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Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental 1 Análise das estatísticas disponíveis sobre as diferentes fileiras abordadas pelo projecto ECODEEP Abril de 2013

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Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

1

Análise das estatísticas disponíveis sobre as diferentes fileiras abordadas

pelo projecto ECODEEP

Abril de 2013

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

2

Índice: Introdução ..................................................................................................................... 3 Utilização de chorumes e estrumes ................................................................................ 4

Pecuária ........................................................................................................................ 6 Aves.......................................................................................................................... 7

Bovinos ................................................................................................................... 10 Pequenos ruminantes ............................................................................................... 15

Suínos ..................................................................................................................... 19 Agricultura .................................................................................................................. 21

Rega........................................................................................................................ 21 Culturas permanentes .................................................................................................. 25

Azeite e Azeitonas .................................................................................................. 26 Frutos frescos .......................................................................................................... 31

Macieiras ............................................................................................................ 31 Pereiras ............................................................................................................... 34

Cerejeiras ............................................................................................................ 35 Frutos de casca rija .................................................................................................. 37

Amendoeiras ....................................................................................................... 37 Castanheiros ........................................................................................................ 38

Nogueiras ............................................................................................................ 40 Vinha e Vinho ......................................................................................................... 42

Culturas temporárias ................................................................................................... 47 Tomate .................................................................................................................... 47

Bibliografia ................................................................................................................. 48

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

3

Introdução

O presente trabalho foi realizado no âmbito do projecto ECODEEP, por forma a caracterizar com o maior detalhe possível, as fileiras agro-industriais relevantes em Portugal Continental, baseados nas estatísticas disponíveis, do INE e de outras fontes, especialmente as relacionadas com o sector agro-pecuário e agro-industrial.

Em Portugal Continental, a Superfície Agrícola Utilizada [SAU] possui 3 668 mil hectares, sendo a maior fracção ocupada pelas pastagens permanentes (49%), as terras aráveis (32%) e as culturas permanentes (19%).

A dimensão média das explorações apresenta uma grande variabilidade regional, com mais de 61 hectares no Alentejo. Na Beira Litoral as explorações têm em média apenas 2,5 hectares de Superfície Agrícola Utilizada. A grande assimetria tem explicações fisiográficas e históricas que não importa aqui explicar, mas que resulta no facto de mais de 3/4 das explorações serem muito pequenas, gerando em média 2500 euros por exploração e contribuindo com apenas 13% para o Valor de Produção Padrão Total agrícola nacional.

Assim, as diferentes fileiras agro-industriais possuem uma distribuição espacial diferenciada no espaço do território português, sendo visíveis de forma indelével o impacto das condições fisiográficas que moldam os ecossistemas e as espécies e a tradição, o saber fazer e as necessidades regionais e sub-regionais elegem determinadas fileiras ou modos de produção específicos dentro de cada fileira.

Um dos aspectos estruturais das explorações agrícolas portuguesas é a sua extrema dispersão, que pode ser depreendida do número de parcelas por exploração agrícola, que de acordo com o gráfico nº 1 varia de um número ligeiramente superior a 2 no Alentejo, para mais de 9 em Trás-os-Montes.

Gráfico 1 - Número de blocos de superfície agrícola utilizada por exploração agrícola

por localização geográfica

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

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Utilização de chorumes e estrumes

Em termos da utilização de resíduos na agricultura, a incorporação de chorumes e de estrumes no solo está directamente relacionada com a produção destes resíduos nas diferentes regiões, ou seja, está relacionado com o efectivo pecuário e os modos de exploração, sobretudo intensivos. Assim, é a Beira Litoral e sobretudo o Entre Douro e Minho que registam as maiores percentagens de aplicação de chorumes (gráfico 2).

As regiões mais despovoadas, e onde os sistemas pecuários são menos intensivos, caso do Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes, onde impera a criação de gado em regime de pastorícia ou extensiva de baixa densidade, em que a produção de dejectos é efectuada no meio, não sendo recolhidos. Os baixos valores do Algarve resultam da pouca importância da pecuária nesta região.

Gráfico 2 - Percentagem da superfície agrícola utilizada com aplicação de chorume por

localização geográfica

0 2 4 6 8 10 12 14

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

% da superfície agrícola

No caso dos estrumes, as elevadas percentagens na Beira Litoral estarão relacionadas com a importância da suinicultura, das explorações de bovinos para leite e da avicultura nesta região. As demais regiões do norte e centro apresentam valores entre os 10 e os 25% da superfície agrícola, o que poderá resultar das técnicas ancestrais de fertilização dos solos que ainda têm uma elevada expressão. Os valores apresentados pelo Entre Douro e Minho, resultam sobretudo da importância que as explorações de bovinos de leite possuem na região.

No Alentejo e Algarve, os valores de utilização de estrumes são mais reduzidos, seja por falta de efectivo pecuário (Algarve) seja porque o efectivo

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pecuário se encontra enquadrado por sistemas produtivos extensivos, em que não é feita a recolha de chorumes ou de estrumes para a sua aplicação em campos de cultivo (gráfico 3).

Gráfico 3 – Percentagem da superfície agrícola utilizada com aplicação de estrume por

localização geográfica

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

% superfície agrícola

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Pecuária

O gráfico 4 apresenta-nos uma perspectiva da produção de gado para carne nas diferentes regiões agrícolas em Portugal. Sobressai a importância do Ribatejo e Oeste e do Entre Douro e Minho, bem como a importância da produção de suínos face às restantes espécies geralmente utilizadas para carne em Portugal, nomeadamente os bovinos e os pequenos ruminantes.

Só no Ribatejo e Oeste, em 2009, o efectivo abatido ultrapassou os 3 milhões de cabeças, tendo atingido os 2 milhões no Entre Douro e Minho e ultrapassado os 1,3 milhões de cabeças na Beira Litoral. O efectivo Alentejano foi provavelmente abatido no Ribatejo e Oeste. No Algarve não existe efectivo abatido. As explorações pecuárias não são numerosas nesta região, e o efectivo que produzem será provavelmente abatido noutras regiões.

De notar a importância da suinicultura em praticamente todas as regiões, com especial relevância para o ribatejo e Oeste, Beira Litoral e Entre Douro e Minho. Os valores inferiores de abate na Beira Interior e Trás-os-Montes estarão relacionados essencialmente com a falta de infra-estruturas de abate que estão concentradas noutras regiões.

Em termos de espécies abatidas, como já foi referido, os suínos são dominantes, em praticamente todas as regiões com excepção do Alentejo, onde os Ovinos são mais representativos. Os Ovinos situam-se em segundo lugar, logo seguidos em quase todas as regiões pelos bovinos. Os caprinos possuem valores residuais, eventualmente porque com excepção dos cabritos, os animais adultos são geralmente mantidos para produção de leite e só no final da sua vida produtiva são conduzidos ao abate.

Gráfico 4 - Cabeças de gado abatido e aprovado para consumo por Região e Categoria

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Aves

No que respeita à fileira das aves, ela está principalmente localizada na Beira Litoral, com Maios de 16 milhões de aves produzidas em 2009 e no Ribatejo e Oeste, com cerca de 13 milhões de aves. A maior percentagem corresponde à produção de frangos de carne seguidos de galinhas poedeiras e reprodutoras. Os perus têm alguma expressão no Ribatejo e Oeste, onde também existe uma produção significativa de patos e outras aves (gráfico 5).

Esta actividade está sobretudo concentrada na Beira Litoral e no Ribatejo e Oeste, com efectivos que ultrapassam as 10 milhões de aves. O Entre Douro e Minho aparece em terceiro lugar, com valores inferiores a 3 milhões de aves. O Algarve não apresenta efectivo, e o Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes possuem valores significativamente inferiores.

Gráfico 5 - Efectivo de aves por localização geográfica e categoria (2009)

0 5 10 15 20

Entre Douro e

Minho

Trás-os-

Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e

Oeste

Alentejo

Algarve

Milhões

Frangos de carne (inclui galos)

Galinhas poedeiras ereprodutoras

Perús

Patos

Outras aves

Neste sector, as explorações possuem já alguma dimensão, como revela o gráfico 6, que mostra que a esmagadora maioria das explorações possui mais de 50 cabeças. Como seria de esperar as maiores concentrações situam-se no Ribatejo e Oeste e na Beira Litoral. Em terceiro lugar aparece o Entre Douro e Minho. Todas as restantes regiões apresentam valores residuais. Dois aspectos são de considerar: Nas classes entre 20 e 50, aparece apenas a Beira Litoral. Esse facto prende-se com a disseminação da actividade na Serra do Caramulo, onde aparecem explorações com um número limitado de aves, que mesmo assim são vendidas. O segundo aspecto relaciona-se com a existência de um número de explorações que possuem um número muito limitado de animais, que se destinam muito provavelmente para consumo próprio. Nesta classe tomam particular importância as regiões do Entre Douro e Minho e a Beira Litoral.

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Gráfico 6 - Número de aves (cabeças normais) por localização geográfica

0 50 100 150 200

0 - <1

1 - <3

3 - <5

5 - <10

10 - <20

20 - <30

30 - <40

40 - <50

>= 50

Milhares

Entre Douro e Minho Trás-os-Montes

Beira Litoral Beira Interior

Ribatejo e Oeste Alentejo

Algarve

Dada a elevada reprodutividade das espécies e o seu curto ciclo de vida, o número de aves (e de coelhos) abatidos anualmente (neste caso em 2011), é muito maior que o número de efectivos presentes num dado momento em todas as explorações avícolas do país, sendo que o número total de abates se aproxima dos 400 milhões por ano (gráfico 7), especialmente concentrados nas regiões produtoras, nomeadamente na Beira Litoral e no Ribatejo e Oeste. De realçar que este número permite também explicar a quantidade de resíduos usados como fertilizante.

Gráfico 7 - Número de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo por

localização geográfica

0 20 40 60 80 100 120

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Milhões

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De notar que segundo as estatísticas o Algarve não possui produção, e a Beira Interior e Trás-os-Montes, apesar de possuírem alguma produção, não apresentam qualquer efectivo abatido, o que poderá estar relacionado com a ausência de infra-estruturas específicas nessas regiões, pelo que os efectivos seriam transportados para outras regiões para que o abate se pudesse realizar.

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Bovinos

O número de bovinos é maior no Alentejo, onde ultrapassam o meio milhão de cabeças, seguida do Entre Douro e Minho e do Ribatejo e Oeste. Nas restante regiões o número é inferior a 100 mil cabeças (gráfico 8). No entanto, estes valores correspondem a realidades distintas, existindo uma dicotomia entre explorações intensivas e estabuladas, sobretudo a norte e um maior número de explorações extensivas em que os animais se encontram ao ar livre no Alentejo.

Gráfico 8 - Efectivo bovino por localização geográfica

0 100 200 300 400 500 600

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Milhares

Este facto reflecte-se também no número médio de bovinos por exploração, patente no gráfico 9, patente no facto de o Alentejo possuir o maior número de cabeças por exploração, superior a 130 animais, enquanto que as demais regiões possuem efectivos por exploração muito inferiores.

Gráfico 9 - Número de bovinos por exploração, por localização geográfica

0 25 50 75 100 125 150

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

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Este facto está também associado á dimensão das explorações, expressa no gráfico 10. Com efeito, a maior parte do efectivo Alentejano está enquadrada em explorações com mais de 50 ha. Embora com um efectivo menor, também o Ribatejo e Oeste e a Beira Litoral possuem grande parte do seu efectivo em explorações com mais de 50 ha. Estes valores sugerem que os animais nestas explorações são criados em regime extensivo. Nas restantes regiões, as explorações são menores, o que reflecte formas tradicionalmente diferentes de criação dos bovinos e a ausência de explorações com grandes dimensões. Em muitas das explorações, especialmente no Entre Douro e Minho e na Beira Litoral, os animais encontram-se estabulados.

O Algarve apresenta valores residuais.

Gráfico 10 - Número de cabeças de bovinos normais por localização geográfica e

classes de superfície forrageira

0 100 200 300 400 500 600

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Milhares

0 ha

0 - <0,5 ha

0,5 - <1ha

1 - <2 ha

2 - <3 ha

3 - <5 ha

5 - <10 ha

10 - <20 ha

20 - <50 ha

>= 50 ha

O gráfico 11 apresenta a tipologia dos bovinos com menos de 1 ano de idade (vitelos) por região agrária. O Alentejo possui o maior efectivo, com mais de 120000 animais, a maior parte deles fêmeas, seguidas pelos machos e com um valor mais reduzido, os vitelos de carne. Nas demais regiões os vitelos de carne adquirem uma outra predominância, sendo a classe com mais efectivo no Ribatejo e Oeste e em Trás-os-Montes. Nas restantes regiões, as fêmeas constituem a classe predominante, presumivelmente associadas à produção leiteira.

No entanto a maior parte do efectivo é constituído por bovinos adultos, a maior parte dos quais com mais de 2 anos de idade, como se pode aferir do gráfico 12. Este facto está associado à produção de bovinos para carne em regime extensivo, que adquire particular relevo no Alentejo, com mais de 400000

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animais. Estas classes também sobressaem nas restantes regiões, sendo que o elevado número de adultos presentes no Entre Douro e Minho poderá estar associado ao papel dos bovinos como força de tracção na agricultura. Nesta região, as fêmeas reprodutoras apresentam um peso superior à média das outras regiões.

Gráfico 11 - Efectivo bovino por localização geográfica e categoria, com menos de 1

ano (Vitelos)

Gráfico 12 - Efectivo bovino adulto, por localização geográfica e categoria

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Um aspecto importante no que respeita à criação de bovinos, é a produção de resíduos, que está associado ao tipo de exploração. Assim, a maior parte das explorações possui estabulação livre com produção predominante de estrume sólido, seguida da exploração presa com produção predominante de estrume sólido.

A estabulação presa com produção predominante de chorume tem alguma relevância no Alentejo, Entre Douro e Minho e na Beira Interior, enquanto que a Estabulação livre com produção predominante de chorume é mais frequente no Entre Douro e Minho, representando ainda uma percentagem significativa na Beira Litoral e no Alentejo.

Gráfico 13 – Percentagem da distribuição de bovinos em instalações de estabulação por

Região agrária e tipo de instalação pecuária para bovinos

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Pequenos ruminantes

Tal como para os bovinos, o número de caprinos é maior no Alentejo, dadas as condições naturais propícias para a criação extensiva de gado. No entanto o menor grau de exigência destes animais faz com que o efectivo seja também elevado nas demais regiões, com excepção do Algarve onde o efectivo é inferior a 2000 cabeças (gráfico 14).

De realçar a quantidade de cabeças que apascentam em explorações de dimensão superior ou igual a 50 ha, no Alentejo, região onde o efectivo ronda as 10 mil cabeças.

Existem explorações sem qualquer área forrageira, o que é em grande parte explicado pela utilização de baldios no apascento dos rebanhos, sobretudo no norte e centro do país. Poderão no entanto existir algumas explorações em que os caprinos estão permanentemente estabulados.

Gráfico 14 - Número de cabeças normais de caprinos por localização geográfica e

classes de superfície forrageira

A Dimensão do efectivo caprino por exploração está patente no gráfico 15, com as explorações a terem mais de 40 cabeças no Alentejo e cerca de 30 em Trás-os-Montes. Nas restantes explorações o número de efectivos é inferior a 25, o que atenta o seu carácter familiar.

O número reduzido de animais por exploração na Beira Litoral está relacionado com a concentração do efectivo em regiões montanhosas, onde mercê do despovoamento e envelhecimento da população, e das limitações tradicionalmente colocadas até há pouco mais de uma década à pastorícia, condicionam o número de animais no rebanho.

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Gráfico 15 – Número de Caprinos por exploração por localização geográfica

0 10 20 30 40 50

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Quanto aos ovinos, de notar a sua grande expressão no Alentejo, com mais de 1 milhão de cabeças, sendo que a Beira Interior possui um efectivo superior a 300 mil cabeças. Com excepção de Trás-os-Montes que possui um efectivo superior a 200 mil cabeças, as demais regiões possuem efectivos muito inferiores, sendo mesmo residuais no Algarve (gráfico 16).

Com excepção da Beira Interior, onde as Ovelhas e borregas leiteira estão em maioria, o que provavelmente será explicado pela importância da produção do queijo na região, todas as outras regiões possuem animais que se enquadram na classe “outras ovelhas e borregas cobertas”.

A classe “outros ovinos” apresenta valores residuais, com excepção do Alentejo, onde ultrapassa os 170000 animais.

O gráfico 17 apresenta o número de ovinos por superfície forrageira. De notar que tanto no Alentejo como na Beira Interior predominam as explorações com uma superfície forrageira superior a 50 hectares.

O Entre Douro e Minho e a Beira Litoral possuem uma grande dispersão do número de ovinos pelas diferentes classes de superfície forrageira, o que traduz a enorme dispersão de tipologias de explorações agrícolas que fazem criação e ovinos. No entanto, e em resultado da estrutura da propriedade, essas regiões geralmente não possuem rebanhos que apascentem em explorações com uma superfície forrageira elevada. Com efeito, as classes de superfície forrageira dominantes são as que apresentam áreas inferiores a 2 hectares.

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Gráfico 16 – Número de ovinos por região agrícola e por classe de ovino.

Gráfico 17 – Ovinos superfície forrageira

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Dada a importância dos ovinos de leite em fases subsequentes da fileira do queijo, apresentamos uma análise do número médio de animais por exploração no gráfico 18. Os dados mostram valores superiores a 200 animais por exploração no Alentejo, o que implica a existência de rebanhos com uma grande dimensão apreciável.

Os rebanhos do Entre Douro e Minho possuem também valores superiores a 150 animais, em média. No entanto a Região que possui maior quantidade de ovinos leiteiros, a Beira Interior, que possui mais de 220000 ovelhas e borregas leiteiras, possui em média 83 animais por exploração.

A Beira Litoral possui o menor número de animais por exploração, com apenas 16,8 ovinos em média.

Gráfico 18 – Número médio de efectivo ovino leiteiro por exploração agrícola por

Região

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Suínos

Os dados previamente apresentados (gráfico 4) mostram que entre as espécies de mamíferos que são criadas para a alimentação humana, os suínos são os que são abatidos em maior número (mais de 5,75 milhões de animais em 2011, para um total de 7,2 milhões de animais abatidos).

O gráfico 19 mostra a que a suinicultura está sobretudo concentrada em três regiões: O Ribatejo e Oeste, com mais de 800000 animais, seguida do Alentejo e da Beira Litoral. As restantes possuem valores inferiores a 15000 animais por ano (se exceptuarmos o Entre Douro e Minho, esse valor cai para valores inferiores a 8000 animais por ano).

Um aspecto característico da suinicultura é a sua capacidade de produção sem necessidade de superfície forrageira, com efeito, a esmagadora maioria das explorações têm 0 hectares de superfície forrageira. O gráfico mostra uma dupla realidade. Existe efectivamente a criação e suínos com base em suiniculturas intensivas, mas, em especial no Ribatejo e Oeste e sobretudo no Alentejo, uma percentagem significativa de suínos são criados em explorações com mais de 50 hectares de superfície forrageira, consubstanciando um tipo de exploração extensiva com criação de suínos em liberdade.

Gráfico 19 - Efectivo suíno por Região e classes de superfície forrageira

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O sistema de criação de suínos que possui maior número de entradas e saídas, e por isso maiores impactes ambientais, é o intensivo, que urge caracterizar. Assim, o gráfico 20 apresenta o tipo de instalações pecuárias para suínos para as diferentes regiões.

Nas regiões com maior efectivo em suiniculturas intensivas, (Ribatejo e Oeste, Beira Litoral e Alentejo), o maior número de instalações possui pavimentos com grelha parcial, logo seguidas pelas que possuem pavimentos com grelhas totais. As explorações com instalações com pavimento sem grelha e com cama sobreposta são residuais em todas as regiões, com excepção de Trás-os-Montes. As explorações com pavimentos sem grelha só são significativas no Algarve e sobretudo na Beira Interior.

Gráfico 20 - Percentagem da distribuição de suínos por tipo de instalações pecuárias,

por região

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Agricultura

No presente estudo, centrámo-nos num conjunto de fileiras agrícolas relevantes em termos de área ocupada e do impacto sobre a economia Portuguesa. Neste contexto, debruçamo-nos sobre um conjunto de produtos tais como: o Azeite, o vinho, os tomates, a fruta fresca (maçãs, peras e cerejas) e os frutos de casca rija (castanha, noz, amêndoa).

Rega

Um aspecto crucial no que concerne à produção agrícola, em especial em regiões mediterrâneas onde a água é um factor limitante durante o período de crescimento vegetativo, é a irrigação.

Gráfico 21 - Superfície regada de culturas permanentes e temporárias de acordo com o

método de rega, por região

O gráfico 21 apresenta os valores das áreas irrigadas pelos diferentes tipos de métodos de rega, por região. O Algarve presenta valores residuais de irrigação de culturas temporárias. No que diz respeito às culturas permanentes os valores são muito mais significativos, na ordem dos 13 mil hectares, a maior

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parte é irrigada sob pressão e de forma localizada. No Alentejo, as culturas permanentes ainda são dominantes, se bem que as culturas temporárias adquiram uma outra expressão, com valores ligeiramente inferiores aos apresentados pelas culturas permanentes.

No Ribatejo e Oeste, dadas as características específicas, em que associado a áreas de culturas permanentes, centradas no Oeste se juntam grandes áreas de culturas temporárias irrigadas, regista-se uma inversão no peso relativo dos tipos de culturas irrigadas. Embora as culturas permanentes ainda possuam um peso significativo (sobretudo no Oeste), as culturas temporárias tornam-se preponderantes, com particular relevo para a irrigação sob pressão e para a aspersão.

Na Beira Interior esta tendência mantém-se, se bem que a área irrigada seja diminuta, à semelhança de Trás-os-Montes, em que as culturas permanentes e as culturas temporárias dividem quase a meio a área irrigada. Nesta região, a irrigação tradicional por gravidade é dominante no caso das culturas temporárias, enquanto para as culturas permanentes predomina a irrigação sob pressão.

Gráfico 22 – Número de explorações que usam a rega por gravidade nas culturas

permanentes, por região.

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Macieiras

Pereiras

Cerejeiras

Amendoeiras

Castanheiros

Nogueiras

Olival

Vinha

A Beira Litoral e o Entre Douro e Minho, regiões tradicionalmente com maior abundância de água, apresentam grandes áreas irrigadas, sobretudo de culturas temporárias. Em ambas os sistemas mais tradicionais, por gravidade são os que apresentam a maior área, seguidas de perto pelos sistemas sob pressão e por aspersão. Nestas duas regiões as culturas permanentes irrigadas possuem uma área comparativamente menos significativa.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

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No que respeita à rega por gravidade nas culturas permanentes, (gráfico 22), o número de explorações que a ela recorre está dependente, em primeiro lugar, da dimensão das explorações numa dada região, e em segundo lugar da disponibilidade de água para esse fim. Assim, o número de explorações que usa a rega por gravidade é significativamente inferior no Algarve, Alentejo e Trás-os-Montes, quando comparado com as restantes regiões, onde um maior número de explorações utiliza esta técnica.

No que respeita às culturas permanentes, verifica-se um elevado número de explorações que regam os pomares de maçãs. A rega está também dependente das especificidades produtivas de cada região. Assim, o Ribatejo e Oeste possui um número maior de explorações que regam os pomares de pereiras, enquanto o número de explorações que regam os pomares de cerejeiras é superior na Beira Interior.

No Alentejo, Beira Interior, Beira Litoral e Trás-os-Montes muitas explorações optam por regar o olival. A rega da vinha por gravidade ocorre em todas as regiões, mas com particular ênfase no Entre Douro e Minho, na produção do vinho verde.

A rega por aspersão é sobretudo usada no Entre Douro e Minho, na Beira Litoral e na Beira Interior. As primeiras duas regiões possuem recursos importantes de água, mas o elevado número reflecte também a dimensão e logo o número de explorações agrícolas (gráfico 23)

Gráfico 23 – Número de explorações que usam a rega por aspersão nas culturas

permanentes, por região.

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Macieiras

Pereiras

Cerejeiras

Amendoeiras

Castanheiros

Nogueiras

Olival

Vinha

As regiões que mesmo usam esta técnica de rega possuem menos recursos hídricos, mas pelo menos no caso do Alentejo possuem menos explorações, cujo tamanho médio é superior ao das outras regiões. O mesmo argumento pode ser até certo ponto ser usado para o Ribatejo e Oeste.

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Este tipo de rega é sobretudo usado, no caso das culturas permanentes, para regar pomares, olival e no caso do Entre Douro e Minho, a vinha. A importância relativa da utilização da rega pelos diferentes tipos de pomares depende da importância relativa desses pomares nas diferentes regiões. Assim, no Ribatejo e Oeste temos sobretudo pomares de macieiras e pereiras, na Beira Interior temos o olival, os pomares de macieiras e de cerejeiras, na Beira Litoral e em Trás-os-Montes os olivais e os pomares de macieiras, e no Entre Douro e Minho, sobretudo a vinha.

A rega localizada é usada sobretudo no Ribatejo e Oeste, no Alentejo, na Beira Interior e em Trás-os-Montes, ou seja em algumas das regiões com maior deficit de água (gráfico 24). O Algarve possui os menores valores, logo seguidos pelo Entre Douro e Minho e pela Beira Litoral, duas regiões com maior abundância de água, onde a rega por gravidade prevalece.

No Alentejo este tipo de rega é usado sobretudo em olivais e vinhas, no Ribatejo e Oeste para regar pomares de macieiras e pereiras, na Beira Interior, pomares de macieiras e olival, na beira litoral, pomares de macieiras, em Trás-os-Montes pomares de macieiras e olival e no Entre Douro e Vouga regam sobretudo vinhas.

Gráfico 24 – Número de explorações que usam a rega localizada nas culturas

permanentes, por região.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Macieiras

Pereiras

Cerejeiras

Amendoeiras

Castanheiros

Nogueiras

Olival

Vinha

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Culturas permanentes

No que respeita às culturas permanentes, o número de explorações ultrapassa as 100 mil em Trás-os-Montes, é superior a 50 mil nas Beiras e situa-se entre as 25 mil e as 50 mil nas restantes regiões.

A vinha e o olival são dominantes em todas as regiões, com o número das explorações de olival a exceder o número das explorações de vinha no Alentejo, Algarve e na Beira Interior (gráfico 25).

Já o Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral e Ribatejo e Oeste possuem mais explorações de vinha do que de olival, o que atenta a importância que tradicionalmente a produção de vinho tem nessas áreas, que3 inclui a zona dos vinhos verdes, o Douro e as várias regiões vitivinícolas da Beira Litoral e do Oeste.

Gráfico 25 - Número de explorações agrícolas com culturas permanentes por Região e

Tipo (de cultura)

0 25000 50000 75000 100000 125000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Frutos frescos (exceptocitrinos)

Citrinos

Frutos sub-tropicais

Frutos de casca rija

Olival

Vinha

Outras culturas permanentes

De realçar ainda a importância dos citrinos no Algarve e no Ribatejo e Oeste, dos frutos de casca rija no Algarve e em Trás-os-Montes, e o aparecimento de frutos sub-tropicais, nomeadamente kiwis na Beira Litoral.

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26

Azeite e Azeitonas

Quase 40% da área de olival encontra-se concentrada em cerca de 2 mil explorações que individualmente apresentam uma dimensão média superior a 20 hectares, o que resulta da dinamização deste sector e da promoção de economias de escala, através da maximização da eficiência na utilização dos factores de produção possível pelo aumento das áreas das explorações.

A esmagadora maioria das explorações com olival são de muito pequena dimensão, com um rendimento anual inferior a 8000€. A quantidade de explorações suficientemente grandes para possuírem um rendimento superior a 100 mil Euros é muito reduzida, concentrando-se sobretudo no Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes, as regiões onde se concentra a maior parte da produção de azeite em Portugal (gráfico 26).

Gráfico 26 – Distribuição das explorações com olival

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

1: MP (Muito

pequenas) < 8 000

euros2: P (Pequenas) 8

000 - < 25 000

euros3: M (Médias) 25

000 - < 100 000

euros4: G (Grandes) >

100 000 euros

A maior parte da superfície das explorações de olival é de pequena ou média dimensão (gráfico 27). Mesmo no Alentejo e em Trás-os-Montes a esmagadora maioria das explorações possui menos de 5 hectares. As explorações com menos de meio hectare são predominantes no Entre Douro e Minho e na Beira Litoral, áreas de minifúndio, em que o olival não possui grande relevância, até por constrangimentos climáticos.

O gráfico 28 apresenta a quantidade de azeitona transformada em azeite por região, para o ano de 2011. Os principais produtores são o Alentejo, com mais de 200 mil toneladas e Trás-os-Montes, com mais de 100 mil toneladas. Todas as restantes regiões possuem quantidades inferiores às 50 mil toneladas, com particular ênfase para o Entre Douro e Minho e o Algarve com menos de 10 mil toneladas.

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27

Gráfico 27 - Superfície das explorações de olival

0 10000 20000 30000 40000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

<0,5 ha

0,5 - <1 ha

1 - <2 ha

2 - <5 ha

5 - <20 ha

20 - <50 ha

50 - <100 ha

>= 100 ha

Gráfico 28 – Quantidade de azeitona oleificada por região

0 50000 100000 150000 200000 250000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

t

A transformação da azeitona é feita predominantemente em lagares com sistema de extracção contínuo em duas fases, em especial nas grandes regiões produtoras, nomeadamente no Alentejo e em Trás-os-Montes. No Algarve, Ribatejo e Oeste, Beira Interior e Beira Litoral os lagares com sistema de extracção contínuo em três fases disputa a primazia ao sistema com duas fases (gráfico 29).

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28

Gráfico 29 - Azeitona oleificada por região, tipo de lagar de azeite e sistema de

extracção utilizado

0 50 100 150 200 250

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

Milhares t

Tradicional

Contínuo duas fases

Contínuo três fases

Gráfico 30 - Número e tipo de lagares, por região

O gráfico 30 apresenta o número e tipo de lagares por região agrícola. Como expectável, o maior número concentra-se na Beira Interior e em Trás-os-Montes, com mais de 100 lagares por região. O Alentejo, Ribatejo e Oeste e Beira Litoral possuem mais de 70 lagares por região. O número de lagares do Algarve e do Entre Douro e Minho é substancialmente menor. A distribuição espelha a importância do olival em cada região.

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29

O sistema tradicional de produção é dominante na Beira Interior, Beira Litoral, Minho e no Ribatejo e Oeste. No Alentejo e em Trás-os-Montes predominam os lagares com sistema de produção contínuo em duas fases. O sistema de produção contínuo em três fases tem uma maior relevância na Beira Interior, Beira Litoral e no Ribatejo e Oeste.

O gráfico 31 apresenta a produtividade da produção de azeite, através da quantidade de azeite produzida com um quintal de azeitona.

Gráfico 31 - Azeite produzido por quintal de azeitona (hl/ q) por região

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

A região em que essa razão é mais elevada é em Trás-os-Montes, com mais de 0,17 hectolitros por quintal de azeitona. O Algarve e o Alentejo apresentam razões superiores a 0,15. Todas as demais regiões registam valores que se situam entre os 0,10 e os 0,15 hectolitros por quintal de azeitona.

Com valores de eficiência de produção de azeite a partir da azeitona tão semelhantes, os valores da produção de azeite apresentados no gráfico 32 espelham os valores de produção de azeitona.

O Alentejo possui as maiores produções, com mais de 300 mil hectolitros de azeite produzidos em 2010, seguindo-se Trás-os-Montes com mais de 180 mil hectolitros e da Beira Interior com mais de 60 mil hectolitros. As restantes regiões apresentaram em 2010 produções inferiores a 50 mil hectolitros.

O sistema tradicional de produção só é representativo no Ribatejo e Oeste, na Beira Litoral, na Beira Interior e em Trás-os-Montes, onde são responsáveis pela produção de uma pequena parte do total de azeite produzido. O sistema contínuo em duas fases é responsável pela produção da maior parte do azeite em Portugal, enquanto que o sistema contínuo em três fases é sobretudo importante no Algarve, Ribatejo e Oeste, Beira Interior e Beira Litoral.

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30

Gráfico 32 - Quantidade de azeite produzido por região

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31

Frutos frescos

A esmagadora maioria das explorações de frutos frescos apresenta um volume de negócios muito pequeno. São poucas as empresas com um volume de negócios superior a 100 mil Euros (Gráfico 33). No entanto, mercê da capacidade organizativa, o Ribatejo e Oeste apresentam já uma fatia significativa de empresas com um volume de negócios apreciável no sector dos frutos frescos.

As regiões do Alentejo e do Entre Douro e Minho são as que apresentam um menor número de explorações dedicadas à produção de frutos frescos, com Trás-os-Montes, o Ribatejo e Oeste e o Algarve a apresentarem o maior número de explorações.

Gráfico 33 – Volume de negócio das explorações de frutos frescos por Região.

0 2500 5000 7500 10000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito pequenas)

< 8 000 euros

P (Pequenas) 8 000 -

< 25 000 euros

M (Médias) 25 000 - <

100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Macieiras

A produção de maçã encontra-se concentrada em Trás-os-Montes, região onde as condições climáticas são mais propícias, e no Ribatejo e Oeste. As Beiras também possuem um número assinalável de explorações com pomares de macieiras. (gráfico 34).

No Alentejo e Algarve o número de explorações é despiciendo, inferior a 500 explorações com pomares de macieiras.

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32

Gráfico 34 – Volume de negócio das explorações com pomares de Macieiras, por

Região.

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito pequenas)

< 8 000 euros

P (Pequenas) 8 000 -

< 25 000 euros

M (Médias) 25 000 - <

100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Gráfico 35 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações com pomares de

Macieiras, por Região.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

33

De notar que a esmagadora maioria das explorações com pomares de macieiras possui um volume de negócio inferior a 8000€. Em Trás-os-Montes, a esmagadora a maioria das explorações possui um volume de negócios inferiores a 25 mil euros.

No Ribatejo e Oeste, existe no entanto um conjunto significativo de explorações que atingem um volume de negócios superior a 100 mil euros por ano.

No que diz respeito ao volume de negócio por área da exploração, podemos referir a grande importância da produção de maçãs em Trás-os-Montes e no Ribatejo e Oeste com mais de 4000 hectares de pomares (gráfico 31)

O gráfico 35 mostra no entanto um conjunto de diferenças significativas ao nível da estrutura fundiária. Se em Trás-os-Montes a esmagadora maioria das explorações são pequenas e registam um volume de negócios inferior a 25 mil euros por ano, no Ribatejo e Oeste, os pomares são predominantemente médios e grandes, com um volume de negócios superior a 25 mil euros por ano.

No Algarve, Alentejo e Entre Douro e Minho as áreas de pomares de macieiras são muito reduzidas, inferiores a 500 hectares, enquanto que nas Beiras (litoral e interior), esse valor é ligeiramente superior a mil hectares.

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34

Pereiras

No caso da produção de peras, o Ribatejo e Oeste apresentam de longe a maior quantidade de explorações (mais de 4500) com pomares de pereiras, muito a reboque da pera rocha (gráfico 36).

Gráfico 36 – Volume de negócio das explorações com pomares de pereiras, por Região.

0 1000 2000 3000 4000 5000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito pequenas)

< 8 000 euros

P (Pequenas) 8 000 -

< 25 000 euros

M (Médias) 25 000 -

< 100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Gráfico 37 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações com pomares de

pereiras, por Região.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

35

A produção de peras é insignificante a sul, no Alentejo e Algarve, com menos de 500 explorações com pomares de pereiras, e situa-se entre as 1000 e as 2500 explorações nas restantes regiões.

O gráfico 37 realça a importância do Ribatejo e Oeste na produção de peras, com mais de 9 mil hectares dedicados a essa cultura, enquanto as outras regiões não atingem sequer os 500 hectares.

De notar a importância das explorações com volumes de negócio superiores a 25 mil euros e a 100 mil euros, que no seu conjunto ocupam mais de 80% da área com pomares de pereiras na Região do Ribatejo e Oeste.

Cerejeiras

A produção de cereja situa-se sobretudo em Trás-os-Montes (com mais de 3500 explorações) e na Beira Interior (com mais de 2500 explorações). Com excepção do Entre Douro e Minho, todas as restantes regiões possuem um número inferior a 1000 explorações que possuem produção de cereja. O Ribatejo e Oeste, o Alentejo e o Algarve possuem produções insignificantes (gráfico 38).

De notar a predominância de explorações com um volume de negócios muito pequeno, inferior a 8000 €. A esmagadora maioria possui um volume de negócios inferior a 25000€, e apenas em Trás-os-Montes e na Beira Interior aparece um número não negligenciável de explorações com volume de negócio superiores a 25000€ por ano.

Gráfico 38 – Volume de negócio das explorações com pomares de cerejeiras, por

Região.

0 1000 2000 3000 4000

Entre Douro e

Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

AlgarveMP (Muito

pequenas) < 8 000

euros

P (Pequenas) 8 000 -

< 25 000 euros

M (Médias) 25 000 -

< 100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

36

Cruzando o volume de negócios com a área ocupada pela exploração, patente no gráfico 39, podemos aferir a importância de três regiões na produção de cereja: a Beira Interior, Trás-os-Montes e o Entre Douro e Minho. As restantes regiões possuem menos de 200 hectares de cerejeiras.

Entre as três principais regiões produtoras podemos aferir algumas diferenças quanto à estrutura produtiva. Com efeito, no Entre Douro e Minho predomina a pequena propriedade e as pequenas explorações, a esmagadora maioria da área está afecta a explorações com um volume de negócios inferior a 25000 € por ano.

Em Trás-os-Montes esta tendência mantém-se se bem que surjam explorações com volume de negócio superior a 25000€ e mesmo a 100000€. Já na Beira interior, a maior parte daárea é ocupada por explorações com um volume de negócios superior a 25000€.

Gráfico 39 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações com pomares de

cerejeiras, por Região.

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37

Frutos de casca rija

Amendoeiras

Os pomares de amendoeiras e consequente produção de amêndoas concentram-se sobretudo no Algarve e em Trás-os-Montes (gráfico 40), correspondendo sobretudo a explorações em que o volume de negócio é muito baixo, inferior a 8000€

Gráfico 40 – Volume de negócio das explorações com pomares de amendoeiras, por

Região.

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito

pequenas) < 8 000

euros

P (Pequenas) 8 000

- < 25 000 euros

M (Médias) 25 000 -

< 100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Em termos de área e volume de negócio, Trás-os-Montes, apresenta a maior área de pomares de amendoeiras, com mais de 15000 hectares, em que a maior parte da área é ocupada por explorações com um volume de negócio inferior a 8000€ por exploração. No entanto é nesta região que se encontra a maior área ocupada por explorações com volume de negócio superiores a 25000€ por ano (gráfico 41).

Apesar da pequena área que esta cultura permanente apresenta no Alentejo, existe uma área importante ocupada por explorações que possuem mais de 100000 € de volume de negócios por ano. Com efeito, no Alentejo as explorações são quase exclusivamente de média ou grande dimensão, com volumes de negócio superiores a 25000€ por ano.

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38

Gráfico 41 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações com pomares de

amendoeiras, por Região.

Castanheiros

A produção de castanha está dependente de condições climáticas específicas, razão pela qual a distribuição dos soutos pelas regiões agrárias portuguesas apresenta uma assinatura específica. Com efeito, duas regiões (Algarve e Ribatejo e Oeste) não possuem qualquer produção. Os soutos presentes no Alentejo estão confinados à Serra de São Mamede, e é nas terras altas do Centro e Norte do país que se concentra a produção de castanha (gráfico 42).

É em Trás-os-Montes que se encontra o maior número de explorações, a esmagadora maioria com um volume de negócios inferior a 8000€ por ano. As explorações pequenas adquirem alguma relevância em Trás-os-Montes e na Beira Interior, e existem algumas explorações com volume de negócios superior a 25000€ por ano em Trás-os-Montes. As explorações com volume de negócio superior a 100 mil euros por ano são poucas e concentra-se sobretudo em Trás-os-Montes.

O gráfico 43 demostra que a maior área de soutos se concentra em Trás-os-Montes, com quase 30000 hectares, predominantemente representado por muito pequenas explorações, com menos de 8000€ de volume de negócio por ano.

A Beira interior possui menos de 5000 hectares, e as restantes regiões possuem áreas ainda mais reduzidas, ou simplesmente não possuem soutos, pelas razões atrás apresentadas.

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39

Gráfico 42 – Volume de negócio das explorações com soutos, por Região.

0 5000 10000 15000 20000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito

pequenas) < 8 000

eurosP (Pequenas) 8 000

- < 25 000 euros

M (Médias) 25 000 -

< 100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Gráfico 43 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações com soutos, por

Região.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

40

Nogueiras

O número de explorações que se dedicam à produção de nozes é, como seria de esperar reduzido, e repartido por todas as regiões agrárias do país, com particular relevo para Trás-os-Montes, com mais de 1700 explorações, a maior parte das quais muito pequena (com um volume de negócios inferior a 8000€ por ano) ou pequenas (com um volume de negócios entre 8000€ e 25000€ por ano).

Gráfico 44 – Volume de negócio das explorações com nogueirais, por Região.

0 500 1000 1500 2000 2500

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito

pequenas) < 8 000

eurosP (Pequenas) 8 000

- < 25 000 euros

M (Médias) 25 000 -

< 100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

Gráfico 45 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações com soutos, por

Região.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

41

As muito pequenas explorações ocupam a maior parte da área de nogueirais para a maior parte das regiões, com excepção do Algarve, do Alentejo e da Beira Interior (gráfico 45).

No Alentejo, predominam as grandes explorações, com volumes de negócio superiores a 100 mil euros por ano.

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42

Vinha e Vinho

A Vinha e a produção de vinho constituem uma das mais importantes e reconhecidas fileiras da agricultura portuguesa. Em média, e segundo os dados do INE, cada português consome cerca de 45 litros de vinho por ano, além de constituir um dos nossos principais artigos agrícolas de exportação.

A vinha é a cultura que ocupa maior área, estando presente em mais de metade das explorações agrícolas nacionais (51%).Ocupa uma área de 178 mil hectares. Na região Norte 79% das explorações do Entre Douro e Minho possuem vinha. Em Trás--os-Montes a vinha está presente em 63% das explorações. Nesta região localiza mais de 1/3 da área vitícola nacional, seguido pelo Ribatejo e Oeste (21%).

O gráfico 46 demonstra que as regiões com maior número de explorações dedicada à vinha para vinho são Trás-os-Montes e o Entre Douro e Minho, com quase 39 mil cada. Segue-se a Beira Litoral com cerca de 28 mil, a Beira Interior e o Ribatejo e Oeste possuem valores na ordem dos 17 mil, e por fim o Alentejo e o Algarve apresentam menos de 4mil explorações vitícolas.

Gráfico 46 – Número de explorações vitícolas por região agrária e dimensão da área de

vinha

A esmagadora maioria da área é ocupada por explorações muito pequenas, com menos de um hectare, e só no Alentejo, Ribatejo e Oeste e em Trás-os-Montes surge um número significativo de explorações com áreas superiores a 5 hectares.

Este facto tem repercussões ao nível do volume de negócios das explorações vitícolas, como demonstrado pelo gráfico 47, onde se pode depreender que a esmagadora maioria das explorações (mais de 90%) possui um volume de

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

43

negócios inferior a 25000€ por ano. O número de empresas com um volume de negócios superior a 100000€ por ano só tem alguma expressão no Entre Douro e Minho, onde geograficamente se situa o Porto e Vila Nova de Gaia, onde estão localizadas as sedes de muitas das empresas de Vinho do Porto, na Beira Litoral, no Ribatejo e Oeste e no Alentejo.

Gráfico 47 – Volume de negócio de acordo com a superfície das explorações vitícolas

com vinha para produção de vinho, por Região.

0 10000 20000 30000 40000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito pequenas) <

8 000 euros

P (Pequenas) 8 000 - <

25 000 euros

M (Médias) 25 000 - <

100 000 euros

G (Grandes) > 100 000

euros

O gráfico 48 mostra a área ocupada pela vinha em cada uma das regiões agrárias, onde é possível aferir que esta cultura apresenta um valor residual no Algarve. Trás-os-Montes apresenta a maior área ocupada com vinha, cerca de 60 mil hectares, seguido do Ribatejo e Oeste com mais de 30 mil hectares e do Entre Douro e Minho e do Alentejo com mais de 20 mil hectares. Por fim, as Beiras, apesar da importância das suas regiões vitícolas demarcadas, possuem cerca de 15 mil hectares de vinha cada uma.

Neste sector, as explorações com volume de negócio superiores a 100000 € anuis ocupam áreas muito significativas em várias regiões, nomeadamente no Alentejo, onde cobrem mais de 50% da área ocupada por vinha, no Ribatejo e Oeste e em Trás-os-Montes.

No entanto, as explorações pequenas, com um volume de negócios inferior a 25000€ por ano, ocupam mais de metade da área, em especial nas regiões agrárias em que a vinha possui uma maior tradição.Com efeito, apenas no Alentejo e no Ribatejo e Oeste, onde a aposta na vinha é mais recente, as explorações com um volume de negócios superiora 25000€ por ano ocupam mais de metade da área.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

44

Gráfico 48 – Volume de negócio de acordo com a área das explorações vitícolas, por

Região.

Gráfico 49 – Explorações vitícolas que produzem uvas para vinho VQPRD

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Entre Douro e Minho

Trás-os-Montes

Beira Litoral

Beira Interior

Ribatejo e Oeste

Alentejo

Algarve

MP (Muito

pequenas) < 8 000

eurosP (Pequenas) 8 000

- < 25 000 euros

M (Médias) 25 000 -

< 100 000 euros

G (Grandes) > 100

000 euros

As explorações que produzem uvas para vinho de qualidade produzido em Região Determinada [VQPRD] apresentam algumas diferenças em relação à

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

45

quantidade de empresas vitícolas em cada região agrária. Comparando o gráfico 49 como gráfico 47,podemos afirmar que no Entre Douro e Minho, a maior parte das explorações contribui para os vinhos VQPRD. Na Beira Litoral e Beira Interior, cerca de 2/3 das explorações contribuem para os vinhos VQPRD, e em Trás-os-Montes essa percentagem cai para menos de metade. Essa proporção é ainda inferior no Alentejo e no Ribatejo e Oeste.

Quanto à Produção vinícola declarada em mosto pelo produtor, (gráfico50), verifica-se qua a região com maior produção de vinho é o Ribatejo e Oeste, com cerca de 1,7 milhões de hectolitros de vinho, a esmagadora maioria do qual Vinho Regional e sobretudo Vinho de Mesa. Segue-se Trás-os-Montes com cerca de 1,4 milhões de hectolitros, onde a classe mais importante é a de Vinho licoroso de qualidade produzido em Região Determinada. Esta região produz ainda Vinho de qualidade produzido em Região Determinada, e vinho de mesa.

O Alentejo, com cerca de 0,8 milhões de hectolitros possui sobretudo Vinho de qualidade produzido em Região Determinada e Vinho regional, tal como o Entre Douro e Minho, que produz quantitativos equiparáveis ao Alentejo, mas onde os Vinho de qualidade produzido em Região Determinada possuem um peso avassalador, enquanto o Vinho regional apresenta um peso residual.

Gráfico 50 – Produção vinícola declarada em mosto pelo produtor por Região agrária e

Qualidade

A Beira Litoral produz cerca de 0,4 milhões de hectolitros de mosto, a maior parte de Vinho de qualidade produzido em Região Determinada, logo seguido pelo Vinho de mesa. Na Beira interior a maior parte do vinho produzido é de

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

46

mesa e no Algarve, onde a quantidade de vinho produzido é residual, este é sobretudo regional.

Gráfico 51 - Produção vinícola declarada em vinho pelo produtor por região agrária e

qualidade e cor do vinho em 2011

Quanto à qualidade e cor do vinho produzido nas várias regiões, em 2011, o Ribatejo e Oeste produziu quase 1,5milhões de hectolitros, sobretudo de vinho tinto e rosado sem certificação, de Vinho tinto e Rosado com indicação geográfica protegida e de Vinho branco sem certificação.

Em Trás-os-Montes, as classes dominantes são o vinho licoroso tinto e rosado com denominação de origem protegida e o vinho tinto e rosado com denominação de origem protegida. No Alentejo predomina ovinho tinto e rosado com indicação geográfica protegida e ovinho tinto e rosado com denominação de origem protegida [DOP].

No Entre Douro e Minho predomina o vinho branco DOP, enquanto na Beira Litoral o tipo de vinho dominante é o vinho tinto e rosado DOP e o vinho tinto e rosado sem certificação. Este tipo de vinho é predominante na Beira Interior.

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

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Culturas temporárias

Das culturas temporárias existentes, decidimos centra-nos na produção de tomate para fins industriais, por ser uma cultura com um importante impacto numa fileira agro-industrial a jusante.

Tomate

A produção de tomate concentra-se sobretudo na região agrária do Ribatejo e Oeste, onde são usados anualmente mais de 13 mil hectares, seguido do Alentejo com pouco menos de 2000 hectares e da Beira litoral com 37 hectares (gráfico 52). As restantes regiões não apresentam esta cultura.

Gráfico 52 – Superfície afeta à produção de Tomate para a indústria em hectares

Gráfico 53 - Produção de Tomate para a indústria em toneladas

Análise Estatística das fileiras agro-alimentares em Portugal Continental

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Os valores das áreas usadas para a cultura do tomate industrial reflete-se na produção, com o Ribatejo e Oeste a atingirem mais de um milhão de toneladas, o Alentejo com uma produção acima das 120 mil toneladas e a Beira Litoral com um valor ligeiramente superior a duas mil toneladas.

Bibliografia

Todos osdados apresentados foram recolhidos do portal on line do INE, em:

http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_base_dados