urbanismo organicista - istoecidade.weebly.com€¦ · regional do vale de kokemaki (1942), o plano...

Post on 25-Sep-2018

261 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Urbanismo Organicista

O conflito entre o modernismo e os regimes autoritários de alguns países centro-europeus acabou por isolar as

experiências funcionalistas, chegando à total supressão destas (Alemanha e Áustria); ou ao seu desenvolvimento

marginal (França e Itália) nos anos 30.

Apesar dessa crise, houve o surgimento de uma nova vertente do funcionalismo, no trabalho de arquitetos e urbanistas,

principalmente do norte europeu, representado pelo ORGANICISMO.

Propondo-se a se libertar dos dogmas racionalistas,

os organicistas procuraram dar uma expressão mais popular e cotidiana ao

modernismo, trabalhando com materiais naturais,

formas compostas e preocupações com o conforto ambiental.

Kay O. Fisker (1803-1965)Universidade de Aarhus

(1932, Dinamarca)

Desprezou-se os standards (padrões) e passou-se a defender posturas particulares através da pluralidade de formas onduladas

e/ou oblíquas. Para os arquitetos organicistas, a arquitetura não deveria

negar a natureza nem a vida moderna ou as exigências individuais de seus usuários.

Ancker, Gate & LindegrenBairro Rosviks(1943/6, EstocolmoSuécia)

Durante as décadas de 1940/50, em paralelo à

reconstrução do segundo pós-guerra, os países

escandinavos evoluíram na pesquisa urbana através

das experiências modernas organicistas.

Suas planificações afastaram-se dos

esquemas geométricos dos racionalistas franceses ou alemães, apoiando uma maior integração com a

natureza, o traçado orgânico e o resgate da

escala humana e do sentido de comunidade.

Bairro de alta densidade(1951, Copenhague Din.)O. Ballehöy

JØrn ÜtzØnResidencial Kingohusene(1958/60, Helsinki Finl.)

O finlandês Alvar Aalto (1898-1976)

demonstrou uma maior preocupação com os

valores humanos e os espaços naturais,

abandonado o vocabulário racionalista também nos trabalhos urbanos, dos quais se destacaram o plano regional do Vale de Kokemaki (1942), o

plano da Ilha de Säynätsalo (1942/9) e o

plano de reconstrução de Rovaniemi (1945),

entre outros. Korkalorinne Residential Area(1945, Rovaniemi Finl.)

Alvar Aalto(1898-1976)

Plano de Reconstrução deRovaniemi (1945, Finlândia)

Alvar Aalto (1898-1976)

Já o dinamarquês Arne Jacobsen (1902-71)procurou associar a tradição danesa de

cuidados com os detalhes e a escolha criteriosa dos

materiais com o funcionalismo, produzindo, além de uma arquitetura e design de bases orgânicas,

bairros residenciais de caráter mais flexível e dinâmico, como os de: Ibstupparken II (1946,

Copenhague) e de Jaegersborg (1947,

Gentofte), entre outros.

Residencial Bellavista(1932, Copenhague Din.)

Residencial Egen Have(1950/55, Söholm Din.)

Bairro em SØholm(1950/5, Dinamarca)

Arne Jacobsen (1902-71)

Também na Itália pós-45, surgiu uma

tendência organicista representada pela

formação, em várias cidades italianas, de

Associações pela Arquitetura Orgânica –

APAO, em um movimento liderado por Bruno Zevi (1918-2000),

que contou com a colaboração de Giuseppe

Samonà (1898-1983), Carlo Scarpa (1906-78)

e Giovanni Astengo (1915-), entre outros.

G. Astengo(1915-)

G. Samonà(1898-1983)

Conclusão

O URBANISMO MODERNO desenvolveu-se particularmente na primeira metade do

século XX e teve como seus fatores históricos mais decisivos a situação

socioeconômica da Europa e os conflitos políticos expressos nas Grandes Guerras.

Com base nos efeitos da industrialização sobre as cidades, buscou resolver suas

exigências de produção, habitação, lazer e transporte, equacionadas a partir de

princípios gerais funcionalistas.

Esse período histórico foi fundamentalmente marcado por várias

experiências modernas racionalistas de

reconstrução urbana, pelas propostas

desurbanistas soviéticas, pelo urbanismo

celebralista dos regimes autoritários de alguns

países centro-europeus e pela corrente organicista

do norte da Europa.

Thorkild HenningsenResidencial Bakkehusene(1921, Copenhague Din.)

Entretanto, o ponto essencial desse

momento da história do urbanismo foi a

consolidação do PLANEJAMENTO URBANO como

instrumento moderno de intervenção eficaz

sobre a cidade industrial, baseado na multidisciplinaridade

(consideração de múltiplos pontos de vista) de pesquisa e

tratamento do fenômeno urbano.

Mapa de Uso do Solo(1975/9, Woodlands, Texas)

Bibliografia BENÉVOLO, L. História da arquitetura moderna. 3a.

ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

BRAUNFELS, W. Urbanismo occidental. Madrid: Alianza, 1987.

FERRARI, C. Curso de planejamento municipal integrado. 7a. ed. São Paulo: Pioneira, 1991.

GUIMARÃES, P. P. Configuração urbana: evolução, avaliação, planejamento e urbanização. São Paulo: ProLivros, 2004.

HALL, P. Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbano no século XX.2a. ed. São Paulo: Perspectiva, Col. Estudos, n. 123, 2002.

LE CORBUSIER. A Carta de Atenas. São Paulo: Hucitec, Estudos Urbanos, Arte e Vida Urbana, 1993.

top related