ana - saneamento

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    Universidade Federal do ABC

    EN2124 Planejamento Urbano e Metropolitano

    1 Quadrimestre / 2012

    Diagnstico DiademaSaneamento integrado: Drenagem, Saneamento e

    Resduos Slidos

    Ana Clara da Rosa Santos

    RA 11046908

    Perodo Noturno

    Santo Andr, 30 de Maro de 2012.

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    ndice

    1.1. Histrico..............................................................................................................3

    1.2. Localizao Geogrfica.......................................................................................41.3. Caractersticas gerais..........................................................................................5

    1.4. Saneamento: polticas pblicas e legislaes relacionadas.................................5

    2.1.Drenagem urbana.................................................................................................6

    2.1.1. Caractersticas das micro-bacias e condies da drenagem urbana............6

    2.1.2. Permeabilidade do solo.................................................................................8

    2.1.3. Enchentes.....................................................................................................8

    2.1.4. Projetos executados e em desenvolvimento.................................................9

    2.1.5. Plano de Drenagem ou Plano de Saneamento Integrado...........................102.2. Saneamento......................................................................................................11

    2.2.1. Operao e cobrana do servio de gua e esgoto....................................11

    2.2.2. Percentual da populao com gua e esgoto encanado.............................12

    2.2.3. Percentual de esgoto tratado......................................................................12

    2.2.4. Projetos em andamento..............................................................................13

    2.3. Resduos Slidos...............................................................................................15

    2.3.1. Destinao final dos resduos: aterro sanitrio............................................16

    2.3.2. Destinao final dos resduos: coleta seletiva.............................................18

    3.Referncias Bibliogrficas.........................................................................................22

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    1. Caracterizao geral do municpio de Diadema(SANED, 2011).

    1.1. Histrico

    A regio de Diadema tem seus primeiros registros como passagem de

    trfego na rota de tropeiros Santo Amaro a Mogi das Cruzes em direo mina de ouro do Embu por volta de 1700.

    Aproximadamente em 1830, nasceu o primeiro ncleo populacional aoredor da capela do Bom Jesus da Pedra Fria, construda por Jos Pedrosode Oliveira, na estrada da Casa Grande.

    Em 1900, a construo de uma serraria a vapor, de propriedade deAntnio Piranga, filho de Jos Pedroso, no atual bairro da Serraria, iniciou oingresso de Diadema ao progresso. A mesma funcionou at 1920,

    abastecendo a indstria de mveis de So Bernardo do Campo.At a dcada de 40, a regio de Diadema era constituda por quatro

    povoados pertencentes a So Bernardo: Piraporinha, Eldorado, Taboo eVila Conceio. Dispersos e contendo cada um sua vida prpria, eles eramligados apenas por caminhos precrios. Em 1925, com a criao da RepresaBillings, a regio do Eldorado passou a despertar o interesse de moradoresda capital que buscavam opes de lazer.

    No que se refere importncia econmica de Diadema, tem-se que at

    os anos 50, poucos foram os efeitos produzidos pela industrializao de SoPaulo, j que a principal via de circulao de mercadorias nesta pocaocorria ao longo da ferrovia Santos-Jundia. Apenas com o declnio dos eixosferrovirios e a opo governamental pelo transporte rodovirio, aps adcada de 50, que Diadema recebeu pequenas e mdias empresasnacionais que produziam, na sua maioria, peas e equipamentoscomplementares produo nas grandes indstrias multinacionaisinstaladas ao longo da Rodovia Anchieta (inaugurada em 1947).

    Em 1948, com a Lei Estadual n 233, criou-se o Distrito de Diadema. As

    transformaes ocorridas a partir dos anos 50 na regio do ABCD paulista -abertura de estradas, industrializao, migraes, novos loteamentos,

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    crescimento das cidades, despertaram o interesse das lideranas polticasda regio de Diadema.

    O processo de emancipao foi aprovado pela Assemblia Legislativaem 1958, e em 1959 realizaram-se as primeiras eleies para os poderes

    Executivo e Legislativo do ento municpio de Diadema.

    1.2. Localizao Geogrfica

    Diadema faz parte da regio metropolitana de So Paulo, a qual composta por 39 municpios. Dentro da regio metropolitana de So Paulo,Diadema enquadra-se na regio do Grande ABC, que compreende 7cidades.

    Abaixo, segue ilustrao da localizao geogrfica do municpio deDiadema, o qual possui como municpios vizinhos So Paulo e SoBernardo do Campo.

    Figura 1 Localizao geogrfica de Diadema.

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    1.3. Caractersticas gerais

    Segue abaixo as caractersticas gerais do municpio de Diadema,segundo dados do IBGE (2010):

    Figura 2 Dados gerais Diadema.

    1.4. Saneamento: polticas pblicas e legislaes relacionadas

    Este trabalho tem por objetivo diagnosticar o saneamento integrado domunicpio de Diadema. Para desenvolvimento deste tema, foi de grandevalia a consulta ao material para elaborao da Poltica de SaneamentoBsico Local e o Plano Municipal Integrado de Saneamento Bsico doMunicpio de Diadema

    As principais legislaes referentes a preservao do meio ambiente,com relao a saneamento e sade no municpio de Diadema so asseguintes:

    - Lei 10.257/01 Estatuto das Cidades.

    - Lei 9.433/97 Poltica Nacional de Recursos Hdricos.

    - Lei 11.445/07 Lei Nacional de Saneamento Bsico.

    - Lei 11.107/05 Lei Nacional de Consrcios Pblicos.

    - Lei 11.124/05 Lei do Sistema Nacional de Habitao de InteresseSocial.

    - Lei 12.305/10 Poltica Nacional de Resduos Slidos.

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    - Portaria 518/04 do Ministrio da Sade e o Decreto 5.440/05 Relacionadas ao controle de qualidade da gua de sistemas deabastecimento.

    - Resoluo Recomendada 75 de 02/07/09 do Conselho de Cidades,

    que trata da Poltica e do contedo mnimo dos Planos de SaneamentoBsico.

    - Resolues 25 e 34 de 2005 do Conselho das Cidades sobre aparticipao e controle social na elaborao e acompanhamento do PlanoDiretor do Municpio.

    - Lei complementar n 273, de 08/07/08 - Dispe sobre o Plano Diretordo Municpio de Diadema estabelecendo as diretrizes gerais da polticamunicipal de desenvolvimento urbano.

    - Lei Orgnica do Municpio de Diadema (Ttulo VII, Captulo III, Seo I,art.189 ao 200 que versa sobre meio ambiente; Seo II, art. 201 ao 207queversa sobre os Recursos Hdricos e Seo III que versa sobre oSaneamento art.208 ao 212).

    - Decreto n 6.523, de 05 de maio de 2010 dispe sobre a criao doComit de Coordenao da Poltica Pblica de Saneamento.

    2. Diagnstico do Saneamento integrado no municpio de Diadema (SANED,2011)

    2.1.Drenagem urbana

    2.1.1. Caractersticas das micro-bacias e condies da drenagem urbana

    O municpio de Diadema insere-se em um importante setor hidrogrficoda bacia do Alto Tiet, que drena o planalto. Este setor divide-se em duasgrandes vertentes: uma referente a bacia do Tamanduate tendo seuprincipal tributrio no municpio o Ribeiro dos Couros, e outra referente aBacia da Billings, tendo como importante tributrio o crrego Grota Funda.

    A figura 3, abaixo, ilustra as principais bacias hidrogrficas situadas nomunicpio:

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    Figura 3 Principais bacias hidrogrficas situadas em Diadema.

    A micro drenagem, ou seja, os sistemas de sarjetas, captaes, comobocas de lobo e bocas de leo, galerias e bueiros, no se encontramcadastrados. Estima-se, porm, a existncia de 4.700 captaes e 60 km degalerias em operao.

    Pode ser verificado que em Diadema a administrao municipal visualizaas aes de drenagem urbana conforme 5 regies administrativas (Norte,Sul, Leste, Oeste e Centro). Neste aspecto nota-se um importante ponto demelhoria j que a drenagem urbana deve ser planejada e operada conformesuas bacias hidrogrficas para uma gesto mais eficaz.

    Os servios de manuteno do sistema de drenagem urbana so deresponsabilidade da Secretaria de Servios e Obras, sendo executadodesde 2010 pelo setor de Conteno. Estes so: limpeza e manuteno debocas de lobo, limpeza e desobstruo de galerias de guas pluviais elimpeza de crregos municipais. Esses servios so complementares aoPrograma P na Rua, o qual divide o municpio em 13 setores paraexecuo dos servios. No entanto, notvel em campo que a equipe eequipamentos disponveis para a manuteno necessria no municpio nose apresenta dimensionada adequadamente, visto a presena de galerias de

    guas pluviais assoreadas e, extenses significativas de crregos a cuaberto com o seu leito sendo assoreado por detritos de diversas origens,

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    alm da vegetao excedente que cresce nas margens sem umaperiodicidade definida para os trabalhos de capinao.

    2.1.2. Permeabilidade do solo

    Quanto a Geologia, na regio de Diadema, afloram rochas doembasamento (gnaisses e migmatos), normalmente alteradas porintemperismo. Esse tipo de rocha d origem a um solo sltico-argiloso.Segundo uma tabela da ABGE (Associao Brasileira de Geologiade Engenharia) de correlao de granulometria de solo com apermeabilidade (K), estima-se que, para esse tipo de material, esses valoresgirem em torno de 0,0000001 a 0,00000001cm/seg (10 elevado a -7 a 10elevado a -8). Esses valores podem mudar, dependendo do grau defraturamento da rocha.

    A cobertura vegetal original do municpio era a Mata Atlntica deplancie. Porm, o intenso processo de urbanizao de toda a aglomeraometropolitana de So Paulo promoveu a retirada de boa parte dessavegetao, restando poucos espaos onde ainda h a ocorrncia primriadessa vegetao.

    Ainda, Diadema um municpio altamente adensado, sendo a segundamaior densidade do Brasil. Este dado confere a Diadema uma caractersticade baixa permebilidade. A Secretaria de Servios e Obras possui um projeto

    de drenagem que engloba os sistemas de macro e micro drenagem para area central, nele, esto regulamentadas pela legislao municipal medidasque ajudaro na melhoria da permeabilidade no municpio, como caladasecologicamente corretas e pavimento e asfalto ecolgico.

    2.1.3. Enchentes

    A partir de relatos dor moradores e identificaes em campo, em dias degrandes precipitaes, a Prefeitura (Secretaria de Servios e Obras)conseguiu mapear os pontos crticos de inundao referentes macro

    drenagem. Essas reas correspondem s manchas roxas identificadas pelassetas vermelhas na figura abaixo.

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    Figura 4 Pontos de inundao na macro drenagem do municpio de Diadema.

    2.1.4. Projetos executados e em desenvolvimento

    O municpio encontra-se inserido no Plano de Macro Drenagem do AltoTiet, a partir do qual foram implantados trs reservatrios de reteno de

    guas pluviais. Esses reservatrios foram implantados de forma off-line eoperam por sistemas de bombeamento para o esgotamento das guaspluviais acumuladas.

    Na Bacia Ribeiro dos Couros, h o reservatrio de reteno (piscino)TC-2, ocupando uma rea de 18.950,95 m e com capacidade de reservaode n 84.768,00 m. Nesta mesma bacia, h a existncia do reservatrio TC-3, o qual ocupa uma rea de 24.063,94 m 2 com capacidade de reservaode 140.000,00 m3. Ambos j foram implantados e esto em operao.

    Do mesmo modo em operao, tem-se o reservatrio TC-6, implantado

    na Bacia do Crrego da Capela. Este foi construdo em uma rea de17.496,50 m2 e sua capacidade de armazenamento de 120.000,00 m3.

    A implantao dos piscines TC-2, TC-3 e TC-6 so consideradasmedidas estruturais pela Prefeitura (Secretaria de Servios e Obras) pararesoluo das questes de inundaes ocorrentes.

    A Prefeitura de Diadema possui trs projetos com interferncia nosistema de macro drenagem do municpio. No ano de 2010, foi desenvolvidoo projeto de Canalizao do Crrego Canhema, obras esta prevista no PAC-

    2. Encontra-se em execuo, pela Secretaria de Transportes de Diadema aimplantao de um virio projetado ao longo do Crrego dos Monteiros. O

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    projeto geomtrico, com aproximadamente 940 m, conta com planta e perfildo sistema virio, no entanto no h projeto de macro drenagem para olocal, mesmo ocorrendo grandes alteraes no Crrego dos Monteiros. Domesmo modo, encontra-se em andamento a execuo, pela Secretaria deTransportes de So Bernardo do Campo, as Avenidas Marginais ao Ribeirodos Couros. Este projeto geomtrico tambm no conta com estudo para amacro-drenagem do Ribeiro dos Couros, mesmo ocorrendo grandesalteraes neste corpo dgua.

    Como medidas no-estruturais, a Prefeitura (Secretaria de Servios eObras) considera: o uso de pavimento e asfalto ecolgico; a implantao dacalada ecologicamente correta em locais que tenham poucas reas deevacuao de guas pluviais; o Termo de Acordo celebrado pelo municpio,atravs da Cmara do Grande ABC, para operao e manuteno dereservatrios de guas pluviais TC-2, TC-3 e TC-6; a criao do Programa

    de Recuperao de Crregos, Rios e Afluentes de Diadema, objetivando asua despoluio e revitalizao.

    2.1.5. Plano de Drenagem ou Plano de Saneamento Integrado

    O municpio de Diadema possui um Plano de Saneamento Integrado emprocesso de implementao. Este plano foi dividido em 6 fases:

    1. Diagnstico da situao do saneamento e de seus impactos nascondies de vida da populao. Neste diagnstico so explorados osseguintes temas: abastecimento de gua, esgotos sanitrios, drenagemurbana e manejo de guas pluviais, limpeza urbana e manejo de resduosslidos e participao popular.

    2. Prognstico e alternativas para a universalizao, diretrizes, objetivos emetas.

    3. Programas, projetos e aes.

    4. Mecanismos e procedimentos para a avaliao sistemtica da eficincia,eficcia e efetividade das aes do PMSB (Plano Municipal de SaneamentoBsico).

    5. Sistema Municipal de Informaes em Saneamento Bsico.

    6. Aprovao do PMSB.

    No Prognstico referente a drenagem urbana e manejo de guaspluviais, foi verificada a necessidade de uma ferramenta de gesto para

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    nortear os estudos e avaliaes no gerenciamento das guas pluviais. Paratal, ser necessrio o Plano Diretor de Drenagem Urbana como instrumentode gerenciamento da drenagem urbana e das inundaes ribeirinhas.

    Segundo TUCCI (2002), o Plano de Drenagem Urbana deve ser

    desenvolvido com base em um conjunto de informaes relacionadas deacordo com o seguinte:

    - Cadastro da rede pluvial, bacias hidrogrficas, uso e tipo de solo dasbacias, entre outros dados fsicos;

    - Planos: Plano de Desenvolvimento Urbano da cidade, Plano deSaneamento ou esgotamento sanitrio, Plano de Controle dos Resduos

    Slidos e Plano Virio. So Planos que apresentam interface importante coma Drenagem Urbana. Quando os planos de gua, Esgoto Sanitrio eResduo Slidos so desenvolvidos de forma integrada, as interfaces entreestes elementos devem ser destacadas;

    - Aspectos institucionais: legislao municipal relacionada com o PlanoDiretor Urbano e meio ambiente; Legislao Estadual de Recursos Hdricose Legislao Federal; Gesto da Drenagem dentro do municpio;

    - Dados hidrolgicos: precipitao, vazo, sedimentos e qualidade da gua

    do sistema de drenagem.

    2.2. Saneamento

    2.2.1. Operao e cobrana do servio de gua e esgoto

    O rgo que presta servios no abastecimento de gua e esgotamento

    sanitrio para o municpio de Diadema a SANED (Companhia deSaneamento de Diadema). A SABESP (Companhia de Saneamento Bsicodo Estado de So Paulo), porm, o rgo responsvel pela captao,tratamento de gua e aduo de gua at o municpio de Diadema atravsdo Sistema Produtor Rio Grande, bem como o rgo responsveltratamento dos efluentes destinados a ETE ABC.

    No que concerne ao fornecimento de gua, a relao entre a SANED e aSABESP est consolidada atravs de contrato. Com relao ao tratamentode esgotos, no entanto, existe apenas um acordo entre essas duascompanhias. Em 2006, quando este acordo foi firmado, os valores para ometro cbico de esgoto tratado era de R$0,82/m.

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    Segundo dados comerciais, as despesas da SANED com a guaimportada e com o esgoto exportado foram as seguintes:

    Figura 5 Despesas da SANED com gua e esgoto.

    2.2.2. Percentual da populao com gua e esgoto encanado

    Observa-se, neste tpico, uma certa discrepncia de dados da SANEDem relao ao IBGE (2010). No Plano Integrado de Saneamento, na

    Introduo, especificado que segundo IBGE (2010) o municpio deDiadema possui 386.039 habitantes (este dado est explcito no tpico 1.3 -Caracterizao geral, neste trabalho). Porm, no tpico Esgotos Sanitriosdo Plano Integrado de Saneamento, disponibilizado pela SANED osseguintes dados de populao atendida com abastecimento de gua eesgotamento sanitrio:

    Figura 6 Populao atendida com abastecimento de gua e esgotamento sanitrio.

    possvel constatar que a populao atendida com abastecimento degua em 2008 (391.943 habitantes), 2009 (395.548 habitantes) e 2010(399.153 habitantes) segundo a SANED maior que a populao domunicpio de Diadema em 2010 segundo o IBGE (386.039 habitantes). Istoocorre, possivelmente, pela margem de erro da pesquisa do IBGE e dapesquisa do SANED. Sendo assim, pode ser considerado que aporcentagem da populao que atendida com abastecimento de gua

    prxima de 100%.Quanto populao atendida com esgotamento sanitrio, asporcentagens so, comparando os dados da SANED com IBGE (2010): 91%(2008); 94% (2009) e 96%. Deve-se ser considerada a margem de erro daspesquisas tanto do IBGE quanto do SANED. Porm, importante notar atendncia ao aumento do nmero de pessoas atendidas com esgotamentosanitrio.

    2.2.3. Percentual de esgoto tratado

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    O sistema de esgotamento sanitrio do municpio de Diadema atende95% da populao total atravs da rede coletora. Porm, em relao aotratamento, tem-se que apenas 13% do esgoto gerado tratado na ETEABC, para onde encaminhado.

    Na figura abaixo segue localizao da ETE ABC, operada pela SABESP.A ETE ABC recebe os esgotos coletados na bacia do Rio Tamanduate eRibeiro dos Meninos, e sua distncia em relao ao centro de Diadema de 8 km.

    Figura 7 Localizao da ETE ABC e das bacias de esgotamento do sistema.

    De forma geral, a prestao dos servios realizada pela SANED quanto coleta de esgoto, vem atendendo as expectativas da populao com aconstruo de coletores tronco, novas redes de coleta em novos loteamentos.

    As deficincias maiores dizem respeito situao dos principais

    coletores que hoje se encontram em obras ou em fase de projeto. Aps otermino das obras atualmente em execuo, 67% esgoto de Diadema serencaminhado para a ETE ABC atravs do interceptor Meninos (o qual abrangeos municpios de So Bernardo do Campo, Diadema e parte de So Caetanodo Sul, alm de bairros da capital).

    O territrio de Diadema se insere em duas grandes bacias deesgotamento: Bacia Billings e Bacia Tamanduate. Parte do esgoto lanado aBacia do Tamanduate enviado a ETE ABC, como j mencionado. O resto,87%, permanece na Bacia do Tamanduate e na Bacia Billings.

    2.2.4. Projetos em andamento

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    Segundo BORGES (2002), os municpios so subdivididos em bacias deesgoto, que por sua vez se divide em sub-bacias. Cada sub-bacia abrangeum conjunto de trechos de rede. A rede de esgoto sanitrio classificada emrede coletora, interceptora e emissria de acordo com a sua funo. A redecoletora a de dimetro menor e recebe as ligaes dos usurios. J a redeinterceptora recebe o fluxo das coletoras, e as redes emissrias, recebem ofluxo das interceptoras para efetuar o lanamento da rede de esgoto.

    Classificao das sub-bacias de Diadema:

    Sub-Bacia 1: localizada na regio norte do municpio.

    Sub-Bacia 2: localizada na regio central do municpio.

    Sub-Bacia 3: localizada parte na regio oeste e parte na regio

    leste do municpio.

    Sub-Bacia 4: localizada na regio leste do municpio.

    Sub-Bacia 5: localizada na regio sul do municpio.

    Sub-Bacia 6: localizada na regio sul do municpio.

    Em Diadema, esto em andamento diversas obras relacionadas aimplantao de Coletores-Tronco (rede interceptora), dentre as principais

    esto:- Coletor-Tronco Canhema: seu trecho em execuo est situado na partede jusante da sub-bacia 1, na regio norte do municpio. uma obraproveniente do PAC-1. Este coletor-tronco destinar o esgoto ETE ABC.

    - Coletor-Tronco Capela: atravs do PAC-2, esto sendo realizadas obras deconexo do coletor Capela, situado na sub-bacia 2, aos coletoressecundrios.

    - Coletor-Tronco Floriano: este coletor est situado na sub-bacia 3. Essaobra - margem direita e esquerda - est sendo viabilizada pelo PAC-1, eantes de sua implantao. Anteriormente a este projeto, o esgoto da margemdireita era lanado na galeria pluvial da Avenida Ulisses Guimares.

    - Coletores-Tronco Serraria, Monteiros e Afluente Monteiros (obras do PAC-1): situados na sub-bacia 3, o trecho do Coletor - Tronco Serraria emimplantao percorrer a Avenida Lico Maia, a partir da Estrada do Rufino,at atingir a Rua Guarani, onde se interligar ao Coletor Monteiros, o qual

    ter se encaminhar ao longo da avenida marginal projetada sobre ocrrego Monteiros.

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    O Coletor-Tronco Afluente Monteiros captar os esgotos do JardimPromisso, a leste da rodovia Imigrantes, e os encaminhar para o CTMonteiros.

    - Coletor-Tronco Curral Grande: este coletor est nas proximidades domunicpio de So Bernardo do Campo, na sub-bacia 3, e suas obras soincidentes do PAC. Sua implantao na pista sul da Avenida Corredor ABD,na margem direita do crrego Curral Grande, interceptar todos oslanamentos de esgotos existentes neste crrego.

    - Coletor-Tronco Couros: situado na sub-bacia 4 do municpio, j existerecurso do PAC-2 para elaborao de projeto executivo de recebimento dascontribuies das sub-bacias 4, 5 e 6 para encaminhamento do efluente paraa ETE ABC.

    2.3. Resduos Slidos

    Em Diadema, o Departamento de Limpeza Urbana (DLU) oresponsvel por todo o servio de limpeza da cidade, que inclui a coleta edestino final do lixo domiciliar (incluindo o comercial) e hospitalar, varriodas ruas e logradouros pblicos, varrio e lavagem de feiras livres, alm deexercer a fiscalizao da destinao dos resduos de construo, demolio

    e inservveis. Observa-se que o municpio tem sob sua responsabilidade emtorno de 150.000 t/ano de resduos slidos urbanos atualmente custeadospelos recursos do DLU.

    Uma questo importante referente atuao do DLU a excluso dogerenciamento de resduos industriais, os quais so bastante relevantes emDiadema, considerando a grande quantidade de indstrias situadas nomunicpio e a proximidade destas com as reas de mananciais. A definioda atuao do DLU permite a concluso de que em Diadema, a gesto deresduos industriais feita sob responsabilidade das prprias indstrias l

    existentes.Em 1990 foi criado o Consrcio Intermunicipal das Bacias do AltoTamanduate e Billings, hoje conhecido como Consrcio do Grande ABC, oqual abrange sete municpios: Santo Andr, So Bernardo do Campo, SoCaetano do Sul, Diadema, Mau, Ribeiro Pires e Rio Grande da Serra.Esse consrcio tem como escopo planejar, adotar e executar, sempre quecabvel em cooperao tcnica e financeira com os Governos da Unio e doEstado, obras e outras aes destinadas a promover, melhorar e controlar: I - o abastecimento de gua; II - as condies de saneamento bsico e ambiental e a qualidade das

    guas III - a coleta, o tratamento e a disposio final de resduos slidos;

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    IV - a drenagem das guas pluviais, a preveno das enchentes e ocontrole da eroso, bem como promover outras aes relativas elevaoda qualidade do meio ambiente na rea das bacias hidrogrficas do AltoTamanduate e Reservatrio Billings. FIALHO (1998).

    2.3.1. Destinao final dos resduos: aterro sanitrio

    O primeiro projeto encaminhado pelo recm criado consrcio da pocafoi o estudo de viabilidade, com a inteno de viabilizar conjuntamenteinstalaes para tratamento de resduos e locais para implantar aterrossanitrios com vida til de pelo menos 20 anos futuros. poca o aterroprivado da empresa Lara/Sanurban j estava em seu incio defuncionamento e recebia resduos de alguns dos municpios envolvidos. No

    entanto, o antigo lixo do Alvarenga continuou recebendo vrios tipos dedescargas de resduos comerciais e industriais (incluindo perigosos classeI, segundo a NBR 10004/2004) pelo acesso livre do Bairro do Alvarenga emSo Bernardo do Campo. Pelo lado de Diadema implantou-se uma portariaentre o cruzamento da Estrada Pedreira Alvarenga e Avenida NicolaImparato com incio na Estrada das Voltas, para controlar a entrada dosveculos oficiais da limpeza urbana e empresas autorizadas descarregarem os resduos do lado administrado pelo DLU. Para evitar oacesso e intercomunicao entre as duas reas, foi escavada uma trincheiracom escavadeira hidrulica dividindo os espaos, ficando a parte gerenciada

    por Diadema com menor risco de receber descargas clandestinas eoperacionalizada pela DLU.

    A partir de 1996, os resduos slidos domiciliares de Diadema deixaramde ser lanados no Aterro do Alvarenga e passaram para o aterro privado daempresa Sanurban em Mau. A distncia do aterro sanitrio at a sede doDLU de aproximadamente 31 Km, sendo uma grande parcela do percursocomposta de vias localizadas em centros urbanos densamente povoadoscomo Santo Andr, So Bernardo do Campo e Mau este trajeto de ida evolta at o transborde leva entrono de 2 horas.

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    Figura 8 Vista area do Aterro Sanurban em Mau/SP.

    interessante observar que o transporte de resduos para o Aterroprivado Sanurban bastante problemtico, j que a distncia a serpercorrida relativamente alta e o caminho, no nada favorvel ao

    transporte de resduos slidos (considerando que os caminhes atravessamgrandes centros urbanos). Ainda, devem ser consideradas as dificuldades decoleta dentro do municpio que, segundo constatado em campo, possui umvirio bastante estreito alm de elevada topografia em alguns pontos.

    Apesar das dificuldades, o DLU optou pela melhor alternativa para osresduos no reciclveis, j que o Aterro privado Sanurban em Mau/SP omais prximo da regio, e Diadema possui um alto nvel de adensamento eregies protegidas por legislao ambiental (impossibilitando a existncia deum aterro sanitrio no municpio). Deve ser considerado que em muitosmunicpios, tanto brasileiros quanto de outros pases, os resduos slidos

    possuem destinao final em locais a mais de 100 km de sua gerao. Ogrande desafio para Diadema, portanto, garantir que somente resduosno reciclveis sejam de fato encaminhados ao aterro.

    O DLU tem por objetivo o reaproveitamento mximo dos materiais parareciclagem, incluindo a frao de orgnicos putrescveis para o qual o maisrecomendado tecnicamente seria a compostagem. O montante de resduosque a prefeitura recolhe das vias pblicas sob a sua responsabilidade (queem 2010 foi da ordem de 150.000 toneladas) dever passar por um estudode viabilidade tcnico-econmico e ambiental para cada grupo, para verificar

    as opes de aproveitamento e reciclagem.

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    Ainda, diante das recomendaes da Lei n 12.305/2010 (Poltica Nacional deResduos Slidos), o DLU dever rever o modelo atual de enviar praticamente100% dos resduos in natura para o aterro sanitrio, exceto a frao oriunda doPrograma Vida Limpa que atende os ditames da nova poltica nacional no quetange coleta seletiva e triagem.

    2.3.2. Destinao final dos resduos: coleta seletiva

    A Prefeitura Municipal de Diadema, aps o fechamento do lixo doAlvarenga, em 2001, criou o Programa Vida Limpa. Em nome desteprograma, a Prefeitura realiza a coleta seletiva de resduos reciclveis pormeio de grupos organizados de catadores da cidade. Estes grupos estoorganizados atravs de uma OSCIP (Organizao da Sociedade Civil deInteresse Pblico), chamada Associao Pacto Ambiental.

    A base do Programa Vida Limpa so os Postos de Coleta Solidria, ondeos catadores acondicionam os materiais coletados, preparando-os para acomercializao e/ou encaminhamento para destinao final. Cada postorealiza a coleta de duas formas:

    Porta a Porta: nas residncias, em dias pr-programados,

    diferenciados da coleta de lixo comum.

    Parceiros: estabelecimento de parceria com grandes geradores, como

    empresas, escolas, rgos pblicos, dentre outras instituiespblicas ou privadas, que disponibilizam seus resduos para o

    Programa, contribuindo com os seus objetivos.Os Postos so preparados para receber materiais reciclveis diversos,

    como papel, plsticos, vidros e metais, alm de resduos slidos daconstruo civil e demolio (entulhos e madeiras) e outros materiaisvolumosos, denominados bagulhos (mveis velhos, por exemplo). Os Postostambm recebem a contribuio da populao no encaminhamento do leovegetal usado.

    O Programa Vida Limpa previa originalmente a implantao de trezePostos de Coleta Seletiva. Hoje conta com cinco postos e mais de 160 cento

    e sessenta parceiros na coleta seletiva.

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    Figura 9 Localizao dos cinco postos de coleta e dos trs em projeto do ProgramaVida Limpa

    Dentre os postos de coleta, cabe citar a Cooperlimpa, j que foi a primeiraunidade que reiniciou o programa de coleta seletiva no municpio em 2000. ACooperlimpa dispe da logstica dos caminhes prprios para a execuo dacoleta em empresas, incluindo grandes objetos e materiais ferrosos (sucataferrosa) que no ano de 2010 representou 18% do peso de todos os produtosreciclveis comercializados.

    Na figura abaixo, pode ser visualizado uma avaliao dos principais produtoscomercializados pela Cooperlimpa em 2010:

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    Figura 10 Avaliao dos principais produtos comercializados pela Cooperlimpaem 2010.

    Um outro posto de coleta, o Centro de Triagem Taboo, demonstra commaior afinco as dificuldades estruturais enfrentadas pelos postos de coletaseletiva de Diadema. O espao coberto pequeno e a separao dosmateriais realizada praticamente ao relento, ainda, apesar de possuir muroalto, o terreno j foi invadido vrias vezes por ladres em busca de materiais eobjetos de valor.

    Na figura a seguir encontra-se o demonstrativo do fluxo dos materiaiscomercializados e seus valores unitrios da faixa do quilo de cada produtono Centro de Triagem Taboo no ano de 2010:

    Figura 11 Materiais comercializados e seus valores unitrios por quilo no Centro deTriagem Taboo, 2010.

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    O Centro de produo Varal PET uma unidade que chegou a recebermateriais para triagem, mas em 2010 foi reconfigurada e passou a funcionarapenas como produtora do fio de varal de garrafas PET. A carncia degarrafas PET para que se atinja uma quantidade mnima mensal de varaisem condies de garantir o fornecimento s grandes redes desupermercados e lojas do ramo impede que a cooperativa fique comproduo regular (sendo considerada de 10 mil pacotes de varais/ms) enuma situao de venda no varejo com faturamento consideravelmentelucrativo.

    Segundo dados de 2010, foram coletados 1.122,31 toneladas demateriais reciclveis pelas cinco unidades existentes no municpio,representando aproximadamente 1,03% em peso dos resduosdomiciliares/comerciais e de varrio recolhidos no mesmo perodo. Estedado permite a reflexo que o sistema de coleta seletiva porta a porta deve

    ser ampliado. Essa tarefa ser complexa, tendo um custo operacionalbastante elevado, porm sua importncia inestimvel principalmentedevido a baixa disponibilidade de terra para construo de aterros sanitriosno municpio, como comentado no tpico acima.

    A DLU possui um outro grande desafio: criar tratativas para sanar oproblema da alta gerao de entulho de construo, a qual ocorre principalmentenas dezenas de ncleos habitacionais que a populao acondiciona em sacos derfia e colocam sobre o passeio para aguardar a coleta. Esta coleta, via de regra,est atrelada ao Projeto P na Rua, que percorre os bairros retirando estesmateriais.

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    3. Referncias Bibliogrficas

    BORGES, K. A. V., 2002. Modelagem de dados Curso de especializaoem geoprocessamento. UFMG.

    FIALHO, M. A., 1998. Para onde vai o que sobra: o destino final dos resduosslidos na Grande So Paulo Dissertao de Mestrado Departamento deGeografia Universidade de So Paulo.

    SANED, 2001. Poltica de saneamento bsico local e o plano municipalintegrado de saneamento bsico do municpio de Diadema Diagnstico dasituao do saneamento bsico e seus impactos nas condies de vida dapopulao. Tomo I Introduo; Tomo III Esgotos sanitrios; Tomo IV

    Drenagem urbana e manejo de guas pluviais; Tomo V Limpeza Urbana emanejo de resduos slidos.

    Disponvel em: http://www.saned.com.br/portal/institucional/pmsb

    TUCCI, C. E. M., 2002. Gerenciamento da Drenagem Urbana, RevistaBrasileira de Recursos Hdricos, ABRH, Porto Alegre.

    http://www.saned.com.br/portal/institucional/pmsbhttp://www.saned.com.br/portal/institucional/pmsb