anais do v colÓquio de filosofia da fafiuv 2012 · ação ética a partir do ato voluntário e...
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ANAIS DO V COLÓQUIO DE FILOSOFIA DA FAFIUV
2012
ISSN 1983 – 165X Página | 1
V COLÓQUIO DE FILOSOFIA DA FAFI
O SAGRADO, A ARTE E A FILOSOFIA
21 A 25 DE MAIO DE 2012
ISSN 1983-165X
COMISSÃO ORGANIZADORA:
ANTONIO CHARLES SANTIAGO ALMEIDA
ARMINDO JOSÉ LONGHI
CLAUDIO CAVALCANTE JUNIIOR
ERICKSON SANTOS
EVERTON GREIN
GISELLE MOURA SCHNORR
RENATA TAVARES
SAMON NOYAMA
THIAGO DAVID STADLER
COMITÊ CIENTÍFICO:
CLAUDIO CAVALCANTE JUNIIOR
ERICKSON SANTOS
GISELLE MOURA SCHNORR
THIAGO DAVID STADLER
UNIÃO DA VITÓRIA
PARANÁ
MAIO DE 2012
ISSN 1983 – 165X Página | 2
V COLÓQUIO DE FILOSOFIA DA FAFI
O SAGRADO, A ARTE E A FILOSOFIA
CADERNO DE RESUMOS
SUMÁRIO
1. Sessão de comunicação
Indústria cultural e sociedade na perspectiva de Adorno
Ademir José Estacio -----------------------------------------------------------------------------------------------04
O Homem sua natureza, sua Origem e sua Evolução
Afonso Odinot Nadolny -------------------------------------------------------------------------------------------04
John Stuart Mill e a forma ideal de governo
Andressa Kasiuk Sant’Anna --------------------------------------------------------------------------------------05
A ciência do comportamento de Burrhus Frederic Skinner
Carine Michele Cecchin ------------------------------------------------------------------------------------------ 05
Ciência, religião e o sagrado no ethos do pensamento humano
Daniel Andres Baez Brizueña ----------------------------------------------------------------------------------- 06
A concepção de Direito e Poder em Nietzsche
Elisângela Aparecida Zaboroski -------------------------------------------------------------------------------- 06
Uma leitura lacaniana da transferência a partir de O Banquete, de Platão.
Giuliano Metelski ---------------------------------------------------------------------------------------------------07
A sabedoria de Sócrates
Guilherme Montagnoli --------------------------------------------------------------------------------------------07
A felicidade superior em Avicena
Guilherme Ricardo Babireski ------------------------------------------------------------------------------------08
A música como fetiche em Theodor Adorno
Helder Leandro Kotecki -------------------------------------------------------------------------------------------08
Filosofia no Ensino Médio: uma investigação praxiológica a partir da realidade do Colégio
Estadual Pedro Araújo Neto
Juliana Boiko -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 08
O conceito de justiça em Platão nos livros I, II, III e IV de A República
Leandro Correa Menegatte ------------------------------------------------------------------------------------- 09
ISSN 1983 – 165X Página | 3
A oposição entre os conceitos de realismo e idealismo na arte Impressionista francesa do
século XIX.
Mateus Coelho ------------------------------------------------------------------------------------------------------10
Outsiders ou segregados? Néli Terezinha Rulka Reckelberg --------------------------------------------------------------------------------10
Conto como suporte para educação infantil
Patrícia Aparecida Bay --------------------------------------------------------------------------------------------10
Ação ética a partir do ato voluntário e involuntário no livro III da Ética a Nicômaco de
Aristóteles.
Paulo Cesar Jakimiu Sabino ------------------------------------------------------------------------------------- 11
Florestan Fernandes e a Integração do Negro na Sociedade de Classes
Regiane Tais Taraciuk Rotchenski ------------------------------------------------------------------------------11
Modelo Socrático de desconstrução e aplicação no sistema de “Coach”
Wagner Schlichting ------------------------------------------------------------------------------------------------12
2. Mesa redonda
Corrupção: injustiça ou patologia?
Armindo José Longhi ----------------------------------------------------------------------------------------------12
O frágil corrupto, seu declínio e sua indecência.
Erickson Santos -----------------------------------------------------------------------------------------------------13
Pelos olhos do espírito: a arte e o não-lugar da estética no pensamento medieval
Everton Grein -------------------------------------------------------------------------------------------------------14
Entre a ânsia do futuro e o tédio do presente: condição humana e morte em Sêneca.
Thiago David Stadler ----------------------------------------------------------------------------------------------14
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Indústria cultural e sociedade na perspectiva de Adorno
Ademir José Estacio
Resumo:
Partindo do pressuposto de que a sociedade é guiada pelo consumismo, a posse de
determinados objetos elevam ou rebaixam o indivíduo, classificando e padronizando este
indivíduo a partir da sua capacidade de consumo. Dessa forma, tentar pensar á atualidade não
se torna uma tarefa fácil, assim também se torna uma tarefa árdua pensar a questão da
técnica inserida nesta contemporaneidade, onde a indústria cultural apropriando-se dela criou
um mercado fraudulento, transformando indivíduos em meros consumidores. Diante deste
problema este trabalho busca na obra de Theodor W. Adorno uma base teórica e
metodológica para embasar essa discussão. Para Adorno, a indústria cultural criou padrões
repetitivos, em um sistema que tem por intenção a criação de uma percepção comum a todos,
o consumo. Á partir deste ponto a indústria cultural se torna de suma importância na
formação da consciência de uma sociedade por ela massificada, mas o que ela desenvolve não
são indivíduos autônomos, mas sim indivíduos estereotipados dependentes dos produtos de
seu mercado. Dentro desta analise pode-se perceber como a indústria cultural age
controlando o indivíduo, tornando-o dependente do seu monopólio do consumo.
Transformando o indivíduo em um objeto, seu objeto, não permitindo a ele nenhuma forma
de autonomia. A indústria cultural muito bem construída e estruturada envolvendo a
sociedade como um todo, tornando quase impossível uma fuga deste sistema de produção e
consumo, onde o indivíduo é um objeto que ao mesmo tempo em que consome é consumido
por ela.
Palavras-chave: técnica; consumo; dialética; indústria cultural.
O Homem sua natureza, sua Origem e sua Evolução
Afonso Odinot Nadolny
Resumo:
H. Rohden nasceu em Tubarão/SC em 1893 e morreu em 1981 aos 87 anos na cidade de São
Paulo. Formou-se em Ciências, Filosofia e Teologia em Universidades da Europa Innsbruck
(Áustria), Valkenburg (Holanda) e Nápoles Itália. Falava fluentemente alemão, inglês, italiano,
esperanto e português. Lia bem o francês, latim e grego e, desta última, chegando a fazer
algumas traduções como do Novo Testamento, Tao Te King, de Lao Tsé; Bhagavd Gita, de
Krishna, todos estes para o português e com comentários próprios. Publicou ainda mais de 60
outros livros, alguns destes traduzidos para o Esperanto e também o Braile. Rohden obteve, na
década de 40, uma bolsa de estudos para Pesquisa Cientifica em Princeton, USA. Lá conviveu
com Albert Einstein durante um ano e meio entre 1945-46. Rohden fundamentou a base de
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sua “FILOSOFIA UNIVERSICA”, pautada, segundo ele, em Matemática, Metafísica e a Mística.
Dessa forma, pretende-se apresentar o pensamento filosófico de Rohden a partir da
compreensão do que o mesmo denominava de FILOSOFIA UNIVERSICA. Para tanto, intenta-se
ainda discutir a contraposição de Rohden ao pensamento Teológico Romano e a teoria da
Origem das Espécies de Charles Darwin.
Palavras-chave: Metafísica; Mística; Matemática.
John Stuart Mill e a forma ideal de governo
Andressa Kasiuk Sant’Anna
Resumo:
Historicamente, as formas de governo foram classificadas como boas ou más – formas puras e
seus desvios imperfeitos – cada uma com suas características específicas, e algumas com
características em comum. Há ainda aquela forma de governo utópica, um ideal sempre
perseguido, mas nunca alcançado. John Stuart Mill (1806-1873), filósofo inglês, fundamenta
sua doutrina clássica sobre o governo na obra Considerações Sobre o Governo Representativo.
O autor escreve o texto no ano de 1861, saindo em defesa do liberalismo social e político
contrário a tirania. Mill defende o governo representativo afirmando que as formas de
governo existentes em cada país são uma questão de escolha, e por isso, elabora alguns
critérios para que essa escolha seja a melhor possível para promover os interesses de uma
sociedade. Os primeiros elementos para um bom governo são a virtude e a inteligência do
povo e o maior mérito de uma liderança seria enaltecer essas qualidades. O objetivo de um
governo é (deve ser) o bem estar dos seus governados de maneira coletiva e individual. Tais
qualidades atribuídas ao povo são também, responsáveis por fornecer a “força motriz que faz
mover a maquina.” (MILL, 1981, p.19) Mesmo elaborando esses critérios, o autor admite a
difícil tarefa em se traçar uma lista com elementos característicos para favorecer ou facilitar a
escolha de um governo ideal, mas é possível delinear - através de um estudo mais detalhado -
um caminho a ser seguido.
Palavras-chave: formas de governo; governo ideal; representação; sociedade.
A ciência do comportamento de Burrhus Frederic Skinner
Carine Michele Cecchin
Resumo:
Skinner ressalta a importância de que o comportamento seja compreendido cientificamente
sem deixar de lado a sua utilidade na vida humana. Quando falamos em ciência nos vem à
mente um cientista vestido de branco em um laboratório rodeado de instrumentos materiais e
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experimentais. Skinner admite que muitos dos avanços da ciência devem-se aos cálculos da
matemática e ao uso de instrumentos, como o microscópio. Mas o comportamento é uma
ocasião onde se pode fazer ciência sem o uso de tais instrumentos, pois estamos a todo o
momento na presença de um organismo que se comporta. O fato de o comportamento ser de
fácil acesso não retira a sua complexidade, pois quando estudado cuidadosamente essa
dificuldade fica evidente. Por não ser um objeto concreto e sim um processo, o
comportamento é algo complexo e mutável, por isso não se pode imobilizá-lo para seu estudo.
Uma análise detalhada e precisa do comportamento se faz necessária, já que o estudo do
comportamento há muito é compreendido apenas como um subproduto de outros campos
pesquisados.
Palavras-chave: Homem, comportamento, ciência.
Ciência, religião e o sagrado no ethos do pensamento humano
Daniel Andres Baez Brizueña
Resumo:
A análise da religião e do sagrado com parâmetros científicos sempre abre novos caminhos
para compreender o ethos religioso do ser humano do passado e do presente. Para
analisarmos os conceitos que se encontram no título desta comunicação, vamos explorar
alguns autores e especialistas nas áreas das Ciências das Religiões como: Filoramo & Prandi,
Rudolf Otto, Mircea Elíade, Hannah Arendt, Bruno Forte e Rubem Alves que abarcam o
entendimento antropológico, o sociológico, o filosófico e o teológico. Dessa forma,
pretendemos apresentar as considerações parciais de uma leitura que vem sendo
desenvolvida no curso de especialização em filosofia e ciências sociais da Universidade
Estadual do Paraná – UNESPAR/FAFIUV.
Palavras-chave: Ciência da Religião, Sagrado, Filosofia, Sociedade Ocidental.
A concepção de Direito e Poder em Nietzsche
Elisângela Aparecida Zaboroski
Resumo:
Para Friedrich Nietzsche (1844–1900), o direito já existia mesmo nos primórdios da
humanidade, um direito completamente diferenciado da nossa concepção atual de direito,
contudo, havia um sistema de regras que, segundo o filósofo, organizavam a vida em
sociedade. No pensamento de Nietzsche, “onde reina o direito, mantém-se um certo estado
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de grau e de poder”, e onde o direito ausenta-se há diminuição deste grau de poder. Pretende-
se, com essa pesquisa, apresentar a relação do Direito com o Poder a partir da perspectiva de
Nietzsche, sendo que para tanto nos valeremos dos pensamentos de Deleuze, Foucault,
Jhering e Nietzsche.
Palavras-chave: Nietzsche; Direito; Poder
Uma leitura lacaniana da transferência a partir de O Banquete, de Platão.
Giuliano Metelski
Resumo:
Lacan em 1960-1961, intitula seu seminário 8 de “a transferência”. Ele argumenta que
somente depois de ter percorrido certo caminho em seu ensino, pôde trazer sua contribuição
a este tema, utilizando-se, logo de saída, de ‘O Banquete’ de Platão. Neste artigo busca-se
especificamente comentar o uso que Lacan faz do texto platônico, a título do que, ele, na
sequência do seminário, articulará em referência à sua contribuição ao tema do amor e da
transferência. Trata-se de percorrer ao longo da primeira parte deste seminário, a introdução a
seus conceitos de agalma e de grande Outro.
Palavras-chave: transferência; O Banquete; agalma; Outro.
A sabedoria de Sócrates
Guilherme Montagnoli
Resumo:
A investigação busca compreender os princípios da sabedoria socrática à luz da filosofia
platônica. Em um primeiro momento, utilizaremos os textos platônicos Fédon e Apologia de
Sócrates, para identificarmos como sua sabedoria está atrelada à morte. Julgou-se necessário
abordar alguns aspectos políticos que levaram à sua condenação, que também somaram para
edificar o mito que envolve sua vida. Em outro momento, com auxílio de Gérard Lebrun,
buscamos entender o “método” socrático para se alcançar a sabedoria: o exercício do bem,
que leva a verdade e a iluminação da alma, necessários ao que Sócrates entendia por
conhecimento. Deste modo, teremos uma imagem deste grande pensador e patrono da
Filosofia, ainda que ressoe nesta pesquisa o pensamento de Nietzsche, não nos afastamos
muito do que a tradição filosófica nos trouxe. Poderemos ver a influência de sua filosofia, de
seus valores e a maneira que estas concepções afetam o indivíduo/cidadão na relação consigo,
com o mundo e com a sociedade.
Palavras-chav: Sócrates; Sabedoria; Corpo; Alma.
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A felicidade superior em Avicena
Guilherme Ricardo Babireski
Resumo:
Para Avicena existem duas felicidades, uma corpórea concupiscente, na qual existe uma
entrega aos desejos corpóreos e quando esses são alcançados somos levados a ter outros
desejos sucessivamente – gerar uma felicidade menor sem o alcance da finalidade, a felicidade
verdadeira. A outra atenderia a felicidade superior, quando existe a separação da alma de seu
corpo. Essa felicidade superior só é alcançada com o domínio da alma sobre o corpo, é a
felicidade da essência e se realiza com a morte. Todavia, esta última felicidade – morte – era,
ao mesmo tempo, um dos mais fortes temores do Homem. Avicena atenta que este temor
seria o “medo por ignorância, pois quem tem esse medo o tem por ignorância, seja ela por
perder as suas propriedades e riquezas, ou pelo medo da dor que a morte possa causar. Mas a
morte é somente onde o corpo padece e a alma retorna a Allah.
Palavras-chave: Felicidade; Morte; Avicena.
A música como fetiche em Theodor Adorno
Helder Leandro Kotecki
Resumo:
Este trabalho pretende discutir a música como fetiche tendo como ponto de partida o
fetichismo na religião, tratado por Kant. Buscamos explicar como Adorno se apropria dessa
ideia para analisar a música como objeto de consumo na indústria cultural, e, em seguida,
discutiremos a influencia da obra de Schönberg como alternativa à musica criticada por
Adorno. Pretendemos, com isso, esclarecer como a música é fetichizada e explorada pela
indústria cultural e apontar alguns dos principais reflexos disso na cultura contemporânea.
Palavras-chave: Fetiche; Indústria Cultural; Música.
Filosofia no Ensino Médio: uma investigação praxiológica a partir da realidade
do Colégio Estadual Pedro Araújo Neto
Juliana Boiko
Resumo:
Esta pesquisa tem como tema central o estudo do ensino de filosofia no nível Médio e tem
como objetivo principal abordar a importância desse saber no cenário escolar para o
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desenvolvimento de alunos críticos e autônomos, bem como sua obrigatoriedade no ensino
médio. Quanto á metodologia, trata-se de um estudo de caso realizado numa escola estadual
do ensino médio - Colégio Estadual Pedro Araújo Neto, localizado na cidade de General
Carneiro – PR. A coleta de dados foi feita por meio de observações em sala de aula, bem como
conversas com o professor de filosofia sobre sua experiência com o ensino e as metodologias
na área de filosofia. No referencial teórico foram abordados os seguintes temas: a linguagem
como instrumento de ligação entre o homem e a filosofia; a filosofia como forma de despertar
o indivíduo para um conhecimento mais atento e crítico; a obrigatoriedade do ensino de
filosofia no Ensino Médio e também sua importância de existir como disciplina no currículo
escolar. O ensino de filosofia busca um comprometimento com a postura filosófica do aluno
em que podemos acreditar não ser fácil, mas o que move o ser humano para o “verdadeiro
filosofar”, e essa disposição para a filosofia que faz com que o indivíduo repense suas próprias
questões ou até mesmo questionamentos criticado e pensado por muitos filósofos. Trata-se,
portanto, de trabalho de reflexão que busca compreender a construção de uma identidade
trazendo a filosofia maior solidez no Ensino Médio, a fim de identificar itens que despertem o
pensamento reflexivo na formação do educando.
Palavras-chave: Ensino de Filosofia; Ensino Médio; Observações; Estudo de caso.
O conceito de justiça em Platão nos livros I, II, III e IV da República
Leandro Correa Menegatte
Resumo:
Em A República, Platão fala sobre a justiça através de Sócrates, sendo este a “a boca” de
Platão. Em torno dessa questão gravitam outras: Vale a pena ser justo? Ou é suficiente parecer
justo? Qual a vida que parece melhor: a do justo ou a do injusto? A conclusão que se chega é
que é melhor a vida do justo. Para chegar a esta conclusão, alguns embates foram travados. O
ser justo alcança alguma vantagem? A indagação incentiva Glauco a fazer uso do mito do Anel
de Giges em que o homem com o poder do anel está despido do sentimento de justiça. Platão
vai propor um Estado ideal, porém, imaginário, com o intuito de verificar a validade de ser
justo ou injusto, na medida em que se desenvolve esse Estado perfeito por meio de uma
educação perfeita. Destaque para a educação destinada aos guardiões, sob a premissa
“ginástica para o corpo e música para alma”. Orientando cada um segundo suas aptidões,
desenvolvendo as virtudes que lhes são próprias e adequadas para aquilo que estão em
desenvolvimento. Concluindo a cidade perfeita revela-se a justiça no homem. A justiça é uma
virtude geral que regula e compreende as demais virtudes. Ela é colocada como ponto
fundamental para uma vida feliz (virtuosa). Portanto, ser justo é fazer o bem, e é esta a visão
que Platão tem de educação perfeita. Dessa forma, intenta-se apresentar as considerações
parciais em torno da conceituação de justiça no pensamento de Platão a partir dos primeiros
livros de A República.
Palavras-chave: Justiça; virtude; poder.
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A oposição entre os conceitos de realismo e idealismo na arte
Impressionista francesa do século XIX.
Mateus Coelho
Resumo:
Este trabalho se propõe analisar a visão dos conceitos de realismo e idealismo na arte
impressionista francesa do século XIX. Partindo do Romantismo clássico em vigor na época que
surge o impressionismo, analisando o conceito de real e ideal dentro destas duas escolas,
utilizando os conceitos de Ortega e Zola.
Palavras-chave: Ortega; Realismo; Idealismo; Impressionismo.
Outsiders ou segregados?
Néli Terezinha Rulka Reckelberg
[email protected] Resumo: Todas as sociedades, todas as culturas fazem regras particulares para a convivência social. Essas regras definem comportamentos considerados apropriados pelo grupo especificando o que é certo e o que é errado. Neste trabalho, buscaremos fazer um estudo, a princípio geral e superficializado, tendo como base nossa experiência e de alguns colegas professores com mais tempo de atuação, sobre o comportamento dos alunos que frequentam a escola hoje. Inicialmente, a partir do conceito de tipo ideal weberiano, buscaremos construir um perfil de aluno ideal para que, a partir dele, possamos encontrar aqueles tipos especiais que apresentam dificuldades para viver de acordo com as regras estabelecidas pelo grupo (escola), apresentando um comportamento desviante. Uma vez delimitado os desvios de conduta e legitimadas as causas desta, buscaremos construir propostas auxiliares e que venham a colaborar com a atividade diária dos professores em sala de aula. Na busca destes objetivos, além de Weber, teremos como aporte teórico Durkheim e Foucault, bem como os estudos recentes que se tem feito acerca da sociologia do desvio. Palavras-chave: Comportamento ideal; desvio; sociedade; educação.
Conto como suporte para educação
Patrícia Aparecida Bay
Resumo:
No presente trabalho, serão abordadas algumas questões relevantes para o ambiente escolar.
Primeiramente, trataremos da questão dos problemas encontrados na aquisição da língua
materna, onde não deveria existir preconceitos linguísticos na escola, professores e colegas,
sobre o aluno. São apontadas possíveis soluções para que diminuição deste problema no
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ambiente escolar. Ainda debatendo sobre o preconceito linguístico, entra em questão a falta
de preocupação com a péssima oralidade do aluno e com a escrita, não apenas no ambiente
escolar, mas também no cotidiano do aluno. Além da importância da leitura em todas as fases
escolares, tratamos dos problemas mais comuns relacionados à leitura. Apesar da grande
diversidade de gêneros textuais existentes e novos gêneros que surgem acompanhando a
evolução social e tecnológica, o conto prevalece. Este é o principal tema abordado no trabalho.
Abordamos a formação do conto, em seguida é generalizada a origem dos contos apresentado
distintas teorias. Mais adiante é definido o conto popular, contos de fadas maravilhosos e a
fábula. O objetivo é mostrar a importância da leitura, dos contos nas vidas das crianças. Como
pano de fundo desta literatura há o importante resgate de histórias populares da região, os
quais, com o passar do tempo, o preconceito (com o regional, ou o que tem origem no
“interior”) vem contribuindo para a perda da tradição oral da região.
Palavras-chave: Contos populares; leitura; escrita.
Ação ética a partir do ato voluntário e involuntário
no livro III da Ética a Nicômaco de Aristóteles.
Paulo Cesar Jakimiu Sabino
Resumo:
A apresentação tem como intuito discutir o agir ético do homem a partir das noções de ato
voluntário e ato involuntário, presentes no livro III da Ética a Nicômaco de Aristóteles. Nesse
sentido, pretende-se apresentar as considerações parciais do pensamento aristotélico, isto é, o
ato voluntário e involuntário em seu pensamento no que toca a questão da ética e sua relação
com as ações humanas, além de fazer uma análise desta proposta no contexto da sociedade
contemporânea.
Palavras-chave: Ética, Aristóteles, voluntário, involuntário.
Florestan Fernandes e a Integração do Negro na Sociedade de Classes
Regiane Tais Taraciuk Rotchenski
Resumo:
Florestan Fernandes retrata a situação do negro no Brasil, colocando que os preconceitos por
estes sofridos tem uma origem histórica. Questiona a condição de o Brasil ser um país
democrático que não consegue estabelecer a igualdade para todas as raças, como o negro.
Mesmo com a abolição da escravatura os negros jamais tiveram os mesmos direitos, os
mesmos prestígios e poderes que os brancos. Florestan vai analisar os seguintes critérios: o
negro a margem da sociedade; a importância dos negros na transformação da sociedade
brasileira, e que o capitalismo não aderiu os negros em sua sociedade. Parte dos preconceitos
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surgiu quando a sociedade libertou os negros, mas não lançou bases para incorporá-lo e
igualar aos brancos.
Palavras-chave: Preconceito; sociedade Brasileira.
Modelo Socrático de desconstrução e aplicação no sistema de “Coach”
Wagner Schlichting
Resumo:
O modelo moderno de treinamento em capacitação de Lideres vindo dos EUA, processo
chamado Coach (treinador na tradução literal), tem como forma a desconstrução de ideias
limitadoras do profissional para que possa a partir disso se reformular em sua conduta e seguir
metas para o objetivo final. O conduzir do dialogo entre o Terapeuta e Cliente é feito com
bases de perguntas e argumentos dentro de uma retórica das experiências do cliente de
sucesso e fracasso naquilo que se coloca como obstáculo. O trabalho final é mostrar que
dentro da experiência exercida não há uma determinação que possa direcionar o seu
empenho para o fracasso, no entanto também não garante nenhum sucesso, somente o
esforço pelo objetivo planejado.
Palavras-chave: Coach; Liderança; Profissional; Desconstrução.
Mesa redonda 1: Corrupção
Corrupção: injustiça ou patologia?
Armindo José Longhi
Resumo:
Axel Honneth (2011), filósofo e sociólogo alemão, define injustiça social como ausência de
justiça. A injustiça ocorre quando determinadas pretensões, interesses ou preferências dos
grupos sociais ou dos indivíduos considerados legítimos não são atendidos ao que corresponde
a representação geral da justiça. Também ocorre quando determinada circunstância social não
atende as pretensões legítimas, o padrão da representação social de justiça e o julgamento de
que o padrão não foi atendido. Sobre a injustiça social é possível debater se as circunstâncias
injustas resultam: da insuficiência dos mecanismos sociais; e/ou de condutas restritivas de
grupos sociais. O autor define patologia social como o objeto de estudo da Filosofia Moral.
Refere-se ao desenvolvimento deficiente ou direção falsa seguida por uma sociedade que
suspende a possibilidade para uma vida boa (sentido ético). Utiliza critérios éticos mediante os
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quais é possível captar as patologias em determinados processos de desenvolvimento. A partir
da definição de injustiça o artigo analisa quatro diagnósticos. O primeiro é fornecido por Wen
Jiabao (2012), Primeiro Ministro da China. O combate da corrupção passa por mudanças
imediatas na administração do Brasil, a eliminação da hipocrisia: as leis regulam aspectos
teóricos e não os práticos e reais de suas consequências. O Brasil deveria punir severamente
(prisão perpétua ou pena de morte) os corruptos públicos e privados. O segundo diagnóstico é
fornecido por Cármen Lúcia Antunes Rocha, Presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Rocha
(2012) afirma que o combate à corrupção depende da conduta reta do homem probo. O
terceiro diagnóstico é fornecido por Tarso Genro, Governador do Rio Grande do Sul. Para
Genro (2012) a corrupção é produzida pelas condições históricas do surgimento do próprio
estado brasileiro. O quarto diagnóstico é fornecido pelo sociólogo Émile Durkheim (1858-
1917). Segundo Durkheim (2008) a moralidade é um sistema de normas de ação que
predetermina a conduta humana pautada nos princípios: regularidade (espírito da disciplina);
integração (Adesão aos grupos sociais); e na autonomia da vontade. A regularidade resulta da
percepção dos indivíduos quanto à aplicação de maneira idêntica das normas de conduta em
situações similares e a disciplina deriva do reconhecimento da unidade da autoridade e da
regularidade da aplicação das normas de conduta. Conclui-se que a corrupção resulta tanto
das injustiças sociais quanto das patologias sociais.
Palavras-chave: corrupção; injustiça; patologia; Honneth.
O frágil corrupto, seu declínio e sua indecência.
Erickson Santos
Resumo:
A corrupção é uma característica do sujeito que se sente isolado do grupo que poderia
participar. Esse sujeito se encontra em busca do bem para si em detrimento de outrem. O que
se observa é a rejeição, pelo corrupto, de regras e valores que fazem da sua vida cercada pelo
medo de ser enganado, de ser prejudicado. Para não sofrer, não perder, ele prefere fazer os
outros sofrerem. O corrupto busca atitudes agressivas para sustentar seus interesses. De
modo geral, o corrupto constrói uma situação que tem que sustentar de forma cada vez mais
agressiva. Seu poder é sempre ampliado; seus inimigos são sempre em maior número. Em
algum momento a situação não se sustentará. A queda do corrupto é anunciada pela ganância,
desperdício, depravação.
Palavras-chave: Corrupção; poder; declínio.
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Mesa redonda 2: Arte e condição humana na Filosofia Medieval
Pelos olhos do espírito: a arte e o não-lugar da estética no pensamento medieval
Everton Grein
Resumo:
O presente artigo trata-se de uma reflexão sobre a estética e suas implicações no pensamento
medieval (séculos VI-XIII) no Ocidente. A falsa noção da ausência de uma sensibilidade e
mesmo de uma concepção estética no medievo, fez com que esse período fosse relegado a um
estatuto menor em sua compreensão. O valor e a mensurabilidade das qualidades estéticas na
Idade Média sugerem uma outra perspectiva do conceito, tomada no seu sentido sacro em
oposição ao profano. Trata-se, portanto, de verificar a questão do belo como um problema da
sublimação do conceito enquanto valor. Pelo contrário, para o espírito da religiosidade
medieval, a compreensão de uma expressão estética não denota a qualidade de um juízo
estético, senão a possibilidade da apreensão daquilo que os medievais consideravam
inexprimível: a dialética onto-teológica inesgotável de Deus.
Palavras-chave: Sagrado; Arte; Estética.
Entre a ânsia do futuro e o tédio do presente: condição humana e morte em Sêneca.
Thiago David Stadler
Resumo:
Marcado por um período de exageros cometidos pelos príncipes romanos, Sêneca (4 a.C?– 65
d.C) propunha uma postura do educar-se a si mesmo. Tal educação, influenciada pela sua
formação estóica, direcionava-se para o bem viver de acordo com a natureza e a ordem moral.
A implicação direta destes ensinamentos era o desprezo pelo espetáculo do aparente, visto
que o caminho da vida seria muito rápido para ser atravancado por questões supérfluas.
Assim, nenhuma meditação seria mais frutífera que a meditatio mortis, pois, segundo Sêneca:
“Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que te admires, durante toda a vida se
deve aprender a morrer”. Neste trabalho apresentamos algumas considerações pautadas no
“Sobre a brevidade da vida” de Sêneca que suscitam a discussão em torno da morte como o
cessar da manifestação temporal. Tais escritos compõem um corpus epistolar direcionado a
Paulino versando sobre diversos temas, mas conduzido pela preocupação da morte como
“significação configuradora da vida” – morte como elemento real e, por isso mesmo, questão
prioritária sobre a preparação da vida. Através da pergunta “Pode haver alguma coisa mais
tola, me diga, que a maneira de viver desses homens que deixam a prudência de lado?” Sêneca
apresenta vários argumentos a favor de uma vida tranquila, ociosa – não uma ocupação
indolente e inerte – e outros contrários a vida de certos homens que “temem todas as coisas
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como os mortais, desejam outras tantas tal qual os imortais”. São estas duas possibilidades –
vida ociosa e vida ocupada – que marcam toda a obra aqui abordada e interpretada como a
oposição de uma vida plenamente vivida à plenitude de coisa nenhuma.
Palavras-chave: Sêneca; Vida; Morte.