anais - ufsm · 2020. 1. 24. · una serie de adaptaciones y/o modificaciones para facilitar la...

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  • ANAIS

    PRAXIOLOGIA MOTRIZ

    ORAGANIZAÇÃO DO TRABAHO PEDAGÓGICO E DA

    DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA

    Santa Maria

    2015

  • PRAXIOLOGIA MOTRIZ

    A Praxiologia Motriz é uma disciplina científica geradora de uma área de conhecimento

    específico e relevante para o estudo das manifestações da cultura corporal. Há mais de quarenta

    anos, desde a sistematização de seus fundamentos teóricos e metodológicos, investigações são

    produzidas no campo da motricidade e das práticas lúdicas e esportivas.

    SOBRE O EVENTO

    Este encontro científico objetiva a reflexão, o debate e a atualização de temas centrais da

    Educação Física a partir das contribuições da Praxiologia Motriz, oferecendo um espaço onde

    a comunidade acadêmica da área e todos os especialistas interessados nas práticas corporais,

    nos jogos e nos esportes, poderão compartilhar conhecimentos científicos com os grandes

    referentes nacionais e internacionais da área.

    Espera-se que a realização do evento proposto:

    a) Favoreça e desenvolva novas ações que consolidem áreas e grupos de investigação da

    América Latina que trabalham sobre diferentes temáticas ligadas as práticas motrizes, aos jogos

    e aos esportes, com especial atenção ao desenvolvimento de linhas vinculadas à teoria da ação

    motriz.

    b) Contribua para a difusão desse novo enfoque disciplinar para a transformação da Educação

    Física na América Latina.

    c) Facilite os intercâmbios acadêmicos entre investigadores das diferentes universidades

    participantes, assim como a cooperação entre projetos de pesquisa em andamento na América

    Latina.

    d) Incentive novas publicações que permitam maior divulgação dos estudos e investigações

    realizadas na América Latina.

    e) Promova a compreensão e valorização das práticas motrizes próprias dos povos originários,

    dos jogos tradicionais e folclóricos, em particular, realizando análise de sua estrutura interna e

    de sua lógica externa, carregada de significações típicas.

    f) Estimule a criação de um espaço para a reflexão e análise do universo das práticas motrizes,

    cujas conclusões possam ser aplicadas na formulação de políticas públicas de programas de

    educação física escolar e não escolar no Brasil e América Latina, incidindo, particularmente,

    na melhoria e na atualização desses programas.

    g) Contribua para a capacitação e atualização de licenciados e professores que encontram seu

    âmbito de incumbência na Educação Física escolar e não escolar (o qual se efetuará através do

    desenvolvimento de minicursos teórico-práticos que estarão articulados com as sessões

    científicas).

    h) Sirva como ponto de ligação e continuidade entre os Seminários já realizados e os futuros,

    gerando uma nova sinergia na qual se incorporem de maneira efetiva produções acadêmicas

    geradas no Brasil e em outros países latino-americanos.

  • Assim, o Grupo de Estudos Praxiológicos (GEP – Brasil), com o apoio da Associação

    Internacional de Praxiologia Motriz (AIPRAM), realizarão o “III Seminário Latino-americano

    de Praxiologia Motriz” e “III Seminário Brasileiro de Praxiologia Motriz”. Para dar

    continuidade às discussões desenvolvidas em edições anteriores, no ano de 2015, propomos

    debater a seguinte temática: Praxiologia Motriz: Organização do Trabalho Pedagógico e da

    Didática na Educação Física. Pretende-se, com isso, debater as contribuições do conhecimento

    praxiológico no processo de organização do trabalho pedagógico e da didática no âmbito da

    Educação Física.

    PÚBLICO ALVO

    O III Seminário Latino-Americano de Praxiologia Motriz e o III Seminário Brasileiro de

    Praxiologia Motriz têm por objetivo contribuir para a construção e apropriação de

    conhecimentos de alunos de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores ligados à

    Educação Física, Praxiologia Motriz e áreas afins.

  • ORGANIZAÇÃO

    COORDENAÇÃO GERAL

    Prof. Dr. João Francisco Magno Ribas – CEFD/UFSM

    COMISSÃO ORGANIZADORA

    Profa. Dra. Artemis de Araújo Soares- UFAM-AM

    Prof. Dr. Jaime Alejandro Valenzuela Romero – Universidade San Sebastian, Chile.

    Ms. Jorge Ricardo Saraví – Universidade de La Plata (ARGENTINA)

    Prof. Dr. Marco Antônio Coelho Bortoleto – UNICAMP-SP

    Prof. Dr. Pere Lavega Burgués- Universidad de Lleida (ESPANHA)

    COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL

    Bruno Minuzzi Lanes - Graduando CEFD/UFSM

    Cesar Vieira Marques Filho – Mestrando PPGEF/CEFD/UFSM

    Daiane Dalla Nora – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM

    Dainan Lanes - Graduando CEFD/UFSM

    Elciana Buffon – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM

    Felipe Menezes - Graduando CEFD/UFSM

    Jaqueline Welter – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM

    Janaíne Welter – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM

    Joseane Alba – Graduanda CEFD/UFSM

    Leonardo Machado da Silva – Mestrando PPGEF/CEFD/UFSM

    Priscila Ziegler de Mattos – GEP/CEFD/UFSM

    Raquel Valente - Graduanda CEFD/UFSM

    Sabrine Damian da Silva – Mestranda PPGEF/CEFD/UFSM

    Silvester Franchi – Mestrando PPGEF/CEFD/UFSM

  • COMISSÃO CIENTÍFICA

    Profª. Drª. Artemis de Araujo Soares – Universidade Federal do Amazonas, Brasil.

    Prof. Dr. Francisco Lagardera Otero – INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.

    Prof. Dr. Jaime Alejandro Valenzuela Romero – Universidad San Sebastian, Chile.

    Prof. Dr. João Francisco Magno Ribas – Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

    Prof. Ms. Jorge Ricardo Saraví – Universidade Nacional de La Plata, Argentina.

    Prof. Drndo. José David Ruffino - Universidade Nacional de Tucumán, Argentina

    Prof. Dr. Marco Antonio Coelho Bortoleto – Universidade Estadual de Campinas, Brasil.

    Prof. Dr. Pere Lavega Burgués– INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.

    Prof. Ms. Raúl Horacio Gómez, Universidade de La Plata, Argentina.

    Prof. Dr. Roberto Stahringer - Universidade Nacional de Cuyo, Argentina.

  • PALESTRANTES

    CONVIDADO ESPECIAL

    Prof. Dr. Pierre Parlebas – Universidade de Sorbonne Paris V – Descartes: Faculdade de

    Ciências Humanas e Sociais, França.

    PALESTRANTES

    Prof. Ms. Alberto Velásquez Arjona - Universidad de los Llanos.

    Profª. Drª. Artemis de Araujo Soares – Universidade Federal do Amazonas, Brasil.

    Prof. Ms. Cesar Armando Araya Zarricueta - Universidade de Atacama, Chile.

    Prof. Dr. Fernando Jaime González – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio

    Grande do Sul, Brasil.

    Prof. Dr. Francisco Lagardera Otero– INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.

    Prof. Dr. Glauco Nunes Souto Ramos – Universidade Federal de São Carlos, Brasil.

    Prof. Dr. Jaime Alejandro Valenzuela Romero – Universidade San Sebastian, Chile.

    Prof. Ms. Jorge Ricardo Saraví – Universidade Nacional de La Plata, Argentina.

    Prof. Dndo. José David Ruffino - Universidade Nacional de Tucumán, Argentina.

    Prof. José Fotia - Universidade Nacional de La Plata, Argentina.

    Prof. Dr. José Ricardo da Silva Ramos – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil.

    Profª. Drª Lilian Aparecida Ferreira – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,

    Bauru, Brasil.

    Prof. Dr. Marco Antonio Coelho Bortoleto – Universidade Estadual de Campinas, Brasil.

    Prof. Dr. Pere Lavega Burgués– INEFC/Universidade de Lleida, Espanha.

    Prof. Dr. Pierre Normando Gomes da Silva – Universidade Federal da Paraíba, Brasil.

    Prof. Ms. Raúl Horacio Gómez, Universidade de La Plata, Argentina.

    Prof. Dr. Roberto Stahringer - Universidade Nacional de Cuyo, Argentina.

  • MEDIADORES

    Prof. Dr. Antonio Guilherme Schmitz Filho - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

    Profª. Drª. Ceres Karam Brum - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

    Profª. Drª. Elizara Carolina Marin - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

    Profª. Drª. Maria Cecília Camargo Güinther- Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

    Profª. Drª. Maristela da Silva Souza - Universidade Federal de Santa Maria, Brasil.

  • ¿Qué tipos de interacciones se producen en el fútbol para ciegos y de qué modo?

    Autor: Marelli Martin

    Presentador: Marelli Martin

    Introducción

    En este trabajo me propongo en explicar y comentar, en primer lugar qué es el fútbol para

    ciegos, desarrollando alguna de las reglas básicas y cuáles son las más influyentes para realizar

    este deporte. Luego desarrollare algunas definiciones sobre las interacciones motrices, las

    cuales me servirán para explicar, comentar, y analizar cuáles y de qué tipo son las que se dan

    en dicho deporte. Al ser técnico del equipo de futbol para ciegos del Centro Basko de la ciudad

    de La Plata, me pareció acertado hacer este ensayo ya que cuento con mucho tiempo para poder

    observar a los jugadores en su práctica y me pareció más que necesario realizar un trabajo en

    donde cuente los tipos de interacciones motrices que en este deporte se dan, porque hay un tipo

    de interacción que no se encuentra definida y es muy importante para el desarrollo del juego, la

    cual estaré desarrollando párrafos más adelante. Además de que me parece un deporte muy

    interesante y efectuando un relevamiento, encontramos que no hay muchos trabajos sobre

    discapacidad y Praxiología Motriz es por ello que me ha motivado para realizar el presente

    trabajo.

  • Desarrollo

    ¿Qué es el fútbol sala para ciegos?

    Antes que nada el fútbol para ciegos es un deporte adaptado para personas con ceguera.

    Y se entiende como deporte adaptado a aquella modalidad deportiva que se adapta al colectivo

    de personas con discapacidad o condición especial de salud, ya sea porque se han realizado

    una serie de adaptaciones y/o modificaciones para facilitar la práctica de aquellos, o porque la

    propia estructura del deporte permite su práctica (Reina, 2010).

    Este deporte está regido mundialmente por la Federación Internacional de Deportes para

    Ciegos y se juega con las reglas de la FIFA para futsal, adaptadas.

    Las reglas básicas son las mismas del futsal (fútbol de salón1) con las siguientes

    adaptaciones:

    Equipos: Dos equipos integrados por cuatro jugadores no videntes y un arquero el cual es

    vidente.

    Jugadores: Los jugadores de campo exceptuando al arquero, son no videntes, y los cuales deben

    tener puesto de forma obligatoria un parche ocular y arriba de ello las gafas que cubrirían toda

    la zona ocular.

    Además como regla obligatoria, deberán decir la palabra “voy” cuando el jugador no disponga

    del balón y esté intentando quitarle el mismo al rival, en caso de no hacerlo el árbitro cobrara

    falta y será tiro libre indirecto.

    Tiempos: Dos tiempos de 25 minutos cada uno, con una pausa de 10 minutos.

    Campo de juego: La superficie de juego deberá ser de cemento o similar, lisa y libre de

    asperidades y no abrasiva y siempre al aire libre (por razones de acústica). Debe tener 42 Metros

    (máximo) 32 metros (mínimo) de largo por 22 Metros (máximo) 18 metros (mínimo) de ancho

    y muros en los laterales.

    Dos puntos penales: Punto de Penal Sobre una línea imaginaria perpendicular a la línea

    de meta entre los postes de los marcos, se marcará un punto visible a 6 metros de dicha línea.

    Esta marca será el punto de ejecución del penal. Segundo Punto Penal sobre una línea

    imaginaria perpendicular a la mitad de la línea de meta entre los postes se marcará un punto

    visible a 9 metros de dicha línea. Esta marca será el segundo punto penal

    1 Es un deporte colectivo de pelota practicado entre dos equipos de 5 jugadores cada uno, dentro de una

    cancha de suelo duro. Surgió inspirado en otros deportes como el fútbol, que es la base del juego; el waterpolo;

    el voleibol; el balonmano y el baloncesto; tomando de estos no solo parte de las reglas, sino también algunas

    técnicas de juego. Aunque inicialmente estuvo regido por la Federación Internacional de Fútbol de Salón (FIFUSA),

    hoy existen dos entes mundiales: la sucesora directa de la FIFUSA llamada Asociación Mundial de Futsal (AMF), y

    la FIFA.

    http://es.wikipedia.org/wiki/Federaci%C3%B3n_Internacional_de_Deportes_para_Ciegoshttp://es.wikipedia.org/wiki/Federaci%C3%B3n_Internacional_de_Deportes_para_Ciegoshttp://es.wikipedia.org/wiki/FIFAhttp://es.wikipedia.org/wiki/Futsalhttp://es.wikipedia.org/wiki/Futsal

  • Además el campo de juego cuenta con bandas laterales, las líneas laterales de juego

    quedarán configuradas con unas vallas que tienen como objetivo el de facilitar un ritmo

    constante de juego e impedir continuos saques de banda, lo que demoraría excesivamente el

    juego. Además la función de estas vallas es la de facilitar la orientación del jugador. Estas vallas

    tendrán una oscilación de 1.00 cm. a 1.20 cm. de altura, debiendo pasar en un metro el ángulo

    de 90" con la línea de fondo en cada uno de los cuatro córners.

    Guía y orientación: A) Director Técnico: Se situará en el banquillo de suplentes que

    corresponda a su equipo. Desde esa ubicación podrá orientar a sus jugadores. El sector destinado

    y conveniente para esta función será el tercio medio del Terreno de Juego, y no podrá dar

    indicaciones en otro sector, que no haya sido el asignado.

    B) Llamador: situado detrás de la portería. Se situará detrás de la portería del equipo

    rival con el objeto de orientar a los jugadores atacantes. El sector destinado y conveniente para

    esta función será el último tercio del Terreno de Juego de ataque de su equipo. Esta función la

    deberá desempeñar siempre sin ingresar al Terreno de Juego y en ningún caso estará autorizado

    a dirigirse a los árbitros para protestar sus decisiones. Podrá marcar de forma audible los postes

    ante la ejecución de un lanzamiento con balón detenido.

    Pelota: Posee cápsulas sonoras.

    Árbitros: Hay dos árbitros, uno principal y el otro asistente.

    El fútbol para ciegos también es llamado fútbol B1 porque está diseñado para ser jugado

    sólo por personas ciegas pertenecientes a la clase B1 de la reglas de la IBSA.

    B1: Totalmente o casi totalmente ciego; desde no percepción de luz a percepción de luz pero

    inhabilidad para reconocer la forma de una mano.

    B2: Parcialmente ciega; capaz de reconocer la forma de una mano hasta una agudeza visual de

    2/60 o un campo visual de menos de 5 grados.

    B3: Parcialmente ciega; agudeza visual desde 2/60 a 6/60 o un campo visual desde 5 a 20

    grados.

    Una vez explicado brevemente este deporte, pasaremos a la relación que establezco

    entre él y la Praxiología Motriz desarrollando la interacción motriz que aquí se produce.

    Interacciones Motrices en el Fútbol Sala Para Ciegos

    Primero definiremos algunos conceptos realizados por Parlebas (2001), para luego

    explicar cómo se desarrollan en dicho deporte.

    “Interacción Motriz: Existe una interacción motriz cuando, durante la realización de una tarea

  • motriz, el comportamiento motor de un individuo influye de manera observable en el de otro o

    varios de los demás participantes2”.

    “Interacción Motriz Directa: Una interacción motriz directa es una secuencia motriz que se

    puede observar desde el exterior y delimitar en el tiempo y espacio, cuyo emisor o emisores y

    receptor o receptores pueden ser identificados.

    En los juegos deportivos colectivos, los actos que sancionan un acierto o aquellos que

    producen un fallo, son siempre resultado de interacciones directas3”.

    “Interacción Motriz Esencial: Interacción cuya realización es necesaria para llevar a cabo una

    tarea.

    Estos actos observables intervienen objetivamente intentando ejercer una influencia más o

    menos constrictiva, de tipo cooperativo o antagónica, en el comportamiento de uno o más

    cooparticipantes.

    La comunicación práxica directa incluye la comunicación motriz propiamente dicha y la

    contracomunicación motriz. Las cuales pasaremos a definir a continuación4”.

    “Comunicación Práxica directa: Esta admite dos modalidades posibles, la comunicación motriz

    y la contracomunicación motriz. Ambas pueden combinarse ocasionalmente y determinar en

    consecuencia, esquemáticamente, tres grandes tipos de situaciones sociomotrices:

    Comunicación motriz (entre compañeros); Contracomunicación motriz (entre adversarios); y

    situaciones que requieren al mismo tiempo comunicación y contracomunicación”.

    A) “Comunicación Motriz: En los juegos deportivos (como es el caso del Futbol Sala Para

    Ciegos) esta operación esta, regida por el código lúdico y comenzado por uno o varios

    participantes que favorecen directamente la realización de la tarea, en este caso siempre son

    compañeros”.

    Esta interacción puede llevarse a cabo mediante la transmisión de un objeto (en el caso que nos

    compete es el balón de futbol).

    2 Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo.

    (pág. 269). 3 Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo. (pág. 271).

    4

    Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo. (pág. 272).

  • B) “Contracomunicación Motriz: Dirigida por un código, la contracomunicación motriz es

    protagonizada por uno o varios practicantes quienes sirven de esta para contrarrestar

    directamente la realización de la tarea de otro u otros jugadores. En este caso los participantes

    comprometidos en esta acción son adversarios.

    La contracomunicación puede ser una ruptura provocada de las comunicaciones entre los

    contrincantes (intercepción del balón).

    La realización de contracomunicación complementa la de la comunicación a la hora de definir

    uno de los universales del juego deportivo”.

    “Comunicación práxica indirecta: Este tipo de comunicación está constituida por modos de

    comunicación gestemica (con ayudas de gestemas: posturas, gestos, mímica) y sobre todo

    praxemica (con la ayuda de praxemas, que son acciones tácticas significativas: petición de pase,

    carrera, desmarque). En los juegos sociomotores es el fundamento de las conductas de

    semiotricidad5”.

    1. Comunicación y Contracomunicación motriz propias del fútbol para

    ciegos

    Una vez presentado estas definiciones sobre las interacciones motrices, procederé a

    explicar de qué modo y cuales se dan en el Futbol Sala Para Ciegos.

    Lo primero que hay que entender es que sus reglas básicas son similares a las del futbol

    de salón convencional, por lo tanto es un deporte de invasión en donde se enfrentan dos equipos

    que interactúan con un balón para lograr cumplir sus objetivos, por lo que indudablemente habrá

    una interacción motriz directa y esencial en donde va a ver una comunicación y una

    contracomunicación motriz.

    En este esquema podemos observar quienes comunican y quienes contra comunican:

    Referencias: Comunicación motriz

    Contracomunicación motriz Otro tipo de comunicación

    5 Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”. Editorial Paidotribo.

    (pág. 84).

  • Comunicación Motriz

    n Motriz

    Contracomunicación Motriz

    Comunicación Motriz

    Portero

    Jugador

    de campo

    Jugador

    de campo

    Técnico

    Jugador

    de campo

    (Rival)

    Jugador de

    campo

    Portero

    (Rival)

    Llamador

    Contracomunicació

    GRAFICO 1: La disposición de los participantes en este esquema, están ubicados de tal forma

    como se los vería al comenzar un partido (Marelli, 2015).

    La comunicación motriz en fútbol para ciegos, este tipo de comunicación que existe

    entre los jugadores de campo, y la de estos con su arquero: Sería similar a la del fútbol

    convencional, en donde sin dudas la comunicación motriz más importante es la del pase, entre

    los jugadores de campo y entre el arquero y estos.

    Pero el arquero además tiene un rol como el del técnico y el llamador dentro de su tercio

    de cancha, que es ordenar a la defensa, advertirles por qué lado viene la pelota, cuantos

    jugadores vienen y de qué lado, si tienen que adelantarse o atrasarse para bloquear los disparos,

    Llamador

    (Rival)

    Técnico

  • si tienen que salir a cortar (según la táctica defensiva empleada) todas acciones de comunicación

    que inciden en una acción motriz posterior. Estas que acabo de mencionar serían otro tipo de

    comunicación, de la cual hablaremos más adelante.

    Contracomunicación motriz en el fútbol para ciegos: Los tipos de contracomunicación

    motriz son muy evidentes y del más observable, a mi entender, es el quite del balón. Es una

    acción en donde hay un momento previo muy importante que es cuando el defensor debe decir

    “voy” para disputar el balón, ya que le da una referencia al atacante de que alguien se está

    acercando, y que no es un compañero, sino un adversario, esta clase de acción es una acción

    verbal (esto es parte del reglamento, al no cumplirse se sancionaría falta), de advertencia que

    influye directamente la acción del adversario, pero esta acción verbal previa al quite del balón

    no sería una contracomunicación motriz sino que ésta aquí seria solamente el quite del elemento

    (el balón en este caso) la cual conformaría sí una contracomunicación motriz.

    Otra de las contracomunicaciones más evidentes es la del jugador de campo

    enfrentándose al portero, el cual tiene un área rectangular, midiendo cinco metros de largo y

    dos metros de ancho. La línea de cinco metros será marcada paralela a la línea de fondo

    comprendiendo tres metros de la línea de gol más un metro de los postes de la portería. La línea

    de dos metros hará dos ángulos de 90º. Y en ningún momento el portero puede salir de su área.

    Por lo que la contracomunicación motriz se da a la hora de que un atacante patee a la meta, y el

    arquero actué en consecuencia, lo que nos podría dejar como resultado, que se marque el gol,

    que sea córner, que el arquero la ataje, que se vaya afuera o que la pelota quede en el campo de

    juego nuevamente y puesta a disputarse entre los dos equipos, como pasaría en el futbol

    convencional, con la única salvedad, como dijimos anteriormente, que es que el arquero no

    podrá salir de su pequeña área.

    En el caso de la comunicación práxica indirecta, se puede observar que existe este tipo

    de comunicación entre el arquero y los jugadores de campo, por ejemplo en un saque de arco

    un gestema sería que un jugador de campo levante la mano pidiendo el pase y un praxema seria

    en la misma situación que el jugador de campo se esté desmarcando o realizando una carrera

    hacia adelante esperando el pase.

    Por el tipo de discapacidad que tienen los jugadores de campo, es que entre ellos no va

    a haber gestemas, pero habría que estudiar en profundidad si hay praxemas definidos como lo

    hace Parlebas (2001).

    2. Otro tipo de interacción que se evidencia en el juego

    Al principio del presente trabajo nombramos dos actores importantes que influyen

    (podríamos decir indirectamente) sobre las acciones de juego. Estos actores son el llamador y

    el técnico, los cuales tienen junto al arquero la función de ser los guías/orientadores de los

    jugadores de campo, cada cual ocupándose de su tercio de cancha (arquero tercio defensivo,

    técnico tercio medio y el llamador tercio ofensivo).

  • Comencemos desarrollando la función del llamador, el cual está en el terreno de juego

    pero en una zona ubicada detrás del arco rival, de la cual no puede salir (solamente hay una

    excepción que es cuando hay un tiro libre o penal a favor y el llamador marca los palos

    haciéndolos sonar con algún elemento), ni nadie puede entrar.

    El llamador, ocupándose del tercio ofensivo, deberá decirle a los jugadores atacantes

    donde queda el arco (generalmente cuando el jugador entra al tercio de campo ofensivo, el

    llamador ya empieza a gritar “arco”) diciéndole a que distancia esta, además de decirle si tiene

    algún compañero cerca y a que distancia y en qué dirección lo tiene, cuantos defensores tiene

    adelante, si viene con traslado del balón, indicarle los metros que le faltan para llegar al arco,

    cuando es el mejor momento para disparar al arco.

    Y de modo defensivo podrá decirle que salga a marcar a un jugador o decirle a donde

    va a sacar el portero para que vaya a presionar.

    La comunicación entre el jugador y el llamador debe ser precisa, breve y concreta, sin

    muchas explicaciones ni detalles, ya que el tiempo de decisión para ejecutar la acción se acorta,

    por eso debe haber una comunicación rápida y concreta.

    El técnico, ocupándose de la zona media, él también cumple con la función de guía, en

    el cual podrá en caso de defensa, advertirles a los jugadores por donde viene el jugador con

    balón pero además por donde podrán tener un posible pase, es decir un jugador en posición de

    ataque que no tenga el balón.

    En caso de estar atacando uno de los ejemplos sería el de decirle que tiene compañeros

    a tal distancia, que está o no marcado, en qué dirección lo tiene, por donde lo vienen a presionar,

    etc.

    Y el arquero en su tercio defensivo, tiene una función muy importante como dijimos

    párrafos más arriba que es el de organizar su defensa, dependiendo de qué sistema de juego

    utilicen.

    En los tres casos es sumamente importante que lo que se comunique sea rápido y

    preciso, sin muchas explicaciones, ya que la dinámica del juego es muy rápida y se acortan los

    tiempos de toma de decisión por parte del jugador. Por otro lado cada equipo tiene un código,

    palabras claves que indican algún tipo de acción a realizar. En el caso del equipo al que entreno

    tenemos varias palabras claves, algunas de ellas son, para el caso de la defensa “bloqueo” (los

    defensores, ya sean dos o los tres se deben juntar tomarse de la mano y moverse en bloque),

    “abanico” (es cuando dos jugadores están defendiendo y dependiendo de por qué lado viene la

    pelota uno sale a cortarle y el otro cubre el medio). Y en el caso de poseer el balón una de las

    palabras claves que utilizamos es “auxilio” (se da por lo general cuando está en el tercio medio

    u ofensivo, y significa que el que posee la pelota cuenta con un compañero situado atrás al que

    puede darle un pase por la banda), entre otras palabras claves que utilizamos. Así como nosotros

    contamos con este tipo de código verbal, cada equipo cuenta con uno propio para que la

    comunicación entre los guías y los jugadores sea más rápida y con tan solo una palabra el

    jugador sepa que es lo que tiene o puede hacer.

  • El punto clave aquí es que hay un tipo de comunicación que influye indirectamente

    sobre la acción motriz siguiente, y por qué digo indirectamente, porque al fin y al cabo el que

    termine tomando la decisión y realice la futura ejecución de la acción es el jugador de campo.

    Con esto no quiero decir que la función de los guías sea irrelevante, al contrario me

    parece que la función de esto es de vital importancia para la realización del juego.

    En el caso del llamador, el hecho de que forme parte del juego se dio por una adaptación

    de dicho deporte, es decir que sin él detrás del arco cumpliendo su función sería casi imposible

    jugar.

    Ya que a este tipo de comunicación no encaja con la comunicación motriz tal como es

    descripta por Parlebas y está a un nivel de similar importancia dentro del juego, y asumiendo

    de que no es igual a la comunicación que se daría en un partido de fútbol convencional o en

    otro deporte de equipos de invasión, ya que como argumente párrafos atrás, este tipo de

    comunicación es de vital importancia para la práctica de dicho deporte, entonces ¿Qué tipo de

    comunicación seria está?¿Cómo se podría definir?

    Conclusión

    En este ensayo puedo afirmar que hay interacción motriz directa y esencial y además

    hay una comunicación práxica indirecta, con las salvedades mencionadas en el desarrollo del

    trabajo. Pero además hay otro tipo de interacción, la cual no es motriz sino verbal y solo se

    daría la comunicación y no la contracomunicación, ya que los guías solo pueden hablar con sus

    jugadores en su tercio correspondiente, y esta interacción entre los guías y los jugadores es más

    relevante que la que se daría en cualquier otro deporte de equipos de invasión, por eso me parece

    que faltaría una definición para este tipo de comunicación la cual podría influir en las acciones

    subsiguientes ya que el guía es el que le da la información pero es el jugador del campo quien

    la procesa y luego toma la decisión a realizar.

    Me parece muy relevante poder encontrar una definición precisa para este tipo de

    interacción ya que nos serviría para entender mejor el juego y perfeccionar los códigos que se

    dan en este tipo de interacción.

    La pregunta que me hago es si la Praxiología Motriz ¿cuenta con las herramientas para

    poder definir este tipo de interacción?, a la cual en una primera instancia podría denominarla

    como, Interacción Esencial indirecta. Primero es una interacción porque hay comunicación, es

    esencial porque sin la ayuda de los guías/orientadores no se podría jugar, y por ultimo indirecta,

    porque al fin y al cabo el que toma la decisión y ejecuta la acción es el jugador de campo.

    Pero al ser este un ensayo sobre las interacciones que se realizan en el Futbol Sala para

    Ciegos, y que a mi entender estas son las primeras aportaciones sobre el tema, dejo un final

    abierto para futuras contribuciones.

  • Bibliografía

    IBSA. Reglas de Fútbol Sala. 2014: “Reglas de juego de fútbol sala de la federation

    internationale de football association, adaptadas al fútbol sala de ciegos totales”.

    Parlebas. P. 2001: “Juegos, deportes y sociedades: Léxico de praxiológia motriz”.

    Editorial Paidotribo.

    Reina, R. 2010. “La actividad física y deporte adaptado ante el Espacio Europeo de Enseñanza

    Superior”. Sevilla: Wanceulen.

    Suárez. G. 2014: “Importancia del guía o llamador en el futbol para ciegos”. Jornada

    académica para estudiantes de educación física. C.A.B.A

  • APRENDIZAGEM DE JOGOS TRADICIONAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

    FÍSICA: UMA ANÁLISE PRAXIOLÓGICA E EXISTENCIAL

    Rodrigo Wanderley de Sousa Cruz1

    Leys Eduardo dos Santos Soares2

    George de Paiva Farias3

    Pierre Normando Gomes-da-Silva4

    Este estudo se propôs a investigar dois jogos tradicionais (Baleado e Barra-Bandeira) nas

    aulas de educação física. Pela Pedagogia da Corporeidade, privilegiamos o jogo como

    facilitador de aprendizagens motoras, cognitivas e existenciais. Tomando a lógica interna de

    cada jogo, pela Praxiologia, temos a questão-problema: Quais as aprendizagens que ocorrem

    nos jogos tradicionais de cooperação-oposição, vividos nas aulas de Educação Física escolar?

    A pesquisa é de caráter descritivo, com abordagem qualitativa dos dados, do tipo participante,

    tendo como instrumento de coleta a observação participante. Os sujeitos da pesquisa foram

    doze alunos do 7º Ano de uma escola municipal, na cidade de João Pessoa, Paraíba.

    Identificamos vários ajustamentos nas tomadas de decisão dos jogadores diante das principais

    ações nos jogos, mediados pelas relações com os demais jogadores, espaços e objetos,

    gerando novas aprendizagens nas relações de cooperação-oposição, transição do modo

    indiferente de se relacionar com entorno para o modo primordial. Assim houve superação de

    condutas repetitivas para mais inventivas. Concluímos que as aprendizagens nos jogos

    tradicionais partem das relações com os outros humanos e não humanos. Nessas trocas de

    gestemas, praxemas e percepções constantes, os jogadores realizam ganhos cognitivos,

    desdobrando em novas significações existenciais pelos jogos vividos nas aulas de Educação

    Física.

    Palavras-chave: Jogo; Praxiologia Motriz; Corporeidade.

    INTRODUÇÃO

    Entendemos as situações de movimento, especialmente o jogo, como uma constituinte

    do epicentro da aprendizagem (GOMES-DA-SILVA, 2014; 2012; 2011; 2006). Na aula de

    educação física, o jogo deve ter uma ótica diferente no âmbito da educação, em detrimento da

    aprendizagem do jogo por ele mesmo. Pensar o jogo apenas nos aspectos técnicos ou

    recreativos é constituir um aprendizado limitado para os alunos, sem progressões de

    conhecimento.

    Inquietamo-nos com a presença do jogo dentro da escola, precisamente, o jogo

    tradicional nas aulas de Educação Física, por acreditar em seu valor educativo, cultural e na

    aprendizagem de quem joga. Obviamente, isso depende de vários elementos, como, por

    exemplo, a forma como o jogo está sendo vivenciado (regras imutáveis ou variadas); o ambiente

    do jogo (ginásio, pátio ou terreno); os objetos utilizados (tamanho, textura e peso) e,

    1 Mestre em Educação (UFPB). Professor da Rede Pública de Ensino (SEDEC/João Pessoa). Professor do Instituto

    de Educação Superior da Paraíba (IESP). Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Corporeidade,

    Cultura e Educação (LEPEC/UFPB). 2

    Mestrando em Educação Física (UFPB/UPE). Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em

    Corporeidade, Cultura e Educação (LEPEC/UFPB). 3 Especialista em Educação Física Escolar. Professor da Rede Pública de Ensino (SEDEC/João Pessoa). Membro

    do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Corporeidade, Cultura e Educação (LEPEC/UFPB). 4 Doutor em Educação (UFRN). Professor do Departamento de Educação Física (UFPB) e do Programa de Pós

    Graduação em Educação Física (UFPB/UPE) e do Programa de Pós Graduação em Educação (UFPB).

  • principalmente, as ações dos jogadores durante o jogo (interação com os jogadores, meio e

    implementos). Essa pluralidade no contexto do jogo só é possível porque ele está além de sua

    caracterização de jogo e somente poderá ser verificado como manifestação de jogo quando

    revelado no ato de jogar.

    A relevância deste estudo se justifica porque consideramos importante descrever as

    ações dos educandos durante os jogos e as possíveis aprendizagens oriundas dessas ações. É

    imprescindível que os alunos aprendam a tomar decisões que os ajudem durante o jogo e a

    pensar em estratégias que facilitem sua comunicação com os companheiros e os adversários

    no contexto em que estão inseridos (PARLEBAS, 2013; 2008; 2001; RIBAS, 2008; 2005).

    Diante disso percebemos a necessidade de compreender a lógica interna e os processos

    de subjetivação que ocorrem durante o jogo tradicional para melhor explicitarmos as

    aprendizagens presentes nos jogos.

    2 METODOLOGIA

    A pesquisa é direta, de caráter descritivo e analítico, com abordagem qualitativa dos

    dados na perspectiva participante. O uso do método qualitativo em nossa pesquisa justifica-se

    pela grande e variada contribuição ao avanço do conhecimento em educação, permitindo melhor

    compreensão dos processos escolares, de aprendizagem, de relações, dos processos

    institucionais e culturais, de socialização e sociabilidade, do cotidiano escolar em suas

    múltiplas implicações, das formas de mudança e resiliência presentes nas ações educativas

    (WELLER; PFAFF, 2011).

    Os sujeitos da pesquisa foram 12 alunos do 7º Ano do Ensino Fundamental II,

    matriculados e com frequência regular nas aulas de educação física, na Escola Municipal

    Augusto dos Anjos, localizada no Bairro do Cristo Redentor, na cidade de João Pessoa -

    Paraíba.

    Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram o diário de campo e os

    planos de imagem. As observações eram anotadas após as aulas e filmagens em um caderno

    embasado pelos indicadores de observação (Quadro 1). Para captar as imagens durante os

    jogos, utilizamos duas câmeras semiprofissionais Nikon Coolpix P510, em dois ângulos: um,

    para captar o plano geral, em que priorizamos o campo onde acontecia o jogo e outro mais

    próximo, com plano mais fechado, específico, captando detalhes (olhares, acenos, falas,

    deslocamentos, direções) dos brincantes.

    Nossa pesquisa tem um arcabouço teórico consistente para a análise do jogo

    tradicional/popular. Os dados coletados foram analisados por meio da praxiologia motriz de

    Pierre Parlebás (2001), em situações de cooperação-oposição, e dos gestemas e praxemas.

    Nesse caso, a teoria praxiológica vai ajudar a analisar os jogos tradicionais como um jogo

    sociomotriz, em que as ações e decisões de cada jogador ganham mais sentido na relação com

    o outro praticante, seja parceiro ou adversário.

    Outra base de análise dos dados foi a analítico-existencial do movimento, classificada

    por Gomes-da-Silva (2001). Nessa análise, o movimento é entendido como comunicação. O

    movimento dentro do jogo, qualquer que seja, é essencialmente movimento-comunicativo

    porque acontece no mundo do jogo junto com os outros. Ele classifica o modo de ser do

    movimento em deficiente, indiferente e primordial.

    A seguir, apresentamos um quadro para descrever e detalhar minuciosamente nossas

    teorias de análise dos dados. São indicadores existenciais e praxiológicos que fundamentaram

    a discussão dos resultados e nortearam os passos e, com certeza, ajudarão em estudos

    posteriores.

  • Quadro 1 – Categorias referentes à interação: Analítica-Existencial e Praxiologia Motriz -

    Sousa Cruz e Gomes-da-Silva (2013)

    CATEGORIAS INDICADORES EXISTENCIAIS E PRAXIOLÓGICOS

    MODO DEFICIENTE Comunicação com o meio e implementos sem a existência de

    outro semelhante

    MODO INDIFERENTE Comunicação com o meio e implementos com a existência

    de outro, mas é indiferente; não se sente tocado, e apesar de

    estar ali, não lhe é dado comunicação.

    MODO PRIMORDIAL Comunicação com o meio e

    com a presença do outro;

    dois modos de estar com os

    outros;

    Aprende a conviver no

    coletivo:

    - Modo simbólico:

    compreensão da regra,

    aceitação dos códigos

    reguladores (tempo, espaço,

    pontuação); não transgressão.

    - Modo operatório: decisão,

    decodificação, antecipação.

    MOVIMENTO

    SUBSTITUTIVO

    Movimento padronizado,

    dependente, automatizado

    culturalmente e repetitivo.

    MOVIMENTO DE

    ANTEPOSIÇÃO

    Resposta não padronizada,

    consciência das limitações e

    possibilidades,

    criativo/inventivo.

    Compreensão da regra:

    memória, aceitação dos

    códigos reguladores (tempo,

    espaço, pontuação)

    Tomada de decisão: ter

    condutas estratégicas, errar

    menos.

    Decodificação: leitura

    gestual, atenção.

    Antecipação: capacidade de

    abstração e de concentração.

    3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Após a apresentação dos indicadores práticos no Baleado e no Barra-Bandeira

    embasados pela lógica interna e presença existencial, tivemos três categorias de análise: 1)Os

    hábitos iniciais dos jogadores nos jogos: arremessos precipitados no Baleado e passagens

    aleatórias no Barra-Bandeira; 2)Variações na forma de jogo: observação e reorganização das

    condutas no modo de agir em relação aos jogadores, espaço e implementos e 3) Melhoria da

    interação nas tomadas de decisão: passagens estratégicas e arremessos combinados. Limitamos-

    nos ao último item de análise, pois foi o momento em que mais nos aproximamos de uma

    analítica praxiológica e existencial no modo de agir dos educandos nos jogos tradicionais

    escolhidos.

    A partir dos indicadores analíticos- existenciais e praxiológicos mediados por nossa

    observação, descrição e análise, criamos um quadro para fomentar as possibilidades interativas

    do Baleado e Barra-Bandeira e os avanços cognitivos no tocante à decisão nas ações, tanto

    nos erros, como nos acertos, gerando aprendizagem.

    Quadro 2 – Modo existencial de agir nos jogos (Baleado e Barra-Bandeira) a partir da lógica

    interna

    Jogo

    Tradicional/Popular

    Analítica-Existencial

    Modo de Comunicação

    Praxiologia Motriz

    Interação Sociomotriz

    Ações Principais

    Indiferente

    Primordial

    Oposição

    Cooperação

  • BALEADO

    ▪Arremessar para

    balear (Atacar)

    Não perceber a

    presença do

    oponente

    desatento de

    costas,

    Substitutivo: Atacar o

    mesmo adversário,

    independente da

    posição ocupada por

    ambos;

    Antecipação

    para balear;

    Leitura das

    intenções;

    Simular

    Defender-se

    dos

    arremessos

    adversários;

    conversando ou com o olhar em

    outra direção.

    Anteposição: Buscar

    o adversário mais

    vulnerável na jogada;

    Combinar estratégias

    com os que estão no

    gestos;

    Decodificar

    ações.

    Criar novas

    condutas

    estratégicas

    nas decisões;

    “mofo” para balear os

    ▪Combinar passes

    ▪Armar a defesa

    Permanecer de

    costas para o

    ataque; Não

    combinar

    verbalmente

    (gritos, falas,

    sons) ou não-

    verbal (acenos,

    olhares, braços

    erguidos com o

    companheiro em

    lados opostos).

    demais; velamento de

    gestos para os

    adversários.

    Substitutivo:Não

    variar as

    movimentações;

    Insistir em segurar a

    bola, em vez de livrar-

    se.

    Anteposição: Criar

    possibilidades de fuga,

    proteger os demais,

    ações desveladas para

    os companheiros.

    Corrida com a

    condução da

    bola por cima

    da cabeça com

    as duas mãos

    ou por baixo

    com uma;

    Pegar a bola da

    outra equipe

    para armar

    uma jogada.

    Trocar passes

    entre os

    jogadores da

    mesma

    equipe

    de lados

    diferentes do

    campo de

    jogo.

    Codificar

    gestos

    indecifráveis

    BARRA-

    BANDEIRA

    ▪Passagem para

    buscar a bandeira

    ▪Dar às costas

    para seu campo

    de jogo diante

    uma passagem

    adversária em

    busca da

    bandeira.

    Substitutivo: Passar

    para o campo

    adversário mesmo

    diante de uma

    marcação

    estabelecida.

    Anteposição:

    Antecipação

    para passar;

    Leitura das

    intenções do

    adversário para

    passar;

    Simular gestos

    de passagem;

    Fingir uma

    passagem

    para um lado

    do campo

    para a

    passagem do

    companheiro

    ▪Passagem para

    salvar o

    companheiro

    ▪Não perceber o

    companheiro no

    campo

    adversário,

    evitando assim,

    uma

    passage

    m de

    salvamento.

    Atentar para uma

    desatenção do

    adversário na espera

    de uma oportunidade

    de passagem.

    Decodificar

    ações e

    passage

    m alheia.

    Passar sem a bandeira para

    tirar a atenção

    do adversário

    do

    companheiro

    que a possui

  • Substitutivo: Passar

    ▪Não passar para

    seu campo de

    origem com a

    pelo mesmo local e/ou

    não tentar passar para

    voltar.

    Correr com a

    bandeira pelos

    espaços

    ▪ Passagem para trazer a bandeira

    bandeira,

    mesmo

    com reais

    chances retorno.

    Anteposição: Dissimular o corpo para um lado,

    passando pelo outro

    desocupado

    s pelos

    adversários.

    e/ou aproveitar uma

    brecha entre os adversários no campo de jogo.

    Espaço Meio Formador Meio Domesticado

    ▪Plano, lados ▪ Entorno vivido ▪ Claro opostos, retangular, ▪ Circundante ▪ Sem impedimentos

    delimitado. ▪ Existencial ▪ Ausência de imprevisto

    Objeto

    ▪ Bolas Presença (Não Humano)

    ▪ Junto com os outros humanos Interação

    ▪ Intermedeia o confronto

    No quadro 2, percebemos as principais ações dos jogadores nas aulas, pois seria

    impossível dar conta de todas ao mesmo tempo em que há a cooperação e oposição; em que

    há a passagem e proteção; há o arremesso e a combinação, entre outras tantas. As ações dos

    alunos durante as vivências no Baleado e Barra-Bandeira perpassaram em três relações: com

    os jogadores (modo existencial: indiferente e primordial; interação sociomotriz de cooperação-

    oposição), com o espaço (formador e domesticado) e com os objetos (não humano e

    intermediando o confronto).

    Mas, para essas relações acontecerem, foram necessárias e importantes combinações

    entre os participantes, minimizando as condutas individuais, o modo indiferente de ser,

    avançando para um modo primordial de agir, comunicando-se melhor com os companheiros e

    contracomunicando-se com os adversários. Os alunos iniciaram com condutas menos solidárias

    e passaram a perceber melhor seus companheiros, porque estar presente junto com os outros

    no jogo não é sinônimo de estar próximo na relação, muito menos há uma interação e tomada

    de decisão exitosa.

    No Baleado e Barra-Bandeira ocorreram diversas situações de indiferença no modo de

    agir, mesmo com o conhecimento da lógica interna. O quadro que inicia esse tópico descreve

    alguns modos de como os jogadores encontravam-se no mundo circundante e domesticado

    dos jogos. Nas primeiras aulas, alguns alunos se sentiam tocados na comunicação por causa

    de várias situações como: o companheiro que não passava para salvar, mesmo com espaço

    disponível; o companheiro que ficava de costas para o “mofo”.

    Essas ações combinadas proporcionaram, dialogando com Gomes-da-Silva, (2001;

    2012), o jogadores assumirem uma conduta primordial, aprendendo a conviver com o outro,

    reconhecendo-o no jogo. Isso significa que o jogador pode ter uma postura substitutiva,

  • repetida, de forma padronizada. Ele reconhece a presença do companheiro, mas age da mesma

    forma no tocante ao lançamento. Um exemplo na aula: um jogador tentou combinar com

    outro companheiro que se localizava na área do “mofo” e lança com muita força, fora do

    alcance do companheiro, resultando na posse de bola para a equipe adversária, que contra

    ataca com um arremesso.

    Se ele compreende as regras e suas variantes, de forma satisfatória, memorizando as

    ações, tomando consciência do tempo, espaço e pontuação do jogo, pode avançar para uma

    tomada de decisão na perspectiva da anteposição. O jogador adota uma conduta estratégica,

    decodifica os gestos, antecipando as ações, criando novas possibilidades de agir dentro do

    jogo. Isso implica-nos dizer que, no jogo tradicional, as relações que se dão oriundas das leis

    internas de funcionamento de determinado jogo podem ser mais ricas do ponto de vista

    comunicativo em virtude de estarem em jogo, não apenas movimentos isolados, técnicos,

    dentro um espaço, com manipulação de um objeto.

    No Barra-Bandeira e Baleado, observamos uma importante percepção criativa que os

    jogadores apresentaram. A aprendizagem é nutrida no que diz respeito ao modo como o

    sujeito se relaciona com a realidade apresentada, sem perda do sentido pessoal de existência,

    de modo que, todo jogador ao criar seu próprio mundo de jogo e dotá-lo de significado, pois a

    consciência de si, do outro, do seu entorno, está associada à criatividade.

    De que maneira foi possível uma diminuição do automatismo para uma compreensão

    pessoal entre os jogadores nos jogos Barra-Bandeira e Baleado? Para tal questão, apresentamos

    três possíveis compreensões. A primeira é que, se antecipando às ações, o sujeito percebe

    melhor as intenções de passagem do adversário/arremesso, bem como suas falhas na

    marcação, proteção e defesa. A segunda se sustenta na decodificação dos gestos, dos olhares

    disfarçados para ludibriar os adversários e combinar com os companheiros, dos acenos para

    pedir a bola ou para ser salvo, da manipulação das bandeiras/bolas. Por fim, criando novas

    formas de passar/balear em grupo, diante de uma marcação com número inferior de

    adversários, com uma bandeira, com duas, com mais jogadores no “mofo”, com menos

    companheiros no campo de jogo, combinando estratégias coletivas.

    No Barra-Bandeira e Baleado aconteceram diversas estratégias interessantes do ponto

    de vista das melhores jogadas para ganhar o jogo e impedir a vitória do outro. Por exemplo,

    para encontrar o momento certo de passar com a bandeira, uma equipe de quatro jogadores

    combinou de ficar um ao lado do outro, em forma de linha humana e passando a bandeira

    pelas mãos, que se encontravam atrás dos corpos. De repente, todos passam para serem

    seguidos e pegos pelos adversários (que não sabiam com quem estava a bandeira), enquanto

    um quarto paralelamente atravessa para o outro lado, por uma brecha visível no campo de

    jogo.

    No Baleado, um jogador que obtinha sucesso nos arremessos com a bola, optou em ser

    “baleado”, para ir para o campo do “mofo”. Para quê? Como a equipe adversária tinha apenas

    um oponente no campo inicial, percebeu-se que indo para o campo do “mofo”, abriria mais

    um espaço para acertá-lo e finalizar a partida. A outra equipe, percebendo a estratégia, tratou

    logo de adquirir a posse de bola para novamente combinar a fim de trazer novos

    companheiros para o campo inicial do jogo.

    Todos esses momentos foram carregados de discussões, gritarias, risos zombeteiros,

    provocações, trocas de olhares, quer dizer, um envolvimento emocional, entrega dos jogadores

    nos jogos. Como afirma Lavega (2013, p. 289), “os jogos sociomotrizes ativam a vivência

    de um leque extraordinário de relações sociais e de experiências carregadas de significado

    emocional”. Como também reflete Gomes-da-Silva (2011, p. 120), “[...] que a convivência

    no jogo, o estar-junto entre parceiros e adversários, não é estabelecido essencialmente pelo

    contrato social, mas pelos vínculos emocionais”.

  • Ao antecipar as ações, decodificar os gestos dos adversários, os jogadores

    demonstraram a inteligência de observar o mundo a sua volta e interpretá-lo. Mas, não só

    contemplaram, também vivenciaram a meditação/reflexão, criando novas estratégias de ação,

    realizando passagens inteligentes, arremessos certeiros. Percebemos assim uma passagem de

    movimentos automáticos para movimentos ativos.

    Essa foi uma das aprendizagens fundamentais durante os jogos. Não apenas imitar

    atos, a partir de orientação dos outros jogadores e professores, mas ter compreensão pessoal

    das regras e possibilidades de criar, resolvendo problemas oriundos das comunicações e

    contracomunicações para uma melhor consciência das condutas para ações bem sucedidas e

    minimização dos erros, avançando pela interação e cognição.

    Gomes-da-Silva (2012) entende que o pronunciamento desse mover-se regulado

    oferece uma compreensão dos outros e de si próprio, podendo ser repetitivo ou inventivo

    dentro dos jogos, permanecendo ou avançando nas relações e nas decisões diante do entorno,

    envolvendo os jogadores, espaço e implementos. Assim,

    o entorno para estes que se movem é regular, por isso sua resposta é sempre

    a mesma sem criatividade, sem espaço para o improviso. Esse mover-se como

    repetição oferece uma compreensão mediana de si e do entorno porque

    possibilita compreender tudo sem se ter apropriado. Por não ter sido um

    movimento conquistado por anteposições, mas oferecido como substituição

    do próprio, e aceito porque previne do perigo de fracassar na apropriação do

    movimento (GOMES-DA-SILVA, 2012, p. 168-169).

    Da mesma forma, os jogadores procurando analisar seu modo de agir no jogo,

    substituíram, no decorrer das aulas, seus movimentos automáticos por certo número de

    escolhas, orientando os movimentos. Isso resultou em inúmeras possibilidades de criação,

    numa transição do automático para o ativo, minimizando a indiferença em favor da anteposição,

    ou seja, da invenção das estratégias em detrimento à repetição, comunicando-se melhor com os

    companheiros e contracomunicando-se com os adversários.

    Corroboramos com Gomes-da-Silva (2012) que a aprendizagem está direcionada à

    anteposição, pois, “se o jogador tem certa habilidade então deve ser marcado de forma que

    sua habilidade fique impedida de realizar-se. É preciso que o jogador livre-se da marcação,

    daquela situação de anteposição, para poder ser mais no jogo” (Idem, p. 170). No dizer de

    Piaget (1977), seria adotar ajustamentos mais precisos do que antes nas ações, tanto nos

    velamentos e desvelamentos, nas cooperações e oposições. Mas, para isso, precisamos do

    entendimento da lógica interna, a partir da proposta de Parlebas (2001), criando formas mais

    claras e precisas para o tratamento dos jogos, analisando, desvelando, criando, categorizando

    os mesmos em prol de novas conclusões e novas decisões.

    Nossa preocupação com educação do jogo tradicional supera o descuido que o mesmo

    sofre em relação ao jogo esportivo. Procuramos dar mais visibilidade a esses jogos, tão

    conhecidos, mas pouco investigados. Concordamos com Lavega (2013, p. 291) “que os jogos

    tradicionais estão longe de serem práticas menores, tem valores e propriedades pedagógicas

    de grande interesse para a Educação Física do século XXI”. Ampliamos o olhar para além da

    esfera técnica, transbordando para um processo de convivência, de conflitos, de

    conscientização da relevância desses jogos para a cultura lúdica no âmbito escolar e fora dele.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Enxergamos que é possível, a partir da captação da lógica interna dos jogos tradicionais

    uma culminância em significações externas do movimento no jogo. Seja como for, o modo

    de ser ou de realizar-se se dá na convivência cotidiana dentro do jogo. O

  • importante é que cada vez mais o jogo tradicional seja investigado sob óticas diferentes de

    compreensão, não apenas histórica, sociológica, antropológica, biológica ou biomecânica.

    Nossa motivação para investigá-lo parte dos pressupostos do movimento dentro do jogo como

    comunicação. Sendo assim, se ampliam as possibilidades de aprendizado dos atos motrizes

    nas dimensões cognitivas, perceptivas e emotivas. Suspeitamos que essas teorias suscitem

    diante suas especificidades, aproximações e distanciamentos, a tornar os objetos e espaços

    formadores para os jogadores, bem como torná-los cada vez, um ser-mais, não só funcional,

    porém, também existencial no ato de jogar.

    Por meio desses jogos tradicionais, nas operações de constatar os erros, refletir sobre

    possibilidades e transformar a ação, os jogadores aprenderam a tomar decisões menos

    precipitadas, mais inteligentes; diante os problemas oriundos das inúmeras situações no jogo,

    aprenderam a agir de modo coletivo e estrategicamente refletido, como, por exemplo, a melhor

    hora de passar/arremessar; de aproveitar as situações de desatenção; de passar para salvar o

    companheiro/ de combinar a bola; de perceber-se no jogo, entendendo o tempo de jogo, nas

    situações oportunas e em marcações cerradas, a melhor maneira de agir. Aprenderam a criar

    situações de interação vivendo o jogo, na observação e conduta de si e do outro. É o jogo se

    tornando rico pelas interações nas tomadas de decisão.

    Para nós, as aprendizagens nos jogos partem das relações com os outros humanos

    (jogadores) e não humanos (objetos e espaços). Nas trocas inesgotáveis de gestos, táticas,

    sendo atos límpidos para uns, outrora nebulosos para outros, num envolvimento e percepção

    constante que, partindo de uma lógica interna, podem-se ganhar novas significações

    existenciais nos jogos vividos nas aulas de Educação Física.

    REFERÊNCIAS

    GOMES-DA-SILVA, P.N. A corporeidade do movimento: por uma análise existencial das

    práticas corporais. In: Hermida, J.F; Zóboli, F. Corporeidade e educação. João Pessoa: Ed.

    Universitária UFPB, 2012.

    GOMES-DA-SILVA, P.N. O jogo da cultura e a cultura do jogo: por uma semiótica da

    corporeidade. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2011.

    GOMES-DA-SILVA, P.N. A poética dos gestos dos jogadores. Revista Brasileira de

    Ciências do Esporte, Campinas, v. 27, n. 2, p. 105-119, 2006.

    GOMES-DA-SILVA, P.N. Por uma ontologia do movimento comunicativo. In: GUEDES,

    O.C. Atividade física e esportes: contextos e perspectivas evolutivas. 1ª Ed. João Pessoa:

    Unipê, 2001.

    LAVEGA, P. Os jogos tradicionais como patrimônio cultural mundial. In: MARIN, E.C;

    RIBAS, J.F.M. Jogo tradicional e cultura. Santa Maria: UFSM, 2013.

    PARLEBAS, P. Prefácio. In: MARIN, E.C; RIBAS, J.F.M. (Orgs). Jogo tradicional e

    cultura. Santa Maria: UFSM, 2013.

    PARLEBAS, P. Jargão e linguagem ciêntífica. In: RIBAS, J.F.M. (Org.). Jogos e Esportes:

    fundamentos e reflexões da praxiologia motriz. Santa Maria: Editora UFSM, 2008.

    PARLEBAS, P. Juegos, deporte y sociedad: léxico de praxiologia motriz. Barcelona:

    Paidotribo, 2001.

  • PIAGET, J. A tomada de consciência. SP: Melhoramentos, Ed. Da Universidade de

    São Paulo, 1977.

    RIBAS, J. F. M.(Org). Jogos e Esportes: fundamentos e reflexões da praxiologia

    motriz. Santa Maria – RS: Editora UFSM, 2008.

    RIBAS, J.F.M. Praxiologia Motriz: construção de um novo olhar dos jogos e esportes

    na escola. Motriz, Rio Claro, v.11, n.2, p. 103-110, mai/ago, 2005.

    WELLER, W; PFAFF, N. Metodologias da pesquisa qualitativa em educação:

    teoria e prática. 2ª Ed. Petropólis: Vozes, 2011.

  • AS INTERAÇÕES ENTRE OS PARTICIPANTES DOS JOGOS ESPORTIVOS

    COLETIVOS E SUAS INFLUÊNCIAS NA DIMENSÃO AFETIVA DA CONDUTA

    MOTRIZ¹

    Raquel Valente de Oliveira²

    [email protected]

    RESUMO

    Os jogos esportivos coletivos de cooperação e oposição é um dos conteúdos da educação

    física escolar juntamente com muitos outros. Eles são classificados segundo o autor da

    Praxiologia Motriz Parlebas, como sendo sociomotrizes de cooperação e oposição, a partir do

    critério de interação entre os participantes, pois nesses esportes os jogadores contam com a

    colaboração de seus companheiros de equipe e com a oposição de seus adversários. Essa

    interação entre os participantes é capaz de gerar influências nas condutas motrizes dos mesmos,

    inclusive na sua dimensão afetiva, que será nosso enfoque neste estudo, que por sua vez, está

    relacionada às reações emotivas e a todos os sentimentos que as pessoas são capazes de sentir

    e experimentar. Desse modo, a proposta desse estudo traz como objetivo discutir, a partir da

    literatura da área, como as interações entre os participantes dos jogos esportivos coletivos

    influenciam na dimensão afetiva da conduta motriz, trazendo explicações mais claras sobre os

    jogos esportivos coletivos, as dimensões das condutas motrizes e suas respectivas relações.

    Palavras chave: Jogos Esportivos Coletivos; Praxiologia Motriz; Conduta Motriz.

    Caracterização e Justificativa

    No atual contexto em que vivemos, não há como falarmos da educação física sem

    pensarmos no esporte, entre os outros tantos conteúdos que ela aborda. Esse esporte que é tão

    trabalhado pela educação física escolar, mesmo que de outra maneira, é praticado também

    como forma de lazer entre amigos, em forma de competição em clubes, profissionalmente,

    entre tantas outras, sendo assim, percebesse que o mesmo é muito explorado em nossa

    sociedade e de suma importância para os que os praticam. Corroborando a isso, Kunz (2004,

    p. 126) ressalta que “o esporte é uma das objetivações culturais expressas pelo movimento humano mais conhecidas e mais admiradas, até mesmo entre as mais diferentes manifestações

    culturais existentes”.

    Os jogos esportivos coletivos, que encontram-se aqui em destaque, muitas vezes são

    vistos como um simples esporte de competição, esforço físico ou uma mera atividade física.

    Porém, eles são muito mais que isso, pois esses esportes coletivos têm um valor muito superior,

    um valor pessoal e social que de uma forma ou de outra contribuem para o praticante devido o

    aprendizado que os mesmos ocasionam e suas condutas motrizes que são trabalhadas e

    desenvolvidas por esses esportes. Segundo Parlebas (2001) a educação física é uma prática

    ¹ Projeto não remunerado orientado pelo professor Drº. João Francisco Magno Ribas da Universidade Federal de

    Santa Maria.

    ² Acadêmica de Graduação em Educação Física Licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • que influencia nas condutas motrizes daqueles que os praticam, assim sendo, os jogos

    esportivos coletivos por fazerem parte da educação física acabam influenciando as condutas

    motrizes que são desenvolvidas pelos mesmos.

    No ponto de vista da Praxiologia Motriz, na qual estuda-se a lógica interna dos esportes

    e jogos, esses esportes carregam consigo a conduta motriz que vai além da competição e do

    simples movimentar-se, pois eles estabelecem relações com um significado muito maior como

    respeito com adversários, elaboração de estratégias, criatividade, decisão motriz, inteligência,

    autoestima, alegria, ansiedade, esperança, tensão, entre outros valores que são de suma

    importância para o jogador e para o jogo em si. Segundo o autor Collard (2008, p. 107) a

    Praxiologia Motriz “trata-se, entre outros, de analisar a lógica interna dos jogos esportivos e de

    seus efeitos permanentes sobre as condutas motrizes dos jogadores”.

    Sendo assim, percebesse a ampla importância que a Praxiologia Motriz, juntamente

    com os esportes e as condutas motrizes trazem ao contexto teórico e científico de nossa área,

    pois com o avanço desenfreado dos estudos e diversos temas que são abordados pela educação

    física precisasse certamente, cada vez mais, pesquisas e leituras sobre os múltiplos e distintos

    temas que surgem e são questionados pela nossa área de estudo.

    Diante de todos os esportes existentes, trazemos aqui em questão os jogos esportivos

    coletivos de cooperação e oposição que podem ser classificados de acordo com a presença ou

    a ausência da interação motriz entre os jogadores que estão inseridos no jogo. Segundo Parlebas

    (2001) há quatro grandes grupos analisado a partir do critério de interação, que são: sem

    interação ou psicomotriz; interação de oposição ou sociomotriz de oposição; interação de

    cooperação ou sociomotriz de cooperação e interação de oposição e cooperação simultânea ou

    sociomotriz de cooperação-oposição. E conforme esta classificação pode-se afirmar que esses

    esportes aqui em questão são pertencentes ao grupo sociomotriz de cooperação-oposição, por

    possuírem algum tipo de interação entre os companheiros de mesma equipe e entre seus

    adversários.

    Todos os jogos esportivos coletivos em geral, ainda dentro da classificação, se

    enquadram nas condições sociomotrizes de cooperação e oposição, que segundo Lagardera e

    Lavega (2003, p. 79) afirmam que nesses esportes “os jogadores intervêm com a colaboração

    de companheiros e a oposição de adversários. Se trata das práticas correspondentes aos esportes

    de duelo coletivo”. Assim sendo, podemos citar como alguns exemplos desses esportes

    coletivos de cooperação e oposição o futebol, o futsal, o voleibol, o basquetebol, o handebol,

    o rugby, entre outros.

    As condutas motrizes, por sua vez, são características internas do indivíduo que atua

    carregada de significados, é o reflexo da pessoa no seu atuar que leva por traz um sentido e

    uma intenção. E ainda, segundo o autor Parlebas (2001, p. 173) “o conceito de conduta motriz

    constitui o denominador comum de todas as práticas físicas e esportivas” inseridas no campo

    da educação física, pois todas essas atividades, requerem uma atividade corporal que se

    manifesta por uma ciência humana e essa ciência nada mais é que a conduta motriz. Cada

    jogador possui uma maneira única e singular de interpretar e realizar as ações motrizes durante

    o jogo, tendo suas características distintas. Sabemos também, que cada esporte, qual for ele,

    possui características próprias e diferentes, sendo assim cada pessoa e cada esporte que a

    mesma irá praticar apresenta suas condutas motrizes próprias.

    Ainda discutindo as definições existentes para a conduta motriz, trazemos aqui a de

    Lagardera, López e González (2008) que se refere a conduta motriz como o comportamento

    motor associado a uma determinada pessoa que age de maneira própria, única e global em sua

    totalidade e singularidade por fazer referência aos seus sentimentos e emoções, sendo o atuar

    humano carregado de significados.

    As condutas motrizes possuem três dimensões que são: cognitiva, relacional e afetiva,

    na qual toda pessoa que está inserida nos jogos esportivos coletivos tem a capacidade de

  • desenvolver os três tipos, sendo que estas variam conforme a atividade realizada. Segundo

    Lavega (2010) a dimensão cognitiva permite o jogador avaliar cada situação do jogo que

    aparecem constantemente e que permite assim, que ele decida e efetue do melhor modo

    possível suas ações assim como também as decisões e estratégias a adotar, as estimações de

    velocidade, os movimentos a realizar e como realizar. A dimensão relacional age na

    comunicação motriz entre jogadores, no contato entre eles de corpo a corpo e na linguagem.

    Já a dimensão afetiva está associada as reações emotivas, os riscos e preocupações do jogo,

    seus temores e percepções, as inseguranças e alegrias enfim, todos os sentimentos e emoções

    envolvidas e desenvolvidas pelos esportes.

    Sobre esta última dimensão aqui descrita, podemos estudá-la mais profundamente,

    pois os jogos esportivos coletivos são capazes de desenvolver em seus jogadores diversos

    tipos de emoções, sendo que nos jogos esportivos essas emoções são suscitadas de maneira

    diferente em cada situação em que os praticantes são expostos, fazendo assim, com que eles

    apresentem distintas maneiras de agir em cada momento e em cada ação motriz do jogo.

    Segundo Bisquerra (2000, p. 47) “as emoções são geradas habitualmente como resposta a um

    acontecimento externo ou interno”, sendo que a partir dessa ideia percebemos que cada emoção

    desempenha uma função única e distinta e que deste modo, cada emoção prepara o corpo

    para um tipo de resposta muito diferente. Ainda seguindo a ideia desse autor, o mesmo

    classifica as emoções em positivas (alegria, humor, felicidade e amor), negativas (ira, medo,

    ansiedade, vergonha, tristeza, desprezo) e ambíguas (surpresa, esperança, compaixão). Desse

    modo, a condição de competição representada pela cooperação e oposição, que é nosso tema

    de estudo, é capaz de fazer com que alguns participantes passem a manifestar emoções positivas

    ou negativas em determinados momentos do jogo, seja quando perdem, seja quando ganham

    ou até mesmo diante de outras diferentes situações.

    Para Lavega (2004) os esportes coletivos de cooperação e oposição desenvolvem

    condutas motrizes associadas as demandas desses tipos de esportes conforme suas

    características, ações motrizes desempenhadas e precisões, pois cada esporte com suas

    peculiaridades acarreta influências nas condutas de cada participante. Esses tipos de esportes

    exigem de seus participantes que os mesmos tomem decisões no decorrer do jogo, que

    antecipem-se as ações de seus adversários e mensagens de seus companheiros para que ocorra

    a interpretação necessária de mensagens aos demais para o bom êxito do jogo, que usem

    estratégias dignas das diversas situações que acorrem, entre outras tantas ações motrizes

    necessárias. Sendo assim, conforme as necessidades que vão se desenrolando no decorrer de

    cada esporte, surgem as condutas motrizes que satisfaçam as necessidades de cada ação motriz.

    Um bom exemplo destacado por Lagardera (2007) que deixa bem claro o

    desenvolvimento de um tipo de conduta por meio do esporte é a estimulação da solidariedade

    ao se praticar o basquetebol que, como os demais jogos esportivos coletivos, também é

    classificado, de acordo com Parlebas, como uma modalidade sociomotriz de cooperação e

    oposição. Desse modo, é necessário que durante o jogo suas ações motrizes se apresentem e

    sejam colocadas em prática, como por exemplo, o passe e a recepção, sendo que, a partir

    dessas ações específicas de cooperação se desenvolva também a dimensão afetiva de seus

    participantes por meio da solidariedade, por haver ações que dependem de todos para o

    desenvolvimento e o bom êxito do jogo.

    Para o melhor entendimento dessa ideia podemos exemplificá-la com aqueles esportes

    que não possuem nenhum tipo de interação, os chamados psicomotrizes, como por exemplo,

    algumas provas de atletismo, o qual nesse tipo de esporte não há a possibilidade de desenvolver

    a solidariedade, pois as ações motrizes necessárias para a prática desse esporte não permitem

    explorar tanto essa dimensão afetiva. Já os esportes de oposição como, por exemplo, o

    judô e o boxe e até mesmo os coletivos, por serem constituídos também da oposição,

    desenvolvem ações motrizes como o ataque, e com a exceção do voleibol, todos os demais

    permitem que haja o contato físico com seus adversários e por isso são capazes de desenvolver

    alguns outros tipos de emoções características da oposição como, por exemplo, a violência e a

    ira.

  • São muitos os fatores que geram algum tipo de influência nas condutas das pessoas

    que praticam esses esportes e assim acabam determinando-as. Podemos citar, entre tantos

    outros fatores, segundo Collard (2008) o local onde pratica-se o esporte, os espaços de jogo, o

    resultado da partida, as regras impostas, a distância do golpe, etc. Essas características do

    esporte pode tornar seus praticantes mais ou menos inibidos, atrevidos, competitivos, ansiosos,

    estratégicos, medrosos ou confiantes.

    Um outro importante fator de destaque é o entorno físico, que tem a capacidade de

    gerar uma enorme influência sobre as condutas de seus praticantes, como defende o autor

    Ribas. A relação com o entorno físico é entendida pela informação que o participante deduz

    sobre esse meio material e que implica em uma organização das condutas motrizes

    em razão desse meio. São de dois tipos: estável ou padrão e instável. Se o entorno

    físico for conhecido pelo praticante [...] a informação dada pelo meio é nula, ou seja,

    o participante não deverá se preocupar em realizar leituras constantes referentes ao

    meio porque este será padrão. [...] Isso acontece com todos os esportes praticados

    em meio estável: futebol, voleibol, basquetebol, handebol, entre outros.

    Já nas atividades de meio instável o praticante terá de realizar uma constante leitura

    do meio para adequar suas condutas a essa prática (RIBAS, 2014, p. 30).

    Segundo a ideia deste autor, o entorno físico gera a necessidade e a precisão de

    adequar as condutas motrizes aos esportes quando estes forem instáveis como é o caso dos

    jogos na natureza, regatas em equipe e corridas de bicicleta em equipe, exigindo o

    desenvolvimento de atenção, maior leitura do espaço e das irregularidades devido a necessidade

    que o meio apresenta.

    Porém, para os esportes coletivos de cooperação e oposição essa necessidade maior de

    adequação das condutas motrizes dos participantes não é necessária que ocorra, pois esses

    tipos de esportes apresentam o entorno físico estável, ou seja, o meio não varia, é sempre

    constante como é o caso, por exemplo, das quadras de voleibol e basquetebol, sua rede e as

    suas tabelas, respectivamente.

    Depois de analisarmos as diferentes características das condutas motrizes e refletirmos

    sobre ela e suas influências, podemos entrar em outra pauta muito importante de ser verificada

    por nosso estudo, que são os pontos positivos e negativos que esses esportes são capazes de

    causar na dimensão afetiva das condutas motrizes de seus praticantes.

    Um dos pontos negativos retratado por Lagardera e Lavega (2008) foi sobre as ações

    motrizes realizadas pelos praticantes dos esportes, durante o jogo, que atuam com uma certa

    improcedência no que diz respeito às regras normativas de cada esporte e a maneira como

    realizam determinados comportamentos como por exemplo a ação de empurrar um adversário,

    agredi-lo, assegurá-lo, usar os membros de forma proposital que conforme as regras não são

    permitidos pela especificidade do esporte, utilizar de implementos incorretos das regras

    durante o jogo, entre outros exemplos. As realizações dessas condutas inadequadas levam a

    medidas repressivas como a falta, o pênalti, o tiro livre, o cartão amarelo ou vermelho, a

    expulsão, etc. Esses acontecimentos podem como consequência, tornar o jogo violento,

    agressivo, invasivo, sendo que os praticantes podem desenvolver condutas negativas como a

    agressividade, o desrespeito e a desobediência.

    Devido esse debate aqui proposto, queremos discutir, a partir da literatura da área,

    como as interações entre os participantes dos jogos esportivos coletivos influenciam na

    dimensão afetiva da conduta motriz, realizando um estudo mais aprofundado sobre essas

    relações e influências.

    Objetivos e Metas

    2.1. Objetivo Geral

    Discutir, a partir da literatura da área, como as interações entre os participantes dos

    jogos esportivos coletivos influenciam na dimensão afetiva da conduta motriz.

  • 2.2. Objetivos Específicos

    1. Identificar as diferentes interações entre os participantes dos jogos esportivos coletivos; 2. Verificar quais são os fatores apontados pelos teóricos que podem influenciar e/ou

    gerar alterações na dimensão afetiva das condutas motrizes dos praticantes no contexto

    dos jogos esportivos coletivos;

    3. Investigar na literatura as características da dimensão afetiva e as relações estabelecidas com as interações dos participantes.

    Metodologia

    3.1. Desenho do Estudo

    Para atingir o objetivo desse estudo, se optará por uma metodologia de natureza

    qualitativa, na qual será realizada uma pesquisa ampla, sem medidas. Por meio dessa pesquisa,

    pretende-se também realizar um estudo de caráter descritivo, que conforme Gil (1999, p.

    44) “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população

    ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Preferiu-se uma pesquisa

    descritiva para que fosse possível tornar-se evidente as interações entre os participantes dos

    jogos esportivos coletivos e suas influências na dimensão afetiva da conduta motriz.

    Quanto aos procedimentos, será uma pesquisa de carácter bibliográfica, pois serão

    utilizados de livros, artigos científicos, autores, periódicos, entre outros materiais, para que se

    possa realizar a pesquisa com um conteúdo adequado a ser discutido e interpretado

    sequencialmente e chegar aos objetivos propostos e às conclusões adequadas, discutindo com

    os autores estudados. Ainda segundo Gil (1999, p. 65) “a principal vantagem da pesquisa

    bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos

    muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.

    Resultados ou Impactos Esperados

    Pretende-se com esse estudo salientar e ressaltar a devida importância da Praxiologia

    Motriz e a contribuição da mesma para com os jogos esportivos coletivos e a conduta motriz

    em sua dimensão de enfoque, para que de certa forma auxilie no processo de ensino-

    aprendizagem e no ensino dos esportes como um caminho didático e pedagógico.

    Com o estudo aqui proposto, desejamos chegar a conclusões acerca da Praxiologia

    Motriz trazendo à tona as respectivas possibilidades de relação entre a dimensão afetiva das

    condutas motrizes e o ensino dos jogos esportivos coletivos, analisando o jogo em si e suas

    relações e influências que ocorrem no mesmo e inclusive no contexto social; as relações de

    cooperação e oposição dos esportes; as emoções e sentimentos juntamente com valores que

    podem ser desenvolvidos e influenciados a partir do contexto esportivo, contribuindo para o

    ensino e para a melhor compreensão desses jogos esportivos.

    Referências

    BISQUERRA, R. Educación emocional y bienestar. Barcelona: Praxis, 2000.

    COLLARD, L. Análise praxiológica dos esportes e sua aplicação ao treinamento. In: RIBAS,

    J. F. M. (Org.). Jogos e esportes: fundamentos e reflexões da praxiologia motriz. Santa

    Maria: Editora da UFSM, 2008. p. 107-124.

    GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

  • KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 6. ed. Ijuí: Unijuí, 2004.

    LAGARDERA OTERO, F. La conducta motriz: un nuevo paradigma para la educación física

    del siglo XXI. Revista Conexões, Campinas, v. 5, n. 2, p. 1-22. 2007.

    LAGARDERA OTERO, F.; LAVEGA BURGUÉS, P. Introducción a la praxiología

    motriz. Barcelona: Editorial Paidotribo, 2003.

    LAGARDERA OTERO, F.; LAVEGA BURGUÉS, P. Fundamentos da praxiologia motriz.

    In: RIBAS, J. F. M. (Org.). Jogos e esportes: fundamentos e reflexões da praxiologia motriz.

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    LAGARDERA OTERO, F.; LÓPEZ VILLAR, C.; GONZÁLEZ ALONSO, O. As condutas

    motrizes introjetivas. In: RIBAS, J. F. M. (Org.). Jogos e esportes: fundamentos e reflexões

    da praxiologia motriz. Santa Maria: Editora da UFSM, 2008. p. 189-207.

    LAVEGA BURGUÉS, P. Aplicaciones de la noción de conducta motriz en la enseñanza. In:

    LAGARDERA OTERO, F.; LAVEGA BURGUÉS, P. (Eds.). La ciencia de la acción

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    CURSO DE FORMACIÓN SOBRE O PATRIMONIO LÚDICO. O JOGO TRADICIONAL

    E AS DIDÁCTICAS ESPECIFICAS, 2., 2010, Melide. Anais... Melide: Consellería de

    Educación e Ordenación Universitaria, 2010. p. 1-12.

    PARLEBAS, P. Jogos, deportes y sociedade: léxico de praxiología motriz. Barcelona:

    Paidotribo, 2001.

    RIBAS, J. F. M. (Org.). Praxiologia motriz e voleibol: elementos para o trabalho

    pedagógico. Ijuí: Unijuí, 2014.

  • PRAXIOLOGÍA MOTRIZ: UM A PROPOSTA DE MATÉRIA/ASSUNTO PARA

    A FORMAÇÃO DO GRAU/LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

    José Hernández Moreno1

    Juan Pedro R. Ribas2

    Roberto Stahringer3

    Resumen

    Se presentan los elementos básicos de la propuesta de Asignatura Praxiología motriz:

    identificadores (denominación, código UNESCO, carácter, créditos, carga y descripción

    general), descriptores, competencias, objetivos, contenidos, evaluación y bibliografía de

    consulta. El objetivo es fomentar la discusión entre los científicos y docentes.

    Concretamente se pretende la mejora de la presente propuesta de asignatura con la idea

    de consensuar los elementos básicos para su implantación en los centros de formación de

    profesionales e investigadores de las actividades físicas y deportivas.

    Palabras clave: Praxiología motriz, asignatura,

    Resumo. Eles se aparecem os elementos básicos da proposta de assunto Praxiología

    motora: distintivos (denominação, código a UNESCO, caráter, créditos, carrega e

    descrição geral), descritor, competições, objetivos, conteúdos, avaliação e bibliografia de

    consulta. O objetivo é fomentar a discussão entre os cientistas e educacional.

    Concretamente a melhoria do presente proposto de assunto é buscada com a idéia de

    consensuar os elementos básicos para sua instalação nos centros da formação de

    profissionais e investigadores das atividades físicas e desportivas.

    Palavras teclam: Praxiología motriz, assunto,

    1 Licenciado en Educación Física y en Ciencias de la Educación y Doctor en Ciencias de la Educación.

    ULPGC- Las Palmas de Gran Canaria (España) 2 Licenciado y doctor en Educación física. Licenciado en Filosofía. Universidad de Gales (Reino Unido).

    EADE-Málaga (España). 3 Profesor Universidad Nacional de Cuyo, Argentina.

  • Denominación del módulo: Praxiología motriz

    Código UNESCO: 40208

    Carácter: obligatorio

    Créditos (ECTS): 6-8.

    Carga: 70% presencial (50% teórica, 50% práctica), 30% trabajo del alumno.

    Descripción general:

    Asignatura teórica y práctica introductoria al conjunto de conocimientos básicos y

    específicos de las actividades físicas y los deportes para la formación de profesionales

    en sus diferentes ámbitos de intervención (educación, recreación, entrenamiento y

    terapia).

    Descriptores (lo que identifica a la asignatura):

    . Definir “Praxiología motriz”, comprender sus consecuencias conceptuales y determinar

    su importancia como introducción al curriculum de formación y como conocimiento

    básico para los diferentes ámbitos de intervención.

    . Establecer la definición de “acción motriz” desde la Teoría de la acción y desde la

    motricidad, como objeto de estudio de la Praxiología motriz, y relacionarla con el

    concepto de “conducta motriz”.

    . Definir el concepto de “práctica física”, como campo de estudio de la Praxiología

    motriz, y reconocer los componentes básicos que identifican la lógica interna y la lógica

    externa de las actividades físicas y deportivas.

    . Clasificar la diversidad de actividades motrices y deportivas en base a criterios

    específicos internos (objetivos motores y condiciones del entorno (espacial, gestual,

    temporal, comunicativo)) y sus consecuencias en el contexto externo (AIRE).

    . Practicar los fundamentos de la lógica interna de diversidad de situaciones motrices:

    juegos motores, deportes, actividades de expresión corporal, actividades de introyección

    motriz y actividades de adaptación motriz ambiental.

    . Conocer los procedimientos del diseño de tareas motrices relacionadas con la diversidad

    de prácticas físicas, para poder ser aplicadas en diferentes contextos y en los diferentes

    ámbitos de intervención.

    Propuesta de Competencias (lo que el egresado debe conocer y saber hacer)

    -Conocer y comprender el objeto de estudio de las Ciencias de la Actividad Física y del

    Deporte, especialmente de la Praxiología motriz

    -Conocer y comprender la estructura y función de las diferentes manifestaciones de la

    motricidad humana.

    - Conocer y comprender los fundamentos del deporte. - Ser competente motrizmente para la puesta en práctica de los fundamentos básicos de la motricidad.

  • - Conocer las estructuras y lógica interna de las difer