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Utilização de concreto pré-refrigerado: Estudo de caso em blocos de fundação com grandes
dimensões Julho/2019
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 10, Edição nº 17 Vol. 01 Julho/2019
Utilização de concreto pré-refrigerado: Estudo de caso em blocos
de fundação com grandes dimensões
Admary Mariadlla Barbosa Marinho da Silva – admarymariadllab@gmail.com
Gerenciamento de Obras
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Recife-PE, 10 de setembro de 2018.
Resumo
O desenvolvimento imobiliário observado nos últimos anos no Brasil propiciou a execução de
obras verticais cada vez mais altas, solicitando um aumento na dimensão dos blocos de
fundação para suportar as elevadas cargas da estrutura nessas obras. Nesse contexto verificou-
se também o surgimento de manifestações patológicas nos blocos de fundação de grandes
dimensões, os chamados blocos de concreto massa, sendo a mais comum a reação álcali-
agregado (RAA). Alguns estudiosos verificaram outra manifestação patológica que pode
surgir associada à RAA, a formação de etringita tardia (DEF). O descobrimento dessas
manifestações patológicas em blocos de fundações de obras entregues na cidade do Recife-PE
trouxe a preocupação em aplicar medidas preventivas para tratar essas patologias. O objetivo
deste trabalho é mostrar a importância do uso de concreto pré-refrigerado na execução de
estruturas de concreto massa, apresentando um caso real de execução de dois blocos de
fundação com grandes dimensões (10,10m x 7,80m x 2,50m), pertencente a um mesmo
empreendimento localizado na cidade do Recife-PE. A metodologia do trabalho consistiu em
utilizar a técnica da pré-refrigeração e outras no intuito de diminuir o pico final de
temperatura gerado pelo calor de hidratação do cimento, sendo monitorada a evolução da
temperatura com o auxílio de termopares durante várias horas após o final da concretagem das
peças até atingir o pico da temperatura. O uso do concreto pré-refrigerado e outras medidas
como utilização de um concreto com baixo consumo de cimento foram tomadas no intuito de
diminuir o pico de temperatura gerado pelo calor de hidratação do cimento, sendo monitorada
a evolução dessa temperatura com o auxílio de termopares durante cerca de 50 horas após a
concretagem das peças. O alto calor de hidratação do cimento provoca aumento de
temperatura e o surgimento da DEF, diminuindo o desempenho e a segurança da estrutura. Os
resultados mostram que com algumas medidas simples é possível mitigar a possibilidade do
surgimento da etringita tardia e desta forma evitar fissuras em um futuro próximo devido a
este fenômeno. No caso em questão, as temperaturas teóricas finais que deveriam ser na
ordem de 100ºC graus, foram de 65ºC graus com a utilização do concreto pré-refrigerado, ou
seja, abaixo do limite preconizado pela literatura internacional para o maior nível de
prevenção.
Palavras-chave: Bloco de fundação. Concreto pré-refrigerado. Etringita tardia. DEF.
Utilização de concreto pré-refrigerado: Estudo de caso em blocos de fundação com grandes
dimensões Julho/2019
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1. Introdução
O concreto é o material de construção mais utilizado e vem sendo usado desde meados dos
anos 5.600 a.c.. A tecnologia aplicada ao concreto revolucionou a forma de projetar e
construir estruturas por ser cada vez mais confiável e versátil e sua evolução está relacionada
com o desenvolvimento das civilizações ao longo da história da humanidade. Os marcos que
caracterizam essa evolução do concreto, segundo Cembureau(1995) apud Helene Lago e Levy
Mony (2003) são mostrados na tabela 1.
Tipo de Concreto Período de surgimento
Concreto Antigo 5000 a.c – 100 a.c
Concreto Romano 100 a.c – 400 d.c
Concreto Medieval 1200 d.c – 1600 d.c
Concreto da Revolução Industrial 1600 d.c – 1800 d.c
Concreto Moderno 1600 d.c em diante
Concreto com agregados reciclados
Concreto Auto Adensável
C.A.D com agregados reciclados
1946 d.c
1990 d.c
2000 d.c
Tabela 1 – Evolução dos tipos de concreto
Fonte: CEMBUREAU,1995, apud HELENE LAGO e Levy Mony(2003)
O concreto mais antigo já encontrado tem a data de 5.600 a.c, é o piso de um casebre, com
250 mm de espessura, confeccionado em Lepenski Vir, Iugoslávia. O concreto foi feito com
argila, cal e agregados. Já no Egito, em 1950 a.c, segundo Cembureau (1995), podemos citar
um mural egípcio que mostra o concreto sendo misturado e aplicado manualmente. O
concreto romano foi utilizado nas grandes construções civis, em sistemas de drenagem e de
abastecimento de água, tendo o prestígio do desenvolvimento de tecnologia para tornar o
concreto simples um concreto mais durável. Algumas obras romanas são exemplo de
durabilidade para a atualidade: o Anfiteatro de Pompéia, construído em 75 a.c; o Coliseu de
Roma, construído em 80 d.c; o Panteão, construído em 127 d.c e diversas obras de
abastecimento de água, drenagem e redes de esgoto. Com a queda do Império romano houve
uma pausa no desenvolvimento do concreto até por volta de 1200 d.c, onde foram feitas novas
obras em concreto, como exemplo temos a Catedral de Salisbury, na Inglaterra. Nesta época
considera-e o concreto como do tipo medieval e era utilizado em fundações e estruturas.
Na revolução industrial, têm-se na Europa, em meados do século XVIII, pesquisas
envolvendo o desenvolvimento de um cimento mais resistente e durável para concreto. Em
1763, o reverendo James Parker preparou uma mistura de rochas vulcânicas e cal, criando um
tipo de cimento posteriormente chamado de cimento romano, pois se pensava que era o
mesmo tipo utilizado pelos romanos. Em 1812, o engenheiro civil Louis Vicat, foi designado
para projetar uma nova ponte sobre o rio Dordogne, em Souillar, na França. Em 1817,
realizando experimentos com materiais de construção para a ponte, ele descobriu o primeiro
cimento artificial. Com uma mistura de calcário e argila, este cimento já era semelhante ao
atual, mas com uma menor temperatura que a atual no processo de queima,
consequentemente, com teores dos componentes diferentes dos atuais. A ponte sobre o Rio
Dordogne foi construída com esse cimento e é formada por arcos e sem armaduras. Ficou
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pronta em 1822 e está intacta até os dias atuais. O Louis Vicat contribuiu também com o
desenvolvimento da agulha de Vicat, utilizada até hoje para a determinação do tempo de pega
de concretos e cimentos. Em 1824, surge o cimento Portland, patenteado por Joseph Aspdin,
em Wakefield, Reino Unido. Foi obtido com a queima de rochas calcárias com carvão,
formando um produto altamente calcinado e com boa resistência. Esse foi o marco incial da
produção de cimento Portland e seu processo de obtenção foi bastante caro no primeiro
momento, mas devido às suas propriedades passou a ter uma relação de custo e benefício
viável. Nos dias atuais, o concreto de cimento portland é o material de construção civil mais
amplamente disseminado devido às suas características de durabilidade e resistência e é
considerado uma das descobertas mais consideráveis da história da evolução das civilizações
para atender às suas necessidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O consumo
mundial do concreto de cimento portland é bastante elevado e perde apenas para a água. É
utilizado em várias aplicações modernas e possui capacidade de modelagem cada vez mais
inovadora em formas e tamanhos variados e, quando endurecido, possui resistência similar às
das rochas naturais.
Battagin (2011) diz que:
No Brasil os primeiros estudos relativos à produção do cimento Portland ocorreram
por volta de 1888, a partir dai diversas tentativas fracassaram, foi então que em
1924, com a implantação, pela Companhia Brasileira de Cimento Portland, de uma
fábrica em Perus, estado de São Paulo, cuja construção pode ser considerada o
marco da implantação da indústria brasileira de cimento. As primeiras toneladas do
aglomerante foram fabricadas e colocadas no mercado em 1926. Até então o
consumo do cimento Portland no país dependia exclusivamente de importação
(BATTAGIN, 2011).
2. O concreto e seus mecanismos de hidratação
Segundo a ASTM (American Society for Testing and Materials), o concreto é um material
compósito que consiste de um meio aglomerante no qual estão aglutinadas partículas de
diferentes naturezas:
− O aglomerante é o cimento em presença de água;
− O agregado é qualquer material granular, como areia, pedregulho, seixos, rocha britada,
escória de alto-forno e resíduos de demolição; se as partículas de agregado são maiores que
4,75 mm, o agregado é dito graúdo, caso contrário, o agregado é miúdo;
− Os aditivos e adições são substâncias químicas adicionadas ao concreto em seu estado
fresco que lhe alteram algumas propriedades, adequando-as às necessidades construtivas.
O principal constituinte do concreto é o cimento, que é uma fina mistura de cal (CaO), sílica
(SiO2), alumina (Al2O3) e o óxido de ferro (Fe2O3). Eles são aquecidos até uma fusão
incipiente e posteriormente moídos em determinadas finuras. O resultado desse processo
forma o clínquer, que é o principal constituinte de todos os cimentos. Após a moagem do
clínquer se adicionam os aditivos, que caracterizarão diferentes tipos de cimento. Os
principais aditivos são: o gesso, as escórias de alto-forno, os materiais pozolânicos e os
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materiais carbonáticos. No mecanismo de hidratação do concreto são formados variados
compostos químicos. O termo hidratação, por definição, indica uma reação química de uma dada espécie
química com água convertendo-se em hidrato, pela introdução de água em sua
molécula. No âmbito restrito da química do cimento este termo refere-se ao conjunto
de mudanças que ocorrem quando o cimento anidro ou uma de suas fases
constituintes é misturado com a água. O fenômeno é complexo envolvendo reações
químicas que superam a simples conversão de espécies químicas anidras em hidratos
correspondentes (TAYLOR, 1997).
É comum, na teoria da química do cimento, a adoção de uma nomenclatura
simplificada para os compostos do cimento, substituindo-se os óxidos por letras.
Adotando-se C = CaO, S = SiO2, A = Al2O3, F = Fe2O3, M = MgO, S= SO3,
C=CO2 e H = H2O, pode-se expressar os principais constituintes do cimento
Portland como (BATTAGIN, 2011):
− Silicato tricálcico (3CaO.SiO2) = C3S
− Silicato dicálcico (2CaO.SiO2) = C2S
− Aluminato tricálcico (3CaO.Al2O3) = C3A
− Ferroaluminato tetracálcico (4CaO.Al2O3.Fe2O3) = C4AF
− Sulfato de Cálcio (CaSO4) = CS
De acordo com Gobbo (2003), a alita, nome genérico para o C3S, é o constituinte principal do
clínquer, variando entre 40 a 70% em massa. Possui papel importante no endurecimento e
ganho de resistência mecânica do cimento nas primeiras idades. A belita, nome dado ao C2S
que contém impurezas, representa em massa, uma média de 10 a 20% do clínquer (KIHARA
et al., 1990, apud BATTAGIN, 2011). A fase intersticial é formada pelos aluminatos e ferroaluminatos cálcicos (C3A e
C4AF) que se fundiram durante a clinquerização. Este material preenche os vazios
existentes entre os cristais de alita e belita. O aluminato tricálcico é responsável pela
pega do cimento, já que é o componente mais reativo do clínquer. (SANTHANAM,
2001, apud SOUZA, 2006).
Já o C4AF é considerado de baixa reatividade, confere ao cimento cor acinzentada e possui
papel importante na resistência à corrosão química do cimento. Apresenta-se no microscópio
óptico em cor opaca a brilhante em superfície polida (GOBBO, 2003). Os álcalis do clínquer
são provenientes, principalmente, dos compostos de argila presentes na mistura de matérias-
primas e no carvão (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Os combustíveis utilizados no forno podem contribuir para o aporte de íons sulfato
no sistema. Mesmo em baixas proporções, os compostos alcalinos apresentam
grande importância devida o seu papel desempenhado na RAA e na própria cinética
de hidratação do cimento (BATTAGIN, 2011).
Observa-se que quanto maior a quantidade de Na2O no cimento, mais C3A ortorrômbico
(menos expansivo) estará presente em sua composição, caso contrário, quanto menor teor de
Na2O, mais C3A cúbico (mais expansivo) tende a ser formado (GOBBO, 2003, apud
SOUZA, 2006). O objetivo principal de adicionar sulfato de cálcio ao cimento Portland é retardar a
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pega rápida da pasta de cimento durante as reações de hidratação, atribuível à alta
reatividade do C3A. O teor adicionado varia entre 2 e 5% de acordo com o teor e
reatividade do C3A, além da presença de álcalis e da finura do cimento. Caso não
fosse utilizado, a pega do cimento seria praticamente instantânea, em menos de 10
minutos, o que inviabilizaria a aplicação do concreto (BATTAGIN, 2011).
O sulfato de cálcio pode ocorrer no cimento Portland como gipsita (CaSO4.2H2O), gesso de
Paris ou hemidrato (CaSO4.1/2H2O) e anidrita (CaSO4) (MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Nesse processo de hidratação do concreto é formada uma pasta que endurecerá com o tempo e
aglomerará em torno de si os agregados desenvolvendo uma resistência mecânica
gradativamente. Os silicatos perfazem cerca de 75% do cimento Portland e possuem um papel
dominante na determinação das características de endurecimento (taxa de
desenvolvimento de resistência). A hidratação do C3S e do C2S gera produtos de
reação semelhantes dada pela família dos silicatos de cálcio hidratados (CSH),
responsável pela resistência mecânica da pasta de cimento (MEHTA e MONTEIRO,
2008).
As reações estequiométricas para a hidratação completa do C3S e C2S são mostradas a seguir:
2C3S + 6H C3S2H3 + 3CH, que gera 61% de C3S2H3 e 39% de hidróxido de cálcio
2C2S + 4H C3S2H3 + CH, que gera 82% de C3S2H3e 18% de hidróxido de cálcio.
Portanto, um cimento com alto teor de C3S terá resistência mecânica final menor que o
cimento com alto teor de C2S. No quesito durabilidade, a pasta de cimento frente aos ataques
químicos é mais durável com menos teor de hidróxido de cálcio, então, um cimento com alto
teor de C2S será mais durável a ambientes ácidos e sulfatados comparando-se a um cimento
com alto teor de C3S. O C3A é conhecido por se hidratar a uma velocidade muito mais rápida do que os
silicatos, liberando uma grande quantidade de calor de hidratação. As características
de enrijecimento (perda de consistência) e pega (solidificação) de um cimento
Portland são amplamente dependentes das reações de hidratação dos aluminatos
(MEHTA e MONTEIRO, 2008).
Uma forma de explicar o retardamento da pega rápida da pasta de cimento pela gipsita,
segundo Battagin (2011), baseia-se no conceito de formação de uma camada pouco solúvel de
etringita sobre a superfície do C3A, retardando a penetração de água e retardando, portanto,
as próprias reações de hidratação do C3A. Mehta e Monteiro (2008) explicam que quando a
gipsita e álcalis entram em solução rapidamente, a solubilidade do C3A é diminuída na
presença de íons hidroxila, sulfato e álcalis. Dependendo da concentração de aluminato e íons
sulfato na solução, o produto cristalino da precipitação é o trissulfoaluminato de cálcio
hidratado ou o monossulfoaluminato de cálcio hidratado.
Nas soluções saturadas com íons cálcio e hidroxila, o primeiro se cristaliza como
pequenas agulhas prismáticas e também é chamado de alto-sulfato ou, pela
denominação mineralógica, de etringita. O monossulfato também é chamado baixo-
sulfato e se cristaliza como finas placas hexagonais. As reações químicas são
expressas a seguir (TORRES, 2013):
Etringita [AlO4]¯ + 3[SO4]²¯ + 6[Ca]²+ + aq. C6AS3H32
Monossulfato [AlO4]¯ + [SO4]²¯ + 4[Ca]²+ + aq. C4ASH18
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A etringita, normalmente, é o primeiro hidrato a se cristalizar por conta da alta
relação sulfato/aluminato na fase aquosa durante a primeira hora da hidratação. Nos
cimentos Portland normalmente retardados, contendo entre cinco e 6% de gipsita, a
precipitação da etringita contribui para o enrijecimento (perda de consistência), a
pega (solidificação da pasta) e o desenvolvimento da resistência inicial. Mais tarde,
após o sulfato ter sido consumido, quando a concentração de íons aluminato volta a
se elevar devido à nova hidratação de C3A e C4AF, a etringita se torna instável e é
gradualmente convertida para a fase monossulfato, que é o produto final da
hidratação de cimentos Portland que contenham mais de 5% de C3A (TORRES,
2013): C6AS3H32 + 2C3A + 22H 3C4ASH18
A presença de monossulfato hidratado no concreto de cimento Portland torna o mesmo
vulnerável ao ataque por sulfatos. MEHTA E MONTEIRO (2008). A reação de hidratação do
concreto é uma reação altamente exotérmica, ou seja, libera calor, e segundo a NBR 12006
(ABNT, 1990), o calor de hidratação de um concreto é definido como sendo a quantidade de
calor liberado pela unidade de massa de cimento, a partir de sua reação com a água de
amassamento. Quanto maiores forem as dimensões da peça, maior o volume de concreto e
maior será o calor liberado pela mistura, que pode ser dissipado na atmosfera ou absorvido
pela própria massa de concreto. Esse processo pode provocar efeitos indesejados às estruturas,
como o surgimento da etringita tardia, afetando seu desempenho e durabilidade. Portanto, é
necessário o controle do calor de hidratação gerado nesse processo. A formação da etringita
tardia vem sendo destacada após casos envolvendo ataques combinados com a reação álcali
agregado descobertos no Brasil. Várias boas práticas para evitar o alto calor de hidratação têm
sido aplicadas não apenas às obras especiais, mas também nos blocos de fundações de
grandes dimensões, e serão enumeradas posteriormente. A figura 1 mostra taxa de liberação
de calor em pastas de cimento durante o início da pega e início do endurecimento.
Figura 1: Taxa de liberação de calor de uma pasta de cimento durante a pega e endurecimento inicial
Fonte: LERCH, 1946, apud MEHTA e MONTEIRO (2008)
A rápida evolução de liberação de calor observada no ponto A é devido à hidratação dos
aluminatos e sulfatos. Também se observa após a formação da etringita, do C3S e CSH,
culminando até o ponto B, diminuindo gradativamente o calor liberado ao iniciar o
endurecimento do concreto. A figura 2 mostra que quando mais fino for o cimento utilizado,
maior será o calor liberado na hidratação do concreto.
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Figura 2: Influência da finura na geração de calor em pastas de cimento
Fonte: AALBORG CEMENT COMPANY, 1979, apud MEHTA e MONTEIRO (2008)
3. Formatação da etringita tardia e histórico no Brasil e no mundo
O fenômeno da formação da etringita tardia, também chamado de ataque interno por sulfato,
ocorre devido ao surgimento do mineral etringita após o endurecimento do concreto,
provocando expansões e tendo como consequência o surgimento de fissuras mapeadas na
superfície do concreto. As fissuras lembram as mesmas decorrentes da RAA, que é uma
patologia bastante conhecida, o que pode ter adiado o conhecimento deste fenômeno no
Brasil.
O ataque por sulfato, uma das maiores ameaças à durabilidade do concreto, pode ser
classificado em quatro categorias (BROWN, 2002, apud SOUZA, 2006):
− Forma clássica de ataque externo por sulfatos;
− Efeito físico, associado à cristalização dos sais de sulfato;
− Formação de taumasita;
− Ataque interno, associado à formação de etringita tardia (DEF).
A tipologia da fissuração depende do estado de tensão em que o elemento está
submetido, bem como, a densidade e distribuição das armaduras. Ressalta-se que a
etringita não é sistematicamente prejudicial ao concreto, visto que a mesma é
produto da hidratação do cimento (TORRES, 2013).
Alguns casos atribuídos à DEF (TORRES, 2013):
− Finlândia, 1987, acometendo dormentes pré-moldados de concreto que tinham sido
submetidos a um tratamento térmico inadequado (TEPPONEN e ERIKSSON, 1987, apud
LCPC, 2009). Também ocorreu na Alemanha, em 1989 (HEINZ et al., 1989, apud LCPC,
2009), na antiga Checoslováquia, em 1991 (VITOUVA, 1991,apud LCPC, 2009), na
Austrália, em 1992 (SHAYAN e QUICK, 1992, apud LCPC, 2009), na África do Sul, em
1992 (OBERHOLSTER et al., 1992, apud LCPC, 2009), nos Estados Unidos, em 1995
(MIELENZ et al., 1995, apud LCPC, 2009), e, mais recentemente, na Suécia, em 2004
(SAHU e THAULOW, 2004, apud LCPC, 2009). Os primeiros sintomas começaram a
ocorrer depois de cerca de 10 anos em operação, aparecendo apenas em dormentes
expostos à umidade.
− Além de componentes pré-moldados, a DEF também foi responsabilizada por danificar
fundações de torres de linha de transmissão nos Estados Unidos (HIME, 1996;
LAWRENCE et al., 1999; apud LCPC, 2009) e Itália (COLLEPARDI, 1999, apud LCPC,
2009) entre 3 e 8 anos após a concretagem dos elementos de fundação. Na Grã-Bretanha,
uma campanha revelou mais de 23 casos de elementos de pontes afetados pela DEF:
fundações, vigas, pilares (HOBBS, 2001, apud LCPC, 2009). Os danos começaram a
aparecer entre 8 e 20 anos após a construção. Estes concretos foram mais frequentemente
lançados durante o verão, e possuía elevado consumo de cimento (entre 420 e 550 kg/m3),
bem como alto teor de álcalis equivalente (> 4,0 kg/m3). A tendência desses elementos
estruturais era de serem bastante espessos (pelo menos 60 cm), e a temperatura máxima
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atingida no interior destes era estimada em cerca de 80°C.
− Ao sul do Sri Lanka, a presença de severas fissuras que acometiam alguns blocos de pilares
de uma ponte de rodovia. Após extensas investigações, foi verificada que a causa principal
para a fissuração nestes blocos era atribuída à formação de etringita tardia
(NANAYAKKARA, 2011).
− Outros casos ocorreram na França, durante a década de 1990. Este fenômeno foi
observado, principalmente, em elementos de grande porte de pontes de concreto moldado
no local durante o verão (DIVET et al., 1998; DIVET,2001; apud LCPC, 2009).
− Nos EUA, Texas especificamente, constatou-se que a DEF era a principal causa da
deterioração precoce de inúmeras vigas caixão de concreto pré-moldado (LAWRENCE et
al., 1999, apud NANAYAKKARA, 2011). Uma investigação, realizada no sul dos EUA,
revelou que a DEF era a única causa da fissuração em pilares moldados in loco de pontes
construídas há 15 anos (THOMAS et al., 2008, apud NANAYAKKARA, 2011).
− No Brasil, não existem muitos relatos de casos de DEF. Recentemente, foi realizada uma
pesquisa para avaliar as possíveis causas da fissuração em blocos de fundação de uma
edificação no país. Através de inspeção visual em campo e extração de amostras para
análise em laboratório foi feito ensaios de reconstituição de traço em dois corpos de prova
extraídos, chegando a um consumo aproximado de cimento. Com as análises de enxofre foi
possível determinar os teores de enxofre total na forma de sulfatos e sulfetos presente nas
amostras de agregado e argamassa, que representam os valores totais existentes nas
amostras, a partir de ataque ácido. Levando em consideração os dados de reconstituição de
traço, a partir do consumo de cimento estimado, e a possibilidade da massa de concreto ter
atingido a casa dos 80ºC a partir do calor de hidratação, muito provavelmente os concretos
experimentam, em associação com a RAA, um ataque interno por sulfatos característico da
formação tardia da etringita (DEF) (HASPARYK et. al, 2012).
a) b)
Figura 3: Fissuração observada no bloco de concreto: a) Vista superior; b) Vista lateral.
Fonte: HASPARYK et. al, (2012)
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Há vários tipos de etringita, nomeadas com divergência entre os pesquisadores, mas segundo
o LCPC (2009), os termos propostos pela Associação Francesa de Engenharia Civil (AFGC)
são:
− Formação de etringita primária, a qual não causa qualquer expansão;
− Formação de etringita secundária, a qual pode causar expansão;
− Formação de etringita tardia, associada a um aumento da temperatura aplicada ao concreto
em idade precoce, o que por sua vez pode também causar expansão.
A etringita primária (trissulfoaluminato de cálcio hidratado) nada mais é que o produto da
reação normal entre o C3A e o C4AF com a gipsita durante a hidratação do cimento Portland
(GODART e DIVET, 2013). É esta etringita a responsável pela camada que reveste os grãos
de cimento, logo após a mistura com água, atuando como reguladora do tempo de pega do
cimento (TAYLOR, 1997, apud COLLEPARDI, 2003).
Como a formação da etringita primária ocorre de forma homogênea e estando o
concreto na fase plástica, a etringita não produz qualquer dano significativo. Além
disso, a formação de etringita pode ser benéfica sendo usada para produção de
cimentos expansivos que possibilitam fabricar concretos com retração compensada
que são úteis em aplicações específicas na indústria da construção civil
(COLLEPARDI, 2003).
A formação da etringita secundária ocorre quando o concreto já está endurecido
sendo resultante da movimentação da água no interior do concreto, podendo ser
desencadeada tanto por fontes externas ou internas de sulfato. Há inicialmente a
deposição de cristais aciculares de etringita em espaços vazios do concreto e,
normalmente, não apresenta um comportamento expansivo. Por outro lado, em um
segundo momento, a formação de etringita, após uma contribuição externa de
sulfatos, é capaz de gerar expansão. Esta etringita cristaliza-se em um enorme e
comprimido arranjo (LCPC, 2009).
Já na formação da etringita tardia, observa-se a fissuração da peça de concreto massa quando
a fonte de íons sulfato é interna em vez de externa. A utilização de agregado contaminado
com gipsita ou de cimento contendo teor de sulfato elevado na produção de concreto fornece
os íons sulfato para o concreto. Segundo Mehta e Monteiro (2008), a cura das peças de
concreto acima de 65ºC pode induzir a formação de etringita tardia, pois a mesma não é
estável acima de 65ºC, decompondo-se formar monossulfato hidratado, o qual é adsorvido
pelo C-S-H. Em seguida, os íons sulfato são dissolvidos e ocorre a formação da DEF com
expansão e fissuração da peça. Collepardi indica que o termo DEF significa que a formação
da etringita tardia se dá de maneira heterogênea em períodos posteriores, podendo aparecer
após meses ou anos, e, por isto deve-se considerar dois tipos distintos de DEF: a DEF causada
por fontes internas de sulfato e a DEF causada por fontes externas de sulfato. Collepardi ainda
comenta que a decomposição térmica da etringita primária e a sorção-dessorção do sulfato
pelo C-S-H não é suficiente e essencial para a DEF e propõe um modelo holístico para a DEF
associada ao ataque interno de sulfatos disposto na figura 4.
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Figura 4: Abordagem holística para a DEF associada ao ataque interno de sulfatos
Fonte: COLLEPARDI (2003)
Então, o diagrama holístico considera que a microfissuração do concreto é um dos elementos
essenciais para o surgimento da DEF juntamente com a presença de água e o sulfato tardio
liberado internamente. Nanayakkara (2011) também afirma que quando o concreto é sujeito à
alta temperatura em idades precoces, muitas mudanças físicas e químicas podem ocorrer. A
fissuração do concreto quando ele é submetido a altas temperaturas e alta umidade é, muitas
vezes, devida á formação da etringita tardia. Existem duas teorias para explicar a fissuração
devido à DEF: a “Teoria da Expansão Uniforme da Pasta” e a “Teoria do Crescimento dos
Cristais de Etringita” (DIAMOND, 1996; TAYLOR, 2001 apud NANAYAKKARA, 2011).
A primeira teoria propõe que a expansão ocorre de forma uniforme na pasta de
cimento, gerando um vazio em torno das partículas dos agregados, quando o
monossulfato é adsorvido pelo C-S-H. Esse vazio servirá como uma área para a
deposição da etringita em torno dos agregados e de hidróxido de cálcio
recristalizados. Na figura 4 podemos observar os cristais de etringita bem orientados
preenchendo este vazio. Na segunda teoria, a expansão é atribuída à pressão
exercida pelo crescimento dos cristais de etringita, nas microfissuras entre a pasta de
cimento e o agregado. No entanto, como há evidências que apoiam ambas as teorias,
não existe um consenso entre os pesquisadores sobre o mecanismo da DEF e a causa
da expansão, mas todos concordam que a expansão devido a DEF ocorre em
concretos submetidos à alta temperatura em idade precoce. Por isso, foi proposto no
Workshop Internacional RILEM TC 186 - ISA que a DEF deve ser corretamente
conhecida como "Ataque Interno de Sulfatos Induzido Pelo Calor" (SCRIVENER,
2005 apud NANAYAKKARA, 2011).
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Figura 5: Agulhas de etringita tardia bem orientadas preenchendo vazio existente no concreto
Fonte: STARK e BOLLMANN (1999)
4. Normas técnicas e guia preventivo relacionaado à DEF
Para auxiliar na prevenção de DEF em estruturas de concreto, e pela falta de normas sobre o
tema, o LCPC instituiu recentemente um guia técnico de prevenção da DEF, intitulado
Recommandations pour la prévention des désordres dus à la réaction sulfatique interne.O
guia é baseado na realização de referências cruzadas entre a categoria que descreve a estrutura
(ou parte dela), bem como o nível de risco aceitável e as ações ambientais que afetam a
estrutura (ou parte dela) ao longo de sua vida útil. Esta etapa de referência cruzada serve para
estabelecer o nível de prevenção necessário, o qual determina o conjunto de medidas
preventivas a serem utilizadas. Tais medidas dependem intensamente do limite máximo de
temperatura atingido no núcleo dos elementos estruturais, durante o endurecimento do
concreto e da escolha de uma melhor concepção de concreto que seja satisfatória (LCPC,
2009).
O guia classifica em três categorias que representam o nível aceitável de risco relacionado à
DEF. A escolha da categoria estrutural é da responsabilidade do projetista e depende do tipo
de estrutura, da sua finalidade, das consequências das alterações no nível desejado de
segurança, e por último, de sua manutenção futura (LCPC, 2009).
− Categoria I: Casos com pequenas ou aceitáveis consequências. Exemplo: Estruturas de
concreto com resistência inferior a C16/20, componentes de construção que não suportam
cargas, elementos facilmente substituídos, estruturas temporárias e a maioria dos produtos
pré-fabricados não estruturais;
− Categoria I: Casos com consequências bastante graves. Exemplos: componentes de carga
da maioria dos edifícios e estruturas de engenharia incluindo pontes comuns e a maioria
dos produtos estruturais pré-fabricados incluindo tubos pressurizados.
− Categoria III: Casos com consequências inaceitáveis ou quase inaceitáveis. Exemplos:
reatores de usinas nucleares e torres de resfriamento, barragens, túneis, pontes e viadutos
excepcionais, monumentos e edificações de referência e dormentes para vias férreas.
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O guia define também três classes de exposição a que estão submetidas às estruturas: XH1,
XH2 e XH3, exemplificados na figura 6.
Figura 6: Classes de exposição das estruturas relacionadas à DEF
Fonte: LCPC (2009)
A Figura 7 mostra os quatro níveis de prevenção que foram estabelecidos pelo LCPC: As, Bs,
Cs e Ds. O nível de prevenção é então determinado com base na categoria e na classe de
exposição XH aplicável para a referida estrutura.
Figura 7: Escolha do nível de prevenção
Fonte: LCPC (2009)
Cada um dos quatro níveis de prevenção As, Bs, Cs e Ds correspondem a um tipo de
precaução específica a ser utilizada. O princípio da prevenção baseia-se basicamente
na limitação da temperatura máxima, capaz de ser atingida no interior da estrutura e
também, se for atingida, pelo de tempo de manutenibilidade desta (LCPC, 2009).
Os valores a serem respeitados de acordo com o nível de prevenção, são:
− Nível de prevenção As: A temperatura máxima capaz de ser atingida no interior da
estrutura deve permanecer abaixo de 85°C;
− Nível de prevenção Bs: A temperatura máxima deve ser mantida abaixo de 75°C;
− Nível de prevenção Cs: A temperatura máxima deve ser mantida abaixo de 70°C;
− Nível de prevenção Ds: A temperatura máxima deve ser mantida abaixo de 65°C.
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Então, observa-se que o nível de prevenção Ds é o que mais garante o não surgimento da
etringita tardia.
4.1 Fatores intervenientes no surgimento de DEF e medidas preventivas
Os principais fatores intervenientes no surgimento da DEF são: temperatura e o tempo de que
a peça é mantida na mesma, características do cimento, efeito dos agregados, presença de
água ou umidade e influência de fissuras pré-existentes. Como já visto anteriormente, a
temperatura de lançamento é um dos principais fatores para o desencadeamento da DEF. A
elevada temperatura pode ocorrer devido ao próprio calor de hidratação do cimento, ou pela
alta temperatura aplicada na cura térmica do elemento de concreto. O controle da temperatura
atingida pelo concreto no período da hidratação é uma das medidas preventivas mais eficazes
para evitar a expansão por formação de etringita tardia.
Um estudo realizado em Goiás por Rocha e Cascudo (2016) mostrou que quando não se
utiliza o concreto pré-refrigerado e não se subdivide a peça em camadas irão surgir fissuras
nos blocos. As temperaturas atingidas nos blocos sem pré-resfriamento foram 100,8°C e
83,2°C, temperaturas bastante altas e propícias para o surgimento da DEF.
Rocha e Cascudo (2016) também afirma que tanto a temperatura de lançamento do concreto
como a temperatura ambiente exerce grande influência no comportamento térmico do bloco.
Pode-se afirmar que o pré-resfriamento do concreto foi fator de suma importância na
execução da peça, uma vez que, para uma mesma quantidade de calor liberada, esta ação
contribui significativamente para reduzir a temperatura máxima alcançada pelo elemento.
Quando comparados dois blocos, um usando concreto pré-resfriado e outro não, verificou-se
que este é um fator de suma importância. Segundo Gambale (2010), como o cimento é a única
fonte geradora de calor na fabricação do concreto, o consumo deste material é o fator mais
importante para a análise do calor de hidratação. Sendo assim, o traço do concreto deve ser
avaliado a fim de que se atinja a resistência característica de projeto e que a quantidade de
calor produzido menor que o máximo tolerável. Em relação à composição química do
cimento, a razão molar SO3/Al2O3, conteúdo real de SO3 (sulfato total = do clínquer e do
cimento) e de C3A e teor de álcalis são os principais fatores associados à DEF.
Como visto anteriormente, os sulfatos e os aluminatos estão envolvidos no mecanismo reativo
que serve para formar etringita. Segundo LCPC (2009), a DEF só pode surgir se o cimento
usado contém um teor elevado de C3A e anidrido sulfúrico (SO3). Aproximadamente 9,5%
de gipsita, que corresponde a 4,4% de SO3, seriam necessários para transformar 5% de C3A,
completamente, em etringita. No entanto, muitas normas limitam o teor máximo de SO3 por
volta de 3-4%, dependendo do teor de C3A, fazendo com que sempre seja gerado
monossulfato (NANAYAKKARA, 2011). Teores relativamente altos de SO3, tanto no
clínquer (2%), quanto no cimento (4%), pela adição de gipsita, pode agravar o perigo de
ocasionar expansões elevadas relacionadas à DEF quando sobre aquecimento em torno de 80-
90°C (COLLEPARDI et. al, 2004).
Com relação ao teor de álcalis, este desempenha papel fundamental no progresso da
DEF, sendo que a etringita é muito mais solúvel em taxas mais elevadas de metais
alcalinos (LCPC, 2009). É conhecido o papel importante dos álcalis do cimento no
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estabelecimento do pH na solução dos poros do concreto, sendo que a relação entre
o comprimento e a espessura dos cristais de etringita é extremamente dependente do
valor do pH da solução dos poros. A etringita se apresenta como longos cristais em
forma de fibras, quando formada em pH variando entre 10 e 12, e extremamente
microcristalina quando formada em pH acima de 13,0 (CHARTSCHENKO, 1993,
1995 apud STARK e BOLLMANN, 1999).
A finura do cimento certamente também possui um papel importante no processo de DEF.
Geralmente, os cimentos com alta resistência inicial são particularmente susceptíveis a
expansão induzida por DEF (CIGROVSKI, 2011).
Em relação aos agregados, ensaios foram feitos com barras de argamassa, curadas
em calor, foram produzidas com vários agregados de tipos litológicos distintos:
basalto, rocha dolomítica, granito, calcário, calcário silicoso e quartzo cristalino
puro. Foi mostrado que o quartzo é o tipo mais negativo de agregado em relação à
expansão associada à DEF (BEAUDOIN et. al, 1998 apud CIGROVSKI, 2011).
Observou-se ainda que a expansão relacionada à DEF foi inversamente proporcional ao
tamanho da particulado agregado de quartzo, sendo que a taxa de expansão aumentava com o
tamanho médio das partículas diminuindo menos de 1 mm. Concluiu-se, assim, que a
expansão relacionada à DEF é mais perigosa em agregados miúdos e finos, e estes pontos de
expansão possivelmente funcionam como pontos de nucleação para a etringita.
É consenso geral entre os pesquisadores que a água desempenha papel fundamental
no desenvolvimento da DEF. A água funciona como veículo essencial para produzir
a reação e está tão envolvida no processo de transferência, como na formação dos
produtos da DEF. Todos os casos relatados de DEF citam o contato permanente ou
intermitente das estruturas de concreto com água (zona submersa, zona de maré),
sujeitas a entrada de água (defeitos de impermeabilização, ausência de drenagem,
etc), e expostas a uma alta taxa de umidade (TORRES, 2013).
5. Metodologia – estudo de caso
O estudo de caso é uma das várias maneiras de realizar uma pesquisa. Trata-se de uma análise
aprofundada de um ou mais objetos (casos), para que permita o seu amplo e detalhado
conhecimento (GIL, 1996, apud BERTO e NAKANO, 2000). O estudo de caso objetiva o
aprofundarmento do conhecimento acerca de um problema visando compreender sugerir
hipóteses e questionamentos ou desenvolver uma teoria de resolução do problema.
Com o objetivo de prevenir o surgimento de DEF, foram executados com concreto pré-
refrigerado os blocos de fundação da lâmina de um empreendimento localizado na cidade do
Recife-PE. Os blocos estudados são de grande volume e foram dimensionados para receber as
cargas dos elevadores do edifício. Através do método de classificação do LCPC (2009) visto
anteriormente, o edifício foi classificado de acordo com a composição dos elementos
estruturais, classe de exposição e a presença de umidade que determinou o nível de prevenção
necessário para mitigar o surgimento da DEF. Para garantir que o nível de prevenção fosse
atingido, utilizou-se concreto pré-refrigerado e um concreto com baixo consumo de cimento
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para diminuir o calor de hidratação e, consequentemente, o pico de temperatura, para que este
seja menor que o máximo proposto pelo guia técnico da LCPC (2009).
5.1 Características do empreendimento
O empreendimento estudado é um edifício residencial de alto padrão localizado em uma área
nobre na cidade do Recife. É composto por duas torres geminadas e independentes, com os
apartamentos de cada torre separados apenas por uma parede dupla de alvenaria em blocos
cerâmicos. O edifício possui 28 pavimentos, sendo 24 pavimentos para os apartamentos e
quatro pavimentos para área de estacionamento, lazer, ginástica e salão de festas. Cada torre
possui dois apartamentos por andar, totalizando 96 apartamentos e, por serem independentes,
possuem elevadores e escadas de emergência independentes. A estrutura do edifício é de
concreto armado e as alvenarias de vedação foram executadas com bloco cerâmico. Segundo
o método de classificação do LCPC (2009), o edifício é classificado na categoria II por conter
elementos estruturais de suporte de carga em sua fundação, a classe de exposição é o XH3 por
estar em contato duradouro com a água devido ao elevado nível do lençol freático. Sendo
assim, o nível de prevenção proposto de acordo com a categoria e a classe de exposição é o
Cs, ou seja, é necessário que a temperatura máxima atingida pela massa de concreto seja
mantida abaixo de 70ºC.
5.2 Características do bloco de fundação e concreto
A fundação do empreendimento foi executada por 162 estacas em hélice contínua, com
profundidades de 6 a 30 metros num total de 3.465 metros. Os blocos de transição para
transmissão das cargas da estrutura para a fundação tiveram dimensões variadas, sendo os
blocos estudados aqueles de maior dimensão e recebem as cargas dos poços dos elevadores de
cada torre, apoiados cada um em 22 estacas de 29 metros. As estacas foram executadas com o
concreto de Fck de 35 Mpa, dosado em concreteira e obedecendo aos procedimentos de
execução e qualidade obedecendo especificadas nas normas vigentes. A figura 8 mostra a
planta de fundação do edifício com o destaque para os blocos A e B, que são os objetos de
estudo deste trabalho e as plantas com as dimensões dos mesmos são mostradas nas figuras 9
e 10.
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Figura 8 – Planta baixa da fundação do empreendimento estudado.
Fonte: do Autor
Figura 9 – Dimensões em planta dos blocos A e B.
Fonte: do Autor
Figura 10 – Detalhe do corte dos blocos A e B
Fonte: do Autor
Bloco A
Bloco B
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Os blocos A e B são idênticos, com 7,80 x 10,10 m e 2,5 m de altura e possuem um volume
de 197 m³ de concreto. A dosagem utilizada para a execução dos blocos teve as seguintes
características:
− Resistência característica de projeto (Fck): 35 Mpa
− Média de dosagem: 28 dias.
− Tipo de lançamento: Bombeável
− Consistência (Slump Test): 10 ± 2 cm
− Diâmetro máximo do agregado: 19 mm
− Relação água/cimento: 0,524
− Consumo de cimento CPII F 40: 305 kg/m³
− Consumo de Sílica: 27 kg/m³
− Consumo de água: 174 lt (substuição de 100 lt da água por gelo em escamas).
− Aditivos: plastificante com consumo de 2,835kg/m³ e estabilizador de hidratação com
consumo de 0,372 kg/m³.
Os blocos foram armados com Aço CA-50 em forma de gaiola, com 19.923 kg de aço em
cada um e a fôrmas utilizadas para a moldagem dos blocos foi de madeira. A dosagem do
concreto e a adição do gelo em escamas foram realizadas na concreteira obedecendo às
especificações na norma NBR 7212(ABNT, 2012)- Execução do concreto dosado em central,
e em cada carro recebido na obra realizou-se o ensaio do abatimento do tronco de cone
(“slump test”) conforme solicita a norma NBR 12655 (ABNT, 2015) e NBR NM 67(ABNT,
1998), para averiguar a consistência do concreto no estado fresco. A resistência do concreto à
compressão foi determinada através do ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos
com 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura, conforme especificações da NBR 12655 (ABNT,
2015) para as idades de 7, 14 e 28 dias.
5.3 Medidas utilizadas para mitigar o surgimento da DEF na execução dos blocos A e B
Visando mitigar os efeitos negativos relacionados ao surgimento da DEF foram utilizadas as
seguintes medidas:
− Utilização de concreto pré-refrigerado;
− Utilização de um concreto com baixo consumo de cimento;
− Realização da concretagem em duas camadas;
− Monitoramento da temperatura inicial e pico em cada camada dos blocos.
Na dosagem do concreto pré-refrigerado foram substituídos 58% (100 litros) da água de
amassamento por gelo em escamas para proporcionar uma diminuição da temperatura inicial
do concreto e, consequentemente, ao pico de temperatura alcançado pela peça.
A utilização de um concreto com baixo consumo de cimento possibilita a diminuição do calor
de hidratação, pois conforme visto no capítulo 2, o alto consumo de cimento possui uma
quantidade elevada de C3A e C3S, que são conhecidos por liberarem uma quantidade maior de
calor para se hidratarem e elevam a temperatura. A adição de sílica ativa possibilitou a
diminuição do consumo de cimento. A concretagem foi realizada em duas camadas para
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facilitar a dissipação do calor gerado no processo endurecimento do concreto e possilitar
também um menor pico de temperatura no interior da peça. O monitoramento da temperatura
no processo de endurecimento do concreto foi realizado com a medição da temperatura inicial
de cada carro de concreto usando um termômetro de bolso e com os termopares tipo “K”
instalados no interior dos blocos para verificar o pico de temperatura alcançado em cada
camada. Os termopares foram instalados o mais próximo possível do centro dos blocos e
sempre à meia altura para registrar a temperatura no núcleo da peça, pois é o maior valor de
temperatura a ser alcançado pelo concreto nas peças de concreto massa.
5.4 Resultados
5.4.1 Concretagem do Bloco A
O bloco A foi concretado nos dias 08 e 09 de janeiro de 2018. As figuras 11 e 12 mostram a
execução da armação do bloco A.
Figura 11 – Armação do Bloco A Figura 12 – Conclusão da armação do Bloco A
Fonte: do Autor Fonte: do Autor
Os termopares para o monitoramento da temperatura foram instalados após a conclusão da
armação, antes da concretagem do bloco. Na figura 13, os pontos vermelhos simbolizam onde
os termopares ficaram localizados, a 1,25 metros de profundidade, ou seja, a meia altura do
bloco.
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Figura 13 – Localização dos termopares no bloco A
Fonte: do Autor
Em cada carro recebido para a concretagem foi realizada a medição da temperatura inicial e
realizado o ensaio do abatimento do tronco de cone, conforme figuras 14 e 15. As
temperaturas foram resgistradas em intervalos de 4 horas, desde o início da concretagem até
atingirem o pico. As temperaturas médias iniciais e máximas de cada camada do Bloco A
estão descritas na tabela 2. A moldagem de corpos-de-prova para o ensaio de resistência do
concreto à compressão também foi realizada para cada carro de concreto recebido.
Figura 14 - Medição da temperatura inicial Figura 15 – Ensaio de abatimento do tronco de cone
Fonte: do Autor. Fonte: do Autor.
Bloco A Altura da
camada(m)
Volume
(m³)
T. média
inicial (ºC)
Temperatura
máxima (ºC)
Tempo para
atingir
1º camada 1,30 102,4 22,5ºC 58 43 horas
2º camada 1,20 94,6 22,2ºC 60,8 35 horas
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Tabela 2 – Resultados do monitoramento da temperatura do bloco A.
Fonte: do Autor
Figura 16 – Desforma do bloco A
Fonte: do Autor
5.4.2 Concretagem do Bloco B
O Bloco B foi concretado nos dias 09 e 10 de fevereiro de 2018 e sua execução realizada da
mesma forma que o Bloco A, com a realização da medição da temperatura inicial dos carros
recebimentos, ensaio de abatimento de tronco de cone e moldagem de corpos-de-prova para o
ensaio de resistência do concreto à compressão. Observa-se nas figuras 17 e 18 a localização
dos termopares também a 1,25 metros de profundidade e o equipamento de registro da
evolução da temperatura no Bloco B.
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Figura 17 – Localização dos termopares no bloco B
Fonte: do Autor.
Figura 18 – Indicação do equipamento de registro da evolução da temperatura
Fonte: do Autor.
As temperaturas médias iniciais e máximas das camadas do Bloco foram registradas também
em intervalos de 4 horas e estão descritas na tabela 3.
Bloco B Altura da
camada(m)
Volume
(m³)
Temperatura média
inicial (ºC)
Temperatura
máxima (ºC)
Tempo para
atingir
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1º camada 1,30 102,4 23,8 62,9 26 horas
2º camada 1,20 94,6 23,2 66,1 35 horas Tabela 3 – Resultados do monitoramento da temperatura do bloco B.
Fonte: do Autor
Figura 19 – Desforma do bloco B.
Fonte: do Autor
6. Conclusão
Os resultados das temperaturas máximas alcançadas pelo concreto nos blocos A e B ficaram
abaixo do valor proposto pelo LCPC (70ºC) para o nível de prevenção Cs, sendo a máxima
atinginda pela segunda camada do Bloco B, de 66,1ºC. Após a desforma dos blocos, antes
mesmo de serem aterrados, não foi constatada a existência de nenhuma fissura na superfície
dos blocos A e B. O uso do concreto pré-refrigerado, a utilização de concreto com baixo
consumo de cimento e a concretagem em duas camadas foram medidas muito importantes
para a diminuição da temperatura do concreto e para a mitigação da DEF, pois sem elas, como
visto anteriormente no estudo de Rocha e Cascudo (2016), poderia surgir consequências como
o pico de temperatura acima de 80ºC, surgimento de fissuras de superfície e posteriormente, a
formação da etringita tardia, comprometendo a integridade, desempenho e segurança dos
blocos de fundação.
Referências
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- Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1998.
Utilização de concreto pré-refrigerado: Estudo de caso em blocos de fundação com grandes
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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7212: Execução de
concreto dosado em central. Rio de Janeiro, 2012.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12006: Cimento –
determinação do calor de hidratação pelo método da garrafa de Langavant. Rio de
Janeiro, 1990.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto
de cimento Portland - Preparo controle, recebimento e aceitação – Procedimento. Rio de
Janeiro, 2015.
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habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.
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