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Análise de Balanço de Hospitais Filantrópicos Uma Abordagem do Modelo Dinâmico Flávia Furtado Pessoa de Mendonça Graduanda em Controladoria e Finanças pela UFMG Narrayra Granier Cunha Pós-graduada em Gestão Estratégica em Finanças pela UFMG Antônio Artur de Souza Professor Associado II da UFMG Resumo Os Hospitais Filantrópicos são hospitais sem fins lucrativos, com devida certificação. A obtenção de recursos financeiros de hospitais filantrópicos advém, principalmente, do atendimento ao SUS, correspondendo cerca de 60% de toda a sua receita. Entretanto, o repasse dos recursos financeiros não são realizados em tempo hábil e nem mesmo em valor atualizado, prejudicando a saúde financeira dos hospitais. Surge, então, um cenário de escassez de recursos financeiros nas organizações hospitalares, no qual o hospital necessita da continuidade e da qualidade de seus serviços. A ineficiência da gestão financeira dos hospitais e o acúmulo de dívidas gera um problema histórico entre as organizações, surgindo a necessidade de uma administração financeira eficiente, capaz de atingir um padrão gerencial de qualidade. Essa pesquisa visa contribuir com a análise dos Hospitais Filantrópicos por meio do Modelo Dinâmico. O Modelo de Fleuriet proporcionou maior fonte de dados para a análise econômico-financeira por meio dos indicadores ILD, CDG, NCG e T. A pesquisa aponta que no período de 2006 a 2011 poucos hospitais apresentaram eficiência operacional, isto é, custos dos serviços menores que a receita líquida, o que dificulta a administração financeira. Cerca de 62% dos hospitais operaram com o saldo de caixa negativo em mais da metade do período analisado. Palavras-Chave: Modelo Dinâmico, Hospital Filantrópico e Gestão Financeira.

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Análise de Balanço de Hospitais Filantrópicos – Uma Abordagem do Modelo Dinâmico

Flávia Furtado Pessoa de Mendonça

Graduanda em Controladoria e Finanças pela UFMG

Narrayra Granier Cunha

Pós-graduada em Gestão Estratégica em Finanças pela UFMG

Antônio Artur de Souza

Professor Associado II da UFMG

Resumo

Os Hospitais Filantrópicos são hospitais sem fins lucrativos, com devida certificação.

A obtenção de recursos financeiros de hospitais filantrópicos advém, principalmente, do

atendimento ao SUS, correspondendo cerca de 60% de toda a sua receita. Entretanto, o

repasse dos recursos financeiros não são realizados em tempo hábil e nem mesmo em valor

atualizado, prejudicando a saúde financeira dos hospitais. Surge, então, um cenário de

escassez de recursos financeiros nas organizações hospitalares, no qual o hospital necessita da

continuidade e da qualidade de seus serviços. A ineficiência da gestão financeira dos hospitais

e o acúmulo de dívidas gera um problema histórico entre as organizações, surgindo a

necessidade de uma administração financeira eficiente, capaz de atingir um padrão gerencial

de qualidade. Essa pesquisa visa contribuir com a análise dos Hospitais Filantrópicos por

meio do Modelo Dinâmico. O Modelo de Fleuriet proporcionou maior fonte de dados para a

análise econômico-financeira por meio dos indicadores ILD, CDG, NCG e T. A pesquisa

aponta que no período de 2006 a 2011 poucos hospitais apresentaram eficiência operacional,

isto é, custos dos serviços menores que a receita líquida, o que dificulta a administração

financeira. Cerca de 62% dos hospitais operaram com o saldo de caixa negativo em mais da

metade do período analisado.

Palavras-Chave: Modelo Dinâmico, Hospital Filantrópico e Gestão Financeira.

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1. Introdução

A necessidade de se obter uma saúde financeira estável não é apenas um requisito para

empresas com fins lucrativos, mas também para empresas filantrópicas que devem se manter

em funcionamento, seja por meio de doações ou por empréstimos. Com o setor hospitalar

filantrópico ocorre a mesma preocupação de se manter em um equilíbrio financeiro. Esse

setor passou por uma reformulação de atividades, e as organizações hospitalares passaram a

ser vistas como “empresas de saúde”, buscando a eficiência e a qualidade nos serviços

prestados (GUERRA, 2011).

De maneira geral, o setor hospitalar tem passado por modificações na sua

administração e buscado a prática de uma gerência eficiente e flexível diante das mudanças do

mercado. Os hospitais filantrópicos perceberam a necessidade de uma nova gestão, mas não

para visar o retorno dos recursos investidos e sim para garantir a continuidade aos serviços

prestados, com qualidade. Entretanto, a complexidade do ambiente econômico em que as

organizações hospitalares estão inseridas se torna uma limitação para corretas tomadas de

decisão gerenciais (SOUZA et al. 2009).

Nesse contexto, visando a continuidade dos serviços e sua qualidade em meio à

escassez de recursos financeiros, este artigo apresenta como objetivo analisar o desempenho

econômico-financeiro de hospitais filantrópicos do país. Ressalta-se aqui, a importância da

avaliação e o monitoramento da situação econômico-financeira dessas organizações, uma vez

que se trata de um setor essencial para a manutenção da saúde pública. Para que haja de fato

um acompanhamento da saúde financeira dessas organizações, faz-se necessário a obtenção

de informações contábeis relevantes que auxiliem de fato na averiguação histórica das

organizações, de forma a facilitar futuras tomadas de decisão.

No intuito de analisar a situação econômico-financeira das organizações, faz-se

importante o uso de indicadores contábeis, tornando-se possível diagnosticar problemas

futuros da empresa (MATARAZZO, 2003). A questão da liquidez é um assunto preocupante

para a administração das organizações, que está associada ao risco e à rentabilidade do

negócio. Um dos temas associados à análise da liquidez é o capital de giro, sendo que sua

gestão inadequada pode levar a organização ao estágio de insolvência (FRANCISCO et al.

2012).

Dessa forma, análises de índices financeiros permitem uma verificação histórica do

hospital, além de possibilitar a comparação entre organizações hospitalares

(BITTENCOURT; KLIEMANN NETO, 1999). Nota-se a necessidade de compreender a

situação econômico-financeira das organizações hospitalares filantrópicas, a fim de se buscar

a eficiência dos processos e a qualidade da prestação de serviços de saúde. Assim, para que o

objetivo da pesquisa fosse atingido, buscou-se utilizar análises de indicadores financeiros,

abordando essencialmente o Modelo Dinâmico.

2. Revisão de Literatura

2.1 Hospitais Filantrópicos

Organizações hospitalares são definidas como sendo “parte integrante de uma

organização médica e social cuja função básica consiste em proporcionar à população

assistência médica-sanitária completa, tanto curativa como preventiva” (BRASIL, 1977, p.9).

Essas organizações têm como função oferecer serviços de atendimento médico acessíveis a

toda sociedade, sejam eles preventivos ou curativos, além do atendimento domiciliar. Como

exemplos de serviços preventivos, citam-se a prestação de serviços educacionais, organização

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de cursos e palestras, serviços de pré-natal e de vacinação. Serviços curativos estão

relacionados ao tratamento de doenças e enfermidades, assistências emergenciais e

acompanhamento durante o tratamento médico (BARATA, 2007). Além disso, alguns

hospitais também se apresentam como centro de pesquisas em saúde, exercendo funções de

ensino e incentivo à pesquisas e desenvolvimento (BARATA; MENDES; BITTAR, 2010).

Consideram-se como alguns critérios de classificações de organizações hospitalares o

número de leitos, a natureza jurídica e a finalidade (BEZERRA, 2002). O número de leitos

define a capacidade de lotação do hospital e, de acordo com esse número, eles são

classificados como sendo de pequeno, médio ou grande porte e, ainda, de capacidade extra,

quando disponível acima de 500 leitos (BARATA, 2007). Em relação à sua natureza jurídica,

os hospitais são classificados em direito público e direito privado. Hospitais de direito público

são de responsabilidade dos Governos, cabendo a eles a prestação dos serviços de saúde. Já os

hospitais de direito privado são definidos como sendo aqueles que “integram o patrimônio de

uma pessoa natural ou jurídica de direito privado, não instituída pelo Poder Público”, segundo

o Ministério da Saúde (BRASIL, 1977, p.11).

Os hospitais de direito privado são classificados ainda de acordo com a sua finalidade,

sendo hospitais com fins lucrativos e sem fins lucrativos. O primeiro refere-se a uma

organização hospitalar que tem como objetivo a obtenção de lucro. A recuperação do capital

investido é obtida por meio do atendimento a pacientes da rede particular e de planos de

saúde. Esses hospitais também podem destinar parte de seus serviços ao atendimento ao

Sistema Único de Saúde – SUS (BARATA, 2007).

Já hospitais sem fins lucrativos, também denominados filantrópicos, são "hospitais

particulares que pertencem a uma entidade não lucrativa, reconhecida como Utilidade Pública

Federal, Estadual ou Municipal”, com devida certificação (CHERUMBIN; SANTOS apud

MARRACINI, 2002, p.8). Brígida (2012) complementa que as instituições filantrópicas

necessitam de compreender e cumprir os requisitos impostos por lei, de modo que nenhum

dos membros de conselho e da administração possam se beneficiar com o capital investido no

hospital. Dessa maneira, toda a receita do hospital filantrópico deve ser aplicada

integralmente na sua atividade fim.

Para que o hospital seja reconhecido como filantrópico é necessário ter a Certificação

de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS), concedido pelo Conselho Nacional de

Assistência Social (CNAS), garantindo a obtenção de isenções fiscais e tributárias. A

certificação de filantropia é concedida mediante o cumprimento de alguns requisitos, dentre

eles:

i.Ofertar a prestação de todos os seus serviços num percentual mínimo de 60%; e

ii.Aplicar anualmente, em gratuidade, pelo menos 20 % da receita bruta proveniente

da venda de serviços, acrescida da receita decorrente de aplicações financeiras, de

locação de bens, de venda de bens não integrantes do ativo imobilizado e de doações

particulares, cujo montante nunca será inferior à isenção de contribuições sociais

usufruídas (BRASIL, 2009).

Para a renovação do certificado, os hospitais filantrópicos necessitam da comprovação

de documentações como, por exemplo, o registro nos conselhos nacionais e regionais e

constatação da aplicação de suas rendas em seus próprios serviços e instalações. Segundo o

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Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, existem no Brasil 2.600 hospitais

filantrópicos, representando cerca de 60% dos atendimentos do SUS (BRÍGIDA, 2012).

A obtenção de recursos financeiros de hospitais filantrópicos advém, principalmente,

do atendimento ao SUS, correspondendo cerca de 60% de toda a sua receita (LIMA et al.

2007). Essas organizações contam ainda com a venda de planos de saúde, atendimento de

convênios médicos, doações financeiras e/ou materiais, concedidas por terceiros e ainda

atendimentos particulares, mesmo que em pequeno número. Entretanto, o repasse dos

recursos financeiros não são realizados em tempo hábil e nem mesmo em valor atualizado,

prejudicando a saúde financeira dos hospitais.

Dessa forma, surge um cenário de escassez de recursos financeiros nas organizações

hospitalares, no qual o hospital necessita da continuidade e da qualidade de seus serviços. A

ineficiência da gestão financeira dos hospitais e o acúmulo de dívidas geram um problema

histórico entre as organizações, surgindo a necessidade de uma administração financeira

eficiente, capaz de atingir um padrão gerencial de qualidade (SOUZA, 2013). Essa nova

gestão advém da contratação de profissionais capacitados, inserção de técnicas gerenciais que

auxiliem na gestão financeira dessas organizações, e mudança nas tomadas de decisão.

Segundo Bernet et al. apud Souza (2013, p.7) “para obtenção de eficiência financeira é

necessário adquirir informações que possibilitem o controle e a avaliação”.

2.2 A importância da avaliação econômico-financeira

Os principais meios de comunicação sobre as informações financeiras de uma entidade

se dão por meio das demonstrações contábeis. Gitman (2001) afirma que as demonstrações

financeiras possuem informações relevantes sobre os resultados operacionais e sobre a

posição financeira da empresa. Para Matarazzo (1998), as demonstrações contábeis fornecem

uma série de dados sobre a empresa e a análise dessas demonstrações, transforma os dados em

informação. Ainda segundo o autor, o diagnóstico de uma empresa começa, quase sempre,

com uma rigorosa análise de balanços. Com isso é possível identificar quais os pontos críticos

da empresa e, ainda, é possível apresentar um esboço das prioridades para a solução dos

problemas da companhia.

De acordo com Matarazzo (1998), as demonstrações contábeis são, geralmente,

incapazes de refletir o valor econômico de um empreendimento. Conhecer finanças auxilia os

contadores a reconhecer os tipos de informações mais valiosas e, mais genericamente, como

as informações contábeis serão realmente usadas e manipuladas na prática. A avaliação

econômico-financeira é assunto de interesse dos profissionais envolvidos na gestão das

empresas e também de investidores que precisam de suporte para escolher suas aplicações.

Cada grupo de indivíduos tem diferentes interesses nas demonstrações contábeis, por isso

cabe a eles fazerem a análise financeira mais adequada ao seu objetivo.

Apesar de as demonstrações contábeis não atenderem por completo as necessidades da

organização para efeito de avaliação as técnicas utilizadas baseiam-se, fundamentalmente, no

mesmo conjunto de informações econômico-financeiras: balanço patrimonial demonstração

de resultados líquidos e demonstração dos fluxos de caixa (ROSS et al. 2008). Para Ross et al.

(2008) uma maneira de evitar problemas de comparação entre empresas de diferentes

tamanhos, é calcular e comparar os índices financeiros. Esses índices sintetizam uma enorme

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quantidade de informação, e comparam o desempenho econômico-financeiro das empresas ao

longo do tempo.

Nas organizações hospitalares a avaliação financeira também se torna fonte de

informações de modo que elas são usadas para tomadas de decisões. A elaboração de

relatórios contábeis, além de se apresentar como obrigatório para entidades filantrópicas

também tem a função de orientar a administração em relação à eficiência do uso de seus

recursos e da sua prestação de serviços (MARTINS, 2005). A gestão hospitalar é uma

das organizações mais complexas por apresentar especificidades e dificuldades na

mensuração de seus resultados (DRUCKER apud CANAZARO 2007).

Há atualmente maior preocupação com a eficiência dos serviços de saúde prestados,

visto que isso auxilia na “implantação de projetos de acreditação hospitalar, contratação de

consultorias, gerenciamento por projetos, foco no cliente, e profissionalização da

administração” (BERNARDES et al. 2010, p.7). Para a administração de um hospital

filantrópico a eficiência dos serviços não diz respeito à obtenção de lucro, mas sim para a

continuidade dos serviços prestados, já que essas organizações se deparam com baixa

remuneração dos seus serviços.

Portanto, a avaliação financeira de organizações hospitalares filantrópicas se faz

importante, pois por meio dela, os administradores ampliam sua visão gerencial, construindo,

assim, estratégias que auxiliam na averiguação da eficiência dos serviços e otimização no uso

dos recursos financeiros disponíveis.

2.3 O Modelo Dinâmico

No Brasil nos anos 70, a percepção dos pesquisadores era que o termo finanças fosse

encarado sob o aspecto puramente contábil e não como um instrumento de gestão empresarial

altamente dinâmico (VIEIRA, 2008). Havia a necessidade de uma reestruturação do enfoque

da análise contábil tradicional, que abordasse a visão estática da empresa do que na sua

dinâmica operacional. Criou-se então o Modelo Dinâmico de Capital de Giro, conhecido

também como Modelo de Fleuriet.

Nessa época, a situação brasileira era caracterizada pelo crescimento rápido e pelas

altas taxas de inflação de modo que o Modelo Dinâmico foi criado com os seguintes

objetivos: (i) ser sintético e globalizante, de forma a permitir a tomada rápida de decisão; (ii)

incorporar os parâmetros de uma inflação com altas taxas; e (iii) considerar uma economia em

crescimento permanente (VIEIRA, 2008).

A análise tradicional de balanço separa as contas em Ativo, que representam a

aplicação e uso de fundos e Passivo, que representam as fontes de fundos utilizadas na

empresa, agrupando essas contas de acordo com os prazos, em uma ordem de disponibilidade

decrescente. No Modelo Dinâmico as contas são classificadas de acordo com o seu ciclo, isto

é, o tempo que leva para realizar uma rotação (FLEURIET; KEHDY; BLANE, 2003). De

acordo com Vieira (2008), o modelo dinâmico tem como propósito analisar a liquidez das

organizações e visa em seu método a reclassificação do balanço patrimonial. Ainda segundo o

autor, a lógica do modelo se baseia no conceito dos ciclos financeiros e econômicos de uma

organização.

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No Modelo Dinâmico, o balanço passa a ser dividido em contas erráticas, cíclicas e

não cíclicas. As contas erráticas não estão diretamente relacionadas com a operação da

empresa, como exemplo tem-se o disponível, títulos negociáveis, duplicatas descontadas,

dentre outros. Contas cíclicas estão diretamente relacionas com o ciclo operacional do

negócio, como as contas de estoque, clientes e fornecedor. Por fim, as contas não cíclicas são

aquelas que apresentam uma movimentação muito lenta quando analisadas em relação ao

conjunto das outras contas como, por exemplo, a conta investimentos, reservas de lucros,

realizável a longo prazo (FLEURIET; KEHDY; BLANE, 2003). Com a proposta da

reestruturação da análise contábil tradicional, os conceitos básicos que estruturam o modelo

são a Necessidade de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro (CDG) e o Saldo de Tesouraria

(T).

A NCG é um conceito econômico-financeiro e não uma definição legal. Ela se refere à

aplicação permanente de fundos da empresa, isto é, quando as saídas de caixa ocorrem antes

das entradas de caixa (FLEURIET; KEHDY; BLANE, 2003). Em outras palavras, a NCG

refere-se ao saldo de contas cíclicas ligadas à operação da empresa e é definida pela

expressão: NCG = Ativo Cíclico - Passivo Cíclico. Quando positiva, a NCG reflete uma

aplicação permanente de fundos que, em geral, deve ser financiada pelos fundos permanentes

utilizados pela empresa. Quando negativa, a NCG indica que a organização tem mais

financiamentos do que investimentos operacionais, evidenciando uma sobra de recursos para

aplicação em suas atividades ou, até mesmo, no mercado financeiro (MACHADO et al.,

2005).

De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blane (2003), o CDG representa uma fonte de

fundos permanentes para financiar a NCG, e é dado pela expressão: CDG = Passivo

Permanente - Ativo Permanente. Por Ativo Permanente entendem-se as contas não cíclicas do

Ativo, enquanto Passivo Permanente representa as contas não cíclicas do Passivo. Ainda

segundo os autores, o CDG pode ser negativo, o que significa que a empresa financia parte do

seu Ativo Permanente com fundos de curto prazo.

O T representa uma reserva financeira da organização para eventuais expansões da

NCG e é dado por: T = Ativo Errático - Passivo Errático. Para Fleuriet, Kehdy e Blane

(2003), o T representa um valor residual entre a diferença entre CDG e NCG, desse modo, T

pode ser dado por: T = CDG - NCG. O T, quando positivo, indica que a empresa dispõe de

fundos de curto prazo que podem ser aplicados, por exemplo, em títulos de liquidez imediata,

aumentando a margem de segurança financeira. Por outro lado, quando negativo, indica que a

empresa utiliza fundos de curto prazo para financiar a parte da NCG, aumentando seu risco de

insolvência (FLEURIET; KEHDY; BLANE, 2003).

Caso a empresa mantenha a situação do saldo de T crescente e constantemente

negativo, tem-se o chamado “Efeito Tesoura”, que explicita a defasagem entre o gradiente do

aumento da NCG e o aumento dos fatores de financiamento dessa necessidade (VIEIRA,

2008). Marques e Braga (1995) enfatizam que o acompanhamento da evolução do T ao longo

dos exercícios sucessivos da empresa e os motivos das eventuais alterações de tendências

percebidas, representam o cerne do Modelo de Fleuriet. Segundo Fleuriet, Kehdy e Blane

(2003), para se evitar o “Efeito Tesoura”, o autofinanciamento da empresa deve ser suficiente

para financiar, pelo menos, os aumentos da NCG.

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De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blane (2003), o autofinanciamento pode ser visto

como o motor da empresa. Ainda segundo os autores, a empresa desempenhará

convenientemente o seu papel se: (i) buscar um equilíbrio financeiro permanente; e (ii) obter

resultado econômico suficiente para garantir as adaptações de crescimento necessários em

contexto de concorrência em constante evolução.

Pela combinação das variáveis NCG, CDG e T, o Modelo Dinâmico permite a

determinação de situações de saúde financeira das empresas, conforme ilustrado no Quadro 1.

Quadro 1 – Tipos de empresa e situação financeira

Tipo CDG NCG T Situação

I + - + Excelente

II + + + Sólida

III + + - Insatisfatória

IV - + - Péssima

V - - - Muito ruim

VI - - + Alto risco

Fonte: Adaptado de Fleuriet, Kehdy e Blane, 2003 e Marques e Braga, 1995.

Para complementar na análise do Modelo Dinâmico, faz-se uso do Índice de Liquidez

do Modelo Dinâmico – IDL, que é obtido pelo quociente entre T e o módulo da NCG, isto é,

ILD = T / |NCG|. Quanto maior o valor negativo for esse índice pior tenderá a ser a situação

financeira da empresa, o que sugere uma maior utilização de recursos de curto prazo

originados das instituições financeiras (VIEIRA, 2008).

3. Metodologia

A pesquisa, cujos resultados são destacados neste artigo, pode ser classificada quanto

aos objetivos como descritiva, quanto ao procedimento como bibliográfica e documental, e de

abordagem quantitativa e qualitativa. A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, o estabelecimento de

relações entre as variáveis, tal como a análise realizada na pesquisa apresentada neste trabalho

(GIL, 2006). A pesquisa bibliográfica tem como finalidade colocar o pesquisador em contato

direto com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto (MARCONI; LAKATOS, 1996).

Já a pesquisa documental se dá quando o pesquisador utiliza documentos objetivando extrair

dele informações, usando técnicas apropriadas para seu manuseio e análise, no qual para esta

pesquisa foram utilizadas demonstrações contábeis dos hospitais em estudo (GAIO;

CARVALHO; SIMÕES, 2008).

A pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego da quantificação desde a coleta

das informações até a análise final por meio de técnicas estatísticas, independente de sua

complexidade (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006). Por fim, a pesquisa qualitativa visa

abordar o mundo exterior e entender, descrever e, às vezes, explicar os fenômenos interiores

analisando experiências de indivíduos ou grupos e investigando documentos ou traços

semelhantes de experiências ou interações (FLICK, 2009).

O universo da pesquisa são os hospitais filantrópicos do Brasil, cuja amostra foi não

probabilística e por conveniência, uma vez que foram selecionadas organizações devido à

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disponibilidade e à riqueza dos dados para o estudo. Quanto à coleta dos dados utilizados no

cálculo dos indicadores financeiros, esses foram provenientes de fontes secundárias.

Conforme Malhotra (2001), dados secundários são aqueles originalmente coletados para

outros fins, ao contrário dos dados primários, os quais são coletados para atender aos

objetivos específicos de uma pesquisa. As fontes de dados podem ser agrupadas em: (i) sítios

eletrônicos dos referidos hospitais ou de suas mantenedoras; (ii) Diários Oficiais dos estados

da federação, com destaque para o Diário Oficial do Estado de São Paulo; e (iii) ferramentas

de busca online.

Os dados foram extraídos das demonstrações contábeis e notas explicativas publicadas

entre 2006 e 2011 pelos 18 hospitais analisados. As demonstrações financeiras informam

periodicamente os resultados das operações e a situação financeira da organização, de forma

objetiva e de acordo com os princípios de contabilidade (WARREN; REEVE; FESS, 2003).

Já as notas explicativas contêm informações complementares e relevantes para avaliação

patrimonial, financeira e de desempenho da entidade (CPC, 2011).

Após a coleta de dados para cálculo dos indicadores financeiros, verificou-se a

necessidade de padronizar a tabulação de tais dados, analisar e aprimorar o conjunto de contas

apresentado por cada hospital. Isso se deu pelo fato das demonstrações financeiras serem

publicadas sem um padrão para todas as organizações, além de apresentarem contas

classificadas ou denominadas de forma não usual. Essa etapa permitiu uma maior

compreensão da real situação financeira dos hospitais, uma vez que possibilitou aprofundar a

análise a respeito de uma quantidade maior de observações.

Para cumprir com os objetivos propostos pela pesquisa, foi feita a análise das

demonstrações contábeis desses hospitais ao longo dos seis anos de observação. Realizou-se a

reclassificação das contas do Balanço Patrimonial, de acordo com a teoria do Modelo

Dinâmico, possibilitando os cálculos das variáveis NCG, CDG e T, necessárias para a

classificação quanto aos tipos da estrutura dos hospitais. Calculou-se também, os índices de

liquidez e o ILD, que tem por finalidade apresentar a capacidade da organização em cumprir

com seus compromissos de curto prazo em relação a terceiros.

A estratégia da pesquisa foi analisar a evolução da classificação dos hospitais

filantrópicos, quanto ao seu tipo de estrutura, de acordo com o Modelo de Fleuriet, ao longo

dos anos de 2006 e 2011. Essa análise cronológica foi complementada por meio dos índices

de liquidez, que ajudaram a explicar os motivos de tal evolução. Além disso, foi feita uma

avaliação da evolução individual de cada hospital, ao longo do tempo, também com o suporte

dos índices de liquidez e do Modelo Dinâmico. Utilizou-se de ferramentas estatísticas para

ambas as análises, no intuito de facilitar a comparação entre os hospitais ao longo dos anos,

além de auxiliar a compreensão global dos dados analisados. Tendo por finalidade manter o

sigilo dos hospitais estudados nesta pesquisa, seus nomes foram preservados e os mesmos

foram numerados de 1 a 18. A escolha dessa amostra se deu de modo a maximizar o número

de hospitais estudados de acordo com as observações contábeis disponíveis.

4. Interpretação e Análise dos Resultados

Primeiramente, calculou-se se as variáveis do modelo dinâmico (Tabelas 1, 2, 3 e 4).

Em seguida, classificou-se se os hospitais segundo os perfis do Modelo Dinâmico, como

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disposto no Quadro 2. Por fim, os hospitais foram agrupados em três grupos: (i) hospitais que

permaneceram no mesmo perfil durante todos os anos estudados; (ii) hospitais que

apresentaram dois tipos de perfis durante a análise; e (iii) hospitais que apresentaram mais de

dois tipos de perfis durante os anos.

Tabela 1 – Variável do Modelo Dinâmico: CDG

CDG

Hospital 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1 (10.191.448) (10.482.470) (13.269.198) (15.238.830) (7.128.840) (19.328.067)

2 (69.394.170) (43.310.377) (36.167.034) (40.485.069) (46.630.247) (21.965.359)

3 23.557 68.891 96.589 130.561 149.098 218.209

4 685.148 727.172 751.027 613.693 484.973 596.315

5 (2.570.336) 11.766.416 4.118.003 2.404.099 (3.865.505) (5.518.193)

6 (3.169.903) (4.914.606) (946.942) 5.212.508 1.280.359 6.377.838

7 144.206 141.625 130.066 104.454 87.077 65.473

8 2.511.887 7.467.951 20.868.259 19.891.874 29.634.985 37.466.269

9 521.522 351.556 1.020.263 771.024 590.830 295.391

10 (89.437) (29.844) (18.383) (26.852) (110.771) (137.599)

11 27.603.519 32.052.924 19.650.623 84.984.275 66.520.373 574.600.550

12 (212.015.117) (198.607.887) (224.276.986) (240.531.338) (236.833.755) (281.196.809)

13 (5.354.631) (4.329.980) (3.423.055) (3.205.694) (1.186.246) 3.938.570

14 8.325 11.397 15.866 13.871 10.618 12.821

15 (4.580.288) (5.753.525) (6.404.154) (6.586.385) (3.735.395) (2.818.182)

16 (1.002.447) (630.398) 136.653 (119.005) (586.850) (862.564)

17 13.027.700 1.099.206 (4.352.161) 8.166.585 3.310.151 (5.505.949)

18 8.638.566 7.837.380 9.371.283 10.953.540 6.728.198 2.138.072

Fonte: Resultados da pesquisa.

Tabela 2 – Variável do Modelo Dinâmico: NCG

NCG

Hospital 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1 (5.632.643) 649.643 (3.357.509) (2.186.653) 1.050.683 (1.337.855)

2 (50.675.359) (34.196.319) (14.438.661) (17.477.394) (24.023.860) (29.004.041)

3 8.885 26.258 39.708 36.958 54.445 37.747

4 174.276 163.729 155.960 210.625 242.476 272.506

5 1.675.452 (1.998.468) 2.836.361 2.762.252 635.720 1.935.638

6 3.513.439 4.427.489 4.461.724 5.103.679 5.482.679 7.881.614

7 20.403 23.909 23.745 45.191 29.516 48.365

8 4.434.497 8.782.700 12.800.464 11.851.938 13.604.914 21.875.275

9 243.745 251.961 501.392 516.138 447.739 240.970

10 (25.378) (13.714) 10.889 37.896 (18.323) (30.271)

11 30.244.785 32.488.986 19.104.626 44.957.057 65.558.930 54.332.092

12 (172.378.223) (171.054.376) (202.235.151) (219.897.494) (208.698.710) (254.127.979)

13 (4.532.103) (4.249.777) (3.935.954) (4.387.426) (2.645.052) (832.104)

14 13.048 10.990 11.840 17.646 15.494 15.112

15 (2.585.355) (3.681.850) (5.013.781) (3.254.466) (2.165.229) (2.606.827)

16 (213.234) 216.411 799.108 151.264 (526.832) (469.753)

17 41.295.213 39.988.277 45.442.071 56.404.337 49.451.668 50.237.844

18 4.270.876 12.734.876 19.845.447 23.238.299 41.240.604 47.648.350

Fonte: Resultados da pesquisa.

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Tabela 3 – Variável do Modelo Dinâmico: T

T

Hospital 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1 (4.558.805) (11.132.113) (9.911.689) (13.052.177) (8.179.523) (17.990.212)

2 (18.718.811) (9.114.057) (21.728.373) (23.007.674) (22.606.387) 7.038.682

3 14.672 42.633 56.881 93.603 94.653 180.462

4 510.872 563.443 595.067 403.068 242.497 323.809

5 (4.245.788) 13.764.884 1.281.642 (358.153) (4.501.225) (7.453.831)

6 (6.683.343) (9.342.096) (5.408.666) 108.829 (4.202.319) (1.503.776)

7 123.803 117.716 106.321 59.263 57.561 17.108

8 (1.922.610) (1.314.749) 8.067.795 8.039.936 16.030.071 15.590.994

9 277.777 99.594 518.871 254.886 143.091 54.421

10 (64.059) (16.130) (29.272) (64.748) (92.448) (107.328)

11 (2.641.266) (436.062) 545.997 40.027.217 961.443 520.268.458

12 (39.636.894) (27.553.511) (22.041.835) (20.633.844) (28.135.045) (27.068.830)

13 (822.528) (80.203) 512.899 1.181.732 1.458.806 4.770.674

14 (4.723) 407 4.026 (3.775) (4.876) (2.291)

15 (1.994.932) (2.071.675) (1.390.373) (3.331.919) (1.570.167) (211.355)

16 (789.212) (846.809) (662.455) (270.269) (60.018) (392.811)

17 (28.267.513) (38.889.071) (49.794.233) (48.237.751) (46.141.518) (55.743.793)

18 4.367.690 (4.897.496) (10.474.164) (12.284.759) (34.512.406) (45.510.278)

Fonte: Resultados da pesquisa.

Tabela 4 – Variável do Modelo Dinâmico: ILD

ILD

Hospital 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1 -81% -1714% -295% -597% -778% -1345%

2 -37% -27% -150% -132% -94% 24%

3 165% 162% 143% 253% 174% 478%

4 293% 344% 382% 191% 100% 119%

5 -253% 689% 45% -13% -708% -385%

6 -190% -211% -121% 2% -77% -19%

7 607% 492% 448% 131% 195% 35%

8 -43% -15% 63% 68% 118% 71%

9 114% 40% 103% 49% 32% 23%

10 -252% -118% -269% -171% -505% -355%

11 -9% -1% 3% 89% 1% 958%

12 -23% -16% -11% -9% -13% -11%

13 -18% -2% 13% 27% 55% 573%

14 -36% 4% 34% -21% -31% -15%

15 -77% -56% -28% -102% -73% -8%

16 -370% -391% -83% -179% -11% -84%

17 -68% -97% -110% -86% -93% -111%

18 102% -38% -53% -53% -84% -96%

Fonte: Resultados da pesquisa.

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Quadro 2 – Classificação pelo Modelo Dinâmico dos Hospitais

Hospital 2006 2007 2008 2009 2010 2011

1 V IV V V IV V

2 V V V V V VI

3 II II II II II II

4 II II II II II II

5 IV I II III IV IV

6 IV IV IV II III III

7 II II II II II II

8 III III II II II II

9 II II II II II II

10 V V IV IV V V

11 III III II II II II

12 V V V V V V

13 V V VI VI VI I

14 III II II III III III

15 V V V V V V

16 V IV III IV V V

17 III III IV III III IV

18 II III III III III III

Fonte: Resultados da pesquisa.

O primeiro grupo foi composto por seis hospitais: Hospital 3, Hospital 4, Hospital 7,

Hospital 9, Hospital 12 e Hospital 15. Os hospitais 3, 4, 7 e 9 se mantiveram com o perfil

“Sólido” em todos os anos, isto é, o CDG desses hospitais apresentou valores maiores que o

NCG e que o T. Dessa forma, percebeu-se que o Passivo Não Circulante – PNC foi o

responsável por financiar o Ativo Não Circulante – ANC em todos os anos de análise.

O ILD positivo típico de organizações do perfil “Sólido” sugere efetividade da gestão

e contribui para solvência das dívidas de curto prazo dessas organizações, uma vez que em

todos os anos os hospitais apresentaram valores crescentes do Ativo Circulante Financeiro –

ACF. Os hospitais 3 e 4 apresentaram valores maiores que 100% em todos os anos em seu

ILD, isto é, esses hospitais apresentaram uma capacidade superior a 100% de suprir a

necessidade da T.

Considerando o Hospital 7, apenas em 2011 o Hospital 7 teve o ILD inferior a 100%,

que foi motivado pela queda de cerca de 70% da T, consequência da queda do CDG em cerca

de 25% e aumento da NCG em cerca de 64%. Já o Hospital 9 apresentou valores reduzidos ao

longo dos anos, mesmo tendo apresentado o perfil “Sólido”. A redução do ILD desse hospital

é justificada pela queda de aproximadamente 60% do ACO entre 2010 e 201, motivado pela

redução das contas “Estoques” em 70% e “Créditos a receber” em aproximadamente 20%. Os

outros dois hospitais que permaneceram constantes foram o Hospital 12 e Hospital 15,

apresentando o perfil “Muito Ruim” em todos os anos. Como proposto pelo Modelo

Dinâmico, em todos os anos esses hospitais apresentaram valores negativos para o NGC,

CDG e T, resultando também em um ILD negativo. Dessa forma, esses hospitais

apresentaram valores do ANC maiores que o PNC, sugerindo que a empresa financia parte de

seus ativos com recursos de longo prazo. Ademais, em todos os anos analisados, verificou-se

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que houve o crescimento desproporcional do PCO, quando comparado com o ACO,

contribuindo para insolvência das dívidas de curto prazo.

O segundo grupo de hospitais foi composto pelos hospitais 2, 8, 11 e 18. Esses

hospitais apresentaram uma única alteração no seu perfil durante o período em análise. Do

ano de 2010 para 2011, o Hospital 2 mudou da classificação tipo “Muito Ruim” para tipo

“Alto Risco”. Já os Hospitais 8 e 11, entre os anos de 2007 para 2008 mudaram da

classificação tipo “Insatisfatória” para tipo “Sólido”. O comum entre esses hospitais foi que o

T deixou de ser negativo e se tornou positivo. Tal perfil é encontrado em organizações com

ciclo financeiro negativo. Essa mudança foi motivada pelo grupo de “Disponibilidades” em

todos os três Hospitais: enquanto no Hospital 2 esse grupo aumentou cerca de 162% no

período da mudança, no Hospital 8 o aumento corresponde a 126% e no Hospital 11 ele

corresponde a 90%. Desse modo, o ACF cresceu cerca de 93% enquanto que o Passivo

Circular Financeiro – PCF apresentou crescimento de apenas 6% no Hospital 2. No Hospital

8, o ACF aumentou cerca de 98% e o PF diminuiu em cerca de 1%. Já no Hospital 11, o AF

teve crescimento de aproximadamente 69% no período e o PF apresentou aumento de

aproximadamente 12%. O ILD saiu de -94% para +24% no Hospital 2, de -15% para +63%

no Hospital 8 e de -1% para +3% no Hospital 11, o que indica a posição de ambos hospitais é

de aplicador líquido de curto prazo. Apesar da mudança do ILD no Hospital 11 ser pouco

expressiva, o saldo de caixa aumentou significativamente nos três casos, refletindo justamente

o aumento do grupo de disponibilidades.

O Hospital 18, entre os anos 2006 e 2007, mudou do perfil “Sólido” para o perfil

“Insatisfatório”. Em outras palavras, a T passou a ser negativa, o que evidencia uma demanda

operacional que é financiada por meio de uma composição de recursos de longo prazo

oriundos da CDG e de recursos de curto prazo originários da T. Outro destaque nesse hospital

foi que o saldo de caixa diminuiu em cerca de 18.300%, impulsionado pelo aumento na conta

“Empréstimos de curto prazo” de aproximadamente 1.074%, aumento da conta “Clientes” em

cerca de 124% e também aumento do grupo PNC em aproximadamente 410%.

Por fim, tem-se o terceiro grupo de hospitais, isto é, organizações hospitalares que

sofreram mais de duas alterações no perfil durante os anos estudados. Esse grupo obteve o

maior número de hospitais, sendo eles: Hospital 1, Hospital 5, Hospital 6, Hospital 10,

Hospital 13, Hospital 14, Hospital 16 e Hospital 17.

O Hospital 1 apresentou comportamento oscilatório, variando entre os perfis “Muito

Ruim” e “Péssimo”. Sua classificação foi “Péssima” nos anos de 2007 e 2010, enquanto que

nos outros anos seu perfil foi de “Muito Ruim”. O que diferenciou a classificação do hospital

em 2007 e 2010 foi a NCG positiva. Apesar dessa variável ser positiva, esse valor não é muito

expressivo em 2007, isto é, em módulo, a NCG de 2007 é 10% do valor da NCG no ano

anterior. De acordo com Vieira (2008), o perfil tipo “Péssimo” evidencia a pior situação

financeira porque a NCG evidencia uma demanda operacional de recursos que precisa ser

financiada. Entretanto a empresa não dispõe dos recursos de longo prazo (CDG<0), de modo

que a T é responsável por financiar os dois. Isso leva a organização a uma dependência dos

empréstimos de curto prazo. A análise das demonstrações contábeis corrobora esse fato. De

2009 para 2010 a conta “Empréstimos de Curto Prazo” aumentou em aproximadamente 42%.

Em todos os anos o ILD foi negativo, refletindo a situação do hospital como captador líquido

de curto prazo. Fato semelhante ocorreu com o Hospital 10. Ele foi classificado no perfil

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“Péssimo” em 2008 e 2009 enquanto que nos outros anos sua classificação foi “Muito Ruim”.

Essa alteração entre os anos de 2008 e 2009 se deu pelo aumento excessivo de 240% em 2008

e depois de 140% em 2009 na contra de “Empréstimos de Curto Prazo”. Durante todo o

período esse hospital operou com o saldo de caixa negativo.

No Hospital 5 houve uma mudança de perfil a cada ano. O hospital saiu do perfil

“Péssimo” para “Excelente” em 2007, motivado pelo aumento de cerca de 162% no grupo de

“Disponibilidades”, de modo que T ficou positivo por dois ano e, consequentemente, o ILD.

Entretanto, o valor de T foi diminuindo gradativamente, refletindo que o hospital consumiu os

recursos ao longo dos anos. Com isso o perfil do hospital mudou a cada ano, passando de

“Excelente” de 2007 para “Sólido” em 2008, depois para “Insatisfatório” em 2009 e nos

últimos dois anos analisados, ficou como “Péssimo”. Em 2009 T voltou a ficar negativo e,

nesse ano, a organização teve o maior nível de “Empréstimos de Longo Prazo”. Em 2010 e

2011 o CDG ficou negativo, reflexo da diminuição gradativa da conta “Empréstimos de

Longo Prazo”. Salienta-se que esse hospital operou em todos os anos com o saldo de caixa

negativo, salvo no ano de 2008 (resultado do aumento do grupo “Disponibilidades”).

O Hospital 6 apresentou três momentos distintos: entre 2006 e 2008 ele foi

caracterizado como “Péssimo”; em 2009 mudou para o perfil “Sólido”; e, nos dois últimos

anos da análise apresentou o perfil “Insatisfatório”. Essa mudança foi motivada pelo fato de

que, em 2009 o seu T ficou positivo em reflexo à diminuição do PNC. Entretanto, em todos os

anos o saldo de caixa foi negativo.

O Hospital 13 apresentou três momentos distintos: nos dois primeiros anos da análise

obteve o perfil “Muito Ruim”; posteriormente, por três anos consecutivos apresentou o perfil

“Alto Risco” e em 2011 se apresentou como “Excelente”. O perfil “Muito Ruim” apresentado

pelo hospital refere-se aos valores negativos apresentados pelo NGC, CDG e T, resultando em

um ILD negativo nos anos de 2006 e 2007. Esse cenário contribui para a necessidade de

dívidas de curto prazo para financiar o ANC, o que gera um estado de insolvência. Além

disso, até o ano de 2010, mesmo apresentando o perfil de “Alto Risco” (entre 2008 e 2010), o

hospital apresentou baixa liquidez, isto é, valores do ACF menores que o PCF . Salienta-se

que o perfil “Alto Risco” admite um ILD positivo, pois mantêm valores positivos no T.

Assim, percebe-se que houve uma busca pelo crescimento do T a fim de se evitar o Efeito

Tesoura. A alteração do perfil em 2011 é justificada pelo aumento gradativo do ACF em

130% e concomitantemente pela redução do PCF em 27%, provocada pelo decréscimo das

contas “Empréstimos”, “Fornecedores”, “Despesa Pessoal” e “Demais obrigações”. Esse

cenário contribuiu para o cumprimento das dívidas de curto prazo, CDG e Saldo de

Tesouraria positivos, resultando em um ILD positivo.

O Hospital 14 apresentou dois perfis em três diferentes momentos: em 2006

apresentou o perfil “Insatisfatório”; posteriormente o perfil “Sólido” por dois anos; e por fim

“Insatisfatório” novamente por mais três anos. Em todos os anos o hospital apresentou valores

do ACO maiores que o PCO, sugerindo capacidade de pagamento das dívidas de curto prazo.

Em 2006, 2009, e 2010 e 2011 o hospital apresentou valores do NCG maiores que o CDG,

contribuindo para T’s negativos. E concomitantemente apresentou um ILD negativo, no qual

parte do ANC é financiado pela PNC. O perfil “Sólido” no Hospital 14 foi constado nos anos

de 2007 e 2008, proporcionado pelo aumento NCG, favorecendo a presença de valores

positivos crescentes no T, proporcionando valores positivos no ILD.

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O Hospital 16 foi o hospital que apresentou maior número de perfis durante os anos

estudados. Em 2006 apresentou o perfil “Muito Ruim” ocasionado pelos valores negativos do

NGC, CDG e T, com valores negativos de mais de 370% do IDL. Entretanto, em 2007, o

hospital apresentou o perfil “Péssima”, indicando que parte de seu ANC foi financiado por

dívidas de curto prazo. Em 2008, o cenário apresentou pouca melhora, demonstrando valores

positivos para o CDG e NGC que foram financiados pelo T, que, por sua vez, apresentou

valor negativo. Salienta-se que esse ano foi o único período em que o hospital apresentou

liquidez financeira maior que $1,00, isto é, capacidade de pagamento das obrigações de curto

prazo. Em 2009 o hospital retornou ao perfil “Péssima”, pois não conseguiu manter CDG

positivo, ocasionado pela variação das contas “Empréstimos” do PNC e aumento do

“Imobilizado Líquido” do ANC. Nos dois últimos anos da análise, o hospital apresentou

novamente o perfil “Muito Ruim”, aumentando o valor negativo do T e contribuindo para o

Efeito Tesoura, o que sugere a dependência por empréstimos e financiamento por

fornecedores, comprovando o aumento das contas “Empréstimos” e “Fornecedores” no

Balanço Patrimonial em mais de 200% entre 2010 e 2011.

Por fim, para completar o ultimo grupo, tem-se o Hospital 17 que apresentou ILD

negativo em todos os anos. Nos dois primeiros anos da análise o hospital apresentou o perfil

“Insatisfatório”. Em 2008 ele obteve o perfil “Péssimo” e retornou ao perfil “Insatisfatório”

entre 2009 e 2011. Salienta-se que todos os dois perfis apresentados pelo hospital remete ao T

negativo, indicando que o hospital financia parte de sua NCG com recursos de curto prazo,

prejudicando a solvência da organização. Alteração do perfil entre 2007 e 2008 foi motivado

pela redução da CDG, ocasionado pelo aumento do ANC em 3% e redução do Patrimônio

Líquido, no mesmo período. Além disso, o ACF foi menor que o PCF, resultando no T

negativo. Já a mudança de 2008 para 2009 foi motivado pelo crescimento do ACO em

22%.Em 2010 o ACF aumentou aproximadamente 200%, quando comparado ao período

anterior, proporcionado pelo aumento dos “Créditos” e dos “Estoques”. O Passivo Circulante

aumentou apenas 20% no mesmo período, ocasionado pela pequena variação das contas

“Fornecedores” e “Obrigações Fiscais”.

5. Considerações Finais

Ao analisar as demonstrações contábeis de dezoito hospitais filantrópicos brasileiros,

entre os anos de 2006 e 2011, verificou-se que eles possuem altos custos para manter seus

serviços. Não foi possível verificar uma linearidade de perfil entre os hospitais, sendo que

cada organização apresenta uma política de administração financeira. Dessa forma, ressalta-se

que poucos dos hospitais estudados apresentaram solvência de suas dívidas de curto prazo e

cumprimento de dívidas de longo prazo. Cerca de 62% dos hospitais operaram com o saldo de

caixa negativo em mais da metade do período analisado.

Nesse contexto, a análise econômico-financeira dos hospitais se apresentou como um

importante instrumento de verificação da eficiência da administração e dos serviços prestados.

Contatou-se que poucos hospitais apresentam eficiência operacional, isto é, custos dos

serviços menores que a receita líquida, o que dificulta administração financeira.

Não é possível fazer uma análise profunda da saúde financeira dos hospitais

observando-se apenas sua classificação de perfil no Modelo Dinâmico. É de extrema

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importância a observação do ILD e das demonstrações contábeis como complemento

essencial para conclusões sólidas sobre os hospitais. Indiretamente, fez-se o uso da Análise

Horizontal e Vertical, uma vez que o estudo abordou a análise ao longo do tempo dessas

organizações filantrópicas.

Portanto, o estudo atingiu o objetivo proposto de analisar e conhecer a situação

econômico-financeira das organizações hospitalares. Entretanto, por serem organizações

complexas e possuírem particularidades não foi possível constatar um perfil financeiro para

todas as organizações, de modo que cada hospital deve ser analisado e monitorado

considerando suas individualidades. Dessa forma, para o enriquecimento do estudo,

recomenda-se a análise econômico-financeira tradicional com os mesmos hospitais. Ademais,

sugere-se que novos estudos sejam realizados incluindo hospitais de direito público, a fim de

comparar a gestão administrativa aplicada em cada uma das organizações.

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