anÁlise comparativa entre ambientes …pericas/orientacoes/thinclient2003.pdf · distribuídos...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AMBIENTES COMPUTACIONAIS BASEADOS NAS TECNOLOGIAS DE PROCESSAMENTO DISTRIBUÍDO E DE THIN CLIENT
JOANILO DE SOUZA FILHO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO À UNIVERSIDADE
REGIONAL DE BLUMENAU PARA A OBTENÇÃO DOS CRÉDITOS NA DISCIPLINA
COM NOME EQUIVALENTE NO CURSO DE ENGENHARIA DE
TELECOMUNICAÇÕES.
BLUMENAU, NOVEMBRO/2003.
ii
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AMBIENTES COMPUTACIONAIS BASEADOS NAS TECNOLOGIAS DE PROCESSAMENTO DISTRIBUÍDO E DE THIN CLIENT
JOANILO DE SOUZA FILHO
ESTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO FOI JULGADO ADEQUADO PARA
OBTENÇÃO DOS CRÉDITOS NA DISCIPLINA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO OBRIGATÓRIA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE:
ENGENHEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES
____________________________________________
Prof. Francisco Adell Péricas – Orientador na
FURB
____________________________________________
Prof. Romeu Hausmann – Coordenador do TCC
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Francisco Adell Péricas
____________________________________________
Prof. José Gil Fausto Zipf
____________________________________________
Prof. Eduardo Deschamps
SUMÁRIO
iii
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................. vii
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. viii
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO ............................................................................................. 2
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................................... 3
1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 4
1.3.1 TIPOS DE PROCESSAMENTO ........................................................................................ 5
1.3.1.1 PROCESSAMENTO DISTRIBUÍDO (PD) .................................................................... 5
1.3.1.2 PROCESSAMENTO CENTRALIZADO........................................................................ 7
1.3.2 A TECNOLOGIA THIN-CLIENT ..................................................................................... 9
1.3.2.1 HISTÓRICO..................................................................................................................... 9
1.3.2.2 COMO FUNCIONA......................................................................................................... 9
1.3.2.3 FOMENTANDO A TECNOLOGIA ............................................................................... 12
1.3.3 ESTAÇÕES THIN CLIENT ............................................................................................... 14
1.3.3.1 NETWORK COMPUTER (NC) ...................................................................................... 14
1.3.3.2 WINDOWS TERMINAL................................................................................................. 16
1.3.3.3 NETPC ............................................................................................................................. 18
1.3.3.4 DIRECT CONNECT ou ULTRA THIN.......................................................................... 19
1.3.4 PROTOCOLOS THIN CLIENT ......................................................................................... 21
1.3.4.1 ICA ................................................................................................................................... 21
1.3.4.1.1 CONSTITUIÇÃO DE UM PACOTE ICA ................................................................... 22
1.3.4.1.2 TRANSPORTANDO UM PACOTE ICA .................................................................... 25
1.3.4.1.3 CONEXÕESICA........................................................................................................... 26
1.3.4.2 RDP .................................................................................................................................. 27
1.3.4.3 ICA x RDP ....................................................................................................................... 28
1.3.5 ARQUITETURAS THIN CLIENT..................................................................................... 31
1.3.5.1 DESEMPENHO DOS MODELOS APRESENTADOS.................................................. 33
1.3.5.1.1 DADOS GERAIS DA MEDIDA .................................................................................. 33
1.3.5.1.2 OS TESTES REALIZADOS......................................................................................... 35
1.3.5.1.3 METODOLOGIA DA ANÁLISE................................................................................. 36
1.3.5.1.4 RESULTADOS ............................................................................................................. 37
1.3.5.1.5 FOOTPRINT DE MEMÓRIA....................................................................................... 37
1.3.5.1.6 LATÊNCIA ................................................................................................................... 38
iv
1.3.5.1.7 CARREGAMENTO DE PÁGINAS WEB ................................................................... 40
1.3.5.1.8 RESULTADOS DE FLASH ......................................................................................... 44
1.3.5.2 THIN CLIENT EM APLICAÇÕES WIRELESS ............................................................ 46
1.3.5.2.1 VANTAGENS............................................................................................................... 46
1.3.5.2.2 DESVANTAGENS ....................................................................................................... 47
1.3.6 ANÁLISE COMPARATIVA DE CONSUMO DE ENERGIA.......................................... 50
1.3.6.1 FONTE DE ESTUDO ...................................................................................................... 50
1.3.6.2 METODOLOGIA DE ESTUDO ..................................................................................... 50
1.3.6.3 RESULTADOS ................................................................................................................ 53
1.3.6.4 INTERPRETANDO RESULTADOS .............................................................................. 56
1.3.6.5 CONCLUSÕES SOBRE CONSUMO DE ENERGIA .................................................... 57
2 IMPLEMENTAÇÃO DA ARQUITETURA THIN CLIENT .................................................. 59
2.1 TESTES DE APLICATIVOS COMERCIAIS....................................................................... 60
2.2 TESTES DE APLICATIVOS MICROSOFT® ..................................................................... 64
3 CONCLUSÃO........................................................................................................................... 65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 67
v
RESUMO
Este trabalho visa proporcionar informações capazes de orientar os profissionais de TI
quando da migração da rede de computadores de ambientes caracterizados por servidores
distribuídos para ambientes com servidores centralizados. Focando a tecnologia THIN
CLIENT como referência ao retorno dos servidores centralizados, foram realizados testes de
desempenho de todas as arquiteturas disponíveis para a migração a partir deste conceito,
promovendo informações capazes de fornecer aos profissionais interessados um parecer
técnico sobre quando, como e porque alterar a arquitetura de sua rede. Os comparativos das
tecnologias consideram ainda fatores até então irrelevantes no processo de migração mas que,
uma vez analisados sob a ótica da economia, trarão conceitos novos que poderão fomentar a
migração ou substanciar sua inviabilidade, como é o caso da análise do consumo de energia,
seus custos e causas. Este trabalho, desta forma, resume-se a uma ferramenta que, embora
tendo abordagens específicas superficiais, como no caso da constituição de protocolos, seu
tratamento no tráfego da rede, entre outros, traz dados concisos sob a ótica geral do assunto.
vi
ABSTRACT
This document was created to provide sufficient information that can produce a
concept sufficient to TI about network migrations, from distributed servers to centralized
servers. Looking at THIN CLIENT technology as reference to returning at centralized
servers, many benchmarks were done with all technologies offered for returning to centralized
servers architecture, providing information that could provide to interested professionals a
technical report about when, how and why change their network architecture.
The technologies comparative still considers facts currently don’t considered in a
migration process but that, if analyzed in an economy optic, could bring new concepts that
could add value to the migrations or assign your non viability, as the energy spend studies,
costs and origin. This document, so, resumes to a case that, even has specifics themes saw
superficially as the protocols constitutions, your network compartments, so on, bring
consistent data in the general optic themes.
vii
LISTA DE FIGURAS Figura........Descrição ..........................................................................................................Pág 2.0 .............Esboço operacional de processamento distribuído ...........................................05 2.1 .............Esboço operacional de processamento centralizado.........................................08 3.0 .............Esboço para arquitetura cliente/servidor em 2 níveis .......................................10 3.1 .............Esboço para arquitetura cliente/servidor em 3 níveis .......................................11 4.0 .............Foto ilustrativa de equipamento NC.................................................................15 5.0 .............Separação das aplicações sobre protocolo ICA................................................22 5.1 .............Composição do pacote ICA.............................................................................. 23 5.4 .............Comunicação entre estação e servidor sobre protocolo ICA............................26 6.5 .............FootPrint de memória .......................................................................................38 6.6 .............Latência (tempo)...............................................................................................39 6.7 .............Carregamento de página WEB .........................................................................40 6.8 .............Dados transferidos para carga de página WEB ................................................41 6.9 .............Pacote referente display....................................................................................42 6.10 ...........Controle de pacotes...........................................................................................42 6.11 ...........Comparativo entre controles de display e de pacote ........................................43 6.12 ...........Comparativo entre controles de display e de dados .........................................43 6.13 ...........Taxa de transferência de frames .......................................................................45 6.14 ...........Taxa de transferência de dados.........................................................................45 7.2 .............Gráfico de consumo para cada equipamento ....................................................53 7.3 .............Média de consumo de energia dos equipamentos.............................................54 7.4 .............Diferença de consumo dos equipamentos.........................................................55 7.6 .............Comportamento de consumo para PCs e THIN CLIENT ................................56 8.1 .............Organograma do ambiente de pesquisa ............................................................60 8.2 .............Comparativo de desempenho............................................................................61 8.3 .............Esboço gráfico para medida de desempenho sobre leitura...............................62 8.4 .............Comportamento da rede para inclusão de registros com estação PC ...............63 8.5 .............Comportamento da rede para inclusão de registros com THIN CLIENT ........63
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela .......Descrição ..........................................................................................................Pág 4.1 .............Endereços WEB de equipamentos NCs............................................................16 4.2 .............Endereços WEB de equipamentos PCs ............................................................18 5.2 .............Elementos de composição do protocolo ICA ...................................................23 5.3 ............Esboço de tratamento do pacote ICA ...............................................................25 5.5 .............Comparativo entre protocolos ICA e RDP .......................................................29 6.1 .............Especificações de servidores ............................................................................33 6.2 .............Especificações de estações clientes ..................................................................34 6.3 .............Especificações de topologia de rede .................................................................35 6.4 .............Relação dos testes especificados ......................................................................35 7.1 .............Relação dos equipamentos analisados ..............................................................52 7.5 .............Tabela de consumo para monitores ..................................................................55 7.7 .............Valores de energia cobrado em algumas regiões dos EUA..............................57 8.0 .............Especificações do ambiente de teste.................................................................59
ix
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas cujo interesse por redes THIN esteja representado pelo objetivo primário de prover uma solução inteligente, fomentada pelo conhecimento e pesquisa.
x
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS sem o qual certamente meus objetivos não seriam alcançados. Agradeço ainda a minha esposa e filha, cujos dias de entretenimento em família foram adiados em prol desta pesquisa e sem os quais a luz da vida me seria ofuscada.
1
1 INTRODUÇÃO
Na década de 70, encontravam-se instalados nas grandes corporações um sistema de
distribuição de informações e compartilhamento de dados organizados de forma centralizada,
com a figura de um equipamento robusto na função de servidor e estações burras1 a ele
conectadas.
No início do século XXI encontrava-se, depois da “condenação” do modelo de
compartilhamento dos anos 70, o ressurgimento desta mesma arquitetura de rede, com a
figura de um servidor robusto e a condenação dos PCs2 que, nesse ressurgimento dos
processamentos centralizados aparece como o grande vilão, consumindo grandes somas
monetárias para sua manutenção e desmistificando sua principal atribuição, a de auto-
sustentável, dado sua característica de independência de um servidor para desempenhar suas
funções.
É neste quadro transitório, ou pode-se dizer “de retorno” dos processamentos
distribuídos para centralizados e vice-versa, que este trabalho procura levantar, nos meandros
dos interesses comercias e tecnológicos, a questão da viabilidade de se migrar e por que não
dizer retornar, às arquiteturas que predominavam trinta anos atrás.
Fica evidenciado no transcorrer da leitura que a tecnologia inovadora denominada
Thin Client possui características que lhe permitem apresentar-se como a solução para os
vários problemas encontrados especificamente no mercado corporativo, seja este de pequeno,
médio ou grande porte. Outrossim, sua simples migração poderá incorrer em erros
estratégicos que poderão proporcionar muita dor de cabeça e dissabores aos profissionais de
TI, os quais, numa velocidade maior àquela da migração, procurarão o retorno ao
processamento distribuído condenando a nova tecnologia não por sua ineficácia, mas pela
falta de cuidado em se elaborar o projeto e analisar sua viabilidade naquela ocasião.
Não se apresentará o Thin Client ou as tecnologias de processamento centralizado
como a solução dos problemas de manutenção dos PCs atuais, mas trazer-se-á ao leitor as
duas faces da moeda para que este consiga, ao final deste documento, optar pela melhor opção
para solução dos problemas de sua rede.
1 A nomenclatura de estação burra é comumente utilizada para designar estações de trabalho conectadas a um servidor e que não necessitem ou não são providas de processamento próprio para tratamento das informações. 2 PC (Personal Computer – computador pessoal). Microcomputadores completos, com unidades de alimentação de dados (drives, CD-Rom, scanners, entre outros) e dispositivos que lhe permitam um processamento próprio para tratamento das funções.
2
È importante lembrar ainda que não apenas o Thin Client afeta a topologia numa rede
de computadores, mas também provoca uma alteração em conceitos chaves de toda estrutura
daquela rede. Será considerado, por exemplo, qual a verdadeira eficácia do upgrade3 de
equipamentos de interconexão da rede, como switches, gateways, placas de rede, entre outros.
A idéia de que as modernas tecnologias de processamento centralizado minimizam o
tráfego na rede, geram questões que nos sugerem uma pausa na corrida por hardwares mais
capacitados, uma vez que o fluxo de informações na rede passa a ser significativamente
menor (pelo menos teoricamente).
A partir destes conceitos já fundamentados sobre tal assunto, é certo que os
profissionais de TI, preocupados com a espiral de consumo na qual sua rede está inserida,
precisam, mais rápido do que possam imaginar, preocupar-se com uma revisão dos conceitos
neste segmento a fim de gerar economia e performance cada vez mais significativa para sua
empresa.
Deseja-se um bom aproveitamento deste trabalho e que seus objetivos sejam atingidos
com sua leitura.
1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO
Este trabalho visa complementar estudos realizados em outros países que tratem da
eficácia e viabilidade de uma implementação baseada na tecnologia THIN CLIENT.
Como poderá ser apurado na seção que trata da revisão bibliográfica deste trabalho,
todos os estudos realizados consideram fatores que visam principalmente o Total Cost
Ownership (TCO), restando alguns poucos que focam a questão desempenho.
Podendo ser interpretado como um complemento a trabalhos já realizados nesta área,
esta pesquisa procura apurar resultados que representem uma aplicação direta da tecnologia
THIN CLIENT, implementado programas que simularão um ambiente produtivo real.
Como poderá ser observado no tópico referente a conclusão deste, algumas citações
consideram estudos efetuados por terceiros enquanto que outras representam os resultados
obtidos em laboratório com a implementação desta tecnologia.
3 Atualização de equipamento, seu aprimoramento e ajuste às novas exigências de performance.
3
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO
A fim de atender todos os tipos de profissionais, este trabalho apresenta inicialmente
um conceito sobre o que vem a ser um processamento distribuído e um processamento
centralizado sobre a ótica de arquiteturas de rede, assunto que poderá ser analisado mais
rapidamente por conhecedores deste tópico sem prejuízo de conhecimento nos itens
seqüentes.
Numa abordagem inicial sobre THIN CLIENT, será apresentado o histórico da
tecnologia, desde a iniciação a este conceito até sua abrangência atualmente. Depois de trazer
ao leitor tal iniciação histórica, o tópico seguinte inicia uma explanação sobre os fundamentos
da tecnologia, desde seu conceito de funcionamento até sua aplicação propriamente dita.
Depois de conhecer a arquitetura, seus métodos e aplicações, a apresentação dos
equipamentos mais comumente utilizados nesta tecnologia é apresentada nos tópicos
seguintes, com uma distinção inerente a cada especificação técnica.
Na seqüência da apresentação do hardware é feita uma explanação sobre os dois tipos
de protocolo mais utilizados em redes THIN CLIENT a partir dos quais têm-se uma boa base
de conhecimento dos protocolos menos utilizados neste segmento mas que possuem
características de operação bastantes semelhante entre si.
A arquitetura THIN CLIENT é detalhadamente analisada no tópico que trata de
comparativos entre os diversos modelos de equipamentos que compõem tal arquitetura. A
partir desta análise traz-se ao leitor uma visão bastante ampla dos modelos disponíveis para
implementação e suas peculiaridades. Ainda neste tópico é apresentada uma tecnologia
conhecida como THICK CLIENT, uma solução alternativa para ambientes semelhantes ao
THIN CLIENT, mas com alguns conceitos alterados para aplicações em redes sem fio.
Concluindo as abordagens técnicas sobre arquitetura THIN CLIENT expõe-se no
último tópico de estudo uma análise detalhada sobre consumo de energia elétrica em redes
convencionais, baseadas em PCs como estações de trabalho e redes baseadas em estações
THIN CLIENT especificamente.
A análise de consumo de energia elétrica em redes THIN CLIENT complementa os
estudos levantados e acaba por concluir o levantamento de informações capazes de prover
uma ferramenta poderosa no intuito de formar opiniões no segmento de redes corporativas.
4
1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fim de produzir uma gama de informações capaz de orientar os testes laboratoriais,
cujos quais tem por finalidade justamente direcionar os resultados obtidos em estudos
internacionais ao mercado nacional, levantou-se num estudo prévio, resultados obtidos no
mercado internacional para que sirvam de parâmetro nesta pesquisa, sendo objetos de
contestação ou comprovação quando de sua aplicabilidade nacional.
Destacando-se o estudo efetuado na Universidade de Columbia, Estados Unidos, no
ano de 2000, as pesquisas nesta área estão discriminadas no decorrer deste capítulo,
apresentando-se suas metodologias de implementação e apuração dos resultados, metodologia
esta seguida sempre que possível nos testes laboratoriais de implementação conforme poderá
ser constatado no tópico que trata dos testes laboratoriais desta tecnologia.
5
1.3.1 TIPOS DE PROCESSAMENTO
No ramo da informática, há basicamente dois tipos de gerenciamento de informações,
um caracterizado pelo tratamento dos dados num único lugar (equipamento) e outro
distribuído por vários setores da rede (equipamentos). Desta forma, caracterizam-se estes dois
tipos em PROCESSAMENTO DISTRIBUÍDO e PROCESSAMENTO CENTRALIZADO
respectivamente.
Será abordado de forma resumida cada um dos modelos apresentados, uma vez que
sua explanação por completo poderia desfocar o objetivo principal deste documento. Caso sua
abordagem detalhada seja importante ao leitor, recomenda-se na seção de relações
bibliográficas, algumas literaturas úteis para tal aprofundamento.
1.3.1.1 PROCESSAMENTO DISTRIBUÍDO (PD)
Surgido no início dos anos 90 como uma solução aos grandes investimentos feitos em
servidores de grande porte, a arquitetura de PD veio como o salva-guardas dos empresários da
época.
Caracterizado como acessível (tendo em vista o baixo custo dos microcomputadores)
este novo conceito de estruturar-se a rede tomou forma rapidamente e, nos primeiros três anos
daquela década, alastrou-se entre empresas de grande e médio porte.
Figura 2.0 - Esboço de processamento distribuído
Fonte (Kanter, 1998)
6
A figura 2.0 nos apresenta um esboço de operação do sistema de PD, onde uma
estação passa a obter dados de mais de um local, cada qual caracterizado por uma função
específica, fornecendo dados como se tratasse de um servidor isolado, por exemplo: um
servidor operando para o departamento financeiro e outro para o departamento comercial.
Esta mobilidade tornou-se um dos motivos de tamanho sucesso entre os empresários e
profissionais de TI da época. Agora a empresa poderia, com o mesmo valor que investe num
terminal burro, adquirir um PC que poderia desenvolver seus próprios trabalhos, minimizando
assim a utilização do processamento do servidor que, com o processo de migração ampliado,
perderia sua função e poderia ser substituído por um PC mais capacitado e nem por isso
oneroso como o velho servidor.
Para se ter idéia de valores, um terminal burro custava, em 1992, US$ 1,200.00 (marca
Data General®), enquanto que um PC custava na mesma época US$ 900.004 .Neste último
caso tem-se um equipamento com CD-Rom, drive de disquetes, monitor colorido, mouse,
caixas de som, disco rígido e 8Mb de memória; enquanto que no caso dos terminais burros
havia um monitor fósforo-verde5, um teclado e conexão com a rede local.
Tamanha diferença de preço causou nos profissionais da época um sentimento de
exploração e inviabilidade de investimento, uma vez que nos terminais burros não havia
possibilidade de upgrade e nos microcomputadores o investimento poderia ser mantido a
baixos custos com atualizações de alguns componentes na medida em que fosse necessário.
Os preços já estavam definidos, as necessidades seriam alcançadas no PD assim como
eram no processamento centralizado, bastava agora um case de sucesso e todos migrariam
para a nova plataforma. Não demorou para empresas de grande porte direcionarem seus
investimentos para o PD e assim, num efeito dominó, todos os outros profissionais de TI
direcionaram suas empresas para este novo e promissor campo.
Para as empresas consumidoras de tecnologia o quadro já estava pintado; o mesmo
não aconteceria com as empresas fornecedoras baseadas em processamento centralizado.
Empresas como IBM®, Data General® e HP® não puderam aguardar o retorno dos clientes
que agora desligavam seus grandes servidores e foram obrigados a rever seu foco de atuação.
É neste cenário de corrida contra o tempo e preocupação básica com a economia que a
arquitetura de PD impulsionou a venda de PCs no mercado mundial e fez empresas como a
Microsoft® alavancarem suas vendas e tornarem-se coadjuvantes importantes nessa história.
4 Fonte: LANCE Informática Ltda. 5 Modelo de monitor chamado desta forma principalmente por sua aparência, com o fundo de cor grafite e as letras em verde.
7
Atualmente, embora o PD esteja sob ameaça de ter seus fundamentos revistos, esta
opção de arquitetura para redes ainda é de extrema importância e praticamente insubstituível
para alguns casos como se verá no transcorrer deste documento; o que ocorre de fato é que a
aplicação já não é mais tão abrangente e inquestionável quanto era uma década atrás. Também
não são todas as empresas que concordam com sua extinção ou minimização, certamente
tornando sua presença ainda bastante representativa a mantendo-se assim durante os próximos
anos.
Uma observação importante antes de finalizar a abordagem sobre sistemas de PD é
não se conflitar a expressão “processamento distribuído” com sua interpretação na área de
processamento de dados, a qual trata mais profundamente desta questão, envolvendo
softwares específicos, sistemas operacionais distribuídos, entre outros tópicos que originaram
a expressão neste utilizada. Por similaridade, interpreta-se processamento distribuído como o
exposto, uma estação PC conectada a servidores locados em sua rede física.
1.3.1.2 PROCESSAMENTO CENTRALIZADO
Tido como o precursor das redes de computadores, o processamento centralizado está
presente na proposta Thin Client para redes Thin6. A partir do processamento centralizado,
todas as estações conectadas na rede buscam as informações num único local designado como
servidor.
A diferença básica entre este modelo de processamento e o PD é a presença de um nó
central na rede e a presença de estações burras acessando este nó.
Como pode-se analisar ao se tratar especificamente sobre Thin Client, este tipo de
arquitetura para redes consegue ser implementado para 90% dos casos em empresas de
pequeno, médio e grande porte, motivo este que acabou fazendo do PD uma incógnita sobre
quando vale-se de sua aplicação com responsabilidade.
Por ser oriundo de tecnologias pioneiras no assunto rede de computadores, o
processamento centralizado possui empresas de grande porte trabalhando em sua
implementação e melhoria, é o caso de IBM®, LG®, SUN®, entre outras que, com o
6 Redes Thin ou redes “magras” refere-se a redes de computadores com estações sem a capacidade de processamento dos PCs atuais.
8
ressurgimento da possibilidade de centralização das informações pretendem agora recuperar o
tempo perdido que ficara comprometido com o PD.
A figura 2.1 apresenta uma visualização bastante simples do quê seria uma
comunicação numa rede centralizada em servidor.
Figura 2.1 - Esboço de processamento centralizado
Fonte (Kanter, 1998)
No modelo apresentado, tem-se uma estação cliente acessando um servidor único de
dados através da rede – o que representa uma aplicação típica na utilização de Thin Clients.
O sistema centralizado perdeu mercado por ser composto por estações burras com
valores relativamente mais altos que microcomputadores completos, os quais agregam poder
de processamento capaz de disponibilizar aos usuários o desempenho de outras atividades até
então impossíveis.
Ironicamente foi esta capacidade de processamento em estações de trabalho que
impulsionou a migração de retorno aos sistemas centralizados e julgaram os sistemas com PD
ineficazes, onerosos e inseguros.
9
1.3.2 A TECNOLOGIA THIN-CLIENT
1.3.2.1 HISTÓRICO
Transformar os PCs atuais em estações “não tão burras” tornou-se um nicho de
mercado que alimenta as empresas de tecnologia atualmente (Vaughan, 2003).
Aguçadas pelas perdas originadas com o down-sising7 no início dos anos 90 e com a
possibilidade de fomentar o mercado com estações de trabalho um pouco mais modernas que
aquelas deixadas para trás na década passada, empresas como IBM® e HP® uniram-se às
indústrias de software (destacam-se a Microsoft® e Citrix® como será apresentado mais
adiante) para trazer às grandes corporações soluções economicamente viáveis e tecnicamente
superiores ao que vinha se instalando nas empresas até então (Madden, 2003).
A idéia inicial era implementar uma solução de arquiteturas de rede capaz de
propiciar:
a. reutilização, na medida do possível, os microcomputadores já adquiridos,
garantindo assim a permanência de investimentos já efetuados;
b. implementar um servidor robusto com capacidade de atender todas as
estações do parque;
c. um software de gerenciamento que propiciaria um desempenho favorável a
todos os serviços que naquele momento estavam à disposição dos usuários.
Parece que desta vez todos os ventos estavam a seu favor e, a menos que suas teorias
não se comprovassem tecnicamente, seu sucesso era questão de tempo.
1.3.2.2 COMO FUNCIONA
De maneira geral, analisam-se as redes atuais sobre o paradigma de cliente/servidor,
onde uma estação envia uma requisição ao servidor que, no momento oportuno (após concluir
uma tarefa mais prioritária) provê a resposta à estação cliente.
7 Processo de migração da tecnologia de empresas que proporcionou a desativação de inúmeros Main-frames (equipamentos de grande porte) para a entrada de servidores setorizados.
10
O sistema mais comum baseado neste conceito é conhecido como “cliente/servidor de
dois níveis”, representado na figura 3.0, na qual a tarefa requisitada é dividida em duas partes
(ou camadas): a apresentação e as funções lógicas que ficarão a cargo da estação cliente (um
PC neste caso) e o acesso aos dados propriamente dito, provido pelo servidor.
Figura 3.0 – Esboço da arquitetura Cliente/Servidor de dois níveis
Fonte (Kanter, 1998)
Por essa característica, o sistema cliente/servidor em dois níveis é impraticável para
redes WAN e discagem (dial-up), tendo em vista sua não otimização para rodarem em
ambientes como estes, com cliente remoto realizando requisições a um servidor por um canal
de comunicação sem banda suficiente para oferecer um serviço com qualidade (Kanter, 1998).
A partir deste sistema, prover funcionalidade a um sistema para conexões remotas,
exige investimentos em softwares específicos que acabam por onerar ainda mais os controles
dos profissionais de TI que necessitem desta configuração.
Visando a melhoria dos sistemas de duas tarefas, criou-se o sistema de três tarefas
(também conhecido como sistema de “n” tarefas), o qual caracteriza-se por dividir as funções
em três ou mais partes, forçando o serviço de apresentação processado na estação cliente
(PC), capaz ainda de proceder como parte das funções lógicas inerentes àquele procedimento.
Um servidor de aplicação ou servidor intermediário executa o papel de “resolver” a segunda
etapa do processo lógico, ficando com o servidor principal (back-end) o papel de fornecer o
acesso aos dados solicitados pelo cliente.
11
A figura 3.1 nos apresenta um esboço da tecnologia de três tarefas exibindo a
divisão de tarefas comum deste método de operação.
Figura 3.1 – Esboço da tecnologia de três tarefas
Fonte (Kanter, 1998)
É justamente para operações baseadas em estruturas de três tarefas que o método de
funcionamento da arquitetura Thin Client melhor se apresenta e que, sem prejuízo das suas
outras vantagens, o coloca na frente das outras soluções existentes.
Uma vez que na arquitetura Thin Client os processos são centralizados, caberá à
estação cliente unicamente “processar” a camada de apresentação que, como será analisado na
seqüência, tratar-se-á de uma atualização no display da estação.
Outro aspecto inovador do Thin Client é sua capacidade de ser colocado em
execução sobre várias plataformas (sistemas operacionais da Microsoft®, IBM®, Linux®,
MacOS®, entre outros). Fica fácil entender sua interoperabilidade se analisar que, uma vez
que aplicativos baseados em HTML (Hypertext Markup Language) como JAVA
(desenvolvida pela Sun Microsystems®) podem ser visualizadas de qualquer plataforma,
ficando o browser8 instalado no servidor, têm-se à disposição uma única versão de browser
capaz de apresentar dados para cada cliente independente de duas especificações.
De maneira mais ampla, o fundamento primário das operações sobre a arquitetura
Thin Client é sua interoperalização através de protocolos específicos, capazes de fornecer
8 Aplicativo capaz de prover visualização de páginas na Internet.
12
acesso a servidores através de estações espalhadas numa rede com tecnologia heterogênea no
quesito das suas especificações técnicas que antecedem a operação da tecnologia
implementada pelo Thin Client.
1.3.2.3 FOMENTANDO A TECNOLOGIA
Em 1995, a empresa Citrix Corporation® lançou seu primeiro produto, o WinFrame™
como parte integrada do sistema operacional Windows NT® (Smith, 1998). Parte desta
tecnologia veio mais tarde a gerar o ICA® (Independent Computing Architeture), importante
protocolo9, de comunicação para redes Thin Client, que dada sua representatividade nesta
tecnologia será tratado adiante com mais detalhes.
Este foi o primeiro passo – e porque não dizer talvez o mais importante – para a
integração oficial da tecnologia Thin Client no mundo dos PCs.
Uma vez comprovada a eficácia da tecnologia adotada da Citrix, a Microsoft resolveu
fornecer esta tecnologia para ser agregada ao seu sistema operacional Windows NT versão
4.0, agora com seu próprio protocolo, o RDP (Remote Desktop Protocol) que, num
comparativo dos protocolos mais utilizados será analisado no tópico relacionado a este
assunto especificamente (Loquiar).
Tendo em vista a série interminável de problemas que a implementação do RDP
causou ao sistema operacional da Microsoft, a nova versão do Windows, chamado Windows
2000 Server, que agora o trazia integrado ao kernel10, sedimentou com sucesso o futuro do
RDP e sua entrada para o mundo Thin Client às redes administradas pelos sistemas
operacionais da Microsoft.
Atualmente, o RDP continua sendo parte integrante do novo sistema operacional da
Microsoft, o Windows XP, cabendo a Citrix a liderança neste segmento com seu protocolo
ICA, dado não apenas seu pioneirismo, mas sua eficiência como poderá ser analisado na
seqüência (Sun, 2003).
Com o visível crescimento desta tecnologia, começaram a despontar no mercado
equipamentos com configurações minimizadas e restritas à operação em redes de
9 Padrão de comunicação entre equipamentos. Permite que as informações sejam trocadas obedecendo-se uma regra geral entendida por todos os equipamentos que reconhecem aquele protocolo de comunicação. 10 Núcleo do sistema operacional, arquivo contendo todas as funções e diretrizes principais do sistema operacional, sem o qual este não existe.
13
processamento centralizado, são os NCs (Network Computers), os NetPCs (PCs para
netware), os equipamentos conhecidos como Windows Terminal, PCs a pouco “aposentados”
que agora ganhariam fôlego novo para continuar atuando em redes corporativas, e os Ultra
Thin Clients, estações ainda sem muita representação no mercado, mas que vieram a abrir
aspas importantes no conceito inicial da tecnologia Thin Client.
Ocorre que, quando do surgimento das novas estações para redes Thin, como NetPCs
e NCs, a idéia inicial era minimizar custos numa visão bastante ampla, custos estes originados
pela aquisição, licenças de uso ou até mesmo consumo de energia. Inerentemente, numa visão
economicamente superficial, para grandes corporações a economia resumia-se a possibilidade
de reutilizarem-se equipamentos (PCs) obsoletos para executarem aplicações atuais com
velocidade e confiabilidade.
Nos tópicos que seguem, uma abordagem tratará da verdadeira viabilidade da
reutilização destes PCs quando apresentar-se-á especificações técnicas inerentes a cada
equipamento, principalmente no quesito consumo de energia.
Neste momento, para tratar de cada um dos modelos de estações apresentadas acima,
será necessário conhecer suas metodologias de trabalho, baseada principalmente nos
protocolos e características peculiares destes.
14
1.3.3 ESTAÇÕES THIN CLIENT
Serão abordados os quatro modelos mais predominantes no segmento de THIN
CLIENT, uma vez que conhecer os modelos aqui apresentados é conhecer a aplicação desta
tecnologia como um todo. Modelos de menor representação no mercado serão suprimidos a
fim de poupar-se redundâncias de apresentações de tecnologias que variam pouco daquelas
apresentadas. Obedecendo tal critério, será apresentado o modelo NC (Network Computer),
WT (Windows Terminal), NetPC e Direct Connect (também conhecido como Ultra Thin).
1.3.2.4 NETWORK COMPUTER (NC)
Os NCs são equipamentos com suporte a recursos de Java11, com processamento
próprio que, embora bastante restrito quando comparados aos PCs, são capazes de permitir ao
usuário o acesso a e-mails, processamento de texto e acesso à Internet (CONSULTING,
1999).
Uma vez conectado a uma rede THIN CLIENT, o NC envia ao servidor uma
requisição de boot12 que lhe retorna o sistema operacional através da rede. Concluído o boot,
o usuário através de uma interface gráfica (GUI) seleciona o aplicativo que deseja executar e
assim procede localmente.
Embora os NCs sejam portadores da tecnologia Sun Javastation, a Citrix já
disponibilizou seu protocolo ICA a fim de gerar maior compatibilidade deste equipamento
com aplicações X-Windows, ampliando assim a atuação destes equipamentos em redes Thin.
A figura 4.0 apresenta um modelo de NC, incluindo teclado e mouse como itens de
série.
11 Linguagem de programação que permite desenvolvimento de aplicações independentes de plataformas, por tratar-se de aplicações que executam em browsers, teoricamente qualquer equipamento que possua um browser será capaz de executar o aplicativo. 12 Palavra atribuída à inicialização do equipamento (ex: quando um microcomputador está inicializando, ele está realizando um boot).
15
Figura 4.0 – Imagem de
um NC Wyse, modelo
Winterm 3125SE
Fonte (Citrix, 2003).
Alguns exemplos de NC são apresentados abaixo:
• PDA (Personal Data Assistant);
• ISDN Video Phone;
• estação de e-mail ou de acesso à Internet.
Para equipamentos utilizados como estação de trabalho numa rede produtiva, a
configuração dos NCs pode ser encontrada contendo:
• aplicativo proprietário;
• Windows CE ou EPROM com sistema operacional instalado;
• 8 a 16Mb memória RAM;
• placa de vídeo;
• placa de som;
• monitor (podendo ser monocromático ou colorido (VGA));
• placa de rede;
• mouse e teclado.
16
Em se tratando de software para este modelo de equipamento, encontra-se no mercado
como opção básica para operação:
• Java ou Windows CE caracterizados como EPROM de boot;
• licenças de aplicativos baseadas em servidores acessados.
Finalmente, encontram-se nos servidores para este modelo de equipamento a seguinte
especificação:
• sistema operacional Thin Client Citrix Winframe ou Metaframe integrado
ao Windows NT (4.0) ou versão superior;
• característica de hardware para servidor tais como HDs SCSI, capacidade
de memória dimensionada conforma quantidade de clientes, capacidade de
processamento condizente com o tamanho da rede, entre outros.
Mais informações sobre equipamentos NCs poderão ser obtidas nos sites relacionados na
tabela abaixo:
Tabela 4.1 – Relação de fornecedores para equipamentos NC
Empresa Endereço WEB
Sun Microsystems http://www.sun.com
Oracle http://www.oracle.com
IBM http://www.ibm.com
Tektronix, Inc. http://www.tektronix.com
Fonte: (Kanter, 1998)
1.3.3.2 WINDOWS TERMINAL
17
Baseado em terminais de interface gráfica (GUI), atribui-se aos WTs a característica
de um produto originado pela Citrix a partir da disponibilização do protocolo ICA (conforme
será apresentado no tópico específico sobre protocolos).
Com algumas limitações para promover acessos via comunicação serial e
processamento de vídeo, o WT é uma boa opção para usuários que possuem aplicativos com
processamento limitado.
Como o NC, o WT faz uma requisição do sistema operacional ao servidor no
momento do boot. Uma vez com o sistema operacional em funcionamento, os aplicativos são
executados integralmente no servidor, que retorna o resultado do processamento ao WT
(Banbury; Brown).
A principal característica do WT, e o que basicamente o difere do NC, é que este
último possui capacidade de processamento – embora limitado. Nos WTs todo o
processamento é efetuado no servidor, funcionando a estação como meramente uma unidade
de entrada e saída.
Os Windows Terminals são capazes de processar os protocolos RDP (Remote Desktop
Protocol) da Microsoft, e o ICA da Citrix. Estes softwares que tratam do protocolo podem ser
armazenados diretamente num chip da estação, serem “baixados”13 do servidor, ou estarem
instalados no próprio equipamento como no caso de um PC funcionando como WT.
Como os WTs são baseados em aplicações X-Windows, é necessário que o servidor
desta rede seja pertencente às tecnologias X86, da qual a Intel® é a maior representante.
Uma curiosidade na distinção entre NCs e WTs, é que este último é conhecido pelo
que faz não pelo que é, uma vez que suas características de hardware são geralmente
ultrapassadas, originadas de PCs que não funcionariam bem como estação de trabalho, mas
que numa rede Thin Client tornam-se equipamentos produtivos.
Para a configuração deste tipo de equipamento, encontra-se uma variedade (a maior
entre os modelos analisados), dada sua maior abrangência no mercado atual.
Mais informações sobre equipamentos utilizados como WT poderão ser obtidas nos
sites relacionados na tabela 4.2.
13 Designado para a ação de copiar um programa de um terceiro lugar, como um download.
18
Tabela 4.2 – Relação de fornecedores para equipamentos baseados em WT
Empresa Endereço WEB
Compaq http://www.compaq.com
IBM http://www.ibm.com
Dell http://www.dell.com
Gateway http://www.gateway.com
Toshiba http://www.toshiba.com
Fonte (Kanter, 1998)
No caso de software e características de servidores, vale o mesmo exposto para
equipamentos NCs, o que traz uma grande proximidade entre estas duas tecnologias.
1.3.3.3 NETPC
Trata-se de um equipamento que pode ser apresentado como uma estação de trabalho
stand alone14. Sua manutenção na rede é caracterizada por produtos de gerenciamento dos
próprios servidores, como no caso do ZEN (Zero Effort Networking) na Novell® e ZAK
(Zero Administration Kit) da Microfost®.
A principal relevância desta tecnologia é o fato de reforçar a tendência de
administração à distância, utilizando-se de recursos para instalar e administrar a rede
remotamente (CONSULTING, 1999).
Sua abrangência nas redes Thin Client é irrelevante quando comparada às outras duas
tecnologias apresentadas, mas é importante tomar conhecimento de sua existência para poder-
se discutir a administração à distância quando apresentada numa rede Thin Client.
Basicamente o hardware de um NetPC é composto conforme a sugestão a seguir:
14 Equipamento independente, que consegue trabalhar sem estar conectado a um servidor para realizar funções que, obviamente, não dependerão da conexão com um servidor.
19
• processador Intel Pentium II;
• 32Mb memória RAM;
• HD;
• placa de vídeo;
• placa de som;
• BIOS com suporte Plug-and-play;
• placa de rede;
• mouse e teclado.
Para software, geralmente encontra-se o Windows 9x como base de sua instalação.
Os servidores deste tipo de cliente podem ser encontrados com um dos softwares
relacionados abaixo:
• Novell versão 4.11 ou 5.0;
• Windows NT ou 2000;
• componentes de administração de servidores para clientes remotos.
1.3.3.4 DIRECT CONNECT ou ULTRA THIN
Trata-se de uma tecnologia não muito difundida por resumir-se à simples conexão de
vários monitores, teclados e mouses (mice para não “sacrificar” a língua inglesa) a uma única
unidade de processamento (CONSULTING, 1999).
Este tipo de tecnologia é suportada pelos sistemas operacionais Windows 95, 98, NT e
2000.
Em se tratando de uma tecnologia bastante simples, a limitação de desempenho está
simplesmente relacionada à capacidade de processamento da única unidade que serve dados
às “estações”.
Suas conexões são possíveis a partir dos seguintes métodos:
20
• serial;
• via linha discada;
• através do suporte ao Citrix WinFrame.
Dada sua simplicidade quando comparado aos métodos anteriores, sua limitação não
poderia deixar de apresentar-se como um grande diferenciador, levando esta opção como
passível de aplicação recomendável para um número máximo de 16 estações clientes – o que
não é nada mal considerando-se um grupo imenso de empresas de pequeno porte que podem
contar com esta opção.
21
1.3.4 PROTOCOLOS THIN CLIENT
Com as mesmas atribuições dos protocolos de rede já conhecidos, o protocolo para
redes Thin serão abordados a partir de suas peculiaridades dada sua importância e abrangência
neste modelo de arquitetura.
No capítulo anterior, mencionaram-se dois protocolos de comunicação, o RDP e o
ICA, sendo estes utilizados como referência para uma abordagem que, superficial, tem como
objetivo principal o fato de apresentá-los como parte integrante da tecnologia como um todo e
que, caso seja de interesse do leitor, um aprofundamento poderá ser obtido junto à literatura
indicada na revisão bibliográfica deste trabalho.
1.3.4.1 ICA
Lançado em 1995 pela empresa Citrix Corporation®, o ICA (Independent Computing
Architeture) tornou-se rapidamente parte integrante de várias plataformas das quais destacam-
se (Kanter, 1998):
• Windows NT (32 bits);
• Windows 95 (32 bits);
• Windows 3.x (16 bits);
• MS-DOS (texto);
• OS/2 (texto);
• POSIX (texto);
• implementações de aplicativos X-Windows emuladas via software.
O fundamento deste protocolo é garantir a execução dos processamentos no servidor,
atribuindo à estação apenas a função de exibir os resultados.
Conceitualmente o ICA é muito parecido com outros protocolos X-Windows utilizados
pelo UNIX. O ICA procura por um servidor Winframe15 rodando na rede e, uma vez
estabelecida uma conexão com o cliente, processa apenas os movimentos de mouse e teclado
15 Apresentado nos tópicos seguintes.
22
para serem enviados ao servidor, resultando num mínimo consumo de recursos da estação
cliente.
A figura 5.0 apresenta um esquema do que seria a divisão da aplicação rodando sobre
o protocolo ICA.
Figura 5.0 – Esquema representativo de divisões da aplicação sobre ICA
Fonte (Kanter, 1998)
O ICA foi criado para rodar sobre os protocolos padrões do mercado tais como
TCP/IP, NetBEUI, IPX/SPX e PPP, utilizando-se dos padrões de comunicação para
transportes em tecnologias tradicionais como ISDN, ATM e conexões assíncronas.
1.3.4.1.1 CONSTITUIÇÃO DE UM PACOTE ICA
Com uma constituição simples, o ICA é composto por um byte de comando seguido
por dados (opcional). Pode haver ainda um preâmbulo ao pacote responsável pela negociação
da conexão com a finalidade de gerenciar a transmissão do pacote.
A figura 5.1 esboça a composição do pacote ICA com cada um de seus elementos que
a seguir serão apresentados na tabela 5.2 .
23
Figura 5.1 – Composição do pacote ICA
Fonte (Kanter, 1998)
Tabela 5.2 – Funções das camadas ICA
QUADRO NOME STATUS FUNÇÃO
Frame Head cabeçalho opcional Preâmbulo para transporte de frames
Reliable confirmação opcional Confirmação de entrega do cabeçalho.
Funciona como detecção de erro.
Encrypt criptografia opcional Gerenciamento de dados criptografados
Compress compressão opcional Gerenciamento de dados comprimidos
Command comando exigido Indica início do pacote
Command
Data
dados opcional Comando associado aos dados. Poderá
ser 0 (zero) e seu tamanho dependerá
do tamanho dos dados transmitidos.
Pode conter ainda pacotes do protocolo
de canal virtual (Virtual Channels
protocol)16
Frame Controll sincronia opcional Teste de sincronismo para conexões
assíncronas.
Fonte (Kanter, 1998)
Ainda em se tratando dos comandos, único campo exigido num pacote ICA, os
mesmos podem ser divididos em categorias como:
• comando de controle;
• controle para tela cheia;
• controle de teclado;
16 Canal de transmissão orientada por conexão capaz de agregar funcionalidades ao protocolo ICA. Normalmente propicia a utilização de recursos como impressoras, portas seriais e paralelas, drives, entre outros. Não será abordado neste trabalho dada sua abordagem exigir maior detalhamento, desfocando o objeto principal deste.
24
• controle de movimento para mouse.
Suas atribuições poderão ser apresentadas individualmente ficando caracterizado para
cada controle como segue:
• Comando de controle: comando de gerenciamento de conexão servidor/cliente,
esta categoria de comando inclui tratamento de:
o negociação no servidor;
o conexão, inicialização e negociação;
o controle de tela entre servidor e interface da estação cliente;
o entrada de teclado e mouse para aplicação no servidor;
o controle de leds no teclado da estação cliente;
• Comandos em tela cheia: este segmento de comando implementa ganho de
desempenho no tratamento de informação uma vez que provê tráfego na rede
apenas de coordenadas da tela que sofreram alteração. Utilizado apenas por
aplicativos baseados em janelas, é geralmente empregado em estações que
funcionam como ponto-de-venda, caixa e aplicações similares. Seu grupo de
funções se restringe a:
o ajustar o modo texto;
o escrever caracteres;
o ajustar atributos dos caracteres;
o controlar rolagem de tela;
o controlar movimentos do cursor;
• Controle de teclado: transmite do cliente ao servidor um grupo de coordenadas
que representam as alterações a serem conferidas em tela pelo usuário na
estação cliente;
• Controle de mouse: transmite as coordenadas do ponteiro ao servidor e retorna
a posição do mouse visualiza pelo usuário na estação cliente.
25
1.3.4.1.2 TRANSPORTANDO UM PACOTE ICA
Para garantir a entrega de uma informação através do protocolo ICA, uma relação de
procedimentos faz com que uma seqüência de componentes trabalhem juntos a fim de
assegurar uma recepção livre de erros. Desta forma, tem-se um esboço (tabela 5.3)
apresentado abaixo na ordem correta em que esta seqüência de componentes é tratada de tal
forma a garantir a entrega correta conforme mencionado.
Tabela 5.3 – Seqüência de tratamento para pacotes ICA
ETAPA PROCEDIMENTO/AÇÃO
1 A imagem da aplicação gráfica é exportada como um datagrama.
2 Efetuado encapsulamento do datagrama em um protocolo de dados chamado
ThinWire17.
3 O dado encapsulado é entregue ao protocolo físico ICA.
4 O ICA tem como função entregar o datastream18ThinWire sem erros e na ordem
em que o recebeu.
Fonte (Kanter, 1998)
A figura 5.4 ilustra bem o funcionamento da comunicação via ICA entre servidor e
estação cliente.
Uma característica importante do protocolo ICA é sua negociação entre estação cliente
e servidor. Durante o handshaking19, o protocolo ICA da estação cliente comunica o servidor
sobre sua especificação, informando dados como resolução de tela, número de cores e
tamanho do cache. Desta forma, o ICA se torna eficiente em diversas configurações de
equipamentos, desde o mais simples com monitor monocromático, até estações avançados
com monitores de 17'', ambos conseguindo desempenhar suas funções com velocidade
satisfatória (Kanter, 1998).
17 Atentar para ThinWire: este não é um protocolo físico, mas sim lógico. 18 Seqüência de dados organizados para envio. 19 Processo de troca de informações a fim de estabelecer um nível de comunicação estável antes de serem enviados dados, trata-se de uma certificação, entre as partes envolvidas, de que o circuito de comunicação está estabelecido e operando.
26
Figura 5.4 – Esboço representando comunicação cliente/servidos utilizando-se ICA
Fonte (Kanter, 1998)
1.3.4.1.3 CONEXÕES ICA
Para tirar vantagens do protocolo ICA e suas peculiaridades, a estação cliente deve
estar conectada a um equipamento WinStation, que vem a ser uma seção de usuário
estabelecido num servidor WinFrame.
Uma WinStation poderá ser associada tanto para uma conexão LAN como para uma
conexão discada ou serial.
Para cada modelo de conexão uma série de atributos são conferidos e, quando não
encontrados ou inconsistentes, são ajustados pelo próprio WinFrame.
Um exemplo claro nos tratamentos dados pelo WinFrame é encontrado nas conexões
IPX/SPX, onde não existe garantia de entrega para pacotes. Desta forma, o WinFrame agrega
este serviço ao protocolo uma vez que tal característica é exigida neste serviço (Kanter, 1998).
27
Vários outros fatores caracterizam a entrega dos protocolos ICA, mas dada sua
abrangência, recomenda-se um aprofundamento (se necessário) a partir da literatura
relacionada na referência bibliográfica encontrada ao final deste trabalho.
De forma resumida, basta ter-se em mente as premissas já apresentadas para que se
tenha conhecimento do assunto relacionado a protocolos ICA.
1.3.4.2 RDP
Muito semelhante ao protocolo ICA da Citrix®, o RDP (Remote Desktop Protocol) da
Microsoft® nasceu após a implementação do protocolo ICA nos sistemas operacionais da
empresa – talvez daí sua semelhança em performance e aplicabilidade ao seu concorrente
(Microsoft, 2003).
Com suporte a diversos tipos de topologia de rede (como ISDN, POTS e vários
protocolos de redes LAN) o RDP possui funcionalidades apenas com o protocolo TCP/IP,
embora protocolos adicionais serão adicionados dada à requisição dos usuários que, cada vez
mais, fazem uso desta tecnologia em seus serviços de rede.
As tarefas de enviar e receber dos dados obedecem na íntegra o modelo OSI de
comunicação padrão para LANs.
Da mesma forma que o ICA, o RDP vem prover acesso a equipamentos Windows
Terminal em redes atendidas por um Windows Terminal Server. Desta forma, a tecnologia de
transmitir dados referentes a atualizações de dados em tela, tratar processamentos no servidor,
entre outros aspectos relacionados às funcionalidades apresentadas para protocolo ICA
também se aplica ao RDP, o que torna capaz a supressão de apresentar-se diagramação do
protocolo, níveis de tratamento entre outros aspectos apresentados para o ICA.
Um dado importante na comparação entre os dois protocolos é que o RDP torna-se
operacional apenas para plataformas Win32 nativas (com única exceção para o sistema
operacional Windows 3.11). O mesmo, conforme apresentado no tópico relacionado, não
acontece com o ICA, capaz de executar inclusive em plataformas UNIX e Linux. Por outro
lado, o protocolo ICA, para prover o estabelecimento de seções criptografadas, requer um
28
segundo produto (com custo considerável) para ser agregado ao software nativo, enquanto que
o RDP, que atende à norma T.120 da ITU20 não exige tal agregação.
Embora ambas as tecnologias sejam direcionadas para comunicações em redes Thin, o
RDP demonstra mais qualidade em redes com largura de banda alta, ideal para serviços de
vídeo conferência, enquanto que o ICA apresenta-se mais eficiente em redes com largura de
banda inferiores.
De maneira mais abrangente, a escolha do protocolo acaba por interferir mais do que
se imagina no processo de operacionalização da rede, por exemplo, ações de
compartilhamento de impressoras podem ser facilmente estabelecidas numa rede rodando
sobre ICA, o qual utilizará seus drivers padrões e apenas redirecionará a impressão para outro
equipamento, ao passo que com protocolos RDP a estação cliente deverá primeiro criar uma
impressora local a ser compartilhada posteriormente a partir dos métodos já conhecidos do
Windows NT.
Para concluir o tópico sobre o protocolo RDP, pode-se dizer que assim como o ICA, o
protocolo RDP possui características de extrema importância, não presentes nos demais
produtos, que o fazem indispensável um determinado ambiente, fator este que torna
indispensável um conhecimento mais aprofundado antes de se implementar uma solução até
mesmo com o RDP.
1.3.4.3 ICA x RDP
Para poder-se comparar estas duas tecnologias, deixa-se claro que sua escolha deu-se
devido sua abrangência no mercado de redes Thin. A tabela 5.5 apresenta, de maneira bastante
prática e intuitiva, uma relação de serviços a serem considerados quando da análise e escolha
e uma solução que melhor atenda ao ambiente de rede onde ocorrerá a implementação.
O conhecimento teórico do assunto será fundamental para atingir-se o melhor
desempenho na tecnologia Thin Client.
20 International Telecomunications Unions
29
Tabela 5.5 – Comparativos entre protocolos ICA e RDP
����������������� ���
��������� ����� ����� ����
��������� ����������� ��!�"����� ��!#"����� ��$%����&��������� ����'�("����� ��$%����&��������� ����')"����� ���)))����*������+��� ��,�
-� -� -�
� (.�����+����*������� ��*������&/��01���'((� -� -� -�
� (.����1���� ���2������/���������� ����3���4�5��
� � -�
� ���� ���6������������ ��������%��7��+��������������8������,�
-� -�(� -�
� 9$�:"�3������;"�<� ���+���� � � -�
� =�� �����+���� � -��� -�
� � � � �
�������� �����������
%����� -� -� -�
� ��:"���:"�$��=69������������>��;� � � -�
� � � � �
��������� ��� �� ?�$� -� -� -�
� ��$� -� -� -�
� ��+�01"����$"�-��?"�@�$� -� -� -�
� ����-2�����+�01������7�������7������ ������7���� �������
� � -�
� � � � �
�� ��� 67�����������1�� -� -� -�
� A0���������� -��� � -�
� � � � �
��������������� �����71���������������������������+����� -��� -� -�
� �����71������������������������=%� � -� -�
� � � � �
����������� �� ����������
�� ���+����� -��� -�.��� -�
� � � � �
�� ������������� ���������������
���������7��������1������������ �����?�%�43,�1���������2����+������
-��� -��� -�
21 Windows CE RDP 5.0 cliente está disponível com WBT standard versão 1.5. O desenvolvedor do aplicativo deve ser consultado para confirmar a compatibilidade. 22 Utilizando-se o pacote WEB para Terminal Services Advanced Client. 23 Disponível como adicional do NCD. 24 Utiliza serviço de networking nativo do Windows.
30
� � � � �
��������������������
%�-�����/�B*������������ �������+����� � -� -�
� ��C0 ���������D������������� �������+����� � -��� �
��������������� �����!���
6��������+�����+�7������7�����+�/������0�0B����7����������-���
-� -� �
� ����-������������-�����7������������+���*����������
-� -� �
� ����-��������7������-��0������07��1+��� �� -� -� -�
� �1+���2����������-���7�7E�����C0���������-��0��������1+���2���+�����
� � -�
� � � � �
��"�������� ��������������
�� ���F���������1+��� ��������� ���������7�����1�������������+�����
� � -�
� � � � �
#������������� ��� ��
��7���G�7��������*+0-�����1�������7�������������� ������
� -�.� -�H�
� � � � �
�������������� @�0�+E������7���+�������������1�����������������������+�����
-�#� -� -�
� � � � �
���$�� ��%������ ���;����7�1������+��1����� ���0�+7������07����������71��;����������
-� -� -�
� ���;����7�1������+���7������1����� ���0�+7������07����������71��;����������
� -� -�
� � � � �
�����&�"��� $� �+������1��/��*���7�70+���� ��� -� -� -�#�
� $� �+������1��/��*���7�70+���� ���1����������������7�������� ���6�
-� -� �
� � � � �
�����'����������!����� ����������
��7�������������1+��� �����7���7����� -�!� -�)� -�
� � � � �
()���"�&������ �����������
�����*��2�������+��������7��1+��� ��"������������"���7�������� �������1�2����������-��'�
� :� -�
Fonte (Microsoft, 2003)
25 Utilizando-se o pacote de utilitários do Windows 2000 Server (Resource Kit). 26 Requer Windows 2000 Advanced ou Datacenter Server, ou adicional do NCD ou Clusterisis. 27 Requer opcional Load Balancing Services ou SecureICA Services em adição ao Citrix MetaFrame. 28 O RDP 4.0 client pode ser usado para controle remoto, mas somente o Windows 2000 Terminal Services suporta esta funcionalidade. 29 Utilizando-se o Microsoft Systems Management Server, tecnologia de gerenciamento IntelliMirror® ou pacote de utilitário em conjunto com o pacote Terminal Services Advanced Client MSI.
31
1.3.5 ARQUITETURAS THIN CLIENT
Para dar início a uma comparação de desempenho da tecnologia como um todo,
considerando não apenas os destaques referentes a protocolos como já visto, deve-se
desmistificar algumas questões em relação ao THIN CLIENT.
Um erro bastante comum quando se imagina a migração para THIN CLIENT é a
maximização do throughput30 da rede.
Considerando-se as redes atualmente instaladas nas médias e grandes corporações,
ficará fácil perceber uma perda considerável no desempenho daquelas redes – fator este que,
conforme mencionado, vem de encontro ao que se esperava na migração, onde cogitava-se
inclusive eventuais estagnações nos investimentos de hardwares da rede, para não dizer
downgrades (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000).
Outro quesito importante na comparação dos desempenhos é o fato de ter em mente
que se está voltando a tecnologias anteriores baseadas em processamento centralizado. Este
fato não se contesta, mas deve-se considerar que os usuários atuais não querem ver em seu
ambiente de trabalho telas baseadas em caracteres de texto puro ASCII31. Este fator é de
extrema importância para considerar-se tecnologias, uma vez que, como será apresentado,
determinados equipamentos possuem desempenho favorável em determinada configuração de
vídeo, mas noutra simplesmente não funcionam ou degradam consideravelmente a
comunicação da rede.
Visando a não unificação dos ambientes de trabalho, considerar-se-á ainda a existência
de dois sistemas implementados: um executado sobre redes de alto desempenho e outro
designado apenas para prover qualidade de serviço sobre redes de baixo desempenho.
Nesta metodologia de análise foram agrupadas as seguintes tecnologias para pesquisa
no que se refere a sistemas operacionais Thin Client (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik,
2000):
• Citrix Metaframe;
• MS Windows Terminal Server;
• LapLink 2000;
• AT&T VNC;
30 Taxa de ocupação do canal da rede, quanto maior o trougthput, maior a velocidade da rede. 31 Tabela de caracteres para telas de exibição em modo texto – muito comum em ambientes não gráficos (exemplo: MS-DOS).
32
• Sun microsystems Sun Ray.
Aplicada sobre um ambiente LAN (Local Área Network) fica esclarecido
antecipadamente que testes já comprovaram a ineficácia da tecnologia THIN CLIENT sobre
redes WAN (Wide Área Network), pelo motivo de bandwidth32 já apresentado anteriormente.
Uma vez tendo sido efetuadas considerações de sistema operacional, outra
preocupação presente volta-se à escolha da qualidade de imagem nas estações, uma vez que
determinadas tecnologias desempenham funções com grau de satisfação considerável numa
determinada configuração enquanto que outra tecnologia é excelente noutra.
Nota-se, por exemplo, que para atualização de uma imagem de 640x480dp33 com um
pixel34 de 8 bits exige uma taxa de comunicação praticamente proibitiva, 100Mbps35. Para
tratar deste problema, tecnologias como Sun Ray e VNC enviam as atualizações de imagens
compactadas que são processadas na estação antes de serem exibidas, minimizando assim a
utilização dos recursos de rede.
Outra forma de tratar melhor a utilização da rede é apresentada em tecnologias
encontradas no Citrix Metaframe e Ms-Terminal Server, que concentraram suas tecnologias
em prover um sistema de encapsulamento36 melhorado fornecendo informações de construção
da imagem de forma diferenciada à estação cliente, de forma que esta possa processar e
reconstruir as informações de maneira mais rápida.
A tecnologia Sun Ray é a única capaz de prover às estações clientes uma resolução
True Color37, ficando para as demais tecnologias resoluções que vão do nível aceitável para
imagens até o considerável insuficiente.
Numa visão básica, mas capaz de promover entendimento aos testes de desempenho
efetuados, haja vista que as questões gráficas são as mais peculiares de cada tecnologia, pode-
se analisar o desempenho de cada modelo distintamente.
32 Largura de banda, unidade de medida para tráfego de rede. 33 Doth Pitch, distância entre os pontos luminosos do monitor, quando maior o número, mais nitidez na imagem. 34 Ponto luminoso visível no monitor; uma imagem na tela é composta por inúmeros pixels alinhados. 35 Mega bits por segundo, unidade de medida de velocidade da rede. 36 Forma de agrupar as informações num único fragmento de informação para ser facilmente transmitido pela rede 37 Resolução que atinge taxa de 16 milhões de cores
33
1.3.5.1 DESEMPENHO DOS MODELOS APRESENTADOS
Um estudo efetuado pela Universidade de Columbia, Estados Unidos, no ano de 2000,
procurou demonstrar a eficácia da arquitetura THIN CLIENT num procedimento de migração
realizado na biblioteca daquela universidade. A apresentação do trabalho realizado, assim
como seus resultados, é composta pela explanação das especificações técnicas dos
equipamentos servidores e clientes, topologia de rede e aplicativos executados, informações
estas capazes de fornecer subsídio suficiente para considerações em implementações para
ambientes produtivos.
1.3.5.1.1 DADOS GERAIS DA MEDIDA
Os testes de desempenho foram baseados no fundamento básico da comunicação entre
uma estação e outra, que é a resposta do servidor ao toque do teclado na estação cliente.
Tabela 6.1 – Especificação técnica dos servidores
34
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Os equipamentos utilizados nos testes de laboratório como servidores obedecem as
configurações apresentadas na tabela 6.1.
Como ferramenta para promover os testes utilizou-se um pequeno aplicativo Java, cuja
característica permite digitar um caracter, rolar um texto, preencher uma região da tela e
efetuar o download de uma imagem.
A configuração dos equipamentos utilizados como clientes foi selecionada de acordo
com a tabela 6.2:
Tabela 6.2 – Especificação técnica das estações clientes
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
35
Para as conexões de rede analisadas, as topologias obedecem a seguintes
características de acordo com a largura de banda conforme a tabela
:
Tabela 6.3 – Modelos de comunicação utilizados
Tipo de Rede Largura de Banda testada
LAN 100Mbps
10Mbps
4MBps
T1 1,5Mbps
DSL 768Kbps
512Kbps
ISDN 256Kbps
128Kbps
Fonte(Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Sendo, no conjunto da análise, as especificações que se fazem necessário mencionar
dada suas características de influenciarem o resultado, parte-se aos testes propriamente dito.
1.3.5.1.2 OS TESTES REALIZADOS
Individualmente, cada teste teve sua peculiaridade inerente e proveu as tarefas
apresentadas na tabela 6.4 como segue:
Tabela 6.4 – Tarefas executadas
Tipo de teste Descrição da atividade
WEB Baixa de 109 páginas
Flash Medida dos frames38 durante a execução
da animação
Entrada de caracter Digitação da letra “A” no formato Sans
38 Um quadro de uma determinada seqüência de imagem
36
Serif
Rolagem de tela Rolagem para baixo de uma tela contendo
44 linhas com 451 palavras formatadas
com caracteres de tamanho 12 em Sans
Serif sendo 21 linhas mostradas numa área
de 160x316 pixels
Preenchimento da tela Resposta ao click do mouse numa tela de
216x200 pixels com fundo vermelho
Download de imagem Download de imagem no formato
320x240 pixels numa resolução de 72dpi.
Fonte(Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Uma vez definido os tipos de estes a serem efetuados, a metodologia aplicada a cada
um deles também é apresentada na seqüência.
1.3.5.1.3 METODOLOGIA DA ANÁLISE
Obedeceu-se as tecnologias de rede com suas taxas de transferência conforme
apresentado na tabela acima.
Utilizou-se um analisador de consumo para a rede capaz de informar o throughput na
ocasião dos testes. Teve-se ainda o cuidado de certificar-se de que tal analisador não promova
perdas significativas na rede capaz de distorcer os resultados obtidos.
Uma configuração comum a todas as tecnologias foi utilizada, sempre respeitando as
limitações de cada uma delas a fim de não descaracterizar sua aplicação num ambiente de
trabalho.
Para todas os servidores, uma configuração de vídeo de 1024x768 com 24-bits para
cor foi utilizada como padrão, ficando para as estações clientes uma configuração de 800x600
com 8-bits para cor, com exceção da tecnologia Sun Ray que possui 24-bits como padrão do
encapsulamento de seu protocolo.
37
Optou-se por 8-bits para cor devido ao fato de que nem todas as tecnologias atingiam
24-bits, ficando assim limitado todo o escopo da análise para esta configuração.
O sistema de cache39 em disco foi desligado em todas as tecnologias, uma vez que
VNC e Sun Ray não dispõe destes recursos, ficando desta forma uma comparação desleal uma
vez considerado o aumento de desempenho que tal recurso proporcionará.
Como browser, o programa Netscape Navigator versão 4.7 foi utilizado em todas as
plataformas, operando com uma resolução de 800x600dpi promovendo uma região de
atualização igual para todas as tecnologias testadas.
1.3.5.1.4 RESULTADOS
Os resultados obtidos foram divididos em tópicos de acordo com a ordem dos testes,
sendo que demais resultados foram apurados, mas sua relevância não fora considerada neste
trabalho.
1.3.5.1.5 FOOTPRINT DE MEMÓRIA
No teste de Footprint de memória os recursos geralmente requeridos pelos clientes
utilizam-se de encapsulamento gráfico, com significativa superioridade das plataformas que
utilizam-se de encapsulamento por pixel, como nos casos do Sun Ray e VNC.
O gráfico da figura 6.5 traz o consumo que cada cliente representa durante sua
execução, considerando-se o valor de memória consumido e seu footprint respectivo.
Com exceção do Sun Ray, cujo hardware é um THIN CLIENT, todos os outros
equipamentos tiveram suas medidas tomadas executando-se os aplicativos num PC rodando
software Windows Workstation NT versão 4.0. Pode-se analisar claramente que o VNC
possui o menor consumo, com ocupação de 300Kb para footprint de memória e 172Kb para o
arquivo executável. Por outro lado, o equipamento baseado em Citrix, requereu 10Mb de
memória, um montante comparado à execução do aplicativo Netscape. Para o LapLink
39 Sistema de armazenamento rápido e temporário que auxilia no desempenho do equipamento
38
encontra-se também uma exigência alta no item footprint de memória, o que não é muita
surpresa quando considera-se que nesta tecnologia tem-se o mesmo software rodando no
servidor e no cliente.
Figura 6.5 – Resultados para FootPrint de memória
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
1.3.5.1.6 LATÊNCIA
Ficou evidenciado que os clientes com tecnologia de encapsulamento baseada em pixel
podem ser apresentados como menos complexos e conseqüentemente mais rápidos, embora
sejam menos eficientes em termos de transferência de dados.
39
Como resultado, o encapsulamento baseado em gráfico caracteriza-se pela menor
quantidade de dados para transferência proporcionando performance superior e
conseqüentemente uma ocupação de banda inferior.
O gráfico da figura 6.6 representa o teste efetuado que considera o tempo para
completar cada operação distintamente.
Figura 6.6 – Resultados para Latência
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
40
1.3.5.1.7 CARREGAMENTO DE PÁGINAS WEB
Neste segmento de testes, pode-se destacar que os protocolos RDP e ICA, por
necessitar de mais tempo para concluir a operação, acabam provocando um decréscimo na
largura de banda em operação.
Já para VNC e Sun Ray ocorreram perdas de dados ou acabaram por não conseguir
concluir a operação. No gráfico abaixo (figura 6.7) fica mais fácil evidenciar a transferência
cada vez menor de dados nestas tecnologias com a queda gradativa da largura de banda.
Figura 6.7 – Comparativo de carregamento de páginas WEB
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Em relação ao fluxo de dados, fator de primeiro momento não tão importante quanto
ao tempo de carga, mas com agravantes de relevam seu conhecimento, o gráfico 6.8
representa bem o comparativo entre as tecnologias.
41
Figura 6.8 – Comparativo para páginas WEB com transferência de dados
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Ainda neste segmento de testes, obteve-se (conforme mostrado nas figuras 6.9 e 6.10),
o tamanho dos pacotes necessários para transportar informações de controle e vídeo
respectivamente, enquanto nas figuras 6.11 e 6.12 tem-se um comparativo entre controle e
pacotes para informações de vídeo e controle e pacote para tráfego de dados.
Como nenhuma informação foi gerada por intervenção, o que representaria a
utilização da estação por algum usuário, todos os pacotes amostrados referem-se ao controle
das informações tratadas.
Como era de se esperar, o tamanho dos pacotes de controle é substancialmente inferior
ao tamanho dos pacotes dos dados exibidos em tela, ficando na esfera de 10% até 50% no
caso da tecnologia LapLink, o que corrobora a ineficiência desta plataforma em redes de baixa
largura de banda.
42
Figura 6.9 – Tamanho do pacote para dados de vídeo (imagem)
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Figura 6.10 – Tamanho do pacote de controle
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
43
Figura 6.11 – Comparativo entre dados de vídeo (imagem) e tamanho do pacote
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Figura 6.12 – Comparativo entre dados de vídeo (imagem) e controle de dados
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
44
Vale destacar ainda que na plataforma Windows NT, obteve-se melhor resultado para
largura de bandas inferiores, ficando ainda com o mérito de ter o melhor desempenho para
monitores maiores, como 17 polegadas. Já a tecnologia Citrix começa a perder dados numa
largura de 1.5Mbps.
A arquitetura Sun Ray é a que requer maior largura de banda quando comparada a
todas as analisadas. Já a arquitetura VNC se mostrou a mais eficiente no encapsulamento
baseado em gráfico.
1.3.5.1.8 RESULTADOS DE FLASH
Não foi relatado nenhum delay40 considerável, exceto para larguras de banda inferiores
a 128Kbps, o que confirma a necessidade de larguras de banda superiores para tratamento de
aplicações multimídia.
Os melhores resultados foram obtidos com os servidores Terminal Server e
Metaframe, com bom desempenho em larguras de banda a níveis mais comumente
encontrados no mercado. Já para a tecnologia LapLink encontrou-se o pior desempenho.
Outro aspecto relevante refere-se à tecnologia Sun Ray, a qual obteve melhores
resultados quanto atuando a taxas de 100Mbps.
VNC trouxe o pior dos resultados nos testes de WEB quando da utilização de
encapsulamentos gráficos. Resultado também pouco satisfatório foi encontrado com o Citrix
sobre Windows 2000, onde constantemente frames eram perdidos, gerando uma quantidade
de dados perdidos considerável, assim como ocorrido com o VNC.
As figuras 6.13 e 6.14 na próxima página apresentam uma visualização mais amigável
de todos os desempenhos encontrados nas arquiteturas analisadas neste quesito.
40 Demora, atraso na recepção das informações enviadas pela origem.
45
Figura 6.13 – Comparativos para testes de Frame
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Figura 6.14 – Comparativo para testes de transferência de dados
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
46
1.3.5.2 THIN CLIENT EM APLICAÇÕES WIRELESS
Uma vez abordados os resultados baseados em topologias de rede caracterizadas por
conexões físicas entre as estações cliente e servidor, apresenta-se neste tópico uma análise de
desempenho e seu comparativo aos estudos de topologias já apresentados.
Entender-se-á como ambiente Wireless41 um equipamento utilizado pelo usuário
enquanto este está se locomovendo ou desconectado fisicamente de uma rede LAN, WAN ou
similar. Tem-se como exemplo desta aplicação um médico que, do hospital conecta-se via
linha discada a seu equipamento localizado num escritório distante (Crafters, 2002).
Tipicamente, encontram-se Laptops42 ou notebooks como equipamentos capazes de
prover este tipo de serviço e, por este motivo, será encontrado como estação cliente padrão
neste estudo de caso.
Não diferente das explanações anteriores sobre THIN CLIENT, a utilização desta
tecnologia para conexões wireless provê uma série de vantagens e outras desvantagens
quando de sua aplicação. Tratar-se-á cada particularidade iniciando pelos pontos positivos e
na seqüência os negativos proporcionando assim a capacidade de discernimento do leitor
sobre a viabilidade de sua implementação.
1.3.5.2.1 VANTAGENS
Ao se implementar a arquitetura THIN CLIENT para conexões baseadas em sistemas
remotos, obtêm-se êxito superior quando comparado a outras soluções dos quais destacam-se:
• necessidade de instalação: uma vez conectado ao servidor, a estação remota terá
condições de executar o aplicativo desejado, sem a necessidade de instalação do
programa;
• isenção de problemas com conflitos de versões: como não existe a instalação de
softwares no cliente, os problemas de conflito de versões não ocorre na
inicialização de um eventual novo aplicativo;
41 Sigla em inglês para o termo “sem fio”. Caracterizado por ausência de conexão física entre um ponto e outro. 42 Equipamento portátil, um notebook de configurações limitadas e, por este motivo, de dimensões menores.
47
• disponibilidade: qualquer equipamento capaz de executar um browser terá
condições de executar o aplicativo principal;
• atualização: a distribuição de updates dá-se a partir de um nó central da rede
(servidor).
1.3.5.2.2 DESVANTAGENS
Agora que se conhece as premissas vantajosas quando da implementação da
arquitetura THIN CLIENT para conexões baseadas em sistemas remotos, destacam-se como
desvantagens nesta implementação:
• baixo nível de interatividade: o usuário intermediário (na questão de necessidade
de aplicativos e utilização de equipamento) deparar-se-á com um ambiente mais
objetivo e direto, incapaz de fornecer a interatividade comum em estações PCs
convencionais;
• necessidade de navegação: correlacionado à interatividade, a necessidade de
navegação se faz presente no momento em que o usuário precisa navegar mais
sobre as opções disponíveis em tela, clicando em diversas opções até chegar ao
local (tela) desejada. Motivo este existente dada à indisponibilidade de se
carregarem vários aplicativos ou módulos destes e minimizar-se janelas como
costumeiramente se pratica em PCs;
• aplicativos com exigência de compatibilidade: como as estações clientes possuem
especificações variadas, os aplicativos devem ser executados em versões de
browser antigas, assegurando a compatibilidade do aplicativo a todas os modelos
de equipamentos o que, por outro lado, impossibilita a utilização de recursos dos
browsers mais atualizados;
• acesso a serviço na máquina cliente limitado: a elaboração de formatação é
impraticável, haja visto a quantidade de memória limitada na estação cliente;
• conexão exigida: a estação cliente deve estar conectada durante todo o processo de
atividade, fator este eventualmente impossível de se atender, dada justamente a
característica de deslocamento do usuário.
48
Uma vez analisados os prós e contras da arquitetura THIN CLIENT, iniciou-se no
mercado uma focagem à denominada arquitetura THICK CLIENT.
Neste novo conceito de aplicação wireless, uma cópia da base de dados é mantida na
estação cliente, fator este que limita a utilização dos mesmos equipamentos utilizados na
arquitetura THIN CLIENT exigindo capacidade de armazenamento para as estações clientes.
Em relação aos tópicos mencionados acima, onde as vantagens e desvantagens de cada
topologia foram abordadas, o THICK CLIENT se apresenta competitivo visto que este
proverá:
• maior nível de interatividade com o usuário, dado aos recursos locais dos
equipamentos (geralmente pocket PCs43);
• maior liberdade ao usuário, que agora poderá conectar-se ao servidor no momento
necessário e, tão logo tenha ocorrido a troca de informações com o servidor a
desconexão não implicará no fim do trabalho;
• facilidade ao acesso na máquina cliente, proporcionado pela ausência da
necessidade de conexão.
Como todas as opções no mercado, o THICK CLIENT incorpora algumas
desvantagens em relação à comunicação wireless sobre a arquitetura THIN CLIENT, entre
elas destacam-se:
• o usuário deverá efetuar o download para correções no aplicativo, para atualizar
versões, entre outras exigências, o que torna esta a grande desvantagem desta
arquitetura;
• o servidor deve estar preparado para atender a vários tipos de versões das estações
clientes, com seus aplicativos antigos e até obsoletos, o que aumenta em muito a
complexidade de manutenção deste sistema;
• sem um software na estação cliente o acesso às informações não é possível, o que
complica em muito o acesso aos dados quando comparado à facilidade
proporcionada pelos browsers da tecnologia THIN CLIENT.
43 PCs de bolso, equipamentos portáteis de tamanho bastante resumido.
49
Sintetizando a arquitetura THICK CLIENT pode-se dizer que a mesma não dependeu
do THIN CLIENT para destacar-se no mercado, mas sua atuação aparece como um
complemento a esta última para casos em que as desvantagens da arquitetura THIN CLIENT
são atendidas sem prejuízos pela THICK CLIENT.
50
1.3.6 ANÁLISE COMPARATIVA DE CONSUMO DE ENERGIA
Tido como uma vantagem bastante evidente da arquitetura THIN CLIENT sobre as
arquiteturas atualmente empregadas nas redes baseadas em processamento distribuído, a
questão de consumo de energia foi objeto de estudo capaz de corroborar a eficiência das redes
baseadas em THIN CLIENT na questão de economia na utilização de energia elétrica.
O detalhamento que se segue visa apresentar dados que irão fundamentar o que os
pesquisadores responsáveis pelo estudo pretenderam levantar. Dividiu-se o estudo efetuado
em tópicos que obedecem a ordem apresentada a seguir.
1.3.6.1 FONTE DE ESTUDO
Para bem apresentar as duas arquiteturas de rede, foi estabelecido em laboratório uma
rede de PCs baseada em servidores Intel Pentium® com seus equipamentos de rede (switch,
hubs, entre outros). Representando uma rede THIN CLIENT utilizou-se também um servidor
baseado em tecnologia Intel Pentium®, componentes de rede (switch, hubs, entre outros) e
estações THIN CLIENT (Greenberg, 2001; Anderson, 2001; Jennifer, 2001).
No intuito de apresentar valores gastos com energia elétrica, um trabalho com valores
cobrado em algumas regiões dos Estados Unidos foi confeccionada, proporcionando um
cálculo mais apurado ao substituir-se tais valores a outros praticados na região onde pretende-
se implementar este comparativo.
1.3.6.2 METODOLOGIA DE ESTUDO
As questões básicas que margearam a pesquisa são:
• quanta energia é consumida pela arquitetura THIN CLIENT quando
comparada às redes baseadas em PCs ?
51
• qual é o custo real economizado pelo THIN CLIENT ?
Os equipamentos objeto de estudo foram divididos como segue:
1) 2 servidores Windows NT Terminal Server versão 4.0;
4 modem para seções THIN CLIENT remotas;
4 modem para acesso a serviços via dial-out.
2) 1 servidor Windows NT File Server;
1 switch 24 portas 10/100Mbps;
1 hub 08 portas 10Mbps.
3) Equipamento NCD THINSTAR 200 WB Terminal;
4) PC com uma variedade de aplicações (entre aplicações locais e de servidor).
Uma medida individual de cada equipamento foi tomada na seqüência com uma
medição em grupo, proporcionando um descritivo de consumo bastante apurado, num período
de cinco dias, sobre uma rede padrão com intervalos de cinco minutos com os usuários
executando suas tarefas rotineiras.
Para apuração de valores propriamente ditos, a expressão abaixo foi utilizada como
referência nos cálculos, sendo suas variáveis descritas como segue:
N x P x H x 52 = kWh por ano N = número de dispositivos
P = kW de consumo de cada equipamento
H = horas de equipamento ligado
52 refere-se ao número de semanas no ano
Os equipamentos utilizados nas estações, servidores e dispositivos de rede podem ser
conferidos na tabela 7.1.
52
Tabela 7.1 – Modelos de equipamentos utilizados
Fonte (Greenberg, 2001; Anderson, 2001; Jennifer, 2001)
53
1.3.6.3 RESULTADOS
Segmentando os equipamentos em seus principais componentes, obteve-se o gráfico
de consumo conforme a figura 7.2 abaixo.
Figura 7.2 – Consumo em Watts
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Na figura 7.3, tem-se a visualização da média de consumo num período de cinco dias.
Como pode-se analisar, na maioria das horas do dia não há oscilações que fujam muito à
média do período. Na maioria dos testes as variações presentes ocorrem na ordem de 5 a
10W.
54
Figura 7.3 – Esboço gráfico da média de consumo
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Numa análise mais objetiva entre o equipamento THIN CLIENT e o PC convencional,
acaba-se por comprovar um consumo de 10W para o primeiro contra 69W para o segundo, de
acordo com a figura 7.4.
55
Figura 7.4 – Diferença de consumo entre equipamentos
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Para monitores, pode-se apresentá-los de maneira isolada haja visto que sua presença
dá-se independente da tecnologia e seus valores de consumo podem ser considerados para os
dois casos. Desta forma a tabela 7.5 traz um resumo de modelos e consumo.
Tabela 7.5 – Monitores e seus consumos
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
56
1.3.6.4 INTERPRETANDO RESULTADOS
Considerando-se uma rede de 5 a 100 usuários, o custo total de energia para esta rede
em kW/h deve acabar por receber um adicional em seu consumo oriundo do calor que cada
equipamento naturalmente emite, o que acaba por interferir diretamente na refrigeração do
ambiente.
Num cálculo simples, pode-se assumir que para cada uma unidade de energia, tem-se
duas unidades de calor. O gráfico da figura 7.6, considerando já o fator calor, apresenta
claramente a curva de consumo de cada tecnologia num ambiente de trabalho com utilização
direta durante 80 horas semanais.
Figura 7.6 – Gráfico de consumo das tecnologias
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
Munido da conclusão tirada no gráfico acima, pode-se proceder com cálculos que
fornecerão valores a serem economizados com a tecnologia mais econômica que, conforme
apurado trata-se da THIN CLIENT.
57
A tabela 7.7 apresenta valores a serem economizados com a substituição por uma
arquitetura mais econômica e poderá ser ajustado aos valores regionais para uma aplicação
mais relacionada ao caso particular de estudo.
Tabela 7.7 – Custo de energia em algumas regiões dos EUA
Fonte (Niehm, 2000; Yang, 2000; Novik, 2000)
1.3.6.5 CONCLUSÕES SOBRE CONSUMO DE ENERGIA
Após análise dos resultados obtidos, pode-se afirmar sem margem de erro que
desabone tal conclusão que:
• THIN CLIENT é mais econômico que PCs no quesito consumo de energia;
• PCs consomem 7 vezes mais energia quando comparados a estações THIN
CLIENT;
58
• THIN CLIENT, consumindo menos energia, produz menos calor;
• utilizar PCs antigos como objeto de economia proporciona um gasto maior em
energia, o que viabiliza, num primeiro momento, a utilização de equipamentos
THIN CLIENT como estações clientes;
• redes THIN CLIENT proporcionam uma economia de 30 a 60% de energia
numa visão mais ampla;
• consumo de energia deve ser incluído na análise de TCO44.
44 Total Cost Ownership (custo total de propriedade). Trata-se de uma métrica capaz de fornecer o montante de gastos necessários para a manutenção de um equipamento num ambiente produtivo.
59
2 IMPLEMENTAÇÃO DA ARQUITETURA THIN CLIENT
A fim de comprovar as características inerentes à arquitetura THIN CLIENT, um
ambiente de teste foi implementado procurando aproximar suas peculiaridades abordadas nos
capítulos anteriores à realidade do mercado nacional, de forma a promover um comparativo
entre topologias comumente encontradas nas empresas e pequenos escritórios.
No ambiente de teste implementou-se um conjunto de três estações clientes Windows
Terminal acessando um servidor de dados rodando Windows 2003 Server. Um melhor
detalhamento dos equipamentos bem como da topologia da rede podem ser encontrados na
tabela 8.0 e figura 8.1 como segue:
Tabela 8.0 – Característica dos equipamentos em laboratório
TIPO DE
EQUIPAMENTO
ESPECIFICAÇÃO DE
HARDWARE
ESPECIFICAÇÃO DE
SOFTWARE
Servidor Processador AMD® Duron 1.3GHz
256Mb memória DDR 133MHz
HD 20Gb Ultra ATA 166MHz
Monitor 15”
Placa de rede Encore® 100Mbps
Windows Server 2003
(habilitado Windows
Terminal Server sobre
protocolo RDP)
Estação cliente Processador Intel Celeron 300MHz
64Mb memória DIMM
HD 2.1Gb IDE 66MHz
Placa de rede 3Com 100Mbps
Windows Terminal rodando
sobre Windows 98
Estação cliente Processador AMD K6-II 400MHz
128Mb memória DIMM
HD 10Gb IDE 66MHz
Placa de rede 10/100Mbps
Windows Terminal rodando
sobre Windows 98
Estação cliente Processador AMD K6-II 500MHz
128Mb memória EDO
HD 4.1Gb IDE 66MHz
Placa de rede 100Mbps
Windows Terminal rodando
sobre Windows 98
HUB Intel FastHub 100Mbps 8 portas -
60
A topologia de rede utilizada é do tipo estrela, com todos os equipamentos conectados
diretamente ao hub.
No ambiente de pesquisa os equipamentos foram dispostos conforme topologia
representada na figura 8.1.
Figura 8.1 – Topologia da rede
2.1 TESTE DE APLICATIVOS COMERCIAS
Neste tipo de teste, procurou-se simular a execução de aplicativos comerciais, com
gravação e consulta a uma base de dados no servidor.
O aplicativo utilizado para desenvolver o programa teste foi elaborado em linguagem
Delphi® trabalhando com uma base de dados SQL Interbase® sendo que as fontes do
programa referente os aplicativos desenvolvidos em laboratório poderão ser encontrados em
sua íntegra no anexo I deste trabalho.
Nos procedimentos de testes, 40.000 registros foram apagados da base de dados e
regravados logo em seguida. Mediu-se o tempo de resposta para cada equipamento para então
comparar-se este tempo com uma estação cliente PC (utilizada neste caso a última estação
mencionada na tabela 8.0) conectada a uma rede operando como estação standalone.
Tanto nos testes de escrita como de leitura, um equipamento acessava diretamente o
servidor enquanto que os demais limitavam-se a “lançar” na rede pacotes UDP, numa
Switch
Estações clientes
Servidor
61
intenção de simular-se um ambiente corporativo onde temos estações acessando um programa
e outras processando outras atividades, como e-mail, acesso à Internet, entre outros.
O gráfico abaixo apresenta um comparativo do tempo de resposta para a estação THIN
CLIENT quando comparada a uma estação PC convencional além da apresentação sinalizada
como local, medida esta que se refere ao tempo de processamento quando da execução do
aplicativo diretamente no servidor.
Figura 8.2 – Comparativo de desempenho
Como conclusão da figura 8.2, tem-se que, para tabelas até 5000 registros, a diferença
de performance do aplicativo mantêm-se praticamente igual, surgindo uma diferença
quantitativa para tabelas maiores, diferença esta que acaba por tornar o processo baseado
numa rede sobre THIN CLIENT mais rápido, finalizando em 01h07min contra 01h16min da
tecnologia baseada numa rede com PCs.
Para a estação PC, utilizou-se o equipamento baseado no processador Celeron
obedecendo às especificações contidas na tabela 8.0, sendo utilizado os demais equipamentos
como estação cliente PC os quais não mostraram diferença de desempenho significativo para
ser elaborado separadamente no gráfico acima.
Comparativo p/processo de gravação
05000
1000015000200002500030000350004000045000
00:01:00 00:05:00 00:10:00 00:15:00 00:20:00 00:21:15 01:07:59 01:16:44
Tempo
Reg
istr
os
Local Estação Cliente Thin Client
Ponto de equilíbrio: 5000 registros
62
A fim de simular um ambiente prático que representasse um processo de leitura
(acesso aos dados de determinada tabela), o aplicativo de consulta executa as seguintes
tarefas:
• busca aleatória de um registro;
• exibição em tela de informações inerentes à pesquisa efetuada;
• repetir processo de busca aleatória na base de 40000 registros.
Nos testes de leitura, a performance do THIN CLIENT comparado ao PC foi obtido
conforme o esboço gráfico abaixo:
Figura 8.3 – Esboço gráfico para medida de desempenho sobre leitura
Comparativo para consultas
0:23:32
0:23:16
0:23:26
0:23:070:23:110:23:150:23:200:23:240:23:280:23:330:23:37
1
Equipamento
Tem
po
LocalPCTHIN CL
Ainda sobre os testes de laboratório, efetuou-se medida de consumo da rede focando-
se o levantamento do troughput para as duas tecnologias.
63
Figura 8.4 – Comportamento da rede para inclusão de registros com estação PC
Figura 8.5 – Comportamento da rede para inclusão de registros com THIN CLIENT
Dos gráficos representados nas figuras 8.4 e 8.5, percebe-se que o consumo da rede de
comunicação, representado por um pico, é mais representativo quando a rede está voltada a
estações clientes PCs, vindo a comprovar a melhor administração dos recursos de rede da
tecnologia THIN CLIENT.
64
2.2 TESTE COM APLICATIVOS MICROSOFT®
Neste tipo de teste, procurou-se executar um aplicativo muito comum nos ambientes
de trabalho: o Microsoft Office. A versão testada foi a XP® que, embora ainda não tenha
muita representatividade no mercado em questões de licenças instaladas, fornecerá um
parâmetro que sedimentou a amplitude de implementações da arquitetura THIN CLIENT.
Nas estações cliente não foi possível instalar o aplicativo em questão, entretanto, uma
vez executando-os a partir do servidor, ficou evidenciado a versatilidade da arquitetura THIN
CLIENT, onde as estações que inicialmente sequer aceitavam a instalação dos aplicativos,
agora executavam o mesmo com um tempo de resposta compatível com estações PC
executando o mesmo aplicativo.
65
3 CONCLUSÃO
Uma vez conhecidas as peculiaridades dos sistemas baseados em arquitetura THIN
CLIENT, considerando o conhecimento comum já estabelecido para redes baseadas no
conceito de estações PCs, pode-se traçar um comparativo intuitivo, mas nem por isso
irrelevante sobre ambos os conceitos de topologia de rede.
Nos testes de laboratório, concluiu-se que a tecnologia THIN CLIENT apresenta
rendimento satisfatório a partir da manipulação de uma tabela acima de 5000 registros,
quantidade esta facilmente encontrada em pequenas e médias corporações.
A partir desta informação, tem-se que não apenas as grandes corporações usufruem de
resultados significativos na migração da sua topologia de rede, mas o THIN CLIENT
consegue abranger segmentos de mercado menos representativos em questões de
equipamentos conectados numa rede.
Como testado em laboratório, o processo de consulta é aquele que mais vai ao
encontro da afirmação de ser o THIN CLIENT uma solução de desempenho superior àquela
encontrada nas redes baseadas em PCs como estação cliente. Neste tipo de processo o
rendimento dos PCs como cliente superaram aquele obtido com as estações THIN CLIENT
(Windows Terminal). Se considerarmos que os processos de consulta são predominantes num
setor da empresa como uma central de Call Center, um rendimento superior obtido com os
PCs poderia ser determinante se desconsiderarmos as vantagens apresentadas pela tecnologia
THIN CLIENT nos testes em laboratórios no exterior conforme apresentado na
fundamentação teórica deste trabalho.
No que se refere ao processamento, o fato de ter-se um servidor dedicado, conforme
exige a implementação THIN CLIENT, a medida de processamento acaba por trazer um
resultado logicamente esperado, com o processador do servidor ocupado mais intensamente
como a topologia THIN CLIENT do que com aquela baseada em estações PCs.
Especificamente neste caso, a implementação de um servidor mais robusto acabaria por
minimizar a ocupação de processamento, uma vez que a sua não execução acarretaria um
servidor com poucas possibilidades de utilização, uma vez que sua dedicação priorizaria a
rede (conforme configuração do servidor).
Com os testes efetuados e com a apresentação das vantagens levantadas em outros
testes trazidos na fundamentação teórica deste trabalho, conclui-se que a tecnologia THIN
CLIENT consegue prover uma economia antes não considerada mas que, a partir de estudos
66
mais acurados, mostra-se de extrema importância para a manutenção de um parque de
equipamentos sadio e uma rede eficaz dentro de uma corporação, seja ela de pequeno, médio
ou grande porte.
Embora a fundamentação deste trabalho seja equiparar especificamente o troughput de
uma rede de comunicação, as conclusões que esta tecnologia apresenta acabam por tornar-se
tão amplas quanto sua importância e, ao resumir-se esta conclusão especificamente no
consumo da banda de uma rede de consumo, pode-se afirmar, sem margem para erros, que a
tecnologia THIN CLIENT consegue administrar o troughput de maneira mais eficaz,
mantendo a banda de comunicação encontrada nas topologias de rede tradicionais, deixando
para um segundo plano a melhoria em hardwares de rede e finalmente, dado seu acúmulo de
vantagens, a torna eficaz e passível de implementação quando se procura a migração da
arquitetura numa corporação.
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANBURY, John, BROWN John, Fat or Thin ? Is the Veredict In ?. Flinders
University Library.
CONSULTING. Comparison of Thin Client Solutions. CONSULTING, mar. 1999.
Dumbing Down the Desktop. Disponível em: www.components-
online.com/Middleware/ClientDevice/default.htm. Acesso em: 02 Out. 2003.
GREENBERG Stephen, ANDERSON Christa, JENNIFER, Michell-Jackson,
Comparing Power Usage for PCs and Thin Clients in an Office Network
Environment. ago. 2001.
KANTER, Joel P. Understanding Thin-Client/Server Computing. Microsoft Press,
Redmond, Washington, 1998.
LOQUIAR PTY LTD. An Analysis of Thin Client Computing. LOQUIAR PTY
LTD.
MADDEN, Brian, Interview about the future of thin client devices, [2003?]. April
2003. Disponível em: www.brianmadden.com/brian/interview_thinclients.htm. Acesso
em: 04 ago. 2003.
68
NIEHM Jason, YANG S. Jae, NOVIK Naomi. A Comparison of Thin-Client
Computing Architectures. Network Computing Laboratory, Columbia University,
Columbia, nov. 2000.
Site oficial da empresa Citrix®. Disponível em www.citrix.com, Acesso em: 20 out .
2003.
Site oficial da empresa Microsoft®. Disponível em: www.microsoft.com. Acesso em :
02 nov. 2003.
Site oficial da empresa Sun®. Disponível em: www.sun.com. Acesso em: 25 out.
2003.
SMITH Mark, Thin Client/Server Computing Works, Windows & .NET Magazine,
nov. 1998.
TECNHOLOGY CRAFTERS, INC. A Comparison Of Thin And Thick Client
Applications For Wireless And Mobile Applications. P.1-5, 2002.
VAUGHAN Frank. The Computer Curmudgeon, vol. 13, number 7, July, 2003.
Disponível em: www.computerbits.com/archive/2003/0400/vaughan0304.html.
Acesso em: 05 ago. 2003.