anais do vii ciclo de estudos em administração anais do vii ciclo

167
FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ Mantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã – ICEI ANAIS VII CICLO DE ESTUDOS EM ADMINISTRAÇÃO PROMOÇÃO: CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVALE Apoio: Conselho Regional de Administração do Paraná – CRA-PR Faculdades Integradas Vale do Ivai UNIVALE Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial-SENAC Serviço Social do Comércio-SESC OUTUBRO DE 2008

Upload: dangdat

Post on 09-Jan-2017

229 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ Mantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã – ICEI

ANAIS VII CICLO DE ESTUDOS EM ADMINISTRAÇÃO

PROMOÇÃO: CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIVALE

Apoio:

Conselho Regional de Administração do Paraná – CRA- PR Faculdades Integradas Vale do Ivai UNIVALE

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial-SENAC Serviço Social do Comércio-SESC

OUTUBRO DE 2008

Page 2: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

2

FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ Mantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã – ICEI

DIREÇÃO GERAL Neila Francisca Estigarribia

DIRETOR DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO Miguel Luiz Contani

DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Magda Hirata Vanzela

DIREÇÃO TÉCNICA Sandra Pianca

SECRETÁRIA GERAL Dolores Alves de Souza

Page 3: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

3

FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IVAÍ Mantida pela Instituição Cultural e Educacional de Ivaiporã – ICEI

VII CICLO DE ESTUDOS EM ADMINISTRAÇÃO DE 20 A 24 DE OUTUBRO DE 2008

IVAIPORÃ - PR

COORDENAÇÃO GERAL Eliseu Pereira Lara

COMISSÃO ORGANIZADORA

Maurílio Vila Mario Darlan Alves

Nanci Ribeiro Prestes Otaviano Proença Neto

Rolando Vanzela Rosimara Saraiva Carvalho

Sandra Pianca

Page 4: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

4

APRESENTAÇÃO

A Coletânea do VII Ciclo de Estudos de Administração das Faculdades Integradas Vale do Ivaí – UNIVALE, é uma revista virtual com o objetivo maior de divulgar, discutir, promover e possibilitar o desenvolvimento da ciência em seus mais variados aspectos, com enfoque especial para a iniciação científica. Publica artigos científicos, teóricos, experimentais e de revisão, sobre temas variados na área de gestão empresarial, tendo como público alvo, estudantes de graduação, de pós-graduação e profissionais de diversas áreas afins. Estes artigos representam, o resultado do esforço acadêmico de aplicar e aprimorar os conhecimentos teóricos, bem como, avaliar a relação entre teoria e prática, através da produção de artigos, gerando assim, mais informações à sociedade empresarial. Esperamos poder contribuir com a formação inicial e continuada de bacharéis em Administração e aproveitamos a ocasião para convidar nosso público leitor a contribuir com a elaboração de nossas próximas edições por meio do envio de material para publicação. Desejamos a todos uma boa leitura. Obrigado. Eliseu Pereira Lara – Coordenador Geral do Evento. Faculdades Integradas Vale do Ivaí – UNIVALE Endereço eletrônico: [email protected]

Page 5: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

5

SUMÁRIO

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS - João Martins Fagundes Neto, Decir Simões Rodrigues e Nanci Ribeiro Prestes .......................................................... 6 A QUESTÃO ERGONÔMICA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA PARA PRODUTIVIDADE DA EMPRESA - Ana Paula Palca, Magali F. Brihghentti, Mário Darlan Alves Costa ....................................................................................................... 22 ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS - Karla Vanzelli Martins, Letícia Jardim, Nayara da Silva Zarpelon, Nanci Ribeiro Prestes.......................................................................................................................... 37 ALAVANCAGEM X GRAU DE INVESTIMENTO - Ana Paula Palca, Magali Francieli Brighentti, Kleber Teixeira Ditikun, Eliseu Pereira Lara................................................. 50 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS - Daniele Faustino, Edirlene Rodolfo, Jayme Brener............................................................................................................................ 64 PONTO DE EQUILÍBRIO PARA PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO EMPRESÁRIAL - Leila Aparecida dos Santos, Marcelo Brito de Lima, Moisés Dias Lemos, Eliseu Pereira Lara .......................................................................................... 78 GESTÃO DE COMPRAS - Fabiana Ap. Pereira da Silva, Fábio Huida, Thaís Fernandez Cruz, Nanci Ribeiro Prestes.......................................................................................... 93 MERCADO MOBILIARIO - Fabiana Hneda Koltun, Valber Cunha Caldas, Paulo Rogério Branco, Eliseu Pereira de Lara.................................................................................... 106 O MERCADO FINANCEIRO E AS FONTES DE RECURSOS PARA FINANCIAMENTO DAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS - Giliane Ghisi Inácio, Lourival Mossini, Eliseu Pereira Lara ......................................................................... 119 O SOPRO ENERGICO INICIAL - Roberta Jolo, Rolando Vanzela............................. 136 PARANÁ CENTRO ON-LINE: UM SISTEMA INFORMATIZADO NO AUXÍLIO DE GESTÃO DE NOTÍCIAS NA WEB - Onivaldo Flores Júnior....................................... 151

Page 6: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

6

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS PATRIMONIAIS

Autores1

João Martins Fagundes Neto

Decir Simões Rodrigues

Orientadora2

Profª Ms. Nanci Ribeiro Prestes

RESUMO O artigo tem como objetivo, através de pesquisa bibliográfica, complementar os conceitos obtidos na disciplina de Administração dos Recursos Materiais e Patrimoniais trazendo à tona a discussão sobre a importância de se administrar o imobilizado das empresas, pois são ativos que exigem investimentos que produzem resultados a longo prazo, porém, são necessários para a realização das atividades operacionais, exigem manutenção e se depreciam no decorrer do tempo, assim, devem ser mantidos em condições de atendimento ao cliente com qualidade e garantia de lucratividade para a empresa.

Palavras-chaves : Recursos Patrimoniais. Classificação de Bens. Depreciação. Ativo Permanente Imobilizado.

1 Acadêmicos do quarto semestre do Curso de Administração da UNIVALE 2 Professora da UNIVALE

Page 7: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

7

Introdução

Com a utilização das palavras chaves citadas pretende-se a princípio,

discorrer sobre a classificação de bens, a seguir conceituar-se recursos e recursos

patrimoniais, na seqüência, ainda discorre-se de forma não exaustiva sobre a

codificação, depreciação, manutenção e substituição de equipamentos, entre outros

itens imprescindíveis a boa gestão dos bens patrimoniais. Entende-se a administração

de recursos patrimoniais como a seqüência de operações que tem início na

identificação do fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem, para

depois lidar com sua conservação, manutenção ou, quando for o caso alienação. Há

que se considerar que os recursos patrimoniais, ou seja, o imobilizado sofre

depreciações ao decorrer do tempo, Assim, a ênfase, está em como manter esses

recursos com os devidos cuidados, considerando que estes são estratégicos para o

cumprimento dos objetivos organizacionais e exigem custos que apesar de não serem

desembolsados tem um retorno a longo prazo e se não forem bem administrados

afetarão com certeza o capital de giro investido na atividades operacionais.

Classificação dos bens

De acordo com Martins e Campos (2007), os bens recebem várias

denominações, muitas delas sinônimas entre si, material corpóreo, quando possuem

uma forma identificável, um corpo, materiais quando possuem uma substância

material.

Afirma-se também que toda empresa dispõe de bens incorpóreos,

constituídos de uma matéria que não possuem corpo, ou forma identificável (como

direitos de uso de marcas e fórmulas químicas, todas que não possuem matéria como

intangíveis, que não possuem massa patente, direito autoral).

Quanto a sua modalidade é dividido em vários aspectos: como moveis

balcões, utensílios de movimentações, que permitem ser mudados de um

Page 8: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

8

estabelecimento para outro, e aqueles que não permitem ser locomovidos: os prédios,

os terrenos, etc.

Os bens também podem ser classificados quanto a sua fungibilidade, isto é,

a capacidade de ser transformado através de sua fundição, esses bens de

fungibilidade podem ser substituídos por outro da mesma natureza (por exemplo,

certo commodities, como trigo, soja, algodão, ouro), e os infungíveis são

insubstituíveis, únicos.

Na classificação dos autores, destacam-se os bens patrimoniais, abordados

com maior ênfase nos itens que se seguem.

Recursos Patrimoniais

Como Martins e Campos (2000, p.218), explicam: “Recursos patrimoniais

são instalações utilizadas nas operações do dia-a-dia da empresa, mas que são

adquiridas esporadicamente, como prédios, equipamentos e veículos”.

Todos os bens do imobilizado da empresa se dividem em dois grupos: os

corpóreos, aqueles que podem ser tocados: máquinas, carros, móveis, etc., e os

incorpóreos aqueles que não se tocam: o ponto comercial, direitos comerciais,

patentes, etc. No demonstrativo contábil (o balanço patrimonial), os bens patrimoniais

se encontram no ativo permanente imobilizado.

A Natureza do Ativo Permanente Imobilizado

O próprio nome já descreve o que significa, direcionando para a natureza

permanente, fazendo parte das operações da empresa, mas não fazendo parte das

atividades operacionais de venda da empresa, não se destinar a venda. Sofrem

desgastes, tanto que a lei autoriza as empresas a contabilizar as depreciações.

Para ser de fato ativo permanente Marion (1998, p.288) define que:

Page 9: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

9

Isto quer dizer que não basta que tenhamos apenas uma ou duas características: são necessárias três características, concomitantemente: Natureza relativamente permanente; ser utilizado na operação dos negócios e não se destinar a venda.

Basicamente, esses ativos se definem em Tangíveis e Intangíveis,

definidos por Marion ( 1998, p. 289) da seguinte forma:

Tangíveis São aqueles que têm uma substância concreta e que podem ser tocados, palpados. Exemplos:

a) Sujeitos a depreciação: Edifícios e Equipamentos.

b) Não sujeitos a depreciação: Terrenos e Obras de Arte.

c) Sujeitos a exaustão: Reservas Minerais e Florestas.

Intangíveis Como a palavra sugere, são ativos que não têm substância física e que, sem serem abstratos, não podem ser tocados, palpados, mas podem ser comprovados. Os exemplos principais são:

a) Fundo de comércio (goodwill). Consiste na reputação da empresa e no ambiente em que ela atua.

b) Outros intangíveis: Ponto Comercial, Direitos Autorais, Isenções ou Licenças de Exploração, Patentes relativas a Invenções e também a Marca de Indústria e Comércio.

Na concepção de Iudícibus (2000. p, 188).

O imobilizado tangível talvez seja a melhor representação da capacidade instalada (ou da capacidade produtiva), principalmente em uma entidade manufatureira, podendo ter significação bem mais modesta em uma entidade bancária em outras atividades.

Podendo compreender que a administração do ativo imobilizado requer

cuidados especiais, pois representa saídas de caixa com retorno a longo prazo, e de

acordo com as atividades exercidas pela empresa representam maior ou menor

significação no resultado das operações de curto prazo, no entanto, exigem gastos de

manutenção e reparos para que contribua para o aumento da vida útil ou a

capacidade de produção.

Para Zdanowicz (2000, p 211), as principais razões para se administrar e

controlar os itens do ativo imobilizado constitui em:

Page 10: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

10

• Grupo do ativo que representa menor liquidez, pois, em caso de venda, só poderá ser efetivada às empresas do mesmo ramo de atividade. Tais erros na sua administração não serão remediados de forma rápida, ou seja, deficiências no seu planejamento e na sua utilização podem, facilmente, ocasionar a dissolução da empresa;

• As alterações na unidade industrial e/ou comercial apresentam influência substancial em termos econômicos e não poderão ser reconstituídos em períodos relativamente curtos;

• Deve-se procura dimensionar a planta industrial e/ou comercial, além de que o mercado tem condições de absorver os produtos da empresa, isto é, uma alocação de capital fixo que poderá ficar ocioso. Por sua vez, irá representar um desembolso de caixa em que a empresa não terá o retorno esperado;

• Para as empresas industriais, este item, no conjunto, representa geralmente a maior parte do ativo total, e com tal deve ser bem dimensionado e administrado para que apresente uma taxa satisfatória de retorno sobre o investimento.

Segundo o autor, o administrador financeiro deve cuidar para não

comprometer a liquidez financeira da empresa pela aplicação excessiva de recursos

em itens do ativo imobilizado. Colocando de forma imperativa que os investimentos

de longo prazo devam também ser financiados com fontes de recursos de longo

prazo, para não comprometer o capital de giro da empresa.

A Codificação

A gestão do ativo imobilizado na maioria das empresas recebe o nome de

controle de ativo fixo ou imobilizado, o controle é feito por uma ficha individual onde é

arquivado por um sistema computadorizado, nele se registra a data de aquisição de

bens, o código, (colocando em chapas de bens móveis) anotando-se o valor inicial,

critério e prazo para depreciação, tudo para que seja calculado o valor contábil. Esse

tipo de controle facilita à realização do inventário dos bens patrimoniais, assim como,

a verificação da manutenção ou substituição, conforme à necessidade do atendimento

aos clientes ou realização das atividades de rotina.

Existem vários tipos de codificação de materiais e vários tipos de critérios

que podem ser utilizados, sendo os estruturados os mais indicados, por exemplo.

Page 11: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

11

XX. XX. XX. XXX

Numero seqüencial

Subgrupo do bem

Grupo do bem

Item do plano de contas - ativo imobilizado

Fonte: ADAPTADO de Martins e Campos (2000, p.221)

Com a facilidade encontrada nos recursos da tecnologia, o controle referente

aos bens patrimoniais, pode ser feito através de código de barras, facilitando o

trabalho do administrador.

Vida econômica de um bem

Existe um tempo mínimo de conservação do bem que as empresas

dispõem, o mesmo possui custos de depreciação, pois se desgastam com o decorrer

do tempo. Se não ocorrer uma conservação, manutenção, dificilmente será usada a

todo “vapor”, acarretando um maior custo na produção. Um bem tem seu período de

vida útil e de uso, pelo desgaste ou pela falta de uso, fazendo que o bem fique

inservível para as operações da empresa. Assim, existem cálculos e conceitos de

matemática financeira para uma melhor análise do bem depreciado, ou, denominando

um custo e diagnóstico de vida, tanto físico e econômico.

Nesse sentido Zdanowicz (2000), considera a depreciação como fonte

interna de financiamento, pois pelo processo contábil, pode-se operar a transferência

gradual das imobilizações realizadas para os componentes do ativo circulante, que ao

efetivar a venda de seus produtos, estará recuperando os valores da depreciação,

uma vez que esta é componente do custo de produção da empresa. Conclui o autor

Page 12: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

12

que, a depreciação implica em redução do ativo imobilizado e aumento do ativo

circulante, pois é um custo, mas não representa um desembolso de caixa. A seguir,

apresenta alguns métodos de depreciação utilizados pelas empresas.

Depreciação

Conforme Filho, Casarotto e Kopittke (2000, p.154), “a depreciação é

contabilmente definida com a despesa equivalente à perda de valor de determinado

bem, seja por deterioração ou obsolescência”.

Ainda, de acordo com o autor, essa depreciação ocorre no decorrer de um

determinado tempo, e serve para analisar a perda pela depreciação de um bem

realizando-se uma avaliação da vida útil do bem, sendo, ambos regulados pela

Receita Federal, por meio de instruções normativas, como mostrado no quadro a

seguir:

Vida Útil de Alguns Grupos de Bens

Espécie do bem (anos) Taxa anual

Vida Útil

Biblioteca 10%

10

Britadeiras 20%

5

Caminhão fora da estrada

25%

4

Correias de transmissão 50%

2

Edifícios 4%

25

Escavadeiras 25%

4

Instalações Elétricas 20%

5

Móveis e Utensílios 10%

10

Veículos em Geral 20%

5

Fonte : ADAPTADO de Martins e Campos ( 2000,p.221)

Page 13: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

13

O critério de depreciação feito pelo órgão da Receita federal é linear, ou

seja, de linha reta, pelos quais se depreciam em pares iguais durante a vida útil do

bem. As empresas também podem utilizar esse método de depreciação diferente da

fixada, desde que comprovem o tempo de vida útil do bem, de acordo com as

condições e utilização do laudo pericial de órgãos competentes.

Pode ser aprovada a depreciação aceleradas, aquelas que possuem cargas

horárias acima de 8 horas ou mais de um turno, é uma forma de incentivo à

implantação, renovação e modernização do parque industrial.

Depreciação linear

Sendo T o período de referência, P o valor ou custo inicial do bem, VR o

valor residual, e N a vida útil do bem, pode-se calcular a depreciação pela seguinte

expressão.

Dt = P – VR

N

Todo bem possui uma vida útil, e através desse cálculo é possível calcular a

depreciação futura do bem, indicando se ha possibilidade compensatória de

permanecer ou não com o bem.

Depreciação pelo método da somas dos dígitos

A depreciação pelo método da soma dos dígitos permite uma depreciação

maior no inicio da vida do bem. Para calcular o valor da depreciação por esse método

divide-se o número de períodos restantes a depreciar (igual a N - t + 1) pela soma dos

dígitos (N (N+1) 2). Depois, multiplica-se o resultado pela diferença entre o valor inicial

Page 14: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

14

(o preço P) e o valor residual. Lembrando-se que t é o período de referência, a

expressão encontrada é:

Dt = N - t + 1 x (valor inicial - valor residual).

N (N + 1)

2

Dt = Nd x (P - V R)

S

O quadro a seguir demonstra o exemplo de um bem de valor igual a R$

80.000,00 com vida útil de 10 anos, depreciado pelo método apresentado:

Valor do bem = 80.000

Vida útil = 10 anos

Soma dos dígitos = 55

Ano Fator Depreciação Depreciação

Acumulada

Valor contábil

1 10/55 14.545,45 14.545,45 65.454,55

2 9/55 13.090,91 27.636,36 52.363,64

3 8/55 11.636,36 39.272,73 40.727,27

4 7/55 10.181,82 49.454,55 30.545,45

5 6/55 8.727,27 58.181,82 21.818,18

6 5/55 7.272,73 65.454,55 14.545,45

7 4/55 5.818,18 71.272,73 8.727,27

8 3/55 4.363,64 75.636,36 4.363,64

9 2/55 2.909,09 78.545,45 1.454,55

10 1/55 1.454,55 80.000,00 0,00

Fonte : ADAPTADO Martins e Campos (2000, p.225)

Page 15: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

15

Substituição de Equipamentos

De acordo com Casarotto Filho e Kopittke (2000, p. 166),

as decisões de substituição são de uma importância crítica para a empresa, pois são em geral irreversíveis, isto é, não têm liquidez e comprometem grandes quantias de dinheiro. Uma decisão apressada de “livrar-se de uma sucata” ou o capricho do possuir sempre o “último modelo” podem causar problemas sérios de capital de giro.

Dessa forma, o administrador deve estar atento sobre as vantagens e

desvantagens da renovação desses bens, bem como, à evolução do mercado

tecnológico e a sua real necessidade, pois essa troca tem que gerar uma redução de

custos em longo prazo, com a certeza de que esses equipamentos ou máquinas irão

cobrir ou ultrapassar o rendimento dos equipamentos substituídos, ou se os novos

equipamentos podem afetar o capital de giro.

Há que se considerar as razões que levam à substituição, se deterioração

do equipamento, através de manutenções ou custos crescentes, avanço tecnológico

pelo lançamento de melhores máquinas com capacidade de operação superior às

existentes na empresa, ou mesmo mudança no processo de trabalho em que exija

novos tipos de equipamentos.

Nesse sentido, segundo Casarotto Filho e Kopittke (2000, p.167), existem

vários tipos de substituição de equipamentos, conforme demonstrado no quadro a

seguir.

Tipos de substituição de ativos

Baixa sem

reposição

Substituição

idêntica

Substituição não

idêntica

Substituição com

progresso

tecnológico

Substituição

estratégica

O equipamento

perde sua

razão de existir

pela evolução

dos produtos

ou processos.

Devido ao

desgaste são

substituídos por

novos, com as

mesmas

características.

Equipamentos

mais

aperfeiçoados,

onde não há uma

tendência de

evolução.

Evolução

tecnológica

contínua com

economias de

custo.

Leva em conta a

obsolescência de

mercado, além

dos custos de

obsolescência do

equipamento.

Fonte: Adaptado de Casarotto Filho e Kopittke (2000, p.167 a 185)

Page 16: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

16

Essas substituições são de grande valor para a empresa, pois todas têm a

influência da tecnologia, seja por equipamentos da mesma marca, mais novos, ou de

modelos diferentes e produtividade maior. No processo de aquisição, manutenção,

substituição e depreciação as empresas tem na informatização e tecnologia

ferramentas de software indispensáveis e eficazes que auxiliam a gestão dos ativos

imobilizados.

Softwares de Gestão de Ativos

Os bens do ativo imobilizado, veículos, equipamentos, móveis e utensílios

são depreciáveis, porém com datas de aquisição e cotas de depreciação diferentes,

além da, correção monetária que sofrem em decorrência da inflação. Nesse sentido,

Martins e Campos (2000, p, 304) citam que,

sem o auxílio do computador torna-se extremamente difícil, senão impossível, o registro e o controle de todo esse movimento, o que se reflete diretamente nos lançamentos contábeis e nos resultados operacionais das empresas. A maioria das empresas e escritórios de contabilidade tem um software para a gestão dos ativos imobilizados.

Uma das ferramentas usadas é o CAD que Petrônio Martins e Fernando

Piero (2007, p. 480) definem como:

O CAD é um software que permite dar suporte à função de projeto. Permite o arquivo de desenhos, independentemente de sua complexidade, e sua recuperação e modificações. A entrada de dados é feita diretamente nos terminais ou por uma mesa traçadora.

Como a compra e alienação dos bens imobilizados têm prazos de aquisição

e depreciação diferentes, o responsável pelo setor deverá ter em mãos relatórios que

facilitem a tomada de decisão e identificação desses itens de forma eficaz e

tempestiva, para isso a tecnologia facilitou com a utilização dos computadores. De

Page 17: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

17

acordo com os autores todos os programas apresentam informações dos bens no

momento solicitados de acordo com a necessidade seja o valor residual contábil do

bem, depreciação do período ou acumulada, além de outras informações sobre a

origem, data de aquisição, etc.

Indicadores de Desempenho da Gestão do Ativo Imobil izado

Martins e Campos (2000. p, 233) definem indicadores de desempenho da

gestão do ativo imobilizado como: “... calculado pela relação entre o lucro líquido do

exercício e o valor do ativo imobilizado”.

Segundo os autores, considerando que o ativo imobilizado constituem a

maior parte dos ativos totais, a utilização desses indicadores proporciona aos

empresários informações relevantes na substituição, alienação, locação e lease-back

ou arrendamento de venda e retorno (forma de levantar capital de giro, através da

venda do bem e aluguel posterior). Ainda, outros indicadores podem ser estabelecidos

de acordo com as necessidades específicas das empresas. Como exemplo de Martins

e Campos de indicadores de avaliação do envelhecimento (2000, p.233).

I = (Preço de compra do ativo) – (Depreciação acumulada)

(Preço de compra do ativo)

Assim, considera-se que os ativos devem ser utilizados como geradores de

receitas, trazendo vantagem competitiva às empresas em relação aos concorrentes,

cabe aos administradores manter o equilíbrio entre as imobilizações e receitas,

ponderando sobre a necessidade de se investir em bens patrimoniais, ou a

possibilidade de alugar, trocar ou vender se for o caso de tornar a situação financeira

mais confortável para aplicação em investimentos de capital de giro.

Page 18: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

18

Manutenção de ativos imobilizados

Hoje a administração de recursos patrimoniais traz ao mundo empreendedor

uma grande importância, pois é um dos recursos que fazem a organização funcionar.

Claro que todo recurso necessita de reparos, manutenções, pois ao longo de sua vida

útil o bem se torna depreciável, fazendo com que os administradores assumam o

papel de vistoria, aumentando ou prolongando a vida útil do bem. E para isto

acontecer existem métodos e regras a serem seguidos desde a compra até a

instalação e a manutenção. Se uma máquina sem manutenção quebra em pleno

funcionamento da fábrica, todo um processo tem que ser interrompido trazendo ao

administrador custos maiores do que a prevenção do maquinário.

Não é apenas maquinário de produção que precisam de reparos, o sistema

de transporte, espaços físicos, prédio, armazém, galpão, almoxarifado, sala de

reuniões, até mesmo a cozinha onde se prepara o cafezinho, etc., acontecem

depreciação e precisam de manutenção, atualmente as empresas estão usando o

sistema TPM (total productive maintenance) manutenção produtiva total ou quebra

zero.

Gestão da Manutenção de Instalações Fabris

Hoje o principio da gestão da manutenção de instalações fabris se resume

em disponibilidade, ou seja, se um cliente chega à empresa e compra uma grande

remessa se certo produto e “na hora o empresário tem que fabricar e justamente uma

máquina quebra”. Claro que para a empresa manter uma manutenção constante

custará um pouco mais, mas na mesma hora ele terá as máquinas a todo vapor. Mas

qual empresário quer custos altos, isso acontece em custos de prevenção e produção,

isso acontece quando o ele gasta para manter a produção plena.

Cada empresa deve ter um planejamento de manutenção preventiva,

periódica ou preditiva, monitorada, marcando um dia do mês ou semestre para um

Page 19: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

19

reparo geral com especialistas na área.

A manutenção preventiva torna-se um reparo, trocando peças, fios, correias

de acordo com o fabricante ou normas da empresa. Já a monitorada os equipamentos

são ligados a sensores que detectam o problema.

Gestão de Instalações Prediais

Para uma boa administração desse recurso o empresário tem que estar

atento, pois estes precisam de uma maior vistoria. Na área de prédios administrativos

deve-se ter uma atenção nos requisitos de segurança, eletricidade, hidráulica, de

estruturação civil e claro uma vistoria do Corpo de Bombeiros, sabendo que pode

ocorrer dependendo do corpo físico da empresa. Prédios industriais e armazéns a

atenção é focada sempre do piso ao teto (trincas, buracos, desgaste do piso e pintura,

dentre outros), equipamentos de segurança e serviço (empilhadeiras, carros,

caminhões, etc.), pouca estrutura civil, ampliações não planejadas. Mas todos esses

itens são fáceis de conservar. Prédios residenciais para Martins e Campos (2000. p,

245) existem um fator pouco lembrado na compra:

Quando compramos um automóvel novo recebemos um manual de operação e manutenção. Por outro lado, quando compramos um novo apartamento, com valor muitas vezes superior ao do carro, recebemos, muitas vezes, somente as chaves. Como são os circuitos elétricos, como estão ligados no quadro de luz? E o sistema hidráulico, que registro isola qual dependência? Será que podemos remover uma parede para aumentarmos a sala? Enfim, um móvel residencial é um bem, e deve ser encarado como um patrimônio.

Entende-se pela citação do autor que dever-se-ia receber também um

manual da residência, como, as fábricas, prédios industriais tem que ter seus projetos

arquitetônico e civil. Porém, o que foi relatado serve para um maior conhecimento e

administração dos bens patrimoniais que, às vezes, não dado o devido valor, é

através desses bens que empresa concentra toda a sua atividade produtiva.

Page 20: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

20

Considerações Gerais

Acredita-se ter atingido o objetivo de trazer a tona maiores informações

sobre o assunto abordado, administração dos recursos patrimoniais, não só para os

autores, assim como para os colegas acadêmicos que demonstrarem interesse pelo

conteúdo. Na abordagem dos assuntos foi observado a necessidade constante de

rever os conceitos que trazem os autores como processo de aprendizagem, no

sentido daqueles que tem algum tipo de função nessa área, possa estar aprendendo e

atuando como maior segurança e eficácia. No decorrer dos assuntos pode-se

observar que, apesar de não abordado, mas discutido entre os acadêmicos autores,

as pessoas, precisam estar constantemente revendo seus conceitos de aprendizagem

para poder atuar com segurança e eficácia nas empresas, independente da área de

atuação.

Quanto, principalmente aos equipamentos, é notório que se vive na era da

robotização, as máquinas estão cada vez mais complexas, exigindo um pessoal

altamente especializado para manuseá-las, de acordo com Martins e Campos (2000.

p, 286) “numa fabrica montadora de veículos tinha-se em média uma pessoa na

manutenção para 5 a 7 nos trabalhos diretos . A previsão de que essa relação chegue

em 1 para 1 , colocando a manutenção como área vital para as empresas”. Há que se

considerar que a tecnologia veio e trouxe ferramentas de extrema relevância em todas

as áreas, no tocante a administração, não se concebe mais abrir mão de seus

recursos para auxiliar de forma objetiva, rápida e eficaz. Assim acredita-se que, o

desenvolvimento desse trabalho de pesquisa nos trouxe uma sinergia e experiência

muito boa na vida acadêmica.

Consultas bibliográficas

CASAROTTO, Nelson Filho e Kopittke, Bruno Hartmut. Análise de Investimentos. 9ª

ed São Paulo: Atlas, 2000.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria de Contabilidade. 6ª ed. – São Paulo: Atlas, 2000.

Page 21: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

21

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8ª ed.São Paulo: Atlas, 1998.

MARTINS, Petrônio Garcia e Piero, Fernando Laugeni. Administração da Produção.

2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

MARTINS, Petrônio Garcia e Campos, Paulo Renato Alt. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000.

ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa . 8 ª Ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.

Page 22: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

22

A QUESTÃO ERGONÔMICA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA PA RA PRODUTIVIDADE DA EMPRESA

Autoras

Ana Paula Palca1 Magali F. Brihghentti1

Orientador

Mário Darlan Alves Costa2

RESUMO A revolução industrial ocorreu em meados do século XVIII, e entre vários estudos realizados sobre o assunto, o de maior repercussão no meio industrial foi o do engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1879). Porém, somente a partir da metade do século XVIII com o advento da Teoria dos Sistemas, elaborada pelo biólogo alemão, Ludwig Von bertalanffy, é que os princípios da organização taylorista começaram a ser questionados cientificamente. E a partir daí com a teoria dos sistemas, permitiu então o surgimento de novas disciplinas como: a pesquisa operacional, a cibernética e a ergonomia, que permitiram evidenciar o caráter não científico da organização taylorista do trabalho. A organização passou a ser estudada como um sistema aberto em interação constante com o meio ambiente no qual ela está inserida, constituído por subsistemas que, por sua vez, interagem interna e externamente. E a ergonomia passa a ter uma data oficial de nascimento logo após a 2ª Guerra Mundial. Inicialmente, essa aplicação se fazia quase que exclusivamente na indústria e se concentrava no binômio homem-máquina. Hoje essa expansão se processa principalmente no setor de serviços (saúde, educação, transportes, lazer, entre outros) e até no estudo de trabalhos domésticos. Contribuindo para a prevenção de erros e melhorando o desempenho das pessoas no seu ambiente de trabalho. Portanto, a ergonomia pode ser definida como um estudo científico das relações entre as pessoas e o seu ambiente de trabalho, e por ser uma ciência interdisciplinar, o seu objetivo prático é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio ambiente às exigências das pessoas, proporcionando uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano. E, por fim, a ergonomia reúne conhecimentos da fisiologia e da psicologia e das ciências aplicadas ao trabalho humano, na perspectiva de uma melhor adaptação às pessoas dos métodos e no seu ambiente de trabalho. E, por isso, hoje há um respeito maior às necessidades do trabalhador.

Palavras-Chaves : Ergonomia. Produtividade. Posto de trabalho. Segurança. Saúde

1 Acadêmicas do curso de Administração da Univale 2Professor do curso de Administração da Univale

Page 23: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

23

Introdução

A ergonomia é uma ciência que estuda a convivência das pessoas com os

mobiliários, objetos e os ambientes onde elas moram, estudam, trabalham e vivem,

respeitando sempre a lei do menor esforço. À primeira vista a ergonomia parece estar

ligada apenas ao design, na verdade ela é um tema mais complexo que envolve não só

o trabalho dos designers de produto e gráficos, mas também o de profissionais como

arquitetos, administradores, urbanistas, engenheiros, médicos, técnicos de informática,

fisioterapeutas e também de psicólogos.

Tais profissões estão direta ou indiretamente relacionadas com a ergonomia,

pois tem como premissa à criação e a implantação de melhorias para as pessoas.

As novas técnicas de gestão dos negócios e as mudanças tecnológicas

trouxeram várias mudanças nos métodos, nas padronizações e processos de produção.

Para acompanhar estas mudanças, é necessário proporcionar aos colaboradores

condições adequadas para que estes possam exercer suas atividades e tarefas com

conforto e segurança no trabalho. Desta forma, é de extrema importância projetar o

posto de trabalho e, organizar o sistema de produção com uma concepção ergonômica.

Além dos profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho, os

Administradores também devem estar plenamente conscientes, capacitados e

habilitados para utilizarem a tecnologia ergonômica em toda a sua plenitude para

proporcionar as organizações empresariais, meios de adequar ergonomicamente as

condições de trabalho, como forma de proporcionar a qualidade de vida no trabalho

tanto em ambientes industriais quanto em ambientes administrativos.

Tendo como premissa que a conquista da qualidade dos produtos ou

serviços e, o aumento da produtividade, só será possível com a qualidade de vida no

trabalho, o projeto ergonômico do posto de trabalho e do sistema de produção não e

mais apenas uma necessidade de conforto e segurança, mas uma estratégia para a

empresa sobreviver no mundo globalizado.

Page 24: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

24

Visão Globalizada

Tendo em vista o processo de desenvolvimento pelo qual passa o setor

industrial e de serviços em todo o Brasil com o processo de automação e

informatização, a adequação ergonômica dos postos de trabalho e do sistema de

produção são necessidades imediatas.

Com o processo de globalização que estamos cada vez mais vivenciando, a

empresa para sobreviver precisa tornar-se competitiva, portanto é necessário e

imperativo que ela modernize seus recursos técnicos (máquinas, equipamentos,

ferramentas, métodos e processos de produção), qualifique e capacite seus

colaboradores e proporcione boas condições de trabalho.

A produtividade e a qualidade do produto ou do serviço, está diretamente

ligada ao posto de trabalho e ao sistema produtivo, e estes, deverão estar

ergonomicamente adequados aos colaboradores, para que possam realizar suas

tarefas com conforto, eficiência e eficácia, sem causar danos a saúde física, psicológica

e cognitiva.

Na concepção de Chiavenato (2002, p. 19), “quanto mais industrializada for a

sociedade, tanto mais numerosas e complexas se tornam às organizações. Estas

passam a criar um tremendo e duradouro impacto sobre as vidas e sobre a qualidade

de vida dos indivíduos”.

Tendo como premissas que os profissionais da Segurança e Medicina do

Trabalho são os responsáveis pela gestão da qualidade de vida dos colaboradores de

uma empresa, portanto, devem interagir e integrar com os profissionais da gestão da

produção e da gestão administrativa, para juntos vencerem os desafios do presente e

planejar o futuro das organizações.

Entretanto, o futuro das organizações dependerá da criatividade e da

participação dos colaboradores na solução dos problemas e, isto somente será

possível, se o ambiente de trabalho estiver ergonomicamente adequado.

Page 25: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

25

O que se tem observado na maioria das empresas, especialmente as

empresas do setor industrial, é um total descaso para com as condições de trabalho e,

conseqüentemente, com a qualidade de vida dos colaboradores.

Somente em algumas empresas multinacionais ou transnacionais como estão

sendo denominadas atualmente e, em algumas grandes empresas brasileiras, a

Ergonomia esta sendo utilizada como ferramenta para melhorar a eficiência e eficácia

dos colaboradores nos postos de trabalho.

Vale salientar que a questão ergonômica em uma empresa não se restringe a

realizar a Análise Ergonômica apenas para atender a Portaria nº 3751 instituída em

23.11.1990, que baixou a Norma Regulamentadora - NR-17 de Ergonomia do Ministério

do Trabalho, como muitos profissionais da área de Segurança e Medicina do Trabalho

acreditam e conhecem e, muito menos, restrita a prevenção de LER/DORT.

A percepção restritiva e obtusa em relação ao caráter multidisciplinar da

ergonomia pode ter contribuído para que muitos profissionais de Segurança e Medicina

do Trabalho tenham ficado relegados em segundo plano em suas empresas, no

entanto, estes profissionais necessitam conhecer melhor a ciência Ergonomia, e utilizar

os recursos da tecnologia ergonômica em suas empresas, não só para proporcionar

melhores condições de trabalho, mas também, contribuir para melhoria contínua dos

novos métodos de gestão da produção e da gestão administrativa. A ergonomia deve

estar presentes nas mais diversas áreas da empresa, pois a busca pela excelência de

gestão e a qualidade total, passa necessariamente pela Qualidade de Vida no Trabalho.

Os Diferentes Tipos de Ergonomia

Na aplicação prática, várias têm sido as designações dadas a ergonomia a

partir das diferentes designações encontradas na literatura.

Page 26: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

26

� Ergonomia de projeto – é a incorporação de recomendações

ergonômicas no estágio inicial do projeto de postos de trabalho.

� Ergonomia Industrial – é a correção ergonômica de situações de

trabalho industrial já implantada.

� Ergonomia do produto – é a concepção de um determinado objeto, a

partir das normas e especificações ergonômicas, definidas

preliminarmente.

� Ergonomia da produção – é a ergonomia de chão de fábrica,

baseada na análise ergonômica dos diversos postos de trabalho.

� Ergonomia de laboratório – é a pesquisa em ergonomia, realizada

em condições controladas de laboratório.

� Ergonomia de campo – é a pesquisa em ergonomia, realizada em

situação real, utilizando-se com metodologia a análise ergonômica do

trabalho.

Histórico da Concepção Ergonômica de Posto de Traba lho

De acordo com Bom Sucesso (1997, p. 07), “a palavra trabalho, do latim

tripalium, refere-se a instrumento de tortura utilizado para punir criminosos que, ao

perderem a liberdade, eram submetidos a trabalho forçado”.

Historicamente o projeto do posto de trabalho surgiu antes da Ergonomia, ou

seja, surgiu com o trabalho, e este, como sabemos, é tão antigo quanto à humanidade.

A ergonomia como ciência teve suas origens em estudos e pesquisas na área

da Fisiologia do Trabalho, mais especificamente na fadiga e no consumo energético

provocado pelo trabalho. Estes estudos tiveram como objetivo diagnosticar os

problemas que causavam a fadiga no trabalho e, conseqüentemente, procurar

soluções que pudessem eliminar e ou minimizar a fadiga no trabalho.

Na Inglaterra, durante a 1ª Guerra Mundial, que se deu entre 1914 a 1917,

fisiologistas e psicólogos foram chamados para colaborar no setor industrial, como

Page 27: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

27

recurso para aumentar a produção de armamentos com a criação da Comissão de

Saúde dos Trabalhadores na Indústria de Munições, em 1915. Com o fim da guerra,

esta comissão foi transformada no Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial, que, por

sua vez, realizou diversas pesquisas sobre o problema da fadiga na indústria.

Em 1929, com a reformulação do Instituto de Pesquisa da Fadiga Industrial,

que se passou a chamar Instituto de Pesquisa sobre Saúde no Trabalho, o campo de

atuação e abrangência das pesquisas em Ergonomia foi ampliado. Nele foram

realizados pesquisas sobre posturas no trabalho e suas conseqüências, carga manual e

esforço físico, seleção e treinamento de trabalhadores, bem como, foram analisados as

conseqüências das condições ambientais, como iluminação, ventilação, temperatura,

etc., na saúde e no desempenho do colaborador no trabalho, delineando desde então a

necessidade de agregação de conhecimentos interdisciplinares ao estudo do trabalho.

Na 2ª Guerra Mundial, que se deu entre 1939 e 1945, com a utilização de

equipamentos e instrumentos bélicos, de concepção complexa e de alta tecnologia,

exigia dos operadores habilidades acima de suas capacidades e em condições

ambientais desfavoráveis e tensas no campo de batalha.

Em função do elevado número de problemas encontrados decorrentes da

inadequação ergonômica nos projetos de design dos equipamentos, instrumentos,

painéis e consoles de operação, os esforços foram redobrados para adequar estes

produtos às necessidades operacionais, a capacidade e limitações dos pilotos,

controladores e operadores, objetivando a melhoria no desempenho, redução da fadiga

e doas acidentes. Em função de tais aspectos, nascia as primeiras aplicações práticas

da ergonomia na concepção de projetos de design, de produtos e postos de trabalho.

O projeto de design do posto de trabalho torna-se ergonômico na medida em

que os conhecimentos científicos relativos as pessoas são utilizados com vistas a

reduzir a fadiga física, facilitar a operação dos equipamentos e instrumentos,

proporcionar segurança, eficiência e eficácia.

Nos dias atuais estamos percebendo é que a maioria dos problemas

ergonômicos estão exatamente onde sempre estiveram, ou seja, no projeto das

Page 28: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

28

máquinas, dos equipamentos, das ferramentas, do mobiliário e do posto de trabalho e,

evidentemente, agravados pelas inadequadas relativas a organização do trabalho.

Desta forma, se não houver a adaptação ergonômica do projeto do posto de

trabalho os problemas ergonômicos continuarão a existir. Estes problemas podem ser

minimizados com ações paleativas como: ginástica laboral, pausas durante a jornada

de trabalho, redução da jornada de trabalho, rotatividade de tarefas, etc., mas jamais

eliminados em sua totalidade, pois com estas ações, não se combate a causa, e sim o

efeito. Por este motivo, é que se deve aplicar os conhecimentos ergonômicos na

concepção do projeto dos postos de trabalho, das máquinas, das ferramentas, do

mobiliário e, até mesmo no planejamento da organização do trabalho.

O Projeto Ergonômico do Posto de Trabalho

a) Posto de Trabalho

Na concepção de Martins & Laugeni (2005, p. 103) “o posto de trabalho é

projetado tendo em vista os conceitos da ergonomia, procurando o conforto, bem-estar

e segurança dos colaboradores”.

O posto de trabalho é definido como a menor unidade produtiva em um

sistema de produção. O posto de trabalho envolve as pessoas, seu local de trabalho, e

toda ajuda material que o colaborador necessita para realizar suas atividades,

abrangendo: máquinas, ferramentas, equipamentos, mobiliário, softwares, sistemas de

proteção e segurança, EPI’s e o próprio sistema de produção. O projeto do posto de

trabalho tem basicamente dois enfoques historicamente conhecidos: o enfoque

taylorista e o enfoque ergonômico tradicional e, com o advento da automação,

informatização e dos novos sistemas de gestão dos negócios, o enfoque ergonômico

global.

Page 29: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

29

1. Teoria Geral dos Sistemas

Chiavenato (1999, p.479) cita sobre a teoria dos sistemas:

A TGS afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estuda os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências e suas partes. A água é diferente do hidrogênio e do oxigênio que as constituem. O bosque é diferente de cada uma de suas árvores.

A teoria de sistemas foi proposta em meados de 1950 pelo biólogo Ludwig

von Bertalanffy. A Teoria geral dos Sistemas menciona que um conjunto de elementos

são interdependentes e interagem com objetivos comuns formando um todo, e cada um

desses elementos componentes comportam-se como um sistema cujo resultado é

maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem

independentemente. Qualquer conjunto de partes unidades entre si pode ser

considerado um sistema, desde que as relações ente as partes e o comportamento do

todo tenham o mesmo objetivo.

2. Enfoque Taylorista

Segundo Chiavenato (1993, p.82), “A administração científica restringiu-se

basicamente às tarefas e aos fatores diretamente relacionados com o cargo e a função

do operário”.

O método de administração científica de Frederick W. Taylor (1856-1915),

teve o objetivo de aumentar a produtividade do trabalho. Para ele o grande problema

das técnicas administrativas existentes consistia no desconhecimento dos métodos de

trabalho. A busca desses métodos, seria efetivada pela gerência, através de

experimentações sistemáticas de tempos e movimentos. Uma vez descobertos, os

Page 30: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

30

métodos seriam repassados aos trabalhadores que se transformavam em executores

de tarefas pré-definidas, ou seja, Taylor em sua aplicação de novos métodos de

trabalho mantinha uma abordagem de ênfase nas tarefas, com um método de

planejamento e de controle dos tempos e movimentos no trabalho, com as seguintes

características:

• Padronização e produção em série como condição para a redução de

custos e elevação de lucros;

• Trabalho de forma intensa, padronizado e fragmentado, na linha de

produção proporcionando ganhos de produtividade.

Portanto, o taylorismo era um modelo de produção que consolidava o

processo capitalista onde o trabalhador perdia a autonomia e a criatividade acentuando

a dimensão negativa do trabalho.

Por isso o enfoque taylorista é baseado no estudo dos movimentos corporais

para realizar uma tarefa e no tempo gasto em cada um desses movimentos. O melhor

método de trabalho é escolhido pelo menor tempo consumido na realização das tarefas,

não levando em consideração as características físicas e psicológicas dos

colaboradores, muito menos as necessidades individuais.

3. Enfoque Ergonômico Tradicional

Este enfoque é baseado no princípio da redução das exigências

biomecânicas no intuito de minimizar a fadiga física, ou seja, leva em consideração os

limites e capacidades do colaborador do ponto de vista da biomecânica ocupacional e,

as características antropométricas dos colaboradores.

Conforme Martins & Laugeni (2005, p. 105) “os dados antropométricos

definem as medidas para as áreas de trabalho”.

Page 31: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

31

No enfoque ergonômico tradicional, o posto de trabalho é considerado um

prolongamento do corpo humano, visto que este trata apenas dos fatores físicos do

posto de trabalho. O enfoque ergonômico tradicional é aplicado na concepção ou

adaptação de postos de trabalhos tradicionais.

4. Enfoque Ergonômico Global

Segue os mesmos princípios do enfoque ergonômico tradicional, abrangendo

ainda os aspectos psicológicos e cognitivos do colaborador, bem como, os sistemas de

produção, incluindo os hardwares e softwares.

No enfoque ergonômico global, o posto de trabalho é considerado um

prolongamento do corpo e da mente humana, pois trata além dos fatores físicos do

posto de trabalho, os aspectos cognitivos (na interface colaborador X máquina e

processo de produção), bem como, as relações pessoais e motivacionais no ambiente

de trabalho. O enfoque ergonômico global é aplicado na concepção ou adaptação de

postos de trabalho ou ambientes de trabalho informatizados e automatizados tanto

industriais como administrativos.

O Projeto Ergonômico: Tipos e Abrangência

a) Projeto Ergonômico de Postos de Trabalho Tradici onais

Nos postos de trabalho tradicionais considera-se apenas os aspectos

antropométricos (dimensões adequadas aos colaboradores de uma determinada faixa

de estatura), e os aspectos biomecânicos (posturas, movimentos corporais, esforços

físicos, alcances visuais, etc.)

Page 32: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

32

b) Projeto Ergonômico de Posto de Trabalho Global

Nos postos de trabalho informatizados e automatizados considera-se, além

dos aspectos antropométricos e biomecânicos, os aspectos psicológicos e cognitivos no

trabalho, bem como, os aspectos operacionais (métodos e processos de produção,

softwares, etc), os aspectos organizacionais (normas de produção, horários, pausas,

etc.) e ainda os aspectos ambientais (iluminação, ruído, temperatura, ventilação,

qualidade do ar, etc.) O enfoque ergonômico global funciona como um processo de

engenharia simultânea para desenvolvimento do projeto ergonômico, onde tudo se

integra e interage.

Objetivos do Projeto Ergonômico

Qualquer que seja a abrangência e enfoque do projeto ergonômico do posto

de trabalho, estes devem atingir os seguintes objetivos:

� Adequar o posto de trabalho aos limites e capacidades do colaborador

(física, psicológica e cognitivamente).

� Otimizar as condições de trabalho para conquistar eficácia, eficiência,

produtividade e qualidade.

� Proporcionar condições para desenvolvimento da criatividade e

participatividade dos colaboradores.

� Evitar o erro das pessoas, prevenir acidentes e doenças ocupacionais.

� Proporcionar conforto, segurança, qualidade de vida, bem-estar e

satisfação no trabalho.

Page 33: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

33

Em sua evolução conceitual, verifica-se que a ergonomia, hoje, se constitui

numa ferramenta de gestão empresarial. De nada adianta a certificação de qualidade

de processos e produtos, se não se consegue certificar sentimentos, crenças, hábitos,

costumes, isto é, certificar o ser humano. Uma das formas de compatibilizar os sistemas

técnico e social, é evidentemente, o que preceitua a ergonomia: a visão

antropocêntrica.

Trabalho com Conforto

O planejamento estratégico na montagem de uma fábrica, escritório ou um

outro ambiente de trabalho tem conquistado cada vez mais importância no cuidado das

empresas dos mais diversos setores de atuação. A análise em tópicos como: melhor

altura para uma bancada de fábrica; tipo de escrivaninha para computador; apoio para

pés; apoio para os punhos; altura do assento das cadeiras; entre outras, deve ser uma

prioridade em todos os projetos de empreendimentos. Assim, a ergonomia passa a ser

encarada como chave para o sucesso de novos empreendimentos.

É de extrema importância a preocupação dos empresários e administradores

quanto à aquisição de máquinas, equipamentos, móveis, etc, projetados

ergonomicamente, pois tal preocupação traz uma série de benefícios para as

empresas, como economia e redução de custos, aumento de produtividade por parte

dos colaboradores, comodidade para as pessoas em geral e redução do número de

afastamentos por doenças ocupacionais e/ou acidentes do trabalho.

Ao se tomar providências simples, como por exemplo: de bancadas em

fábricas, que devem ficar na altura dos cotovelos de uma pessoa em pé e ter espaço

para os pés, e de que colaboradores de escritórios, devem ficar quando sentados, com

os pés inteiramente no chão e também a mesa deverá estar a altura dos cotovelos,

resolve-se grandes problemas no mundo corporativo.

Page 34: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

34

Considerações Finais

As empresas cuja meta é tornarem-se competitivas para sobreviver no

mercado globalizado, deve se utilizar da Ergonomia como estratégia para aperfeiçoar

as condições de trabalho e diminuir as influências nocivas a saúde física e mental dos

colaboradores, e também, proporcionar meios para que estes possam ser criativos e

participativos em suas organizações.

Os Administradores devem se preparar para os problemas do presente e se

capacitar para os desafios do futuro, onde a Ergonomia será sua principal ferramenta

para integração e interação com os setores produtivos e administrativos de suas

organizações.

O projeto ergonômico do posto de trabalho será uma necessidade do ponto

de vista social, pois leva em consideração a saúde física e psicológica do colaborador,

portanto de interesse dos governos; e do ponto de vista econômico, o que é de

interesse da empresa e dos empresários.

Com a implantação da série ISO 18000 que trata de Saúde e Segurança,

exigirá das empresas um amplo programa de melhorias de condições de trabalho e de

qualidade de vida no trabalho, e a Ergonomia, mais uma vez, será utilizada para suprir

esta nova demanda, onde o projeto ergonômico do posto de trabalho será o foco central

da questão.

Desta forma, a tecnologia ergonômica e o projeto ergonômico do posto de

trabalho, deverão proporcionar uma contribuição importante aos governos e as

empresas para harmonizar a relação entre o capital e trabalho, e também, será um item

de vital importância para a melhoria da qualidade e da competitividade das empresas

no mundo globalizado.

Page 35: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

35

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS

BOM SUCESSO, Edina de Paula. Trabalho e Qualidade de Vida . Rio de Janeiro:

Editora Dunya, 1997.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 7a Edição. São Paulo: Editora Atlas,

2002.

LONGENECKER, Justin G. Introdução a Administração. São Paulo: Editora Atlas, 1981.

MONTANA, J Patrick e CHARNOV, Bruce H. Administração. São Paulo: Editora

Saraiva, 1998.

MARTINS, Petrônio Garcia & LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 2ª

Edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2005

http://www.dcaergonomia.com.br

DCA, Ergonomia. (on line). Arquivo capturado em 28/05/2008 e disponível através do

endereço: http://www.dcaergonomia.com.br.

http://www.ergonet.com.br

Ergonomica (on line). Arquivo capturado em 29/07/2008 e disponível através do

endereço: http://www.ergonet.com.br

http://www.mundoergonomia.com.br

Page 36: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

36

O que é ergonomia (on line). Arquivo capturado em 30/08/2008 e disponível através do

endereço: http://mundoergonomia.com.br

http://www.datamaker.com.br

A vida com ergonomia é mais saudável (on line). Arquivo capturado em 04/08/2008 e

disponível através do endereço: http://www.datamaker.com.br

Page 37: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

37

ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

São cada vez mais numerosas as empresas a acordar para o fato de que as alianças vão ter importância primordial no futuro. As alianças estão a evoluir tão depressa, que ninguém pode fazer mais sozinho.

James Houghton

Autores1 Karla Vanzelli Martins1

Letícia Jardim1

Nayara da Silva Zarpelon1

Orientadora2

Nanci Ribeiro Prestes2

RESUMO

A compra é uma atividade fundamental em qualquer empresa, hoje é vista como parte integrante da cadeia de suprimentos (supply chain management), deve buscar as melhores negociações. Planejar esta atividade é fundamental, para que se obtenha um menor investimento e melhor utilização do capital de giro, visando à obtenção de maiores lucros. Deve-se acompanhar o tempo de giro das mercadorias, e o estoque ideal para que não ocorra falta de matérias-primas ou mercadorias de venda, o que obrigaria a realização de compras de emergência, quase sempre desvantajosas para o comprador. Com base nessa busca incessante de lucro, há uma necessidade cada vez maior de interagir os setores de compras com as demais áreas da empresa, pois estoque em excesso significa capital de giro imobilizado e, portanto, custo maior para o empresário. Mas a falta de estoques de matérias-primas, insumos ou de mercadorias para a produção pode gerar um atraso na entrega de algum produto e quebrar a confiança dos clientes. Na verdade, elas interferem diretamente na produção, nas vendas e, conseqüentemente, nas demais áreas funcionais do negócio.

Palavras-chaves: Compras. Empresa. Fornecedor. Parceria. Organização.

1 Os autores são alunos do quarto semestre do Curso de Administração da UNIVALE – Faculdades Integradas do Vale

do Ivaí

2 Professora Mestre em Engenharia da Produção pertence ao Curso de Administração da UNIVALE

Page 38: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

38

INTRODUÇÃO

São várias as maneiras de se definir a administração de compras. Função

diretamente ligada à área de materiais, é a área que supre os materiais que a empresa

necessita. É de suma importância, toda empresa logo após decidir o que fabricar ou

que serviço prestar, avaliar os materiais que serão necessários para iniciar o processo

do planejamento das necessidades e a procura do melhor fornecedor que atenda aos

requisitos de preço, qualidade, quantidade e prazos de entrega e pagamento.

Nesse processo é essencial manter um controle contínuo dos materiais a fim

de suprir as necessidades para produção, procurar fornecedores que ofereçam

melhores preços minimizando os custos para a empresa. Objetivos básicos no qual o

responsável pelo setor de compras deve seguir na medida do possível.

A função de compras vem sendo valorizada desde os anos 70 após a crise

do petróleo. Nessa crise, aprender a comprar na hora certa, o produto certo, ganhou

grande importância dentro das empresas. Conforme Martins e Campos (2007, p.82),

“hoje a função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou

seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos. (supply chain)”. Conforme o

autor, muitas empresas usam a denominação gerenciamento da cadeia de suprimentos

ou simplesmente gerenciamento de suprimentos, um conceito voltado para o processo,

em vez da tradicional compra, voltado para as transações em si, e não para o todo.

Dessa forma, passa-se a discorrer sobre o assunto de forma evolutiva e abrangente,

para que se tenha a visão de quão importante é a função para as empresas para

atender às demandas dos clientes.

EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COMPRAS

Na visão de Braga (2008), a evolução do processo de compra se dá em

quatro fases desde sua submissão até sua participação que é de grande importância na

organização, conforme demonstrado no quadro a seguir.

Page 39: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

39

Etapas da evolução do processo de compras.

Fase 1

Reativo

Fase 2

Mecânico

Fase 3

Proativo

Fase 4

Gerência Estratégica

De Suprimentos

Perfil Tático Perfil Estratégico

Fonte: http://www.pnage.pa.gov.br/files/u1/A_Evolução da_Compra_ou_Suprimento.pdf acessado em 22 de setembro de 2008.

Na primeira fase o setor de compra era responsável só por uma parte do ciclo

de compras. Geralmente essa responsabilidade se restringe somente pelas transações

dos materiais e as escriturações. Nessa fase o setor de compras não possuía muita

comunicação com o restante da empresa, isso dificultava a visibilidade do setor.

Na segunda fase já começava a aparecer à preocupação com a redução de

custos, a compra era feita só no próprio setor de compras por alguém com habilidades

para a negociação.

Na terceira fase o setor de compras através de métodos e técnicas tinha que

participar da estratégia competitiva da empresa. Os fornecedores começavam a passar

por uma avaliação.

Na quarta fase o setor de compras já se integra ao planejamento estratégico

da empresa.

Com a crise do Petróleo em 1973-1974, o setor de compras começava a ter

um valor maior dentro das organizações, muitas matérias primas tiveram seu estoque

em baixa, deixando conseqüentemente seus preços elevados. A partir dessa fase,

saber comprar na hora certa serve como uma alavanca para a empresa.

No passado, o setor de compras das empresas era comandado por familiares

de extrema confiança mais que não tinham um perfil adequado para a execução da

função. As compras eram consideradas uma das partes burocráticas da empresa, onde

eles só visavam preço, prazo e qualidade. Este conceito vem mudando gradativamente,

pois a área de compras também é responsável pelo controle de estoque porque precisa

Page 40: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

40

levar em conta as entradas e saídas de materiais, pois se não haver este controle

pode acarretar :

• Estoques exagerados;

• Capital imobilizado;

• Parar a produção;

• Perder Clientela.

Afinal, o processo de compras deve interagir com todos os setores da

empresa, principalmente as áreas de produção, finanças e marketing.

Dessa forma, reforça-se aqui o conceito do gerenciamento da cadeia de

suprimentos ou supply chain management, conceituado por Martins Petrônio (2007)

como a administração dos sistemas de logística integrada da empresa, com o uso de

tecnologias avançadas, voltadas à planejar e controlar uma complexa rede de fatores

visando produzir e distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente.

Conforme o autor, o gerenciamento da cadeia de suprimentos revolucionou

completamente não somente a forma de comprar, como também a produção e a

distribuição de bens e serviços. Assim, continuará revolucionando áreas como a

administração de material, marketing, vendas e produção, sendo responsável também

pela redução do tempo de estocagem, número de fornecedores e satisfação do cliente.

ORGANIZAÇÃO DE COMPRAS

De acordo Dias (1996, p.260), Independente do porte da empresa, os

princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais

assim consideradas:

• Autoridade para Compra

• Registro de Compras

• Registro de Preços

• Registro de Estoques, Consumo

Page 41: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

41

• Registro de Fornecedores

• Arquivos e especificações

• Arquivos e catálogos

A Documentação escrita pode até parecer desnecessária, porém, ela

possibilita o exame de cada fase da negociação estando sempre disponível em caso de

dúvida. Pesquisar é um elemento básico da seção de compras onde tem-se que

pesquisar um fornecedor, é um estudo para determinar se o produto deve ser comprado

ou fabricado, que são atividades básicas do setor. O setor de compras tem que se

relacionar com a empresa toda. Ele troca também informações externas.

Segundo Dias (1996, p 265), são informações externas para a seção de

compras

• Condições Gerais de Mercado;

• Informações sobre Produtos;

• Informações sobre novos produtos;

• Disponibilidade Transporte;

• Tarifas de Transporte;

• Preço e Descontos;

• Capacidade de Produção dos Fornecedores

• Fontes de Suprimento

E, além das informações trocadas com o meio, ela também precisa se

comunicar com os setores da empresa, as trocas de informações internas devem incluir

todos os departamentos, setores que a empresa conta em sua estrutura organizacional.

Assim como toda a empresa, o setor de compras possui um organograma, que é

extremamente importante na hora de fazer os pedidos de compras, o gerente deve

seguir o processo de compras com base no que foi determinado como objetivo principal

da empresa envolvendo todos os setores.

Page 42: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

42

Quadro2: Organograma do setor de compras

Fonte: .Adaptado de Dias ( 1996, p. 263)

Com base no organograma demonstrado, comenta-se a função exercida por

cada participante no processo de compras nas empresas, conforme organograma

acima.

Chefe de Compras

estudar e analisar as

solicitações de compra de

matérias-primas, máquinas e

equipamentos em geral;

inteirar-se das necessidades.

Coordenar pesquisas de

fornecedores e coleta de

preços, optando pelo que

melhores condições. Elaborar

relatórios e estatísticas de

controle geral.

Comprador de Matéria-

Comprador Técnico

Efetuar compras de materiais

especiais de produção

mediante a supervisão e

orientação da chefia; classificar

e analisar solicitações de

compra; estudar e analisar

necessidades técnicas;

pesquisar cadastro de

fornecedores; acompanhar e

controlar a entrega dos

materiais.

Acompanhador de Compras

Comprador de Materiais

Diversos

Acompanhar pequenas

compras de materiais sob

supervisão da chefia da seção,

classificar e analisar

requisições de compras

remetidas por outros setores

efetuar as compras e controlar

a entrega dos materiais, manter

os arquivo de catálogos e

fornecedores.

Page 43: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

43

Prima

Efetuar compras de matérias-

primas utilizadas em uma ou

várias unidades fabris, sob

supervisão da chefia da

seção, classifica e analisa

solicitações de compra

remetidas por outros setores,

pesquisa cadastro de

fornecedores, consulta em

publicações específicas as

cotações dos produtos,

organiza pequenas

concorrências, analisa as

informações e opina sobre as

melhores ofertas, providencia

as compras e acompanhar as

entregas das mesmas.

Follow Up

Acompanhar, documentar e

fiscalizar as encomendas

realizadas em observância aos

respectivos prazos de entrega,

informar ao comprador o

resultado do acompanhamento,

efetuar cancelamentos,

modificações e pequenas

compras conforme

determinação da chefia.

Auxiliar de Compras

controlar o recebimento de

solicitações de compras e

efetuar conferência dos valores

anotados, pesquisa arquivos de

publicações técnicas, elabora

relações de fornecedores para

cada material, emitir pedidos

de compra, controlar arquivo de

catálogos e documentos

referentes às compras

efetuadas.

Fonte: Adaptado de Dias (1996, p. 266, 267)

RELACIONAMENTO EMPRESA/FORNECEDOR

Conforme Martins Petrônio (2007, p. 378), “é necessário um alto grau de

integração entre fornecedor e cliente, que, como parceiros, diminuem custos ao longo

da cadeia (entre 10% e 30%) e tempo médio de estocagem (cerca de 50%)”.

O objetivo maior das empresas é garantir a sua sustentabilidade através do

equilíbrio entre a oferta e a demanda, para isso, se faz necessário ter o produto que o

cliente precisa, na hora e na quantidade certa e com os menores custos. O dilema está

em ter sempre o estoque, nas condições em que possa atender a demanda, porém,

não em demasia que venha a prejudicar ou imobilizar o capital de giro, e manter custos

desnecessários com estocagem, ou que venha a faltar, perdendo para o concorrente

que administra com eficácia os estoques. Informações desencontradas sobre a real

demanda impactam negativamente nos níveis de estoque, no fluxo de caixa e no

Page 44: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

44

atendimento ao consumidor. Este efeito é ampliado para os fornecedores, criando o

indesejado “efeito chicote”.

Conceituado por Coelho, Follmann e Rodriguez (2008, p.21),

o efeito chicote é o resultado da discrepância entre a demanda real e a prevista unida à intenção das empresas alinharem sua oferta a essa demanda, sem deixar de atendê-la. Dessa forma, as empresas, por não possuírem a informação correta de seus clientes, buscam se proteger e garantir o nível de atendimento por meio do aumento do nível de estoques para uma possível variação nessa demanda.

Nesse processo a integração com fornecedores é fundamental, pois

proporciona um clima de cumplicidade em que ambos têm a ganhar, ainda, de acordo

com os autores, a solução para o efeito chicote pode estar baseada em duas opções:

compartilhar a informação e alinhar estratégias. O compartilhamento de informações

garante que todos na cadeia de suprimentos “falem a mesma língua”, daí a importância

da parceria e integração. Quanto à estratégia, é necessário que as empresas pensem

na cadeia de suprimentos como um todo, para isso é necessário que os elos da cadeia

estejam cientes do seu papel e sua contribuição.

No processo de compras a primeira decisão a ser tomada é decidir o que

comprar, buscando sempre qualidade, menor preço, prazo de entrega e as quantidades

necessárias para o suprimento das necessidades da empresa.

Escolher o fornecedor certo é a segunda decisão a ser tomada, mas nem por

isso tem menos importância. Pois é ele que irá garantir os objetivos da compra.

Por isso, cada dia mais a relação empresa/fornecedor vêm tendo um

importante papel nos negócios, isso esta levando essa relação a ter um constante e

acelerado crescimento. Este tipo de relação assim como qualquer outro precisa de

confiança mútua, a negociação precisa ser clara para que possa evitar dúvidas de

ambas às partes, isso poderá ser evitado com uma conversa construtiva e verdadeira.

Tanto o fornecedor quanto o comprador têm interesses na compra. O comprador quer

receber seus produtos pelo melhor preço, com qualidade superior no prazo

determinado e o fornecedor quer clientes satisfeitos e fiéis.

Page 45: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

45

A seleção de fornecedores é um critério essencial no gerenciamento da

empresa, pois se vive um período de muita competitividade e a importância de ter

fornecedores selecionados é indispensável, pois traz um diferencial a mais na hora de

venderem seus produtos. Existem vários fatores que contribuem para a seleção de

fornecedores, temos como exemplo, a crescente velocidade de mudança da tecnologia,

preços competitivos e a aquisição de produtos de outros países viabilizados pela

globalização.

Na seleção de um fornecedor são vários os critérios que são vistos como a

habilidade técnica, capacidade produtiva, confiabilidade, pós venda, localização do

fornecedor e o preço.

Um bom fornecedor não liga em ser avaliado, pelo contrário, sentem-se

seguros, já os maus fornecedores não gostam de serem avaliados. A escolha de um

bom fornecedor não é simples, mais para que haja maior satisfação de seus clientes é

necessário passar por este processo.

Com o mercado concorrido em que se vive hoje, um bom fornecedor pode

contribuir para que a empresa saia na frente das outras. As empresas devem possuir no

mínimo um cadastro dos fornecedores, pois facilitará ao empresário a aquisição dos

produtos, terão dados, como: o preço das mercadorias que vende, telefone para

contato, se a entrega estava no tempo combinado entre outras informações,

necessárias a tomada de decisão entre um ou outro fornecedor.

O relacionamento cliente/fornecedor tomou grandes proporções que fizeram

surgir às parcerias. O chamado comakership é exatamente quando a relação de

parceria entre a empresa e o fornecedor passa a ser mais séria, como se fosse um

casamento.

Segundo Merli (1994), O comakership é uma relação cliente/fornecedor,

considerada um fator prioritário na estratégia industrial, que não se cria da noite para o

dia, necessita de tempo para o amadurecimento. Antes as empresas tinham um

conceito de que os fornecedores só queriam tirar proveito da situação, colocar os

Page 46: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

46

preços que quisessem para ter maior lucro sobre as vendas, as mercadorias eram

rigorosamente conferidas. Tratavam seus fornecedores como adversários.

No procedimento de parceria, as empresas fazem um contrato por um

período geralmente igual ao da vida do produto em que ele ajudará no

desenvolvimento. Alguns fornecedores chegam a mudar-se para perto da fábrica ou até

mesmo trabalhar dentro dela para melhor atender seu “cliente”. Assim ambos saem

ganhando.

Nesse contexto Martins Petrônio (2007, p.84), conceitua,

o chamado procurement envolve, além do relacionamento puramente comercial com os fornecedores, também a pesquisa e o desenvolvimento desses relacionamentos, sua qualificação e o suporte técnico durante o relacionamento entre as partes, que leva à necessidade de um aperfeiçoamento dos sistemas de informação.

Ressalta o autor que, hoje há uma integração total entre todos os setores

internos da empresa, clientes e fornecedores, conforme demonstrado.

Sistema de informação moderno:

Matriz

O escritório central acessa todos os sistemas de dados da matriz utilizando serviços de telecomunicações, como os oferecidos pela Embratel.

Ligações à distância

Serviços RISC mantém a empresa ligada on-line às filiais, fábricas, transportadoras, vendedores e fornecedores, via Renpac ou Transpac.

Fábricas

As várias unidades ligam-se à matriz para ter acesso a correio e compartilhar dados gerenciais e financeiros, como resultados, pedidos e faturamento.

Clientes

Acessam as bases de dados da empresa para consultar informações sobre estoques, notas, pedidos, crédito e faturamento.

Vendedores

Munidos de notebooks equipados com modem, conectam-se à empresa para tirar pedidos on-line, acessar correio eletrônico e obter informações sobre estoque, faturamento, situação do crédito e carteira de clientes.

Unidades de vendas e representantes.

Acessam todo o sistema da matriz via Renpac

Transportadoras

A fim de agilizar a comunicação, a empresa está conectada, via modem, às transportadoras, controlando todo o romaneio de cargas e notas fiscais.

Fornecedores

Estão todos ligados à empresa. Utilizando o padrão EDI, têm acesso a várias informações, como os pedidos de compra.

Fonte : Martins Petrônio (2008, p. 85)

Page 47: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

47

Os Dez Princípios do Relacionamento Cliente/Fornece dor

Premissa Confiança recíproca e colaboração, considerando-se a responsabilidade em

relação aos clientes finais, são pré-requisitos de um bom relacionamento cliente

/fornecedor.

1º Princípio Cliente e fornecedor devem ser independentes, respeitando a independência do

outro, para garantir um relacionamento leal, baseado nas regras de livre mercado.

2º Princípio Cliente e fornecedor são responsáveis pela aplicação do controle de qualidade com

conhecimento recíproco e cooperação nos sistemas utilizados.

3º Princípio O cliente é responsável pela exatidão e adequação das informações e das

especificações a serem dadas ao fornecedor para facilitar a compreensão do que

deve ser feito.

4º Princípio Cliente e fornecedor, antes de iniciar o seu relacionamento, devem formalizar um

contrato amplamente discutido relativo à Qualidade, Quantidade, Preços, Prazos de

entrega, Formas de pagamento.

5º Princípio O fornecedor, ciente do uso dos produtos/serviços por ele fornecidos, é

responsável pela Qualidade que deve satisfazer plenamente o cliente.

6º Princípio Devem ser definidos preliminarmente o método e os meios para avaliar as

especificações que satisfaçam ambas as partes.

7º Princípio O contrato que rege o relacionamento deve prever um acordo preliminar quanto ao

sistema e aos procedimentos a serem utilizados, em caso de divergências, para

chegar a acordos amigáveis.

8º Princípio As partes se empenham em trocar todas as informações necessárias para obter o

melhor controle da qualidade, considerando as situações recíprocas.

9º Princípio Tanto o fornecedor como o cliente devem poder garantir o controle de cada fazer

do próprio processo (desde a emissão do pedido à produção, à programação, aos

operários, aos sistemas) em cumprimento às políticas adotadas a fim de permitir

uma colaboração amistosa.

10º Princípio Cliente e fornecedor, durante suas negociações, devem sempre levar em conta o

interesse do consumidor final.

Fonte: MERLI, GERGIO. Comakership A nova estratégia para os suprimentos, Qualitymark editora, 1994

Page 48: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

48

A TECNOLOGIA APLICADA AS COMPRAS

Com a globalização as formas de comprar precisaram se adequar a um

processo mais ágil. O caixeiro viajante foi sendo substituído nas grandes empresas ou

naquelas em que o fluxo de entradas e saídas têm um fluxo muito rápido, por

precisarem de rapidez no processo o caixeiro viajante foi sendo considerado lento,

sendo substituídos por outros processos mais rápidos e eficientes. O quadro a seguir

apresenta de forma suscinta as principais tecnologias utilizadas pelas empresas no

processo de compras.

a) Os Leilões foram adotados para facilitar o processo de compras. A empresa coloca em editais ou na internet o que a empresa está necessitando, e os fornecedores fazem suas ofertas informando também o prazo de entrega;

b) Cartões de crédito, esta tecnologia conhecida também como cartão empresa ou cartão empresarial, proporciona maior controle das compras diminuição do número de cheques, e também um a redução de custos;

c) Internet proporciona uma imensa facilidade tanto na compra quanto na venda dos produtos, através WWW (World Wide Web) pode-se estar conectado com o mundo;

d) O EDI (Eletronic data interchange), por exemplo, é uma dessas tecnologias já existente há algum tempo e que mais cresce atualmente. É uma técnica que liga cliente/fornecedor por meio de uma linha telefônica, modem e de um software específico, que liga o computador do cliente com o computador do fornecedor. O EDI facilita a compra, e ágil, seguro, reduz custos. Tudo q uma empresa precisa para sobreviver no mundo globalizado de hoje em dia.

Fonte : Adaptado de Martins Petrônio (2007)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A administração de Compras apresentada como centro de lucros tem como

meta reduzir os preços dos produtos adquiridos, de forma que tal redução permita às

empresas ganhar competitividade no mercado consumidor. O Comprador é responsável

pelo processo. A escolha dos fornecedores torna-se o diferencial de preço muito

importante para a sobrevivência das empresas. Levando-se em consideração os

Page 49: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

49

parâmetros de qualidade, preço, tecnologia e serviço. A área de compras funciona

como uma porta voz das necessidades das empresas em relação às novas tecnologias

e inovações introduzidas nos materiais adquiridos. Hoje, a função está mais voltada

para a necessidade de planejar o processo de aquisição de materiais com fornecedores

mais confiáveis e em menor número, mantendo e organizando as entradas e saídas

dos materiais. Nos dias atuais, é comum encontrar relacionamentos com fornecedores

que facilitam que as empresas possam acompanhar as exigências em termos de

tecnologia de ponta e qualidade assegurada e as exigências dos clientes.

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS

BAILY, PETER e FARMER, DAVID. Compras: Princípios e Técnicas . São Paulo:

Saraiva, 1979.

BRAGA, Ataíde. Evolução Estratégica do processo de compras ou supr imentos de

bens e serviços na empresa . http://www.pnage.pa.gov.br/files/, acessado em 22 de

setembro de 2008.

COELHO, Leandro, Callegari. FOLLMANN, Neimar. RODRIGUEZ, Carlos Manuel

Taboada. O efeito chicote na cadeia de abastecimentos . Revista Mundo Logística.

Logística e Supply chain management. N.05, julho/agosto, 2008

DIAS, MARCO AURÉLIO R. Administração de Materiais Uma Abordagem de

Logística 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 1996

MARTINS, PETRÔNIO GARCIA e CAMPOS, PAULO RENATO ALT. Administração

de Materiais e Recursos Patrimoniais 2ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

MERLI, GIORGIO. Comakership A Nova Estratégia para os Suprimentos . São Paulo:

Qualitymark, 1994

Page 50: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

50

ALAVANCAGEM X GRAU DE INVESTIMENTO

Autores Ana Paula Palca1

Magali Francieli Brighentti1 Kleber Teixeira Ditikun1

Orientador Eliseu Pereira Lara2

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar um conceito de alavancagem com um indicador de desempenho de gestão, possibilitando uma análise operacional e financeira nas empresas refletindo os efeitos da gestão dos custos fixos e financeiros para a geração de lucros relacionados ao envolvimento dos riscos operacionais e financeiros. E o grau de investimento é um sinalizador dos grandes investidores nacionais e internacionais, no qual mostra a capacidade de um país e/ou uma empresa ser bons pagadores de suas obrigações, mostrando também que a sua economia caminha de forma consistente, pois seu desenvolvimento é prioridade constante. Portanto, sinalizar o risco é o grande objetivo das empresas.

Palavras chave: alavancagem, gestão, operacional, financeira e investimento.

¹Acadêmicos do Curso de Administração da Univale

²Professor e Coordenador do Curso de Administração da Univale

Page 51: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

51

INTRODUÇÃO

Pretende-se com este artigo discorrer sobre o Grau de Alavancagem e Grau

de investimento.

A Alavancagem é existente nas organizações que fazem uso de ativos ou

recursos com custo fixos, com intuito de aumentar o retorno do proprietário. As

variações da alavancagem resultam no aumento dos riscos e do retorno. A seguir

apresentam-se os três tipos de alavancagem e como elas ocorrem dentro das

organizações.

Grau de investimento é um selo de qualidade conferido somente a países e

empresas que tem um histórico de administração confiável e que honram os

compromissos firmados.

O grau de investimento era um assunto pouco comentado entre a sociedade

brasileira, mas em abril de 2008 tornou-se polêmico após o país ter ganhado seu

atestado de maturidade econômica e financeira.

1 ALAVANCAGEM

Segundo Gitman (1997, p.418), “... a alavancagem é o uso de ativos ou

recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da

empresa”.

Alavancagem significa obter recursos para investimentos e realização de

operações. Esse tipo de operação possibilita a uma empresa, fundo de investimento

para se fortalecer numa posição através de capitais de terceiros. Na prática, quem

opera alavancado investe mais do que de fato possui. A alavancagem é uma operação

muito arriscada, pois só se consegue êxito quando as expectativas efetivamente se

confirmam, ou seja, os ganhos obtidos através dos investimentos e aplicações têm de

superar os custos do capital obtido. O investidor deve estar muito bem informado para

entrar numa posição alavancada.

Grau de alavancagem é o indicador de potencial de rentabilidade e do grau

de risco de uma empresa. O efeito da alavancagem provoca a presença de despesas e

Page 52: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

52

custos fixos operacionais e/ou fixos financeiro na estrutura de custos da empresa.

Havendo despesas e custos fixos, o lucro da empresa pode aumentar ou diminuir

significativamente em resposta a um aumento ou a uma redução do nível de produção

e vendas. Portanto CUSTOS FIXOS são a somatória de CUSTOS FIXOS e DESPESAS

OPERACIONAIS FIXAS.

Segundo Gitman (1997, p. 418), “... o mix de empréstimos a longo prazo

mantidos pela empresa, pode afetar significamente seu valor, devido as mudanças no

risco e no retorno”.

No universo empresarial, a alavancagem mostra o total de capitais de

terceiros utilizado em investimentos por uma empresa. Em um sentido mais restrito,

alavancagem pode ser a relação entre endividamento de longo prazo e o capital

empregado por uma empresa. Quanto maior for este quociente, ou seja, quanto maior a

utilização de capitais de terceiros de longo prazo, maior é o grau de alavancagem da

empresa.

Uma empresa que faz seus investimentos utilizando capitais de terceiros,

como financiamentos de longo prazo, possui elevado grau de alavancagem. Isso

mostra que a empresa não utiliza seus próprios recursos para crescer. E mesmo neste

caso, há um grande risco embutido, pois os lucros obtidos em decorrência dos

investimentos realizados devem compensar os custos dos capitais de terceiros

utilizados na realização dos investimentos.

Uma empresa normalmente possui algumas poucas possibilidades para criar

seus produtos e alavancar suas vendas. Uma delas é o financiamento. E, pegar

dinheiro emprestado a uma taxa de juros qualquer, usar este dinheiro de forma

coerente e alavancar suas vendas de forma que os juros sejam pagos e ainda sobre

uma margem, significa que a empresa está operando alavancada. Ela usa capital de

terceiros para criar seus projetos, garante que os juros serão devidamente pagos e

ainda consegue retorno. Portanto alavancar significa aproveitar uma oportunidade

externa, seja ela em dinheiro, tempo ou de cunho material, para impulsionar sua

imagem e presença no mercado, gerando maiores receitas e lucros, portanto, isso

significa saber usar o que você não tem, com o objetivo de conquistar o que você quer.

Por isso a alavancagem é uma operação muito comum e sabiamente utilizada por

Page 53: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

53

empresas e instituições financeiras. Nesses ambientes, financiar-se não é algo visto

como prática negativa. Pelo contrário, saber aproveitar a oportunidade de investir, ainda

que com capital de terceiros.

1.1 TIPOS DE ALAVANCAGEM

São três tipos básicos de alavancagem que pode ser definidos no que diz

respeito à demonstração de resultado da empresa:

� Alavancagem Operacional

� Alavancagem Financeira

� Alavancagem Total ou Combinada

1.1.1 Alavancagem Operacional

Segundo Gitman (1997, p.418), “... a alavancagem operacional é

determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu lucro antes do

juro do imposto de renda”.

A alavancagem operacional está relacionada com o efeito provocado sobre o

LAJIR pelos custos fixos operacionais, em resposta a uma variação no nível de vendas

ou da margem de contribuição total. É a capacidade da empresa de tirar proveito dos

custos fixos operacionais já existentes para aumentar o LAJIR através do aumento do

nível de vendas. O efeito da alavancagem operacional é sentido sobre a rentabilidade

operacional (rentabilidade dos ativos). Portanto mantido o valor dos custos fixos

operacionais e ocorrendo aumento de vendas, o LAJIR aumentará mais que

proporcionalmente, e ocorrendo queda nas vendas, o LAJIR diminuirá, também, em

maior proporção. Por isso a empresa tem que ser capaz de gerar margem de

contribuição total suficiente para fazer face aos custos fixos operacionais, estes

independem do volume de vendas que a empresa vier a alcançar.

De acordo com Gitman (2004), o grau de alavancagem operacional indica o

número de vezes que o LAJIR aumentará, respectivamente indica, também, se a

margem de contribuição total foi capaz de cobrir os custos fixos operacionais.

Page 54: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

54

Portanto, quanto maior for o total dos custos fixos operacionais, maior será o

GAO. E quanto maior o potencial de rentabilidade operacional da empresa o grau de

risco operacional também será maior. O GAO aumenta quando a empresa se aproxima

do seu ponto de equilíbrio, porque o grau de alavancagem operacional está ligado com

a análise do ponto de equilíbrio operacional, ou seja, análise do CVL - custo-volume-

lucro. Por isso a alavancagem operacional é determinada pela relação entre as receitas

de vendas da empresa e seu lucro antes dos juros do imposto de renda.

GAO = Var. % no LAJIR / Var. % na MCT

GAO = MCT / LAJIR

GAO = LAJIR / LAIR

Com a finalidade de expor o efeito do grau de alavancagem reproduzimos

uma exemplificação prática do grau de alavancagem operacional.

Suponhamos uma empresa que possui os seguintes dados:

-Preço de venda de seu produto em R$ 10,00;

-Custo operacional variável R$ 5,00 por unidade;

-Custo operacional fixo R$ 2.500,00;

-Produção 1.000 unidades/mês.

A seguir apresenta-se a empresa passando por dois casos:

Caso 1: aumento de 50% das vendas;

Caso2: redução de 50% das vendas.

Page 55: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

55

Quadro 1: LAJI em diversos níveis de vendas

LAJI em diversos níveis de vendas

Caso 2

-50%

Caso 2

+50%

Vendas (em unidades) 500 1.000 1.500

Receita de vendas 5.000,00 10.000,00 15.000,00

Menos:

Custos operacionais

variáveis

2.500,00 5.000,00 7.500,00

Menos:

Custos operacionais fixos

2.500,00 2.500,00 2.500,00

Lucro antes de juros e

impostos de renda (LAJI)

000 2.500,00 5.000,00

-100% +100%

Receita de vendas = R$10/unidades x vendas em unidades

Custos operacionais variáveis = R$ 5/ unidades x vendas em unidades

Fonte: adaptado de Gitman, (2004), p. 439

1.1.2 Alavancagem Financeira

Segundo Gitman ( 1997, p.426) “A alavancagem financeira resulta na

presença de encargos financeiros fixos no fluxo de lucros da empresa”.

A alavancagem financeira é a exposição a um determinado mercado de uma

instituição ou investidor que utiliza recursos de terceiros para realizar investimentos que

seja superior ao montante total dos seus ativos, aplicados na operação em busca de

maiores ganhos, assumindo dívidas e aumentando o grau de risco da operação.

Relacionada com o efeito provocado sobre o LAIR pelos custos fixos financeiros, e uma

variação do LAJIR. Portanto a alavancagem financeira é a capacidade da empresa de

tirar proveito dos custos fixos financeiros já existentes para aumentar o LAIR via

aumento do LAJIR. O efeito da alavancagem financeira é sentido sobre a rentabilidade

dos proprietários (rentabilidade do patrimônio líquido). Por isso mantido o valor dos

custos fixos financeiros e ocorrendo um aumento do LAJIR, o LAIR aumentará mais que

Page 56: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

56

proporcionalmente; ocorrendo diminuição do LAJIR, o LAIR diminuirá, também, em

maior proporção. A empresa tem que ser capaz de gerar LAJIR suficiente para fazer

face aos custos fixos financeiros; estes independem da obtenção de lucro por parte da

empresa.

De acordo com Gitman (2004), o grau de alavancagem financeira indica o

número de vezes que o LAIR aumentará ou diminuirá, e também, o número de vezes

que o LAJIR cobre o total dos juros e demais despesas financeiras.

Mantido o nível de LAJIR, quanto maior for o total dos custos fixos

financeiros, maior será a GAF e também maior será o potencial de rentabilidade do

patrimônio líquido, porém será maior também o grau de risco financeiro. Portanto a

alavancagem financeira é a ação de comprar um ativo sem ter dinheiro em caixa, e

quanto maior o grau de alavancagem, maior o risco.

GAF = Var. % no LAIR / Var. % no LAJIR

Como exemplo, Gitman (2004) cita uma empresa que espera ter um laji de

R$ 10.000,00 no ano. Tem obrigações no valor de R$ 20.000,00, com cupom anual de

10% e 600 ações preferenciais com dividendos anuais de R$ 4,00 por ação. Os juros

anuais das obrigações são iguais a R$ 2.000,00. Apresentando um Laji de R$ 6000,00,

R$ 10.000,00 e R$ 14.000,00 e uma alíquota de 40%, supondo os seguintes casos:

Caso 1: um aumento de 40% do Laji;

Caso 2: uma redução de 40% do Laji.

Page 57: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

57

Quadro 2: LPA para diversos níveis de LAJI

LAJI em diversos níveis de LAJI

Caso 2

- 40%

Caso 1

+ 40%

LAJI 6.000,00 10.000,00 14.000,00

Menos: juros 2.000,00 2.000,00 2.000,00

Lucro liquido antes

do imposto de renda

4.000,00 8.000,00 12.000,0

Menos: imposto de

renda

1.600,00 3.200,00 4.800,00

Lucro liquido depois

do imposto de renda

2.400,00 4.800,00 7.200,00

Menos: dividendos

preferenciais

2.400,00 2.400,00 2.400,00

Lucro disponível

para os acionistas

ordinários (LPA)

0 2.400,00 4.800,00

Lucro por ação 0= 0

100

2.400,00

1.000 =2,40

4.800,00

1.000 =4,80

-100% +100%

Fonte: adaptado de Gitman(2004), p.442.

Caso 1: +100% = 2,5 Caso 2: -100% = 2,5

+40% -40%

Nos dois casos de exemplos citados acima ocorrem Alavancagem financeira,

pois o quociente é maior que 1.

Mantendo constantes as despesas financeiras, qualquer variação positiva ou

negativa do Laji provocaria acréscimo ou decréscimo de 2,5 vezes maior no lucro

liquido.

Page 58: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

58

1.1.3 Alavancagem Combinada

Segundo Gitman ( 1997, p. 428), “A alavancagem combinada é o uso

potencial de custos fixos tanto operacionais como financeiros para aumentar o efeito de

variações nas venda sobre o lucro por ação”.

A alavancagem total ou alavancagem combinada é o conjunto das

alavancagens operacional e financeira. É a capacidade da empresa de tirar proveito da

sua estrutura global de custos fixos (operacionais e financeiros) já existentes,

objetivando aumentar a rentabilidade dos proprietários através do aumento das vendas.

Indica o número de vezes que o LAIR aumentará ou diminuirá caso o volume de vendas

aumente ou diminua, respectivamente. Indica, também, o número de vezes que a

margem de contribuição total cobre o total dos custos fixos (operacionais somados aos

financeiros). Mantido o volume de vendas, quanto maior for o total dos custos fixos

(operacionais somados aos financeiros), maior será o GAC e, por conseguinte, maior

será o potencial de rentabilidade operacional e/ou dos proprietários; todavia, o risco

global também crescerá.

GAC = Var. % LAIR / Var. % MCT

GAC = MCT / LAIR

1.1.4 Grau de Alavancagem Total

Segundo Gitman (2004), o grau de alavancagem total pode ser calculada

mediante a seguinte fórmula:

GAT= Variação porcentual do LPA

Variaçãp porcentual de vendas

Como ocorre em todos os outros tipos de alavancagem citamos

anteriormente, sempre que o GAT for mair que 1, ocorrerá alavancagem total.

Para melhor entndimento, será utilizado como exemplo um caso do livro de

Gitman (2004), onde uma empresa prevê vendas de 20.000 unidades de um produto a

R$5,00 cada. Precisa cobrir todas as seguintes obrigações:

-custos operacionais variaveis de R$ 2,00 a unidade;

Page 59: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

59

-custos operacionais fixos de R$ 10.000,00;

-juros de R$ 20.000,00;

-dividendos preferenciais de R$ 12.000,00.

Tendo ainda uma aliquota de imposto de renda de 40%, e seu capita é

formado por 5 mil ações ordinárias.

Quadro3: Efeito da Alavancagem Total

Efeito da Alavancagem Total

Vendas em unidades 20.000,00 30.000,00

Receita de vemdas 100.000,00 +50% 150.000,00

Menos: custos operacionais

variáveis

40.000,00 60.000,00

Menos: custos operacionais

fixos

10.000,00 10.000,00

Lucro liquido antes de juros e

impostos de renda (LAJI)

50.000,00 +60% 80.000,00

Menos: juros 20.000,00 20.000,00

Lucro Liquido antes do

Imposto de Renda

30.000,00 60.000,00

Menos: imposto de renda 12.000,00 24.000,00

Lucro liquido depois do

imposto de renda

18.000,00 36.000,00

Menos: dividendos

preferenciais

12.000,00 12.000,00

Lucro disponivel para

acionistas

6.000,00 24.000,00

Lucro por ação (LPA) 6000 = 1,20

5000

+300% 24.000 = 4,80

5000

Receita de vendas = R$ 5/ unidades x vendas em unidades

Custos operacionais variaveis = R$ 2/ unidades x vendas em unidades

Fonte: adaptado de Gitman, (2004), p. 444

Page 60: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

60

2 GRAU DE INVESTIMENTO

“O grau de investimento é uma classificação dada pelas agências de risco a

títulos de empresas e países com baixíssimo risco de calote”. (VEJA, 2008).

O grau de investimento é uma classificação dada a um país a partir de uma

avaliação concedida pelas principais agências de notas de crédito, como a Fitch

Ratings, a Moody's e a Standard & Poor's, pois um país com grau de investimento tem

mais chances de honrar seus compromissos financeiros do que outro que não tenha

grau de investimento, essa classificação funciona como uma permissão para que

instituições e investidores estrangeiros apliquem seus recursos no país melhorando

assim as condições macroeconômicas.

Vários fatores são levados em conta pelas agências na avaliação dos países,

como as reservas internacionais, a dívida governamental, a liberdade de imprensa e a

distribuição de renda.

Portanto, grau de investimento nada mais é que um selo de qualidade, que

indica baixíssimo risco de calote. E o rating é uma nota que indica qual o risco de calote

que o investidor deve encontrar ao colocar dinheiro nestas empresas ou países.

Essa classificação serve para diferenciar os bons pagadores dos maus

pagadores no mercado internacional, e os países e as empresas são classificados em

uma escala que caminha da alta probabilidade de calote até a total capacidade de

pagar as dívidas dentro do prazo e podem ser agrupados em duas categorias:

� Grau de Investimento - Total capacidade de pagar as dívidas no prazo.

� Grau especulativo - Bastante vulnerável, depende de condições

econômicas extremamente favoráveis para conseguir honrar seus débitos.

Essas notas são revistas periodicamente, podendo ser rebaixadas. Caso

uma nova análise dos títulos do país ou da empresa indique que a qualidade de seu

crédito tenha diminuído, ou então que esteja mais vulnerável a não honrar seus

compromissos futuros, a agência a rebaixa ou até mesmo suspende a nota.

O primeiro impacto direto quando se obtém o grau de investimento é o

aumento do fluxo de capital estrangeiro para o País. O governo e as empresas passam

a ter acesso a melhores condições de crédito no exterior, pois o país passa a ser

Page 61: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

61

olhado com mais confiança e, naturalmente, consolida a atração de investimentos

estrangeiros.

Com os recursos obtidos em condições mais favoráveis, as empresas

poderão investir em infra-estrutura e modernização, produzindo mais. Uma maior oferta

de produtos reduz a pressão sobre a inflação, empurrada pela demanda crescente de

consumidores.

3 ALAVANCAGEM X GRAU DE INVESTIMENTO

O termo alavancagem é um conceito bastante usado para descrever a

capacidade que a empresa possui para usar ativos com um custo fixo, a fim de

aumentar os retornos de seus proprietários, e o risco relacionado à alavancagem refere-

se ao grau de incerteza associado à capacidade de a empresa cumprir suas obrigações

fixas de pagamento.

No século XX, o ambiente competitivo, tanto para as empresas industriais

como para as empresas de serviços, tornou-se mais desafiante e exigente. E,

conseqüentemente, as empresas atuais passaram a demandar por informações

gerenciais contábeis que propiciassem a uma tomada de decisão mais precisa e

fundamentada. Com a globalização, a concorrência passou a ter escala mundial

exigindo a oferta de bens e serviços de alta qualidade e a baixos custos, os fatos

demonstram que empresas de sucesso buscam diferenciação e baixo custo

simultaneamente, ou seja, não há um jogo de concessões entre valor e custo. Sendo

assim, as informações de custos passam a ser cada vez mais relevantes e estes devem

ser gerenciados de forma ativa e fazer parte do sistema de gestão de todas as

empresas que se pretendem tornarem competitivas.

Para que a empresa possa ofertar bens e serviços diferenciados e de alta

qualidade faz-se necessário investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Quando

esses investimentos atingem altos valores em relação aos investimentos totais, sua

amortização terá grande influência sobre o custo dos novos produtos e serviços, bem

como sobre as despesas totais da empresa.

Page 62: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

62

Conhecer e controlar os custos passou a ser fundamental para as

organizações e, o que melhor supre com informações de qualidade as necessidades de

gestão dos negócios pode ser determinante para uma vantagem competitiva.

Já o grau de investimento é um selo de qualidade em que uma agência

considera um país ou uma empresa bons pagadores indicando baixíssimo risco de

calote.

Dessa forma, a maior conseqüência do grau de investimento para um país

ou uma empresa é o aumento da quantidade de investimentos externos, no qual

também ajuda a melhorar a geração de muitos empregos. Nesse sentido, o maior

desafio para o país e/ou empresas talvez seja o de estabilizar essa situação ao longo

dos próximos anos.

Algumas empresas brasileiras que possuem o grau de investimento são:

� Petrobras;

� Usiminas;

� Vale;

� AmBev.

Portanto, as empresas com grau de investimento possuem um

reconhecimento internacional no qual mostra que houve melhorias no país.

CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento deste trabalho, constatou-se que o tema endividamento

pode ser considerado polêmico, porque alavanca-se a empresa para potencializar

resultados e ampliar mercado e, conseqüentemente, insere-se a mesma em um cenário

de incerteza/risco. Assim, faz-se necessária, uma avaliação da alavancagem financeira,

dos custos de captação, dos cenários político e econômico, e da capacidade da

empresa em gerar caixa para honrar compromissos financeiros.

No que diz respeito ao limite de endividamento em que a empresa deve situar-

se, uma questão de suma importância é a capacidade em honrar seus compromissos

financeiros, a qual é medida pelos índices de cobertura da dívida.

Page 63: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

63

Finalmente, os temas abordados neste artigo, apresentam ferramentas

conhecidas, tais como, LAJIR, GAO, GAF, LAJIR, GAC, GAT, mostrando sua

importância nas tomadas de decisões que envolvem o ambiente organizacional.

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor . São Paulo: Atlas, 2003. GITMAN, Lawrence J. Princípios da Administração Financeira ; 7ª. Ed. São Paulo: Harbra, 1997. GITMAN, Lawrence J. Princípios da Administração Financeira ; Ed. Pearson Addison Wesley, 10ª edição, São Paulo, 2004.

KASSAI, J. R.; KASSAI, S.; SANTOS, A.; ASSAF NETO, A. Retorno de investimento: abordagem matemática e contábil do lucro empresaria l. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000 . Revista Veja Edição 2059-ano41-nº18. Editora Abril. Sete de maio de 2008.

Page 64: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

64

ALIANÇAS ESTRATÉGICAS

Autoras: 1

Daniele Faustino

Edirlene Rodolfo

Orientador: 2

Jayme Brener

RESUMO

Este artigo tem por objetivo informar e analisar o entendimento das alianças empresariais de maneira a estudar como são formados e seus princípios latentes. Ao salientar observações sobre as parcerias que integram as organizações, deixando em evidencia as Joint Ventures ressaltando os aspectos mais abrangentes que integram e como estas podem influenciar.

Palavras-Chave : Alianças. Redes Estratégicas. Joint Ventures.

1 Acadêmicos da Univale

2 Professor do Curso de Administração da Univale-

Page 65: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

65

INTRODUÇÃO

Em virtude da expansão do ambiente empresarial as forças de mercado se

tornam cada vez mais competitivas, e em decorrência, utilizam-se de estratégias

empresariais acentuadas para atenuar os efeitos da crescente globalização dos

mercados. Uma alternativa que vem sendo utilizada com destaque são as estratégias

de alianças de empresas que se unem para compartilharem de habilidades

complementares, com efeito, essa prática popularizou-se e atualmente e bastante

comum as junções corporativas.

Estas alianças abrangem muito mais do que apenas vínculos isolados, estão

em todas as áreas da indústria, compreendem desde o setor farmacêutico, de telefonia,

automobilísticos dentre outros que acrescentam grandes avanços para o contexto

econômico mundial. Conforme o site

www.prodepa.psi.br/sqp/pdf/vantagemcompetitiva.pdf, “estabelecer e manter uma

vantagem competitiva é complexo, mas a sobrevivência e prosperidade de uma

empresa depende disso.”

ALIANÇAS ESTRATÉGICAS E SUA IMPORTÂNCIA.

A seguir destacam-se estudos mais abrangentes no que deve considerar os

aspectos e conceitos de alianças, joint ventures e as redes de alianças. A primeira com

ênfase significativa devida sua crescente popularização no contexto econômico.

As alianças podem ser definidas como ato de aliar, unir, juntar, combinar ou

pactuar.

Quando se somam esforços e juntam-se conhecimentos e recursos, abre-se

um leque com inúmeras possibilidades de ampliação e atuação, a busca por parcerias e

a construção de alianças tem sido pouco exploradas, apesar de serem necessárias

para o crescimento corporativo. As uniões tornam as empresas mais empreendedoras,

e as alinham com outras de porte e culturas diferentes, utilizando tecnologias e

recursos baseados na informação para atingirem novos mercados.

Page 66: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

66

É em prol de objetivos mútuos que se unem umas as outras, ativando áreas e

maximizando resultados para ambas as partes, alcançando vantagem que

isoladamente não conseguiriam obter.

As alianças estão estreitamente vinculadas às estratégias competitivas das empresas que devem concorrer no mercado global. Com efeito, as alianças estratégicas tornaram-se um meio de vida para algumas empresas e chegaram a transformar indústrias inteiras, a indústria e automação fabril é um labirinto de alianças que se interseccionam, e, na biotecnologia, as alianças são regra e não a exceção Também na indústria de computadores as alianças de todo tipo passaram a proliferar nos últimos anos. (RANGAN, YOSHINO 1997, p. 123).

As parcerias envolvem muito mais do que apenas a junção ou união,

vinculam-se a habilidades e talentos sendo consideradas em termos como a arte de

somar sinergicamente ressaltando pontos no quais a soma destes e das possibilidades

individuais resultem em beneficios para todos os participantes.

Destaca Rodrigues (1999, p. 188), que as uniões geralmente acontecem em

decorrência de um comportamento de defesa diante das ameaças de um inimigo em

comum, criando vantagem competitiva a fim de gerar novas fontes de lucro, entradas no

mercado com baixo risco, incitando parcerias do tipo ganha-ganha, desenvolvendo

respostas criativas diante o crescimento e da demanda, casando estas ao

fornecimento, antecipando e/ ou vencendo a resistência de parcerias em potencial para

a elaboração e criação de novos produtos e serviços dentro de uma indústria já

existente.

As empresas mais propensas a essas uniões são as multinacionais que se

baseiam em interesses competitivos, para compartilharem a divisão de riscos e custo

de projeto de pesquisa e desenvolvimento, de tecnologias já estabelecimentos. Mas

não significa que as pequenas empresas não adotem esse novo modelo de

competitividade que envolve interação entre ambas as partes, apesar de investimentos

financeiros mais baixos quando se unem interagem e aumentam seus recursos.

Kotabe, Helsen (2000 p. 263-264) sugerem que as alianças englobam quatro

razões genéricas para suas respectivas formações:

A defesa onde a meta principal é sustentar a liderança da empresa que aprende novas habilidades, obtém acesso a novos mercados, desenvolve ou aperfeiçoa outras capacidades que ajudam a reforçar a vantagem competitiva.

Page 67: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

67

As empresas também formam alianças quando desejam conquistar novos mercados essa razão e chamada de conquista , a permanência consiste em empresas que podem entrar em uma aliança para simplesmente permanecerem em um negocio. A reestruturação pode ser usada para rejuvenescer o negócio, geralmente um dos parceiros da aliança terminara adquirindo a unidade de negócio.

Figura 1 Formações de Alianças

Líder seguidora

Núcleo

Periférica

Posição de mercado da empresa

Reestruturar Permanecer

Conquistar Defender

Fonte: Adaptado (KOTABE, HELSEN. Administração de Marketing Global 2000, p.265).

Conforme Semenik & Bamossy (1995, p. 707), as vantagens competitivas das

empresas residem mais nas suas capacidades de criar, adquirir, coordenar o uso de

recursos dentro e fora das fronteiras nacionais do na posse de ativos individuais. Ele

deixa visível que duas forças motrizes são impulsos á alavanca de crescimento das

alianças, a globalização dos mercados e os avanços tecnológicos.

Complementa o autor que a primeira esta vinculada aos estilos de vida dos

consumidores e as praticas padronizadas de mercado, criando necessidade de

estruturas mais flexíveis e novos formatos organizacionais, a segunda e não menos

importante força motriz esta intimamente voltada aos avanços que levam á grande

mudanças, encurtando o ciclo de vida dos produtos, alianças voltadas para mercado

permitem um rápido acesso aos mesmos.

Page 68: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

68

Uma empresa pode começar gradativamente, e ir aumentando o tipo de

relacionamento no decorrer do tempo.

MOTIVOS PROPÍCIOS PARA FORMACAO DE ALIANÇAS

Inúmeros são os motivos que levam as empresas a realizarem as junções

corporativas como, por exemplo:

• Criar novos produtos e serviços dentro de uma indústria já existente; • Casar fornecimentos e demanda ; • Gerar novas fontes de lucro e entrar em novos mercados-com baixo risco; • Elaborar parcerias do tipo ganha-ganha e não apenas intercambio de serviços; • Tornar sua organização mais empreendedora; • Juntar-se a uma outra empresa de tecnologia, a fim de atingir novos mercados. (http://www.guiarh.com.br/p41.htm)

Estes motivos podem ser utilizados como estratégias de defesa, conquista,

permanência ou reestruturação, envolvidas junto a mudanças aceleradas na tecnologia,

e novas formas de competição ligados por varias formas de relacionamentos

colaborativos.

Esses motivos podem trazer vantagens quando alinhados aos objetivos

organizacionais ou desvantagens, tudo depende da maneira como são encaminhadas

as relações corporativas.

Vantagens

As notáveis vantagens que uma possível aliança pode oferecer vão desde a

união de pesquisas, desenvolvimento, tecnologias, riscos divididos, economias de

escala, investimentos compartilhados dentre outros que englobam com clareza essas

junções.

Page 69: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

69

Kotabe, Helsen (2000 p. 265) provavelmente a formula para as alianças

estratégicas bem sucedidas nunca será escrita, o que se pode distinguir são alianças

duradouras e alianças passageiras.

O que se pode evidenciar quanto a estas empresas, são as capacidades de

interagirem sinergicamente, multiplicando suas capacidades atuantes.

Desvantagens e/ou riscos

Salientar as vantagens dessas alianças é um requisito importante, mas

devemos deixar claro que não há somente condições favoráveis, existem também as

aversões no que se diz respeito a esses critérios, que devem ser analisados e com

cautela e precisão.

Hooley, Saunders, Piercy (2005, p. 323-324) lançam argumentos que devem

ser considerados para salientar e realizar limitações em potencial às redes de

organizações.

As alianças entre componentes fortes e fracos raramente funcionam, pois o

parceiro fraco torna-se um peso para a competitividade da parceria, o poder

dependendo do grau que exerce pode influenciar de maneira negativa para ambas as

partes, no caso o lado fraco de um assunto em questão. Comprometimento e

interdependência não devem ser ignorados ou subestimados, deve haver ligação direta

com o trabalho colaborativo, devem possuir propriedade igual e flexibilidade,

propriedade significa que ambos devem contribuir igualmente para a aliança

certificando que um parceiro esta preocupado com o sucesso do outro, a flexibilidade

está voltada para adaptabilidade, de acordo, com as necessidades do mercado novas

tecnologias e forças competitivas. Confiança é um fator de grande importância para

uma parceria não se dissipar, alguns exemplos de mau êxito se devem a falta deste e

também de comprometimento.

As fusões nem sempre atendem às expectivas da empresa adquirinte,

marcas desprestigiadas e forças de trabalho desmotivadas, são apenas alguns dos

possíveis desapontamentos.

Page 70: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

70

TIPOS DE ALIANÇAS ESTRATÉGICAS

Através as idéias anteriores Rangan, Yoshino (1997, p. 20-21), embasam

estudos sobre a existência de quatro tipos possíveis de alianças estratégicas que

chamamos de:

• Alianças pró competitivas são geralmente relações entre ramos de negócios, em cadeia vertical de valor, bem como fabricantes e seus fornecedores e distribuidores; • Alianças não competitivas tendem a ser uniões entre ramos de negócios, formados entre empresas não concorrentes; • Alianças competitivas são as semelhantes às não competitivas em termo de atividade conjunta, mas, diferentes porque os parceiros tendem a ser seus concorrentes diretos no mercado do produto final. • Alianças pré competitivas reúnem tipicamente empresas de ramos de negócios distintos e geralmente não relacionados, para trabalhar em atividades bem definidas, como o desenvolvimento de uma nova tecnologia.

Lorange, Roos (1996, p. 52-56) classifica as alianças em provisória, tipo

consorcio, Joint Ventures baseadas em projetos e Joint Ventures plenas. As alianças

provisórias possuem natureza defensiva, e geralmente são utilizadas em pesquisa e

desenvolvimento sendo oportunista ao explorar um novo segmento de mercado. Tipos

Consórcio são quando varias empresas com recursos limitados se unem para

desenvolver um projeto, Joint Ventures baseadas em projetos acontecem quando uma

empresa tem acesso ao mercado e a outra possui base tecnológica. Nas Joint Ventures

Plenas os recursos são oferecidos por ambas as partes que utilizam conjuntamente

seus esforços para reestruturação de um novo negócio, a seguir relataremos conceitos

mais abrangentes sobre este modelo de Joint ventures.

REDES ESTRATÉGICAS

As redes podem envolver varias empresas, tendo assim potencial para afetar

indústrias inteiras. Cobrem mais terrenos do que vínculos isolados e precisam de

menos esforços para localizar conhecimentos desejados.

Page 71: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

71

Lewis (1992, p. 85-90) evidencia diferentes tipos de redes, como por

exemplo:

Fonte : Adaptado (Lewis 1992, p. 85/ 90).

“Se você não possui a estrutura de referência para uma organização em

rede, é difícil fazer alianças estratégicas funcionarem. Temos que superar a lógica do

polvo e alcançar à lógica da rede. A “Organização em rede” exige uma estrutura

organizacional diferente, e, o que é mais importante, processos administrativos

diferentes”. (LORANGE; ROSS 1996, p. 30).

Hooley, Saunders, Piercy (2005, p. 316) Sugerem ao menos quatro tipos de

padrões de redes:

Redes sem sustentação dependem de outras para satisfazerem as

necessidades de seus clientes, reduzem os riscos no ambiente em permanente

mudança.

Redes Flexíveis possuem condições de rápidas mudanças ambientais, mas

se caracterizam por elos interorganizacionais que tendem a ser colaborativos e

duradouros, procuram estabelecer alianças com empresas empreendedoras como, por

exemplo, a Calyx & Corolla que desenvolvem internamente o designem, a promoção e

Redes verticais Ou como podem ser chamadas de adição de valor quando estas unidas possuem potencial para fortalecer cada uma das empresas dela participantes;

Redes de divisão e tecnologia

È uma forma valiosa e vem se fortalecendo, porque é uma forma rápida e de longo alcance e baixo custo;

Redes de desenvolvimento

Uma forma importante para o desenvolvimento de novos produtos, processos ou tecnologias, provem de condições para inovações, fontes múltiplas de conhecimento, diferentes e interligadas de forma flexível através de muitos vínculos, com todos os membros perseguindo o mesmo objetivo.

Redes de participações acionárias

Seus membros precisam estar dispostos a colocar sua mutua necessidade estratégica acima do valor dos investimentos que fazem uns aos outros.

Page 72: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

72

a determinação dos preços, reinventando a indústria varejista de comercialização,

usando uma rede de parceiros externos para produzir as flores e entregá-las ao cliente.

Redes de valor agregado associado a ambientes menos mutáveis, fazendo

uso de uma rede global de fornecedores e ainda sim mantendo as operações internas

mais importantes, podendo terceirizar muitas funções que agregam valor, conservando

a responsabilidade pela inovação e designem do produto. Adequada a situações em

que não são necessárias tecnologias complexas e ofertas de produtos customizadas.

Redes virtuais esta associada às baixas mudanças ambientais, obtendo

adaptabilidade em parcerias de longo prazo, proporcionando proteção contra os riscos

de mercados e acesso a novas tecnologias, sendo o método mais comum de

colaboração.

JOINT VENTURES

“Joint venture ou empreendimento em conjunto é uma associação de

empresas, não definitiva e com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negocio(s),

sem que nenhuma delas perca a personalidade Jurídica”. (http:// pt.wikipedia.org.

/wiki/joint_venture)

A empresa que corporiza uma joint venture tanto pode ser criada de novo

quando resultar da combinação de entidades ou unidades pertencentes a membros das

alianças.

“Diante da necessidade de adaptação a esse ambiente de acirrada

competição, empresas em todo o mundo tem, paradoxalmente, recorrido a estratégias

colaborativas como forma de adquirirem habilidades que ainda não possuem”.

(RODRIGUES 1999, p. 99)

As transformações tecnológicas tanto na fabricação de produtos, nas

comunicações, queda nos custos e transportes entre outros tem possibilitado que as

empresas distribuam etapas de sua produção, um bom exemplo é a indústria

automobilística que distribui etapas de sua produção entre vários paises, centralizando

o processo de montagem.

Page 73: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

73

As Joint Ventures tangem características interessantes referentes à

comunicação e os avanços tecnológicos, em face dos concorrentes locais e poder de

mercado multinacional, um interessante exemplo de Joint Venture é a junção da

telefônica da Espanha e a Telecom de Portugal, estas unidas formam uma das mais

expressivas operadoras do segmento de telefonia móvel, a vivo.

As Joint Ventures possuem o maior controle sobre as operações do que a

maioria dos modos de entrada, as empresas que gostam de maximizar o grau de

controle preferem a propriedade plena. Mas em algumas situações a governos que

desestimulam ou proíbem negócios e propriedade total de estrangeiros, como por

exemplo, China. Nestes casos as parcerias são uma segunda melhor solução, ou

solução temporária.

Rodrigues (1999, p.102) conforme o quadro abaixo existe quatro maneiras

possíveis de Joint Ventures serem formadas:

SUCESSO E LIMITACÕES

Não há ingredientes mágicos para melhorar a estabilidade das Joint

Ventures, a grande maioria delas prospera devido à escolha adequada dos sócios, pois

a presença de habilidades complementares é uma das características da joint ventures

bem sucedidas.

Adoção Refere-se a aquisição de parte de uma outra organização;

Renascimento È a transferência de tecnologias de uma empresa estrangeira a uma empresa domestica que se encontra em dificuldades, participação de ambas na propriedade.

Procriação Quando uma empresa nova e formada resultante de Know-how, como exemplo já citado anteriormente a empresa telefônica e telecom que uniram seu Know-how para que pudessem formar uma nova empresa.

Laços Familiares

Quando se adquiri parte da propriedade de um fornecedor.

Page 74: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

74

Algumas evidências indicam que a similaridade em termos de recursos e

tamanho devem ser combinadas para um melhor resultado, como por exemplo, um forte

relacionamento já desenvolvido com fornecedores e consumidores.

Parcerias não significam apenas capital e riscos compartilhados apesar de

não ser fácil esboçar um perfil um ideal os objetivos devem estar claros para ambas as

partes desde o início, até mesmo porque os futuros parceiros devem compreender e

superar as diferenças culturais existentes estando comprometidos e dispostos a dedicar

o seu melhor talento gerencial.

Algumas limitações podem ser a falta de confiança e os conflitos mútuos,

mesmo havendo boas intenções por traz das formações algumas não conseguem

superar as diferenças culturais construindo uma barreira que não permite crescimento.

AS CINCO FORÇAS QUE IMPULSIONAM A COMPETITIVIDADE.

Deve se analisar o mercado para saber que tipo de estratégia será mais bem

aplicada aos princípios básicos da organização, esta análise pode ajudar os gerentes a

identificar as chaves para competitividade em seu setor especifico.

Segundo Hooley, Saunders, Piercy (2005, p. 87), Conhecer cada uma das

forças e fundamental para saber qual estratégia deve ser inserida e de que maneira vai

influenciar nos negócios, um ponto de partida é a identificação das forças, logo em

seguida os grupos estratégicos os quais proporcionam uma base útil para compreensão

das oportunidades das ameaças enfrentadas por empresas individuais. É dentro desses

grupos que as empresas competem para crescer, sobreviver ou encolher.

Page 75: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

75

Figura 2 Modelo das Cinco Forças de Porter

SUBSTITUTOS

CONCORRENTES

INTENSIDADE DA RIVALIDADE

COMPRADORESFORNECEDORES

NOVOS ENTRANTESBARREIRAS DE ENTRADA

ECONOMIAS DE ESCALA

DIFERENÇAS DE PRODUTOS PRIVADOS

IDENTIDADE DE MARCA

CUSTOS DE MUDANÇA

EXIGENCIAS DE CAPITAL

ACESSO A DISTRIBUIÇÃO

VANTAGENS DE CUSTO ABSOLUTO

CURVAS DE APRENDIZADO PRIVADO

ACESSO AOS MATERIAIS NECESSARIOS

DESIGN DE PRODUTO BAIXO CUSTO

POLITICA GOVERNAMENTAL

RETALHAÇÃO ESPERADA

DETERMINANTES DE PODER DO COMPRADOR

DIFERENCIAÇÃO DE MATERIAIS

CUSTOS DE MUDANÇA DOS FORNECEDORES E EMPRESAS NA INDUSTRIA

PRESENÇA DE MATERIAIS SUBSTITUTITOS

CONCENTRAÇÃO DE FORNECEDORES

IMPORTANCIA DO VOLUME PARA O FORNECEDOR

CUSTO RELATIVO EM RELACAO AS COMPRAS TOTAIS NA INDU STRIA

IMPACTO DOS MATERIAIS NO CUSTO OU DIFERENCIAÇÃO

AMEAÇAS DE INTEGRAÇÃO PARA FRENTE RELATIVA À AMEAÇA DE INTEGRAÇÃO PARA TRÁS PELAS EMPRESAS NA INDUSTRIA.

DETERMINANTES DE RIVALIDADE

CRESCIMENTO DA INDUSTRIA CUSTOS FIXOS (OU ARMAZENAGEM) / VALOR AGREGADO

EXECESSO DE CAPADADE INTERMITENTE

DIFERENÇAS DE PRODUTO

IDENTIDADE DE MARCA

CUSTOS DE MUDANÇA

CONCENTRAÇÃO E EQUILIBRIO

COMPLEXIDADE INFORMACIONAL

DIVERSIDADE DE COMPETIDORES

INTERESSES CORPORATIVOS

BARREIRAS DE SAÍDA

DETERMINANTES DO PODER DO VENDEDOR

ALAVANCAGEM DE BARGANHA

CONCENTRAÇÃO DE COMPRADORES

VERSUS CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS;

VOLUME DE COMPRAS;

CUSTOS DE MUDANÇA DO COMPRADOR

RELATIVOS AOS CUSTOS

DE MUDANÇA DA EMPRESA ;

INFORMAÇÕES DO COMPRADOR;

CAPACIDADE DE INTEGRAR PARA TRÁS ;

PRODUTOS SUBSTITUTOS ;

LUCRATIVIDADE .

SENSIBILIDADE AO PREÇO

PREÇO/ COMPRAS TOTAISDIFERENÇAS DE PRODUTOS IDENTIDADE DE MARCAIMPACTO EM QUALIDADE/DESEMPENHOLUCRO DO COMPRADORINCENTIVOS PARA OS TOMADORES DE DECISÃO

DETERMINANTES DA AMEAÇA DE SUBSTITUIÇÃODESEMPENHO RELATIVO E PREÇO DOS SUBSTITUTOS VERSUS CONCENTRAÇÃO DA EMPRESA

CUSTOS DE MUDANÇA

PROPENSÃO DO COMPRADOR PARA SUBSTITUIR

AMEAÇA DE N OVOS ENTRANT ES

PODER DE BARGANH A D OS FORN ECED ORES PODER DE BARGANH A D OS FORN ECED ORES

AMEAÇAS DE SUBSTITUTOS

Fonte: (MINTZBERG, HENRY... [et al] 2006 p. 96)

Novos entrantes, a ameaça existe quando são baixos os custos de entrada e

saída, a alianças fortalecem e/ou bloqueiam a entradas de novas empresas, mas por

outro lado também se unem para pular essas barreiras de entrada.

Economias de escala favorecem as alianças através da redução de custos de

produção, incrementando os bens e serviços quando se aumenta a dimensão das

empresas. Algumas empresas possuem um nome (uma marca), o posicionamento dos

produtos na mente dos consumidores tornando esse elemento uma barreira para novos

entrantes, existem alianças em que empresas de menor prestigio se unem a marcas de

status para diferenciarem seus produtos, e aumentar suas capacidades de vendas. Os

acessos aos canais de distribuição podem limitar, mas através das uniões de forças

podem conjuntamente criar seus canais de distribuição. Fornecedores podem ameaçar

as empresas ao elevarem os seus preços ou diminuírem a qualidade dos produtos e

serviços fornecidos e, com isto, podem comprometer a rentabilidade de uma indústria

Page 76: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

76

caso ela não consiga repassar os aumentos dos custos em seus próprios preços, por

essa razão parcerias com fornecedores podem ser vantajosas.

Os compradores maiores tendem a ter mais força, e podem negociar preços

mais baixos, quando acontecem as alianças, as empresas consecutivamente se tornam

mais poderosas.

Os produtos substitutos limitam o potencial de um setor, o que ira diferenciá-

lo em relação aos outros é a qualidade, preço e desempenho em relação aos demais, e

a disponibilidade dos compradores em possuí-los.

As forças competitivas podem ser criadas em quatro áreas:

• Combinar esforços em relação aos fornecedores para criar maior poder de barganha nessa área em termo de poder de compra e/ou desenvolver contratos favoráveis a longo prazo. • Combinar esforços Vis-à-Vis aos consumidores, oferecer um conjunto mais amplo de produtos e manter uma força de vendas mais forte para ficar em melhor posição de satisfazer as necessidades dos consumidores. • Combinar esforços para desenvolver e explorar nova tecnologia por esforços conjuntos e/ou combinando tecnologias complementares. Isso pode levar a um possível “salto” sobre os concorrentes. • Combinar esforços para atingir um tamanho que evite novos entrantes. Isto é, criar barreiras a entradas mais eficazes e/ou combinar esforços para diminuir o numero de participantes independentes no negocio especifico e manter capacidade e produção excessiva, isto é, reduzir as barreiras à saída. (LORANGE; ROOS 1996, p. 47)

Parcerias com fornecedores quando acessíveis diminuem os custos e

aumentam a lucratividade, a dificuldade ocorre quando estes se juntam e oligopolizam

operações no sentido de restringir a concorrência e elevar preços. Uns exemplos de

produtos substitutos são a televisões e câmeras digitais substituindo os equipamentos

analógicos, onde as empresas se unem para pesquisas e desenvolvimento de novos

produtos com um altíssimo grau de tecnologias e investimentos, as alianças oferecem

segurança para ambas as empresas alcançando um patamar que individualmente seria

irrealizável.

Page 77: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

77

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se que apesar de não serem muito estudadas as parcerias

representam grandes avanços e estão crescendo cada vez mais, as alianças

estratégicas é baseada no comprometimento das capacidades de cada parceiro,

incentivando criar uma relação de confiança entre ambos, a escolha destes parceiros

como citada anteriormente é um fator que influencia significativamente os negócios.

As parcerias surgem devido à competitividade, estando estas unidas tem

mais chances de enfrentarem as barreiras dos mercados, o incremento de tecnologias

representam oportunidades de avanços para o crescimento destas empresas.

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS

LEWIS, Jordan. Alianças Estratégicas, Estruturando e Administrando parcerias

para o aumento da lucratividade , São Paulo: Pioneira, 1992

YOSHINO, Michael Y.RAGAN, U. Srinivasa. Alianças Estratégicas, Uma abordagem

empresarial á globalização , São Paulo: Makron Books, 1997.

RODRIGUES, Suzana Braga. (organização) Competitividade, alianças estratégicas e

gerência internacional, São Paulo: Atlas S.A, 1999

KOTABE, Masaaki. HELSEN, Kristiaan. Administração de Marketing Global , São

Paulo: Atlas, 2000

LORANGE, Peter. ROOS, Johan. Alianças Estratégicas, Formação, Implementação

e Evolução , São Paulo: Atlas S.A, 1996.

HOOLEY, Graham J.SAUNDERS, John A. PIERCY, Nigel F. Estratégia de Marketing

e Posicionamento Competitivo, 3ª ed. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2005.

http://www.prodepa.psi.br/sqp/pdf/VantagemCompetitiva.pdf. Acessado 09/10/2008

http:// pt.wikipedia.org. /wiki/joint_venture. Acessado 08/10/2008 00:23)

Page 78: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

78

PONTO DE EQUILÍBRIO PARA PLANEJAMENTO E MONITORAMEN TO

EMPRESÁRIAL

Leila Aparecida dos Santos1

Marcelo Brito de Lima1

Moisés Dias Lemos1

Eliseu Pereira Lara2

RESUMO

O PONTO DE EQUILÍBRIO (PE) é um indicador de segurança do negócio, ele indica

em que momento, a partir das projeções de vendas do empreendedor, a empresa

igualará suas receitas e seus custos. Além disso, compreende como o lucro poderá ser

afetado pelas variações nos elementos que integram as receitas de vendas e os custos

e despesas totais. Corresponde a certo nível de atividades onde o lucro será nulo. Com

isso, é eliminada a possibilidade de prejuízo na sua atividade.

Devido ao fato de se tratar de uma técnica muito simples, o meio empresarial a utiliza

muito. Dependendo das necessidades do empresário, o ponto de equilíbrio pode sofrer

algumas variações, que auxiliam o empresário a tomar decisões corretas.

Palavras-chave: Ponto de equilíbrio. Custos. Margem de Contribuição. Planejamento e

Controle.

1Alunos do 5º semestre do Curso de Ciências Contábeis da Univale 2Professor Mestre da Univale

Page 79: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

79

1.INTRODUÇÃO

Este artigo tem por finalidade apresentar uma eficiente maneira de gerar

informações que propiciem análises e estudos, dando base para tomadas de decisões

de curto e longo prazo, sendo o Ponto de Equilíbrio o objeto deste artigo.

O Planejamento e Monitoramento sistemático do ponto de equilíbrio (PE) de

uma empresa são decisivos para o seu sucesso. O desafio é fazer isso de uma forma

rápida, intuitiva e eficiente através da abordagem de seus conceitos, tipos, vantagens e

limitações.

Mesmo apresentando alguns percalços, o ponto de equilíbrio pode ser

considerado uma excelente ferramenta de gestão, dada a possibilidade de proporcionar

simulações variadas na busca de informações que suportem decisões.

2.ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO

O ponto de equilíbrio ocorre quando a receita total é suficiente para cobrir os

custos fixos e variáveis, não se apurando lucro ou prejuízo, portanto seu resultado é

igual a zero.

Segundo Sanvicente ( 1993, p. 193),

Entende-se por ponto de equilíbrio das operações de uma empresa aquele nível ou volume de produção ou atividade em que o resultado operacional é nulo, ou seja, as receitas operacionais são exatamente iguais ao valor total das despesas operacionais.

Em síntese, o Ponto de Equilíbrio nada mais é que o ponto mínimo para que

a empresa não tenha prejuízo.

O gráfico da figura 01 representa uma empresa que precisa vender cinco

unidades de produtos para alcançar seu ponto de equilíbrio.

Page 80: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

80

Figura 01 – Representação do Ponto de Equilíbrio.

Fonte: adaptado de Braga (1995, p.185).

Para Gitman (1997, p.149),

A análise do ponto de equilíbrio, que às vezes é chamado de análise da relação custo/volume/lucro, é importante para a empresa já que lhe possibilita: 1) determinar o nível de operações que precisa manter para cobrir todos os custos operacionais; 2) avaliar a lucratividade associados a vários níveis de vendas. O ponto de equilíbrio operacional de uma empresa é o nível de vendas necessárias para cobrir todos os custos operacionais.

As empresas utilizam a técnica de análise do Ponto de Equilíbrio para

mostrar o efeito do preço de vendas dos produtos; outros preços também poderão ser

demonstrados, dessa forma, se estabelecerá um preço aceitável ao consumidor,

proporcionando inclusive lucratividade suficiente para investir no negócio.

Para Martins (1990, p. 228), “O Ponto de Equilíbrio (também chamado de

Ponto de Ruptura – “Break-even Point”) nasce da conjunção dos custos totais com as

receitas totais”.

Para a aplicação dessa técnica, os custos e despesas devem ser

devidamente separados e classificados em fixos e variáveis. Deve-se atentar à

R$

Q

RT

CF

CV

2 1 3 4 5

1.000,00

2.000,00

3.000,00

4.000,00

5.000,00

6.000,00

7.000,00

Page 81: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

81

separação deles nos chamados custos semivariáveis ou semifixos. Para que haja,

assim, uma verdadeira e fiel demonstração de como e quando será alcançado o ponto

de equilíbrio, dando base para várias decisões empresariais.

As definições destes custos serão descritas a seguir:

3.TIPOS DE CUSTOS

A gestão de custos é um mecanismo imprescindível para ser competitivo,

visto que ela fornece os dados que servem de base para o planejamento e controle na

busca de maior eficiência e eficácia nos processos produtivos.

Segundo Sanvicente (1981, p.233),

O ponto de equilíbrio trata-se de um enfoque formal de planejamento e análise das operações da empresa, baseado fundamentalmente no reconhecimento do fato de que certos custos são fixos (em relação ao volume de produção e atividade), enquanto outros variam diretamente com esse volume. É evidente, portanto, que a aplicação dessa técnica exige a identificação desses itens de custo fixo e variável.

Custos referem-se aos gastos ocorridos para a fabricação de bens ou

serviços. Os custos ainda podem ser classificados em:

3.1 CUSTOS FIXOS

Custos fixos são aqueles que não têm nenhum vínculo com o aumento ou a

diminuição da produtividade da empresa, seus valores são constantes.

Para Wernke (2004 p. 14),

Custos fixos são aqueles gastos que tendem a se manter constantes nas alterações das atividades operacionais, independentemente do volume de produção. São os custos que têm seu montante fixado não em função de oscilações na atividade, ou seja, sem vínculo com o aumento ou diminuição da produção.

O Custo Fixo Total é a soma daquelas despesas que existem, mesmo

quando a empresa não vende nenhum produto ou não presta nenhum serviço. Os

custos são fixos independentemente da quantidade produzida.

Page 82: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

82

Exemplo:

Tanto para a produção de 100 produtos ou 1.000, o aluguel da fábrica terá o

mesmo valor, isso se deve ao fato de o custo ser previamente fixado. O custo em

questão é fixo.

Figura 02 – Representação dos Custos Fixos.

Fonte: adaptado de Braga (1995, p.181).

3.2 CUSTOS VARIÁVEIS

Este tipo de custo está relacionado diretamente à quantidade que a empresa

produz, se a empresa aumentar a quantidade de produção, conseqüentemente, seus

custos aumentarão na mesma proporção.

As principais características dos custos marginais (variáveis) são as

seguintes:

- em termos de custos marginais totais, quanto maior for o volume de

vendas, maiores serão os custos variáveis totais.

R$

Q

CF

Page 83: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

83

- em termos unitários, os custos marginais permanecem constantes.

Sanvicente (1981, p. 236) ressalta que

os custos variáveis são aqueles que se alteram em relação direta com as modificações do volume de atividade. Portanto, o custo variável total (CVT) é perfeitamente variável, como o próprio termo indica, e o custo variável unitário é fixo, ou seja, constante.

Exemplo:

A matéria prima que a empresa usa para produzir 100 produtos, sem dúvida,

não será a mesma para produzir 1000, portanto, é um custo variável.

Figura 03 – Representação dos Custos Variáveis Totais.

Fonte: adaptado de Braga ( 1995, p.181).

3.3 CUSTOS SEMIVARIÁVIES OU SEMIFIXOS

São aqueles que variam em função do volume de produção ou das vendas,

mas estes possuem alguma parcela de custos fixos. Podem ser também custos que são

R$

Q

CVT

Page 84: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

84

constantes até certos volumes de produção e, quando há uma variação que ultrapasse

os limites do custo, eles se modificam em degraus até outra quantidade de produção.

Exemplo:

Alguns vendedores têm salários compostos por partes fixas e variáveis. A

fixa é aquela que é previamente estabelecida pelo Acordo Coletivo de Trabalho; a

variável é a comissão que o trabalhador recebe de acordo com as vendas efetuadas

durante um determinado período.

Figura 04 – Reprodução gráfica dos Custos Semivariáveis.

Fonte: adaptado de Braga (1995, p.181)

Braga descreve este tipo de custos de uma forma mais simples (1995,

p.180): “Alguns custos contêm elementos variáveis e fixos e a análise do ponto de

equilíbrio requer a separação desses elementos de forma a agregá-los nas duas

categorias anteriores”, as de custos variáveis e fixos.

R$

Q

CFV

Page 85: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

85

4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Margem de contribuição (MC) consiste na dedução dos custos variáveis do

preço de venda, tal diferença será responsável para pagar os custos fixos. Após os

pagamentos de todos os custos fixos, a margem de contribuição se acumulará para

assim iniciar a formação do lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR).

Na concepção de Braga (1995, p. 182),

A margem de contribuição total corresponde à parcela remanescente das receitas de vendas após serem deduzidas os custos variáveis totais. Abatendo dessa margem de contribuição os custos operacionais fixos, encontraremos o lucro operacional que neste tipo de análise costuma ser identificado por LAJI ou LAJIR (Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda). O valor do LAJI deve ser suficiente para cobrir os custos financeiros fixos e produzir um resíduo que após a tributação do imposto de renda, corresponderá ao lucro líquido do período.

Margem de Contribuição não significa lucro. Uma empresa pode ter uma MC

grande, mas se ela vender uma pequena quantidade de produtos num determinado

período terá prejuízo, porque a MC total pode ser insuficiente para cobrir os Custos

Fixos.

MC = (PV x CV)

Segue a tabela 01 que exemplifica o cálculo da Margem de Contribuição:

Tabela 01 – Identificando a MC / unidade do produto A.

Fonte: acadêmico.

A margem de contribuição é um importante dado para se achar o ponto de

equilíbrio. A simplicidade desta técnica explica a sua ampla utilização no meio

R$20,00 Preço de venda

R$14,00 (=)MC / unidade

R$ -6,00 (-)custo variável unitário

Page 86: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

86

empresarial. Dependendo das necessidades do empresário, o ponto de equilíbrio pode

sofrer algumas variações que serão mencionadas a seguir:

5 TIPOS DE PONTO DE EQUILÍBRIO

A diferença fundamental entre eles está na maneira de como os custos fixos

são considerados, existem alguns tipos de ponto de equilíbrio, mas o trabalho vai

abordar os três principais e mais usuais (contábil, econômico e financeiro);

5.1 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC): custos contábeis.

Identifica a quantidade mínima a ser vendida para cobrir os custos contábeis

da empresa. Representa o ponto de equilíbrio operacional e é adequado para análises

de médio prazo.

De acordo com Wernke (2004, p. 50),

O ponto de equilíbrio contábil define o número de unidades de produtos que deve ser fabricado e vendido para que o resultado seja zero (...). Assim, cada produto vendido deve cobrir, com sua margem de contribuição unitária, uma parte dos custos fixos totais da empresa.

PEC =

Exemplo prático 01:

A Indústria Ivaiporã fabrica um tipo de produto e, para o próximo exercício social, projetou os seguintes dados:

• Preço unitário = 20,00

• Custo variável = 6,00

• Custos Fixos = 35.000,00

Custo fixos (R$) Margem de contribuição unitária (R$)

Page 87: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

87

Figura 05 – Gráfico do ponto de equilíbrio contábil, exemplo 01.

Fonte: acadêmico.

5.2 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE): são adicionados os custos de oportunidades

e outros de gênero.

Esse tipo de ponto de equilíbrio mostra a quantidade mínima que a empresa

terá que vender para assegurar uma rentabilidade pré-estabelecida. É adequado para

análises de longo prazo.

Wernke (2004, p. 53) enfatiza dizendo que

a cobrança para atingimento de metas de lucros obriga o gestor a buscar a informação de qual número de unidades é necessário vender para alcançar o objetivo fixado pela a diretoria da empresa. A quantidade necessária para atingir o lucro desejado é calculada pelo ponto de equilíbrio econômico (PE econ.).

R$

Q

RT

CF

CV

1000

500

1500

2000

2500

10.000,0

20.000,0

30.000,0

40.000,0

50.000,0

60.000,0

70.000,0

PEC= 35.000,00

14,00 = 2.500 UN.

Page 88: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

88

Os custos de oportunidade são muito subjetivos e difíceis de serem

calculados. São apenas instrumentos gerenciais que dão apoio à tomada de decisões,

não representam necessariamente custos reais da empresa.

PEE =

Exemplo prático 1.1:

A Indústria Ivaiporã tem um Patrimônio Líquido de R$300.000,00, sobre o

qual os acionistas desejam obter um retorno de 10% anuais. Isso significa que o lucro

líquido deveria totalizar R$60.000,00. A partir desses dados podemos calcular o ponto

de equilíbrio econômico.

Figura 06 – Representação gráfica do exemplo 1.1.

Fonte: acadêmico.

PEE= 35.000,00+30.000,00

14,00 = 4.643 UN.

Q

RT

CF

CV

1000

500

1500

2000

2500

10.000,00

20.000,00

30.000,00

40.000,00

50.000,00

60.000,00

70.000,00

3000

3500

4000

4500

80.000,00

90.000,00

100.000,00

Custos fixos (R$) + Lucro desejado (R$) Margem de contribuição unitária (R$)

R$

Page 89: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

89

5.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF): consideram-se apenas os custos

desembolsados.

Informa quanto a empresa terá que vender para não ficar sem dinheiro,

precisando, dessa forma, de empréstimos, o que pode prejudicar ainda mais sua

lucratividade. O ponto de equilíbrio financeiro é adequado para análises de curto prazo.

Na visão de Braga (1995, p.192), o “ponto de equilíbrio financeiro total é

quando as receitas de vendas seriam suficientes para cobrir os desembolsos com

custos operacionais, despesas financeiras e amortização das dívidas”. A análise do

ponto de equilíbrio financeiro é realizado em relação às despesas pagas.

PEF =

Este tipo de PE é mais adequado para gerente financeiro, pois considera

apenas a movimentação do caixa, desconsiderando despesas não desembolsáveis.

Exemplo prático 1.2:

Os custos fixos totais contêm despesas de depreciação no valor de

R$5.000,00, que consideramos como um custo de desgaste ou obsolescência do ativo

imobilizado, não envolvendo nenhum desembolso. Somado a isso, no mesmo período,

houve um pagamento de dívidas com fornecedores no valor de R$7.800,00. O ponto de

equilíbrio financeiro será calculado com esses dados.

PEF= 35.000,00 – 5.000,00 + 7800,00

14,00 = 2700 UN.

Custos fixos (R$) – Depreciações (R$) + Dívidas do período (R$) Margem de contribuição unitária (R$)

Page 90: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

90

Figura 06 – Reprodução gráfica do exemplo 1.2

Fonte: acadêmico.

6 LIMITAÇÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO

Por ser muito simples, a análise do ponto de equilíbrio é amplamente usada

para projeções empresariais. Justamente por sua simplicidade, traz consigo limitações

que devem ser analisadas.

BRAGA relata algumas limitações (1995, p.200):

• A análise desconsidera a formação de estoques, pressupondo que toda a produção seja vendida instantaneamente. • O ponto de equilíbrio decorre de uma relação estática entre custos totais e receitas de vendas, e essa relação valerá apenas para certo intervalo de significância da análise... • Nem sempre é possível decompor com precisão os custos semivariáveis. • Muitas conclusões somente são possíveis admitindo-se que os elementos envolvidos se comportem linearmente, e isto nem sempre corresponde à realidade. • Quando a empresa opera com diversos produtos, a determinação dos pontos de equilíbrio e as conseqüentes conclusões somente serão válidas em determinadas circunstâncias.

Uma das constatações que ficou evidente é que o seu uso deve ser

empregado pelos gestores apenas para decisões gerenciais de curto prazo.

R$

Q

RT

CF

CV

1000

500

1500

2000

2500

5.000,00

10.000,00

15.000,00

20.000,00

25.000,00

30.000,00

35.000,00

3000

3500

40.000,00

45.000,00

Page 91: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

91

CONCLUSÃO

Em linhas gerais, foram analisadas, ao longo do trabalho, várias informações

decisórias proporcionadas pela aplicação do ponto de equilíbrio, técnica que pode gerar

grandes benefícios às organizações do mercado atual, que está altamente competitivo,

exigente e globalizado. Não é difícil de constatar que o ponto de equilíbrio é uma

ferramenta de grande utilidade no processo de gestão empresarial, e que mesmo

apresentando algumas limitações quanto a sua utilização como fonte de informações

para a organização, pode ser considerada imprescindível, dada a facilidade de sua

aplicação em vários tipos de cenários que o ambiente atual concede à sociedade.

REFERÊNCIAS:

BRAGA, Roberto, Fundamentos e técnicas de administração financeira , São Paulo. Atlas, 1995. CASAROTTO FILHO, Nelson. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisões, estratégi a empresarial . 9º ed. São Paulo: Atlas, 2000. GITMAN, Lawrence J., Princípios de administração financeira . 7º ed. Editora Harbra, 1997. HERNANDEZ PEREZ JUNIOR, José, et. al. Gestão de estratégia de custos . 5º ed. São Paulo. Atlas, 2006. MARTINS, Eliseu, Contabilidade de Custos . 4º ed. São Paulo. Atlas, 1990. SANTOS, Joel J., Análise de custos: remodelado com ênfase para siste ma de custeio marginal, relatórios e estudos de casos . 4º ed. São Paulo. Atlas, 2005. SANVICENTE, Antônio Zoratto, Administração financeira . 3º ed. São Paulo. Atlas, 1987. SILVA, José Barbosa J., Conselho regional de contabilidade do Estado de São Paulo. Custos: ferramentas de gestão . São Paulo. Atlas, 2000. WELSCH, Glenn A., Orçamento empresarial: Planejamento e controle do l ucro ; tradução de Antônio Zoratto Sanvicente. 3º ed. São Paulo. Atlas, 1980.

Page 92: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

92

WERNKE, Rodeney, Gestão de custos: Uma abordagem prática . 2º ed. São Paulo. Atlas, 2004.

Page 93: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

93

GESTÃO DE COMPRAS

Autores1 Fabiana Ap. Pereira da Silva

Fábio Huida Thaís Fernandez Cruz

Orientadora 2

Profª Ms. Nanci Ribeiro Prestes

RESUMO

Este artigo teve como objetivo mostrar a importância da função compras, suas responsabilidades para com a empresa, desde a escolha de um bom fornecedor, planejamento prévio e a garantia de que o material comprado tenha quantidade, qualidade certas e que chegue no prazo certo, para que a empresa possa funcionar de forma a satisfazer as necessidades de produção ou de venda dos produtos acabados. O departamento de compras tem seus objetivos, mas se não estiverem alinhados com o objetivo da empresa não terá nenhuma relevância, conforme apresentado no decorrer deste trabalho. O profissional de compras deve ser acima de tudo ético, para desempenhar suas funções com excelência, esse profissional tem a responsabilidades quanto à aplicação eficaz do capital investido no estoque, ele tem regras e normas a seguir, uma delas é o código de ética. Dessa forma, a função compras tem grande destaque dentro das empresas, mesmo com problemas externos, como crises de preços, deve desempenhar sua função para que atenda às necessidades das empresas e satisfação da clientela. O departamento de compras tem que se atualizar constantemente, estar sempre se inovando e acompanhando a evolução dos equipamentos e formas de comprar para se manter no mercado competitivo.

Palavras-Chave : Gestão de Compras, Estoque, Organização, Função Compras.

1 Os autores são alunos do Curso de Administração da Univale – Faculdades Integradas do Vale do Ivai

2 A orientadora é professora do Curso de Administração da Univale – Faculdades Integradas do Vale do Ivai

Page 94: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

94

Introdução

A função compras desempenha um papel relevante na administração de

materiais, pois é responsável pelo suprimento das necessidades de itens para produção

interna, ou revenda, assim como, itens essenciais à prestação de serviços, de forma

que não haja faltas que interrompa um processo de produção ou deixe de vender, mas

também que não haja sobras que ocasionem em custos de armazenagem e capital de

giro imobilizado. É de responsabilidade do setor de compras a qualidade do material

comprado, a quantidade certa e o acompanhamento dos pedidos para verificar se os

itens chegaram em boas condições, e no prazo contratado. Um dos pontos mais

importantes para que se tenha um bom funcionamento da função compras, é previsão

das necessidades, deve-se ter informações de quantidade, qualidade e prazo e

entrega. Essas informações são fundamentais para que o comprador possa fazer o seu

trabalho.

Segundo Dias (2008 p.259), os objetivos básicos de uma seção de compras

seriam:

a) Obter um fluxo contínuo de suprimentos; b) Organizar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo do

investimento; c) Comprar materiais aos menores preços, seguindo padrões de

qualidade e quantidade; d) Procurar as melhores condições, principalmente de pagamento, dentro

de uma negociação e honesta.

Esses objetivos devem estar alinhados aos objetivos da empresa, para que

os clientes internos e externos sejam bem atendidos. Dando a função compras um

dinamismo, utilizando meios mais modernos na realização da função, visando de forma

efetiva a minimização de custos, pois apresentam uma parcela considerável nos custos

totais da empresa.

Evolução da função compras

Nas décadas de 50 e 60, a função compras conquistou espaço como técnica

de execução e foi definida como departamento administrativo, tendo pessoas treinadas.

Page 95: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

95

Foi nessa época que apareceram os cargos de diretor de materiais, diretor de

suprimentos, chefe de compras, entre outros. Na década de 70, houve dois grandes

problemas, o déficit internacional de toda matéria-prima e o aumento dos preços da

matéria-prima. Novamente a função compras fica em destaque, pois tinha que

conseguir matéria-prima com preços realistas. Logo na década de 80, ficou evidente

que as organizações deveriam ter um departamento de compras estratégico, para

poder competir tanto no mercado nacional quanto internacional. Em 1990, a função

compras assume uma característica estratégica. No século XXI a função compra esta

voltada para a integração dos processos administrativos, a competitividade fez com que

as organizações se reestruturassem, mudassem seus processos de atividades,

tornando-os estruturados, dinâmicos, flexíveis, com melhor qualidade e menor custo.

Por causa da evolução a função compras deixou de ser burocrática para se tornar

estratégica.

Hoje o profissional de compras tem como otimizar seu trabalho. As empresas

de softwares investiram em sistemas destinados para a função compras. São sistemas

capazes de conferir estoque, classificar itens a serem comprados, avaliar fornecedores,

controlar estoque, avaliar cotações, apurar preço de custo, entre outras funções. A

tendência é que os equipamentos continuem evoluindo, que o profissional esteja cada

vez mais estruturado, para que seu trabalho seja feito com mais eficiência.

(LEENDERS, 2002)

Conforme abordado por Martins e Campos ( 2007, p. 82),

hoje a função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos (supply chain) Por isso, muitas empresas passaram a usar a denominação gerenciamento da cadeia de suprimentos, um conceito voltado para o processo, em vez do tradicional compras, voltado para as transações em si, e não para o todo.

Conforme o autor, o departamento de compras também pode assumir a

função de negociação de preços com os fornecedores, considerando que essa

negociação determinará o preço final dos produtos, influenciará a competitividade da

empresa e, consequentemente o comportamento do comprador que pode mexer com

vários aspectos da economia, como o nível de preços, o poder de compra do

consumidor e o relacionamento entre os setores internos da empresa.

Page 96: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

96

Mitsutani (2008) esclarece que, a gestão estratégica de suprimentos.

(strategic Sourcing) trata de uma forma ampla a questão da aquisição de produtos e

serviços, envolvendo os mecanismos de relacionamento com fornecedores. Comenta o

autor que atualmente, a gestão de processos em compras está intimamente ligada aos

avanços da tecnologia da informação, a utilização ou não, de sistemas de e-

procurement, ferramentas que automatizam os aspectos operacionais e processuais.

De acordo com Martins e Campos ( 2007, p.84), o chamado procurement

envolve, além do relacionamento puramente comercial com os fornecedores, também a

pesquisa e o desenvolvimento desses relacionamento, sua qualificação e o suporte

técnico durante o relacionamento entre as partes, e que leva a necessidade de um

aperfeiçoamento dos sistemas de informação.

O quadro a seguir, apresenta como exemplo as práticas passadas e atuais da

função compras dentro do grupo PT:

EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO COMPRAS

Dentro do Grupo PT, a função Compras tem vindo a sofrer alterações…

Práticas Passadas

Práticas Atuais

Processo de Negociação ad-hoc e descentralizado, sem agregação do volume de compras de toda a organização.

Processo de Negociação de acordo com metodologias específicas.

Negociadores não qualificados.

Negociadores qualificados com formação específica em negociação e compras, pelas melhores escolas mundiais (Harvard, Insead, Institut of Supply Management).

Consultas a leques limitados de fornecedores.

Consultas alargadas incluindo grandes fornecedores internacionais.

Recurso sistemático ao Ajuste Direto.

Realização sistemática de Concursos.

Inexistência de dados comparativos.

Benchmark com outros Operadores e outras empresas do Grupo PT.

Fonte: (http://www.compras.gov.) acessado em 24 de setembro de 2008.

Page 97: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

97

O Ciclo de Compras

Para a função compras ser realizada, segundo Longnecker (2004, p.

495/496), são necessários o cumprimento de alguns passos como, recebimento de uma

solicitação de compra, localização de uma fonte de suprimento, emissão de um pedido

de compra, follow-up (acompanhamento) de pedido de compra e verificação do

recebimento de mercadorias. Esses cinco passos são denominados como ciclo de

compras.

O ciclo inicia-se com o recebimento de uma solicitação de compras, onde um

departamento faz a requisição de compra, de algum produto. Logo a empresa faz a

localização de uma fonte de suprimento, ou seja, a empresa localiza um fornecedor que

tenha o material desejado. Após esse procedimento faz a emissão do pedido de

compra, um formulário formal, que após assinado passa a ser um contrato de

compromisso. Um pedido de grande importância pode exigir o Follow-up

(acompanhamento) do pedido de compra, para assegurar a pontualidade na entrega.

Por fim se faz o recebimento de mercadoria, um funcionário faz a inspeção de

recebimento, para verificar se chegou tudo conforme pedido.

(Fonte: http://pt.wikipedia.org). Acessado em 24 de setembro de 2008.

Page 98: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

98

Vale acrescentar que, para desencadear o processo que dá início ao ciclo de

compras, tem –se o sinal de demanda, que é a forma sob a qual a informação chega à

área de compras. De acordo com Martins e Campos ( 2007, p.118), no caso de

recursos materiais as formas mais comuns são:

• Solicitação de compras: qualquer unidade organizacional ou mesmo um colaborador qualquer manifesta a sua necessidade de comprar um item para uso em benefício da empresa;

• MRP ( materials requirement planning): ou planejamento das necessidades de material é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto;

• Sistema Just-in-time: método de produção com o objetivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para que o custo de estoque seja menor;

• Reposição periódica: depois de decorrido um intervalo de tempo preestabelecido, por exemplo, três meses, um novo pedido de compra para um certo item de estoque é emitido;

• Reposição contínua: consiste em disparar o processo de compra quando o estoque de um certo item atinge um nível previamente determinado.

• Caixeiro viajante: consiste em um vendedor visitar os clientes e verificar in loco se está faltando mercadoria no estoque para que ele, em comum acordo com o cliente, tire o pedido;

• Contratos de fornecimento: quando o material se faz necessário, o próprio sistema de computador emite e envia uma ordem de compra via EDI (intercâmbio eletrônico de dados).

Compras na pequena e média empresa:

A seguir, através do quadro abaixo demonstra-se um exemplo do ciclo de

compras:

Page 99: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

99

Fonte: Prestes, Apostila de Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. UNIVALE, 2008 Compra na qualidade certa

O grande problema de se adquirir um produto é manter um nível de qualidade,

de acordo com a política de qualidade da empresa, que atenda as exigências do

consumidor e aos padrões da empresa.

No processo de produção há necessidade de se verificar a qualidade dos

produtos, para isso, as empresas devem fazer análises prévias, referentes aos

aspectos internos: verificar as condições das instalações, pessoal qualificado, matéria-

prima e o custo para atingir o nível de qualidade; Aspectos externos: verificar se existe

alguma exigência do governo quando a qualidade do produto, as exigências de um

público especifico e o mais importante os desejos do consumidor.

Após a realização dessas análises é que a empresa definirá o seu padrão de

qualidade. Para se fazer cumprir esse padrão, se faz necessário à criação de um

controle de qualidade que atuará de forma efetiva desde a matéria-prima comprada até

o produto acabado.

Sócio Gerente

Adm. e Financeiro

Produção Vendas

Compras Administração Geral Financeiro Pessoal

Page 100: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

100

Mas existem tolerâncias quanto à qualidade do produto, por parte do

consumidor: quantitativas – peso, dimensões, composições químicas, entre outros; e

qualitativa – cor, cheiro, aspecto.

Segundo Dias (2008 p. 282/283), o controle de qualidade tem como principais

funções:

a) Estabelecer normas e especificações que determinarão os níveis ou padrões de qualidade a serem seguidos;

b) Inspeção e registro de dados; c) Técnicas estatísticas de controle de qualidade; d) Métodos de recuperação de produtos ou peças defeituosas; e) Manutenção de equipamentos e ferramentas de inspeção; f) Prevenção das condições que prejudicaram a qualidade.

Após vem a inspeção, que serve para determinar se o produto deve ser

aprovado ou não. As atividades de inspeção são: Inspeção de matéria-prima –

acontece quando se recebe a matéria-prima, por mais simples que seja, sempre deve-

se fazer a inspeção na recepção do material; Inspeção de processo – a inspeção deve

ser automática, pelo próprio operador do processo e por inspetores; Inspeção final –

quando o produto estiver acabado faz essa inspeção, por um inspetor devidamente

qualificado.

É muito importante que os padrões de qualidade sejam conhecidos por todos

da empresa, pois quando o departamento de compras efetuar a compra de matéria-

prima, por exemplo, ira verificar antes de comprar a qualidade do que se esta

comprando.

Uma das principais finalidades do departamento de compras é a compra na

qualidade certa, que não quer dizer a melhor qualidade existente, mas sim melhor

qualidade para determinado uso. O objetivo da função compras é conseguir a qualidade

desejada com o menor preço.

Qualificação de compradores

No passado, o comprador não tinha grande importância dentro da empresa,

ele era limitado a comprar alguns materiais. Hoje, deve ter ótimas qualificações e se

atualizar sempre, deve ter profundo conhecimento do material comprado, para que

Page 101: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

101

possa discutir em igual nível de conhecimento com o fornecedor, deve saber ouvir

atentamente os argumentos do vendedor, para que estes o ajudem na negociação.

O comprador tem como característica estar identificado com a conduta ética

da empresa, o objetivo é conseguir dos fornecedores negócios honestos e

compensadores, sem que o fornecedor alimente dúvidas quanto à sua dignidade. A

comunicação entre os mais altos níveis da empresa com o departamento de compras,

pode evitar problemas em relação aos fornecedores, assim, é grande a

responsabilidade e a função atribuída a quem realiza as compras, pois está nas suas

mãos fazer um bom negócio, visando sempre o lucro, o objetivo é comprar bem e

eficientemente, pois o departamento de compras é um centro de lucros que deve ser

bem administrado, considerando que reflete um percentual elevado dos investimentos

feitos pelas empresas.

Seleção de fornecedores

A seleção de fornecedores não é feita pelo departamento de compras, em

grandes empresas é o setor de engenharia de desenvolvimento ou engenharia de

produtos, que faz essa função. Eles têm alguns parâmetros para avaliar o futuro

fornecedor. Segundo Dias, (2007, p.300), esses parâmetros são: “o preço, a qualidade,

condições de pagamento, condições de embalagem e transporte”.

Após a escolha do fornecedor, as empresas fazem uma avaliação para

determinar a conduta do comprador para com o fornecedor. Essa avaliação pode ser

separada em duas etapas, a avaliação técnica - quanto aos recursos técnicos como

máquinas e operadores. E a avaliação administrativa – quanto aos responsáveis pela

administração, o interesse em participar.

Um bom fornecedor é aquele que atende seus clientes da mesma maneira

quando, ainda estava passando pelo processo de escolha. Atendendo todas as

necessidades, de seu cliente, quanto à qualidade, a preço, a formas de pagamento e

prazo de entrega. É aquele que só atinge seu objetivo quando seu cliente está

plenamente satisfeito.

Page 102: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

102

Ética em compras

A Ética é fundamento para todas as profissões, mas em algumas ela recebe

maior atenção, por isso que muitas empresas criam um “código de conduta ética”. Esse

código deve ser passado para todos os funcionários, principalmente para os do setor de

compras. E, além dos funcionários os fornecedores e compradores, devem conhecer

esse código, para que não sejam prejudicados.

O Código deve ser igualmente aplicado, tanto no departamento de vendas

quanto no de compras, não convém cobrar uma atitude ética em compras, se não há

em vendas.

A empresa deve, com o “código de conduta ética”, estabelecer os limites

entre o “legal” e o “moral”, deve desencorajar uma atitude ilegal e deixar claro as

conseqüências, caso o código não seja respeitado.

Conforme Martins e Campos (2007, p. 102),

No setor de compras o problema aflora com maior intensidade devido aos altos valores monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas vezes subjetivos de decisão. Saber até onde uma decisão de comprar seguiu rigorosamente um critério técnico, onde prevaleça os interesses da empresa, ou se a barreira ética foi quebrada, prevalecendo aí interesses outros, é extremamente difícil

De acordo com o autor, a empresa deve estabelecer o seu código de ética

da forma mais clara possível, que seja também conhecido pelos fornecedores, assim

poderão reclamar quando se sentirem prejudicados.

Novas formas de comprar

Com a globalização as formas de comprar evoluíram, a rapidez de adquirir um

produto facilitou muito, antes o índice de falta de produtos em estoque era muito alta,

hoje a falta de produtos são quase inexistentes, ao contrário, existe uma diversidade de

produtos, marcas, preços, opções de fornecimento, etc. De acordo com Martins e

Campos (2007, p. 89),

Page 103: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

103

Na Gessy Lever, 20% da comunicação com fornecedores é feita eletronicamente. No Pão de Açúcar, graças a estas novas formas de compra, em dois anos, o índice de falta de produtos caiu de 25% para 4%, o tempo médio de armazenamento reduziu-se em mês ( passou de 40 para 10 dias) e volume de cargas recebidas triplicou.

A compra feita através da internet traz muitas vantagens, como rapidez,

segurança, redução de custos e fortalece as parcerias entre fornecedores e clientes.

Cita-se como exemplo, a forma tradicional do EDI – eletronic data interchange,

tecnologia para transmissão de dados eletronicamente, por meio da utilização de um

computador, acoplado a um modem e uma linha telefônica O EDI fez com que o

relacionamento de cliente fornecedor evoluísse, passando a ser totalmente

automatizado o processo de compra. Porém, o EDI tinha uma desvantagem ele

passava informações só de máquina para máquina. Logo veio o EDI internet, que

modificou um pouco esse processo, numa uma opção de menor custo possibilitando

acesso a mais empresas.

A evolução na forma de comprar, trouxe mais facilidades, menos custos e

agilizou o processo tanto com os fornecedores – empresas quanto empresa –

consumidores.

Considerações finais

Observou-se que a função compras é muito importante dentro de uma

empresa, é ela quem faz tudo acontecer. Se não há material a empresa não pode

trabalhar, se não há matéria-prima de boa qualidade o produto final também não terá

uma boa qualidade. Tudo o que o departamento de compras faz, acaba influenciando

os demais departamentos, cada vez mais se fala da integração dos departamentos, não

tem como o departamento de marketing fazer uma divulgação de determinado produto

sem contactar o departamento de produção que, por sua vez, irá contactar o

departamento de compras para adquirir mais materiais, em função da demanda dos

produtos.

Em outros tempos a função compras era vista como uma atividade

burocrática e, por muito tempo, era realizada pelo dono da empresa. Hoje é vista como

uma atividade estratégica e com pessoas devidamente capacitadas para fazê-la. A

Page 104: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

104

cada dia a função compras sofre nova modificação, mais rápida e informatizada. Essa é

uma tendência que todos devem seguir, se não se adequarem a competitividade os

colocara para fora do mercado ou os forçará a se adaptar.

Quem trabalha no departamento de compras sofre uma pressão muito

grande, esses profissionais têm em suas mãos a responsabilidade de adquirir materiais

de boa qualidade, com um preço justo, com formas de pagamentos cada vez melhores.

São esses profissionais responsáveis pelo controle do estoque, no sentido de quanto se

deve aplicar no estoque para que a empresa possa funcionar, sem que proporcione a

ociosidade do capital. Devido a evolução da sociedade com o advento da tecnologia em

conseqüência da globalizando dos mercados, houve um grande destaque para a função

compras, conforme apareciam as dificuldades no ambiente externo, o departamento

tinha que se adaptar para fazer as empresas funcionarem, um exemplo disso foi na

década de 70, quando houve o déficit internacional de toda matéria-prima e,

conseqüentemente o aumento dos preços. Fazendo com que a função compras

sofresse grandes mudanças, principalmente na última década forçada pela evolução da

sociedade que tiveram acesso à tecnologia de uma forma mais rápida, enquanto

algumas empresas até os dias atuais ainda continuam se adaptando, inclusive para se

manter no mercado.

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Marisol P.– dissertação submetida à Universidade Federal de San ta

Catarina. Programa de Pós Graduação Engenharia Mecânica. Florianópolis. Maio de

2004

DIAS, Marco A.P. Administração de Materiais – Uma Abordagem Logístic a, São

Paulo: Atlas. 2008.

LONGENECKER, Moore Petty; Administração de Pequenas Empresas – Ênfase na

Gerência Empresarial. São Paulo: Pearson, 2004.

MARTINS P. G e ALT P. R.C. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais .

São Paulo: Saraiva. 2005.

Page 105: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

105

MITSUTANI, Cláudio. Strategic Sourcing – A evolução, as aplicações e as

tendências . Revista Mundo Logística- Logística e Supply Chain Management. N.05,

julho/agosto, 2008

PRESTES, Nanci Ribeiro. Apostila de Recursos Materiais e Patrimoniais , UNIVALE,

2008.

Http://www.tede.usfc.br – acessado em 19 de setembro de 2008.

Http://pt.wikipedia.org – acessado em 24 de setembro de 2008.

http://www.compras.gov.pr – acessado em 24 de setembro de 2008

Page 106: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

106

MERCADO MOBILIARIO

Autores1 Fabiana Hneda Koltun Valber Cunha Caldas Paulo Rogério Branco

Orientador2

Eliseu Pereira de Lara

RESUMO

O atual mercado competitivo em que vivemos, bem como a economia do país, tem passado por constantes transformações que afetam diretamente as organizações, de tal forma que estas necessitam abrir seus capitais para conseguirem adaptarem-se às novas condições do mercado, as empresas com esse padrão de abertura de capitais para investidores são denominadas S/A (sociedades anônimas). A este ramo de mercado denomina-se mercado mobiliário que é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Informações como estas, serão desenvolvidas no decorrer deste artigo, de forma a evidenciar os principais conceitos e objetivos dos fatores relacionados ao mercado mobiliário. Palavras-Chaves : Capital, Ações, Bolsa de Valores.

1 Os autores são alunos do 8º semestre do Curso de Ciências Contábeis da Univale – Faculdades Integradas do Vale do Ivai

2 Professor Mestre Eliseu Pereira Lara da Univale – Faculdades Integradas do Vale do Ivai

Page 107: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

107

INTRODUÇÃO

Quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de

capitais, o que se traduz em mais oportunidades para as pessoas, empresas e

instituições aplicarem suas poupanças. Ao abrir seu capital, uma empresa encontra

uma fonte de captação de recursos financeiros permanentes. A plena abertura de

capital acontece quando a empresa lança suas ações ao público, ou seja, emite ações

e as negocia nas bolsas de valores.

São considerados valores mobiliários as ações, bônus de subscrição,

debêntures, partes beneficiárias e notas promissórias para distribuição pública. Desta

forma serão retratados neste artigo os conceitos e objetivos de cada um destes valores,

bem como, o conceito de Mercado Primário e Mercado Secundário e suas principais

diferenças.

Valores Mobiliários

Valor mobiliário é título de investimento que a sociedade anônima emite para

a obtenção de recursos. É um investimento social oferecido ao público pela companhia.

De acordo com Assaf Neto (2007, p. 33):

As ações constituem-na menor parcela (fração) do capital social da sociedade anônima. São valores caracteristicamente negociáveis e distribuídos aos subscritores de acordo com a participação monetária efetivada. As ações devem ser nominativas.

As ações poderão ser emitidas com ou sem valor nominal, ou seja, será

regido de acordo com o estatuto da companhia. Quando emitido com valor nominal,

todas as ações terão que ter idêntico valor, não podendo ser emitidas em hipótese

alguma, novas ações com valores diferentes.

Além das ações, a Lei das Sociedades por Ações (LSA) contempla como

suas modalidades as partes beneficiárias e as debêntures. Também trata dos valores

considerados pela doutrina como subprodutos de valores mobiliários; os bônus de

Page 108: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

108

subscrição e os certificados de emissão de garantia. Na verdade, são valores

mobiliários derivados.

O mercado mobiliário é regulado pela CVM – Comissão de Valores

Mobiliários que é o órgão máximo em matéria de valores mobiliários. Possui poderes

quase que ilimitados no controle, fiscalização e normatização do setor. Desta forma, a

CVM controla tudo o que acontece no Mercado Primário e Secundário de ações,

debêntures e correlatos.

Segundo Neves e Viceconti (1998, p. 158):

São operações possíveis pela S/A: a) Operações de resgate, reembolso ou amortização previstas em lei; b) Aquisição para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação; c) Alienação das ações adquiridas, nos termos do item b, acima, e mantidas em tesouraria; d) Compra, quando resolvida à redução do capital, mediante restituição em dinheiro, de parte do valor das ações, desde que o preço destas em bolsa seja inferior ou igual à importância que deve ser restituída. Neste caso, tais ações serão definitivamente retiradas de circulação.

As Sociedades Anônimas estão presentes fundamentalmente no mercado

mobiliário. Elas são as companhias responsáveis pela emissão de ações e debêntures.

No Mercado Primário são emitidas as ações subscritas onde acontecem os grandes

lobbies financeiros (nas sociedades anônimas de capital fechado).

As sociedades anônimas emitem ações que são divididas em diversos

grupos:

a) Valor real (patrimônio social dividido pelo número de ações);

b) Valor nominal (capital social dividido pelo número de ações);

c) Valor corrente (o valor de mercado, o que está sendo negociado na bolsa);

d) Valor de mercado (é a diferença entre o valor real e o valor corrente) – ele

gera o ágio, se estiver dando lucro;

e) Valor contábil (valor do patrimônio líquido dividido pelo número de ações) – é

o valor que segue no balanço.

Page 109: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

109

Mercados Financeiros

Existem muitas pessoas e instituições que desejam e necessitam tomar

dinheiro emprestado, fazer cumprir suas necessidades e responsabilidades e também

para manter sua empresa ou estabelecimento operando em perfeito funcionamento,

desta forma, entram em contato com aqueles que têm recursos superavitários, ou seja,

aqueles que possuem recursos disponíveis nos mercados financeiros..

De acordo com Ross et. al. (2002, p. 36):

Os mercados Financeiros são compostos pelos mercados monetários e pelos mercados de capitais. Os mercados monetários são os mercados de títulos de dívida que vencem a curto prazo (geralmente menos de um ano). Os mercados de capitais são os mercados de dívida a longo prazo (com prazo superior a um ano) e ações.

Existem dois tipos básicos de títulos que as empresas oferecem aos

investidores, os títulos de dívida e os títulos de propriedade. O primeiro, corresponde às

obrigações contratuais de devolução de empréstimos feitos a empresa. Já o segundo,

refere-se às ações ordinárias e preferenciais que representam direitos não contratuais

aos fluxos de caixa residuais da empresa. Ambos os títulos que são ofertados ao

público, passam a ser comercializados nos mercados financeiros.

Para Weston e Brigham (2000, p.93): “Cada mercado lida com um tipo um

tanto diferente de instrumento em termos de vencimentos e de ativos de lastro. Da

mesma forma, diferentes mercados servem a diferentes tipos de clientes, ou operam

em diferentes partes do país”.

Uma economia saudável depende de transferências eficientes de recursos a

partir de pessoas que poupam e de indivíduos e empresas que precisam de capitais.

Sem transferências eficientes, a economia simplesmente não poderia funcionar.

Operações como a colocação inicial, junto ao público, de grande lote de

ações detido por um acionista podem caracterizar operações de abertura de capital,

exigindo registro na CVM. Apesar da semelhança com o mercado primário, os recursos

captados vão para o acionista vendedor (e não para a companhia), determinando,

portanto, uma distribuição no Mercado Secundário.

Page 110: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

110

Mercado Primário

O mercado primário é utilizado quando o governo e as empresas fazem à

venda inicial de títulos, ou seja, o mercado primário compreende o lançamento de

novas ações no mercado, com aporte de recursos à companhia.

Para Brigham e Houston (1999, p. 116), “Mercados Primários são os

mercados nos quais as empresas levantam através da emissão de novos papéis”.

Geralmente as empresas fazem dois tipos de vendas de títulos de dívida e

ações no mercado primário: ofertas públicas e colocações fechadas.

Segundo Ross et al (2002, p. 36):

A maior parte dos títulos de dívidas e ações de empresas ofertadas ao público chega ao mercado com a intermediação de um grupo de bancos de investimento. O grupo de intermediação adquire os novos títulos da empresa emitente para sua própria conta e os revende a um preço mais alto.

As Letras, Letras Financeiras e Notas Federais são inicialmente oferecidas

em leilões dos quais participam o Banco Central e as instituições financeiras. Através

desses leilões, fundos destinados ao financiamento de novo déficit são levantados e

dívidas preexistentes são refinanciadas ou "roladas".

Os leilões de títulos emitidos pelo Tesouro obedecem a uma programação

previamente estabelecida e são divulgados por meio de comunicados às instituições

financeiras através do sistema do Banco Central, o Sisbacen, e publicados no Diário

Oficial da União, detalhando as condições específicas da oferta, tais como os títulos a

serem ofertados, as quantidades, a data de liquidação financeira, o horário para

recebimento das ofertas e outras informações importantes. Os leilões do Tesouro

geralmente são realizados às terças-feiras, para liquidação no dia útil seguinte.

Mercado Secundário

Uma vez ocorrendo o lançamento inicial ao mercado, as ações passam a ser

negociadas no Mercado Secundário, que compreende mercados de balcão,

organizados ou não, e bolsas de valores. As instituições financeiras, negociando tanto

Page 111: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

111

para sua conta própria como para seus clientes, fornecem cotações de compra e venda

nos mais variados papéis.

Segundo Ross et al (2002, p. 36), “Após sua venda original, os títulos de

dívida e ações são negociados nos mercados secundários. Há dois tipos de mercado

secundário: os mercados de pregão e os mercados de balcão”.

Nos mercados de pregão são transacionadas as ações da maioria das

grandes empresas, tais como: a Bolsa de Valores de New York, até porque, este é o

mercado de pregão existente, mais importante, ficando geralmente com mais de 85%

de todas as ações negociadas em Bolsa nos Estados Unidos. Já nos mercados de

balcão, são negociados a maioria dos títulos de dívida. Este tipo de mercado

geralmente mantém contato e negociam seus valores com suas distribuidoras, através

de equipamentos de telecomunicações (computador, telefone), porém, em alguns

casos, as ações são negociadas por distribuidoras de valores, por isso leva este nome

mercado de balcão.

Para Weston e Brigham (2000, p. 94):

Os mercados secundários também existem para empréstimos hipotecários. Para vários outros tipos de empréstimos e para outros ativos financeiros. A empresa cujos títulos estejam sendo transacionados não está envolvida em uma transação do mercado secundário e, assim, não recebe nenhum recurso dessa venda.

A negociação secundária de títulos públicos ocorre no mercado de balcão e

na Bolsa de Valores, e é de longe o maior e mais abrangente segmento do mercado

financeiro, dado o número de participantes que nele estão envolvidos, quer como

intermediários, quer como investidores. As instituições financeiras carregam estoques

de títulos e buscam obter um lucro com esse carregamento. Elas também giram as

suas carteiras com a expectativa de obter ganhos com oscilações favoráveis nos preços

dos títulos. E, finalmente, ela obtém comissões comprando e vendendo papéis para os

seus clientes.

Page 112: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

112

Ações

São títulos de renda variável, nominativos negociáveis, emitidos por S/A

(sociedades anônimas), que representam a menor fração do capital da empresa

emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. O

investidor em ações é um co-proprietário da sociedade anônima da qual é acionista,

participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer

tempo, pela negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão.

Tipo de Ações

a) Ordinárias

As ações ordinárias são aquelas que proporcionam participação nos

resultados da empresa e conferem aos acionistas o direito de voto em assembléias

gerais, ou seja, as ações ordinárias são as unidades básicas de participação na

propriedade da empresa.

Segundo Ross et al (2002, p. 303), “O termo ação ordinária não possui uma

definição precisa. Geralmente, é aplicado a ações que não possuem preferência

especial, seja em termos de dividendos, seja em caso de liquidação da empresa”.

As ações ordinárias apresentam como principal característica o direito de

voto, nas deliberações da assembléia geral, podendo, assim, essa espécie de acionista

interferir nas diversas decisões de uma empresa. Os acionistas ordinários deliberam

sobre o destino da sociedade, analisam e votam suas contas patrimoniais, decidem

sobre a destinação dos resultados, elegem a diretoria da sociedade e podem promover

alterações nos estatutos, além de deliberar sobre outros assuntos de interesse da

companhia.

Para Assaf Neto (2006, p. 34):

Com relação aos dividendos, sua distribuição aos acionistas ordinários normalmente é efetuada em função do dividendo obrigatório previsto em lei, de acordo com o percentual previsto no estatuto da companhia, se maior o mínimo legal.

Page 113: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

113

Uma das principais características das ações ordinárias, é que estas podem

ser vendidas em alguma data futura a um preço mais alto, do que o preço de compra.

Se a ação é na verdade vendida a um preço acima de seu preço de compra, o

investidor receberá um ganho de capital. Geralmente nas ocasiões em que as pessoas

compram ações ordinárias, elas esperam de fato receber ganhos de capital, de outra

forma, não comprariam as ações.

b) Preferenciais

A ação preferencial representa capital próprio de uma sociedade por ações,

mas difere da ação ordinária por possuir preferência, em relação à ordinária, sobre o

pagamento de dividendos e sobre os ativos da empresa, em caso de falência.

De acordo com Ross et al (2002, p. 309):

A palavra preferência indica apenas que o titular da ação preferencial deve receber um dividendo (no caso de uma empresa em condições normais) antes que os titulares de ações ordinárias recebam qualquer remuneração.

Para Weston e Brigham (2000, p. 270):

A ação preferencial é um híbrido – é semelhante ao título, em alguns aspectos, e a ação ordinária, em outros. Os dividendos preferenciais são semelhantes aos pagamentos de juros de título porque são fixos em quantia e geralmente devem ser pagos antes que os dividendos de ações ordinárias sejam pagos. No entanto, como os dividendos ordinários, os dividendos preferenciais não têm datas de vencimento específicas.

As ações preferenciais garantem ao acionista a prioridade no recebimento de

dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído às ações

ordinárias) e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade, diferente

das ordinárias os acionistas não tem o direito ao voto, nas assembléias gerais.

Para Assaf Neto (2007, p. 34): As ações preferenciais apresentam as

seguintes principais preferências ou vantagens:

a) Preferência no recebimento de dividendos, devendo isso ocorrer antes dos acionistas ordinários, ficando eles na dependência de saldo; b) Vantagem no recebimento dos dividendos, com a fixação de um dividendo mínimo obrigatório ou fixo (caso bastante raro nas empresas brasileiras); c) Preferência no reembolso do capital em caso de liquidação da sociedade; d) Direito ao recebimento de dividendo pelo menos 10% maior que o atribuído à ação ordinária;

Page 114: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

114

e) Acumulação das vantagens e preferências enumeradas.

As ações preferenciais não possuem o direito ao voto, não participando em

conseqüência, das deliberações da empresa. Porém, podem adquirir o direito de voto

caso a empresa não distribua, pelo prazo de três anos consecutivos, os dividendos

mínimos ou fixos a que os acionistas preferenciais fizerem jus, mantendo esse direito

até a realização do referido pagamento. Esse direito ao voto dos acionistas

preferenciais, se utilizado, é capaz de comprometer a posição do acionista controlador

de uma sociedade. As ações podem ainda ser nominativas ou escriturais:

a) Ações Nominativas: São cautelas ou certificados que apresentam o nome do

acionista, cuja transferência é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo,

em livro próprio da sociedade emitente, identificando novo acionista.

b) Ações Escriturais: São ações que não são representadas por cautelas ou

certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual os valores são lançados a

débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física dos documentos.

As ações ordinárias ou preferenciais, são sempre nominativas ou escriturais,

originando-se do fato a notação ON ou PN depois do nome da empresa. As ações

também podem ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que

apareça após o "ON" ou o "PN". As características de cada classe são estabelecidas

pela empresa emitente da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças variam de

empresa para empresa, portanto, não é possível fazer uma definição geral das classes

de ações.

Bonificações em Ações

Quando se fala em bonificação em ações, entende-se pelo aumento de

capital de uma sociedade, mediante a incorporação de reservas e lucros, quando são

distribuídas gratuitamente novas ações a seus acionistas, em número proporcional às já

possuídas.

Page 115: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

115

Para Assaf Neto (2007, p. 35):

Bonificação é a emissão e distribuição gratuita aos acionistas, em quantidade proporcional a participação de capital, de novas ações emitidas em função do aumento de capital efetuado por meio de incorporação de suas reservas.

Quando se fala em bonificação por ações, entendem-se das ações

distribuídas pela sociedade em favor de seus acionistas, decorrentes do aumento de

capital com utilização das reservas. Estas ações podem ser atribuídas a um custo ou

não, dependendo da origem das reservas que as originaram, conforme segue:

a) Bonificação com custo: são ações emitidas em decorrência da

capitalização de reserva de lucros já tributados. O acionista tem direito de receber

essas ações e atribuir-lhes o seu custo, pois indiretamente está recebendo-as em troca

de dividendos, os quais são isentos.

b) Bonificação sem custo: são ações emitidas em decorrência da

capitalização de reservas de capital. Como essas reservas não sofreram tributação, o

acionista não pode atribuir o respectivo custo às ações recebidas.

Bônus de Subscrição

Entende-se por bônus de subscrição, os títulos nominativos negociáveis que

conferem ao seu proprietário o direito de subscrever ações do capital social da

companhia emissora, nas condições previamente definidas.

De acordo com Assaf Neto (2007, p. 37):

Bônus de Subscrição são títulos negociáveis no mercado de valores mobiliários que conferem aos seus titulares, de acordo com as condições constantes do certificado, direito de subscrever, pelo valor de emissão, ações da companhia oferecidas quando do aumento do capital social.

A compra de um bônus de subscrição garante ao acionista o direito de

comprar ações desta mesma empresa dentro de um prazo estabelecido, por um preço

pré-determinado. No caso do acionista não efetuar a compra no período estipulado este

perderá seu direito e não terá restituição do valor pago antecipadamente.

Page 116: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

116

Assim sendo, bônus de subscrição é o direito de aquisição de novo lote de

ações pelos acionistas - com preferência na subscrição - em quantidade proporcional

às possuídas, em contrapartida à estratégia de aumento de capital da empresa.

Formas de Investir em Ações

Para escolher as ações, o investidor deve ponderar três critérios: liquidez

(facilidade de vender a ação quando quiser resgatar), retorno (possibilidade de ganhos)

e risco (possíveis perdas). A combinação desses três elementos, a critério do investidor,

definirá em quais ações aplicar.

Não existe um valor mínimo exigido para investir em ações, devido ao fato

que existem varias empresas e vários capitais para ser negociado. Para investir em

fundos de ações, que podem ser adquiridos em bancos, não há necessidade dos

investidores procurarem uma corretora de valores para fazer as transações.

As corretoras são intermediárias do negócio e mantêm analistas para

fornecer informações a respeito das ações das empresas e setores econômicos em

movimento no mundo. Assim, ajudam a escolher o momento certo de comprar ou

vender ações. Para isso, cobram taxas administrativas.

Na sua grande maioria as ações são adquiridas através de uma corretora,

onde o investidor contrata seus serviços. Em seguida, com a assessoria dos

profissionais da Corretora, o investidor escolhe as ações que deseja adquirir e transmite

a ordem de compra diretamente para a corretora.

Outra forma de adquirir ações são os Clubes de Investimento onde um grupo

de pessoas físicas se reúne e procura uma Corretora para constituir um Clube de

Investimentos. Nesse caso, existe um representante do clube, que fica em contato com

a corretora para transmitir as decisões acordadas entre os participantes.

Dividendos

Os dividendos proporcionam o que talvez seja o melhor e mais confiável sinal

empresarial. Um aumento nos dividendos denota confiança, por parte da administração,

Page 117: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

117

de que os lucros futuros serão suficientes para sustentar esse novo e mais alto

dividendo, enquanto um corte nos dividendos indica que a administração está

preocupada com o nível dos lucros futuros.

Para Ross et al (2002, p. 306), “Os dividendos pagos aos acionistas

representam um retorno sobre o capital fornecido direta ou indiretamente à sociedade

pelos acionistas. O pagamento dos dividendos fica a critério do conselho de

administração”.

A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de

distribuição de dividendos em dinheiro para os acionistas, em percentual a ser definido

na Assembléia Geral Ordinária, de acordo com os resultados obtidos pela empresa em

determinado período.

De acordo com Brigam e Houston (1999, p. 495):

A política de dividendos envolve a decisão de escolher entre distribuir os lucros ou retê-los, para reinvestimento na empresa. A política ótima de dividendos para uma empresa é aquela que atinge o equilíbrio entre dividendos correntes e crescimento futuro que maximiza o preço da ação.

Existem dois tipos de dividendos, são eles:

a) Dividendo cumulativo: É o dividendo que, caso não seja pago em um

exercício, se transfere para o outro;

b) Dividendo pró-rata: É o dividendo distribuído as ações emitidas dentro do

exercício social proporcionalmente ao tempo transcorrido até o seu encerramento.

De forma geral, os dividendos para serem distribuídos aos acionistas,

precisam primeiramente ter os seus valores estabelecidos no estatuto social da

companhia, porém este não poderá ser inferior a 25% de seu lucro líquido ajustado.

Caso não haja previsão no estatuto social, o dividendo obrigatório deve corresponder,

no mínimo, a metade do lucro líquido ajustado.

Considerações finais

Dentre os diversos tipos de investimentos que o mercado oferece

destacamos neste artigo, a importância das ações no mercado mobiliário. Visando de

forma objetiva, uma visão técnica e prática de como funciona este mercado, bem como,

Page 118: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

118

mostrando os principais fatores e variáveis possíveis neste tipo de transações

monetárias.

Conclui-se afinal, que o investimento em ações, é uma opção interessante

para investimentos, desde que o investidor detenha um pouco de informações acerca

deste tema, podendo o mesmo contar com o auxilio de corretores e profissionais da

área.

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 8ª ed. São Paulo: Atlas,

2007.

BRIGHAM, Eugene F., HOUSTON, Joel F. Fundamentos da Moderna Administração

Financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

NEVES, Silvério das, VICECONTI, Paulo Eduardo V. Contabilidade Avançada e

Análise das Demonstrações Financeiras. São Paulo: Frase Editora, 1998.

ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jeffrey F. Administração

Financeira. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

WESTON, J. Fred, BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da Administração

Financeira. 10ª ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

Page 119: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

119

O MERCADO FINANCEIRO E AS FONTES DE RECURSOS PARA F INANCIAMENTO

DAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS.

Autores

Giliane Ghisi Inácio1

Lourival Mossini1

Orientador

Eliseu Pereira Lara2

Resumo

Este trabalho tem por finalidade relatar ao tipo de financiamentos existentes para as atividades empresariais os de curto prazo e os de longo prazo, seus critérios de seleção e seus elementos. Destaca seus sistemas financeiros nacional e seus mercados financeiros, bem como as instituições financeiras fornecedoras de financiamentos. Esclarecendo e explicando os financiamentos com capital próprio e os financiamentos com capital de terceiros. Será destacado também as políticas de dividendos e seus tipos. As principais modalidades de operações de empréstimos e de financiamentos oferecidas pelas instituições financeiras às empresas em geral. Palavras Chave:

Financiamentos, Empresas, Capital, Aplicações e Instituições Financeiras

1 Acadêmicos do Curso de Administração da UNIVALE 2 Coordenador e professor do Curso de Administração da UNIVALE

Page 120: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

120

INTRODUCAO

É de suma importância à administração financeira para as empresa obterem

um bom desempenho nas suas atividades com os recursos investidos. Num contexto

empresarial os acionistas ou proprietários esperam que o processo de gestão

empresarial maximize seus investimentos através da criação de valor. Isso ocorrera

quando os resultados gerados pelas empresas forem suficientes para cobrirem os

custos de captação dos recursos envolvidos, sendo próprios ou de terceiros.

Para tanto o desenvolvimento do trabalho abordará o sistema financeiro

nacional, as formas de capacitação de recursos e as fontes de financiamentos que as

empresa que as empresa ou pessoas físicas procuram junto as instituições financeiras

para suprirem suas necessidades financeiras.

1 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O sistema Financeiro nacional e formado por instituições que tem como

finalidade intermediar o fluxo de recursos entre poupadores e investidores, em

condições satisfatórias para o mercado.

As instituições que compõem o sistema financeiro nacional são agrupadas

em autoridades monetárias, que são os órgãos que regulamentam e fiscalizam as

atividades de financiamentos e as instituições financeiras, que são os intermediários

financeiros que concedem recursos para financiar empresas, indústrias, pessoas físicas

e subsidiam programas com objetivos sociais.

2 AUTORIDADES MONETÁRIAS

O Conselho Monetário Nacional constitui a cúpula do sistema. É um órgão

normativo que atua mediante um colegiado presidido pelo Ministro da Fazenda e

composto por outros ministros de Estado, dirigentes de entidades governamentais,

basicamente da área financeiras, e representantes do setor privado. Suas atribuições

Page 121: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

121

envolvem a formulação das políticas monetária, creditícia, de mercado de capitais e

cambiais.

O Conselho não tem uma estrutura administrativa própria e o Banco Central

funciona como sua secretaria.

O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal que atua como o

principal executor das decisões do Conselho Monetário Nacional. Dentre as suas

atribuições destacam-se a emissão de moeda, a administração da liquidez da

economia, o controle de crédito, o controle de capitais estrangeiros, a autorização para

funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras.

A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia vinculada ao

Ministério da Fazenda que regulamenta e controla as companhias abertas, os

investidores, os intermediários e os profissionais envolvidos nos mercados de ações e

de debêntures.

O Banco do Brasil S/A deixou de ser uma autoridade monetária, mas

continua sendo o principal agente financeiro do governo federal.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socia l é o principal

agente de política de investimentos do governo federal. O sistema BNDES é formado

pelo próprio banco e por duas subsidiárias:

FINAME – Agência Especial de Financiamento Industrial que financia a

aquisições de máquinas e equipamentos industriais de procedência nacional.

BNDESPAR- que apóia empresas nacionais através de participação

societária em seu capital.

3 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

As instituições financeiras são dividas pelos tipos de funções que prestam,

podendo ser:

Instituições de crédito a curto prazo : Bancos Comerciais, Caixas

Econômicas, Cooperativas de Credito e Bancos Múltiplos com Carteiras Comercial.

Page 122: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

122

Instituições de crédito de médio e longo prazos: Bancos de

Desenvolvimento, bancos de Investimentos, Caixas econômicas, Bancos Múltiplos com

Carteiras de investimentos e Desenvolvimento.

Instituições de crédito para financiamento de bens de consumo

duráveis: S ociedades de Credito, financiamentos e Investimentos, Caixas Econômicas,

Bancos Múltiplos com carteira de Aceite.

Sistema financeiro da habitação: Caixas Econômicas, Sociedades de

Poupança e Empréstimos, Sociedades de Créditos Imobiliários, Companhias

Hipotecarias, Bancos Múltiplos com Carteira de Imobiliária.

Instituições de intermediações no mercado de capita is: Sociedades

Corretoras, Sociedades Distribuidoras, investidores institucionais, Bancos de

Investimentos, Bancos Múltiplos com Carteiras de Investimentos.

Instituições de seguro e capitalização: Seguradoras, Corretoras de

Seguros, Entidades Abertas de Previdência Privada, Entidades Fechadas de

Previdência Privada, Sociedades de capitalização.

Instituições de arrendamento mercantil: Sociedades de Arrendamento

Mercantil, Bancos Múltiplos com Carteira de Arrendamento Mercantil.

3.1 TIPOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS:

3.1.1 Bancos Comerciais

Os bancos comerciais por suas múltiplas funções, constituem a base do

sistema monetário. São intermediários financeiros que têm o objetivo de conseguir os

recursos necessários para financiar a curto e médio prazo o comércio, a indústria, as

empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. As principais fontes de

recursos dos bancos comerciais são depósitos a vista e a prazo fixo. Repassam

recursos oficiais e recursos externos. Prestam serviços de natureza financeira

(cobrança de títulos, recebimento de tributos etc.) e fazem operações de câmbio. Por

meio de crédito seletivo, repassam os recursos aos tomadores, fazendo descontos de

títulos e operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente.

Page 123: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

123

3.1.2 Caixas Econômicas

As Caixas Econômicas possuem múltiplas funções, integram o Sistema

Brasileiro de Poupança e Empréstimo e o Sistema Financeiro da Habitação. São

instituições com objetivos sociais, que concedem empréstimos e financiamentos a

programas e projetos nas áreas de habitação, assistência social, saúde, educação,

trabalho, transportes urbanos e esporte. Equiparam-se aos bancos comerciais em

alguns aspectos, pois podem captar depósitos a vista e a prazo e realizar operações

ativas. A Caixa Econômica Federal é detentora dos direitos de administração dos

recursos do FGTS. Capta ainda depósitos à vista, arrecada tributos, realiza

empréstimos pessoais e concede financiamentos para capital de giro das empresas

utilizando recursos do PIS. Ela tem o monopólio do serviço de penhores e administra os

recursos originários das diversas loterias federais. Possui uma carteira hipotecária que

financia a construção ou compra de imóveis residenciais e se destaca na captação de

depósitos na caderneta de poupança.

3.1.3 Bancos de Desenvolvimento

Dentre os Bancos de Desenvolvimento, o BNDES destaca-se corno o princi-

pal agente do Governo Federal para financiamentos de médio e longo prazos. As

instituições de fomento regionais são o Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da

Amazônia. Os bancos de desenvolvimento estaduais são controlados pelos governos

estaduais, e repassam recursos oficiais e externos.

3.1.4 Bancos de Investimento

A principal função dos Bancos de Investimento é a de intermediar recursos

de médio e longo prazos para financiamento de capital fixo ou de giro das empresas.

Esses bancos não podem captar recursos por meio de depósitos a vista. Captam recursos

por meio da emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Recibos de Depósito

Bancário (RDBs), repasses de origem interna ou externa, ou pela venda de cotas de

Page 124: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

124

fundos de investimento.

3.1.5 Sociedades de arrendamento mercantil

As Sociedades de Arrendamento Mercantil são mais conhecidas como em-

presas de leasing. Essas empresas captam recursos por meio de emissão de de-

bêntures e empréstimos de médio e longo prazos e financiam a compra de bens, como

máquinas, equipamentos e veículos.

3.1.6 Bancos Múltiplos

Os bancos múltiplos foram criados por meio da Resolução n 1.524/88, do

Bacen, com a finalidade de racionalizar a administração das instituições financeiras.

Várias instituições financeiras do mesmo grupo econômico constituem-se em uma única

instituição financeira com personalidade jurídica própria, com a conseqüente redução

de custos operacionais. Um banco múltiplo pode ter as seguintes carteiras: comercial,

de investimento, de crédito imobiliário, de aceite, de desenvolvimento e de

arrendamento mercantil.

Existem também instituições não bancárias, tendo como característica

comum o impedimento legal de captar depósitos a vista, que são: Bancos de

Investimentos, As Sociedades de Crédito imobiliário, As Sociedades de Crédito,

Financiamento e investimentos, As Associações de poupança e Empréstimos, etc.

As instituições auxiliares atuam no sistema de distribuição de títulos e valores

mobiliários;

As Bolsas de Valores;

As Sociedades Corretoras;

As Sociedades Distribuidoras e os Agentes Autônomos.

Page 125: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

125

4 MERCADOS FINANCEIROS

O sistema financeiro nacional é formado por diferentes tipos de instituições

financeiras públicas e privado. Em função em função da natureza e do prazo, as

operações realizadas por essas instituições podem ser agrupadas em quatro grandes

mercados: mercado monetário, mercado de crédito, mercado de c apitais e

mercado de câmbio.

O mercado monetário , também denominado mercado aberto ou open

market, compreende operações de curto e curtíssimo prazo, realizadas por alguns dias

ou de um dia para o outro (overnight). Esse mercado tem dupla função: facilitar a

aplicação de recursos que estarão disponíveis por um período muito reduzido e permitir

o controle da liquidez global através da venda e compra de títulos públicos.

As instituições que atuam no mercado monetário mantêm uma carteira de

títulos públicos e privados que é financiado com recursos dos aplicadores que, através

das operações de open ou de over, adquirem os títulos mediante o compromisso de a

instituição recomprá-los alguns dias depois por um preço superior.

O mercado de crédito envolve empréstimos e financiamentos de curto e

médio prazo. Os recursos aplicados nessas operações provêm de depósitos captados

pelas instituições financeiras, de repasses de linhas de crédito oficiais e de repasses de

empréstimos contraídos pelas instituições no país e no exterior.

O mercado de capitais engloba operações de crédito de longo prazo e

transações com ações, debêntures e títulos públicos de longo prazo.

No mercado de câmbio são realizadas transações de compra e venda de

moedas estrangeiras conversíveis em moeda nacional, por instituições credenciadas

pelo Banco Central.

5 FONTES DE FINANCIAMENTO

Segundo Hoji Masakasu (1999, p.177) “O capital de uma empresa esta todo

investido no Ativo, com o objetivo de gerar retornos adequados. Este capital é fornecido

Page 126: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

126

por terceiros e pelos acionistas ou sócios é representada pelo Capital próprio

(Patrimônio Liquido)”.

O capital social, financeiramente ou contabilmente conceituando, é a parcela

do patrimônio líquido de uma empresa ou entidade que represente investimento na

forma de ações (se for sociedade anônima) ou quotas (se for uma sociedade por quotas

de responsabilidade limitada) efetuado na companhia pelos proprietários ou acionistas,

o qual abrange não somente as parcelas entregues pelos acionistas, mas também os

valores obtidos pela empresa e que, por decisão dos acionistas ou proprietários, são

incorporados no capital social.

Segundo BRAGA (1994, p. 311), “O financiamento das atividades

empresariais é realizado mediante o emprego de diferentes tipos de fundos obtidos

externamente ou gerados no curso normal das operações”.

São de rotina os financiamentos das atividades empresariais que realizam

diferentes tipos de fundos, ou seja, se obtém externamente ou no curso normal das

operações, ou seja, capital próprio e capital de terceiros.

O capital próprio representa as contas que compõem o Patrimônio Liquido e

o Capital de Terceiros são saldos das contas Passivo Circulante e do Exigível a Longo

Prazo. No Balanço Patrimonial encontra-se a estrutura financeira, formada com

recursos próprios que ficarão na empresa e por obrigações vencíveis a curto e longo

prazo.

6 FINANCIAMENTO COM CAPITAL PRÓPRIO

De acordo com BRAGA (1994, p.323):

O capital próprio constitui a fonte de recursos mais adequada para investimentos de maior risco ou de maturação prolongada. Esses recursos são obtidos através de aumentos de capital e de retenção dos lucros, estando esta intimamente relacionada com a política de dividendos.

O aumento de capital pela oferta pública de ações é realizada por

companhias de capital aberta com intervenções do banco de investimento ou sociedade

corretora ou sociedade distribuidora de ações.

Page 127: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

127

Os lucros retidos constituem uma fonte interna de capital própria largamente

utilizada no financiamento dos planos operacionais e de investimentos.

Os lucros retidos correspondem ao valor remanescente do lucro liquido após

a dedução da parcela a ser distribuída em espécie aos proprietários, denominada por

dividendos em se tratando de sociedades por ações. Os lucros retidos encontram-se

registrados nas contas de Reservas de Lucros e de lucros Acumulados. Obviamente,

esses fundos estão distribuídos pelos diversos ativos circulantes e não circulantes da

empresa.

A seguir encontra se as maneiras de capacitação de recursos das fontes

internas das empresas como forma de disponibilizar recursos para financiar suas

atividades:

• Por Ações preferenciais

É um tipo de parcela representativa do capital social de uma empresa, sem

direito a voto, e com prioridade na distribuição de dividendos. Entretanto garante ao

acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais

elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e prioridade no reembolso de capital,

no caso de dissolução da sociedade. Caso a empresa emitente não distribuía

dividendos após três exercícios sociais, os acionistas preferenciais adquirem direito a

voto.

• Por Ações ordinárias

Tipo de ação que confere ao acionista o direito de voto em assembléias

gerais da empresa emitente, além de proporcionar participação não preferencial deste

acionista nos resultados financeiros da mesma.

• Pela Emissão de novas ações

O aumento de capital se faz a partir de incorporação de resultado, que evita

um custo de distribuição de resultados via dividendos para depois solicitar-se

subscrições de aumento com atuais e novos investidores, o que acarretaria em custos...

Page 128: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

128

e seria necessário pois existem inúmeros novos investimentos e necessidade de

capital.

• Pelos Lucros acumulados

É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do

Exercício, cujo valor é transferido para a conta de Lucros Acumulados.

Representa o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos líquidos das

apropriações de lucros e dos dividendos ainda não distribuídos, não capitalizados

porém já apropriados para constar no Patrimônio Líquido na data do Balanço. Essa

conta representa a interligação entre o Balanço e a Demonstração do Resultado do

Exercício.

7 FINANCIAMENTO COM CAPITAL DE TERCEIROS

De acordo com Braga (1994, p.323), “O capital de terceiros pode ser gerado

espontaneamente no curso normal das atividades operacionais e também ser obtido

mediante a contratação de empréstimos e financiamentos”.

Os financiamentos com capital de terceiros são constituídas pelas

exigibilidades diversas, adiantamentos de clientes e obrigações para com fornecedores.

As exigibilidades da empresa para com seus empregados e diretores, órgãos

governamentais, credores diversos e acionistas constituem exemplos de fontes internas

de capital de terceiros, como: salários e encargos, impostos e contribuições, imposto de

renda etc.

O crédito mercantil ou comercial constitui uma modalidade de financiamento

a curto prazo concedido por uma empresa a outra, mediante o deferimento entre o

momento da entrega da mercadoria ou da prestação do serviço e a data do pagamento

As condições estabelecidas pelos fornecedores são prazo em dias corridos

contados a partir da data da emissão da nota fiscal, prazo em dias contados, prazos

para pagamento com ou sem desconto.

Page 129: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

129

7.1 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

As principais modalidades de operações de empréstimos e de

financiamentos oferecidas pelas instituições financeiras às empresas em geral são:

Desconto de Títulos: operação de bancos comerciais que envolvem notas

promissórias ou duplicatas emitidas pela empresa;

Empréstimos em Conta-corrente: operação de bancos comerciais que

envolvem notas promissórias ou duplicatas emitidas pela empresa, com possibilidade

de renovação;

Financiamento de Tributos e Contribuições Previdenciárias: são

financiamentos com tarifas de contratação e juros, garantidos por notas promissórias;

Empréstimos à Micro, à Pequena e à Média Empresa: financiamento

regulado pelo banco central garantidas por notas promissórias ou duplicatas emitidas

pela empresa;

Contratos de Financiamento: oferecidos por bancos comerciais e são

garantidas por promissórias avalizadas, caução de duplicatas e outros títulos, fiança,

penhor de bens e alienação;

Financiamentos com Recursos do PIS: operações realizadas com recursos

provenientes do programa de integração social da caixa econômica federal, garantidas

por promissórias avalizadas, caução de duplicatas e outros títulos, fiança, penhor de

bens e alienação;

Financiamentos com Recursos Externos: possuem diversos tipos de

financiamentos sendo garantidos por avais, caução de títulos, fiança, penhor de bens e

hipoteca;

Debêntures: as debêntures são títulos de divida emitidos pelas sociedades

anônimas com a finalidade de levantar recursos de médio e longo prazo para financiar

suas necessidades de capital de giro e/ou de capital fixo.

Títulos de divida: Um título de dívida é um vale, o qual atesta que você

emprestou dinheiro a um governo ou companhia e que descreve os termos de

reembolso.

Page 130: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

130

O comprador pode adquirir um título de dívida com desconto. O título tem

uma taxa de juros fixa por um período determinado. Quando o tempo se esgotar, diz-se

que o título "venceu" e o comprador poderá resgatá-lo pelo valor nominal integral.

7.2 PRINCIPAIS FONTES DE CAPITAL DE TERCEIROS

Mesmo com a estabilidade econômica, os empréstimos em moeda local

continuam escassos e caros no Brasil, pois o nível de poupança interna não é suficiente

para financiar as atividades empresariais em caráter permanente.

As empresas são obrigadas a buscar empréstimos e financiamentos exter-

nos, pela escassez e alto custo dos financiamentos internos, mesmo que isso implique

assumir o risco de câmbio. O acesso de empresas brasileiras ao mercado financeiro

internacional está restrito a empresas de grande porte e subsidiárias de empresas

multinacionais. O volume dos recursos que as instituições financeiras captam no

mercado financeiro internacional e repassam no mercado interno é limitado.

A estrutura de capital deve ser composta por fontes de longo prazo e per-

manentes, mas nem sempre essas fontes estão disponíveis, o que obriga empresas a

financiarem suas atividades com recursos de curto prazo.

Inúmeras são as modalidades de financiamento existentes no mercado fi-

nanceiro. Para fins didáticos, as fontes de capital de terceiros podem ser divididas em

financiamentos e empréstimos em moeda nacional e em moeda estrangeira.

7.2.1 Em moeda nacional

7.2.1.1 Empréstimos para capital de giro

Por meio de um contrato, são estabelecidas as condições gerais e específi-

cas da operação, como o valor, o vencimento e a taxa de juros. As garantias exigidas

são as notas promissórias avalizadas, geralmente, por sócios ou diretores. Além das

notas promissórias, podem ser exigidas garantias adicionais, como duplicatas,

hipotecas e penhor mercantil.

Page 131: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

131

7.2.1.2 Desconto de títulos

Os títulos descontados podem ser duplicatas ou notas promissórias. O

cedente da duplicata ou nota promissória transfere ao banco o direito de recebê-los nos

respectivos vencimentos, recebendo antecipadamente o valor líquido dos títulos após

descontados os juros. No vencimento, o devedor paga o valor do título ao banco, que

baixa da responsabilidade do cedente.

7.2.1.3 Hot Money

Esse tipo de empréstimo caracteriza-se por ser de curtíssimo prazo, geral-

mente de um dia a uma semana. A taxa de juros de Hot Money é baseada na taxa

diária do CDI, acrescida de spread do banco e respectivos impostos. Apesar de gerar

muitos papéis e contabilizações, as vantagens desse tipo de empréstimo são de que a

empresa tomadora pode ajustar melhor seu fluxo de caixa e possibilita uma mudança

rápida de fonte de financiamento, caso outros tipos de financiamento se tornem mais

vantajosos.

7.2.1.4 Conta garantida

É, para a pessoa jurídica, o equivalente a cheque especial utilizado por

pessoa física. O banco abre uma conta de crédito para a empresa, que saca livremente

o valor até o limite estabelecido e cobre o saldo devedor a qualquer tempo, até o

vencimento do contrato. Os encargos financeiros são pagos periodicamente. A grande

vantagem da conta garantida é que o tomador pode ajustar melhor sua necessidade de

caixa.

7.2.1.5 Factorlng

Factoring é uma operação de fomento comercial, portanto, não sujeita as

regulamentações do Banco Central. A operação consiste em ceder os direitos

creditórios sobre duplicatas a empresas de factoring, recebendo em contrapartida o

valor de face com deságio (que corresponde a juros e spread da operação).

A grande vantagem dessa operação é que nela é feita a venda definitiva das

Page 132: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

132

duplicatas, portanto, sem o direito de regresso, diferentemente do desconto de

duplicatas. Por ser uma operação com custo final mais alto do que as taxas geralmente

praticadas pelos bancos, é utilizada com maior freqüência por empresas de pequeno e

médio portes que têm dificuldades de obter linhas de crédito em bancos.

7.2.1.6 Debêntures

Debênture é um título emitido por sociedades anônimas de capital aberto,

com a aprovação da emissão por Assembléia Geral Extraordinária, para captar recursos

de médio e longo prazos no mercado financeiro. As condições gerais e específicas sob

as quais foi emitida a debênture constam de um documento chamado Escritura de

emissão, com registro em cartório.

7.2.1.7 Arrendamento mercantil

O arrendamento mercantil é mais conhecido como leasing. A utilização dessa

modalidade de financiamento vem do conceito de que o lucro é gerado pela utilização

do bem e não por sua propriedade. Existem vantagens fiscais em operações de leasing,

pois as empresas de leasing podem acelerar a depreciação do bem, cuja vantagem

fiscal é repassada ao arrendatário.

Se uma empresa tiver que comprar os bens, precisa pagar por sua aquisição

e o investimento é deduzido da base de cálculo do Imposto de Renda como

depreciação durante a vida útil do bem (cinco anos para veículos e equipamentos de

informática, 10 anos para móveis e utensílios etc.). Por ter uma duração mais curta, é

como se a operação de leasing acelerasse o processo de depreciação.

7.2.1.8 Recursos do BNDES

Praticamente, a maioria dos recursos de longo prazo existentes em moeda

nacional é fornecida pelo Sistema BNDES, dentro das políticas operacionais

estabelecidas para cada setor de atividade econômica. O Sistema BNDES é chamado

pelo próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e suas

subsidiárias: Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) e BNDES

Participações S.A. (BNDESpar).

Page 133: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

133

O Sistema BNDES pode operar diretamente com o financiado, mas a maioria

das operações é intermediada pelas instituições financeiras credenciadas. Em alguns

casos, o BNDESpar participa do capital social de empresas consideradas estratégicas

ou com projetos prioritários.

7.2.2 Em moeda estrangeira

A maioria dos empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira é

denominada em dólar. As mais comuns são:

7.2.2.1 Adiantamento sobre contratos de câmbio

Nesse tipo de operação, os exportadores, com base em contrato de forneci-

mento ou pedido de compra, vendem a termo os valores em moeda estrangeira que

serão gerados pela futura exportação, recebendo antecipadamente o valor equivalente

em moeda local, convertido pela taxa de câmbio da data da operação.

7.2.2.2 Resolução 63

Essa operação é regulamentada pela Resolução 63 do Banco Central. Os

bancos repassam aos tomadores locais, em moeda estrangeira, os recursos captados

no exterior por meio de lançamentos de bônus e outros instrumentos financeiros. Toda

a condição do empréstimo original, como data de pagamentos de juros e amortização,

taxas de juros e imposto de renda sobre a remessa de juros, coincidem com os

vencimentos do empréstimo original. O prazo máximo da operação para o tomador local

não pode exceder o vencimento do empréstimo original, mas o banco pode repassar o

recurso por um prazo menor. O banco local cobra do tomador uma comissão de

repasse, que pode ser antecipada ou paga juntamente com os juros, e sobre essa

comissão não incide Imposto de Renda, por ser paga em moeda nacional.

7.2.2.3 Financiamento de importação

Os bens e serviços adquiridos no exterior com desembolso futuro são cha-

mados financiamentos de importação. Em vez de o importador desembolsar as

Page 134: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

134

compras a vista, o banco do exterior paga a vista ao exportador e o importador fica

devendo a esse banco do exterior. No vencimento do financiamento, o importador

estará fazendo a remessa financeira pela compra de mercadorias ou serviços.

Geralmente, o custo final desse tipo de financiamento é mais atraente do que

de outros tipos de financiamentos, pois o risco de o banqueiro financiado r não receber

é menor do que em empréstimos feitos em moeda. O prazo de financiamento varia de

alguns meses a até um ano, raramente ultrapassando esse prazo.

7.2.2.3 Export note

O exportador emite uma nota promissória em dólar com lastro em futuros

créditos de exportação e faz a cessão de direitos sobre o crédito com base em um

contrato. Pela cessão do direito creditório, o exportador recebe a vista valor em moeda

nacional, convertido pela taxa de câmbio do dia.

7.2.2.4 eurobônus

Euronotes e Eurobonds são títulos emitidos por empresas em dólar, fora dos

Estados Unidos. Notes são títulos emitidos com prazos inferiores a 10 anos; acima

desse prazo, os títulos são chamados bônus (bonds, em inglês). No mercado financeiro

brasileiro, esses dois tipos de títulos são chamados Eurobônus, indistintamente dos

prazos de resgate.

Existem dois tipos de títulos, quanto às taxas de juros. As Fixed Rate Notes

são títulos lançados com taxas de juros fixas. As Floating Rate Notes são títulos

lançados com taxas de juros flutuantes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui se neste trabalho que é essencial a prática de financiamento na

empresa para ela busque fundos e planeje seus investimentos, mas deve tomar

cuidado com investimentos, analisando se serão rentáveis a sua utilização.

Os financiamentos de curto prazo envolvem uma analise de decisões que

afetam os ativos e passivos circulantes e frequentemente exercem impacto sobre a

Page 135: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

135

empresa dentro do prazo de um ano, e deve ser tomado para compra de matéria –

prima e para as atividades do dia a dia onde se espera o recebimento das vendas e

depois saldas suas dividas, entretanto devem ser levados em conta os juros cobrados,

analisando a viabilidade do financiamento e o retorno esperado.

Os financiamentos de longo prazo representam desembolsos consideráveis

de fundos que obrigam a empresa a seguir um determinado curso de ação, entretanto,

devem ser melhor analisados e avaliados para sua seleção, dando atenção aos fluxos

de caixa relevantes e aplicação de técnicas apropriadas de decisão.

Assim, conclui se ser de grande importância o bom controle dos recursos

financeiros investidos nas empresas, portanto, com o mercado a cada dia mais

competitivo, as empresas precisam gerir de maneira eficaz seus recursos financeiros,

planejando antecipadamente as melhores opções de captação de recursos, e as

melhores formar de aplicações para não ficarem a mercê do destino, sujeitas ao

fracasso.

CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo:

Atlas. 1989.

GITMANN, Lawrence J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Harbra,

1997.

HOJI Masakazu. Administração Financeira: Uma abordagem pratica: ma temática

financeira aplicada, estratégias financeiras, análi se, planejamento e controle

financeiro. São Paulo: Atlas. 1999.

Page 136: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

136

TEMA: O SOPRO ENERGICO INICIAL

Autores:1

Roberta Jolo Rolando Vanzela

RESUMO Este trabalho procura fazer uma revisão teórica a partir de relatos importantes como à do Amyr Klink, que sem um planejamento consistente os objetivos dificilmente serão alcançados. Todos os negócios de modo geral nascem de uma idéia motivo e passam cronologicamente por vários estágios. Os quatro primeiro estágios são na realidade, os grandes obstáculos e apontam para a maior mortalidade de empresas no primeiro ano de vida. Pesquisas demonstram que 75% das empresas fecham no primeiro ano de atividade, sugerindo que a concepção e implementação de uma organização não depende da experiência de seus fundadores tão somente. É necessário um detalhado planejamento e o comprometimento de seus fundadores para que o sucesso da organização não vire uma obra do acaso. Portanto, neste trabalho serão exteriorizados alguns pontos importantes sobre o planejamento e sua função como gerador de informações necessárias para as decisões estratégicas para que a empresa consiga vencer os primeiros estágios, como também renascer de situações de deterioração. Palavras-chaves: Planejamento. Estratégias. Negócio. Missão. Objetiv os.

1 Os autores : o primeiro é aluna do sexto semestre do curso de Administração da UNIVALE e o segundo, Professor mestre em administração e pert ence ao quadro de professores do Curso de administração da UNIVALE.

Page 137: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

137

INTRODUÇÃO

Trata-se de um trabalho de pesquisa bibliográfica, para exteriorizar alguns

aspectos que envolvem o desenvolvimento e de como recuperar uma empresa em

estado de deterioração, segundo os motivos que expõe alguns especialistas sobre o

assunto.

O objetivo específico do trabalho é analisar o que considera Marques (1994,

p. 168), que “a largada perfeita para a concepção e implementação de uma

organização não depende somente da experiência de seus fundadores, mas de

planejamento e compromisso”, inclusive nos remetendo à comparação entre a largada

da fórmula 1, em que as organizações apresentam grandes semelhanças com essas

escuderias. De fato existem semelhanças, uma vez que se trata de organizações e,

obviamente, aquela organização que se prepara e reúne instrumentos de gestão de

negócios com a missão e princípios de forma clara, obterão sucesso.

Na seqüência do trabalho também serão discutidos os pontos importantes do

planejamento mostrando como é seu funcionamento como instrumento operacional de

forma lógica e papel das estratégias competitivas, sem perder de vista os aspectos

norteadores de uma boa administração, tais como: o Negócio, a Missão e os Princípios

que são pressupostos para a elaboração de um bom planejamento empresarial,

ressaltando, contudo, dentro da contextualização que não existe uma fórmula de

planejamento, existem conceitos que deram certos, mas cada organização deve ir à

busca do seu modelo, segundo as suas características e filosofia de trabalho.

O QUE SIGNIFICA PLANEJAMENTO

Das funções clássicas tratadas por Fayol, temos organizar, formar equipe,

dirigir, controlar e planejar. Neste sentido, planejar significa decidir antecipadamente.

Decidir implica optar por uma alternativa de ação em detrimento de tantas outras

disponíveis, em razão de preferências, disponibilidades, grau de aceitação de risco

entre outros. Nesta linha decidir antecipadamente constitui-se em controlar o seu

próprio futuro.

Page 138: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

138

Controlar o próprio futuro é uma visão proativa que se refere ao processo de

gestão, considerando que as empresas têm que tomar três tipos de decisões distintas:

Estratégicas, Administrativas ou Táticas e Operacionais.

O planejamento deve estar intimamente relacionado com os planos de

negócios de uma organização. Planejar significa nos dias atuais, uma necessidade que

deve afetar o dia a dia da organização, conforme demonstra a figura abaixo:

Figura 1. Relacionamento do Planejamento com o Plano de Negócios.

Base de dados

Do desempenho Passado

Expectativas dos interesses

internos

Expectativas dos interesses

externos

Avaliação: riscos, forças

oportunidades e ameaças

Fonte: ADAPTADO Frezatti apud Steiner (1979, p. 17)

A Figura apresenta o relacionamento entre os vários elementos que

compõem o processo de planejamento das organizações, podendo esclarecer os vários

elementos existentes.

O sistema de gerenciamento de qualquer organização requer a clara

definição de seu processo de gestão e os elementos que inter-relacionam. Nesse

processo há métodos e caminhos que se inicia na missão da empresa e no modelo de

gestão e que pode ser observado o conjunto de crenças e valores que dão o rumo ao

comportamento dos gestores para impulsionar a organização da situação atual para

uma outra situação identificada como possível e desejada em tempo futuro, o objetivo é

garantir o cumprimento da missão.

O processo de gestão pode ser entendido como um processo de

planejamento, que consiste na tomada de decisão uma vez que acontece antes da

Missão, Objetivos,

Estratégias e políticas

Planos de médio e

longo prazos

Orçamento

Controle

orçamentário

Sistema de Informações gerenciais

Realizado

Page 139: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

139

ação. Todo esse processo que engloba a gestão pode ser dividido em três partes::

Planejamento Estratégico, Planejamento Tático ou Administrativo e o Planejamento

Operacional, este último, constituindo na execução e controle de todo o processo.

Planejamento Estratégico: é a primeira fase de todo o processo, onde são

realizados estudos de cenários para a realização das operações de mercado da

organização. São estudos preliminares que servem de base para as projeções do futuro

da empresa e em que regiões a organização precisará fazer mais investimentos.

Planejamento Tático: constituem na formulação de ações, estabelecimentos

de estratégias, objetivos com base nas projeções. É o momento que a organização

define objetivos e metas para serem atingidas.

Planejamento Operacional: nesta fase todo processo anterior é transformado

em ações de fato. É a operacionalização daquilo que foi definido no plano anterior. É a

execução do processo, significando a implementação dos projetos aprovados no

orçamento. Cada gestor deve identificar todas as alternativas possíveis para efetivar a

conclusão do projeto. Dentro desse mesmo propósito o ponto mais importante é o

controle. Segundo Frezatti (2000, p. 17), “Se o planejamento é inadequado, o controle é

inócuo. Se o planejamento é adequado, mas a filosofia de controle é meramente

voltada para a constatação, existe uma falha importante de retroalimentação”.

Nessa fase devem ser confrontados os resultados alcançados com os

desejados e se necessário efetuar a retroalimentação, e a correção daquilo que por

algum motivo não está no rumo para melhor atingir os objetivos.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A COMPETITIVIDADE.

A necessidade das empresas de competir, sobreviver, crescer, e manter uma

fatia do mercado, tem propiciado a integração de conceitos de planejamento e

desempenho empresarial. Quando o autor recorre à escuderia de fórmula 1 como

exemplo, significa que a expectativa de uma largada perfeita alicerça a esperança da

vitória, de atingir os objetivos propostos. Uma organização não decorre somente de

recursos e um bom projeto, o maior desafio a percorrer é na formação de uma equipe

para planejar já que o planejamento, em alguns casos, pode até suprir a inexperiência.

Page 140: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

140

O planejamento pode ser o gerador de informações necessárias as mais

importantes decisões para que os primeiros estágios sejam vencidos e, como

conseqüência, evitar a morte prematura de uma empresa.

O planejamento estratégico tem que ser considerado de suma importância

no contexto empresarial, como diretrizes para as tomadas de decisões. Marques apud

Sink e Tuttle (1993) defendem que no topo das organizações estão às pessoas pagas

para pensar, no meio são encontradas as pessoas responsáveis pelo controle e na

linha de baixo estão as pessoas responsáveis pela execução operacional dos planos.

Na mesma linha, porém aprofundando um pouco mais o conceito de

planejar, existem alguns exemplos amplamente discutidos de paradigmas que devem

ser quebrados quando estamos elaborando um planejamento de forma consistente e

que possa dar respostas às nossas ações:

a) O planejamento deve ser tratado e considerado como uma arte e, portanto

deve estar a cargo de algumas pessoas, pensantes e criativas, não existindo forma estruturada de planejar;

b) Aqueles que ocupam altos cargos pensam melhor, por isso, eles estão lá.

Porém, o processo de planejamento deve envolver a todos, um planejamento participativo deve envolver gerentes e empregados;

c) Considerando o alto grau de conhecimento das pessoas que fazem o

planejamento, planejar é mais importante do que executar.

Respeitando a convicção sobre o ponto de vista com os paradigmas

apresentados, recorrendo ao estágio participativo citado por Marques (1994), coloca

que as experiências com planejamento estratégico iniciadas ou advindas de estágios

anteriores, contribui para um modelo avançado de participação de todos os membros,

em todos os níveis, na solução de problemas e no planejamento do futuro da

organização.

Um mínimo de planejamento todas as empresas praticam. O que se

argumenta é que o planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão que esta

sendo mal utilizada, por vezes sendo negligenciado na sua elaboração, no seu

entendimento, na sua implementação e, finalmente, no controle de sua realização.

Page 141: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

141

Isso nos remete a acreditar que o que mais se aproxima da realidade

verificando o conceito apresentado é a negligência com o planejamento, principalmente

com o controle de sua realização. Como coloca o autor, todas as empresas têm um

mínimo de planejamento, senão não seria possível a sua sobrevivência. Recorrendo ao

que considera Frezatti (2000), o planejamento pode ser adequado, contudo, se não

houver controle o planejamento será inócuo. Nesta discussão pode-se concluir que o

planejamento existe mesmo que de forma empírica, mas que o seu maior problema

esta na execução e controle do planejamento e na sua correta retroalimentação. Em

outras situações o planejamento não sai do papel, o empresário investe em gestores

para elaborar o um bom planejamento que na prática não acontece.

ENTENDENDO CADA ETAPA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Para entendermos de como elaborar um planejamento estratégico é

necessário entendê-lo conceitualmente, estudando cada etapa e de como deverá ser

aplicado e, de preferência levando ao conhecimento de todos os participantes da

organização, para que haja comprometimento. A seguir será apresentado

conceitualmente cada etapa do Planejamento Estratégico:

Visão É como a empresa quer ser vista e reconhecida em um futuro

considerado. Missão É a razão de ser da empresa que específica à nature za de seu

negócio, sua sobrevivência. Objetivo É o estado, situação resultado ou algo desejado de atingir no futuro,

através de um esforço adicional. O planejamento é u m instrumento para a empresa realizar seus objetivos.

Planejar É definir aquilo que deve ser realizado para que a meta seja alcançada

Meta É um objetivo quantificado e programado em relação ao fator tempo. Atividade ou ação Operacional

É o detalhamento da meta em nível operacional para a sua execução.

Estratégia É um caminho, uma direção, um rumo, um guia ou um c urso de ação para o futuro.

Considerando todos os aspectos que envolvem o planejamento, é importante

definir o propósito de cada estratégia e seus significados considerando que são através

Page 142: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

142

delas que irão ser traçados os cursos das ações a serem implementadas, o termo

estratégia é bastante abrangente.

No mundo atual é difícil estratégia de manobra para enganar o concorrente,

pode até ocorrer, mas não por muito tempo. Neste sentido, é interessante observar a

classificação de estratégias considerada por Porter.

Estratégia competitiva de custo

É aquela em que a empresa centra seus esforços na busca de eficiência produtiva, na ampliação do volu me de produção e na minimização de gastos com propaganda, assistência técnica, distribuição, pesquisa e desenvolvimento, e tem no preço um dos principais atrativos para o consumidor.

Estratégia competitiva de diferenciação

Faz com que a empresa invista mais pesado em imagem , tecnologia, assistência técnica, distribuição, pesq uisa e desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade com a finalidade de criar difer enciais para o consumidor.

Estratégia competitiva de foco

Significa escolher um alvo restrito, no qual, por m eio da diferenciação ou do custo, a empresa se especializa rá atendendo a segmentos ou nichos específicos.

Fonte: PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. 7. ed. Rio de Janeiro, Campus, 1997

Observando as classificações, percebe que a classificação de Porter esta

mais direcionada para a experiência e maturidade empresarial, enquanto que a outra

classificação esta mais se restringindo a se defender. Nos dias atuais é muito difícil criar

estratégias para enganar o concorrente, a julgar pelos produtos que estão cada vez

mais internacionalizados, portanto é interessante as organizações criarem suas

estratégias competitiva de custos, diferenciação e com foco no mercado voltado para

P&D, preços, assistência técnica, etc., para ganhar inclusive experiência, para soluções

de outros problemas que virão, pois as estratégias é ato continuo.

Para uma melhor visualização para a elaboração do planejamento

estratégico, de acordo com Frezatti (2000), apresenta-se a seguir a figura com os

elementos da visão estratégica do negócio, onde ele propõe que deve ser analisada a

missão da organização, seus objetivos de longo prazo, os ambientes interno e externo,

as estratégias gerais e específicas.

Page 143: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

143

Figura 2. Elementos da Visão Estratégica do Negócio Filosofia Negócio da Empresarial Organização

Fonte: FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: planejamento e controle gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000, p. 25

MISSÃO

Segundo o autor, a Missão é a razão de ser da empresa. Procura-se

determinar qual o negócio da empresa, porque ela existe ou ainda em que tipo de

atividade a empresa deverá concentrar-se no futuro.

O estabelecimento da missão tem como ponto de partida a análise e

interpretação de algumas questões como:

Qual a razão de ser da nossa empresa? E qual a natureza do negócio da

empresa? E quais são os tipos de atividades em que a empresa deve concentrar seus

esforços no futuro?

A missão da empresa exerce a função orientadora e delimitadora da ação

empresarial, e isto dentro de um período de tempo normalmente longo, em que ficam

comprometidos valores, crenças, expectativas, conceitos e recursos. Ela representa um

horizonte no qual a empresa decide atuar e vai realmente em cada um dos negócios

que aparecem neste horizonte, desde que seja viável sobre os vários aspectos

considerados.

Missão

Objetivos de longo prazo

Ambiente externo

Ambiente interno

Estratégias

Page 144: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

144

A determinação da missão de uma empresa pode-se comparar à utilização

de uma bússola pela qual se orienta o navio.

A missão deve ser entendida como uma identificação a ser seguida, mas

nunca algo específico a ser alcançado.

A definição da missão é importante porque é neste ponto que se procura

descrever as habilidades essenciais da empresa. Essa definição deve satisfazer a

critérios racionais e sensatos que devem ser: empreendedores para terem impacto

sobre o comportamento da empresa; focalizados no sentido de satisfazer as

necessidades dos clientes, de que nas características do produto fabricado; capazes de

refletir as habilidades essenciais da empresa; entendíveis; realistas; flexíveis e

motivadores.

A missão deve ser definida em termos amplos, tal como satisfazer alguma

necessidade do ambiente externo, e não ser colocada em termos de oferecer algum

produto. Definir a missão de uma empresa pode ser simples e complexo ao mesmo

tempo. Alguns cuidados devem ser tomados pelo executivo.

a) Não simplesmente explicitar o que estão fazendo, pois tais definições não

cumprem a sua finalidade básica, ou seja, a de provocar decisões de

mudanças;

b) Não relacionar diretamente com os produtos e serviços oferecidos, pois

reduz a amplitude da missão da empresa;

c) Não procurar definições curtas e objetivas em excesso, pois pode

prejudicar a sua clareza entendimento. Não estabelecer também definições

longas, que podem prejudicar a sua assimilação;

d) E não estabelecer uma frase definitiva para a missão da empresa, pois ela

não está isenta a mudanças no tempo e nas circunstâncias internas e

externas da empresa.

Page 145: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

145

OBJETIVOS

Frezatti (2000) Objetivo é o alvo ou ponto que se pretende atingir. O objetivo

da empresa é o resultado da somatória e composição dos objetivos de seus dirigentes.

Como conseqüência, verifica-se que os objetivos da empresa refletem, de forma

ponderada, as diferentes motivações dos seus dirigentes.

Para alcançar os seus objetivos, uma empresa necessita da cooperação dos

indivíduos, e eles, ao serem admitidos, trazem consigo necessidades aspirações e

expectativas que esperam sejam satisfeitas em troca de seu trabalho.

O comportamento do indivíduo é determinado por suas necessidades, que

vem do seu interior, e se dirigem para um objetivo ou incentivo que está fora dele. O

indivíduo deve estar motivado para manter-se direcionado aos objetivos da empresa e

alcançar resultados específicos e concretos.

Não existe a preocupação de quantificar os resultados esperados nem

estabelecer o período de tempo para a sua realização, mas inicia-se a análise da

disponibilidade dos recursos e as atribuições das áreas envolvidas no processo.

ANÁLISE EXTERNA E INTERNA DA EMPRESAS.

O diagnostico estratégico, em seu processo de análise externa e interna,

apresenta determinados componentes, que são:

• Pontos fortes: são as variáveis internas e controláveis que propiciam

uma condição favorável para a empresa, em relação ao seu ambiente;

• Pontos fracos: são as variáveis internas e controláveis que provocam

uma situação desfavorável para a empresa, em relação ao seu

ambiente;

• Oportunidades: são as variáveis externas e não controláveis pela

empresa, que podem criar condições favoráveis para a empresa,

desde que a mesma tenha condições e interesse de usufruí-las;

Page 146: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

146

• Ameaças: são as variáveis externas e não controláveis pela empresa

que podem criar condições desfavoráveis para a mesma.

Os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da empresa, enquanto

as oportunidades e as ameaças, sua análise externa.

A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a

empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua

atual posição produto – mercado e, prospectiva, quanto à sua posição produto mercado

desejada no futuro.

A análise interna tem por finalidade colocar em evidência as deficiências e

qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos

das empresas deverão ser determinados diante da sua atual posição produto -

mercado. Essa análise deve tomar como perspectiva para comparação as outras

empresas do seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas

concorrentes potenciais.

ENTENDENDO OS RISCOS E ARMADILHAS DAS ESTRATÉGIAS

Ao falar de estratégias, existe a possibilidade de não compreender quais são,

como usar e para que sirvam cada uma, por isso não basta apenas conhecer quais são

e usá-las somente após perder espaço no mercado, há muito mais do que

simplesmente embelezar um planejamento, é um estudo constante que deve ser

respeitado pelos profissionais e pelas empresas que buscam entrar em um mercado

competitivo.

Partindo de uma base sólida, conhecendo primeiramente a própria empresa,

seus produtos ofertados, o mercado, a concorrência e seus consumidores, pode

entender qual a melhor estratégia a ser usada em determinado momento.

Quando uma organização opta por ganhar espaço no mercado ou defender

seu território já conquistado, cabe ao profissional usar corretamente todas as

ferramentas disponíveis, elaborar a melhor forma de utilizar uma estratégia competitiva

Page 147: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

147

é fundamental, principalmente quando há em suas mãos dados que possam direcionar

quais pontos devem ser melhorados ou então aprimorados.

Os concorrentes também se utilizam das estratégias para ganhar mercado,

colocar seus produtos nas mãos dos consumidores e fazer com que sua empresa não

consiga aumentar os consumidores e muito menos manter os já existentes. As

estratégias podem ser divididas, segundo Porter (1999), em:

• Estratégia competitiva de custos: ao buscar uma redução nos custos a empresa

pode dar ao consumidor um produto mais acessível e que possuirá os mesmos

benefícios, principalmente quando estes custos reduzidos encontram-se na

produção dos produtos, desde a matéria prima até mesmo no treinamento de

funcionários e que evitam ficar parados na produção, produtos com defeitos e de

baixa qualidade;

• Estratégia competitiva de diferenciação: com investimentos mais fortes em pontos

como a imagem da empresa, qualidade de atendimento, qualidade no produto etc.,

percebe-se que o mais importante é ofertar um produto que tenha um destaque

muito maior do que a concorrência, investindo em Pesquisa e Desenvolvimento e

permitindo que seja percebido um Valor muito maior do que as demais empresas do

mercado para o consumidor;

• Estratégia competitiva de foco: ao direcionar suas ações no mercado, uma empresa

determina um rumo a ser seguida, objetivando atender a Segmentos ou nichos

muito específicos, com um alto Valor para o consumidor. Toda e qualquer estratégia

possui pontos positivos e riscos atrelados a sua aplicação, para que tudo tenha um

desempenho aceitável é necessário que o profissional saiba corretamente qual é o

objetivo da organização no mercado, quais as ações da concorrência e que produto

ofertar ao consumidor.

As estratégias competitivas são descritas Porter (1999), como ações

ofensivas e defensivas de uma empresa. Porter identificou três estratégias genéricas

que podem ser usadas individualmente ou em conjunto para criar uma posição

sustentável a longo prazo: Custo; Diferenciação e Foco.

A adoção de qualquer estratégia competitiva tem seus riscos e suas

armadilhas. Na estratégia de custos, as principais são: a excessiva importância que se

Page 148: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

148

dá à fabricação; a possibilidade de acabar com qualquer chance de diferenciação; a

dificuldade de se estabelecer um critério de controle de custos; e que apareça um novo

concorrente com nova tecnologia, novo processo e abocanhe parcela significativa de

mercado ou o mercado passe a valorizar o produto por critérios diferentes.

Na estratégia de diferenciação, as principais armadilhas são representadas

pela diferenciação excessiva, pelo preço muito elevado, por um enfoque exagerado no

produto e pela possibilidade de ignorar os critérios de sinalização. Na estratégia de foco

o risco é de o segmento escolhido não propiciar massa crítica que permita à empresa

operar.

Porter (1999) descreve a estratégia competitiva como ações ofensivas e

defensivas de uma empresa para criar uma posição sustentável dentro da indústria,

essas ações são uma resposta às cinco forças competitivas que o autor indica como

determinantes da natureza e grau de competição que cerca uma empresa.

O autor ainda identificou três estratégias genéricas que podem ser usadas

individualmente ou em conjunto para criar uma posição sustentável em longo prazo.

A primeira é a estratégia competitiva de custo, na qual a empresa centra seus

esforços na busca de eficiência produtiva, na ampliação do volume de produção e na

minimização de gastos com propaganda, assistência técnica, distribuição, pesquisa e

desenvolvimento, e tem no preço um dos principais atrativos para o consumidor.

A opção pela estratégia competitiva de diferenciação faz com que a empresa

invista mais pesado na imagem, tecnologia, assistência técnica, distribuição, pesquisa e

desenvolvimento, recursos humanos, pesquisa de mercado e qualidade, com a

finalidade de criar diferencial para o consumidor.

A estratégia competitiva de foco significa escolher um alvo restrito, no qual,

por meio da diferenciação ou do custo, a empresa se especializará atendendo a

segmentos ou nichos específicos.

A adoção de qualquer estratégia competitiva tem seus riscos e suas

armadilhas. Na estratégia de custos, as principais são: a excessiva importância que se

dá à fabricação; a possibilidade de acabar com qualquer chance de diferenciação; a

dificuldade de se estabelecer um critério de controle de custos; e que apareça um novo

Page 149: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

149

concorrente com nova tecnologia, novo processo e consiga uma parcela significativa

de mercado ou o mercado passe a valorizar o produto por critérios diferentes.

Na estratégia de diferenciação, as armadilhas são representadas pela

diferenciação excessiva, pelo preço muito elevado, por um enfoque exagerado no

produto e pela possibilidade de ignorar os critérios de sinalização. Na estratégia de foco

o risco é de o segmento escolhido não propiciar massa crítica que permita à empresa

operar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A chegada dos primeiros clientes representa o inicio do estágio produtivo na

empresa. E convencidos de que tendo seguido todos os passos citados por Marques

(1994), o fundador estrategista terá dado a largada perfeita. Sem dúvida, terá tido muito

trabalho nas pesquisas, na definição de suas filosofias e do modelo organizacional que

levará adiante. Terá também vencidos os grandes obstáculos e descoberto que não

está mais sozinho no seu sonho. Sua organização certamente será modelo desde o

início e terá padrão de excelência na satisfação das necessidades a que se propôs.

É importante destacar que todos os pontos que foram discutidos não bastam

se não houver o compromisso de segui-los corretamente. Uma organização não nasce

do acaso, é preciso desde o estágio conceptual um plano de negócio sólido e todo o

cuidado e manutenção permanente para que a organização possa avançar em todos os

estágios sem o risco de deixar armadilha, que no futuro poderão levar à empresa a

deterioração.

Por isso, o cuidado com o planejamento e sua manutenção é essencial para

garantir sua perenidade, ressaltando que a missão, princípios e os objetivos são pontos

fundamentais que caracterizam as crenças e filosofias de trabalho e que irá sedimentar

a empresa como ponto de referência frente aos concorrentes.

Page 150: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

150

BIBLIOGRAFIAS

MARQUES, Antônio Carlos F. Deterioração organizacional – Como detectar e resolver problemas de deterioração e obsolência org anizacional , São Paulo: Makron Books, 1994. FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: planejamento e controle gere ncial . 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. PORTER, Michael E. Estratégias competitivas: Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência. 7.ª. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SANTOS, José Luiz dos. et. Al. Fundamentos de orçamento empresarial . São Paulo: Atlas 2008. FARKAS, Charles M. e BACKER, Philip de. Liderança máxima . Rio de Janeiro: Campus, 199

Page 151: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

151

PARANÁ CENTRO ON-LINE: UM SISTEMA INFORMATIZADO NO AUXÍLIO DE

GESTÃO DE NOTÍCIAS NA WEB

Autor:

Onivaldo Flores Júnior1

RESUMO

O uso da internet tornou-se, hoje, essencial para o levantamento e aperfeiçoamento de informações por seus usuários. Sendo assim, as empresas se atualizam através de novos recursos, através de projetos, que possibilitam a gestão de notícias na web. O Jornal Paraná Centro, do município de Ivaiporã, criou, em 2004, o seu primeiro site que sofreu diversas modificações com o tempo, mas não conseguiu deixar de apresentar falhas, que dificultam o trabalho no momento de atualizações, prejudicando, conseqüentemente, o processo de divulgação das informações. Logo, este artigo apresenta os resultados parciais de uma pesquisa que visa ao desenvolvimento de um novo modelo de site de informações noticiarias para a empresa Jornal Paraná Centro. Trata-se de um sistema de gerenciamento de notícias, vídeos e fotos, que visa à melhoria nas atualizações de informações via internet, permitindo transmiti-las à sociedade de forma ágil e precisa, contribuindo, assim, com o crescimento social e político da região e para a melhoria do sistema administrativo. Assim, visitou-se e estudou-se a empresa, demarcando os atuais problemas relacionados ao site e trazendo algumas sugestões de melhoria, a fim de possibilitar o futuro desenvolvimento do site. Os resultados demonstram a necessidade da criação de um sistema mais eficaz para as atualizações, pois todos os dias um colaborador faz uma atualização. Isso poderia ser feito uma única vez, durante a atualização geral do site, que é feita aos domingos, com um sistema que pudesse programar a entrada da matéria no site, assim durante a semana o colaborador poderia se empenhar em outros serviços da empresa. Palavras-chave : Internet; Gestão de Notícias; Paraná Centro On-line.

1 Acadêmico da Univale

Page 152: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

152

1 INTRODUÇÃO

As evoluções tecnológicas vividas por nossa sociedade nos últimos anos têm

evidenciado o valor da informação e provocado a utilização crescente de computadores

e da internet, que trouxe consigo o aumento na quantidade de conteúdo e diversas

melhorias no ambiente visual, possibilitando uma maior facilidade de acesso para os

usuários. Esses aspectos, considerados positivos no âmbito social, decorreram da

necessidade que os usuários tinham de uma navegação mais ágil, interativa e segura.

Com todas essas melhoras ocorridas, os usuários, necessitam de atualização,

buscando informação e conhecimento, através da internet. Diante disso, observa-se

que as empresas buscam a melhorias e novos recursos, por meio de projetos.

Foi com esse pensamento que o “Jornal Paraná Centro”, do município de

Ivaiporã-PR, resolveu criar um site de informações noticiarias, para que as notícias que

antes circulavam apenas na versão impressa, circulassem também na web. Percebe-se

que a versão impressa é limitada para apenas alguns municípios e a adesão de um

meio de informação on-line possibilita a ampliação do jornalismo para além das

fronteiras regionais, por isso, ressalta-se a importância desse avanço. O modelo de site

empregado atualmente pelo jornal apresenta falhas que dificultam o trabalho no

momento de atualizações, prejudicando, conseqüentemente, o processo de divulgação

das informações.

Desta forma, este artigo apresenta os resultados parciais de uma pesquisa

que visa ao desenvolvimento de um novo modelo de site de informações noticiarias

para a empresa Jornal Paraná Centro. Trata-se de um sistema de gerenciamento de

notícias, vídeos e fotos, que visa à melhoria nas atualizações de informações via

internet, permitindo transmiti-las à sociedade de forma ágil e precisa, contribuindo,

assim, com o crescimento social e político da região. Assim, visitou-se e estudou-se a

empresa, demarcando os atuais problemas relacionados ao site e trazendo algumas

propostas de melhoria, a fim de possibilitar o futuro desenvolvimento do site. Para

atingir tal objetivo, faz-se necessário considerar os aspectos teóricos demarcados pela

Administração, com fundamentos na análise de sistema, demarcando suas funções,

Page 153: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

153

como a definição de sistema e as linguagens de programação, que possibilitam o

desenvolvimento e a efetivação da pesquisa.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 DEFINIÇÕES DE SISTEMA

Pode-se considerar que todo sistema é constituído por vários subsistemas,

trabalhando em conjunto, com o intuito de agrupar dados que são processados

separadamente e criando informações completas sobre diversas áreas. Deve-se levar

em consideração que um sistema independe da informática, podendo ser desde um

processo manual de alocação de dados, como por exemplo, um arquivo com fichas de

clientes, até um sistema informatizado. Sendo assim, entende-se que:

Um sistema pode compor-se sucessivamente, de subsistemas (também conjunto de partes interdependentes) que se relaciona entre si, compondo o sistema maior. Assim um organismo humano pode ser decomposto no sistema ósseo, sistema nervoso, sistema circulatório etc. (BIO, 1985, p. 18).

Observa-se que o sistema é concebido, de forma geral, como “um conjunto

de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo

(OLIVEIRA, 1998, p. 23), sendo que, esse “todo apresenta propriedades que não são

encontrados em nenhum dos elementos isolados” (CHIAVENATO, 1993, p. 481).

Dessa forma torna-se possível compreender que todo sistema é definido

como um conjunto de subsistemas que trabalhando unidas geram as informações

necessárias. Dando continuidade no embasamento teórico do presente trabalho, faz-se

necessário entender também um pouco do que diz respeito à informação e o que há

envolve.

Page 154: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

154

2.2 DEFINIÇÕES DE INFORMAÇÃO

Conforme Oliveira (1998), o propósito básico da informação é o de habilitar a

empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis, nos

quais se inserem pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, dinheiro, além da

própria informação. Nesse sentido, a teoria da informação considera os problemas e as

adequações do seu uso eficiente, eficaz e efetivo pelos executivos da empresa.

Informação é o produto da análise dos dados existentes na empresa, devidamente registrados, classificados, organizados, relacionados e interpretados dentro de um contexto para transmitir conhecimento e permitir a tomada de decisão de forma otimizada (OLIVEIRA, 1998, p. 36).

Oliveira (1998) na sua concepção considera ainda que a informação é um

recurso imprescindível para uma empresa, mas para um bom aproveito das vantagens

da informação, ela precisa ser bem estruturada, pois uma informação produzida que

não seja distribuída em tempo hábil da tomada de decisão praticamente perde seu

sentido.

Um dos fatores que justifica o fato da informação apresentar esta

necessidade de ser bem estruturada é que ela se torna “infinitamente reutilizável, não

se deteriora nem se deprecia“ (MCGEE, 1994, p.23).

2.3 INFORMAÇÕES X DADOS

Oliveira (1998) em seus estudos menciona que: “inicialmente deve-se

distinguir dados de informação. O que distingui dado ou um conjunto de dados de

informação, a qual auxilia no processo decisório, é o conhecimento que ela propicia ao

tomador de decisão”.

Retomando a abordagem realizada sobre a informação, concluiu-se que o

termo se trata de um conjunto de dados e no que diz respeito a dados, fala-se em uma

informação específica.

O fato do auxílio que as informações e os dados propiciam na tomada de

decisão, leva o executivo a obter o conhecimento, a partir do dado transformado, o que

Page 155: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

155

lhe proporciona um processo dinâmico ou um elemento de ação. Esta situação

dinâmica permite ao executivo posicionar-se diante de um problema ou situação

qualquer.

Como exemplo de dados em uma empresa, citam-se quantidade de produção, custo de matéria-prima, número de empregados. A informação seria o resultado da análise desses dados, ou seja, capacidade de produção, custo de venda de produto, produtividade do funcionário (OLIVEIRA, 1998, p. 34).

Fig. 2 – Modelo genérico de um sistema de informação

Fonte: Ildemar de Araújo Santos - Informática na empresa

2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS – SIG

Conforme Beuren (1994), um sistema de informações gerenciais deve

fornecer informações básicas de que os gestores necessitam em suas tomadas de

decisão.

Sistema de informações gerenciais é um método organizado de prover informações passadas, presentes e futuras, relacionadas com as operações internas e o serviço de inteligência externa. Serve de suporte para as funções de planejamento, controle e operações de uma empresa através do fornecimento de informações no padrão de tempo apropriado para assistir o tomador de decisões (OLIVEIRA, 1998, p. 38).

Com base em todos os aspectos apresentados, verifica-se, então, que o

sistema de informações gerenciais tem elevada importância, pois é o processo de

transformação de dados em informações.

Page 156: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

156

A partir da linguagem de programação, é possível desenvolver um sistema, o

que, por sua vez, trará uma informação ao usuário.

2.5 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO

2.5.1 PHP como proposta para desenvolvimento de sistemas

Diz Soares (2004) que, PHP pode ser entendido como uma linguagem de

programação que veio para somar novos recursos e fazer com que o desenvolvimento

de site tivesse uma significativa melhora deixando de ter apenas sites estáticos para

partir para um ambiente mais dinâmico.

Quando você acessa uma página PHP por meio de seu navegador, todo o código PHP é executado no servidor, e os resultados são enviados para o seu navegador. Portanto, o navegador exibe a página já processada, sem consumir recursos de seu computador, além das linhas de programação não poderem ser vistas por ninguém, pois elas são executadas no servidor. (NIEDERAUER, 2004, p. 21)

PHP é acrônimo de Hypertext Preprocessor (Pré-processador de hipertexto),

uma poderosa linguagem de programação open source, mundialmente utilizada,

principalmente no ambiente web (SOARES, 2004).

2.5.1.1 Por que PHP?

Segundo Park (2002) para utilizar o PHP não existe custo, além de ser

código aberto (open source). É de fácil aprendizado, em comparação com outras

linguagens. O PHP é incorporado dentro da HTML (Hypertext Marckup Language),

multiplataforma (independe de sistema operacional), estável, rápido, não é baseado em

tags, e ainda é uma das mais populares linguagens da atualidade e está em total

crescimento e expansão.

Diante das vantagens vistas do uso desta linguagem de programação,

considera-se, que o PHP se apresenta como a mais viável linguagem para o

Page 157: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

157

desenvolvimento da pesquisa, considerando que seu custo ficará baixo e ainda terá

uma grande compatibilidade com a maioria dos bancos de dados existentes.

2.6 BANCO DE DADOS

A construção de um banco de dados é o processo de armazenar os dados

em alguma mídia apropriada e controlado por um SGDB (Sistema Gerenciador de

Banco de Dados). O banco de dados é projetado, construído e “populado” por dados,

atendendo a uma proposta específica. Possui um grupo de usuários definidos e

algumas aplicações preconcebidas, de acordo com o interesse desse grupo de

usuários.

Um banco de dados é uma coleção lógica e coerente de dados com algum significado inerente. Uma organização de dados ao acaso (randômica) não pode ser corretamente interpretada como um banco de dados, pode ser de qualquer tamanho e de complexidade variável (NAVTHE, 2004, p. 4).

Silberschatz (2006) acrescenta dizendo que um sistema de banco de dados

é uma coleção inter-relacionada e um conjunto de programas que permitem aos

usuários acessar e modificar esses dados.

A flexibilidade que o uso de banco de dados oferece ao usuário valoriza o

emprego do seu uso, a internet amplamente utiliza este sistema para a organização de

dados, sendo ela parte integrante deste projeto dá-se a seguir o respaldo acerca deste

assunto.

2.7 INTERNET – SERVIÇOS WEB

A internet tornou-se nos últimos anos, se não a maior, uma das maiores

formas de interação social, econômica e de empreendimentos. Uma grande vantagem

da atualidade é o acesso de recursos tecnológicos que possibilita a criação de

ferramentas gerenciais em vários segmentos.

Page 158: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

158

Em contraste, as camadas sobrepostas pela tecnologia de serviços Web interagem com um amplo conjunto de outros recursos, contribuindo para aumentar a flexibilidade das conexões. O resultado é que a tecnologia de serviços Web permite que a empresa combine economicamente mais recursos, de diferentes maneiras, extraindo mais valor dos ativos existentes (HAGEL, 2003).

2.8 SERVIDOR APACHE – GERENCIAMENTO DE RECURSOS PARA PÁGINAS DA

INTERNET

No âmbito da internet, o servidor apache se destaca na escolha dos

desenvolvedores, devido ao seu baixo custo e fácil manuseio. “O servidor Web Apache

é a ferramenta de gerenciamento de páginas para internet mais popular. No momento

ele ocupa mais de 60% do mercado”. (MAXFIELD, 2002, p.80)

O servidor Apache é uma das diversas ferramentas disponíveis nesse

segmento. Ele está disponível para as plataformas Unix Like, Solaris, Sun, Windows

entre outras. Sendo um software de livre distribuição.

O Apache não é o servidor mais rápido disponível, mas é muito estável e altamente expansível por meio de módulos. Esse recurso permite suportar todas as linguagens e formatos de computador usados na WWW atualmente (MAXFIELD, 2002, p. 80).

2.9 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE UMA ANÁLISE DE SISTEMAS

É importante destacar que a estruturação do desenvolvimento da pesquisa será

feita através da Análise de Sistemas e de uma modelagem do projeto. Segundo Yordon

(1990), para a análise de sistema é importante fornecer uma declaração dos requisitos

verdadeiros do projeto que será construído. “Um requerimento verdadeiro, também

conhecido como um requerimento essencial ou lógico, é uma característica que o

sistema deve ter, qualquer que seja a tecnologia utilizada para implementá-los” ( p. 13).

Ainda, segundo o autor, o projeto que faz parte da análise, é uma área crítica que, em

muitas organizações, tem sido ignorado, delegado a pessoas erradas, ou executada por

Page 159: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

159

alguém não capacitado para fazer o trabalho. O que ocorre na maioria das vezes é que

o projeto não feito ou executado de maneira correta acaba trazendo problemas no final.

Projeto significa planejar ou estabelecer a forma e o método de uma solução. É o processo que determina as características principais do sistema final, que estabelece os limites superiores em desempenho e qualidade que a melhor implementação pode alcançar, e que pode até determinar qual será o custo final. (YORDON, 1990, p. 13)

A construção de um modelo de sistemas relativamente grande ou altamente

complexo é uma abordagem sólida na tentativa de administrar seu tamanho ou

complexidade, para isso são utilizados os diagramas de fluxo de dados e de entidade

relacionamento.

Um diagrama de fluxo de dados é uma forma gráfica de mostrar a

interdependência das funções que compõem um sistema, apresentando fluxos de

dados entre elas. Essa forma de apresentação facilita a visualização e permite a

compreensão rápida e organizada dos dados.

O diagrama de entidade-relacionamento é um modelo em rede que descreve a

diagramação dos dados armazenados de um sistema em alto nível de abstração.

3 JORNAL PARANÁ CENTRO ON-LINE

Diante dos avanços tecnológicos, possibilitados pelo uso da internet, os sites

tornaram um veículo de circulação de informação. Dessa forma, um dos principais

jornais da região de Ivaiporã-PR, “Jornal Paraná Centro”, resolveu criar, em 2004, seu

primeiro site de informações noticiarias, para que as notícias que, antes circulavam

apenas na versão impressa, circulassem também na web. A primeira versão é limitada

para alguns municípios e a adesão de um meio de informação on-line possibilita a

ampliação do jornalismo para além das fronteiras regionais, por isso, ressalta-se a

importância desse avanço.

Após o primeiro site de notícias ser criado, e ter um número de acesso

máximo de 700 visitas, a direção do jornal percebeu a necessidade de trabalhar com

Page 160: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

160

maiores recursos para que o usuário encontrasse o que estava procurando com uma

maior facilidade. Para isso, foi criado um novo site que incorpora uma versão mais

atraente, que conta com um sistema informatizado para as atualizações serem feitas

com maior agilidade. As atualizações antes eram feitas manualmente, mas,

posteriormente, alguns recursos passaram a ser informatizados, o que, por sua vez,

permitiu que o acesso fosse menos demorado. Com este novo site, a meta de facilitar o

acesso às informações foi alcançada, sendo percebido por meio do aumento de visitas.

A quantidade de internautas acessando o site cresceu significativamente, após dois

anos da versão ser lançada, o número de visitantes passou para uma média de 30.000.

Para chegar a esse número, esta versão do site foi sendo alterada aos

poucos, conforme as necessidades que iam surgindo, indicando como ponto positivo

para o crescimento dos recursos existentes no site. Contudo, devido a falta de

organização e de projeto, a área administrativa do sistema acabou sendo praticamente

inutilizada, restando apenas o módulo de inserção de matérias e que, ainda assim, é

limitada.

Em meados de 2005, a segunda versão do site foi colocada para funcionar.

O novo site foi bem aceito pelos internautas, fato esse que pode ser visto no crescente

número de acessos que a empresa passou a ter, chegando à média de 1000 novas

visitas a cada mês, assim como se constata no gráfico:

Gráfico 1: Demonstrativo do número de acessos entre os anos de 2006 e 2008.

Fonte: Extraído da Ferramenta Google Analytics - http://www.google.com/analytics/pt-BR/

Page 161: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

161

Para manter o sucesso entre os internautas, a versão foi sendo modificada

pouco a pouco, mas devido à falta de projeto do site, essas modificações acabaram

fazendo com que a área administrativa do sistema de inserção fosse inutilizada aos

poucos, fazendo com que as atualizações ficassem demoradas e restritas às pessoas

que tem conhecimento sobre linguagem de programação.

Tendo em vista que as visitas dificilmente ultrapassam 30.000 acessos, no

ano de 2008, a empresa novamente traçou metas para o crescimento na quantidade de

usuários, para isso foram identificados diversos problemas na atual versão.

3.1 JORNAL PARANÁ CENTRO ON-LINE: DESCRIÇÃO DO SISTEMA ATUAL E

PROPOSTAS DE MELHORIA

Ao analisar o site em funcionamento, observou-se que o maior problema

encontrado é o intervalo entre as atualizações que, em geral, são feitas apenas uma

vez por dia. Isso faz com que o usuário acesse o site uma vez e não se interesse em

voltar a visitá-lo no mesmo dia, pois o conteúdo será o mesmo até o dia seguinte,

sendo este o principal problema encontrado. O que ocorre é que a página de notícias

que, depende diretamente da versão impressa do jornal, editado semanalmente, torna

insuficiente a quantidade de matérias, pois diversas delas acabam se tornando

depreciadas para a publicação, devido ao tempo passado.

Tendo conhecimento dos problemas, um novo projeto, com base no site já

existente, será criado. A pesquisa, de forma geral, propõe-se a demarcar as diversas

falhas encontradas no atual sistema e apresentar novos recursos, possibilitando uma

melhoria significativa, entre elas e a interação do usuário, de forma a atender as suas

expectativas.

Para solucionar os problemas mencionados, o novo site deverá

obrigatoriamente ter todos os processos informatizados, pois isso, já resolverá parte

dos problemas encontrados na versão atual.

Page 162: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

162

Em reunião com a diretoria da empresa, foi levantada a questão de criar uma

interação dos internautas com o site. Para a solução deste problema foi proposta a

criação de um sistema de comentários nas notícias publicadas. Para a participação do

usuário no sistema de comentários, o indivíduo deverá se cadastrar no site. Os

comentários deverão passar por uma aprovação antes de ser publicado.

Para o desenvolvimento da pesquisa e do futuro site, realizou-se até o

momento a coleta de dados que utiliza dois métodos, que visam a obter as informações

necessárias:

• Questionários que se identificam como instrumentos de pesquisa;

• Elaboração de relatórios que serão desenvolvidos por meio de observações

durante as visitas à Empresa.

Durante as visitas à empresa, levantaram-se os dados e fez-se o

encaminhamento de algumas questões para os colaboradores do centro de

processamento de dados (CPD), como, por exemplo:

• A empresa possui o site há quanto tempo?

• Quantas versões o site já teve?

• O site já está totalmente automatizado? Se não, o que falta ser automatizado?

• Além de automatizar esses processos, o site irá agregar novos recursos? Quais?

• O cadastro de usuários do site será utilizado apenas para que eles possam fazer

comentários?

Abaixo uma lista das funções que estão faltando ou funcionando de modo

insatisfatório no sistema atual:

• O espaço disponível para a hospedagem é pequeno para a quantidade de

informações, o que faz com que haja a necessidade de apagar conteúdo do site

para algumas atualizações. É necessário aumentar o espaço de

armazenamento;

Page 163: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

163

• É complicado e demorado fazer atualizações, pois o sistema administrativo do

gerenciador de notícias está quase todo inutilizado;

• Existe um grande intervalo durante as atualizações;

• O atual site não tem nenhum tipo relatório.

Mediante aos problemas destacados a diretoria da empresa visse a necessidade

de criar um novo site para que as diversas falhas da versão atual fossem corrigidas. A

nova versão do site deverá trazer novos recursos, tais como:

� Sistema de comentário nas notícias inseridas;

� Cadastro de usuários, para que possam fazer comentários;

� Controle sobre as propagandas que são inseridas no site;

� Sistema de pesquisa de notícias por cidade.

Além de novos recursos, também serão melhorados e informatizados todos

os processos já existentes no site. Dependendo das futuras necessidades da empresa,

poderão ser acrescentados outros módulos ao sistema. Avaliou-se também que o site

mantém apenas um dos recursos informatizados em funcionamento, o de inserção de

notícias, mas que ainda assim é limitado, pois, o processo só aceita a inserção de uma

foto por matéria. Havendo a necessidade de inserir mais fotos, o processo precisa ser

feito por meio de códigos.

Como propostas, na informatização e melhoria dos processos, têm-se: a

inclusão e a exclusão de fotos, a inclusão, a exclusão e a alteração de matérias sem

limite de fotos, a inclusão e a exclusão de publicidade, a inclusão e a exclusão de

vídeos, a criação de novas edições, a criação de categorias para as matérias e um

controle dos administradores do site com controle de permissões. Deve-se levar em

consideração que na inserção de matérias e vídeos deverá constar uma opção para a

vinculação de uma matéria com um vídeo.

Notou-se também a necessidade da criação de um sistema mais eficaz para

as atualizações, pois todos os dias um colaborador faz uma atualização. Isso poderia

ser feito uma única vez, durante a atualização geral do site, que é feita aos domingos,

Page 164: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

164

com um sistema que pudesse programar a entrada da matéria no site, assim durante a

semana o colaborador poderia se empenhar em outros serviços da empresa.

Observou-se que algumas idéias já foram traçadas, em relação à construção

do site. Todavia para que haja a sua construção e efetivação, faz-se necessário

perpassar alguns passos:

3.1.1 ANÁLISE DE SISTEMA

Nesta etapa do projeto, foram utilizados os recursos apresentados pelo

levantamento de dados, para a criação de uma modelagem dos diagramas de entidade-

relacionamento e fluxo de dados, que dará uma maior dimensão dos processos

executados pelo site.

3.1.2 PROJETO

Durante a etapa de projeto, será elaborada um novo layout para o site,

visando deixar os recursos com um acesso mais fácil e ágil, visando sempre uma

melhor usabilidade para os internautas. Além da criação do layout serão estudados os

tópicos que irão compor o menu, e lembrando que a parte de classificados deverá estar

no menu, mas será trabalhada de forma que a capa desta seja diferenciada do layout

comum.

3.1.3 IMPLEMENTAÇÃO

Nesta etapa será desenvolvida a codificação do sistema proposto, reunindo

todas as informações coletadas e trabalhadas até o presente momento.

Durante a codificação serão divididos os módulos do sistema, distinguindo o

sistema administrativo do sistema que será utilizado publicamente.

Page 165: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

165

3.1.4 GERAÇÃO DE TESTE DE ACEITAÇÃO

Para tentar diminuir a taxa de rejeição por parte dos internautas, o layout

depois de criado será repassado aos funcionários da empresa, para que esses possam

fazer simulações de uso do site e verificar se existem dificuldades na obtenção das

informações requeridas.

3.1.5 IMPLANTAÇÃO E TESTES

A implantação do novo site será realizada após alguns testes, que serão

realizados em paralelo com o sistema atual. O que ocorrerá é que será trabalhado os

dois sistemas ao mesmo tempo, mantendo o site atual para os internautas, mas

atualizando também o novo site para a realização dos testes.

4 CONCLUSÃO

Este artigo apresentou os resultados parciais de uma pesquisa que busca

desenvolver um novo modelo de site de informações noticiarias, para a empresa Jornal

Paraná Centro on-line, gerenciado por um sistema informatizado, capaz de controlar a

emissão de noticias vinculada a vídeos e fotos, que visa à melhoria nas atualizações de

informações via internet, possibilitando a sua transmissão à sociedade de forma ágil e

precisa, contribuindo, assim, com o crescimento social e político da região. Algumas

visitas e estudos foram realizados para o levantamento dos atuais problemas

relacionados ao site e algumas propostas de melhoria trazidas, a fim de possibilitar o

seu futuro desenvolvimento.

Diante dos problemas abordados, como a questão da atualização das

informações na web, além de um constante uso de trabalhos manuais sem muito

conhecimento técnico, colocou-se em prática a metodologia científica das teorias da

Administração, agregada aos fatores tecnológicos, que viabilizam a possibilidade de

Page 166: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

166

desenvolver um projeto e criar um sistema informatizado capaz de gerenciar o controle

de notícias.

A finalização do projeto trará um desempenho maior para a empresa, ao que

se refere ao gerenciamento de suas notícias e possibilitando uma harmonia e

aproveitamento maior de seus colaboradores em áreas específicas.

5 REFERÊNCIAS

BEUREN, I. M. Gerenciamento da informação. São Paulo: Atlas S.A., 1998. BIO, S. R. Sistemas de informação um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas S.A., 1985. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6 ed. São Paulo: Campus, 2000. HAGEL, J. Pensando fora do quadrado. Rio de Janeiro: Campus, 2003 MAXFIELD, W. Aprendendo MySQL & PHP. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. MCGEE, J. Gerenciamento estratégico da informação. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1994. NAVATHE, S. B. Sistemas de banco de dados. 4. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2006. NIEDERAUER, J. Desenvolvendo websites com PHP . São Paulo: Novatec editora Ltda. OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas de informações gerenciais. 5. ed. São Paulo: Atlas S.A., 1998. PARK, J. PHP a Bíblia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. SANTOS, A. A. Informática na empresa. São Paulo: Atlas S.A., 1998. SILBERSCHATZ, A. Sistema de banco de dados. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006.

Page 167: Anais do VII Ciclo de Estudos em Administração Anais do VII Ciclo

167

SOARES, W. PHP 5: Conceitos, Programação e Integração com Banco de Dados. São Paulo: Erica, 2004. THOMSON, L. PHP e MySQL desenvolvimento web . 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. YOURDON, E. Análise estruturada moderna . 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.