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ANLISE DINMICA DE MECANISMOS FLEXVEIS
VICTOR HUGO PANATO1, DOMINGOS ALVES RADE2
RESUMO
Este artigo tem por objetivo apresentar uma sntese do estudo desenvolvido acerca da
dinmica de sistemas de multicorpos, compostos por partes rgidas e flexveis, com aplicaes
aos mecanismos elsticos. A modelagem de sistemas de multicorpos apresentada, atentando
para problemas de representao de rotaes, caracterizao de deformaes dos corpos
flexveis e manipulao simblica para formulao das equaes do movimento. Para a
caracterizao de deformaes dos corpos elsticos e conseqente discretizao dos modelos
estudados utilizado o Mtodo de Elementos Finitos (MEF). As simulaes de sistemas de
multicorpos so apresentadas por meio de exemplos ilustrativos.
Palavras chave: Anlise Dinmica, Mecanismos Flexveis, Modelagem, Simulao.
________________________
(1)Acadmico do curso de Engenharia Mecnica, (2) OrientadorUniversidade Federal de Uberlndia - UFUFaculdade de Engenharia Mecnica FEMECCampus Santa Mnica CP: 593CEP 38400-902 Uberlndia MG Brasile-mail: [email protected]
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DYNAMIC ANALYSIS OF FLEXIBLE MECHANISMS
ABSTRACT
This paper focuses on the study carried on about multibody system dynamics, formed by both
rigid and flexible components, with particular emphasis to elastic mechanisms. The following
aspects are addressed: modeling, simulation and optimization. Modeling of flexible
mechanisms takes into account the representation of finite rotations and small elastic
displacements for obtaining the equations of motion. For characterizing elastic strains, the
Finite Element Method is used. A number of numerical simulations are presented to illustrate
some important features of the dynamic behavior of elastic mechanisms.
Keywords: Dynamic Analysis, Flexible Mechanisms, Modeling, Simulation.
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1 - Introduo
A anlise dinmica de corpos rgidos
e flexveis interconectados, que sofrem
grandes deslocamentos, tambm conhecidos
como sistemas de multicorpos, um tpico
com aplicaes em vrias reas da
Engenharia Mecnica, tais como robtica,
sistemas aeroespaciais, engenharia
automotiva, entre outras.
Particularmente, a dinmica de
mecanismos operando a alta velocidade,
um problema de grande importncia e tem
recebido ateno considervel de
pesquisadores, durante as duas ltimas
dcadas.
Sistemas de multicorpos eram
tradicionalmente modelados como corpos
rgidos, onde os efeitos das deformaes
elsticas no movimento eram desprezados.
No entanto, recentes trabalhos vm
admitindo a deformao estrutural na anlise
dinmica de sistemas de multicorpos, usando
uma teoria de elasticidade linear, onde tais
deformaes elsticas so admitidas
pequenas. Percebia-se, entretanto, que estes
mtodos lineares eram precisos somente para
alguns tipos de sistemas mecnicos, onde
grandes deformaes pudessem ser
desconsideradas.
Assim, em numerosos casos faz-se
necessria a criao de modelos dinmicos
mais sofisticados e precisos, capazes de
analisar os efeitos de deformaes elsticas e
grandes deslocamentos nas respostas de
mecanismos flexveis.
Os primeiros cdigos estruturais de
simulao da Dinmica de Sistemas de
Multicorpos pecavam principalmente pelo
grande nmero de hipteses simplificadoras,
como por exemplo, linearizao de rotaes e
negligenciamento de movimentos fora do
plano do mecanismo, que levavam a erros
bastante significativos.
No entanto, a hiptese mais
questionvel para a dinmica de multicorpos,
era a admisso de que todos corpos fossem
rgidos no sistema. A necessidade de se ter
mecanismos cada vez mais leves, com menor
consumo de potncia e com velocidades cada
vez maiores, tornou inadequada a hiptese de
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rigidez. Por isso faz-se necessrio levar em
conta os efeitos da flexibilidade dos corpos.
Evidentemente, o custo computacional
aumentado, j que os modelos matemticos
so mais sofisticados. Todavia, com o uso de
computadores cada vez mais potentes no
mercado, torna-se vivel a simulao
numrica do comportamento dinmico a parti
destes modelos.
Outra motivao que caracteriza este
trabalho a incluso das tcnicas de
otimizao nos modelos analiticamente
estudados.
No projeto de mecanismos elsticos,
restries de tenso e de deformao no
podem ser desprezadas. Alm desses, muitos
outros critrios, especficos a cada
mecanismo, so utilizados na otimizao de
sistemas de multicorpos. Na literatura
especializada, comum a adoo de funes
objetivos, que levam em conta freqncias
naturais de vibrao ou velocidades crticas
de operao de um determinado mecanismos
elstico; algumas propriedades fsicas e/ou
geomtricas so utilizadas como variveis de
projeto, para se obter um melhor
desempenho.
Com uso de pacotes de otimizao, a
tarefa de encontrar uma configurao tima
para um determinado problema ficou
bastante simplificada. Esses otimizadores
aparecem no mercado com a mesma
capacidade matemtica, com uma interface
grfica muito mais amigvel, e com a
capacidade de conexo com outros
programas, que permitem resolver vrios
problemas na modelagem, simulao, na
prpria otimizao, na identificao e no
controle desses sistemas.
2 - Modelagem Numrica de SistemasMecnicos de Multicorpos Baseada naTcnica de Rayleigh-Ritz
A configurao e o movimento de um
sistema de multicorpos podem ser descritos,
utilizando as seguintes grandezas cinemticas
vetoriais: posio, velocidade e acelerao.
Essas grandezas devem ser medidas emrelao a um sistema tri-ortogonal de eixos
de referncia, previamente escolhido.
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Uma vez escolhido o sistema de
referncia, um vetor arbitrrio u fica
definido por suas trs componentes espaciais.
Na anlise de sistemas de
multicorpos, dois tipos de sistemas
referenciais so empregados, a saber: a)
sistema de referncia globalou inercial: com
eixos fixos, tomado como padro para
todos os componentes, independentemente
de suas posies ou movimento; b) sistemas
de referncia locais: esto ligados
diretamente a cada um dos corpos
componentes do sistema. Assim, sua posio
e orientao variam com o tempo, quando o
sistema se movimenta.
Fig. 1 - Sistemas Referenciais
A vetor posio iu de um ponto
qualquerPi , de um componente genrico i do
sistema de multicorpos pode ser
representada da seguinte forma. No sistema
global:
332211 iiiuiiii
uuu ++= (1)
E no sistema local:
iiiiiii uuu 332211 iiiu ++= (2)
As configuraes determinadas pelas
Eqs. (1) e (2) podem ser relacionadas atravs
de uma transformao algbrica, denominada
matriz de rotao.
Em sistemas de multicorpos com
componentes flexveis, deve-se incluir na
formulao os efeitos relacionados
elasticidade. A deformao, ou mudana de
forma de um corpo, depende do movimento
de cada partcula, relativo a sua vizinhana.
2.1 - Vetor Posio
Pode-se identificar um ponto P no
corpo, com o vetor posio . O
deslocamento final de P, de t0a t dado por:
xu = (3)
Onde:
[ ] [ ] [ ]TTT ,xxx,uuu 321321321 === xucomo pode ser observado na Fig. 2.
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Fig. 2 - Configurao Deformvel e Indeformvel
Mtodos de aproximao so usados
para formular um conjunto finito de equaes
dinmicas do movimento de sistemas de
multicorpos, contendo partes deformveis
interconectadas.
Assim, a formulao das equaes do
movimento para corpos deformveis, que
esto sob ao de grandes deslocamentos
rotacionais e translacionais desenvolvidausando como referncia o sistema de
coordenadas locais.
Neste sistema de coordenadas, a
configurao de cada corpo flexvel no
sistema identificado, usando dois conjuntos
de coordenadas: um de referncia e um
elstico. Coordenadas de referncia definem
a localizao e a orientao de um corpo
selecionado. Coordenadas elsticas, por sua
vez, definem a deformao do corpo com
relao ao sistema de referncia. Com a
inteno de evitar dificuldades
computacionais, associadas a espaos de
dimenses infinitas, essas coordenadas so
introduzidas usando tcnicas clssicas de
aproximao, como o mtodo de Rayleigh-
Ritze o mtodo de Galerkin.
Sistemas de multicorpos, em geral,
incluem duas classes de corpos. Uma delas
consiste de slidos compactos e volumosos
que so tratados como corpos rgidos,
enquanto outra classe inclui componentes
tipicamente estruturais , como barras, vigas,
placas elsticas.
O comportamento de tais
componentes governado por um conjunto
de equaes diferenciais parciais
simultneas.
Supe-se que o campo de
deslocamentos descreva a deformao do
corpo com relao ao sistema de referncia
local, de acordo com Fig. 3:
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Fig. 3 - Coordenadas de um Corpo Deformvel
O movimento do corpo ser ento
definido como o movimento deste
referencial, mais o movimento dos pontos
materiais no corpo com relao a esta
referncia.
Estabelecendo a hiptese do campo
de deslocamento conter modos de corpo
rgido, ento um conjunto de condies
iniciais dever ser imposto para definir um
nico campo de deslocamentos, com relao
ao sistema de coordenadas selecionado.
Para identificar a configurao de
corpos elsticos, um conjunto de
coordenadas generalizadas selecionado deforma que a localizao de um ponto,
arbitrrio, possa ser descrita por essas
coordenadas.
Assim, selecionado um sistema
global, (X1X2X3), fixo no tempo, que define
a conectividade entre diferentes corpos no
sistema de multicorpos. Para um corpo
arbitrrio i, escolhemos o sistema de
referncia ( )iii XXX 321 , cuja localizao e
orientao com relao ao sistema global so
definidas por um conjunto de coordenadas
chamadas coordenadas de referncia e
denotadas por irq . Este vetor pode ser escrito
da seguinte forma:
[ ]TTiTiir vq = (4)
onde iv o vetor das coordenadas
cartesianas de translao, que define a
localizao da origem do corpo de referncia,
conforme a ltima figura, e i um conjunto
de coordenadas de rotao, que descreve a
orientao do corpo selecionado.
Se o corpo for rgido, as coordenadas
de referncia so suficientes para a
localizao de um ponto arbitrrio do corpo,
e consequentemente, essas coordenadas
descrevem completamente a cinemtica do
corpo.
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No caso de um corpo rgido
bidimensional, a posio global de um ponto
Ppode ser descrita por:
iiiiP uAvr += (5)
onde iu o vetor posio do ponto Pe iA
a matriz de transformao definida por:
=
ii
ii
i
cossen
sencosA (6)
Como a hiptese de rigidez do corpo i
implica que a distncia entre dois pontos
quaisquer do corpo permanea sempre
constante, conclui-se que o comprimento do
vetor iu permanecer, tambm, consta nte.
No entanto, quando corpos
deformveis so considerados, a distncia
entre dois pontos arbitrrios, em geral, no
permanece constante, devido ao movimento
relativo entre as partculas que formam o
corpo. Neste caso o vetor iu pode ser escrito
como:
i
f
i
f
qSuuuu +=+=00
(7)
onde 0u a posio do ponto P, no estado
indeformado, Si a matriz de forma, e ifq
o vetor de coordenadas generalizadas
elsticasdo corpo flexvel i.
Assim, podemos expressar a posio
do pontoPno corpo i, por:
)ifiiiiiii
P qSuAvuAvr ++=+= 0 (8)
onde a posio global do ponto P escrita
em termos das coordenadas generalizadas e
das coordenadas elsticas do corpo i. Assim,
pode-se definir as coordenadas do corpo i,
por:
=
=
if
i
i
if
iri
q
v
q
qq (9)
com iv e i sendo as coordenadas de
referncia e ifq o vetor de coordenadas
elsticas.
2.2 - Equaes de Velocidade
Derivando a Eq. (8) em relao ao
tempo, teremos:
iiiiiiP uAuAvr &&& ++= (10)
Usando a Eq. (7), podemos escrever
iu& em termos de suas derivadas temporais,
de acordo com as coordenadas elsticas do
corpo i, da seguinte maneira:
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if
ii qSu && = (11)
onde ifq& o vetor de velocidades elsticas
para o corpo i. Substituindo essa relao na
Eq. (10), resulta:
i
f
iiiiii
P qSAuAvr ++= &&& (12)
Fazendo a seguinte substituio
iiii BuA && = , onde iB um vetor que
depende de e ifq , ei& a derivada das
coordenadas rotacionais em i, a ltima
equao ficar da seguinte forma:
i
f
iiiiii
P qSABvr &&& ++= (13)
Podemos ainda expressar o vetor
velocidade absoluta da Eq. (13) pela seguinte
relao:
[ ]
=
i
f
i
i
iiiiP
q
v
SABIr
&
&
&
& 3 (14)
Fazendo [ ] iiii SABIL 3= , e
usando a relao [ ]TTifTiTii qvq &&&& = pode-
se escrever:
iiiP qLr && = (15)
que uma forma simplificada para o vetor de
velocidades generalizadas do ponto P , no
corpo i.
A Eq. (13) expressa o vetor
velocidade de um ponto P em funo das
coordenadas generalizadas do corpo i. Temos
ainda que iv& o vetor velocidade absoluta
da origem do corpo de referncia; ifii qSA & a
velocidadedo ponto P, devida deformao
do corpo, definida em relao a um
observador estacionrio no corpo. Se este for
rgido, ifii qSA & ser igual a zero; o termo
central iiB & , resultante das derivadas
temporais da matriz de transformao. Este
termo depende das coordenadas de rotao, etambm das coordenadas de deformao
elstica do corpo.
2.3 - Equaes de Acelerao
A acelerao do ponto P
determinada pela diferenciao direta da Eq.
(15). Isso conduz a:iiiii
P qLqLr &&&&&& += (16)
onde iiqL && um vetor de velocidades
quadrticas, que contm a componente de
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Coriolis. O vetor acelerao pode ser
expresso ainda da seguinte forma:
iiiii
iiiiii
)(2
)(
uAuA
uuvr iP
&&&
&&&&
++
+++= (17)
Nesta equao, i o vetor
acelerao angular; o termo iv&& a
acelerao da origem do corpo de
referncia; )( iii u a componente
normal de acelerao do ponto P, que
instantaneamente coincide com P, na
configurao indeformada. Esta componente
da acelerao est direcionada ao longo do
eixo que conecta a origem do sistema de
referncia ao ponto P; ii u a
componente tangencial da acelerao de P
relativa origem. A direo desta
componente perpendicular aos vetores i e
iu ; )( iii uA &2 a componente de
Coriolisda acelerao e iiuA && a acelerao
do ponto Pdevida deformao relativa ao
sistema de referncia.
Em um corpo rgido, os dois ltimos
termos da Eq. (17) desaparecem. Esta
equao, inclusive, usada na dinmica de
corpos rgidos para descrever a acelerao
das partculas que se deslocam no corpo,
contanto que o movimento destas seja
apropriadamente descrito pelo vetor iu .
2.4 - Propriedades de Inrcia
A respeito da energia de corpos
deformveis, observa-se diferenas entre as
propriedades de inrcia de corpos flexveis
que sofrem rotaes finitas e as propriedades
de inrcia de sistemas rgidos e estruturais.
As integrais de forma que aparecem
nas componentes da matriz de inrcia
representam a inrcia que existe no
acoplamento entre o movimento de
referncia e a deformao elstica do corpo
deformvel. Alm disso, a matriz de inrcia
depende da deformao elstica e, como
consequncia, ter variao com o tempo.
2.5 - Matriz de Inrcia
A seguinte definio da energia
cinticaTi , para um corpo iser usada:
ii
P
Ti
PV
iidVT
irr &&
=
2
1 (18)
onde i a densidade, Vi o volume, e iPr&
o vetor velocidade de um ponto arbitrrio P
neste sistema de referncia.
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Usando o fato de que iiiP qLr && = ,
escrevemos:
= iViiiTiTiii dVT qLLq &
2
1 (19)
Assim:
[ ] iV
iiTiiTii dVTi
qLLq && = 21
(20)
Ou ainda, numa forma mais
compacta:
iiTii
T qMq &&
2
1
= (21)
onde, Mi a matriz simtrica, chamada
matriz de inrcia do corpo i, no sistema de
multicorpos. Esta matriz definida por:
= iViiTiii
dVLLM (22)
Como [ ] iiii
SABIL 3= , tem-se:
( )[ ]
=
iV
iiii
T
Tii
TiiidVSABI
SA
B
I
M 3
3
(23)
Ou ainda:
( ) ( )
i
iTiTiiiTii
iiTiiTiTi
iii
V
ii
dVi
= SSSABSA SABBBB
SABI
M
3
(24)
Numa notao simplificada, a Eq.
(24) pode ser reescrita como a seguinte
matriz simtrica:
=iTiTi
iiTi
iii
i
ffff v
fv
vfvvv
MMM
MMM
MMM
M (25)
Voltando energia cintica, pode-se
expressar a Eq. (21) em funo das
submatrizes da Eq. (25):
]2
2
2[2
1T
if
iTif
if
iTi
iiTiif
iTi
iiTiiiTii
qMqqM
MqMv
MvvMv
fff
vf
vvv
&&&&
&&&&
&&&&
++
+++
++=
(26)
Caso o corpo analisado seja rgido, o vetor
ifq& , relacionado s coordenadas elsticas de
i, desaparece, e a energia cintica se reduz a:
[ ]iiTiiiTiiiTiiT MMvvMv vvv &&&&&& ++= 22
1 (27)
2.6 - Matriz de Rigidez
Considerando o trabalho virtual
relacionado s foras elsticas, tem-se::
iiT
V
iiS dVW i = (28)
onde i e i so, respectivamente, os vetores
de tenso e de deformao, e iSW o
trabalho virtual realizado pelas foras
elsticas.
Pode-se definir ainda, a seguinte
relao:
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if
ii uD = (29)
onde iD um operador diferencial e ifu o
vetor de deslocamento. Assim, usando as
coordenadas generalizadas do corpo i:
i
f
iii qSD= (30)
Relacionando os vetores i e i , de
acordo com a equao constitutiva linear:
iii E = , (31)
em que iE a matriz simtrica de
coeficientes elsticos, e fazendo as devidas
substituies, escreve-se:
i
f
iiii qSDE = (32)
Voltando Eq. (27), tem-se:
( ) iifiiTiTii
V
Ti
f
i
S dVW i qSDESDq = (33)
Ou ainda:
( ) ifiiiiT
V
iiTif
iS dVW i qSDESDq
= (34)
Define-se ento a matriz de rigidez,
i
ffK , como sendo:
( )
iiii
V
TiiidV
i
SDESDKff =
(35)
Assim, pode-se escrever a equao do
trabalho virtual, em funo da rigidez, da
seguinte forma:
i
f
iTi
f
i
SW qKq ff = (36)
Ou ainda:
[ ]
=i
f
i
i
i
Tif
Ti
TiiS W
q
v
K00000
000
qvff
(37)
2.7 - Foras Externas
O trabalho virtual de todas as foras
externas que atuam em um corpo i, em um
sistema de multicorpos pode ser escrito como
segue:
qf Ti
ei
eW = (38)
onde ief o vetor das foras generalizadas,
associado s coordenadas do corpo i. Com
isso, pode-se escrever:
[ ]
=
i
f
i
i
TiTiTiie W
q
v
fff fv
(39)
Nota-se que as coordenadas do vetor
de foras externas esto relacionadas,
respectivamente, s coordenadas de
translao, de rotao e s coordenadas
elsticas do corpo i.
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2.8 - Equaes do Movimento
O trabalho virtual realizado pelas
foras atuantes em um corpo i, em sistema
de multicorpos pode ser representado por:
i
e
i
S
iWWW += (40)
onde iSW o trabalho virtual devido s
foras elsticas, resultantes da deformao
do corpo, e ieW o trabalho virtual
realizado pelas foras externas, tais como
molas, amortecedores, fora gravitacional,
etc.
Substituindo as Eqs. (35) e (38) em
(39), tem-se:
[ ]i
Tie
Tiii
Tie
iiT
ii W qfqKqfqKq +=+=
(41)
Fazendo [ ] TiTieTii
ffqK =+ , onde
if o vetor de foras generalizadas
associado s coordenadas do corpo i, obtm-
se:
iTiiW qf = (42)
Na dinmica de multicorpos, os
sistemas de coordenadas no so
independentes, devido s trajetrias dos
corpos e existncia de juntas, que podem
ser de revoluo, prismticas ou universais.
Estas restries cinemticas podem ser
introduzidas na formulao pelo uso de
equaes algbricas no-lineares que
dependem do conjunto de coordenadas
generalizadas e possivelmente do tempo.
Pode-se escrever as funes de
restries cinemticas da seguinte forma:
0qCq =)t,(i (43)
As Equaes de Lagrangeassociadas
ao corpo i, no sistema de multicorpos so
expressas segundo:
iTi
T
i
iT
i
iTT
dt
d
fCqq q =+
& , (44)
onde iT representa a energia cintica do
corpo eTi
qC a matriz Jacobiana de
restries, e representa o conjunto dos
multiplicadores de Lagrange.
Usando a expresso geral da energia
cintica dada pela Eq. (21), os dois primeiros
termos de (43) ficam:
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TiiTi
i
iiiiT
i
iT
i
i
2
1
TTdtd
+=
qMq
q
qMqMqq
&&
&&&&
&
(45)
Define-se o vetor iv como sendo o
vetor de velocidade quadrtica , resultante da
diferenciao da energia cintica com relao
ao tempo e s coordenadas do corpo:
T
iiTi
i
iii
+= qMqq
qM &&&&2
1v (46)
Neste vetor esto contidas as
componentes de fora de Coriolis. Assim
sendo, a Eq. (44) pode ser escrita como:
iii
T
i
iT
i
iTT
dt
d
v
=
qM
qq &&
&
(47)
Substituindo esta equao em (43),
tem-se:
b
ii
e
Tiiiiin,,,i, L&& 21=+=++ vfCqKqM q
(48)
onde nb o nmero total de corpos no
sistema.
A Eq. (47) pode ainda ser escrita
numa forma mais explcita:
( )
( )
( )
( )
+
=
+
+
+
v
v
e
eT
T
ii
ii
f
r
f
r
q
q
f
r
fff
r
fffr
rfrr
f
f
C
C
q
q
K0
00
q
q
MM
MM
f
r
v
v
&&
&&
(49)
Para simplificar a notao, pode-se
omitir o ndice ida formulao acima.
Derivando duas vezes a equao (42),
tem-se:
qqCqCCqC qqqq &&&&& = ttt 2 (50)
O vetor dado em (49) pode ser
representado por cq=qCq && , que um vetor
que depende das coordenadas de referncia,
coordenadas elsticas, velocidades e
eventualmente do tempo.
Combinando as Eqs. (48) e (49) tem-
se:
( ) ( )
( ) ( )
+
+=
=
ffff
rr
f
r
qff
qrfrr
Kf
f
q
q
0
CM
CMM
f
r
cq
v
v
ve
ve
T
T
sim.
&&
&&
(51)
Ou ainda:
f=qM (52)
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A resoluo da equao (51) pode ser
obtida por um mtodo aproximado
encontrado em Shabana (1998), chamado
tcnica de insero, que consiste na
eliminao das foras de restrio para se
obter os valores das aceleraes
Esta a formulao usada por
Shabana (1998) e que foi a base para a
anlise desenvolvida at agora, sendo
relevante na parte de modelagem e simulao
dos mecanismos flexveis estudados.
3 - Resultados Preliminares
Usando o softwareANSYS, foi feita
a modelagem de um mecanismo plano de
quatro-barras.
3.1 - Descrio do Modelo
O modelo inicial composto de vigas
bidimensionais acopladas, de seo
transversal circular, conforme a Fig. 4, onde
sero consideradas as seguintes
caractersticas:
Comprimento de cada viga:2l = 0,127 m,
3l = 0,2794 m, 4l = 0,2667 m;
Mdulo de elasticidade: E = 2,1 x 1010 kg /
m2;
Densidade: = 7751,09 kg / m3;
rea da seo transversal: A = 1,6129 x 10-4
m2;
Momento de inrcia: I = 8,65761 x 10-9m4;
Dimetro da seo: d = 1,4 x 10-2m;
Coeficiente de Poisson: = 0,3.
Fig. 4 - Mecanismo Plano de Quatro-Barras
O modelo consiste de trs vigas
uniformes acopladas, sendo que uma das
extremidades de2l e outra de 4l esto fixas
ao referenc ial, como mostra a Fig. 8.
Foi efetuada uma anlise modal do
sistema, utilizando o mtodo de iterao por
subespaos para a extrao dos primeiros
modos naturais de vibrao e uma anlise
transientepara se obter os dados relativos s
velocidades angulares e aceleraes
angulares das barras3
l e4l . Neste
segundo tipo de anlise, (anlise esta
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puramente cinemtica), foi atribuda a2l
uma vel. ang. (cte) srad2,182= .
Para simplificar a notao utilizada na
Fig. 4, os ns 2 e 3 representaro uma junta
de revoluo denominada B, e os ns 4 e 5
que esto representando a junta C. Sendo
assim, os ns 1 e 6 sero, respectivamente, os
pontos Ae D.
Baseado nisso, os grficos dos
deslocamentos relativos aos ns 2 e 4, em
funo do tempo, nas suas componentes
cartesianas, so mostrados a seguir, nas
figuras 5 e 6.
Fig. 5 - Deslocamentos relativos ao ponto B
Fig. 6 - Deslocamentos relativos ao ponto C
O mesmo mecanismo foi modelado
no software DYMORE e os resultados da
simulao, plotados no ambienteMATLAB, so apresentados nas figuras 7 e
8:
Fig. 7 - Deslocamentos relativos ao ponto B
Fig. 8 - Deslocamentos relativos ponto C
Os grficos plotados nas figuras 5 e
7, com relao junta B, mostram os
deslocamentos segundo as trs componentes
cartesianas, utilizando-se inicia lmente o
ANSYS , e em seguida o DYMORE.
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Analogamente, de acordo com a junta de
revoluo C, so apresentadas as figuras 6 e
8. A coincidncia dos resultados indica a
correta utilizao dos programas
computacionais.
Para o mecanismo de quatro-barras
mostrado na Fig. 4, foi formulado ainda a
seguinte situao, similar a um problema
apresentado por Bauchau (1998).
4 - Concluso
Uma reviso sobre as principais
caractersticas da formulao inerente aos
mecanismos flexveis foi feita, com o intuito
de buscar as ferramentas necessrias para
desenvolver o tema proposto.
Uma metodologia de modelagem
matemtica de sistemas de multicorpos,
baseada no mtodo de Rayleigh-Ritz
apresentada.
Efeitos da flexibilidade no contexto
da teoria da elasticidade linear so
considerados.
A anlise dinmica de um
mecanismo de quatro barras apresentada,
levando-se em considerao duas
implementaes: usando o software
ANSYS e outra utilizando o programa
DYMORE, juntamente com o pacote
MATLAB
.
Nas simulaes numricas, nota-se a
presena de pequenas regies de
instabilidade nos grficos relacionados ao
mecanismo no-flexvel, no que diz respeito
aos deslocamentos e s rotaes.
Esta mesma concluso observada
nas anlises de velocidade angular, foras,
tenses, entre outras.
A vibrao encontrada cada vez
mais acentuada, na medida que em que se
modifica o mdulo de elasticidade das barras
(Bauchau, 1998).
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Journal of Engineering for Industry , p. 268-274, 1974.
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SHABANA, A. A., - Dynamic of MultibodySystems, Cambridge University Press, 1998.
SONG, J. O., HAUG, E. J. - Dynamic
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Computer Methods in a Applied Mechanics
and Engineering, v. 24, p. 359-381, 1980.
VAZ, C. M. - Modelagem Numrico-
Computacional e Otimizao de Mecanismos
Flexveis, Relatrio de Qualifica
UFU/FEMEC, Uberlndia, MG, Brasil,
2000.