análise de estudo de mercado na cidade de jundiaí

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Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí Apresentação da Cidade A cidade de Jundiaí tem pouco menos de 400 mil habitantes e dista, através de modernas rodovias, 50 minutos do centro de São Paulo, a capital do estado e maior cidade da América do Sul. décadas, apresenta acentuado crescimento na indústria, no comércio, na agricultura e especialmente no setor de serviços, tornando evidente ter havido uma ascensão considerável em relação às taxas menos expressivas de crescimento de anos anteriores. Quer dizer, aproximadamente há uma década o desenvolvimento do município acelerou-se em proporções que romperam com os comedidos crescimentos que vinha apresentando anteriormente. Em números, Jundiaí encerrou o ano de 2011 com um Produto Interno Bruto projetado entre 24 e 25 bilhões de reais, isto é, pouco acima de 2 bilhões de reais médios mensais Estas altas taxas de crescimento econômico não comprometeram os indicadores estatísticos sociais. Ao contrário, os vários indicadores sociais da cidade apresentam bons números. Também não conduziram a uma deterioração ambiental, como foi usual

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Page 1: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Apresentação da Cidade

A cidade de Jundiaí tem pouco menos de 400 mil

habitantes e dista, através de modernas rodovias, 50

minutos do centro de São Paulo, a capital do estado e

maior cidade da América do Sul.

Há décadas, apresenta acentuado crescimento na indústria,

no comércio, na agricultura e especialmente no setor de

serviços, tornando evidente ter havido uma ascensão

considerável em relação às taxas menos expressivas de crescimento de anos anteriores. Quer

dizer, aproximadamente há uma década o desenvolvimento do município acelerou-se em

proporções que romperam com os comedidos crescimentos que vinha apresentando

anteriormente. Em números, Jundiaí encerrou o ano de 2011 com um Produto Interno Bruto

projetado entre 24 e 25 bilhões de reais, isto é, pouco acima de 2 bilhões de reais médios

mensais

Estas altas taxas de crescimento econômico não comprometeram os indicadores estatísticos

sociais. Ao contrário, os vários indicadores sociais da cidade apresentam bons números.

Também não conduziram a uma deterioração ambiental, como foi usual ocorrer nas situações

de crescimento econômico acentuado em várias partes do Brasil e do mundo.

Extenso número de empresas representa o parque industrial da cidade com ampla

diversificação, de tal modo que não há um setor industrial que se destaque com ampla

magnitude em relação aos demais. O comércio varejista é abrangente, qualificado e

fragmentado em inúmeros setores e subsetores específicos. O setor de prestação de serviços

abrange a parcela mais significativa da produção com destacado crescimento recente e a

agricultura é prioritariamente produtora de frutas finas, como a uva, o caqui, o morango, o

pêssego e a tangerina.

As instalações da cidade compreendem – entre outras entidades - várias faculdades, um

aeroporto, distritos industriais, alguns shopping centers com modernas instalações, fórum,

Page 2: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

complexos poliesportivos, estádios, museus, bibliotecas públicas e privadas, terminais

rodoviários municipais e intermunicipais, centros culturais e artísticos, instituições sindicais e

patronais, além de incontáveis parques públicos, jardins e praças arborizadas.

A localização político-administrativa mostra a cidade

dentro da Região Administrativa de Campinas, como

sede da Região de Governo de Jundiaí. Os

entroncamentos rodoviários que acessam a cidade

classificam-se entre os maiores e mais modernos do

Brasil. Dois aeroportos internacionais - com potencial

de transportes de passageiros e de cargas - localizam-se

a distâncias relativamente curtas. Uma linha férrea de

bons acessos atravessa o território do município e o

maior porto do país, na cidade de Santos, está a cerca de 130 km, acessado pelas maiores

rodovias do Brasil.

O território da cidade equivale à de um quadrado de quase 21 km de lado medindo 432 km2,

dos quais 91,4 km2 pertencem à Serra do Japi, uma área verde de vegetação nativa

praticamente virgem, legalmente tombada e preservada. Em território, cerca de 70% das

cidades paulistas e 52% das cidades brasileiras são menores que Jundiaí.

O clima é excelente, registrando – de acordo com o CEPAGRI – Centro de Pesquisa

Meteorológica e Climática Aplicadas à Agricultura, da UNICAMP – Universidade de

Campinas - uma temperatura média anual de 20,9ºC (ou 69,62ºF), com a temperatura mínima

média mensal de 14,6ºC (ou 58,28ºF) registrada mais frequentemente no mês de julho e

temperatura máxima média mensal de 27,0ºC (ou 80,60ºF) que ocorre com maior número de

vezes no mês de janeiro ou dezembro.

A classificação climática internacional de Köppen define Jundiaí como cidade de clima

“Cwa”, descrita como “clima tropical de altitude com chuva no verão e tempo seco no

inverno, com a temperatura média do mês mais quente superior a 22º Celsius (ou 71,6ºF)”.

Quanto à sua origem, efetivamente, Jundiaí não se emancipou de outro município, surgindo

como núcleo populacional autônomo há pouco mais de três séculos e meio, agregando

sucessivamente outros núcleos populacionais espontâneos e relativamente isolados.

Page 3: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Vários bairros apresentam significativa produção econômica industrial, comercial e de

serviços contando com redes de varejo basicamente autônomas. Os “tamanhos econômicos”

de alguns bairros ultrapassam os de várias cidades paulistas e de outras regiões do país.

Estas características identificam Jundiaí como uma cidade de sólida infra-estrutura e com

propensão a rentáveis investimentos.

Jundiaí no Brasil e no mundo

Jundiaí localiza-se no Estado de São Paulo, destacadamente a mais desenvolvida entre as a 27

unidades diretas e imediatas da Federação Brasileira. A participação econômica, tanto (1) do

país em relação mundo ao quanto (2) do Estado de São Paulo em relação ao país e (3) da

cidade de Jundiaí em relação ao estado exprimem números substanciais que evidenciam as

relevâncias das três unidades, o Brasil, o Estado de São Paulo e o município de Jundiaí.

O Brasil passa por significativa ‘promoção’ recente comparativamente às principais

economias do mundo. Em cerca de uma década, deixou a posição de décima-segunda

economia do mundo ascendendo à sexta colocação, conforme estatísticas do Fundo Monetário

Internacional oferecidas no gráfico abaixo:

Page 4: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Esta expressiva evolução no posicionamento

mundial do país conta com pesada

participação do Estado de São Paulo, ao qual

a cidade de Jundiaí pertence. São Paulo, de

acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, encerrou o ano de

2009 com um Produto Interno Bruto de R$

1.084.353.490.000,00, dentre os R$

3.239.404.053.000,00 do PIB brasileiro, mensurados pelo critério de “preços de mercado”,

medidos em reais correntes, na data de 31/12.

Nota-se uma participação estadual sólida, da qual Jundiaí contribui significativamente. A

tabela acima oferece o PIB do Brasil e dos maiores estados brasileiros, em 2009.

A representação gráfica abaixo apresenta a participação percentual dos estados brasileiros no

Produto Interno Bruto do Brasil, em 2009. Observa-se que São Paulo concorre com 33,47%

do PIB, ou seja, aproximadamente um terço de toda a produção nacional. Os quatro estados

seguintes, Rio de Janeiro (10,92%), Rio Grande do Sul (6,66%), Minas Gerais (8,86%) e

Paraná (5,87%), somam 32,37%, conforme o gráfico a seguir.

Realce-se ainda que o Estado de São Paulo alcança um PIB praticamente igual à soma dos

PIB’s de outras 22 unidades da federação (R$ 1.084.353.490.000,00, contra R$

Page 5: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

1.108.261.851.000,00), conforme observável na tabela e gráfico acima.

Conclui-se que nos últimos anos, houve um crescimento econômico expressivo da economia

brasileira, da economia do Estado de São Paulo e da economia do município de Jundiaí.

Indicadores econômicos

O Brasil é hoje a sexta economia do mundo conforme dados do FMI – Fundo Monetário

Internacional e o Estado de São Paulo contribui com aproximadamente um terço da produção

nacional, de acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Jundiaí insere-se com relevância nestes dois contextos, o nacional e o estadual.

O gráfico abaixo mostra a evolução recente do “tamanho da economia” de Jundiaí, avaliado

pelo PIB, de 2003 a 2009, com projeções para o triênio 2010-2012:

As projeções para 2010, 2011 e 2012 são elaboradas exponencialmente, em função da taxa

geométrica de crescimento anual. Observa-se que está matematicamente projetado um PIB

superior a 25 bilhões de reais para o ano de 2012.

O gráfico abaixo mostra, por sua vez, o PIB real de Jundiaí, deflacionado pelo IGP-DI da

FGV – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna da Fundação Getúlio Vargas.

Identicamente, estão elaboradas as projeções exponenciais para 2010, 2011 e 2012, em função

da taxa geométrica de crescimento anual.

Page 6: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

O PIB real projetado para 2012 é de R$

24.481 milhões, o que conduz à conclusão de

que hoje, a produção da cidade situa-se

pouco acima de 2 bilhões de reais médios

mensais.

Vejamos a participação econômica de

Jundiaí no Estado de São Paulo, ou seja, os

indicadores que avaliam o “tamanho”

comparativo da economia da cidade com as

demais cidades paulistas. Cinco variáveis são

usualmente empregadas para esta avaliação:

(1) o PIB, (2) o Valor Adicionado, (3) o

Índice Municipal de Participação no ICMS,

(4) a participação no comércio exterior e (5) o volume de depósitos no sistema bancário.

Estes variáveis são apresentadas nos demonstrativos ao lado:

É expressiva também a posição ocupada pela economia de Jundiaí no Estado de São Paulo,

comparativamente às demais cidades paulistas. O município detém o 9º PIB e o 9º Valor

Adicionado do Estado, variáveis indicativas de uma atividade produtiva intensa, seguramente

decorrente de uma alta rentabilidade do capital investido. A produção é diversificadamente

distribuída entre Indústria, Comércio, Serviços, Construção Civil e Agropecuária.

Page 7: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

O município ocupa o 8º lugar entre as 645 cidades paulistas no Índice do ICMS – Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, sugerindo uma circulação de mercadorias

substancial dentro do território da cidade.

É a 12ª cidade em “comércio exterior”, estimado pela semi-soma de exportações e

importações, destacando-se os mais de 2 bilhões de dólares destinados principalmente à

importação de bens de capital da indústria e da prestação de serviços, no ano de 2009,

conforme se observa na tabela abaixo.

A ótima posição de Jundiaí entre as 645

cidades paulistas e o próprio “tamanho”

expressivo da economia de São Paulo

colocam a economia de Jundiaí em

proporções da dimensão econômica até de

algumas unidades da federação vinculadas

diretamente à União. A tabela ao lado mostra

que o PIB de Jundiaí ultrapassou o PIB de

quatro estados brasileiros, em 2009.

Vê-se que o PIB de Jundiaí ultrapassa o do Estado de Tocantins em quase 25%, é mais do que

o dobro dos PIB’s dos estados do Amapá e do Acre (224% maior que o primeiro e 225%

maior do que o segundo) e é praticamente o triplo do Estado de Roraima. Estes comparativos,

que atribuem a Jundiaí uma proporção econômica de Estado, evidenciam a magnitude do

imenso potencial econômico da cidade.

Page 8: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Para o conhecimento do perfil da produção de Jundiaí, ou seja, a composição da produção

interna por setores, é necessário recorrer ao Valor Adicionado de 2009, último ano de

divulgação pelo IBGE e Fundação SEADE. O Valor Adicionado total – em moeda corrente -

alcançou naquele ano R$14.258,6 milhões, dos quais o setor de serviços concorreu com

63,0% da produção municipal, a indústria com 36,8% e a agropecuária com 0,2%. Deste total,

a administração pública foi responsável diretamente por 5,7%.

A representação gráfica abaixo mostra a evolução do Valor Adicionado de Jundiaí, em termos

absolutos, por setores de 2003 a 2009:

Proporcionalmente, a evolução do perfil das parcelas de cada componente setorial, de 2003 a

2009, do Valor Adicionado de Jundiaí é mostrado no gráfico abaixo.

Page 9: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Em 2009, a indústria concorre com 36,77%, o setor de serviços com 62,98% e a Agropecuária

com 0,25%. Ressalve-se que a participação percentual reduzida da agropecuária não se deve a

uma queda na produção do setor, mas a pesados incrementos sucessivos nos demais setores.

Num perspectiva histórica, há mais ou menos um século, o destaque da produção jundiaiense

foi a agricultura, pontualmente representado e simbolizado em textos históricos sobretudo

pela produção de uva de mesa, daí o slogan e denominação promocional consagrada de

Jundiaí, terra da uva. Esta lavoura permanente – bíblica e anterior à humanidade, conforme

historiadores - chegou a ser por alguns anos ou talvez décadas a principal produção do

município. O foco produtivo jundiaiense permaneceu na agricultura agregado pelo café no

modelo agrário-exportador brasileiro, especialmente nos territórios que hoje pertencem a

cidades depois emancipadas.

Uma mudança decisiva do foco na agricultura ocorreu na primeira metade do século XX, em

direção à indústria muito especialmente na área de produção têxtil. Mais adiante, a partir dos

anos 1970, a indústria jundiaiense iniciou um vigoroso crescimento em outros segmentos

como a metalurgia, a alimentícia, a química, a construção civil, etc.

Mais recentemente, há questão de talvez duas décadas, é clara a inclinação do perfil produtivo

do município na direção dos serviços, especialmente os vinculados a Tecnologia e a

Logística. Hoje, as maiores empresas da cidade apresentam relevantes componentes e

Page 10: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

aspectos tecnológicos e/ou atividades logísticas extraordinariamente desenvolvidas.

Esta seqüência histórica que registra consecutivamente agricultura » indústria »

serviços assemelha-se à evolução da economia dos países desenvolvidos da Europa e da

América do Norte. Estes dois continentes apresentam uma participação do setor de serviços

em relação ao total da economia de quase 2/3, isto é, muito próxima dos 62,98% conseguidos

por Jundiaí.

Indicadores sociais

As taxas acentuadas de crescimento econômico não comprometeram os indicadores

estatísticos de natureza social, nem decorreram em deterioração ambiental comprometedora,

como foi ocorrência de praxe em situações análogas em todo o mundo e como ocorreu

sistematicamente em crescimentos econômicos abruptos no passado, aqui no Brasil. Pelo

contrário, os indicadores usuais nacionais e mundiais de qualidade de vida apresentam bons

números.

O último IDHM – Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal

(elaborado pelo IPEA, com metodologia da

Organização das Nações Unidas) divulgado

classifica Jundiaí como a 4ª cidade entre as

645 do Estado de São Paulo, com índice de

0,857, em uma escala que varia de 0 a 1.

Este indicador, de reconhecimento

internacional, equipara a qualidade de vida da cidade de Jundiaí à qualidade de vida de alguns

importantes países inclusive europeus, como o Reino Unido, a República Checa, a Hungria, a

Polônia e Portugal e também aos Emirados Árabes Unidos, conforme mostrado na tabela

acima.

Outro indicador usual de qualidade de vida para cidades do Estado de São Paulo,

o IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social, concebido pelo PNUD – Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento é elaborado e divulgado pela Fundação SEADE -

Page 11: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Sistema Estadual de Análise de Dados em função de variáveis de três naturezas a que se

chama de "dimensões".

São a (1) a "dimensão riqueza", (2) a "dimensão longevidade" e (3) a "dimensão escolaridade"

que, de acordo com a Fundação Seade "quando combinados geram uma tipologia que

classifica os municípios do Estado de São Paulo em cinco grupos". A última divulgação foi no

ano de 2008, que classificou Jundiaí entre as primeiras cidades do Estado de São Paulo, no

"Grupo-1", descrito como "Município com nível elevado de riqueza e bons níveis nos

indicadores sociais".

Esta avaliação de desempenho das condições sociais do município, pelo Índice Paulista de

Responsabilidade Social, mostra sensível crescimento dos indicadores de Jundiaí nos últimos

anos. De 2002 a 2008, a "dimensão riqueza" evoluiu de 53 para 63, a "dimensão longevidade"

de 71 para 76 e a "dimensão escolaridade" de 64 a 85. A representação gráfica abaixo mostra

a evolução destes indicadores.

Além de crescentes, estes indicadores evidenciam estatisticamente a posição de Jundiaí em

um nível alto, conforme é observável através da comparação dos indicadores da cidade com

os indicadores de uma região geograficamente maior, a do Estado de São Paulo, expressa na

tabela que segue:

A manutenção de saudáveis indicadores sociais e estáveis indicadores ambientais,

simultaneamente a elevadas taxas de crescimento econômico, como ocorreu em Jundiaí nestes

Page 12: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

primeiros anos do século XXI, não foi tarefa fácil alcançada ao acaso ou por mera decorrência

natural automática. Deveu-se, como os números conduzem a transparecer, a intensa

vigilância, empenho e firmeza de propósito na construção de uma cidade ímpar no país, com

investimentos solucionadores especialmente em saúde e educação. De fato, uma das

prioridades da cidade, no decorrer do desenvolvimento econômico recente foi preservar

paralelamente as variáveis não econômicas.

Agregue-se ainda à causa da não desqualificação social em paralelo ao desenvolvimento

econômico tenha sido(1) a relativamente leve taxa de crescimento demográfico da

cidade, (2) a elaboração, revisão sistemática e rigoroso cumprimento de planos diretores e

outros instrumentais de planejamento e (3) a qualidade da infra-estrutura pública educacional,

de saúde e de serviços públicos, possibilitadas por uma administração pública eficiente e pela

própria arrecadação tributária decorrente deste desenvolvimento.

População, emprego e renda

Nas últimas quatro décadas, a população residente de Jundiaí elevou-se de 169.076 em 1970

(de acordo com o IBGE) para cerca de 369.710 habitantes em 2010 (estimativa da Fundação

SEADE), crescendo assim a uma taxa geométrica anual média de 1,975%. No entanto, esta

taxa de grande expressão nas ciências demográficas, nas últimas três décadas registra um

crescimento - mais comedido - de 1,195% ao ano.

A seguir, estão apresentadas as taxas geométricas anuais médias de crescimento populacional

da cidade, do Estado de São Paulo e do País, nos períodos intermediários entre os censos

nacionais oficiais.

Page 13: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Em comparação com o Estado de São Paulo e o Brasil, o crescimento da população residente

de Jundiaí situou-se em posição intermediária. O gráfico abaixo apresenta a evolução das

populações da cidade, do Estado e do País, uniformizadas com base igual a 1, para a data de

1º de setembro de 1970, dia de referência do censo demográfico daquele ano.

Observa-se que – em 40 anos - a população residente de Jundiaí foi multiplicada por 2,19, a

do Estado de São Paulo por 2,32 e a do Brasil por 2,05.

Interpreta-se a evolução da população de Jundiaí, por intermédio da existência de dois

componentes demográficos. Primeiro, o crescimento natural reprodutivo dos residentes, o

chamado “crescimento vegetativo”, ligeiramente superior à média nacional. Segundo, lê-se

nestas estatísticas uma cidade com movimentos migratórios acentuados para padrões

nacionais, havendo mais cidadãos que vem “de fora para dentro” do que vão “de dentro para

Page 14: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

fora” da cidade, porém com imigrações moderadas quando confrontadas com as da Região

Metropolitana de São Paulo e, mais amplamente, com o próprio contorno geográfico desta

região, formado pelas cidades vizinhas.

Em outras palavras, nas últimas quatro décadas a população jundiaiense cresceu

significativamente menos do que as populações das cidades vizinhas e do que as cidades da

Região Metropolitana de São Paulo devido a fluxos imigratórios menos acentuados.

Em dados absolutos, a evolução da população jundiaiense é mostrada no gráfico abaixo, onde

as barras tracejadas indicam dados objetivos dos censos do IBGE e as barras cheias oferecem

projeções em função de taxas geométricas anuais. As projeções de 2010 a 2020, como é praxe

nas ciências demográficas, foram projetadas com a mesma taxa geométrica de crescimento da

década imediatamente anterior, ou seja, de 2000 a 2010.

Esta “leve” taxa de crescimento demográfico de Jundiaí, comparativamente com uma larga

região em que está geograficamente inserida, foi uma das causas que da existência, hoje, de

bons indicadores sociais. Em outras palavras, o crescimento econômico foi compatível com o

crescimento demográfico sem comprometer questões de naturezas sociais.

Além disso, a população de Jundiaí conta com uma mão-de-obra qualificada. O crescimento

econômico das últimas duas décadas conduz à conclusão de que a evolução da produção e do

“tamanho econômico” da cidade absorveu razoavelmente bem a população trabalhadora local.

O gráfico a seguir apresenta a evolução da população e do número de empregos ocupados

Page 15: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

registrados em carteira do trabalho, conforme dados respectivamente do IBGE e do Ministério

do Trabalho e Emprego, através da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais.

A taxa de crescimento do emprego é maior do que a taxa de crescimento da população

residente. No ano de 1991, Jundiaí contava com 76.725 empregos para uma população de

289.269 habitantes, isto é, uma população economicamente ativa (PEA) de 26,52%. Duas

décadas depois, em 2010, a cidade mostrava a existência de 162.181 empregos e uma

população de 369.710 habitantes, elevando a proporção de população empregada para

extraordinários 43,9%, percentual que se aproxima da parcela observada nos países

economicamente desenvolvidos.

A crescente parcela de empregos ocupados em relação à população Jundiaí, nos últimos 20

anos e mostrada no gráfico a seguir.

Page 16: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

A evolução destes percentuais indica a qualificação da mão-de-obra da cidade.

Esta qualificação da mão-de-obra decorre também do sistema de ensino que a cidade detém.

Os últimos dados acerca de cursos superiores por municípios divulgados pelo Ministério da

Educação são do ano de 2007. A partir destes dados, é razoável estimar que Jundiaí conta com

aproximadamente 25 mil alunos concluintes de cursos superiores, no ano de 2012. Os setores

com maior número de concluintes – conforme a própria classificação do Ministério -

aproximadamente são, pela ordem: (1) Ciências Sociais, Negócios e Direito, (2) Engenharia,

Produção e Construção, (3) Educação, (4) Saúde e Bem-estar Social, (5) Ciências,

Matemática e Computação, (6) Humanidade e Artes e (7) Serviços.

Ainda há que se destacar, com relação ao sistema de ensino, a proximidade da USP –

Universidade de São Paulo, maior instituição de ensino superior e pesquisa do Brasil, uma

universidade pública, mantida pelo Estado de São Paulo e ligada à Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, há cerca de 50 km de Jundiaí. E também

a UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas especialmente por sua formação e

produção científica nas Ciências Humanas, também há 50 km de Jundiaí. Registre-se também

na cidade uma unidade da Fundação Getúlio Vargas com cursos de pós-graduação,

especialmente nas várias subáreas de Administração de Empresas.

Page 17: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Rentabilidade do capital em Jundiaí

Indicadores oficiais confiáveis evidenciam que, na prática, a rentabilidade de investimentos e

inversões de capital no território de Jundiaí é acentuada. Não fosse apenas por julgar a franca

evolução dos agregados econômicos como o Produto Interno Bruto e o Valor Adicionado,

também as taxas de crescimento da economia jundiaiense tem superado as taxas de

crescimento do Estado de São Paulo e as taxas nacionais. De fato, homogeneizados na mesma

base de "ano de 2002 igual a 100", o PIB do Brasil cresceu em sete anos, 20,1% e o PIB do

Estado de São Paulo 58,3%. Em idêntico período, o PIB de Jundiaí elevou-se em 85,5%. O

gráfico a seguir mostra esta evolução, ano a ano, partindo da base igual a 100 no ano de 2002.

Destes índices, decorre que no período 2002-2009, a economia do Brasil cresceu em média

2,61% ao ano, a economia paulista 6,78% ao ano e a economia de Jundiaí 9,25% anuais.

Esta última taxa de crescimento de Jundiaí contrasta expressivamente, por exemplo, com as

taxas recentes de crescimento das economias de países da Europa e da América do Norte e

aproxima-se às altas taxas atuais da China Continental. Tudo isso, a despeito do

enfrentamento de (1) juros nacionais sistematicamente altos, (2) moeda nacionalmente

supervalorizada há anos, quer dizer dólar significativamente reduzido comprometendo o

acesso ao mercado externo e (3) carga tributária federal elevada.

Em seguida, são apresentados estes números em tabela.

Page 18: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Mostrado em gráfico, assim se apresenta a evolução dos PIB´s de Jundiaí, do Estado de São

Paulo e do Brasil, devidamente deflacionados, no período de 2002 a 2009 e mantendo a base

de 2002 = 100.

Estes números conduzem à conclusão de ter havido um crescimento econômico elevado em

Jundiaí em proporções substancialmente maiores que as do Estado de São e muito mais

substancialmente maiores que as taxas do Brasil. Tendo como pano de fundo a sensibilidade

que o investimento de capitais tem em função da percepção de rentabilidade, deduz-se

independente da recorrência a outras variáveis e outros argumentos, que (1) a atração da

cidade por investimentos é muito alta e (2) os investimentos de capitais nos últimos anos

foram bem sucedidos.

Esta afirmação é reforçada pelo potencial de consumo no contorno existente de Jundiaí.

Tomando como referência aleatória um círculo de 100 km com centro em Jundiaí, em

distância linear não rodoviária, alcança-se toda a Região de Governo de Jundiaí, uma parte

significativa da Região Metropolitana de Campinas a noroeste, uma pequena área da Região

Page 19: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

de Governo de Piracicaba a oeste, cerca de metade da Região Administrativa de Sorocaba a

sudoeste, quase toda a Região Metropolitana de São Paulo a sul-sudeste e também quase toda

Região de Governo de Bragança Paulista a nordeste, conforme apresentado no mapa abaixo.

Esta região, com aproximados 31,15 mil km2 somou em 2009, um PIB de R$

779.735.360.000,00, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Esta

cifra equivale a fantásticos 72% do PIB de todo o Estado de São Paulo e a quase 1/4 do PIB

do Brasil, mais precisamente 24,07%. É seguro se afirmar, portanto, fundamentado em

estatísticas levantadas e divulgadas fora da área territorial e política de Jundiaí, que a cidade

encontra-se no centro de um círculo de 100 km de raio cujo território é produtor de quase 1/4

da produção nacional.

Deflacionando-se estes praticamente 780 bilhões de reais para valores de 2011, pelo Índice

Geral de Preços – Disponibilidade Interna da Fundação Getúlio Vargas, chega-se a 912

bilhões de reais. Arredondadamente, estabelecendo-se a paridade monetária de US$ 1 = R$ 2,

pode-se confiavelmente avaliar a produção deste "círculo" em 456 bilhões de reais, valor que

ultrapassa o PIB de vários países europeus, latino-americanos e asiáticos, conforme mostrado

na tabela.

Page 20: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Além disso, este "círculo" de 100 km ao redor de Jundiaí apresenta – apenas como referência,

pela mesma metodologia acima - um produto de cerca de metade de todo o produto da

Austrália, cerca de 63% do produto de toda a Argentina e o dobro do Equador ou Iraque.

Estes indicadores, coletados, selecionados, deflacionados e apresentados dentro dos critérios

rigorosos da Estatística Descritiva são indicativos de uma cidade com largo "tamanho

econômico" e alto retorno de investimentos. Jundiaí pelo seu "tamanho econômico" e

atratividade de capitais é uma cidade que orgulhosamente concorre para o crescimento do

Estado e do Brasil.

Page 21: Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí

Fontes de Consulta

BACEN – Banco Central do Brasil, estatísticas acerca dos depósitos à vista, privados e

governamentais, depósitos de poupança e a prazo, captações no mercado aberto e outros

depósitos interfinanceiros, efetuados em bancos comerciais, múltiplos e caixas econômicas,

site bcb.gov.br.

CAMPELLO. Carlos A.G.B. & MATIAS, Alberto Borges. Administração Financeira

Municipal. São Paulo, Atlas, 2000.

CEPAGRI – Centro de Pesquisa Meteorológica e Climática Aplicadas à Agricultura, da

UNICAMP – Universidade de Campinas, site www.cpa.unicamp.br.

CLEMENTE, A. Economia Regional e Urbana. São Paulo, Atlas, 1994.

DELTA – Análise de Cidades, software com elaboração de demonstrativos, na forma de

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