anÁlise de ensaios de bombeamento de poÇos profundos de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM
CENTRO DE EDUCAO SUPERIOR NORTE - RS (CESNORS)
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
ANLISE DE ENSAIOS DE BOMBEAMENTO DE
POOS PROFUNDOS DE FREDERICO WESTPHALEN
PARA ESTRUTURAO DE BASE DE DADOS PARA
OUTORGA DA GUA
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
Jean Carlos Candaten
Frederico Westphalen, RS, Brasil
2014
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ANLISE DE ENSAIOS DE BOMBEAMENTO DE POOS
PROFUNDOS DE FREDERICO WESTPHALEN PARA
ESTRUTURAO DE BASE DE DADOS PARA OUTORGA
DA GUA
Jean Carlos Candaten
Trabalho de concluso de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental
e Sanitria, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como
requisito parcial para obteno do grau de
Engenheiro Ambiental e Sanitarista
Orientadora: Prof. Dr. Malva Andrea Mancuso
Frederico Westphalen, RS, Brasil.
2014
Universidade Federal de Santa Maria
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Departamento de Cincias Agronmicas e Ambientais
Curso de Engenharia Ambiental e Sanitria
A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de
Concluso de Curso
ANLISE DE ENSAIOS DE BOMBEAMENTO DE POOS
PROFUNDOS DE FREDERICO WESTPHALEN PARA
ESTRUTURAO DE BASE DE DADOS PARA OUTORGA DA GUA
elaborado por
Jean Carlos Candaten
como requisito parcial para obteno do grau de
Engenheiro Ambiental e Sanitarista
COMISSO ORGANIZADORA
Prof Dra. Malva Andrea Mancuso
(Orientadora)
Prof. Dr. Bruno Segalla Pizzolatti (UFSM)
Prof. Dr. Raphael Correa Medeiros (UFSM)
Santa Maria, 01 de dezembro de 2014.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) campus Frederico Westphalen por me proporcionar o ensino e aprendizagem necessrios para confeco deste
trabalho. Aos professores, que ao longo dos anos de curso, no mediram esforos em
transmitir os ensinamentos que levarei ao longo da vida profissional e intelectual.
Agradeo minha orientadora, Malva Andrea Mancuso, por, alm da orientao, a
amizade e confiana no trabalho realizado acreditando no meu trabalho e enaltecendo meu
potencial como futuro Engenheiro Ambiental e Sanitarista. Agradeo a amizade todos meus
colegas que no passar dos anos fizeram das vsperas de prova, dias de descontrao ou
desespero, mas que no fim das contas, renderam em aprovaes e muitas alegrias.
Agradeo Prefeitura Municipal de Frederico Westphalen, atravs da Secretaria de
Obras, pela disponibilizao dos dados referentes a meu trabalho, sem os quais este no seria
vivel. Aos meus amigos que mesmo de longe, sempre apoiaram minhas escolhas e fizeram
de minha vida mais alegre, descontrada e desafiadora.
Agradeo as pessoas que fizeram parte de minha vida nos anos de estudo no Seminrio
Carmelitano Teresiano de Passo Fundo. Aos freis, seminaristas, cozinheira e a todos a quem
conheci, por me proporcionarem experincias nicas na vida.
Agradeo a meus pais e irmo, juntamente com meus parentes, a toda criao e
ensinamento de valores essenciais para a convivncia em famlia e na sociedade. Por todas
horas envolvidas pra me corrigir e tentar mostrar o lado bom das coisas. A Las da Rocha
Giovenardi, com quem passo meus dias mais felizes, que est a meu lado para as batalhas da
vida e que devo muito pelos conselhos e trocas de opinies. Enfim, agradeo a Deus pela
sade e pelo maior presente que at hoje tenho, meu filho Pedro Henrique, que colaborou
muito para que eu conseguisse acabar este trabalho.
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EPGRAFE
Hoje j no somos mais to magros
Nossa memria no mais a mesma
Nosso forte nunca foi a beleza
Isso nunca foi problema eu tenho certeza
Orgulhosamente seguimos bbados
Orgulhosamente seguimos sonhando
Que seremos eternos
Nossos filhos sero os jovens
E ns os modernos
Quem inventou a razo a emoo desconhece
Criamos a falsa impresso que s o corpo que cresce
Sofremos juntos com a dor dos amigos
A amizade maior do que tudo j diziam os antigos
Orgulhosamente seguimos bbados
Orgulhosamente seguimos sonhando
Que seremos eternos
Nossos filhos sero os jovens
E ns os modernos
(Diego Dias)
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RESUMO
Trabalho de Concluso de Curso
Universidade Federal de Santa Maria
ANLISE DE ENSAIOS DE BOMBEAMENTO DE POOS
PROFUNDOS DE FREDERICO WESTPHALEN PARA
ESTRUTURAO DE BASE DE DADOS PARA OUTORGA DA GUA
Autor: Jean Carlos Candaten
Orientadora: Prof. Dra. Malva Andrea Mancuso
Data e Local de Defesa: Frederico Westphalen, 01 de dezembro de 2014.
Devido demanda crescente de gua para abastecimento pblico, v-se a necessidade
de fontes alternativas para obteno desta. A gua subterrnea uma fonte abundante, onde
na maioria das vezes encontra-se em melhor qualidade que a de mananciais superficiais. A
Formao Serra Geral a unidade hidrogeolgica que abrange a regio de estudo. Esta
dividida entre Formao Serra Geral I e II e apresentam potencialidades hdricas diferentes.
Este trabalho apresenta um estudo da potencialidade para abastecimento por guas
subterrneas no municpio de Frederico Westphalen, por meio da anlise de ensaios de
bombeamento de poos profundos. Foram realizados nestes parmetros hidrodinmicos a
anlise da vazo especfica, transmissividade e vazo. Assim foram determinadas as reas de
maior produtividade no municpio a partir de dados de ensaios de bombeamento.
Constatou-se na rea, valores elevados dos parmetros sendo o mximo encontrado de
22,02 m/h/m para vazo especfica, 75 m/h para vazo e de 1756,8 m/d para
transmissividade. Estes valores representam boa produtividade, entretanto a maioria deles
tiveram valores muito inferiores, caracterizando baixa produtividade.
O estudo realizado resultou na identificao dos poos mais produtivos, situando-se na
regio sudoeste e os menos produtivos ao norte do municpio. Estes se encontram nas
localidades da Linha So Brs (JP112), Distrito Osvaldo Cruz (JP102), Linha So Joo do
Porto (JP123) e Linha Volta Grande (6190/FDV1). Todos os poos possuem vazo acima de
0,083 m/h, valor limite para dispensa de outorga exigida pela Secretaria Estadual do Meio
Ambiente (SEMA) do Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: Ensaios de bombeamento, poos profundos, Frederico Westphalen.
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ABSTRACT
Due to increasing demand of water for public supply, we see the need for alternative
sources for obtaining this. Groundwater is an abundant source, which in most cases is better
quality than the surface waters. The Serra Geral Formation is the hydrogeological unit
covering the study area.
This is divided between the Serra Geral Formation I and II and have different water
potential. This paper presents a study of the potential for groundwater supply for the city of
Frederico Westphalen, through the analysis of deep well pumping tests. Were made in these
hydrodynamic parameters the analysis of the specific flow, transmissivity and flow. So there
were certain areas of higher productivity in the municipality from pumping test data.
It was found in the area, high values of the parameters and the maximum found in
22.02 m / h / m for specific flow 75 m / h for flow and 1756.8 m / d to transmissivity. This
represents good productivity, though most of them had much lower values, featuring low
productivity.
The conducted study resulted in the identification of the most productive wells,
standing in the southwest region and the least productive north of the city. These are the
locations of So Brs Line (JP112), District Osvaldo Cruz (JP102), So Joo do Porto Line
(JP123) and Line Volta Grande (6190 / FDV1). All wells have flow above 0.083 m / h limit
for granting waiver required by the State Secretary Department of the Environment (SEMA)
of Rio Grande do Sul.
Keywords: pumping tests, deep wells, Frederico Westphalen.
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LISTA DE ANEXOS E APNDICES
Anexo A Modelo de teste de produo (SEMA)...................................................................56
Anexo B - Requerimento de Regularizao da Construo de Poo Tubular e Outorga do Uso
de gua Subterrnea (Concedida para poo que esteja sendo explorado sem outorga)...........57
Anexo C Tabela de caractersticas hidrulicas dos poos profundos de Frederico
Westphalen................................................................................................................................61
Anexo D Tabela de localizao e dados gerais dos poos profundos de Frederico
Westphalen................................................................................................................................62
Apndice A Testes de bombeamento.....................................................................................63
Apndice B Grficos de rebaixamento dos poos de Frederico Westphalen.........................93
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SUMRIO
AGRADECIMENTOS ........................................................................................ 3
EPGRAFE .......................................................................................................... 4
RESUMO ............................................................................................................. 5
ABSTRACT ......................................................................................................... 6
LISTA DE ANEXOS E APNDICES ............................................................... 7
INTRODUO ................................................................................................. 10
OBJETIVOS ...................................................................................................... 12
1 REFERENCIAL TERICO ......................................................................... 13
1.1 Arcabouo legal sobre os recursos hdricos................................................................13
1.2 Aqufero fraturado ..................................................................................................... 14
1.3 Bacia hidrogrfica do Rio da Vrzea ........................................................................ 16
1.3.1 Disponibilidade hdrica .............................................................................................. 18
1.4 Geologia do noroeste do Rio Grande do Sul - Formao Serra Geral.....................20
1.5 Hidrogeologia do noroeste do Rio Grande do Sul ................................................... 22
1.6 Testes de bombeamento .............................................................................................. 24
1.6.1 Interpretao de ensaios de bombeamento ................................................................ 25
1.6.2 Parmetros para interpretao de ensaios de bombeamento ...................................... 25
1.6.3 Sistemas de Informao Geogrfica (SIG) como Sistema de Suporte a Deciso
Espacial (SDSS) .................................................................................................................. 26
1.7 Caracterizao da rea de estudo .............................................................................. 27
2 METODOLOGIA .......................................................................................... 30
2.1 Dados quantitativos da outorga da gua subterrnea ............................................. 30
2.2 Estruturao de dados ................................................................................................ 31
2.3 Testes de bombeamento......................... ..................................................................... 32
2.4 Clculo de transmissividade.........................................................................................34
2.5 Caractersticas da base de dados para SIG... ........................................................... 35
2.6 Utilizao de SIG ........................................................................................................ 36
3 RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................... 36
3.1 Vazo ............................................................................................................................ 39
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3.2 Vazo especfica .......................................................................................................... 41
3.3 Transmissividade ........................................................................................................ 44
4 CONCLUSO ................................................................................................ 47
5 SUGESTES..................................................................................................49
6 REFERNCIAS ............................................................................................. 50
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INTRODUO
O aumento na demanda de gua para abastecimento preocupante nos dias atuais,
frente escassez da mesma. Na regio que abrange a Bacia do Rio da Vrzea, situada ao norte
do Rio Grande do Sul, h necessidade de buscar outras fontes de gua de qualidade e em
quantidade suficiente para o consumo da populao, pois ainda encontram-se famlias que no
so atendidas com rede de gua.
Geralmente, em comunidades do interior dos municpios, o abastecimento por poos
de gua subterrnea, onde na maioria das vezes, no possuem dados quantitativos para
explotao correta do manancial. Estes dados, indicam o potencial que o aqufero tem para ser
explorado.
Grande parte das perfuraes de poos profundos so realizadas sem grandes xitos,
devido a falta de informaes geolgicas e hidrogeolgicas da rea, ocasionando em
investimentos sem retorno e construo de poos com baixas vazes, e muitas vezes com
produtividade insignificante.
Na regio de estudo encontra-se o Sistema Aqufero Serra Geral (SASG), que
caracterizado pela presena de aquferos fraturados, associados sequncia de rochas
vulcnicas cidas e bsicas. Dessa forma, para o estudo desses aquferos necessrio
trabalhar com a anlise dos diferentes condicionantes, o que possvel quando se utilizam
tcnicas de integrao de dados.
Para a anlise das caractersticas de aquferos e melhor interpretao de dados, o uso
de um Sistema de Informao Geogrfica (SIG), ferramenta utilizada para estes. O SIG serve
como um Sistema de Suporte a Deciso Espacial (SADE) ou em ingls, Spatial Decision
Support Systems (SDSS), podendo reproduzir eventos hidrogeolgicos e auxiliar na
interpretao destes para o melhor gerenciamento dos mananciais subterrneos.
A utilizao dos sistemas aquferos para explotao e gesto da gua subterrnea,
implica no conhecimento da geometria do reservatrio e na definio das suas condies
limites, bem como a avaliao dos parmetros hidrodinmicos (MARIANO, 2005). Estes
parmetros so determinados atravs da interpretao de observaes precisas e metdicas
realizadas durante os testes de bombeamento.
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O estabelecimento de critrios definidores para a correta utilizao dos recursos
hdricos condio necessria para minimizar os efeitos que sua utilizao errnea e
descompromissada tem causado ao homem e ao meio ambiente, muitas vezes deixando
sequelas irreversveis (CHAVES, 2001).
Em um quadro geral, a falta de dados referentes s guas subterrneas impede a
utilizao destes para uma gesto integrada dos recursos hdricos no mbito das bacias
hidrogrficas. Portanto, de extrema importncia a disponibilizao das informaes
existentes para o uso e tomada de decises dos rgos responsveis por tal funo.
Desse modo, devido necessidade da ampliao da rede de distribuio de gua para
consumo humano em comunidades isoladas, que no so atendidas por abastecimento de
guas superficiais, este estudo hidrogeolgico pretende dar subsdios ao mapeamento da
potencialidade hdrica do aqufero Serra Geral no municpio de Frederico Westphalen.
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OBJETIVOS
Como objetivo geral, o presente trabalho visa organizar dados de ensaios de
bombeamento de poos de Frederico Westphalen para a anlise de potencialidade hdrica e
elaborao de mapas de potencial hidrogeolgico.
Objetivos especficos
- Identificar reas com elevado potencial para a explotao de gua subterrnea.
- Avaliar a disponibilidade hdrica instalada dos poos de captao de gua para
abastecimento pblico por meio da interpretao de testes de bombeamento;
- Permitir o conhecimento de tendncias espaciais na disponibilidade hdrica subterrnea no
municpio de estudo;
- Disponibilizar dados de cadastramento e hidrulica de poos do municpio de Frederico
Westphalen, a fim de melhorar o acesso informao.
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1 REFERENCIAL TERICO
1.1 Arcabouo legal sobre recursos hdricos
O conjunto de leis do Brasil sobre a gesto dos recursos hdricos foi criado
prioritariamente para as guas superficiais, especialmente no Direito da gua, sobre a
regulamentao do uso dos recursos hdricos. A concepo recente da importncia das guas
subterrneas, fez com que, por muito tempo, no houvesse uma orientao a nvel nacional e
geral para as questes destas.
A legislao federal mais antiga relacionada s guas subterrneas, excetuando-se o
Cdigo de guas de 1934, est ligada s questes qualitativas desta, tendo enfoque nas
caractersticas minerais, proteo do meio ambiente e qualidade da gua para consumo. Foi a
partir de discusses sobre o estudo do Aqufero Guarani, em 1999, que se percebeu a
necessidade de normas de orientao geral, de abrangncia nacional, para a questo das guas
subterrneas (HAGER, 2008).
O ponto inicial e grande marco da legislao sobre o assunto deu-se com a criao da
Cmara Tcnica Permanente de guas Subterrneas do Conselho Nacional de Recursos
Hdricos (CNRH), em 2000, e a aprovao da resoluo CNRH n 15, em 2001. Esta ltima
trouxe aspiraes que continham no Projeto de Lei Federal que ficou mais de 15 anos sendo
debatido e que posteriormente foi arquivado no Congresso Nacional.
Devido ao aumento da percepo, seja pela demanda de gua ou diminuio da oferta
de guas superficiais, a gua subterrnea vem sendo cada vez mais inserida na discusso para
uma melhor normatizao. A Resoluo n 15 do CNRH, criou algumas diretrizes que
asseguram a promoo da gesto integrada das guas subterrneas e superficiais quanto
disponibilidade e qualidade, sendo uma delas a seguinte:
Art. 3: III - Nas outorgas de direito de uso de guas subterrneas devero ser
considerados critrios que assegurem a gesto integrada das guas, visando evitar o
comprometimento qualitativo e quantitativo dos aquferos e dos corpos de gua
superficiais a eles interligados;
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Pargrafo nico. Os Planos de Recursos Hdricos devero incentivar a adoo de
prticas que resultem no aumento das disponibilidades hdricas das respectivas
Bacias Hidrogrficas, onde essas prticas forem viveis. (CNRH, 2001)
Nos planos estaduais ou mesmo em planos de bacia, as quantificaes hdricas tm
enfoque prioritrio nos corpos hdricos superficiais e suas condicionantes, compostos
inclusive com modelos hidrolgicos, e raramente aprofundam-se em temas relacionados ao
escoamento subterrneo.
Devido a fcil percepo sobre efeitos nos recursos superficiais e interesse que se tem
atrelado a este, o grau de compreenso e aprofundamento tcnico-cientfico na questo dos
aquferos amenizado, onde se deixa de ter uma viso mais integrada para os estudos de
desenvolvimento e ampliao da captao e uso racional da gua subterrnea (KIRCHHEIM e
AGRA, 2008).
Mesmo com a legislao vigente atual, ainda no se tem estabelecido valores
quantitativos para a explotao de gua subterrnea. Levando em considerao este fato,
torna-se imprescindvel o estudo de potencialidade dos aquferos com vista outorga das
guas subterrneas para seus diferentes usos.
1.2 Aqufero fraturado
No local de ocorrncia de rochas gneas ou metamrficas formam-se os aquferos de
fraturas ou fissuras, devido esses tipos de rochas apresentar fraturas que so ocupadas pela
gua. H uma grande dificuldade na perfurao de poos, pois depende da preciso em
acertar uma fratura que contenha uma boa disponibilidade de gua, o que nem sempre
possvel de se calcular previamente.
Em geral, os poos perfurados em aquferos fraturados so os menos produtivos, mas,
por questes de localizao geogrfica, so muito importantes para o abastecimento no Brasil,
pois vrios esto localizados em grandes cidades e so muito utilizados no abastecimento. Nas
imagens 1 e 2 pode-se ver a estrutura de uma rocha de aqufero fraturado e qual sua
conformao referente ao tipo de porosidade do sistema (WINKLER, 20--).
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Figura 1 - Rocha de aqufero fraturado Fonte: Autor.
Figura 2 - Tipos de porosidade em rochas de aquferos Fonte:
Os aquferos fraturados so localizados onde h rochas vulcnicas, sendo seu principal
condicionante para formao, as estruturas tectnicas. Os condicionantes secundrios
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consistem na estruturao primria da rocha, no relevo e no solo (tipo e espessura). Esse
aqufero caracterizado por uma forte anisotropia, ou seja, variao de vazes e por
capacidades especficas, em geral baixas.
A forma de captao das guas subterrneas ocorre por meio de poos tubulares. Na
regio nordeste do estado do Rio Grande do Sul o aqufero fraturado possui grande
importncia, pois a maior parte dos poos perfurados utilizada para abastecimento pblico
(urbano e rural), seguido pelas indstrias (os municpios de Caxias do Sul, Bento Gonalves,
Flores da Cunha e Farroupilha), pelo setor domstico, agrcola e pelo ramo de recreao
(REGINATO e STRIEDER, 2006).
Nessa regio, a ocorrncia do aqufero fraturado est associada a estruturas tectnicas
(fraturas e zonas de fraturas), sendo esse o principal fator geolgico adotado nos estudos de
prospeco.
1.3 Bacia hidrogrfica do Rio da Vrzea
A Bacia Hidrogrfica do Rio da Vrzea est localizada no norte do Rio Grande do Sul,
entre as coordenadas geogrficas 2700' a 2820' de latitude Sul e 5230' a 5350' de
longitude Oeste (Figura 3). Abrange a Provncia Geomorfolgica Planalto Meridional
(SEMA, 2010). Segundo a classificao da Agncia Nacional das guas (ANA), a Bacia do
Rio da Vrzea contribuinte da Bacia do Rio Uruguai e integrante da Bacia do Rio da Prata,
cujas guas desguam no Oceano Atlntico.
A Bacia do Rio da Vrzea situa-se no norte do Estado, composto por 55 municpios,
com uma rea de drenagem de 9.463 Km e populao de 328.057 habitantes. Seus principais
formadores so os rios da Vrzea e Guarita. As atividades econmicas da regio so
predominantemente agrcolas, com lavouras de soja, trigo e milho, bem como avicultura e
suinocultura. Destaca-se, ainda, o potencial hidreltrico desta bacia e as atividades de
minerao (extrao de pedras preciosas e semipreciosas, como gata, ametista, etc.)
(FEPAM, 2014).
A Bacia do Rio da Vrzea abrange municpios como Carazinho, Frederico
Westphalen, Palmeira das Misses e Sarandi. Os principais cursos de gua so os arroios
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Sarandi, Goizinho e os rios da Vrzea, Por, Barraca, do Mel, Guarita e Ogaratim. Os
principais usos da gua na bacia se destinam a irrigao, a dessedentao animal e ao
abastecimento humano (SEMA, 2010).
As principais atividades econmicas desenvolvidas na regio esto relacionadas com a
agricultura e a pecuria. Destaca-se, tambm, o uso dos recursos hdricos para a gerao de
energia, nas unidades hidrogrficas: Apua-Inhandava (U-10), Passo Fundo (U-20), Turvo-
Santa Rosa-Santo Cristo (U-30), Iju (U-90) e Vrzea (U-100).
Como principais problemas ambientais da regio, destacam-se:
- Perfurao de poos profundos, sem pesquisa, sem licenciamento e sem a avaliao do
potencial dos aquferos;
- Significativa retirada de gua para irrigao de arroz (conflito com outros usos de gua).
- Descarga de esgotos sem tratamento nos corpos hdricos;
- Elevadas cargas de efluentes de dejetos de aves e sunos e de efluentes industriais sem
tratamento;
- Graves processos erosivos, assoreamento dos mananciais hdricos e contaminao por
agrotxicos;
Figura 3 Localizao da Bacia Hidrogrfica da Vrzea no Rio Grande do Sul.
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1.3.1 Disponibilidade hdrica
A disponibilidade hdrica aquela que determina o quanto de gua ser possvel obter
atravs da implantao de obras hidrulicas de reteno e liberao controladas. Leva em
considerao a disponibilidade natural (que indica a quantidade mxima de gua que se pode
obter sem a interferncia de obras hidrulicas) e a disponibilidade potencial (mxima
disponibilidade que se poderia alcanar sem considerar as ocorrncias de fatores naturais,
como, por exemplo, as perdas por evaporao)
O volume de gua consumido do aqufero pode ser contabilizado mediante os
fenmenos de evaporao, evapotranspirao, do escoamento natural, da captao e da
infiltrao, representa outra maneira de se definir esta varivel (MACHADO, 2007).
Alm destas variveis, a disponibilidade hdrica em meio subterrneo tambm depende
de vrios condicionantes vinculados, entre outros, ao clima, ao relevo e geologia da regio.
Este conceito admite distintas interpretaes e est relacionado s finalidades de planejamento
e gerenciamento da bacia hidrogrfica (MATOS e ZOBY, 2004).
Segundo dados do Conselho de Recursos Hdricos (CRH, 2007) a formao Serra
Geral tem ocorrncia percentual de 100% nesta rea, sendo 87,85% da formao Serra Geral I
e 12,15% da Serra Geral II. Os poos encontrados na formao Serra Geral dispe de uma
vazo mdia de 15,8 m/h e tem capacidade especfica em geral muito baixa.
Segundo o Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento Bsico (SNIS, 2012),
a regio da bacia do Rio da Vrzea tem ndice de abastecimento urbano de gua representado
na figura 4.
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Figura 4 - ndice de abastecimento urbano de gua no Brasil Fonte: SNIS, 2012.
Pode-se perceber que na regio da Bacia da Vrzea, tm-se variaes no ndice de
abastecimento urbano de gua (manancial superficial e subterrneo) entre 80,1 % e mais de
90%, tendo municpios sem informao, o que se conclui que h diferenas significativas no
abastecimento e necessita-se a busca pela universalizao deste em todas as regies.
De acordo com o quadro 1, elaborado no Plano Estadual de Recursos Hdricos do Rio
Grande do Sul - PERH (2007), pode-se ver a demanda e o consumo de gua das bacias
hidrogrficas componentes do Rio Uruguai, que inclui a demanda da Bacia do Rio da Vrzea.
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Bacia Hidrogrfica / Regio Hidrogrfica
Demanda
Total Anual
(m/s)
Consumo
Total (m/s)
Demanda Anual
Especfica (L/s/km)
Consumo Anual
Especfico (L/s/km)
U010 - APUA - INHANDAVA 1,69 0,77 0,12 0,05
U020 - PASSO FUNDO 0,8 0,37 0,17 0,08
U030 - TURVO - SANTA ROSA - SANTO CRISTO 2,21 1,34 0,2 0,12
U040 - PIRATINIM 4,6 2,86 0,6 0,37
U050 - IBICU 81,58 50,7 2,33 1,45
U060 - QUARA 17,39 10,87 2,61 1,63
U070 - SANTA MARIA 34,06 21,16 2,17 1,35
U080 - NEGRO 5 3 1,66 1
U090 - IJU 2,53 1,73 0,24 0,16
U100 - VRZEA 1,41 0,74 0,15 0,08
U110 - BUTU - ICAMAQU 43,03 26,87 5,36 3,35
REGIO HIDROGRFICA DO
URUGUAI 194,3 120,4 1,54 0,95
Coeficientes de consumo adotados: Abastecimento humano (urbano e rural): 20% / Irrigao de arroz: 63% /
Irrigao de outras culturas: 100% / Criao animal: 70% / Uso industrial: 30%
Demanda Total Anual: Somatrio da demanda hdrica para abastecimento humano, demanda hdrica para
irrigao de arroz, demanda hdrica para criao animal e demanda hdrica para uso industrial.
Quadro 1: Adaptado. Demandas e consumos hdricos anuais por bacia e regio hidrogrfica
do Uruguai. Fonte: PERH, 2007.
1.4 Geologia do noroeste do Rio Grande do Sul - Formao Serra Geral
De acordo com o mapa geolgico do Rio Grande do Sul, pode-se aferir que a Bacia do
Rio da Vrzea encontra-se no domnio tectnico da Provncia Paran a qual apresenta
magmatismo intraplaca continental, do perodo Farenozico. No Rio Grande do Sul, a
Formao Serra Geral tem rea de 137.000 km, que equivale a aproximadamente metade da
rea do Estado (HAUSMAN, 1995).
A constituio da Formao Serra Geral que engloba a regio da bacia em estudo,
apresenta derrames de basalto, basalto andesitos, riodacitos e riolito, de filiao toletica, onde
intercalam-se arenitos intertrpicos Botucatu na base e litarenitos e sedimentos
vulcanognicos da poro mediana ao topo da sequncia (CPRM, 2005; MILANI, 1997;
ROISENBERG, 1990; RADAM/BRASIL, 1986).
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As variaes composicionais, os dados geocronolgicos, as caractersticas texturais e o
arranjo entre derrames e intrusivas da bacia, possibilitaram a diviso deste magmatismo Serra
Geral em oito fcies distintas (WILDNER et al, 2004). As rochas do subgrupo Fcies
Paranapanema encontradas na rea de estudo, so caracterizadas por apresentarem basalto
granular fino a mdio, mesocrtico com horizontes vesiculares preenchidos por quartzo
(ametista), carbonatos, cobre ativo, barrita, zelita e seladonita, que compreendem a maior
concentrao de jazidas de ametista do estado (GEOBANK, 2010; CPRM, 2006).
A formao da unidade hidroestratigrfica deu-se na era Mezozica (251 a 65,5
milhes de anos) onde existia apenas um continente, a Pangia. Logo aps, a ruptura da
Pangia foi acompanhada de extenso vulcanismo, e os basaltos que assim se formaram
cobrem hoje uma extenso de 1.200.000 km no sul do Brasil e pases vizinhos (CARNEIRO,
2005). Por fim, situa-se dentro do perodo Cretceo, ltimo perodo desta era que teve
durao entre 65,5 a 135 milhes de anos.
Os diques de diabsio afloram em manchas em meio aos aquferos. Nos aquferos do
tipo fraturado, no pode ser aferido valores de potencialidade pelos parmetros caractersticos
de aquferos no fraturados, como porosidade e permeabilidade. Devido a sua formao, h de
se levar em considerao parmetros como densidade de fraturamento, grau de alterao dos
horizontes vesiculares, sistemas de alimentao e inter-relao com outros aquferos
(CETESB, 2014).
As estruturas geolgicas primrias podem ser englobadas em trs zonas principais, que
so divididas por um padro relacionado com a composio e a taxa de resfriamento das
litologias presentes (ROISENBERG 1990):
- zona basal: constituda por vidros vulcnicos (de colorao preta e vermelha) em brechas e
rochas macias;
- zona central: a mais espessa de um derrame podendo alcanar at 60 metros. Essa zona
caracterizada por dois tipos preferenciais de estruturas primrias: as juntas horizontais
(planares e retilneas, com espaamento centi a decimtrico bastante regular) e as juntas
verticais, que ocorrem sobrepostas s horizontais, so menos regulares e apresentam desde
aspecto macio at pores intensamente fraturadas.
- zona superior: composta por rochas vulcnicas vesiculares a amigdaloides (preenchidas
por zelitas, carbonatos e quartzo).
-
22
O armazenamento de gua ocorre somente ao longo de linhas estruturais (falhas e
fraturas), nos horizontes vesiculares, nos interderrames e nos arenitos intertrapeanos. A
recarga para esse aqufero se d atravs da precipitao pluvial sobre os solos baslticos, que
vo atingir as zonas de alterao e fissuradas da rocha matriz.
1.5 Hidrogeologia do noroeste do Rio Grande do Sul
A regio do centro-oeste do Rio Grande do Sul caracterizada pelos derrames
baslticos da Unidade Hidroestratigrfica Serra Geral (Sistema Aqufero Serra Geral I) no
planalto rio-grandense. Do ponto de vista hidrogeolgico, a formao apresenta mdia a baixa
possibilidade para guas subterrneas, que ocorre nas rochas fraturadas. Quanto
produtividade deste aqufero est situado entre baixa capacidade especfica (q) entre 0,5 a 2
m/h/m.
As capacidades especficas do sistema so muito variveis, existindo poos no
produtivos prximos de outros com excelentes vazes. Predominam poos com capacidades
especficas entre 1 e 4 m/h/m e as salinidades em geral so baixas, em mdia 200 mg/l
(CPRM, 2005). O SASG na regio noroeste do estado pode atingir espessuras da ordem de
1200m (MACHADO, 2005).
O Sistema Aqufero Serra Geral atende boa parte da gua de consumo pblico do
Estado. Esta unidade hidroestratigrfica,, corresponde ao teto do conjunto litolgico
intergranular que compe o Sistema Aqufero Guarani (SAG), possuindo importncia, quanto
ao potencial hdrico, pelo seu carter confinante em relao ao aqufero de origem sedimentar
(MACHADO, 2005).
Observa-se que a grande parte do Rio Grande do Sul (70%) possui cobertura de rochas
gneas, com predomnio das rochas vulcnicas do aqufero Serra Geral (55%), dando origem a
aquferos fraturados com tendncias de mdia a baixa produtividade. O sistema aqufero Serra
Geral I representa uma exceo, em virtude das altas capacidades especficas apresentadas. Os
diversos sistemas aquferos pertencentes formao geolgica Serra Geral esto sujeitos s
mais altas taxas de extrao de gua subterrnea e abrigam a maior quantidade de poos
(KIRCHHEIM e AGRA, 2008).
-
23
O quadro 2 mostra a ocorrncia que cada tipo dos aquferos do Rio Grande do Sul
apresenta potencialidades para uso das guas subterrneas.
Quadro 2 Agrupamento dos sistemas aquferos e sua distribuio aflorante no RS
Fonte: Machado (2005)
Segundo estudo realizado por MANCUSO, et al (2014) sobre a potenciometria do
Sistema Aqufero Serra Geral (SASG) em Frederico Westphalen, indica que os nveis
potenciomtricos variam de 209,7 a 528 m, concentrando-se na regio centro-oeste, as cotas
mais elevadas.
-
24
1.6 Testes de bombeamento
Os testes de bombeamento representam a forma de aplicao para a determinao dos
parmetros hidrodinmicos dos aquferos e verificao da qualidade da construo de obras
de captao de gua subterrnea, alm de ser o mtodo mais importante para determinao de
vazes de explotao de poos.
O rebaixamento de um poo consiste no bombeamento do mesmo durante certo
intervalo de tempo e as medies dos rebaixamentos em funo do tempo. Os testes de
bombeamento devem ser realizados atravs de metodologia simplificada com objetivo de
orientar a determinao de uma vazo referencial para a instalao e explotao de um poo
(CPRM, 1998). Aps o trmino do desenvolvimento de um poo, deve ser encontrada sua
vazo tima de operao para determinado rebaixamento.
A produtividade de gua nos aquferos fissurais, sendo condicionada pela
condutividade hidrulica e espessura do aqufero pelo armazenamento, est condicionada
interceptao e frequncia das fraturas, no decorrer do trecho de perfurao (COSTA e
SILVA, 2000).
O arranjo e a disposio das fraturas identificam a qualidade do aqufero, onde fraturas
de pequenas extenses e frequentes, dificilmente se conectam umas as outras, por outro lado,
fraturas de grandes extenses tem maior probabilidade de se conectarem (LIMA et al, 2008).
Dentre os mtodos de verificao de eficincia de um poo profundo, a vazo
especfica constitui o melhor parmetro a ser analisado. O poo eficiente quando se
consegue explotar uma vazo considervel e se tem o mnimo de rebaixamento possvel
(RODRIGUES, 2004).
Portanto, as medies a serem realizadas em um teste de poo so: nvel esttico,
taxa(s) de bombeamento, nveis dinmicos (estabilizados), o instante do incio do
bombeamento, mudanas de vazo e os perodo durante o teste o trmino do bombeamento
(SEMADS, 2001).
-
25
1.6.1 Interpretao de ensaios de bombeamento
A interpretao de ensaios de bombeamento possibilita o maior entendimento da
distribuio espacial dos parmetros hidrulicos de um aqufero (IRITANI et al, 2000).
Devido s condies estruturais dos aquferos fraturados, onde a ocorrncia de gua nestes
so de difcil estimativa e aquisio de dados para sua localizao, faz-se necessrio um
estudo mais criterioso dos parmetros quantitativos e estruturais do meio.
Para obteno de outorga de gua subterrnea, regularizada pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente (SEMA), esto entre as caractersticas para interpretao dos testes de
bombeamento: a transmissividade, capacidade especfica ou vazo especfica, coeficiente de
armazenamento, permeabilidade e condutividade hidrulica. Estes parmetros regem a
capacidade de explotao de gua e recuperao do aqufero.
A interpretao de testes de bombeamento depende da situao concreta do aqufero e
da natureza da informao disponvel. Assim, numa situao onde o teste foi realizado em
tempo estipulado, dentro das normas tcnicas, se conhecendo os nveis piezomtricos e
quando os nveis dinmicos forem insignificantes com o tempo, poder considerar-se que o
ensaio estabeleceu uma situao de equilbrio (COSTA, 2008).
A obteno destes parmetros muitas vezes dificultada por falta de dados de
rebaixamento e tempo, quando no so recuperadas as planilhas do teste de bombeamento.
Segundo Iritani (2000), para interpretao dos testes de bombeamento, um estudo que
possibilita uma estimativa da variao espacial das fissuras no aqufero a correlao da
transmissividade e da capacidade especfica.
1.6.2 Parmetros para interpretao de ensaios de bombeamento
A condutividade hidrulica leva em conta as caractersticas do meio, incluindo
distribuio, porosidade, tamanho, forma e arranjo das partculas e as caractersticas do fluido
que est escoando. Pode tambm ser expressa como a velocidade aparente por um gradiente
-
26
hidrulico onde a estrutura geolgica do aqufero a base do escoamento para a gua
(FEITOSA e MANOEL FILHO, 2000)
A transmissividade (T) corresponde quantidade de gua que pode ser transmitida
horizontalmente por toda a espessura saturada do aqufero e tem como unidade de medida,
m/s. Pode-se conceitu-la tambm, como a taxa de escoamento da gua atravs de uma faixa
vertical do aqufero com largura unitria submetida a um gradiente hidrulico unitrio.
O coeficiente de armazenamento (k) corresponde ao volume de gua que liberado
pelo aqufero por unidade de rea horizontal, por unidade de declnio do potencial hidrulico.
uma quantidade adimensional e obtido por meio dos testes de bombeamento.
Por fim, a vazo especfica, segundo Feitosa e Costa Filho (1998), o parmetro que
indica a razo entre vazo de bombeamento (Q) e o rebaixamento(s) produzido no poo em
funo do bombeamento, para um determinado tempo.
1.6.3 Sistemas de Informao Geogrfica (SIG) como Sistema de Suporte a Deciso Espacial
(SDSS)
Para o bom funcionamento de todo o sistema de tomada de deciso sobre os recursos
hdricos necessrio um estudo integrado do sistema juntamente com normas, monitoramento
e fiscalizao ambiental. Para execuo com maior eficincia deste monitoramento, faz-se
necessrio o uso de ferramentas de modelagem numrica de simulao dos processos
ambientais para o cenrio da regio de estudo (RUFINO et al, 2003).
O Sistema de Suporte a Deciso Espacial (SDSS) vem sendo cada vez mais utilizado
no Brasil e no mundo para a automatizao do processo de outorga e anlise de
disponibilidade hdrica (PESSOA, 2010). Pode-se citar, como exemplo de SDSS, o Sistema
de Controle de Balano Hdrico da Agncia Nacional de guas para a Bacia do Rio So
Francisco (COLLISCHONN e LOPES, 2008) e o SSD RB Sistema de Suporte Deciso
para a Gesto Quali-Quantitativa dos Processos de Outorga e Cobrana pelo uso da gua
proposto por Rodrigues (2005).
-
27
O uso de um Sistema de Informao Geogrfica (SIG) de grande valia para anlise e
interpretao de dados relacionados aos recursos hdricos. A maior dificuldade encontrada
para o entendimento dos fenmenos, voltados principalmente a guas subterrneas a grande
quantidade de dados que, correlacionados, descrevem a heterogeneidade do comportamento
hidrolgico (PAIVA, 2009).
Os SIGs, com sua alta capacidade de armazenamento de bancos de dados espaciais e
processamento das informaes, facilita o obteno da descrio espacial detalhada de um
espao geogrfico. Alm de modelos hidrolgicos que podem ser utilizados, um SIG pode
fazer a modelagem de tipo e uso do solo, cobertura vegetal e relevo, dentre outras (MELO et
al, 2008).
Segundo Goodchild (1992), corroborado por Mizgalewics e Maidment (1996) apud
Zeilhofer et al. (2003), existem trs funes principais que so contribuies dos SIG
modelagem hidrolgica:
I. Pr-processamento de dados espaciais: o SIG utilizado para gerar informaes espaciais
de entrada no modelo hidrolgico.
II. Suporte direto na modelagem: dentro do SIG podem ser feitas verificaes, alm de ser
alterados dados.
III. Ps-processamento: os resultados obtidos pela modelagem hidrolgica so trabalhados e
visualizados dentro do SIG no seu contexto espacial.
A disponibilizao de dados da hidrodinmica subterrnea de fundamental
importncia para a delimitao de banco de dados hidrolgicos que permita a gesto integrada
dos recursos hdricos. Com isso, a utilizao de tecnologias de geoinformao neste processo,
traz a possibilidade de aquisio de dados georreferenciados, bem como a sua manipulao e
anlise, para o desenvolvimento de mapas temticos e de sistemas de apoio tomadas de
deciso.
1.7 Caracterizao da rea de estudo
A rea selecionada para este estudo est localizada no municpio de Frederico
Westphalen (RS), na Latitude 2721'33"S, Longitude 5323'40"W e altitude de
-
28
aproximadamente 566 m (Figura 5). O municpio possui rea de 264,976 km, tem densidade
demogrfica de 108,85 hab/km e conta com uma populao de 28.843 habitantes (IBGE,
2010).
Figura 5 - Localizao de Frederico Westphalen
Fonte: O autor.
O municpio de Frederico Westphalen est localizado na regio Norte do Estado de
Rio Grande do Sul, na mesorregio do noroeste rio-grandense, formada por 216 municpios
agrupados em 13 microrregies, conforme so estas: Carazinho, Cerro Largo, Cruz Alta,
Erechim, Frederico Westphalen, Iju, No-Me-Toque, Passo Fundo, Sananduva, Santa Rosa,
Santo ngelo, Soledade e Trs Passos (PMSB, 2011).
O municpio tambm pertence ao Conselho Regional de Desenvolvimento do Mdio
Alto Uruguai (CODEMAU) que visa, dentre outros, a promoo do desenvolvimento regional
-
29
harmnico e sustentvel e a preservao e recuperao do meio ambiente, tendo como foco a
melhoria da qualidade de vida da populao gacha. Deste conselho fazem parte 23
municpios: Alpestre, Ametista do Sul, Caiara, Cristal do Sul, Dois Irmos das Misses,
Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Ira, Jaboticaba, Nonoai, Novo
Tiradentes, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos ndios, Rodeio Bonito,
Seberi, Taquaruu do Sul, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre. (CODEMAU,
2011).
A economia do municpio baseia-se quase que fundamentalmente na agricultura com
produo de soja, milho, feijo, trigo, aveia, hortifrutigranjeiros, uva e citros. Estes cultivares
agrcolas demandam significativa quantidade de gua para produo. Em Frederico
Westphalen aproximadamente 19,74% da populao total vive no meio rural e sobrevivem
pela produo primria como fonte de renda. O nmero de estabelecimentos rurais no
municpio de 1390 famlias. Segundo o PMSB (2011), no que diz respeito a indstrias que
demandam maior quantidade de gua, Frederico Westphalen conta com 3 frigorficos e 5
estabelecimentos de abate.
Referente questo da poltica ambiental do municpio, quanto ao uso da gua, a lei
municipal n 2.827 (FREDERICO WESTPHALEN, 2004), descreve que de competncia do
rgo ambiental municipal, assegurar a proteo das guas subterrneas, sistemas de
abastecimento de gua e a preservao de poos e cacimbas.
Quanto ao abastecimento de gua do municpio, a populao atendida com rede de
gua de Frederico Westphalen de 81,5%, sendo que toda a populao urbana dispe desta
(SNIS, 2013). Desse modo, v-se que ainda necessrio disponibilizar gua no municpio,
principalmente na zona rural que conta com Sistemas de Abastecimento de gua (SAA),
Sistemas de Abastecimento Coletivo (SAC) e Sistemas de Abastecimento Individuais (SAI),
que utiliza guas subterrneas para fins de abastecimento domstico de comunidades isoladas
(MANCUSO, 2013).
-
30
2 METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido a partir da coleta de dados constitudos por:
1) Arquivos vetoriais referentes hidrogeologia, planialtimetria, afloramentos de
aquferos e estruturas geolgicas disponibilizados no site da CPRM, e ainda foram coletados
dados cartogrficos e bibliogrficos existentes disponveis em rgos pblicos, tais como:
Agncia Nacional de guas (ANA), Fundao Estadual de Proteo Ambiental (FEPAM),
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatstica (IBGE), Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) do Rio Grande do Sul e
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
2) Dados de perfurao de poos e ensaios de bombeamento disponibilizados pela
Secretaria de Obras Pblicas (RS) e pela CPRM durante o cadastramento dos poos realizado
em 2013 no municpio de Frederico Westphalen.
2.1 Dados quantitativos da outorga da gua subterrnea
A outorga da gua requisito primordial para explorao do manancial subterrneo. O
Requerimento para Outorga dos Recursos Hdricos, anexo B, o documento que comporta as
informaes que formam a base de dados para sistemas de informaes de guas subterrneas.
A outorga da gua tem como rgo deliberativo, no Rio Grande do Sul, o Departamento de
Recursos Hdricos, da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA). A figura 6 apresenta o item das
caractersticas hidrulicas dos poos, que precisam ser indicadas no caso de solicitao de
outorga junto ao rgo responsvel, entre os itens previstos no requerimento de outorga de
gua subterrnea.
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31
TESTE DE VAZO
Tempo de Bombeamento:
horas
Vazo de Teste:
m/h
Nvel Esttico:
m
Nvel Dinmico:
m
Transmissividade:
m/h
Rebaixamento:
m
Capacidade Especfica
Calculada:
m/h/m
Figura 6. Adaptado. Quadro de dados do teste de vazo da ficha cadastral de usurios de
guas subterrneas para regularizao e outorga.
A primeira etapa do presente estudo teve por objetivo pesquisar entre os dados
existentes nas fichas de perfurao de poos e de ensaios de bombeamento disponibilizados
pela Secretaria de Obras do Estado, total ou parcial dos itens contidos no formulrio de
solicitao de outorga (figura 6).
Nesse sentido, foi realizada a avaliao quanto produtividade dos poos instalados,
objetivando analisar suas especificidades hdricas. Segundo SEMA (2010), os poos com
vazes inferiores a 0,083 m/h no necessitam solicitar outorga da gua, pois valores abaixo
deste representam quantidades insignificativas e se enquadram no uso de carter individual
para a satisfao das necessidades bsicas da vida (RIO GRANDE DO SUL, 1994).
2.2 Estruturao de dados
A partir das fichas dos poos de Frederico Westphalen, disponibilizadas pela
Secretaria de Obras do municpio, foram digitalizados e revisados os dados dos ensaios de
bombeamento dos poos cadastrados pela CPRM em 2013. Nestes, foram recalculados os
valores de nvel de gua, sendo corrigidos eventuais erros consistidos nos dados, obtendo
pequena variao nos nveis de rebaixamento e recuperao no final do teste. Para os testes de
-
32
bombeamento, foram reajustados e organizados os valores, conforme o padro exigido pela
SEMA.
Com a digitalizao dos dados, foram confeccionados grficos de
rebaixamento/tempo, com escala de tempo logartmico (apndice B). A partir dos testes de
produo, foi avaliado o potencial de explorao do sistema, frente ao bombeamento
contnuo. Estas informaes foram utilizadas para interpretao dos resultados de
transmissividade e vazo especfica para cada poo.
A anlise estatstica foi realizada utilizando os valores dos parmetros de todos os
poos do estudo. Para a utilizao do SIG e identificao da produtividade no municpio,
somente foram utilizados os poos que continham coordenadas geogrficas.
2.3 Testes de bombeamento
A anlise dos testes de bombeamento foi realizada a partir das fichas de 29 poos
perfurados no municpio de Frederico Westphalen. Os testes de bombeamento foram
consistiram em digitalizao alternativa e, a partir dos resultados, identificando o potencial
hidrodinmico do aqufero em estudo.
Considerou-se que para ser utilizado com maior acurcia, o teste deve obedecer a
seguinte sequncia: teste de bombeamento pelo mtodo de rebaixamento durante 24 h e na
vazo mxima, seguida do teste de recuperao num perodo mnimo de 4 h (MARIANO,
2005). A tabela usada como padro para testes de produo pela SEMA apresentada no
anexo A.
Como parmetro de avaliao da produo dos poos, considerou-se adequado utilizar
a vazo especfica (vazo retirada por metro rebaixado do nvel dgua no poo, em m/h/m),
pois esta, quando comparada vazo, est diretamente relacionada ao potencial do aqufero
(RODRIGUES, 2004). A SEMA estipula categorias de produtividade indicadas como:
produtividade alta (maior que 4 m/h/m), mdia (2 a 4 m/h/m), baixa (0,5 a 2 m/h/m) e muito
baixa (menor que 0,5 m/h/m).
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33
A vazo especfica foi calculada mediante a estabilizao do nvel e vazo. Para os
poos que no estabilizaram foram utilizados os valores dos ltimos rebaixamentos e as
vazes calculadas encontradas nas fichas de clculo hidrolgico de aqufero. Ainda, para os
poos que no apresentavam clculo hidrolgico de aqufero foram utilizadas as menores
vazes dos testes de bombeamento. A expresso deste parmetro dada por:
=
Onde:
q: vazo especfica (m/h/m)
Q: vazo (m/h)
s: rebaixamento (m)
Foram analisados os testes de bombeamento para obteno das caractersticas
hidrodinmicas do Aqufero Serra Geral do municpio de Frederico Westphalen. A partir dos
resultados tabelados foi estruturada uma base de dados de bombeamento de poos profundos
para posterior utilizao em SIG.
Algumas das fichas de bombeamento apresentaram erros ou falta de informaes,
devendo ser ajustados e consistidos alguns valores para possibilitar a sua utilizao. A tabela
1 mostra os poos que no estabilizaram a vazo para clculo de vazo especfica e
transmissividade e a utilizao da vazo correspondente s fichas utilizadas.
-
34
Tabela 1 Poos com vazo no estabilizada e que tiveram informao utilizada neste estudo.
Poos
Clculo de
hidrulica de
aqufero
Teste de
bombeamento
JP098 X
Poo 1
estufa X
P47A1 X
6190/FWV1 X
JP104 X
JP115 X
O poo JP101, no apresentou variao de nvel e vazo, inviabilizando a obteno da
vazo especfica, transmissividade e a gerao do grfico de rebaixamento/tempo. Os dados
utilizados deste poo foram vazo de estabilizao e nveis de gua.
2.4 Clculo de transmissividade
Para os clculos de transmissividade dos poos, foi utilizado o mtodo de Cooper
Jacob. Segundo Custdio e Llamas (1983), quando h ausncia de poos de observao, os
ensaios de recuperao do nvel dgua em poos de bombeamento podem fornecer uma boa
aproximao da transmissividade (T), a partir da frmula abaixo da aproximao de Jacob,
tambm citada como mtodo de Cooper Jacob, por Feitosa e Manoel Filho (2000):
= 0,183.
Onde:
T: transmissividade (m/s);
Q: vazo (m/s);
: variao do rebaixamento tomado num ciclo logartmico (m).
-
35
Este mtodo interpretativo de Jacob baseia-se na aplicao de uma transformao
logartmica para linearizar a relao tempos/rebaixamentos. O mtodo baseia-se na projeo
em papel semi-logartmico dos rebaixamentos, em ordenadas e o tempo, no eixo das abcissas,
em escala logartmica. Os pontos gerados formam uma reta, cuja diferena de rebaixamento
(s) permite calcular a transmissividade (COSTA, 2008).
No clculo de transmissividade, quando so utilizados valores maiores que o
admissvel para sua aplicao, h de se trabalhar com o mtodo de Theis para garantir a
determinao dos parmetros hidrodinmicos corretamente (FEITOSA e MANOEL FILHO,
2000). Para a obteno do s trabalhou-se com os tempos entre 100 e 10 minutos dos
intervalores logartmicos. No caso das fichas de hidrulica de aqufero, elaboradas em campo,
o resultado considera a mdia entre 2 intervalos logartmicos.
2.5 Caractersticas da base de dados para SIG
Para a introduo dos poos no SIG, foram criadas duas tabelas (anexos C e D) no
software do Office, Microsoft Excel, na verso 2010. Uma com os dados de descrio dos
poos e unidade hidroestatigrfica, contemplando as seguintes informaes constadas na base
de dados da CPRM: nmero de identificao da CPRM; nome do poo; Localidade do poo;
Nome do proprietrio; Unidade Transversa de Mercator Leste (UTM-E); Unidade Transversa
de Mercator Norte (UTM-N); Bacia hidrogrfica que se situa; Municpio; UF; Natureza;
Situao; Uso; Famlias abastecidas; Data de perfurao; Mtodo; Perfurador; Dimetro
Boca do tubo; Tipo de penetrao; Condio; Tipo de captao; Data da medio; Tipo de
formao; Surgncia e unidade de bombeamento.
Foi criada uma segunda tabela com dados especficos de quantificao das
caractersticas hidrodinmicas dos poos, que contemplem as seguintes informaes: nmero
de identificao da CPRM; nome do poo; Cota; UTM-E; UTM-N; base; profundidade final;
data do teste; tipo-teste de bombeamento; tipo bomba; nvel dinmico; nvel esttico; vazo
especfica; transmissividade e vazo de estabilizao.
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36
2.6 Utilizao de SIG
O SIG utilizado para o presente estudo foi o programa da Open Source Geospatial
Foundation (OSGeo), caracterizado por Quantum Gis, na sua verso 1.8.0 Lisboa, software
livre licenciado sob a GNU General Public License. Este software tem dentre outras
funes, reunir dados espaciais e gerar informaes que auxiliam na tomada de deciso
(COMUNIDADE QGIS BRASIL, 2010).
Para a confeco dos mapas foram utilizadas as tabelas do anexo C e D, exportadas em
formato csv, no sistema de projeo de coordenadas UTM Crrego Alegre zona 22S. Aps,
foram categorizadas as feies de vazo, transmissividade e vazo especfica, em 4 intervalos
de valores. Por fim, sobreps-se as camadas de produtividade da formao Serra Geral I e II,
hidrogeologia, estrutural e poltico do estado do Rio Grande do Sul.
Com todos dados inseridos no software, foram gerados mapas de produtividade do
Aqufero Serra Geral no municpio de Frederico Westphalen. Foram criados ainda mapas da
vazo especfica, assim como de vazo e transmissividade presentes na rea de estudo.
3 RESULTADOS E DISCUSSO
Os dados obtidos pelas fichas de 69 poos resultaram na interpretao da vazo de 60
poos, a transmissividade de 29 poos e o clculo de vazo especfica de 33 poos.
Analisando-se os dados gerais necessrios para a emisso de outorga, a falta de
coordenadas geogrficas (7 poos) e das caractersticas hidrulicas (65 para vazo especfica e
69 poos ou 100%, para transmissividade obtida pelo rebaixamento) foram os parmetros que
mais se encontraram em desacordo nas fichas analisadas.
Alm dos dados quantitativos dos poos, necessria a realizao de testes fsico-
qumicos e microbiolgicos para a outorga de gua subterrnea. Estas anlises so
indispensveis para se ter um bom aproveitamento do recurso hdrico e tambm sua
correspondente classificao de uso.
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37
A tabela 2 apresenta dados estatsticos referentes vazo, transmissividade e vazo
especfica dos poos analisados.
Tabela 2 Dados estatsticos e quantidade de poos analisados.
Parmetro q
(m/h/m) Q (m/h)
T
(m/d)
N de poos 33 60 29
Mdia 2,96 11,276 114,13
Mediana 0,337 8 7,16
Mnima 0,016 0,99 0,21
Mxima 22,02 75 1756,8
Moda 0,054 6 0,23
Com a utilizao do SIG, foram gerados mapas para identificar as reas de diferentes
produtividades e assim obter-se maior acurcia nas perfuraes de poos com maior chance
de disponibilidade de gua. Sendo que o sistema aqufero fissural, possui poos no
produtivos (JP100) muito prximos de outros com excelentes vazes (6190/FDV1).
Analisando-se a vazo especfica, comparando a produtividade dos poos com as
produtividades referentes s divises do SASG, especificamente com a localizao dos poos
do municpio, constatou-se que de 62 poos com coordenadas geogrficas, 58 encontram-se
em rea de alta a mdia produtividade (alta acima de 4 m/h/m e mdia entre 2 a 4 m/h/m) e 4
em rea de mdia a baixa produtividade (de 0,5 a 4 m/h/m).
A partir da sobreposio com o mapa hidrogeolgico do estado, verificou-se que o tipo
de litologia na rea onde se situam todos os poos, a formao basltica, rocha gnea de
origem vulcnica (Figura 7). As formaes estruturais geolgicas, no municpio de Frederico
Westphalen, indicam detalhamento das zonas de fraturas, aproximando-se dos poos JP126,
JP125 e 6190/FDV1 sudoeste e ao norte, dos poos JP121, JP123 e JP137. Desse modo, a
anlise das formaes estruturais no aqufero permite sua relao com a produtividade dos
poos perfurados, tendo estes vazes especficas de mdia a alta produtividade.
-
38
Figura 7 Mapa de localizao dos poos profundos perfurados no SASG, no municpio de
Frederico Westphalen.
No estudo de gua subterrnea em aquferos formados por rochas fissurais, considera-
se que as maiores zonas de fratura fornecero a maior quantidade de gua (Banks et al, 1992).
A alta produtividade dos poos de abastecimento de gua subterrnea encontrada no
municpio levam a entender que a rea pode ser densamente fissurada. Os poos JP112,
JP113, JP123, JP125, JP129 e 6190/FDV1 apresentam produtividade alta e encontram-se em
regies prximas a fraturas.
-
39
3.1 Vazo
A quantidade de gua captada pelos poos tubulares foi definida atravs da anlise de
testes de bombeamento e das fichas da CPRM de 60 poos. Observou-se que 55% dos poos
tubulares apresentam vazes inferiores a 10 m/h, 15% possuem vazes entre 10 e 15 m/h,
21,7% entre 15 e 20 m/h e 8,3% apresentam vazes superiores a 20 m/h (Figura 8).
Figura 8 Frequncia de intervalo de vazes observadas nos poos tubulares instalados no
municpio de Frederico Westphalen.
Dentre os poos analisados, nenhum possui vazo inferior a 0,083 m/d, no havendo
necessidade de solicitar a dispensa de outorga de gua subterrnea. Em relao maioria dos
poos, 50% destes tem vazo de at 8 m/h e 5 poos possuem vazo de 6 m/h (Tabela 3).
0
5
10
15
20
25
30
35
0 a 10 10 a 15 15 a 20 20 a 80
Qu
anti
dad
e d
e p
oo
s
Intervalo de vazes (m/h)
55%
21,7%
8,3%
15%
-
40
Tabela 3 Vazes dos poos de Frederico Westphalen
Nmero
CPRM Vazo (m/h)
Nmero
CPRM Vazo (m/h)
Nmero
CPRM Vazo (m/h)
Nmero
CPRM Vazo (m/h)
JP150 0,99 JP108 5 JP671 8 JP136 16,5
JP141 1 JP153 5 JP130 8,581 JP101 17,217
P47A1 1,049 JP149 5,072 JP151 9 JP104 17,8
JP098 1,19 JP100 5,4 JP113 10 JP105 18
P729/VAG4 2,112 JP134 5,538 JP132 10 JP131 18
JP139 2,38 JP109 5,657 JP124 11,18 JP143 18
Poo 1 estufa 2,683 JP135 5,781 JP152 12 JP144 18
JP672 2,916 JP097 6 JP138 13,423 JP127 18,367
JP117 3 JP111 6 JP129 13,655 JP123 18,418
JP120 3 JP119 6 JP114 13,894 6190/FDV1 19,171
JP140 3 JP122 6 JP673 14,4 JP145 20
JP142 3,046 Poo 2 6 JP137 14,943 JP112 20,842
P741/TA2 3,96 JP102 7,33 JP126 15 1651/ECA1 26,4
JP115 4,224 JP103 8 1671/ECA2 16,163 JP110 37,894
JP133 4,858 JP106 8 JP121 16,5 JP125 75
A figura 9 apresenta as vazes dos poos distribudos espacialmente de acordo com
intervalos equivalentes aos apresentados na figura 8. As maiores vazes (superiores a 15
m/h) so encontradas nas seguintes localidades: Linha Sete de setembro (JP125, 75 m/h);
BR 386, km34 (JP110; 37,89 m/h); Linha 7 de setembro (Escola Agrcola; Poo 1651/ECA1;
23,4 m/h); Linha So Brs (JP112; 20,84 m/h) e Bairro Santo Antnio (JP145, 20 m/h).
-
41
Figura 9 Distribuio de vazes dos poos profundos que exploram guas subterrneas para
abastecimento no municpio de Frederico Westphalen (RS).
3.2 Vazo especfica
Neves (2005) diz que o valor de vazo especfica reflete a transmissividade do
aqufero, assim quanto maior a transmissividade deste, menor ser o rebaixamento do nvel
provocado pelo bombeamento. No presente estudo, os poos com maior vazo especfica so
JP129, JP123, 6190/FDV, respectivamente. O quadro 3 representa os poos de Frederico
Westphalen e suas respectivas produtividades, segundo a classificao indicada pela CPRM
(2005) no mapa hidrogeolgico do Rio Grande do Sul.
-
42
Produtividade
(CPRM, 2005)
Nmero CPRM e nome do
poo Vazo especfica (m/h/m)
Mu
ito
ba
ixa
JP115 0,02
JP142 0,02
JP139 0,02
Poo 1 estufa 0,03
JP098 0,04
JP134 0,05
JP135 0,05
P47A1 0,05
JP122 0,06
JP133 0,06
Poo 2 0,06
JP130 0,12
JP114 0,13
JP109 0,15
JP124 0,19
JP100 0,19
JP138 0,34
P729/VAG4 0,42
P741/TA2 0,44
1671/ECA2 0,45
JP104 0,46
Ba
ixa
JP136 1,67
JP102 1,85
Md
ia
JP126 2,05
JP137 2,14
JP152 2,32
JP121 3,06
Alt
a
JP112 4,90
JP125 7,10
1651/ECA1 11,58
6190/FDV1 15,84
JP123 19,80
JP129 22,02
Quadro 3: Produtividade dos poos de Frederico Westphalen.
Na figura 10, est representada a graduao de vazo especfica dos poos na rea do
municpio de estudo. Os de maior produtividade esto presentes na regio norte e sudoeste da
-
43
cidade, representando ao norte as localidade de So Joo do Porto e Vila Carmo e a sudoeste,
distrito Osvaldo Cruz, Linha So Brs e Linha Volta Grande.
Figura 10 - Mapa de vazo especfica dos poos de Frederico Westphalen.
Em relao produtividade dos poos comparada s divises do SASG do mapa
hidrogeolgico do Rio Grande do Sul, aqueles encontrados na rea da Formao Serra Geral
II (2 poos) so menos produtivos que aqueles da Formao Serra Geral I (31 poos). Com
isto pode-se verificar que h correlao do estudo das vazes especficas do presente trabalho
com o mapa da CPRM (Figura 11).
A produtividade dos poos dentro do municpio conforme a classificao da SEMA, se
encontra muito baixa em 21 poos (63,6%), baixa em 2 poos (6,1%), mdia em 4 poos
(12,1%) e alta em 6 poos (18,2%).
-
44
Figura 11 Mapa de produtividade dos poos e Formao Serra Geral.
3.3 Transmissividade
Com base na anlise dos testes de bombeamento pelo mtodo de Cooper-Jacob,
verificou-se que a transmissividade do sistema varia de 0,21 a 1756,8 m/d, tendo
predominncia de transmissividades de 0 a 10 m/d, em at 16 poos analisados. Os valores
foram divididos em intervalos de 10 a 20 m/d (4 poos), 20 a 80 m/d (5 poos) e 80 a 1800
m/d (5 poos).
As reas de maior transmissividade encontram-se no Distrito Osvaldo Cruz (JP102;
111,06 m/d), Linha So Brs (JP112; 132,66 m/d), Linha So Joo do Porto (JP123; 622,25
m/d) e Linha Volta Grande (6190/FDV1; 1756,8 m/d). A maior concentrao de poos com
menor transmissividade situa-se na regio sudeste do municpio, abrangendo o Distrito
Castelinho, Linha Barra do Braga, Linha Encruzilhada e Linha Pedras Brancas. O mapa de
-
45
transmissividade dos poos de Frederico Westphalen (Figura 12) ilustra a variao de
transmissividade dos poos na rea de estudo.
Figura 12 Mapa de transmissividade dos poos de Frederico Westphalen.
Ao se fazer uma correlao entre a transmissividade calculada pelos dados dos ensaios
de bombeamento (ensaio de rebaixamento) e a transmissividade indicada nas fichas de clculo
de hidrulica de aqufero (ensaio de recuperao), excetuando-se os poos de maior
discrepncia (6190/FDV1, JP123, e 1651/ECA1), foi obtido um coeficiente de determinao
de 0,79, o que indica correlao elevada entre ambas. Entretanto, ao realizar-se a mesma
anlise com todos os poos, o coeficiente de determinao de 0,59, sendo o desvio padro
entre os dois conjuntos de dados de todos os poos de 291,25 m/d. Na tabela 4, foram
comparados valores dos poos que continham transmissividades obtidas do rebaixamento e da
recuperao.
-
46
Tabela 4 Transmissividade resultante dos ensaios de bombeamento (rebaixamento e
recuperao) dos poos localizados no municpio de Frederico Westphalen.
Nmero
CPRM e
nome do
poo
T (m/d)
(rebaixamento)
T (m/d)
(recuperao)
JP115 0,21 1,37
JP139 0,23 3,36
JP135 0,29 0,58
JP142 0,38 0,37
JP122 0,39 0,31
JP134 0,55 1,54
JP133 1,00 1,39
JP130 1,33 1,58
JP100 2,39 1,82
JP138 7,16 3,43
JP104 8,83 10,80
P729/VAG4 15,46 5,57
JP136 27,87 39,00
JP137 32,82 46,08
JP152 40,54 61,39
JP121 47,36 20,64
P741/TA2 66,89 14,40
JP112 132,66 124,56
1651/ECA1 399,82 134,88
JP123 622,25 475,68
6190/FDV1 1756,80 316,54
A resposta para a reduo de preciso est nos altos valores de transmissividade, pois
segundo Feitosa e Manoel Filho (2000), para valores superiores ao admissvel para sua
aplicao (u=0,03), deve se trabalhar com o mtodo de Theis de forma a garantir a
determinao correta dos parmetros hidrodinmicos. A figura 13 ilustra a correlao entre as
transmissividades calculadas pelos testes de bombeamento (de rebaixamento e recuperao)
realizados para estimar a hidrulica do aqufero (considerando valores de at 132,66 m/d para
transmissividade da recuperao).
-
47
Figura 13 Correlao entre a transmissividade calculada a partir de dados do rebaixamento e
recuperao dos nveis dgua, observados durante o ensaio de bombeamento.
A variabilidade de valores de transmissividade de vazo especfica refletem o tipo de
aqufero encontrado na regio de caracterstica fissural, pois os valores demonstram sua forte
anisotropia. Segundo Driscoll (1986), quando os valores de transmissividade so da ordem de
86,4 m/d ou maiores, os poos podem ser adequados para uso industrial, municipal ou com
propsito de irrigao.
4 CONCLUSO
De acordo com os resultados obtidos pela interpretao dos testes de
bombeamento dos 29 poos profundos, localizados no municpio de Frederico Westphalen,
que fora cadastrado pela CPRM em 2013 e analisado neste estudo, no apresentaram vazes
inferiores a 0,083 m/h. Portanto, todos eles devem solicitar outorga para a sua explorao
junto ao rgo pblico responsvel (SEMA). A falta de dados dos ensaios de bombeamento
y = 0,8297x + 0,9784 R = 0,79
0
20
40
60
80
100
120
140
0 20 40 60 80 100 120 140
T (m
/d
)
T (m/d)
Correlao entre transmissividades
-
48
um grande desafio para a interpretao das caractersticas hidrulicas do aqufero, sendo
necessrio estudos in loco para complementao das constantes nas fichas de cadastros desses
poos que se apresentam incompletas e sem consistncia de dados (42,03% dos poos), o que
dificulta o preenchimento correto da ficha de solicitao de outorga requerida pela SEMA.
A produtividade dos poos de Frederico Westphalen em sua maioria muito
baixa (inferior a 0,5 m/h/m), porm 6 poos so classificados na faixa de alta produtividade
(superiores a 4 m/h/m) e podem ser melhor explorados. A produtividade encontrada nos
poos da rea de estudo, est de acordo com a do Mapa Hidrogeolgico do Rio Grande do
Sul, encontrando-se poos menos produtivos na Formao Serra Geral II (a norte do
municpio) e mais produtivos na Formao Serra Geral I (na poro sul). Outra constatao
ainda sobre produtividade que maioria dos poos de maior potencial so encontrados fora da
rea urbana, como os poos 6190/FDV1 (Linha Volta Grande), JP123 (Linha So Joo do
Porto) e 1651/ECA1 (Linha 7 de setembro).
Dos 60 poos analisados, observou-se que 33 poos tubulares profundos apresentam
vazes inferiores a 10 m/h, 9 possuem vazes entre 10 e 15 m/h, 13 entre 15 e 20 m/h e 5
poos apresentam vazes superiores a 20 m/h. Sendo assim, a maioria dos poos possui
vazo entre 0,99 e 10 m/h, podendo ser utilizados tanto para abastecimento humano quanto
para irrigao ou outros fins, dependendo da qualidade da gua exigida para cada caso. As
vazes variaram entre 0,99 e 75 m/h, tendo mdia de 11,276 m/h. As maiores vazes
(superiores a 15m/h) so encontradas nas seguintes localidades: Linha Sete de setembro
(JP125, 75 m/h); BR 386, km34 (JP110; 37,89 m/h); Linha 7 de setembro (Escola Agrcola;
Poo 1651/ECA1; 23,4 m/h); Linha So Brs (JP112; 20,84 m/h) e Bairro Santo Antnio
(JP145, 20 m/h).
Quanto vazo especfica, os poos de maior produtividade esto presentes na regio
norte e sudoeste da cidade, representando ao norte as localidade de So Joo do Porto e Vila
Carmo e a sudoeste, distrito Osvaldo Cruz, Linha So Brs e Linha Volta Grande. Dentre
esses, os maiores valores para vazo especfica so dos poos JP129, JP123 e 6190/FDV,
respectivamente. A produtividade destes dentro do municpio considerada muito baixa em
21 poos, baixa em 2 poos, mdia em 4 poos e alta em 6 poos. Ainda, em relao
produtividade dos poos, aqueles encontrados na Formao Serra Geral II (2 poos; 6,06%)
so menos produtivos que aqueles da Formao Serra Geral I (31 poos; 93,94%).
-
49
A transmissividade do sistema variou de 0,21 a 1756,8 m/d, tendo predominncia de
transmissividades de 0 a 10 m/d, em 16 poos. As porcentagens de poos encontrados foram
de 10,4% (3 poos) com transmissividade de 10 a 20 m/d; 17,2% (5 poos) de 20 a 80 m/d e
17,2% (5 poos) com transmissividade de 80 a 1800 m/d. As reas de maior transmissividade
encontram-se no Distrito Osvaldo Cruz (JP102; 111,06 m/d), Linha So Brs (JP112; 132,66
m/d), Linha So Joo do Porto (JP123; 622,25 m/d) e Linha Volta Grande (6190/FDV1;
1756,8 m/d). Ainda, as transmissividades analisadas pelos ensaios de bombeamento
(rebaixamento e recuperao) apresentaram correlao elevada entre ambas. Em comparao
com os valores encontrados nas fichas de campo, os valores de transmissividade dos testes de
bombeamento obtiveram correlao significativa, porm os valores mais altos apresentaram
desvio padro muito acima dos outros poos.
Portanto, a organizao e anlise dos ensaios de bombeamento para a regularizao
dos poos de abastecimento perante o rgo pblico, assim como para a avaliao do
potencial hidrogeolgico instalado no municpio, so de fundamental importncia para a
gesto adequada dos recursos hdricos subterrneos do municpio de Frederico Westphalen. O
estudo contribui para a comparao de parmetros em outros municpios que possuam
caractersticas hidrogeolgicas semelhantes.
A base de dados consistida neste estudo permitir a sua posterior utilizao em
Sistema de Informao Geogrfica referentes a gua subterrnea, que poder ser utilizada para
dar subsdios ao comit de Bacia Hidrogrfica da Vrzea para uma gesto integrada dos
recursos hdricos.
5 SUGESTES
Visto as dificuldades encontradas para a confeco deste trabalho necessria uma
maior adequao no preenchimento das fichas de testes de bombeamento, para utilizao
destas na concesso de outorga da gua. As fichas de ensaios de bombeamento, com poucas
excees, apresentaram intervalos de tempos de bombeamento diferentes, que dificultou a
-
50
interpretao de resultados para vazo especfica e transmissividade. Tambm esto em
desconformidade com os intervalos de tempo exigidos pela SEMA, para outorga da gua.
Ainda sobre os ensaios de bombeamento, necessrio chegar a uma vazo de
estabilizao ao final do teste, caso contrrio, a interpretao realizada em tais ensaios
incoerente com a vazo ideal de estabilizao do poo, mascarando o teste. A determinao
dos nveis de gua, por meio dos quais se obtm o rebaixamento, deve ser padronizada tal que
no possua valores negativos, o que inviabiliza a visualizao do rebaixamento, por meio de
grficos.
Quanto produtividade dos poos, h necessidade de mais estudos para se determinar
a localizao e manejo correto em reas de recarga de aqufero, pois estas devem ser
preservadas para que no haja contaminao, prejudicando a recarga do aqufero e tambm a
qualidade da gua subterrnea. A determinao da vazo especfica, assim como a
transmissividade, essencial para o conhecimento do potencial hidrodinmico dos poos e
deve estar presente em todos os poos.
Por fim, a unio de todos estes dados, entre outros, poder auxiliar numa melhor
gesto dos recursos hdricos subterrneos, pelos Comits de Bacia da Vrzea, podendo, por
meio da outorga da gua, suprir as carncias nas diversas localidades do municpio.
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Anexo A Modelo de teste de produo (SEMA).
1. Razo Social:
2. Municpio/UF:
3. . Poo N: 4. Profundidade (m): 5. Crivo Bomba (m):
6. Tipo de Equip. Utilizado: 7. Tempo de Bombeamento (min):
8. Nvel Esttico (m): 9. Nvel Dinmico (m):
10. Vazo (m/h): 11. Aqufero:
12. Execuo/ Equipe:
13. Data de Incio do Teste: 14. Data de Trmino do Teste:
REBAIXAMENTO RECUPERAO
Hora T (min) N.D. (m) Sw (m) Q (m/h) t (min) N.D. (m) sp (m)
1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
8 8
10 10
12 12
15 15
20 20
25 25
30 30
40 40
50 50
60 60
70 70
80 80
100 100
120 120
150 150
180 180
240 240
300 300
360 360
420 420
480 480
540 540
600 600
660 660
720 720
780
840
960
1080
1200
1320
1440