análise de chaperonas hipotéticas da xanthomonas ... · secretório do tipo iii, sistema...

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i Instituto de Química Departamento de Química Orgânica DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas axonopodis pv. citri por espectrometria de massas Aluna: Adriana Martini Martins (RA: 022974) Orientadora: Profa. Dra. Ljubica Tasic Co-Orientador: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi Arruda Campinas, São Paulo 2010

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Page 1: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

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Instituto de Química

Departamento de Química Orgânica

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas axonopodis

pv. citri por espectrometria de massas

Aluna: Adriana Martini Martins (RA: 022974)

Orientadora: Profa. Dra. Ljubica Tasic

Co-Orientador: Prof. Dr. Marco Aurélio Zezzi Arruda

Campinas, São Paulo

2010

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE

QUÍMICA DA UNICAMP

Título em inglês: Mass spectrometry analysis of secretion chaperones from Xanthomonas axonopodis pv. citri Palavras-chaves em inglês: Xanthomonas axonopodis pv. citri, Secretion chaperones, Mass spectrometry Área de concentração: Química Orgânica Titulação: Mestre em Química na área de Química Orgânica Banca examinadora: Profª Drª Ljubica Tasic (orientadora), Prof. Dr. Marcos Nogueira Eberlin (IQ-UNICAMP), Prof. Dr. Shaker Chuck Farah (IQ-USP/SP)

Data de defesa: 27/10/2010

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Aos meus pais, co-autores de todas as minhas conquistas.

‘Tudo que chega, chega sempre por algum motivo’

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Agradecimentos

Primeiramente, a Deus, e à família que Ele escolheu prá mim. Sem o amor

e apoio de vocês, nada disso seria possível!

À professora Buba, pela orientação e por todo o aprendizado proporcionado

nestes anos de trabalho conjunto.

Ao grupo do laboratório: Ju, Alê, Fabio, Iza, Marcela, Dosil, Ana, Dani, Pry,

Chico, Prof. Nelson Durán e todos os agregados, pelo ambiente de trabalho

agradável.

À estrutura provida pelo Instituto de Química durante toda a minha

formação acadêmica.

Ao professor Marco Zezzi, pela co-orientação; e ao seu grupo: Herbert,

Marcelo, Adilson e Lidiane, pela grande ajuda nos protocolos de digestão

enzimática e corridas de HPLC.

Aos professores Carlos Ramos, Celso Benedetti (LNBio/LNLS) e Chuck

Farah (IQ/USP-SP) por ceder equipamentos e cepas de Xac utilizados neste

trabalho.

Ao professor Fabio Gozzo, pelas sugestões dadas no exame de

qualificação; e ao seu grupo: Alana, Pilau, Alexandre, Luis e Mariana, pela

paciência na obtenção dos espectros de massas.

Às funcionárias do Laboratório MAS do LNBio/LNLS: Adriana, Margareth,

Taís e Bianca.

Ao professor Marcos Eberlin, pelas sugestões no exame de qualificação.

Aos funcionários do IQ: Rita e José (GC) e Daniel (SEM).

À professora Mary Heidi, do IB, pelo auxílio com o protocolo de obtenção

das imagens de SEM.

Ao pessoal da CPG: Bel, Miguel e Isabel, sempre atenciosos e prestativos

com os trâmites a resolver.

A CAPES, FAPESP, CNPq, CPG-IQ e FAEPEX, pelo apoio financeiro dado

durante o desenvolvimento deste projeto.

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A todos os meus amigos, família que Deus me permitiu escolher, por

compartilharem comigo momentos tão importantes de suas vidas, e,

principalmente, por estarem presentes em momentos tão importantes da minha:

� Luzinha, Tati, Barbarete e Taísa, moradoras da J6A, gatas que eu quero muito!

� Thaís, André, Renatcheca e Tati, companheiros de moradia de longa data, que

sempre estavam lá quando eu precisei, por serem muito mais que ‘o pessoal que

mora comigo’.

� toda a turma 03, pelos momentos de estudo, festas no abacateiro, do contrário,

brega, churrascos, estudos e conversas na BIQ...

� Marininha, Flavio, Mari, Nathy, Re, Paulo, Amanda, Simão, Mi, Karen Pauzer,

Érica, Ina, Chitão, Julia, Thiagão, Jesus, Maurício 02, Thati, Lelé, Renatas, Joyce,

Jae, Thiago, Rafa, Andrézão por tudo que passamos juntos nesses 7 anos de

Unicamp!

� amigos da RAE, companheiros de aventuras nas viagens pela Argentina.

� Lucas, que me ensinou tantas coisas e deixou ótimas lembranças.

� Ari, Elisa e Rafa, porque vocês são MARA!

�Carla Perez e Ilton, pelos bons momentos e pelos seus respectivos rota-

evaporadores!

� Dri (por compartilharmos muito mais que o mesmo nome!) e Paula, petroleiras

tão queridas!

� amigos que ficaram em São Paulo, que mesmo longe, estavam sempre

presentes!

� todos aqueles que, direta ou indiretamente, fizeram parte dessa minha

caminhada, e contribuíram para que eu chegasse até aqui!

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R. Marquês de Lages 1532 bloco 09 ap. 124 São Paulo (SP) CEP 04162-001

Telefones (11) 84889733 (cel) / (11) 29694958 (res) E-mail [email protected]

Adriana Martini Martins

Informações

pessoais

Estado civil: solteira

Nacionalidade: brasileira

Idade: 26 anos

Naturalidade: São Paulo (SP)

Filiação: Alvacir Pereira Martins e Caterina Vitoria Martini

Formação Graduada em Química (Modalidade Bacharelado) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) jul/2007

Graduada em Química (Modalidade Licenciatura) na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) dez/2008

Idiomas Inglês Avançado (First Certificate In English – Cambridge University)

Espanhol Intermediário (Certificado de Español Lengua y Uso)

Atividades

extracurriculares

Iniciação Científica na área de Química Inorgânica: ‘Heteroestruturas Porosas de Silicato’ sob a orientação da Profª Drª Heloise de Oliveira Pastore

Duração: jan/2004 a jul/2005 (Projeto financiado pelo SAE/UNICAMP no período de jan/2005 a jul/2005) Assessora de RH na All Química (Empresa Jr. do Instituto de Química) no período de ago/2003 a dez/2003 Diretora de RH na All Química (Empresa Jr. do Instituto de Química) no período de jan/2004 a dez/2004 Iniciação Científica na área de Bioquímica: ‘Estudo da Complexação de Anestésicos Locais em Ciclodextrinas por RMN’ sob a orientação da Profª Drª Eneida de Paula Duração: jan/2006 a jul/2006 (Projeto financiado pelo SAE/UNICAMP) Curso ‘Introdução à Ressonância Magnética (Multi)Nuclear’ oferecido pela Associação de Usuários de Ressonância Magnética Nuclear (AUREMN) fev/2006 Curso ‘Qualidade em Laboratório’ oferecido pela T&E Analítica mai/2006 Responsável pelas aulas de Química Orgânica no cursinho comunitário ‘Identidade Popular’ de mar/2006 a set/2006

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Representação discente da graduação junto ao Departamento de Química Orgânica (DQO) no Instituto de Química – UNICAMP no período de mai/2006 a jun/2007 Atuação como professora plantonista no Elite Pré Vestibular em Campinas no período de set/2006 a jul/2007 Intercâmbio Estudantil com a Universidad Nacional del Litoral (UNL) – Santa Fé, Argentina no período de ago/2007 a dez/2007 Bolsista PED (Programa de Estágio Docente) na disciplina QG-564 – Química Orgânica e Inorgânica Experimental no 1º semestre de 2009

Participação em

Congressos

Apresentação do trabalho ‘Heteroestruturas Porosas de Silicato’ na 28ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química em Poços de Caldas (30/mai a 05/jun/2005)

Apresentação do trabalho ‘Heteroestruturas Porosas de Silicato’ no 13º Congresso Brasileiro de Catálise em Foz do Iguaçu (11 a 15/set/2005)

Apresentação do trabalho ‘Heteroestruturas Porosas de Silicato’ no 13º Congresso Interno de Iniciação Científica da ÚNICAMP (28 e 29/out/2005)

Apresentação do trabalho ‘Estudo da Complexação de Anestésicos Locais em Ciclodextrinas por RMN’no 14º Congresso Interno de Iniciação Científica da ÚNICAMP (27 e 28/set/2006) Apresentação do trabalho ‘A Influência do Professor de Química na Escolha pela Química como Área de Atuação Profissional’ no XIV Encontro Nacional de Ensino de Química em Curitiba (21 a 24/jul/2008) Apresentação do trabalho ‘Análise de chaperones hipotéticas da Xanthomonas axonopodis pv. citri ‘ na 19ª Reunião Anual de Usuários do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (09 e 10/fev/2009)

Apresentação do trabalho ‘Análise de chaperones hipotéticas da Xanthomonas axonopodis pv. citri ‘ na 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química em Fortaleza (30/mai a 02/jun/2009)

Apresentação do trabalho ‘Mass Spectrometry Analysis of Secretion Chaperones from Xanthomonas axonopodis pv. citri’‘ no IV Simpósio Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular em Havana – Cuba (12 a 16/out/2009)

Apresentação do trabalho ‘Mass Spectrometry Analysis of Secretion Chaperones from Xanthomonas axonopodis pv. citri’‘ na 20ª Reunião Anual de Usuários do Laboratório Nacional de Luz Síncroton (22 e 23/fev/2010) Apresentação do trabalho ‘Mass Spectrometry Analysis of Secretion Chaperones from Xanthomonas axonopodis pv. citri‘ na 39ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica em Foz do Iguaçu (18 a 21/mai/2010)

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RESUMO

Palavras chave: Xanthomonas axonopodis pv. citri, chaperonas secretórias, Sistema

Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas,

proteômica.

A expressão protéica da bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac) foi

avaliada aplicando técnicas de espectrometria de massas (MS) na tentativa de

identificar a presença de 40 proteínas classificadas como possíveis chaperonas de

secreção dos Sistemas Secretórios do Tipo III e IV. Embora o processo de

virulência da Xac ainda não seja bem elucidado, acredita-se que as proteínas alvo

desempenhem papel importante em caminhos secretórios. Estas proteínas

participam no encaminhamento dos fatores de virulência para a secreção,

proporcionando-lhes estrutura específica e compatível aos caminhos secretórios,

previnem sua aglomeração e interações inapropriadas. Para alcançar os objetivos,

a Xac foi cultivada em três condições distintas: meio de cultura LB, considerado

como controle, e meios enriquecidos com extratos provenientes de folhas e

cascas de laranja, que mimetizam a presença da planta hospedeira por conterem

nutrientes específicos. A separação das proteínas da Xac foi realizada por

eletroforese em uma e duas dimensões, que permitiu verificar a presença das

proteínas alvo na região de 8-23 kDa com pI na faixa 4-7. Após lise tríptica, as

análises de espectrometria de massas (MS) foram realizadas utilizando-se

exclusivamente as técnicas de ionização suave MALDI (Matrix Assisted Laser

Desorption/Ionization) e ESI (Electro Spray Ionization). Foram identificadas 12

proteínas da Xac até então consideradas hipotéticas, sendo uma delas, potencial

chaperona secretória dessa bactéria. Aplicando técnica de cromatografia gasosa

acoplada à espectrometria de massas (GC-MS) foi avaliado o consumo

preferencial da Xac em relação aos extratos de casca e folha de laranja, como,

também, a produção de metabólitos. O estudo de metalômica qualitativa

possibilitou a identificação de espécies metálicas ligadas às proteínas da Xac por

ICP-MS em frações obtidas por cromatografia líquida.

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ABSTRACT

Keywords: Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac), secretion chaperones, Type III

Secretion System, Type IV Secretion System, mass spectrometry, proteomics.

The proteome of the bacterium Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac) was

studied with the aim to identify 40 hypothetical proteins and possible secretion

chaperones from the Type III and Type IV Secretion Systems. It is believed that the

target proteins can interact in a conserved manner with virulence factors providing

them specific and appropriate structures to travel through the secretion pathways,

prevent their improper interactions and agregation. For this purpose, Xac was

cultived in three distinct conditions: rich medium (LB), used as the control

condition, and in media enriched with orange’s leaves and peels extracts, which

simulate the presence of the host plant cell by containing specific nutrients. After

protein separation by electrophoresis (1D and 2D), and detection of proteins in the

region of 8-23 kDa and pI range from 4-7, characteristic of the target proteins,

tryptic lysis was executed. Mass Spectrometry (MS) analyses applying soft

ionization sources, MALDI (Matrix Assisted Laser Desorption/Ionization) or ESI

(Electro Spray Ionization), enabled the identification of 12 proteins, one of them

possible secretion chaperone, that were considered hypothetical. Gas

chromatography coupled to mass spectrometry (GC-MS) was used as a tool for

monitoring the consumption of specific nutrients present in the extracts by Xac and

the production of its metabolites. Also, ICP-MS was applied in a qualitative Xac´s

metalomics that enabled the discrimination of important metallic species in protein

fractions obtained by HPLC.

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ÍNDICE GERAL

Lista de Abreviaturas ..................................................................................................................xvii

Lista de Tabelas ......................................................................................................................... xix

Lista de Figuras .......................................................................................................................... xxi

1. Introdução..................................................................................................................................1

1.1. Cancro cítrico e Xac ...........................................................................................................1

1.2. Sistemas de Secreção do Tipo III e IV...............................................................................5

1.3. Chaperonas secretórias .....................................................................................................8

1.4. Proteínas alvo ..................................................................................................................16

1.5. Técnicas de análises de proteínas...................................................................................22

2. Objetivos do trabalho...............................................................................................................27

3. Materiais e Métodos ................................................................................................................29

3.1. Cultura das células de Xac...............................................................................................29

3.2. Extratos de folha e casca de laranja ................................................................................30

3.3. Análises dos extratos por GC-MS....................................................................................30

3.4. Lise das células de Xac....................................................................................................31

3.5. Quantificação de proteínas pelo método de Bradford .....................................................32

3.6. Separação por eletroforese bidimensional.......................................................................32

3.7. Separação eletroforética unidimensional .........................................................................34

3.8. Lise tríptica .......................................................................................................................34

3.9. Análises de proteínas por espectrometria de massas .....................................................37

3.10. Obtenção de imagens da Xac através de SEM .............................................................38

3.11. Análise de metais presentes nas proteínas da Xac .......................................................39

4. Discussão dos resultados........................................................................................................41

4.1. Morfologia das células de Xac .........................................................................................41

4.2. Análise dos extratos específicos e produção de metabólitos ..........................................41

4.3. Análises do metaloma da Xac..........................................................................................47

4.4. Análises de expressão protéica da Xac ...........................................................................51

4.5. Quantificação de proteínas da Xac ..................................................................................53

4.6. Identificação de proteínas da Xac ....................................................................................55

5. Conclusões ..............................................................................................................................80

6. Anexo I.....................................................................................................................................82

Soluções utilizadas..................................................................................................................82

7. Anexo II....................................................................................................................................86

Espectros de massas dos compostos identificados por GC-MS ............................................86

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8. Anexo III...................................................................................................................................92

Relação das proteínas funcionais da Xac identificadas pelas análises de Shotgun ..............92

9. Anexo IV ..................................................................................................................................99

Espectros de massas/massas dos peptídeos identificados nos experimentos de Shotgun para as proteína hipotéticas identificadas ............................................................................................99

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LISTA DE ABREVIATURAS

APS: Amonium Persulfate (Persulfato de Amônio)

BSA: Bovine Serum Albumin (Albumina de Soro Bovina)

DDA: Data Dependent Acquisition (Aquisição Dependente de Dados)

DTT: 1,4-Ditiotreitol

EDTA: Ethylenediamine Tetraacetic Acid (Ácido etilenodiamino tetra-acético)

ESI: ElectroSpray Ionization (Ionização por Eletrospray)

GC-MS: Gas Cromatography coupled to Mass Spectrometry (Cromatografia Gasosa

acoplada a Espectrometria de Massas)

HPLC: High-Performance Liquid Cromatography (Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência)

ICP-MS: Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry (Plasma Acoplado

Indutivamente com Espectrometria de Massas)

IPG: Immobilized pH Gradient (Gradiente de pH Imobilizado)

LC-MS/MS: Liquid Cromatography coupled to Mass Spectrometry/Mass Spectrometry

(Cromatografia Líquida acoplada a Espectrometria de Massas)

MALDI: Matrix Assisted Laser Desorption/Ionization (Ionização e Dessorção a Laser

Assistida por Matriz)

MS: Mass Spectrometry (Espectrometria de Massas)

ORF: Open Reading Frame (Produto de Fase de Leitura Aberto)

PDB: Protein Data Bank

PEG: Polietilenoglicol

PM: Peso Molecular

SDS-PAGE: Sodium Dodecyl Sulfate PolyAcrylamide Gel Electrophoresis (Eletroforese

em Gel de Poliacrilamida - Dodecil Sulfato de Sódio)

SEC: Size Exclusion Cromatography (Cromatografia por Exclusão de Tamanho)

SEM: Scanning Electron Microscopy (Microscopia Eletrônica de Varredua)

T3SS: Sistema Secretório do Tipo III

T4SS: Sistema Secretório do Tipo IV

TEMED: N,N,N',N'-Tetramethylethylenediamine (N,N,N',N'-Tetra metil etilenodiamina)

TFA: Trifluoracetic Acid (Ácido Trifluoracético)

Xac: Xanthomonas axonopodis pv. citri

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Chaperonas secretórias hipotéticas da Xac e seus genes correspondentes, identificados por experimentos de bioinformática71, em que a localização do gene no genoma pode ser cromossomal (C) ou plasmidial (P).....................................................................................18

Tabela 2: Parâmetros da corrida eletroforética para focalização em primeira dimensão...........33 Tabela 3: Dados das proteínas utilizadas como padrão na calibração da coluna de HPLC ......47 Tabela 4: Faixa de massa das proteínas compreendidas em cada fração cromatográfica e as

respectivas espécies metálicas identificadas .....................................................................50 Tabela 5: Número de spots de proteínas detectados em cada gel analisado pelo programa

ImageMaster 2D Platinum ..................................................................................................53 Tabela 6: Quantidade de spots de proteínas em diferentes regiões dos géis analisados..........53 Tabela 7: Dados obtidos para as análises de quantificação de proteínas da Xac realizadas ....54 Tabela 8: Proteínas identificadas por MALDI, suas massas nominais e valores de pI teóricos.56 Tabela 9: Dados relativos aos peptídeos encontrados na proteína 2 (identificada como

Q8PMD7_XANAC; XAC1492) ............................................................................................63 Tabela 10: Massas nominais, pontos isoelétricos teóricos e sequências de aminoácidos das

proteínas identificadas pelas análises de Shotgun após previa separação em gel 1D na condição a anotadas como proteínas hipotéticas da Xac ..................................................67

Tabela 11: Massas nominais, pontos isoelétricos teóricos e sequências de aminoácidos das proteínas identificadas pelas análises de Shotgun de proteínas totais da condição a que foram anotadas como proteínas hipotéticas da Xac...........................................................68

Tabela 12: Massa nominal, ponto isoelétrico teórico e sequência de aminoácidos da proteína identificada pelas análises de Shotgun das bandas de gel 1D na condição b anotada como proteína hipotética da Xac ..................................................................................................68

Tabela 13: Massas nominais, pontos isoelétricos teóricos e sequências de aminoácidos das proteínas identificada pelas análises de Shotgun das bandas de gel 1D na condição c anotadas como proteínas hipotéticas da Xac .....................................................................69

Tabela 14: Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na condição controle (a)............................................................................................................................................93

Tabela 15: Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na presença de extrato de folha de laranjeira (b) .....................................................................................................96

Tabela 16: Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na presença de extrato de casca de laranja (c)........................................................................................................98

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Lesões típicas do cancro cítrico, causadas pela Xac (A) em folhas e (B) em casca de laranja,. ..................................................................................................................................1

Figura 2: Representação dos dois plasmídios da Xac 306. No diagrama, os produtos de fase de leituras abertas (ORF’s) estão indicados por cores. Os genes relativos ao T4SS estão indicados em azul no plasmídio pXAC64. ............................................................................4

Figura 3: Sistemas Secretórios bacterianos: T3SS, onde a chaperona dimérica está livre no citosol (A), associa-se à proteína efetora (B) e o complexo é encaminhado até o aparato secretório (C); T4SS: as chaperonas monoméricas e/ou diméricas que se associam a proteínas (I), fitas simples de DNA (II) ou complexos de DNA/proteína (III) para encaminhá-los ao aparato secretório; e o Sistema Flagelar, onde chaperonas diméricas (a) associam-se às proteínas estruturais dos flagelos (b) e encaminham-nas ao aparato flagelar (c). ..............................7

Figura 4: Chaperona flagelar FliS, em azul, com sua estrutra secundária predominantemente helicoidal, complexada com sua efetora flagelina, em verde (entrada do PDB: 1ORY). ...12

Figura 5: Estrutura terciária do complexo da chaperona secretória do T4SS VirE1 (mais escura) com sua proteína efetora, VirE2, de Agrobacterium tumefaciens, evitando sua agregação no meio intracelular (Entrada do PDB: 3BTP). ........................................................................13

Figura 6: Representação de estrutura terciária de duas chaperonas do T3SS de Shigella flexneri (Spa15, entrada do PDB: 1RY9) e Yersinia enterocolitica (SycE, entrada do PDB: 1N5B), respectivamente, com enovelamento composto de 3 α-hélices e 5 folhas-β.....................14

Figura 7: Gel de eletroforese bidimensional de célula de E. coli, em que se pôde resolver mais de 1000 proteínas diferentes. Na primeira dimensão (IF), houve separação protéica por focalização isoelétrica e, na segunda dimensão (SDS), as proteínas foram separadas pelo tamanho das cadeias. Cada spot observado corresponde a uma cadeia peptídica de (pI, massa molecular) correspondente81. ..................................................................................24

Figura 8: (A) Cromatograma obtido após separação por cromatografia líquida dos peptídeos contidos em mistura protéica submetida a lise tríptica. Em um experimento do tipo DDA, os peptídeos presentes nos sinais cromatográficos mais intensos são selecionados para fragmentação e obtenção de MS (B) e MS/MS (C). ...........................................................25

Figura 9: Imagens da Xac obtidas por SEM com aumento de (A) 5500 vezes e (B) 30000 vezes.............................................................................................................................................41

Figura 10: Cromatogramas dos extratos (A) de folha de laranjeira bruto e (B) de folha de laranjeira após tratamento térmico, (C) de casca de laranja bruto e (D) de casca de laranja após tratamento térmico. .............................................................................................................43

Figura 11: Cromatogramas obtidos após cultivo da Xac (A) na condição a, (B) na condição b e (C) na condição c. .....................................................................................................................46

Figura 12: Curva de calibração obtida para a coluna de SEC, em que o x é o volume de retenção em mL, e log P. M. o logaritmo do peso molecular estimado em kDa. ..............................48

Figura 13: Perfil dos cromatogramas obtidos nas separações das proteínas da Xac por HPLC em coluna Superdex 200. .........................................................................................................49

Figura 14: Géis bidimensionais (18%) (A) do sobrenadante e (B) do pellet das proteínas da Xac na condição a (ausência de extratos); as marcações em (A) referem-se as proteínas já identificadas (discussão a seguir). À esquerda é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas...............................................................51

Figura 15: Géis bidimensionais (18%) (A) do sobrenadante e (B) do pellet de proteínas de Xac na condição b (presença de extrato de folha de laranjeira). À esquerda, na região de pI ácido, é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas.............................................................................................................................................52

Figura 16: Géis bidimensionais (18%) (A) do sobrenadante e (B) do pellet de proteínas de Xac na condição c (presença de extrato de casca de laranja). À esquerda, na região de pI ácido, é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas.............................................................................................................................................52

Figura 17: Curva de calibração obtida pelo método de Bradford; em que A é a absorbância observada, e c é a concentração da solução de proteína, expressa em µg/mL. ...............54

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Figura 18: Espectro de massas obtido para a mistura de peptídeos provenientes da proteína identificada como XAC1492................................................................................................57

Figura 19: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo com m/z 1070, com atribuição dos sinais e sequência de aminoácidos atribuída (MASCOT) e em vermelho, os fragmentos referentes à fragmentação interna do peptídeo..................................................................60

Figura 20: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo com m/z 1289, com atribuição dos sinais e sequência de aminoácidos (MASCOT). Em vermelho, os fragmentos referentes à fragmentação interna do peptídeo. .....................................................................................61

Figura 21: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo com m/z 1226, com atribuição dos sinais e sequência de aminoácidos (MASCOT). ................................................................62

Figura 22: Sequência de aminoácidos da proteína XAC1492. Em destaque, os peptídeos identificados pelo experimento de MS/MS. ........................................................................63

Figura 23: Gel de eletroforese (15%) unidimensional com frações sobrenadante do lisado total da Xac nas condições a, b e c. À esquerda é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas. ...........................................................................66

Figura 24: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo em m/z 734,8, carga 2+, e a respectiva atribuição dos sinais à sequência de aminoácidos (MASCOT). .......................71

Figura 25: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo em m/z 672,3, carga 2+, e a respectiva atribuição dos sinais à sequência de aminoácidos (MASCOT). .......................72

Figura 26: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo em m/z 596,3, carga 2+, e a respectiva atribuição dos sinais à sequência de aminoácidos (MASCOT). .......................73

Figura 27: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo em m/z 780,3, carga 2+, ........74 Figura 28: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo em m/z 846,3, carga 2+, ........75 Figura 29: Modelo do PDB para a chaperona flagelar FliS (entrada 1ORY) e o modelo predito pelo

I-TASSER com maior probabilidade para a estrutura terciária da XAC1364. ....................77 Figura 30: Relações de co-expressão atribuídas à proteína XAC1364 (Figura retirada do site do

STRING114; as linhas azuis relacionam a ocorrência de ambas as proteínas, por proximidade física ou funcional, e a linha verde indica vizinhança das proteínas no genoma)..............78

Figura 31: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de casca de laranja (A), identificado como terpineol (B). ..........................................................................................87

Figura 32: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de casca de laranja (A), identificado como linalol (B). ...............................................................................................88

Figura 33: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de casca de laranja (A), identificado como carveol (B)..............................................................................................89

Figura 34: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de folha de laranjeira (A), identificado como uma benzopiranona substituída (B).......................................................90

Figura 35: Espectros de massas de sinal detectado como metabólito da Xac quando cultivada em presença de extrato bruto de folha de laranjeira (A), identificado como uma benzopiranona substituída (B). ....................................................................................................................91

Figura 36: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 1028,06, carga 2+,100 Figura 37: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 621,85, carga 2+,101 Figura 38: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 817,18, carga 2+,102 Figura 39: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 819,62, carga 2+,103 Figura 40: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 547,59, carga 2+,104 Figura 41: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 969,15, carga 2+,105 Figura 42: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 630,62, carga 2+,106 Figura 43: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 657,86, carga 2+,107 Figura 44: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 611,82, carga 2+,108 Figura 45: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 606,04, carga 2+,109 Figura 46: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 639,59, carga 2+,110 Figura 47: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 599,81, carga 2+,111 Figura 48: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 708,88, carga 2+,112 Figura 49: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 645,36, carga 2+,113 Figura 50: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 788,78, carga 3+,114 Figura 51: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 607,18, carga 2+,115 Figura 52: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 676,60, carga 2+,116

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xxiii

Figura 53: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 663,66, carga 2+,117 Figura 54: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 748,93, carga 2+,118 Figura 55: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 668,32, carga 2+,119 Figura 56: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 776,44, carga 2+,120 Figura 57: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 783,09, carga 2+,121 Figura 58: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 839,04, carga 2+,122 Figura 59: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 669,68, carga 2+,123 Figura 60: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 537,09, carga 2+,124 Figura 61: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 906,16, carga 3+,125 Figura 62: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 645,10, carga 2+,126 Figura 63: MS/MS obtido a partir da fragmentação do peptídeo do sinal m/z 596,98, carga 3+,127

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1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Cancro cítrico e Xac

O cancro cítrico é uma doença bacteriana que afeta todos os tipos de citros,

reduzindo a produção e qualidade das frutas, sendo a variedade causada pela

bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac)1 sua forma mais comum e

severa2,3,4. A doença se caracteriza pela presença de lesões salientes em folhas,

galhos e frutos (Figura 1), causando desfolhamento, descoramento dos galhos,

frutas danificadas e quedas de galhos e frutas4,5.

(A) (B)

Figura 1: Lesões típicas do cancro cítrico, causadas pela Xac (A) em folhas e (B) em casca de laranja1,6.

O cancro cítrico está presente em 30 países produtores de citros

espalhados pela Ásia, Pacífico, Ilhas do Oceano Índico, América do Sul e no

1 Vojnov, A. A.; do Amaral, A. M.; Dow, J. M.; Castagnaro, A. P.; Marano, M. R.; Bacteria causing important diseases of citrus utilise distinct modes of pathogenesis to attack a common host. Appl. Microbiol. Biotechnol. 2010, 87, 467–477. 2 del Campo, R.; Russi, P.; Mara, P.; Mara, H.; Peyrou, M.; de Leon, I. P.; Gaggero, C.; Xanthomonas axonopodis pv. citri enters the VBNC state after cooper treatment and retains its virulence. FEMS Microbiol. Lett. 2009, 298, 143–148. 3 Tasic, L.; Borin, P. F. L.; Khater, L.; Ramos, C. H. I.; Cloning and characterization of three hypothetical secretion chaperone proteins from Xanthomonas axonopodis pv. citri. Protein Express. Purif. 2007, 53, 363–369. 4 Stall, R.E.; Seymour, C. P.; Canker, a threat to citrus in the Gulfcoast states. Plant Dis. 1983, 67, 581–585. 5 Qin, J.; Burks, T. F.; Ritenour, M. A.; Bonn, W. G.; Detection of citrus cancker using hyperspectral reflectance imaging with spectral inofrmation divergence. J. Food Eng, 2009, 93, 183–191. 6 Deng, Z. N.; Xu, L.; Li, D. Z.; Long, G. Y.; Liu, L. P.; Fang, F.; Shu, G. P.; Screening citrus genotypes for resistance to canker disease (Xanthomonas axonopodis pv. citri). Plant Breeding 2010,129, 341 - 345.

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2

sudeste dos Estados Unidos, regiões de climas quentes e úmidos, particularmente

chuvosos e com ventos, mas não é encontrado nas áreas mais áridas de cultivo

de citros2 da Europa, que impõem severas restrições comerciais às áreas

afetadas, causando enormes prejuízos econômicos para estas regiões2.

O cancro cítrico foi identificado no Brasil em 1957, em Presidente Prudente,

no Estado de São Paulo, e atingiu a maior região citricultora do país em 19797,

constituindo-se na maior ameaça à citricultura brasileira. No combate a esta

doença, costuma-se eliminar as plantas próximas ao foco de contaminação em um

raio de até 30 metros, se as plantas contaminadas correspondem a menos de

0,5% do bloco de plantação. Caso o percentual de contaminação exceda 0,5%,

costuma-se proibir o cultivo na área por um período de 3 anos1,8. No intuito de

auxiliar a Campanha Nacional de Erradicação ao Cancro Cítrico, o Ministério da

Agricultura7 criou o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), que realiza

inspeções anuais no parque citrícola do Estado de São Paulo, e foi o responsável

pela considerável diminuição da incidência do cancro na última década. Acredita-

se que, devido às ações de prevenção e combate do Fundecitrus, mais de 300

milhões de reais foram economizados neste período7.

Os produtos baseados em sais de cobre são comumente utilizados na

prevenção do cancro cítrico9, diminuindo a população bacteriana na superfície das

folhas, porém, quando ministrado a longo prazo, este tratamento gera resistência

ao cobre9. O acúmulo de cobre metálico no solo também pode causar efeitos

fitotóxicos e ambientais, além do perigo que este metal apresenta para frutos

quando aplicado em condições quentes e secas. Além disso, a Xac é um dos

fitopatógenos que mesmo após do tratamento com o cobre10,11,12, retém a

virulência2.

7 http://www.fundecitrus.com.br 8 Mendes, B. M. J.; Cardoso, S. C.; Boscariol-Camargo, R. L.; Cruz, R. B.; Mourão Filho, F. A. A.; Bergamin Filho, A.; Reduction in susceptibility to Xanthomonas axonopodis pv. citri in transgenic Citrus sinensis expressing the rice Xa21 gene. Plant Pathol. 2010, 59, 68–75. 9 Ryan, R. P.; Ryan, D. J.; Sun Y. C.; Li, F. M.; Wang, Y.; Dowling, D. N.; An acquired efflux system is responsible for copper resistance in Xanthomonas strain IG-8 isolated from China. FEMS Microbiol. Lett. 2007, 268, 40–46. 10 Alexander, E.; Pham, D.; Steck, T. R.; The viable-but non culturable condition is induced by copper in Agrobacterium tumefaciens and Rhizobium leguminosarum. Appl. Environ. Microb. 1999, 65, 3754–3756.

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3

Apesar do uso bem sucedido de técnicas agronômicas para o controle

dessa fitopatologia, o desenvolvimento de resistência ao patógeno parece ser o

meio mais efetivo na prevenção da doença, e a identificação dos fatores de

virulência, bem como dos mecanismos de patogenicidade da Xac pode permitir o

desenvolvimento de análises que revelam a variação genética das plantas para

guiar a manipulação de alvos em laboratório1.

O gênero Xanthomonas compreende organismos Gram-negativos13,14 e

aeróbicos13 que pertencem a subdivisão ɤ de Proteobacteria13,15,16 e a família

Xanthomonadaceae13,14. Este é um gênero diversificado e importante

economicamente, uma vez que compreende muitas espécies de fitopatógenos15.

O genoma da Xac foi completamente sequênciado e analisado em 200215, pelo

grupo ONSA (Organization for Nucleotide Sequencing and Analysis). A Xac 306

apresenta um cromossomo circular com 5.175.554 pares de base (bp) e dois

plasmídios: pXAC33 (33.699 bp) e pXAC64 (64.920 bp)15, representados na

Figura 2.

O genoma da Xac indicou a presença de um Sistema Secretório do Tipo III

(T3SS) e leituras referentes a dois Sistemas Secretórios do Tipo IV (T4SS), com

funções distintas17. Sabe-se também que as bactérias do gênero Xanthomonas

11 Grey, B. E.; Steck, T. R.; The viable but nonculturable state of Ralstonia solanacearum may be involved in long-term survival and plant infection. Appl. Environ. Microb. 2001, 67, 3866–3872. 12 Ordax, M.; Marco-Noales, E.; López, M. M.; Biosca, E. G.; Survival strategy of Erwinia amylovora against copper: induction of the viable-but-nonculturable state. Appl. Environ. Microb. 2006, 72, 3482–3488. 13 Brunings, A. M.; Gabriel, D. W.; Xanthomonas citri: breaking the surface. Mol. Plant Pathol. 2003, 4, 141-157. 14 Moreira, L. M.; de Souza, R. E.; Almeida, N. F.; Setubal, J. C.; Oliveira, J. C. F.; Furlan, L. R.; Ferro, J. A.; da Silva, A. C. R.; Comparative genomics analyses of citrus-associated bacteria. Annu. Rev. Phytopathol. 2004, 42, 163–184. 15 da Silva, A. C. R.; Ferro, J. A.; Reinach, F. C.; et al. Comparison of the genomes of two Xanthomonas pathogens with differing host specificities. Nature 2002, 417, 459 - 463. 16 Chen, L.L.; Identification of genomic islands in six plant pathogens. Gene 2006, 374, 134–141. 17 Alegria, M. C.; Souza, D. P.; Andrade, M. O.; Docena, C.; Khater, L.; Ramos, C. H. I.; da Silva, A. C. R.; Farah, C. S.; Identification of new protein-protein interactions involving the products of the chromosome- and plasmid-encoded Type IV Secretion loci of the phytopathogen Xanthomonas axonopodis pv. citri. J. Bacteriol. 2005, 18, 2315–2325.

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4

utilizam o T3SS para injetar fatores de virulência em células eucarióticas18,

provavelmente, com o auxílio das chaperonas secretórias específicas.

Figura 2: Representação dos dois plasmídios da Xac 30615. No diagrama, os produtos de fase de leituras abertas (ORF’s) estão indicados por cores. Os genes relativos ao T4SS estão indicados em azul no plasmídio pXAC6413.

18 Buttner, D.; Bonas, U.; Getting across-bacterial type III effector proteins on their way to the plant cell. EMBO J. 2002, 21, 5313-5322.

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5

1.2. Sistemas de Secreção do Tipo III e IV

As bactérias Gram-negativas utilizam de cinco a sete19 sistemas de

secreção para transportar macromoléculas através das membranas do envelope

celular, permitindo também sua interação com o hospedeiro1,20,21. Dentre estes

sistemas, os Sistemas Secretórios do Tipo III (T3SS) e do Tipo IV (T4SS) são

envolvidos no transporte direto de macromoléculas até o citosol da célula do

hospedeiro, transportando proteínas efetoras, fitas simples de DNA e/ou

complexos de DNA/proteínas22 envolvidos na iniciação e manutenção do estado

de patogenicidade15.

O T3SS é altamente conservado entre bactérias patogênicas para plantas e

animais, e é responsável pelo transporte de proteínas efetoras desde o citoplasma

bacteriano até o interior da célula do hospedeiro1,23,24. Essas proteínas efetoras

são fatores de virulência, que, em alguns casos, apresentam atividade

enzimática23 e interferem com uma variedade de funções celulares do hospedeiro,

suprimindo suas defesas basais23 e promovendo, com isso, sintomas de doença.

Em muitos fitopatógenos, a maquinaria do T3SS está relacionada aos genes avr e

hrp13, e os genes que codificam esse sistema de secreção são ativados quando a

célula bacteriana entra em contato com a parede celular vegetal25, quando o

aparato passa então a sintetizar e injetar proteínas efetoras indiscriminadamente,

em células de hospedeiros e não hospedeiros13. Dependendo da célula atacada, a

19 Cornelis, G.R.; The type III secretion injectisome. Nat. Rev. Microbiol. 2006, 4, 811-825. 20 Gerlach R. G.; Hensel, M.; Protein secretion systems and adhesins: the molecular armory of Gram-negative pathogens. Int. J. Med. Microbiol. 2007, 297, 401-415. 21 Saier M. H. Jr; Protein secretion and membrane insertion systems in gram-negative bacteria. J. Membr. Biol. 2006, 214, 75-90. 22 Alvarez-Martinez C. E.; Christie, P. J.; Biological diversity of procaryotic type IV secretion systems. Microbiol. Mol. Biol. Rev. 2009, 73, 775-808. 23 Alfano, J. R.; Collmer, A.; Type III secretion system effector proteins: Double agents in bacterial disease and plant defense. Annu. Rev. Phytopathol. 2004, 42, 385–414. 24 Marlovits, T. C.; Stebbins, C. E.; Type III secretion systems shape up as they ship out. Curr. Opin. in Microbiol. 2010, 13, 47–52. 25 Alfano, J. R.; Collmer, A.; The type III (Hrp) secretion pathway of plant pathogenic bacteria: trafficking harpins, Avr proteins, and death. J. Bacteriol. 1997, 179, 5655-5662.

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6

resposta do hospedeiro a esses efetores, que são específicos para cada espécie

de patógeno, pode ser de avirulência ou patogenicidade13,23,26.

O T3SS possui mais de 20 proteínas estruturais27,28 que compõem o corpo

basal (que sustenta uma estrutura de agulha); proteínas translocadoras e

formadoras de poro; proteínas regulatórias do processo de secreção (essenciais

para a secreção ordenada dos elementos estruturais); proteínas efetoras29; e

chaperonas30,31 que facilitam a secreção e transporte de suas cognatas efetoras

(toxinas)28,32. Os T3SS podem ser divididos em duas classes: flagelar e não-

flagelar, de origem comum33. O T3SS flagelar está associado ao corpo basal,

homólogo ao não-flagelar, e é responsável pela secreção dos componentes

constituintes dos flagelos34, necessários para a locomoção celular. O T3SS não-

flagelar transloca as proteínas efetoras diretamente até o citoplasma das células

dos hospedeiros, promovendo respostas de patogenicidade e/ou simbiose19,32,35.

O Sistema de Secreção do Tipo IV (T4SS) não é relacionado ao T3SS,

embora ambos apresentem similaridades de estrutura e funcionamento22. Uma

delas é a necessidade de contato com a célula hospedeira, que inicia a

sinalização necessária para o funcionamento destes sistemas36. Alguns

26 Jamir Y.; Guo, M.; Oh, H. S.; Petnicki-Ocwieja, T.; Chen, S. R.; Tang, X. Y.; Dickman, M. B.; Collmer, A.; Alfano, J. R.; Identification of Pseudomonas syringae type III secreted effectors that suppress programmed cell death in plants and yeast. Plant J. 2004, 37, 554–65. 27 Francis, M. S.; Wolf-Watz, H.; Forsberg, A.; Regulation of type III secretion systems. Curr. Opin. Microbiol. 2002, 5, 166-172. 28 Deane, J. E.; Abrusci, P.; Johnson, S.; Lea, S. M.; Timing is everything: the regulation of type III secretion. Cell. Mol. Life Sci. 2010, 67, 1065–1075. 29 Miki, T.; Shibagaki, Y.; Danbara, H.; Okada, N.; Functional characterization of SsaE, a novel chaperone protein of the type III secretion system encoded by Salmonella pathogenicity island 2. J. Bacteriol. 2009, 191, 6843–6854. 30 Feldman, M.F.; Cornelis, G.R.; The multitalented type III chaperones: all you can do with 15 kDa. FEMS Microbiol. Lett. 2003, 219, 151–158. 31 Bennett, J.C.; Hughes, C.; From flagellum assembly to virulence: the extended family of type III export chaperones. Trends Microbiol. 2000, 8, 202–204. 32 Galán, J. E.; Energizing type III secretion machines: what is the fuel? Nat. Struct. Mol. Biol. 2008, 15, 127-128. 33 Brutinel, E. D.; Yahr, T. L.; Control of gene expression by type III secretory activity. Curr. Opin. in Microbiol. 2008, 11, 128–133. 34 Apel D.; Surette, M. G.; Bringing order to a complex molecular machine: The assembly of the bacterial flagella. BBA-Biomembranes 2008, 1778, 1851-1858. 35 Galán, J. E.; Wolf-Watz, H.; Protein delivery into eukaryotic cells by type III secretion machines. Nature 2006, 444, 567-573. 36 Cascales, E.; Christie, P.; The versatile bacterial type IV secretion systems. Nat. Rev. Microbiol., 2003, 1, 137-149.

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organismos utilizam o T4SS para transferência de plasmídios (DNA) entre

bactérias22,37, secreção de proteínas e/ou complexos de proteína-DNA para seus

hospedeiros17,22. O T4SS é bem caracterizado para organismos como

Agrobacterium tumefaciens15, e sabe-se que espécies de Xanthomonas possuem

esse tipo de sistema de secreção, embora não haja evidências de que organismos

deste gênero15,38 utilizem este sistema para secreção de proteínas.

Figura 3: Sistemas Secretórios bacterianos: T3SS, onde a chaperona dimérica está livre no citosol (A), associa-se à proteína efetora (B) e o complexo é encaminhado até o aparato secretório (C); T4SS: as chaperonas monoméricas e/ou diméricas que se associam a proteínas (I), fitas simples de DNA (II) ou complexos de DNA/proteína (III) para encaminhá-los ao aparato secretório; e o Sistema Flagelar, onde chaperonas diméricas (a) associam-se às proteínas estruturais dos flagelos (b) e encaminham-nas ao aparato flagelar (c)39.

37 Llosa, M.; Gomis-Ruth, F. X.; Coll, M.; de la Cruz, F.; Bacterial conjugation: a two-step mechanism for DNA transport. Mol. Microbiol. 2002, 45, 1–8. 38 Simpson, A. J.; Reinach, F. C.; Arruda, P.; et al. The genome sequence of the plant pathogen Xylella fastidiosa. Nature 2000, 406, 151–157. 39 Fattori, J.; Prando, A.; Martins, A. M.; Rodrigues, F. H. S.; Tasic, L.; Bacterial secretion chaperones. (submetido, 2010).

Citosol

do hospedeiroFlagelo

Citosol

bacteriano

Citosol

do hospedeiroFlagelo

Citosol

bacteriano

Citosol

do hospedeiroFlagelo

Citosol

bacteriano

Citosol

do hospedeiroFlagelo

Citosol

do hospedeiroFlagelo

Citosol

do hospedeiroFlagelo

Citosol

bacteriano

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O T4SS também está envolvido no transporte de moléculas de toxinas40,

fragmentos de DNA22 e proteínas efetoras41 com o auxílio de chaperonas

secretórias39; essa família de sistemas secretórios apresenta origem no T2SS e no

sistema flagelar do tipo IV22. Uma diferença com o T3SS é o tamanho e função

dessas chaperonas: geralmente, as chaperonas do T4SS são menores que as do

T3SS39 e comumente atuam na forma de monômeros.

1.3. Chaperonas secretórias

As chaperonas moleculares são proteínas que se associam a outras

cadeias protéicas, sem participar efetivamente de sua estrutura ou função42, no

intuito de impedir interações intra- e/ou intermoleculares prematuras ou

incorretas43. As chaperonas participam no enovelamento de novas cadeias

peptídicas e no re-enovelamento de proteínas desnaturadas por choque térmico

ou outras condições desnaturantes. Elas também participam efetivamente na

solubilização de agregados protéicos, no desenovelamento de proteínas que

serão degradadas por enzimas proteolíticas ou translocadas por caminhos

secretórios44,45,46.

As chaperonas secretórias compõem uma classe especializada da família

de chaperonas moleculares, envolvidas em caminhos secretórios43, e são

continuamente reutilizadas no citosol bacteriano19 enquanto ocorre a invasão de

célula hospedeira. No T3SS, por exemplo, funcionam na montagem do aparato

secretório19, no encaminhamento das proteínas efetoras até o

40 Van Sluys M. A.; Monteiro-Vitorello, C. B.; Camargo, L. E. A.; Menck, C. F. M.; da Silva, A. C. R.; Ferro, J. A.; Oliveira, M. C.; Setúbal, J. C.; Kitajima, J. P.; Simpson, A. J.; Comparative genomic analysis of plant associated bacteria. Annu. Rev. Phytopathol. 2002,40, 169–189. 41 Burns, D. L.; Biochemistry of type IV secretion. Curr. Opin. Microbiol. 1999, 2, 25–29. 42 Ellis, R. J.; Molecular chaperones: assisting assembly in addition to folding. Trends Biochem. Sci., 2006, 31, 395-401. 43 Parsot, C.; Hamiaux, C.; Page, A. L.; The various and varying roles of specific chaperones in type III secretion systems. Curr. Opin. in Microbio. 2003, 6, 7-14. 44 Christis, C.; Lubsen, N. H.; Braakman, I.; Protein folding includes oligomerization - examples from the endoplasmic reticulum and cytosol. FEBS J., 2008, 275, 4700-4727. 45 Ellis, R. J.; Molecular chaperones – the plant connection. Semin. Cell Biol. 1990, 1, 1-9. 46 Melnikov, E. E.; Rotanova, T. V.; Molecular Chaperones. Russ. J. Bioorg. Chem. 2010, 36 , 1-10.

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9

injectossoma43,47,48,49, possibilitam sua secreção via canais de diâmetros de ~2,8

nm50,51 e associam-se às proteínas regulatórias27. As chaperonas secretórias

também são responsáveis por garantir a estabilidade de suas efetoras cognatas

no meio intra-celular, evitando sua degradação e agregação39. As proteínas

efetoras são sintetizadas antes do início da sua secreção28, após a aderência da

bactéria à célula alvo, ativando a montagem da maquinaria secretória43. Dessa

forma, torna-se necessário que as chaperonas associem-se às proteínas efetoras

para mantê-las num estado estavél23,27,43 e competente para a secreção52.

Portanto, a formação dos complexos chaperona/proteína efetora poderá funcionar

como um sinal 3D para os componentes do T3SS requisitados para a

translocação39.

As chaperonas secretórias apresentam domínios de ligação específicos,

que são reconhecidos pelos domínios presentes nas proteínas efetoras23,43. Na

maioria dos casos, este domínio de ligação (CBD-chaperone binding domain) é

localizado logo após a sequência sinalizadora (30 resíduos de aminoácidos) da

região N-terminal43,53 das proteínas efetoras. As interações entre a chaperona e

sua proteína efetora são não-covalentes, tais como, ligações de hidrogênio entre

os resíduos hidrofílicos39, e interações hidrofóbicas específicas entre as regiões de

ligação chaperona/proteína efetora19,43. A grande área hidrofóbica das chaperonas

47 Creasey, E. A.; Delahay, R. M.; Daniell, S. J.; Frankel, G.; Yeast two-hybrid system survey of interactions between LEE-encoded proteins of enteropathogenic Escherichia coli.’ Microbiol.-SGM 2003, 149, 2093–2106. 48 Creasey, E. A.; Friedberg, D.; Shaw, R. K.; Umanski, T.; Knutton, S.; Rosenshine, I.; Frankel, G.; CesAB is an enteropathogenic Escherichia coli chaperone for the type-III translocator proteins EspA and EspB. Microbiol.-SGM 2003, 149,3639–3647. 49 Su, M. S.; Kao, H. C.; Lin, C. N.; Syu, W. J.; Gene l0017 encodes a second chaperone for EspA of enterohaemorrhagic Escherichia coli O157: H7. Microbiol.-SGM 2008, 154, 1094–1103. 50 Cornelis, G.; Van Gijsegem, F.; Assembly and function of type III secretory systems. Annu. Rev. Microbiol., 2000, 54, 735−774. 51 Stebbins, C. E.; Galán, J. E.; Priming virulence factors for delivery into the host. Nat. Rev. Mol. Cell Biol. 2003, 4, 738–743. 52 Economou, A.; Christie, P. J.; Fernandez, R. C.; Palmer, T.; Plano, G. V.; Pugsley, A. P.; Secretion by numbers: protein traffic in prokaryotes. Mol. Microbiol. 2006, 62, 308–319. 53 Mudgett, M. B.; Chesnokova, O.; Dahlbeck, D.; Clark, E. T.; Rossier, O.; Bonas, U.; Staskawicz, B. J.; Molecular signals required for type III secretion and translocation of the Xanthomonas campestris AvrBs2 protein to pepper plants. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 2000, 97,13324-13329.

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10

secretórias, muito maior que a de outras proteínas solúveis, também pode ser

responsável pela interação com a porção hidrofóbica das efetoras54.

As chaperonas de secreção comumente interagem com uma região que

compreende de 20 a 100 resíduos de aminoácidos39, domínios de ligação das

efetoras, protegendo-as de associações não específicas que podem provocar a

agregação no interior celular e efeitos tóxicos19. Contudo, essa associação com

domínios relativamente pequenos não gera um efeito de desenovelamento global

das cadeias protéicas, mantendo a atividade de ambas as proteínas19,43.

Essas regiões com alto caráter hidrofóbico, aparentemente, são

responsáveis pela estabilidade e especificidade das interações entre chaperonas

do T3SS e suas proteínas efetoras55, principalmente nas regiões que simulam um

‘encaixe’ de estruturas helicoidais55. Contudo, resíduos de aminoácidos polares

das cadeias efetoras, envolvidos em sítios responsáveis pela virulência, também

contribuem com interações eletrostáticas com a chaperona específica55.

Chaperonas secretórias do T3SS parecem compartilhar um bolso

hidrofóbico de interação com suas proteínas efetoras, caracterizado por regiões de

folhas β, que podem se associar a diferentes sequências de aminoácidos56. O

modelo mais bem aceito atualmente para estes sítios de ligação das chaperonas

do T3SS propõe um ‘alvo-adaptado’56, de forma que a região de folhas β serviria

para encaixar a proteína efetora em sua chaperona, que encaminharia esta

proteína até o aparato do sistema secretório56. O entendimento e localização

destes sítios de ligação podem auxiliar no desenvolvimento de agentes

antibacterianos específicos39.

A secreção pode ocorrer na ausência das chaperonas específicas, uma vez

que nem todas as proteínas efetoras do T3SS apresentam regiões específicas de

ligação com as chaperonas27. Esse processo de transferência de efetores livres,

54 Thomas, J.; Stafford, G.; Hughes, C.; Docking of cytosolic chaperone-substrate complexes at the membrane ATPase during flagellar type III protein export. Proc. Natl. Acad. Sci. U S A. 2004, 101, 3945-3950. 55 Triplett, L. R.; Wedemeyer, W. J.; Sundin, G. W; Homology-based modeling of the Erwinia amylovora type III secretion chaperone DspF used to identify amino acids required for virulence and interaction with the effector DspE. Res. Microbiol. 2010, 161, 613-618. 56 Lilic, M.; Vujanac, M.; Stebbins, C. E.; A common structural motif in the binding of virulence factors to bacterial secretion chaperones. Mol. Cell 2006, 21, 653–664.

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11

porém, ocorre de forma inapropriada43,57 e reduzida43, comprometendo a

hierarquia das proteínas efetoras exportadas19,23,52. Aparentemente, complexos de

chaperona/proteína efetora têm prioridade sobre os efetores livres43, e os efeitos

de patogenicidade se apresentam diminuídos na ausência da chaperona

específica58.

O sistema flagelar, responsável pela mobilidade bacteriana, também

apresenta chaperonas citoplasmáticas que se associam às proteínas constituintes

dos flagelos31 (Figura 4). Contudo, essa associação é bem menos efetiva que

aquela observada em proteínas efetoras do T3SS e ocorre na região C-terminal

dos substratos, que media as interações entre as subunidades constituintes dos

flagelos59. Assim como nos outros sistemas secretórios, a atividade secretória é

coordenada com a expressão gênica, garantindo a estabilidade das proteínas

efetoras e/ou constituintes dos flagelos60.

A primeira chaperona secretória do T4SS identificada e estudada é a VirE1,

que apresenta uma pequena cadeia protéica estruturada em α-hélice, possível

sítio de interações hidrofóbicas com sua proteína cognata61, VirE2, e pI ácido. A

proteína VirE2 apresenta sítios de ligação intracadeia, porém, estes sítios são

encobertos pelo sítio de ligação à chaperona61, fazendo com que as interações

com a chaperona sejam mais favoráveis61, impedindo sua agregação quando a

VirE1 se encontra disponível no citosol61. Apesar de ser do T4SS, a chaperona

VirE1 apresenta diversas características próprias das chaperonas do T3SS61.

57 Lee, S. H.; Galán, J. E.; Salmonella type III secretion-associated chaperones confer secretion-pathway specificity. Mol. Microbiol. 2004, 51, 483–95. 58 Cooper, C. A.; Zhang, K.; Andres, S. N.; Fang, Y.; Kaniuk, N. A.; Hannemann, M.; Brumell, J. H.; Foster, L. J.; Junop, M. S.; Coombes, B. K.; Structural and biochemical characterization of SrcA, a multi-cargo Type III Secretion chaperone in Salmonella required for pathogenic association with a host. PLoS Pathog. 2010, 6, e1000751. doi:10.1371/journal.ppat.1000751. 59 Auvray, F.; Thomas, J.; Fraser, G. M.; Hughes, C.; Flagellin polymerisation control by a cytosolic export chaperone. J. Mol. Biol. 2001, 308, 221-229. 60 Poyraz, O.; Schmidt, H.; Seidel, K.; Delissen, F.; Ader, C.; Tenenboim, H.; Goosmann, C.; Laube, B.; Thünemann, A.; Zychlinsky, A.; Baldus, M.; Lange, A.; Griesinger, C.; Kolbe, M.; Protein refolding is required for assembly of the type three secretion needle. Nature Struct. Mol. Biol. 2010, 17, 788-792. 61 Deng, W.; Chen, L.; Peng, W. T.; Liang, X.; Sekiguchi, S.; Gordon, M. P.; Comai, L.; Nester, E. W.; VirE1 is a specific molecular chaperone for the exported single-stranded-DNA-binding protein VirE2 in Agrobacterium. Mol. Microbiol. 1999, 31, 1795–1807

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Figura 4: Chaperona flagelar FliS, em azul, com sua estrutra secundária predominantemente helicoidal, complexada com sua efetora flagelina, em verde (entrada do PDB: 1ORY)39.

O complexo formado, mostrado na Figura 5, evita agregação da proteína

VirE2 no meio intracelular. Atualmente, os estudos estruturais não elucidaram a

estrutura da VirE1 isoladamente, mas sim do complexo formado, indicando que a

porção C-terminal da chaperona interage com uma pequena sequência na porção

N-terminal da proteína efetora39.

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Figura 5: Estrutura terciária do complexo da chaperona secretória do T4SS VirE1 (mais escura) com sua proteína efetora, VirE2, de Agrobacterium tumefaciens, evitando sua agregação no meio intracelular (Entrada do PDB: 3BTP)39

Embora não compartilhem de semelhanças na sequência primária62, as

chaperonas secretórias compartilham algumas propriedades estruturais, tais como

o baixo peso molecular (até 20 kDa), um valor de pI baixo, inferior a 7, e a

presença de estrutura secundária helicoidal43,58 (Figura 6). Estas proteínas

também associam-se a uma ampla variedade de proteínas efetoras, e, apesar das

diferenças estruturais tanto da chaperona quanto da proteína efetora, os

complexos formados podem ser bastante similares63,64.

62 Minamino, T.; Imada, K.; Namba, K.; Mechanisms of type III protein export for bacterial flagellar assembly. Mol. Biosyst. 2008, 11, 1105-1115. 63 Stebbins, C. E.; Galán, J. E.; Maintenance of an unfolded polypeptide by a cognate chaperone in bacterial type III secretion. Nature 2001, 414, 77-81. 64 Birtalan, S.; Phillips, R.; Ghosh, P.; Three-dimensional secretion signals in chaperone-effector complexes of bacterial pathogens. Mol. Cell 2002, 9, 971-980.

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Figura 6: Representação de estrutura terciária de duas chaperonas do T3SS de Shigella flexneri (Spa15, entrada do PDB: 1RY9) e Yersinia enterocolitica (SycE, entrada do PDB: 1N5B), respectivamente, com enovelamento composto de 3 α-hélices e 5 folhas-β39.

As chaperonas secretórias são classificadas de acordo com a sua função65,

estrutura29,43 e/ou interação com as correspondentes proteínas cognatas23,43,51,

podendo interagir com uma ou várias proteínas, e funcionar na patogenicidade ou

biogênese flagelar do T3SS23. Essas proteínas são agrupadas de acordo com a

seguinte classificação:

Classe I: É a classe de chaperonas secretórias mais estudada. Compreende

cadeias protéicas pequenas, de até 130 resíduos de aminoácidos43, pI baixo (4 a

5)19,29 e formação de homo-dímeros19,29,58, subclassificadas em IA e IB. As

chaperonas da subclasse IA se associam a uma proteína cognata43, e os genes

que codificam essas chaperonas43 são adjacentes aos genes de suas efetoras19,43,

de forma que ocorra sua co-expressão in vivo39, aumentando a performance do 65 Wilharm, G.; Wilharm, G.; Dittmann, S.; Schmid, A.; Heesemann, J.; On the role of specific chaperones, the specific ATPase, and the proton motive force in type III secretion. Int. J. Med. Microbiol. 2007, 97, 27–36.

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sistema53. As chaperonas da subclasse IB podem se associar a duas43 ou até três

proteínas efetoras19,29 do T3SS, e seus genes estão próximos a operons de outros

componentes do sistema de secreção e não de suas proteínas efetoras43. Essas

chaperonas mediam o transporte de efetoras até a maquinaria do T3SS29, ligando-

se a um domínio específico nos primeiros 100 resíduos de aminoácidos da porção

N-terminal19,58 dessas cadeias, na direção da pequena sequência sinalizadora de

exportação19. Seus monômeros apresentam pouca similaridade de sequência de

aminoácidos19, porém, uma grande semelhança estrutural, constituída de cinco

folhas β e três α-hélices19,58 (Figura 6), com a porção C-terminal hidrofóbica

enterrada no interior da estrutura terciária43, formando um complexo semelhante a

uma ferradura quando associadas com a proteína efetora19,58. Acredita-se que as

chaperonas da classe I, ao se associarem a suas efetoras cognatas, expõem uma

região após o centro de ligação, que serve como sinalizadora. Dessa forma,

promovem o encaminhamento e a interação do complexo com a ATPase do

T3SS19,43, e não com o flagelo57, o que facilita o desenovelamento da proteína

efetora66. Essas chaperonas apresentam, também, um papel na regulação da

síntese de proteínas efetoras.

Classe II: Compostas de até 160 resíduos de aminoácidos54, as chaperonas desta

classe se ligam às proteínas translocadoras29,43,58 e formadoras de poro19 do

T3SS. Pouco se sabe sobre os mecanismos de interação dessas chaperonas com

suas proteínas efetoras19, porém, sabe-se que desempenham um papel

importante na regulação da secreção29. A presença das proteínas translocadoras

no citosol bacteriano funciona como um aviso de que o poro está formado na

célula hospedeira e que o T3SS está em funcionamento54. Uma chaperona

interage, então, com duas translocadoras hidrofóbicas19,43, causando mudanças

conformacionais dos seus domínios e aumentando a estabilidade das proteínas

efetoras43. A toxicidade das proteínas translocadoras para a própria célula

66 Akeda, Y.; Galán, J. E.; Chaperone release and unfolding of substrates in type III secretion. Nature 2005, 437, 911–915.

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bacteriana67 também é neutralizada pelas chaperonas da classe II68,69. Da mesma

forma que as chaperonas da classe I, as chaperonas da classe II agem como

homo-dímeros39, contudo, diferente das primeiras, as chaperonas desta classe se

associam a proteínas com uma ampla variedade de estrutura secundária,

apresentando assim, uma ampla variedade de sítios de ligação39.

Classe III: Constituída pelas chaperonas flagelares29, com estruturas secundárias

de α-hélice estendida70, que se associam a subunidades dos flagelos19,58 e/ou às

subunidades constituintes da estrutura de agulha e do injectossoma19, prevenindo

a polimerização dessas proteínas no citoplasma antes da secreção19,29,43. Essas

chaperonas mascaram os sítios de polimerização das proteínas flagelares19,43 ao

se associarem à porção C-terminal de suas proteínas efetoras31. Os componentes

helicoidais do injectossoma são associados a chaperonas citoplasmáticas

especializadas que mantêm esses componentes num estado monomérico,

prevenindo sua auto-associação prematura, e, provavelmente, auxiliando no seu

transporte até o canal de exportação19.

Classe IV: Consiste numa nova classificação das chaperonas secretórias29, que

compreende uma chaperona de E. coli enteropatogência (EPEC) que apresenta

estrutura e ação diferentes das outras classes de chaperonas já estabelecidas.

1.4. Proteínas alvo

Os organismos do gênero Xanthomonas possuem T3SS e T4SS, que

podem estar envolvidos nos processos de invasão celular do hospedeiro e

manutenção da patogenicidade15, e, embora não sejam conhecidos genes para

67 Neyt, C.; Cornelis, J. R.; Role of SycD, the chaperone of the Yersinia Yop translocators YopB and YopD. Mol. Microbiol. 1999, 31, 143–156. 68 Menard, R.; Sansonetti, P.; Parsot, C.; Vasselon, T.; Extracellular association and cytoplasmic partitioning of the IpaB and IpaC invasins of S. flexneri. Cell 1994, 79, 515–525. 69 Wattiau, P.; Bernier, B.; Desleep, P.; Michelis, T.; Cornelis, G. R.; Individual chaperones required for Yop secretion by Yersinia. Proc. Natl. Acad. Sci. USA 1994, 91, 10493–10497. 70 Yip C. K.; Finlay, B. B.; Strynadka, N. C.; Structural characterization of a type III secretion system filament protein in complex with its chaperone. Nat. Struct. Mol. Biol. 2005, 12, 75–81.

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chaperonas secretórias53, acredita-se que estas proteínas estejam presentes em

Xanthomonas, uma vez que são essenciais para o funcionamento dos sistemas

secretórios15. Em 200571, análises de bioinformática no genoma da Xac

identificaram genes que codificam proteínas hipotéticas com as características

físico-químicas próprias de chaperonas do T3SS e T4SS, indicando, assim, uma

possível função dessas proteínas nos sistemas secretórios envolvidos. Esses

genes identificados apresentaram similaridade com genes de chaperonas

secretórias de organismos já identificados e/ou próximos cerca de 1,5 kb dos

clusters relacionados a patogenicidae e virulência na Xac, mais uma característica

de genes das chaperonas secretórias71.

Seis desses genes apresentaram similaridade de estrutura primária maior

ou igual a 45% com as famílias de chaperonas do T3SS de outras bactérias, como

Yersinia, Shigella, Rhodobacter e Salmonella71; cinco deles estavam localizados

no cromossomo da Xac, e um deles, no plasmídio pXAC33. Outros 25 genes

cromossomais e 9 genes plasmidiais apresentaram características de chaperonas

do T3SS; algumas destas sequências estavam próximas ao cluster do T4SS,

porém, como estas proteínas compartilham semelhanças estruturais com as

chaperonas do T3SS, não se pode afirmar se são do T3SS ou T4SS. Estas

sequências, entretanto, apresentaram uma semelhança da ordem de 10% com as

características próprias de chaperonas, com regiões que compreendem cerca de

10 a 20 resíduos de aminoácidos na estrutura helicoidal71.

A Tabela 1 contém os dados referentes a estes 40 genes identificados

como potenciais chaperonas hipotéticas da Xac.

71 Khater, L.; Santos, T. M.; Alegria, M. C.; Docena, C.; da Silva, A. C. R.; Ramos, C. H. I.; In silico identification of potential chaperone genes that belong to type III and type IV secretion systems in Xanthomonas axonopodis pv. citri. Genet. Mol. Biol. 2005, 28, 321-327.

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18

Tabela 1:

Chapero

nas

secr

etó

rias

hip

oté

ticas

da X

ac e s

eus

genes

corr

esp

ondente

s, i

dentif

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o g

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crom

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l (P

)

PROTEÍNA

HIPOTÉTIC

A

LOCALIZAÇÃO

NO GENOMA

P. M. /

kDa

pI TEÓRICO

GENE DA Xac

SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS

Possíveis chaperonas secretórias

XA

C2483

C

17,8

5,8

N

P_642798.1

M

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WQ

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RIF

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XA

C1346

C

10,9

5,6

N

P_641681.1

M

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LS

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LA

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XA

C1715

C

12,7

6,8

N

P_642046.1

M

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P_643331.1

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G

XA

C0285

C

18,6

7,0

N

P_640641.1

M

TA

FK

RLA

HLIL

TT

DG

VN

YV

AQ

QH

RS

RT

MLD

PR

IEK

VD

LA

LT

EIA

QD

PS

EK

VA

LW

QW

AC

RE

MLH

ET

LIG

MH

QLS

HLA

GIA

RQ

VA

ND

WR

EP

VD

VIA

PA

KP

YLA

AS

ALA

DR

RLP

QV

LD

GLG

ST

HD

DN

DR

AT

LW

RLR

YA

SLIA

ST

LQ

GM

QA

LA

EK

HR

IDR

QA

MA

IGS

LN

X

AC

3222

C

14,7

9,1

N

P_643529.1

M

DT

SE

SA

IFH

GLE

MS

RK

SW

AY

QT

AA

ER

LLW

YR

LR

DR

RLLG

FK

FR

RQ

CP

VG

PY

VA

DF

AC

LE

RA

LIV

ELD

GS

QH

LE

AP

SD

AV

RE

AF

LH

RK

GF

QLLR

FW

NN

EV

LA

RT

DA

VC

DA

IVQ

RLC

VA

RF

SP

PP

SG

VR

X

AC

1364

C

16,3

5,5

N

P_641699.1

M

SIQ

SK

TE

HS

LN

DLIA

ISR

DG

KD

FY

EE

AA

AK

VG

DA

ELA

TLF

RR

IAG

VK

TD

IVS

SLS

SV

VT

AV

GG

TP

EQ

HG

TLV

GS

MQ

QF

YG

KV

RA

TLG

DT

KY

GY

VA

ELE

ES

ED

RLLK

AF

DE

TIA

DQ

DT

PA

AA

RD

AA

LR

LLP

EV

RA

CH

DV

MR

NR

KH

AM

KS

AA

Page 42: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

19

Tabela 1 (continuação):

C

hapero

nas

secr

etó

rias

hip

oté

ticas

da Xac

e

seus

genes

corr

esp

ondente

s,

identif

icados

por

exp

erim

ento

s de b

ioin

form

átic

a71

XA

C3257

C

12,9

6,9

N

P_643565.1

M

RR

AE

SA

WA

AS

IAY

GA

GLA

KQ

VS

FG

HV

TP

DN

AG

KV

LD

MF

ALD

PE

QIR

ELG

LIG

VE

ELG

ET

VY

HA

WS

INA

GE

LD

RV

VQ

WF

RT

PR

VE

FV

GK

HC

SE

LIR

AG

RIG

PV

LT

MA

RE

HA

LLR

HR

XA

C1241

C

18,1

6,9

N

P_641577.1

M

KA

SLF

TS

LLM

MV

SM

SA

HA

DG

LT

KS

AD

GK

TLS

VS

FG

AP

TF

KQ

VLH

YR

KLY

DK

KP

FP

DA

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YF

SN

GM

YK

IIS

QG

EN

HY

GV

YV

LQ

GT

FD

DQ

SY

TIR

FIS

LP

SE

DW

GN

KT

AF

HQ

LT

FV

RG

DK

QN

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IQN

AIV

DT

GE

AIA

QQ

NG

TY

TLE

KN

TV

SN

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PT

SW

KH

D

Próximas a genes de patogenicidade/resposta de hipersensibilidade (cluster T3SS)

XA

C1264

C

14,3

8,5

N

P_641599.1

M

EW

MLLP

LK

RY

AD

FN

GR

SR

RK

EY

WM

FA

LM

QF

LV

LF

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GG

LF

AV

AA

VA

MG

NE

NG

PG

ALA

WLIC

AV

MV

IAC

LA

LIV

PG

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TV

RR

LH

DQ

DK

SG

WF

YLIS

LV

PY

VG

AF

VLLV

FM

CI

EG

TP

GP

NQ

YG

EN

PK

Q

XA

C0419

C

10,7

7,0

N

P_640774.1

M

PH

DP

SV

VA

HV

EK

TC

TA

QLA

HF

AS

DIT

RV

DV

HLR

DE

NG

QR

GG

AA

DR

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SIE

AH

VA

GLP

PIA

AT

NS

AE

TT

AS

AV

TG

AA

RK

LR

TA

IEH

AR

GK

QH

SK

AT

AP

PP

DM

L

XA

C1990

C

12,1

6,7

N

P_642316.1

M

NV

NE

FLQ

RLS

DA

LA

GE

RQ

ALLE

ND

IDG

LM

RH

TQ

DK

LS

ALQ

ALE

AA

MP

AG

EE

ER

LR

ELA

EA

NR

AN

GA

LLA

RR

RR

EV

NW

ALR

HLG

RT

ES

AP

SY

DA

KG

QS

SV

LR

GG

RS

LA

VA

Próximas a genes de degradação da parede celular do hospedeiro

XA

C0142

C

11,3

10,3

N

P_640498.1

M

TN

PH

SLIP

NP

GP

QW

TN

LS

HLV

LA

FLV

SG

VC

AV

LLR

FIR

AH

GA

LK

ALA

NP

VIT

TA

VV

CA

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VQ

DG

SA

PP

WQ

NA

LLIA

AF

FS

VP

AS

LC

VV

LV

SA

AM

AW

LIN

KR

LA

RK

PA

XA

C0139

C

17,1

6,2

N

P_640495.1

M

AV

SS

GLP

PP

GIR

FP

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PA

LQ

GIT

NV

MT

DP

QII

PIT

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VA

HV

EF

GG

NT

GR

GA

YF

YS

FS

PD

LLIV

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GE

QD

VT

LR

YA

FC

KS

VP

HR

FK

IIS

LLN

SD

ST

GQ

IGP

QH

IDP

DG

RG

VQ

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NA

NR

DR

TLIF

FS

VV

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DT

HT

GN

HF

SC

DP

QV

GN

DP

EIS

PT

EF

GR

H

XA

C0138

C

18,6

7,7

N

P_640494.1

M

SLY

RV

VC

AV

LM

AT

CS

LLT

AT

GC

AK

QP

TLS

SR

LIV

SV

DA

PM

LE

KG

GA

VIV

LA

RP

IPD

RQ

WR

HLE

SA

TS

SD

AG

DE

KQ

FQ

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VA

SP

AS

IIE

LH

YP

ET

GT

YS

FK

LR

PA

AR

AK

PP

FL

QS

RR

VLIG

QA

DLT

DP

QT

KH

QV

HW

PS

MS

VV

HV

SG

NT

YP

EG

WA

RIL

AS

TF

DV

PF

GS

DA

PD

T

XA

C0167

C

14,0

11,3

N

P_640523.1

M

SR

GE

VT

HQ

RS

PA

QA

PH

AD

SA

LC

AT

FS

QE

EG

TS

LR

SA

SG

WP

PS

ALR

AP

SP

AG

GG

RQ

SG

DA

AV

KP

LS

RLR

ER

GW

GE

GT

AA

GS

RP

RK

PS

CE

RR

GR

HT

SA

VT

RS

NP

AT

LIR

RC

AP

PS

PR

EK

ER

AP

TP

PT

PIS

CT

AQ

XA

C3564

C

16,6

10,8

N

P_643871.1

M

SD

SM

SE

PIW

SD

LQ

VS

YLQ

ALG

HT

VY

LD

RD

AV

DA

LP

AP

VE

IAE

RA

PM

AA

PA

RV

ER

ALQ

PA

TA

NA

PV

AR

RN

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AA

PA

EA

PR

AP

ST

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AS

VP

QR

RS

RV

GM

PD

RLQ

MA

LL

RA

SG

CN

PG

DP

AT

QA

LM

AS

WP

LA

ELR

GN

PA

AK

RA

LW

PQ

LR

ALR

RR

RD

PA

Page 43: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

20

Tabela 1 (continuação):

Chapero

nas

secr

etó

rias

hip

oté

ticas

da Xac e

seus

genes

corr

esp

ondente

s, id

entif

icados

por

exp

erim

ento

s de b

ioin

form

átic

a71

XA

C3566

C

12,3

7,7

N

P_643873.1

M

LV

SA

AA

GA

TD

LY

KW

KD

AK

GV

TH

YT

ET

PP

PT

GQ

RY

EA

RR

IDA

RS

GT

AA

IAA

ET

AA

PE

SA

DC

LT

AR

RN

LE

LLS

GK

GE

VS

MA

AG

AD

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PG

AV

LD

QD

AR

AT

QR

NLA

DA

AV

KA

YC

KP

AA

PG

GP

AT

XA

C0027

C

15,7

5,6

2

NP

_640383.1

M

TQ

RLM

KT

ALIG

VLA

LV

SQ

GA

LA

QA

AD

KP

AK

ALT

SG

EV

TS

MLT

AK

GY

TK

VH

DLK

FE

HG

VW

TA

DA

RS

GD

GK

DV

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HID

PV

TG

RV

YG

DQ

TT

SK

LS

EA

DV

RA

SLS

TG

GY

AD

VH

DLK

FN

DG

LW

KA

DA

KR

NG

QK

VE

LH

VD

PE

DG

HV

VS

VE

ND

XA

C3509

C

13,3

11,3

N

P_643815.1

M

DE

VLR

QIA

RA

VH

HD

SD

TH

RR

PLR

LLR

CLS

CE

RY

RK

TA

PP

RR

PE

VE

LV

PG

TD

RP

DG

GR

TD

PD

RW

QR

RR

TA

LN

DIA

RA

SD

AA

RH

VG

RR

TM

GM

WLC

TIR

RP

HA

RA

SS

RE

TC

RC

ALV

L

XA

C2367

C

10,5

4,5

N

P_642683.1

M

QQ

IEIG

QM

VF

LR

DG

EV

GV

GA

IRD

IRN

EG

DE

LV

INIE

NG

GD

FV

LP

AS

VV

RD

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SG

KV

MLD

VD

KLP

DD

VR

NA

LR

HP

HD

NE

LQ

TS

TY

AA

SN

MQ

DG

ALK

Próximas ao cluster do T4SS

XA

C1366

C

22,6

6,2

N

P_641701.1

M

DIA

TP

LP

LH

AD

HLA

ALE

QA

YA

TP

PR

AY

HH

FG

HV

RA

VLQ

HY

AE

VA

AG

PG

WQ

QP

VE

VW

LA

VLF

HD

AV

YQ

PG

RS

DN

EA

QS

ALM

AA

ES

IPR

WW

PQ

AQ

VD

VE

RV

HA

LIL

LT

AR

HG

QLQ

PQ

DV

DE

DA

ALF

LD

CD

MA

ILA

AP

AA

VF

DA

YD

QA

IAE

EY

RG

HV

PS

VLY

RL

NR

RR

FLA

GV

LK

QP

RIF

LS

DY

FH

IHH

DS

AA

RA

NLR

RR

LG

R

XA

C2407

C

17,8

5,2

N

P_642723.1

M

IDLN

GQ

LH

DV

QA

TE

TLG

QA

LA

AA

RP

VS

AV

VQ

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GD

LG

AG

KS

TLA

RA

LLR

AL

GV

AG

PIR

SP

TY

TLV

ER

YP

LS

TG

DE

AW

HLD

LY

RIG

HA

GE

LD

FLG

LD

EG

SA

SLW

LV

EW

PE

RG

AG

VLP

PV

DLD

VE

LA

VA

GE

GR

SV

RLLG

RS

AIG

HA

WM

DR

LS

RQ

PQ

LQ

VLF

AA

SR

EE

XA

C2622

C

14,7

6,0

N

P_642935.1

M

NP

MY

VS

KLS

LV

LV

AA

ALV

GA

CA

TK

PA

PD

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GR

WK

HV

NH

FD

EA

PT

EIP

LY

TS

YT

YQ

AT

PM

DG

TLK

TM

LE

RW

AA

DS

NM

QLS

YN

LP

SD

YT

LIG

PV

SA

IST

TS

VQ

QA

AT

ELS

AV

YA

AQ

GV

SV

SV

SA

NK

LLV

QP

VP

VS

SG

AK

L

XA

C0571

C

15,4

4,7

N

P_640924.1

M

KLE

LA

IAP

SLA

QLA

GA

ND

ALE

RS

LT

LE

GLH

AE

RIG

QV

RLIV

EE

LG

CN

ALT

HG

QC

AA

QP

LR

LQ

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LD

AQ

ALV

LE

MH

DA

GS

AF

DP

CA

AP

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EV

TD

ELD

DR

AIG

GLG

LF

LV

HQ

FA

DH

IDY

RR

DG

AY

NV

VR

VT

LLH

PY

AP

VP

EA

LS

XA

C2611

C

17,1

8,1

N

P_642924.1

M

IIIR

LA

SII

LLV

SW

TA

PA

FA

QT

AC

PA

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AP

GS

PQ

CG

PD

SG

TS

RD

DIP

TP

PP

RP

TG

EW

IKT

WG

AIA

GS

DS

TG

EA

GT

AA

GE

LS

ED

KA

KD

IAIR

RC

SV

NG

AS

DC

KIN

LV

YR

NQ

CA

AL

VS

TQ

SD

SF

YQ

GS

AT

KE

RA

IDLA

IGN

CK

KS

RS

GE

CK

VLY

SG

CS

DP

IFK

KY

XA

C2606

C

17,2

8,4

N

P_642919.1

M

KLF

ILLIF

LF

SS

SA

AW

GQ

TA

CP

SG

VA

PG

SP

QC

GP

DS

GT

SR

GD

IPQ

PP

PR

PT

GE

WL

KT

WG

AIA

SS

DN

GD

IGS

ST

GK

LS

EN

EA

RV

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LK

VC

SD

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NS

DC

KV

NF

TY

KN

QC

VA

VV

QA

AK

GR

TG

GK

IIS

AA

TE

EIA

KK

DA

LD

EC

LK

ES

GA

KC

YV

RG

TD

CS

KP

FF

RK

F

XA

Cb0033

P

8,4

5,6

N

P_644761.1

M

AH

VN

SR

VQ

KH

RD

ALR

MA

GLR

PV

QIW

VP

DT

RR

PD

FA

EE

CR

RQ

CR

LA

AQ

AD

MA

DT

DM

QR

FM

DE

ALA

DM

DG

WT

E

Page 44: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

21

Tabela 1 (continuação):

Chapero

nas

secr

etó

rias

hip

oté

ticas

da Xac e

seus

genes

corr

esp

ondente

s, id

entif

icados

por

exp

erim

ento

s de b

ioin

form

átic

a71

XA

Cb0035

P

15,8

7,9

N

P_644763.1

M

NN

AE

IMK

IQV

NA

LT

PE

LV

TE

LV

ALQ

QE

AE

RF

FS

IQQ

SY

AK

VIF

DV

FD

GA

ELLT

PD

SL

AK

VN

NA

MM

IAY

QM

TA

NV

QK

RM

HA

LR

GK

LP

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YR

DE

NG

HF

WN

AR

TF

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DT

QK

DF

DK

AV

KT

AK

KIS

GW

AS

VK

IDG

TS

YP

EQ

XA

Cb0042

P

14,2

9,8

N

P_644770.1

M

GA

RA

MR

NV

WM

IVS

GLA

VV

VA

IGG

AV

YY

FF

PK

QS

AA

TT

SN

VP

QP

PS

TD

NR

VLV

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AG

NP

LLK

AD

KA

QF

RQ

WLP

PY

CG

AD

IFLQ

SQ

PE

PH

KV

DV

CV

NG

TV

QR

VA

SA

TG

IKLS

RA

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LD

SR

VK

AH

WR

EV

MG

AK

XA

Cb0043

P

9,4

9,1

N

P_644771.1

M

RE

TP

TP

KG

LA

TM

QLF

FA

LLP

GLIL

FW

PLLK

LIQ

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WR

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AV

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FA

ALIS

GC

AS

TS

NK

FN

KS

PC

AS

KF

EN

VN

TD

NY

GS

QS

DA

XA

Cb0048

P

13,9

8,6

N

P_644776.1

M

ER

EK

PK

PK

RR

KLN

LT

VA

LLP

SLF

FN

DE

EA

MLT

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KK

ELA

VLD

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QP

DY

AV

YLV

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EH

EN

SR

WW

RM

TLK

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TQ

DK

VY

EV

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ALG

KT

KLW

KR

LD

IAV

DF

IKE

SC

PH

TK

SV

FV

VF

AP

WH

N

XA

Cb0049

P

13,6

8,5

N

P_644777.1

M

SE

AA

TR

SA

FR

YF

GG

SG

LQ

PLG

LK

RP

SQ

FC

FQ

AF

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LD

GR

GV

VS

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GE

LE

QG

SD

HH

RIG

QA

AE

ES

GS

VD

GIY

ELLN

HG

SW

QIS

RQ

GD

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GG

CF

AH

RS

PK

FLW

GLT

MP

IDM

RIF

KLK

SR

CLA

Próximas à proteína virB6

XA

C2605

C

16,6

5,5

N

P_642918.1

M

SH

AQ

GA

ES

ITD

KQ

ER

IAR

QQ

DE

LLE

QA

LN

SD

QQ

RQ

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DLA

KD

IKLR

SS

YV

QC

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NA

GA

VV

PA

LM

EC

NS

QE

YA

YQ

DA

RLN

AA

YK

RLLN

RW

PA

EK

KD

RLK

QE

ER

DW

IKW

RD

TLC

KS

NG

ALG

GG

QA

EE

LE

DT

SC

NLN

AT

AQ

RA

EE

LE

KR

XA

C2601

C

16,4

10,2

N

P_642914.1

M

IDT

GE

TS

SN

NG

WLT

HT

LA

RR

PD

AS

LF

VV

GC

ES

RV

SV

HA

TR

GA

WS

AS

QD

RLW

SG

AA

AG

DG

DV

SLLG

SS

ISG

KR

LP

DE

DR

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KR

HS

GA

MT

WLN

FQ

RM

SC

AR

NC

RK

QS

VR

VS

ALR

PIL

PT

CT

ER

FD

PN

GR

CG

SK

KS

RR

CLA

GG

FS

SLE

ILR

F

Próximas a clusters de patogenicidade, virulência e adaptação

XA

Ca0040

P

16,1

10,9

N

P_644726.1

M

DE

IRP

CE

LLLH

VC

RLN

PR

LA

TD

QG

AS

GA

RR

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SR

PD

RA

LE

LT

VG

SD

PA

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LA

AK

TQ

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FY

CF

LY

FC

KS

SS

RT

SS

AIL

VP

RC

AQ

AV

LIC

RC

RLS

GT

SM

VR

RF

ICS

GS

SLL

LR

LS

TH

AS

AA

TG

AG

LLV

GLV

PIW

TF

FV

LIV

RT

PS

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XA

Cb0063

P

17,2

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GLV

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VC

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LP

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RR

RC

RR

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P

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P

16,2

11,7

N

P_644792.1

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SS

PA

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GQ

PS

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GS

ST

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NR

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KK

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HR

WS

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SLG

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VS

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GT

TP

VS

RV

RS

VV

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SG

CA

RA

MQ

EC

INP

VM

RP

PD

RP

AG

PR

RH

RA

SA

WN

LA

LC

ALA

AS

PR

Page 45: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

22

1.5. Técnicas de análises de proteínas

A identificação de proteínas tem sido a base da bioquímica atual72, e o

advento da proteômica, área que estuda o complemento protéico do código

genético, permite a comparação entre diferentes tecidos, fluidos e estados

celulares73,74. Combinada a ferramentas de bioinformática, a proteômica permite

identificar, caracterizar e até mesmo quantificar uma grande quantidade de

proteínas presentes em amostras biológicas complexas75, ao acoplar métodos de

separação a análises de identificação das cadeias protéicas75. As identificações

são realizadas através de espectrometria de massas (MS)72 uma das mais

importantes técnicas de análise dentro das ciências da vida76,77. A espectrometria

de massas tem apresentado desenvolvimentos reconhecidos nas últimas décadas,

devido a sua alta velocidade, sensibilidade, precisão72 e exatidão72. As técnicas de

MS são usadas nos contextos de estudos de proteomas sem maiores

problemas76,78, e a principal limitação destes experimentos se deve, em grande

parte, às limitações computacionais e tecnológicas76.

A separação das proteínas de uma mistura protéica de baixa

complexidade76,79,80 pode ser realizada através de eletroforese bidimensional, uma

72Mann, M.; Kelleher, N. L.; Precision proteomics: The case for high resolution and high mass accuracy. PNAS 2008, 105, 18132–18138. 73 Geromanos, S. J.; Vissers, J. P. C.; Silva, J. C.; Dorschel, C. A.; Li, G. Z.; Gorenstein, M. V.; Bateman, R. H.; Langridge, J. I.; The detection, correlation, and comparison of peptide precursor and product ions from data independent LC-MS with data dependant LC-MS/MS. Proteomics 2009, 9, 1683–1695. 74 Vaezzadeh, A. L.; Deshusses, J. M. P.; Waridel, P.; Francois, P.; Zimmermann-Ivol, C. G.; Lescuyer, P.; Schrenzel, J.; Hochstrasser, D. F.; Accelerated digestion for high-throughput proteomics analysis of whole bacterial proteomes. J. Microbiol. Meth. 2010, 80, 56–62. 75 Aebersold, R.; Mann, M.; Mass spectrometry-based proteomics. Nature 2003, 422, 198–207. 76 McCormack, A. L.; Schieltz, D. M.; Goode, B.; Yang, S.; Barnes, G.; Drubin, D.; et al. Direct analysis and identification of proteins in mixtures by LC/MS/MS and database searching at the low-femtomole level. Anal. Chem. 1997, 69, 767–776. 77 Scherl, A.; Tsai, Y. S.; Shaffer, S. A.; Goodlett, D. R.; Increasing information from shotgun proteomic data by accounting for misassigned precursor ion masses. Proteomics 2008, 8, 2791–2797. 78 Strupat, K.; Karas, M.; Hillenkamp, F.; Eckerskorn, C.; Lottspeich, F.; Matrix-assisted laser desorption ionization mass spectrometry of proteins electroblotted after polyacrylamide gel electrophoresis. Anal. Chem. 1994, 66, 464–470. 79 Mann, M.; Hojrup, P.; Roepstorff, P.; Use of mass spectrometric molecular weight information to identify proteins in sequence databases. Biol. Mass Spectrom. 1993, 22, 338–345. 80 O’Farrell, P. H.; High resolution two-dimensional electrophoresis of proteins. J. Biol. Chem. 1975, 250, 4007– 4021.

Page 46: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

23

técnica de separação de biomoléculas introduzida há mais de 35 anos80. Os géis

resultantes apresentam mapas do proteoma celular, permitindo comparar a

expressão protéica em diferentes condições e indicar o aparecimento ou

desaparecimento de proteínas ou sua expressão diferenciada78. A separação em

primeira dimensão ocorre pela migração de proteínas pela rede de poliacrilamida

adequadamente tamponada, para que cada molécula de proteína seja focalizada

em pH igual ao seu pI (pH em que a molécula encontra-se neutra, com igual

número de cargas positivas e negativas), de forma que proteínas fiquem

distribuídas pelo gel conforme seu pI. Ao acoplar esta etapa à separação por SDS-

PAGE, as moléculas de proteínas são separadas em uma segunda dimensão, de

acordo com o seu tamanho81. Esta técnica permite separar um grande número de

proteínas dentro de uma ampla faixa de tamanho e pI, conforme se verifica pelo

gel mostrado na Figura 7.

Após a separação das proteínas presentes numa mistura protéica, cada

spot apresenta uma proteína de pI e massa molecular definidos, e é submetido a

lise enzimática, no intuito de fragmentá-lo em peptídeos de tamanhos adequados

ao sequenciamento e identificação por medidas de massas. A enzima mais

utilizada para este tipo de análise é a tripsina, uma peptidase com especificidade

para arginina e lisina81. Outras proteases também podem ser utilizadas,

dependendo do conteúdo de aminoácidos na cadeia a ser analisada ou do tipo de

informação que se pretende obter com as medidas de massas.

Com o aumento do número de proteínas presentes, a complexidade das

amostras também aumenta77, e somente as medidas de massa dos peptídeos

provenientes da lise tríptica não gera a especificidade necessária para a

diferenciação de proteínas com mesma massa molecular ou massas muito

próximas77. Para tanto, é necessário induzir a fragmentação destes peptídeos, o

que permite obter informações sobre sua sequência primária, e, portanto, garante

identificações mais confiáveis76.

81 Nelson, D. L.; Cox, M. M.; Lehninger Principles of Biochemistry. 4th ed., W. H. Freeman and Company, 2005, New York.

Page 47: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

24

Experimentos do tipo Shotgun82 tem sido a forma de análise de proteomas

em larga escala atualmente utilizada, em que dezenas de milhares de peptídeos,

presentes em várias concentrações, são analisados após separações

cromatográficas76. Comumente, se utiliza ionização do tipo Eletrospray77 e

aquisição dependente de dados (Dependent Data Acquisition – DDA)77, onde os

peptídeos eluídos são selecionados para fragmentação, na tentativa de obter

maior informação sobre as sequências de aminoácidos.

Figura 7: Gel de eletroforese bidimensional de célula de E. coli, em que se pôde resolver mais de 1000 proteínas diferentes. Na primeira dimensão (IF), houve separação protéica por focalização isoelétrica e, na segunda dimensão (SDS), as proteínas foram separadas pelo tamanho das cadeias. Cada spot observado corresponde a uma cadeia peptídica de (pI, massa molecular) correspondente81.

A análise proteômica por cromatografia líquida acoplada a tandem mass

spectrometry (LC-MS/MS) se inicia com a digestão de uma complexa mistura de

proteínas e separação dos peptídeos por cromatografia líquida de fase reversa83

82 Tabb, D. L.; Vega-Montoto, L.; Rudnick, P. A.; Variyath, A. M.; et al. Repeatability and reproducibility in proteomic identifications by liquid chromatography-tandem mass spectrometry. J. Proteome Res. 2010, 9, 761–776. 83 Steen, H.; Mann, M.; The ABC’s (and XYZ’s) of peptide sequencing. Nat. Rev. Mol. Cell Biol. 2004, 5, 699–711.

Page 48: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

25

(Figura 8A). Os peptídeos eluídos geram espectros de massa (Figura 8B), e,

dependendo da sua intensidade, são selecionados e fragmentados, gerando então

espectros do tipo massas/massas (Figura 8C).

Figura 8: (A) Cromatograma obtido após separação por cromatografia líquida dos peptídeos contidos em mistura protéica submetida a lise tríptica. Em um experimento do tipo DDA, os peptídeos presentes nos sinais cromatográficos mais intensos são selecionados para fragmentação e obtenção de MS (B) e MS/MS (C).

As informações resultantes dos espectros obtidos são analisadas e

associadas a sequências depositadas em bancos de dados, e a identificação das

proteínas é realizada a partir dos peptídeos detectados84. A maior vantagem deste

tipo de experimento é a obtenção de informação sobre a sequência primária dos

84 Prakash, A.; Mallick, P.; Whiteaker, J.; Zhang, H.; Paulovich, A.; Flory, M.; Lee, H.; Aebersold, R.; Schwikowski, B.; Signal maps for mass spectrometry-based comparative proteomics. Mol. Cell.Proteomics 2006, 5, 423–432.

7.50 10.00 12.50 15.00 17.50 20.00 22.50 25.00 27.50 30.00 32.50 35.00 37.50 40.00 42.50

%

0

100 19.13

14.49

13.8113.1710.61

9.41

8.577.637.32

15.40

17.32

16.55

18.58

25.29

20.00 21.96

20.45 22.56 25.10

24.09

30.8725.73

29.5628.1427.02

33.82

31.79 40.74Time

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700

%

0

100 1085

1025

1025814814373

355274

541429374

445

519446

814

790542 743718

8141025

831 951860 898 952

1026

1026

1078

10851196

10861196

11631162

11971367

11981253 1366 136816271368

m/z

tempo

(A)

(B)

mass

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200

%

0

100788.3438

360.2188

213.1561

187.1462

110.0725

285.1350630.2938

546.2658

427.2173

731.3287

632.0143

1259.6132

1048.4943901.4279

832.4150

1045.5126

975.4857 1258.5925

1122.5165

1224.63731262.0139

mass

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

%

0

100865.4919

338.1278

169.0917483.2384

412.2165

697.4059

651.3311

838.3693

1347.7164

936.5228 1007.5623

1078.5742

1149.6406

1250.6527

1515.8093

1348.8882 1773.98841516.7938

(C) (C)

7.50 10.00 12.50 15.00 17.50 20.00 22.50 25.00 27.50 30.00 32.50 35.00 37.50 40.00 42.50

%

0

100 19.13

14.49

13.8113.1710.61

9.41

8.577.637.32

15.40

17.32

16.55

18.58

25.29

20.00 21.96

20.45 22.56 25.10

24.09

30.8725.73

29.5628.1427.02

33.82

31.79 40.74Time

7.50 10.00 12.50 15.00 17.50 20.00 22.50 25.00 27.50 30.00 32.50 35.00 37.50 40.00 42.50

%

0

100 19.13

14.49

13.8113.1710.61

9.41

8.577.637.32

15.40

17.32

16.55

18.58

25.29

20.00 21.96

20.45 22.56 25.10

24.09

30.8725.73

29.5628.1427.02

33.82

31.79 40.74Time

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700

%

0

100 1085

1025

1025814814373

355274

541429374

445

519446

814

790542 743718

8141025

831 951860 898 952

1026

1026

1078

10851196

10861196

11631162

11971367

11981253 1366 136816271368

m/z

200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700

%

0

100 1085

1025

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1026

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m/z

tempo

(A)

(B)

mass

100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200

%

0

100788.3438

360.2188

213.1561

187.1462

110.0725

285.1350630.2938

546.2658

427.2173

731.3287

632.0143

1259.6132

1048.4943901.4279

832.4150

1045.5126

975.4857 1258.5925

1122.5165

1224.63731262.0139

mass

200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

%

0

100865.4919

338.1278

169.0917483.2384

412.2165

697.4059

651.3311

838.3693

1347.7164

936.5228 1007.5623

1078.5742

1149.6406

1250.6527

1515.8093

1348.8882 1773.98841516.7938

(C) (C)

Page 49: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

26

peptídeos selecionados para fragmentação77, o que aumenta a especificidade da

técnica e, conseqüentemente, a qualidade e confiabilidade das identificações77.

Um experimento do tipo DDA é cíclico: o ciclo se inicia pela varredura de

sinais de m/z seguida da seleção de íons precursores, que podem estar ou não no

pico do sinal cromatográfico, para fragmentação e obtenção de espectros de

massas/massas77. Diferenças mínimas na separação cromatográfica, contudo,

podem mudar a ordem de eluição dos peptídeos85 ou alterar quais deles são

selecionados para a fragmentação86. O maior desafio analítico na reprodutibilidade

das identificações nos experimentos de LC-MS/MS reside na diferença da

eficiência de ionização dos diferentes peptídeos resultantes da digestão

enzimática77,87, uma vez que a maioria destes peptídeos está na região menos

intensa da distribuição76. Em geral, a concentração das proteínas em misturas

complexas corresponde a uma ampla faixa, com a maioria das proteínas em

concentrações de duas a três ordens de magnitude menores que o peptídeo mais

abundante77. O número de íons selecionados e o tempo da aquisição de MS/MS

são otimizados para determinado tipo e complexidade da amostra77; geralmente,

com o aumento da complexidade, o número de íons precursores aumenta, e o

tempo de aquisição diminui, criando um problema fundamental para a análise

dessas misturas77.

85 Liu, H.; Sadygov, R. G.; Yates, J. R.; A model for random sampling and estimation of relative protein abundance in shotgun proteomics. Anal. Chem. 2004, 76, 4193–4201. 86 Mallick, P.; Schirle, M.; Chen, S. S.; Flory, M. R.; Lee, H.; Martin, D.; Raught, B.; Schmitt, R.; Werner, T.; Kuster, B.; Aebersold, R.; Computational prediction of proteotypic peptides for quantitative proteomics. Nat. Biotechnol. 2007, 25, 125–131. 87 Ishihama, Y.; Oda, Y.; Tabata, T.; Sato, T.; et al. Exponentially modified protein abundance index (emPAI) for estimation of absolute protein amount in proteomics by the number of sequenced peptides per protein. Mol. Cell. Proteomics 2005, 4, 1265–1272.

Page 50: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

27

2. OBJETIVOS DO TRABALHO

O processo de virulência da Xac ainda não está bem elucidado e embora

possa ser semelhante ao de outras bactérias Gram-negativas e/ou envolver os

Sistemas de Secreção do Tipo III e IV, ainda há poucas informações sobre as

bases moleculares do cancro cítrico. Dessa forma, a identificação de chaperonas

secretórias, essenciais para funcionamento do T3SS e T4SS, pode ajudar a

conhecer melhor o fitopatógeno e a doença, ajudando, também, no combate e

tratamento do cancro cítrico, uma vez que atualmente a única maneira de

eliminação é a erradicação das plantas contaminadas21.

A confirmação da expressão das chaperonas secretórias ainda hipotéticas,

e o posterior estudo de sua função, podem contribuir para o melhor entendimento

dos mecanismos de virulência da Xac, permitindo, a longo prazo, desenvolver

compostos que interajam com estas proteínas27, interferindo nos processos de

translocação, e evitando, assim, a disseminação da doença em plantações de

citros.

O objetivo principal deste trabalho foi determinar a expressão das 40

proteínas alvo, identificadas como hipotéticas e possíveis chaperonas dos

Sistemas de Secreção do Tipo III e IV71 na bactéria Xanthomonas axonopodis pv.

citri (Xac), que possuem peso molecular na faixa de 8 a 23 kDa e valores de pI

entre 4 e 12, e comparar a expressão destas proteínas em meio rico (LB) e em

meios enriquecidos com nutrientes provenientes da laranja. Essas análises foram

realizadas através de experimentos do tipo MS/MS, que permitem obter maior

informação sobre a sequência primária dos peptídeos detectados, e associá-los às

proteínas a que pertencem, através de comparação com sequências existentes

em bancos de dados.

Paralelamente, foi feito monitoramento do consumo dos nutrientes

presentes nos extratos específicos pela Xac e a produção de metabólitos

potencialmente tóxicos para o seu hospedeiro. Para tanto, foram feitas análises de

Page 51: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

28

GC-MS e os espectros de massas obtidos foram comparados com bancos de

dados para identificar as moléculas presentes.

Um pequeno estudo qualitativo do metaloma da Xac também foi realizado,

através da identificação de espécies metálicas presentes nas frações protéicas da

bactéria cultivada em meio controle. A identificação de possíveis íons metálicos

associados às cadeias protéicas pode ajudar no entendimento da função dessas

proteínas.

Page 52: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

29

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Cultura das células de Xac

As células de Xac cultivadas foram da cepa 30616, que teve seu genoma

sequênciado em 200215. As células utilizadas foram cedidas pelos grupos de

pesquisa dos Profs. Carlos H. I. Ramos (IQ-Unicamp), Celso Benedetti (LNBio-

LNLS) e Shaker Chuck Farah (IQ-USP/SP).

Inicialmente, a Xac foi cultivada em placas de meio de cultura Luria Bertani

(10 g/L de peptona bacteriológica e 5 g/L de extrato de levedura, pH 7) com ágar

(15 g/L de meio de cultura), na presença de ampicilina. A solução estoque de

ampicilina foi preparada na concentração de 50 mg/mL de ampicilina sódica

cristalina (Sigma-Aldrich), em água deionizada estéril ou mistura de água e etanol

na proporção 1:1 v/v, filtradas em filtros de 0,22 µm e estocadas a -4ºC. Esta

solução foi adicionada ao meio de cultura para que a concentração final de

antibiótico fosse de 50 µg/mL. Nestas condições, as culturas foram mantidas a

32ºC por um período de 24 a 48 horas.

Posteriormente, as células obtidas foram cultivadas em meio de cultura

Luria Bertani líquido, na presença de ampicilina, e mantidas a 32ºC por um

período de 24 a 48 horas, sob agitação, sendo possível verificar um melhor e

maior crescimento celular. As células foram então aliquotadas em glicerol estéril,

na proporção 1:1 v/v, e armazenadas a -80ºC.

As cepas de Xac foram cultivadas em três condições diferentes, sempre em

meios de cultura líquidos:

a) meio Luria Bertani (LB, meio controle);

b) meio LB com extrato de folhas de laranjeiras; e

c) meio LB com extrato de cascas de laranjas.

Em todas as condições, o meio de cultura foi esterelizado antes da adição

das células de Xac em autoclave por um período de 30 minutos. Os meios de

cultura com adição de extratos de folhas e cascas de laranjas passaram pelo

mesmo procedimento, para garantir a esterilidade dos meios de cultura.

Page 53: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

30

3.2. Extratos de folha e casca de laranja

As folhas de laranjeira submetidas a extração foram obtidas de pés de

laranja provenientes do CEASA, Campinas, cultivados sem agrotóxicos, no dia

dos experimentos. Para cada ciclo de extração, 20 folhas saudáveis foram

selecionadas, lavadas com água corrente, secas, picotadas e acomodadas em

filtro do tipo Soxhlet.

As cascas de laranja utilizadas foram obtidas de frutas do tipo ‘laranja pêra’

compradas em supermecado na véspera dos experimentos. A cada ciclo de

extração, três laranjas foram lavadas com água corrente, secas e descascadas; as

cascas foram então picotadas e acomodadas dentro de filtros do tipo Soxhlet. Em

todos os experimentos, os filtros utilizados eram novos.

As folhas e cascas de laranjas foram submetidas a ciclos de extração com

diclorometano, em sistema Soxhlet, por um período de 24 horas. Após esse

período, adicionou-se Na2SO4, no intuito de eliminar traços de água, e o

diclorometano foi removido por evaporador rotativo (Büchi R-215). O extrato bruto

foi redissolvido em etanol (suficiente para dissolver todo o extrato obtido), e essa

solução alcoólica foi adicionada ao meio LB líquido para cultura de células, numa

proporção de 0,4% (v/v).

3.3. Análises dos extratos por GC-MS

Os extratos obtidos foram analisados antes e após cultivo da Xac. Nas

análises antes da cultura celular, os extratos brutos obtidos, após dissolução em

etanol, foram dissolvidos em água na proporção 0,4% (v/v), seguido de extração

com diclorometano, adição de Na2SO4, e remoção do solvente com evaporador

rotativo. Esse procedimento visou preparar extratos de modo semelhante aos

extratos obtidos após cultivar a Xac.

Para verificar a perda de compostos voláteis durante os processos de

autoclavagem e incubação, os extratos brutos, após dissolução em etanol, foram

adicionados aos meios de cultura na proporção já indicada, submetidos a

autoclavagem e mantidos nas condições de cultivo da Xac pelo período indicado,

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31

sem adição das células bacterianas. Após o período de incubação, os meios

passaram por nova extração com diclorometano, adição de Na2SO4 e remoção do

solvente por rota evaporação.

Após cultivar a Xac, os meios de cultura foram centrifugados e extraídos

com diclorometano para análise dos metabólitos gerados. Todas as amostras

foram injetadas em sistema GC-MS (HP 5890/5970) equipado com uma coluna

HP5-MS (30mx0,25mmx0,25µm), utilizando-se o método de Adams88. Todos os

dados obtidos (tempo de retenção e espectros de massas) foram comparados

com banco de dados Wiley275 e os compostos presentes, identificados via busca

por identidade.

3.4. Lise das células de Xac

As culturas foram centrifugadas a 4oC, com rotação de 15000 rpm (Alegra

X-22R), por um período de 30 minutos; a massa celular foi solubilizada em

solução tampão de lise (Anexo I) em uma proporção de 0,8 % v/v (8 mL de

solução tampão de lise para cada litro de meio de cultura) e submetida a

sonicação em um sonicador de ponta (Sonics VCX-750), com amplitude de pulso

de 30% por 1 minuto (pulsando 15s e descansando 5s) em banho de gelo, por um

período de 15 minutos. O lisado obtido foi centrifugado a 4ºC, rotação de 15000

rpm por 15 minutos; a fração sobrenadante foi dialisada contra água por um

período de 48 horas, utilizando membranas de celulose regeneradas com

porosidade de 3,5 kDa (Dialysis Tubing – Fisher Scientific) fervidas em água por

15 minutos antes do uso; a fração pellet foi lavada com água através de 10 ciclos

de centrifugação a 4000 rpm (Centrífuga Eppendorf 5804R), por 30 minutos, a

temperatura ambiente. Ambas as frações obtidas foram liofilizadas após o

processo de lavagem, utilizando um liofilizador TERRONI LB 300TT.

88 Adams, R. P.; Identification of Essential Oils Components by Gas Chromatography/Mass Spectrometry. 2º ed., Allured Publishing Corporation, 1995, Carol Stream.

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32

Posteriormente, as proteínas contidas nos lisados foram quantificadas através do

método de Bradford89.

3.5. Quantificação de proteínas pelo método de Bradford

Para determinar a concentração de proteínas totais provenientes da lise

celular da Xac, foi construída uma curva de calibração com soluções de Albumina

de Soro Bovino (BSA, Sigma Aldrich) cujas concentrações foram de 25 a 80

µg/mL, em água. Para cada solução padrão, adicionou-se um volume de 200 µL

de reagente de Bradford (Anexo I) a 800 µL da solução de BSA, e, após um

período de 5 minutos, fez-se leitura de absorbância a 595 nm em um

espectrofotômetro (Agilent 8453) utilizando-se cubetas de caminho ótico de 10

mm. As proteínas obtidas após a lise da Xac também foram dissolvidas em água

numa concentração de 1 mg/mL, e analisadas da mesma forma que as soluções

de BSA.

3.6. Separação por eletroforese bidimensional

As frações de proteínas liofilizadas (pellet e sobrenadante) foram separadas

através de experimentos de eletroforese 2D. Para a separação em primeira

dimensão, utilizou-se fitas de poliacrilamida de 13 cm, com graduação de pI de 4 a

7, em um equipamento IPGPhor Isoeletric Focusing System (Amersham

Pharmacia Biotech); utilizou-se, para cada experimento, uma massa de 1 mg a 2

mg de proteínas liofilizadas, que foi dissolvida em solução de hidratação

(Apêndice I); cada fita foi hidratada por um período de 12 horas antes de iniciar a

corrida. Os parâmetros de corrida utilizados foram os indicados no manual da GE

Health Care90, indicados na Tabela 2, além de controle de temperatura em 20ºC e

corrente de 50 µA por fita. O tempo de corrida para cada fita foi de 5 horas e 25

minutos.

89 Bradford, M. M.; Rapid and sensitive method for quantitation of microgram quantities of protein utilizing principle of protein-dye binding. Anal. Biochem. 1976, 72, 248-254. 90 Manual da GE HealthCare ImmobilineTM DryStrip pH 4-7, 13 cm 17-6001-13.

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33

Tabela 2: Parâmetros da corrida eletroforética para focalização em primeira dimensão

ETAPA DE SEPARAÇÃO VOLTAGEM TEMPO

1) STEP AND HOLD 500 V 1 hora

2) GRADIENT 1000 V 1 hora

3) GRADIENT 8000 V 2,5 horas

4) STEP AND HOLD 8000 V 55 minutos

Após a corrida da primeira dimensão, cada fita foi submetida a um processo

de redução e alquilação de ligações de dissulfeto, através da adição de DTT (100

mg/10mL) e iodoacetamida (250 mg/10mL) em solução tampão de SDS 10% m/v

(Anexo I), por um período de 30 minutos em cada etapa. Concluída esta etapa,

cada fita foi submetida à corrida para separação na segunda dimensão.

Para a separação em segunda dimensão, cada fita foi acomodada sobre gel

de poliacrilamida 15% ou 18% (Anexo I), juntamente com uma tira de papel de

filtro embebida em 10 µL de padrão molecular (Amersham Low Molecular Weight

Calibration Kit for SDS Electrophoresis, com proteínas de massas na região de

14,4 a 97 kDa) na região de menor pI, e selada com uma solução de agarose

0,5% m/v com traços de azul de bromofenol, que impede a oxidação e flutuação

dos géis durante a corrida, além de permitir o monitoramento da corrida, devido à

presença de azul de bromofenol. As placas utilizadas foram de 14 x 15 cm,

imersas em solução tampão de corrida (Anexo I) em cuba eletroforética Hoefer SE

600 Standart Vertical (Amersham Pharmacia Biotech), com voltagem máxima de

90 V, controle de temperatura em 12,5ºC e corrente de 25 mA por placa; o tempo

total de corrida foi, em média, de 12 horas.

Os géis obtidos foram tratados com solução fixadora etanol:ácido acético

glacial:água (4:1:6 v/v/v) por um período de 3 horas sob agitação e corados com

corante coloidal Comassie (Anexo I) por 48 horas sob agitação; os spots de

proteína obtidos foram recortados para digestão in gel91 com tripsina.

91 Thiede, B.; Hohenwarter, W.; Krah, A.; Mattow, J.; Schmid, M.; Schmidt, F.; Jungblut, P. R.; Peptide mass fingerprint. Methods 2005, 35, 237-247.

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3.7. Separação eletroforética unidimensional

A separação eletroforética em uma dimensão foi realizada utilizando-se géis

de poliacrilamida 15% (Anexo I) com placas de 10 x 10 cm. Na separação por

eletroforese em uma dimensão, o gel de poliacrilamida é precedido por um gel de

empacotamento (Anexo I), e as amostras foram aplicadas dissolvidas em solução

tampão apropriada (Anexo I) em volumes de 10 a 20 µL, dependendo de sua

concentração. Para essas separações, utilizou-se cubas MiniVE Vertical

Electrophoresis System (Amershan Biosciences) com voltagem máxima de 180 V,

corrente de 90 mA e a solução tampão para corrida já indicada (Anexo I). Em

todos os experimentos, aplicou-se um volume de 5 µL de solução tampão

apropriada para o padrão molecular (Anexo I), e o tempo médio de corrida foi de 1

hora e 20 minutos. Após o término da corrida, os géis foram corados da mesma

forma que os géis 2D, e as bandas obtidas na região abaixo de 20 kDa foram

recortadas para digestão in gel91 com tripsina.

3.8. Lise tríptica

O procedimento de digestão de proteínas foi realizado de acordo com 3

protocolos diferentes:

a) Para spots obtidos por separação em gel 2D, utilizou-se protocolo Montàge

da Millipore92: a remoção do corante Comassie ocorreu através da adição

sucessiva de soluções tampão bicarbonato de amônio 25 mM em 5% de

acetonitrila (por 30 minutos), bicarbonato de amônio 25 mM em 50% de

acetonitrila (por 30 minutos, duas vezes) e acetonitrila pura (por 10

minutos); após este processo, a quebra enzimática dos peptídeos se deu

através da adição de solução de tripsina (PROMEGA) ativada com HCl

concentrado e mantida a 37ºC por 3 horas ou a 30ºC por 24 horas (a

concentração desta solução foi ajustada para que houvesse,

aproximadamente, 166 ng de tripsina por spot); a extração dos peptídeos

92 Manual Montage In-Gel Digest ZIP Kit User Guide da Millipore.

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35

foi feita com solução de ácido trifluoracético (TFA) 0,6% em água e eluição

com solução de 0,1% de TFA em 50% de acetonitrila através de coluna

cromatográfica C18. Todo este procedimento foi realizado em placas

ZipPlate 96-Well Plate da Millipore.

b) Para bandas obtidas por separação em gel 1D, utilizou-se protocolo cedido

pelo laboratório MAS do LNBio93: a remoção do corante Comassie se deu

através da adição de solução de bicarbonato de amônio 25 mM em 50% de

acetonitrila (por 15 minutos, três vezes); para redução das possíveis

ligações de dissulfeto presentes, cada banda foi imersa em solução de DTT

(10 mM em 25 mM de NH4HCO3) a 56oC por 1 hora, seguido de imersão

em solução de iodoacetamida (55 mM em tampão bicarbonato de amônio

25 mM) a temperatura ambiente, por 45 minutos, protegida da luz, para que

as ligações reduzidas fossem alquiladas, seguida de adição de acetonitrila

para desidratação do gel. As bandas foram então re-hidratadas com

solução de tripsina 20 µg/mL em tampão bicarbonato a 4oC por 10 minutos,

para então serem incubadas a 37oC por um período de 16 a 24 horas (a

concentração foi ajustada para que houvesse uma quantidade próxima a

300 ng de tripsina por banda). Após o período de ativação da tripsina, os

peptídeos foram extraídos das bandas com três adições sucessivas de

solução aquosa de acetonitrila e TFA (45:50:5 v/v/v). Esta solução final foi

concentrada por liofilização antes das análises por espectrometria de

massas.

c) Para digestão de proteínas totais do extrato celular, utilizou-se o seguinte

protocolo94: para cada análise, uma massa de 1 mg de lisado total liofilizado

foi suspendida em 100 µL de solução de uréia 6M em tampão Tris-HCl 100

mM; para a redução das ligações dissulfeto, adicionou-se uma solução de

DTT em tampão Tris-HCl de forma que a concentração final de agente

redutor fosse próxima de 9,5 mM, mantido a temperatura ambiente por 1

hora; seguiu-se, para alquilação das ligações rompidas, adição de uma

93 http://mas8.lnls.br/rpsp/ 94 Kinter, M.; Sherman, N. E.; Protein Sequencing and Identification Using Tandem Mass Spectrometry. 2000 Wiley-Interscience, Inc.

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solução de iodoacetamida no mesmo tampão, em uma concentração final

próxima de 32 mM, também mantida a temperatura ambiente por 1 hora;

para consumir o excesso de iodoacetamida, adicionou-se alíquota de DTT,

atingindo uma concentração aproximada de 27,5 mM, mantido por mais 1

hora a temperatura ambiente. A concentração de uréia foi reduzida a 0,6 M

através da adição de 775 µL de água para manter a atividade da tripsina,

que foi finalmente adicionada e mantida a 37o C por um período de 16 a 24

horas. A solução de tripsina, em tampão Tris-HCl 100 mM, continha uma

massa total de 20 µg, provendo uma razão protease:substrato de 1:50. A

reação enzimática foi interrompida através de adição de ácido acético

glacial até que o pH do meio atingisse valor menor que 6. Devido a

presença de várias espécies interferentes na solução final, é necessário um

processo de purificação dos peptídeos obtidos, que foi realizado com

utilização de ponteiras C18 ZipTip™ da Millipore. Cada ponteira foi

preparada com sucção de solução aquosa de acetonitrila 50% (v/v) seguida

de solução aquosa de TFA 0,1% (v/v). 10µL da solução de digestão foi

acidificada com 1 µL de solução aquosa de TFA 1% (v/v), e sugada por 10

vezes na ponteira já preparada, para que os peptídeos pudessem se ligar à

resina. A solução de TFA 0,1% foi succionada para limpar a resina e,

finalmente, os peptídeos foram extraídos em 5 µL de solução de

acetonitrila, que foi sugada na ponteira 5 vezes, e a solução final recolhida.

Este ciclo foi repetido cerca de 6 vezes, e seguiu-se concentração da

solução final através de liofilização ou speed vac.

Todos os procedimentos de digestão enzimática foram realizados em

microtubos previamente lavados com metanol e água destilada, e a enzima estava

armazenada em tampão Tris-HCl 100 mM (pH próximo 7,0) a uma temperatura de

-20ºC.

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37

3.9. Análises de proteínas por espectrometria de massas

Para as análises de MS de amostras preparadas pelo protocolo (a), uma

solução de concentração 10 mg/mL de ácido α-ciano 4-hidroxi cinâmico em

água:acetonitrila:ácido trifluoracético (1:1:0,1 v/v/v) foi utilizada como matriz, e a

solução de peptídeos foi misturada à de matriz na proporção de 1:1 v/v95, seguida

de aplicação na placa de análise até que todo o solvente fosse seco. Após a

aquisição do espectro de massas, os peptídeos referentes aos cinco sinais mais

intensos foram selecionados e fragmentados para obtenção dos espectros de

massas/massas. As informações obtidas foram comparadas com banco de dados

MSDB, sem restrição de taxonomia, considerando-se como modificação fixa a

redução e alquilação das ligações de dissulfeto, e como modificação variável a

oxidação dos resíduos de metionina, através do programa de buscas MASCOT96,

permitindo determinar a estrutura primária, e, portanto a identidade, dos peptídeos

analisados97,98. Estas análises foram realizadas através de experimentos de

MALDI-Q-TOF-MS/MS no Laboratório de Espectrometria de Massas (MAS) do

Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), no Laboratório Nacional de Luz

Síncrontron (LNLS), com um espectrômetro de massas Applied Biosystems e

também no laboratório do Prof. Fábio Gozzo, no Instituto de Química da Unicamp,

com um equipamento Waters Synapt HDMS. As análises foram feitas utilizando-se

fonte de ionização do tipo MALDI, equipada com um laser de estado sólido do tipo

Nd:YAG a 200 Hz, com energia 200-250 a.u. e voltagem inicial da placa em 0 V. O

instrumento foi operado no modo V positivo (LDI+). Para calibração, foram

adquiridos espectros de massas de solução de polietilenoglicol (PEG) na faixa de

m/z 300-3000, e MS/MS na faixa de m/z 50-2000.

95 Tiroli, A. O.; Tasic, L.; Oliveira, C. L. P. at al. Mapping contacts between regulatory domains of skeletal muscle TnC and TnI by analyses of single-chain chimeras. FEBS J. 2005, 272, 779-790. 96 www.matrixscience.com 97 Wattenberg, A.; Organ, A.; Schneider, K.; et al. Sequence dependent fragmentation of peptides generated by MALDI quadrupole time-of-flight (MALDI Q-TOF) mass spectrometry and its implications for protein identification. J. Am. Soc. Mass Spetrom. 2002, 13, 772-783. 98 Raska, C. S.; Parker, C. E.; Sunnarborg, S. W.; Rapid and sensitive identification of epitope-containing peptides by direct matrix-assisted laser desorption/ionization tandem mass spectrometry of peptides affinity-bound to antibody beads. J. Am. Soc. Mass Spetrom. 2003, 14, 1076-1085.

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As amostras preparadas pelos protocolos (b) e (c) foram analisadas por

experimentos de Shotgun, através de separação dos peptídeos por cromatografia

líquida (UPLC), com um equipamento nanoAcquity Waters UPLC conectado a um

espectrômetro de massa Waters SYNAPT HDMS (geometria Q-TOF). O sistema

UPLC foi equipado com uma coluna de dessanilização Waters Symmetry C18 (20

mm х 180 id µm; 5 µm de tamanho de partícula), seguido por uma coluna analítica

C18 Waters BEH130 (100 mm х 100 id µm; 1,7µm de tamanho de partícula). As

amostras injetadas foram dessanilizadas na coluna trap por 3 minutos, com fluxo

de 5 µL/min de 97:3 água:acetonitrila com 0,1% de ácido fórmico, em seguida, a

eluição dos peptídeos da coluna trap foi realizada direcionando-a para a coluna

analítica BEH130 C18 (Waters) utilizando fluxo de 1,0 µL/min com gradiente de

97:3 para 30:70% H2O:CH3CN, com 0,1% de ácido fórmico para um tempo total de

análise de 60 minutos.

Os espectros de massas/massas foram obtidos para os sinais mais

intensos dos peptídeos eluídos, através de experimentos de DDA28. Os arquivos

RAW obtidos foram processados utilizando o programa ProteinLynx Global Server

versão 2.2 (Waters) e analisados utilizando MASCOT (Matrix Science Ltd., versão

2,2). As sequências identificadas foram submetidas a busca por similaridade no

banco de dados MSDB, e os parâmetros de busca foram os mesmos que aqueles

utilizados nos experimentos de MALDI-Q-TOF.

3.10. Obtenção de imagens da Xac através de SEM

As células foram caracterizadas quanto à morfologia por microscopia

eletrônica de varredura (SEM). As células obtidas por cultivo da condição a, após

centrifugação a 4000 rpm por 15 minutos a temperatura ambiente, foram

ressuspendidas em solução 2% v/v de gluteraldeído/tampão fosfato (pH 7,2) por

um período de 18 horas a 4ºC; após novo ciclo de centrifugação, foram

ressuspendidas em solução 4% m/v de tetróxido de ósmio/ tampão fosfato (pH

7,2) por 40 minutos a temperatura ambiente.

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Após esse tratamento, as células foram novamente centrifugadas e

ressuspendidas em água, e gotas dessa suspensão foram transferidas para um

porta amostra de latão até completa secagem. Em seguida, as amostras foram

metalizadas com Au/Pd pelo processo de Sputtering utilizando-se um metalizador

BAL-TEC. As análises foram realizadas em um microscópio eletrônico de

varredura Jeol (JSM-6360LV), utilizando-se uma tensão de aceleração de 20 kV.

3.11. Análise de metais presentes nas proteínas da Xac

Para a separação das proteínas da Xac utilizou-se um sistema de

cromatografia líquida de alta eficiência (Series 200, PerkinElmer, Shelton, Estados

Unidos) e detector do tipo DAD (Series 200, PerkinElmer, Shelton, Estados

Unidos) para detecção das moléculas orgânicas eluídas. A coluna utilizada foi do

tipo Superdex 200 (GE Healthcare, Uppsala, Suécia), com faixa de exclusão de 10

a 600 kDa; a fase móvel utilizada, tampão fosfato 90 mM (pH 7,2), foi previamente

deaerada, a vazão na coluna foi de 0,25 mL/min, e o tempo total de corrida foi de

72 minutos. As proteínas liofilizadas foram dissolvidas em água numa

concentração de 1 mg/mL de proteínas totais, filtradas e deaeradas; o volume de

injeção foi de 60 µL e o comprimento de onda utilizado para detecção das cadeias

protéicas foi de 280 nm.

Após a coleta, as frações foram diluídas até um volume de 5 mL com água,

e um equipamento de ICP-MS quadrupolo (modelo ELANR DRCe, PerkinElmer,

Shelton, Estados Unidos) foi utilizado para detecção elemento-seletiva destas

soluções. O equipamento foi utilizado no modo semi-quantitativo (TotalQuant) para

que se pudesse detectar as espécies presentes em cada fração. O ICP-MS foi

operado nas seguintes condições: 1200 W de potência RF, 0,91 L/min de vazão

do gás do plasma, 15 L/min de vazão do gás nebulizador e 1,2 L/min de vazão do

gás auxiliar. O nebulizador utilizado foi do tipo Meinhard, com câmara de

nebulização ciclônica.

Essas condições foram verificadas usando um padrão aquoso multi

elementar (PerkinElmer, Shelton, Estados Unidos) contendo Mg, Al, Cr, Mn, Cu,

Rh, Cd, In, Ce, Pb, Th, U e Ba (na concentração de 1 µg/L para cada elemento,

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exceto para Ba cuja concentração foi de 10 µg/L). Todo o conjunto, HPLC e ICP-

MS encontra-se em sala limpa99.

99 Mataveli, L. R. V.; Metalômica comparativa de soja (Glycine max L. Merril) transgênica e não-transgênica empregando sistemas bidimensionais de separação. Relatório Parcial de Doutorado FAPESP Processo no 2008/03981-4, 2009.

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4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Morfologia das células de Xac

Bactérias do gênero Xanthomonas são proteobactérias Gram-negativas,

aeróbicas, de forma alongada e fina27, com flagelos móveis e suas colônias

apresentam coloração amarelada5. As células observadas nas imagens obtidas

por SEM (Figura 9) indicam uma forma alongada, com dimensões da ordem de 3

µm de comprimento por 0,7 µm de largura. Os flagelos não foram identificados

visualmente, porém isso se deve ao fato de as estruturas flagelares serem

menores e, dessa forma, menos visíveis nas imagens obtidas por esta técnica.

(A) (B)

Figura 9: Imagens da Xac obtidas por SEM com aumento de (A) 5500 vezes e (B) 30000 vezes.

4.2. Análise dos extratos específicos e produção de metabólitos

Optou-se por monitorar e comparar os compostos consumidos e gerados

pela Xac nas condições estudadas, na tentativa de se estabelecer um mapa do

consumo preferencial de compostos presentes nos meios enriquecidos e

comparar o metabolismo da Xac nestas condições. Os cromatogramas

apresentados na Figura 10 correspondem aos obtidos pelas análises dos extratos

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42

brutos de folha e de casca de laranja, antes e após o tratamento térmico de

autoclavagem e incubação.

Pelos perfis dos cromatogramas dos extratos brutos (Figuras 10A e 10C),

pode-se perceber a presença de compostos com tempos de retenção distintos em

cada um dos extratos. Os espectros de massas correspondentes aos sinais

cromatográficos possibilitaram identificar além de terpenos, vários compostos

orgânicos, tais como derivados de ciclohexenos, benzopiranonas e ésteres (Anexo

II). O extrato bruto de casca de laranja também apresentou derivados de

ciclohexenos substituídos, ácido propenóico e ésteres.

Devido à presença de compostos voláteis nos extratos brutos de folha e

casca de laranja, e considerando o tratamento térmico de autoclavagem e

incubação, após adição ao meio de cultura, realizou-se análises desses extratos

após aquecimento, na ausência de células da Xac. Para tanto, os extratos, após

tratamento térmico, foram submetidos a análises GC-MS que não resultaram na

detecção de compostos voláteis. Dessa forma, foi realizada extração em fase

sólida desses extratos, com fibra trifásica, por 10 minutos, no intuito de concentrar

possíveis compostos voláteis, para então proceder à separação por cromatografia

gasosa.

Como se pode verificar pelo cromatograma da Figura 10B, o extrato de

folha, após aquecimento, não apresentou sinais dos compostos presentes

inicialmente. Os sinais pouco intensos presentes no cromatograma da Figura 10B

são relativos a compostos da própria coluna cromatográfica e contaminações

inerentes à manipulação das amostras. O cromatograma da Figura 10D revela a

presença de um único composto no extrato de casca de laranja após

aquecimento, referente a um álcool derivado de ciclohexeno.

Pode-se concluir que as condições de cultivo da Xac nomeadas a e b não

apresentaram diferenças quanto à presença de compostos voláteis específicos

provenientes de folhas de laranjeira, uma vez que estes compostos foram

eliminados pelos processos de aquecimento durante o crescimento da Xac. A

condição c, contudo, continha um composto específico proveniente da casca da

laranja durante o crescimento da bactéria.

Page 66: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

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(A)

(C)

(B)

(D)

Figura 10:

Cro

mato

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mas

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s (A

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B)

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térm

ico.

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44

Os cromatogramas dos metabólitos gerados pela Xac nas três condições

estudadas são apresentados na Figura 11, sendo possível verificar um perfil

semelhante na produção de metabólitos da Xac em todas as condições de

crescimento da bactéria. Há presença de compostos pouco voláteis, eluídos em

tempos de retenção entre 15 e 25 minutos. Uma vez que os meios de cultura com

extratos específicos não apresentaram grandes diferenças do meio na condição

controle, com relação a compostos voláteis provenientes do hospedeiro da Xac,

um perfil semelhante nas moléculas produzidas pela bactéria em todas essas

condições é um resultado compatível. Dentre os compostos detectados pelas

análises de GC-MS, pode-se citar benzopiranonas substituídas, derivados de

piperazinas, pirazinas e benzocompostos substituídos.

Portanto, de acordo com os resultados apresentados, não foi possível

identificar o consumo da Xac por moléculas voláteis inicialmente presentes no

extrato de folha de laranjeira, porém, pôde-se identificar o consumo de um álcool

derivado de ciclohexeno, presente no extrato de casca de laranja mesmo após o

processo de aquecimento e ausente no cromatograma obtido após cultivo da Xac.

Um composto gerado por microorganismo pode ser chamado toxina

quando provoca sintomas no hospedeiro específico, e pode ser de duas classes

distintas: enzimas que atacam a integridade estrutural da célula hospedeira ou

moléculas que afetam a membrana e o metabolismo celulares100. Os efeitos

tóxicos destes metabólitos podem ser de inibição de enzimas responsáveis pela

respiração, inibição competitiva de metabólitos necessários para processos

anabólicos e/ou interferência no movimento vascular e intercelular de água e

nutrientes100. Dessa forma, é possível que os compostos detectados tenham

influência sobre o metabolismo das células do hospedeiro da Xac, porém, a

compreensão de seu papel exato requer ensaios in vivo e análise mais profunda

do metabolismo do hospedeiro.

100 Goodman, R. N.; Király, Z.; Zaitlin, M. The Biochemistry and Physiology of Infectious Plant Disease, 1st ed., D. Van Nostrand Company, Inc., 1967, Princeton.

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45

As camadas mais externas da parede celular vegetal são constituídas por

compostos com alto grau de hidrofobicidade, como hidrocarbonetos parafínicos,

álcoois primários e secundários, ácidos, ésteres de cadeia longa, hidrocarbonetos

e cetonas100. Os metabólitos identificados apresentam hidrofobicidade alta

também, podendo solubilizar estas camadas mais externas da célula do

hospedeiro, facilitando a ação de enzimas degradativas da Xac ao chegar às

camadas mais internas, compostas de lignina, pectina e celulose.

A alta hidrofobicidade destes metabólitos também pode diminuir as

interações hidrofóbicas no interior da estrutura enovelada de proteínas estruturais

do hospedeiro, causando a desnaturação destas proteínas, e, conseqüentemente,

perda de sua função84,101, facilitando, mais uma vez, o acesso da Xac ao interior

da célula, podendo interferir no metabolismo celular ou degradar mais proteínas

importantes do meio intracelular.

É necessário ressaltar que a exata ação dos metabólitos identificados e

descritos não pode ser atribuída sem estudos mais específicos e in vivo.

101 Voet, D.; Voet, P.; Pratt, C. Fundamentos de Bioquímica, 2ª ed., Artmed, 2008, Porto Alegre.

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46

(A)

(B)

(C)

Figura 11: Cromatogramas obtidos após cultivo da Xac (A) na condição a, (B) na condição b e (C) na condição c.

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47

4.3. Análises do metaloma da Xac

A calibração da coluna de HPLC foi realizada utilizando proteínas padrão,

cujo peso molecular é conhecido, utilizando como fase móvel tampão fosfato 90

mM (pH 8) e vazão de 0,25 mL/min. Os ensaios foram feitos em triplicata e com

tempo de corrida de 95 min, mantido constante99, e os resultados obtidos estão

sumarizados na Tabela 3.

Tabela 3: Dados das proteínas utilizadas como padrão na calibração da coluna de HPLC

PROTEÍNA PESO MOLECULAR / kDa TEMPO DE RETENÇÃO / MIN Tiroglobulina 669 30,32± 0,08

Ferritina 440 35,79± 0,02 β-Amilase 200 40,1± 0,4

IgG 150 41,9± 0,1 Albumina bovina 66 48,4± 0,3

Anidrase Carbonica 29 56,3± 0,1 Lactalbumina Bovina 14,4 57,2± 0,2

A partir dos tempos de retenção das proteínas padrão, foi calculado o

volume de retenção das mesmas para que fosse possível construir a curva de

calibração da coluna em função do logaritmo do peso molecular e do volume de

retenção (Figura 12)99.

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48

Figura 12: Curva de calibração obtida para a coluna de SEC, em que o x é o volume de retenção em mL, e log P. M. o logaritmo do peso molecular estimado em kDa.

A fração sobrenadante das proteínas totais obtida da Xac na condição a

(condição controle) foi submetida a separação por HPLC. Os três cromatogramas

obtidos apresentaram perfil muito similar (Figura 13), e as frações coletadas (F1 a

F9) foram analisadas por ICP-MS. De acordo com a equação de linearização

obtida pela calibração da coluna, calculou-se a faixa de massa das proteínas

eluídas em cada fração. A Tabela 4 contém os dados referentes a faixa de massa

das proteínas eluídas em cada fração, bem como as espécies metálicas

detectadas. Devido ao baixo volume eluído na fração 5 (F5) não foi possível

realizar suas análises de ICP-MS, que exigem um volume maior de amostra para

injeção.

log P.M. = -0,237x + 4,6788 (R = 0,98)

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49

0 10 20 30 40 50 60 70

6500000

7000000

7500000

8000000

8500000

9000000

I

tempo/min

F1 F2F3 F4

F5

F6F7 F8 F9

Figura 13: Perfil dos cromatogramas obtidos nas separações das proteínas da Xac por HPLC em coluna Superdex 200.

Muitas funções biológicas são dependentes de espécies metálicas, seja na

forma de co-fatores ou de ligantes estruturais nas cadeias peptídicas102. A

presença de diversas espécies metálicas nas proteínas da Xac em condições

basais pode ser um indicativo da grande importância das metaloproteínas no

metabolismo da bactéria. As frações F8 e F9, que compreendem a faixa de massa

das proteínas alvo, apresentaram várias espécies metálicas presentes (12 no

total), o que pode ser um indicativo de que estas proteínas estejam associadas a

metais, ou que a presença destes íons seja importante para o seu correto

funcionamento.

102 Andreini, C.; Bertini, I.; Rosato, A.; Metalloproteomes: a bioinformatic approach. Accounts Chem. Res. 2009, 42, 1471-1479.

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50

Sabe-se que, em procariotos, íons zinco estão presentes em uma fração de

5% a 6% das proteínas totais, sendo a espécie metálica mais abundante no

proteoma de diversos organismos. No outro extremo, íons de cobre estão

presentes em menos de 1% do proteoma dos organismos conhecidos102.

Tabela 4: Faixa de massa das proteínas compreendidas em cada fração cromatográfica e as respectivas espécies metálicas identificadas

FRAÇÃO CROMATOGRÁFICA

FAIXA DE MASSA / KDA

ESPÉCIES METÁLICAS IDENTIFICADAS

F1 8595 - 4249 Ti, V, Mn, Co, Ga, Ge, In, Cu, Rh, Os F2 3480 - 2226 Ge, As, Au

F3 2099 - 1032 Ti, Cr, Mn, Co, Ga, Ge, As, Rb, Zn, Nb, Mo,

In, Sb, Cs, Ta, W, Ir, Cu, Os

F4 990 - 298 Li, Ti, V, Cr, Mn, Co, Ge, As, Rb, Zn, Mo, Ta,

W, Cu, Os Mn, Ni F5 280 - 227 - F6 220 - 115 Ti, Cr, Mn, Zn, Sb F7 93,5 - 60,9 Ti, Cr, As, Rb, Mo, In, Sb F8 49,4 - 26,0 Ti, Cr, Mn, Co, Rb, Zn, Mo, In, Sb, Cs F9 16,1 - 8,2 Ti, Cr, Co, Ge, In

Íons de zinco estão espalhados pelo proteoma de muitos organismos, e, por

ocuparem sítios estruturais em algumas enzimas, são responsáveis pela ação

catalítica destas proteínas102. Íons de molibdênio e tungstênio, embora sejam

menos frequentes, também são descritos na literatura102, e podem estar

envolvidos em reações de transferência de elétrons ou em atividade de enzimas

oxido-redutases, assim como cobre e ferro.

A presença de íons de cobre em diferentes estados de oxidação faz com

que este elemento seja um dos mais comuns em catálises, porém, devido a sua

alta toxicidade, esses íons se encontram, na sua maioria, associados a cadeias

protéicas, o que mantém sua concentração celular livre muito baixa102.

Dessa forma, o mapeamento do metaloma da Xac pode vir a auxiliar no

desenvolvimento de métodos e agentes de prevenção e inibição para o cancro

cítrico, através do conhecimento das metaloproteínas e seu funcionamento.

Contudo, é importante destacar que as análises realizadas foram feitas num

aspecto qualitativo, de forma que é necessário um estudo mais aprofundado do

Page 74: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

51

seu metaloma, para melhor identificação e estudo de função das metaloproteínas

presentes nesse organismo.

4.4. Análises de expressão protéica da Xac

Através da comparação dos géis eletroforéticos obtidos em duas

dimensões, foi possível detectar uma maior expressão protéica nas condições

ricas em nutrientes específicos proveninentes da laranja. Por exemplo, quando

comparados os géis eletroforéticos obtidos das frações do sobrenadante (A) e do

pellet (B) da condição de cultura a, condição controle (Figura 14), poucas

proteínas foram detectadas.

(A) (B)

Figura 14: Géis bidimensionais (18%) (A) do sobrenadante e (B) do pellet das proteínas da Xac na condição a (ausência de extratos); as marcações em (A) referem-se as proteínas já identificadas (discussão a seguir). À esquerda é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas.

Os géis eletroforéticos ilustrados nas Figuras 15 e 16 correspondem às

porções sobrenadante (A) e pellet (B) das proteínas totais de Xac obtidas em

meios enriquecidos (condições b e c, respectivamente). Mais uma vez, é possível

verificar visualmente que a expressão de proteínas foi maior que na condição a,

especialmente na região de proteínas de baixa massa molar, que corresponde as

proteínas alvo do projeto.

8

3

1

4

2

pI 4-7

15 kDa

20 kDa

25 kDa

30 kDa

40 kDa

50 kDa

60 kDa

80 kDa100 kDa150 kDa250 kDa

55

6

7 8 9 1011

12

13

15

14

8

3

1

4

3

1

333

1

4

2

pI 4-7pI 4-7

15 kDa

20 kDa

25 kDa

30 kDa

40 kDa

50 kDa

60 kDa

80 kDa100 kDa150 kDa250 kDa

55

6

7 8 9 1011

12

13

15

14

100 kDa

50 kDa

40 kDa

250 kDa150 kDa

80 kDa

60 kDa

30 kDa

25 kDa

20 kDa

15 kDa

10 kDa

pI 4-7

100 kDa

50 kDa

40 kDa

250 kDa150 kDa

80 kDa

60 kDa

30 kDa

25 kDa

20 kDa

15 kDa

10 kDa

pI 4-7

40 kDa

250 kDa150 kDa

80 kDa

60 kDa

30 kDa

25 kDa

20 kDa

15 kDa

10 kDa

pI 4-7250 kDa

150 kDa

80 kDa

60 kDa

30 kDa

25 kDa

20 kDa

15 kDa

10 kDa

pI 4-7pI 4-7pI 4-7

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(A) (B)

Figura 15: Géis bidimensionais (18%) (A) do sobrenadante e (B) do pellet de proteínas de Xac na condição b (presença de extrato de folha de laranjeira). À esquerda, na região de pI ácido, é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas.

(A) (B)

Figura 16: Géis bidimensionais (18%) (A) do sobrenadante e (B) do pellet de proteínas de Xac na condição c (presença de extrato de casca de laranja). À esquerda, na região de pI ácido, é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas.

pI 4-7

97 kDa66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

pI 4-7

97 kDa66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

66 kDa

pI 4-7

97 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

66 kDa

pI 4-7

97 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

pI 4-7pI 4-7

97 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

pI 4-7

97 kDa66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

pI 4-7pI 4-7

97 kDa66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

66 kDa

pI 4-7

97 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

66 kDa

pI 4-7

97 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

pI 4-7pI 4-7

97 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

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53

Análises com o programa ImageMaster 2D Platinum possibilitaram

contabilizar a população de spots presentes em cada gel, permitindo compará-los,

e observar a maior expressão protéica em condições analisadas (Tabela 5).

Tabela 5: Número de spots de proteínas detectados em cada gel analisado pelo programa ImageMaster 2D Platinum

FRAÇÃO CONTROLE EXTRATO DE FOLHA EXTRATO DE CASCA

SOBRENADANTE 100 spots 192 spots 272 spots

PELLET 153 spots 231 spots 353 spots

É possível verificar, portanto, que, na presença dos extratos houve uma

maior expressão protéica, especialmente de proteínas com tamanho menor que

40 kDa, e de baixo pI, como se pode verificar nos géis mostrados. Ainda através

do programa ImageMaster 2D Platinum, cada gel foi dividido em quatro regiões, e

os spots presentes em cada uma delas foram contabilizados, dando origem à

Tabela 6, que relaciona a quantidade de spots dessas regiões específicas dos

géis.

Tabela 6: Quantidade de spots de proteínas em diferentes regiões dos géis analisados

pI 4 – 5,5 pI 5,5 - 7 FRAÇÃO/ CONDIÇÃO

BAIXO P. M. ALTO P. M. BAIXO P. M. ALTO P. M. SOBRENADANTE a 79 2 20 0

PELLET a 70 51 22 13 SOBRENADANTE b 98 5 88 1

PELLET b 93 28 76 37 SOBRENADANTE c 112 17 140 3

PELLET c 151 38 155 7

4.5. Quantificação de proteínas da Xac

Devido ao aumento de spots de proteínas nos géis obtidos da cultura de

Xac nas condições b e c, foi realizada quantificação de proteínas totais nas

frações sobrenadantes de todas as condições estudadas. A curva de calibração

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da Figura 17 foi obtida a partir de medidas de absorbância em 595 nm de soluções

de BSA em concentrações de 25 a 80 µg/mL.

30 40 50 60 70

0,32

0,34

0,36

0,38

0,40

0,42

0,44

0,46

0,48

0,50

A /

u.a

.

BSA / µg/mL

A = 0,23671 + 0,00352c (R=0,99)

Figura 17: Curva de calibração obtida pelo método de Bradford; em que A é a absorbância observada, e c é a concentração da solução de proteína, expressa em µg/mL.

A Tabela 7 resume os dados obtidos para as medidas realizadas com as

frações sobrenadantes de proteínas da Xac nas três condições estudadas.

Tabela 7: Dados obtidos para as análises de quantificação de proteínas da Xac realizadas

FRAÇÃO ANALISADA CONTEÚDO PROTÉICO CALCULADO / % Sobrenadante condição a 9,2 ± 0,6 Sobrnadante condição b 10,9 ±0,7 Sobrenadante condição c 7,9 ± 0,6

Foi possível verificar que o conteúdo protéico total médio foi de 10% (m/m).

Esta informação pode indicar que a expressão protéica não muda na presença

dos extratos específicos, porém, como observados nos géis das Figuras 14 a 16,

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55

as proteínas expressas são diferentes na situação controle e na presença dos

extratos.

4.6. Identificação de proteínas da Xac

As sequências das proteínas isoladas e analisadas por espectrometria de

massas foram comparadas com as do genoma da Xac, através de busca por

similaridade no banco de dados do programa MASCOT. A Tabela 8 contém os

dados das proteínas identificadas pelas análises de MALDI dos spots obtidos pela

separação em gel 2D (Figura 14A); a busca de spots diferentes por vezes resultou

na identificação da mesma proteína, o que pode ocorrer no caso de proteínas

isoformas, que possuem peso molecular muito próximo e valores de pI diferentes.

Nestes casos, na Tabela 8, segue a identificação através do símbolo *.

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Tabela 8: Proteínas identificadas por MALDI, suas massas nominais e valores de pI teóricos

SPOT PROTEÍNA MASSA

NOMINAL / Da

pI

CALCULADO

1 Q8PHV8_XANAC - PROTEÍNA DE

MEMBRANA EXTERNA P6

19822 7,62

2 PROTEÍNA HIPOTÉTICA XAC1492 11247 8,15

3, 4 AAM35432 AE011680NID -

CHAPERONINA* (PROTEÍNA GroEL)

57131 5,05

5 Q8PPG7_XANAC - ATP SINTASE CADEIA

BETA

50979 5,18

6 Q8PGW2_XANAC - GLUTARREDOXINA 29789 4,59

7, 8, 9, 10 Q8PMV4_XANAC - PROTEASE

PERIPLÁSMICA*

53877 7,79

11 Q8PP23_XANAC - PEPTIDIL-PROLIL CIS-

TRANS ISOMERASE

50084 5,43

12 AAM36391 AE011784NID - CHAPERONA

MOLECULAR DnaK

68810 4,97

13, 14 QPIW2_XANAC - TIORREDOXINA* 31423 4,61

15 AAM36505 AE011796 - HISTIDINA-AMÔNIA

LIASE

53527 5,41

A proteína 2 (XAC1492) é uma proteína hipotética da Xac, e a Figura 18

contém o espectro de massas obtido no experimento de MALDI.

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Figura 18: Espectro de massas obtido para a mistura de peptídeos provenientes da proteína identificada como XAC1492.

Os peptídeos referentes aos cinco sinais mais intensos deste spot foram

selecionados para posterior fragmentação, resultando em espectros que

permitiram associar uma sequência de aminoácidos ao padrão de fragmentação

observado em cada um. As Figuras 19 a 21, a seguir, contêm as respectivas

atribuições dos sinais e sequência de aminoácidos obtida pela resolução do

espectro103.

Após o processo de dessorção e ionização, os peptídeos são separados na

câmara de colisão (MS), fragmentados e separados novamente, quando os

espectros de massas/massas94 são obtidos. As reações de fragmentação podem

ocorrer por rotas diferentes, o que resulta em obtenção de moléculas protonadas

com características diferentes. Os íons formados por MALDI são, na grande

maioria, monocarregados, e essa carga tende a ser localizada em sítios básicos

da sequência peptídica, de forma que a fragmentação de íons provenientes de

ionização do tipo MALDI ocorre longe do sítio de carga94. Esse tipo de

103 http://prospector.ucsf.edu/prospector/cgi-bin/msform.cgi?form=msproduct

800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900

%

0

1001070.5865

855.0573

856.0704

1060.0743

892.9998

1289.6959

1071.5874

1076.5994

1290.7019

1306.7175

1753.98861335.6356

1752.98561475.7998 1754.9609

m/z800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900

%

0

1001070.5865

855.0573

856.0704

1060.0743

892.9998

1289.6959

1071.5874

1076.5994

1290.7019

1306.7175

1753.98861335.6356

1752.98561475.7998 1754.9609

m/z

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58

fragmentação resulta em íons imônio, íons provenientes de fragmentação interna

ou perdas neutras, e íons das séries a, b ou y.

Os ions imônio, com estrutura H2N = CHR+, aparecem na região de baixa

massa dos espectros obtidos, e são importantes porque servem como indicação

da presença de um dado resíduo de aminoácido na sequência peptídica. Contudo,

a ausência desses íons não indica, necessariamente, ausência do respectivo

resíduo na sequência analisada94.

Quando a fragmentação gera íons que retêm a carga na porção N-terminal

do íon precursor, os íons resultantes, do tipo imônio, são denominados ‘íons b’; os

íons dessa série são favorecidos quando se usa fonte de ionização MALDI, e

pode-se perceber pelos espectros obtidos, que esses íons são bastante

abundantes. Os íons da série b possuem um intermediário cíclico, que não se

forma quando há apenas um aminoácido, de forma que o íon b1 nunca é

observado. Os íons da série b, ao perderem uma molécula de CO, neutra, dão

origem a íons da série a; contudo, a formação de íons menores da série b é mais

favorecida que a formação do correspondente íon a94.

Quando a fragmentação gera íons que retêm a carga na porção C-terminal

do íon precursor, os íons resultantes são denominados ‘íons y’, que apresentam

estrutura de íons acílio (R-CO+) e são pouco favorecidos quando se usa fonte de

ionização do tipo MALDI. Um íon da série y, abundante, que é fragmentado para

produzir íons da série b, gera íons denominados de fragmentação interna,

representados em vermelho nas sequências mostradas nas Figuras 19 a 21. Este

tipo de fragmentação é governado pelas posições dos resíduos de aminoácidos e

até mesmo pelas interações entre resíduos na cadeia peptídica.

Em um espectro de massas, a abundância relativa de um íon reflete a

frequência relativa da reação que o produz, incluindo os efeitos de qualquer

reação, e essa frequência varia muito, chegando ao ponto de, em um dado

espectro, certo fragmento não ser observado. Como a população de ligações

peptídicas é finita, o favorecimento de uma reação é obrigatoriamente

acompanhado pela redução de outra, resultando em sinais com intensidades

variadas.

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59

Nas Figuras 19 a 21, que contêm os espectros de massas/massas dos íons

precursores mais intensos da proteína identificada como XAC1492 é possível

verificar a grande abundância de íons da série b, a presença de alguns íons da

série a, e a baixa intensidade e abundância de íons da série y, o que está de

acordo com o esperado, uma vez que a formação destes íons é favorecida quando

se utiliza fonte de ionização do tipo MALDI.

Nos espectros mostrados, as sequências destacadas em vermelho são

resultantes de processos de fragmentação interna, também bastante abundantes

para experimentos com fonte de ionização do tipo MALDI. É possível observar,

também, para os três espectros mostrados, muitos sinais relacionados a perdas

neutras dos peptídeos precursores.

No espectro da Figura 21, não se observa o sinal referente à molécula

protonada, contudo, a grande quantidade de sinais relacionados a fragmentações

e perdas neutras justifica essa ausência, indicando que este pode ser um peptídeo

com ligações peptídicas lábeis, originando muitas fragmentações.

Page 83: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

60

Figura 19:

MS

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Page 84: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

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Figura 20:

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Page 85: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

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Figura 21:

MS

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y 1

Page 86: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

63

A Tabela 9 resume os dados referentes às sequências de aminoácidos

atribuídas a cada um dos espectros obtidos, atribuídos pelo programa MASCOT, e

a Figura 22 contém a sequência de aminoácidos atribuída à proteína analisada,

através da detecção e identificação dos peptídeos submetidos a fragmentação, em

destaque na sequência primária.

Tabela 9: Dados relativos aos peptídeos encontrados na proteína 2 (identificada como Q8PMD7_XANAC; XAC1492)

SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS MASSA

OBSERVADA / Da

MASSA

ESPERADA / Da

MASSA

CALCULADA / Da

R.RQFIQHLER.H 1226,6834 1225,6761 1225,6680

R.QFIQHLER.H 1070,5796 1069,5723 1069,5669

R.WVESTGSALALR.D 1289,6918 1288,6845 1288,6775

MAVYVVTWNLNKERSNYDAARRQFIQHLERHPNVQDRGLESVRWVES

TGSALALRDDLRQKLDDNDRIFVSKLNASQNDGWLNENVWDWIKRRQ

Figura 22: Sequência de aminoácidos da proteína XAC1492. Em destaque, os peptídeos identificados pelo experimento de MS/MS.

A proteína Q8PHV8_XANAC foi identificada como uma proteína de

membrana externa e presente em outras espécies do gênero Xanthomonas. Após

a busca por sequência no banco de dados PFAM104, que classifica as proteínas

em famílias com mesma função, foi possível prever qual é o possível papel desta

proteína na Xac. Esta proteína, Q8PHV8_XANAC, pertencente à família OmpA,

compartilha semelhanças estruturais e de função com proteínas de membrana

externa de bactérias Gram-negativas105, que apresentam domínios característicos

104 http://pfam.sanger.ac.uk/ 105 Demot, R.; Proost, P.; Vandamme, J.; Vanderleyden, J.; Homology of the root adhesion of Pseudomonas fluorescens OE 28.3 with porin-F of Pseudomonas aeruginosa and p-syringae Molecular & General Genetics 1992, 231, 489-493.

Page 87: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

64

de porinas106 e outros próprios de lipoproteínas107, e estão ancoradas a canais de

próton108. Em E. coli, as proteínas desta família são utilizadas no processo de

patogenicidade, interagindo com moléculas receptoras do hospedeiro109 e os

receptores transmembrana servem para se ancorar na célula hospedeira e acionar

o rotor flagelar da E. coli108.

Este tipo de abordagem já foi aplicado em várias espécies de bactérias110,

mas em poucas bactérias com importância agrícola, como a Xac. Um dos poucos

estudos em espécies desse tipo descreve a identificação de quatro proteínas

diferencialmente expressas induzidas por flavonóides em Rhizobium

leguminosarum111.

Em Xac, já foi realizado um estudo da expressão protéica em resposta a

diferentes meios de crescimento, analisados por eletroforese bidimensional

seguida do sequenciamento da porção N-terminal de cinco proteínas com

expressão diferenciada110. O meio MM1112, descrito como não indutivo à

expressão dos genes hrp em Xanthomonas campestris, foi utilizado como meio de

cultura basal. A Xac foi cultivada nesse meio e na presença de extratos de folhas

de laranja (hospedeiro), em ponkan (resistente) e em maracujá (passion fruit, não

hospedeiro) em concentrações variadas.

Foi possível verificar um aumento na expressão da maioria das proteínas;

aquelas que apresentaram maior variação foram sequenciadas em sua região N- 106 Freudl, R.; Klose, M.; Henning, U.; Export and sorting of the Escherichia coli outer-membrane protein OmpA J. Bioenerg. Biomembr. 1990, 22, 441-449. 107 Bouveret, E.; Benedetti, H.; Rigal, A.; Loret, E.; Lazdunski, C.; In vitro characterization of peptidoglycan-associated lipoprotein (PAL)-peptidoglycan and PL-TolB interactions’; J. Bacteriol. 1999 181, (20), 6306-6311. 108 Hosking, E. R.; et al.; ‘The Escherichia coli MotAB proton channel unplugged’ J. Mol. Biol. 2006 364, (5), 921-937. 109 Selvaraj, S. K.; Periandythevar, P.; Prasadarao, N. V.; Outer membrane protein A of Escherichia coli K1 selectively enhances the expression of intrecellular adhesion molecule-1 in brain microvascular endothelial cells Microbes Infect. 2007, 9, 547-557. 110 Mehta, A.; Rosato, Y., B.; Differentially expressed proteins in the interaction of Xanthomonas axonopodis pv. citri with leaf extract of the host plant Proteomics 2001, 1, 1111–1118. 111 Guerreiro, N.; Redmond, J. W.; Rolfe, B. G.; Djordjevic, M. A.; New Rhizobium leguminosarum flavonoid-induced proteins revealed by proteome analysis of differentially displayed proteins Mol. Plant Microbe Interact. 1997, 10, 506–516. 112 Schulte, R.; Bonas, U.; Expression of the Xanthomonas campestris pv. vesicatoria hrp gene-cluster which determines pathogenicity and hypersensitivity on pepper and tomato, is plant inducible J. Bacteriol. 1992, 174, 815–823.

Page 88: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

65

terminal e, através dessas informações, foram atribuídas possíveis funções, de

acordo com sua homologia com proteínas já identificadas e depositadas nos

bancos de dados públicos. Contudo, o maior problema foi a atribuição de função a

estas proteínas, uma vez que o trabalho110 é anterior ao sequenciamento do

genoma da Xac15.

Devido a problemas encontrados nas análises por MALDI, que não

resultaram na identificação de um número adequado e esperado de proteínas,

apesar de diversas tentativas de otimização dos procedimentos de separação

eletroforética e lise tríptica, deu-se início às separações eletroforéticas em uma

única dimensão. As bandas na região de baixa massa molecular foram recortadas

e submetidas ao protocolo de lise tríptica conforme já descrito, separação dos

peptídeos por cromatografia líquida seguida de detecção por espectrometria de

massas destes peptídeos.

A Figura 23 mostra um gel de eletroforese unidimensional da fração

sobrenadante do lisado total de Xac em todas as condições estudadas: na

ausência de qualquer extrato nutritivo (situação a), na presença de extrato de folha

(situação b) e de casca (situação c). As regiões de massa molar menores que 20

kDa foram recortadas dos géis, submetidas a digestão enzimática e posterior

análise por Shotgun; todos os experimentos foram realizados em triplicata.

As análises por experimentos de Shotgun das bandas de gel 1D na

condição a permitiram a identificação de 12 proteínas já conhecidas da Xac; além

disso, 4 proteínas anotadas como hipotéticas foram identificadas através desta

abordagem, e os valores de massa das proteínas identificadas estão em

concordância com a altura das bandas no gel. Na Tabela 10, estão listados os

dados sobre as proteínas consideradas até então hipotéticas da Xac e

identificadas nas bandas analisadas. Nesta e nas Tabelas seguintes, as

sequências de aminoácidos em destaque referem-se aos peptídeos identificados

pelas análises de MS/MS realizadas (Anexo II).

Page 89: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

66

Figura 23: Gel de eletroforese (15%) unidimensional com frações sobrenadante do lisado total da Xac nas condições a, b e c. À esquerda é mostrado o padrão de peso molecular com massas das proteínas constituintes identificadas.

Da mesma forma que as bandas de gel unidimensional, o extrato

sobrenadante total das condições de cultivo da Xac também foi submetido a lise

tríptica para análise através de separação e identificação de peptídeos. Foi

possível alcançar nestes experimentos a identificação de 82 proteínas (Anexo III),

algumas já identificadas pelo método discutido. A Tabela 11 contém os dados

referentes às proteínas consideradas hipotéticas da Xac encontradas nos

experimentos com digestão de proteínas totais da condição a.

97 kDa

66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

(a) (b) (c)

97 kDa

66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

97 kDa

66 kDa

45 kDa

30 kDa

20,1 kDa

14,4 kDa

(a) (b) (c)

Page 90: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

67

Tabela 10: Massas nominais, pontos isoelétricos teóricos e sequências de aminoácidos das proteínas identificadas pelas análises de Shotgun após previa separação em gel 1D na condição a anotadas como proteínas hipotéticas da Xac

PROTEÍNA MASSA

NOMINAL / Da

pI

CALCULADO SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS

XAC3972 20640 6,06

MKFTLITASLLAMLSLTACDRPGGDASRTAPAVSPEPTAAPVSGNGATELAKGDSAVLGVLAAIDDNEIALAKQAIAQDLGGATGEFAQQMLHDHQANLEKTKSLGATESPRAQAMRAKGKAAVEALSKTLTLPDGKDAYRNAFMRNMVIDHGDTIKIIDSELLPAAES

APVKQHLEETRRVVSAHFERAHAVSSSK

XAC2525 16954 5,50

MRALALASIAALAVTACKKEEPAPTAAAAPAPLTAPAKDDNAGWKKYLQEVVGQNLGTTTNSPFLYYLPPESDAEFAGSYERQLESVKTALARGVQPGNMLAFGSSASSKMADLIDAAFKDVAPDSMKGVRVL

FIGNAADNARVQTIVQPKGAEYIFVEA K

XAC1364 16432 5,56

MSIQSKTEHSLNDLIAISRDGKDFYEEAAAKVGDAELATLFRRIAGVKTDIVSSLSSVVTAVGGTPEQHGTLVGSMQQFYGKVRATLGDTKYGYVAELEESEDRLLKAFDETIADQDTPAAARDAALRLLPEVRA

CHDVMRNRKHAMKSAA

XAC0292 15000 11,07

MSKLTVITERALERALELAGTAGDQLRHAASNAGDQARNAGSSLRHFGPSASEWLKTGAALGAVRTGGKAASKLVKRNPAVTVAAAVAGLGLIGYAVYRKRQRDQQVLGGNVHRLDREHASNANARRAAYQR

RGAVTPSDGIE

Nas análises de proteínas totais, também foi possível identificar as

proteínas hipotéticas XAC2525, XAC1364 e XAC0292, todas já identificadas em

análises anteriores. A proteína hipotética XAC1364, identificada em todas as

análises realizadas por experimentos de Shotgun para amostras da condição a, é

uma das 40 proteínas alvo deste projeto. A comprovação de sua expressão pela

bactéria faz com que estudos estruturais e funcionais desta proteína sejam

necessários. Sua expressão numa condição de ausência de nutrientes específicos

pode significar que nem todas as proteínas dos T3SS e T4SS sejam expressas

somente em contato com a célula do hospedeiro, sendo necessários estudos mais

aprofundados e específicos frente a esta proteína.

Page 91: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

68

Tabela 11: Massas nominais, pontos isoelétricos teóricos e sequências de aminoácidos das proteínas identificadas pelas análises de Shotgun de proteínas totais da condição a que foram anotadas como proteínas hipotéticas da Xac

PROTEÍNA MASSA

NOMINAL / Da

pI

CALCULADO SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS

XAC4007 7977 5,01 MNSDIISGKWTQLKGKAQAKWGDLTDDDFK VAEGNAEYLQGKLQERYGWDRDRAQTEVR

AFEKSLRDDT

XAC3981 12172 4,93 MSPTNTDQLKENLSEAGTHLKSAANAAGEAVRGATSAAGDELKLGRANVKAELSDTALAGMAAAEFGGAAAKEQIDVLVAKGNDLLESATDLIRERPLAAFGVAFAAGWVIAKLARSNDN

XAC0682 12406 9,40 MTHARKLLALSLSLGLTLGASQAFAAPQEHADHKDHAAGMNESKKPVTDTWITTKVKADLLATDNVSGTDVKVETKNGIVTLTGAVATQAEHDKAVAVAKGIEGVKSVKSTGLKVTAAKK

XAC3725 18344 5,03

MAIKTVEDLFIHELSDIYSAEKQLTKSLPRLARAATEPKLKQAFETHLEETQGQIERIDQVVEVLGIKLKRIKCAAMEGLVEESREVIDEIEAGPVRDAALIGGAQKVEHYEIASYGTIAAIAKQLGYADALPLLLATLEEEKATDEKLTLLAEQGGNQ

KASKASKAA

As análises dos peptídeos das bandas de gel 1D mostrado na Figura 23

para a condição b (em presença de extrato de folhas de laranjeira) resultaram na

identificação de 10 proteínas já conhecidas da Xac, além das proteínas hipotéticas

XAC0292, XAC2525, XAC3981, XAC1364, que já haviam sido identificadas nas

frações da condição a. Nas análises das bandas da condição b, também foi

possível identificar a proteína hipotética XAC1761, que não havia sido identificada

até então. A Tabela 12 contém os dados referentes a esta proteína.

Tabela 12: Massa nominal, ponto isoelétrico teórico e sequência de aminoácidos da proteína identificada pelas análises de Shotgun das bandas de gel 1D na condição b anotada como proteína hipotética da Xac

PROTEÍNA

MASSA

NOMINAL /

Da

pI

CALCULADO SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS

XAC1761 17512 7,88

MRHSVSPVRVLSLALLATATVAATSGCSWFHKGARGDYALAPEARPLEVPPDLNLPDTSGAMKVPTLASTTQQQTNTPPSASANSGFTVPGERDEVFGKVGAALADIPGLTIASKAQMLGSYDVSYEGSSFLVRVVKVDAGSYVSAVDP

RGMPATAAAPVAVIAALKGKLGG

Page 92: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

69

As análises de Shotgun do extrato celular obtido após cultivar a Xac na

condição b resultaram na identificação de 128 proteínas, sendo 7 delas

hipotéticas, e 46 adicionais às proteínas identificadas nas análises da condição a

(Anexo III). As proteínas anotadas na Xac como hipotéticas e identificadas nesta

condição já haviam sido identificadas nas análises dos lisados da condição a:

XAC1364, XAC3981, XAC0292, XAC3657 e XAC0682, cujos dados foram

apresentados.

Nas análises das bandas do gel unidimensional mostrado na Figura 23 da

fração protéica da Xac obtida na condição c (em presença de extrato de casca de

laranja), foi possível identificar 20 proteínas já conhecidas da Xac, e 10 proteínas

anotadas como hipotéticas, identificadas em análises precedentes: XAC2525,

XAC3972, XAC1364, XAC0292, XAC3981, XAC1761 e XAC1492, esta última,

identificada em análises de MALDI na condição a. Nas análises das bandas da

condição c foi possível identificar mais 3 proteínas anotadas como hipotéticas:

XAC1476, XAC0587 e XAC2319, e os dados referentes a estas proteínas estão

resumidos na Tabela 13.

Tabela 13: Massas nominais, pontos isoelétricos teóricos e sequências de aminoácidos das proteínas identificada pelas análises de Shotgun das bandas de gel 1D na condição c anotadas como proteínas hipotéticas da Xac

PROTEÍNA MASSA

NOMINAL / Da

pI

CALCULADO SEQUÊNCIA DE AMINOÁCIDOS

XAC1476 20304 5,77

MSKLTIAVLVGSLRAESYNRQLARALEHLA GDRAVFEYLEIGDIPLYNQDPDGDYPAEGTRLKQQIRAADAVLFVTPEYNRSIPGVLKNAIDTGSRPYGDSAFAGKPAAVVGVSVGAIGTATAQQHLRNVLAYLDMHVLGQPEVFLQYKDGLFGPDDQVANADSRKFLQGFIDQFLGLIGHLKR

XAC0587 15604 10,53

MHMALIHSILMGAVAGMRSMTPLAAVANAARTGKLPADNGAPALLANPLASAGMLALAGGELAGDKMKTAPDRIVLPGMIARIATGVIVGTALAPREQRGIAALLGATTAVAAAYLTFNARMRAIERYGQTSTGVVEDAISVGAATLIVRDAAKR

XAC2319 14657

9,39

MIKSLSLIALLGAATLAPQAQAAGNIDCQLSFNLSGWSVFYKTASGTGTIKCDNGAVIPVKISSKGGGLTVGKSKIVGGRGTFSGAYSLNDLFGTYAAAEAHAGVVKSSTAQVVTKGDISLAL

AGTGEGVDLGVNVGNFVIERRK

Page 93: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

70

As análises por Shotgun da fração de proteínas do sobrenadante da Xac

cultivada na condição c resultou na identificação de 119 proteínas, sendo 7 delas

hipotéticas: XAC3981, XAC0292, XAC0682, XAC1364, XAC2525, XAC4007 e

XAC1492, e 37 proteínas adicionais as já identificadas na condição a (Anexo III).

Dentre as hipotéticas, todas foram identificadas nas análises realizadas em outras

condições.

É interessante destacar que a proteína XAC1492, identificada nas

análises de MALDI, cujos espectros são apresentados nas Figuras 19 a 21 foi

identificada novamente só na condição c, tanto nas análises de bandas de gel 1D

como nas análises de Shotgun para a mistura de proteínas totais, sem nenhum

fracionamento prévio.

As Figuras 24 a 28 contêm os espectros de massas dos peptídeos da

proteína XAC1364 que resultaram na identificação desta proteína pelos

experimentos de Shotgun. Pode-se verificar, pelas atribuições feitas das

sequências de aminoácidos aos sinais observados nos espectros que, nos

experimentos com fonte de ionização do tipo ESI, os fragmentos observados são

diferentes dos observados em espectros obtidos com fonte de ionização do tipo

MALDI (Figuras 19 a 21).

Nos espectros obtidos por ionização do tipo ESI, os fragmentos y, pouco

abundantes quando a ionização é do tipo MALDI94, são notavelmente mais

favorecidos pelas reações de fragmentação. Os primeiros íons da série b estão

mais presentes que aqueles do final da série. Isso pode ser atribuído ao fato de

que, como os peptídeos gerados são multicarregados, no momento da

fragmentação, geram íons y e b complementares.

Os espectros de massas/massas obtidos para as proteínas anotadas como

hipotéticas da Xac nos experimentos de Shotgun com as respectivas atribuições

de sinais estão reunidos no Anexo IV.

Page 94: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

71

Figura 24: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo e

m m

/z 7

34,8

, ca

rga 2

+,

e a

resp

ect

iva a

trib

uiç

ão d

os

sinais

à

seq

uênci

a d

e a

min

oáci

dos

(MA

SC

OT

).

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

%

0

100

1468.7440

1238.6635

1101.5850

368.1486

110.0685

262.1465

175.1164

901.4802

672.4320

446.2630

620.3486

787.4528

1014.5466

910.3973

1220.6476

1207.5956

1450.7377

1367.6899

m/z

[M+

H]+

[M+

H]+

-H

2O

y 12

y 11

y 11

-H

2Oy 1

0y 9

y 8y 7

y 6y 4

b3

y 2y 1

H

T

E

HS

L

N

D

L

I

A

I

S

R

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 4y 2

y 1

b 3

XA

C1

364

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

%

0

100

1468.7440

1238.6635

1101.5850

368.1486

110.0685

262.1465

175.1164

901.4802

672.4320

446.2630

620.3486

787.4528

1014.5466

910.3973

1220.6476

1207.5956

1450.7377

1367.6899

m/z

[M+

H]+

[M+

H]+

-H

2O

y 12

y 11

y 11

-H

2Oy 1

0y 9

y 8y 7

y 6y 4

b3

y 2y 1

H

T

E

HS

L

N

D

L

I

A

I

S

R

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 4y 2

y 1

b 3

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

%

0

100

1468.7440

1238.6635

1101.5850

368.1486

110.0685

262.1465

175.1164

901.4802

672.4320

446.2630

620.3486

787.4528

1014.5466

910.3973

1220.6476

1207.5956

1450.7377

1367.6899

m/z

[M+

H]+

[M+

H]+

-H

2O

y 12

y 11

y 11

-H

2Oy 1

0y 9

y 8y 7

y 6y 4

b3

y 2y 1

H

T

E

HS

L

N

D

L

I

A

I

S

R

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 4y 2

y 1

b 3

m/z

m/z

[M+

H]+

[M+

H]+

-H

2O

y 12

y 11

y 11

-H

2Oy 1

0y 9

y 8y 7

y 6y 4

b3

y 2y 1

H

T

E

HS

L

N

D

L

I

A

I

S

R

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 4y 2

y 1

b 3 T

E

HS

L

N

D

L

I

A

I

S

R

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 4y 2

y 1

b 3

XA

C1

364

Page 95: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

72

Figura 25: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo e

m m

/z 6

72,3

, ca

rga 2

+,

e a

resp

ect

iva a

trib

uiç

ão d

os

sinais

à

seq

uênci

a d

e a

min

oáci

dos

(MA

SC

OT

).

XA

C1

36

4

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

1343.5835

129.1002

84.0813

1043.4285

781.3480

283.1299

147.1094

416.1688

563.2245

618.3014

928.4106

826.3043

984.3735

1228.5553

1171.5354

1325.5682

1348.3651

m/z

[M+

H]+

[M+

H]+

-H

2Oy 1

1y 1

0

y 9y 7

y 8y 6

b5

b4

y 1

K

D

G

KD

F

Y

E

E

A

A

A

K

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 1

b4

b5

b6

XA

C1

36

4

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

1343.5835

129.1002

84.0813

1043.4285

781.3480

283.1299

147.1094

416.1688

563.2245

618.3014

928.4106

826.3043

984.3735

1228.5553

1171.5354

1325.5682

1348.3651

m/z

m/z

[M+

H]+

[M+

H]+

-H

2Oy 1

1y 1

0

y 9y 7

y 8y 6

b5

b4

y 1

K

D

G

KD

F

Y

E

E

A

A

A

K

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 1

b4

b5

b6

D

G

KD

F

Y

E

E

A

A

A

K

y 11

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 1

b4

b5

b6

Page 96: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

73

Figura 26: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo e

m m

/z 5

96,3

, ca

rga 2

+,

e a

resp

ect

iva a

trib

uiç

ão d

os

sinais

à

seq

uênci

a d

e a

min

oáci

dos

(MA

SC

OT

).

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

607.3448

72.0798

536.3093

272.1210

157.0945

175.1129

472.1956

315.1599343.1531

720.4202

656.3094

849.4586

831.4677

1092.5325

920.4913

852.4200

1035.5128

994.4484

1191.6044 m

/z

[M+

H]+

y 10

y 9y 8

y 7

y 6y 5

y 4

b5

b4

a4

b3

y 1b

2

V

XA

C1

36

4

VG

D

A

E

L

A

T

L

F

R

y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 5y 4

y 1

b3

b2

b4

b5

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

607.3448

72.0798

536.3093

272.1210

157.0945

175.1129

472.1956

315.1599343.1531

720.4202

656.3094

849.4586

831.4677

1092.5325

920.4913

852.4200

1035.5128

994.4484

1191.6044 m

/z

[M+

H]+

y 10

y 9y 8

y 7

y 6y 5

y 4

b5

b4

a4

b3

y 1b

2

V

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

607.3448

72.0798

536.3093

272.1210

157.0945

175.1129

472.1956

315.1599343.1531

720.4202

656.3094

849.4586

831.4677

1092.5325

920.4913

852.4200

1035.5128

994.4484

1191.6044 m

/zmass

100

200

300

400

500

600

700

800

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1000

1100

1200

%

0

100

607.3448

72.0798

536.3093

272.1210

157.0945

175.1129

472.1956

315.1599343.1531

720.4202

656.3094

849.4586

831.4677

1092.5325

920.4913

852.4200

1035.5128

994.4484

1191.6044 m

/zm

/z

[M+

H]+

y 10

y 9y 8

y 7

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y 10

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C1

36

4

VG

D

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y 9y 8

y 7y 6

y 5y 4

y 1

b3

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b4

b5

VG

D

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A

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L

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y 10

y 9y 8

y 7y 6

y 5y 4

y 1

b3

b2

b4

b5

Page 97: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

74

Figura 27:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

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m m

/z 7

80,3

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0

100

1077.4380

136.0738

384.1454

175.1147

339.1289

877.3604

764.2888

455.2191

635.2484

506.2184

655.2951

769.3468

1006.4001

988.3857

925.4330

1176.4973

1339.5515

1177.3937

1559.6893

1396.5793

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1300

1400

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1600

%

0

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1077.4380

136.0738

384.1454

175.1147

339.1289

877.3604

764.2888

455.2191

635.2484

506.2184

655.2951

769.3468

1006.4001

988.3857

925.4330

1176.4973

1339.5515

1177.3937

1559.6893

1396.5793

m/z

[M+

H]+

y 12

y 11

y 10

y 9

y 8y 7

y 8 -

H2O

y 6

y 5y 4

a4

b3

y 1

Y

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

%

0

100

1077.4380

136.0738

384.1454

175.1147

339.1289

877.3604

764.2888

455.2191

635.2484

506.2184

655.2951

769.3468

1006.4001

988.3857

925.4330

1176.4973

1339.5515

1177.3937

1559.6893

1396.5793

m/z

mass

100

200

300

400

500

600

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1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

%

0

100

1077.4380

136.0738

384.1454

175.1147

339.1289

877.3604

764.2888

455.2191

635.2484

506.2184

655.2951

769.3468

1006.4001

988.3857

925.4330

1176.4973

1339.5515

1177.3937

1559.6893

1396.5793

m/z

m/z

[M+

H]+

y 12

y 11

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y 5y 6

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0y 1

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2

b3

b4

Page 98: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

75

Figura 28:

MS

/MS

obtid

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1128.5383

1016.5637

1229.5739

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1358.60141473.5762

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701.3430 730.3173

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829.4003

701.3430 730.3173

1128.5383

1016.5637

1229.5739

1657.6151

1358.60141473.5762

m/z

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120.0756

346.1050

586.3113

829.4003

701.3430 730.3173

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m/z

m/z

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y 8y 7

y 6y 5

Page 99: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

76

Na predição de estrutura secundária realizada por Khater e col.71, a região

envolvida na formação de estruturas de α-hélice compreende os resíduos de

aminoácidos das posições 72 a 83, resultando num baixo conteúdo de estruturas

de α-hélice. Predições de estrutura terciária realizadas com o programa I-

TASSER113, após a identificação da expressão da XAC1364, mostraram um perfil

um pouco diferente. Este é um servidor que realiza predições estruturais e

funcionais para sequências protéicas, baseadas em alinhamentos com sequências

que apresentam estrutura terciária e função já conhecidas113.

Através dessa simulação, a sequência de aminoácidos correspondente à

XAC1364 resultou em cinco regiões com domínios de estruturas de α-hélices: dos

resíduos 5 a 31, 35 a 61, 72 a 87, 90 a 114 e 120 a 149, conferindo a esta

proteína mais uma característica de chaperona secretória (o alto conteúdo de

estrutura helicoidal).

O modelo mais provável para esta proteína, de acordo com o I-TASSER,

juntamente com a estrutura terciária da chaperona flagelar FliS, são mostrados na

Figura 29. É possível verificar a semelhança da estrutura terciária do modelo

proposto com a da chaperona flagelar FliS, que também possui muitas regiões

helicoidais; esta semelhança pode ser um indicativo do papel da XAC1364 como

chaperona flagelar.

113 http://zhang.bioinformatics.ku.edu/I-TASSER/

Page 100: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

77

Figura 29: Modelo do PDB para a chaperona flagelar FliS (entrada 1ORY) e o modelo predito pelo I-TASSER com maior probabilidade para a estrutura terciária da XAC1364.

O banco de dados STRING 8.3114 apresenta associações físicas e

funcionais entre mais de 2 milhões de proteínas conhecidas de 630 organismos,

derivadas de contextos genéticos, dados experimentais e da co-expressão de

proteínas. Quando se busca relações da proteína XAC1364, é possível verificar

que esta proteína é co-expressa com muitas outras proteínas ainda hipotéticas da

Xac, como se pode ver pela Figura 30.

114 http://string-db.org/

Page 101: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

78

Figura 30: Relações de co-expressão atribuídas à proteína XAC1364 (Figura retirada do site do STRING114; as linhas azuis relacionam a ocorrência de ambas as proteínas, por proximidade física ou funcional, e a linha verde indica vizinhança das proteínas no genoma).

O fato de esta proteína estar associada a diversas proteínas que também

apresentam função desconhecida pode ser mais um indicativo de seu papel como

chaperona secretória, que pode se associar a mais de uma proteína efetora. Além

disso, essa proteína apresenta uma similaridade de estrutura primária com a

proteína de Xanthomonas campestris campestris, e um certo grau de similaridade

com as proteínas de outras proteobactérias e de outros organismos de classes

distintas.

A não identificação das proteínas relacionadas à XAC1364 não exclui a

possibilidade de estas proteínas serem expressas pela Xac. Além disso, se a

XAC1364 realmente for uma chaperona secretória dos sistemas de secreção

envolvidos na patogenicidade, e as proteínas associadas a ela forem efetoras, sua

expressão deve ocorrer somente quando a bactéria entra em contato com células

do hospedeiro, situação que não foi estudada nos experimentos realizados.

Page 102: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

79

Em um trabalho recente115, em que a expressão protéica da Xac foi

estudada a 42°C, foi possível observar, a partir da comparação de géis de

eletroforese 2D, uma maior expressão de proteínas da família HspA e GroES,

chaperonas moleculares envolvidas nas respostas a condições de stress.

Juntamente com essas proteínas, os autores observaram a maior expressão de

uma proteína até então considerada hipotética, a XAC1364, indicando que essa

proteína pode estar envolvida em mecanismos de resposta a altas temperaturas,

por exemplo.

As características físico químicas próprias de chaperonas secretórias, o alto

conteúdo de estrutura secundária helicoidal, a expressão em condições basais e a

relação de co-expressão para várias outras proteínas da Xac são indicativos de

uma possível ação de chaperona da XAC1364, em processos secretórios,

flagelares e até mesmo em respostas a altas temperaturas. Um estudo mais

aprofundado desta proteína, estrutural e funcional, deve ser conduzido para que

se tenha um melhor entendimento de seu papel no metabolismo da Xac.

115 Martins, D.; Astua-Monge, G.; Coletta-Filho,H. D.; Winck, F. V.; Baldasso, P. A.; de Oliveira, B. M.; Marangoni, S.; Machado, M. A.; Novello, J. C.; Smolka, M. B.; Absence of classical heat shock response in the citrus pathogen Xylella fastidiosa Curr. Microbiol. 2007, 54, 119–123.

Page 103: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

80

5. CONCLUSÕES

Os estudos realizados possibilitaram verificar a maior expressão protéica da

bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri em condições enriquecidas com

extratos de cascas e folhas de laranja, evidenciado pela maior quantidade de

spots de proteínas em géis de eletroforese em duas dimensões nestas condições.

A modulação do proteoma da Xac, no sentido de expressar proteínas com uma

característica específica (baixa massa molecular) foi percebida através de

quantificação das proteínas expressas nas condições estudadas, já que a

quantidade de proteínas totais não mudou significativamente de uma condição

para outra.

A identificação de muitas proteínas até então consideradas hipotéticas no

genoma da Xac implica um avanço no entendimento deste organismo, bem como

no entendimento de seu processo de invasão e infecção da célula do hospedeiro.

Uma proteína dentre as consideradas chaperonas hipotéticas, XAC1364, foi

identificada em todas as condições de cultivo da bactéria analisadas, mostrando

que existe uma tradução do genoma em sua sequência protéica, o que faz com

que esta não seja mais uma proteína hipotética.

A predição de estrutura secundária realizada com o programa I-TASSER

para esta proteína mostrou um perfil bem próximo ao das chaperonas secretórias,

uma vez que o modelo gerado atribuiu à XAC1364 um alto conteúdo de α-hélice.

Essa característica, além da confirmação de sua expressão em meio basal,

também pode indicar um papel de chaperona flagelar à proteína. O fato de esta

proteína já ter sido identificada em um trabalho em 2007, em que sua maior

expressão foi observada em condições de stress, requer estudos mais

aprofundados e específicos, para que se confirme se esta proteína apresenta

função de chaperona. Estudos estruturais e funcionais devem ser executados com

intuito de caracterizar melhor não só esta, mas todas as proteínas identificadas, e

entender o seu real papel no metabolismo da Xac.

O monitoramento do consumo de moléculas presentes nos extratos

provenientes da folha e casca de laranja não foi possível devido à perda de

Page 104: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

81

grande parte dessas moléculas no processo de preparo dos meios de cultura para

crescimento da Xac. Contudo, a identificação de algumas moléculas orgânicas

apolares geradas pela bactéria pode indicar um potencial papel tóxico destas

moléculas na célula vegetal do seu hospedeito, de forma que, mais uma vez,

estudos mais específicos e aprofundados sobre esse tema devem ser realizados.

A identificação qualitativa de espécies metálicas presentes nas frações

protéicas da Xac cultivada em meio basal também mostra a importância dessas

espécies em proteínas da bactéria. A identificação de algumas metaloproteínas,

somada à presença de um grande número de íons metálicos presentes deve ser

considerada para o melhor entendimento do proteoma da Xac, de seus processos

metabólicos e, principalmente, de seu processo de invasão e infecção da célula

hospedeira, no sentido de se desenvolver novas alternativas para a prevenção e

erradicação do cancro cítrico.

Page 105: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

82

6. ANEXO I

Soluções utilizadas

I.I

Solução tampão de lise pH 8,0 (autoclavada)

50 mM tris-HCl pH 8,0

50 mM NaCl

10 mM a EDTA

I.II

Solução de hidratação das fitas de poliacrilamida (primeira dimensão)

8 M uréia

CHAPS a 2% m/v

Tampão IPG pH 4-7 (Amersham Biosciences) a 2% v/v

Traços de azul de bromofenol

I.III

Reagente de Bradford

0,5 g/mL Comassie Brillant Blue G-250

Metanol a 25% v/v

Ácido fosfórico a 42,5% v/v

Solução estocada no escuro a 4º C e filtrada antes do uso

Page 106: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

83

I.IV

Solução SDS de equilíbrio (fitas da primeira dimensão)

50 mM tris-HCl pH 8,8

6 M uréia

Glicerol a 30% v/v

SDS a 2% m/v

traços azul de bromofenol

I.V

Composição gel de poliacrilamida (segunda dimensão)

Solução 30% poliacrilamida:0,8% m/v N,N’-metiletilenobisacrilamida a 18% ou

15% v/v

Solução tris-HCl pH 8,8 a 25% v/v

Solução SDS 10% m/v a 1% v/v

Solução APS 10% m/v a 5% v/v

TEMED a 0,033% v/v

I.VI

Solução tampão de corrida

25 mM tris (hidroximetil) amino metano

192 mM glicina

SDS a 0,1% m/v

Page 107: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

84

I.VII

Corante coloidal Comassie Blue

100 g/L sulfato de amônio

Ácido fosfórico (85% PA) a 1,2% v/v

Solução Comassie Brillant Blue G250 (5% m/v em água) a 2% v/v

Dissolver a solução em metanol na proporção 4:1 v/v no momento de usar

I.VIII

Composição gel de empacotamento

Solução 30% poliacrilamida:0,8% m/v N,N’-metiletilenobisacrilamida a 5% v/v

0,19 M solução tris-Hcl (pH 6,8)

SDS a 0,1 % m/v

APS a 0,1 % m/v

TEMED a 0,04% v/v

I.IX

Solução tampão de amostra (pH 6,8)

50 mM

100 mM DTT

SDS a 2% m/v

Azul de bromofenol a 0,1% m/v

Glicerol a 10% m/v

Page 108: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

85

I.X

Solução tampão para o padrão molecular (pH 6,8)

0,0625 M tris-Hcl

SDS a 2% m/v

Glicerol a 10% v/v

0,1 M DTT

Azul de bromofenol a 0,01% m/v

Page 109: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

86

7. ANEXO II

Espectros de massas dos compostos identificados por GC-MS

Page 110: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

87

(A)

(B)

Figura 31: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de casca de laranja (A), identificado como terpineol (B).

Page 111: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

88

(A)

(B)

Figura 32: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de casca de laranja (A), identificado como linalol (B).

Page 112: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

89

(A)

(B)

Figura 33: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de casca de laranja (A), identificado como carveol (B).

Page 113: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

90

(A)

(B)

Figura 34: Espectros de massas de sinal detectado no extrato bruto de folha de laranjeira (A), identificado como uma benzopiranona substituída (B).

Page 114: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

91

(A)

(B)

Figura 35: Espectros de massas de sinal detectado como metabólito da Xac quando cultivada em presença de extrato bruto de folha de laranjeira (A), identificado como uma benzopiranona substituída (B).

Page 115: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

92

8. ANEXO III

Relação das proteínas funcionais da Xac identificadas pelas análises de Shotgun

Page 116: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

93

Tabela 14: Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na condição controle (a)

AAM35431 AE011680 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35692 AE011711 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35701 AE011713 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35790 AE011721 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35837 AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35838 AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35841 and AAM35853 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35844 AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35845 AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35847 AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35848 AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35849 AE011727 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35851 AE011727 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35852 AE011727 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35855 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35856 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35858 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35861 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35867 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35869 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35876 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35878 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35889 AE011730 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35955 AE011737 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36030 AE011745 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36292 AE011774 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36390 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36391 AE011784 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36488 AE011794 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36490 AE011794 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36586 AE011804 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM37232 AE011875 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM37719 AE011929 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM37998 AE011959 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38187 AE011980 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38190 AE011981 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38280 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

Page 117: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

94

Tabela 14 (continuação): Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na condição controle (a)

AAM38399 AE012005 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38494 AE012015 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38843 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

Q8NKZ7_XANAC Cold shock protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NL05_XANAC 30S ribosomal protein S1 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NL12_XANAC Histone-like protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NL14_XANAC Two-component system regulatory protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NL26_XANAC Peptidyl-prolyl cis-trans isomerase precursor - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PEK7_XANAC Toluene tolerance protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PFT3_XANAC Bifunctional PutA protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PFY7_XANAC Isocitrate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PGF6_XANAC Dihydrolipoamide acetyltranferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PGG7_XANAC ATP synthase beta chain - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PH71_XANAC Citrate synthase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PH87_XANAC Transketolase 1 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHA5_XANAC Outer membrane protein W - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHA7_XANAC Glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHL6_XANAC Succinyl-CoA synthetase alpha subunit - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHT7_XANAC Beta lactamase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHV8_XANAC Outer membrane protein P6 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHX5_XANAC - DNA-binding related protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PII2_XANAC Osmotically inducible protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PJ00_XANAC Metallopeptidase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PJ54_XANAC N utilization substance protein A - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PJ59_XANAC Polynucleotide phosphorylase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PJI4_XANAC Dihydrodipicolinate synthetase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PJL4_XANAC L-lysine 6-aminotransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PJZ1_XANAC Superoxidase dismutase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PK40_XANAC Cytochrome D ubiquinol oxidase subunit I - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PK77_XANAC 30S ribosomal protein S1 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PKW6_XANAC Phosphoenolpyruvate synthase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PKZ3_XANAC 3-hydroxyacyl-CoA dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PLB7_XANAC - Aconitate hydratase 2 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PM97_XANAC Oxoglutarate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PM98_XANAC Dihydrolipoamide S-succinyltransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PMD4_XANAC Virulence regulator - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PMU0_XANAC Hypoxanthine-guanine phosphoribosyltransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PMV4_XANAC Periplasmic protease - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Page 118: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

95

Tabela 14 (continuação): Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na condição controle (a)

Q8PNK9_XANAC Isocitrate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNP2_XANAC Outer membrane protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNQ9_XANAC 50S ribosomal protein L15 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PP54_XANAC Two-component system regulatory protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PPV7_XANAC Pyruvate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri.

Q8PQ76_XANAC 4-hydroxyphenylpyruvate dioxygenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PRF4_XANAC Biopolymer transport ExbB protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Page 119: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

96

Tabela 15: Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na presença de extrato de folha de laranjeira (b)

AAM35400 AE011678 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35430 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35795 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35862 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35864 AE011728 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35956 AE011737 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35957 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36166 AE011760 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36293 AE011774 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM37626 AE011919 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38080 AE011969 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38630 AE012027 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38761 AE012042 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM39014 AE012068 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

Carbamoyl-phosphate synthase large chain (EC 6.3.5.5) (Carbamoyl- phosphate synthetase ammonia chain) - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Chaperone clpB - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NKX9_XANAC Rod shape-determining protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NL21_XANAC 50S ribosomal protein L13 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PFK2_XANAC Histone H1 homolog - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PGN0_XANAC Electron transfer flavoprotein beta subunit - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PGN5_XANAC UDP-glucose dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PGN7_XANAC Phosphoglucomutase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHB4_XANAC Pyruvate kinase type II - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHV8_XANAC Outer membrane protein P6 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PIH1_XANAC Histone-like protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PIZ8_XANAC Metallopeptidase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PK83_XANAC UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PK87_XANAC Inosine-5'-monophosphate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PKT5_XANAC Succinate dehydrogenase subunit A - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PKU1_XANAC Glucose-6-phosphate 1-dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PL05_XANAC ATP-dependent Clp protease subunit - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PLI9_XANAC Aldehyde dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PM98_XANAC Dihydrolipoamide S-succinyltransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PMR4_XANAC GTN reductase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PMW3_XANAC Methylmalonate-semialdehyde dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PN48_XANAC Septum site-determining protein (Cell division inhibitor) MinD - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Page 120: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

97

Tabela 15 (continuação): Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na presença de extrato de folha de laranjeira (b)

Q8PN95_XANAC Oxidoreductase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNC2_XANAC Low molecular weight heat shock protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNC4_XANAC Bacterioferritin - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNE4_XANAC 3-oxoacyl-[ACP] reductase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNI3_XANAC ATP-dependent serine proteinase La - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNP9_XANAC Peptidyl-prolyl cis-trans isomerase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNQ0_XANAC GTP-binding elongation factor protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PPK6_XANAC 6-phosphogluconate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PRE0_XANAC Carboxyl-terminal protease - Xanthomonas axonopodis pv. citri

DNA-directed RNA polymerase alpha chain (EC 2.7.7.6) (RNAP alpha subunit) (Transcriptase alpha chain) (RNA polymerase subunit alpha) - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Page 121: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

98

Tabela 16: Proteínas da Xac identificadas pelos experimentos de Shotgun na presença de extrato de casca de laranja (c)

10 kDa chaperonin (Protein Cpn10) (groES protein) - Xanthomonas axonopodis pv. citri

AAM35430 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35431 - AE011680 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35692 - AE011711 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35790 - AE011721 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35838 - AE011726 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35852 - AE011727 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM35889 - AE011730 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36030 - AE011745 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36293 - AE011774 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36391 - AE011784 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM36453 - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM38187 - AE011980 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

AAM39014 - AE012068 NID: - Xanthomonas axonopodis pv. citri str. 306

DNA-directed RNA polymerase alpha chain (EC 2.7.7.6) (RNAP alpha subunit) (Transcriptase alpha chain) (RNA polymerase subunit alpha) - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8NKZ8_XANAC - Partition protein A.- Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PFK2_XANAC - Histone H1 homolog.- Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PH71_XANAC - Citrate synthase (EC 2.3.3.1) - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHV8_XANAC - Outer membrane protein P6 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PHX5_XANAC - DNA-binding related protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PII2_XANAC - Osmotically inducible protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PJ59_XANAC - Polynucleotide phosphorylase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PJZ1_XANAC - Superoxidase dismutase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PK77_XANAC - 30S ribosomal protein S1 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PK83_XANAC - UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PKW6_XANAC - Phosphoenolpyruvate synthase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PLB7_XANAC - Aconitate hydratase 2 - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PLC0_XANAC – Aconitase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PM97_XANAC - Oxoglutarate dehydrogenase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PM98_XANAC - Dihydrolipoamide S-succinyltransferase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PMV4_XANAC - Periplasmic protease - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNC2_XANAC - Low molecular weight heat shock protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNC4_XANAC –Bacterioferritin - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNP2_XANAC - Outer membrane protein - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PNP9_XANAC - Peptidyl-prolyl cis-trans isomerase - Xanthomonas axonopodis pv. citri

Q8PRF4_XANAC - Biopolymer transport ExbB protein

Q8PRF4_XANAC - Biopolymer transport ExbB protein

Page 122: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

99

9. ANEXO IV

Espectros de massas/massas dos peptídeos identificados nos experimentos de Shotgun para as proteína hipotéticas identificadas

Page 123: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

0

Figura 36: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo d

o s

inal m/z

1028,0

6,

carg

a 2

+,

e a

resp

ect

iva a

trib

uiç

ão d

os

sinais

à s

eq

uênci

a d

e a

min

oáci

dos

(MA

SC

OT

).

XA

C3

97

2b

8

G D

S A

V

L

G

V

L A

A

I

D

D

N

E

I

A

L

A K

y 16

y 15

y 13

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 1y 2

y 4

b5

b7

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

%

0

100

1243.5045

1172.4800

1101.4418

402.2248

218.1297

147.0983

699.2919

430.1463 600.2261

873.3821

1356.5662

1512.6416

1625.7302

1660.6515

1934.0759

y 13

y 15

y 16

y 12

y 11

y 10

y 9

y 8b

7

b5

y 4y 2

y 1

m/z

b8

XA

C3

97

2b

8

G D

S A

V

L

G

V

L A

A

I

D

D

N

E

I

A

L

A K

y 16

y 15

y 13

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 1y 2

y 4

b5

b7

b8

G D

S A

V

L

G

V

L A

A

I

D

D

N

E

I

A

L

A K

y 16

y 15

y 13

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 1y 2

y 4

G D

S A

V

L

G

V

L A

A

I

D

D

N

E

I

A

L

A K

y 16

y 15

y 13

y 12

y 11

y 10

y 9y 8

y 1y 2

y 4

b5

b7

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

%

0

100

1243.5045

1172.4800

1101.4418

402.2248

218.1297

147.0983

699.2919

430.1463 600.2261

873.3821

1356.5662

1512.6416

1625.7302

1660.6515

1934.0759

y 13

y 15

y 16

y 12

y 11

y 10

y 9

y 8b

7

b5

y 4y 2

y 1

m/z

b8

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

%

0

100

1243.5045

1172.4800

1101.4418

402.2248

218.1297

147.0983

699.2919

430.1463 600.2261

873.3821

1356.5662

1512.6416

1625.7302

1660.6515

1934.0759

y 13

y 15

y 16

y 12

y 11

y 10

y 9

y 8b

7

b5

y 4y 2

y 1

m/z

m/z

b8

Page 124: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

1

Figura 37: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo d

o s

inal m/z

621,8

5,

carg

a 2

+,

e a

resp

ect

iva a

trib

uiç

ão d

os

sinais

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eq

uênci

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min

oáci

dos

(MA

SC

OT

).

XA

C3

97

2

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

1242.4802

898.3611

246.0685

218.0753

147.1011

345.1257

328.0742

785.2850

670.2803

533.2363

361.2171

623.2192752.2507

882.2540

997.4327

983.2912

1225.4540

1224.4648

1128.4479

1244.6105

[M+

H]+

[M+

H]+

-N

H3

y 10

y 9

b9

y 8

b8

y 7y 6

y 5y 4

b 3b 2

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m/z

N

M

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H

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b2

b3 y 1

0y 9

y 8y 7

y 6y 5

y 4y 1

XA

C3

97

2

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

1242.4802

898.3611

246.0685

218.0753

147.1011

345.1257

328.0742

785.2850

670.2803

533.2363

361.2171

623.2192752.2507

882.2540

997.4327

983.2912

1225.4540

1224.4648

1128.4479

1244.6105

[M+

H]+

[M+

H]+

-N

H3

y 10

y 9

b9

y 8

b8

y 7y 6

y 5y 4

b 3b 2

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m/z

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

1242.4802

898.3611

246.0685

218.0753

147.1011

345.1257

328.0742

785.2850

670.2803

533.2363

361.2171

623.2192752.2507

882.2540

997.4327

983.2912

1225.4540

1224.4648

1128.4479

1244.6105

[M+

H]+

[M+

H]+

-N

H3

y 10

y 9

b9

y 8

b8

y 7y 6

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m/z

m/z

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N

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I K

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b3 y 1

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y 6y 5

y 4y 1

Page 125: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

2

Figura 38: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

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menta

ção d

o p

eptíd

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o s

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817,1

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carg

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resp

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trib

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min

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dos

(MA

SC

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).

XA

C2

52

5

mass

200

400

600

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1000

1200

1400

1600

1800

%

0

100

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338.1278

169.0917

483.2384

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651.3311

838.3693

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1250.6527

1515.8093

1348.8882

1773.9884

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[M+

H]+

y 15

y 17

y 14

y 13y 1

2y 1

1

b9

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E

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A

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y 10

y 9

y 17

y 15

y 14y

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y 7

b3

b9

XA

C2

52

5

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

%

0

100

865.4919

338.1278

169.0917

483.2384

412.2165

697.4059

651.3311

838.3693

1347.7164

936.52281007.5623

1078.5742

1149.6406

1250.6527

1515.8093

1348.8882

1773.9884

1516.7938

[M+

H]+

y 15

y 17

y 14

y 13y 1

2y 1

1

b9

y 7

b 3-

H2O

AP

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m/z

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E

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A

A

A

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AP

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y 10

y 9

y 17

y 15

y 14y

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2y 1

1y 9

y 7

b3

b9

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

%

0

100

865.4919

338.1278

169.0917

483.2384

412.2165

697.4059

651.3311

838.3693

1347.7164

936.52281007.5623

1078.5742

1149.6406

1250.6527

1515.8093

1348.8882

1773.9884

1516.7938

[M+

H]+

y 15

y 17

y 14

y 13y 1

2y 1

1

b9

y 7

b 3-

H2O

AP

/ P

A

m/z

y 10

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

%

0

100

865.4919

338.1278

169.0917

483.2384

412.2165

697.4059

651.3311

838.3693

1347.7164

936.52281007.5623

1078.5742

1149.6406

1250.6527

1515.8093

1348.8882

1773.9884

1516.7938

[M+

H]+

y 15

y 17

y 14

y 13y 1

2y 1

1

b9

y 7

b 3-

H2O

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m/z

m/z

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E

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A

A

A

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y 10

y 9

y 17

y 15

y 14y

13y 1

2y 1

1y 9

y 7

b3

b9

E

E

P

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P

T

A

A

A

A

P

AP

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T

A

P

A

K

y 10

y 9

y 17

y 15

y 14y

13y 1

2y 1

1y 9

y 7

b3

b9

Page 126: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

3

Figura 39: M

S/M

S o

btid

o a

part

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resp

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min

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(MA

SC

OT

).

XA

C2

52

5

mass

200

400

600

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1000

1200

1400

1600

%

0

100

1353.5946

841.3978

157.0962

623.2943

511.1847

321.1622

770.3384

677.2470

954.4537

1335.6318

1085.4836

1354.6968

1620.6942

1482.6102[M

+H

]+-

NH

3

y 14

y 11

y 9y 1

0y 8

y 7b

2Q

PG

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3

y 3

m/z

y 10

y 11

G V

Q

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G

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L

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G

S

S

A

S S

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b2

y 3y 7

y 8y 9

y 14

XA

C2

52

5

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

%

0

100

1353.5946

841.3978

157.0962

623.2943

511.1847

321.1622

770.3384

677.2470

954.4537

1335.6318

1085.4836

1354.6968

1620.6942

1482.6102[M

+H

]+-

NH

3

y 14

y 11

y 9y 1

0y 8

y 7b

2Q

PG

NM

-NH

3

y 3

m/z

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

%

0

100

1353.5946

841.3978

157.0962

623.2943

511.1847

321.1622

770.3384

677.2470

954.4537

1335.6318

1085.4836

1354.6968

1620.6942

1482.6102[M

+H

]+-

NH

3

y 14

y 11

y 9y 1

0y 8

y 7b

2Q

PG

NM

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3

y 3

m/z

m/z

y 10

y 11

G V

Q

P

G

N M

L

A

F

G

S

S

A

S S

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b2

y 3y 7

y 8y 9

y 14

y 10

y 11

G V

Q

P

G

N M

L

A

F

G

S

S

A

S S

K

b2

y 3y 7

y 8y 9

y 14

G V

Q

P

G

N M

L

A

F

G

S

S

A

S S

K

b2

y 3y 7

y 8y 9

y 14

Page 127: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

4

Figura 40:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

a f

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menta

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eptíd

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(MA

SC

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C2

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mass

100

200

300

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500

600

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1000

1100

%

0

100

892.4407

175.0899

104.0486

664.3559

318.0946

203.0859

294.1763

436.2401

431.1862

403.2166

551.2538

486.2090

552.2652

777.4462

772.3359

807.3347

963.4713

964.5109

1093.5356

1074.6666

1111.5205

[M+

H]+

y 9

y 7

y 8

y 6

y 5y 4

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b3

y 2

b2

a2

M

m/z

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y 2

b3

b4

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C2

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100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

%

0

100

892.4407

175.0899

104.0486

664.3559

318.0946

203.0859

294.1763

436.2401

431.1862

403.2166

551.2538

486.2090

552.2652

777.4462

772.3359

807.3347

963.4713

964.5109

1093.5356

1074.6666

1111.5205

[M+

H]+

y 9

y 7

y 8

y 6

y 5y 4

b4

b3

y 2

b2

a2

M

m/z

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

%

0

100

892.4407

175.0899

104.0486

664.3559

318.0946

203.0859

294.1763

436.2401

431.1862

403.2166

551.2538

486.2090

552.2652

777.4462

772.3359

807.3347

963.4713

964.5109

1093.5356

1074.6666

1111.5205

[M+

H]+

y 9

y 7

y 8

y 6

y 5y 4

b4

b3

y 2

b2

a2

M

m/z

m/z

MA

D

L

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y 7y 6

y 5y 4

y 2

b3

b4

b2

MA

D

L

I

D

A

A F

K

y 8y 9

y 7y 6

y 5y 4

y 2

b3

b4

b2

Page 128: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

5

Figura 41: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo d

o s

inal m/z

969,1

5,

carg

a 2

+,

e a

resp

ect

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trib

uiç

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os

sinais

à s

eq

uênci

a d

e a

min

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dos

(MA

SC

OT

).

XA

C2

52

5

y 14

mass

200

400

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1000

1200

1400

%

0

100

1507.7104

104.0514

175.0863 203.0820

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318.1068

648.2857

577.2483

431.1846

544.2609

1279.6042

862.3801

747.3538

1137.5193

990.4525

1510.7706

y 13

y 12

y 11

y 9y 8

y 7

y 6y 5 b5

b4

b 3

b2

a 2

M

m/z

MA

D

L

I

D

A

A F

K

D

V

A

P

D

S

MK

y 14

y 13

y 12

y 11

y 9y 8

y 7y 6

y 5

b5

b4

b 3b

2

XA

C2

52

5

y 14

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

%

0

100

1507.7104

104.0514

175.0863 203.0820

1394.6273

318.1068

648.2857

577.2483

431.1846

544.2609

1279.6042

862.3801

747.3538

1137.5193

990.4525

1510.7706

y 13

y 12

y 11

y 9y 8

y 7

y 6y 5 b5

b4

b 3

b2

a 2

M

m/z

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

%

0

100

1507.7104

104.0514

175.0863 203.0820

1394.6273

318.1068

648.2857

577.2483

431.1846

544.2609

1279.6042

862.3801

747.3538

1137.5193

990.4525

1510.7706

y 13

y 12

y 11

y 9y 8

y 7

y 6y 5 b5

b4

b 3

b2

a 2

M

m/z

m/z

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D

L

I

D

A

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D

V

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y 12

y 11

y 9y 8

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b5

b4

b 3b

2

MA

D

L

I

D

A

A F

K

D

V

A

P

D

S

MK

y 14

y 13

y 12

y 11

y 9y 8

y 7y 6

y 5

b5

b4

b 3b

2

Page 129: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

6

Figura 42: M

S/M

S o

btid

o a

part

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a f

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o s

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30,6

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resp

ect

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min

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(MA

SC

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).

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52

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mass

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200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

788.3438

360.2188

213.1561

187.1462

110.0725

285.1350

630.2938

546.2658

427.2173

731.3287

632.0143

1259.6132

1048.4943

901.4279

832.4150

1045.5126

975.4857

1258.5925

1122.5165

1224.6373

1262.0139

[M+

H]+

y 9

y 8

y 7y 5

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AA

b3

IGN

b2

m/z

y 10

V

L

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G

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AA

D

N

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y 10

y 9y 8

y 7y 5

b3

b2

XA

C2

52

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mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

788.3438

360.2188

213.1561

187.1462

110.0725

285.1350

630.2938

546.2658

427.2173

731.3287

632.0143

1259.6132

1048.4943

901.4279

832.4150

1045.5126

975.4857

1258.5925

1122.5165

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1262.0139

[M+

H]+

y 9

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y 7y 5

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y 10

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400

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1000

1100

1200

%

0

100

788.3438

360.2188

213.1561

187.1462

110.0725

285.1350

630.2938

546.2658

427.2173

731.3287

632.0143

1259.6132

1048.4943

901.4279

832.4150

1045.5126

975.4857

1258.5925

1122.5165

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1262.0139

[M+

H]+

y 9

y 8

y 7y 5

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m/z

m/z

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L

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y 10

y 9y 8

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b3

b2

Page 130: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

7

Figura 43: M

S/M

S o

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).

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300

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%

0

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817.3206

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157.1227

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427.2100

498.2411

799.3138

709.3018

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1001.4119

983.4001

1296.5414

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1185.6984

m/z

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200

300

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500

600

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800

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1100

1200

1300

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0

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817.3206

314.1396

185.1116

157.1227

86.0886

243.1064

659.2818

588.2463

427.2100

498.2411

799.3138

709.3018

888.3476

1001.4119

983.4001

1296.5414

1112.4229

1185.6984

m/z

XA

C0

29

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L

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817.3206

314.1396

185.1116

157.1227

86.0886

243.1064

659.2818

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427.2100

498.2411

799.3138

709.3018

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1001.4119

983.4001

1296.5414

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1185.6984

m/z

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

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1000

1100

1200

1300

%

0

100

817.3206

314.1396

185.1116

157.1227

86.0886

243.1064

659.2818

588.2463

427.2100

498.2411

799.3138

709.3018

888.3476

1001.4119

983.4001

1296.5414

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1185.6984

m/z

m/z

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y 10

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a 2

Page 131: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

8

Figura 44:

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133.0412

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471.1760

453.0816

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713.0786

640.3358

979.4116

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H]+

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y 8y 9

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639.2704

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101.0697

133.0412

349.1927

312.1460

471.1760

453.0816

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713.0786

640.3358

979.4116

851.4147

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1107.4663

1223.5187

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29

2

Page 132: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

10

9

Figura 45: M

S/M

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227.0020

1211.0515

597.5356

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427.0473

740.0655

605.1316

682.9487

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y 7

y 6y 4

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0

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159.0364

130.0208

86.0645

294.0832

170.0015

227.0020

1211.0515

597.5356

345.0338

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740.0655

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682.9487

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817.0900

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1000

1100

1200

%

0

100

159.0364

130.0208

86.0645

294.0832

170.0015

227.0020

1211.0515

597.5356

345.0338

524.0562

409.0623

427.0473

740.0655

605.1316

682.9487

853.1239

741.0471

817.0900

1023.9286

885.9889

1177.0251

1166.1265[M

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]+

y 7

y 6y 4

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Ky 1-

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m/z

m/z

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L

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y 4y 3

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XA

C4

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7

Page 133: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

0

Figura 46: M

S/M

S o

btid

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part

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resp

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trib

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300

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1000

1100

1200

1300

%

0

100

640.0829

639.1379

608.1405

204.0624

72.0519

445.1263

332.0752

283.0063

401.0168

454.0398

565.0762

642.1378

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643.1011

1108.1385

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737.1252

644.1646

651.0725

808.1485

943.0671

1090.1121

1179.1422

1333.2184

m/z

VA

E

G

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A

E

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L

Q

G

K

y 11

y 10

y 9y 7

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y 11

y 10

y 9y 7

y 6

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y 3y 2

V

y 10

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XA

C4

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100

200

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1000

1100

1200

1300

%

0

100

640.0829

639.1379

608.1405

204.0624

72.0519

445.1263

332.0752

283.0063

401.0168

454.0398

565.0762

642.1378

1280.2235

643.1011

1108.1385

979.1671

737.1252

644.1646

651.0725

808.1485

943.0671

1090.1121

1179.1422

1333.2184

m/z

VA

E

G

N

A

E

Y

L

Q

G

K

y 11

y 10

y 9y 7

y 6y 5

y 4y 3

y 2

XA

C4

00

7

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

640.0829

639.1379

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204.0624

72.0519

445.1263

332.0752

283.0063

401.0168

454.0398

565.0762

642.1378

1280.2235

643.1011

1108.1385

979.1671

737.1252

644.1646

651.0725

808.1485

943.0671

1090.1121

1179.1422

1333.2184

m/z

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

640.0829

639.1379

608.1405

204.0624

72.0519

445.1263

332.0752

283.0063

401.0168

454.0398

565.0762

642.1378

1280.2235

643.1011

1108.1385

979.1671

737.1252

644.1646

651.0725

808.1485

943.0671

1090.1121

1179.1422

1333.2184

m/z

m/z

VA

E

G

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y 10

y 9y 7

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y 10

y 9y 7

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y 5y 4

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V

y 10

-N

H3

y 11

y 10

y 9y 7

y 6

y 5y 4

y 3y 2

V

y 10

-N

H3

Page 134: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

1

Figura 47: M

S/M

S o

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part

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o p

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300

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0

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1034.3912

m/z

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H]+

y 9

y 8

y 7y 6

y 5

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b2

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200

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755.3630

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339.1484

357.1634426.1573

626.3328

590.7119

737.3270

793.4901

1198.5286

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843.4198

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1100

1200

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0

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842.3725

244.0816

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226.0621

217.0708

755.3630

555.2742

339.1484

357.1634426.1573

626.3328

590.7119

737.3270

793.4901

1198.5286

955.4348

843.4198

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1162.5371

1034.3912

m/z

m/z

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b2

b3

b4

Page 135: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

2

Figura 48: M

S/M

S o

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175.1043

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886.3883

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999.4537

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1460.7046

m/z

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H]+

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200

300

400

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91.1169

269.0599

688.3658

400.1546

617.3230

513.2423

886.3883

868.3555

1017.4869

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1130.5886

1416.5819

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100

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91.1169

269.0599

688.3658

400.1546

617.3230

513.2423

886.3883

868.3555

1017.4869

999.4537

1130.5886

1416.5819

1245.5708

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m/z

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y 1y 5

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y 10

y 11

Page 136: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

3

Figura 49:

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645.3500

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129.1042

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147.1148

307.2151

462.3203

581.3293

965.4851

941.5021

749.4271

828.4429

1064.5552

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1175.7616

y 10

y 9y 8

b8

b 7y 7

y 5

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KK

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645.3500

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129.1042

349.2209

147.1148

307.2151

462.3203

581.3293

965.4851

941.5021

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y 9y 8

b8

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100

200

300

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0

100

1161.6108

645.3500

84.0836

129.1042

349.2209

147.1148

307.2151

462.3203

581.3293

965.4851

941.5021

749.4271

828.4429

1064.5552

1162.6143

1175.7616

y 10

y 9y 8

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y 10

y 9y 8

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b7

b8

m/z

Page 137: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

4

Figura 50: M

S/M

S o

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400

600

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2000

2200

2400

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0

100

1981.0626

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1041.0955

1880.0188

2080.0955

2365.2883

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y 21

y 20

y 19

y 18

y 17

y 16

[M+

H]+

y 14

b7

-N

H3

b6

-N

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y 20

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b 6a 3

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400

600

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1600

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2000

2200

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0

100

1981.0626

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1880.0188

2080.0955

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2081.2446

y 21

y 20

y 19

y 18

y 17

y 16

[M+

H]+

y 14

b7

-N

H3

b6

-N

H3

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CO

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200

400

600

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1600

1800

2000

2200

2400

%

0

100

1981.0626

1766.9301

1665.8906

286.1465

86.0911

258.1490

385.2148

581.3231

682.3884

1608.8632

1438.7834

834.5124

1041.0955

1880.0188

2080.0955

2365.2883

2081.2446

y 21

y 20

y 19

y 18

y 17

y 16

[M+

H]+

y 14

b7

-N

H3

b6

-N

H3

I V

T-

CO

I / L a3

XA

C0

68

2

N G

I V

TL

T

G

A

V

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Q

A

E

H

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K

A

V A

V A

K

y 21

y 20

y 19

y 18

y 17

y 16

y 14

b7

b 6a 3

m/z

XA

C0

68

2

N G

I V

TL

T

G

A

V

A

T

Q

A

E

H

D

K

A

V A

V A

K

y 21

y 20

y 19

y 18

y 17

y 16

y 14

b7

b 6a 3 N G

I V

TL

T

G

A

V

A

T

Q

A

E

H

D

K

A

V A

V A

K

y 21

y 20

y 19

y 18

y 17

y 16

y 14

b7

b 6a 3

m/z

m/z

Page 138: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

5

Figura 51:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo d

o s

inal m/z

607,1

8,

carg

a 2

+,

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resp

ect

iva a

trib

uiç

ão d

os

sinais

à s

eq

uênci

a d

e a

min

oáci

dos

(MA

SC

OT

).

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

173.0787

86.0814

128.0708

354.9800

317.1320

229.0480

245.0072

801.2298

358.0547

757.2746

645.1672

457.1180529.2281

609.1503

964.2264

856.2968

857.3712

1214.3029

985.3256

1109.3491

1215.3779

XA

C3

72

5

m/z

y 8y 7

y 5

y 3b

2

I/

L

ID

Q

V

V

E

V

L

G

IK

y 8y 7

y 5y 3

b2

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

%

0

100

173.0787

86.0814

128.0708

354.9800

317.1320

229.0480

245.0072

801.2298

358.0547

757.2746

645.1672

457.1180529.2281

609.1503

964.2264

856.2968

857.3712

1214.3029

985.3256

1109.3491

1215.3779

XA

C3

72

5

m/z

m/z

y 8y 7

y 5

y 3b

2

I/

L

ID

Q

V

V

E

V

L

G

IK

y 8y 7

y 5y 3

b2 ID

Q

V

V

E

V

L

G

IK

y 8y 7

y 5y 3

b2

Page 139: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

6

Figura 52:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

eo d

o s

inal m/z

676,6

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carg

a 2

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resp

ect

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(MA

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A

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y 9y 7

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y 3

mass

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200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

676.1987

232.9973

205.0073

127.0546

520.1090

464.9813

373.0279

369.1519

619.1619

612.9821

607.0477

910.0402

677.1933789.2081 898.1862

1120.2084

1050.1957

1303.0013

1130.99011207.1794

y 5

y 4

ME

-C

O

y 3-

H2O

b7

y 7y 9

y 10

m/z

XA

C3

72

5C

A

A

M

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b7

y 10

y 9y 7

y 5y 4

y 3

C

A

A

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V

E

E

S

R

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y 10

y 9y 7

y 5y 4

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mass

100

200

300

400

500

600

700

800

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1000

1100

1200

1300

%

0

100

676.1987

232.9973

205.0073

127.0546

520.1090

464.9813

373.0279

369.1519

619.1619

612.9821

607.0477

910.0402

677.1933789.2081 898.1862

1120.2084

1050.1957

1303.0013

1130.99011207.1794

y 5

y 4

ME

-C

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H2O

b7

y 7y 9

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m/z

XA

C3

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mass

100

200

300

400

500

600

700

800

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1000

1100

1200

1300

%

0

100

676.1987

232.9973

205.0073

127.0546

520.1090

464.9813

373.0279

369.1519

619.1619

612.9821

607.0477

910.0402

677.1933789.2081 898.1862

1120.2084

1050.1957

1303.0013

1130.99011207.1794

y 5

y 4

ME

-C

O

y 3-

H2O

b7

y 7y 9

y 10

m/z

m/z

XA

C3

72

5

Page 140: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

7

Figura 53: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

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menta

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o s

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resp

ect

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trib

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os

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uênci

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min

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(MA

SC

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).

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C3

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mass

100

200

300

400

500

600

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900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

201.0702

183.0632

86.0758

138.0602

428.1503

229.0562

371.1420

245.0186

349.1326

628.1796

499.1537

586.1177

741.2192

1326.2942

1098.3268

997.3875

855.3752

742.2770

973.1121

1096.3251

1255.2473

1173.0922

1331.2799

m/z

[M+

H]+

y 10

y 7

y 5

b 5

y 6y 4

y 3b

2I

EA

-H2OEA

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I

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b5

b3

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mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

201.0702

183.0632

86.0758

138.0602

428.1503

229.0562

371.1420

245.0186

349.1326

628.1796

499.1537

586.1177

741.2192

1326.2942

1098.3268

997.3875

855.3752

742.2770

973.1121

1096.3251

1255.2473

1173.0922

1331.2799

m/z

[M+

H]+

y 10

y 7

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b 5

y 6y 4

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2I

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-H2OEA

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100

200

300

400

500

600

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800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

201.0702

183.0632

86.0758

138.0602

428.1503

229.0562

371.1420

245.0186

349.1326

628.1796

499.1537

586.1177

741.2192

1326.2942

1098.3268

997.3875

855.3752

742.2770

973.1121

1096.3251

1255.2473

1173.0922

1331.2799

m/z

m/z

[M+

H]+

y 10

y 7

y 5

b 5

y 6y 4

y 3b

2I

EA

-H2OEA

E

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A

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y 3y 4

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b5

b3

Page 141: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

8

Figura 54: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

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o p

eptíd

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os

sinais

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min

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dos

(MA

SC

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).

mass

100

200

300

400

500

600

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1200

1300

1400

1500

%

0

100

786.4094

412.2204

384.2204

200.0921

157.0874

254.1239

483.2276

598.2551

711.3334

693.3476

1496.6969

1085.4747

1014.4852

823.5077 1001.4495

1495.7758

1195.6063

1421.5640

1313.5575

1497.5876

1498.7852

y 8

XA

C1

76

1V

G

A

A

L

A

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G

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I A

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y 10

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y 11

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m/z

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100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

%

0

100

786.4094

412.2204

384.2204

200.0921

157.0874

254.1239

483.2276

598.2551

711.3334

693.3476

1496.6969

1085.4747

1014.4852

823.5077 1001.4495

1495.7758

1195.6063

1421.5640

1313.5575

1497.5876

1498.7852

y 8

XA

C1

76

1V

G

A

A

L

A

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G

L

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I A

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y 11

y 10

y 8

b8

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H]+

b 7b 6

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y 11

y 10

AL

-C

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a 3a

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m/z

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XA

C1

76

1V

G

A

A

L

A

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I P

G

L

T

I A

S

K

y 11

y 10

y 8

b8

b7

b 6b 5

b 3

V

G

A

A

LA

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P

G

L T

I

A

S

K

y 11

y 10

y 8

b8

b7

b 6b 5

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[M+

H]+

b 7b 6

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y 11

y 10

AL

-C

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a 3a

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H2O

m/z

[M+

H]+

b 7b 6

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b8

y 11

y 10

AL

-C

O

a 3a

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H2O

m/z

m/z

Page 142: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

11

9

Figura 55: M

S/M

S o

btid

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SC

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400

500

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1200

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%

0

100

644.2797

557.2477

313.0798

476.1432

387.1584

431.1405

743.3234

671.3283

1336.5314

906.3620

859.3173

780.3050

1271.4927

987.3739

1121.4342

1236.5101

1338.5817

y 10

y 11

y 8

y 7

y 6

y 5y 3

m/z

XA

C1

76

1V

D

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mass

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700

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1000

1100

1200

1300

%

0

100

644.2797

557.2477

313.0798

476.1432

387.1584

431.1405

743.3234

671.3283

1336.5314

906.3620

859.3173

780.3050

1271.4927

987.3739

1121.4342

1236.5101

1338.5817

y 10

y 11

y 8

y 7

y 6

y 5y 3

m/z

mass

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

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0

100

644.2797

557.2477

313.0798

476.1432

387.1584

431.1405

743.3234

671.3283

1336.5314

906.3620

859.3173

780.3050

1271.4927

987.3739

1121.4342

1236.5101

1338.5817

y 10

y 11

y 8

y 7

y 6

y 5y 3

m/z

m/z

XA

C1

76

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D

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y 10

y 8y 7

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y 3

V

D

A

G

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Y

V

S

A

V

D

P

R

y 11

y 10

y 8y 7

y 6y 5

y 3

Page 143: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

0

Figura 56: M

S/M

S o

btid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

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o s

inal m/z

776,4

4,

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a 2

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resp

ect

iva a

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min

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(MA

SC

OT

).

XA

C1

76

1

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

881.5027

252.1064

141.0886 173.0696

483.1976

270.1136

465.1877

382.1735

511.1877

682.3879

529.1933

682.8961 777.3339

952.5345

1023.5515

1094.5645

1101.6477

1243.7708

m/z

y 11 y 1

2

y 10

b 7

b 6-

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PA

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AA

PV

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y 11

y 10

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b 6b 7

XA

C1

76

1

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

881.5027

252.1064

141.0886 173.0696

483.1976

270.1136

465.1877

382.1735

511.1877

682.3879

529.1933

682.8961 777.3339

952.5345

1023.5515

1094.5645

1101.6477

1243.7708

m/z

y 11 y 1

2

y 10

b 7

b 6-

H2O

PA

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COP

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-H

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PA

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PV

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100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

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1300

%

0

100

881.5027

252.1064

141.0886 173.0696

483.1976

270.1136

465.1877

382.1735

511.1877

682.3879

529.1933

682.8961 777.3339

952.5345

1023.5515

1094.5645

1101.6477

1243.7708

m/z

mass

100

200

300

400

500

600

700

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1200

1300

%

0

100

881.5027

252.1064

141.0886 173.0696

483.1976

270.1136

465.1877

382.1735

511.1877

682.3879

529.1933

682.8961 777.3339

952.5345

1023.5515

1094.5645

1101.6477

1243.7708

m/z

m/z

y 11 y 1

2

y 10

b 7

b 6-

H2O

PA

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b 6b 7

G

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A

A

P

V

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I

A

A

L

K

y 12

y 11

y 10

y 9

b 6b 7

Page 144: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

1

Figura 57:

MS

/MS

obtid

o a

part

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rag

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o p

eptíd

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100

200

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1400

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%

0

100

258.0112

143.0276

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284.0224

541.1028

679.0647

678.0490

1025.1544

879.1092

939.1419

1139.1635

1081.2778

1565.1887

1445.2008

1231.07571282.2389

[M+

H]+

b 2

b3

a5

b6

y 8

b5

y 7y 6

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XA

C1

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200

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0

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258.0112

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780.0607

428.0446

400.0522

284.0224

541.1028

679.0647

678.0490

1025.1544

879.1092

939.1419

1139.1635

1081.2778

1565.1887

1445.2008

1231.07571282.2389

[M+

H]+

b 2

b3

a5

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y 8

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m/z

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100

200

300

400

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800

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1000

1100

1200

1300

1400

1500

%

0

100

258.0112

143.0276

780.0607

428.0446

400.0522

284.0224

541.1028

679.0647

678.0490

1025.1544

879.1092

939.1419

1139.1635

1081.2778

1565.1887

1445.2008

1231.07571282.2389

[M+

H]+

b 2

b3

a5

b6

y 8

b5

y 7y 6

m/z

m/z

XA

C1

47

6A

A

D

A

V

L

F

V

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P

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Y

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y 8y 7

y 6

b2

b3

b5

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A

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L

F V

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y 8y 7

y 6

b2

b3

b5

b6

Page 145: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

2

Figura 58:

MS

/MS

obtid

o a

part

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a f

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menta

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o p

eptíd

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o s

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resp

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1400

1600

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262.0497

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258.0444

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633.0582

462.0557

286.0311

377.0342

562.0593

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732.1011

841.0987

733.0514

842.1219

1187.0145

1392.0828

1245.1338

1265.0531

1683.1488

1393.0464

1676.1936

1463.0931

m/z

[M+

H]+

y 13

y 12

y 11

y 7

y 6

y 5

y 3b

3

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Fa

5D

G

LF

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D

D

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y 13

y 12

y 11

y 7y 6

y 5y 3

y 2

b3

b5

XA

C1

47

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mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

%

0

100

262.0497

86.0610

120.0341

258.0444

1245.0664

633.0582

462.0557

286.0311

377.0342

562.0593

1188.0176

732.1011

841.0987

733.0514

842.1219

1187.0145

1392.0828

1245.1338

1265.0531

1683.1488

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1676.1936

1463.0931

m/z

[M+

H]+

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y 12

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y 7

y 6

y 5

y 3b

3

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Fa

5

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200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

%

0

100

262.0497

86.0610

120.0341

258.0444

1245.0664

633.0582

462.0557

286.0311

377.0342

562.0593

1188.0176

732.1011

841.0987

733.0514

842.1219

1187.0145

1392.0828

1245.1338

1265.0531

1683.1488

1393.0464

1676.1936

1463.0931

m/z

m/z

[M+

H]+

y 13

y 12

y 11

y 7

y 6

y 5

y 3b

3

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Fa

5D

G

LF

G P

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D

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A

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b3

b5

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G

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G P

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D

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V

A

N

A

D

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R

y 13

y 12

y 11

y 7y 6

y 5y 3

y 2

b3

b5

Page 146: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

3

Figura 59:

MS

/MS

obtid

o a

part

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1100

1200

1300

%

0

100

670.1786

442.1263

86.0691

343.1006

272.0866

129.0626

555.1561

628.1806

685.1675

1342.3850

784.2455

1342.1771

897.2716

815.1829

1338.4037

1053.4083

911.2748

1154.3097

y 12

y 11

y 9y 8

y 7

y 6b

6

b5

b4

I/

L VG

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m/z

XA

C0

58

7I

A

T

G

V

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A

L

A

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y 12

y 11

y 9y 8

y 7y 6

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b4

b5

b6

mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

670.1786

442.1263

86.0691

343.1006

272.0866

129.0626

555.1561

628.1806

685.1675

1342.3850

784.2455

1342.1771

897.2716

815.1829

1338.4037

1053.4083

911.2748

1154.3097

y 12

y 11

y 9y 8

y 7

y 6b

6

b5

b4

I/

L VG

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Oy 2

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mass

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

%

0

100

670.1786

442.1263

86.0691

343.1006

272.0866

129.0626

555.1561

628.1806

685.1675

1342.3850

784.2455

1342.1771

897.2716

815.1829

1338.4037

1053.4083

911.2748

1154.3097

y 12

y 11

y 9y 8

y 7

y 6b

6

b5

b4

I/

L VG

-C

Oy 2

m/z

m/z

XA

C0

58

7I

A

T

G

V

IV

GT

A

L

A

P

R

y 12

y 11

y 9y 8

y 7y 6

y 2

b4

b5

b6

XA

C0

58

7I

A

T

G

V

IV

GT

A

L

A

P

R

y 12

y 11

y 9y 8

y 7y 6

y 2

b4

b5

b6

IA

T

G

V

I

V G

T

A

LA

P

R

y 12

y 11

y 9y 8

y 7y 6

y 2

b4

b5

b6

Page 147: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

4

Figura 60:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

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o s

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537,0

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min

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(MA

SC

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mass

400

450

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600

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900

950

1000

1050

%

0

100

456.1698

438.1693

555.2106

460.9449 537.1255

685.3184

626.2220

589.1743

684.2281

682.2067

714.0881

1054.2107

797.2357

780.8958

978.5933

937.0898

913.3245

850.1331

1053.2401

1003.0601

y 8y 6

y 5y 4

b5

GA

VIP

V

y 8 -N

H3

m/z

XA

C2

31

9C

D

N

G

A

V

I

P

VK

y 8y 6

y 5y 4

b5

mass

400

450

500

550

600

650

700

750

800

850

900

950

1000

1050

%

0

100

456.1698

438.1693

555.2106

460.9449 537.1255

685.3184

626.2220

589.1743

684.2281

682.2067

714.0881

1054.2107

797.2357

780.8958

978.5933

937.0898

913.3245

850.1331

1053.2401

1003.0601

y 8y 6

y 5y 4

b5

GA

VIP

V

y 8 -N

H3

m/z

mass

400

450

500

550

600

650

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750

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850

900

950

1000

1050

%

0

100

456.1698

438.1693

555.2106

460.9449 537.1255

685.3184

626.2220

589.1743

684.2281

682.2067

714.0881

1054.2107

797.2357

780.8958

978.5933

937.0898

913.3245

850.1331

1053.2401

1003.0601

y 8y 6

y 5y 4

b5

GA

VIP

V

y 8 -N

H3

m/z

m/z

XA

C2

31

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D

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y 8y 6

y 5y 4

b5

C

D

N

G

A

V

I P

V

K

y 8y 6

y 5y 4

b5

Page 148: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

5

Figura 61:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

a f

rag

menta

ção d

o p

eptíd

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o s

inal m/z

906,1

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a 3

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).

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C2

31

9

mass

200

400

600

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1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

%

0

100

120.0426

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338.0421

666.0809

582.1406

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810.1890

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1186.2358

1946.3578

1613.4042

1361.3073

1903.5520

2196.3730

2717.4207

2324.35992411.4661

m/z

[M+

H]+

y 21

y 20

y 19

y 14

y 12

y 11

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H2O

b 6-

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A

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y 20

y 19

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b6

b7

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31

9

mass

200

400

600

800

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1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

%

0

100

120.0426

503.0678

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338.0421

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582.1406

2033.3654

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810.1890

1344.2664

1186.2358

1946.3578

1613.4042

1361.3073

1903.5520

2196.3730

2717.4207

2324.35992411.4661

m/z

[M+

H]+

y 21

y 20

y 19

y 14

y 12

y 11

y 8

F

b 7-

H2O

b 6-

H2O

YE

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200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

%

0

100

120.0426

503.0678

485.0659

136.0313

338.0421

666.0809

582.1406

2033.3654

1023.2295

810.1890

1344.2664

1186.2358

1946.3578

1613.4042

1361.3073

1903.5520

2196.3730

2717.4207

2324.35992411.4661

m/z

mass

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

2200

2400

2600

%

0

100

120.0426

503.0678

485.0659

136.0313

338.0421

666.0809

582.1406

2033.3654

1023.2295

810.1890

1344.2664

1186.2358

1946.3578

1613.4042

1361.3073

1903.5520

2196.3730

2717.4207

2324.35992411.4661

m/z

m/z

[M+

H]+

y 21

y 20

y 19

y 14

y 12

y 11

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H2O

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H2O

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AH

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A

A

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y 21

y 20

y 19

y 14

y 12

y 11

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b6

b7

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FS

G

A

YS

L

N

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L

FG

T

Y

A

A

A

EA

HA

GV

VK

y 21

y 20

y 19

y 14

y 12

y 11

y 8

b6

b7

Page 149: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

6

Figura 62:

MS

/MS

obtid

o a

part

ir d

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ção d

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eptíd

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300

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1200

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%

0

100

1004.5298

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687.4119

415.1994

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986.5223

1103.6133

1272.6586

1253.6628

1295.1914

[M+

H]+

-N

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49

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100

200

300

400

500

600

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1200

1300

%

0

100

1004.5298

258.1601

241.1354

159.0931

286.1548

875.4913

687.4119

415.1994

630.3914

543.3589

788.4610

986.5223

1103.6133

1272.6586

1253.6628

1295.1914

[M+

H]+

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200

300

400

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1100

1200

1300

%

0

100

1004.5298

258.1601

241.1354

159.0931

286.1548

875.4913

687.4119

415.1994

630.3914

543.3589

788.4610

986.5223

1103.6133

1272.6586

1253.6628

1295.1914

[M+

H]+

-N

H3

y 10

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y 9

y 8

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300

400

500

600

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1100

1200

1300

%

0

100

1004.5298

258.1601

241.1354

159.0931

286.1548

875.4913

687.4119

415.1994

630.3914

543.3589

788.4610

986.5223

1103.6133

1272.6586

1253.6628

1295.1914

[M+

H]+

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400

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800

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1000

1100

1200

1300

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0

100

1004.5298

258.1601

241.1354

159.0931

286.1548

875.4913

687.4119

415.1994

630.3914

543.3589

788.4610

986.5223

1103.6133

1272.6586

1253.6628

1295.1914

[M+

H]+

-N

H3

y 10

-H

2O

y 9

y 8

y 7

y 6y 5

b3

b2

a2

W

m/z

m/z

Page 150: Análise de chaperonas hipotéticas da Xanthomonas ... · Secretório do Tipo III, Sistema Secretório do Tipo IV, espectrometria de massas, proteômica. A expressão protéica da

12

7

Figura 63: M

S/M

S o

btid

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trib

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uênci

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min

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dos

(MA

SC

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).

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200

400

600

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100

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1186.6298

517.3067

415.1990

591.2878

754.4600

1087.4948

899.4677

1771.9000

1602.8403

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m/z

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400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

%

0

100

1503.7761

258.1588

159.0905

288.2047

1374.7380

1186.6298

517.3067

415.1990

591.2878

754.4600

1087.4948

899.4677

1771.9000

1602.8403

1770.8312

1788.9448

1846.8125

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A L

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[M+

H]+

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W

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b 2b 3

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m/z

m/z