violeta de cristal ii 17-03-2010

Post on 26-Jun-2015

1.309 Views

Category:

Documents

4 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Laboratórios de Química II

C25H 30N3+¿ (aq )+OH−¿ ( aq ) →C

25H30

N3OH (aq )¿ ¿

Grupo 5 Turno B Quarta-feira

Artur José Rolo de Andrade Nº 67962

Francisco José Gomes Patrocínio Nº 67971

Sónia Carreira Ferreira Nº 68014

Mestrado em Engenharia Química

2º Semestre 2009/2010

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Índice

Resumo 3

Parte Experimental 4

Método Experimental 4

Reagentes 4

Aparelhagem: 4

Resultados 5

Discussão 16

Questionário 18

Bibliografia 19

28 de Março de 2010 2

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Resumo

Neste trabalho, pretendemos medir a transmitância, ao longo do tempo, e a diferentes temperaturas, da reacção de hidrólise básica do Violeta de Cristal. Desta forma, pudemos calcular a ordem parcial da reacção associada à concentração de OH- 0,73 e os valores das constantes de velocidade para as diferentes temperaturas, obtendo-se para 25ºC, 0,052, para 30ºC, 0,10 e para 35ºC, 0,14, afastando-se o valor a 25ºC dos valores encontrados na literatura [1].

Ainda com base nestes valores e tendo em conta a temperatura absoluta aplicámos a equação de Arrhenius, de modo a obtermos a energia de activação da reacção, 75,782KJ/mol e o factor pré-exponencial, 1,032x1012.

28 de Março de 2010 3

1

2

Fig. 1 Parte da montagem utilizada no estudo cinético da hidrólise básica do Violeta de Cristal

Fig. 2 Parte da montagem utilizada no estudo cinético da hidrólise básica do Violeta de Cristal

434

1

2

Fig. 3 Spectronic 20D

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Parte Experimental 

Método Experimental

Para este trabalho laboratorial seguimos o procedimento descrito nas páginas 56 a 58 do Guia de Laboratórios de Química II. Ainda assim, o comprimento de onda utilizado na espectrofometria não foi o recomendado de 590nm mas o determinado experimentalmente para o maior valor de transmitância, ou seja 595nm.

Reagentes

Como reagentes usámos Cloreto de Sódio (NaCl) 58,44g/mol, da J. T. Baker a 0,5M, Violeta de Cristal da Merck a 0,030 g/L, por fim utilizamos ainda Hidróxido de Sódio da Panreac a 1M, previamente diluído numa solução de 0,1M.

Aparelhagem:

Utilizámos o Controlador de Temperatura da Grant (fig.1-1) para controlar a temperatura ao nível do banho termostatizado (fig.1-2), que por sua vez permite uma regulação da temperatura do sistema em si, quer dos vasos reaccionais (fig.2-2) quer das soluções. Para além disso usou-se um Termómetro da Checktemp 1 (fig.2-1) com uma precisão de 0,1ºC para medições de temperatura da solução contida no vaso reaccional, e um Cronómetro da Quartz (fig.2-4), com uma precisão de centésimas de segundo, para medir o tempo ao longo da experiência. Quanto à espectrofotometria, os valores obtidos foram medidos no Spectronic 20D da Milton Roy Company (fig.3). Por fim,

28 de Março de 2010 4

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

a Placa de Agitação (fig.2-3) da marca Velp Scientific tal como o nome indica permitia a agitação da solução ao nível dos vasos reaccionais.

Resultados

De acordo com a equação de hidrólise básica do Violeta de Cristal:

C25H 30N3+¿ (aq )+Cl−¿ ( aq )+Na+¿ (aq) +OH

−¿ (aq )→ ¿ ¿¿ ¿→C25H 30N3OH (aq )+Cl−¿ (aq )+Na+¿ (aq ) ¿ ¿

E designando o composto C25H30N3+ por VC, calculámos as

concentrações dos reagentes nas soluções utilizadas no decorrer do procedimento.

Assim, começando por calcular a concentração molar da solução de Violeta de Cristal de 30mg.dm-3 (Solução A):

MM (VC )=407,25 g .mol−1

Cm (VC )=30mg.dm−3=30×10−3 g .dm−3

n (VC )= m (VC )MM (VC )

=20×10−3

407,25=7,37×10−5mol

[VC ]A=7,37×10−5M

¿¿

A partir destes dados é possível calcular a concentração destes reagentes na Solução D, onde se diluíram 50mL da Solução A de modo a perfazer 250mL:

C i×V i=C f ×V f(¿ )

[VC ]A×V A=[VC ]D×V D(¿ )

[VC ]D=7,37×10−5×50

250=1,47×10−5M

¿¿

Seguidamente, calculámos a concentração dos reagentes na solução E, obtida a partir de 10mL da solução de NaOH de concentração 0,1M (Solução B) e de 3mL da solução de NaCl de concentração 0,5M (Solução C), diluídos, perfazendo 250mL (Solução E):

C i×V i=C f ×V f(¿ )

[ NaOH ]B×V B=[ NaOH ]E×V E(¿ )

28 de Março de 2010 5

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

[ NaOH ]E=0,1×10250

=4,0×10−3M

¿¿

[ NaCl ]C×V C=[ NaCl ]E×V E( ¿ )

[ NaCl ]E=0,5×3250

=6,0×10−3M

¿¿

¿¿

Também utilizando a solução B, obtivemos a concentração dos reagentes numa solução onde se dissolveram 10mL desta, perfazendo 100mL (Solução F):

C i×V i=C f ×V f(¿ )

[ NaOH ]B×V B=[ NaOH ]F×V F(¿ )

[ NaOH ]F=0,1×10100

=1,0×10−2M

¿¿

Com base nestas soluções obtivemos a Solução D+E, a partir de 50mL da Solução D e de 50mL da Solução E, da qual calculámos a concentração dos reagentes:

V D+E=V D+V E

C i×V i=C f ×V f(¿ )

[VC ]D×V D=[VC ]D+E×V D+E( ¿ )

[VC ]D+E=1,47×10−5×50

100=7,35×10−6M

¿¿

¿¿

¿¿

¿¿

¿¿

¿¿

¿¿

¿¿

28 de Março de 2010 6

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Ainda a partir das soluções anteriores, obtivemos a Solução D+F, utilizando 50mL da Solução D e 50mL da solução F, tendo esta como concentração:

V D+F=V D+V F

C i×V i=C f ×V f(¿ )

[VC ]D×V D=[VC ]D+F×V D+F(¿ )

[VC ]D+F=1,47×10−5×50

100=7,35×10−6M

¿¿

¿¿

¿¿

¿¿

A partir das concentrações dos reagentes nas Soluções D+E e D+F é possível calcular a Força Iónica (I) para estas, a qual é característica para a constante de velocidade de uma dada reacção, e pode ser calculada pela fórmula, onde z é a carga do ião e C a concentração deste na reacção:

I=12∑i

zi2×Ci(¿)

I=12¿

Sendo que:

10−14=¿

¿

Desta forma, temos para a solução D+E:

I=12¿

I=12 (7,35×10−6+2,0×10−3+5,0×10−3+3,0×10−3+ 10−14

2 ,×10−3 )=5×10−3

E para a solução D+F:

28 de Março de 2010 7

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

I=12¿

I=12 (7,35×10−6+5,0×10−3+5,0×10−3+7,36×10−6+ 10−14

5 ,×10−3 )=5×10−3

Determinação do Comprimento de Onda (λ) para o qual a percentagem de Transmitância (T), obtida por espectrofotometria de uma amostra da solução de Violeta de Cristal, é mínima. Deste modo a que a Absorvência (A) será máxima, de acordo com a expressão: A=−log10 (T ), podendo aplicar-se a lei de Lambert-Beer à experiência.

Comprimento de Onda (λ) / mm

Transmitância (T) / %

585 27,6590 27,2595 26,8600 27,8

584 586 588 590 592 594 596 598 600 60226.2

26.4

26.6

26.8

27.0

27.2

27.4

27.6

27.8

28.0

/ mmλ

T /

%

A partir dos resultados e do gráfico obtido é possível concluir que o Comprimento de Onda adequado à espectofotometria do Violeta de Cristal é de 595 mm.

Utilizando este Comprimento de Onda, obtivemos valores de Transmitância para certos volumes da Solução D (de Violeta de Cristal):

Transmitância (T) / %

Absorvência(A)

Volume(V) / mL

Concentração ([VC]) / M

100 0 0 087,4 0,058488567 0,5 7,36x10-7

28 de Março de 2010 8

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

77,4 0,111259039 1 1,472x10-6

56,8 0,245651664 2 2,944x10-6

43,6 0,360513511 3 4,416x10-6

34,8 0,458420756 4 5,888x10-6

25,8 0,588380294 5 7,36 x10-6

Onde a Absorvência é dada a partir da Transmitância pela expressão já referida e a concentração [VC] é obtida a partir da concentração em Violeta de Cristal ([VC]0) da Solução D, da qual se utiliza um volume V , que é diluído em num volume total de 10mL, conseguindo-se a expressão:

C i×V i=C f ×V f(¿ )[VC ]0×V= [VC ]×10 (¿ ) [VC ]=1,47×10

−5×V10

A partir destes dados consegue-se obter por regressão linear o gráfico da Absorvência em função da Concentração de Violeta de Cristal:

0.00E+00 1.00E-06 2.00E-06 3.00E-06 4.00E-06 5.00E-06 6.00E-06 7.00E-06 8.00E-060

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

f(x) = 79622.6134923179 x + 0.000863468907507548R² = 0.998786100861621

[VC] / M

A

Obtemos, assim uma equação linear ( y=mx+b), que corresponde à equação dada pela lei de Lambert-Beer: A=ε ×l×[VC ], onde ε é a absortividade molar do Violeta de Cristal e l é o percurso óptico.

Tendo em conta que, o desvio padrão para a ordenada na origem da recta obtida (b) é de aproximadamente 0,005, sendo este superior ao valor determinado para b, pode concluir-se que o gráfico intersecta a origem ( y=mx), sendo definido pela equação:

A=79623×[VC ]

Onde ε × l=79623.

E como l para as células utilizadas é de 1cm, temos:

ε=79623

28 de Março de 2010 9

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Com vista à determinação quer da constante de velocidade (k), quer das ordens parciais associadas à equação de velocidade da reacção:

−d [VC ]dt

=k [VC ]α× ¿¿

A partir da qual, considerando α=1 e a lei de Lambert-Beer, se consegue obter a recta de equação:

ln (A)=−k ' t+ ln (A ¿¿0)¿

Onde k '=k [OH ]

Deste modo, para a determinação desta equação realizamos medições da Transmitância de amostras das soluções D+E e D+F à medida que o Violeta de Cristal reagia com o Hidróxido de Sódio, tendo em conta que estas têm diferentes concentrações de Hidróxido de Sódio, onde obtivemos os seguintes resultados:

Transmitância (T) / %

25º

t (s)Ensaio D+E

Ensaio D+F

120 -12,2 1240 7 16,8360 7,8 20,2480 8,2 26,2600 11,8 32,8720 14,4 36,4840 16 42,2960 17,2 46,4

1080 19 511200 21,2 54,61320 23,8 58,61440 25 621560 26,4 64,8

A partir destes valores foi possível calcular a Absorvência e, consequentemente os valores de ln (A):

Absorvência (A) ln(A)25º

t (s)Ensaio D+E

Ensaio D+F

Ensaio D+E Ensaio D+F

120 - - - -

240 1,154901960,77469071

80,144015457

-0,255291402

3601,10790539

70,69464863

10,102471203

-0,364349129

4801,08618614

80,58169870

90,082672613

-0,541802648

600 0,928117993

0,484126156

-0,074596407

-0,725409753

28 de Março de 2010 10

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

7200,84163750

80,43889861

6-

0,172405871-

0,823486835

8400,79588001

70,37468754

9-

0,228306836-

0,981662803

9600,76447155

30,33348201

9-

0,268570464-1,09816633

10800,72124639

90,29242982

4-

0,326774454-

1,229530559

12000,67366413

90,26280735

7-

0,395023602-

1,336333997

13200,62342304

30,23210238

4-

0,472529949-

1,460576694

14400,60205999

10,20760831

1-

0,507398185-

1,572102097

15600,57839607

30,18842499

4-

0,547496397-1,66905526

Destes cálculos obtemos o gráfico:

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

-2

-1.5

-1

-0.5

0

0.5

f(x) = − 0.00108513558855461 x − 0.0281919292863093R² = 0.994682273842224

f(x) = − 0.00055615903810015 x + 0.278547893290388R² = 0.980581456344883

D+ELin-ear (D+E)

t / s

ln(A

)

Onde conseguimos as equações ln ( A )=−5,56×10−4 t+2,79×10−1 para a Solução D+E e ln ( A )=−1,09×10−3 t−2,82×10−2, obtidas por regressão linear.

Destas rectas é já possível obter os valores:

kD+E' =5,56×10−4

kD+F' =1,09×10−3

Que substituindo na definição de k ', fica:

5,56×10−4=k ׿¿

28 de Março de 2010 11

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

5,56×10−4=k (2,0×10−3M )β

1,09×10−3=k ׿¿

1,09×10−3=k (5,0×10−3M )β

Podendo estas duas equações ser divididas uma pela outra obtendo-se:

5,56×10−4

1,09×10−3=kk×

(2,0×10−3 )β

(5,0×10−3 )β( ¿ )

5,56×10−4

1,09×10−3=(0,4 )β ( ¿ )

β=log0,4( 5,56×10−4

1,09×10−3 )=0,73

A ordem parcial associada à concentração de iões hidróxido é, portanto 0,73, sendo a ordem global (n):

n=α+ β=1+0,73=1,73

Neste ponto é também já possível calcular a constante de velocidade para a reacção a 25ºC:

k (2,0×10−3 )0,73=5,56×10−4 ( ¿ )

k=0,052

Sendo que esta constante não varia com a concentração de OH-.

Ainda assim, ao contrário das ordens parciais, a constante de velocidade de uma reacção varia com a temperatura, analisámos o ensaio D+E, a 30ºC e 35ºC, no espectrofotometro, tendo os resultados:

30º

t / s Ensaio D+E

35º

t / s Ensaio D+E90 4 60 4,2

180 5,8 120 6270 8 180 9360 10,6 240 11450 13,4 300 13,6540 16 360 16,4630 18,6 420 18,6750 21,4 480 20,6810 24 540 23,4900 26,4 600 27990 29 660 29,8

- - 720 33,6

28 de Março de 2010 12

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

- - 780 36,4Dos quais se verificam os gráficos do ensaio D+E, a diferentes

temperaturas:

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900

-1

-0.8

-0.6

-0.4

-0.2

0

0.2

0.4

f(x) = − 0.00152786545067946 x + 0.349987975596868R² = 0.992999065562501

f(x) = NaN x + NaNR² = 0f(x) = NaN x + NaNR² = 0

25ª

t/ s

ln(A

)

Temos, assim as rectas: ln ( A )=−1,05×10−3t+3,78×10−1 para 30ºC e ln ( A )=−1,53×10−3t+3,50×10−1.

Partido destas rectas calculámos a constante de velocidade para 30ºC:

k '=¿¿

1,05×10−3=(2,0×10−3 )0,73×k ( ¿ )

k=0,10

Calculando do mesmo modo para 35ºC:

k '=¿¿

1,53×10−3=(2,0×10−3 )0,73×k ( ¿ )

k=0,14

A partir destes gráficos pode-se, também, verificar o valor da concentração inicial de Violeta de Cristal, já que a ordenada na origem de cada gráfico é o logaritmo de base natural da Absorvência do Violeta de Cristal no inicio da reacção. Deste valor da Absorvência, podemos calcular pela lei de Lambert-Beer, a concentração. Sendo assim, para a solução D+E a 25ºC, temos:

ln ( A0 )=2,79×10−1 (¿ )

A0=e2,79× 10−1

=1,32

28 de Março de 2010 13

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

ε × l=79623

[VC ]0=A0

ε ×l(¿ )

[VC ]0=1,3279632

=1,66×10−5M

Para a solução D+F, também a 25ºC:

ln ( A0 )=−2,8×10−2 (¿ )

A0=e−2,8×10−2

=0,97

[VC ]0=0,9779632

=1,22×10−5M

E do mesmo modo para a solução D+E, a 30º:

ln ( A0 )=3,78×10−1 (¿ )

A0=e3,78× 10−1

=1,46

[VC ]0=1,4679632

=1,83×10−5M

E por fim, para a D+E, a 35ºC:

ln ( A0 )=3,50×10−1 (¿ )

A0=e3,50× 10−1

=1,42

[VC ]0=1,4279632

=1,78×10−5M

É ainda, possível relacionar estas constantes de velocidade com a temperatura absoluta de acordo com a equação de

Arrhenius: k=Ae−EaR×T , onde A é o Factor Pré-exponencial, Ea é a

Energia de Activação e R a constante dos gases perfeitos (8,3145J/K.mol).

Partindo desta equação podemos obter:

ln (k )=−EaR

×1T

+ln (A)

Que permite determinar o Factor Pré-exponencial e a Energia de Activação, considerando os valores logaritmo das constantes de velocidade em função do inverso da temperatura absoluta:

T / ºC T / K k ln(k) 1/T25 298,1 0,052 -2,95651 0,00335

28 de Março de 2010 14

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

5 4

30303,1

50,1 -2,30259

0,003299

35308,1

50,14 -1,96611

0,003245

Podendo obter-se a partir deste valores o gráfico:

0.0032 0.00325 0.0033 0.00335 0.0034

-3.5

-3

-2.5

-2

-1.5

-1

-0.5

0

f(x) = − 9114.4889425873 x + 27.6629884382333R² = 0.970209921653354

1/T

ln(k

)

De onde, por regressão, se consegue a recta de equação:

ln (k )=−9114,5× 1T

+27,663

De onde se pode calcular a Energia de Activação:

−EaR

=−9114,5 ( ¿ )

Ea=9114,5×8,3145=75782J /mol=75,782KJ /mol

E o Factor Pré-exponencial:

ln ( A )=27,663 (¿ )

A=e27,663=1,032×1012

28 de Março de 2010 15

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Discussão

Partindo da análise espectrofotométrica da mesma amostra de Violeta de Cristal para diferentes comprimentos de onda, é de salientar que o comprimento de onda correspondente à transmitância mínima (Absorvência máxima) é de 595nm (determinado experimentalmente), diferindo do valor presente no Guia de Laboratórios de Química II (590nm).

Convém referir que se tentou manter a força iónica constante nas diferentes soluções e respectivas temperaturas de reacção, justificando-se para isso a adição de NaCl à solução E, onde a concentração de OH- é inferior, existindo uma força iónica de 5,0x10-3 tantos nos ensaios D+E e D+F. Este processo é de facto necessário, como se verifica na literatura[1], uma vez que a força iónica vai influenciar a velocidade da reacção (constante de velocidade).

Recorrendo ao comprimento de onda determinado, obtivemos a Transmitância, a partir da qual pudemos calcular a constante de velocidade para a reacção a 25ºC, bem como as ordens parciais associadas a este valor (k=0,052 e β=0,73).

Comparando estes valores com os existentes na literatura[1], para 25ºC, e para uma força iónica de 5,0x10-3 onde:

g ( I )= I12

(1+ I12)

=(5,0×10−3 )

12

(1+(5,0×10−3 )12)

=0,06

k=9,57 l .mol−1 .min−1=9,5760

=0,16l .mol−1 . s−1

Comparando estes valores com os que obtivemos experimentalmente podemos observar uma disparidade nas ordem dos ≈0,1 l .mol−1 . s−1.

Para além do cálculo díspar da constante de velocidade para 25ºC, calculámos os valores para 30ºC e 35ºC. Em qualquer destes valores a ordenada na origem do gráfico, ou seja o logaritmo de base natural da Absorvência inicial, que recorrendo à lei de Lambert-Beer e ao valor do produto do Coeficiente de Absortividade pelo Percurso Óptico (ε × l=79623 determinado experimentalmente por regressão linear da absorvência de diferentes concentrações) permite calcular a concentração inicial de Violeta de Cristal em todas as observações ([VC ]25 ºCD+E=1,66×10

−5M ; [VC ]25 ºCD+F=1,22×10−5M ;

[VC ]30 ºCD+E=1,83×10−5M ; [VC ]35 ºCD+E=1,78×10

−5M). No entanto, este valores diferentes deveriam ser iguais ao valor calculado teoricamente ([VC ]=7,36×10−6M).

28 de Março de 2010 16

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Após análise de todo o procedimento, não nos foi possível detectar a origem desta disparidade nos valores, podendo esta estar relacionada com erros na leitura da Transmitância no espectrofotómetro, devido à instabilidade na corrente eléctrica, que afecta os valores de transmitância, ou com a imprecisão existente ao nível da leitura do tempo no cronómetro.

Também com base nas constantes de velocidade, às dadas temperaturas, e na equação de Arrhenius, calculamos a energia de activação (energia necessária para desencadear a hidrólise do Violeta de Cristal) e o factor pré-exponencial (Ea=75,782KJ /mol; A=1,032×1012).

A validade da lei de Lambert-Beer e a utilização do comprimento de onda máximo são abordados no Questionário

28 de Março de 2010 17

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Questionário

1. Escolhe-se o comprimento de onda para o qual a Absorvência é

máxima, uma vez que a radiação que o Spectronic 20D não é totalmente monocromática. Com o comprimento de onda máximo os desvios provocados pela radiação policromática são insignificantes.

2.

A lei de Lambert-Beer só é válida nas seguintes condições: se a solução for diluída (concentrações <0,01M). Em soluções mais concentradas a distância média entre as espécies absorventes é pequena e cada uma delas afecta a distribuição de carga nos seus vizinhos alterando a capacidade do soluto para absorver radiação de determinado comprimento de onda. Como a concentração de Violeta de Cristal empregue na experiência é na ordem de 7,35x10 -

6M, então 7,35x10-6 M <0,01M logo a experiência obedece a esta condição.

Esta lei também é válida apenas quando a radiação empregue é monocromática, porque a radiação policromática pode provocar desvios. No entanto, estes desvios são insignificantes ao trabalhar com comprimentos de onda máximos e o Spectronic 20D possui um monocromador para tornar a radiação mais monocromática possível. Por isso é possível aplicar a lei de Lambert-Beer, uma vez que a lei é válida nas condições empregues.

28 de Março de 2010 18

Instituto Superior Técnico Laboratórios de Química II

Bibliografia

1. G. Corsaro, J. Chem. Ed. 41 (1964) 48

28 de Março de 2010 19

top related