universidade federal do cearÁ programa …€¢ gasometria: ph
Post on 10-Apr-2018
216 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
PROGRAMA DE ENSINO TUTORIAL (PET)
FACULDADE DE MEDICINA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E
ÁCIDO-BÁSICO
Petiano(a): Flora Cruz de Almeida
ÁGUA CORPORAL
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Sexo
- Homem: 60%
- Mulher: 50%
• Idade
- Recém-nascido e lactente: 75%
- Prematuro: 80%
- Criança (independete do sexo): 60%
- Idoso: 10% a menos
• Teor de gordura corporal:
- Adulto obeso: 10% a menos
- Desnutrido: 10% a mais
DISTRIBUIÇÃO PELOS COMPARTIMENTOS DO CORPO
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Intracelular: 2/3
• Extracelular: 1/3
- Interstício: 3/4
- Plasma: 1/4
VOLEMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Recém-nascido e lactente: 80ml/Kg
• Prematuro: 95ml/Kg
• Criança (independente do sexo): 75ml/Kg
• Homem: 75ml/Kg
• Mulher: 65ml/Kg
BALANÇO HÍDRICO E OSMOLARIDADE
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Diurese mínima: 500ml
• Perdas insensíveis: 1000ml
• Plasma= Interstício= ECF=ICF = 285-300mOsm/L
• Cálculo:
Osmolaridade medida = 2xNa + Gli/18 + Ureia/6
Osmolaridade efetiva = 2xNa + Gli/18
CÁLCULO DO GAP OSMOLAR
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
Gap osmolar = Osm calculada - Osm
medida
Se Gap osmolar > 10mOsm/L – manitol
ou álcool
SÓDIO
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Recém-nascido e lactente: 80ml/Kg
• Hormônio controlador: ADH ou Vasopressina
• Sede
• Variação de sódio = Variação de água corporal
• Hiponatremia: Excesso de água em relação ao sódio
• Hipernatremia: Déficit de água em relação ao sódio
HIPONATREMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Hiponatremia hiperosmolar: hiperglicemia acentuada
e manitol
• Pseudo-hiponatremia: hiperlipidemia e
hiperproteinemia
• Hiponatremia hipotônica:
- Aguda: <110mEq/L
Sintomas: Cefaléia, náuseas, convulsões, coma
- Crônica:assintomática
CAUSA DA HIPONATREMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Hiponatremia hipovolêmica:
- Extrarrenal: < 10mEq/L
Sintomas: diarréia, vomito, hemorragia.
- Renal: > 20mEq/L
Sintomas: hipoaldosteronismo, nefropatias.
Síndrome cerebral perdedora de sal, diuréticos.
• Hiponatremia euvolêmica: SIADH, hipotireoidismo
• Hiponatremia hipervolemica: insuficiência cardíaca
congestiva,cirrose hepática com ascite
*outras: desnutrição,potomania, polidipsia primária,
hiponatremia pós-operatória
TRATAMENTO DA HIPONATREMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
1º passo: osmolaridade sérica
2º passo: volemia
3º passo:
- Se for hipovolêmica: soro fisiológico 0,9%
- Se for hipervolêmica ou euvolêmica:
restrição hídrica + furosemida
HIPERNATREMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Desidratação celular (hiperosmolaridade)
• Raramente ganho de sódio: síndrome de Cushing,
hiperaldosteronismo primário, infusão de
bicarbonato de sódio
• Sintomas:confusão mental e rebaixamento da
consciência
TRATAMENTO DA HIPERNATREMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Reposição oral de água
• Intolerância gastrointestinal: soro glicosado puro ou
salina hipotônica (0,45% ou 0,225%)
• Déficit estimado de água livre:
0,5 x peso x (na inicial/na final -1)
Obs: não baixar a natremia em mais de 12 mEq/L nas
próximas 24h – edema cerebral
POTÁSSIO
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Deve ser mantido entre 3,5-5,5 mEq/L
• Hormônios que controlam:
- Insulina: estimula a entrada de potássio nas células
- Adrenalina: estimula a entrada de potássio nas
células
- Aldosterona: aumenta a excreção renal de potássio
e colônia de potássio
HIPOCALEMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Causas:
- Perda externa de potássio: Gastrointestinal (vômitos, fístulas, diarreia) — potássio
urinário baixo.
Urinária (poliúria, alcalose metabólica, síndromes de
tubulares perdedoras de potássio, hiperaldosteronismo
primário) — potássio urinário alto.
- Entrada de potássio nas células (reposição de
insulina, alcalemia, pós operatório)
• Sintomas: fraqueza muscular, toxicidade cardíaca,
taquiarritimias, fadiga, alterações no ECG...
TRATAMENTO DA HIPOCALEMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Oral ou Enteral
- Leve (3-3,5 mEq/L): 40-80mEq/L por dia de
potássio além da necessidade diária
- Venosa: KCl + salina hipotônica a 0,45%
- Grave (com alteração no ECG): venosa: 13mEq/L
(1g de KCl por hora). Potássio dosado a cada 2
horas. Nunca soro glicosado!
Obs: Gastroenterite infecciosa: Solução de Reidratação
Oral da OMS: 50-100ml/Kg via oral a cada 4-6 horas.
HIPOCALEMIA E ALCALOSE METABÓLICA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Estímulo a secreção tubular (K+ ou H+)
• Estímulo a produção de NH3( elimina H+)
• Troca celular (K+ com H+)
HIPERCALEMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Causas:
- Ganho corporal de potássio:
Insuficiencia renal
Hipoaldosteranismo ( Doença de Addison)
Drogas retentoras de potássio (inibidores de ECA,
Bactrim em altas doses, diuréticos poupadores de
potássio...)
- Saída de potássio das células:
hiperosmolaridade,acidose metabólica
• Sintomas: fraqueza muscular, paralisia, parada
cardíaca, bradiarritmia
Obs: Pseudo-hipercalemia: sangue hemolisado ou coleta
em antebraço após contrações
TRATAMENTO DA HIPERCALEMIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Grave com alterações no ECG(K> 6,5 mEq/L)
1) gluconato de cálcio
2) glico+insulina
3) bicarbonato de sódio
4) beta-2-agonista (Berotec)
- Hipercalemia refratária: diálise de urgência
- Manutenção: furosemida
DISTÚRBIO ÁCIDO-BÁSICOS
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Sistema tampão:evita grandes variações do pH em
meio aquoso (ácido fraco + base fraca)
• Tampões do organismo:
- Sistema bicarbonato-dióxido de carbono
H+ + HCO3 CO2 + H2O
- Celular e ósseo
• Gasometria arterial (pH, bicarbonato e PCO2)
Valores normais: pH = 7,35-7,45 ; HCO3= 22-26
mEq/L ; PCO2 = 35-45 mmHg
DISTÚRBIO ÁCIDO-BÁSICOS
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Acidose metabólica: pH baixo, HCO3 baixo
(<22mEq/L)
• Acidose respiratória: pH baixo, PCO2 alto
(>45mmHg)
• Alcalose metabólica: pH alto, HCO3 alto
(>26mEq/L)
• Alcalose respiratória: pH alto, PCO2 baixo
(<35mmHg)
RESPOSTA COMPENSATÓRIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Acidose metabólica: estímulo imediato para hiperventilação,
eliminando mais CO2.
PCO2 esperada = (1,5 x HCO3) +8
• Alcalose metabólica: estímulo imediato para hipoventilação,
retendo mais CO2.
PCO2 esperada = HCO3 + 15
• Acidose respiratória: - Aguda: HCO3 aumenta 1mEq/L quando a PCO2 aumenta 10 mmHg
- Crônica:HCO3 aumenta 3,5mEq/L quando a PCO2 aumenta
10mmHg
• Alcalose respiratória: - Aguda: HCO3 diminui 2mEq/L quando a PCO2 diminui 10mmHg
- Crônica: HCO3 diminui 5mEq/L quando a PCO2 diminui 10mmHg
BUFFER BASE
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Buffer Base (BB): concentração total de bases no
sangue .
Valor normal:45-51 mEq/L
• Base Excess (BE): variação do Buffer Base.
- Oscila entre -3,o mEq/L(déficit real de base no
sangue) e +3,0 mEq/L(acúmulo).
- Diferencia casos agudos e crônicos : quando o BE
não está entre -3 e +3 é crônico.
DISTÚRBIOS MISTOS
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Distúrbio metabólico + distúrbio respiratório
• Por exemplo:
pH = normal, HCO3= baixo e PCO2=baixo compensam-
se mutuamente.
Ou 2 acidoses (metabólica e respiratória) explicando
um pH ácido.
Ou 2 alcaloses (metabólica e respiratória) explicando
um pH básico.
• Regra: Sempre que a resposta compensatória esperada
não ocorrer—Distúrbio misto!
ACIDOSE METABÓLICA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Gasometria: pH<7,35 e HCO3<22mEq/L
• Ânion Gap: conjunto de ânions plasmáticos não
medidos
AG= Na – Cl – HCO3 (valor normal = 8,0-15 mEq/L)
• Acidose com AG elevado (normoclorêmicas)
• Acidose com AG normal (hiperclorêmicas)
ACIDOSE METABÓLICA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Acidose com AG elevado (normoclorêmicas)
TGF<10ml/min
- Causas: Acidose lática, Cetoacidose diabética, Síndrome
urêmica e Intoxicação exógena.
• Acidose com AG normal (hiperclorêmicas)
TGF>10ml/min
- Causas: Diarreias e perdas digestivas do piloro para baixo,
acidoses tubulares renais, hipoaldosteronismo, insuficiência
renal crônica.
ALCALOSE METABÓLICA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Gasometria: ph>7,45 e HCO3>26mEq/L
• Causas:vômitos e perdas digestivas acima do
piloro;hiperaldosteronismo primário;furosemida;
obstrução intestinal mecânica.
• Sintomas: precipitação de encefalopatia hepática,
precipitação de tetania e convulsões em pacientes com
hipocalcemia.
ALCALOSE METABÓLICA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Cl urinário baixo: causas hipovolêmicas (ex: vômitos).
• Cl urinário alto: causas hipervolêmicas (ex:
hiperaldosteronismo) ou hipovolêmicas do tipo
diuréticos e desordens tubulares (Bartter, Gilteman).
• Tratamento
- Causa hipovolêmicas, hipoclorêmicas e hipocalêmicas:
soro fisiológico 0,9% + KCl.
- Demais: tratar causa básica.
ACIDÚRIA PARADOXAL
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Alcalose metabólica decorrente de vômitos – pH baixo
(ácido)
• Causas:
-Hipovolemia: aumento da reabsorção tubular proximal de
sódio mantém a reabsorção de bicarbonato elevada,
evitando a eliminação do excesso de bicarbonato.
-Hipocalemia: aumento da produção de amônia pelo rim,
além de ocorre maior secreção de H+ no túbulo coletor.
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Gasometria: pH<7,35 e PCO2>45mmHg
• Hipoventilação = Retenção de CO2 (hipercapnia)
• Aguda: pH<7,25, BE normal
• Crônica: pH normal ou quase normal, BE alto
• Crônica agunizada: pH<7,25, BE alto
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Causas
-Aguda ou agunizada: Lesão no SNC (bulbo),obstrução da
via aérea superior, pneumopatia grave com fadiga,
rediculoneuropatia periférica.
-Crônica( retentor crônico de CO2): síndrome de Pickwick
(obesidade mórbida + apneia do sono), fibrose intestinal
idiopática.
•Tratamento: intubação traqueal + ventilação mecânica.
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• Gasometria: pH>7,45 e PCO2<35mmHg.
• Hipoventilação = eliminação de CO2(hipocapnia).
• Causas:hiperventilação psicogênica, pneumopatias
agudas(crise asmática, pneumonia), sepse por Gram negativos,
hipertensão intracraniana – hiperventilação central.
• Sintomas: vasoconstrição cerebral, tetania (em pacientes
com hipocalemia).
• Tratamento: tratar a causa básica.
BIBLIOGRAFIA
DISTÚRBIO HIDROELETROLÍTICO E ÁCIDO-BASE – FLORA CRUZ DE ALMEIDA
• “Distúrbio Hidroeletrolítico e Ácido-Básico”. Clínica
Médica, Vol. 24, MedWriters, 2008.
• Fauci, A. S. et al.“Harrison Medicina Interna”. Vol.
1,17ª Ed., McGraw-Hill, Rio de Janeiro, 2008.
top related