viajando pelo mar
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Biblioteca Escolar de Caxinas1º ano Turma da professora Olímpia
O Daniel ia muito contente porque o pai lhe prometeu uma
viagem ao mar no seu barco “Cego do Maio”.
Pousaram as bicicletas, prenderam com o cadeado e o pai
saltou para o barco.
Era um sábado de Março.
O Daniel e o pai foram de
bicicleta até à lota da Póvoa
de Varzim.
Depois o Daniel saltou
para o colo do pai.
Estava a tremer com
medo de cair ao mar.
O mar estava todo
cheio de tainhas e a
água estava toda às
risquinhas coloridas
de gasóleo.
O pai entrou na
casinha do leme e o
Daniel foi logo mexer
no leme. O pai ligou o motor, disse ao Daniel para não rodar o leme e
veio cá fora desprender a corda que prendia o barco ao cais.
Depois levantou
a âncora, meteu-se
na casinha e fez
marcha à ré.
O Daniel estava
que nem um pombo
a reparar em todos
os movimentos do
seu pai.
O barco começou a navegar em direcção à barra, saindo
mais junto ao cais do norte para não serem empurrados
contra as pedras do cais do sol.
O pai chamou o Daniel e
mostrou-lhe o radar e a
sonda. No radar o Daniel
viu o que havia no fundo
do mar: se havia rochas,
areias ou elevações.
Depois mostrou-lhe um
aparelho que indica os
pontos cardeais e disse:
-Vamos navegar para
fora.
O menino perguntou:
-O que é navegar para fora?
-Navegar para fora é ir na direcção este/Oeste ou seja na
direcção onde o Sol se põe.
O Daniel ficou cheio de medo mas o pai disse-lhe:
- Não tenhas medo dos golfinhos, eles não nos fazem mal.
Eles são muito meiguinhos e não têm medo dos homens.
São eles que me acompanham nas minhas grandes viagens.
Queres ver?
Tinham navegado mais ou menos quinze minutos quando o pai resolveu parar e lançar a âncora.
Depois pegou no Daniel ao
colo, foi para o convés e disse:
- Anda ver!
Lá viu conchas, corais, peixes
multicolores, conchas e de
repente um grupo de golfinhos
veio para junto do barco.
O pai foi buscar umas sardinhas (isco para a pesca)
pô-las na mão do Daniel e baixou-lhe a mão. Os golfinhos aproximaram-se e comeram as sardinhas.
Depois,
o Daniel pôs-lhe a mão
na cabeça
carinhosamente.
Os golfinhos, como
que a agradecer,
chiaram e
deram muitas
cambalhotas…
O Daniel estava tão entusiasmado que foi buscar o balde
do isco e começou a atirar muitas sardinhas para o mar .
Os golfinhos cada vez se aproximavam mais e cada vez
davam mais davam maiores saltos até que um golfinho
bebé no meio de toda a algazarra saltou e caiu dentro do
barco..
No momento, o Daniel ficou com medo mas depois riu e
ficou muito contente.
O pai disse-lhe:
- Daniel aproveita para observares de perto o golfinho,
vê os olhos, a boca, as barbatanas e a cor da pele, toca-
lhe de mansinho. Sabes, o golfinho tem corpo de peixe mas
não é um peixe. É um mamífero, respira por pulmões e
nasce como tu, de dentro da barriga da mãe.
Estava muito sol e a pele do golfinho começou a secar.
O Daniel ia pegar no golfinho mas não conseguiu e caiu. O
pai pegou no golfinho e pô-lo no mar.
Depois disse-lhe:
-A viagem não acaba
aqui. Vou levar-te ao Mar
dos Sargaços.
Esse mar é parecido com
um jardim.
Ele é muito verde.
Está cheio de algas.
As algas estão enfeitadas com búzios, buzinas,
conchas, anémonas e peixinhos multicolores. Este mar é o reino dos cavalos marinhos.
O menino ficou todo entusiasmado e perguntou:
- Pai, se é um reino quem é o rei ?
-É verdade, os cavalos-marinhos são as sentinelas do rei.
Ele vive numa gruta encantada lá bem no fundo do mar e os
cavalos-marinhos vigiam o seu castelo e os seus domínios.
- Pai, como se chama esse rei?
- Chama-se Neptuno.
- Pai, ele não tem mulher?
- Neptuno é um rei
jovem, navega pelo
mar à procura da
mulher ideal para o
seu reino.
Na última viagem
que fiz, eu vi-o no
alto mar à procura
de uma sereiazinha
muito pequenina e
bonita que se
chama
“Gota da Manhã”-
explicou o pai.
Finalmente chegaram ao mar dos Sargaços.
-Pai, eu queria tanto ir ao fundo do mar!...
-Não podes, pois para descer a este mar é
preciso ter autorização do rei dos mares.
De repente caiu em cima do monte das
redes uma minúscula garrafa caída do bico de
uma gaivota.
O menino correu a ver o que era, pegou e leu:
“Esta garrafa só
pode ser aberta
e o seu líquido
bebido por
alguém que
tenha bom
coração e seja
muito bondoso.”
O Daniel não disse nada ao pai, bebeu o
líquido e de repente atirou-se ao mar.
Quando o pai deu conta, chamou, via
rádio, todos os salva-vidas e os
helicópteros de salvamento.
Ao fim de 24 horas de buscas, o menino
não tinha aparecido.
O pai, muito triste e desfeito de dor, pensou em
regressar a terra sem o filho.
Mas nesse mesmo instante o menino
apareceu no meio das algas dentro de um
carro puxado por cavalos-marinhos. O
menino gritava para o pai:
- Pai,
não vás embora,
espera por mim!
O pai olhou para trás e ficou estupefacto pois o
menino estava vestido com um fato repleto de
pérolas e muitos colares de conchas ao pescoço.
-Eu trago esta roupa porque foi o peixe-
palhaço que me vestiu assim para eu ir ao
casamento do Rei Neptuno com a rainha
Sereia Gota da Manhã.
Eu fui o menino das alianças.
O Pai deu-lhe um
abraço
emocionado e
juntos regressaram
a casa.
FIM
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