análise de remanescentes florestais no município de jaboticabal, sp

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i UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL ANÁLISE DE REMANESCENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE JABOTICABAL, SP GUSTAVO FACINCANI DOURADO Orientadora: Prof a . Dr a . Teresa Cristina Tarlé Pissarra Coorientadora: Ma. Beatriz de Oliveira Costa Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Câmpus de Jaboticabal, para graduação em AGRONOMIA. Jaboticabal SP 1 o semestre/2013

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Trabalho de conclusão de curso, sobre a análise de fragmentos florestais no município de Jaboticabal, SP, do curso da Agronomia da UNESP de Jaboticabal.

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  • i

    UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

    FACULDADE DE CINCIAS AGRRIAS E VETERINRIAS

    CMPUS DE JABOTICABAL

    ANLISE DE REMANESCENTES FLORESTAIS

    NO MUNICPIO DE JABOTICABAL, SP

    GUSTAVO FACINCANI DOURADO

    Orientadora: Profa. Dra. Teresa Cristina Tarl Pissarra

    Coorientadora: Ma. Beatriz de Oliveira Costa

    Trabalho apresentado Faculdade de Cincias

    Agrrias e Veterinrias - UNESP, Cmpus de

    Jaboticabal, para graduao em AGRONOMIA.

    Jaboticabal SP

    1o semestre/2013

  • I

    Oferecimentos

    UNESP, Cmpus Jaboticabal, ao corpo docente e administrativo, que possibilitaram a

    oportunidade de estudar em uma das melhores faculdades do pas.

    minha famlia, que mesmo nos momentos de minha ausncia dedicados ao estudo

    superior, sempre me auxiliaram na conduo das minhas atividades para alcanar a

    realizao de minha formao, visando meu futuro.

    turma Agro 09, que me acompanhou durante o perodo de graduao, convivendo juntos

    os dias destes ltimos anos.

  • II

    Agradecimentos

    A Jesus Cristo, sem o qual no haveria a possibilidade de agradecer a mais ningum.

    Aos meus pais pelo auxlio, pacincia, e exemplo de vida e determinao, que tiveram

    papel essencial para eu conseguir chegar at aqui.

    Aos meus colegas de turma, pelo companheirismo e ajuda.

    Professora Teresa Cristina Tarl Pissarra pela orientao e disponibilidade para me

    auxiliar no desenvolvimento deste trabalho.

    minha co-orientadora Beatriz de Oliveira Costa, pelo auxilio na confeco deste trabalho.

    Aos funcionrios do Departamento de Engenharia Rural, Ronaldo Jos de Barros e Izilda

    Maria de Carvalho Mximo pelo auxlio no mapeamento das reas.

    Aos professores e funcionrios do curso de Agronomia, que de alguma forma contriburam

    para a execuo deste trabalho e para minha formao como profissional.

  • III

    ndice

    1. INTRODUO .................................................................................................................. 1

    2. REVISO DE LITERATURA ........................................................................................... 4

    3. MATERIAIS E MTODOS ............................................................................................. 16

    3.1. Caracterizao da rea de Estudo .............................................................................. 16

    3.2. Metodologia ............................................................................................................... 18

    4. RESULTADOS E DISCUSSO ...................................................................................... 22

    5. CONCLUSES ................................................................................................................ 42

    6. RESUMO .......................................................................................................................... 43

    7. SUMMARY ...................................................................................................................... 44

    8. LITERATURA CITADA ................................................................................................. 45

  • 1

    1. INTRODUO

    Nos ltimos anos, tem sido verificada a ocorrncia da fragmentao de remanescentes

    naturais de florestas, o que um dos fenmenos mais marcantes e graves do processo de

    expanso da fronteira agrcola no Brasil, resultado da ocupao desordenada da terra. Este

    processo tem provocado impactos no meio e na qualidade de vida da populao mundial.

    Muito se tem discutido sobre questes ambientais e a necessidade de recuperao de

    reas degradadas, para evitar perdas dos recursos naturais. O reflorestamento uma das

    ferramentas utilizadas para a recuperao de reas que tiveram suas vegetaes originais

    removidas. Este processo realizado principalmente em reas nas quais foram retiradas as

    matas ciliares, bem como para a implantao de corredores ecolgicos, no intuito de

    estabelecer um equilbrio entre as espcies integrantes que ocupam as comunidades e os

    recursos naturais. Os corredores ecolgicos podem ser idealizados nas zonas rurais entre as

    atividades agropecurias para haver a conservao da biodiversidade, o livre trnsito de

    animais e a disperso de sementes das espcies vegetais. Isso permite o fluxo gnico entre as

    espcies da fauna e flora e a conservao dos recursos hdricos e do solo, alm de contribuir

    para o equilbrio do clima e da paisagem.

    Os fragmentos florestais so reas de formao vegetal interrompidas por barreiras

    antrpicas ou naturais, inteiramente dominadas por rvores, de estrutura complexa, que ainda

    apresentam maior riqueza de espcies. So os menores elementos a serem observados na

    paisagem, mas formam uma unidade espacial importante a ser estudada.

  • 2

    As reas florestais desempenham papis importantes, como o de direcionar a

    circulao dos ventos; participar no controle do ciclo hidrolgico local; favorecer a absoro

    de gua da chuva pelo solo, diminuindo o escoamento superficial; estruturar os solos,

    minimizando o processo de eroso, evitando perda de solo, assoreamento e contaminao de

    rios com resduos qumicos e orgnicos de lavouras; e manter a ciclagem de nutrientes, o que

    traz incalculvel aporte fertilidade.

    Essas vantagens ambientais favorecem diretamente os agricultores e a sociedade em

    geral. Os agricultores muitas vezes no percebem os benefcios conseguidos com a

    conservao da cobertura florestal.

    A promoo eficiente de conservao e preservao florestal se fundamenta na

    anlise da estrutura da paisagem na qual os fragmentos florestais esto inseridos. O

    entendimento das relaes espaciais entre os fragmentos florestais, das interaes e das

    mudanas estruturais de uma paisagem, tem sido objeto de estudo de diversas cincias:

    Agronomia, Ecologia da Paisagem, Biologia, Engenharia Ambiental etc.

    Para o desenvolvimento das atividades na introduo do sistema produtivo

    agropecurio, necessrio compreender a paisagem para que as atividades das prticas sejam

    efetivas e causem menor impacto no meio. Assim, o estudo de uso e da ocupao do solo

    possibilita o entendimento das relaes entre o homem e o meio natural, estabelecendo aes

    de integrao entre gesto ambiental e planejamento territorial.

    O planejamento territorial, no que tange adequao ambiental de propriedades rurais

    uma atividade fundamental para a regulao do espao, e pode auxiliar na minimizao de

    impactos ambientais devido expanso das culturas, o que essencial para a gesto e

    preveno do meio rural.

  • 3

    Uma das tecnologias disponveis para realizar a tarefa de cadastro de reas nas zonas

    rurais o sensoriamento remoto. A partir da anlise visual de imagens orbitais possvel

    realizar um mapeamento das unidades territoriais de conduo de sistemas produtivos e reas

    com vegetao nativa. Os sistemas de anlise so chamados de Sistemas de Informaes

    Geogrficas (SIG), os quais auxiliam na elaborao de mapas de uso da terra no intuito de

    facilitar a visualizao das reas que compem a paisagem.

    Podendo-se, dessa forma, tomar iniciativas de ao e planejamento, para indicar

    respostas sobre planejamento regional e levantamento de recursos renovveis, com a

    finalidade adoo de medidas para mitigar os impactos decorrentes da supresso florestal.

    Com isso, h a preveno da extino da fauna e da flora local, e auxlio no processo de

    tomada de deciso, quanto formao de corredores ecolgicos e preservao de

    remanescentes florestais.

    O objetivo deste trabalho foi analisar a representatividade dos fragmentos florestais

    no Municpio de Jaboticabal, para avaliar a quantidade, a forma e as reas de remanescentes

    de fragmentos florestais e apresentar um mapa da distribuio espacial destes, no intuito de

    coletar dados para elaborao de um diagnstico conservacionista.

  • 4

    2. REVISO DE LITERATURA

    A anlise do uso da terra importante para verificar a estrutura da paisagem no que

    tange s alteraes do uso, a conduo das atividades antrpicas, incluindo mudanas

    climticas que interferem na vida do ser humano.

    Segundo o conceito definido pela FAO (2013), Terra compreende o ambiente fsico,

    incluindo clima, relevo, solos, hidrologia e vegetao, na medida em que estes so

    potencialmente influenciados para o uso da terra. Ele inclui os resultados da atividade

    humana do passado e do presente e as caractersticas puramente econmicas e sociais, no

    entanto, no esto includos neste e fazem parte do contexto econmico e social.

    A unidade de mapeamento de solo uma rea mapeada de terreno com caractersticas

    especificadas. Unidades de mapeamento de terras so definidas e mapeadas por

    levantamentos de recursos naturais, por exemplo, levantamento de solos e inventrio

    florestal. O seu grau de homogeneidade ou de variao interna varia de acordo com a

    dimenso e intensidade do estudo (FAO, 2013).

    A terra , portanto, um conceito mais amplo do que o solo ou terreno. A variao na

    paisagem muitas vezes a principal causa das diferenas entre as unidades de mapeamento

    de terra. Assim, necessrio definir a unidade territorial de trabalho para anlise do uso da

    terra. No entanto, a aptido dos solos para o uso da terra no pode ser avaliada isoladamente,

    e sim considerando outros aspectos como o ambiente e as aes que ocorrem no meio.

    A anlise do uso da terra envolve relacionar unidades de mapeamento para

    determinados tipos de uso. Os tipos de uso considerados so limitados queles que parecem

    ser relevantes em condies fsicas, econmicas e sociais que prevalecem em uma rea. Esses

  • 5

    tipos de uso da terra servem como objeto de avaliao do meio para fins de estruturao da

    paisagem.

    Um fragmento florestal definido como qualquer rea de vegetao natural contnua,

    interrompida por barreiras antrpicas (estradas, culturas agrcolas, etc.) ou naturais (lagos,

    outras formaes vegetais, etc.) capazes de diminuir significativamente o fluxo de animais,

    plen e, ou, sementes (OLIVEIRA, 1998).

    Os fragmentos florestais podem ser considerados como ilhas de diversidade, por se

    encontrarem desconectados de outras formaes florestais, e cercados por diversos outros

    usos da terra presentes na paisagem (GUARIZ, 2011).

    A fragmentao florestal se d pela substituio de reas de floresta nativa por outras

    formas de uso da terra, deixando isoladas suas partes, com consequncias negativas para o

    conjunto de seus organismos. A fragmentao reduz a rea de florestas, podendo resultar em

    extino de algumas espcies (OLIVEIRA, 1998).

    Dentre os problemas mais graves do processo de fragmentao florestal esto: a perda

    da biodiversidade e o efeito de borda, alm de distrbios do regime hidrolgico das bacias

    hidrogrficas, degradao dos recursos naturais e a deteriorao da biodiversidade. A borda

    do fragmento florestal a rea por onde se inicia a maior parte dos processos fsicos e

    biolgicos ligados fragmentao, demonstrando impactos negativos como o aumento de

    plantas invasoras, que abafa outras espcies vegetais de importncia para a configurao e

    longevidade do fragmento. Essas alteraes podem levar ao isolamento de populaes e at

    a extino de espcies, devido a perda de hbitat (GREGGIO et. al, 2009).

    Interligando-se os fragmentos por meio de corredores de biodiversidade, aumenta-se

    o fluxo de animais e sementes e, portanto, a colonizao das reas degradadas pelas espcies

  • 6

    de plantas e animais presentes nos fragmentos florestais. Os corredores devem atrair os

    dispersores da biodiversidade, notadamente animais, especialmente pssaros, mamferos,

    insetos e anfbios.

    Tambm se pode adotar o aumento da porosidade das paisagens, com a adoo de

    sistemas agroflorestais de alta diversidade e mosaicos de uso da terra diversificados,

    podendo-se obter resultados semelhantes e complementares aos corredores.

    A recuperao de fragmentos degradados, estabelecimento de corredores florestais e

    paisagens de maior porosidade, constituem-se num dos maiores desafios para as atividades

    de restaurao da biodiversidade em paisagens fragmentadas (VIANA & PINHEIRO, 1998).

    Os remanescentes florestais devem apresentar tamanhos que permitam a existncia e

    permanncia de todas as espcies ao longo do tempo, formatos que impeam que o efeito de

    borda os torne ineficientes, e se possvel, devem ser interligados para haver o fluxo gnico

    de um local para outro. Alm disso, a cobertura deve ser localizada de maneira a evitar que

    as guas superficiais sejam afetadas pelas reas de cultivo (FLORIANO, 2007).

    A rea dos fragmentos est relacionada com seus atributos ecolgicos, especialmente

    a diversidade de espcies. O grau de isolamento entre os remanescentes florestais afeta o

    fluxo gnico e, portanto, a sustentabilidade de populaes naturais. A conectividade entre os

    fragmentos florestais tende a diminuir em paisagens mais intensamente cultivadas (VIANA

    & PINHEIRO, 1998).

    Os principais fatores que influenciam nas alteraes e interaes dos processos

    biolgicos das comunidades e a dinmica das populaes nos fragmentos so tamanho,

    forma, grau de isolamento, tipo de vizinhana e histrico de perturbaes. Esses fatores se

    relacionam com fenmenos biolgicos que afetam a natalidade e a mortalidade de plantas

  • 7

    como, por exemplo, o efeito de borda, a deriva gentica e as interaes entre plantas e

    animais. O efeito de borda o principal fator, pois ocorre no ectone promovendo o aumento

    da densidade e riqueza em espcie, mas em ambientes fragmentados com intensa ao

    antrpica, pode ocorrer um efeito inverso, com reduo na densidade e riqueza em espcie,

    assim como uma alterao na estrutura e dinmica das comunidades de plantas (VIANA &

    PINHEIRO, 1998; ALVES et. al., 2005).

    Remanescentes sobre intenso efeito de borda podem sofrer, por exemplo, com o

    crescimento de cips que ficam na borda da mata, onde tm maior rea para crescer e sufocar

    as rvores, o que pode mat-las e destruir a mata em pouco tempo, os animais ficam muito

    desprotegidos de possveis predadores. Outro ponto a proteo de nascentes, que ficam

    sujeitas a secar (RESERVA LEGAL, 2011).

    Os custos para recuperao variam de acordo com as prticas utilizadas: aumento da

    rea dos fragmentos, alterao na forma, estabelecimento de corredores por meio de plantios,

    plantio de sistemas agroflorestais ou reflorestamento na bordadura, desenvolvimento de

    programas de educao ambiental e vigilncia. A combinao desses fatores resulta numa

    matriz complexa, porm, com as principais informaes necessrias para a tomada de

    decises estratgicas (VIANA & PINHEIRO, 1998).

    Os fragmentos florestais apresentam uma profunda relao com a sociedade

    envolvente e a tomada de deciso de proprietrios e trabalhadores rurais um elemento

    fundamental para a definio de uma estratgia para a conservao da biodiversidade

    (VIANA & PINHEIRO, 1998).

    Cada propriedade rural tem a sua peculiaridade no quesito de uso e ocupao do solo.

    A adequao ambiental uma necessidade urgente para que cada produtor tenha maior

  • 8

    participao na conduo de sistemas produtivos dentro do contexto da sustentabilidade

    ambiental.

    A aplicao da norma legal da Legislao Ambiental Brasileira cabe ao dono da

    propriedade.

    O Cdigo Ambiental Brasileiro (Lei 12.651/12) determina que os cursos dgua com

    at 10 metros de largura devem ter APP correspondente a 30 m, podendo esta superfcie ser

    maior ou menor de acordo com o mdulo da propriedade rural e de acordo com a Legislao

    Ambiental Municipal.

    A Legislao Ambiental entende que um estabelecimento rural composto por trs

    tipos de reas: rea de preservao (chamada de rea de Preservao Permanente, onde no

    permitido o uso direto); rea de conservao (chamada de Reserva Legal, em que a

    vegetao natural deve ser protegida, mas pode-se us-la de uma forma sustentvel sem

    prejudicar os recursos); e rea de produo.

    reas de Preservao Permanente

    As reas de Preservao Permanente devem ser protegidas e mantidas com vegetao

    natural. Os tipos de APP (Cdigo Florestal Brasileiro - Lei Federal no 4.771/65) so:

    Ao redor de nascentes ou olhos dgua;

    Em topos de morros, montes, montanhas e serras;

    Em encostas ou parte delas com declividade superior a 45;

    Em faixas de terra que margeiam os rios (vegetao ciliar). O tamanho mnimo exigido para

    a faixa de vegetao ciliar varia de acordo com a largura do rio, conforme a figura abaixo:

  • 9

    Figura 1. Tamanho da faixa de APP em relao largura do rio (Fonte: MIRANDA, 2009).

    s margens de lagoas, lagos ou reservatrios de gua naturais ou artificiais, a largura

    depende da sua extenso (MIRANDA, 2009):

    Tabela 6. Largura mnima exigida de faixa com cobertura vegetal de mata ciliar em relao

    extenso de lagos, lagoas e reservatrios de gua.

    Lago, lagoa ou reservatrio

    (zona rural)

    Com menos de 20 ha 50 m

    Com mais de 20 ha 100 m

    Reservatrios artificiais at 20 ha 15 m

    Represa de hidreltrica 100 m

    Largura mnima de

    faixa ao

  • 10

    Fonte: MIRANDA, 2009.

    Reserva Legal

    A Reserva Legal uma rea de vegetao nativa que, deve ocupar pelo menos 20%

    do estabelecimento rural (Cdigo Florestal Brasileiro - Lei Federal n 4771/65).

    Ela existe para conservar e reabilitar processos ecolgicos e a biodiversidade, bem

    como para servir de abrigo e proteo a plantas e animais.

    A Reserva Legal pode gerar renda para o produtor travs da explorao sustentvel,

    que garantida por um projeto tcnico de recuperao elaborado por profissional habilitado,

    sendo possvel fazer a extrao seletiva de madeira, de frutos, leos, produzir mel, atividades

    ligadas ao turismo rural, dentre outras, como formas de gerao de renda.

    Alguns dos benefcios ambientais com a presena de uma Reserva Legal so o

    aumento do nmero de polinizadores nas lavouras e o abrigo de inimigos naturais das pragas

    agrcolas, o que pode diminuir o uso de agrotxicos.

    Alm dos ganhos ambientais diretos, h tambm benefcios financeiros como:

    Imposto Sobre Territrio Rural (ITR) mediante declarao no Instituto Brasileiro de

    Meio Ambiente (IBAMA), possvel excluir as reas de Preservao Permanente, Reserva

    Legal e demais manchas de vegetao natural da rea da propriedade que ser a base para o

    clculo do imposto.

    Explorao da Reserva Legal com a recomposio destas reas, h possibilidade de

    realizar plantios comerciais de espcies agrcolas e florestais exticas em consorciao com

    as rvores nativas. Desta maneira, na formao da mata, o proprietrio pode explorar as

    entrelinhas com produtos agrcolas comerciais, como abbora, melancia, etc., formando um

    Sistema Agroflorestal (SAF) e posteriormente iniciar o manejo florestal de produtos

  • 11

    madeireiros (extrao seletiva de madeira) e no madeireiros (ex.: borracha de seringueira,

    mel, frutos, leos, entre outros). A converso em pasto, silvicultura ou rea agrcola

    proibida.

    Certificao de Produtos Rurais a certificao um processo voluntrio em que

    realizada uma avaliao da produo rural, por uma certificadora, para verificao dos

    cumprimentos de questes ambientais, econmicas e sociais da propriedade rural.

    Para obter a certificao, a adequao ambiental da propriedade em que est inserida a

    Reserva Legal exigida.

    As principais vantagens da certificao so a diferenciao e a valorizao dos

    produtos agroflorestais no mercado, pois aumenta a credibilidade junto aos consumidores,

    atende a novas exigncias de mercado e aumenta o acesso a novos mercados ambientalmente

    e socialmente conscientes.

    Uma propriedade que produz caf, por exemplo, possuindo a certificao pode vender

    seu produto no mercado interno e externo a um valor mais alto do que o caf produzido sem

    certificao.

    O produtor pode certificar tambm os produtos agroflorestais extrados da Reserva

    Legal e consequentemente agregar valor a eles.

    Pagamento por Servios Ambientais (PSA) servios ambientais so iniciativas que

    favorecem a conservao, manuteno, ampliao ou recuperao de servios

    ecossistmicos, como preservao, proteo e recuperao de florestas nativas, adoo de

    prticas de conservao do solo e da gua e de tcnicas de manejo agroecolgico e aes para

    a proteo e o manejo de fauna silvestre.

  • 12

    As florestas e demais formaes vegetais naturais desempenham papel fundamental

    para garantir a qualidade e a quantidade de gua, por permitirem a infiltrao da gua no solo

    e protegerem os cursos dgua ao agir como filtros contra sedimentos e poluentes, prestando

    um excelente servio ambiental.

    Outro servio ambiental a reduo de gs carbnico do ar, com a fixao deste com

    a realizao da fotossntese. Em vrios pases existem metas para que as indstrias reduzam

    a emisso de poluentes. Para alcanar essas metas, algumas indstrias compensam a emisso

    de poluentes, por meio da compra dos crditos de carbono das reas com florestas em outros

    pases, o que tambm passa a ser uma boa oportunidade.

    Servido Florestal proprietrios que possuem mais de 20% de Reserva Legal podem

    averbar a rea remanescente como Servido Florestal e alugar para outro proprietrio que

    no tenha disponibilidade de averbar uma rea para Reserva Legal em sua propriedade.

    A Reserva Legal no deve ficar isolada na paisagem, preciso interligar o mximo

    possvel dos remanescentes de vegetao nativa de uma determinada microbacia.

    As APPs podem ser somadas nos 20% previstos para Reserva Legal quando a soma

    da vegetao nativa existente em APP mais a da Reserva Legal exceder a:

    25% da propriedade, no caso de pequenas propriedades (com at 30 hectares), em que o

    proprietrio e sua famlia exploram a rea mediante trabalho pessoal, e cuja renda bruta

    familiar retirada da propriedade corresponda em pelo menos 80%;

    50%, no caso das demais propriedades (RESERVA LEGAL, 2011).

    Recuperao das reas de Preservao Permanente e Reserva Legal

  • 13

    A recuperao deve ser feita por meio do plantio de plantas nativas ou por

    regenerao natural com isolamento da rea, de acordo com orientao tcnica especfica de

    profissionais habilitados (MIRANDA, 2009).

    Locao da Reserva Legal na propriedade

    Para se definir onde locar a Reserva Legal deve-se analisar vrios itens, em que a prioridade

    deve ser dada a:

    vegetao existente;

    proximidade de APP;

    proteo das nascentes;

    proximidade com outras Reservas Legais e manchas de matas;

    vegetao que exera funo de preveno e controle de eroso;

    classe de capacidade de uso do solo (solos fracos, pedregosos, rasos, reas ngremes, ou

    seja, reas de baixa produo agrcola);

    proteo de vrzea (vegetao que fica ao redor de reas alagveis);

    sop e bordadura de cuestas (prximas a serra);

    plano de bacia hidrogrfica ( o planejamento da regio onde a propriedade est inserida.

    Quem elabora o planejamento o Comit da Bacia Hidrogrfica);

    Plano Diretor do municpio (so as regras para o planejamento do municpio. No

    planejamento algumas reas so destinadas conservao ambiental);

    zoneamento ambiental (algumas regies, tais como rea de recarga de aqufero, cabeceiras

    de bacias hidrogrficas, reas de mata nativa, etc., merecem maior proteo ambiental que as

  • 14

    demais. Sendo assim, os rgos ambientais elaboram leis especficas que ordenam o uso do

    solo para essas zonas);

    proximidade com Unidades de Conservao (UCs) e outros espaos territoriais

    especialmente protegidos (propriedades que fiquem prximas aos parques, estaes

    ecolgicas, dentre outras);

    reas de excepcional valor paisagstico ou protegidas por legislao municipal (reas que

    so eleitas pelo governo como belas reas e devem ser preservadas);

    reas prioritrias para incremento da conectividade (existe um estudo que determina quais

    regies no Estado so mais importantes para a formao de grandes corredores ecolgicos).

    Portanto, deve-se analisar se a propriedade no se encontra numa dessas reas. Caso esteja,

    deve-se estudar a melhor forma de locao da Reserva Legal, a fim de se conseguir ligar os

    capes de mata existentes na regio (Reserva Legal, 2011).

    Grandes reas de florestas garantem a sobrevivncia dos vegetais, dos animais e o

    equilbrio do meio ambiente. Mas, com o desmatamento, essa vegetao diminuiu muito,

    existindo hoje apenas fragmentos de florestas, dos quais muitos sem ligao uns com os

    outros, o que impede que os animais se locomovam com liberdade e que as sementes sejam

    produzidas e espalhadas, afetando a preservao de plantas e animais. (MIRANDA, 2009).

    Um dos fatores que melhor explica a estrutura e a dinmica de fragmentos florestais

    o histrico de perturbaes, que inclui todas as atividades de extrao vegetal e animal e o

    processo de reduo da rea dos remanescentes florestais. O emprego de um pequeno nmero

    de espcies nos projetos de recuperao ambiental um dos problemas srios para a

  • 15

    restaurao da biodiversidade em reas degradadas pela ao antrpica (VIANA &

    PINHEIRO, 1998).

    Da forma como so tratadas as propriedades rurais, estas esto inadequadas. A cultura

    popular deve adaptar-se para que tais propriedades possam ser utilizadas de forma

    sustentvel. O conhecimento necessrio para isso j existe, mas deve ser desenvolvido e a

    populao conscientizada de forma a se adaptar para poder evoluir sem destruir

    (FLORIANO, 2007).

    O estudo dos fragmentos florestais em municpios importante para se definir

    programas de manejo e locar futuros corredores ecolgicos para incrementar a fauna e flora

    no s no municpio, mas tambm no Estado e na Federao (GREGGIO et. al, 2009).

    Com o sensoriamento remoto tem-se a obteno de imagens distncia, sobre a

    superfcie terrestre. O uso de imagens de satlite tem sido de grande valia, principalmente

    devido reduo do tempo de trabalho de campo e custos para este fim. Estas imagens so

    adquiridas por aparelhos denominados sensores remotos. Estes sensores ou cmaras so

    colocados a bordo de aeronaves ou de satlites de sensoriamento remoto. O sensor a bordo

    de um satlite, gera uma imagem; ao passo que uma cmara aerofotogrfica a bordo de uma

    aeronave, gera uma fotografia area (INPE, 2013).

    Como ferramenta de anlise destas imagens, so amplamente utilizados os sistemas

    de informao geogrfica (SIG), que so tcnicas computadorizadas que facilitam a anlise

    das imagens de sensoriamento remoto, tornando-se essencial para anlise do uso da terra,

    porque tem a capacidade de caracterizar no espao e no tempo, os padres de uso e cobertura

    do solo, que so a base para posterior quantificao da estrutura e definio dos padres da

    paisagem (LUCAS, 2011).

  • 16

    ArcGIS uma plataforma de anlise e mapeamento geogrfico, formada por

    programas informticos que constitui um sistema de informao geogrfica. utilizado para

    criao e gerenciamento de solues com a aplicao do conhecimento geogrfico,

    permitindo que seja executada uma anlise profunda, com maior compreenso dos dados,

    tomando-se decises de alto nvel (ESRI, 2012).

    3. MATERIAIS E MTODOS

    3.1. Caracterizao da rea de Estudo

    O Municpio de Jaboticabal est localizado na regio nordeste do Estado de So

    Paulo, Regio Administrativa e de Governo, Municpios de Ribeiro Preto, na Microrregio

  • 17

    de Jaboticabal, com os municpios limtrofes de Guariba, Taquaritinga, Monte Alto, Taiva,

    Pitangueiras, Sertozinho, Barrinha e Pradpolis (Anexo I).

    Este Municpio est localizado a uma distncia aproximada de 330 km da cidade de

    So Paulo, com posio geogrfica definida entre as coordenadas UTM, longitudes 768.000

    e 792.000 m E, latitudes 7.668.000 e 7.638.000 m N, MC 51oW Gr (PISSARA, 2009).

    A rea territorial total do Municpio de 706,602 km, com populao de 72.305

    habitantes na zona urbana, caracterizando uma densidade de 102,33 habitantes/km (IBGE,

    2012).

    Segundo a classificao de Kppen, o clima do tipo Cwa- subtropical-mesotrmico.

    A temperatura mdia anual na regio do ms mais quente superior a 22 oC e a do mais

    frio inferior a 18 C. A precipitao mdia anual est ao redor de 1.424,6 mm.

    Os solos predominantes no municpio so Latossolo Vermelho-Escuro de fase

    arenosa e Latossolo Roxo.

    O relevo em grande extenso apresenta-se como suave-ondulado e ondulado, com

    altitude variando entre 465 e 685 m.

    A cobertura vegetal natural predominante a floresta latifoliada tropical e trechos de

    Cerrado. Com o avano da monocultura, inicialmente pelo caf e, posteriormente, por citrus

    e cana de acar, houve excessivo desmatamento, restando poucas reservas de mata nativa.

    O Municpio de Jaboticabal est vinculado ao Comit de Bacias do Rio Mogi-Guau

    (CBH-Mogi), segundo a Diviso Hidrogrfica do Estado de So Paulo, e por meio de suas

    inmeras microbacias drena 100% de suas guas em redes de drenagem que desguam no rio

    Mogi-Guau. (GREGGIO et. al., 2009).

  • 18

    3.2. Metodologia

    No estudo para a anlise dos fragmentos florestais do municpio de Jaboticabal foram

    utilizadas imagens do Google Earth e do satlite LANDSAT 5 adquiridas pelo site do INPE

    (Instituto Nacional de Pesquisas Espacias).

    O reconhecimento da rea foi realizado no Google Earth, para interpretao visual da

    paisagem terrestre do Municpio, indicando os elementos ligados topografia e solo,

    retratando as condies do ambiente, para se formular medidas que apontem alternativas para

    a interveno do homem na paisagem (PISSARRA, 2004).

    A vetorizao dos fragmentos florestais e da rea de cobertura vegetal ao longo das

    redes de drenagem do municpio de Jaboticabal foi realizada nas imagens obtidas do Google

    Earth, por meio da ferramenta Adicionar polgono ( ). Os polgonos foram gerados ao

    redor de cada uma delas. Dessa maneira, a imagem encontrada como raster (com descrio

    da cor de cada pixel), foi transformada em vetor (imagens geradas a partir de descries

    geomtricas de formas como pontos, curvas e polgonos). Cada fragmento tambm foi

    cadastrado com a ferramenta Adicionar marcador ( ), o que permite uma melhor

    visualizao geral.

    A rea, o permetro e a localizao geogrfica de cada rea de cobertura vegetal que

    circunda as redes de drenagem, e de cada remanescente florestal localizado foram gerados

    no programa earthpoint (EARTHPOINT, 2013). As instrues para isso so encontradas no

    prprio site (em ingls), podendo-se escolher as unidades desejadas para cada uma destas

    medidas.

  • 19

    As unidades escolhidas para a medio de rea, permetro e localizao geogrfica,

    foram, respectivamente, hectares, metros e coordenadas em graus. Os dados obtidos foram

    exportados para planilhas do Excel, por meio de uma opo do prprio site, com os quais

    foram feitas as tabelas deste trabalho.

    Os polgonos no Google Earth so arquivos Kmz (extenso .kmz), que no so aceitos

    pelo ArcGIS, desta maneira, para que estes sejam exportados para o ArcGIS, foram salvos

    como Kml (extenso .kml).

    Os arquivos Kml foram passados para o ArcGIS pela ferramenta KML To layer,

    encontrada na aba ArcToolbox, menu Conversion Tools, item From KML.

    Ento, os polgonos foram carregados no ArcGIS, em que os fragmentos e as reas

    de cobertura vegetal ao longo da rede de drenagem podem ser visualizados individualmente,

    possibilitando estudos mais aprofundados.

    O download da imagem orbital do satlite LANDSAT 5 foi realizado no site INPE,

    da rbita 220 e ponto 75 (quadrante 220/75), e sensor TM. A imagem selecionada datada

    de 15/06/2011, sendo a mais recente com ausncia de nuvens sobre o municpio de

    Jaboticabal, o que permite uma melhor visualizao, garantindo a fotointerpretao.

    O sensor TM do satlite LANDSAT 5 possui sete bandas, com numerao de 1 a 7,

    sendo que cada banda representa uma faixa do espectro eletromagntico captada pelo satlite.

    A resoluo geomtrica das imagens nas bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7 de 30 m, em que cada

    "pixel" da imagem representa uma rea no terreno de 0,09 ha. Para a banda 6, a resoluo

    de 120 m, em que cada "pixel" representa 1,4 ha. A imagem inteira do satlite representa no

    solo uma rea de abrangncia de 185 x 185 km.

  • 20

    Neste estudo foram utilizadas as bandas 1, 2 e 3, para elaborao dos mapas e as

    principais caractersticas de aplicaes de cada banda so:

    Banda 1 => intervalo espectral: 0,45 - 0,52 m. Apresenta grande penetrao em corpos de

    gua, com elevada transparncia, permitindo estudos batimtricos. Sofre absoro pela

    clorofila e pigmentos fotossintticos auxiliares (carotenides). Apresenta sensibilidade a

    plumas de fumaa oriundas de queimadas ou atividade industrial. Pode apresentar atenuao

    pela atmosfera.

    Banda 2 => espectral: 0,52 - 0,60 m. Apresenta grande sensibilidade presena de

    sedimentos em suspenso, possibilitando sua anlise em termos de quantidade e qualidade.

    Boa penetrao em corpos de gua.

    Banda 3 => espectral: 0,63 - 0,69 m. A vegetao verde, densa e uniforme, apresenta grande

    absoro, ficando escura, permitindo bom contraste entre as reas ocupadas com vegetao

    (ex.: solo exposto, estradas e reas urbanas). Apresenta bom contraste entre diferentes tipos

    de cobertura vegetal (ex.: campo, cerrado e floresta). Permite anlise da variao litolgica

    em regies com pouca cobertura vegetal. Permite o mapeamento da drenagem por meio da

    visualizao da mata galeria e entalhe dos cursos dos rios em regies com pouca cobertura

    vegetal. a banda mais utilizada para delimitar a mancha urbana, incluindo identificao de

    novos loteamentos. Permite a identificao de reas agrcolas.

    A imagem orbital foi exportada para o ArcGIS pela ferramenta Composite Bands,

    encontrada na aba ArcToolbox, no menu Data Management Tools, item Raster,

    subitem Raster Processing. Tal ferramenta permite a criao de um nico conjunto de

  • 21

    dados raster a partir de vrias bandas ou um subconjunto de bandas. Desta maneira, foi

    formada uma imagem com a composio RGB (Red Banda 1, Green Banda 2, Blue

    Banda 3).

    Por georreferenciamento, constatou-se que os polgonos criados no Google Earth,

    transportados para o ArcGIS, coincidiram com os fragmentos e reas de cobertura vegetal ao

    redor da rede de drenagem, encontrados respectivamente na imagem orbital.

    No site do IBGE fez-se o download do shape (arquivo digital que representa uma

    feio ou elemento grfico, seja em formato de ponto, linha ou polgono e que contm uma

    referncia espacial (coordenadas geogrficas)) do Estado de So Paulo, e no ArcGIS, na

    tabela de atributos, selecionou-se o Municpio de Jaboticabal (polgono) delimitando a

    cidade.

    Com a ferramenta Extract by Mask, possvel recortar/extrair reas

    individualizadas da imagem, por meio da seleo destas. Esta ferramenta encontrada na aba

    ArcToolbox, no menu Spatial Analyst Tools, item Extraction, e foi utilizada para

    extrair da imagem orbital o Municpio de Jaboticabal.

    Com a separao espacial do Municpio, foi realizada em seguida com a mesma

    ferramenta, a extrao das reas demarcadas pelos polgonos representantes dos fragmentos

    florestais e das reas de cobertura vegetal ao longo das redes de drenagem.

    Os mapas foram elaborados no ArcGIS com a localizao e caractersticas especficas

    dos fragmentos, necessrias para realizao do diagnstico ambiental, como rea e permetro.

    Com os valores de rea e permetro de cada fragmento florestal, foram determinadas

    as caractersticas correspondentes forma de cada fragmento com base no ndice de

  • 22

    circularidade ou da relao borda/interior, pela seguinte equao, conforme se segue

    (CHATURVEDI, 1926):

    Em que: IC = ndice de circularidade; A = rea do fragmento, em ha; e P = permetro do

    fragmento, em m.

    O fragmento apresentar tendncia forma arredondada, quando o valor do ndice de

    circularidade (IC) for prximo de 1. medida que este se distancia de 1, tem-se um

    fragmento alongado.

    Como ferramenta de trabalho utilizou-se a planilha de clculo Excel para Windows.

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    Com as anlises realizadas no Google Earth e no ArcGIS 10, foram observados 140

    fragmentos florestais, com rea total de 922,07 ha, e permetro total de 133.199,25 m (Anexos

    II e III, e Tabela 1).

    Nas tabelas seguintes podem ser observadas a rea e a localizao dos fragmentos

    florestais do municpio de Jaboticabal, Estado de So Paulo.

  • 23

    Tabela 1. rea e localizao dos fragmentos florestais do municpio de Jaboticabal, SP.

    Nome rea (ha) Localizao

    F1 11,62 -2116'57.5723", -04819'57.8258"

    F2 7,73 -2117'42.9486", -04817'34.9832"

    F3 1,91 -2117'17.5128", -04817'32.9421"

    F4 1,95 -2116'49.7692", -04818'19.6919"

    F5 0,45 -2116'53.7168", -04818'27.9456"

    F6 0,85 -2116'59.9924", -04818'29.0926"

    F7 0,67 -2116'59.4296", -04818'34.7793"

    F8 2,09 -2116'48.4463", -04819'20.1664"

    F9 5,47 -2115'23.3110", -04818'30.5960"

    F10 13,52 -2117'07.7014", -04810'33.1952"

    F11 1,34 -2114'41.8399", -04826'04.1507"

    F12 22,34 -2114'52.0452", -04816'03.6356"

    F13 8,04 -2114'14.3128", -04814'43.5180"

    F14 2,99 -2114'13.8230", -04814'31.3461"

    F15 34,56 -2114'11.9851", -04813'26.4466"

    F16 15,46 -2114'58.2236", -04814'22.0565"

    F17 51,01 -2114'54.3725", -04809'07.0844"

    F18 0,53 -2119'26.7186", -04813'03.0779"

    F19 1,09 -2117'47.4427", -04815'23.0925"

    F20 2,02 -2117'34.6453", -04814'47.2069"

    Continua...

    Continuao da Tabela 1:

  • 24

    Nome rea (ha) Localizao

    F21 15,70 -2119'29.2721", -04817'48.5257"

    F22 5,60 -2119'33.6984", -04818'01.9485"

    F23 1,93 -2119'05.2279", -04818'23.8529"

    F24 1,35 -2120'57.3777", -04817'15.6137"

    F25 1,06 -2120'09.2814", -04817'30.6506"

    F26 4,19 -2120'49.6883", -04817'43.3987"

    F27 3,49 -2119'53.3560", -04819'34.6079"

    F28 4,19 -2120'01.9246", -04819'43.8982"

    F29 3,16 -2118'59.3375", -04820'27.2185"

    F30 7,76 -2118'47.0093", -04821'35.6896"

    F31 7,69 -2119'06.2253", -04822'52.1514"

    F32 1,96 -2117'45.2025", -04821'54.0063"

    F33 1,12 -2117'28.9070", -04822'21.9445"

    F34 9,99 -2117'28.9070", -04822'21.9445"

    F35 0,53 -2117'22.1191", -04822'00.2490"

    F36 1,09 -2117'16.0614", -04821'45.8017"

    F37 8,89 -2118'13.5201", -04819'47.0617"

    F38 1,66 -2118'16.5748", -04819'21.0570"

    F39 2,10 -2118'24.0520", -04817'41.3161"

    F40 1,67 -2118'29.5132", -04817'47.9154"

    F41 1,29 -2118'09.8936", -04818'20.0682"

    F42 3,00 -2117'11.8548", -04815'57.8318"

    F43 1,50 -2119'05.5017", -04825'11.6141"

    F44 0,47 -2118'48.3180", -04825'26.8242"

    F45 1,26 -2118'16.7411", -04824'57.0235"

    F46 7,89 -2117'40.3901", -04824'44.1806"

    F47 1,89 -2116'23.0604", -04823'15.0398"

    F48 0,44 -2115'02.8338", -04824'20.1339"

    F49 11,00 -2116'16.4155", -04822'47.4966"

    F50 7,66 -2114'17.4473", -04820'14.5910"

    F51 13,23 -2116'15.0837", -04821'23.9560"

    F52 1,31 -2116'07.6322", -04821'24.9319"

    F53 0,71 -2115'56.4907", -04821'07.6205"

    Continua...

    Continuao da Tabela 1:

  • 25

    Nome rea (ha) Localizao

    F54 0,20 -2116'10.3029", -04815'07.4509"

    F55 0,75 -2117'49.0236", -04815'49.6459"

    F56 0,93 -2115'24.2704", -04815'43.2118"

    F57 8,31 -2112'26.5620", -04826'21.6108"

    F58 0,40 -2118'38.2670", -04824'36.6155"

    F59 1,05 -2111'36.2077", -04825'04.8851"

    F60 1,46 -2110'53.4573", -04823'23.8992"

    F61 35,89 -2109'30.4485", -04821'47.8215"

    F62 8,20 -2104'36.4010", -04817'01.3497"

    F63 2,52 -2106'18.9342", -04816'39.4663"

    F64 2,06 -2105'42.0500", -04815'52.6756"

    F65 1,54 -2105'55.1516", -04811'54.6202"

    F66 29,53 -2106'20.6736", -04812'09.6682"

    F67 26,86 -2106'44.2399", -04812'37.8093"

    F68 0,28 -2116'44.0811", -04813'29.6585"

    F69 13,75 -2107'12.3309", -04812'58.5277"

    F70 21,57 -2107'23.2595", -04813'13.6461"

    F71 10,41 -2106'47.3524", -04813'05.9153"

    F72 15,27 -2107'19.0875", -04811'48.0226"

    F73 21,25 -2107'31.9978", -04812'03.0790"

    F74 2,53 -2107'48.3011", -04812'47.2687"

    F75 1,03 -2114'13.0863", -04821'31.9578"

    F76 0,69 -2113'03.7837", -04825'29.1251"

    F77 29,78 -2109'29.8211", -04816'58.9411"

    F78 8,18 -2113'21.3285", -04818'36.1222"

    F79 0,35 -2115'51.6968", -04816'24.6215"

    F80 1,16 -2115'49.4950", -04816'36.7943"

    F81 0,42 -2116'43.8594", -04817'19.1569"

    F82 0,78 -2116'37.3625", -04818'09.6116"

    F83 1,67 -2110'47.8610", -04819'11.1467"

    F84 1,31 -2112'01.4077", -04820'04.1314"

    F85 1,79 -2112'55.1846", -04821'03.1029"

    Continua

    Continuao da Tabela 1:

  • 26

    Nome rea (ha) Localizao

    F86 2,51 -2115'39.5348", -04817'55.6432"

    F87 2,09 -2114'51.2070", -04817'54.3634"

    F88 0,59 -2113'33.8662", -04823'55.9912"

    F89 1,11 -2114'51.7315", -04825'11.3469"

    F90 1,65 -2117'48.9594", -04823'13.0734"

    F91 0,25 -2113'46.6439", -04819'13.3031"

    F92 0,25 -2113'37.7647", -04819'37.7866"

    F93 3,33 -2114'46.2349", -04817'29.7913"

    F94 1,79 -2115'22.7261", -04818'59.3798"

    F95 3,79 -2116'55.0823", -04810'48.1776"

    F96 0,83 -2112'16.6722", -04812'54.6152"

    F97 11,86 -2112'22.1210", -04813'03.8190"

    F98 10,91 -2114'52.4089", -04813'14.9798"

    F99 16,25 -2118'34.9847", -04809'46.1821"

    F100 1,41 -2118'21.1479", -04809'39.7125"

    F101 1,69 -2118'18.4569", -04809'28.1239"

    F102 1,33 -2118'43.0168", -04809'53.8021"

    F103 1,42 -2118'42.7509", -04810'01.4143"

    F104 1,57 -2118'40.3783", -04810'06.6579"

    F105 1,39 -2118'44.4591", -04810'29.1521"

    F106 8,10 -2114'46.1002", -04811'10.5244"

    F107 32,86 -2120'52.9453", -04819'38.5163"

    F108 1,65 -2111'29.1173", -04816'21.8051"

    F109 57,63 -2110'30.7065", -04815'57.6021"

    F110 2,57 -2113'23.1812", -04818'50.4117"

    F111 0,58 -2114'38.6321", -04826'00.8648"

    F112 33,01 -2115'27.6512", -04817'00.6118"

    F113 3,13 -2115'19.5349", -04816'33.0419"

    F114 0,54 -2111'13.0126", -04819'45.1112"

    F115 0,80 -2107'59.3189", -04817'57.1533"

    F116 5,60 -2107'37.7778", -04817'57.7328"

    F117 5,88 -2106'48.4068", -04817'14.7165"

    F118 0,73 -2106'15.5789", -04815'26.8351"

    Continua

    Continuao da Tabela 1:

  • 27

    Nome rea (ha) Localizao

    F119 1,54 -2112'10.7386", -04810'46.0366"

    F120 1,19 -2113'11.9304", -04810'18.3033"

    F121 1,10 -2113'00.1545", -04810'49.8608"

    F122 1,81 -2112'55.0839", -04810'45.8288"

    F123 2,32 -2114'01.8755", -04816'20.3663"

    F124 2,55 -2112'54.5310", -04826'30.0300"

    F125 2,28 -2113'59.1614", -04816'02.6887"

    F126 3,68 -2116'39.7316", -04820'04.0839"

    F127 0,24 -2116'49.7194", -04821'35.5914"

    F128 1,65 -2115'22.3510", -04813'36.1776"

    F129 0,24 -2116'08.5084", -04814'19.1401"

    F130 2,05 -2116'33.4766", -04815'52.6064"

    F131 0,65 -2117'55.0975", -04818'37.8225"

    F132 0,16 -2114'30.3073", -04825'39.8801"

    F133 0,64 -2116'27.1025", -04814'15.0735"

    F134 1,24 -2104'02.4892", -04818'09.0194"

    F135 1,59 -2110'39.0507", -04814'22.9058"

    F136 9,82 -2105'44.0692", -04817'04.4707"

    F137 11,37 -2114'32.6945", -04821'03.1410"

    F138 0,34 -2110'05.9683", -04822'04.5767"

    F139 0,73 -2109'54.3033", -04814'30.7672"

    F140 0,39 -2108'46.0589", -04817'03.3458"

    Total 922,07

    As classes de rea dos fragmentos florestais do Municpio de Jaboticabal, SP, podem

    ser observadas na Tabela 2.

    Tabela 2 Classes de rea dos fragmentos florestais do Municpio de Jaboticabal, SP.

  • 28

    Absoluto % ha % Mdia

    At 2,0 73 52,14% 77,85 8,44% 1,07

    2,0 - 5,0 23 16,43% 64,64 7,01% 2,81

    5,0 - 10,0 18 12,86% 136,32 14,78% 7,57

    10,0 - 20,0 13 9,29% 170,36 18,48% 13,10

    20,0 - 30,0 6 4,29% 151,32 16,41% 25,22

    30,0 - 40,0 4 2,86% 136,33 14,79% 34,08

    40,0 - 50,0 0 0,00% 0,00 0,00% 0,00

    50,0 - 60,0 2 1,43% 108,64 11,78% 54,32

    60,0 - 70,0 0 0,00% 0,00 0,00% 0,00

    70,0 - 80,0 1 0,71% 76,60 8,31% 76,60

    Total 140 100% 922,07 100% 6,59

    Fragmentos FlorestaisClasse de rea (ha) reaNmero de ocorrncias

    No ano de 1971 havia 122 fragmentos florestais, que ocupavam uma rea

    correspondente a 3,63% do municpio; e em 2000, restavam 121 fragmentos florestais, que

    ocupavam 1,55% do municpio (GREGGIO et. al., 2009).

    Apesar de haver um aumento no nmero de fragmentos florestais em relao aos anos

    anteriores, de 122 para 140, observou-se a diminuio na rea de mata no municpio, pois

    considerando os fragmentos florestais mapeados, tem-se apenas 1,20% da rea com

    vegetao natural. Assim, denotou-se que o municpio j estava aqum da rea natural

    exigida pelas leis ambientais anteriormente.

    Em 1971, foram observados 24 fragmentos com rea inferior a 5 ha, 33 com rea

    entre 5 e 10 ha, 28 com rea entre 10 e 20 ha, 30 com rea entre 20 e 80 ha, 6 com rea entre

    80 e 200 ha, e 1 com rea maior que 200 ha, ocupando uma rea, respectivamente de, 2,02%;

    6,47%; 11,28%; 30,67%; 26,63%; 20,91%, de um total de 3770,7 ha da rea relativa dos

    fragmentos mapeados (GREGGIO et. al., 2009).

  • 29

    Em 2000, foram observados 69 fragmentos com rea inferior a 5 ha, 26 com rea

    entre 5 e 10 ha, 13 com rea entre 10 e 20 ha, 12 com rea entre 20 e 80 ha, e 1 com rea

    entre 80 e 200 ha, ocupando uma rea, respectivamente de 13,60%; 19,23%; 15,78%;

    40,54%; 10,84%; de um total de 1038,26 ha da rea relativa dos fragmentos mapeados

    (GREGGIO et. al., 2009).

    J em 2011 (Tabelas 1 e 2), foram observados 96 fragmentos com rea inferior a 5

    ha, 18 com rea entre 5 e 10 ha, 13 com rea entre 10 e 20 ha, e 13 com rea entre 20 e 80

    ha, ocupando uma rea, respectivamente de, 15,45%; 14,78%; 18,48%; 51,29%; de um total

    de 922,07 ha da rea relativa dos fragmentos mapeados.

    Os fragmentos com reas maiores que 80 e 200 ha no so mais encontrados em

    relao a anos anteriores.

    A menor classe de rea, correspondente a fragmentos com menos de 2 ha, foi a mais

    encontrada, apresentando 73 remanescentes florestais, que contabilizam 52,14% do nmero

    de fragmentos, ocupando 77,85 ha, o que corresponde 8,44% da rea total. A rea mdia

    dos fragmentos desta classe de 1,07 ha (Tabela 1 e 2).

    A maior classe de rea, referente a fragmentos que possuem de 70 a 80 ha de rea, foi

    a menos encontrada, apresentando um s remanescente com rea de 76,60 ha, contabilizando

    0,71% do nmero de fragmentos, ocupando 8,31% da rea total (Tabela 1 e 2).

    Tabela 3 Classes de permetro dos fragmentos florestais do Municpio de Jaboticabal, SP.

  • 30

    Classes de

    Permetro (m)

    Absoluto % m % Mdia

  • 31

    A forma dos fragmentos constitui uma caracterstica importante no estudo da

    dinmica e estrutura dos remanescentes florestais (ANDRADE, 2012) e foi determinada na

    anlise do ndice de Circularidade (IC), ou relao borda/interior (Tabela 4).

    Os fragmentos com valores de IC mais prximos de 1 so considerados arredondados,

    apresentando menor efeito de borda, alm de serem mais protegido de fatores externos, pois

    o centro da rea est mais distante das bordas (ANDRADE, 2012).

    A anlise para estudos da dinmica e estrutura dos fragmentos florestais tem sua

    importncia evidenciada devido a possibilidade de indicar o nvel de proteo de seu interior

    em relao aos efeitos de borda.

    Segundo Viana e Pinheiro (1998), ao estudar a forma de fragmentos florestais na

    regio de Piracicaba, foram observadas a relao entre a rea do fragmento e seu permetro,

    e a classificao determinada foi a seguinte: fragmentos com fator de forma superior a 0,8

    so considerados arredondados; entre 0,6 e 0,8 so alongados; e inferior a 0,6, muito

    alongados (GREGGIO et. al., 2009).

  • 32

    Tabela 4 Classes de ndice de circularidade dos fragmentos florestais do Municpio de

    Jaboticabal, SP.

    Classes IC Nmero de

    ocorrncias

  • 33

    Com a fragmentao da floresta ocorrem mudanas como maiores ndices de

    luminosidade, temperatura, umidade e velocidade do vento, que so mais pronunciadas na

    borda, diminuindo em direo ao interior da floresta.

    Nas plantas, os efeitos de borda podem ser diretos (climticos) ou indiretos

    (interaes com polinizadores, dispersores, presena de cips, etc.). Por exemplo, com o

    aumento da luminosidade na borda dos fragmentos ocorre aumento no crescimento de

    espcies pioneiras invasoras, especialmente cips (GREGGIO et. al., 2009).

    Segundo Andr et. al. (1997) o efeito de borda chega ao redor de 80 a100 m,

    adentrando a mata; e Lovejoy et. al. (1986) declararam que fragmentos de at 10 ha so

    totalmente afetados por esse efeito. Sendo assim, de acordo com as Tabelas 1 e 2, observa-

    se que, em 2011, 81,43% dos fragmentos mapeados apresentam reas menores que 10 ha, e

    estes esto sob o efeito de borda total.

    Enfim, a situao da vegetao natural do municpio encontra-se fortemente

    fragmentada. Estas reas degradadas devem ser recuperadas, como alternativa para que no

    ocorra o aumento do risco de perda de espcies e ecossistemas ameaados de extino,

    resgatando importantes funes perdidas durante o processo de degradao da cobertura

    florestal.

    Com o delineamento da cobertura vegetal analisada ao longo da rede de drenagem,

    as reas reservadas para matas ciliares foram mapeadas (Tabela 5 e Anexo IV).

  • 34

    Tabela 5. rea e localizao da cobertura vegetal analisada ao longo da rede de drenagem,

    Municpio de Jaboticabal, SP.

    Nome rea (ha) Localizao

    MC1 4,94 -2118'50.3285", -04810'27.0758"

    MC2 17,18 -2120'35.0135", -04816'20.5952"

    MC3 1,10 -2120'29.7618", -04820'02.8620"

    MC4 0,78 -2120'46.4644", -04820'02.5257"

    MC5 133,12 -2119'02.2359", -04823'44.9589"

    MC6 3,59 -2105'08.8740", -04811'22.3195"

    MC7 21,85 -2105'15.8029", -04821'01.0172"

    MC8 6,14 -2104'18.6656", -04820'20.8248"

    MC9 5581,12 -2113'16.2419", -04816'41.8858"

    MC10 24,76 -2119'35.1480", -04814'25.0517"

    MC11 0,14 -2104'01.7231", -04820'06.7514"

    MC12 0,98 -2103'51.2327", -04819'54.6701"

    MC13 1,17 -2103'36.4748", -04819'16.2123"

    MC14 0,66 -2103'40.3848", -04818'44.7478"

    MC15 19,90 -2104'17.2205", -04818'53.7925"

    MC16 2,11 -2103'56.8060", -04818'27.0824"

    MC17 5,00 -2103'49.2514", -04817'55.1758"

    MC18 7,70 -2103'46.4574", -04819'27.7133"

    MC19 1,37 -2103'40.2634", -04819'02.0026"

    MC20 6,47 -2103'54.6316", -04817'24.0708"

    MC21 4,62 -2104'16.9834", -04817'14.3753"

    MC22 5,65 -2104'17.6867", -04816'47.7673"

    MC23 1,79 -2104'29.0218", -04816'30.5110"

    MC24 15,70 -2104'59.6403", -04816'42.6980"

    MC25 0,33 -2104'56.2120", -04815'30.3275"

    MC26 3,30 -2104'52.1851", -04815'49.4337"

    MC27 2,31 -2104'58.4191", -04814'45.9469"

    MC28 13,86 -2105'21.7256", -04814'37.3609"

    MC29 2,47 -2105'08.9829", -04813'45.2234"

    MC30 0,17 -2105'06.3289", -04813'37.3682"

    MC31 0,41 -2105'08.9626", -04813'30.7728"

    MC32 0,28 -2105'10.9837", -04813'04.8236"

    MC33 6,27 -2105'05.7813", -04812'30.2611"

    MC34 2,53 -2105'02.3543", -04811'49.8689"

    Total 5899,78

  • 35

    A superfcie mapeada no necessariamente uma rea de preservao permanente

    (APP), mas podem ser consideradas como APP nas propriedades rurais locadas no municpio,

    que possuem essa condio de cobertura vegetal, de acordo com a Legislao Ambiental em

    vigor.

    Os fragmentos florestais analisados no municpio de Jaboticabal podem servir como reas de

    Reserva Legal. Esta condio depende da conscincia ambiental dos donos das propriedades.

    Caso esta medida seja adotada, tais reas devero ser locadas, preferencialmente prximas a

    outras Reservas Legais j existentes, reas de APP, fragmentos florestais, nascentes, dentre

    outras.

    Reserva Legal tpica

    Figura 2. Reserva Legal da propriedade A, locada ao lado da Reserva Legal da propriedade

    B, formando um grande bloco de mata preservada, sendo este ligado mata ciliar.

  • 36

    Reserva Legal ligada na Reserva Legal do vizinho

    Figura 3. Propriedade agrcola com a Reserva Legal locada, aproveitando os fragmentos de

    mata preservados. Nota-se que o fragmento localizado na parte inferior esquerda da figura

    ligado ao fragmento localizado no centro superior, pela mata ciliar do crrego, que funciona

    como um corredor ecolgico, interligando os remanescentes florestais.

  • 37

    rea de diminuio de efeito de borda no fragmento florestal ou da APP

    Figura 4. Fragmento florestal muito sujeito a efeitos externos por apresentar um grande

    permetro em relao sua rea total, sendo caracterizado por uma borda muito recortada.

    Figura 5. As reentrncias na mata devem ser eliminadas para que o efeito de borda seja

    reduzido, o que, com uma perda de rea de produo, permite um grande ganho ambiental e

    para o produtor, que pode ter mais gua, no caso de haver uma nascente no local.

  • 38

    Fragmentos ligados por corredores ecolgicos

    Figura 6 e 7. Fragmentos florestais que devem ser ligados com corredores ecolgicos entre

    si, e com a mata ciliar, possibilitando o fluxo gnico para a manuteno da biodiversidade.

  • 39

    Figura 8 e 9. A proximidade dos fragmentos e da mata ciliar facilita a ligao entre as

    unidades.

  • 40

    Consideraes Gerais

    As reas de remanescentes de fragmentos florestais do Municpio de Jaboticabal -

    SP tem diminudo em tamanho e aumentado em quantidade, apresentando-se ainda mais

    fragmentados na paisagem, principalmente devido expanso de fronteiras agrcolas, em

    especial da cultura de cana-de-acar.

    Os remanescentes florestais de maior rea antigamente encontrados j no existem

    mais, e o aumento do nmero de fragmentos deve-se possivelmente fragmentao dos

    prprios remanescentes j existentes anteriormente.

    Como os fragmentos florestais no so autossustentveis, e devido tais

    caractersticas que levam a uma maior degradao.

    A conservao e recuperao da diversidade biolgica so comprometidas nas reas

    de cobertura florestal identificadas, sendo necessrias providncias para mitigar os impactos

    ambientais que possam levar supresso florestal.

    H a necessidade de se manejar estes fragmentos e as paisagens em que esto

    inseridos, e tambm de conscientizar a populao local, os trabalhadores rurais e os

    proprietrios, para a importncia da cobertura florestal, podendo utiliz-la como reas de

    Reserva Legal, que obrigatria segundo o Cdigo Ambiental.

    A atuao eficaz destes fragmentos com sua permanncia no meio em que esto

    inseridos depender da identificao dos fatores de degradao e da tomada de alternativas

    sustentveis para minimizar o processo de degradao, visando a recuperao da estrutura

    dos fragmentos florestais.

  • 41

    Tais fragmentos florestais apresentam um papel importante na recuperao da

    qualidade da paisagem, quanto sustentabilidade, preservao da biodiversidade e melhoria

    da qualidade de vida, em meio a reas intensamente cultivadas.

    Concluiu-se que os fragmentos encontrados so em sua maioria pequenos, alongados,

    estando isolados e sob intenso efeito de borda e so muito vulnerveis s presses antrpicas,

    devido principalmente expanso de fronteiras agrcolas.

    Os resultados indicam a necessidade de se manejar os fragmentos florestais e as

    paisagens em que esto inseridos, bem como desenvolver atividades de educao ambiental

    com a populao local com relao importncia da cobertura florestal para o

    desenvolvimento sustentvel. As reas fragmentadas devem ser recuperadas, pois so

    consideradas ilhas de biodiversidade e a interligao destes por meio de corredores

    ecolgicos e vizinhanas de alta porosidade.

  • 42

    5. CONCLUSES

    A situao da vegetao natural do municpio de Jaboticabal encontra-se fortemente

    fragmentada.

    A maior parte dos fragmentos florestais encontrados foi caracterizada por tamanhos

    pequenos, formas alongadas, estando isolados.

  • 43

    6. RESUMO

    Nos ltimos anos, tem sido verificada a ocorrncia da fragmentao de remanescentes

    naturais de florestas, o que um dos fenmenos mais marcantes e graves do processo de

    expanso da fronteira agrcola no Brasil, resultado da ocupao desordenada da terra. O

    objetivo deste trabalho foi analisar a estrutura da paisagem para checar a representatividade

    dos fragmentos florestais no Municpio de Jaboticabal, para avaliar a quantidade, a forma e

    as reas de remanescentes de fragmentos florestais e apresentar um mapa da distribuio

    espacial destes, no intuito de coletar dados para elaborao de um diagnstico

    conservacionista. Para tanto, os fragmentos foram cadastrados em imagens de satlite

    utilizando tcnicas de sensoriamento remoto e sistema de informao geogrfica. Aps a

    anlise dos resultados denota-se que a situao da vegetao natural do municpio de

    Jaboticabal encontra-se fortemente fragmentada. A maior parte dos fragmentos florestais

    encontrados foi caracterizada por tamanhos pequenos, formas alongadas, estando isolados.

  • 44

    7. SUMMARY

    ANALYSIS OF FOREST FRAGMENTS IN THE MUNICIPALITY OF

    JABOTICABAL, SP

    In recent years, it has been found the occurrence of fragmentation of remaining

    natural forest, which is one of the most striking phenomena and serious process of expansion

    of the agricultural frontier in Brazil, due to the disorderly occupation of the land. The aim of

    this study was to analyze the landscape structure to check the representativeness of forestry

    fragments in Jaboticabal to assess the quantity, shape and areas of remnant forest fragments

    and display a map of the spatial distribution of these in order to collect data for making a

    conservationist diagnosis. Therefore, the fragments were registered in satellite images using

    remote sensing and geographic information system. After analysis of the results indicates

    that the state of the natural vegetation in Jaboticabal is heavily fragmented. Most forestry

    fragments found were characterized by small sizes, elongated shapes, and they are isolated.

  • 45

    8. LITERATURA CITADA

    ALVES, A. O.; PERES, M. C. L.; DIAS, M. A.; FERREIRA, G. S. C.; SOUTO,L. R. A.;

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  • 46

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  • 47

    Anexo I. Localizao do Municpio de Jaboticabal, Estado de So Paulo, Brasil.

  • 48

    Anexo II. 140 fragmentos florestais encontrados no Municpio de Jaboticabal, SP.

  • 49

    Anexo III. Localizao dos 140 fragmentos florestais encontrados no Municpio de Jaboticabal, SP.

  • 50

    Anexo IV. Cobertura vegetal ao redor da rede de drenagem do Municpio de Jaboticabal, SP.