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COPPE/UFRJ COPPE/UFRJ ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS REDUÇÕES DA EMISSÃO DE METANO EM CAMADAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS Juliana Lundgren Rose Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Engenharia Civil. Orientador(es): Cláudio Fernando Mahler Rio de Janeiro Março de 2009

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COPPE/UFRJCOPPE/UFRJ

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS REDUÇÕES DA EMISSÃO DE

METANO EM CAMADAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS

Juliana Lundgren Rose

Tese de Doutorado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Civil, COPPE, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Doutor

em Engenharia Civil.

Orientador(es): Cláudio Fernando Mahler

Rio de Janeiro

Março de 2009

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS REDUÇÕES DA EMISSÃO DE

METANO EM CAMADAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS

Juliana Lundgren Rose

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ

COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR

EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Aprovada por:

________________________________________________

Prof. Cláudio Fernando Mahler, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Ennio Marques Palmeira, Ph.D.

________________________________________________ Profa. Márcia Walquíria de Carvalho Dezotti, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Maurício Ehrlich, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Roberto Francisco de Azevedo, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MARÇO DE 2009

iii

Rose, Juliana Lundgren

Análise comparativa entre as reduções da

emissão de metano em camandas oxidativas

experimetais/ Juliana Lundgren Rose. – Rio de

Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009.

XVIII, 148 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Cláudio Fernando Mahler

Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Civil, 2009.

Referências Bibliográficas: p. 127-141.

1. Resíduos sólidos. 2. Oxidação de metano. 3.

Bactérias metanotróficas. I. Mahler, Cláudio

Fernando. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III.

Titulo.

iv

“A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não

sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais,

reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio

jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é

um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber

sua simplicidade”

Mário Quintana

Dedico este trabalho aos meus pais

v

AGRADECIMENTOS

À Deus, minha eterna fonte de inspiração

Aos meus pais, pelo apoio, compreensão, dedicação e incentivo sem os quais não

conseguiria ter chegado até aqui.

Ao prof. Cláudio Fernando Mahler pela orientação neste trabalho, pelo apoio e por

acreditar que uma bióloga fosse capaz de desenvolver um trabalho pelo programa de

engenharia civil da COPPE

Ao meu “homem bombril” (o de mil e uma utilidades), Ronaldo L.S. Izzo. Obrigada por

tudo.

I would like to extend my profound gratitude and honest thanks to Tobias Bahr for

providing reference materials and information for this study.

Aos técnicos do laboratório de geotecnia, pois sem eles o trabalho teria transcorrido de

forma mais atribulada. Em especial ao amigo Mauro Dias de Souza que sempre

esteve disposto a ajudar e da forma mais rápida possível.

Aos técnicos do programa de engenharia química, o químico Ayr M. Portilho Bentes Jr.

(NUCAT) pela ajuda nos ensaios cromatográficos e o técnico Roberto Duarte Bastos

(PAM) pela ajuda na montagem do sistema de gás. Sem eles as dificuldades teriam

sido maiores.

À amigas Natalia Caninas e Luiza Cantuária pelas informações e ajuda na

organização deste trabalho.

À memorável “ex-secretária do prof Mahler”, Ivete Frango, pois sem ela, o que

seríamos de nós, pobres alunos, no meio desta “burrocracia”......

Às secretárias do laboratório de Geotecnia, Alice, Estela e Luana, pela ajuda e pela

amizade.

Aos meus amigos, do laboratório e fora dele, pelos momentos de descanso e diversão,

sem os quais a vida não seria a mesma.

À FAPERJ, CNPq e CAPES pelo apoio financeiro

vi

Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS REDUÇÕES DA EMISSÃO DE METANO EM

CAMADAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS

Juliana Lundgren Rose

Março/2009

Orientador: Cláudio Fernando Mahler

Programa: Engenharia Civil

As emissões de gases em aterros estão entre as maiores fontes emissoras do

gás metano, considerado um dos principais gases de efeito estufa. Por este motivo,

um composto de resíduos sólidos urbanos, um solo de cobertura de um aterro e duas

misturas destes dois materiais foram estudados em laboratório para avaliar a sua

viabilidade e compatibilidade ambiental como suporte oxidativo de metano (CH4) em

biocamadas para a mitigação das emissões de gás proveniente dos aterros.

Quatro colunas experimentais foram construídas com tubos de 60 cm de PVC

com diâmetro interno de 9,9 cm. Cada coluna foi preenchida com 2,3 l do material

desejado, no início dos ensaios. O gás metano foi misturado ao ar comprimido

proveniente de uma bomba. As colunas foram alimentadas por um fluxo ascendente

de 150 l/min, controlado por rotâmetros.

Depois de 100 dias do início do experimento, a coluna contendo o solo como

material oxidativo apresentou uma capacidade oxidante de 447 g/m3.dia, o que

corresponde à uma eficiência de 20%. A coluna contendo as misturas solo + composto

como materiais oxidativos apresentaram capacidade oxidante entre 456 e 584

g/m3.dia, o que corresponde à uma eficiência entre 20 e 26%. A coluna contendo o

composto como material oxidativo apresentou uma capacidade oxidante de 990

g/m3.dia, o que corresponde à uma eficiência de 44%, indicando a importância do

estudo e do aproveitamento destes materiais como parte da cobertura de aterros de

resíduos.

vii

Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

COMPARATION ANALYSIS OF A METHANE OXIDATION EMISSION REDUCTION

IN EXPERIMENTAL OXIDATIVE BARRIERS

Juliana Lundgren Rose

March/2009

Advisor: Cláudio Fernando Mahler

Department: Civil Engineering

Landfill gas emissions are one of the major sources of greenhouse gas

methane. For this reason, a compost of municipal solid waste, a landfill cover soil and

two mixes of those two materials were studied in the laboratory to evaluate its

suitability and environmental compatibility as a support medium in methane (CH4)

oxidative biocovers for the mitigation of greenhouse gas emissions from landfills.

Four columns were constructed from 60cm-long PVC tubes. The columns inner

diameter was 9.9cm. Each filter contained 2.3 l of filter material at the outset of the

experiment. Methane (99.995%, Linde Gas AG, Brazil) was mixed with pressurised air

from the house distribution system. This mixture was fed through the bottom of the

columns and the gas flow for each column was adjusted to 150 l/min per column by

means of suspended body flow-meters.

One hundred days after the beginning of the experiment, the soil column

showed a capacity of methane oxidation with oxidation rates of 447 g/m3.day

corresponding to a removal efficiency of 20%. The two mixtures of MSW compost and

soil showed a capacity of methane oxidation with oxidation rates of 456-584 g/m3.day

corresponding to a removal efficiency of 20%-26%. The MSW compost column showed

a capacity of methane oxidation with oxidation rates of 990 g/m3.day, which

corresponds to 44% efficiency, showing the importance of the study and use of these

materials as part of the waste landfill cover.

viii

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1

1.1. A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO 1

1.2. JUSTIFICATIVA 2

1.3. OBJETIVO 3

1.4. ORGANIZAÇÃO DA TESE 3

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4

2.1. AQUECIMENTO GLOBAL 4

2.2. A IMPORTÂNCIA DA SEGREGAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) 7

2.2.1. O COMPOSTO ORGÂNICO 13

2.3. TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 15

2.3.1. ATERRO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 22

2.4. GERAÇÃO DE METANO EM ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 23

2.4.1. O METANO 23

2.4.2. GERAÇÃO DE METANO EM ATERROS 25

2.5. A OXIDAÇÃO DO METANO 31

2.5.1. FATORES LIMITANTES DA OXIDAÇÃO DO METANO 34

2.6. SISTEMAS DE COBERTURA FINAL 39

2.6.1. CAMADAS OXIDATIVAS 47

2.6.1.1. Camadas Oxidativas Experimentais 48

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA 60

3.1. ENSAIOS DE OXIDAÇÃO 62

3.1.1. ANÁLISE CROMATOGRÁFICA 69

3.1.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS ANÁLISES CROMATOGRÁFICAS 70

3.1.3. CÁLCULOS DA EFICIÊNCIA E DA TAXA DE OXIDAÇÃO 73

3.2. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 75

3.3. ENSAIOS GEOTÉCNICOS 75

3.3.1. GRANULOMETRIA 75

3.3.2. TEOR DE UMIDADE 75

ix

3.3.3. COMPACTAÇÃO 77

3.3.4. CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA 77

3.3.5. LIMITES 80

3.3.6. MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS (GS) 80

3.4. ESTATÍSTICA 80

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 81

4.1. ENSAIOS PRELIMINARES – CARACTERIZAÇÃO DOS SUBSTRATOS 81

4.1.1. COMPOSTO ORGÂNICO 81

4.1.2. GRANULOMETRIA 83

4.1.3. UMEDECIMENTO DA AMOSTRA 87

4.1.4. CAPACIDADE DE CAMPO 89

4.1.5. COMPACTAÇÃO 91

4.1.6. POROSIDADE E MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS 97

4.1.7. CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA 99

4.1.8. LIMITES ATTERBERG 102

4.1.9. CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 103

4.2. ENSAIOS DE OXIDAÇÃO DO METANO 104

4.2.1. MASSA ESPECÍFICA 104

4.2.2. SENSORES DE TEMPERATURA E UMIDADE 104

4.2.3. OXIDAÇÃO 105

4.2.3.1. Eficiência das colunas oxidativas experimentais 110

4.2.3.2. Taxa de oxidação 117

4.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 122

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES FUTURAS 125

5.1. CONCLUSÕES 125

5.2. SUGESTÕES FUTURAS 126

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 127

ANEXO I 142

ANEXO II 143

x

ANEXO III 146

ANEXO IV 148

xi

ÍNDICE DE FIGURAS

CAPÍTULO 2

FIGURA 2.1 – CONCENTRAÇÕES ATMOSFÉRICAS DE N2O, CO2 E CH4 NOS ÚLTIMOS 10.000

ANOS (GRÁFICO EXTERNO) E DESDE 1750 (GRÁFICO INTERNO). AS MEDIDAS

MOSTRADAS CORRESPONDEM A MEDIÇÕES EM GELO GLACIAL (DIFERENTES CORES

PARA DIFERENTES ESTUDOS) OU AMOSTRAS ATMOSFÉRICAS (LINHA VERMELHA) (IPCC,

2007)....................................................................................................................... 5

FIGURA 2.2 - TIPO DE DESTINO DOS RESÍDUOS GERADOS NO BRASIL NOS ANOS DE 1992 A

2006 – ZONA URBANA (ORDENADA EM ESCALA LOGARÍTMICA)(IBGE, 2008)............. 17

FIGURA 2.3 - TIPO DE DESTINO DOS RESÍDUOS GERADOS NO BRASIL NOS ANOS DE 1992 A

2006 – ZONA RURAL (IBGE, 2008)......................................................................... 18

FIGURA 2.4 – TIPO DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO NO ANO DE 2006 (ORDENADA EM ESCALA LOGARÍTMICA) (IBGE, 2008) ...... 19

FIGURA 2.5 – QUANTIDADE DE RESÍDUO COLETADO POR DESTINO FINAL (IBGE, 2008) ..... 20

FIGURA 2.6 – CONTRIBUIÇÃO PERCENTUAL, SEGUNDO CATEGORIA, RESÍDUOS COLETADOS E

DISPOSTO NOS ATERROS NO ANO DE 2007. G GERADORES = GRANDES GERADORES

(COMLURB, 2007)................................................................................................ 21

FIGURA 2.7 – DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM ATERRO SANITÁRIO (LIXO, 2009) .............. 22

FIGURA 2.8 - GERAÇÃO DE BIOGÁS DIVIDIDA EM 5 FASES (AUGENSTEIN & PACEY, 1991)

.............................................................................................................................. 26

FIGURA 2.9 – PREVISÃO DA GERAÇÃO DE BIOGÁS POR UMA EQUAÇÃO DE PRIMEIRA ORDEM

(EHRIG, 1991) ...................................................................................................... 27

FIGURA 2.10 – VIA DA OXIDAÇÃO DO METANO E ASSIMILAÇÃO DO FORMALDEÍDO.

ABREVIAÇÕES : CYTC - CITOCROMO C; FADH - FORMALDEÍDO DEIDROGENASE; FDH –

FORMALDEÍDO FORMATO DEIDROGENASE; RUMP – RIBOSE FOSFATASE; SMMO –

METANO OXIGENASE SOLÚVEL ; PMMO – METANO OXIGENASE PARTICULADA (LIGADA A

MEMBRANA)(HANSON & HANSON, 1996)............................................................. 33

FIGURA 2.11- VARIAÇÃO DAS TAXAS OXIDATIVAS COM A TEMPERATURA. UMIDADE DE 30%

(WHALEN & REEBURGH, 1996).......................................................................... 35

FIGURA 2.12 - VARIAÇÃO DAS TAXAS OXIDATIVAS COM A TEMPERATURA. UMIDADE DE 30%

(BOECKX ET AL., 1996)......................................................................................... 35

FIGURA 2.13 – VARIAÇÃO DAS TAXAS OXIDATIVAS COM A UMIDADE. TEMPERATURA DE 30%

(BOECKX & CLEEMPUT, 1996) ........................................................................... 36

xii

FIGURA 2.14 - OXIDAÇÃO DO METANO EM FUNÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E TEMPERATURA

(BOECKX ET AL., 1996)......................................................................................... 37

FIGURA 2.15 – SISTEMA DE COBERTURA CONVENCIONAL (WEAND ET AL., 1999) ............ 40

FIGURA 2.16 – TIPO DE SISTEMAS DE COBERTURA. A – ATERRO DE RESÍDUOS PERIGOSOS. B

– ATERRO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (DWYER, 2003). ................................. 41

FIGURA 2.17 - MODELO DE UM SISTEMA DE COBERTURA CONTENDO UMA BARREIRA CAPILAR

(GILL ET AL., 1999). ............................................................................................... 43

FIGURA 2.18 – DESENHO ESQUEMÁTICO DE UMA COBERTURA EVAPOTRANSPIRATIVA. ET =

EVAPOTRANSPIRAÇÃO (HAUSER & GIMON, 2004) ................................................ 44

FIGURA 2.19 – ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE METANO DURANTE A VIDA DE UM ATERRO

(HUBER-HUMER ET AL., 2008)............................................................................. 46

FIGURA 2.20 – COLUNA EXPERIMENTAL ELABORADA POR KIGHTLEY ET AL. (1995).

ALGUMAS CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS: FLUXO DE CH4 - 164 G/M2.DIA; DIÂMETRO E

ALTURA DAS COLUNAS – 15 CM E 90 CM, RESPECTIVAMENTE.................................... 49

FIGURA 2.21 - COLUNA EXPERIMENTAL ELABORADA POR KIGHTLEY ET AL. (1995). 1 –

METANO; 2 – AR PRESSURIZADO; 3 – CÂMARA DE UMEDECIMENTO; 4 – BIOFILTROS; 5 –

SAÍDA DE GÁS. ALGUMAS CONDIÇÕES DE EXPERIMENTAIS: FLUXO DE CH4 – ENTRE 288

E 3120 G/M2.DIA; DIÂMETRO E ALTURA DAS COLUNAS – 24 CM E ENTRE 29 E 40 CM,

RESPECTIVAMENTE. ................................................................................................ 50

FIGURA 2.22 - COLUNA EXPERIMENTAL ELABORADA POR VISVANATHAN ET AL. (1999).

ALGUMAS CONDIÇÕES DE EXPERIMENTAIS: FLUXO DE CH4 – ENTRE 98 E 295 G/M2.DIA;

DIÂMETRO E ALTURA DAS COLUNAS – 20 CM E 90 CM, RESPECTIVAMENTE. ............... 52

FIGURA 2.23 – RELAÇÃO ENTRE A VARIAÇÃO DO FLUXO E DA UMIDADE NAS TAXAS

OXIDATIVAS (VISVANATHAN ET AL., 1999)............................................................ 53

FIGURA 2.24 - COLUNA EXPERIMENTAL ELABORADA POR KETTUNEN ET AL. (2006).

ALGUMAS CONDIÇÕES DE EXPERIMENTAIS: FLUXO DE CH4 – ENTRE 626 E 865

G/M2.DIA; DIÂMETRO E ALTURA DAS COLUNAS – 30 CM E 30 CM, RESPECTIVAMENTE.. 55

FIGURA 2.25 – COMPARAÇÃO ENTRE ALGUNS VALORES DE TAXAS OXIDATIVAS

ENCONTRADOS NA LITERATURA. MATERIAIS DIVERSOS (SOLO, AREIA E COMPOSTO DE

RSU) EM ENSAIOS EM COLUNAS EXPERIMENTAIS. .................................................... 56

FIGURA 2.26 – RESULTADO DE UM DOS ENSAIOS DE HILGER ET AL. (2000), MOSTRANDO AS

FASES DA OXIDAÇÃO DO METANO. MATERIAL – SOLO. 1,2,3 E 4 – QUADRUPLICATAS DO

MATERIAL. .............................................................................................................. 58

FIGURA 2.27 – CURVA DE CRESCIMENTO TÍPICA DE UMA POPULAÇÃO BACTERIANA

(MADIGAN ET AL., 2004) ....................................................................................... 58

xiii

CAPÍTULO 3

FIGURA 3.1 – IMAGEM DOS QUARTO MATERIAIS UTILIZADOS COMO SUBSTRATO DE OXIDAÇÃO

NESTE TRABALHO. .................................................................................................. 60

FIGURA 3.2– VISÃO GERAL DE ALGUMAS LEIRAS NO PÁTIO DE COMPOSTAGEM NA USINA DO

CAJU...................................................................................................................... 62

FIGURA 3.3 – VISÃO DAS PENEIRAS E ONDE O MATERIAL FICA ESTOCADO, DA

GRANULOMETRIA DO COMPOSTO APÓS PENEIRAMENTO (10MM) E COMO O MATERIAL

FOI COLETADO. ....................................................................................................... 62

FIGURA 3.4- COLUNA DE OXIDAÇÃO DESMONTADA .......................................................... 63

FIGURA 3.5 – DESENHO ESQUEMÁTICO DA COLUNA DE OXIDAÇÃO ................................... 64

FIGURA 3.6 – IMAGEM DO MATERIAL QUE COMPÕE A CAMADA DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS. ... 65

FIGURA 3.7 – SENSORES DE TEMPERATURA E UMIDADE................................................... 66

FIGURA 3.8 – VISÃO GERAL DAS COLUNAS OXIDATIVAS. ................................................... 67

FIGURA 3.9 – CROMATÓGRAFO E O SISTEMA DE AQUISIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

(NOTEBOOK)........................................................................................................... 68

FIGURA 3.10 – COMPONENTES BÁSICOS DE UM CROMATÓGRAFO GASOSO. CILINDRO DE

GÁS; REGULADOR DE PRESSÃO EM 2 ESTÁGIOS; VÁLVULA DE CONTROLE DE

FLUXO; PORTA DE INJEÇÃO; FORNO; COLUNA; DETECTOR; SISTEMA DE

AQUISIÇÃO (MCNAIR & MULLER, 1998)................................................................ 69

FIGURA 3.11 – SEPARAÇÃO DE ÁLCOOIS. PROGRAMA DE SEPARAÇÃO: ISOTERMA A 1000C E

RAMPA DE 100-1500C A 150C/MIN. COLUNA: CARBOWAX 20 (2M X 1/8 IN). GÁS DE

ARRASTE: NITROGÊNIO – 30ML/MIN. INFEÇÃO: 1μL. MISTURA: 1:1:1:1:1 . DETECTOR:

FID (BRAITHWAITE & SMITH, 1999) ................................................................... 71

FIGURA 3.12 – CÁLCULO DA ÁREA DE UM PICO CROMATOGRÁFICO POR TRIANGULAÇÃO. W0,

6065H - LARGURA DO PICO NO PONTO DE INFLEXÃO; W0, 5H - LARGURA DO PICO NA

METADE DA ALTURA; WB - LARGURA DO PICO NA BASE; TR – TEMPO DE RETENÇÃO

NÃO CORRIGIDO; H – ALTURA DO PICO. FONTE: FOWLIS, 1995............................... 72

FIGURA 3.13 – APARATO PARA A MEDIÇÃO DA PERMEABILIDADE A CARGA VARIÁVEL. ........ 78

FIGURA 3.14 – DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE CAMPO. ............................................ 79

CAPÍTULO 4

FIGURA 4.1 – CURVAS GRANULOMÉTRICAS DO COMPOSTO NAS FRAÇÕES 10MM E 4MM .... 84

FIGURA 4.2 – ANÁLISE VISUAL DO PROCESSO DE FRACIONAMENTO DO COMPOSTO

ORGÂNICO DURANTE O ENSAIO DE GRANULOMETRIA. FRAÇÕES QUE FICARAM RETIDAS

NA PENEIRA (IZZO, 2008)....................................................................................... 84

xiv

FIGURA 4.3 – CURVA GRANULOMÉTRICA DO COMPOSTO, DAS MISTURAS E DO SOLO ......... 85

FIGURA 4.4 – VARIAÇÃO MÉDIA DA UMIDADE NA BASE ÚMIDA EM RELAÇÃO AO TEMPO PARA

AS AMOSTRAS DE 10MM. ......................................................................................... 88

FIGURA 4.5 – VARIAÇÃO DA UMIDADE MÉDIA NA BASE ÚMIDA EM RELAÇÃO AO TEMPO PARA

AS AMOSTRAS DE 4MM. ........................................................................................... 89

FIGURA 4.6 – CAPACIDADE DE CAMPO DOS QUATRO MATERIAIS UTILIZADOS. .................... 91

FIGURA 4.7 – CURVA DE COMPACTAÇÃO DO SOLO DE COBERTURA DO ATERRO................. 92

FIGURA 4.8 – RESULTADO DO ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PARA O COMPOSTO (IZZO, 2008)

.............................................................................................................................. 93

FIGURA 4.9 – CURVA DE COMPACTAÇÃO PARA A MISTURA DO SOLO DE COBERTURA DO

ATERRO COM O COMPOSTO NA PROPORÇÃO 1:1 (P/P) .............................................. 94

FIGURA 4.10 – CURVA DE COMPACTAÇÃO PARA A MISTURA DO SOLO DE COBERTURA DO

ATERRO COM O COMPOSTO NA PROPORÇÃO 3:1 (P/P) .............................................. 94

FIGURA 4.11 – GRÁFICO COMPARATIVO ENTRE AS UMIDADES MÉDIAS NA BASE ÚMIDA DOS

QUATRO MATERIAIS................................................................................................. 95

FIGURA 4.12 – GRÁFICO COMPARATIVO ENTRE AS UMIDADES MÉDIAS NA BASE SECA DOS

QUATRO MATERIAIS................................................................................................. 96

FIGURA 4.13 – COMPARAÇÃO ENTRE AS MASSAS ESPECÍFICAS APARENTE SECA MÁXIMA DOS

QUATRO MATERIAIS UTILIZADOS .............................................................................. 97

FIGURA 4.14 – COEFICIENTES DE CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA EM FUNÇÃO DA

QUANTIDADE DE COMPOSTO NO MATERIAL. CONDIÇÃO DE MOLDAGEM PARA CADA

MATERIAL: 60% DE SUA MASSA ESPECÍFICA MÁXIMA E 85% DE SUA UMIDADE ÓTIMA.

............................................................................................................................ 100

FIGURA 4.15 - COEFICIENTES DE CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA SATURADA EM FUNÇÃO DA

QUANTIDADE DE COMPOSTO NO MATERIAL. CONDIÇÃO DE MOLDAGEM PARA CADA

MATERIAL: COMPACTAÇÃO NA ESPECÍFICA MÁXIMA DO MATERIAL E NA SUA UMIDADE

ÓTIMA................................................................................................................... 101

FIGURA 4.16 – SENSORES DE TEMPERATURA E UMIDADE NO INÍCIO DOS ENSAIOS E DEPOIS

DE 100 DIAS DE ANÁLISES (M11 = MISTURA SOLO + COMPOSTO (1:1) E M31 = MISTURA

SOLO + COMPOSTO (3:1)). .................................................................................... 105

FIGURA 4.17 – VARIAÇÃO (�V) ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE CH4 QUE ENTROU NA COLUNA

EXPERIMENTAL (ENTRADA) E CONCENTRAÇÃO DE CH4 QUE SAIU DA MESMA COLUNA

EXPERIMENTAL (SAÍDA)( �V = ENTRADA - SAÍDA). A – SOLO; B – SOLO + COMPOSTO

(3:1); C – SOLO + COMPOSTO (1:1) E D - COMPOSTO............................................ 107

FIGURA 4.18 – COMPARAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO DE CH4 QUE ENTROU NA COLUNA

EXPERIMENTAL (ENTRADA) E CONCENTRAÇÃO DE CH4 QUE SAIU DA MESMA COLUNA

xv

EXPERIMENTAL (SAÍDA). A – SOLO; B – SOLO + COMPOSTO (3:1); C – SOLO +

COMPOSTO (1:1) E D – COMPOSTO. VALORES DE CONCENTRAÇÃO ACUMULADOS. . 108

FIGURA 4.19 - COMPARAÇÃO ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE CH4 QUE SAIU NA COLUNA

EXPERIMENTAL E A CONCENTRAÇÃO DE CO2 QUE SAIU DA MESMA COLUNA

EXPERIMENTAL (MESMA AMOSTRA). A – SOLO; B – SOLO + COMPOSTO (3:1); C –

SOLO + COMPOSTO (1:1) E D – COMPOSTO. VALORES DE CONCENTRAÇÃO

ACUMULADOS. ...................................................................................................... 109

FIGURA 4.20– VARIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DAS COLUNAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS NO

TEMPO. A – SOLO; B – SOLO + COMPOSTO (3:1); C – SOLO + COMPOSTO (1:1) E D –

COMPOSTO. VALORES MÉDIOS.............................................................................. 111

FIGURA 4.21 – VALORES MÁXIMO E MÉDIO DA EFICIÊNCIA DAS COLUNAS EXPERIMENTAIS DE

OXIDAÇÃO (M11 = SOLO + COMPOSTO (1:1) E M31 = SOLO + COMPOSTO (3:1))...... 112

FIGURA 4.22 - COMPARAÇÃO ENTRE AS MASSAS ESPECÍFICAS OBSERVADAS NA LITERATURA

E AS MASSAS ESPECÍFICAS NAS COLUNAS EXPERIMENTAIS DESTE TRABALHO. ......... 115

FIGURA 4.23 – COMPARAÇÃO ENTRE OS TEMPOS DE RETENÇÃO OBSERVADOS NA

LITERATURA E O TEMPO DE RETENÇÃO NAS COLUNAS EXPERIMENTAIS DESTE

TRABALHO. ........................................................................................................... 116

FIGURA 4.24 – VARIAÇÃO DA TAXA DE OXIDAÇÃO MÉDIA EM FUNÇÃO DA ADIÇÃO DE

COMPOSTO À AMOSTRA DE SOLO........................................................................... 118

FIGURA 4.25 – VALORES MÁXIMO E MÉDIO DA TAXA DE OXIDAÇÃO (M11 = SOLO +

COMPOSTO (1:1) E M31 = SOLO + COMPOSTO (3:1)).............................................. 119

FIGURA 4.26 – COMPARAÇÃO ENTRE AS EMISSÕES DE METANO PELAS CAMADAS DE

COBERTURA DE ATERROS, COMPOSTAS POR SOLO, E AS TAXAS DE OXIDAÇÃO OBTIDAS

NAS COLUNAS EXPERIMENTAIS DESTE TRABALHO. VALORES MÉDIOS. ORDENADA EM

ESCALA LOGARÍTMICA. .......................................................................................... 123

xvi

ÍNDICE DE TABELAS

CAPÍTULO 2

TABELA 2.1 - ESTIMATIVAS DAS EMISSÕES CO2 E CH4, CONSIDERADOS OS PRINCIPAIS

GASES DE EFEITO ESTUFA DE ORIGEM ANTRÓPICA (EM 1000 T), POR TIPO DE GÁS,

SEGUNDO OS SETORES DE EMISSÃO - BRASIL - 1990/1994 (IBGE, 2008)................... 6

TABELA 2.2 – ALGUMAS FONTES ANTRÓPICAS DE EMISSÃO DE METANO NO EUA (VALORES

EM TG CO2 EQ) (USEPA, 2006) ............................................................................... 7

TABELA 2.3 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS DE ALGUMAS CIDADES

BRASILEIRAS E ESTRANGEIRAS (MANASSERO ET AL., 1996 APUD BORGATTO,

2006)....................................................................................................................... 8

TABELA 2.4 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DO RESÍDUO URBANO GERADO NO MUNICÍPIO DO

RIO DE JANEIRO - 1995 - 2007.................................................................................. 9

TABELA 2.5 – RESULTADOS DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS REALIZADAS COMO O

COMPOSTO PRODUZIDO NA USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DO CAJU – RJ EM

AGOSTO DE 2006 (COMLURB, 2007)..................................................................... 12

TABELA 2.6 – ESPECIFICAÇÕES DOS FERTILIZANTES ORGANO-MINERAL E “COMPOSTO”.

(TABELA Nº 3 DO ANEXO DA PORTARIA Nº 01 DE 04 DE MARÇO DE 1983).................. 14

TABELA 2.7 – TEORES PERMISSÍVEIS DE METAIS PESADOS NO COMPOSTO DE RSU EM

ALGUNS PAISES DA EUROPA E ESTADOS UNIDOS, E VALORES MÁXIMOS DE METAIS

PESADOS PRESENTES NO SOLO PARA USO AGRÍCOLA EM SÃO PAULO, SEGUNDO A

CETESB (MG.KG-1). (MODIFICADO DE SILVA ET AL., 2002)...................................... 15

TABELA 2.8 – EMISSÕES DE METANO EM DIFERENTES TIPOS DE ATERRO (BAHR ET AL.,

2006)..................................................................................................................... 28

TABELA 2.9 – EMISSÃO DE CH4 EM ATERROS DE RSU. MEDIÇÃO ATRAVÉS DE PLACAS DE

FLUXO IN SITU......................................................................................................... 29

TABELA 2.10 - FATORES QUE INTERFEREM NA MOVIMENTAÇÃO DO BIOGÁS DENTRO DO

ATERRO (MACIEL, 2003). ...................................................................................... 30

TABELA 2.11 – PARÂMETROS IDEAIS E DE TOLERÂNCIA PARA OCORRÊNCIA DE OXIDAÇÃO

(HUBER-HUMER, 2004)....................................................................................... 38

TABELA 2.12 - COMPONENTES DE UM SISTEMA DE COBERTURA CONVENCIONAL DE ATERRO

(GILL ET AL., 1999)................................................................................................ 40

TABELA 2.13 – COMPOSIÇÃO PERCENTUAL DO BIOGÁS (HUBER-HUMER & LECHNER,

1999)..................................................................................................................... 45

xvii

TABELA 2.14 – RESULTADOS DE TAXAS OXIDATIVAS OBTIDOS POR KIGHTLEY ET AL. (1995)

E STREESE & STEGMANN (2003)....................................................................... 51

TABELA 2.15 - PROFUNDIDADES ONDE FORAM ENCONTRADAS ATIVIDADE OXIDATIVA. ....... 51

TABELA 2.16 – VALORES MÁXIMOS DE TAXA OXIDATIVA OBTIDOS POR KETTUNEN ET AL.

(2006) PARA OS DOIS MATERIAIS ANALISADOS, EM DIFERENTES TEMPERATURAS....... 55

TABELA 2.17 – ALGUNS VALORES DE TAXAS OXIDATIVAS ENCONTRADOS NA LITERATURA.. 57

CAPÍTULO 3

TABELA 3.1 – CARACTERÍSTICAS DO CROMATÓGRAFO. .................................................... 69

TABELA 3.2 – CONDIÇÕES OPERACIONAIS DO CROMATÓGRAFO GASOSO PARA AS ANÁLISES

DA COMPOSIÇÃO DOS GASES................................................................................... 70

TABELA 3.3 – FATORES DE CORREÇÃO UTILIZADOS (DIETZ, 1967). ................................. 73

CAPÍTULO 4

TABELA 4.1 – RESULTADO DO ENSAIO DE ESTABILIZAÇÃO. ............................................... 83

TABELA 4.2 – COEFICIENTES DE NÃO UNIFORMIDADE (CNU) DOS QUATRO MATERIAIS

UTILIZADOS............................................................................................................. 86

TABELA 4.3 – VALORES DE CAPACIDADE DE CAMPO OBTIDOS PARA OS QUATRO MATERIAIS

UTILIZADOS............................................................................................................. 90

TABELA 4.4 – POROSIDADE DOS MATERIAIS EM CADA COLUNA (%V/V). ............................. 98

TABELA 4.5 – MASSA ESPECÍFICA DOS GRÃOS DOS QUATRO MATERIAIS UTILIZADOS ......... 98

TABELA 4.6 – RESULTADOS DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA DE ATTERBERG PARA O SOLO

DO ATERRO. ......................................................................................................... 102

TABELA 4.7 – VALORES OBTIDOS PARA A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS MATERIAIS UTILIZADOS.

............................................................................................................................ 103

TABELA 4.8 – MASSA ESPECÍFICA (G/CM3) DO MATERIAL DENTRO DAS COLUNAS DE

OXIDAÇÃO (BASE ÚMIDA). ...................................................................................... 104

TABELA 4.9 - VALORES DE EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE CH4, EM PERCENTAGEM, DAS

COLUNAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS (M31 = MISTURA SOLO + COMPOSTO (3:1) E

M11 = MISTURA SOLO + COMPOSTO (1:1))............................................................. 113

TABELA 4.10 – VALORES DE EFICIÊNCIA DE COLUNAS EXPERIMENTAIS OBTIDAS NA

LITERATURA.......................................................................................................... 114

TABELA 4.11 – TEOR DE MATÉRIA ORGÂNICA DE ALGUNS MATERIAIS ENCONTRADOS NA

LITERATURA.......................................................................................................... 117

xviii

TABELA 4.12 - VALORES DE TAXA DE OXIDAÇÃO (G/M3.DIA), EM PERCENTAGEM, DAS

COLUNAS OXIDATIVAS EXPERIMENTAIS (M31 = MISTURA SOLO + COMPOSTO (3:1) E

M11 = MISTURA SOLO + COMPOSTO (1:1))............................................................. 119

TABELA 4.13 – VALOR MÁXIMO DE TAXA DE OXIDAÇÃO E O TEMPO NECESSÁRIO APÓS O

INÍCIO DOS ENSAIOS PARA QUE ESTE SEJA ATINGIDO. ............................................. 120

TABELA 4.14 – VALORES INICIAIS DE TAXA DE OXIDAÇÃO (G/M3.DIA) NO PRIMEIRO DIA DE

AQUISIÇÃO DE DADOS. .......................................................................................... 120

TABELA 4.15 – VALORES DAS TAXAS DE OXIDAÇÃO DAS COLUNAS EXPERIMENTAIS OBTIDAS

NA LITERATURA..................................................................................................... 121

1

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. A Importância do Estudo

Há algumas décadas, a observação de que a Terra estava se aquecendo, e

que vários problemas ambientais estavam surgindo em decorrência desse

aquecimento, levou vários países a começarem a pensar em uma política ambiental

que pudesse reverter, ou pelo menos amenizar, a tendência do aquecimento global.

O aquecimento do Planeta é um fenômeno natural dentro de uma certa taxa de

variação de temperatura. Entretanto, com o aumento da concentração de poluentes

antropogênicos emitidos para a atmosfera, dentre eles, o metano (CH4), este

fenômeno passou a ser danoso para a vida na Terra, uma vez que tem havido uma

aceleração anormal na elevação da temperatura global média.

O metano possui várias fontes geradoras, como por exemplo, os vulcões e

falhas geológicas, os pântanos e a decomposição de resíduos orgânicos, etc.

O processo natural de decomposição anaeróbia dos resíduos sólidos urbanos

(RSU) gera gás, e, aproximadamente, metade do gás gerado é metano (CH4). Ao lado

da cultura de arroz, pecuária, e combustão de biomassa, o CH4 gerado por aterros de

resíduos é uma das maiores fontes antropogênicas deste gás, considerado um dos

gases de efeito estufa, pois a emissão de CH4 para a atmosfera contribui para o

aumento da retenção de calor na Terra, produz seqüelas no balanço climático do

Planeta e polui o ar.

Soluções distintas para os problemas das emissões gasosas são necessárias,

uma vez que fontes distintas possuem soluções distintas para o mesmo problema.

Em muitos países, nos quais a disposição final desses resíduos em aterros é

bem regulamentada, várias iniciativas já foram tomadas na tentativa de se reduzir a

taxa de emissão de CH4 pelos aterros. Dentre as medidas adotadas, pode-se citar a

reciclagem, separação da fração orgânica para compostagem e a incineração.

Os gases gerados pelos aterros podem tanto ser lançados na atmosfera,

coletados e queimados em queimadores (flaires) ou usados para gerar energia. Um

caminho alternativo para se mitigar a emissão do CH4 para a atmosfera é a oxidação

microbiológica do CH4 quando este passa pela camada de cobertura do aterro.

2

1.2. Justificativa

Esta pesquisa procura contribuir para um melhor aproveitamento dos resíduos

sólidos orgânicos, agregando-lhe valor, além de ajudar a reduzir as quantidades e o

volume de resíduos depositados em aterros diariamente, o que poderá contribuir para

o aumento de sua vida útil.

O planejamento da pesquisa baseou-se na utilização do composto orgânico

oriundo da compostagem dos resíduos sólidos orgânicos urbanos, uma vez que dentro

do amplo leque de pesquisas que visam reduzir a emissão de metano para atmosfera,

há as que utilizam o potencial biológico para remediar os problemas ambientais. A

utilização do potencial biológico local é considerada uma das melhores opções, uma

vez que, na maioria dos casos, os impactos na fauna e flora local são reduzidos, ou

até mesmo evitados.

Para o caso das emissões de CH4, vários trabalhos relatam o papel das

bactérias metanotróficas presentes no solo de cobertura de aterros de RSU na

redução da emissão do CH4, gerado pelo próprio aterro, para a atmosfera.

Segundo WHALEN et al. (1990), a oxidação do metano (CH4) na cobertura de

aterros tem sido observada em várias ocasiões, e a exposição do solo às elevadas

concentrações de CH4 pode fazer com que este desenvolva uma elevada capacidade

oxidativa. Alguns pesquisadores têm investigado, com sucesso, a oxidação de metano

na cobertura de aterros tanto in situ (KIGHTLEY et al., 1995; BOECKX & CLEEMPUT,

1996; BOGNER et al., 1997; HILGER & HUBER-HUMER, 2003; KALLISTOVA et al.,

2005), quanto em laboratório (KIGHTLEY et al., 1995; HUBER-HUMER & LECHNER,

1999; DE VISSCHER et al., 2001; KETTUNEN et al., 2006).

Vários materiais já foram propostos como substrato de oxidação. Todos

monstraram possuir capacidade oxidativa. Dentre estes materiais, pode-se citar a

argila (MAURICE & LAGERKVIST, 2004), areia (KIGHTLEY et al., 1995), composto de

lodo de esgoto (HUBER-HUMER & LECHNER, 1999; KETTUNEN et al., 2006) e

composto orgânico de RSU (HUBER-HUMER & LECHNER, 1999; CHAPMAN et al.,

2005).

Embora se saiba que diversos materiais possuam a capacidade de oxidar o

metano, e a ação oxidativa é regida basicamente por processos biológicos, diversos

fatores físicos (umidade, temperatura) e químicos (pH, Na+, NH4+), interferem positiva,

ou negativamente neste processo. Excetuando-se isso, sabe-se que a fauna

microbiológica é variável de um local a outro por causa de vários fatores, dentre os

quais podem-se citar os climáticos.

3

Desta forma, e sabendo-se que os trabalhos com barreiras oxidativas no Brasil

ainda são incipientes, levou-se a focar este trabalho na análise comparativa de quatro

diferentes composições de barreiras oxidativas experimentais em relação ao seu

potencial de oxidar o metano.

1.3. Objetivo

Desenvolver uma solução econômica com um material à base de composto

orgânico para reduzir as emissões de metano em aterros de resíduos sólidos urbanos.

1.4. Organização da tese

Este trabalho foi divido em 5 partes. No capítulo 2 foi realizada uma revisão

bibliográfica no qual são abordados os temas oxidação do metano, aquecimento

global, aterro de resíduos sólidos e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU).

No capítulo 3 está descrita a metodologia que foi empregada para o desenvolvimento

do tema proposto. Já o capítulo 4 está destinado à apresentação dos resultados

obtidos e à discussão dos mesmos. As conclusões e as sugestões para futuros

trabalhos são descritas no subseqüente capítulo. Na última parte deste trabalho, têm-

se as referências bibliográficas.

4

CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Aquecimento Global

Define-se por aquecimento global o aumento da temperatura média da

superfície terrestre próxima à crosta. Normalmente, este termo vem associado ao

conceito de efeito estufa, uma vez que o aquecimento global é uma conseqüência,

entre outras coisas, do aumento do efeito estufa.

O efeito estufa é o resultado de um processo no qual parte dos raios

infravermelhos refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases

presentes na atmosfera e tem como conseqüência o aquecimento da superfície do

Planeta. Este processo faz com que a temperatura terrestre seja maior do que a que

seria na ausência de atmosfera, sendo assim, o efeito estufa é um processo natural,

sem o qual a vida na Terra, tal qual conhecemos, não seria possível.

A atmosfera terrestre é composta por nitrogênio (N2 - 78,1%), oxigênio (O2 -

20,9%), argônio (Ar - 0,93%) e outros gases traços. Os principais gases atmosféricos

possuem apenas uma interação limitada com a irradiação solar. Contudo, alguns

gases traços, como por exemplo, o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido

nitroso (N2O) e ozônio (O3), além do vapor d’água (H2O), são capazes de absorver e

refletir os raios infravermelhos. Estes gases são denominados gases de efeito estufa,

e desempenham um papel crucial para o balanço energético da Terra.

Além de gases, a atmosfera também é composta por partículas sólidas,

líquidas (aerossóis) e nuvens que interagem com as radiações emitidas e absorvidas.

As atividades antropológicas, em particular aquelas que envolvem a utilização

de combustível fóssil ou de biomassa, emitem gases de efeito estufa e aerossóis que

afetam a composição da atmosfera.

A atividade humana, assim como de qualquer outro ser vivo, influência o meio.

Contudo, foi a partir da Revolução Industrial (século XVIII), que o impacto

antropogênico teve um crescente exponencial.

Por quase mil anos antes da Revolução Industrial, a quantidade de gases de

efeito estufa permaneceu relativamente constante, como pode se verificado na Figura

2.1. Desde então, a concentração de vários destes gases elevou-se. Por exemplo, a

quantidade de CO2, cresceu mais de 30% desde a era pré-industrial e continua

crescendo numa taxa aproximada de 0,4% ao ano, principalmente devido à combustão

5

de combustível fóssil e ao desmatamento. A concentração de outros componentes

atmosféricos naturais, tais como CH4 e N2O, também aumentou devido ao crescimento

da atividade industrial, agricultura, entre outros. A concentração de óxidos de

nitrogênio (NO e N2O) e monóxido de carbono (CO) também aumentou. Muito embora

estes gases não sejam gases de efeito estufa, eles desempenham um papel

importante na química atmosférica por terem contribuído para o aumento da

concentração do O3 da troposfera em 40% desde a era pré-industrial (IPCC, 2007)

Figura 2.1 – Concentrações atmosféricas de N2O, CO2 e CH4 nos últimos 10.000 anos (gráfico externo) e desde 1750 (gráfico interno). As medidas mostradas correspondem a medições em gelo glacial (diferentes cores para diferentes estudos) ou amostras atmosféricas (linha vermelha) (IPCC, 2007).

Para o caso do CO2, enquanto que no período pré-industrial as concentrações

eram em torno de 280 ppm, em 2005 passaram para 379 ppm. Segundo o IPCC

(2007), estes níveis de 2005 passaram de longe os valores naturais médios dos

últimos 650.000 de anos (180 para 360 ppm)

No caso brasileiro, a principal fonte de emissão de CO2 é a destruição da

vegetação natural, com destaque para o desmatamento na Amazônia e as queimadas

no cerrado, respondendo por mais de 75% das emissões brasileiras de CO2, e, por

6

isso, sendo a responsável por colocar o Brasil entre os dez maiores emissores de

gases de efeito estufa para a atmosfera (IBGE, 2008)(Tabela 2.1)

Tabela 2.1 - Estimativas das emissões CO2 e CH4, considerados os principais gases de efeito estufa de origem antrópica (em 1000 t), por tipo de gás, segundo os setores de emissão - Brasil - 1990/1994 (IBGE, 2008).

Gás Setores de emissão Ano CO2 CH4 N2O

1990 978.583 12.299 490 Total

1994 1.029.706 13.173 550

1990 203.353 439 8 Produção de energia 1994 236.505 401 9

1990 16.949 3 8

1994 16.870 3 14 Processos industriais

1994 ... ... ...

1990 ... 9.506 451 Agropecuária

1994 ... 10.161 503

1990 758.281 1.615 11 Mudança no uso da terra e florestas 1994 776.331 1.805 12

1990 ... 737 12 Tratamento de resíduos 1994 ... 803 12

No que se diz respeito às emissões de CH4, no caso brasileiro, a maior

preocupação em relação às fontes emissoras de CH4 é com a pecuária, uma vez que

esta contribuiu com 77% das emissões deste gás no ano de 1994, enquanto que o

tratamento de resíduos teve uma contribuição de apenas 6,1%.

Fato este bastante diferente do observado para os Estados Unidos da América

(EUA), cuja maior fonte antropogênica de CH4 são os aterros de resíduos,

correspondendo a 24,1% do total das emissões no ano de 2003, como pode ser

analisado na Tabela 2.2.

7

Tabela 2.2 – Algumas fontes antrópicas de emissão de metano no EUA (valores em Tg CO2 eq) (USEPA, 2006)

Fonte 1990 2003

Aterros 172,2 131,2

Fermentação entérica 117,9 115,0

Cultivo de arroz 7,1 6,9

Produção petroquímica 1,2 1,5

Resíduos da queima na agricultura 0,7 0,8

Total 605,3 544,9

Tal constatação fica fácil de ser observada quando se verifica que o Brasil, no

ano de 2007, tinha um rebanho bovino de 199.752.014 cabeças. Segundo o IBGE

(2007), o Brasil, no ano de 2007, foi líder de exportação de carne bovina, com volume

exportado 56,0% superior ao da Austrália, segundo maior exportador.

2.2. A Importância da Segregação dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

Os resíduos resultantes da atividade humana podem ter como destino os

aterros. Contudo, com o aumento exponencial da quantidade de resíduos e da

evolução tecnológica, aliados ao interesse econômico de busca por matérias primas

de baixo custo, alguns resíduos passaram a ser reaproveitados, seja na forma de

produtos, seja na forma de energia.

A coleta seletiva tem como objetivo a separação dos resíduos urbanos pelas

suas propriedades e pelo destino que lhes pode ser dado, com o intuito de tornar mais

fácil e eficiente a sua recuperação. O fundamento deste processo é a separação, pela

população, dos materiais recicláveis (papéis, vidros, plásticos e metais) do restante do

resíduo, que é destinado aos aterros ou usinas de compostagem, como é o caso de

alguns países europeus como Alemanha e França.

No Brasil, em algumas cidades, a população já realiza a separação dos

resíduos dentro de casa, em outras, esta separação ocorre dentro de usinas de

triagem e compostagem. Entretanto, existem alguns problemas neste dois processos

que precisam ser reformulados e reorganizados.

8

Das 228.413,0 t/dia de resíduos coletados no Brasil em 2000, apenas 6.549,7

t/dia tiveram como destino uma das 260 usinas de compostagem existentes no país

(IBGE, 2002). Quantidade pequena se levado em consideração que o resíduo urbano

brasileiro é rico em matéria orgânica, como pode ser analisado na Tabela 2.3 e na

Tabela 2.4.

Tabela 2.3 – Composição gravimétrica dos resíduos de algumas cidades brasileiras e estrangeiras (MANASSERO et al., 1996 apud BORGATTO, 2006).

Composição Gravimétrica (%)

Localização Metal Papel Plástico Couro,

galhos e borracha

Têxteis Matéria

Orgânica Vidros Outros

B. Horizonte 3,0 10,0 11,0 2,5 0,5 67,0 3,0 4,0

Salvador 2,4 10,5 15,0 2,6 1,0 60,0 2,0 6,5

Brasília 3,0 20,0 15,0 1,5 1,0 49,0 2,0 8,5 Dona Juana (Colômbia) 3,4 13,6 10,3 6,5 2,5 49,5 2,5 11,7

Bangkok (Tailândia) 1,0 25,0 - 7,0 3,0 44,0 1,0 19,0

Cochabamba (Bolívia) 1,0 2,0 3,0 1,0 - 71,0 1,0 21,0

Nova York (EUA) 5,0 22,0 - 3,0 - 20,0 6,0 44,0

Genebra (Suíça) 2,5 31,0 9,5 4,0 5,0 28,0 9,0 11,0

Na Tabela 2.3 também pode-se notar que a quantidade de material orgânico

presente no resíduo urbano brasileiro é bem maior do que o observado para países

considerados desenvolvidos, como Suíça e Estados Unidos. Esta mesma

característica também é observada para o resíduo urbano gerado no município do Rio

de Janeiro, como pode ser analisado na Tabela 2.4.

9

Tabela 2.4 - Composição gravimétrica do resíduo urbano gerado no município do Rio de Janeiro - 1995 - 2007

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

45,23 44,07 43,23 45,43 47,39 43,26 43,96 41,10 40,14 32,85 33,74 33,84 36,27Papel - 24,05 22,26 21,08 22,22 21,85 19,77 18,71 18,78 16,06 12,48 13,51 14,83 14,61

Plástico (2) 15,07 15,09 16,11 16,78 19,90 17,61 19,77 17,61 19,17 15,44 15,34 14,69 17,17Vidro(3) 2,62 3,63 3,22 3,68 3,48 3,22 3,52 2,74 2,99 3,23 3,24 2,71 2,90Metal (4) 3,49 3,09 2,82 2,75 2,16 2,66 1,96 1,97 1,92 1,70 1,65 1,61 1,59

45,43 48,80 49,09 48,51 50,05 51,27 51,65 55,96 53,05 59,72 60,74 61,35 58,13

9,34 7,13 7,68 6,08 2,56 5,47 4,39 2,94 6,82 7,42 5,52 4,82 5,61Inerte total 0,44 0,97 1,53 0,89 0,63 0,94 0,72 0,35 1,46 1,37 0,86 0,75 0,73

Folha / flores 4,81 2,46 3,04 1,97 0,72 1,91 1,50 0,60 2,34 2,12 1,06 1,30 1,75Madeira 0,96 0,53 0,76 0,68 0,18 0,44 0,44 0,38 0,66 0,66 0,34 0,33 0,38

Borracha 0,17 0,18 0,24 0,33 0,11 0,30 0,29 0,18 0,25 0,22 0,24 0,32 0,21Pano - Trapo 2,43 2,50 1,71 1,90 0,79 1,61 1,28 1,21 1,83 1,51 1,58 1,61 1,75

Couro 0,26 0,16 0,27 0,21 0,10 0,18 0,10 0,15 0,26 0,27 0,22 0,07 0,21Osso 0,27 0,33 0,13 0,08 0,03 0,09 0,06 0,07 0,01 0,00 0,04 0,02 0,00Coco ... ... ... ... ... ... ... ... ... 1,27 1,17 0,41 0,58Vela / ... ... ... ... ... ... ... ... ... 0,01 0,01 0,01 0,01

Total (%) 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,01Peso Específico 203,58 194,79 163,98 168,15 186,10 198,47 169,02 150,81 154,44 153,60 148,35 144,93 144,54Teor de Umidade 64,54 70,20 67,02 63,67 63,10 62,91 60,89 63,74 72,49 76,55 50,45 56,86 65,22Peso da amostra ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 16.625,80 17.144,54

Fonte: PCRJ, Companhia Municipal de Limpeza Urbana – COMLURB.(1) - papel, papelão e tetra pack (2) plástico duro, PET, filme(3) vidro caro e escuro(4) - metal ferroso e não ferroso(5) matéria orgânica putrescivel e agregado fino (6) - pedra, areia, louça e cerâmica

Rejeitos

Matéria Orgânica (5)

Componentes (%)

Recicláveis

10

Fato curioso ao se analisar a Tabela 2.4, é que entre 1995 e 2007, houve uma

diminuição da percentagem de recicláveis (matéria orgânica não incluída). Esperava-

se que o percentual de recicláveis aumentasse, uma vez que com o passar do tempo

mais materiais reutilizáveis são introduzidos no mercado e mais efetiva tornam-se as

ações de conscientização junto à população. Entretanto, este fato, por estar atrelado

ao fator econômico, podendo indicar um empobrecimento da população carioca, uma

vez que o aumento percentual de matéria orgânica no resíduo é um indicativo de

redução de poder aquisitivo de uma população. Quanto maior este percentual, menor

o poder aquisitivo da população, uma vez que alimentos in natura são mais baratos do

que os processados ou industrializados.

No entanto, para o caso específico do município do Rio de Janeiro, um outro

fator pode influenciar os resultados: existência de um mercado informal de recicláveis,

que movimenta milhares de reais e emprega, informalmente, um grande número de

pessoas.

Entretanto, independente de como o processo de segregação dos resíduos

sólidos é gerenciado, e da grande quantidade de material orgânico presente nos

resíduos de um determinado município, a instalação de usinas de triagem, reciclagem

e compostagem, são de grande interesse, não apenas para o município do Rio de

Janeiro, mas para o País, uma vez que, para que haja uma adequada gestão de

resíduos urbanos, faz-se necessária a implantação deste tipo de usina, já que, através

da compostagem, há redução de volume do resíduo, e com isso volumes menores de

resíduos são destinados aos aterros, além de propiciar a reintrodução da matéria

orgânica ao ciclo de produção.

Porém, um dos grandes obstáculos para a utilização do composto orgânico

oriundo da compostagem de RSU é a preocupação com a presença de agentes

patológicos e metais pesados. Estes problemas podem ser minimizados, e até

extintos, se a separação da matéria orgânica for criteriosa (redução da concentração

de metais contaminantes) e se a cura no pátio de compostagem for feita de maneira

adequada (a elevação da temperatura durante o processo de maturação do composto

elimina a presença de patógenos).

No município do Rio de Janeiro, a Usina de Triagem e Compostagem do Caju

produziu, em outubro de 2006, adubo orgânico com as seguintes características físico-

químicas como pode ser observado na Tabela 2.5. Pela análise destes dados, verifica-

se o composto orgânico do produzido pela Usina do Caju só poderá ser utilizado se os

padrões da USEPA puderem ser adotados, caso contrário, se os padrões da CETESB

11

forem adotados, o composto orgânico não poderá ser utilizado como fertilizante

orgânico.

12

Tabela 2.5 – Resultados das análises físico-químicas realizadas como o composto produzido na Usina de Triagem e Compostagem do Caju – RJ em agosto de 2006 (COMLURB, 2007)

Limites para Composto Orgânico Parâmetros Amostra IN USEPA CESTESB pH (em solução CaCl2 0,01 M) 8,16 Mínimo 6,50 - - Peso Específico (kg/m3 ou g/L) 294,25 - - - Teor de Umidade (%) 39,61 Máximo 50% - - Matéria Orgânica Total (% base seca) 50,39 Mínimo 40% - - Resíduo Mineral Total (% base seca) 32,80 - - - Resíduo Mineral Insolúvel (% base seca) 15,76 - - - Resíduo Mineral Solúvel (% base seca) 17,04 - - - Nitrogênio Total (% N, base seca) 1,51 Mínimo 1% - - Carbono Total (% base seca, obtido por cálculo a partir da matéria orgânica total) 28,00 - - -

Relação C/N 18/1 Máximo 18/1 - - Cálcio (% CaO, base seca ) 5,68 - - - Potássio (% K2O, base seca) 1,61 - - - Ferro Total (mg Fe/kg, base seca) 1.3400,00 - - -

Cromo Total (mg Cr/kg, base seca) 250,00 - Máximo 1.200 150

Chumbo Total (mg Pb/kg, base seca) 160,00 - Máximo 300 18

Zinco Total (mg Zn/kg, base seca) 610,00 - Máximo 2.800 450

Cádmio Total (mg Cd/kg, base seca) 0,00 - Máximo 39 3

Cobre Total (mg Cu/kg, base seca) 160,00 - Máximo 1.500 200

Níquel Total (mg Ni/kg, base seca) 100,00 - Máximo 420 70

SódioTotal (mg Na/kg, base seca ) 18800,00 - - -

LEGENDA: IN – Instrução Normativa Nº23 de 31 de agosto de 2005. USEPA - Part 503. Amostra no 592 - composto peneirado em peneira de 22 mm - leira 08/08/06 (com moinho). CETESB – Limites de intervenção (mg/kg)

13

2.2.1. O Composto Orgânico

O composto orgânico ou fertilizante composto é um produto homogêneo obtido

por meio de um processo biológico (compostagem) no qual a matéria orgânica

existente é convertida em outro tipo de matéria mais estável pela ação de

microrganismos. Os resíduos podem ser restos agrícolas, esterco de animais ou

resíduos urbanos, separados ou combinados.

Dentre os vários processos utilizados para o manejo de resíduos orgânicos

apenas o processo biológico da compostagem resulta na estabilização deste tipo de

resíduo. Dos benefícios da compostagem, pode-se citar a diminuição de massa e

volume do resíduo orgânico, reciclagem de nutrientes, manutenção ou recuperação da

matéria orgânica e outras propriedades físicas do solo, redução de problemas nos

aterros de disposição e biodegradação de componentes tóxicos e outros

contaminantes orgânicos (BOULTER et al., 2000).

A utilização de composto orgânico na atividade agronômica depende

principalmente da qualidade do composto produzido. Contudo, no Brasil, não existe

uma legislação específica que regulamente a produção e comercialização deste

composto oriundo do processo de compostagem.

Desta forma, o composto orgânico produzido no Brasil é comercializado sob a

denominação de fertilizante composto (Decreto-Lei nº 4954), mas suas características

deverão obedecer às especificações da legislação existente para fertilizantes, que

dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e comercialização de fertilizantes

e corretivos agrícolas, e aprovam normas sobre especificações, garantias e

tolerâncias.

Na Tabela 2.6 são observados os índices que o composto orgânico produzido

deve atender, segundo valores estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, para que

possa ser comercializado.

14

Tabela 2.6 – Especificações dos fertilizantes organo-mineral e “composto”. (Tabela Nº 3 do anexo da Portaria nº 01 de 04 de março de 1983).

Garantia Organo-mineral “Composto” Matéria orgânica total Mínimo de 15% Mínimo de 40% Nitrogênio total Conforme declarado no registro Mínimo de 1,0% Umidade Máximo de 20% Máximo de 40% Relação C/N Conforme declarado no registro 18/1 pH Conforme declarado no registro - P2O5 Mínimo de 12% - K2O Organo-mineral - Soma (NPK, NP, PK, ou NK) Mínimo de 15% -

Diferentemente de outros países, o Brasil ainda não possui normatização

técnica que estabeleça limites para os metais pesados no composto. Atualmente, tem-

se tomado como referência o Relatório de Estabelecimento de Valores Orientadores

para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo (CETESB, 2005). Por este

relatório, estabelecem-se limites máximos para a concentração de metais pesados que

podem estar presentes no solo para uso na agricultura.

A legislação em vigor em outros países tolera a presença de metais pesados

em pequenas quantidades no composto proveniente do RSU para que este seja

empregado na agricultura, isto é, a legislação destes países permite o acúmulo de

metais pesados no solo até um determinado limite máximo estabelecido por uma

legislação.

Na Tabela 2.7 observa-se uma comparação entre os limites máximos que

podem estar presentes no solo no estado de São Paulo e em alguns países

desenvolvidos.

15

Tabela 2.7 – Teores permissíveis de metais pesados no composto de RSU em alguns paises da Europa e Estados Unidos, e valores máximos de metais pesados presentes no solo para uso agrícola em São Paulo, segundo a CETESB (mg.kg-1). (modificado de SILVA et al., 2002).

Metal Pesado (mg.Kg-1) País

Pb Cu Zn Cr Ni Cd Hg

Alemanha 150 100 400 100 50 15 1

Estados Unidos 300 1500 2800 1200 420 39 5

França 800 - - - 200 8 8

Áustria 900 1000 1500 300 200 6 4

Itália 500 600 2500 500 200 10 10

Suíça 150 150 500 - - 3 3

Holanda 20 300 900 50 50 2 2

Brasil 18 200 450 150 70 3 12

Em uma análise mais detalhada da Tabela 2.7, observa-se que existe uma

pequena tolerância quanto à presença de metais pesados no composto, e que os

limites tolerados no Brasil são menores, na maioria dos casos, que de países

desenvolvidos.

Visto isso, na prática, tolera-se um limite máximo de metais pesados no

composto do RSU, pois o destino e a especificação de cada metal depende da

quantidade de matéria orgânica presente nesse solo e do tipo de planta e/ou sistema

biológicos que aí existam.

Ressalte-se que nenhum dos regulamentos e leis citados na Tabela 2.6

permitem a presença no fertilizante, composto ou não, de agentes fitotóxicos, agentes

poluentes, pragas, ervas daninhas e agentes patogênicos ao homem, animais e

plantas, fato este facilmente compreensível, uma vez que, o produto agrícola

fertilizado com o composto orgânico será consumido pela população humana

2.3. Tratamento e Disposição dos Resíduos Sólidos Urbanos

Os resíduos sólidos urbanos (RSU), mais conhecidos como lixo, constituem

uma preocupação ambiental mundial, especialmente em grandes centros urbanos de

países subdesenvolvidos. A geração de RSU, proporcional ao crescimento

populacional, suscita uma maior demanda por serviços de coleta pública e esses

16

resíduos, se não coletados e tratados adequadamente, provocam efeitos diretos e

indiretos à saúde, além da degradação ambiental.

A preocupação mundial em relação aos problemas ligados aos RSU consta no

capítulo 21 do documento final produzido na Conferência da Organização das Nações

Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a Eco-92. Este

documento propõe como um dos principais compromissos da humanidade para as

futuras gerações o Desenvolvimento Sustentável, que deverá conciliar justiça social,

eficiência econômica e equilíbrio ambiental (UN, 1999).

As diretrizes da Agenda 21 brasileira seguem as recomendações da CNUMAD

e indicam como estratégias para o gerenciamento adequado de RSU: a minimização

da produção de resíduos; a maximização de práticas de reutilização e reciclagem

ambientalmente corretas; a promoção de sistemas de tratamento e disposição de

resíduos compatíveis com a preservação ambiental; a extensão de cobertura dos

serviços de coleta e destino final (MMA, 1999).

Em um gerenciamento de RSU, o sistema de limpeza urbana é integrado pelas

etapas de geração, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final

dos resíduos sólidos, além da limpeza de logradouros públicos. A coleta do lixo

brasileira é a etapa que mais se desenvolveu no sistema de limpeza urbana e o que

apresenta maior abrangência de atendimento junto à população sendo a atividade que

tem o maior aporte de recursos do poder municipal.

Segundo a Constituição Federal brasileira, artigo 30, são as prefeituras as

responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos sólidos. Entretanto, a operação desse

sistema a nível municipal necessita de pleno engajamento das prefeituras para que

haja um fluxo contínuo, e permanente, de recursos para esse setor. Isto gera uma

certa fragilidade nesta área, especialmente em épocas de troca de governo e

renovações contratuais, uma vez que a escassez de recursos financeiros, que pode vir

a ocorrer, origina uma dificuldade na disposição dos resíduos de forma correta e de

acordo com as normas ambientais.

Independentemente do órgão responsável pelo gerenciamento dos resíduos,

os resíduos sólidos urbanos, por serem inesgotáveis, são um sério problema para os

órgãos responsáveis pela limpeza pública, pois diariamente grandes volumes de

resíduos de toda natureza são dispostos no meio urbano, necessitando destino final

adequado.

No Brasil, foram coletados 228.413,0 t/dia de resíduos no ano de 2000. Deste,

40,5% tiveram destino adequado, enquanto que 59,5% tiveram como destino locais

17

inadequados. Verifica-se que uma grande quantidade dos resíduos coletados ainda

tem destino inadequado, mas estes valores estão bem melhores do que os

observados para o ano de 1989 (28,8% e 71,2%, respectivamente, para uma coleta de

96.287 t/dia), significando que embora ainda não seja o ideal, o Brasil esta

caminhando na rota certa no que diz respeito ao destino final de seus resíduos

coletados (IBGE, 2002).

Em 2006, 97,1% dos resíduos gerados foram coletados nas cidades,

entretanto, apenas 24,6% foram coletados no campo. Embora não sejam os valores

ideais em nenhum dos casos, já é uma avanço, uma vez que em 1992 apenas 79,7%

e 6,7% dos resíduos foram coletados, respectivamente nestes locais (Figura 2.2 e

Figura 2.3) (IBGE, 2008).

No entanto, o percentual de resíduos com destino inadequado é muito maior do

que o citado na pesquisa, uma vez que nesta pesquisa foram computados apenas os

dados dos resíduos coletados, não levando em conta os resíduos descartados antes

de serem coletados. Assim, políticas que visem um sistema de coleta abrangente

poderiam melhorar o quadro de destino final brasileiro.

Segundo o IBGE (2008), houve uma drástica redução, nos últimos anos, tanto

nas áreas rurais quanto nas áreas urbanas, de descarte de resíduos sólidos em locais

considerados inadequados.

Ano

1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006

% d

os R

esíd

uos

Col

etad

os

0,1

1

10

100

Coletado Queimando o enterrado na propriedade Jogado em aterro baldio ou logradouro Jogado em rio, lago ou mar Outro destino

Área Urbana

Figura 2.2 - Tipo de destino dos resíduos gerados no Brasil nos anos de 1992 a 2006 – Zona Urbana (ordenada em escala logarítmica)(IBGE, 2008).

18

Zona Urbana

Ano

1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006

% d

os R

esíd

uos

Col

etad

os

0

10

20

30

40

50

60

Coletado Queimando o enterrado na propriedade Jogado em aterro baldio ou logradouro Jogado em rio, lago ou mar Outro destino

Área Rural

Figura 2.3 - Tipo de destino dos resíduos gerados no Brasil nos anos de 1992 a 2006 – Zona Rural (IBGE, 2008)

No estado do Rio de Janeiro, a situação da coleta e destino final dos resíduos

não é diferente da observada para o País. No ano de 2006, o estado do Rio de Janeiro

teve coletados 98,9% dos resíduos da zona urbana e 75,2% dos resíduos da zona

rural.

Para a área urbana, o estado do Rio de Janeiro consegue atender quase a

totalidade das residências. Ainda há um déficit na coleta das áreas rurais, e o principal

empecilho para que não haja uma universalização do serviço nestas áreas é a maior

dispersão das moradias existente nestes locais. É bem provável que este cenário não

se modifique no curto prazo. Por isso, ao analisar a Figura 2.4, observa-se que nestas

regiões há uma predominância de queima ou enterro do resíduo na própria

propriedade.

No entanto, embora em 2006 tenham sido coletados 75,2% dos resíduos na

área rural, em 2002, esta coleta atingiu apenas 59,1% da população rural, sendo

considerada uma variação significativa e em um curto período de tempo (IBGE, 2008)

19

Urbana Rural

% d

os R

esíd

uos

Col

etad

os

0,1

1

10

100

Figura 2.4 – Tipo de destinação final dos resíduos sólidos no estado do Rio de Janeiro no ano de 2006 (ordenada em escala logarítmica) (IBGE, 2008)

No ano de 2000, foram coletados 16.200,6 t/dia de resíduos no estado do Rio

de Janeiro. Deste material coletado, 48,4% tiveram um destino final adequado, e

51,6% tiveram um destino final inadequado (IBGE, 2008).

Comparando estes resultados com os observados para o Brasil para o mesmo

ano de 2000 (46,6% para destino adequado e 53,4% para destino inadequado),

verifica-se que o estado do Rio de Janeiro apresenta valores de destino final

considerados bem próximos aos encontrados para o País (Figura 2.5).

20

Brasil Rio de Janeiro

Dis

posi

ção

(%)

0

10

20

30

40

50

60AdequandoIndequando

Figura 2.5 – Quantidade de resíduo coletado por destino final (IBGE, 2008)

Segundo o IBGE (2002), o estado do Rio de Janeiro é composto por 92

municípios e conta com 273 pontos de destino final, que atendem a uma população,

que em 2007, era de 15.420.375 habitantes.

Dentre os aterros sanitários do Estado citam-se o de Rio das Ostras, Nova

Iguaçu, Piraí, e Macaé. E dentre os aterros controlados do estado, pode-se citar o de

Angra dos Reis, Duque de Caxias (Gramacho), Nova Friburgo, Resende, Teresópolis,

Barra do Piraí, Rio Bonito, Santa Maria Madalena, Petrópolis, Miracema, Maricá,

Porciúncula e Natividade.

Na cidade do Rio de Janeiro, a responsável pelo gerenciamento do RSU

gerado é a Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Município do Rio de Janeiro –

COMLURB, que disponibiliza os dados sobre coleta e varrição no site da Prefeitura do

Município do Rio de Janeiro1.

Desta forma, segundo a COMLURB, foram coletados, no ano de 2007,

1.519.337,59 t/ano de resíduos domiciliares e 1.315.377,06 t/ano de resíduos públicos

para uma população residente de 5.924.834,38 habitantes no município do Rio de

Janeiro. Entretanto, foram depositados em aterros, neste mesmo ano, 3.204.411,68

toneladas de resíduos municipal 2 (Figura 2.6).

1 Todas os dados sobre resíduos do município do Rio de Janeiro referentes à COMLURB foram obtidos no link do site da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro denominado armazém de dados. <http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br> 2 Resíduo Municipal, segundo a COMLURB, é a junção dos resíduos domiciliar, público, hospitalar, industrial, órgãos públicos, demolição, e grandes geradores.

21

Hospitalar Outros G Geradores Publico Domiciliar

Res

íduo

s D

ispo

stos

em

Ate

rro (%

)

0

10

20

30

40

50

Figura 2.6 – Contribuição percentual, segundo categoria, resíduos coletados e disposto nos aterros no ano de 2007. G Geradores = Grandes Geradores (COMLURB, 2007).

São considerados pela COMLURB como sendo resíduos domiciliares aqueles

que são gerados nas residências em geral, compostos basicamente de restos de

alimentos, embalagens e outros resíduos domésticos. Os resíduos públicos são os

resíduos sólidos provenientes de serviços de varrição, raspagem, capina e outros que

se façam necessários para a conservação e limpeza de logradouros e demais áreas

de uso público. Já o resíduo de grandes geradores são aqueles que são do tipo

domiciliar, mas gerado exclusivamente em imóveis não residenciais (estabelecimentos

comerciais, de serviço, instituições públicas em geral e demais imóveis não

residenciais), cuja produção diária exceda o volume de 120 litros ou peso de 60 kg. E,

finalmente, a categoria “outros” engloba os resíduos de demolição, industriais, órgãos

públicos e particulares.

A maior parte dos resíduos produzidos no município são destinados pela

COMLURB ao aterro municipal de Gramacho, que localiza-se no município de Duque

de Caxias. Apenas uma pequena parte tem como destino o aterro controlado de

Gericinó3, que se localiza dentro do próprio município do Rio de Janeiro.

3 O aterro de Gericinó é o ex-aterro de Bangu, que foi retaludado e reaberto para receber parte dos resíduos do município do Rio de Janeiro.

22

2.3.1. Aterro de Resíduos Sólidos Urbanos

O IBGE considera como sendo um destino adequado ao resíduo sólido urbano

a sua disposição final em aterros sanitários, em estações de triagem, reciclagem e

compostagem ou a incineração por meio de equipamentos e procedimentos próprios

para este fim.

Entende-se como destino final inadequado, o lançamento do RSU sem

qualquer tipo de tratamento prévio, em vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas

alagadas, locais não fixos e outros destinos, bem como, a queima a céu aberto sem

nenhum tipo de equipamento. O IBGE também considera a disposição final de

resíduos sólidos em aterros controlados como uma forma inadequada de disposição,

principalmente pelo potencial poluidor representado pelo chorume que não é

controlado neste tipo de destino.

Muitas são as descrições dadas sobre o que vem a ser um aterro sanitário para

resíduos sólidos urbanos. Entretanto, é a norma da NBR 8419/92 (ABNT, 1992) que

fixa as condições mínimas exigíveis para a apresentação de projetos de aterros

sanitário de RSU para qualquer município brasileiro (Figura 2.7).

Figura 2.7 – Desenho esquemático de um aterro sanitário (LIXO, 2009)

Uma das exigências da referida norma é o recobrimento diário dos resíduos

depositados. Este recobrimento tem como função fechar e isolar os resíduos ali

depositados com o intuito de reduzir a penetração da água das chuvas para a massa

de resíduos, prevenindo assim o aumento e diluição do chorume, e de prevenir o

23

aparecimento de vetores, o que poderia causar transtornos para a população residente

do entorno do aterro.

Após o encerramento das atividades dentro do aterro, este recebe uma

camada final de recobrimento. Por esta camada não ser única, muitos a chamam de

sistema de cobertura. Este sistema deverá permanecer funcional por décadas ou

mesmo séculos, uma vez que sua função primordial é isolar os resíduos depositados.

Problemas com erosão e estabilidade deverão ser levados em consideração no

momento da construção deste sistema, o que poderá propiciar uma vida longa ao

aterro que se encerrou.

Por causa desta função de isolar os resíduos depositados do ambiente, este

sistema de proteção pode ser considerado o componente mais importante do

gerenciamento de resíduos em um aterro (WEAND et al., 1999), ao lado do tratamento

do biogás e do chorume gerados.

Entretanto, a utilização de cobertura nos aterros é um conceito recente.

Atualmente, quase todos os aterros utilizam um sistema de cobertura no momento de

seu encerramento, não deixando os resíduos a céu aberto. Tal procedimento é

considerado como sendo um processo de remediação da área (GILL et al., 1999;

WEAND et al., 1999)

Usualmente, utiliza-se argila compactada e/ou materiais sintéticos como

materiais para a construção destes sistemas.

2.4. Geração de Metano em Aterros de Resíduos Sólidos Urbanos

2.4.1. O Metano

O metano é um composto químico com a fórmula molecular CH4. É o

hidrocarboneto (alcano) mais simples e o principal componente do gás natural

(aproximadamente 97% em volume). Possui uma meia-vida atmosférica de 9 anos

(IPCC, 2007) e, a temperatura ambiente, o CH4 é incolor e inodoro.

Possui ponto de fusão de -182,6ºC e, quando em contato com o ar, se

transforma em uma mistura de alto teor explosivo quando sua concentração, no ar, for

entre 5% e 15%.

A queima de uma molécula de CH4 na presença de oxigênio libera uma

molécula de gás carbônico (CO2) e duas de água (H2O) (Equação 2.1):

24

molkcalbiomassaOHCOCOCH /8,21022 2224 −++⇒+ Equação 2.1

O metano é o principal hidrocarboneto presente na atmosfera, e sua

concentração atmosférica é estimada em 1,73ppm (LELIEVELD et al., 1998).

Variações médias de 0,09ppm são observadas entre os hemisférios Norte e Sul, além

de variações sazonais em torno de 0,03ppm (MAYER et al., 1982).

A emissão anual de CH4, estimada através da análise do ar preso no gelo

polar, era de 750 ppb no período pré-industrial, passou para 1732 ppb no início dos

anos 90 e, em 2005, atingiu o valor de 1774 ppb.

O metano tem como fonte geradora processos naturais ou antrópicos. Ele é

produzido em ambientes anóxicos, inclusive em solos submersos, pelas bactérias

metanogênicas durante a digestão anaeróbia da matéria orgânica.

As fontes naturais são consideradas responsáveis por cerca de 30% do total de

emissões. Pode-se citar como fontes naturais os pântanos, alagados, vulcões e

oceanos, e como fontes antrópicas a mineração, a queima de combustível fóssil, a

pecuária, principalmente a criação de bovinos (eliminação de CH4 pela eructação), a

agricultura (cultivo do arroz) e os aterro de resíduos, que colaboram com 144-260

Tg/ano de emissões. Aproximadamente 70% das emissões tem origem antropogênica

(264-428 Tg/ano), e é bem provável que este aumento nas concentrações do metano

se deva à utilização de combustíveis fósseis e à agricultura, predominantemente

(IPCC, 2007). Segundo MOREIRA & SIQUEIRA (2006), indicadores mostram que

cerca de 70-80% do CH4 atmosférico recente tem origem biológica, através das

bactérias metanogênicas.

Os níveis de emissão de CH4 por uma fonte geradora variam significativamente

de país para país, ou de região para região, dependendo de vários fatores, como por

exemplo, clima, produção industrial, características de agricultura, tipo de matriz

energética, e gerenciamento dos resíduos. Como exemplo destes fatores, poder-se-ia

citar a variação da temperatura e da umidade, que têm um impacto significativo no

processo de digestão anaeróbia, uma vez que este dois elementos são fatores

limitantes para o processo microbiológico de geração de metano, tanto de fontes

naturais quanto antrópicas (USEPA, 2002).

Uma vez emitido, o CH4 permanece na atmosfera por aproximadamente 8,4

anos antes de ser removido principalmente por reações químicas oxidativas na

25

Troposfera. Dentre as reações oxidativas uma delas se dá pela reação do CH4 com o

radical hidroxila (OH), de acordo com a Equação 2.2 (IPCC, 2007).

OHCHOHCH 234 +→+ −−

Equação 2.2

Na estratosfera, o CH4 pode também pode ser eliminado, ao reagir com

compostos clorados (originados dos CFC), de acordo com a Equação 2.3.

−− +→+ 34 CHHClClCH Equação 2.3

2.4.2. Geração de Metano em aterros

Os resíduos sólidos depositados em aterros sofrem um grande número de

mudanças biológicas, físicas e químicas que são simultâneas e interligadas. Diversas

reações ocorrem dentro do aterro dependendo das condições do aterro, das

características dos resíduos depositados, temperatura, disponibilidade de oxigênio,

teor de umidade e outros fatores. As mais importantes reações que ocorrem dentro da

massa de resíduos são aquelas que degradam a fração orgânica e que promovem o

aparecimento do biogás, e, eventualmente, de chorume.

O biogás é o produto final da série de processos que levam à decomposição

dos resíduos. Normalmente, a produção de gás em aterros pode ser dividida em 4 ou

5 fases, dependendo do autor. (Figura 2.8)

Para o caso da decomposição dos resíduos orgânicos e geração do biogás ser

dividida em 5 fases, verifica-se que estas fases podem ser classificadas em:

I. Fase inicial de ajuste – decomposição dos resíduos mais facilmente

biodegradáveis acontece sob condições aeróbias porque ainda há oxigênio

disponível dentro da massa resíduos. Devido a fase I ser relativamente curta, e

compreender a decomposição aeróbia, esta fase é algumas vezes associada

com a fase II, sendo reportadas conjuntamente como fase aeróbia.

II. Fase transição – queda na concentração de oxigênio e início do consumo

anaeróbio de nutrientes. Início da geração de CH4.

III. Fase ácida – ocorre a hidrólise de componentes com massa molar elevada, cujo

produto são substâncias que poderão ser utilizadas pelos microrganismos para

seu metabolismo celular. A geração de CO2 nesta fase é bastante elevada;

26

IV. Fase metanogênica – as bactérias metanogênicas convertem o ácido acético e o

hidrogênio em CH4 e CO2.

V. Fase final – é a fase de maturação. Ocorre quando todo o resíduo biodegradável

já foi convertido em CH4 e CO2. A taxa de geração de biogás reduz porque a

maior parte dos nutrientes foi arrastado junto com o chorume durante as fases

anteriores e os substratos que ainda se encontram dentro do aterro são

lentamente biodegradados.

Visto que os aterros são heterogêneos e todo resíduo não é colocado ao mesmo

tempo, as fases descritas acima ocorrem simultaneamente em diferentes áreas e

profundidades de um aterro ativo ou recentemente fechado.

Figura 2.8 - Geração de biogás dividida em 5 fases (AUGENSTEIN & PACEY, 1991)

Como se pode verificar na Figura 2.8, os gases gerados por aterros de

resíduos sólidos urbanos são decorrentes da decomposição anaeróbia da matéria

orgânica e a primeira fase desse processo começa de 10 a 50 dias após o início da

disposição dos resíduos no local. Embora a maior geração de CH4 e CO2 ocorra nos

primeiros 30 anos, as emissões podem continuar a ocorrer por 60 anos ou mais

(USEPA, 2006).

Independentemente da quantidade de biogás gerado por um aterro, a emissão

destes gases quando não devidamente controlada, seja por meio de sistemas de

coleta e aproveitamento, seja pela queima ou oxidação, contribui para o agravamento

do efeito estufa, indicando que esta representa não somente uma preocupação com o

ambiente regional, mas também global.

27

A nível regional, este biogás causa prejuízos à saúde humana e à vegetação

nativa. Há o risco de incêndios e explosões no interior da massa de resíduos e em

instalações próximas aos aterros, uma vez que este biogás é altamente inflamável,

além do inconveniente causado por odores desagradáveis, devido às pequenas

concentrações de H2S presentes, e a desvalorização das propriedades do entorno.

Entretanto, é complicado desenvolver uma equação cinética que descreva as

condições atuais de degradação dentro do aterro, uma vez que uma diversidade de

parâmetros desconhecidos são responsáveis pela geração do biogás.

Segundo PALANANTHAKUMAR (1999), a equação mais simples usada para

descrever a taxa de geração de biogás no tempo é expressa por uma equação de

primeira ordem na qual as taxas de reação dependem da concentração do substrato.

Não podendo se esquecer de que a determinação da taxa de geração de biogás é

importante quando se quer determinar o fluxo de biogás através da camada de

cobertura. Aterros com altas taxas de geração de gás geram maiores fluxos através da

cobertura. Aterros antigos proporcionam baixos fluxos (Figura 2.9).

Figura 2.9 – Previsão da geração de biogás por uma equação de primeira ordem (EHRIG, 1991)

Inúmeros são os fatores que podem afetar a quantidade e a qualidade do

biogás emitido pelo aterro. Existem os fatores inerentes à massa de resíduos, como

por exemplo, velocidade de decomposição, sistema de drenagem de gases e trincas

oriundas dos recalques diferenciais. Existem também os fatores climáticos e sazonais

assim como o modelo do sistema de cobertura adotado. Dos fatores climáticos e

sazonais, pode-se citar precipitação, pressão atmosférica, velocidade do vento e

temperatura externa.

28

Segundo HUBER-HUMER & LECHNER (1997) apud BAHR et al. (2006) em

um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos em funcionamento e com 20 m de

espessura, espera-se emissões de metano em torno de 244 g/m2.dia para os primeiros

10 anos de funcionamento, levando-se em conta que o potencial de geração de

metano do aterro seja entre 80 e 120 m3 CH4/t RSU úmido. Entretanto, verificou-se

que a emissão máxima de metano encontrava-se abaixo de 52g/m2.dia para diversos

exemplos prognósticos para RSU com tratamento mecânico-biológico.

BAHR et al. (2006), apresentam uma tabela com diversos outros valores para

emissões de metano em aterros de RSU. Esta tabela é reproduzida na Tabela 2.8.

Tabela 2.8 – Emissões de metano em diferentes tipos de aterro (BAHR et al., 2006).

Fonte Emissão

(g CH4/m2.dia)

Aterro em funcionamento nos primeiros 10 anos, 20m de profundidade. 244

Resíduo restante após separação do resíduo orgânico nos primeiros 10-15, 20 m de profundidade. 86 - 115

Resíduos tratado mecânico – biologicamente, 20m de profundidade. <18

Resíduos tratado mecânico – biologicamente. Max 52

Áreas abandonadas (após 10-15 anos). 65 – 79

Resíduos doméstico. 286

Medida média inferior das emissões. 215

MOSHER et al. (1999) trabalhando em um aterro fechado de 20ha observaram

que o mesmo emitia 9,1 g/m2.dia de metano. Este valor é o correspondente às

emissões fugitivas.

Segundo BOGNER et al. (1997) emissões de metano de aterros de resíduos

são muito variáveis, podendo variar em sete ordens de magnitude, indo de 0,0004 a

4000 g/m2.dia.

29

Na Tabela 2.9 podem ser observados outros valores de emissão de CH4

medidos por meio de placa de fluxo estática.

Tabela 2.9 – Emissão de CH4 em aterros de RSU. Medição através de placas de fluxo in situ.

Referência Emissão (g/m2.dia)

JONES & NEDWEL, 1993 0 – 39,6

BOGNER et al., 1997 48

MACIEL, 2003 103 - 363

BOGNER et al., 2003 78

MORCET et al., 2003 56 – 287

CHANTON et al., 2007 13,8 – 35,4

MODRAK et al., 2007 13 – 52

GUEDES, 2007 547

Entretanto, diversos fatores influenciam a emissão de biogás pelo aterro.

Alguns destes fatores podem ser analisados na Tabela 2.10.

30

Tabela 2.10 - Fatores que interferem na movimentação do biogás dentro do aterro (MACIEL, 2003).

Fatores Implicação

Composição dos resíduos

Resíduos com alta presença de materiais plásticos poderão facilitar a percolação horizontal dos gases, por outro lado reduzirão a permeabilidade intrínseca da massa.

Taxa de geração de biogás Quanto maior a taxa de geração, maior será a pressão interna dos gases, e, conseqüentemente, mais rápida a migração interna.

Permeabilidade dos resíduos Permeabilidade intrínseca4 horizontal e vertical dos resíduos governará o sentido da percolação

Temperatura interna e externa Fluxo de calor por gradientes de temperatura facilitam o transporte de gás no meio.

Saturação e umidade do resíduo Elevação no grau de saturação e a umidade dos resíduos dificultam a percolação do biogás.

Pressão atmosférica Variações na pressão atmosférica ocasionam mudanças no sentido do fluxo, inclusive com inversões (entrada de ar na massa).

Sistema de cobertura e drenagem Presença de drenos de gás verticais e sistemas de cobertura com geomembranas irão facilitar a migração horizontal do biogás.

Operação de aterramento Grau de compactação dos resíduos afeta a densidade e porosidade da massa, e, conseqüentemente os parâmetros de permeabilidade.

Mineralogia Possíveis reações físico-químicas dos minerais do solo podem reste-los na cobertura

4 Define-se permeabilidade intrínseca como sendo aquela que esta relacionada com as propriedade do meio em permitir fazer percolar algum fluido por sua estrutura.

31

O metano é eliminado no solo pela oxidação biológica, que ocorre na zona

aeróbia dos solos não submersos pela ação das bactérias metanotróficas. Os solos

mais eficazes em desempenhar este papel são aqueles que permanecem parte do

tempo submersos e a atividade metanogênica se desenvolve a intervalos regulares.

(LE MER & ROGER, 2001)

No caso dos aterros de resíduos, existem basicamente duas maneiras de se

mitigar a emissão de CH4. A primeira opção é a construção de sistemas de captação

de gás para serem queimados ou aproveitados para a geração de energia. Entretanto,

a manutenção deste sistema demanda custos elevados. Verifica-se também que a

implementação deste sistema de captação em aterros antigos, mas que ainda estão

em operação, ou em aterros fechados, não é vantajosa.

A segunda opção é a utilização do potencial microbiológico existente no solo de

cobertura dos aterros. Alguns estudos (KIGHTLEY et al., 1995; BOECKX et al., 1996;

SCHEUTZ et al., 2004) mostram que a utilização da capacidade de oxidação do

metano no solo de cobertura é uma alternativa para a redução da emissão deste gás

para a atmosfera. Quando na atmosfera, cerca de 90% da degradação do CH4 emitido

se dá na troposfera pela reação do CH4 com a hidroxila (OH). Todavia, a concentração

da OH é extremamente variável no tempo e no espaço, tornando as ações

mitigadoras, a este nível, mais complexas (LELIEVELD et al., 1998).

2.5. A Oxidação do Metano

Desde Lineu5, a classificação dos seres vivos vem sofrendo modificações,

especialmente depois da introdução de ferramentas de biologia molecular que

permitiram uma classificação ou sistemática filogenética 6 mais precisa, principalmente

com relação aos organismos microscópicos.

5 Carlos Lineu (nome aportuguesado) foi um botânico, zoólogo e médico sueco, criador da nomenclatura binomial e da classificação científica, sendo assim considerado o "pai da taxonomia moderna. Lineu concebeu a idéia de divisio et denominatio, "divisão e denominação", como forma de organizar os organismos vivos, algo que transparece na sua obra Systema naturae, considerado o ponto de partida da moderna nomenclatura binomial 6 Filogenia (ou filogênese) é o termo comumente utilizado para hipóteses de relações evolutivas de um grupo de organismos, isto é, determinar as relações ancestrais entre espécies conhecidas. A Sistemática Filogenética, proposta pelo pesquisador alemão Willi Hennig, propõem que a classificação dos organismos reflita sua história evolutiva, promovendo o teste da validade de grupos de organismos. Essa disciplina serve de base para o desenvolvimento de métodos rigorosos de investigação das relações de parentesco entre os organismos, dos quais o dominante atualmente é a Cladística.

32

Define-se como microrganismos todos os seres que vivem no ambiente e,

devido ao seu reduzido tamanho, só podem ser observados ao microscópio. Estes

organismos podem viver como células isoladas ou em agregados celulares, além de

apresentarem uma alta diversidade metabólica, o que os tornam capazes de ocupar

diversos nichos ecológicos, como, por exemplo, o solo.

No solo, independente da profundidade ou da formação geológica, os

microrganismos presentes têm como atividades a decomposição da matéria orgânica,

produção de húmus, participam de quase todos os ciclos de nutrientes existentes (do

ciclo do carbono, do enxofre, do nitrogênio, do magnésio, do ferro e do fósforo), entre

outros.

A metilotrofia 7 é um importante processo do ciclo de carbono, e corresponde a

utilização de substratos de carbono sem ligação carbono-carbono, como o metano,

metanol e aminas metiladas 8 para a atividade metabólica, que pode ser aeróbia,

anaeróbia ou anaeróbia facultativa 9.

Das bactérias metilotróficas, muitas, mas nem todas, são também

metanotróficos. As metanotróficas são o único grupo das bactérias metilotróficas que

utilizam o metano como fonte de carbono e energia (HANSON & HANSON, 1996).

Estes organismos metanotróficos foram isolados em uma grande diversidade

de ambientes como o solo, sedimentos, aterro (KIGHTLEY et al., 1995), água

subterrânea, oceano, Antártica, entre outros.

Através da biologia molecular, as relações filogenéticas entre os gêneros foram

melhores definidas. Desta forma, pela classificação atual, existem 9 gêneros que são

agrupados em dois grupos principais, de acordo com a via de assimilação de carbono

e a sua estrutura celular interna.

As bactérias metanotróficas do TIPO I são γ - Proteobactérias. Pertencem a

este grupo os gêneros Methylomonas, Methylobacterium, Methylobacter,

Methylomicrobium, Methylococcus, Methylocaldum e Methylosphaera. Estas bactérias

7 A metilotrofia refere-se à capacidade de um organismo utilizar composto de apenas um carbono como fonte de energia. Estes compostos incluem o metanol e as aminas metiladas. A metanotrofia é um tipo de específico de metilotrofia na qual o metano é utilizado como fonte de carbono. 8 As aminas são uma classe de compostos químicos orgânicos nitrogenados derivados do amoníaco (NH3) e que resultam da substituição parcial ou total dos hidrogênios da molécula por grupos hidrocarbônicos. Aminas metiladas são àquelas que possuem como grupo hidrocarbônico ao menos um grupo metilo (CH3). 9 Organismos anaeróbios facultativos são aqueles que utilizam oxigênio em seu metabolismo energético, mas também podem crescer na ausência de oxigênio.

33

possuem membranas internas agrupadas, que são formadas, predominantemente, por

acidos graxos de 16 carbonos. Estas bactérias assimilam o formaldeído produzido

pela oxidação do metano (via metanol) pela via do ciclo da ribose fosfatase.

As bactérias metanotróficas do TIPO II são α - Proteobactérias, e a este grupo

pertencem os gêneros Methylosinus e Methylocysti. Estas bactérias possuem as

membranas internas arranjadas ao redor da periferia da célula. Sua membrana interna

é formada, predominantemente, por ácidos graxos de 18 carbonos na membrana

celular e assimilam o formaldeído pelo ciclo da serina (HANSON & HANSON,

1996).(Figura 2.10)

Via RuMP

Via Serina

Metanotróficas TIPO II

Metanotróficas TIPO I

Figura 2.10 – Via da oxidação do metano e assimilação do formaldeído. Abreviações : CytC - citocromo c; FADH - formaldeído deidrogenase; FDH – formaldeído formato deidrogenase; RuMP – Ribose fosfatase; sMMO – metano oxigenase solúvel ; pMMO – metano oxigenase particulada (ligada a membrana)(HANSON & HANSON, 1996).

As bactérias metanotróficas do tipo I são observadas em ambientes marinhos,

de estuário e hipersalinos, sendo este grupo de metanotróficas dominante ou exclusivo

destes ambientes. (HOLMES et al., 1996; BOURNE et al., 2000). Enquanto que as do

tipo II estão presentes em sedimentos de aqüíferos (COSTELLO & LIDSTROM, 1999),

34

turfa (DEDYSH et al., 2000) e solos de cultura de arroz (HENCKEL et al., 1999;

ELLER & FRENZEL, 2001). O grupo II de metanotróficas ainda não foi descrito para

ambientes salinos ou alcalinos (CARINI et al., 2005).

Em solos de aterros de resíduos, ambos os tipos já foram descritos na porção

aeróbia da camada de cobertura (WISE et al., 1999)

Todas as bactérias metanotróficas necessitam do O2 como reagente inicial na

oxidação do metano, por isso, todas estas bactérias são aeróbias obrigatórias.

Desta forma, a oxidação do metano é limitada pela concentração de O2,

entretanto, outros fatores também são limitantes, como a temperatura, e a umidade. A

amônia e fertilizantes à base de amônia inibem fortemente a oxidação do CH4, uma

vez que a principal enzima do processo de oxidação (metano monooxigenase - MMO)

demonstra uma baixa especificidade para substratos, o que tem como resultado a

oxidação casual de um grande número de compostos (HANSON & HANSON, 1996;

HÜTSCH, 2001).

2.5.1. Fatores limitantes da oxidação do metano

a. Oxigênio

Em processos aeróbios a concentração de oxigênio nos vazios do solo

desempenha papel importante, uma vez que altas taxas oxidativas são observadas

para grandes concentrações de oxigênio. Altas taxas de oxidação são observadas em

concentrações entre 10 e 40% de oxigênio.

b. Temperatura

As bactérias metanotróficas têm a sua melhor faixa de atividade em

temperaturas entre 15º e 35ºC. Em temperaturas acima de 40ºC, a taxa de oxidação

do CH4 diminui, e cai para zero a 50ºC. A atividade oxidativa reduz drasticamente em

baixas temperaturas; entretanto, bactérias psicrófílicas (tolerantes à baixas

temperaturas) mostraram-se capazes de oxidar o CH4 em temperaturas na faixa de 2º

a 5ºC. Entretanto, a eficiência mostrou-se prejudicada em relação àquelas observadas

em condições ótimas de temperatura (WHALEN et al., 1990; GEBERT et al., 2003;

BÖRJESSON et al., 2004; SCHEUTZ & KJELDSEN, 2004; SCHEUTZ et al., 2004).

(Figura 2.11)

35

Temperatura (oC)

0 10 20 30 40 50

Taxa

de

Oxi

daçã

o (m

g/g.

dia)

0

20

40

60

80

Figura 2.11- Variação das taxas oxidativas com a temperatura. Umidade de 30% (WHALEN & REEBURGH, 1996)

Entretanto, para BOECKX et al. (1996), a faixa de na qual as melhores taxas

oxidativas ocorrem é bem menor, entre 20 e 30oC, como pode ser observado na

Figura 2.12.

Temperatura (oC)

0 5 10 15 20 25 30 35

Taxa

de

oxid

ação

(ng/

g.h)

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

Figura 2.12 - Variação das taxas oxidativas com a temperatura. Umidade de 30% (BOECKX et al., 1996)

36

c. pH

Com relação ao pH, as bactérias metanotróficas são neutrofílicas, preferindo

atuar numa faixa ótima de 6,5 a 8,0 (SITAULA et al., 1995). A oxidação parece

continuar em pH entre 8,5 e 9,0 e alguns organismos são tolerantes a pH baixo,

inferior a 3 (ZEISS, 2006).

d. Teor de Umidade

BOECKX & CLEEMPUT (1996) examinaram a influência da umidade sobre a

oxidação do metano em solos de camada de cobertura em aterro. Solos cujo teor de

umidade entre 10 e 25% obtiveram as máximas taxas oxidativas. Quando secos, o

consumo de CH4 é reduzido devido à difusão de gás ser limitada, e a baixas umidades

a atividade microbiológica é reduzida e, conseqüentemente, a capacidade oxidativa do

solo ficar reduzida (Figura 2.13).

Umidade (%)

0 5 10 15 20 25 30 35

Taxa

de

oxid

ação

(ng/

g.h)

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

Figura 2.13 – Variação das taxas oxidativas com a umidade. Temperatura de 30% (BOECKX & CLEEMPUT, 1996)

BOECKX et al. (1996) também observaram que a temperatura ótima de incubação

(20 a 30oC) diminuía com o aumento da umidade (Figura 2.14).

37

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0

5

1015

2025

3035

05

1015

2025

Taxa

de

oxid

ação

(ng/

g.h)

Tem

pera

tura

(o C)

Umidade (%)

Figura 2.14 - Oxidação do metano em função do teor de umidade e temperatura (BOECKX et al., 1996).

Segundo WHALEN & REEBURGH (1996) e SCHEUTZ & KJELDSEN (2004),

há uma relação entre a quantidade de água na amostra de solo e as taxas de

consumo de metano. Esta relação é uma curva parabólica, na qual pequenas

quantidades de água, ou grandes quantidades de água, reduzem o consumo de

metano.

Desta forma, o que se observa é que a umidade limita a atividade microbiana

devido ao ressecamento do ambiente, enquanto que solos perto da saturação máxima

também tendem a limitar a atividade microbiológica, uma vez que o teor de umidade

determina o grau de difusão do O2 e do CH4 entre a fase gasosa do material e a

atmosfera, influenciando, desta forma, o processo oxidativo (ALBANNA et al., 2007).

e. Porosidade

Segundo BORJESSON et al. (2004) apud MARIANO (2008) há uma relação

significativa entre a oxidação do metano e a granulometria do solo. O solo com alta

porosidade, e, portanto, com elevado teor de oxigênio disponível, apresentam, em

geral, altas taxas de oxidação de metano.

Na Tabela 2.11, há um resumo dos principais parâmetros ambientais que

interferem na oxidação do metano (HUBER-HUMER, 2004)

38

Tabela 2.11 – Parâmetros ideais e de tolerância para ocorrência de oxidação (HUBER-HUMER, 2004).

Parâmetros Ideais Tolerância Observações

Temperatura 25oC – 35oC 10oC – 40oC Processo exotérmico

pH 5 – 8,5

5,8 – 7,5 (crescimento) 4 - 9

Muito tolerante

Umidade 40 – 80% da capacidade de campo

< 80% da capacidade de campo

Limite superior definido pela interação entre o volume de poros preenchidos por ar e água

Metano 100 – 10.000 ppm > 2ppm

Relativamente flexível em uma variedade de concentrações

Oxigênio Razão estequiométrica CH4:O2 = 1:2

Microrganismos sobrevivem a partir de 2% de O2 no ar

Solo Grande porosidade e capacidade de campo com bom aporte de nutrientes

Se possível porosidade elevada e grande capacidade de campo

Inibidores

• Amônia

• Nitrito

• Cobre

• Sais

<350 ppm (BS)

abaixo do limite de detecção

<720 ppm

< 2%

Nutrientes Aporte de nutrientes suficiente TOC > 8% BS

Altas razões especialmente de nitrogênio e fósforo

BS = Base seca

39

2.6. Sistemas de Cobertura Final

No Brasil, não existe um padrão definido de como se deve construir um

sistema de cobertura final em um aterro de resíduos sólidos, no entanto, usualmente,

adota-se como regra o que ditam as normas NBR 8419 (ABNT, 1992) e NBR 13896

(ABNT, 1997).

Pode-se dizer que existem dois tipos de sistemas de cobertura final. Os

sistemas convencionais, que são constituídos de camadas de solo argiloso ou de

camadas intercaladas de solo e geossintéticos, e os sistemas alternativos, que se

utilizam de outros materiais que não o solo para a constituição de algumas das

camadas do sistema de cobertura. A utilização de sistemas alternativos tem como

objetivo a redução de custos.

Entretanto, independente de regulamentação ou não, um sistema de cobertura

deverá ser executado de tal forma que minimize a infiltração de água na massa de

resíduos, uma vez que a água que percola pelos resíduos pode carrear, entre outras

coisas, metais pesados que poderão contaminar o lençol freático criando uma ameaça

à saúde humana e do ambiente. Além disso, o projeto de construção do sistema de

cobertura final deverá contemplar pouca exigência de manutenção, não estar sujeito a

erosão, acomodar assentamento sem fratura e possuir um coeficiente de

permeabilidade inferior ao do solo natural da área do aterro.

Segundo a regulamentação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados

Unidos (USEPA, 2003) referente à Regulação da Conservação e Recuperação dos

Recursos Naturais (Resource Conservation and Recovery Act - RCRA) as exigências

quanto aos pré-requisitos mínimos para um sistema de cobertura final em aterros de

resíduos sólidos urbanos dependem do sistema de impermeabilização de fundo do

aterro ou do solo natural existente, caso não haja um sistema impermeabilizante de

base.

Existem diversas configurações para construção do chamado sistema de

cobertura. A escolha de qual sistema de cobertura deverá ser utilizado ficará a cargo

daquele que melhor se adaptar ao propósito do encerramento, o tipo de resíduo

depositado, clima, características de operação de aterro, além de outras variáveis

requeridas pelos diferentes componentes de cada camada.

Segundo GILL et al. (1999), existe um “sistema de cobertura convencional”,

que deve contemplar cinco camadas que serão dispostas acima do resíduo (Figura

2.15Figura 2.15), e que apresentam funções distintas (Tabela 2.12).

40

Figura 2.15 – Sistema de cobertura convencional (WEAND et al., 1999)

Tabela 2.12 - Componentes de um sistema de cobertura convencional de aterro (GILL et al., 1999)

Camada Função Primária Composição Típica

Solo de Cobertura

• Controle da erosão provocada pela água e pelo vento;

• Suporte para vegetação; • Armazenamento de água; • Proteção contra ciclos de congelamento -

descongelamento.

• Solo • Brita ou seixos

Camada Drenante

• Rápida remoção da infiltração; • Proteção da barreira contra os danos

causados pelos ciclos de congelamento e descongelamento;

• Manutenção da estabilidade.

• Areia e/ou brita • Georedes ou

geodrenos • Geocompostos

Barreira • Interromper o fluxo de água; • Controlar o fluxo de gás proveniente dos

resíduos.

• Argila compactada • Geomembranas • GCLs • Geocompostos

Captação de biogás

• Direcionamento do gás para os pontos de coleta e remoção.

• Areia e/ou brita • Geossintéticos

Fundação • Separação da cobertura do resíduo; • Propiciar a correta inclinação do talude.

• Solo • Geofiltros

41

Embora existam muitas variações na configuração dos sistemas de cobertura,

algumas, quando não todas, as funções das camadas descritas na Tabela 2.12 podem

ser encontradas em praticamente todos os sistemas de cobertura existentes.

Dois exemplos de modificação de algum componente do sistema de cobertura

convencional, descrito por GILL et al. (1999), é o sistema proposto pela EPA para

aterros de resíduos sólidos urbanos e aterros de resíduos sólidos perigosos. Segundo

DWYER (2003), a EPA regulamente a disposição de resíduos em aterros por meio da

RCRA e os dois principais tipos de aterros de resíduos são divididos em dois tipos

denominados “C” e “D”. O tipo “C” versa sobre os resíduos sólidos perigosos e o tipo

“D” versa sobre os resíduos sólidos urbanos. Dentre as várias regulamentações

definidas pela RCRA, uma delas é sobre o sistema de cobertura destes dois tipos de

aterros. A configuração mínima exigida, para ambos os casos, pode ser observada na

Figura 2.16.

Figura 2.16 – Tipo de sistemas de cobertura. A – aterro de resíduos perigosos. B – aterro de resíduos sólidos urbanos (DWYER, 2003).

Outro exemplo é a substituição de algum componente do sistema de cobertura

convencional por um conjunto de barreiras. Dentre os materiais utilizados para compor

esta nova barreira, o mais comum é o CCL (argila compactada). No entanto, este

material tem sido substituído pelo GCL (geocomposto argiloso), que consiste de uma

42

camada de bentonita prensada entre duas camadas de geotêxtil, devido às suas

vantagens com relação ao ressecamento.

Outros materiais também podem ser utilizados sozinhos ou em combinação

entre eles ou com a GCL formando as barreiras compostas.

Normalmente, as geomembranas são utilizadas em combinação tanto com o

GCL quanto com outros geossintéticos para formarem as barreiras compostas. As

geomembranas mais utilizadas em sistemas de cobertura são as formadas pelos

seguintes materiais (sigla em inglês):

• HDPE (polietileno de alta densidade);

• PP (polipropileno)

• PVC (policloreto de vinila)

A barreira capilar é um outro componente que pode ser utilizado como uma das

camadas do sistema de cobertura ou em outras finalidades nas quais há necessidade

que haja adição de solo e armazenamento de água.

As barreiras capilares possuem como função primordial o aumento da

capacidade de armazenamento de água. Estas barreiras consistem em uma série de

camadas que incluem (de cima para baixo), uma camada de material fino e uma

camada de material mais grosso. O efeito de armazenamento é observado devido à

grande mudança no tamanho dos poros entre o material que compõe a camada mais

fina e o material que compõe a outra camada. Entretanto, esta barreira falha quando

há acúmulo de uma grande quantidade de água na camada de material mais fino (

Figura 2.17)

Segundo a USEPA (2003) e DWYER (2003), a utilização de barreiras capilares

pode eliminar a necessidade da construção de um sistema de distribuição de gás e de

um sistema contra invasão de biointrusos, uma vez que a camada que contém a

granulometria mais grosseira funcionaria como uma resistência à penetração de raízes

e animais, devido ao tamanho de suas partículas e a baixa capacidade de

armazenamento de água, além do mais, sua granulometria e localização dentro do

sistema de cobertura se assemelham aos de um sistema de coleta e distribuição de

gás em um sistema convencional.

Sugere-se que este tipo de barreira seja utilizado em climas mais secos.

Entretanto, SUZUKI et al. (2005) estudaram in situ a utilização de uma barreira capilar

num aterro de resíduos sólidos no noroeste do Japão e obtiveram bons resultados a

despeito do clima úmido da região.

43

IZZO (2008), utilizando composto orgânico de resíduos sólidos urbanos,

também obteve bons resultados numa barreira capilar experimental em laboratório,

empregando materiais que não o solo, e que podem ser uma boa alternativa para os

aterros de resíduos sólidos urbanos brasileiros.

Figura 2.17 - Modelo de um sistema de cobertura contendo uma barreira capilar (GILL et al., 1999).

Um outro exemplo de substituição de componentes do sistema convencional é

o caso das barreiras de concreto asfáltico, que substituem as argilas compactadas

principalmente em climas áridos, onde a barreira de argila pode falhar por causa do

ressecamento. Entretanto, tanto o oxigênio do ar quanto as irradiações ultravioletas

podem deteriorar esta barreira, e, segundo MÜLLER et al. (1995) apud IZZO (2008),

os ataques químicos por hidrocarbonetos também podem deteriorá-la.

Como exemplo de um sistema de cobertura alternativo pode-se citar as

coberturas evapotranspirativas, que são cada vez mais utilizadas em aterros de

resíduos sólidos tanto urbanos quanto perigosos. Entretanto, estas coberturas

evapotranspirativas só podem se utilizadas em locais nos quais os sistemas

convencionais de cobertura final podem ser empregados eficientemente.

Diferentemente do que ocorre com os sistemas de cobertura final

convencionais que utilizam materiais de baixa condutividade hidráulica para minimizar

a infiltração da água para a massa de resíduos, as coberturas evapotranspirativas

44

utilizam alguns componentes do sistema de balanço hídrico para minimizar esta

infiltração (quanto maior a capacidade de armazenamento do material e da

evapotranspiração, menor é o potencial de infiltração através da cobertura). Desta

forma, espera-se que este tipo de cobertura seja menos custosa do que os sistemas

convencionais (Figura 2.18).

Figura 2.18 – Desenho esquemático de uma cobertura evapotranspirativa. ET = evapotranspiração (HAUSER & GIMON, 2004)

Para DWYER (2003), as coberturas evapotranspirativas tendem a enfatizar as

seguintes características na sua construção:

• Utilização de solos com granulométrica fina, tais como os siltes e as

argilas siltosas, que possuam grande capacidade de armazenamento de

água;

• Utilização de vegetação local, favorecendo a evapotranspiração; e

• Utilização de solo natural para redução de custos de facilitação

construtiva.

Coberturas evapotranspirativas são geralmente empregas apenas em áreas de

clima árido ou semi-árido, uma vez que as condições climáticas do local, tais como

distribuição e forma de precipitação podem reduzir a eficiência desta cobertura. Outro

fator é que, normalmente, as coberturas evapotranspirativas não possuem uma

camada impermeabilizante que restrinja o fluxo de biogás, tornando-se então um

45

sistema de cobertura não adequado, além do que, o biogás poder ser tóxico para a

vegetação utilizada (USEPA, 2003).

O que se pode observar é que mesmo com todos os cuidados construtivos e

de gerenciamento, uma parte do biogás gerado pela massa de resíduos pode escapar

dos sistemas de coleta e passar pela cobertura. Dá-se o nome a isso de emissões

fugitivas e devido à diversos fatores, como tipo de sistema de coleta de gás e

impermeabilização lateral, não há como se pré estabelecer um valor aproximado

destas emissões fugitivas sem antes conhecer detalhes do aterro.

Essas emissões fugitivas são formadas por uma mistura gasosa variável, a

mesma que é emitida pelo aterro, uma vez que a quantidade e os tipos de gases

gerados pelo aterro, devido à decomposição microbiológica dos resíduos ali

depositados, mudam ao longo do tempo, principalmente devido à grande variedade de

resíduos depositados, que mudam de composição segundo a sazonalidade.

Entretanto, a maior parte do biogás gerado pelo aterro é composto por CH4 e

CO2, dois dos principais gases do efeito estufa, segundo o IPCC (Tabela 2.13).

Tabela 2.13 – Composição percentual do biogás (HUBER-HUMER & LECHNER, 1999).

Percentagem (%)

CH4 30 - 70

CO2 20 - 50

N2 1 - 5

O2 0,1 - 1,0

Amônia 0,1 - 1,0

Compostos sufurados 0,0 - 0,2

H2 0,0 - 0,2

CO 0,0 - 0,2

Outros 0,01 - 0,6

Desta forma, depois de gerado, o biogás pode migrar para a superfície e atingir

a atmosfera.

46

Entretanto, de acordo com HILGER & HUBER-HUMER (2003), as reações

bioquímicas que produzem o biogás continuam a ocorrer por um longo período mesmo

depois que o aterro teve suas atividades encerradas. Desta forma, mesmo depois que

o aterro foi fechado, as emissões de gás para a atmosfera continuam, como pode ser

observado na Figura 2.19.

Figura 2.19 – Estimativa de geração de metano durante a vida de um aterro (HUBER-HUMER et al., 2008).

Embora as emissões gasosas de aterros possam ser enormemente reduzidas

pela extração e conversão do biogás para geração de energia, na prática, não é todo o

biogás gerado que pode ser coletado, e por causa disso, algumas emissões fugitivas

ocorrem.

Existe, atualmente, uma gama de alternativas que ajudam a reduzir o potencial

danoso do gás liberado pelo aterro de resíduos, não só com relação às emissões

fugitivas, mas com relação às emissões em geral. A combustão do biogás é a opção

mais barata de eliminação deste biogás, pois diminui o potencial impacto de efeito

estufa produzido pelo CH4 presente neste biogás. Alternativamente, o CH4 presente no

biogás pode ser extraído e utilizado como forma de energia e combustível, uma vez

que este gás é considerado o componente do biogás mais valioso, embora seja

47

potencialmente danoso ao ambiente. Sistemas de extração de biogás em aterros já

estão bem desenvolvidos, mas são apenas viáveis para aterros de grande porte, já

que o custo envolvido é grande. Além disso, os sistemas de coleta de biogás não são

100% eficientes, podendo haver emissões fugitivas dos poços de queima ou coleta de

gás, e ao redor destes. Pode haver também fuga de biogás ao longo das vias de

tráfego dentro do aterro e no entorno do aterro. Um outro importante, e efetivo, método

para se reduzir as emissões fugitivas de biogás é o uso de barreiras biológicas

reativas. Existem várias vantagens em se utilizá-las: elas podem vir a complementar a

eficiência do sistema de coleta de biogás do aterro, e também podem ser uma

alternativa de remediação de pequenos aterros, lixões e antigos aterros já encerrados,

visto que o custo de implementação é baixo.

Barreiras biológicas reativas, ou camadas oxidativas, têm como função a

oxidação do CH4 que atravessa a barreira.

2.6.1. Camadas Oxidativas

Camadas de cobertura final são utilizadas para a redução do volume de água

que infiltra para a massa de resíduos, além disso, também funcionam como um

isolante para o resíduo e como controle da migração do biogás.

Um dos métodos que pode ser aplicado para o controle de emissões gasosas

pela camada de cobertura é a utilização do potencial microbiológico residente no solo

de cobertura para realizar a da oxidação do metano. Embora este método não reduza

o volume de biogás que passa por esta camada, ele ao menos minimiza os efeitos

danosos ao ambiente provocados pela liberação, em grandes quantidades, de CH4.

Vários fatores podem influenciar o potencial de oxidação destas camadas, tais

como pressão atmosférica, quantidade de oxigênio disponível, teor de umidade,

temperatura, concentração de metano na camada e o grau de compactação na

camada de cobertura, entre outros.

Para que haja a oxidação do metano nas camadas oxidativas, faz-se

necessário que o biogás gerado atravesse esta camada. Segundo

CHRISTOPHERSEN et al. (2001), acredita-se que a pressão barométrica seja o

principal fator que controla as emissões de metano pelo aterro. Quando a pressão

barométrica esta baixa há liberação de biogás pelo aterro, quando esta se encontra

elevada há uma redução do nível de emissões pelo aterro.

Diversos são os trabalhos demonstram que há passagem de biogás pela

camada de cobertura de aterros de resíduos e que o solo de cobertura possui

48

atividade microbiológica suficiente para funcionar como camada oxidativa (WHALEN et

al., 1990; JONES & NEDWEL, 1993; BOGNER et al., 1995; KIGHTLEY et al., 1995;

BOECKX et al., 1996; CZEPIEL et al., 1996; BÖRJESSON & SVENSSON, 1997;

BÖRJESSON et al., 1998; VISVANATHAN et al., 1999; DE VISSCHER et al., 2001;

HEGDE et al., 2003; PARK et al., 2004; KALLISTOVA et al., 2005; PAWLOWSKA &

STEPNIEWSKI, 2006; ALBANNA et al., 2007; PARK et al., 2008).

Entretanto, não apenas o solo pode ser empregado como camada oxidativa em

aterros de resíduos sólidos. Diferentes materiais já foram testados com sucesso para a

construção deste tipo de camada, podendo citar lodo de esgoto (BÖRJESSON et al.,

1998; KETTUNEN et al., 2006), resíduos de jardinagem (STREESE & STEGMANN,

2003; WILSHUSEN et al., 2004 a), resíduos de agricultura (DE VISSCHER et al.,

1999), entre outros.

Alguns trabalhos também utilizaram o composto oriundo da compostagem dos

resíduos sólidos urbanos ou do tratamento mecânico biológico de RSU como camada

oxidativa (HUBER-HUMER, 2004; WILSHUSEN et al., 2004 a; BERGER et al., 2005;

NIKIEMA et al., 2005; EINOLA et al., 2008), contudo, nenhum trabalho descreveu a

utilização de composto orgânico, oriundo da compostagem de RSU, misturado ao solo

de cobertura do próprio aterro.

2.6.1.1. Camadas Oxidativas Experimentais

Devido à grande diversidade de fatores que interferem na capacidade oxidativa

de um material, diversos autores optaram por realizar os ensaios experimentais em

colunas oxidativas em condições controladas no laboratório.

Um dos pioneiros foi o trabalho de KIGHTLEY et al. (1995) que teve como

objetivo verificar a capacidade de desenvolvimento da comunidade metanotrófica em

alguns solos. Para tal, foram construídas em laboratório colunas de 15 cm de diâmetro

e 90 cm de altura que foram preenchidas com uma areia grossa (70% areia grossa,

18% areia fina e 12% silte/argila), uma argila de cobertura (57% areia grossa, 16%

areia fina e 27% silte/argila) ou uma areia fina (16% areia grossa, 68% areia fina e

16% silte/argila). Uma visão mais detalhada desta coluna experimental pode ser vista

na Figura 2.20.

49

Figura 2.20 – Coluna experimental elaborada por KIGHTLEY et al. (1995). Algumas condições experimentais: Fluxo de CH4 - 164 g/m2.dia; diâmetro e altura das colunas – 15 cm e 90 cm, respectivamente.

Verifica-se na Figura 2.20 que o fluxo de metano se dá pela base da coluna e o

aporte de oxigênio pela parte superior da coluna. Esta configuração se assemelha à

encontrada no aterro. Embora tente reproduzir as condições de campo, estas

condições não são as consideradas ótimas, uma vez faz-se necessário que haja o

transporte do oxigênio no sentido de cima para baixo e de metano de baixo para cima,

só ocorrendo oxidação quando tanto as concentrações de CH4 quanto as de O2

estiverem nas concentrações mínimas exigidas para a atividade microbiana.

Desta forma, pode-se apontar que um dos principais fatores que interferem nas

taxas oxidativas é a permeabilidade do gás através do solo. Os principais mecanismos

de transporte de gases através do solo são a difusão e a advecção. No entanto, outros

mecanismos também podem mediar este processo, sendo eles a sorção, atividade

microbiológica e fluxo de calor por gradiente de temperatura, entre outros.

No solo, o fluxo advectivo do gás caracteriza-se pela velocidade de fluxo do

gás, sem alterar a sua concentração, enquanto que o processo difusivo dá-se através

de um gradiente de concentração, sem que, no entanto, haja gradiente de pressão

total. Entretanto, quando existe o processo advectivo, este normalmente supera o

processo difusivo, uma vez que as taxas de fluxo advectivo são várias ordens de

grandeza maiores do que as taxas de fluxo do processo difusivo. Para que o caso

50

oposto ocorra, isto é, que o fluxo difusivo supere o fluxo advectivo, os gradientes de

pressão deverão ser nulos ou o solo deverá apresentar coeficiente de permeabilidade

inferior a 10-9m/s (MITCHELL, 1991 apud MACIEL, 2003)

Tanto em colunas oxidativas quanto nos aterros, há a imposição de um fluxo

ascendente, desta forma, em ambas as situações, há predominância do fluxo

advectivo.

Diferentemente do que KIGHTLEY et al. (1995) propuseram, e do que foi

observado na grande maioria dos trabalhos, STREESE & STEGMANN (2003)

trabalharam impondo um fluxo único às suas colunas experimentais, isto é, houve uma

mistura prévia do metano com a ar em uma câmara de umedecimento, que era, então,

conectada às colunas experimentais, como pode ser visto na Figura 2.10.

Figura 2.21 - Coluna experimental elaborada por KIGHTLEY et al. (1995). 1 – metano; 2 – ar pressurizado; 3 – câmara de umedecimento; 4 – biofiltros; 5 – saída de gás. Algumas condições de experimentais: Fluxo de CH4 – entre 288 e 3120 g/m2.dia; diâmetro e altura das colunas – 24 cm e entre 29 e 40 cm, respectivamente.

Entretanto, STREESE & STEGMANN (2003) não utilizaram um solo como

material oxidante, estes autores trabalharam com uma mistura de composto de

jardinagem, turfa e fibras de madeira prensada.

Mesmo sendo materiais diferentes, observa-se que a imposição de um fluxo de

metano é menos vantajoso, para a obtenção das melhores taxas oxidativas, do que a

imposição de um fluxo de uma mistura gasosa metano-ar, como pode ser analisada na

Tabela 2.14.

51

Tabela 2.14 – Resultados de taxas oxidativas obtidos por KIGHTLEY et al. (1995) e STREESE & STEGMANN (2003).

Referência Material Taxa de Oxidação (g/m2.dia)

areia grossa 166,8

argila de cobertura 109,1 KIGHTLEY et al., 1995

areia fina 110,7

Mistura1 687,4

Camadas2 515,6 STREESE & STEGMANN, 2003

Composto 1065,5

1 – composto de jardinagem, turfa e fibras de madeira prensada misturados e compactados na coluna

2 - composto de jardinagem, turfa e fibras de madeira prensada compactados na coluna, cada um formando uma camada diferente.

Outro fator importante para os processos oxidativos em geral, e que também

foi estudo em colunas experimentais, é a disponibilidade de oxigênio no meio, uma vez

que se verifica que a atividade das bactérias metanotróficas depende da presença

suficiente tanto de CH4 (emitido) quanto de O2 (atmosférico entrando no sistema).

Por isso, as bactérias metanotróficas tendem a ficar confinadas a um pequeno

horizonte do solo, aproximadamente nos primeiros 30 cm, onde há grande

disponibilidade de O2 (STEVEN et al., 2006). Este fato pode ser observado em

diversos trabalhos nos quais verifica-se oxidação apenas nas camadas superficiais

(Tabela 2.15)

Tabela 2.15 - Profundidades onde foram encontradas atividade oxidativa.

Referência Profundidade de Oxidação (m)

WHALEN et al., 1990 0,20 a 0,30

KIGHTLEY et al., 1995 0,20 a 0,30

BÖRJESSON & SVENSSON, 1997 0,40 a 0,60

VISVANATHAN et al., 1999 0,15 a 0,40

HUBER-HUMER & LECHNER, 2001 0,40 a 0,90

52

Como foi visto, o processo oxidativo é um processo predominantemente

biológico, desta forma, fatores como temperatura e umidade também têm influência

significativa neste processo.

Com relação à influência da umidade nos processos oxidativos, pode-se citar o

trabalho de VISVANATHAN et al. (1999), que teve como objetivo analisar os fatores

que controlam a oxidação de metano em climas tropicais, como temperatura, teor de

umidade e fluxo de metano.

Estes autores utilizaram como meio oxidativo dois materiais. O primeiro deles,

denominado solo 1, possuía a seguinte característica: 70% areia, 15% silte e 15%

argila. O segundo material, bastante parecido ao primeiro e denominado solo 2,

possuía as seguintes características: Solo 2 = 70% areia, 5% silte e 25% argila.

Assim como KIGHTLEY et al. (1995), VISVANATHAN et al. (1999) também

empregaram um fluxo único ascendente de CH4, como pode ser verificado na Figura

2.22. A entrada de O2 na coluna é pela parte superior da coluna experimental.

Figura 2.22 - Coluna experimental elaborada por VISVANATHAN et al. (1999). Algumas condições de experimentais: Fluxo de CH4 – entre 98 e 295 g/m2.dia; diâmetro e altura das colunas – 20 cm e 90 cm, respectivamente.

53

Na Figura 2.23, verifica-se que não há uma relação direta entre o aumento do

fluxo e o aumento das taxas oxidativas médias, para uma mesma umidade. Este fato é

observado porque o fluxo esta diretamente correlacionado com o tempo de retenção

do gás pela coluna experimental, não com o teor de umidade. Quanto mais tempo o

gás ficar retido, maior a probabilidade de ocorrência de oxidação. Entretanto, observa-

se que quando há um aumento de umidade, mantendo-se o mesmo fluxo, há um

aumento das taxas oxidativas médias, no entanto, há um limite no qual este aumento

de umidade também ocasionará um aumento nas taxas oxidativas médias.

Figura 2.23 – Relação entre a variação do fluxo e da umidade nas taxas oxidativas (VISVANATHAN et al., 1999)

A princípio, imagina-se que a captação do O2 pelas bactérias dá-se pela

absorção de O2 do ar, entretanto, as bactérias captam, essencialmente, o oxigênio que

se encontra dissolvido em um meio líquido. Como o O2 é pouco solúvel na água, e

esta solubilidade decresce com o aumento da temperatura, torna-se fácil entender

porquê as taxas oxidativas são menores em temperaturas mais elevadas e em

materiais pouco úmidos, e porquê a faixa na qual a atividade microbiana de oxidação é

máxima esta entre 25oC e 35oC (HUBER-HUMER, 2004) à 1 atm.

Era de se esperar que em materiais com altos teores de umidade tivessem as

maiores taxas oxidativas, uma vez que a disponibilidade de O2 dissolvido, em

condições ótimas, seriam maiores, entretanto, o observado é que há um limite máximo

de umidade no qual ocorre oxidação do metano. Isto ocorre porque a água desloca o

54

ar dos espaços porosos, criando regiões de anerobiose devido à depleção do O2 e o

aumento de CO2, produzido pela respiração microbiana. O oxigênio dissolvido

presente desaparece rapidamente em função da necessidade de energética para os

processos biológicos dos microrganismos aeróbios. Como a dissolução do O2 na água

é lenta, e os processo metabólicos são bem mais rápidos, solos alagados tendem a

ser meios anaeróbios, dificultando, assim, todos os processos oxidativos.

Em temperaturas perto da ebulição da água, o oxigênio dissolvido é quase

nulo, mas em baixas temperaturas há oxigênio dissolvido, dependendo do grau de

salinidade da água e da pressão atmosférica. Desta forma, estudar as variações das

taxas oxidativas em diferentes temperaturas é importante, principalmente em países

de clima temperado, nos quais os verões são quentes e os invernos frios e secos.

O trabalho de KETTUNEN et al. (2006) é um exemplo, dentre vários, que

apresentam resultados de determinação das taxas de oxidação de metano em colunas

experimentais submetidas a baixas temperaturas (4 – 12oC).

Neste trabalho, estes autores estudaram dois materiais diferentes: uma mistura

de composto de lodo de esgoto maturado, resíduo de tinta e areia (4:2:4 peso úmido),

denominado SDS, e uma mistura de composto de lodo de esgoto maturado, resíduo

de tinta e casca de árvore (4:2:4 peso úmido), denominado SDB.

Na Figura 2.25 tem-se um desenho esquemático da coluna experimental

utilizada por KETTUNEN et al. (2006). Observa-se que, mais uma vez, o fluxo

ascendente é de uma mistura de metano e CO2, e que o aporte de O2 é realizado pela

passagem de ar pela parte superior da coluna experimental.

55

Figura 2.24 - Coluna experimental elaborada por KETTUNEN et al. (2006). Algumas condições de experimentais: Fluxo de CH4 – entre 626 e 865 g/m2.dia; diâmetro e altura das colunas – 30 cm e 30 cm, respectivamente.

Como o esperado, os maiores valores médios obtidos foram para as

temperaturas mais elevadas. Entretanto, observou-se oxidação de metano a baixas

temperaturas também, como pode ser analisado na Tabela 2.16.

Tabela 2.16 – Valores máximos de taxa oxidativa obtidos por KETTUNEN et al. (2006) para os dois materiais analisados, em diferentes temperaturas.

Taxa de Oxidação (g/m2.dia) Temperatura (oC)

SDS SDB SDS SDB

21 - 23 31,51 25,78 31,51 25,78

10 - 12 27,93 6,44 27,93 6,44

4 - 6 15,75 6,44 15,75 6,44

56

Depois da análise destes e de outros trabalhos, observa-se que há uma

variação grande entre as taxas oxidativas observadas entre os ensaios em colunas

experimentais. Na Figura 2.25 e na Tabela 2.17 estão descritos os resultados de

alguns trabalhos realizados em colunas experimentais, nos quais esta variação pode

ser melhor observada.

Fluxo (L CH4 / m2.dia)

0 500 1000 1500 2000 2500

Taxa

de

Oxi

daçã

o (L

/ m

2 .dia

)

0

500

1000

1500

2000

2500 Kightley et al. (1995) - areia grossaKightley et al. (1995) - soloKightley et al. (1995) - areia finaDe Visscher et al. (1999) - solo agriculturaDe Visscher et al. (1999) - solo aterroPark et al. (2002) - areia argilosaStreese & Stegman (2003) - compostoStreese & Stegman (2003) - misturaStreese & Stegman (2003) - camadaScheutz & Kjeldsen (2003) - soloWilshusen et al. (2004a) - compostoPowelson et al. (2006) - compostoPowelson et al. (2006) - areia grossaHuber-Humer (2004) - composto Huber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - compostoHuber-Humer (2004) - composto

Fluxo (l CH4 / m

2.dia)0 100 200 300 400 500 600

Taxa

de

Oxi

daçã

o (l

/ m2 .d

ia)

0

100

200

300

400

500

600

Figura 2.25 – Comparação entre alguns valores de taxas oxidativas encontrados na literatura. Materiais diversos (solo, areia e composto de RSU) em ensaios em colunas experimentais.

57

Tabela 2.17 – Alguns valores de taxas oxidativas encontrados na literatura

Referência Substrato Fluxo (L CH4/m2.dia)

Taxa de Oxidação (L/m2.dia)

Eficiência (%)

KIGHTLEY et al., 1995

areia grossa argila de cobertura areia fina

453 453 453

233 152 155

61 40 41

DE VISSCHER et al., 1999

solo de agricultura solo de cobertura de aterro

300 300

180 336 60

65 - 70

HILGER et al., 2000

areia argilosa de cobertura 3900 2 45 - 50

PARK et al., 2002 areia argilosa 735 609 83

STREESE & STEGMANN, 2003*

composto mistura múltiplas camadas

402 – 4.357 402 – 4.357 402 – 4.357

2.078 1.341 1.005

-

SCHEUTZ & KJELDSEN, 2003 (2003)

solo de cobertura de aterro 380

293 81

WILSHUSEN et al., 2004 a composto de folhas 726 489 95

HUBER-HUMER, 2004) composto de RSU 130 - 300 300 - 130 100 - 53

BERGER et al., 2005

composto + areia + argila 36 - 94 - 98

KETTUNEN et al., 2006 *

SDS SDB

86 92

86 92

97 74

POWELSON et al., 2006

areia grossa composto 349 - 698 349 - 698 63

69

Segundo KIGHTLEY et al. (1995) e DE VISSCHER et al. (1999) as colunas de

oxidação apresentam um comportamento oxidativo que varia com o tempo e sugerem

que este processo se dá em 4 fases: pequena fase de adaptação, fase de rápido

aumento na taxa de oxidação, fase de estabilização com altas taxas de oxidação e

fase de declínio. Esta última fase entra em estabilização de novo, mas em baixas

taxas de oxidação, como pode ser observado na Figura 2.26, ao se analisar os

resultados obtidos por HILGER et al. (2000).

58

Figura 2.26 – Resultado de um dos ensaios de HILGER et al. (2000), mostrando as fases da oxidação do metano. Material – solo. 1,2,3 e 4 – quadruplicatas do material.

Entretanto, este comportamento já era esperado, pois em se tratando de um

crescimento microbiano em um recipiente fechado, existe a possibilidade de se

construir uma “curva de crescimento típica”, pela realização de ensaios de batelada,

como é ilustrada na Figura 2.27

Figura 2.27 – Curva de crescimento típica de uma população bacteriana (MADIGAN et al., 2004)

59

A fase lag (fase de adaptação) é observada porque, normalmente, o

crescimento microbiano não se inicia imediatamente e os microrganismos precisam de

algum tempo para se adaptarem às novas condições impostas. Entretanto, às vezes,

esta fase não é observada. Isto ocorre quando as condições impostas ao meio (coluna

experimental) são as mesmas observadas na situação da qual os microrganismos

foram retirados (aterro). A fase exponencial (fase de rápido aumento na taxa de

oxidação) corresponde à taxa de crescimento microbiana, isto é, o padrão de aumento

populacional em um determinado período de tempo. Normalmente, o crescimento

exponencial não ocorre indefinidamente, uma vez que existem fatores limitantes a este

crescimento que, normalmente, são: redução da presença de nutrientes essenciais e

presença de algum produto de excreção que atinge uma concentração inibitória e

promove a interrupção do crescimento exponencial. Esta fase é extremamente

influenciada pelas condições externas (temperatura, nutrientes, etc).

Na fase estacionária (fase de estabilização com altas taxas de oxidação) não

há um aumento efetivo no número de células que compõe a população em análise.

Embora não ocorra variação neste número, não quer dizer que não há atividade de

metabolismo energético ou processos biossintéticos. Este fato pode ser ratificado pela

observação das altas taxas oxidativas em colunas experimentais nesta fase. O que se

observa nesta fase, para alguns microrganismos, é um crescimento lento, no qual há

divisão celular e morte celular mais ou menos nas mesmas proporções.

A última fase, denominada de fase de morte ou de declínio, ocorre quando as

condições de equilíbrio observadas na fase anterior sofrem um abalo e a taxa de

morte é maior do que a taxa de crescimento. Observa-se na Figura 2.27 que a fase de

declínio também é exponencial, no entanto, a taxa de morte é muito inferior à taxa de

crescimento, ocasionando a falsa impressão de que há uma nova fase de

estabilização.

60

CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA

A descrição dos métodos empregados no desenvolvimento deste trabalho será

dividida em duas partes. Na primeira parte, será descrito o ensaio de oxidação

propriamente dito. E na segunda, serão expostas as metodologias empregadas para

as análises geotécnicas dos materiais que compuseram as colunas de oxidação.

Foram utilizados quatro diferentes materiais para a composição do substrato de

oxidação. Entende-se por substrato de oxidação o meio no qual ocorrerá a oxidação

do metano e que potencialmente poderá servir como camada oxidativa em aterros.

Os materiais utilizados para compor o substrato de oxidação foram um solo,

oriundo da área de empréstimo de um aterro controlado localizado na cidade do Rio

de Janeiro e um composto orgânico oriundo da compostagem de resíduos sólidos

urbanos, também da cidade do Rio de Janeiro. Os outros dois substratos são

compostos de uma mistura dos dois materiais anteriormente citados. Um dos

substratos é formado pela mistura do solo e do composto na proporção 1:1, em peso,

e o outro na proporção 3:1, também em peso. Uma visão geral dos quatro materiais

pode ser vista na Figura 3.1.

Figura 3.1 – Imagem dos quarto materiais utilizados como substrato de oxidação neste trabalho.

O composto orgânico, originado da compostagem da matéria orgânica

presente nos resíduos sólidos urbanos, foi coletado na Estação de Tratamento,

Triagem e Compostagem do Caju – COMLURB/RJ.

Os resíduos, após separação dos recicláveis, são levados para o pátio de cura

onde ficam enleirados por 90 dias para que ocorra a compostagem da matéria

Solo Solo + Composto (1:1)

Compoto Solo + Composto (3:1)

61

orgânica (Figura 3.2). Após este período, o composto formado é peneirado. Por rotina,

existe a possibilidade de se obter dois tipos de composto peneirado. Um que passou

pela peneira com malha de 22 mm de abertura, e outro que passou pela peneira com

malha de 10 mm de abertura. Utilizou-se para a realização dos ensaios deste trabalho

o composto que passou pela peneira de malha de 10 mm abertura, e cujo

enleiramento havia ocorrido 9 meses antes (Figura 3.3).

Entretanto, no laboratório, este composto foi novamente peneirado em uma

peneira com malha de 4mm de abertura, e o material passante, utilizado. Este material

passante será sempre referido neste trabalho como sendo “composto”.

Optou-se por este procedimento visto que o composto coletado na Usina ainda

possuía em sua composição materiais que dificultariam a reprodutibilidade dos

62

ensaios. Escolheu-se a malha de 4 mm porque é uma malha comercial e facilmente

encontrada no mercado.

Figura 3.2– Visão geral de algumas leiras no pátio de compostagem na Usina do Caju

Figura 3.3 – Visão das peneiras e onde o material fica estocado, da granulometria do composto após peneiramento (10mm) e como o material foi coletado.

3.1. Ensaios de oxidação

Para a realização do ensaio de oxidação, foram construídas quatro colunas. As

colunas são tubos de PVC de diâmetro interno de 9,9 cm, espessura de 0,67 cm e

altura de 60cm, que pode ser melhor visualizadas na Figura 3.4 e na Figura 3.5.

Ambos os lados dos tubos foram fechados com caps de PVC contendo dois O-rings de

63

borracha para assegurar a vedação. O topo do cap superior foi perfurado duas vezes

para introdução de duas válvulas visando propiciar a coleta de amostras de gás para a

realização das análises cromatográficas e também com o intuito de servir como dreno

de saída de gás. O cap inferior foi perfurado uma vez para a colocação de um nipel

visando a entrada da mistura de gases na coluna. Os tubos de PVC foram revestidos

internamente por uma mistura de cola e areia com a finalidade de evitar a criação de

caminho preferencial de gás pela parede lateral interna, e que houvesse deslocamento

ascendente do substrato, caso a pressão interna da coluna se elevasse por algum

motivo.

Figura 3.4- Coluna de oxidação desmontada

64

Figura 3.5 – Desenho esquemático da coluna de oxidação

65

A montagem da coluna deu-se primeiramente com a adição de brita (zero) e

geotextil (Figura 3.6), formando uma camada inicial de 15cm com a finalidade de se

compor uma camada de distribuição de gás. Esta camada inicial teve como objetivo

evitar a existência de caminhos preferenciais para o gás, e evitar que a entrada de gás

fosse interrompida por partículas mais finas existentes no substrato. Acima desta

camada de distribuição foi introduzido o substrato da oxidação que será analisado

segundo sua eficiência. Todos os substratos foram compactados com 60% da massa

específica aparente seca máxima, 85% da umidade ótima e com altura de 30cm.

Optou-se por moldar as colunas experimentais desta forma, porque a

moldagem nas condições de massa específica aparente seca máxima e umidade

ótima deixaram o corpo de prova muito denso, o que inviabilizou a passagem do gás

num tempo compatível para o teste experimental. A utilização do valor de grau de

compactação de 60% deu-se por empirismo, enquanto que o valor de 85% da

umidade ótima baseou-se no fato de que, na literatura, observa-se a utilização do valor

de umidade de 85% da capacidade de campo para a moldagem dos corpos de prova

para colunas experimentais, mesmo sabendo que são valores diferentes.

Após a compactação do substrato na coluna, uma nova camada contendo

geotêxtil e brita foi adicionada.

Figura 3.6 – Imagem do material que compõe a camada de distribuição de gás.

66

Foram introduzidos em cada coluna, dois sensores de temperatura e umidade

(IOPE – TW-UR 98 - características técnicas no ANEXO I) (Figura 3.7). Estes

sensores foram localizados nas cotas 10 e 20cm, tendo como referência o início da

camada do substrato e somente a ponta dos sensores (antes da bainha) foram

introduzidas na coluna. A temperatura da sala de ensaio variou de 240C a 300C.

Em cada coluna, passou-se uma vazão de 150mL/min de uma mistura gasosa

de metano e ar (comprimido) (5,0 mL/min de CH4 (99,9995% de pureza - AGA) e 145,0

ml/min de ar), controlada por rotâmetros (Dwyer – série RMA, ANEXO II).

Figura 3.7 – Sensores de temperatura e umidade

Na Figura 3.8 pode ser observada uma imagem das quatro colunas oxidativas

experimentais montadas, e em operação, no laboratório de geotecnia.

bainha

67

Figura 3.8 – Visão geral das colunas oxidativas.

Observa-se na figura que foram introduzidos apenas um sensor de temperatura

e umidade por coluna experimental, embora se verifique a existência de dois pontos

para a introdução destes sensores. No capítulo no qual serão apresentados os

resultados e as discussões, este ponto será novamente abordado e justificado.

Para que haja o processo oxidativo, faz-se necessário que a relação molar

entre CH4 e O2 seja de no mínimo ½, como pode ser observado na equação Equação

3.1, que é uma versão simplificada da Equação 2.1. Ou seja, 2 mols de O2 para 1 mol

de CH4.

OHCOCOCH 2224 22 +⇒+ Equação 3.1

Analisando a composição gasosa imposta às colunas experimentais deste

trabalho, observa-se que há 9,32 moles de O2 para 0,32 mol de CH4 (proporção de

1/29) sendo introduzidos em cada coluna experimental. Desta forma, assegurou-se a

presença das concentrações mínimas de O2 para que ocorra o processo oxidativo.

HUBER-HUMER (2004), em seu trabalho de doutorado, sugere que esta proporção

seja de 1/28, no mínimo.

68

Toda a mistura gasosa introduzida na coluna passava antes por um

umidificador, para mantê-la umedecida e não ressecar o material dentro da coluna.

A mistura gasosa que passou através do substrato foi analisada por um

cromatógrafo gasoso (Micro-GC 3000A - Agilent), e a aquisição dos dados se deu por

um computador (notebook HP Compaq Small Form Factor, modelo DC7700 ) acoplado

ao cromatógrafo (Figura 3.9)

Antes do início da leitura, deixou-se passar pelas colunas durante 72h um fluxo

de 5mL/min de metano, com a finalidade de saturar as colunas e estimular a atividade

bacteriana.

A aquisição dos dados deu-se a cada 48h, para cada coluna, e o fluxo de gás

foi mantido ininterrupto por todo o período do ensaio.

Figura 3.9 – Cromatógrafo e o sistema de aquisição e análise dos dados (notebook)

Todo o sistema de coleta de gás estava interligado por tubos de polietileno de

3/8”. Para evitar que houvesse contaminação entre uma análise e outra, antes da

análise de uma das colunas (coluna-alvo), deixava-se o gás percolar por este sistema

por pelo menos 30 min, assegurando, assim, que a análise realizada era apenas do

gás passante pela coluna-alvo.

69

A análise do gás passante deu-se durante um período de 100 dias.

3.1.1. Análise Cromatográfica

A cromatografia é uma ferramenta analítica de separação de gases, ou

misturas gasosas.

A Figura 3.10 apresenta os principais componentes de um cromatógrafo.

Figura 3.10 – Componentes básicos de um cromatógrafo gasoso. cilindro de gás; regulador de pressão em 2 estágios; válvula de controle de fluxo; porta de injeção; forno; coluna; detector; sistema de aquisição (MCNAIR & MULLER, 1998).

Para os ensaios deste trabalho, foi utilizado um cromatógrafo a gás (Micro-GC

3000 - Agilent) portátil cujas características encontram-se na Tabela 3.1. As condições

operacionais deste equipamento, encontram-se na Tabela 3.2.

Tabela 3.1 – Características do cromatógrafo.

Configuração do GC 3000 Coluna A Coluna B

Tipo de injetor Retrolavagem Retrolavagem

Gás carreador Nitrogênio Nitrogênio

Tipo de coluna Peneira Molecular Plot U

Tipo de detector TCD TDC

Tipo de entrada Aquecido Aquecido

70

Tabela 3.2 – Condições operacionais do cromatógrafo gasoso para as análises da composição dos gases.

Pontos de ajuste do GC 3000 Coluna A Coluna B

Temperatura de entrada da amostra (0C) 60 0C 60 0C

Temperatura do injetor (0C) 60 0C 65 0C

Temperatura da coluna (0C) 66 0C 75 0C

Tempo de amostragem (s) 10 s 10 s

Tempo de injeção (ms) 20 ms 30 ms

Tempo de corrida (s) 120 s 120 s

Tempo de pós-corrida (s) 10 s 10 s

Tempo de equilíbrio de pressão (s) 10 s 10 s

Pressão da coluna (psi) 30,00 psi 15,00 psi

Pressão de pós-corrida (psi) 30,00 psi 25,00 psi

Filamento do detector Habilitado Habilitado

Sensibilidade do detector Alto Alto

Taxa de dados do detector (Hz) 20 Hz 20 Hz

Desvio da linha de base (mV) 0,00 mV 0,00 mV

Tempo de retrolavagem (s) 5,00 s 5,00 s

3.1.2. Análise dos resultados das análises cromatográficas

Pela análise dos resultados obtidos cromatograficamente, pode-se obter a

concentração relativa dos componentes de uma mistura. Esta concentração

corresponde à área sob a curva cromatográfica, originada da integração do sinal

gerado no detector durante a eluição da amostra (BRAITHWAITE & SMITH, 1999).

Entretanto, a resposta de um detector varia de um composto a outro. Desta

forma, a área sob cada curva, denominada área cromatográfica, é específica para

cada elemento.

Na Figura 3.11 pode ser observado um perfil cromatográfico típico, e a área

sob cada curva pode ser calculada segundo a seguinte equação (Equação 3.2).

71

Figura 3.11 – Separação de álcoois. Programa de separação: isoterma a 1000C e rampa de 100-1500C a 150C/min. Coluna: Carbowax 20 (2m x 1/8 in). Gás de arraste: nitrogênio – 30ml/min. Infeção: 1μl. Mistura: 1:1:1:1:1 . Detector: FID (BRAITHWAITE & SMITH, 1999)

2bWhA ×

=

Equação 3.2

Onde:

A = área cromatográfica

h = altura do pico

Wb = largura da base

Na Figura 3.12, este parâmetros para o calculo da área cromatográfica podem

ser identificados.

72

Figura 3.12 – Cálculo da área de um pico cromatográfico por triangulação. W0, 6065h - largura do pico no ponto de inflexão; W0, 5h - Largura do pico na metade da altura; WB - Largura do pico na base; TR – Tempo de retenção não corrigido; H – Altura do pico. Fonte: FOWLIS, 1995

Como foi dito anteriormente, a área sob cada pico cromatográfico é

proporcional à concentração de cada elemento que compõe a amostra analisada.

Porém, nem todos os elementos produzem a mesma área de pico a uma dada

concentração. Desta forma, faz-se necessário o emprego de um fator de correção para

que as áreas obtidas sejam, quantitativamente, correspondentes à concentração do

elemento analisado. Entretanto, o fator de correção (FC) a ser aplicado, depende do

gás e do tipo de detector utilizado.

Para o caso em questão, o detector é o TCD (thermal condutivity detector), e

para o cálculo desta concentração, é necessário dividir a área de pico obtida no

cromatograma pelo fator de correção correspondente a cada elemento, e dividir o

resultado pelo somatório das áreas corrigidas (DIETZ, 1967). Desta forma, obtém-se

os valores de % molar, que para o caso de elementos gasosos corresponde, também,

à % volume. (Equação 3.3).

73

cc AFáreamolar

∑××

=100%

Equação 3.3

Onde:

Area = area cromatográfica

Fc = Fator de correção (Tabela 3.3)

ΣAc = somatório das áreas corrigidas (Ac) definidas por cc F

áreaA =

Na Tabela 3.3 são encontrados os fatores de correção utilizados.

Tabela 3.3 – Fatores de correção utilizados (DIETZ, 1967).

Elemento Fator de correção

CH4 35,7

CO2 48,0

H2O 33,0

O2 40,0

N2 42,0

Ressalte-se que como a aquisição dos dados foi digital, não foi preciso realizar

manualmente o cálculo da área cromatográfica, pois o programa de aquisição já

fornecia este dado. Entretanto, para a obtenção das percentagens molares de cada

elemento, foi necessária a realização do cálculo manual.

3.1.3. Cálculos da Eficiência e da Taxa de Oxidação

Um parâmetro freqüentemente utilizado para expressar a performance de uma

coluna de oxidação é eficiência da remoção de CH4, isto é, qual é a variação

percentual entre a concentração de CH4 que entra na coluna de oxidação e a

concentração de CH4 sai desta mesma coluna. Para o cálculo da eficiência da

oxidação, isto é, quanto o substrato foi capaz de oxidar em um determinado momento,

a seguinte equação foi aplicada (Equação 3.4).

74

( ) ( )( ) 100

4

44

−=

iCH

fCHiCH

CH C

CCEf

Equação 3.4

Onde:

EfCH4 = Eficiência da oxidação (%)

CCH4i = concentração de metano que entra na coluna experimental (g.m-3)

CCH4f = concentração de metano que sai da coluna experimental (g.m-3)

Embora a eficiência da oxidação seja um fator conveniente para a definição da

performance de uma coluna oxidativa, nenhuma informação sobre as condições

operacionais está incluída neste cálculo. Desta forma, este parâmetro não pode ser

extrapolado e usado com resultado experimental para outras condições experimentais.

Com isso, faz-se necessária a utilização de outro parâmetro. A utilização da

taxa de oxidação, neste caso, torna-se mais apropriada porque contêm informações

sobre área da coluna e tempo transcorrido. Alguns autores também se referem à taxa

de oxidação como capacidade de eliminação ou taxa de degradação.

Para este trabalho, defini-se como taxa de oxidação a diferença entre as

concentrações de metano que entram e saem da coluna oxidativa, normalizadas pela

razão entre o fluxo aplicado à coluna e o volume total da coluna.

Para o cálculo da taxa de oxidação, isto é, a quantidade de metano que o

substrato é capaz de oxidar, em um determinado período de tempo, quando mantidas

as mesmas condições experimentais, foi aplicada a seguinte equação (Equação

3.5)(STREESE & STEGMANN, 2003).

( ) ( )[ ]V

FCCTO fCHiCH ×−

= 44

Equação 3.5

Onde:

TO = Taxa de oxidação (g.m-3.dia-1)

CCH4i = concentração de metano que entra na coluna experimental (g.m-3)

CCH4f = concentração de metano que sai da coluna experimental (g.m-3)

F = fluxo imposto à coluna de oxidação (m3.dia-1)

V = volume da coluna de oxidação (m3)

75

3.2. Características químicas

Foram realizados ensaios para a obtenção dos valores de pH, condutividade

elétrica, Na, orgânicos voláteis, matéria orgânica e carbono total. Todos os ensaios

seguiram a metodologia descrita por CLAESSEN et al. (1997).

3.3. Ensaios Geotécnicos

3.3.1. Granulometria

O ensaio de granulometria para o solo e para as misturas do solo com o

composto seguiram a norma NBR 7181/1984 (análise granulométrica para solos)

(ABNT, 1984a).

Devido a uma falta de regulamentação para vários tipos de ensaios com

composto orgânico, optou-se por utilizar a norma alemã para ensaios granulométricos

com composto orgânico (DIN 18123).

A diferença entre ambas é que o ensaio para verificação de finos (material

passante na peneira de 2mm) não é realizado para a norma alemã, sendo a menor

malha utilizada segundo a norma alemã a de 0,15mm.

3.3.2. Teor de umidade

A determinação da umidade normalmente é feita em estufa a 110oC para solo e

60oC para material orgânico, até que o peso da amostra torne-se constante (NBR

6457/1986; ABNT, 1986a). Desta forma, o teor de umidade (ω) é definido como sendo

a relação entre o peso de água e o peso de sólidos, ou peso da amostra (Equação

3.6). Entretanto, muita confusão é gerada na hora de se escrever este resultado, uma

vez que normalmente não é deixado claro qual é a base de cálculo, isto é, se foi

utilizado para o cálculo o peso da amostra seca ou úmida.

100×=sólidos

água

MM

w

Equação 3.6

A mecânica dos solos normalmente utiliza a base seca, no entanto, quando se

trabalha com material orgânico, opta-se por trabalhar na base úmida, uma vez que o

material orgânico possui, em geral, umidade elevada devido às suas características.

76

Opta-se por trabalhar na base úmida porque os resultados obtidos sempre

variarão entre 0 e 100%, tornado a interpretação dos resultados mais simples.

Como a maior parte do material que será utilizado para a construção das

colunas de oxidação possui algum teor de matéria orgânica, optou-se por trabalhar

com o teor de umidade na base úmida, cujo cálculo pode ser verificado na Equação

3.7

100×=total

água

MM

w

Equação 3.7

Outro fator importante diz respeito ao umedecimento do composto. Como é um

material rico em matéria orgânica, seu umedecimento se dá de maneira não uniforme

devido às possíveis diferenças de hidrofobicidade existentes entre os componentes

que constituem este material.

Com a finalidade de se obter um padrão para a homogeneização das

amostras, um ensaio de teor de umidade foi realizado com o composto orgânico, uma

vez que há necessidade de reprodutibilidade dos resultados.

Este ensaio consistiu em pegar duas frações do composto, uma como ele foi

coletado na Usina do Caju, isto é, material compostado que passou na peneira de

10mm (denominado #10) e uma segunda depois de peneirado no laboratório na

peneira de 4mm (denominado #4).

Metade de fração de 10mm e metade da fração de 4mm foi colocada na estufa,

à 600C, por 48hs. A outra metade de cada fração ficou secando ao ar livre. Desta

forma, tem-se quatro “amostras”: 10 mm que secou na estufa (denominada E#10), 10

mm que secou ao ar livre (denominada N#10), 4 mm que secou na estufa

(denominada E#4) e, finalmente, 4 mm que secou ao ar livre (denominada N#4).

Todas os ensaios com as quatro frações foram realizados em triplicata.

Depois disso, foi adicionada água às quatro frações para que todas ficassem

com teor de umidade em 40%. Deste material, foram retiradas amostras a cada 24hs

para análise do teor de umidade, durante 7 dias consecutivos. Todo o material ficou

estocado em uma câmera úmida para evitar o ressecamento das amostras e para a

manutenção da umidade inicial.

Todas as amostras foram levadas à estufa de 60oC, por 48hs, para a obtenção

dos parâmetros para a realização dos cálculos do teor de umidade.

77

3.3.3. Compactação

Para a realização destes ensaios, utilizou-se como padrão, a norma NBR

7182/1986 (Solo – Ensaio de compactação) (ABNT, 1986b), e a energia de

compactação foi a do proctor normal

Foram realizados ensaios com os quatro materiais.

3.3.4. Condutividade Hidráulica Saturada

A permeabilidade do fluido no solo esta diretamente relacionada com a

viscosidade do mesmo. Quanto maior a viscosidade mais dificuldade terá o fluido

percolante em fluir pelo meio. Sendo assim, menor será a permeabilidade. Por este

motivo, a permeabilidade do solo ao ar, quando este se encontra seco (S=0%), deve

ser maior que a máxima permeabilidade observada quando o solo se encontra

saturado (S=100%) (FREDLUND & RAHARDJO, 1993). Isto se observa porque

quando o grau de saturação é elevado o ar fica ocluso e o fluxo de gasoso por difusão

reduz-se e passa a depender da dissolução dos gases na água.

Todos os ensaios de permeabilidade foram realizados à carga constante,

segundo a NBR 13292/1995 (Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade

de solos granulares à carga constante) (ABNT, 1995) (Figura 3.13). Os corpos de

prova, depois de montados, foram deixados em repouso dentro d’água, por pelo

menos 48hs, para a homogeneização da umidade antes do início dos ensaios. Foi

moldado apenas um corpo de prova para cada um dos quatro materiais utilizados para

a montagem das colunas oxidativas. De cada corpo de prova foram obtidas, pelo

menos, 10 leituras de condutividade em um período mínimo de 24 horas. Para todos

os casos, a densidade utilizada foi a aparente seca máxima, e a umidade, a ótima.

78

Figura 3.13 – Aparato para a medição da permeabilidade a carga variável.

Ao final de cada ensaio de permeabilidade, retirou-se o cilindro contendo o

corpo de prova de dentro d’água. Este cilindro era deixado em cima da bancada para

que a água excedente drenasse por um determinado período de tempo. Este tempo

era determinado através da quantidade de água que escoava do corpo de prova. Esta

água era coletada em uma proveta para que houvesse monitoramento do volume de

água excedente. Quando esta vazão fosse menor do que 0,01 ml/s, o cilindro era

desmontado e amostras do material retiradas para a verificação da umidade

correspondente à capacidade de campo (ROCHA & AZEVEDO, 2008). Seis amostras

foram coletadas. Duas do topo, duas do meio e duas da base do corpo de prova.

(Figura 3.14)

79

Figura 3.14 – Determinação da capacidade de campo.

Para a determinação da capacidade de campo, foi utilizada a seguinte relação,

apresentada através da Equação 3.8.

a

d

γωγ

θ θ×=

Equação 3.8

Onde:

θ = Capacidade de Campo

γd= Peso Específico Seco (g/m3)

γa = Peso Específico da Água (g/m3)

ωθ = Umidade de Campo

O peso específico seco foi determinado pela relação descrita na Equação 3.9

i

td ω

γγ

+=

1 Equação 3.9

Onde:

γd= Peso Específico Seco (g/m3)

γt = Peso Específico Total (g/m3)

ωi = Umidade inicial

80

3.3.5. Limites

Ensaio realizado apenas com o solo do aterro. Para este ensaio, foram usados

os padrões normalizados da NBR-6459/1984 (Determinação do Limite de Liquidez de

solos) (ABNT, 1984d) e NBR-7180/1984 (Determinação do Limite de Plasticidade de

solos) (ABNT, 1984c).

3.3.6. Massa Específica dos Grãos (Gs)

Para a determinação da massa específica dos grãos empregou-se a

metodologia descrita na norma da NBR-06508/1984 (Grãos de solos que passam na

peneira de 4,8 mm – Determinação da massa específica) (ABNT, 1984b).

3.4. Estatística

Para a verificação de existência ou não de diferença entre as amostras foi

utilizado o teste U (teste U de Mann-Whitney), uma vez que os dados obtidos não

apresentaram uma distribuição normal. Considerou-se com sendo um valor

significativo ao nível de significância de 5% (p < 0,05). Para as análises de correlação

foi utilizado o teste de Pearson. Para que o teste de Pearson seja válido, o teste U tem

que ser p < 0,05. Correlações positivas são aquelas cujo valor de Pearson é positivo.

Para correlações negativas o valor de Pearson é negativo. Todas as análises

estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa SIGMASTAT versão 3.5 (2005).

81

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tendo como meta a utilização do composto como material alternativo para a

construção de camadas oxidativas, foram realizados ensaios para a verificação da

viabilidade da utilização da mistura deste material com o solo de cobertura de um

aterro.

Assim como ocorreu com a descrição das metodologias no capítulo 4, a

apresentação e a discussão dos resultados também serão divididos. Na primeira parte

serão descritos os ensaios geotécnicos para a caracterização dos materiais que

serviram de substrato para as reações oxidativas que ocorrem nas colunas de

oxidação. E na segunda, os resultados das colunas de oxidação serão descritos e

discutidos.

4.1. Ensaios preliminares – Caracterização dos Substratos

4.1.1. Composto orgânico

Dentre os vários processos utilizados para o manejo de resíduos orgânicos, por

exemplo, incineração e aterro sanitário, a compostagem é considerada a mais

eficiente para produzir um produto ambientalmente seguro e agronomicamente

vantajoso, a um custo operacional aceitável.

Compostagem é um dos processos biológicos mais antigos que continua sendo

utilizado. Pode-se definir compostagem como sendo a decomposição de diversos

materiais em um ambiente que possui uma população microbiana adequada, com

temperatura, umidade e oxigenação compatíveis. Os microrganismos utilizam a

matéria orgânica, os minerais, a água e o oxigênio presentes no meio para seu

crescimento e atividade metabólica. Cada espécie possui uma condição ideal de

temperatura, pH, umidade, etc., na qual as taxas metabólicas são máximas. Desta

forma, para que a compostagem seja rápida e eficiente, e, para que seja otimizada,

estes aspectos devem ser conhecidos, monitorados e corrigidos quando necessário.

Entretanto, os dois parâmetros mais importantes para o processo são a temperatura e

a umidade.

Vários são os benefícios obtidos por este processo, entre eles a diminuição de

massa e volume do resíduo, reciclagem dos nutrientes, manutenção ou renovação da

82

matéria orgânica e outras características físicas do solo, redução dos problemas de

aterragem dos resíduos e biodegradação de componentes tóxicos e contaminantes

orgânicos. Como resultado da utilização do produto da compostagem no solo, pode-se

citar a criação de um produto final estável através do aumento da retenção e

disponibilidade de nutrientes, melhoria da capacidade de troca catiônica, além dos

componentes húmicos servirem como fonte de matéria orgânica.

Entretanto, para a utilização deste material como condicionante do solo, alguns

parâmetros devem ser analisados, uma vez que a utilização de composto não

maturado poderá acarretar danos ao solo, já que o composto não maturado poderá

produzir toxinas que poderão interferir na biota residente.

Com a finalidade de se verificar se o composto utilizado neste trabalho

encontrava-se estável, isto é, maturado, realizou-se um “ensaio de temperatura”, uma

vez que a temperatura do composto é um indicativo de atividade microbiológica. Este

procedimento consistiu na análise da variação de temperatura do composto durante

seis dias.

O protocolo de análise consistiu em adicionar uma amostra de composto da

Usina de Triagem e Compostagem do Caju (composto que passou pela malha de

10mm) à duas garrafas térmicas, sendo introduzido dentro de cada garrafa um

termômetro convencional para o monitoramento da temperatura interna do composto.

As garrafas permaneceram abertas e em cima de uma bancada por todo o período de

análise.

Verificaram-se as temperaturas, tanto interna (dentro das garrafas) quanto do

ambiente (externa), manualmente, a cada 24h. As temperaturas da sala de ensaios

permaneceu entre 24 e 30ºC, e as temperaturas internas encontram-se descritas na

Tabela 4.1.

83

Tabela 4.1 – Resultado do ensaio de estabilização.

Temperatura (0C) Dia

G1 G2 Sala

1 30 29 29

2 30 27 29

3 30 26 30

4 22 29 24

5 25 23 25

6 28 27 29

OBS.: G1 e G2 correspondem às garrafas térmicas

Observa-se que as temperaturas tanto internas quanto externa (sala)

permaneceram próximas, indicando que não houve atividade microbiológica de

compostagem durante o período de análise. Assim sendo, como não houve aumento

da temperatura, o composto foi considerado estabilizado e apto a ser utilizado nos

ensaios de oxidação.

4.1.2. Granulometria

Uma vez observado que o composto coletado na Usina do Caju encontrava-se

estável, realizou-se um ensaio de granulometria, tanto com o composto coletado na

Usina do Caju (10mm e 22mm) quando a amostra peneirada (4mm), as misturas solo

+ composto nas proporções 3 para 1 (p/p), 1 para 1 (p/p), e o solo do aterro. Os

resultados destes ensaios podem ser observados na Figura 4.1 a Figura 4.3. Na

Figura 4.1 são observadas as curvas granulométricas das frações do composto

coletado e peneirado.

84

Diâmetro (mm)0,001 0,01 0,1 1 10 100

porc

enta

gem

que

pas

sa (%

)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100Composto 10mmComposto 22mmComposto 4mm

similar a areiagrossamédiafina

similar a silte

0.002 0.06

Referência - Escala Granulométrica ABNT

0.2 0.6 2.00

similar a pedregulhofino médio grosso

6.00 20.00

Similara argila

Figura 4.1 – Curvas granulométricas do composto nas frações 10mm e 4mm

Analisando a Figura 4.1 observa-se que as curvas granulométricas do

composto na granulometria 10mm e 22mm assemelham-se bastante à curva

granulométrica de um solo granular. Entretanto, quando o composto é peneirado para

a fração 4mm, observa-se que a curva granulométrica passa a se assemelhar a de um

solo arenoso, com a fração mais fina prevalecendo. Isso realmente é o esperado, já

que o composto, ao ser peneirado, “perde” a fração mais grossa, o que pode ser

facilmente observado na Figura 4.2.

Figura 4.2 – Análise visual do processo de fracionamento do composto orgânico durante o ensaio de granulometria. Frações que ficaram retidas na peneira (IZZO, 2008).

85

Na Figura 4.3, são apresentadas as curvas granulométricas do compostos de

4mm, do solo e das 2 misturas solo + composto.

Diâmetro (mm)0,001 0,01 0,1 1 10 100

Perc

enta

gem

que

pas

sa (%

)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Solo + Composto (1:1)Solo + Composto (3:1)SoloComposto

Areiagrossomédiofino

Silte

0.002 0.06

Referência - Escala Granulométrica ABNT

0.2 0.6 2.00

Pedregulhofino médio grosso

6.00 20.00

Argila

Figura 4.3 – Curva granulométrica do composto, das misturas e do solo

Com relação à curva granulométrica do solo, pode-se classificá-lo como sendo

uma argila silto-arenosa, enquanto que o composto apresenta uma curva

granulométrica similar à uma areia siltosa.

Quando se mistura o composto de 4mm ao solo em duas diferentes

proporções, isto é, solo + composto (1:1)(p/p) e solo + composto (3:1)(p/p), a curva

granulométrica da mistura solo + composto (1:1) torna-se semelhante à uma areia

siltosa, enquanto que para a curva granulométrica da mistura solo + composto (3:1)

assemelha-se à de uma areia silto-argilosa.

Um parâmetro que pode ser obtido pela curva granulométrica é o coeficiente

de não uniformidade (CNU). Por este parâmetro sabe-se se o material apresenta

“grãos” de diâmetros diferentes, ou se prevalecem “grãos” com o mesmo diâmetro, isto

é, se o material é “bem graduado” ou “mal graduado”.

Segundo SOUZA PINTO (2002), este parâmetro é calculado segundo a

Equação 4.1 a seguir:

86

10

60

DD

CNU = Equação 4.1

Onde:

D60 = diâmetro abaixo do qual se situam 60% em peso das partículas;

D10 = diâmetro abaixo do qual se situam 10% em peso das partículas.

Os coeficientes de não uniformidade dos quatro materiais utilizados são

apresentados na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Coeficientes de não uniformidade (CNU) dos quatro materiais utilizados

Material CNU

Solo 10,73

Solo + Composto (3:1) 103,63

Solo + Composto (1:1) 157,62

Composto 192,71

Ao se analisar a Tabela 4.2, pode-se dizer que a adição de solo ao composto,

não importando a quantidade adicionada, confere às misturas uma possível redução

de permeabilidade em relação ao solo, uma vez que as partículas menores ocupam os

espaços deixados pelas maiores, o que confere menor compressibilidade e maior

resistência ao “novo” material.

Entretanto, quanto maior o CNU, menos poroso será este material, o que

poderá dificultar a permeabilidade do gás durante os ensaios de oxidação. Quando o

meio torna-se menos permeável, com mais dificuldade poderá ocorrer a oxidação,

uma vez que o aporte de oxigênio poderá não ser insuficiente. Ressalta-se que é

necessário que o material retenha por um determinado tempo o gás que por ele

percolar, já que o metano e o oxigênio precisarão ficar retidos nos poros tempo

suficiente para que as bactérias metanotróficas sejam capazes de metabolizá-los.

87

4.1.3. Umedecimento da amostra

O teor de umidade em um material influencia de diversas maneiras o

comportamento deste. De uma maneira em geral, pode-se dizer que, para o caso dos

aterros de resíduos sólidos, o teor de umidade desempenha três importantes papéis:

em primeiro lugar, a atividade das bactérias metanotróficas sofre grande influência

deste teor de umidade, existindo um valor no qual sua atividade é máxima. LE MER &

ROGER (2001) dizem que existe a possibilidade de se afirmar que o teor de umidade

do material tem uma influência muito maior na oxidação de metano do que a

temperatura. Segundo, o teor de umidade interfere na penetração de oxigênio no solo,

isto é, a difusão de O2 através do solo fica prejudicada quando o teor de umidade é

elevado. Terceiro, o teor de umidade interfere na quantidade de ar armazenado nos

poros do solo, dificultando o transporte de gases através deste. Quando a água

preenche os poros do solo, ela bloqueia o fluxo ascendente de gás, e, ao mesmo

tempo, ao bloquear o fluxo de gás, pode reduzir a emissão de metano devido ao

excesso de pressão acumulada dentro do aterro (BOECKX et al., 1996; YUAN, 2006).

Sendo assim, o teor de umidade do material que se quer utilizar como

substrato para a camada de oxidação experimental é de suma importância, uma vez

que a oxidação do metano poderá não ocorrer.

Com isso, com a finalidade de padronização do processo de umedecimento

das amostras foi realizado um ensaio para saber qual o tempo mínimo que a amostra

contendo o composto precisaria ficar na câmara úmida até atingir um teor de umidade

mais ou menos constante.

Desta forma, o que foi possível observar é que para o composto de 10 mm,

tanto seco na estufa quanto o seco ao ar livre, o umedecimento não é uniforme, isto é,

não importa o tempo que esta amostra fique na câmera úmida, sempre haverá uma

variação no teor de umidade, e o teor umidade final desejado, muito possivelmente,

não será atingido, que para o caso, foi de 40% (Figura 4.4). Sendo assim, a

reprodutibilidade dos resultados ficaria comprometida, uma vez que cada material

apresentaria um teor de umidade diferente a cada ensaio.

88

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

Um

idad

e M

édia

na

Bas

e Ú

mid

a (%

)

35,0

35,5

36,0

36,5

37,0

37,5

38,0

Estufa (55oC)Ar livre

Figura 4.4 – Variação média da umidade na base úmida em relação ao tempo para as amostras de 10mm.

Com relação às amostras de composto de 4mm, o que se pode observar é que

não há uma variação muito grande do teor de umidade entre elas, isto é, depois do

material umedecido, não há necessidade de deixá-lo na câmara úmida por muito

tempo para a homogeneização do teor de umidade, pois o teor de umidade

permanecerá mais ou menos constante, independente do tempo. Entretanto,

recomenda-se que ele permaneça na câmara úmida por pelo menos 48h, que é o

tempo mínimo utilizado, na prática, quando se trabalha apenas com solo. (Figura 4.5).

Desta forma assegura-se que houve uma boa homogeneização da água introduzida

na amostra.

A amostra de 4mm seca na estufa apresenta um comportamento de

umedecimento muito parecido com as amostras de 10mm, tanto secas na estufa

quanto secas ao ar livre, isto é, não importa o tempo que esta amostra ficará na

câmera úmida, ela, muito provavelmente não atingirá o teor de umidade final desejado,

embora, diferentemente do que acontece com o material de 10mm, seu teor de

umidade é relativamente constante.

89

Tempo (h)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

Um

idad

e M

édia

na

Bas

e Ú

mid

a (%

)

34

35

36

37

38

39

40

Estufa (55oC)Ar livre

Figura 4.5 – Variação da umidade média na base úmida em relação ao tempo para as amostras de 4mm.

Outro fato relevante é que o material de 4mm que secou ao ar livre quase

atingiu o teor de umidade desejado (40%), enquanto que o mesmo material que secou

na estufa ficou longe de atingi-lo.

Desta forma, verifica-se que, quando o material utilizado é o composto

orgânico, os resultados obtidos com a amostra seca ao ar livre e com distribuição

granulométrica mais próxima da argila, são mais uniformes e representativos.

Sendo assim, optou-se por trabalhar com a amostra de composto de 4mm.

4.1.4. Capacidade de Campo

Define-se capacidade de campo como sendo a capacidade máxima de

armazenamento de água que o material possui quando submetido à pressão

atmosférica. Entretanto, outros fatores, além da força da gravidade, são também de

suma importância para a retenção de água num solo como, por exemplo, tipo e

concentração de argilominerais e porosidade.

Na Tabela 4.3 são apresentados os valores de capacidade de campo obtidos

para os quatro materiais utilizados para compor as colunas de oxidação.

90

Tabela 4.3 – Valores de capacidade de campo obtidos para os quatro materiais utilizados.

Material Capacidade de Campo (%)

Solo 24,04

Composto 46,77

Solo + Composto (3:1) 27,92

Solo + Composto (1:1) 29,01

Observa-se que há um aumento na capacidade de campo do solo quando há a

adição de composto. Esta variação já era esperada uma vez que o grau de

desenvolvimento, a consistência do solo seco e, principalmente, a plasticidade

contribuem para a capacidade de retenção de água pelo solo e que estas

características são influenciadas, principalmente, pelo teor de argila e matéria orgânica

do solo (RAWLS & PACHEPSKY, 2002)

Segundo MAIA et al. (2005), a matéria orgânica exerce uma ação indireta

sobre o teor de umidade retido pelo solo, uma vez que a matéria orgânica, em função

das suas cargas negativas e da alta superfície específica, é hidrófila, o que lhe confere

um alto poder de retenção de água. Entretanto, nem sempre isso significa maior

quantidade de água disponível, pois este poder de retenção se deve ao decréscimo da

densidade e aumento da porosidade total, mudança na distribuição do tamanho dos

agregados e aumento da capacidade de adsorção do solo e a composição

mineralógica do solo.

Esta ação é mais pronunciada a baixas tensões, uma vez que a retenção de

água é mais afetada pela estrutura do solo (efeito de capilaridade e distribuição de

tamanho dos poros) do que pela tensão imposta, enquanto que para altas tensões a

água é retida, sobretudo, por fenômenos de adsorção do solo, influenciada pela

textura e superfície específica do solo.

O que foi descrito anteriormente pode ser visto na Figura 4.6. Observa-se que

pode existir uma correlação entre o acréscimo de matéria orgânica no solo, pela

adição de composto orgânico, e o aumento da capacidade de retenção de água pelo

solo.

91

% de Composto na Amostra

0 20 40 60 80 100 120

Cap

acid

ade

de C

ampo

20

25

30

35

40

45

50SoloSolo + Composto (3:1)Solo + Composto (1:1)Composto

Figura 4.6 – Capacidade de campo dos quatro materiais utilizados.

4.1.5. Compactação

Compactação de solos é uma técnica empregada para aumentar

mecanicamente a densidade de um solo, sua resistência e estabilidade. Este processo

também diminui os vazios do solo. Ressalte-se que há uma relação entre a massa

específica aparente seca do solo e a umidade de compactação deste. Existe um ponto

em que estes valores são máximos. Dependendo em que ponto a relação se encontra,

esta pode diminuir ou aumentar de acordo com a compactação.

Para o estudo deste trabalho, a determinação da densidade ótima é de grande

importância, uma vez que os vazios estão relacionados à densidade e,

conseqüentemente, à condutividade do gás através do material (solo, composto e

misturas). Desta forma, quanto mais denso for o material, ou mais compacto ele se

tornar, menos eficiente será a condutividade do gás por este material e, por

conseguinte, menos eficiente será o processo oxidativo, já que para que este ocorra

há necessidade da presença de O2.

Assim, foram realizados ensaios de compactação com os quarto materiais para

a verificação da densidade ideal de empacotamento das colunas oxidativas

experimentais.

Para o solo, analisando-se a curva de compactação, com energia de

compactação normal (Figura 4.7), determinou-se que a massa específica aparente

92

seca máxima para este solo é de 1,57 g/cm3 e que a umidade ótima (base úmida) é de

19,6%. Segundo SOUZA PINTO (2002), valores de densidade seca máxima entre 1,4

a 1,5 g/cm3 são comuns para argilas, o que condiz com as características do solo

utilizado para esse trabalho.

Umidade Média na Base Úmida (%)

16 17 18 19 20 21 22 23

Mas

sa E

sp. A

pare

nte

Sec

a (g

/cm

3 )

1,44

1,46

1,48

1,50

1,52

1,54

1,56

1,58

Figura 4.7 – Curva de compactação do solo de cobertura do aterro.

Segundo IZZO (2008), o composto, apresenta massa específica aparente seca

máxima de 0,818 g/cm3 e umidade ótima (base úmida) de 39,4%, como pode ser

observado na Figura 4.8.

93

Umidade Média na Base Úmida (%)32 34 36 38 40 42 44 46 48

Mas

sa E

sp. A

pare

nte

Seca

(g/c

m3 )

0,70

0,72

0,74

0,76

0,78

0,80

0,82

0,84

Figura 4.8 – Resultado do ensaio de compactação para o composto (IZZO, 2008)

Analisando-se a mistura de composto com o solo do aterro, na proporção 1:1,

observa-se, examinado a curva de compactação, que esta mistura apresenta uma

massa específica aparente seca máxima de 1,208 g/cm3, em uma umidade ótima

(base úmida) de 27,5%.(Figura 4.9)

94

Umidade Média na Base Úmida (%)

22 24 26 28 30 32

Mas

sa E

sp. A

pare

nte

Sec

a (g

/cm

3 )

1,08

1,10

1,12

1,14

1,16

1,18

1,20

1,22

Figura 4.9 – Curva de compactação para a mistura do solo de cobertura do aterro com o composto na proporção 1:1 (p/p)

Para a mistura de composto com o solo do aterro, na proporção 3:1, observa-

se, pela análise da curva de compactação, que esta mistura apresenta uma massa

específica aparente seca máxima de 1,391 g/cm3 em uma umidade ótima (base

úmida) de 22,7%. (Figura 4.10)

Umidade Média na Base Umida (%)

18 20 22 24 26 28

Mas

sa E

sp. A

pare

nte

Sec

a (g

/cm

3 )

1,28

1,30

1,32

1,34

1,36

1,38

1,40

Figura 4.10 – Curva de compactação para a mistura do solo de cobertura do aterro com o composto na proporção 3:1 (p/p)

95

Fazendo uma análise comparativa dos resultados obtidos com os quatro

materiais, pode-se observar que com o aumento da proporção de composto no

material, maior é a umidade ótima do material resultante, como pode ser observado na

Figura 4.11 e na Figura 4.12

Umidade na Base Úmida (%)

15 20 25 30 35 40 45 50

Mas

sa e

sp. a

p. se

ca (g

/cm

3 )

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8SoloSolo + Composto (1:1)Solo + Composto (3:1)Composto

Figura 4.11 – Gráfico comparativo entre as umidades médias na base úmida dos quatro materiais.

96

Umidade na Base Seca (%)

15 30 45 60 75 90

Mas

sa e

sp. a

p. se

ca (g

/cm

3 )

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8SoloSolo + Composto (1:1)Solo + Composto (3:1)Composto

Figura 4.12 – Gráfico comparativo entre as umidades médias na base seca dos quatro materiais

Entretanto, quanto mais denso o material, menor a porosidade deste, embora

haja um ganho de resistência, o que dependendo do caso, é um parâmetro relevante.

Para o caso da oxidação de metano, é mais importante o parâmetro porosidade do

que a resistência. Desta forma, espera-se que as taxas de oxidação de metano sejam

maiores para o composto orgânico do que para os outros materiais, uma vez que esse

é menos denso. Esperava-se observar que à medida em que se adicionasse composto

às amostras de solo, menos denso este novo material tornar-se-ia e, possivelmente,

maior seria a eficiência da oxidação (Figura 4.13).

97

% de Composto na Amostra

0 20 40 60 80 100 120

Mas

sa E

sp. A

pare

nte

Sec

a (g

/cm

3 )

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

SoloSolo + Composto (3:1)CompostoSolo + Composto (1:1)

Figura 4.13 – Comparação entre as massas específicas aparente seca máxima dos quatro materiais utilizados

4.1.6. Porosidade e Massa Específica dos Grãos

Define-se porosidade como sendo a razão entre o volume de vazios do

material e o volume total da amostra.

A porosidade de um material influencia diretamente o processo oxidativo, uma

vez que a porosidade esta inteiramente relacionada à penetração do oxigênio através

do material em questão. Quanto mais facilitada é a entrada do O2, menos dificuldade

terá este gás de entrar em contato com as bactérias metanotróficas que são as

responsáveis pela oxidação do metano em diversos ambientes.

BÖRJESSON et al. (2004) descrevem que há uma relação significativa entre a

oxidação do metano e a distribuição das partículas. Materiais com porosidade elevada

retêm o CH4 e o O2 por mais tempo, ocasionando taxas oxidativas mais elevadas.

Entretanto, outros fatores também são essenciais para que a oxidação ocorra

de forma satisfatória, tais como umidade, quantidade e estabilização da matéria

orgânica presente, pois interferem na circulação do O2 pelo material (KETTUNEN et

al., 2006)

Na Tabela 4.4 podem ser observadas as porosidades obtidas para os quatros

materiais empacotados, em uma massa específica de 60% da ótima e com uma

umidade de 85% da ótima, nas colunas de oxidação experimental.

98

Tabela 4.4 – Porosidade dos materiais em cada coluna (%v/v).

Material Porosidade

Solo 65,54

Composto 74,32

Solo + Composto (3:1) 67,17

Solo + Composto (1:1) 68,35

Segundo CURRY et al. (2004), a porosidade das areias varia entre 37 e 47%

(%v/v), dependendo da condição de compactação.

Segundo BRAJA (2007), as argilas orgânicas possuem porosidade entre

71,43% e 76,19%. Assim, a porosidade apresentada pelo composto, nestas

condições, assemelha-se à de uma argila orgânica.

Observa-se que as colunas contendo as misturas, ou somente o solo,

apresentaram uma porosidade bem próxima. Isso pode ser explicado porque o volume

das colunas é igual e porque as massas específicas dos grãos, tanto das misturas

quanto do solo, são bem próximas uma das outras, como pode ser verificado na

Tabela 4.5.

Tabela 4.5 – Massa específica dos grãos dos quatro materiais utilizados

Material Gs

Solo 2,724

Composto 1,902

Solo + Composto (3:1) 2,548

Solo + Composto (1:1) 2,332

Entretanto, o que se pode notar é que ao se adicionar matéria orgânica ao solo

verificou-se um aumento na porosidade, muito provavelmente um aumento na

condutividade hidráulica, na estabilidade da estrutura do solo e na capacidade de

retenção de água, além de uma diminuição da densidade do solo.

99

4.1.7. Condutividade Hidráulica Saturada

Alguns fatores influenciam a condutividade hidráulica saturada pelo solo.

Dentre estes fatores, pode-se citar a composição mineralógica, o tamanho e a

distribuição das partículas do solo, os vazios do solo e as características dos fluidos

percolantes.

Outro fator importante que influencia a velocidade de percolação dos fluidos no

solo é a presença de matéria orgânica. Quando em pequenas quantidades, a matéria

orgânica totalmente decomposta poderá diminuir a permeabilidade, enquanto que em

grandes quantidades poderá aumentá-la, caso esteja pouco decomposta.

IZZO (2008), realizou vários ensaios de condutividade hidráulica saturada

através do composto orgânico em diferentes condições. Na condição de massa

específica aparente seca de 0,82 g/cm3 e umidade de 39,4% (condições ótimas) foi

obtida uma condutividade hidráulica de 1,43 x 10-8 m/s. Em uma outra condição,

massa específica aparente seca de 0,49 g/cm3, isto é, 60% da massa específica

aparente seca ótima, e na umidade ótima (39,4%) foi obtida uma condutividade

hidráulica de 3,64 x 10-8 m/s.

As condutividades hidráulicas saturadas encontradas, para ambas as

situações, assemelham-se aos valores típicos de condutividade hidráulica do silte (10-6

a 10-9 m/s).

Embora a umidade utilizada para o ensaio de IZZO (2008) tenha sido diferente

da empregada nos ensaios de oxidação, a condutividade hidráulica saturada para a

condição de massa específica de 60% da ótima foi a considerada para a comparação

com os resultados dos outros materiais.

Foram realizados também ensaios de condutividade hidráulica saturada para

os outros três materiais que serão utilizados como material para camada de oxidação

experimental: solo e misturas de solo com composto. Um dos ensaios foi realizado

modelando-se o corpo de prova com a massa específica aparente seca ótima e

umidade ótima, e o outro com 60% desta massa específica ótima e 85% da umidade

ótima, isto é, o corpo de prova foi moldado nas condições em que o material foi

empacotado nas colunas experimentais.

A condutividade hidráulica saturada observada para o solo do aterro na

condição ótima foi 5,78 x 10-9 m/s. Enquanto que a condutividade hidráulica, para a

condição de 60% da ótima, foi de 1,37 x 10-5 m/s. Segundo a NBR 13896/97 (ABNT,

1997) um aterro deve ser executado em áreas onde haja predominância no subsolo de

material com coeficiente de condutividade hidráulica inferior a 5 x 10-7 m/s, sendo

100

assim, este solo poderia ser usado tanto como solo de base quanto de cobertura para

qualquer aterro.

A condutividade hidráulica saturada observada para a mistura do composto

com o solo do aterro na proporção 1 para 1 (p/p), na condição ótima foi de 3,41 x 10-10

m/s. Enquanto que a condutividade hidráulica saturada, para a condição de 60% da

ótima, foi de 9,70 x 10-6 m/s.

A condutividade hidráulica saturada observada para a mistura do composto

com o solo do aterro na proporção 1 para 3 (p/p), na condição ótima foi de 1,52 x 10-10

m/s. Enquanto que a condutividade hidráulica saturada, para a condição de 60% da

ótima, foi de 7,54 x 10-6 m/s.

Na Figura 4.14 está demonstrado graficamente o comportamento da

condutividade hidráulica saturada em relação a adição de composto ao solo na

condição de 60% da massa específica aparente máxima e 85% da umidade ótima

(ANEXO III).

% de Composto na Amostra

0 20 40 60 80 100 120

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-8

1e-7

1e-6

1e-5

1e-4

SoloSolo + Composto (1:1)Solo + Composto (3:1)Composto

Figura 4.14 – Coeficientes de condutividade hidráulica saturada em função da quantidade de composto no material. Condição de moldagem para cada material: 60% de sua massa específica máxima e 85% de sua umidade ótima.

Como se pode observar na Figura 4.14, há uma correlação entre o acréscimo

de matéria orgânica e a redução da condutividade hidráulica saturada. Entretanto, o

esperado era que a condutividade fosse maior para o composto do que para o solo.

Uma explicação para o ocorrido é o fato de que o CNU do composto é bem maior do

101

que o do solo, fazendo com que as partículas menores ocupem os espaços deixados

pelas maiores, o que reduz a quantidade de poros.

Corpos de prova moldados na umidade ótima e massa específica aparente

máxima, também foram ensaiados para a verificação da condutividade hidráulica

saturada (Figura 4.15) (ANEXO III).

% de composto na amostra

0 25 50 100

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-10

1e-9

1e-8

1e-7

SoloMistura 3:1 Mistura 1:1Composto

Figura 4.15 - Coeficientes de condutividade hidráulica saturada em função da quantidade de composto no material. Condição de moldagem para cada material: compactação na específica máxima do material e na sua umidade ótima.

Embora para este caso tenha ocorrido o esperado para a condutividade

hidráulica saturada à água dos materiais (composto com uma permeabilidade maior

que o solo), o mesmo não pode ser dito sobre os materiais solo + composto (1:1) e

solo + composto (3:1). Para este caso, a distribuição granulométrica somente não

explicaria o ocorrido, assim como o Gs, pois para estes casos, o esperado seria o

inverso: composto com uma condutividade hidráulica saturada menor do que a mesma

comparada ao solo. O CNU e a afinidade da matéria orgânica pela água poderiam

estar influenciando no resultado.

Não foram realizados ensaios de permeabilidade ao gás, desta forma, os

resultados aqui apresentados de condutividade hidráulica, ou permeabilidade à água,

não poderão ser utilizados como referência para os ensaios de oxidação do metano,

no que se refere à permeabilidade dos diferentes materiais ao ar, pois existe uma

relação entre a permeabilidade à água e a permeabilidade ao ar que é enormemente

102

controlada pela estrutura do material em questão (TULI et al., 2005). Sendo assim,

estes resultados podem ser utilizados apenas como valores norteadores.

Para substâncias in natura a permeabilidade ao ar diminui com a umidade,

enquanto que para outros materiais, esta relação não esta bem definida. Observa-se

também que materiais compostados possuem permeabilidade gasosa maior do que a

de materiais in natura (VAN GINKEL et al., 2002).

Segundo POULSEN & MOLDRUP (2007), a permeabilidade ao ar do composto

é geralmente comparável à permeabilidade de solos granulares, tais como areia e

pedregulho. Uma pequena mudança na densidade do composto irá resultar em uma

grande mudança na porosidade, e com isso, na permeabilidade deste material, ao ar.

4.1.8. Limites Atterberg

Quando a fração fina do solo predomina, não basta o conhecimento da curva

graulométrica para classificá-lo como argila, silte ou solo orgânico, uma vez que não

só o formato e origem das partículas (argilominerais) determinam o comportamento

argiloso do solo, mas também as atividades deste material influenciam na sua

caracterização.

Na Tabela 4.6 podem ser observados os valores dos limites de Atterberg para

o solo do aterro. Assim, ao analisar a carta de plasticidade elaborada por Casagrande

(SOUZA PINTO, 2002), este solo pode ser classificado, do ponto de vista da mecânica

dos solos, como pertencente ao grupo das argilas inorgânicas extremamente plásticas.

Tabela 4.6 – Resultados dos Limites de consistência de Atterberg para o solo do aterro.

Característica Valor (%)

Limite de Liquidez 63,0

Índice de Plasticidade 38,2

Limite de Plasticidade 24,8

SOUZA PINTO (2002) apresenta alguns valores típicos para o limite de liquidez

(LL) e índice de plasticidade (IP) de alguns solos brasileiros. Analisando os valores

103

obtidos com os valores apresentados por ele, pode-se dizer que o solo coletado

assemelha-se às argilas duras, cinzas, de São Paulo.

4.1.9. Características Químicas

Para WILSHUSEN et al. (2004 b) a taxa de oxidação depende de várias

condições ambientais, tais como temperatura, umidade, característica e composição

do solo, pH, disponibilidade de nutrientes e concentração de oxigênio, fatores estes

que afetam diretamente a atividade bacteriana.

Na Tabela 4.7 podem ser observados os valores obtidos para alguns

parâmetros importantes dos quatro materiais utilizados.

Tabela 4.7 – Valores obtidos para a composição química dos materiais utilizados.

Amostra Solo Composto Mistura 1:1 Mistura 3:1

H2O 3,49 7,63 7,56 7,43 pH 1

KCl 1M 3,60 7,76 7,76 7,62

Condutividade Elétrica (mS/cm) 1 0,145 7,82 4,73 3,20

Na (mg/L) 1 16,00 1104,00 512,00 335,00

Orgânicos Voláteis (%) 2 1,62 5,8 3,99 2,86

Matéria Orgânica (%) 1 0,30 18,65 6,29 4,425

Carbono Total (%) 1 0,18 10,82 3,65 2,565

Metodologia 1 – CLAESSEN et al., 1997

2 – NBR 13600/96 (ABNT, 1996)

As bactérias metanotróficas são muito sensíveis às variações de pH, cuja

atividade ótima se dá em condições de neutralidade ou em ambientes ligeiramente

alcalinos.

Desta forma, com exceção do solo, os materiais que foram utilizados como

substrato de oxidação possuem as condições ideais para que ocorra atividade

biológica de oxidação.

104

4.2. Ensaios de Oxidação do Metano

4.2.1. Massa específica

Na Tabela 4.8 podem ser observados os valores de massa específica (g/cm3)

final de cada material compactado nas colunas de oxidação experimental.

Tabela 4.8 – Massa específica (g/cm3) do material dentro das colunas de oxidação (base úmida).

Material

Massa Específica Solo Composto Mistura 3:1 Mistura 1:1

Máxima 1,569 0,818 1,391 1,208

60% da máxima 0,939 0,488 0,836 0,738

Obtida 0,941 0,491 0,835 0,725

Verifica-se na Tabela 4.8 que a massa específica desejada para construção

das colunas experimentais foi obtida, garantindo que as amostras estivessem nas

mesmas condições de compactação e umidade iniciais.

4.2.2. Sensores de Temperatura e Umidade

Inicialmente, as colunas experimentais oxidativas foram compactadas com

grau de compactação de 100% e umidade ótima. Dois sensores foram calibrados e

acoplados a cada coluna experimental, perfazendo um total de oito sensores e quatro

colunas experimentais. Após 5 dias de análises, verificou-se que devido às elevadas

massas específicas a permeabilidade aos gases foi reduzida a valores muito baixos,

uma vez que não foi observado fluxo de gás na saída de nenhuma das colunas

experimentais.

Sendo assim, as mesmas foram desmontadas e remontadas com um grau de

compactação de 60% e umidade de 85% da ótima.

Os sensores foram novamente calibrados porque foi observada a formação de

uma película gelatinosa no interior da pedra porosa (análises não realizadas para

identificação do material gelatinoso).

105

Depois que as pedras foram limpas (solução de 0,1M NaOH) e os sensores

recalibrados, observou-se que apenas 4 estavam funcionando adequadamente. Desta

forma, na segunda montagem das colunas experimentais, somente um sensor de

temperatura e umidade foi introduzido, a uma altura de 20 cm da base, por coluna

experimental. O outro furo foi vedado com uma rosca de polietileno.

Entretanto, após 3 dias de coleta de dados, observou-se que os sensores não

mais respondiam, pois as leituras encontrava-se constantes e acima dos limites

máximos de leitura do sensor (ANEXO I). Sendo assim, todos os resultados de

temperatura e umidade foram descartados.

Na Figura 4.16, observa-se que houve uma corrosão da pedra porosa, devido

ao contato direto com os materiais, danificando os sensores e a parte eletrônica dos

equipamentos, o que inviabilizou todas as leituras. Não foram realizados testes para

identificação do material gelatinoso que recobriu a parte interna das pedras porosas.

Figura 4.16 – Sensores de temperatura e umidade no início dos ensaios e depois de 100 dias de análises (M11 = mistura solo + composto (1:1) e M31 = mistura solo + composto (3:1)).

4.2.3. Oxidação

Assim com foi relatado no capítulo 2, alguns estudos em laboratório sobre

colunas de oxidação indicaram que o comportamento oxidativo varia com o tempo e

sugerem que este processo se dá em 4 fases: pequena fase de adaptação, fase de

rápido aumento na taxa de oxidação, fase de estabilização com altas taxas de

106

oxidação e fase de declínio. Esta última fase entra em estabilização de novo, mas em

baixas taxas de oxidação (KIGHTLEY et al., 1995; DE VISSCHER et al., 1999) (Figura

2.26).

Nos ensaios realizados com os materiais propostos observou-se a rápida fase

de adaptação, a fase de rápido aumento nas taxas oxidativas, não sendo observadas

as fases de estabilização e de declínio, embora em ambas as misturas, observa-se

que há uma tendência de estabilização, entretanto, o tempo total de análise foi

insuficiente para confirmar tal tendência, como pode ser analisado na Figura 4.17.

Para o caso deste trabalho, uma que análise mais detalhada do início do

processo (fases lag e exponencial) não pode ser feita devida à inexistência de coleta

de dados por um período de 19 dias, compreendido entre o 17o e 36o dia de análise

após o início dos ensaios. Entretanto, segundo HUBER-HUMER (2004), em média, o

material compostado (composto de RSU) leva 5 dias para atingir a fase de

estabilização, e o solo 10 dias (solo retirado de jardins público e privado), tempo este

compreendido dentro da faixa inicial de análise dos resultados.

A não observação das fases pode ser devido à existência de uma dispersão

grande dos valores obtidos. Esta dispersão verificada pode ser justificada ou pela

existência de vazamento de gás através dos sensores ou devido às diferenças de

pressão na entrada dos rotâmetros. Segundo BAHR (2009), uma variação de ± 0,3 bar

na pressão de entrada dos rotâmetros ocasiona um erro de leitura de até 35%.

Entretanto, embora as fases não tenham sido observadas nitidamente, houve

oxidação do gás passante pelas colunas na maioria das análises realizadas nas quatro

colunas experimentais. Este fato pode ser verificado quando se realiza a diferença

entre o volume de CH4 que entrou na coluna experimental e o volume de CH4 que

saiu, verificado na Figura 4.18.

107

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100

Var

iaçã

o de

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

-20

0

20

40

60

80

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100

Var

iaçã

o de

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

-20

0

20

40

60

80

100

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Var

iaçã

o de

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Var

iaçã

o de

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

0

50

100

150

200

250

300

350

A B

C D

Figura 4.17 – Variação (Δv) entre a concentração de CH4 que entrou na coluna experimental (entrada) e concentração de CH4 que saiu da mesma coluna experimental (saída)( Δv = entrada - saída). A – Solo; B – Solo + Composto (3:1); C – Solo + Composto (1:1) e D - Composto

108

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

0

200

400

600

800

EntradaSaída

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

0

200

400

600

800

EntradaSaída

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

0

200

400

600

800

EntradaSaída

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Con

cent

raçã

o (g

/m3 )

0

200

400

600

800

EntradaSaída

A B

C D

Figura 4.18 – Comparação entre concentração de CH4 que entrou na coluna experimental (entrada) e concentração de CH4 que saiu da mesma coluna experimental (saída). A – Solo; B – Solo + Composto (3:1); C – Solo + Composto (1:1) e D – Composto. Valores de concentração acumulados.

Outra maneira de se verificar a existência de oxidação é pela observação da

diminuição da concentração de CH4 e o aumento da concentração de CO2, ambos na

mesma amostra coletada na saída das colunas experimentais. Este fato pode ser

observado na Figura 4.19, mais uma vez, comprovando que houve oxidação.

109

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100

Con

cent

raçã

o (g

/m3 .d

ia)

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

CH4

CO2

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100

Con

cent

raçã

o (g

/m3 .d

ia)

-150

-100

-50

0

50

100

CH4

CO2

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Con

cent

raçã

o (g

/m3 .d

ia)

-200

-100

0

100

200

300

400

CH4

CO2

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Con

cent

raçã

o (g

/m3 .d

ia)

-400

-200

0

200

400

600

CH4

CO2

A B

CD

Figura 4.19 - Comparação entre a concentração de CH4 que saiu na coluna experimental e a concentração de CO2 que saiu da mesma coluna experimental (mesma amostra). A – Solo; B – Solo + Composto (3:1); C – Solo + Composto (1:1) e D – Composto. Valores de concentração acumulados.

Estatisticamente, verifica-se que há uma correlação inversa entre as

concentrações de CH4 e CO2 nas colunas experimentais contendo o solo, o composto

e a mistura solo + composto (1:1), isto é, a medida em que há o aumento da

concentração de CO2, há uma diminuição na concentração de CH4, o que já era

esperado, uma vez que um dos produtos da oxidação do CH4 é o CO2 (Equação 2.1).

No entanto, esta mesma correlação não é observada quando se comparam as

concentrações de CO2 e CH4 na coluna experimental contendo a mistura solo +

composto (3:1), porém observa-se uma tendência de aumento das concentrações de

CO2 e diminuição das concentrações de CH4. Isto, provavelmente, se deve à grande

dispersão dos resultados devido àlgum problema na coluna (vazamento) ou na

medição do gás, que se mostrou mais crítico nesta coluna experimental.

110

Alguns autores (HILGER et al., 2000; CHIEMCHAISRI et al., 2001;

WILSHUSEN et al., 2004 b) sugerem que a diminuição das taxas oxidativas deve-se à

produção de substâncias exopoliméricas (EPS) nas camadas superiores das colunas

oxidativas. Entretanto, nenhuma informação sobre técnicas de prevenção de formação

de EPS, e, conseqüentemente, prevenção da diminuição das taxas oxidativas, está

disponível (WILSHUSEN et al., 2004 a). HILGER et al. (1999) e HILGER et al. (2000)

descrevem que a formação do EPS pode limitar a difusão do gás através das células

oxidativas e através dos poros do solo, e com isso, regular a atividade das bactérias

metanotróficas.

Um grande número de explicações têm sido sugerido para esclarecer porquê

os microorganismos produzem EPS. Para o caso das bactérias metanotróficas,

sugere-se que a produção de EPS possa ser uma resposta metabólica ao excesso de

carbono proveniente de outros nutrientes (WILSHUSEN et al., 2004 b).

4.2.3.1. Eficiência das colunas oxidativas experimentais

Como foi citado no item 3.1.3, embora a análise da eficiência de uma coluna

experimental não seja um parâmetro interessante em termos comparativos com outros

trabalhos, uma vez que para seu cálculo leva-se em conta apenas os valores de

concentração de metano na entrada e na saída da coluna experimental, este é

considerado um parâmetro conveniente, já que se pode realizar uma rápida verificação

de como o processo oxidativo esta transcorrendo.

Na Figura 4.20 é apresentada a variação da eficiência das colunas oxidativas

experimentais no tempo.

111

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Efic

iênc

ia (%

)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Efic

iênc

ia (%

)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Efic

iênc

ia (%

)

0

5

10

15

20

Tempo (dias)

0 20 40 60 80 100 120

Efic

iênc

ia (%

)

20

30

40

50

60

70

A B

C D

Figura 4.20– Variação da eficiência das colunas oxidativas experimentais no tempo. A – Solo; B – Solo + Composto (3:1); C – Solo + Composto (1:1) e D – Composto. Valores médios.

Duas observações podem ser verificadas pela análise da Figura 4.20. Embora

não tenha sido observada uma fase de estabilização em nenhuma das colunas

experimentais, verifica-se que a eficiência das colunas atingiu seu máximo e já se

encontra na fase de declínio. Diferentemente do que ocorre com as colunas que

contêm o solo e as misturas solo + composto (1:1) e (3:1), a coluna que contém o

composto como substrato de oxidação apresentou seu máximo logo no início do

ensaio e tendeu a estabilizar em mais ou menos 40% de eficiência.

Na Figura 4.21 são apresentados os valores de eficiência média e máxima

para as quatro colunas experimentais.

112

Solo M31 M11 Composto

Efic

iênc

ia (%

)

0

20

40

60

80

100

120Valor MédioValor Máximo

Figura 4.21 – Valores máximo e médio da eficiência das colunas experimentais de oxidação (M11 = solo + composto (1:1) e M31 = solo + composto (3:1))

Observa-se que há uma pequena diferença entre o valor médio da eficiência da

coluna que contém o solo e do valor médio de eficiência das colunas que contêm as

misturas solo + composto (3:1) e solo + composto (1:1). Entretanto, embora se

verifique que a coluna que contém o solo seja 2% mais eficiente em oxidar o metano

do que a coluna que contém a mistura solo + composto (3:1), e que a coluna contendo

a mistura solo + composto (1:1) seja 31% mais eficiente em oxidar o metano do que a

coluna que contém o solo, estas diferenças observadas não são significativas, uma

vez que não se pode dizer que a diferença observada não é devido à variação

randômica das amostras analisadas (P = 0,081 (Solo x M11) e P = 0,820 (Solo x

M31)).

Diferentemente do que ocorre quando se compara a eficiências médias entre

as misturas solo + composto (1:1) e (3:1) e o solo, ao se realizar a comparação entre a

eficiência média da coluna contendo o solo e a eficiência média da coluna contendo o

composto, observa-se que há uma variação de 121%, isto é, o composto possui uma

eficiência oxidativa 121% maior do que o solo e esta diferença é considerada

significativa (P <0,001).

113

Ao se comparar a eficiência média obtida na coluna contendo o composto e as

eficiências médias obtidas nas colunas contendo as misturas solo + composto (3:1) e

(1:1), observa-se que a coluna contendo o composto é 41% mais eficaz em oxidar o

metano do que a coluna contendo a mistura solo + composto (1:1) e 54% mais eficaz

em oxidar o metano do que a coluna contendo a mistura solo + composto (3:1). Estas

diferenças são mais fáceis de serem identificadas ao se realizar uma análise da

Tabela 4.9.

Tabela 4.9 - Valores de eficiência de remoção de CH4, em percentagem, das colunas oxidativas experimentais (M31 = mistura solo + composto (3:1) e M11 = mistura solo + composto (1:1)).

Eficiência (%)

Solo M31 M11 Composto

Valor Mínimo 3,66 0,44 2,28 5,48

Valor Médio 19,74 20,12 25,78 43,72

Valor Máximo 67,56 97,59 93,04 97,57

Desvio Padrão 14,92 18,53 16,57 25,30

N 25 26 28 29

Na Tabela 4.9 observa-se que os valores máximos obtidos, com exceção da

coluna contendo o solo, quase atingem 100% de eficiência. No entanto, os valores

médios de eficiência, comparando-os com os alguns resultados obtidos na literatura,

verifica-se que estes encontram-se abaixo dos valores obtidos na literatura, como

pode ser melhor analisado na Tabela 4.10.

114

Tabela 4.10 – Valores de eficiência de colunas experimentais obtidas na literatura.

Referência Substrato Fluxo (L CH4/m2.dia)

Eficiência (%)

KIGHTLEY et al., 1995 areia grossa argila de cobertura areia fina

453 453 453

61 40 41

DE VISSCHER et al., 1999

solo de agricultura solo de cobertura de aterro

515 515

60 65 - 70

HILGER et al., 2000 areia argilosa de cobertura 3900 45 - 50

PARK et al., 2002 areia argilosa 735 83 SCHEUTZ & KJELDSEN, 2003 solo de cobertura de aterro 380 81

WILSHUSEN et al., 2004 a composto de folhas 726 95

HUBER-HUMER, 2004 composto de RSU 130 - 300 100 - 53

BERGER et al., 2005 composto + areia + argila 36 94 - 98 KETTUNEN et al., 2006*

SDS SDB

86 92

97 74

POWELSON et al., 2006

areia grossa composto 349 - 698 63

69

TESE solo mistura (3:1) mistura (1:1) composto de RSU

935

20 20 26 44

* SDS – composto de lodo de esgoto + resíduo de tinta + areia e SDB -

composto de lodo de esgoto + resíduo de tinta + casca de arvore

Dentre as várias possibilidades para explicar o comportamento oxidativo dos

resultados observados neste trabalho, dois parâmetros devem ser analisados

cuidadosamente: tempo de retenção do gás dentro das colunas experimentais e

massa específica que os materiais atingiram após a compactação dentro das colunas

experimentais, uma vez que estes parâmetros têm interferência direta na oxidação do

metano.

O primeiro parâmetro analisado a ser analisado é a massa específica dos

materiais compactados nas colunas experimentais, uma vez que materiais muito

densos tendem a retardar, ou até mesmo impedir, o fluxo de gás através das colunas

experimentais. E ao contrário, quando muito fofo não retém o gás por tempo suficiente

para que o processo oxidativo ocorra. Desta forma, na Figura 4.22 observa-se a

relação entre a massa específica dentro das colunas experimentais e suas respectivas

115

eficiências tanto dos materiais empregados neste trabalho quanto de alguns materiais

utilizados em trabalhos verificados na literatura.

Massa Específica (g/m3)

0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8

Efic

iênc

ia (%

)

0

20

40

60

80

100

120

LiteraturaTese

Figura 4.22 - Comparação entre as massas específicas observadas na literatura e as massas específicas nas colunas experimentais deste trabalho.

Ao se analisar a Figura 4.22 observa-se que os materiais compactados dentro

das colunas experimentais deste trabalho encontravam-se na faixa ou mais fofo do

que os observados na literatura. Verifica-se também que a massa específica é

bastante variável, o que pode justificar as diferenças observadas entre o

comportamento oxidativo das colunas experimentais tanto deste trabalho quanto da

literatura.

O segundo fator a ser analisado é o tempo de retenção do gás dentro da

coluna experimental. Este tempo é o tempo no qual o gás permanece em contato com

o material, e é considerado crucial, uma vez que tem que haver tempo suficiente para

que as bactérias captarem tanto o O2 quanto o CH4 que estão dissolvidos no meio

líquido. Quanto mais lento for o fluxo mais favorável será para a atuação das bactérias

metanotróficas, uma vez haverá mais tempo para que ocorra da difusão dos gases

para o meio líquido.

Assim como na Figura 4.22, na Figura 4.23 é apresentada a relação entre o

tempo de retenção do gás na coluna experimental e a eficiência dos trabalhos

apresentados na Tabela 4.10 e deste trabalho. Entende-se como tempo de retenção

116

(T.R.) do gás em uma coluna experimental a razão entre o volume e o fluxo

empregados, isto é: FluxoVolumeRT =.. .

Tempo de Retenção (dias)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Efic

iênc

ia (%

)

0

20

40

60

80

100

120

LiteraturaTese

Figura 4.23 – Comparação entre os tempos de retenção observados na literatura e o tempo de retenção nas colunas experimentais deste trabalho.

Analisando-se a Figura 4.23 verifica-se que o tempo que o gás permaneceu em

contato com o material foi suficiente para que houvesse oxidação, e que materiais

considerados como sendo menos eficientes em oxidar o metano obtiveram eficiência

melhor do que os materiais utilizados neste trabalho, mesmo com tempo de retenção

menor. Desta forma, o grau de compactação empregado neste trabalho não teve uma

influência significativa nas eficiências médias observadas para os materiais utilizados.

Outros parâmetros como teor de matéria orgânica, umidade deverão ser

melhor analisados para que se tente encontrar uma explicação para as baixas

eficiências médias observadas.

Com relação ao teor de matéria orgânica, verifica-se que estes valores obtidos

para os materiais estudados neste trabalho são menores dos que os observados em

outros trabalhos, como pode ser observado na Tabela 4.11, o que poderia explicar a

baixa eficiência média obtida. Entretanto, embora se saiba que o teor de matéria

orgânica tem papel importante na eficiência da oxidação, pouco se sabe como isso

influencia na melhora da eficiência da oxidação. Excetuando-se isso, faltam estudos

117

sobre a presença ou não de outros microrganismos heterótrofos ou não-

metanotróficos e seu efeito sobre o balanço de oxigênio e a oxidação do metano

(KETTUNEN et al., 2006), o que poderia, também, explicar as baixas eficiências.

Tabela 4.11 – Teor de matéria orgânica de alguns materiais encontrados na literatura.

Material Teor de matéria orgânica (%)

WILSHUSEN et al., 2004 a composto de folhas 46

HUBER-HUMER, 2004 composto de RSU 24 – 37

BERGER et al., 2005 composto + areia + argila 8,2

KETTUNEN et al., 2006 * SDS SDB

14 64

TESE solo mistura (3:1) mistura (1:1) composto de RSU

0,3 4,42 6,29 18,65

Com relação à temperatura e à umidade nada poderá ser inferido devido à

problemas nos sensores utilizados e conseqüente falta deste tipo de informação.

4.2.3.2. Taxa de oxidação

Sabe-se que a taxa de oxidação do metano não é constante em todos os tipos

de solo e em todas as condições ambientais, uma vez que esta taxa depende de

várias fatores ambientais, tais como, teor de umidade, temperatura, composição e

características do meio, pH, disponibilidade de nutrientes e concentração de oxigênio.

Dos parâmetros acima descritos, o indicativo de que a composição e a

característica do meio podem influenciar a oxidação do CH4 pode ser observada na

Figura 4.24, na qual verifica-se que há uma tendência do aumento da taxa de

oxidação do material utilizado como substrato de oxidação a medida em que há adição

de composto à amostra.

118

% de Composto na Amostra

0 20 40 60 80 100 120

Taxa

de

Oxi

daçã

o (g

/m3 .d

ia)

400

500

600

700

800

900

1000

1100

Figura 4.24 – Variação da taxa de oxidação média em função da adição de composto à amostra de solo.

A análise comparativa entre as colunas experimentais estudadas neste

trabalho, com relação às taxas oxidativas obtidas, é a mesma realizada para a

comparação entre as eficiências, uma vez que a diferença entre um parâmetro e outro

é que para a eficiência apenas os valores de concentração de metano foram levados

em consideração, enquanto que para as taxas oxidativas o volume da coluna e o fluxo

utilizados também têm importância.

Desta forma, também se observa que há uma pequena diferença entre o valor

médio da taxa oxidativa da coluna que contém o solo e do valor médio da taxa

oxidativa das colunas que contêm as misturas solo + composto (3:1) e solo +

composto (1:1) e estas diferenças observadas não são significativas, mas que ao se

comparar a taxa oxidativa média obtida pelo solo e pelo composto, observa-se que

esta diferença passa a ser significativa. Todas as diferenças percentuais observadas

entre as eficiências médias dos materiais são as mesmas observadas para as taxas

oxidativas médias. Na Tabela 2.12 tem-se um resumo dos resultados das taxas

oxidativas obtidas.

119

Tabela 4.12 - Valores de taxa de oxidação (g/m3.dia), em percentagem, das colunas oxidativas experimentais (M31 = mistura solo + composto (3:1) e M11 = mistura solo + composto (1:1)).

Taxa de Oxidação (g/m3.dia)

Solo M31 M11 Composto

Valor Mínimo 82,84 9,90 51,56 124,05

Valor Médio 447,21 455,73 583,99 990,44

Valor Máximo 1530,39 2210,67 2107,75 2210,17

Desvio Padrão 337,92 419,75 375,47 573,11

N 25 26 29 29

A visualização de que não há uma diferença significativa entre os valores

médios da taxa oxidativa obtidos para o solo e para as misturas solo + composto (3:1)

e (1:1) e de que esta diferença passa a ser significativa quando se comparam as taxas

oxidativas obtidas para o solo e para o composto, pode sem melhor compreendida

pela análise da Figura 4.25.

Solo M31 M11 Composto

Taxa

de

Oxi

daçã

o (g

/m3 .d

ia)

0

500

1000

1500

2000

2500

Valor MédioValor Máximo

Figura 4.25 – Valores máximo e médio da taxa de oxidação (M11 = solo + composto (1:1) e M31 = solo + composto (3:1)).

120

Fato a ser considerado é que a adição de composto as amostra de solo

conferiu as misturas uma capacidade oxidativa maior, embora não significativa.

Verifica-se, também, que taxas de oxidação mais elevadas são atingidas mais

rapidamente quanto mais composto há na amostra (Tabela 4.13), o que torna as

utilização das misturas mais atraente do que somente o solo, já que o tempo de

“adaptação” do solo como camada oxidativa é mais lento. Observa-se também que há

processo de oxidação logo no início do ensaio, isto é, no terceiro dia, quando se

iniciou a aquisição dos dados, observou-se oxidação do metano, embora em taxa bem

reduzidas (Tabela 4.14).

Tabela 4.13 – Valor máximo de taxa de oxidação e o tempo necessário após o início dos ensaios para que este seja atingido.

Material Tempo (dias) Taxa de oxidação (g/m3.dia)

Solo 81 1530,39 Solo + Composto (3:1) 53 2210,67 Solo + Composto (1:1) 18 2107,45 Composto 14 2210,17

Tabela 4.14 – Valores iniciais de taxa de oxidação (g/m3.dia) no primeiro dia de aquisição de dados.

Taxa de Oxidação (g/m3.dia)

Solo 82,84

Solo + Composto (3:1) 217,80

Solo + Composto (1:1) 370,06

Composto 362,73

Assim como se observou para os valores de eficiência, na literatura encontram-

se vários trabalhos que trazem dados sobre as taxas de oxidação do metano em

diversos materiais, como pode ser verificado na Tabela 4.15. Estes valores variam de

2 a mais de 2.000 L CH4/m2.dia, e desta forma, os valores obtidos para os materiais

utilizados neste trabalho encontram-se dentro da média verificada na literatura.

121

Tabela 4.15 – Valores das taxas de oxidação das colunas experimentais obtidas na literatura.

Referência Substrato Fluxo (L CH4/m2.dia)

Taxa de Oxidação (L/m2.dia)

KIGHTLEY et al., 1995 areia grossa argila de cobertura areia fina

453 453 453

233 152 155

DE VISSCHER et al., 1999 solo de agricultura solo de cobertura de aterro

515 515

180 336

HILGER et al., 2000 areia argilosa de cobertura 3.900 2

PARK et al., 2002 areia argilosa 735 609

STREESE & STEGMANN, 2003*

composto mistura múltiplas camadas

402 – 4.357 402 – 4.357 402 – 4.357

2.078 1.341 1.005

SCHEUTZ & KJELDSEN, 2003

solo de cobertura de aterro 380 293

WILSHUSEN et al., 2004 a composto de folhas 726 489

HUBER-HUMER, 2004 composto de RSU 130 - 300 300 - 130

KETTUNEN et al., 2006** SDS SDB

86 92

44 36

POWELSON et al., 2006 composto areia grossa 349 - 698 242

203

TESE solo mistura (3:1) mistura (1:1) composto de RSU

935

447 456 584 990

* Mistura = composto orgânico (jardinagem) + turfa + fibras (casca de árvore)

** SDS – composto de lodo de esgoto + resíduo de tinta + areia e SDB - composto de lodo de esgoto + resíduo de tinta + casca de arvore

Observa-se que os valores obtidos neste trabalho e que são objeto de análise,

embora estejam de acordo com o verificado na literatura, são valores médios. Se

forem levados em consideração os valores máximos, verifica-se que as taxas

oxidativas dos materiais ensaiados são bem maiores do que os observados.

Uma explicação para esta diversidade de resultados é, em grande parte, uma

falta de padronização das planilhas de cálculo e falta de informações completas sobre

a metodologia empregada para o cálculo das taxas oxidativas.

Para este trabalho, foi empregada a metodologia descrita por STREESE &

STEGMANN (2003) para o cálculo destas taxas. O que se pode observar é que os

valores das taxas oxidativas obtidas por estes autores e estas mesmas taxas obtidas

para os quatro materiais utilizados neste trabalho são bastante similares em relação a

122

utilização de composto como camada oxidativa. A maior similaridade destes

resultados e a diferença entre os outros resultados obtidos em diferentes trabalhos,

para um mesmo material, ajudam a reforçar esta hipótese.

4.3. Considerações Finais

Não apenas a metodologia de cálculo faz com que os resultados obtidos

tenham uma diferença em relação à literatura, mas também a diversidade nas

características dos materiais utilizados, como por exemplo, umidade e teor de matéria

orgânica, podem explicar a grande variabilidade observada nas taxas oxidativas

obtidas tanto neste trabalho quanto em outros trabalhos. Desta forma, melhor

compreender o papel de cada componente físico do material que será empregado

como camada oxidativa, tais como porosidade, umidade, e teor de matéria orgânica

poderão ajudar a maximizar a capacidade deste material em oxidar o metano em

campo.

Na apresentação e discussão dos resultados obtidos neste trabalho, estes

foram comparados apenas com os resultados em colunas experimentais construídas

em laboratório. Entretanto, embora se saiba que a proposta deste trabalho não foi

estudar a eficiência destes materiais in situ, há a sugestão de que, posteriormente,

este estudo seja realizado. Sendo assim, fazer uma análise comparativa entre os

resultados obtidos em laboratório e os valores de emissões de metano encontrados

para aterros de resíduos, seria uma apreciação matemática para se prever se os

materiais utilizados poderão ou não ser utilizados numa futura camada oxidativa em

aterros de resíduos reais.

Analisando, inicialmente, o fluxo empregado nas colunas experimentais (670 g

CH4/m2.dia), verifica-se que este fluxo encontra-se dentro da ampla faixa de emissões

monitoradas para aterros reais, mas mesmo assim, pode-se dizer que o fluxo

empregado foi conservativo, uma vez que a maioria dos valores obtidos para as taxas

de emissão de metano em aterro encontram-se abaixo do valor utilizado. Este valor,

inclusive, é superior aos utilizados pela maioria dos ensaios em colunas

experimentais.

Caso um dos quatro materiais fosse utilizado como camada oxidativa em um

dos aterros sanitários, cujos fluxos médios de metano que passam pelas camadas de

cobertura estão apresentados na Figura 4.26, poderia-se pensar que esta camada

oxidativa seria bastante eficiente em reduzir as emissões de metano que atravessam a

123

camada de cobertura, até mesmo podendo, ou não, impedir que todo o metano que

passa por esta camada oxidativa seja emitido para a atmosfera.

Porém, há que se considerar que a taxa com que esta camada reduziria as

emissões de metano e a eficiência desta camada não seriam as mesmas observadas

em laboratório, uma vez que as condições de operação desta camada seriam

completamente diferentes e sujeitas, principalmente, a variações de temperatura e

umidade.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

g/m

2 .dia

1

10

100

1000

10000

1 - JONES E NEDWELL (1993)2 - BOGNER et al. (1997 C)3 - MACIEL (2003)4 - BOGNER (2003)5 - MORCET et al. (2003)6 - CHANTON et al. (2007)7 - MODRAK et al. (2007)8 - GUEDES (2007)9 a 15 - BAHR et al. (2006)

CompostoSolo + Composto (1:1)Solo + Composto (3:1)Solo

Figura 4.26 – Comparação entre as emissões de metano pelas camadas de cobertura de aterros, compostas por solo, e as taxas de oxidação obtidas nas colunas experimentais deste trabalho. Valores médios. Ordenada em escala logarítmica.

Se forem deixados de lado as variáveis ambientais que podem interferir na taxa

e na eficiência de uma camada oxidativa, poder-se-ia dizer que se uma camada

oxidativa de 30 cm de espessura fosse construída com o solo utilizado neste trabalho

sobre o aterro de Muribeca (PB), que possui uma taxa de emissão em torno de 363g

CH4/m2.dia (MACIEL, 2003), provavelmente 98,6% do gás que passaria por esta

camada oxidativa seria oxidada.

E, realizando-se o mesmo processo para a construção de uma barreira

oxidativa no aterro de Gramacho (RJ), que possui uma taxa de emissão de metano na

ordem de 547 g CH4/m2.dia (GUEDES, 2007), 65,5% do gás que transpassasse esta

barreira seria oxidado (ANEXO IV), isto é, haveria uma redução na emissão de CO2

equivalente de 35,5 t/dia para 23,2 t/dia de CO2 equivalente, podendo esta diferença

ser requerida como crédito de carbono e o valor obtido ser empregado na melhoria da

gestão dos RSU do município do Rio de Janeiro. Ressalte-se que o IPCC ainda não

124

tem aprovada metodologias para avaliação de camadas oxidativas que possam ser

empregadas em aterros de resíduos com o objetivo de obtenção de créditos de

carbono. Entretanto, metodologias têm sido analisadas para tal finalidade.

Embora, aparentemente, a utilização de uma barreira oxidativa construída

apenas com composto orgânico é inviável operacionalmente até o momento, uma vez

que o volume de composto necessário para a construção desta camada de uma só

vez seria extremamente elevado devido às grandes áreas ocupadas pelo aterro. No

entanto, na prática, verifica-se que um aterro não é encerrado todo ao mesmo tempo,

desta forma, poder-se-ia pensar que o volume de composto necessário para o

recobrimento de uma célula do aterro é bem menor do que o volume necessário para

a cobertura do aterro como um todo, transformando este processo numa operação

viável e de grande interesse econômico, uma vez que ajudaria a reduzir o volume de

matéria orgânica depositada e o volume de chorume e biogás gerados.

125

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES FUTURAS

Neste capítulo serão apresentadas as conclusões e sugestões para futuras

pesquisas obtidas a partir dos estudos laboratoriais realizados.

5.1. Conclusões

1. Os resultados indicam que a utilização de solo, composto ou uma mistura destes é

viável como método alternativo para redução da emissão atmosférica de metano

em aterro de resíduos. Ressalte-se que este material deve compor a camada de

vegetação, uma vez que há necessidade de fluxo de oxigênio para que ocorra a

oxidação. Utilizá-lo como a camada de granulometria mais fina de uma barreira

capilar é inviável, uma vez que a retenção de água por esta camada prejudicaria a

oxidação por causa da dissolução do O2 na água, levando a uma redução de

disponibilidade de O2 para o meio;

2. Existe uma variação significativa entre as concentrações de CH4 iniciais (entrada) e

as concentrações de CH4 finais (após percolação da mistura gasosa pelas colunas

experimentais - saída), significando que houve oxidação de metano em todas as

quatro colunas experimentais;

3. Tomando como base a taxa de oxidação média do solo e a eficiência desta coluna

em oxidar o metano, observa-se que tanto a taxa de oxidação média do composto

quanto a eficiência da coluna são, aproximadamente, 121 % maiores que as do

solo. A taxa de oxidação média da mistura solo + composto (1:1) e a eficiência

desta coluna são, aproximadamente, 31% maiores que as do solo e a taxa de

oxidação média da mistura solo + composto (3:1) e a eficiência desta coluna são,

aproximadamente, 2% maiores que as do solo, no entanto, estas diferenças não

são significativas;

4. As taxas de oxidação máximas são mais rapidamente obtidas quanto mais

composto há na amostra;

5. O fluxo utilizado para os ensaios oxidativos, embora elevado para ensaios

laboratoriais, mostrou-se satisfatório, uma vez que se observou oxidação para os

quatro materiais utilizados. Desta forma, as taxas oxidativas observadas poderiam

ser consideradas para base de cálculo de redução de emissão de CH4 para a

atmosfera para o caso de aterros reais.

126

5.2. Sugestões Futuras

Várias são as sugestões para a continuidade deste trabalho, pois o assunto é

relativamente novo e muito pouco se sabe sobre o comportamento do composto

orgânico, que poderá influenciar o processo oxidativo. Com relação ao processo

oxidativo e o composto orgânico, poder-se-ia sugerir:

1. Efetuar ensaios de permeabilidade ao ar e comparar os resultados com os

ensaios de permeabilidade à água;

2. Repetir os ensaios com as misturas (1:1) e (3:1) e compará-las com uma

terceira mistura (1:3), isto é, uma parte de solo para três de composto;

3. Efetuar ensaios com variação de densidade e umidade para todas as

amostras;

4. Repetir os ensaios com o monitoramento de temperatura, umidade e análise

de todos os gases que entram e saem do sistema;

5. Realizar análise quantitativa e qualitativa das bactérias metanotróficas existentes.

127

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142

ANEXO I

Sensores de Temperatura e Umidade

Características técnicas:

• Faixa de medição: 0 a 100% U.R

• Temperatura de operação: -20 a 1200C

• Tempo de resposta: 1 min típico – para 90% do valor

• Erro acumulativo: ± 2% U.R. / ano

• Linearidade: ± 1% U.R.

• Histerese: ± 1% U.R.

143

ANEXO II

Para o controle do fluxo, foram utilizados 5 rotâmetros cujas escalas

encontram-se a seguir:

Metano 10 – 50 cc/min

Ar comprimido 100 – 1000 cc/min

Misturas 100 – 500 cc/min

Os rotâmetros vieram calibrados de fábrica para o ar, desta forma há um erro

de leitura quando se utilizam estes rotâmetros para as leituras de fluxo para o metano

e para a mistura metano (3%) e ar (97%).

O erro de leitura foi corrigido da seguinte forma: multiplicação do valor lido no

rotâmetro pelo fator de correção para saber qual a leitura real de fluxo mostrada pelo

rotâmetro em questão.

DrFc

1=

onde:

Fc = Fator de correção

Dr = Densidade relativa do gás

Tabela A1 – Densidade relativa dos gases utilizados

Gás Densidade Relativa

Ar 1,0000

Metano 0,5549

Mistura 0,9777

A densidade da mistura é o somatório das densidades dos gases utilizados

multiplicado pelas suas percentagens.

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛×+⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛×=

1003

10097

4CHDarDmisturaD rrr

Desta forma, por exemplo, se a leitura do rotâmetro, cujo fluxo é o de metano,

for de 20 ml/min (cc/min = ml/min), o fluxo real lido é de 27 ml/min.

Bulletin F-43

DWYER INSTRUMENTS, INC. Phone: 219/879-8000 www.dwyer-inst.comP.O. BOX 373 • MICHIGAN CITY, IN 46361, U.S.A. Fax: 219/872-9057 e-mail: [email protected]

Specifications - Installation and Operating Instructions

Series RM Rate-Master®

Flowmeters

F

AB C

JBACK WIDTH

K

D

E

G

H

IFULL OPEN L

Dwyer Series RM Rate-Master®

Flowmeters are furnished in threemodels (see Fig. 2), each available in a broad array of flow ranges withdirect reading scales for air, gas or water. Installation, operation and main-tenance are very simple. Only a few common-sense precautions must beobserved to assure long, trouble-free service.

CAUTION: Dwyer Rate-Master® Flowmeters are designed to provide sat-isfactory long-term service when used with air, water or other compatiblemedia. Refer to factory for information on questionable gases or liquids.Avoid solutions of acids, bases or salts having a pH below 5.0 or above8.5. Caustic solutions, antifreeze (ethylene glycol) and aromatic solventsshould definitely not be used.

CalibrationEach Rate-Master® Flowmeter is calibrated at the factory. If at any timeduring the meter’s life, you wish to re-check its calibration, do so only withdevices of certified accuracy. DO NOT attempt to check a Rate-Master®

Flowmeter with a similar flowmeter, as seemingly unimportant variations inpiping and back pressure may cause noticeable differences in the indicat-ed reading. If in doubt, return your Dwyer Rate-Master® Flowmeter to thefactory. Its calibration will be checked for you at no charge. Before pro-ceeding with installation, check to be sure you have the Rate-Mastermodel and flow range you require.

LOCATION: Temperature, Pressure, Atmosphere and Vibration:Dwyer Rate-Master® Flowmeters are exceptionally tough and strong. Theyare designed for use at pressures up to 100 psi (6.89 bar) and tempera-tures up to 130°F (54°C).

DO NOT EXCEED THESE LIMITS! The installation should not be exposedto strong chlorine atmospheres or solvents such as benzene, acetone,carbon tetrachloride, etc. The mounting panel should be free of excessivevibration, as it may prevent the unit from operating properly.

A

B

C

D

E

F

G

H

I (OPEN)

J

K

L

4 -9/16 (11.59)

3 (7.62)1/8 NPT CONN.

1-5/8 (3.17)10 - 32 Thds.

3/8 (.95)

1-1/16 (2.60)

1-3/16 (2.73)

3/4 (1.91)

1 (2.54)

1-3/8 (3.49)

3/4 (1.91)

4-13/16 (12.22)

1 (2.54)

8-1/2 (21.59)

6-7/16 (16.35)1/4 NPT CONN.

3-15/16 (8.56)1/4 - 20 Thds.

5/8 (1.59)

1-7/8 (3.42)

1-3/4 (3.29)

1 (2.54)

1-7/16 (2.98)

1-13/16 (4.60)

1-1/4 (3.18)

8-3/4 (22.23)

1-1/2 (3.81)

Dimensions in Inches (Centimeters)

15 -1/8 (38.42)

12 -1/4 (31.12)1/2 NPT CONN.

8-3/4 (10.72)10 - 32 Thds.

1 (2.54)

2-3/4 (5.83)

2-1/4 (5.33)

1-7/16 (2.98)

1-31/32 (3.51)

2-1/2 (6.35)

2 (5.08)

15-3/8 (39.05)

2-1/4 (5.72)

Inlet Piping Run: It is good practice to approach the flowmeter inlet withas few elbows and restrictions as possible. In every case, the inlet pipingshould be at least as large as the connection to the flowmeter; i.e.,1/8″Iron Pipe Size for RMA models 1/4″ IPS for RMB models,1/2″ IPS for RMCmodels. Length of inlet piping makes little difference for normal pressure-fed flowmeters.

For flowmeters on vacuum air service, the inlet piping should be as shortand open as possible. This will allow operation near atmospheric pressureand thereby insure the accuracy of the device. (Note: for vacuum air ser-vice, the flow control valve, if any, should be on the discharge side of theflowmeter. Either the TMV unit or a separate in-line valve may be applied.).

Discharge Piping: As on the inlet, discharge piping should be at least aslarge as the flowmeter connection. Also, for pressure-fed flowmeters onair or gas service, the discharge piping should be as short and open aspossible. This will allow operation of the flow tube at near atmosphericpressure and insure the accuracy of the device. This is of less importanceon water or liquid flowmeters, as the flowing medium is generally incom-pressible and moderate back pressure will not affect the accuracy of theinstrument as calibrated.

POSITIONING AND MOUNTINGAll Rate-Master® Flowmeters must be mounted in a vertical position withinlet connection at the bottom rear and outlet at the top rear.

Bezel or Through-Panel Mounting: Make panel cutout using appropri-ate dimensions from Fig. 2. Flowmeter must fit into panel freely withoutforcing or squeezing. Insert the flowmeter from the front of the panel andinstall the mounting clamps from the rear. Insert and tighten the clampbolts in the locations shown in Fig. 3. Do not exceed 5 in./lbs. Make con-nections to inlet and outlet ports using small amount of RTV sealant orTeflon® thread tape to avoid leakage. Avoid excess torque, which maydamage the flowmeter body.

PANEL CUTOUT FOR FLUSH MOUNTING

4-5/8 (11.75)

7/8 (2.22)

7/16 (1.11)

1/4 (0.64)

8-9/16 (21.75)

1-5/16 (3.33)

5/8 (1.59)

9/32 (0.71)

15 -3/16 (38.58)

2-1/16 (5.24)

15/16 (2.38)

13/32 (1.03)

HIGHWIDE

PIPEBOLT

Model RMA Model RMB Model RMC

Fig. 1 Fig. 2PANEL HOLE SIZES FOR SURFACE MOUNTING

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Fig. 3 Fig. 4

Fig. 5Fig. 6

Fig. 7Fig. 5B Fig. 6B

Surface Mounting: Drill appropriate holes in panel, using the dimensionsshown in Fig. 2. Hold the flowmeter in position in front of the panel andinstall the clamp bolts from the rear. (The mounting clamps may be usedas washers, if desired, by installing them backwards or straightening themout.) Pipe up inlet and discharge following the directions in the previoussections.

Surface Mounting on Piping Only: An alternate method of surfacemounting, omitting the clamp bolts and supporting the flowmeter solely onthe connecting piping, is possible. For this method, extra-long or straightpipe threads should be used so that nuts may be run onto the pipe andlater tightened against the back of the panel to retain the unit in properposition. Use appropriate hole layout in formation from Fig. 2, but omit thesmall holes.

Surface Mounting on Piping Only Without Panel: For a temporary orlaboratory type installation, the panel may be omitted altogether and theflowmeter installed directly in rigid piping. Its light weight permits this with-out difficulty.

OPERATIONTo start system, open valve slowly to avoid possible damage. Controlvalves on BV and SSV models are turned clockwise to reduce flow,counter-clockwise to increase flow. A nylon insert is provided in the thread-ed section of the valve stem to give a firm touch to valve and to preventchange of setting due to vibration.

The performance of low range units used in air or gas applications may beaffected by static electricity. Excessive static charge may cause the ballfloat to behave erratically or provide a false reading. To ensure the properfunction of the unit, the application should be designed to minimize or dis-pel static electricity.

The standard technique for reading a Variable Area Flowmeter is to locatethe highest point of greatest diameter on the float, and then align that withthe theoretical center of the scale graduation. In the event that the float isnot aligned with a grad, an extrapolation of the float location must be madeby the operator as to its location between the two closest grads. The fol-lowing are some sample floats shown with reference to the proper locationto read the float.

Variable Area Flowmeters used for gases are typically labeled with the pre-fix “S” or “N”, which represents “Standard” for English units or “Normal” formetric units. Use of this prefix designates that the flowmeter is calibratedto operate at a specific set of conditions, and deviation from those stan-dard conditions will require correction for the calibration to be valid. In prac-tice, the reading taken from the flowmeter scale must be corrected back tostandard conditions to be used with the scale units. The correct location tomeasure the actual pressure and temperature is at the exit of the flowme-ter, except when using the Top Mounted Valve under vacuum applications,where they should be measured at the flowmeter inlet. The equation to cor-rect for nonstandard operating conditions is as follows:

Q2 = Q1 x P1 x T2

P2 x T1

Where: Q1 = Actual or Observed Flowmeter ReadingQ2 = Standard Flow Corrected for Pressure and Temperature

P1 = Actual Pressure (14.7 psia + Gage Pressure)P2 = Standard Pressure (14.7 psia, which is 0 psig)T1 = Actual Temperature (460 R + Temp °F)T2 = Standard Temperature (530 R, which is 70°F)

Example: A flowmeter with a scale of 10-100 SCFH Air. The float is sittingat the 60 grad on the flowmeter scale. Actual Pressure is measured at theexit of the meter as 5 psig. Actual Temperature is measured at the exit ofthe meter as 85°F.

Q2 = 60.0 x (14.7 + 5) x 53014.7 x (460 + 85)

Q2 = 68.5 SCFH Air

CAUTION: Do not completely unscrew valve stem unless the flowmeter isunpressurized and drained of any liquid. Removal while in service will allowgas or liquid to flow out the front of the valve body and could result in seri-ous personal injury. For applications involving high pressure and/or toxicgases or fluids, special non-removable valves are available on specialorder. Please contact factory for details.

MAINTENANCEThe only maintenance normally required is occasional cleaning to assurereliable operation and good float visibility.

Disassembly: The flowmeter can be disassembled for cleaning simply as follows:

1. Remove valve knob from RMB or RMC -BV or -SSV units by pulling theknob forward. It is retained by spring pressure on the stem half-shaft sothat a gentle pull will remove it. On RMA-BV or -SSV models, turn the valveknob counter-clockwise until the threads are disengaged. Then withdrawthe stem from the valve by gently pulling on the knob.

2. Remove the four mounting bracket screws located in the sides of theflowmeter. See Fig. 3. Pull the flowmeter body gently forward away fromthe back plate to avoid undue strain on the body. Leave the piping con-nections intact. There is no need to disturb them. See Fig. 4.

3. Threaded body style flowmeters - Remove the slip cap with a push ona screwdriver as shown in Fig. 5. Remove the plug ball stop as shown inFig. 6 using allen wrench sizes as follows: Model RMA - 1/4″, Model RMB- 1/2″ and Model RMC - 3/4″ Threadless body style flowmeters - Releasethe plastic retaining clip with a screw driver (Figure 5B), it will unclip fromthe valve body (TMV Option) or the plug ball stop, slide the clip back untilthe valve body or ball stop can be removed. The clip will remain in the bodyfor convenience. Using a screwdriver gently lift up on the plug in the grooveas shown in Figure 6B until the o-ring seal is released and remove the plug.For the TMV option gently pull up on the valve knob to release the valvebody seals and remove the valve.

4. Take out the ball or float by inverting the body and allowing the floatto fall into your hand, as shown in Fig. 7. (Note: It is best to cover the dis-charge port to avoid losing the float through that opening.)

Cleaning: The flow tube and flowmeter body can best be cleaned with alittle pure soap and water. Use of a bottle brush or other soft brush will aidthe cleaning. Avoid benzene, acetone, carbon tetrachloride, alkaline deter-gents, caustic soda, liquid soaps (which may contain chlorinated solvents),etc. Also, avoid prolonged immersion, which may harm or loosen thescale.

Reassembly: Simply reverse steps 1 through 4 and place the flowmeterback in service. A little stopcock grease or petroleum jelly on the “O” ringswill help maintain a good seal as well as facilitate assembly. No other spe-cial care is required.

MOUNTING BRACKETSCREW 4 REQUIRED

DWYER INSTRUMENTS, INC. Phone: 219/879-8000 www.dwyer-inst.comP.O. BOX 373 • MICHIGAN CITY, IN 46361, U.S.A. Fax: 219/872-9057 e-mail: [email protected]

©Copyright 2005 Dwyer Instruments, Inc. Printed in U.S.A. 9/05 FR# 56-440197-00 Rev. 16Teflon® is a registered Trademark of E.I. DuPont Company

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ANEXO III

Condutividade Hidráulica Saturada

Nas Figuras abaixo se pode verificar os resultados à carga variável do solo, e

das misturas (1:1) e (3:1). Para o composto orgânico este ensaio foi realizado à carga

constante. Os corpos de prova foram compactados com 60% da massa específica

ótima e 85% da umidade ótima, para os casos do solo e das misturas (1:1) e (3:1). O

corpo de prova do composto foi compactado com 60% da massa específica ótima e

100% da umidade ótima.

Figura A1 – Variação da condutividade hidráulica saturada em relação ao tempo de ensaio

Tempo (h)

0 5 10 15 20 25

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-6

1e-5

1e-4

1e-3

Solo

Tempo (h)

0 2 4 6 8 10 12 14

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-7

1e-6

1e-5

1e-4Solo + Composto (3:1)

Tempo (h)

0 5 10 15 20 25

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-7

1e-6

1e-5

1e-4

Solo + Composto (1:1)

Tempo (h)

0 2 4 6 8 10 12

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-9

1e-8

1e-7

1e-6

Composto

147

Nas Figuras abaixo se pode verificar os resultados à carga constante dos

quatro materiais utilizados para o desenvolvimento deste trabalho. Todos os corpos de

prova foram compactados na da massa específica ótima e na umidade ótima.

Figura A2 – Variação da condutividade hidráulica saturada em relação ao tempo de ensaio.

Tempo (h)

0 2 4 6 8 10 12 14 16C

ondu

tivid

ade

Hid

rául

ica

(m/s

)1e-11

1e-10

1e-9

1e-8

Solo + Composto (3:1)

Tempo (h)

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-11

1e-10

1e-9

1e-8

Solo + Composto (1:1)

Tempo (h)

0 2 4 6 8 10 12 14

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-9

1e-8

1e-7

1e-6Composto

Tempo (h)

0 2 4 6 8 10 12 14

Con

dutiv

idad

e H

idrá

ulic

a (m

/s)

1e-10

1e-9

1e-8

1e-7

Solo

148

ANEXO IV

Cálculo da capacidade de oxidação da barreira oxidativas experimental

em relação à dois aterros brasileiros

Fluxo (g CH4/m2.dia)

Taxa de Oxidação (g CH4/m2.dia)

Eficiência da Coluna (%)

MACIEL (2003) 363 - -

GUEDES (2007) 547 - -

TESE (Solo) 670 448 20

TESE (Solo + Composto (3:1)) 670 455 20

TESE (Solo + Composto (1:1)) 670 584 26

TESE (Composto) 670 990 44

Capacidade de oxidação = Fluxo

EficiênciaOT )1001(*. −

Onde:

T.O = Taxa de Oxidação do material utilizado na coluna experimental

Eficiência = Eficiência do material utilizado na coluna experimental

Fluxo = Fluxo da camada que se deseja comparar com a coluna

experimental

Capacidade oxidativa (%)

Solo Solo + Composto (3:1)

Solo + Composto (1:1) Composto

GUEDES (2007) 65,5 66,6 79,0 101,4

MACIEL (2003) 98,6 100,4 119,1 152,8