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ANAIS
PRAXIOLOGIA MOTRIZ
ORAGANIZAÇÃO DO TRABAHO PEDAGÓGICO E DA
DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Santa Maria
2015
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PRAXIOLOGIA MOTRIZ
A Praxiologia Motriz é uma disciplina científica geradora de uma área de conhecimento
específico e relevante para o estudo das manifestações da cultura corporal. Há mais de quarenta
anos, desde a sistematização de seus fundamentos teóricos e metodológicos, investigações são
produzidas no campo da motricidade e das práticas lúdicas e esportivas.
SOBRE O EVENTO
Este encontro científico objetiva a reflexão, o debate e a atualização de temas centrais da
Educação Física a partir das contribuições da Praxiologia Motriz, oferecendo um espaço onde
a comunidade acadêmica da área e todos os especialistas interessados nas práticas corporais,
nos jogos e nos esportes, poderão compartilhar conhecimentos científicos com os grandes
referentes nacionais e internacionais da área.
Espera-se que a realização do evento proposto:
a) Favoreça e desenvolva novas ações que consolidem áreas e grupos de investigação da
América Latina que trabalham sobre diferentes temáticas ligadas as práticas motrizes, aos jogos
e aos esportes, com especial atenção ao desenvolvimento de linhas vinculadas à teoria da ação
motriz.
b) Contribua para a difusão desse novo enfoque disciplinar para a transformação da Educação
Física na América Latina.
c) Facilite os intercâmbios acadêmicos entre investigadores das diferentes universidades
participantes, assim como a cooperação entre projetos de pesquisa em andamento na América
Latina.
d) Incentive novas publicações que permitam maior divulgação dos estudos e investigações
realizadas na América Latina.
e) Promova a compreensão e valorização das práticas motrizes próprias dos povos originários,
dos jogos tradicionais e folclóricos, em particular, realizando análise de sua estrutura interna e
de sua lógica externa, carregada de significações típicas.
f) Estimule a criação de um espaço para a reflexão e análise do universo das práticas motrizes,
cujas conclusões possam ser aplicadas na formulação de políticas públicas de programas de
educação física escolar e não escolar no Brasil e América Latina, incidindo, particularmente,
na melhoria e na atualização desses programas.
g) Contribua para a capacitação e atualização de licenciados e professores que encontram seu
âmbito de incumbência na Educação Física escolar e não escolar (o qual se efetuará através do
desenvolvimento de minicursos teórico-práticos que estarão articulados com as sessões
científicas).
h) Sirva como ponto de ligação e continuidade entre os Seminários já realizados e os futuros,
gerando uma nova sinergia na qual se incorporem de maneira efetiva produções acadêmicas
geradas no Brasil e em outros países latino-americanos.
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Assim, o Grupo de Estudos Praxiológicos (GEP – Brasil), com o apoio da Associação
Internacional de Praxiologia Motriz (AIPRAM), realizarão o “III Seminário Latino-americano
de Praxiologia Motriz” e “III Seminário Brasileiro de Praxiologia Motriz”. Para dar
continuidade às discussões desenvolvidas em edições anteriores, no ano de 2015, propomos
debater a seguinte temática: Praxiologia Motriz: Organização do Trabalho Pedagógico e da
Didática na Educação Física. Pretende-se, com isso, debater as contribuições do conhecimento
praxiológico no processo de organização do trabalho pedagógico e da didática no âmbito da
Educação Física.
PÚBLICO ALVO
O III Seminário Latino-Americano de Praxiologia Motriz e o III Seminário Brasileiro de
Praxiologia Motriz têm por objetivo contribuir para a construção e apropriação de
conhecimentos de alunos de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores ligados à
Educação Física, Praxiologia Motriz e áreas afins.
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ORGANIZAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL
Prof. Dr. João Francisco Magno Ribas – CEFD/UFSM
COMISSÃO ORGANIZADORA
Profa. Dra. Artemis de Araújo Soares- UFAM-AM
Prof. Dr. Jaime Alejandro Valenzuela Romero – Universidade San Sebastian, Chile.
Ms. Jorge Ricardo Saraví – Universidade de La Plata (ARGENTINA)
Prof. Dr. Marco Antônio Coelho Bortoleto – UNICAMP-SP
Prof. Dr. Pere Lavega Burgués- Universidad de Lleida (ESPANHA)
COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL
Bruno Minuzzi Lanes - Graduando CEFD/UFSM
Cesar Vieira Marques Filho – Mestrando PPGEF/CEFD/UFSM
Daiane Dalla Nora – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM
Dainan Lanes - Graduando CEFD/UFSM
Elciana Buffon – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM
Felipe Menezes - Graduando CEFD/UFSM
Jaqueline Welter – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM
Janaíne Welter – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM
Joseane Alba – Graduanda CEFD/UFSM
Leonardo Machado da Silva – Mestrando PPGEF/CEFD/UFSM
Priscila Ziegler de Mattos – GEP/CEFD/UFSM
Raquel Valente - Graduanda CEFD/UFSM
Sabrine Damian da Silva – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM
Silvester Franchi – Mestrando PPGEF/CEFD/UFSM
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COMISSÃO CIENTÍFICA
Profª. Drª. Artemis de Araujo Soares – Universidade Federal do Amazonas, Brasil.
Prof. Dr. Francisco Lagardera Otero – INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.
Prof. Dr. Jaime Alejandro Valenzuela Romero – Universidad San Sebastian, Chile.
Prof. Dr. João Francisco Magno Ribas – Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
Prof. Ms. Jorge Ricardo Saraví – Universidade Nacional de La Plata, Argentina.
Prof. Drndo. José David Ruffino - Universidade Nacional de Tucumán, Argentina
Prof. Dr. Marco Antonio Coelho Bortoleto – Universidade Estadual de Campinas, Brasil.
Prof. Dr. Pere Lavega Burgués– INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.
Prof. Ms. Raúl Horacio Gómez, Universidade de La Plata, Argentina.
Prof. Dr. Roberto Stahringer - Universidade Nacional de Cuyo, Argentina.
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PALESTRANTES
CONVIDADO ESPECIAL
Prof. Dr. Pierre Parlebas – Universidade de Sorbonne Paris V – Descartes: Faculdade de
Ciências Humanas e Sociais, França.
PALESTRANTES
Prof. Ms. Alberto Velásquez Arjona - Universidad de los Llanos.
Profª. Drª. Artemis de Araujo Soares – Universidade Federal do Amazonas, Brasil.
Prof. Ms. Cesar Armando Araya Zarricueta - Universidade de Atacama, Chile.
Prof. Dr. Fernando Jaime González – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul, Brasil.
Prof. Dr. Francisco Lagardera Otero– INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.
Prof. Dr. Glauco Nunes Souto Ramos – Universidade Federal de São Carlos, Brasil.
Prof. Dr. Jaime Alejandro Valenzuela Romero – Universidade San Sebastian, Chile.
Prof. Ms. Jorge Ricardo Saraví – Universidade Nacional de La Plata, Argentina.
Prof. Dndo. José David Ruffino - Universidade Nacional de Tucumán, Argentina.
Prof. José Fotia - Universidade Nacional de La Plata, Argentina.
Prof. Dr. José Ricardo da Silva Ramos – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil.
Profª. Drª Lilian Aparecida Ferreira – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Bauru, Brasil.
Prof. Dr. Marco Antonio Coelho Bortoleto – Universidade Estadual de Campinas, Brasil.
Prof. Dr. Pere Lavega Burgués– INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.
Prof. Dr. Pierre Normando Gomes da Silva – Universidade Federal da Paraíba, Brasil.
Prof. Ms. Raúl Horacio Gómez, Universidade de La Plata, Argentina.
Prof. Dr. Roberto Stahringer - Universidade Nacional de Cuyo, Argentina.
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MEDIADORES
Prof. Dr. Antonio Guilherme Schmitz Filho - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
Profª. Drª. Ceres Karam Brum - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
Profª. Drª. Elizara Carolina Marin - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
Profª. Drª. Maria Cecília Camargo Güinther- Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
Profª. Drª. Maristela da Silva Souza - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.
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¿Qué tipos de interacciones se producen en el fútbol para ciegos y de qué modo?
Autor: Marelli Martin
Presentador: Marelli Martin
Introducción
En este trabajo me propongo en explicar y comentar, en primer lugar qué es el fútbol para
ciegos, desarrollando alguna de las reglas básicas y cuáles son las más influyentes para realizar
este deporte. Luego desarrollare algunas definiciones sobre las interacciones motrices, las
cuales me servirán para explicar, comentar, y analizar cuáles y de qué tipo son las que se dan
en dicho deporte. Al ser técnico del equipo de futbol para ciegos del Centro Basko de la ciudad
de La Plata, me pareció acertado hacer este ensayo ya que cuento con mucho tiempo para poder
observar a los jugadores en su práctica y me pareció más que necesario realizar un trabajo en
donde cuente los tipos de interacciones motrices que en este deporte se dan, porque hay un tipo
de interacción que no se encuentra definida y es muy importante para el desarrollo del juego, la
cual estaré desarrollando párrafos más adelante. Además de que me parece un deporte muy
interesante y efectuando un relevamiento, encontramos que no hay muchos trabajos sobre
discapacidad y Praxiología Motriz es por ello que me ha motivado para realizar el presente
trabajo.
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Desarrollo
¿Qué es el fútbol sala para ciegos?
Antes que nada el fútbol para ciegos es un deporte adaptado para personas con ceguera.
Y se entiende como deporte adaptado a aquella modalidad deportiva que se adapta al colectivo
de personas con discapacidad o condición especial de salud, ya sea porque se han realizado
una serie de adaptaciones y/o modificaciones para facilitar la práctica de aquellos, o porque la
propia estructura del deporte permite su práctica (Reina, 2010).
Este deporte está regido mundialmente por la Federación Internacional de Deportes para
Ciegos y se juega con las reglas de la FIFA para futsal, adaptadas.
Las reglas básicas son las mismas del futsal (fútbol de salón1) con las siguientes
adaptaciones:
Equipos: Dos equipos integrados por cuatro jugadores no videntes y un arquero el cual es
vidente.
Jugadores: Los jugadores de campo exceptuando al arquero, son no videntes, y los cuales deben
tener puesto de forma obligatoria un parche ocular y arriba de ello las gafas que cubrirían toda
la zona ocular.
Además como regla obligatoria, deberán decir la palabra “voy” cuando el jugador no disponga
del balón y esté intentando quitarle el mismo al rival, en caso de no hacerlo el árbitro cobrara
falta y será tiro libre indirecto.
Tiempos: Dos tiempos de 25 minutos cada uno, con una pausa de 10 minutos.
Campo de juego: La superficie de juego deberá ser de cemento o similar, lisa y libre de
asperidades y no abrasiva y siempre al aire libre (por razones de acústica). Debe tener 42 Metros
(máximo) 32 metros (mínimo) de largo por 22 Metros (máximo) 18 metros (mínimo) de ancho
y muros en los laterales.
Dos puntos penales: Punto de Penal Sobre una línea imaginaria perpendicular a la línea
de meta entre los postes de los marcos, se marcará un punto visible a 6 metros de dicha línea.
Esta marca será el punto de ejecución del penal. Segundo Punto Penal sobre una línea
imaginaria perpendicular a la mitad de la línea de meta entre los postes se marcará un punto
visible a 9 metros de dicha línea. Esta marca será el segundo punto penal
1 Es un deporte colectivo de pelota practicado entre dos equipos de 5 jugadores cada uno, dentro de una
cancha de suelo duro. Surgió inspirado en otros deportes como el fútbol, que es la base del juego; el waterpolo;
el voleibol; el balonmano y el baloncesto; tomando de estos no solo parte de las reglas, sino también algunas
técnicas de juego. Aunque inicialmente estuvo regido por la Federación Internacional de Fútbol de Salón (FIFUSA),
hoy existen dos entes mundiales: la sucesora directa de la FIFUSA llamada Asociación Mundial de Futsal (AMF), y
la FIFA.
http://es.wikipedia.org/wiki/Federaci%C3%B3n_Internacional_de_Deportes_para_Ciegoshttp://es.wikipedia.org/wiki/Federaci%C3%B3n_Internacional_de_Deportes_para_Ciegoshttp://es.wikipedia.org/wiki/FIFAhttp://es.wikipedia.org/wiki/Futsalhttp://es.wikipedia.org/wiki/Futsal
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Además el campo de juego cuenta con bandas laterales, las líneas laterales de juego
quedarán configuradas con unas vallas que tienen como objetivo el de facilitar un ritmo
constante de juego e impedir continuos saques de banda, lo que demoraría excesivamente el
juego. Además la función de estas vallas es la de facilitar la orientación del jugador. Estas vallas
tendrán una oscilación de 1.00 cm. a 1.20 cm. de altura, debiendo pasar en un metro el ángulo
de 90" con la línea de fondo en cada uno de los cuatro córners.
Guía y orientación: A) Director Técnico: Se situará en el banquillo de suplentes que
corresponda a su equipo. Desde esa ubicación podrá orientar a sus jugadores. El sector destinado
y conveniente para esta función será el tercio medio del Terreno de Juego, y no podrá dar
indicaciones en otro sector, que no haya sido el asignado.
B) Llamador: situado detrás de la portería. Se situará detrás de la portería del equipo
rival con el objeto de orientar a los jugadores atacantes. El sector destinado y conveniente para
esta función será el último tercio del Terreno de Juego de ataque de su equipo. Esta función la
deberá desempeñar siempre sin ingresar al Terreno de Juego y en ningún caso estará autorizado
a dirigirse a los árbitros para protestar sus decisiones. Podrá marcar de forma audible los postes
ante la ejecución de un lanzamiento con balón detenido.
Pelota: Posee cápsulas sonoras.
Árbitros: Hay dos árbitros, uno principal y el otro asistente.
El fútbol para ciegos también es llamado fútbol B1 porque está diseñado para ser jugado
sólo por personas ciegas pertenecientes a la clase B1 de la reglas de la IBSA.
B1: Totalmente o casi totalmente ciego; desde no percepción de luz a percepción de luz pero
inhabilidad para reconocer la forma de una mano.
B2: Parcialmente ciega; capaz de reconocer la forma de una mano hasta una agudeza visual de
2/60 o un campo visual de menos de 5 grados.
B3: Parcialmente ciega; agudeza visual desde 2/60 a 6/60 o un campo visual desde 5 a 20
grados.
Una vez explicado brevemente este deporte, pasaremos a la relación que establezco
entre él y la Praxiología Motriz desarrollando la interacción motriz que aquí se produce.
Interacciones Motrices en el Fútbol Sala Para Ciegos
Primero definiremos algunos conceptos realizados por Parlebas (2001), para luego
explicar cómo se desarrollan en dicho deporte.
“Interacción Motriz: Existe una interacción motriz cuando, durante la realización de una tarea
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motriz, el comportamiento motor de un individuo influye de manera observable en el de otro o
varios de los demás participantes2”.
“Interacción Motriz Directa: Una interacción motriz directa es una secuencia motriz que se
puede observar desde el exterior y delimitar en el tiempo y espacio, cuyo emisor o emisores y
receptor o receptores pueden ser identificados.
En los juegos deportivos colectivos, los actos que sancionan un acierto o aquellos que
producen un fallo, son siempre resultado de interacciones directas3”.
“Interacción Motriz Esencial: Interacción cuya realización es necesaria para llevar a cabo una
tarea.
Estos actos observables intervienen objetivamente intentando ejercer una influencia más o
menos constrictiva, de tipo cooperativo o antagónica, en el comportamiento de uno o más
cooparticipantes.
La comunicación práxica directa incluye la comunicación motriz propiamente dicha y la
contracomunicación motriz. Las cuales pasaremos a definir a continuación4”.
“Comunicación Práxica directa: Esta admite dos modalidades posibles, la comunicación motriz
y la contracomunicación motriz. Ambas pueden combinarse ocasionalmente y determinar en
consecuencia, esquemáticamente, tres grandes tipos de situaciones sociomotrices:
Comunicación motriz (entre compañeros); Contracomunicación motriz (entre adversarios); y
situaciones que requieren al mismo tiempo comunicación y contracomunicación”.
A) “Comunicación Motriz: En los juegos deportivos (como es el caso del Futbol Sala Para
Ciegos) esta operación esta, regida por el código lúdico y comenzado por uno o varios
participantes que favorecen directamente la realización de la tarea, en este caso siempre son
compañeros”.
Esta interacción puede llevarse a cabo mediante la transmisión de un objeto (en el caso que nos
compete es el balón de futbol).
2 Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo.
(pág. 269). 3 Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo. (pág. 271).
4
Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo. (pág. 272).
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B) “Contracomunicación Motriz: Dirigida por un código, la contracomunicación motriz es
protagonizada por uno o varios practicantes quienes sirven de esta para contrarrestar
directamente la realización de la tarea de otro u otros jugadores. En este caso los participantes
comprometidos en esta acción son adversarios.
La contracomunicación puede ser una ruptura provocada de las comunicaciones entre los
contrincantes (intercepción del balón).
La realización de contracomunicación complementa la de la comunicación a la hora de definir
uno de los universales del juego deportivo”.
“Comunicación práxica indirecta: Este tipo de comunicación está constituida por modos de
comunicación gestemica (con ayudas de gestemas: posturas, gestos, mímica) y sobre todo
praxemica (con la ayuda de praxemas, que son acciones tácticas significativas: petición de pase,
carrera, desmarque). En los juegos sociomotores es el fundamento de las conductas de
semiotricidad5”.
1. Comunicación y Contracomunicación motriz propias del fútbol para
ciegos
Una vez presentado estas definiciones sobre las interacciones motrices, procederé a
explicar de qué modo y cuales se dan en el Futbol Sala Para Ciegos.
Lo primero que hay que entender es que sus reglas básicas son similares a las del futbol
de salón convencional, por lo tanto es un deporte de invasión en donde se enfrentan dos equipos
que interactúan con un balón para lograr cumplir sus objetivos, por lo que indudablemente habrá
una interacción motriz directa y esencial en donde va a ver una comunicación y una
contracomunicación motriz.
En este esquema podemos observar quienes comunican y quienes contra comunican:
Referencias: Comunicación motriz
Contracomunicación motriz Otro tipo de comunicación
5 Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo.
(pág. 84).
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Comunicación Motriz
n Motriz
Contracomunicación Motriz
Comunicación Motriz
Portero
Jugador
de campo
Jugador
de campo
Técnico
Jugador
de campo
(Rival)
Jugador de
campo
Portero
(Rival)
Llamador
Contracomunicació
GRAFICO 1: La disposición de los participantes en este esquema, están ubicados de tal forma
como se los vería al comenzar un partido (Marelli, 2015).
La comunicación motriz en fútbol para ciegos, este tipo de comunicación que existe
entre los jugadores de campo, y la de estos con su arquero: Sería similar a la del fútbol
convencional, en donde sin dudas la comunicación motriz más importante es la del pase, entre
los jugadores de campo y entre el arquero y estos.
Pero el arquero además tiene un rol como el del técnico y el llamador dentro de su tercio
de cancha, que es ordenar a la defensa, advertirles por qué lado viene la pelota, cuantos
jugadores vienen y de qué lado, si tienen que adelantarse o atrasarse para bloquear los disparos,
Llamador
(Rival)
Técnico
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si tienen que salir a cortar (según la táctica defensiva empleada) todas acciones de comunicación
que inciden en una acción motriz posterior. Estas que acabo de mencionar serían otro tipo de
comunicación, de la cual hablaremos más adelante.
Contracomunicación motriz en el fútbol para ciegos: Los tipos de contracomunicación
motriz son muy evidentes y del más observable, a mi entender, es el quite del balón. Es una
acción en donde hay un momento previo muy importante que es cuando el defensor debe decir
“voy” para disputar el balón, ya que le da una referencia al atacante de que alguien se está
acercando, y que no es un compañero, sino un adversario, esta clase de acción es una acción
verbal (esto es parte del reglamento, al no cumplirse se sancionaría falta), de advertencia que
influye directamente la acción del adversario, pero esta acción verbal previa al quite del balón
no sería una contracomunicación motriz sino que ésta aquí seria solamente el quite del elemento
(el balón en este caso) la cual conformaría sí una contracomunicación motriz.
Otra de las contracomunicaciones más evidentes es la del jugador de campo
enfrentándose al portero, el cual tiene un área rectangular, midiendo cinco metros de largo y
dos metros de ancho. La línea de cinco metros será marcada paralela a la línea de fondo
comprendiendo tres metros de la línea de gol más un metro de los postes de la portería. La línea
de dos metros hará dos ángulos de 90º. Y en ningún momento el portero puede salir de su área.
Por lo que la contracomunicación motriz se da a la hora de que un atacante patee a la meta, y el
arquero actué en consecuencia, lo que nos podría dejar como resultado, que se marque el gol,
que sea córner, que el arquero la ataje, que se vaya afuera o que la pelota quede en el campo de
juego nuevamente y puesta a disputarse entre los dos equipos, como pasaría en el futbol
convencional, con la única salvedad, como dijimos anteriormente, que es que el arquero no
podrá salir de su pequeña área.
En el caso de la comunicación práxica indirecta, se puede observar que existe este tipo
de comunicación entre el arquero y los jugadores de campo, por ejemplo en un saque de arco
un gestema sería que un jugador de campo levante la mano pidiendo el pase y un praxema seria
en la misma situación que el jugador de campo se esté desmarcando o realizando una carrera
hacia adelante esperando el pase.
Por el tipo de discapacidad que tienen los jugadores de campo, es que entre ellos no va
a haber gestemas, pero habría que estudiar en profundidad si hay praxemas definidos como lo
hace Parlebas (2001).
2. Otro tipo de interacción que se evidencia en el juego
Al principio del presente trabajo nombramos dos actores importantes que influyen
(podríamos decir indirectamente) sobre las acciones de juego. Estos actores son el llamador y
el técnico, los cuales tienen junto al arquero la función de ser los guías/orientadores de los
jugadores de campo, cada cual ocupándose de su tercio de cancha (arquero tercio defensivo,
técnico tercio medio y el llamador tercio ofensivo).
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Comencemos desarrollando la función del llamador, el cual está en el terreno de juego
pero en una zona ubicada detrás del arco rival, de la cual no puede salir (solamente hay una
excepción que es cuando hay un tiro libre o penal a favor y el llamador marca los palos
haciéndolos sonar con algún elemento), ni nadie puede entrar.
El llamador, ocupándose del tercio ofensivo, deberá decirle a los jugadores atacantes
donde queda el arco (generalmente cuando el jugador entra al tercio de campo ofensivo, el
llamador ya empieza a gritar “arco”) diciéndole a que distancia esta, además de decirle si tiene
algún compañero cerca y a que distancia y en qué dirección lo tiene, cuantos defensores tiene
adelante, si viene con traslado del balón, indicarle los metros que le faltan para llegar al arco,
cuando es el mejor momento para disparar al arco.
Y de modo defensivo podrá decirle que salga a marcar a un jugador o decirle a donde
va a sacar el portero para que vaya a presionar.
La comunicación entre el jugador y el llamador debe ser precisa, breve y concreta, sin
muchas explicaciones ni detalles, ya que el tiempo de decisión para ejecutar la acción se acorta,
por eso debe haber una comunicación rápida y concreta.
El técnico, ocupándose de la zona media, él también cumple con la función de guía, en
el cual podrá en caso de defensa, advertirles a los jugadores por donde viene el jugador con
balón pero además por donde podrán tener un posible pase, es decir un jugador en posición de
ataque que no tenga el balón.
En caso de estar atacando uno de los ejemplos sería el de decirle que tiene compañeros
a tal distancia, que está o no marcado, en qué dirección lo tiene, por donde lo vienen a presionar,
etc.
Y el arquero en su tercio defensivo, tiene una función muy importante como dijimos
párrafos más arriba que es el de organizar su defensa, dependiendo de qué sistema de juego
utilicen.
En los tres casos es sumamente importante que lo que se comunique sea rápido y
preciso, sin muchas explicaciones, ya que la dinámica del juego es muy rápida y se acortan los
tiempos de toma de decisión por parte del jugador. Por otro lado cada equipo tiene un código,
palabras claves que indican algún tipo de acción a realizar. En el caso del equipo al que entreno
tenemos varias palabras claves, algunas de ellas son, para el caso de la defensa “bloqueo” (los
defensores, ya sean dos o los tres se deben juntar tomarse de la mano y moverse en bloque),
“abanico” (es cuando dos jugadores están defendiendo y dependiendo de por qué lado viene la
pelota uno sale a cortarle y el otro cubre el medio). Y en el caso de poseer el balón una de las
palabras claves que utilizamos es “auxilio” (se da por lo general cuando está en el tercio medio
u ofensivo, y significa que el que posee la pelota cuenta con un compañero situado atrás al que
puede darle un pase por la banda), entre otras palabras claves que utilizamos. Así como nosotros
contamos con este tipo de código verbal, cada equipo cuenta con uno propio para que la
comunicación entre los guías y los jugadores sea más rápida y con tan solo una palabra el
jugador sepa que es lo que tiene o puede hacer.
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El punto clave aquí es que hay un tipo de comunicación que influye indirectamente
sobre la acción motriz siguiente, y por qué digo indirectamente, porque al fin y al cabo el que
termine tomando la decisión y realice la futura ejecución de la acción es el jugador de campo.
Con esto no quiero decir que la función de los guías sea irrelevante, al contrario me
parece que la función de esto es de vital importancia para la realización del juego.
En el caso del llamador, el hecho de que forme parte del juego se dio por una adaptación
de dicho deporte, es decir que sin él detrás del arco cumpliendo su función sería casi imposible
jugar.
Ya que a este tipo de comunicación no encaja con la comunicación motriz tal como es
descripta por Parlebas y está a un nivel de similar importancia dentro del juego, y asumiendo
de que no es igual a la comunicación que se daría en un partido de fútbol convencional o en
otro deporte de equipos de invasión, ya que como argumente párrafos atrás, este tipo de
comunicación es de vital importancia para la práctica de dicho deporte, entonces ¿Qué tipo de
comunicación seria está?¿Cómo se podría definir?
Conclusión
En este ensayo puedo afirmar que hay interacción motriz directa y esencial y además
hay una comunicación práxica indirecta, con las salvedades mencionadas en el desarrollo del
trabajo. Pero además hay otro tipo de interacción, la cual no es motriz sino verbal y solo se
daría la comunicación y no la contracomunicación, ya que los guías solo pueden hablar con sus
jugadores en su tercio correspondiente, y esta interacción entre los guías y los jugadores es más
relevante que la que se daría en cualquier otro deporte de equipos de invasión, por eso me parece
que faltaría una definición para este tipo de comunicación la cual podría influir en las acciones
subsiguientes ya que el guía es el que le da la información pero es el jugador del campo quien
la procesa y luego toma la decisión a realizar.
Me parece muy relevante poder encontrar una definición precisa para este tipo de
interacción ya que nos serviría para entender mejor el juego y perfeccionar los códigos que se
dan en este tipo de interacción.
La pregunta que me hago es si la Praxiología Motriz ¿cuenta con las herramientas para
poder definir este tipo de interacción?, a la cual en una primera instancia podría denominarla
como, Interacción Esencial indirecta. Primero es una interacción porque hay comunicación, es
esencial porque sin la ayuda de los guías/orientadores no se podría jugar, y por ultimo indirecta,
porque al fin y al cabo el que toma la decisión y ejecuta la acción es el jugador de campo.
Pero al ser este un ensayo sobre las interacciones que se realizan en el Futbol Sala para
Ciegos, y que a mi entender estas son las primeras aportaciones sobre el tema, dejo un final
abierto para futuras contribuciones.
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Bibliografía
IBSA. Reglas de Fútbol Sala. 2014: “Reglas de juego de fútbol sala de la federation
internationale de football association, adaptadas al fútbol sala de ciegos totales”.
Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”.
Editorial Paidotribo.
Reina, R. 2010. “La actividad física y deporte adaptado ante el Espacio Europeo de Enseñanza
Superior”. Sevilla: Wanceulen.
Suárez. G. 2014: “Importancia del guía o llamador en el futbol para ciegos”. Jornada
académica para estudiantes de educación física. C.A.B.A
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APRENDIZAGEM DE JOGOS TRADICIONAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA: UMA ANÁLISE PRAXIOLÓGICA E EXISTENCIAL
Rodrigo Wanderley de Sousa Cruz1
Leys Eduardo dos Santos Soares2
George de Paiva Farias3
Pierre Normando Gomes-da-Silva4
Este estudo se propôs a investigar dois jogos tradicionais (Baleado e Barra-Bandeira) nas
aulas de educação física. Pela Pedagogia da Corporeidade, privilegiamos o jogo como
facilitador de aprendizagens motoras, cognitivas e existenciais. Tomando a lógica interna de
cada jogo, pela Praxiologia, temos a questão-problema: Quais as aprendizagens que ocorrem
nos jogos tradicionais de cooperação-oposição, vividos nas aulas de Educação Física escolar?
A pesquisa é de caráter descritivo, com abordagem qualitativa dos dados, do tipo participante,
tendo como instrumento de coleta a observação participante. Os sujeitos da pesquisa foram
doze alunos do 7º Ano de uma escola municipal, na cidade de João Pessoa, Paraíba.
Identificamos vários ajustamentos nas tomadas de decisão dos jogadores diante das principais
ações nos jogos, mediados pelas relações com os demais jogadores, espaços e objetos,
gerando novas aprendizagens nas relações de cooperação-oposição, transição do modo
indiferente de se relacionar com entorno para o modo primordial. Assim houve superação de
condutas repetitivas para mais inventivas. Concluímos que as aprendizagens nos jogos
tradicionais partem das relações com os outros humanos e não humanos. Nessas trocas de
gestemas, praxemas e percepções constantes, os jogadores realizam ganhos cognitivos,
desdobrando em novas significações existenciais pelos jogos vividos nas aulas de Educação
Física.
Palavras-chave: Jogo; Praxiologia Motriz; Corporeidade.
INTRODUÇÃO
Entendemos as situações de movimento, especialmente o jogo, como uma constituinte
do epicentro da aprendizagem (GOMES-DA-SILVA, 2014; 2012; 2011; 2006). Na aula de
educação física, o jogo deve ter uma ótica diferente no âmbito da educação, em detrimento da
aprendizagem do jogo por ele mesmo. Pensar o jogo apenas nos aspectos técnicos ou
recreativos é constituir um aprendizado limitado para os alunos, sem progressões de
conhecimento.
Inquietamo-nos com a presença do jogo dentro da escola, precisamente, o jogo
tradicional nas aulas de Educação Física, por acreditar em seu valor educativo, cultural e na
aprendizagem de quem joga. Obviamente, isso depende de vários elementos, como, por
exemplo, a forma como o jogo está sendo vivenciado (regras imutáveis ou variadas); o ambiente
do jogo (ginásio, pátio ou terreno); os objetos utilizados (tamanho, textura e peso) e,
1 Mestre em Educação (UFPB). Professor da Rede Pública de Ensino (SEDEC/João Pessoa). Professor do Instituto
de Educação Superior da Paraíba (IESP). Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Corporeidade,
Cultura e Educação (LEPEC/UFPB). 2
Mestrando em Educação Física (UFPB/UPE). Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em
Corporeidade, Cultura e Educação (LEPEC/UFPB). 3 Especialista em Educação Física Escolar. Professor da Rede Pública de Ensino (SEDEC/João Pessoa). Membro
do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Corporeidade, Cultura e Educação (LEPEC/UFPB). 4 Doutor em Educação (UFRN). Professor do Departamento de Educação Física (UFPB) e do Programa de Pós
Graduação em Educação Física (UFPB/UPE) e do Programa de Pós Graduação em Educação (UFPB).
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principalmente, as ações dos jogadores durante o jogo (interação com os jogadores, meio e
implementos). Essa pluralidade no contexto do jogo só é possível porque ele está além de sua
caracterização de jogo e somente poderá ser verificado como manifestação de jogo quando
revelado no ato de jogar.
A relevância deste estudo se justifica porque consideramos importante descrever as
ações dos educandos durante os jogos e as possíveis aprendizagens oriundas dessas ações. É
imprescindível que os alunos aprendam a tomar decisões que os ajudem durante o jogo e a
pensar em estratégias que facilitem sua comunicação com os companheiros e os adversários
no contexto em que estão inseridos (PARLEBAS, 2013; 2008; 2001; RIBAS, 2008; 2005).
Diante disso percebemos a necessidade de compreender a lógica interna e os processos
de subjetivação que ocorrem durante o jogo tradicional para melhor explicitarmos as
aprendizagens presentes nos jogos.
2 METODOLOGIA
A pesquisa é direta, de caráter descritivo e analítico, com abordagem qualitativa dos
dados na perspectiva participante. O uso do método qualitativo em nossa pesquisa justifica-se
pela grande e variada contribuição ao avanço do conhecimento em educação, permitindo melhor
compreensão dos processos escolares, de aprendizagem, de relações, dos processos
institucionais e culturais, de socialização e sociabilidade, do cotidiano escolar em suas
múltiplas implicações, das formas de mudança e resiliência presentes nas ações educativas
(WELLER; PFAFF, 2011).
Os sujeitos da pesquisa foram 12 alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental II,
matriculados e com frequência regular nas aulas de educação física, na Escola Municipal
Augusto dos Anjos, localizada no Bairro do Cristo Redentor, na cidade de João Pessoa -
Paraíba.
Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram o diário de campo e os
planos de imagem. As observações eram anotadas após as aulas e filmagens em um caderno
embasado pelos indicadores de observação (Quadro 1). Para captar as imagens durante os
jogos, utilizamos duas câmeras semiprofissionais Nikon Coolpix P510, em dois ângulos: um,
para captar o plano geral, em que priorizamos o campo onde acontecia o jogo e outro mais
próximo, com plano mais fechado, específico, captando detalhes (olhares, acenos, falas,
deslocamentos, direções) dos brincantes.
Nossa pesquisa tem um arcabouço teórico consistente para a análise do jogo
tradicional/popular. Os dados coletados foram analisados por meio da praxiologia motriz de
Pierre Parlebás (2001), em situações de cooperação-oposição, e dos gestemas e praxemas.
Nesse caso, a teoria praxiológica vai ajudar a analisar os jogos tradicionais como um jogo
sociomotriz, em que as ações e decisões de cada jogador ganham mais sentido na relação com
o outro praticante, seja parceiro ou adversário.
Outra base de análise dos dados foi a analítico-existencial do movimento, classificada
por Gomes-da-Silva (2001). Nessa análise, o movimento é entendido como comunicação. O
movimento dentro do jogo, qualquer que seja, é essencialmente movimento-comunicativo
porque acontece no mundo do jogo junto com os outros. Ele classifica o modo de ser do
movimento em deficiente, indiferente e primordial.
A seguir, apresentamos um quadro para descrever e detalhar minuciosamente nossas
teorias de análise dos dados. São indicadores existenciais e praxiológicos que fundamentaram
a discussão dos resultados e nortearam os passos e, com certeza, ajudarão em estudos
posteriores.
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Quadro 1 – Categorias referentes à interação: Analítica-Existencial e Praxiologia Motriz -
Sousa Cruz e Gomes-da-Silva (2013)
CATEGORIAS INDICADORES EXISTENCIAIS E PRAXIOLÓGICOS
MODO DEFICIENTE Comunicação com o meio e implementos sem a existência de
outro semelhante
MODO INDIFERENTE Comunicação com o meio e implementos com a existência
de outro, mas é indiferente; não se sente tocado, e apesar de
estar ali, não lhe é dado comunicação.
MODO PRIMORDIAL Comunicação com o meio e
com a presença do outro;
dois modos de estar com os
outros;
Aprende a conviver no
coletivo:
- Modo simbólico:
compreensão da regra,
aceitação dos códigos
reguladores (tempo, espaço,
pontuação); não transgressão.
- Modo operatório: decisão,
decodificação, antecipação.
MOVIMENTO
SUBSTITUTIVO
Movimento padronizado,
dependente, automatizado
culturalmente e repetitivo.
MOVIMENTO DE
ANTEPOSIÇÃO
Resposta não padronizada,
consciência das limitações e
possibilidades,
criativo/inventivo.
Compreensão da regra:
memória, aceitação dos
códigos reguladores (tempo,
espaço, pontuação)
Tomada de decisão: ter
condutas estratégicas, errar
menos.
Decodificação: leitura
gestual, atenção.
Antecipação: capacidade de
abstração e de concentração.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a apresentação dos indicadores práticos no Baleado e no Barra-Bandeira
embasados pela lógica interna e presença existencial, tivemos três categorias de análise: 1)Os
hábitos iniciais dos jogadores nos jogos: arremessos precipitados no Baleado e passagens
aleatórias no Barra-Bandeira; 2)Variações na forma de jogo: observação e reorganização das
condutas no modo de agir em relação aos jogadores, espaço e implementos e 3) Melhoria da
interação nas tomadas de decisão: passagens estratégicas e arremessos combinados. Limitamos-
nos ao último item de análise, pois foi o momento em que mais nos aproximamos de uma
analítica praxiológica e existencial no modo de agir dos educandos nos jogos tradicionais
escolhidos.
A partir dos indicadores analíticos- existenciais e praxiológicos mediados por nossa
observação, descrição e análise, criamos um quadro para fomentar as possibilidades interativas
do Baleado e Barra-Bandeira e os avanços cognitivos no tocante à decisão nas ações, tanto
nos erros, como nos acertos, gerando aprendizagem.
Quadro 2 – Modo existencial de agir nos jogos (Baleado e Barra-Bandeira) a partir da lógica
interna
Jogo
Tradicional/Popular
Analítica-Existencial
Modo de Comunicação
Praxiologia Motriz
Interação Sociomotriz
Ações Principais
Indiferente
Primordial
Oposição
Cooperação
-
BALEADO
▪Arremessar para
balear (Atacar)
Não perceber a
presença do
oponente
desatento de
costas,
Substitutivo: Atacar o
mesmo adversário,
independente da
posição ocupada por
ambos;
Antecipação
para balear;
Leitura das
intenções;
Simular
Defender-se
dos
arremessos
adversários;
conversando ou com o olhar em
outra direção.
Anteposição: Buscar
o adversário mais
vulnerável na jogada;
Combinar estratégias
com os que estão no
gestos;
Decodificar
ações.
Criar novas
condutas
estratégicas
nas decisões;
“mofo” para balear os
▪Combinar passes
▪Armar a defesa
Permanecer de
costas para o
ataque; Não
combinar
verbalmente
(gritos, falas,
sons) ou não-
verbal (acenos,
olhares, braços
erguidos com o
companheiro em
lados opostos).
demais; velamento de
gestos para os
adversários.
Substitutivo:Não
variar as
movimentações;
Insistir em segurar a
bola, em vez de livrar-
se.
Anteposição: Criar
possibilidades de fuga,
proteger os demais,
ações desveladas para
os companheiros.
Corrida com a
condução da
bola por cima
da cabeça com
as duas mãos
ou por baixo
com uma;
Pegar a bola da
outra equipe
para armar
uma jogada.
Trocar passes
entre os
jogadores da
mesma
equipe
de lados
diferentes do
campo de
jogo.
Codificar
gestos
indecifráveis
BARRA-
BANDEIRA
▪Passagem para
buscar a bandeira
▪Dar às costas
para seu campo
de jogo diante
uma passagem
adversária em
busca da
bandeira.
Substitutivo: Passar
para o campo
adversário mesmo
diante de uma
marcação
estabelecida.
Anteposição:
Antecipação
para passar;
Leitura das
intenções do
adversário para
passar;
Simular gestos
de passagem;
Fingir uma
passagem
para um lado
do campo
para a
passagem do
companheiro
▪Passagem para
salvar o
companheiro
▪Não perceber o
companheiro no
campo
adversário,
evitando assim,
uma
passage
m de
salvamento.
Atentar para uma
desatenção do
adversário na espera
de uma oportunidade
de passagem.
Decodificar
ações e
passage
m alheia.
Passar sem a bandeira para
tirar a atenção
do adversário
do
companheiro
que a possui
-
Substitutivo: Passar
▪Não passar para
seu campo de
origem com a
pelo mesmo local e/ou
não tentar passar para
voltar.
Correr com a
bandeira pelos
espaços
▪ Passagem para trazer a bandeira
bandeira,
mesmo
com reais
chances retorno.
Anteposição: Dissimular o corpo para um lado,
passando pelo outro
desocupado
s pelos
adversários.
e/ou aproveitar uma
brecha entre os adversários no campo de jogo.
Espaço Meio Formador Meio Domesticado
▪Plano, lados ▪ Entorno vivido ▪ Claro opostos, retangular, ▪ Circundante ▪ Sem impedimentos
delimitado. ▪ Existencial ▪ Ausência de imprevisto
Objeto
▪ Bolas Presença (Não Humano)
▪ Junto com os outros humanos Interação
▪ Intermedeia o confronto
No quadro 2, percebemos as principais ações dos jogadores nas aulas, pois seria
impossível dar conta de todas ao mesmo tempo em que há a cooperação e oposição; em que
há a passagem e proteção; há o arremesso e a combinação, entre outras tantas. As ações dos
alunos durante as vivências no Baleado e Barra-Bandeira perpassaram em três relações: com
os jogadores (modo existencial: indiferente e primordial; interação sociomotriz de cooperação-
oposição), com o espaço (formador e domesticado) e com os objetos (não humano e
intermediando o confronto).
Mas, para essas relações acontecerem, foram necessárias e importantes combinações
entre os participantes, minimizando as condutas individuais, o modo indiferente de ser,
avançando para um modo primordial de agir, comunicando-se melhor com os companheiros e
contracomunicando-se com os adversários. Os alunos iniciaram com condutas menos solidárias
e passaram a perceber melhor seus companheiros, porque estar presente junto com os outros
no jogo não é sinônimo de estar próximo na relação, muito menos há uma interação e tomada
de decisão exitosa.
No Baleado e Barra-Bandeira ocorreram diversas situações de indiferença no modo de
agir, mesmo com o conhecimento da lógica interna. O quadro que inicia esse tópico descreve
alguns modos de como os jogadores encontravam-se no mundo circundante e domesticado
dos jogos. Nas primeiras aulas, alguns alunos se sentiam tocados na comunicação por causa
de várias situações como: o companheiro que não passava para salvar, mesmo com espaço
disponível; o companheiro que ficava de costas para o “mofo”.
Essas ações combinadas proporcionaram, dialogando com Gomes-da-Silva, (2001;
2012), o jogadores assumirem uma conduta primordial, aprendendo a conviver com o outro,
reconhecendo-o no jogo. Isso significa que o jogador pode ter uma postura substitutiva,
-
repetida, de forma padronizada. Ele reconhece a presença do companheiro, mas age da mesma
forma no tocante ao lançamento. Um exemplo na aula: um jogador tentou combinar com
outro companheiro que se localizava na área do “mofo” e lança com muita força, fora do
alcance do companheiro, resultando na posse de bola para a equipe adversária, que contra
ataca com um arremesso.
Se ele compreende as regras e suas variantes, de forma satisfatória, memorizando as
ações, tomando consciência do tempo, espaço e pontuação do jogo, pode avançar para uma
tomada de decisão na perspectiva da anteposição. O jogador adota uma conduta estratégica,
decodifica os gestos, antecipando as ações, criando novas possibilidades de agir dentro do
jogo. Isso implica-nos dizer que, no jogo tradicional, as relações que se dão oriundas das leis
internas de funcionamento de determinado jogo podem ser mais ricas do ponto de vista
comunicativo em virtude de estarem em jogo, não apenas movimentos isolados, técnicos,
dentro um espaço, com manipulação de um objeto.
No Barra-Bandeira e Baleado, observamos uma importante percepção criativa que os
jogadores apresentaram. A aprendizagem é nutrida no que diz respeito ao modo como o
sujeito se relaciona com a realidade apresentada, sem perda do sentido pessoal de existência,
de modo que, todo jogador ao criar seu próprio mundo de jogo e dotá-lo de significado, pois a
consciência de si, do outro, do seu entorno, está associada à criatividade.
De que maneira foi possível uma diminuição do automatismo para uma compreensão
pessoal entre os jogadores nos jogos Barra-Bandeira e Baleado? Para tal questão, apresentamos
três possíveis compreensões. A primeira é que, se antecipando às ações, o sujeito percebe
melhor as intenções de passagem do adversário/arremesso, bem como suas falhas na
marcação, proteção e defesa. A segunda se sustenta na decodificação dos gestos, dos olhares
disfarçados para ludibriar os adversários e combinar com os companheiros, dos acenos para
pedir a bola ou para ser salvo, da manipulação das bandeiras/bolas. Por fim, criando novas
formas de passar/balear em grupo, diante de uma marcação com número inferior de
adversários, com uma bandeira, com duas, com mais jogadores no “mofo”, com menos
companheiros no campo de jogo, combinando estratégias coletivas.
No Barra-Bandeira e Baleado aconteceram diversas estratégias interessantes do ponto
de vista das melhores jogadas para ganhar o jogo e impedir a vitória do outro. Por exemplo,
para encontrar o momento certo de passar com a bandeira, uma equipe de quatro jogadores
combinou de ficar um ao lado do outro, em forma de linha humana e passando a bandeira
pelas mãos, que se encontravam atrás dos corpos. De repente, todos passam para serem
seguidos e pegos pelos adversários (que não sabiam com quem estava a bandeira), enquanto
um quarto paralelamente atravessa para o outro lado, por uma brecha visível no campo de
jogo.
No Baleado, um jogador que obtinha sucesso nos arremessos com a bola, optou em ser
“baleado”, para ir para o campo do “mofo”. Para quê? Como a equipe adversária tinha apenas
um oponente no campo inicial, percebeu-se que indo para o campo do “mofo”, abriria mais
um espaço para acertá-lo e finalizar a partida. A outra equipe, percebendo a estratégia, tratou
logo de adquirir a posse de bola para novamente combinar a fim de trazer novos
companheiros para o campo inicial do jogo.
Todos esses momentos foram carregados de discussões, gritarias, risos zombeteiros,
provocações, trocas de olhares, quer dizer, um envolvimento emocional, entrega dos jogadores
nos jogos. Como afirma Lavega (2013, p. 289), “os jogos sociomotrizes ativam a vivência
de um leque extraordinário de relações sociais e de experiências carregadas de significado
emocional”. Como também reflete Gomes-da-Silva (2011, p. 120), “[...] que a convivência
no jogo, o estar-junto entre parceiros e adversários, não é estabelecido essencialmente pelo
contrato social, mas pelos vínculos emocionais”.
-
Ao antecipar as ações, decodificar os gestos dos adversários, os jogadores
demonstraram a inteligência de observar o mundo a sua volta e interpretá-lo. Mas, não só
contemplaram, também vivenciaram a meditação/reflexão, criando novas estratégias de ação,
realizando passagens inteligentes, arremessos certeiros. Percebemos assim uma passagem de
movimentos automáticos para movimentos ativos.
Essa foi uma das aprendizagens fundamentais durante os jogos. Não apenas imitar
atos, a partir de orientação dos outros jogadores e professores, mas ter compreensão pessoal
das regras e possibilidades de criar, resolvendo problemas oriundos das comunicações e
contracomunicações para uma melhor consciência das condutas para ações bem sucedidas e
minimização dos erros, avançando pela interação e cognição.
Gomes-da-Silva (2012) entende que o pronunciamento desse mover-se regulado
oferece uma compreensão dos outros e de si próprio, podendo ser repetitivo ou inventivo
dentro dos jogos, permanecendo ou avançando nas relações e nas decisões diante do entorno,
envolvendo os jogadores, espaço e implementos. Assim,
o entorno para estes que se movem é regular, por isso sua resposta é sempre
a mesma sem criatividade, sem espaço para o improviso. Esse mover-se como
repetição oferece uma compreensão mediana de si e do entorno porque
possibilita compreender tudo sem se ter apropriado. Por não ter sido um
movimento conquistado por anteposições, mas oferecido como substituição
do próprio, e aceito porque previne do perigo de fracassar na apropriação do
movimento (GOMES-DA-SILVA, 2012, p. 168-169).
Da mesma forma, os jogadores procurando analisar seu modo de agir no jogo,
substituíram, no decorrer das aulas, seus movimentos automáticos por certo número de
escolhas, orientando os movimentos. Isso resultou em inúmeras possibilidades de criação,
numa transição do automático para o ativo, minimizando a indiferença em favor da anteposição,
ou seja, da invenção das estratégias em detrimento à repetição, comunicando-se melhor com os
companheiros e contracomunicando-se com os adversários.
Corroboramos com Gomes-da-Silva (2012) que a aprendizagem está direcionada à
anteposição, pois, “se o jogador tem certa habilidade então deve ser marcado de forma que
sua habilidade fique impedida de realizar-se. É preciso que o jogador livre-se da marcação,
daquela situação de anteposição, para poder ser mais no jogo” (Idem, p. 170). No dizer de
Piaget (1977), seria adotar ajustamentos mais precisos do que antes nas ações, tanto nos
velamentos e desvelamentos, nas cooperações e oposições. Mas, para isso, precisamos do
entendimento da lógica interna, a partir da proposta de Parlebas (2001), criando formas mais
claras e precisas para o tratamento dos jogos, analisando, desvelando, criando, categorizando
os mesmos em prol de novas conclusões e novas decisões.
Nossa preocupação com educação do jogo tradicional supera o descuido que o mesmo
sofre em relação ao jogo esportivo. Procuramos dar mais visibilidade a esses jogos, tão
conhecidos, mas pouco investigados. Concordamos com Lavega (2013, p. 291) “que os jogos
tradicionais estão longe de serem práticas menores, tem valores e propriedades pedagógicas
de grande interesse para a Educação Física do século XXI”. Ampliamos o olhar para além da
esfera técnica, transbordando para um processo de convivência, de conflitos, de
conscientização da relevância desses jogos para a cultura lúdica no âmbito escolar e fora dele.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enxergamos que é possível, a partir da captação da lógica interna dos jogos tradicionais
uma culminância em significações externas do movimento no jogo. Seja como for, o modo
de ser ou de realizar-se se dá na convivência cotidiana dentro do jogo. O
-
importante é que cada vez mais o jogo tradicional seja investigado sob óticas diferentes de
compreensão, não apenas histórica, sociológica, antropológica, biológica ou biomecânica.
Nossa motivação para investigá-lo parte dos pressupostos do movimento dentro do jogo como
comunicação. Sendo assim, se ampliam as possibilidades de aprendizado dos atos motrizes
nas dimensões cognitivas, perceptivas e emotivas. Suspeitamos que essas teorias suscitem
diante suas especificidades, aproximações e distanciamentos, a tornar os objetos e espaços
formadores para os jogadores, bem como torná-los cada vez, um ser-mais, não só funcional,
porém, também existencial no ato de jogar.
Por meio desses jogos tradicionais, nas operações de constatar os erros, refletir sobre
possibilidades e transformar a ação, os jogadores aprenderam a tomar decisões menos
precipitadas, mais inteligentes; diante os problemas oriundos das inúmeras situações no jogo,
aprenderam a agir de modo coletivo e estrategicamente refletido, como, por exemplo, a melhor
hora de passar/arremessar; de aproveitar as situações de desatenção; de passar para salvar o
companheiro/ de combinar a bola; de perceber-se no jogo, entendendo o tempo de jogo, nas
situações oportunas e em marcações cerradas, a melhor maneira de agir. Aprenderam a criar
situações de interação vivendo o jogo, na observação e conduta de si e do outro. É o jogo se
tornando rico pelas interações nas tomadas de decisão.
Para nós, as aprendizagens nos jogos partem das relações com os outros humanos
(jogadores) e não humanos (objetos e espaços). Nas trocas inesgotáveis de gestos, táticas,
sendo atos límpidos para uns, outrora nebulosos para outros, num envolvimento e percepção
constante que, partindo de uma lógica interna, podem-se ganhar novas significações
existenciais nos jogos vividos nas aulas de Educação Física.
REFERÊNCIAS
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práticas corporais. In: Hermida, J.F; Zóboli, F. Corporeidade e educação. João Pessoa: Ed.
Universitária UFPB, 2012.
GOMES-DA-SILVA, P.N. O jogo da cultura e a cultura do jogo: por uma semiótica da
corporeidade. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2011.
GOMES-DA-SILVA, P.N. A poética dos gestos dos jogadores. Revista Brasileira de
Ciências do Esporte, Campinas, v. 27, n. 2, p. 105-119, 2006.
GOMES-DA-SILVA, P.N. Por uma ontologia do movimento comunicativo. In: GUEDES,
O.C. Atividade física e esportes: contextos e perspectivas evolutivas. 1ª Ed. João Pessoa:
Unipê, 2001.
LAVEGA, P. Os jogos tradicionais como patrimônio cultural mundial. In: MARIN, E.C;
RIBAS, J.F.M. Jogo tradicional e cultura. Santa Maria: UFSM, 2013.
PARLEBAS, P. Prefácio. In: MARIN, E.C; RIBAS, J.F.M. (Orgs). Jogo tradicional e
cultura. Santa Maria: UFSM, 2013.
PARLEBAS, P. Jargão e linguagem ciêntífica. In: RIBAS, J.F.M. (Org.). Jogos e Esportes:
fundamentos e reflexões da praxiologia motriz. Santa Maria: Editora UFSM, 2008.
PARLEBAS, P. Juegos, deporte y sociedad: léxico de praxiologia motriz. Barcelona:
Paidotribo, 2001.
-
PIAGET, J. A tomada de consciência. SP: Melhoramentos, Ed. Da Universidade de
São Paulo, 1977.
RIBAS, J. F. M.(Org). Jogos e Esportes: fundamentos e reflexões da praxiologia
motriz. Santa Maria – RS: Editora UFSM, 2008.
RIBAS, J.F.M. Praxiologia Motriz: construção de um novo olhar dos jogos e esportes
na escola. Motriz, Rio Claro, v.11, n.2, p. 103-110, mai/ago, 2005.
WELLER, W; PFAFF, N. Metodologias da pesquisa qualitativa em educação:
teoria e prática. 2ª Ed. Petropólis: Vozes, 2011.
-
AS INTERAÇÕES ENTRE OS PARTICIPANTES DOS JOGOS ESPORTIVOS
COLETIVOS E SUAS INFLUÊNCIAS NA DIMENSÃO AFETIVA DA CONDUTA
MOTRIZ¹
Raquel Valente de Oliveira²
RESUMO
Os jogos esportivos coletivos de cooperação e oposição é um dos conteúdos da educação
física escolar juntamente com muitos outros. Eles são classificados segundo o autor da
Praxiologia Motriz Parlebas, como sendo sociomotrizes de cooperação e oposição, a partir do
critério de interação entre os participantes, pois nesses esportes os jogadores contam com a
colaboração de seus companheiros de equipe e com a oposição de seus adversários. Essa
interação entre os participantes é capaz de gerar influências nas condutas motrizes dos mesmos,
inclusive na sua dimensão afetiva, que será nosso enfoque neste estudo, que por sua vez, está
relacionada às reações emotivas e a todos os sentimentos que as pessoas são capazes de sentir
e experimentar. Desse modo, a proposta desse estudo traz como objetivo discutir, a partir da
literatura da área, como as interações entre os participantes dos jogos esportivos coletivos
influenciam na dimensão afetiva da conduta motriz, trazendo explicações mais claras sobre os
jogos esportivos coletivos, as dimensões das condutas motrizes e suas respectivas relações.
Palavras chave: Jogos Esportivos Coletivos; Praxiologia Motriz; Conduta Motriz.
Caracterização e Justificativa
No atual contexto em que vivemos, não há como falarmos da educação física sem
pensarmos no esporte, entre os outros tantos conteúdos que ela aborda. Esse esporte que é tão
trabalhado pela educação física escolar, mesmo que de outra maneira, é praticado também
como forma de lazer entre amigos, em forma de competição em clubes, profissionalmente,
entre tantas outras, sendo assim, percebesse que o mesmo é muito explorado em nossa
sociedade e de suma importância para os que os praticam. Corroborando a isso, Kunz (2004,
p. 126) ressalta que “o esporte é uma das objetivações culturais expressas pelo movimento humano mais conhecidas e mais admiradas, até mesmo entre as mais diferentes manifestações
culturais existentes”.
Os jogos esportivos coletivos, que encontram-se aqui em destaque, muitas vezes são
vistos como um simples esporte de competição, esforço físico ou uma mera atividade física.
Porém, eles são muito mais que isso, pois esses esportes coletivos têm um valor muito superior,
um valor pessoal e social que de uma forma ou de outra contribuem para o praticante devido o
aprendizado que os mesmos ocasionam e suas condutas motrizes que são trabalhadas e
desenvolvidas por esses esportes. Segundo Parlebas (2001) a educação física é uma prática
¹ Projeto não remunerado orientado pelo professor Drº. João Francisco Magno Ribas da Universidade Federal de
Santa Maria.
² Acadêmica de Graduação em Educação Física Licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria
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que influencia nas condutas motrizes daqueles que os praticam, assim sendo, os jogos
esportivos coletivos por fazerem parte da educação física acabam influenciando as condutas
motrizes que são desenvolvidas pelos mesmos.
No ponto de vista da Praxiologia Motriz, na qual estuda-se a lógica interna dos esportes
e jogos, esses esportes carregam consigo a conduta motriz que vai além da competição e do
simples movimentar-se, pois eles estabelecem relações com um significado muito maior como
respeito com adversários, elaboração de estratégias, criatividade, decisão motriz, inteligência,
autoestima, alegria, ansiedade, esperança, tensão, entre outros valores que são de suma
importância para o jogador e para o jogo em si. Segundo o autor Collard (2008, p. 107) a
Praxiologia Motriz “trata-se, entre outros, de analisar a lógica interna dos jogos esportivos e de
seus efeitos permanentes sobre as condutas motrizes dos jogadores”.
Sendo assim, percebesse a ampla importância que a Praxiologia Motriz, juntamente
com os esportes e as condutas motrizes trazem ao contexto teórico e científico de nossa área,
pois com o avanço desenfreado dos estudos e diversos temas que são abordados pela educação
física precisasse certamente, cada vez mais, pesquisas e leituras sobre os múltiplos e distintos
temas que surgem e são questionados pela nossa área de estudo.
Diante de todos os esportes existentes, trazemos aqui em questão os jogos esportivos
coletivos de cooperação e oposição que podem ser classificados de acordo com a presença ou
a ausência da interação motriz entre os jogadores que estão inseridos no jogo. Segundo Parlebas
(2001) há quatro grandes grupos analisado a partir do critério de interação, que são: sem
interação ou psicomotriz; interação de oposição ou sociomotriz de oposição; interação de
cooperação ou sociomotriz de cooperação e interação de oposição e cooperação simultânea ou
sociomotriz de cooperação-oposição. E conforme esta classificação pode-se afirmar que esses
esportes aqui em questão são pertencentes ao grupo sociomotriz de cooperação-oposição, por
possuírem algum tipo de interação entre os companheiros de mesma equipe e entre seus
adversários.
Todos os jogos esportivos coletivos em geral, ainda dentro da classificação, se
enquadram nas condições sociomotrizes de cooperação e oposição, que segundo Lagardera e
Lavega (2003, p. 79) afirmam que nesses esportes “os jogadores intervêm com a colaboração
de companheiros e a oposição de adversários. Se trata das práticas correspondentes aos esportes
de duelo coletivo”. Assim sendo, podemos citar como alguns exemplos desses esportes
coletivos de cooperação e oposição o futebol, o futsal, o voleibol, o basquetebol, o handebol,
o rugby, entre outros.
As condutas motrizes, por sua vez, são características internas do indivíduo que atua
carregada de significados, é o reflexo da pessoa no seu atuar que leva por traz um sentido e
uma intenção. E ainda, segundo o autor Parlebas (2001, p. 173) “o conceito de conduta motriz
constitui o denominador comum de todas as práticas físicas e esportivas” inseridas no campo
da educação física, pois todas essas atividades, requerem uma atividade corporal que se
manifesta por uma ciência humana e essa ciência nada mais é que a conduta motriz. Cada
jogador possui uma maneira única e singular de interpretar e realizar as ações motrizes durante
o jogo, tendo suas características distintas. Sabemos também, que cada esporte, qual for ele,
possui características próprias e diferentes, sendo assim cada pessoa e cada esporte que a
mesma irá praticar apresenta suas condutas motrizes próprias.
Ainda discutindo as definições existentes para a conduta motriz, trazemos aqui a de
Lagardera, López e González (2008) que se refere a conduta motriz como o comportamento
motor associado a uma determinada pessoa que age de maneira própria, única e global em sua
totalidade e singularidade por fazer referência aos seus sentimentos e emoções, sendo o atuar
humano carregado de significados.
As condutas motrizes possuem três dimensões que são: cognitiva, relacional e afetiva,
na qual toda pessoa que está inserida nos jogos esportivos coletivos tem a capacidade de
-
desenvolver os três tipos, sendo que estas variam conforme a atividade realizada. Segundo
Lavega (2010) a dimensão cognitiva permite o jogador avaliar cada situação do jogo que
aparecem constantemente e que permite assim, que ele decida e efetue do melhor modo
possível suas ações assim como também as decisões e estratégias a adotar, as estimações de
velocidade, os movimentos a realizar e como realizar. A dimensão relacional age na
comunicação motriz entre jogadores, no contato entre eles de corpo a corpo e na linguagem.
Já a dimensão afetiva está associada as reações emotivas, os riscos e preocupações do jogo,
seus temores e percepções, as inseguranças e alegrias enfim, todos os sentimentos e emoções
envolvidas e desenvolvidas pelos esportes.
Sobre esta última dimensão aqui descrita, podemos estudá-la mais profundamente,
pois os jogos esportivos coletivos são capazes de desenvolver em seus jogadores diversos
tipos de emoções, sendo que nos jogos esportivos essas emoções são suscitadas de maneira
diferente em cada situação em que os praticantes são expostos, fazendo assim, com que eles
apresentem distintas maneiras de agir em cada momento e em cada ação motriz do jogo.
Segundo Bisquerra (2000, p. 47) “as emoções são geradas habitualmente como resposta a um
acontecimento externo ou interno”, sendo que a partir dessa ideia percebemos que cada emoção
desempenha uma função única e distinta e que deste modo, cada emoção prepara o corpo
para um tipo de resposta muito diferente. Ainda seguindo a ideia desse autor, o mesmo
classifica as emoções em positivas (alegria, humor, felicidade e amor), negativas (ira, medo,
ansiedade, vergonha, tristeza, desprezo) e ambíguas (surpresa, esperança, compaixão). Desse
modo, a condição de competição representada pela cooperação e oposição, que é nosso tema
de estudo, é capaz de fazer com que alguns participantes passem a manifestar emoções positivas
ou negativas em determinados momentos do jogo, seja quando perdem, seja quando ganham
ou até mesmo diante de outras diferentes situações.
Para Lavega (2004) os esportes coletivos de cooperação e oposição desenvolvem
condutas motrizes associadas as demandas desses tipos de esportes conforme suas
características, ações motrizes desempenhadas e precisões, pois cada esporte com suas
peculiaridades acarreta influências nas condutas de cada participante. Esses tipos de esportes
exigem de seus participantes que os mesmos tomem decisões no decorrer do jogo, que
antecipem-se as ações de seus adversários e mensagens de seus companheiros para que ocorra
a interpretação necessária de mensagens aos demais para o bom êxito do jogo, que usem
estratégias dignas das diversas situações que acorrem, entre outras tantas ações motrizes
necessárias. Sendo assim, conforme as necessidades que vão se desenrolando no decorrer de
cada esporte, surgem as condutas motrizes que satisfaçam as necessidades de cada ação motriz.
Um bom exemplo destacado por Lagardera (2007) que deixa bem claro o
desenvolvimento de um tipo de conduta por meio do esporte é a estimulação da solidariedade
ao se praticar o basquetebol que, como os demais jogos esportivos coletivos, também é
classificado, de acordo com Parlebas, como uma modalidade sociomotriz de cooperação e
oposição. Desse modo, é necessário que durante o jogo suas ações motrizes se apresentem e
sejam colocadas em prática, como por exemplo, o passe e a recepção, sendo que, a partir
dessas ações específicas de cooperação se desenvolva também a dimensão afetiva de seus
participantes por meio da solidariedade, por haver ações que dependem de todos para o
desenvolvimento e o bom êxito do jogo.
Para o melhor entendimento dessa ideia podemos exemplificá-la com aqueles esportes
que não possuem nenhum tipo de interação, os chamados psicomotrizes, como por exemplo,
algumas provas de atletismo, o qual nesse tipo de esporte não há a possibilidade de desenvolver
a solidariedade, pois as ações motrizes necessárias para a prática desse esporte não permitem
explorar tanto essa dimensão afetiva. Já os esportes de oposição como, por exemplo, o
judô e o boxe e até mesmo os coletivos, por serem constituídos também da oposição,
desenvolvem ações motrizes como o ataque, e com a exceção do voleibol, todos os demais
permitem que haja o contato físico com seus adversários e por isso são capazes de desenvolver
alguns outros tipos de emoções características da oposição como, por exemplo, a violência e a
ira.
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São muitos os fatores que geram algum tipo de influência nas condutas das pessoas
que praticam esses esportes e assim acabam determinando-as. Podemos citar, entre tantos
outros fatores, segundo Collard (2008) o local onde pratica-se o esporte, os espaços de jogo, o
resultado da partida, as regras impostas, a distância do golpe, etc. Essas características do
esporte pode tornar seus praticantes mais ou menos inibidos, atrevidos, competitivos, ansiosos,
estratégicos, medrosos ou confiantes.
Um outro importante fator de destaque é o entorno físico, que tem a capacidade de
gerar uma enorme influência sobre as condutas de seus praticantes, como defende o autor
Ribas. A relação com o entorno físico é entendida pela informação que o participante deduz
sobre esse meio material e que implica em uma organização das condutas motrizes
em razão desse meio. São de dois tipos: estável ou padrão e instável. Se o entorno
físico for conhecido pelo praticante [...] a informação dada pelo meio é nula, ou seja,
o participante não deverá se preocupar em realizar leituras constantes referentes ao
meio porque este será padrão. [...] Isso acontece com todos os esportes praticados
em meio estável: futebol, voleibol, basquetebol, handebol, entre outros.
Já nas atividades de meio instável o praticante terá de realizar uma constante leitura
do meio para adequar suas condutas a essa prática (RIBAS, 2014, p. 30).
Segundo a ideia deste autor, o entorno físico gera a necessidade e a precisão de
adequar as condutas motrizes aos esportes quando estes forem instáveis como é o caso dos
jogos na natureza, regatas em equipe e corridas de bicicleta em equipe, exigindo o
desenvolvimento de atenção, maior leitura do espaço e das irregularidades devido a necessidade
que o meio apresenta.
Porém, para os esportes coletivos de cooperação e oposição essa necessidade maior de
adequação das condutas motrizes dos participantes não é necessária que ocorra, pois esses
tipos de esportes apresentam o entorno físico estável, ou seja, o meio não varia, é sempre
constante como é o caso, por exemplo, das quadras de voleibol e basquetebol, sua rede e as
suas tabelas, respectivamente.
Depois de analisarmos as diferentes características das condutas motrizes e refletirmos
sobre ela e suas influências, podemos entrar em outra pauta muito importante de ser verificada
por nosso estudo, que são os pontos positivos e negativos que esses esportes são capazes de
causar na dimensão afetiva das condutas motrizes de seus praticantes.
Um dos pontos negativos retratado por Lagardera e Lavega (2008) foi sobre as ações
motrizes realizadas pelos praticantes dos esportes, durante o jogo, que atuam com uma certa
improcedência no que diz respeito às regras normativas de cada esporte e a maneira como
realizam determinados comportamentos como por exemplo a ação de empurrar um adversário,
agredi-lo, assegurá-lo, usar os membros de forma proposital que conforme as regras não são
permitidos pela especificidade do esporte, utilizar de implementos incorretos das regras
durante o jogo, entre outros exemplos. As realizações dessas condutas inadequadas levam a
medidas repressivas como a falta, o pênalti, o tiro livre, o cartão amarelo ou vermelho, a
expulsão, etc. Esses acontecimentos podem como consequência, tornar o jogo violento,
agressivo, invasivo, sendo que os praticantes podem desenvolver condutas negativas como a
agressividade, o desrespeito e a desobediência.
Devido esse debate aqui proposto, queremos discutir, a partir da literatura da área,
como as interações entre os participantes dos jogos esportivos coletivos influenciam na
dimensão afetiva da conduta motriz, realizando um estudo mais aprofundado sobre essas
relações e influências.
Objetivos e Metas
2.1. Objetivo Geral
Discutir, a partir da literatura da área, como as interações entre os participantes dos
jogos esportivos coletivos influenciam na dimensão afetiva da conduta motriz.
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2.2. Objetivos Específicos
1. Identificar as diferentes interações entre os participantes dos jogos esportivos coletivos; 2. Verificar quais são os fatores apontados pelos teóricos que podem influenciar e/ou
gerar alterações na dimensão afetiva das condutas motrizes dos praticantes no contexto
dos jogos esportivos coletivos;
3. Investigar na literatura as características da dimensão afetiva e as relações estabelecidas com as interações dos participantes.
Metodologia
3.1. Desenho do Estudo
Para atingir o objetivo desse estudo, se optará por uma metodologia de natureza
qualitativa, na qual será realizada uma pesquisa ampla, sem medidas. Por meio dessa pesquisa,
pretende-se também realizar um estudo de caráter descritivo, que conforme Gil (1999, p.
44) “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população
ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Preferiu-se uma pesquisa
descritiva para que fosse possível tornar-se evidente as interações entre os participantes dos
jogos esportivos coletivos e suas influências na dimensão afetiva da conduta motriz.
Quanto aos procedimentos, será uma pesquisa de carácter bibliográfica, pois serão
utilizados de livros, artigos científicos, autores, periódicos, entre outros materiais, para que se
possa realizar a pesquisa com um conteúdo adequado a ser discutido e interpretado
sequencialmente e chegar aos objetivos propostos e às conclusões adequadas, discutindo com
os autores estudados. Ainda segundo Gil (1999, p. 65) “a principal vantagem da pesquisa
bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos
muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.
Resultados ou Impactos Esperados
Pretende-se com esse estudo salientar e ressaltar a devida importância da Praxiologia
Motriz e a contribuição da mesma para com os jogos esportivos coletivos e a conduta motriz
em sua dimensão de enfoque, para que de certa forma auxilie no processo de ensino-
aprendizagem e no ensino dos esportes como um caminho didático e pedagógico.
Com o estudo aqui proposto, desejamos chegar a conclusões acerca da Praxiologia
Motriz trazendo à tona as respectivas possibilidades de relação entre a dimensão afetiva das
condutas motrizes e o ensino dos jogos esportivos coletivos, analisando o jogo em si e suas
relações e influências que ocorrem no mesmo e inclusive no contexto social; as relações de
cooperação e oposição dos esportes; as emoções e sentimentos juntamente com valores que
podem ser desenvolvidos e influenciados a partir do contexto esportivo, contribuindo para o
ensino e para a melhor compreensão desses jogos esportivos.
Referências
BISQUERRA, R. Educación emocional y bienestar. Barcelona: Praxis, 2000.
COLLARD, L. Análise praxiológica dos esportes e sua aplicação ao treinamento. In: RIBAS,
J. F. M. (Org.). Jogos e esportes: fundamentos e reflexões da praxiologia motriz. Santa
Maria: Editora da UFSM, 2008. p. 107-124.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 6. ed. Ijuí: Unijuí, 2004.
LAGARDERA OTERO, F. La conducta motriz: un nuevo paradigma para la educación física
del siglo XXI. Revista Conexões, Campinas, v. 5, n. 2, p. 1-22. 2007.
LAGARDERA OTERO, F.; LAVEGA BURGUÉS, P. Introducción a la praxiología
motriz. Barcelona: Editorial Paidotribo, 2003.
LAGARDERA OTERO, F.; LAVEGA BURGUÉS, P. Fundamentos da praxiologia motriz.
In: RIBAS, J. F. M. (Org.). Jogos e esportes: fundamentos e reflexões da praxiologia motriz.
Santa Maria: Editora da UFSM, 2008. p. 45-80.
LAGARDERA OTERO, F.; LÓPEZ VILLAR, C.; GONZÁLEZ ALONSO, O. As condutas
motrizes introjetivas. In: RIBAS, J. F. M. (Org.). Jogos e esportes: fundamentos e reflexões
da praxiologia motriz. Santa Maria: Editora da UFSM, 2008. p. 189-207.
LAVEGA BURGUÉS, P. Aplicaciones de la noción de conducta motriz en la enseñanza. In:
LAGARDERA OTERO, F.; LAVEGA BURGUÉS, P. (Eds.). La ciencia de la acción
motriz. Lleida: Universitat de Lleida, 2004. p. 157-179.
LAVEGA BURGUÉS, P. Juegos tradicionales, emociones y educación de competencias. In:
CURSO DE FORMACIÓN SOBRE O PATRIMONIO LÚDICO. O JOGO TRADICIONAL
E AS DIDÁCTICAS ESPECIFICAS, 2., 2010, Melide. Anais... Melide: Consellería de
Educación e Ordenación Universitaria, 2010. p. 1-12.
PARLEBAS, P. Jogos, deportes y sociedade: léxico de praxiología motriz. Barcelona:
Paidotribo, 2001.
RIBAS, J. F. M. (Org.). Praxiologia motriz e voleibol: elementos para o trabalho
pedagógico. Ijuí: Unijuí, 2014.
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PRAXIOLOGÍA MOTRIZ: UM A PROPOSTA DE MATÉRIA/ASSUNTO PARA
A FORMAÇÃO DO GRAU/LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
José Hernández Moreno1
Juan Pedro R. Ribas2
Roberto Stahringer3
Resumen
Se presentan los elementos básicos de la propuesta de Asignatura Praxiología motriz:
identificadores (denominación, código UNESCO, carácter, créditos, carga y descripción
general), descriptores, competencias, objetivos, contenidos, evaluación y bibliografía de
consulta. El objetivo es fomentar la discusión entre los científicos y docentes.
Concretamente se pretende la mejora de la presente propuesta de asignatura con la idea
de consensuar los elementos básicos para su implantación en los centros de formación de
profesionales e investigadores de las actividades físicas y deportivas.
Palabras clave: Praxiología motriz, asignatura,
Resumo. Eles se aparecem os elementos básicos da proposta de assunto Praxiología
motora: distintivos (denominação, código a UNESCO, caráter, créditos, carrega e
descrição geral), descritor, competições, objetivos, conteúdos, avaliação e bibliografia de
consulta. O objetivo é fomentar a discussão entre os cientistas e educacional.
Concretamente a melhoria do presente proposto de assunto é buscada com a idéia de
consensuar os elementos básicos para sua instalação nos centros da formação de
profissionais e investigadores das atividades físicas e desportivas.
Palavras teclam: Praxiología motriz, assunto,
1 Licenciado en Educación Física y en Ciencias de la Educación y Doctor en Ciencias de la Educación.
ULPGC- Las Palmas de Gran Canaria (España) 2 Licenciado y doctor en Educación física. Licenciado en Filosofía. Universidad de Gales (Reino Unido).
EADE-Málaga (España). 3 Profesor Universidad Nacional de Cuyo, Argentina.
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Denominación del módulo: Praxiología motriz
Código UNESCO: 40208
Carácter: obligatorio
Créditos (ECTS): 6-8.
Carga: 70% presencial (50% teórica, 50% práctica), 30% trabajo del alumno.
Descripción general:
Asignatura teórica y práctica introductoria al conjunto de conocimientos básicos y
específicos de las actividades físicas y los deportes para la formación de profesionales
en sus diferentes ámbitos de intervención (educación, recreación, entrenamiento y
terapia).
Descriptores (lo que identifica a la asignatura):
. Definir “Praxiología motriz”, comprender sus consecuencias conceptuales y determinar
su importancia como introducción al curriculum de formación y como conocimiento
básico para los diferentes ámbitos de intervención.
. Establecer la definición de “acción motriz” desde la Teoría de la acción y desde la
motricidad, como objeto de estudio de la Praxiología motriz, y relacionarla con el
concepto de “conducta motriz”.
. Definir el concepto de “práctica física”, como campo de estudio de la Praxiología
motriz, y reconocer los componentes básicos que identifican la lógica interna y la lógica
externa de las actividades físicas y deportivas.
. Clasificar la diversidad de actividades motrices y deportivas en base a criterios
específicos internos (objetivos motores y condiciones del entorno (espacial, gestual,
temporal, comunicativo)) y sus consecuencias en el contexto externo (AIRE).
. Practicar los fundamentos de la lógica interna de diversidad de situaciones motrices:
juegos motores, deportes, actividades de expresión corporal, actividades de introyección
motriz y actividades de adaptación motriz ambiental.
. Conocer los procedimientos del diseño de tareas motrices relacionadas con la diversidad
de prácticas físicas, para poder ser aplicadas en diferentes contextos y en los diferentes
ámbitos de intervención.
Propuesta de Competencias (lo que el egresado debe conocer y saber hacer)
-Conocer y comprender el objeto de estudio de las Ciencias de la Actividad Física y del
Deporte, especialmente de la Praxiología motriz
-Conocer y comprender la estructura y función de las diferentes manifestaciones de la
motricidad humana.
- Conocer y comprender los fundamentos del deporte. - Ser competente motrizmente para la puesta en práctica de los fundamentos básicos de la motricidad.
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- Conocer las estructuras y lógica interna de las difer