análise de imagens para enem e uerj

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QUESTÕES COMENTADAS www.profjorge.com.br ANÁLISE DE IMAGENS Abaixo segue um interessante material composto por 21 questões sobre análise de imagens. Esse tipo de dinâmica analítica é muito cobrado em vestibulares e em concursos públicos em geral. Todas as questões são comentadas. Aproveite! 1. (Uff 2012) TEXTO IX “Vista de cima, a Terra parece uma superfície enorme que pode ser compartilhada. Mas logo que se pisa em “terra firme” nos confrontamos com a rigidez das administrações de cada país e com a realidade que as fronteiras impõem aos homens – símbolo da dificuldade de vivermos juntos. Hoje, a única ação possível é ir em direção ao Outro, entendê-lo. De agora em diante, não podemos ignorar o que nos une e as responsabilidades que nos impõem. Somos mais de 6 bilhões na Terra! E não há desenvolvimento sustentável se não conseguirmos viver juntos. Esta é a razão pela qual eu acredito no projeto 6 bilhões de

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Page 1: Análise de Imagens para ENEM e UERJ

QUESTÕES COMENTADAS

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ANÁLISE DE IMAGENS Abaixo segue um interessante material composto por 21 questões sobre análise de imagens. Esse tipo de dinâmica analítica é muito cobrado em vestibulares e em concursos públicos em geral. Todas as questões são comentadas. Aproveite! 1. (Uff 2012) TEXTO IX

“Vista de cima, a Terra parece uma superfície enorme que pode ser compartilhada. Mas logo que se pisa em “terra firme” nos confrontamos com a rigidez das administrações de cada país e com a realidade que as fronteiras impõem aos homens – símbolo da dificuldade de vivermos juntos. Hoje, a única ação possível é ir em direção ao Outro, entendê-lo. De agora em diante, não podemos ignorar o que nos une e as responsabilidades que nos impõem. Somos mais de 6 bilhões na Terra! E não há desenvolvimento sustentável se não conseguirmos viver juntos. Esta é a razão pela qual eu acredito no projeto 6 bilhões de

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Outros, e ele me é tão caro. Ele emociona cada um de nós e nos encoraja a agir.” Yann Arthus-Bertrand. Catálogo da Exposição.

A proposta de “ir em direção ao Outro”, expressa pelo idealizador da Exposição, associa-se, na obra visual da Capa do catálogo, a alguns procedimentos.

Assinale a alternativa que identifica adequadamente dois desses procedimentos.

a) Diversidade visual dos rostos retratados, indicando diferenças de etnia e procedência; disposição lado a lado das imagens, como forma de propor a aproximação entre as pessoas.

b) Mosaico de imagens visuais, indicando diversidades e semelhanças entre os habitantes do Planeta; organização fragmentada dos retratos, criando ideias de dispersão e afastamento.

c) Diferenças no modo de enquadrar e exibir cada imagem, identificando a diversidade étnica; destaque, em tamanho maior, de algumas imagens, comprovando a desigualdade do tratamento dado a cada personagem retratado.

d) Igualdade dos rostos retratados, como forma de mostrar a monotonia da existência humana; disposição lado a lado dos rostos, configurando a humanidade como um grande mosaico étnico.

e) Repetição gemada de imagens, para assinalar a diferença étnica e religiosa entre as pessoas; organização das imagens em séries que possibilitam a identificação de rostos conhecidos e famosos.

Resposta da questão 1: A Como se afirma em [A], a disposição lado a lado das imagens de pessoas anônimas, representativas das diversidades étnicas e culturais que constituem a humanidade como um todo, alude à proposta de aproximação que o idealizador da exposição considera essencial para a construção de um mundo sustentável (“Somos mais de 6 bilhões na Terra! E não há desenvolvimento sustentável se não conseguirmos viver juntos”). 2. (Insper 2012)

Na imagem acima, o cartunista brinca com a reforma ortográfica. Com relação ao emprego do hífen, todas as palavras estão de acordo com as novas regras, exceto a) mega-empresa. b) autorretrato. c) autoajuda. d) micro-ondas. e) anti-inflamatório.

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Resposta da questão 2: A Segundo o novo acordo ortográfico, suprime-se o hífen entre prefixos terminados em vogal e elementos seguintes começados por “ r” ou “s”, que se duplicam por razões fonéticas, como acontece com a palavra “autorretrato” citado em [B] ou entre prefixos terminados em vogal e elementos seguintes começados por vogal diferente, como se prcebe na imagem em que a reforma ortográfica representada pelo camião “atropelou” o hífen da palavra antes grafada “autoestrada” e em [C], com a palavra já atualizada “autoajuda”. Mantém-se entre prefixos que terminam em vogal seguidos de elemento com a mesma vogal como em [D] e [E] nas palavras “micro-ondas” e “anti-inflamatório”. Assim, a palavra transcrita em [A] transgride as regras da reforma ortográfica e deveria ser substituída por “megaempresa” para adaptar-se à nova grafia.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

3. (Uerj 2012) O quadro produz um estranhamento em relação ao que se poderia esperar de um pintor que observa um modelo para sua obra. Esse estranhamento contribui para a reflexão principalmente sobre o seguinte aspecto da criação artística: a) perfeição da obra b) precisão da forma c) representação do real d) importância da técnica Resposta da questão 3: C À primeira vista o observador parte do princípio que o pintor representará na tela o objeto que observa a seu lado e que lhe serviria de modelo, o que na verdade não acontece. René Magritte provoca estranhamento ao representar uma ave, numa espécie de convite à reflexão por parte de todos aqueles que veem na criação artística uma simples representação do real.

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4. (Uerj 2012) Pode-se definir “metalinguagem” como a linguagem que comenta a própria linguagem, fenômeno presente na literatura e nas artes em geral. O quadro A perspicácia, do belga René Magritte, é um exemplo de metalinguagem porque: a) destaca a qualidade do traço artístico b) mostra o pintor no momento da criação c) implica a valorização da arte tradicional d) indica a necessidade de inspiração concreta Resposta da questão 4: B Metalinguagem é a propriedade que tem as diversas linguagens de se debruçarem sobre si mesmas. Ao representar o pintor pintando-se a si próprio, o quadro “A perspicácia”, de René Magritte, é exemplo de discurso metalinguístico. 5. (Enem 2011)

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A estratégia que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e não verbais, com vistas a

a) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de mudanças estéticas.

b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal postura.

c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse consumo.

d) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante.

e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas, incentivando a prática esportiva.

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Resposta da questão 5: D A associação da imagem do corpo fora de forma ao vocábulo “açúcar” tem como objetivo induzir o leitor à substituição daquele produto pelo adoçante, como se afirma em [D]. 6. (Enem 2011)

Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas, elementos verticais de sustentação, foram sofrendo modificações e incorporando novos materiais com ampliação de possibilidades. Ainda que as clássicas colunas gregas sejam retomadas, notáveis inovações são percebidas, por exemplo, nas obras de Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1907. No desenho de Niemeyer, das colunas do Palácio da Alvorada, observa-se a) a presença de um capitel muito simples, reforçando a sustentação. b) o traçado simples de amplas linhas curvas opostas, resultando em formas marcantes. c) a disposição simétrica das curvas, conferindo saliência e distorção à base. d) a oposição de curvas em concreto, configurando certo peso e rebuscamento. e) o excesso de linhas curvas, levando a um exagero na ornamentação. Resposta da questão 6: B Na imagem que reproduz as colunas do Palácio da Alvorada, observa-se a presença das linhas curvas opostas, traçado simples mas marcante, típico do desenho arquitetônico de Oscar Niemeyer, como se afirma em [B]. 7. (Enem 2011)

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Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o objeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um significado que se pode considerar mágico. Daí sua “vida inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e, ao mesmo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrínseca foi anulada. JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas.

JAFFÉ, A. O simbolismo nas artes plásticas. In: JUNG, C.G. (org.). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

A relação observada entre a imagem e o texto apresentados permite o entendimento da intenção de um artista contemporâneo. Neste caso, a obra apresenta características a) funcionais e de sofisticação decorativa b) futuristas e do abstrato geométrico. c) construtivistas e de estruturas modulares. d) abstracionistas e de releitura do objeto. e) figurativas e de representação do cotidiano. Resposta da questão 7: D A imagem de uma cadeira integrada ao tronco de uma árvore permite uma interpretação diferente da que é dada a um objeto que faz parte do cotidiano vulgar, ganhando um significado múltiplo e ilimitado. Por isso, a obra apresenta características abstracionistas que permitem amplas leituras, como se afirma em [D]. 8. (Insper 2011)

Sobre os efeitos de sentido decorrentes da associação entre a imagem e a frase “Amor eterno a partir de R$1,00”, considere as seguintes afirmações: I. A imagem aponta para a futilidade dos cerimoniais de casamento e o valor exorbitante de que se

necessita para financiá-los. II. Há um paralelismo explícito entre o desnível de beleza e idade dos parceiros e dos valores do bilhete e

do prêmio. III. O anúncio associa o preconceito que norteia as opiniões sobre alguns relacionamentos amorosos ao

preço ínfimo do bilhete de loteria e à possibilidade de se ganhar um prêmio de alto valor. Está(ão) correta(s) apenas

a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.

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Resposta da questão 8: C A imagem reproduz uma cena de um casal visivelmente feliz, o que pode provocar reações preconceituosas pela diferença de idade que aparentam. A diferença entre o reduzido preço do bilhete e o alto valor do prêmio também gera muitas vezes opiniões preconcebidas quanto à possibilidade das pessoas ganharem, desta forma, uma vultosa quantia de dinheiro. 9. (Enem 2011)

O grafite contemporâneo, considerado em alguns momentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré-históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como a) a preferência por tintas naturais, em razão de seu efeito estético. b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com modelos estabelecidos. c) o registro do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas. d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas classes dominantes. e) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.

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Resposta da questão 9: C Tanto as pinturas rupestres da Toca do Salitre como o grafite contemporâneo têm como elemento comum a representação da sociedade por meio da ilustração dos costumes e valores que a estruturam. 10. (Espm 2011)

A famosa frase em inglês da propaganda da NIKE, num sentido literal, significa “Apenas faça”. Num sentido mais amplo, significa “Faça sem perguntar o porquê”. A imagem acima pode ter várias leituras. Assinale a única descabida: a) Há um flagrante contraste entre um garoto, imagem da pobreza (magro, sem camisa e descalço), e um

dos mais famosos ícones de consumo do mundo capitalista. b) A imagem do garoto pode lembrar que nem todos possuem acesso aos bens de consumo da sociedade

capitalista. c) O comportamento do garoto, poderia ser entendido como atitude de desprezo, de rebeldia ou de

irreverência para com aquilo que é símbolo de culto ao esporte ou até de “status” (uso da marca). d) A propaganda, por intenção irônica, mostra um garoto cumprindo em atitude aquilo que a frase ordena

em inglês. e) O cachorro, olhando para a cena, simboliza inequivocamente a humanidade animalizada, apenas

plateia do conflito pobreza e riqueza. Resposta da questão 10: E A afirmação transcrita em [E] extrapola o bom senso ao associar o cachorro à humanidade animalizada, apática perante o conflito pobreza e riqueza. Todas as outras opções apresentam possíveis leituras da imagem em que a pobreza representada pelo garoto contrasta com a propaganda da Nike, ícone de consumo do mundo capitalista.

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11. (Enem 2011)

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo

a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador.

b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.

c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica.

d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.

e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.

Resposta da questão 11: A Trata-se de uma tela pintada a óleo, a preto e branco, representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Contrariando as regras da arte conservadora do século anterior, Picasso utiliza as formas geométricas para representar a realidade sob diversos ângulos em um mesmo plano, retratando pessoas, animais e edifícios conforme a estética cubista.

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12. (Insper 2011)

No rush, carro está tão veloz quanto galinha Velocidade média no pico da tarde em SP passou de 18 km/h para 15 km/h em um ano, segundo relatório da CET concluído em fevereiro. No pico da manhã, velocidade também caiu; principal explicação é a expansão da frota - em 2009, SP ganhou mais de 335 mil veículos.

(Folha de São Paulo, 05/03/2010) A respeito do título “No rush, carro está tão veloz quanto galinha”, é correto afirmar que ele a) cria, por meio da polissemia da palavra “rush”, o pressuposto de que a lentidão do tráfego paulistano é

algo premeditado. b) apresenta uma variante coloquial de linguagem, incompatível com a seriedade exigida por esse gênero

textual. c) recorre ao grau superlativo analítico com o intuito de produzir um efeito de realce a um grave problema

da capital paulista. d) emprega o grau comparativo de igualdade como recurso irônico, já que, em geral, o adjetivo “veloz” não

se aplica a “galinha”. e) utiliza a comparação para criticar o aumento da frota paulistana, principal agente poluidor da cidade. Resposta da questão 12: D A locução conjuntiva “tão... quanto” estabelece ironicamente uma relação de comparação de igualdade entre dois elementos totalmente opostos no quesito velocidade: carro e galinha. Assim, é correta a opção [D].

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Filme-enigma de Christopher Nolan gera discussões sobre significado e citações ocultas ou óbvias

em sua trama onírica

Certa vez o sábio taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta. Ao acordar, entretanto, ele não sabia mais se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem. Será que Dom Cobb está sonhando? Será que a vida real é esta mesma ou somos nós que sonhamos? Alguns podem ir ao cinema para assistir "A Origem", de Christopher Nolan ("Batman - O Cavaleiro das Trevas") e achar tão chato que vão sonhar de verdade, dormindo na fase de sono REM. Mas outros estão sonhando acordados. Em blogs, sites e grupos de discussão, os já fanáticos pelo filme de Nolan apontam referências (de mitologia grega), veem citações (de "Lost"), tecem teorias malucas e conspiratórias (o sonho dentro do sonho). Alguns acusam o diretor de copiar filmes os mais variados, de "Blade Runner" (1982) a "eXistenZ" (1999), de se inspirar em "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1968) e até de roubar a ideia de um quadrinho do Tio Patinhas de 2002. O fato é que Nolan acertou o alvo. E ele sabia do potencial "nerdístico" de seu filme. Tanto é que cogitou mudar a canção que toca no filme todo, "Non, Je Ne Regrette Rien", com Edith Piaf, porque uma das atrizes escaladas, Marion Cotillard, havia vivido a cantora francesa em um filme de 2007. (...) Além da música, uma boa diversão de "A Origem" é identificar os objetos impossíveis deixados por Nolan ao longo do filme. A escada de Penrose, criada pelo psiquiatra britânico Lionel Penrose, aparece diversas vezes na tela - e também inspirou o quadro que tenta explicar facetas do longa. Melhor ir ver o filme e não pensar em escadas... No que você está pensando agora?

(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1908201010.htm)

13. (Insper 2011) Em “O fato é que Nolan acertou o alvo”, o “que” exerce a função de a) conjunção integrante, pois introduz uma oração subordinada substantiva. b) pronome relativo, pois introduz uma oração subordinada adjetiva. c) partícula expletiva, pois, tendo apenas o objetivo de realçar uma ideia, não exerce função sintática. d) advérbio de intensidade, pois atribui uma circunstância ao verbo “acertar”. e) preposição, pois relaciona o verbo “ser” à oração subordinada substantiva.

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Resposta da questão 13: A A frase é constituída de duas orações: “O fato é”, oração principal e “Que Nolan acertou o alvo”, oração subordinada substantiva predicativa, iniciada pela conjunção integrante “que”, como se afirma em [A]. 14. (Insper 2011) Releia o primeiro parágrafo: Certa vez o sábio taoísta Chuang Tzu sonhou que era uma borboleta. Ao acordar, entretanto, ele não sabia mais se era um homem que sonhara ser uma borboleta ou uma borboleta que agora sonhava ser um homem. As formas verbais em negrito indicam, respectivamente a) ação concluída, ação simultânea e ação hipotética. b) ação durativa, ação concluída e ação não-concluída c) ação pontual, ação contínua e ação fictícia. d) ação concluída, ação posterior e ação anterior. e) ação concluída, ação anterior e ação contínua. Resposta da questão 14: E As formas verbais em negrito (sonhou, sonhara, sonhava) pertencem ao modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito e pretérito imperfeito, respectivamente. Indicam ação do passado concluída, ação anterior a essa ação do passado e ação contínua, como se afirma em [E]. 15. (Insper 2011) O texto permite afirmar que o potencial “nerdístico” do filme a) está associado às marcas de metalinguagem. b) advém da trama onírica que induz ideias subliminares. c) resulta das fortes referências intertextuais. d) origina-se da mistura entre realidade e ficção. e) decorre da associação entre o sonho e a escada de Penrose. Resposta da questão 15: C O termo “nerd” caracteriza, de forma estereotipada, uma pessoa com inteligência acima da média e que exerce intensas atividades intelectuais. As inúmeras referências a que o filme de Nolan faz alusão, algumas explícitas como, por exemplo, a escada de Penrose e outras tecidas pela imaginação do público ("Blade Runner", "eXistenZ", "2001 - Uma Odisseia no Espaço", quadrinho do Tio Patinhas) permitem afirmar que o potencial “nerdístico” do filme resulta do interesse que provoca no mundo intelectual, como se afirma em [C].

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16. (Uff 2010) UM LUGAR COMUM, O EUFEMISMO E A FAVELA 1Uma valorização do eufemismo parece importante na dinâmica das relações sociais. Seu emprego permitiria, em parte, contornar o valor negativo que certas expressões espelham. O eufemismo, no entanto, não afronta o estigma. Seu uso indica uma relação de cortesia, necessária, no curso das trocas sociais que se passam com aqueles que não podem se desfazer de suas marcas. 2Observamos que este uso é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma preocupação pode levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, como morro ou bairro. 3Sabemos todos que nas trocas sociais o mais importante é o sentido que se elabora no interior das suas dinâmicas. 4O esforço continuado para não ferir as pessoas que acompanham as trocas sociais correntes motiva o uso do termo comunidade em muitos momentos, inclusive por aqueles diretamente concernidos – as pessoas que moram em favelas –, quando se referem a seus locais de moradia. Empregado pela mídia, pelo governo, pelas associações locais, pelas ONGs, o termo comunidade muitas vezes explicita a dificuldade dessa operação de levar em conta o que pensam os que se veem nomeados de uma forma negativa. Se este uso eufemístico é recorrente, vale observar que, em muitas circunstâncias, do ponto de vista dos moradores, o que é mais reivindicado é a não identificação, ou seja, preferencialmente, a anulação de qualquer referência à identidade territorial em trocas sociais diversas. 5O termo “comunidade” em seus usos eufemísticos não é capaz de impedir a associação da pessoa com os traços negativos provenientes dessa identificação; somente indica a suspensão destes pelo uso momentâneo de aspas que podem ser retiradas quando for preciso.

BIRMAN, Patrícia. Favela é comunidade? In SILVA, L.A.(org) Vida sob cerco. Violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008, p.106-7. Adaptação.

O fragmento de texto a seguir apresenta um dualismo na denominação de um morro no Rio de Janeiro.

O local suscita polêmica desde o seu nome, que a prefeitura chama de Dona Marta, o que desagrada os moradores tradicionais que usam o nome da Santa encontrada na encosta pelos primeiros ocupantes do morro, no início do século XX. Com a proliferação dos cultos evangélicos, para quem os santos não existem, a polêmica tomou um cunho religioso, os católicos dizem Santa e os protestantes Dona Marta.

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Assinale o trecho do Texto VIII que justifica claramente a explicação acima sobre o dualismo na denominação do morro – Dona Marta e Santa Marta. a) Observamos que este uso é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma preocupação pode

levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, como morro ou bairro. (ref. 2) b) Uma valorização do eufemismo parece importante na dinâmica das relações sociais. (ref. 1) c) Sabemos todos que nas trocas sociais o mais importante é o sentido que se elabora no interior das

suas dinâmicas. (ref. 3) d) O esforço continuado para não ferir as pessoas que acompanham as trocas sociais correntes motiva o

uso do termo comunidade em muitos momentos, inclusive por aqueles diretamente concernidos - (ref. 4) e) O termo “comunidade” em seus usos eufemísticos não é capaz de impedir a associação da pessoa com os traços

negativos provenientes dessa identificação; (ref. 5) Resposta da questão 16: C Segundo o texto, o termo “comunidade”, usado eufemisticamente para designar uma região vulgarmente chamada de “favela”, não apaga o estigma a que estão sujeitos os moradores do local, pois a referência à identidade territorial já possui uma carga negativa associada à sua condição socioeconômica. Dependendo do ponto de vista de quem o enuncia, a opção, por este ou aquele termo, pode ferir a suscetibilidade de outro, como acontece na denominação do morro Santa Marta ou Dona Marta, entre católicos e protestantes. Assim, é correta a opção [C]: “Sabemos todos que nas trocas sociais o mais importante é o sentido que se elabora no interior das suas dinâmicas”. 17. (Uff 2010) Ler bem é ouvir o que as palavras nos dizem. O que dizem as palavras quando as despimos, quando perscrutamos seu passado, suas reentrâncias, seu parentesco? Não dizem tudo, é verdade. Sempre falta à palavra outra palavra que a complemente e que a explique. Nathalie Sarraute, no livro O uso das palavras, imagina as palavras produzindo inúmeras ondulações. Captar essas ondulações, ler as entrelinhas, e as entreletras, é instrutivo, divertido e trabalhoso. Captá-las com outras palavras é o exercício de quem quer ler para valer. Tal esforço se renova infinitamente.

Gabriel Perissé. Revista Língua Portuguesa. Para compreender a passagem de língua (sistema de signos) a discurso (produção de sentido), deve-se ler as entrelinhas, e as entreletras. Esse processo implica o conhecimento de mundo que, pela intertextualidade, enfatiza determinado desenvolvimento discursivo. Observe bem a foto e o título da seguinte notícia jornalística.

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O Grito A governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB) bateu boca com cerca de 200 professores que, na porta de sua casa, pediam seu impeachment. Irritada, Yeda acusou os professores de “torturar crianças” porque seus netos ficaram com medo de sair para ir à escola.

O Globo, 17/07/09. p.11. Assinale a obra de arte que, pela intertextualidade, encaminha uma determinada compreensão da foto e do título da notícia.

a) b) c) d) e)

Resposta da questão 17: E Edvard Munch é o autor de “O grito”, a sua obra máxima reproduzida em [E]. O quadro retrata a angústia e o desespero humanos, o que pode ser associado ironicamente à declaração revoltada da governadora gaúcha Yeda Crusius, quando responsabilizou os professores por torturarem crianças só porque seus netos ficaram com medo de sair de casa para ir à escola.

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18. (Enem 2ª aplicação 2010)

APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, MILHARES DE CRIANÇAS TAMBÉM PRECISAM DE UM MELHOR AMIGO. SEJA O MELHOR AMIGO DE UMA CRIANÇA.

Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para Crianças CCF-Brasil. Revista IstoÉ. São Paulo: Três, ano 32, n° 2079, 16 set. 2009.

Pela forma como as informações estão organizadas, observa-se que, nessa peça publicitária, predominantemente, busca-se a) conseguir a adesão do leitor à causa anunciada. b) reforçar o canal de comunicação com o interlocutor. c) divulgar informações a respeito de um dado assunto. d) enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio enunciador. e) ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do conteúdo veiculado. Resposta da questão 18: A A imagem reproduz a disparidade de benefícios e conforto que um animal e uma criança recebem no seu cotidiano. Enquanto que o animal tem as suas necessidades básicas asseguradas, a criança aparece desprovida de qualquer item que a proteja. Assim, o anúncio busca sensibilizar o leitor e conseguir a sua adesão à campanha de solidariedade e de proteção à criança.

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Na minha frente, ficamos nos olhando. Eu também dançava agora, acompanhando o movimento dele. Assim: quadris, coxas, pés, onda que desce olhar para baixo, voltando pela cintura até os ombros, onda que sobe, então sacudir os cabelos molhados, levantar a cabeça e encarar sorrindo. Ele encostou o peito suado no meu. Tínhamos pelos, os dois. Os pelos molhados se misturavam. Ele estendeu a mão aberta, passou no meu rosto, falou qualquer coisa. O que, perguntei. Você é gostoso, ele disse. E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também. Eu estendi a mão aberta, passei no rosto dele, falei qualquer coisa. O que, perguntou. Você é gostoso, eu disse. Eu era apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o dele, que por acaso era de homem também.

(Adaptado de: ABREU, C. F. Terça-feira gorda. In: . Morangos mofados. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 51.)

19. (Uel 2010) Consideradas as fotos e o trecho do conto de Caio Fernando Abreu, é correto afirmar: a) Em cerca de 60 anos, a sociedade perdeu seus valores morais, mas a opressão do homem sobre a

mulher se mantém. b) A homossexualidade passou recentemente a ter espaço na mídia, condenando comportamentos e

incentivando preconceitos. c) A arte permite a reflexão a respeito das contradições dos valores sociais e das transformações de

padrões morais. d) O amor, hetero ou homossexual, perdeu seu espaço para as perversões sexuais exibidas pela mídia e

retratadas na literatura. e) As interdições sociais são permitidas nas festividades, principalmente no carnaval e em comemorações

cívicas.

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Resposta da questão 19: C Não existe intenção de crítica à perda de valores morais nem incentivo de preconceitos ou vinculação da homossexualidade a atos de perversão por parte da mídia e da literatura, como se afirma em [A] e [B] e [D]. Tampouco as comemorações cívicas são espaços permissivos a atitudes que colidam com as normas sociais vigentes, o que invalida a opção [E]. Assim, está correto o que se afirma em [C], pois a arte é um veiculo importante para a reflexão sobre os valores sociais e morais da época e respectivas transformações. 20. (Uel 2010) Com base no texto e nas imagens, considere as afirmativas a seguir: I. A terça-feira gorda ou terça de carnaval é um fator permissivo da homossexualidade pública. II. O beijo no dia da Vitória representa o domínio masculino sobre a mulher e o clima romântico do pós-

guerra. III. A recriação da foto de Eisenstaedt transforma uma foto de jornal em obra de arte contemporânea. IV. O desejo não depende de gênero, pois é resultado da individualidade humana. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. Resposta da questão 20: A Apenas as afirmativas I e IV são adequadas. A foto tirada por Alfred Eisenstaedt no dia 14 de Agosto de 1945 na Times Square, em Nova Iorque, assinala o momento de alegria no dia da vitória dos EUA sobre o Japão e não o domínio do homem sobre a mulher nem o clima romântico do pós-guerra, como se afirma em II. A foto publicada na internet em 2007 não tem intenção artística, apenas capta o gesto intencional de quem se mobiliza em uma manifestação pública para exigir o direito à pluralidade de opções sexuais.

Page 19: Análise de Imagens para ENEM e UERJ

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21. (Enem 2007)

Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. - É aqui! Buenos Aires é aqui! - Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos animais onde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. - Buenos Aires é aqui! - Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro. Oswald de Andrade. "Marco Zero II - Chão". Rio de Janeiro: Globo, 1991. Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração europeia para o Brasil, é correto afirmar que a) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista. b) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil. c) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil. d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante. e) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos. Resposta da questão 21: C Tanto o pintor Antonio Rocco, ligado à vertente acadêmica do Realismo, quanto Oswald de Andrade, autor representativo do radicalismo da Fase Heroica no 1º Tempo do Modernismo brasileiro, retratam as dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.