterais e determina as tarefas e métodos de

trabalho

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 30 47,6

Indiferente 8 12,7

Concorda 25 39,7

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação à tomada de decisões pelos bibliotecários gestores, 47,6% (n=30) dos

bibliotecários consideram que não se tomam decisões unilaterais, e 39,7% (n=25) dos

bibliotecários gestores concordam que tomam decisões unilaterais. Os bibliotecários,

portanto, ficaram divididos entre o estilo de liderança democrático ou autocrático. Analisando

o resultado, pode-se concluir que o estilo autocrático de comportamento é menos aceito entre

os bibliotecários e que o estilo democrático se enquadra melhor nessa questão, uma vez que,

no estilo liberal, o líder não participa da tomada de decisões. Evidencia-se uma pequena

diferença favorável ao estilo de liderança democrático. As opiniões dos bibliotecários

corroboram com a teoria do estilo de liderança democrático de Kurt Lewin (1939), em que as

decisões são tomadas com base em discussões entre o grupo.

A tabela 12 aponta o envolvimento da equipe nos processos decisórios.

TABELA 12 Na rotina diária do seu trabalho, o gestor, procura envolver a equipe nos processos decisórios,

incentivando sua participação como forma de treinamento

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 3 4,8

Indiferente 6 9,5

Concorda 54 85,7

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação ao envolvimento e ao incentivo da participação da equipe nos processo

decisórios na rotina diária dos trabalhos, observou-se que 85,7% (n=54) dos bibliotecários

gestores consideram que envolvem a equipe nos processos decisórios, incentivando sua

participação como forma de treinamento. Diante desse resultado, pode-se inferir que a maioria

Page 85: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

82

dos bibliotecários gestores não age autoritariamente quando se trata de consultar a equipe na

tomada de decisões. Segundo a teoria de Kurt Lewin (1939), os líderes que compartilham com

a equipe sua responsabilidade de liderança são considerados democráticos.

A tabela 13 refere-se à deliberação da equipe no tocante às tarefas a serem realizadas.

TABELA 13 O gestor deixa sua equipe completamente à vontade para deliberar sobre as tarefas a serem realizadas

e a forma de executá-las

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 27 42,9

Indiferente 6 9,5

Concorda 30 47,6

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Observou-se que 42,9% (n=27) dos bibliotecários gestores consideram que eles não

deixam a equipe totalmente à vontade, e 47,6% (n=30) responderam afirmativamente. De

acordo com esses resultados, pode-se inferir que os bibliotecários de Goiânia se dividem entre

o estilo de liderança democrático e liberal no momento de deliberar sobre as tarefas a serem

realizadas, predominando o estilo de liderança liberal, com pequena diferença. Os dados

corroboram com a teoria de Kurt Lewin (1939), segundo o qual, no estilo liberal o grupo tem

liberdade na divisão das tarefas e na escolha dos colegas, não havendo qualquer participação

do líder.

A tabela 14 apresenta-se a atuação do gestor na organização e distribuição das tarefas.

TABELA 14 No exercício de sua função, o gestor, procura enfatizar a tarefa, organizar e definir as funções dos

membros da equipe

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 1 1,6

Indiferente 7 11,1

Concorda 55 87,3

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Page 86: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

83

Quando analisados os dados referentes à forma de gerenciar as tarefas, observou-se

que 87,3% (n=55) dos bibliotecários concordam que enfatizam as tarefas e definem as

funções dos membros da equipe, demonstrando uma forte característica do líder autocrático.

Os gestores argumentam que enfatizam as tarefas, as organizam e definem as funções dos

membros da equipe, estando de acordo com a teoria de Kurt Lewin (1939), segundo o qual

fixar as tarefas de cada membro da equipe e determinar a forma de execução constituem

características do estilo de liderança autocrático.

A tabela 15 refere-se ao feedback apresentado pelo gestor.

TABELA 15 No exercício de sua função, o gestor, procura dar feedback para a equipe

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Discorda 2 3,2

Indiferente 2 3,2

Concorda 59 93,6

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação à comunicação entre o gestor e sua equipe, observou-se que 93,6% (n=59)

dos bibliotecários consideram que oferecem feedback para a equipe, uma característica de

líder democrático. Segundo Kurt Lewin (1939), uma das características do estilo de liderança

democrático é a participação do grupo nas discussões sobre a programação do trabalho, na

divisão das tarefas em que a tomada de decisões é feita com base nas discussões do grupo.

Na tabela 16, observa-se a orientação do gestor para a realização das tarefas.

TABELA 16 Na execução das tarefas, o gestor, orienta sua equipe na realização de seus objetivos de trabalho,

auxiliando-os na eliminação dos obstáculos existentes na execução das tarefas

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Indiferente 2 3,2

Concorda 61 96,8

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Em relação à orientação dada à equipe pelos bibliotecários gestores referente aos

objetivos do trabalho, verificou-se que 96,8% (n=61) dos bibliotecários orientam suas equipes

na realização dos objetivos de trabalho eliminando os obstáculos. De acordo com as respostas,

Page 87: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

84

pode-se dizer que os bibliotecários seguem o estilo de liderança democrático, pois, de acordo

com a teoria de Kurt Lewin (1939), na liderança democrática, o nível de intervenção do líder

é médio, uma vez que o líder somente esclarece as tarefas a serem executadas, eliminando os

obstáculos, mas quem as executa são os membros da equipe.

A tabela 17 aponta a atuação do gestor no tocante aos objetivos a serem atingidos.

TABELA 17 O gestor orienta sua equipe para que ela compreenda como atingir os objetivos da instituição

visando desempenho cada vez melhor

Avaliação Frequência Porcentagem (%)

Indiferente 3 4,8

Concorda 60 95,2

Total 63 -

Fonte: dados da pesquisa.

Observa-se que 95,2% (n=60) dos bibliotecários gestores percebem que orientam sua

equipe para atingir os objetivos da instituição, visando o desempenho cada vez melhor,

demonstrando seguirem o estilo de liderança democrático. Orientar a equipe, traçando

providências e meios de se atingir objetivos comuns, é característica do estilo democrático,

segundo a teoria de Kurt Lewin (1939).

Conforme a teoria dos estilos de liderança de Kurt Lewin (1939), os dados da pesquisa

indicaram que, em relação ao estilo de liderança predominante utilizado pelos bibliotecários

gestores na rotina de trabalho com as equipes por eles lideradas, os bibliotecários gestores

tendem a adotar o estilo de liderança democrático. Entretanto, os bibliotecários adotam outros

estilos de liderança que melhor se adaptem às situações vivenciadas, com a finalidade de

atingir as metas estabelecidas.

Para responder ao objetivo específico de identificar os principais problemas e desafios

enfrentados pelos bibliotecários de Goiânia no desempenho de sua função de líder, no seu

ambiente de trabalho, foram feitas análises qualitativas das entrevistas realizadas com os

bibliotecários. A análise constituiu na filtragem das percepções mais significativas conforme

enfoque estudado e, também, das exceções identificadas.

Page 88: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

85

Para possibilitar a melhor compreensão das respostas das entrevistas foram atribuídas

letras que indicam os bibliotecários gestores de acordo com o tipo de biblioteca de atuação,

conforme quadro 6:

QUADRO 6 Identificação do bibliotecário gestor de acordo com o tipo de biblioteca em que atua

Tipo de biblioteca Bibliotecário gestor

Bibliotecas universitárias públicas e privadas A

Bibliotecas universitárias de instituições de ensino superior privadas B

Bibliotecas públicas municipais e estaduais C

Bibliotecas especializadas D

Fonte: elaborado pela pesquisadora.

Dentre os tipos de problemas ou desafios enfrentados pelo bibliotecário na sua função

de líder, destacaram-se a falta de recursos financeiros destinados às bibliotecas e a falta de

pessoal capacitado, o que dificulta o desempenho das tarefas. Dos sete entrevistados, quatro

alegaram serem esses os principais problemas enfrentados, conforme se pode verificar nas

seguinte falas:

O maior problema enfrentado na unidade onde atuo é o problema financeiro. A falta

de destinação de verbas específicas para biblioteca. Além deste problema

enfrentamos o problema de falta de pessoal qualificado o que dificulta o

cumprimento das metas propostas (Gestor de biblioteca B).

Um grande problema enfrentado é a dificuldade de participar, igualitariamente, no

estabelecimento e garantia de verbas destinadas às Unidades de Informação, na

elaboração e validação da proposta orçamentária da instituição (Gestor de biblioteca

D).

O maior problema é a falta de pessoal, pois trabalho com estagiários e então percebo

que eles usam a biblioteca como laboratório e quando consegue algo melhor, eles

saem. Com isso a rotatividade é muito grande e muitas vezes passo muito tempo

treinando esse estagiário e logo depois já tem que treinar outro estagiário para

assumir o seu lugar (Gestor de biblioteca B).

Falta de investimento na biblioteca, auxiliares despreparados em relação às

tecnologias, em relação ao atendimento aos usuários, embora haja muito urbanidade,

amizade com o usuário, isso às vezes prejudica o atendimento, pois esse funcionário

transgride algumas normas para beneficiar algum usuário, prejudicando outros

usuários (Gestor de biblioteca B).

Os demais respondentes (os outros três gestores) apresentaram problemas diversos,

como a falta de autonomia para a tomada de decisões, falta de comprometimento de membros

da equipe, dentre outros. Exemplos destes problemas aparecem nas seguintes falas:

Page 89: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

86

O grande desafio é convencer quem está acima, quem tem o poder realmente de

decisão, da importância da biblioteca e de se fazer investimentos na biblioteca, isso

é o desafio mais difícil e o gestor tem que estar sempre mostrando a importância da

biblioteca e tentando reverter esse quadro (Gestor de biblioteca A).

Um problema que tenho enfrentado enquanto gestor é o de ter que convencer o

servidor a fazer suas atividades, suas obrigações, mas o maior problema enfrentado

é conseguir convencer o servidor a fazer alguma atividade fora da sua rotina de

trabalho (Gestor de biblioteca A).

A baixa remuneração praticada pela instituição, o que provoca a alta rotatividade de

funcionários. Treinamos os funcionários e pouco tempo depois eles saem e temos

que treinar novos funcionários. A instituição oferece como estimulo para

permanência, a possibilidade do funcionário fazer um curso superior, mas grande

parte não demonstra interesse e sai (Gestor de biblioteca B).

Conforme a teoria de Bergamini (2009), a liderança envolve duas ou mais pessoas, e o

líder devem influenciar intencionalmente seus liderados para, juntos, atingirem objetivos

comuns. Os desafios centrais do líder são: motivar, inspirar, sensibilizar e comunicar.

Robbins (2002, p. 219) ressalta que a liderança é “a capacidade de influenciar um

grupo em direção à realização de metas. A fonte dessa influência pode ser formal, como a

fornecida pela detenção de uma posição gerencial numa organização”. De acordo com essa

definição, as metas traçadas só serão alcançadas se o líder tiver capacidade de influenciar,

motivar, sensibilizar e criar um canal de comunicação sincero com sua equipe para que,

juntos, possam atingir os objetivos propostos.

Quanto às atividades realizadas ao liderar a equipe, os bibliotecários gestores foram

unânimes ao destacarem que as principais atividades realizadas por eles como líderes são

baseadas nas rotinas diárias das bibliotecas, tais como: atendimento aos usuários,

processamento técnico, alimentação de bases de dados, treinamento da equipe para

desempenho das suas atividades, compatibilização de demandas, gestão de conflitos,

supervisão, elaboração de metas a serem alcançadas e avaliação do desempenho da equipe

quanto às metas a serem cumpridas. As seguintes falas evidenciam as atividades realizadas

pelos bibliotecários gestores:

Nossa gestão é mais baseada nas rotinas diárias, nas situações diárias. A equipe

recebe treinamento. Todo treinamento necessário para desempenhar suas atividades,

desde a colocação de uma etiqueta, atendimento ao telefone até chegar ao

atendimento do usuário, que é primordial (Gestor de biblioteca B).

Fazer a conferência dos materiais adquiridos, o processamento técnico e o preparo

dos livros para estarem disponibilizados para os usuários, ou seja, as atividades são

Page 90: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

87

de acordo com rotina diária de uma biblioteca e de acordo com o surgimento de

outras demandas (Gestor de biblioteca B).

Compatibilizar demandas, investimentos, para o efetivo equilíbrio, capacitar,

orientar, supervisionar e avaliar o desempenho da equipe, elaborar, validar e

participar de reuniões técnicas/gerenciais e detectar/monitorar necessidades de

melhorias técnicas e metodológicas (Gestor de biblioteca D).

Temos uma frequência mensal de reuniões para decisões, planos para serem traçados

e dessas reuniões a gente verifica as dificuldades e tentamos tratar no decorrer do

mês o no mês seguinte. Temos um plano de metas de atividades o qual é

acompanhado como se fosse um painel de bordo de planejamento (Gestor de

biblioteca D).

As respostas dos bibliotecários gestores estão de acordo com a teoria de Silva (2005),

segundo o qual os gestores devem ter conhecimento das teorias de administração para adequá-

las às situações vivenciadas no seu ambiente de trabalho, tanto nos processos de planejamento

estratégico e no desenvolvimento da unidade de informação com as novas tecnologias, como

nas atividades relacionadas à equipe de trabalho.

Quanto à atitude tomada pelo bibliotecário quando uma das pessoas da equipe não

atende às suas expectativas no desempenho das tarefas, observou-se que a maioria dos

bibliotecários gestores (n=5) procura conversar com o membro da equipe para tentar

solucionar o problema e somente em última instância coloca o membro da equipe à disposição

do setor de recursos humanos da instituição na qual a unidade de informação está inserida. É

o que se constata nos seguintes depoimentos:

Eu chamo o servidor para uma reunião, pergunto qual sua dificuldade, o que está

ocorrendo, o que ele está precisando, por que não está conseguindo desempenhar

suas atividades. Boa parte da equipe que eu lidero corresponde às expectativas, os

que não conseguiram são devolvidos para o Departamento de Recursos Humanos

(Gestor de biblioteca B).

O primeiro passo é entender a origem da dificuldade, ou seja, que aspecto/etapa do

fluxo de atividades está ocorrendo a disfunção. Se o problema é limitação em lidar

com as tecnologias e se trata de dificuldade em entender e acatar regras e

procedimentos rotineiros. Em última instância, depois de esgotadas todas as

alternativas eu coloco a pessoa à disposição do Departamento de Recursos Humanos

(Gestor de biblioteca D).

Apenas um dos bibliotecários gestores informou ter autonomia para demitir membros

da equipe que não atendam às expectativas no desempenho das tarefas, mas que só toma essa

atitude depois de esgotadas todas as alternativas:

Eu tento de tudo. Explico as atividades, treino, desenvolvo as atividades junto com a

pessoa, depois coloco para desenvolver sozinha. Eu tento, converso, explico como

Page 91: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

88

deve ser feito o atendimento ao usuário. Tento de todas as formas, converso e

quando vejo que não tem jeito mesmo então demito (Gestor de biblioteca B).

Diferentemente dos demais bibliotecários respondentes, um dos bibliotecários

respondeu que nunca houve problemas desse tipo em sua equipe.

As atitudes tomadas pelos bibliotecários gestores de Goiânia, quando um membro da

equipe não atende às expectativas no desempenho das tarefas, seguem os preceitos da teoria

de Boog (2004), a qual destaca como atividades gerenciais típicas dos gestores a capacidade

de tomadas de decisões certas no momento certo e a capacidade de adotar medidas corretivas,

quando necessário.

Os bibliotecários foram unânimes em apontar a importância de ter conhecimento para

orientação na solução dos problemas relacionados à rotina de trabalho. O gestor de biblioteca

B destaca que “[...] o gestor precisa ter conhecimento variado, tem hora que precisa ser

psicólogo e até mesmo médico”. Carbone (1992) ressalta que o gestor pode adotar atitudes

que a situação exigir. Em algumas situações, ele deve ser um chefe enérgico; em outras,

brando e democrático. Às vezes, ele delega, outras vezes, determina. Em certas situações,

procura compartilhar, em outras, convencer. As circunstâncias devem orientar o gestor na

escolha de um estilo de liderança mais adequado para cada situação.

Essa percepção dos entrevistados está de acordo com a visão de Bryman (1992),

segundo o qual um estilo padrão de comportamento é eficaz em algumas situações, mas não

em outras. O gestor deve alternar os papéis e pode representar vários ao mesmo tempo.

Em relação à ênfase dada pelos bibliotecários gestores às relações humanas e ao

trabalho em equipe, os bibliotecários gestores (n=7) enfatizaram que as relações humanas e o

trabalho em equipe são fundamentais para atingirem as metas propostas. E, que, para o bom

desempenho da equipe, o gestor deve ser hábil em administrar os conflitos que porventura

existirem, para não prejudicar o trabalho da equipe. O gestor de biblioteca D assim se

expressa:

Trabalhar em equipe demanda da capacidade de evitar e/ou administrar conflitos.

Respeito às diferenças, reconhecimento de potencialidades e capacidade de rever

posicionamento e/ou assumir equívocos para correção de rotas, deve ser a postura

literalmente adotada por um gestor.

Page 92: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

89

Essa percepção dos entrevistados confere com a proposição de Robbins (2002), de que

os líderes de equipes são os administradores de conflitos, ajudando a processar o conflito

quando há alguma desavença. O líder deve procurar minimizar os efeitos negativos dos

conflitos internos da equipe.

No tocante à aprendizagem continuada, observou-se que, para sete bibliotecários

gestores, ou seja, a maioria, é importante que haja o aprendizado contínuo para obter o melhor

desempenho da equipe e, consequentemente, para que as metas propostas sejam alcançadas.

Os bibliotecários gestores ressaltaram a necessidade de estarem atualizados, fazendo cursos,

participando de treinamentos, reciclando-se para o melhor desempenho como líder na

orientação da equipe para, juntos, atingirem objetivos comuns. O gestor de biblioteca B

destaca que “[...] o gestor tem que ter a informação, o conhecimento, estar estudando sempre,

se atualizando com as novas tecnologias, com as novidades do mercado na nossa área”.

O gestor de biblioteca D enfatiza:

Sem dúvida, se temos profissionais sob a nossa responsabilidade, se mudanças como

novas tecnologias, novos serviços informacionais, outros perfis de clientes assim por

diante, fazem parte de nosso cotidiano, temos que continuar estudando,

experimentando, avaliando e reformulando. O gestor tem que estar se requalificando

sempre.

Dois bibliotecários gestores apontaram que o grande problema que enfrentam quanto à

aprendizagem continuada são a falta de incentivo e o apoio financeiro das instituições nas

quais as bibliotecas estão inseridas e também o fato de que a cidade de Goiânia oferta poucos

cursos de capacitação na área de biblioteconomia. Dois depoimentos abordam o assunto:

O grande problema é que as instituições onde as bibliotecas estão vinculadas não

dão muita importância para educação continuada, pois quando solicitamos liberação

para participação em alguns cursos na maioria das vezes eles negam. Apoio

financeiro é impossível conseguir (Gestor de biblioteca B).

Infelizmente em Goiânia temos pouca oportunidade de capacitação na área de

biblioteconomia. Quando há oferta de algum curso geralmente é voltado para

questões técnicas e poucos são voltados para questão humana, de atendimento das

necessidades dos usuários. Também não recebemos incentivo por parte das

instituições onde a biblioteca está inserida (Gestor de biblioteca B).

Acerca da importância da aprendizagem continuada, Valentim (2008) ressalta que o

bibliotecário, para ser um profissional criativo, necessita ler artigos e livros científicos da área

de Ciência da Informação, Administração, Marketing, dentre outros, com a finalidade de

conhecer as novidades sobre conceitos, pensamentos e tendências futuras.

Page 93: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

90

Os bibliotecários gestores consideram muito importante a estimulação intelectual da

equipe com novas ideias e abordagens, e sete dos bibliotecários afirmaram que procuram

desafiar a equipe com novas ideias e abordagens, tentam estimular a equipe a sugerirem

ideias, e inovações para melhoria na realização das atividades. O gestor de biblioteca B relata:

“[...] mostro à equipe os objetivos e metas a serem alcançadas e estou sempre instigando a

equipe a alcançá-las e alcançar com sucesso”.

O gestor de biblioteca D assinala:

Considero fundamental que a equipe tenha oportunidade de novas descobertas, seja

de uma simples nova forma de organizar o ambiente informacional, seja propondo

ideias de maiores impactos, para tanto tenho o hábito de delegar responsabilidades

que requer novas estratégias, novas ferramentas, novas atitudes.

As opiniões dos bibliotecários gestores estão de acordo com a teoria de Bowditch e

Buono (1992) sobre as características do líder transformacional, segundo os quais o líder deve

ser capaz de provocar mudanças, e de correr riscos, deve estar atento às necessidades das

pessoas, guiar-se por valores centrais, voltando-se ao aprendizado contínuo, capaz de lidar

com complexidades, ambiguidade e incerteza, direcionando-se para uma visão compartilhada.

Em contrapartida, mas concordando com a necessidade de provocar mudanças na

equipe, um único gestor de biblioteca C respondeu que não estimula a equipe tanto quanto

deveria, por não conhecer técnicas de gestão adequadas, o que comprova a importância da

educação continuada.

Em relação à capacidade de perceber as reais necessidades da equipe, observou-se que

a maioria dos bibliotecários gestores (n=6) percebem as verdadeiras necessidades da sua

equipe. Apenas um dos bibliotecários gestores alegou não conseguir perceber muito bem as

reais necessidades de sua equipe. Em depoimento, um bibliotecário, gestor de biblioteca B,

afirma:

Acredito que consigo perceber, mas isso não depende só de mim. A gente está

sempre se comunicando, tentando manter um canal bem estreito de comunicação e o

pessoal está sempre se informando, está sempre procurando atender às necessidades

dos usuários e procuramos estar sempre lapidando, melhorando onde percebemos

que está deixando a desejar.

Page 94: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

91

O gestor de biblioteca D comenta: “[...] priorizo deixar os canais de comunicação entre

as instâncias abertos, democráticos, transparentes, assim percebo melhor as necessidades da

equipe.”

Essa percepção dos entrevistados corrobora com a teoria de Boog (2004), segundo o

qual o líder precisa ter sensibilidade para conhecer os membros da sua equipe, pois precisa

conhecer e decifrar o espírito humano.

Page 95: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

92

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Esta pesquisa possibilitou identificar o estilo de liderança predominante entre os

bibliotecários gestores de Goiânia, destacando a importância da liderança nas unidades de

informação, além de ressaltar que o bibliotecário não só entende das técnicas

biblioteconômicas, mas também atua como líder em sua equipe de trabalho, demonstrando

habilidades gerenciais.

De acordo com a pesquisa dentre os bibliotecários de Goiânia que ocupam a posição

de líderes, a maioria pertence ao sexo feminino e possui idade superior a quarenta anos. A

maioria dos bibliotecários possui especialização, demonstrando que o bibliotecário de Goiânia

busca a educação continuada.

Os dados da pesquisa mostraram uma maior ocorrência de bibliotecários exercendo a

função de gestor nas bibliotecas universitárias e especializadas. Constatou-se também que os

bibliotecários que desempenham a função de gestor é também aquele que tem mais tempo de

serviço na instituição.

Observou-se que a maioria das bibliotecas conta com apenas um bibliotecário na

equipe, ou seja, somente o bibliotecário gestor. Verificou-se, também, que em grande parte

das bibliotecas, não há auxiliar de biblioteca, estagiários de biblioteconomia e nem outras

categorias profissionais em suas equipes, ou seja, há somente o bibliotecário gestor, o qual

executa todas as tarefas rotineiras da unidade de informação.

Conforme a teoria dos estilos de liderança de Kurt Lewin (1939), os resultados da

pesquisa apontaram que, em relação à tomada de decisões com a equipe liderada, os

bibliotecários de Goiânia tendem a adotar o estilo de liderança democrático. Embora este

estilo de liderança seja o de maior ocorrência, os bibliotecários, nas situações vivenciadas,

procuram seguir o estilo que melhor se adapte à situação, visando sempre atingir os objetivos

propostos e formulados em equipe. Em algumas situações, adotam o estilo de liderança

situacional ou contingencial, em outras, o estilo de liderança transformacional, confirmando a

literatura existente sobre liderança, a qual afirma não existir um melhor estilo de liderar, e a

alternância de estilos, conforme cada situação torna a liderança eficaz.

Page 96: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

93

Dados da pesquisa indicam que no papel de líder os bibliotecários de Goiânia

enfrentam diversos problemas e desafios, desde a falta de pessoal capacitado, de recursos

financeiros, desmotivação em virtude de baixos salários, falta de comprometimento de

membros da equipe, de autonomia nas tomadas de decisões, fatores que geram obstáculos no

desempenho da liderança dos bibliotecários.

De acordo com os dados apurados, constatou-se que a maioria das atividades

realizadas pelos bibliotecários líderes baseia-se nas rotinas diárias da biblioteca, ou seja,

atendimento aos usuários, processamento técnico, alimentação de bases de dados, treinamento

das equipes, compatibilização de demandas, gestão de conflitos, elaboração de metas e

avaliação das equipes quanto às metas a serem cumpridas.

Verificou-se que, quando um membro da equipe não atende às expectativas no

desempenho das suas funções, os bibliotecários gestores adotam o estilo de liderança

democrático na tomada de decisão sobre o problema, pois os bibliotecários foram unânimes

ao afirmarem que primeiramente conversam com o membro da equipe e procuram resolver a

causa do problema e somente após todas as alternativas terem sido esgotadas assumem uma

atitude mais drástica, como a demissão.

Os resultados da pesquisa revelaram que os bibliotecários consideram de extrema

importância o fato de terem conhecimento para orientarem suas equipes a atingirem as metas

propostas, assim como de grande relevância a ênfase às relações humanas e ao trabalho em

equipe para que as metas sejam atingidas.

Houve consenso entre os bibliotecários quanto à importância da aprendizagem

continuada para o melhor desempenho como líderes, para melhor orientarem e reorientarem a

equipe na execução das atividades propostas e, consequentemente, para alcançarem as metas

planejadas.

Os bibliotecários foram unânimes ao afirmarem que procuram estimular

intelectualmente suas equipes com novas ideias e abordagens, procurando inovações na

realização das atividades, demonstrando que o bibliotecário gestor de Goiânia, além de seguir

o estilo de liderança democrático, também adota outros estilos visando sempre o melhor

desempenho da unidade de informação e da equipe liderada.

Page 97: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

94

Os bibliotecários gestores consideraram prioritária, a comunicação com a equipe, pois,

de acordo com eles, essa troca de informações possibilita ao gestor perceber as reais

necessidades da equipe e, assim, tomar as atitudes certas de acordo como a situação que lhe

for apresentada.

Considera-se que foram cumpridos os objetivos da pesquisa, pois, baseando-se em

tema tão amplo como a liderança, e analisando-o em um ambiente restrito, o de bibliotecas,

foi possível desenvolver a reflexão pretendida, visando analisar o perfil de liderança dos

bibliotecários gestores de Goiânia.

Não se esperava que os resultados finais obtidos pela presente dissertação permitissem

chegar a conclusões definitivas, uma vez que a pesquisa está limitada às bibliotecas de

Goiânia e aos bibliotecários restritos à amostra. No entanto, de acordo com os dados obtidos

na pesquisa, sugere-se que o estilo de liderança mais presente seja o democrático.

Esta pesquisa pode contribuir para o aprimoramento do conhecimento sobre os papéis

desempenhados pelos bibliotecários gestores, além de possibilitar a compreensão das teorias

de liderança possíveis de serem empregadas no seu ambiente de trabalho. Portanto, a leitura

desta dissertação pode ser útil para os gestores de bibliotecas, bem como para todos

interessados nesse tema de estudo.

Para pesquisas futuras, recomenda-se a ampliação desta pesquisa para as demais

unidades da federação para que se possa chegar a um consenso sobre os estilos de liderança

adotados pelos bibliotecários no desempenho de suas atividades como gestores em suas

unidades de informação.

Recomenda-se ainda a ampliação desta pesquisa objetivando analisar o perfil de

liderança dos bibliotecários gestores do ponto de vista da equipe liderada.

Page 98: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

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Page 105: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

102

APÊNDICES

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103

APÊNDICE 1 – Questionário para o bibliotecário gestor

APRESENTAÇAO E CONVITE PARA PARTICIPAR DA PESQUISA

Prezada(o) colega,

Convido-o(a) a participar da pesquisa da Dissertação de Mestrado, intitulada Análise do

perfil de liderança do bibliotecário gestor na cidade de Goiânia-GO, respondendo ao

questionário, que é requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Administração, no

Curso de Mestrado Profissionalizante em Administração, Linha de Pesquisa intitulada Gestão

de Sistemas Educacionais que ora realizo na Faculdade de Estudos Administrativos de Minas

Gerais (FEAD), sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Cláudio Gomes Maia.

Espero contar com a sua participação, respondendo ao questionário enviado, cujo acesso se

dará clicando no link do convite para preenchimento do formulário, localizado em seguida.

Após responder ao formulário clique em concluído para que as respostas sejam

automaticamente encaminhadas ao software de estatística. As respostas dadas serão de uso

exclusivo deste trabalho e sua confidencialidade fica assegurada pelo fato de que não será

solicitada sua identificação pessoal ou profissional para o seu preenchimento.

Certo em poder contar com sua contribuição, agradeço antecipadamente.

Atenciosamente,

Célia Márcia da Costa de Assis Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas Universidade Federal de Goiás - UFG

Biblioteca Setorial do Campus I

E-mail: [email protected]

[email protected]

*Obrigatório

Page 107: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

104

PARTE A

A primeira parte da pesquisa destina-se a conhecer seu perfil profissional. Por gentileza indique suas

respostas conforme solicitado.

1. Sexo *

( ) Masculino

( ) Feminino

2. Sua faixa etária *

( ) 21 a 25 anos

( ) 26 a 30 anos

( ) 31 a 35 anos

( ) 36 a 40 anos

( ) mais de 40 anos

3. Escolaridade *

( ) Superior completo

( ) Especialização

( ) Mestrado

( ) Doutorado

4. Nome da Instituição em que trabalha*

5. Tempo de serviço na Instituição *

( ) menos de 2 anos

( ) de 2 a 5 anos

( ) de 6 a 10 anos

( ) de 11 a 15 anos

( ) mais de 15 anos

6. Há quanto tempo exerce a função de gestor? *

( ) 1 ano

( ) 2 anos

( ) 3 anos

( ) 4 anos

( ) 5 anos

( ) mais de 5 anos

Page 108: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

105

7. Sua equipe, incluindo você, é composta por quantos Bibliotecários? *

Marque a quantidade

1 2 3 4 5 6 7 8

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

8. Sua equipe é composta por Auxiliar de Biblioteca? Quantos? *

Marque a quantidade

0 1 2 3 4 5 6 7 8

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

9. Sua equipe é composta por Estagiário de Biblioteconomia? Quantos? *

Marque a quantidade

0 1 2 3 4 5 6 7 8

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

10. Sua equipe é composta por outra categoria profissional? Quantos? *

Marque a quantidade

0 1 2 3 4 5 6 7 8

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Page 109: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

106

PARTE B - Com base no seu dia a dia profissional, indique abaixo quais características

de liderança estão presentes, enquanto gestor, no seu ambiente de trabalho. Escolha o

número que represente o grau em que a característica está presente na sua rotina como

gestor

ATENÇÃO

Você está manifestando seu ponto de vista, indicando as características de liderança que estão

presentes no seu dia a dia profissional.

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE

2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo)

3. NEM DISCORDO / NEM CONCORDO

4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que discordo)

5. CONCORDO TOTALMENTE

1. Na realização das atividades como gestor, procuro esclarecer as tarefas a serem executadas pela

equipe. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

2. Na função de gestor eu considero que tenho forte desejo de comandar e ou exercer o poder. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

3. Na função de gestor tomo decisões unilaterais e determino as tarefas e métodos de trabalho. *

Escolha o número que representa sua opinião. 1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO

PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3. NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4.

CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Page 110: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

107

4. Na rotina diária do meu trabalho procuro envolver minha equipe nos processos decisórios,

incentivando sua participação como forma de treinamento. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

5. Como gestor eu deixo minha equipe completamente à vontade para deliberar sobre as tarefas a

serem realizadas e a forma de executá-las. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

6. Na minha gestão procuro enfatizar a tarefa, organizar e definir as funções dos membros da equipe. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7. Como gestor procuro dar feedback para a equipe. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Page 111: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

108

8. Na execução das tarefas oriento minha equipe na realização de seus objetivos de trabalho,

auxiliando-os na eliminação dos obstáculos existentes na execução das tarefas. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

9. Oriento minha equipe para que ela compreenda como atingir os objetivos da instituição visando

desempenho cada vez melhor. *

Escolha o número que representa sua opinião.

1. DISCORDO TOTALMENTE 2. DISCORDO PARCIALMENTE (discordo mais que concordo) 3.

NEM DISCORDO / NEM CONCORDO 4. CONCORDO PARCIALMENTE (concordo mais que

discordo) 5. CONCORDO TOTALMENTE.

1 2 3 4 5

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Tecnologia Google Docs

Page 112: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

109

APÊNDICE 2 – Roteiro da entrevista

Este roteiro de entrevista faz parte da pesquisa qualitativa da Dissertação de Mestrado

Análise do perfil de liderança do bibliotecário gestor na cidade de Goiânia-GO, que será

apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Administração, linha de Pesquisa

intitulada Gestão em Sistemas Educacionais, ministrado pela Faculdade de Estudos

Administrativos de Minas Gerais (FEAD). A entrevista semiestruturada será aplicada a 10%

dos bibliotecários gestores, dentre as bibliotecas universitárias públicas e privadas, bibliotecas

especializadas e bibliotecas públicas estaduais e municipais, que responderam ao questionário

online. As informações obtidas serão de uso exclusivo para a realização desta pesquisa.

A entrevista semiestruturada será realizada pela pesquisadora que irá agendar: local,

data e horário de acordo com a disponibilidade dos bibliotecários gestores participantes da

pesquisa. Somente com a autorização dos participantes da pesquisa as entrevistas serão

gravadas com a maior precisão e fidelidade ao que foi relatado pelo entrevistado e os dados

serão inseridos nos resultados da dissertação de mestrado, sem a identificação dos

participantes. O roteiro da entrevista semiestruturada será composto por oito questões.

Espero contar com a colaboração e agradeço a participação de todos.

Célia Márcia da Costa de Assis Bibliotecária do Sistema de Bibliotecas Universidade Federal de Goiás - UFG

Biblioteca Setorial do Campus I

E-mail: [email protected]

[email protected]

Page 113: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

110

Entrevista com o bibliotecário gestor:

1) Com base no seu dia a dia profissional indique quais são os maiores problemas ou

desafios enfrentados por você no exercício de sua função de líder?

2) Cite algumas das principais atividades realizadas por você ao liderar a equipe.

3) Qual sua atitude quando uma das pessoas da equipe não atende às suas expectativas no

desempenho das tarefas?

4) Na orientação das atividades a serem desenvolvidas pela equipe, você considera

importante ter conhecimentos para ajudar na solução dos problemas relacionados à

rotina diária de trabalho?

5) Em sua gestão, você costuma enfatizar as relações humanas e a capacidade de

trabalhar em equipe?

6) Para seu desenvolvimento como gestor, você considera importante a aprendizagem

continuada?

7) Para melhor atingir os objetivos da instituição, você procura a estimulação intelectual

da equipe, ou seja, desafia a equipe com novas idéias e abordagens?

8) Como gestor, você se considera capaz de perceber as verdadeiras necessidades de sua

equipe de trabalho?

Page 114: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

111

APÊNDICE 3 – Autorização para gravação e transcrição da entrevista

Autorizo a gravação da entrevista feita pela mestranda Célia Márcia da Costa de

Assis, e a posterior descrição dos dados coletados para a Dissertação de Mestrado Análise do

perfil de liderança do bibliotecário gestor na cidade de Goiânia – GO, que será defendida no

Curso de Mestrado Profissional em Administração, Linha de Pesquisa Gestão em Sistemas

Educacionais, na Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais (Fead).

Goiânia, ___/___/___

_______________________________________

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112

APÊNDICE 4 – Relação das instituições de ensino superior privadas participantes da pesquisa 1. Centro Universitário Uni-Ananguera - www.anhanguera.edu.br

2. Escola Superior Associada de Goiânia – ESUP - www.esup.edu.br

3. Faculdades Alves Faria - www.alfa.br

4. Faculdade Araguaia – FARA - www.faculdadearaguaia.edu.br

5. Faculdade Brasileira de Educação e Cultura – FABEC - www.fabecbrasil.edu.br

6. Faculdade Cambury - www.cambury.br

7. Faculdade da Igreja Ministério Fama - FAIFA - www.faifa.com.br

8. Faculdade Delta – www.faculdadedelta.edu.br

9. Faculdade de Goiás - FAGO - www.fago.edu.br

10. Faculdade de Goiânia - FAG

11. Faculdade Delta - www.faculdadedelta.edu.br

12. Faculdade de Tecnologia Senac Goiás - www.go.senac.br/faculdade

13. Faculdade de Tecnologia Senai de Desenvolvimento Gerencial – FATESG - www.fatesg.com.br/

14. Faculdade de Tecnologia Senai Ítalo Bologna - www.senaigo.com.br

15. Faculdade Lions - www.faclions.org

16. Faculdade Padrão – www.faculdadepadrao.com.br

17. Faculdade Sul Americana – FASAM - www.fasam.edu.br

18. Faculdade Tamandaré - www.faculdadetamandare.com

19. Faculdade Unida de Campinas – Unicamps - www.unicamps.com.br

20. Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás – IFITEG – www.ifiteg.edu.br

21. Instituto Unificado de Ensino Superior Objetivo – IUESO – www.objetivo-goiania.br

22. Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC GOIÁS - www.pucgoias.edu.br

23. Universidade Paulista – UNIP - www.unip.br

24. Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO - www.universo.edu.br

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Instituição de ensino superior privada em Goiânia. Disponível em:

<http://emec.mec.gov.br/ >. Acesso em: 20 mar. 2012.

Quadro elaborado pela pesquisadora.

Page 116: ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DO BIBLIOTECÁRIO GESTOR NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

113

APÊNDICE 5 – Relação das bibliotecas especializadas participantes da pesquisa 1. Biblioteca da Academia de Polícia Militar de Goiás

2. Biblioteca da Agência Goiana de Desenvolvimento Rural e Fundiário – Agência Rural

3. Biblioteca da Associação Brasileira de Odontologia - ABO

4. Biblioteca da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais - CPRM

5. Biblioteca da Companhia de Processamento de Dados do Município de Goiânia - COMDATA

6. Biblioteca da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA

7. Biblioteca da Justiça Federal

8. Biblioteca da Procuradoria da República em Goiás – Ministério Público Federal

9. Biblioteca da Procuradoria Geral do Estado de Goiás

10. Biblioteca da Procuradoria Regional do Trabalho da 18ª Região – PRT/18

11. Biblioteca da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia - COEP

12. Biblioteca da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás – SEPLAN/GO

13. Biblioteca da Superintendência de Vigilância Sanitária – SVISA/GO

14. Biblioteca do Centro Livre de Artes - CLA

15. Biblioteca do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás - CREMEGO

16. Biblioteca do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás

17. Biblioteca do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM

18. Biblioteca do Hospital de Doenças Tropicais de Goiás - HDT

19. Biblioteca do Hospital de Urgências de Goiânia - HUGO

20. Biblioteca do Hospital Geral de Goiânia - HGG

21. Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

22. Biblioteca do Instituto de Neurologia de Goiânia

23. Biblioteca do Instituto de Olhos de Goiânia

24. Biblioteca do Ministério Público do Estado de Goiás

25. Biblioteca do Serviço Social do Comércio - SESC

26. Biblioteca do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás-Senai

27. Biblioteca do Sistema Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB/SESCOOP-GO

28. Biblioteca do Tribunal de Contas do Estado de Goiás – TCE/GO

29. Biblioteca do Tribunal de Contas do Município de Goiânia – TCM/GO

30. Biblioteca do Tribunal de Justiça de Goiás – TJ/GO

31. Biblioteca do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás – TRE-GO

Fonte: elaborado pela pesquisadora.

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114

APÊNDICE 6 – Relação das bibliotecas públicas estaduais e municipais participantes da pesquisa 1. Biblioteca Pública Estadual Escritor Pio Vargas

2. Biblioteca Pública Municipal Cora Coralina

3. Biblioteca Pública Municipal Marietta Telles Machado

Fonte: elaborado pela pesquisadora.

APÊNDICE 7 – Relação das instituições de ensino superior públicas participantes da pesquisa 1. Instituto Federal de Educação de Goiás – IFG – www.ifg.edu.br

2. Universidade Estadual de Goiás – UEG – www.ueg.br

Fonte: elaborado pela pesquisadora.