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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANÁLISE DE CUSTOS DOS DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Luísa Welter Bastos Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANÁLISE DE CUSTOS DOS DESPERDÍCIOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Luísa Welter Bastos

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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ANÁLISE DE CUSTOS DOS DESPERDÍCIOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

POR

Luísa Welter Bastos

Trabalho de conclusão de curso de

graduação apresentado ao Centro

de Tecnologia da Universidade

Federal de Santa Maria, como

requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Engenharia

de Produção.

Orientador(a): Andreas Dittmar Weise

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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ANÁLISE DE CUSTOS DOS DESPERDÍCIOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL

LUÍSA WELTER BASTOS (UFSM) [email protected]

ANDREAS DITTMAR WEISE (UFSM) [email protected]

O setor da construção civil apresenta algumas particularidades. Entre elas, destacam-

se o elevado nível de desperdício de materiais e mão de obra e a falta de preocupação

das empresas do setor com a gestão e controle de custos. Da associação desses fatores

surge a preocupação com a incerteza dos custos totais em desperdícios em uma obra.

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo mensurar e analisar os

desperdícios em uma obra de construção civil do tipo residencial. Trata-se de uma

pesquisa exploratória com abordagem qualitativa e quantitativa, tendo como estratégia

de pesquisa um estudo de caso. Os resultados encontrados apresentam altos índices de

desperdícios anormais nos materiais analisados e na mão de obra, resultando no

descumprimento do orçamento.

Palavras-chave: GESTÃO DE CUSTOS; DESPERDÍCIOS; CONSTRUÇÃO CIVIL

The civil construction sector has some peculiarities such as high levels of waste of

materials and labor and lack of concern with cost management and cost control by the

companies of this sector. From the association of these factors arises the concern with

uncertainty of total waste costs in a construction job. In this context, this study aims to

measure and analyze waste in a residential building construction. It is an exploratory

research using qualitative and quantitative techniques through a case study as research

strategy. The findings evince a high abnormal waste level in the analyzed materials and

labor, resulting in an over budget.

Keywords: COST MANAGEMENT; WASTES; CIVIL CONSTRUCTION

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1. Introdução

Devido às exigências do mercado atual, as empresas tem procurado, cada vez mais,

impulsionar sua produtividade e reduzir o custo de produção a fim de obterem maior

competitividade. Entretanto, no que se refere ao setor da construção civil, para Costa et

al. (2014) a competitividade é um desafio, já que o setor é conhecido pelo elevado

desperdício de materiais e de tempo de mão de obra, além de apresentar um grande

atraso em relação a outros setores industriais, justificado principalmente pela

dificuldade de gerir processos, dentre eles, a estimativa de custos.

Ligada a essa dificuldade de implantar a gestão de custos na construção civil, está a

incerteza quanto a real dimensão dos custos relativos a desperdícios que ocorrem em

uma obra. Porém, Lima et al. (2014) afirmam que o setor destaca-se dos demais em

relação a quantidade de perdas decorrentes da condução inadequada ao longo de todo

processo. Em relação a isso, Grohmann (1998) ressalta que realmente não há dados

confiáveis sobre os desperdícios na construção civil, porém, estima que com a

quantidade de materiais e mão de obra desperdiçados em três obras, é possível a

construção de outra idêntica, ou seja, o desperdício atingiria um índice de 33%.

Tendo em vista o cenário apresentado, é possível identificar que o problema está em

verificar e analisar os custos em desperdícios em uma obra de construção civil.

Acredita-se que o trabalho confirmará a hipótese de que o nível dos desperdícios

encontrados em uma obra é bastante elevado, podendo atingir mais de 25% dos custos

totais e, apesar disso, a empresa não tem um controle em relação a esses números.

A partir do contexto apontado anteriormente, na intenção de verificar as hipóteses

indicadas, este trabalho tem como principal objetivo levantar e analisar os custos em

desperdícios em uma obra residencial. Para responder a questão principal, foram

traçados objetivos específicos:

Realizar um estudo bibliográfico;

Levantar as necessidades de material e mão de obra baseado no orçamento;

Verificar compras e estoques;

Comparar o orçamento com os gastos reais ocorridos; e

Analisar os desperdícios e interpretar os resultados.

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Costa et al. (2014) ressaltam que no setor da construção civil observa-se que as

estimativas são extremamente ineficazes, com destaque para o controle dos custos no

decorrer do processo de produção, trazendo por consequência uma total incerteza sobre

os custos correspondentes aos desperdícios envolvidos no processo. Straub (2010)

acredita que os desperdícios na construção civil são corriqueiros e que dificilmente

serão extintos, porém, como estão diretamente ligados aos custos totais, é necessário ter

mais informações sobre como eles afetam o lucro final. Nesse contexto, percebe-se a

importância de saber a real dimensão das perdas envolvidas no processo construtivo.

As justificativas do enfoque teórico para a realização do trabalho estão baseadas no fato

de que há uma ausência de estudos que tratam em específico sobre a questão da

quantificação dos desperdícios em uma obra. Com o objetivo de comprovar isso, a

Figura 1 representa o número de ocorrências relacionadas às buscas feitas em alguns

portais de pesquisa de trabalhos científicos com as palavras-chave utilizadas, filtrando

os trabalhos publicados apenas no intervalo dos últimos cinco anos, de modo a

conseguir resultados atualizados.

Palavras-chave

Desperdícios;

construção civil; custos

Desperdícios;

construção civil

Custos;

construção civil

Portais de

pesquisa

Periódicos

da CAPES 9 20 26

Scielo 0 1 20

Associação

Brasileira de

Custos

0 0 0

Associação

Brasileira de

Engenharia

de Produção

0 0 0

Figura 1 – Número de resultados de publicações de acordo com as palavras chave

Fonte: Autor (2015)

Além do baixo número de ocorrências, é importante ressaltar que, entre os resultados

apontados, apenas uma pequena minoria trata do assunto de interesse, sendo que vários

resultados envolvem outros fatores, conforme demonstrado anteriormente.

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Como justificativa prática, está a intenção de chamar a atenção das construtoras para a

importância do controle de desperdícios, demonstrando a relevância dos custos

atrelados a eles, e contribuindo, assim, para o conhecimento das empresas do setor sobre

o assunto.

Seguidamente, serão apresentados, dentro do referencial teórico, alguns conceitos

relevantes para o tema apresentado no trabalho e ainda a metodologia adotada no

estudo, os resultados e sua discussão e a conclusão do trabalho.

2. Referencial teórico

Com o objetivo de elucidar as principais questões relativas ao tema do trabalho, as

subseções seguintes apresentam uma revisão da literatura. Inicialmente, apresentam-se

algumas considerações sobre o setor da construção civil, em seguida são descritos os

conceitos de gestão de custos, classificação de custos e desperdícios, bem como de

termos importantes para o entendimento desses itens. Também é apresentada uma

revisão sobre a questão principal do trabalho que são os custos e desperdícios

observados no setor da construção civil.

2.1. Construção civil

A indústria da construção civil é, comprovadamente, uma das indústrias com maior

representatividade na economia do Brasil, apresentando nos últimos doze anos, o

percentual médio de sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional de

aproximadamente 5,1% (FERNANDES NETO et al., 2015).

O ramo da construção civil apresenta um estado de constante crescimento, devido à

existência contínua de uma demanda por construções, desde residências até estradas e

indústrias, apresentando papel essencial da construção na vida da população em geral,

no desenvolvimento das cidades e na economia do país (SANTO et al., 2014). Nesse

sentido, Pinto et al. (2015) apontam que o setor da construção civil tem um papel de

extrema importância para o desenvolvimento do Brasil, por ser responsável pela criação

de novas tecnologias e, ainda, o fato de ser um grande gerador de renda e emprego.

Além disso, a construção civil está intimamente ligada aos indicadores de qualidade de

vida da sociedade em geral, já que o setor aponta soluções de urbanismo e tem como

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principal papel produzir as estruturas imprescindíveis ao bem estar e progresso da

população (ALENCAR; SANTANA, 2010).

Weydmann e Capaccchi (2014) vão de encontro a isso, dizendo que as empresas do

ramo da construção civil são grandes geradoras de trabalho e renda, porém apresentam

necessidades de informações gerenciais para auxiliar nas tomadas de decisão do

processo produtivo. Nesse sentido, Chagas et al. (2015) afirmam que o setor em questão

tem sido considerado atrasado quando comparado a outros ramos industriais, e apontam

como causas disso o fato de apresentar, em geral, baixa produtividade, grande

desperdício de materiais, atrasos e ausência de controle de qualidade. Como explicação

para isso, Cockell (2014) ressalta que o setor é caracterizado pelo alto índice de

instabilidade, grande número de trabalhadores informais, terceirizados ou

subcontratados, alta rotatividade e alto grau de flexibilidade na utilização da mão de

obra, principalmente entre os operários, somado ao fato de muitas vezes apresentar uma

situação de precariedade às condições de trabalho.

2.2. Gestão de custos

Bornia (2010) aponta que a contabilidade de custos surgiu com a Revolução Industrial,

com o objetivo de definir os custos dos produtos fabricados, já que, antes disso, a

produção era feita por artesãos e praticamente só existiam empresas comerciais que

utilizavam a contabilidade financeira apenas para a avaliação do patrimônio e da

lucratividade no período. O autor descreve ainda que, com o aparecimento das empresas

industriais, a apuração continuou sendo feita da mesma forma, porém, dessa maneira

não se obtinha o custo de produção dos produtos vendidos, uma vez que eles não eram

mais comprados prontos e sim fabricados a partir da combinação de diferentes matérias

primas, surgindo, então, a imposição da implantação dos sistemas de custeio, tornando a

gestão de custos fundamental para a sobrevivência das empresas.

Enfatizando sua importância, Souza e Diehl (2009, p. 31) dizem que “a

restrita a funções e áreas em particular na organização”.

Nesse sentido, Favarin et al. (2012) afirmam que a gestão de custos tem extrema

importância nas diversas tomadas de decisão ao longo dos processos produtivos, pois é

através de informações desse setor que são definidos detalhes referentes a

investimentos, como o setor, o momento e o volume a ser investido, ou a precificação

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dos produtos ou serviços que a organização produz. Também nesse sentido, Fontenele

Filho e Correia Neto (2014) ressaltam que a gestão de custos é uma atividade essencial

em projetos de todos os portes, uma vez que a forma incorreta de planejar e controlar os

custos pode prejudicar o projeto como um todo e influenciar direta e negativamente em

diversas áreas de gestão.

Crepaldi (2010) destaca que além da determinação de custos envolvidos na produção, a

gestão de custos auxilia no controle de desperdícios, horas de trabalho ociosas, má

utilização de equipamentos, quantificação de matéria prima utilizada, entre outros.

Segundo Sousa e Silva (2014), as principais aplicações da gestão de custos estão

relacionadas a três elementos:

Avaliação dos estoques no que diz respeito à contabilidade financeira como

balanço patrimonial e a contabilidade gerencial, determinação, por exemplo, de

um nível de estoque;

Controle de desempenho, que controla os custos e demais gastos para fins de

avaliação da empresa; e

Processo decisório em geral, como decisões sobre produzir ou comprar,

identificação dos produtos mais e menos rentáveis e determinação de preço

mínimo.

2.3. Classificação de custos

Dutra (2010) ressalta que, naturalmente, os custos são classificados, com o objetivo de

agrupá-los e padronizá-los de modo que uma mesma operação possa permanecer com a

mesma classificação independentemente do momento em que ela for efetuada ou da

pessoa que a classificou, a fim de facilitar a organização dos registros de custos. Ainda

no contexto de simplificação dos custos, Sousa e Silva (2014) afirmam que, uma vez

que a gestão de custos tem diferentes propósitos, uma das formas de organizar as

informações pertinentes a esse tema, de modo a facilitar o controle e o processo de

tomada de decisão é a classificação de custos. Os autores citam ainda, que essa

classificação depende da referência escolhida, podendo ser em relação ao objeto de

custo, nesse caso sendo classificados como diretos ou indiretos, uma vez que, essa

classificação determinará a forma com que os custos serão alocados ao produto; ou em

relação ao volume de produção, podendo ser classificados em custos fixos ou variáveis

(SOUZA; SILVA, 2014).

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Para Zahaikevitch et al. (2013), o custo direto é o custo de fácil identificação, repassado

diretamente na produção de um bem ou serviço não necessitando de rateio. Bertó e

Beulke aquisição

matéria prima de uso direto no processamento, despesas relativas às vendas, como

impostos, comissões sobre vendas, entre outros.

Já os custos indiretos são classificados, por Bertó e Beulke (2013), como os custos que

dão sustentação ao funcionamento das atividades, em geral, caracterizados pela

impossibilidade de serem medidos, identificados e quantificados diretamente. Sendo

assim, os autores destacam que a presença de um grande número de custos indiretos

acarreta, normalmente, uma maior dificuldade para sua precisão (BERTÓ, BEULKE,

2013). Bornia (2010) cita como exemplo dessa categoria a mão de obra indireta e o

aluguel.

Bornia (2010) explica que os custos fixos são os custos que não estão condicionados às

atividades da empresa no curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de

produção. Bertó e Beulke (2013) citam como exemplos a depreciação, a manutenção de

equipamentos e a folha de pagamento de funcionários. Zahaikevitch et al. (2013)

definem custos variáveis como os custos que sofrem variações diretamente dependentes

da quantidade produzida, sendo que, quanto maior a produção da empresa, maior o

custo variável, como por exemplo a matéria prima.

2.4. Desperdícios

Perez et al. (2010) dizem que os desperdícios são gastos ocorridos no processo

produtivo que podem ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos

produtos gerados. Souza et al. (2014) definem desperdícios como os gastos pelos quais

o consum custos ou despesas que não

adicionam valor ao produto ou serviço, geralmente, podendo ser eliminados sem

prejuízos ao produto. Bornia (2010) determina os desperdícios como os esforços que

não agregam valor aos produtos e são desnecessários ao trabalho efetivo, por vezes,

inclusive, diminuindo o valor desses produtos.

Com base nas afirmações dos autores, percebe-se claramente a ligação dos desperdícios

com prejuízos, relacionados não só com os gastos totais, mas também com a qualidade

do produto final e possivelmente, como consequência, comprometendo a relação com os

clientes, uma vez que esses prejuízos serão repassados a eles também (PEREZ et al.,

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2010); (SOUZA et al., 2014); (BORNIA, 2010).

Shingo (1996) aponta classificações de desperdício, levando em consideração a falha ou

o setor que o originou, são as chamadas 7 perdas da produção. As classificações podem

ser: perdas por superprodução, perdas por tempo de espera, perdas no transporte, perdas

no processamento, perdas de estoque, perdas por desperdícios de movimentos, perdas

por produtos defeituosos (SHINGO, 1996).

Quando tratamos das perdas físicas, podemos classificá-las de acordo com a forma com

que elas se apresentam ao longo do processo. Nesse sentido, Souza e Diehl (2009)

apontam que as classificações conhecidas são os desperdícios normais e anormais. Os

autores determinam que as perdas normais são aquelas próprias dos processos, sendo

difícil evitá-las e então seus custos são incorporados aos custos de produção, enquanto

os desperdícios anormais decorrem de exceções, perdas acima do esperado, de razão

mais facilmente identificável uma vez que não fazem parte do processamento normal.

Bornia (2010) exemplifica essa questão com a suposição de um processo que tenha

habitualmente uma taxa de 1% de peças defeituosas e, durante um dado período,

apresente um índice de 5% de produtos com defeitos, indicando que os desperdícios

anormais nesse caso equivalem a 4%.

2.5. Custos e desperdícios na construção civil

Noro (2012) afirma que várias empresas do setor da construção civil estão perdendo

espaço no mercado por falta de competitividade ou deixando de existir, por não

conseguirem administrar ferramentas de gestão eficazes em seus empreendimentos. Para

Ferreira et al. (2008), a construção civil usa métodos de produção ultrapassados, devido

ao baixo investimento tecnológico, além de desconsiderar fatores essenciais, como as

perdas atreladas ao processo produtivo.

Na construção civil, o levantamento e análise de custos são dificultados devido ao

processo apresentar envolvimento de recursos com elevada variabilidade, tais como a

mão de obra, a realização das atividades consome esses recursos, que são representados

por custos diretos unitários e geram incertezas contábeis (TABOSA; RODRIGUES,

2013). Costa et al. (2014) apontam que a gestão de custos tornou-se o principal desafio

para os gestores das obras, com o objetivo de melhorar os indicadores nos projetos do

setor da construção civil, já que ao longo do desenvolvimento de muitos projetos

perceba-se que o orçamento não foi eficaz quanto ao custo da execução da obra.

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Associada a dificuldade de gerenciar os custos, Sousa e Silva (2014) ressaltam a falta de

preocupação das empresas do setor da construção civil com a gestão e controle de

custos, apesar de a importância desses controles ser bastante conhecida. Os autores

salientam ainda que na construção civil o valor relacionado aos desperdícios

considerados normais tem-se elevado gradativamente, exigindo cada vez mais um maior

controle desses gastos (SOUSA; SILVA, 2014).

Nesse sentido, Nascimento (2014) ressalta que no caso da construção civil, os

desperdícios, frequentemente são associados apenas às perdas de materiais. No entanto,

é importante destacar que os desperdícios vão além desse conceito, incluindo qualquer

ineficiência no uso de equipamentos, mão de obra e investimentos superiores ao

necessário para a obra (NASCIMENTO, 2014).

Na intenção de confirmar a relevância dos níveis de desperdícios no setor Lima et al.

(2014, p. 9 “ o entre os pesquisadores, que as perdas na

construção civil são significativas, causadas por vários fatores e encontradas nas

diversas fases do processo construtivo, podendo ser mitigadas ou evitada ”. Com o

objetivo de dimensionar os desperdícios, Souza et al. (2004) determinam que as perdas

de materiais são dimensionadas utilizando a comparação entre a quantidade de material

teoricamente necessária e a quantidade realmente utilizada.

Perez et al. (2010) dizem que o custo de mão de obra é encontrado através da

multiplicação do tempo envolvido na produção pela taxa horária do trabalhador. Porém,

Borges (2013) destaca que o caso dos desperdícios aplicados à construção civil, é uma

questão mais complicada que a questão dos materiais, envolvendo um cronograma

específico organizando a quantidade de mão de obra e o tempo que os trabalhadores

gastarão para realizar o trabalho demandado relacionado com a situação observada na

realidade.

3. Procedimentos metodológicos

A aplicação do trabalho foi feita em uma micro empresa do ramo da construção civil de

Santa Maria, cujo levantamento de dados foi feito diretamente em uma obra do tipo

residencial.

O presente trabalho classifica-se, quanto à natureza, como uma pesquisa aplicada, uma

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vez que se espera que

realizada por questões

imediatas, de características práticas e busca soluções para problemas concretos

(RAMOS, 2009).

Seus objetivos classificam-na como pesquisa exploratória, uma vez que tem como

principal objetivo aumentar o conhecimento sobre o problema abordado. Gil (2002) diz

que esse tipo de pesquisa tem o objetivo proporcionar maior familiaridade com o

problema, com a finalidade de torná-lo explícito ou constituir hipóteses.

A abordagem do trabalho é do tipo combinada, visto que usa da associação de aspectos

qualitativos e quantitativos para responder a questão problemática em um estudo de

caso.

A primeira etapa do trabalho se dá pela pesquisa de temas relevantes para realização do

trabalho, parte desse estudo está apresentado no item anterior, referente à revisão

bibliográfica. Durante a segunda e a terceira etapa, foram levantados os dados

necessários através de uma análise sobre as reais necessidades de mão de obra e

material para uma obra, baseado no orçamento, seguido da comparação desses dados

com as compras, estoques e a mão de obra empregada, atrelando-as aos respectivos

custos, bem como a organização e interpretação dos dados obtidos a fim de determinar

resultados. E, finalmente, a última etapa aborda a análise final sobre os resultados.

Ressalta-se que, uma vez que os dados foram coletados em uma obra do tipo

residencial, seus resultados ficam restritos apenas a esse tipo de construção, não tendo a

verificação da confiabilidade dos resultados para edificações do tipo comercial ou

industrial. Também é importante enfatizar que para essa pesquisa foram considerados

como desperdícios normais até o nível 15% de perdas no processo, já contidos no

orçamento. Acima disso, foram consideradas como desperdícios anormais, cujos

conceitos foram abordados anteriormente.

A obra escolhida para realização do trabalho trata-se de um prédio residencial de quatro

pavimentos que, ao início da coleta de dados, no mês de setembro de 2015, estava em

fase de conclusão. Na fase inicial, a construção em questão teve previsão de duração de

18 meses e acabou se alongando e alcançando cerca de 30 meses de duração.

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Após a definição da obra a ser estudada, foram definidas as principais etapas da

construção que seriam abordadas, desprezando as fases da construção em que se sabe

que não há grandes avarias atreladas ao processo. Os gastos referentes à mão de obra

envolvida em toda a construção também foram estudados. As etapas destacadas para

análise são:

Fundações;

Vigas de fundação;

Vigas de cintamento;

Viga de cintamento de cobertura;

Contra piso;

Pilares;

Alvenaria de fechamento;

Laje de cobertura;

Cobertura;

Reboco de paredes; e

Pintura.

Devido ao fato de a empresa responsável pela obra a ser estudada estar iniciando suas

atividades no início dessa construção, houve algumas complicações para o

levantamento de dados. Entre esses problemas, o principal deles foi a falta de um

orçamento completo para a obra em questão, acarretando na necessidade do

levantamento de alguns dados do projeto, como a quantidade de tijolos, areia, cimento,

massa fina, tábuas, tintas e ferragem, o que pode ter ocasionado um erro de cálculo de

cerca de 10% dos materiais para mais ou para menos. Para fins da reprodução do

orçamento, foi considerada uma quebra normal de 15%. Também por falta de

orçamento, alguns materiais precisaram ser desprezados no trabalho, já que não seria

possível fazer um orçamento preciso para os mesmos, como por exemplo, argamassa e

brita. Além desses fatores já apontados, percebeu-se a ausência de registro de alguns

dados sobre a obra na empresa. Ainda, ignoraram-se os materiais de valor pouco

representativo em relação ao custo total da obra. O levantamento dos gastos, por sua

vez, foi feito através de consultas ao banco de dados da empresa, plantas da obra, notas

fiscais armazenadas e contrato da obra do prédio em questão.

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Uma vez que a obra estivesse em fase de conclusão, optou-se pelo agrupamento dos

dados por material, desprezando pequenas diferenças nas suas especificações, devido à

impossibilidade de saber em qual etapa ou momento os materiais comprados foram de

fato utilizados. Porém, para propiciar uma melhor análise, foram apontadas todas as

fases da obra em que foram utilizados cada um dos materiais analisados, conforme

apresenta a Figura 2.

Material Unidade Etapas

Concreto m² Fundação, pilares, vigas de fundação, vigas de cintamento e laje de

cobertura

Malha de ferro un Laje de cobertura

Telhas m² Cobertura

Areia t Fundações e contrapiso

Tijolo un Alvenaria de fechamento

Selador lt Pintura

Prego kg Pilares, vigas de fundação, vigas de cintamento de cobertura, cobertura

e laje de cobertura

Cimento sc Fundações e contrapiso

Tintas lt Pintura

Vigota e tavela m Laje de cobertura

Ferros un Pilares, viga de fundação, viga de cintamento, viga de cintamento de

cobertura

Tábua de pinus un Viga de fundação, pilares, vigas de cintamento, laje de cobertura e

cobertura

Arames kg Pilares, viga de fundação, vigas de cintamento e viga de cintamento

cobertura

Massa fina sc Reboco de paredes

Figura 2 – Materiais e etapas correspondentes

Fonte: Autor (2015)

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4. Resultados e discussão

Nesta seção, são apresentados os dados coletados ao longo da pesquisa, juntamente de

uma análise sobre os mesmos, com apoio de gráficos e tabelas, e a discussão pertinente

sobre os resultados observados junto de sugestões para melhoria dos problemas

encontrados.

4.1. Análise

Ao longo da construção do prédio escolhido, observa-se que os materiais que se

destacaram pelo número de remessas de compras e mais sofreram variação de preços

unitários desde a primeira compra efetuada até a última, são o cimento, as tábuas de

pinus e a massa fina. Os gráficos abaixo, ilustrados nas Figuras 3, 4 e 5, deixam isso

mais claro, apresentando essas oscilações de preço unitário ao longo do seu tempo de

compra, tendo a primeira compra como valor base e os demais com os acréscimos ou

descontos percentuais em relação a essa primeira remessa.

Figura 3 – Variação percentual do preço unitário de compra do cimento

Fonte: Autor (2015)

70%

80%

90%

100%

110%

120%

130%

Pe

rce

ntu

al d

e p

reço

un

itár

io

Período Variação do preço unitário

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Figura 4 – Variação percentual do preço unitário de compra das tábuas de pinus

Fonte: Autor (2015)

Figura 5 – Variação percentual do preço unitário de compra da massa fina

Fonte: Autor (2015)

Nos gráficos referentes às Figuras 3, 4 e 5 percebe-se que o preço unitário dos produtos

varia tanto para mais quanto para menos em relação ao preço inicial. No caso das tábuas

de pinus esse percentual de variação chega a cerca de 50% do preço unitário nos dois

sentidos demonstrando grande instabilidade de preços dependendo do momento da

compra ou do fornecedor do material, além de possivelmente diferentes especificações

no produto.

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

180%

29

/10

/13

12

/11

/13

26

/11

/13

10

/12

/13

24

/12

/13

07

/01

/14

21

/01

/14

04

/02

/14

18

/02

/14

04

/03

/14

18

/03

/14

01

/04

/14

15

/04

/14

29

/04

/14

13

/05

/14

27

/05

/14

10

/06

/14

24

/06

/14

Pe

rce

ntu

al d

e p

reço

un

itár

io

Período Variação do preço unitário

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

23

/01

/14

13

/02

/14

06

/03

/14

27

/03

/14

17

/04

/14

08

/05

/14

29

/05

/14

19

/06

/14

10

/07

/14

31

/07

/14

21

/08

/14

11

/09

/14

02

/10

/14

23

/10

/14

13

/11

/14

04

/12

/14

25

/12

/14

15

/01

/15

05

/02

/15

Pe

rce

ntu

al d

e p

reço

un

itár

io

Período Variação do preço unitário

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14

Nas Figuras 6, 7 e 8 são apresentados os comportamentos desses valores ao longo do

tempo em que as compras desses materiais se repetiram, juntamente com um

comparativo do preço médio pago pelo material e o preço de orçamento.

Figura 6 – Variação do preço unitário de compra do cimento

Fonte: Autor (2015)

Figura 7 – Variação do preço unitário de compra das tábuas de pinus

Fonte: Autor (2015)

R$ 15,00

R$ 17,00

R$ 19,00

R$ 21,00

R$ 23,00

R$ 25,00

R$ 27,00

R$ 29,001

6/1

0/1

3

16

/11

/13

16

/12

/13

16

/01

/14

16

/02

/14

16

/03

/14

16

/04

/14

16

/05

/14

16

/06

/14

16

/07

/14

16

/08

/14

16

/09

/14

16

/10

/14

16

/11

/14

16

/12

/14

16

/01

/15

16

/02

/15

Pre

ço u

nit

ário

de

co

mp

ra

Período Preço unitário Preço unitário médio Preço unitário orçado

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

40,00

Pre

ço u

nit

ário

de

co

mp

ra

Período

Preço unitário Preço unitário médio Preço unitário orçado

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15

Figura 8 – Variação do preço unitário de compra da massa fina

Fonte: Autor (2015)

Observando os gráficos é possível verificar que nas primeiras compras de cada material

os produtos apresentam preços unitários abaixo ou muito próximos do preço médio e o

preço de orçamento e nas últimas compras esse valor começa a apresentar-se acima

desses parâmetros. No caso do cimento, mostrado na Figura 6, observa-se que apesar de

nas primeiras compras o preço unitário apresentar-se abaixo do preço de orçamento, o

produto tem uma elevação em seu preço e a média fica acima do orçado, devido ao fato

de a elevação sofrida ter sido bastante significativa, em cerca de 20%, conforme

apontado na Figura 3. No que diz respeito às tábuas de pinus, conforme mostrado na

Figura 7, em nenhum momento as compras chegam ao preço de orçamento, mostrando-

se sempre muito acima disso, com uma diferença que em alguns momentos ultrapassa

os 300% do preço orçado, porém, os preços de compra apresentam, em geral, valores

próximos à média. O caso da massa fina, demonstrado na Figura 8, difere dos outros

dois casos, já que mostra o orçamento acima do valor médio de compra, isso se deve ao

fato de a maior parte das compras apresentaram-se abaixo do orçamento e muito

próximas do preço médio, e só ao final das compras, terem seu preço elevado a valores

superiores ao valor orçado, porém em poucas remessas e com um acréscimo

R$4,00

R$4,50

R$5,00

R$5,50

R$6,00

R$6,50

R$7,00

R$7,50

R$8,00

R$8,50

R$9,00

Pre

ço u

nit

ário

de

co

mp

ra

Período

Preço unitário Preço unitário médio Preço unitário orçado

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16

relativamente baixo, se comparado aos outros produtos, de acordo com o que já tinha

sido demonstrado na Figura 5.

Além dos valores referentes a materiais desperdiçados no processo construtivo, essas

variações contribuem para que o total gasto na obra se afaste dos valores que foram

estabelecidos no orçamento. Percebe-se que essa alteração nos preços aparece,

especialmente, em casos como esses, em que os materiais são comprados em várias

remessas diferentes e os preços unitários comparados estão separados por longos

intervalos de tempo, no caso, no mínimo um ano de intervalo entre a primeira e a última

compra. Esses intervalos ficam ainda maiores se levado em consideração o momento

em que o orçamento foi realizado juntamente com a pesquisa de preços de mercado,

naturalmente antes do início da obra, e a última compra. Na Tabela 1, apresentam-se os

dados comparativos para todos os materiais entre o orçamento realizado pela empresa, o

preço unitário na primeira e na última compra de cada material e o percentual de

acréscimo do preço contido no orçamento em relação a esses preços de compra.

Tabela 1 – Comparativos de preço unitário dos materiais

Fonte: Autor (2015)

Material

Preço

unitário de

orçamento

Preço

unitário

médio de

compra

Primeira compra Última compra

Preço

unitário

Variação em

relação ao

orçamento

Preço

unitário

Variação em

relação ao

orçamento

Concreto R$ 270,00 R$ 272,00 R$ 272,00 1% R$ 272,00 1%

Malha de

ferro R$ 32,00 R$ 44,95 R$ 38,19 19% R$ 54,24 70%

Tijolos R$ 0,41 R$ 0,58 R$ 0,42 2% R$ 0,44 7%

Telhas R$ 18,00 R$ 14,19 R$ 13,97 -22% R$ 13,98 -22%

Areia R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 0% R$ 5,00 0%

Selador R$ 120,00 R$ 64,83 R$ 54,90 -54% R$ 65,00 -46%

Pregos R$ 7,21 R$ 5,57 R$ 5,19 -28% R$ 8,55 19%

Cimento R$ 21,50 R$ 23,90 R$ 23,01 7% R$ 24,63 15%

Tintas R$ 200,00 R$ 186,74 R$ 135,00 -33% R$ 239,00 20%

Vigota e

tavela R$ 7,77 R$ 12,65 R$ 13,40 72% R$ 9,00 16%

Ferros R$ 12,28 R$ 14,97 R$ 25,65 109% R$ 16,27 32%

Tábuas R$ 8,50 R$ 26,57 R$ 23,00 171% R$ 36,00 324%

Arames R$ 6,75 R$ 6,21 R$ 6,50 -4% R$ 5,94 -12%

Massa fina R$ 8,20 R$ 7,71 R$ 7,79 -5% R$ 8,55 4%

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17

Com base na Tabela 1, ficam evidentes alguns erros no orçamento. Um exemplo é a

estimativa completamente equivocada quanto ao preço unitário de alguns materiais,

como as tábuas de pinus que chegam até 324% de aumento em relação ao valor orçado.

Alguns materiais chegam até a ter valores menores, no momento da sua compra, do que

os valores orçados, contudo, também sofrem um aumento muito grande, superando o

valor contido no orçamento, destacando-se o caso das tintas que variam de um preço

unitário 33% menor que o de orçamento até um valor 20% maior.

No que diz respeito à quantidade de materiais orçada, a Figura 10 representa

graficamente a diferença, na unidade de medida de cada material conforme apresentado

na Figura 2, entre o que foi estimado no orçamento e o que foi realmente utilizado ao

longo da obra. Os tijolos não foram apresentados no gráfico, por terem uma quantidade

muito superior aos demais materiais, apresentando um orçamento de 22.127 unidades,

sendo que foram compradas 28.116 unidades.

Figura 10 – Gráfico comparativo de quantidades

Fonte: Autor (2015)

Nota-se que a quantidade de material realmente gasto ao longo da obra superou a

quantidade orçada na maioria dos materiais. Os desperdícios da obra são indicados pela

diferença entre esses parâmetros. A Tabela 2 demonstra esses números da quantidade de

material orçada e realizada, na unidade em que se expressa cada um deles, juntamente

com a diferença entre os dois e o índice considerado desperdício normal e anormal

dentro dessa alteração. Conforme apontado na subseção referente aos procedimentos

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Qu

anti

dad

e d

e m

ate

rial

Materiais

Orçado Gasto

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18

metodológicos, nesse estudo os acréscimos de até 15% são considerados normais, e já

estão inseridos no orçamento, e os índices acima disso são considerados desperdícios

anormais.

Material Unidade Orçado Gasto Variação Desperdícios

anormais

Concreto m² 66 70 6% 6%

Malha de ferro

un 170 173 2% 2%

Tijolos m² 22.127 28.116 27% 27%

Telha m² 255 313 22% 22%

Areia t 371 396 7% 7%

Selador lt 45 61 36% 36%

Pregos kg 170 171 1% 1%

Cimento sc 1.127 1.201 7% 7%

Tintas lt 24 31 29% 29%

Vigota e tavela

m 850 960 13% 13%

Ferros un 780 789 1% 1%

Tábuas un 400 352 -12% 0%

Arames kg 147 150 2% 2%

Massa fina sc 335 608 81% 81%

Tabela 2 – Variação de quantidade de material orçamento X gasto

Fonte: Autor (2015)

4.2. Sugestões de melhorias

4.2.1. Desperdícios anormais

Verifica-se que na Tabela 2 que, com exceção das tábuas de pinus, os materiais

apresentaram desperdícios anormais com índices bastante elevados, superando a

importância de 20%. A massa fina, por exemplo, usada no reboco de paredes, destoa

dos demais materiais, tendo uma elevação de 81% de quantidade em relação ao

orçamento. Nesse caso, a principal possível causa é o fato desse material, em especial

pela natureza do seu modo de aplicação, ser comumente usado em excesso sem

necessidade, por exemplo, apesar das especificações trazerem uma camada de massa de

cerca de 2 cm, o produto final aparece com acabamentos mais grosseiros, resultando em

partes da construção apresentando o dobro da espessura da massa ou até mais do que

isso. Tal problema pode acontecer em outros materiais e deve ser evitado efetuando

maior controle ao longo da construção, certificando-se de que o responsável por essa

tarefa observe e cumpra às regras de aplicação do material, indo de encontro ao que

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19

consta no projeto. A falta de cuidado dos trabalhadores durante a execução do projeto

pode gerar outros problemas também, como o caso de danificar materiais por uso

indevido. Como forma de evitar que esses problemas aconteçam é recomendado que se

estabeleça um padrão para o procedimento de cada uma das operações juntamente com

a verificação do trabalho executado.

Outra possível causa para os desperdícios anormais apresentados são roubos de

materiais acondicionados no local da obra, para os quais se sugere melhorar a segurança

e a fiscalização dos estoques, tornando-a também mais frequente. Além disso, os

produtos entregues com falhas não verificadas também são causas frequentes de gastos

desnecessários, aos quais se recomenda uma inspeção rigorosa no momento da entrega

de cada pedido.

4.2.2. Orçamentos

Ao analisar os dados obtidos, nota-se que nenhuma etapa da construção teve seu

orçamento cumprido. Quase todas as áreas da construção apresentaram um acréscimo

substancial nas suas despesas em relação ao que se tinha previsto antes do início da

obra. Destacando a mão de obra, que apresentou um acréscimo de 32% em relação ao

orçamento, sendo que esta representa 80% do total dos gastos analisados nesse trabalho.

É importante que se faça com que o orçamento seja fiel em relação aos preços e as

quantidades de cada material e a mão de obra que será utilizada. Para isso, recomenda-

se primeiramente um planejamento em relação ao tempo de construção detalhado o que

possibilitará fidelidade à mão de obra necessária bem como saber a necessidade de

materiais em cada momento ao longo da obra que, combinada a uma pesquisa de preço

possibilitará ao orçamento incluir a correção dos valores de materiais de forma exata e

durante o intervalo correto. Porém, há que existir um controle severo para que esse

planejamento seja seguido e respeitado, bem como uma comunicação intensa entre o

setor de obras e de compras da empresa, de modo a integrar as atividades no campo de

obras com a compra de materiais.

No que diz respeito aos desperdícios, com o intuito de diminuir seu impacto sobre o

orçamento aconselha-se o uso de um indicador para incluí-los no orçamento. Calculou-

se, para isso, a variação ponderada média ao longo de toda obra, usando como

ponderador o valor total gasto em cada material, associado ao percentual de variação do

gasto em relação ao que havia sido orçado, no exemplo da mão de obra, foi usado o

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20

valor de 80%, relativo parcela dessa despesa comparada ao total dos gastos analisados

nesse trabalho, multiplicado por 32%, percentual de acréscimo de materiais em relação

ao orçamento, então esse procedimento foi repetido com todos os materiais também e

feita uma média. Portanto, indica-se o valor de 1,023, como multiplicador do total de

materiais apontados no orçamento, para obter valores mais precisos em relação às

quantidades de material utilizadas.

5. Conclusão

A gestão de custos é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento. Com base

nisso, o presente trabalho teve o objetivo de verificar e analisar os custos em

desperdícios em uma obra de construção civil.

Para isso, realizou-se um estudo bibliográfico, dentro do qual se identificou a

preocupação e a dificuldade quanto à mensuração dos custos na construção civil. Depois

disso, foram analisados o orçamento e os gastos de uma obra residencial. A partir disso,

foram encontrados os valores relativos às variações de preço a partir do orçamento até o

final da obra, os desperdícios normais e anormais do processo e um valor indicativo

para correção da quantidade de material orçada levando em consideração os

desperdícios observados nessa obra.

Verificou-se que houve grande dificuldade no cumprimento do orçamento da obra em

questão. Com base na análise dos dados, percebem-se alguns fatores que colaboraram

com isso como uma grande variação de preços ao longo da obra, bem como a presença

de um elevado índice de desperdícios anormais em alguns dos materiais analisados.

Além disso, a falta de planejamento também foi um fator culminante nos acréscimos da

obra, principalmente nos valores relativos à mão de obra.

Aconselha-se que a empresa faça a implantação das melhorias sugeridas de modo a

buscar progresso na prestação dos serviços oferecidos, para que se possa oferecer ao

cliente uma execução fiel ao planejamento e orçamento apresentados ao início da obra.

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