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13 ANALISANDO A MENSAGEM DO SUPOSTO DR. BEZERRA DE MENEZES Caros irmãos e irmãs espíritas; conheci a página http://www.orientacaoespirita.org da Federação Espírita do Mato Grosso, cuja equipe coordenada de Saulo Gouveia Carvalho apresentou um infeliz texto criticando os Médiuns: Wanderley Soares de Oliveira / Maria José C. Soares de Oliveira e a obra Seara Bendita, texto que analisei e publiquei o resultado desta análise com o título: Campeonato da Insensatez. No texto publicado pela equipe houve uma observação que me chamou a atenção: «««——»»» Por que Dr. Bezerra não se reporta a essas propostas de “ecumenismo afetivo” e “cultura da alteridade” na reunião do Conselho Federativo Nacional na sua mensagem tradicional ao movimento espírita, através do médium Divaldo P. Franco? Já são seis anos desde o ano 2000 quando esta proposta foi lançada no livro Seara Bendita e Dr. Bezerra nunca a confirmou por Divaldo Franco. Se fossem verdadeiras, com certeza já as teria confirmado e conclamado o movimento espírita a segui- las”. «««——»»» Realmente; aqui eu concordo com a equipe, apesar de ter dito que o melhor seria perguntar diretamente ao Dr. Bezerra a causa de seu silêncio; quando de sua fala na reunião anual da FEB. Aguardei a oportunidade para estudar o assunto; ela surgiu quando tive em mãos o texto de uma mensagem psicofônica do Dr. Bezerra, transmitida através do médium Divaldo, na reunião do Conselho Federativo Nacional no dia 13 de novembro de 2011; e que foi reapresentada em uma edição especial da Revista Reformador, número 2198-A em Maio de 2012. Após a leitura do texto da mensagem, raciocinei do seguinte modo: ou temos um falso Dr. Bezerra sendo representado por Cícero Pereira, ou temos um falso Dr. Bezerra falando através do médium Divaldo P. Franco. Vamos analisar corretamente as ideias contidas nessa mensagem e remover a dúvida. Observação: para evitar qualquer dúvida a mensagem da revista foi copiada e apresentada no fim deste trabalho. Introdução Por ser um trabalho em que a tônica é justamente a crítica aos meus irmãos Dirigentes Espíritas, e principalmente ao meu irmão, o médium Divaldo Pereira Franco; e considerando a grave repulsa que existe em nosso movimento quando o assunto é a crítica à nossa própria conduta, recordarei como a crítica foi analisada em O Livro dos Espíritos. Raciocine sobre estas questões: «««——»»» 903. Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios? “Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar, porque será faltar com a caridade. Se o fizer, para tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade. Importa, porém, não esquecer que a indulgência para com os defeitos de outrem é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo. Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse o meio de vos tornardes superiores a ele. Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos; se o ser orgulhoso, sede humildes e modestos; se o ser áspero, sede brandos; se o proceder com pequenez, sede grandes em todas as vossas ações. Numa palavra, fazei por maneira que se não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: Vê o argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio.” 904. Incorrerá em culpa aquele que sonda as chagas da sociedade e as expõe em público? “Depende do sentimento que o mova. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes

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Page 1: ANALISANDO A MENSAGEM DO SUPOSTO DR. BEZERRA DE MENEZES · diretamente ao Dr. Bezerra a causa de seu silêncio; quando de sua fala na reunião anual da FEB. Aguardei a oportunidade

13 — ANALISANDO A MENSAGEM DO SUPOSTO DR. BEZERRA DE MENEZES

Caros irmãos e irmãs espíritas; conheci a página http://www.orientacaoespirita.org da Federação

Espírita do Mato Grosso, cuja equipe coordenada de Saulo Gouveia Carvalho apresentou um infeliz

texto criticando os Médiuns: Wanderley Soares de Oliveira / Maria José C. Soares de Oliveira e a obra

Seara Bendita, texto que analisei e publiquei o resultado desta análise com o título: Campeonato da

Insensatez.

No texto publicado pela equipe houve uma observação que me chamou a atenção:

«««——»»»

“Por que Dr. Bezerra não se reporta a essas propostas de “ecumenismo afetivo” e “cultura da

alteridade” na reunião do Conselho Federativo Nacional na sua mensagem tradicional ao movimento

espírita, através do médium Divaldo P. Franco? Já são seis anos desde o ano 2000 quando esta

proposta foi lançada no livro Seara Bendita e Dr. Bezerra nunca a confirmou por Divaldo Franco. Se

fossem verdadeiras, com certeza já as teria confirmado e conclamado o movimento espírita a segui-

las”.

«««——»»»

Realmente; aqui eu concordo com a equipe, apesar de ter dito que o melhor seria perguntar

diretamente ao Dr. Bezerra a causa de seu silêncio; quando de sua fala na reunião anual da FEB.

Aguardei a oportunidade para estudar o assunto; ela surgiu quando tive em mãos o texto de uma

mensagem psicofônica do Dr. Bezerra, transmitida através do médium Divaldo, na reunião do

Conselho Federativo Nacional no dia 13 de novembro de 2011; e que foi reapresentada em uma edição

especial da Revista Reformador, número 2198-A em Maio de 2012.

Após a leitura do texto da mensagem, raciocinei do seguinte modo: ou temos um falso Dr.

Bezerra sendo representado por Cícero Pereira, ou temos um falso Dr. Bezerra falando através do

médium Divaldo P. Franco. Vamos analisar corretamente as ideias contidas nessa mensagem e remover

a dúvida.

Observação: para evitar qualquer dúvida a mensagem da revista foi copiada e apresentada no

fim deste trabalho.

Introdução Por ser um trabalho em que a tônica é justamente a crítica aos meus irmãos Dirigentes

Espíritas, e principalmente ao meu irmão, o médium Divaldo Pereira Franco; e considerando a grave

repulsa que existe em nosso movimento quando o assunto é a crítica à nossa própria conduta,

recordarei como a crítica foi analisada em O Livro dos Espíritos. Raciocine sobre estas questões:

«««——»»» 903. Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios? “Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar, porque será faltar com a caridade. Se o fizer, para tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade. Importa, porém, não esquecer que a indulgência para com os defeitos de outrem é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo. Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse o meio de vos tornardes superiores a ele. Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos; se o ser orgulhoso, sede humildes e modestos; se o ser áspero, sede brandos; se o proceder com pequenez, sede grandes em todas as vossas ações. Numa palavra, fazei por maneira que se não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: Vê o argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio.” 904. Incorrerá em culpa aquele que sonda as chagas da sociedade e as expõe em público? “Depende do sentimento que o mova. Se o escritor apenas visa produzir escândalo, não faz

mais do que proporcionar a si mesmo um gozo pessoal, apresentando quadros que constituem antes

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mau do que bom exemplo. O Espírito aprecia isso, mas pode vir a ser punido por essa espécie de prazer que encontra em revelar o mal.” a) — Como, em tal caso, julgar da pureza das intenções e da sinceridade do escritor? “Nem sempre há nisso utilidade. Se ele escrever boas coisas, aproveitai-as. Se proceder mal, é uma questão de consciência que lhe diz respeito, exclusivamente. Demais, se o escritor tem empenho em provar a sua sinceridade, apoie o que disser nos exemplos que dê.”

O Livro dos Espíritos, F. E. B., página 507 e 508.

«««——»»»

Caros irmãos. Como podemos concluir ao analisar o conteúdo das respostas destas questões, a

crítica é um assunto que deve ser levado a sério por aquele que a faz. Quero lembrá-los que as críticas

que encontrarão neste trabalho, como nos anteriores, não foram dirigidas à vida pessoal de ninguém.

A crítica atinge apenas as ações públicas dos criticados, às suas ações no meio social. Nosso Mestre e

Modelo, Jesus, quando encarnado entre nós, fez severas críticas à atividade pública de escribas, dos

fariseus e dos dirigentes do Sinédrio. Basta compulsar O Evangelho e poderá constatar suas críticas,

veementes.

Toda crítica que busca apenas denegrir a imagem de quem quer que seja, mesmo que baseada

em razões corretas é uma inoportuna perda de tempo. Todos nós cometemos diariamente dezenas de

erros de conduta, emitimos pensamentos desgovernados em direção de nossos irmãos, deixamos muita

coisa a ser feita depois, e o depois pode ser muito tarde..., enfim: quem estará livre de críticas?

Agora, quando se trata de atividade pública, todos os que são afetados por essa atividade devem

viver sempre alerta e criticar todos os desvios, assim que surjam, sejam dos Dirigentes Espíritas ou dos

Gestores Políticos, pois o silêncio pode ser um estímulo ao desgoverno que encontramos em toda nossa

sociedade, desde as Casas Espíritas ao governo do país, justamente por isso, no texto em que fiz

severas críticas ao texto encontrado em: orientacaoespirita.org, página da Federação Espírita do Mato

Grosso, pedi que me criticassem sem qualquer tipo de constrangimento, pois aquele que toma atitudes

públicas deve ser vigiado de perto; portanto, repito aqui meu pedido: critiquem tudo o que escrevo, não

fiquem com melindres, não é preciso nenhuma gentileza, façam as críticas de modo racional e bastante

preciso, assim como eu mesmo faço. Vou repetir, caso você encontre um erro em minhas ideias e as

publique você estará prestando um grande serviço aos meus leitores e caso envie suas criticas, também,

para mim, considerarei um ato de caridade que me faz, pois estará me auxiliando em meu

aprimoramento. Nunca tivemos tanta necessidade de críticas como temos hoje.

Nosso tecido social se decompõe e ninguém deseja fazer nada, todos observam o caos que se

aprofunda e nada propõem, nada criticam, nem mesmo os grandes jornais, que no passado se

destacaram com sua luta pela justiça, talvez por não compreenderem a origem dos problemas. E você

que lê este texto, você compreende a causa deste caos? É provável que não. Vou ajudá-lo.

Durante os milênios em que vivemos nas cavernas e até poucas décadas atrás, todos nós

tivemos uma Diretriz Espiritual a nos indicar o caminho a seguir. Chegando ao estágio de

desenvolvimento intelectual que atingimos há poucas décadas, a Diretriz Espiritual que conduzia os

ocidentais, nos quais estamos incluídos, era aquela determinada pela Igreja Católica Romana, uma

Diretriz que perdeu a capacidade de orientação do grande público, quando este conquistou um

discernimento maior, e obteve uma melhor condição intelectual. Instintivamente o povo foi

abandonando a Igreja; e deveriam ter encontrado no Espiritismo as condições intelectuais adequadas,

mas, infelizmente não foi o que aconteceu. O Movimento Espírita não conseguiu fornecer o substrato

intelectual adequado para satisfazer os anseios intelectuais daqueles que adentraram à Casa Espírita,

nosso Movimento perdeu-se no caminho obscuro da ignorância, e aqueles que o buscaram acabaram se

retirando frustrados, infelizmente isso acontece até hoje.

Vejam o assunto exposto, de outro modo, e em condição de maior gravidade, por Manoel

Philomeno de Miranda, em Painéis da Obsessão, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

«««——»»»

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Suicídio e Obsessão

Sem que desejemos encontrar responsáveis diretos pelas desditas que desabam sobre a criatura humana, justo é considerarmos a alta carga de compromissos infelizes com que arca o materialismo, na atual conjuntura moral e social do planeta.

Negando os valores éticos, relevantes, da vida, incita ao imediatismo do prazer a qualquer preço e, conformando o utilitarismo como solução para os problemas gerais, tira do espírito os estímulos da coragem nobre, facultando o desdobrar das paixões violentas, que irrompem alucinadas, em caudais de revolta e desajuste. Da vida somente preconizando a utilização da matéria, estabelece a guerra pela conquista do gozo, de que o egoísmo se faz elemento essencial.

Quando faltam os recursos para os cometimentos que persegue, arroja o homem ao crime, em razão de assentar os seus valores no jogo das coisas a serem conquistadas, aumentando as frestas das competições insanas, nas quais a astúcia e a deslealdade assumem preponderância em forma de comportamento do ser. Obviamente existe pessoas que militam nas hostes do materialismo e mantém uma filosofia existencial digna, tanto quanto uma estrutura ética respeitável.

Referimo-nos à doutrina, em si mesma que, anulando as esperanças da sobrevivência abrevia as metas da vida, retirando as resistências morais diante do sofrimento e das incertezas, dos acontecimentos desastrosos e das insatisfações de várias gêneses. Desarmado de recursos otimistas e sem esperança, o homem não vê outra alternativa, senão a do mergulho da consciência nas águas turvas do suicídio nefasto, quando chamado a testemunhos morais para os quais está despreparado. Não apenas isto ocorre, quando o homem estabelece, para o seu comportamento, uma estrutura materialista trabalhada pelo estudo numa reação psicológica contra os postulados religiosos que não abordam ou não enfrentam os problemas graves da vida com os argumentos da razão e da lógica, ainda apelando para a fé destituída de discernimento e de conteúdo científico... Incluímos também os que, desestruturados por fatores sociais, culturais, econômicos e emocionais, embora catalogados como membros de qualquer Igreja, se deixam conduzir por atitudes negadoras, em franco processo de entrega materialista. Frágeis, emocionalmente, em presença de qualquer desafio tombam e diante de qualquer infortúnio desfalecem. Não se dão ao trabalho de reflexionar sobre as finalidades da existência física, vivendo, não raro, em expressões do primarismo automatista das necessidades primeiras, sem mais altos vôos do pensamento e da emoção... Uma outra larga faixa dos homens se encontra em vinculação com o processo revolucionário do momento, em que filosofias apressadas e doutrinas ligeiras empolgam os novos aturdidos fiéis, para logo as abandonarem sem as bases sólidas de sustentação emocional, com que enfrentariam as inevitáveis vicissitudes que fazem parte do mecanismo da evolução de todos os aprendizes da escola terrena. Sem os exercícios da reflexão mais profunda, nem os hábitos salutares da edificação do bem em si mesmos, sem a constante da prece como intercâmbio de forças parafísicas, derrapam

nas atitudes-surpresa, avançando para o alçapão mentiroso do suicídio. E o fazem de um salto, quando excitados ou em profunda depressão, ou logram alcançá-lo mediante o largo roteiro da alienação em quadros neuróticos, psicóticos, esquizofrênicos...

Painéis da Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda, Editora Leal, págs 9 a 11. «««——»»»

Joanna de Ângelis também manifestou ideia semelhante através da psicografia de Divaldo. P.

Franco. Vou apresentar a mensagem apenas até o ponto que reflete a mesma ideia:

«««——»»»

Anencefalia

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Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que

nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia. De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como

responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se. O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções

relevantes e libertadoras. Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que deve submeter-se na sucessão do tempo futuro. Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de várias denominações, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva. Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências de seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores. Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar a dúvidas atrozes em torno de sua origem espiritual, da imortalidade. Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo... Mensagem psicografada por Divaldo P. Franco, de Joanna de Ângelis, em 11 de abril de 2011, em Salvador, Bahia,

quando o Supremo Tribunal de Justiça estudava a questão do aborto do anencéfalo. Revista Internacional de Espiritismo de

junho de 2012, pág. 245.

«««——»»»

Veja que ela chama sua atenção para um ponto específico:

«««——»»» Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões

do egotismo.

«««——»»»

Meus irmãos e irmãs, infelizmente é esse o comportamento reinante nas Casas Espíritas, ou

você acredita que ela esteja se dirigindo a outros, que não os espíritas? Infelizmente as Casas Espíritas

cultuam o Materialismo, ainda não compreendem o que seja o Espiritualismo.

Eu fui uma vítima daquilo que foi descrito por Manoel Philomeno de Miranda e por Joanna de

Ângelis. Quando criança ainda; fui levado à Igreja Católica, pelo sentimento piedoso de minha mãe, ela

desejava encaminhar-me na direção de Deus, porém, a Igreja, com sua pregação irracional, produziu o

efeito contrário, expulsou, de minha mente, toda ideia de conteúdo espiritual, tornei-me um descrente e

bani de minhas cogitações toda ideia religiosa ou de caráter espiritual, justamente por isso, compreendo

muito bem as palavras do espírito amigo e da irmã Joana, que nos falam através da mediunidade do

Divaldo. Já falei sobre a situação que vivi em outro escrito. Agora, vamos ao que nos interessa no

momento.

Em nosso Movimento as pessoas estão acostumadas a ouvirem tanto a palavra “Razão”, porém

nem se dão conta de que a prática da razão, do raciocínio lógico e da busca de conhecimento científico

foi abolida há muito tempo. Vejam novamente as palavras de Manoel Philomeno de Miranda:

«««——»»» ... não enfrentam os problemas graves da vida com os argumentos da razão e da lógica, ainda apelando para a fé destituída de discernimento e de conteúdo científico...

«««——»»»

Você pode ainda não compreender, mas é isso que existe na Casa Espírita, procure raciocinar:

quanto tempo se gasta na Casa que você atua, ou apenas frequenta, com assuntos de ordem espiritual e

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científico, e quanto tempo se gasta com assuntos de ordem material? Observe e responda para você

mesmo. Responda, também: Você sabe o que é Espiritualismo? Caso você saiba, saberá também defini-

lo; faça um exercício intelectual, defina para você mesmo o que é Espiritualismo, escreva sua definição

e depois pesquise o assunto para aferir sua própria definição, você descobrirá que ainda não sabe o que

é Espiritualismo; e, como a Doutrina Espírita é uma Doutrina Espiritualista; você não conhece seus

fundamentos.

Este é o motivo de meu trabalho, desejo ver o Espiritismo firmado em sua verdadeira base

Espiritualista, justamente por isso; convido a todos que possam usar do discernimento, para que

reflitam e trabalhem, também, por este objetivo que é de todos nós. A desordem tem de ser estancada e

a ordem restabelecida. Veja o que diz O Livro dos Espíritos sobre as nossas atitudes neste momento.

«««——»»» 932. Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

O Livro dos Espíritos, F. E. B., página 526.

«««——»»»

Meus irmãos, ou nós agimos ou nos tornamos coniventes com este caos que observamos e que iremos

analisar com mais detalhes a partir de agora, vamos ao trabalho de análise da mensagem psicofônica do

“Dr. Bezerra de Menezes”:

“Era Nova de unificação e decisão

Meus filhos, que o Senhor nos abençoe! Eia, avante! São as palavras que vêm repercutindo através dos séculos num convite vigoroso ao prosseguimento da luta redentora. Estes são os dias semelhantes àqueles quando o Divino Pastor veio reunir as ovelhas tresmalhadas de Israel com os gentios, proclamando o momento da unificação de raças e etnias, de crenças e religiões, de situações socioeconômicas diferentes sob o seu sublime cajado”.

«««——»»»

Pronto! Aqui encontrei um problema grave. O mestre Jesus jamais desejou envolvimento com

os gentios. Em nenhum texto dos Evangelhos encontrei ideia semelhante a esta que aqui está exposta,

pelo contrário, veja as palavras do Mestre Jesus:

«««——»»»

A Missão dos doze — Chamou os doze discípulos e... Jesus enviou os doze com estas recomendações: “Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. ...

A Bíblia de Jerusalém, Novo Testamento e Salmos, Edições Paulinas, Mateus, cap. 10, vers 5 e 6, págs. 39 e 40.

“Cura da filha de uma mulher cananeia — Jesus, partindo dali, retirou-se para a região de

Tiro e de Sidônia. E eis que uma mulher cananeia, daquela região, veio gritando: “Senhor, filho de Davi, tem compaixão de mim: minha filha está horrivelmente endemoniada”. Ele, porém, nada lhe respondeu. Então os seus discípulos chegaram a ele e pediram-lhe: “Despede-a, porque vem gritando atrás de nós”. Jesus respondeu: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Mas ela, aproximando-se, prostrou-se diante dele e pôs-se a rogar: “Senhor, socorre-me”! Ele tornou a responder: “Não fica bem tirar o pão dos filhos e atirá-lo aos cachorrinhos”. Ela insistiu: Isso é verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos!” Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como queres!” E a partir daquele momento sua filha ficou curada”.

A Bíblia de Jerusalém, Novo Testamento e Salmos, Edições Paulinas, Mateus, cap. 15, vers 21 a 28, pág. 52. «««——»»»

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Como se pode constatar, o Mestre Jesus declarou que sua missão estava restritamente dirigida

ao povo de Israel, portanto, Ele não veio reunir nenhuma das ovelhas tresmalhadas dos judeus, com as

dos gentios. Seu objetivo, como está expresso em diversos pontos dos textos evangélicos, era

despertar o discernimento dos dirigentes do Sinédrio, assim como, do povo em geral, para a

necessidade de retorno à Doutrina trazida por Moisés; e a eliminação dos enxertos que foram sendo

introduzidos nesta Doutrina no decorrer do tempo. Jesus era judeu e não cristão, o cristianismo foi algo

esdrúxulo criado à sua revelia.

A Doutrina de Moisés sofreu o mesmo tipo de agressão que aqui, neste texto, por exemplo, se

pretende em relação ao Evangelho, pois aqui se pretende introduzir essa ideia de união que está

totalmente fora do texto e do contexto. Caso meu irmão ou irmã desejem constatar essa afirmação é só

estudar o Evangelho; abandonem a preguiça e estudem.

Pergunto a você, leitor: De onde o tal Dr. Bezerra tirou estas ideias? Raciocine.

Voltemos ao texto da mensagem.

«««——»»» “Também hoje, guardadas as proporções que nos identificam em relação às conquistas da Sociologia, da Ciência, no aspecto da investigação, da Tecnologia, das doutrinas psicológicas,

é necessário que permaneçamos fiéis ao convite do Mestre, sem estacionar ou jamais retroceder.

«««——»»»

Neste parágrafo encontramos um raciocínio tão caótico e irracional que fica difícil entender o

que o autor pretendeu dizer, pois ele não diz nada. Uma coisa eu compreendo: Quando alguém, agindo

com desonestidade, deseja ser visto como sábio, esse alguém fala de coisas que os outros ignoram,

fazem citações caóticas como essas sobre diversas ciências, e ninguém entende o que ele quer dizer,

assim, o populacho ignorante diz: Oh! Como ele é sábio! Quanto a mim, meu frio raciocínio diz

apenas: Que pilantra! Raciocine e veja se você consegue entender algo. Raciocine.

Observação: Essa conduta funciona muito bem diante de uma plateia de pessoas crédulas ou

muito ignorantes, melhor ainda quando são crédulos e ignorantes. Raciocine.

Voltemos ao texto da mensagem.

«««——»»» Momento pelo qual vínhamos esperando, agora surge como sol abençoado na noite para aquecer os corações enregelados no materialismo e conduzir os Espíritos combalidos na luta de alta significação e de graves perigos para a divulgação da Doutrina.

Por isso, impõe-se-nos a todos a fidelidade aos postulados que constituem o edifício da Doutrina Espírita, fora dos quais poderemos ter uma bela filosofia de comportamento, uma ética-moral saudável e um campo experimental precioso, mas sem a presença de Jesus, que é o amor, que é a caridade e que é a esperança de libertação de todos nós. Porfiai na defesa dos nossos direitos de semeação do Evangelho, conforme a revelação dos imortais.”

«««——»»»

Aqui o raciocínio continua caótico. Eu digitei o texto e somente depois fiz os comentários. Ao

reler o primeiro parágrafo do texto acima, para os comentários, tive de voltar à Revista, acreditei que

havia cometido algum erro na digitação. Vamos ver este primeiro parágrafo.

«««——»»» “Momento pelo qual vínhamos esperando, agora surge como sol abençoado na noite para aquecer os corações enregelados no materialismo e conduzir os Espíritos combalidos na luta de alta significação e de graves perigos para a divulgação da Doutrina.”

«««——»»»

Eu confesso minha incompetência para compreender o sentido de suas palavras e fazer

conjecturas é muito inconveniente, portanto, considero o texto irracional e inútil.

Que le quer dizer com:

«««——»»»

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e conduzir os espíritos combalidos na luta de alta significação e de graves perigos para a divulgação da Doutrina.

«««——»»»

De que perigo ele está falando? Raciocine e tente identificar quais são esses perigos, eu não

consegui.

Hoje podemos ver na televisão, as novelas apresentarem as ideias espiritualistas

ininterruptamente, e as ensinam com mais competência que as Casas Espíritas. Que ideia estapafúrdia é

esta?

Você que está lendo este texto conhece algum dos tais perigos a que se refere esse Tal de

Bezerra de Menezes?

Raciocine, meu irmão e minha irmã, o grave perigo está justamente na própria F. E. B.; e em

seus arautos, que procuram manipular as pessoas crédulas e introduzir ideias estranhas como essas; é o

que acontece na mente daqueles que participam da reunião do Conselho Federativo Nacional. Eles têm

a obrigação moral de esclarecer tudo isso; vamos cobrar esses esclarecimentos; deixemos de ser;

vaquinhas de presépio.

Voltemos ao texto da mensagem.

«««——»»» “Trabalhai ao lado dos gestores terrestres, contribuindo para o seu discernimento das verdades transcendentais, sem o medo da presunção que assalta alguns e do poder temerário de que se investem outros de natureza fanática na sua crença religiosa, negando às demais o mesmo direito de cidadania...”

«««——»»»

Aqui encontramos uma nova dificuldade em compreender a ideia contida no texto. A única

ideia clara é de que os espíritas devem: trabalhar ao lado dos gestores terrestres, contribuindo para o

seu discernimento das verdades transcendentais. Eu creio que ele se refira aos administradores

políticos de nosso país; é a eterna idolatria a César.

Neste caso creio que esse Tal de Bezerra de Menezes ficou gagá, pois os tais gestores, em

grande parte, se rederam, à corrupção, e quando não, praticam a mais covarde das omissões. A

obrigação de todos os cidadãos, espíritas ou não, é justamente vigiar as ações desses homens e

mulheres que produzem a infelicidade para o nosso povo, e lutar através de todos os meios legais para

removê-los da gestão, e não de nos acumpliciarmos com eles, como foi feito no primitivo movimento

cristão.

Quando os adeptos da política mundana se misturaram com os guardiões da Doutrina Cristã,

produziram tão infelizes consequências, que nos infelicitam até hoje. Raciocine.

Agora eu desafio todos os leitores a compreenderem e explicarem o que o Tal de Dr. Bezerra

tentou dizer com as seguintes palavras:

«««——»»» sem o medo da presunção que assalta alguns e do poder temerário de que se investem outros de natureza fanática na sua crença religiosa, negando às demais o mesmo direito de cidadania...”

«««——»»»

Você é capaz de compreender; caso seja, esclareça-me, pois fui incompetente para essa

compreensão; aproveite e esclareça a todos. Raciocine.

Voltemos ao texto da mensagem.

«««——»»» “No mundo de convulsões da hodiernidade não há lugar para a timidez, para o temor, para a ausência de decisões. Todo espaço que os bons espíritos deixarem vago será preenchido pelos atrevidos que tomam a espada da luta para denegrir, para ceifar vidas e ideais.”

«««——»»»

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Aqui o espírito nos diz algo muito claro. Raciocine: “Todo espaço que os bons espíritos

deixarem vago será preenchido pelos atrevidos que tomam a espada da luta para denegrir, para

ceifar vidas e ideais”. Este assunto foi tratado em O Livro dos Espíritos, mais precisamente na questão

495. Veja:

«««——»»» 495. Poderá dar-se que o Espírito protetor abandone o seu protegido, por se lhe mostrar este rebelde aos conselhos? “Afasta-se, quando vê que seus conselhos são inúteis e que mais forte é, no seu protegido, a decisão de submeter-se à influência dos Espíritos inferiores. Mas, não o abandona

completamente e sempre se faz ouvir. É então o homem quem tapa os ouvidos. O protetor volta desde que este o chame. “É uma doutrina, esta, dos anjos guardiães, que, pelo seu encanto e doçura, devera converter os mais incrédulos. Não vos parece grandemente consoladora a idéia de terdes sempre junto de vós seres que vos são superiores, prontos sempre a vos aconselhar e amparar, a vos ajudar na ascensão da abrupta montanha do bem; mais sinceros e dedicados amigos do que todos os que mais intimamente se vos liguem na Terra? Eles se acham ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem aí os colocou e, aí permanecendo por amor de Deus, desempenham bela, porém penosa missão. Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos. “Ah! se conhecêsseis bem esta verdade! Quanto vos ajudaria nos momentos de crise! Quanto vos livraria dos maus Espíritos! Mas, oh! quantas vezes, no dia solene, não se verá esse anjo constrangido a vos observar: ‘Não te aconselhei isto? Entretanto, não o fizeste. Não te mostrei o abismo? Contudo, nele te precipitaste! Não fiz ecoar na tua consciência a voz da verdade? Preferiste, no entanto, seguir os conselhos da mentira!’ Oh! interrogai os vossos anjos guardiães; estabelecei entre eles e vós essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos. Não penseis em lhes ocultar nada, pois que eles têm o olhar de Deus e não podeis enganá-los. Pensai no futuro; procurai adiantar-vos na vida presente. Assim fazendo, encurtareis vossas provas e mais felizes tornareis as vossas existências. Vamos, homens, coragem! De uma vez por todas, lançai para longe todos os preconceitos e ideias preconcebidas. Entrai na nova senda que diante dos passos se vos abre. Caminhai! Tendes guias, segui-os, que a meta não vos pode faltar, porquanto essa meta é o próprio Deus. “Aos que considerem impossível que Espíritos verdadeiramente elevados se consagrem a tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que nós vos influenciamos as almas, estando embora muitos milhões de léguas distantes de vós. O espaço, para nós, nada é, e, não obstante viverem noutro mundo, os nossos Espíritos conservam suas ligações com os vossos. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas ficai certos de que Deus não nos impôs tarefa superior às nossas forças e de que não vos deixou sós na Terra, sem amigos e sem amparo. Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai pelo filho. Alegra-se, quando o vê no bom caminho; sofre,quando ele lhe despreza os conselhos. “Não receeis fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrário, procurai estar sempre em relação conosco. Sereis assim mais fortes e mais felizes. São essas comunicações de cada um com o seu Espírito familiar que fazem sejam médiuns todos os homens, médiuns ignorados hoje, mas que se manifestarão mais tarde e se espalharão qual oceano sem margens, levando de roldão a incredulidade e a ignorância. Homens doutos, instruí os vossos semelhantes; homens de talento, educai os vossos irmãos. Não imaginais que obra fazeis desse modo: a do Cristo, a que Deus vos impõe. Para que vos outorgou Deus a inteligência e o saber, senão para os repartirdes com os vossos irmãos, senão para fazerdes que se adiantem pela senda que conduz à bem-aventurança, à felicidade eterna?” SÃO LUÍS e SANTO AGOSTINHO.

O Livro dos Espíritos, F. E. B., páginas 318 a 320

«««——»»»

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Nós pudemos ver o assunto sendo explicado por São Luiz e Santo Agostinho; os bons espíritos

não abandonam realmente os seus protegidos, apenas respeitam as determinações do indivíduo, que

prefere as influências inferiores e por esse motivo, se afastam. Creio que você que está lendo este texto

já compreendeu que o espírito que se manifestou através do médium Divaldo Pereira Franco fazendo

uso da psicofonia e produzindo esta mensagem caótica e irracional, não é o verdadeiro Dr. Bezerra

de Menezes. Este é um espírito “atrevido”, conforme sua própria classificação, que vem

desencaminhar o movimento espírita, introduzindo ideias estapafúrdias, como a ideia de cumplicidade

com os gestores mundanos. Essa conclusão nos levará a observar com mais atenção o médium, o que

faremos mais adiante. Agora; concordo plenamente com as seguintes palavras:

«««——»»» No mundo de convulsões da hodiernidade não há lugar para a timidez, para o temor, para a ausência de decisões.

«««——»»»

É justamente por isso que estou escrevendo e criticando toda essa desordem que ocorre na FEB.

E convido a todos a raciocinarem e a tomarem as decisões que seu discernimento determina. Vamos

deixar a postura de vaquinhas de presépio; vamos tomar as atitudes necessárias para que a ordem seja

estabelecida em todo nosso Movimento; desde as Casas mais modestas até a própria FEB.

A Doutrina Espírita, assim como toda Doutrina Espiritualista, exige o discernimento de seus

adeptos, caso contrário a Doutrina torna-se inútil, e, é exatamente o que fazem com nossa Doutrina,

estão tornando-a inútil por introduzirem ideias estranhas a ela e bloquearem o discernimento.

Raciocine.

Voltemos ao texto da mensagem.

«««——»»» “É necessário, portanto, que a cruz do sacrifício substitua a espada devastadora, e que, imortalizando-nos nas traves da dedicação, possamos deixar abertas as clareiras para as gerações novas que instalarão na Terra o Reino de Deus. Acompanhamos, meus filhos, os estudos e debates destes dias e congratulamo-nos convosco por bem apresentardes o significado da Unificação como um feixe de varas, cuja força é a união e cuja grandeza é a abnegação.”

«««——»»»

Não sei o que foi dito sobre a tal unificação, aliás, nunca vi uma publicação que definisse a ideia

fundamental dessa unificação. Apenas falam em UNIFICAÇÃO. E você; leitor ou leitora, você sabe o

significado dessa unificação? Você deve responder para você mesmo, mas, sem conjecturas. Você sabe

ou não sabe. Creio que você também não sabe.

Sou levado a crer que o objetivo seja semelhante ao dos líderes cristãos romanos dos primeiros

séculos, e que somente foi conseguido no início do século VII. O decreto imperial impôs a primazia do

bispo de Roma sobre os demais bispos, e assim, os desequilíbrios se multiplicaram rapidamente. Como

não conheço as ideias sobre a tal unificação deixarei de lado este assunto, porém, o símbolo que foi

elogiado pelo Dr. Bezerra genérico, este merece uma observação. Raciocine:

O espírita diz acreditar na reencarnação, porém, ele raciocina como se esta sua reencarnação

atual fosse, a primeira, ele esquece que viveu pelos milênios afora, esquece que viveu nas cavernas, que

participou de milhares de guerras, esquece que reencarnou como homem e como mulher, que matou e

foi morto milhares de vezes e esquece também os símbolos que respeitou no passado, é o caso do tal

feixe de varas, que está muito vivo em seu psiquismo, em sua memória espiritual. O espírita não

compreende que carrega todo o seu passado nessa memória. Veja o que disse um grande estudioso da

cultura ariana; a cultura de nossos ancestrais e que está viva em nossas memórias:

«««——»»» “É necessário, todavia, estudar-se, antes de mais nada, as crenças destes povos. As mais antigas crenças são as que mais nos importa conhecer, porque as instituições e as crenças que encontramos nos períodos áureos da Grécia e de Roma nada mais são que a natural evolução de

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crenças e instituições anteriores; torna-se-nos preciso procurar-lhes as raízes em um passado bem longínquo. As populações gregas e italianas pertencem a uma antiguidade anterior à época de Rômulo e de Homero. Foi em um tempo bem mais remoto, em sua antiguidade que escapa às datas, que as crenças surgiram nas almas dos seus povos e, depois, na sequência destas, as suas instituições se estabeleceram e se prepararam. Mas que mundo de esperanças poderemos alimentar nós de vir a conhecer desse passado distante? Quem nos revelará hoje como pensavam os homens dez ou quinze séculos antes de nossa era? Poder-se-á encontrar assim facilmente o que tão esquivo e tão fugidio se nos revela, como as crenças e as opiniões? Sabemos realmente o que pensavam os árias do Oriente há trinta e cinco séculos atrás, e o sabemos pelos hinos dos vedas, com certeza muito mais antigos ainda no tempo, e pelas leis de Manu, onde, embora mais recentes, ainda podemos notar vestígios de épocas muito remotas em que as aceitaram. Mas onde estão os hinos dos antigos helenos? Tiveram estes, tanto como os italianos, cantos antigos e velhos livros sagrados; mas de tudo isso nada chegou até nós. Que conhecimento poderemos, pois, ter dessas gerações que não nos legaram um único texto escrito? Felizmente, o passado nunca morre totalmente para o homem. O homem pode esquecê-lo, mas continua sempre a guardá-lo em seu interior, pois o seu estado, tal como se apresenta em cada época, é o produto e o resumo de todas as suas épocas anteriores. E se cada homem auscultar a sua própria alma, nela poderá encontrar e distinguir as diferentes épocas, e o que cada uma dessas épocas lhe legou.”

A Cidade Antiga, Hemus Editora Ltda, Fustel de Coulanges (Numa Denis), páginas 8 e 9. «««——»»»

Numa Denis, Fustel de Coulanges foi contemporâneo de Kardec. A obra citada foi publicada em

1864 e com ela, o autor demonstrou algo que os espíritas sempre demonstram não conhecer: a

influência do passado em nossa vida atual. Eu poderia trazer algumas citações de C. G. Jung que

também demonstram essa influência, porém, considero mais importante a de Numa Denis, pois ele

viveu em uma época em que muitos conceitos que hoje são corriqueiros, naquela época eram

inimagináveis, como esse de que carregamos o passado distante em nossa memória espiritual. Pois

bem, para que serve tudo isso? Apenas para demonstrar que o símbolo elogiado pelo nosso “Dr.

Bezerra de Menezes” é um símbolo antigo, da Roma Imperial, é um símbolo de poder, trata-se do

Fasces Lictoriae. O símbolo é composto de trinta varas, sendo que cada uma delas representa uma das

Cúrias, que se uniram em três Tribos, e depois, com a união dessas Tribos, formaram o Estado

Romano. Ah! Ia me esquecendo, havia uma machadinha presa junto às varas.

Como você pode ver; o pessoal que trouxe este símbolo; revela as profundezas de seu

inconsciente, e mostra que desejam mesmo; é o poder, e a Doutrina Espírita é apenas um caminho para

esse poder. Creio que a tal unificação de que tanto falam, seja na realidade, a pura e simples submissão

das Casas Espíritas à F. E. B., tal qual aquela conquistada pela Cúria Católica Romana, uma lástima.

Voltemos ao texto da mensagem.

«««——»»» Prossegui, portanto, vigilantes, prudentes sim, generosos também, mas, sobretudo, valorosos, na preservação da Mensagem que herdastes do ínclito Codificador Allan Kardec e dos missionários que o assessoraram e prosseguem desdobrando-lhe os conteúdos procedentes dos céus. É hora de combate, do bom combate da luz clareando a treva, do amor diluindo as animosidades, do perdão pondo-se acima das injunções perturbadoras do ressentimento e do desejo de desforço... Mantende-vos fiéis a Jesus, e Ele, como sempre, providenciará o apoio que não nos nega nunca e a companhia de que tanto necessitamos para mantermos o espírito de fidelidade. Estai atentos ao escalracho moral dos dissídios, da maledicência, da injúria, que são assacados contra a vossa conduta.

Não vos permitais o desânimo!

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Quando, na busca e propaganda de um ideal, se apela para o ultraje, a ofensa, significa essa conduta que a falta de nobreza idealística foi substituída pelo egoísmo devastador e pela presunção dominadora. Sede simples, mas não ingênuos, a ponto de vos deixardes dominar, sucumbindo sob a astúcia dos maus. Jesus confia no vosso, no esforço de todos nós, conjugados os dois planos da vida, cantando hosanas à Imortalidade! Voltai aos vossos lares ricos de luz e deixai que a claridade luminífera do Evangelho, exteriorizando-se dos vossos sentimentos, domine as casas que dirigis, tornando-as estrelas na grande noite do mundo em transformação. A Eurásia, cansada de guerras e de poder, estertora... As profecias tornam-se realidade, convidando-nos a aprender com a história da Humanidade a não repetir os erros em que caímos no passado... Era Nova esta, meus filhos! Exultai e amai! Cantai o Evangelho de Jesus aos ouvidos moucos que sejam, mas que se impregnarão da sinfonia inolvidável das bem-aventuranças, desde os que transitam nas classes mais sofridas, que são considerados os excluídos da sociedade, até aqueles que administram os destinos dos povos... Em um só abraço — como fez Jesus, que recebeu a equivocada de Magdala e o Príncipe do Sinédrio (?), concedendo a ambos a mesma oportunidade —, fazei que todos os seguimentos sociais recebam dos vossos sentimentos enobrecidos o mesmo carinho, sem distinção de poder ou de miséria, porque o amor deve ser o mesmo para todos que têm sede de paz e fome de justiça. Recordemos Jesus: “Eis que vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces...” [Mateus, 10:16]. Não para sejam devorados, mas para que, à semelhança do Santo de Assis, dulcifiquemos os lobos e que no córrego do Evangelho sublime, ovelhas e lobos bebam da mesma linfa de paz... Que o Senhor de bênçãos nos abençoe e os Espíritos-espíritas que aqui estão conosco, pedindo-nos para que traduzamos as suas emoções, nos acompanhem sempre e sempre no rumo da Imortalidade. Muita paz, meus filhos, são os votos do companheiro paternal de sempre,

Bezerra (Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do

Conselho Federativo Nacional, em Brasília, DF, em 13 de novembro de 2011.) Revisão do Autor Espiritual. (Publicada em

Reformador de Janeiro de 2012, p. 8-9.)

«««——»»»

Não gastarei mais energias com o resto do texto, pois só há banalidades e a repetição das frases

que por serem incansavelmente repetidas, tornam-se, vazias e ninguém preta atenção a elas. Aproveito

para chamar a atenção dos meus irmãos espíritas, para que repudiem o interminável falatório que

apenas diz: Jesus, Jesus, Jesus, Jesus, Jesus, Jesus, ou ainda Evangelho, Evangelho, Evangelho,

Evangelho, Evangelho, Evangelho, Evangelho, ou ainda Kardec, Kardec, Kardec, Kardec, Kardec,

Kardec, Kardec, Kardec, Kardec, Kardec, Kardec, Kardec; destituídos de conteúdo que induzam ao

raciocínio, e que não despertem o discernimento, chega de falatório inútil.

Quero lembrá-los de que Siddhartha Gautama, o Buddha, nem se deu ao trabalho de falar sobre

Deus, pois a Índia já possuía milhares de deuses, ele, então, apenas ensinou o caminho que pode nos

levar a Deus, ao amor ao próximo e a tudo que compõe o Evangelho do Mestre Jesus e sua

Doutrina, assim como toda a Doutrina Espírita, que infelizmente continua desconhecida até hoje. A

Doutrina de Buddha, hoje, é a que mais influencia os seres humanos. Uma observação: Na Doutrina

ensinada por Siddhartha não há espaço para tagarelice inútil como existe no Movimento Espírita.

Raciocine sobre isso, só temos tagarelas inúteis a falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar; e não dizer

nada.

Repetir estupidamente as palavras: Deus, Jesus, Evangelho, Kardec ou o nome de outros

espíritos respeitáveis não passa de tagarelice inútil, essas palavras se tornaram apenas elementos de um

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marketing doentio, usado por aqueles que nada têm a dizer, ou ainda, por aqueles que carregam

objetivos condenáveis.

O nome de Jesus e, a citação de Seu Evangelho foi usada para encobrir um movimento

criminoso que varou os séculos e ainda hoje faz suas vítimas. O que nos importa, realmente, é

compreender as ideias que nos foram fornecidas por Jesus em seu Evangelho, e as fornecidas por

Kardec que nos encaminhou as instruções dos Espíritos capitaneados pelo Espírito Verdade. O que nos

importa, realmente, é caminhar na direção dessa compreensão e, é justamente isso que todos os

tagarelas procuram ignorar, simplesmente porque não o compreendem, assim como não compreendem

a responsabilidade que assumem ao adotar esta conduta.

Neste momento de nossa análise a atenção deve voltar-se para o médium. Quem é, afinal,

Divaldo Pereira Franco? Você o conhece? Que você sabe sobre ele? Ah! Você sabe que ele é um

grande orador. Sim, sem dúvidas ele o é. Ele foi e continua sendo o maior arauto do Espiritismo? Sim,

ele o foi e continua sendo. Ele conquistou nosso respeito? Sim, ele o conquistou. Ele influenciou e

continua a influenciar o Movimento Espírita? Sim, sua influência foi uma constante há muitas décadas.

Como médium ele psicografou livros de alto valor para a elucidação do caminho espiritual.

Destaco um, em particular, que recebeu o elogio e incentivo do próprio Dr. Bezerra de Menezes, do

verdadeiro, e o texto do incentivo foi psicografado por Chico Xavier. Eu estou me referindo ao livro

Painéis da Obsessão.

Neste livro, o autor, Manoel Philomeno de Miranda, faz uma observação que o próprio Divaldo

não levou a sério em seu intenso trabalho em prol do Espiritismo que ele ajuda a forjar. Veja e

raciocine:

«««——»»»

Painéis da obsessão

Na raiz de todas as enfermidades que sitiam o homem, encontramos, no desequilíbrio dele próprio, a sua causa preponderante. Sendo o Espírito o modelador dos equipamentos de que se utilizará na reencarnação, desdobra as células da vesícula seminal sobre as matrizes vibratórias do perispírito, dando surgimento aos folhetos blastodérmicos que se encarregam de compor os tubos intestinal e nervoso, os tecidos cutâneos e todos os elementos constitutivos das organizações física e psíquica. São bilhões de seres microscópicos, individualizados, trabalhando sob o comando da mente, que retrata

as condições anteriores, na condição de conquistas ou dívidas, que cumpre aprimorar ou corrigir. Cada um desses seres que se ajustam perfeitamente aos implementos vibratórios da alma, emite e

capta irradiações específicas, em forma de oscilações eletromagnéticas, que compõem o quadro da individualidade humana... Em razão da conduta mental, as células são estimuladas ou bombardeadas pelos fluxos dos interesses que lhe apraz, promovendo a saúde ou dando gênese aos desequilíbrios que decorrem da inarmonia, quando essas unidades em estado de mitose degeneram, oferecendo campo às bactérias patológicas que se instalam vencendo os fatores imunológicos, desativados ou enfraquecidos pelas ondas contínuas de mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme, lubricidade e viciações de qualquer natureza que se transformam em poderosos agentes da perturbação e do sofrimento. No caso dos fenômenos teratológicos das patogenias congênitas, encontramos o Espírito infrator encarcerado na organização que desrespeitou impunemente, quando a colocou a serviço da irresponsabilidade ou da alucinação, agora recuperando, de imediato, os delitos perpetrados, mesmo que em curto prazo expiatório. Problemas de graves mutilações e deficiências, enfermidades irreversíveis surgem como efeitos da culpa guardada no campo da consciência, em forma de arrependimentos tardios pelas ações nefastas antes praticadas. Neste capítulo, o das culpas, origina-se o fator causal para a injunção obsessiva. Daí, porque, só existem obsediados, porque há dívidas a resgatar. A obsessão resulta de um conúbio por afinidade de ambos os parceiros.

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O reflexo de uma ação gera outro reflexo equivalente. Toda vez que uma atitude agride, recebe uma resposta de violência, tanto quanto, se o endividado se apresenta forrado de sadias intenções, para o ressarcimento do débito, encontra benevolência e compreensão para recuperar-se. A culpa, consciente ou inconscientemente instalada no domicílio mental, emite ondas que sintonizam com inteligências doentias, habilitando-se a intercâmbios mórbidos.

No caso específico das obsessões entre encarnados e desencarnados, estes últimos, identificando a irradiação enfermiça do devedor, porque são também infelizes, iniciam o cerco ao adversário de pretérito, através de imagens, mediante as quais se fazem notados, não necessitando de palavras para serem percebidos, insinuando-se com insistência até estabelecerem o intercâmbio que passam a comandar... De início é uma vaga ideia que assoma, depois, que se repete com insistência, até insculpir no receptor o clichê perturbante que dá início ao desajuste grave. Em razão disso, não existe obsessão apenas causada por um dos litigantes, se não houver sintonia perfeita do outro. Quanto maior for a permanência do intercâmbio com o hospedeiro domiciliado no corpo — e entre encarnados o fenômeno é equivalente — mais profunda se tornará a indução obsessiva, levando à alucinação total. É nessa fase que a vítima se rende às ideias infelizes que recebe, a elas se convertendo, que

se originam os simultâneos desequilíbrios orgânicos e psíquicos de variada classificação. A mente, viciada e aturdida pelas ondas perturbadoras que capta do obsessor, perde o controle harmônico, automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas proliferem, dominadoras. Tal inarmonia propicia a degenerescência celular em forma de cânceres, tuberculoses, hanseníase e outras doenças de etiopatogenias complexas, que a Ciência vem estudando. Só a radical mudança de comportamento do obsediado resolve, em definitivo, o problema da obsessão.

Painéis da Obsessão, Manoel Philomeno de Miranda, Editora Leal, págs 7 a 9. «««——»»»

A conduta na pregação do médium Divaldo me faz crer que ele nunca compreendeu este texto

que ele próprio psicografou, assim como, apesar de falar muito a palavra Kardec, Kardec...., ele não

estudou as palavras do codificador. Veja e raciocine sobre suas palavras no Diálogo com Dirigentes e

Trabalhadores Espíritas, promovido pela U. S. E. de São Paulo em duas oportunidades. A U. S. E.

imprimiu o texto do Diálogo para que se pudesse analisá-lo com calma e segurança. Vejamos

inicialmente o primeiro dos encontros, que aconteceu em 20 de abril de 1980, e o segundo em 1 de

dezembro de 1990.

Este primeiro diálogo recebeu, meses depois, uma página de incentivo, de orientação e de

crítica do Dr. Bezerra de Menezes através de mensagem psicografado pelo Chico Xavier, veja!

«««——»»» Confirmação

Página a Divaldo Pereira Franco

Filho, estendamos a verdade em amor. É necessário responder as indagações que se nos façam com as possíveis elucidações da fé renovadora que nos clareia o caminho. As vertiginosas transformações do mundo, na atualidade, impelem as criaturas da Terra a inquietações e problemas que é preciso suprimir, quanto esteja ao nosso alcance, em benefício da paz. Ofereçamos de nós, quanto pudermos, à Seara do Bem, aclarando as informações, acerca da alma e das plantações do destino, do imperativo do serviço e da função da dor em nosso burilamento espiritual. Estivemos contigo — os amigos espirituais — na presente jornada, tanto quanto em outras iniciativas, em que fomos chamados à sementeira do reconforto e do esclarecimento, da fraternidade e da esperança.

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Continuemos, pois, na desincumbência de nossos compromissos, perante a verdade, e que Jesus nos abençoe.

Bezerra (Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em Uberaba, Minas Gerais, na noite de 23 de agosto

de 1980). Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, pág. 15.

«««——»»»

Você, leitor, pode comparar a firmeza e fluidez de raciocínio contido nas palavras de Bezerra,

veja que o cerne das ideias está justamente no seguinte parágrafo:

«««——»»» “Ofereçamos de nós, quanto pudermos, à Seara do Bem, aclarando as informações, acerca da alma e das plantações do destino, do imperativo do serviço e da função da dor em nosso burilamento espiritual”.

«««——»»»

Este pequeno parágrafo dá origem a um longo raciocínio que não cabe ser desenvolvido aqui,

porém, o Divaldo deveria ter meditado sobre o conteúdo desse parágrafo, pois se há incentivo, há

também, orientação sobre o que se deve tratar nesses diálogos; assim como mostram, os desvios desses

objetivos, na condução diálogo já havido, constituindo uma crítica. Bem, agora devemos analisar as

ideias defendidas por ele nesse encontro. Vejamos as perguntas feitas pelos Dirigentes Espíritas e suas

respostas.

Importância do Espiritismo

Antonio Schiliró: — Bom dia, caros companheiros. A primeira pergunta que faremos ao nosso querido Divaldo é a seguinte: segundo o Codificador, o Espiritismo possui o importante papel de resolver e reformar o mundo. Como ele fará isso? Divaldo: — Meus irmãos, que o Senhor Jesus nos abençoe, nos guarde e nos dê sua paz! Essa transformação do mundo dar-se-á através da transformação do indivíduo, porque o Espiritismo é a melhor metodologia comportamental de que se tem notícia. Como visa, principal e

objetivamente, a transformação da comunidade onde ele se encontra situado a viver e, consequentemente, de toda a humanidade. Além desse trabalho de transformar o homem interiormente pela metodologia do esclarecimento e do amor, o Espiritismo também influirá de forma positiva no relacionamento das criaturas, porque demonstrará que a felicidade somente é possível quando objetivamos, de início, a paz do nosso próximo. A decantada felicidade pessoal, individual, é uma quimera apresentada pelo egoísmo; a

felicidade a dois resulta, naturalmente, de uma necessidade de intercâmbio de emoções que, à medida que o tempo se desdobra, demonstra não ser legítima. A felicidade real é somente aquela que pode ser equiparada à tarefa da luz que, ao ser emitida, realiza o seu périplo no mini-universo em que estamos e retorna ao foco gerador; isto é, quando o homem ama, ele emite uma mensagem que se dilata, realiza uma jornada e sempre retorna ao fulcro de origem. Desta forma, o Espiritismo modificará a comunidade, convidando o homem a uma revisão de valores, a um reescalonamento de conceitos e, ao mesmo tempo, à sua plena integração no espírito da vida.

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, págs. 21 e 22.

«««——»»»

A resposta a essa primeira pergunta já aparece algum equívocos nas respostas do médium

Divaldo. Ele começa muito bem quando diz: “Essa transformação do mundo dar-se-á através da transformação do indivíduo”. Estas palavras estão corretíssimas, porém, na sequência ele faz colocações inadequadas e até

falsas. Raciocine:

«««——»»» “Espiritismo é a melhor metodologia comportamental de que se tem notícia”.

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«««——»»»

Você concorda com a conduta que pode observar nas casas espíritas? Você acredita que

demonstrem a “melhor metodologia comportamental de que se tem notícia”? Caso ele dissesse que o

Espiritismo um dia irá implantar uma nova e “melhor metodologia comportamental” aí eu concordaria

e está claro que ele não conhece “a metodologia comportamental” de outras escolas espirituais como o

Judaísmo, o Islamismo, o Budismo e até mesmo a metodologia comportamental empregada na

Congregação Cristã do Brasil. Creio que não preciso expor mais detalhes, você é capaz de discernir por

si mesmo. Caso tenha conhecimento sobre estas outras escolas, você poderá comprovar o equívoco do

médium, caso não tenha, é bom vir a ter, pois eles têm comportamento muito superior ao nosso.

Somente conhecendo podemos dizer qual pode ser o melhor, como você, provavelmente não conhece

nada do que se passa fora de sua casa, raciocine sobre o que se passa nela. Usando o discernimento,

você deve ser capaz de analisar a ideia contida no seguinte enunciado:

«««——»»»

“o Espiritismo também influirá de forma positiva no relacionamento das criaturas, porque demonstrará que a felicidade somente é possível quando objetivamos, de início, a paz do nosso próximo”.

«««——»»»

Aqui encontramos um problema terrível, pois, a felicidade e a paz pessoal, assim como o

sofrimento é e será sempre, um resultado do esclarecimento espiritual e da ação individual e,

radicalmente, não depende de outras pessoas. Ele deve ter se recordado da “felicidade” que o espírita

sente quando está a distribuir as esmolas aos seus assistidos, porém, quando compreenderem o que

realmente se passa, sentirão vergonha dessa felicidade, essa sim é uma felicidade indigna e ilegítima.

Estudar o que seja, realmente, a felicidade foge do objetivo do momento, porém, se ele desejou colocar

o assunto em discussão, deveria tê-lo explicado corretamente e não ficar apenas apresentando ideias

que nada explicam, apenas confunde o interlocutor, como está colocado na sequência de suas palavras:

«««——»»»

“A decantada felicidade pessoal, individual, é uma quimera apresentada pelo egoísmo; a

felicidade a dois resulta, naturalmente, de uma necessidade de intercâmbio de emoções que, à

medida que o tempo se desdobra, demonstra não ser legítima”.

«««——»»»

A felicidade será sempre uma consequência, e jamais uma meta. A felicidade assim como o

sofrimento será sempre, radicalmente, individual. E por que será ilegítima a felicidade a dois, quando

as ações dos dois produzem como resultado o que chamamos de felicidade? De onde ele tirou essa

ideia? Ninguém será feliz ou infeliz como consequência das ações ou desejos de terceiros. Agora, sobre

a felicidade espiritual, de nada nos vale falar, pois apenas a conhecerá aquele que a conquista,

infelizmente é desconhecida dos espíritas assim como da população em geral. Vejamos agora a

segunda pergunta.

Papel do Centro Espírita

Pergunta: — O mundo passa por grandes transformações. Dentro desse contexto, como

encarar o papel do Centro Espírita? Divaldo: — Como de relevante importância. O Centro Espírita é a célula mater da nova sociedade, porque nele se reúnem as almas que trabalham para o progresso geral, transformando-se numa escola, porque esta é uma das suas funções precípuas. Uma Escola, porém, naquela abrangência muito bem definida pela Pedagogia moderna, que não apenas instrui, mas educa, criando hábitos consentâneos com as próprias diretrizes da Codificação. O Centro Espírita realizará o mister de transformar-se na célula viva da comunidade onde se encontra, criando uma mentalidade fraternal e espiritual das mais relevantes, porque será escola e santuário, hospital e lar, onde as almas encarnadas e desencarnadas encontrarão diretrizes para uma vida feliz e, ao mesmo tempo, o alimento para sobreviver aos choques do mundo exterior.

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Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, pág. 23. «««——»»»

Aqui eu tenho a felicidade de encontrar uma resposta racional e equilibrada, lamento apenas que

as condições descritas não tenham sido ainda alcançadas, por enquanto são apenas fantasias, e já se vão

trinta anos que ele deu esta resposta. Vamos à próxima pergunta:

«««——»»»

“Importância do Centro Espírita”

Pergunta: — O Espiritismo poderia prescindir das atividades do Centro Espírita para se implantar na sociedade? Divaldo: — De forma alguma. Embora o Espiritismo seja uma doutrina de liberdade, esta

liberdade é muito bem situada dentro da responsabilidade. O indivíduo é livre para agir, porque a sementeira é espontânea, mas desde que ele atua, torna-se escravo das suas próprias ações, em razão de a colheita ser compulsória. O Centro Espírita, em consequência disto, é o local onde se caldeiam os interesses, onde se desenvolvem as atividades, onde se realizam os misteres do intercâmbio, onde se produzem os centros de interesses, a fim de que as motivações permaneçam sempre atuantes, facultando ao indivíduo trabalhar sem enfado, sem cansaço, e crescer, mudando de metas, sempre para cima e melhor.

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, pág. 24.

«««——»»»

Aqui, também, estou de relativo acordo com a ideia do Médium Divaldo. Apenas acrescentaria

que o Centro deve ser o local onde a busca de conhecimentos sobre assuntos espirituais seja o tema

dominante e a meta é tornar todos; espiritualistas.

«««——»»»

Multiplicação de Sociedades Espíritas

Pergunta: — E a multiplicação de Centros, Grupos e Sociedades Espíritas, caro Divaldo, é

benéfica para o Movimento Espírita? Divaldo: — Sim, desde que tendo como alicerce a codificação Kardeciana. A proliferação dos Centros Espíritas nas comunidades é muito positiva, se pautada na disciplina, no equilíbrio e na palavra de libertação do próprio Cristianismo restaurado, que Allan Kardec trouxe ao mundo. Normalmente, o espiritualista crê que, dentro da liberdade doutrinária, é permitido tomar qualquer atitude e, a pretexto de divulgar a Doutrina, cria células em quaisquer condições. É óbvio que isto é permitido, mas não é a atitude correta, porque nem tudo que se faz permitido é legal e moral e, mesmo quando se torne legal, por impositivo de documentos feitos pelos homens, nem sempre se torna moral, no sentido de profundidade. Para que essas células sejam realmente benéficas, não podemos prescindir do espírito de união, perfeitamente estabelecidos nos códigos éticos do espírito de unificação. Dessa união dos

trabalhadores resultará a unificação dos objetivos e das diretrizes doutrinárias e, reciprocamente, porque através da unificação de bases, de postulados e de tarefas mantém-se a união dos trabalhadores.

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, pág2. 25 e 26. «««——»»»

Quando eu li superficialmente este texto, disse a mim mesmo: O Divaldo é um andarilho cego,

ele anda por todos os lados e observa o que acontece por décadas afora, porém não compreende nada.

Não desejei digitá-lo, porém, no momento em que cheguei a ele, durante a digitação, resolvi analisá-lo

com mais atenção. Concluí que ele não é um andarilho cego, parece-me que compreende o que se

passa, porém, infelizmente ele carrega grande responsabilidade nessas ocorrências, em função de sua

influência e conivência com os desajustes que me parece terem sido compreendidos. Respondendo à

pergunta ele diz:

«««——»»»

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Divaldo: — Sim, desde que tendo como alicerce a codificação Kardeciana. A proliferação dos

Centros Espíritas nas comunidades é muito positiva, se pautada na disciplina, no equilíbrio e na palavra de libertação do próprio Cristianismo restaurado, que Allan Kardec trouxe ao mundo.

«««——»»»

Ao ler este primeiro parágrafo é que concluí pela sua cegueira, pois as casas espíritas não estão

se multiplicando e sim, dividindo-se. O desejo de fundar uma nova casa surge como consequência do

despotismo dos dirigentes, e a consequente rebelião de parcela dos integrantes do grupo. Aí surge uma

nova Casa Espírita em que o desprezível despotismo será implantado e cultivado com tudo que há de

pernicioso. São raras as casas que surgem com um objetivo de atender as pessoas que morem distantes

de uma Casa já existente. Outro motivo de criação de novas Casas, diferente da anterior, é a busca de

conciliação dos desejos de autoridade de grupos existente em uma Casa. Cria-se uma nova e oferece-se

o comando para o líder dissidente, que ao aceitar poderá exercer ali sua fantasia de poder, e deixará de

criar problemas na matriz.

Outro fenômeno que passa despercebido, e que conheço apenas um exemplo, é a subordinação

de Casas que, voluntariamente, se colocam como satélite de uma maior. Trata-se das ocorrências que

envolvem o Centro Espírita Léon Denis, do Rio de Janeiro. Muitos Centros Espíritas em condições

falimentares procuraram o CELD e tornaram-se voluntariamente satélites e puderam, assim, escapar da

falência.

Depois, ao ler com mais atenção o resto do texto, concluí que o médium Divaldo compreendeu

sim, essas ocorrências, pois faz diversas advertências, todavia, caso tenha compreendido, não teve a

energia necessária para esclarecer os equívocos daqueles que criam novas Casas Espíritas, além disso,

ele defende ideia incoerente. Veja:

«««——»»» Divaldo: — ... Para que essas células sejam realmente benéficas, não podemos prescindir do espírito de união, perfeitamente estabelecidos nos códigos éticos do espírito de unificação. Dessa união dos trabalhadores resultará a unificação dos objetivos e das diretrizes doutrinárias e, reciprocamente, porque através da unificação de bases, de postulados e de tarefas mantém-se a união dos trabalhadores.

«««——»»»

Dar a um grupo; seja lá qual for; da USE ou da FEB; a possibilidade de manipulação de

objetivos e de diretrizes doutrinárias, eu considero insanidade pura. Nós já conhecemos o objetivo e

não haverá necessidade de mudança em uma vírgula que seja. A Doutrina Espírita não está concluída,

porém, sua conclusão se dará com as pesquisas espiritualistas e não com organizações de comando.

Os homens que participaram do diálogo e que propuseram as questões são, em sua maioria, os

mesmos que estão ainda desgovernando o Movimento Espírita, principalmente em São Paulo. A falta

de conhecimentos mínimos sobre a Ciência Espiritual ou Espiritualista entre esses homens que

perguntam e o que responde ficará mais clara na próxima pergunta que fazem, vamos a ela:

«««——»»»

Pesquisa Científica na Doutrina

Pergunta: — Em sua opinião, Divaldo, o Centro Espírita encontra-se preparado para enfrentar

a pesquisa científica? Divaldo: — Pelo menos, genericamente, neste momento, não. O Centro Espírita, em linha geral, e especialmente no Brasil, tem sido uma célula religiosa do Cristianismo, pulsante e ativa.

Temos dado maior enfoque, considerando a situação moral e espiritual do planeta, a esse trabalho de valorização do homem, de colocação do homem na sociedade, de estímulos para as suas transformações morais. Também nos faltam os instrumentos hábeis para um trabalho honesto e correto de investigação científica. Mas acreditamos que, em próximos dias, as Entidades que têm interesse em aprofundar o bisturi da pesquisa no organismo da investigação científica criarão, na Casa Espírita, departamentos próprios para esses interessados, adredemente preparados, realizarem

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o mister, que é também muito relevante para nossa colocação no contexto da atualidade cultural da humanidade.

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, págs. 27.

«««——»»»

Aqui encontramos uma demonstração de ignorância que já surge na pergunta e que se repete na

resposta. A mesma ignorância é repetida na pergunta feita dez anos depois, mais precisamente no

Diálogo havido em 01 de dezembro de 1990 na sede da USE em São Paulo. Como a pergunta é a

mesma vamos analisá-las juntas, veja a segunda pergunta:

«««——»»»

Casas Espíritas e Ciência Espírita

Pergunta: — Como as Casas Espíritas podem colaborar para o desenvolvimento da Ciência Espírita? O conhecimento científico é prerrogativa apenas dos cientistas? Divaldo: — Não, e ninguém sabe se é cientista até quando começa a fazer investigações.

Não podemos dar preferência a um dos aspectos da Doutrina em detrimento dos outros. Por exemplo, em nossa Casa, — eu narro a nossa experiência — durante muitos anos não nos dedicamos à investigação científica, porque não tínhamos pessoas capazes para realizá-la. Como temos mais facilidade para a vivência religiosa, a aplicação moral dos princípios espíritas, a vivência filosófica, embora não sejamos filósofos — não frequentamos nenhuma academia, mas a filosofia espírita não é tão complexa que um leigo não possa dela aperceber-se e penetrar-lhe no conteúdo — mais nos dedicamos a esses ângulos.

Aguardamos por muitos anos, até que apareceu em nossa Casa um grupo de jovens estudiosos e cultos: um deles é formado em eletrônica, outro é bioquímico, outro mais é biólogo, dois são psicólogos. Participaram da nossa Mocidade Espírita, tiveram formação espírita e se interessam pela investigação. Conversando sobre a Ciência Espírita, sugeri-lhes: “— Por que você não fundam um Instituto de Pesquisas Psíquicas aqui na Mansão do Caminho? Arranjaremos um espaço, que os temos suficientes, e vocês vão realizar investigações. Partam do simples para o complexo, busquem o apoio do Dr. Hernani Guimarães Andrade, que reputamos, na América do Sul, a melhor autoridade nesse assunto. Com sua larga experiência, ele tem sido modelo para cientistas internacionais. É citado em inúmeras obras de parapsicologia, psicotrônica, psicobiofísica, como investigador sério e honesto. Ademais, nosso amigo-irmão é espírita convicto e homem eminentemente modesto, humilde e bom, evangelicamente bom!” Sugeri, também, que recorressem à ajuda do engenheiro Ney Prietro Perez, que também está envolvido nesta área. Esses jovens, que são nossos continuadores, estão interessados, pesquisando na área da transcomunicação, montando aparelhos etc. Assim foi fundado o nosso Instituto de Pesquisas Psíquicas, em Salvador. As Casas Espíritas que puderem reunir aqueles que têm condições para fazerem experimentos, por que não enseja-lhes oportunidade? Mas também podemos fazer experimentos científicos na área da mediunidade, em nossas reuniões habituais. No dia em que a Ciência provar que estamos errados em um ponto, abandonemos esse ponto e sigamos a Ciência — disse o Codificador! O Espiritismo não disse a primeira palavra nem dirá a última — igualmente afirmou — ter o campo aberto aos novos experimentos. Daí, a Casa Espírita deve, quanto possível, praticar a Doutrina nos seus três aspectos. Quem não tiver condições, pratica naquele que parecer o mais acessível, o que não quer dizer que não seja o preponderante, o melhor, o único. Nem pela atitude de alguns amigos que laboram na área científica e que nos subestimam, tentando levar-nos ao ridículo, tampouco nos deteremos na área religiosa, procurando criticar os os que são mais doutos do que nós, que têm experiências nesse campo e são nossos pilares de apoio, porque sem a confirmação da

Ciência, as nossas bases ruem. Caso a Ciência não confirmasse a legitimidade dos fenômenos, como aconteceu até aqui, estaríamos andando sobre areia movediça. Não é confortador que Morris Netherton, Edith Fiore, Gina Cerminara e outros psicólogos, através da regressão a vidas passadas, constataram e reencarnação? Eles, que eram céticos, encontraram uma das bases da Doutrina Espírita. Aí está a confirmação científica de um postulado filosófico que desfrutamos. Daí, se for

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possível, a Casa Espírita deve reservar área, um espaço, alguns momentos de análises, tudo quanto enseje observação, crítica, cálculo estatístico, e estaremos realizando ciência experimental.

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, págs. 133 e 135. «««——»»»

A quantidade de ideias irracionais que existe neste texto é tão grande que nem vou analisá-lo.

Este é o segundo texto que trata do assunto Ciência e; em ambos, já nas perguntas, se manifesta a

imensa ignorância sobre o assunto; mostra que os espíritas nem sabem o que seja espiritualismo; e

repito, são os mesmos que ainda desgovernam o Movimento Espírita. Para simplificar sua

compreensão, vou falar sobre as duas Ciências, a Espiritualista e a Materialista ou Acadêmica.

Desde as mais remotas eras, a Ciência Espiritualista se desenvolve no Planeta Terra; para você

ter uma noção do que estou dizendo vou lhe fornecer uma informação: No início do Livro Gênese de

Moisés; ele explica a formação da matéria que compõe a Terra. O que você pode compreender deste

texto, nada tem a ver com a tradução do conteúdo Esotérico do mesmo, em hebraico. O conteúdo

Esotérico apresenta informações, que os cientistas de hoje, já estão vislumbrando, e alguns já adotam

ideias muito próximas daquelas expostas por Moisés. A Ciência Espiritualista não está limitada ao

nosso Mundo Material, ela abarca todos os Universos.

O Livro dos Espíritos, na questão número 628 nos aconselha ao estudo das doutrinas antigas, ou

seja, ele nos aconselha o estudo da Ciência Espiritualista. Já discorri sobre isso de modo superficial,

agora entrarei em mais detalhes, pois; o objetivo dos Espíritos que responderam esta questão, era

exatamente provocar a descoberta dessa Ciência, infelizmente, ninguém, que eu saiba, além de mim

mesmo e de Waldo Vieira, levou a sério o conselho recebido destes Espíritos.

A Ciência Espiritualista se desenvolve de um modo diferente da Ciência Materialista ou

Acadêmica. Nesta Ciência o pesquisador torna-se, também, a cobaia usada nas pesquisas. Esta é a

Ciência Espírita, pois o objeto a ser pesquisado, e conhecido, é o próprio indivíduo, é a busca do

autoconhecimento, motivo da existência de nossa Doutrina.

Aquele que busca o autoconhecimento descobre, em primeiro lugar, suas possibilidades e

potencialidades espirituais, que Kardec colocou sob uma inconveniente nomenclatura: “mediunidade”.

O pesquisador descobre também, a existência das vibrações eletromagnéticas, que normalmente são

chamadas de energias ou fluidos, e que circulam pelo corpo dos seres vivos e se entrelaçam com tudo

que o rodeia, descobre as vibrações que produzem o efeito gravitacional e aprende a manipulá-lo,

temos muitos relatos sobre isso, descobre como manipular as vibrações que se manifestam como

eletricidade e como magnetismo e aprende a manipulá-los, enfim, aprende algo que será impossível ser

aprendido pelo pesquisador acadêmico. Ele conhecerá as manifestações da Natureza, seja através da

Biologia, da Física e da Psicologia de modo muito superior ao conseguido pelo pesquisador acadêmico.

Estes cientistas recebem nomes diferentes de acordo com a cultura local, três destes cientistas vieram

saudar o Mestre Jesus quando reencarnou em nosso mundo de erros e dor, de aflição e egoísmo. Estes,

de acordo com a cultura semita são chamados de Magos, em outras culturas recebem o nome de

Feiticeiros, em outras, de Bruxos, e em outras ainda, são chamados de Xamãs e entre os arianos

recebeu a denominação de Iniciados. Não importa o nome que tenham estes cientistas que buscam o

conhecimento espiritual, eles sabem realmente o que seja o espiritualismo, mesmo que nunca tenham

ouvido uma só palavra sobre este termo do Ocidente. Qualquer um destes pesquisadores, mesmo que

sejam analfabetos, podem dar aulas aos nossos mais brilhantes tagarelas, que falam, falam, e continuam

a falar, todavia não se dão ao trabalho de tentar entender o que falam. Estes falam muito sobre as lições

do Mestre Jesus, porém, não as compreendem, veja o que o Mestre Jesus disse a esse respeito:

«««——»»» Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho

do teu irmão. A Bíblia de Jerusalém, Novo Testamento e Salmos, Edições Paulinas, Mateus, 7: 5, pág. 34.

«««——»»»

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Agora veremos o que escreveu o Codificador sobre a Ciência Acadêmica:

O terceiro ponto, enfim, é inerente ao caráter essencialmente progressivo da Doutrina. Pelo fato de ela não se embalar com sonhos irrealizáveis, não se segue que se imobilize no presente. Apoiada tão-só nas leis da Natureza, não pode variar mais do que estas leis; mas, se uma nova lei for descoberta, tem ela que se pôr de acordo com essa lei. Não lhe cabe fechar a porta a nenhum progresso, sob pena de se suicidar. Assimilando todas as ideias reconhecidamente justas, de qualquer ordem que sejam, físicas ou metafísicas, ela jamais será ultrapassada, constituindo isso

uma das principais garantias da sua perpetuidade. OBRAS PÓSTUMAS — DOS CISMAS, F. E. B., página 420.

«««——»»»

Como podemos constatar os dirigentes do Movimento Espírita apesar de falarem muito a

respeito de Kardec, recordando um antigo disco de vinil “enroscado”, não o levam realmente a sério.

Jesus, O Evangelho e Kardec são apenas elementos de marketing utilizados pelos nossos dirigentes, e a

situação irracional repousa na inanição mental dos espíritas em geral. Esta situação tem de mudar, com

urgência.

Nós vimos que para os interesses espirituais a Ciência Espiritualista é a que realmente importa,

e vimos também que ela é superior à Ciência Acadêmica ou Ciência Materialista. Por que, então, temos

que estudar e acompanhar o desenvolvimento da Ciência Materialista, não seria aconselhável descartá-

la?

Veja, agora, o que os Espíritos responderam a Kardec sobre mesma pergunta feita sobre a

Ciência Acadêmica ou Ciência Materialista:

«««——»»»

898. Sendo a vida corpórea apenas uma estada temporária neste mundo e devendo o futuro constituir objeto da nossa principal preocupação, será útil nos esforcemos por adquirir conhecimentos científicos que só digam respeito às coisas e às necessidades materiais?

“Sem dúvida. Primeiramente, isso vos põe em condições de auxiliar os vossos irmãos; depois, o vosso Espírito subirá mais depressa, se já houver progredido em inteligência. Nos intervalos das encarnações, aprendereis numa hora o que na Terra vos exigiria anos de aprendizado. Nenhum conhecimento é inútil; todos mais ou menos contribuem para o progresso, porque o Espírito, para ser perfeito, tem que saber tudo, e porque, cumprindo que o progresso se efetue em todos os sentidos, todas as ideias adquiridas ajudam o desenvolvimento do Espírito.”

O Livro dos Espíritos, F. E. B., págs. 505 e 506. «««——»»»

Como podemos comprovar com a resposta do Espírito, nós devemos conhecer a Ciência

Materialista Acadêmica pelos motivos expostos, e tem mais, nossa cultura é herdeira da cultura ariana,

a cultura que sempre constatou a imortalidade da alma, que se estruturou em torno do culto dos

antepassados, porém, até hoje, sempre usou o conhecimento de origem espiritual para conquistar poder

em sua comunidade e controlar a vida alheia. Veja bem, no Senado Romano as decisões eram baseadas

nos augures, ou seja, nos médiuns que buscavam o conselho dos deuses, ou seja, dos espíritos, porém,

os objetivos eram sempre de ordem material e de conquista de poder. Aqui não cabe um estudo sobre

nossa herança cultural, porém, nos cabe compreender que os dirigentes espíritas estão vivendo, em seu

psiquismo, a condição de um chefe “tribal”, a condição de um pater, que era o sacerdote de sua célula

de poder. É esta a causa do despotismo infiltrado na direção dos Centros Espíritas. Isso mostra que os

nossos dirigentes apenas estão submissos ao próprio psiquismo, estão submissos à herança cultural que

nos influenciam, assim como influencia os espíritas como um todo e os mantém na condição de

inanição mental, agindo como cordeiros irracionais e submissos ao pater. A mesma conduta irracional

é que carreiam de volta ao poder os administradores políticos corruptos, com a ideia: rouba, mas faz.

Este é um problema cultural que devemos compreender para poder eliminar, e essa eliminação vai

acontecer à medida em que aprendemos a conhecer a nós mesmos, é a isso que o Mestre Jesus se

referiu quando disse que a verdade nos libertará; a verdade sobre nós mesmos; outros mestres

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denominam essa libertação com outros nomes; Sidharta Gautama, o Buda denominou: Iluminação

aessa libertação. No futuro iremos estudar as influências culturais em nosso dia a dia.

Vou colocar mais uma vez as palavras de Kardec, para que não paire dúvidas, os tagarelas que

vivem a repetir Kardec, Kardec, Kardec, Kardec, Kardec, não se dão ao trabalho de conhecer suas

palavras e raciocínios. Veja uma de suas dicertações:

«««——»»»

Ligeira resposta aos detratores do Espiritismo

O Espiritismo não é solidário com aqueles a quem apraza dizerem-se espíritas, do mesmo modo que a Medicina não o é com os que a exploram, nem a sã religião com os abusos e até crimes que se cometam em seu nome. Ele não reconhece como seus adeptos senão os que lhe praticam os ensinos, isto é, que trabalham por melhorar-se moralmente, esforçando-se por vencer os maus pendores, por ser menos egoístas e menos orgulhosos, mais brandos, mais humildes, mais caridosos para com o próximo, mais moderados em tudo, porque é essa a característica do verdadeiro espírita. Esta breve nota não tem por objeto refutar todas as falsas alegações que se lançam contra o Espiritismo, nem lhe desenvolver e provar todos os princípios, nem, ainda menos, tentar converter a esses princípios os que professem opiniões contrárias; mas, apenas, dizer, em poucas palavras, o que ele é e o que não é, o que admite e o que desaprova. As crenças que propugna, as tendências que manifesta e o fim a que visa se resumem nas proposições seguintes: 1º O elemento espiritual e o elemento material são os dois princípios, as duas forças vivas

da Natureza, as quais se completam uma a outra e reagem incessantemente uma sobre a outra, indispensáveis ambas ao funcionamento do mecanismo do Universo. Da ação recíproca desses dois princípios se originam fenômenos que cada um deles, isoladamente, não tem possibilidade de explicar. À Ciência, propriamente dita, cabe a missão especial de estudar as leis da matéria. O Espiritismo tem por objeto o estudo do elemento espiritual em suas relações com o elemento material e aponta na união desses dois princípios a razão de uma imensidade de fatos até então inexplicados. O Espiritismo caminha ao lado da Ciência, no campo da matéria: admite todas as verdades que a Ciência comprova; mas, não se detém onde esta última pára: prossegue nas suas pesquisas pelo campo da espiritualidade. 2º Sendo o elemento espiritual um estado ativo da Natureza, os fenômenos em que ele intervém estão submetidos a leis e são por isso mesmo tão naturais quanto os que derivam da matéria neutra. Alguns de tais fenômenos foram reputados sobrenaturais, apenas por ignorância das leis que

os regem. Em virtude desse princípio, o Espiritismo não admite o caráter de maravilhoso atribuído a certos fatos, embora lhes reconheça a realidade ou a possibilidade. Não há, para ele, milagres, no sentido de derrogação das leis naturais, donde se segue que os espíritas não fazem milagres e que é impróprio o qualificativo de taumaturgos que umas tantas pessoas lhes dão. O conhecimento das leis que regem o princípio espiritual prende-se de modo direto à questão do passado e do futuro do homem. Cinge-se a sua vida à existência atual?

Ao entrar neste mundo, vem ele do nada e volta para o nada ao deixá-lo? Já viveu e ainda viverá? Como viverá e em que condições? Numa palavra: donde vem ele e para onde vai? Por que está na Terra e por que sofre aí? Tais as questões que cada um faz a si mesmo, porque são para toda gente de capital interesse e às quais ainda nenhuma doutrina deu solução racional. A que lhe dá o Espiritismo, baseada em fatos, por satisfazer às exigências da lógica e da mais rigorosa justiça, constitui uma das causas principais da rapidez de sua propagação. O Espiritismo não é uma concepção pessoal, nem o resultado de um sistema preconcebido. É a resultante de milhares de observações feitas sobre todos os pontos do globo e que convergiram para um centro que os coligiu e coordenou. Todos os seus princípios

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constitutivos, sem exceção de nenhum, são deduzidos da experiência. Esta precedeu sempre a teoria.

Assim, desde o começo, o Espiritismo lançou raízes por toda parte. A História nenhum exemplo oferece de uma doutrina filosófica ou religiosa que, em dez anos, tenha conquistado tão grande número de adeptos.(1) Entretanto, não empregou, para se fazer conhecido, nenhum dos meios vulgarmente em uso; propagou-se por si mesmo, pelas simpatias que inspirou. Outro fato não menos constante é que, em nenhum país, a sua doutrina não surgiu das ínfimas camadas sociais; em todos os lugares ela se propagou de cima para baixo na escala da sociedade e ainda é nas classes esclarecidas que se acha quase exclusivamente espalhada, constituindo insignificante minoria, no seio de seus adeptos, as pessoas iletradas.

(1) Aqui; Kardec cometeu um equívoco compreensível. Ele não conheceu a história do Profeta

Mohammad e o Advento do Islam. Verifica-se também que a disseminação do Espiritismo seguiu, desde os seus primórdios, marcha sempre ascendente,(2) a despeito de tudo quanto fizeram seus adversários para entravá-la e para lhe desfigurar o caráter, com o fito de desacreditá-lo na opinião pública. É mesmo de notar-se que tudo o que hão tentado com esse propósito lhe favoreceu a difusão; o arruído que provocaram por ocasião do seu advento fez que viessem a conhecê-lo muitas pessoas que antes nunca ouviram falar dele; quanto mais procuraram denegri-lo ou ridicularizá-lo, tanto mais despertaram a curiosidade geral, e, como todo exame só lhe pode ser proveitoso, o resultado foi que seus opositores se constituíram, sem o quererem, ardorosos propagandistas seus. Se as diatribes nenhum prejuízo lhe acarretaram, é que os que o estudaram em suas legítimas fontes o reconheceram muito diverso do que o tinham figurado. (2) Durante a vida de Kardec o Movimento Espírita Mundial se expandiu. Depois de passada a onda de atração, depois que deixou de ser uma curiosa novidade, o Movimento entrou em decadência; apenas no Brasil, ele se expalhou e fincou raizes para florecer e frutificar, as realizações esperadas pelos Espíritos da falange que o instituiu ainda aguardam oportunidade de acontecerem.

Nas lutas que precisou sustentar, os imparciais lhe testificaram a moderação; ele nunca usou de represálias com os seus adversários, nem respondeu com injúrias às injúrias. O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem

templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote. Estes qualificativos são de pura invenção da crítica.

É-se espírita pelo só fato de simpatizar com os princípios da doutrina e por conformar com esses princípios o proceder. Trata-se de uma opinião como qualquer outra, que todos têm o direito de professar, como têm o de ser judeus, católicos, protestantes, simonistas, voltairiano, cartesiano, deísta e, até, materialista. O Espiritismo proclama a liberdade de consciência como direito natural; reclama-a para os seus adeptos, do mesmo modo que para toda a gente. Respeita todas as convicções sinceras e faz questão da reciprocidade. Da liberdade de consciência decorre o direito de livre- exame em matéria de fé. O Espiritismo combate a fé cega, porque ela impõe ao homem que abdique da sua própria razão; considera sem raiz toda fé imposta, donde o inscrever entre suas máximas: Não é inabalável, senão a fé que pode encarar de frente a razão em todas as épocas da Humanidade.

Coerente com seus princípios, o Espiritismo não se impõe a quem quer que seja; quer ser aceito livremente e por efeito de convicção. Expõe suas doutrinas e acolhe os que voluntariamente o procuram. Não cuida de afastar pessoa alguma das suas convicções religiosas; não se dirige aos que possuem uma fé e a quem essa fé basta; dirige-se aos que, insatisfeitos com o que se lhes dá, pedem alguma coisa melhor.

OBRAS PÓSTUMAS, F. E. B.,págs 314 a 319. «««——»»»

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Meus irmãos, e irmãs, o assunto é muito mais complexo do que parece à primeira vista, o

conhecimento científico materialista é uma necessidade fundamental para o desenvolvimento

intelectual; e com esse desenvolvimento conseguiremos o desenvolvimento espiritual, que como já

vimos, é o autoconhecimento.

A Doutrina Espírita é uma Ciência, que como todas as Ciências exige os chamados

“conhecimentos propedêuticos”. É semelhante ao estudo da Matemática, por exemplo; se o aluno

deseja aprender Cálculo, ele deve, antes, aprender as Funções e suas propriedades, e para aprender as

funções ele tem de aprender uma infinidade de conhecimentos iniciatórios da Matemática, caso

contrário jamais aprenderá Cálculo. Do mesmo modo aquele que deseja compreender a Ciência

Espírita, tem de buscar, primeiro, os Conhecimentos Propedêuticos

Creio ter chegado o momento de recomeçarmos o estudo de nossa Doutrina, começando pelo

começo, ou seja, preparando o aprendiz, através dos conhecimentos propedêuticos.

Compreendem, então, meus irmãos e irmãs, que aqueles que fizeram perguntas ao Médium

Divaldo, não tinham a menor ideia do assunto sobre o qual perguntavam? Compreendem, também, que

o Médium respondeu sem ter ideia do que dizia.

A Ciência Espiritualista jamais usou, ou usará qualquer tipo de aparelho, e quanto ao nosso

irmão, Dr. Hernani Guimarães Andrade, hoje no mundo da Verdade, já deve ter compreendido a

extensão de seus equívocos, que estudei, e não vou discutir aqui, por motivos óbvios, seria apenas

perda de tempo.

Uma última observação sobre o texto: Dizer que Morris Netherton, Edith Fiore, Gina Cerminara

e outros psicólogos tenham fornecido provas científicas, de qualquer ordem que seja; não passa de

grande leviandade do médium, ele somente poderia dizer que os pesquisadores conseguiram uma

grande evidência sobre a reencarnação, não devemos desvirtuar as ideias, a nenhum pretexto, pois,

sempre aparece alguém que o desautoriza, como agora estou fazendo.

Agora vamos analisar mais um tema do Diálogo.

«««——»»»

Atividades fundamentais do Centro Espírita

Pergunta: — Quais são, a seu ver, as atividades fundamentais para a Instituição Espírita? Divaldo: — A prática da caridade por todos os meios e métodos possíveis ao alcance da Entidade. Quando nos referimos à prática da caridade, damos uma abrangência muito ampla. Caridade, que não se restringe apenas no atendimento das necessidades corporais, fisiológicas, emocionais imediatas, mas, e principalmente, àquela caridade mais profunda: a da libertação da consciência pelo estudo, pela educação do neófito, pela orientação, para que ele adquira bons hábitos e desenvolva os propósitos superiores, exercitando essa aprendizagem no labor de socorro ao seu próximo.

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas, U. S. E. Editora, pág. 29. «««——»»»

Ele nos diz que, as atividades fundamentais da Instituição Espírita devem ser: “A prática da

caridade por todos os meios e métodos possíveis ao alcance da Entidade”. Diz também que: “Quando

nos referimos à prática da caridade, damos uma abrangência muito ampla”. Observe que ele mandou

Kardec às favas; veja:

O nosso mestre Kardec também se preocupou com o conceito de caridade, e buscou

compreender o que nosso Mestre Jesus entendia como caridade. Veja:

«««——»»» CARIDADE E AMOR DO PRÓXIMO.

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O Livro dos Espíritos, F. E. B., pág. 497.

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«««——»»»

Este é o sentido da caridade tal qual a entendia Jesus, sendo, portanto, o sentido que deveria ser

adotado nas Instituições Espíritas, o que infelizmente não acontece. O Mestre Jesus sempre ensinou o

princípio da alteridade, o respeito total pelas pessoas, e pelas provações por que passa o nosso irmão

carente, nas quais, nós não temos o direito de interferir. Nós temos a obrigação de auxiliar nosso

irmão, quando solicitado, porém, nunca nos colocarmos como solucionador de problemas alheios. Veja

que falar muito sobre O Mestre Jesus e Kardec não quer dizer que se os respeitem ou compreendam.

Raciocine também sobre esta questão de O Livro dos Espíritos, ela diz respeito ao assunto

“caridade”:

«««——»»» 897. Merecerá reprovação aquele que faz o bem, sem visar a qualquer recompensa na Terra, mas esperando que lhe seja levado em conta na outra vida e que lá venha a ser melhor a sua situação? E essa preocupação lhe prejudicará o progresso? “O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse.” a) — Contudo, todos alimentam o desejo muito natural de progredir, para forrar-se à penosa condição desta vida. Os próprios Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse objetivo. Será, então, um mal pensarmos que, praticando o bem, podemos esperar coisa melhor do que temos na Terra?

“Não, certamente; mas aquele que faz o bem, sem ideia preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao seu próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor natural do seu coração.” (894) b) — Não haverá aqui uma distinção a estabelecer-se entre o bem que podemos fazer ao nosso próximo e o cuidado que pomos em corrigir-nos dos nossos defeitos? Concebemos que seja pouco meritório fazermos o bem com a ideia de que nos seja levado em conta na outra vida; mas será igualmente indício de inferioridade emendarmo-nos, vencermos as nossas paixões, corrigirmos o nosso caráter, com o propósito de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos elevarmos?

“Não, não. Quando dizemos — fazer o bem, queremos significar — ser caridoso. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma de suas boas ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender.”

O Livro dos Espíritos, F. E. B., págs. 504 e 505. «««——»»»

Kardec deixou ideias precisas sobre quais deveriam ser as atividades fundamentais da

Instituição Espírita. E lembre-se, seu trabalho era supervisionado pelo Espírito Verdade. Veja

suas palavras sobre esses objetivos; e que foram adotados na Sociedade Parisiense de Estudos

Espíritas.

«««——»»»

CAPÍTULO I — Fins e formação da Sociedade

Art. 1º — A Sociedade tem por objeto o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas. São defesas nela as questões políticas, de controvérsia religiosa e de economia social. E no artigo 3º Art. 3º — A Sociedade não admitirá senão as pessoas que simpatizem com seus princípios e com o objetivo de seus trabalhos, as que já se achem iniciadas nos princípios fundamentais da ciência espírita, ou que estejam seriamente animadas do desejo de nesta se instruírem. Em consequência, exclui todo aquele que possa trazer elementos de perturbação às suas reuniões, seja por espírito de hostilidade e de oposição sistemática, seja por qualquer outra causa, e fazer, assim, que se perca o tempo em discussões inúteis. A todos os seus associados corre o dever de recíproca benevolência e bom proceder, cumprindo-lhes, em todas as circunstâncias, colocar o bem geral acima das questões pessoais e de amor-próprio.

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O LIVRO DOS MÉDIUNS, F. E. B., página 524. «««——»»»

A atividade fundamental da Casa Espírita está muito clara para que possam criar interpretações

estranhas, porém, elas surgiram, e o desvio se instalou, e como ficou demonstrado, o próprio Divaldo

defende as deturpações. Nessa nova fase do desenvolvimento do Espiritismo temos de trazê-lo de volta

ao objetivo correto que é justamente: o estudo de todos os fenômenos relativos às manifestações

espíritas e suas aplicações às ciências morais, físicas, históricas e psicológicas.

Esta é a obrigação de todos os espíritas, este é o objetivo Espírita.

Agora, depois de todas as críticas feitas, com objetivo pedagógico, e atingindo diretamente o

nosso irmão Divaldo, sinto que chegou a hora de expressar o meu sentimento neste momento em que

escrevo. Meu desejo é abraçar o irmão Divaldo, que muito trabalhou para que chegássemos a esse

ponto de reflexão. Gostaria de dizer-lhe: Meu irmão, os descaminhos estão espalhados por todos os

lados, e todos tem a responsabilidade de identificá-los e eliminá-los, porém, o meu irmão é, porque

desejou ser, e trabalhou muito por este objetivo, que uma vez conquistado, tornou-o um símbolo do

Movimento Espírita, e como tal, deve colher, como colherá os frutos de sua plantação, aceitar mais esta

carga, que apesar de justa, sei que é dolorida, porém, chegou o momento de defendê-lo, de acalentá-lo

após a reprimenda, e do mesmo modo, a todos os Dirigentes Espíritas.

Aproveito para recordá-lo de que é melhor ser esclarecido aqui, quanto aos equívocos

cultivados, pois você pode, ainda, ajudar na retificação do caminho e não apenas aguardar a volta ao

mundo da Verdade para o devido esclarecimento, basta que você vença o orgulho.(3)

Esta observação deve ser analisada por todos os Dirigentes Espíritas, pelos mesmos motivos.

(3) O Divaldo foi; a primeira pessoa a conhecer esta crítica, eu entreguei a ele uma cópia

do texto, ainda sem as devidas revisões, quando visitou minha cidade: São José do Rio Preto - SP;

no final de 2012, expliquei que se tratava de uma crítica a ele mesmo, portanto, deveria merecer

um pouco de sua atenção para analisá-la. No ano anterior entreguei a ele uma cópia de Meu

Manifesto Espírita.

O caminho seguido pelo Movimento Espírita, com todos os seus desvios foram previstos pelos

Espíritos que nos legaram a Doutrina. Isso não quer dizer que os desvios deveriam fatalmente

acontecer, e sim, que foram previstos. Agora você, meu irmão ou minha irmã, poderá compreender por

que a nossa Doutrina é apenas uma introdução ao Espiritualismo. Voltemos nossa atenção para O Livro

dos Espíritos e compreenderemos tudo isso. No primeiro parágrafo da resposta à questão 628 temos:

«««——»»» 628. Por que a verdade não foi sempre posta ao alcance de toda gente?

“Importa que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do contrário, fica deslumbrado. ...

No resposta das questões 800 e 801 temos: 800. Não será de temer que o Espiritismo não consiga triunfar da negligência dos homens e do seu apego às coisas materiais? “Conhece bem pouco os homens quem imagine que uma causa qualquer os possa transformar como que por encanto. As ideias só pouco a pouco se modificam, conforme os indivíduos, e preciso é que algumas gerações passem, para que se apaguem totalmente os vestígios dos velhos hábitos. A transformação, pois, somente com o tempo, gradual e progressivamente, se pode operar. Para cada geração uma parte do véu se dissipa. O Espiritismo vem rasgá-lo de alto a

baixo. Entretanto, conseguisse ele unicamente corrigir num homem um único defeito que fosse e já o haveria forçado a dar um passo. Ter-lhe-ia feito, só com isso, grande bem, pois esse primeiro passo lhe facilitará os outros.” 801. Por que não ensinaram os Espíritos, em todos os tempos, o que ensinam hoje?

“Não ensinais às crianças o que ensinais aos adultos e não dais ao recém-nascido um alimento que ele não possa digerir. Cada coisa tem seu tempo. Eles ensinaram muitas coisas que

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os homens não compreenderam ou adulteraram, mas que podem compreender agora. Com seus ensinos, embora incompletos, prepararam o terreno para receber a semente que vai frutificar.”

«««——»»»

Caros irmãos, caso a razão não pertencesse apenas como argumento de suas tagarelices inúteis,

caso estudassem realmente as obras de Kardec, e procurasse compreender o contexto em que as ideias

estão inseridas, vocês compreenderiam o que realmente diz as respostas das questões 800 e 801, assim

como as palavras de Cícero Pereira em que reporta as palavras de Bezerra de Menezes, já estudadas.

Compreenderiam, também, que os desvios ocorridos em nosso movimento já estavam previstos como

possíveis; o que se pode compreender nas respostas acima. Evidentemente não há nenhum interesse em

buscar início dos desvios, e caso o fizéssemos, provavelmente encontraríamos o próprio Dr. Bezerra de

Menezes, o verdadeiro, como um dos que, através dos exemplos que deu, quando encarnado, ao

exercitar sua filantropia, levou os observadores à conclusão de que o Espiritismo é simplesmente:

filantropia, tornando-se, assim, um dos mais importantes responsáveis pelos desvios.

Tudo isso é fútil, o que nos interessa é realmente compreender que o equívoco existe e que

devemos mudar a conduta.

Agora, voltando novamente a nossa atenção para o Divaldo, compreendemos que, este

trabalhador; juntamente com todos os Dirigentes Espíritas, prepararam o terreno sobre o qual nos cabe

construir o Verdadeiro Espiritismo, graças a eles podemos contar com uma grande rede operacional

já instalada, e pronta para o trabalho, que engrandecerá o Espiritismo, no futuro. Vamos conhecer

melhor este incansável trabalhador que se dedicou a fazer, com brilhantismo, o que compreendia ser

melhor, dentro de suas interpretações e com as quais, todos foram coniventes. Infelizmente ele não teve

as oportunidades de estudo que eu tive, ele iniciou seu trabalho em uma época em que não havia uma

literatura espiritualista que o auxiliasse. Seu trabalho, do modo em que foi feito, foi o possível, foi o

correto dentro do contexto histórico e das influências recebidas, portanto, o que fez, foi justamente o

aconselhável, o possível e o melhor.

O progresso em todas as Ciências é construído por quem não a conhece realmente, e sempre se

engana quanto ao objetivo; depois que as bases são assentadas os equívocos começam a aparecer, e

assim as reformas se iniciam e o progresso é promovido, portanto, é tolice desejar a perfeição inicial,

seja lá qual for a Ciência a que se referir. Raciocine: As ideias que estou propondo, de retorno aos

princípios de O Livro dos Espíritos, e aos conselhos de Kardec, poderão, e provavelmente serão, no

futuro, objeto de críticas semelhantes às que faço hoje, e receber propostas de novas mudanças, pois,

como disse: Nós estamos no início do aprendizado da Ciência Espírita e não sabemos o que o futuro

nos reserva.

Voltemos novamente ao Divaldo, vejamos o que diz a sua página na Internet:

«««——»»» Divaldo é um verdadeiro apóstolo do Espiritismo. Dos seus oitenta e quatro anos, sessenta e quatro foram devotados à causa Espírita e às crianças excluídas, das periferias de sua Salvador. Nasceu em 5 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, Bahia e, desde a infância, se comunica com os Espíritos. Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador, aposentando-se em 1980. É reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores Espíritas da atualidade e o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo. Seu currículo revela um exímio e devotado educador com mais de seiscentos filhos adotivos e mais de duzentos netos e bisnetos, atendendo atualmente a cerca de três mil crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda, por dia, em regime de semi-internato e externato. Orador com mais de treze mil conferências, em mais de duas mil cidades em todo o Brasil e em sessenta e cinco países dos cinco continentes, tendo concedido mil e quinhentas entrevistas para rádio e TV, no Brasil e no Exterior.

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Em 2010 esteve em algumas cidades, por primeira vez, como Dublin, capital da Irlanda; Elche Sur-Azette, em Luxemburgo; Schwarzach, na Alemanha e Villach, na Áustria. Em meados de 2010, esteve na Rússia, por primeira vez, fazendo contatos com amigos e tentando encaminhar a criação de um núcleo espírita. Recebeu mais de seiscentas homenagens, de instituições culturais, sociais, religiosas, políticas e governamentais. Como médium, publicou duzentos e cinqüenta e cinco livros, com mais de oito milhões de exemplares, onde se apresentam duzentos e onze Autores Espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universais. Dessas obras, houve versões para dezessete idiomas (alemão, albanês, catalão, dinamarquês, espanhol, esperanto, francês, holandês, húngaro, inglês, italiano, norueguês, polonês, tcheco, turco, russo, sueco e sistema Braille). Existem, ainda, dezessete livros escritos por outros autores, sobre sua vida e sua obra. A renda proveniente da venda dessas obras, bem como os direitos autorais foram doados, em cartório, à Mansão do Caminho e outras entidades filantrópicas. Espírita convicto, fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em 7 de setembro de 1947. Dois anos depois, iniciou a sua tarefa de psicografia. Diversas mensagens foram escritas por seu intermédio. Sob a orientação dos Benfeitores Espirituais guardou o que escreveu, até que um dia recebeu a recomendação para queimar tudo o que escrevera até ali, pois não passava de simples exercício. Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos Espíritos, dentre eles: Joanna de Ângelis, que durante muito tempo apresentava-se como Um Espírito Amigo, ocultando-se no anonimato à espera do instante oportuno para se identificar. Joanna revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo agradável repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta as pessoas necessitadas dando diretriz espiritual. Em 1964, Divaldo, sob orientação de Joanna de Ângelis, selecionou várias mensagens de autoria da mentora e enfeixou-as no livro Messe de Amor, que se tornou o primeiro livro psicografado por Divaldo.

MANSÃO DO CAMINHO

Divaldo Pereira Franco é emérito educador. Fundou em 1952, na cidade de Salvador, Bahia, com Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho, instituição que acolheu e educou crianças sob o regime de Lares Substitutos. Em vinte Casas Lares, educou mais de seiscentos filhos, hoje emancipados, a maioria com família constituída. Na década de sessenta, iniciou a construção de escolas, oficinas profissionalizantes e atendimento médico. Hoje, a Mansão do Caminho é um admirável complexo educacional com 83.000 m2 e cincoenta e duas edificações que atende a três mil crianças e jovens de famílias de baixa renda, na Rua Jaime Vieira Lima, n° 1, Pau da Lima, um dos bairros periféricos mais carentes de Salvador. O complexo atende a diversas atividades socioeducacionais como: enxovais, Pré-Natal, Creche, escolas de ensino fundamental e médio, Informática, Cerâmica, Panificação, Bordado, Reciclagem de Papel, Centro Médico, Laboratório de Análises Clínicas, Atendimento Fraterno, Caravana Auta de Souza, Casa da Cordialidade e Bibliotecas. Mais de trinta e cinco mil crianças passaram, até hoje, pelos vários cursos e oficinas da Mansão do Caminho. A obra é basicamente mantida com a venda dos livros mediúnicos e das fitas gravadas nas palestras, seminários, entrevistas e mensagens por Divaldo.

HOMENAGENS

Divaldo Franco recebeu homenagens em diversos países e cidades da América do Norte, Central, do Sul, Europa e África: • 20 Comendas • 334 Placas de prata, douradas e bronze

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• 54 Medalhas • 49 Troféus • 43 Moções de Congratulações • 187 Diplomas e Certificados • 12 Títulos Honoríficos significativos. Dentre todas essas maravilhosas homenagens, destacam-se: • 1991 - Título Honoris Causa em Humanidades, pelo Colégio Internacional de Ciências Espirituais e Psíquicas, em Montreal, Canadá em 23.05.1991. • 1997 - Decreto de Ordem do Mérito Militar, 31.03.1997, pelo Presidente da República do Brasil. • 2001 - Medalha Chico Xavier, do Governo do Estado de Minas Gerais. • 2002 - Título de Doutor Honoris Causa em Humanidades, pela Universidade Federal da Bahia. • 2002 - Homenagem da Universidade Estadual de Feira de Santana. • 2005 - Título de Embaixador da Paz no Mundo, junto com o amigo Nilson de Souza Peido Cheroso. O título foi recebido em Genebra, na Suíça, em 30 de dezembro de 2005, pela Ambassade Universalle Pour la Paix. Em junho de 2008, em Paigton, no Sudoeste da Inglaterra, recebeu do monge tibetano Kelsang Pawo, da Fundação Kelsang Pawo, que se dedica a proteção de crianças em perigo em todo o mundo, o título de Embaixador da Bondade no mundo.

Atualizada em 02.01.2012.

Muita paz a você meu irmão, ou minha irmã.

Recordemos O Espírito Verdade:

Espíritas! Amai-vos; este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. Pedro Pereira da Silva Neto

Nas duas próximas páginas você encontrará a publicação da mensagem analisada.

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