análise de estudo de mercado na cidade de jundiaí
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Análise de Estudo de Mercado na Cidade de Jundiaí
Apresentação da Cidade
A cidade de Jundiaí tem pouco menos de 400 mil
habitantes e dista, através de modernas rodovias, 50
minutos do centro de São Paulo, a capital do estado e
maior cidade da América do Sul.
Há décadas, apresenta acentuado crescimento na indústria,
no comércio, na agricultura e especialmente no setor de
serviços, tornando evidente ter havido uma ascensão
considerável em relação às taxas menos expressivas de crescimento de anos anteriores. Quer
dizer, aproximadamente há uma década o desenvolvimento do município acelerou-se em
proporções que romperam com os comedidos crescimentos que vinha apresentando
anteriormente. Em números, Jundiaí encerrou o ano de 2011 com um Produto Interno Bruto
projetado entre 24 e 25 bilhões de reais, isto é, pouco acima de 2 bilhões de reais médios
mensais
Estas altas taxas de crescimento econômico não comprometeram os indicadores estatísticos
sociais. Ao contrário, os vários indicadores sociais da cidade apresentam bons números.
Também não conduziram a uma deterioração ambiental, como foi usual ocorrer nas situações
de crescimento econômico acentuado em várias partes do Brasil e do mundo.
Extenso número de empresas representa o parque industrial da cidade com ampla
diversificação, de tal modo que não há um setor industrial que se destaque com ampla
magnitude em relação aos demais. O comércio varejista é abrangente, qualificado e
fragmentado em inúmeros setores e subsetores específicos. O setor de prestação de serviços
abrange a parcela mais significativa da produção com destacado crescimento recente e a
agricultura é prioritariamente produtora de frutas finas, como a uva, o caqui, o morango, o
pêssego e a tangerina.
As instalações da cidade compreendem – entre outras entidades - várias faculdades, um
aeroporto, distritos industriais, alguns shopping centers com modernas instalações, fórum,
complexos poliesportivos, estádios, museus, bibliotecas públicas e privadas, terminais
rodoviários municipais e intermunicipais, centros culturais e artísticos, instituições sindicais e
patronais, além de incontáveis parques públicos, jardins e praças arborizadas.
A localização político-administrativa mostra a cidade
dentro da Região Administrativa de Campinas, como
sede da Região de Governo de Jundiaí. Os
entroncamentos rodoviários que acessam a cidade
classificam-se entre os maiores e mais modernos do
Brasil. Dois aeroportos internacionais - com potencial
de transportes de passageiros e de cargas - localizam-se
a distâncias relativamente curtas. Uma linha férrea de
bons acessos atravessa o território do município e o
maior porto do país, na cidade de Santos, está a cerca de 130 km, acessado pelas maiores
rodovias do Brasil.
O território da cidade equivale à de um quadrado de quase 21 km de lado medindo 432 km2,
dos quais 91,4 km2 pertencem à Serra do Japi, uma área verde de vegetação nativa
praticamente virgem, legalmente tombada e preservada. Em território, cerca de 70% das
cidades paulistas e 52% das cidades brasileiras são menores que Jundiaí.
O clima é excelente, registrando – de acordo com o CEPAGRI – Centro de Pesquisa
Meteorológica e Climática Aplicadas à Agricultura, da UNICAMP – Universidade de
Campinas - uma temperatura média anual de 20,9ºC (ou 69,62ºF), com a temperatura mínima
média mensal de 14,6ºC (ou 58,28ºF) registrada mais frequentemente no mês de julho e
temperatura máxima média mensal de 27,0ºC (ou 80,60ºF) que ocorre com maior número de
vezes no mês de janeiro ou dezembro.
A classificação climática internacional de Köppen define Jundiaí como cidade de clima
“Cwa”, descrita como “clima tropical de altitude com chuva no verão e tempo seco no
inverno, com a temperatura média do mês mais quente superior a 22º Celsius (ou 71,6ºF)”.
Quanto à sua origem, efetivamente, Jundiaí não se emancipou de outro município, surgindo
como núcleo populacional autônomo há pouco mais de três séculos e meio, agregando
sucessivamente outros núcleos populacionais espontâneos e relativamente isolados.
Vários bairros apresentam significativa produção econômica industrial, comercial e de
serviços contando com redes de varejo basicamente autônomas. Os “tamanhos econômicos”
de alguns bairros ultrapassam os de várias cidades paulistas e de outras regiões do país.
Estas características identificam Jundiaí como uma cidade de sólida infra-estrutura e com
propensão a rentáveis investimentos.
Jundiaí no Brasil e no mundo
Jundiaí localiza-se no Estado de São Paulo, destacadamente a mais desenvolvida entre as a 27
unidades diretas e imediatas da Federação Brasileira. A participação econômica, tanto (1) do
país em relação mundo ao quanto (2) do Estado de São Paulo em relação ao país e (3) da
cidade de Jundiaí em relação ao estado exprimem números substanciais que evidenciam as
relevâncias das três unidades, o Brasil, o Estado de São Paulo e o município de Jundiaí.
O Brasil passa por significativa ‘promoção’ recente comparativamente às principais
economias do mundo. Em cerca de uma década, deixou a posição de décima-segunda
economia do mundo ascendendo à sexta colocação, conforme estatísticas do Fundo Monetário
Internacional oferecidas no gráfico abaixo:
Esta expressiva evolução no posicionamento
mundial do país conta com pesada
participação do Estado de São Paulo, ao qual
a cidade de Jundiaí pertence. São Paulo, de
acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, encerrou o ano de
2009 com um Produto Interno Bruto de R$
1.084.353.490.000,00, dentre os R$
3.239.404.053.000,00 do PIB brasileiro, mensurados pelo critério de “preços de mercado”,
medidos em reais correntes, na data de 31/12.
Nota-se uma participação estadual sólida, da qual Jundiaí contribui significativamente. A
tabela acima oferece o PIB do Brasil e dos maiores estados brasileiros, em 2009.
A representação gráfica abaixo apresenta a participação percentual dos estados brasileiros no
Produto Interno Bruto do Brasil, em 2009. Observa-se que São Paulo concorre com 33,47%
do PIB, ou seja, aproximadamente um terço de toda a produção nacional. Os quatro estados
seguintes, Rio de Janeiro (10,92%), Rio Grande do Sul (6,66%), Minas Gerais (8,86%) e
Paraná (5,87%), somam 32,37%, conforme o gráfico a seguir.
Realce-se ainda que o Estado de São Paulo alcança um PIB praticamente igual à soma dos
PIB’s de outras 22 unidades da federação (R$ 1.084.353.490.000,00, contra R$
1.108.261.851.000,00), conforme observável na tabela e gráfico acima.
Conclui-se que nos últimos anos, houve um crescimento econômico expressivo da economia
brasileira, da economia do Estado de São Paulo e da economia do município de Jundiaí.
Indicadores econômicos
O Brasil é hoje a sexta economia do mundo conforme dados do FMI – Fundo Monetário
Internacional e o Estado de São Paulo contribui com aproximadamente um terço da produção
nacional, de acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Jundiaí insere-se com relevância nestes dois contextos, o nacional e o estadual.
O gráfico abaixo mostra a evolução recente do “tamanho da economia” de Jundiaí, avaliado
pelo PIB, de 2003 a 2009, com projeções para o triênio 2010-2012:
As projeções para 2010, 2011 e 2012 são elaboradas exponencialmente, em função da taxa
geométrica de crescimento anual. Observa-se que está matematicamente projetado um PIB
superior a 25 bilhões de reais para o ano de 2012.
O gráfico abaixo mostra, por sua vez, o PIB real de Jundiaí, deflacionado pelo IGP-DI da
FGV – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna da Fundação Getúlio Vargas.
Identicamente, estão elaboradas as projeções exponenciais para 2010, 2011 e 2012, em função
da taxa geométrica de crescimento anual.
O PIB real projetado para 2012 é de R$
24.481 milhões, o que conduz à conclusão de
que hoje, a produção da cidade situa-se
pouco acima de 2 bilhões de reais médios
mensais.
Vejamos a participação econômica de
Jundiaí no Estado de São Paulo, ou seja, os
indicadores que avaliam o “tamanho”
comparativo da economia da cidade com as
demais cidades paulistas. Cinco variáveis são
usualmente empregadas para esta avaliação:
(1) o PIB, (2) o Valor Adicionado, (3) o
Índice Municipal de Participação no ICMS,
(4) a participação no comércio exterior e (5) o volume de depósitos no sistema bancário.
Estes variáveis são apresentadas nos demonstrativos ao lado:
É expressiva também a posição ocupada pela economia de Jundiaí no Estado de São Paulo,
comparativamente às demais cidades paulistas. O município detém o 9º PIB e o 9º Valor
Adicionado do Estado, variáveis indicativas de uma atividade produtiva intensa, seguramente
decorrente de uma alta rentabilidade do capital investido. A produção é diversificadamente
distribuída entre Indústria, Comércio, Serviços, Construção Civil e Agropecuária.
O município ocupa o 8º lugar entre as 645 cidades paulistas no Índice do ICMS – Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, sugerindo uma circulação de mercadorias
substancial dentro do território da cidade.
É a 12ª cidade em “comércio exterior”, estimado pela semi-soma de exportações e
importações, destacando-se os mais de 2 bilhões de dólares destinados principalmente à
importação de bens de capital da indústria e da prestação de serviços, no ano de 2009,
conforme se observa na tabela abaixo.
A ótima posição de Jundiaí entre as 645
cidades paulistas e o próprio “tamanho”
expressivo da economia de São Paulo
colocam a economia de Jundiaí em
proporções da dimensão econômica até de
algumas unidades da federação vinculadas
diretamente à União. A tabela ao lado mostra
que o PIB de Jundiaí ultrapassou o PIB de
quatro estados brasileiros, em 2009.
Vê-se que o PIB de Jundiaí ultrapassa o do Estado de Tocantins em quase 25%, é mais do que
o dobro dos PIB’s dos estados do Amapá e do Acre (224% maior que o primeiro e 225%
maior do que o segundo) e é praticamente o triplo do Estado de Roraima. Estes comparativos,
que atribuem a Jundiaí uma proporção econômica de Estado, evidenciam a magnitude do
imenso potencial econômico da cidade.
Para o conhecimento do perfil da produção de Jundiaí, ou seja, a composição da produção
interna por setores, é necessário recorrer ao Valor Adicionado de 2009, último ano de
divulgação pelo IBGE e Fundação SEADE. O Valor Adicionado total – em moeda corrente -
alcançou naquele ano R$14.258,6 milhões, dos quais o setor de serviços concorreu com
63,0% da produção municipal, a indústria com 36,8% e a agropecuária com 0,2%. Deste total,
a administração pública foi responsável diretamente por 5,7%.
A representação gráfica abaixo mostra a evolução do Valor Adicionado de Jundiaí, em termos
absolutos, por setores de 2003 a 2009:
Proporcionalmente, a evolução do perfil das parcelas de cada componente setorial, de 2003 a
2009, do Valor Adicionado de Jundiaí é mostrado no gráfico abaixo.
Em 2009, a indústria concorre com 36,77%, o setor de serviços com 62,98% e a Agropecuária
com 0,25%. Ressalve-se que a participação percentual reduzida da agropecuária não se deve a
uma queda na produção do setor, mas a pesados incrementos sucessivos nos demais setores.
Num perspectiva histórica, há mais ou menos um século, o destaque da produção jundiaiense
foi a agricultura, pontualmente representado e simbolizado em textos históricos sobretudo
pela produção de uva de mesa, daí o slogan e denominação promocional consagrada de
Jundiaí, terra da uva. Esta lavoura permanente – bíblica e anterior à humanidade, conforme
historiadores - chegou a ser por alguns anos ou talvez décadas a principal produção do
município. O foco produtivo jundiaiense permaneceu na agricultura agregado pelo café no
modelo agrário-exportador brasileiro, especialmente nos territórios que hoje pertencem a
cidades depois emancipadas.
Uma mudança decisiva do foco na agricultura ocorreu na primeira metade do século XX, em
direção à indústria muito especialmente na área de produção têxtil. Mais adiante, a partir dos
anos 1970, a indústria jundiaiense iniciou um vigoroso crescimento em outros segmentos
como a metalurgia, a alimentícia, a química, a construção civil, etc.
Mais recentemente, há questão de talvez duas décadas, é clara a inclinação do perfil produtivo
do município na direção dos serviços, especialmente os vinculados a Tecnologia e a
Logística. Hoje, as maiores empresas da cidade apresentam relevantes componentes e
aspectos tecnológicos e/ou atividades logísticas extraordinariamente desenvolvidas.
Esta seqüência histórica que registra consecutivamente agricultura » indústria »
serviços assemelha-se à evolução da economia dos países desenvolvidos da Europa e da
América do Norte. Estes dois continentes apresentam uma participação do setor de serviços
em relação ao total da economia de quase 2/3, isto é, muito próxima dos 62,98% conseguidos
por Jundiaí.
Indicadores sociais
As taxas acentuadas de crescimento econômico não comprometeram os indicadores
estatísticos de natureza social, nem decorreram em deterioração ambiental comprometedora,
como foi ocorrência de praxe em situações análogas em todo o mundo e como ocorreu
sistematicamente em crescimentos econômicos abruptos no passado, aqui no Brasil. Pelo
contrário, os indicadores usuais nacionais e mundiais de qualidade de vida apresentam bons
números.
O último IDHM – Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal
(elaborado pelo IPEA, com metodologia da
Organização das Nações Unidas) divulgado
classifica Jundiaí como a 4ª cidade entre as
645 do Estado de São Paulo, com índice de
0,857, em uma escala que varia de 0 a 1.
Este indicador, de reconhecimento
internacional, equipara a qualidade de vida da cidade de Jundiaí à qualidade de vida de alguns
importantes países inclusive europeus, como o Reino Unido, a República Checa, a Hungria, a
Polônia e Portugal e também aos Emirados Árabes Unidos, conforme mostrado na tabela
acima.
Outro indicador usual de qualidade de vida para cidades do Estado de São Paulo,
o IPRS – Índice Paulista de Responsabilidade Social, concebido pelo PNUD – Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento é elaborado e divulgado pela Fundação SEADE -
Sistema Estadual de Análise de Dados em função de variáveis de três naturezas a que se
chama de "dimensões".
São a (1) a "dimensão riqueza", (2) a "dimensão longevidade" e (3) a "dimensão escolaridade"
que, de acordo com a Fundação Seade "quando combinados geram uma tipologia que
classifica os municípios do Estado de São Paulo em cinco grupos". A última divulgação foi no
ano de 2008, que classificou Jundiaí entre as primeiras cidades do Estado de São Paulo, no
"Grupo-1", descrito como "Município com nível elevado de riqueza e bons níveis nos
indicadores sociais".
Esta avaliação de desempenho das condições sociais do município, pelo Índice Paulista de
Responsabilidade Social, mostra sensível crescimento dos indicadores de Jundiaí nos últimos
anos. De 2002 a 2008, a "dimensão riqueza" evoluiu de 53 para 63, a "dimensão longevidade"
de 71 para 76 e a "dimensão escolaridade" de 64 a 85. A representação gráfica abaixo mostra
a evolução destes indicadores.
Além de crescentes, estes indicadores evidenciam estatisticamente a posição de Jundiaí em
um nível alto, conforme é observável através da comparação dos indicadores da cidade com
os indicadores de uma região geograficamente maior, a do Estado de São Paulo, expressa na
tabela que segue:
A manutenção de saudáveis indicadores sociais e estáveis indicadores ambientais,
simultaneamente a elevadas taxas de crescimento econômico, como ocorreu em Jundiaí nestes
primeiros anos do século XXI, não foi tarefa fácil alcançada ao acaso ou por mera decorrência
natural automática. Deveu-se, como os números conduzem a transparecer, a intensa
vigilância, empenho e firmeza de propósito na construção de uma cidade ímpar no país, com
investimentos solucionadores especialmente em saúde e educação. De fato, uma das
prioridades da cidade, no decorrer do desenvolvimento econômico recente foi preservar
paralelamente as variáveis não econômicas.
Agregue-se ainda à causa da não desqualificação social em paralelo ao desenvolvimento
econômico tenha sido(1) a relativamente leve taxa de crescimento demográfico da
cidade, (2) a elaboração, revisão sistemática e rigoroso cumprimento de planos diretores e
outros instrumentais de planejamento e (3) a qualidade da infra-estrutura pública educacional,
de saúde e de serviços públicos, possibilitadas por uma administração pública eficiente e pela
própria arrecadação tributária decorrente deste desenvolvimento.
População, emprego e renda
Nas últimas quatro décadas, a população residente de Jundiaí elevou-se de 169.076 em 1970
(de acordo com o IBGE) para cerca de 369.710 habitantes em 2010 (estimativa da Fundação
SEADE), crescendo assim a uma taxa geométrica anual média de 1,975%. No entanto, esta
taxa de grande expressão nas ciências demográficas, nas últimas três décadas registra um
crescimento - mais comedido - de 1,195% ao ano.
A seguir, estão apresentadas as taxas geométricas anuais médias de crescimento populacional
da cidade, do Estado de São Paulo e do País, nos períodos intermediários entre os censos
nacionais oficiais.
Em comparação com o Estado de São Paulo e o Brasil, o crescimento da população residente
de Jundiaí situou-se em posição intermediária. O gráfico abaixo apresenta a evolução das
populações da cidade, do Estado e do País, uniformizadas com base igual a 1, para a data de
1º de setembro de 1970, dia de referência do censo demográfico daquele ano.
Observa-se que – em 40 anos - a população residente de Jundiaí foi multiplicada por 2,19, a
do Estado de São Paulo por 2,32 e a do Brasil por 2,05.
Interpreta-se a evolução da população de Jundiaí, por intermédio da existência de dois
componentes demográficos. Primeiro, o crescimento natural reprodutivo dos residentes, o
chamado “crescimento vegetativo”, ligeiramente superior à média nacional. Segundo, lê-se
nestas estatísticas uma cidade com movimentos migratórios acentuados para padrões
nacionais, havendo mais cidadãos que vem “de fora para dentro” do que vão “de dentro para
fora” da cidade, porém com imigrações moderadas quando confrontadas com as da Região
Metropolitana de São Paulo e, mais amplamente, com o próprio contorno geográfico desta
região, formado pelas cidades vizinhas.
Em outras palavras, nas últimas quatro décadas a população jundiaiense cresceu
significativamente menos do que as populações das cidades vizinhas e do que as cidades da
Região Metropolitana de São Paulo devido a fluxos imigratórios menos acentuados.
Em dados absolutos, a evolução da população jundiaiense é mostrada no gráfico abaixo, onde
as barras tracejadas indicam dados objetivos dos censos do IBGE e as barras cheias oferecem
projeções em função de taxas geométricas anuais. As projeções de 2010 a 2020, como é praxe
nas ciências demográficas, foram projetadas com a mesma taxa geométrica de crescimento da
década imediatamente anterior, ou seja, de 2000 a 2010.
Esta “leve” taxa de crescimento demográfico de Jundiaí, comparativamente com uma larga
região em que está geograficamente inserida, foi uma das causas que da existência, hoje, de
bons indicadores sociais. Em outras palavras, o crescimento econômico foi compatível com o
crescimento demográfico sem comprometer questões de naturezas sociais.
Além disso, a população de Jundiaí conta com uma mão-de-obra qualificada. O crescimento
econômico das últimas duas décadas conduz à conclusão de que a evolução da produção e do
“tamanho econômico” da cidade absorveu razoavelmente bem a população trabalhadora local.
O gráfico a seguir apresenta a evolução da população e do número de empregos ocupados
registrados em carteira do trabalho, conforme dados respectivamente do IBGE e do Ministério
do Trabalho e Emprego, através da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais.
A taxa de crescimento do emprego é maior do que a taxa de crescimento da população
residente. No ano de 1991, Jundiaí contava com 76.725 empregos para uma população de
289.269 habitantes, isto é, uma população economicamente ativa (PEA) de 26,52%. Duas
décadas depois, em 2010, a cidade mostrava a existência de 162.181 empregos e uma
população de 369.710 habitantes, elevando a proporção de população empregada para
extraordinários 43,9%, percentual que se aproxima da parcela observada nos países
economicamente desenvolvidos.
A crescente parcela de empregos ocupados em relação à população Jundiaí, nos últimos 20
anos e mostrada no gráfico a seguir.
A evolução destes percentuais indica a qualificação da mão-de-obra da cidade.
Esta qualificação da mão-de-obra decorre também do sistema de ensino que a cidade detém.
Os últimos dados acerca de cursos superiores por municípios divulgados pelo Ministério da
Educação são do ano de 2007. A partir destes dados, é razoável estimar que Jundiaí conta com
aproximadamente 25 mil alunos concluintes de cursos superiores, no ano de 2012. Os setores
com maior número de concluintes – conforme a própria classificação do Ministério -
aproximadamente são, pela ordem: (1) Ciências Sociais, Negócios e Direito, (2) Engenharia,
Produção e Construção, (3) Educação, (4) Saúde e Bem-estar Social, (5) Ciências,
Matemática e Computação, (6) Humanidade e Artes e (7) Serviços.
Ainda há que se destacar, com relação ao sistema de ensino, a proximidade da USP –
Universidade de São Paulo, maior instituição de ensino superior e pesquisa do Brasil, uma
universidade pública, mantida pelo Estado de São Paulo e ligada à Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, há cerca de 50 km de Jundiaí. E também
a UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas especialmente por sua formação e
produção científica nas Ciências Humanas, também há 50 km de Jundiaí. Registre-se também
na cidade uma unidade da Fundação Getúlio Vargas com cursos de pós-graduação,
especialmente nas várias subáreas de Administração de Empresas.
Rentabilidade do capital em Jundiaí
Indicadores oficiais confiáveis evidenciam que, na prática, a rentabilidade de investimentos e
inversões de capital no território de Jundiaí é acentuada. Não fosse apenas por julgar a franca
evolução dos agregados econômicos como o Produto Interno Bruto e o Valor Adicionado,
também as taxas de crescimento da economia jundiaiense tem superado as taxas de
crescimento do Estado de São Paulo e as taxas nacionais. De fato, homogeneizados na mesma
base de "ano de 2002 igual a 100", o PIB do Brasil cresceu em sete anos, 20,1% e o PIB do
Estado de São Paulo 58,3%. Em idêntico período, o PIB de Jundiaí elevou-se em 85,5%. O
gráfico a seguir mostra esta evolução, ano a ano, partindo da base igual a 100 no ano de 2002.
Destes índices, decorre que no período 2002-2009, a economia do Brasil cresceu em média
2,61% ao ano, a economia paulista 6,78% ao ano e a economia de Jundiaí 9,25% anuais.
Esta última taxa de crescimento de Jundiaí contrasta expressivamente, por exemplo, com as
taxas recentes de crescimento das economias de países da Europa e da América do Norte e
aproxima-se às altas taxas atuais da China Continental. Tudo isso, a despeito do
enfrentamento de (1) juros nacionais sistematicamente altos, (2) moeda nacionalmente
supervalorizada há anos, quer dizer dólar significativamente reduzido comprometendo o
acesso ao mercado externo e (3) carga tributária federal elevada.
Em seguida, são apresentados estes números em tabela.
Mostrado em gráfico, assim se apresenta a evolução dos PIB´s de Jundiaí, do Estado de São
Paulo e do Brasil, devidamente deflacionados, no período de 2002 a 2009 e mantendo a base
de 2002 = 100.
Estes números conduzem à conclusão de ter havido um crescimento econômico elevado em
Jundiaí em proporções substancialmente maiores que as do Estado de São e muito mais
substancialmente maiores que as taxas do Brasil. Tendo como pano de fundo a sensibilidade
que o investimento de capitais tem em função da percepção de rentabilidade, deduz-se
independente da recorrência a outras variáveis e outros argumentos, que (1) a atração da
cidade por investimentos é muito alta e (2) os investimentos de capitais nos últimos anos
foram bem sucedidos.
Esta afirmação é reforçada pelo potencial de consumo no contorno existente de Jundiaí.
Tomando como referência aleatória um círculo de 100 km com centro em Jundiaí, em
distância linear não rodoviária, alcança-se toda a Região de Governo de Jundiaí, uma parte
significativa da Região Metropolitana de Campinas a noroeste, uma pequena área da Região
de Governo de Piracicaba a oeste, cerca de metade da Região Administrativa de Sorocaba a
sudoeste, quase toda a Região Metropolitana de São Paulo a sul-sudeste e também quase toda
Região de Governo de Bragança Paulista a nordeste, conforme apresentado no mapa abaixo.
Esta região, com aproximados 31,15 mil km2 somou em 2009, um PIB de R$
779.735.360.000,00, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Esta
cifra equivale a fantásticos 72% do PIB de todo o Estado de São Paulo e a quase 1/4 do PIB
do Brasil, mais precisamente 24,07%. É seguro se afirmar, portanto, fundamentado em
estatísticas levantadas e divulgadas fora da área territorial e política de Jundiaí, que a cidade
encontra-se no centro de um círculo de 100 km de raio cujo território é produtor de quase 1/4
da produção nacional.
Deflacionando-se estes praticamente 780 bilhões de reais para valores de 2011, pelo Índice
Geral de Preços – Disponibilidade Interna da Fundação Getúlio Vargas, chega-se a 912
bilhões de reais. Arredondadamente, estabelecendo-se a paridade monetária de US$ 1 = R$ 2,
pode-se confiavelmente avaliar a produção deste "círculo" em 456 bilhões de reais, valor que
ultrapassa o PIB de vários países europeus, latino-americanos e asiáticos, conforme mostrado
na tabela.
Além disso, este "círculo" de 100 km ao redor de Jundiaí apresenta – apenas como referência,
pela mesma metodologia acima - um produto de cerca de metade de todo o produto da
Austrália, cerca de 63% do produto de toda a Argentina e o dobro do Equador ou Iraque.
Estes indicadores, coletados, selecionados, deflacionados e apresentados dentro dos critérios
rigorosos da Estatística Descritiva são indicativos de uma cidade com largo "tamanho
econômico" e alto retorno de investimentos. Jundiaí pelo seu "tamanho econômico" e
atratividade de capitais é uma cidade que orgulhosamente concorre para o crescimento do
Estado e do Brasil.
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