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  • CENTRO ESTADUAL DE EDUCAO TECNOLGICA PAULA SOUZA

    UNIDADE DE PS-GRADUAO, EXTENSO E PESQUISA

    MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTO E TECNOLOGIA

    EM SISTEMAS PRODUTIVOS

    JACKSON GOMES SOARES SOUZA

    ANLISE DE TRATAMENTO DA SEGURANA DA INFORMAO NA GESTO DE

    RISCOS DA GOVERNANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO DE UMA

    INSTITUIO DE ENSINO PBLICO FEDERAL

    So Paulo

    Abril/2017

  • JACKSON GOMES SOARES SOUZA

    ANLISE DE TRATAMENTO DA SEGURANA DA INFORMAO NA GESTO DE

    RISCOS DA GOVERNANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO DE UMA

    INSTITUIO DE ENSINO PBLICO FEDERAL

    Dissertao apresentada como exigncia

    parcial para a obteno do ttulo de Mestre em

    Gesto e Tecnologia em Sistemas Produtivos

    do Centro Estadual de Educao Tecnolgica

    Paula Souza, no Programa de Mestrado

    Profissional em Gesto e Tecnologia em

    Sistemas Produtivos, sob a orientao do Prof.

    Dr. Carlos Hideo Arima

    So Paulo

    Abril/2017

  • Souza, Jackson Gomes Soares

    S729a Anlise de tratamento da segurana da informao na gesto de riscos da governana de tecnologia da informao de uma instituio de ensino pblico federal / Jackson Gomes Soares Souza. So Paulo : CEETEPS, 2017.

    82 f. : il.

    Orientador: Prof. Dr. Carlos Hideo Arima Dissertao (Mestrado Profissional em Gesto e

    Tecnologia em Sistemas Produtivos) Centro Estadual de Educao Tecnolgica Paula Souza, 2017.

    1. Segurana da informao. 2. Gesto de riscos. 3.

    Governana de T.I. 4. Governana corporativa. I. Arima, Carlos Hideo. II. Centro Estadual de Educao Tecnolgica Paula Souza. III. Ttulo.

  • JACKSON GOMES SOARES SOUZA

    ANLISE DE TRATAMENTO DA SEGURANA DA INFORMAO NA GESTO DE

    RISCOS DA GOVERNANA DE TECNOLOGIA DA INFORMAO DE UMA

    INSTITUIO DE ENSINO PBLICO FEDERAL

    Prof. Dr. Carlos Hideo Arima

    Prof. Dr. Antonio Benedito Silva Oliveira

    Prof. Dr. Getulio Kazue Akabane

    So Paulo, 10 de abril de 2017

  • Dedico essa dissertao aos meus pais, esposa

    e amigos que estiveram ao meu lado nesta

    jornada.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao Prof. Dr. Carlos Hideo Arima, que, acreditando em minha capacidade, presenteou-me com

    esta oportunidade e me orientou no caminho da cincia.

    Ao Prof. Dr. Getlio Akabane por estar sempre disposto a aconselhar, direcionar e por ser um

    grande amigo.

    Aos professores da Unidade de Ps-Graduao, Extenso e Pesquisa do Centro Estadual de

    Educao Tecnolgica Paula Souza. Em especial aos professores Dr. Napoleo Verardi

    Galegale, Dr. Jos Manoel Souza das Neves, Dr. Carlos Vital Giordano e Dr. Antonio

    Benedito Silva Oliveira por me auxiliarem no desenvolvimento desta pesquisa.

    Aos colegas de trabalho do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo

    que sempre me incentivaram.

    Aos colegas mestrandos por me aturarem.

  • Embora ningum possa voltar atrs e fazer

    um novo comeo, qualquer um pode comear

    agora e fazer um novo fim.

    Francisco Cndido Xavier

  • RESUMO

    SOUZA, J. G. S. Anlise de tratamento da segurana da informao na gesto de riscos

    da governana de tecnologia da informao de uma instituio de ensino pblico federal.

    82 f. Dissertao (Mestrado Profissional em Gesto e Tecnologia em Sistemas Produtivos).

    Centro Estadual de Educao Tecnolgica Paula Souza, So Paulo, 2017.

    A informao um recurso crescente para o desenvolvimento do ciclo de negcios das

    organizaes, e a Tecnologia da Informao (T.I.), assim como as pessoas envolvidas nesse

    ciclo, desempenha um papel significativo. A governana de T.I. consiste em aspectos de

    liderana, estrutura e processos para que a rea de tecnologia da informao suporte e

    aprimore estratgias e objetivos organizacionais, tratando tambm dos riscos relacionados

    segurana dos ativos de informao, uma vez que sua identificao e mensurao proporciona

    maior controle quanto s incertezas e oportunidades. Portanto, o presente trabalho tem por

    objetivo verificar o tratamento dado segurana da informao dentro da gesto de riscos na

    governana de T.I. em uma instituio de ensino pblico federal, analisando aspectos da

    gesto de risco, que envolvem princpios como organizao de segurana e infraestrutura,

    polticas de segurana, normas e procedimentos, programa de segurana, treinamento e

    conscientizao da cultura de segurana e adequao. Trata-se de uma pesquisa exploratria

    mista, com estudo de uma instituio de ensino pblico federal desenvolvido por meio de

    questionrios para levantamento e anlise dos dados relativos s prticas de segurana da

    informao dentro da governana de T.I. A partir dos dados analisados, observou-se que os

    componentes verificados possuem aplicao na instituio, permitindo a implementao e

    manuteno de princpios, compreenso do ambiente de riscos no qual opera e oportunidades

    que este oferece.

    Palavras-chave: Segurana da informao. Gesto de riscos. Governana de T.I..

    Governana corporativa.

  • ABSTRACT

    SOUZA, J. G. S. Information security analysis on the risk management of a federal

    public education institutions information technology governance. 82 p. Thesis (Master's

    in Production Systems Management and Technology). Centro Estadual de Educao

    Tecnolgica Paula Souza, So Paulo, 2017.

    Information is a growing asset in businesses life cycle, while Information Technology (I.T.)

    and the people involved in this cycle play a significant role. I.T. governance consists on

    aspects of leadership, structure and processes by enabling information technology to improve

    business strategies and objectives while securing the risks related to information assets, since

    their identification and measurement provides greater control over uncertainties and

    opportunities. Thus, this study aims to verify how is information security processed through

    risk management within I.T. governance in a federal public education institution, by analyzing

    risk management aspects involving principles such as security organization and infrastructure,

    security policies, standards and procedures, security program, security culture awareness and

    training and monitoring compliance. As a mixed exploratory research, this study was

    developed in a federal public education institution through questionnaires for data survey and

    analysis regarding information security practices within I.T. governance. Data analysis

    suggests that the verified components are applicable to the institution, enabling principles

    implementation, maintenance and acknowledgement of its risk environment and

    opportunities.

    Keywords: Information security. Risk management. I.T. governance. Corporate governance.

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Relao de instrues normativas e normas sobre segurana da informao ....... 35

    Quadro 2 Constructo da relao entre a arquitetura de segurana da informao e autores . 50

    Quadro 3 Constructo da relao entre os questionamentos fechados e os autores ................ 51

    Quadro 4 Constructo da relao entre as dimenses de segurana da informao e

    questionamentos abertos ........................................................................................................... 53

    Quadro 5 Perfil dos entrevistados .......................................................................................... 55

    Quadro 6 Dados extrados na primeira etapa da pesquisa ..................................................... 56

    Quadro 7 Mdia (M), desvio padro (D.P.) e coeficiente de variao (C.V.) por gestor ...... 58

    Quadro 8 Mdia (M), desvio padro (D.P.) e coeficiente de variao (C.V.) do questionrio

    estruturado ................................................................................................................................ 58

    Quadro 9 Respostas do questionrio aberto referentes Dimenso 3 Programa de

    segurana .................................................................................................................................. 61

    Quadro 10 Respostas do questionrio aberto referentes Dimenso 4 Treinamento e

    conscientizao da cultura de segurana .................................................................................. 62

    Quadro 11 Respostas do questionrio aberto referentes Dimenso 5 Adequao ........... 64

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Princpios da Arquitetura de Segurana da Informao ......................................... 33

    Tabela 2 Legislao relacionada segurana da informao ................................................ 35

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Incidentes reportados por tipos de ataque ............................................................... 15

    Figura 2 reas de foco na governana de T.I. ....................................................................... 17

    Figura 3 Governana corporativa e dos principais ativos ..................................................... 22

    Figura 4 Modelo para a governana de T.I. baseado na norma ISO/IEC 38500 ................... 25

    Figura 5 Modelo de criao de valor voltado a gerentes de organizaes pblicas .............. 27

    Figura 6 Relacionamento entre os componentes da estrutura de gerenciamento de riscos ... 29

    Figura 7 Atributos da informao pela perspectiva da privacidade e segurana da

    informao ................................................................................................................................ 32

    Figura 8 Grfico de linhas contemplando as respostas dos gestores ..................................... 57

  • LISTA DE SIGLAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    CGU Controladoria Geral da Unio

    COBIT Control Objectives for Information and Related Technology

    CPI Comisso Parlamentar de Inqurito

    IBGC Instituto Brasileiro de Governana Corporativa

    IEC International Electrotechnical Commission

    IFSP Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo

    ISACA Information Systems Audit and Control Association

    ISO International Organization for Standardization

    I.T. Information Technology

    ITGI I.T. Governance Institute

    MPOG Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto

    OECD Organisation for Economic Co-operation and Development

    SGSI Sistema de Gesto de Segurana da Informao

    TCU Tribunal de Contas da Unio

    T.I. Tecnologia da Informao

  • SUMRIO

    INTRODUO .................................................................................................................... 15

    Questo de pesquisa.............................................................................................................. 18

    Objetivo geral ....................................................................................................................... 18

    Objetivos especficos ............................................................................................................ 18

    Justificativa ........................................................................................................................... 19

    Estrutura do trabalho ............................................................................................................ 20

    1 FUNDAMENTAO TERICA .................................................................................... 21

    1.1 Governana corporativa .................................................................................................. 21

    1.2 Governana de tecnologia da informao ...................................................................... 23

    1.3 Gesto de riscos .............................................................................................................. 28

    1.4 Segurana da informao ................................................................................................ 30

    1.5 Segurana da informao no setor pblico brasileiro ..................................................... 34

    2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ...................................................................... 39

    2.1 Caracterizao ................................................................................................................ 39

    2.2 Protocolo ......................................................................................................................... 40

    2.3 A instituio .................................................................................................................... 42

    2.4 Estudo quantitativo ......................................................................................................... 44

    2.5 Estudo qualitativo ........................................................................................................... 52

    3 ANLISE DE RESULTADOS ......................................................................................... 55

    3.1 Perfil dos entrevistados ................................................................................................... 55

    3.2 Anlise quantitativa de dados ......................................................................................... 55

    3.3 Anlise qualitativa de dados ........................................................................................... 60

    3.4 Consideraes finais ....................................................................................................... 66

    CONCLUSO ...................................................................................................................... 69

    REFERNCIAS ................................................................................................................... 70

    APNDICE A CARTA DE AUTORIZAO ................................................................. 78

    APNDICE B ROTEIRO PARA QUESTIONRIO ESTRUTURADO FECHADO ..... 79

    APNDICE C ROTEIRO PARA QUESTIONRIO ESTRUTURADO ABERTO ........ 81

  • 15

    INTRODUO

    Aes para segurana da informao so praticadas desde tempos remotos. Singh

    (2001) apresenta vrias situaes na histria da humanidade ao descrever esforos para

    proteger ou encontrar informaes. Notcias sobre vazamento de informaes sigilosas podem

    ser constatadas nos relatos de Ribeiro (2007) informaes de contribuintes da base dados da

    Receita Federal do Brasil ou em O Globo (2012) informaes de uma CPI (Comisso

    Parlamentar de Inqurito) conduzida no Senado Federal (ARAJO, 2012).

    O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurana no Brasil

    mantm estatsticas sobre notificaes voluntrias e espontneas de incidentes ocorridos em

    redes a ele reportados. A Figura 1 ilustra o cenrio em que cerca de 600.000 ataques foram

    registrados no perodo de janeiro a dezembro de 2015 (CERT.BR, 2015).

    Figura 1 Incidentes reportados por tipos de ataque

    Fonte: CERT.BR (2015)

  • 16

    A informao , portanto, um recurso crescente para o desenvolvimento do ciclo de

    negcios das organizaes. A Tecnologia da Informao (T.I.) e as pessoas envolvidas nesse

    ciclo desempenham um papel significativo, tendo em vista o avano e a difuso de

    tecnologias nas organizaes, nos ambientes sociais, pblicos e corporativos. Tal atividade,

    destarte, deve ser tratada como um ativo estratgico (ISACA, 2012; NOBRE; RAMOS;

    NASCIMENTO, 2010).

    A governana corporativa integra componentes de forma holstica ao envolver

    princpios, processos, informao, servios, infraestrutura, recursos humanos, alm de

    stakeholders internos e externos responsveis pela gesto destes componentes,

    proporcionando a estrutura pela qual os objetivos da organizao so estabelecidos. Alm

    disso, determina e monitora os meios para alcanar essas metas organizacionais e (OECD,

    2015) permite, ainda, que as organizaes trabalhem com eficincia e de forma produtiva,

    garantindo a transparncia da responsabilidade gerencial, tanto em organizaes privadas

    quanto no setor pblico. Desta forma, a T.I. vista como um ativo, que age como uma fora

    motriz provedora de solues cada vez mais complexas, de modo que sua governana um

    fator crtico de sucesso e est presente nos projetos executivos organizacionais para apoiar os

    objetivos do negcio (AKABANE, 2012; HARDY, 2006; VAN GREMBERGEN; DE HAES;

    GULDENTOPS, 2004; ITGI, 2003).

    A T.I. se tornou, portanto, uma espcie de habilitador estratgico de negcio, sendo

    interessante que organizaes ampliem ainda mais sua abrangncia, de modo a agilizar o

    alinhamento dos objetivos do negcio e aprimorar produtos e servios (LUNARDI et al.

    2014).

    Segundo o ITGI (2007), a governana de T.I. consiste em aspectos de liderana,

    estrutura e processos, para que a rea de tecnologia da informao suporte e aprimore os

    objetivos e estratgias organizacionais. Alm dessas caractersticas, integra e institucionaliza

    boas prticas, habilitando as organizaes para melhor utilizarem seus ativos de informao,

    maximizando benefcios, capitalizando oportunidades e adquirindo vantagem competitiva. A

    Figura 2 ilustra as reas de foco que contribuem para que haja transparncia dos custos, do

    valor e dos riscos de T.I., conforme o modelo de Objetivos de Controle para Informao e

    Tecnologias Relacionadas (Control Objectives for Information and Related Technology

    COBIT), verso 4.1.

  • 17

    Figura 2 reas de foco na governana de T.I.

    Fonte: ITGI (2007, p.8)

    Ainda segundo o ITGI (2007), as reas de foco ilustradas na Figura 2 contribuem com

    a governana de tecnologia da informao de modo que:

    O alinhamento estratgico estabelece a relao entre os planos de negcios e de T.I.,

    definindo, mantendo, validando e alinhando a proposta operacional de tecnologia da

    informao com as operaes organizacionais.

    Entrega de valor a execuo da proposta por meio do ciclo de entrega, que objetiva

    as entregas previstas na estratgia organizacional, concentrando-se em otimizar custos e

    promover o valor intrnseco de T.I..

    Gesto de recursos busca a melhor utilizao possvel dos investimentos e o

    apropriado gerenciamento de recursos crticos, como aplicativos, informaes, infraestrutura e

    pessoas. Refere-se, tambm, otimizao do conhecimento.

    Mensurao de desempenho, por sua vez, diz respeito ao acompanhamento e

    monitoramento de processos, projetos, utilizao de recursos, performance e entrega dos

    servios que traduzem estratgias em aes voltadas a atingir os objetivos organizacionais.

    Por fim, a gesto de risco trata do ambiente de riscos que envolve nveis,

    conformidade, transparncia, funcionrios, e seu gerenciamento nas atividades da

    organizao, assim como lida com os riscos relacionados segurana da informao. A

    identificao e mensurao desses riscos permitem que os gestores e demais envolvidos no

    processo tenham maior controle quanto s incertezas, impacto destas no objetivo do negcio e

    as oportunidades que proporcionam.

  • 18

    Nesse cenrio, a segurana da informao agenda estratgica no setor pblico

    brasileiro, existindo uma gama de dispositivos legais e normas que tratam de sua aplicao

    nos rgos vinculados ao Governo Federal e cuja observncia obrigatria. Recentes estudos,

    como o de Arajo (2012), apresentam a aplicao do tema e como o mesmo ainda pouco

    explorado neste mbito.

    A governana de T.I. do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So

    Paulo (IFSP) trata, dentro da gesto de risco, da poltica de segurana da informao,

    trabalhando diversos tipos de informaes crticas diretamente relacionadas ao negcio, como

    informaes acadmicas dos alunos ou administrativas que influenciam na continuidade do

    negcio (BRASIL, 2016a). Essas informaes circulam e so armazenadas em grandes

    volumes tanto no ambiente interno como no externo , em mdias fsicas ou lgicas,

    utilizando, assim, um grande nmero de ativos, essenciais para o negcio da instituio.

    Assim, os recursos computacionais de rede, de comunicao, os documentos fsicos gerados

    ou no por recursos computacionais e as informaes desses recursos, como outros ativos da

    instituio, precisam ser protegidos (BRASIL, 2016b).

    Questo de pesquisa

    Qual tratamento dado segurana da informao dentro da gesto de riscos na

    governana de T.I. de uma instituio de ensino pblico federal?

    Objetivo geral

    Analisar os aspectos da segurana da informao dentro da gesto de risco dentro na

    governana de T.I. de uma instituio de ensino pblico federal.

    Objetivos especficos

    Identificar as variveis de segurana da informao, consideradas aplicveis para

    governana de tecnologia da informao.

  • 19

    Analisar o tratamento dado segurana da informao dentro da gesto de riscos na

    governana de tecnologia da informao da instituio por meio de um estudo de caso.

    Justificativa

    Os problemas de vazamento de informaes ou quebra de sigilo em organizaes

    pblicas so recorrentes, e o Governo Federal brasileiro vem implementando procedimentos

    para gesto de riscos da segurana da informao, com vistas a minimizar tais problemas.

    Grande parte dessas iniciativas est registrada em normas, decretos e leis (ARAJO, 2012).

    A poltica de segurana da informao do IFSP se caracteriza pela tentativa de manter

    a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade das informaes, independentemente de

    onde ela esteja residente em memria de mquinas e dispositivos, armazenada em disco, em

    trnsito ou impressas em documentos, salvaguardando sua exatido e completeza por meio

    dos mtodos de processamento, alm de garantir que a comunidade tenha acesso

    informao e aos ativos correspondentes sempre que necessrio e de acordo com a permisso

    atribuda a cada um (BRASIL, 2016b).

    Uma consulta bibliomtrica na base Scopus sobre o termo segurana da informao

    (Information Security), referente ao perodo dos ltimos 5 anos, mostra que as produes

    cientficas vm tendo um aumento significativo no meio acadmico, com aproximadamente

    17.000 artigos. Porm, no que se refere gesto de riscos de segurana da informao,

    especialmente no setor pblico (Information Security Risk Management e Public Sector),

    apenas 16 artigos foram encontrados, sendo que nenhum deles refere-se ao setor pblico

    federal brasileiro.

    Este estudo se justifica, portanto, pela necessidade de instituies em analisar suas

    atividades, especialmente no que tange segurana de seus ativos de informao e s

    possveis vulnerabilidades da T.I.; legitima-se, ainda, pelo objetivo de contribuir para que as

    incertezas envolvidas nesse processo possam ser mitigadas ao verificar qual tratamento dado

    segurana da informao dentro da gesto de riscos na governana de T.I. de uma instituio

    de ensino pblico federal.

  • 20

    Estrutura do trabalho

    Este estudo est organizado de forma a apresentar, em linhas gerais, o problema de

    pesquisa, a fundamentao terica, o estudo de caso, e as concluses gerais. A seguir,

    apresenta-se, em detalhes, o que a estrutura contempla.

    Primeiramente, a introduo j vem abordando a questo-problema, os objetivos da

    pesquisa, a justificativa e as contribuies do estudo, bem como esta seo referente

    estrutura da dissertao.

    A fundamentao terica, ento, apresentada, abrangendo os principais conceitos

    sobre governana corporativa, governana de tecnologia da informao, gesto de risco e

    segurana da informao no setor pblico brasileiro.

    Em seguida, so descritos os procedimentos metodolgicos utilizados para a

    realizao do estudo de caso, sua caracterizao, protocolo, informaes sobre a instituio, o

    estudo quantitativo e o estudo qualitativo, sendo tambm relatada a anlise de resultados

    obtidos.

    Por fim, encontram-se as concluses obtidas, limitaes desta pesquisa, sugestes de

    estudos futuros e as referncias que foram utilizadas como base para o desenvolvimento deste

    trabalho, assim como materiais complementares apresentados como apndices.

  • 21

    1 FUNDAMENTAO TERICA

    Componente da governana corporativa, a governana de T.I consiste em aspectos de

    liderana, estrutura organizacional e processos que asseguram que a rea de T.I. d suporte e

    aprimore objetivos e estratgias. Portanto, o campo capaz de habilitar a organizao a

    melhor utilizar ativos de informao de forma segura, preservando sua confidencialidade,

    integridade, autenticidade e disponibilidade, a fim de maximizar benefcios, oportunidades e

    capacidade competitiva.

    1.1 Governana corporativa

    Governana uma palavra que traz consigo a conotao de sabedoria e

    responsabilidade sobre o que apropriado. Pode ser definida como o sistema pelo qual as

    empresas so dirigidas e controladas, e tem como significado tanto a ao quanto o mtodo de

    governar, sendo este ltimo o mais utilizado como referncia pelas empresas (CADBURY,

    1992).

    Artero (2007) afirma que, dentre as possveis definies para governana, esto as de

    controlar, direcionar e regular, ou seja, a maneira como algo administrado, gerenciamento e

    o sistema de regulao. Destaca, ainda, que a definio do termo corporao inclui um corpo

    de pessoas unidas, autorizadas legalmente a agir como um nico indivduo, assim como

    criadas e regidas por certos direitos e deveres.

    Para o Instituto Brasileiro de Governana Corporativa IBGC, governana

    corporativa o sistema pelo qual as organizaes so dirigidas, monitoradas e incentivadas,

    envolvendo os relacionamentos entre proprietrios, conselho de administrao, diretoria e

    rgos de controle. As boas prticas de governana corporativa convertem princpios em

    recomendaes objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o

    valor da organizao, o que facilita seu acesso a recursos e contribui para a sua longevidade

    (IBGC, 2014, p.18). Ainda segundo o instituto, os princpios bsicos de governana envolvem

    transparncia, equidade, prestao de contas e responsabilidade pela disponibilizao de

    informaes relevantes, tratamento justo de todas as partes interessadas, atuao dos

  • 22

    associados, conselheiros, executivos, conselhos fiscais e auditores, alm de abranger a

    sustentabilidade das organizaes visando sua longevidade.

    A governana corporativa tambm um processo metdico de avaliao moldada para

    os sistemas de deciso e, apesar de no haver um modelo nico, possvel identificar

    elementos em comum que delimitam as boas prticas de governana corporativa (OECD,

    2015; BRIS; BRISLEY; CABOLIS, 2008; ALEXANDER, 2000). Pode ser aplicada a

    diversas reas da empresa e a direo da organizao geralmente possui como foco a

    eficincia, reduo de custos e ampliao da receita e capacidades, os quais esto interligados

    s informaes e ao T.I., sendo vital considerar esta como um ativo (HARDY, 2006).

    De forma a integrar os principais ativos ou recursos de governana corporativa e

    governana de T.I., Weill e Ross (2004) propem o modelo representado pela Figura 3,

    ilustrando as relaes da diretoria e a equipe de executivos snior como agentes articuladores

    de estratgias, atuando para execut-las conforme a necessidade da diretoria.

    Figura 3 Governana corporativa e dos principais ativos

    Fonte: Weill e Ross (2004, p.5)

    Governana corporativa

    Outros stakeholders

    Diretoria

    Acionistas

    Monitoramento Transparncia

    Equipe de executivos snior

    Atuao

    Principais ativos / recursos

    Humanos Financeiros Fsicos Intelectuais Informao e TI Relacionamentos

    Mecanismos de Governana de TI

    Mecanismos de Governana Financeira

    Governana dos principais ativos

    Estratgia tratatgia

    Governana de T.I.

  • 23

    O ITGI (2003) destaca que so as decises das partes interessadas que impulsionam o

    empreendimento, de modo que a definio da estratgia, o desempenho, os recursos e a gesto

    de riscos so ncleos de responsabilidade da governana corporativa. Engloba, assim, as

    relaes entre a administrao da entidade e seu corpo diretivo, seus proprietrios e demais

    partes interessadas, fornecendo a estrutura pela qual os objetivos globais da entidade so

    definidos, alm de determinar o mtodo para se atingir esses objetivos e a maneira como o

    desempenho mensurado. Promovendo essas prticas, os recursos so utilizados de forma

    responsvel em favor de uma gerncia adequada dos riscos.

    Portanto, a governana corporativa o sistema pelo qual as empresas so dirigidas e

    controladas ao envolver os relacionamentos entre agentes e princpios como transparncia,

    equidade, prestao de contas, responsabilidade e eficincia , integrando a estrutura

    organizacional.

    A organizao geral do IFSP compreende rgos Superiores, rgos Colegiados,

    rgos Descentralizados e rgos Executivos. Este ltimo compreende, alm de outros, a

    Reitoria, os rgos de Apoio e as Pr-Reitorias de Ensino, de Extenso, de Pesquisa,

    Inovao e Ps-graduao, de Administrao e a de Desenvolvimento Institucional, que

    responsvel pela governana de tecnologia da informao da instituio. (BRASIL, 2015b).

    Essas diversas reas, assim como a de T.I., do suporte e auxiliam no alcance dos objetivos da

    organizao como um todo.

    1.2 Governana de tecnologia da informao

    A informao vista cada vez mais como um ativo nas organizaes, sejam elas

    pblicas ou privadas. Agem como uma fora motriz que prov solues complexas e,

    consequentemente, tornam sua governana um fator crtico de sucesso (HARDY, 2006).

    Em sua forma ampla, a tecnologia da informao inclui os sistemas de informao, o

    uso de hardware e software, telecomunicaes, automao e recursos multimdia, utilizados

    pelas organizaes para fornecer dados. A governana de T.I. auxilia, portanto, no alcance

    dos objetivos e metas de negcio, buscando maior eficcia organizacional e vantagem

    competitiva (LUFTMAN, 2003; LAURINDO et al., 2001).

    Como consequncia, as organizaes e seus executivos se esforam para manter

    informaes de alta qualidade, que iro apoiar decises corporativas. Agrega-se, dessa forma,

  • 24

    valor ao negcio a partir dos investimentos em T.I., atingindo objetivos estratgicos por meio

    da eficincia (ISACA, 2012).

    Visando aprimorar o foco nesse sentido, integrantes do Joint Technical Committee

    desenvolveram um guia de governana para gerenciamento de processos e decises relativas

    informao e servios de comunicao utilizados pelas organizaes, de modo que esses

    processos pudessem ser controlados por especialistas de T.I. (ISO/IEC 38500, 2015).

    Baseando-se na norma supracitada, a Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    (ABNT) elaborou a NBR ISO/IEC 38500. O objetivo do documento fornecer uma estrutura

    de princpios que possam ser utilizados pelos dirigentes na avaliao, tomada de deciso,

    gerenciamento e monitoramento do uso da T.I. em suas organizaes.

    Os princpios elencados pela norma so:

    Responsabilidade: os indivduos e grupos da organizao compreendem suas

    responsabilidades e atuam respeitando a demanda de T.I.

    Estratgia: a estratgia de negcio considera as capacidades atuais e futuras de

    T.I.

    Aquisio: as aquisies de T.I. possuem razes vlidas embasadas em anlises

    transparentes, contnuas e apropriadas.

    Desempenho: a T.I. se adequa e apoia a organizao, fornecendo servios

    baseados em nveis e com qualidade.

    Conformidade: a T.I. cumpre com toda a legislao e regulamentos

    obrigatrios, possuindo polticas e prticas claramente definidas,

    implementadas e fiscalizadas.

    Comportamento humano: as polticas, prticas e decises de T.I. apresentam

    respeito pelo comportamento humano, incluindo as necessidades atuais e

    futuras das pessoas.

    Juiz e Toomey (2015) destacam, em seus estudos, que agregar valor envolve

    planejamento, liderana, controle, corroborando com a abordagem desses princpios de modo

    a orientar a governana de T.I. e apoiar lderes no planejamento, construo e execuo das

    capacidades de T.I. Baseando-se na norma ISO/IEC 38500, apresentam um modelo conceitual

    de governana de T.I., que ilustra (conforme a Figura 4) as atividades de governana,

    gerenciamento e objetivo do negcio para a utilizao efetiva de T.I., pela perspectiva dos

    diretores.

  • 25

    Avaliar

    Dirigir Monitorar

    Governana Corporativa

    de T.I. F

    onte da autoridade

    Objetivo do negcio, delegaes, estratgia aprovada, propostas,

    planos

    Avaliaes, propostas, planos l

    estratgia l investim

    ento l

    operaes l poltica

    Avaliao do negcio e de m

    ercado, perform

    ance e conformidade

    Criar capacitades de negcio habilitadas

    para T.I.

    Planejar capacitades de negcio

    habilitadas para TI

    Executar capacitades de negcio habilitadas

    para T.I.

    Gerentes e sistemas gerenciais disponveis para T.I.

    Figura 4 Modelo para a governana de T.I. baseado na norma ISO/IEC 38500

    Fonte: Modificado por Juiz e Toomey (2015, p.61)

    A T.I. se tornou, portanto, uma espcie de habilitador estratgico de negcio, sendo

    interessante que organizaes ampliem ainda mais sua abrangncia, a fim de agilizar o

    alinhamento dos objetivos do negcio e aprimorar produtos e servios (LUNARDI et al.

    2014).

  • 26

    Segundo Raghupathi (2007), a governana de T.I. refletida na liderana, nas

    estruturas organizacionais e nos processos, enquanto que Lunardi, Becker e Maada (2012)

    apontam para o fato de que algumas empresas podem melhorar seu desempenho por meio da

    governana de T.I. Seus estudos permitiram concluir que o desempenho organizacional de um

    grupo de empresas que havia adotado mecanismos formais de governana de T.I., quando

    comparado ao grupo que no os adotava, melhorou significativamente. Essencialmente, a

    adeso de empresas a esses mecanismos est relacionada ao interesse em aumentar sua

    eficincia, reduzir custos e aprimorar a utilizao da infraestrutura de T.I..

    Em diversos pases, mais de 1/3 da economia consiste em organizaes

    governamentais, incluindo educao, sade e servios que, de forma similar s organizaes

    com fins lucrativos, utilizam servios e infraestrutura de T.I. adquiridos por meio de seus

    recursos. Porm, o desempenho da governana nessas organizaes geralmente baixo, e uma

    governana de T.I. efetiva deve abordar os seguintes questionamentos: quais decises devem

    ser tomadas? Quem deveria tomar estas decises? Como tomar e monitorar essas decises?

    (WEILL, 2004).

    Weill e Woodham (2002) reiteram que a governana de T.I. no pode ser considerada

    de forma isolada, pois se relaciona com a governana de outros ativos da empresa que, por

    sua vez, esto interligados governana corporativa. Os autores destacam as cinco principais

    decises a serem tomadas pela governana de T.I.:

    Princpios de T.I.: demonstraes de alto nvel quanto utilizao de T.I. nos

    negcios.

    Arquitetura de T.I.: organizao lgica para os dados, aplicaes e

    infraestruturas, visando integrar os negcios tecnologia de forma

    padronizada.

    Infraestrutura de T.I.: servios de T.I. centralizados e coordenados como

    alicerces das capacidades de T.I. da organizao.

    Aplicaes de T.I.: especificao das necessidades do negcio para a aquisio

    de aplicaes de T.I. ou implementao de aplicaes de T.I. internas.

    Priorizao de investimentos em T.I.: quando e onde investir em T.I., incluindo

    aprovaes de projetos e justificativas tcnicas.

    Diante dessas decises, verifica-se que criar valor por parte da T.I. bastante

    complexo. O prprio conceito de valor, no ambiente pblico, extremamente amplo e,

    segundo Weill e Ross (2004), as complexidades a serem mensuradas podem abordar

  • 27

    performance, transparncia, investimento em infraestrutura, liberdade de atuao, reduo de

    custos e outros. As habilidades, o conceito de valor e o ambiente no qual atuam essas

    organizaes criam desafios para a governana de T.I. Buscando alinhar tais fatores, os

    autores adaptaram um modelo de criao de valor (ilustrado pela Figura 5) voltado a gerentes

    de organizaes pblicas.

    Figura 5 Modelo de criao de valor voltado a gerentes de organizaes pblicas

    Fonte: Weill e Ross (2004, p.191)

    Thompson et al. (2013) salienta ainda que papel dos gestores alinhar os

    investimentos de T.I. estratgia da organizao, buscando minimizar custos de tecnologia.

    A partir da, assegura-se que a infraestrutura de T.I. possa acomodar e se adequar utilizao

    crescente de novas aplicaes.

    Para que a Governana de T.I. esteja alinhada ao negcio da organizao, ela deve ser

    vista como uma ferramenta estratgica que pode dar suporte aos interesses dos stakeholders e,

    por meio da atuao dos gestores, pode ter o mesmo nvel de ateno despendido aos demais

    ativos da organizao.

  • 28

    A governana de T.I. do IFSP vinculada Pr-Reitoria de Desenvolvimento

    Institucional, responsvel por planejar, definir, acompanhar e avaliar o desenvolvimento das

    polticas definidas pela reitoria. Levantando e analisando os resultados obtidos, visa o

    aprimoramento do processo educacional e administrativo, em consonncia com as diretrizes

    definidas pelo Ministrio da Educao e disposies do Conselho Superior (BRASIL, 2015b).

    Sua estrutura conta, alm de outras, com a Assessoria de Tecnologia da Informao, Diretoria

    de Infraestrutura e Redes, Diretoria de Sistemas de Informao e Diretoria Adjunta de Suporte

    Tecnologia da Informao (BRASIL, 2015b).

    1.3 Gesto de riscos

    A administrao do risco nos guia por uma ampla gama de tomada de decises,

    tornando necessria a ateno s possveis falhas uma vez que a informao e a complexa

    tecnologia esto envolvidas nesse processo (BERNSTEIN, 1997). Ainda segundo este autor,

    grande parte do ato de correr riscos est baseado em oportunidades desenvolvidas a partir de

    desvios da normalidade e, se todos avaliassem o risco exatamente da mesma forma, fatos

    considerados negativos no seriam transformados em verdadeiras oportunidades.

    As organizaes enfrentam influncias de fatores incertos que afetam seus objetivos.

    De modo a reduzir incertezas, necessrio monitorar e identificar o risco, avaliando se este

    deve ser modificado ou tratado, uma vez que sua compreenso nos permite tomar decises de

    modo racional (ISO 31000, 2009).

    Atualmente, os padres de governana de risco tendem a ser de alto nvel, porm

    existe margem para sua aplicao em diferentes empresas e situaes (AKABANE, 2012).

    Segundo Bromiley et al. (2015), as potenciais particularidades e desafios na avaliao do

    risco oferecem tambm oportunidades para que as organizaes observem problemas em seus

    processos internos.

    A norma ABNT NBR ISO 31000:2009 fornece princpios e diretrizes para a gesto de

    riscos e pode ser aplicada tanto no setor pblico ou privado, assim como para avaliar qualquer

    tipo de risco, independentemente de sua natureza. Conforme a norma, o sucesso da gesto de

    riscos depende da estrutura de gesto (ilustrada pela Figura 6), que fornece fundamentos e

    arranjos capazes de incorporar esses processos a toda a organizao. Dessa maneira, o

    gerenciamento de risco satisfatoriamente auxiliado por meio de sua aplicao em diferentes

  • 29

    nveis e contextos organizacionais, assegurando que o risco seja adequadamente identificado e

    reportado, o que possibilita utiliz-lo como base na tomada de decises.

    Figura 6 Relacionamento entre os componentes da estrutura de gerenciamento de riscos

    Fonte: ABNT (2009a, p.9)

    Segundo a OECD (2014), as instituies pblicas podem adotar prticas de

    governana similares s adotadas por empresas privadas. Para tanto, crucial haver o controle

    de risco, tanto pela ao direta dos gestores como por delegaes dos diretores, que podem se

    utilizar de qualquer oportunidade para formular diretivas estratgicas e de liderana. O

    objetivo da governana criar valor por meio da realizao de benefcios e otimizao dos

    riscos e recursos. Portanto, uma governana de T.I. eficiente gerencia e avalia constantemente

    as atividades e os riscos relativos T.I., de modo a mant-los em um nvel aceitvel (ISACA,

    2012; ITGI, 2007).

    Hardy (2006) afirma que uma pequena brecha, roubo, erro, violao de sistema ou

    ataque de vrus na T.I. podem resultar em srios danos ao oramento e reputao da

  • 30

    organizao. Por consequncia, os gerentes, stakeholders, funcionrios e clientes se

    preocupam com a segurana das informaes. Os diretores e os conselhos de administrao

    devem, por isso, buscar meios de assegurar a proteo dos ativos de informao

    organizacional.

    A norma ABNT NBR ISO/IEC 27005:2011 fornece diretrizes para o processo de

    Gesto de Riscos de Segurana da Informao (GRSI). Pode ser aplicada em organizaes

    pblicas ou privadas que pretendam gerir riscos relacionados segurana da informao

    organizacional. Segundo a referida norma, o processo de GRSI pode ser utilizado de forma

    iterativa na avaliao ou para atividades de tratamento de risco. Seu enfoque iterativo torna

    possvel o detalhamento da avaliao a cada repetio, minimizando o tempo e esforo

    necessrios na identificao de controles, alm de assegurar que riscos de alto impacto e

    probabilidade sejam adequadamente avaliados.

    A gesto de risco pode ser vista, portanto, como uma atividade holstica que envolve

    todos os aspectos da organizao. O processo de gesto busca fornecer, de forma slida, a

    base para que seja possvel determinar o nvel de aceitao dos riscos, quais oportunidades

    estes oferecem e como obter informaes necessrias para seu devido tratamento.

    Em seu processo de gesto de risco, o IFSP trata da poltica de segurana da

    informao, trabalhando diversos tipos de informaes crticas. Estas so permanecem

    diretamente relacionadas ao negcio, como informaes acadmicas dos alunos ou

    administrativas, que influenciam na continuidade do negcio (BRASIL, 2016a).

    1.4 Segurana da informao

    A preveno da perda, dano, destruio ou acesso no autorizado informao

    processada por organizaes um processo contnuo e, a segurana da informao tem

    chamado cada vez mais a ateno. Isso porque a constante evoluo dos riscos internos e

    externos pode resultar em violaes e perdas para a organizao como um todo. Governos e

    organizaes se sensibilizam e investem gradativamente na segurana de seus ativos de

    informao e sua classificao por meio de treinamentos e conscientizaes, auxiliando no

    somente a tomada de decises, mas tambm a melhoria e continuidade de suas operaes (DA

    VEIGA; MARTINS, 2015; JOURDAN et al., 2010; NIST, 2010; PURDY, 2010).

  • 31

    A tecnologia um artefato geralmente visvel na organizao. Tal evidncia o

    resultado da implementao de componentes de segurana da informao, como de riscos e de

    poltica de segurana (SCHEIN, 1985).

    Os sistemas de informao esto sujeitos a ameaas que podem tanto oferecer

    oportunidades como ter impactos negativos sobre as operaes da organizao, incluindo

    misso, funes, imagem, reputao, os ativos, os indivduos. Ademais, pode comprometer a

    confiabilidade, integridade, autenticidade e disponibilidade de informaes que esto sendo

    processadas, armazenadas ou transmitidas por esses sistemas (NIST, 2010).

    A segurana da informao lida com a proteo dos sistemas de informao e do

    acesso, utilizao, divulgao, interrupo, modificao ou destruio no autorizados,

    preservando, tambm, a confidencialidade, integridade/autenticidade e disponibilidade de

    informaes. O objetivo mitigar riscos e proteger a informao das ameaas que tm

    impacto negativo sobre a continuidade do negcio e, em ltima instncia, maximizar o retorno

    sobre investimentos e oportunidades de negcios (DA VEIGA; MARTINS, 2015; ISO/IEC

    27002, 2013).

    O volume de informaes eletrnicas utilizadas pelas empresas cada vez maior,

    tornando complexo seu gerenciamento produtivo e adequao da qualidade de acesso,

    confiabilidade e conformidade. O interesse atender aos objetivos organizacionais e cuidar de

    sua exposio, cuja segurana pode ser comprometida por incidentes que representariam

    prejuzos financeiros ou para a imagem das organizaes (ALEXANDRIA, 2009;

    POSTHUMUS; VON SOLMS, 2004).

    Influenciadas por suas necessidades, objetivos, exigncias de segurana, processos,

    tamanho e estrutura, as organizaes tendem a especificar e implementar estrategicamente um

    Sistema de Gesto de Segurana da Informao (SGSI) que atenda s suas necessidades. Em

    sua recente atualizao, a norma ISO/IEC 27001:2013 padroniza definies e estruturas de

    diferentes padres ISO, alinhando-se com outros padres j existentes. A norma tambm

    proporciona uma gesto de riscos ainda mais efetiva, ao incluir requisitos para a avaliao e

    tratamento de riscos de segurana da informao (ISO/IEC 27001, 2013).

    H tambm a proposta de uma abordagem de melhoria contnua, por meio de um

    processo de criao, implementao, operao, monitoramento, reviso, manuteno e

    melhoria do SGSI da organizao. Nela, adota-se o modelo Planejar-Executar-Monitorar-Agir

    do ingls, Plan-Do-Check-Act (PDCA) , considerando requisitos de segurana da

    informao e aes necessrias para atender s expectativas dos stakeholders. A adoo do

    modelo reflete, alm de outros, os princpios de governana dos sistemas de informao e

  • 32

    redes, anlise de risco, especificao, implementao, administrao e reavaliao da

    segurana. Esse conjunto de atributos que representa uma viso abrangente da perspectiva de

    segurana e privacidade da informao apresentado pela Figura 7 (ISO/IEC 27001, 2013;

    DA VEIGA; ELOFF, 2007).

    Figura 7 Atributos da informao pela perspectiva da privacidade e segurana da informao

    Fonte: Da Veiga e Martins (2015, p. 6)

    A privacidade da informao e sua segurana so dois conceitos inter-relacionados

    proteo, e ambos devem ser considerados ao se tratar dos riscos da informao. A dimenso

    da privacidade alinha as necessidades especficas da organizao ao verificar princpios que

    esto em consonncia com preferncias organizacionais, se h conscientizao quanto

    aplicao destes princpios e demais contextos. Alm disso, um bom planejamento e uma boa

    implementao de uma cultura de segurana da informao requer no somente cooperao

    de toda a organizao, mas tambm por parte dos gestores (DA VEIGA; MARTINS, 2015;

    MONTESDIOCA; MAADA, 2015).

    Diversas abordagens de segurana da informao podem ser utilizadas no que se refere

    implementao de controles de segurana (componentes) e ameaas aos ativos de

    informao. A ISO/IEC 27002:2013, reconhecida como uma norma das melhores prticas de

    segurana da informao, define uma srie de controles necessrios maioria das situaes

    que envolvem T.I. (DA VEIGA; ELOFF, 2007).

    Outra abordagem apresentada por Eloff e Eloff (2005) denominada PROTECT, que

    um acrnimo para Polticas, Riscos, Objetivos, Tecnologia, Execuo, Conformidade e Time.

  • 33

    Tudor (2000), por sua vez, prope uma abordagem abrangente e flexvel de uma

    arquitetura de segurana da informao para proteger os ativos de uma organizao. Sua

    perspectiva destaca cinco princpios fundamentais (listados na Tabela 1), que so utilizados

    para compreender o ambiente de risco em que as organizaes operam. Os fatores destacados

    pelo autor so motivados pelo interesse de avaliar e implementar controles para mitigar riscos,

    assim como h tambm um foco na legislao do pas para garantir que informaes

    confidenciais de cada organizao esteja protegida em conformidade.

    Tabela 1 Princpios da Arquitetura de Segurana da Informao

    1. Organizao de segurana e infraestrutura: Papis desempenhados pelas pessoas e

    responsabilidades so definidas e o suporte por parte da gerncia executiva

    estabelecido.

    2. Polticas de segurana, normas e procedimentos: Polticas, normas e procedimentos

    so desenvolvidos.

    3. Programa de segurana: Um programa de segurana da informao organizado

    tendo em conta a gesto de riscos.

    4. Treinamento e conscientizao da cultura de segurana: Os usurios so treinados e

    h reflexo da conscientizao nas diversas atividades desenvolvidas. H confiana entre

    os usurios, a gerncia e os terceiros.

    5. Adequao: Existe um controle interno e externo da segurana da informao.

    Fonte: Tudor (2000), adaptado por Da Veiga e Eloff (2007)

    Os princpios abrangem aspectos de processos e de tecnologia para direcionar

    necessidades de segurana das organizaes e, o primeiro deles diz respeito organizao de

    segurana e infraestrutura, com funes e responsabilidades definidas, bem como a apoio

    gerencial. O segundo princpio referente s polticas de segurana, normas e procedimentos

    de gesto, destacando o seu desenvolvimento e implementao. Os requisitos de controle de

    segurana estabelecidos nas polticas de segurana no podem ser implantados de forma

    isolada, devendo considerar os riscos para a organizao. Como um terceiro princpio, as

    avaliaes de risco devem ser realizadas em todas as plataformas bancos de dados,

    aplicativos e redes , assim como um processo deve ser institudo, visando fornecer um

    oramento adequado de recursos para enfrentar os riscos e implementar controles. Para que os

  • 34

    controles atuem de forma eficaz, os usurios precisam estar cientes da sua responsabilidade e

    incentivados a participar de programas de treinamento.

    O quarto princpio visa estimular o treinamento e estabelecer um ambiente de

    confiana entre os usurios, gesto e terceiros, para permitir transaes e proteger a

    privacidade; o quinto e ltimo princpio concentra-se na verificao da conformidade e

    auditorias por auditores internos e externos para monitorar a eficcia do programa de

    segurana.

    1.5 Segurana da informao no setor pblico brasileiro

    A segurana da informao agenda estratgica no setor pblico brasileiro, existindo

    uma gama de dispositivos legais e normas que tratam de sua aplicao nos rgos vinculados

    ao Governo Federal e cuja observncia obrigatria. Aliado a isso, recentes estudos, como o

    de Arajo (2012), apresentam a essncia do tema e como o mesmo ainda pouco explorado

    neste mbito.

    O Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurana no Brasil

    (CERT.br) mantm estatsticas sobre notificaes voluntrias e espontneas de incidentes

    ocorridos em redes, que a ele foram reportados. A Figura 1, apresentada na introduo desta

    pesquisa, ilustra o cenrio onde cerca de 600.000 ataques foram registrados no perodo de

    janeiro a dezembro de 2015 (BRASIL, 2015a).

    Independentemente de ser governamental, privada ou pblica, a maioria das

    instituies est aplicando uma srie de contramedidas de segurana, polticas, procedimentos

    e diretrizes como medidas de proteo (JOURDAN et al., 2010). Tal cenrio justificado

    pelo fato de que incidentes de segurana podem causar consequncias adversas para as

    organizaes, podendo afetar ativos de informao, a reputao organizacional, a confiana

    do cliente, a produtividade dos empregados e, at mesmo, riscos de mbito legal (DZAZALI;

    SULAIMAN; ZOLAIT, 2009; SHEDDEN et al., 2011).

    Um levantamento da legislao brasileira, relacionada Segurana da Informao e

    Comunicaes (SIC) feito por Vieira e Fraga (2014), elenca regulamentos abrangendo a

    legislao de carter federal, estadual e municipal. Conforme apresenta a Tabela 2, existe uma

    grande quantidade de dispositivos legais, decretos, leis, instrues normativas e projetos de lei

    relacionados ao tema.

  • 35

    Tabela 2 Legislao relacionada segurana da informao

    Regulamento Quantidade

    Dispositivos legais de carter federal 83

    Legislao especfica federal 50

    Legislao especfica estadual/distrital 6

    Legislao especfica municipal 2

    Normas Tcnicas 8

    Projetos de lei 13

    TOTAL 162

    Fonte: Adaptado de Vieira e Fraga (2014)

    No somente os requisitos regulamentares esto aumentando, mas tambm as

    responsabilidades de governana em supervisionar progressivamente a segurana da

    informao, uma vez que esta prov uma forte ligao entre o corpo diretivo, a gerncia

    executiva e os responsveis pela implementao e operao de um sistema de gesto de

    segurana da informao que deve apoiar os objetivos da organizao (ISO/IEC 27001,

    2013).

    Arajo (2012) aponta tambm, por meio de uma reviso na legislao, a existncia de

    duas instrues normativas e 14 normas complementares, cujo contedo dos documentos deve

    ser observado por todos os rgos da gesto pblica federal, conforme indicado no Quadro 1.

    Quadro 1 Relao de instrues normativas e normas sobre segurana da informao

    Instrues Normativas e Normas Ementa

    Instruo Normativa N 4 - SLTI/MPOG, de 12 de novembro

    de 2010

    Dispe sobre o processo de contratao de Solues de Tecnologia da informao pelos rgos integrantes do Sistema de Administrao dos Recursos de Informao e Informtica (SISP) do Poder Executivo Federal. (Publicada no DOU N 218, de 16 nov. 2010- Seo 1).

    Instruo Normativa GSI N 1, de 13 de junho de 2008

    Disciplina a Gesto de Segurana da Informao e Comunicaes na Administrao Pblica Federal, direta e indireta, e d outras providncias. (Publicada no DOU N 115, de 18 jun. 2008- Seo 1).

    Instruo Normativa GSI N 2, de 5 de fevereiro de 2013

    Dispe sobre o Credenciamento de segurana para o tratamento de informao classificada, em qualquer grau de sigilo, no mbito do Poder Executivo Federal. (Publicada no DOU N 32, de 18 fev. 2013- Seo 1).

  • 36

    Instruo Normativa GSI N 3, de 6 de maro de 2013

    Dispe sobre os parmetros e padres mnimos dos recursos criptogrficos baseados em algoritmos de Estado para criptografia da informao classificada no mbito do Poder Executivo Federal. (Publicada no DOU N 50, de 14 Mar 2013- Seo 1).

    Norma complementar n 02/IN01/DSIC/GSIPR

    Metodologia de Gesto de Segurana da Informao e Comunicaes. (Publicada no DOU N 199, de 14 Out 2008 - Seo 1).

    Norma complementar n 03/IN01/DSIC/GSIPR

    Diretrizes para a Elaborao de Poltica de Segurana da Informao e Comunicaes nos rgos e Entidades da Administrao Pblica Federal. (Publicada no DOU N 125, de 03 jul. 2009 - Seo 1).

    Norma complementar n 05/IN01/DSIC/GSIPR, e seu anexo

    Disciplina a criao de Equipes de Tratamento e Respostas a Incidentes em Redes Computacionais - ETIR nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal. (Publicada no DOU N 156, de 17 ago. 2009 - Seo 1).

    Norma complementar n 06/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece Diretrizes para Gesto de Continuidade de Negcios, nos aspectos relacionados Segurana da Informao e Comunicaes, nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta APF. (Publicada no DOU N 223, de 23 nov. 2009 - Seo 1).

    Norma complementar n 08/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece as Diretrizes para Gerenciamento de Incidentes em Redes Computacionais nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal. (Publicada no DOU N 162, de 24 ago. 2010 - Seo 1).

    Norma complementar n 10/IN01/DSIC/GSIP

    Estabelece diretrizes para o processo de Inventrio e Mapeamento de Ativos de Informao, para apoiar a Segurana da Informao e Comunicaes (SIC), dos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta APF. (Publicada no DOU N 30, de 10 fev. 2012 - Seo 1).

    Norma complementar n 11/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece diretrizes para avaliao de conformidade nos aspectos relativos Segurana da Informao e Comunicaes (SIC) nos rgos ou entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta APF. (Publicada no DOU N 30, de 10 fev. 2012 - Seo 1).

    Norma complementar n 12/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece diretrizes e orientaes bsicas para o uso de dispositivos mveis nos aspectos referentes Segurana da Informao e Comunicaes (SIC) nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal (APF), direta e indireta. (Publicada no DOU N 30, de 10 fev. 2012 - Seo 1).

  • 37

    Norma complementar n 13/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece diretrizes para a Gesto de Mudanas nos aspectos relativos Segurana da Informao e Comunicaes (SIC) nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta (APF). (Publicada no DOU N 30, de 10 fev. 2012 - Seo 1).

    Norma complementar n 14/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece diretrizes para a utilizao de tecnologias de Computao em Nuvem, nos aspectos relacionados Segurana da Informao e Comunicaes (SIC), nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal (APF), direta e indireta. (Publicada no DOU N 30, de 10 fev. 2012 - Seo 1).

    Norma complementar n 15/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece diretrizes de Segurana da Informao e Comunicaes para o uso de redes sociais, nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal (APF), direta e indireta. (Publicada no DOU N 119, de 21 jun. 2012 - Seo 1).

    Norma complementar n 16/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece as Diretrizes para o Desenvolvimento e Obteno de Software Seguro nos rgos e Entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta. (Publicada no DOU N 224, de 21 nov. 2012 - Seo 1).

    Norma complementar n 17/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece Diretrizes nos contextos de atuao e adequaes para Profissionais da rea de Segurana da Informao e Comunicaes (SIC) nos rgos e Entidades da Administrao Pblica Federal (APF). (Publicada no DOU N 68, de 10 abr. 2013 - Seo 1).

    Norma complementar n 18/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece as Diretrizes para as Atividades de Ensino em Segurana da Informao e Comunicaes (SIC) nos rgos e Entidades da Administrao Pblica Federal (APF). (Publicada no DOU N 68, de 10 abril 2013 - Seo 1).

    Norma complementar n 19/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece Padres Mnimos de Segurana da Informao e Comunicaes para os Sistemas Estruturantes da Administrao Pblica Federal (APF), direta e indireta. (Publicada no DOU N 134, de 16 jul. 2014 - Seo 1).

    Norma complementar n 21/IN01/DSIC/GSIPR

    Estabelece as Diretrizes para o Registro de Eventos, Coleta e Preservao de Evidncias de Incidentes de Segurana em Redes nos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta e indireta. (Publicada no DOU N 196, de 10 Out 2014 - Seo 1).

    Fonte: Adaptado de Arajo (2012)

    Alm da obrigatoriedade em observar os dispositivos supracitados, as organizaes

    pblicas e arquivos pblicos so tambm fortemente regulados e fiscalizados por rgos de

    controle da Administrao Pblica, como Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto

  • 38

    (MPOG), Controladoria Geral da Unio (CGU) e Tribunal de Contas da Unio (TCU)

    (ALBUQUERQUE JR.; SANTOS, 2014).

    No IFSP, a poltica de segurana da informao se caracteriza pela tentativa de manter

    a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade das informaes, independentemente de

    onde ela esteja, residente em memria de mquinas e dispositivos, armazenada em disco, em

    trnsito ou impressas em documentos. Alm disso, salvaguarda a exatido e completeza

    dessas informaes por meio dos mtodos de processamento, garantindo que a comunidade,

    sempre que necessrio e de acordo com a permisso atribuda a cada um, tenha acesso a elas e

    aos ativos correspondentes.

  • 39

    2 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    A pesquisa realizada neste trabalho pode ser classificada como mista quanto

    abordagem quantitativa e qualitativa, e, segundo o objetivo geral, descritiva e exploratria,

    baseada em um processo lgico de investigao indutivo que explora, descreve e, em seguida,

    gera perspectivas tericas (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006).

    As etapas desenvolvidas neste estudo englobam revisar a literatura relacionada

    governana corporativa, governana de tecnologia da informao, gesto de risco e segurana

    da informao no setor pblico brasileiro, no sentido de estabelecer o objeto de pesquisa,

    Alm disso, analisar os aspectos da segurana da informao dentro da gesto de risco dentro

    na governana de T.I., levantar dados da instituio por meio de protocolo do estudo de caso;

    tabular e analisar os dados coletados, identificando a percepo da aplicao de segurana da

    informao na instituio de ensino pblico federal para examin-la.

    Os fatores envolvidos englobam princpios como organizao de segurana e

    infraestrutura, polticas de segurana, normas e procedimentos, programa de segurana,

    treinamento e conscientizao da cultura de segurana e adequao da sua aplicao na

    respectiva entidade.

    Dessa forma, consiste em um estudo de caso nico, que tem como objetivo analisar os

    aspectos da segurana da informao dentro da gesto de risco dentro na governana de T.I.

    de uma instituio de ensino pblico federal.

    2.1 Caracterizao

    A aplicao metodolgica de um trabalho pode ser justificada pela necessidade de

    embasamento cientfico adequado e pela busca da melhor abordagem para enderear as

    questes da pesquisa. Ademais, um estudo de caso nico permite um maior aprofundamento

    na investigao e frequentemente utilizado em pesquisa longitudinal (MIGUEL, 2007).

    Conforme salienta Yin (2001), o estudo de caso uma inquirio emprica que

    investiga fenmenos contemporneos inseridos em algum contexto da vida real, permitindo a

  • 40

    utilizao de fontes de evidncias, como a observao direta e entrevistas, utilizando

    protocolos.

    O protocolo de estudo, alm de aumentar a confiabilidade da pesquisa, contm os

    procedimentos e as regras gerais para conduzir e realizar o estudo, alm de oferecer a

    segurana de que o trabalho cientfico foi realizado com planejamento e execuo. Essas

    preocupaes garantem resultados que, de fato, possibilitaram explicaes sobre a realidade

    investigada (MARTINS; THEPHILO, 2007; MARTINS, 2006; YIN, 2001).

    As seguintes sees compem o protocolo do estudo de caso:

    Viso geral do projeto do estudo de caso com a descrio da pesquisa, etc.

    Procedimentos de campo, apresentao das credenciais do pesquisador,

    locais de estudo, fontes de informao, etc.

    Questes do estudo de caso com questes especficas para a coleta de dados.

    Os procedimentos de campo, as questes do estudo de caso, a carta de autorizao e o

    roteiro, utilizados na conduo deste estudo, encontram-se nos APNDICES A CARTA DE

    AUTORIZAO, APNDICE B ROTEIRO PARA QUESTIONRIO ESTRUTURADO

    FECHADO e APNDICE C ROTEIRO PARA QUESTIONRIO ESTRUTURADO

    ABERTO. Os instrumentos de coleta utilizados foram questionrios digitais estruturados na

    plataforma Google Forms, disponvel em: . A viso geral do

    protocolo de estudo de caso encontra-se descrita nas etapas a seguir.

    2.2 Protocolo

    Segundo Yin (2001), os estudos de caso, em geral, possuem trs etapas principais:

    definio e planejamento; preparao, coleta e anlise de dados; e anlise das informaes e

    concluso, conforme detalhados a seguir:

    1) Definio e planejamento

    Escolha do caso: informaes obtidas no estudo bibliomtrico descrito na

    introduo deste trabalho demostram a existncia de poucas pesquisas

    referentes gesto de riscos de segurana da informao aplicadas no

    contexto de instituies federais de educao. Alm disso, a escolha se deu

  • 41

    devido facilidade de contato do autor com os gestores responsveis pela

    governana de T.I., assim como limitaes de tempo, recursos financeiros,

    materiais e pessoas (MATTAR, 1996).

    Amostragem: o processo de amostragem adotado nesta pesquisa pode ser

    classificado como no probabilstico e por convenincia (MALHOTRA,

    2001; SCHIFFMAN; KANUK, 2000; FOWLER, 1991). Amostras por

    convenincia podem ser facilmente justificadas em um estgio exploratrio

    da pesquisa e para estudos em que o pesquisador aceita os riscos da

    impreciso dos resultados do estudo (CHURCHILL, 1998; KINNEAR;

    TAYLOR, 1979).

    Critrio de escolha dos entrevistados: a amostra desta pesquisa se restringiu

    reitoria do IFSP, no se ampliando aos demais campi. Consiste de

    entrevistados que, alm de atuarem como gestores de T.I. capacitados,

    possuem contato frequente com o tema e se disponibilizaram

    voluntariamente a participar da pesquisa (FREITAS et al., 2000; MATTAR,

    1996; AAKER; KUMAR; DAY, 1995; KISH, 1965).

    Elaborao do protocolo do estudo de caso: o protocolo para o estudo foi

    desenvolvido para a coleta de dados, que, neste caso, foi realizada por meio

    de questionrios estruturados, instrumento de coleta de dados constitudo por

    uma srie ordenada de perguntas e, em seguida, questionrios abertos

    (LAKATOS, 2003).

    2) Coleta e anlise de dados

    Aplicao dos questionrios: com base nas questes apontadas no protocolo

    para o estudo de caso e no critrio de escolha dos entrevistados, foi aplicado

    primeiramente um questionrio estruturado fechado com tratamento

    estatstico das respostas para o levantamento de informaes quantitativas.

    Em seguida, foi aplicado um questionrio aberto de profundidade para o

    levantamento de informaes qualitativas e maior anlise dos dados obtidos.

    Os questionamentos foram aplicados a gestores responsveis por diferentes

    reas de T.I., durante o primeiro semestre de 2016.

    Elaborao de relatrio preliminar: a partir das informaes obtidas nos

    questionrios aplicados, um relatrio preliminar do caso foi elaborado para a

    anlise detalhada.

  • 42

    3) Anlise das informaes e concluso

    Anlise das informaes: a partir do relatrio preliminar elaborado, foi

    realizada uma anlise detalhada das respostas obtidas.

    Elaborao das concluses: registro das observaes decorrentes da anlise

    dos resultados.

    2.3 A instituio

    A instituio na qual foi conduzido este estudo parte integrante da rede de Institutos

    Federais de Educao, Cincia e Tecnologia, vinculados diretamente ao Ministrio da

    Educao. Esses rgos fazem parte da rede pblica federal de educao profissional,

    cientfica e tecnolgica, cobrindo todos os estados brasileiros, oferecendo cursos tcnicos,

    superiores de tecnologia, licenciaturas, mestrado e doutorado.

    So instituies de educao superior, bsica e profissional, especializadas na oferta

    de educao profissional e tecnolgica gratuita em diferentes modalidades, bem como na

    realizao de pesquisa aplicada e promoo do desenvolvimento tecnolgico de novos

    processos, produtos e servios. Especialmente de abrangncia local e regional, oferecem

    mecanismos para a educao continuada, com estreita articulao com os setores produtivos e

    a sociedade (BRASIL, 2015b).

    A estrutura multicampi e a clara definio do territrio de abrangncia das aes dos

    Institutos Federais afirmam, na misso dessas instituies, o compromisso de interveno em

    suas respectivas regies, identificando problemas e criando solues tcnicas e tecnolgicas

    para o desenvolvimento sustentvel com incluso social (BRASIL, 2016).

    Fundada em 1909 como Escola de Aprendizes Artfices, durante sua histria, recebeu,

    tambm, os nomes de Escola Tcnica Federal de So Paulo e Centro Federal de Educao

    Tecnolgica de So Paulo. Em dezembro de 2008, com sua transformao em Instituto

    Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de So Paulo (IFSP), passou a ser uma autarquia

    federal de ensino e a ter relevncia de universidade, destacando-se pela autonomia (BRASIL,

    2015b).

    O IFSP conta com aproximadamente 1.100 (mil e cem) docentes, 600 (seiscentos)

    administrativos e possui aproximadamente 24 mil alunos matriculados nos 38 campi, mais 4

    mil alunos nos 19 polos de educao distncia distribudos pelo estado de So Paulo. Sua

  • 43

    organizao geral compreende rgos Superiores, rgos Colegiados, rgos

    Descentralizados e rgos Executivos. Este ltimo compreende, alm de outras reas, a

    Reitoria, os rgos de Apoio e as Pr-Reitorias de Ensino, de Extenso, de Pesquisa,

    Inovao e Ps-graduao, de Administrao e a de Desenvolvimento Institucional (BRASIL,

    2015b).

    As Pr-Reitorias, dirigidas por Pr-Reitores nomeados pelo Reitor, so rgos

    executivos que planejam, definem, acompanham e avaliam as atividades e as polticas

    relacionadas s seguintes dimenses:

    Pr-Reitoria de Ensino compete planejar, definir, acompanhar e avaliar o

    desenvolvimento das polticas e atividades acadmicas, buscando o seu constante

    aprimoramento, em consonncia com as diretrizes definidas pelo Ministrio da Educao e

    com as disposies do Conselho Superior (BRASIL, 2015b).

    Pr-Reitoria de Extenso compete planejar, definir, acompanhar e avaliar as

    polticas e as atividades de extenso em suas relaes com a sociedade e com as empresas,

    buscando articul-las ao ensino e pesquisa, em consonncia com as diretrizes definidas pelo

    Ministrio da Educao e com as disposies do Conselho Superior (BRASIL, 2015b).

    Pr-Reitoria de Pesquisa, Inovao e Ps-graduao compete planejar, definir,

    acompanhar e avaliar as polticas e o desenvolvimento das atividades a ela relacionadas,

    buscando seu fortalecimento em todos os nveis de ensino do IFSP, em consonncia com as

    diretrizes definidas pelo Ministrio da Educao e com as disposies do Conselho Superior

    (BRASIL, 2015b).

    Pr-Reitoria de Administrao compete planejar, definir, acompanhar e avaliar as

    polticas e atividades de execuo oramentria, financeira e patrimonial, buscando o seu

    constante aprimoramento, em consonncia com as diretrizes definidas pelo Ministrio da

    Educao e com as disposies do Conselho Superior (BRASIL, 2015b).

    Por fim, Pr-Reitoria de Desenvolvimento Institucional compete planejar, definir,

    acompanhar e avaliar tanto o desenvolvimento das atividades de gesto de pessoal, quanto o

    desenvolvimento das polticas definidas pela Reitoria, levantando e analisando os resultados

    obtidos e buscando o aprimoramento do processo educacional e administrativo, em

    consonncia com as diretrizes definidas pelo Ministrio da Educao e disposies do

    Conselho Superior (BRASIL, 2015b).

    Contemplando a rea de Tecnologia da Informao do IFSP, sua estrutura conta, alm

    de outras, com a Assessoria de Tecnologia da Informao, Diretoria de Infraestrutura e Redes,

    Diretoria de Sistemas de Informao e Diretoria Adjunta de Suporte Tecnologia da

  • 44

    Informao. No portal da T.I. possvel, ainda, verificar as atribuies e responsabilidades de

    cada uma destas diretorias, por meio do endereo eletrnico (BRASIL,

    2015b).

    A governana de T.I. do IFSP trata, dentro da gesto de risco, da poltica de segurana

    da informao, trabalhando com diversos tipos de informaes crticas diretamente

    relacionadas ao negcio, como informaes acadmicas dos alunos ou informaes

    administrativas que influenciam na continuidade do negcio (BRASIL, 2016a).

    Essas informaes circulam e so armazenadas em grandes volumes, tanto no

    ambiente interno como no externo, em mdias fsicas ou lgicas, utilizando, assim, um grande

    nmero de ativos, essenciais para o negcio da instituio. Dessa maneira, os recursos

    computacionais de rede, de comunicao, os documentos fsicos gerados ou no por recursos

    computacionais e as informaes desses recursos, como qualquer outro ativo da instituio,

    precisam ser protegidos (BRASIL, 2016b).

    A poltica de segurana da informao da instituio se caracteriza pela tentativa de

    manter a confidencialidade, a integridade e a disponibilidade das informaes, esteja ela

    residente em memria de mquinas e dispositivos, armazenada em disco, em trnsito ou

    impressas em documentos. Salvaguarda, assim, a exatido e a completeza dessas informaes

    por meio dos mtodos de processamento, garantindo que a comunidade, sempre que

    necessrio e de acordo com a permisso atribuda a cada um, tenha acesso a elas e aos ativos

    correspondentes (BRASIL, 2016b).

    2.4 Estudo quantitativo

    Para verificar o tratamento dado segurana da informao, por meio da gesto de

    riscos dentro da governana de T.I. da instituio em estudo, foram analisados aspectos da

    gesto de risco que envolvem princpios como:

    Organizao de segurana e infraestrutura;

    Polticas de segurana, normas e procedimentos;

    Programa de segurana;

    Treinamento e conscientizao da cultura de segurana;

    Adequao.

  • 45

    Esses princpios podem ser vistos como dimenses da arquitetura de segurana da

    informao, abrangendo aspectos da mesma por meio da gesto de riscos dentro da

    governana de T.I., assim como proteo de informaes confidenciais em conformidade com

    a legislao.

    Os autores estudados nesta pesquisa e as reas de foco da governana de T.I.

    apresentadas na Introduo (Figura 2) que tratam do alinhamento estratgico, entrega de

    valor, gesto de recursos, mensurao de desempenho e, em especial, a gesto de riscos

    permitem estabelecer as relaes entre os seguintes planos de negcios: a T.I., a execuo da

    proposta por meio do ciclo de entrega, a melhor utilizao possvel dos investimentos e

    recursos, a otimizao do conhecimento, monitoramento de processos e gerenciamento do

    ambiente de risco nas atividades da organizao, validando estes princpios chave.

    Desse modo, em um primeiro momento, foi conduzido um estudo quantitativo. Nele,

    para definir constructos, os autores estudados no referencial terico foram relacionados com a

    arquitetura de segurana da informao proposta por Tudor (2000) e adaptada por Da Veiga

    (2007,) abrangendo essas cinco dimenses.

    1. Organizao de segurana e infraestrutura

    A prpria definio do termo corporao inclui um corpo de pessoas unido e

    autorizado legalmente a agir, de forma organizada, como um nico indivduo, criado e regido

    por certos direitos e deveres. Por ser um processo metdico de avaliao moldada para os

    sistemas de deciso, a governana corporativa o sistema pelo qual as organizaes so

    dirigidas, monitoradas e incentivadas, podendo ser aplicada a diversas reas da empresa,

    incluindo a de T.I. Com foco na eficincia e envolvendo os relacionamentos entre

    proprietrios, conselho de administrao, diretoria e rgos de controle, a governana

    corporativa exige dos gestores a competncia de alinhar os investimentos estratgia das

    organizaes e assegurar que a infraestrutura seja adequada crescente utilizao de novas

    aplicaes, possibilitando um trabalho eficiente e produtivo, com transparncia e

    responsabilidade gerencial (OECD, 2015; IBGC, 2014; THOMPSON et al., 2013;

    AKABANE, 2012; BRIS; BRISLEY; CABOLIS, 2008; ARTERO, 2007; HARDY, 2006;

    VAN GREMBERGEN; DE HAES; GULDENTOPS, 2004; ITGI, 2003; ALEXANDER,

    2000).

  • 46

    Em diversos pases, mais de 1/3 da economia consiste em organizaes

    governamentais, incluindo educao, sade e servios que utilizam a infraestrutura de T.I.

    Esta, em sua forma ampla, inclui os sistemas de informao, o uso de hardware e software,

    telecomunicaes, automao e recursos multimdia, utilizados para fornecer dados,

    informaes e conhecimento. A informao e as tecnologias inseridas no ciclo de negcios se

    difundem como um ativo estratgico, de modo que sua governana envolve decises no

    tocante a princpios, arquitetura, infraestrutura, aplicaes e priorizao de investimentos.

    (ISACA, 2012; RAMOS; NASCIMENTO, 2010; ARTERO, 2007; NOBRE; WEILL, 2004;

    LUFTMAN, 2003; WEILL; WOODHAM, 2002; LAURINDO et al., 2001; CADBURY,

    1992).

    Desse modo, questionamentos podem ser levantados. Por exemplo:

    No que tange segurana da informao, os papis desempenhados pelas pessoas so

    definidos?

    As responsabilidades das pessoas so definidas?

    2. Polticas de segurana, normas e procedimentos

    Agregar valor envolve planejamento, sendo este afetado por presses do negcio e

    obrigaes legais. No somente os requisitos regulamentares esto aumentando, mas tambm

    as responsabilidades de governana em supervisionar cada vez mais a segurana da

    informao. Nesse sentido, deve-se enfatizar o fato de que a legislao brasileira relacionada

    Segurana da Informao e Comunicaes (SIC) de carter federal, estadual e municipal

    contempla uma grande quantidade de dispositivos legais, decretos, leis, instrues normativas

    e projetos de lei. Dentre estes, duas instrues normativas e 14 normas complementares

    devem ser obrigatoriamente observadas por todos os rgos da gesto pblica federal,

    conforme apresentado na Tabela 2 (Legislao relacionada segurana da informao) e no

    Quadro 1 (Relao de instrues normativas e normas sobre segurana da informao). Alm

    da obrigatoriedade em observar os dispositivos supracitados, as organizaes pblicas e

    arquivos pblicos so tambm fortemente regulados e fiscalizados por rgos de controle da

    Administrao Pblica, como Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MPOG),

    Controladoria Geral da Unio (CGU) e Tribunal de Contas da Unio (TCU) (ISO/IEC 38500,

    2015; JUIZ; TOOMEY, 2015; VIEIRA; ALBUQUERQUE JR.; SANTOS, 2014; FRAGA,

    2014; ISO/IEC 27001, 2013; ARAJO; 2012).

  • 47

    Pblicas ou privadas, a maioria das instituies aplica uma srie de contramedidas de

    segurana, polticas, procedimentos e diretrizes como medidas de proteo, tendo em vista

    que o sucesso da gesto de riscos busca, tambm, assegurar que o risco seja adequadamente

    identificado e reportado, podendo, assim, ser utilizado como base na tomada de decises

    (JOURDAN et al., 2010; ABNT, 2009a).

    O processo de Gesto de Riscos de Segurana da Informao (GRSI) pode ser

    utilizado de forma iterativa na avaliao ou para atividades de tratamento de risco. Seu

    enfoque iterativo torna possvel o detalhamento da avaliao a cada repetio, minimizando o

    tempo e o esforo necessrios na identificao de controles, assegurando que riscos de alto

    impacto e probabilidade sejam adequadamente avaliados. Alm disso, podem auxiliar na

    implementao de controles de segurana e conteno de ameaas aos ativos de informao

    (ABNT, 2011; ELOFF; ELOFF, 2005).

    Desse modo, questionamentos podem ser levantados. Por exemplo:

    So desenvolvidas polticas, normas ou procedimentos de segurana da informao?

    3. Programa de segurana

    A administrao do risco nos guia por uma ampla gama de tomada de decises, sendo

    necessria ateno s possveis falhas ou erros, o que inclui a informao e a complexa

    tecnologia envolvida em seu processo (BERNSTEIN, 1997).

    Os padres de governana de risco tendem a ser de alto nvel. Criar valor por meio da

    realizao de benefcios e otimizao dos riscos e recursos exige que a governana de T.I. seja

    eficiente, gerencie e avalie constantemente as atividades e os riscos relativos T.I., de modo a

    mant-los em um nvel aceitvel. Gerenciar o risco em diferentes empresas e situaes

    oferece oportunidades para que as organizaes observem problemas em seus processos

    internos (BROMILEY et al., 2015; OECD, 2014, ISACA, 2012; ITGI, 2007).

    crucial que haja o controle de risco, tanto pela ao direta dos gestores e

    funcionrios como por delegaes dos diretores, que podem se utilizar de qualquer

    oportunidade para formular diretivas estratgicas e de liderana. Ao investir na segurana de

    seus ativos de informao por meio de sua classificao, treinamentos e conscientizaes,

    governos e organizaes obtm melhorias no somente na tomada de decises. mas tambm

    na continuidade de suas operaes (DA VEIGA; MARTINS, 2015; JOURDAN et al., 2010;

    NIST, 2010; PURDY, 2010).

  • 48

    As organizaes enfrentam influncias de fatores incertos que afetam seus objetivos.

    Uma pequena brecha, roubo, erro, violao de sistema ou ataque de vrus na T.I. podem

    resultar em srios danos ao oramento e reputao da organizao. De modo a reduzir

    incertezas, necessrio monitorar e identificar o risco para avaliar se este deve ser modificado

    ou tratado, uma vez que sua compreenso nos permite tomar decises de modo racional e

    buscar meios de assegurar a proteo dos ativos de informao organizacional. (ABNT, 2011;

    ABNT, 2009a; HARDY, 2006).

    Deste modo, questionamentos podem ser levantados. Por exemplo:

    Um programa de segurana da informao organizado tendo em conta a gesto de

    riscos?

    4. Treinamento e conscientizao da cultura de segurana

    A privacidade da informao e sua segurana so dois conceitos inter-relacionados

    proteo, e ambos devem ser considerados ao se tratar dos riscos da informao. A dimenso

    da privacidade alinha as necessidades especficas da organizao ao verificar princpios que

    esto em consonncia com preferncias organizacionais, e se h conscientizao quanto

    aplicao desses princpios e demais contextos. Alm disso, um bom planejamento e

    implementao de mecanismos formais de governana de T.I., aliados a uma cultura de

    segurana da informao, requer no somente cooperao de toda a organizao, como

    tambm por parte dos gestores (DA VEIGA; MARTINS, 2015; MONTESDIOCA;

    MAADA, 2015; LUNARDI; BECKER; MAADA, 2012).

    Abordagens de melhoria contnua, por meio de um processo de criao,

    implementao, operao, monitoramento, reviso, manuteno e melhoria de um Sistema de

    Gesto de Segurana da Informao, auxiliam na especificao, realizao e administrao da

    segurana, representando uma viso abrangente da perspectiva da mesma e da privacidade da

    informao. No obstante, papel dos gestores alinhar as necessidades especficas com a

    estratgia da organizao tambm por meio da conscientizao, uma vez que as

    complexidades a serem mensuradas no ambiente pblico podem abordar performance,

    transparncia, investimento em infraestrutura, liberdade de atuao, reduo de custos e

    outros (THOMPSON et al., 2013; ISO/IEC 27001, 2013; ISO/IEC 27002:2013; DA VEIGA;

    ELOFF, 2007; WEILL; ROSS, 2004; TUDOR, 2000).

    Desse modo, questionamentos podem ser levantados. Por exemplo:

  • 49

    Os usurios so treinados e conscientizados quanto importncia da segurana da

    informao?

    H reflexo positivo dessa conscientizao?

    5. Adequao

    A preveno da perda, dano, destruio ou acesso no autorizado informao

    processada por organizaes um processo contnuo, uma vez que a constante evoluo dos

    riscos internos e externos pode resultar em violaes e perdas para a organizao como um

    todo. Administrar o risco nos guia por uma ampla gama de tomada de decises, sendo

    necessria ateno s possveis falhas ou erros, incluindo a informao e a complexa

    tecnologia envolvida em seu processo como apoio para alcanar os objetivos e metas de

    negcio (DA VEIGA; MARTINS, 2015; JUIZ; TOOMEY, 2015; LUFTMAN, 2003;

    BERNSTEIN, 1997).

    O volume de informaes eletrnicas utilizadas pelas empresas cresce gradativamente,

    tornando complexo seu gerenciamento produtivo, eficincia, responsabilidade gerencial e

    adequao da qualidade de acesso, confiabilidade e conformidade, com vistas a atender os

    objetivos organizacionais. H tambm a preocupao com a exposio da empresa, cuja

    segurana pode ser comprometida por incidentes que representariam prejuzos financeiros ou

    para a imagem das organizaes (AKABANE, 2012; ISACA, 2012; ALEXANDRIA, 2009;

    POSTHUMUS; VON SOLMS, 2004).

    A segurana da informao agenda estratgica no setor pblico brasileiro, existindo

    uma gama de dispositivos legais, decretos, leis, instrues normativas, projetos de lei e

    normas que tratam de sua aplicao nos rgos vinculados ao Governo Federal e cuja

    observncia obrigatria. Alm da obrigatoriedade em observar os dispositivos supracitados,

    as organizaes pblicas e arquivos pblicos so tambm fortemente regulados e fiscalizados

    por rgos de controle da Administrao Pblica, como Ministrio do Planejamento,

    Oramento e Gesto (MPOG), Controladoria Geral da Unio (CGU) e Tribunal de Contas da

    Unio (TCU) (ALBUQUERQUE JR.; SANTOS, 2014; VIEIRA; FRAGA, 2014; ARAJO,

    2012).

    Deste modo, questionamentos podem ser levantados. ) Por exemplo:

    Existe um controle interno da segurana da informao por meio de auditorias?

  • 50

    Existe um controle externo da segurana da informao por meio de auditorias?

    O Quadro 2 apresenta o constructo da relao entre a arquitetura de segurana da

    informao e os autores estudados.

    Quadro 2 Constructo da relao entre a arquitetura de segurana da informao e autores

    Dimenses Autores

    D1 Organizao de

    segurana e infraestrutura

    IBGC (2014), Thompson et al. (2013), Akabane (2012), ISACA (2012), Nobre, Ramos e Nascimento (2010), Bris, Brisley e Cabolis (2008), Artero (2007), Hardy (2006), OECD (2015), Van Grembergen, De Haes e Guldentops (2004), Weill (2004), Weill e Ross (2004), ITGI (2003), Weill e Woodham (2002), Laurindo et al. (2001), Alexander (2000), Tudor (2000), Cadbury (1992)

    D2 Polticas de segurana,

    normas e procedimentos

    Juiz e Toomey (2015); Vieira e Fraga (2014), Albuquerque Jr. e Santos (2014), ISO/IEC 27001:2013, ISO/IEC 27002:2013, Arajo (2012), ISO/IEC 27005:2011, Jourdan et al. (2010), ISO/IEC 38500:2009, ISO 31000:2009, Eloff e Eloff (2005), Tudor (2000), Schein (1985)

    D3 Programa de segurana

    Bromiley et al. (2015), OECD (2014), Da Veiga e Martins (2015), ISACA (2012), ISO/IEC 27005:2011, NIST (2010), Purdy (2010), Jourdan et al. (2010), ISO 31000:2009, ITGI (2007), Hardy (2006), Eloff e Eloff (2005), Tudor (2000), Bernstein (1997)

    D4 Treinamento e

    conscientizao da cultura de segurana

    Da Veiga e Martins (2015), Montesdioca e Maada (2015), Thompson et al. (2013), ISO/IEC 27001:2013, ISO/IEC 27002:2013, Lunardi, Becker e Maada (2012), Da Veiga e Eloff (2007), Weill e Ross (2004), Tudor (2000)

    D5 Adequao

    Da Veiga e Martins (2015); Juiz e Toomey (2015), Albuquerque Jr. e Santos (2014), Arajo (2012), Akabane (2012), ISACA (2012), Alexandria (2009), Posthumus e Von Solms (2004), Luftman (2003), Tudor (2000), Bernstein (1997)

    Fonte: Resultado da pesquisa

    O Quadro 3, por sua vez, apresent