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O ENVELHECIMENTO E A INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL COM IDOSOS Cadeira: Gerontologia Clínica Docente: Prof. Doutor Joaquim Parra Marujo Discente: Ana Elisabete da Cunha Pimentel Nº 20061591 1

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Page 1: Ana Pimentel

O ENVELHECIMENTO E A INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL

COM IDOSOS

Cadeira: Gerontologia Clínica

Docente: Prof. Doutor Joaquim Parra Marujo

Discente: Ana Elisabete da Cunha Pimentel

Nº 200615911

Page 2: Ana Pimentel

OS IDOSOS, O ENVELHECIMENTO E A VELHICE

As expressões idoso, envelhecimento e velhice, nem sempre são tratadas de modo preciso pela psicologia:

devido às dificuldades inerentes à própria delimitação dos conceitos,

devido à ênfase organicista que faz cessar o desenvolvimento no fim da adolescência,

devido à “novidade” do estudo neste domínio.2

Page 3: Ana Pimentel

Fernández-Ballesteros (2000) introduz a noção de envelhecimento funcional, partindo do princípio que o envelhecimento resulta de um equilíbrio quer entre estabilidade e mudança, quer entre crescimento e declínio, havendo:

algumas funções que necessariamente diminuem de eficácia (natureza física, percepção e memória),

outras que estabilizam (como por exemplo a maior parte das variáveis da personalidade), e outras que, na ausência de doença,

experimentam um crescimento ao longo

de todo o ciclo de vida (ligadas à experiência e conhecimentos prévios).

3

Page 4: Ana Pimentel

O conceito de envelhecimento funcional é talvez o que mais nos ajuda a encarar o envelhecimento numa óptica desenvolvimental:

porque nos permite olhar para o envelhecimento como algo capaz de ser optimizado através de intervenções nesse sentido,

porque nos permite contrariar a tendência geral existente para desvalorizar as pessoas idosas (“idadismo”).

4

Page 5: Ana Pimentel

ENVELHECIMENTO E DESENVOLVIMENTO

O envelhecimento será a “contrapartida” do desenvolvimento.

Desenvolvimento e envelhecimento são dois processos paralelos mas relacionados entre si, duas faces da mesma trajectória de vida.

Nas fases iniciais da vida humana os sinais de desenvolvimento (biofísico, sobretudo) são mais visíveis e os sinais de envelhecimento permanecem adormecidos, ocorrendo o inverso na fase terminal da vida humana. 5

Page 6: Ana Pimentel

DESENVOLVIMENTO NA 3ª E 4ª IDADES

Psicologia do ciclo de vida – dois grandes princípios:

princípio da multilinearidade, que sustenta que o desenvolvimento psicológico é multilinear, não existindo um período privilegiado de maturidade;

princípio do multideterminismo, que sustenta que o desenvolvimento psicológico é determinado pela acção conjunta e interactiva de factores ligados à idade, à história e a “acontecimentos de vida” 6

Page 7: Ana Pimentel

Psicologia do ciclo de vida – implicações:

recusa de qualquer forma de determinismo

compreensão “plástica” do desenvolvimento humano

integração de dimensões sociais, biológicas e comportamentais na “produção” desse desenvolvimento

pessoas vão experimentando continuamente processos de mudança, de transição e de adaptação

o potencial para a mudança desenvolvimental está presente ao longo de toda a vida

7

Page 8: Ana Pimentel

DINÂMICA BIOLOGIA-CULTURA AO LONGO DO CICLO DE VIDAInfluência

Biologia-Genética

Sociedade-Cultura

8 18 50 Envelhecimento Ciclo de Vida

Page 9: Ana Pimentel

INFLUÊNCIAS DESENVOLVIMENTAIS

“Modelo trifactorial” de influências, cujos efeitos são basicamente os principais responsáveis pelo modo como o desenvolvimento se desenrola:

influências normativas relativas à idade;

influências normativas relativas à história;

influências não normativas relativas a acontecimentos de vida

9

Page 10: Ana Pimentel

Determinantes Básicos

Influências no Desenvolvimento

10

Biologia

Ambiente

Normativas relativasà idade

Normativas relativas à história

Não-normativas relativas a acontecimentos

de vida

Baltes & Nesselroade (1979)

Interacção

Interacção

Page 11: Ana Pimentel

As influências normativas relativas à idade correspondem a determinantes correlacionadas com a idade e previsíveis;

As influências normativas relativas à história consistem em determinantes correlacionados com o tempo histórico;

As influências não-normativas relativas a acontecimentos de vida referem-se a determinantes cuja ocorrência e sequência não são aplicáveis a todos os indivíduos

11

Page 12: Ana Pimentel

INFLUÊNCIAS DESENVOLVIMENTAIS AO LONGO DO CICLO DE VIDA (FORÇA RELATIVA DAS INFLUÊNCIAS)

12 Infância Adolescência Idade Adulta VelhiceBaltes, Reese, & Lippsitt (1980)

Relativas à história

Não-normativas

Relativas à idade

Page 13: Ana Pimentel

GANHOS E PERDAS DESENVOLVIMENTAIS

A interacção recíproca organismo-ambiente age sobre o desenvolvimento através da consideração da existência de ganhos e de perdas desenvolvimentais;

Estes conceitos descrevem facetas de pluralidade no curso do desenvolvimento [e] promovem um conceito de desenvolvmento que não está fundado num critério simples de crescimento em termos de um aumento geral de eficácia funcional

13

Page 14: Ana Pimentel

DESENVOLVIMENTO E ADAPTAÇÃO

Não existindo estádios pré-definidos e universais, a psicologia do ciclo de vida aponta como objectivo específico para o desenvolvimento a procura de uma adaptação bem sucedida entre organismo e ambiente;

Esta adaptação tem em conta o facto de o processo de desenvolvimento consistir numa ocorrência conjunta de “ganhos” (que traduzem crescimento) e de “perdas” (que traduzem declínio) na capacidade adaptativa.

14

Page 15: Ana Pimentel

ENVELHECIMENTO ACTIVO (OMS, 2002)

Processo de optimização de oportunidades para a saúde, participação e segurança,

no sentido do aumento da qualidade de vida durante o envelhecimento.

EnvelhecimentoActivo

Participação Saúde Segurança

15

Page 16: Ana Pimentel

ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDO

“Envelhecer bem” significa, numa frase, “dar mais vida aos anos” !

Critérios para um envelhecimento bem sucedido (Rowe & Kahn):

saúdebom funcionamento físico/mentalactividade físicaenvolvimento social

Mas… será isto possível na 4ª idade?

16

Page 17: Ana Pimentel

DA 3ª À 4ª IDADE

As “idades da velhice”: jovens-idosos; idosos; muito idosos;

Distinção entre 3ª e 4ª idade: diminuição da importância da idade cronológica e aumento da importância da idade funcional;

Não há uma idade para se passar à 4ª idade, tudo depende do grau de funcionalidade;

Existência de descontinuidades e de diferenças qualitativas entre as “idades da velhice”;

A relação entre ganhos e perdas na 4ª idade torna-se desfavorável

17

Page 18: Ana Pimentel

AS “BOAS NOTÍCIAS” DA 3ª IDADE

(BALTES & SMITH, 2003) Aumento da expectativa de vida;

Elevado potencial de manutenção de boa forma (física e mental);

Reservas cognitivas e emocionais;

Níveis elevados de bem-estar pessoal;

Estratégias eficazes de gestão de ganhos e perdas 18

Page 19: Ana Pimentel

AS “MÁS NOTÍCIAS” DA 4ª IDADE

(BALTES & SMITH, 2003)

Perdas consideráveis no potencial cognitivo;

Reduzida capacidade de aprendizagem;

Aumento de sintomas de stresse crónico;

Considerável prevalência de demências;

Níveis elevados de fragilidade, disfuncionalidade e multimorbilidade 19

Page 20: Ana Pimentel

DA 3ª À 4ª IDADE: DO ENVELHECIMENTO DIFERENCIAL À DIMINUIÇÃO DA VARIABILIDADE INTER-INDIVIDUAL

3ª Idade (ca. 60-80 Anos) 4ª Idade (ca. 80-100 Anos)

20

Plasticidade elevadaPlasticidade reduzidaDeclínio aumenta em presença de patologia

60 75 80 100 Idade Idade

Baltes (2002)

Self/ Vida social

Cognição

Condição física

Conhecimento

Page 21: Ana Pimentel

4ª IDADE E DIGNIDADE HUMANA

A 4ª idade não é simplesmente uma continuação da 3ª idade…

A 4ª idade testa as fronteiras da adaptabilidade humana;

Viver mais tempo será um factor de risco acrescido para a dignidade humana?

Daqui saem dilemas e desafios…21

Page 22: Ana Pimentel

22

Os dilemas…

A tentação para estender os limites do envelhecimento de forma artificial, incrementando formas de “mortalidade psicológica” susceptíveis de ameaçar a intencionalidade, a preservação da identidade pessoal, o controlo sobre o futuro, uma vivência digna da fase terminal da vida.

A “cultura da velhice” transformar-se na principal preocupação das sociedades ocidentais.

Page 23: Ana Pimentel

Política de envelhecimento orientada para o futuro deve evitar centrar-se exclusivamente na população idosa;

Gastos associados aos idosos e muito idosos podem “fazer falta” a outros grupos etários;

Não existem fases do ciclo de vida que pssam ser consideradas prioritárias em termos de necessidade de cuidados

23

Page 24: Ana Pimentel

24

Os desafios…

Face a menores capacidades e/ou a problemas de saúde, a adaptação pode resultar dificultada e exigir a optimização do meio físico e social, tendo em vista aumentar a qualidade de vida do sujeito que envelhece.

A institucionalização deve responder à necessidade de ser restabelecido um equilíbrio mais favorável entre ganhos e perdas (compensação).

Page 25: Ana Pimentel

NÚMERO DE PESSOAS QUE NECESSITAM DE CUIDADOS DIÁRIOS (NÍVEIS MAIS ELEVADOS DE INCAPACIDADE) E CUJA NECESSIDADE DE INSTITUCIONALIZAÇÃO É MAIS PROVÁVEL (OMS)

60+ Popul. %Pop. % Idosos

2000 209.4 10 015 2.1%2010 229.7 10 082 2.3%2020 255.9 9 939 2.6%2030 290.1 9 715 3.0%2040 330.7 9 428 3.5%2050 322.6 9 005 3.6%

25

Page 26: Ana Pimentel

Observatório Nacional de Saúde (2001)

8% da população idosa (65+) é muito dependente;

12% necessita de apoio sistemático para realizar actividades de vida diária;

20% necessita de algum tipo de apoio diário;

Estudo de Sousa & Figueiredo (2002) 46% das pessoas com 75 mais anos necessita de

algum tipo de apoio diário 26

Page 27: Ana Pimentel

EQUIPAMENTOS PARA PESSOAS IDOSAS (CARTA SOCIAL 2003)

Centros de Convívio 506 Centros de Dia 1790 Lares 1376 Residências 43 Apoio Domiciliário 2055 Atendimento Temporário 13 Centros de Noite 6

27

Page 28: Ana Pimentel

QUANTAS PESSOAS IDOSAS RESIDEM EM LARES? (OMS; CARTA SOCIAL 2003)

Estimativa (1376 x média de 50 pessoas* = 68 800)

Cerca de 4% dos maiores de 65 anos estarão a residir em lares

* Com base na média de utentes de 10% dos lares registados.

28

Page 29: Ana Pimentel

QUEM SÃO AS PESSOAS IDOSAS QUE VIVEM EM LARES?

Terão um elevado índice de incapacidade?

Avaliação (funcional) dos idosos no momento da entrada e periodicamente

Fizeram uma opção?Escolha pessoal, “empurrados”, inevitabilidade (“internamentos sociais”)…

Há uma resposta adaptada às necessidades do(s) idoso(s) por parte das instituições?

29

Page 30: Ana Pimentel

PARA QUE SERVEM OS LARES DE IDOSOS?

Perspectiva assistencial/asilar, associada a um modelo biomédico do envelhecimento

versus

Perspectiva de melhoria de qualidade de vida e de prevenção/recuperação do declínio

30

Page 31: Ana Pimentel

ÁREAS MAIS DEFICITÁRIAS NOS

LARES DE IDOSOS Serviços especializados para pessoas com demência e

outras perturbações mentais;

Participação das pessoas idosas na vida da instituição e da comunidade envolvente;

Controlo de problemas comportamentais e gestão de conflitos;

Optimização de capacidades no sentido do envelhecimento activo.

31

Page 32: Ana Pimentel

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DE PRESTAÇÃO DE CUIDADOS A

IDOSOS

Responder a necessidades pessoais Promover os contactos sociais Encorajar a autonomia Encorajar a aceitação de riscos Promover a auto-estima Respeitar a individualidade Proteger a privacidade

32

Page 33: Ana Pimentel

CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA TRABALHAR COM IDOSOS DEPENDENTES

Envelhecimento normal: modificações biológicas, psicológicas e sociais

Perturbações mentais, incluindo demências

Perturbações de humor e ansiedade Mudanças no envelhecimento que

requerem tratamento psiquiátrico: tipos de tratamento, medicação, interacção de fármacos

Problemas sociais e físicos: luto, perda de papéis, dor física, perturbações do sono, etc

33

Page 34: Ana Pimentel

QUALIDADES PESSOAIS PARA TRABALHAR COM IDOSOS

DEPENDENTES Capacidade de confronto com os seus

próprios sentimentos sobre envelhecimento Ser capaz de actuação flexível e ampla Gostar de trabalhar em equipa com outros

profissionais Ter paciência e habilidade para informar e

apoiar as decisões de cariz médico e social Aceitar objectivos terapêuticos limitados (não

ficar desencorajado) Valorizar pequenos ganhos Ser capaz de manter optimismo face a um

mau prognóstico Encarar o idoso como um indivíduo em

desenvolvimento 34

Page 35: Ana Pimentel

INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL COM IDOSOS

Intervenção nos problemas antes que estes se manifestem

Aquisição de conhecimentos que permitam alterar hábitos e desenvolver habilidades ou competências

Intervenção individual ou grupal35

Page 36: Ana Pimentel

Direccionada para uma situação problemática ou uma alteração da normalidade que já está instaurada, pretende impedir o desenvolvimento de resultados mais desfavoráveis

Promoção de competências para enfrentar problemas

Intervenção imediata após diagnóstico

Melhoria, neutralização ou erradicação do factor promotor da crise 36

Page 37: Ana Pimentel

Quadros graves de incapacidade já instaurada.

Limitação da incapacidade.

Reabilitação.

37

Page 38: Ana Pimentel

1. Estabelecimento de uma relação com o idoso

2. Avaliação

3. Planeamento

4. Intervenção

5. Avaliação

6. Finalização 38

Page 39: Ana Pimentel

Objectivos: o que se pretende alcançar para cada uma das áreas identificadas como problemáticas

Procedimentos: estratégias e metodologias para cada objectivo a alcançar

Revisão de literatura

Estabelecimento de acordo com idoso39

Page 40: Ana Pimentel

1. Estabelecimento de uma relação com o idoso

2. Avaliação

3. Planeamento

4. Intervenção

5. Avaliação

6. Finalização 40

Page 41: Ana Pimentel

Objectivo: mediação da resposta Recursos pessoais: saúde, competências sociais,

personalidade, recursos económicos Recursos sociais: rede social informal (parentes, vizinhos,

amigos) e formal (sistema saúde)

Papel dos técnicos: Promoção da adaptação às novas condições de vida Prevenção: Antecipação ou moderação de disfunções

humanas, mitigando ou eliminando as causas das desordens (Coie et al, 1993)

Intervenção multimodal e multidisciplinar

Adaptação às características do idoso

41

Page 42: Ana Pimentel

Manutenção de níveis adequados de saúde e bem-estar Promoção das competências e detecção das debilidades

Conhecimento dos processos de envelhecimento

Compreensão e aceitação das mudanças como normativas

Antecipação das dificuldades e geração de alternativas: serviços comunitários

Promoção da saúde Exercício Dieta Acidentes Stress Utilização indevida da medicação

42

Page 43: Ana Pimentel

Intervenção na memória (Fernandez-Ballasteros et al.,1992):

Treino individual: recuperação de listas, mnemónicas (método de loci, método das palavras gancho, categorização, agrupamento).

Modificação do ambiente: disposição do contexto, disposição de pistas (e.g.: relógio, agenda)

43

Page 44: Ana Pimentel

Possíveis áreas problemáticas:i. Stress

• Mudança; Solidão; Dificuldades sexuais; Problemas conjugais e familiares; Viuvez; Reforma

ii. Problemas mentais• Depressão; Ideação suicida; Luto patológico

iii. Alcoolismo

iv. Doenças físicas44

Page 45: Ana Pimentel

Stress derivado da mudança Diferentes tipos de mudanças Mudanças ambientais moderadas (alteração do

contexto físico mas não do contexto social)

Intervenção:1. Antecipação, planificação e preparação da

mudança2. Geração de alternativas

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Page 46: Ana Pimentel

Solidão e isolamento social Ausência de actividades estimulantes e

interacções satisfatórias

Intervenção:1. Modificação das atitudes que mantêm o

comportamento2. Promoção das competências sociais3. Análise das perdas e dos ganhos4. Estabelecimento de oportunidades de interacção

46

Page 47: Ana Pimentel

Dificuldades sexuais Pressupostos e estereótipos sociais dificultam

manutenção de comportamento sexual

Intervenção:1. Explicação das alterações fisiológicas

decorrentes do envelhecimento2. Normalização dos desejos sentidos3. Encaminhamento para um terapeuta

47

Page 48: Ana Pimentel

Problemas conjugais e familiares Existentes desde longa data ou resultantes do

envelhecimento

Intervenção:1. Estabelecimento de tarefas em conjunto e a sós2. Realização de grupos de debate3. Terapia conjugal

48

Page 49: Ana Pimentel

Viuvez Problemas emocionais, associados a factores

adicionais de risco: diminuição recursos económicos, isolamento social, debilitação saúde

Intervenção:1. Ligação com instituições promotoras de

voluntariado2. Grupos de auto-ajuda3. Treino em resolução de problemas

49

Page 50: Ana Pimentel

Reforma Adaptação a múltiplas mudanças: pessoais,

relacionais, sociais, económicas…

Intervenção:1. Promoção de ocupação de tempos livres2. Voluntariado3. Grupos de auto-ajuda4. Relacionamento conjugal

50

Page 51: Ana Pimentel

Depressão Subdiagnóstico Desvalorização sintomas Sintomas atípicos

Intervenção:1. Utilização de todos os recursos do idoso2. Compreensão da situação actual e evidências

contra3. Estabelecimento de actividades significativas4. Grupos de auto-ajuda5. Psicoterapia

51

Page 52: Ana Pimentel

Ideação suicida Homens caucasianos, >60 anos, que vivem sós Comportamentos parasuicidas

Intervenção:1. Detecção de casos de risco2. Encaminhamento para unidades hospitalares3. Acompanhamento

52

Page 53: Ana Pimentel

Luto patológico Após perda, incapacidade para aceitar

sucedido ou continuar com o quotidiano

Intervenção:1. Falar sobre o sucedido, de modo empático2. Estabelecimento de actividades satisfatórias3. Psicoterapia 4. Medicação

53

Page 54: Ana Pimentel

Alcoolismo Considerando que não têm empregos, não

conduzem e vivem sozinhos, muitos idosos desenvolvem problemas de alcoolismo que não são detectados

Intervenção:1. Aprendizagem sobre as consequências do álcool2. Grupos de auto-ajuda

54

Page 55: Ana Pimentel

Doenças físicas: Problemas de índole físico e com consequências

psicológicas, muitas vezes sem o acompanhamento médico necessário

Intervenção:1. Estar alerta aos sinais precoces, para

diagnóstico e encaminhamento adequado2. Ensinar ao idoso e aos seus familiares o modo

mais adequado para minimizar impacto doença (estilo de vida, hábitos alimentares, alterações ambientais)

3. Grupos de auto-ajuda55

Page 56: Ana Pimentel

Quadros Clínicos Doenças mentais crónicas Doenças físicas crónicas

Âmbitos de acção Desenvolvimento de trabalho clínico-social Programas psicológicos especializados

Promoção do funcionamento psicossocial; Intervenção psicológica em lares de idosos; Tratamento individualizado

56

Page 57: Ana Pimentel

Promoção do funcionamento psicossocialPromoção do funcionamento psicossocial

Terapia ambiental Programas intergeneracionais Terapias por meio de animais de companhia Orientação à realidade

57

Page 58: Ana Pimentel

Intervenção precoce no desempenhoIntervenção precoce no desempenho Terapia da remotivação Grupos de reminiscência Arte Terapia e Musicoterapia Psicoterapia de Grupo Grupos de auto-governo Tratamento de validação - fantasia

Tratamento individualizadoTratamento individualizado Terapia comportamental Terapia orientada à visão interior

58

Page 59: Ana Pimentel

Terapia Ambiental

Apresentação dum ambiente diário activo e estimulante, desinstitucionalizando as estruturas, físicas e sociais

Medidas arquitectónicas e decorativas

Acesso facilitado a meios de comunicação (correio, telefone, internet, e-mail, etc)

Celebrações pessoais e contacto com familiares

Acesso a actividades físicas externas (e.g.: exercícios aquáticos)

59

Page 60: Ana Pimentel

Programas Intergeracionais

Estabelecimento de uma relação de carácter individual entre duas gerações

Alteração de atitudes intergeracionais, muitas vezes enviesadas e promoção e garantia da transmissão de tradições culturais

Partilha de recursos e a resolução de problemas sociais, como o abandono escolar, abuso de substâncias e vandalismo

(Bostrum et al., 2004)

60

Page 61: Ana Pimentel

Terapia com animais de companhia

Responsabilidade diária por parte dos utentes dos lares

Mecanismo de comunicação e companhia

61

Page 62: Ana Pimentel

Orientação à Realidade

Reorganização das estruturas físicas e sociais da instituição para permitir aos utentes ter um comportamento mais orientado

Dois componentes diferentes:

1. Orientação à realidade durante as 24 horas

2. Grupos de orientação à realidade

62

Page 63: Ana Pimentel

Orientação à Realidade durante as 24 horas

Todas as pessoas que comunicam com o utente informam-no acerca da realidade (tempo, lugar e pessoa)

O pessoal auxiliar deverá apresentar-se dizendo o seu nome, chamar o doente pelo seu nome, e indicar a hora do dia e explicar o motivo da comunicação

Também se deve utilizar apoios ambientais que ofereçam informação acerca da orientação para a realidade (sinais, relógios, calendários, setas de direcção, etiquetas de objectos, diários e fotografias)

63

Page 64: Ana Pimentel

Grupos de Orientação à Realidade

Organização dos grupos consoante funcionamento cognitivo prévio dos sujeitos

Encontros de 90m, 5 vezes por semana

Mediante uma série de ajudas visuais, assim como de artigos concretos do mundo diário como peças de vestuário e alimentos, o monitor oferece uma descrição da realidade, e os doentes aprendem a identificar e lembrar os artigos reais e a sua utilização

Em sujeitos menos confusos, temáticas mais complexas 64

Page 65: Ana Pimentel

Terapia de Remotivação

Orientação de tratamento de grupo que se utiliza para estimular as pessoas que tem perdido o interesse pelo presente e futuro.

Reuniões de grupo 1/2 vezes por semana, durante 12 sessões

Cada sessão centra-se sobre um tema diferente e deve contemplar 5 passos: Apresentação; Leitura em voz alta de um artigo; Desenvolvimento de um tema à escolha; Discussão do funcionamento e interacções; Satisfação com a reunião e planeamento da seguinte. 65

Page 66: Ana Pimentel

Terapia pela Arte e pela Música

Expressão dos sentimentos através da arte e da música

A utilização destas estratégias diminui as defesas do idoso, tornando mais fácil a partilha das suas emoções e dificuldades

(Shapiro, 1969)

66

Page 67: Ana Pimentel

Psicoterapia de Grupo

Habitualmente dirigidos para a obtenção de objectivos sociais específicos (e.g.: integração na instituição)

Estratégias do tipo comportamental funcionam melhor com idosos

Idosos tornam-se mais independentes e envolvidos

67

Page 68: Ana Pimentel

Grupos de Reminiscência

Promoção da utilização da memória e da criatividade

Em grupo (5 a 9 elementos), cada idoso relata uma experiência do seu passado, enquanto que os outros são convidados a recordar uma situação de vida similar

Cada sessão pode ter um tema específico (e.g.: Revolução de Abril; as cheias de 79), seleccionado pelos membros no início da sessão

O técnico deve estar preparado para lidar com eventuais sentimentos negativos que surjam 68

Page 69: Ana Pimentel

Grupos de Auto-governo

Conselho composto por representantes dos residentes, que se reúne de forma regular, e onde podem expressar a sua satisfação ou descontentamento

O papel do técnico consiste em motivar os idosos a formar e a manter o grupo

69

Page 70: Ana Pimentel

Terapia de Validação-Fantasia

Crítica à orientação para a realidade, por considerar que esta impõe e realidade dos técnicos ao idoso

Considera as fantasias do idoso como um mecanismo de coping, uma estratégia para lidar com a nova realidade

O técnico deve tentar uma ligação entre as fantasias e o passado, validando a confusão mas sem negá-la

70

Page 71: Ana Pimentel

Terapia Comportamental

O objectivo é que o idoso aprenda a realizar tarefas para as quais não se sente capaz

Explicação do funcionamento e objectivos

Através de exercícios simples, de role play ou de modelagem, técnico ensina estratégias específicas ao idoso

Sempre que o idoso demonstre aprendizagem, técnico reforça através de elogios

71

Page 72: Ana Pimentel

Terapia Orientada para a Visão Interior

Aplicação dos princípios da recordação para promover a resolução de problemas emocionais

Através da recordação, idoso é capaz de aceder a memórias passadas, fonte do sofrimento actual

72

Page 73: Ana Pimentel

1. Estabelecimento de uma relação com o idoso

2. Avaliação

3. Planeamento

4. Intervenção

5. Avaliação

6. Finalização73

Page 74: Ana Pimentel

Avaliação contínua

Fase transversal a todo o processo: garantir que os objectivos estão a ser alcançados

Avaliação resultados

Após finalização do processo: avaliação aprofundada das estratégias, para perceber os pontos fracos e os pontos fortes

74

Page 75: Ana Pimentel

1. Estabelecimento de uma relação com o idoso

2. Avaliação

3. Planeamento

4. Intervenção

5. Avaliação

6. Finalização 75

Page 76: Ana Pimentel

Finalização

Prevista desde o início da intervenção, através de uma estimativa do tempo de trabalho

Discutida antecipadamente com o idoso, prevenindo possíveis dificuldades após retirada do técnico

Colaboração com a restante equipa

76

Page 77: Ana Pimentel

Barreiras Gerais Conhecimento sobre envelhecimento Resistência da comunidade

Barreiras Sociais Mecanismos de financiamento

Barreiras Administrativas Recursos existentes Atitudes curativas mais do que preventivas

77

Page 78: Ana Pimentel

BIBLIOGRAFIA AM Fonseca (2005). Desenvolvimento humano e

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