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ANAIS DO XVI SULPET Encontro dos grupos PET da Região Sul
Universidade Federal do Rio Grande
30 de Maio a 2 de Junho de 2013
Rio Grande - RS
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Universidade Federal do Rio Grande
Reitora: Cleuza Maria Sobral Dias
Vice-Reitor: Danilo Giroldo
Pró-Reitora de Graduação Prograd: Denise Maria Varella Martinez
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação- Propesp: Ednei Gilberto Primel
Pró-Reitora de Extensão e Cultura- Proexc: Angelica C. Dias Miranda
Ficha catalográfica
Bibliotecária responsável pela catalogação: Rúbia Gattelli – CRB10/1731
E562a Encontro dos grupos PET da Região Sul – SULPET (16. : 2013 : Rio Grande, RS) Anais do XVI do SULPET : encontro dos grupos PET da região Sul, de 30 de Maio a 02 de Junho de 2013, na Universidade Federal do Rio Grande. – Rio Grande : [s.n.], 2013. 316 p. Modo de acesso: <http://www.sulpet.furg.br> 1. Educação tutorial. 2. Interdisciplinaridade. 3. Evento científico. 4. Encontro de grupos PET. I. Título. CDU 001.89 06.055.2 061.3
APRESENTAÇÃO
A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) implantou seu primeiro
grupo PET, o da Engenharia de Alimentos (PET-EA) em 1991, embora o
Programa de Educação Tutorial - PET tenha iniciado, em nível nacional, no ano
de 1979. Foi por iniciativa do grupo PET-EA que, pela primeira vez, os grupos
PET do Rio Grande do Sul se reuniram para discutir suas fragilidades,
fortalezas e rumos. Isso ocorreu no município do Rio Grande, no ano de 1993,
sendo o evento denominado Encontro Estadual dos grupos PET do Rio Grande
do Sul, ENESPET.
Em 1994 foi criado, na FURG, o PET Engenharia Civil. Durante quatorze
anos apenas esses dois grupos funcionaram, procurando causar impacto em
seus respectivos cursos e regidos pelo princípio da indissociabilidade entre o
ensino, a pesquisa e a extensão universitária.
No ano de 2008, foi criado o grupo PET Enfermagem e em 2009 o PET
Engenharia Mecânica. Em novembro de 2010 a FURG aprovou sete novos
grupos. Desses, quatro funcionam no Campus sediado no município do Rio
Grande, são eles: o PET Ciências Computacionais, o PET Psicologia, o PET
Conexões de Saberes Estatísticos e o PET Conexões de Saberes da
Educação Popular e Saberes Acadêmicos. Com sede no Campus de Santa
Vitória do Palmar, encontra-se o PET Turismo Binacional. No Campus, em São
Lourenço do Sul, funciona o PET Gestão Ambiental e, em Santo Antônio da
Patrulha, o grupo PET Conexões de Saberes desenvolve suas atividades. No
final do último ano, entrou em funcionamento o PET Engenharia Química.
É esse grupo, composto por doze PETs, sediados em diferentes
localidades do extremo sul do Brasil que, juntamente com as Pró-reitorias de
Graduação, Extensão e Pesquisa da FURG, se propõe a realizar o XVI
SULPET. Neste evento, pretende-se “transpor fronteiras para compartilhar
conhecimentos” com 247 grupos distribuídos nas instituições de ensino
superior da Região Sul.
Atualmente, o SULPET representa um importante marco para o debate
acerca da filosofia, características, objetivos e manutenção do Programa PET.
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Por meio dele, busca-se delinear estratégias que complementem o processo de
formação acadêmica e política de petianos, tutores e egressos.
Reconhecendo a relevância do evento a Comissão Organizadora
agradece a participação de cada um e deseja que as discussões
desencadeadas contribuam significativamente para o aprimoramento dos
grupos PET da nossa região e do país.
A todos um excelente encontro e sejam muito bem-vindos.
Palavras chave: Programa de educação tutorial. Tutoria.
Interdisciplinaridade. Evento científico. Encontro de grupos PET.
Comissão organizadora do XVI SULPET
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SUMÁRIO
ÁREASDE CONHECIMENTO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ................................................................................................... 9
AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA MELHORIAS NUM AMBIENTE ESCOLAR RURAL ............................................................................................................... 10
BIOMAS BRASILEIROS: UM VIAJANTE NAS ESCOLAS BLUMENAUENSES ....... 14
PESQUISA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOBRE POSSE DE ANIMAIS SILVESTRES ........................................................................................................................ 18
ENGENHARIAS ................................................................................................................ 22
ANÁLISE DO DESEMPENHO ESTRUTURAL DE VIGAS I COM MESAS CONSTITUÍDAS DE MADEIRAS REAPROVEITADAS DE BATENTES .................... 23
ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2010-2012 DO GRUPO PET ENGENHARIA ELÉTRICA DA UDESC ............................................. 28
APLICATIVO PARA SMARTPHONES COM FINALIDADE DE AUXILIAR A UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO DE FLORIANÓPOLIS ............................ 32
COMPETIÇÃO DE PONTES DE PAPEL ......................................................................... 36
DESENVOLVIMENTO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ATRAVÉS DO GRUPO PET .. 39
IDENTIFICAÇÃO DE AÇÚCAR NO ALGODÃO EM PLUMA E VALIDAÇÃO DO MÉTODO CHT DE IDENTIFICAÇÃO DE AÇÚCAR NO ALGODÃO ........................... 43
MINICURSO DE NOÇÕES BÁSICAS DE ASPEN ......................................................... 47
INVESTIGAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA EM PATRIMÔNIO HISTÓRICO: ESTUDO DO CASO DO HOSPITAL E MATERNIDADE CARLOS CORRÊA .................................................................................. Error! Bookmark not defined.
PROCESSO DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE ALUNOS PARA PARTICIPAÇÃO NO PET ENGENHARIA CIVIL DA UEM ........................................................................... 58
SEMANA DE ACOLHIDA CIDADÃ DA ESCOLA DE ENGENHARIA .......................... 62
UNIVERSIDADE-EMPRESA: UMA PARCERIA DE BENEFICIOS MULTILATERAIS NA ENGENHARIA CIVIL .................................................................................................... 66
CIENCIAS DA SAÚDE ..................................................................................................... 70
AÇÕES PREVENTIVO-EDUCATIVAS DESENVOLVIDAS NO PROJETO “GUARDIÕES DO SORRISO”. .......................................................................................... 71
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E TOMADA DE DECISÃO DE PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO ACERCA DO TRAUMATISMO DENTAL . 74
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO GRUPO PET ENFERMAGEM ......................... 78
BARREIRAS PERCEBIDAS NA INTERVENÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM UBSs DE COMUNIDADES RURAIS DE SANTA MARIA – RS. .............................................. 82
6
CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS EM CURITIBA- PR .............................................................................................. 86
DISCUSSÃO DE TÓPICOS ESPECIAIS: DESENVOLVENDO A INTERDISCIPLINARIDADE NO MEIO ACADÊMICO. ................................................... 91
GINÁSTICA LABORAL NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFRGS ATRAVÉS DO MOVIMENTE- SE COM O PET EDUCAÇÃO FÍSICA ......................... 95
O EDUCADOR FÍSICO NAS EQUIPES DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA ........... 99
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO DE ENSINO DO TÊNIS DE MESA .............................................................................................................................................. 103
PROGRAMA PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE COLETIVA: AMPLIANDO A MULTIPROFISSIONALIDADE, POTENCIALIZANDO A INTERDISCIPLINARIEDADE RELATO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO SUL DO BRASIL ......................................................................................................................... 107
PROJETO ADOLESCER DISCUTINDO BULLYING COM GRUPO DE ADOLESCENTES .............................................................................................................. 112
PROJETO DUKE-UEM: APRENDIZADO, TREINAMENTO E APRIMORAMENTO DO USO DE FERRAMENTAS PARA A REDAÇÃO CIENTÍFICA .............................. 116
PROJETO ESCOVAÇÃO ................................................................................................. 119
PROMOÇÃO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR EM UM BAIRRO POPULAR DA CIDADE DE URUGUAIANA ............................................................................................. 123
CIÊNCIAS AGRÁRIAS ................................................................................................... 127
ANÁLISE COMPORTAMENTAL E TESTE DE PREFERÊNCIA EM SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO COM INTRODUÇÃO DE ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL EM BAIAS COLETIVAS. ............................................................................ 128
CICLO DE VIDA DE ARROZ BRANCO PRODUZIDO NO RIO GRANDE DO SUL 132
ESTADO FITOSSANITÁRIO DE SEMENTES DE PORONGO UTILIZADAS POR PRODUTORES NO DISTRITO DE ARROIO DO SÓ – SANTA MARIA/RS ............. 137
FESTIVAL UNIVERSITÁRIO COMO ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA E APROXIMAÇÃO COM A COMUNIDADE LOCAL ..................................................... 141
INTEGRAÇÃO COM A COMUNIDADE: ADOÇÃO DE CARTAS INFANTIS DESTINADAS AO PAPAI NOEL ..................................................................................... 145
O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DO GRUPO PET ENGENHARIA DE ALIMENTOS DA FURG ............ 148
PRINCIPAIS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EMPREGADOS NA DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS NO MEIO RURAL NO RIO GRANDE DO SUL ................................ 152
PROJETO ARBORETO .................................................................................................... 156
PROJETO 1º E 2º GRAU .................................................................................................. 160
. ............................................................................................................................................. 163
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CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ................................................................................ 164
CAPACITAÇÃO EM MICROSOFT OFFICE WORD E EXCEL COM ÊNFASE PARA TRABALHOS ACADÊMICOS ........................................................................................... 165
COMPUTOUR: ESTENDENDO O EVENTO “INFORMÁTICA POR UM DIA” ......... 169
EU SOU UM ANALISTA DE TI ........................................................................................ 173
GINCAMAT – RELATO DE EXPERIÊNCIA ................................................................... 177
MINICURSOS PET MATEMÁTICA: INSTRUMENTALIZANDO ACADÊMICOS DO CURSO DE MATEMÁTICA DA UFSM NA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES MATEMÁTICOS LIVRES .................................................................................................. 181
OPERAÇÕES COM CALCULADORA CIENTÍFICA NO CURSO DE QUÍMICA ...... 185
PET-QUÍMICA DIVULGANDO O CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM QUÍMICA DA UFPR NO ÂMBITO DA FEIRA DE CURSOS E PROFISSÕES .. 189
QUI-RELAX: INTERATIVIDADE DE JOGOS APLICADA AO ENSINO DE QUÍMICA .............................................................................................................................................. 192
UMA PRÁTICA DE APOIO PEDAGÓGICO À DISCIPLINA DE BALANÇO DE MASSA E ENERGIA: MODALIDADE CURSO. ............................................................. 196
CIÊNCIAS SOCIAIS ....................................................................................................... 200
AÇÕES DE EXTENSÃO DO GRUPO PET/TURISMO – FURG: INTEGRAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO TURÍSTICA. ................................................................................... 201
A FORMAÇÃO DO CONSERVADOR/RESTAURADOR NO BRASIL: O FÓRUM DE ESTUDANTES PROMOVIDO PELO PET CR/UFPEL. ................................................ 205
QUARTAS COM A FAURB” ............................................................................................. 209
CIÊNCIAS HUMANAS .................................................................................................... 213
ARTE E EDUCAÇÃO: "CAIXA DE ENCANTOS E VIDA" ............................................ 214
CINEPETINHO: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA DE EXTENSÃO DO GRUPO PET-PEDAGOGIA CAMPUS JAGUARAO/UNIPAMPA ............................................... 218
ESTUDO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA CICLOVIÁRIO DE LONDRINA/PR: PARCERIA PET GEOGRAFIA/ UEL E IPPUL ................................. 222
PROBLEMÁTICAS E AÇÕES DO PET PEDAGOGIA/UFSC ..................................... 226
EVASÃO UNIVERSITÁRIA NO CURSO DE PSICOLOGIA – FURG DE 2007 A 2012 .............................................................................................................................................. 230
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: RELATO DO PROJETO NA ALDEIA M’BIGUAÇU ...... 234
NOVOS CAMINHOS: APRENDENDO COM E NA DIVERSIDADE ........................... 238
PET FILOSOFIA EM CURSOS DE PINTURA: Perspectivas e Espaços à luz da Filosofia da Arte .................................................................................................................. 242
INSERÇÕES EM DISCIPLINAS: UM EXERCÍCIO CRÍTICO DE TRANSVERSALIZAÇÕES TEÓRICO/PRÁTICAS EM PSICOLOGIA ....................... 246
LETRAS E ARTES ......................................................................................................... 250
BALBÚRDIA NO PORTUGUÊS ....................................................................................... 251
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ÁREA MULTIDISCIPLINAR (CONEXÕES) .................................................................. 255
AÇÕES AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA O DIÁLOGO COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO .............................................................................. 256
AÇÕES DE EXTENSÃO DO PET COMUNIDADES DO CAMPO: O CASO DAS FEIRAS DE PRODUTORES DE MATINHOS E PARANAGUÁ NO LITORAL PARANAENSE ................................................................................................................... 260
A IMPORTÂNCIA DO PET CONEXÕES DE SABERES DA EDUCAÇÃO POPULAR E SABERES ACADÊMICOSNO PROCESSO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA NO PAIETS/FURG EM BUSCA DA EMANCIPAÇÃO HUMANA ....................................... 264
CINE CUICA: TROCA DE SABERES E FORMAÇÃO CIDADÃ ................................. 268
CONTRIBUIÇÃO DO PET/FURG-SAP À CRIAÇÃO DA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR EM SANTO ANTONIO DA PATRULHA, RS ............................................... 272
HUMANIZAÇÃO DO PÁTIO DA CRECHE ANJO DA GUARDA ................................ 276
IDENTIDADE E SINGULARIDADES DO PET SAÚDE NOTURNO DA UFRGS ..... 280
METODOLOGIA DA PESQUISA COMO ATIVIDADE DE ENSINO NO GRUPO PET CULTURA, ECONOMIA E SOCIEDADE NO CERRO DA PÓLVORA EM JAGUARÃO RS: BACHARELADO EM PRODUÇÃO E POLÍTICA CULTURAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA. ...................................................................... 284
O CICLO DE DEBATES (CIDEB) NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – CÂMPUS MEDIANEIRA ........................................................................ 288
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS INTEGRANTES DO PET LITORAL SOCIAL FRENTE À CONSTRUÇÃO DE PROJETOS DE EXTENSÃO ................... 292
O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET): VISÃO DOS PETIANOS ........ 296
PROJETO PET NAS ESCOLAS – PET ENGENHARIA ELÉTRICA UFPR .............. 300
PRÁTICAS NO ANO DE 2012: O RESULTADO DA INTEGRAÇÃO DE DISTINTAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ACADÊMICO NO PET DIVERSIDADE E TOLERÂNCIA DA UFPEL ................................................................................................ 303
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO WIMBELEMDON ........................................ 307
Comissão Organizadora .................................................................................................... 311
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AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA MELHORIAS NUM AMBIENTE ESCOLAR RURAL
Aline Aparecida Bastos Portela1; Brisa Marciniak1 de Souza; Deise Schröder Sarzi1; Érico Fernandes Vieira1; Flávia Ramos Ferrari1; Jamille Scapin Eichner1;
Leandro Amâncio dos Santos1; Martha Silva Conceição1; Natiéle Medina Oliveira1; Pâmela da Silva Alves1; Raquel Soares Oliveira1; Suiane Santos
Oleques1; Thomas Dickel Dias1; Vitor Freitas Oliveira1; Beatriz Stoll Moraes2;
André Carlos Cruz Copetti2 e Fabiano Pimentel Torres3.
Palavras Chave: escola rural – educação ambiental – PET
A necessidade de abordar o tema ‘meio ambiente’ decorre da percepção sobre
o processo de reflexão a cerca das práticas existentes e das múltiplas
possibilidades de, ao pensar a realidade, defini-la como uma nova
racionalidade e um espaço onde se articulam natureza, técnica e cultura. A
educação ambiental deve ajudar os indivíduos na percepção destes sintomas e
causas dos problemas ambientais, desenvolvendo o senso crítico e
sensibilizando-os para que se sintam parte dos problemas e agentes
importantes na solução dos mesmos. Uma maneira de instigar o senso crítico
acerca das questões ambientais na escola é utilizar o ambiente escolar como
forma de aproximação entre o meio ambiente e a realidade dos alunos. Nesse
contexto, considerar o pátio da escola como uma sala de aula ao ar livre é de
extrema importância para que se possa aprender, ensinar, socializar,
estabelecer contato com a natureza, cultivar, praticar atividades físicas e
construir valores. Em se tratando de ambiente escolar de comunidade rural,
então, essa valorização torna-se fundamental para a complementação na
formação do aluno que ali estuda e vive. Nessas comunidades, um ambiente
escolar não valorizado e devidamente planejado, pode apresentar sérios
problemas sanitários, de higiene, de produção e destinação de resíduos, e de
mau aproveitamento de áreas. Como exemplo, o descarte de resíduos sólidos
e líquidos a céu aberto pode levar à contaminação da água e do solo,
comprometendo seus usos pela comunidade em questão. O município de São
Gabriel - RS possui uma extensa zona rural, na qual se distribuem sete escolas 1.Graduandos integrantes do PET Ciências Biológicas UNIPAMPA; 2Professores assistentes da UNIPAMPA 3Orientador e Tutor Dr. PET Ciências Biológicas UNIPAMPA. e-mail: [email protected]
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polo, distantes da zona urbana, que desenvolvem suas atividades em turno
integral, atendendo as comunidades das localidades próximas às suas sedes.
Diante da preocupante situação higiênico-sanitária das comunidades escolares
rurais, constatada pela Secretaria Municipal da Educação do município de São
Gabriel, e confirmada por diagnósticos realizados por uma equipe
multidisciplinar da Universidade Federal do Pampa Campus São Gabriel,
incluindo o PET Ciências Biológicas, verificou-se a necessidade de proposição
e planejamento de melhorias no ambiente escolar, associadas a ações de
educação ambiental, no desenvolvimento de um projeto de extensão. Tais
melhorias visam o desenvolvimento educacional, práticas sustentáveis e o bem
estar destas comunidades. Este trabalho teve como objetivos a proposição e o
planejamento de um ambiente escolar “ideal” a partir da percepção da
comunidade escolar envolvida, através do reconhecimento e análise do espaço
externo (pátio), bem como a subsequente proposição de melhorias para o
mesmo, com planejamentos técnicos e adequados às necessidades das
escolas rurais do município de São Gabriel. O trabalho foi desenvolvido numa
escola rural piloto – Escola Rural Ernesto José Annoni – visando ampliação
posterior para as demais escolas rurais do município. A educação ambiental foi
trabalhada com os alunos da escola por meio de atividades práticas e
expositivas, onde foram abordados alguns conceitos e princípios básicos sobre
meio ambiente, descarte correto de resíduos, captação, qualidade e destinação
da água, reciclagem e higiene pessoal, etc. Dentre estas atividades, alunos de
6ª a 8ª séries da referida escola foram levados ao pátio da escola, com intuito
de reconhecer esse ambiente e identificar problemas relacionados à
infraestrutura, ao aproveitamento de espaços e à qualidade ambiental. Durante
o passeio, cada turma anotou as principais características que compõem o
cenário de sua escola, bem como as possibilidades de melhoria, tendo em vista
o amplo espaço disponível. Após, os alunos registraram suas percepções por
meio de desenhos, visto ser um método atrativo e que expressa nitidamente a
realidade vivenciada. Estes desenhos representavam suas percepções de:
“como a escola é” e “como gostariam que a escola fosse”. A partir destes
registros e dos relatos ao longo do passeio, foram elaboradas propostas
técnicas para melhorias no ambiente escolar, fundamentadas num
planejamento prévio, coordenado e desenvolvido pela equipe multidisciplinar
da UNIPAMPA. Por meio destes registros, os alunos problematizaram questões
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como: esgoto a céu aberto oriundo e próximo ao refeitório da escola, descarte
inadequado de resíduos gerados na escola e no entorno dela, qualidade da
água que abastece a escola e a comunidade rural. Perceberam, ainda,
necessidade de implantação de uma horta, para que pudessem desenvolver
atividades agrícolas e utilizar seus cultivos para enriquecimento da alimentação
ofertada no período escolar, cobertura na única quadra de esportes,
necessidade de um campo de futebol, área de recreação com arborização,
gerando sombra e frutas, revitalização do pomar, realocação do playground
(pracinha) para uma área mais segura e sombreada, e criação de uma trilha
ecológica, pois a escola conta com uma mata nativa no seu entorno, podendo
ser explorada como ferramenta para as aulas sobre meio ambiente, natureza,
ecologia, etc. De todos os problemas apontados pelos alunos em relação ao
ambiente escolar, evidenciou-se uma maior preocupação com a qualidade da
água disponível na escola e os efluentes descartados de forma indevida. Para
tais problemas, propôs-se soluções técnicas, de custo acessível, em parceria
com a Prefeitura Municipal, como a adequação das estruturas de fornecimento
de água, melhoria de sua qualidade, montagem de sistemas de captação da
água da chuva e de irrigação e construção de sistema de tratamento de
efluentes por zona de raízes. Todas as propostas para estas adequações e
melhorias foram planejadas de modo a atenderem critérios como baixo custo e
fácil execução, mostrando-se viáveis para as instituições, tanto na implantação
como na sua manutenção. Conclui-se, portanto, a importância da participação
dos alunos, sob orientação de uma equipe técnica e multidisciplinar e da
parceria entre instituições, no planejamento e elaboração de projetos que
visem o melhoramento do ambiente escolar onde atuam. Por se tratar de uma
escola rural, localizada distantemente da zona urbana e, portanto, muito
dependente de seus recursos próprios, esse ambiente demanda implantação
de melhorias tanto nas condições higiênico-sanitárias, como nas áreas para
recreação, atividades esportivas e aprendizado ao ar livre. Essas melhorias,
consequentemente, proporcionam um salto na qualidade de vida da
comunidade escolar rural como um todo. No entanto, como todas as ações em
educação ambiental, necessitam de um acompanhamento permanente, pois
trata-se de um processo contínuo. Nesse contexto, percebeu-se a importância
destes temas serem constantemente trabalhados e interligados às novas
adaptações a serem implantadas. A partir dos resultados obtidos neste projeto-
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piloto, percebeu-se a necessidade e a viabilidade de expansão das atividades
referentes à educação ambiental e melhorias técnicas para as demais escolas
rurais polo do município de São Gabriel.
REFERÊNCIAS
CASALI, Carlos Alberto. Qualidade da Água para Consumo Humano Ofertada em Escolas e Comunidades Rurais da Região Central do Rio Grande do Sul. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008. JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Caderno de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, 2003. PEREIRA, Antônio Roberto Mendes. As Práticas Ecológicas no Pátio Escolar na Intenção de Criar uma Reconexão direta com a Natureza como base da Educação Ambiental nas Séries Iniciais. 2010. Monografia (Especialização em Educação Ambiental) Universidade Gama Filho, Caruaru, 2010.
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BIOMAS BRASILEIROS: UM VIAJANTE NAS ESCOLAS BLUMENAUENSES
Alessandra Hodecker1, Bianca Müller¹,Bruna Bittencourt Winter¹, Caroline Linzmeyer¹, Deizi Naiara Sais¹, Felipe Bittencourt¹, Giulliana Appel¹, Gustavo Henrique Pereira Gonçalves¹, Jéssica Grabner¹, Michele Francine Muniz de
Andrade¹, Stella Bruna de Oliveira Guerra¹, Zelinda Maria Braga Hirano2
Palavras-chave: Biomas; Dinâmica; Meio ambiente;
INTRODUÇÃO: Os biomas brasileiros constituem importantes centros de
biodiversidade pela combinação de altos níveis de riqueza e endemismo. No
entanto, essa ricabiodiversidade vem sendo crescentemente ameaçada por
atividades antrópicas, principalmente aquelas ligadas à conversão das
paisagens naturais em áreas de produção agropecuária e ocupação imobiliária
(Aleixo et al., 2010). Este conhecimento sobre conservação e biodiversidade
dos biomas brasileiros devem ser passados desde a infância para as pessoas
com o objetivo de criar hábitos e valores de equilíbrio com a natureza. Sendo
que é dever do poder público e da sociedade defender e conservar um meio
ambiente equilibrado; e para alcançar esta meta é preciso que toda a
sociedade tenha consciência que a escola tem papel essencial neste processo
(SAITO,BASTOS,ABEGG, p. 1, 2006).Conforme previsto nos Parâmetros
Curriculares Nacionais - Ciências Naturais (PCN Ciências) (Brasil, 1998), o
Ensino Fundamental tem como objetivo, entre outros, fazer com que o
estudante perceba-se “integrante, dependente e agente transformador do
ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo
ativamente para a melhoria do meio ambiente.” Contudo, no contexto escolar,
os biomas brasileiros são pouco abordados nos livros didáticos. Santos et al.,
(2009) constatou que a representação esquemática e implementação de
dinâmicas diferenciadas podem influenciar no entendimento e na compreensão
dos alunos.Assim como Saito et al., (2006) no qual considera relevante o uso
de materiais didáticos como jogos e utilização de fotos ou imagens no Ensino
de Ciências Naturais e suas Tecnologias, pois desperta um maior interesse dos
alunos pelos temas abordados.Os mesmos autores ainda afirmam que, em
1 Universidade Regional de Blumenau – FURB. Discentes de Ciências Biológicas, Integrantes do Programa de Educação Tutorial 2 Professora da IES, Tutora do Programa de Educação Tutorial [email protected]
15
pesquisas científicas, os biomas mais estudados são, respectivamente, Mata
Atlântica, Amazônia e Cerrado. Sendo que os demais, quase não são citados,
nem nas pesquisas que apresentam experiências educativas, nem as que
estudam concepções de alunos e professores. Observou-se a falta de estudos
sobre o uso de fotos e gravuras nos livros didáticos.Com isso, o uso de
dinâmicas expositivas auxilia no melhor entendimento e conhecimento dos
biomas, devido ao fato de os estudantes dispenderem mais atenção à maneira
que o conteúdo é apresentado e abordado,não sendo de forma maçante e
repetitiva. OBJETIVOS: Apresentar de maneira didática e interativa os biomas
brasileiros, através da dinâmica do Viajante Itinerante, para os estudantes do
Ensino Fundamental. - Analisar a importância do método dinâmico na
assimilação do conhecimento. METODOLOGIA: O projeto aconteceu entre os
anos de 2011 e 2012, teve como público-alvo os alunos do ensino fundamental
(5º ao 9º ano) e foi autorizado pela Secretaria de Educação do Município de
Blumenau.Para a divulgação da atividade, enviaram-se cartas às escolas
públicas e privadas de Blumenau e conforme o interesse da direção da
escola,as mesmas agendavam as datas para realização da atividade. Para a
dinâmica do “Viajante Itinerante”, confeccionaram-se sete painéis, sendo um
deles de introdução ao conceito de “Bioma” e os demais sobre cada bioma
brasileiro – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampa.
Foram também recolhidos objetos e imagens referentes a cada bioma como,
por exemplo, frutas e animais taxidermizados para expor durante a atividade.
Um petiano vestia-se de um personagem que viajou por todos os biomas do
Brasil e trouxe objetos de cada um deles, sendo que estes se misturaram na
viagem. O viajante então precisava da ajuda dos alunos para separar os
objetos de acordo com o bioma a que pertencia, e para isso era explicado o
conceito de bioma, além de uma breve apresentação dos demais biomas
brasileiros. A avaliação foi feita antes e após a apresentação dos banners.Os
alunos deveriam olhar os objetos e responder a qual bioma pertencia cada
conjunto. Assim pôde-se realizar uma análise comparativa do antes e depois
da explicação e a consequente efetividade da atividade aplicada.
RESULTADOS e DISCUSSÃO: Ao longo de um ano, o Grupo PET/Biologia
visitou11escolas blumenauenses apresentando o conceito de cada bioma
brasileiro de forma dinâmica e expositiva e atendeu 459 alunos do 5º ao 9º ano
do ensino fundamental. A avaliação aplicada antes da apresentação dos
16
banners, levou a uma porcentagem de acerto de 38%. Após as apresentações
e as dinâmicas, o resultado da avaliação foi de 57% de acertos. Observou-se
um acréscimo de 19% no aprendizado do conteúdo. Ao comparar com outro
método didático para a avaliação do conhecimento de biomas brasileiros dos
alunos, o jogo super-trunfo utilizado por Canto & Zacarias (2009) levou a uma
taxa de 35% de acerto do conteúdo básico das árvores brasileiros dos biomas.
No trabalho de Luz et al., (2009), que teve como objetivo identificar as
concepções dos professores da rede municipal sobre o bioma Caatinga, foi
observado que os docentes apresentam uma percepção simplificada e
insuficiente deste, desconsiderando as características ecológicas e sua
diversidade. Portanto, o maior rendimento dos alunos após a atividade do
Grupo PET pode estar relacionado com a maneira informal do qual o conteúdo
foi abordado pelos acadêmicos. A exposição de banners e de materiais
biológicos (seco e meio líquido) são de grande importância para a assimilação
da explicação com os exemplos visuais tais como – animais taxidermizados,
exsicatas e objetos pertencentes aos respectivos biomas. CONCLUSÃO: Concluiu-se que o método didático-pedagógico apresentado pelo Grupo PET
Biologia nas escolas de Blumenau foi eficaz e substancial, pois proporcionou
aos alunos um incremento (19% de acerto) no domínio dos biomas brasileiros,
contribuindo na participação-ativa e na construção de conhecimentos
científicos. Atividades dinâmicas e o uso de objetos e imagens são recursos
que podem ser mediadores no processo de ensino-aprendizagem, estimulando
a capacidade de memorização e condutas reflexivas e ativas nos acadêmicos e
alunos.
REFERÊNCIAS ALEIXO,A., ALBERNAZ,A. L., GRELLE,C. E. V., VALE,M. M., RANGEL T. F. Mudanças Climáticas e a Biodiversidade dos Biomas Brasileiros: Passado, Presente e Futuro. Natureza & Conservação, Goiás, p. 194-196, v. 8, 2010. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília : MEC / SEF, 1998. BRASIL. MEC. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. O papel da educação na sociedade tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio (1ª parte). Brasília: MEC/Secretaria da Educação Média e Tecnológica, 1999, p. 15. SAITO, C. H. ; BASTOS, F. P. ; ABEGG, I. Temáticas Ambientais e Biomas Brasileiros: Análise dos Trabalhos de Pesquisa em Educação em Ciências em
17
Eventos Científicos Nacionais nos últimos cinco anos.Revista eletrônica Mestrado Educação Ambiental, Rio Grande, p.167-177, v.17, 2006. SANTOS, J. M., LAHM, R. A., BORGES, R. M.R. Avaliação de um estudo de Biomas Brasileiros Mediante Sensoriamento Remoto: contribuições à formação de professores de Ciências. Alexandria Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v.2, n.3, p.83-105, 2009.
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PESQUISA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOBRE POSSE DE ANIMAIS
SILVESTRES
Roberta dos Anjos1, Larissa Liss de Andrade¹, Daniel Leal Racheli da Silveira¹, Thais Chaves¹, Gustavo do Amaral Peruzzo¹, Daniela Casali¹, Júlia Fialho¹ e
Andreas Kindel2
PALAVRAS-CHAVE: Animais silvestres, Bem-estar animal, Educação
Ambiental.
A retirada de animais do seu habitat para comercialização é um dos maiores
problemas que aflige a fauna silvestre brasileira. O comércio ilegal de fauna é
uma das principais causas de extinção de espécies e causa a morte de 9 a
cada 10 animais traficados devido a más condições de captura e transporte
(RENCTAS, 2001). A abordagem dos órgãos gestores foca nas consequências
deste comércio utilizando medidas coercivas como apreensão e multas e
destinando os animais capturados à reintrodução/soltura, vida em cativeiro ou
abate. As duas primeiras opções de destinação são controversas, pois, além
de terem alto custo, a vida em cativeiro traz prejuízos ao bem-estar animal e as
solturas, como vêm sendo realizadas de forma irregular e sem cumprir as
etapas previstas em lei, acarretam um grande risco ecológico (RENCTAS,
2001). Nesse processo, o investimento em Educação Ambiental é pequeno – e
os programas de EA existentes pouco abrangem essa problemática,
demonstrando a importância de criar e difundir práticas ambientais escolares
acerca do assunto. Essa prática - que trabalha com prevenção ao invés de
punição - pode se demonstrar eficiente não somente por minimizar a demanda
sobre a fauna silvestre, mas também por possibilitar o desenvolvimento da
capacidade crítica e da autonomia do público alvo. Acreditando nisso, o grupo
PET Biologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
desenvolveu em 2011 um projeto intitulado “Fauna de estimação: riscos
ambientais e bem estar do animal e do mantenedor”. O projeto iniciou com uma
revisão da literatura sobre o assunto, passando por diversos autores como
Renctas (2001) e IUCN (2000). O grupo realiza dois encontros semanais, um
1. Graduanda em Ciências Biológicas – UFRGS ([email protected]) 2. Prof. Dr. em Botânica – UFRGS.
19
para a discussão de materiais teóricos e outros para a definição de tarefas e
rumos para o projeto e elaboração de materiais e atividades. Desde o primeiro
momento, a intenção foi atuar na educação ambiental, de forma que
pudéssemos agir em uma das causas de toda essa cadeia de problemas, que
é o desejo da posse desses animais. Após um ano e meio de pesquisa sobre o
assunto, o projeto aplicou seu primeiro curso de Educação Ambiental no tema,
realizado com crianças de primeiro, terceiro e quarto anos da Escola Estadual
de Ensino Fundamental Rio de Janeiro em Porto Alegre/RS. Os tópicos
abordados foram os conceitos de animais exóticos e nativos silvestres e
domésticos; motivações para posse de animais; necessidades que compõem o
bem estar animal; privações da vida em cativeiro; consequências sociais e
ecológicas do tráfico; consequências da soltura e zoonoses. As atividades
foram: a brincadeira do “Quem sou eu?” na qual cada aluno recebia o nome de
um animal em um pedaço de papel e, sem saber qual era, colava na testa. O
jogo consistia na adivinhação do animal através de dicas dos colegas
relacionadas com o bem-estar e o nicho ecológico dos animais; a leitura do
livro “Mucky”, que conta a história de um sagui traficado; a contação da história
“Desse mato sai cachorro”, elaborada pelos próprios bolsistas do PET; a
exibição de vídeos (incluindo a problematização do filme “Rio”); brincadeira na
qual os alunos recebiam miniaturas de animais e cenários confeccionados
pelos bolsistas representando vários ambientes (fazenda, savana, floresta,
polar) e deveriam escolher o ambiente mais adequado para cada animal e a
elaboração de um mapa conceitual.Os recursos midiáticos utilizados no curso -
como vídeos - mostraram-se muito interessantes aos alunos. Foi possível
perceber a importância de trazer a vivência dos alunos fora da escola para a
sala de aula e desmistificar todas as fantasias e informações erradas passadas
através do filme “Rio”. Foram realizados tanto um prognóstico como um
diagnóstico da percepção dos alunos em relação à problemática a partir de
questionários adequados para cada ano. Os momentos em que os alunos
questionavam e argumentavam em sala de aula são considerados muito
importantes. Silva et al. (2011) argumenta que, no processo educativo escolar
é de suma importância que o professor permita ao aluno expor as suas
experiências, o seu currículo oculto, partindo dos saberes já conhecidos. O
aluno sente-se motivado quando sua participação faz sentido à sua realidade,
dessa forma juntamente com o professor, ele poderá ter melhor êxito no
20
processo ensino-aprendizagem. Os resultados obtidos mostraram que os
alunos compreenderam as consequências da posse para o bem estar animal,
mas a curiosidade e o interesse na posse de animais silvestres persistiram.
Além da repercussão no público alvo, as atividades tiveram um efeito positivo
no grupo de bolsistas envolvido, pois foi um investimento na nossa formação,
tanto como futuros biólogos e professores como quanto cidadãos e possibilitou
o estudo sobre o ser humano, a fauna e suas relações. Elaborar o projeto,
desde o início até a execução do curso, foi trabalhoso e uma experiência nova
para muitos bolsistas. Certamente amadurecemos muito durante o
desenvolvimento do projeto e ficou evidente a importância do trabalho em
grupo, das discussões freqüentes e do método de consenso. Acreditamos que
a nossa atuação é mais adequada a um público alvo de maior faixa etária e
que uma formação de longo prazo seria mais eficiente. A partir disso o grupo
planeja realizar oficinas no Programa Mais Educação, que é realizado em
escolas públicas no turno inverso às aulas convencionais. As vantagens de
realizar uma parceria com o Mais Educação é que o projeto tem o formato de
oficinas com turmas entre o quinto e nono ano do Ensino Fundamental, o que
nos permitirá trabalhar com uma faixa etária variada entre os 10 aos 16 anos.
Além disso, também está planejado para o presente ano realizar feiras nos
parques de Porto Alegre (por exemplo, o Brique da Redenção) com o objetivo
de trazer e problematizar a questão à população além dos muros da escola.
Recentemente, nossa experiência foi apresentada em formato de banner no II
Congresso Internacional Transdisciplinar de Proteção à Fauna, realizado em
Goiânia – Goiás, que contava com participantes do RENCTAS (Rede Nacional
de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres), Ministério Público Federal ente
outros grupos de combate ao tráfico e que estimulam o bem-estar animal.
Nesse Congresso, a educação ambiental foi ressaltada e mostrada como
sendo de suma importância para a valorização da fauna e manutenção dos
ecossistemas.
REFERÊNCIAS
IUCN, 2000. Guías de la IUCN para ladisposición de animales confiscados. p. 25 Disponível em http://pt.scribd.com/doc/28175835/Guia-disposicionAnimales-confiscados-UICN. Acesso em: 30 de abril de2013.
21
SILVA, Rosimeire Vilarinho da; RAUBER, Sinovia Cecilia; EICKHOFF, Anderson Plattini do Nascimento; BARBOSA, IlmaGrisoste; GUARIM NETO, Germano. Educação ambiental em espaços escolarizados: um estudo de caso na Escola Municipal Santos Dumont, Cáceres - MT. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 26, p. 01-364, 2011. Disponível em: <http://www.remea.furg.br/edicoes/vol26/art5v26.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2012. BÓTAR, L. Mucky,; ilustrador Rogério Coelho. – 1 ed. São PBÓTAR, L. Mucky,; ilustrador Rogério Coelho. – 1 ed. São Paulo: DCL, 2006. SALDANHA, C.; Jenkins, C. Rio [Filme-vídeo]. EstadosUnidos: 20th Century Fox, Blue Sky Studios, 2011. DVD (96 minutos).
23
ANÁLISE DO DESEMPENHO ESTRUTURAL DE VIGAS I COM MESAS CONSTITUÍDAS DE MADEIRAS REAPROVEITADAS DE BATENTES
Diogo Garbin1; Jorge Luís Nunes de Góes2; Fabiana Goia Rosa de Oliveira3
Palavras-chave: Vigas de seção I. Madeira. Reaproveitamento.
INTRODUÇÃO: Dentre os materiais utilizados no setor da construção civil, a
madeira merece destaque devido a sua versatilidade, podendo ser utilizada
como esquadrias, pisos, escoramento e fôrmas de lajes, assim como em
elementos estruturais. A opção por esse material se dá pela sua grande
disponibilidade, capacidade de isolamento térmico e acústico, boa durabilidade,
boa relação entre a resistência e o peso, proveniente de fonte renovável e por
ser reutilizável. Para fins estruturais a madeira é amplamente utilizada em
vários países da América do Norte e Europa, devido em grande parte pelo
surgimento dos produtos engenheirados de madeira, que proporcionam uma
economia de material pelo uso mais eficiente de suas propriedades. A
industrialização desses produtos elimina defeitos antes presentes na madeira
como nós e empenamentos, uniformizando suas características. Segundo
Ribeiro et al.(2012) no Brasil esses materiais ainda são pouco utilizados, porém
vários estudos vêm sendo desenvolvidos nas universidades brasileiras a fim de
comprovar os seus usos no país e também desenvolver novas tecnologias,
tirando proveito de suas qualidades. No caso do uso para esquadrias e pisos
os padrões de qualidade são rigorosos, principalmente no que diz respeito à
estética. Para ser utilizado em uma construção o batente deve atender a
requisitos mínimos quanto ao aspecto visual, dimensões e o desvio de forma
que são estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas-
ABNT(2011a) e ABNT (2011b). Constantemente são descartadas peças que
possuem excelentes propriedades mecânicas por causa de defeitos como
manchas, pequenos empenamentos, fissuras, etc. O material descartado por
um setor da construção civil (acabamento) pode ser aproveitado por outro
(estruturas). Para diminuir os impactos do uso intenso de recursos naturais
1Graduando do Curso de Engenharia Civil – UTFPR-‐CM 2Professor do Curso de Engenharia Civil – UTFPR-‐CM (Tutor PET-‐CIVIL) 3Professora do Curso de Engenharia Civil–UTFPR-‐CM ([email protected])
24
buscam-se alternativas para um desenvolvimento sustentável. A madeira, que
além de ser renovável e ter um baixo consumo de energia para sua produção,
apresenta um grande potencial para reaproveitamento. Com o desenvolvimento
de técnicas de processamento da madeira é possível melhorar algumas
propriedades como a resistência mecânica, a resistência contra o ataque
biológico e a regularidade dimensional, tornando seu uso mais adequado para
estruturas. A madeira beneficiada para batentes precisa atender requisitos
rígidos quanto à estética e também a regularidade dimensional. Para
reaproveitar as peças que não atendem tais especificações é preciso procurar
alternativas de uso, que não priorizem a estética. No caso do setor de
estruturas de madeira as propriedades mecânicas têm prioridade sobre a
estética, tornando-se um mercado interessante para o reuso racional,
contribuindo com o meio ambiente e podendo ser uma segunda fonte de renda
para as distribuidoras. Para Jahromiet al. (2006) dentre os produtos
engenheirados de madeira as vigas com seção “I” são uma combinação de
materiais com características diferentes, aliada a uma geometria mais eficiente.
Destaca-se sua elevada rigidez, capacidade de vencer grandes vãos, leveza,
custo acessível e facilidade de produção. As vigas de seção I (I-Joists) são
vigas produzidas através da composição de peças unidas em um processo de
industrialização em que duas mesas são ligadas a uma alma, aumentando a
relação entre a resistência e o seu peso quando comparado a uma viga de
seção retangular. OBJETIVOS: Analisar o desempenho estrutural de vigas I-
Joists confeccionadas com madeira beneficiada descartada por uma
distribuidora localizada na cidade de Corbélia - PR. OBJETIVOS
ESPECÍFICOS: Caracterizar a madeira beneficiada descartada utilizada para
confecção das vigas de seção I; Estabelecer as seções que podem ser
confeccionadas com o uso da madeira beneficiada descartada; Comparar o
desempenho das vigas de forma teórica e experimental, segundo a rigidez
efetiva e o módulo de ruptura. METODOLOGIA: Para avaliar o desempenho
estrutural das vigas “I” (I-Joists) foi elaborado um programa teórico e
experimental. Após a produção de vigas em escala real, foram realizados
testes laboratoriais. A fim de verificar a viabilidade do reaproveitamento de
madeira beneficiada foi avaliado a rigidez efetiva e o módulo de ruptura. Os
procedimentos experimentais foram realizados no Laboratório de Sistemas
Estruturais da (UTFPR) Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus
25
Campo Mourão. A madeira utilizada para a confecção das mesas são marcos
de madeira conhecida como Cedrinho e que não atenderam as especificações
e foram descartados por uma empresa da cidade de Corbélia. O material foi
escolhido devido a grande quantidade que se acumula no pátio da empresa,
pois não existem opções de reaproveitamento para agregar algum valor a um
material que ainda possui boas propriedades mecânicas. Para a alma, foi
utilizado painel de OSB estrutural do fabricante LP da cidade de Ponta Grossa
– Paraná, com dimensões 1220 mm x 2440 mm x 9,5 mm. O adesivo utilizado
para realizar a união entre as peças foi o fenol-resorcinol-formaldeído (PRF),
sendo seu nome comercial CASCOPHEN – RS 216M, produzido pela Hexion
Specialty Chemicals. A primeira etapa após o recebimento do material para as
mesas foi a classificação visual dos marcos. Em seguida, foi feita a
caracterização dos marcos através dos ensaios de compressão paralela às
fibras, umidade e densidade, segundo normas brasileiras. Após a determinação
das propriedades dos materiais foram produzidas 5 vigas, sendo essas
avaliadas, a fim de fornecer informações sobre a forma de ruptura e a rigidez
da peça composta. Os ensaios foram realizados no pórtico de reação, que é
composto de uma estrutura metálica combinada com um pistão hidráulico
acoplado em uma célula de carga com capacidade de 100kN. De modo a evitar
a possível instabilidade lateral durante o ensaio, a viga foicontraventada. Os
deslocamentos das vigas foram registrados por meio de relógios comparadores
com precisão de centésimos de milímetros. Os ensaios nas vigas foram
realizados atendendo as especificações da norma ASTM D198 (2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quanto ao critério de rigidez, em relação ao
teórico, as vigas apresentaram uma diferença de 19% a 31%, porém isso se
deve a deformação por cisalhamento que não foi considerada no método de
cálculo teórico. Sugere-se a adoção de outro modelo de cálculo para aferir o
comportamento de rigidez das vigas. Textos indicam que a deflexão por
cisalhamento pode ser responsável por 15% até 30% do total da flecha da viga,
comprovando a diferença encontrada nos ensaios. O modo de ruptura também
foi observado e comparado com os modos de ruptura apresentados na
bibliografia, sendo que 3 vigas apresentaram rupturas por cisalhamento, 1 por
flambagem na mesa e 1 por tração na mesa influenciado pela inclinação das
fibras. Todos de acordo com os modos de falha encontrados na literatura. O
valor da capacidade de carga foi superior ao de vigas de mesmas dimensões,
26
sem o uso da madeira de reaproveitamento de batente, comprovando a
eficiência estrutural do uso de batentes para compor as vigas. CONCLUSÕES: Através dos ensaios realizados foi possível verificar as propriedades do
material a ser reutilizado, e também a rigidez e a resistência das vigas. O
material que não atendeu as especificações para utilização como esquadria,
apresentou propriedades mecânicas satisfatórias apesar da variabilidade entre
as peças. A resina CASCOPHEN apresentou as propriedades esperadas, a
trabalhabilidade facilitou no processo de colagem. Verificou também a
eficiência da ligação mesa e alma, ou seja, não houve descolamento entre as
peças. As rupturas das vigas de madeira apresentaram modos de falhas típicos
estabelecidos em normas, reforçando a confiabilidade das vigas produzidas
com o material de reaproveitamento. O valor da capacidade de carga foi
superior ao de vigas de mesmas dimensões, sem o uso da madeira de
reaproveitamento de batente, comprovando a eficiência do uso de batentes
para compor as vigas. Conclui-se que o reaproveitamento de madeira de
batente para uso como mesa de vigas I é viável do ponto de vista de
comportamento estrutural.
AGRADECIMENTOS: Os autores expressam seus agradecimentos ao
Programa de Educação Tutorial pela contribuição financeira, à UTFPR pela
disponibilidade do laboratório e equipamentos, à LP Brasil pelo fornecimento de
OSB, à Hexion Specialty Chemicals pelo fornecimento do adesivo, à Garbin
Madeiras pelo fornecimento dos batentes, que contribuíram para o
desenvolvimento da pesquisa.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15930-1: Portas de madeira para edificações - Parte 1: Terminologia, Simbologia. Rio de Janeiro, 2011. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15930-2: Portas de madeira para edificações - Parte 2: Requisitos. Rio de Janeiro, 2011. American Society for Testing and Materials.ASTM D198: Standard Test Methods of Static Tests of Lumber in Structural Sizes. West Conshohocken, 2002. JAHROMI, A.B.; ZHANG, B.; HARTE, A.; WALFORD, B.; BAYNE, K.; TURNER, J. Investigating the structural performance of multi-webs I-beams. Journal of the Institute of Wood Science, v.17, n.3, p.148-158. 2006.
27
RIBEIRO, W. F.; SEDOSKI, M. C.; GÓES, J. L. N. Analysis of different web-to-flange joints of wood I-joists composite. In: World Conference on Tiber Engineering, 2012, Auckland. Proceedings... Auckland: New Zealand, 2012.
28
ANÁLISE DOS RESULTADOS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2010-2012 DO GRUPO PET ENGENHARIA ELÉTRICA DA UDESC
Amanda Santina Rodrigues Beloli1 Gustavo Bernardo de Oliveira¹ Jardel
Régis Teixeira¹ João Paulo Bertolini Sehn¹ Mario Sérgio de Oliveira Júnior¹ Renata Pedrini¹ Rodolfo Lauro Weinert¹ Roger Luis Brito Zamparette¹
Ronny Knoch Gieseler2 André Bittencourt Leal3
Palavras-chave: planejamento, estratégico, metas.
Introdução: O Planejamento Estratégico - PE é um processo de formulação de
estratégias organizacionais no qual se busca aproveitar as oportunidades e as
forças da organização para contornar as fraquezas e as ameaças. Para
Drucker (1984), “planejamento estratégico é o processo contínuo de,
sistematicamente e com o maior conhecimento possível de futuro contido,
tomar decisões atuais que envolvem riscos; organizar sistematicamente as
atividades necessárias à execução dessas decisões e, através de uma
retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões
em confronto com as expectativas alimentadas.”Buscando sempre a melhoria
contínua, os integrantes do PET Engenharia Elétrica da Universidade do
Estado de Santa Catarina têm apostado nas técnicas de PE para motivar,
esclarecer e orientar suas ações. Traçando sua missão, visão, valores,
objetivos e metas e sustentando uma administração estratégica de qualidade, o
grupo busca alinhar os esforços em seus projetos de ensino, pesquisa e
extensão de forma a obter, em médio prazo, resultados expressivos e de se ter
uma administração mais ágil e convergente. Após uma primeira experiência
positiva com a metodologia de planejamento no triênio 2007-2009, aplicou-se
novamente o PE para o período de 2010 a 2012 e, apesar de pequenas
alterações terem sido feitas ao longo dos três anos devido à rotatividade de 1 Integrante do grupo PET Engenharia Elétrica 2 Egresso do grupo PET Engenharia Elétrica 3 Tutor do grupo PET Engenharia Elétrica. Email da relatora: [email protected] Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Centro de Ciências Tecnológicas – Departamento de Engenharia Elétrica Campus Universitário Prof. Avelino Marcante s/n - Bairro Bom Retiro CEP 89223-100 – Joinville – SC
29
membros, bons resultados puderam ser observados ao fim de 2012. Tais
resultados são o foco deste trabalho e serão apresentados em seu decorrer.
Objetivos: O objetivo do planejamento estratégico é definir objetivos e alinhar
os esforços na execução das atividades com o intuito de alcançar esses
objetivos. Segundo Oliveira (2008), “o planejamento estratégico corresponde
ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo
executivo para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado”,
ou seja, devemos avaliar o ambiente em que estamos inseridos e as atividades
que vem sendo executadas para verificar se essas atividades estão
condizentes com os objetivos do grupo e do programa. Baseados nessa
análise do ambiente podemos então planejar as futuras atividades. Essa fase
do planejamento é muito importante, pois é preciso deixar claro os objetivos
que estão sendo almejados na realização de cada atividade, a fim de motivar
os petianos e proporcionar aos mesmos satisfação em realizar as atividades.
Além de aperfeiçoar o trabalho desenvolvido pelos integrantes do grupo, o
planejamento estratégico nos traz reflexões importantes sobre o Programa de
Educação Tutorial, pois temos que avaliar se o que estamos planejando está
condizente com os objetivos do programa. Isso nos torna mais conhecedores e
mais motivados pela causa, além de fortalecer a filosofia do programa e não
deixar que ela enfraqueça ao longo do tempo. Metodologia: Segundo
Fischmann e Almeida (1991), o processo de se realizar o planejamento
estratégico é semelhante ao que nos submetemos quando, por algum motivo,
fazemos uma reflexão sobre a trajetória passada e futura de nossa vida. Para
que seja possível uma boa reflexão, tempo, calma e concentração são
fundamentais, por esse motivo o PE foi realizado em um período anterior ao
ano letivo, no qual todos os integrantes estavam presentes no ambiente de
trabalho durante todo o dia. Primeiramente os integrantes se depararam com
exemplos de planejamentos estratégicos de universidades e grandes
empresas, isso auxiliou no direcionamento da força de trabalho e no
esclarecimento de algumas concepções de PE. Posteriormente foram
realizadas pequenas discussões para definir qual era o entendimento do grupo
com relação aos quesitos chaves do planejamento: O que o grupo entende por
missão, visão, valores? Quais são suas áreas de atuação? Qual o desempenho
do grupo atualmente? As respostas destas perguntas trouxeram os pontos que
seriam discutidos posteriormente. O planejamento estratégico foi realizado
30
seguindo os seguintes passos: Discussão e compreensão dos objetivos do
Programa de Educação Tutorial e dos grupos PET de Engenharia; Definição da
missão, da visão e dos valores do grupo PET Engenharia Elétrica da UDESC;
Definição dos objetivos estratégicos e por fim a definição das metas que
acompanharam o grupo de 2010 a 2012. No decorrer das etapas o grupo foi
dividido em grupos de trabalho menores, a fim de gerar um ambiente mais
favorável à geração de novas ideias. Após o trabalho desenvolvido, as ideias
foram apresentadas ao grupo para que se chegasse a um acordo geral. Tal
prática trouxe agilidade e corpo para o PE se mostrando essencial ao final do
planejamento. Após definir a visão, missão e valores, foram definidas as metas
do grupo, 17 ao todo. As metas foram organizadas utilizando a ferramenta
Xmind, facilitando o controle e a visualização dessas. Após as metas terem
sido definidas foi criado um quadro de metas, tal quadro ficou em uma posição
de destaque na sala do grupo para que todos pudessem visualizar o
andamento das mesmas. Resultados e Discussão: Ao final do período, pôde-
se notar que, apesar de todas as atualizações anuais, o foco do planejamento
foi mantido e a grande maioria dos objetivos foi atingida, sendo alguns desses
ultrapassados com facilidade em menor tempo, readequada e novamente
concluída. Durante as revisões anuais ocorreram problemas no que concerne à
interpretação das metas, já que, mesmo com notas e explicações, elas
tornaram-se deveras confusas para quem não participou da sua escrita. No
planejamento trienal, algumas das atividades do grupo receberam maior foco
devido a feedbacks dos professores e graduandos. Como exemplo, o
envolvimento efetivo dos graduandos não integrantes do grupo nos projetos de
ensino e extensão foi prioridade em razão de as atividades estarem restritas.
Assim, realizaram-se ações como a criação de grupos estudantis para
desenvolver diversas áreas do curso e envolver vários graduandos. Também
se objetivou a emancipação dos grupos em relação ao PET, consolidando a
implantação desses. Outro enfoque do grupo desde o início do planejamento
foram as atividades extensionistas, visto que, na maioria dos grupos de
engenharia, esse é um dos aspectos mais problemáticos. Desse modo,
estipularam-se metas para suprir tal deficiência, como “Realização de 6
atividades com envolvimento do público externo” e “9 atividades
socioambientais”. Essa estratégia mostrou-se bastante válida, pois, ao final do
triênio, atingiu-se o número de 55 graduandos envolvidos como bolsistas ou
31
voluntários e, com isso, tanto os petianos quanto os demais alunos da
graduação desenvolveram suas habilidades. Outro importante ponto é que os
acadêmicos puderam perceber a importância das atividades de ensino e de
extensão. Conclusões: O planejamento estratégico é uma excelente maneira
de organizar as atividades de um grupo, nortear as ações que este irá realizar
e definir aonde o grupo quer chegar. O fato de existir uma grande rotatividade
de integrantes ao longo dos três anos provocou certas mudanças no
planejamento trienal, mas de todo o modo foram mudanças que acabaram por
adequar o planejamento antigo ao formato do grupo que estava em gestão, que
resultou num grupo sempre comprometido com as atividades e objetivos que
deveria cumprir. O mais importante de se construir um planejamento é
conseguir notar como pequenas ações realizadas durante o decorrer do triênio
se complementam a fim de gerar grandes mudanças ao final do processo. Uma
demonstração da qualidade dos projetos de extensão desenvolvidos pelo grupo
foi a conquista do edital 2013 do Programa de Extensão Universitária
(PROEXT) do Ministério da Educação, obtendo a 31ª posição e, dessa forma,
sendo contemplado com uma verba de R$ 150.000,00 para exercer atividades
semelhantes às que vem desenvolvendo.
REFERÊNCIAS
DRUCKER, P., Introdução à Administração, São Paulo, Pioneira, 1984, p. 133-136. OLIVEIRA, D.P.R., Planejamento Estratégico, São Paulo, Atlas 2008, p. 4. FISCHMANN, A. A.; ALMEIDA, M. I. R., Planejamento Estratégico na Prática, São Paulo, Atlas, 1991, p. 18.
32
APLICATIVO PARA SMARTPHONES COM FINALIDADE DE AUXILIAR A
UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO DE FLORIANÓPOLIS
Leandro Hideki Shimanuki1, Thiago Gouveia Rocha e Vinícius Kiatkoski
PALAVRAS-CHAVE: Aplicativo, Android, ônibus
INTRODUÇÃO: O sistema operacional Android torna-se cada vez mais
difundido no nosso cotidiano em consequência do crescimento do uso de
smatphones e tablets. Paralelo a isso temos uma grande deficiência no sistema
de mobilidade urbana em nosso país, principalmente em médias e grandes
cidades, e a falta de um acesso fácil às informações sobre o sistema de
transporte público contribui com o aumento desse problema. Tendo essas duas
situações em vista, foi desenvolvido um aplicativo Android em linguagem JAVA
e XML, no o ambiente de desenvolvimento Eclipse juntamente com o software
de controle de versão Mercurial. Objetivos: O aplicativo desenvolvido tem
como finalidade auxiliar os usuários de ônibus da grande Florianópolis o uso
desse sistema de transporte. Através do aplicativo podem-se obter informações
como horários de saída de ônibus, tarifa cobrada, distância do percorrida de
forma off-line. Caso o usuário tenha acesso à internet, este pode visualizar a
rota da linha desejada. Ao facilitar o acesso a essas informações, pretende-se
diminuir o tempo de espera nos pontos de ônibus e a lotação desses veículos,
podendo o usuário dessa forma escolher a melhor linha para embarcar.
Metodologia: No início do desenvolvimento foram traçados em reunião com o
Professor Werner Kraus Junior, orientador do projeto, os objetivos e as
justificativas do projeto, assim como os requisitos do software, com a finalidade
de apresentar e organizar claramente uma visão geral do projeto. O
desenvolvimento foi dividido em quatro etapas, levantamento de
funcionalidades básicas, estudo, implementação e testes. 1ª Etapa: Após a
reunião inicial com o Professor Werner, foi possível planejar as funcionalidades
básicas do aplicativo. Foram elas: mostrar horários de ônibus, linhas favoritas,
1.Leandro Hideki Shimanuki, Thiago Gouveia Rocha e Vinícius [email protected]
33
histórico de acesso. Nesse momento apareceram várias ideias para
complementar o software, como disponibilizar a visualização de mapas com as
rotas de cada linha, interação com o usuário para que ele enviasse
informações sobre o ônibus como posição instantânea, lotação, parado ou em
movimento, atraso na saída da plataforma. Paralelamente com esse
brainstorming foram feitos estudos mais abrangentes sobre as ferramentas
para o desenvolvimento desses requisitos não funcionais. E por questões de
implementação a interação com o usuário foi descartada, ao contrário da
visualização do mapa com a rota da linha que se tornou mais uma
funcionalidade desejada para o aplicativo. 2ª Etapa: Tendo os requisitos
levantados, foi feito um estudo aprofundado a cerca das ferramentas a serem
utilizadas para a implementação do projeto. Foi feita a familiarização do
ambiente de desenvolvimento Eclipse com o software de controle de versão
Mercurial – BitBucket. Esse recurso foi de extrema importância para o bom
andamento do projeto, pois ele permitiu o desenvolvimento simultâneo por
todos os envolvidos de forma rápida e eficiente. Foram feitos estudos sobre o
funcionamento de Banco de Dados no padrão SQLite, desenvolvimento de
Layouts, utilização de mapas e plotagem de rotas nos mapas. Todos os
estudos foram feitos de forma muito prática, com implementações de
programas protótipos para fixar o conhecimento sobre cada ferramenta. 3ª Etapa: A terceira etapa foi a implementação do aplicativo. Com conhecimento
necessário para a programação do aplicativo adquirido, deu-se o início do
desenvolvimento. Primeiramente, foi necessário ir a Prefeitura Municipal de
Florianópolis para conseguirmos o banco de dados com as informações sobre
os ônibus da capital catarinense, que seria usado para um acesso off-line
dessas informações dentro do aplicativo, tais como horário de saída e chegada,
distancia do percurso, tarifas, entre outros. Tendo o banco de dados, este foi
adaptado para SQLite, formato do banco de dados do Android. Em paralelo a
isso foi criado a parte gráfica do aplicativo, como botões, planos de fundos, os
layouts de todas as atividades. Com o layout definido e o banco de dados no
formato adequado, deu-se o início ao desenvolvimento de todas as
funcionalidades do aplicativo. Ao final dessa etapa, por ser um aplicativo
protótipo, foi coletado manualmente a latitude e longitude de algumas linhas de
ônibus que passam em torno da Universidade Federal de Santa Catarina, a fim
de alimentar o banco de dados para a plotagem das rotas dos ônibus. 4ª
34
Etapa: A última etapa do projeto consistiu nos testes do aplicativo e na
correção de erros, com o objetivo identificar eventuais bugs e torná-lo mais
robusto. Foi instalado o software em vários aparelhos de diferentes marcas,
tamanhos e versões de sistema operacional Android para tornar o aplicativo
compatível com aparelhos variados. Foram identificadas algumas falhas,
alguns espaçamentos no layout estavam desalinhados, algumas versões mais
antigas do Android não rodavam o aplicativo. Listados os erros, foi corrigido o
layout e foi feito um downgrade do aplicativo em relação à versões, foi
modificado funções de bibliotecas de versões mais recentes e adaptado para a
versão mais antiga do Android, versão 1.5. Resultados e discussões: Além
do aprendizado teórico para a realização do projeto, a orientação do Professor
Werner foi de grande valia com as suas opiniões e experiência acerca do tema
envolvido. Além do seu suporte para que o PET-MA desenvolvesse a atividade
com eficácia, deixou a critério dos membros participantes a decisão de
desenvolver um projeto técnico ou acadêmico e se dispondo a orientar
independente da escolha. Como a escolha foi por um rumo técnico, o aplicativo
projetado consiste em um banco de dados off-line contendo todos os horários
de rotas ônibus de Florianópolis e informações extras (distância das rotas,
preços e coordenadas geográficas) das mesmas. O projeto final foi finalizado
dentro do prazo estipulado inicialmente de um ano com o aplicativo final
atendendo todas as suas especificações. Como o objetivo do projeto não visa
uma finalidade comercial, mas sim um auxílio à comunidade, fora
disponibilizado gratuitamente via Google Play o aplicativo com o nome de
“Rotas e Mapas”. Conclusões: Ao buscar informações para que pudessem
complementar o aplicativo observa-se que muitos dados sobre o transporte
público em Florianópolis não se encontra disponível na web. Em cidades onde
contem essas informações, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Blumenau, é
possível traçar rotas e ter informação sobre todos os pontos de ônibus sem ser
necessário ter um banco de dados com coordenadas geográficas obtido
manualmente, como no caso desse aplicativo. Apesar de todas as limitações
impostas, o aplicativo encontra-se com uma funcionalidade e facilidade de
manuseio altíssima de forma que obteve-se 152 downloads em duas semanas
disponibilizadas no Google Play. Visto isso, os autores do projeto levantaram a
possibilidade de buscar constantes atualizações e melhorias do aplicativo para
35
que ofereça cada vez mais informações à comunidade que necessita do
transporte público.
REFERÊNCIAS
KOMATINENI, Satya; MACLEAN, Dave.Pro Android 4 (Professional Apress). New York – EUA: SPRINGER VERLAG 2012. 1008 p. OPPEL, Andy; SHELDON, Robert. . SQL - Um Guia para Iniciantes. 3. Ed. Rio de Janeiro (RJ): Ciência Moderna, 2009. xxi, 577p. SANTOS, Rafael. Introdução à programação orientada a objetos usando JAVA. Rio de Janeiro (RJ): Campus, 2003. 319p. Getting start – AndroidDevelopment. Disponível em:<http://developer.android.com/training/index.html>. Acesso em: 5jun 2012. AndroidDevelopment Tutorial. Disponível em: <http://www.vogella.com/articles/Android/article.html>. Acesso em: 22 jul 2012.
36
COMPETIÇÃO DE PONTES DE PAPEL
Bruna Marceli Claudino Buher e KemmylleSanny de Matos Ferreira
Palavras-chave: competição, papel, engenharia.
Introdução: Em muitas ocasiões, a Engenharia Civil lida com obras de grande
porte e, algumas vezes torna-se necessária a montagem de modelos reduzidos
para serem realizados estudos mais específicos, simular efeitos da realidade e
prever erros, para então serem feitas as mudanças necessárias. Aliado a isso,
e entendendo que o objetivo intrínseco dos grupos PET é a melhoria da
graduação, uma das maneiras encontradas é, desde o início do curso, a
realização de mais atividades práticas que mostrem, de forma interativa, as
atribuições do profissional da área. Assim, os alunos da graduação tornam-se
mais entusiasmados e conscientes sobre o curso. A Competição de Pontes de
Papel foi introduzida no curso de engenharia civil da Universidade Federal do
Paraná com esse intuito. Já em sua 3ª edição em 2013, ela tornou-se um
projeto integrador e desafiador, agora, não só aos alunos do curso de
Engenharia Civil, mas também aos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia
Mecânica e de Produção, além dos estudantes de outras universidades, que
não a Universidade Federal do Paraná. Ou seja, o projeto tem se expandido de
modo atender a outros cursos da UFPR e até sendo extrapolado para outras
universidades de Curitiba. Espera-se que este projeto contribua para o
incentivo dos alunos quanto ao curso de graduação em que estejam vinculados
de modo a surtir reflexo na redução dos índices de evasão das universidades
envolvidas, principalmente os da UFPR que compreende a maior parte dos
participantes. Sabe-se que reduzir a evasão não é fácil, porém acredita-se que
atividades lúdicas, integradoras e que enfatizam possíveis aplicações práticas
dos conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas podem gerar este tipo
de efeito. Objetivos: O projeto simula o trabalho profissional de um engenheiro
__________________________ Bruna Marceli Claudino Buher e KemmylleSanny de Matos Ferreira Orientador: Professor Doutor Marcelo Henrique de Medeiros E-mail do relator: [email protected]
37
ao conceber uma ponte, de forma criativa, de modo a projetá-la e apresentá-la
ao público, analisando questões de ordem técnica. Além disso, ao longo do
projeto e execução, o trabalho exige dos participantes a prática da
organização, disciplina, pesquisa, trabalho em grupo, determinação e a
destreza de aliar projeto e execução de forma harmoniosa e coerente.
Metodologia: A competição consiste na elaboração de modelos reduzidos de
pontes treliçadas utilizando como principal material o papel. Visa, dessa forma,
ao trabalho em equipe e à aplicação de conceitos de Mecânica Geral,
utilizando ferramentas computacionais e à aferição dos resultados esperados
pelo rompimento do sistema estrutural. O projeto caracteriza-se pela
organização de um evento que envolve, primeiramente, o estudo de sua
viabilidade. Para isso, é realizada uma pesquisa dos materiais envolvidos na
construção da ponte, por meio de ensaios de tração e compressão de corpos
de prova. É analisado o sistema de rompimento e a construção de um modelo
final para conhecer as dificuldades e o processo de montagem da estrutura. Ao
final, um material didático é elaborado com o objetivo de orientar os alunos na
construção de seus próprios modelos. Finalizada a primeira etapa, diversos
pontos são definidos, como as inscrições, número de participantes, local de
realização, certificado etc. A busca de patrocínio é realizada paralelamente,
com o objetivo de premiar as melhores equipes de acordo com critérios
definidos pelo grupo PET Engenharia Civil. É, ainda, realizada uma grande
divulgação desse projeto, nos meios de comunicação internos da UFPR e
também mídia externa, como televisão e jornais, servindo como contrapartida,
também, para os possíveis patrocínios. Formam-se equipes de 5 a 7 alunos
(para essa edição, alunos dos diversos cursos). É reservado, normalmente, um
domingo para a montagem, tendo duração de 7 horas. Para simular a limitação
de materiais, cada equipe recebe duas folhas de papel-cartão e um tubo de
cola e deve adequar o projeto a elas. No momento do rompimento, que
acontece nos primeiros dias da semana que segue à execução, cada equipe
fica responsável pelo preenchimento do balde com areia que fica preso à barra
colocada no vão central da ponte. O resultado ocorre logo ao final de todos os
rompimentos quando são computados os resultados da eficiência estrutural,
que é a relação entre a carga suportada e a carga estimada em projeto, e da
carga máxima suportada por cada ponte. Além desses quesitos, o aspecto
arquitetônico, avaliado por especialistas do curso de Arquitetura e Urbanismo,
38
também compõe a nota final. Resultados e Discussões: Para a elaboração
das pontes, os alunos aplicam, principalmente, os conceitos da disciplina de
Mecânica Geral II, do segundo semestre, como cálculo de treliças, uso do
programa FTOOL, e, até mesmo, cálculo de vigas com apoios fixos. Assim,
eles têm a oportunidade de atrelar os conhecimentos teóricos adquiridos nas
disciplinas em um desafio prático. Por incentivar a competitividade, é
perceptível a inovação ao longo das edições. Na última, em 2012, por exemplo,
houve pontes que, mesmo por coincidência, tinham o formato do Museu do
Olho do Oscar Niemeyer, do chapéu do Lampião e de diferentes tipos de arcos.
Em uma das entrevistas publicadas sobre a Competição, Vinícius Hanser de
Souza, um dos participantes, relatou: “Tivemos muito trabalho em equipe, até
mesmo antes da competição. Nos reunimos para planejar como seriam as 7
horas e viramos uma noite treinando a montagem e nos
planejando”.Conclusões: Baseados nos Resultados e Discussões, a
elaboração e execução da Competição contribui positivamente para todos os
envolvidos, organização e participantes. Aos organizadores, pelo fato de se
responsabilizarem por um evento que só tende a crescer e abranger mais
pessoas. A realização de ensaios (de tração e compressão) para o repasse aos
participantes e a verdadeira elaboração de uma ponte-modelo nos devidos
padrões a serem seguidos, colaboram para que haja uma maior interação entre
os integrantes do grupo PET – Engenharia Civil, exercitando a organização e
disciplina, além da transmissão de conhecimento aos petianos mais novos, que
faz parte do mecanismo de funcionamento do Programa de Educação Tutorial.
Aos participantes, que, sem dúvidas, trabalham muito para atender aos
requisitos da competição e, consequentemente, vivenciam, de fato, o início da
aplicabilidade da Engenharia. Além disso, a competição é uma atividade que
promove a integração entre os alunos da universidade, e uma oportunidade
para exercerem todas as capacidades já mencionadas e poderem colocar em
prática os conhecimentos técnicos.
REFERÊNCIAS
SOUZA, V. H. UFPR Notícias. [19 de novembro, 2012]. Curitiba. Entrevista concedida a Esther Athanásio.
39
DESENVOLVIMENTO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ATRAVÉS DO GRUPO PET
Andressa Freitas¹, Braian Konzgen¹, Guilherme Heller¹, João Brum¹, Luciane Baldassari¹, Lorenzo Abruzzi¹, Mauricio Libardoni¹,Rodrigo Muller¹, Rodrigo
Rodrigues¹1, Sandro Gaubert¹, Ygor Aguiar¹, Vinicius Oliveira²
INTRODUÇÃO: O grupo PET Ciências Computacionais desde seu inicio vem
propiciando aos integrantes atividades extra curriculares que auxiliam e
incentivam a aprimoração do conhecimento de cada um em várias áreas,
atividades como palestras, minicursos especializados na área da computação,
ministrados por empresas do ramo, professores e alunos além de atividades
onde os próprios petianos tem a função de ser o "professor" onde a abordagem
é bastante válida não havendo uma hierarquia discente, no qual todos
membros do grupo revezam entre si para ministrar as atividades, sendo uma
das principais atividades que o grupo tem realizado é a aprendizagem de uma
nova língua. A compreensão de um segundo idioma é de vital importância aos
acadêmicos, visto que, muitas vezes, a literatura apropriada só pode ser obtida
em inglês ou, de forma menos frequente, espanhol. O desenvolvimento nesta
área só pode ser alcançada através da prática constante de atividades na fala
e na escrita do idioma a ser estudado. O Programa de Educação Tutorial
Ciências Computacionais da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, vem
desenvolvendo, desde sua formação no ano de 2011, a atividade “English
Meeting”, que consiste em encontros periódicos ministrados pelos próprios
discentes, de forma a capacitar os demais integrantes a um maior contato com
a língua inglesa, com foco na realização de testes de proficiência, como o
exame TOELF e IELTS, utilizados para obter graduação sanduíche em
entidades estrangeiras. Segundo [1] “o domínio das línguas materna e
estrangeiras, particularmente do Inglês, é apontado como indispensável para
uma comunicação perspícua numa aldeia-global (a sociedade sem fronteiras e
interdependente deste século)“. Com base nessa e em outras pesquisas,
chega-se a conclusão que o nível de compreensão de uma língua estrangeira
1Bolsista do Programa de Educação Tutorial Ciências Computacionais (PET Ciências Computacionais) [email protected] 2 Tutor do grupo PET Ciências Computacionais
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ainda se encontra deficitário, em virtude do baixo investimento na formação
acadêmica dos estudantes. Esse processo ficou evidenciado pela criação, por
parte do Ministério da Educação e Cultura (MEC), de um curso online de inglês,
objetivando a melhora nos resultados nos exames de proficiência supracitados,
que são utilizados como prova no programa de intercâmbio do governo
chamado Ciência sem Fronteira, que habilita estudantes a cursarem um ou
dois semestres em universidades fora do país. Em um primeiro momento, a
atividade está sendo desenvolvida internamente, ou seja, somente para os
membros do grupo. Foi optado por essa restrição quanto aos participantes, por
tratar-se de um projeto piloto, no qual os próprios acadêmicos lecionam,
desenvolvendo assim, a prática de docência, além de proporcionar a
desinibição dos participantes, uma vez que o ambiente é informal, sem a
intervenção de alguém externo ao ambiente. Entretanto, é de interesse, tanto
do grupo quanto da Unidade Acadêmica, que essa atividade se estenda para
todos os alunos do Centro de Ciências Computacionais (C3), da qual os cursos
de engenharia de automação, engenharia de computação e sistemas de
informação fazem parte. OBJETIVO: desenvolver capacidades linguísticas aos
petianos, através de aulas utilizando recursos multimídias, como vídeos e
músicas. Também espera-se obter que os alunos revezem-se na coordenação
da atividade, de forma a terem um primeiro contato com a prática de elaborar e
ministrar aulas. Além disso, as aulas têm um foco preparatório às provas
exigidas pelo MEC para intercâmbio estudantil. METODOLOGIA: A atividade
teve início com a leitura e interpretação de artigos publicados em revistas
científicas em inglês que abordavam temas provenientes dos cursos que fazem
parte da formação do grupo PET Ciências Computacionais, como tecnologia da
informação, automação, redes industriais e de computação e modelagem
computacional de sistemas. Com essa prática de leitura de artigos podemos
observar que existia um desnível do conhecimento de inglês entre os membros
do grupo, tendo alguns um nível quase fluente, enquanto outros nunca tiveram
contato com as línguas estrangeiras. Sendo assim vimos que era de grande
valia aprimoramos os encontros fazendo com que cada integrante do grupo,
através de aulas semanais preparadas periodicamente, exponha de uma
maneira prática o conteúdo de gramática de inglês. Nessas aulas, o foco maior
está no exercício da língua, ou seja, todos os integrantes são fortemente
instruídos a falar e interagir com as atividades desenvolvidas, não restringindo
41
também o escopo do conteúdo à gramática normativa. Falando de
aprendizagem de uma nova língua precisamos considerar quatro aspectos
básicos para obtenção da fluência da língua, são elas: audição, fala, leitura e
escrita. Esses aspectos são utilizados como modelo para mensuração da
proficiência linguística, também conhecidos como habilidades comunicativas.
Com o objetivo de alcançar o desenvolvimento nessas quatro habilidades as
atividades propostas são acompanhadas por recursos multimídias e
tecnologias de ensino diversificado para atender todas as exigências para um
aprendizado produtivo e eficaz. RESULTADOS: Foi obtido, através do projeto,
uma melhora substancial na interpretação e compreensão da língua
estrangeira. Alguns estudantes que obtinham pequena habilidade no idioma,
hoje, com as atividades exercidas pelo grupo já conseguem ler, escrever e se
expressar melhor e com maior naturalidade na nova língua em que se esta em
um constante processo de aprendizado. Os encontros semanalmente ajudam
os estudantes a se manterem em contato com a língua, o que nos ajuda a
progredirmos em um processo constante sob a procura da fluência em tal
idioma, assim como a melhora na desenvoltura oral dos membros. Essa
resposta ao desenvolvimento da atividade confirmou-se com a seleção de dois
membros do grupo para o intercâmbio no exterior através do programa Ciência
sem Fronteiras. Espera-se que mais integrantes possam pleitear uma vaga
num programa de intercâmbio ainda nesse ano. CONCLUSÃO: De acordo com
os resultados obtidos pode-se concluir que o projeto de uma atividade que
insira os membros do PET no aprendizado de uma nova língua e que promova
o envolvimento na elaboração de material de ensino contribui para o
crescimento acadêmico e profissional dos envolvidos. Essa imersão na prática
pedagógica assim como o aprendizado de uma nova língua estão sendo
fatores importantes para o desenvolvimento pessoal, quando observamos o
controle pessoal e comportamental em atividade em grupo, como também para
o desenvolvimento profissional, quando o conhecimento de uma língua
estrangeira é adquirida, suprindo a necessidade e/ou exigência do mercado de
trabalho.
42
REFERÊNCIAS
[1] SOARES, Andrea M.; PEREIRA, Marco Daniel de A.; CANAVARRO, José Manuel A. P. Competências do século XXI, transição para o Ensino Superior e sucesso Académico: Estudo do Nível de proficiência linguística em Inglês e Português dos estudantes do 1º ano da Universidade de Coimbra. Revista Portuguesa de Pedagogia, Portugal.
43
IDENTIFICAÇÃO DE AÇÚCAR NO ALGODÃO EM PLUMA E VALIDAÇÃO DO MÉTODO CHT DE IDENTIFICAÇÃO DE AÇÚCAR NO ALGODÃO
A.B. Silva, Â.K. de Vergennes, C.L. Srutkoste, D.M. Fernandes,
D.M.Casquet, E.A.Silva, E.S. Dantas, G.F. Poso, G.M. Malavazi, I.S. Ganassin, I. Romanovski, I. T. Galli, J.P. Martins, M.D. Carelli. M.H.O.
Mrtvi, T. de Lima, S.H.B. de Faria. Palavras-chave: Pegajosidade. Fibra. Validação.
Introdução: O algodão é uma matéria-prima destinada para diversos fins,
dentre eles a indústria de fiação é a que mais se destaca na sua utilização.
Porém, um dos grandes problemas encontrados nesse ramo é o teor de
pegajosidade do algodão, que afeta diretamente na qualidade da fibra
produzida. Os métodos de validação são empregados para determinar a
aceitação e características da metodologia utilizada para análise e está
diretamente ligada à qualidade analítica do processo, em que os principais
parâmetros estatísticos analisados são: Seletividade, Exatidão, Precisão,
Limite de detecção, Limite de Quantificação, Linearidade, Faixa de
aplicação e Robustez. A validação do método utilizado permite
confiabilidade e conhecimento das propriedades intrínsecas do algodão,
possibilitando melhores condições de seu uso nos processos de produção
de fibra. Objetivos: Buscando agregar valor ao algodão nos processos
produtivos o projeto desenvolvido pelo PET-Engenharia Química em
parceria com uma cooperativa de Maringá teve como objetivo inicial
estudar a pegajosidade do algodão e seu reflexo na indústria têxtil.
Posteriormente, o foco do projeto consistiu na análise e validação do
método Carboidratos Totais (CHT) de identificação do açúcar na pluma do
algodão. Metodologia: A metodologia desenvolvida consistiu em
inicialmente realizar uma amostragem com o algodão que seria analisado.
Em seguida fez-se a extração do açúcar do algodão e filtrou-se a solução
obtida. A quantificação do açúcar presente nas amostras foi determinada
_______________________
Prof. Dr. Sérgio Henrique Bernardo de Faria [email protected]
44
através da construção de duas curvas padrões, sendo uma delas feita com
a amostra de uma solução de glicose e outra com uma amostra preparada
com uma solução de algodão de baixa caramelização (IDA1). Logo após,
prepararam-se as amostras que iriam para análise adicionando ácido
sulfúrico e fenol. Por fim, fez-se a leitura da absorbância das amostras no
espectrofotômetro, cujo comprimento de onda trabalhado foi de 485 nm.
Para a solução de glicose fez-se a leitura do branco contendo apenas
água, zerou-se o espectrofotômetro e fez-se a leitura de todas as amostras
contendo solução com água e glicose. O mesmo procedimento repetiu-se
para a solução preparada com IDA1, porém, nesse caso, o branco continha
apenas IDA1. Anotaram-se todos os resultados informados pelo
espectrofotômetro e passou-se para uma planilha do Excel onde foi feita
uma análise estatística com os resultados e construiu-se a curva de
calibração da glicose. Obteve-se a equação da reta para que através
destas curvas se pudessem quantificar os açucares presentes nas
soluções analisadas em conjunto que não foram utilizadas para construir
uma equação da reta. Resultados e Discussão: Foram realizados sete
ensaios, totalizando 271 amostras analisadas. Construíram-se as curvas
padrões com a solução de IDA1 e a solução de água e glicose e observou-
se que a curva construída com a solução padrão preparada com água e
glicose apresentou um melhor comportamento do que a solução extraída
do algodão de IDA 1 com glicose, pois as análises com o padrão de água
apresentaram leituras seguindo um comportamento aproximadamente
linear. Dessa forma, trabalhou-se na construção da curva padrão usando
somente a solução padrão de água. A ideia a partir da construção de uma
curva padrão que melhor represente os dados foi utilizá-la como base para
o cálculo da concentração de açucares fazendo-se apenas as análises com
a solução do algodão de interesse. Além disso, foram feitas análises com
algodão analisado pela Fundação Blumenauense de Estudos
Têxteis(FBET), por meio do qual houve a comparação dos métodos CHT e
FBET. A partir da média de leituras aferidas da amostra do algodão
classificou-se seu grau de caramelização de acordo com a escala proposta
pelo método CHT. Realizou-se um tratamento estatístico com os dados
obtidos e através dos valores médios de leitura para cada concentração
obtidos do teste de normalidade construiu-se a curva padrão, que
45
apresentou um ótimo coeficiente de correlação R² de 0,9861. Após várias
análises pode-se verificar que o método é bastante específico, pois as
amostras preparadas com o padrão de água constituída por uma
composição praticamente homogênea apresentaram resultados
condizentes, porém os resultados feitos com a solução padrão de IDA1
variaram muito a cada análise, provavelmente devido ao fato da solução
conter impurezas e variar sua concentração de impurezas para cada
amostra de algodão recolhida. Descartou-se assim a validade do método
para análise de curvas padrão construídas a partir da solução padrão de
IDA1 e adotou-se válido quando usado para construção de curvas padrão a
partir da solução padrão de água e glicose. Além disso, de acordo com a
classificação em um mesmo grau de caramelização confrontou-se o
resultado apresentado pela FBET com o resultado apresentado pelo
método CHT. Desta forma observou-se que no método CHT 78% das
amostras apresentaram exatamente o mesmo grau de caramelização que a
FBET. Quanto à precisão, no teste de normalidade aplicado a cinco
diferentes valores de concentração de glicose observou-se sempre um
desvio padrão relativo menor que 8,5%. Determinou-se o desvio padrão
relativo e pode-se verificar que o método é preciso. Analisando o limite de
quantificação calculado através do desvio padrão obtido pela média do
desvio padrão de cada concentração e do coeficiente angular do gráfico de
calibração, vemos que a maioria dos pontos esteve acima do limite de
quantificação, 55,43 mg/L, porém as concentrações de 20mg/L e 40mg/L
estavam abaixo e mesmo assim apresentaram uma boa precisão. Quanto
ao limite de detecção calculado vemos que todas as concentrações com
que trabalhamos estavam acima do valor mínimo de concentração para
que o analito fosse detectado, sendo este igual a 16,63 mg/L. A linearidade
foi analisada através do gráfico de absorbância x Cglicose, criado após
uma normalização dos melhores dados obtidos com a solução padrão de
água e glicose. Obteve-se então a equação da reta: Abs = 0,0102 .Cglicose
, cujo valor do coeficiente de correlação R² foi de 0,9861. Quanto à faixa de
aplicação, analisando os limites de quantificação e detecção juntamente
com o parâmetro da linearidade podemos perceber que a faixa de
aplicação utilizada no método satisfez de maneira bastante satisfatória o
que é permitido, uma vez que trabalhamos com concentrações sempre
46
acima do limite de detecção e mesmo com dois valores de concentração
abaixo do limite de quantificação estipulado ainda assim obteve-se um grau
de linearidade bastante preciso justificado pelo valor do coeficiente de
correlação encontrado. Para a analise da robustez seria necessário realizar
a variação de alguns parâmetros sugeridos na literatura como pH e
temperatura, prevendo o comportamento do método frente a estas
variações. Não foi possível realizar a alteração do pH da solução
preparada, uma vez que o pH ácido resultante da adição de exatos 5mL de
ácido sulfúrico foi o que deu melhores condições para análise segundo as
referências consultadas. A variação de temperatura não pode ser analisada
em virtude das condições de trabalho nos laboratórios e da necessidade de
estocagem de soluções. Dessa forma, sem poder analisar a robustez do
método, não foi possível afirmar que o método é robusto, sendo este
parâmetro o único a não ser levado em consideração para a sua validação.
Conclusão: O PET-Engenharia Química através desse projeto pode
englobar a tríade ensino, pesquisa e extensão e após todos os parâmetros
de validação serem analisados e satisfeitos, concluiu-se que o método CHT
é válido para quantificar o açúcar presente no algodão.
REFERÊNCIAS
Barros C. B. de, Validação de Métodos Analíticos, CPTI – Tecnologia & Desenvolvimento, São Paulo – SP; Borges R. M. H.; Introdução à Validação de Métodos; Coordenação geral de Credenciamento – CGCRE – Inmetro, Divisão de Credenciamento de Laboratório – Dicla. Brito N. M.; Amarante Junior O. P.; Polese L.; Ribeiro M. L.; Validação de Métodos Analíticos: Estratégia e Discussão. Dubois M.; Gilles K. A.; Hamilton J. K.; Rebers P. A; Smith F. Colorimetric Method for Determination of Sugars and Related Substances, Division of Biochemistry, University of Minnesota, St. Paul, Minn.
47
MINICURSO DE NOÇÕES BÁSICAS DE ASPEN
Ana QuerenPaladonai Leandro Azevedo[1], Annelorie Mattar Knesebeck[1], Carlos Alberto Ubirajara Gontarski[2], Carolina Basílio Lopes[1],
EmiliEmilhaLucht[1], Felipe Gomes Camacho[1], Fernanda Truch da Silva[1], FillemonEdillyn da Silva Bambirra Alves[1], KimberlyPasqualin[1], Mariana
JorbaSainz de La MazaRavaglio[1], Mayara Cristina NasihgilCostantin[1], Nina Thais Silva Monteiro[1], Priscilla Turkot[1], Rafael TeruoMaruyama[1], Vitor
TakashiKawazoe[1], William Souza dos Santos[1].
Palavras-chave: Ensino, Simulação de Processos, Aspen Plus.
Resumo: O curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná
(UFPR) adquiriu o softwareAspen da Aspentech, que é bastante utilizado nos
períodos finais da graduação na concepção de projetos. Por ser uma
ferramenta de trabalho importante, há interesse crescente da comunidade
discente em usá-lo com maior intensidade durante a sua formação acadêmica.
Percebendo a demanda, o grupo preparou material didático, realizou
treinamentos internos e ofereceu o minicurso de noções básicas de Aspen. O
objetivo foi facilitar o uso do programa pela comunidade discente para que os
alunos estejam preparados para as disciplinas de projetos (Projetos da
Indústria Química I e II), estabelecendo uma experiência prévia. Além disso,
durante a simulação de processos, o aluno se familiariza com a interface de
trabalho e é instigado a utilizar seus conhecimentos dos fundamentos da
Engenharia Química. Isso provoca uma maior motivação pelo estudo e pelo
aprofundamento do conhecimento. Durante o desenvolvimento do material
didático e preparação do curso, uma parte do grupo foi encarregada de estudar
o programa e os temas abordados. Assim, os tutoriais do software foram
explorados (ASPENTECH, 2012) e, com o auxílio dos professores
Encarregados pelas disciplinas já mencionadas, foram montados módulos para
repasse aos outros membros do grupo em forma de aula. Os petianos
____________________________
1 – integrante do grupo PET de Engenharia Química da UFPR; 2 – tutor do grupo PET de Engenharia Química da UFPR; e-mail de contato: [email protected]
48
envolvidos nessa etapa foram divididos em equipes que prepararam quatro
módulos com os seguintes temas: aula introdutória com algumas operações de
separação (flash e ciclone) (FOUST et. al., 1982), modelos termodinâmicos
com aplicação à destilação (SANDLER, 2006), deslocamento de fluidos
(bombas e compressores) (FOX et. al., 2006) e trocadores de calor (KAKAÇ,
2002). Com a conclusão dos módulos e compilação de uma apostila, todos os
membros do grupo foram capacitados através de um treinamento ministrado
pelas equipes. Todo esse processo durou em torno de seis meses. Para a
aplicação, houve uma oportunidade oferecida pela equipe organizadora da
XXXVIII Semana Acadêmica de Engenharia Química (SAEQ). Como o curso foi
aplicado neste evento, a divulgação, a impressão das apostilas e o
recebimento das inscrições foram realizados pela organização da SAEQ. Todo
o grupo PET-EQ esteve envolvido, dividido em monitores e ministrantes. Cada
aula, ministrada por um ou dois petianos, foi composta por um dos módulos
mencionados, com duração de duas horas, totalizando uma carga horária de
oito horas. A didática adotada envolveu uma parte expositiva para revisar
conteúdos fundamentais para posterior resolução de exercícios assistida
passo-a-passo pelos ministrantes e monitores. O curso foi ministrado na sala
de computadores do prédio de Engenharia Química, disponibilizada pelo
Departamento de Engenharia Química (DEQ). A sala é equipada com vinte e
cinco computadores e com uma lousa digital interativa, que foi explorada com o
intuito de tornar o curso mais dinâmico e focar em uma didática mais interativa,
em que o ministrante e os participantes têm a possibilidade de realizar
exercícios simultaneamente. Para a primeira aplicação, os resultados foram
bastante satisfatórios. Alguns minutos após a abertura das inscrições, as vagas
foram preenchidas, identificando a forte demanda e oportunidade para novas
aplicações. A fim de avaliar o minicurso,feedbacks foram realizados: uma ficha
de avaliação foi passada aos participantes todos os dias ao término das aulas e
uma segunda avaliação foi realizada internamente ao grupo, na forma de
formulário eletrônico. Em relação ao feedback dos participantes: como o
minicurso foi realizado em um evento acadêmico, a logística dos minicursos e
das palestras foi de responsabilidade da organização do mesmo. As fichas de
avaliação dos dois primeiros dias de aplicação foram repassadas ao grupo; já
as dos dois últimos dias, não. Os itens avaliados foram: a didática do
ministrante, o material didático da aula, o horário estabelecido, a duração das
49
aulas, a infraestrutura e a organização do minicurso, ressaltando que o
participante também pôde fazer um comentário no campo adequado. Quanto
aos ministrantes e ao material, os participantes avaliaram esses itens em uma
escala de 0 a 4, sendo o menor valor a pior avaliação e a maior nota a
excelência no parâmetro avaliado. Já os itens referentes à duração das aulas,
ao horário escolhido e à infraestrutura foram avaliados como
satisfatório/adequado ou não. A partir das avaliações em mãos, pode-se
observar que tanto a didática do ministrante como o material didático agradou
ao publico. Mais de 90% avaliou como excelente a didática do ministrante e
mais de 85%, o material didático. Quanto aos computadores e à duração das
aulas foi unânime que esses aspectos foram satisfatórios, porém, o horário de
início das aulas não agradou 20% dos participantes e algumas reclamações
foram feitas a respeito deste parâmetro. A partir do formulário eletrônico pelos
ministrantes e monitores do minicurso, foi observado que uma das maiores
dificuldades para os ministrantes é apresentar de uma forma básica conteúdos
importantes por não ter conhecimento aprofundado do assunto abordado.
Também foram avaliados parâmetros com respeito ao treinamento. Apesar da
insatisfação com a longa duração do treinamento, no qual todas as aulas foram
repassadas aos monitores pelos ministrantes em um único dia, o grupo se
avaliou com um bom crescimento e êxito na aplicação do minicurso.
Naturalmente, houve heterogeneidade entre os participantes; alguns aprendem
mais rápido, são mais curiosos e buscam resolver os exercícios por conta
própria e de outras formas além das apresentadas. Observou-se que alguns
participantes já tinham contato com esse tipo de ferramenta e buscavam
aprofundamento, enquanto outros, apenas o conhecimento básico. Isso revela
que, estratificando o curso, resultados melhores podem ser obtidos, o que
deixa uma sugestão para a evolução desta atividade do grupo. Uma proposta
inicial seria dividi-la em dois níveis: um mais básico, explorando melhor as
dificuldades de operação do programa, até pela interface em língua inglesa, e
um nível mais avançado, com exercícios mais elaborados e uma análise mais
profunda dos resultados. O que tem sido estudado e desenvolvido para a
próxima aplicação é uma mudança na didática do curso e na estrutura das
aulas; no início de cada aula o ministrante resolverá, juntamente com os
participantes, exercícios de exemplo e serão propostos exercícios para que os
alunos desenvolvam seu próprio método para solucionar os mesmos, com
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auxílio dos monitores. Espera-se que os professores das disciplinas que
requerem o uso do programa auxiliem o grupo e sugiram formas de direcionar
melhor o aprimoramento do minicurso. Assim, o aluno de Engenharia Química
cursará as disciplinas com maior facilidade em relação ao software. Espera-se
também que esta atividade seja consolidada e amplamente reconhecida pela
comunidade acadêmica.
REFERÊNCIAS
ASPENPLUS.EXE: AspenPlus. Versão 7.3.2. Aspen Technologies Inc., c2012. FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.; ANDERSON, L. B. Princípios das operações unitárias. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1982. FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. KAKAÇ, S.; LIU, H. Heat Exchangers - Selection, Rating and Thermal Design.2nd edition. Boca Raton: CRC Press, 2002. SANDLER, S. I. Chemical, Biochemical and Engineering Thermodynamics.4th ed. New Jersey: John Wiley& Sons, 2006.
51
INVESTIGAÇÃO DE MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA EM PATRIMÔNIO HISTÓRICO: ESTUDO DO CASO DO HOSPITAL E MATERNIDADE
CARLOS CORRÊA
Brunela Francine da Cunha1; Cláudio Cesar Zimmermann2; João Paulo Batista da Silva3; Rafael Roberto Roman4; Renato Arosteguy Pereira Ostrowski5
Palavras-chave: Patologia, Estrutura de Madeira, Patrimônio Histórico.
Introdução: O Hospital e Maternidade Carlos Corrêa, situado em Florianópolis,
é a mais antiga maternidade do estado de Santa Catarina, com mais de 100
anos desde sua construção. Com o tempo tornou-se também asilo e hospital
para fins gerais e, devido a sua importância, foi tombado como Patrimônio
Histórico pelo IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis. Com
intuito de valorizar esse patrimônio decidimos diagnosticar os problemas no
telhado da edificação para posteriormente desenvolver um projeto de
erradicação das patologias existentes, aliando assim uma atividade de
extensão a esta pesquisa, visto que o telhado já não cumpre inteiramente sua
função de cobertura. Objetivos: Nesta pesquisa estudaremos o
comportamento da madeira na cobertura do Hospital e Maternidade Carlos
Corrêa e as patologias existentes nessa estrutura. Após uma primeira visita
técnica percebeu-se que, devido à falta de manutenção preventiva, efeito de
agentes bioclimáticos e à ação de insetos xilófagos, há uma degradação em
grande parte da estrutura a ser analisada. A partir dessa constatação a
pesquisa baseia-se na relação entre esses fatores para compreender os efeitos
resultantes em diferentes pontos da estrutura de madeira. Metodologia: A
pesquisa é constituída de três etapas:
1Aluna de Graduação em Engenharia Civil, Bolsista do Programa de Educação Tutorial, Universidade Federal de Santa Catarina 2 Professor, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina 3 Aluno de Graduação em Engenharia Civil, Bolsista do Programa de Educação Tutorial, Universidade Federal de Santa Catarina 4 Aluno de Graduação em Engenharia Civil, Bolsista do Programa de Educação Tutorial, Universidade Federal de Santa Catarina 5 Aluno de Graduação em Engenharia Civil, Bolsista do Programa de Educação Tutorial, Universidade Federal de Santa Catarina e-mail: [email protected]
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1. Visita à edificação: o trabalho se deu, primeiramente, com visitas
técnicas à edificação com o intuito de coletar dados e informações acerca das
patologias presentes na estrutura. Nas inspeções foram tiradas as fotos que
são utilizadas neste trabalho.
2. Análise dos dados: após a coleta de dados foi feita a análise dos
mesmos para, assim, identificar os prováveis problemas que causaram as
patologias na edificação.
3. Soluções para o problema: a partir das ações que causaram as
patologias, o grupo discutiu as possíveis soluções para o problema, de forma
que pudesse preservar o contexto histórico da edificação e tornar a reforma
economicamente viável.
Resultados e Discussões: 4.1 Forro. Análise do dano: O ambiente escuro e
úmido em que se encontra a parte superior do forro é propício para a
proliferação de organismos como cupins ea presença desses organismos
comprometeu toda a estrutura do forro. Em alguns pontos a madeira já
começou a se desfazer completamente como observamos no detalhe da Fig. 6.
Fig. 1 – Vista geral do forro
Fig. 2 – Detalhe forro comprometido por
cupins A Fig. 7 demonstra a situação precária do forro causada pelas infiltrações. Nesse local existem goteiras.
53
Fig. 3 - Vista inferior do forro
Reparo do dano: Neste caso, recomendamos que todo o forro seja trocado. Atualmente existem materiais mais modernos que apresentam várias vantagens em relação ao forro de madeira, como o PVC por exemplo. No entanto, por ser um patrimônio tombado, todo o forro deve ser refeito em madeira respeitando assim o projeto original. 3.2 Tesouras: Análise do dano: Apesar da idade, percebemos que a estrutura principal que suporta a carga do telhado já passou por alguma reforma, a madeira da tesoura se apresenta em bom estado.
Fig. 4 – Estrutura da Tesoura
Fig. 5 – Detalhe fissura longitudinal
Reparo do dano: Neste caso não será necessário efetuar algum tipo de tratamento na madeira, apenas reformar o telhado para evitar futuras infiltrações. 3.3 Telhas: Análise do dano: O telhado não está inteiramente em estado crítico e ao observarmos as telhas interna e externamente (Fig. 10 e Fig. 11) podemos ver que algumas apresentam um estado razoável de conservação, porém outras estão muito desgastadas a ponto de perderem suas propriedades de resistência.
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Fig. 6 – Vista inferior das telhas
Fig. 11 – Detalhe da deterioração da telha
Reparo do dano: Neste caso recomendamos a troca de todas as telhas dado
que muitas estão condenadas, e antes de colocar as novas telhas, executar
uma impermeabilização através de uma manta térmica, um item muito
importante e por vezes subestimado, que tem propriedades de isolamento
térmico, acústico e também impermeabilizante.
3.4 Calhas: Análise do dano: As calhas são visivelmente muito finas (Fig. 14),
portanto elas devem estar subdimensionadas fazendo com que não seja
possível suprir a necessidade de escoamento da água da chuva, havendo um
acúmulo excessivo de água.
Fig. 12 – Exemplo de Manta Térmica
Fig. 13 – Detalhe Manta Térmica
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Fig. 14 - Vista da calha
Reparo do dano: Deve haver, primeiramente, uma lavagem de toda a calha e
em seguida deve ser realizado o reparo de alguns trechos, pois foram
observadas fissuras que permitem que a água penetre na estrutura da
edificação. Para melhorar o escoamento e proteger o concreto é necessária
também a aplicação de uma tintura isolante. 3.5 Parede: Análise do dano: Como
a cobertura da construção não está desempenhando sua função devidamente,
as paredes também são afetadas pelo problema. O resultado disso são
manchas de escorrimento, bolhas e descascamento da pintura e aparecimento
do mofo. As patologias citadas podem ser facilmente percebidas na Fig. 15 e
Fig. 16.
Fig. 15 – Mofo e escorrimento na parede
Fig. 16 – Parede descascada e com mofo
Reparo do dano:
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Primeiramente os locais onde há manchas e mofo devem ser limpos. As áreas
com patologia devem ser raspadas até que se encontre uma superfície sã.
Após esse processo deve-se, se necessário, retocar o reboco e a parede deve
ser re-pintada.3.6 Ripas e Caibros: Análise do dano: As patologias encontradas
resultam, principalmente, da presença de umidade decorrente de infiltrações
pelo mau estado do telhado. Em vista disso, peças de madeira com um
diâmetro menor são mais susceptíveis a problemas por terem uma maior razão
umidade/volume.
Fig. 17 - Ação da umidade na ripa
Os caibros, da mesma forma que as ripas, têm contato com a umidade e são modificados, além dos problemas citados, por expansão e contração da madeira, tal como nas tesouras, causando fissuras longitudinais. Há também a ação de insetos xilófagos na estrutura.
Fig. 18 - Detalhes dos caibros
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Reparo do dano: Segundo PASTINA FILHO (2005)[2], o reparo e/ou
substituição das peças deve ocorrer da seguinte forma: Ripas: Substituir por
outras de mesma dimensão, e, se possível, madeira com as mesmas
características da original. É recomendável a substituição total das ripas,
devido ao estado avançado de danos decorrentes do contato com a umidade.
Caibros: Encontram-se relativamente em bom estado, sendo necessária a troca
de apenas algumas peças, ou partes das peças. Pode-se restaurar a parte
deteriorada com a inserção de pinos de aço inoxidável e resina epóxica
juntamente com agregados vegetais (fibras) e minerais (areia). Conclusão: Ao
final deste estudo percebemos a importância de uma reforma ampla e imediata,
envolvendo a cobertura de um modo geral e as paredes. Primeiro salientamos
a importância de realizar esta reforma da maneira correta, como recomendada
anteriormente. Isto garantirá que as patologias sejam sanadas, do contrário,
uma reforma mal executada apenas irá “maquiar” os problemas. Além disso,
mais importante do que a reforma em si é a criação de uma cultura de
manutenção. Pouco ou nada se ouve a respeito de reformas de manutenção,
principalmente em prédios públicos. Além de ter um custo financeiro muito mais
elevado em longo prazo, a falta de manutenção pode custar a segurança e até
a vida das pessoas que circulam dentro desses prédios, principalmente no
caso de um prédio tombado. Tendo isto em mente, depois de realizada a
reforma, recomendamos visitas periódicas para verificar a situação do telhado,
das calhas e do forro.
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PROCESSO DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE ALUNOS PARA PARTICIPAÇÃO NO PET ENGENHARIA CIVIL DA UEM
Autores: Igor Bolotti Arrais, Arthur Felipe Echs Lucena, Leonardo Naoto Bussolin, Bárbara Júlia de Souza Mota, Ricardo Hoegen Baraldi, Marcio
Henrique Sena, Jeselay Hemetério Cordeiro dos Reis.
Palavras-chave: ensino, acadêmico, seleção A universidade pode ser definida como uma comunidade onde se encontram
diversas pessoas com a finalidade de trocar conhecimentos e favorecer a
aprendizagem, avançando sobre as fronteiras do conhecimento e
disseminando-o pela sociedade promovendo uma melhoria do ser humano. As
atividades acadêmicas se desenvolvem dentro de certos conceitos
metodológicos sejam estes didáticos ou científicos, valorizando sempre as
características de multidisciplinaridade do conhecimento, de reflexão, de
aprimoramento e inovação. Para o desenvolvimento adequado das
competências profissionais e humanas nas diversas carreiras presentes na
universidade faz necessário que se identifique nos alunos os que possuem as
melhores condições intelectuais. O mesmo é necessário também quando se
fala nos diversos programas presentes no ambiente universitário, entre eles, o
de Educação Tutorial (PET). A seleção de alunos em um programa PET visa
escolher dentre os candidatos os alunos com maiores aptidões para o
desenvolvimento simultâneo de atividades de ensino, pesquisa e extensão
complementares a formação regular sem prejuízo as atividades acadêmicas
mínimas previstas na Matriz Curricular de cada curso. Existe na literatura uma
carência de bases teóricas que orientem os avaliadores para seleção de alunos
para compor grupos de trabalho (CHIAVENATO, 2000). No caso específico da
seleção de alunos para fazerem parte de um grupo PET, não existem métodos
de seleção qu identifiquem completamente os diversos repertórios
comportamentais dos candidatos. Dessa forma, a ferramenta mais eficiente e
cuja abordagem é a mais simples de ser empregada é a entrevista. Na seleção
_______________________ Igor Bolotti Arrais, Arthur Felipe Echs Lucena, Leonardo Naoto Bussolin, Bárbara Júlia de Souza Mota, Ricardo Hoegen Baraldi, Marcio Henrique Sena, Tutor Prof. Dr. Jeselay Hemetério Cordeiro dos Reis. Endereço Eletrônico: [email protected]
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dos alunos do PET engenharia civil da UEM foi conduzidas com foco no
traçado de um perfil de comportamento que capacidade de análise e de
solução de problemas, comprometimento com o resultado, habilidade para
convivência e intermediação de conflitos, liderança e conhecimento técnico.
Neste contexto, este trabalho tem como finalidade apresentar e analisar os
procedimentos e técnicas utilizadas para avaliação e seleção de alunos do
Curso de Engenharia Civil da UEM para formarem parte da primeira turma de
alunos do PET. O PET Engenharia da UEM teve sua proposta aprovada em
2012 e sua implantação ocorreu em dezembro de 2012, tem sido realizada sua
primeira seleção em novembro de 2012. A abrangência das atividades de
avaliação compreenderam a identificação de atributos de competência técnica,
aptidão para solução problemas, relacionamento com os colegas,
comprometimento com o resultado, liderança. A avaliação foi conduzida por
uma comissão formada por oito professores do departamento de engenharia
civil e contou com a participação de mais oito professores que ministraram
aulas aos candidatos e dos próprios candidatos as seis vagas disponíveis para
implantação em 2012. A avaliação foi dividida em 4 atividades independentes,
são elas: a) avaliação do currículo, b) avaliação do desempenho escolar, c)
entrevista com os professores que ministraram aulas aos candidatos e d)
entrevista aos candidatados. Cada uma das atividades foram realizadas por um
membro diferente da comissão e a entrevista aos candidatos foi conduzida por
uma banca formada por três professores também membros da referida
comissão.Para cada atividade foi atribuída nota 0 a 10 para cada um dos
candidatos, sendo a nota da entrevista feita com os professores considerada a
média entre todas as notas atribuídas pelos professores que ministraram aulas
aos candidatos e a nota da entrevista aos candidatos a média entre as notas
atribuídas pelos membros da Banca de entrevista. A análise das notas obtidas
pelos candidatos teve dois focos distintos: as atividades a serem desenvolvidas
em um programa PET e o perfil que se espera de um aluno Petiano. No
primeiro foco, a análise foi orientada pelas tarefas específicas das atividades a
serem realizadas pelo grupo. No segundo foco, a análise foi orientada para
traçado do perfil com as características pessoais desejáveis em um aluno do
PET Engenharia Civil para que ele desenvolva com sucesso suas atividades. A
etapa de entrevista aos professores que ministraram disciplinas aos candidatos
pautou-se pela observação direta do comportamento do candidato em sala de
60
aula e pela entrevista direta. No questionamento sobre a observação direta do
comportamento do candidato em sala de aula pretendeu-se eliminar possíveis
equívocos de interpretação de comportamento feito quando da entrevista com
o candidatado. Na entrevista aos professores procurou-se reunir alguns
elementos relativos as características pessoais do candidato no que diz
respeito ao comprometimento com as atividades didáticas e de relacionamento
com os demais colegas e com o próprio professor, de modo a obter um termo
de recomendação ou não do candidato para pertencer ao grupo PET. As
informações adquiridas foram utilizadas para traçado do perfil do candidato e
para atribuição de uma nota para essa entrevista. A entrevista direta aos
alunos feita pela Banca de três professores foi estruturada em perguntas fixas
realizadas a todos os entrevistados de modo a permitir a maior objetividade
possível do instrumento de seleção. Durante a entrevista, dois aspectos foram
essenciais para uma avaliação: o conteúdo das respostas e o comportamento
de cada candidato. O conteúdo das respostas a entrevista direta consistiu no
conjunto de informações sobre as quais pode-se identificar atributos desejáveis
para um membro de um grupo PET, tais com formação escolar, experiência em
trabalhos comunitários, conhecimentos de outras áreas que são necessárias ao
engenheiro civil, seu comprometimento com o curso de engenharia civil, a
consciência de sua responsabilidade para o seu desenvolvimento próprio de
um grupo ao qual esteja inserido, entre outros; já o segundo aspecto,
constituiu-se a maneira como o candidato agia durante a situação de
entrevista, segurança da fala, correção da linguagem, raciocínio lógico, clareza
e objetividade (MONTI, 2005). A entrevista também procurou identificar
aspectos de relacionamento e boa convivência entre os candidatos. A análise
do histórico escolar utilizando a média global de todas as notas como um dos
atributos se justifica devido ao fato da necessidade do aluno Petiano possuir
desempenho escolar diferenciado demonstrando uma maior capacidade para o
aprendizado. Possibilitando o incremento da carga de atividades extras à sala
de aula sem que ocorra um prejuízo para o desempenho acadêmico do aluno.
Como resultado do trabalho de seleção dos membros do Grupo PET
Engenharia Civil da UEM pode-se destacar a identificação dos atributos
mínimos desejáveis a um aluno petiano e as variáveis presentes nesse
contexto. Como consequência obteve-se uma seleção mais justa para os
candidatos, a proposição de indicadores que permitam uma escolha mais
61
adequada para o grupo PET e a satisfação do aluno selecionado. Este trabalho
teve também a intenção de iniciar discussões a respeito dos processos
seletivos para membros dos grupos PET e, com isso, melhorar os
procedimentos e métodos para análise do comportamento que permitam uma
seleção mais eficiente.
REFERÊNCIAS
Chiavenato, I. (2000). Recursos humanos. (6a ed. comp.). São Paulo: Atlas,
2000.
Monti, R. S. G. (2005). O comportamento verbal na entrevista comportamental em seleção. In A. Néri (Ed.), Gestão de RH por competências e empregabilidade. (2a ed. rev. atual.). Campinas, SP: Papirus..
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SEMANA DE ACOLHIDA CIDADÃ DA ESCOLA DE ENGENHARIA
Ricardo Gabriel Hübner – PET Eng. Mecânica FURG, Luan Ferreira – PET Eng. Mecânica FURG, Jéssica Rocha – PET Eng. Civil FURG, Grupo PET Eng.
Mecânica FURG
Palavras Chave: Acolhida, Calouros, Cidadania Todos os vestibulandos têm como objetivo entrar na universidade e, após esta
conquista, passam pelo trote, atividade a qual é considerada um ritual de
passagem e uma espécie de iniciação na vida universitária. Porém, o que
deveria ser uma atividade de integração entre veteranos e calouros acabou se
tornando uma prática de situações humilhantes e abusivas. O trote estudantil
não é uma exclusividade brasileira, seu histórico pode ser traçado a partir do
começo das primeiras universidades na Europa, o qual chegou ao Brasil por
meio de estudantes da elite brasileira que realizavam parte do seu processo
educativo em Portugal. Na época, os calouros precisavam adaptar-se
rapidamente às responsabilidades da faculdade com o objetivo de atingir o
nível técnico. Quando eram flagrados fora dos estudos, em bares ou locais de
lazer, eram forçados pelos veteranos a pagar um castigo. Hoje, muitos
estudantes estão empenhados em melhorar cada vez mais essa acolhida,
mantendo a tradição universitária e incentivando a solidariedade, a
conscientização social e ações de cidadania. Em 1997, surgiu a iniciativa da
acolhida cidadã com o objetivo de construir uma alternativa aos trotes violentos
e humilhantes. O desafio sempre foi de integrar calouros e veteranos com a
vivência cidadã, por meio de ações voluntárias. Os estudantes da Escola de
Engenharia da FURG sempre foram conhecidos de forma negativa pela forma
com que acolhiam seus calouros, inclusive sendo noticiada nos jornais locais a
forma violenta com que os calouros das engenharias eram acolhidos. Estas
notícias acusavam os veteranos de obrigar os calouros a consumirem drogas e
a saírem descalços e sem camisa a pedirem dinheiro na rua. Com o intuito de
_________________________
Ricardo Gabriel Hübner – Acadêmico de Engenharia Mecânica – [email protected] Luan Ferreira – Acadêmico de Engenharia Mecânica Jessica Rocha – Acadêmica de Engenharia Civil ORIENTADOR: Professor Doutor Claudio Rodrigues Olinto
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acabar com este estereótipo popular em relação às engenharias, os grupos
PET’s de Engenharia Civil e de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
do Rio Grande – FURG – realizaram uma série de atividades para a Acolhida
aos calouros no ano de 2012, as quais proporcionaram informação, diversão,
integração, e trabalho solidário aos mesmos. A Semana de Acolhida Cidadã da
Escola de Engenharia teve por objetivo integrar todos os estudantes, calouros
e veteranos, da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande
(FURG), proporcionando a eles momentos de diversão, conversa, oportunidade
da criação de grandes amizades e o estímulo à prática da cidadania durante a
primeira semana de aula. O projeto teve o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis e da Escola de Engenharia, que disponibilizaram brindes e a
liberação dos calouros das aulas. As atividades foram realizadas durante todos
os dias da primeira semana de aula e nos três períodos (manhã, tarde e noite),
possibilitando que os estudantes de qualquer turno pudessem participar de
pelo menos um dia das atividades propostas. Entre as atividades realizadas
houve apresentação do curso em sala de aula, um torneio de futebol e uma
confraternização com churrasco; cada atividade foi pensada para que os
alunos calouros se conhecessem gradativamente, assim como conhecessem o
curso e a universidade. No primeiro dia de aula foi realizada a apresentação do
curso aos calouros, onde estavam presentes, além dos representantes dos
grupos PETs, os coordenadores dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia
Mecânica, a diretoria da Escola de Engenharia, representantes da Pró-Reitoria
de Assuntos Estudantis e alguns professores. Após cada um dos presentes
apresentar o setor da universidade que estava representando, os grupos PETs
apresentaram o que é um grupo PET, sua função na graduação e sociedade,
além das atividades que desenvolveram nos anos posteriores e das que seriam
desenvolvidas no ano em questão. É importante lembrar que sempre que os
petianos estavam em contato com os calouros eles procuravam dar dicas de
formas de estudo, de locais da Universidade, ou seja, passar um pouco da sua
experiência aos alunos que recém haviam chegado à Universidade. A maioria
dos calouros estava em um ambiente desconhecido, podendo se sentir
desconfortável. Por este motivo, no primeiro dia de aula foi realizada a
apresentação dos cursos e não foi proposta nenhuma atividade pessoal aos
calouros. No segundo dia letivo foi organizada uma continuação da
apresentação do curso, neste dia, alunos e professores que participavam de
64
algum projeto realizado na Escola de Engenharia apresentaram aos calouros
suas atividades para que os mesmos pudessem observar as diferentes opções
que teriam pela frente e desde já considerar que no futuro pudessem participar
de algum destes projetos e realmente viver a Universidade, não apenas
freqüentá-la. Após estas apresentações os calouros foram convidados para
uma confraternização, nesta atividade foi solicitado que cada um dos
participantes se apresentasse, falando seu nome, local onde moravam
anteriormente, alguns hobbies, entre outras coisas que julgasse necessário. No
dia seguinte os petianos guiaram os calouros para locais considerados
importantes no campus, como os laboratórios da Escola de Engenharia, as
salas dos grupos PETs, a coordenação do curso, o Centro de Convivência e a
Biblioteca Central, inclusive ensinando cada aluno a acessar o sistema das
bibliotecas da FURG e a maneira com que devem proceder para utilizar algum
livro do local. No quarto dia letivo, momento em que os alunos já se conheciam
um pouco mais, foi realizada uma atividade de integração: a gincana da
acolhida cidadã, neste momento, além do objetivo principal que era integrar os
participantes, foi feito com que eles conhecessem ainda diferentes locais da
universidade, conhecessem alguns de seus futuros professores e realizassem
ações cidadãs, como doação de sangue e alimentos. No último dia da semana
foi organizado um torneio de futebol e churrasco. Esta atividade proporcionou
integração e diversão aos calouros. É importante lembrar, que neste dia as
atividades formais da Acolhida Cidadã da Escola de Engenharia chegaram ao
fim, porém o processo de acolhida dos calouros acontece durante todo o
primeiro ano de aula. Atitudes como a de dar conselhos quando chegarem às
primeiras notas ruins, indicar materiais para estudo para as primeiras provas,
convidá-los para sair e festejar, durante os períodos de folga, também se
caracterizam como acolhida. Assim, é importante que este espírito de
solidariedade e as relações de amizades desenvolvidas durante esta primeira
semana não se percam em meio às dificuldades, mas sim, se fortaleçam para
que todos os calouros possam vencer os desafios juntos e guiados pelos
alunos veteranos.
REFERÊNCIAS
MATTOSO, G. O calvário dos carecas: a história do trote estudantil. São Paulo, EMW, 1985.
65
VAN GENNEP, A. Os ritos de passagem. Petrópolis, Vozes, 1978. VASCONCELOS, Paulo Denisar. A violência no escárnio do trote tradicional. Santa Maria, UFSM, 1993. ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O trote na universidade-Passagens de um rito de iniciação. Cortez, São Paulo, 2002).
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UNIVERSIDADE-EMPRESA: UMA PARCERIA DE BENEFICIOS
MULTILATERAIS NA ENGENHARIA CIVIL
WEBER, Augusto Weschenfelder¹; QUARESMA, Barbara Strohm¹; PARISE, Carlos Henrique¹; NUNES, Caroline Feijó¹; SIQUEIRA, Eduardo Henrique¹;
STRIEDER, Helena Lunkes¹; ZILIO, Marina Muner¹; DEBONI, Olindo¹; PASSAIA, Otávio Augusto¹; DADA, Tiago Wagner¹; RAMA, Yasmin Rabaioli¹;
NUNES, William Wagner¹; RIOS, Roberto Domingos².
Palavras-Chave: Universidade. Empresa. Parceria.
INTRODUÇÃO: O conhecimento científico esteve, historicamente, sob a inércia
das grandes transformações políticas, econômicas e sociais. O fato é que, se
nos dias atuais as alianças estabelecidas entre universidades e empresas
estão sendo amplamente apoiadas pelo governo nacional, era ele, no passado,
com sua política protecionista dos anos 1950 de consolidar a industrialização
importando tecnologias externas, o grande responsável pelos aspectos que
mais barravam a produção científica no país. Isso, porém, começou a mudar a
partir dos anos 1960, quando surgiram incentivos à produção interna do
conhecimento ao criar-se institutos de pesquisa, planos e programas
específicos. Em 1980, infelizmente, houve a diminuição dos recursos
governamentais para a pesquisa universitária; este fato, então, aliado com a
expansão das transações financeiras e culturais entre nações a partir de 1990
e sua consequente necessidade de novos processos de produção de bens e
serviços para competir no mercado, deu início ao processo no qual
pesquisadores e iniciativa privada se aliam, diminuindo, progressivamente, o
distanciamento entre aplicação tecnológica e inovação. Essa nova condição
que vem oportunizando aos acadêmicos a interação com a realidade do
universo empresarial e com as regras que regem o mercado é um meio de
rever e tornar palpáveis os conhecimentos bibliográficos e, ainda, atualizar e
aprimorar os estudos usufruindo dos recursos oriundos da parceria. E os
benefícios são bilaterais: para as empresas, além de ser um campo de recruta
de profissionais qualificados, essa relação se transforma num potencial suporte
_____________________ ¹ Acadêmico do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); ² Engenheiro Civil, Professor Doutor do Curso de Engenharia Civil da UFRGS. Grupo PET – Engenharia Civil, UFRGS, Unidade EE. E-mail: [email protected]
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ao desenvolvimento científico e tecnológico permitindo a elas maior
competitividade ao lançar produtos inovadores, com mais qualidade, maior
velocidade e menor custo. OBJETIVOS: Tendo em vista que a tecnologia
constitui-se numa necessidade para o desenvolvimento da sociedade como um
todo, a relação Universidade-Empresa apresenta-se como uma das
possibilidades de investimento para um crescimento mútuo. Esta parceria,
porém, deve considerar as necessidades tanto da empresa como da instituição
universitária. Para que isto seja possível é necessária uma combinação e
adaptação das atividades que o estudante deve desenvolver na Universidade
com o que está sendo exigido no campo de trabalho.
Acredita-se, então, que o estudante deva conciliar com o curso atividades de
extensão. No entanto, existe todo um processo de desenvolvimento do aluno:
no início ele não está preparado para ingressar no mercado de trabalho.
Opiniões diversas apontam que é interessante que o aluno se envolva,
primeiramente, em alguma bolsa de iniciação científica, contemplando uma
visão de inovação e desenvolvimento. Ao saber o que está acontecendo dentro
dos laboratórios, ele começa a ver a diferença entre o que está nos livros e o
que está sendo pesquisado – que é o que estará nos livros no futuro. Com o
decorrer do curso, é quase unânime a opinião de que é muito necessário que o
aluno ingresse no mercado de trabalho para que contemple a visão das regras
que o regem. Com efeito, é também de interesse das empresas buscarem a
parceria com a Universidade, seja por meio de alianças, abertura para
palestras ou como um meio de divulgação maciça de oportunidade de
emprego. O fato é que as empresas não limitam à contratação de funcionários
advindos de uma instituição renomada, ou seja, o fato de estar no meio
científico não é a garantia que o universitário tenha um bom estágio, elas
utilizam também outras maneiras para encontrar colaboradores que se
adaptem aos seus parâmetros. METODOLOGIA: Foram elaborados
questionários com diversas perguntas visando delinear os objetivos da
empresa ao realizar uma parceria com a Universidade, e vice-versa. Ele foi
respondido por profissionais atuantes na área de Engenharia Civil, tanto os
responsáveis pela contratação de estagiários como por graduandos já inseridos
no mercado de trabalho. Aos primeiros coube responder de que maneira a
empresa estimula essa parceria, qual critério é utilizado para escolher quem
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ocupará as vagas disponibilizadas a estagiários, porque os contrata, qual a
função que desempenham, sobre o interesse por parte do contratante na
efetivação do mesmo, o que falta para o aspirante ser qualificado a tal cargo,
se, num apanhado geral, a parceria é vantajosa, entre outras perguntas.
Paralelamente, analisamos o ponto de vista dos alunos do curso de Engenharia
Civil, pedindo se em sua opinião a Universidade estimula isso, divulga
programas de estágio e pesquisas desenvolvidas junto à indústria,
questionando também se há uma queda no rendimento acadêmico após entrar
no mercado de trabalho, qual o motivo para buscar um estágio, e, também, se
de uma maneira geral isso é vantajoso, entre outros. Com isso, conseguimos
delinear a linha de pensamento de ambas as partes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A principal forma de parceria existente é o contrato de estágio,
presente em todas as empresas. Poucas delas patrocinam pesquisas dentro
da Universidade. Quanto à contratação, a divulgação de vagas é feita na
própria Universidade, indicações ou procura por parte de alunos interessados.
São admitidos principalmente estudantes que irão valorizar a empresa e gerar
novas ideias. O adiantamento desejável é entre o quinto e oitavo semestres,
quando o aluno já possui capacidade para assimilar as atividades propostas.
Quanto à efetivação, foi apontado o grande interesse em profissionais
moldados na empresa. Além disso, no ano de formatura do candidato avalia-se
a existência de projetos futuros e a possível inserção nos mesmos.
Unanimemente, a parceria é considerada vantajosa. Por parte dos alunos, as
dificuldades apontadas foram os horários quebrados e em campus diferentes.
A Universidade apóia a experiência de mercado, através do estágio obrigatório.
A maior parte dos estudantes que ingressam no mercado tem seu aprendizado
prejudicado. Devido à carga horária de até trinta horas semanais, o tempo para
assimilação dos conteúdos é reduzido drasticamente. O principal objetivo do
estágio deveria ser a complementação a graduação, porém muitos o buscam
devido a necessidade em obter mais rendimentos. Novamente, de maneira
geral a parceria é vantajosa. Entretanto, a grande carga horária exigida tanto
pela empresa quanto pela Universidade torna o processo não tão eficiente e
desgastante para o aluno. CONCLUSÕES: No âmbito da relação Empresa –
Universidade está presente a necessidade de mão-de-obra qualificada por
parte da empresa, a qual tem um campo de recruta abrangente e seguro dentro
da universidade. O interesse torna-se recíproco, visto que, no meio
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universitário, a possibilidade de entrar no mercado de trabalho logo durante a
formação é vista como uma opção bastante atraente. Sendo assim, a partir
desta qualificação e adaptação de estudantes ao mercado de trabalho,
mediante uma parceria empresa-universidade, beneficia não só ambos os
lados, mas também a sociedade, uma vez que o crescimento de uma Empresa
aliado à qualificação do meio Universitário gera desenvolvimento em todos os
setores e para todo o país.
REFERÊNCIAS
BRISOLLA, Sandra; CORDEL, Solange; GOMES, Erasmo; MELLO, Débora. As relações universidade - empresa - governo: Um estudo sobre a Universidade Estadual de Campinas. Educação & Sociedade, ano XVIII, nº 61, p. 187-205, 1997. CHUGURENSKY, Daniel; NAIDORE, Judith. Parceria Universidade-empresa e mudanças na cultura acadêmica: análise comparativa dos casos da Argentina e do Canadá. Educação Social, Campinas, v. 25, n. 88, p. 997-1022, 2004. CUNHA, Neila Conceição Viana da; UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL, Departamento de Administração. Mecanismos de interação Universidade-empresa e seus agentes: O Gatekeeper e o agente universitário de interação, 1999. Dissertações, p. 23. DA SILVA, Luiz Eduardo Bambini; MAZZALI, Leonel; UNIVERSIDADE SÃO MARCOS. Parceria tecnológica universidade - empresa: um arcabouço conceitual para a análise da gestão dessa relação, 2006. Dissertação. p. 1-5.
71
AÇÕES PREVENTIVO-EDUCATIVAS DESENVOLVIDAS NO PROJETO
“GUARDIÕES DO SORRISO”.
Lobato, R. P. B.1; Bueno, A. S.1; Zuccolotto, R. S. 1; Gastmann, A. H. 1; Spohr, A. R. 1; Almeida, J. R. 1; Gambeta, K. R. 1; Martins, J. R. 1; Sehnem, G. D. 1 ;
Martos, J.2
PALAVRAS-CHAVES: odontologia, prevenção, educação.
Introdução: A cárie é uma doença infectocontagiosa e que pode surgir sobre a
superfície dental por vários fatores, mas pricipalmente se dá pela falta de uma
higiene correta. O mesmo ocorre com a doença Periodontal, na qual a gengiva
se torna vermelha, inchada e sangra com facilidade. Ambas são as doenças
mais comuns da cavidade bucal e que podem ser evitadas com ações
educativo-preventivas. Por isso, cada vez mais a Odontologia se volta para a
prevenção e educação em saúde bucal. Tais ações podem ser desenvolvidas
por meio da atividades de cunho educacional e de motivação das crianças pra
os cuidados com sua saúde bucal. Em 2008, foi criado pelo grupo PET-Odonto
da Universidade Federal de Pelota os “Guardiões do Sorriso”. Este,
inicialmente, buscando promover a saúde bucal em ambientes escolares para
crianças e docentes das escolas de ensino fundamental. Com o passar do
tempo, as ações foram reconhecidas e o grupo passou a ser convidado para
eventos de outra natureza, sempre visando a promoção e prevenção na
odontologia. Objetivo: Despertar o interesse da comunidade para os cuidados
de higiene oral e sua importância na saúde geral; Compartilhar e esclarecer
dúvidas sobre saúde bucal; Desenvolver habilidades de postura e
apresentação dos petianos frente a público maior. Metodologia: Foram
desenvolvidas 8 atividades preventivo-educativas no período de Setembro de
2008 a Março de 2013 com discentes e docentes da rede de ensino. A
instituição a receber a visita dos Guardiões do Sorriso enviava um convite ao
grupo manifestando o interesse, o grupo elaborava as atividades a serem
realizadas de acordo com o público alvo designada. Foram recebidos convites
do Coordenador Geral do Programa Segundo Tempo Professor Alexandre 1Bolsista PET e Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. 2Tutor PET Odontologia e Professor Associado do Departamento Semiologia e Clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas.
72
Carriconde Marques e Coordenadora do Núcleo Jennifer Rodrigues Silveira da
ESEF – Ufpel tendo como público alvo participantes do Projeto Carinho,
alunos/pacientes portadores de necessidades especiais e seus acompanhantes
responsáveis; das Supervisoras Escolar Fernanda Amaral de Souza e Nádia
BlanckVenzke da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Santa Rita
para escolares das turmas do currículo 1º ao 6º ano e turmas do Ensino
Fundamental 7ª e 8ª séries; da Diretora Roselaine Lamberti da Escola de
Educação Básica Da Uri de Santiago com público alvo pré-escolares da 1ª a 3ª
etapa; da Diretora Rute da Escola Municipal de Educação Infantil Sol Criança e
o público alvo foram crianças de 04 a 06 anos; e do Líder comunitário Fabrício
do Bairro Dunas/Pelotas para participação do evento de Comemoração do Dias
da Crianças. Dentre as atividades realizadas estão instrução de higiene bucal,
teatro com fantoches, vídeos educativos, escovação supervisionada,
distribuição de kits de higiene bucal (escova, sabonete, pasta de dente)
palestras abordando temas como higiene bucal, doença cárie, doença
periodontal, traumatismo dento-alveolar, hábitos alimentares, hábitos nocivos à
saúde oral e ortodontia. Resultados e Discussão: A educação é um processo
social pelo qual a consciência crítica é desenvolvida, sendo definida como
“toda e qualquer atividade que tem por objetivo provocar uma mudança de
atitudes e/ou comportamento a partir da aquisição de novos conhecimentos,
conceitos e atitudes”. No presente estudo, foi observado que os recursos
utilizados para a execução das atividades devem ser direcionados para idade
do público em questão, pois desempenha um papel fundamental para a
compreensão dos temas abordados. Em crianças de 04 a 06 anos, atividades
teatrais e vídeos educativos despertam maior interesse. Enquanto que em pré-
adolescentes e docentes, palestras com recursos audio-visuais chamaram
mais a atenção. Segundo Navarro et al., a idade escolar é o período mais
apropriado para a aplicação de programas educacionais preventivos.
Crianças são mais receptivas a novos conhecimentos, especialmente dentro do
ambiente escolar, onde elas podem ser treinadas em grupo e torna-se possível
o aprendizado de corretos hábitos de higiene. Portanto, a escola é uma das
principais instituições onde se fomenta a saúde. Com a educação instituída,
espera-se que as crianças desenvolvam senso de responsabilidade em relação
a sua saúde bucal, para manterem-se saudáveis durante toda a vida, sem a
necessidade de tratamentos invasivos. Ainda, foi analisado que as dúvidas
73
mais frequentes dos discentes era sobre doença cárie e ortodontia.
Acreditamos que esse resultado reflete na popularidade da doença cárie, onde
desde o berço as crianças ouvem falar da mesma e criam uma fantasia a
respeito do “bichinho da cárie”, despertando sua curiosidade. Já a ortodontia se
mostra em evidência pela influência estética e pelo “modismo” criado com a
facilidade do acesso a essa especialidade. No entanto, em docentes os
questionamentos se voltavam para o que fazer em casos de traumatimos
dento-alveolares. As dúvidas sobre traumatismos dento-alveoras podem ser
reflexo da falta de conhecimento sobre a conduta a ser tomada, pois o trauma,
geralmente, envolve sangramento abundante, ocorrer mais no ambiente
escolar, visto que algumas crianças passam mais tempo na escola que em sua
própria casa, e o professor assume responsabilidade sobre a integridade física
do aluno. Quando motivado, a criança tem consciência de condição bucal, e se
tornará disposto a mudanças, colocando em prática as orientações que forem
transmitidas a ele, assumindo a responsabilidade pelo seu próprio bem estar.
Conclusão: O desenvolvimento de atividade preventivo-coletivas direcionadas
de acordo com o público alvo se mostra capaz de produz efeito na desmistificar
a imagem do cirurgião-dentista frente a sociedade, pois a comunidade se
receptiva à intervenções não-curativas coletivas. Além disso, estas ações
complementam a formação acadêmica dos petianos, além de reforçar os
princípios do programa PET, ensino, pesquisa e extensão.
REFERÊNCIAS
DESTRO MRP. Educação continuada: visão histórica e tentativa de contextualização. Cad Cedes Educ Continuada. v.36, p.21-27. 1995. NAVARRO, C. M.; CARVALHO, P. R.; MASSUCATO, S. E. M.; ONOFRE, M. A.; PAIUTTA, J. C. C. Medicina bucal: extensão como articuladora no processo de superação de obstáculos e limitações do indivíduo. Revista deOdontologia da UNESP. v.41, n.2, 2012. ARAUJO, M. G.; SUKEKAVA, F. Epidemiologia da doença periodontal na américa latina. Revista Periodontia. v.17, n.2, 2007. FEJERSKOV, O.; KIDD, E. Cárie dentária: a doença e seu tratamento clínico. Editora Santos. 2ªed. 640p. 2011.
74
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E TOMADA DE DECISÃO DE
PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO ACERCA DO TRAUMATISMO DENTAL
Semeunka, SM1, Hoss, J1, Poletto, AP1, Ribeiro, AS1, Lanius, AC1, Kawagushi, EM1, Kretshmer, F1, Fraga, G1, Ev, L1, Rippel, JW1, Bitencourt, RR1, Wermuth,
S1, Junges R2, Pizatto L2, Abegg C3, Celeste RK4, Samuel SMW5. PALAVRAS-CHAVE: Traumatismo dental, professores, escolares.
Introdução: O trauma dental é uma das lesões mais comuns que acometem a
face e é frequente em crianças com idade escolar, sendo reconhecido como
um problema de saúde pública. Suas consequências podem variar de simples
fraturas à avulsão dentária, que é a mais séria de todas as injúrias dentais. O
traumatismo dentário é considerado importante não somente pelo fato de sua
prevalência ser expressiva, mas também, devido ao seu alto impacto na
qualidade de vida das pessoas em termos de desconforto físico e psicológico,
além do alto potencial de interferência negativa nas relações sociais. Em casos
de avulsão da estrutura dentária, o reimplante tem sido destacado como o
tratamento de eleição, entretanto na tentativa de se conseguir um bom
prognóstico é necessário que este, seja realizado imediatamente. Caso não
seja possível, recomenda-se a conservação do dente em recipiente contendo
solução salina, leite, saliva ou na boca. Em adição, o cirurgião-dentista deve
ser procurado o mais rápido possível, pois o tempo de sobrevida de um dente
reimplantado está relacionado com o período extra-alveolar. Em vista de
grande parte dos acidentes que envolvem traumas dentais, ocorrerem com
crianças em ambiente escolar, os professores e profissionais de escolas de
ensino fundamental têm grande possibilidade de estar em contato com crianças
logo após eventos de trauma, portanto, seu conhecimento sobre procedimentos
de emergência é crítico para assegurar um melhor prognóstico aos tecidos
afetados, pois, este depende das medidas tomadas no ato do acidente ou
imediatamente após sua ocorrência. O objetivo do estudo foi avaliar, através
de um questionário, o conhecimento e a tomada de decisões de professores do
1. Acadêmico PET Odontologia UFRGS [email protected] 2. Cirurgião Dentista - Ex-petiano 3 . Prof. Dr. do Departamento de Odontologia Preventiva e social 4. Profa. Titular do Departamento de Odontologia Conservadora - Tutora
75
ensino fundamental acerca do tema traumatismo alvéolo-dental e também
analisar quais os fatores e características sociodemográficas que influenciam
nos resultados. Metodologia: A pesquisa foi conduzida em escolas públicas
localizadas em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com o auxílio de um
questionário estruturado, baseado em estudos prévios, para essa avaliação. O
instrumento abrangeu questões que envolveram características
sociodemográficas dos participantes, assim como seu conhecimento. Além
disso, juntamente às questões, foram expostos casos clínicos que avaliaram a
tomada de decisões acerca do trauma dental no ambiente escolar. Os casos
clínicos verificaram a conduta dos profissionais diante de situações cotidianas,
como a em que duas crianças se chocam durante a aula de Educação Física,
provocando trauma no incisivo central da menina envolvida ou a em que uma
criança de 8 anos cai e o dente avulsiona. Esses casos serviram para delimitar
questionamentos sobre a forma como se deve proceder em cada caso, o tipo
de dentição da criança (permanente ou decídua), e o tempo ideal para a
procura de atendimento especializado, por exemplo. Escolas de ensino
fundamental de Porto Alegre com mais de mil alunos foram convidadas a
participar deste estudo e a taxa de resposta obtida foi de 80,8%. A amostra
total foi composta de quatrocentos e quarenta e dois professores (n=442). O
questionário foi aplicado na presença de um dos pesquisadores de forma que
qualquer dúvida pudesse ter sido esclarecida. Dados sobre respostas corretas
em relação à conduta a ser realizada após um evento de trauma dental foram
analisados através de regressão logística múltipla, com ajuste para idade,
gênero, tempo de experiência no trabalho e treinamento prévio sobre
traumatismo dentário. Resultados e discussões: Os resultados apontaram
para uma população composta, em maioria, por mulheres (91,5%), com idade
entre 40 e 49 anos (44,3%) e mais de 15 anos de experiência no trabalho
(56,6%). Apenas 53 participantes (12%) relataram ter recebido treinamento
prévio para casos de trauma dental. Mulheres (OR=1.96/p<0,01), com menos
de 30 anos de idade (OR=2.88/p=0,28), mais de 15 anos de experiência de
trabalho (OR=4.55/p<0,01) e que receberam treinamento prévio para casos de
trauma dental (OR=3.39/p<0.01) apresentaram maiores chances de selecionar
a opção correta no primeiro caso clínico exposto no instrumento de análise, e
essa resposta seria “levar a criança com os pedaços do dente quebrado ao
dentista”. Mulheres (OR=2.69/p=0,04), com menos de 30 anos de idade
76
(OR=4.95/p=0,04), mais de 15 anos de experiência de trabalho
(OR=8.95/p<0,01) e que receberam treinamento prévio para casos de
traumatismo dentário mostraram-se mais propensas a selecionar a opção mais
adequada no segundo caso clínico, definida por “procurar pelo dente que caiu,
recolocá-lo de volta ao lugar e levar a criança ao dentista”. Professores com
mais de 15 anos de experiência (OR=5.52/p=0,03) e que já receberam
treinamento para casos de traumatismo dentário (OR=2.35/p=0,04)
apresentaram maiores chances de afirmar corretamente que recolocariam um
dente permanente avulsionado de volta ao seu lugar em boca. Os principais
resultados revelam a importância do conhecimento sobre traumatismos
dentários na formação dos professores, afim de que, saibam como melhor agir
em tais situações. Neste estudo, os participantes que haviam recebido
instruções anteriores sobre traumas, em algum momento da sua carreira
profissional, mostraram maior conhecimento e tomada de decisão mais
apropriada ao responder os casos clínicos apresentados no questionário
aplicado pelos pesquisadores, porém, apenas 53 professores (12%) afirmaram
ter recebido instruções anteriores sobre como lidar com eventos de trauma
dental. As fontes para este treinamento variaram significativamente entre os
participantes do estudo. No que diz respeito ao caso de fratura de coroa
dentária, observou-se que 68,1% da amostra respondeu que os incisivos
centrais superiores são permanentes aos oito anos de idade. No que diz
respeito à conduta adequada para a fratura da coroa em um dos incisivos
centrais superiores, 52,7% professores responderam a pergunta corretamente.
Não há informações referentes ao fato dos participantes serem pais de
crianças pequenas, o que poderia ser um fator importante. Além disso, a
disciplina lecionada pelos professores não foi considerada. Apenas as escolas
públicas foram convidadas a participar. Trabalhos anteriores revelam a
importância do ambiente escolar - interno e externo - sobre a incidência de
Trauma. Conclusões: Acredita-se que as escolas de Ensino Fundamental
devem fornecer ambientes físicos adequados, a fim de diminuir a ocorrência de
traumatismos alvéolo-dentais. É importante abordar o assunto de todas as
maneiras possíveis para que se possa contribuir para a melhora dos resultados
finais, enfatizando-se a importância da prevenção. Esta pesquisa pode servir
de base para futuros estudos sobre abordagens educacionais que
proporcionem maior conhecimento, permitindo melhor tomada de decisão dos
77
professores do ensino fundamental em relação traumatismo alvéolo-dental.
Considerando-se que cada país e região mostram currículos diferentes sobre a
formação de professores do ensino fundamental, é importante realizar este tipo
de avaliação. Maior experiência de trabalho e treinamento prévio sobre como
lidar em situações de trauma dental, no ambiente escolar, apresentaram-se
como fatores importantes no conhecimento e tomada de decisões de
professores frente a casos de traumatismo dentário. Para pesquisas futuras,
novas abordagens educativas devem ser estudadas, como intervenções na
formação de professores do ensino fundamental, sobre o tema citado.
REFERÊNCIAS
Al-Obaida M. Knowledge and management of traumatic dental injuries in a group of saudi primary schools teachers.Dent Traumatol 2010;26: 338-41. Chan AW, Wong TK, Cheung GS. Lay knowledge of physical education teachers about the emergency management of dental trauma in hong kong.Dent Traumatol 2001;17: 77-85. Al-Asfour A, Andersson L, Al-Jame Q. School teachers' knowledge of tooth avulsion and dental first aid before and after receiving information about avulsed teeth and replantation.Dent Traumatol 2008;24: 43-9. Andreasen JO, Borum MK, Jacobsen HL, Andreasen FM. Replantation of 400 avulsed permanent incisors. 2. Factors related to pulpal healing.Endod Dent Traumatol 1995;11: 59-68.
78
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO GRUPO PET ENFERMAGEM
Catharine Silva de Souza1; Cristine Cazeiro Coelho2; Daiane Broch3; Jaqueline do Espírito Santo Costa4; Luana Amaral Mortola5; Marina Bisio Mattos6; Moara Ávila de Jesus7; Taimara Martins Pinheiro8; Tiane da Silva Dantas9; Vera Lúcia
de Oliveira Gomes10.
Palavras Chave: Avaliação, PET Enfermagem, Ensino de Enfermagem.
Introdução: Implantado em dois mil e oito, na Universidade Federal do Rio
Grande FURG, o grupo PET Enfermagem (PET/Enf), à semelhança dos
demais grupos PET constitui-se em um Programa de Educação Tutorial
orientado pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão
universitárias. (BRASIL, 2010). Tem por objetivos causar impacto no curso de
graduação, possibilitar o desenvolvimento da criatividade, iniciativa, capacidade
de trabalhar em equipe e de resolver problemas, contribuir para a melhoria da
qualidade de vida da comunidade e dos indicadores de saúde da população
(MARTINS, [200-]). Em nível nacional, os grupos PET são avaliados por meio
de um relatório anual, que após aprovação do Comitê Local de
Acompanhamento e Avaliação é enviado ao Ministério da Educação. Esse o
submete à apreciação de consultores que emitem um parecer acerca do
desempenho de cada grupo e os disponibilizam aos tutores. (BRASIL, 2010).
Assim, são analisados o rendimento individual e coletivo, por meio de
informações focadas nas atividades propostas no plano anual de atividades.
Apesar disso, o grupo PET/Enf sentiu a necessidade de realizar uma avaliação
qualitativa e mais dinâmica, que possibilitasse vislumbrar alternativas para seu
aprimoramento. OBJETIVOS: avaliar o desempenho de cada integrante do
Grupo PET/Enf; identificar as fragilidades e fortalezas do grupo como um todo 1 Acadêmica da 7ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 2 Acadêmica da 9ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 3 Acadêmica da 5ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 4 Acadêmica da 8ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 5 Acadêmica da 9ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 6 Acadêmicas da 9ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 7 Acadêmicas da 9ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 8 Acadêmicas da 9ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem 9 Acadêmicas da 9ª série da EEnf/FURG. Bolsista PET Enfermagem – email: [email protected] 10 Doutora em Enfermagem, professora da EEnf/FURG. Tutora PET Enfermagem
79
e delinear estratégias de superação. METODOLOGIA: o processo avaliativo foi
realizado em duas etapas. Para cada uma delas adotou-se uma técnica
diferente. O Grupo Focal (GF) foi utilizado para a coleta dos dados
considerados mais relevantes ao longo dos últimos doze meses. O Discurso do
Sujeito Coletivo (DSC) foi utilizado para a análise dos dados e redação dos
resultados. O GF possibilita a coleta de “dados diretamente das falas de um
grupo, que relata suas experiências e percepções em torno de um tema de
interesse coletivo” (LEOPARDI, et al, 2001). Trata-se de uma técnica específica
de coleta de dados qualitativos por meio de entrevistas grupais, que possibilita
a obtenção de material que não surgiria em conversação casual, nem
entrevistas individuais. Uma das vantagens é que as pessoas nos grupos estão
mais propensas a acolher novas ideias e a explorar suas implicações. Os
grupos assumem riscos maiores e mostram uma polarização de atitudes.
Assim, o GF é um ambiente mais natural e holístico em que os participantes
levam em consideração os pontos de vista dos outros na formulação de suas
respostas e comentam suas próprias experiências e as dos demais integrantes
(GASKELL, 2005). Do ponto de vista operacional, o número de participantes
deve oscilar entre seis e quinze integrantes. Cada GF deve ter um moderador,
que procura promover a interação dos participantes e um observador, cuja
função é sintetizar a condução da técnica. Participantes e moderador sentam
num círculo, para possibilitar o contato face a face. O DSC consiste na
organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal ou escrita
das quais se extrai as ideias centrais, as ancoragens e suas correspondentes
expressões chave (LEFEVRE, LEFEVRE, 2005) Com essa técnica, busca-se
reconstruir, com pedaços de discursos individuais, como em um quebra-
cabeça, tantos discursos-síntese quantos se julguem necessários para
expressar um determinado modo de pensar ou a representação de um
fenômeno, com o objetivo de gerar um discurso individual a partir do
pensamento coletivo. Assim, o DSC utiliza uma estratégia discursiva, para
tornar mais clara uma dada representação ou o conjunto das representações
que conforma um imaginário específico. (LEFEVRE, LEFEVRE, 2005). Sua
elaboração consiste em selecionar, de cada resposta individual, as
Expressões-Chave, que são os trechos mais significativos. A essas expressões
correspondem às Ideias Centrais que são a síntese do conteúdo discursivo
manifestado nas Expressões Chave (LEFEVRE, LEFEVRE, 2005). Com esse
80
material constroem-se discursos-síntese, na primeira pessoa do singular, de
forma que o pensamento de um grupo aparece como se fosse de um único
indivíduo. O processo de avaliação foi realizado nas dependências da Escola
de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande em julho de 2012 e
contou com a participação das doze bolsistas integrantes do grupo PET/Enf, da
tutora, que atuou como moderadora, de uma mestranda e uma bolsista de
iniciação científica como observadoras. No primeiro dia o roteiro para
discussão no GF envolveu aspectos coletivos, referentes à percepção do grupo
sobre o próprio Grupo PET; o alcance dos objetivos propostos no planejamento
anual; o comprometimento com a Escola de Enfermagem e com o Curso de
Graduação em Enfermagem, bem como novos rumos e possibilidades. Cada
integrante do GF pode se expressar livremente, ocorrendo situações de
discordância, concordância e algumas de consenso. O encontro foi gravado em
MP4 e transcrito, para que nem um detalhe fosse perdido. A seguir, procurou-
se apreender aspectos do desempenho individual. Para tanto, cada participante
redigiu sua percepção acerca do comprometimento de cada colega com o
grupo, incluindo pontos positivos, negativos, dificuldades e facilidades no
processo de trabalho. Desses textos foram selecionadas as expressões chaves
e construídos os DSC que foram apresentados oralmente ao grande grupo.
Assim, cada petiana teve em sua avaliação a percepção do grupo acerca de
suas fragilidades, fortalezas e recebeu sugestões para melhorar seu
desempenho. RESULTADOS E DISCUSSÃO: com essa modalidade de
avaliação, foi possível fazer o diagnóstico do grupo PET/Enf. Percebeu-se que
há um trabalho em equipe, que o foco nos objetivos propostos no plano anual
se mantém constante, de forma que a maior parte deles vem sendo atingida.
Percebeu-se também que inúmeras atividades não planejadas são
desenvolvidas pelo grupo, por solicitação da Escola de Enfermagem e da
Secretaria Municipal de Saúde. Estas, apesar de contribuírem para a formação
profissional das petianas, muitas vezes as sobrecarregam. Cada petiana
conheceu sua imagem perante o grupo e teve a oportunidade de concordar,
discordar ou discutir alternativas para melhoria de seu desempenho. Essa
opinião e posição do grupo foram de extrema importância, pois dessa forma foi
possível traçar o perfil de cada membro perante o conjunto. A crítica construtiva
realizada possibilitou a melhoria do processo de trabalho individual e coletivo,
bem como o relacionamento interpessoal. CONCLUSÃO: obtiveram-se
81
subsídios para melhoria do rendimento do grupo como um todo. Ao final do
processo o grupo se declarou mais fortalecido e unido. Além disso,
consideraram produtivo o aprendizado dessas técnicas de coleta e análise de
dados.
REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 976, de 27 de julho de 2010, publicada no Diário Oficial da União em 28/07/2010. MARTINS, I. L. Educação tutorial no ensino presencial: uma análise sobre o pet. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/PET/pet_texto_iv.pdf, acesso em 11/07/2012. GASKELL, G. Entrevistas individuais e grupais. In: Bauer MW, Gaskell G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 4ª ed. Petrópolis (RJ): Vozes; 2005. p. 72-88. LEOPARDI, M.T.; et al. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria (RS): Pallotti; 2001. LEFEVRE, F., LEFEVRE, A.M.C. O discurso do sujeito coletivo: um novo enfoque em pesquisa qualitativa (desdobramentos). Caxias do Sul (RS): Educs; 2005.
82
BARREIRAS PERCEBIDAS NA INTERVENÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM UBSs DE COMUNIDADES RURAIS DE SANTA MARIA – RS.
ROTH Maria Amélia¹, FAEZ Ângelo², FRANKE Carolina Maria³, SILVA Adílio Lopes da³, BORTOLUZZI Emanuelly Casal³, BRUM Renata Gonçalves³, WEISE Sandra Paula³, BERNI Caroline Brollo³, PEREIRA Guilherme Adroaldo³, SOARES Patrícia
Fagundes³, SOLDATELLI Maria Joana³. Palavras-chave: Educação Física, barreiras e comunidades rurais
INTRODUÇÃO: A sociedade do campo é carente de atenção primária,
principalmente no que diz respeito aos cuidados com a saúde, então o grupo
PET Ed. Física apresenta uma proposta para pensar a Saúde de forma
ampliada com vistas a prestar atendimento integral ao cidadão através do
desenvolvimento de um novo modo de pensar-fazer crítico-reflexivo que
promova mudanças nos processos e relações de hábitos saudáveis de vida
dos adultos no núcleo familiar, pois ainda é cultural a cura e prevenção de
possíveis doenças pela maneira medicamentosa, as pessoas desconhecem
outras possibilidades de preservar a saúde e prevenir doenças, principalmente
as crônico-degenerativas. Um dos impactos esperados pela proposta é a
mudança de hábitos de vida e de conscientização de cuidados e preservação
da saúde das pessoas que vivem no campo através da prática de atividades
físicas e de lazer.A educação física aparece historicamente relacionada ao
conceito de saúde em seu discurso científico, oficial e profissional. A tônica na
saúde via aptidão física, também é observada no discurso profissional da área,
sendo apontada como um de seus objetivos básicos de atuação. Na atualidade
o ideário de promoção da saúde reconhece a natureza multifatorial da saúde,
advoga em prol da sua desmedicalização, enfatiza o envolvimento comunitário
e incorpora a idéia de educação para a saúde.
_____________________________
¹ Orientador ² Relator ³ Bolsistas E-mail: [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL – EDUCAÇÃO FÍSICA
83
Neste contexto o objetivo deste estudo é identificar barreiras percebidas pelos
estudantes do Grupo PET Ed. Física ao atuarem nas UBSs dos distritos de
Boca Do Monte e Santo Antão pertencentes ao Município de Santa Maria - RS.
MÉTODOS: O distrito de Boca do Monte localiza-se no oeste da cidade, a 16
km do marco zero do município. Boca do Monte possui uma população de 4085
habitantes.No distrito de Boca do Monte foi disponibilizada pela subprefeitura
da localidade uma sala na UBS para atender a população. Na primeira visita
aplicou-se uma anamnese (idade, estado civil, escolaridade, hábitos anteriores
e atuais de atividade física) para conhecer a população e identificar problemas
de saúde, medicamentos contínuos e interesse com a proposta do grupo.
Foram realizadas intervenções semanalmente, constituindo-se de: testes
físicos (teste de “sentar e alcançar; resistência muscular localizada); medidas
hemodinâmicas (freqüência cardíaca e pressão arterial); medidas
antropométricas (massa corporal, circunferência da cintura e estatura);
orientação e prescrição de exercícios na academia ao ar livre. A prescrição de
exercícios na academia ao ar livre foi realizada através de fichas de treino,
sendo utilizados além dos equipamentos da academia materiais alternativos,
como borrachas e garrafas pet de 600 ml com areia.O distrito de Santo Antão
está localizado na zona norte do município, possuindo uma área de 51,70 km²,
que equivale a 2,86% do município que é de 1791,65 km² (dados da Prefeitura
Municipal do município de Santa Maria6). Por ser um distrito novo, criado em
2001, ainda não existe um número oficial de habitantes, mas segundo os dados
cadastrais da ESF existe cerca de 360 famílias residentes no distrito. A unidade
de Santo Antão possui uma ESF composta por uma equipe multiprofissional
formada pelos seguintes profissionais: um médico, um enfermeiro, um técnico
em enfermagem, quatro agentes comunitários de saúde e um contratado
responsável pelos serviços gerais. A intervenção junto à comunidade teve por
objetivo proporcionar uma educação voltada à saúde através de atividades
físicas. A intervenção foi realizada entre abril e dezembro de 2012, sendo em
média um encontro por mês, sendo realizados em salões comunitários das
localidades, em dias foram pré-estabelecidos pela equipe da ESF. Foram
realizados sete encontros, sendo que os mesmos iniciavam por rodas de
conversa com temas relacionados à saúde, qualidade de vida e atividades
físicas/práticas corporais buscando mudanças de hábitos de vida e
conscientização de cuidados e preservação da saúde através da prática de
84
atividades físicas, de esporte e de lazer.RESULTADOS: Boca do Monte;A
UBS de Boca do Monte possui boa estrutura física para realizar as atividades
propostas, contudo foram encontradas barreiras quanto à adesão da
comunidade as atividades propostas: - Barreiras da comunidade: as pessoas
que frequentavam a UBS mostraram-se desmotivadas e desinteressadas
quanto à prática de atividades físicas mesmo tendo um local apropriado ao lado
da UBS, problemas de saúde como queixas de dores articulares
incapacitantes;- Fatores climáticos, uma vez que fazem a sua atividade ao ar
livre e, portanto, ficam mais expostos à chuva e ao sol e temperaturas
extremas, compromissos e obrigações familiares;- Barreiras de conhecimento:
desinformação da comunidade sobre o papel do profissional de educação
física, pois eles vinham em busca de atribuições que não competem ao
profissional de educação física, busca por assistencialismo; - Barreiras do
grupo: referente às incompatibilidades de horários das pessoas, com os
horários propostos pelo grupo PET; dificuldade deslocamento dos integrantes
do grupo PET.Santo Antão; No distrito de Santo Antão as principais barreiras
quanto à adesão da comunidade as atividades propostas foram: - Barreiras da
comunidade: fatores climáticos (dias chuvosos inviabilizam o deslocamento até
as localidades);-Distância dos domicílios com o local de intervenção;-Barreiras
de conhecimento: desinformação da comunidade sobre a prática de atividade
física; e barreiras do grupo: dificuldade de deslocamento dos integrantes do
grupo PET.DISCUSSÃO: Os métodos de intervenções desenvolvidos pelo
Grupo PET foram escolhidos pelas características das localidades, em Boca do
Monte optou-se pelo uso do espaço e dos equipamentos da academia da
saúde (academia ao ar livre) que permanecia em desuso pela falta de
orientação à população em como utilizar os equipamentos. Já em Santo Antão
não existia uma estrutura para a prática de atividades físicas então foram
usadas estratégias mais humanistas como conversas e as experiências
práticas como meio a conscientização e educação para maximizar o trabalho,
tendo em vista que o número de intervenções foi reduzido devido a fatores de
deslocamento e horários. Entre as barreiras encontradas em relação à prática
de atividade física teve o fator saúde, o que corrobora com estudos que,
também diagnosticaram essa barreira como fator limitante a prática de
atividade física (NASCIMENTO et al, 2009; SUZUKI, 2005).CONCLUSÃO: Foram intervenções iniciais que contribuíram para o amadurecimento do grupo
85
sobre a realidade das populações da zona rural que apresentaram carência de
assistência em relação à saúde, sendo detectados vários motivos que
dificultam um trabalho ideal com essas pessoas, então devemos nos adaptar
as várias realidades e encontrar meios para superar essas adversidades e
difundirmos a ideia de prevenção e manutenção da saúde pela atividade física.
REFERÊNCIAS
NASCIMENTO, C. M. C. et al. Nível de atividade física e as principais barreiras percebidas por idosos de Rio Claro. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 19, n. 1, p. 109-118, 2008. Disponível em: <http://www.periodicos.uem.br/ ojs/index.php/RevEducFis/article/viewFile/4321/2923>. Acesso em: 23 fev. 2009. SUZUKI, C. S. Aderência a atividade física em mulheres da universidade aberta á terceira idade. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
86
CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS EM CURITIBA- PR
Ana Carolina Schrader¹, Fernanda Swiecki Paul¹, Gisele Ribeiro da Assunção
Frois¹, Layssa Andrade Oliveira¹, Nilce Nazareno da Fonte², Olga Patrícia Muchinski¹, Taís Tereziano Barros¹, Thamara Kelly Simonetti¹, Ully Garcia dos
Santos¹
Palavras-chave: atenção farmacêutica, institucionalização do idoso, envelhecimento. INTRODUÇÃO: O Programa de Educação Tutorial (PET) é um Programa do
Ministério da Educação no qual os participantes realizam atividades
extracurriculares integrando a tríade ensino, pesquisa e extensão. Em 2006, o
grupo PET Farmácia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) criou o
Projeto de Extensão FarmaEduca, que atua em diferentes públicos pré
definidos de acordo com a demanda e interesses do grupo. Em 2012, o grupo
definiu como público os “idosos”, visando à promoção da saúde e à melhoria da
terapia medicamentosa dos mesmos. De acordo com o Estatuto do Idoso
(BRASIL, 2003) considera-se idoso o indivíduo com 60 anos ou mais, sem
levar em consideração especificamente o estado físico e mental do indivíduo. A
população idosa no Brasil vem crescendo principalmente nos últimos 10 anos,
representando um aumento de quase 3% desde 1991 até o ano de 2010,
sendo o sul e o sudeste as regiões com mais idosos em todo o país (IBGE,
2010). Com isso, a preocupação com os idosos deve aumentar
proporcionalmente. As ILPIs (Instituição de Longa Permanência de Idosos) são
instituições dedicadas ao cuidado de idosos e podem ser de natureza pública,
filantrópica ou sem fins lucrativos, ou ainda conveniadas com o poder público.
Estas devem seguir o Estatuto do Idoso, onde são encontrados todos os seus
direitos e deveres. Entre os direitos é assegurada a atenção integral à saúde
do idoso. Para tanto, as ILPIs contam com o serviço de diversos profissionais
de saúde, nem sempre incluindo o profissional farmacêutico. Porém, entende-
se que grande parte da população idosa é polimedicamentada, o que favorece
erros relativos aos medicamentos, acarretando prejuízos à saúde do idoso.
_________________________ ¹Graduandos do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná integrantes do Grupo PET-‐Farmácia/UFPR. [email protected] ²Professora Doutora do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Paraná tutora do Grupo PET-‐Farmácia/UFPR
87
Sendo assim, vê-se necessária a orientação farmacêutica nas ILPIs, a fim de
assegurar a farmacoterapia acertiva. Dessa forma, é preciso inicialmente
conhecer o perfil dos idosos e funcionários das ILPIs. OBJETIVO: O presente
trabalho objetiva apresentar o perfil das ILPIs de Curitiba, com destaque para a
presença do profissional farmacêutico e as doenças mais prevalentes.
METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em bases de dados
públicas, utilizando as seguintes palavras-chave: “idosos”, ”ILPIs”, “Instituições
de Longa Permanência para Idosos”, “envelhecimento”, “cuidados com idosos”,
“medicamentos para idosos”, para a elaboração do projeto. Foi contatada a
Fundação de Ação Social da Cidade de Curitiba (FAS), a qual forneceu ao
grupo uma lista das ILPIs da cidade, com a qual foi calculada uma amostragem
estratificada das instituições a serem trabalhadas. Foi elaborado um
questionário com 11 perguntas visando obter um panorama geral da Instituição,
do idoso e do cuidador. Foi elaborado o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido para submetê-lo aos entrevistados. Paralelemante, os petianos
realizaram um grupo de estudos sobre o tema, com base no “Curso para
Cuidador de Idosos”, on line, do Dr. Márcio Borges
(http://www.cuidardeidosos.com.br/curso-3-basico/). Para tanto cada dupla ou
trio se responsabilizou por aprofundar um módulo do curso e socializar com os
demais. Em seguida o grupo passou à fase de campo com as ILPIs, tendo as
Instituições sido contatadas por telefone para verificar concordância e agendar
as entrevistas. Por fim as entrevistas foram realizadas e os dados coletados
foram sistematizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostragem
estratificada resultou em 52 Instituições, distribuídas nas seguintes regionais:
Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, Cidade Industrial, Matriz, Pinheirinho, Portão e
Santa Felicidade. Destas, apenas 22 Instituições aceitaram participar da
pesquisa. Apesar da maioria das ILPIs brasileiras serem filantrópicas (65,2%),
das instituições criadas entre 2000 e 2009, 57,8% são privadas com fins
lucrativos (CAMARANO, KANSO; 2010). Em Curitiba foi encontrado este
mesmo panorama, com 77,27% das ILPIs visitadas sendo particulares e
22,73% sendo ONGs, das quais 40% são conveniadas e 60% não
conveniadas. A capacidade das casas em acomodar os moradores teve grande
variação, de 7 a 144 residentes. Em relação ao gênero, 72,73% das casas são
mistas e 27,27% somente femininas. Quanto aos profissionais de saúde que
trabalham nas casas: área da enfermagem (90,91%), correspondendo a
88
enfermeiros (40,9%), técnicos em enfermagem (36,36%) e auxiliares de
enfermagem (13,64%); médicos (77,27%); fisioterapeutas (68,18%);
nutricionistas (59,1%). Outros profissionais como psicólogos (22,52%),
musicoterapeutas (18,18%), educadores físicos (9,1%), farmacêuticos (4,55%),
fonoaudiólogos (4,55%), terapeutas ocupacionais (4,55%) e assistentes sociais
(4,55%) também estão presentes no quadro de colaboradores das ILPIs
entrevistadas. Estes profissionais ou são funcionários contratados pelas Casas,
ou contratados particularmente pelo idoso ou ainda solicitados pela Casa
conforme a demanda. O fato de apenas uma Instituição apresentar o
profissional farmacêutico em seu quadro de funcionários mostra a
vulnerabilidade à qual os idosos estão expostos, já que grande parte destes faz
uso de medicamentos, sendo muitos polimedicamentados. O farmacêutico é o
profissional apto a identificar inadequações na farmacoterapia, como interações
medicamentosas, reações adversas, sub ou sobredose, além de orientar sobre
a correta administração dos medicamentos. Portanto, a atuação desses
profissionais nas Instituições assegura a correta terapia medicamentosa. Em
uma das Instituições, o entrevistado comentou da dificuldade em relação à
indicação de uso, modo de administração da medicação e da imposição de
certos familiares quanto à mesma independente de prescrição médica. Isso
mostra a necessidade de atuação do farmacêutico na orientação de outros
profissionais e dos familiares dos idosos também. Dentre as limitações para
aceitação dos idosos nas Casas, foram citados pacientes: criticamente
adoecidos (45,45%); com algum tipo de sonda (31,82%); com doenças mentais
graves, como esquizofrenia, bipolaridade, Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson
(22,27%); que necessitem de tratamentos invasivos (9,1%); com limitações
motoras (9,1%); e pessoas com menos de 60 anos (4,55%). Cerca de 22,73%
das Casas não relataram restrições quanto aos seus internos. As doenças mais
prevalentes nos idosos institucionalizados citadas pelos entrevistados são
diabetes (81,82%), hipertensão arterial (HA) (81,82%), Mal de Alzheimer
(77,27%), doenças cardiovasculares (31,82%), Mal de Parkinson (27,27%),
Acidente Vascular Cerebral (AVC) (18,18%), Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (9,1%), fragilidade (9,1%). Labirintite, colesterol elevado, incontinência,
depressão, sobrepeso, artrite/atrose e bipolaridade tiveram a prevalência de
4,55% cada. A maior prevalência de diabetes e hipertensão, observada na
população em estudo, reforça a necessidade de uma adequada atenção à
89
saúde do idoso, uma vez que essas disfunções quando presentes no mesmo
indivíduo aumentam o risco cardiovascular. Estudos epidemiológicos
demonstram que a HA está relacionada direta ou indiretamente com AVC,
sendo que seu correto tratamento pode diminuir sua incidência em 35% a 44%,
além de também estar associada ao desenvolvimento de demência vascular,
doenças renais e cardíacas (SBC, 2010). Deve-se atentar com relação a
diabetes também, pois pacientes com comorbidades como insuficiências renal,
hepática, respiratória, circulatória e cardíaca apresentam limitação no uso de
medicamentos antidiabéticos orais, restando a opção de tratamento com
insulina (SBD, 2009). Quanto às prescrições dos médicos, 68,18% das casas
as mantêm arquivadas, sendo que 72,27% delas são prescritas por médicos
das próprias ILPIs e 22,73% por médicos particulares. Quanto ao acesso a
prescrições, 63,64% das ILPI’s informaram permiti-lo para utilização futura.
CONCLUSÕES: Com a perda da capacidade funcional, o idoso tende a ficar
mais fragilizado, torna-se mais vulnerável a doenças e/ou distúrbios funcionais,
o que faz necessário o uso de medicamentos. Portanto o acompanhamento do
profissional farmacêutico é indispensável no cotidiano do idoso. Observando os
dados obtidos neste trabalho verifica-se, que apesar da alta incidência de
acometimentos nos idosos e consequentemente grande uso de medicamentos,
o acompanhamento pelo farmacêutico é insatisfatório, já que a presença deste
profissional nas ILPs é defasada.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Decreto-Lei n°. 10741, de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 3 out. 2003, v. 192, p.1-6. Disponível em: <<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>>. Acesso em: 03/abr/2013. CAMARANO, A. A.; KANSO, S. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rev. Bras. Estud. Popul., São Paulo, v. 27, n. 1, p. 233-235 jan./jun. 2010 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Sinopse dos Resultados do Censo 2010 . Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/> Acesso em: 03/04/2013 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA (SBC). VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Rio de Janeiro, 2010. p. 150. Disponível em:
90
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf>. Acesso em: 20/04/2013 SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo, 2009. p. 14; 22; 48. Disponível em: <http://www.diabetes.org.br/attachments/diretrizes09_final.pdf>. Acesso em: 20/abr/ 2013.
91
DISCUSSÃO DE TÓPICOS ESPECIAIS: DESENVOLVENDO A
INTERDISCIPLINARIDADE NO MEIO ACADÊMICO.
1Ana Luiza PelissariPessanha de Paula Soares, AndrieliCansi,Bianca Aparecida Savoldi Picoli, Enikeyla Azevedo Sudati, Flávia Laís Faleiro, Isabela
KleszczRanghetti, Júlia Borges Barbosa, Kariman Inácio de Oliveira, Naielly Rodrigues da Silva, Nicole Amanda Formigoni Steiner, Rafaela PelissonRegla , RaizzaTafetCarminato Silva, TaketoshiSakurada Junior, Izabel Cristina Piloto
Ferreira
Palavras Chave: Projeto de Lei, Interdisciplinaridade, Politização
INTRODUÇÃO: Alguns autores consideram que o mundo contemporâneo se
defronta com vários desafios relacionados com o pensamento fragmentado,
fruto do racionalismo da era moderna. Uma outra característica dos dias atuais
é a proliferação do conhecimento, que se transforma rapidamente e se
encontra dividido em áreas isoladas, fenômeno esse conhecido por
“disciplinaridade”. A complexidade do mundo e da cultura exige análises mais
integradas. Qualquer acontecimento humano apresenta diversas dimensões,
uma vez que a realidade é multifacetada. Sendo assim, a compreensão de
qualquer fenômeno social requer que se leve em consideração as informações
relativas a todas essas dimensões. Essa tem sido a linha de argumentação
com maior poder de convencimento em favor da interdisciplinaridade. O
conceito de interdisciplinaridade surgiu no século XX e, só a partir da década
de 60, começou a ser enfatizado como necessidade de transcender e
atravessar o conhecimento fragmentado, embora sempre tenha existido, em
maior ou menor medida, uma certa aspiração à unidade do saber. Para melhor
compreender a disciplinaridade e a interdisciplinaridade, é preciso vê-las a
partir de seus condicionantes sócio-históricos. Sendo assim, nosso objetivo foi
buscar, na literatura, o significado da interdisciplinaridade, seu histórico, suas
relações com a Saúde Coletiva e com a formação de profissionais de saúde
integrados com as varias faces da profissão, indo além da sua especialização.
Buscando atingir os objetivos citados, o grupo PET-Farmácia propôs a
1Graduandos do curso de Farmácia – Orientadora Profa. Dra. Izabel Cristina Piloto Ferreira.
E-mail do relator: [email protected]
92
discussão do Projeto de Lei N01.836 de autoria do Senador Federal- Cícero
Lucena PSDB/PB – Fornecimento de medicamentos de uso continuado não
sujeitos a controle especial, entre outros, necessários ao cuidado integral dos
pacientes em seu domicílio e fomentada em campanha eleitoral no Município
de Maringá, o grupo PET-Farmácia promoveu um debate, na forma de mesa
redonda, contando com a participação de diferentes profissionais da saúde,
afim de que através da exposição de seus pontos de vista, fosse possível
contribuir para com a formação crítica dos acadêmicos presentes e também na
construção de futuros profissionais conscientes da importância da atenção
integrada ao paciente. Visto que a aprovação do Projeto de Lei influenciará na
qualidade da saúde do paciente usuário do SUS – Sistema Único de Saúde, o
PET-Farmácia julgou pertinente a utilização de ferramentas, como a
interdisciplinaridade, a qual é fundamentalmente uma filosofia de trabalho para
enfrentar os problemas e questões que impactam a sociedade. Além disso, a
interdisciplinaridade é uma maneira pela qual se pode formar profissionais de
saúde com competências que lhes permitam recuperar a dimensão essencial
do cuidado: a relação entre humanos. Esta atividade de ensino e extensão visa
à melhoria e complementação do ensino na graduação, tendo como eixo
central a articulação de componentes curriculares trabalhados
interdisciplinarmente nos três pilares do ensino superior, o ensino, a pesquisa e
a extensão. OBJETIVO: - Apresentar aos acadêmicos dos cursos de Farmácia,
Medicina e Enfermagem os diferentes posicionamentos dos profissionais da
área da saúde sobre a entrega de medicamento a domicilio; - Estimular os
acadêmicos na busca prévia por uma temática de caráter político e social; -
Buscar por meio da articulação dos saberes de uma equipe multiprofissional,
debater o Projeto de Lei N0 1.836 de forma interdisciplinar visando a
construção do pensamento crítico. METODOLOGIA: O evento ocorreu na
forma de mesa redonda no dia 20 de novembro de 2012, no anfiteatro do bloco
de Farmácia da Universidade Estadual de Maringá. A mesa foi composta pelos
profissionais, Prof. Dr. Arnaldo Zubioli (Departamento de Farmacologia e
Terapêutica da Universidade Estadual de Maringá e Tesoureiro do Conselho
Regional de Farmácia do Paraná – CRF-PR), Edílson Almeida de Oliveira
(Farmacêutico e membro do Conselho Regional de Farmácia do Paraná - CRF-
PR), Evelin Miwa Nakashima Braga (Enfermeira e representante da Secretaria
de Saúde - Vigilância em Saúde) e Prof. Paulo Roberto Donadio
93
(Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá e Ex
Secretário de Saúde do Município de Maringá), os quais apresentaram os seus
posicionamentos sobre a entrega de medicamentos a domicílio abordado no
Projeto de Lei N0 1.836. Ao final da exposição de cada membro da mesa, foi
aberta a discussão com a plateia iniciando a sessão de perguntas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O evento organizado pelo grupo PET –
Farmácia, com a participação de uma equipe multiprofissional possibilitou aos
participantes acadêmicos do curso de Farmácia e Medicina além de docentes e
representantes da Vigilância Sanitária, uma visão crítica a respeito do Projeto
de Lei N0 1.836 de 2007. Assim, depreende-se que houve contribuições para a
formação de profissionais críticos e éticos, sensíveis às questões legais e
sociais, possibilitando a complementação da formação técnica, humanística e
política no âmbito da atividade profissional. Trazer este tema para discussão
mostra que o Grupo PET- Farmácia se preocupa com assuntos que vão além
da graduação e que, de modo geral, poderão afetar a saúde da população. A
interdisciplinaridade alcançada no evento pode auxiliar na dissociação do
conhecimento produzido e orientar a produção de uma nova ordem de
conhecimento, constituindo condição necessária para melhoria da qualidade do
Ensino Superior, mediante a superação da fragmentação, uma vez que orienta
a formação global do acadêmico. Os participantes tiveram a oportunidade de
se aproximar de profissionais atuantes em diversas áreas da saúde,
proporcionando ampla troca de conhecimentos sobre temas que influenciam a
sociedade e posicionamento crítico em relação a um assunto de impacto, o que
muitas vezes não ocorre no ensino em sala de aula. Com relação ao grupo, foi
possível um crescimento dos integrantes do PET Farmácia, colaborando com a
experiência em realização de eventos, desenvolvendo habilidades como
trabalho em equipe, liderança e boa comunicação. CONCLUSÃO: A parceria
PET – Farmácia com Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Regional de
Farmácia do Paraná proporcionou credibilidade na atividade aproximando
profissionais atuantes no mercado de trabalho com os acadêmicos da área da
saúde da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A participação da
graduação nesta discussão agrega muito para a formação de cidadãos mais
críticos e politizados com as questões pertinentes a sua área de atuação.
AGRADECIMENTOS:O PET - Farmácia agradece à contribuição da Secretaria
Municipal de Saúde de Maringá, Conselho Regional de Farmácia do Paraná
94
(CRF-PR), Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá
(DFM), Departamento de Farmacologia e Terapêutica da Universidade
Estadual de Maringá (DFT) e Departamento de Farmácia da Universidade
Estadual de Maringá (DFA), que proporcionaram o êxito da atividade. Ressalta-
se também o apoio e participação da Tutora Profª. Drª. Izabel Cristina Piloto
Ferreira na realização do evento.
REFERÊNCIAS
FAVARÃO, N. R. L.; ARAÚJO. C. S. A. Importância da Interdisciplinaridade no Ensino Superior. EDUCERE. Umuarama, v.4, n.2, p.103-115, jul./dez., 2004. Vilela EM, Mendes IJM. Interdisciplinaridade e saúde: estudo bibliográfico. Rev Latino-am Enfermagem 2003 julho-agosto; 11(4): 525-31. Cyrino EG, Toralles-Pereira ML. Estratégias de ensino-aprendizado por descoberta na área da saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(3):780-788, mai-jun, 2004. Senado Federal – Cícero Lucena – PSDB/PB; Projeto de Lei No 1836/2007.
95
GINÁSTICA LABORAL NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFRGS
ATRAVÉS DO MOVIMENTE- SE COM O PET EDUCAÇÃO FÍSICA
Tuany Defaveri Begossi1, Paulo Renato Vicari1, Priscila Damé Morales2, Janice Zarpellon Mazo3.
Palavras-chave: Programa de Educação Tutorial, Ginástica Laboral, Educação
Física.
O tempo passou a ser universalizado pelo relógio a partir do advento da
Revolução Industrial, assim o trabalhador passou a ser submetido a uma
jornada extenuante de trabalho, com cobranças relacionadas à produtividade e
à qualidade dos serviços prestados. Neste contexto, as fábricas buscavam,
cada vez mais, aumentar os índices de lucratividade, no entanto, o que se
percebia era a formação de operários cada vez mais insatisfeitos, alienados e
doentes (MACIEL, 2008). A degeneração vinculada à saúde do trabalhador
desencadeou uma preocupação maior, por parte dos empregadores, que
viram-se forçados a adotar, gradualmente, atitudes e pensamentos
ergonômicos no início do século XIX, sendo a atividade física um dos meios de
promoção da saúde no local trabalho. É neste contexto que surgiu a Ginástica
Laboral, sendo uma adequação da atividade física para o ambiente de trabalho.
Tal prática tem seus primórdios datados do início do século XX no Leste
Europeu e Japão. Inicialmente ela tinha o intuito de distrair os funcionários das
empresas, para que estes reduzissem o nível de cansaço, e
conseqüentemente, melhorassem o rendimento na produção. Com o passar
dos anos, o principal objetivo desta prática passou a ser a prevenção de
doenças ocupacionais, proporcionando um momento de descontração e
relacionamento interpessoal entre os funcionários, durante o expediente
(LONGEN, 2003). O Projeto de Extensão “Movimente-se com o
PET/ESEF/UFRGS: Ginástica Laboral na Escola de Educação Física da 1Alunos do curso de Licenciatura em Educação Física da ESEF/UFRGS. Bolsistas do Programa de Educação Tutorial da Educação Física. 2 Aluna do curso de Bacharelado em Educação Física da ESEF/UFRGS. Bolsista do Programa de Educação Tutorial da Educação Física. 3 Professora dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da ESEF/UFRGS. Tutora do Programa de Educação Tutorial da Educação Física. Endereço eletrônico da relatora: [email protected]
96
UFRGS”, desenvolvido pelo Programa de Educação Tutorial (PET) da Escola
de Educação Física (ESEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), começou a ser oferecido em setembro de 2006. Em sua essência, o
projeto tem por finalidade aumentar a disposição e bem-estar dos praticantes
durante a jornada de trabalho, reduzir a fadiga ao final do expediente, favorecer
o relacionamento social e o trabalho em equipe, contribuir para a promoção da
saúde e da qualidade de vida do trabalhador e, promover o combate e
prevenção das doenças profissionais (LER, DORT). Diante desses
pressupostos, os objetivos que norteiam o projeto são: a) Proporcionar práticas
corporais que auxiliem na redução/compensação de danos provocados pelo
ambiente de trabalho; b) Criar um espaço de diálogo que visa à educação em
saúde; c) Promover a interação social no ambiente de trabalho. O projeto
consiste em aulas de Ginástica Laboral, que são oferecidas durante o
expediente de trabalho, para os técnicos e funcionários terceirizados da Escola
de Educação Física da UFRGS. A coordenação e a execução do referido
projeto são de responsabilidade do Grupo PET-Educação Física. Anteriormente
às aulas propriamente ditas, é feito, no início de cada semestre letivo, um
mapeamento dos setores do campus olímpico que tem interesse pela Ginástica
Laboral, bem como a aplicação de anamneses em cada um deles. A Ginástica
Laboral é realizada com uma frequência de duas sessões semanais, não sendo
necessário vestuário especial para a prática. Cada aula possui a duração,
aproximada, de 10 a 15 minutos, nas quais são realizados exercícios de
alongamento, propriocepção, consciência corporal, posturais, relaxamento
muscular, flexibilidade das articulações, e atividades de recreação. São
utilizados materiais como colchonetes, bastões, bolas de diferentes tamanhos,
elásticos e aparelho de som. Para além das aulas práticas, os participantes do
projeto recebem informações sobre exercício físico, nutrição básica, distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT), postura adequada e
estresse. Este projeto, como as demais atividades do PET, está alicerçado nos
três pilares da universidade: extensão, ensino e pesquisa. Sendo assim, além
de ministrar a sessão de Ginástica Laboral os bolsistas realizam reuniões de
estudo para troca de experiências, promovem palestras para a comunidade da
ESEF e realizam aulas teórico-práticas de Ginástica Laboral em disciplinas
freqüentadas pelos calouros do curso. As atividades de pesquisa já estão em
andamento, objetivando identificar os benefícios alcançados pelos
97
participantes, bem como a motivação dos mesmos para participar das aulas.
Atualmente as aulas são desenvolvidas em 10 setores, sendo eles: laboratório
de pesquisa do exercício (LAPEX), biblioteca, secretaria do programa de pós-
graduação, centro de memória do esporte (CEME), centro natatório, secretaria
administrativa, laboratório de informática (LIEF), comissão de graduação
(COMGRAD), departamento, secretaria de extensão. Os funcionários
terceirizados que atuam na limpeza, na segurança e no restaurante
universitário também participam do projeto, totalizando, aproximadamente, 50
pessoas. Até o presente momento, percebemos que o projeto tem uma boa
aceitação, tanto de forma direta, por parte dos funcionários e técnicos que
participam das aulas, como indireta, por parte da direção da Escola, que tem se
mostrado muito satisfeita com a atuação do grupo PET no Projeto de Ginástica
Laboral. Com o passar dos anos, percebe-se por meio do projeto, uma
expressiva melhora das atividades laborais realizadas pela população atendida,
como uma melhor capacidade de concentração, um melhor relacionamento
interpessoal, bem como alterações positivas relacionadas à qualidade de vida
dos funcionários, conforme constatado nos depoimento orais dos participantes.
Com relação ao aprendizado dos bolsistas envolvidos no projeto, fica evidente
que a atuação é muito significativa, pois adquirem conhecimento sobre uma
área que a graduação não vem contemplando, por ser uma área que obteve
proporções maiores a pouco tempo, bem como proporciona aos alunos a
experiência e responsabilidade de ministrar aulas, contribuindo ,de forma
positiva, para sua a formação acadêmica. Neste ano de 2013, o Projeto de
extensão em Ginástica Laboral, oferecido pelo PET/ESEF/UFRGS completa
sete anos de atuação dentro do Campus Olímpico da UFRGS. Ao longo de sua
trajetória, foi reformulado inúmeras vezes, e por diferentes motivos.
Primeiramente por ser um projeto voltado às pessoas, que estão inseridas em
uma determinada realidade, a qual se encontra em constante mudança. Assim,
para que a prática faça sentido a elas, também precisa se adequar a tais
transformações. Segundo, por ser um projeto desenvolvido e coordenado por
um grupo de estudantes que também está em constante renovação. Desta
forma, idéias surgem, pensamentos mudam, fazendo com que o projeto ganhe
novas projeções, mas que mantenha sempre, em sua essência, os objetivos
acima descritos.
98
REFERÊNCIAS LONGEN, Willians Cassiano. Ginástica laboral na prevenção de LER/DORT? Um estudo reflexivo em uma linha de produção. Dissertação (Mestrado em Ergonomia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. MACIEL, Marcos Gonçalves. Ginástica Laboral – Instrumento de produtividade e saúde. Rio de Janeiro: Editora Shape, 2008.
99
O EDUCADOR FÍSICO NAS EQUIPES DE SAÚDE DA ATENÇÃO BÁSICA
Aline Fernanda de Oliveira1, Bruna Machado Peixoto dos Santos*, Cássia Grigini Godoi*, Emília Batista Lopes*, Fábio Augusto Telles Junior*, Gisele
Fernanda Previato*, Mariana Pissioli Lourenço*, Natália Simeão Milan*, Natalia Thaís Fava*, Rafaela Ferreira de Oliveira*, Rafaela Marioto Montanha*,
Vanessa Carolina Grigini Godoi*, Lilian Denise Mai2 - UEM
Palavras-Chave: Promoção à saúde, equipe de saúde, educação física INTRODUÇÃO: Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram
criados a partir da Portaria nº154, em 24 de janeiro de 2008 (BRASIL, 2008),
pelo Ministério da Saúde (MS). Eles funcionam como parceiros das Equipes
Saúde da Família (ESF), as quais fazem parte do Programa Saúde da Família
(PSF), implantado em 1994 pelo MS. Determina-se que os NASF sejam
classificados em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2. Precisam fazer parte
do NASF 1, no mínimo, cinco profissionais e, do NASF 2, três profissionais,
todos de nível superior. Destaca-se que o educador físico é integrante das
duas modalidades. Para o PSF/NASF, reveste-se de extrema importância o
conceito de trabalho em equipe, no qual cada profissional, segundo sua
formação, tem algo a acrescentar com a sua atividade. Por outro lado, na
equipe, a autonomia técnica de um profissional pode ser interdependente da
atuação do outro e isso pode ser positivo, ao ponto que aperfeiçoará o
processo de intervenção, possibilitando melhores resultados (PEDUZZI, 2001).
Em estudos elaborados por Florindo e Araújo (1997) e Florindo (1998), aponta-
se a atuação do profissional de educação física como integrante de uma equipe
multiprofissional na área da saúde, orientando e prescrevendo atividades
físicas para as mais diversas populações, promovendo um estilo de vida mais
saudável, melhorando a qualidade de vida dos mesmos, atuando em conjunto
com os órgãos públicos de saúde. Porém, também verifica-se uma certa
polêmica acerca da inserção do educador físico no NASF, sendo que a maioria
dos profissionais da área da saúde desconhece a importância e a necessidade 1 Alunos do Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá. Email da relatora: [email protected] 2 Mestrado em Educação, Doutorado em Enfermagem, Professora Associada do Departamento de Enfermagem, Tutora do Pet Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá.
100
deste dentro da equipe multiprofissional. Diante disso, torna-se importante
analisar a opinião dos mesmos em relação a essa temática. OBJETIVO: Analisar as opiniões dos profissionais de saúde sobre a inserção do educador
físico no NASF. METODOLOGIA: Foi uma pesquisa descritivo-exploratória,
sendo convidados para participar da pesquisa 40 profissionais da área de
saúde, distribuídos entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS): Pinheiros, Ney
Braga e Mandacaru. Participaram do estudo 20 profissionais, representando
50% do total. Após aprovação da pesquisa no Comitê Permanente de Ética em
Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá, foi aplicado, no próprio local
de trabalho, um questionário semi-estruturado, composto por 4 questões
objetivas e uma discursiva, mediante a assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. A análise dos dados aqui apresentados será parcial e
compreenderá as quatro questões objetivas, orientada pelo cálculo de
freqüência simples dos dados quantitativos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos 20 profissionais da área da saúde que participaram da pesquisa, 5 (25%)
eram do sexo masculino e 15 (75%) do sexo feminino. A idade variou entre 24
e 65 anos e o tempo de atuação no serviço de saúde de 3 a 18 meses. Dentre
eles haviam 2 educadores físicos, 5 enfermeiros, 4 médicos, 2 psicólogos, 1
fisioterapeuta, 2 nutricionistas, 1 assistente social, 1 terapeuta ocupacional e 1
não informou a área de formação. Os resultados apresentados seguirão a
ordem das questões analisadas: 1) “Considerando as equipes do Núcleo de
Apoio a Saúde da Família na cidade de Maringá, quais profissionais compõem
estas equipes”: Os profissionais deveriam assinalar quais profissionais fazem
parte de uma equipe do NASF, sendo que como opção de resposta havia 14
classes de profissionais. Os profissionais biólogo, biomédico e médico
veterinário não foram citados, sendo que os demais, por ordem de frequência
mais citados foram: assistente social (20 - 100%), educador físico e psicólogo
(18 - 90%), terapeuta ocupacional (16 - 80%), farmacêutico e fonoaudiólogo (11
- 55%), fisioterapeuta (5 - 25%), nutricionista (4 - 20%), médico e enfermeiro (3
- 15%), odontólogo (2 - 10%). 2) “Considerando os profissionais
tradicionalmente atuantes na saúde pública enumere, em ordem crescente os
que em sua opinião trabalhariam melhor em conjunto com o profissional de
educação física?” Em resposta, cabe o destaque que em primeiro lugar na
classificação houve empate entre os cursos de psicologia, educação física e
enfermagem (6 - 30%) e, em segundo lugar, entre os cursos de medicina e
101
nutrição (1 - 5%). 3) “Das ações abaixo, conforme a Portaria nº 154, de 24 de
janeiro de 2008, qual seria a atribuição dos profissionais de educação física?”
Foram pontuadas seis alternativas, todas corretas conforme a Portaria, sendo
elas: promover eventos que estimulem a atividade física e práticas corporais;
promover ações de promoção da saúde junto aos demais setores públicos
presentes no território; supervisionar as atividades desenvolvidas pelas ESF na
comunidade; proporcionar educação permanente em atividade física, práticas
corporais, nutrição e saúde juntamente com as ESF; difundir informações que
visam a prevenção, a minimização dos riscos e à proteção à vulnerabilidade,
buscando a produção do auto cuidado; e desenvolver atividades físicas e
práticas corporais junto a comunidade. Foi constatado que apenas 5 (25%)
assinalaram todas as opções, 3 (15%) assinalaram cinco opções, 4 (20%)
assinalaram quatro opções, 1 (5%) assinalou três opções, 2 (10%) assinalaram
duas opções, 4 (20%) assinalou apenas uma opção e 1 (5%) não assinalou
opções. 4) “Considerando a Resolução nº 218, de 6 de março de 1997, que
legitima o profissional de educação física como profissional da saúde
reconhecido pelo Conselho Nacional de Saúde, você acredita que os
profissionais de educação física estão aptos para compor as equipes
multiprofissionais que atuam no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)?”
Dos 20 profissionais respondentes,19 (95%) consideraram os profissionais de
educação física aptos a compor as equipes multiprofissionais que atuam no
âmbito do SUS, sendo que 1 (5%) discordou dessa opinião. CONCLUSÃO: A
partir da inserção do educador físico na equipe do NASF, conclui-se que há um
crescimento significativo na formação deste profissional e de sua equipe. Com
os resultados obtidos, nota-se que muitos ainda não sabem quais profissionais
formam a equipe ampliada de saúde, mas a maioria concorda com a
importância da presença do profissional de educação física na mesma.
Conclui-se que, segundo as diversas opiniões, muitos são os programas em
que este profissional pode agir com a comunidade se estiver inserido na equipe
e que, com os resultados obtidos, tanto a instituição de ensino quanto a
secretaria municipal de saúde podem instituir ações que venham a contribuir na
inserção e valorização desse profissional na área da saúde.
102
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008: Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF. Brasília. 2008. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt0154_24_01_2008.html >. Acesso em 15 jun. 2012. FLORINDO, A. A. Educação Física e Promoção em Saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 3, n. 1, p. 84-89, 1998. FLORINDO, A. A.; ARAÚJO, A.S. O papel do profissional de educação física na saúde pública. Anais do IV Congresso Internacional Unicastelo. Tema: "Qualidade de Vida". São Paulo. 1997. p. 114. PEDUZZI, M. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 1, p. 103-109, 2001
103
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO DE ENSINO DO TÊNIS DE
MESA 1Guilherme AranaDemitto, Ana Beatriz Pacífico, Alison Lopes dos Santos
Nunes, Allan Fernando Zardo da Silva, Bruna Solera, Jéssica Martins Marques Luiz, Jessica Natany do Nascimento, Louizy Carla Cassiano Lustosa Marques,
Lucas Jacob Beuttmmüller, Patrícia Ayumi Nunes Yamada, Suelen Vicente Vieira, Pedro Paulo Deprá.
PALAVRAS-CHAVE:Ensino, Tênis de Mesa, Formação.
INTRODUÇÃO: O Tênis de Mesa é um esporte popular de grande abrangência
em diferentes contextos da sociedade e inventado na Inglaterra no século XIX,
a partir de uma adaptação do tênis de campo para o ambiente fechado
(DEPRÁ, 2011). Esta adaptação é uma característica comum aplicada aos
materiais esportivos, levando em consideração o local de prática, a finalidade e
os objetivos que o jogo proporciona. “Essas características o diferenciam do
fato de ser considerada apenas uma atividade alternativa para os dias em que
as condições climáticas são desfavoráveis à prática de outros esportes de
quadra” (DEPRÁ, 2011, p.293).Este esporte começou a ser praticado no Brasil
no início do século XX e a partir disto o número de adeptos à modalidade teve
um aumento considerável. No âmbito da Educação Física encontram-se
práticas do Tênis de Mesa em clubes recreativos, centros comunitários,
escolas e também como componente curricular na formação superior. O
esporte pode, portanto, assumir um caráter tanto competitivo, atualmente
considerado um esporte olímpico, como recreativo, pela sua fácil adaptação em
diversos ambientes que proporcionam sua prática. “Essas características acima
descritas podem nos dar uma noção de abrangência de possibilidades didático-
pedagógicas que podem ser desenvolvidas neste esporte” (DEPRÁ, 2011,
p.293). Optou-se pela escolha dessa temática, o Tênis de Mesa, basicamente
por dois aspectos. Em primeiro lugar, pelo fato da disciplina denominada
esportes de raquetes não estar inserida dentro da grade curricular do curso de
graduação em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM),
1Autores: 1) Discentes de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM) integrantes do Programa de Educação Tutorial (PET/DEF/UEM); Tutor do Grupo PET/DEF/UEM: Prof. Dr. do Departamento em Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM)[email protected]
104
possibilitando assim uma complementação da formação acadêmica dos
discentes do curso. Em segundo lugar, devido a uma análise feita a partir das
publicações que envolvem o Tênis de Mesa, concluiu-se que
predominantemente as publicações abrangem, em grande parte, o caráter
técnico voltado mais à prática do esporte visando o alto rendimento e não
enfatizam as diversas áreas que podem ser observadas ou estudadas acerca
da modalidade. OBJETIVOS: Com este trabalho, buscamos relatar a
experiência do grupo PET (Programa de Educação Tutorial) - Educação Física
da Universidade Estadual de Maringá (UEM) - PET/DEF/UEM, obtida na
construção de um projeto de ensino sobre a modalidade do Tênis de Mesa.
Neste projeto objetivou-se dar um enfoque no ensino, visando possibilitar o
desenvolvimento de material didático para futuras inserções em currículos de
Educação Física. METODOLOGIA: Participaram desta atividade todos os
acadêmicos do PET/DEF/UEM, juntamente com o tutor do grupo e outros
professores vinculados ao Departamento de Educação Física da Universidade
Estadual de Maringá. No processo metodológico construído neste estudo foi
planejada a execução de três momentos: 1º - A seleção de temáticas do
universo do Tênis de Mesa, necessárias ao processo ensino-aprendizagem; 2º
- O desenvolvimento dessas temáticas, com vivências práticas e produção
teórica; 3º - A organização do material didático em forma de apostila ou livro.
Para este trabalho de planejamento foram delimitados alguns enfoques
temáticos sendo eles: 1) Histórico do Tênis de Mesa; 2) Políticas Públicas para
o Tênis de Mesa; 3) Tênis de Mesa Adaptado; 4) Biomecânica do Movimento
do Tênis de Mesa; 5) Fisiologia do Esporte; 6) Construção de Materiais
Alternativos para a prática; 6) Testes Motores e 7) Pedagogia do Esporte.
Como mecanismo de avaliação deste projeto de ensino, o material
desenvolvido será apresentado em forma de seminário para a comunidade
universitária. Espera-se ao término desta atividade, produzir um material que
possa contribuir na formação de futuros profissionais de Educação Física e até
mesmo auxiliá-los em aulas de esportes de raquetes, proporcionando a
disseminação de conhecimentos relativos a essa prática esportiva em conjunto
como alinhamento do Projeto Político Pedagógico Institucional. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Especificamente no Histórico do Tênis de Mesa o trabalho foi
planejado para realizar da seguinte forma: Inicialmente será realizada uma
revisão bibliográfica, pretendendo encontrar trabalhos que já foram publicados
105
sobre o tema. Após serão realizadas leituras e fichamentos das obras
encontradas, com intuito de fazer uma descrição detalhada do histórico do
Tênis de Mesa. No tema Políticas Públicas, planejou-se o estudo de alguns
assuntos relacionados à legislação e à institucionalização. Neste sentido serão
estudadas temáticas relacionadas às federações e instituições que envolvem
de forma direta e indireta o Tênis de Mesa. Nos estudos sobre o Tênis de Mesa
Adaptado, será abordado o histórico do esporte adaptado, seguido de regras
oficiais de acordo com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). Sobre o tema
da Biomecânica do Movimento, o estudo será voltado à análise dos
movimentos utilizados na prática do Tênis de Mesa e com isso busca-se
observar as melhores formas de realização do movimento e sua correção
através de uma abordagem qualitativa. Em relação à Fisiologia do Esporte, a
partir de produções científicas já existentes acerca desse tema, será
identificado o biótipo de um atleta de tênis de mesa e analisado também os
processos fisiológicos desencadeados durante a prática da modalidade.
Também serão observados tanto os benefícios que o esporte pode
proporcionar ao indivíduo, quanto as possíveis patologias consequentes à sua
prática exaustiva. No processo de construção de materiais alternativos, serão
realizadas propostas com materiais do tipo recicláveis. Estes poderão
possibilitar alternativas inovadoras nesta proposta deste material didático,
utilizando procedimentos que envolvam a criatividade. Espera-se que esses
materiais possibilitem a prática do tênis de mesa, mesmo em situações que
haja a falta de estrutura. Sabe-se que o esporte de alto nível demanda um
custo elevado, no entanto, havendo alternativas materiais acessíveis à
população essa ação pode se tornar um facilitador na difusão do esporte.
Acerca dos Testes Motores serão realizados testes com o intuito de avaliar a
coordenação perceptivo-motor de indivíduos que estão na fase de
aprendizagem da modalidade Tênis de Mesa. Partimos então, de acordo com
as propostas apresentadas acima, para um processo prático de aprendizagem,
que por sua vez recebeu o nome de Pedagogia do Esporte. Essa temática diz
respeito às aulas práticas do Tênis de Mesa. Estas aulas práticas são
constituídas por atividades lúdicas formais e informais do próprio esporte
institucionalizado, adquirindo assim intimidade e desenvoltura com a prática e
vivência do tênis de mesa. A finalidade desta atividade é a composição de uma
série de propostas de aula para o ensino do Tênis de Mesa. CONCLUSÕES:
106
Conclui-se que a etapa de elaboração deste projeto de ensino foi importante
para a formação dos bolsistas, por proporcionar vivência de planejamento e
construção de trabalhos institucionais.
REFERÊNCIA
DEPRÁ, P.P. Tênis de Mesa. In: OLIVEIRA, A.A.B. et.al. Ensinando e Aprendendo Esportes no Programa Segundo Tempo. Maringá: Eduem, 2011.
107
PROGRAMA PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE COLETIVA: AMPLIANDO A MULTIPROFISSIONALIDADE, POTENCIALIZANDO A
INTERDISCIPLINARIEDADE RELATO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO SUL DO BRASIL
Fabiana Guterres da Silva1; Denise Maia Leão1; Ana Paula Castro Caurio1;
Paola Vanessa da Luz Gomez2; Odete Torres Messa3; Rodrigo de Souza Balk4
Palavras-Chave: Saúde Coletiva, Interdisciplinaridade, Promoção da Saúde.
INTRODUÇÃO: Seguindo o conceito de Lopes et al. (2008), a visita domiciliar é
uma prática antiga na área da saúde, e atualmente, está sendo resgatada em
função das novas políticas públicas, que incentivam maior mobilidade do
profissional. Mobilidade quer dizer o profissional promover a saúde antes da
ocorrência do adoecimento e seus agravos, detectando necessidades,
promovendo saúde e cuidado. Pode ser considerada como um dos eixos
transversais do sistema de saúde brasileiro é um instrumento de intervenção
fundamental utilizado pelas equipes de saúde como meio de inserção e
conhecimento da realidade de vida da população, favorecendo a compreensão
de aspectos importantes da dinâmica das relações, auxiliando a assistência
educativa e a resolução de suas demandas. O presente relato descreve o
Programa de Extensão Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC) da
Universidade Federal do Pampa Campus Uruguaiana na fronteira sul do Brasil.
Parte da iniciativa discente durante Disciplina de Enfermagem em Saúde
Coletiva III, realizada no primeiro semestre de 2009, transformada em projeto
em 2009 e em programa em 2010 á 2012. Nestas atividades percebeu-se a
necessidade de orientações e cuidados domiciliares aos usuários acometidos
por traumas cerebrovasculares, doenças crônico-degenerativas, malformações
congênitas ou acidentes em geral. Objetivo: O estudo objetiva contribuir para o
aprendizado na prática de acadêmicos de enfermagem, fisioterapia, farmácia e
educação física, de forma interdisciplinar, a cuidados domiciliares através da
1.Graduando em Enfermagem da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Bolsista do Programa de Educação Tutorial Práticas Integradas em Saúde Coletiva. 2.Graduando em Fisioterapia da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Bolsista do Programa de Educação Tutorial Práticas Integradas em Saúde Coletiva. 3 . Doutoranda em Enfermagem (DINTER-UNIFESP/UFRJ/UFSM). Mestre em Saúde Coletiva. 4.Professor adjunto da Universidade Federal do Pampa(UNIPAMPA). Tutor PET MEC do Programa Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC). ) Email: [email protected]
108
promoção da saúde, reabilitação de danos e agravos bem como a prevenção
de doenças junto às comunidades assistidas pela UBS - CAIC, Tabajara Brites,
João Paulo II, Mascarenhas de Moraes e União das Vilas, localizados na
periferia da cidade de Uruguaiana/RS e Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS). Visando promover a troca de conhecimentos entre os acadêmicos a
partir do trabalho em equipe com ação multiprofissional e interdisciplinar em
saúde, articulando ensino,serviço e atenção em saúde, com foco nas questões
que envolvem a participação e o controle social em saúde, envolvendo a
equipe de saúde na promoção da saúde, a partir de ações educativas e
assistenciais promovendo atenção ao usuário. Metodologia: O PISC iniciou
sua atividade em 2009 como Projeto ampliando-se para Programa em 2011,
entre os Cursos da área da saúde vem sendo realizado com o
comprometimento dos acadêmicos, técnicos em assuntos educacionais e
docentes da UNIPAMPA. As atividades realizadas são supervisionadas por
docente de enfermagem, farmácia e fisioterapia, através da realização de
visitas semanais da equipe responsável pelo programa para os serviços
incluídos em cada projeto. Através de materiais de apoio ao trabalho dos
acadêmicos e docentes, promoveram-se atividades como oficinas e rodas de
conversa na comunidade, capacitações de profissionais e conselheiros de
saúde. No final da visita é realizado um relatório onde constam anotações
pertinentes do grupo em relação aos usuários. A aplicação do projeto permitiu
capacitar às equipes de saúde e organizar a sociedade juntos ao Conselho
Municipal de Saúde. Resultados: A visita domiciliar trouxe resultados
inovadores, uma vez que possibilitou conhecer a realidade do cliente e sua
família em seu território, contribuindo para a redução de gastos hospitalares,
além de fortalecer os vínculos cliente–terapêutica–profissionais. Foram
visitados pacientes com patologias diversas, diabetes mellitus, hipertensão
arterial, doença vascular periférica e com manifestações patológicas; acidente
vascular cerebral e pacientes amputados por doenças vasculares e/ou
infecciosas. Utilizam-se materiais de apoio ao trabalho dos acadêmicos e
docentes, tais como: notebook, data show, câmera filmadora, panfletos
informativos e materiais didáticos. Dentre as atividades desenvolvidas no
programa destacam-se: a realização de diagnósticos comunitários, a
implementação de grupos terapêuticos, a organização de estágios e projetos
entre comunidade-universidade-serviços de saúde, participação em
109
Conferências Municipais de Saúde, participação no Conselho Municipal de
Saúde, publicação de material educativo, relatos de experiência e relatórios do
programa. O grupo amplia o número de usuários assistidos, bem como as
Unidades e Serviços de Saúde parceiros, conforme surgem necessidades de
orientações domiciliares e ações de educação e saúde no município e/ou
região. Organiza-se através de reuniões sistemáticas entre os grupos que
compõe o PISC e equipes de saúde, com supervisão direta e indireta de
docentes e trabalhadores de saúde. Além das reuniões com os serviços, são
realizadas reuniões semanais entre os pequenos grupos mensais entre todos
participantes do PISC. Os resultados apontam para uma formação integrada,
multiprofissional, interdisciplinar e altamente qualificada, que aprende em ato
as ações de promoção e reabilitação da saúde na busca de ações preventivas
de danos e agravos à saúde. A criação deste grupo interdisciplinar ampliou
espaços de atuação na comunidade e aproximou o ensino e a pesquisa das
ações de extensão universitária, proporcionando benefícios aos usuários e
trabalhadores de saúde, qualificando a formação acadêmica. A população que
fora assistida ganhou atenção, cresceu em conhecimento, e sentiu-se melhor
assistida com as visitas semanais realizadas pelos acadêmicos da UNIPAMPA
participantes do programa. Discussão: Para a participação nas atividades são
identificados na comunidade usuários com necessidades de visitas domiciliares
e atenção integral em saúde. As visitas são realizadas todas as semanas pela
equipe multiprofissional do programa/projeto, articuladas com o serviço de
saúde. São exigidos pelo menos dois cursos presentes durante as atividades
para garantir a multiprofissionalidade e interdisciplinaridade, com foco à
integralidade da atenção em saúde. As adesões dos usuários são
compartilhadas com a equipe de saúde da unidade, bem como os critérios de
inclusão dos mesmos são construídos em conjunto. As ações de extensão
fazem parte da formação acadêmica e devem ser desenvolvidas ao longo do
processo de formação dos profissionais da área da saúde. As discussões que
envolvem as mudanças curriculares apontam para ações integradas entre os
cursos, promovendo ações multiprofissionais e interdisciplinares. A Extensão
Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e
Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre
Universidade e Sociedade. Partindo desse conceito entende-se que as
Instituições de Ensino Superior tem o compromisso de produzir conhecimentos
110
e propor ações para a melhoria da qualidade de vida da população onde está
inserida. Este compromisso torna-se imperativo no caso das Universidades
Públicas, por ser esta, mantida pelo poder público. Desta forma, esta
comunidade tem direito de ser ressarcida através de tecnologias, práticas e
conhecimentos voltados para o beneficio da população. Sabe-se que a
extensão segundo o Plano Nacional de Extensão deve ter ações
transformadoras de impacto social, interdisciplinaridade, relação dialógica com
a sociedade e indissociabilidade com o ensino e a pesquisa. Entendendo-se
que a extensão deveria servir como base de orientação para a construção de
uma educação transformadora. Assim, as universidades brasileiras poderiam
proporcionar uma formação crítica e cidadã, possibilitando estudos a partir da
realidade de nossa sociedade. Entretanto, o tema extensão merece ser melhor
abordado em outros suportes teóricos/metodológicos. Conclusão: Além das
mudanças do status de Programa, demandando recurso financeiro e aumento
de bolsas, incorpora os cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia e
educação física, ampliando a multiprofissionalidade, potencializando a
interdisciplinaridade e integralidade da atenção às comunidades promove ainda
a equidade. A participação docente amplia-se na mesma proporção tornando
explícito o compromisso docente com a extensão universitária. O Programa
proporciona práticas integradas entre enfermeiros, fisioterapeutas,
farmacêuticos e educadores físicos ampliando e construindo relações de
cooperação entre a Universidade e gestão municipal promovendo integração
ensino-serviço. Vislumbra a promoção da saúde, a reabilitação de danos e
agravos e prevenção de doenças. Os resultados são perceptíveis na
comunidade, pelos usuários, equipes dos serviços e universidade.
REFERÊNCIAS
Lopes, W.O., Saupe, R., Massaroli, A.Visita domiciliar: tecnologia para o cuidado, o ensino e a pesquisa.Ciencia Cuidado Saúde. 2008 Abr/Jun; 7(2): p.241-247. Disponível em:http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5012Acesso em:12 abr 2013 BRASIL. Ministério de Educação. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e SESu. Plano Nacional de Extensão Universitária, 2000 / 2001.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes e
111
recomendações para o cuidado integral de doenças crônicas não-transmissíveis: promoção da saúde, vigilância, prevenção e assistência. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/mp3/diretrizes_recomendacoes_dcnt.pdf CARVALHO, M. A. P. Construção compartilhada do conhecimento: análise da produção de material educativo. IN: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Caderno de Educação Popular em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007, p. 91-105. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/caderno_de_educacao_popular_e_saude.pdf Acesso em: 12 abr 2013 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. 3° ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf Acesso em: 12 abr 2013.
112
PROJETO ADOLESCER DISCUTINDO BULLYING COM GRUPO DE
ADOLESCENTES
Cremonese, Luiza1; Venturini, Larissa22; Possati, Andrêssa Batista2; Zanon, Bruna Pase2; Araújo, Caroline Pacheco2; Ancinelo, Carolina Fraga2; Volmer, Cristiana2; Brum, DyanJamilles Teixeira2; Rosso, Laís Fuzer2; Silva, Larissa
Borges da2; Timm, Marcella Simões2; Martello, Naiashy Vanuzzi2; Ressel, Lúcia Beatriz33.
Palavras-Chave:Bullying; Adolescentes; Enfermagem.
Introdução: A adolescência é uma etapa da vida caracterizada por um
conjunto de transformações que deixam o indivíduo exposto a um modo de
vida até então desconhecido e, de certa forma, vulnerável (MARCELOS, 2009).
Um comportamento que pode ser adotado pelos adolescentes é o bullying, que
são atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados
por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir
outro incapaz de se defender (MARCELOS, 2009). O comportamento
denominado como bullying, não é novo e pode ser encontrado em todas as
escolas, sejam elas públicas ou privadas. Trata-se de insultos, apelidos cruéis,
gozações, ameaças, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam a
vida de outros os levando à exclusão. Segundo Fante (2005), o bullying não é
um episódio esporádico ou de brincadeiras próprias de crianças; é um
fenômeno violento que se dá em todas as escolas, e que propicia uma vida de
sofrimento para uns e de conformismo para outros. São algumas condutas
impiedosas que se observa no meio escolar, na família e nos grupos da
sociedade. Considera-se que adolescentes afetados por este tipo de violência
podem vir a se tornar adultos com saúde mental desequilibrada, já que o fato
pode desencadear, dentre outros, transtorno do pânico e crises de ansiedade,
levando até o autoextermínio ou a prática de homicídios, fragilizando o jovem
em sua totalidade (MARTINS, 2007). Justifica-se portanto, a importância deste
estudo e a necessidade da realização de dinâmicas sócio-educativas com os
1 Acadêmica de Enfermagem da UFSM. Bolsista do Programa de Educação Tutorial - PET. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica de Enfermagem da UFSM. Bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET 3 Orientadora. Doutora. Professora do Dep. Enfermagem da UFSM. Tutora do Programa de Educação Tutorial – PET.
113
adolescentes para abordar este assunto que acomete tantos jovens. Neste
sentido, o projeto “Adolescer”, aqui relatado, existe com a intenção de
promover saúde. Objetiva-se neste trabalho, relatar uma experiência das
acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, por meio
do relato de uma dinâmica vivenciada no grupo de adolescentes. Metodologia:
Este relato de experiência foi desenvolvido pelo Programa de Educação
Tutorial – PET, no projeto de extensão “Adolescer”, na escola Estadual de
Ensino Fundamental Marechal Rondon, na zona norte do município de Santa
Maria/RS. Esta atividade está fundamentada na metodologia participativa. Na
dinâmica denominada “somos estrelas diferentes” os adolescentes foram
recebidos em uma sala de aula, disponibilizada pela direção da escola. A
dinâmica consiste em colar nas costas dos adolescentes, estrelas com
formatos diferentes e após, foi explicado que uma música iria tocar enquanto
eles dançavam em pares e assim que a música parasse de tocar, a dupla que
estava dançando deveria escrever uma qualidade na estrela de seu par e
depois de feito isso, todos deveriam trocar de par para dançar uma nova
música e assim, dar continuidade à dinâmica. Ao final da dinâmica
conversamos e explicamos que a estrela representa uma pessoa e que assim
como as estrelas são diferentes, as pessoas também e, cada uma com suas
qualidades. Orientamos que lessem o que estava escrito nas estrelas e
comentamos como é importante para nossa autoestima recebermos elogios.
Aconselhamos então, que antes de opinarem sobre a aparência ou
comportamento de alguém, que levem em consideração se gostariam de ouvir
isto de alguém e desta maneira estaríamos evitando o bullying. Resultados e
discussões: Os adolescentes ao irem lendo e sabendo o que os outros pensam
a seu respeito, iam se alegrando e percebendo como foi bom ter recebido
elogios. Após o momento de descontração, alguns relataram que já haviam
sofrido bullying e citaram alguns apelidos como “bebê monstro” por ser maior
que as outras meninas da classe, “8 anos” pelo fato de ser um pouco mais
nova que as colegas, “pé de pato” pelo motivo de ter um pé julgado pelos
outros como grande e “nega macaca” por ser da cor negra. Ressalta-se que as
vítimas do bullying são, na maioria das vezes, pessoas tímidas, sem muitos
amigos, pouco sociáveis e com baixa capacidade de reação a esse tipo de
situação. São em grande maioria inseguras, possuidoras de baixa autoestima e
pouca esperança de conseguir ajuda por parte dos responsáveis (MARTINS,
114
2007). Neste sentido, as adolescentes que sofreram bullyng relataram seus
sentimentos, a menina que foi chamada de “bebê mostro” contou que evitava
ficar em pé para esconder o tamanho, a “8 anos” ficava na sala no recreio pois
este era o momento que sofria bullyng, a “pé de pato” começou a usar tênis
menor que seu número para aparentar um pé menor e a menina que foi
chamada de “nega macaca” não queria mais ir à escola. Todas as meninas
sofreram o bullyng relatado, na escola e disseram que sentiram vergonha e
vontade de chorar. Acredita-se que no espaço escolar, quando não ocorre uma
efetiva intervenção contra o bullying o ambiente fica contaminado e os alunos,
são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e
ansiedade (NETO, 2005). Acredita-se que crianças ou adolescentes que
sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa
autoestima, tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo,
inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima pode
até tentar ou cometer suicídio. O Bullying diferentemente de uma briga comum,
é aquela agressão que se apresenta de forma velada, por meios de um
conjunto de comportamentos cruéis, intimidadores, prolongadamente contra a
mesma vítima, e cujo poder destrutivo é perigoso à comunidade escolar e à
sociedade como um todo, pelos danos causados ao psiquismo dos envolvidos
(FANTE, 2005). Em geral, os alunos alvos de bullying, não dispõem de
recursos, status ou habilidade para reagir. Geralmente é pouco sociável,
inseguro e desesperançado quanto à possibilidade de adequação ao grupo.
Sua baixa autoestima é agravada por críticas dos adultos sobre a sua vida ou
comportamento, dificultando a possibilidade de ajuda. Tem poucos amigos, é
passivo, retraído, infeliz e sofre com a vergonha, medo, depressão e
ansiedade. Sua autoestima pode estar tão comprometida que acredita ser
merecedor dos maus-tratos sofridos (NETO, 2004). Acredita-se que a
adolescência é um período marcado pelo amadurecimento emocional e este,
dependerá de experiências anteriores. Nesta direção, quando essa fase é
acompanhada de episódios de violência, marcas futuras podem ocorrer na
formação desses adolescentes. Conclusões: As marcas deixadas pelo
bullyingno adolescente são profundas, magoando-o no íntimo de seu ser,
desestruturando áreas de sua vida, principalmente relacionadas à autoestima e
socialização. A escola está diante de um grande problema e um grande
desafio. Nem adolescentes, nem educadores e, possivelmente, nem os pais
115
sabem lidar com a evidência de bullying. Esta é uma experiência muito difícil e
que não há receita pronta. Mas há caminhos a serem buscados. As instituições
da educação, assim como seus profissionais, devem reconhecer o impacto
gerado pela prática de bullying entre estudantes e desenvolver medidas para
reduzi-la rapidamente. Se não houver efetividade no combate ao bullying,
vários indivíduos podem ser severamente absorvidos por este fenômeno
devastador, e, a partir de então, perder o encanto desta fascinante fase do
desenvolvimento humano.
REFERÊNCIAS
FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus, 2005. MONTEIRO, E.; NETO, W.; GOMES, I.; FREITAS, R. ; BRADY, C.; Moraes, M. Violência contra criança e adolescente: rompendo o Silêncio, 2009. MARCELOS, V. Violência escolar. 2009. Disponível em http://www.artigonal.com/educacao-artigos/violencia-escolar-729041.html. Acessado em março de 2013. MARTINS, M. G.; Bullying, uma preocupação no contexto escolar. 2007. Disponível em http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/bullying-uma-preocupacao-no-contexto escolar 4618013.html.Acessado em janeiro de 2012. NETO, A. A. L. Bullying .comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº5 (Supl), 2005.
116
PROJETO DUKE-UEM: APRENDIZADO, TREINAMENTO E APRIMORAMENTO DO USO DE FERRAMENTAS PARA A REDAÇÃO
CIENTÍFICA
Gabriela Machado De Oliveira Terra1, Willian PecinJacomacci, Daiane Betiatto,
EliseoDusvaldo Braga Junior, Fernanda Trentin Brum, Matheus Spinella De Almeida, Alex Sandro Centenaro, Árthur Fracasso Stefano, Jéssica Marques
Silva Soumaille, José Henrique Santana Quinto, Luisa De Araújo Moreira Preis,Gabriela De Souza Zimiani, Juliana Quintino Trizzi, Larissa
ColepicoloCeron, Leticia Citelli Conti, Murilo Hernane Gonzalez Pimenta2 E Mirian Marubayashi Hidalgo3
Palavras chave: Ferramentas, Pesquisa, Redação científica.
Introdução: No atual contexto acadêmico, o uso de ferramentas de pesquisa
está potencializado pelo avanço das novas tecnologias. Entretanto, há
dificuldades pela falta do acesso ao conhecimento dessas ferramentas e o
grupo do Programa de Educação Tutorial (PET) Odontologia da Universidade
Estadual de Maringá (UEM) vislumbrou a necessidade de um aprendizado,
treinamento e aprimoramento do uso das ferramentas básicas para redação
científica. Um grupo de pesquisadores da Universidade Duke, Estados Unidos,
desenvolve e trabalha a pesquisa dentro da pesquisa (RoR, research on
research), tanto de modo individual como em grupo. Objetivo:Este trabalho
tem por objetivo mostrar o Projeto de ensino DUKE-UEM, que difunde o
conhecimento e treinamento do uso de ferramentas básicas de redação
científica entre petianos e demais alunos do curso de graduação, de modo que
seja optimizado e aperfeiçoado. Metodologia: Os participantes do Projeto se
encontram mensalmente e desenvolvem suas atividades baseando-se no
Programa de treinamento que foi desenvolvido pelo grupo RoR, da
Universidade Duke, em Durham, Estados Unidos, sob coordenação do Prof. Dr.
Ricardo Pietrobon, com o qual o Departamento de Odontologia da UEM tem
parceria. O Projeto é composto por módulos ministrados na forma de rodizio,
por alunos das quarta e quinta séries pertencentes ao grupo PET-Odontologia,
1 [email protected] 2 Petianos do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) 3 Tutora do grupo PET-‐Odontologia da UEM
117
previamente capacitados pelos mestrandos do Programa de Pós-graduação
em Odontologia Integrada da UEM e supervisionados por um professor. Os
ministrantes são os responsáveis por toda preparação, organização,
desenvolvimento e avaliação das atividades daquele módulo, compostas por
apresentação de material de leitura e de aprendizado (textos, vídeos e slides),
proposição e resolução de exercícios. Os módulos se referem a:
FERRAMENTAS DO GMAIL E DO GOOGLE- Centralizando e-mails, Gmail
Recursos, Google Calendar e Google Talk;FERRAMENTAS DO GOOGLE -
Google Docs, Google Form e Google Plus; FERRAMENTAS DE
COMUNICAÇÃO E ENSINO - Skype, Hangout e Camtasia Vídeo;
FERRAMENTAS DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA- Biosemantics Jane,
Zootero, Endnoteweb e Pubmed; REDAÇÃO CIENTÍFICA- Introdução, Material
e Métodos; REDAÇÃO CIENTÍFICA- Resultados, Discussão e Conclusão; e,
REDAÇÃO CIENTÍFICA- Linguagem Global e outros (figuras, fluxogramas,
tabelas x quadros, apêndice x anexo, entre outros). O público alvo é constituído
pelos integrantes do grupo PET-Odontologia do terceiro ano, alunos vinculados
a projetos de iniciação científica do DOD, docentes e discentes que
manifestarem interesse em participar, sejam do curso de Odontologia, de
outros grupos PET ou da UEM como um todo. Resultados e discussão: Segundo Portaria no 976-2010-MEC, o PET deve propiciar aos alunos,
condições para a realização de atividades extracurriculares, que
complementem a sua formação acadêmica, procurando atender mais
plenamente às necessidades do próprio curso de graduação e/ou ampliar e
aprofundar os objetivos e os conteúdos programáticos que integram sua grade
curricular. Dessa forma, garantem aos petianos oportunidades de vivenciar
experiências não presentes em estruturas curriculares convencionais, visando
a sua formação global e favorecendo a formação acadêmica, a fim de facilitar a
integração no mercado profissional. O Projeto DUKE-UEM tem sido um
diferencial proporcionado aos acadêmicos, indo de encontro à citada diretriz.
Nos módulos mensais, a partir da explanação com o uso de data-show e
acompanhamento de cada participante com seu notebook, os alunos realizam
a atividade prática proposta e as tarefassãoanotadas. No mês seguinte, as
duvidas são trazidas e outro tema desenvolvido. Espera-se com o Projeto, que
o processo de conhecimento da pesquisa em si e a autonomia do aluno
perante a elaboração e condução da redação científica sejam estimulados e
118
desenvolvidos. Além do grande conhecimento adquirido, as atividades
propostas têm culminado em melhor interação entre alunos de graduação e
pós-graduação do curso de Odontologia, além de outros grupos PET da UEM.
Além disso, ao treinar a prática de ensino e a liderança da organização e do
preparo de atividades, o perfil do petiano têm sido fortalecido. Também têm
sido estimulado o estudo continuado e a discussão e interação do trabalho em
conjunto. Dessa forma, o PET-Odontologia-UEM assume a responsabilidade
de contribuir para a melhor qualificação como pessoa humana e como membro
da sociedade, a médio e longo prazo. Conclusão: Ao mostrar o presente
Projeto, destaca-se que ele tem sido um importante instrumento para
desencadear mudanças na formação profissional, representando uma busca de
modelos de ensino e aprendizagem que respondam às expectativas das
comunidades docente e discente, que anseiam por inovação.
REFERÊNCIAS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Portaria no. 976-2010-MEC, de 27 de julho de 2010. https://sites.google.com/site/researchonresearchtech/
119
PROJETO ESCOVAÇÃO
Ana Paula Tolfo Peixoto; Anderson Falcão Tambara; Bernardo Antônio Agostini; Carlos Roberto da Silva Teixeira; Henrique May Schünke; João Luiz
Pozzobon; Joseane dos Santos Ribeiro; Luisa Machado Barin; Marcella Cristina Magalhães Portella Barreto; Marília Cunha Maroneze; Maurício Scapin Rogério; Renan Vaz Machry; Tássia Cassol1; Katia Olmedo Braun2; Leandro
José Corrêa Harb3 PALAVRAS-CHAVE: extensão; escolares; educação em saúde.
INTRODUÇÃO: O quadro epidemiológico, brasileiro na área de saúde bucal,
reflete algumas das principais características de nossa sociedade: economia
em crise prolongada; agudas desigualdades sociais e salariais; grande número
de pessoas de baixa renda e em estado de pobreza relativa ou absoluta. A
influência desses fatores sobre a área odontológica é percebida pelo acesso
inviável às clínicas particulares de uma parcela considerável da população
(67%), situadas nos estratos de renda baixa e muito baixa (PINTO,1997).
Segundo dados do último levantamento das condições de saúde bucal da
população brasileira que ocorreu em 2010, a saúde bucal melhorou em relação
aos dados de 2003, mas ainda persistem diferenças regionais na prevalência
de cárie indicando a falta de equidade na atenção; a dentição decídua continua
sendo muito afetada pela doença e a necessidade de próteses em idosos é
significativa (RONCALLI, 2011). Devido à falta de acesso que a população de
baixa renda tem aos serviços de saúde, da dificuldade que pais e professores
têm em orientar os escolares é fundamental o empenho de voluntários da área
da saúde na superação desta deficiência, promovendo um aprendizado efetivo
e com qualidade para realizar cuidados adequados com a higiene geral e
bucal. Os educadores em saúde devem possuir alem de conhecimentos
técnicos na área, o conhecimento das estruturas, processos econômicos e
políticos da sociedade na qual se insere a sua prática social, conseguindo,
desta forma, criar ambientes favoráveis à saúde e assim possibilitar a
1.Acadêmicos do curso de Odontologia UFSM; Integrantes do Grupo Pet-Odontologia UFSM. 2Prof. Dr.Associada - Departamento de Odontologia Restauradora(UFSM)- Tutora do Grupo Pet-Odontologia UFSM. 3Prof. Assistente-Departamento de Morfologia(UFSM)- Prof colaborador do Grupo Pet-Odontologia UFSM.([email protected])
120
transformação da realidade (BORDENAVE,1999). Para difundir informações
sobre saúde bucal o Grupo PET-Odontologia da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM), em parceria com a ONG Infância-Ação, realizaram uma
série de atividades com crianças da 5º série da Escola Estadual Santa Marta,
aplicando técnicas de Educação em Saúde, promovendo um enfoque
participativo na construção do conhecimento do sujeito, ultrapassando assim as
formas tradicionais de educação. OBJETIVOS: Realizar atividades lúdicas,
através de jogos e gincanas, que levem informações sobre saúde geral de
maneira que desperte o interesse das crianças da 5ª série do ensino
fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental Santa Marta, de
Santa Maria (RS), bem como orientar a maneira correta dos cuidados com a
higiene bucal, avaliar as condições de saúde oral e posteriormente
proporcionar a essa população acesso ao tratamento. METODOLOGIA: O
Grupo Pet-Odontologia (UFSM) planejou, em conjunto com acadêmicos
voluntários do Curso de Odontologia da UFSM e sob orientação de professores
desta Universidade, atividades de ensino diferenciadas, de caráter lúdico ou
recreativo com crianças que cursavam a 5ª série da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Santa Marta. Os encontros foram realizados quinzenalmente nas
sextas-feiras à tarde com a alternância das turmas, onde eram realizadas
dinâmicas lúdicas sobre saúde (jogo de perguntas e respostas, reconhecimento
de alimentos saudáveis desenhados no quadro negro, cálculo matemático de
compra de produtos, entre outros), na forma de gincana, para prender a
atenção dos alunos. Cada atividade somava 10 pontos aos grupos
participantes desta gincana, que foi realizada em duas turmas da 5ª série,
totalizando 48 crianças. Cada turma foi dividida em dois grupos e a cada
encontro estes somavam pontos, sendo o ranking de pontuação individual, a
fim de estimular a participação contínua das crianças nestes grupos. Devido à
boa adesão dos alunos às ações propostas, ao final da gincana, a premiação
foi dada para ambas as turmas na forma de um passeio pelo Campus da
UFSM com visita ao Planetário, e posterior confraternização nas áreas de lazer
desta Instituição. Também foi realizada uma palestra sobre saúde bucal para
reforçar nas crianças os conhecimentos que lhes foram passados nas
dinâmicas anteriores. No final das atividades do semestre foram entregues às
mesmas, kits com escova, fio e creme dental doados pela ONG-Infância-Ação,
e realizado orientação de higiene oral. Foi realizada ainda uma avaliação da
121
condição bucal de cada criança utilizando espátulas de madeira descartáveis
sob luz ambiente. Após esta etapa, foi elaborado um parecer (que não era
definitivo devido às condições da realização do exame) aos responsáveis
explicando as condições odontológicas da criança e disponibilizando
tratamento na clínica de extensão do Grupo Pet-Odontologia nas sextas-feiras
à tarde na UFSM. RESULTADOS: As atividades oportunizaram maior
conhecimento de saúde tanto geral quanto bucal às crianças, de uma forma
descontraída, onde as mesmas responderam muito bem a gincana, pois
aprenderam brincando. O conhecimento sobre a saúde bucal não ficou apenas
no âmbito teórico, e foi conseguido passar a maneira mais adequada de
higienizar seus dentes através de orientações de higiene oral, pois dos 10 aos
14 anos (faixa etária das crianças envolvidas), as mesmas já possuem plenas
condições motoras e cognitivas de realizar uma escovação adequada.
DISCUSSÃO: Analisando características do processo de aprendizagem
observa-se que existem os saberes técnico e popular onde a educação, como
processo social, deve confrontá-los e superá-los. Este confronto de saberes
deve ser realizado na forma de diálogo, relação horizontal, bidirecional,
democrática e nunca de forma a se impor sobre o saber popular (PEREIRA,
2003). Atividades recreativas de educação em saúde não possuem o ensino
como o fator principal, mas sim o processo de aprendizagem. Assim, atividades
como gincanas educativas facilitam o desenvolvimento livre e espontâneo do
indivíduo, bem como o processo de busca pelo seu conhecimento. Motivar o
indivíduo a alcançar metas pessoais e de aprendizagem, bem como
desenvolvimento de habilidades podem ser obtidas através deste tipo de
atividade. A ação educativa não implica somente na transformação do saber,
mas também na transformação dos sujeitos do processo, tanto dos
responsáveis pelas atividades quanto das crianças participantes, sendo que o
saber de transformação só pode produzir-se quando ambos os polos da
relação dialógica se transformam no processo. Isto aconteceu plenamente
neste intercâmbio com a escola trazendo uma satisfação mútua entre crianças
e voluntários. Desta forma, pode-se alcançar, através do processo de ensino,
um ambiente favorável ao autodesenvolvimento do indivíduo. CONCLUSÕES: A promoção de saúde voltada para as classes menos favorecidas da
população pode ser feita de diferentes maneiras, sendo que as atividades
lúdicas têm-se demonstrado bastante satisfatórias no que se refere ao
122
processo ensino-aprendizagem aplicado a escolares. Percebe-se que as
condições e o acesso aos serviços odontológicos por parte dos mesmos ainda
é bastante precária e, desta forma, a extensão universitária realizada pelo
Grupo Pet-Odontologia em conjunto com voluntários é de grande valia para
ampliar os conhecimentos sobre saúde bucal e geral da população envolvida.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB 2000. Condições de Saúde Bucal da População Brasileira 2002-2003. Resultados Principais. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. PINTO VG. Epidemiologia das doenças bucais no Brasil. In: KRIEGER, L. (Coord.). Promoção de Saúde Bucal. São Paulo: Artes Médicas, ABOPREV, 1997. RONCALLI AG. Projeto SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal revela importante redução da cárie dentária no país. Cad. Saúde Pública, 27(1):4-5, 2011. BORDENAVE, J. E. D., 1999. Alguns fatores pedagógicos. In: Capacitação em Desenvolvimento de Recursos Humanos CADRHU( J. P. Santana & J. L. Castro, org.), pp. 261-268, Natal: Ministério da Saúde/Organização Pan-Americana da Saúde/ Editora da UFRN. PEREIRA, A.L.F.,2003. As tendências pedagógicas e a prática educativa nas ciências da saúde. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(5):1527-1534.
123
PROMOÇÃO DA SAÚDE CARDIOVASCULAR EM UM BAIRRO POPULAR DA CIDADE DE URUGUAIANA
Débora Nunes Carafini¹; Aline ArebaloVepo¹; Anelise Gasparin¹; Bruna Daniele de Godoy Ferrão¹; Camila de Campos Moreira¹; Cristiane Santos Gonçalves¹; EvanirMiranda da Silva¹; Juliana Machado Serafini¹; Laís de Cássia Nunes¹; Patrick da Rosa Guidolin¹; Raquel Cristina Braun da Silva¹; Renato Saraiva
Juchem¹; SildneyRosa Marques¹; Teresinha Joseilda Gomes da Silva¹; FranckMaciel Peçanha².
Palavras-chave: Promoção da saúde; Hipertensão.
INTRODUÇÃO: Conhecer a população, o local em que estão inseridos e as
suas carências possibilita a construção de estratégias que possam suprir as
necessidades desses indivíduos. Considerando principalmente, que osfatores
socioeconômicos negativos contribuem para um declínio nas condições de
saúde, pode-se prever que as populações carentes possuem um maior risco de
desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas. Dentre elas, os maiores
índices são de doenças cardiovasculares que acarretam em uma menor
expectativa e qualidade de vida. Destaca-se neste grupo, a hipertensão arterial
sistêmica que é um dos acometimentos mais frequentes em toda a população
mundial. É de grande importância seu tratamento, pois se não controlada gera
complicações em vários órgãos, tais como: cérebro, rins, olhos, coração entre
outros tecidos corporais. A doença está relacionada a diversos fatores causais,
classificados em imutáveis (idade, sexo, raça e pré-disposição genética) e
mutáveis (excesso de sódio e glicose, tabagismo, etilismo, excesso de massa
corporal e falta de atividade física). Levando em consideração que o baixo
nível social e econômico está associado com maior prevalência de hipertensão
arterial¹ torna-se imprescindível a relação entre conhecimentos, atitudes e
práticas para o planejamento e elaboração de intervenções educativas com o
intuito de promover a saúde e prevenir as doenças.
_______________________________________
¹ Universidade Federal do Pampa. Graduandos de Fisioterapia. ² Universidade Federal do Pampa. Prof. Dr. Franck Maciel Peçanha. [email protected]
124
Com isso o fornecimento de informações sobre a doença e seus
acometimentos torna-se uma ferramenta importante para intervir na realidade
de saúde, dessa forma procurando evitar o aumento da oneração com saúde. OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo geral realizar a prevenção e
promoção de saúde e como objetivo específico conhecer a realidade social e
correlacionar o nível socioeconômico com o maior aparecimento de doenças
nos moradores do bairro São Cristóvão no munícipio de Uruguaiana/RS.
METODOLOGIA: Os dados contidos nesta pesquisa foram extraídos dos
resultados de um projeto de extensão desenvolvido pelo grupo PET
Fisioterapia e tem como nome Saúde no Bairro. Esta ação acontece no bairro
São Cristóvão, o qual foi escolhido por apresentar um dos menores índices
socioeconômicos do município. São realizadas visitas quinzenais aos sábados
pela manhã, através da abordagem interpessoal os petianos, quando
autorizados, entram nas residências e aplicam um questionário com questões
abertas com intuito de avaliar os dados habitacionais como rede de energia,
água encanada, rede de esgoto e número de pessoas por residência; dados
socioeconômicos como nível de escolaridade e profissão; além de dados de
saúde dos indivíduos – frequência de visitas ao posto e de consultas médicas,
presença de doenças e se é realizado tratamento para as mesmas e também a
utilização de medicamentos. Além disso, é aferida a pressão arterial e feita a
distribuição de folders, confeccionados pelo próprio grupo que explicam a
hipertensão arterial, os riscos que ela pode trazer, formas de prevenção e de
tratamento. A ação é realizada em todas as residências do bairro inclusive as
com acesso mais difícil, e terá continuidade com outros temas relativos à saúde
e aspectos que envolvam o indivíduo. RESULTADOS: Participaram desta ação
645 indivíduos (463 mulheres e 182 homens) com idade média de 45,6 ± 16,8
anos, distribuídos em 511 casas, onde apenas 5,5% possuem rede de esgoto,
sendo de 4 + 2 a média de moradores por residência. Dessa população 44,6%
tem como ocupação “do Lar” e 13,3%éPensionista/Aposentado, já referente à
escolaridade 8% são analfabetos, 52,6% possuem ensino fundamental
incompleto, 13,12% ensino médio completo e apenas 0,8% ensino superior
completo. Com relação à saúde desses indivíduos 80% consultaram o médico
no último ano, 58,7%frequentam o posto de saúde, 48,5% possuem alguma
doença, 41,3% fazem tratamento e 43,3% utilizam medicação de forma regular,
sendo que 45,7% é anti-hipertensivo o que é representativo da grande
125
quantidade de indivíduos hipertensos.Dentre a porcentagem de indivíduos que
apresentam doença 45% são Cardiovasculares, 9,9% Metabólicas e 9,7%
Ortotraumatológicas e Reumatológicas. Quando mensurada a pressão arterial,
foi observado que a média da pressão arterial sistólica (PAS) foi de 137,8 +
26,4 mmHg e da pressão arterial diastólica (PAD) 86 + 16,3 mmHg, sendo que
52,2% apresentavam valores pressóricos acima do normal. Mesmo assim não
se pode classificar estes indivíduos como hipertensos, pois, para isso necessita
de pelo menos três aferições com pressão arterial elevada.DISCUSSÃO: A
incidência de doenças crônico degenerativas tem aumentado muito em relação
às infecciosas e estão diretamente relacionadas com estilo e qualidade de vida.
O conhecimento do perfil sócio demográfico, principalmente de pacientes
hipertensos, assim como do uso dos serviços de saúde e o meio de tratamento
que utilizam são imprescindíveis para direcionar intervenções maiseficazes de
controle da doença.2 Porém no presente estudo pode-se verificar que embora
haja serviços de saúde próximos as residências nem sempre há procura, e que
para muitos a hipertensão não é considerada doença. Há a tendência de
maiores taxas de adoecimento e mortalidade por doenças potencialmente
preveníveis na população de baixa escolaridade e renda, portanto, com menor
acesso aos benefícios da prevenção e tratamento3. Devido à falta de acesso à
informação e ao baixo nível de escolaridade o conhecimento da doença é
deficitário. Em um estudo realizado por Kaplan et al. (2007) onde foram
avaliados os níveis socioeconômicos relacionados com a prevalência de
hipertensão nos Estados Unidos foi encontrado uma relação inversamente
proporcional entre as duas variáveis. Este mesmo comportamento foi
encontrado no nosso estudo o que mostra que este problema atinge tanto
países desenvolvidos quanto os que estão em desenvolvimento. Visto a
importância da intervenção educacional em saúde, continuaremos com este
projeto avaliando a saúde em geral e também outros fatores de risco relevantes
para o aparecimento de doenças, tais como obesidade, tabagismo, etilismo,
alimentação, nível de atividade física e saúde cardiorrespiratória.
CONCLUSÃO: Considerando os fatores já expostos pode-se evidenciar a
importância da informação em saúde na prevenção de várias doenças. Pois
neste estudo foi observado que grande parte da população possui hipertensão
arterial sistêmica e não tem conhecimento adequado sobre a sua própria
enfermidade. Além disso, a hipertensão pareceu estar diretamente relacionada
126
com o baixo nível sócio econômico. Devido a esse achado, surge a
necessidade de mais estudos que façam esta correlação entre nível
socioeconômico e o aparecimento de doenças e enfatiza-se, também, a
importância de ações para promoção da saúde e prevenção de doenças.
REFERÊNCIAS:
DRUMMOND, M. BARROS M.B. A. Social Inequalities in Adult Mortality in Sao Paulo City. Rev Bras Epidemiol, n. 2, p. 34-49. ZAITUNE, M. P. A et al. Hipertensão arterial em idosos:prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n.2, p. 285-294, fev. 2006. GODOY, M. F et al. Mortalidade por Doenças Cardiovasculares e Níveis Socioeconômicos na População de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, Brasil. Arq Bras Cardiol, v. 88, n. 2, p. 200-206, 2007. KAPLAN, M et al. Self-reported hypertension prevalence and income among older adults in Canada and the United States. Social science& medicine, v. 70, n. 6, p. 844-849, 2010.
128
ANÁLISE COMPORTAMENTAL E TESTE DE PREFERÊNCIA EM SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO COM INTRODUÇÃO DE ENRIQUECIMENTO
AMBIENTAL EM BAIAS COLETIVAS.
Autores: Alexandre Balzan1, Chrystian Cazarotto1, Edir Fonseca2, Gabriel Zieher1, Laura Giombelli1, Mauricio Barreta1, Sandra Schuh1.
Palavras-Chave: Comportamento animal, enriquecimento ambiental.
INTRODUÇÃO: Um dos elementos que define o bem-estar animal é o seu
comportamento. [...] uma série de manifestações que podem ser explanadas
como sinais na forma de sons e ruídos, mudanças de cor, odores e produção,
são meio dos animais se expressarem e que não são caracterizadas por
movimentos. Dessa forma, fica evidente uma relação entre o comportamento e
o bem-estar animal (NEVES, D. P. 2010).O ambiente ao redor dos animais de
produção inclui todas as condições e influências externas que promovem ou
afetam seu bem-estar. O ambiente animal é composto por fatores sociais
(presença ou ausência de outros animais, hierarquia/tamanho/composição do
grupo), físicos (instalação, temperatura e ventilação), e manejo (dieta, sistema
de desmame, tipos de arraçoamento entre outros) (CAMPOS, J. A. 2009).O
enriquecimento ambiental é um principio do manejo que procura ampliar a
qualidade de vida dos animais em cativeiro através da identificação e
fornecimento de estímulos ambientais necessários para alcançar o seu bem-
estar psíquico e fisiológico, estimulando comportamentos típicos da espécie,
reduzindo estresse e tornando o ambiente mais complexo e diverso por
contemplar suas necessidades etológicas. Assim o enriquecimento ambiental é
uma forma de proporcionar melhor condição de vida aos animais
(SHEPHERDSON, 1998; BOERE, 2001; HOHENDORFF, 2003; CAMPOS, et
al. 2010). Suínos em ambientes enriquecidos normalmente demonstram
evidência comportamental de melhor bem-estar quando comparados aos do
confinamento. A redução do estresse, a diminuição de distúrbios
comportamentais, a redução de intervenções clínicas, a diminuição da
mortalidade e o aumento de taxas reprodutivas são alguns benefícios do
enriquecimento ambiental (CARLSTEAD & SHEPHERDSON, 2000; CAMPOS, 1 Acadêmicos do curso de Zootecnia – UDESC e integrantes do grupo PETZootecnia. 2 Engenheiro agrônomo, Prof. Dr. Em Ciência do Solo e tutor do grupo PETZootecnia.
129
et al. 2010).Suínos são considerados animais extremamente curiosos e
inteligentes. Para eles a monotonia de ambientes físicos se traduz em um
período de inatividade que vai do contrário ao comportamento exploratório
desta espécie, condição esta que gera fatores estressantes acarretando em
queda da imunidade e aumento da suscetibilidade a doenças, redução da
produtividade e manifestação de comportamentos anômalos, como o ato de
fuçar a barriga e morder a cauda ou orelha dos outros companheiros de baia,
aumentando assim a incidência de lesões por canibalismo ou por agressão
física (MACHADO FILHO & HOTZEL, 2000; RIESENBERG, et al.
2011).OBJETIVO: Verificar a preferência entre os tipos de enriquecimento
ambiental fornecido aos animais, visando reduzir o estresse animal e
proporcionar bem-estar dos mesmos melhorando a interação entre eles.
MATERIAL E MÉTODOS: O estudo foi realizado em unidade localizada no
município de Saudades – SC, caracterizado com sistema de produção na fase
de terminação, entre o período de 03 de novembro a 05 de novembro de
2012.Foram estudadas duas baias com 08 suínos cada, totalizando 16 animais
na fase de terminação com 130 dias. Os animais já conviviam no grupo desde
o alojamento, que foi realizado aos 50 dias. O piso e as paredes das baias
foram concretadas. Em cada baia havia comedouros de concreto, dispostos em
toda extensão de um dos lados e bebedouros ecológicos, modelo “concha”,
construídos em ferro fundido. Em uma das baias foi alojado o grupo controle,
sem enriquecimento ambiental. Em outra baia foram adicionados “brinquedos”,
sendo um deles silencioso, outro com barulho e outro colorido, permanecendo
em período experimental por três dias. A baia controle teve como finalidade a
observação dos comportamentos “normais” entre os animais da mesma baia,
para posterior comparação entre os comportamentos dos animais da baia com
“brinquedos”.Os brinquedos foram confeccionados com garrafas pet
(politereftalato de etila), A baia enriquecida recebeu uma unidade de cada
brinquedo, sendo eles introduzidos no primeiro dia do experimento e a
observação feita das 08hs 00min às 12hs 00min. A identificação dos animais
foi feita por meio de marcação numérica, com o auxílio de bastão marcador
sobre o dorso dos animais. O acesso dos animais aos brinquedos foi avaliado
continuamente, com registro conspícuo. Posteriormente foi contabilizada a
frequência de acesso a cada um dos brinquedos por cada suíno. Com ajuda de
um etograma foi possível identificar comportamentos lúdicos nos animais, que
130
foram associados à presença dos brinquedos. A análise dos comportamentos
foi realizada com observação instantânea, de cinco em cinco minutos, com
registro pontual e posterior construção do etograma de trabalho.RESULTADOS
E DISCUSSÃO:De acordo com a análise estatística do teste de F a 1% e 5%
(Sisvar 5.1) para o tempo de interação dos animais com os objetos. Não foi
observado diferença significativa entre os tratamentos, ou seja, o tempo de
interação dos animais com os objetos não teve diferença significativa em
relação aos três tipos de enriquecimento ambiental instalados nas baias. Já
para o teste de preferência, pode-se concluir que o objeto colorido (pintado
com a cor amarela) foi o mais acessados pelos animais, com 130 acessos
(41%) durante os dias de observações, seguido do objeto transparente e
silencioso, com 113 acessos (37%) e o objeto que emitia sons, com 69 acessos
(22%), totalizando 312 acessos aos brinquedos durante os três dias de
observações. Para as observações dos comportamentos realizados pelos
animais durante o estudo, têm-se: 75% dormindo ou deitado, 7% brincando
com objeto sem barulho, 4% brincando com objeto colorido, 4% parado, 4%
locomovendo-se, 3% ingerindo água ou alimento, 2% fuçando a baia, 1%
defecando ou urinando. Sendo que comportamento agonístico, fuçando o
outro, acesso ao comedouro e bebedouro, não foram registrados no período de
observação estipulado. Na baia controle, onde não havia enriquecimento
ambiental, o comportamento de dormir foi o mais frequente durante o estudo
(86%), seguido dos comportamentos de fuçar a baia (4%) e ingerir água ou
alimento (4%), e por fim, comportamentos como fuçar o outro animal (2%),
parado (2%) e locomovendo-se (2%). Comportamento agonístico, acessando o
comedouro e bebedouro, defecando e urinando não foram observados.
CONCLUSÃO: Comparando os animais que estavam na baia com
enriquecimento ambiental com os animais que estavam na baia controle, os
mesmos interagiram menos com os outros animais da baia, pois a eles foi
proporcionado um ambiente diferente do que tinham, fugindo da monotonia. Já
os animais na baia controle, tinham um ambiente monótono, não existindo um
percentual maior de interação entre os animais, prevalecendo o
comportamento de dormir, com percentual maior que na baia com
enriquecimento ambiental. Com o presente estudo, pode-se concluir que o
enriquecimento ambiental trás diversos e importantes benefícios aos animais
que são confinados, como a diminuição da monotonia do ambiente,
131
proporcionando um melhor bem estar animal, aumentando interação entre os
animais e diminuindo as brigas entre os animais de mesma baia. Portanto,
animais submetidos a ambientes monótonos, tendem a serem menos sociáveis
entre eles, e a prática de inserir objetos nas baias é uma alternativa de redução
destas características.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Josiane Aparecida. Bem-estar de suínos confinados associado a comportamento, sistema imunológico e desempenho. Universidade Federal de Viçosa, MG. 2009. CAMPOS, Josiane Aparecida; et al. Enriquecimento ambiental para leitões na fase de creche advindos de desmame aos 21 e 28 dias. Revista Brasileira de Ciências Agrárias. Recife, PE. 2010. NEVES, Diego Pereira. Método AnalyticHierarchyProcess(AHP) para classificação de comedouros utilizados na produção de frangos de corte. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP. 2010. RIESEMBERG, Anna Alissia; et al. Enriquecimento ambiental na forma de brinquedos para leitões após desmame. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense. Araquari, SC. 2011.
132
CICLO DE VIDA DE ARROZ BRANCO PRODUZIDO NO RIO GRANDE DO SUL
Aline Simon¹, Larissa Aguiar Andrade¹, Marina Valente¹, Marina Fischer¹, Vinícius Rios Lima¹, Isadora Cafruni¹, Vanessa Johann¹, Alison Cunha¹,
Bárbara Draguetti¹, Nathalia Simon¹, Valentina Tasende¹, Daniela Goetze¹, Alessandro de Oliveira² Rios, Marco Antônio Zachia Ayub³, Simone Hickmann
Flôres4
Faculdade de Engenharia de Alimentos – Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos – Av. Bento Gonçalves, 9500 – Campus do Vale – CEP: 91501-970
– UFRGS – Porto Alegre, RS.
Palavras-chave: Ciclo de vida, arroz, sustentabilidade.
INTRODUÇÃO: A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta
importante, capaz de analisar impactos ambientais gerados por um processo
através da identificação e do balanço das entradas e saídas de matérias-
primas e/ou energia. Objetiva-se desenvolver produtos alimentícios com maior
eficiência e sustentabilidade. A crescente conscientização sobre a importância
da proteção ambiental e dos possíveis impactos associados a produtos
manufaturados tem aumentado o interesse no desenvolvimento de métodos
para melhor compreender e diminuir tais impactos. Uma das técnicas com este
propósito é a ACV (NBR ISO 14040, 2001. Gestão ambiental). Segundo Vigon
et al. (1993) os resultados do inventário fornecem uma direção para a
realização de esforços para mudanças, mostrando quais etapas requerem mais
energia ou têm maior emissão de poluentes. Esta aplicação é relevante para
estudos internos, auxiliando nas decisões de prevenção à poluição,
conservação de recursos e redução de resíduos. Com essa visão e busca por
uma análise completa do processamento e seu gasto energético foi realizado a
ACV do arroz branco da empresa de Palmares do Sul no Rio Grande do Sul.
___________________________ ¹Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Bolsistas do Programa de Educação Tutorial de Engenharia de Alimentos – [email protected] ²Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Prof.º Drº. em Ciências dos Alimentos – [email protected] ³Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Prof.º Drº. Ciências – [email protected] 4Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Prof.ª Drª. em Engenharia de Alimentos e Tutora do Programa de Educação Tutorial de Engenharia de Alimentos - [email protected].
133
O arroz é um dos alimentos mais básicos do mundo. No Brasil, segundo Vieira
& Carvalho (1999), este é um cereal consumido principalmente como produto
de mesa, sendo mais conhecidos três tipos: arroz integral (descascado),
branco (polido) e parboilizado, sendo o segundo mais consumido. O grão
apresenta alto valor nutritivo (rico em amido), sendo ótima fonte de energia. O
país atualmente é o 9º produtor mundial e apresenta uma distribuição nos
estados do RS, SC e MT. O RS é o maior produtor brasileiro e o cultivo de
arroz irrigado contribui, em média, com 54% da produção nacional (ATLAS,
2012). As projeções de produção e consumo de arroz, avaliadas pela
Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, indicam que o Brasil colherá 14,12
milhões de toneladas na safra 2019/2020 equivalendo ao aumento anual de
1,15%. Tais indicativos justificam a ACV do produto, buscando aperfeiçoar o
processo, à preservação ambiental a sustentabilidade. OBJETIVO GERAL: Objetivou-se estudar o processamento de arroz branco no RS, delineando a
ACV para estimar o impacto ambiental gerado através da emissão de CO2.
OBJETIVO ESPECÍFICO: Com a coleta de dados na indústria é possível obter
a quantidade de gases estufa equivalente, expresso em unidade mássica de
CO2, gerada por unidade funcional (1 tonelada de proteína). METODOLOGIA: Realizou-se o estudo em uma empresa no município de Palmares do Sul - RS.
Conhecendo o processo de fabricação identificaram-se as etapas de entrada e
saída de matérias-primas e sua energia gasta para construção do fluxograma
do processo. Os dados coletados foram divididos em etapas, sendo elas:
Recebimento 1,2 e 3, Silo 13 toneladas, Silo 22 toneladas, Silo 25 toneladas,
Silo 30 toneladas, Pré-limpeza, Beneficiamento, Polimento, Secagem,
Separação, Fornalha, Distribuição, Seleção e Empacotamento. Para a
utilização dos dados analisou-se cada etapa respondendo os questionamentos
por unidade funcional:
1) Quantidade de energia gasta por equipamentos em Cavalo-Vapor
(CV)
2) Quantidade de produção horária de arroz expressa como sacos (60
kg)
3) Quantidade de gases estufa equivalentes (kg CO2/tonelada de arroz).
134
Segundo o método do site de referências Carbon Trust utilizou-se a
conversão para a transformação do gasto energético do processo em CV para
a unidade de kg CO2/tonelada proteína:
1 CV = 0,735kW
1kWh = 0,701 kg de CO2
Para a conversão dos dados foi analisada a produção diária da indústria de 60
sacos (60 kg) por hora, assim 1 tonelada do produto é beneficiada a cada 16
minutos e 40 segundos. Com estas referências avaliaram-se os possíveis
pontos insustentáveis, poluidores ou de desperdícios do processo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A quantidade de energia gasta por
equipamentos expressas como Cavalo-Vapor (CV) multiplicadas pela
quantidade de produção horária de arroz expressa como sacos (60 kg) por
hora convertida pelo método do site de referências de emissão de dióxido de
carbono, Carbon Trust, para quantidade de gases estufa equivalentes,
expressos como unidade mássica de dióxido de carbono (kg CO2/tonelada
proteína) foi calculada e analisada para a discussão dos resultados de acordo
com os dados abaixo: Recebimento 1 (3,384 kg CO2/tonelada arroz),
Recebimento 2 (5,904 kg CO2/tonelada arroz) e Recebimento 3 (5,976 kg
CO2/tonelada arroz), Silo 13 toneladas (5,328 kg CO2/tonelada arroz), Silo 22
toneladas (7,056 kg CO2/tonelada arroz), Silo 25 toneladas (8,928 kg
CO2/tonelada arroz) e Silo 30 toneladas (9,216 kg CO2/tonelada arroz), Pré-
limpeza (10,872 kg CO2/tonelada arroz), Beneficiamento (4,752 kg
CO2/tonelada arroz), Polimento (59,724 kg CO2/tonelada arroz), Secagem
(46,296 kg CO2/tonelada arroz), Separação (0,684 kg CO2/tonelada arroz),
Fornalha (1,368 kg CO2/tonelada arroz), Distribuição (4,968 kg CO2/tonelada
arroz), Seleção (1,224 kg CO2/tonelada arroz) e Empacotamento (10,224 kg
CO2/tonelada arroz). Para o cálculo da quantidade de gases estufa
equivalentes do processo de produção de uma tonelada de arroz, o produto em
questão deve passar por apenas uma das etapas de recebimento (1, 2 ou 3) e
silo (13, 22, 25 ou 30 toneladas). Foram calculadas as etapas separadamente e
obtidos os seguintes resultados: Recebimento 1 utilizando: Silo 13 ton (148,824
kg CO2 total/tonelada arroz), Silo 22 ton (150,552 kg CO2 total/tonelada arroz),
Silo 25 ton (152,424 kg CO2 total/tonelada arroz) e Silo 30 ton (152,669 kg CO2
total/tonelada arroz). Recebimento 2 utilizando: Silo 13 ton (151,344 kg CO2
total/tonelada arroz), Silo 22 ton (152,072 kg CO2 total/tonelada arroz), Silo 25
135
ton (154,944 kg CO2 total/tonelada arroz) e Silo 30 ton (155,232 kg CO2
total/tonelada arroz). Recebimento 3 utilizando: Silo 13 ton (151,416 kg CO2
total/tonelada arroz), Silo 22 ton (153,144 kg CO2 total/tonelada arroz), Silo 25
ton (155,016 kg CO2 total/tonelada arroz) e Silo 30 ton (155,304 kg CO2
total/tonelada arroz). A partir da análise dos dados, é importante destacar que o
processo utilizando o Recebimento 1 e o Silo de 13 toneladas foi a etapa que
gerou menores quantidade de gases estufa equivalentes, emitindo 148,824 Kg
CO2 total/tonelada arroz. Isto se deve ao fato do Recebimento 1 ter menor
capacidade em relação aos Recebimentos 2 e recebimento 3; e o Silo de 13
toneladas por se adequar a menores quantidades, possuir menor ventilação e
menor quantidade de equipamentos. O processo que gerou maior quantidade
de gás estufa equivalente, oriundos do gasto energético foi o processo
utilizando o Recebimento 3 e o Silo de 30 toneladas com emissão de 155,304
Kg CO2 total/tonelada arroz devido ao fato de ambos terem maior capacidade
de produção. Assim conclui-se que, para produção de menores quantidades de
arroz, deve-se manter desligado os Recebimentos 2 e 3 e os Silos de 22, 25 e
30 toneladas; para que o gasto energético e sua respectiva emissão de gases
de efeito estufa equivalentes minimizem. E necessitando a produção de
maiores quantidades de arroz a indústria deve optar por colocar em
funcionamento os recebimentos e os silos que emitem menores quantidades de
gases de efeito estufa.
REFERÊNCIAS: ATLAS RIO GRANDE DO SUL, 2012. Disponível em http://www.seplag.rs.gov.br/atlas/ atlas.asp?menu=264. Acesso em 27 de Fevereiro de 2013. CARBON TRUST, 2013. Disponível em http://www.carbontrust.com. Acesso em 14 de Fevereiro de 2013. MAPA 2013. Acessória de Gestão Estratégica. Disponível em http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/arroz. Acesso em 8 de Abril de 2013. NBR ISO 14040, 2001. Gestão ambiental – Avaliação do ciclo de vida – Princípios e estruturas. Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental e Comissão de Estudo de Avaliação do ciclo de Vida. Disponível para compra em http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=40200. Acesso em 08 de Abril de 2013
136
VIEIRA, N.R.A.; CARVALHO, J.L.V. Qualidade tecnológica. In: Vieira, N.R.A.; Santos, A.B.; Sant Ana, E.P. A cultura do arroz no Brasil. EMBRAPA Arroz e Feijão: Santo Antônio de Goiás, 1999. p.582-604. VIGON, B. W.; TOLLE, D. A.; CORNABY, B. W.; LATHAM, H. C.; HARRISON, C. L.; BOGUSKI, T. L.; HUNT, R. G.; SLLERS, J. D. Life-Cycle Assessment: Inventory Guidelines and Principles. United States Environmental Protection Agency. 1993. cesso em 27 de Fevereiro de 2013
137
ESTADO FITOSSANITÁRIO DE SEMENTES DE PORONGO UTILIZADAS
POR PRODUTORES NO DISTRITO DE ARROIO DO SÓ – SANTA MARIA/RS
ZINI, P. B.1; EBONE, A.1; BARBOZA, B. A.1; DEL FRARI, B. K.1; RAMPAZZO, B. C.1; BLUME, E.2; KUNTZER, E. T.1; ARBUGERI, F. E.1; GEBERT, F. H.1; VALMORBIDA, I.1; HENCKES, J. R.1; PERLINI, L. M.3; RODRIGUES, M.1;
BOSCHETTI, M. J.1
Palavras-Chave: porongo, sanidade, sementes
INTRODUÇÃO: A importância que a cultura do porongo
(Lagenariasiceraria(Mói. Standl) apresenta para a região de Santa Maria é
indiscutível, haja vista que alguns distritos rurais desse município possuem o
porongo como atividade principal em grande parte das propriedades. No
entanto, devido ao baixo valor agregado à cultura, estudos que visem aprimorar
a atividade praticamente inexistem. Apesar da importância que a cultura do
porongo possui na cidade de Santa Maria e região, ainda são poucos os
trabalhos visando aprimorar e fornecer informações para melhorar o sistema
produtivo dessa cultura. Alguns trabalhos, visando principalmente a questão
genética da cultura foram desenvolvidos por BISOGNIN et al. (1992), que
trabalhou com as populações de plantas de porongo, espaçamento entre
plantas na região de Santa Maria e recentemente por SANTOS (2010), que
trabalhou com o manejo de cobertura do solo, na região de Passo Fundo.
Dentre os diversos problemas enfrentados pelos agricultores destacam-se
aqueles atribuídos à qualidade das sementes, evidenciando a necessidade de
estudos relacionados diretamente às particularidades da cultura. Segundo
GOULART (1997), a simples indicação das percentagens de pureza,
germinação e vigor de um lote de sementes não é suficiente para caracterizar a
sua verdadeira qualidade, sendo necessário, obrigatoriamente, levar em conta
o somatório dos atributos físicos, genéticos, fisiológicos e sanitários. As
condições sanitárias das sementes assumem papel importante para a obtenção
de resultados produtivos satisfatórios, dada a sua imensa utilização na
propagação dos cultivos agrícolas. Os produtores de porongo do Distrito de 1Acadêmico(a) do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria 2Professor(a) Orientador(a) do Programa de Educação Tutorial do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria 3 Extensionista da Emater/Ascar de Santa Maria
138
Arroio do Só, Santa Maria-RS, coletam as sementes que serão usadas para a
semeadura na próxima safra no momento do processamento das cuias. Desse
modo, apenas os aspectos morfológicos do porongo são considerados no
momento da seleção, não sendo possível a exclusão de sementes que possam
conter problemas fitossanitários e de germinação. Em função de o nível
tecnológico empregado ser restrito e os estudos sobre as doenças da cultura
praticamente limitarem-se à bibliografias internacionais e à outras culturas da
família das Cucurbitáceas, os produtores acabam semeando o porongo sem
tratamento de sementes, o que torna as plântulas suscetíveis ao ataque de
pragas e doenças. OBJETIVOS: O trabalho tem como objetivo avaliar o estado
fitossanitário de sementes de porongo utilizadas para a semeadura por
produtores no Distrito de Arroio do Só – Santa Maria/RS. METODOLOGIA: As
sementes destinadas à análise foram coletadas diretamente dos produtores
nos meses de setembro e outubro do ano de 2012. Primeiramente realizou-se,
com a ajuda da Emater/Ascar do município de Santa Maria, um levantamento e
mapeamento de todas as propriedades que possuíam histórico de plantio da
cultura. Com posse do mapa de distribuição da cultura naquele Distrito,
coletou-se as sementes diretamente dos produtores, totalizando onze amostras
que foram submetidas à análise de sanidade no Laboratório de Fitopatologia do
Departamento de Defesa Fitossanitária da Universidade Federal de Santa
Maria. Foram feitas oito repetições para cada amostra de semente. Cada
repetição foi realizada em caixas Germ Box, contento 25 sementes cada. As
caixas foram esterilizadas com hipoclorito e posteriormente com álcool 70%
(composto formado por 70% de ácool e 30% de água destilada). Após a
esterilização, colocaram-se nas caixas 2 folhas de papel esterilizado, as quais
foram umedecidas com água destilada. Após esse processo inicial, as
sementes foram acomodadas em um freezer com temperaturas abaixo de 8°C
por 24 horas, para impedir a geminação das mesmas. Após as 24 horas, as
sementes foram colocadas em uma câmara úmida, onde permaneceram por 7
dias para propiciar o desenvolvimento dos fungos. A identificação dos fungos
foi realizada com a ajuda de uma lupa e em casos de difícil identificação foram
feitas lâminas dos fungos para visualização em microscópio ótico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Do total de amostras analisadas foram
isolados oito gêneros de fungos (Fusariumsp., Cladosporiumsp., Alternaria sp.,
Aspergilussp., Epicoccumsp., Penicillumsp., Itaphylotrichumsp. e Graphiumsp.).
139
Dos gêneros presentes na análise de sanidade, o gênero Fusariumfoi o
patógeno com maior incidência, sendo identificado em 81,66% das amostras
analisadas. Esse fungo geralmente está associado à doenças do colmo e de
raiz, prejudicando a absorção e translocação de nutrientes e água pela planta.
Em culturas agrícolas, nas quais o estudo dos danos causados por
Fusariumsp. é avançado, sabe-se que o sintoma de infecção na raiz
caracteriza-se por apodrecimento do sistema radicular e desenvolvimento de
mancha vermelho-arroxeada mais visível na raiz principal. O gênero Alternaria
sp. foi identificado em 3,82% das amostras, sendo o segundo patógeno com
maior incidência sobre o total analisado. Esse fungo está intimamente ligado à
desfolha de diversas culturas, porém seus danos associados à cultura do
porongo ainda não estão determinados. Em ordem decrescente de incidência,
apareceram os fungos Cladosporiumsp. (1,5%), Itaphylotrichumsp. (0,86%),
Aspergilussp. (0,14%), Penicillumsp. (0,136%),Graphiumsp. (0,09%) e
Epicoccumsp. (0,045%). Nas bibliografias que tratam de doenças das plantas
da família das Cucurbitáceas, poucas são as citações dos danos causados
pelos gêneros dos patógenos encontrados nas análises realizadas. Isso torna
evidente a falta de trabalhos que visem esclarecer e orientar os produtores no
sentido de melhorarem a qualidade das sementes utilizadas para a propagação
da cultura. Bibliografias que tratam da etiologia, bem como dos métodos de
controle para os gêneros encontrados, limitam-se às culturas de maior valor
agregado e interesse econômico. Essa condição deixa os produtores sem
alternativas para a eliminação dos patógenos, tornando suas lavouras sujeitas
à redução do estande e perdas significativas de produtividade. CONCLUSÕES:
O gênero Fusariumsp. está presente em grande parte das sementes utilizadas
pelos produtores de porongo do Distrito de Arroio do Só. Há uma diversidade
de patógenos presentes nas sementes utilizadas pelos agricultores, sendo que
a descrição dos danos e métodos de controle limita-se a outras espécies
cultivadas e de maior valor agregado.
REFERÊNCIAS
BISOGNIN, D.A.. Densidade de semeadura e produtividade do porongo. Ciência Rural, v.22, n.1, p.15-19, 1992.
140
GOULART, A.C.P. Fungos em sementes de soja: detecção e importância. Dourados: EMBRAPA-CPAO, 1997. 58p.(EMBRAPA-CPAO. Documentos, 11). SANTOS D.B., PETRY C. & BORTOLUZZI E.C. Cobertura de solo e produção de porongosob diferentes configurações de cultivo. Ciência Rural, 2010.
141
FESTIVAL UNIVERSITÁRIO COMO ESTRATÉGIA DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA E APROXIMAÇÃO COM A COMUNIDADE LOCAL
CHAGAS1,C.S; KAGIMURA1, L.T; GODOY2, W.I.
INTRODUÇÃO: Ao ingressar na Universidade, os acadêmicos passam a fazer
parte de uma sociedade composta por membros oriundos de diversas
realidades. Além de outros universitários, há também a presença dos
servidores com os quais terão uma relação próxima durante sua vida
acadêmica. Em geral, a Universidade recebe alunos de diferentes regiões, o
que a torna, de certa forma, distinta da comunidade na qual está inserida.
Dentro deste universo, surge a necessidade de integração dos indivíduos, o
que muitas vezes ocorre em festas ou espaços alternativos. As festas
universitárias são em geral, específicas dos cursos ou áreas dificultando a
integração entre os acadêmicos dos diferentes cursos, aliasse a isso o fato
corriqueiro do grande consumo de bebidas alcoólicas nestas ocasiões. É de
senso comum que universitários não tem a capacidade de se divertirem sem o
consumo de bebidas ou substâncias que alterem a personalidade dos
indivíduos. Visto que no recinto universitário é proibido o uso de tais produtos,
a integração geral dos membros da Universidade deve ocorrer de maneira
alternativa. A busca por outras formas de integração nos leva a uma técnica
utilizada pelas antigas civilizações, a produção de sons, ou seja, a música.
Scherer (2010),afirma que a música se faz presente em todas as
manifestações sociais e pessoais do ser humano desde os tempos mais
remotos, dialogando com a constituição interna do ser humano. A partir desta
realidade o Grupo PET Agronomia (Programa de Educação Tutorial-
Agronomia) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná do Câmpus Pato
Branco tomou a iniciativa de desenvolver um festival de música no qual
pudessem participar toda comunidade acadêmica da universidade
independente de serem discentes, docentes ou servidores bem como os
membros da comunidade externa,um festival aberto a todos osCâmpus da
________________________________ 1 Acadêmica do Curso de Agronomia da UTFPR – Campus Pato Branco, Bolsista PET.2 Professor Doutor da UTFPR e Tutor do Grupe PET Agronomia.*[email protected]
142
UTFPR. Convencionou-se chamar este festival de música da UTFPR de
UTFPR in Concert Festival. OBJETIVOS: O UTFPR in Concert Festival tem
como objetivo estimular o convívio social e a integração entre os alunos,
professores e funcionários da universidade e a sociedade em geral,
proporcionando desta forma um espaço formal e organizado para a
apresentação e valorização das habilidades artísticas musicais do corpo
docente, discente e servidores da universidade. Fato que logo, tornou a
universidade um local de vivência e convivência entre os docentes, discentes,
servidores e a comunidade externa fomentando a consolidação do espírito
universitário de forma ampla e abrangente. MATERIAL E MÉTODOS: Para a
realização do UTFPR in Concert Festival, nos últimos três anos de evento,
foram usadas diversas estratégias e ferramentas, de certa forma muito
semelhantes, que se descreve a seguir. Primeiramente, planejaram-se todas as
atividades relacionadas ao evento, tais como: local, data, disponibilidade de
ambos, orçamentos e viabilidade. Desta forma, com estes dados essenciais em
mãos, elaboraram-seprojetos para busca de custeio, em fundações que
apoiavam eventos dessa natureza. Todos os projetos e planejamentos foram
elaborados pelos petianos responsáveis, juntamente com o tutor. Ao mesmo
tempo, com o envio de projetos, os petianos se mobilizaram em busca de
recursos junto a empresas locais que estão envolvidas ou apoiam esse tipo de
atividade na cidade de Pato Branco. Além do apoio financeiro, buscaram-se
prêmios e brindes para o público ouvinte e para os concorrentes. Contou-se
também como apoio de profissionais ligados ao ramo da música, que se
dispuseram a avaliar os inscritos e compor o júri no dia do evento. Após a
busca de recurso, teve início a divulgação do festival, que foi realizada por
meio da rede social Facebook, pelo site do grupo PET Agronomia eatravés de
cartazes distribuídos no recinto da Universidade e na cidade. Também contou-
se com a ajuda de outros grupos PET, que divulgaram o evento nos demais
campi da universidade. Em meio à divulgação do festival, teve início a inscrição
dos concorrentes, efetuada através de uma ficha, que definia a obrigação de
que um dos integrantes deveria ter vínculo com a UTFPR, e coletava os dados
pessoais de todos os constituintes da banda e sobre a música. Após o término
das inscrições, os candidatos participam da fase classificatória. A avaliação
consistia em avaliar 5 critérios do concorrente: Apresentação, afinação, ritmo,
interpretação e execução, obtendo uma nota por juiz. Através da média das
143
notas dos dez juízes foram selecionados dez (10) candidatos, que passaram a
fase final do festival, aberta ao público em geral. Posteriormente, realizou-se a
grande final do festival, em que foram premiados os cinco melhores
participantes, também distribuídos brindes para a plateia. Importante ressaltar
que em ambas as fases, todas as atividades de divulgação, inscrições e
realização do evento foram efetuadas pelos bolsistas do grupo PET.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A interação promovida pelo UTFPR in
Concert Festival é notável desde sua primeira edição ocorrida em 2010 quando
participaram cerca de 400 pessoas, lotando todas as cadeiras do anfiteatro da
Universidade. Na terceira edição foram inscritos23 participantes, sendo grande
parte grupos musicais, proporcionou um grande número de participantes. A
repercussão desta atividade no campus se comprova pelo público da segunda
edição que ocorreu em 2011, em que o número de espectadores aumentou em
100 pessoas. O III UTFPR in Concert Festival ocorreu em 2012 contando com
a presença de mais de 650 pessoas, e 25 inscrições. O aumento progressivo
nas participações e espectadores confirma a expansão da atividade e a
aceitação por parte da comunidade. Entretanto, o sucesso do festival não se
resume apenas nos números, mas também pelas parcerias firmadas na
primeira edição, que tiveram continuidade nos demais eventos, aumentando o
número de parceirosa cada ano. O investimento inicial foi de aproximadamente
R$3.000,00 para a realização da primeira edição, saltando para cerca de
R$6500,00 na terceira edição, o que comprova as melhorias de infraestrutura e
equipamentos utilizados para uma apresentação de qualidade para o público.
Mesmo sendo aberto aos demais Câmpus da UTFPR, nas primeiras edições se
inscreveram apenas grupos musicais de Pato Branco, no último ano houve
participação de dois Câmpus. CONCLUSÕES: O UTFPR in Concert Festival
ao decorrer de três anos provou ser uma ferramenta de interação acadêmica
de extrema valia, sendo uma experiência positiva, que apresentou resultados
promissores. Os benefícios desta atividade extrapolam o alvo de integração
universitária, abrindo as portas da universidade para a comunidade, tornando-
se um evento de grande interesse por parte da comunidade. Em relação aos
membros organizadores, é notório o crescimento pessoal e profissional
adquirido durante todo o processo. Além de proporcionar a integração dos
acadêmicos, o Festival potencializa o talento musical dos participantes
expandindo seus horizontes.
144
REFERÊNCIAS
SCHERER, Cleudet de A,; A contribuição da música folclórica no desenvolvimento da criança. Educativa, Goiânia, v. 13, n. 2, p. 247-260, jul./dez. 2010.
145
INTEGRAÇÃO COM A COMUNIDADE: ADOÇÃO DE CARTAS INFANTIS DESTINADAS AO PAPAI NOEL
Cláudio Eduardo Cartabiano Leite¹; José Francisco dos Santos Silveira Junior1; Amanda Vanz1; Artur de Souza Ferreira1; Kellen Fabiana Cavalli1; Fabielle Cheuczuk1; Mariluci dos Santos Fortes1; Tatiane Cavazini Reitz1; Vanessa
Verona1; Alexandre da Trindade Alfaro2 Palavras-chave: extensão, doações, integração comunitária
Introdução: Na perspectiva de atrelar toda a comunidade acadêmica e
direcionar suas atividades para problemas sociais, ações de cunho estratégico
no âmbito da extensão universitária são de extrema importância, pois a
extensão é o primeiro passo da universidade no desenvolvimento de políticas
sociais (FERREIRA, 2011). O Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso
Superior de Tecnologia em Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR), câmpus Francisco Beltrão, possui como um de seus
objetivos o desenvolvimento de ações que promovam a interação comunitária
(PET, 2006). O grupo PET-Alimentos realizou a atividade denominada “Adote
uma Cartinha”, trabalho este executado em atendimento aos princípios de
responsabilidade social, sendo de grande valia também para os acadêmicos
que gozaram da experiência do choque cultural possibilitando a interação com
famílias carentes, dividindo alegrias e compartilhando a experiência do
verdadeiro espírito natalino e fraternal. Objetivos: O trabalho teve por objetivo
fomentar a participação do corpo universitário na adoção de cartas enviadas
por crianças carentes, através da divulgação das cartas, coleta dos presentes e
entrega. Metodologia: O grupo PET-Alimentos coletou na rádio Educadora AM
1060, cartas redigidas por crianças carentes da periferia do município de
Francisco Beltrão/PR durante a época que antecedeu o natal de 2012. A
atividade “Adote uma cartinha” foi amplamente divulgada entre servidores e
discentes, e para facilitar a escolha das cartas pelos adotantes estas foram
separadas por categoria: brinquedos, roupas, alimentos, material escolar, entre
outros. Nas ultimas semanas que antecederam o natal o grupo PET-Alimentos
fez o recolhimento das doações e realizou a entrega de cada pedido das 1 Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Alimentos; [email protected] 2 Professor Doutor do Curso de Tecnologia em Alimentos e Tutor do Grupo PET-Alimentos.
146
respectivas cartas adotadas, na moradia de cada criança. Resultados e Discussões: No total foram cinqüenta cartas adotadas, sendo trinta por
acadêmicos, dez por docentes e dez por demais servidores da universidade.
Dentre os pedidos realizados pelas crianças, o que mais se destacou foi à
necessidade por material escolar, evidenciando a importância de praticas
assistenciais para o desenvolvimento intelectual de cidadãos desprovidos de
condições, que com o amparo adequado contribuirão para a melhoria do
quadro social. Alimentação, como cestas básicas, e cestas de natal, além de
chocolates e balas, também apareceram em várias solicitações; além de
roupas e alguns brinquedos como bola, carrinhos e bonecas. As cartas
solicitavam a atenção do leitor para lastimas e problemas vivenciados pelas
crianças, que expuseram sua realidade e buscaram na cartinha um acalento
para seus anseios. Os presentes recebidos foram entregues entre os dias 10 e
20 de Dezembro de 2012, pelo grupo PET-Alimentos, no Bairro Padre Ulrico -
Conjunto Esperança e Beija-Flor, segundo censo do IBGE de 2011 (Francisco
Beltrão, 2013). O bairro atendido, possuía maior densidade populacional na
área urbana, com 3,93 pessoas por domicílio. Os conjuntos habitacionais
Esperança e Beija-Flor contam com mais de 200 famílias. Estas famílias
geralmente carentes residem em locais de risco de alagamento em diversas
localidades do município de Francisco Beltrão – PR. Todos os envolvidos
aprovaram a ação, visto que puderam contribuir com a parcela social menos
favorecida economicamente e assim garantir um final de ano mais feliz aos
beneficiados. Cada participante recebeu do grupo PET-Alimentos um
certificado da atividade. Ações que promovam a união da universidade junto à
sociedade organizada geram nos participantes a sensação de exercer o dever
cívico, além de contribuir efetivamente para o desenvolvimento da região
(VILA, 2012). Silva et al.(2012) descreve que atividades de extensão, como
campanhas de doações, possuem forte impacto social contribuindo para a
mudança da comunidade e fixação de valores nos envolvidos. Os benefícios
para a comunidade, que surgem através do envolvimento com a universidade,
servem para estreitar laços entre a academia e a comunidade e diminuir as
diferenças sociais. Enquanto que, do mesmo modo, os participantes se
beneficiam, enriquecendo o histórico acadêmico com participação em
atividades complementares, vivenciando contato com realidades distintas;
valores sociais e a formação completa do acadêmico/cidadão. Conclusões: A
147
ação possibilitou ao grupo PET-Alimentos e ao corpo universitário, participar de
modo ativo junto à sociedade, e assim, vivenciar a fixação de valores éticos,
contribuindo para a formação do cidadão com responsabilidade social. A
atividade também foi importante para estreitar laços entre a comunidade e a
universidade.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, M. M. Produção Científica na Biblioteconomia: As Pesquisas Realizadas no Programa de Educação Tutorial (PET) e seus reflexos na formação acadêmica. Revista EDICIC, v.1, n.4, p.99-108, Oct./Dic. 2011. Disponível en: <http://www.edicic.org/revista/>.Acesso em 26 mar. 2012. FRANCISCO BELTRÃO. Aspectos físicos e políticos. Disponível em <http://www.franciscobeltrao.pr.gov.br/urbanismo/aspectos/> Acesso em 20 abr. 2013. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa de Educação Tutorial – PET: Manual de Orientações Básicas. Secretaria de Educação Superior, Brasília, 2006. SILVA, C., PEREIRA, F. H., RODRIGUES, J. L., PEREIRA, M. T. N., MEDEIROS, M. V. Universidade e Compromisso Social: O Impacto Cultural, Econômico e Social Promovido Pela Faculdade Municipal de Palhoça. Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, Florianópolis, v.5, n.4, p.253-265, edição especial 2012. Disponível em: http://www.edicic.org/revista/index.php?journal=RevistaEDICIC&page=article&op=view&path%5B%5D=78. Acesso em 11 abr. 2013. VILA, C. V. D., DALENOGARE, D. G., BOEIRA, A., FALCÃO, L. D., DA COSTA, P. F. P., DA SILVA, L. H. Ação De Inserção Da Unipampa Na Comunidade Itaquiense Através Do Projeto "A Solidariedade Alimenta”. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, 4(3), 2012.
148
O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DO GRUPO PET ENGENHARIA DE
ALIMENTOS DA FURG
Marla Kappaun Rodrigues1, Paulla Polidori Silva1, Katherine de Oliveira Manetti1, Gabrielle Victória Gautério1, Rafael Colli, Bruna Curado Grilo1, Wendel Pires Desordi1, Monique Martins Strieder1, Odivane Fadanni1, Priscila Barbosa Mello Silva1, Carolina Bittencourt Barbosa1, Marta M. Augusto2. Palavras- chave: Educação tutorial, Egressos, Engenharia de Alimentos.
O Programa de Educação Tutorial (PET) foi instituído oficialmente pela Lei n°
11.180 (BRASIL, 2005) e regulamentado pelas Portarias n°3385/2005,
n°1632/2006 e n°1046/2007. Recentemente, a Portaria nº 343 (BRASIL, 2013)
altera dispositivos da Portaria nº 976 (BRASIL, 2010) que dispõe sobre o
Programa. Os objetivos do PET são apresentados de forma que um ciclo do
aprendizado seja gerado, resultando em uma formação diferenciada aos
bolsistas. Este ciclo visa melhoria na qualidade da formação acadêmica dos
alunos de graduação; e para ser obtida, é necessário o desenvolvimento de
atividades com padrões de excelência, estimulando a formação de profissionais
e docentes de elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica.
Também procura incentivar o espírito crítico dos bolsistas, e atuação
profissional pautada pela ética, cidadania e função social, com vistas à
inovação metodológica, ao desenvolvimento e a modernização da graduação
(BRASIL, 2010). A Portaria nº 343 (BRASIL, 2013) reafirma os objetivos do
Programa e acrescenta a necessidade de inserção de práticas pedagógicas
inovadoras para contribuir na consolidação e difusão da educação tutorial. As
características de um grupo PET devem ser pautadas na formação ampla dos
acadêmicos; na atuação coletiva, no trabalho conjunto dos alunos de diferentes
níveis da graduação, a habilidade do trabalho em equipe; e a realização de
atividades que envolvam ensino, pesquisa e extensão.Também, a interação
_____________________________ 1Bolsistas do Grupo PET - Engenharia de Alimentos/ Escola de Química e Alimentos - Universidade Federal do Rio Grande - FURG, Rio Grande, RS. 2Tutora do grupo: E-mail:[email protected]
149
contínua de bolsistas com discentes e docentes do curso de graduação e de
pós-graduação; planejamento e execução de atividades além daquelas
propostas pela grade curricular (BRASIL, 2006). Todas as ações oportunizam
aos acadêmicos uma formação mais completa do que a oferecida pela simples
dinâmica de ensino da graduação. O PET-Engenharia de Alimentos da
Universidade Federal do Rio Grande - FURG foi o primeiro grupo a ser criado
na instituição no ano de 1991. Inicialmente, o grupo foi formado por quatro
bolsistas e sua consolidação ocorreu no ano de 1992 com doze bolsistas.
Desde então, há cerca de 100 egressos que estão distribuídos pelo país e
exterior atuando no setor industrial e na docência. Assim, no trabalho foram
levantadas as principais características que colaboraram positivamente para a
formação dos egressos. O objetivo do estudo foi realizar um levantamento e
avaliar a contribuição do Programa de Educação Tutorial na formação
profissional dos egressos do grupo PET-Engenharia de Alimentos. No trabalho
foram considerados os egressos do grupo no período de 1992 a 2011. A
pesquisa foi realizada através de questionário com respostas fechadas, em três
seções: na primeira a identificação do egresso, a segunda sobre questões
acadêmicas e profissionais. Nesta seção foram relacionados às contribuições
das atividades de ensino, pesquisa e extensão; de conhecimento técnico das
disciplinas oferecidas na graduação; à pesquisa e a inserção na pós-
graduação. Na terceira foram questionadas as habilidades desenvolvidas no
programa para atuação profissional. As características de liderança, do
trabalho em equipe, criatividade e competência técnica foram consideradas.
Ainda, foi avaliada a contribuição do Programa quanto ao aspecto social. Ao
todo, 76 questionários foram enviados aos egressos por meio eletrônico, e
retorno de 31 questionários respondidos. Para as questões relacionadas aos
aspectos acadêmicos, 90,32% dos egressos opinaram que a participação no
PET contribuiu muito para as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Quanto ao conhecimento técnico das disciplinas, 51,61% responderam que a
participação no programa contribuiu muito e para 38,71% foi regular. Tanto
para as atividades de ensino, pesquisa e extensão quanto para o conhecimento
técnico, o maior percentual pode estar associado às diversas atividades
desenvolvidas dentro do grupo tutorial, tais como apresentação de seminários,
palestras específicas e de caráter multidisciplinar, além de visitas técnicas.
Quanto à pesquisa e inserção na pós-graduação, 64,52% dos egressos
150
responderam que o PET contribuiu fortemente neste quesito. No que se diz
respeito à influência na atuação profissional, 74,19% dos pesquisados
informaram que a participação no grupo foi de grande importância, em
particular para a característica de liderança. Quanto ao trabalho em equipe e a
criatividade a contribuição da educação tutorial para os egressos foi de 93,55%
e de 45,16% respectivamente. Já para 74,19% dos pesquisados a participação
no programa contribuiu fortemente para a competência técnica, Quanto à
promoção e desenvolvimento social, 51,61% responderam que a participação
no PET colaborou muito, e para 38,71% esta contribuição foi regular. O maior
percentual nesse quesito pode estar associado às atividades de extensão
desenvolvidas pelo grupo. Em consideração aos problemas sociais, para
29,03% o PET teve forte contribuição, porém para 54,84% esta foi regular.
Com relação às habilidades desenvolvidas com melhoria na atuação
profissional, 50% dos egressos destacaram o trabalho em equipe, 27% como
lidar com situações complexas e 19% citaram a liderança como habilidade
influente na melhoria profissional. Em qualquer área, e qual seja a atuação
posterior à graduação, o Engenheiro de Alimentos deverá trabalhar em equipe
de forma integrada e colaborativa com profissionais de outras áreas. O
percentual relatado confirma a importância do trabalho em equipe incentivado
no Programa de Educação Tutorial. O estudo indicou as tendências de
contribuição da educação tutorial para os egressos do PET-EA, com 90,32% de
destaque para as atividades de ensino, pesquisa e extensão ao longo da
graduação e 64,52% para a inserção na pesquisa e pós-graduação. O trabalho
em equipe obteve 93,53% de aprovação como característica de importância na
atuação profissional, seguido da liderança (74,19%). Na promoção e
desenvolvimento social a contribuição do programa para os egressos foi de
51,61%.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-Lei n.º 11.180, de 13 de setembro de 2005. Institui o Projeto Escola de Fábrica, autoriza a concessão de bolsas de permanência a estudantes beneficiários do Programa Universidade para Todos – PROUNI, institui o Programa de Educação Tutorial – PET, altera a Lei no 5.537, de 21 de novembro de 1968, e a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 setembro de 2005.
151
BRASIL. Ministério da Educação. Sistema de Educação Superior. Manual de Orientações Básicas do Programa de Educação Tutorial. Brasília, dezembro de 2006. BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 976, de 27 de julho de 2010. Portaria MEC nº 591, de 18 de junho de 2009, com as alterações da Portaria MEC nº 975, de 27 de julho de 2010, publicada no Diário Oficial da União de 28 de julho de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 julho. 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n° 343, de 24 de abril de 2013. Altera dispositivos da Portaria MEC n° 976, de 27 de julho de 2010, que dispõe sobre o Programa de Educação Tutorial - PET. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abril de 2013.
152
PRINCIPAIS MEIOS DE COMUNICAÇÃO EMPREGADOS NA DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS NO MEIO RURAL NO RIO GRANDE DO SUL
Geverson Culau¹, Lais Perin¹, Cleiton Jair Gauer¹, Gabriel Kafkle Gossler¹, Joy
William Mayeji¹, Paulo Roberto Grolli²
Palavras-Chave: extensão rural, agropecuária, divulgação.
Introdução: A atividade agrícola vem passando por um constante processo de
inovações tecnológicas, na busca de maior produtividade, para suprir a
crescente demanda mundial de alimentos. Estas inovações são amplas,
envolvendo desde maquinários com elevada tecnologia até plantas modificadas
geneticamente com alta produtividade e resistência a fatores bióticos e
abióticos. Os pacotes tecnológicos lançados no mercado agrícola são de
grande interesse e importância aos produtores rurais uma vez que possibilitam
o aumento na produção de alimentos e geram mais lucros às propriedades,
além de satisfazerem, mesmo que parcialmente, a falta de mão de obra que é
cada vez mais escassa no meio rural. É de fundamental importância que as
novas tecnologias atinjam de todas as formas o setor agrícola para amenizar o
esforço físico tão presente nas atividades no meio rural e que vem a ser um
dos motivos do aumento do êxodo rural. Contudo, além da criação, é
necessário que a difusão destas tecnologias ocorra de forma adequada para
garantir os resultados esperados. Segundo Thiollent et al., 1984, a difusão de
técnicas modernas é comercialmente pressionada, principalmente pelo
interesse de grandes empresas industriais que visam suas vendas e lucros e
exercida por intermédio dos meios de comunicação de diversas formas de
assistência técnica. Thomazielo et al., 2003, enfatizam que as ações
extensionistas foram e são os principais veículos de transferência de
tecnologias no País. De qualquer forma, o estabelecimento do método mais
eficiente de divulgação, que consiga atingir diretamente o maior número de
produtores e demonstre os melhores resultados, deve levar em conta as
___________________________ ¹ Discente e integrante do Grupo PET Agronomia – FAEM – UFPel: [email protected] ² Professor associado do Departamento de Fitotecnia e tutor do Grupo PET Agronomia – FAEM – UFPel.
153
características e opiniões dos agricultores. Diante disto foi realizada uma
pesquisa de campo para identificar os meios de comunicação mais importantes
para a difusão de informações e tecnologias aos produtores rurais. O presente
trabalho teve por objetivo identificar as principais formas utilizadas pelos
produtores rurais para acesso à informação e novas tecnologias agrícolas.
Metodologia: A pesquisa foi realizada com produtores rurais participantes da
13° ExpoAgro Afubra realizada no distrito de Rincão Del Rey, na cidade de Rio
Pardo – RS em março de 2013. Os questionários foram aplicados por
integrantes do Grupo PET Agronomia (Programa de Educação Tutorial) do
curso de Agronomia da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da
Universidade Federal de Pelotas, com base no método de Survey, tipo
quantitativo, (FREITAS et al., 2000) sobre difusão de tecnologias no meio rural.
A seleção de pessoas deu-se de forma aleatória conforme característica do
método Survey, por amostragem probabilística, onde todos os candidatos
tiveram a mesma chance de serem escolhidos. O questionário se baseou
principalmente das seguintes questões: Qual a quantidade de hectares
trabalháveis, Localização (cidade) e através de quais meios de comunicação
tomam conhecimento de novas tecnologias no meio rural (feiras, dias de
campo, palestras, assistência técnica, televisão, outros produtores e internet).
Foram abordados cem produtores rurais, das diversas regiões do estado Rio
Grande do Sul, contemplando cinquenta e três cidades. Os produtores rurais,
que se dispuseram a responder o questionário, obtiveram uma prévia
explicação do que se tratava e qual o objetivo de tal atividade. O questionário
foi respondido através de entrevista. Os dados obtidos foram tabulados e
avaliados para posterior discussão. Resultados e discussões: A partir dos
dados obtidos sobre difusão de tecnologias, foi verificado que: 24% dos
produtores rurais obtêm informações e conhecem novas tecnologias em feiras,
como por exemplo, a 13ª ExpoAgro Afubra; 20% participam de Dias de campo
organizados por empresas e profissionais; 17% comparecem em palestras;
16% ficam sabendo através do assistente técnico que visita a propriedade;
11% assistem as notícias que passam na televisão; 7% trocam informações
com outros produtores e 5 % utilizam a internet. Considerando os dados
obtidos, pode-se inferir que, devido à maioria dos entrevistados serem
produtores da agricultura familiar e possuírem pouco acesso a informação, as
feiras e outros meios de troca de informação que possibilitem o contato direto
154
entre o produtor e o assistente técnico demonstram resultados mais eficazes.
Isto por que todas as dúvidas do produtor podem ser esclarecidas e o
profissional habilitado consegue demonstrar e repassar todos os detalhes do
produto ou equipamento ao agricultor. O elevado número de atividades a
serem desempenhadas dentro da propriedade rural e a escassez de mão de
obra dependem de muito trabalho e tempo do produtor que acaba por dispor de
pouco tempo, condições físicas e oportunidades para buscar novas
informações e tecnologias que venham contribuir de forma positiva em sua
atividade agrícola. Por este motivo, e de acordo com os relatos dos produtores
rurais, a difusão das tecnologias teria maior impacto e abrangeria maior
número de pessoas se fosse realizada mais por meio de visitas regulares às
propriedades por profissionais técnicos habilitados, através da assistência
técnica direta. Mas, como foi detectado, esta forma de difusão abrange apenas
16% dos produtores rurais entrevistados. RODRIGUES, 1985 confirma que,
finalmente acontece a difusão propriamente dita ou a disseminação da
tecnologia, depois de conhecidas as suas vantagens e restrições, trabalho que
se efetiva com maior parcela de responsabilidades da assistência técnica e
extensão rural. A adoção pelos produtores é a conseqüência natural do
processo, se não houver outros fatores inibidores de natureza estrutural sócio-
econômica. Conclusão: A pesquisa de campo realizada possibilitou identificar
que, de acordo com os entrevistados, a melhor e mais eficaz forma de
divulgação e difusão de tecnologias para os produtores rurais se dá através da
assistência técnica direta na propriedade rural, feiras, palestras e dias de
campo. Estas formas de divulgação permitem o contato direto entre produtores
e profissionais habilitados criando vínculos e possibilitando melhor
aproveitamento do conhecimento por parte dos agricultores. Desta forma, as
empresas de assistência técnica deveriam fortalecer sua metodologia de
marketing focando mais neste tipo de abordagem.
REFERÊNCIAS THIOLLENT, Michel. Anotações críticas sobre difusão de tecnologia e ideologia da modernização. Cad. Dif. Tecnol., Brasília, 1 (1): 43-51, jan./abr.1984. THOMAZIELLO, Roberto Antônio; FAZUOLI, Luiz Carlos; FILHO, Oliveiro Guerreiro; FILHO, João Alves de Toledo; BLISKA, Flávia Maria de Mello.
155
Metodologia para transferência e difusão de tecnologia para a cafeicultura paulista. III Simpósio de pesquisa dos cafés do Brasil. Porto Seguro-BA, 2003. FREITAS, Henrique; OLIVEIRA, Mírian; SACCOL, Amarolinda Zanela; MOSCAROLA, Jean. O método de pesquisa survey. Revista de administração, São Paulo v.35, n.3, p. 105-112, julho/setembro 2000. RODRIGUES, Cyro Mascarenhas. Difusão de tecnologia: uma abordagem além do circuito tecnológico. Caderno Difusão Tecnologia, Brasília, 2(2):305-311, maio/agosto 1985.
156
PROJETO ARBORETO
Lia Toiosima YOSHIZUMI11; Lucas Kania NETO1; Willian Schwegler WIESE1; Jacqueline ARAUJO1; Renata AGUAYO1; Janyce de Oliveira SANTOS1; Érika
ANDRADE1; Renan SANTOS1; Julia Cristina COELHO1; Cristiane Sater MELNIK1; Emily STRUJAK1; Luara Castilho PEREIRA1; Thaís Fernanda
MORGENSTERN1; Alessandro Camargo Ângelo22.
Palavras-Chave: silvicultura, arboreto, viabilização de pequenas propriedades.
INTRODUÇÃO: A área ocupada por florestas plantadas no Brasil atualmente é
de aproximadamente 6,5 milhões de hectares e dentre as espécies cultivadas
para fins comerciais os gêneros Pinus spp.(25,2%) e Eucalyptus spp.(74,8%)
são predominantes (ANUÁRIO ABRAF, 2012). Há tempos a sociedade
necessita de uma diversificação de espécies cultivadas para que sejam
atendidos os objetivos de ampliação do leque de produtos madeireiros e não
madeireiros; agregação de valor a esses produtos; valorização de espécies
nativas; etc. Visando uma maior geração de renda através do uso do
componente arbóreo em plantios florestais ou consorciado com cultivos
agropastoris, bem como devido a necessidade de se conhecer espécies
alternativas as tradicionalmente utilizadas, surgiu a ideia de criação de um
projeto referente a instalação de arboretos em pequenas e médias
propriedades da Região Centro-Sul do estado Paraná. Esta área encontra-se
na região Bioclimática1(CARPANEZZI et al, 1986). Um arboreto pode ser
definido como uma área destinada ao cultivo de uma variedade de árvores,
arbustos, herbáceas ou outras, mantidas e ordenadas cientificamente,
identificadas e documentadas, tendo finalidade de pesquisa, educação ou
recreação. Em uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná, o
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER-PR) e
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB-PR) foi então
criado o Projeto Arboreto. OBJETIVOS: O projeto possui como objetivos a
união do ensino, pesquisa e extensão; onde no ramo da pesquisa temos:
análise do desenvolvimento de espécies potenciais para a Região
1Acadêmicos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná, membros do PET-Floresta UFPR. E-mail: [email protected]. 2 Professor Doutor Tutor do PET-Floresta UFPR.
157
Bioclimática1, que ainda não possuem estudos; comparação do crescimento de
diferentes espécies em diferentes sítios e diferentes aplicações e formulações
de adubos; análise do solo das propriedades rurais e uso potencial de cada
espécie em estudo. Ensino: uso das áreas em que o projeto se estende para
realização de aulas práticas para alunos do ensino médio, graduação e pós-
graduação; desenvolvimento de cursos voltado aos agricultores da região
participantes do Projeto. E para Extensão: conduzir o conhecimento teórico
gerado no ambiente acadêmico a comunidade rural; inserção de arboretos em
pequenas e médias propriedades rurais, sendo acompanhado o
desenvolvimento das espécies juntamente com os órgãos envolvidos, cada um
contribuindo para o objetivo principal. METODOLOGIA: A metodologia aplicada
no desenvolvimento do Projeto Arboreto teve que levar em consideração
alguns fatores importantes como o fato de que ele possui um período de
execução longo (15 anos), mais de uma instituição está envolvida para a
realização do mesmo e possui atuação nos três pilares: ensino, pesquisa e
extensão. Devido a tudo isso para que a metodologia atendesse a todas as
condições encontradas, as atividades foram realizadas em etapas.
Primeiramente foi determinada a região do estado do Paraná de atuação do
projeto (Centro-Sul), posteriormente através de uma reunião técnica foram
definidos os proprietários rurais parceiros na execução do trabalho, totalizando
um número de 14. Ao mesmo tempo foram alocadas áreas que seriam
utilizadas para implantação do projeto na Fazenda Experimental Canguiri da
UFPR. Em seguida foi realizado o planejamento silvicultural o qual consistiu em
pesquisas bibliográficas para a escolha das espécies potenciais a serem
cultivadas, realização das análises química e física dos solos os quais foram
amostrados segundo as orientações do Manual de descrição e coleta de solo
no campo (SANTOS, R. D.et al, 2005) bem como a interpretação dos laudos
com o auxílio do Manual de Interpretação de análise de solo (JÚNIOR, J. B. T.,
1997), levantamento de informações geoclimáticas. Uma outra abordagem
metodológica consistiu na visita às propriedades e aplicação de questionários
com os proprietários rurais. Através destes levantamentos foi possível a
obtenção de dados referentes aos equipamentos que estes produtores
possuíam além da caracterização socioeconômica. Finalizada a parte de
planejamento, o pré-plantio consistiu na retirada da vegetação existente no
local, aplicação de calcário, subsolagem, gradagem e controle de formigas
158
cortadeiras. A implantação dos arboretos nas propriedades foi feita conforme
as mudas eram adquiridas e o plantio foi realizado pelos próprios proprietários
rurais de acordo com as instruções recebidas. Na Fazenda Experimental o
plantio foi feito por estudantes de diferentes instituições. O espaçamento entre
as mudas utilizado foi o de 2X3m configurando unidades de 10X8 indivíduos.
Uma exceção a este espaçamento foi a dimensão de 1X3m quando se tratava
de espécies nativas com a inclusão de Mimosa scabrellaBenth.na entrelinha. A
manutenção constitui-se no controle da matocompetição sem o uso de
herbicida, pois o projeto se encontra em uma Área de Proteção Ambiental
(APA), e também pelo controle das formigas cortadeiras. Os tratamentos
seguem diferentes regimes de adubação que consistem em uma comparação
entre testemunhas (tratamento C), com plantas que receberam adubação de
formulação convencional por exemplo, NPK 06-30-06 (tratamento A) e plantas
que receberam fertilizantes de liberação lenta (tratamento B). O delineamento
estatístico constitui-se em blocos ao acaso. A coleta de dados é realizada com
o auxílio de paquímetro para a aferição de diâmetro, trena para obtenção de
altura, e são anotados em uma planilha de campo para posterior análises.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Por meio da execução do projeto alguns
resultados já podem ser pontuados como: aquisição de experiência através da
elaboração de atividades de campo e contato com a área de trabalho
(equipamentos, produtores, insumos, operários, dificuldades, etc.);
desenvolvimento de pesquisas; elaboração de informações locais sobre
espécies, formas de produção e recomendações; possibilidade de utilização de
diversas espécies para diferentes usos; parceria entre diferentes instituições
visando a realização de um objetivo comum. No âmbito quantitativo, a título de
exemplificação a seguir encontram-se algumas respostas obtidas através de
análises estatísticas oriundas da comparação dos diferentes regimes de
adubação (A, B e C), para as espécies: Eucalyptussaligna Smith,
Araucariaangustifolia(Bertol.) Kuntze e Pinus taedaLinnaeus. Através de uma
análise de variância a 95% de probabilidade constatou-se que os valores de
diâmetro e altura para a última espécie eram iguais e para as duas primeiras
espécies eram diferentes estatisticamente, em seguida através do teste de
Tukey pôde-se inferir que para os dois parâmetros analisados (altura e
diâmetro) E. saligna apresenta médias diferentes para todos os tratamentos, já
para altura de A. angustifoliaos tratamentos A e C, e B e C apresentam médias
159
diferentes e no que se refere a altura apenas os tratamentos A e C diferem
entre si. Devido ao fato de este projeto possuir um horizonte de longo prazo e
ainda estar em sua fase de implantação torna-se evidente que os resultados
alcançados aumentarão conforme as próximas etapas forem se consolidando,
todavia neste estágio inicial todas as ações têm fornecido respostas
satisfatórias tanto na pesquisa como no ensino e extensão. CONCLUSÕES: As
expectativas iniciais foram alcançadas. Houve a definição das cidades de
instalação dos arboretos bem como o nome dos agricultores que farão parte do
projeto. Ocorreu o contato entre os estudantes, agricultores e representantes
dos órgãos externos. Houve também a instalação de um arboreto na Fazenda
Experimental do Canguiri, utilizando implementos da Universidade e com o
auxílio dos funcionários da mesma, justificando o uso dos recursos destinados
a ela. Os dados coletados já estão sendo utilizados na elaboração de duas
teses de doutorado. Dessa forma, pode-se concluir que o Projeto Arboreto
desenvolvido pelo PET Floresta-UFPR em parceria com outras instituições
possui os três pilares de sustentação da Universidade, e tem apresentado
resultados satisfatórios, atendendo às suas expectativas.
REFERÊNCIAS
CARPANEZZI,A. A. et al., Zoneamento ecológico para plantios florestais no Estado do Paraná.Brasília: Embrapa, 1986. 86p. JÚNIOR, J. B. T., Manual para interpretação de análise do solo. Guaiba: Editora Agropecuária, 1997. 247 p. POYRY SILVICONSULT ENGENHARIA LTDA. Anuário estatístico da ABRAF: 2012 ano base 2011, 2012. Disponível em: www.abraf.org.br/estatisticas.asp. Acesso em: 02 de abr. 2013. SANTOS, R. D. DOS et al., Manual de descrição e coleta de solo no campo. Viçosa: Editora SBCS, 2005. 92 p
160
PROJETO 1º E 2º GRAU
André Luiz Seccatto Garcia¹, Hugo Fernando Monteiro², Amanda Camila de Oliveira³
Poppi, Isabela Ferreira Leal², Jéssica Peres Cremonezi¹, Priscila Martins Ribeiro², Renata Pavan de Souza², Caroline Silva Gonzaga Bueno³, Eduardo Carvalho de Aquino³, Jaqueline de Souza Hörügel³, Vinícius Donizeti Vieira da Costa³, Viviane
Carnaval Gritti¹, Tânia Zóia Miltenburg¹, Victor Akira Sato¹, Murilo Monteiro³, Ferenc Istvan Bankuti (Tutor), e-mail: [email protected].
Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Zootecnia, PR.
Palavras-chave: 1º E 2º GRAU, PET, ZOOTECNIA.
Resumo: Os objetivos propostos neste projeto foram definidos a partir da
constatação da crescente preocupação com os cuidados aos animais
domésticos e do baixo conhecimento da comunidade externa sobre o curso de
Zootecnia. Por ser um curso relativamente novo, ainda há desconhecimento de
sua existência e confusão em relação a diferença frente a outras profissões.
Somam-se a essas questões a necessidade de aprimoramento de Petinaos
junto a atividades de pesquisa, ensino e extensão. Diante destes fatos, foi
definido o presente projeto, que teve como método principal, a elaboração de
palestras e outras atividades junto à comunidade externa, que pudessem
reduzir os problemas apresentados. As atividades foram realizadas por meio de
palestras e brincadeiras didáticas junto a alunos de ensino fundamental e
médio de escolas do município de Maringá-PR. Os resultados alcançados
foram satisfatórios. Anualmente cerca de 360 alunos participam desta
atividade. Para os Petianos do curso de Zootecnia da UEM houve aprendizado
significativo, tanto para a pesquisa, quanto ao ensino e extensão. Introdução: Desde os anos de 1789 já existia a preocupação em relação ao modo de
tratamento dos animais, sendo que neste mesmo ano o filósofo Jeremy
Bentham já questionava se os animais teriam a capacidade de sofrer.
Posteriormente chegou-se a conclusão que os níveis de bem-estar interferem
___________________________ ¹ Acadêmico 4º ano da graduação e integrante do grupo PET; ² Acadêmico 3º ano da graduação e integrante do grupo PET; ³ Acadêmico 2º ano da graduação e integrante do grupo PET; Tutor: Graduação em Zootecnia pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos - FZEA/USP e mestrado e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCAr. 21º EAIC / 2º PR
161
na qualidade de vida do animal e de sua produção. Broom (1986) considera
que o bem-estar de um indivíduo é seu estado em relação às suas tentativas
de adaptar-se ao ambiente. Com isso, há a necessidade atualmente da
conscientização destes propósitos, desde os primeiros anos de vida, pois é
nesse estágio que começam a ser pré-definidas as primeiras opiniões críticas
dos seres humanos. Entre as áreas científicas aptas a lidar com essas
questões, está a Zootecnia, uma ciência relativamente nova, que teve seu
primeiro curso de graduação criado há apenas 47 anos. Diante desse cenário,
o grupo PET Zootecnia/UEM percebe a necessidade de definição de
estratégias para promoção e disseminação do curso e da profissão de
Zootecnista, bem como de demandas atuais da sociedade, entre essas, o
melhor cuidado com animais domésticos, desenvolvendo o projeto 1° e 2°
Grau. Busca-se com este projeto, além da disseminação de conhecimentos
sobre o cuidado com animais domésticos e sobre o curso de Zootecnia, a
geração de aprendizado para Petianos que ao elaborarem palestras e
ministrarem, se preparam para as atividades de pesquisai, ensino e extensão.
Objetivos: O objetivo geral proposto para este projeto foi a conscientização
junto a comunidade externa de cuidados com animais domésticos e da
divulgação do curso de Zootecnia. Como objetivos específicos buscou-se a
capacitação de Petianos para atividades de pesquisa, ensino e extensão.
Metodologia: Para que os objetivos deste projeto fossem cumpridos o
seguinte método de pesquisa foi empregado: Primeiramente foram
selecionados colégios, os quais receberiam os integrantes do PET, sendo
estes classificados de acordo com a distância e receptividade em um primeiro
contato. Em seguida, foi apresentado para coordenadores e professores destes
colégios a proposta do projeto, a forma como este seria aplicado, o tempo
necessário e os recursos físicos necessários à execução da atividade, entre
esses, salas de aula com carteiras, possibilidade de redução da iluminação
para apresentação de slides ou vídeos e da eventual necessidade de um
representante do colégio para suporte. É importante ressaltar que em alguns
casos, houve alteração da proposta inicial, por exemplo, em relação ao número
de alunos atendidos em cada sala e forma de exposição do conteúdo do
projeto e o tempo de apresentação. Após aprovação, as datas foram
devidamente marcadas. Estas, além da exposição de slides foram realizadas
de forma muito dinâmica, com grande participação dos alunos (ouvintes) e com
162
a aplicação de brincadeiras didáticas. As foram distribuídas de acordo com a
disponibilidade de data e horário de cada grupo de Petianos e de cada Colégio.
A equipe de Petianos em cada colégio era formada por pelo menos dois
alunos. Esses dividiram as tarefas de organização de equipamentos e de
alunos atendidos, bem como do conteúdo e das atividades apresentadas. A
atividade em cada grupo de alunos teve duração de aproximadamente 1 hora.
Resultados e Discussão: As apresentações ocorreram de forma satisfatória,
abrangendo cerca de 360 alunos desde o ensino fundamental, os quais
assistiram às palestras de primeiro grau, até o ensino médio com as de
segundo grau. Nas palestras do primeiro grau, houve bastante participação das
crianças, o que proporcionou um aprendizado recíproco, pois as dúvidas
destas foram sanadas e os palestrantes puderam ter indicativos de como a
comunidade se comporta em relação ao tema e à Zootecnia. Além disso, houve
interação destes alunos com palestrantes externos (Petianos), desenvolvendo
nos primeiros a vontade de seguir com os estudos e um dia vir a ser um
profissional que trabalha com animais. No que se refere ao segundo grau, foi
constatado maior esclarecimento e entendimento sobre o curso de Zootecnia.
Além disso, percebeu-se a contribuição para a escolha de mais um curso de
graduação para futuros profissionais. Muitos tinham dúvidas sobre as
atividades de Zootecnistas frente a de Veterinários e Agrônomos. Outra parte
desconhecia a profissão e arriscava a dizer que eram profissionais que
trabalhavam exclusivamente em Zoológicos. Ponto forte ocorria quando era
mencionado o exemplo de Zootecnistas que se destacam na mídia, a exemplo
do Dr. PET (Alexandre Rossi). O êxito do projeto é verificado também pela
demanda de representantes dos Colégios para retorno em anos anteriores e no
aprendizado de Petianos frente as atividades de pesquisa, ensino e extensão.
As dificuldades encontradas para a execução deste projeto se retiveram, na
aceitação inicial de Colégios para o desenvolvimento da atividade, já que em
momento seguinte, após a primeira recepção, essa dificuldade é sanada.
Conclusões: Com o término deste projeto, concluiu-se que o contato
estabelecido entre a universidade e a comunidade externa foi de grande
importância, alcançando os objetivos previamente propostos.
163
REFERÊNCIAS
BROOM, D.M. Indicators of poor welfare. British Veterinary Journal, London, v.142, p.524-526, 1986. BENTHAM,Jeremy. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação, 1789. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979. ZOOTECNIA, UFSM. http://w3.ufsm.br/zootecnia/index.php?option=com_ content &ta sk=view&id=13&Itemid=40.
.
165
CAPACITAÇÃO EM MICROSOFT OFFICE WORD E EXCEL COM ÊNFASE PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
Alisson Renan Svaigen1, Ana Letícia Mania Feijó, Beatriz Drozino, Carolina Helena Ambrósio Dias, Diogo TakayukiMurata, Felippe Fernandes da Silva, Filipe Gomes Genu, Giuseppe Portolese, LaillaMilainny Siqueira Bine, Luiz Henrique Costa Davantel, Matheus MasseronSell, Max NaegelerRoecker,
Mônica TonelliMichaliszen, Nathan SiegleHartmann, Nikaelly Vieira de Lima, Vanderson Martins do Rosário, Luciana Andréia FondazziMartimiano.
Palavras-Chave: ensino, acadêmico, trabalho científico.
O ambiente acadêmico do ensino superior é respaldado por normas
estabelecidas, que devem ser atendidas pelos docentes e discentes. Dentre as
atividades realizadas pelos discentes, há a produção de trabalhos acadêmicos.
Segundo SIENA (2006), “a elaboração de trabalhos acadêmicos faz parte da
formação de pessoas capazes de pensar e agir frente a problemas práticos e
científicos”. A normalização da atividade de produção de trabalhos acadêmicos
é necessária para atribuir um critério de avaliação igual aos trabalhos
acadêmicos nas diferentes áreas do conhecimento. Na educação superior a
norma é estabelecida como um meio de definir direitos e deveres, sendo que
os regimentos normativos institucionais preveem questões de ampla
abrangência (FREITAS, 2012). A necessidade de se normatizar e normalizar as
diretrizes da autoria nas IES (Instituição de Ensino Superior) é um processo
percebido diante dos acontecimentos de infração intelectual nos trabalhos
acadêmicos. Os alunos têm dificuldades em normalizar seus trabalhos, com
receio de que o mesmo não esteja adequado. Sabe-se de antemão que as
normas não devem ser a principal preocupação na produção de um trabalho
acadêmico, é sempre necessário primar pelo conteúdo e pela originalidade.
Neste contexto, este trabalho tem como finalidade apresentar e analisar os
procedimentos, técnicas e assuntos abordados pelo PET-Informática na
realização da Capacitação em Microsoft Word e Excel com ênfase para escrita 1Alisson Renan Svaigen, Ana Letícia Mania Feijó, Beatriz Drozino, Carolina Helena Ambrósio Dias, Diogo TakayukiMurata, Felippe Fernandes da Silva, Filipe Gomes Genu, Giuseppe Portolese, LaillaMilainny Siqueira Bine, Luiz Henrique Costa Davantel, Matheus MasseronSell, Max NaegelerRoecker, Mônica TonelliMichaliszen, Nathan SiegleHartmann, Nikaelly Vieira de Lima, Vanderson Martins do Rosário, Tutora ProfªDrª Luciana Andréia FondazziMartimiano.Endereço Eletrônico: [email protected]
166
de trabalhos acadêmicos. A capacitação foi realizada com os alunos do
Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Estadual de Maringá no
ano de 2012. O principal objetivo foi capacitar esses alunos na criação de
trabalhos acadêmicos por meio das ferramentas citadas, seguindo as normas
da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), sanando as dificuldades
enfrentadas pelos mestrandos. A ideia de se realizar a capacitação partiu do
Programa de Mestrado em Psicologia, sendo que os alunos apresentaram suas
dificuldades em obter o conhecimento técnico de ferramentas necessárias para
a elaboração de seus trabalhos acadêmicos, no caso, dissertações. Tendo em
vista tais aspectos, o PET-Informática realizou a capacitação, tendo como
enfoque o aprendizado de “estilos prontos” e manipulação de planilhas
eletrônicas. O uso das planilhas eletrônicas é feito, principalmente, para
construção de gráficos e análises estatísticas básicas partir de dados coletados
nas pesquisas realizadas pelos alunos. A capacitação foi executada com carga
horária total de 15 horas, sendo subdividida em cinco dias de aulas: 15 e 29 de
outubro; 5,12 e 19 de novembro, sempre no período noturno. O conteúdo foi
preparado pelos próprios petianos, aos quais coube pesquisar sobre os
referidos tópicos, preparar material e ministrar o conteúdo. A partir da análise
da relevância e importância dos tópicos, foram definidas nove horas de aulas
para o Microsoft Word, e seis horas para o Microsoft Excel. Os participantes
foram responsáveis por levar as ferramentas já pré-instaladas em seus
notebooks, pois o PET-Informática não pôde disponibilizá-las aos alunos
devido às restrições técnicas dos laboratórios do Departamento de Informática
(que tem por política o uso de software livre preferencialmente). Os petianos
realizaram as pesquisas em manuais e apostilas livres disponíveis na Internet,
aplicando o conhecimento adquirido nos próprios softwares. Após as
pesquisas, as aulas foram preparadas com os tópicos necessários, sendo
definido que as aulas de Microsoft Word seriam todas trabalhadas utilizando a
técnica de “seções”, tornando então, as aulas inteiramente práticas. Na
primeira aula, foram abordados os tópicos “Interface do Microsoft Word” e
“embasamento teórico de normas para trabalhos acadêmicos”. Na segunda
aula, foi finalizado o embasamento teórico e iniciada a estruturação de
elementos pré-textuais e textuais. Na terceira aula, foi finalizada a estruturação
de elementos textuais, passando pelo tópico de estruturação de elementos
pós-textuais, finalizando, assim, a parte relacionada ao Microsoft Word. Na
167
quarta aula, foram apresentados os conteúdos básicos referentes ao Microsoft
Excel, como a interface do software,a manipulação de dados em células e a
formatação. Na quinta e última aula, foram apresentados os conteúdos
referente à criação e formatação de tabelas e criação e formatação de gráficos.
A capacitação teve um público médio de 20 participantes. As aulas ocorreram
em salas disponibilizadas pelo Departamento de Informática da Universidade
Estadual de Maringá, sendo que foi utilizado um aparelho multimídia para a
exibição de slides de apresentação de conteúdo. Pode ser visto durante as
aulas, que os participantes conheciam a norma apenas informalmente, e
apresentavam certa dificuldade em utilizar a interface dos softwares e resolver
problemas de lógica básica para manipulação de dados em planilhas
eletrônicas. Foi discutida também, durante as aulas, a questão da real
necessidade de uma norma para realização de trabalhos acadêmicos e até
onde tal fato influi na qualidade do mesmo. Com a realização da capacitação,
concluiu-se que a normalização e a normatização de trabalhos acadêmicos são
consideradas, muitas vezes, um obstáculo na obtenção de uma nota aceitável
do trabalho de mestrado, fato que aflige os alunos. Além disso, esse problema
não é encontrado somente na pós-graduação, ele também aflige os alunos de
graduação durante o desenvolvimento de seus trabalhos de conclusão de
curso. Percebeu-se também que muitos alunos desconhecem as tecnologias
que auxiliam na normalização de um trabalho acadêmico, bem como a sua
manipulação. Após a capacitação, constatou-se que os alunos estavam aptos a
desenvolver o trabalho acadêmico com menos dúvidas no contexto de
normalização e normatização, fazendo com que seus esforços fossem melhor
direcionados ao desenvolvimento da pesquisa em si. A capacitação foi avaliada
como positiva, principalmente pelo fato de englobar a tríade acadêmica, pois o
curso foi realizado para os alunos do Programa de Mestrado de Psicologia
(extensão), os petianos pesquisaram sobre os tópicos abordados (pesquisa) e
aplicaram o conteúdo durante as aulas (ensino). Os petianos puderam
desenvolver o espírito de pesquisa e ensino, evoluindo suas habilidades em
elaborar materiais de ensino, de oratória e de didática.
168
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 14724: Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação. 3ª Edição. 2011. ABNT. NBR 10520: Informação e documentação — Citações em documentos — Apresentação. 2002. SIENA, Osmar. Metodologia da Pesquisa Científica: Elementos para elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. (Dissertação de Mestrado) Fundação Universidade Federal de Rondônia. Porto Velho, RO. 2007. 201p. FREITAS, Talita C. S. F. A Percepção dos discentes sobre as dificuldades na produção de trabalho acadêmico. IX ANPED Sul – Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul. Caxias do Sul, RS. 2012. 13p.
169
COMPUTOUR: ESTENDENDO O EVENTO “INFORMÁTICA POR UM DIA”
Pablo Bizzi Mahmud¹, Eder John Scheid², Gabriel Costa Backes², Marcos Cordeiro d’Ornellas³
Palavras-chave: informática, Ciência da Computação, dúvidas
Introdução: Sabemos que durante o ensino médio não há uma divulgação ou
explanação sobre a maioria dos cursos de graduação. Apenas existem alguns
testes vocacionais que são de pouca ajuda, sendo que o objetivo destes é
apenas informar o aluno qual direção seguir, sem dar a eles uma informação
sobre com o que eles irão lidar durante o período de formação. Devido ao fato
de que, muitas vezes, vestibulandos optam por cursos da área da Informática
sem saber realmente do que se trata, o Computour é um projeto de extensão
que visa o esclarecimento para pretendentes a esses cursos. Com isso, busca-
se retirar dúvidas sobre os três principais cursos de Informática da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM): Ciência da Computação,
Sistemas de Informação e Engenharia da Computação.Objetivos: • Divulgar o Curso de Ciência da Computação; • Aumentar o interesse de alunos do ensino médio para a área da
Informática; • Sanar dúvidas sobre escolha do curso para o Vestibular; • Diminuir as taxa de evasão de alunos do curso; • Auxiliar na apresentação do Campus aos participantes para que, no
futuro, eles já saibam a localização de prédios e instalações pertinentes
aos alunos; • Aproximar o PET às coordenações dos cursos de Informática;
Metodologia: Primeiramente, foi feita a divulgação da atividade em escolas de
ensino médio de Santa Maria, visando especialmente alunos do terceiro ano,
______________________ ¹ Bacharelando do Curso de Ciência da Computação da UFSM - [email protected]; ² Bacharelandos do Curso de Ciência da Computação da UFSM; ³ Eng., Ph.D. Professor da UFSM, tutor do PET Ciência da Computação
170
através de cronogramas com datas e locais de encontro. Em algumas escolas,
tivemos a liberdade de ir nas salas de aula realizar o convite, já outras só nos
deixaram colocar informativos nos murais de avisos. A ideia inicial era reunir
todos os alunos e realizarmos o tour. Nele, aproveitaríamos a oportunidade
para apresentar um pouco da infraestrutura da UFSM, como, por exemplo,
localização da Biblioteca Central, Restaurantes Universitários, Associação dos
Transportadores Urbanos, terminal e pontos de ônibus, entre outros. Optamos
por mostrar isso também para auxiliar possíveis calouros, já que muitas vezes
chegam ao Campus após passar no vestibular e ficam levemente perdidos.
Após essa apresentação inicial, mostramos aos alunos a infraestrutura dos
cursos de Informática. Levamos o grupo aos laboratórios, às salas de aula, ao
Núcleo de Ciência da Computação (NCC) e ao espaço para estudos.
Infelizmente, este tour não pode ser realizado, devido à greve no final do
primeiro semestre, pois tivemos uma incompatibilidade entre nossos horários e
as aulas dos alunos do ensino médio, os quais não foram afetados pela greve.
Para manter uma atividade similar, realizamos uma palestra em duas escolas
da cidade com o objetivo de demonstrar atividades desenvolvidas nos cursos,
bem como explicar sobre o que trata mais especificamente as grades
curriculares. Durante essa palestra, chamada de Informática por Um Dia,
aproveitamos para mostrar alguns exemplos básicos de algoritmos que podem
ser desenvolvidos [CELES, W.; CERQUEIRA R.; RANGEL J. L][CORMEN,
Thomas H. et. al]. Esse foi o momento em que mais recebemos perguntas, com
grande parte dos participantes sanando dúvidas em relação às cadeiras dos
cursos. Em futuras edições, pensamos em convidar os coordenadores, pois
seria bom ouvir dos próprios professores um pouco sobre os outros cursos. No
final, passamos um formulário para que os alunos pudessem avaliar as
palestras e nos informar se tiveram suas dúvidas esclarecidas ou não. Este
método foi escolhido, pois tivemos uma resposta rápida dos alunos, diferente
de um formulário online onde não saberíamos se todos haviam respondido,
além do tempo que demoraria para coletar todas as respostas. Resultados e Discussão: Considerando que na primeira edição obtivemos um público de
aproximadamente 20 pessoas, através do formulário tivemos um feedback
positivo, com a grande maioria elogiando o evento e explicitando que as
dúvidas foram sanadas. A palestra realizada para o Colégio Técnico Industrial
de Santa Maria foi realizada no Centro de Tecnologia, devido a escola ser no
171
prédio ao lado. Já a palestra para o Colégio Coração de Maria foi realizada na
própria instituição. Caso o tour fosse realizado, o ponto de encontro definido
seria de fácil localização: o arco de entrada do Campus da UFSM. Optamos
por ele, pois alguns poderiam não saber onde está localizado o Centro de
Tecnologia. Poderiam existir outros empecilhos, como por exemplo, esquecer
de verificar a disponibilidade de um laboratório para o dia. Apesar de ele estar
sendo utilizado, o professor pode nos dar alguns minutos para apresentar o
trabalho, fazendo com que nada mais, além disso, comprometesse seriamente
as atividades. Foi feita uma análise dos dados disponibilizados pela
coordenação do Curso, a fim de verificar se existe uma menor evasão ao longo
dos anos. O período de análise foi feito por turmas, as quais ingressaram no
período entre 2009 e 2012. O resultado foi o seguinte:
Ø Turma de 2009
§ Abandono: 7,9 %
§ Classificado e Não Matriculado: 2,6%
§ Formado: 7,9%
§ Cancelamento: 7,9%
§ Aluno Regular: 71%
§ Transferido: 2,6%
§ Total de alunos: 38
Ø Turma de 2010
§ Abandono: 19%
§ Classificado e Não Matriculado: 0%
§ Formado: 0%
§ Cancelamento: 4,8%
§ Aluno Regular: 76,2%
§ Transferido: 0%
§ Total de alunos: 42
Ø Turma de 2011
§ Abandono: 12,9%
§ Classificado e Não Matriculado: 0%
§ Formado: 0%
§ Cancelamento: 5,1%
§ Aluno Regular: 82%
§ Transferido: 0%
172
§ Total de alunos: 39
Ø Turma de 2012
§ Abandono: 0%
§ Classificado e Não Matriculado: 10,9%
§ Formado: 0%
§ Cancelamento: 0%
§ Aluno Regular: 86,9%
§ Transferido: 0%
§ Falecimento: 2,17%
§ Total de alunos: 46
Com isso, vemos que a evasão teve um decréscimo em relação aos anos de
2010 e 2011, caindo de 19% para 12,9%. Além do Computour, outras
atividades do PET puderam contribuir para que esse decréscimo ocorresse,
como Tópicos de Apoio que auxiliam os graduandos em matérias iniciais e
Minicursos que promovem o uso de tecnologias não explicadas em sala de
aula. Conclusões: Com tudo o que foi apresentado, concluímos que a
iniciativa de realizar o Computour foi bem aceita pelas escolas. Embora o
projeto em sua totalidade acabou não podendo ser realizado, o divulgamos em
mais de cinco escolas, sendo que duas delas aceitaram mudar para o
Informática por Um Dia. Anteriormente, o número de desistência por parte dos
alunos matriculados no primeiro semestre do curso era bastante elevada.
Entretanto, após a realização do projeto, esse número diminuiu, provando ser
uma ótima ideia para combater a evasão nos semestres iniciais. Para futuras
edições, estamos planejando convidar escolas de fora de Santa Maria. Mas,
com isso, teremos que melhorar o planejamento, talvez realizando as
atividades em vários dias e dividindo os interessados em grupos, para melhor
deslocamento dentro do Campus.
REFERÊNCIAS
CELES, W.; CERQUEIRA R.; RANGEL J. L. Introdução a Estruturas de Dados. Editora Campus, 2004; CORMEN, Thomas H. et. al. Algoritmos: Teoria e Prática. Editora Campus, 2002;
173
EU SOU UM ANALISTA DE TI
André Luiz Faverzani Martins¹, Bernardo Petry Prates¹, Camila Hübner Brondani¹, Darciele A.Zilio de Souza¹, Deise de Brum Saccol²,
*Douglas Henrique Haubert¹, José Carlos Puiati Pires¹, Leonardo Naysinger Machado¹, Leonardo de Oliveira Nicorena¹,
Rodrigo Castro Gil¹, **Rodrigo Comassetto da Silva¹, Tobias Senger¹ [email protected]
Curso de Sistemas de Informação 1,2Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, RS
Palavras-Chave: informática, divulgação, evasão
INTRODUÇÃO: A atividade “Eu sou um Analista de TI” do grupo PET-SI
(Programa de Educação Tutorial do Curso de Sistemas de Informação) tem por
objetivo organizar ações interativas com os estudantes de escolas da cidade.
Com esta atividade, espera-se estimular a vinculação do grupo às áreas
prioritárias e às políticas públicas e de desenvolvimento, assim como a
correção de desigualdades sociais, através da uma maior divulgação dos
cursos da área de Computação da UFSM junto às escolas de ensino médio da
cidade e da região. Também é esperada a diminuição da evasão dos futuros
ingressos ao curso, assim como o fortalecimento dos laços entre a
universidade e a sociedade. O presente trabalho objetiva mostrar como esta
atividade foi desenvolvida no ano de 2012 e o que esta trouxe de benefícios
para o Curso de Sistemas de Informação e para os estudantes. OBJETIVOS
O objetivo geral desse trabalho consiste em direcionar alunos interessados em
prestar vestibular para cursos na área de Computação ao curso que mais se
encaixe com o seu perfil, proporcionando conhecimento sobre os cursos da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e sanando dúvidas dos alunos.
Os objetivos específicos do trabalho incluem:
• Divulgar o curso de Sistemas de Informação;
• Motivar os alunos que desejam entrar no curso;
• Criar um elo entre alunos, coordenação, professores e PET;
1 Graduando em Sistemas de Informação; ²Tutora Doutora em Ciência da Computação; *[email protected]; **[email protected];
174
• Estimular a vinculação do grupo às áreas prioritárias e às políticas
públicas e de desenvolvimento.
• Diminuir a evasão dos cursos de informática;
• Elucidar os interessados na escolha de um curso na área da informática.
METODOLOGIA: O desenvolvimento desta atividade ocorreu no decorrer do
primeiro semestre letivo de 2012, buscando formas de divulgar à pessoas que
tenham por interesse cursar um curso na área de Computação e se fazem
indecisos quanto à escolha, ou que tenham dúvidas quanto o direcionamento
de cada um na área de TI. Primeiramente os alunos integrantes do grupo PET-
SI efetuaram um planejamento geral da atividade e entraram em contato com
as coordenações dos cinco cursos na área de informática da UFSM (Sistemas
de Informação, Ciência da Computação, Engenharia da Computação,
Tecnólogo em Sistemas para Internet e Tecnólogo em Redes de
Computadores). Após foram efetuados os convites (oralmente e/ou através de
cartazes) a possíveis interessados pela ação dentro da cidade de Santa Maria,
sendo o público alvo alunos de: escolas de ensino médio; cursos de pré-
vestibular; e cursos técnicos direcionados à informática. Por fim, a atividade foi
executada no Auditório Pércio Reis no Centro de Tecnologia da UFSM,
contando com a presença de Patrícia Pitthan Barcelos, representando o curso
de Sistemas de Informação; Benhur Stein, representando o curso de Ciência
da Computação;Mateus Beck Rutzig, representando o curso de Engenharia da
Computação; Rosiclei Aparecida CavichioliLauermann, representando o curso
de Tecnólogo em Sistemas para Internet; e Walter Priesnitz Filho,
representando o curso de Tecnólogo em Redes de Computadores.Dentre as
características apresentadas estavam: tempo de curso, grade curricular, áreas
de atuação, objetivos do curso, possibilidades na área acadêmica,
direcionamento do curso, oportunidades de atividades extraclasse, período de
ingresso e mercado de trabalho. Após o termino da atividade foram distribuídos
folders produzidos pelo curso de Sistemas de Informação em conjunto com o
grupo PET, expondo informações relevantes sobre o curso. Também foram
recolhidos os e-mails e assinaturas dos participantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Esta atividade traz consigo duas ramificações distintas de
resultados identificados após sua execução. A primeira foi obtida através da
análise das respostas dos participantes em formulários de avaliação enviados
para seus e-mails. A segundafoi feita através da análisedo percentual de
175
evasão dos ingressantes no curso após as duas edições da atividade (nos
anos de 2011 e 2012). Na análise dos dados levantados através dos
formulários de avaliação, constata-se um bom aproveitamento dos
participantes do evento. Através da aplicação de perguntas (seguindo os
preceitos da Escala Likert de cinco pontos), identificaram-se respostas tidas
como muito importante ou importante em questões sobre a relevânciada
atividade ao público alvo e para sua escolha profissional. Também foram
elaboradas perguntas dirigidas a avaliar os condutores da atividade, segundo
os critérios de qualidade e intensidade de interação, organização e domínio na
apresentação, sendo estas em sua totalidade avaliadas em alto grau. Através
da analise dos níveis de evasão do Curso de Sistemas de Informação do ano
de 2009 (ano de criação do curso) a 2012, pode-se obter um resultado positivo
da atividade para o curso. Os percentuais são mostrados a seguir:
• Ano de 2009: 42,5% de evasão.
• Ano de 2010: 23,81% de evasão.
• Ano de 2011: 11,9% de evasão.
• Ano de 2012: 6,82% de evasão.
Convém ressaltar que o grupo PET-SI foi criado no final do ano de 2010, e
desde então os índices de evasão vêm caindo consideravelmente. Efetuando
uma comparação entre o ano de 2012 com o ano de 2009, houve uma queda
de mais de 82% na taxa de evasão, passando de 17 alunos em 2009, para
apenas 3 alunos em 2012. Estes dados atestam o trabalho de ótima qualidade
que o grupo PET-SI vem desenvolvendo junto ao curso de Sistemas de
Informação, e justificam o esforço realizado pelos membros do grupo, em
parceria com a coordenação, professores, colaboradores e corpo discente da
instituição. CONCLUSÕES: Esta atividade atuou sobre o público que prestará
o processo seletivo da UFSM, que poderá futuramente ingressar na graduação
já possuindo certo conhecimento sobre as áreas de atuação de um profissional
da área da Computação. Os cursos da área de informática geralmente
registram um alto índice de evasão (SBC, 2013). Como a UFSM conta com
cinco cursos superiores na área de computação, os alunos que realizarão o
processo seletivo, interessados na área, não sabem as diferenças entre eles no
momento da escolha de curso na inscrição do processo seletivo. Assim,
evidenciou-se que esta atividade foi fundamental para esclarecer as diferenças
entre os cursos para o público interessado. Também se obteve uma maior
176
divulgação dos cursos da área de Computação da UFSM junto às escolas de
ensino médio, cursos pré-vestibulares e cursos técnicos da cidade e da região.
Além disso, esta atividade também contribuiu na conscientização do bolsista
PET como agente modificador do meio e de sua responsabilidade social.
Trouxe como contribuições o estabelecimento de um contato sistemático, não
só com a comunidade acadêmica como um todo, mas principalmente com a
comunidade externa à universidade, promovendo a troca de experiências em
um processo crítico de mútua aprendizagem.
AGRADECIMENTOS: Coordenações dos cursos de Sistemas de Informação,
Ciência da Computação, Tecnologia em Sistemas para Internet, Engenharia da
Computação e Tecnologia em Redes de Computadores. Escolas e cursos
técnicos da região.
REFERÊNCIAS
SBC. Educação Superior em Computação Estatísticas – 2011. Porto Alegre, RS. Disponível em <http://www.sbc.org.br/index.php?option=com_jdownloads&Itemid=195&task=finish&cid=306&catid=39>. Acesso em 10/04/2013.
177
GINCAMAT – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Bruna Stail1, Claiton Müller¹, Cristiana Pilatti¹, Ediana Cimadon¹, Giovana de Oliveira¹, Letícia Tres¹,Luana Lazzari¹, Maiqueli Schimdt¹, Marcos Pinheiro de
Lima¹, Milena Poloni Pergher¹, Rodrigo Zanette¹, Tatiane Maria Romio¹, Wagner Rogério Costa Barbosa¹, Julhane Alice Thomas Schulz2
Palavras-chave: Conceitos Matemáticos. Gincana. Integração.
INTRODUÇÃO: Este trabalho tem por finalidade relatar experiências sobre a
primeira GincaMat – Gincana Temática de Integração e Matemática, realizada
pelo grupo PET (Programa de Educação Tutorial) Matemática, no dia vinte e
seis de Outubro de 2012, nas dependências do Instituto Federal de Educação
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Câmpus Bento Gonçalves
contando com a presença de cinco escolas da Rede Pública de Ensino dos
municípios de Bento Gonçalves e Monte Belo do Sul, totalizando 60 alunos de
sétima e oitava séries do Ensino Fundamental. Cabe salientar, que foram
escolhidos alunos de sétima e oitava série somente pelo fato de tornar a
gincana igualitária, além de proporcionar que as referidas escolas possam
participar em todas as edições da gincana, mas sempre com alunos diferentes,
oportunizando assim que todos participem da atividade em anos diferenciados.
O conhecimento da Matemática vai além do desenvolvimento de habilidades,
visa a criação de estratégias, possibilitando aos educandos a construção de
significados quanto as ideias matemáticas, “[...] de modo a se tornar capaz de
estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. Uma das possíveis
metodologias que permitem a consecução desses objetivos é a inserção de
jogos no ambiente escolar.” (GUIRADO, p.10, 2010). A referida atividade
consistiu em utilizar conceitos matemáticos em uma Gincana, envolvendo
educandos de escolas do interior das cidades anteriormente citadas, com o
objetivo de oferecer uma atividade que oportunize vivências novas e
agregando novas metodologias no processo de ensino e aprendizagem, visto
1 Bolsistas do Programa de Educação Tutorial (PET) Matemática e Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática do IFRS – Câmpus Bento Gonçalves - [email protected]. 2 Tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) Matemática e Professora Doutora do Curso de Licenciatura em Matemática do IFRS – Câmpus Bento Gonçalves.
178
que para essas escolas, devido ao deslocamento, participar de atividades
desse cunho torna-se muitas vezes difícil. Metodologia: O tema escolhido fez
referência a Uva e o Vinho, produtos típicos da nossa região. Estes estiveram
presentes nas tarefas realizadas ao longo do dia. Para a realização da gincana,
o Grupo PET Matemática foi dividido em grupos, sendo que, três
representantes escolhidos pela tutora, ficaram responsáveis pela organização e
distribuição das atividades. A elaboração das tarefas competiu a todos os
petianos, sendo que as mesmas eram sobre Matemática, mas sempre
envolvendo o tema principal da gincana. Cada escola estava representada por
uma cor (amarelo, azul, vermelho, laranja e preto), sendo que os participantes
estiveram identificados com braçadeiras com sua respectiva cor. Essas
braçadeiras foram confeccionadas com tecido e facilitaram a identificação dos
participantes. O ginásio esteve dividido em QGs centrais para acomodação e
organização das equipes, sendo que neste espaço eles realizaram grande
parte das atividades. A primeira GincaMat teve seu início as 8h30min e seu
término as 14h. Uma das primeiras atividades consistiu na escolha de um
representante de cada escola que seria responsável pela busca e entrega das
tarefas. A gincana foi composta de 13 tarefas, tais como: Escultura de Rolhas:
nessa atividade o responsável pela elaboração da Escultura foi o professor de
Matemática da escola e um aluno da equipe. Usando somente rolhas usadas e
cola quente, tinha-se por objetivo a construção de uma obra artística,
utilizando-se da criatividade dos participantes em unir a Matemática com o
tema proposto que era a Uva e o Vinho. Resultados e discussões: Os
resultados dessa atividade foram esculturas únicas, que estão expostas na sala
do Grupo PET Matemática. O Problema de Bepi: consistia em um desafio
aplicado nas áreas da Enologia, Viticultura e Matemática com o intuito das
equipes trabalharem com medidas e probabilidade. Gira a Tabuada: essa
atividade foi um momento de descontração, na qual os participantes tinham por
objetivos responder a tabuada pedida pelo responsável da atividade e ao
mesmo tempo girar, com a cabeça apoiada em um cabo de vassoura. Para
pontuar, o aluno deveria acertar toda a tabuada pedida e ainda chutar uma bola
no gol. Memória Geométrica: esse jogo exigiu dos alunos conhecimentos sobre
a nomenclatura das figuras geométricas para poderem jogar. Pula Corda
Matemática: enquanto um aluno pulava corda, ele respondia a questões
diferenciadas mostrando destreza e habilidades em conteúdos matemáticos.
179
Taça de Vinho: nesta atividade o grupo observou 10 taças de vinho, com
tamanhos diferentes, mas com a mesma quantidade (em ml) de suco de uva
exceto uma. Baseando-se nas suas noções quantitativas e no intuito deveriam
adivinhar qual das taças havia a quantidade de líquido diferente. Encontre o
Tesouro: para essa tarefa a quadra de areia do IFRS transformou-se em um
plano cartesiano, onde foram enterrados tesouros com pontuação bônus; a
partir de desafios entregues, deveriam encontrar o ponto e desenterrar o
tesouro. Essas e outras atividades fizeram com que a GincaMAt oportunizasse
aos alunos e professores das escolas visitantes a participação em uma
atividade diferenciada na qual puderam integrar o seu conhecimento
matemático a um momento de descontração e divertimento, aliado ao
aprendizado, o que ocasionou na efetiva participação dos mesmos em todas as
atividades propostas. As atividades se desenvolviam através de equipes,
compostas estas, pelos alunos e professores de cada escola, o que
proporcionou a eles momentos de integração, discussão e estudo,
desencadeando assim habilidades e competências, como o trabalho em
equipe, a organização, liderança, agilidade, criatividade, raciocínio e
formulação de estratégias nas atividades propostas. Conclusões: O contato
com a realidade de ensino da região e a prática pedagógica favoreceu os
bolsistas do Grupo PET Matemática tanto no âmbito acadêmico quanto
institucional. As atividades proporcionaram diferentes experiências e visões de
novas propostas didáticas, complementando assim na formação dos petianos.
Além disso, o contato com professores, a integração com outros acadêmicos
do curso e alunos de outras bolsas do campus favoreceu o aprendizado, além
de integrar todos os alunos em atividades diferenciadas. Ao concluir esta
atividade, percebemos que os alunos participantes desenvolveram todas as
tarefas de cunho matemático com entusiasmo e dedicação. Entendemos que
este tipo de atividade rompe com o clima da rigidez e formalismo que muitas
vezes predomina durante uma aula de matemática. Ao findar todas as
atividades relacionadas com a gincana, avaliamos que este processo foi muito
positivo, por alcançar os objetivos propostos. Cabe mencionar que, em muitas
tarefas, os alunos demonstraram um pouco de dificuldade em alguns conceitos
matemáticos, reflexo esse do ensino, um tanto deficitário, ou ainda, pelos
preconceitos que os alunos têm da disciplina de Matemática. Acredita-se que
proporcionar atividades diferenciadas para os alunos ajuda os mesmos a
180
perder o bloqueio referente aos conteúdos matemáticos e a começar a ver a
Matemática com outros olhos.
REFERÊNCIAS BARBOSA, Daniel de Freitas. Para que a matemática hoje. In: Revista Temas e Debates. Santa Catarina: SBEM, 1994.
GUIRADO, João C. et al. Jogos: um recurso divertido de ensinar e aprender Matemática na Educação Básica. Maringá: UEM, 2010.
KRUSE, Fábio; CHEMALE, Elena H. Curiosidades Matemática. 2. ed. Novo Hamburgo: FEEVALE, 2005.
181
MINICURSOS PET MATEMÁTICA: INSTRUMENTALIZANDO ACADÊMICOS DO CURSO DE MATEMÁTICA DA UFSM NA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES
MATEMÁTICOS LIVRES
Vagner Weide Rodrigues1, Alessandra Kreutz, AngelaMallmannWendt, Bruna Silveira Pavlack, Débora Dalmolin, EdinéiaFilipiak, Eduardo Buriol de Oliveira,
Fernanda Ronssani de Figueiredo, Fernanda Somavilla, Gláucia Lenita Dierings, Lauren Maria MezzomoBonaldo, Laura Dalmolin, Luana Kuister
Xavier, Matheus Bordin Marchi2, Prof. Dr. Antonio Carlos LyrioBidel3
Palavras-chave: minicursos, matemática, softwares livres.
INTRODUÇÃO: Com a crescente intervenção da tecnologia no nosso cotidiano
e, consequentemente, no contexto educacional, um dos principais desafios que
se apresenta aos educadores, independente do nível de ensino em que
trabalham, é àquele que se refere à inserção destas tecnologias em sala de
aula. Faz-se necessário cada vez mais vislumbrá-las como ferramentas
auxiliares e motivadoras de um processo de ensino E DE aprendizagem mais
qualificado da matemática, não somente na Educação Básica e no Ensino
Médio, mas também no Ensino Superior. Pensando nestas questões, desde
2008, o Grupo PET Matemática da UFSM, desenvolve a atividade Minicursos
PET-Matemática que já está na sua 5ª edição. A atividade consiste preparar,
divulgar e dinamizar minicursos de softwares matemáticos livres à comunidade
acadêmica do Curso de Matemática. Tal atividade torna-se, tanto para petianos
como para os acadêmicos participantes, um auxílio à compreensão dos
conteúdos da graduação, uma vez que permite analisar não só algébrica, mas
também, geometricamente resultados obtidos em sala de aula. Desta forma,
um dos seus maiores objetivos também é proporcionar o contato dos
acadêmicos as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs),
estimulando não só a utilização de diferentes ferramentas para o
enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem, mas também a
melhoria do curso de graduação no qual o grupo está inserido. Oferecidos
preferencialmente para os acadêmicos do curso de Matemática da UFSM,
1.Acadêmico do Curso de Matemática – UFSM e integrante do grupo PET Matemática, [email protected] 2 Acadêmicos do Curso de Matemática – UFSM e integrantes do grupo PET Matemática; 3 Orientador do trabalho e tutor do grupo PET Matemática.
182
anualmente, são ofertados quatro minicursos com carga horária de 10 horas,
devidamente certificados pela coordenação do curso. Em 2012, no primeiro
semestre, foram ofertados os minicursos Noções Básicas de Cálculo e
Geometria Plana com o Geogebrae Introdução ao MATLAB (20 vagas cada
um), enquanto que no segundo semestre do ano, foram ofertados os
minicursos Noções básicas sobre o editor de textos Matemáticos Latexe
Maxima(30 vagas cada um). OBJETIVOS: Em um primeiro momento, a
atividade visa qualificar a formação dos participantes, petianos ou não, no que
se refere à discussão e utilização dos softwares livres abordados nos
minicursos como ferramentas auxiliares no processo de ensino e aprendizagem
de matemática. Além disso, pretende que os acadêmicos utilizem os referidos
softwares como ferramenta facilitadora e de apoio para as disciplinas presentes
na grade curricular do curso de matemática. Especificamente, para os petianos,
pretende desenvolver habilidades referentes à linguagem escrita,
proporcionada pela preparação do material didático a ser utilizado como
material de apoio no minicurso, e orais quando da apresentação do minicurso.
Ainda, desde o preparo da atividade até a análise das fichas de avaliação, os
petianos trabalham em conjunto, o que enriquece a experiência destes quanto
ao trabalho em grupo. METODOLOGIA: Os petianos, divididos em subgrupos,
cada subgrupo correspondendo a um minicurso, inicialmente pesquisaram
acerca das potencialidades de softwares livres citados a seguir, e sobre as
vantagens de utilizá-los de maneira a complementar e facilitar o aprendizado
dos conteúdos estudados em algumas das disciplinas presentes na grade
curricular do Curso de Matemática. No primeiro semestre de 2012, foram
ofertados os minicursos Noções Básicas de Cálculo e Geometria Plana com o
Geogebrae Introdução ao MATLAB, enquanto que no segundo semestre de
2012, os minicursos ofertados foram Noções básicas sobre o editor de textos
matemáticos LaTexe Maxima. Os petianos foram responsáveis por elaborar o
material didático ou aperfeiçoar o existente, preparar o material utilizado na
divulgação dos minicursos junto à comunidade acadêmica, gerenciar o
processo de inscrição e seleção para os participantes dos minicursos,
dinamizar os minicursos, confeccionar os certificados dos participantes com no
mínimo 75% de frequência, bem como encaminhá-los para registro junto à
Coordenação do Curso e fazer o estudo e a análise das fichas de avaliação
preenchidas pelos participantes. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Assim como
183
nas demais edições, em 2012 a atividade teve boa receptividade não só por
parte dos acadêmicos do Curso de Matemática, mas também de outros cursos,
tais como Engenharia Civil, Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica.
Durante a realização dos minicursos, destaca-se o grande interesse
demonstrado pelos participantes, uma vez que se tornou possível concretizar
melhor os resultados vistos em sala de aula – em particular, o minicurso
Noções básicas de Cálculo e Geometria Plana com o Geogebra abordou
tópicos como derivação e integração, construção e animação de gráficos,
álgebra linear e geometrias plana e analítica, através de construções e
animações de gráficos no plano. Destaca-se, também, o primeiro contato da
maioria dos acadêmicos participantes com o editor de textos matemáticos
LaTeX – principalmente no que diz respeito a programação -, o que tornou-se
um desafio para muitos, mas nos permitiu analisar a crescente evolução destes
durante o processo de aprendizagem. Ainda, a atividade foi avaliada de forma
positiva durante as Reuniões de Acompanhamento e Avaliação do grupo PET
Matemática – estas reuniões, realizadas mensalmente, objetivam discutir e
avaliar todas as atividades desenvolvidas pelo grupo, a fim de aperfeiçoá-las.
Por fim, de acordo com as fichas de avaliação preenchidas ao final de cada
minicurso, pode-se perceber que a atividade foi satisfatória para os acadêmicos
participantes, em especial, ao que se refere ao material e metodologia
utilizados. Os dois minicursos ministrados no primeiro semestre contaram com
61 inscritos, sendo 24 destes de outros cursos da UFSM – dentre os inscritos,
foram sorteados 20 acadêmicos para participar de cada um dos minicurso,
devido à capacidade do laboratório - e, os dois minicursos ministrados no
segundo semestre contaram com 44 inscritos. Em 2012, o grupo produziu o
total de duas apostilas: DALMOLIN, L.; OLIVEIRA, E. B. de; WENDT, A. M.;
XAVIER, L. K. Noções Básicas de Cálculo e Geometria Plana com o GeoGebra. 2012; DIERINGS, G. L.; KREUTZ, A.; MARCHI, M. B.; PAVLACK,
B. S; VIELMO, S. E. Noções Básicas de Cálculo com o Software Maxima.
2012. CONCLUSÕES: A atividade Minicursos promovida pelo grupo PET
Matemática da Universidade Federal de Santa Maria foi de grande valia, tanto
para os acadêmicos quanto para os petianos ministrantes, uma vez que a
iniciativa contribui para uma formação de qualidade de todos os envolvidos.
Além disso, o aprendizado em softwares matemáticos poderá refletir
positivamente na vida profissional dos acadêmicos, no sentido em que, em sua
184
maioria, serão futuros educadores. O elo, existente entre o grupo PET
Matemática e a comunidade acadêmica do curso, foi fortalecido através da
atividade minicursos, e demonstra a preocupação do grupo PET Matemática da
UFSM com a evasão no curso, já que a atividade tornou-se, também, um
elemento motivador para a permanência e integração dos acadêmicos.
REFERÊNCIAS
SANTA MARIA (RS). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Programa de Educação Tutorial – PET. PET Matemática – Universidade Federal de Santa Maria. Planejamento Anual de Atividades – 2012. Santa Maria,2012. 06p. SANTA MARIA (RS). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Superior. Programa de Educação Tutorial – PET. PET Matemática – Universidade Federal de Santa Maria. Relatório Anual de Atividades – 2012. Santa Maria, 2012. KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.
185
OPERAÇÕES COM CALCULADORA CIENTÍFICA NO CURSO DE QUÍMICA
Kaio Vinícius Bernardo de Oliveira1, Silvio Sandro Henich1, Michel Cleberson Bernardo de Almeida1, Karlos Eduardo Pianoski1, Thaises Cristina Santana
Carneiro, Elisa Aguayo da Rosa22.
Palavras-Chave: Minicurso, Matemática, Calculadora.
Introdução: Em épocas remotas, as únicas ferramentas de execução de
cálculos eram as mãos do homem, importantes para a contagem de unidades
de rebanho, da quantidade de cerâmicas e outros itens manufaturados básicos
para a sobrevivência. Com o desenvolvimento do comércio e da moeda, várias
ferramentas para o cálculo foram desenvolvidas como o ábaco, a régua,
tabelas de listagem, entre outros; sendo que, com a ascensão científica, foi
necessária a criação e desenvolvimento de ferramentas mais precisas e
funcionais para a execução dos cálculos mais complexos (Guelli, 2000).
Atualmente, as calculadoras comuns, científicas, computadores e outros
instrumentos de calcular têm acompanhado os estudantes em vários níveis de
escolarização e já são consideradas ferramentas de apoio ao trabalho
realizado pelo professor. Além do mais, conforme relata Baldin e colaborador
(2001), trata-se de um instrumento que é fácil ser familiarizado e adaptado em
sala de aula. Porém, uma das grandes dificuldades encontradas por alguns
discentes ingressantes em cursos de ciências exatas, na graduação, é a
habilidade de manusear as calculadoras científicas durante a execução de
operações matemáticas. A ausência de conhecimento sobre as funções dessa
ferramenta pode resultar em obstáculo na aprendizagem de certos conceitos,
matemáticos e/ou químicos e, de mesmo modo, torna-se necessário que no
momento do ensino o professor dedique tempo extra de aula para orientar seus
alunos no comando dessas funções. Para tentar suprir esta carência e,
também, a fim de promover um melhor aproveitamento dos conteúdos
programáticos das disciplinas da grade curricular, o grupo PET propôs o
minicurso intitulado “COMO REALIZAR OPERAÇÕES MATEMÁTICAS
1Acadêmicos do curso de Química; Endereço Eletrônico do Relator: [email protected] 2Orientadora Dra. Elisa Aguayo da Rosa.
186
DIRETO NA CALCULADORA” para os acadêmicos da primeira série do curso
de Química da UNICENTRO. Objetivos: Aprimorar as habilidades dos alunos
de graduação na execução de cálculos e funções matemáticas, a partir da
oferta de um minicurso sobre operação de calculadoras científicas em geral; e
desenvolver a didática dos alunos petianos envolvidos. Metodologia: Os
alunos integrantes do grupo PET, em parceria com os professores de
graduação do curso de Química, ministraram um minicurso a partir de material
escrito pelos próprios petianos sobre operações matemáticas básicas em
calculadoras científicas. Com a disponibilização de horários pelos professores,
o minicurso foi ministrado no dia 13 de março de 2013, durante o período de
aula da disciplina de Química Geral, tanto para os ingressantes do curso
Bacharel – Diurno quanto do curso de Licenciatura - Noturno; mediante a
utilização de data show, quadro e giz e resumos impressos que incluíam
exercícios de aplicação. A avaliação da atividade foi de cunho qualitativo,
sendo que foi verificada a opinião dos alunos e dos professores sobre a
atividade desenvolvida. Resultados e discussão: Por meio deste minicurso foi
possível explorar, com os acadêmicos de primeira série do curso de Química, a
calculadora e seus comandos: logaritmo, exponencial, função inversa, modo
SD, modo REG, modo LIN, operações com memória; sendo que, os alunos
puderam aprender, por exemplo, a calcular o desvio padrão de amostras e a
encontrar os coeficientes angulares e lineares de retas. Os alunos também
foram instruídos como inserir corretamente os cálculos e funções na
calculadora para não obter resultados errôneos. Foi considerado de extrema
importância dar atenção especial aos passos básicos na utilização da
calculadora, pois, comumente, a maior carência detectada dos alunos se
apresenta na etapa básica, mesmo que ainda estes apresentem algum
conhecimento das operações fundamentais de uma calculadora científica
como: somas, subtrações, multiplicações, divisões, números em base dez, raiz
quadrada, função inversa, entre outros. Ainda foram explorados com mais
veemência os ícones: raiz quadrada, função elevada ao quadrado e ao cubo,
seno, cosseno, tangente, movimento de casas decimais, abrir e fechar
parênteses. Em especial estas últimas operações citadas foram constatadas
como sendo as de maior dificuldade de execução por parte dos alunos, que
alegaram a falta de contato durante o ensino médio com essas operações.
Além de exercícios de matemática básica e trigonometria, a lista de exercícios
187
elaborada foi composta por alguns exercícios de química analítica quantitativa,
o que tornou o minicurso mais próximo da realidade dos acadêmicos de
química e, também, mais atrativo por apresentar um conteúdo de maior
interesse para eles. Em geral, os alunos se saíram muito bem na resolução dos
exercícios, pois no minicurso foi visado o desenvolvimento da lógica de
operação, de como exatamente escrever as funções e fórmulas propostas ou,
em outras palavras, à medida que era feita a explanação das funções
matemáticas foram direcionadas questões de como os alunos procederiam
para executar os cálculos. Deste modo, com o diálogo, foi possível os alunos
demonstrarem as dificuldades que surgiam nesse primeiro contato com o tipo
de operação; o que resultou em excelente acompanhamento e aproveitamento
por parte dos envolvidos. Ao final do minicurso, também foi mostrado como se
utiliza a calculadora na função estatística e no modo de regressão linear e,
sendo assim, o minicurso tornou-se bastante amplo ao ensino a que se propôs.
A avaliação do minicurso foi baseada no depoimento dos participantes sobre a
atividade desenvolvida, sendo assim um resultado qualitativo; e, de maneira
geral, houve grande aceitação dos alunos, que alegaram ter aprendido o
significado de certas teclas que eram desconhecidas, além de ter
compreendido a importância das funções para o aprendizado de conceitos
químicos. Os professores que cederam o espaço para a apresentação do
minicurso se mostraram contentes e satisfeitos com a mudança do
desempenho dos alunos durante as aulas, em especial as que envolviam a
utilização de calculadoras. Conclusões: A realização do minicurso “COMO
REALIZAR OPERAÇÕES MATEMÁTICAS DIRETO NA CALCULADORA” teve
importante contribuição ao grupo PET-Química da UNICENTRO, pois houve a
troca de conhecimentos, comandos e dúvidas entre os petianos antes do início
da criação do minicurso, ou seja, não apenas os acadêmicos ouvintes foram
contemplados com conhecimento, mas, sim, todo o grupo PET. Esta atividade
unificou a tríade ensino, pesquisa e extensão, já que o tema foi estudado e
investigado, incluindo a busca por sítios e manuais de calculadoras mais
simplificados para promover com eficácia o ensino e a aprendizagem. O ensino
e a extensão foram contemplados pela proposta ser educacional, voltada à
demanda dos estudantes, sendo que conhecimentos foram perpetuados e
materiais foram produzidos, bem como disponibilizados aos envolvidos, para
aplicação no decorrer do curso e, também, num futuro contexto profissional. Os
188
participantes aprovaram o minicurso e relataram estar surpresos com o que
aprenderam, confessando que utilizavam as funções indevidamente e/ou de
maneira mais complexa do que aprenderam com os petianos.
REFERÊNCIAS
BALDIN, Y.Y. e BALDIN, N. Calculadoras gráficas como auxiliar didático no ensino de matemática para as engenharias. Anais-COBENGE, p. 112-118, 2011. CUSTODIO, R.; ANDRADE, J. C. e AUGUSTO, F. O ajuste de funções matemáticas a dados experimentais. Química Nova, vol.20, n.2, p. 219-225,1997. GUELLI, O. Matemática: uma aventura do pensamento. 7ª ed. São Paulo: Ática, 2000. MENEGHETTI, R. C. G. e REDLING, J. P. Tarefas alternativas para o ensino e a aprendizagem de funções: análise de uma intervenção no Ensino Médio. Bolema, vol.26, n.42, p. 193-230, 2012.
189
PET-QUÍMICA DIVULGANDO O CURSO DE BACHARELADO E
LICENCIATURA EM QUÍMICA DA UFPR NO ÂMBITO DA FEIRA DE CURSOS E PROFISSÕES
Bárbara F. S. Razaboni, Dallila B. Alexandre, Felipe Sikora, GisaDacorégio,
Guilherme A. Barbosa, João F. Stival, Milton Carlos Nogueira Junior, Pamela Alves Campos1, Rayta P. Horta, Roger Gonçalves, Talyta B. Alexandre, Tiago
Wacheski e Orliney Maciel Guimarães2 Palavras-Chave:Extensão, Feira de Cursos e Profissões da UFPR, PET-
Química
Introdução: A Feira de Curso e Profissões da UFPR ocorre anualmente na
universidade desde 2004 e é organizada pela Pró-Reitoria de Graduação e
Ensino Profissionalizante com o objetivo de apresentar os cursos de graduação
e atividades relacionadas ao ensino à população (PARANÁ, 2012). Esta feira
tem como principal público os alunos do ensino médio, de escolas públicas e
particulares e é um evento gratuito, aberto a todos: estudantes e seus
familiares, professores, profissionais de educação ou interessados em
conhecer o que a Universidade Federal do Paraná tem a oferecer. Neste
trabalho relatamos uma das atividades de extensão desenvolvidas no âmbito
do Grupo PET-Química da UFPR que consiste na organização do stand do
curso de química na Feira de Cursos e Profissões da UFPR. Esta é uma
atividade do grupo desde a 1ª. Edição da feira que ocorreu em 2004.
Metodologia: Para cada curso é disponibilizado um stand de cerca de cinco
metros quadrados, neste espaço o grupo optou por apresentar alguns
experimentos para aguçar a curiosidade dos visitantes, uma projeção contínua
em multimídia sobre os diferentes laboratórios de pesquisa do Departamento
de Química da UFPR com descrição das pesquisas e fotos, além de banners
contendo informações sobre as atribuições do profissional de química em nível
superior e o campo de trabalho do bacharel e licenciado. Para organizar as
atividades de divulgação do curso o Grupo PET-Química convoca estudantes
de graduação e pós-graduação interessados em participar da atividade. Nesta
reunião são apresentados e discutidos os experimentos que serão
1Licenciando/Bacharelandos em Química pela UFPR/[email protected] 2Doutora em Ciências pela USP e Tutora do Grupo PET-Química da UFPR
190
demonstrados e como explicar ao público visitante os fenômenos observados,
também se discute as principais dúvidas dos visitantes, no que diz respeito à
diferença da atuação do químico e do engenheiro químico na indústria.
Também foram elaborados folders contendo informações sobre o curso diurno
e noturno cotendo a grade curricular, tempo de integralização das disciplinas,
atribuições dos profissionais concluintes de cada modalidade de curso. Outra
possibilidade ofertada aos visitantes é o tour guiado em que os mesmos podem
se inscrever para que ônibus da UFPR os levem em grupos para conhecer os
departamentos de diversos cursos. Neste caso, uma equipe de petianos e
alunos de graduação também se organiza para receber estes estudantes no
próprio Departamento de Química, acompanhando-os nos diversos laboratórios
em que estudantes de pós-graduação os recebem e apresentam rapidamente
as pesquisas que tem sido desenvolvidas por eles. Resultados e Discussão: Em 2012 a feira ocorreu nos dias 14, 15 e 16 de setembro de 2012, na Escola
Técnica da UFPR e contou com a participação de cerca de 55.000 visitantes,
segundo dados da Polícia Militar. As palestras foram proferidas pelo petiano
Tiago Wacheski (14/09/2012), pelo aluno de pós-graduação Diogo Montes
Vidal (15/09/2012) e Guilherme A. Barbosa e Roger Gonçalves (16/09/2012).
Nas palestras foram apresentadas a legislação que ampara a profissão do
químico e do bacharel, o currículo, disciplinas, carga horária do curso, as
atribuições profissionais, as atividades formativas que o Departamento oferece
como: monitoria, iniciação científica, estágio supervisionado, programas de
extensão, iniciação à docência, programa de educação tutorial, programa
Ciência sem Fronteiras, programa permanência, entre outros. Os experimentos
realizados em 2012 foram a pilha de refrigerante, a garrafa azul, a escala de
pH e o fenômeno da fluorescência, os quais são realizados e explicados aos
visitantes que passam buscando informações do stand do curso. Os petianos
também discutem sobre os laboratórios de pesquisa que são projetados no
telão no stand, como oportunidade de atuação profissionail tais como:
Laboratório de Química Ambiental e Nanomateriais, Laboratório de Sensores
Eletroquímicos, de Ecologia Química, Laboratório de Semioquímicos,
Laboratório de Biopolímeros, de Biomassa, do Núcleo de Educação em
Química que desenvolve pesquisas e materiais didáticos para o ensino de
Química na educação básica. Também são apresentados os programas de
Pós-Graduação em Química e de Educação em Ciências e Matemática da
191
UFPR, onde atuam os professores de licenciatura e bacharelado em Química,
como oportunidade de complementar a formação inicial. Através das palestras
e visitas ao stand os petianos buscam incentivar a reflexão sobre os aspectos a
serem considerados na escolha da profissão, as principais dificuldades
encontradas no curso e as estratégias para superá-las. Também tem sido uma
oportunidade para que os estudantes do ensino médio possam compartilhar
suas dúvidas e que obtenham maiores subsídios para a realização de uma
escolha profissional satisfatória. Também destacamos outras contribuições da
atividade pelo grupo que consistem: na melhor interação do grupo e demais
alunos do curso, sejam de graduação e pós-graduação; um melhor
conhecimento sobre o curso e a profissão pelos próprios alunos e petianos e
com a UFPR na divulgação aos visitantes que procuram uma oportunidade
nesta instituição que completou 100 anos de existência. O sucesso da Feira de
Cursos e Profissões da UFPR se deve ao grande apoio de praticamente todos
os cursos da Universidade, cerca de 2.500 professores e alunos que mostram
o valor que a Feira tem para a comunidade interna ao demonstrarem a
satisfação por fazerem uma graduação de qualidade e atender uma demanda
da sociedade. Conclusões: Desta forma, consideramos que esta atividade
atende um dos objetivos do programa de educação tutorial, que visa não
apenas proporcionar aos bolsistas e aos alunos do curso uma gama nova e
diversificada de conhecimento acadêmico, mas assume a responsabilidade de
contribuir para sua melhor qualificação como pessoa humana e como membro
da sociedade.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Informações da Feira de Cursos e Profissões da UFPR, 2012. Disponível em http://www.feiradecursos.ufpr.br/, acessado em 15 de abril de 2013
192
QUI-RELAX: INTERATIVIDADE DE JOGOS APLICADA AO ENSINO DE
QUÍMICA
Ana Paula Reis Santana1, Bruna Rodrigues Salomão1, Daniele Mayara Catori1,Franciel Luiz Schweig1, Hélio Pereira dos Santos Júnior1, Herculys
Bernardo Jorge1, Jessica dos Santos Pizzo1, João Raul Belinato de Souza1, Matheus Ardenghi Peixoto1, Nathalia Mariana Freitas Piveta1, Patrícia Daniele
da Silva dos Santos1, Patrícia Tiemi da Silva1, Silvia Caroline Ferreira dos Santos1, Vagner Roberto de Souza2
Palavras-Chave: Qui-Relax, interatividade, jogos.
Introdução: Os jogos sempre estiveram presentes na sociedade, seja como
elemento de diversão, disputa ou como forma de aprendizagem1. Assim, em
2012 o grupo PET-Química iniciou um novo projeto a fim de ajudar na
divulgação das atividades do grupo para a graduação, além de mostrar a
química de um modo diferente através de jogos interativos. O estilo desses
jogos é semelhante com os encontrados nas ultimas folhas de jornais, que são
denotados como “momento relax”, e como o assunto é química fez-se um jogo
de palavras e assim criou-se o Qui-Relax. Os Qui-Relax são jogos
relativamente simples e com um embasamento químico ajudando no
desenvolvimento e interesse pela área. Recentemente foi publicado a 5ª
Edição, na qual vários exemplares foram impressos e colocados à disposição
do público. A 1ª Edição foi lançada no mês de abril de 2012 com o corpo de um
caça palavras, cada dica remetia a uma aplicação química em aparelhos e
utilitários. A 2ª Edição foi publicada em meados de junho de 2012 em formato
de palavras cruzadas, onde cada dica levava a um elemento ou um composto.
A 3ª Edição foi ao público assim que voltaram das férias, com formato
semelhante ao da 2ª, porém em forma de cruzadinhas. Esta por sua vez, exigia
um conhecimento mais aprofundado em química para se conseguir resolver as
dicas. A 4ª Edição foi um caça “molécula” bem complexo, que exigia do aluno
um conhecimento sobre estruturas e nomenclatura de compostos orgânicos.
Essa edição foi lançada no final de novembro de 2012 com intuito dos alunos
levarem um exemplar para casa. No começo do ano letivo de 2013 foi lançada
a 5ª Edição, este é um jogo no qual os elementos da tabela periódica foram 1Graduandos em Química 2.Graduandos em Química
193
dispostos de maneira a formar nomes próprios. A cada edição do Qui-Relax
estava incluído uma programação de alguma atividade que seria realizada pelo
grupo PET-Química UEM no período correspondente. Objetivo: O trabalho tem
como objetivo levar a comunidade acadêmica, através de jogos relativamente
simples, à descontração e assim despertar nesta o interesse na área da
Química e a divulgação das atividades do grupo PET-Química UEM.
Metodologia: O caça-palavras utilizado na 1ª edição consiste na forma
tradicional do jogo, no qual existe uma grade cheia de letras que formam as
palavras escritas em diversas direções. Cada palavra corresponde a uma dica
fornecida que facilitava a localização da palavra dentro da grade. As cruzadas
utilizadas na 2ª e 3ª edição foram mantidas no formato comum, sem alterações,
de forma que as palavras se ligassem através de uma ou mais letras,
permitindo colocar a palavra correta em seu respectivo lugar. As palavras que
solucionavam as cruzadinhas deveriam ser respondidas através das dicas a
respeito de cada item. Na 4ª edição elaborou-se um caça-moléculas, utilizando
conceito de ligações químicas, geometria molecular e nomenclatura de
compostos orgânicos. Esta edição está em um formato no qual há vários
átomos ligados uns nos outros em diversas geometrias. Para o auxilio deste
problema, foi disponibilizado um texto, que continha nomes dos compostos
para o aluno identificar qual molécula ele deverá encontrar. A 5º edição,
denominada de “Nomes Periódicos”, possui o modelo de um caça palavra,
todavia, as letras foram substituídas por símbolos atômicos da tabela periódica
e estes formavam nomes de pessoas, que deveriam ser encontrados. Quando
prontos, os exemplares são impressos e disponibilizados à comunidade
acadêmica em um mural do grupo no bloco onde são ministradas as aulas
experimentais, esse bloco por sua vez atende diversos cursos da UEM,
ajudando assim no objetivo do trabalho. Resultados e discussão: Desde
lançamento da primeira edição do Qui-Relax, observa-se uma grande
aceitação de toda a sociedade acadêmica, pois os exemplares expostos no
mural se esgotam em um curto período de tempo, além disso, constantemente
o grupo é cobrado pelos graduandos por novos exemplares e novas edições.
Observou-se que desde que o Qui-Relax está sendo publicado e está à
disposição do público, houve um aumento no público nas atividades e um
reconhecimento do grupo PET-Química UEM e também uma maior integração
entre todos do departamento, por causa da troca de informação e há a busca
194
das respostas dos jogos interativos. Na primeira edição, juntamente com o
caça palavras, houve a divulgação do “estudo dirigido”, que é uma atividade do
grupo PET-Química, no qual são lançadas problemas que devem ser
solucionadas pela graduação. Durante o período que antecedia a apresentação
da solução da pergunta, percebeu-se o grande interesse da graduação e pós-
graduandos do departamento de Química em se discutir as perguntas e
soluções para o problema proposto. No dia da apresentação do “estudo
dirigido”, houve um grande público disposto a debater a solução do problema.
A segunda edição, que foi em formato de palavra cruzada, houve a divulgação
dos Workshops, esta atividade contou com a participação de um intercambista,
vindo do Paquistão, que ministrou 3 workshops sobre o espirito empreendedor.
Observou-se que nos dias que aconteceram os Workshops, além do número
elevado de participantes, estes mostraram interessados pela cultura exótica do
palestrante. No início do segundo semestre, juntamente com o lançamento da
terceira edição, estava incluso a divulgação do “InfoQUI”, cujo o objetivo é
ensinar estruturas moleculares e mecanismos orgânicos através do software
ACD/Labs. No dia da execução do projeto “InfoQUI”, observou-se um aumento
no número de participantes comparados as edições anteriores. A última edição
lançada no ano de 2012, a quarta edição, que possuía um modelo de “caça
moléculas” foi uma edição desafiadora, no qual exigia um conhecimento de
estruturas e nomenclatura de compostos orgânicos. Essa edição especial foi
desenvolvida com o propósito dos alunos levarem o jogo para suas casas, para
que mantivessem um contato mais aprofundado com a química, pois este
exigia um embasamento teórico a respeito das estruturas moleculares.
Observou-se que esta edição desafiadora foi a que obteve maior sucesso,
devido ao fato de ser um pouco mais complexa e desaviar o graduando através
de seus conhecimentos químicos adquiridos ao longo do período letivo. A
quinta edição, primeira do ano de 2013, foi um jogo no qual os elementos da
tabela periódica foram dispostos de tal maneira que formem nomes próprios,
houve a divulgação do primeiro seminário intitulado “SextaQUÍ”, atividade do
grupo PET-Química que consiste na apresentação de temas aleatórios na
forma de seminários. Conclusão: Com aproximadamente um ano de execução
do Qui-relax, notou-se uma aceitação acentuada de todo departamento e
também de outros cursos. Além de um momento de descontração, o Qui-Relax
tornou-se um método eficaz de divulgação das atividades do grupo, pois
195
observou-se um aumento do público e informações das atividades que o grupo
vem realizando ao longo do período letivo.
REFERÊNCIAS Cunha, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula, Química Nova na Escola Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO 2012.
196
UMA PRÁTICA DE APOIO PEDAGÓGICO À DISCIPLINA DE BALANÇO DE
MASSA E ENERGIA: MODALIDADE CURSO.
Bruna Naidon Coelho (IC)1, 2, Victor Hugo Jacks Mendes dos Santos (IC)1, 2, Eduarda Borba Fehlberg 1, 2, Vinícius Gonçalves Maciel (PG)2, 3, Wagner
Menezes (PQ)2,4, Marcus Seferin (PQ)2,5.
Palavras Chave: Química, Ensino, PUCRS.
Introdução: Dentro do ensino de disciplinas da área de exatas existe sempre
uma grande dificuldade de respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um dos
estudantes de uma mesma turma. Isso se deve aos mais diversos tipos de
origem e métodos de educação ao que foram submetidos ao longo de sua
trajetória escolar bem como as “deficiências” que foram acumuladas. Porém a
pressão para o vencimento do conteúdo pragmático das disciplinas às vezes
levam a um desequilíbrio entre o conteúdo ensinado e conteúdo assimilado,
fato esse que é evidenciado pelo elevado grau de reprovação que apresentam
algumas disciplinas da grade curricular da Faculdade. O ensino consiste em
uma resposta a um planejamento das exigências naturais do processo de
aprendizagem. Cabe ao professor preocupar-se por acompanhar o
aprendizado dos alunos ao invés de focar no conteúdo que deve ser ensinado,
sendo a aprendizagem resultado da relação aluno-professor (SANTOS, 2001).
A partir da observação do elevado grau de reprovação de algumas disciplinas
da grade curricular da Faculdade de Química da PUCRS o grupo PET-Química
atentou-se para uma demanda de ação no eixo de ensino, e através de
discussão interna chega-se a uma proposta de ação com cunho preparatório
para o público da faculdade, através da criação de uma atividade na forma de
curso. A disciplina escolhida para uma primeira experiência foi a de Balanço de
Massa e Energia, que tradicionalmente apresenta elevado grau de reprovação
e alto índice de desistência. Como palestrantes do curso foram selecionados
alunos com elevado coeficiente de rendimento na disciplina, que com o apoio
de pós-graduandos e orientação do professor da cadeira, definiram as
___________________ 1 Bolsista PET-Química, *[email protected] 2 Faculdade de Química, 3 Pós-Graduação em Ciências e Tecnologia dos Materiais, 4 Mestre em Ciências e Tecnologias dos Materiais, 5 Professor Orientador, Doutor em Química.
197
fronteiras que deveriam ser exploradas para obtenção de melhores resultados.
Para a divulgação do curso, foi montado um esquema conjunto com a
Faculdade de Química e o grupo PET-Química com a utilização de diversos
meios de mídia, como por exemplo: acesso à listagem de e-mails dos
acadêmicos de Química, murais da Universidade e divulgação em meios
eletrônicos dispersos pelo prédio em que se localiza a Faculdade de Química.
Quanto ao material teórico utilizado, que foi de desenvolvimento próprio,
baseou-se nas demandas da disciplina, e foi elaborado para harmonizar com a
metodologia de ensino proposta. A mesma teve por filosofia de que exemplos
próximos da realidade são mais eficazes para assimilar conteúdos complexos e
assim melhorar a eficiência na assimilação de conteúdo. Além disso, a revisão
de conteúdos indispensáveis para a compreensão da matéria, acréscimo
gradual do nível de dificuldade dos exemplos, desenvolvimento de material
expositivo, utilização de outros meios interativos, além de um grupo de apoio
disponível para retirada de dúvidas a qualquer momento durante o curso,
também foram ferramentas de grande importância. Quanto à atividade em si, o
mesmo constitui um módulo de ensino com duração de 8 horas, a ser vencido
durante o período de recesso acadêmico e de realização em dois dias. Devido
à resposta obtida até o momento, o curso está em vias de ir para uma 3ª
edição e já está aberto um projeto de ampliação do mesmo e extensão para
outras unidades da Universidade. Objetivos: Como objetivo externo, o curso
preparatório para a disciplina de Balanço de Massa e Energia tem por objetivo
atender a uma demanda interna da faculdade, a fim de diminuir o elevado
índice de reprovação e diminuir o grau de evasão observado semestralmente
nos últimos anos. Como objetivo interno, busca-se o aperfeiçoamento dos
bolsistas envolvidos para melhorar seus aspectos cognitivos e postura diante
de público. Resultados: Até o momento duas edições do curso foram
realizadas em parceria com a Faculdade de Química e o Laboratório de
Química Industrial. Em ambos as atividades realizadas até o momento houve
uma procura superior à esperada, sendo um total de 20 vagas abertas por
turma até o momento. Para obter retorno, utilizou-se de avaliação baseado em
escala tipo “Likert” de cinco pontos, modelo aceito para a avaliação em
pesquisas de opinião, bem como retorno do professor da disciplina para
acompanhar o desempenho acadêmico dos alunos que realizaram a atividade.
Os pontos que foram avaliados são: a qualidade do evento, o desempenho dos
198
palestrantes, sobre o espaço que foi disponibilizado, sobre seu grau de
satisfação com o curso, se os meios utilizados para divulgação foram
adequados e eficientes, quanto ao tempo de duração e o período em que foi
realizado. Além disso, foi aberto um espaço para sugestões e críticas em geral
sobre a atividade realizada. Como resultados obtidos até o momento têm-se
que todos os alunos que participaram da primeira edição foram aprovados sem
necessidade de realização de provas substitutivas ou exames acadêmicos, os
alunos da segunda turma estão sendo acompanhados pois ainda estão em vias
de concluir a disciplina. Como relato dos bolsistas palestrantes tem-se que a
turma assimilou de maneira satisfatória do conteúdo ministrado, sendo que ao
longo do curso os mesmos apresentaram domínio da matéria através da
realização de exercícios propostos. Como resposta ao questionário, em geral, a
opinião dos alunos manteve-se em média distribuídos entre satisfeito e muito
satisfeito, o que evidencia que a atividade esta se desenvolvendo de maneira
adequada quanto ao atendimento da expectativa dos alunos. Discussão: Apesar dos resultados promissores obtidos com a atividade, o grupo PET-
Química da PUCRS entende que ainda há diversos aspectos que podem ser
evoluídos para futuras experiências de apoio pedagógico ou mesmo
desenvolvimento de outros cursos de cunho próprio. A constante reformulação
do material teórico e expositivo utilizado, remodelagem da maneira com que o
mesmo é ministrado, baseado na demanda do público de cada turma, a
ampliação da carga horária, estudo sobre a criação de um segundo módulo
sobre o tema, inclusão de novos métodos de ensino e estudo de viabilidade de
estender o curso para outras faculdades que tenham incluso a disciplina, são
algumas questões que estão sendo levadas em conta para tomada de decisão
sobre o futuro da atividade. Além dos fatos listados acima como um objetivo
interno visa-se estimular o desenvolvimento pessoal dos alunos em curso de
maneira a haver a continuidade de pessoal capacitado a manter a atividade em
vigência. Conclusão: Como conclusão até o momento tem-se que o curso esta
cumprindo com sua proposta pedagógica, ao mesmo tempo em que serve
como meio de desenvolvimento de pessoal e de divulgação do grupo para a
Faculdade. Há alguns fatos a serem modificados de maneira a adequar-se
sempre à demanda e ao público alvo, mas que até o momento essa
experiência serve como modelo para futuros projetos de criação de cursos,
199
sempre se buscando manter as bases ideológicas do Programa de Educação
Tutorial.
REFERÊNCIAS
FELDER, R. M; ROUSSEAU, R. W. Princípios Elementares dos Processos Químicos, 3ª edição, 2000. HALLIDAY, D; RESNICK,R.,MERRIL, J. Fundamentos de Física, editora LTC, 2008. SANTOS, C. S. O Processo de Ensino-Aprendizagem e a Relação Professor-Aluno: aplicação dos “Sete Princípios Para a Boa Prática na Educação de Ensino Superior”, Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, V. 08, nº 1, janeiro/março 2001.
201
AÇÕES DE EXTENSÃO DO GRUPO PET/TURISMO – FURG:
INTEGRAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO TURÍSTICA.
Mara Rosana AraujoAlessandretti1;Brenda Isabel Castillos; Camila Vilela Ribeiro; Daniela de Lourdes Astegui; Daniele Sanchez; Denise
LautenschlagerClavijo; Lucimari Acosta Pereira; Pâmela Soares Souza; Vanessa Saraiva Sena; Ligia Dalchiavon2
Palavras Chave: Turismo; Integração; Extensão.
Introdução: O grupo PET/Turismo, iniciado, em dezembro de 2010, junto ao
curso de Bacharelado em Turismo Binacional, no Campus da Universidade
Federal do Rio Grande de Santa Vitória do Palmar, tem como missão a
integralização de atividades que primam pelo ensino, a pesquisa e a extensão.
Balizados pela indissociabilidade destes três eixos pontua suas ações
direcionadas a comunidade onde o grupo está inserido e ao fomento da
atividade turística. Este trabalho destaca as atividades desenvolvidas pelo
grupo, onde a extensão ganha destaque em virtude do contato direto com a
comunidade. As ações de extensão desenvolvidas caracterizam-se por ser
espaços de diálogo tanto entre as comunidades universitárias da área do
turismo e da hospitalidade quanto com a comunidade local. Fomentando,
assim, a troca e a produção de conhecimentos mútuos fortalecendo a presença
da comunidade no seio universitário e a inserção da universidade no universo
comunitário da sua área de atuação. Objetivos: Um pleno e sustentável
desenvolvimento turístico deve integrar todas as parcelas sociais, sendo
fundamental a participação da comunidade receptora. Neste sentido, com as
ações de extensão desenvolvidas,objetivamos orientar a população para que
tenham a visão do desenvolvimento turístico local sustentável e mostrar os
diferentes meios de crescimento que as localidades receptoras dispõem com
relação às suas potencialidades turísticas. Promovendo, assim, a
conscientização do desenvolvimento cultural, social e econômico que o
mercado turístico pode oferecer para a comunidade local e também para os
visitantes destes espaços. Visamos salientar o quanto é necessário divulgar e
valorizar um destino turístico bem como a importância de receber bem um
1Graduandos em Turismo Binacional/ FURG. E-mail relator: [email protected] 2 Bacharel em Turismo. Doutoranda em Letras.
202
visitante. E que o empenho para que os turistas se sintam bem acolhidos pela
comunidade, ressalta o conceito de uma boa hospitalidade. Acreditamos que, a
qualificação profissional e o entendimento social são de extrema importância
para a formação de um destino turístico e em especial para o desenvolvimento
do potencial turístico do município de Santa Vitória do Palmar e da região
fronteiriça do extremo meridional sul-rio-grandense. Metodologia: A
metodologia empregada para a realização das atividades de extensão
estruturam-se primeiramente em estudos qualiquantitativos para a formatação
das atividades como montagem dos objetivos das ações de extensão, revisão
de literatura, instrumentos de avaliação e cronograma. O grupo PET/Turismo
trabalha em comissões, cada qual responsável por divulgação, cerimonial
eprotocolo, executiva e científica. Resultados: O grupo alcançou resultados
importantes com a participação direta e indireta, crítica e criativa da
comunidade local em eventos científicos, mostras, feiras, eventos e roteiros.
Com relação aos eventos de caráter científico foram realizadas duas edições
do “SIEPETUR - Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão em Turismo”, a
primeira em 2011 e a segunda em 2012, no qual obtivemos resultados bastante
satisfatórios, pois atingimos as expectativas de motivação e participação da
comunidade local santavitoriense e acadêmica ao debate do planejamento do
turismo. Profissionais de diferentes áreas do turismo nacionais e também
internacionais de universidades uruguaias e portuguesas – relataram
experiências e propostas de grande relevância para o desenvolvimento de
diversos segmentos do turismo que possuem potencialidade na região de
atuação co PET Turismo, como sol e praia, turismo rural, turismo náutico,
turismo cultural e turismo de compras. O “I Seminário de Turismo e
Paleontologia de Santa Vitória do Palmar” debateu a potencialidade turística da
paleontologia na região destacando a importância da criação de roteiros e o
fomento às instituições museológicas locais. Quanto às feiras e mostras foram
realizadas em 2012 a “Semana de Cultura do Clube Comercial”, a “I Mostra de
música sem fronteiras”, a “HERMEN’ART – Feira de artesanato da praia do
Hermemegildo”que envolvem artistas, músicos, compositores e artesãos da
comunidade local, onde obtivemos como resultado maior a promoção e a
divulgação cultural local, pois além de promovê-los, contamos com a grata
satisfação dos mesmos, ouvindo relatos da importância do que foi para estes a
participação nos eventos somados a sua valorização, bem como a divulgação
203
de seus produtos até então estagnados ou desconhecidos. No que se refere a
criação do roteiro turístico “Rota turística refugio Mergulhão” oferecido
juntamente a programação do ENART 2012, e o trabalho de divulgação do
evento, recepção dos participantes e criação de mapa turístico, o resultado
destas ações além de positivas pela avaliação realizada, repercutiu na
comunidade escolar local tornando-se as ações do grupo junto a organização
do ENART tema de seminário na escola. Neste trabalho a escola inseriu-se no
seio acadêmico para melhor conhecer seu objeto de estudo através de debate
com os petianos, visitação ao Campus FURG de Santa Vitória do Palmar e a
realização da apresentação dos resultados do trabalho e uma homenagem ao
grupo, na Câmara de Vereadores, onde salientou-se que a responsabilidade
social é um dever de todos; agradecendo, através de seus alunos e corpo
docente, a importante atuação do grupo no referido evento. A participação e
reconhecimento da sociedade são fatores que motivam o grupo na realização
das atividades. A contribuição da sociedade junto à instituição consiste na
formação de um grupo fortalecido, onde a colaboração mútua e a troca de
conhecimento são elementos imprescindíveis para a obtenção de bons
resultados na realização de projetos e atividades. O diálogo com a comunidade
local permite no fortalecimento e na construção de identidade cultural local,
além da aproximação com os mesmos, definindo e somando elementos que
vão além de um destino turístico. As atividades que envolvem responsabilidade
diante da sociedade são desenvolvidas com muito êxito tendo em vista o
interesse das pessoas em colaborar e participar das mesmas. Constatamos
que a proximidade com os moradores permite o ciência da identidade local
favorecendo assim o aprimoramento de nossas pesquisas e ações,
contribuindo com a promoção cultural do município e consequentemente com o
desenvolvimento cultural, turístico e humano da sociedade. Conclusão: Considerando-se que o turismo é uma atividade que se caracteriza pelas
diversas opções de serviços, denominando-se um dos melhores negócios do
momento, as ações do Grupo PET/Turismo – FURG destacam que projetos
participativos resultaram no incentivo ao turismo de Santa Vitória do Palmar.
Estas conclusões baseiam-se em resultados de caráter prático tendo em vista
a colaboração e o reconhecimento das Instituições e comunidade perante as
atividades e ações do grupo. Desse modo, o grupo PET Turismo de forma
positiva conseguiu englobar e atrair o interesse da comunidade local a
204
participar de atividades que estão voltadas para o debate do desenvolvimento
sustentável do turismo, a capacitação técnica, a sensibilização crítica e a
compreensão do fenômeno turístico de forma global, a importância de receber
bem os turistas e o potencial latente da região para a atividade turística.
REFERÊNCIAS: BARBOSA, Ycarim Melgaço. História das viagens e do turismo. São Paulo: Aleph, 2002. BARRETTO, Margarita. Planejamento e Organização em Turismo. Campinas: Papirus, 2001. DIAS, Reinaldo. Planejamento do Turismo: políticas e desenvolvimento do turismo no Brasil. São Paulo: Atlas, 2008. FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
205
A FORMAÇÃO DO CONSERVADOR/RESTAURADOR NO BRASIL: O FÓRUM DE ESTUDANTES PROMOVIDO PELO PET CR/UFPEL.
Lobato, Bruna Lemos1; Gonçalves, Bianca Servi; Pires, Caroline Peixoto; Nogueira,
Claudia da Silva; Moraes, Fabiane Rodrigues; Brakling, Joana Andrea Bielecki; Cascais, Juliana Bizarro; Isquierdo, Mariana de Araujo; Borba, Mirella; Lampazzi,
Priscilla Pinheiro; Gará, Raíssa Piedade; Neubert, Suélen; Souza, Taciane Silveira2; Michelon, Francisca Ferreira (tutora) 3; Heiden, Roberto (orientador)4.
Palavras-chave: Conservação. Restauro. Regulamentação da profissão.
INTRODUÇÃO: O maior compromisso do grupo PET Conservação e Restauro
da Universidade Federal de Pelotas (PET CR), desde que foi implantado em
dezembro de 2010, é o de contribuir para a consolidação deste curso de
graduação e para o reconhecimento e crescimento da profissão no Brasil.
Todas as ações desse grupo têm sido no sentido de otimizar os estudos e
recursos disponíveis para compor um corpo discente apto a argumentar
favoravelmente sobre as funções sociais do conservador-restaurador e
apresentar com profundidade e clareza a sua inerente relação com outros
campos do conhecimento, sobretudo aqueles nos quais se funda a valorização
do patrimônio cultural. Assim, o grupo buscou reunir estudantes de
conservação-restauração dos cursos brasileiros para discutir aspectos
relacionados à formação acadêmica e analisar o processo de regulamentação
da profissão, que se encontra em curso no país. Segundo o texto da proposta,
a profissão define-se pelos seus contornos: cultural, científico, técnico e de
nível superior. O profissional dessa área deve ser graduado em Conservação e
Restauro de Bens Culturais Móveis, entendidos como aqueles com
reconhecido valor histórico, documental ou artístico, protegidos ou não
legalmente. O percurso para a análise e votação de um projeto de lei (PL), que
é o resultado da proposta de regulamentação, constitui-se da passagem por
várias instâncias deliberativas na Câmara dos Deputados e, a aprovação no
Senado Federal. Tendo sido o texto aprovado nessas duas casas deliberativas,
1 [email protected]. Bolsista do grupo PETCR/UFPel. 2 Bolsistas do grupo PETCR. 3 Doutora em História. Tutora do Grupo PETCR. 4 Mestre em Memória Social e Patrimônio Cutural. Professor do Departamento de Museologia, Conservação e Restauro da UFPel.
206
câmara e senado, o presidente da república aprova, veta ou interpõe uma
contraproposta. Na altura em que se discutiu a matéria, o PL havia sido
aprovado pela Comissão de Tributação e Finanças e seguiu, em regime de
prioridade e em caráter conclusivo, para a Comissão de Constituição e Justiça
e Cidadania, ambas da Câmara dos Deputados. No trâmite desses
acontecimentos é que se relata a ação do grupo PET CR e a resultante, ora
apresentada, com respectiva análise das expectativas: a Carta de Pelotas,
2013. MATERIAIS E MÉTODOS: A Semana de Conservação e Restauro foi
iniciativa do grupo PET-CR, que entendeu ser necessário propor um evento
diverso conceitualmente da Semana Acadêmica. A semana foi proposta como
um conjunto de três eventos: uma Mostra Científica de Conservação e
Restauro, um Encontro de Conservação e Restauro de Fotografias e o Fórum
de Estudantes de Conservação e Restauro, o primeiro encontro de estudantes
de graduação dessa área no Brasil. Assim, do dia 18 ao 22 de março do ano de
2013 ocorreram, sequencialmente os três eventos. A mostra científica
selecionou 20 trabalhos que foram apresentados e julgados por duas
comissões formadas por professores convidados. Três, desse total de
apresentações, foram premiados. O Encontro de Conservação de Fotografia
contou com palestras, oficinas e painéis. E o fórum trouxe 30 estudantes do
Curso de Conservação e Restauro da UFMG. Nesse, foi discutida a função
social do conservador-restaurador de bens móveis, o impacto da sua ação na
promoção do patrimônio, a sua ação em benefício dos suportes de memória
das sociedades, bem como a regulamentação dessa profissão. Para otimizar a
discussão foi feita uma reunião, em formato de GT, com mediação do
coordenador do Curso de Conservação e Restauro da UFPel e da
conservadora Thaís Helena de Almeida, membro do grupo que redigiu,
encaminhou e acompanhou o texto do PL para regulamentação da profissão do
Conservador/restaurador. Na noite do dia 21, a referida conservadora palestrou
sobre o processo de formulação e submissão do texto do PL 4042, submetido à
Câmara dos Deputados em 2008 e ainda em tramitação. No dia seguinte, foi
redigida a carta contendo o resultado do debate desenvolvido no GT. A carta
foi lida e discutida entre os estudantes e professores e elaborado o texto final.
É sobre esse texto que se entabula a discussão do resultado do Fórum.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A carta buscou relacionar a formação
acadêmica do conservador/restaurador com as mudanças ocorridas no Brasil,
207
nos últimos anos, dentro deste campo. A principal relação observada deu-se
sobre o processo de regulamentação da profissão e o surgimento dos cursos
de graduação na área em instituições públicas e privadas. A consolidação da
área ocorre a partir do que versa a lei, já que essa impõe o conjunto de normas
e regras que ditam o que é a profissão, quem e como pode exercê-la. Assim,
foram esses os temas do debate. Após foi redigida a carta, pelo Professor
Roberto Heiden, na qual se afirma que “[...] é fundamental que se compreenda
a abrangência da atuação do conservador-restaurador e que se perceba que o
trabalho conjunto com outras áreas não descaracteriza a profissão, nem
tampouco invade outros campos profissionais, na medida em que os
conhecimentos destas áreas contribuem com a conservação e restauração dos
bens culturais.” (Carta de Pelotas, 2013). Outra questão debatida foi o trabalho
com o patrimônio imaterial. Foi ressaltado o necessário cuidado com as
especificidades dos objetos que compõem parte do que se compreende como
patrimônio cultural imaterial, uma vez que toda a forma de saber e fazer se
expressa ou resulta na produção ou no emprego de bens que são materiais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Segundo texto do relator do PL 4042/2008, o valor
da profissão do conservador-restaurador justifica-se porque “[...] permitirá
melhores cuidados aos variados tipos de bens culturais em todo o território do
Brasil”. No momento, a profissão ainda é um campo de possibilidades.
Portanto, a aprovação do PL é etapa fundamental, a ser vencida em prol da
consolidação profissional. A Carta de Pelotas evidenciou a necessidade de
observar com cautela os procedimentos para os estágios curriculares no que
tange à legislação vigente, encaminhados de tal forma que não se crie por esse
a substituição dos profissionais estabelecidos no mercado. Por outro lado, vê-
se urgente e necessário o estabelecimento de diretrizes curriculares nacionais
para cursos de graduação em conservação e restauro de bens culturais. Outras
questões referentes ao mercado de trabalho também foram matéria desta
carta, a qual se atribuiu a função de ser uma ferramenta para respaldar ações
políticas e encaminhamentos dos profissionais da área. A carta, redigida e
revista por todos pretende contribuir para a finalização do processo de
regulamentação da profissão. Considera-se, portanto, que a ação do grupo
PET CR foi exitosa: conseguiu reunir alunos da área, deu visibilidade ao curso
da Universidade de Pelotas e, sobretudo, gerou uma instância positiva de
reunião entre estudantes e profissionais prometendo novas edições.
208
REFERÊNCIAS
BRASIL, Câmara dos Deputados. Projetos de Lei e outras disposições. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=410920. Acesso em 30 de março de 2013. BRASIL, Petição Pública. Abaixo-assinado PL 4042/2008 Regulamentação da Profissão de Conservador-restaurador. Disponível em http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N22781. Acesso em 30 de março de 2013. CARTA de Pelotas. Redação de Roberto Heiden. Pelotas: UFPel, 2013 (documento não publicado).
209
QUARTAS COM A FAURB”
Autores: Marina Brandão Zanin1; Carolina Ritter; Alan Freitas de Carvalho; Thainá Rezende Pimentel; Anderson Pires Aires; AndrizaDecio; Beatriz
EcheniqueGioielli; Camila Ortega; Ivan Ribeiro Kuhlhoff, Leandro Fonseca; Shirley dos Santos Thamara BrugnhagoVitalino; Vanessa Martins2; Ana Paula
Neto de Faria3.
Palavras-Chave: ciclo de palestras; atualização do conhecimento; atividade
extracurricular.
Introdução: O Projeto de Extensão “Quartas com a FAUrb” é uma atividade
extracurricular semanal na qual são realizadas palestras, debates, seminários,
seções de cinema e exposições voltadas para as temáticas da arquitetura,
paisagismo e urbanismo, assim como suas interfaces com outras áreas do
conhecimento. As atividades são planejadas semestralmente de acordo com
uma ou mais temáticas pré-estabelecidas pelo grupo, voltadas para assuntos
emergentes ou que carecem de uma abordagem mais efetiva por parte do
currículo vigente na instituição. O projeto também abre espaço para a
apresentação de trabalhos realizados dentro da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo - FAUrb como, por exemplo, as pesquisas de professores e
mestrandos, tornando o projeto um difusor do conhecimento produzido na
própria instituição. Procura-se sempre, nas abordagens adotadas, uma
aproximação com a prática profissional, a responsabilidade social, a cidadania,
e uma visão crítica sobre as novas tecnologias e a produção científica. A
atividade tem como público alvo os acadêmicos de arquitetura, professores,
funcionários e profissionais da área, assim como de áreas afins. Atualmente o
Projeto de Extensão tem atingido cerca de mil pessoas por ano de dentro e fora
da Universidade Federal de Pelotas. Este Projeto de Extensão é uma iniciativa
do Grupo PET-FAUrb que começou em 1999 e é mantido continuadamente
desde então. A constância da atividade e a importância que a mesma adquiriu
ao longo do tempo fez com que as atividades curriculares da FAUrb se
1 Acadêmica em Arquitetura e Urbanismo da UFPel, Grupo PET-FAUrb, endereço eletrônico: [email protected] 2 Acadêmicos em Arquitetura e Urbanismo da UFPel e integrantes do Grupo PET-FAUrb. 3 Prof. Ana Paula Neto de Faria, doutora em Planejamento Urbano e Regional, Tutora do Grupo PET-FAUrb.
210
adaptassem a sua realização e, nos últimos anos, a noite de quarta-feira é
reservada sem atividades de modo que os alunos possam participar das
atividades programadas. Objetivos: O projeto visa trazer para dentro do
ambiente acadêmico a discussão de várias temáticas das áreas da arquitetura,
do urbanismo, do paisagismo, das técnicas retrospectivas e da tecnologia da
construção, de uma maneira diferenciada e externa ao ambiente da sala de
aula, complementando os conteúdos ministrados nestas e trazendo
contribuições para o projeto pedagógico do curso. Busca-se proporcionar aos
participantes um ambiente de debate, instigando a curiosidade e a visão crítica,
o contato com a vivência da profissão, e a experimentação prática de novos
saberes por meio de oficinas. Metodologia: Os procedimentos metodológicos
empregados no Projeto de Extensão podem ser divididos em três grandes
grupos: as atividades preparatórias; as de execução; e as de finalização e
avaliação. Na fase das atividades preparatórias são realizadas reuniões do
grupo responsável pelo projeto para selecionar possíveis temáticas a serem
desenvolvidas no semestre. Estas ideias são repassadas para o Grupo PET-
FAUrb como um todo para um debate e escolha dos temas definitivos, assim
como para a geração de uma lista de potenciais palestrantes, colaboradores e
atividades a serem previstas. Uma vez recebida a contribuição do grande
grupo, a equipe responsável passa a encaminhar os procedimentos referentes
ao contato com os palestrantes e a definição da programação de cada
atividade. A divulgação é feita através de cartazes impressos, cartazes digitais
divulgados por e-mail e redes sociais, notas no site do grupo PET-FAUrb e no
site da UFPel, notícias em jornais locais e a divulgação pessoal nas salas de
aula à professores e alunos. As atividades referentes à fase de execução
incluem a organização das tarefas requeridas para cada atividade, dentre elas:
a estruturação e organização do espaço da atividade, instalação de
equipamentos audiovisuais, a recepção dos palestrantes, a recepção do
público e registro de presença, filmagem e registro fotográfico, desmontagem
do equipamento instalado. Já a fase de avaliação e finalização das atividades
tem procedimentos diferentes conforme o tipo de atividade realizada. Para as
palestras, sessões de cinema e debates a avaliação dos resultados é feito pelo
próprio Grupo PET, baseado na observação de cada um. Para oficinas e
workshops é realizada uma avaliação estruturada por meio de questionário
para o público participante. Em ambos os casos, é organizado a confecção dos
211
atestados de participação para os participantes. As avaliações realizadas
servem de base para o aprimoramento das atividades e como um indicador das
demandas e asseios do público alvo. Resultados e discussões: No último
ano, foi realizado um total de 14 atividades distintas e os principais temas
tratados foram: projeto arquitetônico; arquitetura de interiores; representação
gráfica em arquitetura; e planejamento urbano e ambiental. As atividades que
contaram com maior público foram aquelas referentes ao tema do
planejamento urbano e ambiental e, em segundo lugar, as referentes à
arquitetura de interiores. A temática do planejamento urbano e ambiental
contou com duas palestras e uma oficina onde foram abordados questões
como a mobilidade urbana e os impactos de megaeventos na estrutura urbana.
O grupo avaliou que contribuíram para o desempenho positivo desta temática
três fatores principais: o número reduzido de disciplinas na área urbana; a
presença de palestrantes internacionais; e a atualidade dos assuntos
abordados. Já a temática de arquitetura de interiores, foi abordada em quatro
atividades, a maioria voltada para a questão da iluminação em arquitetura. A
procura por estas atividades foi motivada pelos seguintes motivos: a pouca
carga horária dedicada ao assunto dentro do currículo; o fato da disciplina
existente ter sido a pouco tempo implementada no currículo da instituição e,
por isso, os alunos mais adiantados no curso não tiveram acesso a mesma; a
dinamicidade e as oportunidades do mercado de trabalho nesta área de
atuação profissional. Também foi observado que este é o tema que mais atrai
alunos de outras instituições de ensino. Apesar do menor público atingido, cabe
ressaltar a grande procura pela oficina dedicada à representação gráfica digital
em arquitetura. Na realidade, a limitação no número de participantes foi devido
ao número de alunos que pode ser atendido em oficinas deste tipo e não à falta
de interesse em atender a atividades desta temática. A equipe pode destacar,
com base na avaliação dos resultados obtidos, que temas voltados para
assuntos da atualidade, que abordam áreas de atuação profissional valorizadas
no mercado, ou aqueles que possam complementar conteúdos curriculares que
se encontram deficitários possuem mais chances de atender às demandas do
público alvo. A análise avaliativa realizada serve de parâmetro na escolha das
futuras atividades. Conclusões: O Projeto de Extensão “Quartas com a FAUrb”
tem se mostrado um evento importante para a instituição onde está inserido,
atendendo aos objetivos estabelecidos pelo Grupo. Destaca-se o papel
212
desempenhado por este Projeto enquanto complementador da formação
profissional. A quantidade de público atingido comprova o acerto na escolha
dos temas e atividades, assim como a importância da avaliação constante do
andamento do projeto e a retroalimentação desta avaliação no planejamento
das atividades. O caráter dinâmico e diversificado do Projeto facilita a
incorporação de demandas por parte do público, favorece um ambiente de
debate constante e permite um aprofundar de temas integrados ao momento
histórico atual.
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, A. Architectural philosophy. London: The Athlone Press, 2000. FREDERICK, M. 101 Things I learned in architecture school. Cambridge: MIT Press, 2007. 216 p.
214
ARTE E EDUCAÇÃO: "CAIXA DE ENCANTOS E VIDA"
TAKANO, Andressa Mary¹; BORTOT, Camila Maria¹; VARGAS
Fabiane Larissa da Silva¹; CAMPOS Gabriela Rodrigues¹; MACHADO Heloíse Martins¹; SANTOS, Jéssica Carvalho¹; PIRES, Juliana Gabricho Capella¹;
FRANCO, Letícia Cristina¹; SOARES, Magda Salin¹; SOUZA, Michely Calciolari de¹; RUIZ, Nathália Fafarão¹; ROSIN, Sheila Maria²; VIEIRA, Tamy Quadra¹;
VILASANTE, Viviane Soares¹.
Palavras-chave: Arte. Educação. Bibliotecas
Introdução: Os educadores atuais, subsidiados pela teoria histórico-cultural, a
qual pressupõe a mediação entre o conhecimento e o aluno, buscam superar
os desafios encontrados nas escolas, com o intuito de promoverem um ensino
de qualidade. De acordo com Chaves (2008), o professor mediador deve
considerar as experiências prévias das crianças, suas expressões e
indagações, possibilitando a exploração de sua criatividade e imaginação. Um
dos meios de instigar a criança a desenvolver as referidas capacidades é a
Arte. Essa consiste em conhecimento a ser construído, linguagem a ser
vivenciada e usufruída e expressão a ser externalizada e elucubrada. Destarte
Buoro (1996, p. 20), ao abordar o movimento histórico da humanidade, ou seja,
a realidade humana engendrada nos diversos períodos da história aduz que: A Arte, enquanto linguagem, interpretação e representação do mundo, é parte deste movimento. Enquanto forma privilegiada dos processos de representação humana, é instrumento essencial para o desenvolvimento da consciência, pois propicia ao homem contato consigo mesmo e com o universo. Por isso, a Arte é uma forma de o homem entender o contexto ao seu redor e relacionar-se com ele.
A partir da afirmação da autora, percebe-se que a Arte consiste em um trabalho
educativo demasiadamente relevante, visto que busca, por meio das
perspectivas de cada ser, contribuir para a formação da personalidade do
sujeito e do seu bel-prazer, como também exercitando sua inteligência, com
vistas à formação holística. Mediante o seu trabalho criador, o sujeito utiliza e
aprimora processos que desenvolvem a percepção, a reflexão, a observação e
o raciocínio. No processo de criação, ele pesquisa a própria emoção, liberta-se _______________________________ ¹ Graduanda em Pedagogia;
215
² Professora Doutora em Educação
da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos e sensações . Ao
considerar a escola como o primeiro espaço formal onde ocorre o
desenvolvimento de cidadãos, faz-se necessário promover o contato
sistematizado do educando com o universo artístico e suas diferentes
linguagens: teatro; desenho; pintura; cinema; literatura; escultura; dança;
música entre outros. Sendo que tais desdobramentos da Arte requerem
oprofessor mediador. No tocante a esse aspecto, Ferraz e Fusari (1999, p.21)
afirmam que: o professor que está trabalhando com a Arte precisa conhecer as noções e os fazeres artísticos e estéticos dos estudantes e verificar em que medida pode auxiliar na diversificação sensível e cognitiva dos mesmos.
No entanto, segundo Peixoto (2003) a contemplação e a criatividade nas
Artesdevem transcender o ambiente escolar. Nesse sentindo, partindo da
concepção de que a arte-educação é formadora humana e essencial para o
processo de ensino-aprendizagem, as discussões acerca da temática
perpassaram o conceito capitalista de Arte1, e por meio destas, foi averiguado
que há certas restrições para as massas. Objetivos: � Aprofundar o
conhecimento em uma das ramificações afetas à Arte, a literatura infantil;
Propiciar ao público um modo diferente de conhecer a vida e a obra dos
autores: Monteiro Lobato e Ana Maria Machado; � Incentivar a liberdade de
expressão e o desenvolvimento da criatividade infantil. Metodologia: O grupo
PET-Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), valendo-se da
Arte como meio educativo, optou por estudá-la e, para isso, a priori fez um
levantamento teórico direcionado às leituras referentes à temática. Os textos,
por sua vez, serviram de subsídio para o aprofundamento na temática e na
compreensão da Arte como instrumento da educação. O conjunto de leituras
culminou na elaboração do artigo científico “Contribuições da teoria histórico-
cultural para o ensino de artes no ambiente escolar”, apresentado na XIX
Semana de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá e publicado nos
anais do evento. Posteriormente, o Grupo aprofundou-se em uma das
ramificações da Arte, a literatura infantil. Destarte, o PET-Pedagogia, em
parceria com o Grupo de Estudos em Educação Infantil (GEEI), realizou o
_______________
216
1 Conceito capitalista de Arte: verificar livro “Arte e grande público: a distância a ser distinta” da autora Maria Inês Hamann Peixoto.
“I Encontro Teoria Histórico Cultural e elaboração de material didático:
aprendizagem e desenvolvimento com Caixa de Encantos e Vida”, coordenado
pelas professoras doutoras Sheila Maria Rosin e Marta Chaves. Como
resultado da leitura dos textos e dos encontros, o Grupo elaborou duas “Caixas
de Encantos e Vida”, uma com a vida e as obras da autora Ana Maria Machado
e, outra, com a bibliografia do autor Monteiro Lobato, ambos expoentes da
literatura brasileira, detentores de uma vasta produção artística relevante para
a construção do conhecimento dos educandos. Após a confecção dos
materiais, o Grupo foi às bibliotecas públicas municipais de Maringá apresentar
ao público infantil e juvenil diferentes formas de conhecer os referidos autores,
de modo a conduzir os participantes a níveis superiores de pensamento, a
partir de uma das ramificações da Arte: a literatura. Resultados e Discussões: O projeto de extensão “Arte e Educação” proporcionou ao grupo
PETPedagogia novas experiências e vivências, bem como a oportunidade de
entender como ocorre o processo de criação de um recurso pedagógico
específico que, no caso foram as “Caixas de Encantos e Vida”. Entende-se que
a elaboração do material propiciou uma melhor dinamicidade na apresentação
dos autores e, com isso, as crianças, no momento da exposição, puderam
apropriar-se de novos conhecimentos com interesse, bem como sentirem-se
instigadas à prática de leitura, desse modo trabalho desenvolvido possibilitou a
aproximação do Grupo com a comunidade externa. Além disso, constatou-se a
relevância de se preparar materiais elaborados e criativos para a aproximação
do público ao conteúdo, como também, verificouse a importância do
profissional da educação utilizar o recurso pedagógico com o intuito de instigar
as crianças à apreensão de tais conteúdos e conhecimentos. Conclusões: Conclui-se, a partir desse projeto, que o intuito do ensino da Arte é de
promover a humanização dos indivíduos. No que se refere a essa
humanização, Peixoto (2011, p.36) destaca que os cinco sentidos se fazem
humanos somente pelo convívio social, sendo eles aguçados, enriquecidos e
refinados pela Arte. Entretanto, na sociedade capitalista, a necessidade do
contato com a arte é bem menor devido à restrição e ao embrutecimento dos
cinco sentidos, fazendo com que a sensibilidade das pessoas seja
217
drasticamente reduzida ou, nos piores casos, nula. Nesse sentido, compete ao
educador promover o refinamento do sistema sensorial e também considerar
as experiências da criança, bem como suas indagações e primeiras
impressões sobre determinado assunto, possibilitando assim, que a mesma
sinta-se a vontade para expor seu pensamento e explorar sua criatividade.
Partindo dessa premissa, pode-se concluir que esse dever foi cumprido pelo
Grupo que, ao ir às bibliotecas, as Petianas interagiam com as crianças, de
modo a associar a bibliografia dos autores apresentados com o contexto de
pensamento e vida das crianças presentes. Em suma, os resultados
apresentados fizeram jus aos objetivos propostos para esse projeto, pois foram
atingidos, e posteriormente discutidos, em sua totalidade.
REFERÊNCIAS
BUORO, A. B. O olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Cortez, 2003. PEIXOTO, Maria Inês Hamann. A arte na contemporaneidade: mercantilismo e elitização. In: CHAVES, Marta (Org). Práticas pedagógicas e literatura infantil. Maringá: Eduem, 2011. cap. 1, p. 19-29 (Coleção formação de professores EAD, n. 44). CHAVES, Marta. Intervenções pedagógicas e promoção da aprendizagem da criança: contribuições da psicologia histórico-cultural. Disponível em: < http://pt.scribd.com/doc/55493623/Intervencoes-Pedagogicas-e-promocao-daaprendizagemda- crianca>. Acesso em: 25 junho 2012. p. 1-14, 2008. FERRAZ, Maria Heloísa C. de T.; FUSARI, Maria F. de Rezende e. Metodologia do Ensino de Arte: fundamentos e proposições. São Paulo: Cortez, 2009.
218
CINEPETINHO: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA DE EXTENSÃO DO
GRUPO PET-PEDAGOGIA CAMPUS JAGUARAO/UNIPAMPA
Agnaldo Junior Mesquita1; Carolina Gramajo2; Danieli Dias da Silva²; Jaqueline Kuhn Ercolani²; Nayara Cardoso²; Vanessa Rodrigues Rocha²; Aline Moura
Domingues3; Ilma Ávila³; Wellyanna Costa dos Santos³; Mauricio Aires Vieira4
Palavras-Chave: Atividades Lúdicas. Extensão. Filmografia.
Introdução: o presente trabalho pretende destacar o Projeto de Extensão
denominado de CINEPETinho, que está sendo desenvolvido pelo Programa de
Educação Tutorial – Pedagogia (PET-Pedagogia) da Universidade Federal do
Pampa (UNIPAMPA), campus - Jaguarão, sendo este fruto de uma proposta de
extensão do referido grupo, que ao analisar os indicadores de
fracasso/sucesso escolar do município de Jaguarão, que fica localizado na
região extremo sul do estado do Rio Grande do Sul e fronteiriço com a cidade
de Rio-Branco/UY, no qual o projeto é desenvolvido com a ideia de aproximar
as crianças do ambiente universitário e proporcionar uma atividade cultural e
lúdica para ser utilizada como motivação de aprendizagens futuras, na
perspectiva de um estreitamento de relações com as escolas da educação
básica do município. Essa aproximação ainda visa possibilitar às crianças do
município, um contato desde a mais tenra idade com a UNIPAMPA. O
CINEPETinho foi também desenvolvido com a ideia de proporcionar aos
petianos/as uma outra possibilidade de desenvolvimento de experiências
docentes, além do estágio curricular obrigatório que está previsto nas grades
curriculares das licenciaturas. Para tanto as mesmas são desenvolvidas
através do planejamento e da execução de atividades pedagógicas
diferenciadas pelos futuros educadores e licenciados, procurando assim
1 Acadêmico do Curso de Letras da Universidade Federal do Pampa - Campus Jaguarão. Bolsista do Programa de Educação Tutorial Pedagogia; e-mail: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Pampa - Campus Jaguarão. Bolsista do Programa de Educação Tutorial Pedagogia 3 Acadêmica do Curso de Licenciatura em Letras Portugues/Espanhol da Universidade Federal do Pampa - Campus Jaguarão. Bolsista do Programa de Educação Tutorial Pedagogia 4 Diretor e professor adjunto da Universidade Federal do Pampa – Campus Jaguarão – Tutor do Programa de Educação Tutorial Pedagogia.
219
desenvolver temáticas que poderiam ser sequenciadas pelos professores em
sala de aula. Para a implementação deste projeto de extensão, o Grupo PET-
Pedagogia convidou as escolas da educação básica da rede pública urbana do
municipio1 para que então, disponibilizasse um turno de suas atividades, para
que os alunos pudessem ser levados da escola até o espaço universitário com
as seguintes finalidades: assistir a um filme que abordasse a temática
proposta, participassem de uma conversa informal conduzida pelo grupo de
Petianos/as, após era desenvolvida outra atividade lúdica, que para
exemplificar podemos citar algumas que já foram realizadas, como a
construção de um formigueiro com massa de modelar, confecção de boneco do
personagem Peixonauta com material reciclável e elaboração de cartazes.
Logo na sequência das atividades propostas era disponibilizado um lanche
para todos os envolvidos nesta ação lúdico-pedagógica, além de uma rápida
visitação às demais dependências da Universidade, com ênfase no ambiente
da Biblioteca, perfazendo, então, um total de quatro horas de atividades. No
último momento descrito, os alunos entram em contato com um vasto acervo
de literatura infantil, e a bibliotecária narra então uma história escolhida por
eles, e, na sequência é solicitado às crianças a elaboração/confecção de um
desenho sobre a história narrada. Logo após o mesmo é fixado para exposição
em um mural na entrada da biblioteca. Neste contexto foram contabilizadas, em
2012, seis (6) escolas e noventa (90) alunos atendidos aproximadamente.
Ainda cabe ressaltar que a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
disponibilizou o transporte através do micro-ônibus para o deslocamento dos
alunos até a instituição. Este trabalho também teve por objetivo buscar
temáticas que contribuam para a preparação da docência nos anos iniciais e na
educação infantil para a formação enquanto acadêmicos e, ainda, para
promover e oportunizar novas metodologias de trabalho aos educadores das
escolas municipais envolvidas no projeto de extensão. Na metodologia o grupo
optou por dividir o projeto em temáticas, para assim obter um melhor
desenvolvimento/recorte das atividades. Sendo assim, a primeira temática
escolhida, como o exemplo explicitado versava sobre Educação Ambiental,
1Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Pagliani, Escola Municipal de Educação Infantil professora VerdinaRaffo, Escola Municipal de Ensino Fundamental Ceni Soares Dias, Escola Municipal de Ensino Fundamental General Antônio Sampaio, Escola estadual de Ensino fundamental Pio XII, Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Castelo Branco
220
tendo como objetivo propor aos alunos conscientização sobre a importância do
ambiente, fazendo com que o assunto tenha grande relevância entre os
educandos, pois a escola é um dos espaços onde, o processo de construção
do conhecimento se desenvolve. Assim como indica Reigota (1994) a
Educação Ambiental não está vinculada a simples transmissão de
conhecimentos sobre a natureza, mas sim à possibilidade de ampliar a
participação política dos indivíduos. É definida como educação política, no
sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social,
cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com
a natureza. Considerando que a Educação surge e se consolida num momento
histórico de grandes mudanças no mundo, ela tende a questionar as opções
políticas atuais e o seu próprio conceito, exigindo-lhe, por princípio,
criatividade, inovação e criticidade. Ainda segundo Yus (1998) ao se trabalhar
temas relacionados com o meio ambiente na educação básica, pretende-se
atingir as problematizações provenientes direta ou indiretamente da atividade
social, e, a partir daí, promover a conscientização de uma atitude que venha a
colaborar para a conservação e melhora do meio ambiente. Segundo
Napolitano (2010) devemos perceber as fontes audiovisuais em suas estruturas
internas de linguagem e seus dispositivos de representação da realidade, a
partir de seus códigos internos para sua relação com o contexto sociocultural
em que foram produzidas e que circulam, ou seja, a partir da mensagem
transmitida pelo filme, devemos adequar nossas atividades, para que venham a
ter relevância para o aprendizado e não sejam apenas dois momentos
distintos. De acordo com Moll e org. (2012) devemos levar às crianças e
adolescentes a atividades que os permitam vivências similares a de sua idade,
de forma a contribuir para o seu aprendizado, uma vez que nossas crianças
estão perdendo o direito a viver sua infância, tanto pelas precárias relações de
vivência (vilas, favelas, comida, descaso), como pelasrelações familiares
(violência, baixa renda, falta de segurança, trabalho infantil).Ainda segundo
esta autora, devemos aumentar os territórios de aprender/ensinar para os mais
diferentes cenários, dessa forma contribuindo então para um aprendizado mais
prazeroso e qualitativo por parte dos alunos. Atividades sequenciais e/ou
vivenciais enriquecem o aprendizado, tornando-o cada vez mais significativo.
Muitos autores dizem que devemos ensinar nossos alunos de forma mais
prazerosa, organizada, planejada, e de acordo com essa afirmação tentamos
221
levar aos alunos atividades que tenham por objetivo promover a
conscientização, o olhar crítico e diferentes formas de ensino, através de rodas
de conversa, momentos de leitura de histórias, pinturas, jogos e atividades
lúdicas em geral. O projeto teve sequência no ano de 2013, em que as escolas
agendam uma data e os/as petianos/as se preparam para elaboração das
atividades, juntamente com o tutor. Pela consolidação da ação a expectativa é
que tenhamos a cada mês um encontro com as crianças de Jaguarão.
REFERÊNCIAS
MOLL, Jaqueline e org. Caminhos da Educação Integral no Brasil, direitos a outros tempos e espaços educativos. Porto Alegre: Penso, 2012. 504p. NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais: a história depois do papelIN: PINSKY, Carla (org). Fontes históricas - São Paulo: Contexto, 2005. REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental. Coleção Primeiros Passos – São Paulo: Brasiliense, 1994. 63p. YUS, Rafael. Temas Transversais: Em busca de uma nova escola. Editora ArtMed – Porto Alegre, 1998. 241p.
222
ESTUDO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA CICLOVIÁRIO DE LONDRINA/PR: PARCERIA PET GEOGRAFIA/ UEL E IPPUL
OLIVEIRA, Luana T.; BARTLO, Roger H.; CABIANCA, Aline; CAMARGO, Rodolfo B.
de; CASTRO, Letícia de; CUNHA, Caio C.; HUERTAS, Felipe G. C.; MOLINA, Eduardo V.; PENHA, Beatriz C.; PETRI, Natália M.; ROCHA, Cássia M.; SANCHES,
Adriana S.; SOUZA, Vitor F. TOMIDA, Larissa Y.¹ Orientadores: LIMA, Rosely M. de²; HIRATA, Carlos A.³
Palavras-chave: Ciclovia. Planejamento Urbano. Londrina.
Introdução: A urbanização em pleno século XXI ainda nos desafia a planejar
nossas cidades de maneira inteligente. Atualmente a geração de ambientes
nocivos e a degradação de áreas nas cidades, principalmente nas grandes
metrópoles, se apresentam como principais problemas a serem enfrentados.
Diante disso, um bom planejamento urbano e ordenamento territorial que esteja
de acordo com o Plano Diretor Municipal e a Lei Orgânica são os primeiros
passos para solucionar os problemas nas cidades. O Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL) por meio das diretrizes do Plano
Diretor tem elaborado estratégias para melhorar a mobilidade urbana dos
principais pontos de tráfego da cidade de Londrina, no sentido de garantir à
população segurança e bem estar social. O Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL) é um órgão que foi criado em julho
de 1993, por meio da lei nº 5.495 pela Prefeitura Municipal de Londrina visando
organizar a forma como o município vinha crescendo para que este processo
se desse de modo a melhorar a vida da população residente e da população
futura. Este órgão é responsável pelo gerenciamento do desenvolvimento
urbano e através de estudos e trabalhos técnicos e reflexivos no sentido de
pensar a cidade de modo coletivo. O IPPUL é constituído por quatro divisões,
sendo elas a Diretoria de Planejamento Urbano,
__________________________ ¹Graduandos do curso de Geografia pela Universidade Estadual de Londrina, integrantes do grupo PET Geografia da UEL. ² Professora Mestre do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina. Tutora do grupo PET Geografia da UEL. ³ Professor Doutor do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina. Professor colaborador do grupo PET Geografia da UEL. Endereço eletrônico da relatora: [email protected]
223
a Diretoria de Projetos, a Diretoria Administrativa Financeira e a Diretoria de
Trânsito e Sistema viário, sendo esta última a que tem a função de “organizar
as ações para prevenção de acidentes no trânsito e projetar mudanças no
sistema viário afim de melhorar as condições de fluidez e garantir a segurança
para pedestres e motoristas” (PREFEITURA DE LONDRINA, 2010). Sensível
ao aumento gradual da circulação de ciclistas na cidade, o IPPUL decidiu
elaborar um projeto para a melhoria e a ampliação do sistema cicloviário de
Londrina. Para isso, objetivou uma pesquisa com entrevistas no intuito de
identificar o perfil do ciclista londrinense, verificando em especial os trechos
mais utilizados por estes usuários. Foi nesse viés que os alunos do grupo PET
Geografia tiveram sua participação no projeto. A parceria entre o PET
Geografia da UEL e o IPPUL através da Diretoria de Trânsito e Sistema Viário,
teve início no ano de 2012 e se deu por meio do contato de um dos professores
colaboradores do grupo, que nos alertou sobre este importante projeto que
estava sendo desenvolvido. Desse modo, tomou-se conhecimento do projeto
e, por meio de reuniões com os responsáveis, foi decidido fazer união entre
estas duas instituições no intuito de que os alunos pudessem contribuir para a
pesquisa através da aplicação dos questionários aos ciclistas nas principais
vias da cidade de Londrina. A pesquisa e a aplicação dos questionários tiveram
como prioridade os locais de maior fluxo de ciclistas, assim como o pátio de
indústrias da cidade, com o objetivo de entrevistar os funcionários que utilizam
da bicicleta como meio de locomoção até o trabalho. A pesquisa deu-se nos
locais ou nas proximidades das vias nas quais já havia projetos para a
instalação das ciclovias, como é o caso da Ciclovia Avenida Arthur Thomas,
com 2.800 metros e da Ciclovia Saul Elkind, com 5.800 metros (MTUR). Já o
objetivo da parceria, entre os petianos de Geografia da UEL e o IPPUL, foi a de
colaborar com a aplicação dos questionários aos ciclistas, acreditando ser esta
uma ótima experiência individual para cada graduando e também coletiva,
proporcionando a consolidação dos princípios do programa PET, entre eles, a
pesquisa e a extensão. Assim sendo, esta foi uma oportunidade de conhecer
as realidades do público londrinense que utiliza a bicicleta como meio de
transporte, além de propiciar aos alunos a experiência das entrevistas como
uma metodologia de pesquisa de extrema importância. Para isso foi elaborado
um questionário sócio–econômico com o intuito de conhecer o público alvo, os
futuros usuários das novas ciclovias. Desse modo, coube aos petianos o papel
224
de intermediador entre o espaço público e a utilização deste pelo homem, indo
a campo, aplicando questionários sobre faixa etária, renda familiar, finalidade
do deslocamento com a bicicleta e da viagem até o destino final. Esses dados
tiveram por objetivo gerar informações necessárias para que a implantação das
ciclovias seja realizada de forma funcional para seus usuários e utilizando-se
do olhar econômico, facilitar o deslocamento dos trabalhadores visando
segurança e praticidade. Acredita-se na relevância da participação destes
alunos na pesquisa visto que a formação do geógrafo facilita essa organização,
pois, sabe-se que nela estão sendo levados em conta diversos aspectos
sociais como também naturais, ou seja, o geógrafo analisando a finalidade do
deslocamento do condutor terá ideia da quantidade de pessoas que se
deslocam para trabalhar, estudar ou até para consumir. Considerando a ação
física, a análise poderá contribuir para um melhor planejamento da localização
das ciclovias, diminuindo distâncias e aumentando a qualidade do local onde o
indivíduo se desloca. Com isso, tendo em conta a temática da mobilidade
cotidiana do homem, o profissional poderá usar as informações sociais
adquiridas e transformá-la em ações no meio físico que fará mudanças para a
melhoria da mobilidade do mesmo. Aliado a isso e partindo do princípio de
Extensão que é próprio da Universidade e seu dever para com a sociedade, a
atividade realizada junto ao IPPUL demonstra a importância da atuação de
grupos da universidade diretamente para, e com, a população no sentido de
um avanço técnico e ideológico. Técnico devido à interação
universidade/sociedade, e ideológico por colocar o futuro profissional frente a
frente com as necessidades reais dos cidadãos. O contato com os ciclistas a
partir da aplicação dos questionários (apesar de eventualmente serem
aplicados em horários e locais inapropriados) foi muito interessante por elucidar
a precariedade que estes enfrentam cotidianamente para ir ao trabalho, levar o
filho à escola ou mesmo passear. A falta de segurança para o ciclista no
trânsito, em termos de mobilidade urbana, é um empecilho à otimização de
fluxo, além de ir contra a tendência ambientalista de diminuir a emissão de
gases por queima de combustíveis fósseis, visto que diversas pessoas deixam
de utilizar bicicletas devido à insegurança. Enquanto aprendizado, o contato
com os profissionais do IPPUL foi enriquecedor. Houve um seminário
elucidador sobre a questão da mobilidade urbana em Londrina, além de
discussões a respeito do tema, a pesquisa nos permitiu ampliar e projetar
225
nossos estudos referentes à questão urbana, e a compreender na prática como
a instituição trabalha tais questões a partir da pesquisa. Esta experiência, por
trazer a tona todo contexto de mobilidade urbana e precarização de
infraestruturas que tem por objetivo a otimização do fluxo inter e intraurbano, foi
de suma importância para uma melhor visão da cidade e, portanto, para a
formação do geógrafo. Por fim, conclui-se que existe uma necessidade
urgente de refletirmos os problemas urbanos, para que se possa pensar em
novas possibilidades que não coloquem em xeque a qualidade de vida dos
moradores. Dessa forma, a profissão de geógrafo tem muito a contribuir, já que
ela nos permite uma visão da totalidade dos problemas espaciais.
REFERÊNCIAS FRANCO, Guilherme B. da C. O trânsito e a saúde: projeto de rede cicloviária no município de Londrina. 2010. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010. LEFEBVRE, Henri. O direito a cidade. 5ed. São Paulo: Centauro, 2008. LONDRINA. IPPUL, 2012. Plano Diretor: Londrina. 2001. [Online] Disponível em: <www.ippul.pr.gov.br>. Acesso em: jul 2012. LONDRINA. PREFEITURA MUNICIPAL DE. IPPUL: Diretorias. 2010. Disponível em: <http://www.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=581&Itemid=699>. Acesso em novembro de 2012.
226
PROBLEMÁTICAS E AÇÕES DO PET PEDAGOGIA/UFSC
LAFFIN, Maria Hermínia Lage Fernandes1; PAESE, Melany Rezende; SILVA, Bárbara da2;DEBUS, Eliane Santana Dias3; SILVA, Vânia Beatriz Monteiro da4.
Palavras-Chave: pedagogia; escola; formação de professoras INTRODUÇÃO: A constituição do grupo PET/PEDAGOGIA (Programa
Educação Tutorial) em 2007, originou-se do trabalho de ensino, pesquisa e
extensão realizado pelas professoras Maria Hermínia Laffin e Vânia Beatriz
Monteiro da Silva. Desde seu início, as atividades foram planejadas sob três
eixos articuladores do trabalho das bolsistas e docentes: Infância e Literatura;
Processos Educativos, Sujeitos e Relações Étnico-Raciais e Processos de
Escolarização de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Tais eixos foram
planejados para contribuir no movimento na construção/apropriação de
conhecimentos para a formação docente, relativas às bases teórico-
metodológicas da educação básica, foco do currículo de Pedagogia em
desenvolvimento (o PPP à época e a matriz vigente em 2013), principalmente
para os anos iniciais da escolarização, tanto de crianças, como de jovens e
adultos. Selecionamos estes três eixos norteadores, visando expandir o
conhecimento científico e não limitá-lo a disciplinas, com o entendimento de
que "[...] o conhecimento, ao ser selecionado e organizado curricularmente,
muitas vezes acaba caracterizando um recorte simplificado, reduzido e
condensado do saber científico." (2006, p.117). Assim, o trabalho sustenta-se
em ações organizativas e formativas através de reuniões organizativas do
grupo PET; realização do Grupo de Estudos (GEPET); atividades de pesquisa,
ensino e extensão por grupos de quatro bolsistas em cada um dos três eixos 1 Doutora em Educação. Professora do Departamento de Metodologia de Ensino e Programa de Pós-Graduação em Educação/Universidade Federal de Santa Catarina. Endereço Eletrônico: [email protected] 2 Acadêmicas do Curso de Pedagogia e Bolsistas do Programa de Educação Tutorial de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina, Bolsistas do Programa de Educação Tutorial de Pedagogia. Endereço Eletrônico: [email protected] e [email protected] 3Doutora em Linguística e Letras. Professora colaboradora do Departamento de Metodologia de Ensino e Programa de Pós-Graduação em Educação/Universidade Federal de Santa Catarina. Endereço Eletrônico: [email protected] 4 Doutora em Educação. Professora colaboradora do Centro de Ciências da Educação/Universidade Federal de Santa Catarina. Endereço Eletrônico: [email protected]
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articuladores anteriormente apresentados; o projeto Conversas de Escola -
seminários, minicursos, mesas redondas, etc.- onde são socializados os
saberes produzidos no conjunto de nossas atividades, e encontros de
articulação de grupos PETs - o INTERPET/UFSC. OBJETIVOS: O
PET/Pedagogia, nesse percurso (2007 a 2013), tem como objetivosdialogar
com o conjunto das atividades acadêmicas formativas que tratam da
organização dos processos educativos nas diversas dimensões contempladas
no currículo de Pedagogia e com as questões relevantes das redes de ensino.
No eixo da Educação de Jovens e Adultos pretende-se o aprofundamento de
saberes em relação aos sujeitos, aos espaços educativos de escolarização,
ainda com pouco “espaço” na matriz curricular do curso. Ainda com atenção à
formação acadêmica, enfocamos a dimensão racial na educação, pela
construção de práticas pedagógicas que privilegiem a valorização da
diversidade étnico-racial, buscando alternativas de superação da exclusão pelo
racismo. Outro núcleo conceitual de aprofundamento, no contexto da
escolarização é focado nas questões de alfabetização e literatura infanto-
juvenil, com colaboração da Professora Eliane Debus, com a qual contamos
desde 2009. Pelos três eixos buscamos contribuir com a articulação entre
conhecimentos científicos e culturais e a construção de conhecimentos
relativos à formação docente junto aos acadêmicos da Pedagogia, a
comunidade no entorno da UFSC e profissionais das redes de ensino.
METODOLOGIA: Embasados nos princípios da mobilização – registro-
sistematização - socialização ampliada no âmbito das ações do grupo, situam-
se aí os processos de sistematização dos resultados pelo grupo PET com
parceiras/os e divulgação no site www.ced.ufsc.br/petpedagogia, visando
mobilizar o conjunto de saberes originados a tornar-se patrimônio coletivo, com
usos distintos da pesquisa, o ensino e qualificação da extensão. Reuniões
semanais do PET Pedagogia, alternadamente em Grupo de Estudos – GEPET
– e encontro de planejamento são os momentos de sistematização interna e
organização da socialização para protagonistas das atividades e público em
geral. As cinco pesquisas em desenvolvimento, a partir dos três eixos
articuladores do PET, buscam apreender o conhecimento acadêmico produzido
em Santa Catarina sobre Educação de Jovens e Adultos (EJA) e sobre
Educação das relações étnico-raciais (ERER), como investigar o acervo da
literatura para crianças e jovens (SC) e, ainda mapear bibliografias sobre
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contação de histórias. As ações de extensão do PET/Pedagogia desenvolvem-
se com ênfase em eventos para debates, registros e sistematizações conjuntas
sob formatos diversos, proporcionando um espaço para diálogo entre
professoras/es; gestoras/es e alunos da universidade e agentes da rede
pública de educação, implicados na formação inicial e continuada, na gestão e
com políticas públicas da escolarização. Sintetizando, a base metodológica das
ações busca combinar as responsabilidades acadêmicas formativas de
Pedagogas/os, sustentadas na atenção ao contexto de mobilizações e diálogos
sociais, com a solidificação da fundamentação teórico-política que requerem as
demandas da educação atual, para o que as pesquisas de apreensão da
produção são ingrediente fundamental. Resultados: Destacamos a aquisição
de conceitos e técnicas de pesquisa no trabalho com bancos de dados
bibliográficos; a melhoria do aprendizado do manejo de ferramentas
estatísticas para a leitura compreensiva de pesquisas; o aprofundamento de
estudos de temas da Pedagogia para suporte das atividades do grupo PET,
bem como para a formação profissional das bolsistas; atualização dos temas
norteadores do trabalho do grupo em face da agenda educacional do estado e
do Brasil. Desse modo, os estudos realizados ancoram-se na apreensão de
demandas de formação profissional, colhidas na participação em distintos
fórunspolitico-institucionais e organizativos pela formação em Pedagogia.
Realçamosa busca por atender questões colocadas pelos estudantes por meio
do CALPE – Centro Acadêmico Livre de Pedagogia como manifestações de
estudantes em contato direto com bolsistas do PET. Ressaltamos que as ações
de extensão e ensino do grupo PET/Pedagogia desenvolvem-se com ênfase
em eventos para debates, registros e sistematizações conjuntas sob formatos
diversos, proporcionando um espaço para diálogo entre professoras/es;
gestoras/es e alunos da universidade e agentes da rede pública de educação,
envolvidos com a formação inicial e continuada, a gestão e as políticas públicas
da escolarização. Ainda, nas dimensões do ensino, tais atividades na forma de
seminários, minicursos, entre outros já são reconhecidos pela matriz curricular
do curso de Pedagogia na validação das mesmas como atividades
complementares para a integralização curricular do curso. Conclusão: O
desenvolvimento do conjunto de ações acadêmicas até o presente momento,
solidifica o enfrentamento conjunto dos amplos desafios da formação em
Pedagogia, especialmente a imbricação entre pesquisa e inserção na escola
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pública desde as fases iniciais do curso. Isto se concretiza pelas demandas
presentes nos depoimentos de discentes que anseiam por um desenvolvimento
de habilidades neste processo da construção docente, como leitor e produtor
de linguagens. Sendo assim, pautamos este desenvolvimento de habilidades,
em nossos eixos de estudo articuladores: Literatura e Infância, Processos
Educativos, Sujeitos e Relações Étnico-Raciais, Processos de Escolarização
de Educação de Jovens e Adultos. Até o momento, as atividades ocorrem em
espaços da universidade e escolas, tendo em, vista os desafios educacionais
e, ou temas emergentes em contexto de programas de formação em
Pedagogia, especialmente colocando o PET Pedagogia como lócus de
mobilização político-acadêmica pela educação escolar pública critica e com
qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAFFIN, M. HERMÍNIA L. F.; SILVA, V. B. M.. Conversas de Escola. 1.ed. Florianópolis: NUP- Núcleo de Publicações do CED/UFSC, 2006. v. 1000.128p.
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EVASÃO UNIVERSITÁRIA NO CURSO DE PSICOLOGIA – FURG DE 2007 A
2012
Corrêa, M. 1,2; Maffei, B. 1; Schwengber, C. L. 1, Hirdes, C. 1, Demenech, L. 1, Pinho, F. 1; Felippin, R. 1; Goularte, P. N. 1; Baum, F. 1; Menezes, P. 1; Porto, V.
1; Barbosa, T. 1; Marzocchella, L. 1; Zimmer, M.3
Palavras chave: evasão universitária, Psicologia, desistência.
A evasão estudantil no ensino superior - que consiste na desistência do curso
pelo discente - é um dos problemas mais presentes na atualidade das
instituições de ensino. Muitos estudantes iniciam, mas não terminam seus
cursos, o que poder acabar interferindo nas atividades de professores,
funcionários, equipamentos e espaço físico (SILVA FILHO et. al, 2007;
JUNIOR, SILVEIRA & OSTERMANN, 2012). De acordo com SILVA FILHO et.
al (2007) são várias as questões que levam um estudante a desistir de um
curso. Uma questão importante é a financeira, uma vez que a grande maioria
dos estudantes indica a falta de recursos financeiros como responsável pela
saída. Ainda, os autores citam outras questões que influenciam na evasão de
um curso, como questões de ordem acadêmica, as expectativas do aluno em
relação à sua formação e a própria integração do estudante com a instituição.
A literatura indica que são raras as IES brasileiras que possuem uma
assistência institucional especializada para o combate à evasão, o que, de
acordo com VELOSO e ALMEIDA (2001); SILVA FILHO et. al (2007) pode ser
um reflexo da não existência de políticas de permanência do aluno no curso.
Os autores indicam que essa situação continuará enquanto as instituições não
instituírem esse novo olhar aos alunos, o de mantê-lo interessado no curso,
não apenas o de colocá-lo dentro da Universidade. O objetivo geral do
presente trabalho foi identificar os índices e principais motivos de evasão
universitária no curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande –
FURG, no período de 2007 a 2012. A partir dos resultados espera-se encontrar
subsídios que possam auxiliar na elaboração e planejamento de atividades,
que possam ser promovidas através do grupo PRT Psicologia que contribuam 1 Acadêmicos do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande, bolsistas do Programa de Educação Tutorial - PET/Psicologia. 2 [email protected] 3 Tutora do Programa de Educação Tutorial – PET/Psicologia
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para a redução da evasão universitária no curso de Psicologia/FURG. Foi
realizado um levantamento junto à secretaria do curso com o objetivo de
coletar os endereços de e-mail dos alunos matriculados quando do ingresso no
curso. Os endereços de email que não constavam no levantamento realizado
junto à secretária do curso foram obtidos através de contatos realizados via
rede social Facebook. Após, identificou-se os nomes dos alunos que não
estavam mais frequentando as aulas, organizou-se uma lista de endereços de
email destes e enviou-se um questionário on-line através da ferramenta Google
Docs. Neste questionário foram abordadas as seguintes temáticas: motivo da
desistência (falta de tempo, família, emprego, moradia, adaptação, questões
financeiras, desinteresse pelo curso, dentre outros), semestre do curso e ano
da desistência, ocorrência de reprovação de disciplinas, situação do registro na
FURG (desistência, abandono ou trancamento de matrícula. O questionário foi
enviado para um total de 52 pessoas, das quais onze responderam. A partir
dos dados obtidos através do questionário, foi realizada uma análise para
avaliar o perfil dos alunos evadidos. Dos onze que responderam, sete são do
sexo feminino e quatro são do sexo masculino, com uma média de idade de 28
anos. Com relação ao estado civil, seis responderam que eram solteiros, dois
casados, um divorciado e dois com união estável. Quando questionados a
respeito da cidade em que moravam durante o curso, sete afirmaram residir em
Rio Grande e quatro residiam em Pelotas. Dentre os que residiam em Rio
Grande, quatro passaram a morar na cidade em função do curso, dos quais
dois encontraram dificuldades no quesito moradia. Verificou-se, também em
relação à moradia, que quatro pessoas moravam sozinhas, uma morava na
Casa do Estudante, quatro moravam com os pais e duas com
companheiro(a)/filho(s). Na questão referente à primeira opção de curso, nove
pessoas responderam que o curso de Psicologia era sua primeira opção. Com
relação à escolha da Universidade, sete responderam que a FURG era sua
primeira opção; dos quatro que possuíam outras escolhas, as Universidades
citadas foram: Universidade Federal de Santa Maria – USFM, Universidade
Luterana do Brasil - ULBRA e Universidade Federal de Pelotas – UFPEL. No
questionamento referente à reprovação em alguma disciplina, seis não
obtiveram reprovação e cinco obtiveram, dos quais a grande maioria reprovou
por infrequência. Dentre os motivos que levaram ao abandono do curso, foram
citados: aprovação em outro curso, dificuldades pessoais, dificuldades
232
relacionadas ao trabalho, decido ao horário do curso ser incompatível com o
horário de trabalho, dificuldade em conciliar dois cursos em Universidades
diferentes, dificuldades financeiras, pessoais, de saúde, no deslocamento e
falta de interesse nas disciplinas do curso. Problemas relacionados com
dificuldades pessoais foram os mais citados (quatro participantes), seguido por
incompatibilidade com o horário do curso (três participantes) e dificuldades
relacionadas ao trabalho (dois participantes). A partir dos resultados obtidos,
verificou-se que um dos principais motivos da evasão está relacionada às
questões referentes a problemas financeiros, visto que quatro participantes
passaram a residir em Rio Grande devido ao curso, o que implica em gastos
com moradia e alimentação que possivelmente não seriam necessários se
esses estudantes estivessem suas cidades natais. Outro ponto interessante é
que todos apresentaram dificuldades quanto à moradia. Percebe-se nesse
aspecto a importância em se direcionar maior atenção às necessidades iniciais
desses acadêmicos que vêm de outras cidades e que muitas vezes
desconhecem a cidade na qual passarão a residir. Outro aspecto importante
refere-se ao horário do curso, vespertino-noturno: 27% dos participantes
responderam que encontraram grande dificuldade em conciliar o trabalho com
o curso, visto que possuíam vínculo empregatício. Aliado a isso, o fator
financeiro foi exposto como dificuldade, o que pode ter favorecido ainda mais a
saída dos acadêmicos que tinham empreogo. Quanto à primeira opção do
vestibular não ser o curso de Psicologia, verificou-se que esta não foi de
grande relevância para a evasão, visto que mais de 81% respondeu que a
Psicologia era sua primeira opção. O deslocamento foi outro ponto destacado,
uma vez que aproximadamente 36% residiam em outra cidade que não Rio
Grande durante o período em que freqüentavam o curso. O fator falta de
interesse nas disciplinas do curso pode ser entendido como o não alcance das
expectativas dos estudantes quanto ao curso. Portanto, percebe-se que a
evasão no curso de Psicologia da FURG de acordo com os dados obtidos,
corrobora com os resultados estudos citados inicialmente. Dessa forma,
verificou-se a relevância desse tipo de pesquisa visto que através da mesma
pode-se melhor compreender os motivos que levam os acadêmicos a evadirem
de seus cursos universitários. A partir dos resultados obtidos espera-se poder
elaborar projetos que possam contribuir para a diminuição da evasão no curso
de Psicologia da FURG, promovendo ações que possam auxiliar estes
233
estudantes, que muitas vezes se encontram confusos com relações a suas
escolhas e não conseguem dar continuidade aos seus estudos.
REFERÊNCIAS
JUNIOR, P. L.; SILVEIRA, F.; OSTERMANN, F. Análise de sobrevivência aplicada ao estudo do fluxo escolar nos cursos de graduação em física: um exemplo de uma universidade brasileira. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 34, n. 1, 1403, 2012. SILVA FILHO, R. L. L. et al. A Evasão no Ensino Superior Brasileiro. Cadernos de Pesquisa, São Paulo. v. 37, n. 132, 641-659, 2007. VELOSO, T.C.M.A. & ALMEIDA, E.P. Evasão nos cursos de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus universitário de Cuiabá: Um processo de exclusão. In: 24ª REUNIÃO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO, 2001, Caxambu. Disponível em: www.anped. org.br/24/tp1.htm Acesso em: 15 de novembro de 2012.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: RELATO DO PROJETO NA ALDEIA M’BIGUAÇU
Vera Lúcia Nehls Dias1, João Daniel Barbosa Martins2 ,Carolina Datria Schulze3, Laura Dias Prestes4,Rudney da Silva5
Palavras-chave: Extensão, Educação Ambiental, escola indígena, M’Biguaçu
Contexto da ação: A parceria do PET Geografia UDESC com a Aldeia
Indígena M’Biguaçu teve início no primeiro semestre de 2012, com uma visita
dos petianos à escola da comunidade - Escola Indígena Wherá Tupã Poty Djá.
A Aldeia esta localizada no município de Biguaçu, na Grande Florianópolis em
Santa Catarina. Durante a visita foi constatado que o grande problema da
comunidade era o lixo e sua destinação adequada. Desde modo, o Grupo PET
Geografia desenvolveu um cronograma com atividades expositivas e práticas a
serem realizadas com os estudantes da Escola Indígena. O cronograma
também contou com uma visita ao Museu do Lixo6 e uma oficina de
compostagem e construção de composteira. O objetivo era expor aos alunos
indígenas os males que a deposição inconsciente do lixo pode causar aos
constituintes da natureza, como poluição dos rios e do solo, prejudicando o
próprio ser humano, transformando animais em vetores de doenças e
danificando os ecossistemas. A Educação Ambiental proposta na Escola
Indígena Wherá Tupã Poty Djá, na aldeia M’Biguaçu, consistiu na
conscientização dos aldeões quanto aos danos que o lixo causa na natureza
em geral e especificamente no espaço por eles frequentado. Verificou-se que o
lixo encontrado na comunidade indígena é o mesmo lixo encontrado nas
1 Doutora em Geografia Social e Regional, tutora do Grupo PET Geografia UDESC, professora associada do Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina. [email protected] 2 Bolsista do Grupo PET Geografia UDESC, acadêmico da 5ª fase do Curso de Geografia - Centro de Ciências Humanas e da Educação - Universidade do Estado de Santa Catarina. [email protected] 3 Bolsista do Grupo PET Geografia UDESC, acadêmica da 5ª fase do Curso de Geografia - Centro de Ciências Humanas e da Educação - Universidade do Estado de Santa Catarina. [email protected] 4 Bolsista do Grupo PET Geografia UDESC, acadêmica da 8ª a fase do Curso de Geografia - Centro de Ciências Humanas e da Educação - Universidade do Estado de Santa Catarina. [email protected] 5 Bolsista do Grupo PET Geografia UDESC, acadêmico da 5ª fase do Curso de Geografia - Centro de Ciências Humanas e da Educação - Universidade do Estado de Santa Catarina. 6 O Museu do Lixo pertence à Companhia Melhoramentos da Capital – COMCAP, e está localizado no Centro de Transferência de Resíduos Sólidos da Comcap em Florianópolis/SC.
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cidades: embalagens plásticas, caixas de leite, fraldas, itens de vestuário,
ferramentas, brinquedos, etc. Este lixo pôde ser encontrado nos mais diversos
pontos da aldeia, se concentrando mais nos arredores das casas.
Provavelmente por caráter cultural, o indígena parece não notar a diferença
entre resíduos orgânicos e resíduos industrializados. Na aldeia, não havia
qualquer tipo de seleção e o lixo era depositado em sua maior parte a céu
aberto. A aldeia constantemente recebe doações do município e o reflexo da
ação pode ser notado através da variedade do lixo, que em sua maioria é
composto por calçados e peças de vestuário. O descarte indiscriminado desses
diferentes materiais serve como abrigo aos insetos e outras criaturas
peçonhentas. Este é um cenário propício para se adquirir doenças, seja por
animais vetores ou por bactérias, além de ferimentos causados pelo lixo
exposto. O intuito do Grupo PET Geografia foi levar o conhecimento
sistemático quanto à temática do Lixo e Reciclagem, mostrando os processos
dos resíduos orgânicos e inorgânicos, na natureza e nos sistemas de
reciclagem em si. Esperando alcançar máxima relevância aos alunos, a
Educação Ambiental foi elaborada para o contexto local, ou seja, a análise
parte do estudo da própria aldeia, do lixo encontrado na região. Metodologia: Para a realização da Educação Ambiental, foi programado, pelo Grupo PET
Geografia, um cronograma de quatro encontros, dispostos da seguinte
maneira: No primeiro encontro houve a apresentação dos integrantes do Grupo
PET aos alunos da escola indígena, então foi perguntado às crianças o que
elas entendiam sobre o lixo e o que ele pode causar se depositado
indevidamente na natureza. Com o intuito de construir o conhecimento
significativo, o grupo de alunos foi orientado a vestir luvas e subdividirem-se em
grupos de quatro alunos indígenas, sendo que cada grupo foi supervisionado
por pelo menos um bolsista do Grupo PET. Dispostos desta maneira, os grupos
realizaram um mutirão para coletar o lixo espalhado na aldeia. Após a coleta,
um dos sacos de lixo foi aberto e exposto às crianças com o objetivo de
especificar o que foi encontrado e classificar os tipos de lixo encontrados. Em
seguida, mostrou-se o tempo de degradação de cada material, como imagens
do lixo disperso em diferentes ecossistemas espalhados pelo planeta. No fim
do primeiro encontro, o lixo coletado foi separado de acordo com sua
composição, terminando com a discussão a respeito do destino correto de cada
material encontrado. No segundo encontro, alunos e professores da aldeia
236
M’Biguaçu foram convidados a participar de uma visita ao Museu do Lixo da
COMCAP (Companhia Municipal Coletora de Lixo). No museu um guia contou
a história do local, que já foi o lixão da capital de Santa Catarina. O complexo
em que o museu se encontra abriga diversos setores, que foram visitados pelo
grupo. O primeiro setor é uma horta modelo construída com matéria de
compostagem. No segundo setor encontram-se enormes composteiras, que
são alimentadas pelo lixo orgânico coletado no município. Estas composteiras
suprem a horta modelo e também fornecem composto a diversas instituições
que solicitam o material. O terceiro setor abriga o compressor do lixo trazido
pelos caminhões coletores e a área da coleta seletiva, onde se faz a separação
dos materiais recicláveis. O quarto e ultimo setor é o museu, que abriga
diversos itens encontrados no lixo, como aparelhos televisores, rádios,
brinquedos, geladeiras, discos, moveis, entre diversos outros itens que um dia
foram descartados. No terceiro encontro foi perguntado aos alunos sobre a
visita ao museu do lixo e o que aprenderam a respeito da reciclagem. Após a
conversa os bolsistas do Grupo PET Geografia apresentaram mais alguns
conceitos a respeito dos depósitos de lixo, como eles são construídos e qual o
modelo atualmente considerado como ideal. Neste mesmo encontro foi
proposta uma atividade de criação, onde os alunos foram providos de material
para a confecção de cartazes a serem expostos na escola. Com apoio dos
bolsistas, os cartazes foram confeccionados com recortes de revistas,
desenhos e colagens em cartolina. No quarto e ultimo encontro, foi aplicada a
oficina de compostagem, onde as crianças aprenderam como é dada a
degradação da matéria orgânica e como ela pode ser utilizada para a
fertilização do solo, com o fim de enriquecer a terra para o plantio ou para a
revitalização da mesma. Para terminar o ciclo de atividades, um novo mutirão
foi realizado, com o intuito de verificar se houve mudanças na comunidade
quanto ao lixo jogado pelos moradores e o que pode ser feito daí em diante.
Resultados e discussões: O resultado do projeto foi evidentemente positivo.
Logo no inicio do terceiro encontro já se pôde notar o grau de conscientização
por parte das crianças que participaram das atividades através do diálogo e
interação com elas mesmas, que se indagavam a respeito do que faziam e até
denunciavam quem jogava lixo fora do lugar adequado. Houve também grande
assimilação do conteúdo proposto, que pôde ser evidenciado na visita ao
museu, onde muitos alunos pareciam instigados a participar da construção de
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um mundo menos consumista e poluidor. A conclusão das atividades se deu
com a construção da composteira e do último mutirão, que trouxe resultados
empolgantes – uma redução de 60% na deposição de lixo na região abordada.
REFERÊNCIAS
Dias, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2000. REIGOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. 2. Ed. São Paulo: Brasiliense, 2009.
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NOVOS CAMINHOS: APRENDENDO COM E NA DIVERSIDADE
Gilsenira de Alcino Rangel1, Thaiany D´Avila Rosa, Claudia Dal Molin, Samara
Martins Munhoz, Glaucia Cabana Mashiba, Michele Telles Baptista, Raquel Guterres Palma, Marília Almeida Caniela, Roberta Bohns Tavares, Bruna
Iasmin Athaide de Campos, Carla Rosana Silveira, Jaqueline Costa Rodrigues, Larissa Radmann Quintana.
Introdução: Sob a denominação de “Projeto Novos Caminhos: três saberes
em busca da melhoria da qualidade de vida de pessoas com síndrome de
Down”, teve início, em abril de 2007, o projeto de extensão envolvendo três
unidades da UFPel: Faculdade de Educação, Escola Superior de Educação
Física e Instituto de Artes e Design. O objetivo primordial, estampado na
denominação do projeto, é proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas
com síndrome de Down (SD). Para a efetivação desse objetivo foram
oferecidas aos jovens atividades pedagógicas (leitura, escrita, conhecimentos
matemáticos, históricos e geográficos), atividades artísticas (pintura, serigrafia,
artesanato...) e atividades físicas (handebol, basquetebol, padel, futebol). A
partir de 2009 o projeto passou a ser apenas encampado pela Faculdade de
Educação. Pensando em não retirar dessas pessoas, a oportunidade de cursar
escola regular no tempo devido, os alunos do Projeto são atendidos a partir de
17 anos, tempo este dedicado à educação obrigatória. A base teórica a qual
está alicerçado o projeto vem dos estudos de Vigotsky, Freinet, Freire. Os
resultados da intervenção têm sido observados em diversos aspectos além dos
pedagógicos. Obteve-se melhoria na produção escrita, no raciocínio lógico, na
linguagem oral. Outro resultado referido pela família dos jovens é o fato de
terem melhorado a autoestima, a autonomia, a socialização. Atualmente em
2013, o Projeto Novos Caminhos, atua exclusivamente com a parte
pedagógica. No ano de 2012, adotamos um livro didático voltado ao mundo da
alfabetização e um nível mais avançado do EJA, Educação de Jovens e
Adultos, trazendo esses alunos a vivenciarem cada vez mais as práticas de
____________________________ 1 Gilsenira de Alcino Rangel (orientador), Thaiany D´Avila Rosa, Claudia Dal Molin, Samara Martins Munhoz, Glaucia Cabana Mashiba, Michele Telles Baptista, Raquel Guterres Palma, Marília Almeida Caniela, Roberta Bohns Tavares, Bruna Iasmin Athaide de Campos, Carla Rosana Silveira, Jaqueline Costa Rodrigues, Larissa Radmann Quintana
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uma escola, de uma sala de aula, incluindo, também, avaliações sobre os
conteúdos, como por exemplo, matemática, geografia, história, artes, ciências,
português. Objetivos: Como objetivo mais abrangente temos o
desenvolvimento da qualidade de vida de pessoas com síndrome de Down e
pessoas com deficiência, com o intuito de aprimorar o convívio social e elevar a
autoestima. Para que esse objetivo se concretize traçamos alguns específicos,
como: inserir os alunos no mundo da escrita, seja através da alfabetização
propriamente dita, seja através de oportunidades de reflexões sobre a escrita;
desenvolvimento de cálculos; orientação espacial-geográfica, conhecimentos
estes que julgamos colaborarem para a efetivação do objetivo maior.
Metodologia: População alvo Os participantes do projeto foram (e são) jovens
e adultos com síndrome de Down e deficiência mental. A turma começou com
15 alunos, a maioria frequentando escola especial no turno da tarde e
participante também de outros projetos de extensão da Universidade, como o
projeto Carinho. Desde 2009 foi acrescida mais uma turma. Agora de
alfabetização, com 15 alunos também. Estrutura, carga horária, equipe Os
acadêmicos organizam-se em duplas, preparam o material, as atividades,
submetem à sua coordenação e então aplicam. A cada dia é uma dupla de
professores-aprendizes diferente. As reuniões semanais para preparo de
atividades, discussões sobre o percurso e avaliação do trabalho são de
fundamental importância para o bom andamento das aulas para que haja,
assim, uma linha a ser seguida, uma continuidade. Em algumas circunstâncias
essas reuniões semanais são insuficientes para se tratar de tudo referente ao
projeto e fatos ocorridos durante as aulas, e desse modo fazemos encontros
extraordinários. Atualmente são 16 acadêmicos: 15 do curso de Pedagogia e 1
das Ciências Sociais, ministrando as aulas nas dependências da Faculdade de
Educação, apenas. A equipe conta também com: 1 Psicopedagoga, 1
coordenadora, 1 bolsista de extensão. Assim, é composto por duas turmas: 1
turma Avançado, com 12 alunos e 1 turma Alfabetização, com 15 alunos. Toda
esta equipe reúne-se semanalmente para proposição de atividades, avaliação,
planejamento e troca de experiências. A turma Avançado tem aulas três vezes
na semana (2ª, 4ª e 6ª), das 8:30h às 11:30h, com 6 ministrantes, enquanto a
turma Alfabetização tem aulas diariamente, das 9h às 11h e conta com 10
professores-aprendizes. Resultados e discussões: Dentre os resultados
colhidos com a execução do projeto, vale destacar a metodologia de trabalho
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empregada com as turmas, tanto avançada quanto alfabetização - que parte de
aulas expositivas-dialogadas em que os professores aprendizes encaminham a
discussão do conteúdo e os alunos participam dando opiniões respondendo a
questionamentos. Há ainda as aulas-passeio, atividades normalmente
utilizadas para fechamento de projetos implementados, nessas aulas, os
alunos têm um roteiro de estudo a seguir contemplando todas as áreas
abrangidas pelo projeto, bem como o relatório da viagem ou passeio. Também
durante os encontros os trabalhos em grupos são muito utilizados
oportunizando a troca de saberes entre os alunos – o que muitas vezes os
coloca em situação de conflito (Piaget) fazendo com que evoluam no
pensamento sobre determinado assunto. Merece destaque também o trabalho
com a Pedagogia de Projetos. Durante o ano são organizados projetos de
ensino que partem do desejo dos alunos em conhecerem determinado assunto.
Assim, partimos de: a) o que já sabemos? (conhecimento prévio); b) o que
queremos saber?( pesquisa-projeto) e; c) o que descobrimos?(resultados).
Exemplos de projetos desenvolvidos:
• Fenadoce – Do charque ao doce
• Conhecendo Pelotas
• Vida saudável
• Meu Rio Grande do Sul (Rio Grande, Piratini e Porto Alegre)
• Quem sou eu?
Para 2013 os alunos já escolheram os temas a serem trabalhados:
Funcionamento do corpo humano; Sexualidade; Namoro; Cidadania; Música
Conclusões: A comunidade atendida participa do projeto de extensão dando
sugestões, avaliando, colaborando. O s avanços alcançados pelos alunos vão
além dos previstos pedagogicamente: envolvem questões de cidadania,
autonomia, auto-estima, alegria de viver, como os depoimentos confirmam:
“Professora, a vida da Ci era uma antes de entrar no projeto e outra agora. O
projeto não pode acabar!” (mãe de aluna). “- Ah! Férias, não!” (aluna) “-
Parabéns pelo trabalho de vocês! Noto uma melhora grande na Ta, no
raciocínio, na maneira de se expressar e de colocar as coisas no papel” (Mãe
de aluna). Há que se destacar ainda, os ganhos para os professores-
aprendizes uma vez que são confrontados com situações desafiadoras em
termos de processos de ensino-aprendizagem, tendo, assim, de pensar
241
maneiras de mediar esse processo em busca da real aprendizagem. Acrescido
a esse fato, os professores-aprendizes computam as horas ministradas no
projeto na sua grade curricular como atividades complementares.
REFERÊNCIAS
FREINET, C. As técnicas Freinet da Escola Moderna. Lisboa: Editorial Estampada Ltda, 1975. PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 7ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
242
PET FILOSOFIA EM CURSOS DE PINTURA: Perspectivas e Espaços à luz da Filosofia da Arte
Angela Maria da Silva, Angelo Eduardo da Silva Hartmann, Cristiane Picinini, Fabiane Libardi, Maria Paula Fontana de Figueiredo, Maurício Smiderle1, Angélica Lúcia Engelsing2, Helen Aline dos Santos Manhães3 Claudinei Aparecido de Freitas da Silva4, Edy das Graças Braun5, Wilson Antonio
Frezzatti Jr6.
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Toledo. Palavras-chave: Estética. História da Arte. Pintura. Introdução: A proposta desse texto é apresentar a atividade “Perspectivas e
Espaços: Conversas sobre Filosofia e Arte”, realizada pelos acadêmicos do
Grupo PET Filosofia da Unioeste com o Curso de Pintura da Prof.ª Edy Braun
no 2º semestre de 2012. A atividade tem como caráter prioritário a extensão –
o papel social da universidade de promover a democratização e a expansão do
conhecimento para além dos seus muros – e implica as dimensões da
pesquisa e do ensino, uma vez que são os discentes petianos os responsáveis
por construírem conjuntamente as relações teóricas e metodológicas para a
realização da atividade. O tema “Perspectivas e Espaços” funciona como fio
condutor da explanação teórica, dividida em três encontros: (1) a cosmologia
de Aristóteles; (2) a concepção filosófica da pintura de Alberti e (3) filosofia e
pintura em Leonardo, situados na cosmologia de Copérnico. O Curso de
Pintura integra pessoas da comunidade local e de várias instâncias da
comunidade universitária de Toledo – técnicos, professores de outros
colegiados e funcionários. Um dos desafios da atividade é desenvolver uma
metodologia que permita articular e expor ao debate as noções filosóficas de
modo relevante aos participantes do Curso. Objetivos: Os objetivos da 1 Estudantes bolsistas do PET Filosofia. Cursam a graduação em Filosofia, CCHS, Unioeste – Campus de Toledo. 2 Graduada no Curso de Filosofia da Unioeste. Ex-bolsista PET Filosofia (2010-2012). 3 Graduanda em Filosofia, CCHS, Unioeste – Campus de Toledo. Ex-bolsista PET Filosofia (2011-2012). 4 Professor tutor do PET Filosofia da Unioeste. Professor do Colegiado de Filosofia, CCHS, da Unioeste – Campus de Toledo. 5 Professora do Colegiado de Filosofia da Unioeste. Coordenadora do Projeto de Extensão Curso de Pintura realizado na Unioeste – Campus de Toledo. 6 Professor do Colegiado de Filosofia, CCHS, da Unioeste. Ex-tutor do PET Filosofia (2010-2013).
243
atividade são: (a) atender às demandas da comunidade externa; (b)
desenvolver habilidades para exposição de temas filosóficos; (c) Integração do
PET Filosofia com as atividades de Extensão da Universidade; (d) Aprofundar
temas ligados à Filosofia e à Arte. Metodologia: Como materiais principais
para a realização da atividade, foram buscados textos filosóficos e imagens
relevantes ao tema proposto. Acerca da metodologia, apresentaremos dois
aspectos distintos: a metodologia interna de preparação do material – nível de
pesquisa da atividade – e a metodologia empregada durante os três encontros
da atividade – que englobam as dimensões de ensino e extensão. A
metodologia interna de preparação do material foi realizada conjuntamente
entre os petianos e o professor tutor do PET Filosofia. Dedicamos duas tardes
para discussão e construção de uma compreensão comum do fio condutor dos
encontros a serem realizados com os aprendizes de pintura. Optamos por
inserir nos encontros uma apostila com os textos principais do tema da
atividade, permitindo aos participantes o contato direto com os textos filosóficos
– uma peculiaridade do ensino de Filosofia. A divulgação, inicialmente
circunscrita aos participantes do Curso de Pintura, foi ampliada à comunidade
universitária através de cartazes e mídia eletrônica – pelo Portal do Curso de
Filosofia da Unioeste (link disponível na Figura 1). Para a realização do
primeiro encontro, articulamos variações de exposições entre os três petianos,
tornando a abordagem mais dinâmica e interessante aos participantes da
atividade. A exposição da situação histórica, orientada pelos problemas e
concepções filosóficas, foi complementada pela exibição, através de data
show, de imagens de telas com e sem perspectiva, cujo objetivo era
redimensionar o próprio “ponto de vista” de cada um. Os dois encontros
seguintes foram conduzidos também por meio de slides, visando à proposta
dos autores escolhidos – Alberti e Leonardo. Cada encontro foi ricamente
comentado e discutido pela prof.ª Edy Braun, responsável pelo Curso de
Pintura e pela articulação das nossas ideias. Resultados e Discussão: A
atividade do PET Filosofia em cursos de pintura é uma tentativa de desenvolver
uma nova modalidade de extensão universitária em Filosofia à medida que se
propõe trabalhar com as pessoas da comunidade local. A sua primeira edição
foi realizada em 2011, cujo tema esteve circunscrito às quatro categorias
estéticas: Belo e Sublime – a reflexão filosófica sobre os sentimentos segundo
Kant; A Melancolia (Walter Benjamin) e O Trágico (Platão, Aristóteles e
244
Nietzsche). Em 2012, a atividade foi realizada em três encontros com o fio
condutor sobre o desenvolvimento das diferentes noções de perspectiva e
espaço na Antiguidade Grega, no Renascimento florentino (século XV) e na
Modernidade. Ambas edições foram realizadas no Curso de pintura da Prof.ª
Edy Braun. A 2ª edição da Atividade articulou e contrapôs as concepções
filosóficas de Leon Battista Alberti (1404-1472) e Leonardo da Vinci (1452-
1519) no que diz respeito à pintura e à noção de natureza emergente na
modernidade. O destaque dado ao período do Renascimento florentino (Século
XV) permite contrastar a cosmovisão aristotélica, reassumida de modo
hegemônico por Tomás de Aquino (1221-1274), no século XIII. Os florentinos
reascendem o status social do pintor e o valor de se dedicar à formação
intelectual nas artes liberais (correspondentes aos famosos trivium – gramática,
lógica e retórica – e quatrivium – aritmética, geometria, astronomia e música –
da educação medieval). Os traços característicos da contraposição entre a
cosmovisão aristotélica – expressa pela oposição entre os mundos sublunar e
supralunar – e a visão de mundo constituída no Renascimento foram
esboçados e discutidos no primeiro encontro. O segundo encontro
desenvolveu-se em torno da figura de Leon Alberti, filósofo e humanista da
Renascença que se destaca, em nosso recorte, pela teorização da pintura –
pois é com Alberti que o sistema de saberes arquitetado por Aristóteles (±384-
322 a. C.) é confrontado. Se para Aristóteles a techné é radicalmente distinta
das “ciências teoréticas”, em Alberti a pintura é articulada à cosmovisão do
pintor, cuja formação intelectual não pode prescindir da geometria. A
perspectiva permite tornar uma tela plana em uma janela para a natureza: a
arte reproduz e recria, para Alberti, a ordem entre as partes que existe na
realidade. Com as noções de circunscrição, composição e recepção de luzes,
Alberti reconstitui a concepção da Pintura, bem como as suas divisões:
enquanto a circunscrição trata do lugar da coisa vista, a composição assinala
os lugares das superfícies tomadas em conjunto e a recepção de luzes cuida
da distribuição de claro-escuro e dos seus efeitos na superfície da cor. A
abordagem do terceiro encontro foi direcionada à configuração das relações
que Leonardo da Vinci realiza entre a pintura, a poesia, a música, a escultura e
a filosofia. Leonardo divide os saberes em três grupos: o saber mecânico –
oriundo da prática, como a escultura, o saber científico – cujos pressupostos
iniciais e as conclusões ocorrem na mente, e o saber semi-mecânico – que
245
nasce das verdades primeiras da ciência e se desdobra na operação manual,
como a pintura. A postura filosófica de Leonardo compreende que todos os
pontos do universo equivalem a um só, quanto ao seu estatuto matemático. A
reflexão humana se constitui ciência mediante demonstrações matemáticas.
Considerações finais: A terceira edição da atividade será realizada no 2º
semestre letivo de 2013. Nossa expectativa é aprimorar o tema da 2ª edição,
ampliando a atividade para mais três espaços educativos: a Casa da Cultura de
Toledo, que está inaugurando neste ano cursos de artes plásticas; a Secretaria
de Educação de Quatro Pontes e a Secretaria de Cultura de Cascavel. Assim
como as demais atividades desenvolvidas – coletiva ou individualmente – pelo
Grupo PET Filosofia, a atividade reconstruída neste resumo constituiu-se
aberta aos erros, à incompletude do nosso conhecimento e à preocupação
constante de tentar melhorar a visão que temos da formação petiana para a
pesquisa e o ensino com vistas à extensão. A articulação efetiva de relações
entre o ensino, a pesquisa e a extensão permitiu a expansão de nossas
expectativas tanto da proposta inicial, como da nossa experiência com o ensino
de Filosofia. A missão do Programa de Educação Tutorial é provocar novas
compreensões do mundo em que vivemos, buscando possibilitar a todos o
acesso ao conhecimento e à arte.
REFERÊNCIAS:
ALBERTI, Leon Battista. Da pintura. Campinas: Editora da Unicamp, 1999. DA VINCI, Leonardo; CARREIRA, Eduardo (Org.). Os escritos de Leonardo da Vinci sobre a arte da pintura. Brasília: Editora da UnB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000. GOMBRICH, Ernst. A História da Arte. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. MARQUES, Luis (Coord.). A perspectiva domina o espaço. São Paulo: Duetto Editorial, 2009 (Coleção O tempo do renascimento, 2). THUILLIER, Pierre. De Arquimedes a Einstein: a face oculta da invenção científica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.
246
INSERÇÕES EM DISCIPLINAS: UM EXERCÍCIO CRÍTICO DE TRANSVERSALIZAÇÕES TEÓRICO/PRÁTICAS EM PSICOLOGIA
1ARAUJO, Rodrigo V.; *BASSANESSI, Daniela F.; *BARBOSA, Marcos R. O.;
*BUENO, Lucas S.; *ECKERT, JuliethB.; *JUNG, Raul O.; 2LAZZAROTTO, Gislei Domingas Romanzini.; *MAIERON,Gilmar Fernando; *PONZI, Carolina
T.; *RODRIGUES, Marina R.; *SILVA, Simiana R. S.S.; *SILVA, Thiago P.; *VAZ, Iria S.
Palavras-Chave: Educação Tutorial, Psicologia, Transversalização.
Introdução: A inserção nas disciplinas surge no Programa de Educação
Tutorial (PET) Psicologia enquanto um dispositivo de intervenção no currículo
do curso ao qual está inserido. Se caracterizando enquanto uma atividade de
ensino, essa iniciativa engloba o conjunto das intervenções realizadas no
âmbito das disciplinas do curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS). Através do trabalho com o currículo, pensando em
seus limites e potencialidades, o grupo PET propõe ações em conjunto com os
professores no espaço das disciplinas. Cabem aqui algumas considerações
sobre nossos norteadores teóricos para a prática. Segundo a filosofia da
educação como é trazida por Kohan (2003) as condições para a educação da
maneira como a construímos tradicionalmente se calcariam na desigualdade.
Uma mudança se operaria ao se questionar sobre o que fazemos e como nos
colocamos com relação à prática de aprender/ensinar. Só com a interrogação
constante é que se propiciaria uma educação emancipadora. No que toca mais
especificamente à formação em Psicologia, um ponto preocupante é a
desvinculação que se faz presente entre o exercício da profissão e a atuação
ético-política e como isso transparece na graduação. É mantendo em vista
essas concepções que propomos esta atividade, já que “(...) as discussões em
sala de aula podem ser espaços privilegiados para a experimentação e a
construção de uma psicologia que não se separa da política, nem da vida”,
conforme destacamas autoras Nascimento, Manzini e Bocco (2006, p. 15).
1 Estudante de graduação do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Relator: Gilmar Fernando Maieron, [email protected] 2 Doutora em Educação, Professora Tutora do Programa de Educação Tutorial – Grupo de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
247
Sobre nossa concepção de formação, não levamos em consideração somente
a responsabilidade da universidade, “pensamos na rede de ralações implicadas
num campo de formação – alunos, professores, profissionais, supervisores
locais, estagiários, comunidade/usuário/paciente/organização, entidades
profissionais” (LAZZAROTTO, 2004, p. 49). Assim, esta atividade vem sendo
realizada nos últimos anos, mediante a iniciativa do grupo PET e a demanda
discente,no movimento de buscar diferentes formas de interagir com os
professores e alunos das disciplinas da graduação em psicologia,
possibilitando a reflexão sobre os conteúdos desenvolvidos e as práticas
profissionais. Objetivos: Esta atividade tem como objetivo desenvolver a
metodologia da educação tutorial nas disciplinas de graduação do Curso de
Psicologia, propondo que os estudantes pensem, conjuntamente com o
professor, como o currículo está organizado, o que as disciplinas contemplam e
as formas de atualizar o modo do currículo acontecer. Para fins de
exemplificação do que é feito na atividade, nos deteremos sobre uma das
inserções realizadas no segundo semestre de 2012, junto aos alunos do quarto
semestre, com as disciplinas de Ética Profissional e Avaliação Psicológica I.
Alguns de nossos objetivos consistiram em produzir, através desta intervenção,
não só a potencialização do senso crítico/ético dos estudantes envolvidos,
como também possibilitar a articulação de duas disciplinas oferecidas por
departamentos diferentes do Instituto de Psicologia da UFRGS, oportunizando
a transversalização da formação ao potencializar o encontro, em um mesmo
momento, de pressupostos distintos mas que compõe o cenário das práticas
psicológicas possíveis. Através desta experiência buscamos a formação de um
dispositivo pedagógico que engendre por si próprio outras atividades
integradas nas ações curriculares. Metodologia: Através das discussões
realizadas dentro do grupo PET, sempre pensando na formação em psicologia
promovida pelo currículo, os petianos trazem as vivências das disciplinas e
propõe formas de potencializar esse espaço acadêmico, pensando em
questões específicas, dentro do prescrito pelo curso, que poderiam ser
desenvolvidas no âmbito do desenrolar do semestre e que possibilitassem
outros modos de vivenciar a formação no âmbito curricular. Esse planejamento
visa atentar a questões da formação em psicologia que as disciplinas da forma
que estão organizadas podem não dar conta. Para tanto, os petianos buscam
os professores responsáveis de modo a discutir formas de inserção da
248
metodologia de educação tutorial nas suas disciplinas, o que pode ocorrer de
diversas formas. Também, pela atividade já ser realizada há alguns anos, os
professores buscam o PET Psicologia a fim de pensar conosco
transversalizações possíveis nas disciplinas que irão ministrar. A estratégia de
intervenção é pensada a partir das especificidades de cada inserção planejada.
No caso da inserção em Ética Profissional e Avaliação Psicológica I, devido a
discussões entre petianos sobre as experiências com o currículo de psicologia,
foi possível perceber a existência de uma questão comum quanto a
necessidade de um exercício reflexivo sobre as repercussões éticas no
desenvolvimento das atividades de avaliação, tais como o uso de testes como
base de um exame criminológico que indicará a progressão, ou não, de regime
no sistema penitenciário; ou ainda, os efeitos que um diagnóstico
psicopatológico pode causar ao enquadrar um sujeito em um determinada
categoria de adoecimento. Os disparadores de tal ação foram, principalmente,a
insuficiente reflexão crítica/ética presente na forma como as disciplinas de
Avaliação Psicológica (A.P.) tem sido apresentadas, sendo estas focadas mais
nos procedimentos avaliativos e acesso aos instrumentos, como por exemplo,
a técnica da aplicação de testes. E, por outro lado, há a carência de se tratar
desta temática na disciplina de Ética Profissional, na qual a discussão acontece
sem necessariamente a presença de psicólogos mais próximos dessa área de
atuação. Nesse sentido o grupo PET Psicologia tenta promover uma discussão
ampliada/integrada acerca das implicações éticas e políticas da A.P., através
de uma ação conjunta com as ministrantes de cada disciplina, articulando
assim dois conteúdos trabalhados no mesmo semestre. Para o
desenvolvimento da atividade foram convidadas as professoras responsáveis
pelas disciplinas, bem como as doutorandas destas, para compor um momento
de fala sobre o trabalho com A.P. e como esta é tratada na comissão de ética
do Conselho Regional de Psicologia, para então ser aberta uma discussão com
os estudantes sobre as implicações do trabalho. Houve como norteador das
questões a serem explicitadas pelas debatedoras uma série de perguntas
produzidas pelos estudantes e enviadas com antecedência. Resultados e Discussões: A atividade em Ética Profissional e Avaliação Psicológica I
contribuiu para sanar algumas dúvidas dos estudantes a respeito de como
funciona o comitê que se ocupa da temática da Avaliação Psicológica no
Conselho Regional de Psicologia-RS, bem como da distância deste órgão da
249
formação dos estudantes. Fora importante disparador de questões a respeito
dos fazeres dos profissionais de psicologia e sobre a formação. A inserção
também atingiu o objetivo de ser dispositivo para que os professores destas
disciplinas possam novamente se articular nos anos seguintes. Nestas
experiências têm-se mostrado muitos resultados positivos para os estudantes,
professores e bolsistas do PET-Psicologia, segundo os depoimentos. Esta
estratégia também permite aproximar o grupo PET dos professores e
estudantes da graduação, possibilitando uma maior reflexão sobre os
conteúdos desenvolvidos nas diferentes disciplinas e dando maior visibilidade
ao PET como programa vinculado à educação tutorial. Levando-se em
consideração que “somos parte de um jogo constituído de uma complexa trama
de relações políticas e econômicas, traduzidas no campo educacional por
diretrizes curriculares, visibilizadas no campo social pelo ranking de
universidades e cursos, e experimentadas em nosso cotidiano como alteração
curricular” (LAZZAROTTO, 2004, p. 47), cumprimos nossa função de tensionar
o currículo em suas possíveis falhas trazendo uma atividade proposta pelos
alunos, o que inverte as posições enrijecidas no ensino universitário.
Retomando o texto de Kohan (2003), pode-se dizer que a inserção em
disciplinas funciona como um momento de educação emancipadora ao se
colocar em questão os lugares e práticas que parecem se constituir como leis e
verdades no contexto do curso.
REFERÊNCIAS
KOHAN, W. E. Três lições de filosofia da educação. Educ. Soc. Campinas, vol. 24, n. 82, p. 221-228, abril 2003. LAZZAROTTO, G. D. R. A construção de possibilidades na formação do psicólogo: moradas de invenção e acolhimento. In. NASCIMENTO, C. et al. Psicologia e Políticas Públicas: experiência em saúde pública. Porto Alegre: Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul – CRP 07, 2004. NASCIMENTO, M. L. do; MANZINI, J.M.; BOCCO, F. Reinventando as práticas psi. Psicologia & Sociedade, Minas Gerais, vol. 18, n. 1, p. 15-20, janeiro/abril 2006.
251
BALBÚRDIA NO PORTUGUÊS
Rocheli Regina Predebon Silveira1, Hohanne da Silva Vilela2,Millaine de Souza
Carvalho², Nathalia Madeira Araujo², Renata Silveira da Silva3
Palavras-chave: Balbúrdia. Informativo. Ensino
O presente trabalho, intitulado Balbúrdia no Português, é fruto do projeto de
extensão Balbúrdia, vinculado ao Núcleo de Estudos Linguísticos e
Pedagógicos do Português (NELPP) e ao Programa de Educação Tutorial
(PET) Letras, pertencentes ao Curso de Letras da Unipampa, Campus
Jaguarão. Atualmente, o Balbúrdia no Português é uma das atividades de
ensino do PET Letras. O Balbúrdia é um projeto de extensão que busca
proporcionar aos seus participantes (comunidade acadêmica e geral) saberes
de diversas esferas do conhecimento. Em 2012, os encontros foram realizados
quinzenalmente, tendo como característica preponderante abordar temáticas
diversas. Em seu primeiro ano de execução, ocorreram quinze edições, são
elas: A palavra na perspectiva da filósofa e poeta Viviane Mosé, Medo, Tempo,
Humor, Militância, Politicamente (in)correto, Fé, Heróis, Amor, Consumo,
Infância, Animal humano, Música, Corpo, e Palavra e criação. O projeto
ocorreu na Unipampa, Campus Jaguarão, na Casa de Cultura e no Centro de
Economia Solidária, utilizando-se de recursos como vídeos curtos, músicas,
fragmentos de textos teóricos e literários, dinâmicas, encenações, produção de
audiovisuais pelos colaboradores sobre as temáticas e presença de
convidados. O Balbúrdia no Português, aproveitando-se das temáticas e dos
mecanismos utilizados no Balbúrdia, constitui-se em um informativo didático,
elaborado a cada dois meses. Em cada edição, o informativo aborda duas
temáticas inter-relacionadas. Até o presente momento, foram desenvolvidos
três informativos: o primeiro uniu as temáticas Humor e Politicamente
(in)correto, o segundo abordou Medo e Fé e o terceiro relacionou Amor e
1Acadêmica do Curso de Letras da Universidade Federal do Pampa - Campus Jaguarão. Bolsista do Programa de Educação Tutorial Letras; e-mail: [email protected] 2Acadêmicas do Curso de Letras da Universidade Federal do Pampa - Campus Jaguarão. Bolsistas do Programa de Educação Tutorial Letras. 3 Professora adjunta da Universidade Federal do Pampa – Campus Jaguarão – Tutora do Programa de Educação Tutorial Letras.
252
Tempo. Pretende-se elaborar mais quatro informativos referentes ao ano de
2012 e dois referentes às edições do Balbúrdia em 2013. A finalidade do
projeto de ensino é criar atividades destinadas às aulas de língua portuguesa e
literatura. O informativo possibilita aos acadêmicos adquirir experiência no
planejamento docente, conhecer atividades didáticas de caráter interdisciplinar
e aplicar conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da graduação na
elaboração de planos de aula. O jornal didático vem ao encontro de demandas
explicitadas pelos acadêmicos de Letras. Importa dizer que o Curso de Letras,
Campus Jaguarão, tem em sua estrutura curricular o estágio de observação em
língua portuguesa e literatura, ofertado no 6º semestre, e o estágio de
docência, ofertado no 8º semestre. Tais componentes curriculares, por vezes,
são a única experiência no ensino dos graduandos, os quais chegam nessas
duas etapas de sua formação relatando ansiedades e receios. Mostram-se
temerosos porque almejam levar à sala de aula as instruções acadêmicas
sobre a necessidade de reformulação do ensino de línguas e de literatura, mas
apresentam dúvidas quanto aos recursos metodológicos adequados, e quanto
à receptividade das propostas de ensino na escola. O projeto de ensino
Balbúrdia no Português baseia-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais de
Língua Portuguesa (PCNs) (1997), os quais sugerem o ensino de língua a
partir de gêneros, pois o jornal didático é construído a partir de gêneros
discursivos que permeiam várias esferas sociais. Outros princípios advindos
dos PCNs norteadores do informativo são: atenção à oralidade, a tomada de
texto como unidade de ensino e a proposição de atividades que contemplem as
habilidades - fala, escuta, leitura e escrita. Outra base teórica é a concepção de
gênero discursivo advinda de Bakhtin (1992). Estamos concebendo gêneros a
partir dos preceitos desse autor, para o qual gêneros são enunciados
relativamente estáveis que expressam as características da esfera de produção
através de tema, estilo e composição. Os gêneros são relativamente estáveis
porque seguem normas instituídas socialmente, mas os usuários da língua,
dependendo do gênero, têm mais ou menos liberdade para expressão de sua
subjetividade, por exemplo: um poema tende mais para a instabilidade que
uma ata produzida na esfera acadêmica. No informativo, os gêneros
discursivos têm sua variedade destacada. O tema, o estilo e a composição são
especificados nas propostas didáticas. Além disso, diferenças entre gêneros e
respectivas esferas são problematizadas. O informativo focaliza o planejamento
253
e a realização de projetos temáticos. De acordo com os PCNs (1996), os
projetos temáticos são apropriados à produção de textos, de forma
contextualizada, e ao trabalho, em sala de aula, com uma diversidade de
gêneros discursivos. Permitem ainda a relação entre conteúdos de diversas
áreas do conhecimento e incentivam o comprometimento do aluno com sua
aprendizagem. Espera-se também que o informativo seja disponibilizado para
os professores de língua portuguesa da rede pública, através da entrega de um
CD-ROM. Com essa iniciativa, busca-se integrar os professores da educação
básica e os atores do Curso de Letras. A produção do jornal didático conta com
as quatro bolsistas PET e com colaboradores externos. O planejamento e a
elaboração dividem-se em etapas. Em princípio, é realizada uma reunião para
eleger quais serão os temas abordados e acordar prazos para os acadêmicos
indicarem atividades. Em outra reunião, ocorre a discussão sobre os materiais
encontrados, dividindo-se as tarefas de elaboração de resumos e criação de
atividades e estabelecendo prazos de entrega. Após, ocorre uma revisão, que
indica necessidades de especificações de atividades. Em seguida, ocorre o
processo de diagramação, sendo que aproximadamente três alunos trabalham
nessa etapa. Essa fase caracteriza-se pela organização das atividades
propostas. Por fim, outra revisão é realizada visando à versão final. Com o
término do informativo, acontece a divulgação durante o Balbúrdia, em que um
exemplar é sorteado para os participantes. Através do informativo, o
acadêmico, além de desenvolver a competência de diagramar, utilizando o
Microsoft Office Publisher, ainda aprende a agregar diversificados e atualizados
temas na sala de aula. Há a intenção de realizarmos um evento com os
professores de português e literatura das escolas da rede básica de Jaguarão,
em que seria realizado um Balbúrdia seguido da entrega do informativo
correspondente à temática apresentada no projeto de extensão. Destacamos
que o informativo é divulgado virtualmente, no blog do NELPP e do PET, pois
tem em média 12 (doze) páginas. Dentre os resultados do projeto está o
conhecimento, por parte dos acadêmicos de Letras, de atividades com diversas
temáticas relacionadas à língua materna e à literatura. Outro resultado é o
reconhecimento da necessidade de especificação das etapas de um plano de
aula, tendo em vista que os acadêmicos tendem a apresentar, de forma vaga,
as atividades que propõem. Com o projeto, está sendo elaborado um acervo de
exercícios, em formato de jornal, o qual ficará disponível para os futuros
254
estagiários e professores da educação básica de Jaguarão. O informativo ainda
propicia aos envolvidos a reflexão sobre os conteúdos que fazem parte das
disciplinas de língua materna e literatura nas escolas. Não raro, na tentativa de
criar atividades didáticas, os participantes questionam o porquê do ensino de
determinados conteúdos gramaticais e apontam a necessidade de uma maior
inserção de textos na sala de aula.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 277-326. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa, primeiro e segundo ciclo. Brasília: 1997. 256p. PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS-ESPANHOL. Jaguarão: dez. 2008.
256
AÇÕES AFIRMATIVAS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA O DIÁLOGO COM
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO
Ellen Diogo Platt¹, Gabriela Ruiz dos Santos², Nair Iracema Silveira dos Santos³, Tanise Baptista de Medeiros4.
Palavras-chave: Políticas de ingresso no ensino superior; Ações Afirmativas;
Políticas públicas.
O presente trabalho apresenta parte das atividades do grupo PET Conexões
Políticas Públicas de Juventude, formado a partir de edital MEC/SESU/SECADI
do ano de 2010, constituído por 12 estudantes de graduação de diferentes
áreas do conhecimento, oriundos do sistema público de ensino, com tutoria da
professora Nair Silveira, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
e Institucional da UFRGS. O grupo tem como objetivo o desenvolvimento de
atividades de ensino, pesquisa e extensão, tendo como eixo central as políticas
de juventude, problematizando a temática e construindo espaços de troca de
saberes com jovens de comunidades populares, na perspectiva interdisciplinar.
Em 2012, após realização de oficinas no evento “UFRGS Portas Abertas”,
quando os bolsistas se propuseram ao debate com estudantes de Ensino
Médio sobre o ingresso e permanência na Universidade, o grupo sentiu-se
implicado em focar no tema das ações afirmativas, percebendo a necessidade
de trabalhar com essa temática a partir do contexto nacional da política e de
suas implicações na UFRGS. Este direcionamento também se dá através da
experiência dos próprios bolsistas do grupo, suas trajetórias na universidade e
suas problematizações, considerando a necessidade de ampliar o debate
dentro e fora da universidade. Segundo Gomes (2001, pp.6-7) as ações
afirmativas constituem “um conjunto de políticas públicas e privadas de caráter
compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate da
discriminação de raça, gênero etc., bem como para corrigir os efeitos presentes
da discriminação praticada no passado”.
____________________________ ¹ Graduanda em Psicologia/UFRGS, bolsista PET/MEC/SESU – [email protected] ² Graduanda em Psicologia/UFRGS, bolsista PET/MEC/SESU ³Professora Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional/UFRGS, tutora PET/MEC/SESU (orientadora) 4Graduanda em História/UFRGS, bolsista PET/MEC/SESU
257
Entre seus objetivos, de acordo com este autor, estão: “induzir transformações
de ordem cultural, pedagógica e psicológica, visando a tirar do imaginário
coletivo a ideia de supremacia racial versus subordinação racial e/ou de
gênero; coibir a discriminação do presente; eliminar os efeitos persistentes
(psicológicos, culturais e comportamentais) da discriminação do passado, que
tendem a se perpetuar e que se revelam na discriminação estrutural; implantar
a diversidade e ampliar a representatividade dos grupos minoritários nos
diversos setores.”. No Brasil, o sistema de cotas para ingresso ao ensino
superior público é uma política de ação afirmativa, implantada na última
década, em contexto de lutas de vários movimentos sociais. No ano de 2007, a
UFRGS instituiu o Programa de Ações Afirmativas através da Reserva de
Vagas para estudantes oriundos do Sistema de Ensino Público, estudantes
oriundos do Sistema de Ensino Público e autodeclarados negros e candidatos
indígenas (Decisão 134/2007 - Conselho Universitário). Após cinco anos do
programa na universidade, inicia-se em 2012 o processo de avaliação e
revisão do sistema de cotas, bem como retorna o amplo debate sobre este em
todos os níveis da sociedade. Com o intuito de contribuir nesta reflexão e
aproximar a universidade da sociedade, é que nos colocamos a disposição
para construir o diálogo junto a outros jovens. Segundo a decisão de número
268/2012 do Conselho Universitárioda Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, permanece a reserva de 30% das vagas de cada curso de graduação, em
vigor por um período de 10 (dez) anos, podendo ser prorrogada a partir de uma
nova avaliação. As vagas reservadas a candidatos egressos do Sistema
Público de Ensino Fundamental e Médio são divididas igualmente entre alunos
egressos de escola pública e alunos egressos de escola pública
autodeclarados negros. Além destas, são destinadas anualmente 10 (dez)
vagas para estudantes indígenas, com normas específicas de ingresso. Ainda
neste documento, afirma-se que o acompanhamento dos estudantes
ingressantes pelo Programa de Ações Afirmativas é de responsabilidade da
Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas -
ligada à Pró-Reitoria de Coordenação Acadêmica -, que deverá realizar esse
acompanhamento junto à Pró-Reitoria de Graduação e às Comissões de
Graduação de cada curso da UFRGS. Neste contexto, o grupo passou a
desenvolver oficinas em escolas públicas, tendo como objetivo a interação e
aproximação dos estudantes da universidade com estudantes de escolas
258
públicas, para que ambos os grupos pudessem conhecer, tirar dúvidas e
problematizar os espaços de educação. Para além desse objetivo, encontra-se
a proposta de levar ao conhecimento dos estudantes de escolas públicas o
sistema de ingresso por reserva de vagas à Universidade Pública,
apresentando a política de reserva de vagas como um direito destes, já que,
apesar da existência da política de cotas, essa não tem visibilidade para a
população a qual se destina e também é pouco difundida por professores no
ambiente escolar. Optou-se pelo recurso da oficina, entendendo-se esta como
um “lugar onde se verificam grandes transformações. As oficinas podem
contribuir com a metamorfose ou a modificação de um estado, de um sistema.
Proporcionar outros modos de existir na sociedade, situações sociais,
condições de vida” (Pacheco et.al, 2007, p.23). A oficina, nesse sentido,
engendra processos de reflexão. As atividades tinham duração de 3 (três)
horas e foram divididas em três momentos: 1) apresentação e familiarização
entre estudantes da universidade e da escola; 2) exposição sobre as políticas
de ingresso e permanência na universidade, enfatizando-se a implementação
das ações afirmativas; 3) atividades em grupos com debates sobre as questões
levantadas nos dois primeiros momentos da oficina. Percebeu-se que a maioria
dos estudantes de escolas públicas desconheciam as políticas de ingresso e
permanência na UFRGS, implantadas desde 2008. Além disso, verificou-se, a
partir das falas de algumas turmas, que o ingresso na universidade não se
apresenta, muitas vezes, como uma alternativa natural depois da conclusão do
ensino médio. Esse fato pôde ser observado em uma das oficinas realizadas
pelo grupo no município de Canoas, na qual os participantes foram
questionados sobre a sua inscrição no Concurso Vestibular no ano de 2013 e
somente três estudantes de uma turma de 3° (terceiro) anoresponderam
afirmativamente. Entendeu-se que naquele contexto, para além da
invisibilidade da universidade pública como possibilidade, a maioria da turma
optava por cursos técnicos, considerando as condições da cidade como polo
industrial e as urgências de muitos jovens para inserção no mercado de
trabalho. Alguns estudantes demonstravam por vezes sua discordância com o
sistema de cotas raciais. Segundo Kern (2011), falta conhecimento político do
que o sistema de cotas representa de fato para os cotistas autodeclarados
negros e também sobre o processo histórico decorrido até o surgimento das
cotas nas universidades. Essa discordância pode ocasionar a inibição na
259
participação de jovens que têm direito às cotas. Alguns estudantes por
defenderem posições contrárias à política de cotas acabam intimidando
colegas que possuem esse direito e impedindo-os de levantarem suas dúvidas
em relação a essa forma de ingresso. Isso pôde ser percebido em oficina
realizada no município de Osório, na qual alguns estudantes fizeram
questionamentos acerca da validade das cotas raciais. Após a oficina ser
encerrada, uma menina permaneceu na sala para esclarecer dúvidas sobre
como se inscrever no Concurso Vestibular como cotista autodeclarada negra e
mostrou ter optado por perguntar após a saída dos colegas devido aos
posicionamentos contrários de alguns. As oficinas constituíram um espaço para
compartilhamento de experiências entre os bolsistas PET Conexões Políticas
Pública de Juventude e os estudantes do Ensino Médio da rede pública.
Ademais, constituíram um espaço onde a vida acadêmica foi apresentada
como possibilidade para o projeto de vida dos jovens e também como geradora
de outras questões a serem pensadas para as próximas atividades do grupo.
REFERÊNCIAS
GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação Afirmativa e princípio constitucional da igualdade: o direito como instrumento de transformação social. Rio de janeiro: Renovar, 2001. KERN, M. C. L. Universidade pública e inclusão social:as cotas para autodeclarados negros na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Novo Hamburgo. Dissertação (Mestrado em Inclusão Social e Acessibilidade). Universidade FEEVALE, 2011. PACHECO, Alex et.al. (orgs). Vivenciando a Cultura na Restinga. Porto Alegre: ED. UFRGS, 2007. UFRGS Conselho Universitário. Decisão Normativa Nº134 de 29 de junho de 2007. Programa de Ações Afirmativas - Disponível em: <http://www.ufrgs.br/consun/leis/Dec134-07.htm>. Acesso em: 17 abr. 2013. UFRGS Conselho Universitário. Decisão Normativa Nº268 de 10 de agosto de 2012. Programa de Ações Afirmativas - UFRGS. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/consun/leis/Dec268-12_Acoes_Afirmativas_modificada.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2013.
260
AÇÕES DE EXTENSÃO DO PET COMUNIDADES DO CAMPO: O CASO DAS FEIRAS DE PRODUTORES DE MATINHOS E PARANAGUÁ NO
LITORAL PARANAENSE
Alexandre Hofart Arins1; Diogo Camargo Pires2; Elaine Paduch2; Fabiano Willians Satis Taner2; Isabella Simões Martins de Brito2; Joyce Niagla3; Leandro
dos Santos Cardoso3; Natali Calderari2; Natalia Schmeiske Salussoglia4; Ronaldo Zini5; Vanessa Fabiana Viana4; Vânia Stopinski3; Valdir Frigo
Denardin6
Palavras-chave: Mercados Curtos, Feiras Livres, Agricultura Familiar.
Introdução: As ações do grupo PET Comunidades do Campo, PET Rural,
visam articular ensino, pesquisa e extensão a partir de um conjunto de projetos
realizados no meio rural pela UFPR - Setor Litoral. Tais ações têm por
finalidade apoiar e propor ações de pesquisa-ação junto às comunidades
rurais, permitir um maior contato dos estudantes com o mundo rural e, se
possível, contribuir para a resolução dos problemas identificados. Dentre as
ações realizadas destacam-se os diagnósticos das feiras de produtores rurais
de Matinhos (Matinfeira) e de Paranaguá (Catedral), que visa compreender
como é estruturado o mercado das feiras livres nos circuitos curtos de
comercialização no Litoral paranaense. Uma das melhores formas de
comercialização, pelo agricultor familiar de pequeno porte, é a venda direta ao
consumidor, que se dá na maioria dos casos através de feiras livres. Nelas ele
consegue agregar maior valor ao produto, dentro de um espaço de
comercialização e socialização entre produtores e consumidores, o que
proporciona um ambiente de trocas de experiências e saberes. Para o PET
Rural, o conceito de agricultor familiar utilizado é apresentado por Bitencourt e
Bianchini (1996, p. 67), como sendo “todo aquele (a) agricultor (a) que tem na
agricultura sua principal fonte de renda e que a base da força de trabalho
utilizada no estabelecimento seja desenvolvida por membros da família.” A 1 Bacharel em Gestão Ambiental, Acadêmio do Curso de Licenciatura em Ciências – UFPR Litoral 2 Acadêmico do curso de Gestão Ambiental – UFPR Litoral 3 Acadêmico do curso de Gestão Pública – UFPR Litoral 4 Acadêmico do curso de Agroecologia – UFPR Litoral 5 Graduado em Agroecologia, Acadêmico do curso de Gestão Desportiva e Lazer – UFPR Litoral 6 Dr. em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade – Professor Tutor. [email protected]
261
agricultura familiar encontra uma série de restrições no campo institucional e
organizacional, tanto em questões de infraestrutura quanto em relação ao
distanciamento com grandes mercados. Além disso, no Litoral paranaense, as
comunidades rurais encontram dificuldades também em relação a legislação
ambiental, devido ao grande número de unidades de conservação existentes
na região. Objetivo: Identificar o perfil dos produtores que comercializam nas
feiras livres de Matinhos e Paranaguá, bem como obter a visão deste sobre a
feira e as principais dificuldades e potencialidades presentes na mesma.
Metodologia: Os métodos utilizados para a elaboração deste trabalho foram
divididos em cinco etapas. Primeiramente, foi realizada uma revisão
bibliográfica sobre mercados livres, agricultura familiar, circuitos curtos de
produção e comercialização, e metodologias de pesquisa em campo. Também
foram estudados textos relacionados indiretamente ao tema, como o capital
social, conceitos de desenvolvimento sustentável, agroindústrias familiares e
desenvolvimento. Ainda nesta fase ocorreram discussões semanais e
elaboração de resumos sobre os textos e livros estudados, a fim de auxiliar no
domínio da técnica de entrevistas e orientações de como deve se dar o contato
com os produtores rurais. Em seguida, foi elaborado de maneira coletiva um
questionário semi-estruturado a ser aplicado nas feiras pesquisadas. Este
continha questões não só do modo como os produtores trabalhavam e que
produtos comercializavam, como também da infraestrutura da feira e a visão
que os mesmos tinham do próprio trabalho. A terceira fase consistiu nas visitas
às feiras e entrevistas com os produtores, sendo realizadas pelos bolsistas do
projeto em duas datas distintas. No caso da Feira de Matinhos, devido à
proximidade, cada bolsista foi por conta própria e se encontraram na hora
marcada para reunião pré-entrevista no local. Para Paranaguá, foi utilizado
carro cedido pela Central de Transportes da UFPR – Setor Litoral. No quarto
momento foi realizada a tabulação dos dados obtidos, como forma de organizá-
los e facilitar a execução da última fase, esta sendo a escrita dos diagnósticos
contendo as principais potencialidades e problemáticas das feiras de
Paranaguá e Matinhos. Resultados e Discussão:A pesquisa permitiu o
levantamento de uma série de dados relevantes sobre os produtores e sobre a
infraestrutura das feiras. Estes dados podem vir a ser usados para facilitar a
realização de ações a serem desenvolvidas pelo grupo e aplicação de políticas
públicas nos locais pesquisados. Além disso, proporcionou uma aproximação
262
dos bolsistas do projeto com os envolvidos na realização destas feiras,
facilitando a execução de futuros projetos de extensão que venham a
potencialmente trazer melhoras a estes espaços. Outro fator importante
resultante deste processo foi o aprendizado e experiências obtidas pelos
estudantes integrantes do grupo PET, que tiveram contato com metodologias
de pesquisa a campo e vivenciaram o ambiente das feiras, permitindo a
formação do conhecimento empírico. A principal dificuldade encontrada no
processo foi encontrar alguns produtores que não estavam presentes nas feiras
no dia da visita. Isto exigiu que fossem feitas outras visitas para garantir que a
totalidade dos feirantes fosse entrevistada. Conclusões: O Litoral do Paraná
possui um rico território físico e cultural que dentro de sua própria perspectiva
consegue dispor de recursos que garantam a continuidade do agricultor no
campo. A agricultura familiar, nesta perspectiva, promove inclusão social, reduz
as desigualdades econômicas e contribui com o desenvolvimento rural
sustentável. As feiras funcionam para o agricultor familiar como a melhor
alternativa de escoamento da produção agrícola e são importantes pelo fato de
ser um meio de comercialização e garantia de renda semanal, visto que é um
espaço onde se encontram produtos agroecológicos a preços acessíveis a
todos os consumidores. 82,5% dos produtores da feira de Matinhos
comercializam produtos agroecológicos e 12,5% destes feirantes vendem
artesanatos. Nesta perspectiva fica evidente que o perfil da feira de Matinhos é
de produtores agroecológicos. Já na feira de Paranaguá são comercializados
desde produtos agroecológicos, agroindustrializados e artesanato. Os
problemas apresentados pelos feirantes estão relacionados à infraestrutura e a
divulgação das feiras. Porém a feira apresenta como potencial o contato direto
com o consumidor, que possibilita a interação cultural, tendo em vista que a
comercialização de seus produtos podem agregar conhecimentos sobre seu
uso e conservação, além de ser uma estratégia de desenvolvimento,
reprodução e sobrevivência frente as dificuldades de comercialização.
Entende-se que é necessário dar a continuidade nas atividades de pesquisa-
ação junto às feiras, como forma de prover um retorno aos entrevistados.
Dentre as possibilidades para o aproveitamento dos dados, citam-se: a)
divulgar as informações obtidas para aos produtores como forma de retorno
direto da pesquisa, gerando subsídios para um melhor entendimento de suas
atividades, potencialidades e dificuldades; b) pode-se também buscar mediar a
263
relação dos produtores com o Poder Público, buscando através dos dados
subsidiar a implementação de políticas públicas que melhorem os problemas
relacionados principalmente a infraestrutura e o local da feira; e c) realizar
atividades diretas para sanar dificuldades dos feirantes com a falta de
divulgação da atividade através da realização de eventos culturais e
exposições que atraiam um público maior à feira.
REFERÊNCIAS
BAVA, S. C. Circuitos Curtos de Produção e Consumo. In: H. Böll Foundation: Um campeão visto de perto. Uma análise do Modelo de Desenvolvimento Brasileiro. Heinrich-Boll-Stiftung (office Brazil), Rio de Janeiro, RJ. Disponível em: <http://www.br.boell.org/downloads/Democracia_Inside_A_Champion_port_FINAL.pdf>, Acesso em 09 de Abr. 2013. BITTENCOURT, G. A.; BIANCHINI, V. Agricultura familiar na região sul do Brasil, Consultoria UTF/036-FAO/INCRA, 1996. GONÇALVES, J. S.; SOUZA, S. A. M. Agricultura familiar: limites do conceito e evolução do crédito. Artigos: políticas públicas. Instituto de Economia Agrícola Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=2521>. Acesso em 09 Abr. 2013.
264
A IMPORTÂNCIA DO PET CONEXÕES DE SABERES DA EDUCAÇÃO
POPULAR E SABERES ACADÊMICOSNO PROCESSO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA NO PAIETS/FURG EM BUSCA DA EMANCIPAÇÃO
HUMANA
Hellen Pegoraro Gregol1; Júlia Guimarães Neves1; Natali Santos Moura2; Mariza de Sena Rodrigues3; Veridiana Gomes Caseira3; Roberta Avila Pereira3; Vanessa Silva da Luz4; Bruna Borges Telmo5; Gicelda Mara Ferreira da Silva6;
José Roberto de Lima dias7; Vilmar Alves Pereira8
Palavras-chave: Educação, Popular, Conexões, PAIETS.
Introdução: O PET- Conexões de Saberes da Educação Popular e Saberes
Acadêmicos, cujo foco de atuação se dá no campo da Educação Popular
estávinculado ao Programa de Auxílio ao Ingresso nos Ensinos Técnico e
Superior – PAIETS. Esse programa da Universidade Federal do Rio Grande –
FURG, agrega doze cursos de educação popular, sendo dez cursos pré-
universitários e um curso de educação para pescadores em dois contextos. Os
cursos estão localizados em diversos bairros da cidade do Rio Grande - RS,
nas Ilhas do seu entorno (Torotama e Marinheiros) e no município vizinho de
São José do Norte – RS, Capão do Leão - Pelotas e em Santo Antonio da
Patrulha. O PAIETS conta com aproximadamente 150 colaboradores,
acadêmicos de graduação, graduados e pós-graduação que desenvolvem
práticas educativas em diferentes áreas do conhecimento e mais de 400 jovens
(de baixa renda) que são beneficiados anualmente. Uma das maiores
dificuldades do PAIETS consiste em oferecer formação continuada e
permanente tanto para os sujeitos que estão buscando o ingresso na
universidade, quanto para os educadores populares. Segundo Gadotti (2005,
p.31) “a nova formação permanente, segundo essa concepção, inicia-se pela
reflexão critica sobre a prática”. Dessa forma o PET Conexões de Saberes da
Educação Popular e Saberes Acadêmicos se torna imprescindível para 1Graduanda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG. 2 Graduanda em Geografia Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG. ([email protected]) 3 Graduanda em Pedagogia Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG 4Graduanda em Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG 5 Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG 6 Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG 7 Colaborador 8 Tutor do Grupo, Professor e Pesquisador da FURG.
265
trabalhar diretamente com essas demandas de formação que emergem no
PAIETS. Objetivos: O objetivo principal dessa proposta refere-se à
qualificação dos sujeitos envolvidos a partir da formação permanente dos
educadores, bem como a formação ético-política dos petianos. Essa formação
se mostra necessária sendo que o objetivo do projeto consiste em oferecer um
ensino emancipador de qualidade que transcende a velha modalidade dos pré-
vestibulares tradicionais.Numa perspectiva emancipadora, o educador é
intelectual orgânico das classes populares, a favor dos interesses das pessoas
que necessitam de educação. Uma educação dentro desta perspectiva tem que
estar voltada aos interesses do público a que se destina, a serviço de suas
necessidades, anseios e inquietações. Metodologia: Trabalhamos no campo
das pesquisas qualitativas, conforme Minayo (2010). Além disso, visando a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão a nossa metodologia
privilegia: - O tratamento de problemas oriundo do mundo prático (extensão); -
O problema deve ser o ponto de partida de uma investigação (pesquisa); - A
referida investigação–ação contribuempara as ações na docência (ensino).
Com o intuito de atingirmos tais finalidadesrealizamos com os petianos,
encontros semanais de estudos acerca da educação popular. Ainda, cada
petiano desenvolve atividades três vezes por semana no contexto de um dos
cursos populares que integram o PAIETS. Dentro dos cursos são realizadas
ações de formação permanente com os educadores, bem como situações de
aprendizagem que contribuem de forma profícua a sua formação ético-política
e a formação dos educandos que integram o curso. Outra atividade que
desenvolvemos no processo de formação permanente é a organização de
encontros mensais com os educadores de todos os cursos populares. Nesses
encontros são discutidas questões como: Educação Popular, ENEM e suas
áreas do conhecimento, evasão, práticas educativas, interdisciplinaridade,
inclusão social, comprometimento e identidade da formação no contexto dos
saberes do mundo da vida e dos saberes acadêmicos.Resultados e Discussão: Maior e melhor qualificação dos petianos no que concerne a
competência ético política a partir de leituras e discussões semanais e de
melhor conhecimento da realidade de sujeitos que vivem em condições menos
favorecidas.
• Organização da aula inaugural do PAIETS no dia 7 de abril.
266
• Organização e participação integral de cada petiano no I Encontro do
Formação Permanente no dia 7 de maio.
• Construção de textos sobre sua atuação no contexto dos cursos
populares pré-universitários;
• Orientações individuais e coletivas e leituras realizadas;
• Participação de todo o grupo no Encontro do Conexões de Saberes da
região Sul em 2011 e 2012;
• Participação com 10 trabalhos apresentados no XIII Fórum de Estudos:
Leituras de Paulo Freire, em Santa Rosa no período de 26 a 28 de maio.
• Participação na acolhida cidadão de educandos recém chegados em
nossa região e universidade oriundos de outros contextos e diversas
regiões do país.
• Livro publicado pelos petianos agrupando um conjunto de textos.
• Aula Inaugural do Projeto para pescadores na Ilha dos Marinheiros e
Torotama;
• XVI ENAPET (Goiânia – GO) de 12 a 16 de Julho de 2011, um trabalho
do grupo PET.
• I SINTEC – de 13 a 15 de Julho de 2011, 3 trabalhos apresentados
• Organização do II Encontro de Formação dos Educadores do PAIETS -
“Diálogo e Partilha no contexto da Educação Popular”.
• 29º SEURS – 22 a 24 de agosto de 2011
• II Seminário Interação Universidade – Escola, Santa Maria, 02 de
Setembro de 2011.
• Fórum Leituras Paulo Freire em maio de 2012 na cidade de Erechim.
• Seminário Nacional Diálogos com Paulo Freire novembro de 2012.
• Aulas inaugurais nas Ilhas da torotama e marinheiros 2012;
• Formaturas nas Ilhas da torotama e marinheiros em 2012;
• Participação na obra Educação Popular e a Pedagogia da Contramarcha
em 2013 com textos construídos em 2012;
• Participação com 12 trabalhos na MPU 2012.
• Semana de Formação Pedagógica em 2013.
Conclusões: O PET Conexões de Saberes da Educação Popular e Saberes
acadêmicos contribui de forma significativa para a permanência qualificada dos
267
educandos Petianos na Universidade e pela sua atuação transformadora nos
contextos dos cursos Pré-universitários e nas Ilhas no Projeto Educação para
pescadores. Fica evidente a satisfação dos acadêmicos com as aprendizagens
possibilitadas nos últimos meses, compartilhando experiências e percebendo
progressos na organização do PAIETS, sendo que os resultados apontam para
a relevância que esse programa possui no que diz respeito à indissociabilidade
da extensão, pesquisa e do ensino que orientam os procedimentos didático-
pedagógicose os fazeres dos estudantes educadores da FURG.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 47. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. FREIRE, Paulo. Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis. Org. Ana Maria Araújo Freire. 2ed. São Paulo: UNESP, 2003. FREIRE, Paulo. GADOTTI, Moacir E GUIMARÃES Sérgio Pedagogia: diálogo e conflito. 6 ed. – São Paulo: Cortez, 2001. FREIRE Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido / Moacir Gadotti. – Curitiba: Positivo, 2005. – (Série práticas educativas).
268
CINE CUICA: TROCA DE SABERES E FORMAÇÃO CIDADÃ
Juliana Leão Ribeiro1, Paola Mallet2 e PricillaMarchiori Mello3 Orientadora: Verli de Fátima de Silveira Petri4
Palavras-Chave: cultura cinematográfica, transformação cidadã e comunidade.
INTRODUÇÃO: O trabalho “Cine CUICA: troca de saberes e formação cidadã”
tem a finalidade de apresentar a atividade desenvolvida na Associação CUICA
(Cultura, Inclusão, Cidadania e Arte), pensada e organizada pelo grupo PET
Letras – Conexões de Saberes/Laboratório Corpus. Essa proposta, de caráter
extensivo, foi elaborada com o propósito de estabelecer o contato da
comunidade (alunos de escolas públicas, familiares, acadêmicos, etc.) com a
cultura cinematográfica, possibilitando um espaço de debates, reflexões e troca
de saberes. Além disso, o projeto Cine CUICA busca a realização de amplas
discussões que circundam as temáticas que constituem a CUICA: Cultura,
Inclusão, Cidadania e Arte, criada em 2005, por iniciativa da Organização não
Governamental Oficina de Percussão de Camobi, a qual conta com o apoio da
Lei Municipal de Incentivo à Cultura, além das empresas locais que investem
na ideia. A CUICA tem por objetivo promover a inclusão social de jovens e
crianças da rede pública de ensino. O grupo realiza trabalhos de educação,
cultura, arte, cidadania e inclusão social por meio do ensino de música, na
cidade de Santa Maria, RS. Desse modo, diante de uma perspectiva
discursivista, surgiu a parceria com o Laboratório Corpus no ano de 2010 e, a
partir dessa união, muitos trabalhos de extensão vêm sendo desenvolvidos,
dentre eles o projeto Cine CUICA. OBJETIVOS: O desenvolvimento desse
1Acadêmica do 7º semestre do Curso de Letras-Habilitação Português e Literaturas da UFSM-Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do PET-Letras-Conexões de Saberes/Laboratório Corpus. E-mail: [email protected] 2Acadêmica do 7º semestre do Curso de Letras-Habilitação Português e Literaturas da UFSM-Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do PET-Letras-Conexões de Saberes/Laboratório Corpus. 3Acadêmica do 7º semestre do Curso de Letras-Habilitação Português e Literaturas da UFSM-Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista do PET-Letras-Conexões de Saberes/Laboratório Corpus. 4 Professor adjunto do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Santa Maria. Tutora do grupo PET (Programa de Educação Tutorial) do curso de Letras da UFSM, bem como orienta trabalhos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras da mesma instituição.
269
projeto de extensão tem por objetivo ampliar o contato da comunidade, que se
localiza em torno da Associação CUICA e que a frequentam, com elementos
culturais os quais auxiliam na formação do caráter cidadão dos participantes
através da troca de saberes, promovida no projeto em questão. Da mesma
forma, almeja-se possibilitar debates para formação do senso crítico; promover
a inclusão de estudantes ao expor seus direitos, motivando, assim, a
compreensão do que é a cidadania entre estudantes de diferentes idades e a
consequente disseminação desses saberes adquiridos na sociedade; unir às
exibições de filmes/documentários e aos debates as atividades realizadas na
Associação CUICA como modo de contribuição para a formação de opiniões
acerca das produções cinematográficas e temas do cotidiano. Busca-se,
também, oferecer, ao grupo PET Letras, o auxílio na formação para a tarefa
docente, promovendo o primeiro contato com atividades que visam à formação
do caráter cidadão em jovens alunos. METODOLOGIA: O projeto de Cinema
na Associação CUICA, “Cine CUICA”, consistiu em sessões mensais
preparadas, organizadas e realizadas pelo grupo PET Letras – Conexões de
Saberes/Laboratório Corpus. Foram propostos momentos de discussão após
cada exibição dos filmes, em que os próprios alunos integrantes do grupo,
tanto da associação CUICA quanto do PET Letras, contribuirão para os
debates, juntamente com debatedores convidados. O material de exibição foi
previamente escolhido e inserido dentro de uma temática de discussão, a qual
pôde compreender temas que se relacionavam com a vida escolar dos alunos,
com questões sobre moral e ética e, entre outros, com a música: elemento
motivador que constitui social e culturalmente a CUICA. A metodologia de cada
sessão envolveu, primeiramente, uma breve introdução acerca do filme, em
seguida a exibição desse material cinematográfico, e, por último, no final da
sessão, realização das discussões pelos debatedores convidados para dar
início à proposta de uma rodada de comentários entre os presentes. Para a
constituição desse projeto, baseou-se, principalmente, nos estudos do discurso
que vêm sendo desenvolvidos no Brasil por EniOrlandi. Através de seus textos
sobre efeitos de sentido e interpretação, almejamos fomentar a discussão,
orientando-se na percepção dos efeitos de sentidos perpassados na produção
cinematográfica, através da possibilidade de inquietantes interpretações.
Também, os materiais audiovisuais podem vir a colaborar com a atribuição de
uma leitura diferenciada da e para a vivência dos alunos. O trabalho desta
270
“leitura” não deve ser ingênuo. O aluno deve ser capaz de ir além do que está
na apresentação audiovisual (cinematográfica), porque os sentidos se
excedem. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram realizadas, no ano de
2012, quatro sessões do Cine Cuica, uma no mês de setembro; em outubro;
em novembro e uma sessão especial de encerramento em dezembro. Nessas
sessões, atingiu-se o público pretendido. Ele abrangeu os alunos da graduação
em Letras; professores do curso de Letras; professores da área de Letras das
escolas envolvidas no projeto PET Letras - Conexões de Saberes/Laboratório
Corpus; integrantes e ex-integrantes da Associação CUICA e seus familiares;
integrantes de outros grupos PET da UFSM e a comunidade de Camobi. Houve
um envolvimento efetivo dos participantes e estes se sentiram à vontade para
expressarem suas opiniões acerca das temáticas tratadas pelos filmes (“Coach
Carter- Treino para vida”, de Thomas Carter e “A última música”, de Julie
Robinson, “Desafiando Gigantes”, de Alex Kendrich, e “O som do Coração”, de
Kristen Sheridan). Além disso, observou-se que as discussões incumbidas para
cada sessão puderam contribuir não só com o enriquecimento cultural dos
envolvidos, mas também com a formação, transformação cidadã e com a
motivação do senso crítico. Visto que os resultados obtidos foram positivos,
almeja-se que no ano de 2013 esse projeto tenha uma nova edição. Pretende-
se, assim, manter o planejamento do Cine CUICA na mesma linha
desenvolvida no ano de 2012, a fim de continuar promovendo um acesso à
cultura de maneira atrativa e com participação efetiva da comunidade,
expandindo também para outras regiões da cidade de Santa Maria, RS.
CONCLUSÕES: A partir dos resultados obtidos, percebe-se a importância de
se promover um projeto que agrega cultura cinematográfica, uma vez que é
possível constituir um espaço não só de lazer como também de debates,
reflexões, troca de saberes, contribuindo na formaçã cidadão dos participantes.
A realização do Cine CUICA proporcionou enriquecimento cultural de todos os
envolvidos (alunos da CUICA, comunidade de camobi, alunos petianos, etc.) e,
também, por estar em um espaço descontraído, informal, houve uma
participação bastante significativa do público. Além disso, foi possível observar
que os participantes estabeleceram relações entre os aspectos tratados nos
filmes com suas experiências reais de vida. Nessa atividade de extensão,
também foi possível constatar que planejar e realizar um evento com essa
dimensão proporcionou um aprendizado fundamental tanto para a formação
271
pessoal quanto para a formação profissional dos acadêmicos envolvidos, tendo
em vista que exigiu interação com o público das sessões e com o próprio grupo
de petianos que organizou e efetivou a realização do projeto.
REFERÊNCIAS
ORLANDI, EniPucinelli. Análise de discurso:Princípios eprocedimentos. 8ª edição, Campinas, SP: Pontes, 2009. ORLANDI, EniPucinelli. Interpretação: Autoria, leitura e efeitos dotrabalho simbólico. 5ª edição, Campinas, SP: Pontes, 2007. ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas dodiscurso. São Paulo: Pontes, 2006. ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso e Leitura. São Paulo: Cortes, 1999. ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso e Texto: formulação e circulação dos sentidos. São Paulo: Pontes, 2001. ORLANDI, Eni Puccinelli. (Org). A leitura e os Leitores. Campinas: Pontes, 1998.
272
CONTRIBUIÇÃO DO PET/FURG-SAP À CRIAÇÃO DA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR EM SANTO ANTONIO DA PATRULHA, RS
AndrieliAlvesb, Camila da Silvab, Camila Grandinib, SaraSilvab, Cristina Rolimb, Diego
Teixeirab, Gabriel de Camposb, Joelmir Presenteb, Juliana Rochab, Leonardo da Costab, Morgana dos Santosb, Murilo Camargob, Pâmela Engelmannb, Renata de
Oliveirab, Ronan Costa Júniorb, Sacha Rodriguesb, Vinícius Gallegob; Antônio Valentec, Carlos Peixotod.
Palavras chave: Educação Tutorial, Agricultura Familiar
INTRODUÇÃO: desde 2009, a Universidade Federal do Rio Grande/FURG, por
meio de uma parceria firmada entre o Governo Federal, Governo do Estado do
Rio Grande do Sul e Administração Municipal, conta com um novo campus com
ensino presencial, localizado no município de Santo Antônio da Patrulha, RS,
Região Metropolitana de Porto Alegre, conhecido como Campus FURG-SAP e
onde são oferecidos os Cursos de Engenharia Agroindustrial Indústria
Alimentícias e Engenharia Agroindustrial Agroquímica. Em dezembro de 2010,
conforme Edital n. 9 MEC/SESu/SECAD (MEC, 2010), foi criado no novo
campus, o Grupo PET/FURG-SAP Conexões de Saberes, voltado a alunos
procedentes do campo. Entre os objetivos do grupo destacam-se atividades de
ensino, pesquisa e extensão que beneficiem preferencialmente às
comunidades localizadas na área rural. Por outro lado, o município de Santo
Antônio da Patrulha, cuja economia é baseada na agropecuária, no setor
alimentício e na indústria metal-mecânica, há alguns anos tem buscado, sem
êxito, a criação de uma feira da agricultura familiar, a exemplo do que ocorre no
município vizinho de Osório. Por este motivo, a partir de 2012, o Grupo
PET/FURG-SAP juntamente com a Prefeitura Municipal e EMATER-RS
desenvolveram uma proposta para tornar este antigo anseio da população uma
realidade. Os petianos escolheram, inclusive, a criação da Feira da Agricultura
Familiar como um dos mais importantes projetos de extensão do grupo, tendo
em vista a relação da proposta com os conteúdos práticos e teóricos dos
cursos de Engenharia Agroindustrial, a perspectiva da implementação de
inúmeros projetos de pesquisa e extensão identificados a partir da feira, o
aumento na renda dos produtores rurais contribuindo para o desenvolvimento
econômico e social dos moradores do campo, a maior aproximação dos
273
acadêmicos com temas e práticas do futuro exercício profissional e, finalmente,
a interação mais ampla entre o meio acadêmico e a comunidade. OBJETIVO: apresentar o projeto denominado “Contribuição do Grupo PET/FURG-SAP para
a criação e consolidação da Feira da Agricultura Familiar de Santo Antônio da
Patrulha, RS.” METODOLOGIA: a metodologia utilizada envolveu as ações
descritas a seguir. a) Capacitação dos integrantes do grupo PET/FURG-SAP para a realização de projetos junto ao campo. Esse processo teve
início em 2011, logo após a criação do grupo. Durante o treinamento,
aconteceu uma visita técnica ao Campus FURG/Carreiros na cidade do Rio
Grande, RS (Campus sede da FURG) para conhecimento dos projetos
desenvolvidos pelo Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico
(NUDESE), da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC/FURG), que tem
como objetivo oferecer apoio a projetos com enfoque na promoção do
desenvolvimento através de geração de trabalho e renda. Na oportunidade, os
petianos assistiram uma palestra sobre o tema “Economia Solidária na FURG”,
conheceram o “Projeto Desenvolvimento da Agricultura Urbana e Periurbana
na aglomeração urbana do Sul (Municípios de Rio Grande e São José do
Norte) através do fortalecimento da produção, comercialização e da
agroecologia” e a horta existente junto ao Centro de Convívio dos Meninos do
Mar (CCMAR/FURG). O treinamento englobou ainda a oficina denominada “A
Ruralidade no Mundo Contemporâneo”, realizada no Campus FURG-SAP pela
Escola de Engenharia/FURG e a palestra “Métodos Participativos: princípios de
Diagnóstico Rural Participativo (DRP)”, realizada em parceria com a
EMATER/RS. b) Encontros com a Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente e EMATER/RS para planejamento do evento. c) Visita técnica à Feira da Agricultura Familiar em Osório/RS, município vizinho,
onde a iniciativa é realizada há alguns anos e onde os petianos puderem
avaliar a infraestrutura oferecida e a qualidade dos produtos disponibilizados à
venda. d) Participação de professores do Campus FURG-SAP no Comitê Gestor da Feira do Produtor (FURG, 2013). e) Reuniões específicas do grupo PET/FURG-SAP para planejamento das atividades, distribuição de funções e análise dos resultados parciais obtidos. f) Realização de uma edição experimental da Feira da Agricultura Familiar. A edição experimental
da Feira da Agricultura Familiar em Santo Antônio da Patrulha ocorreu em
novembro de 2012, junto à RS-30, Cidade Baixa, numa iniciativa da Prefeitura
274
Municipal, Grupo PET/FURG-SAP e EMATER/RS. O evento contou com o
apoio do Polo Universitário Santo Antônio, do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais e do Sindicato Rural. Nas oito bancas cedidas pelo NUDESE/FURG, os
produtores locais colocaram à disposição da comunidade produtos como feijão,
arroz, mel, frutas, pães coloniais, sucos, rapaduras e vinhos. Coube à
EMATER-RS a seleção dos agricultores e a definição de preços máximos para
a venda de seus produtos. Durante o evento, os petianos contribuíram na
organização das bancas e dos produtos oferecidos à comunidade e
procederam um estudo para a melhoria e qualificação do evento nas futuras
edições. g) Apoio à primeira edição do evento em 2013. A partir das
avaliações procedidas no evento experimental de 2012, foi possível a
realização da primeira edição da Feira em abril do corrente ano, já com o
formato necessário para sua consolidação como um acontecimento mensal no
município. Desta vez, a feira aconteceu na praça em frente à Igreja da Nossa
Senhora da Boa Viagem, na Cidade Baixa. Foi coordenada pela Secretaria
Municipal da Agricultura e Meio Ambiente com o apoio do Grupo PET/FURG-
SAP, da Secretaria do Desenvolvimento Social, Secretaria da Educação,
Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte, Secretaria da Saúde e Vigilância
Sanitária e EMATER/RS. Na oportunidade, os produtores rurais puderam expor
e vender seus produtos,entre eles mel, cachaça, hortifrutigranjeiros, rapadura,
pães caseiros, geléias, doces em compotas, sucos de laranja e de cana, todos
produzidos em suas propriedades e que se esgotaram rapidamente, dado o
interesse da comunidade na aquisição dos mesmos. O evento contemplou
também atividades variadas como piscicultura, feira de filhotes, brechó de
roupas, orientações prestadas à comunidade pela Secretaria Municipal da
Saúde e apresentações artísticas e culturais. O Grupo PET/FURG-SAP
contribuiu com o apoio durante a montagem das bancas, rotulagem dos
produtos e orientações sobre o modo mais adequado para a exposição dos
produtos a serem comercializados. Da mesma forma, os petianos
acompanharam todo o evento, analisaram inúmeros aspectos com a finalidade
de contribuir para o aperfeiçoamento das novas edições e identificaram
projetos de pesquisa que poderão ser realizados em conjunto com os
produtores do campo. h) Identificação de novos projetos de extensão e pesquisa para a qualificação do evento, em especial dos produtos comercializados. RESULTADOS: os resultados obtidos apresentaram-se
275
muito promissores. Todos os produtos colocados à venda na primeira edição
de 2013 foram adquiridos pela comunidade, trazendo boas perspectivas aos
produtores rurais e incentivando o empreendimento no campo. Entre os
projetos de pesquisa decorrentes da feira que serão implementados pelos
petianos podemos destacar a produção do suco de laranja sem conservantes e
a certificação do mel produzido na região. Esses projetos contarão com a infra-
estrutura de laboratórios existente no Campus FURG-SAP e a orientação de
professores da Escola de Química e Alimentos junto ao referido campus.
CONCLUSÃO: A primeira edição em 2013 da Feira da Agricultura Familiar em
Santo Antonio da Patrulha obteve êxito completo. Produtores e comunidade
prestigiaram o evento, garantindo a continuidade do mesmo em futuras edições
mensais. A participação do Grupo PET/FURG-SAP, além de auxiliar na
organização do evento, contribuiu para um maior aprendizado prático dos
estudantes e entrosamento com os produtores rurais do município. Da mesma
forma, a participação da FURGna iniciativa contribuiu para a divulgação dos
cursos de Engenharia Agroindustrial e da presença da instituição na região
metropolitana de Porto Alegre e Litoral Norte do RS.
REFERÊNCIAS
MEC, 2010. Edital n. 9/Programa de Educação Tutorial PET 2010 – Ministério da Educação, Secretaria de Educação Superior/SESu, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade/SECAD. Publicado no Diário Oficial da União 02/02/2010, seção 3, páginas 41 e 42; 2010.
FURG, 2013. Portaria 690/2013/Gabinete do reitor. Representação da FURG junto ao Comitê gestor da feira do produtor de Santo Antonio da Patrulha, RS; 2013.
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HUMANIZAÇÃO DO PÁTIO DA CRECHE ANJO DA GUARDA
BINS ELY, Vera H. M.1; DORNELES, Vanessa G.2; MORAIS LUIZ, Mariana3; RAMOS, Flávia Martini³; HEINISCH, Larissa Miranda³; CORDEIRO, Karine
Zenita³; SAMPAIO, Adriana de Lima³; SILVA, Carolina Oliveira da³; COVATTI, Leodi Antônio³; SOUZA, Rodrigo Acosta³; MARTIGNAGO, Yasmin Mariani³;
CHRISTENSEN, Thayssa³; BANKI, Gabriela Hall³; ANGHINONI, Lucas Gustavo³
Palavras-Chave: Arquitetura Escolar, Pátio Escolar, Humanização.
INTRODUÇÃO: O trabalho aqui apresentado reúne o processo do projeto de
extensão desenvolvido durante três dias para a Creche Anjo da Guarda, em
Florianópolis - SC, realizado pelo Grupo PET Arquitetura, da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC). Em função de alguns trabalhos realizados
pelo Grupo PET Arquitetura entre 2009 e 2012 em outras Instituições de
Educação Infantil da rede municipal da mesma cidade, a Administração da
Creche Anjo da Guarda entrou em contato com o grupo, a fim de solicitar um
projeto para seu atual pátio. Como todos os integrantes da equipe já estavam
engajados em alguma pesquisa e a creche precisava de uma proposta em
pouco tempo, formulou-se um processo projetual em formato de maratona que
permitisse o lançamento de ideias de forma rápida e eficaz. Assim, os bolsistas
do grupo assumiram o compromisso e, para agilizar o processo, valeram-se do
conhecimento prévio de Psicologia Ambiental, Ergonomia e Desenho Universal
apreendido em outros trabalhos. O processo passou por um período de
informação a respeito do tema, discussão derepertório de projeto e proposição
de um espaço que contemplasse os anseios requeridos, iniciando pelo
entendimento do próprio espaço conceituado como creche. As creches
surgiram como um auxílio às mães operárias e eram mantidas por doações ou
por instituições religiosas. Possuíam apenas o caráter de instituição
assistencialista e o de suprir o tempo em que a mãe está fora do lar. Desde
1988, conforme a Lei 9.394/96, o Estado garante atendimento às crianças de 1 Doutora em Engenharia, Professora no Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal de Santa Catarina - e-mail: [email protected]; 2 Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pelo- PósARQ UFSC, Professora (DAU - UFSC),Universidade Federal de Santa Catarina - e-mail: [email protected]; 3 Bolsistas do grupo PET Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina -email: [email protected]
277
zero a seis anos em creches públicas. Estas instituições atuam agregando
educação, aprendizado e outros valores a seus alunos. De acordo com Ramos
et al (2012) a escola representa a primeira vivência pública para a formação
pessoal de uma criança. É por meio deste local que se tem o início do
desenvolvimento pessoal e do aprendizado educacional, que vai além das
propostas pedagógicas e atinge a interação com outras crianças, a apropriação
do espaço escolar e até mesmo a formação das personalidades. Um centro de
ensino infantil deve, portanto, abrigar e ser destinado a toda a diversidade de
usuários existente na sociedade, permitindo sua apropriação e a relação com
os demais usuários. Entretanto, se observa que estes espaços, muitas vezes,
não atendem as reais necessidades dos indivíduos. O papel dos pátios neste
sentido é proporcionar à criança um espaço de socialização, prática de
atividades físicas, recreativas, artísticas e, até mesmo, de aprendizado. O pátio
escolar deve ser um ambiente diversificado, que proporcione novas
experiências, incentive a exploração e a criatividade. Deste modo, este projeto
de extensão apresenta uma proposta de humanização para o pátio da Creche
Anjo da Guarda, que hoje se encontra sem espaços para apropriação, sem
sombreamento, com mobiliário insuficiente e possibilidades restritas de
interações entre as crianças e das mesmas com o ambiente externo.
OBJETIVO: O projeto para o pátio da Creche Anjo da Guarda tem como
objetivo suprir a carência que os usuários da Instituição têm por espaços livres
e humanizados, que permitam arranjos espaciais diferenciados, com
flexibilidade de usos e que sejam capazes de suportar a diversidade de alunos
e professores. METODOLOGIA: A metodologia empregada visou embasar o
processo de projeto e contemplá-lo de modo completo e comprometido. Os
itens apresentados abaixo compõem as cinco etapas deste projeto de
extensão: Primeira etapa: Revisão bibliográfica - Esta etapa contou com
leituras de livros, pesquisas e artigos referentes aos temas de projeto de
paisagismo, humanização, arquitetura para crianças e acessibilidade. Nesta
etapa foram realizados seminários sobre Desenho Universal e Arquitetura para
Crianças. Segunda etapa: Aproximação com a Creche - Esta etapa consistiu
no reconhecimento do local e no desenvolvimento de entrevistas com
funcionários da creche (administração e educadores). Terceira etapa: Levantamento físico do local - Nesta etapa foram feitas medições físicas do
local e registros fotográficos. Quarta Etapa: Processo de Projeto. Quinta
278
etapa: Finalização da Proposta. Nesta etapa os alunos do grupo PET fizeram
revisões na proposta e confeccionaram sua forma de apresentação final. Além
disso, também foi elaborado um caderno da extensão1 com o registro de todo
o escopo teórico e prático realizado. Vale por fim ressaltar que, devido à curta
duração de três dias de realização desse projeto, a divisão das etapas
anteriormente citadas se deu da seguinte forma: Primeiro dia - Etapas de 1 a
4; Segundo dia - continuação da etapa 4 e início da 5; Terceiro dia -
continuação e finalização da etapa 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Este
trabalho foi produzido pelos alunos do Grupo PET Arquitetura UFSC durante o
período de greve das Instituições Federais de Ensino no Brasil. Isso contribuiu
para que o tempo fosse bem utilizado e houvesse uma imersão de trabalho
para a elaboração da proposta. A proposta contou com a criação de espaços
lúdicos, como: Circuito, Pergolado, Caixa de areia com deck, Piscina de
bolinhas, Queda d’água, Parede interativa, Área de Pintura e também
sugestões de brinquedos móveis, como casinhas de boneca e escorregadores,
que ajudam a compor o espaço, tornando-o ainda mais interessante para as
crianças. Por meio da visita à creche e análise de necessidades foi possível
traçar diretrizes de projeto que possibilitaram a apropriação adequada do local,
reduzindo a incidência solar intensa, indicando possíveis espaços para
atividades físicas e prevendo áreas para os brinquedos novos e já existentes.
As sugestões foram feitas pensando em todos os tipos de apropriação do
espaço, bem como em quem o utiliza (crianças de diferentes faixas etárias e
professores). CONCLUSÃO: Acredita-se que a realização de trabalhos de
extensão para a Comunidade instaura-se como a concreta contribuição do
meio acadêmico para a sociedade. Um dos principais benefícios sentidos pelo
grupo foi a oportunidade de contato com o cliente e formulação de uma
proposta em curto prazo, dando uma resposta rápida ao solicitante. Além disso,
o conhecimento adquirido através desta experiência foi muito enriquecedor
para o grupo, e possibilitou uma grande integração entre os participantes.
Deste modo, além de servir de base na busca por verbas que permitam a
execução da proposta idealiza pelos alunos do Grupo PET Arquitetura UFSC
permitiu a reflexão sobre o real papel da arquitetura sobre temas complexos e
os condicionantes envolvidos nessa relação.
279
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei de Diretrizes e B. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. RAMOS, Flávia Martini; MORAIS LUIZ, Mariana; DORNELES, Vanessa Goulart; Bins Ely, Vera Helena Moro. Análise da Relação entre Ambiente e Usuário e Propostas de Adequações Espaciais para a Creche Waldemar da Silva Filho. Florianópolis: PET/ARQ/UFSC, 2012. 282p.
280
IDENTIDADE E SINGULARIDADES DO PET SAÚDE NOTURNO DA UFRGS
Cláudia De Cássia Silva Mello1, Vitória Farias Da Silva2 Márcio José Pereira Batista3, Julia Franciele Rost4,Neusa Beatriz Barcelos De Farias5, Nair Silva
Schneider6, Shayanne Santos Da Silva7, Izabella Barison Matos8
Palavras-Chave: PET; Formação em saúde; Protagonismo. INTRODUÇÃO: Desde dezembro de 2010, 12 bolsistas e três voluntários,
oriundos de comunidades populares, sob a orientação de uma tutora iniciaram
a execução da proposta PET Cenários de Práticas e de Estágios Curriculares
Noturnos de cursos de graduação da Saúde da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul-UFRGS. Num espaço de estudos e de convivência, estudantes
dos cursos de Serviço Social, Psicologia, Odontologia e Saúde Coletiva
reuniram-se para refletir e discutir sobre suas necessidades e demandas. Tais
cursos surgiram a partir do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (REUNI)9 , cujo objetivo é criar
condições para acesso e permanência na educação superior (graduação),
considerando-se a existência de infraestrutura, docentes e técnicos. Todavia,
esta iniciativa tem garantido o acesso, mas não necessariamente a
permanência dos estudantes; relatos trazidos pelo alunos deste PET informam
que muitos colegas, por diferentes motivos (necessidade de dedicar mais
tempo ao trabalho, não ter condições financeiras de arcar com os custos do
curso – instrumental, não possibilidade de harmonizar trabalho e estudo, por
exemplo) acabam desistindo na medida em que os semestres do curso
avançam. A alta desistência, no caso da odontologia, tem preocupado a
coordenação a ponto desta ter ido conversar com os alunos, em sala de aula, 1 Estudante do Curso de Análise de Políticas e Sistemas de Saúde (APSS) Bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS. Email: [email protected] 2 Estudante do Curso de APSS - Bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS. 3 Estudante do Curso de Odontologia da UFRGS. 4 Estudante do Curso de Odontologia da UFRGS. 5 Estudante do Curso de APSS- Bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS. 6 Estudante do Curso de Serviço Social da UFRGS. 7 Estudante do Curso de APSS - Bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS. 8 Tutora – docente do Curso de APSS - Bacharelado em Saúde Coletiva e do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCol) da UFRGS. 9 Decreto n.º 6.096, de 24 de abril de 2007.
281
sobre este fato. Assim, no Grupo debatem-se singularidades de estudantes dos
cursos noturnos e suas demandas; elencando-se iniciativas para seu
enfrentamento. O PET Saúde Noturno, como foi denominado pelos
participantes, proporciona uma visão ampliada do trabalho em saúde por meio
de vivências diversas em diferentes cenários, rodas de conversa, interação
com graduandos e professores de outras áreas da saúde; enriquecendo o
debate sobre a formação/educação profissional em saúde. O que torna o PET
Saúde Noturno muito diferenciado são as iniciativas de ensino e de extensão
que visam à promoção da interdisciplinaridade. Assim, os estudantes
desenvolvem habilidades relacionais; adquirem competências para o trabalho
multiprofissional; aprofundam conhecimentos de temas de interesse de todos.
Exercita-se o protagonismo estudantil por meio de ações interdisciplinares no
ensino e na extensão, vivenciando a pesquisa sobre demandas do respectivo
curso noturno. OBJETIVO: Compartilhar as singularidades e as diversidades
do grupo PET Saúde Noturno UFRGS. METODOLOGIA: Trata-se de um relato
de experiência acerca das vivências dos estudantes e da tutora em diferentes
cenários de prática; nos quais realizam atividades acadêmicas de ensino,
pesquisa e extensão. Neste processo há encontros presenciais semanais e
atividades não presenciais (leituras, fichamentos e elaboração de portfólio
reflexivo). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Estudantes da graduação noturna
em Odontologia encaram a proposta PET como uma vivência que pode ser: a)
um contraponto à uma formação focada mais na técnica; b) um potencial
espaço para pensar estratégias às demandas de estudantes com dificuldades
de acompanhar as despesas financeiras para a compra de instrumental
odontológico; c) um espaço que acolhe, entende e atende as características de
um curso noturno que apresenta alunos-trabalhadores com dificuldade de
conciliar vida pessoal e formação profissional; d) uma possibilidade de procura
de saídas para enfrentar certo desânimo pelo fato de ser uma formação longa,
uma vez que o curso deve ser realizado em 8 anos. Neste sentido, as
vivências no grupo colaboram com uma formação mais humanista despertando
o interesse pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que carece de profissionais
com entendimento de sua complexidade. Já os alunos da Saúde Coletiva, que
têm Projeto Pedagógico do Curso (PPC) inovador com estrutura curricular não
disciplinar, utilizando metodologias ativas de aprendizagem, conseguem
contribuir com seu conhecimento nas ações interdisciplinares. Cada estudante,
282
a partir de suas especificidades vai atuando dentro do grupo e se destacando
em determinada tarefa ou vivência. Estudantes de Serviço Social acabam
“descobrindo” a saúde coletiva como um vasto campo de possibilidades de
inserção do assistente social e passam a considerar a área da saúde em todo
seu potencial para o exercício profissional. Os estudantes de Psicologia iniciam
uma lenta aproximação do campo da saúde coletiva e exploram as diferentes
facetas possíveis para o exercício de uma clínica que não se encerra no
individual. O grupo PET Saúde Noturno vem contribuindo assim para a
realização de atividades acadêmicas – de ensino e de extensão – para
transformá-las em créditos complementares, por exemplo, nos finais de
semana ou nas férias, por meio da oferta de disciplinas em período letivo
especial (PLES). Atualmente, está em conclusão a elaboração do projeto de
pesquisa “Itinerários formativos de estudantes dos cursos de graduação
noturnos na área da saúde da UFRGS: Odontologia, Psicologia, Serviço Social
e Saúde Coletiva”. Trata-se de estudo sobre acesso, permanência, evasão e
demandas; cujo objetivo é analisar os diferentes aspectos que conformam os
itinerários formativos de estudantes de cursos de graduação noturnos da área
da saúde da UFRGS (Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Saúde
Coletiva), bem como as diversas estratégias empreendidas para superação de
dificuldades desta categoria de estudantes. Paralelamente pretende-se discutir
o papel da UFRGS no contexto das recentes políticas para ampliação do
acesso e fortalecimento do ensino público. Como resultados esperados
elencam-se: conhecimento das expectativas referentes à formação e à atuação
profissional; reflexões sobre a absorção destes futuros profissionais pelas
políticas públicas; identificação de convergências e divergências entre práticas
acadêmicas vivenciadas durante a formação e as previstas no PPC; coleta de
informações sobre a própria formação, instrumentalizando as quatro
Comissões de Graduação/COMGRAD sobre as especificidades destes
estudantes visando melhorar a resposta pública e subsidiar a UFRGS na
implementação destes cursos. CONCLUSÕES: O PET, para os estudantes, é
muito mais que uma proposta de educação tutorial, paralela ao curso de
graduação. É uma oportunidade de transformação da realidade do ensino/da
educação/da formação por meio da vivência em múltiplos cenários de prática
despertando o estudante para outra formação profissional; mais próxima ao
SUS e aos anseios da população brasileira e de seu perfil epidemiológico.
283
Espera-se que tal formação contribua dando respostas positivas à sociedade
quanto ao investimento financeiro nas universidades públicas. Afinal, é preciso
que a sociedade brasileira conte com egressos mais reflexivos e críticos que
atuem em concordância com as políticas públicas de educação e de saúde.
REFERÊNCIAS
AKERMAN, M.; FEUERWERKER, L. Estou me formando (ou me formei) e quero trabalhar: que oportunidades o sistema de saúde me oferece na saúde coletiva? Onde posso atuar e que competências preciso desenvolver? In: CAMPOS, G.W.S.; MINAYO, M.C.S.; AKERMAN, M.; DRUMOND JUNIOR, M.; CARVALHO, Y.M. (Org.). Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Editora Hucitec/Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ; 2006, p.171-188. CECCIM, R. B.; ARMANI, T. B.; OLIVEIRA, D.L.LC.; et.al. Imaginários da formação em saúde no Brasil e os horizontes da regulação em saúde suplementar. Ciência e Saúde Coletiva, v. 13, n.5, 2008. p.1567-1578. FILHO, A. T. Ensino superior noturno no Brasil: estudar para trabalhar ou trabalhar para estudar? Pensam. Real, Porto Alegre, n.22, 2008. p. 43-65. MORAES, C.A.S.; BOTELHO, T. M.; FONSECA, T. A.; et. al. O estudante do ensino superior: identificando categorias de análise. Vértices, v.13, n.3, Campos dos Goytacazes/RJ, set./out. 2011. p.205-218. ZAGO, N. Do acesso à permanência no ensino Superior: percursos de estudantes universitários de camadas populares. Revista Brasileira de Educação, v.11, n.32, maio/ago., 2006. p.226-370.
284
METODOLOGIA DA PESQUISA COMO ATIVIDADE DE ENSINO NO GRUPO PET CULTURA, ECONOMIA E SOCIEDADE NO CERRO DA PÓLVORA EM JAGUARÃO RS: BACHARELADO EM PRODUÇÃO E
POLÍTICA CULTURAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA.
Ana Barbara Camargo Klenk Serra1, José Ramiro de Freitas Martinez2, Leandro Vieira Amorim3, Marcela Pedreira Hernandes4, Miriel Bilhalva5, Alan
Dutra de Melo6.
Palavras-chave: Metodologia da Pesquisa; Ensino, Produção e Política
Cultural.
Introdução: O grupo PET Produção e Política Cultural busca entender as
especificidades culturais e econômicas na região do Cerro da Pólvora na
cidade de Jaguarão. Jaguarão é uma cidade com 27.931 habitantes, localizada
no extremo sul do Rio Grande do Sul. A cidade foi fundada em 1802 por razões
militares em função da expansão do território brasileiro, localiza-se a 388
quilômetros de Porto Alegre, a capital do Estado do Rio Grande do Sul e 415
quilômetros de Montevideo (UY), e está ao lado da cidade de Rio Branco no
Uruguay assinalando a sua constituição como cidade localizada na fronteira.
Uma das categorias que ganharam espaço nos últimos anos e décadas é do
patrimônio cultural e neste sentido Jaguarão e Rio Branco possuem o primeiro
bem cultural tombado no âmbito do MERCOSUL que é a Ponte Internacional
Mauá, que faz a ligação entre Brasil e Uruguai. Neste contexto o projeto atua
em uma comunidade popular urbana denominada Cerro da Pólvora com
proximidade com o campus da Universidade Federal do Pampa. Um dos
pontos elencados no projeto é a percepção sobre o impacto ocasionado pela
construção do Centro de Interpretação do Pampa (CIP) que se localiza no
bairro, este é o primeiro equipamento complementar de caráter museográfico 1 Voluntária PET Produção e Política Cultural, 2º semestre Bacharelado em Produção e Política Cultural; 2 Bolsista PET Produção e Política Cultural, 2º semestre Bacharelado em Produção e Política Cultural; 3 Bolsista PET Produção e Política Cultural, 2º semestre Bacharelado em Produção e Política Cultural; 4 Voluntária PET Produção e Política Cultural, 2º semestre Bacharelado em Produção e Política Cultural [email protected]; 5 Voluntária PET Produção e Política Cultural 2º semestre Bacharelado em Produção e Política Cultural; 6 Tutor PET Produção e Política Cultural, 2º semestre Bacharelado em Produção e Política Cultural, Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural.
285
da Unipampa. Convém destacar que a construção do Centro de Interpretação
do Pampa que foi iniciada no ano de 2012 ocasionará em uma mudança
considerável na situação econômica e cultural da região. Outro ponto que levou
a construção deste PET foram as características organizacionais do bairro,
contendo dois grupos carnavalescos: Boêmios do Amor localizado no bairro em
questão e que possui mais de trinta anos e a Escola de Samba Aguenta se
Puder, além de outras organizações de cunho social. Para a compreensão
sociocultural e socioeconômica da região, o grupo focou na primeira fase na
compreensão e elaboração do conhecimento através da compreensão da
importância da metodologia da pesquisa no contexto das atividades
universitárias e em especial dos grupos PET que envolve ensino, pesquisa e
extensão. Para tal a primeira atividade concluída deste grupo envolveu a
compreensão da metodologia da pesquisa como base para as atividades de
ensino e suporte para o próprio grupo. Objetivos: Os objetivos desta etapa do
grupo PET Produção e Política Cultural foram discutir e desvelar a importância
da Universidade como instituição social que trabalha na perspectiva da
formação científica, profissional e política com atuação em ensino, pesquisa e
extensão e para tal foi elencado como tema central o ensino, e neste sentido foi
abordado orientações gerais para o estudo na universidade bem como para
realização de trabalhos acadêmicos. Outro objetivo foi apontar para a
importância da teoria e da prática científica como através dos seus diversos
paradigmas epistemológicos e abordando também as modalidades de
trabalhos científicos. Metodologia: A metodologia utilizada foi o estudo dirigido
pelo Tutor e discutido no grupo através da análise integral obra de (Severino,
2007) e referências a demais autores e obras (Eco, 2010), (Luckesi et. al.,
1991) e (Unipampa, 2010) em diálogo com as atividades de ensino, ou seja,
problematizando o cotidiano do estudante no ambiente universitário durante
dois encontros semanais presenciais de 4:00h com a participação de todos os
acadêmicos do projeto, voluntários e bolsistas. Foram realizadas leituras
individuais e coletivas dialogadas e contextualizadas com as atividades de
ensino realizadas pelos acadêmicos do curso de bacharelado em Produção e
Política Cultural e fazendo a necessária menção ao sentido, objetivos e
métodos utilizados durante o trabalho do PET Produção e Política cultural
aprovado como do curso com o seguinte título “Cultura, Economia e Sociedade
286
no Cerro da Pólvora” e também denominado como “PET Economia da
Cultura”. Resultados e discussão: Fazer Universidade uma proposta
metodológica no dizer de (Luckesi, op. cit.) ainda é um desafio profundamente
contemporâneo e que se renova a cada nova indagação sobre o sentido das
instituições de ensino superior e da formação acadêmica tanto em âmbito da
graduação como pós-graduação. E para tal é primordial perceber que o sentido
pleno na pesquisa acadêmica assim como da extensão depende
necessariamente de atividades basilares na área do ensino e para tal o mesmo
precisa ser estabelecido com o intuito de produzir conhecimento através da
percepção e da maturação dos conceitos através da metodologia da pesquisa,
ou seja, encadear objetos e métodos dentro de paradigmas epistemológicos é
basilar para a criação e maturação do espírito científico. Conclusões: Desenvolver o espírito científico em acordo com a proposta de um grupo PET
como grupo de excelência acadêmica passa necessariamente pela
compreensão e articulação dos conceitos que envolvem a compreensão da
metodologia da pesquisa em sua vertente ainda predominantemente positivista,
mas aberta a outras vertentes epistemológicas como a dialética, a
hermenêutica e também ao estruturalismo e ao funcionalismo. E no mesmo
sentido também foi possível compreende a importância dos diversos métodos
de pesquisa como as que envolvem parâmetros quantitativos, qualitativos,
pesquisa etnográfica, participante, pesquisa-ação, estudo de caso, análise de
conteúdo, pesquisa bibliográfica, documental, experimental e de campo,
pesquisa exploratória e explicativa bem como as técnicas correlatas em cada
um dos casos. E assim concluímos que antes da realização de qualquer
trabalho empírico deve ser realizado um estudo da abordagem dos métodos
REFERÊNCIAS:
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 23.ed. São Paulo: Perspectiva, 2010. LUCKESI, Cipriano Carlos... (et. al.). Fazer Universidade: Uma proposta metodológica. 6.ed. São Paulo: Cortez, 1991. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23. Ed. São Paulo: Cortez, 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA. Manual para elaboração e normalização de trabalhos acadêmicos – conforme normas da ABNT / organização Cátia Rosana L. de Araújo, Cristiane Pereira Maciel, Dilva
288
O CICLO DE DEBATES (CIDEB) NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA
FEDERAL DO PARANÁ – CÂMPUS MEDIANEIRA
Carlos Alberto Mucelin1; Bruna Hinterholz2; Marivane Turim Koschevic3
Palavras-chave: Ciclo de Debates, Palestras, Produção de Saberes.
Introdução: O termo universidade está relacionado a muitos outros como a
ciência, a cultura, a autonomia, a pesquisa, o ensino e a extensão, os quais
devem ser mutuamente compreendidos. A educação, em sentido lato, é
considerada uma das condições fundamentais das quais os indivíduos ampliam
suas capacidades cognitivasfundamentais. Estudos desenvolvidos por Frantz e
Silva (2002, p.217) afirmam que as funções da Universidade podem ser
caracterizadas. Para o ensino é previsto articular as ciências existentes,
conhecer seus produtos e formar profissionais. Para a pesquisa preconiza-se
construir novos, confirmar ou contestar conhecimentos existentes. E, para a
extensão, pressupõe-se a articulação dos interesses do ensino e da pesquisa
com os interesses sociais. De acordo com Santos (2013, p.13) as funções da
Universidade quando associadas cumprem as tarefas de produção de
conhecimentos, formação, integração social, inovação tecnológica, difusão da
ciência e da cultura, desenvolvimento socioeconômico e melhoria da qualidade
de ensino de outros campos educacionais, além de tecerem uma rede para
realizar trocas legítimas com os setores econômico, político, social e cultural.O Ciclo de Debates – CIDEB: Na UTFPR Câmpus de Medianeira, foi idealizado
um evento que tem como pressuposto contribuir com as atividades previstas
para as funções de uma Universidade. Trata-se do Ciclo de Debates – CIDEB.
Esse evento que congrega a participação da comunidade acadêmica e de seus
egressos, também oportuniza a participação de profissionais como
palestrantes.O CIDEB foi projetado, institucionalizado e executado, em sua
primeira edição, no ano de 2010, com a finalidade de valorizar o processo de
1 Prof. Dr. e Tutor do Grupo PETAMB/Conexões de Saberes da UTFPR-MD, [email protected] 2 Aluna do Curso de Engenharia Ambiental e Bolsista do Grupo PETAMB/Conexões de Saberes da UTFPR-MD, [email protected] 3 Aluna do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental e Bolsista do Grupo PETAMB/Conexões de Saberes da UTFPR-MD, [email protected]
289
formação profissional dos membros da Universidade. Nesse ano, foram
realizadas quatro palestras com as temáticas da área de gestão ambiental,
tratamentos de efluentes e biodegradação de materiais. Participaram das
atividades aproximadamente 150 acadêmicos e professores. Em 2011, o
evento passou a ser realizado pelo Grupo PETAMB/Conexões de Saberes, sob
a Tutoria do Professor Carlos Alberto Mucelin. Nessa segunda edição do
CIDEB foram realizadas oito palestras nas áreas temáticas de
empreendedorismo, recursos hídricos, tratamento de efluentes, biossólidos,
biogás e bioindicadores, com a efetiva participação de mais de 200 acadêmicos
e professores. A terceira edição do CIDEB ocorreu no ano de 2012 e, em
virtude da greve das universidades federais, foi registrada uma defasagem na
programação prevista. Mesmo assim foram registrados aproximadamente 300
participantes. Nesse ano, foram realizadas cinco palestras nas temáticas de
percepção ambiental, aplicação de imagens de satélites, semelhanças e
diferenças entre dois municípios distintos do Brasil, tratamento de efluentes e,
ética na pesquisa com seres humanos. O CIDEB é um evento realizado com
apoio de professores, servidores, membros do PETAMB/Conexões de Saberes
e alunos colaboradores da UTFPR. Cada participante envolvido nas atividades
de organização e desenvolvimento do evento tem direito a declarações
assinadas pelos organizadores, importante ressaltar que o evento é gratuito.
Inscrições, registro de frequências, listas para certificação entre outros é
realizado nosite do grupo PETAMB/Conexões de Saberes. O CIDEB favorece a
formação dos universitários, estimulando a troca de informações e
conhecimentos entre os participantes. Também potencializa a interação
dialogada entre palestrantes e discentes a respeito de cada temática. O evento
é mais uma opção para os docentes e discentes na apresentação de trabalhos
e pesquisas desenvolvidas ou em desenvolvimento, no qual os participantes
podem exercitar a condição de serem sujeitos históricos, que desenvolvem e
elaboram suas ideias e ações a partir da realidade e do momento histórico em
que estão inseridos. Metodologia: Para caracterizar a percepção dos
acadêmicos a respeito do CIDEB foi aplicado um questionário on-line com a
utilização da ferramenta Google docs®. Com este recurso, foi enviado o
referido questionário por e-mail para os acadêmicos participantes e, obtidos
dez e-mails com os questionários respondidos. Resultados e Discussão: Dos
participantes da pesquisa, 60% eram do curso de Tecnologia em Gestão
290
Ambiental e 40% pertenciam ao curso de Engenharia Ambiental, dos quais um
era do sexo masculino e nove do sexo feminino.Os participantes da pesquisa
foram questionados se acreditavam ser importante para o processo de
formação educacional a existência de um ciclo de palestras e debates como o
CIDEB. Todos afirmaram que “sim” e, entre as justificativas para tal
entendimento destacaram-se comentários como: “o CIDEB valoriza o
conhecimento presente na universidade”, “Uma das maiores vantagens de se
ter um CIDEB é que a interação dos professores com os alunos é bem maior, e
a apresentação dos trabalhos que eles desenvolvem mostra como podemos
desenvolver trabalho em campo com os conhecimentos adquiridos em sala de
aula”.Quando questionados acerca da frequência com que participam do
CIDEB, 60% deles afirmaram participar todas às vezes. Entre os argumentos
dos 6 alunos que mencionaram as razões pelas quais participam estão:
“porque acho importante obter informações que possam me ser úteis
futuramente” e “sou apaixonada pelo meio ambiente, e para mim isso vale
como um conhecimento a mais”. Outros 4 alunos responderam que participam
“esporadicamente” e entre as argumentações pela não participação de todas
as palestras registrou-se: “Gostaria de participar regularmente, porém no último
CIDEB não pude participar devido aos dias em que foram realizadas as
palestras, em quase todas as palestras eu tinha prova no dia seguinte”.Uma
das questões era a opinião dos participantes acerca da importância dos temas
abordados nas palestras. Para a maioria, 90% dos acadêmicos participantes a
resposta foi afirmativa. Somente um respondeu que a importância era parcial e
registrou: “contém alguns assunto nada a ver com o curso”.Os participantes
também foram solicitados a mencionar pelo menos três aspectos positivos do
CIDEB. Como aspectos positivos foram mencionados: o nível ou capacitação
dos palestrantes, os assuntos percebidos como interessantes e na área
ambiental; e, a emissão de certificados aos participantes.Também foi solicitado
aos participantes que mencionassem pelo menos três aspectos a serem
melhoradas noCIDEB.Entre eles registrou-se a divulgação, a maior abertura
aos projetos de alunos e a pontualidade. Um dos alunos registrou “Adoro o
CIDEB, esse evento não pode acabar nunca!”. Conclusões: A universidade
tem um papel permanente de gerar conhecimento e viabilizar a socialização de
saberes como forma de contribuir com a sociedade, especialmente a
comunidade interna e circunvizinha às instituições. Considera-se o Ciclo de
291
Debates como um importante instrumento que tem como propósito a
construção e socialização do conhecimento. Eventos como este fazem com
que a Universidade assuma seu papel no que diz respeito à construção de
ações efetivas que visam o desenvolvimento da sociedade.A pesquisa
realizada a respeito do Ciclo de Debates, com alunos participantes indicou o
papel fundamental do evento no processo de ensino-aprendizagem vivenciado
pelos acadêmicos. Registrou-se múltiplas e distintas percepções acerca do
Ciclo de Debates com considerações que sugerem a continuidade desse
projeto.
REFERÊNCIAS
SANTOS, M. P. dos. Contributos da extensão universitária brasileira à formação acadêmica docente e discente no século XXI:um debate necessário.Revista Conexão UEPG.Ponta Grossa. v. 6, n. 1,p.10-15, 2010. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/conexao/article/viewFile/3731/2622> Acesso em 02 abril 2013.
FRANTZ, W. ; SILVA, E. W. da.As funções sociais da universidade: o papel da extensão e a questão das comunitárias. Ijuí: Editora da UNIJUÍ, 2002. (Coleção Ciências Sociais).
292
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS INTEGRANTES DO PET LITORAL
SOCIAL FRENTE À CONSTRUÇÃO DE PROJETOS DE EXTENSÃO
Felipe Macagnani1;Hicari Marcia Constaski Rodrigues2; Kelly Evangelista Paris3; Larissa Aparecida Campos4; Luiz Fernando Zelinski da Silva5; Mayara Priscilla Bresolim6; Manuel Fabricio dos Santos Neto7; Nágila Cristina Alves8;
Priscila Portz9; Rosilaine Vinharsky10; Simone Rigo11; Thays Teixeira da Paz12; Mayra Taiza Sulzbach13
Palavras-Chave: Graduação, aprendizagem; projetos.
INTRODUÇÃO: Segundo JAPIASSU (1976), a interdisciplinaridade
corresponde às formas de abordagens utilizadas para explicitar diferentes
disciplinas, compreendendo a parte de ligação existente entre as diferentes
áreas do conhecimento, unindo-se para transpor algo inovador, resgatando e
ultrapassando as possibilidades do pensar fragmentado, buscando
constantemente superar o saber através da investigação, onde todo
conhecimento mantém um diálogo permanente. A experiência na
interdisciplinaridade é observada em diversos espaços da Universidade
Federal do Paraná - Setor Litoral, a partir de seus três eixos estruturantes:
Fundamentos Teóricos Práticos, Projetos de Aprendizagem e Interações
Culturais e Humanísticas, essa realidade reflete-se na proposta do Programa
de Educação Tutorial- PET Litoral Social que atualmente é formado por doze
bolsistas de diversas áreas, sendo elas: Gestão Ambiental, Gestão Pública,
Serviço Social, Gestão e Empreendedorismo e Gestão Desportiva e do Lazer.
A interdisciplinaridade fortalece o tripé do ensino, pesquisa e extensão dos
alunos vinculados ao Programa Pet Litoral Social, ao mesmo tempo em que
1 Acadêmico de Gestão Desportiva e do Lazer – UFPR – Setor Litoral. 2 Acadêmica de Gestão e Empreendedorismo – UFPR – Setor Litoral. 3 Acadêmica de Gestão Pública – UFPR – Setor Litoral; [email protected]; PET LITORAL SOCIAL. 4 Acadêmica de Gestão Ambiental – UFPR – Setor Litoral; 5 Acadêmico de Gestão Pública – UFPR – Setor Litoral; 6 Acadêmica de Gestão Ambiental – UFPR – Setor Litoral; 7 Acadêmico de Gestão Pública – UFPR – Setor Litoral; 8 Acadêmica de Gestão Pública – UFPR – Setor Litoral; 9 Acadêmica de Serviço Social – UFPR – Setor Litoral; 10 Acadêmica de Gestão Pública – UFPR – Setor Litoral; 11 Acadêmica de Gestão Ambiental – UFPR – Setor Litoral; 12 Acadêmica de Gestão Ambiental – UFPR – Setor Litoral; 13 Orientadora / Professora Dra. em Desenvolvimento - UFPR – Setor Litoral.
293
contribui para a elaboração de projetos de pesquisa e de extensão e
contribuem para o desenvolvimento da região do Litoral do Paraná, formado
pelos municípios de: Antonina, Guaratuba, Guaraqueçaba, Matinhos, Morretes,
Paranaguá e Pontal do Paraná. O Litoral do Paraná por si só é um laboratório.
Poder trabalhar de forma interdisciplinaridade a pesquisa e a extensão neste
espaço contribui uma aprendizagem “impar”. Segundo Estades (2003), os
municípios do Litoral do Paraná podem ser classificados por suas diferenças e
semelhanças, a partir do elemento econômico: Portuários (Paranaguá e
Antonina), Rurais (Morretes e Guaraqueçaba) e Praianos–turísticos (Pontal do
Paraná, Matinhos e Guaratuba). A realidade social da região é diversa e
contrastante, contemplando vastas áreas de conservação ambiental,
escassamente povoados e cidades portuárias e balneários turísticos, que
crescem de forma acelerada, contribuindo com à formação de aglomerados
urbanos, formando territórios irregulares. Os municípios do Litoral apresentam
desigualdades econômicas, inclusive no interior dos que possuem atividades
econômicas semelhantes, como no caso dos municípios portuários. Paranaguá
possui uma população de 140.469 habitantes e 48% do total das receitas do
Litoral paranaense, enquanto Antonina, seu par em atividade econômica,
possui uma população de 18.891 habitantes e 8% da soma das receitas dos
sete municípios. Este cenário enseja a elaboração de projetos que promovam a
inclusão social, produtiva, econômica e cultural com vistas à diminuição das
desigualdades e o fortalecimento da autonomia e emancipação local.
OBJETIVOS: Relatar as experiências obtidas pelos Petianos frente ao
processo de construção de extensão (pesquisa ação) vinculados ao Programa
Inclusão Social e Produtiva nos Municípios do Litoral do Paraná no âmbito do
Programa de Educação Tutorial. METODOLOGIA:Foi utilizado o Método de
Pesquisa Ação, juntamente com a leitura de dados secundários
socioeconômicos, obtidos em órgãos oficiais do governo federal, estadual e
municipal, além de pesquisas documentais das ações desenvolvidas por
entidades públicas no município de Antonina. DISCUSSÃO E RESULTADOS:
O município de Antonina apresenta um nível de fragilidade econômica
acentuado. Atualmente o setor privado emprega formalmente 1.440 pessoas e
o setor público 750. Por outro lado, o Programa Bolsa Família atende 1.640
beneficiários, população que dificilmente encontra-se empregada formalmente.
Esta problemática é agravada com o fato de que aproximadamente 450
294
pessoas em idade ativa (PIA) deslocarem-se diariamente do município para
trabalhar em Curitiba, profissionais aptos que não encontram vagas de trabalho
no Município. Esta problemática local demandou de forma integrada, que
bolsistas, tutor do grupo PET Litoral Social e voluntários, desenvolvessem
cinco projetos que devem permitir a promoção de mudanças naquela
comunidade e aprendizado pela comunidade acadêmica. A elaboração das
Propostas ocorreu de forma dialogada entre os saberes interdisciplinares dos
integrantes do PET Litoral Social e voluntários, recebendo a contribuição da
comunidade em um evento aberto no Teatro do Município, quando os mesmos
foram apresentações. As Propostas devem ser desenvolvidas no período de
dois anos a iniciar em abril de 2013. Os Projetos, a seguir apresentados
individualmente de forma resumida, fazem parte do Programa de Extensão
Inclusão social e produtiva nos municípios do Litoral do Paraná: Artesanato
com identidade territorial do Litoral do Paraná - objetiva atender um grupo de
artesãos já estabelecidos no município de Antonina incentivando-os à
valorização e ao reconhecimento da identidade territorial da região, por
intermédio de cursos de capacitação e oficinas promovidos por eles à
comunidade, fomentando a ampliação da criatividade individual e o
fortalecimento do grupo dos mesmos. Oportunidade de saberes aos
responsáveis pelo recebimento do Programa Bolsa Família nos municípios do
Litoral do Paraná - surge pela vivência do grupo na comunidade reconhecendo
as dificuldades de obtenção de renda no local. Propõe um desafio da inclusão
produtiva aos beneficiários do Programa Bolsa Família do Município através da
capacitação - oferta de cursos de trabalhos manuais, técnico-
profissionalizantes, além da busca de parcerias para a promoção destes.
Espaço saberes para crianças e adolescentes do Programa Bolsa Família nos
municípios do Litoral do Paraná – visando o desenvolvimento das atividades de
capacitação com os beneficiários do Programa Bolsa Família em Antonina, se
reconhece em paralelo a necessidade de um espaço para entretenimento de
seus filhos. Nesse sentido, este Projeto surge com o objetivo de propiciar um
espaço que possa promover a emancipação cidadã, ofertando atividades que
visem refletir sobre valores sociais para crianças e adolescentes dos
municípios do Litoral paranaense. Alternativas de inclusão produtiva aos jovens
do Litoral do Paraná - esta demanda surge em decorrência das observações da
fuga dos jovens em busca de emprego na Capital – Curitiba, situada a 77 km.
295
A Proposta baseia-se em aproximar os jovens da UFPR, apresentando-a como
uma oportunidade futura, bem como busca firmar parcerias com outras
instituições para a capacitação técnica, permitindo a permanência deste no
Local. Espaço de convívio social e de lazer as pessoas da melhor idade nos
municípios do Litoral do Paraná - propõe buscar, organizar e acompanhar um
espaço em que as pessoas de melhor idade possam se reunir e relembrar suas
contribuições sociais (sua história de vida), de forma a tornar a vida mais
agradável. Como método de inserção se utilizará da dança, e outras atividades
físicas e recreativas identificadas como intervenções de saúde mais
significativas na vida das pessoas da melhor idade. Outros métodos serão
utilizados, como a narração de histórias aos jovens, onde se promove a troca
de conhecimentos entre as gerações. CONCLUSÃO: Além do acordo informal
firmado com a comunidade, a elaboração dos Projetos proporcionou a inserção
direta com a realidade local, possibilitando reflexões, observações e analises
coletivas da realidade, melhorando os resultados das pesquisas científicas,
mesmo que individuais, passando a apresentar resultados de caráter
interdisciplinar. Dos resultados da elaboração da Proposta, também se pode
destacar a participação da comunidade na construção do Projeto, pois a
ciência deve estar para o que se investiga, e não simplesmente pelo
pesquisador.
REFERÊNCIAS
JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. 220 p. ESTADES, N. P. O litoral do Paraná: entre a riqueza natural e a pobreza social. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, n. 8, p.23- 26, 2003. THIOLLENT, M.J.M. Metodologia da Pesquisa Ação. 4.ed. São Paulo: Cortez, 1988. 108 p.
296
O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL (PET): VISÃO DOS PETIANOS
DREBES, Laila Mayara¹;RIGON, Carlos Alberto Gonsiorkiewicz¹; DAMIAN,
Júnior Melo¹; ORTIGARA, Cícero¹; LUZ, Felipe Bonini da¹; ALMEIDA, Hazael¹; SIMON, Diego Henrique¹; BERGHETTI, Juliano¹; BISOGNIN, Mateus¹; KIRCH,
Valdecir André¹; STROJAKI, Tiago Vinícios¹; SILVA, Vanderlei Rodrigues da²;
Palavras-chave: atividades, entendimento, estrutura.
INTRODUÇÃO: Vinculado ao Ministério da Educação (MEC), o Programa de
Educação Tutorial (PET) tem como principal objetivo desenvolver atividades
que envolvam a tríade ensino, pesquisa e extensão nas instituições de ensino
superior(BRASIL, 2012). De acordo com a Portaria nº 976 de 27 de julho de
2010, os principais objetivos de um grupo PET são: a) realizar em padrões de
excelência, atividades acadêmicas de natureza coletiva e interdisciplinar; b)
colaborar para elevação da qualidade da formação acadêmica dos alunos de
graduação; c) estimular a formação de profissionais e docentes; d) desenvolver
novas medidas para a modernização do ensino superior no país; e e) estimular
o espírito crítico, bem como a função social da educação superior(BRASIL,
2010). Os benefícios que um grupo PET pode trazer para uma Instituição de
Ensino Superior são evidentes. Entretanto, os resultados e as transformações
alcançadas são pouco divulgados e difundidos. Com isso, explanar os efeitos
do PET sobre os petianos, a comunidade acadêmica e a sociedade em geral e,
conhecer o funcionamento de grupos PET é uma forma de mostrar e incentivar
o funcionamento do Programa. OBJETIVOS: Analisar as atividades internas de
grupos PET, a partir da sua inserção na instituição de ensino superior e, avaliar
seus reflexos sobre os próprios petianos. METODOLOGIA: Foi realizado um
estudo de aspecto qualitativo, tendo como amostras dois grupos do Programa
de Educação Tutorial (PET) dos campi de Frederico Westphalen (FW) e
Palmeira das Missões (PM) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
_____________________ ¹ Graduandos em Agronomia do Curso de Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria – campus de Frederico Westphalen/RS - Brasil. Bolsistas do Grupo PET AGRONOMIA/FW. ([email protected]); ² Orientador e Professor Doutor do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria – campus de Frederico Westphalen/RS – Brasil. Tutor do Grupo PET AGRONOMIA/FW.
297
Em cada campus existe um grupo PET: um do curso de Agronomia em FW,
reconhecido como PET Agronomia/FW, contando com 17 acadêmicos e outro
grupo do curso de Enfermagem localizado em PM, conhecido como PET
Enfermagem UFSM/CESNORS, formado por 18 acadêmicos. Ambos os grupos
foram criados a partir do edital do Ministério da Educação em 2010 e
encontram-se em funcionamento desde o mês de dezembro do referente ano.
Deste modo, a amostragem experimental contou com 8 integrantes do grupo
PET Enfermagem e 12 integrantes do Grupo PET Agronomia, totalizando 20
integrantes, os quais manifestaram livremente interesse em participar do
estudo. Os dados foram obtidos com a aplicação de questionários, aplicados
em agosto de 2012. Em seguida, os questionários foram avaliados por meio da
metodologia de análise de conteúdo, separando-os conforme temas análogos.
Deste modo, foram delimitados 2categorias: 1)definição e entendimento de
PET pela ótica dos petianos; 2) tríade ensino-pesquisa-extensão do ponto de
vista funcional. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Definição e entendimento de PET pela ótica dos petianos Devido a vivência diária, os petianos
conceituam o PET de uma maneira mais aprofundada do que a própria
definição do Ministério da Educação (BRASIL, 2006), embora não deixe de
estar de acordo com a mesma. Esse conceito prático de PET é formado por
ideias como: fortalecimento do curso de graduação onde o grupo está inserido;
impedimento da especialização prematura do acadêmico; formação de uma
comunidade acadêmica crítica, ativa e mobilizada; incentivo contra a evasão de
acadêmicos, tendo em vista a melhoria da qualidade de ensino; estímulo às
relações interpessoais; formação de acadêmicos com noção de maturidade
profissional, entre outros. De forma direta e curta, um dos petianos envolvidos
no estudo resume o PET como “um espaço que possibilita a oportunidade de
fazer a diferença”. Nessa síntese, encontra-se toda a responsabilidade do
Programa de Educação Tutorial como transformador de realidade interna (do
próprio grupo PET) e externa (da comunidade acadêmica e sociedade). O
grupo PET na maioria das vezes não era conhecido dos petianos, como pode
ser evidenciado no relato de um dos envolvidos no estudo: “Antes de ingressar
junto ao PET eu desconhecia a existência do mesmo”. Isto demonstra a
importância das ações do Ministério da Educação e das agências de fomento a
pesquisa e a extensão, a criar mecanismos específicos de inserção dos
estudantes e professores dos novos campi das expansões das Instituições de
298
Ensino Superior Federal. Já os petianos ingressantes na segunda seleção,
todos já tinham consciência da existência do Programa, pois acompanharam a
criação e evolução de grupos PET em sua instituição de ensino: “O PET
Enfermagem sempre divulgava nos murais e nas salas de aula da universidade
suas atividades, reuniões e projetos, Convidavam os demais estudantes para
participarem das atividades”. Mesmo inserido no grupo PET, alguns petianos
sentiram grandes dificuldade em entender a verdadeira filosofia do que é
realmente o PET: “No início, as informações a respeito do grupo não sanavam
as dúvidas, e não havia o entendimento nem ao menos do que realmente era o
grupo, porque e para que existia”. Cabe salientar, que neste estudo o aspecto
de uma remuneração do petiano em participar do grupo foi um fator importante
para a busca da inserção no grupo, pois a maioria não tinha o entendimento do
que era o PET. “Inicialmente, o que me levou a querer participar do PET foi à
buscapor uma remuneração, pois a princípio eu não tinha informações prévias
do que realmente era o PET, o que fazia e em que sentido eram as atividades”,
diz um petiano no questionário. lguns Petianos tinham o entendimento inicial
do PET como um grupo de pesquisa, não tendo o conhecimento que o mesmo
deve levar a tríade (pesquisa-ensino-extensão) equilibrada: “Meu entendimento
era de um grupo de pesquisa, hoje percebo que este grupo é interativo e
trabalha com inúmeras áreas”. Alguns outros petianos relatam que antes de
integrar o PET o consideravam de forma depreciativa e individualista, como é
possível observar no depoimento do petiano: “Achava que os membros eram
um grupo “fechado”, que não pensavam tanto nos outros acadêmicos e sim só
em si próprios”.Tríade ensino-pesquisa-extensão do ponto de vista funcional; Em relação à importância dos fatores trabalhados pelo Programa de
Educação Tutorial – ensino, pesquisa e extensão, os grupos PET estudados
explicam que buscam conduzir suas atividades de maneira a equilibrar ambos
os pilares do saber universitário, como relata o acadêmico: “É indissociável. Se
um não for trabalhado o PET perde seu sentido”.Entretanto, percebeu-se que o
Grupo PET Agronomia/FW valoriza em maior parte as atividades de extensão.
Essa tendência pode ser explicada através do depoimento do petiano:
“Acredito que deveria haver um equilíbrio entre esses três pilares, porém,
considero o mais importante aquele que é mais falho dentro do curso de
graduação. No nosso caso (PET Agronomia) considero mais importante as
atividades de extensão”. Embora haja uma afirmativa de trabalhar a tríade em
299
equilíbrio, o Grupo PET Agronomia relata que trabalham mais as atividades de
ensino, isso como relatado, acontece pela facilidade de execução, visibilidade
que dá ao grupo, e principalmente, pela demanda apresentada por parte da
comunidade acadêmica. “Em nosso grupo (PET AGRONOMIA) observa-se
uma dominância das atividades de ensino, devido ao fato de atendermos
principalmente as necessidades apresentadas pelos demais graduandos do
curso”.Enquanto isso, no Grupo PET Enfermagem, a situação é diferente. A
maior parte das atividades está inserida no segmento de extensão e os motivos
apresentados pelos petianos do grupo são os mesmos relatados pelo grupo
PET Agronomia, que seria a facilidade de realização e as necessidades locais,
pelo fato de o grupo PET Enfermagem realizar trabalhos em escolas,
instituições de saúde, grupos de terceira idade, entre outros. CONCLUSÕES: De modo geral, afirma-se que o entendimento do que na realidade é o PET,
está relacionado diretamente da participação dos petianos nas atividades
desenvolvidas pelo programa. Os grupos enfatizam o equilíbrio entre a tríade
pesquisa-ensino-extensão, entretanto, as necessidades apresentadas pelos
acadêmicos do curso, em que o grupo está vinculado, é o diferencial para a
realização de determinados trabalhos.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação. Portaria MEC nº 976, de 27 de julho de 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 16 set. 2012. BRASIL, Ministério da Educação. Apresentação PET.2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 16 set. 2012.
300
PROJETO PET NAS ESCOLAS – PET ENGENHARIA ELÉTRICA UFPR
Alessandro Zimmer1, Diogo Rikio Miyazaki2, Eduardo Jagher², Felipe Makara², Larissa Rossetim Machado², Victor Siqueira Cunha².
Palavras Chave: educação, engenharia elétrica.
INTRODUÇÃO: De acordo com pesquisas realizadas¹, o Brasil forma cerca de
40 mil engenheiros por ano, enquanto a Rússia, a Índia e a China formam,
respectivamente, 190 mil, 220 mil e 650 mil (fonte: Estadão.com, 27/02/2012).
A falta de mão de obra devidamente qualificada é uma das barreiras para o
desenvolvimento do país. Buscando uma forma de contribuir para aumentar o
interesse dos jovens em construir sua carreira dentro das áreas da engenharia,
o Pet Elétrica UFPR criou o projeto Pet nas Escolas, onde são dadas aulas e
palestras para crianças de ensino fundamental e médio a respeito de temas
relacionados a eletricidade. OBJETIVOS: O projeto Pet nas Escolas tem como
objetivo a apresentação dos conceitos básicos da eletricidade para alunos
tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio. A inserção dos alunos no
universo de energia elétrica é uma possibilidade de apresentá-los à forma de
funcionamento de diversos equipamentos de uso rotineiro, assim como o
melhor uso destes. METODOLOGIA: A partir deste projeto, temos a
oportunidade de incentivar os alunos a buscar conhecimento e despertar o
interesse deles pelas áreas de engenharia por meio de palestras que, ao
mesmo tempo que ensinam, inserem componente lúdico na transmissão do
conhecimento. O projeto divide-se em duas partes: planejamento e execução.
Na primeira etapa (planejamento), são pesquisadas escolas na região próxima
ao Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná. A abordagem às
escolas é feita através de e-mail ou por telefone, buscando-se falar com algum
professor ou responsável que possa agendar a data, e discutir a respeito do
tamanho da turma, local de apresentação, tempo necessário e idade dos
alunos. Todos os fatores são levados em consideração no desenvolvimento do
programa. De acordo com a idade dos alunos e o tempo disponível, as
apresentações são planejadas levando-se em consideração o conteúdo que os 1Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas. 2 Graduando(a) em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Paraná.
301
alunos já tiveram em sala de aula e quanto serão capazes de absorver das
palestras. O método de apresentação é com auxílio de slides, porém, como em
algumas escolas não há equipamento de multimídia disponível, as aulas
também podem ser ministradas em quadro negro. As explicações têm apoio
também de vídeos didáticos encontrados na internet. Os slides são feitos de
forma didática de forma a prender a atenção dos alunos e possibilitar que eles
gravem melhor o conteúdo. Além das aulas, são realizados experimentos
práticos. A organização da execução dos experimentos varia de acordo com o
tamanho da turma: os experimentos podem ser realizados de dez em dez
alunos, ou com o grupo todo de uma só vez, caso este seja pequeno. Alguns
exemplos de experimentos são: demonstração de eletricidade estática
atritando-se canudinhos e atraindo papel picado; condução de eletricidade
através de copo com água e sal para acender uma lâmpada; construção de um
motor elétrico com bateria, fio de cobre e ímã. É levada em consideração a
periculosidade da realização dos experimentos, de forma a manter os
estudantes seguros e prevenidos contra qualquer forma de acidente. Uma das
formas de se evitar acidentes, tanto durante a palestra quanto quando o aluno
chega em casa e tenta copiar o experimento sozinho, é utilizando-se fontes no
lugar das tomadas das salas de aula. As escolas ficam em Curitiba. Algumas
das escolas já visitadas são: · Escola Jardim Santos Andrade; · Escola
Municipal Enéas Marques dos Santos (4º ano); · Colégio Estadual Xavier da
Silva (8ª série). RESULTADOS E DISCUSSÕES: Todas as escolas procuradas
demonstraram grande interesse em participar do projeto. Além das crianças, as
professoras também demonstraram grande abertura para aprofundar seus
conhecimentos e interesse no material utilizado (slides e vídeos), para que seja
utilizado também em sala de aula. O projeto também foi apresentado como
case no encontro Jopar PET 2012. CONCLUSÃO: O projeto demonstrou
ótimos resultados, visto que o objetivo de incentivar o interesse por estudo em
engenharias, especialmente na engenharia elétrica, foi atingido. Ainda assim o
projeto possui grande potencial de crescimento, visto que o aprofundamento na
área de ensino possibilitaria melhoria do trabalho. O projeto também tem
potencial para se tornar mais abrangente, realizando-se não somente palestras
e aulas, mas também feiras de protótipos e auxílio aos professores em aulas
do tema.
302
REFERÊNCIAS [1] Estadão.com, disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,escassez-de engenheiros,583492,0.htm> acessado em 14/04/2013.
303
PRÁTICAS NO ANO DE 2012: O RESULTADO DA INTEGRAÇÃO DE
DISTINTAS ÁREAS DO CONHECIMENTO ACADÊMICO NO PET DIVERSIDADE E TOLERÂNCIA DA UFPEL
Caroline Dutra Bilhalva1; Daiane Tavares Borck¹; Gisele Aline Feraboli¹; Juliana Behrend¹; Lorena Almeida Gill2; Robinson Barros Mendonça¹; Taiane Meirelles Damaceno¹; Taís Aguiar¹; Tamires Xavier¹; Tatiane Lapschis Pestana¹; Thaís
Aldrighi da Silva Blank¹; Thales Coelho¹; Ubirajara Soares Monteiro¹.
Palavras-Chave: Trabalho multidisciplinar, Diversidade, Desmistificação de
preconceitos.
Introdução: O presente trabalho trata da apresentação de atividades
realizadas no ano de 2012 pelo grupo PET Diversidade e Tolerância da UFPel
sob a orientação da tutora Lorena Almeida Gill. Atualmente, o grupo conta com
12 bolsistas, os quais elaboram e desenvolvem as propostas em conjunto,
sendo estas voltadas para a temática que visa o respeito para com a
diversidade em todas as suas formas. Vale ressaltar, que os integrantes do
mesmo são oriundos de distintas graduações (Educação Física, História,
Geografia, Ciências Sociais, Letras e Pedagogia), assim, é importante elucidar
que os diferentes saberes são articulados tendo em vista a complementação e
o aprimoramento dos trabalhos efetuados. Para tanto, é com base nesta linha
de raciocínio que se pensa a pesquisa, o ensino e a extensão. Estima-se com
esta comunicação proporcionar uma troca de experiências com os demais
grupos do Programa de Educação Tutorial. O objetivo da proposta é apresentar
o formato multidisciplinar do PET Diversidade e Tolerância da UFPel, bem
como as atividades realizadas no ano de 2012. Também se considera
importante a troca de experiências com os demais grupos PET a fim de
aprimorar a atuação para o próximo ano. A metodologia utilizada para esta
comunicação é pautada no relato de experiência, tendo como base as
vivências obtidas através das práticas. A organização das informações sobre
as intervenções ocorreram através da análise dos projetos ocorridos durante o
ano passado. Para definir o significado de preconceito tomamos emprestada a 1Acadêmicos da Universidade Federal de Pelotas- Bolsistas do PET Diversidade e Tolerância da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) E-mail relator:[email protected]. 2Professora Doutora do Departamento de História da Universidade Federal de Pelotas – Tutora do PET Diversidade e Tolerância- UFPel
304
reflexão de Pinheiro (2011, p.216) que diz que “o preconceito pode ser
entendido como valores diversos, que consistem em juízos preconceituosos
mediante representações que o sujeito tem sobre a realidade”. Sabendo da
importância de se conhecer e respeitar as diversidades o grupo PET
Diversidade e Tolerância da UFPel desenvolveu em caráter multidisciplinar
cinco atividades de extensões no ano de 2012. A primeira se refere ao 2º Ciclo
de Documentários e Debates, com o objetivo de ofertar para a comunidade
acadêmica da UFPel um momento de reflexão com temas que perpassaram o
preconceito. O evento ocorreu nos meses de abril e maio do corrente ano. As
inscrições tiveram grande procura, as quais superaram o número de
participantes do primeiro evento. Ao todo foram 70 inscritos. Todos os bolsistas
se empenharam na organização do evento e a coordenação discente coube
aos cursos de Licenciatura em História e Geografia. A segunda atividade foi
denominada de 2ª Oficina de Produção de Leituras, e teve como protagonista a
bolsista do curso de pedagogia, mas todos os demais colegas contribuíram de
alguma forma para a intervenção. A atividade aconteceu no município de
Pelotas, na Escola Carlos André Laquintinie em uma turma de segundo ano.
Os preconceitos comuns no ambiente escolar foram problematizados de modo
lúdico, através de histórias projetadas no datashow, com teatro de fantoches e
atividades complementares como pinturas em cartazes. O curioso é que essa
mesma oficina já tinha sido aplicada anteriormente em outra escola, onde a
aceitação foi muito diferente, ou seja, menos conflituosa. Embora com mais
dificuldade, o resultado obtido ao término desta surpreendeu positivamente
todos os envolvidos, pois as crianças compreenderam a importância do
respeito com as diversidades. A 1ª oficina de práticas esportivas teve a
coordenação discente dos bolsistas de Educação Física, mas como de
costume, tiveram auxílio de todos os integrantes do PET. O interessante desta
atividade foi o fato de estar orientada para a cooperação, portanto foi
descartada a ideia de competição, assim as crianças puderam perceber a
importância de trabalharem juntas para conseguir um determinado objetivo, por
intermédio das brincadeiras, acabaram se aproximando dos colegas os quais
eram distantes por inúmeras circunstâncias. A Oficina de Francês ainda não foi
concluída na sua totalidade, está em andamento em uma turma da creche do
Lar Dona Conceição, a coordenação discente é da bolsista do curso de Letras-
Francês. A intenção da proposta é permitir que os pequenos interajam com
305
outra língua contribuindo para o seu aprendizado e auxiliando na compreensão
e respeito com a diversidade linguística. É preciso ressaltar que mesmo a
atividade sendo uma voltada a uma língua estrangeira os demais integrantes
ajudaram nas intervenções ao mesmo tempo que aprofundaram e/ou
aprenderam mais sobre a Língua Francesa. Para concluir a apresentação das
extensões realizadas pelo PET-DT, mencionamos a editoração de um
informativo chamado Conectando Saberes. A liderança desta vez ficou a
encargo da bolsista do curso de Letras-Redação e Revisão de textos. O
informativo é um espaço de divulgação das atividades do grupo nas escolas e
também de interação de todos. Através deste veículo de comunicação se lança
concursos para que os alunos das escolas atendidas possam participar, como
por exemplo, o concurso de redação dos 200 anos de Pelotas. É importante
mencionar que já foram concluídas cinco edições e o preconceito sempre foi
abordado, seja por meio de charges, pequenos artigos ou até mesmo dicas
culturais. Além disso, é preciso se dizer que o informativo é voltado não só para
a comunidade acadêmica, mas principalmente para a escolar, a qual utiliza o
periódico como fonte de debates em sala de aula e também como meio de
orientações que as crianças e jovens levam até suas famílias. Dada a forma
como foram apresentadas as atividades de extensão, é possível perceber que
os eventos têm alcançado bons resultados possibilitando a continuação em
novas edições. No que concerne a atuação do PET no ensino, deve ser feita a
menção a Oficina de aprendizado de línguas estrangeiras - vivendo a
diversidade linguística. O curso teve uma carga horária de 60 horas, sendo
ministrado pelos bolsistas do curso de Letras-Francês e Letras-Inglês. Além do
curso mencionado, foi ofertada pela tutora Lorena Gill duas oficinas: uma de
história oral e outra sobre as regras da ABNT. É de se notar que os
componentes do grupo participaram de considerável número de eventos e
também realizaram seminários para debater a temática do mesmo. Com
relação à pesquisa os discentes abarcam a temática norteadora “Diversidade e
Tolerância”, e desta forma realizam vários recortes os quais devem dialogar
com as suas respectivas graduações, bem como não deixar de considerar
também as contribuições que os colegas de outras áreas da ciência podem
agregar. Existe um projeto maior chamado Diversidade na UFPel: As novas
formas de inclusão e exclusão trazidos pelo SISU - 2010/2011, e com base
nesta proposta surgiram variados objetos de estudo, por exemplo, uma aluna
306
de geografia vai estudar o preconceito para com os alunos oriundos do campo,
outra vai questionar o ingresso de homens na licenciatura, alunos da Educação
Física vão observar os fumantes, uma bolsista da letras vai analisar o
preconceito linguístico e cultural, entre outras análises que ainda poderão
surgir. Diante do exposto, podemos dizer que nestes dois anos de existência
do PET-DT os resultados alcançados foram positivos no que concerne a
parceria de saberes diferenciados, pois o tripé: pesquisa, ensino e extensão se
entrelaçam com êxito. Embora no primeiro momento tenha parecido um desafio
trabalhar com pessoas de áreas de conhecimentos diferentes, hoje
compreendemos que esta estranheza reverteu-se mais para oportunizar do que
dificultar o desenvolvimento de todos os trabalhos efetivados. Desta forma,
conclui-se que é preciso desmistificar o trabalho multidisciplinar e entender que
esta flexibilidade entre os distintos campos da ciência pode resultar em ações
transformadoras.
REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE JÚNIOR, D. M. Preconceito contra a origem geográfica e de lugar: As fronteiras da discórdia. São Paulo: Cortez, 2007. ASSMANN, Hugo; SUNG, Jung Mo. Competência e sensibilidade solidária: educar para a esperança. Petrópolis: Vozes, 2000. BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2007. CALVET, Louis-Jean. Sociolingüística: uma introdução crítica. São Paulo: Parábola, 2002. PINHEIRO, Viviane Potenza Guimarães. Preconceito, moralidade e educação moral para a diversidade. Revista Brasileira de Educação. V.16, n.46, jan-abr 2011, p. 215-272.
307
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO WIMBELEMDON
Nomes dos autores: Cristiano W. Martins de Lima¹, Carine Capra-Ramos¹, João Luís Almeida Weber¹, Juliana Ulrich Lima¹ e Mariana Barcinski²
Palavras-chave: Extensão; Projeto Social.
Introdução: O PET (Programa de Educação Tutorial/MEC/SESu) Psicologia se
organiza de modo a cumprir as diretrizes propostas, desenvolvendo seus
projetos pautados no tripé pesquisa, ensino e extensão. Ao que confere a este
relato de experiência, a extensão caracteriza-se por uma relação prática com o
meio social promovendo uma verdadeira práxis. Atuando de maneira
horizontal e autônoma, o PET Psicologia da PUCRS procurava, no início de
2012, um novo projeto de extensão. Com ideias surgindo, houve uma
curiosidade e um interesse por parte de alguns bolsistas, quanto à ONG
Wimbelemdon, projeto o qual visa à inclusão social, de crianças de 8 a 17
anos, através do esporte (WIMBELEMDON, 2013). As informações iniciais
davam conta de um local que oferecia aulas de tênis para crianças em
vulnerabilidade social e dispunha de um psicólogo do esporte. A ONG funciona
há 10 anos no bairro Belém Novo, zona sul de Porto Alegre, objetivando
“ampliar a visão de mundo, tirar as crianças da rua, melhorar o aproveitamento
escolar, estimular o desenvolvimento da autoestima, confiança e disciplina em
crianças em situação de risco e manter as crianças na escola”(
WIMBELEMDON, 2013). Com o intuito de desenvolver potencialidades
individuais e facilitar o convívio coletivo, o projeto ministra aulas de tênis
integradas à oficinas de literatura, artes, cinema, psicologia e inglês. As 96
crianças que participam do projeto devem preencher alguns pré-requisitos,
dentre eles, a situação de risco social e assiduidade à escola. Por meio de
prática do tênis integrada a outras atividades, o WimBelemDon proporciona a
inclusão social com um diferencial bastante importante; a visão e o tratamento
dado aos participantes. Isto porque, apesar de as crianças e adolescentes que
participam das atividades terem sido selecionadas através de um critério de
_______________________ ¹ Bolsistas PET (Programa de Educação Tutorial/MEC/SESu) Psicologia da PUCRS. ² Tutora PET (Programa de Educação Tutorial/MEC/SESu) Psicologia da PUCRS
308
vulnerabilidade social, desde que ingressam no projeto recebem um tratamento
através do qual desenvolvem sua autoestima, levadas a acreditar em seus
sonhos e potencialidades. Ao invés de serem consideradas como pessoas que
só precisam receber ajuda, são tidas como capazes de se desenvolver e
revelarem-se vencedores, não apenas dentro das quadras. Objetivos:
- Proporcionar um espaço de reflexão que envolva as temáticas abordadas nos
encontros com o grupo PET.
- Estimular a integração entre crianças, bolsistas e funcionários da instituição.
- Incentivar o desenvolvimento da autonomia e do pensamento crítico dos
alunos. Metodologia: O referido trabalho consiste num relato de experiência
sobre uma extensão realizada pelo Grupo PET Psicologia da PUCRS.
Inicialmente, os bolsistas do grupo PET Psicologia demonstraram interesse em
estabelecer uma parceria com o Projeto WimBelemDon, propondo oficinas
semanais, no turno da manhã, com as crianças que o Projeto atende. A
parceria estabelecida entre os bolsistas e a equipe do projeto, compreendia
liberdade para a metodologia de trabalho a ser adotada. Os jovens foram
divididos de acordo com o nível de habilidade no esporte, sendo tais níveis:
pré-iniciante, iniciante, intermediário e avançado. Para realizar as atividades,
juntamos os alunos do intermediário e avançado no primeiro horário (às 9
horas), e os grupos de pré-iniciante e iniciante no segundo horário (às 10 horas
e 30 minutos). As oficinas tinham duração de uma hora e 15 minutos e o local
onde ocorriam variava conforme a proposta de cada atividade. O número de
participantes variava conforme as condições do tempo, intercursos familiares
ou condição de saúde dos alunos. No total, o primeiro grupo era constituído por
8 alunos, e o segundo por 9. O primeiro contato com as crianças se deu a partir
de um levantamento de temas de interesse, por meio de um questionário. Este
instrumento de coleta de informações foi organizado de forma semi-
estruturada, composto por perguntas abertas e uma de objetiva a qual foram
sugeridas algumas temáticas a serem trabalhadas nas oficinas. A partir deste
levantamento surgiram os temas que foram abordados, em 31 encontros, de
abril a dezembro de 2012. Dessa forma, os objetivos norteadores do trabalho
na ONG foram definidos com os alunos a partir da inserção dos petianos no
Projeto tomando como base o que Freitas (1998) afirma ser uma definição de
objetivos a posteriori. O instrumento utilizado para intervenção na ONG
WimBelemDon foi a organização dessas oficinas temáticas as quais
309
envolveram os seguintes temas: drogas, bullying, inclusão social de deficientes
físicos, mercado de trabalho, sexualidade. Em geral, nos reuníamos
anteriormente à ida ao Projeto e discutíamos sobre o tema que seria abordado
no próximo encontro. Pensávamos em disparadores lúdicos para a discussão,
bem realização de teatro, vídeos e jogos interativos, e num segundo momento
discutíamos numa roda de conversa o tema. Resultados e Discussão: A partir
do trabalho realizado durante o ano, percebeu-se um maior desenvolvimento
da autonomia nos alunos menores. Estes, que no início se mostravam bastante
tímidos e dependentes de orientação constante e acompanhamento, ao final já
se revelavam mais comunicativos e independentes, inclusive pedindo aos
bolsistas que retomassem suas atividades preferidas ou sugerindo novas, de
forma relativamente espontânea. As atividades desenvolvidas suscitam o
questionamento acerca de temáticas que, por serem propostas pelos alunos do
Projeto, despertavam algum grau de interesse pelos mesmos. Este trabalho
teve caráter experimental, por isso a efetividade e adesão às atividades
surgiam no desenvolvimento do trabalho. Ao longo do tempo foram realizadas
adaptações estruturais como, por exemplo, juntar a turma de alunos
intermediários e avançados para ter maior troca de experiências,
proporcionando integração através do rompimento de uma hierarquia a qual só
dizia respeito ao nível de habilidade no esporte. A partir da observação dessas
peculiaridades da instituição e assim como o levantamento de temas para
serem trabalhados com os alunos, foi-se delineando uma estratégia de
intervenção. Contudo, as intervenções estavam passíveis de mudanças
conforme o andamento da atividade. Partindo de um olhar comunitário essa
flexibilidade é explicada pelo entendimento de que o contexto está em
transformação, assim como quem participa desse processo. Atividades com
caráter lúdico e que estimulavam a competitividade através de algum tipo de
premiação foram recebidas com mais entusiasmo e adesão por parte dos
alunos. Foi constatado ser fundamental a discussão, entre os alunos, sobre a
oficina, antes do seu fechamento, para que o objetivo, de questionar de forma
crítica, não ficasse em segundo plano, o que limitaria a atividade a apenas uma
competição. A autonomia e protagonismo, temáticas trabalhadas fortemente
em todas as dimensões do Projeto, se mostravam mais desenvolvidas com os
alunos que participavam do programa há mais tempo. O esforço, por parte do
nosso grupo, em dar continuidade a esta proposta, era visto como fator
310
determinante para ir ao encontro do objetivo principal do Projeto – formar
cidadãos, inseridos de forma ativa na sociedade. Conclusões: A atividade de
extensão estabeleceu uma troca constante de experiências, que proporcionou
crescimento tanto para os alunos da instituição quanto para os bolsistas.
Mostrou-se um importante laboratório de formação devido à liberdade
proporcionada para realizar as oficinas. O desenvolvimento das atividades, a
oportunidade de refletir sobre a prática e os resultados alcançados se
mostraram de grande valia para nós enquanto profissionais em formação.
REFERÊNCIAS:
FREITAS, Maria de Fatima Quintal de. Inserção na comunidade e análise de necessidades: reflexões sobre a prática do psicólogo. Psicologia: Reflexões e Crítica, Porto Alegre, v. 11, n. 1, 1998. WimBelemDon. O que é? Porto Alegre: [2013]. Disponível em: <http://www.wimbelemdon.com.br/blog/> Acessado em: 25 abr. 2013.
311
Comissão Organizadora
PET ALIMENTOS Tutora: Marta Maria Marquezam Augusto Bruna Curado Grilo Carolina Bittencourt Barbosa Cláudio Pereira Pinheiro Gabrielle Victoria Gautério Katherine de Oliveira Manetti Marla Cristina Kappaun Rodrigues Monique Martins Strieder Odivane Fadanni Paulla Polidori da Silva Priscilla Barbosa Mello Silva Rafael Colli Wendel Pires Desordi PET CIVIL Tutor: Milton Luiz Paiva de Lima Barbara Costa Nunes Carina Herpich Frank Alves Ferreira Gustavo Ribeiro Huan Andrade Pinto Jéssica da Rocha Silva Jéssica Flesch Novaes Leonardo Martinez Fernandes Marília de Marco Brum Matheus de Lima Nunes Paulo Renato de Oliveira Barbosa Rhamira Duarte Gautério Pascual Robson dos Santos Setti Rute Ferla Tassia Fanton PET C3 Tutor: Vinícius Oliveira Andressa da Cruz Freitas Braian Konzgen Maciel
312
Guilherme Heller João Victor Brum Lorenzo Abruzzi Dias Luciane Baldassari Mariela Oliveira de Oliveira Mauricio Libardoni Rodrigo Barbosa Rodrigues Rodrigo Herpich Müller Vinícius Fritzen Machado Ygor Quadros de Aguiar PET CONEXÕES DE SABERES DA EDUCAÇÃO POPULAR E SABERES ACADÊMICOS Tutor- Vilmar Alves Pereira Bruna Telmo Camila Almeida Hellen Gregol Júlia Guimarães Neves Mariza de Senna Rodrigues Natali Santos Moura Paola Reyer Marques Roberta Pereira Sarah Jardim Vanessa Silva da Luz Veridiana Caseira PET - CONEXÃO DE SABERES- SAP Tutor: Antônio Luis Schifino Valente Camila Nunes da Silva Camila Pereira Grandini Cleussara Silvane de Fraga Silva Cristina Dadda Rolim Danhela Kirch Francielle Dias Eifler A Gabriel Silveira de Campos Joelmir Grassi Presente Juliana S. de Souza Rocha Juliane Buhler Leonardo Cunha da Costa Morgana Andrade dos Santos
313
Murilo dos Santos Camargo Pâmela de Medeiros Engelmann Renata Fraga de Oliveira PET ENFERMAGEM Tutora: Vera Lúcia de Oliveira Gomes Bianca dos Santos Blan Cristine Coelho Cazeiro Catharine Silva de Souza Daiane Broch Deise Moreira Carlos Jaqueline do Espirito Santo Costa Luana Amaral Mortola Marina Bisio Mattos Moara Ávila de Jesus Rafaela Capa Verde Corrêa Rochele Maria Zugno Taimara Martins Pinheiro Tiane da Silva Dantas PET ENGENHARIA QUÍMICA Tutor: Walter Augusto Ruiz Bianca Hoffmann dos Santos Bruna Ribeiro da Costa Carlos Vasconcelos dos Santos Filho Catiele do Nascimento Groth Danhela Kirch Déborah Lourenço Mendes Filipe Echart de Oliveira Francielle Dias Eifler Gabriela Aparecida Dariva Gnoatto Isabela Duarte Miquelin Joana Figueira Henrique Lopes Marcel de Medeiros Silva Odara da Cas Rui Priscila Legemann Drehmer Roberta Hernandez Nuñez
314
PET MECÂNICA
Tutor: Claudio Rodrigues Olinto
Arthur Sequeira Gonçalves Bruno Moraes Quintava Eduardo da Rosa Vieira Elison Mielke Schnorr Gabriela Griebler Gusmão Lawrence Wegner Luan Assis Moura Ferreira Luiz Vargas de Macedo Junior Marcelo Augusto Grolli Marx Ribeiro Nelson Mateus Pippi Lorenzoni Regis Henrique Shenkel Ricardo Gabriel Hubner Wesley Macedo Rocha PET PSICOLOGIA Tutora: Marilene Zimmer Bruna Maffei Cristiane Röedel Hirdes Cristine Lucila Schwengber Fernanda Carmine Baum Filipe Ferreira de Pinho Lauro Miranda Demenech Loredana A. Marzocchella Mariana Lima Corrêa Paola Nunes Goularte Priscila de Araújo Menezes Rita de C. F. dos Santos Thamires Pereira Barbosa Vivian Halfen Porto PET- CONEXÕES DE SABERES ESTATÍSTICOS- SABEST Tutora: Mauren Porciúncula Moreira da Silva Mauren Andrade Bierhals Alberto José Mello Campos Henriques Camila Braga e Silva Suelen de Souza Salomão
315
Carlos Gesley Lima dos Santos Jaqueline Duarte dos Santos Kauane Maciel dos Santos Kamila Paes da Silveira Katiuscia Lopes Barcellos Luana Francine Nyland Luciano Medina Peres Marcia Souza de Senna Maria Luiza Couto Motta Marisol Maiche Duarte Milena Ruas Marques PET TURISMO Tutora Ligia Dalchiavon Brenda Isabel Castillos de Ibrahim Das Neves Camila Vilela Ribeiro Daniela Del Lourdes Astegui Ferreira Daniele Sanchez Lima Denise Lautensclhager Clavijo Lucimari Acosta Pereira Mara Rosana Araujo Alessandretti Pamela Souza Soares Vanessa Saraiva Sena
Organização dos Anais do XVI Sulpet
Dra. Vera Lúcia de Oliveira Gomes Acadêmica: Jaqueline do Espirito Santo Costa Acadêmico: Eduardo Yukio Devos Ismigami