anÁlise de agressividade e incrustaÇÃo das Águas subterrÂneas na regiÃo urbana de campo grande...

Upload: gustavo-facincani-dourado

Post on 21-Feb-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    1/15

    83

    Artigo recebido em: 19/03/2012 e aceito para publicao em: 22/05/2012

    Abstract: Campo Grande city, the capital of Mato Grosso do Sul State, has 40% of its water supply from groundwatersystem, mainly from Serra Geral Aquifer, but also from Guarani Aquifer and Bauru Aquifer System. The lack of de-tailed knowledge of the hydrogeology, including hydrochemistry characterizations, has caused loss of wells due to pipedisruption and consequently the decrease of well production. This study aimed at determining the groundwater corro-sion potential, as well as the spatial distribution of this parameter in the basalts of Serra Geral Aquifer System in theurban area of Campo Grande. The Langelier Saturation Index (LSI) and Ryznar Stability Index (RSI) have been deter-mined and they indicate that the groundwater has corrosive behavior. According to LSI index, 64% of groundwater are

    classified as low aggressivity, diminishing from northeast to southwest direction of the studied area, following the pat-tern of pH values and groundwaters flow direction. The spatial distribution of this variable can help the management ofthe water supply system, especially in the specification and maintenance of equipment used in wells.

    Keywords:Langelier Saturation Index. Ryznar Stability Index. Serra Geral Aquifer System. Campo Grande - MS.

    Resumo: Em Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, 40% do sistema de abastecimento de gua suprido pelo manancial subterrneo, com maior participao do Sistema Aqufero Serra Geral, em relao aos SistemasAquferos Bauru e Guarani. A falta de conhecimentos detalhados da hidrogeologia, sobretudo a caracterizaohidroqumica, vem causando perda de poos devido ao rompimento da tubulao, com consequente diminuio de suaproduo. Este trabalho visou determinar o potencial de incrustao ou corroso da gua subterrnea, bem como adistribuio espacial destes parmetros no Aqufero Serra Geral, na regio urbana da cidade, aplicando-se os ndices deSaturao de Langelier (LSI) e de Estabilidade de Ryznar (RSI). Constatou-se que as guas subterrneas explotadas

    neste Aqufero tm comportamento corrosivo, sendo 64% classificadas como corroso leve, pelo ndice LSI, comsentido predominante NE-SW de diminuio da agressividade, seguindo o incremento dos valores de pH na direo dofluxo. A distribuio espacial desta varivel pode auxiliar no gerenciamento do sistema de abastecimento de gua,principalmente na especificao e manuteno dos equipamentos de captao empregados nos poos tubulares.

    Palavras Chave: ndice de Saturao de Langelier. ndice de Estabilidade de Ryznar. Sistema Aqufero Serra Geral,Campo Grande - MS.________________________________________________________________________________________________

    INTRODUOUma das alternativas para atender o consu-

    mo humano provm das guas subterrneas que sorelativamente menos susceptveis aos poluentes an-trpicos e possuem melhor qualidade, devido ser, nagrande maioria, originrias de guas de chuvas, quese infiltram nos solos e rochas, at atingirem umaqufero poroso ou fissural e ficarem disponveispara serem explotadas.

    Tal alternativa vem sendo amplamente utili-zada no Brasil desde a dcada de 60, quando os es-tudos com este enfoque prosperaram, inicialmente

    na regio nordeste (FEITOSA, 2008), tendo ocorridoa intensificao do uso dos recursos hdricos subter-rneos em reas urbanas brasileiras nos ltimosvinte anos, caracterstica esta compartilhada poralguns pases em desenvolvimento (FOSTER et al.,2011).

    Na cidade de Campo Grande-MS no dife-rente: as guas subterrneas so utilizadas comocomplemento para o sistema de abastecimento, prin-cipalmente pela baixa densidade de corpos hdricossuperficiais com vazo e qualidade suficientes para

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUASSUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    ANALYSIS OF AGGRESSIVITY AND ENCRUSTATION OF

    GROUNDWATER IN THE URBAN AREA OF CAMPO GRANDE - MS

    Guilherme Henrique Cavazzana

    1

    , Giancarlo Lastoria

    1

    , Sandra Garcia Gabas

    1

    , ClaytonMarcos Pereira Bezerra2

    1 UFMS/CCET, Brasil ([email protected],[email protected], [email protected])2 guas Guariroba S/A, Brasil ([email protected])

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    2/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    84 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    atender as demandas. O Crrego Guariroba o prin-cipal manancial de abastecimento, cuja distncia de30 km do centro consumidor impe custos elevadosde energia para o seu recalque at a estao de tra-tamento e distribuio.

    Segundo o Plano Estadual dos Recursos H-

    dricos de Mato Grosso do Sul (SEMAC, 2010), oshabitantes da cidade de Campo Grande MS con-somem diariamente cerca de 212.200 m de guaproveniente da Unidade de Planejamento e Gerenci-amento UPG Rio Pardo. Deste total, 60% supri-do pelos mananciais de guas superficiais, captaesdos Crregos Guariroba, Lajeado e Desbarrancado;e os outros 40% so complementados pelas guassubterrneas dos Sistemas Aquferos Serra Geral,Guarani e Bauru, em ordem de explotao.

    O maior problema enfrentado para a capta-o de guas subterrneas advm da falta de conhe-

    cimentos bsicos sobre as suas formas de ocorrnciae circulao, seus aspectos hidrogeolgicos, legais,alm da falta de controle e de fiscalizao das condi-es de uso e de proteo deste manancial (GON-ALES e GIAMP,2006).

    Muitas vezes, a capacidade de corroso e in-

    crustao da gua explorada no considerada; po-dendo ocorrer perdas de investimento devido aorompimento da tubulao (do poo e/ou da moto-bomba) ou a diminuio de sua vazo devido sincrustaes, necessitando manutenes com maiorfrequncia para reparo e substituio de equipamen-

    tos ou at mesmo a inutilizao do poo.

    OBJETIVOEste trabalho teve por objetivo caracterizar a

    hidroqumica do Sistema Aqufero Serra Geral SASG, em relao ao seu potencial de incrustaoou corroso, bem como a distribuio espacial destasvariveis na regio urbana de Campo Grande MS.

    REA DE ESTUDOA rea de pesquisa abrange a regio urbana

    de Campo Grande-MS, localizada na regio Centro-

    Oeste do Brasil, no centro do Estado de Mato Gros-so do Sul. O municpio possui rea total de 8.096km; desses 353 km correspondem regio urbana( Figura1), delimitada pela Lei Complementar N74/2005 (CAMPO GRANDE, 2005), com 787 milhabitantes (IBGE, 2010).

    Figura 1 - Mapa de localizao da regio urbana de Campo Grande-MS, com a delimitao das suas macro-

    regiesFigure 1 - Location map of the urban area of Campo Grande-MS, with the delimitation of its macro-regions

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    3/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 85

    NDICES DE INCRUSTAO E AGRESSIVI-DADE DAS GUAS SUBTERRNEAS

    O comportamento agressivo ou incrustantedas guas subterrneas verificado atravs da corre-lao entre o pH medido e o pHe, que o pH deequilbrio (LASTORIA, 2002; FEITOSA, 2008).

    Sua tendncia corrosiva/incrustante determina seocorrero estas alteraes no sistema de explotao epodem ser avaliadas pelo ndice de Saturao deLangelier (LSI - Lagelier Saturation Index) e pelondice de Estabilidade de Ryzanr (RSI - Ryznar Sta-bility Index).

    Devido s caractersticas hidrogeolgicas depercolao por meios de porosidade intergranular efissuras, bem como a capacidade de carrear substn-cias desses meios, as guas subterrneas podemconter diferentes concentraes de slidos totaisdissolvidos, do on clcio, e de alcalinidade, que

    determinam suas propriedades corrosivas ou incrus-tantes (FEITOSA, 2008).

    Apesar da determinao do LSI e RSI emguas subterrneas ser pouco empregada, muitoprovavelmente pelo fato de no indicarem a potabi-lidade destas guas para o consumo humano, essesndices podem nortear os executores dos poos tubu-lares quanto aos tipos de materiais e equipamentosque devem ser utilizados nessas obras, bem comoquanto frequncia e o perodo de manuteno,visando ao aumento da sua vida-til. No caso deguas incrustantes, pode ocorrer a reduo de suavazo de explotao; em poos com guas corrosi-vas, tem se constatado o rompimento do tubo edutore queda do conjunto moto-bomba, podendo causar a

    perda do poo devido inviabilidade de retirada doequipamento. Complementarmente, poderiam serprevistos tratamentos fsico-qumicos para a inibiodas aes corrosivas ou incrustantes ao longo da

    rede de distribuio de gua.

    ndice de Saturao de Langelier um modelo de equilbrio derivado de con-

    ceitos tericos de saturao que indica o grau desaturao do carbonato de clcio na gua, sendoproposto por Langelier no ano de 1946 (FERRAZ,2007; GRADES, 2004; McNEILL, 2000).

    O clculo feito tomando-se a diferena en-tre o pH medido da gua e o pHe (Equao 1),quando esta mesma gua apresenta-se saturada comCaCO3 ou em equilbrio (pHe), parmetro obtido

    pela relao entre os coeficientes A, B, C e D(Equao 2), determinados pelas respectivas Equa-es 3, 4, 5 e 6, sendo a interpretao dos resultadosconforme apresentado na Tabela 1.

    LSI = pH pHe (Equao 1)pHe = (9,3 + A + B) (C + D) (Equao 2)

    Onde:

    A = (Log10[STD] 1)/10 (Equao 3)B = [-13,12.Log10(T + 273)] + 34,55 (Equao 4)

    C = Log10[Ca2+] 0,4 (Equao 5)D = Log10[Alcalinidade] (Equao 6)

    NOTAS: STD = Total de slidos dissolvidos(mg/L);

    Ca2+= Concentrao de Clcio;T = Temperatura em C.

    Tabela 1- Classificao dos valores obtidos com a aplicao do LSI, adaptado de Grades (2004)Table 1 - Classification of the values obtained using the LSI, adapted from Grades (2004)

    Valor LSI Indicao

    > 4 Incrustao severa

    3 a 4 Incrustao moderada

    1 a 3 Incrustao suave

    0,5 a 1 Incrustao muito suave

    -0,5 a 0,5 Balanceado

    -0,5 a -2 Corroso suave

    -2 a -5 Corroso moderada

    < -5 Corroso severa

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    4/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    86 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    ndice de Estabilidade de RyznarProposto em 1944 (FERRAZ, 2007; GRA-

    DES, 2004; McNEILL, 2000) aponta para o estadode saturao de carbonato de clcio, repre-

    sentado na Equao 7, com interpretao dos resul-tados conforme apresentado na Tabela 2.RSI = 2pHe pH (Equao 7).

    HIDROGEOQUMICAO municpio de Campo Grande/MS localiza-

    se sobre o afloramento da poro oeste dos derra-mes, ou trapps, baslticos da Formao Serra Geral,pertencente Bacia Sedimentar do Rio Paran, comespessura total variando de 80 a 300 metros na reaestudada. As espessuras individuais dos corpos ex-trusivos variam de 10 at 100 metros e compem oSistema Aqufero Serra Geral SASG (LASTORIA,2002).

    Este sistema aqufero caracteriza-se por serum aqufero livre, anisotrpico e com porosidadefissural. As estruturas que caracterizam o maciorochoso so determinadas segundo a morfognesedos derrames baslticos. Segundo Silva (2007), as

    principais estruturas encontradas nos derrames ba-slticos so: contatos interderrames (fendas de gran-de extenso lateral); zonas de basalto vesicular eamigdaloidal, caractersticas de topo de derrame,preenchidas principalmente por calcita, quartzo ezelitas; reas de basalto compacto no centro doderrame com poucas fraturas verticais; e a base doderrame, raramente vesicular, com fraturas paralelasao contato (SILVA, 2007), por onde percolaramsolues hidrotermais, principalmente pelas cavida-des de topo e base, precipitando substncias qumi-cas nas paredes das fraturas ou preenchendo as

    amgdalas.

    Um dos minerais que ocupam as cavidadesdos derrames baslticos na regio estudada a calci-ta (CaCO

    3), a qual apresenta-se usualmente em cris-

    tais ou agregados de grnulos finos, ocorrendo comomineral secundrio nestas rochas gneas.

    A distribuio petrogrfica dos minerais dogrupo das zelitas restrita e est associada, prefe-rencialmente, s rochas de origem eruptiva e, rara-mente, formam depsitos minerais economicamenteexplorveis (SHINZATO, 2008).

    As condies de ocorrncia das guas sub-terrneas numa regio so muito variadas, na medidaem que dependem da interao de fatores climticos,

    intemperismo e de aspectos geolgicos. Tais aspec-tos determinam a forma de recarga, estocagem, cir-culao e descarga. Influenciam tambm na qualida-de das guas e determinam as obras de captao,equipamentos de perfurao e as especificaes dosmateriais que devem ser empregados para o revesti-mento, filtros, bombas, tubulaes entre outros.

    Por isso, torna-se necessrio o conhecimentoda dinmica das variaes faciolgicas de cada aqu-fero, sendo o poder de corroso/incrustao um dosparmetros que devem ser analisados no momentoda escolha do local onde ser realizada a captao de

    gua, para que no ocorram problemas de avariasindesejadas no sistema.

    Tabela 2- Classificao dos valores obtidos com a aplicao do RSI, adaptado de Grades (2004)Table 2 - Classification of the values obtained using the RSI, adapted from Grades (2004)

    Valor RSI Indicao

    > 4 Incrustao severa

    4 a 5 Incrustao forte

    5 a 6 Incrustao leve

    6 a 7 Balanceado

    7 a 7,5 Corroso moderada

    7,5 a 9 Corroso forte

    > 9,0 Corroso severa

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    5/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 87

    A classificao hidroqumica permite visua-lizar a distribuio regional da composio dasguas em uma carta temtica, que por sua vez podeorientar as autoridades gestoras de recursos hdricos,os perfuradores de poos tubulares e outros profissi-onais, para identificar aquferos com melhor quali-

    dade de gua, alm de permitir uma primeira avalia-o da relao entre a mineralogia e a composioda gua subterrnea de determinado aqufero (AP-PELO e POSTMA, 2009).

    Segundo Silva (2007), a ocorrncia da guasubterrnea do SASG est condicionada a fatoresgenticos do pacote basltico (intertraps, amgdalas,vesculas e contatos) e presena de estruturas (dis-junes, fraturas e falhas) que condicionam a circu-lao das guas nestas rochas. A conexo destesfatores aumenta a capacidade de armazenamento degua.

    Lastoria (2002) correlacionou a condutivi-dade eltrica do SASG em Mato Grosso do Sul,verificando o aumento dos slidos totais dissolvidos(TDS), no sentido do fluxo da gua subterrnea nosderrames baslticos. Constatou tambm que o fluxo predominantemente em sistemas de diaclasamentohorizontal do topo e base dos derrames, em juntashorizontais de grande continuidade, bem como nosplanos de contato entre os derrames, no priorizandoos modelos tradicionais de circulao de gua emrochas fraturadas, que enfatizam as estruturas verti-cais como principais zonas de circulao e acmulode gua.

    Em Campo Grande, os poos perfurados noSistema Aqufero Serra Geral, tm profundidademdia de 115m, com vazes variando em torno de30 m3/h. O nvel esttico (NE) e dinmico (ND)mdios so, respectivamente, 20 e 48 metros, e acapacidade especfica de 1,07 m3/h.m. A oeste dacidade, o fluxo se d na direo da bacia do rio Pa-raguai, e ao sul, em direo regio central da reade afloramento da Formao Serra Geral em MatoGrosso do Sul, indicando controle estrutural. A rea

    de estudo considerada uma das duas principaisregies de recarga do SASG no Estado, com aflora-mento de 40.000 km. Para toda esta superfcie (in-cluindo dados de poos de Campo Grande), so des-critos valores de temperatura da gua entre 25 e28oC, pH variando de 5,5 a 7,8, STD inferior a 300mg/L; 84% das anlises indicaram guas agressivas,11% em equilbrio e 5% incrustantes (LASTORIA,2002).

    A diminuio do pH das guas subterrneasest intimamente ligada dissoluo do CO2, infil-trado conjuntamente com gua de chuva, que tem

    como produto o cido carbnico (H2CO3) que fa-cilmente ionizvel, liberando H+e o on bicarbonato(HCO3

    -), este com efeito tampo sobre o pH do

    meio. A quantidade de CO2 dissolvido na gua queir definir sua agressividade. A dissoluo dos car-bonatos outra reao cido-base importante, umavez que o aumento da concentrao de CO3

    2- pro-move incremento do pH e caracteriza a gua comoincrustante (CUSTDIO e LLAMAS, 1983).

    Outros problemas de qualidade das guaspor corroso ou incrustao podem ser ocasionadospor influencia das condies de bombeamento dagua que altera o estado natural de equilbrio fsico-qumico, as alteraes produzidas durante a opera-o e manuteno do poo, a diminuio de recargano aqufero, devido a impermeabilizao do solo e aexpanso do cone de rebaixamento atingindo zonascom guas de composio fsico-qumicas diferen-tes, como relatado por Tahal/Sanesul (1998).

    Tambm, no menos importante, a aohumana na alterao do pH das guas subterrneas,

    visto que mudanas de valores de pH das guas sub-terrneas vem sendo observadas em um nmerocrescente de lugares industrializados em todo omundo (APPELO e POSTMA, 2009; HOUBEN etal., 2009) e at mesmo da temperatura (YALCIN eYETEMEN, 2009), devido a substituio da vegeta-o por construes e a absoro de energia pelasestruturas urbanas.

    MATERIAIS E MTODOSO estudo foi elaborado em quatro etapas de

    trabalho, consistindo em uma etapa inicial de pes-quisa bibliogrfica e levantamento de poos tubula-res existentes, uma etapa de campo para coleta deamostras de gua, uma etapa laboratorial para reali-zao das anlises e a ltima de tratamento dos da-dos para interpretao dos resultados.

    Levantamento de poos tubularesO levantamento de poos tubulares foi reali-

    zado, principalmente, no sistema de abastecimentopblico, sob a concesso da Empresa guas Guari-roba S/A, e, secundariamente, em poos particulares.

    As informaes obtidas para cada poo amostradoforam: localizao, nvel esttico (NE), nvel din-mico (ND), vazo (m/h), cota altimtrica da boca dopoo (m), profundidade (m) e aquferos contribuin-tes. Tais dados foram utilizados para a elaborao domapa potenciomtrico do aqufero na rea de estudo.

    A localizao dos poos (Figura 2) foi obti-da com auxlio do GPS Garmin eTrex Vista HCx,com coordenadas geogrficas dos pontos de explota-o na projeo mtrica UTM (Universal Transver-sa de Mercator), datumSAD-69, fuso 21.

    Coleta de amostrasA seleo dos poos tubulares a serem

    amostrados foi efetuada considerando-se aqueles que

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    6/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    88 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    explotam o SASG, em operao, para o abasteci-mento pblico e privado de gua. As atividades decampo consistiram basicamente em coleta de amos-tras e anlises fsico-qumicas, sendo realizadas noperodo seco, de 14 de junho a 04 de outubro de2010.

    As amostragens foram realizadas no pontomais prximo da boca do poo, aps a eliminao dagua contida no edutor, evitando-se a coleta do ma-terial presente na tubulao. Para armazenamentodas amostras foram utilizados frascos de polietilenotransparente, preliminarmente higienizado no labora-trio de anlises das guas Guariroba S/A, os quaisforam preenchidos at a borda para evitar a ao dediluio de gases na amostra.

    Em campo, foram determinadas as tempera-turas de cada amostra e do ambiente, e tambm o pHcom o auxlio de um medidor da marca Hanna, mo-

    delo HI8424, bulbo de vidro, o qual era aferido ante-rior e posteriormente a cada campanha. Aps a me-dio desses parmetros, as amostras foram lacradascom tampa e acondicionadas em recipiente comisolamento trmico, com refrigerao a gelo tem-peratura de 4C, para a anlise dos parmetros daAlcalinidade, concentrao de clcio em forma decarbonato e STD em laboratrio.

    Adicionalmente, foi amostrado material pre-cipitado sobre o conjunto de bombeamento do pooparticular 4 (PRT-04), retirado para manuteno, oqual foi submetido anlise por Microscopia Eletr-nica de Varredura (MEV) para sua identificao.

    Anlises laboratoriaisAs amostras de gua foram encaminhadas ao

    Laboratrio Operacional da guas Guariroba S/Alocalizado na Estao de Tratamento de gua Guari-roba ETA Guariroba, as quais foram analisadasdentro do perodo de 24 horas.

    As anlises fsico-qumica de amostras dasguas foram efetuadas para os seguintes parmetros:slidos totais dissolvidos (STD); concentrao de

    clcio em forma de carbonato (Ca2+

    de CaCO3) ealcalinidade em CaCO3.As metodologias de anlise dos parmetros

    foram realizadas segundo os procedimentos tcnicosdefinidos pelo Standard Methods for the Examina-tion of Water and Wastewater (APHA, 1992), queconsistiram nos mtodos analticos eletromtrico,volumtrico e titulomtrico, respectivamente empre-gados para os parmetros, STD, Clcio e Alcalinida-de.

    Microscopia Eletrnica de Varredura MEVA amostra de material precipitado, coletada

    no conjunto de bombeamento do poo particular 4,foi analisada por Microscopia Eletrnica de Varre-dura no Laboratrio de Microscopia Eletrnica daUFMS, com imagens de eltrons secundrios e re-

    troespalhados. Adicionalmente, foram efetuadasmicroanlises qumicas por espectrometria de raios-X por disperso de energia (EDS) para a identifica-o da composio qumica do mineral precipitado.

    Interpretao dos ndices de Langelier (LSI) eRyznar (RSI)

    De posse dos resultados analticos fsico-qumicos, foram aplicadas as frmulas dos ndicesde Langelier (LSI) e Ryznar (RSI), verificando quala tendncia de comportamento da gua subterrneado SASG em Campo Grande frente ao carter de

    corroso ou incrustao.Os resultados de cada poo amostrado foram

    plotados, juntamente com suas respectivas coorde-nadas geogrficas, em ambiente SIG (Sistemas deInformaes Geogrficas), utilizando-se o softwareSurfer, para avaliao da distribuio espacial doLSI e RSI, obtendo o mapa de isolinhas da distribui-o espacial da tendncia de corroso/incrustaodas guas subterrneas do SASG na Zona Urbana deCampo Grande.

    Os resultados dos parmetros fsico-qumicos tambm foram plotados conforme os ndi-ces LSI e RSI, com o intuito de verificar se tais pa-rmetros acompanhavam a variao desses ndices.

    Para auxiliar o entendimento da variao es-pacial dos ndices estudados, comparou-se as distri-buies espaciais de corroso/incrustao das guassubterrneas com o fluxo subterrneo no SASG, ouseja, se as substncias qumicas responsveis poresse carter esto sendo carreadas de um ponto doaqufero para outro atravs das interconectividadesdas fissuras e descontinuidade da Formao SerraGeral.

    RESULTADOS E DISCUSSESHidrogeologia do SASG em Campo Grande

    Na Figura 2, mostrada a localizao dos 84poos tubulares analisados, os quais tm o SASGcomo principal contribuinte. Deste total, 78 poosso operados pela empresa guas Guariroba S/A e 6so poos particulares. As informaes hidrogeol-gicas so apresentadas na Tabela 3.

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    7/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 89

    FIGURA 2

    TABELA 3

    Figura 2- Localizao espacial dos 84 poos tubulares analisados, em Campo Grande, com contribuio do SASG(78 sob concesso da empresa guas Guariroba S/A e 6 particulares).

    Figure 2- Spatial location of the 84 wells analyzed, which have contribution of SASG, (78 of the company guasGuariroba S/A and 6 individuals).

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    8/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    90 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    Tabela 3 - Dados hidrodrogeolgicos dos poos analisadosTable 3 - Hydrogeologyc data of analyzed wells (continua)

    PooCotaNE(m)

    CotaND(m)

    Q(m3/h)

    Prof.(m)

    Temp.(oC)

    pHCa

    (mg/L)Alc.

    (mg/L)STD

    (mg/L)LSI RSI

    Aqufe-ro

    CGR-003 615 600 10.8 196 25,9 6,66 13,7 22,4 98 -2.4 11.5 SASG

    CGR-005 529 516 39.3 114 25,6 6,68 19,9 72,6 154 -1.8 10.2 SASG

    CGR-006 532 515 41.0 111 25,7 6,52 18,7 57,0 90 -2.0 10.6 SASGCGR-007 587 529 13.2 160 25,7 6,75 31,2 64,3 192 -1.6 9.9 SASG

    CGR-008 589 569 10.8 132 25,4 6,86 27,2 62,2 166 -1.5 9.9 SASG

    CGR-011 564 550 27.6 99 26,1 7,30 16,3 43,2 116 -1.4 10.2 SASG

    CGR-013 562 551 36.0 140 26,0 7,20 18,3 49,5 118 -1.4 10.1 SASG

    CGR-015 563 543 36.6 150 25,8 7,52 6,5 42,2 70 -1.6 10.8 SASG

    CGR-017 530 521 18.6 150 27,0 6,63 12,0 37,0 162 -2.3 11.2 SASG

    CGR-019 567 557 42.6 120 25,5 6,82 22,0 63,5 92 -1.6 10.1 SASG

    CGR-025 501 490 43.8 116 26,4 7,03 26,5 63,0 88 -1.3 9.6 SASG

    CGR-026 441 434 18.3 95 27,1 7,63 16,0 54,0 123 -1.0 9.6 SASG

    CGR-027 590 547 13.8 154 26,1 6,98 - - - - - SASG

    CGR-028 560 546 48.0 100 25,8 7,70 11,4 47,4 80 -1.1 10.0 SASG

    CGR-032 571 557 12.3 100 25,5 7,31 25,7 68,5 220 -1.1 9.4 SASG

    CGR-033 572 548 20.0 120 25,1 7,14 20,0 70,6 145 -1.3 9.8 SASG

    CGR-034 577 555 28.4 120 25,2 7,38 26,5 72,7 89 -0.9 9.2 SASG

    CGR-036 578 554 13.8 150 25,9 6,40 17,0 66,0 88 -2.1 10.7 SASG

    CGR-043 581 513 31.0 150 25,4 7,00 24,2 43,9 111 -1.6 10.1 SASG

    CGR-044 556 548 70.0 144 25,6 6,54 17,0 40,4 82 -2.2 10.9 SASG

    CGR-046 586 582 7.8 145 25,4 6,75 13,8 47,7 76 -2.0 10.8 SASG

    CGR-047 635 604 15.0 120 25,9 7,31 16,1 45,9 117 -1.4 10.1 SASG

    CGR-048 630 589 9.0 134 25,8 7,18 14,9 49,0 130 -1.6 10.3 SASG

    CGR-051 633 606 42.0 100 25,9 7,21 13,7 28,6 71 -1.8 10.7 SASGCGR-061 511 482 27.6 70 25,7 6,68 16,0 48,0 89 -2.0 10.7 SASG

    CGR-065 531 516 26.0 150 26,1 6,74 9,0 36,0 104 -2.3 11.4SASG /

    SAG

    CGR-066 612 588 9.3 120 26,0 7,41 14,1 35,7 82 -1.5 10.3 SASG

    CGR-070 545 510 43.2 150 25,9 7,85 14,3 52,7 81 -0.8 9.5 SASG

    CGR-072 535 489 21.3 150 25,4 7,17 18,3 55,9 63 -1.4 9.9 SASG

    CGR-074 511 435 14.0 148 26,4 6,93 20,0 55,0 146 -1.6 10.2 SASG

    CGR-075 507 489 70.8 150 26,9 6,53 16,0 42,0 158 -2.2 11.0 SASG

    CGR-078 596 582 37.0 120 25,2 7,22 17,0 47,9 80 -1.5 10.1 SASG

    CGR-079 547 531 30.0 100 25,7 6,75 51,0 69,0 107 -1.3 9.3SASG /

    SAG

    CGR-083 541 522 30.0 120 25,5 7,82 18,3 63,0 81 -0.7 9.2 SASG

    CGR-088 536 508 30.6 137 25,3 7,64 17,9 53,6 78 -1.0 9.6 SASG

    CGR-089 503 489 12.6 168 25,3 7,52 7,8 40,0 47 -1.6 10.6 SASG

    CGR-091 638 633 15.0 168 25,9 5,23 3,2 9,2 56 -4.9 15.0 SASG

    CGR-092 562 545 34.8 110 25,1 7,02 17,0 27,5 87 -1.9 10.8 SASG

    CGR-093 611 595 83.0 150 25,0 6,80 8,9 33,7 112 -2.3 11.5 SASG

    CGR-094 627 580 13.0 150 26,0 6,86 21,7 53,0 141 -1.7 10.2 SASG

    CGR-100 484 455 22.8 100 27,2 8,04 16,0 47,0 60 -0.6 9.3 SASG

    CGR-103 552 545 37.5 123 25,6 6,38 16,0 59,0 84 -2.2 10.8 SASG

    CGR-108 590 587 24.8 120 35,3 6,62 18,7 67,4 110 -1.7 10.0 SASG

    CGR-109 622 601 33.8 151 25,5 7,38 14,7 72,7 147 -1.2 9.8 SASG

    CGR-117 503 478 30.0 110 26,1 7,46 46,0 115,0 325 -0.4 8.3 SASG

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    9/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 91

    Tabela 3 - Dados hidrodrogeolgicos dos poos analisadosTable 3 - Hydrogeologyc data of analyzed wells (concluso)

    PooCotaNE(m)

    CotaND(m)

    Q(m3/h)

    Prof.(m)

    Temp.(oC)

    pHCa

    (mg/L)Alc.

    (mg/L)STD

    (mg/L)LSI RSI

    Aqufe-ro

    CGR-119 630 623 25.2 42 25,1 5,45 2,8 9,2 31 -4.7 14.9 SAB

    CGR-121 511 496 11.5 66 26,1 6,87 14,0 58,0 176 -1.8 10.5

    SAB /

    SASGCGR-131 426 423 67.0 162 28,4 8,12 15,0 51,0 120 -0.5 9.2

    SASG /SAG

    CGR-135 430 424 31.2 120 29,9 7,93 18,0 55,0 110 -0.6 9.1 SASG

    CGR-140 528 502 15.0 100 25,7 7,43 17,5 72,0 161 -1.1 9.6 SAG

    CGR-142 575 550 27.0 89 25,4 7,51 15,0 60,0 78 -1.1 9.7SASG /

    SAG

    CGR-144 575 570 25.0 42 25,6 6,74 15,0 49,0 93 -2.0 10.7 SASG

    CGR-151 581 574 25.0 110 25,6 7,84 22,0 62,5 92 -0.6 9.0 SASG

    CGR-153 631 625 35.0 49 24,6 5,05 7,2 5,1 7 -4.9 14.8SAB /SASG

    CGR-154 599 577 6.5 48 25,1 6,31 19,4 38,8 119 -2.4 11.1 SASG

    CGR-157 602 549 18.0 120 25,5 7,17 18,0 61,0 80 -1.4 9.9 SASG

    CGR-159 552 523 29.8 108 25,5 7,33 23,0 63,0 90 -1.1 9.5 SASG

    CGR-161 530 505 60.3 84 25,6 7,13 15,5 58,0 94 -1.5 10.1 SASG

    CGR-178 646 638 25.8 55 25,4 4,99 3,2 3,1 54 -5.6 16.2 SAB

    CGR-179 648 644 10.8 55 25,1 5,16 0,8 3,1 20 -6.3 17.7 SAB

    CGR-181 642 632 14.7 67 25,5 4,45 2,4 2,0 109 -6.5 17.5 SAB

    CGR-182 622 612 18.6 40 24,9 5,60 8,1 10,2 118 -4.1 13.8 SAB

    CGR-183 631 622 24.0 - 25,3 5,66 2,8 10,2 42 -4.5 14.6 SASG

    CGR-189 626 616 15.0 56 25,7 6,59 16,2 10,2 53 -2.8 12.1SAB /SASG

    CGR-192 515 484 13.5 100 25,1 8,50 10,0 32,0 39 -0.6 9.6 SASG

    CGR-199 640 617 30.0 132 25,5 6,50 8,9 20,4 84 -2.8 12.2 SAB /SASG

    CGR-204 645 551 13.0 130 25,0 5,73 9,3 20,4 45 -3.6 12.9SAB /SASG

    CGR-205 628 618 45.0 200 25,1 5,51 2,8 8,2 34 -4.7 15.0 SASG

    CGR-207 638 604 14.0 67 25,3 7,28 14,9 56,1 77 -1.4 10.0SAB /SASG

    CGR-208 632 578 5.4 150 25,8 7,06 14,1 44,9 68 -1.7 10.5 SASG

    CGR-209 578 558 40.0 120 25,4 6,74 16,2 45,6 86 -2.0 10.7 SASG

    CGR-210 513 474 63.0 96 26,1 7,56 22,0 71,0 154 -0.8 9.2 SASG

    CGR-214 649 617 13.2 95 25,3 7,10 16,6 42,8 108 -1.6 10.4 SASG

    CGR-215 626 618 41.4 140 25,4 6,70 6,8 19,4 37 -2.7 12.2 SASG

    CGR-216 520 408 18.0 228 25,2 6,83 7,0 26,5 51 -2.5 11.8

    SASG /

    SAGCGR-218 432 424 16.5 106 26,8 7,94 14,0 44,0 50 -0.8 9.6 SASG

    CGR-219 518 391 72.0 410 25,5 7,53 25,7 64,1 51 -0.8 9.1 SAG

    CGR-229 623 604 33.0 136 24,6 7,68 13,4 47,4 40 -1.1 9.8 SASG

    PRT-01 - - - - 26,7 7,05 21,0 77,0 116 -1.3 9.7 SASG

    PRT-02 - - - - 26,7 6,66 16,0 64,0 111 -1.9 10.5 SASG

    PRT-03 - - - - 25,9 6,91 18,0 66,0 109 -1.6 10.1 SASG

    PRT-04 - - - - 26,8 7,64 28,5 92,0 167 -0.5 8.7 SASG

    PRT-05 - - - - 26,3 6,50 23,1 75,0 185 -1.9 10.2 SASG

    PRT-06 - - - - 26,6 6,14 6,4 26,2 138 -3.2 12.6 SASG

    SAB: Sistema Aqufero BauruSASG: Sistema Aqufero Serra GeralSAG: Sistema Aqufero Guarani

    CGR: Poos operados pelas guas Guariroba S/APRT: Poos particulares

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    10/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    92 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    A direo e sentido do fluxo das guas sub-terrneas podem ser visualizados no mapa potenci-omtrico (Figura 3). Neste mapa foi plotada tambm

    a hidrografia, com a finalidade de se correlacionarcom o padro de fluxo das guas superficiais.

    Na Figura 3, verifica-se que as linhas equi-potenciais do SASG variam de 640 a 430 metros, NE e SW, respectivamente, acompanhando a hidro-

    grafia. O mesmo comportamento apresentado peladireo do fluxo, predominantemente NE-SW. Noquadrante NE da rea de estudo, constatou-se umdivisor de guas subterrneas. importante salientarque nesta regio o SASG recoberto pelo SistemaAqufero Bauru.

    Hidrogeoqumica do SASG em Campo GrandeA Figura 4 apresenta a variao espacial da

    alcalinidade (a), da concentrao de clcio (b), do

    pH (c), dos Slidos Totais Dissolvidos (d) e da tem-peratura da gua do SASG (e) na regio urbana deCampo Grande. Nota-se que na regio NE da rea de

    estudo, encontram-se os menores valores para pH,chegando ao patamar de 4,5, aumentando gradati-vamente na direo SW, semelhante ao comporta-mento da direo do fluxo subterrneo, atingido acasa dos 8,5 (Figura 4 c). Esses valores de pH soprximos aos apresentados por Lastoria (2002), parao Estado de Mato Grosso do Sul, e Silva (2007),para o Estado de Paran, que determinaram, respec-tivamente, 4,5 a 7,8 e 5,5 a 6,5.

    Figura 3- Mapa potenciomtrico com indicao da direo do fluxo das guas subterrneasdo SASG e a hidrografia da regio urbana de Campo Grande

    Figure 3 - Potentiometric map with direction of groundwater flow and hydrography of the urbanare of Campo Grande

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    11/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 93

    Figura 4 - Distribuio espacial da alcalinidade (a), da concentrao de clcio (b), do pH (c), dos Slidos Totais Dissolvidos (d) e da temperatura (e) das guas analisadas do SASG na regio urbana de Cam-po Grande.

    Figure 4 - Spatial distribution of alkalinity (a), calcium concentration (b), pH (c), Total Dissolved Solids (d)and temperature (e) of the SASG water samples analysis in the urban region of Campo Grande.

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    12/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    94 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    So inmeros os fatores que contribuem pa-ra a variao dos valores de pH em guas subterr-neas. Os poos com pH baixos (Figura 4 c) locali-zam-se na regio com a maior altitude da regio,confirmada pela presena das nascentes dos crregos

    e com o nvel dgua prximo superfcie, caracte-rizando, assim, como uma zona de recarga, compresena de guas com baixo tempo de residncia econcentraes de CO2elevadas, devido a sua disso-luo na atmosfera e nos solos com presena dematria orgnica em decomposio. Assim, o dixi-do de carbono reage com a gua formando cidocarbono que facilmente ionizvel, liberando H+para o meio acidificando-o, conforme mencionadopor Appelo e Postma (2009).

    Com o fluxo dessa gua cida pelos interst-cios das rochas baslticas, h a dissoluo de mine-

    rais, inclusive daqueles presentes nas amgdalas dasrochas, provocando o aumento de ctions, da alcali-nidade e do pH no sentido do fluxo, proporcional-mente ao tempo de contato gua/rocha.

    Quanto variao espacial da temperaturada gua (Figura 4 e), destaca-se o norte e o sul daregio estudada, atingindo valores na casa dos 35 e30C respectivamente. Nas demais regies a tempe-ratura se mantm aproximadamente em 25C.

    A regio centro-sul da rea estudada contmas maiores concentraes dos trs parmetros alcali-nidade, concentrao de Ca2+e slidos totais dissol-vidos (STD), (Figura 4).

    Para STD, a concentrao atinge o pico de300mg/L na regio centro-sul da rea, diminuindogradativamente em direo s periferias chegando aconcentraes abaixo de 50mg/L (Figura 4 a).

    Em relao ao teor de clcio, que varia de40mg/L at abaixo de 5mg/L, as concentraes m-ximas ocorrem na regio centro-sul da rea de estu-do (Figura 4 b). A alcalinidade, com variao de100mg/L at abaixo de 10mg/L (Figura 4 a), apre-senta padro de distribuio compatvel com a dis-

    tribuio de clcio, como esperado, principalmente osentido de incremento na direo centro-sul.Os poos que apresentaram os picos dos pa-

    rmetros STD, Ca2+e alcalinidade podem estar asso-ciados ao potencial de dissoluo dos minerais car-bonticos, presentes nas amgdalas descritos por

    Lastoria (2002), que por sua vez apresentam distri-buio desuniforme, porm em maior concentraoem perfis com menores espessuras dos derramesbaslticos, tendo em vista sua distribuio preferen-cial no topo e base dos derrames.

    Alm disso, como apresentado pelos autoresAppelo e Postma (2009), Gonales e Giamp (2006)e Custdio e Llamas (1983) para a relao entredissoluo e precipitao, guas subterrneas commaior concentrao de Ca2+e HCO3

    -podem ter pHsuperior a 7,0, como observado nos poos CGR-117e CGR-210, com potenciais hidrogeninicos de 7,46e 7,56, respectivamente.

    Potencial de Corroso e Incrustao do SASG emCampo Grande

    Segundo os resultados obtidos, as guas do

    SASG explotadas tm caractersticas corrosivas.Para o ndice LSI, 4% dos poos possuem gua comtendncia corroso severa, 30% corroso mode-rada, 65% corroso leve e apenas 1% balanceado enenhum poo apresentou caractersticas incrustantes.O mesmo ocorreu com o RSI, porm este ndiceresultou em 98% de corroso severa e 2% de corro-so moderada dos poos analisados.

    Tais caractersticas foram confirmadas pelaEmpresa Concessionria, tanto que os poos CGR-223, 224 e 225 operam com mangueiras de bombe-amento ao invs de tubulaes de ferro convencio-nal, devido s avarias ocasionadas pela corroso,inclusive com bombas de ao inoxidvel. Tambmno poo PRT-06, foi relatado que a bomba submersa trocada a cada ano devido ao ataque qumico.

    Alm disso, os poos com contribuio doSistema Aqufero Bauru (Formao Caiu) resulta-ram em corroso moderada para severa, em especialquanto ao LSI. Inclusive os trs poos com corrososevera tm como maior contribuinte este Aqufero,sobrejacente ao SASG.

    Na Figura 5 e Figura 6 so apresentadas as

    distribuies espaciais das caractersticas agressivase incrustantes obtidas pela aplicao dos ndices deRyznar e Langelier, respectivamente. Esses foramcorrelacionados com o mapa de direo do fluxosubterrneo e a diviso das macro-regies da cidade.

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    13/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 95

    Figura 5- Distribuio espacial do potencial de corroso e incrustao, de acordo com o n-dice de Estabilidade de Ryznar, para as guas subterrneas do Sistema AquferoSerra Geral, na regio urbana de Campo Grande.

    Figure 5 - Spatial distribution of the potential for corrosion and incrustation, according to theRyznar Stability Index for the groundwater of the Serra Geral Aquifer System inthe urban area of Campo Grande.

    Figura 6- Distribuio espacial do potencial de corroso e incrustao, de acordo com o ndi-ce de Saturao de Langelier, para as guas subterrneas do Sistema Aqufero Serra

    Geral, na regio urbana de Campo Grande.Figure 6- Spatial distribution of the potential for corrosion and incrustation, according to theLangelier Saturation Index for the groundwater of the Serra Geral Aquifer Systemin the urban area of Campo Grande.

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    14/15

    CAVAZZANA,G.H.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; BEZERRA, C.M. P.

    96 guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97.

    Nota-se que para o RSI, a variao do ndicenos poos analisados foi menor em relao ao LSI,cuja amplitude do potencial de corroso e incrusta-o atingiu mais intervalos de classes, sendo maisrepresentativo para as caractersticas regionais doSASG, na rea urbana de Campo Grande.

    Apesar disso, a variao dos resultados daaplicao dos dois ndices est acompanhando avariao da potenciometria, da direo do fluxo e,principalmente, do pH. Ao norte da macro-regioSegredo e no centro da macro-regio do Prosa, obti-veram-se valores crticos de corroso para os ndicesLSI e RSI, chegando a -6 e a 17, variando at -0,5 e8,5, nas respectivas escalas. Mesmo com a largavariao de valores, no foram obtidos resultados depoos incrustantes.

    Do ponto de vista hidrulico, a caractersticapredominantemente corrosiva das guas subterr-

    neas do SASG em Campo Grande, tem propiciado o

    incremento da vazo especfica de poos tubularesque explotam esse Aqufero, em funo da dissolu-o e aumento da porosidade ao longo dos planos dedescontinuidades da rocha com o decorrer do tempode bombeamento desses poos.

    Material incrustadoO material incrustado no conjunto de bom-beamento do poo particular 4 e analisado por mi-croscopia eletrnica de varredura trata-se do argilo-mineral caulinita, como indicado pelo seu hbitocristalino (Figura a) e sua composio qumica(Figura b). A caulinita foi identificada por Lastoria(2002) como um dos minerais que preenchem fratu-ras secundrias do basalto, assim como comum opreenchimento de vesculas da rocha basltica porcalcita. Contudo, em tubulao de adutora de pootubular perfurado no SASG na cidade de Paranaba

    (MS) ocorreu incrustao por aragonita.

    CONCLUSESTomando-se por base os resultados obtidos,

    pode-se concluir que as guas do Sistema AquferoSerra Geral, explotadas na regio urbana do munic-pio de Campo Grande, so agressivas, pois 99% dasamostras resultaram em corrosividade, e dessas,64% esto na categoria de corroso leve, para o n-dice de Saturao de Langelier, e 98% dos poostm gua classificada como corrosiva severa, segun-do o ndice de Estabilidade de Ryznar.

    Com base frequncia de manuteno nosequipamentos devido a problemas de agressividade,relatados pelo sistema operacional da Concession-ria guas Guariroba S/A, considera-se que o LSI o

    ndice mais apropriado para a avaliao deste par-metro.

    A variao dos ndices est intrinsecamente

    relacionada com a direo e sentido do fluxo e, prin-cipalmente, mudana do pH.Os poos com maior potencial de corroso

    so os que recebem contribuio do Sistema Aqufe-ro Bauru (Formao Caiu), podendo-se afirmar quetal Aqufero, formado por sedimentos continentaiscretceos, contribui tambm para o comportamentocorrosivo das guas subterrneas na regio estudada.

    Conclui-se tambm que a recarga do SASGna regio NE da rea estudada responsvel pelasaltas concentraes de CO2dissolvido e que, duranteseu fluxo para SW, ocorre a dissoluo ou a lixivia-

    o dos minerais presentes nas descontinuidades dasrochas, acarretando o aumento do pH da gua.

    Figura 7- Imagem de eltrons secundrios de microscpio eletrnico de varredura (MEV) (a) e grfico de espec-trometria de raios-X por disperso de energia (EDS) (b) do material coletado no equipamento do pooparticular 4.

    Figure 7- Secondary electrons image from scanning electronic microscope (SEM) (a) and X-ray spectrometry ofenergy dispersion (EDS) (b) of the material collected from the equipment of the private well number 4.

  • 7/24/2019 ANLISE DE AGRESSIVIDADE E INCRUSTAO DAS GUAS SUBTERRNEAS NA REGIO URBANA DE CAMPO GRANDE MS

    15/15

    Anlise de agressividade e incrustao das guas subterrneas na regio urbana de Campo Grande MS

    guas Subterrneas (2012) 26(1): 83-97. 97

    O comportamento corrosivo da gua subter-rnea pode justificar a baixa incidncia de minerais-depositados nas tubulaes e equipamentos.

    A caulinita presente nas descontinuidadesdas rochas pode ser lixiviada pelo fluxo subterrneoe incrustado nas tubulaes e equipamentos, comoobservado no poo particular 4 (PRT-04).

    AGRADECIMENTOS

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES pelo apoio financeiro. guas Guariroba S/A por possibilitar a coleta de amostras nos poos sob sua operao, pela realizao dasanlises laboratoriais e, em especial, pelas participaes dos profissionais Clayton Bezerra, Vera Lucia San-dim e Lilliane Maia Tcacenco. Ao Qumico Geraldo Paes por possibilitar a coleta do material incrustado. AoFsico Luiz Felipe Placa do Laboratrio de Microscopia Eletrnica de Varredura do CCET/UFMS.

    REFERNCIAS

    APHA, AWWA, WEF. standard methods for the examina-tion of water and wastewater. 18thed., Washington: AmericanPublic Health Association, 1992.

    APPELO, C.A.J.; POSTMA, D. Geochemistry, groundwateranda pollution. 2.ed. 4th corrected reprint. Amsterdam: A.A.Balkema Publisher, 2009.

    BRASIL. IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRA-FIA E ESTATSTICA. Censo demogrfico 2010. Braslia,2010.

    CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL. Lei Comple-mentar n 74, de 06 de setembro de 2005. Dispe sobre oordenamento do uso e da ocupao do solo no municpio deCampo Grande, e d outras providncias. Campo Grande, 2005.

    CUSTDIO, E.; LLAMAS, M. R. Hidrologia subterrnea.

    Barcelona: Omega, 1983.

    FEITOSA, F.A.C.. Hidrogeologia: conceitos e aplicaes. 3. ed.rev. e ampl. - Rio de Janeiro: CPRM: LABHID, 2008. 812p.

    FERRAZ, R. de C. Avaliao de sistema alternativo de prote-o contra a corroso em circuito de gua de refrigerao.Dissertao (Mestrado em Cincias em Engenharia Metalrigcae de Materiais). Instituto Alberto Luiz Coimbra de Ps-graduao e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal doRio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007. 92p.

    FOSTER, S. D.; HIRATA, R.; HOWARD, K.W.F. Groundwa-ter use in developing cities: policy issues arising from current

    trends. Hydrogeology Journal, v.19, p. 271-274, 2011.

    GONALES, V.G.; GIAMP, C.E.Q. (Ed.) guas subterr-neas e poos tubulares profundos.So Paulo: Signus Editora,2006.

    GRADES, E. des A.Modelling and simulation of CO2releasein multiple-effect distillers for seawater desalination. jor-danien, 2004. p 78-84. Dissertation (Doktor-Ingenieur). Math-ematisch-Naturwissenschaftlich-Technische Fakultt der Mar-tin-Luther-Universitt Halle-Wittenberg in Tafilah.

    HOUBEN, G.; TUNNERMEIER, T.; EGRAR, N.; HIMMELS-BACH, T. Hydrogeology of the Kabul Basin (Afghanistan), partII: groundwater geochemistry. Hydrogeology Journal 17:p.935948, 2009.

    LASTORIA, G. Hidrogeologia da formao serra geral noEstado de Mato Grosso do Sul. Tese (Doutorado em Geocin-cias). Instituto de Geocincias e Cincias Exatas, UniversidadeEstadual Paulista. Rio Claro, 2002. 133p.

    McNEILL, L. S. Water quality factors influencing iron andlead corrosion in drinking water. Dissertation (Doctor Degreein Civil and Environmental Engineering). Faculty of the Virgin-ia Polytechnic Institute and State University. Blacksburg, VA,USA, 2000. p 1-12.

    SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE, DOPLANEJAMENTO, DA CINCIA E TECNOLOGIA E INSTI-TUTO DE MEIO AMBIENTE DE MATO GROSSO DO SUL-SEMAC. Plano Estadual de recursos hdricos Estado deMato Grosso do Sul. Campo Grande/MS: Editora UEMS,2010.

    SILVA, A. de B. e. Conectividade e compartimentao mag-ntica-estrutural dos Sistemas Aquferos Serra Geral e Gua-rani na regio central do Estado do Paran. Curitiba, 2007.182p. Dissertao (Mestrado em Geologia Ambiental). Setor deCincias da Terra, Universidade Federal do Paran.

    SHINZATO, M.C.; MONTANHEIRO, T.J. JANASI, V. de A.;NEGRI, F. de A.; YAMAMOTO, J.K.; ANDRADE, S. Caracte-rizao tecnolgica das zelitas naturais associadas s rochaseruptivas da Formao Serra Geral, na regio de Piraju-Ourinhos (SP). Revista Brasileira de Geocincias, v.38, n.3, p.524-532, 2008.

    TAHAL CONSULTING ENGINEERS LTD e EMPRESA DESANEAMENTO DE MATO GROSSO DO SUL S. A. SA-NESUL. Relatrio final: Estudos Hidrogeolgicos de MatoGrosso do Sul. 736p. Campo Grande, 1998.

    YALCIN, T.; YETEMEN, O. Local warming of groundwaterscaused by the urban heat island effect in Istanbul, Turkey.Hydrogeology Journal, v.17: p.12471255, 2009.