analise de riscos em um espaço confinado na purac sinteses

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    ANLISE DE RISCO NUM ESPAO CONFINADO NA PURAC SNTESES

    Alcilnio Terra Rangel

    Bacharelando em Engenharia de Produo pelo [email protected]

    Donato Czar Gomes Rocha

    Bacharelando em Engenharia de Produo pelo [email protected]

    Marina Corra Miranda

    Bacharelanda em Engenharia de Produo pelo [email protected]

    Nilo Amrico Fonseca de Melo

    Doutor em Cincias de Engenharia/[email protected]

    RESUMO

    Uma das maiores preocupaes com as condies de trabalho origina-se das expectativas do trabalhador teruma vida adequada e saudvel, de modo que ele no se desprenda dos direitos humanos equalidade de vida,inseridos no contexto de seus direitos fundamentais. A segurana no trabalho um assunto de extremarelevncia, pois aborda a preservao da vida e a sade dos trabalhadores, sendo capaz ainda de ser tratadacomo aliada nos cuidados com o meio-ambiente, sem considerar o fato de ser obrigatria. A partir dosprogressos da humanidade, em relao aos aspectos tecnolgicos e do trabalho, foram ocorrendo cada vez

    mais circunstncias nas quais o trabalhador teve necessidade de realizar suas atividades em espaosconfinados, se submetendo aos riscos inerentes a estes ambientes. As tcnicas de anlise de risco permitemidentificar os perigos, os aspectos ambientais e as irregularidades no processo que possam comprometer asade e a segurana dos trabalhadores, o meio ambiente e a qualidade dos produtos. O presente trabalho tevecomo objetivo geral realizar um estudo de caso efetuando as Anlises Preliminares de Risco de um espaoconfinado e dos provveis servios a serem executados neste ambiente. A metodologia utilizada foi umapesquisa bibliogrfica com abordagem qualitativa, utilizando os mtodos exploratrio e observacional,finalizando com um estudo de caso sobre a APR. Os resultados encontrados consistem nas APRsdesenvolvidas, levando em considerao os riscos intrnsecos do local, tanto no que diz respeito ao espaoem si quanto aos principais riscos provenientes de servios executados dentro do mesmo.

    Palavras-chave: Segurana do Trabalho, Espaos Confinados e Anlise Preliminar de Risco.

    ABSTRACT

    One of the major concern with work conditions originates from the expectations of the employee have anappropriate and healthy life, so it doesnt lose the humans rights and the life quality, insert on context of itsfundamentals rights. The work safety is an extreme relevance subject, because address the preservation of theworkers life and health, being able to be treated like allied on environment care, without consider the fact ofbe obligatory. From the humanity progress, on technological and work aspects, were increasingly occurring

    circumstances in which the employee has need for its activities in confined spaces, submit themselves torisks inherent to these environments. The Risk Analysis Techniques allow to indentify dangers, environmentaspect and irregularities on the process that can compromise the workers health and safety, the environment

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    and products quality. The main objective was realize a case study developing the Risk Preliminary Analysisof a confined space and of the probably services that will be made in this environment. The methodologyused was a literature search with qualitative approach, using exploratory and observational methods, endingwith a RPA case study. The found results are the RPA developed, taking with account the local intrinsic risk,as space itself as the main risks from executades service in itself.

    Keywords: Work Safety, Confined Spaces and Risk Preliminary Analysis.

    1. Introduo

    Segundo Moraes Junior (2008), um dos grandes problemas das reas ou espaos confinados quenem todas as pessoas sabem como identific-los, distinguindo-o dos demais locais de trabalho, e,principalmente, avaliar o risco envolvido nos trabalhos efetuados neste ambiente. Para o leigo, trabalharneste ou naquele lugar no faz muita diferena, principalmente no que diz respeito aos riscos ali presentes.

    A Norma Regulamentadora n 33 (NR-33) define Espao Confinado como:

    Qualquer rea ou ambiente no projetado para ocupao humana contnua, quepossua meios limitados de entrada e sada, cuja ventilao existente insuficientepara remover contaminantes ou onde possa existir a deficincia ou enriquecimentode oxignio. (2006).

    Os espaos confinados costumam permanecer fechados por longos perodos de tempo e,eventualmente, precisam ser acessados em determinado momento por profissionais encarregados de realizar

    um trabalho especfico como inspeo, limpeza, manuteno ou resgate, podendo expor o trabalhador ariscos de acidentes e bito (BALEOTTI, 2007).

    1.1.ObjetivosEste trabalho teve como objetivo geral realizar um estudo de caso na PURAC Snteses, uma

    indstria qumica situada no Norte Fluminense do Estado do Rio de Janeiro (RJ), mais especificamente nomunicpio de Campos dos Goytacazes, efetuando as Anlises Preliminares de Risco de um espao confinadoe dos provveis servios a serem executados neste ambiente.

    Os objetivos especficosso:

    Identificar um espao confinado; Reconhecer osriscos potenciais existentes; Efetuar uma anlise de risco; e Propor medidas de controle para os riscos apontados.

    1.2.JustificativaO primeiro ponto a ser levado em conta quando se tenciona fazer um trabalho em relao a espaos

    confinados ter em mente que embora os mesmos tenham riscos potencialmente elevados, estes riscos, porsua sutileza, no so notados e nem percebidos pela maioria das pessoas, provocando acidentes em srie.

    Segundo uma reportagem publicada no Portal Click Maca, pode ser citado como exemplo, um casoocorrido em Maca (RJ), onde quatro trabalhadores morreram asfixiados numa galeria de gua Potvel e

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    Esgoto enquanto efetuavam a sua limpeza. O primeiro trabalhador ao adentrar o local inalou metanoconcentrado e desmaiou. Ao perceberem o fato, com o intuito de ajudar, outros trs colegas de trabalhoentraram no local utilizando mscaras semi-faciais imprprias para o risco (falta de oxignio), ocasionando amorte de todos.

    Como pde ser observado no exemplo citado anteriormente, acidentes envolvendo estes locaistendem a acontecer em srie, ou seja, um trabalhador, ao visualizar um outro trabalhador desfalecido, entrano espao confinado com o intuito de socorr-lo e torna-se prxima vtima.

    Segundo o INFOSEG, informativo de higiene e segurana do trabalho de uma empresa do ramo,(2008), os espaos confinados nunca so iguais, porm seus perigos so muito parecidos. Antes de entrarneste tipo de local importante avaliar cada um deles separadamente, a fim de detectar os perigosconhecidos ou em potencial. Diante deste contexto, o problema proposto o que diz respeito aos riscos Segurana e Sade dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nos espaos confinados emuma indstria qumica.

    1.3.HiptesesAtuar preventivamente em segurana no trabalho evita ou minimiza os riscos de acidentes, tornando-

    se um procedimento essencial vida e sade do trabalhador.

    Identificar, reconhecer, avaliar, medir e controlar os riscos nos trabalhos em ambientes consideradoscomo espaos confinados, que por sua sutileza, nem sempre so percebidos, uma forma de atuarpreventivamente em segurana no trabalho.

    No estudo de caso, com os conhecimentos tericos obtidos, pode ser efetuada uma anlise de riscosem um espao confinado de uma indstria qumica, delimitando os riscos comuns, alm dos especficos doobjeto de estudo, com a finalidade de determinar os procedimentos mnimos necessrios segurana e vidados trabalhadores que eventualmente tenham que executar atividades neste tipo de ambiente.

    1.4.Estrutura do TrabalhoComo forma de mostrar todo o trabalho de pesquisa e seus resultados buscou-se dividir o texto em

    trs partes.

    A primeira parte tratou da reviso de literatura, onde foram abordados os aspectos relacionados segurana do trabalho, com o levantamento histrico referente ao mesmo, uma breve introduo sobreespao confinado, alm de alguns dados e estatsticas do tema em questo e fatores de risco neste ambiente.Tambm foi realizada uma anlise da implementao e evoluo da NR-33, bem como identificao ereconhecimento de um espao confinado e seus riscos, contendo ainda um estudo sobre Anlise de Risco(AR), Anlise Preliminar de Risco (APR) e as devidas medidas de controle de acordo com a mesma.

    A segunda parte consistiu no artigo cientfico, com a realizao de um estudo de caso na PURACSnteses, uma indstria qumica de renome internacional, com mais de cem ambientes caracterizados comoespaos confinados. Nele foi relatada de forma sucinta a fundao desta empresa, seu processo evolutivo ecomo ela se tornou uma organizao de renome internacional com sedes em diversos pases. Neste captulotambm se pode encontrar: a introduo da monografia, a qual iniciou com uma breve apresentao do temaem questo, indicando o problema que foi abordado e suas hipteses; os objetivos a serem atingidos; arelevncia do caso a ser estudado e a estrutura do trabalho; os materiais e mtodos, incluindo a metodologia aser utilizada e o estudo de caso realizado na indstria qumica; os resultados obtidos, propondo medidaspreventivas para controlar os riscos, de acordo com os conhecimentos obtidos atravs do referencialbibliogrfico; e uma breve discusso sobre o tema em questo.

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    2. Materiais e MtodosA seguir sero apresentados os materiais e mtodos utilizados para realizao deste artigo, relatando a

    metodologia empregada e o estudo de caso concretizado.

    2.1 MetodologiaDe acordo com Lakatus e Marconi (2005), a metodologia responde de uma s vez s questes

    como?, com que?, onde? e quanto?.

    Para Minayo et al, a metodologia:

    Geralmente uma parte complexa e deve requerer maior cuidado do pesquisador.Mais que uma descrio formal dos mtodos e tcnicas a serem utilizadas, indica asopes e a leitura operacional que o pesquisador fez do quadro terico (1994).

    Para que os objetivos fossem atingidos inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliogrfica comabordagem qualitativa, utilizando os mtodos exploratrio e observacional. As fontes de pesquisa foramlivros, artigos cientficos, teses, dissertaes e sites relacionados segurana do trabalho, para aquisio deinformaes e dados, abrangendo o que a literatura revela de mais importante e atual sobre o tema.

    Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliogrfica aquela desenvolvida, exclusivamente, a partir demateriais j elaborados, principalmente constitudos de livros e artigos cientficos. Pode ainda ser definidorade grande parte dos estudos exploratrios.

    Para Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliogrfica tende a explicar um problema a partir dereferncias publicadas em documentos e, tem o intuito de recolher informaes e conhecimentos prvios

    acerca de um problema pelo qual se procura resposta. Concordando com Trujilho (1974 apudLakatus eMarconi, 2005), a pesquisa bibliogrfica no uma mera repetio do que j foi dito ou escrito sobre certoassunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando-se a conclusesinovadoras.

    De acordo com Alexandre (2003), o mtodo exploratrio usado para desenvolver, esclarecer emodificar conceitos e idias, envolvendo levantamento bibliogrfico e documental, entrevistas e estudos decaso. J abordagem qualitativa analisa o conhecimento dos indivduos de acordo com a descrio daexperincia humana, aquela que considera a existncia de uma relao dinmica entre o mundo real e osujeito.

    Segundo Gil (1999), o mtodo observacional tem por finalidade proporcionar ao investigador osmeios tcnicos para garantir a objetividade e a preciso no estudo. Este mtodo um dos mais utilizadosnas cincias sociais, podendo ser tido como um dos mais modernos, uma vez que possibilita o mais altograu de preciso.

    Aps a reviso bibliogrfica foi realizado um estudo de caso em uma indstria qumica da regio,onde foi analisado apenas um espao confinado. O critrio de escolha da unidade foi definido em funo dasnecessidades da empresa e que fosse relevante ao trabalho.

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    2.2 Estudo de Caso

    Para Yin (2005), o estudo de caso:

    apenas uma da muitas maneiras de fazer pesquisa em cincias sociais. [...]Representa a estratgia preferida quando se colocam em questes do tipo como epor que, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos equando o foco se encontra em fenmenos contemporneos inseridos em algumcontexto da vida real.

    A metodologia escolhida para a anlise do espao confinado foi a Anlise de Risco, sendo que atcnica para a anlise dos riscos potenciais de acidentes na unidade confinada escolhida foi a AnlisePreliminar de Risco. Em seguida foram propostas medidas preventivas para controlar os riscos envolvidostanto no ambiente quanto na execuo das tarefas realizadas.

    2.2.1 A empresa

    A PURAC membro da diviso bioqumica do grupo holands, CSM, uma empresa que tem foco nodesenvolvimento, na produo e na comercializao de ingredientes alimentcios e de panificao.

    Sua histria e do cido lctico comeou em 1935 quando, a partir da fermentao do acar debeterraba, iniciou-se a produo industrial. Naquela poca a empresa era conhecida como SMF (SchiedamseMelkzuur Fabriek), localizada em Gorinchen, Holanda.

    A partir da, a PURAC se intensificou com novas fbricas e escritrios comerciais ao redor domundo, tudo isso com o objetivo de estar mais prximo de seus clientes. E em 1961, se instalou em Campos

    dos Goytacazes, Brasil, com a aquisio da antiga Indstria Qumica de Snteses & Fermentaes (IQSF).Hoje em dia a PURAC a maior e mais experiente produtora de cido lctico e lactatos e lidera a

    produo de cido glucnico e derivados.

    Os principais grupos de produtos da PURAC so: cido lctico e seus derivados, cido glucnico ederivados, biomateriais com base de cido lctico e poliis. Sendo lder de mercado para cido lctico e seusderivados e um dos maiores fornecedores de gluconatos.

    Esses produtos tm uma ampla aplicao em diversas indstrias. Os principais mercados deatendimento so: alimentos, farmacutico, mdico, cosmticos, alimentao animal e indstria qumica.

    A PURAC est localizada em todo o mundo, com uma rede de escritrios comerciais na Amrica doNorte, Amrica Latina, Europa, sia Pacfica e Japo. E suas plantas esto no Brasil, Holanda, Espanha eEUA.

    A empresa se preocupa em cumprir as exigncias do mercado, para tanto implementou diversosprogramas de qualidade, como: ISO, HACCP, GMP Food e GMP Pharma.

    2.2.2 O espao confinado

    O local definido para a realizao do estudo de caso foi o reservatrio de cido sulfrico (H 2SO4) da

    empresa, sendo que o mesmo foi escolhido visando s necessidades e a relevncia para este trabalho.Sua forma construtiva a de um tanque cilndrico vertical, confeccionado em ao carbono, com

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    capacidade de 115m3, altura de 9,2m e 4,4m de dimetro.

    Este tanque no um ambiente projetado para permanncia humana contnua, possuindo uma bocade visita localizada na parte superior do reservatrio e uma tampa de visita na lateral do reservatrio, sendoestas meios limitados de entrada e sada e no oferecendo ventilao adequada para os trabalhadores que

    estiverem executando tarefas em seu interior.

    Figura 1: Tanques de cido Sulfrico

    De acordo com a NR-33 (2006) e com as caractersticas verificadas no local, concluiu-se que o localdefinido pode ser identificado como um espao confinado, tornando-se necessrio o isolamento e asinalizao do referido local com a finalidade de impedir a entrada de pessoas no autorizadas.

    Aps a verificao das caractersticas e finalidades do local escolhido dentro do processo fabril, foirelevante a obteno de informaes importantes do produto armazenado e os riscos que este oferece.

    2.2.3 O produto armazenado

    Segundo a Ficha de Informao de Segurana dos Produtos Qumicos (FISPQ) daSULATLANTICA (2009), empresa que comercializa o produto da PURAC, o cido sulfrico, tambmconhecido como sulfato de hidrognio, leo vitrolo ou cido de bateria, uma substncia fortementecorrosiva que causa danos ao tecido rapidamente. Seu estado fsico lquido viscoso, sua cor varia do incolorat uma colorao levemente amarelada e no possui odor.

    Os tanques de cido sulfrico quando presentes em ocasies de incndio devem ser preservadosresfriados com spray de gua, pois o cido, especialmente quando dissolvido em gua, pode reagir commetais liberando gs hidrognio (FISPQ SULATLANTICA, 2009).

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    importante ressaltar que aps qualquer contato com a substncia deve ser providenciadoatendimento mdico de urgncia.

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    Figura 2: Diamante de Risco do cido Sulfrico

    Na foto acima pode-se visualizar o diamante de risco do cido Sulfrico. A partir dele foi possvel

    concluir que: o H2SO4 no possui perigo de inflamabilidade (0); o seu grau de risco a sade muito alto (3),sendo classificado como extremamente perigoso sade, podendo provocar severas leses e at a morte;quanto a reatividade o cido sulfrico tem perigo de reao qumica violenta (2); e o H2SO4 possui tambmum risco especfico (W), o qual no se deve usar gua para combate a incndio, pois pode reagir com metaisliberando o gs hidrognio que inflamvel.

    Tendo definido o espao confinado e obtendo informaes relativas ao produto ali armazenado,tornou-se necessria realizao de uma anlise dos riscos.

    3. ResultadosA seguir so apresentadas as APRs que foram realizadas durante este estudo de caso, levando em

    considerao os riscos inerentes ao local, independente da execuo de servios, e os riscos oriundos daexecuo dos principais servios neste ambiente.

    3.1.A APR do espao confinadoDiante da identificao do espao confinado e obtendo todas as informaes relevantes a segurana

    do trabalho, tornou-se necessria a execuo de uma APR deste ambiente em cumprimento s determinaesda NR-33, mensurando todas as informaes necessrias preservao da vida e da sade dos trabalhadoresque venham a ter a necessidade de executar tarefas no referido local.

    Conforme consta na tabela abaixo, foram mensurados os riscos (eventos), as suas provveis causas,

    as conseqncias (danos) e as medidas de controle (recomendaes) relevante ao espao confinadoescolhido, obtendo-se a APR do mesmo:

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    Tabela 2: APR do espao confinado

    Riscos / Eventos Provveis Causas Conseqncias / DanosMedidas de Controle /

    Recomendaes

    Exposio atmosferadeficiente de oxignio

    Vapores e gasesgerados durante oprocesso

    DesmaioInconscinciaLesesMorte

    Limpeza Ventilao Exausto

    Queimaduras por contatocom o produtoarmazenado

    Abertura indevida davlvula de entrada e/ousada do produtoarmazenado

    Queimadura qumica Raqueteamento do(s)

    ramal (is)

    De acordo Pires (2005), a evoluo do homem na execuo de tarefas relacionadas ao trabalho demanuteno, por si s podem representar riscos aos trabalhadores. Sendo assim, fundamental avaliaodos riscos relacionados aos eventos, de acordo com as atividades a serem executadas, mensurando suasconseqncias e determinando as medidas de controle.

    3.2.A APR da execuo de serviosDiante da necessidade da execuo de vrias atividades dentro do espao confinado escolhido, tornou-se

    indispensvel efetuar a avaliao e o controle dos riscos fsicos, qumicos, biolgicos, ergonmicos,mecnicos e/ou combinados ali presentes, e, concomitantemente, efetuar a APR relativa aos provveisservios a serem executados neste local, tendo como exemplo a tabela a seguir:

    Eventos AtividadesConseqncias /Danos

    Medidas de Controle / Recomendaes

    Exposio amateriaisparticulados

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Exposio a fumosmetlicos

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Exausto e/ou ventilao do ambienteMudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Queimaduras porcontato

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Corte edesbastepor atrito

    Processos deajustes,separao e/outratamento desuperfcies poratrito

    Choque eltrico pelomanuseio deequipamentos

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

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    Incndio e explosocausada pela igniode combustveispresentes noambiente

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamento

    IntoxicaoAsfixiaTonturaDesmaiosMorte

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Substituio por produtos menos agressivosUso de EPIs

    Inexpe

    cndio e/ouploso causadalo contato de

    vapores com umafonte de ignio

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamento

    Manuseiode tintas esolventes

    Processos depintura e/oulimpeza

    Danos materiais e/ouao meio ambiente

    Abrir e fechar corretamente os recipientes

    Manter os produtos nas embalagens originaisManusear somente a quantidade necessria

    jornada de trabalho

    Queda dediferentesnveis

    Trabalho emaltura

    LesesFraturasMorteDanos materiais

    Adequao correta de estruturasDefinio de procedimentos de segurana

    adequadosTreinamento e uso de EPIs

    Eventos AtividadesConseqncias /Danos

    Medidas de Controle / Recomendaes

    Leses e/ouqueimaduras

    causadas pelaexposio aradiaes noionizantes

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Quec

    imaduras porontato

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Exposio a poeiras

    e fumos metlicos

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Solda ecorte aquente

    Processo deunio e/ouseparao demetais a quentepelo processo deuso decomburente e

    combustvel

    Incndio e explosocausada pela igniode combustveispresentes noambiente

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamento

    Solda ecorte comarco

    voltaico

    Processo deunio e/ouseparao demetais a quente

    pelo processo deuso de corrente

    Leses e/ouqueimadurascausadas pelaexposio a

    radiaes noionizantes

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

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    Queimaduras porcontato

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Exposio a poeirase fumos metlicos

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    eltrica

    Incndio e explosocausada pela igniode combustveispresentes noambiente

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamento

    Eventos Atividades Conseqncias /Danos Medidas de Controle / Recomendaes

    Exposio a gases,nevoas e vapores

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Exausto e/ou ventilao do ambienteMudana de processoTreinamento

    Uso de EPIS

    Queimaduras porcontato

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamentoUso de EPIS

    Incndio e/ouexploso causadapelo contato devapores com umafonte de ignio

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamento

    Manuseiodeprodutosqumicos

    Processos delimpeza,

    proteo outestes de serviosexecutados

    Poluio ambiental

    Definio de procedimentos de seguranaadequados

    Mudana de processoTreinamento

    Tabela 3: APR dos servios

    4. DiscussoSegurana no trabalho uma questo tica quanto preservao da vida e da sade dos

    trabalhadores, tambm podendo ser considerada aliada nos cuidados com o meio-ambiente, alm da suaobrigatoriedade. Dentre os locais onde os operrios tm a necessidade de executar servios, os espaosconfinados merecem uma ateno especial.

    Espaos confinados por si s representam um grande risco para a sade e segurana das pessoas quetenham que adentrar e executar tarefas neste tipo de ambiente. Outro fator relevante considerar adificuldade em se determinar se um local um espao confinado ou no.

    To importante quanto mensurar os riscos caractersticos do espao confinado de acordo com suafinalidade, avaliar os riscos pertinentes execuo de tarefas neste tipo de local, j que os mesmos podem

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    se tornar ainda mais perigosos em ambientes confinados. Outro fato a se considerar a possibilidade decombinao entre os riscos pertinentes ao espao confinado e a tarefa a ser executada, potencializandoambos.

    Destaca-se que nos dados estatsticos no so mensurados os acidentes em espaos confinados,

    sendo estes relatados como exploses, morte por asfixia, entre outros, de acordo com pesquisas efetuadas noanurio estatstico de acidentes do ano 2008, na pgina do MTE.

    O objetivo geral proposto neste trabalho foi alcanado, uma vez que o mesmo consistia em realizar oestudo de caso na PURAC, efetuando a APR de um espao confinado, buscando garantir permanentemente asade e a segurana dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaos.

    Os objetivos especficos tambm foram atingidos visto que primeiro houve a identificao do espaoconfinado, posteriormente os riscos potenciais existentes foram reconhecidos, em seguida foram efetuadas asanlises de riscos utilizando o mtodo APR tanto no espao quanto nos possveis servios a seremexecutados neste ambiente, e finalmente foram propostas medidas de controle para os riscos apontados.

    Este trabalho tornou-se importante visto que apesar de o espao confinado ser um assunto antigo, aNR-33 relativamente nova. Esta norma foi publicada em 2006, logo algumas empresas ainda estariam emfase de adequao, sendo esta uma das principais motivaes para realizao deste estudo iniciado em 2008.

    Diante da diversidade de atividades nas organizaes e dos vrios tipos de ambientes que podem sercaracterizados como espaos confinados, fica como sugesto para trabalhos futuros a realizao de novosestudos buscando a avaliao dos riscos destes locais, servindo como comparativo com o que foiestudado.Referncias

    5. Referncias

    ALEXANDRE, M. J. O. A construo do trabalho cientfico: um guia para projetos, pesquisas e relatrioscientficos. Rio de Janeiro: Forense Universitrio, 2003. 200p.

    BALEOTTI, L. A galinha dos ovos seguros. Alcoolbras. v. 9, n. 108, p. 36-41, jan/fev. 2007.

    CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia cientfica. 6.ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.162p.

    CLICK MACA. O perigo dos espaos confinados. 2005. Disponvel em:. Acesso em: 24/10/2008.

    GIL, A. C. Mtodos e tcnicas de pesquisa social. 5.ed. So Paulo: Atlas, 1999. 206p.

    GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. So Paulo: Atlas, 2002. 175p.

    INFOSEG. Entrada em espaos confinados. 8.ed. Disponvel em:. Acesso em:27/09/2008.

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