a analise documentária no ambito do tratamento da informação- josé agusto guimarães

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100 fl onolise documentaria no ambito do trotomento do informo^oo: elementos , historicos © concsituais " n Jos6 Augusto Chaves Guimaraes Introdugao A abordagem da analise documentaria2 pressup5e o resgate do ci- clo informacional enquanto base para o fazer documental, em cujo am- bito se verificam, como operates fundamentals e interdependentes, a produgao, o tratamento ou organizagao, a recuperagao, a disseminagao e o uso da informagao que, por sua vez, podera gerar nova produgao, completando o ciclo. O tratamento ou organizagao da informagao consiste, portanto, em etapa intermediaria voltada primordialmente para a garantia de um dialogo entre o produtor e o consumidor da informagao, assumin- do, destarte, uma fungao de verdadeira ponte informacional. 1 0 presente texto retoma, sistematiza, atualiza e aprofunda aspectos anteriormente tratados em Guimaraes (1994,1999), e Smit & Guimaraes (2000). ! Em Portugal, utiliza-se a expressao analise documental. Organizagao e Representagao do Conhecimento - Georgete M. Rodrigues e llza L. Lopes (orgs.)

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A Analise Documentária No Ambito Do Tratamento Da Informação- José Agusto Guimarães

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  • 100

    fl onolise docum entaria no am bito do tro tom ento do informo^oo: elem entos , historicos concsituais

    " n

    Jos6 Augusto Chaves Guimaraes

    Introdugao

    A abordagem da analise documentaria2 pressup5e o resgate do ci- clo informacional enquanto base para o fazer documental, em cujo am- bito se verificam, como o p e ra tes fundamentals e interdependentes, a produgao, o tratamento ou organizagao, a recuperagao, a disseminagao e o uso da informagao que, por sua vez, podera gerar nova produgao, completando o ciclo.

    O tratamento ou organizagao da informagao consiste, portanto, em etapa intermediaria voltada primordialmente para a garantia de um dialogo entre o produtor e o consumidor da informagao, assumin- do, destarte, uma fungao de verdadeira ponte informacional.

    1 0 presente texto retoma, sistematiza, atualiza e aprofunda aspectos anteriormente tratados em Guimaraes (1994,1999), e Smit & Guimaraes (2000).! Em Portugal, utiliza-se a expressao analise documental.

    Organizagao e Representagao do Conhecimento - Georgete M. Rodrigues e llza L. Lopes (orgs.)

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    A esse momenta, a literature francesa e espanhola da area de Cien- cia da Informagao denomina analise documentaria, expressao que con- grega dois conceitos fundamentals: analise e documento.

    Por analise tem-se a distribuigao ou separagao de um todo em suas partes componentes de modo a m elhor conhecer seus elementos caracteristicos. Dessa concepgao surge a ideia mais coloquial de analise enquanto exame de alguma obra ou situagao.

    O documento, por sua vez, pode ser abordado sob quatro concept s : meio de prova (tal como ocorre, por exemplo, no Direito Proces- sual), materializagao de um fato (como nos documentos que revelam atos administrativos), suporte de informagao (tal como tratado na Cata-

    |jvlogagao, por exemplo) ou registro e base para geragao de novos conhe- cimentos (incorporando a ideia de conhecimento registrado, como aborda a area de organizagao do conhecimento).

    ft dimensoo conceitual da analis docum entaria

    Analisando-se a literatura intemacional no tocante ao conceito de ana- lise documentaria, pode-se verificar, dentre outras, as seguintes definigoes:

    Conjunto de operagoes necessarias para a extragao da informagao contida nasft fontes primdrias de modo a prepara-la para sua posterior recuperagao e utilizagao (RUIZ

    PEREZ, 1992, p.51)Operagao ou conjunto de operagoes visando a representar o conteudo de um

    documento sob uma forma distinta de seu estado original, com o fim de facilitar a consulta ou a posterior localizagao (CHAUMIER, 1993, p.17)

    Toda operagao ou grupo de operagoes que buscam a representagao de um documento sob uma forma distinta da original, seja por tradugao, resumo ou indexagao, de modo a facilitar a recuperagao por especialistas interessados (GARDIN et alii, 1981, p.29)

    Tecnica documental que permite, mediante uma operagao intelectual objetiva, a identificagao e transformagao dos documentos em produtos que facilitem a consulta aos originals, em areas de controle documental, e com o objetivo ultimo de servir a comuni- dade cientffica (Garcia Gutierrez Apud RUIZ PEREZ, 1992, p.59)

    Jos6 Augusto Chaves Guimaraes

  • Processo duplo de identificagao e representagao do texto /documento (PINTO & GALVEZ, 1996, p.31)

    Tais definigoes trazem, em seu bojo, aspectos como a identificagao, a extragao e a representagao da informagao que, no contexto da Ciencia da Informagao, podem assumir uma dimensao de forma ou de conteudo, sugerindo dois niveis de analise documentaria:

    - Analise formal. Relativa ao processo de descrigao bibliografica (catalogagao) com o objetivo de criar registros. Trata-se, pois, da analise e representagao dos aspectos extrinsecos do documento para fins de identificagao e de localizagao,

    -Analise de conteudoJ. Relacionada aos processos de condensagao e de representagao por meio de linguagens documentanas, com o objetivo especifico de produzir resumos e indices de assunto. Tem-se, pois, a analise e descrigao dos aspectos intrinsecos do documento, ligados ao seu conteudo tematico, razao pela qual tambem se denomina tratamento tematico da informagao.

    Desse modo, o tratamento ou organizagao da informagao (que revela a analise documentaria em sentido amplo) visa a aplicagao de criterios de natureza descritiva (fisica) ou tematica (de conteudo) aos distintos suportes informacionais, de modo a que os mesmos possam ser localizados (no primeiro caso) e acessados em termos de assunto (no segundo caso).

    Nesse contexto especifico, duas concepgoes podem ser assinala- das: por um lado, autores como FOSKETT (1973) e LANCASTER (1993), no exterior, assim como AMARO (1991); FUJITA, (1988) e CAVALCANTI (1978), no Brasil, veem identidade entre o tratamento tematico da informagao e a indexagao. Por outro lado, autores como GARDIN (1981), PINTO (1993) e RUIZ PEREZ (1992), dentre ou- tros, encaram a analise documentaria enquanto uma area (todo) na qual

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    3 Ou Analise documentaria de ntvel interno, como ressalta RUIZ PEREZ (1992, p.102).

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    se insere a indexagao propriamente dita (parte), refletindo a representagao documentaria, fase final do tratamento, em que se utilizam os ins- trumentos documentarios (linguagens) para a geragao de produtos documentarios (indices, notagoes classificatorias, etc)4.

    Em suma, pode-se dizer que a area de analise documentaria, para fins de tratamento tematico da informagao, consiste de um conjunto de procedimentos de natureza analitico-sintetica, envolvendo os processos de analise do conteudo tematico dos documentos e sua sintese, por meio da condensagao ou da representagao cm linguagens documentarias, com o objetivo de garantir uma recuperagao rapida e precisa pelo usuario ou cliente. Dessa concepgao alguns elementos merecem destaque:

    - processos: p conteudo da area se da por meio de uma sequencia Idgica de procedimentos;

    - analise: a decomposigao de um todo em sous elementos constitutivos, buscan- do um sentido informativo;

    - conteudo tematico: o conjunto de elementos documentais que refletem a dimen- sao informativa (a fungao original) do documento;

    -documentos:aqui entendidos em sua concepgao mais ampla, enquanto supor- tes informacionais de qualquer ordem;

    - condensagao: reconstrugao do documento de forma abreviada, destacando seus pontos ou passagens de maiorexpressividade tematica;

    - representagao: processo similar a tradugao, no qual o conteudo temcitico passa a ser expresso de mancira padronizada conforme parametros previamente estabelecidos;

    - linguagens d o c u m e n ts (tambem denominadas linguagens de indexagao): conjunto de instruments ou ferramentas para a representagao padronizada do conteiido tematico dos documentos. Tradicionalmente, consistem nos sistemas de classificagao, nas listas de cabegalhos de assunto ou nos tesauros;

    - recuperagao da infomiagao:objetivo bdsico de toda a atividade de tratamento documental, uma vez que permite que o conteiido informacional chegue ate o usuario ou cliente;

    1 Tal concepgao tem sido adotada, ainda pelos inlegrantes do grupo TEMMA, da Universidade de S3o Paulo, notadamente a partir dos anos 80.

    Jos6 Augusto Chaves Guimaraes

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    . rapidez: priricipalmente em tempos de muita produgao informacional, 6 importanterecordar que informagao atrasada constitui-se, em verdade, em informagao negada;

    - precisao:a\em de garantir a rapidez, e fundamental que essa informagao che-gue ao usuario ou cliente, em adequagao as especificidades de sua necessidade.

    A vista do expos to, pode-se dizer que a analise documentaria tem por objetivos estabelecer uma ponte entre o usuario e o documento, fomecer subsidios ao processo de disseminagao da informagao, e gerar produtos documentarios (resumos e indices).

    fl dimensQo historica da analise documentariaw

    Um resgate historico da Analise Documentaria sugere a identificagao de tres momentos, representatives de concepg5es distintas da area: a arte, a tecnica e a busca por metodologias que a sustentem e justifi- quem cieritificamente.

    A arte e a tecnica

    Entendida, em um primeiro momento, como uma habilidade ou dom especial, a Analise Documentaria teve sua primeira aplicagao conheci- da, como ressalta Witty (1973, p. 193) na Mesopotamia, por volta do ano 2000 AC, quando documentos registrados por escrita cuneiforme em tabletes de argila eram armazenados em envelopes, tambem de argi- la, que continham um resumo do documento, de modo a evitar a destrui- gao do envelope a cada "consulta". A isso seguiu-se o desenvolvimento do sistema de classificagao idealizado por Calimaco, para a Biblioteca de Alexandria, a praxe dos monges copistas de apresentagao de "indices marginais" nas paginas dos codices medievais (pratica ainda hoje exis- tente em muitas publicagoes religiosas), as concordancias biblicas cria- das por Alexander Cruden na Inglaterra no seculo XVII (e que, na atua- lidade, seguem existindo, principalmente em biblias protestantes de ampla utilizagao, tal cOrno as edigSes de bolso das Biblias difundidas pelos

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    Guideons), e o sistema de indexagao por palavras-chaves do documento, utilizado na Alemanha no seculo XVIII (e que norteou toda a indexagao por palavra na atualidade).

    Desse modo, observa-se,1 nesse periodo, uma concepgao de Analise Documentaria como fruto de um talento especial, uma verdadeira habi- lidade artfstica em que o emprego do bom senso se aplica a um processo altamente intuitivo: a determinagao do conteudo do documento e sua conseqiiente nomeagao.

    Em um segundo momento, pautado pelos reflexos da revolugao industrial e da produgao documental em larga escala, notadamente a partir do seculo XIX, a Analise Documentaria assume uma dimensao mais pragmatica e passa a ser vista enquanto produto da aplicagao de um conjunto de tecnicas, receitas ou regras previamente estabelecidas.

    Nesse contexto registra-se a preOcupagao de Melvil Dewey com um sistema de classificagao adaptavel a realidade cotidiana de localizagao (ou arranjo) dos documentos nas estantes, (EUA, 1876), os principios - espe- cifico, de uso e sindetico - da indexagao alfabetica de Cutter: (EUA, 1876), as propostas de inter-relagao de conceitos de Otlet e La Fontaine, por meio da Classificagao Decimal Universal (Belgica, 1895), o sistema de classificagao da Biblioteca do Congresso, baseado no principio de garan- tia literaria (EUA, 1920), as tecnicas de indexagao coordenada de Mortimer Taube, langando as bases para a pos-coordenagao de conceitos na indexagao (EUA, 1953), e os sistemas de indexagao por palavra baseados no titulo, como o KWIC de Hans Peter Luhn (EUA, 1959), dentre outros.

    A busca por metodologias

    Somente neste seculo, notadamente a partir dos anos 1950, com as experiencias de tratamento automatizado da informagao, a questao da consistencia se coloca, exigindo uma rediscussao de procedimentos. Nesse ambito, nasce a pesquisa em Analise Documentaria, notadamente em duas vertentes teoricas: a europeia (sobretudo na Inglaterra, na Franga e na Espanha), mais voltada para a questao do processo em si, e a norte- americana, primordialmente centrada na consistencia dos produtos.

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    Especificamente no que tange a busca por metodologias, ressal- tam-se os esforgos da vertente europeia, mais voltada para o desenvol- vimento de elementos teoricos proprios a AD. Nesse contexto, mere- cem mengao as experiencias investigativas de Kaiser (EUA, 1911)5 quanto ao binomio concreto/processo na composigao dos enunciados de assun- to dos documentos, de Ranganathan (India, 1933) quanto a uma analise em facetas - Personalidade, Materia, Energia, Espago e Tempo - do conteudo tematico dos documentos, do Classification Research Group (In- glaterra, 1952), que ampliou para doze as cinco categorias fundamentals de Ranganathan e de Austin (Inglaterra, 1968) e do grupo de Bangalore (India, 1969) que, por meio dos sistemas PRECIS e POPSI, langaram as bases para uma aplicagao da analise facetada em sistemas automatizados.

    Um olhar mais detido sobre a construgao teorico-metodologica revela que ate os anos 70 a literatura da area centrava-se mais na sintese documentaria que na analise propriamente dita. Assim, no decorrer de pouco mais de um seculo, a enfase residiu substancialmente no desen- volvimento de linguagens documentarias, voltadas para a representagao de conceitos dos documentos (notadamente por influencia de Dewey), nao se atendo a questoes relativas ao desenvolvimento de estrategias ou metodologias de leitura documentaria ou de identificagao e selegao de conceitos (RIVIER, 1992, FUJITA, 1988 e GOMES & GUSMAO, 1983).

    Essa enfase nas linguagens documentarias ou linguagens de indexagao6, revelou, por um lado, uma vertente voltada para a representagao notacional, com os chamados sistemas de classificagao, partindo de estruturas prescritivas e hierarquicas como a Classificagao Decimal de Dewey (EUA, 1876), passando por esquemas parcialmente flexiveis como a Classificagao Decimal Universal (Belgica, 1895), para se chegar aos chamados sistemas flexiveis, de caracteristica eminentemente anali- tico-sintetica, como as classificagoes facetadas criadas por Ranganathan

    s Ainda que norte-americano, Kaiser desenvolveu experiencias investigativas na Inglaterra e seu sistema trouxe importantes elementos metodoldgicos que influenciaram, inclusive, os trabalhos de Ranganathan.6 Expressfies representativas, respectivamente, das literaturas francesa e inglesa da faea.

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  • (India, 1933) e desenvolvidas pelo Classification Research Group (In- glaterra, a partir de 1952), sendo mais modernamente objeto de investi- gagao da International Society for Knowledge Organization (ISKO).

    Por outro lado, a partir da publicagao das Rules for a dictionary catalog, de Charles Ami Cutter (EUA, 1876), passa'a desenvolver-se uma vertente voltada para a representagao alfabetica de assunto, com o estabelecimento de padroes de consistencia para indices e o desenvolvi- mento de sistemas de estrutura alfabetico-cornbinatoria (CIIAUMIER, 1988)o que veio a nortear a elaboragao das chamadas listas de cabega- lhos de assunto7.

    De modo a propiciar uma simbiose entre o acesso tematico direto dos indices alfabeticos, gerados por meio de listas de cabegalhos de assunto, com a estrutura hierarquica de conceitos dos catalogos siste- maticos, gerados a partir de sistemas de classificagao, e considerando- se a necessidade de acesso rapido e preciso a literatura tecnico-cienti- fica no mundo do pos-guerra, ganham forga os tesauros, aumentando a flexibilidade no momento da representagao e permitindo maior agili- dade na incorporagao de conceitos novos. Isso levou a que, notadamente a partir dos anos 70 se desenvolvesse uma grande quantidade de traba- lhos voltados para a elaboragao e a normalizagao internacional de tesauros, valendo-se do apoio teorico da Terminologia, em area especializadas.

    No entanto, como ja alertado anteriormente, se por um lado a literatura apresenta-se tao farta em termos de sintese .documentaria (mor- mente elaboragao, adaptagao e utilizagao de linguagens), tal nao ocorre com a etapa analitica, que a antecede. Desse modo, como bem ressalta CUNHA (1989, p.40), os procedimentos envolvidos na localizagao e identificagao dos conceitos no documento, para serem posteriormente representados por meio de linguagens documentarias, eram encarados como operagoes empiricas de bom senso dos bibliotecarios, revelando' uma vasta diversidade de criterios, de natureza fluida e subjetiva, sem

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    Veja-se, para tanto, CESARINO & PINTO (1978) e TORRES (1992).

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    parametros que lhes conferissem alguma cientificidade, ou, ainda, a explicitagao dos procedimentos ou mecanismos envolvidos.

    A propria literature da epoca reforga tal assertiva ao dispor um conjunto de recomendagoes ao indexador, como o conhecimento sufici- ente do assunto a ser indexado, o bom senso, a concisao, a necessidade de o indexador colocar-se sempre no lugar do usuario, a experiencia, a concentragao, a capacidade.de compreensao e leitura, etc.8 Relativa- mente a necessidade de estabelecimento de padroes, OLSON (2000) chega mesmo a alertar para um poder que se supoe tenha o indexador no momento da representagao, qual seja aquele de nomear, rotular um conteudo tematico.

    fl natureza interdisciplinar da analise docum entaria

    Como bem observa AMARO (1991, p.4), durante decadas a literature da area nao dava conta de responder, satisfatoriamente a uma questao de natureza eminentemente pragmatica: como se identified a infor- macao principal do documento?

    E foi. extamente no contexto de busca de metodologias que a area passou a adquirir um carater mais teorico e uma natureza notadamente interdisciplinar. Desse modo, registram-se os trabalhos de Jean-Claude Gardin, na Franga, voltados para conferir a Analise Documentaria um status de area de investigagao, os trabalhos de Beghtol, no Canada, rela- tivamente aos conceitos de tematicidade e significados, e os de Dahlberg e seus seguidores, na Alemanha, no ambito da International Society for Knowledge Organization - ISKO, relativamente a dimensao do documento enquanto conhecimento registrado e socializado.

    No Brasil, a dimensao interdisciplinar da Analise Documentaria, encontrou reflexo pioneiro nos trabalhos Grupo Temma, criado por

    8 Tais recomendacoes, nascidas da experiencia profissional eram, aquela epoca, importantes referencias praticos visto consistirem o tSnico recurso de que dispunha o indexador para nortear seu modus faciendi.

    Organizacao e Repressntacao do Conhecimento - Georgete M. Rodrigues e llza L. Lopes (orgs.)

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    Johanna Smit na Escola de Comunicagdes e Artes da Universidade de Sao Paulo, nos anos 80, a partir da concepgao teorica de Gardin e tendo como pressuposto basico a busca de parametros metodologicos para a area por meio de uma inter-relagao entre Documentagao, Logica e Cien- cias da Linguagem.

    Hoje, tem-se clara a necessidade de a area recorrer ao aparato teo- rico de outras areas do conhecimento, em recortes especificos para realidades documentais igualmente especificas, no intuito de melhor explicitar os procedimentos que lhes sao inerentes (sua propria disciplinaridade). Nesse contexto, alguns aportes interdisciplinares po- dem ser observados, oriundos, dentre outras, de areas como: Adminis- tragao, Psicologia, Lingiiistica, Terminologia, Logica, Informatica, Inte- ligencia Artificial^ Arquivologia, entre outras.

    O aporte teorico da Administragao se da na medida em que hoje se entende a Analise D ocum entaria como parte de um contexto organizacional, de maneira que a politica de analise e indexagao integra necessariamente o contexto gerencial da unidade ou sistema de informagao.9

    A Psicologia fomece importante siibsidios a area, uma vez que faz parte da propria politica de analise e indexagao o conhecimento previo do contexto do usuario ou cliente, seja no ambito do vocabulario por ele empregado seja, ainda, pela natureza tematica de suas demandas informacionais.

    Considerando-se que a area de Analise Documentaria tem, Como ferramentas de representagao de conteudo, verdadeiras metalinguagens- as linguagens documentarias - necessarios se tomam os aportes oriundos da Lingiiistica, em ambitos de natureza sintatica (construgao logica de enunciados, ordem de citagao de descritores, etc) e semantica (ques- t5es de significado).

    O carater instrumental da Terminologia a Analise Documentaria - e mais especificamente aos tesauros (como bem demonstram os traba-

    a Vejam-se, para tanto, CARNEIRO (1985) e GUIMARAES (2000).

    Jos6 Augusto Chaves Guimaraes

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    lhos levados a efeito pela Rede Iberoamericana de Terminologia - RITerm) e explicado pelo fato de essa area dedicar-se a atribuigao de conceitos distintos e metologicamente delimitados ao termo, a partir do contexto do mesmo, sendo de especial relevancia as linguagens especializadas, partindo da identificagao dos conceitos de uma determi- nada area do saber para, em seguida, passar-se a atribuigao dos termos, definindo-os e controlando suas relagoes de sinommia, homommia, etc (RIVIER, 1992).

    A relagao com a Logica e bem expressa por CUNHA (1989), ao referir-se ao processo de Analise Documentaria enquanto identificagao de tragos descritivos e de argumentos que compoem o discurso expres- so no documento, ordenando-os em esquemas logicos por meio da identificagao de teses e hipoteses. Outro importante aporte reside nos racio- cinios indutivo e dedutivo, que nortearao a definigao de estrategias de leitura documental.

    A interdisciplinaridade com a Informatica da-se de distintas formas, desde o carater instrumental10 desta ultima aos procedimentos de indexagao automatica, ate os softwares de geragao automatica de linguagens documentarias (como por exemplo, nos aplicativos para elaboragao de tesauros).11

    No ambito da Inteligencia Artificial, registram-se experiencias para geragao automatica de resumos e de bases de dados de campos especializados do conhecimento12, bem como experiencias de inteligencia artificial para indexagao em linguagem natural, citando-se como exemplo os trabalhos desenvolvidos pela Universidade de Montpellier, no ambito da informagao juridica.

    Com relagao a Arquivologia, observa-se uma relagao de simbiose com a area, visto dela advirem aspectos im portantes a Analise

    10 Observe-se, nesse ambito, que o Grupo Mercosul de Escolas de Biblioteconomia entende as Novas Tecnologias, juntamente com a Pesquisa, enquanto instrumentalidades que perpassam as quatro grandes areas de conteiido: Fundamentos em Biblioteconomia e Ciencia da Informagao: Organizagao e Recuperagao da Informagao; recursos e Servigos de Informagaoe Gestao de Unidades de Informagao.11 Vejam-se, para tanto, Gil Leiva (1999) e Robredo (1991).I! Veja-se, em KOBASHI (1994, p.35-38) interessantes referencias a tais aportes interdisciplinares, como o Projeto TOPIC (Alemanha), os trabalhos do INST (Franga) e a proposta de Barcelo junto ao CNRS (Franga).

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    Documentaria tais como os principios arquivisticos da proveniencia/ procedencia (que interfere no aspecto da confiabilidade da informagao indexada) e da organicidade (visto permitir trabalhar-se tematicamente os conjuntos documentais), bem como a importante contribuigao da Diplomatica, por meio de seu metodo13, para a etapa de identificagao de conceitos, mormente em documentos tecnicos. Por outro lado, questoes relativas a condensayao e a representagao documentaria (controle de vocabulario) tem sido fundamentals para a Arquivologia na atualidade, visto contribuirem sobremaneira para a geragao de produtos arquivisticos tlpicos como inventarios analiticos e guias de pesquisa.

    fl questao da analise e da sintese

    Nesse contexto de busca por metodologias por meio de recortes teoricos advindos de areas diversas, chega-se a um modelo em que se verificam consecutivamente os momentos: de analise e de sintese.

    Na etapa analitica verificam-se procedimentos de leitura tecnica (ou leitura documentaria) e de identificagao de conceitos. Tem-se, pois, um desmontar do conteudo tematico do suporte de informagao.

    Em seguida, a etapa sintetica comporta a selegao dos conceitos iden- tificados para fins de representagao, a condensagao do documento original em um micro-documento que mantenha suas macroproposigoes se- manticas fundamentals (resumo) bem como a representagao documental, especie de tradugao dos conceitos extraidos - e originariamente ex- pressos em Linguagem Natural - para uma linguagem artificial, denomi- nada Linguagem Documentaria ou Linguagem de Indexagao.

    A literatura na area tem denominado diferentemente as etapas do processo de analise documentaria sem, no entanto, diferir substancial- mente quanto ao conteudo.

    Desse modo, para FUJITA (1988), LANCASTER (1993) e KOBASHI (1989), a analise documentaria pressupoe dois momentos

    13 Vejam-se, para tanto, GUIMARAES (1998), NASCIMENTO (2002) e FURLANETO (2003).

    Jose Augusto Chaves Guimaraes

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    fundamentals: a determinagao do assunto e a tradugao/representagao em uma linguagem de indexagao. Ja CAVALCANTI (1982) prefere sub- dividir a primeira fase em duas etapas: identificagao da tematicidade do documento e selegao de conceitos. PINTO MOLINA (1993), por sua vez, ve tres subetapas na determinagao do assunto: leitura, compreen- sao e interpretagao e smtese. CHAUMIER (1985), as etapas anterior- mente tratadas, acrescenta mais uma, apos a tradugao: a incorporagao dos elementos sintaticos que poderia ser entendida como uma ordem de citagao dos elementos e RUIZ PEREZ (1992), mais voltado para os produtos documentarios decorrentes do processo de analise, divide-o em Indexagao (analise e descrigao do conteudo para recuperagao por conceitos ou assuntos) e Operagao de resumir (representagao em forma reduzida dos conteudos documentais).

    Nesse contexto, acreditamos que a posigao anteriormente adotada (GUIMARAES, 1994), no tocante ao conteudo das etapas de analise e de smtese da Analise Documentaria possa sintetizar, de alguma manei- ra, a questao:

    Etapa analitica:

    - Leitura tecnica do documento, em que o documentalista adentra na estrutura do documento, buscando tomar contato com as partes que revelem maior conteudo tematico valendo-se, para tanto, de um conjunto de estrategias metacognitivas;

    - Identificagao de conceitos: uma vez identificadas as partes mais significativas tematicamente, aplica-se ao documento um conjunto de de categorias conceituais, visando a construgao de enunciados de assunto.

    Etapa sintetica:

    - Selegao de conceitos: os enunciados de assunto sao, entao, categorizados em principais, secundarios e perifericos, e ordenados logicamente, tendo como parametros a estrutura, a fungao e os usos (tipo de busca informacional a que se presta o documento).

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  • - Condensagao documentaria: redugao do documento original a um micro-documento (resumos), e

    - Representagao documentaria: tradugao do conteudo tematico do documento em linguagem de indexagao, representando-o por meio de indices.

    Por fim, nao e demais ressaltar o anteriormente argumentado no tocante ao duplo papel da Analise documentaria, seja como area de investigagao ligada aos processos, produtos e instrumentos de tratamento da informagao, seja como processo intemo (em contraposigao a sintese documentaria) quando se efetuam procedimentos de identificagao do conteudo tematico do documento, a partir de uma leitura tecnica.

    ConclusQO

    A vista do exposto, verifica-se que a area de Analise Documentaria, seja em nivel intemacional, seja no ambito brasileiro, encontra-se em escala ascendente em termos de campo de pesquisa: a cada dia que passa novos aportes teoricos e metodologicos sao experimentados em realidades informativas distintas, de modo a comprovar ou refutar sua instrumentalidade.

    Idos sao os tempos em que a area era considerada como mero processo tecnico, relegada a obscuridade dos gabinetes profissionais, dis- tante da realidade usuaria e, quando muito, importando metodos e sistemas estrangeiros. Cada vez mais se tem clara a necessidade de uma ade- quagao entre as metodologias de tratamento tematico e as distintas realidades, em suas tres dimensoes fundamentals: a do documento, a do usuario e a da organizagao.

    Jos6 Augusto Chaves Guimaraes

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    Referencias bibliogroficos

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