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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CDS Análise Crítica do Uso de Sistemas de Informação Geografica – SIG como Suporte à Gestão de APAs no CRA Estudo de Caso: GisApa Litoral Norte Margareth Peixoto Maia Orientador: Prof. José Maria Landim Dominguez Dissertação de Mestrado Salvador-BA: Junho / 2003

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CDS

Análise Crítica do Uso de Sistemas deInformação Geografica – SIG como Suporte à Gestão de

APAs no CRAEstudo de Caso: GisApa Litoral Norte

Margareth Peixoto Maia

Orientador: Prof. José Maria Landim Dominguez

Dissertação de Mestrado

Salvador-BA: Junho / 2003

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - CDS

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Análise Crítica do Uso de Sistemas de InformaçãoGeografica – SIG como Suporte à Gestão APAs no CRA

Estudo de Caso: GisApa Litoral Norte

Margareth Peixoto Maia

Dissertação de Mestrado submetida ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade deBrasília, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Grau de Mestre emDesenvolvimento Sustentável, área de concentração Gestão e Política Ambiental, opçãoProfissionalizante.

Aprovado por:

____________________________________José Maria Landim Dominguez, Doutor - Universidade Federal da Bahia - UFBA(Orientador)

_____________________________________Newton Souza, Doutor - Universidade de Brasília - UNB(Examinador Interno)

_____________________________________Teresa Lúcia Muricy de Abreu, Doutora - Centro de Recursos Ambientais - CRA(Examinador Externo)

13 de Junho de 2003.

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MAIA, MARGARETH PEIXOTO

Análise Crítica do Uso de Sistemas de Informação Geográfica – SIG como Suporte à Gestão APAs no

CRA. Estudo de Caso: APA Litoral Norte, 148 p., 297 mm, (UnB-CDS, Mestre, Gestão e Política

Ambiental, 2003).

Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Centro de Desenvolvimento Sustentável.

1. Apas 2. Sistemas de Informação Geográfica

3. Gestão Ambiental 4. Gestão de APAs

I. UnB-CDS II. Título (série)

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação e emprestarou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitosde publicação e nenhuma parte desta dissertação de mestrado pode ser reproduzida sem a autorizaçãopor escrito do autor.

______________________________ Margareth Peixoto Maia

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“Esta nossa existência é transitória como as nuvens do outono.Ver o nascimento e a morte dos seres é como olhar os movimentos de uma dança.

Uma vida é como o clarão de um relâmpago no céu,Rápida como uma torrente que se precipita montanha abaixo.”

Buda

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À Jeder Silveira Janotti Junior, pelo amor e aprendizado nessa grande jornada.

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Agradecimentos

Ao Prof. Dr. José M. Landim Dominguez pelo imenso apoio recebido desde o início…..

À minha família sempre presente e amada, por ter me concedido a vida…..

À oportunidade oferecida pelo Centro de Recursos Ambientais,

À Coordenação de Planejamento e Indicadores Ambientais – COIND e

à Diretoria de Recursos Naturais – DIRNA,

Ao Centro de Desenvolvimento Sustentável – CDS/UnB,

Aos amigos e colegas de curso que compartilharam essa estrada…….

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RESUMO

Esta dissertação buscou avaliar o uso de Sistemas de Informação Geográfica – SIG no Centro deRecursos Ambientais, como suporte à gestão de Áreas de Proteção Ambiental – APAs estaduais,adotando como estudo de caso o Programa GisApa Litoral Norte, desenvolvido na Coordenaçãode Planejamento e Indicadores Ambientais – COIND. Para atender a este objetivo foramseguidas algumas etapas e procedimentos como: caracterização dos instrumentos de gestãoambiental de APAs adotados pelo IBAMA (a nível federal) e pelo CRA (a nível estadual);avaliação das contribuições do uso de SIGs e de outras geotecnologias na gestão ambiental deáreas protegidas, especialmente de APAs; análise da adequabilidade do Modelo Conceitual dobanco de dados do GisApa; identificação e caracterização de algumas operações e análisesespaciais no Programa, relevantes para a gestão ambiental de APAs; avaliação das principaisnecessidades e dificuldades de implementação do Programa como um suporte à gestão ambientalde APAs; e recomendações de medidas e ações para o aperfeiçoamento do Programa, visando asua efetiva aplicação na gestão ambiental desenvolvida pelo CRA. A gestão de APAs éimplementada a partir de instrumentos estabelecidos nas legislações ambientais federal e estadual,os quais podem, em sua maioria, ser desenvolvidos e gerenciados a partir de SIGs, associados aprodutos e técnicas de sensoriamento remoto. Para o uso efetivo de um SIG é imprescindível oconhecimento e o mapeamento da estrutura, da composição e da dinâmica dos fatores quecompõem a paisagem da área de interesse, numa boa precisão cartográfica, e em escalascompatíveis aos objetivos de planejamento e gestão. O aperfeiçoamento e a implementação doGisApa envolvem a execução de diversas ações como: (i) a integração do Programa ao SistemaTG CRA; (ii) a construção de bases de dados georreferenciados de boa qualidade; (iii) aadequação do modelo conceitual e lógico do banco de dados; (iv) melhorias na interface doprograma com o usuário; (v) a realização de cursos e treinamentos; (vi) desenvolvimento de umPlano de Controle de Qualidade de Dados; e (vii) a implantação de indicadores ambientaisgeorreferenciados, entre outras. Considerando as competências do CRA na execução da PolíticaEstadual de Administração dos Recursos Naturais e a grande dimensão do território baiano,pode-se concluir que o uso de tecnologias que permitam a integração e análise de muitasvariáveis, associando-as a dados espaciais e temporais, possibilitando ainda a implantação deindicadores ambientais, são essenciais ao planejamento, gestão e o monitoramento dos recursosnaturais do Estado.

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ABSTRACT

This works has, as its goal, the critical examination of the use of Geographic InformaionSystems – GIS in the Center of Environmental Resources – CRA, as has supported to themanagement of Areas of Ambient Protection – APAs state. To this end, this dissertationadopting as case study The Coastal SIGapa North Program, developed in the Coordination ofPlanning and Ambient Resources Indexs – COIND. To take care of to these objectives somestages and procedures had been followed: (1) characterization of instruments in the ambientmanagement of APAs adopted by the IBAMA – Brazilian Institute for The Environment (TheFederal Level) and by the CRA (the state level); (2) evaluation of contributions of the use of SIGsand other geotechnologies in the ambient management of protected areas, especially of APAs; (3)analysis of the adequateness of the Conceptual Model of the data base of the GisApa; (4)identification and spacial characterization of some operations and analyses in the Program,excellent for the ambient management of APAs; (5) evaluation of the main necessities anddifficulties for implementation of the Program as one has supported to the ambient managementAPAs, and; (6) recommendations of measures and action for the the Program, aiming at itseffective application in the ambient management developed by the CRA. The management ofAPAs is implemented from instruments established in the federal and state legislation, which can,in its majority, being developed and managed from SIGs, when associates with the products andtechniques of remote analysis. For the effective use of a SIG it is essential the knowledge and themapping of the structure, of the composition and the dynamics of the factors that compose thelandscape of the interest area, in a good cartographic precision, and compatible scales to theobjectives of management and planning. The implementation of the GisApa involve theexecution of diverse actions as: (i) the integration of the Program to System TG CRA; (ii) theconstruction of geographic and geological databases of good quality; (iii) the accuracy of theconceptual and logical model it data base; (iv) improvements in the interface of the program withthe user; (v) the accomplishment of trainings; (vi) development of a Plan of Quality ControlData, and; (vii) the development of geographic and geological ambient. Considering the abilitiesof the CRA in the execution of the State Politics of Administration of the Natural Resources, theuse of technologies that allow to the integration and analysis of many index. Then, it can beconcluded that SIGs tare essential to the planning, management and the scanning of the Statenatural resources.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... viRESUMO..................................................................................................................................... viiABSTRACT ................................................................................................................................ viiiSUMÁRIO................................................................................................................................... ixLISTA DE TABELAS ........................................................................................................... xiLISTA DE FIGURAS............................................................................................................ xiiLISTA DE APÊNDICES..................................................................................................... xvLISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES...................................................................... xvi

CAP. 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 5

1.1.1 Objetivos específicos ................................................................................... 5CAP. 2 METODOLOGIA .................................................................................................. 6

2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS CONTRIBUIÇÕES DO USO DESISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E DE OUTRASGEOTECNOLOGIAS, EM ESTUDOS AMBIENTAIS E NAGESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS PROTEGIDAS ................................ 6

2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃOAMBIENTAL DE APAS ADOTADOS PELO IBAMA, A NÍVELFEDERAL E, PELO CRA NO ESTADO DA BAHIA................................ 6

2.3 AVALIAÇÃO DA ADEQUABILIDADE DO MODELOCONCEITUAL DO BANCO DE DADOS DO GISAPA,CONSIDERANDO OS INSTRUMENTOS DE GESTÃOAMBIENTAL ADOTADOS PELO CRA PARA ADMINISTRAÇÃODE SUAS APAS .................................................................................................... 7

2.4 AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS NECESSIDADES EDIFICULDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMAGISAPA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL DEAPAS, CONSIDERANDO ESPECIFICAMENTE A APA LITORALNORTE................................................................................................................... 7

2.5 IDENTIFICAÇÃO DE FERRAMENTAS E ANÁLISES ESPACIAISNO PROGRAMA GISAPA, RELEVANTES PARA A GESTÃOAMBIENTAL DE APAS..................................................................................... 8

2.6 RECOMENDAÇÕES E PROPOSIÇÕES PARA OAPERFEIÇOAMENTO DO PROGRAMA GISAPA, VISANDO ASUA EFETIVA APLICAÇÃO NA GESTÃO AMBIENTAL..................... 8

CAP. 3 GESTÃO AMBIENTAL DE APAS .............................................................. 93.1 MODELO DE GESTÃO AMBIENTAL DE APAS / IBAMA ................... 93.2 GESTÃO AMBIENTAL DE APAS – GOVERNO DO ESTADO DA

BAHIA E CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS/CRA...................... 123.3 APA LITORAL NORTE ...................................................................................... 25

CAP. 4 USO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA –SIG E GEOTECNOLOGIAS NA GESTÃO AMBIENTAL DEÁREAS PROTEGIDAS ....................................................................................... 28

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4.1 GEOPROCESSAMENTO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃOGEOGRÁFICA - SIG.......................................................................................... 28

4.2 CONTRIBUIÇÕES DO USO DE SIG E OUTRASGEOTECNOLOGIAS PARA ESTUDOS AMBIENTAIS E GESTÃOAMBIENTAL DE ÁREAS PROTEGIDAS.................................................... 30

CAP. 5 GISAPA........................................................................................................................ 425.1 MODELO CONCEITUAL E AVALIAÇÃO DAS BASES

CARTOGRÁFICA E TEMÁTICA.................................................................... 425.2 MODELO FÍSICO DO BANCO DE DADOS E

GEORREFERENCIAMENTO DAS BASES EXISTENTES .................... 435.3 CARACTERIZAÇÃO DO GISAPA .................................................................. 48

5.3.1 Interface com o usuário ............................................................................... 485.3.2 Entrada e integração de dados.................................................................... 505.3.3 Armazenamento e recuperação de dados.................................................. 645.3.4 Funções de processamento gráfico e de imagens .................................... 675.3.5 Visualização e plotagem............................................................................... 67

5.4 SOFTWARE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA –SIG UTILIZADO PELO CRA: ARCVIEW GIS 3.2..................................... 695.4.1 Ferramentas de geoprocessamento............................................................ 70

CAP. 6 ANÁLISE CRÍTICA .............................................................................................. 816.1 GESTÃO DE APAS .............................................................................................. 816.2 CONTRIBUIÇÕES DO USO DE SIG E OUTRAS

GEOTECNOLOGIAS NA GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREASPROTEGIDAS NO CRA.................................................................................... 826.2.1 Contribuições do uso de SIG e outras geotecnologias à gestão

ambiental no CRA....................................................................................... 846.3 COMPATIBILIDADE DO MODELO CONCEITUAL DO BANCO

DE DADOS DO GISAPA À GESTÃO AMBIENTAL ADOTADAPELO CRA PARA AS APAS.............................................................................. 87

6.4 FERRAMENTAS E ANÁLISES ESPACIAIS NO PROGRAMAGISAPA, RELEVANTES PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE APAS 91

6.5 PRINCIPAIS NECESSIDADES E QUESTÕES RELACIONADAS AIMPLEMENTAÇÃO DO GISAPA E DE SIG NO CRA............................ 93

6.5 APERFEIÇOAMENTO ....................................................................................... 97CAP. 7 CONCLUSÕES........................................................................................................ 102RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................... 106REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 109

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LISTA DE TABELAS

Tabela Pág.

3.1 Relação das 26 (vinte e seis) APAs estaduais administradas pelo CRA até2002.. ..................................................................................................................... 12

3.2 Índice de Gestão de APAs - IGA - adotado pelo Centro de RecursosAmbientais no Estado da Bahia até 2002. ................................................ 20

3.3 Estudo comparativo do Índice de Gestão de APA – IGA, entre 1999 e2002 ....................................................................................................................... 21

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LISTA DE FIGURAS

Figura Pág.

1.1 Mapa de localização das APAs estaduais e sistemas de áreas protegidasadministradas pelo CRA, até 2002 (Fonte:COIND)...................................... 2

3.1 Componentes do Plano de Gestão das APAs administradas pelo IBAMA(Adaptado de IBAMA & GTZ 1999). ............................................................. 10

3.2 Fluxograma dos instrumentos legais e diretrizes de gestão de Áreas deProteção Ambiental, adotados pelo Centro de Recursos Ambientais –CRA até 2002. ...................................................................................................... 15

3.3 Gráfico da evolução do Índice de Gestão Ambiental de APAs – IGA doCRA (1999 e 2002).............................................................................................. 22

5.1 Bases cartográficas utilizadas para os testes de registro da base temáticado GisApa (Fonte:Doc.n° 02-304.00 2001). ................................................... 45

5.2 Página principal do GisApa, visualizada na Intranet do CRA........................ 48

5.3 Extensão do GisApa, ativável apenas na interface ArcView ........................ 49

5.4 Formulário de entrada de dados das APAs. .................................................... 50

5.5 Formulário de Programas das APAs. ............................................................... 51

5.6 Formulário de Atividades do Programa GisApa ............................................ 52

5.7 Formulário de Relatório de Inspeção do Programa GisApa ........................ 53

5.8 Campos de impactos ambientais do formulário de Relatório de Inspeçãopara licenciamento, do Programa GisApa. ...................................................... 54

5.9 Campos do formulário de inspeção para fiscalização do ProgramaGisApa. ................................................................................................................. 55

5.10 Campos do formulário de inspeção para monitoramento de água doPrograma GisApa.. .............................................................................................. 56

5.11 Campos do formulário de resultado analítico para atividade demonitoramento de água, do Programa GisApa... ........................................... 57

5.12 Formulários de Relatório de Inspeção, Ocorrências de Fauna,Ocorrências de Flora, entre outros, para atividade de rotina do ProgramaGisApa... ............................................................................................................... 58

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Figura Pág.

5.13 Campos do formulário de coleta de flora para a atividade de rotina, doPrograma GisApa... ............................................................................................. 59

5.14 Campos do formulário de ocorrência e coleta de fauna para a atividadede rotina, do Programa GisApa... ..................................................................... 59

5.15 Tabela com a lista de alguns empreendimentos licenciados pelo CRA e,extraídos do Sistema Tecnologia de Gestão - TG CRA, no ProgramaGisApa. ................................................................................................................. 61

5.16 Formulário de opções de consulta de empreendimentos localizados emAPAs e inspecionados em um período específico – Programa GisApa.. ... 62

5.17 Formulário da Árvore de Taxonomia para entrada de espécies registradasem APAs – Programa GisApa.. ........................................................................ 63

5.18 Formulário “Controle de Listagens” do Sistema GisApa... .......................... 63

5.19 Representação espacial no ArcView® do ponto relativo a uma inspeção,cujas informações foram recuperadas do Relatório de Inspeção noPrograma GisApa................................................................................................ 64

5.20 Dados referentes às informações constantes no Relatório de Inspeção,associadas como atributos, ao ponto onde foi realizada a inspeção –Programa GisApa... ............................................................................................. 65

5.21 Janela de acesso para inserção do nome do usuário e da senha (Password)no Programa GisApa... ....................................................................................... 66

5.22 Formulário de consulta do Programa GisApa... ............................................. 66

5.23 Visualização de fotografia digital no Programa GisApa................................ 67

5.24 Seleção de ferramenta para elaboração de desenho (layout) padrão noPrograma GisApa... ............................................................................................. 68

5.25 Elaboração de Layout padrão no Programa GisApa... ................................... 68

5.26 Operação para criação de zona (buffer) na APA Litoral Norte...................... 72

5.27 Zona (Buffer) criada para representar a APP de um rio na APA LitoralNorte. .................................................................................................................... 72

5.28 Seleção de tema e do atributo que será agregado na operação deDissolver (Dissolve)............................................................................................... 73

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Figura Pág.

5.29 Seleção dos campos e operações que serão integrados à análise de“dissolver” (Dissolve)............................................................................................ 74

5.30 Seleção da operação de fusão (Merge) para unir feições de dois ou maistemas... .................................................................................................................. 75

5.31 Seleção da operação de recorte (Clip) para “recortar” um tema a partir deoutro... ................................................................................................................... 76

5.32 Seleção da operação de Interseção (Intersect) para gerar a interseção entreas feições de dois temas...................................................................................... 77

5.33 Seleção da operação de União (Union) utilizada para gerar um novo temaa partir da união de dois temas.......................................................................... 78

5.34 Seleção do campo comum as tabelas de uso e ocupação do solo e, decobertura vegetal da APA Litoral Norte, para realização da operação dejunção (join)........................................................................................................... 79

5.35 Tabela de uso e ocupação do solo contendo campos e atributos dacobertura vegetal da APA Litoral Norte, resultante da operação dejunção (join)........................................................................................................... 79

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndices Pág.

A Modelo Lógico do Sistema (Fonte: Doc. n° 01-304.00 – CRA 2000 ) ....... 114

B Modelo de Relatório de Inspeção adotado atualmente pelo CRA............... 116

C Modelo único de Relatório de Inspeção proposto pela Coordenação dePlanejamento e Indicadores Ambientais – COIND ...................................... 122

D Modelo de Relatório de Fiscalização Ambiental – RFA adotadoatualmente pelo CRA.......................................................................................... 130

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

APA Área de Proteção AmbientalAPE Área de Proteção EspecialAPP Áreas de Preservação PermanenteATEND Central de Atendimento do CRABAHIATURSA Empresa de Turismo da BahiaBD Banco de DadosCEPRAM Conselho Estadual de Meio AmbienteCGC Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da FazendaCIMA Centro de Informações do Meio Ambiente do CRACITES Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and FloraCOBIO Coordenação de Defesa e Promoção da BiodiversidadeCOFISA Coordenação de FiscalizaçãoCOIND Coordenação de Planejamento e Indicadores AmbientaisCOLIAM Coordenação de Licenciamento AmbientalCONAMA Conselho Nacional do Meio AmbienteCONDER Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da BahiaCPF Cadastro de Pessoa FísicaCRA Centro de Recursos AmbientaisCRACERBERUS Sistema de Controle de Processos do CRA – TG CRACRAHELPDESK Ferramenta gerencial de uso exclusivo da Coordenação de Infra-estrutura

Tecnológica do CRA – TG CRACRAINFO Módulo de Informações Internas do CRA – TG CRACRAINTERDIN Sistema Avançado de Interação Dinâmica – TG CRACRASECTA Módulo de Normas e Formulários – TG CRACRASIG Sistema de Informações Gerenciais – TG CRACRASIREQ Banco de Dados de substâncias químicas – TG CRADDF Diretoria de Desenvolvimento FlorestalDERBA Departamento de Infra-estrutura de Transportes da BahiaDIRNA Diretoria de Recursos NaturaisEMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaESRI® Environmental Systems Research InstituteGisApa Sistema de Gerenciamento de Dados Ambientais Georreferenciado para

APAsGPS Sistema de Posicionamento GlobalGTZ Agência Alemã de Cooperação TécnicaIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIDES Instituto de Desenvolvimento do Baixo Sul da BahiaIGA Índice de Gestão de APAIQA Índice de Qualidade da ÁguaIUCN International Union for Conservation of Nature and Natural Resources,MCG Modelo de Correção GeométricaMCT Ministério da Ciência e TecnologiaMMA Ministério do Meio AmbienteMNT Modelos Numéricos de TerrenoONG Organização Não GovernamentalPGRH Programa de Gerenciamento de Recursos HídricosPPG7 Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do BrasilPPGA Programa de Planejamento e Gerenciamento Ambiental

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PPMA Projeto de Preservação da Mata AtlânticaPROBIO Projeto de Conservação e Utilização da Diversidade Biológica BrasileiraPRODESU Programa de Desenvolvimento SustentávelPRONABIO Programa Nacional da Diversidade BiológicaRFA Relatório de Fiscalização AmbientalRMS Região Metropolitana de SalvadorRPPN Reserva Particular do Patrimônio NaturalSACHA Sistema de Áreas Protegidas da Chapada DiamantinaSALINO Sistema de Áreas Protegidas do Litoral NorteSALISUL Sistema de Áreas Protegidas do Litoral SulSAREC Sistema de Áreas Protegidas do RecôncavoSASER Sistema de Áreas Protegidas do SertãoSASF Sistema de Áreas Protegidas do São FranciscoSEAGRI Secretaria de AgriculturaSEARA Sistema Estadual de Administração dos Recursos AmbientaisSEI Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado da BahiaSEMARH Secretaria de Meio Ambiente e Recursos HídricosSEPLANTEC Secretaria do Planejamento, Ciência e TecnologiaSGBD Sistemas Gerenciadores de Banco de DadosSICI Sistema Integrado de Comunicação e InformaçãoSIG Sistemas de Informação GeográficaSNUC Sistema Nacional de Unidades de ConservaçãoSRH Superintendência de Recursos Hídricos – BahiaSUDERHSA Superintendência de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e Saneamento

Ambiental (Paraná)SUDETUR Superintendência de Desenvolvimento do Turismo/Secretaria de Cultura e

TurismoTG CRA Tecnologia de Gestão do Centro de Recursos AmbientaisUFPR Universidade Federal do ParanáUTM Projeção Universal Transversa de MercatorZEE Zoneamento Ecológico-Econômico

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CAP. 1 INTRODUÇÃO

As APAs – criadas no Brasil pela Lei Federal 6.902, de 27.04.81 – são, de acordo com a

Resolução CONAMA n.° 10, de 14.12.88 (VENTURA & RAMBELLI 1996), unidades de

conservação destinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais

existentes, visando a melhoria da qualidade de vida da população local e também objetivando a

proteção dos ecossistemas regionais.

Até 20021 o CRA administrou 26 (vinte e seis) APAs estaduais localizadas em diversas regiões do

Estado como o Litoral Sul (Sistema de Áreas Protegidas do Litoral Sul), Recôncavo (Sistema de

Áreas Protegidas do Recôncavo), Litoral Norte (Sistema de Áreas Protegidas do Litoral Norte),

Chapada Diamantina (Sistema de Áreas Protegidas da Chapada Diamantina), Bacia do São

Francisco (Sistema de Áreas Protegidas do São Francisco) e Sertão Baiano – Sistema de Áreas

Protegidas do Sertão (Figura 1.1).

Na perspectiva moderna de gestão do território, toda ação de planejamento, ordenamento ou

monitoramento do espaço deve incluir a análise dos diferentes componentes do ambiente

incluindo os meios físico, biótico, a ocupação humana e suas interações. O conceito de

Desenvolvimento Sustentável, consagrado na Rio 92, estabelece que as ações de ocupação do

território devem ser precedidas de uma análise abrangente de seus impactos no ambiente, a curto,

médio e longo prazos (MEDEIROS & CÂMARA 2002).

1 O Centro de Recursos Ambientais era até dezembro de 2002, uma autarquia vinculada à Secretaria doPlanejamento, Ciência e Tecnologia – SEPLANTEC e o órgão responsável pela coordenação e execução do SistemaEstadual de Administração dos Recursos Ambientais – SEARA, constituindo a Secretaria Executiva do ConselhoEstadual de Meio Ambiente – CEPRAM, conforme a Lei n° 7.799, de 07.02.01, regulamentada pelo DecretoEstadual 7.967, de 07.02.01 (CRA 2001).

Como órgão coordenador e executor da Política Estadual de Meio Ambiente do Estado da Bahia, ao CRA competia,entre outras atribuições, a administração de Áreas de Proteção Ambiental – APAs criadas por ato do Poder PúblicoEstadual. Ao final de dezembro de 2002, com a criação da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos –SEMARH (Lei n° 8.538, de 20.12.2002), a administração das APAs estaduais e demais Unidades de conservaçãocriadas pelo Governo do Estado, passou a ser competência da Superintendência de Desenvolvimento Florestal eUnidades de conservação (Decreto n° 8.419, de 14.01.2003 - Aprova o Regimento da SEMARH). À SEMARHcompete a formulação e execução da Política Estadual de Ordenamento Ambiental, de Desenvolvimento Florestal ede Recursos Hídricos, constituindo o CRA, nessa nova estrutura organizacional, uma entidade de administraçãoindireta desta Secretaria.

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Considerando a grande dimensão do território baiano e a riqueza de seus recursos naturais, como

também a necessidade imperativa de promover o crescimento econômico e social, em

consonância com a conservação e a preservação ambientais, o uso de Sistemas de informação

geográficas – SIG (Geographic Information Systems – GIS), destaca-se como um importante recurso

tecnológico para o planejamento, avaliação e monitoramento das dinâmicas espaciais e temporais

relativas às interferências antrópicas no Estado.

Em linhas gerais, um SIG constitui um grande banco de dados composto por hardware,

programas, dados geográficos e atributos, que permite obter, armazenar, atualizar, manipular,

analisar e exibir todas as formas de informação geograficamente referenciadas. MENEGUETTE

(2002) menciona que o grande apelo deste instrumental tecnológico reside na sua habilidade em

integrar grandes quantidades de informação sobre o ambiente e prover um repertório poderoso

de ferramentas analíticas para explorar estes dados.

Esses sistemas vêm sendo amplamente utilizados em diversos países desenvolvidos – com

algumas experiências interessantes no Brasil – como ferramentas altamente eficazes no

planejamento e gestão ambientais, com aplicações nas mais diversas áreas como saúde

(FRANCELINO et al. 2001), planificação econômica e ambiental, educação, agricultura,

ordenamento territorial, zoneamento agro-ecológico e no manejo de áreas naturais e antropizadas

(LANG 1998; NATIONAL PARK SERVICE 2001).

HASENACK et al. (2001) relatam que as técnicas de análise espacial introduzidas com o

geoprocessamento facilitam a integração e a espacialização dos dados e de um grande número de

variáveis, reduzindo a subjetividade nos procedimentos de análise e possibilitando a visualização

dos dados e a espacialização dos resultados na forma de mapas. A possibilidade de combinar

informação cartográfica e tabular, bem como inserir conhecimento específico e/ou subjetivo em

uma análise, torna um sistema de geoprocessamento uma ferramenta especialmente útil para fins

de planejamento.

Segundo AB’ SÁBER & CLARITA (1998), a correta análise do espaço total regional – definido

como o arranjo e o perfil adquiridos por uma determinada área em função da organização

humana que lhe foi imposta ao longo do tempo – constitui a única forma de compreender

o universo da territorialidade criada por ações e atividades antrópicas.

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Buscando desenvolver e aperfeiçoar instrumentos de planejamento e gestão ambientais mais

eficazes, que possam acompanhar a velocidade das interferências antrópicas e nortear a tomada

de decisões, foi desenvolvido no período de agosto de 2001 a abril de 2002, o projeto Sistema de

Gerenciamento de Dados Ambientais Georreferenciados para Áreas de Proteção Ambiental –

APAs, intitulado GisApa2, utilizando como área piloto a APA Litoral Norte (MAIA &

GUERREIRO 2002).

O sistema de Gerenciamento de Dados Ambientais Georreferenciados para Áreas de Proteção

Ambiental – APAs foi concebido incorporando o espaço geográfico APA como unidade

territorial de gestão e planejamento, servindo de suporte às ações de licenciamento, fiscalização e

monitoramento da qualidade ambiental nestas Unidades de conservação.

A APA Litoral Norte foi escolhida pela diretoria geral do CRA como unidade territorial de

planejamento e área piloto para o desenvolvimento do GisApa. Tal escolha foi motivada devido a

alguns fatores como: (i) o litoral Norte do Estado constitui a área geográfica natural de expansão

urbana da região metropolitana de Salvador, principalmente após a construção da Estrada da

Linha Verde (BA – 099); (ii) O litoral Norte abriga ecossistemas detentores de uma rica

biodiversidade e grande fragilidade ambiental como manguezais, florestas de Mata Atlântica,

recifes de corais, lagoas costeiras, dunas, restingas, entre outros, além de belíssimas paisagens

naturais que atraem grande número de visitantes e empreendimentos imobiliários (loteamentos

urbanos, resorts, hotéis, pousadas etc.) e; (iii) a administração das APAs estaduais, até 2002,

constituía uma das competências do CRA, justificando a sua escolha como unidade territorial

para o planejamento ambiental.

O Projeto GisApa foi desenvolvido na coordenação de Planejamento e Indicadores Ambientais –

COIND – atual coordenação de Informação Ambiental – pertencente a diretoria de Recursos

Naturais – DIRNA, através da contratação de uma empresa especializada em serviços de

geotecnologias. Deve-se destacar, entretanto, que o GisApa constitui uma etapa inicial ou, mais

precisamente, um piloto de um projeto maior que é o desenvolvimento do GIS Mapa Ambiental

do Estado da Bahia. A partir do GIS Mapa Ambiental, o CRA pretende executar, de forma

espacializada, a gestão e o planejamento ambiental de suas ações, auxiliando a tomada de decisões

e otimizando a implementação da política ambiental em todo o território baiano.

2 O aplicativo SigApa foi renomeado para GisApa devido a existência no CRA de outros sistemas com iniciais “Sig”(exemplo: SigAntares).

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1.1 OBJETIVO GERAL

Esta dissertação tem por objetivo fazer uma análise crítica sobre o uso de sistemas de informação

geográfica – SIG no Centro de Recursos Ambientais – CRA como suporte à gestão ambiental de

Áreas de Proteção Ambiental – APAs estaduais, considerando como estudo de caso o programa

GisApa Litoral Norte desenvolvido na Coordenação de Planejamento e Indicadores Ambientais

– COIND.

1.1.1 Objetivos específicos:

• Caracterizar os instrumentos de gestão ambiental de APAs adotados pelo IBAMA, a nível

federal e, pelo CRA, no Estado da Bahia;

• Caracterizar as contribuições do uso de SIGs e de outras geotecnologias, na gestão

ambiental de áreas protegidas, especialmente para Áreas de Proteção Ambiental – APAs;

• Avaliar a adeqüabilidade do modelo conceitual do banco de dados do GisApa,

considerando os instrumentos de gestão ambiental adotados pelo CRA para

administração de suas APAs;

• Identificar operações e análises espaciais no programa GisApa, relevantes para a gestão

ambiental de APAs;

• Avaliar as principais necessidades e dificuldades para implementação do programa

GisApa como um suporte à gestão ambiental de APAs no CRA, considerando

especificamente a APA Litoral Norte;

• Recomendar e propor medidas e ações para o aperfeiçoamento do programa GisApa,

visando a sua efetiva aplicação na gestão ambiental.

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CAP. 2 METODOLOGIA

A metodologia adotada neste trabalho obedeceu as seguintes etapas:

2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS CONTRIBUIÇÕES DO USO DE SISTEMAS

DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA E DE OUTRAS GEOTECNOLOGIAS, EM

ESTUDOS AMBIENTAIS E NA GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS PROTEGIDAS

Nesta etapa foram pesquisadas as contribuições do uso de sistemas de informação geográfica,

associados à outras geotecnologias, em estudos de diagnóstico e ordenamento ambiental e, na

gestão ambiental de áreas protegidas, sendo apresentados trabalhos e projetos desenvolvidos no

Brasil.

2.2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

AMBIENTAL DE APAS ADOTADOS PELO IBAMA, A NÍVEL FEDERAL E, PELO

CRA NO ESTADO DA BAHIA

Nesta etapa, foi considerado para caracterização e análise na esfera federal, o Roteiro

Metodológico para Gestão de Áreas de Proteção Ambiental (IBAMA & GTZ 1999), que

estabelece procedimentos para o planejamento e gestão de APAs, fundamentados em uma

abordagem sistêmica, processual e participativa.

Também foram analisados instrumentos da legislação federal como: a Lei n.° 9.985, de 18.07.00

(Decreto n.° 4.340 de 22.08.02 – regulamenta artigos desta Lei), que institui o Sistema Nacional

de Unidades de conservação – SNUC; a Lei n° 6.902, de 27.04.81, que dispõe sobre a criação de

Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e; a Resolução CONAMA n.° 10, de

14.12.88, entre outros.

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A nível estadual, foram caracterizados os instrumentos e diretrizes legais, além de procedimentos

adotados pelo CRA e pelo Governo do Estado, tais como a Lei n° 7.799, de 07.02.01 – cujo

regulamento foi aprovado pelo Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02.01 – que determina os

procedimentos de criação e implantação de espaços territoriais especialmente protegidos,

definindo as principais diretrizes para a gestão ambiental de APAs (CRA 2001).

2.3 AVALIAÇÃO DA ADEQUABILIDADE DO MODELO CONCEITUAL DO

BANCO DE DADOS DO GISAPA, CONSIDERANDO OS INSTRUMENTOS DE

GESTÃO AMBIENTAL ADOTADOS PELO CRA PARA ADMINISTRAÇÃO DE

SUAS APAS

Nesta etapa foi avaliado se o modelo conceitual do banco de dados concebido para o GisApa,

contempla todas as “entidades” , “atributos” ou “variáveis” relevantes, envolvidas no processo de

gestão de APAs, considerando como referencial, os instrumentos de gestão ambiental adotados

pelo CRA. Ou seja, foi analisado se o banco de dados do GisApa contempla e atende, de forma

satisfatória, as “necessidades informacionais” gerenciadas pelo CRA, por meio de instrumentos

de gestão como diagnóstico ambiental, zoneamento ecológico-econômico, plano de gestão e

conselho gestor.

2.4 AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS NECESSIDADES E DIFICULDADES PARA

IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA GISAPA COMO INSTRUMENTO DE

GESTÃO AMBIENTAL DE APAS, CONSIDERANDO ESPECIFICAMENTE A APA

LITORAL NORTE

Nesta etapa foram avaliados os principais aspectos relacionados a implementação e

incorporação do programa à rotina de trabalho de um administrador de APA, ou seja, o dia a dia

do gestor. Essas avaliações foram feitas considerando os seguintes aspectos: (a) a análise da base

de dados (espacial e alfanumérica) disponível para o GisApa Litoral Norte; (b) a adeqüabilidade

do modelo conceitual do programa; (c) a análise da estrutura informacional do CRA (TG CRA);

(d) a avaliação do conhecimento e incorporação de sistemas informação geográfica pelo CRA; (e)

a realização de palestra aos administradores de APAs para apresentação e discussão sobre o

programa e; (f) a aplicação de questionário à administradora da APA Litoral Norte.

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2.5 IDENTIFICAÇÃO DE FERRAMENTAS E ANÁLISES ESPACIAIS NO

PROGRAMA GISAPA, RELEVANTES PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE APAS

Esta etapa refere-se à identificação e caracterização de algumas operações básicas de análise

espacial (interseção/intersect, união/union e recorte/clip de temas, consultas, entre outras),

disponíveis na interface ArcView GIS 3.2 do GisApa, com o objetivo de eleger aquelas operações

de geoprocessamento mais adequadas à gestão ambiental de APAs em ambiente SIG.

Foi também avaliada, de modo a facilitar a sua plena utilização por usuários menos experientes

em ambiente SIG, a necessidade e a possibilidade de “padronização” de alguns tipos de

operações de geoprocessamento disponíveis no Programa GisApa.

2.6 RECOMENDAÇÕES E PROPOSIÇÕES PARA O APERFEIÇOAMENTO DO

PROGRAMA GISAPA, VISANDO A SUA EFETIVA APLICAÇÃO NA GESTÃO

AMBIENTAL

Este tópico refere-se a recomendação de medidas e ações para o aperfeiçoamento do GisApa,

considerando os resultados obtidos nas etapas anteriormente descritas e as bibliografias

consultadas.

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CAP. 3 GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DE PROTEÇÃO

AMBIENTAL - APAs

3.1 GESTÃO AMBIENTAL DE APAS / IBAMA

No final da década de setenta no Brasil, importantes setores conservacionistas buscavam o

estabelecimento de áreas protegidas que permitissem o desenvolvimento de pesquisas voltadas às

ciências ambientais e, que se adequassem à realidade do País. Também procuravam evitar a

aquisição de terras pelo Estado para a criação de unidades de conservação e, desenvolver

estratégias de conservação de ecossistemas relevantes inseridos nos domínios da propriedade

privada. Desta forma, criou-se a categoria de unidade de conservação denominada Área de

Proteção ambiental – APA, que foi considerada um desafio para o seu tempo e contexto. A

categoria APA foi inspirada no parque natural europeu, que é um tipo de área protegida

compatível com a propriedade privada, existente em Portugal, Espanha, França e Alemanha

(IBAMA & GTZ 1999).

A categoria APA foi criada no Brasil pela Lei Federal n° 6.902, de 27.04.81, que dispõe sobre a

criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental. A Resolução CONAMA n.° 10, de

14.12.88, define as APAs como unidades de conservação destinadas a proteger e conservar a

qualidade ambiental e os sistemas naturais ali existentes, visando a melhor qualidade de vida da

população local e também a proteção dos ecossistemas regionais (VENTURA & RAMBELLI

1996).

O Art.15 da Lei n.° 9.985 de 18.07.00 (Decreto n.° 4.340 de 22.08.02 – aprova o regulamento de

artigos da referida Lei), que institui o sistema nacional de unidades de conservação – SNUC,

define a categoria Área de Proteção ambiental – APA, integrante do grupo das unidades de uso

sustentável, como uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de

atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de

vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade

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biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos

naturais.

O grupo das unidades de uso sustentável abrange além das APAs, as categorias: área de relevante

interesse ecológico, floresta nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de

desenvolvimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural – RPPN. As unidades de

uso sustentável têm como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso

sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

O roteiro metodológico para gestão de Área de Proteção ambiental, publicado pelo Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e a Agência Alemã

de Cooperação Técnica – GTZ em 1999, com o objetivo de disponibilizar orientações básicas

para o planejamento e gestão de APAs, indica – a partir de uma abordagem sistêmica, processual

e participativa – os procedimentos e instrumentos a serem utilizados pelo IBAMA para o

planejamento e a gestão de APAs federais, aplicáveis também às APAs estaduais e municipais.

O processo de planejamento e gestão de APAs federais tem como produto o plano de gestão,

que é composto pelos quadro sócio-ambiental (diagnóstico ambiental), a matriz lógica de

planejamento, o zoneamento ambiental, os programas de ação, o sistema de gestão e

procedimentos de monitoria e avaliação, indicados na Figura 3.1 e descritos a seguir:

Monitoria e Avaliação

Quadro Sócio-Ambiental/Matriz de

PlanejamentoZoneamento Ecológico-

Econômico

Programas de AçãoSistema de Gestão

PLANO DE GESTÃO

Figura 3.1 Componentes do plano de gestão das APAs administradas pelo IBAMA (Adaptado do

IBAMA & GTZ 1999).

COMPONENTES

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• O quadro sSócio-ambiental refere-se ao diagnóstico ambiental dos meios biótico e

abiótico, aos aspectos sócio-econômicos, políticos e institucionais, identificando os

conflitos e suas causas e as oportunidades existentes a nível local e regional da APA;

• A matriz lógica de planejamento apresenta, de forma sintética e lógica, os principais

elementos do plano de gestão, evidenciando as ligações entre os recursos previstos, as

ações planificadas, estratégias, os indicadores e os resultados esperados;

• O zoneamento ambiental estabelece as normas de ocupação e uso do solo, definindo

zonas ambientais específicas, ordenando desta forma o uso dos recursos naturais dentro

do território da APA;

• Os programas de ação constituem o conjunto de atividades e estratégias – definidas a

partir dos estudos anteriormente desenvolvidos – que deverão ser implementadas visando

atingir os objetivos propostos para APA;

• O sistema de gestão representa o processo de gerenciamento da APA. Apresenta a

composição do Conselho, instância de direção colegiada, que é formado por

representantes do poder público, privado e da sociedade civil organizada e atuantes na

região, pelo IBAMA e outros agentes. O IBAMA constitui a instância de coordenação e

execução do Conselho, e

• Os procedimentos de monitoria e avaliação possibilitam a interação entre o planejamento

e a execução das ações preestabelecidas, permitindo identificar obstáculos e corrigir

desvios, constituindo instrumentos básicos de gerenciamento da implementação do Plano

de Gestão.

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3.2 GESTÃO AMBIENTAL DE APAS – GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA E

CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS/CRA

O Governo do Estado da Bahia escolheu a APA como a categoria de unidade de conservação

adequada ao disciplinamento do processo de ocupação e uso do solo e da sustentabilidade de

exploração dos recursos naturais. Atualmente, a Bahia possui 26 (vinte e seis) APAs estaduais

(Tabela 3.1) e 11 (onze) APAs municipais distribuídas em seu território. A APA Gruta dos

Brejões/Vereda do Romão Gramacho (Decreto n° 32.487 de 13.11.85), abrangendo áreas dos

municípios de Morro do Chapéu, São Gabriel e João Dourado, foi a primeira APA estadual

criada.

Tabela 3.1. Relação das 26 (vinte e seis) APAs estaduais administradas pelo CRA até 2002.

NOMEDIPLOMALEGAL DECRIAÇÃO

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

1 Mangue Seco Decreto nº 605,de 06.11.91 Jandaíra 3.395

2 Litoral Norte Decreto nº 1.046, de17.03.92 Jandaíra, Esplanada, Conde, Entre Rios e Mata de São João 142.000

3 Lagoa Guarajuba Resolução CEPRAM nº387, de 27.02.91 Camaçari 230

4 Rio Capivara Decreto nº 2.219, de14.06.93 Camaçari, Região Metropolitana de Salvador 1.800

5 Joanes – Ipitanga Decreto nº 7.596 de05.06.99

Camaçari, Simões Filho, Lauro de Freitas, São Francisco doConde, Candeias, São Sebastião do Passé, Salvador e Dias

D’Ávila64.463

6 Lagoas e Dunas doAbaeté

Decreto nº 351 de22.09.87 Salvador 1.800

7 Lago de Pedra doCavalo

Decreto nº 6.548 de18.07.97

Conceição de Feira, Cachoeira, Antônio Cardoso, SantoEstevão, Governador Mangabeira, Castro Alves, Cruz dasAlmas, Feira de Santana, Muritiba, São Felix, São Gonçalo

dos Campos e Cabaceiras do Paraguaçu.

30.156

8 Baía de Todos osSantos

Decreto nº 7.595 de05.06.99

São Francisco do Conde, Santo Amaro, Madre de Deus,Salvador, Itaparica, Salinas das Margaridas, Vera Cruz,Jaguaripe, Saubara, Maragogipe, Cachoeira, Candeias,

Simões Filho

80.000

9 Bacia do Cobre / SãoBartolomeu

Decreto nº 7.970 de05.06.01 Salvador e Simões Filho 1.134

10 Guaibim Decreto nº 1.164 de11.05.92 Valença 2.000

11 Tinharé/Boipeba Decreto nº 1.240 de05.06.92 Cairú 43.300

12 Pratigi Decreto nº 8.036 de20.09.01

Ituberá ,Igrapiúna e Nilo Peçanha, Piraí do Norte eIbirapitanga. 86.686

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Tabela 3.1. (continuação) Relação das 26 (vinte e seis) APAs estaduais administradas pelo CRAaté 2002.

NOMEDIPLOMALEGAL DECRIAÇÃO

MUNICÍPIOSÁrea(ha)

13 Costa de Itacaré/ SerraGrande

Decreto nº 2.186 de07.06.93 Itacaré e Uruçuca 14.925

14 Lagoa Encantada Decreto nº 2.217 de14.06.93 Ilhéus 11.800

15 Santo Antônio Decreto nº de 3.413 de31.08.94 Santa Cruz de Cabrália e Belmonte 23.000

16 Coroa Vermelha Decreto nº 2.184 de07.06.93 Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália 4.100

17 Caraíva/Trancoso Decreto nº 2.215 de14.06.93 Porto Seguro 31.900

18 Ponta daBaleia/Abrolhos

Decreto nº 2.218 de14.06.93 Caravelas e Alcobaça 34.600

19 Serra do Barbado Decreto nº 2.183 de07.06.93

Abaíra, Piatã, Rio de Contas, Rio do Pires e ÉricoCardoso,Jussiape 63.652

20 Marimbus/Iraquara Decreto nº 2.216 de14.06.93 Lençóis, Iraquara, Seabra, Palmeiras,Andaraí 125.400

21Gruta dos Brejões/Vereda do RomãoGramacho

Decreto nº 32.487 de13.11.85 Morro do Chapéu, São Gabriel e João Dourado 11.900

22 Bacia do Rio de JaneiroDecretos nº 2.185 de07.06.93 e n° 7.971 de

05.06.01Barreiras e Luis Eduardo Magalhães 351.300

23 Lagoa Itaparica Decreto nº 6.546 de18.07.97 Xique-Xique e Gentio do Ouro 78.450

24Dunas e Veredas doBaixo Médio SãoFrancisco

Decreto nº 6.547 de18.07.97 Barra, Xique-Xique, e Pilão Arcado 1.085.000

25 Serra Branca / Raso daCatarina

Decreto nº 7.972 de05.06.01 Jeremoabo 67.234

26 Baia de Camamu Decreto n° 8.175 de27.02.02 Camamu, Maraú e Itacaré 118.000

ÁREA TOTAL 2.410.962

Em 1999, o Governo do Estado, com o Decreto Estadual n° 7.527, de 11.02.99, publicado no

Diário Oficial do Estado em 12.02.99, transferiu para a gestão do CRA, 15 (quinze) APAs

estaduais que até então, vinham sendo administradas por outras instituições do Poder Público

como a CONDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, a

SUDETUR – Superintendência de Desenvolvimento do Turismo/Secretaria de Cultura e

Turismo e, a BAHIATURSA – Empresa de Turismo da Bahia. A partir desta data, até dezembro

de 2002, a gestão das APAs: Bacia do Rio de Janeiro, Caraíva/Trancoso, Coroa Vermelha, Costa

de Itacaré/Serra Grande, Joanes/Ipitanga, Lagoa Encantada, Lagoas de Guarajuba, Lagoas e

Dunas do Abaeté, Litoral Norte, Marimbús/Iraquara, Ponta da Baleia/Abrolhos, Pratigi, Rio

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Capivara, Santo Antônio e Serra do Barbado, bem como as APAs estaduais criadas nesse

período, passou a ser competência do CRA.

O Artigo n° 67 do Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02.01 que aprova o regulamento da Lei

Estadual n° 7.799, de 07.02.01 – instituí a Política Estadual de Administração dos Recursos

Ambientais no Estado da Bahia – estabelece que as áreas de proteção ambiental são criadas por

ato do Poder Público Estadual, em área urbana ou rural, de domínio público ou privado, devendo

este ato mencionar a denominação, os limites geográficos e os principais objetivos das APAs.

Durante o período de gestão das APAs estaduais o CRA, semelhante ao que ocorre a nível

federal com o IBAMA, adotou os diferentes instrumentos estabelecidos na legislação ambiental

que visam o diagnóstico, ordenamento, planejamento e gestão ambientais e, que contribuem para

o gerenciamento dessas unidades de conservação.

A coordenação geral de todas as APAs estaduais no CRA foi exercida pela coordenação de defesa

e promoção da biodiversidade – COBIO, que constituía umas das quatro coordenações da

diretoria de recursos naturais – DIRNA. A diretoria geral do CRA definiu e buscou implementar

algumas diretrizes consideradas de grande importância para a gestão de APAs como:

• Todas as APAs deveriam possuir um administrador nomeado;

• Todas as APAs deveriam possuir uma sede localizada nos limites da APA, e

• Todas as APAs deveriam possuir uma infra-estrutura operacional básica como: carro,

telefone, computador, máquina fotográfica digital e GPS – Sistema de Posicionamento

Global.

Na implementação da gestão de suas APAs o CRA aplicou além dos instrumentos legais de

gestão de unidades de conservação, alguns procedimentos e diretrizes com o objetivo de

promover uma gestão mais participativa, os quais são ilustrados na Figura 3.2 e explicitados

abaixo:

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Plano de Gestão

Diagnóstico Ambiental ZEE

Conselho Gestor

Elaboração de Projetos

Sistema de Comunicação

Busca de Parcerias

Figura 3.2 Fluxograma dos instrumentos legais e diretrizes de gestão de Áreas de Proteção

Ambiental, adotados pelo Centro de Recursos Ambientais – CRA até 2002.

1. Conselho Gestor: A Lei Federal n.° 9.985, de 18.07.00, que institui o Sistema Nacional de

Unidades de conservação – SNUC, em seu Art. 15, parágrafo 5°, determina que as APAs

disporão de um conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e

constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da

população residente. O Decreto Federal n.° 4.340, de 22.08.02, que aprova o regulamento de

artigos da Lei n.° 9.985, cita em seu Art. 17, que as unidades de conservação poderão ter

conselho consultivo ou deliberativo, que serão presididos pelo chefe da unidade, o qual

designará os demais conselheiros indicados pelos setores a serem representados. No

parágrafo 5° é determinado que o mandato do conselheiro é de dois anos, renovável por igual

período, não remunerado e considerado de relevante interesse público. O Art. 18 cita que a

reunião do conselho deve ser pública, com pauta preestabelecida no ato da convocação e

realizada em local de fácil acesso.

Na Bahia, o Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02. 01, que aprova o regulamento da lei estadual n°

7.799, de 07.02.01 (institui a Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais), em

seu Art. 69, determina que as APAs contarão com um conselho gestor, de caráter consultivo,

com representação de entidades públicas federais, quando for o caso, estaduais e municipais, dos

órgãos colaboradores e de outros representantes da sociedade civil. O Art. 70 cita que a gestão da

APA dar-se-á sob a coordenação de seu órgão administrador, auxiliado pelo conselho gestor e

contará com a atuação dos demais órgãos identificados no seu plano de gestão, de modo que seja

descentralizada e participativa.

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A nomeação dos membros titulares do conselho e de seus suplentes era feita pelo diretor geral do

CRA através de portaria, sendo obedecida a indicação de suas respectivas entidades (Parágrafo 4°,

do Art. 75). O Art. 76, da lei supracitada, define as seguintes competências do Conselho Gestor:

I - Elaborar seu regimento interno em 90 dias contados a partir de sua posse;

II - Acompanhar a implantação do zoneamento ecológico-econômico da APA;

III - Acompanhar a elaboração do plano de gestão;

IV - Promover, juntamente com o órgão administrador da APA, a articulação institucional

necessária à efetivação das ações estabelecidas no zoneamento e no plano de gestão;

V - Propor e apoiar programas e projetos voltados para o desenvolvimento sustentável da APA, e

VI - Auxiliar na busca de recursos financeiros que possibilitem um eficiente gerenciamento da

APA.

2. Diagnóstico ambiental: Trata-se de um documento de análise e caracterização, no qual são

levantadas informações primárias e secundárias sobre os aspectos físicos, biológicos, sócio-

econômicos, culturais e os conflitos ambientais de uma área específica, que são utilizadas para

nortear a elaboração do zoneamento ecológico – econômico e os planos de gestão ou

manejo. O diagnóstico ambiental cumpre o mesmo objetivo técnico do documento quadro

sócio-ambiental, previsto no roteiro metodológico para gestão de áreas de proteção ambiental

(IBAMA & GTZ 1999).

3. Zoneamento ecológico–econômico: A Resolução CONAMA n.° 10, de 14.12.88, em seu Art.

2°, determina que as APAs terão sempre um zoneamento ecológico–econômico, devendo

este estabelecer normas de uso, de acordo com as condições locais bióticas, geológicas,

urbanísticas, agropastoris, extrativistas, culturais, entre outras, visando atender os objetivos da

unidade de conservação.

Na esfera estadual, o Art. 68, do Decreto Estadual 7.967, de 07.02.01 – que aprova o

regulamento da Lei n° 7.799, de 07.02.01 – de forma similar, determina que toda APA deverá

contar com o seu zoneamento ecológico–econômico e plano de gestão.

4. Plano de gestão: A Lei Federal n.° 9.985 de 18.07.00 que institui o SNUC (regulamentada

pelo Decreto n.° 4.340 de 22.08.02), determina em seu Art. 27, que as unidades de

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17

conservação devem dispor de um plano de manejo (plano de gestão), devendo este ser

elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de criação da unidade e, estar disponível

para consulta do público na sede da unidade e no centro de documentação do órgão

executor. Define-se como plano de manejo o documento técnico mediante o qual, com

fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu

Zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,

inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.

O Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02.01, que aprova o regulamento da Lei n° 7.799, de

07.02.01, em seu Art. 68, Parágrafo único, define o plano de gestão como o instrumento

elaborado a partir do diagnóstico ambiental da APA, que estabelece as ações prioritárias, o prazo

(curto, médio e longo), a articulação institucional necessária para viabilizar as ações estabelecidas,

bem como os recursos humanos, materiais e financeiros necessários.

5. Elaboração de Projetos: A elaboração de projetos constituiu uma das principais estratégias de

gerenciamento das APAs adotada pelo CRA que buscava, com a captação de recursos junto

às instituições nacionais e internacionais, meios para implementar projetos e ações visando o

desenvolvimento sustentável das APAs.

6. Consolidação do sistema de comunicação: O sistema de comunicação adotado refere-se ao

uso de placas educativas e de identificação, a publicação do Jornal “InfoApas” , a confecção e

distribuição de folders, programas de rádio e televisão, edição de filmes de vídeo, realização de

palestras, entre outros. Tinha por objetivos básicos a divulgação das ações e atividades de

gestão das APAs, bem como propiciar a participação da sociedade no processo de

gerenciamento.

7. Busca de Parcerias/Co-gestão: A descentralização e a busca de parcerias ou a co-gestão das

APAs estão previstas nas legislações federais e estaduais pertinentes. O Art. 60 do Decreto

Estadual n° 7.967, de 05.06.01, cita que as unidades de conservação podem ser geridas por

órgãos colaboradores com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser

firmado com o órgão responsável por sua gestão. O Art. 70 determina que o conselho gestor,

juntamente com os demais órgãos identificados no plano de gestão, auxiliarão a gestão das

APAs, de modo que esta seja descentralizada e participativa. Segundo ALVES (2002), a co-

gestão consiste em dividir com um parceiro – que pode ser uma entidade local ou um órgão

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colaborador do Sistema Estadual de Administração dos Recursos Ambientais – a gestão da

APA a partir do estabelecimento de um convênio entre as partes interessadas.

Na instância federal, a busca de parceiros e/ou a co-gestão estão respaldadas na Lei n.° 9.985, de

18.07.00, Art. 30, a qual estabelece que as unidades de conservação podem ser geridas por

organizações da sociedade civil de interesse público com objetivos afins aos da unidade, mediante

instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão.

Os instrumentos legais de gestão como diagnóstico ambiental, zoneamento ecológico –

econômico, plano de gestão e conselho gestor são peças fundamentais para a gestão das APAs.

No CRA, todas as etapas dos trabalhos para o desenvolvimento desses instrumentos eram

acompanhadas especialmente pelo administrador da APA, pelos representantes da COBIO e da

DIRNA, envolvendo também, em alguns casos, técnicos de outras coordenações como a

COIND.

O zoneamento ecológico–econômico era desenvolvido por uma equipe do CRA que, através do

diagnóstico ambiental e de resultados obtidos a partir de reuniões com representantes das

comunidades locais, empreendedores, órgãos públicos, organizações da sociedade civil, entre

outros, estabelecia as zonas e as suas normas de uso. A versão final do ZEE proposto pelo gestor

da APA era então elaborada em meio digital – utilizando o software ArcView GIS 3.2 – na

coordenação de planejamento e indicadores ambientais (COIND). Após a sua implementação, o

ZEE poderia sofrer revisões refletindo a dinâmica de ocupação e uso do solo e dos recursos

naturais, resultando em uma nova proposta, a qual deveria ser encaminhada ao CEPRAM –

Conselho Estadual de Proteção Ambiental, para aprovação e publicação de resolução no Diário

Oficial do Estado da Bahia.

A formação e implantação do conselho gestor, de caráter consultivo, constituído por

representações do poder público nas diversas esferas, órgãos colaboradores e representantes da

sociedade civil, é um processo complexo e relativamente lento, pois, requer a realização de

diversas reuniões e o estímulo à participação e o envolvimento dos diferentes segmentos para a

composição do conselho e a gestão da APA. No CRA, o processo de formação e implantação

dos conselhos gestores das APAs duravam, em média, um período de seis meses a um ano.

Atualmente, apenas as APAs Itacaré/Serra Grande, Lagoa Encantada e Pratigi possuem conselho

implantado. As APAs Litoral Norte, Santo Antônio e Serra do Barbado estão em fase final de

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implantação. As APAs restantes, encontram-se nas fases inicial ou intermediária de formação e

implantação.

A busca de parceiros para a gestão, a elaboração de projetos e o sistema de comunicação,

constituem estratégias provedoras potenciais de recursos financeiros e, de um maior

comprometimento e participação dos diferentes segmentos da sociedade no processo de gestão

de APAs. A co-gestão de unidades de conservação, prevista nas legislações federais e estaduais,

prevê a gestão descentralizada e participativa, envolvendo no mesmo objetivo, os organismos

norteadores e executores da política ambiental bem como a sociedade civil organizada. A APA

Pratigi, localizada no Baixo Sul do Estado, desenvolve uma co-gestão com o Instituto de

Desenvolvimento do Baixo Sul da Bahia – IDES. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento –

EMBASA estabeleceu uma parceira para a gestão das APAs Joanes/Ipitanga, Bacia do Cobre e

Pedra do Cavalo.

A elaboração de projetos foi considerada uma das principais estratégias de gerenciamento,

buscando através da captação de recursos junto aos potenciais agentes financiadores, meios para

implementar projetos e ações nas APAs. A partir do projeto Corredores Ecológicos do Programa

Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil – PPG7 e do Ministério do Meio

Ambiente – MMA, em 2003 as APAs Tinharé/Boipeba, Pratigi, Itacaré/Serra Grande, Santo

Antônio, Caraíva/Trancoso e Ponta da Baleia/Abrolhos, estarão recebendo recursos para a

implementação de suas gestões.

O sistema de comunicação propicia à sociedade tanto um maior envolvimento como uma melhor

compreensão quanto aos objetivos de uma APA, as suas características, seus conflitos e como a

sua gestão é desenvolvida no dia-a-dia. Os instrumentos do sistema tais como placas educativas e

de identificação, folders, o Jornal “InfoApas”, programas de rádio e televisão, vídeos, publicações,

palestras, entre outros, ajudam a envolver e inserir a sociedade no processo de gerenciamento,

fazendo-a sentir-se parte integrante ou pelo menos conhecendo um pouco sobre essas unidades

de conservação.

Em 2001, o CRA propôs a criação de um instrumento de aferição denominado Índice de Gestão

de APA – IGA (MURICY DE ABREU & AZEVEDO 2002). ALVES (2002) menciona que

através do IGA pode-se avaliar a evolução e a efetividade da gestão proposta para as 26 APAs

administradas pelo CRA ao longo do tempo. A composição do índice é empírica e seus

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indicadores definidos pelas principais ações realizadas na gestão – APA com sede administrativa,

com conselho gestor, com ZEE, entre outros – atribuindo-lhes peso de acordo com a

importância de cada ação (Tabela 3.2). A autora cita ainda que a evolução expressa pelo IGA

(Tabela 3.3 e Figura 3.3) não garante, no sentido amplo, a melhoria da qualidade ambiental e,

sobretudo, a melhoria da qualidade de vida das populações que residem nas APAs e, utilizam os

recursos naturais como sustento para as suas famílias. Entretanto, a aplicação do IGA permite

comparar a evolução da gestão entre as vinte e seis APAs e, avaliar a efetividade da gestão

proposta pelo CRA.

Tabela 3.2. Índice de Gestão de APAs – IGA - adotado pelo Centro de Recursos Ambientais no

Estado da Bahia até 2002 (ALVES 2002).

PARÂMETRO INDICADOR PESOSUB-

TOTALAdministrador Designado 10

SEDE ADMINISTRATIVA Sede Equipada 1525

Processo de Criação 03Criado 04CONSELHO GESTOR

Atuando 0815

Diagnóstico em Andamento 02Diagnóstico Elaborado 03ZEE em Andamento 02

ZEE Elaborado 03ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO – ZEE

ZEE Aprovado peloCEPRAM 05

15

Projeto Elaborado 05PROJETOS ESPECÍFICOS

Projeto em Execução 1015

Cooperação Técnica / ApoioInstitucional 05

Convênio Assinado 05PARCERIAS

Convênio em Execução 05

15

Jornal 02Programa de Rádio 02

Folder 02Síntese do Diagnóstico 03Síntese do Zoneamento 03

COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO

Home Page 03

15

TOTAL 100 100

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21

Tabela 3.3 Estudo comparativo do Índice de Gestão de APA – IGA, entre 1999 e 2002 (ALVES

2002).

APA IGA 1999 IGA 2002Abaeté 15 42

Bacia do Cobre / São Bartolomeu 0 12

Bacia do Rio de Janeiro 0 39

Baía de Todos os Santos 0 09

Camamu 0 0

Caraíva/Trancoso 10 27

Coroa Vermelha 15 42

Dunas e Veredas do São Francisco 0 39

Gruta dos Brejões/Vereda do RomãoGramacho

0 34

Guaibim 15 17

Itacaré/Serra Grande 26 66

Joanes – Ipitanga 21 47

Lagoa Encantada 15 57

Lagoa Guarajuba 15 32

Lagoa Itaparica 0 39

Litoral Norte 21 48

Mangue Seco 15 27

Marimbus/Iraquara 15 42

Pedra do Cavalo 0 44

Ponta da Baleia/Abrolhos 0 02

Pratigi 10 74

Rio Capivara 07 42

Santo Antônio 21 47

Serra Branca/Raso da Catarina 0 0

Serra do Barbado 07 47

Tinharé/Boipeba 15 20

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Evolução do IGA

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Abaeté

Cobre

Rio de

Jane

iro BTS Cam

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Caraív

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ncos

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Coroa

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melh

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Dunas

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Santo

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Serra

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Tinha

ré B

oipe

ba

APAs

IGA

IGA 1999

IGA 2002

Figura 3.3 Gráfico da evolução do Índice de Gestão de APAs – IGA do CRA (1999 e 2002).

22

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A administração das APAs movimentou muitos recursos financeiros por parte do CRA, variando

de acordo com a dimensão da APA e as suas especificidades. Esses recursos estavam

relacionados à contração de serviços para a realização de estudos ambientais (diagnóstico

ambiental e plano de gestão), ao desenvolvimento do ZEE, ao estabelecimento do conselho

gestor, além de todos os custos operacionais relativos a rotina de gestão das unidades. A fonte de

recursos era constituída, principalmente, pelo orçamento do Estado (programa de defesa e

promoção da biodiversidade) e, em menor grau, por verbas de projetos específicos das APAs.

O Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02. 01, que aprova o regulamento da Lei n° 7.799, de

07.02.01, em seu Art. 77, agrupa as APAs estaduais em 05 (cinco) Sistemas de Áreas Protegidas –

SAP, os quais estão relacionados a localização geográfica e as especificidades ambientais de cada

região. Com a criação da APA Serra Branca/Raso da Catarina em 2001 (Decreto n° 7.972, de

05.06.01), foi acrescentado mais um sistema ao Estado da Bahia denominado sistema de áreas

protegidas do sertão. Os sistemas e as APAs integrantes são descritos a seguir (Figura 1.1):

I – Sistema de Áreas Protegidas do Recôncavo – SAREC

A) Baía de Todos os Santos

B) Lago de Pedra do Cavalo

C) Bacia do Cobre/São Bartolomeu

II - Sistema de Áreas Protegidas da Chapada Diamantina – SACHA

A) Marimbús/Iraquara

B) Serra do Barbado

III – Sistema de Áreas Protegidas do Litoral Norte – SALINO

A) Mangue Seco

B) Litoral Norte

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C) Lagoas de Guarajuba

D) Rio Capivara

E) Joanes/Ipitanga

F) Lagoas e Dunas do Abaeté

IV – Sistema de Áreas Protegidas do Litoral Sul – SALIS

A) Guaibim

B) Tinharé/Boipeba

C) Pratigi

D) Baía de Camamu

E) Costa de Itacaré/Serra Grande

F) Lagoa Encantada

G) Santo Antônio

H) Coroa Vermelha

I) Caraíva/Trancoso

J) Ponta da Baleia/Abrolhos

V – Sistema de Áreas Protegidas do São Francisco – SASF

A) Lagoa Itaparica

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B) Dunas e Veredas do Baixo e Médio São Francisco

C) Bacia do Rio de Janeiro

D) Gruta dos Brejões

VI – Sistema de Áreas Protegidas do Sertão – SASER

A) Serra Branca/Raso da Catarina

3.3 APA LITORAL NORTE

O Litoral Norte do Estado é o espaço geográfico natural disponível para a expansão urbana da

região metropolitana de Salvador, abrigando diversas paisagens naturais que atraem grande

número de visitantes, turistas e empreendimentos imobiliários, cujo acesso e ocupação foram

facilitados pela construção da Linha Verde (BA 099). Esses fatores, associados ao

desenvolvimento de vários estudos e projetos na região (Universidades, Programa de

Desenvolvimento Sustentável/PRODESU, ONGs etc.) motivaram a escolha da APA Litoral

Norte, por parte do CRA, como unidade territorial de planejamento e área piloto para o

desenvolvimento do GisApa.

A APA Litoral Norte, criada em 1992 pelo Governo do Estado pelo Decreto Estadual n° 605, de

06.11.1991 (Plano de Manejo aprovado pela Resolução CEPRAM n° 983, de 23.09.1994),

abrange a faixa litorânea dos municípios de Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e

Jandaíra. A APA ocupa uma faixa estreita que limita-se a Leste pelo Oceano Atlântico, ao Sul

pelo Rio Pojuca, ao Norte pelo Rio Real, estendendo-se a Oeste numa largura entre 10 a 15 km

da linha da costa.

A criação da APA Litoral Norte pelo Governo do Estado da Bahia foi determinada pelo

prolongamento da Rodovia BA-099, desde os limites da região metropolitana de Salvador (RMS)

até a divisa com o Estado de Sergipe. O reconhecimento de que a implantação da Linha Verde

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acarretaria relevantes impactos ambientais nos ecossistemas costeiros e importantes modificações

no contexto sócio-econômico e cultural da região, justificou a sua criação.

Apesar de contar com uma localização privilegiada em relação a RMS e do potencial em termos

de recursos naturais, o Litoral Norte da Bahia caracteriza-se por possuir uma economia

historicamente estruturada na agropecuária extensiva, estando a atividade industrial de peso

circunscrita à prospecção de petróleo. A economia da região está principalmente relacionada a

pecuária (grandes fazendas de gado), a cultivos de coco, a reflorestamentos, a pesca artesanal, ao

artesanato e, mais recentemente, ao turismo. Cerca de 35.000 pessoas vivem na APA, sendo mais

de 50 % deste total formado por jovens menores de 20 anos. Os níveis de escolaridade são

baixos (cerca de 12 % não sabem ler) e, de uma forma geral, a população é pobre e ganha pouco

(PRODESU 2001).

A APA Litoral Norte possui grande fragilidade ambiental e forte vocação natural para o turismo,

apresentando uma ampla variedade de ecossistemas costeiros como: manguezais, remanescentes

de Floresta Ombrófila densa secundária em diferentes estágios de regeneração, matas de

restingas, dunas, manchas de cerrado, lagoas costeiras, brejos, estuários, recifes de corais, praias,

entre outros. Essa diversidade de ecossistemas resulta numa fauna extremamente diversificada e

pouquíssimo conhecida, destacando-se o registro de ocorrência de espécies raras e ameaçadas de

extinção.

O projeto de conservação e utilização da diversidade biológica brasileira – PROBIO, parte

integrante do Programa Nacional da Diversidade Biológica – PRONABIO, do Ministério do

Meio Ambiente – MMA, financiou a realização de cinco avaliações por bioma, a partir de

“workshops”, desenvolvidos no período de 1998 a 2000, para avaliação e identificação de áreas e

ações prioritárias para a conservação e utilização sustentável da biodiversidade dos principais

biomas brasileiros. Nesses estudos, o Litoral Norte do Estado da Bahia foi identificado como

uma área insuficientemente conhecida e de prioridade extremamente alta para a conservação da

diversidade biológica (MMA & MCT 2001). No Bioma Mata Atlântica, o PROBIO identificou,

no trecho Litoral Norte – Linha Verde, uma área de 156.685,947 ha que foi considerada

insuficientemente conhecida. No Bioma Zona Costeira, uma área de 100.346,935 ha também no

Litoral Norte, é considerada como de prioridade extremamente alta para a conservação e

utilização sustentável da diversidade biológica.

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Entretanto, as condições sócio-econômicas e os níveis baixos de escolaridade registrados na APA

colaboram para incrementar a pressão sobre os recursos naturais da região, uma vez que, a oferta

reduzida de trabalho e empregos, a infra-estrutura de saneamento precária e, o desconhecimento

de práticas e tecnologias adequadas comprometem a exploração sustentável da biodiversidade

local.

Visando melhorar as condições sócio-econômicas e ambientais da região, em 1997, foi firmado

um acordo entre os governos do Brasil e do Reino Unido (Programa de Planejamento e

Gerenciamento Ambiental – PPGA) para favorecer a implantação de um programa de

desenvolvimento sustentável na APA Litoral Norte. O Programa de Desenvolvimento

Sustentável – PRODESU, coordenado pela CONDER, com apoio do CRA, da SUDETUR, do

DERBA, de outros órgãos estaduais e dos cinco municípios integrantes da APA, constitui um

dos produtos deste acordo. Como resultado dos estudos desenvolvidos na região, foram

definidas quatro estratégias que são à base do PRODESU e, que refletem os aspectos sócio-

econômicos e ambientais registrados na APA Litoral Norte:

• Maior participação da comunidade nas decisões;

• Redução da pobreza e das desigualdades sociais;

• Criação de oportunidades de trabalho e de renda, e

• Proteção e conservação do meio ambiente.

Os estudos realizados pelo PROBIO e PRODESU evidenciam a importância ecológica do

Litoral Norte da Bahia e, corroboram a necessidade de realização de estudos sobre a

biodiversidade da região, a sua conservação e, o desenvolvimento de instrumentos de

planejamento e gestão eficientes – como os sistemas de informação geográfica – que contribuam

para o uso sustentável dos seus recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida de suas

comunidades.

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28

CAP. 4 USO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA – SIG E

GEOTECNOLOGIAS NA GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS

PROTEGIDAS

4.1 GEOPROCESSAMENTO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA – SIG

Segundo MEDEIROS & CÂMARA (2002), o geoprocessamento constitui a disciplina do

conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de

informação geográfica, influenciando de maneira crescente as áreas de cartografia, análise de

recursos naturais, transportes, comunicações, energia e planejamento urbano e regional. Os

autores mencionam que os SIGs, considerados ferramentas computacionais de

geoprocessamento, permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e

criar bancos de dados georreferenciados, possibilitando ainda a produção de documentos

cartográficos. Os SIGs armazenam a geometria e os atributos dos dados que estão

georreferenciados – localizados na superfície terrestre e representados numa projeção

cartográfica. Os dados tratados em geoprocessamento têm como principal característica a

diversidade de fontes geradoras e de formatos apresentados.

Para RODRIGUES (1988), o geoprocessamento é definido como "a tecnologia de coleta e tratamento

de informações espaciais e de desenvolvimento de sistemas que as utilizam". O autor apresenta uma

classificação dos sistemas de geoprocessamento em sistemas aplicativos, sistemas de informação

e sistemas especialistas, os quais são descritos abaixo:

• Sistemas Aplicativos: são conjuntos de programas que realizam operações associadas a

atividades de projeto, análise, avaliação, planejamento, entre outras, em áreas como

transportes, mineração, hidrologia, urbanismo etc. São sistemas voltados à representação

de entes de expressão espacial e a realização de operações sobre estas representações.

Visam a realização de um largo espectro de tarefas e podem ser agrupados segundo

classes de sistemas voltados à entrada de dados, à saída de dados e, a realização de

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tarefas específicas como projetos assistidos por computador, mapeamento

automatizado etc.;

• Sistemas de Informações: SIG, stricto sensu, denota software que desempenha as funções

de coleta, tratamento e apresentação de informações sobre entes de expressão espacial e

sobre o contínuo espacial. SIG, lato sensu, denota o software, o hardware, os

procedimentos de entrada e saída dos dados, os fluxos de dados de supridores para o

sistema e deste para os consumidores, as normas de codificação de dados, as normas de

operação, o pessoal técnico etc., que desempenham as funções de coleta, tratamento e

apresentação de informações, e

• Sistemas Especialistas: são sistemas computacionais que empregam o conhecimento na

solução de problemas que normalmente demandariam a inteligência humana. Emulam o

desempenho de um especialista atuando em uma dada área do conhecimento.

RODRIGUES (1990) menciona que o estabelecimento destas classes não indica que os sistemas

de geoprocessamento tenham uma única classificação. Segundo o autor, atualmente, os sistemas

existentes possuem, em sua maioria, características múltiplas com a predominância de um

conjunto específico de funções.

Algumas definições e conceitos de SIG apresentados por diferentes autores, refletem a

diversidade de usos e visões possíveis desta tecnologia e indicam uma perspectiva interdisciplinar

de sua utilização:

“Conjunto poderoso de ferramentas para coletar, armazenar, recuperar,

transformar e visualizar dados sobre o mundo real” (BURROUGH 1989);

"Sistemas voltados à aquisição, análise, armazenamento, manipulação e

apresentação de informações referenciadas espacialmente" (MARBLE 1984).

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MEDEIROS & CÂMARA (2002) citam as principais características de sistemas de informação

geográfica:

• Inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados

cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e

modelos numéricos de terreno;

• Oferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de algoritmos de

manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da

base de dados georreferenciados.

4.2 CONTRIBUIÇÕES DO USO DE SIG E DE OUTRAS GEOTECNOLOGIAS,

PARA ESTUDOS AMBIENTAIS E GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS

PROTEGIDAS

As interferências antrópicas ao ambiente natural ou em áreas já alteradas devem ser precedidas de

um diagnóstico e planejamento ambientais adequados, considerando as unidades de paisagem

naturais, sendo imprescindível o conhecimento da estrutura, composição e da dinâmica dos

fatores que caracterizam o espaço total da região objeto de intervenção (MAIA 2001).

Sabendo-se que o crescimento econômico é desejado por quase todas as sociedades humanas e

que qualquer projeto desenvolvimentista provoca alterações ao meio ambiente, é imperativo que

sejam fomentados pelos diversos atores públicos, econômicos e sociais a busca constante de

instrumentos de planejamento e controle ambientais cada vez mais eficazes que possam

acompanhar a velocidade das interferências antrópicas.

Considerando que as necessidades de planejamento, controle e gestão ambientais pelos agentes

públicos são cada vez mais crescentes em todas as áreas do conhecimento, a correta

implementação de geotecnologias e de sistemas de informação geográfica vêm à atender essas

demandas, uma vez que detêm as habilidades de integrar informação e ajudar à tomada de

decisões, contando com as características essenciais de referência espacial e análise de dados.

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ARONOFF (1989) considera que um SIG fornece os meios por meio dos quais a informação

geográfica pode ser usada para uma grande variedade de aplicações e por usuários com uma

ampla diversidade de habilidades. Mas, para que esses dados possam ser usados no processo de

tomada de decisão, sua qualidade deve ser conhecida fidedignamente. Organizações públicas

encarregadas da produção e disseminação da informação geográfica devem estar cientes das

questões de responsabilidade que podem surgir quando seus dados são usados. É o

gerenciamento de uma estrutura de SIG que determinará a qualidade da informação e a extensão

de sua distribuição.

O roteiro metodológico publicado pelo IBAMA & GTZ (1999), conforme citado no capítulo

anterior, prevê o uso de um sistema de informação responsável pelo registro e sistematização dos

dados e das informações geradas em todas as etapas de elaboração e implementação do plano de

gestão de unidades de conservação. Dados diversos como fotografias aéreas, bases cartográficas

digitais, imagens de satélite, documentos digitais, dados especiais, cadastros, entre outros,

integram o sistema.

Para implementação do sistema de informação, segundo o Roteiro, devem ser utilizadas

ferramentas computacionais que integram Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD),

Internet e SIGs, sendo este último considerado um instrumento fundamental, uma vez que a maior

parte dos dados são espaciais.

No roteiro é recomendado o uso de cartografia básica em escala local (1:10.000 e 1:50.000),

regional (1:250.000 e 1:1.000.000) e nacional (1:2.500.000 e 1:5.000.000). Também determina a

realização de mapeamentos das áreas estratégicas em escala 1:10.000, em casos de preservação

permanente e ocorrências ambientais de pequena dimensão territorial como Área de Preservação

Permanente - APP e Área de Proteção Especial - APE, definidas pelo zoneamento da APA, para

serem utilizados no licenciamento ambiental.

MATTOS (2002) utilizou técnicas de sensoriamento remoto e de SIG para a geração, atualização,

integração e análise de informações georreferenciadas sobre a APA Municipal de Campinas ou

APA de Sousas e Joaquim Egídio (SP), aplicando e avaliando procedimentos e ferramentas

metodológicas disponíveis de planejamento e gestão ambientais. Para alcançar esses objetivos, a

autora seguiu quatro etapas consecutivas:

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• Caracterização, espacialização, quantificação e análise dos principais componentes da APA;

• Construção de uma base cartográfica digital sobre os aspectos abióticos, bióticos e antrópicos

da área;

• Integração das informações levantadas para avaliação da adequabilidade da presença humana

na área, sob os enfoques legal e ambiental e, suas implicações para o desenvolvimento, e

• Análise da pertinência da implantação da APA, de seus limites e fornecimento de subsídios

para a sua gestão.

Foram realizados o levantamento e a compilação dos dados preexistentes sobre a APA e, a sua

complementação e atualização a partir da interpretação de produtos orbitais e suborbitais de

sensoriamento remoto como imagens de satélite e fotografias aéreas, respectivamente. Todas as

informações georreferenciadas foram inseridas e tratadas numa estrutura de SIG, compondo uma

base cartográfica digital na escala 1:25.000, gerando cartas e representação 3-D do relevo. Como

resultado cartográfico desse trabalho foram geradas 14 (quatorze) cartas sobre a APA, na escala

1:50.000, caracterizando, quantificando e mapeando os principais componentes físicos, bióticos e

antrópicos da paisagem. Do total de cartas geradas, doze são cartas temáticas analíticas,

representando espacialmente apenas um aspecto do meio por vez, tais como:

- Limites e divisão administrativa;

- Geologia;

- Hipsometria;

- Declividades;

- Geomorfologia;

- Dados pedológicos;

- Microbacias e rede hidrográfica;

- Capacidade de uso agrícola das terras;

- Cobertura vegetal/Uso atual das terras;

- Habitats faunísticos;

- Infra-estrutura/Impactos localizados, e

- Restrições/Recomendações legais para ocupação e uso das terras.

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Duas são cartas sintéticas, representando a integração de vários parâmetros, possibilitando uma

análise dos principais problemas e potencialidades da APA.:

• Situação legal do uso atual das terras, e

• Adequabilidade do uso atual das terras.

A caracterização, quantificação e mapeamento dos principais componentes da APA Municipal de

Campinas, integrados numa base cartográfica digital e numa estrutura de SIG, possibilita a efetiva

gestão ambiental do território desta unidade de conservação, permitindo ainda a rápida

recuperação, visualização, edição, atualização e manipulação automática destes dados e, a geração

de novas cartas, estudos e análises específicas.

A existência de uma base cartográfica digital confiável, elaborada dentro de uma estrutura de

SIG, viabiliza a inserção de diferentes dados, a sua integração, a realização de um grande número

de análises e a construção de mapas temáticos. A importância do desenvolvimento de bases

cartográficas digitais para o manejo de APAs, é mencionada por VIECILI & POMPÊO (2002),

no trabalho de construção de bases cartográficas digitais, na escala 1:50.000 – utilizando

ferramentas de geoprocessamento, com cartografia automatizada, seguida por uma modelagem

cartográfica com utilização de banco de dados (BD) – para a gestão de APAs criadas junto ao

Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica Alto Rio Negro Catarinense (Consórcio Quiriri),

no Estado de Santa Catarina.

No Consórcio Quiriri, constituído por quatro municípios, foram implantadas cinco APAs com o

objetivo específico de promover a proteção e conservação dos recursos hídricos na região. Os

autores citam que para a elaboração dos planos de gestão dessas APAs, é fundamental a

caracterização dos recursos naturais disponíveis e dos aspectos sócio-econômico e, que a

consolidação das informações resultantes em formas de representação adequadas é indispensável

para a tomada de decisões. Para a criação de um SIG, enfatizam, um passo inicial de grande

importância é a elaboração da base cartográfica da área de estudo, cuja principal função é auxiliar

o referenciamento para os mapas temáticos.

PÉRICO et al. (2002) utilizaram métodos de sensoriamento remoto, para identificação e

delimitação de possíveis áreas de proteção ambiental em fragmentos florestais na Bacia

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Hidrográfica do rio Forqueta, no Rio Grande do Sul. A composição da base cartográfica da área

de estudo foi feita a partir da digitalização das Cartas do Exército, escala 1:50.000, do uso das

imagens do satélite LANDSAT TM 7, de trabalhos de campo com uso de GPS (Global Position

System) para validação dos dados e, da aplicação de métodos estatísticos de sensoriamento remoto

e geoprocessamento.

A partir da classificação das imagens de satélite e das informações levantadas nos trabalhos de

campo, a cobertura vegetal e os recursos naturais foram caracterizados e analisados – quanto ao

tamanho das áreas com vegetação nativa, o tipo de formação vegetal, a presença de nascentes e

rios e, os tipos de ecossistemas adjacentes – permitindo a identificação e a seleção de três áreas

com potencial para a implantação de APAs dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Forqueta. As

belezas cênicas e o potencial turístico das áreas selecionadas estão sendo estudados.

PIVELLO et al. (1999) desenvolveram um banco de dados em sistemas de informação geográfica

para estudos de ecologia aplicada na Reserva de Cerrado Pé-de-Gigante, em Santa Rita do Passa

Quatro, São Paulo. A base de dados digital foi elaborada a partir da análise de imagens do satélite

LANDSAT TM, de material cartográfico pré-existente e intensivo trabalho de campo. Para

elaboração da base de dados em SIG foram considerados temas como relevo, geologia e

vegetação locais, além de perturbações ambientais antropogênicas localizadas.

A partir da espacialização, integração e análise das informações foram gerados mapas referentes a

temas como topografia, declividade, orientação de vertentes, geomorfologia, fisionomias de

vegetação, principais trilhas e perturbações localizadas. Após a composição e análise dos mapas

temáticos foram conferidos níveis de fragilidade ambiental à área de estudo. Os autores relatam

que a base de dados gerada vem subsidiando diversos estudos na reserva tais como o ZEE,

inventários de flora e fauna e uma classificação detalhada dos solos, possibilitando a elaboração

do plano de manejo da reserva.

ANTUNES et al. (2002) utilizaram imagens do satélite LANDSAT TM5, técnicas de

sensoriamento remoto e levantamentos de campo, para mapeamento e análise dos impactos

potenciais do turismo e da ocupação humana nos sistemas naturais da APA de Guaraqueçaba,

localizada no litoral Norte do Estado do Paraná. Os autores mencionam que serão produzidas

cartas digitais temáticas numa estrutura de SIG, contendo: mapa político da APA, com limites,

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estradas e comunidades, na escala 1:100.000; o mapa de vegetação e uso do solo, na escala

1:200.000 e, o mapa ecoturístico.

Segundo os autores, a elaboração de cartas temáticas da APA auxiliará a análise do uso e

ocupação do solo, definindo áreas críticas e sensíveis, bem como locais onde o ecoturismo

poderá oferecer benefícios sociais sem comprometer os recursos naturais da região.

Usando técnicas de sensoriamento remoto e SIG, a EMBRAPA está realizando estudos de

caracterização ambiental (aspectos físicos, bióticos e antrópicos) e a construção de bases

cartográficas digitais de 15 (quinze) municípios, distribuídos nos Estados de São Paulo e Minas

Gerais, para subsidiar o IBAMA na implantação da APA da Bacia do Rio Camanducaia. Na

primeira etapa deste trabalho foi desenvolvida uma base cartográfica digital da área, na escala

1:250.000, com os seguintes planos de informação:

• Mapa de Limites da APA

• Mapa Altimétrico

• Mapa de Modelo Numérico de Terreno

• Mapa de Modelo Numérico de Terreno – 3D

• Mapa Hipsométrico

• Mapa Hidrográfico

• Mapa das Bacias Hidrográficas

• Mapa da Rede Viária e Centros Urbanos

• Imagem LANDSAT TM5

MIRANDA & LIMA (2002) mencionam que, posteriormente, será elaborado o ZEE da APA da

Bacia do Rio Camanducaia, na escala 1:50.000, dividindo a região em cinco áreas de ocupação

diferenciada (restrita, dirigida, controlada, de interesse social e de vida silvestre), articuladas com

um Plano de Gestão, as diretrizes e normas gerais da APA e um sistema de fiscalização regional e

local.

OLIVEIRA (2002) utilizou técnicas de interpretação de imagem de satélite e de

geoprocessamento para caracterização ambiental e elaboração de proposta de criação da APA de

Descalvado, no Estado de São Paulo. Foi desenvolvido um banco de dados georreferenciado, a

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partir do levantamento de informações atualizadas sobre os aspectos físico, biótico e antrópico. A

formação do banco de dados, utilizando SIG, incorporou os mapas existentes de pedologia,

geologia, hidrografia e topografia e, envolveu a produção de novas cartas e mapas temáticos

(mapa morfopedológico) a partir da interpretação de imagens de satélite. A integração e análise

dos elementos que compõem os sistemas naturais, a espacialização da legislação ambiental

incidente e, a avaliação do estado de conservação das Áreas de Preservação Permanente – APP,

resultaram na definição dos limites da APA, na identificação de prioridades para conservação e

recuperação ambiental e, na proposta de ZEE da APA. Em agosto de 1996, o Governo

Municipal criou a APA de Descalvado, em reconhecimento à fragilidade ambiental e a

importância da região para as comunidades locais.

O Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Bahia – IESB iniciou em 1994, um programa de

monitoramento da cobertura florestal e do uso das terras em áreas protegidas da região Sul do

Estado da Bahia, a partir do uso de tecnologias de sensoriamento remoto e de Sistemas de

Informação Geográfica (IESB 2002). Foram elaboradas as bases cartográficas digitais, na escala

1:10.000, em estrutura de SIG, de áreas importantes para a conservação da biodiversidade

regional como o entorno da Reserva Biológica de Una e do Parque Estadual da Serra do

Conduru, a APA Itacaré – Serra Grande e APA da Lagoa Encantada. A base é composta por

mosaicos de fotografias aéreas, dados sobre as Unidades de conservação, a estrutura fundiária,

rodovias e ramais secundários, hidrografia, solos, topografia, limites municipais, uso atual das

terras e, imagens de satélite, sendo posteriormente adicionados, os resultados de

fotointerpretação das fotos aéreas. As informações disponíveis no banco de dados geográficos

contribuíram para a realização de diversos estudos e trabalhos sobre a região, entre os quais

destacam-se:

• Identificação dos principais remanescentes florestais do entorno da Reserva Biológica de

Una, definindo estratégias para a conservação e desenvolvimento daquela região;

• Indicação da poligonal do Parque Estadual da Serra do Conduru;

• Elaboração de croquis de localização de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN

para o IBAMA;

• Planejamento de uso de terras agricultáveis,

• Pesquisas sobre o manejo da vida silvestre;

• Planejamento da expansão urbana;

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• Manejo dos recursos hídricos;

• Ações de reparo a danos ambientais para o Ministério Público, e

• Elaboração de croquis de localização de áreas de Reserva Legal.

STELLFELD (2002) desenvolveu um sistema de informações geográficas denominado SIG

Veadeiros, disponibilizando informações ambientais sobre o Parque Nacional da Chapada dos

Veadeiros e do seu entorno, localizado em São Jorge, município de Alto Paraíso de Goiás, Estado

de Goiás. Neste SIG, são apresentados oito trilhas, dezessete sítios geoturísticos e diversas

informações ambientais sobre a região. O sistema utiliza ferramentas de conexão de arquivos

textuais e de imagens com feições geográficas, além de ferramentas para classificação,

identificação, consultas, cruzamentos e seleções destas entidades geográficas e de seus atributos

contidos em tabelas. A autora cita que o potencial ecoturístico da região é grande e o seu

incremento representa uma alternativa de desenvolvimento sustentável para a área.

CASTRO et al. (2002) utilizaram técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento para

analisar as relações entre a urbanização e a degradação ambiental na Microbacia do Ribeirão

Cambuí-Putins, localizado no município de São José dos Campos, no Estado de São Paulo, no

período de 1977 a 1997. A partir de trabalhos de campo, do tratamento, análise e interpretação de

imagens de satélite (LANDSAT TM e SPOT) e fotografias aéreas e, a integração em SIG destes

dados à base cartográfica (1977), na escala 1:10.000, foram delimitadas as unidades ambientais

que compõem a microbacia e, apresentado em uma carta síntese, a dinâmica do processo de

urbanização, relacionando-a à intensidade de degradação para cada unidade.

O Projeto Peruíbe (PAULA et al. 2001), implantado no município de mesmo nome, localizado na

região Sul do Estado de São Paulo, teve como objetivo o fornecimento de informações para

subsidiar o Planejamento da Estação Ecológica Juréia-Itatinga e o Plano Diretor Municipal. O

trabalho foi dividido em duas etapas: a primeira etapa consistiu na vetorização,

georreferenciamento e conversão das cartas topográficas analógicas do município de Peruíbe,

para composição da base cartográfica digital na escala 1:10.000. A Segunda etapa refere-se ao

mapeamento de temas como: a legislação ambiental incidente (Unidades de conservação; Código

Florestal; o patrimônio histórico, cultural, paisagístico e arqueológico; leis e decretos específicos

para a região), as Unidades de conservação, a cobertura vegetal, o uso e ocupação do solo, a

geomorfologia, a clinografia, a hipsometria e os solos do município, utilizando a base cartográfica

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digital e fotografias aéreas, relativas ao recobrimento aerofotogramétrico da região realizado em

1997.

A partir da estruturação das informações levantadas no Projeto Peruíbe em um ambiente de SIG

é possível a integração dos dados e mapas gerados para composição das Cartas de Fragilidade e

Potencialidade de Uso e, identificação dos conflitos e impactos ambientais e legais existentes,

resultando na elaboração da Carta de Potencial de Uso do Solo. Segundo os autores, após a

conclusão dos estudos, o mapa síntese deverá apresentar as seguintes informações:

• As áreas urbanizadas;

• As áreas protegidas legalmente, como Áreas de Preservação Permanente - APP, Reserva

Legal, que devem ser conservadas em seu estado mais natural possível;

• As áreas de preservação, justificáveis por fatores de fragilidade e, que não possuem legislação

de proteção, como remanescentes florestais em bom estado de conservação, entre outros;

• As áreas com uso restrito ou destinadas a determinados tipos específicos de ocupação;

• As áreas favoráveis à expansão urbana.

O Governo do Estado do Tocantins, através da EMBRAPA (2000), realizou o zoneamento

agroecológico do Estado, constituindo um marco de referência espacial para o ordenamento do

território, numa perspectiva de sustentabilidade. Neste trabalho, o Estado foi dividido em

unidades ambientais hierarquizadas e caracterizadas por uma identidade estrutural e funcional,

representando situações eqüiproblemáticas e eqüipotenciais em termos de desenvolvimento e

preservação. A compartimentação do espaço geográfico foi realizada a partir da análise das

relações existentes entre seus principais componentes como: geologia, geomorfologia, solos,

topografia, rede de drenagem, clima, dinâmica da paisagem, vegetação natural e uso atual das

terras.

Foi estruturado um amplo sistema geográfico de informações, com mais de 300 cartas digitais, na

escala 1:250.000, recobrindo todo o Estado, referente aos temas: limites administrativos, geologia,

geomorfologia, pedologia, bacias hidrográficas, declividades, erodibilidade potencial dos solos,

precipitação, temperatura, regionalização climática, cobertura vegetal potencial e uso atual das

terras. Foram utilizados recursos de sensoriamento remoto aerotransportado e orbital, como os

sensores óticos dos satélites LANDSAT e NOAA/AVHRR e os de microondas (radar). O

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estudo ecodinâmico das unidades mapeadas permitiu identificar e mapear os limites ambientais

impostos ao uso e ocupação do solo no Estado de Tocantins, disponibilizando as informações

necessárias para a avaliação dos riscos de degradação ambiental e a tomada de decisão quanto as

diretrizes de interferências e de uso do território.

HASENACK et al. (2001), usando módulos de apoio à decisão em sistemas de informação

geográfica, desenvolveram um mapa de vulnerabilidade à ocupação urbana de uma área proposta

para criação do Parque Morro do Osso, no município de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Foram digitalizadas 13 (treze) cartas planialtimétricas do mapeamento cadastral, em escala

1:1.000, da base cartográfica da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O mapa de cobertura

vegetal foi elaborado a partir de trabalhos de campo e interpretação de fotografias aéreas de 1982

(escala 1:8.000).

Para definir o grau de vulnerabilidade da área proposta para implantação do Parque Morro do

Osso, foram considerados fatores como: a declividade do terreno, à distância das áreas

construídas, à distância de ruas e caminhos e, a cobertura vegetal. Segundo os autores, os

resultados indicam que os SIGs são uma excelente ferramenta para o planejamento ambiental,

pois, conhecendo-se a distribuição espacial da vulnerabilidade é possível identificar os locais mais

vulneráveis e áreas naturalmente protegidas como áreas de difícil acesso ou intangíveis à visitação,

bem como facilitar a demarcação de trilhas de visitação nas áreas por vocação, mais frágeis à ação

antrópica.

A Superintendência de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental –

SUDERHSA vêm desenvolvendo desde 2000 (por meio de um consórcio formado por três

empresas e, contando com recursos do Banco Mundial – BIRD), um sistema de informações

geográficas para gestão e suporte à decisão no gerenciamento dos recursos hídricos e no uso do

solo na Bacia do Alto Iguaçu, no Paraná. O Projeto, de acordo com SOLDA (2001, p. 40),

engloba quatro fases distintas:

• construção da base cartográfica e temática (mapeamento do uso do solo e geológico

geotécnico);

• levantamento de dados nos órgãos e em campo;

• desenvolvimento do sistema de informações, e

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• implantação do sistema e capacitação técnica.

A Universidade Federal do Paraná – UFPR, com o seu Centro Integrado de Estudos em

Geoprocessamento, vêm introduzindo a cultura de geoprocessamento, fomentando e

desenvolvendo diversos trabalhos relacionados, especialmente, às necessidades de agências

estatais prestadoras de serviços e órgãos de planejamento (LOBO 2001). São citados abaixo

alguns projetos, desenvolvidos no âmbito do Centro Integrado de Estudos em

Geoprocessamento – UFRP, por técnicos de órgãos públicos, professores e estudantes, que

evidenciam as contribuições do uso de geotecnologias e de SIGs aos diferentes setores da

administração pública, relacionados direta e indiretamente, ao uso e gestão de recursos naturais:

• Uso de SIG para Análise da Ocupação Urbana no Setor Norte da Ilha de Santa

Catarina

Neste trabalho foram avaliadas, utilizando técnicas de sensoriamento remoto e processamento

digital de imagens, as transformações ambientais provocadas pela intensiva ocupação urbana de

áreas de praias, dunas e manguezais, no setor Norte da Ilha de Santa Catarina, no período de

1988 a 1990.

• Produção e Coleta de Lixo Urbano – Uma aplicação em GIS

Em uma área de 4 km2, localizada no município de São José dos Pinhais, na região metropolitana

de Curitiba, foram identificados os pontos de coleta, o volume de lixo produzido por unidade

produtora e, as diferentes tipologias de lixo, possibilitando a programação do serviço de coleta e

uma gestão dos resíduos sólidos urbanos mais eficientes e ambientalmente melhores.

• Atlas Digital do Estado do Paraná

Este projeto refere-se a produção de cartas digitais do Estado do Paraná, organizadas em layers

temáticos, nas escalas 1:1.400.000 e 1:2.000.000, para subsidiar trabalhos de pesquisa e aplicações

que tenham como base o espaço geográfico estadual.

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• Localização de Áreas Potenciais de Uso com Sistemas de Informações Geográficas

Nesse trabalho foi desenvolvido um aplicativo com os objetivos de identificar e localizar áreas

específicas para o gerenciamento urbano tais como áreas de proteção ambiental, implantação de

indústrias e shoppings, auxiliando o tomador de decisões nas áreas de planejamento urbano e

ambiental.

A partir de uma cooperação financeira firmada há sete anos entre a Secretaria de Meio Ambiente

do Estado de São Paulo e o banco alemão KfW – Kreditanstalt für Wiederaufbau, o Projeto de

Preservação da Mata Atlântica (PPMA) está desenvolvendo um Sistema Integrado de

Comunicação e Informação – SICI. Segundo AFFONSECA (2001, p.54), o sistema de

informação geográfica e ambiental vai agilizar a fiscalização e o licenciamento ambiental de áreas

localizadas dentro da zona de atuação do PPMA, as quais abrangem 22 mil km2, situadas no Vale

do Ribeira, litoral e parte do Vale do Paraíba, abrangendo mais de 40 municípios. O novo sistema

– estudado durante três anos – pretende, ao final, viabilizar através da integração de um sistema

de tele-rádiocomunicação a outro de geoinformação, a transmissão cruzada de dados

operacionais do Departamento Estadual de Recursos Naturais (licenciamento ambiental), da

Policia Florestal (fiscalização de áreas protegidas) e do Instituto Florestal (gestão dos parques

estaduais e estações ecológicas).

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CAP. 5 GISAPA

5.1 MODELO CONCEITUAL E AVALIAÇÃO DAS BASES CARTOGRÁFICA E

TEMÁTICA

Os trabalhos de desenvolvimento do sistema GisApa foram iniciados em agosto de 1999, a partir

da contratação dos serviços de uma empresa especializada em geotecnologias pelo CRA. A

versão final do sistema foi concluída em abril de 2002, sendo desde então, submetida a testes e

avaliações visando o seu aperfeiçoamento e atualização, antes da sua efetiva implantação. A

execução dos trabalhos desenvolvidos pela empresa contratada para construção do GisApa, foi

dividida em duas etapas.

A primeira etapa abrangeu o desenvolvimento do modelo conceitual e lógico, referente a temas

específicos relativos às ações do CRA nas APAs, com enfoque na APA Litoral Norte e, ao

diagnóstico da base cartográfica e temática digitais do zoneamento ecológico–econômico da APA

Litoral Norte:

O modelo lógico do sistema (Apêndice A) foi concebido buscando espelhar a rotina interna do

órgão e seu fluxo de informações, uma vez que os principais fornecedores de dados ambientais

são os próprios técnicos, que promovem a entrada dos dados levantados nas inspeções de

campo, a partir do preenchimento dos formulários de atividades ou relatórios de inspeção

(Apêndice B). As atividades de campo estão relacionadas as demandas de licenciamento,

monitoramento, fiscalização, atendimento à denúncias e, na época, as atividades de rotina

desempenhadas pelos administradores nas áreas de abrangência das suas respectivas APAs.

Na proposição do modelo conceitual, procurou-se contemplar o maior número possível de

informações coletadas em campo e relevantes para gestão ambiental de APAs tais como:

a. Nome da APA inspecionada;

b. Nome do administrador;

c. Programas e projetos desenvolvidos na APA;

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d. Conselho Gestor;

e. Nomes das atividades desenvolvidas nos Programas de Gestão;

f. Detalhamento das atividades de campo relativas ao licenciamento, monitoramento e

fiscalização;

g. Fauna e flora registradas na área da APA, entre outras.

O modelo conceitual do banco de dados foi resultado do trabalho de parceria entre a

Coordenação de Planejamento e Indicadores Ambientais – COIND e a empresa contratada,

consolidado em diversas reuniões, contando ainda com o apoio de técnicos das Coordenações de

Licenciamento (COLIAM) e Fiscalização (COFISA).

Para assegurar o uso do aplicativo como ferramenta de suporte à gestão de APAs, foram

adicionados campos contemplando a constituição de conselhos gestores (na época denominados

comitês gestores), listagem de projetos e pesquisadores, utilizando o roteiro metodológico para

gestão de área de proteção ambiental (IBAMA & GTZ 1999), como elemento norteador e, ainda

a bibliografia e legislação ambiental específicas à cada APA, uma vez que os usuários potenciais

do sistema eram os próprios administradores das APAs, lotados em escritórios distribuídos em

todo o Estado.

Foram realizadas uma avaliação da qualidade da base cartográfica e temática digitais do

zoneamento ecológico–econômico e de outros temas da APA Litoral Norte e, a comparação

destas às bases cartográficas oficiais, em escala 1:100.000, a partir da migração para softwares

especializados de cartografia digital e para o ArcView GIS 3.2.

5.2 MODELO FÍSICO DO BANCO DE DADOS E GEORREFERENCIAMENTO

DAS BASES EXISTENTES

A segunda etapa consistiu na implementação do modelo espacial físico do banco de dados,

envolvendo os temas específicos definidos no modelo conceitual e lógico e, a realização de testes

de correção da base cartográfica da APA Litoral Norte, a partir do uso de “algorítmos de

registro”:

O modelo físico do banco de dados é composto por um conjunto de caracteres (scripts),

desenvolvidos em SQL Server 7.0 (banco de dados utilizado pelo CRA) e, instalados no servidor

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do CRA. Num primeiro momento essas atividades foram desenvolvidas em um banco “espelho”,

criado no CRA. Após a finalização dos testes toda a estrutura física das tabelas foi implementada

diretamente no banco de dados do CRA.

Os testes de registro foram aplicados seguindo os resultados obtidos no diagnóstico da base de

dados geográficos. De acordo com a empresa (DOC. N.° 01-304.00 2000), a base temática da

APA Litoral Norte, cedida pela CONDER – no formato do programa MapInfo e convertida

para o formato do ArcView GIS 3.2 (shapefile) – apresentava feições com diferenças de

posicionamento geográfico que variavam de 123 a 2.040 m.

A base digital do ZEE da APA Litoral Norte precisou ser georreferenciada novamente devido a

sua baixa qualidade, apresentando diversos erros de posicionamento das feições, tanto quanto a

direção ou quanto a distância do referencial geográfico real. Utilizou-se o programa MicroStation

ReproGraphics para o georreferenciamento. O georreferenciamento foi concebido utilizando como

referência as bases digitais da Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos – SEI e a base

cartográfica da então Diretoria de Desenvolvimento Florestal – DDF/Secretaria de Agricultura –

SEAGRI (escala 1:100.000). As bases cartográficas utilizadas para os testes de registro são

apresentadas abaixo e na Figura 5.1, sendo observado na figura a “poligonal” da APA Litoral

Norte e o “vazio cartográfico” correspondente a Carta de Subaúma:

- Bases Cartográficas da SEI: ESTÂNCIA, ESPLANADA, RIACHO TABATINGA,

ALAGOINHAS e SALVADOR;

- Base Cartográfica da DDF: SUBAUMA (Vazio Cartográfico).

A base temática da APA Litoral Norte encaminhada ao CRA pela CONDER possui as feições e

temas elencados abaixo:

• Limites da APA;

• Limites Municipais;

• Hidrografia;

• Estradas;

• Localidades;

• Uso do Solo;

• Cobertura Vegetal, e

• Zoneamento Ecológico-Econômico.

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ESTÂNCIA

ESPLANADA

ALAGOINHAS

SALVADOR

Figura 5.1 Bases cartográficas (escala 1:100.000) utilizadas para os testes de registro da base

temática do GisApa (Fonte: DOC. N.° 02-304.00 2001).

O tema hidrografia foi a feição utilizada como referência para o diagnóstico e para o registro. A

rede de drenagem está representada nas três bases (CONDER, DDF e SEI), sendo que na base

da CONDER, apresenta-se com um maior detalhamento por se tratar de uma escala maior

(1:25.000) que as demais. Devido a isto, mesmo após o georreferenciamento, os rios desta base

não ficaram totalmente coincidentes com os das demais bases.

RIACHO TABATINGA

APA LITORAL NORTE

VAZIO CARTOGRÁFICO

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Segundo a empresa contratada, as feições em forma de polígonos e pontos da base temática da

CONDER (ZEE) são provavelmente da mesma fonte que a hidrografia (base temática do ZEE

APA Litoral Norte/CONDER) ou foram mapeadas em função desta, justificando a existência de

um posicionamento relativo entre as diferentes feições. Após o georreferenciamento da rede de

drenagem, tudo que estava posicionado em função desta foi automaticamente reposicionado.

Como parte do processo de avaliação, foi distribuído um total de 436 pontos de controle por

toda base cartográfica da CONDER. Uma distribuição espacial específica para os pontos de

controle foi utilizada para cada padrão de erro de posicionamento identificado na base. O

Modelo de Correção Geométrica (MCG) adotado pela empresa no georreferenciamento foi o

“Thin Plate Spline” . Mesmo com um maior detalhamento dos rios, quando comparado com as

bases da SEI e DDF, as feições tornaram-se praticamente coincidentes, considerando as

possibilidades que as diferenças entre as escalas proporcionam. De acordo com a empresa

contratada (DOC. N.° 01-304.00 2000), o resultado do georreferenciamento da base do

zoneamento ecológico–econômico da APA Litoral Norte pode ser considerado satisfatório.

Após a finalização do Sistema foi realizado um trabalho de campo, envolvendo técnicos do CRA

e da empresa contratada, sendo levantados pontos compostos por alguns marcos geodésicos

(CONDER/IBGE) e, pontos notáveis – definidos por sua fácil identificação na base

cartográfica, como cruzamento de vias com rios e núcleos urbanos – para validação dos ajustes

realizados na base temática do zoneamento ecológico-econômico da APA Litoral Norte. Os

pontos de controle foram tomados ao longo dos eixos Sul – Norte e Leste – Oeste da APA,

incluindo a APA Mangue Seco, adjacente a APA Litoral Norte, na divisa da Bahia com Sergipe.

Como resultado deste trabalho de campo, foi verificado a existência de alguns pontos tomados

ao Norte da APA (próximos a divisa da Bahia com Sergipe) com posicionamentos divergentes da

base adotada, indicando a necessidade de uma avaliação mais detalhada.

Ao longo do período de desenvolvimento do sistema foram realizadas algumas ações visando a

sua efetiva operacionalização e incorporação na rotina de trabalho do CRA. Neste contexto, a

entrada de dados (input), feita a partir do relatório de inspeção, que é o documento oficial

utilizado pelos técnicos para inserção dos dados coletados em campo, foi reformulado resultando

em uma nova proposta formatada para a lógica de um banco de dados, reduzindo ao máximo

possível os campos subjetivos, buscando recuperar o máximo de informação.

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47

Em 25.01.02, foi realizado o “Seminário Técnico: Relatório de Inspeção”, no auditório do Centro

de Informações do Meio Ambiente – CIMA do CRA, para apresentação e discussão da proposta

de um modelo único do relatório de inspeção (Apêndice C), pois o CRA adota dois modelos de

Relatório de Inspeção: um modelo para as atividades de licenciamento (Apêndice B) e outro para

as ações de fiscalização e atendimento as denúncias (Apêndice D).

No seminário técnico, além da proposta de um modelo único de relatório de inspeção, também

foram proferidas palestras sobre os diversos temas que o compõem como: flora, recursos

hídricos, geologia, fauna, impactos ambientais, caracterização e tratamento de efluentes líquidos e

emissões gasosas, destinação de resíduos líquidos e sólidos, disposição de resíduos perigosos,

entre outros. As palestras foram ministradas por técnicos especializados do próprio órgão e

profissionais do meio acadêmico, os quais sistematizaram suas apresentações para a publicação

de um manual de campo, com exemplos e ilustrações dos conceitos incorporados no banco de

dados.

Outras atividades de treinamento e formalização de procedimentos foram realizadas como o

curso de cartografia básica e de ArcView GIS 3.2. Estão previstos ainda cursos de GPS, um curso

básico de geoprocessamento e, o estabelecimento de uma norma interna, definindo

procedimentos e configurações comuns a todos, visando a padronização dos dados.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DO GISAPA

MEDEIROS & CÂMARA (2002) citam que existem pelo menos três grandes maneiras de

utilizar um sistema de informação geográfica, ressaltando que, estas três visões são antes de tudo

convergentes e não conflitantes e, refletem a importância relativa do tratamento da informação

geográfica dentro de uma instituição:

• Como ferramenta para produção de mapas;

• Como suporte para análise espacial de fenômenos, e

• Como um banco de dados geográficos, com funções de armazenamento e recuperação de

informação espacial.

Ainda segundo os autores, numa visão abrangente, pode-se indicar que um SIG possui os

seguintes componentes:

• Interface com usuário;

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• Entrada e integração de dados;

• Funções de processamento gráfico e de imagens;

• Visualização e plotagem, e

• Armazenamento e recuperação de dados.

O GisApa reúne os componentes que, conforme citado anteriormente, o caracteriza como um

Sistema de Informação Geográfica:

5.3.1 Interface com o usuário:

A interface amigável para o usuário comum (Figura 5.2), é feita com o uso de formulários pré-

definidos, disponíveis na Intranet do CRA, http://www.intranet.cra.ba.gov.br/coind, – que pode ser

acessada por qualquer computador conectado à rede ou via internet – ou diretamente no

ArcView a partir da extensão GisApa (Figuras 5.3).

Figura 5.2 Página principal do GisApa, visualizada na Intranet do CRA(http://www.intranet.cra.ba.gov.br/coind).

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Figura 5.3 Extensão do GisApa, ativável apenas na interface ArcView.

5.3.2 Entrada e integração de dados:

A entrada de dados alfanuméricos é feita utilizando os formulários de entrada de dados,

disponíveis na Intranet do CRA (Figura 5.4) ou acessados pela extensão GisApa, diretamente

no ArcView GIS 3.2.

O sistema foi concebido buscando, na medida do possível, comportar as principais atividades

desenvolvidas pelo CRA no processo de gestão de áreas de proteção ambiental e, as demandas de

informação relativas a esse processo. Desta forma, a entrada ou o fluxo de dados no programa

segue os seguintes caminhos:

• APAs: neste formulário (figura 5.4), o usuário pode selecionar a APA objeto de interesse

ou adicionar alguma APA não constante no banco de dados; o nome do administrador e

a instituição ou órgão, ao qual pertence; pode editar, deletar ou atualizar os dados

existentes; pode verificar se a APA selecionada já possui um comitê (conselho gestor), os

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nomes e as instituições de seus representantes; e, visualizar as principais legislações

relacionadas a APA em questão.

Figura 5.4 Formulário de entrada de dados das APAs.

• Programas: os programas a que se refere este formulário são, especialmente, os que

foram definidos no plano de gestão da APA, além dos programas e/ou projetos previstos

pelo CRA. Buscou-se desta forma, seguir a lógica do gerenciamento de uma unidade de

conservação, onde o elemento ou referencial norteador de gestão da unidade é o seu

plano de gestão ou manejo. No formulário de programas, o usuário seleciona a APA de

interesse e verifica se a mesma já possui programas, as datas de início e finalização de

cada programa, a sua página na Internet (homepage), o responsável pelo programa e a

instituição a que está vinculado e, o(s) pesquisador(es) e respectivas instituições

componentes do programa (Figura 5.5). Este formulário também permite a adição de

novos dados, a edição e a atualização das informações existentes, bem como a exclusão

ou retirada de dados.

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Figura 5.5 Formulário de Programas das APAs.

• Atividades: o formulário de atividades refere-se às saídas ou inspeções a campo

realizadas por técnicos ou administradores de APAs do CRA. Essas inspeções foram

agrupadas em quatro categorias ou tipologias básicas que refletem os principais objetivos

das saídas de campo realizadas pelos técnicos e/ou administradores de APAs do CRA

(Figura 5.6):

- Licenciamento: contempla as atividades de campo realizadas com o objetivo de

avaliar uma área ou empreendimento específico, objeto de licenciamento ambiental

junto ao CRA. No início do desenvolvimento do programa GisApa, as inspeções e os

processos de licenciamento ambiental de empreendimentos localizados em áreas de

APAs, eram executados pelos administradores das unidades ou, em alguns casos,

quando não era possível participar integralmente do processo, estes acompanhavam

os técnicos do setor de licenciamento durante a inspeção de campo. Durante o

desenvolvimento do GisApa, a diretoria geral do CRA definiu algumas diretrizes de

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gestão das APAs, retirando as competências de licenciamento e fiscalização ambiental

dos administradores, direcionando a atuação destes para o fomento e gestão de

programas e projetos da unidade e, para a implantação e gerenciamento do conselho

gestor. Atualmente, as atividades de licenciamento são desenvolvidas por técnicos da

coordenação de licenciamento ambiental – COLIAM.

Figura 5.6 Formulário de Atividades do Programa GisApa

Ao retornar das inspeções, os técnicos da COLIAM preenchem o relatório de inspeção,

constando as informações coletadas em campo e fornecidas pelo empreendedor, sendo o

relatório anexado ao processo de licenciamento. No GisApa, o formulário relativo à atividade

de licenciamento buscou contemplar – dentro do formato de um banco de dados – os

campos existentes no relatório de inspeção adotado pela COLIAM (Figura 5.7). Todas as

inspeções com fins de licenciamento e fiscalização obrigatoriamente estão relacionadas ou

geram um número de processo, conforme ilustrado na Figura 5.7.

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Figura 5.7 Formulário de Relatório de Inspeção do Programa GisApa

Nas figuras 5.7 e 5.8 são apresentados os campos do formulário de atividade de

licenciamento, no qual constam: os dados de identificação do interessado (pessoa física ou

jurídica), o local da inspeção, as coordenadas em UTM, a natureza do licenciamento, as

informações relativas a impactos ambientais observados na água, no solo e no ar, entre outros

dados.

- Fiscalização: as atividades de fiscalização podem ser realizadas para o cumprimento de

objetivos específicos tais como atendimento a denúncias (impactos ambientais, de caráter

contínuo e não emergencial, denunciados a partir de correspondências ou ligações

encaminhadas diretamente ao CRA), atendimento a emergências (impactos ambientais de

aspecto emergencial relatados através do serviço gratuito “Disque Meio Ambiente”) e,

operações programadas de fiscalização (trata-se de atividades ou operações de grande porte,

planejadas estrategicamente). Conforme relatado no parágrafo anterior, a atividade de

fiscalização de impactos ambientais em APAs, no âmbito de suas especificidades, é,

atualmente desenvolvida por técnicos da coordenação de fiscalização – COFISA e, não mais

pelos administradores.

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Figura 5.8. Campos de impactos ambientais do formulário de Relatório de Inspeção para

licenciamento, do Programa GisApa

Na figura 5.9 são ilustrados alguns campos do formulário de atividade de fiscalização, o qual

procurou retratar as principais informações coletadas em campo, constantes no relatório de

fiscalização ambiental – RFA, adotado pela coordenação de fiscalização – COFISA tais

como: os dados de identificação do empreendimento fiscalizado (pessoa física ou jurídica), o

local da inspeção, as coordenadas em UTM, a natureza da fiscalização, os impactos

ambientais observados, a ocorrência e o número da multa, quando couber, entre outros

dados.

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Figura 5.9. Campos do formulário de inspeção para fiscalização do Programa GisApa

- Monitoramento: atualmente, as atividades de campo desenvolvidas pelo CRA com objetivo

de monitoramento dos recursos naturais estão relacionadas, especialmente, à execução de

projetos e/ou programas específicos tais como o monitoramento da balneabilidade das praias

de Salvador e o Programa de Gerenciamento de Recursos Hídricos – PGRH, relativo ao

monitoramento de parâmetros de qualidade dos recursos hídricos de algumas grandes bacias

do Estado da Bahia. Em geral, as informações coletadas nas atividades de campo relacionadas

ao monitoramento de recursos hídricos não são descritas em um modelo de relatório de

inspeção específico do CRA. Desta forma, o formulário de atividade de monitoramento

(Figura 5.10), reúne de forma sintética, alguns campos referentes a localização de pontos de

monitoramento, o nome e a vazão do corpo d´ água monitorado e, o Índice de Qualidade da

Água – IQA.

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Figura 5.10 Campos do formulário de inspeção para monitoramento de água do Programa

GisApa

A Figura 5.11 apresenta os campos para inserção dos resultados analíticos do monitoramento

da água ou do ar. Os valores dos resultados estão relacionados a uma estação, a parâmetros e

a uma tipologia previamente definidos no banco de dados.

- Rotina: as atividades de rotina a que se refere o formulário do GisApa, são aquelas

desenvolvidas pelos administradores de APAs, no seu dia a dia de trabalho. Não existe no

CRA um modelo de relatório para descrição desse tipo de atividade, o que dificultou a

tabulação e incorporação dessas informações no programa.

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Figura 5.11 Campos do formulário de resultado analítico para atividade de monitoramento de

água, do Programa GisApa

As atividades de rotina dos administradores estão relacionadas especialmente à elaboração e

coordenação de projetos e programas executados na APA e, a implantação e gerenciamento

do conselho gestor. Essas ações demandam várias reuniões com associações e representantes

das comunidades e empresários locais, com instituições públicas e privadas, entre outros,

resultando no contínuo deslocamento do administrador pela área da APA. Mesmo não sendo

mais competência dos administradores as atividades de licenciamento e fiscalização, ao

estarem circulando na área de abrangência de suas unidades administrativas, estes podem

observar e registrar nos formulários, quaisquer irregularidades, impactos ambientais ou fatos

relevantes verificados in loco. Seguindo essa lógica, algumas informações registradas em

campo pelos administradores podem ser inseridas nos formulários de relatório de inspeção

ou nos formulários de ocorrências de fauna e ocorrências de flora (Figura 5.12).

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Figura 5.12. Formulários de Relatório de Inspeção, Ocorrências de Fauna, Ocorrências de Flora,

entre outros, para a atividade de rotina do Programa GisApa

As Figuras 5.13 e 5.14 apresentam os formulários para registro de ocorrência de espécies vegetais

e animais. Todas ocorrências devem estar relacionadas a um ponto específico (em coordenadas

UTM), existindo campos para inserção de informações quanto: status de risco, a unidade de

vegetação/fitogeografia, a posição na cadeia trófica, ocorrência de endemismo ou coleta de

amostras.

A inserção de dados por um técnico ou usuário nos formulários de programas ou de atividades

(Figuras 5.5 e 5.6), referente a alguma inspeção ou saída de campo, é feita primeiramente a partir

da seleção do nome da APA onde a atividade foi realizada. Sem a seleção do nome da APA ou a

sua adição, quando esta ainda não estiver cadastrada, o sistema não permite a entrada de dados.

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Figura 5.13. Campos do formulário de coleta de flora para a atividade de rotina, do ProgramaGisApa

Figura 5.14 Campos do formulário de ocorrência e coleta de fauna para a atividade de rotina, doPrograma GisApa

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O GisApa foi concebido para ser integrado a rotina de trabalho dos administradores de APAs e

técnicos do CRA. O objetivo era que, ao retornarem das inspeções ou quando pertinente, os

administradores ou técnicos do CRA que tivessem realizado alguma inspeção em área de APA,

analisassem seus dados e os inserissem no sistema utilizando os formulários de entrada de dados.

Desta forma, pretendia-se que, com a implantação do GisApa e a sua efetiva incorporação pelo

corpo técnico, fosse desenvolvido um grande banco de dados espacial sobre as principais

atividades desenvolvidas pelo CRA em áreas de proteção ambiental estaduais, contribuindo para

a gestão dessas unidades.

Em todos os formulários, com exceção dos itens empreendimentos, listas e taxonomia, está

presente um campo de preenchimento obrigatório, que associa um par de coordenadas (apenas

em UTM – Projeção Universal Transversa de Mercator) à área inspecionada, permitindo a

espacialização das informações constantes nos formulários a partir da representação geométrica

de pontos no ArcView. Entretanto, a inserção de coordenadas exclusivamente em UTM será

reavaliada, devendo ser incorporados outros sistemas de coordenadas, evitando distorções ou

erros (em alguns casos específicos) devido a ocorrência de mais de uma zona (zonas 23 e 24) no

Estado da Bahia. Segundo CONCEIÇÃO & SOUZA (2000), o sistema de UTM estabelece a

divisão da Terra em 60 fusos de seis graus de longitude (zonas), os quais têm início no

antimeridiano de Greenwich (180°).

Cada relatório gerado no CRA a partir de uma inspeção realizada com objetivos de

licenciamento, fiscalização ou monitoramento, refere-se, em geral, a um local ou área específicos.

Nesta primeira etapa de desenvolvimento do GisApa, todos os dados coletados em campo são

representados geograficamente unicamente como uma informação pontual.

• Empreedimentos: o item denominado empreendimentos refere-se aos formulários de

cadastro e consulta de alguns empreendimentos licenciados pelo CRA, que foram

extraídos do banco de dados do sistema TG CRA – Tecnologia de Gestão do CRA. A

Figura 5.15 apresenta uma tabela com a listagem de alguns empreendimentos, em ordem

alfabética, com o respectivo código de identificação, o telefone de contato e, o C.G.C.

(pessoa jurídica) ou C.P.F. (pessoa física). Ao selecionar um empreendimento qualquer, o

usuário pode obter as informações relativas às inspeções realizadas (relatório de inspeção

e relatório de fiscalização) em área de APA, relacionadas ao referido empreendimento.

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Figura 5.15 Tabela com a lista de alguns empreendimentos licenciados pelo CRA e, extraídos do

Sistema Tecnologia de Gestão – TG CRA, no Programa GisApa.

Na Figura 5.16 é ilustrado o formulário de consulta que possibilita a listagem de

empreendimentos localizados em APA e, relacionados a algum tipo de atividade (licenciamento,

fiscalização, monitoramento ou rotina) desenvolvida por técnicos do CRA, durante um período

pré-estabelecido. Para realizar a consulta, o usuário deve selecionar a APA, o período de interesse

e definir o tipo de consulta em questão (relatório de inspeção, relatório de fiscalização,

monitoramento ou rotina).

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Figura 5.16 Formulário de opções de consulta de empreendimentos localizados em APAs e

inspecionados em um período específico – Programa GisApa.

• Taxonomia: o item denominado taxonomia refere-se a tabela de entrada de dados da

classificação taxonômica de espécies registradas nas APAs. De acordo com esse

formulário, o usuário antes de inserir o nome de um organismo qualquer na tabela ou

árvore de taxonomia (Figura 5.17), deve entrar com os dados referentes aos nomes do

filo, da classe, da ordem, da família, do gênero e finalmente da espécie registrada.

• Listas: o último item denominado “Listas” agrupa as principais tabelas de cadastro

disponíveis no banco de dados do programa GisApa (Figura 5.18), tais como: o cadastro

de formulários e campos contidos nas caixas de seleção do sistema; o cadastro de

parâmetros para o formulário de “resultados analíticos”; o cadastro de estações para o

formulário de “resultados analíticos”; o cadastro de rios para o formulário de

monitoramento de água e; o cadastro de técnicos ou pessoas relacionadas as APAs, como

administradores, representantes do conselho gestor, entre outros.

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Figura 5.17 Formulário da Árvore de Taxonomia para entrada de espécies registradas em APAs –Programa GisApa.

Figura 5.18 Formulário “Controle de Listagens” do sistema GisApa.

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5.3.3 Armazenamento e recuperação de dados:

Todos os dados alfanuméricos inseridos no programa são armazenados automaticamente no banco de

dados SQL Server e, a recuperação destes é possível a partir da realização de consultas nos diversos

formulários ou, no ambiente SIG (ArcView GIS 3.2), quando se referir a dados espaciais pontuais. A

inserção e a integração de dados espaciais no GisApa só podem ser realizadas utilizando o ArcView GIS

3.2.

Na interface SIG são estabelecidos os vínculos entre as feições mapeadas (pontos) e as informações

alfanuméricas contidas no banco de dados (Figuras 5.19 e 5.20). Os dados inseridos nos formulários,

representados por pontos, podem ser visualizados, analisados e integrados a quaisquer bases

cartográficas ou mapas temáticos digitais da área de estudo, desde que compatíveis com os formatos

aceitos pelo software de SIG utilizado (ArcView GIS 3.2).

Figura 5.19 Representação espacial no ArcView do ponto relativo a uma inspeção, cujas informações

foram recuperadas do relatório de inspeção no programa GisApa.

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Figura 5.20 Dados referentes às informações constantes no relatório de inspeção, associadas como

atributos, ao ponto onde foi realizada a inspeção – programa GisApa.

Para realização de consultas, o usuário deve apresentar o nome e a senha de acesso (password), conforme

ilustrado na Figura 5.21.

Por meio de uma padronização (customização) no sistema GisApa, algumas consultas foram

simplificadas para facilitar, ao usuário não especialista, a recuperação de determinados dados, fazer

análises ou construir cenários, possibilitando a construção de mapas temáticos. Para realizar consultas o

usuário deve selecionar previamente o nome da APA, o tipo de atividade ou informação desejada

(relatório de inspeção, relatório de fiscalização, coleta de flora ou fauna, monitoramento de rios ou os

resultados analíticos), o programa ao qual a atividade ou informação esta vinculado e, o período

estimado de sua realização (Figura 5.22).

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Figura 5.21 Janela de acesso para inserção do nome do usuário e da senha (Password) no ProgramaGisApa.

Figura 5.22 Formulário de consulta do programa GisApa.

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5.3.4 Funções de processamento gráfico e de imagens:

As funcionalidades desse componente podem ser implementadas unicamente na interface SIG do

GisApa (Figura 5.23) e, estão restritas apenas as ferramentas disponíveis no ArcView GIS 3.2 e em

suas extensões.

Figura 5.23 Visualização de fotografia digital no programa GisApa.

5.3.5 Visualização e plotagem:

A visualização e plotagem de vistas (views), mapas e desenhos (layouts) e, todas as ferramentas

associadas a essas funcionalidades, estão presentes apenas na interface SIG do GisApa e, incluem

todas as ferramentas possibilitadas pelo ArcView GIS 3.2 e em suas extensões (figuras 5.24 e 5.25).

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Figura 5.24 Seleção de ferramenta para elaboração de desenho (layout) padrão no programa GisApa.

Figura 5.25 Elaboração de desenho (Layout) padrão no programa GisApa.

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Conforme citado no capítulo anterior, RODRIGUES (1988) classifica os sistemas de

geoprocessamento em sistemas aplicativos, sistemas de informação e sistemas especialistas,

salientando que, atualmente, estes possuem, em sua maioria, características múltiplas com o

predomínio de um conjunto específico de funções.

Considerando as funcionalidades desenvolvidas no GisApa e, as potencialidades e ferramentas

disponíveis no software ArcView GIS 3.2, da ESRI® Environmental Systems Research Institute,

(www.esri.com), sobre o qual o sistema opera, poder-seia afirmar que o GisApa agrega

características relativas à sistemas aplicativos e sistemas de informação.

Com relação aos sistemas aplicativos, a operação do GisApa está relacionada à pelo menos dois

tipos de programas: o SQL Server 7 e o ArcView GIS 3.2 e, pode realizar operações associadas às

atividades de projeto, análise, avaliação e planejamento, voltadas à representação e execução de

operações sobre entidades espaciais.

O GisApa, a partir do software ArcView GIS 3.2 e de suas funcionalidades agregadas (extensões

básicas e opcionais), pode desempenhar funções de coleta, tratamento e apresentação de

informações espaciais como um sistema de informações geográficas – SIG.

5.4 SOFTWARE DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA – SIG

UTILIZADO PELO CRA: ARCVIEW GIS 3.2

Ao final de 1998, por recomendação de uma empresa prestadora de serviços em geotecnologias,

o CRA adotou o software ArcView GIS, versão 3.2. Esse software foi criado pela empresa americana

ESRI® – Environmental Systems Research Institute no início da década de 90, como principal suporte

computacional as atividades relacionadas a sistemas de informação Geográfica – SIG. O ArcView

constitui um dos produtos desenvolvidos pela ESRI®, destacando-se o software ArcInfo, cujas

características e funções são superiores.

A “arquitetura” ArcView vêm sendo largamente difundida entre os usuários de SIG, em especial

àqueles que atuam na área de meio ambiente. Diversos órgãos públicos, empresas privadas e

ONGs vêm adotando esse mesmo software, em suas diferentes versões (3.2, 3.3 e 8.2), facilitando

a interação e a troca de dados entre os fornecedores e os usuários de informações ambientais.

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70

De acordo com MORETTI (2000), nos anos 90, o surgimento desses programas conhecidos

como "Descktop Mapping (DM)" e, de computadores pessoais de baixo custo e com capacidade de

processamento de dados gráficos, permitiram o desenvolvimento de uma nova geração de

softwares para sistemas de informação Geográfica (SIG).

O ArcView GIS é um SIG “desktop” que destaca-se pela sua característica de modularidade,

permitindo a incorporação de módulos ou "extensões" específicas que agregam novas

funcionalidades ao sistema básico, o qual já vem com várias extensões. Muitos usuários vêm

desenvolvendo extensões que podem ser adquiridas gratuitamente na Internet ou compradas na

ESRI® e de outros fabricantes.

Até a versão 3.3 do ArcView, a linguagem de programação é a “Avenue”, que é orientada a

objetos, possibilitando o desenvolvimento de novas ferramentas, botões, menus, interfaces,

aplicações e operações padronizadas (customizações) através de “programação” (script). O

ArcView GIS 8.2, versão mais atual da “família” ArcView, utiliza a linguagem de programação

VBA ou Visual Basic para aplicações, sendo as customizações feitas com o uso de “macros”.

Em geral, um bom software de SIG possui funcionalidades que permitem a criação, integração,

tratamento e análise de gráficos, mapas, tabelas, imagens e multimídia; a elaboração, visualização

e impressão de mapas e desenhos (layouts) de alta qualidade; ferramentas de análise que facilitam

operações de geoprocessamento como a geração de zonas (buffers), a união de polígonos (union), o

recorte de feições (clip), a interseção de feições (intersect) e a união ou junção de tabelas (join) e; o

acesso, a importação e exportação de arquivos e base de dados em diversos formatos.

5.4.1 Ferramentas de geoprocessamento

De acordo com JOHNSTON (1998), as funcionalidades analíticas básicas de sistemas de

informação Geográfica podem ser divididas em três grupos como: operações de base de dados

realizadas sobre um dado espacial ou não (seleção de dados, consultas, recalculações); operações

realizadas sobre uma camada (layer) específica de um dado espacial (buffers, dissolve, conversão de

estruturas e formatos de dados, medidas, entre outras); e operações realizadas usando múltiplas

camadas (layers) de dados (clip, merge, union, transformações geométricas e operações de

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sobreposição). Segundo o autor, apesar das diferenças entre as estruturas de dados dos sistemas

raster e vetorial, a maioria dessas operações podem ser realizadas em ambas estruturas.

Algumas operações de geoprocessamento existentes no software ArcView possibilitam a

integração, a união e a interseção de atributos e de feições, a realização de análises espaciais e a

geração de mapas temáticos. Algumas funcionalidades e aplicações apresentadas neste trabalho

também podem ser desenvolvidas com o uso de outras ferramentas, em função das inúmeras

potencialidades inerentes a um bom programa de SIG e da base de dados que o usuário esteja

operando. Atualmente, os mapas temáticos da APA Litoral Norte disponíveis estão relacionados

a um número restrito de informações e atributos, limitando o uso de exemplos específicos de

aplicação dessas operações de geoprocessamento à referida base, sendo ilustrados abaixo algumas

funcionalidades relativas às potencialidades dessas ferramentas:

• Criação de Zonas (Buffers): são zonas criadas ao redor de feições – linhas, polígonos ou

pontos – a partir de distâncias especificadas previamente pelo usuário. Com o uso dessa

ferramenta pode-se, por exemplo: espacializar áreas de preservação permanente – APP no

entorno de rios, de nascentes e corpos d’ água; a área de influência de um determinado

empreendimento numa região específica; as zonas de amortecimento de unidades de

conservação, entre outros. Os exemplos ilustrados abaixo (Figuras 5.26 e 5.27) apresentam

um buffer criado para visualização da APP de um rio (afluente do rio Itapicuru) na APA

Litoral Norte:

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Figura 5.26 Operação para criação de zona (buffer) na APA Litoral Norte.

Figura 5.27 Zona (Buffer) criada para representar a APP de um rio na APA Litoral Norte.

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• Dissolver (Dissolve): esta operação agrega feições dentro de um mesmo tema, para formar

novas regiões a partir de um atributo dessas feições, selecionado previamente pelo usuário.

Essas feições devem ter o mesmo valor do atributo selecionado. Após a seleção do tema e do

atributo que será “agregado” (Figura 5.28), o usuário pode escolher um ou mais campos de

sua tabela e as operações de seu interesse para finalizar a análise desejada (Figura 5.29).

Figura 5.28 Seleção do tema e do atributo que será agregado à análise de “dissolver” (Dissolve).

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Figura 5.29 Seleção dos campos e operações que serão integrados à análise de “dissolver”

(Dissolve).

Apesar das limitações informacionais da base temática da APA Litoral Norte, essa operação pode

ser utilizada, por exemplo, para agregar todos as feições do tipo “polígono” do ZEE da APA, a

partir da seleção do atributo “zona” (zonas do zoneamento ecológico-econômico). O mapa

resultante desta operação conterá apenas os polígonos das zonas agregadas ou “dissolvidas”.

Pode-se citar um outro exemplo de aplicação como: um mapa contendo um tema que representa

a distribuição de espécies ameaçadas de extinção na APA Litoral Norte. Entretanto, este tema é

composto por centenas de polígonos que representam a cobertura vegetal na região, os tipos de

ecossistemas, a declividade e, os registros de observação das espécies nessas áreas, entre outras

informações. Utilizando o Dissolve o usuário pode integrar algumas dessas informações e associá-

las a operações específicas, as quais poderão gerar um novo tema relevante ao manejo dessas

espécies ameaçadas de extinção contendo dados como: os ecossistemas que possuem o maior

número de espécies observadas e a declividade média dessas áreas.

• Fusão (Merge): através desta operação pode-se unir ou anexar as feições de dois ou mais

temas, em um único tema, sendo os atributos de ambos os temas conservados apenas se estes

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tiverem os mesmos campos conforme ilustrado na Figura 5.30. Essa operação pode ser

aplicada, por exemplo, para “unir” mapeamentos (temas) de cobertura vegetal, uso do solo

ou geologia de APAs adjacentes como, por exemplo, Camamu e Pratigi, desde que nos

referidos temas as classificações adotadas para tipos de solo, formações geológicas e vegetais

sejam iguais.

Figura 5.30 Seleção da operação de fusão (Merge) para unir feições de dois ou mais temas.

• Recorte (Clip): a partir dessa operação o usuário utiliza um tema específico como referência

(clip theme) para “recortar” um outro tema (input theme), que seria o “tema principal” ou de

interesse. O tema principal a ser clipado pode ser feições do tipo polígonos, linhas ou pontos

mas, o clip theme deve ser unicamente um polígono. No recorte, apenas as feições e os

atributos do “tema principal” são conservados (Figura 5.31).

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Figura 5.31 Seleção da operação de recorte (Clip) para “recortar” um tema a partir de outro.

O Clip pode ser utilizado, por exemplo, para “recortar” o tema referente ao Zoneamento

Ecológico-Econômico da APA Litoral Norte a partir de um tema relativo aos limites dos

municípios de Mata de São João ou de Esplanada. Com essa operação o usuário obteria um mapa

final, apresentando especificamente a área da APA – constando todos os dados referentes ao

ZEE – que esta inserida em um dos municípios escolhidos previamente como Clip theme.

• Interseção (Intersect): essa operação é utilizada para gerar um tema referente a área de

interseção entre as feições de dois outros temas selecionados pelo usuário. O input theme

pode possuir feições de polígonos ou linhas, mas o tema que é sobreposto (overlay) deve

ser sempre um polígono. O tema final conserva as feições do tema principal ou input theme

e, os atributos de ambos os temas específicos à área de interseção (Figura 5.32).

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Figura 5.32 Seleção da operação Interseção (Intersect) para gerar a interseção entre as feições de

dois temas.

Esta operação pode ser utilizada para produzir um mapa ou tema final resultante da interseção

entre o traçado da tubulação de um emissário a ser implantado no Litoral Norte do Estado, por

exemplo, e as feições referentes à distribuição da cobertura vegetal da APA Litoral Norte. O

mapa final ilustraria a área ocupada pelo traçado da tubulação do emissário a ser implantado na

região específica da APA Litoral Norte (área de interseção entre os temas), mantendo os

atributos de ambos os temas (cobertura vegetal e traçado da tubulação), possibilitando ainda a

realização de diversas análises com o cruzamento desses dados.

• União (Union): o uso desta operação permite a união de dois temas que possuam feições

de polígonos. O tema final contemplará todos os atributos e a totalidade da área de

ambos os temas conforme ilustra a Figura 5.33.

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Figura 5.33 Seleção da operação União (Union) utilizada para gerar um novo tema, a partir da

união de dois temas.

A União (Union) pode ser utilizada, por exemplo, para gerar um mapa resultante da união dos

temas uso e ocupação do solo no Litoral Norte do Estado com um tema referente ao ZEE da

APA Litoral Norte. O mapa final apresentaria não só o uso e a ocupação do solo na APA, como

em todo o Litoral Norte do Estado, permitindo a realização de diversas análises e integração de

dados.

• Junção (Join): esta ferramenta permite a união de tabelas de atributos de diferentes temas a

partir da ligação de campos comuns a ambas tabelas. Esta operação pode ser utilizada para

enriquecer os campos e atributos de uma tabela definida como a tabela fonte ou principal

para determinada aplicação. No exemplo ilustrado abaixo (Figuras 5.34 e 5.35), os campos e

atributos da tabela de cobertura vegetal foram unidos a tabela de uso e ocupação do solo da

APA Litoral Norte. Esta operação só pode ser realizada se existir pelo menos um campo em

comum à ambas tabelas.

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Figura 5.34 Seleção do campo comum as tabelas de uso e ocupação do solo e, de coberturavegetal da APA Litoral Norte, para realização da operação de junção (join).

Figura 5.35 Tabela de uso e ocupação do solo contendo campos e atributos da cobertura vegetalda APA Litoral Norte, resultante da operação de junção (join).

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Algumas ferramentas ou extensões opcionais do ArcView GIS 3.2 como o Spatial Analystacrescentam aos SIGs, potencialidades de análises espaciais avançadas e de modelagem de dadosmatriciais ou no formato raster. A extensão 3D Analyst possui ferramentas para criar, analisar evisualizar modelos tridimensionais ou superfícies de dados em 3D e, a extensão Image Analysispermite a integração, visualização e análise de imagens de satélite. A aquisição e incorporaçãodessas extensões permitirá ao CRA ampliar a capacidade de um programa de SIG em integrar,analisar e gerar mapas temáticos a partir de informações espaciais e alfanuméricas existentes nasbases de dados, em modelos digitais de terreno, em bases cartográficas, em imagens de satélite efotografias aéreas.

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CAP. 6 ANÁLISE CRÍTICA

6.1 GESTÃO DE APAS

O Governo do Estado da Bahia previlegiou a área de proteção ambiental – APA como a

categoria de unidade de conservação mais apropriada para ser utilizada como unidade territorial

de planejamento e ordenamento do uso e ocupação do solo, visando a conservação dos recursos

naturais em consonância com o desenvolvimento socioeconômico. Essa diretriz está relacionada

à criação de unidades de conservação que dispensem a aquisição de terras pelo Estado,

permitindo o desenvolvimento de estratégias de conservação de ecossistemas relevantes,

inseridos nos domínios da propriedade privada. Tal diretriz é evidenciada com a criação de 26

(vinte e seis) APAs estaduais, no período de 1985 a 2002, abrigando mais de dois milhões de

hectares do território estadual. Entretanto, os parques estaduais, pertencentes a uma categoria de

uso mais restritivo e que requer a desapropriação, são representados no Estado por apenas 10

(dez) unidades, totalizando cerca de 80.000 (oitenta mil) hectares.

Os instrumentos de gestão ambiental de APAs adotados pelo poder público federal, representado

pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e,

pelo Governo Estadual da Bahia, pelo CRA, são semelhantes entre si e visam normatizar a

realização de diagnósticos ambientais, o ordenamento do uso e ocupação do solo e, o

planejamento e a gestão ambiental dessas unidades de conservação. Trata-se de instrumentos

estabelecidos nas legislações ambientais federal e estadual como: a Lei Federal n.° 9.985, de

18.07.00, que institui o sistema Nacional de unidades de conservação – SNUC e o Decreto

Federal n.° 4.340, de 22.08.02, que a regulamenta; e o Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02. 01,

que regulamenta a Lei Estadual n° 7.799, de 07.02.01, a qual institui a Política Estadual de

Administração dos Recursos Ambientais.

Além dos instrumentos legais de gestão de unidades de conservação, o CRA estabeleceu também

algumas diretrizes e/ou procedimentos para fomentar uma gestão mais dinâmica como: a

elaboração de projetos para captar recursos e desenvolver estudos; a criação de um sistema de

comunicação para divulgar as ações e as atividades de gestão; a busca de parcerias visando uma

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gestão mais participativa e descentralizada e; o índice de gestão de APA – IGA, que é um

instrumento de aferição criado para avaliar a evolução e a efetividade da gestão das APAs ao

longo do tempo, a partir da utilização de certos parâmetros.

6.2 CONTRIBUIÇÕES DO USO DE SIG E OUTRAS GEOTECNOLOGIAS NA

GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS PROTEGIDAS NO CRA

sistema s de Informação Geográfica associados a técnicas e produtos de sensoriamento remoto

vêm sendo utilizados na realização de diversos estudos ambientais em áreas protegidas nos quais,

o conhecimento da estrutura, da composição e da dinâmica dos fatores que compõem a paisagem

bem como, os mapeamentos dos sistemas naturais e das atividades antrópicas são imprescindíveis

para o desenvolvimento de trabalhos de qualidade. Neste contexto, AB’ SÁBER & CLARITA

(1998) enfatizam que a única maneira de abranger o universo da territorialidade criada por ações

e atividades antrópicas reside em uma correta análise do espaço total regional, definido como o

arranjo e o perfil adquiridos por uma determinada área em função da organização humana que

lhe foi imposta ao longo dos tempos. Os autores mencionam ainda que a gênese do espaço

envolve uma análise da estruturação espacial realizada por ações humanas sobre os atributos

remanescentes da natureza e, por essa razão, há que conhecer o funcionamento dos fluxos vivos

da natureza e toda a história e formas de ocupação dos espaços criados pelos homens.

A importância de uma análise mais completa dos sistemas naturais e a compreensão de sua

dinâmica em estudos ambientais também é enfatizada por ROSS (1997), o qual menciona que as

unidades de paisagens naturais se diferenciam pelo relevo, o clima, a cobertura vegetal, os tipos

de solos ou até mesmo pelo arranjo estrutural e a litologia ou, ainda por apenas um desses

componentes. Devido à interdependência desses componentes na natureza, quando há variações

na litologia, por exemplo, são observadas diferenças nas formas do relevo, na tipologia dos solos

e na composição florística da cobertura vegetal. A cobertura vegetal interfere no clima ou pelo

menos no microclima, na composição e distribuição da fauna e de microorganismos e, assim

sucessivamente para os demais componentes.

MEDEIROS & CÂMARA (2002) afirmam que na perspectiva moderna de gestão do território,

toda ação de planejamento, ordenamento ou monitoramento do espaço deve incluir a análise dos

diferentes componentes do ambiente como os meios físico e biótico, a ocupação humana, e suas

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relações. Os autores lembram que o conceito de Desenvolvimento Sustentável estabelece que as

ações de ocupação do território devem ser precedidas de uma análise abrangente de seus

impactos no ambiente, a curto, médio e longo prazos. Desta forma, apontam pelo menos quatro

grandes dimensões dos problemas relacionados aos Estudos Ambientais – os quais possuem a

interdisciplinaridade como característica básica – onde é grande o impacto do uso da tecnologia

de SIG:

• Mapeamento Temático;

• Diagnóstico Ambiental;

• Avaliação de Impacto Ambiental;

• Prognósticos Ambientais.

Segundo SANTOS & NASCIMENTO (1992), o planejamento pode ser compreendido como a

aplicação racional do conhecimento do homem ao processo de tomada de decisões visando uma

ótima utilização dos recursos e o máximo de benefícios para a coletividade. Desta forma, pode-se

afirmar que o uso de SIGs na gestão de áreas protegidas possibilita esta aplicação racional e a

tomada de decisão, sobre um “conhecimento” que é propiciado pela geração, análise e

cruzamento de informações que integram um banco de dados georreferenciado.

Complementarmente, VIECILI & POMPÊO (2002) citam que a consolidação de uma APA se

efetiva a partir da adoção de um ZEE e de um Plano de Gestão, o qual requer a caracterização da

APA a partir do conhecimento da situação dos recursos naturais disponíveis e de seu perfil sócio-

econômico. Afirmam ainda que a representação adequada das informações resultantes desta

caracterização é fundamental para subsidiar a tomada de decisão e, dentro deste contexto, a

tecnologia de SIGs apresenta-se como uma ferramenta altamente eficiente.

OLIVEIRA (2002), MATTOS (2002), MIRANDA & LIMA (2002) e VIECILI & POMPÊO

(2002) desenvolveram estudos utilizando produtos (imagens de satélite e fotografias aéreas) e

técnicas de sensoriamento remoto e SIGs em APAs tendo como objetivos a geração, integração e

análise de informações georreferenciadas essenciais ao manejo e gestão dessas Unidades. Nesses

estudos foram elaborados, de uma forma geral, cartas e mapas temáticos analíticos e sintéticos

abrangendo aspectos dos sistemas naturais, do uso e da ocupação humana nas APAs e da

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legislação ambiental espacializada. Também foram desenvolvidos Modelos Numéricos de

Terreno (MNT) os quais, segundo FELGUEIRAS (2002), constituem uma representação

matemática computacional da distribuição de um fenômeno espacial que ocorre dentro de uma

região da superfície terrestre. Dados de relevo, informações geológicas, levantamentos de

profundidades do mar ou de um rio, informações meteorológicas e dados geofísicos e

geoquímicos são exemplos típicos de fenômenos representados por um MNT. O autor cita ainda

que as análises desenvolvidas sobre um modelo digital de terreno permitem:

• Visualizar modelos em projeção geométrica plana;

• Gerar imagens de nível de cinza, sombreadas e temáticas;

• Calcular volumes de aterro e corte;

• Realizar análises de perfis sobre trajetórias predeterminadas e;

• Gerar mapeamentos derivados tais como mapas de declividade e exposição, hipsometria,

mapas de drenagem, mapas de curva de nível e de visibilidade.

Os produtos dessas análises podem ainda ser integrados a outros tipos de dados geográficos

(mapas de cobertura vegetal, de uso do solo, de pedologia, topografia etc.) para o

desenvolvimento de diversas aplicações em geoprocessamento como: a geração de relatórios de

impacto ambiental; planejamento urbano e rural; análises de aptidão agrícola; determinação de

áreas de risco; erodibilidade do solo (quantifica a susceptibilidade de um solo a ser erodido pela

chuva), entre outros.

6.2.1 Contribuições do uso de SIG e outras geotecnologias à gestão ambiental no CRA

Apesar da administração das APAs estaduais não ser mais competência do CRA, a análise das

potencialidades do GisApa, considerando ser este um piloto do Projeto GIS Mapa Ambiental,

contribui para otimizar a sua aplicação – associada a produtos e técnicas de sensoriamento

remoto – nas atividades de licenciamento, fiscalização e monitoramento, permitindo ainda a

implantação de indicadores ambientais georreferenciados. Além do uso como suporte à gestão de

áreas protegidas, a tecnologia de SIG adotada no GisApa pode ser incorporada como uma

ferramenta eficaz à gestão ambiental do Estado, possibilitando a integração e análise de muitas

variáveis, associando-as a dados espaciais e temporais.

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Segundo TAUK-TORNISIELO et al. (1995), a análise ambiental de uma região permite que se

identifiquem suas potencialidades de uso e ocupação – inclusive o de não-uso – suas

vulnerabilidades e seu desempenho futuro estimado, otimizando as decisões relacionadas à sua

preservação, conservação e realizações auto-sustentadas.

Mapas temáticos resultantes do mapeamento e da classificação de unidades territoriais a partir da

sua fragilidade ou vulnerabilidade a degradação – em função das suas características físicas,

biológicas e/ou químicas – quando “cruzados” e analisados de forma integrada com as

informações referentes as características dos empreendimentos objeto de licença ambiental, por

exemplo, permitiriam avaliar a compatibilidade entre a “vocação natural” (“capacidade de

suporte”) dessas áreas e os empreendimentos a serem implantados. Os resultados dessas análises

poderiam nortear não só a tomada de decisão quanto o deferimento da licença ambiental por

parte do CRA, como também a proposição e adequação dos condicionantes que integram as

referidas licenças visando minimizar os impactos ambientais decorrentes da implantação dos

empreendimentos.

O SIG pode ser utilizado na fiscalização ambiental para planejar e, portanto, otimizar as

atividades ou inspeções de campo, a partir do mapeamento e análise de situações especiais ou

naturalmente sujeitas a uma maior fiscalização por parte do CRA como: áreas mais vulneráveis ou

ambientalmente frágeis (bacias hidrográficas, áreas com intensa atividade agropecuária e

exploração mineral); biomas ou ecossistemas que sofrem forte pressão antrópica (mata atlântica,

zona costeira, manguezais, lagoas costeiras, cerrado) ou menos protegidos; regiões de difícil

acesso ou distantes (região Oeste do Estado), entre outros.

A identificação e a seleção dos recursos naturais (recursos hídricos, solo, cobertura vegetal, fauna,

flora, ar), bem como a definição dos parâmetros ambientais que devem ser monitorados e a

localização dos pontos ou estações de amostragem, podem ser feitos a partir do cruzamento

entre o mapeamento dos principais sistemas naturais envolvidos, as características de uso e

ocupação desses recursos na área objeto de avaliação e monitoramento ambiental pelo CRA e, os

principais impactos ambientais relacionados às atividades produtivas desenvolvidas. A análise

desses dados propicia ao CRA as informações necessárias para efetuar um monitoramento dos

recursos naturais mais eficiente e compatível à realidade de cada região, além de subsidiar a

identificação de indicadores ambientais georreferenciados para acompanhamento da qualidade

ambiental dessas áreas no Estado. Neste contexto, TAUK-TORNISIELO et al. (1995)

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mencionam que um indicador ambiental constitui uma variável ou um conjunto destas, específico

a cada fator ambiental, que permite a aferição de oscilações de comportamento e/ou de

funcionalidade do fator, sendo o elemento mais adequado às análises qualitativa e quantitativa da

qualidade ambiental de um ecossistema.

O “cruzamento” ou a análise integrada em SIG de mapas de cobertura vegetal e uso atual das

terras com o de restrições legais à ocupação humana (espacialização da legislação ambiental) e o

de capacidade de uso agrícola das terras, permite a criação de mapas definindo a compatibilidade

entre as atividades humanas desenvolvidas na área objeto de análise e as restrições impostas pela

legislação ambiental e pelos recursos naturais.

A identificação e o mapeamento de aspectos como: as áreas mais frágeis e passíveis de

degradação, onde a ocupação humana deve ser controlada ou evitada; áreas de grande

importância para manutenção da biodiversidade; áreas em conflito com a legislação ambiental; e

áreas com usos atuais inadequados, constituem elementos norteadores para a elaboração de

diretrizes de ocupação do espaço territorial, mesmo não sendo este uma Unidade de

Conservação. Esses elementos ou informações poderão indicar a necessidade de medidas como: a

criação de Unidades de Conservação; a realização de fiscalizações e aplicações de autos de

infração; a substituição ou a adequação de atividades desenvolvidas; a otimização do uso do solo

e dos recursos naturais; e a adoção de práticas conservacionistas ou mitigadoras.

A integração de dados e a realização de análises dessa natureza em SIG podem ser totalmente

incorporados às ações de licenciamento, fiscalização e monitoramento ambiental desempenhadas

pelo CRA, ampliando a sua capacidade de atuação, diminuindo os custos das inspeções (devido

ao planejamento de suas ações) e aumentando a eficiência da sua gestão a partir da

implementação de indicadores de qualidade ambiental. A gestão dos recursos naturais de um

Estado de grandes dimensões como a Bahia requer a aplicação de tecnologias adequadas e

compatíveis com a dinâmica e demandas de ocupação e uso do solo, pois, ao contrário, o CRA

precisaria ter uma estrutura técnica e organizacional demasiadamente grande e economicamente

inviável ao poder público estadual.

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6.3 COMPATIBILIDADE DO MODELO CONCEITUAL DO BANCO DE DADOS

DO GISAPA À GESTÃO AMBIENTAL ADOTADA PELO CRA PARA AS APAS

O modelo conceitual do banco de dados do GisApa procurou modelar o maior número possível

das informações coletadas nos formulários de relatório de inspeção e relatório de fiscalização

ambiental – RFA adotados pelo CRA pois, até o final de 2001, os administradores participavam

e/ou realizavam inspeções técnicas nos limites de suas respectivas APAs e, emitiam pareceres

técnicos com fins de licenciamento e fiscalização.

A partir de demandas específicas das coordenações de licenciamento ou de fiscalização, os

técnicos dos respectivos setores fazem inspeções in loco com objetivo de coletar o maior número

de informações a cerca do empreendimento objeto de licença ou, de algum tipo de fiscalização

ambiental (atendimento a emergências, denúncias, operações programadas). Ao retornar do

“campo” ou da área avaliada, estes elaboram os seus relatórios de inspeção ou de Fiscalização

Ambiental – RFA, os quais integram um Processo numerado previamente formalizado na Central

de Atendimento – ATEND do CRA.

Ao final do segundo semestre de 2001, as atividades desenvolvidas pelos administradores de

APAs passaram a estar relacionadas exclusivamente a elaboração e ao gerenciamento de projetos,

a implantação e acompanhamento do conselho gestor, entre outras, sem a participação direta em

ações de licenciamento e fiscalização ambientais. Contudo, neste período, o modelo conceitual e

lógico do banco de dados do GisApa já havia sido construído, tendo como foco principal o

gerenciamento das atividades de controle ambiental (licenciamento e fiscalização ambientais),

desenvolvidas em áreas de proteção ambiental.

Neste novo contexto, os formulários do GisApa para preenchimento das informações relativas as

ações de licenciamento e fiscalização não serão mais utilizados pelos administradores de APAs e

sim, pelos demais técnicos do CRA, ao realizarem inspeções em APAs. Entretanto, as

informações geradas nas inspeções e nos seus desdobramentos são interessantes ao

administrador.

Conforme descrito no Capítulo 5, as seções contendo os diversos formulários do GisApa estão

divididas em: APAs, programas, atividades, empreendimentos, taxonomia e listas. O item APAs,

contempla informações sobre o nome e a instituição do administrador, o nome e as instituições

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dos representantes do conselho gestor (na época, denominado pelo IBAMA de comitê gestor) e,

as legislações relacionadas a APA de interesse. Estes formulários relacionados diretamente a

rotina de gerenciamento do plano gestor e, a implantação e acompanhamento do conselho gestor

da APA são limitados, necessitando de informações complementares. Essas informações podem

ser disponibilizadas no GisApa através da sua integração a um módulo de arquivos de texto no

formato *.pdf, por exemplo, contendo:

• Dados e contatos dos administradores das APAs e membros do conselho gestor;

• Informações sobre a estrutura do conselho gestor (Sub-comitês, secretaria executiva,

câmaras técnicas, entre outros);

• Documentos e informações operacionais (por exemplo: data e número de Ata das

reuniões, o regimento interno, etc.) do conselho gestor;

• Documento ou uma síntese do diagnóstico ambiental das APAs;

• Síntese do plano de gestão das APAs;

• Textos das principais legislações relacionadas a cada APA.

No item programas o formulário contempla informações sobre os nomes dos programas

relacionados a APA selecionada, as datas de início e término do Programa, os nomes do

responsável e da instituição a que pertence. Além desses dados, a possibilidade de acesso a um

módulo de arquivos de textos contendo as informações descritas abaixo, tornaria esse

componente mais operacional e efetivo à gestão das APAs:

• programas e projetos em andamento nas APAs;

• Formulário de acompanhamento da execução das atividades previstas nos programas e

projetos, e

• Dados mais completos dos pesquisadores em atividade na APA.

No item Atividades, é possível inserir, editar e consultar informações sobre as atividades

desenvolvidas nos programas e nas APAs selecionados pelos usuários. Neste formulário, o

usuário também acessa informações sobre a data e o tipo de atividade desenvolvida, o

responsável pela atividade e a instituição a que pertence e, um sumário da quantidade e tipologia

de atividades desenvolvidas em um período pré-estabelecido.

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Os formulários relativos às atividades de licenciamento, fiscalização, monitoramento e rotina são

simples, com poucos campos para preenchimento, reduzindo a possibilidade de inserção dos

dados coletados nas inspeções técnicas. Isto se deve ao fato dos campos que compõem os

relatórios de inspeção e de fiscalização não estarem formatados numa lógica de banco de dados,

sendo constituídos, em grande parte, por campos para preenchimento de informações textuais e

descritivas. Na tipologia monitoramento, só foram previstas atividades relacionadas ao

monitoramento do ar ou de recursos hídricos, necessitando de complementações relativas ao

monitoramento de outros recursos naturais como o solo, a cobertura vegetal, entre outros.

Em empreendimentos, o formulário contempla informações sobre os nomes, os números de

telefones fixos, CGC/CPF de alguns empreendimentos que integram o banco de dados do CRA

(pessoa jurídica ou física que geraram algum processo no CRA: licenciamento, fiscalização etc.),

além de possibilitar o acesso aos conteúdos dos relatórios de inspeção e de fiscalização

relacionados a estes que foram inseridos no programa. Entretanto, o sistema GisApa ainda não

está integrado ao sistema TG CRA e, desta forma, todas as informações sobre os

empreendimentos (processos relacionados, histórico, status) constantes no banco de dados do

CRA não são acessadas pelo GisApa. Devido a não integração dos sistemas, prevista no projeto

mas não implementada, as informações relativas aos empreendimentos existentes no GisApa são

escassas, não refletindo a complexidade organizacional e de conteúdo do banco de dados do

CRA.

O TG CRA – Tecnologia de Gestão do Centro de Recursos Ambientais, desenvolvido e

implementado desde o ano 2000, é composto por conjuntos de sistemas integrados formados por

7 módulos (CRAINTERDIN, CRASIG, CRAHELPDESK, CRACERBERUS, CRAINFO,

CRASECTA e CRASIREQ) que constituem a Intranet do CRA, desenvolvida em plataforma Web,

acessível pela Internet (CRA 2002).

O item taxonomia acessa o formulário denominado árvore de taxonomia, o qual permite a

inserção e consulta de dados sobre organismos vegetais e animais ou, pertencentes a outros

reinos, registrados nas APAs. A inserção de quaisquer dados sobre o organismo em questão no

formulário só pode ser feita obedecendo à hierarquia taxonômica ao qual este pertence como:

reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie, não estando associada a uma APA ou

coordenadas específicas. Este formulário funciona como um cadastro, cujas informações

contidas, não estão associadas a um ponto geograficamente definido ou a uma APA qualquer.

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Entretanto, as listagens de fauna e flora resultantes de estudos desenvolvidos nos diagnósticos

ambientais das APAs e, de registros feitos por técnicos e administradores de APAs e

pesquisadores não seguem o padrão definido na árvore de taxonomia do GisApa. São, em geral,

simples, contendo apenas os nomes das famílias, os gêneros, espécies ou subespécies e os nomes

populares dos organismos. Desta forma, o cadastro de taxonomia das espécies necessita ser

reavaliado e adequado, suprimindo alguns campos que dificilmente serão preenchidos e/ou

incorporando outros relevantes à gestão da biodiversidade. Para otimização do “cadastro de

taxonomia” é de grande importância que este também contemple ou acesse um módulo

contendo as listagens de espécies da fauna e da flora brasileiras e, as suas diferentes categorias de

ameaça (em perigo, vulneráveis, etc.), relacionadas nas listas do IBAMA, da IUCN – International

Union for Conservation of Nature and Natural Resources, da CITES – Convention on International Trade in

Endangered Species of Wild Fauna and Flora, entre outras.

A inserção de dados sobre a fauna e flora pode ser feita também a partir dos formulários

relatório de inspeção e rotina, integrantes do item Atividades. No formulário de rotina, o usuário

pode inserir dados de registros de espécies da fauna e/ou da flora, a partir dos formulários

ocorrências de fauna e ocorrências de flora. O formulário ocorrências de fauna é representado

pelos campos: coordenada X, coordenada Y, zona UTM, Datum, status de risco, posição na

cadeia trófica, endemismo e nome da espécie. Em ocorrências de flora, são observados os

campos: coordenada X, coordenada Y, zona UTM, datum, status de risco, unidade de

vegetação/fitogeográfica, houve coleta de amostras ? e o nome da espécie.

No formulário ocorrências de fauna, o campo sobre a posição da espécie na cadeia trófica requer

o seu preenchimento por um usuário altamente especializado em fauna, considerando que, um

administrador de APA ou qualquer outro técnico do CRA necessitaria de um amplo

conhecimento sobre os hábitos alimentares das diversas espécies da fauna silvestre do Estado

para a inserção correta desta informação. E qual seria de fato a relevância desta informação para

a gestão da fauna nas APAs? Um campo para inserção do nome popular da espécie é de grande

importância, tanto para a listagem da fauna quanto da flora, uma vez que esta denominação das

espécies é a mais familiar para as comunidades residentes nas APAs, facilitando, guardada as

devidas restrições, o conhecimento destes organismos pelos administradores destas unidades.

Entretanto, campos contendo informações como “condições do animal observado” (vivo, morto,

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prenhe, em gaiola, comércio, solitário, em grupo, outros) e sobre o “horário da observação”

podem fornecer dados sobre alguns aspectos da ecologia da fauna registrada.

Em ocorrências de flora, a existência de campos contendo informações sobre a fenologia

(presença de frutos ou flores) da espécie observada ou coletada, contribuiria para um maior

conhecimento da flora local e regional, além de serem informações fáceis de registrar por um

usuário não especializado. De uma forma geral, ambos os formulários (ocorrências de flora e de

fauna) necessitam ser remodelados, sendo inseridos campos para obtenção de informações

relevantes à gestão da fauna e da flora, como também, retirados campos que exigem um

conhecimento especializado ou sem grande importância para a administração destes recursos

naturais ou, ainda, que precisam ser melhor padronizados (exemplo: unidade de

vegetação/fitogeográfica → bioma, ecossistema ou ecorregião).

O ícone listas, observado na página principal, apresenta o controle de listagens do sistema

GisApa, contendo os valores, nomes, parâmetros e descrição dos diversos formulários como

listagem geral, parâmetros, estações, recursos hídricos e pessoas. Trata-se de tabelas que, em

alguns casos, precisam ser complementadas, possibilitando também a edição e atualização de

dados (exemplo: retirada de nomes da lista de controle de pessoas), resultando numa maior

operacionalização do GisApa.

A opção de inserção de um par de coordenadas unicamente no sistema UTM (associado à área

inspecionada), existente em quase todos os formulários, deverá ser revista e alterada durante o

processo de aperfeiçoamento do GisApa, permitindo o uso de outros sistemas como, por

exemplo, o de coordenadas geográficas.

6.4 FERRAMENTAS E ANÁLISES ESPACIAIS NO PROGRAMA GISAPA,

RELEVANTES PARA A GESTÃO AMBIENTAL DE APAS

O programa GisApa opera sobre uma base temática pouco consistente no que tange às

informações sobre os sistemas naturais e antrópicos e, quanto a precisão cartográfica, conforme

descrito anteriormente. A base temática é constituída por mapas referentes aos temas:

• Limites da APA;

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• Limites municipais;

• Hidrografia;

• Estradas;

• Localidades;

• Uso do solo;

• Cobertura vegetal, e

• Zoneamento ecológico-econômico.

O mapa temático do ZEE, por exemplo, possui apenas atributos referentes aos nomes das zonas.

Informações como a caracterização das zonas, os usos e parâmetros de ocupação, por exemplo,

devem ser inseridos no banco de dados. Os acessos, as estradas, a hidrografia (os rios e seus

afluentes) não estão nomeados, necessitando também a introdução de seus atributos no banco de

dados. A escassez de informações relacionadas à base e a qualidade cartográfica imprecisa dos

mapas digitais existentes sobre a APA Litoral Norte, limitam a realização de análises mais

sofisticadas, a elaboração e integração de mapas temáticos, a construção de modelos numéricos

de terreno (para geração de mapas de declividade e hipsometria, por exemplo) e, a geração de

mapas sintéticos resultantes do cruzamento de dados relevantes à gestão ambiental.

O uso de algumas operações de geoprocessamento como Buffers, Dissolve, Merge, Clip, Intersect,

Union e Join, entre outras, possibilita a integração, união e a interseção de dados alfanuméricos e

de feições e, a realização de análises espaciais, permitindo a geração de diversos mapas temáticos

e sintéticos. A partir da geração de Buffers, por exemplo, pode-se criar um mapa temático sobre as

restrições legais de ocupação e uso do solo em uma determinada área, a partir da espacialização

das áreas de preservação permanente – APP (Lei 4.771, de 15.09.65 – Código Florestal). Algumas

operações de geoprocessamento e ferramentas do programa, em especial, àquelas identificadas

como as mais utilizadas pelos administradores de APAs, poderiam ser padronizadas ou

customizadas, facilitando o manuseio do programa por um usuário pouco experiente.

Entretanto, para usufruir todas as potencialidades dessas operações é necessário uma base de

dados geográficos e alfanuméricos de boa qualidade, com muitos atributos e dados sobre a área

objeto de estudo.

Um bom exemplo deste tipo de customização é o SIG criado pela Superintendência de

Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – SUDERHSA no Paraná,

para gestão dos recursos hídricos na Bacia do Alto Iguaçu, desenvolveu uma série de

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customizações em ArcView, possibilitando: (i) a publicação de mapas e relatórios; (ii) análises

estatísticas sobre dados censitários; (iii) cruzamentos entre temas específicos; (iv) simulação de

cenários de uso do solo e sua influência na qualidade da água e previsão de cheias; (v) delimitação

de bacias hidrográficas a partir da modelagem do relevo e hidrografia; (vi) pesquisas e operações

entre dados de elementos pontuais circunscritos à bacia delimitada, como vazão retirada e vazão

lançada; (vii) e o cálculo do balanço hídrico na Bacia (SOLDA 2001, p. 42).

6.5 PRINCIPAIS NECESSIDADES E QUESTÕES RELACIONADAS A

IMPLEMENTAÇÃO DO GISAPA E DE SIG NO CRA

Em 2002 foi realizada uma palestra sobre o GisApa para os administradores de APAs estaduais

no auditório da sede do CRA, tendo tido estes uma boa participação na discussão sobre o

sistema. Neste mesmo ano, foi encaminhada a todos os administradores uma comunicação

interna – CI solicitando sugestões e recomendações para a melhoria e aperfeiçoamento do

programa sem, contudo, obter resultados. Entretanto, deve ser considerado que vários

administradores de APAs, cujas sedes estão localizadas no interior do Estado, têm algumas

dificuldades no acesso à Internet, impossibilitando o manuseio do programa, além de não

possuírem o software ArcView para realização de análises espaciais. Essas questões deverão ser

consideradas para a implementação do programa, buscando talvez, soluções e alternativas mais

funcionais e viáveis, do ponto de vista econômico.

Por se tratar de um estudo de caso (GisApa Litoral Norte), uma avaliação mais detalhada do

GisApa por um administrador foi direcionada para a gerente da APA Litoral Norte, a qual,

juntamente com outros técnicos do CRA, recebeu um treinamento básico no referido software.

O ArcView GIS 3.2 foi instalado no computador da administradora da APA, a engenheira

florestal Patricia Ribeiro Salgado Pinha, sendo este também configurado para a operação do

programa, permitindo uma análise mais detalhada do GisApa por parte da técnica.

A administradora da APA Litoral Norte contribuiu com diversas recomendações para o

aperfeiçoamento e adequação do programa. Segundo a técnica, o GisApa deve passar por um

aperfeiçoamento para se tornar uma ferramenta mais completa, devendo contemplar todas as

informações necessárias ao administrador de APA em seu trabalho diário. Esta afirma também

que o sistema está muito voltado para o controle e a fiscalização, enfatizando que existem outros

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elementos na gestão de uma APA (acesso a dados do diagnóstico ambiental, programas e

projetos do plano de gestão, informações sobre a implantação e acompanhamento do conselho

gestor, entre outros) e, que mesmo que tenham que ser criados “links” para acessar dados fora do

GisApa, acredita que só assim o programa seria realmente incorporado a rotina de trabalho dos

administradores.

Para o uso efetivo de um SIG como suporte a gestão ambiental de áreas protegidas e, neste caso

mais precisamente, de APAs, são necessários a caracterização e o mapeamento dos componentes

físicos, bióticos e antrópicos que integram a paisagem da unidade. A caracterização e o

mapeamento atualizado, em escalas adequadas e com uma boa precisão cartográfica, de

componentes como: pedologia, geologia, altimetria, declividade, hipsometria, densidade

demográfica dos municípios, renda per capita por município, infra-estrutura/edificações, cobertura

vegetal, a legislação ambiental ou restrições legais ao uso e ocupação das terras (Áreas de

Preservação Permanente – APPs), unidades de conservação existentes na região, habitats

faunísticos, entre outros, permitiriam, com o uso de ferramentas de geoprocessamento, a

construção de cartas sintéticas relativas a: adequabilidade do uso atual do solo; a situação legal do

uso das terras; a erodibilidade do solo; o perfil sócio-econômico e ambiental da APA; a

capacidade de uso agrícola da região; e a fragilidade ambiental da APA.

As cartas temáticas e sintéticas mencionadas anteriormente, associadas ao banco de dados

também composto por informações sobre as atividades e os resultados das ações de

licenciamento, fiscalização e programas de monitoramento desenvolvidos pelo CRA – relativos à

empreendimentos potencialmente impactantes – constituiriam uma grande base de dados

geograficamente referenciados disponível à efetiva gestão ambiental de APAs e, a tomada de

decisão quanto às diretrizes de desenvolvimento econômico, social e ambiental nessas unidades

de conservação.

Considerando a responsabilidade e a competência do CRA em licenciar, fiscalizar e monitorar os

recursos naturais do Estado, tomando decisões oficiais de ampla repercussão quantos aos

aspectos econômicos, sociais e ambientais associados ao uso e ocupação do solo no território

baiano, é fundamental que as bases cartográficas e temáticas utilizadas pelo órgão para a execução

de análises espaciais em SIG sejam de excelente qualidade, em escalas compatíveis com o nível de

detalhamento requerido e extremamente confiáveis.

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Por exemplo, a localização errada de um ponto no zoneamento ecológico-econômico – ZEE de

uma APA, referente a um empreendimento objeto de licenciamento, como conseqüência do uso

de uma base temática de baixa qualidade, pode resultar no indeferimento de uma licença

ambiental ou na alteração do projeto original do empreendimento, em função das peculiaridades

ambientais (usos permitidos e parâmetros de ocupação) da Zona do ZEE, em que o “ponto” foi

localizado.

VIECILI & POMPÊO (2002) mencionam que para a criação de um SIG, um passo inicial de

grande importância é a elaboração da base cartográfica da área de estudo, cuja função principal é

auxiliar o referenciamento para os mapas temáticos (mapas complementares para representação

de informações em múltiplas categorias), sendo de vital importância o uso de ferramentas

computacionais para facilitar a entrada, manipulação e saída de dados.

A base cartográfica da APA Litoral Norte utilizada pelo CRA, apesar dos ajustes e correções

implementados pela empresa contratada, ainda necessita ser melhor estudada e avaliada. Devido

ao poder de decisão que compete ao CRA, todas as bases cartográficas e temáticas utilizadas pelo

Órgão, devem ser prioritariamente confiáveis, em escalas adequadas e, os “erros”, quando

inevitáveis, devem ser bem conhecidos.

Neste contexto, ARONOFF (1989) menciona que um SIG fornece os meios pelos quais a

informação geográfica pode ser usada para uma grande variedade de aplicações e por usuários

com uma grande diversidade de habilidades mas, para que esses dados possam ser usados no

processo de tomada de decisão, sua qualidade deve ser conhecida fidedignamente. O autor

enfatiza que organizações públicas encarregadas da produção e disseminação de informação

geográfica, devem estar cientes das questões de responsabilidade que podem surgir quando seus

dados são usados, afirmando ainda que é o gerenciamento de uma estrutura de SIG que

determinará a qualidade da informação e a extensão de sua distribuição.

No caso específico da APA Litoral Norte, a qualidade das bases cartográfica e temática (ZEE)

deve ser avaliada utilizando fotografias aéreas ou imagens de satélite da região, devidamente

georreferenciadas e tratadas, em escalas compatíveis e, validada por coletas de pontos notáveis e

referenciais, amostrados em campo. Essas medidas tornam-se ainda mais relevantes, quando

considerado o vazio cartográfico existente na região referente à carta de Subauma. Os resultados

obtidos poderão indicar a necessidade de ajustes e correções, ou mesmo, tornar os “erros”

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conhecidos e, desta forma, possibilitar uma maior precisão espacial nas decisões tomadas.

Entretanto, tais medidas devem ser adotadas para todas as bases temáticas relativas aos ZEE das

APAs, ou àquelas que ainda não os têm, os seus limites (poligonais) também deverão passar pelos

mesmos testes e ajustes, podendo ainda serem utilizados produtos suborbitais (fotografias aéreas)

para um maior detalhamento, considerando as escalas desejadas.

Apesar de todas as potencialidades de uso e aplicações da tecnologia SIG, a maior parte das

atividades desenvolvidas na COIND – coordenação responsável pelo desenvolvimento e

incorporação de SIGs às atividades do CRA – ainda estão relacionadas, em geral, a elaboração de

mapas e layouts diversos, especialmente dos zoneamentos ecológico-econômico (ZEE) das APAs

e, a localização de pontos nas APAs com ZEE, sendo as atividades de integração e análise

espacial de dados, utilizando ferramentas de geoprocessamento, ainda incipientes.

Ao final de 1998, o CRA começou a utilizar softwares de SIG, a partir da contratação de serviço

especializado para a elaboração das poligonais das APAs em meio digital, tendo sido indicado

pela empresa contratada a adoção do software ArcView GIS, em sua versão 3.2, como o

programa mais adequado a execução de trabalhos de geotecnologias.

Na ocasião, mesmo sem conhecer a totalidade das funcionalidades de um SIG, a direção do CRA

compreendia que a adoção de geotecnologias poderia facilitar e otimizar as suas ações no Estado,

considerando a dimensão territorial deste e as diversas possibilidades dessas ferramenta. O uso de

softwares de SIG foi então direcionado para a construção das poligonais e elaboração dos mapas

de ZEE das APAs, sendo incorporado também arquivos adquiridos de outros órgãos e

instituições do Estado representando temas como os recursos hídricos (rios, lagoas etc.),

rodovias, estradas e acessos, os municípios, cidades e povoados.

Entretanto, a inexistência na época, de bases cartográficas digitais do Estado em escalas

compatíveis com a dimensão territorial das APAs (1:25.000/1:50.000/1:100.000) e de boa

qualidade, dificultava sobremaneira a elaboração de poligonais confiáveis. Em 2002, a

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais do Estado da Bahia – SEI, a partir de um

convênio de cooperação técnica com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e, a

Superintendência de Recursos Hídricos – SRH disponibilizou 105 (cento e cinco) cartas

topográficas digitais, em escala 1:100.000, como resultado das primeiras etapas dos trabalhos de

mapeamento topográfico sistemático para composição da base cartográfica digital do Estado.

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Esta base cartográfica é composta por 227 cartas topográficas, constando informações referentes

aos temas hidrografia, hipsometria, rede viária, localidades, pontos de referência, obras e

edificações, e limites. A SEI pretende finalizar os trabalhos e disponibilizar as cartas restantes até

o final de 2003, as quais são repassadas gratuitamente para órgãos e instituições públicas.

6.6 APERFEIÇOAMENTO

O desenvolvimento do GisApa foi “finalizado” em abril de 2002 mas, a sua evolução e

aperfeiçoamento ainda não foram implementados uma vez que, a COIND ainda não conseguiu

desenvolver de forma satisfatória, seus projetos de SIG. De uma forma geral, os programas,

equipamentos, treinamentos, contratação de pessoal e tecnologias associados ao uso dessa

ferramenta requerem a aplicação – pelo menos na fase inicial – de um volume razoável de

recursos financeiros (na ordem de centena de milhares de reais), dificultando muitas vezes, o

desenvolvimento de projetos e a alocação dos recursos necessários.

ARONOFF (1989) menciona que durante o processo de implementação de um Projeto de SIG é

necessário ter bem explícitos os objetivos e a filosofia da própria organização, de tal maneira que

o sistema a ser implantado esteja em sintonia com o que se pretende atingir a curto, médio e

longo prazos, o que pode requerer uma análise de custo-benefício, visando sensibilizar e

convencer a direção da organização.

O aperfeiçoamento e adequação do GisApa, a sua implementação e incorporação na rotina de

trabalho dos técnicos do CRA são ações que integram uma complexa rede de diretrizes

organizacionais e técnicas de toda a estrutura do Centro. Os níveis de conhecimento e

entendimento dos benefícios de um SIG e da sua importância para a gestão ambiental do Estado,

são dispersos e heterogêneos, variando entre o corpo técnico, as diferentes coordenações e

diretorias.

Segundo ARONOFF (1989), a implementação de SIGs em uma organização – desde quando esta

se torna consciente da tecnologia SIG, até quando a tecnologia é adotada – pode ser

compreendida como um processo que abrange seis fases, descritas a seguir:

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• Conscientização: as pessoas dentro da organização se tornam cientes da tecnologia e de

seus benefícios;

• Desenvolvimento dos Requisitos do sistema : a primeira fase é formalmente

reconhecida e, um processo mais sistemático e formal é instituído para coletar

informações sobre a tecnologia e para identificar os usuários potenciais e suas

necessidades;

• Avaliação do sistema : sistemas alternativos são propostos e avaliados. O processo de

avaliação leva em conta a análise das necessidades da fase anterior. Ao final desta fase,

uma decisão formal deve ser feita a respeito de se prosseguir ou não com a aquisição do

SIG;

• Desenvolvimento de um Plano de Implementação: após decidir pela aquisição de um

sistema, um plano é desenvolvido para adquirir o equipamento necessário, contratar o

pessoal, fazer mudanças organizacionais e financiar o processo. O plano pode ser um

documento formalmente aceito ou uma série de ações mais ou menos informais;

• Aquisição do sistema e Inicialização: o sistema é adquirido e instalado, o pessoal

treinado, a criação da base de dados iniciada e os procedimentos de operação começam a

ser estabelecidos. A criação da base de dados é geralmente a parte mais onerosa do

processo de implementação, e

• Fase Operacional: até esta fase a automação inicial da base de dados está completa, com

os procedimentos de operação desenvolvidos para manter a base e prover os serviços de

informação que a organização requer. Nesta fase procedimentos são desenvolvidos para

manter a estrutura de SIG e os serviços de melhoria dos hardwares e softwares, para que o

sistema atenda às necessidades da organização que estão em constante mudança.

Considerando o processo de implementação de SIGs em uma organização apresentado

anteriormente e, a situação atual do CRA quanto ao entendimento e incorporação dessa

tecnologia nas suas atividades de gestão do meio ambiente no Estado, podemos afirmar que, de

uma forma geral, o CRA encontra-se na fase de desenvolvimento dos requisitos do sistema. Na

realidade, a fase de conscientização ainda não foi formalmente reconhecida, pois apenas uma

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parte dos técnicos, coordenadores e diretores estão cientes da tecnologia e de seus benefícios.

Mesmo assim, foi iniciado em 2002, um processo mais sistemático e formal para levantamento

das necessidades relacionadas a incorporação de SIGs no CRA. Entretanto, este processo

encontra-se paralisado. Por outro lado, a existência de 06 (seis) licenças do ArcView GIS 3.2, 01

(uma) licença do ArcView GIS 8.1 e, o próprio desenvolvimento do GisApa, indicam iniciativas

referentes as fases de aquisição do sistema e inicialização e, de fase operacional, mesmo sem as

etapas anteriores terem sido de fato desenvolvidas, e a criação da base de dados iniciada. Ou seja,

a percepção e as iniciativas voltadas à implementação de um SIG como suporte tecnológico às

ações do CRA, ainda são dispersas e fragmentadas.

De acordo com CÂMARA (1993), o processo de implantação de um SIG divide-se em 03 (três)

grandes fases que abrangem:

• Modelagem do mundo real;

• Criação do banco de dados geográficos;

• Operação.

Considerando o autor acima relatado e o processo de implantação do GisApa isoladamente,

poderia ser afirmado que este encontra-se na fase de implementação da operação propriamente

dita, pois, teoricamente as fases anteriores já teriam sido concluídas. Entretanto, a modelagem do

mundo real desenvolvida (mesmo que a administração das APAs ainda fosse competência do

CRA), já não atenderia as necessidades atuais, as quais estão em constante dinâmica e

mutabilidade. O banco de dados geográficos correspondente a segunda fase, também não reflete

as demandas de gestão ambiental de APAs, salientando ainda as grandes limitações da base de

dados disponível.

Outra questão de grande importância refere-se ao fato de já existir no CRA toda uma estrutura

informacional computadorizada denominada Tecnologia de Gestão – TG CRA, com a qual o

GisApa deveria operar de forma integrada. A integração dos sistemas – prevista no projeto mas,

não implementada – é uma etapa fundamental no processo de aperfeiçoamento do GisApa,

visando a otimização de todo o sistema de informações (espacial e alfanumérico) do CRA,

evitando a duplicação de funções e, facilitando a implementação e familiarização do corpo

técnico com esta tecnologia.

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Dentro deste enfoque, MENEGUETTE (2002) afirma que a introdução de um SIG muda os

sistemas existentes de gerenciamento da informação, pois, na maioria dos casos, no momento em

que uma organização considera um SIG, esta já possui alguma forma de sistema de informação

por computador instalado. A autora menciona que o sistema existente pode não manusear

adequadamente a informação espacial, mas ele dá suporte a algumas necessidades operacionais,

além de ser aquele com o qual os funcionários estão familiarizados e que provavelmente reflete a

estrutura, os valores e a filosofia de gerenciamento da organização. Segundo a autora, a não ser

que o sistema existente seja totalmente inadequado, a introdução de um SIG deve ser integrada

ao sistema de informação existente e, neste caso, algumas funções que estejam duplicadas serão

eventualmente relegadas a um sistema ou ao outro.

O aperfeiçoamento da modelagem, a construção do banco de dados geográficos do GisApa

(integrado ao TG CRA), a aquisição de extensões e aplicativos mais sofisticados associados ao

ArcView e, o uso de técnicas e produtos de sensoriamento remoto, requerem a locação de um

montante razoável de recursos (na ordem de centena de milhares de reais). Entretanto,

ARONOFF (1989) relata que no processo de implementação de um SIG numa organização a

atenção deve ser focalizada no componente mais oneroso: a base de dados, que representa 75%

ou mais do montante total. O autor afirma ainda que a base de dados é um investimento e torna-

se ainda mais valiosa com o passar do tempo, enquanto que o hardware e o software se depreciam e,

que a sua manutenção deve começar imediatamente após esta ter sido criada. As especificações

da base de dados e os procedimentos de análise determinarão a qualidade dos produtos que serão

gerados.

A elaboração de um plano de controle de qualidade da base de dados constitui uma etapa de

grande relevância e imprescindível ao sucesso de um SIG. Devem ser estabelecidos controles

apropriados de qualidade dos dados inseridos para assegurar que estes atendam aos padrões pré-

estabelecidos, com um sistema de hierarquização de acesso definido (domínios e senhas de

acesso) e procedimentos adequados de atualização e validação, visando a integridade da base de

dados.

A qualidade dos dados introduzidos em um banco de dados é determinada desde a sua coleta em

campo. Dados coletados erroneamente comprometerão todas as etapas posteriores de tratamento

e análise das informações inseridas no banco de dados. Desta forma, é importante que todos os

relatórios de inspeção adotados pelo CRA e utilizados no GisApa, sejam formatados seguindo a

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lógica de SIG, minimizando o máximo possível a perda de informações obtidas em campo.

Também é fundamental que os técnicos estejam devidamente treinados e capacitados para o

correto preenchimento dos relatórios (campo) e formulários (SIG), da mesma forma que, para o

uso de GPS e coleta de coordenadas. Antes da efetiva entrada em operação de um SIG em uma

organização, devem ser realizadas palestras e treinamentos para divulgação e familiarização do

novo sistema para os diversos usuários, evitando resistências e agregando parceiros para o

cumprimento deste desafio.

Com relação a operacionalização de um SIG, ARONOFF (1989) menciona que para os não

iniciados, este fator se centra em questões técnicas de sistema computacional (hardware e software),

requisitos funcionais e padrões de performance mas, a experiência tem mostrado que, por mais

importantes que essas questões possam ser, não são elas que no final determinam se a

implementação será um sucesso ou um fracasso. Segundo o autor as questões responsáveis pelas

falhas na implementação são quase sempre problemas humanos e não tecnológicos, pois, o

sucesso de um SIG depende do entusiasmo e engajamento das pessoas que o implementam,

possibilitando a continuidade do projeto, apesar dos inevitáveis tropeços e retrocessos.

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CAP. 7 CONCLUSÕES

Este trabalho buscou desenvolver uma análise crítica quanto ao uso da tecnologia de sistemas de

informação geográfica – SIG no Centro de Recursos Ambientais (contribuições, necessidades e

dificuldades), como suporte à gestão ambiental de áreas de proteção ambiental – APAs estaduais,

considerando como estudo de caso o programa GisApa Litoral Norte, desenvolvido na

coordenação de planejamento e indicadores ambientais – COIND. Buscando atender a este

objetivo foram definidas e seguidas algumas etapas e procedimentos como:

• Caracterização dos instrumentos de gestão ambiental de APAs adotados pelo IBAMA, a

nível federal e, no Estado da Bahia pelo CRA;

• Avaliação das contribuições do uso de SIGs e de outras geotecnologias, na gestão

ambiental de áreas protegidas, especialmente de áreas de proteção ambiental – APAs;

• Análise da adequabilidade do modelo conceitual do banco de dados do GisApa,

considerando os instrumentos de gestão ambiental adotados pelo CRA para

administração de suas APAs;

• Identificação e caracterização de algumas operações e análises espaciais no programa

GisApa, relevantes para a gestão ambiental de APAs;

• Avaliação das principais necessidades e dificuldades de implementação do programa

GisApa como um suporte à gestão ambiental APAs;

• Recomendações de medidas e ações para o aperfeiçoamento do programa GisApa,

visando a sua efetiva aplicação na gestão ambiental desenvolvida pelo CRA.

A gestão ambiental de APAs federais e das APAs estaduais até então administradas pelo CRA,

guarda semelhanças entre si, pois ambas são desenvolvidas a partir de instrumentos legais

estabelecidos (diagnóstico ambiental, zoneamento ecológico-econômico, plano de manejo, plano

de gestão, conselho, co-gestão ou gestão participativa, entre outros) nas legislações ambientais

federal e estadual como: a Lei Federal n.° 9.985, de 18.07.00, que institui o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação – SNUC e o Decreto Federal n.° 4.340, de 22.08.02, que a

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regulamenta; e o Decreto Estadual n° 7.967, de 07.02. 01, que regulamenta a Lei Estadual n°

7.799, de 07.02.01, a qual institui a Política Estadual de Administração dos Recursos Ambientais.

Considerando as competências do CRA na execução da Política Estadual de Administração dos

Recursos Naturais e, a grande dimensão territorial do Estado da Bahia, pode-se concluir que o

uso de tecnologias que permitam a integração e análise de muitas variáveis, associando-as a dados

espaciais e temporais, pode contribuir significativamente para gestão ambiental e a conservação

dos recursos naturais.

Até dezembro de 2002 o CRA, órgão coordenador e executor do SEARA e secretaria executiva

do CEPRAM, administrou 26 (vinte e seis) APAs estaduais localizadas em diferentes regiões do

Estado como o Litoral Sul, Recôncavo, Litoral Norte, a Chapada Diamantina, a Bacia do São

Francisco e o Sertão. Em 14 de janeiro de 2003, já na etapa final de desenvolvimento desta

dissertação, a administração dessas APAs passou a ser competência da Superintendência de

Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação (Decreto n° 8.419, de 14.01.2003 -

Aprova o Regimento da SEMARH), como resultado da criação da Secretaria de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos – SEMARH do Estado da Bahia (Lei n° 8.538, de 20.12.2002).

Entretanto, é importante destacar que o GisApa constitui uma etapa inicial ou, mais

precisamente, um piloto de um projeto maior denominado GIS Mapa Ambiental. A partir deste

projeto o CRA pretende desenvolver o planejamento de suas ações e a gestão ambiental,

incorporados a uma estrutura de sistema de informações geográficas, como um suporte

tecnológico para a tomada de decisão e otimização da implementação da política ambiental em

todo o Estado da Bahia. Desta forma, mesmo não sendo mais responsabilidade do CRA a

administração das APAs estaduais, os resultados das avaliações e as recomendações apresentadas

nesta dissertação poderão nortear o CRA no desenvolvimento do projeto GIS Mapa Ambiental,

como também contribuir para o aperfeiçoamento e incorporação do GisApa pela

Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de Conservação.

O uso de SIGs associados a produtos e técnicas de sensoriamento remoto pode otimizar as

atividades de licenciamento, fiscalização e monitoramento, permitindo a implantação de

indicadores ambientais georreferenciados, contribuindo desta forma, para o planejamento, a

obtenção de uma maior eficácia nas ações desenvolvidas pelo CRA e, o monitoramento da

conservação dos recursos naturais do Estado.

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Entretanto, é importante que a utilização de sistemas de informação geográfica e de outras

geotecnologias como suporte a gestão ambiental do Estado, seja incorporada pela diretoria geral,

como uma estratégia altamente viável e eficiente para a execução das atividades do CRA.

Para o uso efetivo de um SIG – associado a outras geotecnologias – como suporte a gestão

ambiental é imprescindível o conhecimento e o mapeamento da estrutura, da composição e da

dinâmica dos fatores que compõem a paisagem (componentes físicos, bióticos e antrópicos)

numa área ou região específicas. Esses estudos devem ser realizados com a maior precisão

cartográfica possível, atualizados e em escalas compatíveis aos objetivos de gestão e planejamento

almejados.

As cartas temáticas e sintéticas integradas às informações sobre as atividades de licenciamento,

fiscalização e programas de monitoramento desenvolvidos pelo CRA, constituiriam uma grande

base de dados geograficamente referenciados disponível à efetiva gestão ambiental de áreas

protegidas e, a tomada de decisão quanto as diretrizes de um desenvolvimento econômico e

social ambientalmente sustentável.

O modelo conceitual do banco de dados do GisApa foi desenvolvido buscando refletir as ações

realizadas pelos administradores de APAs, englobando também as dos demais técnicos do CRA.

Devido a mudança de algumas diretrizes quanto às atividades desenvolvidas pelos

administradores de APAs ao final do segundo semestre de 2001, quando o modelo conceitual e

lógico do banco de dados do GisApa já havia sido construído, alguns formulários de entrada de

dados do programa tornaram-se limitados e pouco eficientes para os gestores dessas unidades de

conservação.

Atualmente o GisApa Litoral Norte dispõe de uma base temática limitada no que tange as

informações sobre os sistemas naturais e antrópicos existentes na região da APA Litoral Norte, e

pouco consistente quanto a precisão cartográfica. Esses fatores, associados a questões logísticas

(necessidade de aquisição de equipamentos, de “extensões” e aplicativos mais avançados

associados ao ArcView) limitam o uso de ferramentas de geoprocessamento e a realização de

análises mais complexas, que contemplem a elaboração e a integração de mapas temáticos, o

desenvolvimento de um modelo numérico de terreno e, a construção de mapas sintéticos que

possam contribuir e nortear a gestão ambiental dessa unidade de conservação.

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O aperfeiçoamento e a implementação do GisApa requer a alocação de recursos na ordem de

centenas de milhares de reais, pois envolve diversas ações (constantes no item recomendações)

como: a integração do programa ao sistema TG CRA, a construção de bases de dados

georreferenciados de boa qualidade, a adequação do modelo conceitual e lógico do banco de

dados, melhorias na interface do programa com o usuário, a otimização e padronização

(customização) de algumas operações de geoprocessamento, a realização de cursos e

treinamentos, a elaboração e o desenvolvimento de um plano de controle de qualidade de dados,

a implantação de indicadores ambientais georreferenciados, entre outras.

As grandes proporções do território baiano e a sua diversidade de biomas e ecossistemas

requerem a aplicação de tecnologias adequadas, compatíveis com a dinâmica e as demandas de

ocupação e uso do solo, pois, de outra forma, a gestão dos recursos naturais do Estado

demandaria uma estrutura técnica e organizacional por parte do CRA, extremamente grande e

economicamente inviável ao Governo do Estado. Entretanto, a evolução e o aperfeiçoamento do

programa GisApa, a sua implementação e integração à rotina de trabalho do corpo técnico e a

gestão ambiental, constituem um grande desafio ao CRA.

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RECOMENDAÇÕES

As avaliações realizadas e as informações levantadas neste trabalho indicaram a necessidade de

atualizações, ajustes e a implementação de ações para o aperfeiçoamento e adequação do

programa GisApa, visando a sua integração à gestão ambiental do Estado desenvolvida pelo CRA

ou, o seu aproveitamento pela Superintendência de Desenvolvimento Florestal e Unidades de

Conservação. Essas melhorias serão fundamentais para o sucesso do Programa, consolidando a

experiência de implementação do primeiro SIG do CRA e, norteando os caminhos a serem

seguidos para o desenvolvimento do GIS Mapa Ambiental do Estado da Bahia. Recomenda-se a

incorporação das funcionalidades e a implementação das ações e atividades descritas a abaixo:

• Integração do GisApa ao Sistema de Tecnologias – TG CRA (estabelecendo uma entrada

única de dados) e atualização do banco de dados e formulários existentes no GisApa,

agregando o padrão do relatório de inspeção (Apêncice C) único proposto pela COIND,

informações sobre os sistemas naturais, dados sócio-econômicos, os resultados das ações de

licenciamento, fiscalização e programas de monitoramento desenvolvidos pelo CRA;

• Incorporação efetiva do uso de imagens de satélite e fotografias aéreas e, aplicação de

técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, para elaboração e validação de mapas

temáticos e, realização de análises espaciais de APAs ou de unidades territoriais (bacias

hidrográficas, limites municipais, unidades de conservação, biomas, ecorregiões) que venham

a ser estudadas;

• Identificação e implementação de indicadores ambientais georreferenciados para avaliação e

monitoramento da qualidade ambiental, espacialização da legislação ambiental e mapeamento

atualizado de componentes físicos, bióticos e antrópicos como: pedologia, geologia,

altimetria, declividade, hipsometria, densidade demográfica dos municípios, renda per capita

por município, infra-estrutura/edificações, cobertura vegetal, fauna, entre outros, que

integram a paisagem da unidade territorial utilizada no SIG; das unidades territoriais objeto de

estudo;

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• Solicitação de modelos numéricos de terreno (MNT) nos estudos de diagnóstico ambiental de

APAs, para representação de fenômenos espaciais como declividade, hipsometria, drenagem,

curvas de nível, que podem ser integrados a outros dados geográficos para o

desenvolvimento de aplicações em geoprocessamento;

• Elaboração de mapas temáticos e sintéticos relacionados: a adequabilidade do uso atual do

solo, a situação legal do uso das terras (legislação ambiental), erodibilidade do solo, o perfil

sócio-econômico e ambiental, capacidade de uso agrícola e, a fragilidade ambiental da APA

ou unidade territorial;

• Desenvolvimento de uma interface mais “amigável”, com a padronização (customização) de

algumas operações e ferramentas de análise e consulta (como a criação de zonas/buffers, o

recorte/clip, a interseção/intersection e a união/union de temas, entre outras) que fossem

identificadas pelo corpo técnico e gerencial, como relevantes para a gestão ambiental, além da

criação de automatizações de mapas temáticos com padrões de legendas e símbolos que

facilitem sua interpretação;

• Realização de treinamentos e capacitação dos técnicos relacionados direta e indiretamente

com a alimentação do banco de dados e, a execução de análises e consultas, para operação do

programa GisApa e dos softwares relacionados, além de cursos básicos sobre cartografia,

geoprocessamento, coleta de dados ambientais, sistemas de informação geográfica, técnicas

de sensoriamento remoto e GPS;

• Desenvolvimento de um manual de procedimentos e controle de qualidade de dados e

implementação de um sistema de gerenciamento e controle de qualidade de dados,

assegurando a qualidade dos dados inseridos no GisApa;

• Agregar ao sistema, módulos contendo informações textuais (arquivos em *.pdf, por

exemplo) como: dados e contatos dos administradores das APA; a estrutura, informações

operacionais e membros do conselho gestor (sub-comitês, secretaria executiva, câmaras

técnicas, data e número de atas das reuniões, o regimento interno, entre outros); diagnóstico

ambiental e plano de gestão; legislações relacionadas as unidades de conservação; mki

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programas e projetos em andamento; atividades previstas nos programas e projetos; e dados

dos pesquisadores em atividade na APA.

• Agregar ao sistema tabelas ou módulos listagens de espécies da fauna e da flora brasileiras e,

as suas diferentes categorias de ameaça (em perigo, vulneráveis, etc.), relacionadas nas listas

do IBAMA, da IUCN – International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, da

CITES – Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora, entre

outras.

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APÊNDICE A

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APÊNDICE B

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RELATÓRIO DE INSPEÇÃONº (Sigla da Diretoria) número/ano

Indexado ao(s) Processo(s): Data da inspeção:

1. IdentificaçãoRazão Social/Interessado: CNPJ/CPF:

Porte do Empreendimento (micro, pequeno, grande, excepcional):

Município:Local da inspeção (rua, número, complemento, bairro, localidade):

CEP:

Ponto de referência: Coordenadas geográficas:X:Y:

Representante(s) da empresa durante a inspeção:

Telefone: Fax: e-mail:

Objetivo da Inspeção:

Licenciamento Ambiental ( ) LL ( ) LI ( ) LO ( ) LA ( ) LS ( ) PT ( ) AA

( ) Fiscalização ( ) Atendimento à emergência ( ) Atendimento a denúncias

( ) Anuência prévia ( ) Manifestação prévia ( ) Outros ______________________________________________

Histórico:

Possui Licenciamento Ambiental anterior ? ( ) Não ( ) Sim Que tipo? ________________________

Nº da Resolução e/ou Portaria e/ou Nº do Parecer Técnico: _________________________

Relatório(s) de Inspeção nº: Notificações Emitidas nº:

Advertências Emitidas nº: Multa(s) nº:

Localizado em Unidade de Conservação (APA, Parque, Estação, etc.) ?

( ) Não ( ) Sim Nome _________________________________________

Zona da APA: ___________________________

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2. Características locais

Ecossistema/Bioma

( ) Caatinga ( ) Cerrado ( ) Mata Atlântica ( ) Restinga ( ) Manguezal

( ) Floresta Estacional ( ) Vegetação de Áreas Úmidas ( ) Dunas ( ) Campos rupestres ( ) Outros

Solo

( ) pedregoso ( ) arenoso ( ) areno-argiloso ( ) siltoso ( ) argiloso

Relevo

( ) plano ( ) ondulado ( ) levemente ondulado ( ) acidentado

Recursos hídricos

( ) nascente ( ) rio ( ) lagoa ( ) baía ( ) córrego ( ) charco/brejo ( ) estuário ( ) Reservatório ( ) Outros

Ocorrência de Flora local:

( ) Ameaçada de Extinção ( ) Endêmica ( ) rara ( ) Outros ______________________________________________

Ocorrência de Fauna local:

( ) Ameaçada de Extinção ( ) Endêmica ( ) Migratória ( ) Rara ( ) Outros ______________________________

Antropismo:

( ) Agricultura ___ Sequeiro ___ Irrigação ( ) Pecuária ___ Sequeiro ___ Irrigação

( ) Silvicultura ( ) Agropecuária ( ) Ocupação Urbana ( ) Mineração ( ) Outros _____________________

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3. Impactos Ambientais Observados

Recursos Hídricos

( ) Materiais flutuantes ( ) Alteração de cor Qual ? ____________ ( ) Alteração de odor ( ) Turbidez ( ) Presença de óleo

( ) Material sólido (sedimentável e/ou em suspensão) ( ) Alteração do curso/leito ( ) Peixes mortos

( ) Lançamento de efluente ( ) outros_____________________________ ( ) Não se aplica

Efluentes Líquidos

( ) Pluviais: Ocorrência de contaminação ? ( ) Sim ( ) Não

( ) Orgânico: ( ) Esgoto doméstico ( ) outros_____________________________

( ) Inorgânico: ( ) Águas de refrigeração ( ) outros_____________________________

Aspecto do Efluente

( ) Materiais flutuantes ( ) Cor ____________ ( ) Odor _______________ ( ) Turbidez ( ) Presença de óleo

( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Local de Lançamento do Efluente

( ) Infiltração no solo ( ) Corpo d’água: Qual ? ____________________ (Rio/Lagoa/Mar)

( ) Outros ___________________________________ ( ) Não de aplica

Tipo de Tratamento do Efluente

( ) Fossa séptica ( ) Bacia de decantação ( ) Físico/Químico ( ) Biológico ( ) Terceirizado

( ) Outros ___________________________________ ( ) Não de aplica

Emissões Atmosféricas

( ) material particulado ( ) gases ( ) fumaça preta ( ) odor alterado

( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Fontes Pontuais de Emissões Atmosféricas

( ) Fornos ( ) Caldeiras ( ) Incineradores ( ) Flare ( ) outros_____________________________ ( ) Não se aplica

Altura da Chaminé ? ________

Sistema de Abatimento de Emissões

( ) Filtros ( ) Lavadores caústicos ( ) outros_____________________________ ( ) Não se aplica

Ocorrência de Emissões Fugitivas

( ) Sim ( ) Não

Resíduos Sólidos

( ) Classe I – Perigosos ( ) Classe II – Não Inerte ( ) Classe III – Inerte

Local de Armazenagem

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119

Uso do Solo

( ) Desmatamentos ( ) Queimadas ( ) Mineração ( ) Uso de agrotóxicos

( ) Outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Presença de Contaminantes: ( ) resíduos domésticos ( ) resíduos industriais ( ) resíduos de serviços de saúde(especiais)

( ) produtos químicos ( ) esgotos ( ) efluentes industriais( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Presença de Processos Erosivos: ( ) valetas ( ) ravinas ( ) voçorocas( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Flora

Exploração de Produtos/Subprodutos de Origem Vegetal:

( ) Sim ( ) Não

Qual (is) ? ________________________________________________________

Exploração de Produtos/Subprodutos de Origem Vegetal:

( ) Sim ( ) Não

Qual (is) ? ________________________________________________________

Ocorrência de Comercialização:

( ) Sim ( ) Não

Tipos de Uso:

( ) Madeireiro ( ) Alimentício ( ) Medicinal ( ) Ornamental ( ) Outros ___________________

Fauna

Registro de caça de animais silvestres:

( ) Sim ( ) Não

Qual grupo ? ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos

Registro de comercialização de animais silvestres:

( ) Sim ( ) Não

Qual grupo ? ( ) Peixes ornamentais ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos ( ) Outros___________________

Criação Animais Silvestres em Cativeiro:

( ) Sim ( ) Não

Qual grupo ? ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos

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120

4. Observações de Campo

5. Recomendações / Conclusões

6. Data/Responsabilidade Técnica

Data:

Técnico (s) Assinatura (s) / Carimbo (s)

Coordenador: Assinatura (s) / Carimbo (s)

7. Anexos

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APÊNDICE C

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RELATÓRIO DEINSPEÇÃO

Nº (Sigla da Diretoria)número/ano

Indexado ao(s) Processo(s): Período: / / a / /

Início: h Término: h

1. Identificação1.1 Razão Social/Pessoa Física: 1.2 CNPJ/CPF:

1.3 Natureza da Atividade:

1.4 A empresa encontrava-se em operação ?

( ) Sim ( ) Não Justifique ?1.5 End.:

1.6 Porte do Empreendimento (micro, pequeno, médio, grande, excepcional):

1.7 Representante(s) da empresa durante a inspeção: 1.8 Função:

1.9 Telefone: 1.10 Fax: 1.11 e-mail:

1.12 Objetivo da Inspeção:

Licenciamento Ambiental: ( ) LS ( ) LL ( ) LI ( ) LO ( ) LA ( ) RLO ( ) LOA ( ) AA

( ) Anuência prévia ( ) Manifestação prévia ( ) Cumprimento de Condicionantes

Fiscalização Ambiental: ( ) Operação Programada ( ) Emergência ( ) Denúncia

Natureza da ocorrência/operação ? _________________________________________________________________

( ) Ministério Público/Demanda Judicial ( ) Outros __________________________________________

1.13 Processos Anteriores: ( ) Sim ( ) Não

N° Processo(s) N° Resolução / Portaria Status (concluído/ emanálise/arquivado)

1.14 Relatório(s) de Inspeção nº: 1.15 Notificações Emitidas nº:

1.16 Autos de Infração emitidos (n°): 1.17 Outros:

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2. Localização2.2 Município:2.1 Local da inspeção (rua, n°, complemento, bairro,

localidade):2.3 CEP:

2.4 Ponto de referência: 2.5 Coordenadas geográficas (UTM – SAD 69):X:Y:

2.6 Localizado em Unidade de Conservação – UC (APA, Parque, Estação, etc.) ?

( ) Não ( ) Sim Nome: __________________________________________ Zona da APA: _____________________

Unidade de Conservação: ( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Federal

3. Características locais3.1 Ecossistema/Bioma

( ) Caatinga ( ) Cerrado ( ) Mata Atlântica ( ) Restinga ( ) Manguezal

( ) Floresta Estacional ( ) Vegetação de Áreas Úmidas ( ) Dunas ( ) Campos rupestres

( ) Outros _______________________________ ( ) Não se aplica

3.2 Solo

3.2.1 Profundidade

( ) Raso (0-50 cm) ( ) Pouco profundo (50-100 cm) ( ) Profundo (> 100 cm) ( ) Não se aplica

3.3 Relevo

( ) Plano (0 a 3%) ( ) Suave ondulado (3 a 10%) ( ) Ondulado (10 a 25%)

( ) Forte ondulado (25 a 45%) ( ) Montanhoso (> 45%) ( ) Não se aplica

3.4 Recursos hídricos

( ) nascente ( ) rio ( ) lagoa ( ) baía ( ) córrego ( ) Mar

( ) charco/brejo ( ) Reservatório ( ) estuário ( ) Não se aplica ( ) Outros ______________________

3.4.1 Tipo de Uso: ( ) Recreação ( ) Abastecimento humano ( ) Maricultura ( ) Irrigação

( ) Geração de Energia ( ) Outros __________________________________________

3.5 Ocorrência de Flora:

Nome (s): _________________________________________________________________

( ) Ameaçada de Extinção ( ) Endêmica ( ) rara ( ) Outros __________________________________

3.6 Ocorrência de Fauna:

3.6.1 Nome (s): _________________________________________________________________

( ) Ameaçada de Extinção ( ) Endêmica ( ) Migratória ( ) Outros _________________________________

3.6.2 Qual grupo ? ( ) Peixes ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos

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3.7 Antropismo:

( ) Agricultura ___ Sequeiro ___ Irrigação ( ) Silvicultura ( ) Agropecuária

( ) Ocupação humana ( ) Mineração ( ) Outros ___________________________________________

3.8 Sistemas de Controle Ambiental (Tratamento, Armazenamento e Destinação)

3.8.1 Efluente Líquido (Caracterização):

( ) Pluviais: Ocorrência de contaminação / Poluição? ( ) Sim _____________________ ( ) Não

( ) Orgânico: ( ) Esgoto doméstico ( ) Industrial ( ) outros_____________________________

( ) Inorgânico: ( ) Águas de refrigeração ( ) outros_____________________________

3.8.1.1 Efluente Líquido (Tratamento):

( ) Fossa séptica ( ) Bacia de decantação ( ) Físico/Químico ( ) Biológico ( ) Terciário

( ) Terceirizado Nome da empresa: ______________________________

( ) Outros ___________________________________ ( ) Não de aplica

3.8.1.2 Local de Lançamento do Efluente Líquido

( ) Infiltração no solo ( ) Corpo d’água Especificar: ________________________________

( ) Rede Coletora ( ) Outros ___________________________________ ( ) Não de aplica

3.8.2 Emissões Atmosféricas (Caracterização):

( ) material particulado ( ) gases ( ) fumaça preta ( ) odor

( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Especificar a(s) emissão (ões): ____________________________________________________

3.8.2.1 Fontes Pontuais de Emissões Atmosféricas

( ) Fornos ( ) Caldeiras ( ) Incineradores ( ) Flare ( ) outros_________________________ ( ) Não se aplica

Altura da Chaminé ? ________

3.8.2.2 Emissões Atmosféricas (Tratamento):

( ) Filtros ( ) Lavadores cáusticos ( ) Ciclone ( ) Precipitador eletrostático

( ) outros_____________________________ ( ) Não se aplica

3.8.3 Resíduos Sólidos (Caracterização):

( ) Classe I – Perigosos ( ) Classe II – Não Inerte ( ) Classe III – Inerte

( ) Não se aplica

3.8.3.1 Acondicionamento

( ) Tambores ( ) Contêineres ( ) Granel ( ) Big-bag / Sacos ( ) Bombonas

( ) outros _____________________ ( ) Não se aplica

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3.8.3.2 Resíduos Sólidos (Armazenamento)

( ) Solo

( ) Pátio temporário ( ) Interno ( ) Externo Existe Rede de Drenagem ? ( ) Sim ( ) Não

( ) Aterro ( ) Interno ( ) Externo

( ) outros _____________________ ( ) Não se aplica

3.8.4 Produtos Químicos (Caracterização)

( ) Produtos Perigosos ( ) Produtos Não Perigosos

( ) Não se aplica

3.8.4.1 Acondicionamento

( ) Tambores ( ) Contêineres ( ) Granel ( ) Big-bag / Sacos ( ) Bombonas

( ) outros _____________________ ( ) Não se aplica

3.8.4.2 Produtos Químicos (Armazenagem)

( ) Galpão ( ) Murado ( ) Pavimentado ( ) outros _____________________ Existe Rede de Drenagem ? ( ) Sim ( ) Não

( ) Pátio ( ) Solo ( ) Pavimentado ( ) outros _____________________

( ) Não se aplica

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4. Impactos Ambientais Observados

4.1 Recursos Hídricos

Qual (is) foi (foram) o(s) recurso(s) hídrico(s) impactado(s) ? ____________________________________________

4.1.1 Impactos

( ) Materiais flutuantes ( ) Alteração de cor ( ) Alteração de odor ( ) Turbidez

( ) Presença de óleo ( ) Material sólido (sedimentável e/ou em suspensão) ( ) Alteração do curso/leito

( ) Peixes mortos ( ) Lançamento de efluente ( ) outros______________________________ ( ) Não se aplica

4.2 Efluentes Líquidos

4.2.1 Tipo:

( ) Pluviais: Ocorrência de contaminação / Poluição? ( ) Sim _____________________ ( ) Não

( ) Orgânico: ( ) Esgoto doméstico ( ) Industrial ( ) outros_____________________________

( ) Inorgânico: ( ) Águas de refrigeração ( ) outros_____________________________

4.2.2 Aspecto:

( ) Materiais flutuantes ( ) Cor ____________ ( ) Odor _______________ ( ) Turbidez ( ) Presença de óleo

( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

4.3 Emissões Atmosféricas

( ) material particulado ( ) gases ( ) fumaça preta ( ) odor

( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

Caracterização da emissão: ____________________________________________________

Localidade atingida ? ( ) Sim Nome: ______________________________ ( ) Não

4.4 Resíduos Sólidos

( ) Classe I – Perigosos ( ) Classe II – Não Inerte ( ) Classe III – Inerte

( ) Não se aplica Nome do(s) Resíduo(s) ? ____________________________________________

4.4.1 Acondicionamento

( ) Tambores ( ) Contêineres ( ) Granel ( ) Big-bag / Sacos

( ) Outros _______________________________ ( ) Não se aplica

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4.5 Produtos

( ) Produtos Perigosos ( ) Produtos Não Perigosos

( ) outros_________________________ ( ) Não se aplica

4.5.1 Acondicionamento

( ) Tambores ( ) Contêineres ( ) Granel ( ) Big-bag / Sacos

( ) outros _____________________ ( ) Não se aplica

4.6 Solo

4.6.1 Formas de Degradação

( ) Desmatamentos ( ) Queimadas ( ) Lixo ( ) resíduos industriais ( ) resíduos de serviços de saúde

( ) produtos químicos ( ) esgotos domésticos ( ) efluentes industriais

( ) Agrotóxicos ( ) Embalagens de produtos químicos

( ) outros___________________________________ ( ) Não se aplica

4.6.2 Processos Erosivos

( ) Superficial/Laminar ( ) Valetas ( ) ravinas ( ) voçorocas ( ) Não se aplica

4.7 Flora

4.7.1 Exploração de Produtos/Subprodutos de Origem Vegetal: ( ) Sim ( ) Não

Qual (is) ? ________________________________________________________

4.7.2 Ocorrência de Comercialização: ( ) Sim ( ) Não

4.7.3 Tipos de Uso:

( ) Madeireiro ( ) Alimentício ( ) Medicinal ( ) Ornamental ( ) Outros ___________________

4.8 Fauna

4.8.1 Ocorrência de caça de animais silvestres ? ( ) Sim ( ) Não

Qual(is) grupo(s) ? ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos ( ) Outros __________________

Nome(s) do(s) animal(is): ____________________________________________________

4.8.2 Ocorrência de comercialização de animais silvestres ? ( ) Sim ( ) Não

Qual(is) grupo(s) ? ( ) Peixes ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos ( ) Outros _________________

Nome(s) do(s) animal(is): ____________________________________________________

4.8.3 Ocorrência de criação de animais silvestres em cativeiro: ( ) Sim ( ) Não

Qual(is) grupo(s) ? ( ) Anfíbios ( ) répteis ( ) Aves ( ) Mamíferos ( ) Outros _________________

Nome(s) do(s) animal(is): ____________________________________________________

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5. Observações de Campo (Espaço para observações não listadas nos itensanteriores – Máximo 500 caracteres)

6. Conclusões / Recomendações

7. Data/Responsabilidade Técnica

Data:

Técnico (s)Assinatura (s) / Carimbo (s)

Coordenador: Assinatura (s) / Carimbo (s)

8. Anexos

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APÊNDICE D

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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃOAMBIENTAL - RFA

N.º /anoINDEXADO AO(S) PROCESSO(S):

1. ATENDIMENTOPERÍODO: / / a / / . INÍCIO: h TÉRMINO: h

2. IDENTIFICAÇÃORazão Social/Pessoa Física: CNPJ/CPF:

Endereço para correspondência:

Representante(s) da empresa durante a inspeção: Função:

Telefone: Fax: e-mail:

3. OBJETIVO( ) Fiscalização de Rotina ( ) Denúncia ( ) Operação Programada

( ) Demanda Judicial (especificar):

4. LOCAL DA INSPEÇÃOMunicípio: (Rua, n°, bairro, localidade):

CEP:

Ponto de referência: Coord. geográficas (UTM – SAD 69):X:Y:

Localizado em Unidade de Conservação – UC

( ) Não ( ) Sim Nome: _____________________________________________

5. HISTÓRICO (Licenças, autos e notificações emitidos, denúncias anteriores, data de formaçãodos processos)

6. DESCRITIVO DA INSPEÇÃO (inserir fotos )

7. CONCLUSÃO

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8. RECOMENDAÇÕES

9.DESDOBRAMENTOS (nº dos autos de infração, notificações, pareceres técnicosrecomendados)

RESPONSABILIDADE TÉCNICA DATA:

Técnico(s) Assinatura (s) / Carimbo(s)

Coordenador: Assinatura/Carimbo

10. ANEXOS (inserir documentos, resultados de análises, reportagens, etc.)