workshop maus tratos a idosos
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Módulo 4: Idoso Maltratado
Ana Margarida Santos
MAUS TRATOS EM IDOSOS
Enquadramento Teórico
A violência doméstica que ocorre entre membros de uma mesma família ou que
partilham o mesmo espaço de habitação é um assunto do foro íntimo de cada cidadão,
complexo e de difícil abordagem e combate. As agressões são, geralmente, praticadas
em espaços privados, não contendo testemunhas além da vítima e do agressor. Assim, a
violência no contexto familiar faz parte integrante da experiência de muitos lares, o que
tem levado muitos autores a considerar que a casa é um dos locais mais perigosos das
sociedades modernas. Os maus tratos em contexto familiar constituem um grave e
delicado problema social. Por se tratar de um tipo de agressão de extrema
complexidade, ligado à intimidade dos cidadãos, torna-se extremamente difícil de
combater. Não deixa, contudo, de se tratar de um crime público.
As crianças são as primeiras vítimas de violência no contexto familiar e as mulheres as
segundas; os idosos são também um grupo importante de vitimização neste contexto.
Segundo o Plano Nacional contra a Violência Doméstica, um dos objectivos é o
combate aos maus tratos a idosos, através da fiscalização, denúncia e penalização dos
agressores nos casos de violência contra idosos.
Enquadramento Legal
Artigo 152.º do Código Penal Português – Lei n.º 59/2007, publicado em Diário da
República (1.ª Série) em 04 de Setembro de 2007:
“Violência Doméstica”
1. – Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus-tratos físicos ou psíquicos,
incluindo castigos corporais, privações de liberdade e ofensas sexuais:
a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido
uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação;
c) A progenitor de descendente comum em 1.º grau; ou
d) A pessoa particularmente indefesa, em razão de idade, deficiência, doença, gravidez
ou dependência económica, que com ele coabite;
Módulo 4: Idoso Maltratado
Ana Margarida Santos
É punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber
por força de outra disposição legal.
2. - No caso previsto no número anterior, se o agente praticar facto contra menor, na
presença de menor, no domicílio comum ou no domicílio da vítima é punido com pena
de prisão de dois a cinco anos.
3. - Se dos factos previstos no n.º 1 resultar:
a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a
oito anos;
b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.
Lei 7/2000 – Código Penal Português: A Violência Doméstica assume a natureza de
Crime Público, ou seja, o procedimento criminal não está dependente de queixa por
parte da vítima, bastando uma denúncia ou o conhecimento do crime para que o
Ministério Público promova o processo.
Artigo 242.º Código Penal Português: Denúncia obrigatória
1 — A denúncia é obrigatória, ainda que os agentes do crime não sejam conhecidos:
a) Para as entidades policiais, quanto a todos os crimes de que tomarem conhecimento;
b) Para os funcionários (…) quanto a crimes de que tomarem conhecimento no
exercício das suas funções e por causa delas.
2 — Quando várias pessoas forem obrigadas à denúncia do mesmo crime, a sua
apresentação por uma delas dispensa as restantes.
Alguns sites para consulta:
- Plano Nacional Contra a Violência Doméstica 2007/2010: www.portugal.gov.pt
- Ministério da Justiça: www.mj.gov.pt
- Procuradoria Geral da República: www.pgr.pt
- Violência Online: www.violencia.online.pt
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