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PROGRAMA VISEU RURAL
Valorizar os produtos da terra
Melhorar a vida das nossas aldeias
documento síntese para consulta e debate público | 9 Fev 2015
CONSELHO ESTRATÉGICO DE VISEU
Apresentação.
O mundo rural faz parte de nós e é uma grande oportunidade para Viseu, cidade-região.
As nossas aldeias e paisagens, recursos e produtos, tradições e saberes são um ativo que
precisamos de valorizar, com quem aí vive e trabalha. Por outro lado, cumpre-nos
salvaguardar condições de melhoria da vida no espaço rural, garantindo maior coesão local,
mas também maior atratividade e fixação de pessoas e atividades.
O programa “Viseu Rural”, cuja primeira formulação é aqui sumariamente apresentada,
aposta nas potencialidades de desenvolvimento local do mundo rural e do setor
agroalimentar e florestal, e nas capacidades de quantos nele trabalham, procurando
responder às preocupações sentidas pelos seus agentes e, simultaneamente, aos reptos de
melhoria da qualidade de vida nas freguesias rurais e nas aldeias.
Iniciativa do Município de Viseu, é aberta a parcerias amplas e solidárias. Tem uma ambição
de aplicação imediata, com um horizonte de vigência para o período de uma década.
Solicito e agradeço o seu contributo – e desafio-o/a para parceiro!
O Presidente da Câmara Municipal.
Almeida Henriques
Visão Viseu Rural.
Viseu será um território coeso e competitivo, na sua dupla vocação urbana e rural, que
promove a valorização e inovação dos seus recursos e atividades agroalimentares,
florestais e turísticas, gerando uma oferta de elevada qualidade reconhecida nos
mercados, integrando conhecimentos técnicos e científicos disponíveis na sociedade e
proporcionando ganhos crescentes na qualidade de vida no espaço rural e nas aldeias.
Objetivos específicos.
Tendo por referência esta ambição e tendo presentes as caraterísticas do território, das
aldeias que constituem o concelho e das atividades associadas aos setores agrícola e
florestal, o programa “Viseu Rural” apresenta-se com dois objetivos específicos
fundamentais:
Objetivo 1. Melhorar a qualidade de vida em espaço rural, promovendo as nossas aldeias
enquanto comunidades empreendedoras, dotadas de crescentes capacidades para fixar
residentes, desenvolver recursos e atrair visitantes;
Objetivo 2. Contribuir para o aumento da produtividade e da competitividade dos setores
agroalimentar, florestal e turístico nos mercados locais, nacional e externos e, por essa via,
aumentar os rendimentos das populações que se dedicam a estas atividades.
Operacionalização.
Como não poderia deixar de ser, a concretização de uma ambição estratégica precisa de ser
alcançada por etapas, a partir da execução de um plano de ação devidamente estruturado e
partilhado entre agentes.
Três princípios subjazem a operacionalização deste plano: o da execução faseada, do
estabelecimento de parceria e do respeito pela autonomia.
De resto, dado que as autarquias locais (como a Câmara Municipal de Viseu) não possuem
competências para a definição e a implementação de políticas setoriais e, em particular, da
política agrorural, a execução do Viseu Rural deverá assentar na construção de parcerias. O
Município de Viseu fará, por isso, um constante apelo ao estabelecimento de parcerias com
os demais agentes locais, sejam os organismos do Estado Central ou instituições de
regulação e certificação (como a CVR Dão), sejam empresas e associações de produtores, ou
organismos de formação e investigação.
Neste quadro, deve prevalecer um respeito pela autonomia de todos os agentes locais,
regionais ou nacionais, nas atribuições e funções que lhe são próprias.
Plano de Ação.
1. DESENVOLVIMENTO RURAL PARA MELHORAR AS CONDIÇÕES DE VIDA E O
RENDIMENTO DAS POPULAÇÕES LOCAIS
1.1. Programa de Incentivo ao Empreendedorismo de Aldeia.
Tipologias de medidas: ensaio e desenvolvimento de pequenos centros de incubação ou
microincubação; organização de bolsas de terras; residências de jovens qualificados nas
aldeias; microcrédito; assistência científica qualificada; estímulo à criação de novos
produtos.
1.2. Programa de Promoção da Economia de Proximidade.
Tipologias de medidas: reforçar o Mercado Municipal de Viseu enquanto centro dinamizador
do mundo rural; apoiar e incentivar a iniciativa privada e cooperativa local/regional;
dinamizar “Mercados dos Lavradores” e outras iniciativas para o escoamento de produtos
locais de qualidade, estimular o seu consumo e valorização.
1.3. Programa de Promoção e Animação Territorial
Tipologias de medidas: promoção de quintas e aldeias como destinos de visita, lazer e
turismo (nomeadamente no quadro da Festa das Vindimas); promoção da oferta
gastronómica local de qualidade; estímulo à apresentação de produtos locais; apoio à
organização de encontros das associações e coletividades; criação de uma rede de sítios
naturais e rurais de interesse a integrar numa eventual rede regional.
1.4 Programa de infraestruturas, equipamentos e serviços coletivos
Tipologias de medidas: levantamento das principais debilidades estruturais das Freguesias;
aproximação dos serviços às populações – desmaterialização dos processos administrativos,
loja de serviços/unidade móvel de serviços; apoio ao edificado nos centros das aldeias;
melhoria do transporte público e adoção de soluções de transporte “a pedido”; planos de
desenvolvimento de freguesia que incluam infraestruturas, economia local, ação cultural,
desportiva, ação social, etc.
2. “VISEU CIDADE-REGIÃO VINHATEIRA”
Dada a sua importância económica e forte relação identitária com o território, o setor
vitivinícola e o seu potencial enoturístico merecem no “Viseu Rural” um destaque particular.
Em boa medida, a vinha e o vinho do Dão em Viseu são uma âncora do desenvolvimento
local, um património territorial indelével e um eixo estruturante da promoção da própria
cidade-região, razão pela qual o Município pôs já em curso uma estratégia de marketing
territorial em torno da sua oferta, em parceria com a CVR Dão e outros agentes.
2.1. Organização e promoção de uma agenda regular de eventos temáticos.
Tipologias de medidas: consolidação, desenvolvimento, promoção e extensão da Festa das
Vindimas, Salão de Vinhos de Inverno e Tons da Primavera, sob a marca “Viseu & Vinho Dão
Festa”, com um alcance regional, nacional e ibérico e de impacto mediático-promocional.
2.2. Rede do Conhecimento e Inovação do Vinho do Dão.
Esta Rede deve resultar da cooperação entre a CVR Dão, a CMV, a CIM Viseu Dão Lafões, a
Direção Regional da Agricultura e Pescas do Centro, as associações e empresas do setor
vitivinícola, as instituições de ensino superior, o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão e
outras instituições consideradas relevantes.
Tipologias de medidas:
a. O estudo e a investigação aplicada relacionada com o setor vitivinícola;
b. A criação de um centro de documentação que procure organizar o conhecimento
multidisciplinar existente sobre o vinho do Dão
c. Desenvolvimento de novos projetos na perspetiva de estimular a inovação do setor na
região do Dão;
2.3. Inserção de Viseu em redes internacionais de cidades vinhateiras.
2.4. Ativação do funcionamento da Rota do Vinho do Dão, numa parceria alargada em
torno da CVR Dão.
2.5. Dinamização do Solar do Vinho do Dão, enquanto palco de eventos.
3. PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE DO COMPLEXO AGRICOLA E
FLORESTAL
Apoiar os produtores e as suas associações a vencer obstáculos para o acesso aos mercados
e a melhorar o seu desempenho económico é um dos objetivos operacionais do “Viseu
Rural”.
Este objetivo reclama uma intervenção em parceria, muito para além da ação estrita da
Câmara Municipal.
Tipologias de medidas:
•••• Atualização do levantamento e caraterização do setor agrícola e floresta;
•••• Realização de uma grande Feira das atividades agrícolas e agroindustriais, de
alcance nacional e ibérico;
•••• Portal “Viseu Rural”: desenvolver um meio de informação e promoção dos
produtores para o mercado, mas também um canal de informação técnica e científica
para o setor, numa parceria entre o IPV, a Câmara Municipal, as associações de
produtores (ACGBA, CAP, …), cooperativas, etc.;
•••• Rede de Informação e Apoio ao Investimento: serviço através da qual os parceiros
da rede poderão organizar-se e aceder a informação e apoio em 4 áreas
fundamentais para o setor: Informação sobre incentivos nacionais, comunitários ou
extracomunitários; Apoio técnico a candidaturas a incentivos ao investimento;
Mentoring - rede multidisciplinar de potenciais mentores; Identificação e divulgação
de boas práticas;
•••• Um serviço educativo para os “ciclos da terra”: a “Academia Dão Petiz” será um
projeto de sensibilização e formação da comunidade, educadores e crianças e jovens
para importância dos setores agroalimentares e a identidade territorial de Viseu e do
Dão. A parceria está a ser construída entre as Escolas Superiores Agrária e de
Educação de Viseu, o Município de Viseu e as quintas aderentes à 1ª Festa das
Vindimas de Viseu;
•••• Encontros inter-profissionais vocacionados para a concertação setorial, a resolução
de problemas e o desenvolvimento/valorização de algumas atividades e subsetores
específicos;
•••• Apoio a projetos agroalimentares ambientalmente sustentáveis (incluindo os de
“produção biológica”);
•••• Ações de valorização da floresta, de diversificação produtiva, da sua integração com
outras atividades complementares e conclusão do Plano municipal de defesa contra
os incêndios;
•••• Apoio à atividade pecuária, através da organização dos criadores de gado e de
serviços de tratamento da saúde e bem-estar animal. Avaliar a viabilidade de um
matadouro de âmbito intermunicipal;
•••• Valorização do azeite: integrar a promoção do azeite no cabaz promocional do
território (e dos vinhos); avaliar a relevância, oportunidade e viabilidade de
integração/criação de uma Denominação de Origem Protegida;
•••• Investigação & Formação: conciliar a procura e oferta formativas e de investigação;
apoiar programas de investigação e formação científica e profissional com relevância
para os setores agrícola, alimentar e florestal e para o seu tecido empresarial.
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