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127 127 127 127 127 R E V I S T A Claudiane de Andrade e Damares Tomasin Biazin TERRA E CULTURA - Nº 44 - Ano 23 - Janeiro a Julho 2007 *ANDRADE, C. Análise da visita domiciliar pós-alta hospitalar em Cornélio Procópio, Paraná. 2006. 27 f. Monografia (Especialização em Saúde da Família). Centro Universitário Filadélfia de Londrina. Unifil. Londrina, Pr. **Doutora em Enfermagem Fundamental pela USP de Ribeirão Claro. Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UniFil. ANÁLISE DA VISITA DOMICILIAR PÓS-ALTA HOSPITALAR EM CORNÉLIO PROCÓPIO-PR ANALYSIS OFTHE DOMICILIARY VISIT POST-DISCHARGE FROM HOSPITAL IN CORNÉLIO PROCÓPIO, PARANÁ. 2006 Claudiane de Andrade* Damares Tomasin Biazin** RESUMO: O presente estudo analisa as Visitas Domiciliares (VD), realizadas pelas Equipes do Programa de Saúde da Família (11 equipes), aos pacientes pós-alta hospitalar da Casa de Misericórdia, referên- cia de internações do SUS, no município de Cornélio Procópio-PR, com o objetivo de analisar quantitativamente, este serviço, no período de abril a dezembro de 2005. As fontes de dados utilizadas foram coletadas de instrumentos criados pela própria Coordenadora do PSF, para implementação do Serviço de Saúde prestado à comunidade. Os resultados mostraram que 83,5% dos pacientes pós alta hospitalar, receberam a visita domiciliar pela equipe de saúde mais próxima de seu domicilio. Os fatores que dificultaram a realização das demais visitas, também foram coletadas e comentadas, porém, foi possível concluir que a parceria com o hospital e os instrumentos utiliza- dos, contribuem para alcançar os objetivos propostos pelo PSF, que são promoção e prevenção de saúde, assim como a integralidade proposta pelo SUS. PALAVRAS-CHAVES: PSF, Visita Domiciliar, Alta hospitalar ABSTRACT: The present study analyzes the Domiciliary Visits (DV), carried out by the Health Family Program Teams (11 teams), to the post-discharge from hospital patients from Casa de Misericórdia, SUS internments reference, in the city of Cornélio Procópio-PR, with the objective to analyze quantitatively this service, in the period from April to December in 2005. The used sources of data were collected from instruments created by the PSF Coordinator herself, for the Health Service implementation provided to the community. The results showed that 83.5% of post-discharge from hospital patients, received the domiciliary visit from the closer next door health team. The factors which made it difficult to carry out the visits, were also collected and commented, however, it was possible to conclude that the partnership with the hospital and the instruments used, contribute to reach the objectives proposed by the PSF, which are health promotion and prevention, as well as the completeness proposed by SUS. KEY WORDS: PSF, Domiciliary Visit, Discharge from Hospital

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Claudiane de Andrade e Damares Tomasin Biazin

T E R R A E C U L T U R A - Nº 44 - Ano 23 - Janeiro a Julho 2007

*ANDRADE, C. Análise da visita domiciliar pós-alta hospitalar em Cornélio Procópio, Paraná. 2006. 27 f. Monografia(Especialização em Saúde da Família). Centro Universitário Filadélfia de Londrina. Unifil. Londrina, Pr.**Doutora em Enfermagem Fundamental pela USP de Ribeirão Claro. Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UniFil.

ANÁLISE DA VISITA DOMICILIAR PÓS-ALTA HOSPITALAR EM CORNÉLIOPROCÓPIO-PR

ANALYSIS OF THE DOMICILIARY VISIT POST-DISCHARGE FROM HOSPITAL IN CORNÉLIOPROCÓPIO, PARANÁ. 2006

Claudiane de Andrade*Damares Tomasin Biazin**

RESUMO:O presente estudo analisa as Visitas Domiciliares (VD), realizadas pelas Equipes do Programa deSaúde da Família (11 equipes), aos pacientes pós-alta hospitalar da Casa de Misericórdia, referên-cia de internações do SUS, no município de Cornélio Procópio-PR, com o objetivo de analisarquantitativamente, este serviço, no período de abril a dezembro de 2005. As fontes de dadosutilizadas foram coletadas de instrumentos criados pela própria Coordenadora do PSF, paraimplementação do Serviço de Saúde prestado à comunidade. Os resultados mostraram que 83,5%dos pacientes pós alta hospitalar, receberam a visita domiciliar pela equipe de saúde mais próximade seu domicilio. Os fatores que dificultaram a realização das demais visitas, também foram coletadase comentadas, porém, foi possível concluir que a parceria com o hospital e os instrumentos utiliza-dos, contribuem para alcançar os objetivos propostos pelo PSF, que são promoção e prevenção desaúde, assim como a integralidade proposta pelo SUS.

PALAVRAS-CHAVES: PSF, Visita Domiciliar, Alta hospitalar

ABSTRACT:The present study analyzes the Domiciliary Visits (DV), carried out by the Health Family ProgramTeams (11 teams), to the post-discharge from hospital patients from Casa de Misericórdia, SUSinternments reference, in the city of Cornélio Procópio-PR, with the objective to analyze quantitativelythis service, in the period from April to December in 2005. The used sources of data were collectedfrom instruments created by the PSF Coordinator herself, for the Health Service implementationprovided to the community. The results showed that 83.5% of post-discharge from hospital patients,received the domiciliary visit from the closer next door health team. The factors which made itdifficult to carry out the visits, were also collected and commented, however, it was possible toconclude that the partnership with the hospital and the instruments used, contribute to reach theobjectives proposed by the PSF, which are health promotion and prevention, as well as thecompleteness proposed by SUS.

KEY WORDS: PSF, Domiciliary Visit, Discharge from Hospital

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INTRODUÇÃO

O município de Cornélio Procópio está localizado na região Norte do Paraná, sen-do sede da 18ª Regional de Saúde. A origem do nome da cidade está relacionada à pessoa doCoronel Cornélio Procópio de Araújo Carvalho, figura de destaque no Império durante o final doúltimo século. Fundado em janeiro de 1937, possui hoje uma população estimada de 47.019 habitan-tes (DATA SUS 2006), destes aproximadamente 9% residem na zona rural.

O município é sede do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte do Paraná epossui 10 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 03 hospitais, sendo a Casa de Misericórdia a refe-rência para internamento do SUS.

O Programa Saúde da Família (PSF) iniciou-se no município em 2001, com apenas3 equipes, sendo ampliado em 2002 para 11 equipes sob módulo de contrato (CLT). No final de2004, todos os profissionais das equipes de Saúde da Família foram contratados por concursopúblico.

O PSF é uma estratégia que prioriza as ações de promoção e recuperação desaúde dos indivíduos e da família, do recém nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma integrale contínua. As equipes de PSF possuem atribuições e características próprias que as habilita aconhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase nas suas característi-cas socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas, e a identificar os problemas de saúde maiscomuns, assim como as situações de risco que a população está exposta.

Para o médico mexicano Jakobo Finkelman, representante da Organização Pan-Americana de Saúde e da Organização Mundial de Saúde “O Programa de Saúde da Família é umgrande triunfo da Saúde Pública no Brasil. Aproxima os serviços de saúde da população que,muitas vezes, nunca viu um médico em sua vida. È um grande avanço em termos estratégicos, poisnão se trata apenas do fornecimento de serviços médicos e clínicos. O mais importante é a sinergiaque o programa cria para atender integralmente outras áreas, como a epidemiologia e a prevençãoda doença. Ao final, o produto é maior do que a soma individual das partes” (MINISTÉRIO DASAUDE , 2002 b, p. 25 ).

As equipes do Programa de Saúde da Família são compostas por Médico, Enfer-meiro, Auxiliar de Enfermagem, Dentista, Auxiliar de Consultório Dentário e Agentes Comunitári-os de Saúde. Esses profissionais trabalham em equipe, porém cada um, de acordo com as suasatribuições determinadas pelas diretrizes do PSF.

Segundo o Guia Prático do PSF (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2002 a) as atribui-ções comuns a todos os profissionais que integram as equipes são:

• conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfasenas suas características sociais, econômicas, culturais, demográficas eepidemiológicas;

• identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aosquais aquela população está exposta;

• elaborar com a participação da comunidade, um plano local para oenfrentamento dos problemas de saúde e de vigilância epidemiológica, nasdiferentes fases do ciclo de vida;

• valorizar a relação com o usuário e com a família, para criação de vínculo deconfiança, de afeto e de respeito;

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• realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento;

• resolver problemas de saúde no nível de atenção básica;

• garantir o acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema dereferência e contra-referência para os casos de maior complexidade ou quenecessitam de internação hospitalar;

• prestar assistência integral à população adstrita, respondendo à demandade forma contínua e racionalizada;

• coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde ;

• promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e infor-mais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos proble-mas identificados;

• fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitosde cidadania, de direito à saúde e suas bases legais;

• incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos Conse-lhos Locais de Saúde e no Conselho Municipal de Saúde; e

• auxiliar na implantação do Cartão Nacional de Saúde.

Segundo Souza (MINISTÉRIO DA SAUDE , 1999), a equação internacional-mente aceita e comprovada aponta para a seguinte regra: as Unidades Básicas de Saúde, desdeque funcionem adequadamente, são capazes de resolver pelo menos 80% dos problemas de saúdeda sua população. O restante das pessoas precisará, em parte, de atendimento em ambulatórios deespecialidades e apenas um pequeno número necessitará de atendimento hospitalar.

A proposta brasileira refere também que a Atenção Básica deve prever instru-mentos que sistematizem os serviços prestados na lógica da hierarquização, resolutividade e conti-nuidade da atenção.

A assistência domiciliar, foco deste estudo, realizada pelas equipes deve ser direcionadaà clientela adstrita a um território de atuação e estar inserida na política social do município.

É de grande importância que sejam construídos instrumentos de avaliação para aqualidade do atendimento, resolutividade da assistência, número de pessoas assistidas pelas equi-pes, satisfação das equipes, entre outros.

O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), foi criado em 1998 peloDepartamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS), em conjunto com a Coordena-ção de Saúde da Comunidade/Secretaria da Assistência à Saúde (COSAC/SAS), para auxiliar oacompanhamento e avaliação das atividades realizadas pelos profissionais das equipes do PSF,agregando e processando dados advindos das visitas domiciliares e atendimentos realizados nasUBS e domicílios (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2004 a).

Esse sistema é muito eficiente, porém, seus dados de visitas domiciliares avalia onúmero de famílias visitadas pelos profissionais, não explora o atendimento domiciliar individual enão contempla as visitas pós-alta hospitalar, visto que é uma ação local das equipes de CornélioProcópio, na qual prestam assistência integralmente, orientando, encaminhando e/ou realizandoprocedimentos.

Apesar da eficiência do SIAB como Sistema de Informação Nacional, houve anecessidade da criação de instrumentos próprios para avaliação da visita pós alta hospitalar, reali-zada em parceria com a Casa de Misericórdia que é a referência do SUS para internação nomunicípio.

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Em abril de 2005, no intuito de sistematizar e implementar as ações das equipes doPSF em relação às visitas domiciliares pós-alta hospitalar, com objetivos de diminuir a reinternaçãoe aumentar a adesão dos pacientes aos tratamentos propostos na internação, foi criado pela Coor-denação Municipal do PSF e Supervisão Geral da Casa de Misericórdia de Cornélio Procópio, doisinstrumentos: “Planilha de Alta” e “Visita de Alta” , o primeiro agrega a coleta de dados relevantesdo paciente no momentos da alta (nome, endereço, diagnóstico) priorizando as crianças (apêndiceA), gestantes/puérperas (apêndice B) e adultos acima de 50 anos( apêndice C). Estas planilhas sãoencaminhadas à Coordenação do PSF semanalmente. O segundo instrumento é preenchido comos dados do primeiro, porém lançado no instrumento “Visita de Alta” ( apêndice D), por UBS, ouseja, de acordo com a área de abrangência que o paciente pertencer. Estas são enviadas imediata-mente para as equipes do PSF, para planejamento e realização da visita pós-alta hospitalar, partindosempre do diagnóstico fornecido pelo hospital.

Na visita pós-alta hospitalar os dados são confirmados com o paciente, sãoregistradas a evolução, orientação, encaminhamento e/ou procedimento, assinados pelos profissio-nais e encaminhadas à Coordenação do PSF, comprovando a sua realização e tornando possívelvárias formas de avaliação desta estratégia..

Desde a implantação desta estratégia sistematizada, ou seja, desde abril até de-zembro de 2005 foram solicitadas 1560 visitas, lembrando que priorizadas em crianças, gestantes/puérperas e adultos acima de 50 anos.

Diante do exposto este estudo tem como objetivos:

• analisar o número de visitas domiciliares pós-alta hospitalar realizadas enão realizadas pelas equipes do PSF de Cornélio Procópio, no período deabril a dezembro de 2005, em relação ao número total de visitas solicitadaspela Casa de Misericórdia, através da “planilha de alta”, neste mesmoperíodo;

• verificar através dos registros realizados pelos profissionais das equipesdo PSF, os motivos pelos quais não realizaram as visitas domiciliares pós-alta hospitalar.

Revisão da Literatura

O Programa Saúde da Família (PSF), foi concebido com o objetivo de proceder “aorganização da prática assistencial em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradici-onal de assistência” (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2000 b, p.2). Foi criado com intuito de reestruturaro modelo de atenção à saúde, o qual deve estar centrado na família, entendido e percebido a partirde seu ambiente físico e social, o que vem possibilitando às equipes, compreensão ampliada doprocesso saúde-doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas.

O PSF, de acordo com o Ministério da Saúde (2002 b), prioriza as ações deproteção e promoção à saúde dos indivíduos e da família de forma integral e contínua, adotando umnovo paradigma: a qualidade de vida.

O objetivo geral do PSF é melhorar o estado de saúde da população, mediante aconstrução de um modelo assistencial de atenção baseado na promoção, proteção, diagnósticoprecoce, tratamento e recuperação da saúde, em conformidade com os princípios e diretrizes doSistema Único de Saúde (SUS) e dirigido aos indivíduos, à família e a comunidade. Uma das

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atividades da equipe do PSF é o atendimento à comunidade, tendo como uma de suas ações aVisita Domiciliar (VD) (Ministério da Saúde, 1997).

Além do atendimento às consultas na Unidade Básica de Saúde, os profissionaispercorrem os bairros visitando as casas, dentro de sua área de abrangência, pois, a VD permiteaproximar a equipe de saúde da comunidade, propiciando-lhe um acompanhamento mais particula-rizado das famílias. Os profissionais passam então, a conhecer não só o quadro clínico e problemasde saúde, mas, também, as suas condições de vida, em termos econômicos, culturais, sociais efamiliares. A visita domiciliar é fator essencial ao processo de vigilância à saúde e interação entreequipe e comunidade, tendo por finalidade acompanhar a situação de saúde das famílias, esperan-do-se, assim, resultados positivos através da antecipação do diagnóstico personalizado do atendi-mento e de uma maior orientação ao individuo e sua família.

Segundo Nogueira e Fonseca (1997) a VD é um método de trabalho junto àsfamílias tendo como vantagens: proporcionar, ao indivíduo, o conhecimento de seu próprio meioambiente, atentando-se para as condições de habitação, relações afetivas e sociais da família;facilitar a adaptação e planejamento da família conforme seus próprios recursos; proporcionarmaior liberdade para que possam expor seus problemas, pois o tempo dedicado a eles é bem maiordo que no contexto institucional, além de outros.

O que o autor colocou em relação a VD, evidentemente é percebido pelos profis-sionais e na maioria das vezes é o fator causador de doenças, principalmente das psicossomáticas,pois os laços afetivos familiares são os mais observados na assistência a um membro da famíliacom diagnóstico de depressão, muito comum hoje na comunidade atendida. O fato de conhecer afamília e seu modo de viver facilita o planejamento de ação dos profissionais em relação a condutaa ser realizada.Conforme enfatizam Fonseca e Bertolozzi (1997), a VD permite uma aproximaçãocom os determinantes do processo saúde-doença no âmbito familiar. Ou seja, a VD é um instru-mento que possibilita ao profissional identificar como se expressam, na família, as formas de traba-lho e vida dos membros, quais padrões de solidariedade se desenvolvem no interior do universofamiliar e como estes podem contribuir para o processo de cuidado, cura ou recuperação de um deseus membros.

A VD permite ao profissional criar um relacionamento afetivo e amistoso com acomunidade envolvida, pois ele está adentrando em seu lar, sua casa, sua intimidade, mantendoassim interações, ou seja, relacionamento interpessoal, que permite obter dados mais fidedignossobre a saúde das famílias. Para isso é necessário estabelecer confiança entre os membros daequipe de saúde e os da família, para que esta se sinta segura com as ações desenvolvidas pelosprofissionais e em casos de problemas ou dúvidas, solicite ajuda, explicações e orientações. A VDserve, também, para que os profissionais entendam o significado do momento vivido e possamatender as necessidades evidenciadas e as solicitações feitas, ajudando a família a descobrir suaspossibilidades. Quanto mais for efetivo o relacionamento e o envolvimento profissional com afamília, maior será o seu reconhecimento profissional.

Na realização da visita domiciliar pós-alta hospitalar, a confiança da família au-menta em relação a equipe de saúde, pois mesmo que seja um único membro da família quepassou por uma internação, o fato da equipe ter a informação do diagnóstico e estar ali para darcontinuidade ao tratamento proposto no hospital, ou uma simples orientação quanto a receita

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medicamentosa, faz com que a família tenha a certeza de que está sendo cuidada, sendo alvo depreocupação da equipe naquele momento.

Os maiores problemas de saúde que os homens enfrentaram sempre estiveramrelacionados com a natureza de vida da comunidade. Na Grécia (443 a.c) encontram-se relatos demédicos que percorriam as cidades prestando assistência às famílias, de casa em casa, orientando-as quanto ao controle e a melhoria do ambiente físico, provisão de água e alimentos puros, alívio daincapacidade e do desamparo.Para os médicos a saúde estava relacionada a “pensamentos sadi-os” (ROSEN, 1994 , p.31).

No Brasil, atualmente, os médicos estão recebendo formação para uma melhoratuação, pois no marco da implantação do PSF, as equipes encontravam dificuldades e segundoSchraiber (2000) as escolas médicas, salvo, exceções, reproduzem o modelo hospitalocêntrico,condicionados por fatores como: capitalização do setor saúde, condição esta produtora de umintenso fracionamento do trabalho médico.

No caso do enfermeiro, no Brasil, o aparecimento do serviço de enfermeirasvisitadoras é marcado com o objetivo de prevenção. Em 1920, Amaury de Medeiros introduz naescola de enfermagem da Cruz Vermelha um curso de visitadoras sanitárias. Neste mesmo ano foicriado o serviço de visitadoras como parte do serviço de profilaxia da tuberculose. Tal iniciativamarca a inclusão da visita domiciliar como atividade de saúde pública, uma vez que o serviçoreferido fazia parte do Departamento Nacional de Saúde Pública (Nogueira; Fonseca, 1977). Osmesmos autores afirmam que as visitadoras deveriam prestar assistência priorizando aspectoseducativos de higiene, dirigidos aos doentes. Concomitantemente, em todo o país, nesse períodoforam sendo criados os Centros de Saúde, os quais tinham como objetivo o tratamento da tubercu-lose, hanseníase e diminuição da mortalidade infantil. Nesta assistência, desempenhavam papelpreponderante as visitas domiciliárias executadas por pessoal de nível médio.

Analisando os autores acima, conclui-se que os profissionais do PSF podem exe-cutar as visitas domiciliares, independentemente de seu nível ou da formação predominante naUniversidade em que se formou, pois há muito tempo, profissionais e pessoas da própria comunida-de prestavam assistência através de visita domiciliar com objetivos em comum com o do PSF, hoje,que é a prevenção.

A VD faz parte, também, do panorama da área de pesquisa, quando se buscaobter dados para identificar problemas que atingem indivíduos e suas famílias em situações especi-ficas, como apontam Glashan e Diccini (1997) destacando os indivíduos que realizam diálise peritonial,os portadores de asma, queimados, idosos, entre outros problemas vigentes na área de abrangênciado local de atendimento de cada Unidade Básica de Saúde.

A VD é um dos instrumentos mais indicados à prestação de assistência à saúde,do indivíduo, família e comunidade e deve ser realizada mediante processo racional, com objetivosdefinidos e pautados nos princípios de eficiência. Apesar de antiga, a VD traz resultados inovado-res, uma vez que possibilita conhecer a realidade do cliente e sua família in loco, contribuir para aredução de gastos hospitalares, além de fortalecer os vínculos cliente-terapêuta-profissional. Tam-bém deve ser considerada no contexto de educação em saúde por contribuir para a mudança depadrões de comportamento e, conseqüentemente, promover a qualidade de vida através da pre-venção de doenças e promoção da saúde.

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Atuar em visita domiciliar, respeitando esses princípios aponta o horizonte de pos-sibilidades que contribuem para superar o paradigma de saúde-doença centrado no individuo queaté então predominou no modelo de saúde brasileiro.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo analítico quantitativo, onde foram analisados dois instru-mentos criados pela própria Coordenadora do PSF: o primeiro “Planilha de Alta”, com dados obti-dos no momento da alta hospitalar na Casa de Misericórdia e o segundo, “Visita de Alta”, comdados obtidos e registrados no momento da visita domiciliar pós-alta hospitalar, realizada pelasequipes do PSF, no período de abril até dezembro de 2005.

Através da “Planilha de Alta” foram somados apenas com a utilização de calcula-dora os números de crianças, gestantes/puérperas e adultos acima de 50 anos, que constavam nasmesmas. Obtendo um total de visitas solicitadas.

Através da “Visita de Alta”, foram somadas as visitas realizadas. As visitas nãorealizadas foram analisadas e dividas em: pacientes não encontrados no domicílio, endereços fictí-cios, fora de área de abrangência, internados em hospitais de alta complexidade e visitas nãorealizadas por dificuldades da equipe.

O demonstrativo dos resultados foi elaborado a partir de um gráfico de colunas,com valores absolutos e um gráfico de percentuais, com uma breve discussão dos mesmos, deacordo com a realidade vivenciada pela própria autora.

Resultados e Discussões

Gráfico 1Número absoluto de visitas, por alta hospitalar, realizadas e não realizadas pelas equipes do PSF deCornélio Procópio-Paraná no período de abril a dezembro de 2005.

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Gráfico 2Número em percentual de visitas realizadas e não realizadas pelas equipes do PSF de CornélioProcópio-Paraná no período de abril a dezembro de 2005.

Analisando o gráfico 1 em número absoluto e o gráfico 2 em percentual pode-seobservar que o total de visitas solicitadas através da “Planilha de Alta” pelo hospital foi de 1560pacientes (100%), destes 1303 pacientes receberam a visita domiciliar pós-alta hospitalar (83.8%)registrados pelos profissionais no instrumento “Visita de Alta”, com evolução clínica, orientações,encaminhamentos e/ou procedimentos realizados. Este resultado superou a expectativa da Coor-denação do PSF, visto que os profissionais prestam atendimentos na UBS e estão inseridos nocontexto de funcionamento da mesma, atendendo a demanda para consultas considerada alta (3,4consulta/habitante/ano) apresentado pelo Departamento de Saúde do município em Audiência Pú-blica, onde o preconizado pelo Ministério da Saúde é de 1,5 consulta/habitante/ano, participam detodos os eventos e realizam grupos de educação em saúde para gestantes, hipertensos e diabéticos,assim como trabalhos educativos em escolas e creches.

As visitas não realizadas apresentaram um total de 257 (16,2%), destes 56 pacien-tes (3,5%) não foram encontrados em seus domicílios.. Esta é uma dificuldade conhecida por todasas equipes de PSF, pelo menos no Brasil segundo Felisberto (Ministério da Saúde, 2004 b) e nesteestudo não foi diferente, trata-se das puérperas que em busca de apoio para si e para o RN,permanecem na primeira semana, no domicílio da mãe, irmã ou sogra. Esse fato impossibilita aequipe de realizar a visita domiciliar pós-alta hospitalar, para orientações de puerpério importantescomo, por exemplo, o aleitamento materno, 39 (2,5%) os endereços eram fictícios, ou seja, nomomento da coleta dos dados no hospital os pacientes inventaram ou informaram endereços fictí-cios. Este resultado aponta para um problema nacional, apesar de “saúde é um direito de todos edever do Estado”, conforme afirma o artigo 196 da Constituição Federal, as descentralizações e ascotas para internamentos têm limitado o atendimento hospitalar no país. Segundo o próprio hospital,muitos pacientes que residem na região, com receio de não receberem o atendimento, informamendereços do município e as equipes, muitas vezes, chegam a encontrar o endereço, porém osmoradores não conhecem o paciente procurado, 98 pacientes, (6,2%) não receberam a visita por

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residirem fora da área de abrangência .Isso ocorre segundo foi descrito na introdução, pelo fato de9% residirem na zona rural e pelo fato da cobertura do PSF ser de 70% do município. Desta forma,esse foi um resultado esperado pela Coordenação, 17 pacientes (1,0%) em função do paciente seencontrar internado em outro hospital para tratamento de alta complexidade, pós alta da Casa deMisericórdia de Cornélio Procópio. Este tipo de paciente é considerado de alto risco, visto quenormalmente são pacientes com problemas cardíacos, encaminhados para procedimentos em Lon-drina ou Arapongas e que necessitam de um acompanhamento especial da equipe de saúde daUBS mais próxima de seu domicílio e 47 pacientes (3,0%) não receberam a visita de alta pordificuldades da equipe sem motivos justificados nos registros. Neste caso pode-se supor que talfato tenha ocorrido por dificuldades enfrentadas pelas equipes do PSF, ou seja, pela falta de trans-porte, falta de recursos humanos nas UBS em alguns períodos do dia, ausência dos profissionaisem função de eventos, treinamentos ou reuniões fora da área de abrangência.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este estudo permite concluir através dos resultados apresentados, que a maioria(83,5%) dos pacientes pós-alta hospitalar receberam apoio e assistência de acordo com suas ne-cessidades, de uma equipe de saúde da UBS mais próxima de seu domicílio. Conforme Fonseca eBertolozzi (1997) a visita domiciliar permite uma aproximação com os determinantes do processosaúde-doença no âmbito familiar.

A VD pós-alta hospitalar permite que a equipe conheça os padrões de solidarieda-de dos familiares e como estes podem contribuir para o processo do cuidado, cura ou recuperaçãode um de seus membros. Na maioria das vezes, a equipe já conhece a família toda e pode, sehouver necessidade, indicar um membro que considera mais preparado para os cuidados com apessoa doente, apoiando-a, orientando-a, possibilitando a autonomia para determinados cuidados.

Conclui-se também que, o trabalho desenvolvido em parceria com outros serviçosde saúde, como a Casa de Misericórdia de Cornélio Procópio, contribuiu muito para a implementaçãodo PSF, tornando possível atingir a integralidade, princípio do SUS e os objetivos da EstratégiaSaúde da Família, propostos pelo Ministério da Saúde em relação a prevenção e promoção desaúde da população adstrita pelas equipes do município.

Diante dos resultados obtidos, a autora recomenda a utilização da mesma estraté-gia e dos instrumentos desenvolvidos, pois podem contribuir para que outros municípios quereferenciam seus pacientes para o serviço de internação na Casa de Misericórdia de CornélioProcópio, possam também realizar a visita domiciliar pós alta hospitalar em suas áreas atendidaspelo PSF, visto que a distância é um fator determinante no processo saúde-doença e desta formacontribuir para diminuição do índice de reinternações, que geram custos e serviços, principalmentede transporte, para os municípios que não possuem o serviço de internação hospitalar.

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