analise da obra o grito de edward munch

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Analise da Obra O Grito de E.Munch- Trabalho da disciplina História da Arte

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO JOO DEL REI

Curso de Artes Aplicadas

ANLISE DA OBRA O GRITOEDVARD MUNCH

Maria Lcia de Campos Arajo

So Joo del-ReiMaio/2012

Maria Lcia de Campos Arajo

Trabalho apresentado na disciplina Histria da Arte, do Curso Artes Aplicadas da Universidade Federal de So Joo Del-Rei

Orientadora: Letcia Martins de Andrade

So Joo Del ReiMaio/2012

A arte o oposto da natureza.Uma obra de arte s pode provir do interior do homem.A arte a forma da imagem formada dos nervos, do corao, do crebro e do olho do homem.A arte a compulso do homem para a cristalizao.A natureza o nico grande reino de que a arte se alimenta.A natureza no apenas o que o olho pode ver. Ela mostra tambm as imagens anteriores da alma as imagens que ficam do lado de trs dos olhos.Fonte: Edvard Munch, Arte e NaturezaJohan H.Langaard e Reidar Revold, 1963

1.0 FICHA CATALOGRFICA AUTOR: EDVARD MUNCH (1863-1944) TTULO: O GRITO DATA: 1823 TCNICA E DIMENSES: LEO E PASTEL SOBRE CARTO (91x73,5 cm) LOCALIZAO: OSLO, GALERIA NACIONAL DE OSLO

The Scream (or The Cry), 1893Casein/waxed crayon and tempera on paper (cardboard)91 x 73.5 cm (35 7/8 x 29")Nasjonalgalleriet (National Gallery), Oslo MOVIMENTO ESTTICO: EXPRESSIONISMO

TCNICA E LOCAL ONDE SE ENCONTRA A OBRA:

Munch fez quatro verses para substituir as cpias que ia vendendo:

a) Original de 1893 ( 91x73,5 cm) ..........tcnica de leo e pastel sobre carto exposto na Galeria Nacional de Oslob) Segunda............ (83,5x66cm).............tmpera sobre carto, foi exibida no Munch Museum de Oslo (e roubada no ano de 2004 e resgatada em 2006, toda danificada) c) Terceira.................................................Munch Museum de Oslod) Quarta....................................................Foi adquirida recentemente (02/05/12) por um comprador particular em um leilo milionrio em N.York, cuja valor US$ 119,9 milhes a tornou a pintura mais cara da histria, a ser vendida em um leilo.e) Litografia ................................................Alm desses exemplares Munch utilizou a tcnica de LITOGRAFIA (1895) que permitiu a impresso do quadro em revistas e jornais

2.0-DADOS SOBRE O AUTOR:

Edvard Munch nasceu em Lten na Noruega, em 12 de dezembro de 1863, e teve sua vida marcada por tragdias: perdeu sua me com tuberculose quando tinha apenas 5 anos de idade; a irm mais velha tambm morreu tsica, aos 15 anos; uma outra irm, mais nova, foi internada com o diagnstico de esquizofrenia. O pai tinha surtos de depresso e arroubos de fanatismo religioso, que beiravam s vezes insanidade, levando-o ao repdio f crist.. Aos 35 anos, o prprio Munch foi vitimado por um colapso nervoso, agravado pelo alcoolismo e por uma desiluso amorosa. (4)Aps a morte da me, passou aos cuidados de uma tia, que o introduziu no mundo das artes. Tornou-se aluno da Escola de Artes e Ofcios da cidade de Kristiania, atual Oslo. Sofreu influncias de Courbet e Manet, seu percurso inicial foi marcado por uma arte de forte conotao social destinada a lutar contra a sociedade (5) seguindo os moldes naturalistas, como seu mestre, Christian Krogh, um dos principais nomes da arte realista norueguesa. Os temas sociais esto presentes em O Dia Seguinte e Puberdade, de 1886.Com a obra A Menina Doente (1885), Munch inicia uma temtica que acompanha todo o seu caminho artstico, ele faz de sua pintura a voz de suas angstias e de seus sofrimentos que marcaram sua vida desde a infncia, com a morte de sua me.Munch ganhou uma bolsa de estudos em 1889, aps uma exposio que causou escndalo pelas suas obras em Oslo que testemunharam sua rejeio do impressionismo da poca. Morou na Frana, Alemanha e na Itlia, e somente aps os 18 anos regressou sua terra natal. Em Paris, Edvard Munch teve contato com a arte impressionista e ps-impressionista, conheceu as obras de Van Gogh e Gauguin Toulosse-Lautrec e Gaugin de quem sofreu influncia e seu estilo passa por grandes mudanas. (5) Na Alemanha, se integrou vanguarda bomia e intelectual de Berlim e viveu o seu perodo mais criativo[endnoteRef:1] 4.file:///D:/FACULDADE/HISTORIA/DAARTE/ANALISEDEOBRA/ColecaoFolhaGrandesMestresdaPintura.htm [1: ]

5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Munch

Aos trinta anos ele pinta sua obra prima O Grito, considerada um marco na histria do expressionismo. A obra O Grito pertence srie O Friso da Vida; os temas da srie recorrem durante toda a obra de Munch, em pinturas como A Menina Doente (1885), Amor e Dor (1893-94), Cinzas (1894) e A Ponte. Rostos sem feies e figuras distorcidas fazem parte de seus quadros.Em 1896, em Paris, Munch interessa-se tambm pelas inovaes da tcnica da gravura, utilizando-a em suas obras. Em 1908, sofreu uma crise nervosa agravada pelo alcoolismo que provocou sua internao em uma clnica de doentes mentais na Dinamarca (4)Antes mesmo de receber alta Munch nomeado Cavaleiro da Ordem de St. Olaf por sua atividade artstica e em 1909, j fora da Clnica realiza uma exposio em Oslo com sucesso de vendas e ganha o concurso para decorar, com painis pintados a leo, as paredes do salo nobre da Universidade de Oslo, usando uma linguagem simples . (5)Depois disso, buscou refgio em um estilo de vida solitrio, nos arredores da cidade. Nessa fase, j tinha retornado em definitivo para a Noruega, iniciou uma renovao na sua pintura com cores claras, pintou O sol, A histria e Alma mater entre os anos de 1910 a 1915. (6)Nas vsperas da Segunda Guerra Mundial ele foi considerado um artista degenerado pelos nazistas. Trs anos depois, com a Noruega j ocupada pelo exrcito alemo, foi convidado pelo governo para fazer parte de um Conselho Honorrio de Arte. Munch rejeitou a oferta e se recusou a colaborar para um regime manipulado por Hitler.A maior parte de sua obra, inclusive admirveis litografias e xilogravuras como "Moas na ponte" e "Noite branca" (1911), pode ser vista no museu de Oslo que recebeu seu nome. Edvard Munch morreu em Ekely, prximo a Oslo, em 23 de janeiro de 1944, com quase 81 anos de idade.4.file:///D:/FACULDADE/HISTORIA/DAARTE/ANALISEDEOBRA/ColecaoFolhaGrandesMestresdaPintura.htm5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Munch6. http://www.infoescola.com/biografias/edward-munch/

2.1.1Principais obras de Munch: Spring Day on Karl Johan (1891) A menina doente (1895/1896

Evening on Karl Johan (1892)Lady From the Sea (1896)

Melancolia (1892) A dana da vida (1899/1900)

A Voz (1892) Meninas no Jetty (1901)

O Grito (1893) Crianas na rua (1907)

Vampira (1893Atrao (1908)

Anxiety (1894) Assassino na Alameda (1919)

A Madona (1894/ 1895)

Jealousy (1895) Reunio (1921)

Puberdade (1895)Entre o Relgio e a Cama(1940)

Portrait with Burning Cigarette (1895)

A Morte da Me (1899/1900)

3.0 - ANLISE DA OBRA

NOVA YORK - Uma verso do quadro O Grito, pintada pelo artista noruegus Edvard Munch (1863-1944), foi vendida ontem noite pela casa Sothebys, em Nova York, por US$ 119,9 milhes, transformando-se no novo recorde de preo de uma obra arrematada em leilo. ( Jornal Estado.com.br de 02/01/12)

A reportagem em questo me trouxe alguns questionamentos com relao a arte e principalmente ao quadro em questo, para o qual voltei meus olhos a fim de buscar por qual motivo ele to valorizado, no vejo beleza, nem esttica, onde est ento, o valor? As cores so sombrias, a figura distorcida, no consigo ver mais nada a no ser o prprio grito personificado, ele parece transpor a tela e chegar at ns, toca a alma e no h quem no tente decifr-lo. Talvez este seja o valor do quadro, ele consegue nos transmitir, um sentimento, algo que toca a todos, sabendo ou no o significado, ele nos provoca, uma emoo- desde o desejo de decifr-lo ou at mesmo uma certa repulsa; ou seja, aquele que o olha no consegue passar indiferente por ele. E estes sentimentos me fazem pensar que s irei conseguir entender o significado de tanta importncia a este quadro se buscar saber um pouco mais dele e do que levou o artista a pint-lo. Para Simon Shaw, diretor da casa de leiles, o quadro define a modernidade e instantaneamente reconhecvel porque corresponde a uma das poucas imagens que transcendem a histria da arte e que tm alcance global comparado ao da Mona Lisa (de Da VinciA imagem que est na minha frente tem em primeiro plano um rosto em forma de pera invertida e sem cabelos, as mos apertando as faces e tapando as orelhas, como se no quisesse escutar o som do prprio grito. Em lugar da boca uma forma geomtrica em forma de elipse, dois pontos escuros sugerem o nariz. Esta figura andrgina, est sobre uma ponte que corta a tela, provocando um encurtamento violento de perspectiva (1) Embaixo da ponte, linhas sinuosas que parecem um pequeno rio, que formam ao mesmo tempo uma montanha escura,pintadas de um azul fechado, cercado de terra e vegetao em tons de verde e marrom. O cu de um vermelho intenso, cor de sangue com alguns toques de amarelos e verdes, cujas cores se contrastam formando grandes ondas. Ao fundo, sobre a ponte, duas pessoas, silhuetas escuras, indiferentes, como se no fizessem parte daquele cenrio. Se bem repararmos, parece que toda a imagem vibra ao som do grito, ele vem do mais fundo da alma. do homem ou da natureza ao seu redor? A figura humana se apresenta contorcida sob o efeito de suas emoes. Alm das linhas sinuosas do cu e da gua, a linha diagonal da ponte, levam os olhos do observador unicamente para a boca do ser andrgino. que se abre num grito perturbador.(3) como se quisesse extravasar para o observador, o medo que sentia, do interior para o exterior, deformando assim a imagem realA fora da imagem foi construda em vrios nveis. Enquanto contraste de cores puras que gritam entre si. Enquanto formas sinuosas provindo do orgnico e do inorgnico - terra, gua, vegetao, ar - que esto em sintonia absoluta entre si. No conflito das curvas e retas que se confrontam e se chocam. No conflito entre o desespero do rosto contorcido e o isolamento que lhe imposto pela total indiferena dos dois homens ao fundo. Nos quatro nveis tudo se refora para construir, em quem olha, o contraste final. Esperamos que a pintura grite para ns mas, por mais que forcemos o ouvido, apenas o nada nos atinge. Contraste final da vibrao de um indiscutvel grito mudo. (1)

Mesmo depois de esmiuar a obra ainda preciso pesquisar, quem este artista, o qu exatamente quis dizer, em qual tempo viveu, com que finalidade este quadro foi pintado, por que foi considerada obra prima?.Caminhava eu com dois amigos pela estrada, ento o sol ps-se; de repente, o cu tornou-se vermelho como o sangue. Parei, apoiei-me no muro, inexplicavelmente cansado. Lnguas de fogo e sangue estendiam-se sobre o fiorde preto-azulado. Os meus amigos continuaram a andar, enquanto eu ficava para trs tremendo de medo e senti o grito enorme, infinito, da natureza. (Edvard Munch)

Este o cenrio descrito pelo prprio artista sobre o momento revelador, que procurou eternizar atravs da pintura. Um momento dramtico, trgico, cujas pinceladas conseguiram transmitir com exatido o cenrio tenso vivido pelo artista noruegus. Edvard Munch foi um dos precursores do movimento expressionista, que segundo Argan, critico italiano diz, a imagem expressionista tenta impressionar no o olho, mas penetrar, atingir profundamente quem v (4) Nas obras expressionistas no h uma preocupao com o padro de beleza tradicional, h um enfoque pessimista da vida, mostra claramente uma inadequao do artista frente a realidade e usa tambm a arte como uma ferramenta para denunciar problemas sociais. Este movimento esttico est inserido num contexto histrico de conflitos, de grandes descobertas, marca a virada do sculo e muitos artistas desta poca estavam ligados a grupos polticos da esquerda. Assim como a Revoluo Russa (1917), as teorias psicanalticas do austraco Sigmund Freud, a evoluo da cincia e a filosofia do alemo Friedrich Nietzsche influenciaram as obras deste perodo. Vincent Van Gogh um dos precursores desse movimento, criador de obras de pinceladas marcadas, cores fortes, traos expressivos, formas contorcidas e dramticas (3). Com a obra em questo, Edvard Munch consegue atravs das cores fortes, da iluso de tridimensionalidade , do personagem deformado ,transmitir para a tela um sentimento de angstia que pode ser captada pelo pblico. Munch no decorrer de sua carreira agrupava suas obra em sries. Um mesmo tema era trabalhado durante um mesmo ano ou retomado posteriormente, muitos anos depois. Essas reelaboraes eram feitas utilizando outros materiais, como outros leos ou em gravuras (lito,xilo, metal) ou ento usando as aquarelas.

So inmeras as sries criadas por Munch. Algumas facilmenteidentificveis em virtude das obras terem o mesmo nome: O Grito, A Criana Doente, Puberdade, Angstia, Atrao, Vampiro, Beijo, por exemplo. Outras, onde os temas foram se modificando com o passar dos anos, mas que podem ser vistas como pertencentes ao mesmo grupo: As Fases da Mulher (duas ou trs, com ou sem homens, dependendo da poca), Fertilidade, Separao, A Voz, Moas na Ponte, Cama da Morte (algumas vezes chamado de Febre ou Luta com a Morte), Morte no Quarto da Doente, todas com alteraes mais significativas que as das sries anteriores nos vrios elementos que compem a imagem. A srie Cimes se destaca pois passa pelos dois momentos, com variaes bastante significativas nas gravuras de 1896, o que j no ocorre com os leos. Estes vo variar nas dcadas seguintes como nos dois de 1907 e no de 1935/1936. (1)

A obra mais famosa do artista noruegus, "O Grito", sintetizou os principais ingredientes do expressionismo, tornando-o um dos principais expoentes desse movimento. Uma das caractersticas do expressionismo era a tentativa do artista de passar para a tela, os sentimentos e experincias vindas do seu interior. O artista se revelava atravs de sua arte. A esttica expressionista refletia as angstias e inquietaes do homem daquela poca, um ser atnito, imerso em um mundo povoado pela dvida, pela alienao e pela incerteza. Os expressionistas no se contentaram em denunciar os males sociais(...) eles propunham tambm o mergulho nos insondveis abismos interiores do indivduo. (4)Nas imagens abaixo, Munch usou o mesmo recurso de deformao para representar sentimentos de angstia e desespero. Tal como o seu percursor, esta primeira verso dO Grito recebeu o nome de O Desespero.(3)

A Natureza no apenas o que o olho pode ver. Elamostra tambm as imagens interiores da alma - as imagens que ficam do lado de trs dos olhos (MUNCH.1988, p. 112).

Munch assume uma perspectiva anti-naturalista, seu olho interpreta a realidade ao invs de tentar imit-la, no existe fidelidade em relao a um pretenso modelo ou a uma pretensa paisagem, no possvel creditar a este artista qualquer tipo de objetividade em relao ao exterior. No algo que fala sobre o mundo, mas algo que ao falar, o mundo. (1) Existe um completo afastamento em relao percepo daquilo que real, como portador de uma identidade prpria. (1).A pintura para ele tem uma caracterstica de sentir-se a si mesmo, ela surge como uma interpretao e materializao de um sentimento vivido pelo artista e com relao ao mundo ao seu redor.

As pinturas eram, para Munch, uma forma de experimentar-se a si mesmo, de interpretar-se junto com o mundo nas prprias telas, de ser atravs delas. H aqui a suspenso do indivduo que se perde numa natureza estranha (Nietzsche, 1985, # 8, p. 84). (1)

Parece que ao pintar os temas dolorosos de sua vida- cimes, doena, solido,e morte,ele quisesse materializar seus fantasmas e no neg-los, como se atravs de sua obra pudesse incorpor-las e reconhec-las como parte de sua existncia e assim tentar super-los.Muitos estudiosos tentaram interpretar a obra O Grito; para Eggum ela o smbolo do homem moderno, para quem Deus est morto e para quem o materialismo no prov consolo, Hodin afirma que as cores e a dinmica das linhas curvas expressam, nos traos da paisagem, a ansiedade que um ntimo estado de esprito (1985,p.48). Tambm conhecido como o pintor do desprazer, da doena, da morte, do pessimismo , da solido, da melancolia e do abandono(1)Mas ao retomar tela percebe-se um angustiante sentimento de desespero e de solido, as pessoas ali indiferentes ao seu sentimento, apenas a natureza reage vibrando no mesmo ritmo de sua dor. Parece ter sido um momento de basta,como se dissesse: quem vai ouvir o meu grito quando resolver solt-lo ao vento? Quem de ns j no teve esse momento em que se revolvem a um s tempo todas as nossas dvidas e incapacidades, o momento do insight, da encruzilhada, quando no aguentamos mais segurar dentro de ns mesmos tudo que nos atormenta. Este momento pode ser manifestado em uma pintura, um poema, em lgrimas, em manifestaes espirituais, o xtase, o ponto culminante, que tanto pode estar oculto uma resposta como uma angustiante e nica pergunta.

Estes anos basicamente doentes foram, por outro lado, decisivos para minha vida inteira e para minha perspectiva sobre a vida. Isto no significa, entretanto, que minha arte seja doente como .. muita gente acredita. Estas so pessoas que no conhecem a essncia da arte nem conhecem a histria da arte. Quando eu pinto a doena e o vcio isto , pelo contrrio, um desprendimento saudvel. uma reao saudvel da qual podemos aprender e viver- (Munch, 1989, p. 52).Apesar de sua vida ter tido vrios acontecimentos trgicos, Munch utilizou sua arte como meio de se curar, de desfazer seus fantasmas. Para ele e presente em sua obra est a dicotomia da existncia; no existe vida sem morte, felicidade sem abandono, prazer sem separao. E utiliza-se de ferramentas pictricas, distorcidas para expressarem seus sentimentos. como se tentasse renascer, reflorescer. reinventar-se, das cinzas brota a existncia, a fora dele vem exatamente da decepo, conseguiu fazer da tragdia a mola propulsora de sua vida e de suas obras.

4.0 CONCLUSOEste mergulho nos estudos sobre a vida e obra de Edvard Munch me faz refletir sobre a importncia de uma obra de arte, de quantas informaes ela pode nos trazer. Ela como um vago que transporta informaes, sensaes, sentimentos do passado at o presente. Ela tem o poder de reviver pocas, e consegue restabelecer, como uma fotografia, o momento exato e o sentimento vivido pelo artista. Ela traz nos traos, nas cores,.nas texturas mais do que a imagem, mas transporta consigo um saber oculto: sinais do qu o artista quis dizer com aquelas escolhas, suas informaes transcendem a prpria imagem Parece que o artista se materializa na prpria obra e se eterniza atravs da imagem, basta aprimorar o olhar para compreend-la. Mas, para que pudssemos educar o nosso olhar, teramos que no s ter mais acesso a eventos culturais, como tambm ter como pagar para frequent-los. Num pas como o nosso, onde o poder aquisitivo da grande maioria nem sempre consegue suprir o bsico, faz do mundo da arte um mundo elitizado, onde poucas pessoas ditas superiores tem acesso. A arte ento se restringe, a locais e tambm a um grupo de pessoas capazes de contempl-la. E o que faz ento, algum a querer ter s pra si uma obra de arte? Qual o valor de uma obra de arte? O qu traz intrnseco no valor milionrio pago por esta ou aquela obra ? O que leva o colecionador a valorizar uma obra de arte? Parece que o valor no est somente na beleza, nem tampouco no prprio artista, mas sim, no quanto pode valer aquele investimento; ou seja existe um mercado da arte!Existe a classe dos colecionadores, para os quais no importa muito a obra em si, ou o valor subjetivo dela mas muito mais o quanto ela valer futuramente. . Pois, o prprio mundo da arte tem um ciclo de valorizao, a beleza dos exemplares clssicos pode no ter tanto valor hoje, como as figuras distorcidas na obra de Edvard Munch; o colecionador parece contar com este vaivm do mercado da arte. Um pintor desconhecido hoje, poder ter suas obras valorizadas amanh, compra-se hoje por um valor baixo o que pode ser uma obra cara amanh. Sabe-se que alguns mestres da pintura, como Van Gogh,no conseguiram vender suas obras enquanto vivo, mas foram descobertos posteriormente. O quadro ento, deixa de ser arte para ser objeto de troca. Aprofundando um pouco mais, apesar de um certo desprezo por este mundo do mercado de artes, h que se pensar que uma obra s vai continuar a existir, a ser objeto de questionamentos, se este sistema persistir. ele que faz uma ou outra obra sair do obscurantismo para se tornar objeto de desejo dos colecionadores.(8)A reflexo vai para um outro lado, por qu precisamos da arte? Acho que ela pode ser um objeto de estudo de um certo perodo de tempo, ela traz um sinal histrico importante e clarificador, pode ser considerada como forma de conhecimento. e de aprendizagem sobre um determinado recorte de tempo. Mas, alm disto, a arte pode ter o poder de nos tocar profundamente, de despertar em ns emoes e nos sensibilizar para assuntos diversos sobre os quais ainda no tnhamos pensado, como na anlise que fiz desta obra,por exemplo. Apesar de no ter tido contato presencial com a obra, ela me levantou questes, me intrigou e me despertou para assuntos que antes no havia imaginado, me fez ir alm da imagem. Portanto, a funo da arte a de nos impulsionar, de nos tocar s vezes levemente, outras de forma impactante como a obra de Edvard Munch, mas antes de mais nada ela tem o poder de nos levar a mundos antes nunca visitados.

4.0 - Referencias bibliogrficas

1.MENEZES, Paulo Roberto Arruda de. A pintura trgica de Edvard Munch: um ensaio sobre a pintura e as marteladas de Nietzsche. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 5(1-2): 67-111, 1993 (editado em nov. 1994).

2.http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/05/com-us-120-milhoes-quadro-o-grito-quebra-recorde-em-leilao.html

3.file:///D:/FACULDADE/HISTORIA%20DA%20ARTE/ANALISE%20DE%20OBRA/o-grito-1893-edvard-munch.html4.file:///D:/FACULDADE/HISTORIA/DAARTE/ANALISEDEOBRA/ColecaoFolhaGrandesMestresdaPintura.htm5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Edvard_Munch6. http://www.infoescola.com/biografias/edward-munch/7. http://www.pitoresco.com/universal/munch/munch.htm8. COLI, Jorge. O que Arte. Coleo Primeiros Passos N 46 15 ed., Editora Brasiliense, So Paulo SP, 1995 -ISBN 85-11-01046-7