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Material de Apoio Disciplina Leitura e Produção de Textos Profa. Fábia Marucci
Aula 2: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Linguagem e diversidade linguística
A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a
oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa
inserção ao convívio social. É o conjunto de sinais, signos, que podem ser gestos, cores,
símbolos, palavras etc., usados na comunicação. Cada sinal criado pelo homem para sua
comunicação corresponde a um significado e, por isso, esses sinais são denominados
signos linguísticos.
Língua é todo conjunto de sinais verbais (expressos pelas palavras) organizados em
regras que se combinam entre si, usados pelas pessoas de uma mesma comunidade para
se comunicarem e interagirem.
Em nosso caso, a nossa língua materna é a Língua Portuguesa, herdada como língua
oficial em decorrência da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500.
Mas por que será, então, que o nosso Português é tão diferente do de Portugal?
Veja algumas diferenças de vocabulário entre o Português no Brasil e o de Portugal.
No Brasil é: Em Portugal é:
abridor tira-cápsulas
apostila sebenta
banheiro casa de banho
fila bixa
aeromoça hospedeira de bordo
blusão camisola
água sanitária lixívia
calcinha cueca
E no Português do Brasil? Há variação em nosso próprio território?
Justifique por meio de exemplos.
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Variação lingüística
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades
linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais,
regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo.
Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a
palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos
internautas, a qual se fundamenta pela supressão dos vocábulos.
Variações regionais:
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões.
Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras
nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os
sotaques, ligados às características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais:
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de
instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o
linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de
rap, tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico.
Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de
informática, dentre outros.
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Adequação Linguística
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são
basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade.
O padrão (nível) formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas
gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que
falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre
as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo considerado “de menor prestígio”,
e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela
pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades
linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais,
regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se:
Variações históricas:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo.
Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a
palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos
internautas, a qual se fundamenta pela supressão dos vocábulos.
Variações regionais:
São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões.
Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras
nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os
sotaques, ligados às características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais:
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de
instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o
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linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de
rap, tatuadores, entre outros.
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico.
Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de
informática, dentre outros.
Vejamos uma música para entendermos melhor sobre o assunto.
1. Considerando as variações lingüísticas, comente o uso que o autor faz da língua nesta
canção:
Samba do ArnestoO Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás
Nós fumos não encontremos ninguémNós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai maisNós não semos tatu!
No outro dia encontremo com o ArnestoQue pediu desculpas mais nós não aceitemosIsso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na portaUm recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,Assinado em cruz porque não sei escrever.
Samba do Arnesto, Adoniran Barbosa
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Em grupo, agora considerando o padrão formal, reescreva a letra da música
acima, mudando o registro lingüístico para aquele aceito pela gramática
normativa, a LÍNGUA PADRÃO.
Níveis de fala
Coloquial, informal ou popular é forma de uso da língua utilizada no cotidiano em que não exige a observância total da gramática, de modo que haja mais fluidez na
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comunicação feita através de jornais, revistas e principalmente num diálogo. Na linguagem informal usam-se muitas gírias e palavras infanto-juvenis e livros de muitos diálogos. Em contrapartida, a linguagem formal ou culta é aquela que carrega consigo a rigidez das normas gramaticais, utilizada principalmente em textos e profissões que a exigem como no Direito.” (http://www.dicionarioinformal.com.br/linguagem%20coloquial/Acesso em 18 /09/ 2013.)
2. Escreva se predomina a informalidade ou a formalidade nos textos a seguir.
Justifique sua resposta usando elementos do texto observado:
TextoI
TEXTO II
Jornal Meia Hora – Divulgação
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Texto III
Assaltante NordestinoEi, bichim...Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula e nem façabagunça...Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim senão enfio o peixeira no teu bucho eboto pra fora!”Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome de moléstia...
Assaltante MineiroÔ sô, prestenção... Isso é um assalto, uai...Levanta os braços e fica quetin que esse trem na minha mão tá cheio de bala...Mió passá logo os troado que eu num tô bão hoje.Vai andando, uai! Tá esperando o que uai!!
Assaltante GaúchoÔ guri, ficas atento... Báh, isso é um assalto.Levantas os braços e te quieta, tchê.Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê.Passa as pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala.
Assaltante CariocaSeguiiinnte, bicho ... Tu te fudeu. Isso é um assalto...Passa a grana e levanta os braço rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra carambaVai andando e se olhar pra trás vira presunto...
Assaltante BaianoÔ meu rei... ( longa pausa)Isso é um assalto... (longa pausa)Levanta os braços, mas não se avexe não... (longa pausa)Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bemdevagarinho...(longa pausa)Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta,meu irmãozinho,(longa pausa)Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
Assaltante PaulistaÔrra, meu... Isso é um assalto, meu... alevanta os braços, meu.Passa a grana logo, meu...Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso dojogo do Curintia, meu..., se manda, meu...
Assaltante de BrasíliaQuerido povo brasileiro, estou aqui, no horário nobre da TV para dizer que no final do mês,aumentaremos as seguintes tarifas: água, energia, esgoto, gás, passagem de ônibus, IPTU, IPVA,licenciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, imposto de renda, IPI, ICMS, PIS, COFINS.
Texto Retirado da Internet – Autor Desconhecido.
TEXTO IV
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Os apaixonados por nosso idioma afirmavam num passado recente que a palavra “saudade” não
tem tradução noutra língua, era um sentimento bem lusitano, próprio de nossa cultura.
O estudioso que mais se aprofundou nos estudos etimológicos do português foi Antenor
Nascentes. E no verbete “saudade” de seu Dicionário Etimológico, não economizou tinta para defini-lo.
Dicionário de 1932, reimpresso em 1955, tão raro em nossos dias, embora seja muito reproduzido no
Dicionário Houaiss.
A etimologia mais provável da palavra “saudade” é ter origem latina, em “solitate”, que deu
“soidade” (ainda em uso em galego), que passou a saudade por analogia com saúde, podendo ter havido
um processo de elaboração e fixação literárias do termo. A hipótese de origem árabe tem sido defendida
sem sucesso por alguns estudiosos.
Seria ufanismo dizer que a palavra “saudade” é uma particularidade da língua portuguesa,
querendo revelar, com isso, a superioridade de nosso idioma. Todas as línguas têm suas particularidades
em diferentes níveis de análise, portanto, é comum que cada língua possua palavras ou expressões ou
construções que são intraduzíveis numa língua diferente. Daí surgir os empréstimos linguísticos,
principalmente nestes tempos de globalização.
Até Cazuza repetiu o chavão em sua música “Saudade”:
“Saudade / É uma palavra / Saudade / Só existe na língua portuguesa/ Saudade de Val vendendo pó na
esquina/ Saudade do que nunca vai voltar”.
Se não houver uma palavra específica para traduzir “saudade” noutros idiomas, pode existir
aproximações. Além disso, quando se fala de uma palavra, é necessário ter em conta o seu contexto, e,
por outro, a relação de palavras com o mesmo radical.
Podemos até nos orgulhar de que “saudade” não tem tradução noutras línguas, mas o português
também não consegue traduzir palavras de outros idiomas. (Base de pesquisa: site português Ciberdúvidas.)
Postado por Hélio Consolaro às 05:01
LÍNGUA PADRÃO: conjunto de regras dotado de uma gramática, que difere em maior ou menor
grau, de um conjunto de regras ideal (apresentado nas gramáticas normativas). Assim, quem aprende
uma língua, aprende, de fato, um conjunto grandemente variado de linguagens que se manifestam por meio de
determinadas formas lingüísticas. Tais formas (gramaticais, estruturais) se aproximam em grau maior ou menor
da língua padrão.
Em geral, dominamos muito bem essa variedade de linguagens e formas lingüísticas nas situações
cotidianas, mas nos tornamos, muitas vezes, inseguros nas situações em que a chamada língua padrão é
exigida: nas provas escolares, nos discursos oficiais, nos textos escritos, nas falas em público etc.
Como surgiu a língua padrão?
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Naturalmente que este padrão não se estabeleceu por acaso; em todas as sociedades modernas ele é o
fruto de um processo histórico seletivo sempre ligado aos grupos sociais hegemônicos. Em outras
palavras, a língua padrão, na sua origem, é a língua do poder político, econômico e social.
Em decorrência disso, suas formas se mantêm por força de um intenso processo social coercitivo,
que age em muitas direções. Uma delas é a própria escola, que (por mais pobre que seja como a
nossa) mobiliza sistematicamente os seus esforços no sentido de tentar transmitira língua certa-
que, assim, se identifica fortemente com a língua escrita.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Nenhuma língua é um fato homogêneo.
Cada variedade de uma língua é o resultado das peculiaridades e experiências históricas do grupo que a fala.
Do ponto de vista exclusivamente linguístico, todas as variedades linguísticas se equivalem.
As línguas mudam constantemente no tempo.
A língua varia conforme a região geográfica em que é falada.
A língua reflete diferenças socieconômicas e culturais.
A chamada língua padrão é uma variedade linguística dotada de prestígio social, que tem seu emprego previsto para as situações formais de comunicação.
3. Imagine-se na seguinte situação: você precisa de dinheiro emprestado e pode pedir
para três pessoas diferentes: um amigo ou (um parente); seu patrão e um gerente de
banco. Que linguagem você usaria para se dirigir a cada um? Certamente você se
expressaria de diferentes maneiras com cada um. Elabore as mensagens.
a) Pedido a um amigo ou parente
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b) Pedido ao patrão
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c) Pedido ao gerente de banco
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4. Os textos abaixo apresentam marcas de informalidade. Reescreva o texto a, de
modo que atinja o nível considerado padrão. Destaque, no segundo (b), os
trechos que fogem ao registro formal.
a. Receita cazêra minêra di môi di repôi nu ái iói?
..Ingredienti :
- 5 denti di ái- 3 cuié di ói- 1 cabêsss de repôi- 1 cuié di mastumati - á agosto
Modi fazê: Cascá o ái, picá o ái i socá o ái cum sá. Quenta ói na cassarola; fogá o ái socadono ói quentim; pica o repôi beeemmm finim;fogá o repôi no ói quentim juntu cum ái fogado;pô a mastumati i méxi cum a cuié prá fazê o môi.Sirva cum rôis e meléte. Issu é bão dimais da conta sô..b.
“Diário de um Cucaracha”. A carta em tela data de 28 de Junho de 1974, cujo conteúdo está endereçado à mãe de Henfil e se refere,
principalmente, a Betinho, irmão do autor, que ao ser exilado vai para o Chile, de onde sai fugido devido ao Golpe
Militar de Pinochet que ocorrera na mesma época. No momento de escritura da referida carta, Betinho se encontrava
no Canadá e Henfil escreve à mãe com o escopo de dar-lhe notícias sobre os filhos. A seguir tem-se a carta dele:
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Mãe,
Betinho e Maria estão mais tranqüilos agora, mais a situação não se resolveu. É o
círculo do escorpião: no dia em que eles tiverem emprego, dão um visto de permanência; sem o
visto, não se consegue emprego... Estão tratando deles, não como exilados a perigo, mas como
imigrantes comuns que saíram dos seus países pra fuleirar. Ah, Canadá...
Mas, depois de um tempo hospedados num convento de padres, depois de morar na casa de
uma canadense, vão alugar uma casa. A Universidade de York, em Toronto, aceitou ele
defender uma tese de doutorado, e aí eles podem morar num apartamento da universidade.
É muito difícil a York aceitar teses de doutorado, tem centenas na fila, mas ele entrou
de cara.
Sei que a senhora é desconfiada e ta sempre achando que a gente esconde ruim. Até pensei em
gravar a voz deles numa mensagem pra família, provando que estão vivos e bem.
Mas, dona Maria, a senhora fala que ele tem as marcas do sofrimento. Tinha! Nas
primeiras fotos ele ainda estava muito tenso, mas agora está realmente se movendo sem medo e
até deixou crescer a barba, visando ficar mais bem-aparentado. Vejas as fotos.
E não comece também a se preocupar comigo. To lançando minhas redes por aqui e
encontrando gente que vai ajudar seu filho no futuro. Sossega.
Também estamos doidos pra ver a senhora. Vamos esperar conseguir ganhar algum, e aí
a senhora vem rezando pela Varig até aqui e daqui vai lá e vê o mano.
Guentaí.
5. Os enunciados linguísticos em evidência encontram-se grafados na linguagem
coloquial. Reescreva-os de acordo com o padrão culto da linguagem.
a – Os livros estão sobre a mesa. Por favor, devolve eles na biblioteca.
b – Falar no celular é uma falha grave. A consequência deste ato pode ser cara.
c – Me diga se você gostou da surpresa, pois levei muito para preparar ela.
d – No aviso havia o seguinte comentário: Não aproxime-se do alambrado. Perigo
constante.
e – Durante a reunião houveram reclamações contra o atraso do pagamento dos
funcionários.
Para resolver essas chamadas questões de correção de frases, é aconselhável adotar os seguintes cuidados:
- checar problemas ligados à acentuação, à crase e à grafia de palavras problemáticas (especialmente aquelas que têm grafias semelhantes);- observar o verbo em três níveis:
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- a conjugação; - a concordância; - a regência;- observar os pronomes em dois níveis: - a colocação; - o uso da forma adequada à sua função sintática;- observar se as palavras estão empregadas na sua forma e no seu sentido correto.
6.(U. F. PERNAMBUCO) — Observe os inconvenientes lingüísticos e reescreva a frase de forma que atenda à norma-padrão:
Convidamos aos professores para que dê início as discursões dos assuntos em palta.
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7.(U. F. VIÇOSA) — Suponha um aluno se dirigindo a um colega de classe nestes termos: “Venho respeitosamente solicitar-lhe se digne emprestar-me o livro.” A atitude desse aluno se assemelha à atitude do indivíduo que:
a) comparece ao baile de gala trajando “smoking”. b) vai à audiência com uma autoridade de “short” e camiseta. c) vai à praia de terno e gravata. d) põe terno e gravata para ir falar na Câmara dos Deputados. e) vai ao Maracanã de chinelo e bermuda.
www.mundovestibular.com.br)
RESUMO
O resumo é uma síntese concisa das ideias do texto lido, destacando-se os elementos de maior interesse e importância, isto é, as principais ideias do autor da obra.
Como elaborar um resumo:1ª Leitura: captar o objetivo geral da obra e seu desenvolvimento;2ª Leitura: responder duas questões: de que se trata o texto? O que pretende demonstrar?3ª Leitura: descobrir e sistematizar as partes principais em que se estrutura o texto;4ª Leitura: com redação própria destacar: a) o objetivo do autorb) as idéias principais c) as conclusões
RESENHA
A Resenha se parece muito com uma ficha de leitura, mas costuma ser mais extensa. Ela é um resumo crítico de uma obra, destacando as principais ideias do
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autor. Mas atenção: resenhar não significa simplesmente resumir, como acredita a maioria das pessoas. Um dos erros básicos de quem faz uma resenhar pela primeira vez é esquecer-se de fazer referência ao texto que está sendo resenhado. Muitos se prendem apenas às ideias e se esquecem do autor e do texto.
Resenha Crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica. Expõe-se claramente e com certos detalhes o conteúdo da obra, o propósito da obra e o método que segue para posteriormente desenvolver uma apreciação crítica do conteúdo, da disposição das partes, do método, de sua forma ou estilo e, se for o caso, da apresentação tipográfica, formulando um conceito do livro.
A resenha crítica consiste na leitura, resumo e comentário crítico de um livro ou texto. Para a elaboração do comentário crítico, utilizam-se opiniões de diversos autores da comunidade científica em relação às defendidas pelo autor e se estabelece todo tipo de comparação com os enfoques, métodos de investigação e formas de exposição de outros autores.
Para se construir uma resenha, é necessário:
1. Conhecimento completo da obra, não deve se limitar à leitura do índice, prefácio e de um ou outro capítulo.
2. Competência na matéria exposta no livro, bem como a respeito do método empregado.
3. Capacidade de juízo; crítico para distinguir claramente o essencial do supérfluo.
4. Independência de juízo; o que importa não é saber se as conclusões do autor coincidem com as nossas opiniões, mas se foram deduzidas corretamente.
5. Correção e urbanidade; respeitando sempre a pessoa do autor e suas intenções.
6. Fidelidade ao pensamento do autor, não falsificando suas opiniões, mas assimilando com exatidão suas idéias, para examinar cuidadosamente e com acerto sua posição.
(www.geocities.com)
Leitura para PRODUÇÃO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR: Escreva um resumo analítico ou
uma resenha do texto abaixo.
PRECONCEITO: CONSIDERAÇÕES SOBRE UM JORNAL POPULAR DO RIO DE JANEIRO
Eduardo da Silva de Freitas (UERJ)
eduardosfreitas@gmail.com
1. Ligações preconceituosas: sensacionalismo e classes sociais
Sensacionalista é um adjetivo de conotação pejorativa que, no campo das comunicações sociais,
está ligado aos produtos midiáticos de formato “popular”. Quando se refere a um jornal impresso, a
definição de, em verdade, parece comportar três aspectos que estão interrelacionados. O primeiro, que
chamaremos de “filosófico” diz respeito aos objetivos gerais da publicação. Normalmente, um jornal
sensacionalista é taxado como um produto cujo objetivo maior é gerar lucro para seus proprietários, sem
mesmo preocupar-se com a credibilidade da informação veiculada. Não comprometido com a informação,
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o que este tipo de jornal faz é “sensacionalizar aquilo que não é necessariamente sensacional, utilizando-
se para isso de um tom escandaloso, espalhafatoso” (ANGRIMANI SOBRINHO, 1995, p. 16).
A segunda característica do jornal sensacionalista diz respeito a seu conteúdo. Na definição de
especialistas, este tipo de produto valoriza a violência, o sexo, o cotidiano, a vida de celebridades. Para
isto, ele adota uma perspectiva trágica ou dramática na narrativa de um fato, buscando despertar a
emotividade do leitor, sem prescindir do exagero, do ridículo, do pitoresco, do exótico, do insólito ou do
fantástico.
Por fim, há os elementos mais diretamente à forma. No jornal sensacionalista, os tipos são
variados; a linguagem tende para o coloquial, com uso de gírias, de neologismos; as cores são
chamativas; a publicidade ocupa boa parte do jornal. Obviamente, é por meio da linguagem que se
concretiza o espalhafato e o escandaloso de um jornal sensacionalista. Segundo Márcia Franz Amaral
(2005, p. 5), tais elementos são identificados por Rosa Nívea Pedroso. Interessante notar que a associação
entre sensacionalista e popular talvez só possa ser justificada de maneira direta em termos de
linguagem.
De fato, como aponta Márcia Franz Amaral, em se tratando de jornal de massa, por que o
objetivo de ganhar dinheiro torna-se um fator identificação do jornal sensacionalista? Por acaso os jornais
“sérios” não são feitos para isso? Ao que parece, considera-se que os jornais feitos para a elite são mais
éticos do que os populares, por se preocuparem em informar o leitor.
Mas até que ponto pode-se acreditar nisso? Então num jornal sério não há distorções do fato?
Nas palavras de Márcia Amaral, Muitas críticas aos exageros e às distorções da imprensa popular,
pertinentes do ponto de vista ético, caem no outro extremo de imaginar possível uma notícia límpida que
faça os fatos transparecerem tal como aconteceram. Ora, as notícias não emergem naturalmente do mundo
real para o papel, não são simplesmente o reflexo do que acontece. São redigidas a partir de formas
narrativas, pautadas por símbolos, estereótipos, frases feitas, metáforas e imagens. (AMARAL, 2005, p.
3).
Essa ideia de que não há um relato “puro” deve ser ressaltada, pois revela com propriedade a
dimensão ética do jornalismo. Toda notícia, por maior que seja a pretensão de imparcialidade de seu
redator, é sempre construída segundo um ponto de vista. Ora, a determinação de que fatos são relevantes,
de quais elementos seus devem ser inseridos na notícia e de como as personagens devem ser tratadas, por
exemplo, é feita não só pelo repertório cultural do redator, mas também – senão principalmente – pela
instituição que representa. (...) Como se viu, o sensacionalismo define-se pela violência, pelo sexo, pela
referência a personagens célebres. Mais uma vez, é preciso perguntar-se: este conteúdo é exclusivo dos
jornais sensacionalistas?
Obviamente, não; ele também ocorre em jornais “sérios”. Então por que, quando se trata de
jornais populares, isso se torna um fator negativo? Não será simplesmente por que um trata destes
assuntos numa perspectiva mais “local”, ao passo que o outro se detém sobre casos de pessoas ricas, de
figuras de estado? Talvez.
De qualquer forma, veja-se que mais uma vez estamos lidando com uma questão de classes
sociais. O público a que se dirige um jornal “sério” é formado por pessoas com escolaridade alta e
situadas nas classes mais elevadas da sociedade, o que lhes permite dispor de mais bens materiais e
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culturais. De outro lado, os jornais sensacionalistas ou “populares” são direcionados para uma população
com um perfil sócio-cultural inverso àquele. Esta diferença implica diferenças também de interesses e
expectativas entre os consumidores, os quais estão diretamente ligados ao enfoque dado pelos jornais.
(...).
Não se ignore, entretanto, que esta atitude dos jornais sensacionalistas parece residir mais uma
vez no preconceito de classe. Como se sabe, estes jornais “populares” não são produzidos ou escritos por
pessoas das classes mais baixas da população. Ainda que muitos possam ter uma origem pobre, o nível de
especialização exigido para se tornar um jornalista é alto, implicando escolaridade de nível superior, no
mínimo, e por isso uma condição material melhor. O preconceito transparece ao se perceber que é “na
exploração das perversões, fantasias, na descarga de recalques e instintos sádicos que o sensacionalismo
se instala e mexe com as pessoas” e que é “no tratamento antianódino da notícia, quase sempre embalada
em um caleidoscópio perverso, que o sensacionalismo se destaca dos informativos comuns.”
(ANGRIMANI SOBRINHO, 1995, p. 17). Dessa forma, os jornais sensacionalistas e os próprios críticos
que o rotulam de “popular” acreditam, ou aceitam, que é imanente ao universo cultural das classes pobres
a perversão, a fantasia, o sadismo, etc. Em verdade, por não partilharem do universo cultural que
pretendem mostrar, os jornalistas acabam projetando uma visão estereotipada deste universo, projetando a
percepção que as classes superiores têm das inferiores. (...)
Angrimani Sobrinho: Ainda dentro do ponto de vista jornalístico, a linguagem sensacionalista
não pode ser sofisticada, nem o estilo elegante. A linguagem utilizada é a coloquial, não aquela que os
jornais informativos comuns empregam, mas a coloquial exagerada, com emprego excessivo de gírias e
palavrões. (1995, p. 16) É perfeitamente compreensível que a linguagem de um jornal voltado para uma
população de baixa escolaridade não pode ser muito distante do coloquialismo, sob pena de não se fazer
entender. Neste âmbito, enquadra-se o uso de gírias, que, realmente, são responsáveis pelo
reconhecimento do público no jornal. A questão é que, ao que parece, não se percebe que estas são as
mesmas estratégias utilizadas pelos “jornais comuns” com seu público. Fica claro que a oposição criada
entre linguagem sofisticada e estilo elegante, de um lado, e coloquialismo com uso de gírias, do outro, é
uma ideia valorativa, que tem a ver com o prestígio social dos destinatários, e que recai simplesmente
sobre o aspecto da seleção vocabular7. Realmente, se considerarmos, por exemplo, a dimensão sintática
das construções como a concordância e a regência percebe-se que elas são dentro da gramática normativa
na maioria dos casos. A crença que se mostra tanto da parte do jornalista quanto dos críticos é que as
gírias e o coloquialismo são traços linguísticos exclusivos de uma classe social. Em verdade, o uso ou não
de gírias e a forma coloquial estão presentes em diversas ocorrências discursivas que perpassam todas as
classes sociais. (...) (Fragmento de artigo publicado nos Cadernos do CNLF , Vol. XIII, Nº 04. Anais
do XIII CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2009, p. 2072)
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