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ANAIS DO III SIMPÓSIO NACIONAL DE INVENTÁRIO FLORESTAL 10 a 12 de novembro Manaus, AM

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ANAIS DO

III S IMPÓSIO NACIONAL

DE INVENTÁRIO

FLORESTAL

10 a 12 de novembro

Manaus, AM

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Presidência da República Dilma Rousseff

Ministério do Meio Ambiente

Izabella Mônica Vieira Teixeira

Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro

Marcus Vinicius da Silva Alves

Conselho Diretor do Serviço Florestal Brasileiro Marcus Vinícius da Silva Alves

Joberto Veloso de Freitas

Raimundo Deusdará Filho

Thiago Longo Menezes

Gerência Executiva de Informações Florestais

Claudia Maria Mello Rosa

Serviço Florestal Brasileiro

Resumos do III Simpósio Nacional de Inventário Florestal – 2014 128 p. ISSN 2318-9967

Serviço Florestal Brasileiro - Gerência Executiva de Informações Florestais

SCEN, AV, L4, Trecho 2, Bloco H,

Brasília-DF, CEP 70818-900

www.florestal.gov.br [email protected]

eventos.florestal.gov.br/simposioif

[email protected]

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ANAIS DO

III S IMPÓSIO NACIONAL

DE INVENTÁRIO

FLORESTAL

Manaus, AM, 10 A 12 DE NOVEMBRO DE 2014

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Comissão Científica Afonso Figueiredo Filho Anabel Aparecida de Mello

Daniel Piotto Doádi Antônio Brena Fábio Venturoli Joberto Veloso de Freitas

Osmar dos Santos Ribas

Patrícia Póvoa de Mattos

Waldenei Travassos de Queiroz

Yeda Malheiros de Oliveira

Organização do III Simpósio Patricia Povoa de Mattos Rejane Maria Ludwig Paulo Magno Gabeto Martinez

Éder Dasdoriano Porfirio Junior

Colaboradores Simpósio/ Projeto IFN Amazônia

Ademir Roberto Ruschel

Cintia Rodrigues de Souza

Fernando Cristóvão da Silva Jardim

Flávio Ponzoni Jardel Augusto Andrade Luzeiro

Josuel Arcanjo da Silva

Lia Cunha de Oliveira Melo Marcileia Couteiro Lopes Moacir Alberto Assis Campos

Narcísio Costa Bigio Paulo Luiz Contente de Barros

Pedro Lage Viana Versides Sebastião Moraes e Silva

Apoio Técnico

Guilherme Gomide Pauliene Cristina Cerqueira Lopes

Guadalupe Costa de Sousa Lima

Organização dos Anais Patrícia Póvoa de Mattos

Rejane Maria Ludwig

Ilustração da capa Roberto Lima

Capa

Patrícia Povoa de Mattos e Rejane Maria Ludwig

Apoio

Embrapa Florestas FAO (Projeto GEF de Apoio ao IFN - GCP/BRA079/GEF)

BID/FIP (Projeto IFN-Cerrado) BNDES/Fundo Amazônia (Projeto IFN-Amazônia)

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APRESENTAÇÃO

O Simpósio Nacional de Inventário Florestal ganha força a cada ano, cumprindo seu maior objetivo que é promover a troca de experiências sobre inventários florestais, em todas as suas diferentes especificidades e abordagens.

Essa terceira edição do evento mostra experiências em áreas tradicionais, como alometria, mensuração, amostragem e análise estatística, caracterização da vegetação, crescimento e dinâmica de florestas. Outras áreas de grande relevância também foram contempladas, como sensoriamento remoto, mudanças climáticas, identificação botânica e capacitação, dentre outras. O evento contou com a apresentação de mais de 100 trabalhados científicos, além de relatos de experiências de países da América do Norte e do Sul na realização de inventários florestais.

Espera-se que a oportunidade de interação entre profissionais de diferentes áreas contribua para a construção e fortalecimento de linhas de pesquisa inovadoras relacionadas a inventários florestais. Espera-se também que a participação de graduandos e pós-graduandos e sua interação com profissionais experientes resulte em contatos relevantes e oportunidades em suas carreiras em formação.

O III Simpósio Nacional de Inventário Florestal foi realizado pelo Serviço Florestal em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e contou com o apoio do INPA, UFAM, Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) e Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (SDS).

Joberto Veloso de Freitas (Serviço Florestal Brasileiro)

Yeda Maria Malheiros de Oliveira (Embrapa Florestas)

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LISTA DE RESUMOS

Estoque de biomassa e carbono na serrapilheira em uma floresta secundária do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre

13

Estimativas do estoque de biomassa e carbono em áreas de manejo florestal sustentável da Reserva Extrativista Chico Mendes

14

Modelos matemáticos para estimativa do volume individual em árvores de Parkia gigantocarpa Ducke

15

Quantificação do estoque de carbono e de necromassa na serrapilheira da mata ciliar na área da Estação Ecológica-ESEC do Rio Acre, Assis Brasil, AC

16

Redes neuro-fuzzy para estimação volumétrica de espécies do Cerrado stricto sensu 17

Estoque de carbono na serapilheira em um experimento de paricá (Schizolobium amazonicum H.) no município de Cruzeiro do Sul estado do Acre

18

Eficiência de redes neurais artificiais na estimação de mortalidade em uma Floresta Estacional Semidecidual

19

Intensidade amostral ótima na cubagem de árvores de Pinus taeda com 30 anos de idade

20

Equações alométricas para quantificação de biomassa e carbono estocados no fuste de árvores na área de relevante interesse ecológico (ARIE) Seringal Nova Esperança, Epitaciolândia, AC

21

Redes neurais para estimativa de peso seco de espécies do Cerrado stricto sensu 22

A datação cruzada como ferramenta essencial para a detecção de anéis de crescimento ausentes em árvores sob competição

23

Ajuste de equações de volume para espécies de ocorrência em área de ecótono, município de Ribeirópolis, SE, Brasil

24

Funções de afilamento não segmentadas para árvores da espécie Eucalyptus camaldulensis sob regime de talhadia no município de Dom Aquino, MT

25

Equações alométricas para vegetações secundárias de diferentes históricos de uso da terra na Amazônia Central

26

Estudo do estoque de carbono em uma área de floresta explorada na Amazônia Central

27

Funções de afilamento não segmentadas para estimativa dos diâmetros de Physocalymma scaberrimum Pohl no sudoeste de Mato Grosso

28

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Modelos hipsométricos para estimar a altura total de indivíduos de Cryptomeria japonica (Thunb. ex. L. f.) D. Don em Rio Negro, PR

29

Estudo da dinâmica do carbono em uma área de floresta manejada na Amazônia Central

30

Comparativo de crescimento de árvores bifurcadas e de fuste único em plantios clonais de Eucalyptus spp.

31

Funções de afilamento não segmentadas para árvores do gênero Eucalyptus no município de Campo Verde, MT

32

Comparação entre o processo de amostragem sistemático em estágio único e em dois estágios para estimar a área basal em florestas tropicais

33

Amostragem com parcelas de área fixa e de área definida pelo número de covas em um povoamento de eucalipto

34

Custo de inventário florestal amostral na Floresta Nacional do Tapajós 35

Ajuste de equações para volume total aparente para Phyllostachys aurea Carrière ex Rivière & C. Rivière no estado do Paraná

36

Equações para a estimativa individual da biomassa de Phyllostachys aurea Carrière ex Riviêre & C. Riviêre no estado do Paraná

37

Modelagem do volume sólido para Phyllostachys aurea Carrière ex Rivière & C. Rivière no estado do Paraná

38

Índice de conservação da água do estado de Mato Grosso do Sul 39

Estoque de biomassa e carbono em árvores na Estação Ecológica do Rio Acre, Assis Brasil, AC

40

Avaliação de equações de afilamento para um povoamento de Cryptomeria japonica: uma comparação entre a técnica de classificador baseado em instância e a regressão linear

41

Análise da eficiência amostral para determinar a densidade e área basal na Floresta Nacional do Tapajós

42

Eficiência da amostragem sistemática no inventário florestal contínuo em plantio de paricá, Paragominas, PA

43

Crescimento diamétrico de Melia azedarach L. var. umbraculiformis na região de Santa Margarida do Sul, RS

44

Obtenção do volume por unidade de área, por meio da seleção proporcional ao diâmetro pelo método de amostragem de Strand

45

Regeneração natural em um remanescente de Caatinga, 30 anos após o corte, na região de Mossoró, RN

46

Análise da vegetação de um remanescente de Caatinga 30 anos após o corte na região de Mossoró, RN

47

Caracterização da estrutura horizontal da vegetação em planos de manejo florestal sustentável em pequena escala na sub-região do rio Madeira, AM, Brasil

48

Levantamento fitossociológico na área da Resex Chico Mendes, AC 49

Estrutura do componente herbáceo-terrícola da floresta paludosa da restinga no sul do Brasil

50

Variabilidade fenotípica de Scleronema micranthum Ducke, nos ecossistemas de baixio e platô na fazenda experimental da Universidade Federal do Amazonas

51

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Fitossociologia, volume de madeira e estoque de carbono da parte aérea no Cerrado stricto sensu do Parque Estadual da Lapa Grande em Montes Claros, MG

52

Caracterização de remanescentes de savana estépica arborizada 53

Regeneração natural em fragmentos de savana estépica arborizada 54

Florística e fitossociologia de comunidades de palmeiras em florestas com e sem bambu (Guadua spp.) da Reserva Florestal Humaitá, AC

55

Avaliação florística de espécies arbóreas em dois transectos no distrito dois da zona franca de Manaus

56

Índice de desmatamento do estado de Mato Grosso do Sul 57

Estudos fitossociológicos em uma floresta de terra firme na EEST – ZF-2 58

Regeneração natural da vegetação de Caatinga no Seridó do Rio Grande do Norte 59

Supressão dos maciços florestais no município de Araucária, PR entre os anos de 2005 e 2012

60

Estudo dos parâmetros florísticos e fitossociológicos de uma floresta manejada comercialmente no Amazonas

61

Fitossociologia de um remanescente florestal do segundo planalto paranaense, município de Tibagi, PR

62

A regeneração natural de uma Floresta Ombrófila Mista em estágio médio de regeneração

63

Levantamento e caracterização do potencial madeireiro do distrito florestal sustentável da BR-163, PA

64

Florística e fitossociologia de um fragmento florestal secundário localizado nas cercanias de Rio Branco, AC

65

Análise de variáveis de solo e a distribuição de espécies arbóreas em uma área de Floresta Ombrófila Densa de terra firme, Rio Preto da Eva, AM

66

Estrutura e diversidade do componente arbóreo de Floresta Atlântica em Corupá, SC 67

Composição florística e parâmetros fitossociólogicos de Floresta Densa de Terra Firme da Amazônia em área de manejo e exploração madeireira em Silves, AM

68

Levantamento arbóreo de uma trilha ecológica no Parque do Janauari, Iranduba, AM 69

Copaibeiras (Copaifera multijuga Hayne e Copaifera piresii Ducke) na estrutura populacional de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras em Rondônia

70

O conceito de naturalidade aplicado aos remanescentes de Floresta Mista Lati-aciculifoliada de Santa Catarina

71

Influência da topografia na distribuição de espécies em uma floresta densa de terra firme na Amazônia Ocidental

72

Os inventários florestais realizados no município de Boa Vista do Ramos para o licenciamento de planos de manejo florestais sustentáveis em pequena escala

73

Utilização de receptor GPS em inventário de seringais plantados 74

O extrativismo da castanha-do-brasil no sul do Amapá 75

História e economia: o desmatamento da Mata Atlântica como sinal de desgaste nos meandros da bacia do rio Cubatão do Norte, Joinville, SC

76

Incremento diamétrico de Myracrodruon urundeuva Allemão, em um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua sob manejo

77

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Estoque de biomassa e carbono em Porto Dias, AC 78

Capacidade produtiva em floresta de planalto no baixo Tapajós, Amazônia Oriental 79

Inventário organolate: uma perspectiva produtiva 80

Registros de espécies ameaçadas de extinção pelo IFN-RJ 81

Avaliação do ajuste da função Beta na distribuição diamétrica de Tectona grandis L.f.

82

Modelagem multivariada para obtenção da rotação economicamente aconselhável de uma floresta natural hipotética

83

Produtividade de híbridos de eucalipto em plantios no Mato Grosso 84

A produção de produtos florestais na Amazônia brasileira: 1995 a 2012 85

Incremento em um plantio de paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaçamentos em um experimento no município de Cruzeiro do Sul, AC

86

Crescimento de touceiras de bambu da espécie Merostachys skvortzovii Sendulski cultivadas em plantio experimental no sul do Brasil

87

Incremento de Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby, em plantio homogêneo, Paragominas, PA

88

Incremento diamétrico de Tabebuia aurea e Qualea parviflora, nativas do Cerrado 89

Crescimento de Bowdichia virgilioides (Sucupira-preta) no Cerrado 90

Comparação de crescimento de quatro espécies em uma área de reflorestamento em Santarém, PA

91

Ajuste de distribuições probabilísticas para representar a distribuição diamétrica de híbrido de eucalipto sob regime de talhadia

92

Variações na produção de oleoresina de copaíba (Copaifera spp.) em Rondônia 93

Crescimento inicial de algumas espécies nativas da Caatinga, na Chapada do Araripe, PE

94

Crescimento de Bertholletia excelsa em floresta natural em Juína, MT 95

Desempenho silvicultural de híbridos de Eucalyptus em função do preparo de solo, na Chapada do Araripe, PE

96

Distribuição diamétrica em área de compensação ambiental na Mata Atlântica, no município de Laranjeiras, SE

97

Regeneração estabelecida sobre uma área de influência do toco de árvores exploradas há 26 anos na Floresta Amazônica

98

Estrutura e dinâmica de Myracrodruon urundeuva Allemão na RPPN vagafogo, Pirenópolis, GO

99

Crescimento e regeneração natural de Manilkara huberi (Ducke) em área manejada na Floresta Nacional do Tapajós

100

Estudo dos parâmetros florísticos e fitossociológicos de uma floresta manejada comercialmente no Amazonas

101

Dinâmica da mortalidade e recrutamento em fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Paraná

102

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Padrões de distribuição espacial de quatro espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Mista no Paraná

103

Dinâmica sazonal da produção de serapilheira em fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana no Paraná

104

Identificação de zonas de diversidade florestal para seleção de árvores matrizes na Amazônia

105

O ensino técnico de botânica em um herbário da cidade de Manaus como fonte alternativa para a formação de recursos humanos pelo programa de aperfeiçoamento técnico profissional do IFAM

106

A importância da formação profissional técnica de recursos humanos para atender as dinâmicas práticas e científicas de herbários

107

Distribuição espacial de espécies arbóreas ao longo de gradiente topográfico no campo experimental da Embrapa Amazônia Ocidental - CEDAS

108

Atlas das orquídeas de Santa Catarina 109

Coleção biológica científica do orquidário Amélia Cirimbelli Brillinger 110

O Sistema de Gerenciamento e Entrada de Dados do IFN-RJ e os procedimentos operacionais pós-campo

111

Inventário Florestal Nacional no estado do Rio de Janeiro: uma análise da composição florística de áreas amostrais inventariadas

112

Execução do Inventário Florestal Nacional no Ceará (IFN-CE): do planejamento à conclusão

113

Regeneração de espécies arbóreas nativas após retirada de reflorestamento de eucalipto

114

Tamanho ideal de parcelas e suficiência amostral para povoamento de Tectona grandis antes do primeiro desbaste

115

Dinâmica de vegetações secundárias em parcelas permanentes de pastagens degradadas na Amazônia Central

116

Estoques de biomassa de sistemas agroflorestais em áreas de pastagens degradadas 117

JCarbon: software para inventário e mensuração florestal 118

Possíveis impactos das mudanças climáticas na distribuição geográfica da araucária: implicações para os inventários florestais

119

Inventário florestal com LiDAR-terrestre em florestas de igapó e terra-firme na Amazônia Central

120

Avalição florística utilizando sensoriamento remoto em uma área na Estação Experimental de Silvicultura Tropical– ZF-2

121

Índices de vegetação para estimativas de biomassa em ambientes florestais 122

Detecção da exploração madeireira legal e ilegal por meio do sensoriamento remoto 123

Análise do uso do solo na área inundada pela represa do Ribeirão João Leite, GO 124

Classificação de imagens orientada a objetos como suporte ao componente geoespacial do Inventário Florestal Nacional brasileiro

125

Individual tree detection using web-LiDAR treetop forest inventory application 126

Extração de árvores individuais em dados LiDAR usando o aplicativo de inventário florestal WEB-LiDAR 3D ClusterTree

127

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Estoque de biomassa e carbono na serrapilheira em uma floresta secundária do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre

Silvana Fraga da Silva, Marco Antonio Amaro

Contato: [email protected]

Em uma floresta, o estoque de biomassa e carbono está dividido por vários compartimentos como, por exemplo, troncos, folhas e serrapilheira, fazendo com que a ciclagem de nutrientes ocorra por diversos caminhos, conforme os diferentes processos de decomposição e de lixiviação. No caso da serrapilheira, sua contribuição para a ciclagem de nutrientes na floresta é grande, tendo em vista que além de contribuir para regular a quantidade e a qualidade, ela atua na estabilização do solo contra os processos erosivos. O Parque Zoobotânico (PZ) é uma unidade da Universidade Federal do Acre-UFAC, que tem como missão institucional o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão ambientais. O PZ está instalado em uma área de 100 ha contígua ao complexo arquitetônico do Campus da UFAC de Rio Branco, sendo a maior parte de sua área coberta com floresta secundária em recuperação, se constituindo em uma das maiores áreas verdes do perímetro urbano da cidade. Esta área tem servido como laboratório natural para estudos ambientais e ecológicos, assim como refúgio para pequenos animais. Este estudo foi desenvolvido no PZ, tendo como objetivo quantificar o estoque de biomassa e carbono na serrapilheira da floresta do Parque Zoobotânico-PZ da UFAC, gerando assim subsídios para projetos que visem fazer o pagamento de serviços ambientais por áreas com florestas nativas, como forma alternativa para o uso do solo na Amazônia. Foram distribuídas 15 parcelas de 2,5 m x 2,5 m na área de forma aleatória. O material depositado sobre o solo nas parcelas foi coletado e pesado. De cada parcela foi retirada uma amostra, pesada e levada ao laboratório para secar em estufa, visando determinar o peso seco e posteriormente a biomassa. Para obtenção das estimativas de carbono, foram retiradas amostras do material utilizado para a determinação do peso seco, as quais foram calcinadas em mufla a 540 ºC até peso constante, determinando o teor de cinzas, por diferença obteve-se o teor de carbono das amostras. A média de biomassa seca foi estimada em 2,85 Mg.ha-1 (erro amostral relativo de 17,55% para uma probabilidade de 95%) e o estoque médio de carbono na biomassa encontrado neste estudo foi 61,6% (erro amostral relativo de 11% para uma probabilidade de 95%). Os valores encontrados para biomassa podem ser considerados baixos quando comparados com outros estudos de serrapilheira na Amazônia em florestas nativas, porém não foram encontrados estudos com informação de estoque de serrapilheira em florestas com características semelhantes.

Palavras-chave: Amazônia, floresta secundária.

Alometria e Mensuração Florestal

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Estimativas do estoque de biomassa e carbono em áreas de manejo florestal sustentável da Reserva Extrativista Chico Mendes

Josivaldo Josias de Sousa, Marco Antonio Amaro

Contato: [email protected]

As florestas oferecem uma grande variedade de benefícios naturais, como a proteção de bacias hidrográficas, purificação do ar, conservação da biodiversidade e, ao mesmo tempo, são fontes de alimentos, fibras e medicamentos. As florestas também exercem um papel importantíssimo na manutenção da estabilidade do clima global. As árvores e as outras formas de vida vegetal existentes na floresta têm a capacidade de remover grandes quantidades de CO2, um dos gases do efeito estufa da atmosfera, os quais são armazenados na forma de carbono na biomassa das folhas, troncos, galhos, e raízes. O sequestro de carbono, e consequentemente a sua estocagem na biomassa florestal, é cientificamente conhecido como uma excelente forma para mitigação das mudanças climáticas globais, por se tratar de um método que possui uma maior produtividade por unidade de área quando comparado com os sistemas tradicionais de uso da terra. A legislação define o manejo florestal sustentável como a administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto de manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços. Com base nisso, o sequestro de carbono pela vegetação pode ser considerado como uma forma de uso múltiplo da floresta, sendo necessários estudos que possibilitem a quantificação deste estoque. Com o objetivo de quantificar o estoque de biomassa e carbono para indivíduos com DAP ≥ 10 cm, em uma área de manejo florestal comunitário, localizada na Reserva Extrativista Chico Mendes, desenvolveu-se o presente trabalho a partir de dados coletados em parcelas permanentes, instaladas em áreas que serão manejadas conforme previsto no Plano de Operação Anual (POA). Participam do plano de manejo 62 propriedades, totalizando 22.537,71 ha, sendo que 18.772,74 ha são áreas de manejo florestal. O primeiro Plano Operacional Anual-POA contempla 53 unidades de trabalho (Uts) em diferentes propriedades, sendo que a unidade de produção anual-UPA possui 1.274,17 ha e 917,22 ha de área de efetivo manejo. Foram utilizadas para esse estudo 4 áreas que correspondem às colocações Bom Futuro ll, Cajueiro, Japão ll e Rio Branco ll. Dentro de cada área foram instaladas parcelas permanentes para monitoramento da floresta. Cada parcela possui 20 x 130 metros, totalizando uma área de 2.600 m² para cada parcela. Para o cálculo de biomassa úmida utilizou-se equações baseadas no modelo Schumacher e Hall. Para conversão da biomassa úmida em biomassa seca utilizou-se um fator encontrado em literatura. O estoque de biomassa para os demais compartimentos folhas, frutos, flores e raiz foram obtidos através de percentuais encontrados em revisão de literatura. Para estimar os estoques de carbono considerou-se 50% da biomassa seca, valor esse também encontrado na literatura. A média da biomassa seca total e do carbono na vegetação amostrada foi estimada em 408,64 t ha-1 e 204,32 t ha-1, respectivamente, sendo que destes valores 48,5% está armazenado no fuste, 38,1% na copa, 1,75% nas folhas, 0,01% nas flores/frutos e 11,64% nas raízes.

Palavras-chave: Amazônia, mudanças climáticas.

Alometria e Mensuração Florestal

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Modelos matemáticos para estimativa do volume individual em árvores de Parkia gigantocarpa Ducke

Dirceu Lucio Carneiro de Miranda, Debora Monteiro Gouveia Contato: [email protected]

A espécie Parkia gigantocarpa Duke é conhecida popularmente como fava barriguda e é uma espécie nativa da Amazônia. Para essa espécie, existem algumas publicações recentes sobre superação de dormência em sementes, sobrevivência de mudas plantadas em clareiras de exploração florestal e propriedades físicas e mecânicas da madeira. Contudo informações sobre a estimativa do volume a partir de modelagem sobre árvores de P. gigantocarpa plantadas em povoamento são praticamente inexistentes. O volume é a variável mais utilizada no diagnóstico do potencial madeireiro de uma floresta e os modelos matemáticos são fundamentais para a estimativa dos volumes das árvores e consequentemente para o planejamento das empresas florestais. Diante deste contexto, o objetivo do estudo foi ajustar modelos matemáticos para estimar o volume individual de árvores da espécie P. gigantocarpa. Os dados dos ajustes são provenientes de 30 árvores de um plantio experimental. As árvores tiveram seu volume rigoroso determinado pelo método de Smalian utilizando seções de dois em dois metros até o final do fuste. Foram ajustados oito modelos lineares, sendo dois obtidos pelo processo stepwise - forward. O critério de seleção para a escolha do melhor modelo volumétrico foi o valor ponderado dos escores dos parâmetros estatísticos (VP) para: coeficiente de determinação ajustado (R²aj), erro padrão da estimativa (Syx%) e valor de F. O Valor Ponderado foi determinado atribuindo-se valores aos parâmetros estatísticos. As estatísticas foram ordenadas de acordo com a sua eficiência, sendo atribuído peso 1 para o modelo ajustado mais eficiente, 2 para o segundo e assim sucessivamente. Após essa classificação efetuou-se o somatório da pontuação para cada modelo volumétrico, sendo que o modelo que recebeu a menor soma foi recomendado como mais adequado para uso. Adicionalmente, para cada modelo ajustado foi realizado a análise gráfica dos resíduos visando verificar a existência de possíveis tendências na curva de ajuste. Em geral os modelos ajustados de dupla entrada apresentaram melhores ajustes do que os modelos de simples entrada. Os melhores modelos ajustados para estimativa do volume total foram aqueles em que se utilizou o processo de seleção de variáveis (stepwise) e apresentaram coeficiente de determinação acima de 0,92 e erros-padrão abaixo de 14%. Para o volume comercial, esses valores foram de 0,62 e 26% respectivamente. a melhor equação ajustada para estimativa do volume total e comercial em ávores de P. gigantocarpa foi: V total = -0,80245 + 0,000051*d².htotal -0,000063*.d².hcom. + 0,14502*.lnd.lnhcom. (R²aj = 0,94, Syx % = 10,9) e Vcom. = -1,8776 + 0,24165*.lnd.lnhtotal (R²aj = 0,73; Syx% = 23,8) respectivamente. Pode-se concluir que os modelos ajustados para estimativa do volume total e comercial em árvores de P. gigantocarpa apresentaram boa qualidade, permitindo estimativas confiáveis, com erros em torno de 11% e 25%.

Palavras-chave: Alometria, ajuste de equações, volumetria.

Alometria e Mensuração Florestal

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14

Quantificação do estoque de carbono e de necromassa na serrapilheira da mata ciliar na área da Estação Ecológica-ESEC

do Rio Acre, Assis Brasil, AC

Antônio Sousa dos Santos, Marco Antônio Amaro

Contato: [email protected]

Nas florestas, o estoque principal de nutrientes encontra-se nos troncos das árvores, podendo os nutrientes serem reciclados por diversos caminhos, em função dos processos de decomposição e de lixiviação. Além do tronco das árvores existem outros compartimentos que, apesar de estocarem uma quantidade menor de nutrientes, também contribuem para o processo de ciclagem, como por exemplo folhas, galhos, raízes e serrapilheira. Os benefícios da serrapilheira nas matas ciliares são de grande importância, tendo em vista que além de regular a quantidade e a qualidade da água pela retenção de grande quantidade de sedimentos e nutrientes, ela atua na estabilização do solo contra os processos erosivos, possibilitando maior infiltração de água no solo, evitando o assoreamento dos rios e nascentes. Com isso, o desmatamento traz grandes prejuízos ao meio ambiente, principalmente a vegetação ciliar, pois altera de forma significativa o processo de ciclagem de nutrientes e todo o regime hídrico das áreas adjacentes. Diante disso, há uma necessidade de mais estudos sobre a quantidade de biomassa na floresta Amazônica, visando orientar o uso racional dos recursos naturais. Com base no exposto, esse trabalho teve como objetivo quantificar o estoque de biomassa e carbono na serrapilheira de uma mata ciliar. Esse estudo foi realizado na Estação Ecológica do Rio Acre-ESEC, no município de Assis Brasil, cuja área é de 77.500 ha. Foram distribuídas de forma aleatória 10 parcelas de 2,5 x 2,5m (6,25m²). O material depositado sobre o solo nas parcelas foi coletado e pesado. Para estimar o peso seco (biomassa) dos valores obtidos para peso úmido, subtraiu-se a umidade, conforme literatura. Para estimativa do carbono multiplicou-se por 0,48 o valor obtido para biomassa seca. Com base nos métodos definidos obtidos constatou-se que o estoque médio de biomassa na serrapilheira foi 5,87 t/ha e o de carbono 2,82 t/ha. Os valores médios de biomassa obtidos por hectare na área estudada são significativos, sendo a primeira avaliação para este compartimento em estudos realizados no Acre.

Palavras-chave: Amazônia, ciclagem de nutriente.

Alometria e Mensuração Florestal

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Redes neuro-fuzzy para estimação volumétrica de espécies do Cerrado stricto sensu

Jeferson Pereira Martins Silva, Daisy Celestina Souza, Isaíra Leite Lopes,

Luiz Gustavo Gomes Oliveira, Christian Dias Cabacinha, Adriana Leandra de Assis,

Renato Dourado Maia

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Tem intensificado, na Engenharia Florestal, estudos a respeito do uso de sistemas inteligentes para estimativas de volume, em substituição aos modelos de regressão, no processamento de inventários florestais. Sistemas inteligentes possuem técnicas mais refinadas para aprendizagem e ajustes de parâmetros, como as redes neurais artificiais (RNAs). Estas, quando combinada com a lógica Fuzzy, se transformam em um sistema híbrido ou rede neuro-fuzzy (RNF), que possui maior capacidade de interpretação e aprendizagem. Este estudo teve como objetivo avaliar a eficiência das redes neuro-fuzzy na estimativa do volume de 8 espécies típicas do Cerrado stricto sensu e confrontar tais estimativas com modelo de Schumacher e Hall. A área de coleta de dados está situada no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG localizada em Montes Claros-MG. Foram cubadas, pelo método de Huber, 395 árvores das espécies Heteropterys byrsonimifolia A.Juss., Machaerium opacum Vog., Terminalia fagifolia Mart. e zucc., Jacaranda caroba DC., Curatella americana L., Copaifera langsdorffii Desf., Magonia pubescens A.St.-Hil., Byrsonima cf. heterophylla, e mensurou-se o diâmetro a 1,30 m do solo (DAP) e a altura total (HT). Realizou¬-se o processamento dos dados utilizando o Software Matlab R2013b¬ CYGiSO. Para implementar a RNF, foi fornecida uma matriz de dados contendo 2 entradas, o diâmetro a 1,30 m do solo (DAP) e a altura total (HT) com 6 funções de pertinência cada, todas do tipo gaussianas e uma saída volume total com casca (VTc/c) com função linear. Os dados foram separados para treinamento (345 árvores) e validação (50 árvores) da RNF e para o ajuste do modelo de Shumacher e Hall, e teste da equação. Como parâmetros para o treinamento, foi escolhido o método de treinamento híbrido, (combinação do método backpropagation com o dos mínimos quadrados), o erro igual a zero e o número de épocas igual a 100. A avaliação da RNF e da equação de Schumacher e Hall foi realizada por meio da análise gráfica dos resíduos, do erro quadrado médio (Mean Squared Error “MSE”) e do coeficiente de determinação ajustado (R²). A RNF apresentou R²=83,15% e RMSE= 0,0039m³ para o treinamento e R²=92,23% com RMSE= 0,0026m³ para a validação. A equação de Schumacher e Hall, VTc/c=0,00017002*(DAP^2,131712616)*(HT^ -0,164018838)), gerou um R²=73,22% e RMSE=0,004865m³ para o ajuste e R²=77,57% com RMSE=0,0044m³ para o teste da equação. As técnicas não apresentaram tendenciosidade na parte do treinamento e do ajuste do modelo. Porém, a RNF obteve uma distribuição residual mais uniforme. Já na validação e teste da equação, o modelo de Schumacher e Hall teve uma pequena tendenciosidade em superestimar os maiores volumes, a RNF apresentou distribuição residual uniforme. A RNF apresentou resultados satisfatórios com estatísticas superiores ao modelo de Schumacher e Hall, tanto no treinamento como na validação, indicando seu potencial uso para estimativa volumétrica das espécies estudadas.

Palavras-chave: Cerrado, volume, inteligência artificial.

Alometria e Mensuração Florestal

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Estoque de carbono na serapilheira em um experimento de paricá (Schizolobium amazonicum H.) no município de

Cruzeiro do Sul estado do Acre

Givanildo Pereira Ortega, Antonio José Sousa Andrade, Manoel Bento dos Santos, Marco Antonio Amaro, Piter Douglas Carneiro, Alex Moraes dos Santos

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Nas últimas décadas, o crescente aumento das concentrações de carbono na atmosfera, pela queima de combustíveis fósseis, tem sido alvo de vários estudos que envolvem a sua influência nas mudanças climáticas globais. Uma das estratégias propostas para mitigar o acúmulo de CO² na atmosfera é restaurar ou reflorestar áreas abandonadas de pastagem e agrícolas. Os reflorestamentos vem ganhando grande importância na questão climática devido a sua grande capacidade de fixação de carbono atmosférico durante o crescimento das árvores. Uma parte do carbono fixado na fotossíntese é utilizada na formação dos tecidos da planta, sendo na madeira do caule acumulada a maior porção e de maneira mais duradoura. Este estudo visou quantificar o estoque de biomassa e carbono presente na serapilheira do plantio de Paricá (Schizolobium amazonicum H.) em um experimento no Campus da Universidade Federal do Acre, município de Cruzeiro do Sul-Acre. Foram instaladas 09 unidades de amostragem, com área de 4 m² cada, em três diferentes espaçamentos, sendo: espaçamento 1 (2 × 2 m), espaçamento 2 (1,5 x 2 m) e espaçamento 3 (1x 2 m), em plantio com 18 meses de idade. O plantio foi instalado com preparo manual do solo, com mudas produzidas em tubetes de 180 cm³ e foi realizada a calagem nas covas. A manutenção do plantio resumiuse à capina manual ou química e controle de formigas cortadeiras, até o momento. Foi realizada a coleta da serapilheira depositada no solo dentro das unidades amostrais. Posteriormente realizada a pesagem da biomassa fresca. Uma amostra do material coletado foi levada para laboratório onde foram determinados os pesos secos e os teores de carbono, sendo a secagem realizada em estufa de circulação forçada de ar e posteriormente multiplicou-se a matéria seca por um fator de conversão de 0,50 com a finalidade de se obter o estoque de carbono presente na serapilheira da área em estudo, sendo as atividades realizadas separadamente com o intuito de se observar a quantidade de biomassa produzida e qual espaçamento se destacaria nessa produção e consequentemente o estoque de carbono. Os resultados de biomassa seca observada neste estudo foram de 1,71 ton/ha, 2,46 ton/ha e 1,98 ton/ha, para os espaçamentos 1,2 e 3, respectivamente. O estoque de carbono produzido foi de 0,85 ton/ha, 1,23 ton/ha e 0,99 ton/ha, para os espaçamentos 1,2 e 3, respectivamente, para as condições de estudo. Plantios florestais com intuito de restauração ecológica ou reflorestamentos em áreas alteradas são importantes fontes de captação de carbono da atmosfera e podem apresentar excelentes resultados quando comparados com florestas nativas. O espaçamento entre plantas pode influenciar na produção de serapilheira e consequentemente no estoque de carbono no solo.

Palavras-chave: Necromassa, biomassa, sequestro de carbono.

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Eficiência de redes neurais artificiais na estimação de mortalidade em uma Floresta Estacional Semidecidual

Renato Vinícius Oliveira Castro, Carlos Pedro Boechat Soares, Helio Garcia Leite,

Agostinho Lopes de Souza, Fabrina Bolzan Martins, Gilciano Saraiva Nogueira,

Márcio Leles Romarco de Oliveira

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Este estudo teve como objetivo avaliar a eficiência de redes neurais artificiais para a estimação da mortalidade regular de árvores individuais em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual. Foram utilizados dados de dez parcelas permanentes, monitoradas durante 14 anos, em cinco ocasiões, localizadas no município de Viçosa, Minas Gerais. O conjunto de dados foi dividido aleatoriamente em dois grupos: grupo de treinamento, composto por seis parcelas e totalizando 3.556 casos nas cinco medições, onde foram observados 231 casos de mortalidade e o grupo de generalização, composto por quatro parcelas, as quais foram utilizadas na simulação da mortalidade, totalizando 2.062 casos, sendo observados 181 casos de mortalidade. Foram avaliadas redes para estimativas da mortalidade das árvores de forma qualitativa e quantitativa. A primeira trata-se da qualificação das árvores em viva ou morta entre dois períodos de medição (rede de classificação). A segunda refere-se à estimativa da probabilidade de mortalidade de cada árvore entre dois períodos de medição (rede para aproximação de funções), que foi aplicada juntamente com a regra de mortalidade proposta por Pretzsch et al., (2002), baseada na comparação da probabilidade estimada com um dado número aleatório. Além disso, foram avaliadas diferentes arquiteturas e modelos de redes (Multilayer Perceptron- MLP e Radial Basis Function- RBF). As funções de ativação empregadas para as redes MLP foram: identidade, logística, tangencial e exponencial. Como variáveis de entrada foram definidas variáveis numéricas (dap, altura total, ano de medição e índices de competição independentes, dependentes e semi-independentes da distância) e variáveis categóricas (nível de infestação por cipós, nível de iluminação das copas, qualidade da copa, grupo ecológico e família botânica). O emprego de redes neurais para aproximação de funções (estimativa da probabilidade de mortalidade) foi eficiente para predição da mortalidade. A rede MLP: 60-14-1, com função de ativação exponencial, utilizando o índice de competição dependente da distância, foi a mais eficiente para estimar a mortalidade.

Palavras-chave: Floresta natural, mortalidade regular, parcela permanente.

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Intensidade amostral ótima na cubagem de árvores de Pinus taeda com 30 anos de idade

Diego Lingner, Mário Dobner Júnior

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O gênero Pinus é responsável por 23 % dos povoamentos florestais plantados no Brasil. Plantios estes concentrados na região Sul do país, onde há 1,3 milhão de ha, sendo Pinus taeda L. a espécie de maior importância. A correta determinação do volume de árvores individuais é de grande importância para o manejo de povoamentos. A definição de regimes de manejo ótimos e análise da viabilidade econômico-financeira de projetos florestais são dois exemplos para os quais ajustes acurados de equações volumétricas e funções de afilamento são necessários. O ajuste destas equações tem como base a cubagem rigorosa de árvores abatidas. No presente estudo avaliou-se a acurácia de diferentes intensidades de cubagem: Hohenadl 5 seções (10, 30, 50, 70 e 90 %), Hohenadl 10 seções (5, 15, 25, 35, 45, 55, 65, 75, 85 e 95 %), Hohenadl 5 e 10 seções acrescidas de quatro medições na base das árvores (0,2 0,5, 1,0 e 1,3 m) e, como controle, a medição de 23 diâmetros ao longo do fuste: 0,2, 0,5, 1,0, 1,3 m, e, a partir de então, em intervalos de 5 % da altura total. Foram abatidas e mensuradas 25 árvores com dap médio de 46,7 cm (26,5 – 67,7 cm) em um povoamento com 30 anos de idade, desbastados pelo alto aos 5, 7, 10, 13 e 15 anos, pertencente a empresa Florestal Gateados Ltda. localizada no município de Campo Belo do Sul - SC. Os resultados indicaram que a cubagem pelo método de Hohenadl utilizando 5 seções subestimou o volume das árvores em 6 % (± 2%). Utilizando o método Hohenadl com 10 seções, a diferença entre este e o volume obtido na amostragem de maior intensidade, decresceu para 4 % (± 1%). Ao incluir as quatro medições na base das árvores, a diferença das estimativas entre estas e o volume obtido com a cubagem de maior intensidade diminuiu para ± 1 %, sendo semelhantes para o Hohenadl 5 e 10 seções. Conclui-se, portanto, que a intensidade amostral ótima na cubagem de árvores de Pinus taeda com 30 anos de idade é de 5 seções de acordo com o proposto por Hohenadl, acrescido das quatro medições na base da árvore, onde encontra-se a maior variação no formato das mesmas, totalizando 9 medições por árvore. Desta forma, é possível obter volumes muito semelhantes aqueles que seriam obtidos com a medição de 23 seções ao longo do fuste.

Palavras-chave: Manejo florestal, mensuração, Hohenadl.

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Equações alométricas para quantificação de biomassa e carbono estocados no fuste de árvores na área de relevante interesse ecológico (ARIE) Seringal

Nova Esperança, Epitaciolândia, AC

Timóteo Paladino do Nascimento, Marco Antonio Amaro

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O presente estudo faz parte de uma série de estudos sócio-econômicos e ambientais, realizados com o objetivo de fornecer subsídios para a avaliação de recategorização da Área de Relevante Interesse Ecológico-ARIE Nova Esperança. O ajuste de alométricas para quantificação de biomassa e carbono estocados na vegetação contribuirá para a obtenção de estimativas precisas desses estoques, possibilitando uma maior compreensão do potencial das florestas no sequestro e armazenamento de carbono e na produção de produtos madeireiros e não madeireiros, bem como aumentou as chances de tomadas de decisões corretas sobre o uso desses recursos. O estudo foi desenvolvido na ARIE Seringal Nova Esperança, localizada no município de Epitaciolândia, AC, no ramal Porto Rico, e possui uma área de aproximadamente 2.576,47 ha, circunscrita ao município de Epitaciolândia. Foi feita a cubagem rigorosa das árvores pela aplicação sucessiva da expressão de Smalian, até o início da copa. Foram cubadas 80 árvores distribuídas em 20 classes diamétricas, com amplitude de classe de 5,0 cm. Para obtenção da biomassa, multiplicou-se o volume obtido na cubagem rigorosa por 0,6169 g/cm3, que é o valor médio da densidade básica da madeira, obtido em literatura. Para converter a biomassa de cada fuste em carbono, considerou-se que em florestas nativas 48% da biomassa seca é de carbono. Foram avaliados três modelos de regressão não lineares para estimativa de biomassa e carbono. Para evitar julgamentos pessoais na seleção das equações ajustadas, foram utilizados os seguintes critérios de seleção: coeficiente de determinação ajustado (R ² %), erro-padrão da estimativa (S Y.X) e análise gráfica dos resíduos porcentuais (E%). Os modelos alométricos utilizados neste estudo possibilitaram ajustes de boas equações para biomassa e para carbono, tendo em vista os coeficientes de determinação ajustados foram superiores a 98%, para ambos os casos. Isto significa que todos os modelos explicam mais que 98% da variação dos dados. Nesse estudo, os três modelos testados para biomassa e carbono possibilitaram bons ajustes, apresentando R²aj e erro-padrão residual muito semelhante, podendo qualquer uma das equações ser utilizadas na estimativa de biomassa e carbono. As equações baseadas no modelo de Spurr para biomassa e carbono (Y= β0.(DAP².H)β1, apresentaram melhor distribuição do erro, maior coeficiente de determinação e maior precisão em ambos os casos: R2aj% = 98,76% para biomassa e carbono e SY.X = ± 365,438 para biomassa e ± 175,410 para carbono. Para biomassa a equação ajustada foi Biomassa = 0,085212. (DAP². Hc) 0,920434, para carbono a equação ajustada foi carb (DAP². Hc)0,920434, em que DAP está em centímetros e Hc em metros.

Palavras-chave: Amazônia, regressão não linear.

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Redes neurais para estimativa de peso seco de espécies do Cerrado stricto sensu

Daisy Celestina Souza, Jeferson Pereira Martins Silva, Luis Otávio Rodrigues Pinto,

Anny Francielly Ataíde Gonçalves, Paulo Henrique Batista Ferreira, Christian Dias Cabacinha, Adriana Leandra de Assis, Renato Dourado Maia

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Um dos objetivos do inventário florestal da vegetação nativa é garantir estimativas confiáveis do potencial da área a fim de otimizar a utilização dos recursos naturais, sempre associada à conservação. O peso seco é uma das variáveis necessárias para se conhecer o potencial das diversas espécies e, por isso, torna-se necessário desenvolver técnicas que viabilizem a obtenção rápida e prática das informações a partir de variáveis de fácil coleta em campo, como o diâmetro a 1,30 m do solo (DAP) e o altura total (HT). Atualmente têm surgido tecnologias refinadas que superam a eficiência da modelagem por meio de equações matemáticas. Um exemplo dessas tecnologias são as Redes Neurais Artificiais (RNA), que são técnicas computacionais inspiradas no sistema nervoso humano que podem ser utilizadas para a obtenção de estimativas. Este estudo foi realizado no Instituto de Ciências Agrárias da UFMG e teve como objetivo avaliar a eficiência da estimativa de peso seco utilizando Redes Neurais Artificiais em substituição ao ajuste de equações de regressão, com dados de uma área de Cerrado stricto sensu da região norte de Minas Gerais. Foram utilizados dados de 84 árvores distribuídas entre as espécies Heteropterys byrsonimifolia A.Juss, Machaerium opacum Vogel, Terminalia fagifolia Mart e Sebastiania brasiliensis Spreng. O peso seco (PS) foi determinado pelo produto do volume, cubado rigorosamente pelo método de Huber, e a densidade básica das espécies, determinada a partir de discos de madeira retirados a 0, 25, 50, 75 e 100% da altura comercial das árvores e posterior obtenção da densidade básica pelo método gravimétrico. Realizou-se o processamento dos dados utilizando a To-olbox Neural Networs no softwareMatlab® R2013b CYGiSO . Foi utilizada uma rede Perceptron de Múltiplas Camadas (MLPMultilayerPerceptron), constituída por dois neurônios de entrada (DAP e HT), camada oculta com 6 neurônios e um neurônio na camada de saída (PS). O algoritmo de aprendizagem foi o BackpropagationLevenberg-Marquardt e as funções de ativação Tangente Hiperbólica para todos os neurônios. O número de épocas para o treinamento foi igual a 1.000, com tempo máximo de 5 minutos. A avaliação da rede foi realizada por meio da análise gráfica do histograma de frequência dos erros, do erro quadrado médio (MeanSquaredError– MSE) e do erro padrão residual. Ajustaram-se por regressão 10 modelos de dupla entrada para estimar o peso seco a partir da substituição da variável volume dos modelos volumétricos pela variável peso seco, tendo como entradas o DAP e a HT. Para a seleção das melhores equações, foram avaliados a dispersão dos resíduos, o erro padrão residual percentual (Syx) e o coeficiente de determinação corrigido percentual (R²). As estatísticas geradas pela rede foram comparadas com a melhor equação ajustada para peso seco. A equação utilizada foi obtida a partir do modelo de Meyer: PS=0,001782616-0,0000946023*DAP+ 0,0000118689*DAP2+0,000198862*DAP*HT+0,00000191941*DAP2*HT+0,000725494*HT, sendo o R²=81,62% e Syx=25,88%. Pela análise dos resultados obtidos, em comparação com as equações de regressão, a rede apresentou os melhores ajustes com R²=82,62% e Syx=22,04%, sendo que a distribuição de resíduos não apresentou tendenciosidade, mostrando-se uniforme. Dessa forma o uso da rede pode ser indicada para estimativa genérica do peso seco das espécies estudadas.

Palavras-chave: Cerrado, peso seco, estimativas.

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A datação cruzada como ferramenta essencial para a detecção de anéis de crescimento ausentes em árvores sob competição

Rafaella De Angeli Curto, Patrícia Póvoa de Mattos, Evaldo Muñoz Braz, Randolf Zachow, Sylvio Péllico Netto

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Em estudos dendrométricos é prática comum utilizar o incremento a 1,30 m do solo para inferir sobre o crescimento das árvores. No entanto, o crescimento das árvores ao longo do fuste responde a diferentes pressões de competição durante o seu ciclo de crescimento e muito frequentemente árvores suprimidas apresentam maior crescimento nas partes superiores do fuste, podendo até não apresentar incremento na base da árvore. O objetivo desse estudo foi avaliar a formação dos anéis de crescimento anual ao longo do fuste de Araucaria angustifolia de um povoamento superestocado, utilizando a técnica de dendrocronologia, visando verificar diferenças do incremento em diâmetro nos últimos 10 anos, quando se considera o crescimento real e quando se considera o último anel formado a 1,30 m do solo como o incremento periódico anual da árvore. Foram selecionadas e derrubadas árvores, sendo: suprimidas de 10 a 30 cm (16 árvores); intermediárias de 30 a 50 cm (16 árvores); e dominantes de 50 a 70 cm (14 árvores) em um plantio de Araucaria angustifolia, estabelecido em 1946, na Floresta Nacional de Açungui, Campo Largo, PR (SISBIO 35355-1). De cada árvore, foram retirados 14 cortes transversais ao longo do tronco, com espessura de aproximadamente 5 cm. Os anéis de crescimento foram marcados e medidos em cada disco, utilizando-se microscópio estereoscópico e mesa de mensuração com precisão de 0,01 mm. Para a confirmação do ano de formação de cada camada de crescimento anual utilizou-se o procedimento de datação cruzada. Para avaliar as diferenças entre os incrementos diamétricos, foi realizado teste t para amostras dependentes, a 95% de probabilidade. A partir da análise completa de tronco e datação cruzada, foi possível verificar que na classe suprimida, 10 indivíduos são oriundos de regeneração. Assim, a classe foi dividida em suprimida e regeneração. Devido aos efeitos da competição, 63% das árvores avaliadas não formou anel de crescimento na altura de 1,30 m há pelo menos um ano. Houve árvore com até 10 anos de estagnação de crescimento na altura de 1,30 m. O efeito da competição nessas árvores ficou evidente pelo incremento diamétrico observado nos discos das partes mais altas e a ausência de anéis de crescimento nos discos a 1,30 m e base da árvore, no ano ou anos equivalentes às camadas identificadas nos discos da parte superior da árvore. Houve diferença significativa pelo teste t entre o crescimento real em diâmetro nos últimos 10 anos e o crescimento médio das 10 camadas de crescimento a partir da última camada formada na altura de 1,30 m, independente do seu ano de formação, para todas as classes sociológicas avaliadas, mostrando a importância da datação cruzada entre amostras e a fragilidade da informação quando não se desconsidera o ano real de formação de cada camada de crescimento.

Palavras-chave: Araucaria angustifolia, anatro, dendrocronologia.

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Ajuste de equações de volume para espécies de ocorrência em área de ecótono, município de Ribeirópolis, SE, Brasil

Silvio Henrique Menezes Gomes, Anabel Aparecida de Mello, Robério Anastácio Ferreira, Anne Caroline Pina Rodrigues, Isis Melo Dias

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O presente trabalho objetivou o ajuste de equações de volume para grupo de espécies encontradas na região de transição entre o bioma Mata Atlântica e Caatinga, em área situada no município de Ribeirópolis, no estado de Sergipe. No total foram ajustadas oito equações de volume, sendo três logarítmicas e cinco em sua forma linear: 1) Yi= β0+ β1D²; 2) Yi= β0+ β1D + β2D²; 3) Yi= β0 + β1D²H; 4) LnYi= β0+ β1LnD + β2LnH; 5) Yi= β0 + β1D + β2D² + β3DH + β4D²H+ β5H; 6) LnYi= β0 + β1LnD; 7) LnYi= β0 + β1Ln(D²H); 8) Yi= β0 + β1D² + β2D²H + β3H. Para determinação do volume real foi realizada cubagem rigorosa em um total de 14 árvores. O baixo valor amostral foi devido às dificuldades em obter licença para supressão de espécies nativas e por fazer parte de estudo preliminar para espécies de ocorrência da Caatinga. Foram atribuídas medições em seções ao longo de todo fuste, além da mensuração dos galhos através do critério de inclusão de CAP mínimo de entrada de 6 cm, ambos pelo método de Smalian. Para escolha do melhor modelo ajustado, foram utilizados a análise de variância (p<0,05), os coeficientes de determinação (R²) e de determinação ajustado (R²Aj), o erro-padrão da estimativa (Syx) e a análise gráfica dos resíduos. O fator de correção de Meyer foi utilizado para diminuição da discrepância da variável dependente nos modelos logarítmicos. O volume e a análise de regressão foram determinados utilizando o pacote estatístico do Microsoft Excel 2010 e o programa Spotfire S-plus v. 8.2. As equações que melhor se ajustaram às condições propostas foram as de número 3, 4, 5, 7 e 8, tanto pela análise do coeficiente de determinação e o erro padrão da estimativa quanto pela análise gráfica dos resíduos. As equações mencionadas apresentaram R² acima de 95%, demonstrando que a variável dependente pode ser explicada pela independente. Entretanto, dentre as que mostraram melhores resultados, com base no comportamento da distribuição dos resíduos ao longo do eixo das abscissas, a equação 3 (Yi= 0,0006008274 + 0,0000604844 D²H; R² = 95,34%; Syx = 0,0026) e a equação 8 (Yi= -0,0046488778 + 0,0000982683 D² + 0,0000428705 D²H + 0,0010090460 H; R² = 95,65; Syx = 0,0027) obtiveram melhor qualidade de ajuste. Os modelos de simples entrada com a variável DAP obtiveram os menores coeficientes, enquanto que a inclusão da variável altura (H) vinculada ao diâmetro (DAP) demonstrou contribuir para a maior confiabilidade na predição da variável estimada.

Palavras-chave: Alometria, mensuração, modelos volumétricos.

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Funções de afilamento não segmentadas para árvores da espécie Eucalyptus camaldulensis sob regime de talhadia no município de Dom Aquino, MT

Anatálya dos Santos Ribeiro, Nayara dos Santos Ferreira, João Paulo Sardo Madi,

Cyro Matheus Cometti Favalessa

Contato: [email protected]

As indústrias que utilizam os multiprodutos de árvores, em geral, necessitam de dados precisos de volume até os diâmetros comerciais pré-definidos. A descrição do perfil longitudinal dos fustes das árvores é uma operação complexa, uma vez que o tronco não segue o mesmo padrão de forma em toda a sua extensão. Atualmente, no setor florestal, são utilizadas técnicas apropriadas para a quantificação e a qualificação dos produtos madeireiros, como as funções de afilamento, as quais correspondem a uma excelente opção para o aprimoramento das técnicas de inventários florestais. A aplicação dessas funções é um poderoso instrumento para avaliar biológica e economicamente o maciço florestal e a resposta às práticas de manejo executadas, já que permite a valoração detalhada de maneira a prognosticar quanto renderá o povoamento florestal. O objetivo do trabalho foi testar e selecionar a função de afilamento não segmentada que melhor estime os diâmetros ao longo do fuste e o volume total de árvores da espécie Eucalyptus camaldulensis sob regime de talhadia. O trabalho foi desenvolvido em um povoamento de E.camaldulensis no município de Dom Aquino, região Centro – Sul do estado de Mato Grosso. O volume total de todas as árvores foi calculado pelo método de Smalian com as medições nas alturas de 0,1 m, 0,3 m, 0,5 m, 0,7 m, 0,9 m, 1,3 m, 2,0 m, e a partir deste ponto foram medidos os diâmetros a cada metro até a altura total das árvores. Para as estimativas dos diâmetros ao longo do fuste foram utilizados os modelos de Kozak (proposto em 1969), Polinomial de Terceiro Grau, Polinomial de Quarto Grau e Polinomial de Quinto Grau. Os ajustes dos modelos foram avaliados em função do coeficiente de determinação corrigido (R²), do erro padrão da estimativa em porcentagem (Sxy%), e para verificar tendências nas estimativas foi analisada a distribuição dos resíduos em porcentagem (%). Após estimados os coeficientes para cada modelo foi aplicado o procedimento de integração para desenvolver as equações de volume compatíveis com afilamento. Para estimativa dos diâmetros, a equação polinomial de Quinto Grau proporcionou os melhores resultados com R² de 0,97 e Syx% 7,90%; a de Quarto grau apresentou R² de 0,96 e Sxy% de 8,21; a de Terceiro Grau apresentou R² 0,96 e Sxy% de 8,84 e a de Kozak apresentou R² de 0,92 e Sxy% de 12,89. Foi verificada na análise residual tendência a superestimar o volume na porção inferior dos fustes, com maior dispersão dos resíduos nas maiores alturas. Para o volume total, a equação polinomial de Quinto Grau apresentou Syx% 11,38, enquanto que a de Quarto grau apresentou 12,39 de Sxy%. A de Terceiro Grau teve Sxy% de 14,93 e a de Kozak, Sxy% de 22,02. Todos os modelos ajustados proporcionaram equações com tendência a subestimar os menores volumes. A equação polinomial de Quinto grau é a mais precisa para estimar os diâmetros ao longo do fuste e o volume total de árvores da espécie Eucaliptus camaldulensis.

Palavras-chave: Eucalipto, fuste, modelagem.

Alometria e Mensuração Florestal

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Equações alométricas para vegetações secundárias de diferentes históricos de uso da terra na Amazônia Central

Elisa Vieira Wandelli, Philip Martin Fearnside

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A alta produtividade primária da vegetação secundária e a grande abrangência e frequência desta cobertura vegetal na paisagem agrícola da Amazônia, indicam sua capacidade de contribuir com a absorção do carbono da atmosfera. Equações alométricas consistentes desenvolvidas por diversos autores (Brown e Lugo, 1992; Higuchi e Carvalho, 1994; Overman et al.,1994; Santos, 1996; Higuchi et al., 1998; Chambers et al., 2001) para estimar a biomassa de determinadas florestas primárias da Amazônia tem sido aplicadas ampla e irrestritamente para calcular a biomassa de diferentes regiões e fisionomias florestais, de florestas plantadas e até de vegetações secundárias. O uso de equações alométricas desenvolvidas com dados de florestas primárias pode não ser apropriado para estimar a biomassa de espécies da regeneração natural devido à história de vida e arquitetura muito diferentes, menor densidade da madeira e amplitude de parâmetros biométricos menores do que o das espécies primárias usadas para desenvolver o modelo (Wiemann e Williamson, 1988; Nelson et al., 1999). Isto demanda o desenvolvimento de equações alométricas para estimar mais precisamente a biomassa de espécies secundárias. O grande potencial de regeneração e acúmulo de biomassa das vegetações secundárias da Amazônia pode ser limitado por aspectos relacionados ao histórico de uso da terra (Uhl, 1987; Buschbacher et al., 1988; Uhl et al., 1988; Fearnside e Guimarães, 1996; Finegan, 1996; Moran et al., 2000; Steininger, 2000). Foram desenvolvidos modelos matemáticos para estimar a biomassa aérea de capoeiras derivados da relação de peso seco versus dados de diâmetro à altura do peito (DAP) e altura total de plantas e dados relacionados ao histórico de uso da terra. Avaliou-se a influencia das seguintes variáveis: a) idade da vegetação secundária; b) tempo de uso agropecuário da terra; e c) número de queimadas sobre o estoque de biomassa de capoeiras de áreas agrícolas e de pastagens abandonadas. Os dados de biomassa foram obtidos através de metodologia destrutiva de todas as plantas com DAP ≥ 1 cm em 24 parcelas de capoeiras entre 1 e 15 anos de idade de áreas de pastagens e de agricultura abandonadas de pequenas propriedades rurais do Assentamento Tarumã Mirim, Manaus. As equações alométricas monoespecíficas desenvolvidas abrangeram 13 espécies e as equações multiespecíficas consideraram: o conjunto de 121 espécies arbóreas; 12 espécies arbustivas; e plantas mortas que permanecem em pé. Avaliou-se também o quanto as equações alométricas multiespecíficas publicadas e mais amplamente utilizadas para estimar indiretamente a biomassa se ajustam aos dados de biomassa da vegetação secundária da Amazônia Central. Este trabalho contribuiu com o entendimento dos fatores determinantes dos processos sucessionais e promoveu avanços nas metodologias indiretas de estimativa de estoques de biomassa de capoeiras da Amazônia Central por meio de modelos mais precisos, menos trabalhosos e não destrutivos.

Palavras-chave: Vegetação secundária, equação alométrica, biomassa, uso da terra.

Alometria e Mensuração Florestal

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Estudo do estoque de carbono em uma área de floresta explorada na Amazônia Central

Mabiane Batista França, Cintia Rodrigues Souza, Celso Paulo de Azevedo,

Elias Lourenço Vasconcelos Neto, Rosiele dos Santos Vasconcelos Contato: [email protected]

As florestas da Amazônia brasileira constituem ainda hoje a maior área de conservação de biomassa verde em todo hemisfério sul. Apesar das estimativas de amplas áreas desmatadas, estudos mostram que é crescente o interesse do uso da floresta para obtenção de produtos de forma adequada, sendo importantes os trabalhos que mostrem a capacidade suporte do ambiente explorado. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o estoque de carbono de uma floresta explorada em regime de manejo sustentável na Amazônia. A floresta objeto do estudo faz parte de uma área privada da empresa Mil Madeiras Preciosas Ltda, localizada no município de Itacoatiara, AM. Para esse estudo utilizou-se 14 parcelas permanentes. As parcelas de um ha (100 m x 100 m) foram subdivididas em 100 subparcelas (10 x 10m). Em cada parcela todas as árvores com DAP igual ou superior a 15 cm foram identificadas, plaqueteadas e medidas. Para o cálculo das estimativas de biomassa e carbono foi adotado somente a variável diâmetro à altura do peito (DAP), utilizando equação alométrica desenvolvida para a região Amazônica. A biomassa total estimada (peso seco) foi de 331,31 t. ha-1; o estoque de carbono total calculado foi de 160,68 t C. ha-1. As famílias com maior representação na biomassa foram: Sapotaceae, Fabaceae, Lecythidaceae, Lauraceae, Burseraceae e Chrysobalanaceae.

Palavras-chave: Biomassa, carbono, floresta explorada.

Alometria e Mensuração Florestal

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Funções de afilamento não segmentadas para estimativa dos diâmetros de Physocalymma scaberrimum Pohl no sudoeste de Mato Grosso

Sidney Fernando Caldeira, Jhonny Pinto Vieira Mendes Moura, Cyro Matheus Cometti Favalessa

Contato: [email protected]

As funções de afilamento são utilizadas para estimar os diâmetros compatíveis com as diversas formas verificadas ao longo dos fustes e seu total aproveitamento para os diversos subprodutos. Uma das dificuldades encontradas para estimar diâmetro em diferentes alturas do fuste está na representação do perfil do fuste, por conta da grande variação de forma a qual pode ser influenciada pela qualidade do sítio, idade, tratos silviculturais, fatores climáticos e estádio de desenvolvimento da árvore. O objetivo do trabalho foi selecionar a equação de melhor desempenho para as estimativas dos diâmetros ao longo do fuste da espécie Physocalymma scaberrimum Pohl (Aricá), utilizando funções de afilamento não segmentadas. Foram cubadas 38 árvores pela método de Smalian, com medição da circunferência a 0,1 m, a 0,5 m e, a partir daí, de metro a metro até a altura total. As funções de afilamento testadas foram: polinômio de segundo grau proposto por Kozak em 1969, polinômio de quarto grau proposto por Prodan em 1965 e o polinômio de quinto grau proposto por Schöepfer em 1966. A precisão dos ajustes foi avaliada em função do coeficiente de determinação (R²) e erro padrão da estimativa (Syx%), além da análise de tendência pela distribuição dos resíduos. O modelo de Kozak apresentou coeficiente de determinação 0,8682 e erro padrão da estimativa 20,16% o modelo de Prodan apresentou coeficiente de determinação 0,8934 e erro padrão da estimativa 18,15% e o modelo de Schöepfer apresentou coeficiente de determinação 0,8935 e erro padrão da estimativa 18,15%. A equação do quinto grau apresentou os melhores resultados para coeficiente de determinação 0,8935 e erro padrão da estimativa de 18,15%, porém este modelo foi o único a não apresentar significância em todos os coeficientes. Na distribuição de resíduos todos os modelos testados apresentaram problemas em estimar os diâmetros na base e na parte superior do fuste. A equação do quarto grau é a que melhor estima os diâmetros ao longo do fuste das árvores da espécie Physocalymma scaberrimum Pohl.

Palavras-chave: Aricá, função de afilamento.

Alometria e Mensuração Florestal

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Modelos hipsométricos para estimar a altura total de indivíduos de Cryptomeria japonica (Thunb. ex. L. f.) D. Don em Rio Negro, PR

Mateus Niroh Inoue Sanquetta, Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte,

Francelo Mognon, Aurélio Lourenço Rodrigues

Contato: [email protected]

Cryptomeria japonica é uma espécie arbórea pertencente à família Taxodiaceae, originária das regiões temperadas do Japão e com potencial para produção de madeira no sul do Brasil. A variável altura é importante para a estimativa do volume em inventários florestais. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo testar modelos hipsométricos por meio de regressão linear para a altura total da espécie em questão. Para tanto, foram selecionadas vinte árvores de um plantio com idade aproximada de 30 anos em um plantio puro localizado no município de Rio Negro no estado do Paraná. Dos vinte indivíduos mediram-se a variável diâmetro à altura do peito (dap) e posteriormente os mesmos foram derrubados e tiveram suas alturas totais (ht) medidas de forma direta com auxílio de trena. Foram testados cinco modelos hipsométricos, tomando como variável dependente ht e variável independente o dap. Os modelos ajustados foram avaliados por meio do coeficiente de determinação ajustado (R2aj.) e do erro padrão da estimativa em porcentagem (Syx%), além da análise gráfica dos resíduos. Os indivíduos apresentaram dap médio de 25,3 m (±5,3) e altura total média de 22,2 m (±3,7). A equação que apresentou as melhores estatísticas de ajuste foi ht = 57,6906 -674,5261)*(1/dap) -0,0114)*(dap2), com um R2aj. de 0,70 e 8,82% para Syx%. Desta forma, conclui-se que a referida equação ajustada apresentou desempenho satisfatório, podendo ser utilizada para a estimativa da altura total da espécie Cryptomeria japonica nas condições deste estudo e em situações semelhantes. Contudo recomenda-se a validação da equação com dados do local aonde a mesma venha a ser aplicada.

Palavras-chave: Cedro-japonês, regressão, modelagem.

Alometria e Mensuração Florestal

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Estudo da dinâmica do carbono em uma área de floresta manejada na Amazônia Central

Mabiane Batista França, Elias Lourenço Vasconcelos Neto, Rosiele dos Santos Vasconcelos, Cintia Rodrigues Souza, Celso Paulo de Azevedo

Contato: [email protected]

As florestas da Amazônia brasileira constituem ainda hoje a maior área de conservação de biomassa verde em todo hemisfério sul. Apesar das estimativas de amplas áreas desmatadas, estudos mostram que é crescente o interesse do uso da floresta para obtenção de produtos de forma adequada, sendo importantes os trabalhos que mostrem a capacidade suporte do ambiente explorado. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o estoque de carbono de uma floresta explorada em regime de manejo sustentável na Amazônia. A floresta objeto do estudo faz parte de uma área privada da empresa Mil Madeiras Preciosas Ltda, localizada no Município de Itacoatiara, AM. Para esse estudo utilizou-se 14 parcelas permanentes, inventariadas em 1996 (antes da exploração), 1998 (um ano após a exploração), 2001 (quatro anos após a exploração) e 2014 (dezoito anos após a exploração). As parcelas possuem 1 ha (100 m x 100 m) subdivididas em 100 subparcelas (10 m x 10 m). Em cada parcela todas as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) igual ou superior a 15 cm foram identificadas e medidas. Para o cálculo das estimativas de biomassa e carbono foi adotado somente a variável (DAP), utilizando equação alométrica desenvolvida para a região Amazônica. A biomassa total estimada (peso seco) para os anos de 1996, 1998, 2001 e 2014 foram: 341,69 t.ha-1; 285,22 tha-1; 315,84 t.ha-1 e 330,43 tha-1, respectivamente. O estoque de carbono total calculado foram, respectivamente, 165,72 t C.ha-1; 138,33 t C.ha-1; 153,18 t C.ha-1 e 160,26 t C.ha-1. Os resultados indicam que a floresta explorada em regime de manejo tem recuperado seu estoque de biomassa e carbono ao longo do tempo.

Palavras-chave: Biomassa, manejo florestal, Amazônia.

Alometria e Mensuração Florestal

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Comparativo de crescimento de árvores bifurcadas e de fuste único em plantios clonais de Eucalyptus spp.

Felipe Camargo Campos Lima, Moacir Reis, Natálhia Conti Zanchieta, Marcelo Souza Ledo

Contato: [email protected]

O estudo foi realizado em uma área de plantio comercial na cidade de Ribas do Rio Pardo-MS, motivado pela contínua presença de árvores bifurcadas entre os talhões. O objetivo da pesquisa foi comparar o crescimento volumétrico de árvores normais com um único fuste e de árvores bifurcadas. Foram utilizados dados coletados em um inventário continuo de uma área plantada com floresta de eucalipto do clone H77, plantado em sistema 3x3 metros, em solo arenoso, com 4,5 anos. Foram utilizados 13 talhões, sendo considerado cada talhão como uma repetição do experimento. Cada talhão tinha uma média de 40 hectares, onde eram instaladas parcelas de 21 x 21 metros a cada 8 hectares. Os dados coletados foram o DAP (Diâmetro a Altura do peito) e a HT (Altura Total), e feito o processo de cubagem para calculo de correlação entre DAP, HT e Vol (Volume total da árvore). As árvores de cada parcela foram separadas em dois conjuntos de dados, um chamado de tratamento T1, contendo as árvores de um único fuste e outro conjunto de dados contendo as árvores bifurcadas, denominado de tratamento T2. Utilizou-se a correlação obtida anteriormente para obtenção do volume das árvores de um único fuste, a partir do DAP e HT medidos. As árvores bifurcadas eram consideradas de duplo fuste e realizados os cálculos de volume para cada um, então os volumes dos dois fustes eram somados e o volume da árvore considerado pela soma dos volumes dos dois fustes da cepa. Os resultados foram avaliados em um fatorial de 2 tratamentos e 13 repetições por tratamento, sendo submetidos a teste de normalidade e avaliação pelo teste de Tukey a 5% de significância. Os resultados demonstram que, em média, as árvores bifurcadas apresentava volume de 0,20351 m³, enquanto a média das árvores de um único foi de 0,17213 m³. Os resultados apresentados são estatisticamente iguais, significando que, apesar das árvores bifurcadas apresentarem ligeira superioridade volumétrica, estatisticamente volume final da floresta independe se seus indivíduos apresentam bifurcações ou não. Conclui-se, portanto, que a presença de árvores bifurcadas não interfere na produção final de madeira de uma área.

Palavras-chave: Duplo fuste, biometria, bifurcação.

Alometria e Mensuração Florestal

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Funções de afilamento não segmentadas para árvores do gênero Eucalyptus no município de Campo Verde, MT

Nayara dos Santos Ferreira, João Paulo Sardo Madi, Karen Janones Rocha,

Fernando Henrique Gava, Cyro Matheus Cometti Favalessa, Edson Juliano Mendes Curvo Gugelmim

Contato: [email protected]

O conceito de floresta para múltiplos produtos, onde de um mesmo fuste retira-se madeira para diversas finalidades, possibilitou a diversidade na utilização da madeira proveniente de povoamentos de Eucalyptus sp. Para obtenção de múltiplos produtos advindos da madeira é necessário conhecer o ritmo de crescimento e a forma dos indivíduos, além dos fatores que afetam essas variáveis. Por isso modelos matemáticos capazes de representar com acurácia os perfis do fuste, tem grande importância para o setor florestal. Neste contexto o presente trabalho teve o objetivo de testar e selecionar a função de afilamento que melhor estime os diâmetros e volumes ao longo do fuste para árvores de um povoamento de Eucalyptus sp. com seis anos de idade, e avaliar o desempenho das funções de afilamento não segmentadas para as estimativas dos diâmetros e volumes em todas as alturas de medição. O banco de dados foi composto por 40 árvores cubadas rigorosamente pelo método de Smalian. As medições foram realizadas nas alturas absolutas de 0,3 metros, 0,5 metros, 0,7 metros, 1 metro, 1,3 metros, e em seguida a cada metro, até a altura total de cada árvore. Os modelos ajustados para as estimativas foram o proposto por Kozak em 1969, o do Quinto Grau apresentado por Schöpfer em 1966 e o de Hradetzky proposto em 1976 cujos ajustes foram avaliados em função do coeficiente de determinação corrigido (R²), do erro padrão da estimativa em porcentagem (Sxy%), e da distribuição dos resíduos em porcentagem (%). A acuracidade dos modelos ao longo do fuste foi avaliada pelos parâmetros desvio (D), desvio padrão das diferenças (DPD), e resíduo em porcentagem (RP), que foram a base para detectar qual modelo apresentou as melhores estimativas dos diâmetros e volumes ao longo do fuste. A equação do Quinto Grau apresentou maior acuracidade tanto para estimativa dos diâmetros, com R² de 0,98 e Sxy% 6,93%, quanto para estimativa dos volumes (com R² de 0,98 e Sxy%, 14,73%). Como não apresentou significância em todos os seus parâmetros, não foi indicado para estimativa dos diâmetros e volumes. A equação de Hradetzky foi indicada tanto para a estimativa dos diâmetros, com R² de 0,98 e Syx% 8,20%, como para a estimativa dos volumes, tendo apresentado melhor desempenho na porção de maior interesse comercial do fuste, entre 1,3 e 8,3 metros, resultado obtido através da análise das estatísticas auxiliares D, DPD e RP.

Palavras chave: Eucalipto, modelagem, sortimento.

Alometria e Mensuração Florestal

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Comparação entre o processo de amostragem sistemático em estágio único e em dois estágios para estimar a área basal em florestas tropicais

César Farias, Fábio Borba Fernandes, Jaime Antonio Ubialli, Versides Sebastião Moraes e Silva, Chirle Colpini, Thelma Shirlen Soares

Contato: [email protected]

Este estudo foi desenvolvido em uma área de 285 ha de uma propriedade localizada em Santa Carmem – MT em uma área de tensão ecológica, na região de Contato Floresta Ombrófila/Floresta Estacional, com predominância da formação denominada Floresta Semidecidual, Submontana, Dossel Emergente. O estudo teve por objetivo comparar a eficiência entre dois processos de amostragem sistemática (em estágio único e em dois estágios) para estimar a área basal de espécies florestais nativas com a enumeração total (censo). Para o método sistemático em estágio único foram delimitadas 14 unidades de amostra (n), com dimensões de 10 m x 900 m. Para a amostragem sistemática em dois estágios foram realizadas 10 unidades de amostra por faixas equidistantes de 50 m com dimensões de 25 m x 10 m, totalizando 570 unidades de amostra (n). Desta forma, tem-se 57 unidades primárias, cada uma com 10 unidades secundárias. Detectadas as médias e os coeficientes de variação estimados, esses foram comparados com os respectivos parâmetros verdadeiros obtidos com o censo. Foi considerada mais apropriada, aquela cujo coeficiente de variação esteve mais próximo do valor real obtido pelo censo. Os coeficientes de variação obtidos foram 11,44% para o processo de amostragem sistemático em estágio único e de 132,02% para processo com dois estágios. Considerando ainda a precisão das médias estimadas em relação à média verdadeira, que foram de 59,94% para o processo em dois estágios, com unidades de amostra de 250 m², e de 36,71% para o processo em estágio único, cujas unidades de amostra possuem 9.000 m², pode-se afirmar que o método em estagio único foi aquele que obteve maior precisão na estimativa do parâmetro.

Palavras-chave: Inventário florestal, amostragem sistemática.

Amostragem e Análise Estatística

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Amostragem com parcelas de área fixa e de área definida pelo número de covas em um povoamento de eucalipto

Danilo Roberti Alves de Almeida

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Devido ao alto custo e o longo tempo dos projetos florestais, é necessário empregar metodologias de amostragem eficientes para a estimação da produção florestal. Isto é decisivo para tomadas de decisão nos tratos silviculturais, no manejo, no planejamento econômico e utilização dos recursos florestais. A técnica que mais se destaca para a estimação de monitoramento da produção florestal é o inventário florestal, que pode fornecer diversas informações qualitativas e/ou quantitativas. As parcelas ou unidades de amostra podem possuir área fixa ou área variável. As parcelas de área fixa podem ser quadradas, retangulares ou circulares. A eficiência dos diferentes métodos de amostragem (tipo, forma e tamanho das parcelas) depende de fatores como as condições da floresta (espaçamento, idade, manejo), as condições da região de estudo e com o tipo de relevo, entre outros aspectos. Quando a parcela é de área fixa, é comum definir uma dimensão (comprimento e largura), fazendo as devidas correções para a inclinação do terreno. Entretanto, em alguns casos o comprimento da parcela tem sido definido pela média das distâncias entre um certo número de fileiras com o mesmo número de covas. Nesse caso a parcela pode não ser um retângulo ou quadrado perfeito. O objetivo do presente trabalho foi comparar três métodos de amostragem, de área fixa (com parcelas retangular e circular) e parcelas definidas por um número fixo de covas. O estudo foi realizado em um povoamento de Eucalipto com espaçamento 3 x 2, no estado de Minas Gerais. Foram realizados os inventários empregando os três tipos de parcela, assumindo um erro de amostragem máximo de 10%, a 95% de probabilidade. Foram avaliadas a precisão das estimativas de diâmetro médio, número de fustes, área basal e volume por hectare. A hipótese de igualdade entre as estimativas obtidas foi avaliada empregando o teste t, em nível de 5% de significância. Não foram verificadas diferenças significativas entre as estimativas obtidas pelos três diferentes métodos de amostragem. O tamanho de parcela escolhido (em torno de 180m2) foi o suficiente para atingir precisões maiores que 90% para as três metodologias analisadas. O risco de utilizar o método de número de covas em inventários florestais é a variedade do espaçamento entre os indivíduos. Uma grande heterogeneidade nos espaçamentos irá levar a uma grande variação entre os comprimentos das linhas de plantio podendo, desta forma, levar a erros de predição da área amostrada. Este risco é minimizado quando o plantio é realizado de forma homogênea com espaçamentos bem definidos. Esta metodologia tem ganhado espaço devido à facilidade de marcação em campo, uma vez que as próprias árvores definem os limites da unidade amostral.

Palavras-chave: Inventário, floresta, metodologia.

Amostragem e Análise Estatística

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Custo de inventário florestal amostral na Floresta Nacional do Tapajós

Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade, João Ricardo Vasconcellos Gama,

Lia de Oliveira Melo Contato: [email protected]

Criada em 1974 no oeste do estado do Pará, a unidade de conservação federal Floresta Nacional do Tapajós (FNT), com predominância de floresta ombrófila densa, vem sendo estudada pela ciência florestal há décadas. Em 2012, no âmbito da cooperação institucional entre UFOPA, ICMBio e COOMFLONA (Cooperativa Mista da FLONA Tapajós), foi realizado um inventário florestal amostral na Zona de Manejo Florestal Não Madeireiro com o objetivo de quantificar e analisar seus custos de execução. Foram lançadas 204 unidades amostrais de 30 m x 250 m, com 500 metros de distância entre elas, distribuídas de forma sistemática, em duas áreas, sendo 94 parcelas na Área 1 (36.925,33 ha) e 110 parcelas na Área 2 (42.159,34 ha), totalizando 79.084,67 ha em uma intensidade amostral de 0,19%. Nas unidades amostrais, considerou-se as seguintes classes de tamanho (CT): CT 1 – 10 cm ≤ DAP < 25 cm em subparcela de 30 m x 50 m; CT 2 – 25 cm ≤ DAP < 50 cm em subparcela de 30 m x 100 m; e CT 3 - DAP ≥ 50 cm na parcela de 30 m x 250 m. Os dados foram processados por meio da amostragem casual estratificada. Para quantificar os custos do inventário foram registradas todas as aquisições referentes a: materiais de consumo (escritório, alimentação, medicamentos, entre outros), equipamentos (proteção individual, mensuração e orientação), pagamento de mão de obra e locomoção (veículo e lancha). No inventário florestal foram registradas 242 espécies pertencentes a 50 famílias botânicas. Na Área 1 foram obtidas 272,5 árv. ha-1 e área basal de 19,1 m². ha-1, enquanto na Área 2 registrou-se 176,8 árv. ha-1 e área basal de 13,7 m². ha-1, considerando-se DAP ≥ 10 cm. As atividades de campo foram executadas durante 45 dias , em uma média de trabalho de 8 horas/dia, por uma equipe de 25 pessoas, formada por 02 técnicos florestais, 15 ajudantes de campo, 02 anotadores, 01 apoio na comunicação com rádio e 05 identificadores. A estatística do inventário florestal apresentou um erro de amostragem relativo de 5,47 para a variável volume, considerando as árvores com DAP ≥ 10 cm e de 6,83 para as árvores com DAP ≥ 50 cm. Os custos do inventário florestal, apenas para as atividades de campo, foram de R$ 96.796,04, o que equivale, proporcionalmente, a R$ 632,65 por hectare amostrado. O pagamento da mão de obra respondeu por 79,94% dos custos totais das atividades de campo, ou seja, R$ 77.375,00. Os demais custos foram com alimentação da equipe em campo (R$13.858,22) com uma média de R$ 12,87/pessoa/dia, medicamentos (R$ 1.148,32) e material de consumo (R$ 4.414,50). O sistema de amostragem adotado obteve um erro de amostragem inferior a 10%, mostrou ser operacional com um número razoável de pessoas envolvidas e os custos da atividade indicam a potencialidade do método para utilização em outras áreas de floresta com grandes extensões na Amazônia.

Palavras-chave: Amazônia, amostragem.

Amostragem e Análise Estatística

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Ajuste de equações para volume total aparente para Phyllostachys aurea Carrière ex Rivière & C. Rivière no estado do Paraná

Vítor Cardoso Bertolucci, Carlos Roberto Sanquetta, Francelo Mognon,

Aurelio Lourenço Rodrigues, Ana Paula Dalla Corte, Mateus Niroh Inoue Sanquetta

Contato: [email protected]

O bambu é largamente utilizado para diversas finalidades em todo o mundo. No entanto, no Brasil seu uso ainda é limitado e são poucos os trabalhos científicos que versam sobre essas espécies, especialmente com relação ao seu volume lenhoso. Sendo assim, há grande carência de dados biométricos para estimar o volume de colmo aparente (volume total, incluindo a parte oca), que é variável importante para fins de logística do campo até a fábrica. Os bambus pertencem à família Poaceae, que é representada por 75 gêneros e cerca de 1400 espécies. A espécie Phyllostachys aurea, popularmente conhecida como Cana da Índia, é exótica e ocorre em larga escala no sul do país. O objetivo deste trabalho foi estimar o volume aparente, bem como desenvolver modelos para estimativa de colmos da espécie P. aurea, provenientes do campus Jardim Botânico da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, Paraná. Para tanto, 30 indivíduos foram coletados e o volume aparente dos indivíduos foi estimado através do método de Smalian. Os indivíduos amostrados apresentaram em média 2,8 cm de DAP com altura de 6,9 m. O volume aparente médio dos colmos medidos foi de 2395,5 cm³, apresentando um desvio padrão de 1328,43. Foram testados 5 modelos amplamente utilizados na literatura para estimação do volume aparente, utilizando-se do método de regressão linear para obter as variáveis necessárias. O modelo de Stoate resultou na equação: V = -728,1012 + 0,19411 * dap2h + 0.31729 * dap2 + 244,64796 * h, a qual apresentou melhores estatísticas, com R² ajustado de 0,82 e erro padrão da estimativa de 20%, com boa distribuição dos resíduos. Esses resultados foram considerados razoáveis por se tratar de bambus não conduzidos, ou seja, não manejados, apresentando maior heterogeneidade. Contudo, estudos preliminares como este devem ser complementados a fim de ampliar as informações dessa espécie amplamente cultivada para diversas finalidades em todo o mundo.

Palavras-chave: Poaceae, bambu, modelagem, PFNM.

Amostragem e Análise Estatística

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Equações para a estimativa individual da biomassa de Phyllostachys aurea Carrière ex Riviêre & C. Riviêre no estado do Paraná

Saymon Hamsés Monastier, Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte, Francelo Mognon, Aurélio Lourenço Rodrigues, Mateus Niroh Inoue Sanquetta

Contato: [email protected]

O bambu possui inúmeras qualidades ainda pouco exploradas, em função da carência de informações referentes ao tema. O presente estudo tem como objetivo avaliar equações para estimativa da biomassa individual para a espécie Phyllostachys aurea. A área deste estudo está localizada no campus Jardim Botânico, na Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, Brasil. Foram selecionados de maneira aleatória 30 indivíduos, sendo mensurado as variáveis diâmetro a altura do peito (dap) e altura total (ht). Após a medição das variáveis biométricas, os mesmos foram submetidos ao método direto para determinação da biomassa seca (ps), contemplando a parte aérea do bambu formada por colmo, galhos e folhas. As amostras foram secas em estufa a 65°C e pesadas. As amostras apresentaram biomassa seca aérea média de 1,51 kg e desvio padrão de 0,78 kg. Foram testados cinco modelos para a estimativa de biomassa: 1) Berkhout ; 2) Spurr; 3) Schumacher – Hall; 4) Husch; 5) Stoate. Os critérios para a escolha do melhor modelo se basearam nas estatísticas do coeficiente de determinação ajustado (R² aj.), erro padrão em porcentagem (Syx%) e na análise gráfica dos resíduos. Dentre os cinco modelos analisados, o que apresentou melhores resultados foi o de Spurr, que resultou na seguinte equação: ps=572,612+0,155dap²h. Seu coeficiente de determinação foi de 0,666 e erro padrão de 30,21%. Os demais modelos resultaram em valores semelhantes nos critérios estatísticos, entretanto quando se observa a análise gráfica dos resíduos destes, não se obtém resultados satisfatórios, por apresentarem uma dispersão muito elevada. Pode-se concluir a partir do estudo que os modelos 2 e 3 apresentaram um resultado satisfatório, tanto no que se refere às relações estatísticas, quanto à análise gráfica, levando em consideração que a área da espécie não possui nenhum tipo de manejo.

Palavras-chave: Bambu, método direto, modelagem.

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Modelagem do volume sólido para Phyllostachys aurea Carrière ex Rivière & C. Rivière no estado do Paraná

Konrado Broetto, Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte, Mateus Niroh Inoue Sanquetta, Aurélio Lourenço Rodrigues, Marieli Sabrina Ruza

Contato: [email protected]

O bambu Phyllostachys aurea, originário do sudoeste da Ásia, comumente chamado de bambu-dourado, pertencente à família Poaceae, com comportamento arborescente que difere da maioria das espécies arbóreas por possuir ocos no interior do colmo. O bambu-dourado é pouco pesquisado no Brasil e o potencial da espécie é pouco explorado. O presente trabalho tem por objetivo testar modelos volumétricos para estimativas do volume sólido. Para a realização do trabalho foram coletadas aleatoriamente 30 amostras em um bambuzal localizado no campus Jardim Botânico, na Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR, Brasil. Os mesmos foram cubados por meio do método de Smalian. Foram medidos os diâmetros internos e externos (espessura) utilizando o paquímetro, e a altura foi obtida com auxílio de trena. Previamente ao cálculo do volume sólido, obtém-se o volume do oco, utilizando a espessura. Esse volume da parte oca é subtraído do volume aparente, resultando o volume sólido. Para a modelagem, foram testados os seguintes modelos: Berkhout, Spurr, Schumacher – Hall, Husch e Stoate. A seleção do melhor modelo foi realizada em função do coeficiente de determinação ajustado (R² Aj.), erro padrão da estimativa (Syx) e análise gráfica dos resíduos. O ajuste foi efetuado por meio da regressão linear. O modelo de melhor resultado foi o de Schumacher - Hall, cuja equação resultante é: lnV=0,770325+1,339816lndap+1,122838lnh. Este modelo apresentou maior R² Aj. (0,96), menor erro (22,24%) e distribuição equilibrada dos resíduos. Os resultados obtidos se mostram aceitáveis para o conjunto de dados, principalmente por serem de bambus não manejados, coletados aleatoriamente e com diferentes idades, apresentando assim bastante diferença entre eles.

Palavras-chave: Ajuste de equações, bambu-dourado, cubagem.

Amostragem e Análise Estatística

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Índice de conservação da água do estado de Mato Grosso do Sul

Maria Helena Pereira Vieira, Luiz Mário Ferreira, Jéssica Vieira, Márcia Cristina Alcântara Silva, Vander Melquíades Fabrício de Jesus

Contato: [email protected]

O índice de conservação da água do estado de Mato Grosso do Sul - MS foi elaborado com objetivo de instituir para esta unidade da federação políticas públicas voltadas à conservação dos mananciais aquáticos deste Estado, enfocando principalmente, as condições que se encontra o recurso hídrico e a mata ciliar no MS. Este estudo foi elaborado com dados de campo coletados no ano de 2012 e 2013. Para elaboração deste índice utilizou os dados do índice de qualidade de água - IQA-MS de 91 pontos de amostragens realizados nos diferentes mananciais dos 78 municípios do MS, bem como a avaliação da condição da mata ciliar de cada curso d´água onde foram realizadas as amostragens. A fórmula de cálculo utilizada foi: CCA= (IQA/100+CMC) /2 Onde: CMC {1, se SMCex > SMCleg ou SMCex/SMCleg=1}; CCA = coeficiente de conservação da água; SMCex = superfície de mata ciliar; SMCleg = superfície de mata ciliar exigida pela legislação). Portanto, a fórmula final para elaboração do índice foi: ICCA=CCAM/CCAE*100 (ICCA= índice de conservação da água; CCAM = coeficiente de conservação da água do município; CCAE = coeficiente de conservação da água calculada para todos os municípios do estado). Dentro de um ranqueamento obedecendo-se escala de 1º a 5º colocado, obedecendo também aos intervalos pré-estabelecidos de baixo (0-0,5), médio (>0,5-1,0) e alto (>1,0), o maior índice foi obtido pelo município de Ivinhema (1,3814), seguido por 10 municípios que obtiveram índice 1,3736 (Amambai, Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Jardim, Laguna Carapã, Paranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru), Chapadão do Sul (1,3658), Corumbá e Douradina (1,3502) e Paranaíba (1,3424). Os menores índices foram: Ladário (1,1161), São Gabriel do Oeste e Fátima do Sul (1,1395) e Rio Brilhante (1,1629). Destaca-se aqui que, os primeiros colocados dentro deste ranqueamento possuem superfícies protegidas (Parques: Municipal, Estadual, Nacional, APAs, RPPNs, terras indígenas). Para tanto nota-se que todos os municípios do MS, quanto à conservação da água obtiveram índices classificados em um patamar alto. Ressalta-se pelos resultados obtidos neste estudo, a importância do uso sustentável dos recursos hídricos, atentando-se para a qualidade da água, a bacia hidrográfica que a compõe, como também a vegetação protetora desses mananciais: a mata ciliar. Sugere-se para réplicas: expandir as amostragens de água para cálculo do IQA nos cursos d´água em municípios onde nota-se incipiência da realização de tais parâmetros e avaliação minuciosa da condição da mata ciliar.

Palavras-chave: Mata ciliar, conservação, índice.

Amostragem e Análise Estatística

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Estoque de biomassa e carbono em árvores na Estação Ecológica do Rio Acre, Assis Brasil, AC

Marco Antonio Amaro, José Pedro Mota Melo, Aecio dos Santos Contato: [email protected]

O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar o estoque de biomassa e carbono para indivíduos com DAP ≥ 5 cm, na mata ciliar do Rio Acre no trecho que corta a Estação Ecológica Rio Acre (município de Assis Brasil, AC). A coleta de dados foi feita ao longo do Rio Acre, dentro dos limites da Estação Ecológica, utilizando 10 parcelas de 10m x 100m cada. Quantificar o estoque de carbono presente na vegetação é de fundamental importância para a compreensão do papel da floresta frente ao agravamento dos problemas climáticos atuais. Estudos de quantificação de biomassa e carbono contribuem para o aperfeiçoamento de mecanismos de proteção e valorização desses estoques. Métodos indiretos de quantificação permitem estimar esses valores de modo não destrutivo e rápido, gerando resultados satisfatórios. Para a obtenção da estimativa de biomassa seca e carbono foram utilizados os dados do inventário florestal realizado na área, que inclui indivíduos com DAP ≥ 5 cm. A estimativa de biomassa verde (úmida) total foi feita com o uso de equações obtidas em literatura. Para a conversão da biomassa verde em biomassa seca considerou-se o valor encontrado em revisão de literatura, que aponta que a biomassa seca total corresponde a 58,4% da biomassa verde total. Para a estimativa do estoque de carbono foi utilizada a informação do Serviço Florestal Brasileiro, que considera que aproximadamente 50% da biomassa seca é constituída por carbono. A estimativa de biomassa verde total com DAP ≥ 5 cm foi de 741,35 t.ha-1. Já para a biomassa seca total o valor foi estimado em 432,95 t.ha-1. O estoque de carbono acima do solo para a vegetação composta por indivíduos arbóreos com DAP ≥ 5 cm foi estimado em 216,48 t.ha-1.

Palavras-chave: Amazônia, mudanças climáticas.

Amostragem e Análise Estatística

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Avaliação de equações de afilamento para um povoamento de Cryptomeria japonica: uma comparação entre a técnica de classificador

baseado em instância e a regressão linear

Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte, Jaime Wojciechowski, Luani Rosa de Oliveira Piva, Mateus Niroh Inoue Sanquetta

Contato: [email protected]

A criptoméria (Cryptomeria japonica (L.F.) D. Don.) é uma espécie conífera, da família Taxodiaceae, originária de regiões temperadas do Japão e China. No Brasil, é popularmente conhecida como Pinheiro-Japonês ou Cedro-Japonês. Estudos confirmam que a criptoméria é uma espécie alternativa para produção de madeira no estado do Paraná, podendo ser utilizada para diversos fins, tais como a produção de papel Kraft e a produção de lâminas e chapas de madeira. Tendo em vista o potencial econômico da criptoméria, faz-se necessário o estudo no sentido de obter estimativas da quantidade de madeira produzida pelos indivíduos desta espécie. O presente estudo teve como base dados de cubagem rigorosa de 30 árvores, provenientes de um plantio com idade de 30 anos e tem por objetivo avaliar o comportamento de seis critérios de seleção (coeficiente de determinação, coeficiente de determinação ajustado, erro padrão da estimativa, erro padrão da estimativa em porcentagem, critério de informação da Akaike e critério de informação Bayesiano de Schwartz) para as funções de afilamento propostas por Garay, Schoepfer, Hradetzky e Prodan, em um povoamento de Cryptomeria japonica localizado na Fazenda Experimental de Rio Negro, da Universidade Federal do Paraná, na cidade de Rio Negro, PR. Os resultados foram obtidos a partir da regressão linear clássica e de uma técnica de mineração de dados (data mining) conhecida como classificador baseado em instância, a fim de comparar quais destas técnicas apresenta melhor desempenho no ajuste das funções de afilamento. Dentre as funções ajustadas pelo método de regressão, a que apresentou melhor comportamento foi a proposta por Hradetzky, com um R² ajustado de 0,9630 e um erro padrão da estimativa de 6,83%. Além disso, foi a que apresentou melhor distribuição gráfica dos resíduos. Já para a técnica de classificador baseado em instância, os melhores resultados foram obtidos quando se utilizou a Distância Euclidiana, a Distância Manhatan e a Distância Chebychev, com variante metodológica que emprega 5 vizinhos mais próximos e ponderação de 1/d. As três situações resultaram em um R² ajustado de 0,9506, e erro padrão da estimativa de 12,55%. A partir dos resultados obtidos, conclui-se que a técnica de mineração de dados, conhecida como classificador baseado em instâncias, pode ser utilizada para o ajuste de funções de afilamento para a espécie Cryptomeria japonica. Seu desempenho foi compatível ao das estimativas com modelos clássicos ajustados por regressão linear. Os critérios AIC e BIC são influenciados pelo tamanho da amostra e não se verificou vantagem em seu uso quando comparado com o coeficiente de determinação ajustado. Tanto a técnica de ajuste de equações de afilamento convencional por regressão quanto a de mineração de dados se mostraram satisfatórias e podem sem testadas em outros estudos.

Palavras-chave: Criptoméria, afilamento, regressão, instância.

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Análise da eficiência amostral para determinar a densidade e área basal na Floresta Nacional do Tapajós

Jaqueline Macedo Gomes, Ademir Roberto Ruschel, Francimary Silva Carneiro,

João Olegário Pereira de Carvalho, Caio Felipe Almeida Rodrigues Contato: [email protected]

Resultados obtidos em inventários realizados a 100% de intensidade (censo) foram comparados com resultados obtidos em inventários amostrais, para avaliar a eficiência da amostragem na determinação da densidade e área basal em 188 ha localizados à altura do Km 67 da BR-163, na Floresta Nacional do Tapajós. Os 188 ha são formados por cinco áreas: I = 39 ha, II = 25 ha, III = 31 ha, IV = 63 ha, V = 30 ha. Foram instaladas parcelas de 0,25 ha, sendo que nas áreas I, II e V foram instaladas 18 parcelas que representam uma intensidade amostral de 11,5%, 18% e 15% respectivamente e nas áreas III e IV foram instaladas 12 parcelas que representam uma intensidade amostral de 9,7% e 4,8%, respectivamente. Tanto no censo quanto no inventário amostral foram registradas as árvores com diâmetro superior a 15 cm, com exceção da área IV, onde no censo foi considerado o diâmetro mínimo de 35 cm. Calculou-se a densidade e a área basal em quatro níveis de inclusão (DAP ≥ 15 cm, DAP ≥ 25 cm, DAP ≥ 35 cm e DAP ≥ 45 cm). Avaliou-se a exatidão, calculando o erro real por meio da diferença entre o resultado real e o estimado. A precisão foi analisada por meio do erro da amostragem (95% de probabilidade). A exatidão e a precisão tendem a diminuir com o aumento do diâmetro de inclusão. Entretanto, esse padrão não foi observado para área IV, onde a exatidão aumentou com o aumento do diâmetro. Considerando as variáveis área basal e densidade, para a área I os erros (real e amostral) ficaram abaixo de 20%, logo, a amostragem foi suficiente para estimar estas variáveis em todos os níveis de inclusão. A área II, tanto para densidade quanto para área basal, gerou os maiores erros reais, variando de 27,19% a 34,94% para área basal e de 37,67% a 53,26% para a densidade. Nesta área (II) os erros referentes à amostragem foram menores que 20%. No entanto, a amostragem não foi suficiente para estimar as variáveis analisadas em todos os níveis de inclusão, pois o erro real foi alto. Por exemplo, para o nível de inclusão DAP ≥ 15 cm a amostragem superestimou a realidade em 84,03 indivíduos ha-¹ e 5,47 m² ha-¹. Nas áreas III, IV e V o erro real ficou abaixo de 20% e o maior erro amostral foi de 38,42% para a área basal e 35,23% para densidade. Embora os erros de amostragem sejam altos, as parcelas tal qual foram estabelecidas são suficientes para estimar as variáveis analisadas, pois o erro real é baixo. Considerando-se os maiores erros a amostragem superestima a realidade em 5,25 indivíduos ha-¹ e 1,47 m² ha-¹; assim, é possível admitir erros de amostragem maiores sem prejudicar a exatidão. Conclui-se que a amostragem foi suficiente para estimar a área basal e a densidade em todas as áreas e em todos os níveis de inclusão, com exceção da área II.

Palavras-chave: Manejo florestal, inventário, suficiência amostral.

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Eficiência da amostragem sistemática no inventário florestal contínuo em plantio de paricá, Paragominas, PA

Fábio Gomes Monteiro, José Jaime Pereira do Nascimento Filho, Fábio de Jesus Batista, Luciana Maria de Barros Francez, Jhulia Melo Nóbrega, Jorge Luiz Freitas Cruz

Contato: [email protected]

A necessidade de se conhecer a quantidade e qualidade dos recursos florestais de uma determinada área faz com que o inventário florestal seja ferramenta fundamental, o qual é realizado por meio de métodos de amostragem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a precisão da amostragem sistemática no inventário florestal contínuo de um plantio de Paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby, no município de Paragominas, Pará. O trabalho foi realizado na Fazenda Recreio, localizada na Rodovia BR-010, Km 197, entrando 115km pela vicinal Bradesco. A espécie cultivada é o Paricá, com povoamentos implantados em fevereiro/2013. O plantio foi instalado em 18 talhões, perfazendo uma área de 201,05ha. O espaçamento utilizado foi de 3m x 3m e foram instaladas 24 parcelas permanentes de 20m x 20m. Foram selecionados três talhões, que comportaram oito parcelas cada, distribuídas de forma sistemática em duas linhas com quatro parcelas cada. A escolha dos talhões obedeceu a dois critérios: talhões com maior área e talhões bem distribuídos, espacialmente, na área do plantio. Foi registrada a altura total das plantas situadas dentro das parcelas, com auxílio de uma régua de 6m de altura, graduada a cada 50cm. A medição dos dados foi realizada a cada período de seis seis meses, tendo sido realizadas três medições (julho/2013; janeiro/2014; e julho/2014). A análise dos dados atendeu à metodologia da amostragem sistemática . Foi analisada a diferença entre as médias das alturas e utilizado o teste T de Student (amostras pareadas), por meio do programa BioStat 5.0 . A variabilidade dos dados oscilou de uma medição para outra. O coeficiente de variação foi acima de 20% (1ª medição: 26,50%; 2ª medição: 28,54% e 3ª medição: 28,12%), podendo ser considerado como alto. Contudo, o erro de amostragem ficou abaixo de 10% para as três medições (+7,17%; +7,78% e +8,41%), demonstrando que amostragem foi adequada, pois possibilitou a estimação da variável altura com uma precisão aceitável. Observou-se que o Paricá apresentou um rápido crescimento inicial. As comparações entre os valores médios (1ª medição: 1,94m+0,51; 2ª medição: 3,43m+0,98 e 3ª medição: 4,32m+1,21) obtidos entre medições apresentaram diferença significativa ao nível de probabilidade de 99% (p unilateral ≤ 0,0001), sendo que o maior incremento em altura foi observado entre a primeira e segunda medição. As altas variabilidades encontradas nas medições podem estar associadas ao fato do plantio ter sido realizado via semente, entretanto, considerando o tamanho da amostra aplicada, a amostragem sistemática apresentou baixo erro relativo, confirmando a eficiência do método na estimação da variável altura total.

Palavras-chave: Erro amostral, Schizolobium parahyba var. amazonicum, altura.

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Crescimento diamétrico de Melia azedarach L. var. umbraculiformis na região de Santa Margarida do Sul, RS

Pedro Henrique Paleari Varjão de Oliveira

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O cinamomo é cultivado com êxito numa ampla variedade de ambientes, incluindo o solo alcalino e com déficit hídrico, onde outras espécies de árvores têm dificuldade para se desenvolver e vem se naturalizando em grande parte do sul do Brasil. Sua madeira tem boas características para carpintaria e marcenaria, podendo substituir muitas madeiras da Amazônia no comércio regional. O objetivo do presente estudo foi modelar o crescimento diamétrico de Melia Azedarach L. var. umbraculiformis em bosques de regeneração natural, em Santa Margarida do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Foram amostradas 10 árvores ocorrentes em pequenos grupos de árvores nascidas espontaneamente. De cada árvore mediu-se o diâmetro à altura do peito (1,30m de altura), com fita diamétrica, e a altura, com hipsômetro Vertex. O crescimento foi avaliado por análise parcial de tronco, tendo-se extraído dois cilindros ortogonais ao nível de 1,3 m. Os anéis de crescimento foram medidos com o sistema Lintab 6 e posteriormente os diâmetros sem casca foram calibrados pelo diâmetro da árvore, descontando-se a casca. O processamento dos dados foi realizado somente com os 8 primeiros anos de vida de cada árvore, com auxílio do SAS 9.2, utilizando-se os dez modelos de equações a seguir: Linear simples, polinomial de 2º a 5º graus, polinomial inverso de segundo grau, exponencial tipo III, logístico, logarítmico e o modelo de Chapman-Richards. O modelo exponencial tipo III resultou na melhor equação ajustada para estimar o crescimento, Y=0,2463e0,0127/x, com coeficiente de determinação (R²) de 0,59 e erro padrão de estimativas (Syx%) de 40,2%. As estatísticas R² e Syx% mostram que há necessidade de uma amostragem maior para se melhorar o ajuste e diminuir o erro nas estimativas. A equação selecionada permitiu realizar estimativas aproximadas do crescimento diamétrico da espécie, o que permitiu inferir que o crescimento na região de Santa Margarida do Sul, RS, nos primeiros oito anos, é variável de árvore para árvore e moderado em relação às espécies dos gêneros mais cultivados na região, como Pinus e Eucalyptus, mostrando potencial para melhoramento genético e desenvolvimento de técnicas silviculturais adequadas para obter-se maior produtividade.

Palavras-chave: Cinamomo, produção madeireira, modelagem.

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Obtenção do volume por unidade de área, por meio da seleção proporcional ao diâmetro pelo método de amostragem de Strand

Rodrigo Geroni Mendes Nascimento, Saulo Jorge Téo, Décio José de Figueiredo

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Dentre os diferentes métodos de amostragem para obtenção do volume por unidade de área, especificamente aqueles que apresentam área variável, o método de Strand (1958) se destaca pela forma das unidades amostrais em linha, bem como pela seleção dos indivíduos que compõem a parcela, proporcionalmente ao diâmetro e à altura. Entretanto, a seleção pela variável altura exige um esforço operacional que encarece o levantamento, sendo o único meio para a estimativa do volume por unidade de área desse método de amostragem. Sabendo disso, o objetivo deste trabalho é apresentar o estimador de volume do método de Strand, por meio da seleção de indivíduos proporcionalmente ao diâmetro à altura do peito (DAP). Para a validação do estimador de volume foram utilizadas parcelas em povoamentos adultos de pinus e araucária. Foram medidas e comparadas as estimativas de volume pelo método da área fixa, pelo método de seleção proporcional a altura, bem como pelo novo método de seleção proporcional ao diâmetro. Os resultados apontam um bom desempenho do novo método de estimativa de volume por unidade de área, apresentando um erro percentual médio, em relação ao método de área fixa, abaixo de 5%. Já a formulação original de Strand apresenta um erro médio acima de 10%. Com esses resultados é possível afirmar que essa nova modificação pode facilitar futuros inventários que visam à utilização do método de amostragem de Strand.

Palavras-chave: Critério probabilístico, estimador volumétrico.

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Regeneração natural em um remanescente de Caatinga, 30 anos após o corte, na região de Mossoró, RN

Francisco Rodolfo da Silva Barreto, Allyson Rocha Alves, Lívia Laiane Barbosa Alves,

Erick Daniel Gomes da Silva, Alan Cauê de Holanda

Contato: [email protected]

O objetivo desse trabalho foi analisar em que estagio de desenvolvimento se encontra a regeneração natural de um remanescente de Caatinga 30 anos após o corte na região de Mossoró/RN. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Belo Horizonte, no município de Mossoró-RN, propriedade pertencente ao grupo empresarial Itapetinga Agroindustrial. O experimento foi desenvolvido numa área total de 15,30 ha de vegetação nativa preservada por 30 anos, onde foram estabelecidas seis parcelas de 20 m x 20 m (400 m2). Foram amostrados todos os indivíduos com CAP ≤ 10 cm e a altura total (HT), no qual foi dividida em 3 classes de altura: classe I: 1,5 m à < 3,0 m; classe II: 3,0 m à < 4,0 m; e classe III: >4,0 m. Os parâmetros avaliados foram: Densidade, área basal, índice de diversidade de Shannon (H’), classificação das espécies quanto aos grupos ecológicos (pioneiras, clímax, secundaria inicial e secundaria tardia) e qual estrutura vertical da floresta em relação aos estratos (inferior, intermediário e superior) quanto as classes de altura. Foram amostrados 605 indivíduos de 19 espécies, 9 gêneros e 12 famílias, com uma densidade de 2520 ind.ha-1, e área basal de 1,37 m2.ha-1, onde se destacaram as espécies Bauhinia cheilantha com 145 indivíduos, seguido da Croton sonderianus com 88 e a Poincianella pyramidalis com 68 indivíduos. O índice de diversidade de Shannon foi de 2,57 nats.ind-1 o que indica uma área de Caatinga com diversidade intermediária. Quanto aos grupos ecológicos foram encontradas 14 espécies pioneiras com 509 indivíduos, 2 espécies secundárias inicial com 66 indivíduos, 2 espécies secundárias tardia com 28 indivíduos e 1 espécie clímax com 2 indivíduos. Quanto à estrutura vertical da floresta, mais de 50% dos indivíduos amostrados se apresentaram na classe III com 336 indivíduos, ou seja, no estrato superior da floresta o que indica que a regeneração natural dessa área se encontra em estágio avançado.

Palavras-chave: Caatinga, regeneração natural, grupos ecológicos.

Análise e Caracterização da Vegetação e Ecossistemas

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Análise da vegetação de um remanescente de Caatinga 30 anos após o corte na região de Mossoró, RN

Lívia Laiane Barbosa Alves, Allyson Rocha Alves, Francisco Rodolfo da Silva Barreto,

Erick Daniel Gomes da Silva, Alan Cauê de Holanda

Contato: [email protected]

O Nordeste brasileiro tem a maior parte do seu território ocupado pelo bioma caatinga, que se apresenta em diversas formas vegetais. O fator determinante para as fitofisionomias do bioma é o clima, que varia de superúmido até semiárido, sendo neste último encontradas formações vegetais que vão herbáceas até arbóreas. Outra característica fundamental da caatinga é a deciduidade de algumas espécies, o que confere a vegetação uma aparência diferenciada. Conhecer a vegetação, suas mais variadas formas, utilidades e limitações, é fundamental para o desenvolvimento de qualquer atividade que venha causar impacto no bioma. O objetivo dessa pesquisa foi a obtenção de informações sobre a cobertura vegetal de um remanescente de caatinga 30 anos após o corte na região de Mossoró-RN. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Belo Horizonte, no município de Mossoró-RN, propriedade pertencente ao grupo empresarial Itapetinga Agroindustrial. O clima de Mossoró é semiárido, segundo a classificação de Koppen, é do tipo BSw´h´, seco muito quente com chuvas entre o verão e outono. A vegetação do local é composta pela caatinga hiperxerófila que se caracteriza por ser uma vegetação densa e de estrutura irregular. O experimento foi desenvolvido numa área de 15,30ha de vegetação nativa preservada, onde foram lançadas seis parcelas de 20mx20m (400m2). Foram amostrados todos os indivíduos com CAP ≥ 6 cm e suas respectivas alturas totais, e todos os indivíduos mensurados foram numerados e identificados com plaquetas de alumínio. Os parâmetros analisados foram: área basal, densidade, frequência, dominância, volume cilíndrico, valor de cobertura e índice de diversidade de Shannon (H’). Foram amostrados um total de 1392 indivíduos de 21 espécies, 10 famílias e 16 gêneros. Uma densidade de 5.800 ind.ha-1, e área basal de 12,85 m2.ha-1. O volume total por hectares encontrado na área foi de 85,95 m3.ha-1. A espécie com maior número de representantes foi a Bauhinia cheilantha, com 255 indivíduos, seguido da Poincianella bracteosa com 233 e a Croton sonderianus com 200 indivíduos. A família que apresentou maior número de indivíduos foi a Caesalpiniaceae com 488 indivíduos. O maior volume encontrado, bem como a maior densidade foi da espécie Bauhinia cheilantha 970,83 ind.ha-1 e 36,50 m3.ha-1 respectivamente. As espécies Mimosa ophthalmocentra e Croton sonderianus foram as únicas encontradas em todas as parcelas do experimento. O índice de diversidade de Shannon foi de 2,31 nats.ind-1. As espécies com maior importância ecológica na área foram: Bauhinia cheilantha, Poincianella pyramidalis e Mimosa ophthalmocentra. Com isso, concluímos que após o período de 30 anos, a área estudada se apresentou em bom estado de recuperação, principalmente com relação à diversidade de espécies vegetais visto que o índice de Shannon obtido está entre valores normalmente encontrados para áreas de Caatinga (1,91 a 3,09 nats.ind-1).

Palavras-chave: Fitossociologia, diversidade, Caatinga, bioma.

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Caracterização da estrutura horizontal da vegetação em planos de manejo florestal sustentável em pequena escala na sub-região

do rio Madeira, AM, Brasil

Filipe Campos de Freitas, Felipe de Souza Ramos, Alberto Carlos Martins Pinto

Contato: [email protected]

Para atender as peculiaridades existentes do estado, foi instituída no Amazonas a categoria de manejo florestal denominada Manejo Florestal em Pequena Escala, a qual busca atender pequenos produtores do interior do estado em propriedades de até 500 hectares. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a vegetação das espécies comerciais licenciadas nos planos de manejo aprovados pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas IDAM, no ano de 2013, distribuídos na 5.ª Sub-Região - Região do Madeira - Municípios: Borba, Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã e Apuí (sul do estado), região estratégica para minimizar os efeitos do desmatamento no estado. A análise foi feita de forma descritiva, por meio do índice de valor de importância (IVI), diversidade e equabilidade, com os índices de Shannon (H’) e Pielou (J’) e distribuição dendrométrica das principais espécies. Nesta sub-região foram selecionados 230 indivíduos, pertencentes há 31 espécies e 14 famílias botânicas. Não houve concentração da maior parte dos indivíduos em um pequeno grupo reduzido de espécies. As três espécies com o maior número de indivíduos foram: Dipteryx odorata (26), Erisma uncinatum (24) e Bowdichia nitida (22). Diferente das espécies, a família Fabaceae concentrou 47% do total de indivíduos, outros 33% dos indivíduos ficaram divididos entre as famílias Lecythidaceae, Vochysiaceae e Lauraceae, nos 20% restantes encontram-se as famílias Calophyllaceae, Combretaceae, Sapotaceae, Bignoneaceae, Anacardiaceae e Myristicaceae. O índice de diversidade foi de 3,02 e o índice de equabilidade 0,88. O índice de Shannon indica uma baixa diversidade de espécies, entretanto é próximo ao encontrado em outros estudos na região Amazônica. O índice de equabilidade é considerado alto, indicando alta heterogeneidade na população. O IVI para as espécies identificadas variou gradativamente, não ocorrendo uma espécie predominante de acordo com este índice. As principais espécies foram: Erisma uncinatum (27,29); Dipteryx odorata (26,07); Lecythis zabucajo (22,57) e Bowdichia nitida (21,72).Diferente do observado ao nível de espécie, a família Fabaceae concentrou a maior parte do IVI para esta região, com um valor de 106,13, representando 35% do total para as 14 famílias identificadas. A estatística descritiva dos parâmetros dendrométricos indicou que essa região possui em média 3,83 ind.ha-1, área basal de (3,46 m2.ha-1 ± 1,32) e volume de (4,23 m3.ha-1 ± 0,37). A utilização do IVI permite hierarquizar a importância ecológica das espécies no ecossistema. Os inventários florestais feitos pelos manejadores de madeira da sub-região do Rio Madeira mostraram que espécies como Erisma uncinatum (cedrinho); Dipteryx odorata (cumaru); Lecythis zabucajo (sapucaia); Bowdichia nitida (sucupira); Dinizia excelsa (Angelim ferro); Hymenolobium elatum (angelim pedra); apresentam estoque significativo de madeira de valor comercial, com mais de 500 m³ de volume explorado, indicando a viabilidade econômica do manejo florestal nessa região. Estes dados são importantes para recuperação, conservação e preservação de algumas espécies existentes na área.

Palavras-chave: Espécies arbóreas, área basal, volume.

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Levantamento fitossociológico na área da Resex Chico Mendes, AC

Claudio José Francisco Silva de Oliveira, Marco Antonio Amaro Contato: [email protected]

Este trabalho foi realizado na área de manejo florestal sustentável comunitário da Amoprex, localizada dentro da Resex Chico Mendes-AC. O plano de manejo foi elaborado em 2011 e, no dia 17 de junho de 2012, a autorização de exploração florestal-autex que pela primeira vez foi emitida em uma reserva extrativista no Brasil, foi entregue a Amoprex. O manejo estava previsto para começar em 2013, mas foi adiado para 2014. Estão participando do plano de manejo 62 propriedades, totalizando 22.537,71 ha, sendo que 18.772,74 ha são áreas de manejo florestal. O primeiro Plano Operacional Anual-POA contempla 53 unidades de trabalho-UTs em diferentes propriedades, sendo que as unidades de produção anual-UPA possuem 1.274,17 ha e 917,22 ha de área de efetivo manejo. A coleta de dados foi realizada em vinte parcelas permanentes instaladas nas propriedades que fazem parte do primeiro POA, conforme a localização de cada uma, dentro da tipologia florestal. A área das parcelas é de 20m x130m (0,26 ha), demarcadas através da fixação de canos de PVC de 1 polegada nas extremidades do polígono. Foram avaliados todos os indivíduos com DAP ≥ 10 cm. O nome científico das espécies foi definido através de revisão de literatura. Na Estrutura horizontal foram avaliados os seguintes parâmetros fitossociológicos: Densidade Absoluta e Relativa (DA e DR), Freqüência Absoluta e Relativa (FA e FR), Dominância Absoluta e Relativa (DoA e DoR) e o Valor de Importância (IVI). Foram inventariados 1.722 indivíduos distribuídos em 207 espécies e 55 famílias. Para a Densidade Absoluta obteve-se 331,15 indivíduos ha-1. e a área basal (Dominância Absoluta) foi de 20,63 m².ha-1. As espécies Tetragastris altissima, Pseudolmedia laevis, Bertholletia excelsa, Brosimum guianense, Rinoreocarpus ulei, Clarisia racemosa, Quararibea guianensis, Metrodorea flavida, Pouteria sp. e Aspidosperma vargasii, possuem os 10 maiores valores de IVI, totalizando 28,03% do total de espécies, 35,26% da Densidade e 32,89% da Área Basal. As principais famílias botânicas em relação ao número de indivíduos foram Burseraceae (11,4%), Fabaceae (9,1%), Malvaceae (8,1%) e Moraceae (18,2%). Estas famílias também são as mais encontradas em outros inventários realizados na região. Foram significativos os valores na avaliação da estrutura Horizontal na vegetação com DAP ≥ 10 cm. Com este estudo foi possível quantificar e analisar a vegetação nesta área a ser manejada, servindo como referência para os estudos de monitoramento e avaliação dos impactos da implementação da atividade.

Palavras-chave: Amazônia, análise estrutural, manejo florestal.

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Estrutura do componente herbáceo-terrícola da floresta paludosa da restinga no sul do Brasil

Luciana Carla Mancino, Gerhard Ernst Overbeck, Vanilde Citadini-Zanette,

Luís Rios de Moura Baptista

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As espécies herbáceas terrícolas (EHT) ajudam na compreensão da dinâmica florestal, sustentam muitos animais frugívoros/herbívoros e permitem avaliar o estado de conservação do sub-bosque. Fatores edáficos e luminosidade afetam a estrutura desse componente. Na região da planície costeira sul brasileira, as Florestas Paludosas da Restinga (FPR) ocorrem em solos brejosos arenosos ou turfosos e apresentam considerável variação florístico estrutural em relação à latitude, microtopografia, drenagem e distribuição vertical de luz, devido à estrutura florestal que varia como um mosaico. Este estudo teve como objetivo avaliar a composição florística e a diversidade de EHT e sua correlação com a luminosidade, fertilidade edáfica, microtopografia e a cobertura de palmeiras. Foram incluídas EHT com até 1 m de altura, enraizadas no solo e que completam seu ciclo de vida nesta condição, exceto epífitas caídas, trepadeiras e plântulas de outros componentes da vegetação. Fotografias hemisféricas digitais foram feitas a 1,2 m acima do solo no centro de cada parcela. Foram coletadas amostras de solo superficial e as EHT foram amostradas em 13 parcelas de 5 m² em cada uma das três áreas de FPR localizadas em Morrinhos do Sul (MDS, RS), Içara e Balneário Arroio do Silva (BAS, SC). A suficiência amostral foi avaliada através da curva de rarefação. Realizamos uma análise de correspondência canônica e correlação de Spearman. Encontramos 41 EHT em 20 famílias. A riqueza e a cobertura média foram significativamente diferentes entre as áreas, como também a variação do regime de luz, a cobertura de palmeiras e alguns parâmetros do solo. A riqueza específica foi maior em MDS (27). Içara, onde ocorrem Gleissolos, apresentou 13 espécies, predominando as monocotiledôneas. BAS, onde ocorrem Organossolos, apresentou 16 espécies, predominado as dicotiledôneas. Monilófitas se destacaram em riqueza (20) e as monocotiledôneas, em cobertura. As três comunidades mostraram fortes diferenças na composição e compartilharam apenas 12% das espécies (Piper mikanianum, Ossaea amygdaloides, Pleurostachis gaudichaudii, Peperomia pereskiifolia e Nidularium innocentii). As famílias Bromeliaceae, Marantaceae e Polypodiaceae tiveram mais da metade da cobertura. A análise de correspondência canônica indicou que fatores de solo como o carbono orgânico total e o K influenciam a estrutura das EHT, explicando 31% da variação na cobertura. As EHT apresentaram correlação significativa com a luz, carbono orgânico total, capacidade de troca catiônica e potássio. A estrutura das EHT das FPR na região Sul difere de outras formações e as análises indicaram que a luz e alguns parâmetros do solo são importantes para a cobertura dessas espécies, contribuindo para a separação de grupos de EHT, em termos de preferência de habitat e para a manutenção da biodiversidade nesta fisionomia.

Palavras-chave: Sub-bosque, riqueza, ecologia vegetal.

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Variabilidade fenotípica de Scleronema micranthum Ducke, nos ecossistemas de baixio e platô na fazenda experimental da Universidade

Federal do Amazonas

Alex-Sandra Farias de Almeida, Julio César Rodrígues Tello

Contato: [email protected]

As variações fenotípicas podem ser originadas tanto das propriedades genéticas da população, quanto da influência do ambiente na expressão de seus genótipos. Em plantas e animais podem apresentar respostas plásticas, entretanto a plasticidade pode ser considerada como o mecanismo de adaptação mais importante para espécies vegetais em ambientes heterogêneos, uma vez que as plantas são destituídas dos complexos mecanismos de movimentação. A plasticidade fenotípica é a capacidade que alguns genótipos possuem de responder a alterações do meio ambiente em que se encontram, modificando a sua expressão fenotípica, mediante ajustamentos morfológicos ou fisiológicos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade fenotípica dos indivíduos de Cardeiro (Scleronema micranthum Ducke), procedentes das áreas de baixio e platô na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas - UFAM, utilizando características morfológicas das folhas como indicadores de plasticidade. Na amostragem foram alocados aleatoriamente 10 parcelas de 10 x 100m de comprimento de acordo com as características físicas da área. Foram selecionados ao acaso 10 indivíduos de Scleronema micranthum Ducke no ambiente de baixio e platô. Foram avaliados o conteúdo de água, tamanho e alterações da fisionomia de 10 folhas correspondentes a cada indivíduo selecionado, totalizando 100 folhas. De acordo com os resultados alguns caracteres morfológicos foram alterados pelas variações nas condições de luminosidade do ambiente. No platô, os registros das folhas dos indivíduos de cardeiro foram maiores em comprimento e largura comparadas com as folhas dos indivíduos do baixio, enquanto as folhas dos indivíduos do baixio apresentaram teores de umidade maiores, 196,74% a 107,27%, em relação as folhas dos indivíduos do platô, 114,61% a 62,39%. O conjunto de resultados indicou que há uma tendência dos atributos, relacionados à intensidade da luminosidade, em variar entre plantas de uma mesma espécie sob condições abióticas contrastantes.

Palavras-chave: Plasticidade fenotípica, cardeiro, luminosidade.

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Fitossociologia, volume de madeira e estoque de carbono da parte aérea no Cerrado stricto sensu do Parque Estadual da Lapa Grande

em Montes Claros, MG

Kelly Marianne Guimarães Pereira, Inkamauta Valeda Cerda Plazas,

Lisandra Maria Alves Matos, Christian Dias Cabacinha Contato: [email protected]

O Parque Estadual da Lapa Grande (PELG), situado na cidade de Montes Claros (norte de Minas Gerais), foi criado em 10 de janeiro de 2004 pelo Decreto nº 44.204. Segundo a Lei 9.985/2000, toda unidade de conservação (UC), após a sua criação, necessita de um Plano de Manejo para a gestão. O PELG ainda não possui tal documento, assim, estudos relacionados à flora podem fornecer dados importantes e assim contribuir para sua elaboração. Nesse contexto, o objetivo do estudo consistiu em avaliar aspectos fitossociológicos, o volume de madeira e o estoque de carbono da parte aérea para o componente lenhoso do cerrado stricto sensu do PELG para subsídio do Plano de Manejo. Alocaram-se de forma aleatória 25 parcelas de 20x20m, totalizando 1 (um) hectare amostrado, nestas, utilizando-se o critério de inclusão de 3 cm de diâmetro a 0,30 m do solo (DAS) de indivíduos lenhosos e vivos. Foram coletados dados de altura e diâmetro a 1,30 m do solo (DAP), além da identificação botânica de cada indivíduo. Com base na literatura, foram selecionadas as equações consideradas mais adequadas para estimar o volume e estoque de carbono para o cerrado stricto sensu, sendo: V=0,000109DAP²+0,0000145DAP²Ht (R2 = 96,69% e Syx = 26,16%) de Schumacher e Hall e EC=-0,2456+0,01456DAP2Ht (R2 = 98,29% e Syx = 25,79%), onde V=volume (m³), DAP=diâmetro a 1,30 m do solo, Ht=altura total da árvore (m), R2=coeficiente de determinação, Syx=erro-padrão da estimativa e EC=estoque de carbono (kg/árvore). Amostraram-se 3146 indivíduos, distribuídos em 175 espécies com área basal total de 14,40 m². O Índice de Shannon-Weaver (H’) encontrado foi 4,16, sendo este valor similar ou superior ao encontrado por autores em estudos em cerrado stricto sensu no estado de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no sul da Bahia. As espécies Qualea grandiflora Mart., Pseudobombax longiflorum (Cavanilles) A. Robyns, Magonia pubescens A.St.-Hil., Machaerium opacum Vogel e Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne apresentaram os maiores valores de IVI, totalizando 21,72% do total. Estes resultados encontram-se em consonância com os obtidos em outros estudos conduzidos em cerrado stricto sensu. O volume estimado foi de 32,12 m³.ha-1. Quanto ao estoque de carbono, estimou-se o valor de 11,9 ton.ha-1. Tais resultados mostraram que a vegetação apresenta-se em bom estado de conservação e com uma boa diversidade, além de assemelharem-se a outros estudos realizados em cerrado stricto sensu. Quando considerados conjuntamente, o volume, o estoque de carbono e a fitossociologia servem como alicerces para estabelecer políticas públicas que envolvam ações como o manejo florestal, a fiscalização, o controle dos recursos naturais e mesmo a valoração do cerrado stricto sensu do PELG, contribuindo assim para a gestão integrada dessa unidade de conservação.

Palavras-chave: Estrutura, volumetria, carbono, manejo.

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Caracterização de remanescentes de savana estépica arborizada

Marcelo Bezerra Moura, Francisco Thadeu Dantas Lima, Alan Cauê de Holanda,

Allyson Rocha Alves Contato: [email protected]

A Caatinga constitui um complexo vegetacional que reúne ambientes muito distintos, fisionomias variadas e flora diversificada, cujo conhecimento se encontra em curso. Apesar da significativa extensão (900 mil Km2), importância socioeconômica e de ser o único bioma com ocorrência restrita ao território nacional, a Caatinga é o menos protegido dentre os biomas brasileiros. A ação do homem em busca de solos mais férteis para a prática agrícola e agropecuária vem sendo considerada uma das principais causas que levam as áreas da Caatinga a serem devastadas, deixando o solo exposto e suscetível ao processo erosivo, à desertificação e levando ao desaparecimento de inúmeras espécies vegetais e animais. Partindo deste princípio, objetivou-se realizar um levantamento fitossociológico da vegetação arbustivo-arbórea adulta, em áreas com diferentes históricos de perturbação causados por fatores antrópicos. O experimento foi conduzido em uma área de Caatinga que se encontra com diferentes históricos de perturbação da vegetação, e estão situadas na Fazenda São Francisco, localizado no município de Cajazeirinhas, PB, sob as coordenadas geográficas 06º57’40’’ latitude sul e 37º48’22” longitude oestes. O remanescente possui uma área de 30 ha. Os solos predominantes da área experimental são Luvissolos em associação com Neossolos Litólicos. Para a amostragem foram implantadas 18 unidades amostrais de 10 x 25 m, de forma sistemática, em cada área, totalizando 36 parcelas, com uma área amostral total de 9.000 m2. Em cada parcela foram amostrados e etiquetados com placas de PVC todos os indivíduos arbustivo-arbóreo adulto com circunferência a altura do peito (CAP) ≥ 6 cm. A circunferência foi mensurada com fita métrica e a altura estimada com tesoura de alta poda, com 6 metros de comprimento total. Para a realização dos cálculos adotou-se as fórmulas apresentadas por Felfili e Rezende que, foram estimados através do software Mata Nativa. Na área desmatada foram amostrados 286 indivíduos, pertencentes a quatro famílias e seis espécies, enquanto na área conservada foram amostrados 1155 indivíduos, pertencentes a oito famílias e doze espécies. Na área desmatada a espécie Mimosa tenuiflora encontrava-se com uma densidade relativa (DR) de 95,8% e, na área preservada, à espécie Croton blanchetianus se destacou com uma densidade relativa (DR) de 55,3%. Na área desmatada, Mimosa tenuiflora, encontra-se com uma dominância relativa de 98,4% e, quando comparada a área conservada, esse valor representa 6,52% em relação ao total. O índice de diversidade de Shannon para a área desmatada e conservada foram 1,5 e 0,23 nats ind-1, respectivamente. Na área desmatada, verifica-se a ocorrência da formação de um povoamento homogêneo e, espera-se que num futuro breve, ocorra uma substituição gradativa de espécies, consequentemente, uma diminuição no número de indivíduos de Mimosa tenuiflora.

Palavras-chave: Fragmentos, caatinga, perturbação.

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Regeneração natural em fragmentos de savana estépica arborizada

Marcelo Bezerra Moura, Francisco Thadeu Dantas Lima, Alan Cauê de Holanda,

Allyson Rocha Alves Contato: [email protected]

O domínio do bioma Caatinga abrange cerca de 900 mil km², correspondendo aproximadamente a 54% da região Nordeste. Está compreendido entre os paralelos de 2°54’ S a 17°21’ S e envolvem áreas dos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, o sudoeste do Piauí, partes do interior da Bahia e do norte de Minas Gerais. Apesar da significativa extensão e da importância socioeconômica, a Caatinga é o menos protegido dentre os biomas brasileiros. Há alguns anos a comunidade científica preocupa-se com a situação do bioma, especialmente quanto à manutenção da sua biodiversidade vegetal, o que tem gerado o aumento de levantamentos florísticos e fitossociológicos. Dessa forma, o trabalho teve por objetivo realizar o levantamento da regeneração natural, em áreas com diferentes históricos de perturbação. O experimento foi conduzido em uma área situada na Fazenda São Francisco, localizada no município de Cajazeirinhas, PB, sob as coordenadas geográficas 06°57’40’’ latitude sul e 37°48’22” longitude oestes. O remanescente possui uma área de 30 ha. Os solos predominantes da área experimental são Luvissolos em associação com Neossolos Litólicos. Na amostragem, foi implantada uma sub-parcela (10 x 5 m) no interior de unidades amostrais existente no local, totalizando 36 sub-parcelas (18 por remanescente). Foram mensurados e etiquetados todos os indivíduos com placas de PVC e, após as medições, foram agrupados por classes de altura, em que: C1 = altura (H) ≥ 0,5 m até 1,0 m; C2 = H > 1,0 até 1,5 m; C3 = H > 1,5 m e CNB < 6 cm. Foram inventariados na área desmatada 360 indivíduos, sendo estes pertencentes a três famílias e cinco espécies. Na área conservada foram inventariados 276 indivíduos pertencentes a cinco famílias e dez espécies. Na área desmatada, a espécie com maior número de indivíduos foi a Mimosa tenuiflora, com 67,7% de todos os indivíduos amostrados e, para a área conservada, destacou-se Croton blanchetianus com 65,2%. Dentre as cinco espécies amostradas na área desmatada, quatro foram registradas nas três classes de altura: Mimosa tenuiflora, Croton blanchetianus, Libidibia ferrea e Combretum leprosum, e uma ocorreu apenas na classe de menor altura: Myracrodruon urundeuva. Já na área preservada, das dez espécies amostradas, cinco estiveram presentes em todas as classes: Croton blanchetianus, Bauhinia cheilantha, Combretum leprosum, Anadenanthera colubrina e Poincianella pyramidalis. Entre as demais, duas, não foram registradas na segunda classe: Myracrodruon urundeuva e Mimosa tenuiflora e, outras duas estiveram presentes na primeira classe: Aspidosperma pyrifolium e Libidibia ferrea, e por fim, uma ocorreu apenas nas duas primeiras classes: Piptadenia stipulacea. Mimosa tenuiflora é uma espécie com tendência a formar povoamentos homogêneos inicialmente e, ao longo dos anos, a tendência é ser substituída por outras espécies de diferentes grupos sucessionais.

Palavras-chave: Remanescente, Caatinga, regeneração

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Florística e fitossociologia de comunidades de palmeiras em florestas com e sem bambu (Guadua spp.) da Reserva Florestal Humaitá, AC

Evandro José Vinhares Ferreira, Patrícia de Souza Silva, Romário Mesquista Pinheiro, Erica Kerolaine Mendonça dos Santos, Izailene Monteiro Saar

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As palmeiras (Arecaceae) são uma das mais representativas famílias botânicas na região amazônica e constituem um importante componente das florestas da região, podendo ser encontradas em todos os estratos florestais, tipos de solos e níveis topográficos, além de apresentar grande diversidade de formas de crescimento. No sudoeste da Amazônia, ocupando uma área estimada em 161 mil km² que compreende o sul do Amazonas, o Acre e regiões adjacentes do Peru e Bolívia, ocorrem florestas nativas com o subosque dominado por bambus (Guadua spp.). De uma maneira geral, florestas dominadas por bambus apresentam-se estruturalmente alteradas, especialmente nos estratos intermediários e no dossel, e podem apresentar redução de até 50% da área basal arbórea, 39% da biomassa aérea e entre 30-50% do potencial de armazenamento de carbono. O bambu pode ainda afetar o influxo de outras espécies arbóreas, enfraquecer a habilidade competitiva das espécies com baixa capacidade de adaptação, alterar a composição florística, reduzir em quase 40% o número de espécies, e causar uma redução na diversidade a ponto de a mesma ser considerada uma das mais baixas da Amazônia. Este estudo avaliou a riqueza, abundância, densidade, distribuição e diversidade florística das comunidades de palmeiras existentes em florestas sem e combambu (Guadua spp.) dominando o subosque, na Reserva Florestal Humaitá, no município de Porto Acre-AC (9°45’19”S; 67°40’18’’W). Em cada tipologia florestal foram instaladas 3 parcelas amostrais de 20 m x 100 m (2.000 m²), sendo uma em área de platô, uma em área de declive e uma em área adjacente a cursos de água (baixio). Para o estudo demográfico os indivíduos amostrados foram classificados em cinco classes de tamanho: 1- indivíduos com até 50 cm de altura (plântula); 2- com mais de 50 cm e ate 1 m de altura (jovem-1); 3- mais de 1 m de altura, sem estipe aparente (jovem-2); 4- com estipe aparente, não reprodutivo (pré-adulto); e 5- adultos em estágio reprodutivo (adulto). O resultado indicou a ocorrência de 994 indivíduos em diferentes estágios de crescimento, pertencentes a 12 gêneros e 16 espécies de palmeiras. A floresta sem bambu apresentou maior numero de indivíduos (608) e tinha duas espécies a mais que a floresta com bambu. A espécie mais abundante nas duas tipologias foi Phytelephas macrocarpa (n.v.: jarina) com 228 indivíduos na floresta sem bambu e 129 na floresta com bambu. Nas duas tipologias florestais as parcelas de baixio e encosta apresentaram maior número de espécies. A diversidade florística das duas tipologias florestais avaliadas foi muito baixa e equivalente (H’=1,85 em floresta sem bambu e H’=1,87 na floresta com bambu). A floresta sem bambu apresentou maior densidade (608 ind./ha) e a espécie com maior valor de importância foi Euterpe precatoria (n.v.: açaí). A floresta com bambu apresentou menor densidade (386 ind./ha) e a espécie com maior valor de importância foi Astrocaryum ulei (n.v.: murumuru). A menor densidade de palmeiras na floresta com bambu sugere que essa gramínea alterou a densidade local de palmeiras.

Palavras-chave: Arecaceae, inventário, Amazônia.

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Avaliação florística de espécies arbóreas em dois transectos no distrito dois da zona franca de Manaus

Alane Anaiara Ayres Coimbra, Francisca Dionízia De Almeida Matos, Micaela Bruna Souza da Silva, Iêda Leão do Amaral, Moacir Alberto Assis Campos, Maria de Lurdes da Costa

Soares Contato: [email protected]

São nas florestas de terra firme, onde acontece o movimento do relevo e apresentam ambientes de platô, vertente e baixio, os quais possuem valores diferenciados entre si e que permeiam valores do ecológico/ambiental ao financeiro/econômico. O objetivo do trabalho visou aplicar o método de levantamento florístico às espécies arbóreas, palmeiras e cipós, abrangendo os ambientes de platô, vertente e baixio e verificar suas possíveis relações de distribuição. O mesmo foi desenvolvido na Estação Experimental de Silvicultura Tropical - EEST-ZF2, localizada no km 50 da BR 174 (Manaus - Boa Vista), usando dados pretéritos do Projeto Jacaranda (2001). Os transectos inventariados são compostos de duas linhas de 20x600 m, as quais são compostas de 30 amostras de 20x20 m, totalizando 60 amostras (2,4 ha), alocadas em terra firme, na interface dos três ambientes topográficos, onde foram abordados todos os indivíduos com DAP≥5 cm, dos quais foi medido o diâmetro a altura do peito (DAP), listado o nome popular, estimada a altura, coletado o exemplar botânico para posterior identificação e a classificação taxonômica das espécies obedeceu ao sistema APG III. As análises dos transectos foram realizadas independentemente. No primeiro, denominado de linha L, foram registrados 1691 indivíduos, pertencentes a 54 famílias, 142 gêneros e 207 espécies e o segundo transecto, chamado de linha M, foram registrados 1694 indivíduos, 58 famílias, 146 gêneros e 211 espécies. Os resultados apontam que a família Lecythidaceae é a mais abundante nas duas linhas, com 274 espécimes registrados na linha L e 258 na linha M, bem como a espécie Eschweilera coriacea foi a mais representativa em número de indivíduos, destacando-se em relação aos parâmetros fitossociológicos, de abundância, frequência e dominância, em ambos os transectos amostrados. As espécies registradas nas linhas estudadas dividiram-se espacialmente entre os padrões de comportamento aleatório e gregário. Quanto ao fator diversidade, o índice de Shannon foi de 4,63 nat.ind-1 para a linha L e 4,68 nat.ind-1 para a linha M. O que evidencia a grande diversidade florística, em ambas as linhas, sendo esta área abrigo para os mais variados tipos de espécies arbóreas, contudo mostrando que amostras muito próxima não apresentam diferenças significativas de diversidade entre si.

Palavras-chave: Ambientes, composição, diversidade, espécies.

Análise e Caracterização da Vegetação e Ecossistemas

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Índice de desmatamento do estado de Mato Grosso do Sul

Maria Helena Pereira Vieira, Luiz Mário Ferreira, Jéssica Vieira, Márcia Cristina Alcântara Silva, Vander Melquíades Fabrício de Jesus

Contato: [email protected]

O índice de desmatamento do Mato Grosso do Sul - MS foi elaborado com objetivo de instituir para esta unidade da federação políticas públicas voltadas à conservação e uso sustentável dos recursos florestais deste estado, enfocando principalmente, as condições que se encontra o desmatamento. este estudo foi elaborado com dados de desmate coletados do último quinquênio nos 78 municípios do MS. Para o cálculo do desmate nos municípios foram considerados todos os biomas existentes. E de certa forma, alguns menos outros mais antropizados, como por exemplo, a Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual). Alguns munícipios são contemplados com os 03 Biomas e seus ecótonos; outros com 02 ou apenas 01, dependendo da sua localização geográfica dentro do Estado e também, conforme a abrangência desta fisionomia, determinada pelas características geomorfológicas e litológicas do MS. A fórmula de cálculo utilizada foi: CDM = 1- (SD/SM) *ASD; CDM = coeficiente de desmatamento; (SD/SM*ASD = superfície desmatada dividida pela superfície do município, multiplicada pela qualidade da superfície desmatada); A fórmula final para elaboração do Índice ficou assim constituída: ICD= CDM / CDE *100 (ICD= índice de desmatamento; CDM = coeficiente de desmatamento do município; CDE = coeficiente de desmatamento calculado para todos os municípios do estado). Dentro de um ranqueamento obedecendo-se escala de 1º a 6º colocado obedecendo também aos intervalos pré-estabelecidos de alto (0-0,3), médio (>0,3-0,6) e baixo (>0,6), os piores Índices foram obtidos pelos municípios de Ladário (0,0555), Anaurilândia (0,3624), Miranda (0,3590), Rio Verde de Mato Grosso (0,3429), Porto Murtinho (0,7313) e Mundo Novo (0,7668). Os municípios que ficaram com os melhores Índices foram Paranaíba (1,6940), Figueirão (1,6832), Nova Alvorada do Sul (1,6805), Santa Rita do Pardo (1,6789) e Inocência (1,6747). Quanto à classificação dos índices de desmatamento dos municípios estes ficaram assim distribuídos: 01 (um) em patamar alto, 03 (três) em patamares médios e 75 em patamares baixos. Em razão destes resultados nota-se que, até o ano da última análise (2012) há um elevado número de municípios classificados em patamares baixos. Isto reforça a tendência desta prática no MS: a redução do desmate e incremento de tecnologias utilizando áreas já antropizadas.

Palavras-chave: Desmatamento, conservação, índice, floresta.

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Estudos fitossociológicos em uma floresta de terra firme na EEST – ZF-2

Micaela Bruna Souza da Silva, Francisca Dionízia de Almeida Matos, Alane Anaiara Ayres Coimbra, Ieda Leão do Amaral,

Moacir Alberto Assis Campos, Maria de Lurdes da Costa Soares Contato: [email protected]

O ambiente de platô apresenta solos argilosos, bem drenados, principalmente nas áreas mais altas onde está localizado, o qual se caracteriza por apresentar solo com textura argilosa nas partes mais altas e argilo-arenosa quando do início de declividade. As informações sobre os indivíduos ocorrentes na área são importantes, pois permite obter resultados quanto à composição e a estrutura fitossociológica das espécies que compõem o local analisado. Assim facilitando o entendimento das funções ecológicas da floresta na manutenção e conservação de ecossistemas. Portanto, o objetivo geral do estudo foi analisar a estrutura horizontal da área estudada, permitindo uma melhor definição quanto à diversidade local e a distribuição espacial de algumas espécies mais abundantes. A área de estudo está localizada na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (EEST), na zona de expansão da Zona Franca de Manaus, ZF–2, no distrito agropecuário da SUFRAMA. As análises dos dados passaram inicialmente pela verificação e atualização nomenclatural, uma vez que são dados pretéritos referente ao ano de 2001. O estudo foi composto por parcelas de 20x20 m, onde os indivíduos foram abordados com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 5 cm, registrado os valores referentes a cada um deles. Ao todo foram analisadas 60 parcelas, totalizando uma área de 24000 m² (2,4 ha), que estão distribuídas linearmente na área (linha F e linha G). Na linha F, nessa encontrou-se 1.767 indivíduos, estão distribuídos em 56 famílias e 223 espécies, na linha G, foram identificados 1.714 indivíduos distribuídos em 57 famílias e 219 espécies. Portanto os resultados do estudo fitossociológico mostram a diversidade de espécies por família é bem variável, como ocorrem em toda a Amazônia. As estimativas de diversidade florística para área (linha F), de forma paramétrica, o índice Shannon (H’), apresentou valores que variam de 0,0042 a 0,1377 nats.ind-1 entre as espécies. Em termos de área, o valor geral obtido, representando o somatório de todos os valores específicos, H’= 4,7 nats.ind-1, mostra que o ambiente possui uma alta diversidade, pois o valor obtido se aproxima do valor máximo (5) para as florestas tropicais. Já na área (linha G) o valores obtidos no índice Shannon (H’) variam de 0,004345 a 0,1772 nats.ind-1 entre as espécies. Assim obtendo um valor total de H’= 4,6 nats.ind-1, portanto com esse resultado indica que área possui grande diversidade florística. Na distribuição espacial estimada pelo índice de Morisita (Id) evidenciou que das 223 espécies da linha F, Eschweilera coriacea (1,54), Protium apiculatum (1,15), Dicypellium manausense (1,28). E na linha G, das 219 espécies, Eschweilera coriacea (1,57), Protium unifoliolatum (1,15), essas espécie é que tem maior distribuição agregada, visto que os valores de X² calculados foram superiores aos valores tabelados X² (39,09), para GL=29, α=10%. Muitas outras espécies apresentaram tendência à distribuição aleatória. As análises dos dados mostraram que a riqueza especifica está concentrada em poucas famílias, bem como a abundância em poucas espécies.

Palavras-chave: Biomassa, fitossociologia, diversidade, espécies.

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Regeneração natural da vegetação de Caatinga no Seridó do

Rio Grande do Norte

Marcelo Silva de Lucena, Josuel Arcanjo da Silva

Contato: [email protected]

O presente estudo foi realizado simultaneamente na Estação Ecológica do Seridó (ESEC-Seridó) e Fazenda Pedro Cândido, ambas localizadas no Município de Serra Negra do Norte-RN e teve como objetivos avaliar a regeneração natural, sua composição florística e estrutura horizontal, bem como investigar a influência de diferentes sistemas silviculturais sobre a mesma,nos anos de 2009 e 2011. Os sistemas silviculturais compreendiam as modalidades de corte raso, corte raso mais destoca, com e sem realização de queima da galhada, e corte seletivo com DNB > 8,0 cm . Na ESEC-Seridó não havia pastoreio, enquanto na Fazenda Pedro Cândido houve pastoreio de gado bovino durante a condução do experimento. O trabalho foi realizado nas parcelas permanentes da Rede de Manejo Florestal da Caatinga-RMFC, onde foram medidas 32 subparcelas de 5 m x 5 m, sendo o nível de inclusão CAP ≤ 6 cm e altura > 0,5 m.Os indivíduos amostrados foram agrupados com a finalidade de se observar se eram provenientes de regeneração por sementes ou por brotação de cepas e reunidos em duas classes de tamanho, em que classe I: indivíduos 0,5 a 1,0 m e classe II: indivíduos acima de 1,0 m e com CAP até 6,0 cm. Foram calculadas a frequência, densidade, Índices de diversidade de Shannon (H') e Equabilidade de Pielou (J), Agregação de Payandeh (Pi) e similaridade Jaccard (J') de espécies. Aos dados de densidade e diversidade foram aplicadas comparações múltiplas das médias a 5% de significância pelo teste de Tukey. No levantamento fitossociológico das duas áreas em ambos os anos, foram amostrados 2112 indivíduos, pertencentes a 13 espécies, 11 gêneros e sete famílias, onde as famílias Euphorbiaceae, Fabaceae, Mimosoideae e Combretaceae foram as mais representativas. A densidade de indivíduos, valor do Índice de Shannon e Equabilidade de Pielou, nos dois anos, na ESEC do Seridó foram respectivamente: 10600 (N.ha-1) e 9375(N.ha-1); 1,63 nats.ind-1 e 1,71 nats.ind-1; 0,66 e 0,71. Já na Fazenda Pedro Cândido os referidos parâmetros apresentaram os seguintes resultados: 17575 (N.ha-1) e 15250 (N.ha-1); 0,99 nats.ind-1 e 1,12 nats.ind-1; 0,48 e 0,54. A similaridade entre as áreas diminuiu, pois em 2009 a similaridade medida pelo Índice de Jaccard era 0,67, enquanto que em 2011 ela foi 0,46. Quanto à agregação de espécies, foi constatado em ambos os anos, nas duas áreas, que o padrão predominante de distribuição espacial é a ocorrência de espécies agrupadas. A regeneração por sementes foi predominante em ambas as áreas, exceto para a área da Fazenda Pedro Cândido, no ano de 2011. Nos anos de 2009 e 2011, a maior densidade de indivíduos encontrava-se na classe II de altura de regeneração, para as duas áreas estudadas. Depois de 22 e 24 anos, respectivamente, das intervenções silviculturais, verificou-se que não houve influência dos tratamentos sobre a densidade e a diversidade florística da regeneração. No ano de 2011 houve efeito de bloco, onde se observou na Fazenda Pedro Cândido a maior densidade de plantas, enquanto H' e J foram estatisticamente semelhantes à ESEC do Seridó.

Palavras-chave: Floresta nativa, intervenções silviculturais.

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Supressão dos maciços florestais no município de Araucária, PR entre os anos de 2005 e 2012

Aline Canetti, Marilice Cordeiro Garrastazu, Patricia Póvoa de Mattos, Evaldo Muñoz Braz, Sylvio Péllico Netto

Contato: [email protected]

A presença de florestas em ambientes urbanos proporciona para a população melhor qualidade de vida, além de atuar como barreira e filtro de poluentes do ar proveniente de atividades antrópicas. Conhecer a distribuição das florestas em áreas urbanas torna-se a base para um bom planejamento da urbanização. Atualmente, para áreas urbanas com grande extensão, imagens de alta resolução são consideradas ferramentas apropriadas para a quantificação dos maciços florestais. O município de Araucária conta com o segundo maior polo industrial do Paraná, estando sujeito a altos níveis de poluição atmosférica. O objetivo deste trabalho foi determinar o avanço da antropização sobre os maciços florestais no município de Araucária entre os anos de 2005 e 2012. As imagens disponíveis para a análise temporal foram SPOT para 2005 e RapidEye para 2012. Foi quantificado o uso do solo pela classificação das imagens com o uso do algoritmo de máxima verossimilhança e posterior cálculo da área ocupada por cada classe (vegetação arbórea, vegetação arbustiva, solo exposto, antropização e água). A exatidão global da classificação das imagens foi de 84,6% para as imagens SPOT e de 80,7% para as imagens RapidEye, sendo o índice Kappa de 81,5 e 76,6, respectivamente. Porém, a acurácia do produtor na classificação da vegetação arbórea foi de 93,7% para as imagens SPOT e 100% para RapidEye e a acurácia do usuário de 100% e 90,1%, respectivamente, indicando alta precisão na classificação da vegetação arbórea. Ainda que as imagens utilizadas sejam provenientes de distintos satélites, a acurácia obtida foi satisfatória para classificação e quantificação temporal dos maciços florestais do município. No ano de 2005, o município possuía 2.186,8 hectares de remanescentes florestais na zona urbana. Em 2012, foi registrado avanço de 4,4% da antropização sobre a área florestada do município, restando 1.844,8 hectares. A supressão média por ano representa cerca de 0,6% dos maciços florestais no município de Araucária.

Palavras-chave: RapidEye, florestas urbanas, antropização.

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Estudo dos parâmetros florísticos e fitossociológicos de uma floresta manejada comercialmente no Amazonas

Rosiele dos Santos Vasconcelos, Elias Lourenço Vasconcelos Neto, Mabiane França, Carolina Santos, Cintia Rodrigues Souza, Celso Paulo de Azevedo

Contato: [email protected]

O objetivo do presente trabalho foi estudar as mudanças ocorridas na estrutura e composição florística após 18 anos de exploração, nas áreas da empresa Precious Woods (Mil Madeiras) em Itacoatiara,AM. Os dados utilizados nesta pesquisa são referentes a medições realizadas em duas ocasiões (1996, antes da exploração e em 2014, após a exploração), em 14 parcelas permanentes de um hectare cada, onde foram mensurados e identificados todos os indivíduos com DAP ≥ 15cm. Antes da exploração foram coletados dados de 4188 indivíduos, distribuídos em 44 famílias e 166 espécies. 18 anos após a exploração, foram registrados 4446 indivíduos, distribuídos em 44 famílias e 184 espécies. Nesse intervalo após a exploração houve o aumento do número de espécies e o desaparecimento de quatro espécies (Brasimum potabile, Inga marginata, Brosimum obovata e Apeiba albiflora Ducke). As famílias Sapotaceae, Lecythidaceae, Fabaceae e Lauracea se destacaram por apresentar 52,7% dos indivíduos registrados antes da exploração e após a exploração essas famílias permaneceram com o destaque, porém o número de indivíduos representou 50, 9% do total. Através da análise da estrutura diamétrica para as duas ocasiões obteve-se como resultado que a floresta estudada apresenta a curva característica das florestas naturais ("J" reverso), com grande concentração de indivíduos nas classes inferiores. Na análise da estrutura horizontal destacou-se a espécie Pouteria guianensis como a mais abundante e dominante, antes e após a exploração. Antes da exploração, 20 espécies se destacaram por apresentar 100% de frequência absoluta na floresta manejada e após a exploração 21 espécies apresentaram esse valor de frequência. As espécies Pouteria guianensis, Lecythis prancei S.A. Mori, Ocotea fragrantissima, Licania heteromorfa, Guatteria procera foram as que apresentaram os maiores valores de Indice de Valor de Importância (IVI) antes da exploração, e em 2014 a espécie Guatteria procera saiu da lista das cinco mais importantes, sendo substituída pela espécie Protium altosoni. A diversidade florística foi avaliada pelo Quociente de Mistura de Jentsch (QM) e índice de Shannon-Wiener (H’) e a Equabilidade pelo índice de Pielou (J). Como resultados encontrados para antes e após a exploração obteve-se QM de 1:25 e 1:24, H’ igual a4,10 e 4,28 e J de 0,80 e 0,82, respectivamente. Dessa forma, pode se concluir que a variação da riqueza, diversidade e estrutura horizontal das espécies antes e após a exploração madeireira foi pequena, o que confirma o baixo impacto da exploração na composição e diversidade das espécies da floresta.

Palavras-chave: Manejo florestal, análise estrutural.

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Fitossociologia de um remanescente florestal do segundo planalto paranaense, município de Tibagi, PR

Paula de Freitas Larocca, Rodrigo de Andrade Kersten, Guilherme Felitto da Costa

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O levantamento fitossociológico em um remanescente de ecótono de Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual na Fazenda Pinheirinho, localizada no Segundo planalto paranaense, formação Furnas, no município de Tibagi, Paraná, determinou a diversidade e a estrutura das espécies do dossel e do sub-bosque. Para o levantamento do dossel foram amostradas 19 parcelas de 10 x 10 m (100m²) e para as espécies de sub-bosque as parcelas foram subdivididas em duas subparcelas de 5 x 5 m (25m²), inseridas nas de 10 x 10 m, totalizando 38 parcelas, dispostas em alinhamento central alternando para o lado direito e esquerdo . Foram consideradas integrantes do estrato superior indivíduos com o perímetro a 1,3m do solo (PAP) maior ou igual que 15 cm e integrantes do estrato inferior indivíduos com PAP inferior a 15 cm e altura igual ou maior que 2 m. Para cada espécie foram calculadas a densidade, a frequência e a dominância. A riqueza absoluta foi avaliada através do estimador não-paramétrico CHAO-1. Foram também calculados os índices de diversidades de Shannon (H’) e Simpson (1/D) e de riqueza de Margalef (Dmg). Com base na dominância das espécies em cada parcela foi realizada uma análise de ordenação (escalonamento multidimensional - NMDS) visando avaliar a homogeneidade de distribuição de espécies entre as parcelas. Foram registradas 48 espécies, pertencentes a 33 gêneros e 22 famílias botânicas, no qual o estrato superior apresentou densidade total de 2061 ind.ha-1, área basal de 49 m2.ha-1 e altura média de 7,1m. Myrtaceae foi a família com maior riqueza de espécies no estrato arbóreo-arbustivo e Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg (Laranjeira-do-mato) apresentou os maiores valores de importância neste ambiente, sendo também a espécie de maior frequência e densidade. Além desta, destacam-se Ocotea puberula (Rich.) Nees e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. O valor calculado do Índice de Diversidade de Shannon (H’) para o estrato superior foi de 2,35, Simpson com (1/D) 4,58 e Diversidade de Margalef de 6,70. O estrato inferior apresentou densidade de 3096 ind.ha-1, área basal total de 1,43 m2ha-1 e altura média de 2,8m. A espécie de maior densidade, dominância e frequência no estrato foi Actinostemon concolor (Spreng.) Müll, com destaque também para Myrsine umbellata Mart., Myrciaria delicatula (DC.) O.Berg, Casearia sylvestris Sw. e Plinia rivularis (Cambess.) Rotman. O valor calculado do Índice de Diversidade de Shannon (H’) para o estrato inferior foi de 2,09, Simpson com (1/D) 3,41 e Diversidade de Margalef de 4,92. A formação possui maior abundância de espécies do que diversidade considerável na sinúsia. O Actiniostemon concolor foi a espécie mais abundante, principalmente no sub-bosque, devido ao seu desenvolvimento em condições favoráveis. Perturbações antrópicas agem diretamente na diversidade e na estrutura da área, onde as espécies com estratégias mais eficientes tornam-se dominantes e caracterizam a comunidade.

Palavras-chave: Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Formação Furnas.

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A regeneração natural de uma Floresta Ombrófila Mista em estágio médio de regeneração

Guilherme Felitto da Costa, Paula de Freitas Larocca, Rodrigo de Andrade Kersten

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Atualmente restam menos de 1% da área original de Floresta Ombrófila Mista em bom estado de conservação no Paraná, indicando a necessidade de ampliar os estudos científicos nessa região fitogeográfica. Um dos componentes menos estudados das florestas é o sub-bosque. Baseando-se na hipótese de que a estrutura da comunidade florestal é influenciada pelo processo de sucessão, este trabalho teve como objetivo analisar a regeneração natural e a sucessão em uma floresta alterada que sofreu corte raso em 1980, localizada na Fazenda Experimental Gralha Azul, primeiro Planalto Paranaense, no município de Fazenda Rio Grande, PR. Foram quantificados todos os indivíduos arbustivos arbóreos com altura mínima de 2 m e com menos de 15 cm de circunferência a altura do peito (CAP). Para o estudo quantitativo foram alocadas 20 parcelas de 25 m² nas quais os indivíduos foram identificados e medidos a altura, CAP e posteriormente calculado os parâmetros fitossociológicos usuais bem como as diversidades de Shannon (H’) e recíproco Simpson (1/D). As espécies foram classificadas em grupos ecológicos: Pioneiras, Secundárias Fotoexigentes e Tardias Tolerantes à Sombra e, a partir de observações de campo, segundo a forma de crescimento: Trepadeiras, Arbustos, Arvoretas e Árvores. A área apresentou altura média de 3,5 m com indivíduos de até 10 m e densidade de 8.000 ind.ha-1. Foram registradas 68 espécies, pertencentes a 49 gêneros e 29 famílias botânicas. As espécies mais importantes foram Nectandra megapotamica (Lauraceae), Allophyllus edulis (Sapindaceae), Myrsine umbellata (Primulaceae) e Cinnamodendron dinisii (Canellaceae), totalizando 32% do valor de importância (VI). Destaque para os altos valores de frequência de Nectandra megapotamica – Lauraceae, família basal do ponto de vista das filogenias atuais. Segundo a forma de crescimento predominaram as árvores com 65% do Valor de Importância - VI, seguidos de arvoretas com 25%, arbustos com 3% e trepadores com menos de 1%. Em relação aos grupos ecológicos, destacaram-se as espécies secundárias fotoexigentes com 63% do VI, fato que se explica por ser uma floresta sem estratificação e com incidência luminosa proporcional para as espécies. Na sequência, destacam-se as espécies tardias tolerantes à sombra com 18%, seguidas das Pioneiras com 12% do VI. O índice de diversidade de Shannon (3,52) e Simpson (17,8) foram altos quando comparados com outros trabalhos, o que indica heterogeneidade florística do sub-bosque, revelando importância ecológica do remanescente, localizado em área particular onde o desmatamento está impedido, atualmente. De modo geral, após aproximadamente 30 anos do corte raso feito na área de estudo, está se encontra em estágio inicial-médio de regeneração natural, com capacidade de resiliência alta e possivelmente se tornar uma área clímax.

Palavras-chave: Fitossociologia, sub-bosque, sucessão ecológica.

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Levantamento e caracterização do potencial madeireiro do distrito florestal sustentável da BR-163, PA

Ademir Roberto Ruschel, Ana Luisa Kerti Mangabeira Albernaz, Jéssica Moreira Espirito Santo, José Francisco Pereira

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Na presente pesquisa são apresentados os principais resultados sobre o inventário das espécies florestais madeireira do distrito florestal da BR-163. Com o objetivo de caracterizar diferentes sítios florestais desde a região de abrangência de Santarém, Itaituba, Jacareacanga e áreas circunvizinhas. Para o inventário foram estabelecidos 28 transectos de 5.000 m x 40m. Nos transectos foram inventariadas todas as espécies florestais madeireiras com DAP ≥10cm. Os resultados foram obtidos sobre um universo amostral de 27.845 árvores. O número de espécies identificadas durante o inventário foi de 238 espécies. Para padronizar a identificação em campo várias espécies foram agrupadas a nível de gênero, o que é praticado nos inventários censitários para o manejo florestal. Com isso as análises foram realizadas sobre 98 espécimes. A abundância dentre os 28 transectos para árvores com DAP> 10cm variou de 250 a 54 árvores por hectare, a média foi de 144 árvores.ha-¹. As áreas com maior densidade foram da área de abrangência de Santarém (Flona do Tapajós) e com menor densidade nas áreas de abrangência Flona de Itaituba (Flona Itaituba, Parna Amanonia). As 20 espécies com maior abundância foram: Eschweilera amazonica, Virola michelli, Carapa guianensis, Tachigali chrysophylla, Jacaranda copaia, Minquartia guianensis, Couratari ssp. Zygia racemosa, Lecythis lurida, Brosimum potabili, Pouteria biculares, Hevea ssp. Lecythis idatimon, Manilkara ssp., Dialium guianense, Manilkara huberi, Astronium ssp., Maquira sclerophylla, Simarouba amara e Goupia glabra. Essas mesmas espécies ocuparam em média 49% da densidade da floresta. Mesmo assim, a densidade entre as áreas variou de 61% a 25%. Observando que em 54% (15 áreas) a abundância dessas foi superior a 50%. Em termos de dominância (área basal), a média de 28 áreas acumularam em 14,1 m².ha-¹ (53,1% do universo das espécies). A distribuição variou entre as áreas (71 a 30%). Porém, para a dominância por espécie houve maior uniformidade entre as áreas, a variação percentual desse grupo de espécies estava dentro da região e não entre regiões. Contudo, em termos absolutos, a maior área basal foi observada para a região de Santarém decrescendo em direção a região de Itaituba. As 20 espécies que acumularam maior área basal (dominantes) foram respectivamente: Bertolletia excelsa, Carapa guianensis, Goupia glabra, Manilkara huberi, Lecythis lurida, Mezilaurus itauba, Couratari ssp., Alexa grandiflora, Hymeneae ssp, Apuleia leiocarpa, Virola michelii, Minquartia guianensis, Pouteria biloculares, Brosimum potabile, Cariniana ssp., Tachigali chrysophylla, Pseudopiptadenia suaveolens, Hymenaea coubaril, Handroanthus ssp e Caryicar glabrum. Entre as conclusões deve-se destacar que um pequeno grupo de espécies madeireiras comuns ocupa a maior dominância florestal e mesmo assim há especificidades de algumas espécies por sítio florestal. Observou-se também que a maior riqueza e diversidade de espécies madeireiras têm distribuições decrescentes, tanto para a abundância de árvores como também para o acúmulo de área basal para a região mais ocidental (Sentido Santarém para Itaituba/Jacareacanga).

Palavras-chave: BR-163, potencial madeireiro, inventário florestal.

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Florística e fitossociologia de um fragmento florestal secundário localizado nas cercanias de Rio Branco, AC

Evandro José Vinhares Ferreira, Romário Mesquista Pinheiro, Erica Kerolaine Mendonça dos Santos

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Cerca de 700.000 km², ou 16% da cobertura florestal original, já foram desmatados na Amazônia. Da área desmatada cerca de 20% (140.000 km²) são cobertos por florestas secundárias. Florestas secundárias tem funções relevantes para os ecossistemas, tais como a fixação de carbono atmosférico, a manutenção da biodiversidade, o estabelecimento da conectividade entre remanescentes florestais, manutenção dos regime hidrológico e a recuperação da fertilidade do solo. O presente estudo apresenta os resultados de um estudo florístico e fitossociológico realizado em um fragmento de floresta secundária da Área de Proteção Ambiental (APA) Raimundo Irineu Serra, localizada nas cercanias da cidade de Rio Branco, AC. Para o estudo foi instalada uma parcela de 20 m x 250 m (5.000 m²) subdividida em 10 subparcelas de 20 x 25 m nas quais foram medidos a altura e diâmetro dos indivíduos arbóreos com DAP igual ou maior que 10 cm. Foram contabilizados 194 indivíduos distribuídos em 42 espécies, 29 gêneros e 21 famílias botânicas. As famílias com maior riqueza específica foram Euphorbiaceae (6 spp.), Mimosaceae e Bombacaceae (4 spp.cada), Anacardiaceae, Annonaceae, Boraginaceae, Polignonaceae e Sterculiaceae (3 spp. cada). Em número de indivíduos, sobressaíram-se as famílias Rubiaceae, com 22% do total, Euphorbiaceae (21%), Sterculiaceae (14%), Mimosaceae (6%), Bombacaceae (5%), Tiliaceae (4,1%) e Anacardiaceae (3,6%), que representaram 75,7% da população amostrada. No tocante ao número de espécies, destacaram-se os gêneros Inga, Cordia e Ceiba (3 spp. cada) e Spondias, Sterculia e Triplaris (2 spp. cada). Calycophyllum foi o gênero mais abundante (43 indivíduos), seguido por Guazuma (25), Sapium (24) e Inga (11). As espécies com maior número de indivíduos foram Calycophyllum spruceanum (43), Guazuma crinita (25), Sapium glandulosum (24), Urena lobata e Allophyllus sp.(8 cada), que representaram 56% do total de indivíduos amostrados. O índice de Shannon-Wiener (H’) encontrado foi de 2,96 e a equabilidade (J) 0,79. A densidade absoluta foi de 388 ind.ha-1 e a área basal de 6,52 m2.ha-1. As espécies de maiores densidades foram Calycophyllum spruceanum (43 ind./ha), Guazuma crinita (25 ind.ha-1), Sapium glandulosum (24 ind./ha), Urena lobata e Allophylus sp.(8 ind./ha), que juntas representaram 56% da densidade absoluta total da área. As espécies de maior valor de importância (VI) foram Calycophyllum spruceanum com (14,70%), Guazuma crinita (13,60%) e Sapium glandulosum (10,43%). Em relação à distribuição vertical, 19,07% dos indivíduos encontravam-se no estrato inferior (<10,47 m de altura total), 70,10% no estrato médio (10,47-18,45 m) e 10,83% no estrato superior (+18,45 m). O fragmento apresentou 100% das espécies com distribuição uniforme. A distribuição diamétrica mostrou 32,47% dos indivíduos na primeira classe de diâmetro (10-15 cm), 31,95% na classe de 15-20 cm, 15,97% na classe 20-25 cm e 9,27% na classe 25-30 cm. Nas classes de 40-45 cm, 45-50 cm e 50-55 cm ocorreu apenas um indivíduo. Pode concluir que: a diversidade florística e a densidade arbórea são baixas, provavelmente refletindo a juventude do fragmento avaliado; a estrutura diamétrica do povoamento não segue o padrão de J-invertido, indicando não existir balanço entre o recrutamento e a mortalidade das árvores.

Palavras-chave: Inventário, Amazônia, regeneração natural, caracterização da vegetação.

Análise e Caracterização da Vegetação e Ecossistemas

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Análise de variáveis de solo e a distribuição de espécies arbóreas em uma área de Floresta Ombrófila Densa de terra firme, Rio Preto da Eva, AM

Alacimar Viana Guedes, Kátia Emídio da Silva, Alice Rodrigues da Silva

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Entender os mecanismos responsáveis pela manutenção da alta diversidade biológica nos trópicos, resultante das interações das espécies com ambiente natural e entre si, é de fundamental importância para minimizar a escassez de informações no setor florestal, e contribuir para restauração, conservação e uso múltiplo. Este estudo objetivou investigar a relação entre as variáveis de solos no agrupamento de espécies arbóreas. A área de estudo está localizada em uma Floresta Ombrófila Densa de terra firme na Amazônia Ocidental, no Campo Experimental do Distrito Agropecuário da Suframa - CEDAS, km 54 da BR 174, sob coordenadas 60° 0̍ 00̎ W e 2° 32̍ 00̎ S. Os solos que predominam no platô são o latossolo amarelo com textura variando de argiloso e arenoso nos baixios, sendo ácidos e pobres em nutrientes, coberto predominantemente pela vegetação da floresta densa de terras baixas, com dossel emergente. Foram selecionadas três parcelas com dimensões de 100 x 100 m; considerando-se o gradiente topográfico da área (platô/ encosta/baixio). Foram coletadas 20 amostras de solo de 0-20 cm de profundidade sendo cinco amostras por quadrante (50x50m), totalizando 60 amostras para análises químicas e físicas. Posteriormente, foram analisados os dados da vegetação, oriundos de inventário florestal, e os dados de solos, por meio da análise de correspondência canônica - CCA. Como Resultados, a ordenação das espécies no primeiro eixo da CCA indicou que Protium trifoliolatum Engl., Protium grandifolium Engl., Tachigali setifera (Ducke) Zarucchi & Herend, Aspidosperma nitidum Benth, Licania heteromorfa Benth. var. heteromorpha, Eschweilera grandiflora (Aubl.) Sandwith, Pouteria anomala (Pires) T.D. Penn, Helicostylis tomentosa (Panch. & Endl.) Rusby, Bocoa viridiflora (Ducke) R.S.Cowan e Pouteria guianensis Aubl são mais abundantes nos quadrantes situados no gradiente de platô, com maior teor de argila. Na outra extremidade do gradiente, outro grupo de espécies mostrou-se correlacionado com as partes inferior de encosta e baixio com solos mais arenosos, menor concentração de nutrientes e pH mais elevado. Neste grupo destacam-se Eschweilera coriacea (DC. S.A. Mori), Helicostylis scabra (Macbr.) C.C. Berg, Protium hebetatum Daly, Licania oblongifolia Standl., Pouteria caimito, Macrolobium limbatum Spruce ex Benth, Licania apelata, Iryanthera coriacea Ducke, Swartzia recurva Poepp e Eperua duckeana. Como conclusão, o gradiente topográfico é caracterizado por alterações nas propriedades físico-químicas do solo, sendo o solo no platô mais argiloso e mais fértil e elevada acidez, em comparação com o solo no baixio, mais arenoso, com teores muito baixos de macronutrientes e baixa acidez. A encosta, por sua vez, apresenta condições edáficas intermediárias. As espécies estão distribuídas ao longo do gradiente topográfico, correlacionadas com as variações de textura do solo, acidez e fertilidade química. Eschweilera coriacea, Helicostylis scabra, Protium hebetatum, Licania oblongi, Pouteria caimit, Macrolobium limbatum, Licania apelata, Iryanthera coriacea Ducke, Swartzia recurva Poepp e Eperua duckeana apresentam-se ao longo de todo gradiente topográfico correlacionadas aos solos que apresentam teores menores de acidez, baixa fertilidade e em solos mais arenosos, podendo ser indicados para restauração de áreas degradadas em regiões com condições ambientais semelhantes por não exigirem solos bastante férteis.

Palavras-chave: CCA, geoestatística, espécie-ambiente.

Análise e Caracterização da Vegetação e Ecossistemas

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Estrutura e diversidade do componente arbóreo de Floresta Atlântica em Corupá, SC

Juliane Luzia Schmitt Pereira, Eder Caglioni

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Este estudo objetivou caracterizar qualitativamente e quantitativamente um segmento arbóreo/arbustivo de um ecótono entre Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista Montana, localizada às margens do rio das Bruacas, em Corupá, SC. Foram definidos dois estratos ao longo da área de estudo, sendo instaladas 17 unidades amostrais de 300 m2 cada, amostrando-se todos os indivíduos com DAP ≥ 4 cm. Foram calculados parâmetros fitossociológicos, volumétricos e índice de diversidade e de equitabilidade. Foram amostrados 1.084 indivíduos, distribuídos em 59 espécies e 27 famílias, representadas principalmente por Myrtaceae, Euphorbiaceae e Lauraceae. O índice de diversidade Shannon (H’) foi considerado mediano (3,45 nats ind-1) e o índice de Pielou (J') indicou uniformidade da floresta (0,88). A densidade absoluta total observada foi de 2.125,49 ind, sendo que a espécie mais abundante foi Clethra scabra, com 213,73 ind ha-1 (10,06% da densidade relativa). Dicksonia sellowiana apresentou a maior dominância absoluta, com 5,75 m²ha-1 (19,49% de dominância relativa). Dentre as 59 espécies inventariadas, Dicksonia sellowiana apresentou o maior volume (9,28 m³ha-1). Os ecótonos entre a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Ombrófila Mista, ocorrem principalmente nas encostas da Serra do Mar e da Serra Geral. Esta vegetação se caracteriza por apresentar uma floresta rala e em geral pouco densa, com árvores menores e irregulares e um subbosque dominado por imensos taquarais e carazais.

Palavras-chave: Fitossociologia, Mata Atlântica, ecótono.

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Composição florística e parâmetros fitossociólogicos de Floresta Densa de Terra Firme da Amazônia em área de manejo e exploração madeireira em

Silves, AM

Cadmiel da Silva Rafael, Kátia Emídio da Silva

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A região amazônica ocupa aproximadamente 60% do território brasileiro, sendo constituída por diferentes tipos de vegetação. A floresta densa de terra firme é a tipologia vegetal mais representativa dessa região, caracterizada pela elevada riqueza e diversidade de espécies. É de extrema importância para o futuro do Brasil. Portanto, este trabalho tem como objetivo conhecer a composição florística e estrutura das florestas densas de terra-firme da Amazônia em uma área de manejo e exploração de madeira, bem como sua estrutura fitossociológica. A área de estudo está localizada em uma floresta tropical densa de terra firme na Amazônia Central. Os maciços florestais localizam-se em uma Empresa que utiliza o manejo florestal empresarial. Foi realizado um levantamento florístico em 8 parcelas contínuas de 1 hectare cada, selecionando-se todos os indivíduos com DAP ≥10 cm. A área amostrada de 8 (oito) hectares mostrou a abundância de 4256 indivíduos e a riqueza de 226 espécies, distribuídas em 46 famílias. A espécie mais abundante foi o Breu lasca com 338 indivíduos. A família mais representativa em abundância de indivíduos foi a Lauraceae (497 ind.), seguida de Lecythidaceae (448 ind.). Em número de Gênero, a família mais representativa foi Fabaceae, com 22 gêneros, seguida de Moraceae e Sapotaceae, ambas com 6 gêneros cada. No estudo fitossociológico, obtivemos os seguintes resultados: Índice de Diversidade de Shannon-Weaver (H’) 4,36 e o quociente de mistura de JENTSCH (QM)18,83. A espécie com o maior valor de importância (Vi%) foi o Breu lasca com 4,6% e a família foi Lecythidaceae com 15,3%. O levantamento florístico e os parâmetros fitossociológicos analisados mostraram que a área estudada apresenta elevados valores de riqueza, diversidade e mistura nessa área da Amazônia, o que atesta a importância dessa floresta e seu potencial de uso e desenvolvimento sustentável. Conclui-se que o presente inventário florestal foi capaz de demonstrar que a composição florística de florestas de terra firme é de grande heterogeneidade, bem como, demonstra ter grande utilidade para a determinação de áreas para o manejo florestal.

Palavras-chave: Heterogeneidade, desenvolvimento sustentável.

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Levantamento arbóreo de uma trilha ecológica no Parque do Janauari, Iranduba, AM

Anna Carolina Martins Moraes, David Franklin da Silva Guimarães,

Isabela Cristina Ribeiro de Almeida, Marciléia Couteiro Lopes Contato: [email protected]

O desenvolvimento do turismo ecológico ou ecoturismo, deve se pautar em princípios sustentáveis, sendo necessário conhecer a sua biota com seus padrões, processos e recursos necessários à sua sobrevivência. O conhecimento técnico sobre os atributos naturais de cada área explorada comercialmente pelo turismo é primordial para minimizar os impactos na comunidade, caracterizar a floresta existente e potencializar ações que busquem a conservação deste ecossistema associadas ao desenvolvimento da atividade. Desta forma, devido ao constante uso de trilhas pela população turística e à escassez de estudos sobre as mesmas, existe a necessidade de levantamentos florísticos visando subsidiar ações voltadas ao manejo, preservação e recomposição dessas Áreas de Proteção Ambiental. Considerando essa premissa, foi executado um levantamento arbóreo em floresta de várzea baixa, no entorno de uma trilha suspensa no Parque Ecológico do Lago de Janauari (APA Encontro das Águas), área de 6.684.012 m² localizada no município de Iranduba, Estado do Amazonas. Dentro da APA Encontro das Águas, a atividade mais importante para a economia de Janauari, é a turística. Além de gerar renda para a comunidade também contribui para a conservação dos ecossistemas presentes na região do Lago do Janauari. O levantamento foi direcionado para as comunidade arbóreas existentes ao longo da trilha denominada Valdeci. As coletas de dados foram feitas com o auxílio de um identificador botânico em época de vazante, quando era possível a locomoção, sendo feito um censo, onde se percorreu toda a extensão da trilha de 347 metros, e 50 metros a partir da trilha para cada lado, formando uma parcela de 3,47ha na trilha Valdeci, onde todas as árvores com DAP >50 cm foram inventariadas. O tipo de vegetação observada é de planícies inundáveis, apresentando menor diversidade quando comparado com vegetação de terra firme e abrigando animais e plantas adaptados a condições hidrológicas sazonais. A vegetação é composta por indivíduos arbóreos em sua maioria de grande porte, por se encontrar em uma área de Unidade de Conservação, mantida pelos ribeirinhos que moram as suas margens e a utilizam como atrativo comercial para apreciação dos turistas. Foram encontrados 112 indivíduos, 26 famílias e 51 espécies. Sendo os indivíduos de maior índice de valor de importância estrutural: Triplaris surinamensis Cham. (Taxi da várzea), Annona tenuipes R. E. Fr.(Boieira) e a Pachira insignis (Sw.) Sw. ex. Savigny (Mungubarana), indicadores de que a área é ecologicamente dominada pelas mesmas. São espécies encontradas em área de várzea baixa e alta, frequentes em florestas degradadas. Dentre as famílias observadas, as que mais se destacaram foram às famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Polygonaceae, pois possuem espécies tolerantes a inundações periódicas, ocorrendo de forma significativa na várzea da bacia amazônica.

Palavras-chave: Sustentabilidade, conservação, levantamento.

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Copaibeiras (Copaifera multijuga Hayne e Copaifera piresii Ducke) na estrutura populacional de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras em

Rondônia

Michelliny de Matos Bentes-Gama, Abadio Hermes Vieira

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O objetivo deste estudo foi descrever a estrutura das principais espécies de copaibeiras que ocorrem na Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras no Estado de Rondônia, como base para a coleta sustentável de seus produtos, óleo resina e madeira, e gerar subsídios para futuras diretrizes de manejo e conservação para a espécie. A amostragem compreendeu dois fragmentos de Floresta Ombrófila Aberta localizados em Porto Velho e Machadinho do Oeste. Os adultos do gênero Copaifera foram plotados e marcados em parcelas permanentes, e o inventário seguiu as diretrizes de monitoramento de parcelas permanentes das redes Manejo Florestal na Amazônia e Manejo de Produtos Florestais Não Madeireiros na Amazônia - Kamukaia. Amostras botânicas de indivíduos adultos com altura superior ou igual a 30m e diâmetro a altura do peito ≥ 10 (cm) foram coletadas nos dois locais, nos períodos de estação seca e chuvosa para a identificação botânica. A análise da estrutura adulta da população foi realizada, e C. multijuga, a principal espécie produtora de óleo resina no estado, caracterizou-se com altura média de 31,95m, enquanto C. piresii, atingiu altura média de 26,20m, Para a estrutura populacional de ambas espécies observou-se a descontinuidade no recrutamento dada a ausência de indivíduos em classes diamétricas centrais como, por exemplo, de 30-40 cm de diâmetro. As tipologias florestais estudadas não apresentam níveis de alterações antrópicas que possam influenciar os resultados encontrados, contudo, o conhecimento adequado das populações naturais, quanto aos seus aspectos qualitativos e quantitativos, permitem estabelecer critérios adequados para a conservação e produção. Ainda, populações não manejadas de Copaifera spp. precisam ser melhor estudadas para ampliar as possibilidades de geração de renda com os produtos da espécie na Amazônia ocidental brasileira.

Palavras-chave: Manejo florestal, Amazônia, copaíba.

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O conceito de naturalidade aplicado aos remanescentes de Floresta Mista Lati-aciculifoliada de Santa Catarina

Laio Zimermann Oliveira, Alexander C. Vibrans, Lúcia Sevegnani

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Nas últimas décadas os Inventários Florestais Nacionais (IFN) vêm desempenhando a função de prover uma gama de informações que retratam não só o estoque de madeira disponível, mas também os aspectos estruturais, florísticos, e os estoques de biomassa disponíveis nas florestas nativas. Em resposta a esta demanda, o Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina (IFFSC), inserido no programa IFN-Brasil, foi conduzido com o intuito de gerar informações sobre as florestas nativas do estado. A partir do contexto social e histórico do estado de Santa Catarina, e de dados qualitativos e quantitativos provenientes de 155 Unidades Amostrais levantadas na Floresta Mista Lati-aciculifoliada pelo IFFSC, adaptamos e aplicamos o conceito de naturalidade, amplamente utilizado na Europa. Esse conceito está relacionado ao grau em que algo é alterado do seu estado original. Assim, a naturalidade pode ser quantificada através de um gradiente, que se estende do menos ao mais natural. Buscamos por indicadores quantitativos de naturalidade, os quais têm o poder de sintetizar processos e aspectos ecológicos importantes. Dos 16 indicadores potenciais elencados foram escolhidos seis. De posse dos indicadores, definimos “florestas de referência” (Unidades Amostrais), as quais foram consideradas como mais naturais e serviram de base para a criação da medida quantitativa de naturalidade. A medida foi gerada a partir de duas abordagens: (i) da distância Euclidiana do vetor gerado pelos seis indicadores (das Unidades Amostrais ordinárias) até o vetor gerado para dada floresta de referência (Unidades Amostrais de referência); (ii) da distância Euclidiana do vetor gerado pelos seis indicadores (das Unidades Amostrais ordinárias) até o vetor gerado para a floresta de referência teórica, 100% natural. A partir das medidas citadas, criamos dois Índices de naturalidade que vão do valor zero até um (naturalidade mínima e máxima, respectivamente). Os Índices foram calculados para 145 remanescentes (Unidade Amostrais) de Floresta Mista Lati-aciculifoliada amostrados pelo IFFSC. A maioria dos remanescentes possui naturalidade média (~0,50), levando em consideração a referência teórica (100% natural). Quando comparados às florestas de referência observadas, os remanescentes apresentaram valores em torno de 0,60. Ambos os Índices apresentaram resultados coerentes e que corroboraram o conhecimento já existente sobre o estado de conservação (prejudicado) da Floresta Mista Lati-aciculifoliada de Santa Catarina. Algumas das bacias hidrográficas avaliadas mostraram-se menos naturais que a média e merecem atenção em futuras ações e políticas ligadas à conservação, restauração e manejo. Diante dos resultados satisfatórios gerados pelos índices, a abordagem proposta tem potencial para ser adaptada aos diversos contextos (ecológicos e sociais) das florestas nativas do Brasil. Os dados provenientes do IFN-Brasil são uma rica matéria prima para o desenvolvimento de novos índices quantitativos de naturalidade. Assim, tais índices podem ser ferramentas úteis para avaliação de remanescentes e, por conseguinte, podem ser utilizados em análises multitemporais dentro do programa IFN-Brasil.

Palavras-chave: Naturalidade, conservação, ecologia-florestal, inventário florestal.

Análise e Caracterização da Vegetação e Ecossistemas

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Influência da topografia na distribuição de espécies em uma floresta densa de terra firme na Amazônia Ocidental

Romário Gurgel da Silva, Kátia Emídio da Silva

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O trabalho teve por objetivo avaliar a influência da topografia na distribuição de espécies em uma floresta densa de terra firme, na Amazônia Ocidental. O estudo foi desenvolvido em empresa Madeireira, localizada em Silves, AM, sendo utilizadas 25 parcelas de 100m2 em cada gradiente (platô, encosta e baixio), selecionadas de uma área de 8ha contínuos, implantada em 2013. Foram obtidas informações de altitude por meio de GPS Garmin Etrex, e todos os indivíduos com DAP ≥10 cm foram mapeados, marcados e identificados botanicamente. Para comparar o efeito da topografia, foi realizada análise de agrupamento, criando-se uma matriz de similaridade e o índice de Bray-Curtis. Em um nível mais macro, os resultados demonstraram que o platô tende a ser mais similar com a encosta e, que a mesma tende a ser mais similar com o baixio. Entretanto, analisando de forma mais detalhada, dividindo cada gradiente em cinco subparcelas (P1, P2, P3, P4, P5=platô; E1, E2, E3, E4, E5=encosta e B1, B2, B3, B4, B5=baixio), observou-se que algumas subparcelas se agruparam em outros gradientes, como, por exemplo, a B2 com a subparcela P3, e a B5 com a P1. Isto pode demonstrar a plasticidade de algumas espécies de ocorrerem em mais de um gradiente topográfico, não sendo exclusiva destes. Estudos sobre a relação das espécies com seu ambiente natural de ocorrência contribuem para ações de manejo e conservação de espécies, auxiliando na manutenção de habitats e suas espécies mais representativas.

Palavras-chave: Dendrograma, Amazônia, topografia.

Análise e Caracterização da Vegetação e Ecossistemas

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Os inventários florestais realizados no município de Boa Vista do Ramos para o licenciamento de planos de manejo florestais sustentáveis em

pequena escala

Cristina Zulma Escate Lay, David Franklin da Silva Guimarães Contato: [email protected]

Uma importante estratégia para a conservação das florestas do estado do Amazonas são os planos de manejo florestal sustentável em pequena escala. Grande parcela dos planos desta categoria licenciados é assistida pela Gerência de Apoio a Produção Madeireira, do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Florestal, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (IDAM). Boa Vista do Ramos é um município do estado do Amazonas com cerca de 15 mil habitantes, localizado no paraná do Ramos à margem direita do rio Amazonas entre as coordenadas geográficas 2º 58’ 11’' de latitude Sul e 57º 35’ 25” de Longitude Oeste. O presente trabalho tem como objetivo apresentar os dados obtidos nos inventários florestais realizados no ano de 2012 em 9 propriedades acompanhados pelo IDAM no município de Boa Vista do Ramos para o licenciamento de atividade florestal na categoria de pequena escala. Os dados foram obtidos junto a Gerência de Apoio a Produção Florestal do IDAM e posteriormente tabulados e sistematizados. O inventário foi realizado levando em consideração as áreas de potencialidade de exploração florestal, verificando as características da árvore como fuste, a intensidade de exploração. O diâmetro mínimo inventariado foi de 30 cm de DAP. Nas áreas onde foi realizado o inventário foram feitas picadas secundárias a cada 50 metros da principal, as quais foram colocadas balizas a cada 25 metros. A área total inventariada nas nove propriedades foi de 86,65 ha. Foram amostrados 763 indivíduos de 60 espécies florestais diferentes. As espécies com maior abundância nos inventários realizados são Acrodiclidium brasiliense Nees (85 indíviduos), Manilkara huberi (Ducke) Chevalier (82), Otoba parvifolia (Mgf.) M.Gently (62), Lecythis pisonis Cambess. (47) e Couepia robusta Huber (42). O volume inventariado foi obtido a partir da multiplicação da altura comercial, diâmetro, π/4 e fator de forma para espécies florestais amazônicas (0,7), o volume total inventariado foi igual a 3.007 m³. Existe uma grande diversidade de espécies que podem ser utilizadas para uma infinidade de utilidades nas áreas de estudo. Os planos assistidos pela IDAM além de contribuir para o desenvolvimento social das pessoas e comunidades envolvidas nos dão importantes informações sobre as florestas existentes no município de Boa Vista do Ramos.

Palavras-chave: Conservação, desenvolvimento, Amazônia.

Análise Socioambiental/Dimensões Sociais dos Inventários Florestais

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Utilização de receptor GPS em inventário de seringais plantados

Karla Mayara Almada Gomes, Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade,

Talita Godinho Bezerra, Jéssica Rocha de Araújo, Rosilena Conceição Azevedo de Oliveira

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A Floresta Nacional do Tapajós abriga 26 comunidades, as quais reúnem moradores tradicionais e indígenas, e alguns de seus moradores desenvolvem a extração de látex em uma área que reúne dois seringais, plantados por moradores que residiam no local antes da criação da Unidade de Conservação (UC). A partir de 2011, a cooperativa mista da Floresta Nacional do Tapajós – organização econômica dos moradores tradicionais da UC – decidiu apoiar a atividade de extração do látex, resgatando essa prática tradicional como uma alternativa de trabalho para os moradores da Unidade. A cooperativa financiou a realização de um inventário 100% nesses seringais, no intuito de caracterizá-los, levantar o potencial produtivo e fomentar a atividade como fonte de renda às comunidades. Foram inventariadas e georreferenciadas 2.967 seringueiras, com a utilização de GPSmap 76CSx. Durante o inventário, os moradores tradicionais que atuaram como auxiliares de campo identificaram dois tipos de seringueiras: de casca branca e de casca vermelha. Esse trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade da utilização das informações geográficas coletadas com receptor GPS em inventário de seringais plantados. Realizou-se um sorteio com o software BioEstat 5.0 – amostragem aleatória simples – de 28 indivíduos no seringal denominado Terra Rica, sendo 14 de casca branca e 14 de casca vermelha. Sorteados os indivíduos, foi-se a campo localizá-los portando um receptor GPS GARMIN 64 CSx e um mapa produzido a partir dos pontos georreferenciados no inventário. A equipe encontrou dificuldades para localizar as seringueiras quando utilizou, como referência, somente os dados do GPS, mas ao utilizar, também, as estradas do seringal e as placas de identificação das seringueiras, todas foram encontradas e novas coordenadas foram coletadas para posterior produção de um novo mapa e análise das diferenças encontradas entre o inventário e os dados da amostra. A análise revelou que, em média, o ponto demarcado na amostragem estava a 63,3 m do ponto georreferenciado no inventário. O desvio padrão foi de 7,25 m, caracterizando a amostragem como homogênea, tornando a média mais representativa. O coeficiente de variação (CV) das distâncias foi de 11,4%, sendo considerado um CV médio. As estimativas de precisão se mostraram baixas: a variância da média foi de 1,93 m e o erro padrão 1,39 m. O erro de amostragem obtido com um nível de 95% de probabilidade foi de apenas 2,86 m. Os resultados sugerem que houve diferença considerável nos dados coletados pelos receptores GPS em ocasiões distintas. Vale ressaltar que o DATUM definido para o GPS utilizado no inventário era o mesmo no momento da amostragem – WGS 1984 –, supõe-se, dessa forma, que a cobertura florestal existente afetou a precisão das informações coletadas, pois o dossel interfere na recepção dos sinais emitidos pelos satélites. Considerando, portanto, que todas as árvores foram localizadas, conclui-se que o receptor GPS, em razão da rapidez e facilidade associada ao seu uso, pode ser de muita utilidade em inventários de seringais plantados, entretanto, o uso do aparelho deve estar associado à utilização das estradas de seringa e das placas de identificação.

Palavras-chave: Inventário florestal, georreferenciamento, seringueiras.

Análise Socioambiental/Dimensões Sociais dos Inventários Florestais

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O extrativismo da castanha-do-brasil no sul do Amapá

Bruno Rogério Silva Cavalcante

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Esta pesquisa tem por objetivo contextualizar a utilização e beneficiamento de um produto florestal não-madeireiro: a Castanha-do-Brasil, produzida e transformada com recursos industriais dentro de uma Unidade de Conservação Estadual, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do rio Iratapuru (RDS-I) e a Cooperativa Mista Extrativista Vegetal dos Agricultores de Laranjal do Jarí (COMAJA), observando as práticas de geração do produto principal, do produto derivado e da inovação tecnológica, apoiada em manejo comunitário participativo. Para compreensão dessa dinâmica, serão destacados, brevemente, a organização produtiva comunitária os processos sócio-econômicos que culminaram com a formação de Unidades de Conservação (Reservas Extrativistas) em particular a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do rio Iratapuru - RDS-I) e neste âmbito, a concepção de um novo padrão de produção que relaciona: organização da produção através de gestão cooperativista; diversificação de produtos; manejo florestal comunitário, desenvolvidos através da Cooperativa Mista de Produtores e Extrativistas do rio Iratapuru - COMARU. Evidenciará quais os obstáculos para incorporar maior valor agregado. Na região sul do Amapá, as análises evidenciam a implementação de políticas públicas executadas através do PDSA quando se desenvolveu um esforço institucional para integrar diretrizes sociais, econômicas e ambientais adequadas à sustentabilidade do extrativismo na região, ressaltando que essa nova prática no uso econômico da biodiversidade, orienta-se pelas noções de um neoextrativismo mercantil. Resultantes dessa constatação, percebeu-se que na Amazônia, qualquer iniciativa de implementação de políticas econômicas na economia florestal não-madeireira que se propõe sustentáveis, passam pela dependência da introdução dos fatores de inovação tecnológica, no sentido de constituir um novo paradigma de desenvolvimento. Para isso, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aplicação de recursos tecnológicos passíveis de inserção significativa na cultura econômica e social da região, devem atender a necessidade de competitividade dos produtos nativos, incorporadores de tecnologias essenciais que elevem o bem-estar social das comunidades. A pesquisa irá demonstrar em suas conclusões o potencial energético dos resíduos gerados a partir do beneficiamento da Castanha-do-Brasil. Uma alternativa atraente é o uso da biomassa como fonte sustentável de energia, especialmente na região amazônica, onde energia hidrelétrica e derivados de petróleo são caros porque precisam ser transportados por grandes distâncias. A biomassa é fonte de 14% da energia utilizada no mundo (35% de energia nos países em desenvolvimento). No Brasil segundo o boletim do balanço energético nacional (1996), a biomassa representa 22,6% do uso de energia no país, o que equivale a 45 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tEP). A biomassa do ouriço da castanha-do-brasil foi levada para levantamento em laboratório para verificação do seu poder calorífico com o objetivo de obter possibilidade do seu uso em caldeiras, fornalhas e gaseificadores para produção de energia em comunidades isoladas na Amazônia. Portanto, recomenda-se pesquisa e desenvolvimento neste sentido para que no futuro façam parte da solução dos problemas de energia rural da região, minimizando as dificuldades das agro-vilas e dos povos da floresta que sobrevivem do extrativismo evitando-se o êxodo rural.

Palavras-chave: Extrativismo, castanha-do-brasil.

Análise Socioambiental/Dimensões Sociais dos Inventários Florestais

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História e economia: o desmatamento da Mata Atlântica como sinal de desgaste nos meandros da bacia do rio Cubatão do Norte, Joinville, SC

Vanilda Barbosa Galli, Nelma Baldin

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O Rio Cubatão do Norte é um patrimônio público relacionado aos recursos hídricos, naturais e ao meio ambiente do Município de Joinville (SC). O estudo aqui em referência, teve como objetivo geral reconstruir a história da devastação da Mata Atlântica local que no período colonial rodeava o Rio do Cubatão do Norte, bem como analisar como se deu, historicamente, o processo de degradação da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte (BHRCN), revelando os fatores intervenientes na economia e na história, como o desmatamento da Mata Atlântica que rodeava o rio – por meio da mata ciliar, na região de Pirabeiraba - Norte de Joinville. O período colonial foi grande responsável por parte da devastação da floresta e consequentemente da poluição das águas da BHRCN. Mas a devastação não ocorreu só nesse período, também nos períodos subsequentes, no desenvolvimento da colônia de imigrantes já instalada; na venda das madeiras; na afirmação do capital industrial. A Mata Atlântica foi a primeira floresta a receber iniciativas de colonização e dela saiu a primeira riqueza a ser explorada pelos colonizadores. Foram mais de quatro séculos de extração predatória de espécies das mais diversas, além de outros produtos florestais que foram e são até hoje amplamente extraídos. O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas. A cobertura florestal nativa representada pelos diferentes biomas foi e vem sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades. Nesse encaminhamento, a Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão do Norte, considerada uma das mais importantes da região nordeste de Santa Catarina, vem sofrendo diversas situações que comprovam a sua exposição – de longa data - a diferentes poluentes advindos de ações antrópicas, como lixo doméstico, indústrias e lixo tóxico. Enfatiza-se a importância da mata ciliar – decorrente da Mata Atlântica para a preservação dessa Bacia Hidrográfica, já que a floresta tem grande expressão para a existência de um rio, pois a mesma o protege e o preserva. A metodologia utilizada na aplicação da pesquisa constou de observações e análise das informações e dados coletados por meio de entrevistas aplicadas a 12 moradores que há mais de 40 anos vivem na região de Pirabeiraba, por onde corre o Rio do Braço, um dos maiores afluentes do Rio Cubatão do Norte. Os dados trouxeram também resgate histórico documental da localidade, nos âmbitos ambiental e econômico. Os resultados desta pesquisa forneceram evidências de que a destruição da mata ciliar é uma prática que desde sempre é realizada, até mesmo antes da colonização. Em vista desses resultados, ressalta-se aqui, ainda, a soma de esforços entre pesquisadores, governo e comunidade no sentido de buscar soluções para a preservação do ambiente e garantir uma melhor qualidade de vida para a sociedade como um todo, buscando alternativas que envolvam a Educação Ambiental, possibilitam despertar a sensibilização, a percepção e a crítica em relação às inserções humanas no meio ambiente. Esse procedimento poderá trazer benefícios para os moradores de Pirabeiraba, possibilitando-lhes qualidade de vida. Com a pesquisa, foi possível perceber, nos “sujeitos entrevistados”, a sensibilidade e a percepção crítica em relação ao meio ambiente. A pesquisa pode ainda estar relacionada à sensibilização ambiental, valoração ambiental e econômica da água, por ser este um recurso disponível na natureza, mas em condições que já indicam futura escassez. Palavras-chave: Educação ambiental, mata ciliar. Análise Socioambiental/Dimensões Sociais dos Inventários Florestais

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Incremento diamétrico de Myracrodruon urundeuva Allemão, em um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua sob manejo

Ana Carolina Freitas Xavier, Carlos Eduardo Batista de Oliveira, Carlos de Melo Silva Neto, Fábio Venturoli

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As florestas estacionais do Cerrado apresentam muitas espécies de valor comercial que podem ser utilizadas economicamente em regime de manejo florestal sustentável, como a aroeira. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o incremento diamétrico de Myracrodruon urundeuva Allemão em razão de intervenções silviculturais de liberação de competição, em um fragmento de floresta estacional semidecídua em Pirenópolis, Goiás. Os tratamentos foram: T1 – testemunha; T2 - retirada de indivíduos lenhosos em um raio de um metro em relação a cada indivíduo de Myracrodruon urundeuva nas parcelas e T3 - idem ao T2 mais a retirada de cipós de grande porte em toda a parcela. Os tratamentos foram implantados em 2003, em 12 parcelas de 25 m x 30 m, adjacentes umas às outras e sofreram manutenções periódicas semestrais entre 2003 e 2007 e depois somente em 2013. A liberação da competição (T2) foi o tratamento que proporcionou o maior incremento diamétrico da espécie de 2003 a 2013 evidenciando a teoria clássica da influência do crescimento em diâmetro relacionado diretamente ao espaçamento entre as árvores na floresta. Por outro lado, no período entre 2007 e 2013 os ganhos em diâmetro (DAP) foram de 40,60% (T1), 11,32% (T2), 30,58% (T3), com significância estatística entre eles em relação ao T2 (p < 0,05). Para o ano de 2003 a 2013, onde houve a primeira avaliação na RPPN Vaga fogo, o teste de Kruskal-Wallis a 95% de probabilidade indicou que o tratamento que proporcionou maior mediana foi T2 e que diferiu de todos os demais tratamentos. Mesmo um estudo a nível populacional não se pode desconsiderar que as árvores da espécie em questão não estão isoladas, havendo também diversas interações interespecíficas e intraespecíficas. Assim, a retirada de espécies lenhosas num raio de um metro em volta de cada indivíduo de M. urundeuva acarretou incremento diamétrico em dez anos de 153,31%.

Palavras-chave: Aroeira, mata seca.

Aplicações dos resultados dos Inventários Florestais

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Estoque de biomassa e carbono em Porto Dias, AC

Paulo Roberto Feitoza Parente, Marco Antonio Amaro

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O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de quantificar o estoque de biomassa e carbono para indivíduos arbóreos com DAP ≥ 20 cm na área do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Porto Dias, que é a última área de floresta primária do município de Acrelândia, AC, localizado a cerca de 140 km da capital do estado do Acre. O PAE Porto Dias possui uma área de 22.145 ha, onde atualmente vivem, aproximadamente, 105 famílias cadastradas junto ao INCRA como beneficiárias do PAE. Quantificar o estoque de carbono presente na vegetação é de fundamental importância para a compreensão do papel da floresta frente ao agravamento dos problemas climáticos atuais. Estudos de quantificação de biomassa e carbono contribuem para o aperfeiçoamento de mecanismos de proteção e valorização desses estoques. Métodos indiretos de quantificação permitem estimar esses valores de modo não destrutivo e rápido, gerando resultados satisfatórios. Para a estimativa de biomassa seca e carbono foram utilizados os dados do inventário florestal realizado na área, que incluiu indivíduos com DAP ≥ 20 cm. Os resultados do inventário são apresentados em uma tabela final com o número de indivíduos por hectare, área basal (m².ha-1) e volume (m³.ha-1), para cada uma das classes diamétricas nas quais a área inventariada foi dividida. A partir desses valores informados na tabela obteve-se o valor da área seccional média para cada classe, de onde se pode extrair o DAP de todos os indivíduos, variável necessária na aplicação da fórmula da equação de biomassa baseada no modelo de Schumacher e Hall, utilizada para a estimativa de biomassa verde. A altura média das árvores por classes foi obtida por meio da fórmula da equação de volume, utilizando-se os valores de DAP encontrados e as informações de volume presentes na tabela do inventário. Para a conversão da biomassa verde em biomassa seca considerou-se o valor encontrado em revisão de literatura, que aponta que a biomassa seca total corresponde a 58,4% da biomassa verde total. Para a estimativa do estoque de carbono foi utilizada a informação do Serviço Florestal Brasileiro, que considera que aproximadamente 50% da biomassa seca é constituída por carbono. A estimativa de biomassa seca total para indivíduos com DAP ≥ 20 cm foi de 178,26 t.ha-1. O estoque de carbono acima do solo para a vegetação composta por indivíduos arbóreos com DAP ≥ 20 cm foi estimado em 89,13 t.ha-1.

Palavras-chave: Estimativas indiretas, Amazônia.

Aplicações dos resultados dos inventários florestais

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Capacidade produtiva em floresta de planalto no baixo Tapajós, Amazônia Oriental

Maria Kelliane Valentim dos Santos, João Ricardo Vasconcellos Gama, Lia de Oliveira Melo, Dárlison Fernandes Carvalho de Andrade, Adriano Araújo da Silva

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Este estudo teve por objetivo identificar classes de capacidade produtiva da floresta e valorar os produtos florestais comerciais ocorrentes na zona de manejo florestal não madeireiro da Floresta Nacional do Tapajós abrangendo uma área de 36.925,33 hectares. Foram instaladas, sistematicamente, 94 parcelas de 30 m x 250 m, totalizando uma área amostral de 70,5 hectares. Em cada parcela, foram inventariadas as classes de tamanho (CT): CT1 - 10 cm ≤ DAP < 25 cm em subparcela de 30 m x 50 m; CT2 - 25 cm ≤ DAP < 50 cm em subparcela de 30 m x 100 m; e CT3 - DAP ≥ 50 cm na parcela de 30 m x 250 m. A análise de agrupamento foi realizada pelo software MATLAB. Para a valoração dos produtos florestais, com valor de mercado, foram consideradas as 50 espécies mais importantes, conforme o valor de importância, selecionando-se as árvores com DAP ≥ 50 cm (madeireiras) e DAP ≥ 25 cm (não madeireiras), aplicando-se os critérios de manutenção e corte de árvores, de acordo com as normas dos órgãos ambientais, e utilizando-se dois cenários que foram a intensidade máxima de corte (IMC) de 30 m³.ha¹ e o real potencial de colheita da floresta. A valoração dos produtos florestais madeireiros foi baseada no preço da madeira recomendado pelo Serviço Florestal Brasileiro, em 2013, para contrato de concessão e o valor dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) foi obtido nas feiras livres de Santarém, PA e na Coomflona (Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós), considerando o preço pago na floresta. Por meio da análise de agrupamento foi possível identificar dois sítios florestais que valorados, respeitando-se a IMC, apresentaram uma estimativa de R$ 216.209,26 para o sítio I e R$ 179.468,00 para o sítio II por unidade de trabalho (UT = 100 ha), e quando não se considerou a IMC, o sítio I também apresentou maior valor, em que a diferença foi de R$ 73.482,53. A valoração da floresta (madeireiros e não madeireiros) foi estimada em R$ 218.939,26 por UT para o sítio I e R$ 186.377,00 para o sítio II, considerando o valor dos produtos madeireiros quando estimado a partir da IMC, e de R$ 290.151,42 e R$ 220.826,19 por UT para os sítios I e II, respectivamente, sem considerar a IMC. A zona de manejo florestal não madeireiro apresentou baixo estoque de PFNM e alto estoque de madeira comercial, destacando-se Manilkara huberi, Hymenaea courbaril e Tabebuia impetiginosa. Os dois sítios apresentaram potencial para colheita de madeira superior a 30 m³.ha¹.

Palavras-chave: Volumetria, valoração, sítios florestais.

Aplicações dos resultados dos Inventários Florestais

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Inventário organolate: uma perspectiva produtiva

Elizane Alves de Arraes Araújo, Milena Medeiros de Oliveira Contato: [email protected]

O projeto organolate se propõe contribuir para a crescente produção orgânica e busca beneficiar as amêndoas do cacau nativo da várzea e transformá-las em um achocolatado em pó totalmente orgânico. O projeto atua na capacitação de um grupo de mulheres para a produção de um achocolatado e atende as comunidades ribeirinhas das ilhas de Bom Jardim, Arauaia e Tracuateua situadas nos municípios de Barcarena e Mojú no estado do Pará, beneficiando 13 famílias. Agregado a isso, o Projeto organolate surge e se desenvolve em comunidades ribeirinhas produtoras principalmente de cacau e açaí, e objetiva o empoderamento socioeconômico das mulheres das ilhas beneficiadas, através da produção de um achocolatado orgânico. Para o desenvolvimento do projeto é preciso além da produção do achocolatado, saber a capacidade produtiva da comunidade, ou seja, mensurar quanto de cacau as pessoas envolvidas podem fornecer, e assim definir quanto de achocolatado pode ser produzido, para então definir quanto o organolate poderá fornecer ao mercado consumidor. Para alcançar essa mensuração a equipe do Projeto desenvolve um Inventário Florestal que contabiliza 100% dos indivíduos da espécie Theobroma cacao das propriedades envolvidas no projeto e, além disso, mensura a quantidade de frutos viáveis ou não para a extração das sementes que servirão de matéria prima para o achocolatado. Essa metodologia serve também para definir a área do cacau que será destinada e usada para abastecer a produção. O inventário teve início em Janeiro de 2014 com previsão de término para dezembro do mesmo ano, e é conduzido por dois engenheiros responsáveis. Até o momento verificou-se a maior presença de frutos bons em áreas de terra-firme, do que nas de várzea. Foi possível também verificar uma maior presença de frutos onde houve poda - que facilitasse a entrada de luz e a diminuição na competição entre as copas - e algum tipo de adubação orgânica, como os restos de alimentos. Ao final espera-se uma produção contínua e uniforme das 13 propriedades inventariadas, envolvendo também o manejo cultural, do solo e de pragas.

Palavras-chave: Manejo florestal, cacau, produto orgânicos.

Aplicações dos resultados dos Inventários Florestais

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Registros de espécies ameaçadas de extinção pelo IFN-RJ

Telmo Borges Silveira Filho, Pedro Guillon Ervilha, Denise Marçal Rambaldi

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A Secretaria de Estado do Ambiente através da Superintendência de Biodiversidade e Florestas em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro vem realizando desde 2013, o Inventário Florestal Nacional no Estado do Rio de Janeiro (IFN-RJ) que visa, dentre outros, o conhecimento sobre a ocorrência e distribuição espacial de espécies ameaçadas de extinção no Estado. A Mata Atlântica é um dos mais importantes hotspots mundiais. Com elevada riqueza biológica, mais de 70% da sua vegetação original foi destruída, comprometendo a sobrevivência de diversas espécies raras e ameaçadas. O Rio de Janeiro, sob domínio deste bioma, conserva hoje 20% em remanescentes florestais em seu território. A flora estadual está representada por cerca de 8.700 espécies da flora brasileira, aproximadamente 20% do total conhecido para o País. A flora endêmica do Estado também é relevante, sendo 1.274 espécies, correspondendo a 3% do total de espécies endêmicas do País. Até o momento, o Centro Nacional de Conservação da Flora avaliou o risco de extinção de 1.507 espécies do Estado, sendo que 425 foram categorizadas como ameaçadas. Mesmo restando mais de 80% da flora fluminense para ser avaliado, o Estado já foi classificado como o terceiro estado com maior número de espécies ameaçadas no Brasil. Diante deste cenário, torna-se imprescindível o conhecimento do estado de conservação das espécies da região, bem como o conhecimento de sua distribuição e ocorrência em Unidades de Conservação (UCs) já estabelecidas. O processo de amostragem em campo do IFN/RJ foi concluído em 139 conglomerados, correspondente a 49% do previsto, inseridas nas Regiões das Baixadas Litorâneas, Norte e Noroeste e parte da Região Serrana do Estado. Das 5.400 plantas coletadas e enviadas para análise ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, curador das amostras do inventário, onde cerca de 1.800 foram processadas, gerando como resultados parciais a identificação de 37 espécies constantes em categorias de risco de extinção em listas de espécies ameaçadas nacional e internacional. Indivíduos destas espécies ocorreram em 37 conglomerados, sendo 80% dos conglomerados oriundos da intensificação amostral adotada no Estado. Dentre as áreas de interesse ecológico contempladas na intensidade amostral estão as UCs. Porém as regiões já inventariadas são aquelas com o menor número de UCs estabelecidas. Contudo, até o momento, dos conglomerados com registros de espécies ameaçadas, apenas 32% se encontram em UCs Estaduais ou Federais. Assim, embora os grandes remanescentes da Mata Atlântica estejam protegidos no Estado, os resultados parciais apontam para a riqueza biológica de fragmentos de médio e pequeno porte que não estão sob proteção destas esferas administrativas No Rio de Janeiro, UCs Estaduais abrangem 10% do território do Estado, enquanto UCs Federais abrangem 21%. Até o momento os registros de espécies ameaçadas feitos pelo IFN/RJ não foram sobrepostos às UCs Municipais. Estas informações ainda parciais do inventário florestal são muito valiosas para subsidiar as políticas de criação e manejo de UCs no Estado. Provavelmente o número de espécies ameaçadas tende a crescer com o processamento das coletas botânicas e terá dados estratégicos especializados para conservação da flora ameaçada no Estado.

Palavras-chave: Flora fluminense, espécies ameaçadas.

Aplicações dos resultados dos Inventários Florestais

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Avaliação do ajuste da função Beta na distribuição diamétrica de Tectona grandis L.f.

Joilson Onofre Pereira dos Santos, Versides Sebastião de Moraes e Silva, Chirle Colpini, Thelma Shirlen Soares

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Este estudo teve por objetivo ajustar a distribuição beta pelo método da máxima verossimilhança para um povoamento de 9,54 ha de Tectona grandis L.f. implantado em Alta Floresta, Mato Grosso. Os dados foram coletados por meio de amostragem casual simples, sendo amostradas 106 parcelas de 900 m² (30 m x 30 m). As parcelas permanentes foram mensuradas aos 18, 24, 36, 48, 60 e 72 meses. Para o ajuste, os dados dos diâmetros foram agrupados em classes com amplitude de 2,0 cm. Para testar a aderência da função aos dados, utilizou-se o teste Kolmogorov-Smirnov. Verificou-se que o povoamento apresentou diâmetros com distribuição unimodal, sendo que as estatísticas indicaram que houve aderência dos valores estimados pela função beta com a frequência observada no teste de Kolmogorov-Smirnov, no ajuste realizado. A função ajustada apresentou-se da seguinte forma: N = exp [5,890 + 0,585 ln(x – 0,890) + 0,723 ln (18,150 – x)], em que N = número total de árvores; x = cento da classe diamétrica; ln = logaritmo neperiano. Verificou-se que o modelo apresentado neste estudo é consistente e compatível, sendo indicado para uso em manejo de povoamentos jovens de teca.

Palavras-chave: Crescimento e produção, teca, estrutura diamétrica.

Estudos de Crescimento e Produção Florestal

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Modelagem multivariada para obtenção da rotação economicamente aconselhável de uma floresta natural hipotética

Waldenei Travassos de Queiroz, Fernando Cristovam da Silva Jardim Contato: [email protected]

Apresenta uma metodologia multivariada para obter a rotação economicamente aconselhável de uma hipotética floresta natural, tendo como objetivo recomendar sua aplicação nos estudos de dinâmica de crescimento de florestas nativas. Os dados foram simulados a partir de vetores de médias e matriz de covariâncias de um estudo de caso. A simulação consistiu em criar um banco de dados com 30 parcelas permanentes. A variável resposta foi o volume por hectare de nove espécies para as ocasiões 0, 5, 10, 15 e 20 anos. O tempo zero correspondeu ao estoque remanescente após a exploração da madeira. O Critério de Mauchly apresentou um resultado significativo, mostrando que a matriz de covariâncias não apresentou esfericidade, o que recomenda não efetuar uma análise de perfil univariada de parcelas subdivididas, mas aplicar o método de análise de perfil multivariado. Os testes de homogeneidade de matrizes de covariâncias de BOX e de multinormalidade de Mardia para assimetria e para a curtose foram não significativos, concluindo-se que a amostra é multinormal e homocedástica. A interação espécie×ocasião foi significativa, mostrando não haver paralelismo dos perfis de crescimento para o conjunto das espécies. Optou-se pelo uso do método de análise de agrupamento multivariado de Ward e pelo teste F da anova, para verificar as tendências dos efeitos das ocasiões dentro das espécies, permitindo classificá-las em quatro grupos distintos. Os testes multivariados mostraram coincidências dos perfis de crescimento dentro desses grupos. Para estudar as tendências de crescimento, usando o procedimento nlin do SAS, foi utilizado o modelo não linear de Mitscherlich. A avaliação do ajustamento teve como base a análise gráfica dos resíduos, o quadrado do coeficiente de correlação entre os valores observados e preditos, e o valor da raiz quadrada da estimativa de máxima verossimilhança da variância residual. Como o modelo é não linear não foi usado o coeficiente de determinação. Foram obtidas as rotações economicamente aconselháveis para as seguintes porcentagens de custo das atividades de manejo em relação à receita bruta originada da venda da madeira: 50; 33,33; 25 e 20 %. Os resultados foram: 18,5; 14,1; 17 e 20 anos respectivamente para os grupos 1, 2, 3, e 4. Para o conjunto das nove espécies a rotação foi 17,3 anos. O teste da razão de verossimilhança da igualdade de parâmetros do modelo dentro de cada grupo foi não significativo, recomendando o uso de uma única equação por grupo. Os resultados alcançados mostram que a modelagem utilizada é pertinente, apresentando lógica estatística e matemática que permite calcular com precisão as rotações recomendáveis.

Palavras-chave: Crescimento da floresta, rotação florestal, equação de produção de Mitscherlich.

Estudos de Crescimento e Produção Florestal

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Produtividade de híbridos de eucalipto em plantios no Mato Grosso

Dirceu Lucio Carneiro de Miranda, Carlos Roberto Sanquetta Contato: [email protected]

Décadas de pesquisa e desenvolvimento em técnicas silviculturais e de manejo florestal, principalmente na área de biotecnologia, elevaram a produtividade do eucalipto. Na região de Mato Grosso há um aumento no uso da madeira do eucalipto para os mais diversos fins, mas quando comparados com outras regiões os estudos realizados com essa espécie ainda são poucos. O Estado de Mato Grosso ainda apresenta uma carência de experimentos e informações sobre o material genético de eucalipto mais apropriado para cada condição ambiental, sendo que as espécies podem apresentar comportamentos contrastantes quando plantadas em ambientes distintos. Dessa maneira, o objetivo do estudo foi avaliar a produtividade em volume de três diferentes híbridos de Eucalyptus (GG100, H13 e 1277) para dar suporte à tomada de decisão quanto à escolha do melhor híbrido para cultivo em duas regiões de Mato Grosso. Os plantios possuíam uma densidade inicial de 1111 árvores por hectare (3x3m), localizado nos municípios de Campo Verde e Lucas do Rio Verde - MT. Para quantificar o volume dos três híbridos, foi realizado um inventário florestal onde foram instaladas parcelas de área fixa distribuídas aleatoriamente na área. Dessa forma, a base de dados foi composta por 56 parcelas de 400 m², onde foi medido o DAP de todos os indivíduos e altura das 10 primeiras árvores. A altura das demais árvores foi estimada por meio de uma equação hipsométrica e o volume das árvores por meio de uma equação de volume. Foi aplicado o teste da ANOVA e para comparação das médias dos volumes o teste de Tukey a 5% de probabilidade. As produtividades volumétricas dos híbridos (GG100, H13 e 1277) avaliados em Campo Verde foram respectivamente, 155,7, 171,7 e 176,0 m³.ha-1 aos 5 anos e não apresentaram diferença significativa entre as médias. Em Lucas do Rio Verde esses valores foram respectivamente, 167,6, 188,8 e 173,2 m³.ha-1 aos 5 anos sendo que o híbrido H13 foi estatisticamente superior. Entre as localidades os híbridos 1277 e GG100 apresentaram produtividade semelhante, no entanto, o híbrido H13 foi superior na localidade Lucas do Rio Verde. A taxa de mortalidade entre os híbridos variou de 7,82% a 23,36%. Concluímos que a produtividade em volume desses plantios são diferentes entre híbridos e localidades, portanto a decisão da escolha do melhor híbrido pode afetar diretamente a produtividade do plantio em cada região.

Palavras-chave: Plantios clonais, volumetria, inventário florestal.

Estudos de Crescimento e Produção Florestal

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A produção de produtos florestais na Amazônia brasileira: 1995 a 2012

Gisalda Carvalho Filgueiras, Oriana Trindade de Almeida, Francidélia Cruz Ramos,

Keppler de Assis Mota Junior

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A economia florestal é de fundamental importância para os países que possuem a floresta tropical, como o Brasil e Indonésia. Todavia, Indonésia e Malásia tem tido um processo intenso de exploração, sem levar em consideração a questão do manejo florestal, fazendo com que o Brasil seja pressionado a tomar medidas de maior controle sobre desmatamento, principalmente de outros países e, tudo isto, para tentar frear uma exploração danosa como aqueles dois países. Estudos feitos pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia - IMAZON, em parceria com o Instituto Brasileiro de Floresta - IBF revelou que para a Amazônia a atividade de exploração dos recursos da floresta tem sua significância econômica e social, pois gera alimentos e renda e ocupação para grande maioria da população que ainda vive no meio rural. Tanto assim que, em termos mundiais, o setor florestal tem importância como fornecedor de energia ou matéria-prima para a indústria da construção civil e de transformação. Ou seja, considerando a cadeia produtiva de base florestal, esta vem a se constituir em uma atividade econômica complexa e diversificada de produtos e aplicações energéticas e industriais. Por isto, dado este contexto, faz-se necessário averiguar quão importante ainda é este setor na Amazônia Legal, verificando seus principais produtos florestais e não florestais no período de 1995 a 2012, em termos quantitativos e de valor e como os agentes econômicos tem se direcionando para uma exploração mais racional, que envolve manejo e atendimento das recentes leis ambientais. Para tanto, este trabalho tem como objetivo analisar a dinâmica da atividade extrativista na Amazônia legal e, para isto, recorreu-se aos dados secundários da produção extrativa fornecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e aplica-se uma estatística descritiva, como média, desvio padrão e coeficiente de variação para se analisar a evolução ou involução dos produtos florestais, assim como a taxa de crescimento e para o carvão e madeira e verifica a produção concentrada utilizando-se o Índice de Concentração Normalizado - ICN. Em termos de resultado desta pesquisa, constatou-se a queda da produção dos principais produtos florestais madeireiros, como carvão, lenha e madeira. Entretanto, o produto alimentício açaí aumentou a sua produção, direcionando para uma trajetória de racionalidade na produção – via manejo, assim como o plantio, via crédito subsidiado. Mas não se nega a importância do mercado, entendido como demanda pelo produto, comandando novas ações e, por isto, a questão da madeira em tora e carvão, principalmente para a região Norte, deve haver políticas de subsídios para expandir a silvicultura e aliviar a exploração clandestina deste produto nas regiões da floresta nativa.

Palavras-chave: Madeira, carvão, ICN.

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Incremento em um plantio de paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaçamentos em um experimento no município

de Cruzeiro do Sul, AC

Givanildo Pereira Ortega, Emanoel Bento dos Santos, Antonio José Sousa Andrade,

Piter Douglas Carneiro, Alex Moraes dos Santos, Maicon Vieira do Nascimento

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O Paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) é uma espécie com grande potencial para reflorestamentos, tanto puros como em sistemas agroflorestais implantados em área alteradas na região amazônica. Com rápido crescimento, apresenta incrementos em altura e diâmetro capazes de possibilitar sua exploração com apenas cinco anos de idade. Dentre os usos aplicados para a madeira de Paricá a laminação é a principal, além de ser considerada promissora para obtenção de celulose e papel e produção de biomassa para geração de energia renovável. Este estudo visou quantificar o incremento médio em altura e diâmetro do plantio de Paricá, em um experimento amostral no Campus da Universidade Federal do Acre, município de Cruzeiro do Sul-Acre. Realizou-se a quebra de dormências das sementes através da escarificação mecânica, semeando-se em seguida em tubetes de 180 cm³, preenchida com substratos (três partes de terra de subsolo e uma parte de esterco de galinha). Quando a muda atingiu cerca de 35 cm de altura, iniciou-se o plantio, em abril de 2013. O delineamento utilizado foi o bloco ao acaso, com três tratamentos (espaçamentos) e três repetições. Foram avaliados os seguintes tratamentos: tratamento 1 (1,5 x 2 m), tratamento 2 (1x 2 m) e tratamento 3 (2 × 2 m), perfazendo o número de 75 mudas de Paricá para cada tratamento e um total de 225 mudas no experimento. O plantio foi instalado com preparo manual do solo e calagem nas covas. A manutenção do plantio resumiu-se à capina manual ou química e ao controle de formigas cortadeiras, até o momento. As avaliações relativas à altura (H), ao diâmetro do coleto da planta (DCOL) e ao número de plantas que não sobreviveram foram realizadas aos 04 e aos 16 meses após o plantio. O número de mudas sobreviventes após 18 meses de implantação do experimento foi de 222, (98,67%). A altura média e erro relativo apresentado após quatro meses de implantação foi de 136,28cm (±16,34%), 135,77cm (±12,69%) e 141,97cm (±13,59%), para os tratamentos 1, 2 e 3 respectivamente. Após 12 meses a altura média e erro relativo apresentado após foi de 620cm (±18,95%), 594,29cm (±13,48%) e 658,17cm (±27,61%), para os tratamentos 1, 2 e 3 respectivamente, com um incremento médio e erro relativo no período avaliado de 484,49cm (±12,85%), 458,51cm (±8,87%) e 516,20cm (±20,36%), para os tratamentos 1, 2 e 3 respectivamente. Os resultados de DCOL apresentados quatro meses foram de 29,45mm (±8,27%), 28,20mm (±17,85%) e 30,06mm (±11,00%), para os tratamentos 1, 2 e 3 respectivamente. Após 12 meses o diâmetro médio foi 79,70mm (±16,41%), 72,83mm (±8,40%) e 87,09mm (±27,96%), para os tratamentos 1,2 e 3 respectivamente, com um incremento médio e erro relativo no período avaliado de 50,25mm (±15,17%), 44,63mm (±2,46%) e 57,03mm (±23,89%), respectivamente. No espaçamento maior (2.500 plantas/ha), as plantas apresentaram alturas, diâmetros e incrementos médios superiores. Ocorrendo o inverso com o espaçamento menor com (5.000 plantas/ha).

Palavras-chave: Reflorestamento, biomassa, incremento.

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Crescimento de touceiras de bambu da espécie Merostachys skvortzovii Sendulski cultivadas em plantio experimental no sul do Brasil

Francelo Mognon, Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte, Aurélio Lourenço Rodrigues, Greyce Charllyne Benedet Maas, Mateus Niroh Inoue Sanquetta

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A FAO recomenda a inclusão de bambus nos inventários florestais nacionais. No Brasil, praticamente inexistem relatos oficiais sobre recursos naturais de bambus existentes no seu território. O cultivo de bambus tem sido amplamente recomendado para diversas finalidades em função do seu rápido crescimento e usos. No entanto, a escassez de trabalhos científicos que versem sobre o tema dificulta a recomendação de espécies. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento de touceiras de bambu da espécie Merostachys skvortzovii por um período de 05 anos em um plantio experimental implantado em 2009, na fazenda que pertence à Universidade Federal do Paraná, localizada na região metropolitana de Curitiba, Paraná. A espécie é nativa da região sul do Brasil e está associada à Floresta Ombrófila Mista. Foram inventariados anualmente a densidade de colmos/touceira e o perímetro da base em 48 plantas. A avaliação dessas variáveis possibilita conhecer o comportamento da ocupação espacial das plantas de bambu por unidade de área. O crescimento periférico das touceiras de bambu está diretamente relacionado com o crescimento do sistema radicular da planta denominado de rizomas, que também é fundamental para manter estruturalmente o complexo do solo, proporcionando entre outras, condições favoráveis a sua proteção contra casos de erosão. Os resultados revelaram que o crescimento em novos colmos por touceira/ano aumentou conforme a idade do plantio. As touceiras iniciaram com densidade média de 2 colmos/touceira passando para 7,7; 14,2; 15,4 e 32,1 novos colmos/touceira para o 2° 3°, 4° e 5° ano de avaliação, respectivamente. Esse crescimento influenciou o desenvolvimento da touceira de bambu que passou de 62 cm de perímetro na base da planta no 1° ano para 136; 208; 288, chegando a 370 cm, respectivamente no 2° 3°, 4° e 5° ano de avaliação. Desta forma, pode-se concluir pelas tendências de crescimento que essa espécie de bambu apresenta um expressivo potencial de crescimento periférico, o que é propício na reabilitação de áreas degradadas.

Palavras-chave: Poaceae, crescimento, áreas degradadas.

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Incremento de Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby, em plantio homogêneo, Paragominas, PA

Juliane dos Santos Andrade, Silvia Vanusa Da Silva Leal Maia, Vitor Afonso Carli Alves, Luciana Maria De Barros Francez, Jorge L. Freitas Cruz, Fábio De Jesus Batista

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Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby é uma espécie nativa, pertencente a família Caesalpiniaceae, conhecida vulgarmente como Paricá, Faveira, Paricá-grande e Bandarra, que vem despontando em plantios florestais homogêneos em função do seu rápido crescimento e por possuir madeira de qualidade para a fabricação de lâminas para compensado. É uma espécie pioneira, caducifólia que demanda de grandes quantidades de luz para seu desenvolvimento. Estudos relacionados ao crescimento de espécies destinadas a plantios homogêneos, como o Paricá, são de fundamental importância para o acompanhamento do desenvolvimento da espécie, assim como para a determinação do trato silvicultural mais adequado ao plantio. Tais estudos são realizados por meio da obtenção do incremento, que nada mais é que a diferença de uma determinada variável entre duas medições, em um dado período de tempo. Uma das variáveis mais utilizadas, para a avaliação do incremento, é o diâmetro ou a circunferência a altura do peito. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial de Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby em um plantio homogêneo, Paragominas, PA. A pesquisa foi realizada na Fazenda Recreio, localizada na Rodovia BR-010, Km 197, adentrando 115Km pela vicinal Bradesco, situada entre as coordenadas geográficas 03⁰30’53,45’’S e 47⁰20’07,51’’W. Foram estabelecidas 10 parcelas quadradas de 20 x 20m, distribuídas de forma sistemática, separadas 25m entre si, em um plantio homogêneo implantado em fevereiro de 2013. Todos os indivíduos com altura superior a 2m tiveram suas circunferências a altura do peito (CAP) mensuradas. Foram realizadas três coletas: Julho/2013; Fevereiro/2014; e Agosto/2014. Foi realizado o cálculo do incremento periódico mensal, para os dois períodos avaliados (Julho/2013 – Fevereiro/2014 e Fevereiro/2014 – Agosto/2014), com auxílio de tabela dinâmica (ferramenta do Microsoft Excel). Foram avaliados 339 indivíduos no período supramencionado. O incremento periódico mensal foi 53,65% maior no período de julho/2013 a fevereiro/2014 (1,23cm/6meses) quando comparado ao período de fevereiro/2014 – agosto/2014 (0,66cm/6meses), o que pode ser explicado em função do maior índice pluviométrico da região ocorrer entre os meses de novembro a março. Cabe ressaltar, que o crescimento inicial do Paricá é favorecido pela boa disponibilidade hídrica, o que é de fundamental importância em razão da maioria dos solos amazônicos possuírem rápida drenagem, dificultando a absorção pelo sistema radicular dos indivíduos jovens. Outro ponto que deve ser observado é quanto ao desenvolvimento acelerado de alguns indivíduos (indivíduos dominantes) sombreando os de menor porte em altura (indivíduos dominados) ocasionando um menor incremento em CAP. Esta variação em altura ocorre em plantios de mudas produzidas via semente. Ressalta-se, também, a ocorrência da matocompetição no período compreendido entre fevereiro/2014 – agosto/2014, principalmente, por Brachiaria sp. (Capim quicuio), além da presença de Solanum sp. (Jurubeba). Conclui-se que o incremento em circunferência foi maior no primeiro período avaliado (julho/2013 – fevereiro/2014) em função dos maiores índices pluviométricos e menor competição com espécies consideradas daninhas. Desta forma, sugere-se a realização de tratos silviculturais (capina, desbaste) a fim de proporcionar um melhor desenvolvimento dos indivíduos, de forma a agregar maior valor econômico ao plantio.

Palavras-chave: Paricá, crescimento, silvicultura, Amazônia.

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Incremento diamétrico de Tabebuia aurea e Qualea parviflora, nativas do Cerrado

Fernanda Raquel Lambrecht, Patrícia Povoa de Mattos, Evaldo Muñoz Braz,

Vitor Dressano Domene

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Os produtos advindos das espécies nativas apresentam uma variada utilidade, desde a madeira sólida até os produtos não madeiráveis, sendo que essas espécies também podem ser utilizadas na recuperação de áreas degradadas. Apesar dessa importância, para muitas espécies do Cerrado ainda não se conhece o ritmo e dinâmica de crescimento, o que é um limitante para propostas de manejo visando seu uso e conservação. Buscando contribuir para o entendimento da dinâmica de crescimento de espécies do Cerrado, o presente estudo teve por objetivo determinar o incremento médio anual (IMA) de Tabebuia aurea e Qualea parviflora, em vegetação natural. O estudo foi desenvolvido em uma área de Cerrado, em bom estado de conservação, de propriedade do Exército Brasileiro no município de Formosa, GO. Foram retirados discos transversais a 1,3 m do solo (DAP) de 14 árvores de cada espécie. Os discos foram secos à temperatura ambiente, e posteriormente polidos com lixas de textura mais grossa a gradativamente mais fina (80, 120, 180, 280, 400), para melhor visualização dos anéis de crescimento. Os anéis foram marcados e medidos, em oito raios, com auxílio de um microscópio estereoscópico e da mesa de mensuração, com precisão de 0,01mm. A idade das árvores estudadas variou de 11 a 24 anos, para Tabebuia aurea, correspondendo aos diâmetros 4,35 cm e 5,71cm, respectivamente. A média dos 14 indivíduos foi de 5,25 cm. As árvores de Qualea parviflora apresentaram idade entre 20 a 49 anos, correspondendo aos diâmetros 4,28 cm e 16,04 cm, respectivamente. A média dos 14 indivíduos foi de 11,01 cm. Realizou-se a análise dos modelos Bertalanffy Champman-Richards, Gama, Gompertz, Logistica, Mitcherlich, Schumacher, observando qual teria melhor ajuste em relação aos dados. Para a espécie Tabebuia aurea o melhor modelo foi de Gompertz que apresentou coeficiente de determinação (R2) de 0,9790; o erro foi de 18,80 % e o CV(%) apresentou valor de 23,47 %, e b0= 10,9481, b1=0,9794 e b2=0,0755. A espécie Qualea parviflora teve o melhor modelo de Gama que apresentou coeficiente de determinação (R2) de 0,9911, o erro foi de 23,22 % e o CV(%) apresentou valor de 16,10%, e b0= 0,1950, b1=-0,9500 e b2= 0,9255. A facilidade e rapidez na obtenção de dados anuais de crescimento de espécies nativas reforça a importância de se utilizar a dendrocronologia em ambientes com potencial para a formação de camadas anuais de crescimento, facilitando o trabalho do gestor florestal no planejamento do manejo de espécies nativas, seja em condições naturais ou em plantio. Palavras-chave: dendrocronologia, Cerrado, incremento.

Palavras-chave: Dendrocronologia, Cerrado, incremento.

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Crescimento de Bowdichia virgilioides (Sucupira-preta) no Cerrado

Vitor Dressano Domene, Evaldo Muñoz Braz, Patrícia Póvoa de Mattos, Nelson Nakajima

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A riqueza de espécies do Bioma Cerrado contrasta com a carência de informações sobre espécies arbóreas com potencial econômico, restringindo seu aproveitamento. Principalmente no que se refere à domesticação e plantio de espécies nativas, é vantajoso conhecer o ritmo e dinâmica de crescimento das espécies arbóreas. Bowdichia virgilioides é uma espécie nativa ocorrente no cerrado Brasileiro, popularmente conhecida como Sucupira-preta. Pode atingir uma altura de até 16 metros, com diâmetros que variam entre 30 e 50 cm. Sua madeira é utilizada para acabamentos internos (assoalhos, molduras, painéis e portas) bem como para mourões e caibros. O presente trabalho teve por objetivo determinar a equação de crescimento que melhor reflete a dinâmica de crescimento da espécie, bem como seu incremento médio anual. O estudo foi realizado em área de vegetação natural de Cerrado, de propriedade do Exército Brasileiro, no município de Formosa, GO. Este trabalho está inserido no contexto de caracterização da vegetação do Projeto Biomas Cerrado. Foram selecionados 15 indivíduos adultos e coletados discos transversais ao tronco, a 1,3 m do solo. Os discos foram secos em temperatura ambiente e posteriormente lixados de maneira gradual para atingir o polimento necessário para a visualização das camadas de crescimento. A marcação e medição dos anéis de crescimento foram feitas com auxílio do microscópio estereoscópico e mesa de mensuração, com precisão de 0,01 mm. Os diâmetros das árvores amostradas variaram de 9,33 cm a 31,86 cm, com altura variando de 5 m a 14,1 m. As amostras apresentaram uma idade média de 27 anos e o incremento médio anual (IMA) observado para esses indivíduos foi de 0,47 cm. Foram testados quatro modelos de crescimento sendo eles Chapman-Richards, Gompertz, Weibull e Schumacher. A equação que mais se assemelhou com os dados reais foi a de Gompertz (y = ae-e^(b-cx)), apresentando os seguintes parâmetros β0 = 46,9085, β1 = 1,2076 e β2 = 0,033, com coeficiente de determinação ajustado (R²aj) de 0,9947 e um coeficiente de variação em porcentagem (C.V%) de 7,5. Apesar de preliminares, os resultados ajudam a ter uma melhor compreensão da dinâmica de crescimento da espécie, visto que a equação de Gompertz obteve um ajuste satisfatório.

Palavras-chave: Equação de crescimento, Gompertz.

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Comparação de crescimento de quatro espécies em uma área de reflorestamento em Santarém, PA

Ingrid Tamires Sagama, Ádria Marielen Paz Sousa, Amanda Alves Valente, Arlene Maria Vieira Fernandes, Raphaella Monteiro de Souza

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O reflorestamento é essencial para a recuperação de áreas degradadas, pois ajuda na estabilização e melhoria do solo, ponto essencial para a restauração da biota nativa. Com histórico de utilização agrícola e pecuária, a Fazenda Diamantino localiza-se no Município de Santarém-Pará, na margem esquerda da Rodovia Santarém/Curuá-Una, no km 11 e compreende uma área de 240 ha divididos em 5 áreas com diferentes plantios orgânicos nos anos de 2008 a 2012.Visando avaliar o crescimento em altura e DAP (Diâmetro à altura do peito) das espécies Carapa guianensis Aubl., Cordia goeldiana Huber, Swietenia macrophylla King, e Handroanthus chrysotrichus (Mart. Ex A.DC) Mattos realizou-se inventário florestal no plantio de 4 anos de idade na Fazenda Diamantino com parcelas de 1ha (200m x 50m), espaçamento 7m x 7m em 28 linhas com 7 indivíduos cada, considerando-se cada espécie um tratamento e cada indivíduo uma parcela. Considerou-se indivíduos com altura mínima de 2 m e DAP mínimo de 1 cm totalizando para DAP 137 árvores, sendo 52, 38, 39 e 8 indivíduos de Andiroba, Freijó, Ipê e Mogno, respectivamente. Para altura analisou-se 53 árvores de Andiroba, 37 de Freijó, 31 de Ipê e 7 de Mogno. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Lilliefors ao nível de 1% de probabilidade e análise de variância (ANOVA) no modelo do teste F, e ao teste Tukey de comparação de médias ao nível de 5% de probabilidade utilizando-se o programa estatístico BioEstat. Comprovou-se através do teste de normalidade de Lilliefors que todos os tratamentos apresentaram curva normal ao nível de 1% de probabilidade, a análise de variância indicou diferença altamente significativa entre as médias de DAP e altura total entre os tratamentos analisados. Os resultados demonstraram que as maiores médias de DAP foram obtidas pelo Freijó, não diferindo estatisticamente de Andiroba e Mogno, sendo as espécies que mais se desenvolveram diametricamente. O Ipê apresentou a menor média de acordo com o teste Tukey. O maior crescimento em altura total foi apresentado pelo Freijó, seguido por Mogno, estatisticamente iguais segundo o teste Tukey a 5% de probabilidade. Andiroba e Ipê apresentaram as menores médias de crescimento em altura. O monitoramento da área é de crucial importância, pois determinará a volumetria disponível caso o proprietário queira futuramente utilizar comercialmente a área, além de disponibilizar informações sobre o crescimento de espécies florestais.

Palavras-chave: Inventário, reflorestamento, variância.

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Ajuste de distribuições probabilísticas para representar a distribuição diamétrica de híbrido de eucalipto sob regime de talhadia

João Paulo Sardo Madi, Ana Paula Rodrigues Perfeito, José Aparecido dos Santos Lemos, Karen Janones Rocha, Cyro Matheus Cometti Favalessa

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Os plantios florestais do país apresentam como uma das suas principais culturas a do gênero Eucalyptus, sendo sua produção destinada para múltiplos usos, como madeira para lenha e serraria. As decisões a serem tomadas acerca do povoamento devem ser baseadas em ferramentas utilizadas no auxílio à tomada de decisão. Uma das mais utilizadas é a modelagem estatística, principalmente os modelos de distribuição diamétrica, que por meio do emprego de funções densidade de probabilidade (fdp’s), possibilitam estimar a dimensão das árvores do povoamento ou a sua predição em idades futuras. Os modelos de distribuição diamétrica podem ser aplicados em povoamentos sob regime de alto fuste e talhadia, sendo o último um sistema baseado na regeneração natural da espécie, em que geralmente são conduzidas as melhores brotações das cepas remanescentes após o corte raso do povoamento. O objetivo do trabalho foi selecionar a função densidade de probabilidade (fdp) que melhor estima a distribuição diamétrica de um povoamento de híbrido de eucalipto sob regime de talhadia. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda Bela Vista em um povoamento do híbrido Eucalyptus grandis Hill ex Maiden x Eucalyptus urophylla S. T. Blake sob regime de talhadia com 6 anos de idade. A fazenda está localizada no município de Dom Aquino – MT, coordenadas 15º34’58,1’’ S e 54º53’35,1’’ W. O clima da região é do tipo Aw (clima tropical com estação seca no inverno) conforme a classificação de Koppen. A área efetiva de plantio é de 232,8855 hectares, cujo inventário florestal foi realizado pelo processo de amostragem sistemática em estágio único, com intensidade amostral de uma parcela para cada 5 hectares, perfazendo um total de 47 unidades amostrais de 600 m² (20x30m). De todos os indivíduos amostrados, de 5.874 árvores, foram medidos os diâmetros à altura do peito (DAP) e distribuídos em cinco classes com intervalo 4,7746 cm, pelo método empírico. Foram calculadas as estatísticas descritivas: média, mediana, moda, desvio padrão, variância, DAP mínimo, DAP máximo e coeficiente de variação para verificar o comportamento da variável DAP. Para estimativa da distribuição diamétrica do povoamento foram ajustadas as fdp’s: Normal, Log-Normal, Beta, Gamma e Weibull dois parâmetros (Weibull-2P). A eficiência das funções foi verificada pelo teste de aderência Kolmogorov-Smirmov (K-S). Para a variável diâmetro foi verificada amplitude total de 23,87 cm, coeficiente de variação de 42,47%, e valores de 8,38, 7,96, 4,46 para média, mediana e moda, respectivamente. As funções ajustadas não apresentaram aderência aos dados, pois os valores para a estatística do teste de Kolmogorov-Smirnov (Dcalc) foram superiores aos valores tabelados para a estatística do teste (Dtab) a um nível de 5% de probabilidade, com exceção da função Weibull-2P que apresentou um Dcalc de 0,0025 e um Dtab de 0,0177, sendo portanto a única função testada capaz de prever a distribuição dos dados. A função Weibull-2P é indicada para estimar a distribuição diamétrica do povoamento do híbrido conduzido sob regime de talhadia.

Palavras-chave: Weibull-2P, Kolmogorov-Smirnov, regeneração.

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Variações na produção de oleoresina de copaíba

(Copaifera spp.) em Rondônia

Abadio Hermes Vieira, Michelliny de Matos Bentes Gama

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Resumo: A produção de óleoresina de copaíba varia muito de árvore para árvore e pouco se sabe sobre os fatores que a determinam. As condições ambientais do local de crescimento da árvore, época do ano e suas características genéticas são fatores tidos como fonte de variação para produção. A coleta de óleo de copaíba foi realizada em Machadinho do Oeste, a 400 km da capital do Estado de Rondônia. Foram selecionadas duas espécies de copaíba, (Copaifera multijuga Hayne e Copaifera piresii Ducke) de comum ocorrência na região, cujos indivíduos foram localizados em campo por um mateiro experiente do local. A descrição botânica das espécies foi realizada anteriormente por Silva (2008), e o material encontra-se depositado no Herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental. Foram selecionados ao acaso 25 indivíduos da espécie em três parcelas permanentes de 1,5 ha cada (100m x 150m) na área experimental delimitada, sendo 20 indivíduos de C. multijuga e 5 indivíduos de C. piresii, com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 40 cm. Foram considerados os seguintes tratamentos para a avaliação da produção quanto ao intervalo e época de extração: Tratamento 1 - 6 meses e Tratamento 2 - 24 meses. No Tratamento 1 foram furadas 10 árvores para avaliação semestral (C. multijuga, 8; C, piresii, 2), enquanto no Tratamento 2 foram selecionadas 15 árvores para avaliação bianual (C. multijuga, 12; C, piresii, 3), considerando-se em ambos as estações de seca e chuvas. Em ambos os tratamentos, apenas C. multijuga apresentou produção fisiológica superior a 1 ml de oleoresina. A produção total das 25 copaibeiras furadas foi 2,5 litros, muito abaixo do observado por estudos já realizados na região considerando os mesmos intervalos de tempo, entretanto, a espécie alcançou a produção comercial mínima de oleoresina (> 50 ml). A maior produção de óleoresina foi notada na primeira coleta e não houve diferença significativa da produção quando comparadas as estações seca e chuvosa, ou mesmo quanto ao intervalo de coleta. O diâmetro médio das copaibeiras furadas foi 55,4 cm no Tratamento 1, e 39,63 cm no Tratamento 2. Os indivíduos de C. multijuga que tiveram alguma produção de oleoresina no Tratamento 1 estiveram frequentemente associados ao intervalo diamétrico de 30,00 a 45,00 cm, enquanto no Tratamento 2, o intervalo esteve entre 40,00 a 55,00 cm de DAP. Estes resultados ressaltam a importância da continuidade de monitoramento da produção de oleoresina da espécie na região, a fim de se verificar possíveis correlações entre variáveis dendrométricas como a altura do fuste e outras variáveis importantes como o tipo de solo, e, ou, idade, a fim de se aprimorar práticas de manejo com base nas caraterísticas ecológicas da espécie.

Palavras-chave: Copaifera, produto não madeireiro, monitoramento.

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Crescimento inicial de algumas espécies nativas da Caatinga, na Chapada do Araripe, PE

Marcos Antônio Drumond, Jorge Ribaski, Visêldo Ribeiro de Oliveira, Iêdo Bezerra Sá, Pedro Silvino Pereira, Sergio Miana de Faria

Contato: [email protected]

Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de espécies nativas em áreas degradadas na região do Araripe, Pernambuco. O experimento foi implantado em área da Estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) em Araripina-PE. (Latitude: 7°27’50”S, Longitude: 40°24’38”W, Altitude: 828m). A precipitação média anual da região é da ordem de 752,5 mm, concentrada nos meses de fevereiro, março e abril, com temperatura média anual de 24ºC, evaporação de 1.127 mm/ano e umidade relativa do ar média anual por volta de 55,2%, sendo que a precipitação pluviométrica durante o desenvolvimento deste experimento foi de 571,8 mm. A área experimental foi submetida previamente a uma aração e gradagem, sendo incorporadas ao solo 2,0 t.ha-1 de calcário dolomítico. Foi feita uma adubação de fundação de 100 g.cova-1 com NPK (10:80:30). O plantio foi feito em covas de 30 x 30 x 30 cm, espaçamento utilizado foi 4 x 4m. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com cinco repetições e seis tratamentos: angico [Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan], angico de bezerro [Piptadenia obligua (Pers.) Macbr.], aroeira [Myracroduon urundeuva Allemão], jurema preta [Mimosa tenuiflora (Willd.) Poiret.], pau d'arco [Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos] e sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.). Aos vinte e quatro meses o sabiá foi a espécie que apresentou maior crescimento em altura (1,68m) superando significativamente as demais espécies, enquanto a aroeira foi a de menor crescimento (0,34m). Quanto à sobrevivência, as espécies não diferiram estatisticamente entre si, justificando o fato de todas as espécies serem nativas e, portanto adaptadas às condições ambientais da região.

Palavras-chave: Semiárido brasileiro, Mimosa tenuiflora.

Estudos de Crescimento e Produção Florestal

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Crescimento de Bertholletia excelsa em floresta natural em Juína, MT

Maíra de Oliveira Macedo, Patrícia Póvoa de Mattos, Evaldo Muñoz Braz,

Hélio Tonini, Aisy Botega Baldoni

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A castanheira (Bertholletia excelsa) é uma espécie nativa da Amazônia e de grande importância, pela exploração das castanhas ou pela qualidade de sua madeira. Entretanto, em função da exploração não sustentável, ou pelo avanço da fronteira agrícola, a espécie foi incluída na lista oficial da flora brasileira de espécies ameaçadas de extinção. Apesar de sua importância, ainda são escassos os estudos sobre a dinâmica de crescimento da espécie. A dendrocronologia é uma técnica que auxilia na determinação da taxa e periodicidade de crescimento em diâmetro, além de possibilitar a estimativa da idade de árvores tropicais e subtropicais. A castanheira é passível de estudos dendrocronológicos, por apresentar anéis anuais de crescimento, delimitados pelo parênquima marginal, pela mudança no tamanho os vasos e pelo espessamento diferencial das paredes das fibras no fim do período vegetativo. O objetivo desse trabalho foi determinar o ritmo de crescimento em diâmetro da castanheira, sob condições de floresta natural, no município de Juína, MT. Esses dados fazem parte de uma análise parcial, de um projeto que conta com informações de outros três municípios do estado do Mato Grosso. A região de Juína apresenta alto potencial ambiental de ocorrência da espécie. As amostras foram coletadas em área de floresta secundária, com sinais de antropização. Foram coletadas amostras com trado de incremento de 25 árvores, retirando-se 2 baguetas perpendiculares entre si, por árvore. Os anéis de crescimento foram marcados com auxílio de microscópio estereoscópico e medidos com mesa de mensuração, com precisão de 0,01mm. Foram testados sete modelos de crescimento para representação do padrão da espécie. As árvores avaliadas apresentavam diâmetro a 1,30 m do solo (DAP) médio de 95,8 cm, variando de 25,15 cm a 138,10 cm e incremento médio de 0,61 cm, com mínimo de 0,15 cm e máximo de 2,44 cm. A média de anéis medidos por árvore foi de 91, com mínimo de 55 e máximo de 126 anéis de crescimento. Os modelos que se destacaram pelos parâmetros estatísticos foram: Gama, Gompertz, Logística e Micherlich com resultados satisfatórios para R² (0,9819 a 0,9844), CV% (19,0616 a 20,4773) e valor de F (17.987,00 a 28.451,2), sendo descartados os modelos Bertalanfy, Chapman Richards e Schumacher. Gompertz foi o que melhor representou o crescimento graficamente, apresentando 181,7; 1,0432 e 0,00954 para b0, b1 e b2, respectivamente.

Palavras-chave: Manejo, dendrocronologia, crescimento, castanheira.

Estudos de Crescimento e Produção Florestal

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Desempenho silvicultural de híbridos de Eucalyptus em função do preparo de solo, na Chapada do Araripe, PE

Marcos Antonio Drumond, Jorge Ribaski, Iêdo Bezerra Sá, Visêldo Ribeiro de Oliveira,

José Alves Tavares

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O presente trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos do preparo do solo arado e gradeado, com e sem subsolagem, sobre a produtividade de madeira de dois híbridos de Eucalyptus, na Chapada do Araripe, Pernambuco. O experimento foi implantado em fevereiro de 2006, na Estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), no município de Araripina-PE (Latitude: 7°27’50”S, Longitude: 40°24’38”W, Altitude: 828m). Foram testados dois tipos de preparo de solo: 1) aração e gradagem (AG) e 2) aração e gradagem e subsolagem (AGS) a 40 cm de profundidade na linha de plantio, para dois híbridos de Eucalyptus: E. grandis x E. camaldulensis (Egc) e E. brassiana x E. urophylla (Ebu), plantados em espaçamento de 3,0 x 3,0m. O delineamento experimental adotado foi blocos ao acaso, com quatro tratamentos e oito repetições. Aos seis anos de idade, procedeu-se a mensuração da altura, diâmetro a altura do peito (DAP), sobrevivência (número de plantas em relação ao stand inicial) e produção de madeira das plantas. Os dados foram tabulados e analisados, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Da analise realizada verificou-se que a sobrevivência dos híbridos nos diferentes preparos de solo variou de 95 a 99%, não apresentado qualquer diferença significativa entre os tratamentos. Entretanto, o híbrido E. brassiana x E. urophylla plantado em solo apenas arado e gradeado apresentou valores significativamente menores para altura (10,6 cm), volume de madeira (99 m3.ha-1) e IMA (16,5 m3.ha-1.ano-1) em relação aos demais tratamentos. Foram verificados ainda os seguintes incrementos médios anuais: AG-Egc = 27,0 m3.ha-1.ano-1, AG-Ebu = 16,5 m3.ha-1.ano-1, AGS-Egc = 24,6 m3.ha-1.ano-1, AGS-Ebu = 23,7 m3.ha-

1.ano-1. O híbrido E. grandis x E. camaldulensis obteve melhor desempenho para os dois tratamentos analisados em relação ao híbrido E. brassiana x E. urophylla.

Palavras-chave: Semiárido; eucalipto; aração; subsolagem.

Estudos de Crescimento e Produção Florestal

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Distribuição diamétrica em área de compensação ambiental na Mata Atlântica, no município de Laranjeiras, SE

Thamyres Dias da Silva Leão, Maxmüller de Andrade Moura, Anabel Aparecida de Mello, Robério Anastácio Ferreira.

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A Mata Atlântica ocupa aproximadamente 17% do território brasileiro e suas diversas fisionomias florestais estão distribuídas por toda a costa do país e em manchas interioranas. Porém, hoje a vegetação do bioma está reduzida acerca de 12% de sua cobertura original. Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlântica possui uma grande importância, por exercer influência direta na vida de mais de 80% da população brasileira que vive em seu domínio e também pela grande quantidade de espécies endêmicas, alcançando 2,7% de plantas e 2,1% de animais vertebrados do mundo. Este trabalho foi realizado com o principal objetivo de avaliar a estrutura diamétrica de uma floresta com 10 anos plantada com fins de compensação ambiental, em área de Mata Atlântica no município de Laranjeiras, Sergipe. A pesquisa foi realizada utilizando 30 parcelas permanentes (600 m²) instaladas em 2014, distribuídas sistematicamente no interior do fragmento e distantes 127 m entre si. A área de estudo pertence à empresa Votorantim Cimentos S.A. e possui 46 hectares, onde antes havia o monocultivo de cana de açúcar, e a partir do ano de 2004 foi iniciado o processo de implantação florestal com espécies nativas, como medida de compensação ambiental. Na área amostrada foram contabilizados 2386 indivíduos, pertencentes a 20 espécies. A curva de distribuição dos diâmetros seguiu o padrão característico de florestas nativas, ou seja, apresentou distribuição exponencial em forma de J-invertido, cuja maior frequência de indivíduos encontrou-se nas classes de menores diâmetros. Classe 1: 56 indivíduos, classe 2: 1879 indivíduos, classe 3: 337 indivíduos, classe 4: 83 indivíduos, classe 5: 26 indivíduos e classe 6: 5 indivíduos. A altura média entre as classes foi de 9,55 m e a área basal média de 14,55 (m²) ha (-1). Considerando o tempo de implantação, a densidade de indivíduos e a altura média, além da presença de 90% de espécies nativas, foi possível concluir que o fragmento encontra-se em bom processo de estabelecimento. Palavras-chave: estrutura, diâmetro, classes.

Palavras-chave: Estrutura, diâmetro, classes.

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Regeneração estabelecida sobre uma área de influência do toco de árvores exploradas há 26 anos na Floresta Amazônica

Dirceu Lucio Carneiro de Miranda, Debora Monteiro Gouveia, Guilherme Rodrigues Costa

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A Amazônia legal é uma área que engloba nove estados brasileiros pertencentes à bacia amazônica onde está inserida a Floresta Amazônica. O cenário para a conservação desses ambientes é preocupante e atualmente uma das alternativas mais promissoras para conservar a floresta é o manejo florestal sustentado. Entender os processos ecológicos de regeneração dos indivíduos arbóreos de valor comercial se torna essencial para definir a intensidade de exploração e os ciclos de corte que atualmente é de no mínimo 25 anos. Esse estudo é o resultado inicial da avaliação de uma floresta explorada há 26 anos, cujo objetivo é analisar a regeneração estabelecida (estoque futuro) de indivíduos arbóreos de uso comercial com DAP entre 10 e 30cm para saber quais são as espécies que se estabeleceram nesta floresta após a exploração. A área de estudo está localizada no município de Itaúba, norte do estado de Mato Grosso, e possui 947 ha. O banco de dados é composto por 40 parcelas circulares de 200m² (raio de 7,98m), instaladas de forma aleatória, tendo como centro o toco das árvores que foram exploradas há 26 anos. Em cada parcela foi retirada uma amostra do toco para a identificação da espécie que foi cortada. Foram medidos e identificados 597 indivíduos de 68 espécies arbóreas, contabilizando 639 indivíduos por hectare para DAP entre 10 e 30cm. O número identificado de espécies de uso comercial foi 24, no entanto apenas 7 destas, apresentaram uma densidade superior a 8 individuos por hectare. Os tocos amostrados foram identificados como sendo da espécie Mezilaurus itauba com 17 amostras, Goupia glabra, Erisma uncinatum e Apuleia leiocarpa com respectivamente 12, 9 e 2 amostras. A regeneração para G. glabra foi de 6 indivíduos por hectare e para as demais foi de 2 indivíduos por hectare. Não houve qualquer correlação entre a espécie do toco amostrado e a regeneração em sua área de influência. O baixo número de espécies identificadas atribuídas aos tocos evidencia a exploração de poucas espécies, ou ainda, que os tocos de outras espécies exploradas não existem mais devido a sua menor resistência ao tempo e ao ataque de organismos xilófagos. Os resultados iniciais indicam que a floresta em estudo possui baixa regeneração estabelecida para as espécies comerciais, especialmente aquelas que foram cortadas há 26 anos. Esse fato também pode indicar que essas espécies que sofreram forte exploração poderão ser eliminadas em ciclos de cortes futuros, ou ainda, serem substituídas por outras de menor valor comercial.

Palavras-chave: Manejo florestal, espécies comerciais, Amazônia.

Estudos de Dinâmica de Florestas

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Estrutura e dinâmica de Myracrodruon urundeuva Allemão na RPPN vagafogo, Pirenópolis, GO

Ana Carolina Freitas Xavier, Carlos Eduardo Batista, Kellen Rabelo de Souza, Carlos de Melo e Silva Neto, Fábio Venturoli

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A fragmentação florestal provoca a diminuição de indivíduos de uma população, favorecendo a perda da variação genética. A população remanescente passa a ter um tamanho diminuto, podendo afetar a continuidade e evolução da população de Myracrodruon urundeuva Allemão (aroeira-do-sertão), no Santuário de Vida Silvestre Vagafogo, exaltando a importância de estudos referente a estrutura e dinâmica ao nível populacional das espécies mais exploradas e de uso madeireiro importante. O objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura e dinâmica da população de M.urundeuva em uma floresta estacional semidecídua. Os tratamentos foram: T1: testemunha; T2: retirada de indivíduos lenhosos em um raio de um metro em relação a cada indivíduo de Myracrodruon urundeuva nas parcelas e T3: idem ao T2 além da retirada de cipós de grande porte em toda a parcela. Os tratamentos foram implantados em 2003, em 12 parcelas de 25 x 30m, adjacentes umas às outras, sofrendo manutenções periódicas semestrais entre 2003 e 2007 e durante o ano de 2013. Para as avaliações de verificação de influência dos tratamentos nos DAP (em 2003, 2007 e 2013) e Incremento Periódico anual (para dez anos) obtidos via inventário florestal, utilizou-se na sequência o teste de normalidade de Shapiro-Wilk (Teste W). Para verificação das diferenças das médias entre os tratamentos foi utilizado o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis. Por fim o teste das medianas foi possível através do teste de Mann-Whitney (Wilcoxon). Totalizando um incremento periódico anual de 1,06 m³.ano-

1.hectare-1(T1), 1,70 m³. hectare-1 . ano-1 (T2), 1,64 m³. hectare-1 . ano-1 (T3), no período de 10 anos.A liberação da competição (T2) foi o tratamento que proporcionou o maior incremento diamétrico da espécie entre 2003 a 2013 Em dez anos 18,75% dos indivíduos morreram, não diferindo significativamente entre tratamentos. Os tratamentos não interferiram na mortalidade e as intervenções silviculturais promovem maior incremento periódico nas árvores de M.urundeuva.

Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecídua, fragmentos florestais.

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Crescimento e regeneração natural de Manilkara huberi (Ducke) em área manejada na Floresta Nacional do Tapajós

Lia de Oliveira Melo, Ulisses Sidnei da Conceição Silva, Giselli Castilho Moraes, Lucian Gomes de Oliveira

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Conhecer a estrutura e a dinâmica de crescimento, ingressos e mortalidade das espécies de um povoamento florestal, principalmente daquelas de interesse econômico, é de fundamental importância para o manejo florestal. A Maçaranduba (Manilkara huberi) (Ducke) é uma das espécies madeireiras mais comercializadas no mercado nacional e internacional com alto valor comercial econômico. Trata-se de uma espécie muito abundante na região amazônica, possui madeira dura, muito pesada, bastante resistente, com densidade básica de 0,87 g cm-3. O objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros estruturais da M. huberi e as taxas de crescimento, ingressos e mortalidade tanto no estrato arbóreo (DAP ≥ 10cm) como na regeneração natural (5cm ≤ DAP < 10 cm) em área submetida a manejo florestal. O estudo foi realizado na Floresta Nacional do Tapajós com base em 53 parcelas permanentes (13,25ha) instaladas e medidas antes e após a colheita de madeira em 7 unidades de produção anual em área manejada pela cooperativa mista Flona Tapajós. A M. huberi integra a lista das espécies colhidas pela cooperativa. Os resultados mostraram que a espécie teve uma redução de 0,2 árvores/ha, 0,14 m²/ha e 1,37 m³/ha após a colheita de madeira. As árvores remanescentes da espécie vêm apresentando elevadas taxas de crescimento em diâmetro com 0,58 cm/ano. A maior taxa foi obtida mediante exposição completa da copa à luz solar com crescimento médio de 0,66 cm/ano, superior aquelas com copa parcialmente iluminada e com copa completamente coberta por árvores vizinhas, mostrando assim a influencia positiva da luz para o crescimento da espécie. Danos no fuste ou na copa interferem nas taxas de crescimento, mesmo danos considerados leves podem reduzir substancialmente os valores de crescimento de M. huberi. Na área experimental foi observada redução de aproximadamente 40% nas taxas de crescimento em DAP de árvores com danos leves em relação aquelas sem danos. A presença de cipós causou pouca alteração nas taxas de crescimento da espécie porque a maioria das árvores não possuía cipó fortemente entrelaçado ao fuste. Os ingressos (5,5%/ano) foram inferiores a mortalidade (10%/ano) neste primeiro período, em consequência da colheita de madeira, todavia a M. huberi apresenta boa capacidade de regeneração natural com aproximadamente 5 indivíduos/ha no estrato entre 5,0 e 10,0 cm de diâmetro, demonstrando sua aptidão para o manejo na Floresta Nacional do Tapajós.

Palavras-chave: Maçaranduba, manejo, ingressos, mortalidade.

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Estudo dos parâmetros florísticos e fitossociológicos de uma floresta manejada comercialmente no Amazonas

Elias Lourenço Vasconcelos Neto, Rosiele dos Santos Vasconcelos, Mabiane França, Carolina Santos, Cintia Rodrigues de Souza, Celso Paulo de Azevedo

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O objetivo do presente trabalho foi estudar as mudanças ocorridas na estrutura e composição florística após 18 anos de exploração, nas áreas da empresa Precious Woods (Mil Madeiras) em Itacoatiara-AM. Os dados utilizados nesta pesquisa são referentes a medições realizadas em duas ocasiões (1996, antes da exploração e em 2014, após a exploração), em 14 parcelas permanentes de um hectare cada, onde foram mensurados e identificados todos os indivíduos com DAP ≥ 15. Antes da exploração foram coletados dados de 4188 indivíduos, distribuídos em 44 famílias e 166 espécies. 18 anos após a exploração, foram registrados 4446 indivíduos, distribuídos em 44 famílias e 184 espécies. Nesse intervalo houve o aumento do número de espécies, e o desaparecimento de quatro espécies (Brasimum potabile, Inga marginata, Brosimum obovata e Apeiba albiflora Ducke). As famílias Sapotaceae, Lecythidaceae, Fabaceae e Lauracea se destacaram por apresentar 52,7% dos indivíduos registrados antes da exploração e após a exploração essas famílias permaneceram com o destaque, porém o número de indivíduos que representou foi de 50,9% do total. Através da análise da estrutura diamétrica para as duas ocasiões obteve-se como resultado que a floresta estudada apresenta a curva característica das florestas naturais ("J" reverso), com grande concentração de indivíduos nas classes inferiores. Na análise da estrutura horizontal destacou-se a espécie Pouteria guianensis como a mais abundante e dominante, antes e após a exploração. Antes da exploração, 20 espécies se destacaram por apresentar 100% de frequência absoluta na floresta manejada e após a exploração 21 espécies apresentaram esse valor de frequência. As espécies Pouteria guianensis, Lecythis prancei S.A. Mori, Ocotea fragrantissima, Licania heteromorfa, Guatteria procera foram as que apresentaram os maiores valores de Indice de Valor de Importância (IVI) antes da exploração, e em 2014 a espécie Guatteria procera saiu da lista das cinco mais importante, sendo substituída pela espécie Protium altosoni. A diversidade florística foi avaliada pelo Quociente de Mistura de Jentsch (QM) e índice de Shannon-Wiener (H’) e a Equabilidade pelo índice de Pielou (J). Como resultados encontrados para antes e após a exploração obteve-se QM de 1:25 e 1:24, H’ igual a 4,10 e 4,28, e J de 0,80 e 0,82, respectivamente. Dessa forma, pode se concluir que a variação da riqueza, diversidade e estrutura horizontal das espécies antes e após a exploração madeireira foi pequena, o que confirma o baixo impacto da exploração na composição e diversidade das espécies da floresta.

Palavras-chave: Manejo florestal, análise estrutural.

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Dinâmica da mortalidade e recrutamento em fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Paraná

Tauane Garcia Barreto, Ângela Klein Hentz, Ana Paula Dalla Corte, Carlos Roberto Sanquetta, Aurélio Lourenço Rodrigues

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Neste trabalho objetivou-se avaliar a dinâmica da mortalidade e recrutamento em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista, localizado no município de São João do Triunfo/PR. Foram calculadas as taxas de mortalidade e recrutamento utilizando dados de inventário florestal contínuo, para três parcelas permanentes de 1 hectare cada. Os anos de análise foram de 2009 a 2013, perfazendo um período de 4 anos. A taxa de mortalidade foi obtida pela razão entre o número de indivíduos encontrados mortos e o número total de indivíduos vivos no período de um ano. Já a taxa de recrutamento foi obtida pela razão entre o número de indivíduos que atingiram o DAP mínimo de 10 cm em determinado ano pelo número total de árvores vivas nesse ano. A mortalidade e o recrutamento para o período total foram obtidos por meio do somatório dos indivíduos em tais categorias, em todos os anos. Os dados foram testados quanto à homogeneidade das variâncias pelo teste de Bartlett, seguida pela análise de variância (ANOVA) e teste de médias de Tukey, todos a 95% de confiança, com propósito de identificar diferenças entre mortalidade e recrutamento em função dos anos e das parcelas. As taxas de mortalidade no período estudado foram de 2,69, 4,27, 6,43 e 4,38% para as parcelas araucária, imbuia, fogo e para a floresta como um todo respectivamente. Destaca-se a parcela imbuia, que em 2011 apresentou a maior taxa de mortalidade entre as parcelas e os anos avaliados, sendo de 2,6%. Já o recrutamento apresentou taxas de 6,57, 7,21, 6,27 e 6,71% para as parcelas araucária, imbuia, fogo e floresta, respectivamente. O ano de 2011 destacou-se entre os demais em relação ao recrutamento, por apresentar as menores taxas no período. Em geral, as taxas de recrutamento foram superiores às de mortalidade nas parcelas e no período estudado, exceto para a parcela imbuia que apresentou taxas semelhantes para as duas variáveis. A mortalidade apresentou diferença estatisticamente significativa somente entre as parcelas araucária e imbuia. Quanto aos anos, a mortalidade não mostrou diferença significativa, portanto é considerada homogênea no período. O recrutamento, por sua vez, não apresentou diferença significativa entre as parcelas. Porém, quando considerado os anos, observou-se que 2011 foi estatisticamente diferente dos demais, apresentando 11 indivíduos recrutados, enquanto os demais apresentaram os valores de 31, 54 e 50 indivíduos recrutados para 2010, 2012 e 2013, respectivamente. A partir do cálculo das taxas de mortalidade e recrutamento foi possível observar como se dá a dinâmica desses processos na floresta estudada. Observou-se que a mortalidade é um processo inferior ao recrutamento, portanto possivelmente a floresta está continuamente se expandindo. A mortalidade é um processo homogêneo no período, já o recrutamento apresento um ano distinto, provavelmente devido à algum fator extremo. Da mesma forma, as parcelas mostram-se semelhantes quanto ao recrutamento, ao passo que a mortalidade mostrou-se distinta somente entre as parcelas araucária e imbuia, apresentando a menor e maior taxa de recrutamento, respectivamente.

Palavras-chave: Inventário, parcelas permanentes, remanescente.

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Padrões de distribuição espacial de quatro espécies arbóreas da Floresta Ombrófila Mista no Paraná

Evelyn Takahashi Lipinski, Ana Beatriz Schikowski, Ana Paula Dalla Corte,

Carlos Roberto Sanquetta

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O conhecimento do padrão de distribuição espacial das espécies e suas interações é de suma importância no estudo da dinâmica de florestas naturais. A presente pesquisa teve por objetivo avaliar o padrão de distribuição espacial das espécies Ilex paraguariensis, Ocotea porosa, Ocotea puberula e Capsicodendron dinisii, típicas da Floresta Ombrófila Mista Montana. Foram utilizados dados de quatro parcelas permanentes de um hectare, localizadas em São João do Triunfo, Paraná, no ano-base de 2013. Foram incluídos na análise indivíduos com diâmetro à altura do peito acima de 10 cm, sendo identificados e suas coordenadas geográficas conhecidas. Assim, avaliou-se a frequência dos indivíduos, número de subparcelas (400 m²) com sua ocorrência, bem como o cálculo do Índice de Moran (IM), que classifica o padrão de ocorrência das espécies em agrupada, dispersa ou aleatória. Os valores médios da frequência foram 48 N.ha-1 para Ilex paraguariensis, 12 N.ha-1 para O. porosa e 15 para O. puberula, 20 N.ha-1 para C. dinisii. Em relação ao padrão de ocorrência foram evidenciados distintos resultados, as espécies C. dinisii e I. paraguariensis apresentaram status agrupada na parcela A e aleatório nas parcelas B, C e D. O. porosa apresentou status agrupada na parcela A, na B não houve indivíduos suficientes para calcular o índice e nas parcelas C e D apresentou status aleatória. O. puberula apresentou status dispersa na parcela A, aleatória em B e C e agrupada na D. É característica de floresta nativa a heterogeneidade, sendo que essas variações nos padrões para a mesma espécie podem ser atribuídas justamente as características das unidades amostrais, tais como variação entre número de indivíduos de uma parcela para outra, presença ou ausência de clareiras e interação com outras espécies.

Palavras-chave: Distribuição, Floresta com Araucária.

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Dinâmica sazonal da produção de serapilheira em fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana no Paraná

Greyce Charllyne Benedet Maas, Isabel Mariane de Oliveira, Carlos Roberto Sanquetta, Veruza Cristina Mendonça, Aurélio Lourenço Rodrigues

Contato: [email protected]

O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção das frações de serapilheira ao longo das estações do ano em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista. O estudo foi realizado na estação experimental da Universidade Federal do Paraná, localizada em São João do Triunfo, PR, com dados de três parcelas permanentes (100 m x 100 m) pertencentes ao Projeto Ecológico de Longa Duração - Sítio 9 (Floresta com Araucária e suas transições). Foram instalados 27 coletores de serapilheira (09 coletores por parcela), cada um com área de 1 m². A serapilheira foi coletada ao final de cada mês durante o ano de 2013 e seca previamente ao ar livre e em estufa a baixas temperaturas para preservar a aparência do material. Posteriormente, as amostras foram separadas nas seguintes frações: folhas, galhos com até 2 cm, material reprodutivo (flores, frutos, sementes), ramos aciculados (ramos e acículas da espécie Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze) e miscelânea (material particulado e não identificado). As frações foram secas em estufa (65 °C) até atingirem peso constante, sendo pesadas em balança analítica. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) seguida do teste de Scott-Knott para comparação das médias. O total de serapilheira produzido no ano avaliado foi de 7,09 t.ha-1, sendo a primavera a estação de maior produção, com 35,38% do total anual. Estatisticamente, a produção de serapilheira na primavera (2,51 t.ha-1) foi superior à produzida no verão (1,95 t.ha-1), estação essa que contribuiu com 27,49% do total. O inverno e outono contribuíram, respectivamente, com 19,01% e 18,12% e apresentaram resultados de produção estatisticamente iguais (1,28 e 1,35 t.ha-1), ambos inferiores aos observados para primavera e verão. Em relação à produção por frações, a serapilheira depositada é composta principalmente de ramos aciculados de Araucária (41%), e de folhas (32%). As frações galhos, material reprodutivo, miscelânea e casca contribuíram respectivamente com 12%, 6%, 7% e 2% da produção. A maior deposição de ramos aciculados ocorreu no verão (0,96 t.ha-1) e na primavera (0,99 t.ha-1), sendo superior a produção obtida no outono (0,61 t.ha-1) e inverno (0,34 t.ha-1). A maior deposição de folhas ocorreu no inverno (0,73 t.ha-1) e primavera (0,81 t.ha-1), com resultados superiores aos observadas no verão (0,38 t.ha-1) e no outono (0,35 t.ha-1). A produção total de serapilheira no ano avaliado foi semelhante à encontrada em outros trabalhos em Floresta Ombrófila Mista. Os resultados destacam a importância da espécie Araucaria angustifolia na composição da serapilheira da tipologia florestal estudada. Ao comparar o resultado deste estudo com outros realizados na mesma tipologia, é possível observar que a primavera se mantém como a estação de maior produção. Contudo, com base nos trabalhos consultados, a taxa de contribuição na deposição de serapilheira das demais estações varia ao longo dos anos, demonstrando uma possível correlação com variáveis meteorológicas que se alteram entre os anos, além da dependência das características fitofisionômicas de cada área estudada.

Palavras-chave: Araucária, pesquisas ecológicas.

Estudos de Dinâmica de Florestas

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Identificação de zonas de diversidade florestal para seleção de árvores matrizes na Amazônia

Larissa Aragão de Souza, Nathiellen Ferreira Barros, Kátia Emídio da Silva Contato: [email protected]

No manejo florestal, a seleção de árvores matrizes tem sido feita sem levar em consideração a localização espacial das mesmas e nem a estrutura da vegetação no entorno destas. Assim, este trabalho objetivou contribuir com mais um critério para a seleção de árvores matrizes, por meio da identificação de áreas de maior riqueza de espécies, no entorno de indivíduos de espécies focais de interesse do manejo florestal, com intuito de auxiliar tomadores de decisão quanto a seleção de árvores matrizes, ao mesmo tempo em que contribui para a manutenção da estrutura da floresta residual. O trabalho foi desenvolvido em uma área de floresta de terra firme de uma empresa madeireira, localizada no município Silves, em três ha de parcelas contínuas. Todos os indivíduos com DAP >= 10 cm foram mensurados em 2013 e identificados. Foram selecionadas nove espécies de interesse comercial, de uma lista de 30 espécies que a empresa explora, em regime de manejo sustentável. Para o estudo da riqueza de espécies, os indivíduos destas nove espécies com DAP >= 25 cm foram selecionados (indivíduos focais), e por meio de análise espacial de vizinhança, foram identificados os 20 vizinhos mais próximos dos indivíduos das espécies focais. A riqueza de espécies foi calculada, por meio da contagem do número de espécies diferentes das espécies focais. Cada indivíduo focal recebeu como atributo o número correspondente à riqueza de espécies ao seu redor, e foram gerados mapas de diversidade para as nove espécies de interesse. Nos três hectares, foram identificados 1.303 indivíduos, distribuídos em 40 famílias botânicas e 114 espécies. Os resultados mostram que as zonas de riqueza de espécies podem ser utilizadas como mais uma ferramenta para a seleção de árvores matrizes, o que auxilia na manutenção da estrutura da floresta e conservação de áreas prioritárias.

Palavras-chave: Riqueza biológica, manejo florestal.

Estudos de Dinâmica de Florestas

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O ensino técnico de botânica em um herbário da cidade de Manaus como fonte alternativa para a formação de recursos humanos pelo programa de

aperfeiçoamento técnico profissional do IFAM

Viviane Gil da Silva Oliveira, Isaí Adegas da Silva

Contato: [email protected]

O programa de aperfeiçoamento técnico profissional (PATP) desenvolvido pelo Instituto Federal do Amazonas é uma alternativa de aprimoramento e/ou educação científica em áreas específicas de atuação, entre elas a botânica em herbários, com o intuito de ampliar conhecimentos científicos acerca da prática e atuação de técnicos egressos desta instituição. Assim como, torna-se, portanto, fonte de formação alternativa de recursos humanos para as atividades inerentes a esse contexto. Uma vez que, podem-se desenvolver conceitos e técnicas de coleta, prensagem, resfriamento, costura, montagem de exsicata e duplicata, inserção de espécimes em banco de dados e conservação biológica. Desse modo, por meio desse programa realizou-se uma alfabetização científica dos sujeitos envolvidos, em um herbário da cidade de Manaus, sendo possível a formação habilitada de RH nesses e para esses ambientes. Pois, ao final do plano de ação dos referidos técnicos estes podem estar aptos a desenvolver suas atividades na área aperfeiçoada. Nesse sentido, o objetivo desse ensaio é discutir as contribuições que a utilização de um herbário traz para o ensino técnico em botânica em programas de aperfeiçoamento profissional, podendo proporcionar uma formação de recursos humanos com habilitação em herbário. Pois, para além do ensino formal técnico escolar, o herbário como espaço institucionalizado não formal desenvolve saberes científicos como uma complementação que venha atender as demandas sociais desses espaços, unindo teoria e prática. O que se faz de extrema necessidade no contexto amazônico, considerando-se que existem poucos profissionais atuantes nessa área o que dificulta o trabalho prático e científico. Como resultado, contatou-se que essas práticas em IFE corroboram para a capacitação técnica, bem como para o desenvolvimento de pesquisa-ação com materiais vegetativos coletados, identificados e conservados, resignificando a prática de forma a dar sentido à natureza da ciência como parte da formação e habilitação técnica. Isso porque se compreende não mais somente a prática de campo, mas pode-se conhecer conceitualmente o objeto de manejo, como exemplo: o conjunto de características que compõem a estrutura física de plantas e frutos para caracterização em nível de família, gênero e epíteto específico por meio de guias. Esse estudo foi desenvolvido por meio de observação participante, durante as práticas técnicas realizadas nesse contexto, com a utilização de diário de bordo. Nessa concepção, concluí-se que a utilização desses espaços desenvolve capacidades e conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais técnicos contribuindo para o ensino, aprendizagem e formação adequada de RH.

Palavras-chave: Herbário, capacitação, PATP.

Formação e capacitação de recursos humanos

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A importância da formação profissional técnica de recursos humanos para atender as dinâmicas práticas e científicas de herbários

Viviane Gil da Silva Oliveira Contato: [email protected]

Os herbários são espaços institucionalizados que desenvolvem trabalhos práticos e científicos de coleta e conservação de espécimes florísticos herborizados e de frutos por meio da carpoteca. As coleções de plantas depositadas em herbários servem de base para estudos e pesquisas nas áreas de taxonomia e áreas correlatas que investiguem características fenotípicas e/ou genotípicas. Nesse sentido, são ambientes também de divulgação científica, catalogação de indivíduos em banco de dados indexado em rede nacional de herbários, e especialmente constante formação profissional de recursos humanos. Pois, para que sejam mantidas a suas atividades com qualidade, seu funcionamento precisa de profissionais atuantes, comprometidos e habilitados tecnicamente para atender as necessidades inerentes a esse contexto. Caso contrário às atividades de Técnicas de Coleta, Preparação, Manejo de Coleções Científicas em Botânica, Desidratação, Descontaminação, Montagem do Material, Conservação da Coleção e Políticas internas ficam comprometidas por atitudes incoerentes ao adequado. Diante disso, a formação de recursos humanos é de extrema relevância para o caráter científico que um herbário possui, pois precisa manter um padrão de funcionamento (re)orientando seus técnicos, visitantes e público-alvo. E isso, certamente, favorece a manutenção adequada de herbários bem como o clima organizacional da qual os sujeitos envolvidos fazem parte. Por isso, se faz necessário à formação profissional técnica, com complementação de períodos de atualização de conhecimento, por meio de cursos de capacitação que corroborem com as práticas que envolvem a natureza da ciência, proporcionando ao herbário credibilidade quanto ao manejo de espécimes. O objetivo desse ensaio é contextualizar (teoria e prática) a importância da formação de recursos humanos para atuação/utilização apropriada de herbários. Essa pesquisa foi realizada por meio de análise bibliográfica documental, que de acordo com seus objetivos está centrada na categoria exploratória, e, nos conhecimentos desenvolvidos por meio da observação participante registrada em diário de bordo. Nesse sentido, as hipóteses registradas aqui se apoiam em levantamentos bibliográficos e documentais, assim como em estudo de caso sobre como formar RH de modo significativo para atender as dinâmicas prática e científicas de herbários, demonstrando a sua importância nesse contexto. Como resultado, verifica-se que em cada atividade inerente a esse ambiente as consequências de uma atuação leiga sem orientação específica podem comprometer a dinâmica de herbários. E, concluí-se que apesar de haver manuais autoexplicativos destinados aos sujeitos frequentadores sobre condutas permitidas em herbários, é preciso haver um controle para reorientação de atitudes contrárias ao proposto. Isso porque, é preciso haver políticas de valorização de herbários com formação profissional que habilite os sujeitos atuantes e visitantes que, em muitos casos, não reconhecem as contribuições científicas desse ambiente atuando de forma incoerente a realidade desses espaços.

Palavras-chave: Herbário, políticas, capacitação.

Formação e capacitação de recursos humanos

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Distribuição espacial de espécies arbóreas ao longo de gradiente topográfico no campo experimental da Embrapa Amazônia Ocidental - CEDAS

Jaciel dos Santos Sousa, Kátia Emídio da Silva, Alacimar Viana Guedes,

Larissa Aragão Souza

Contato: [email protected]

O projeto objetivou, avaliar a influência da altitude na distribuição espacial da comunidade vegetal de uma floresta densa de terra firme, na Amazônia Ocidental. O estudo foi desenvolvido no km 54 da rodovia BR 174, no campo experimental da Embrapa Amazônia Ocidental-CEDAS. Foram utilizadas 03 parcelas de 1 ha (P10, P130 e P107), mapeadas no âmbito do projeto Manejo Florestal na Amazônia, as quais tiveram os indivíduos com DAP ≥10 cm, identificados e georreferenciados. Nestas parcelas, foram obtidas informações de altitude utilizando GPS 76 CSx, e caminhamento na área. Foram gerados mapas de altitude, por meio de interpolação pelo método de krigagem. Os resultados não se mostraram significativos, nas três parcelas, considerando-se as comunidades de espécies existentes naP10 (p-value = 0.8046), P130 (p-value = 0.494) e P107 (p-value = 0.8041). Apenas para Micranda spruceana Baill R.E, com 29 indivíduos na parcela 130, o teste qui-quadrado mostrou haver efeito significativo da altitude na distribuição dos indivíduos da espécie p-value (4.645 e-06), onde 19 indivíduos mostraram tendência a ocorrer na parte mais baixa da parcela (100-114m). Sugere-se estudos futuros em áreas maiores, contínuas, a fim de se observar melhor os efeitos da altitude sobre a distribuição de espécies arbóreas e que contemplem um maior número de indivíduos por espécie.

Palavras-chave: Espécies arbóreas, topografia.

Geoespacial

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Atlas das orquídeas de Santa Catarina

Marcelo Vieira Nascimento Contato: [email protected]

O estado de Santa Catarina possui uma área de 95.346,181 km², totalizando 1,19% da área total do Brasil. Neste ambiente extremamente diverso é que encontramos a família Orchidaceae do estado de Santa Catarina. Apesar de representar apenas 1,19% da área total do Brasil, mas em função das características geológicas, geomorfológicas e fitogeográficas, estamos diante de um território riquíssimo em quantidade e qualidade de orquídeas. Dentre elas podemos destacar a mais conhecida e famosa a orquídea Laelia purpurata (Brasilaelia purpurata), consideradas por muitos como a rainha das orquídeas brasileiras e oficialmente a flor símbolo do estado de Santa Catarina e de sua capital, Florianópolis. O atlas das orquídeas de Santa Catarina é uma iniciativa, inédita em nível de Brasil, de se agregar em um único documento a geografia, fitogeografia, cartografia, educação ambiental com a botânica, produzindo um documento, que tem como objetivo primordial, divulgar de forma clara e objetiva a ocorrência desta rica família em nosso estado, numa tentativa de preservação não só das mesmas, mas principalmente dos ambientes onde as mesmas vivem, através da educação ambiental. A metodologia adotada para a realização do mesmo, segue as seguintes etapas: 1) Pesquisa nos 14 herbários existentes no estado de Santa Catarina, bem como os do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e do Rio de Janeiro, procurando identificar as exsicatas oriundas de Santa Catarina, com a adequação da nova nomenclatura e taxonomia das orquídeas depositadas nesses herbários. 2) Revisão da bibliografia existente da família Orquidacea para Santa Catarina. 3) Trabalhos de campo em todos nos biomas de Santa Catarina, ao longo de 2 anos, procurando identificar as espécies encontradas nos mesmos, buscando a confirmação do que existe depositados nos herbários, bem como outras que por ventura ainda não foram identificadas ou não tenham sido registradas para o estado. Utilização de GPS, geoprocessamento e SIG, para a elaboração dos mapas temáticos dos biomas e a localização das espécies encontradas. Os biomas serão identificados, mapeados e fotografados, e para cada um delas haverá a relação dos gêneros e espécies, com a sua descrição botânica, bem como fotos do habitat onde foram encontradas, do vegetal como um todo e da inflorescência e da flor individual. Como primeiro resultado de nossas pesquisas junto aos herbários, foram, até o momento encontradas e identificadas: 127 gêneros, 617 espécies, 2 subespécies , 4 variedades e 16 espécies endêmicas de Santa Catarina, 10 híbridos naturais e 36 em perigo de extinção. Paralelo ao projeto do atlas, foi construído o orquidário Amélia Cirimbelli Brillinger - coleção biológica científica, tendo com base a instrução normativa nº 160, de 2007 do Ibama, onde já estão depositadas mais de 500 orquídeas nativas/silvestres de Santa Catarina. O acompanhamento dos resultados do projeto poderá ser visualizado no site http://www.atlasorquideassc.com.br.

Palavras-chave: Família Orchidaceae, inventário, botânico.

Identificação Botânica: instrumental atual, tendências e inovações

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Coleção biológica científica do orquidário Amélia Cirimbelli Brillinger

Marcelo Vieira Nascimento, Fabiana H. Amorim, Alisson H. Martins, Maicon A. Santos

Contato: [email protected]

O Orquidário “Amélia Cirimbelli Brillinger” ao longo do tempo, além do deposito das espécies de orquídeas nativas do estado, deverá formar a base do conhecimento sobre a composição, distribuição e conteúdo da biodiversidade da família Orchidaceae. Os objetivos dessa coleção são: preservação e perenização das espécies existentes conhecidas e que vierem a ser encontradas no território catarinense e realização de estudos e pesquisas científicas para a melhoria, desenvolvimento e a preservação da família Orchidaceae, de modo a ser alcançado o mais elevado grau de conhecimento sob as mesmas. A coleção biológica científica será regida pela Instrução Normativa nº 160 de 27 de abril de 2007 do IBAMA, que trata da instituição do Cadastro Nacional de Coleções Biológicas (CCBIO) e disciplina o transporte e o intercambio de material biológico consignado às coleções. Como primeiros resultados destacam-se: a construção do orquidário com uma área de 250 m², já concluído, e com todas as condições ambientais de receber as mais diversas espécies de orquídeas, sendo que já temos depositadas mais de 150 orquídeas, devidamente cadastradas. Desta maneira, a viabilização e a disponibilização dos dados relativos à biodiversidade da família Orchidaceae, permitirá que se viabilize, de fato, o trinômio ensino, pesquisa e extensão, promovendo o contato com a comunidade cientifica com o material de seu interesse, além de viabilizar o contato inicial virtual com a comunidade leiga ou de conhecimento empírico.

Palavras-chave: Coleção biológica.

Identificação Botânica: instrumental atual, tendências e inovações

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O Sistema de Gerenciamento e Entrada de Dados do IFN-RJ e os procedimentos operacionais pós-campo

Camila Mayara Gessner, Rodrigo Elias Guimarães, José Enilcio Rocha Collares

Contato: [email protected]

O Inventário Florestal Nacional no Estado do Rio de Janeiro (IFN-RJ) possui atividades adicionais em relação à metodologia nacional. A principal delas é o uso do Sistema de Gerenciamento e Entrada de Dados do IFN-RJ, encomendado pela Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, o qual possibilita a coleta dos dados de forma eletrônica com aplicativo instalado em tabletes e envio dos mesmos para a parte online do Sistema, através da Internet, onde acontece seu gerenciamento e armazenamento. O Sistema é dotado de ferramentas de crítica de entrada de dados como, por exemplo, a impossibilidade de encerrar um formulário com campos obrigatórios sem preenchimento. As demais atividades adicionadas, entre as quais a fotografia de plantas em estúdio fotográfico e a secagem de amostras botânicas, ambas realizadas no escritório móvel instalado no hotel de hospedagem da equipe, aumentaram o trabalho pós-campo. Este resumo visa descrever os procedimentos operacionais para o controle do fluxo de dados, facilitado pelo Sistema de Gerenciamento e Entrada de Dados. Na estrutura de trabalho criada, Líderes e Auxiliares Técnicos I, após o dia de campo, enviam seus formulários preenchidos em tabletes à parte online do Sistema. Paralelamente os melhores materiais botânicos são selecionados para fotografia, é feita a prensagem e a secagem das coletas botânicas e os Formulários F12 são preenchidos. Todos os dados enviados ao Sistema são verificados pela equipe de supervisão, por análise visual. Os Formulários F12 são checados e comparados com os dados dos demais formulários que se encontram no Sistema. Todas as desconformidades encontradas são notificadas imediatamente aos Líderes e Auxiliares Técnicos, sendo corrigidas logo após o levantamento, possibilitando que os membros das equipes resgatem informações em equipamentos eletrônicos como GPS e máquinas fotográficas, em blocos de anotações e nas lembranças de seus integrantes, ou mesmo com o retorno ao campo. Em média em até três dias após o término do levantamento de campo o conglomerado é encerrado no Sistema ficando os dados disponíveis para exportação. As coletas botânicas após a secagem são preparadas para o envio ao herbário, sendo seus formulários F12 digitalizados e os dados referentes a cada coleta digitados em planilha compartilhada com os botânicos do herbário. Conclui-se que a implantação do Sistema de Gerenciamento e Entrada de Dados do IFN-RJ e dos procedimentos operacionais pós-campo possibilitou acompanhamento e avaliação imediatos dos dados coletados, correção de forma prática de erros não-amostrais perceptíveis, o acompanhamento remoto da produção das equipes, maior rapidez na disponibilização dos dados à sede da empresa e ao órgão estadual, a exclusão dos custos com digitador e de erros de transcrição, redução do volume de papel utilizado e armazenado, a obtenção das fotografias obrigatórias diretamente com o tablete, as quais são automaticamente renomeadas, e a conexão entre todas as etapas do trabalho.

Palavras-chave: Acompanhamento, controle, fluxo de dados.

Inventário Florestal Nacional do Brasil

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Inventário Florestal Nacional no estado do Rio de Janeiro: uma análise da composição florística de áreas amostrais inventariadas

Giseli Areias Nóbrega, Gilson Roberto de Souza, Mário Gomes, Ronaldo Marquete, Marli Pires Morim, Rafaela Campostrini Forzza

Contato: [email protected]

O Inventário Florestal no Estado do Rio de Janeiro (IFN-RJ) foi iniciado em setembro de 2013. Todo o processo de identificação dos táxons coletados é realizado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), bem como o processamento de espécimes em fase fértil para tombamento no herbário institucional (RB) e inclusão no banco de dados JABOT. Os dados apresentados representam um ano de trabalho de identificação realizado pela equipe de consultores do IFN que desenvolvem suas atividades no JBRJ. Além das atividades de identificação dos táxons coletados nas áreas amostradas, buscou-se também avaliar a composição florística destas áreas e fornecer informações consideradas relevantes para alguns dos táxons identificados. No primeiro ano de trabalho foram analisadas e identificadas plantas coletadas nos Pontos de Coletas (POs) designados como PO1_SPAldeia, PO2_Areal, PO2_Cordeiro e PO6_Itaperuna. O material botânico colecionado nos sítios amostrais foram encaminhados ao Herbário RB, onde foi identificado, com base no uso de literatura, sítios especializados, comparação com espécimes da coleção RB e, quando necessário, o material foi direcionado a especialistas para ratificação e/ou retificação de determinação taxonômica. No período, foram examinados 3160 indivíduos, dos quais 1139 estão em nível de família, 395 em gênero e 1611 em espécie. No total, foram identificadas 642 espécies, distribuídas em 116 diferentes famílias botânicas. As famílias mais representativas foram Fabaceae (491), Myrtaceae (349) e Rubiaceae (156), as quais também foram as mais ricas, já os gêneros com maior riqueza foram Eugenia (22), Myrcia (16) e Machaerium (14). As espécies Manilkara elata (Allemão ex Miq.) Monach. (Sapotaceae), Cleidion cf. tricoccum Müll.Arg. e Ditaxis gardneri (Müll.Arg.) Pax & K.Hoffm. (Euphorbiaceae) constituem novas ocorrências assinaladas para o Estado do Rio de Janeiro. As espécies Annona sylvatica A. St.-Hil (Annonaceae), Eugenia batingabranca Sobral, Eugenia pisiformis Cambess., Plinia cf. cauliflora (Mart.) Kausel (Myrtaceae), Faramea martiana Müll.Arg. e Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. (Rubiaceae), todas já registradas para o Rio de Janeiro, não apresentavam registro para a região dos lagos na coleção do herbário RB, adicionando assim, informações a respeito da distribuição destes táxons. O levantamento da composição florística das áreas amostrais definidas é de primordial importância para o cumprimento dos objetivos do IFN, o qual busca gerar informações adequadas sobre os recursos florestais do país, visando, em última instância a adoção de políticas públicas apropriadas para o uso e conservação destes mesmos recursos.

Palavras-chave: Botânica, florística, taxonomia, fitossociologia.

Inventário Florestal Nacional do Brasil

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Execução do Inventário Florestal Nacional no Ceará (IFN-CE): do planejamento à conclusão

Rafael Vendruscolo, Rivael Vaz da Silva

Contato: [email protected]

Um inventário florestal tem por finalidade obter dados qualitativos e quantitativos dos recursos florestais de uma determinada área, fornecendo aos gestores desta área informações básicas para o planejamento de atividades de manejo e conservação das florestas presentes na mesma. Realizado em escala regional ou nacional, o inventário subsidia a tomada de decisão em nível amplo; fundamenta o direcionamento de políticas públicas relativas ao uso e à conservação dos recursos florestais e a adoção de medidas concretas para sua implementação. O Inventário Florestal Nacional no estado do Ceará - IFN CE teve como objetivo o levantamento inicial das informações em 377 pontos amostrais e posteriormente o levantamento de 80 pontos amostrais adensados em áreas de interesse da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), como o Parque Estadual do Cocó, Corredor Ecológico do Rio Pacotí, Parque Estadual das Carnaúbas, APA Serra do Baturité e APA Serra da Aratanha. O planejamento do IFN – CE iniciou-se em junho de 2013 com o levantamento das informações de cada ponto amostral, objetivando a elaboração de um cronograma de campo adequado. Esse levantamento é de suma importância no sentido de minimizar surpresas e necessidade de mais tempo em campo. A capacitação do IFN – CE iniciou-se em 8 de outubro de 2013. Posteriormente, no dia 17 de outubro foram levantadas as informações das 3 primeiras unidades amostrais do estado do Ceará pela empresa Saltus Consultoria Ambiental e Florestal. Durante 8 meses a empresa executou o levantamento dos 377 pontos amostrais, concluindo a coleta no dia 4 de junho de 2014, alcançando uma média de 2,8 pontos amostrados por dia útil de trabalho e antecipação em quase 60 dias no cronograma apresentado inicialmente. A média mencionada envolveu três equipes de campo no IFN-CE e só foi possível graças ao empenho e dedicação de cada membro da equipe e da metodologia da Saltus em utilizar 4 técnicos por equipe de campo, além de contar com uma equipe de supervisão experiente, que sempre coletava as informações e as autorizações de acesso para cada ponto amostral. As principais dificuldades encontradas foram relacionadas ao clima da região, que apresenta temperaturas muito elevadas, ocasionando um desgaste físico e psicológico muito intenso. Devido a este fator, ocorreu a mudança no horário de trabalho. Desta maneira, as equipes de campo começavam sua jornada diária as 6 h da manhã, minimizando os efeitos do calor. O IFN – CE foi concluído com êxito de planejamento, logística e dinâmica de trabalho, devido à total dedicação de toda a equipe Saltus, o que foi possível graças à hospitalidade e carinho transmitidos pela população cearense nas mais de 20 bases, ou hotéis, que a equipe ficou hospedada e nas localidades aonde foram realizados os levantamentos.

Palavras-chave: Ceará, planejamento, logística, execução.

Inventário Florestal Nacional do Brasil

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Regeneração de espécies arbóreas nativas após retirada de reflorestamento de eucalipto

Carlos Cesar Ronquim, Maristela Imatomi, Maria Inês Salgueiro Lima, Bruno Lessi

Contato: [email protected]

Esse projeto avaliou a recuperação da vegetação arbustiva e arbórea nativa após a colheita de reflorestamento de Eucalipto. A área de estudo foi investigada antes da colheita por meio da observação do banco de sementes no solo e da diversidade de espécies nativas jovens no dossel do reflorestamento. Após a retirada das árvores adultas de Eucalipto avaliou-se na área a céu aberto a influência da fertilização e do controle químico herbáceo como indutores da regeneração. A área de estudo pertence empresa International Paper e está localizada no município de Brotas – SP. Emergiram das amostras do banco de sementes 31 espécies, totalizando 520 indivíduos, das quais apenas cinco eram espécies arbóreas nativas sendo as restantes herbáceas. Com relação à diversidade da flora arbustiva e arbórea, o levantamento realizado no sub-bosque resultou em 51 espécies e na área aberta em 97. Os resultados demonstram que o banco de sementes avaliado não influenciou na formação florestal do sub-bosque e nem da área aberta. A remoção do reflorestamento não favoreceu o aumento da diversidade de espécies, principalmente devido à rápida e ampla colonização da área aberta pela gramínea exótica Urochloa decumbens. Avaliações na área aberta, durante quatro anos após a colheita do Eucalipto, o número de espécies permaneceu praticamente a mesma e o número de indivíduos totais diminuiu de 634 para 289. A fertilização e controle químico herbáceo na área aberta por quatro anos não proporcionaram maior número de indivíduos e nem maior diversidade de espécies. Pode-se concluir que o manejo mais adequado para a regeneração florestal nativa é o abandono da área para que a regeneração ocorra naturalmente e proporcionando menores custos. Avaliar a eficácia de diferentes metodologias para recomposição florestal é importante, pois contribui para a minimização de custos e maximização da sustentabilidade ambiental.

Palavras-chave: Área aberta, Cerrado, sub-bosque.

Inventários de Florestas Plantadas/ Inventários Florestais contínuos

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Tamanho ideal de parcelas e suficiência amostral para povoamento de Tectona grandis antes do primeiro desbaste

Sidney Fernando Caldeira, Cyro Matheus Cometti Favalessa, Fernanda Viana Silva Leonardo

Contato: [email protected]

O objetivo do trabalho foi determinar o tamanho ideal de parcela e a suficiência amostral para estimativa volumétrica, antes do primeiro desbaste de um povoamento de Tectona grandis, implantado no ano de 2002, no espaçamento de 3 m x 3 m, em área de 168,8083 hectares, município de São José dos Quatro Marcos, MT. Foram medidas 1600 árvores, em inventário florestal contínuo, em 16 unidades amostrais com área de 900 m², 15 m x 60 m, distribuídas de maneira aleatória. As variáveis dendrométricas foram medidas do segundo ao quarto ano de idade, e o volume estimado por fator de forma de 0,478933 obtido a partir da cubagem rigorosa de 204 árvores. Para simulação de inventários florestais com diferentes tamanhos de parcelas, foi utilizado o agrupamento de unidades básicas adjacentes, individuo com 9 m² de área útil, e foram consideradas parcelas com 135 m², 270 m², 405m², 540 m², 675 m², 810 m² e 900 m² para cada idade, mantendo-se a mesma intensidade amostral, para cada tamanho simulado. Foram calculados os coeficientes de variação para o volume para aplicação do método da máxima curvatura modificado. Para estabelecer a relação entre o coeficiente de variação CVX e o tamanho da parcela X, foi adotado o modelo CVx = β ̂0/X^(β ̂1), onde: CVX e X são dados em unidades básicas; β0 e β1 são parâmetros que foram estimados pelo método dos mínimos quadrados para modelos não lineares de Gauss-Newton, com o programa estatístico R. O ponto de máxima curvatura foi determinado pela fórmula proposta em 1963 por Lessman e Atkins. Após determinado o tamanho ideal de parcela foi calculada suficiência amostral para precisão requerida de 10% ao nível de confiança de 95%, assim como o erro de amostragem. As equações ajustadas para estimar as curvas de comportamento dos coeficientes de variação, para os diferentes tamanhos de unidades amostrais, apresentaram para as idades de dois, três e quatro anos a precisão de 1,16%; 3,54% e 8,84%, respectivamente, e os coeficientes de determinação superiores a 0,99. Os pontos de inflexão verificados, para determinação do tamanho ideal de parcela, foram 330 m² para a idade de dois anos, 652 m² para a idade de três anos e 345 m² para a idade de quatro anos, apresentando intensidade ideal de amostragem de 32, 14 e 7 parcelas, respectivamente. Os erros de amostragem relativos calculados foram de 14,82% (dois anos), 9,26% (três anos) e 5,78% (quatro anos). Aos dois anos de idade, parcelas menores e em maior intensidade amostral são adequadas para a estimativa volumétrica. A intensidade ideal de amostragem e a incerteza do inventário florestal diminuem até a idade do primeiro desbaste em povoamentos de Teca.

Palavras-chave: Tamanho de parcela, intensidade de amostragem, inventário florestal, teca.

Inventários de Florestas Plantadas/ Inventários Florestais contínuos

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Dinâmica de vegetações secundárias em parcelas permanentes de pastagens degradadas na Amazônia Central

Elisa Vieira Wandelli, Philip Martin Fearnside

Contato: [email protected]

O entendimento dos fatores que determinam os processos sucessionais na Amazônia foi originado em sua maioria de estudos baseados em cronossequências sucessionais mensuradas em uma única escala temporal, o que dificulta avaliar a influencia da intensidade de uso da terra sobre a dinâmica florística e do acúmulo de biomassa vegetal. O objetivo deste trabalho é avaliar a influencia da intensidade de uso da terra sobre a dinâmica do estoque e do incremento anual de biomassa aérea total (viva + morta) de parcelas permanentes de vegetações secundárias desenvollvidas em áreas de pastagens degradadas na Amazônia Central, com três diferentes históricos de uso. A biomassa foi monitorada por inventários contínuos em parcelas permanentes ao longo de 12 anos (1995-2007), sendo os 7º-19º, 8º-20º, 9º-21º anos de idades das capoeiras com 4, 5 e 8 anos de pastejo, respectivamente. Foram monitorados anualmente o diâmetro à altura do peito (DAP), a altura total, a mortalidade, o recrutamento e aspectos fitossanitários de todos os indivíduos com DAP ≥ 1 cm de três áreas de vegetação secundárias com idades e tempo de uso agropecuário diferentes. Em cada uma das três vegetações secundárias os dados biométricos dos indivíduos medidos anualmente em cinco parcelas de 50 m2 foram aplicados a um conjunto de equações alométricas monoespecíficas e multiespecíficas para estimar a biomassa ao longo dos 12 anos do estudo. O tempo de uso prévio da terra como pastagem foi mais determinante do que a idade da capoeira na determinação da biomassa acumulada durante as duas primeiras décadas de sucessão. A taxa de acúmulo de biomassa não é linear, sendo que nos anos mais secos há estagnação e até perda de biomassa nas parcelas de vegetação secundária. Evidências deste estudo sugerem que os serviços ambientais prestados por vegetações secundárias da Amazônia Central através do seqüestro de carbono podem ser mitigados com mudanças climáticas que levem a diminuição da pluviosidade da região. Assumir as taxas de acúmulo de biomassa como sendo lineares tem sido uma das fontes de erro na projeção de crescimento de vegetações. A alta variabilidade nos incrementos anuais e taxas de acúmulo de biomassa ao longo do processo sucessional de parcelas permanentes de vegetação secundária induz ao questionamento da adequação das estimativas dessas taxas em parcelas não permanentes, onde a biomassa acumulada é simplesmente dividida pela idade da capoeira. Esta variabilidade de taxa de acúmulo de carbono da vegetação secundária ao longo de seu desenvolvimento traz implicações relacionadas à necessidade de monitoramento permanente destes estoques nos inventários dos sumidouros de carbono. Além disso, traz também implicações à valoração dos serviços ambientais prestados pelas capoeiras em curto prazo, devido à dinâmica variável de incremento de biomassa em que há períodos em que a vegetação secundária funciona como absorvedor do carbono atmosférico e outros em que é fonte de carbono.

Palavras-chave: Parcelas permanentes, capoeira, biomassa.

Inventários de Florestas Plantadas/ Inventários Florestais contínuos

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Estoques de biomassa de sistemas agroflorestais em áreas de pastagens degradadas

Cristiane Soares, Elisa Vieira Wandelli

Contato: cristianebios@ gmail.com

A implantação de pastos para a pecuária é o maior causador do desmatamento na Amazônia e gerador de áreas degradadas. As áreas de pastagens degradadas precisam ser reintegradas a sistemas produtivos com o intuito de aumentar o fornecimento de serviços ambientais dessas áreas e minimizar a necessidade de novos desmatamentos sobre as florestas primárias. A adoção de sistemas agroflorestais como instrumento de manejo integrado da paisagem rural para recuperar sistemas produtivos degradados, Reservas Legais e Áreas de Preservação Permanente promoverá recuperação paisagística, aumento da soberania alimentar e melhoria da geração de renda da famílias rurais. No entanto a capacidade de recuperação de biomassa de uma área tropical é determinada em grande parte pelo histórico de uso prévio da terra. Este trabalho objetivou avaliar a Influência do histórico de uso de pastagens na recuperação dos estoques de biomassa de sistemas agroflorestais. Foram avaliados o desempenho dendrométrico, e a biomassa aérea, por meio de métodos indiretos alométricos, de quatro arranjos agroflorestais de 22 anos de idade implantados em pastagens degradadas com três diferentes históricos de uso (tempo de pastejo de 4, 5 e 8 anos) e localizados na Estação Experimental da Embrapa Amazônia Ocidental, situada no km 54 da Rodovia Manaus/Boa Vista (BR 174), Amazonas. O sistema agrossilvicultural 2, dominado por castanheiras, aos 22 anos de idade, acumulou pelo menos cinco vezes mais biomassa do que o sistema agrossilvicultural 1 dominado por palmeiras e dois arranjos agrossilvipastoris. Os menores estoques de biomassa nos quatro arranjos agroflorestais foram observados nas parcelas submetidas previamente ao maior tempo de pastejo (8 anos) e não houve diferenças entre a biomassa acumulada nas áreas submetidos a 4 e 5 anos de pastejo. As espécies mais promissoras como componentes agroflorestais de áreas degradadas foram castanheira, mogno e capoeirão. Espécies presentes em diferentes arranjos agroflorestais tiveram desempenhos diferentes, indicando que introduzir espécies em um arranjo agroflorestal, por si só não garante seu bom desempenho e que o sucesso de um sistema agroflorestal depende também das inter-relações bióticas entre seus componentes. O maior tempo de pastejo no uso prévio da área de agroflorestal foi determinante para os estoques de biomassa, mesmo após 22 anos de implantação dos componentes agroflorestais. Palavras-chaves: Sistemas agroflorestais, biomassa, áreas degradadas.

Inventários de Florestas Plantadas/ Inventários Florestais contínuos

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JCarbon: software para inventário e mensuração florestal

Jaime Wojciechowski, Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte Contato: [email protected]

A atividade de inventário florestal requer a coleta, armazenamento e manipulação de uma grande quantidade de dados, e a aplicação de processos complexos que levem aos resultados esperados para se avaliar um determinado local. É comum que esta manipulação e processos sejam realizados com a utilização de planilhas eletrônicas que, além de se mostrarem de difícil manuseio, não são repositórios satisfatórios para a disseminação dos resultados calculados. É de grande importância que cálculos com a complexidade e importância de um inventário florestal sejam feitos com a utilização de um software que contenha todas as fórmulas necessárias e seja de fácil consulta aos resultados obtidos. O software JCarbon é um banco de equações e modelos matemáticos para suprir as demandas do inventário e mensuração florestal. Com ele é possível se estimar os valores de volume, biomassa e carbono de um determinado local de diversas maneiras, dentre elas, utilizando valores padrões para as características do local, equações e modelos padrões, é possível escolher equações e modelos já cadastrados para outro local e também cadastrar novas equações e modelos. O software aplica as equações através de um parser próprio da linguagem ou ajusta os modelos usando regressão linear produzindo novas equações e calcula o volume/biomassa/carbono das árvores da amostra. Além de se utilizar equações e/ou modelos, o software também realiza os cálculos utilizando Data mining, permitindo uma comparação entre as técnicas. Após os cálculos individuais de cada árvore e parcela, aplica fórmulas estatísticas para se estimar os valores para todo o local. O software é programado na linguagem Java para Web possibilitando a utilização para qualquer usuário que necessita de tais cálculos.

Palavras-chave: Carbono, modelo, data mining.

Inventários de Florestas Plantadas/ Inventários Florestais contínuos

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Possíveis impactos das mudanças climáticas na distribuição geográfica da araucária: implicações para os inventários florestais

Lara Clímaco Melo, Carlos Roberto Sanquetta, Ana Paula Dalla Corte Contato: [email protected]

Um dos objetivos dos inventários florestais é fornecer informações sobre a ocorrência das espécies e relacionar essa distribuição geográfica com os aspectos bioclimáticos. Particularmente o Inventário Florestal Nacional tem essa preocupação, tendo em vista a necessidade de informações técnico-científicas necessárias para a formulação de políticas públicas em âmbito nacional e internacional. O objetivo deste trabalho consiste na simulação da distribuição da Araucária (Araucaria angustifolia) em função de possíveis cenários climáticos para o Estado do Paraná, visando conhecer os processos temporais de diversificação como indicativo para medidas de manejo e conservação. Projetaram-se 3 cenários de clima futuro: aumento de 0,3°C; 2,4°C e 4,8°C nas temperaturas máxima, média e mínima analisados para o ano de 2100. Os panoramas do clima foram relacionados com a distribuição original da espécie de estudo em ambiente de sistema de informação geográfica, no qual quantificou-se e delimitou-se as áreas de possível retração tendo em vista a limitação ecológica de tolerância a temperatura, gerando como produto final o mapa de predição do comportamento da espécie, permitindo conhecer sua vulnerabilidade frente a possíveis mudanças do clima. Essa quantificação demonstrou que a Araucária irá perder área de distribuição em todos os cenários propostos e que há uma maior sensibilidade para os aumentos em temperaturas máximas. Na projeção de aumento de 0,3°C constata-se uma retração de 3%, 5% e 11% da área original para as temperaturas mínima, média e máxima, respectivamente. Já para o cenário intermediário, de aumento de 2,4°C observou-se uma retração de 30% para as três temperaturas. Na análise do cenário pessimista, aumento de 4,8°C, houve uma retração de 60% quando o acréscimo se dá na temperatura mínima, 67% na temperatura média e 72% na temperatura máxima. Os resultados encontrados corroboram com outros cenários propostos na literatura e estudos de distribuição geográfica de espécies, demonstrando a urgência estratégica em investir na execução de inventários florestais que permitam a geração de informações de ocorrência e distribuição das espécies, facultando o desenvolvimento de pesquisas que forneçam conhecimento acerca da relação entre as florestas e o clima, perpassando pela biodiversidade, funções produtivas, socioeconômicas, e de gestão de recursos. No âmbito dessa relação, salienta-se a importância do manejo florestal enquanto técnica para o uso sustentável dos recursos florestais, e da contextualização dessas investigações em escalas regionais e globais, permitindo ao Brasil sustentar-se nos acordos e convenções do clima internacionais. Concluiu-se que os inventários florestais, principalmente o caráter regional e nacional, devem levar em consideração a ocorrência presente das espécies, bem como os impactos das mudanças climáticas na sua zona de distribuição.

Palavras-chave: Inventário florestal, biodiversidade, clima.

Mudanças Climáticas

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Inventário florestal com LiDAR-terrestre em florestas de igapó e terra-firme na Amazônia Central

Danilo Roberti Alves de Almeida, Bruce Walker Nelson, Juliana Schietti Almeida,

Eric Gorgens, Angelica Faria Resende

Contato: [email protected]

Atributos estruturais das florestas, como altura, abertura de dossel e o índice de área foliar são importantes nos estudos em ecologia, regeneração e manejo florestal. Porém alguns destes atributos são de difícil mensuração, especialmente em florestas tropicais onde o dossel é normalmente denso. Sistemas de sensoriamento remoto ativo, LiDAR-terrestre portátil (LTP) oferecem uma alternativa de baixo custo. O objetivo deste estudo foi determinar as diferenças estruturais entre duas fitofisionomias (Igápo e terra firme) da Amazônia Central, com a utilização do LTP. Um sistema LTP completo empregando o Riegl modelo LD90-3100VHS-FLP foi montado por ~US$ 15.000. A operação é fácil e rápida necessitando apenas de uma pessoa para conduzi-lo. Os atributos estruturais da floresta são extraídos à partir de nuvens bidimensionais de primeiros e últimos retornos de pulsos emitidos ~2.000 vezes por segundo. O feixe com comprimento de onda próximo à 900 nm (espectro do infravermelho próximo) é fortemente refletido por folhas. Este equipamento mede distâncias com precisão de +/- 25 mm e alcance nominal de 200 m sem retro-refletor. Foi utilizado com visada ao zénite, montado em um gimbal portátil e mantido 1m acima do chão. Dez caminhadas de 250 m em velocidade constante foram completadas em transectos de cada uma de duas fisionomias de floresta nativa da Amazônia Central. A floresta sazonalmente alagável por águas pobres em nutrientes (igapó) apresentou abertura de dossel significativamente maior, menor altura média para o topo do dossel e menor densidade de subosque, quando comparada à floresta de terra firme. O índice de área foliar (IAF) foi estatisticamente igual entre as duas fitofisionomias porém a terra firme apresentou maior densidade de vegetação nos 4 primeiros metros de altura e também acima dos 22 metros, enquanto que o igapó possui maior densidade de vegetação entre os 4 e 22 metros altura. Estes resultados são importantes no entendimento da dinâmica estrutural da floresta para tomadas de decisão em manejos florestais e políticas para conservação da biodiversidade. O sistema LTP é uma ferramenta promissora em Inventários Florestais. O diâmetro à altura do peito (DAP), que é a métrica mais convencional, não pode ser estimado diretamente pelo equipamento, porem outras métricas de difícil mensuração podem ser facilmente obtidas. Métricas como o índice de área foliar, a altura da vegetação e a distribuição ao longo do perfil vertical podem ser variáveis importantes de entrada para equações de estimação da distribuição de classes diamétricas, biomassa e volume de madeira. Para inventário de florestas homogêneas também é possível realizar a estimativa do volume das copas, atributo importante para os inventários de propagação (sementes), fruticultura, manejo de óleos essências (ex,: Pau-Rosa) e estudos ecológicos.

Palavras-chave: Sensoriamento, vegetação de várzea.

Sensoriamento Remoto

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Avalição florística utilizando sensoriamento remoto em uma área na Estação Experimental de Silvicultura Tropical– ZF-2

Jeferson Pereira Martins Silva, Emerson de Souza Leão, Francisca Dionízia de Almeida Matos, Moacir Alberto Assis Campos,

Alane Anaiara Ayres Coimbra, Micaela Bruna Souza da Silva

Contato: [email protected]

O Sensoriamento remoto constitui-se em uma tecnologia que utiliza sensores, equipamentos para processamento de dados, equipamentos de transmissão de dados e tem objetivo principal a expansão da percepção sensorial do ser humano, seja por meio da visão panorâmica, seja pela obtenção de informações em regiões do Espectro Eletromagnético (EEM), inacessíveis à visão humana. Por possuir características espectrais que se destacam em relação aos métodos convencionais de analise de vegetação, o sensoriamento remoto vem sendo utilizado no planejamento e ocupação ordenada e racional do meio físico, além de possibilitar avaliar e monitorar a preservação de áreas de vegetação natural. A topografia e o solo são os dois parâmetros principais, que interconectados, influenciam o detalhamento da variação da composição florística e da estrutura da vegetação. A imagem do Satélite IKONOS possui resolução 1-4m, o que permite capturar parâmetros quantitativos da estrutura florestal e inferir sobre alguns componentes da composição das espécies, as quais mudam ao cruzar pequenos gradientes topográficos. O trabalho visa avaliar as diferenças quanto à densidade de árvores e a composição florística, descriminadas pelo satélite IKONOS II, nos diferentes gradientes altitudinais (platô, declive e baixio), como subsídio ao mapeamento biogeográfico das fitofisionomias vegetais na área de estudo. A partir da imagem base fornecida pelo TOPODATA (INPE 2013) foi originado a definição do relevo, e posteriormente, diante da característica intrínseca do pixel em valores digitais, houve a necessidade de se transformar os valores contínuos em valores inteiros, neste caso de resolução de pixel de 30x30 m, que representam as altitudes encontradas na área de abrangência do estudo. Os resultados consistiram no reescalonamento do pixel, e posteriormente na geração das curvas de níveis que defiram os 3 ambientes de interesse que variam de 95 m (baixio) a 120 m (platô). O georreferenciamento da imagem IKONOS II, mostrou que a precisão de localização na imagem é alta, com erro submétrico de 0.98 pixels, deixando antever que os dados coletados em campo correspondem à parcela amostrada, uma vez que o erro é inferior a quantidade de pixels contidos na área amostral.

Palavras-chave: Sensoriamento remoto, avaliação florística.

Sensoriamento Remoto

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Índices de vegetação para estimativas de biomassa em ambientes florestais

Ângela Maria Klein Hentz, Marieli Sabrina Ruza, Ana Paula Dalla Corte,

Carlos Roberto Sanquetta

Contato: [email protected]

A biomassa florestal é uma das principais variáveis analisadas para avaliar e quantificar as condições de um ambiente florestal. Ressalta-se que a medição da variável biomassa de forma direta no campo requer grande investimento em termos de tempo e recursos. Sendo assim, técnicas que permitam a redução desses custos se tornam relevantes, como o uso das tecnologias provenientes do sensoriamento remoto, principalmente com a adoção dos índices de vegetação. O presente trabalho objetivou integrar as técnicas de sensoriamento remoto mediante o uso de 3 índices de vegetação para predições de biomassa arbórea em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista. Foram utilizados dados de variáveis dendrométricas mensuradas em campo e aplicadas à uma equação de biomassa arbórea, correlacionando os valores da equação com os resultados dos índices de vegetação. Os dados de biomassa arbórea são oriundos de 4 parcelas permanentes, pertencentes ao projeto PELD (Pesquisas Ecológicas de Longa Duração), sítio 9 em São João do Triunfo, PR, sendo 3 parcelas quadradas com área de 1 ha e 1 parcela irregular com 0,5 ha. Essas parcelas foram divididas em subparcelas de 100 m² e mensuradas quanto a variável diâmetro a altura do peito (DAP), no período de 1995 a 2012. Para esse estudo utilizou-se os valores de DAP mensurados em 2012. Foram confeccionados os índices de vegetação EVI, NDVI e SAVI com a utilização das bandas de uma cena do satélite Landsat 8 (221/078), com resolução espacial de 30 metros. Os índices foram plotados sobre as parcelas permanentes para identificação dos pixels que encontravam-se inteiramente dentro das parcelas (coincidentes). Posteriormente foram somados os valores de biomassa das árvores que encontravam-se dentro desses pixels. Calculou-se o coeficiente de correlação de Pearson para identificar a relação entre a biomassa arbórea estimada pela equação e os valores dos índices de vegetação. Observou-se que o índice SAVI obteve a maior correlação (0,30, considerada correlação moderada), sendo, portanto utilizado para o ajuste dos modelos estimativos. Foram ajustadas 5 equações considerando como variável independente os valores dos índices de vegetação, estas foram avaliadas quanto ao R²aj, Syx % e análise gráfica dos resíduos. O melhor ajuste foi alcançado pela equação que obteve R²aj de 0,87 e Syx de 27,54%, porém quando analisado o gráfico de resíduos essa equação apresentou uma alta tendenciosidade. Desta forma foi escolhida como melhor a equação Y=0+2670,39*√SAVI, que apresentou um R²aj de 0,86 e Syx de 27,98% além de distribuição de resíduos mais uniformes, porém com erros ainda tendenciosos nas extremidades do gráfico. Os resultados permitem afirmar que a biomassa arbórea pode ser estimada por meio de equações que empreguem os índices de vegetação, devendo ser estudadas e controladas as fontes de erros que podem estar influenciando a menor correlação.

Palavras-chave: Landsat, SAVI, FOM.

Sensoriamento Remoto

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Detecção da exploração madeireira legal e ilegal por meio do sensoriamento remoto

André Nóbrega de Arruda, André Luiz Menezes Vianna, Izabela Fonseca Aleixo,

Alberto Carlos Martins Pinto

Contato: [email protected]

O presente trabalho é parte de uma monografia em andamento e tem como objetivo avaliar a análise feita por meio de imagens orbitais para detecção da exploração madeireira realizada nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Pará, nos anos de 2010 e 2011. O sensoriamento remoto pode ser usado para medir e monitorar características biofísicas e atividades humanas, principalmente em grandes áreas, com resultados satisfatórios e a baixo custo. Nas publicações foi utilizado o SIMEX (Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira), desenvolvido pelo IMAZON, com a finalidade de extrair o Índice Normalizado da Diferença de Fração (NDFI) por meio do satélite LandSat, onde é possível detectar as áreas abertas para infraestrutura na exploração madeireira, podendo assim inferir se a área foi ou não explorada, assim como seu grau de perturbação. Tal metodologia foi utilizada nos seguintes materiais que serviram de referencial bibliográfico analisado para este trabalho: “Diagnóstico Florestal do Estado do Amazonas 2010 e 2011”; “Transparência Florestal Estado do Mato Grosso (2010 a 2011)” e “Transparência Florestal Estado do Pará (2010 a 2011)”. A estatística descritiva dos dados nos periódicos indica que o estado do Pará possui o maior percentual de áreas licenciadas para exploração, com 54% do total (402.000 ha), seguido do Mato Grosso com 40% (300.305 ha) e por último o Amazonas representando apenas 6% (43.000 ha). A análise feita por sensoriamento remoto das publicações revela que a área total explorada para os três Estados foi de 229.887 ha. Sendo que a predominância da atividade foi de carácter ilegal, com 52% (120.450 ha), contra 109.435 de origem legal. O Mato Grosso se destaca como o único entre os três estados com leve superioridade na exploração legal (53%) de um total de 139.407 ha. Por outro lado, o cenário para o Amazonas e Pará tem predominância da exploração ilegal com 66% e 60%, portanto, apenas 34% e 40% da atividade se dá de forma legalizada, respectivamente. O NDFI gerado no Amazonas pôde ser observado apenas para os PMFS de Maior Impacto, pois a abertura de infraestrutura é vedada para os PMFS de Pequena escala, sendo assim fica impossibilita a detecção de exploração através dessa técnica. A análise preliminar por essa ferramenta indica que ainda não se pode perder de vista a necessidade de entender o histórico dessas florestas já desaparecidas. A aplicação de novas tecnologias como o Sensoriamento Remoto para manter as florestas em pé é uma alternativa para tornar a floresta um capital natural, fornecendo uma rede permanente de benefícios e recursos, com o objetivo de fortalecer e proteger o desenvolvimento econômico e qualidade de vida. A falta de planejamento preciso nas operações de manejo florestal acarreta em maior impacto das atividades sobre a floresta. Portanto aliar o uso de geotecnologias do planejamento à execução, pode ser uma importante ferramenta para otimizar a produção e minimizar a degradação florestal. Nesse contexto surge a proposta de utilização de geotecnologias visando integrar informações em todas as etapas do manejo florestal, obtendo assim alta precisão e consequentemente maior controle das atividades.

Palavras-chave: Exploração florestal, geotecnologias.

Sensoriamento Remoto

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Análise do uso do solo na área inundada pela represa do Ribeirão João Leite, GO

Ana Carolina Freitas Xavier, Bruno Fernandes Canseco, Gabriela Cândida Queluz,

Nori Griebeler Contato: [email protected]

Com o crescimento urbano desordenado de Goiânia e o déficit de atendimento de água potável segundo o Plano Diretor de Água e Esgotos de Goiânia (PDAE) da empresa de Saneamento de Goiás S/A (SANEAGO) de 1998, a barragem do João Leite foi projetada para abastecer a região metropolitana até o ano de 2040. Em 2004 para a formação do Lago e construção da barragem foi desapropriada uma área de 1040 hectares, e mais 1483 hectares para instalação da faixa de proteção que inibe o acesso e uso do reservatório. A barragem do João Leite possui grande importância social e econômica para o município de Goiânia e adjacências. A análise do uso do solo na área recoberta pelo espelho d'água da barragem do Ribeirão João Leite, GO foi realizada com o uso de imagens orbitais do sensor TM, a bordo do satélite Landsat 5. Foram utilizadas imagens datadas de 22/05/2009 e 17/09/2011, respectivamente antes do início do enchimento e depois de completada a formação do lago. A imagem do ano de 2011 foi utilizada para determinar os limites do polígono referente ao espelho d'água, o qual foi obtido por meio de vetorização em tela, e a imagem do ano de 2009 foi utilizada para análise da cobertura da área inundada por água. Para a análise utilizou-se o software Spring 5.1.8, sendo a imagem segmentada utilizando limiares de similaridade e área de 15 e 25 respectivamente e classificada pelo classificador Bhattacharrya. Para a classificação foram consideradas as classes de Vegetação Nativa (VN), Vegetação Rala (VR), Área Urbana (AU), Área cultivada (AC), Solo Exposto (SE) e Água (AG). Como resultado encontrou-se área de espelho d'água de 4684,59 km2. Os usos do solo na área foram de 933,58 km² (VN), 633,80 km² (VR), 75,61 km² (AC), 2453,62 km² (SDES), 555,17 km² (AU) e 32,81 km² (AG). Portanto, as áreas de vegetação nativa que foram impactadas pela inundação da bacia totalizaram 4.684,59 km², o que corresponde a aproximadamente 19,93 % de cobertura nativa inundada pela barragem.

Palavras-chave: Impacto, barragem, abastecimento público.

Sensoriamento Remoto

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Classificação de imagens orientada a objetos como suporte ao componente geoespacial do Inventário Florestal Nacional brasileiro

Naíssa Batista da Luz, Yeda Maria Malheiros de Oliveira, Maria Augusta Doetzer Rosot, Marilice Cordeiro Garrastazú, Patricia Póvoa de Mattos,

Luziane Franciscon, Joberto Veloso de Freitas

Contato: [email protected]

Em resposta à crescente demanda por informações confiáveis a respeito dos recursos florestais bem como à disponibilidade de mapeamentos do uso e cobertura da terra em escala nacional, vem sendo conduzido o Inventário Florestal Nacional do Brasil (IFN-BR). Além das abordagens tradicionais de avaliação das florestas, o IFN-BR inclui um componente geoespacial que deve fornecer informações em escala de paisagem. Utilizando um grid de 20x20km, as Unidades Amostrais de Registro (UARs) foram estabelecidas, ao passo que as Unidades Amostrais de Paisagem (UAPs) que cobrem 100km2 foram alocadas em um grid de 40x40km. A metodologia para o mapeamento do uso e cobertura da terra nas UAPs, em escala 1:50.000, deve contar com a utilização de imagens RapidEye e Landsat-8. A abordagem de mapeamento se inicia com a obtenção de resultados da classificação pixel-a-pixel automática não-supervisionada como uma das camadas de entrada para a classificação orientada a objetos. A ferramenta Impact Toolbox, desenvolvida pela equipe do Joint Research Centre (JRC, ISPRA), permite a calibração e a classificação automática não-supervisionada tanto das imagens RapidEye quanto das Landsat-8. A partir da segmentação das imagens de alta resolução espacial, atributos dos objetos de imagem tais como características espectrais, de textura, espaciais e contexto também são envolvidas no processo de classificação. Uma particularidade da abordagem é a detecção de árvores fora da floresta (AFFs), que podem ocorrer em grupos de dimensões reduzidas e não são consideradas áreas com cobertura florestal. Os mapas de uso e cobertura da terra são a base para a análise de fragmentação florestal em escala de paisagem servindo também à avaliação da conformidade das áreas de preservação permanente ao longo de corpos d’água e topos de morro, de acordo com a legislação recentemente aprovada. Palavras-chave: inventário florestal nacional; imagens orbitais; classificação do uso e cobertura da terra; fragmentação florestal.

Palavras-chave: Inventário florestal, fragmentação florestal.

Sensoriamento Remoto

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Individual tree detection using web-LiDAR treetop forest inventory application

Carlos Alberto Silva, Carine Klauberg, Andrew Hudak, Danilo Roberti Alves de Almeida

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Extracting individual trees from remotely sensed data has been of great interest for both forest/environmental and government agencies. The current and traditional methods are usually time consuming and expensive. Light Detection And Ranging (LiDAR) data are currently the best remote sensing technology from which tree height can be retrieved accurately. Our objective in this investigation is to present a free Web-LiDAR forest inventory application as an additional tool to process a LiDAR-derived canopy height model (CHM) to detect individual trees. This application is an implementation of the local maxima algorithm in a web platform, therefore providing the LiDAR community the ability to process their own datasets online. The requested data input for individual tree detection algorithm through the Web-LiDAR Treetop application is a LiDAR’ derived canopy height model (CHM). In the web platform, three different types of window sizes and filters (i.e. mean, median and Gaussian) provide the user with a range of options for processing LiDAR-derived CHM for individual tree detection. The Web-LiDAR TreeTop application is an interactive tool in which any user is able to conduct LiDAR analysis, to visualize and to download the generated results of the individual tree detection. This application is available on the web at http://forest.moscowfsl.wsu.edu:3838/LiDARTreeTop/, and you can access the Web-LiDAR forest application page on facebook at https://www.facebook.com/groups/1504561379790934/. For this abstract, we are showing the performance of the application over the CHM (pixel resolution of 1 m) of a coniferous forest type combining and varying both windows sizes (i.e. 3x3, 5x5 and 7x7) and filters (i.e. mean, median and Gaussian). The study area is located 14 miles west of Camilla, Georgia, USA. The climate is characterized by hot, humid summers and generally mild to cool winters. The vegetation is longleaf pine forest (Pinus palustris Mill) that has an open canopy structure (up to 50% canopy cover). According to the results, both the window size and the CHM filter showed important influence on the performance of the individual tree detection. The CHM is usually very noisy, with several peaks that need to be smoothed. The non-filtering procedure of the CHM highlights several peaks and the local maxima algorithm inflates the real number of trees. With the changes in the settings, the detected number of trees ranged from 231 to 1326. A total of 621 trees were detected in the field. The best combinations of both windows sizes and CHM filters for the individual tree detection were: (i) a window size of 3x3 and the CHM Gaussian filter, with 595 trees detected ; (ii) a window size of 5x5 and the CHM Median filter, with 665 trees detected; (iii) a window size of 7x7 and the CHM Median filter, with 524 trees detected ; and (iii) a window size of 5x5 and the CHM without filter, with 471 trees detected . The proposed Web-LiDAR TreeTop application provides a good tool for individual tree detection. We encourage potential users to explore this tool with their own datasets from other forest types

Palavras-chave: LiDAR,Web, Trees, CHM.

Sensoriamento Remoto

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Extração de árvores individuais em dados LiDAR usando o aplicativo de inventário florestal WEB-LiDAR 3D ClusterTree

Carlos Alberto Silva, Carine Klauberg, Andrew Hudak, Danilo Roberti Alves de Almeida

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A tecnologia LiDAR tem sido amplamente utilizada como uma ferramenta de sensoriamento remoto para o mapeamento em aplicações florestais. As métricas derivadas da nuvem de pontos LiDAR, quando correlacionas com dados de campo, permitem uma predição precisa de biométricas florestais, tais como área basal, volume, biomassa e carbono acima do solo, tanto a nível de paisagem, como a nível de árvores individuais. O inventario florestal a nível de arvores individuais tem despertado o interesses por parte de empresas do ramo florestal, em função principalmente, de fornecer informações precisas de inventario, que servem como suporte para tomadas de decisões. A detecção e o delineamento de copa são altamente desejáveis para os gestores florestais. Os algoritmos de máximos locais e de segmentação baseados na técnica watershed têm sido dois dos principais métodos básicos aplicados à detecção de árvores individuais e delimitação copa de árvores. Por outro lado, a segmentação e análise de agrupamentos da nuvem de pontos 3D também tem sido sugerida como metodologias para a detecção de árvores individuais. Atualmente, existem poucos softwares específicos para o processamento eficiente de dados LiDAR aplicados a de detecção e extração de árvores individuais. Desta forma, o presente trabalho apresenta uma ferramenta simples e gratuita para visualizar e processar pequenos conjuntos de dados LiDAR. Os principais objetivos deste trabalho foram a detecção e extração de árvores individuais, bem como a geração de métricas LiDAR para cada árvore individual detectada. O aplicativo de inventário florestal Web-LiDAR: 3DCusterTree é uma plataforma online que pode ser acessada através dos link: http://forest.moscowfsl.wsu.edu:3838/LiDAR3DclusterTree/ , mais informações podem ser encontradas na pagina do Web-LiDAR no Facebook em: https://www.facebook.com/groups/1504561379790934/ . A área de estudo usada como exemplo neste trabalho está localizada em Camilla, no estado de Georgia-USA. O clima da região é caracterizado por verões quentes e úmidos, e invernos geralmente brandos. A vegetação é predominantemente caracterizada por floresta de Palustris pinheiro (Pinus palustris Mill), com cobertura de dossel em torno de 50%. Em campo, foram inventariadas parcelas circulares com diâmetro de 39,89 m, e para fins deste trabalho, tomamos com exemplo, uma única parcela com um total de 39 árvores presentes. Para o processamento dos dados no aplicativo, utilizamos os seguintes parâmetros: 39 árvores, altura de interesse igual ou maior 1,37 m e alfa de 0,25. De acordo os resultados encontrados, observamos que para as 39 árvores detectadas, a altura máxima (Ht) variou de 1,38 a 14,71 m; volume de copa (V) variou de 3,21 a 20,79 m3 e área de copa projetada no solo (CA) variou de 1,40 a 40,41 m2. O desvio padrão para a Ht, V e CA foram de 4,73 m, 3,52 m3 e 1,73 m2, respectivamente. Em síntese, este aplicativo pode ser uma ferramenta útil para detectar árvores individuais e gerar mais de uma centena de métricas LiDAR. Os gráficos gerados pela ferramenta fornecem uma boa visualização e permitem que os usuários explorem seus próprios conjuntos de dados LiDAR online. Este aplicativo foi testado em florestas de pinheiros, porém encorajamos os usuários a testa-lo em outras tipologias de florestas.

Palavras-chave: Árvores, inventário, Web-LiDAR.

Sensoriamento Remoto