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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE MICOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE FUNGOS
GIANNE RIZZUTO ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO POLIFÁSICA DE Fusarium lateritium, F. oxysporum e F. solani
DEPOSITADAS NA MICOTECA URM E O POTENCIAL NA DEGRADAÇÃO DE
EFLUENTES DE LAVANDERIA DE INDÚSTRIA TÊXTIL DO MUNICÍPIO DE
TORITAMA-PE
Recife
2015
GIANNE RIZZUTO ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO POLIFÁSICA DE Fusarium lateritium, F. oxysporum e F. solani
DEPOSITADAS NA MICOTECA URM E O POTENCIAL NA DEGRADAÇÃO DE
EFLUENTES DE LAVANDERIA DE INDÚSTRIA TÊXTIL DO MUNICÍPIO DE
TORITAMA-PE
Recife
2015
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Biologia de Fungos do Departamento
de Micologia da Universidade Federal de
Pernambuco, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Biologia de Fungos.
Área de Concentração: Micologia Aplicada
Nome: Gianne Rizzuto Araújo
Orientadora: Elaine Malosso
Co-Orientadora: Cristina Maria de Souza Motta
Catalogação na fonte Elaine Barroso
CRB 1728
Araújo, Gianne Rizzuto Caracterização polifásica de Fusarium lateritium, F. oxysporum e F. solani depositadas na micoteca URM e o potencial na degradação de efluentes de lavanderia têxtil do município de Toritama- PE/ Gianne Rizzuto Araújo– Recife: O Autor, 2015. 71 folhas : il., fig., tab.
Orientadora: Elaine Malosso Coorientadora: Maria Cristina de Souza Motta Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco.
Centro de Ciências Biológicas. Biologia de Fungos, 2015. Inclui bibliografia
1. Fungos 2. Micro-organismos biotecnológicos 3. Toritama (PE) I.
Malosso, Elaine (orientadora) II. Motta, Maria Cristina de Souza (coorientadora)III. Título
579.5 CDD (22.ed.) UFPE/CCB-2016-052
GIANNE RIZZUTO ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO POLIFÁSICA DE Fusarium lateritium, F. oxysporum e F. solani
DEPOSITADAS NA MICOTECA URM E O POTENCIAL NA DEGRADAÇÃO DE
EFLUENTES DE LAVANDERIA DE INDÚSTRIA TÊXTIL DO MUNICÍPIO DE
TORITAMA-PE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em
Biologia de Fungos do Departamento de Micologia da
Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre em Biologia de
Fungos.
Data da Aprovação: 27/02/2015
COMISSÃO EXAMINADORA
MEMBROS TITULARES
Dra. Elaine Malosso (Orientadora)
Universidade Federal de Pernambuco
Dra. Laura Mesquita Paiva
Universidade Federal de Pernambuco
Dra. Virgínia Michelle Svedese
Universidade Federal do Vale do São Francisco
Dedico à minha família, aos meus pais, em
especial a minha mãe Gilmary, que sempre me
deu apoio, suporte e acreditou em mim em todos
os momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre comigo, guiando-me e iluminando-me,
para poder realizar tudo que almejo. Sem Ele não sou ninguém.
Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho, em
especial:
Aos meus pais Gilson dos Santos Araújo e Gilmary Rizzuto Araujo, que sempre
acreditaram no meu potencial e estiveram presente em todos os momentos.
À minha mãe Gilmary, que soube com muita garra e dedicação mostrar que nada na vida
vem sem esforço, que é preciso ter disciplina, coragem, dedicação, perseverança. Ela me
ensinou a nunca desistir dos meus objetivos porque um dia a vitória chega. E chegou!
Ao meu irmão George Rizzuto e minha irmã Giannina Rizzuto, por torcerem por mim e me
ajudarem sempre.
Ao meu noivo Renan Magalhães, por participar ativamente de cada etapa deste trabalho e
por sempre estar comigo, me apoiando, ajudando, torcendo, incentivando nos momentos
bons e nos difíceis também e por querer me ver crescer ao seu lado.
À minha avó Vanilda Araújo e aos meus tios, ao meu padrasto Antônio Benjamin pelo
apoio nos momentos difíceis.
À minha família por todo o apoio e carinho.
À Universidade Federal de Pernambuco pelo apoio durante os dois anos de estudo.
À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) pela
bolsa de mestrado concedida para a realização deste trabalho.
Ao Programa de Pós Graduação em Biologia de Fungos pelo apoio.
Ao Departamento de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco e a Chefe do
departamento Profa. Dra. Cristina Maria de Souza Motta, pela disponibilização de
materiais e das instalações da Micoteca URM, do Laboratório de Biologia Molecular e do
Laboratório de Citologia e Genética para a realização deste trabalho.
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Garanhuns, pela
disponibilização de equipamentos e das instalações da Central de Laboratórios de
Garanhuns (CENLAG).
À minha orientadora Profa. Dra. Elaine Malosso pela confiança depositada em mim.
À Profa. Cristina Maria de Souza Motta e os demais que fazem parte da Micoteca URM
pelo apoio.
À Profa. Laura Mesquita Paiva pelo acolhimento no Laboratório de Citologia e Genética e
apoio na realização deste trabalho.
À Profa. Keila Aparecida Moreira e a Doutoranda Alana Soares pela acolhida e
colaboração na pesquisa durante a ida a Unidade Acadêmica de Garanhuns –
UAG/UFRPE.
A todos do laboratório de Citologia e Genética que me ajudaram sempre com muita
paciência.
Aos doutorandos e amigos Renan Nascimento, Dianny Silva, Jadson Bezerra, Marcela
Alves por me ajudarem incansavelmente em todos os momentos que precisei e por
contribuirem bastante na realização da pesquisa.
A todos os amigos do Departamento de Micologia e da turma 2013 do Mestrado em
Biologia de Fungos pelos bons momentos e pela amizade.
Em especial à Karla Freire pela dedicação, cumplicidade e amizade na realização desse
trabalho e na vida.
A todos meus queridos amigos que sempre torceram por mim e que acompanharam todos
os momentos dessa jornada com palavras de incentivo e conforto.
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais
volta ao seu tamanho original”
Albert Eisntein
RESUMO
O pólo têxtil e de confecções do agreste de Pernambuco, que abriga várias indústrias, tem,
erroneamente, despejado grandes volumes de efluentes das lavanderias e tinturarias têxteis,
muitas vezes não tratados, em corpos hídricos da região, causando intensos danos ao
ambiente. Estudos apontam o tratamento biológico como uma boa alternativa para
solucionar os problemas com efluentes têxteis, pois são eficientes e de baixo custo. Os
fungos se destacam nesse processo devido a algumas espécies degradarem compostos
recalcitrantes. O gênero Fusarium é apontado como importante bioindicador e
biorremediador de ambientes contaminados. No estudo dos fungos, a taxonomia polifásica
utilizada atualmente objetiva integrar informações diversas, tais como: características
morfológicas, dados moleculares e de produção de metabólitos para identificação mais
precisa dos organismos. O objetivo deste estudo foi caracterizar culturas de espécies de
Fusarium depositadas na Micoteca URM quanto à taxonomia por uma abordagem
polifásica, e quanto à capacidade de degradação de efluentes de lavanderia de indústria
têxtil do município de Toritama-PE. Foram utilizadas 25 culturas de Fusarium oxysporum
(10), F. lateritium (7) e F. solani (8) depositadas na Micoteca URM. Foi realizada análise
morfológica, molecular e quantificação do ergosterol, além da análise de descoloração de
efluente têxtil coletado de uma lavanderia do município de Toritama-PE. Os fungos foram
inoculados em 50 ml do efluente esterilizado, adicionado de 0,5 g de farelo de trigo,
contido em frascos de Erlenmeyer e foram incubados durante seis e doze dias. Em seguida,
foram feitas leituras em espectrofotômetro (360nm). Na análise morfológica dos fungos
foram observadas características que concordam com as descritas na literatura,
permanecendo as espécies, segundo a morfologia, sem alterações no registro URM. A
análise filogenética de sequencias das regiões ITS e do fator de elongação Tef-1α
confirmou que a maioria dos espécimes de F. oxysporum e F. solani são, de fato, das
espécies que constam no registro de depósito, que estão distribuídas em complexos.
Entretanto, para melhor resolução das relações entre os clados e, consequentemente,
melhor delimitação dessas espécies, será necessário realizar o estudo de pelo menos mais
uma região do genoma. Quanto à produção do ergosterol, as espécies não apresentaram
variação significativa. Todos os espécimes de Fusarium apresentaram baixo percentual de
descoloração do efluente quando este foi utilizado esterilizado nos ensaios. No entanto,
novas pesquisas devem ser realizadas com esses isolados para desvendar seu verdadeiro
potencial biotecnológico.
Palavras chave: Polo têxtil. Tratamento biológico. Potencial biotecnológico
ABSTRACT
The textile and clothing industries in the Agreste region of Pernambuco have been
erroneously discharging large volumes of in natura waste water from the textiles laundries
and dry cleaners in the rivers of that region, causing severe damage to the environment.
Studies indicate the biological treatment as a good alternative to solve problems with
textile effluents as they are efficient and cheap. The fungi are highlighted in this process
due to the ability of some species to degrade recalcitrant compounds. The genus Fusarium
is pointed as an important bioindicator and biorremediador of contaminated environments.
In the studies of the fungi, the polyphasic taxonomy currently used aims to integrate
several information, such as: morphological characteristics, molecular data and the
production of metabolites to better identify the organisms. The objective of this study was
to characterize cultures of Fusarium species deposited in the Micoteca URM regarding
their taxonomy by a polyphasic approach, and their capacity of degrading laundry effluent
from the textile industry of Toritama-PE. Twenty five cultures of Fusarium oxysporum
(10), F. lateritium (7) and F. solani (8), deposited at the Micoteca URM, were used in this
study. Morphological and molecular analyses and ergosterol quantification were carried
out. Also, a discoloration analysis was performed using the textile effluent collected from a
laundry in the municipality of Toritama-PE. The fungi were inoculated into 50 ml of
sterilized effluent, added of 0.5 g of wheat bran, in Erlenmeyer flasks and incubated during
six and twelve days. Next, the supernatant was analysed using a spectrophotometer
(360nm). In the morphological analysis of the fungi, the observed characteristics agree
with those described in the literature, allowing us to keep, according to the morphology,
the URM record unchanged. The phylogenetic analysis of sequences of the ITS regions
and elongation factor Tef-1α confirmed that most of the speciemens of F. oxysporum and
F. solani belong, in fact, to the species registered in the deposit files, and these are actually
complexes of species. However, to better resolve the relationships between these clades
and, consequently, better delimit these species, the study of at least one more region of the
genome will be necessary. Ergosterol production did not vary significantly between the
studied species. All Fusarium speciemens studied showed low percentage of discoloration
when sterilized effluent was used in the test. However, new studies should be carried out
with these isolates to uncover their true biotechnological potential.
Key words: Polo textile. Biological treatment. Biotechnological potential
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1 - Fusarium lateritium URM6226 verso e anverso após 7 dias de
crescimento, a 25ºC. Verso em A e anverso em B em meio de cultura
BDA, verso em C e reverso em D em meio de cultura SNA.
39
Figura 2 - Fusarium oxysporum URM6052 verso e anverso após 7 dias de
crescimento, a 25ºC. Verso em A e anverso em B em meio de
cultura BDA, verso em C e reverso em D em meio de cultura
SNA.
40
Figura 3 - Fusarium solani URM3838 verso e anverso após 7 dias de
crescimento, a 25ºC. Verso em A e anverso em B em meio de cultura
BDA, verso em C e reverso em D em meio de cultura SNA.
41
Figura 4- Estruturas microscópicas encontradas na espécie Fusarium
lateritium em meio de cultura BDA e SNA. A – Macroconídios e
microconídios em meio de cultura BDA; B- Macroconídio,
microconídios e clamidósporos em meio de cultura SNA; C e D -
Macroconídios em meio de cultura BDA e SNA respectivamente,
após 7dias de crescimento.
45
Figura 5 - Estruturas microscópicas encontradas na espécie Fusarium
oxysporum em meio de cultura BDA e SNA. A – Monofiálide com
microconídios em meio de cultura BDA; B-Clamidósporos
intercalares e terminais em meio de cultura SNA; C e D –
Macroconídios e microconídios em meio de cultura BDA e SNA
respectivamente, após 7 dias de crescimento.
46
Figura 6 - Estruturas microscópicas encontradas na espécie Fusarium solani em
meio de cultura BDA e SNA. A, B e D –Macroconídios e
microconídios em meio de cultura BDA (A) e SNA (B,D) ; C-
Monofiálide com microconídios em meio de cultura BDA.
47
Figura 7 - Reconstrução filogenética de espécies de Fusarium depositadas na
Micoteca URM a partir do alinhamento de 490 nucleotídeos
correspondentes à combinação dos fragmentos ITS1 + 5.8S + ITS2
(rDNA). Valores de Bootstrap (em %) foram gerados a partir dos
métodos de Neibghbor Joining (K2P), Máxima Verossimilhança,
Máxima Parcimônia (5000 reamostragens) e de probabilidade
posterior (análise Bayesiana, abaixo do nó, 1000 reamostragens).
Somente valores acima de 50% foram apresentados. Para MP: Índice
de Consistência (CI) = 29,51% e Índice de Retenção (RI) = 99,01%.
49
Figura 8 - Reconstrução filogenética de espécies de Fusarium depositadas na
Micoteca URM a partir do alinhamento de 526 nucleotídeos
correspondentes ao fragmento do gene Tef 1-α. Valores de Bootstrap
51
(em %) foram gerados a partir dos métodos de Neibghbor Joining
(K2P), Máxima Verossimilhança, Máxima Parcimônia (5000
reamostragens) e de probabilidade posterior (análise Bayesiana,
abaixo do nó, 1000 reamostragens). Somente valores acima de 50%
foram apresentados. Para MP: Índice de Consistência (CI) = 28,99%
e Índice de Retenção (RI) = 99,06%.
Figura 9 - Curva padrão para quantificação do ergosterol, obtida com a
absorbância ajustada em 282 nm.
53
Figura 10- Figura 10 - Concentração de ergosterol obtidas do micélio das
espécies F. oxysporum (1- URM 4613; 2- URM 5845; 3- URM 6228;
4- URM 5005; 5- URM 6704; 6- URM 5858; 7- URM 5068; 8-
URM 6503; 9- URM 6052; 10- 4363), F. lateritium (11- URM 5456;
12- URM 3148; 13- URM 6226; 14- URM 4207; 15- URM 4703;
16- URM 5844; 17- URM 5291) e F. solani (18- URM 5955; 19-
URM 5074; 20- URM 3838; 21- URM 6749; 22- URM 3821; 23-
URM 6264; 24- URM 5796; 25- URM 3768).
55
Figura 11- Frascos de Erlenmeyers controle (sem os isolados de Fusarium) do
ensaio de descoloração do efluente têxtil. Efluente em condições
naturais antes do ensaio (A) e após 12 dias (B).
59
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 1 - Culturas do gênero Fusarium depositadas na Micoteca URM da
Universidade Federal de Pernambuco, utilizadas neste trabalho.
32
Tabela 2 - Acessos do GenBank de espécimes de Fusarium utilizados para
reconstrução da árvore filogenética da região ITS.
34
Tabela 3 - Acessos do banco de dados FUSARIUM ID de espécimes de
Fusarium utilizados para reconstrução da árvore filogenética dos
fragmentos do gene Tef -1α.
35
Tabela 4 - Características macroscópicas observadas nas colônias de Fusarium
da Micoteca URM após sete dias de crescimento em meio de cultura
BDA e SNA.
42
Tabela 5 - Características microscópicas observadas após 7dias de microcultivo
em meio de cultura BDA e SNA dos isolados de Fusarium
depositados na micoteca URM.
44
Tabela 6 - Análise de variância e interações entre fatores para dados de
ergosterol entre as espécies Fusarium oxysporum, Fusarium
lateritium e Fusarium solani.
55
Tabela 7 - Análise One-Sample T para os isolados das espécies de Fusarium. 56
Tabela 8 - Análise Two-Sample T entre as espécies Fusarium oxysporum e
Fusarium lateritium.
57
Tabela 9 - Análise Two-Sample T entre as espécies Fusarium oxysporum e
Fusarium solani.
57
Tabela 10- Análise Two-Sample T entre as espécies Fusarium lateritium e
Fusarium solani.
57
Tabela 11- Percentual de descoloração do efluente têxtil por espécies de
Fusarium.
60
SUMÁRIO
Pág.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................... 16
2.1 INDÚSTRIAS TÊXTEIS NO BRASIL..................................................................... 16
2.2 PÓLO TÊXTIL E DE CONFECÇÕES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO........ 17
2.3 EFLUENTES TÊXTEIS............................................................................................ 18
2.4 TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS......................................................... 19
2.4.1 Tratamento físico do efluente têxtil.......................................................................... 20
2.4.2 Tratamento químico do efluente têxtil.................................................................... 21
2.4.3 Tratamento biológico do efluente têxtil.................................................................. 22
2.5 FUNGOS................................................................................................................... 24
2.6 O GÊNERO FUSARIUM.......................................................................................... 25
2.7 O USO DA TAXONOMIA NA IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS....................... 27
2.7.1 Ferramentas moleculares no estudo da Taxonomia de fungos............................ 28
2.8 ANÁLISE DA BIOMASSA DE FUNGOS USANDO ERGOSTEROL.................. 30
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 32
3.1 CULTURAS DE FUSARIUM................................................................................... 32
3.2 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DAS LINHAGENS DE FUNGOS......... 32
3.3 CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS LINHAGENS DE FUSARIUM......... 33
3.3.1 Alinhamento das sequências e análise filogenética............................................... 34
3.4 EXTRAÇÃO DE ERGOSTEROL............................................................................. 36
3.4.1 Quantificação do ergosterol por cromatografia.................................................... 36
3.5 SELEÇÃO DE ESPÉCIES DE FUSARIUM DEGRADADORAS DE
EFLUENTES TÊXTEIS............................................................................................
37
3.6 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................... 37
4 RESULTADOS E DICUSSÃO............................................................................... 38
4.1 ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS................................. 38
4.1.1 Caracterização macroscópica................................................................................ 38
4.1.2 Caracterização microscópica.................................................................................. 43
4.2 CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR E FILOGENÉTICA.................................... 48
4.3 ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ERGOSTEROL PELAS CULTURAS DE
FUSARIUM................................................................................................................
53
4.4 DESCOLORAÇÃO DO EFLUENTE TÊXTIL POR ISOLADOS DO GÊNERO
FUSARIUM................................................................................................................
58
5 CONCLUSÕES........................................................................................................ 62
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 63
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 14
1. INTRODUÇÃO
Os municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe estão localizados
no agreste pernambucano e fazem parte do pólo têxtil e de confecções do Estado. Os
efluentes descartados pelas lavanderias industriais desses municípios são despejados em
corpos hídricos, inclusive no Rio Capibaribe, que é considerado a principal fonte de água
para irrigação e abastecimento de vários municípios. Em termos de poluição ambiental
causada pelo setor têxtil, a etapa do beneficiamento é considerada a mais crítica por
empregar a maior quantidade de substâncias químicas de alto risco ambiental, possuir
elevadas concentrações de compostos orgânicos, como gomas, sabão, detergente, álcoois e
corantes, entre outras substâncias (SILVA et al., 2012).
As indústrias têxteis têm grande parcela na contaminação ambiental, devido à
liberação de grandes volumes de efluentes, muitas vezes não tratados, que causam intensos
danos ao ambiente como poluição visual e eutrofização dos rios, contaminação dos lençóis
freáticos e do solo (KUNKZ et al., 2002). O desenvolvimento de novas tecnologias para o
tratamento de resíduos é de grande interesse industrial e econômico, pois a maioria dos
corantes utilizados nessas indústrias possuem agentes tóxicos e cancerígenos que causam
danos à saúde humana (ANJANEYLU et al., 2005). O tratamento biológico das águas
residuárias vem ganhando importância devido à sua eficiência, por apresentar menores
custos na aplicação e por poder gerar produtos que não agridem o meio ambiente
(BAFANA et al., 2008). Neste contexto, os fungos possuem a capacidade de produzir
enzimas extracelulares não específicas, que agem despolimerizando uma diversidade de
compostos presentes nos efluentes têxteis (SILVA et al., 2011).
Pesquisas utilizando espécies de Fusarium apresentam resultados favoráveis
quanto à produção de enzimas. Existem relatos na literatura da produção de celulase,
poligalacturonase, α-amilase e galactose oxidase (BUENO JUNIOR et al., 2009; BRAGA
et al., 2009; TURRA; TESSMANN, 2002). Estudos indicam Fusarium como importante
bioindicador e biorremediador de ambientes contaminados, pois são capazes de degradar
compostos xenobióticos e são promissores no monitoramento de solo e águas
contaminadas (SOARES et al., 2011).
O gênero Fusarium foi descrito e classificado pela primeira vez em 1809 pelo
micólogo alemão Link e pertence à família Nectriaceae do filo Ascomycota. Possui
aproximadamente 775 espécies e subespécies, apresenta como característica a formação de
colônias com coloração pálida ou colorida, micélio aéreo e difuso (DOMSCH et al., 1980),
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 15
e são encontrados numa diversidade de ambientes (MACIEL, 2012). Este fungo pode
sobreviver de forma saprofítica sobre matéria orgânica por longos períodos, pode ser
também fitopatogênico, causando inúmeros prejuízos na economia ao acometer diferentes
espécies de vegetais, além de serem produtores de micotoxinas. Embora pesquisas
apontem este grupo de fungos como sendo grande causador de doenças em vegetais, há
descrições de espécies não patogênicas (MARTINS, 2005).
O advento das análises moleculares, com o sequenciamento de múltiplos genes
associado aos métodos de detecção e quantificação de compostos constitutivos da
biomassa dos fungos (ergosterol), tem tornado possível a identificação de espécies de
fungos morfologicamente similares (GEISER et al., 2004). A identificação das espécies de
Fusarium se faz necessária para a diferenciação das espécies entre patógenas ou não, o que
exige estudos profundos na caracterização molecular e morfológica dos isolados fúngicos
por meio da taxonomia polifásica. Para tanto, três conceitos estão envolvidos na
identificação de espécies de Fusarium: o morfológico, baseado na similaridade existente
entre os caracteres observados; o biológico, que foca na compatibilidade sexual entre
membros da mesma espécie; e o filogenético, que tem como fundamento a análise de
sequências gênicas (MACIEL, 2012).
A taxonomia polifásica utilizada atualmente objetiva integrar informações
diversas, tais como: características microscópicas e macroscópicas, fisiológicas, dados
moleculares e produção de metabólitos. Essas informações, em conjunto, são importantes
para a correta identificação das espécies. Novas classificações de espécies, inclusive, têm
sido propostas para diversos grupos de fungos com base nos dados levantados pela
taxonomia polifásica (FRISVAD; SAMSON, 2004).
Neste contexto, a hipótese deste estudo é que alguns espécimes de Fusarium
depositados na Micoteca URM após uma autenticação taxonomica polifásica, pertencem as
espécies Fusarium lateritium, F. oxysporum e F. solani e que além disso, são eficientes na
descoloração do efluente têxtil, podendo atuar como biorremediadores de ambientes
contaminados por indústrias têxteis. Com isso, o objetivo desta pesquisa foi caracterizar
isolados de Fusarium lateritium, F. oxysporum e F. solani depositados na Micoteca URM
quanto à taxonomia por uma abordagem polifásica, e quanto à capacidade de degradação
de efluentes de lavanderia de indústria têxtil do município de Toritama-PE.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INDÚSTRIAS TÊXTEIS NO BRASIL
O setor têxtil surgiu no final do século XVIII e é um dos mais tradicionais
segmentos dos setores industriais, tendo destaque na economia de diversos países. O
processo de industrialização têxtil no Brasil teve inicio no final do século XIX, tomando
grande proporção no século XX, de forma que constitui hoje um fator de significativa
importância no desenvolvimento da economia nacional, além de atualmente representar a
sexta maior economia produtora de confecções no mundo (CAMPOS; CAMPOS 2005;
ARAÚJO; PEREIRA, 2006; HASSEMER, 2006; COSTA, 2008).
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o
setor têxtil e de confecção nacional compreende mais de 30 mil empresas e gera em torno
de 1,65 milhões de empregos em toda a sua extensa cadeia, que inclui fios, fibras,
tecelagens e confecções. Apesar dos benefícios econômicos, essa atividade possui alto
potencial poluidor (SILVA, 2012).
Estas indústrias utilizam grandes volumes de água, corantes e produtos químicos
ao longo de uma complexa cadeia produtiva, gerando efluentes líquidos, constituídos por
uma mistura de componentes coloridos e tóxicos, incluindo compostos cancerígenos, assim
como emissões gasosas e resíduos sólidos (ROBINSON et al., 2001).
Durante o processamento na indústria têxtil, há consumo de significativa
quantidade de água. Para se ter ideia dos grandes volumes envolvidos, estima-se que
aproximadamente 100 m3 de água são utilizados, em média, no processamento de cada
tonelada de tecido. Isso demonstra que a indústria deve preocupar-se em obter métodos
para suprir a demanda e também buscar alternativas para tratar e reutilizar esse bem
(HASSEMER; SENS, 2002; TORRALBA, 2008).
O setor têxtil tem se destacado como estimulador da criação de outras indústrias,
entre as quais as de máquinas têxteis, de fibras artificiais e sintéticas, de embalagens, de
drogas e anilinas. É necessário citar a importância da imensa massa trabalhadora existente
na produção de fibras naturais, na lavoura e na pecuária ovina (VIEIRA, 1995).
O Brasil possui vários pólos têxteis e de confecções, entre estes os principais são
Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha), Santa Catarina (Vale do Itajaí), São Paulo (Americana
e região, Serra Negra, Águas de Lindóia), Minas Gerais (Belo Horizonte, Divinópolis,
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 17
Cataguases e Juiz de Fora) e Pernambuco (Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe)
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIAS TÊXTIL - ABIT, 2013).
2.2 PÓLO TÊXTIL E DE CONFECÇÕES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO
Os municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe estão localizados
no Agreste Pernambucano e fazem parte do pólo têxtil e de confecções do Estado de
Pernambuco. Concentram aproximadamente 60% dos estabelecimentos industriais do setor
no Estado e contribuem elevando os níveis de empregabilidade, demonstrando significativa
importância para a economia da região (LUCENA, 2004; SILVA, 2012).
As indústrias de confecções se instalaram em Pernambuco por volta de 1970
quando iniciaram suas atividades através do reaproveitamento de retalhos de tecidos de
jeans e malhas que eram trazidos de São Paulo por caminhoneiros, e vendidos às
costureiras dos municípios de Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Essa atividade no
setor têxtil proporcionou para os microempresários da região, matéria prima de baixo custo
que eram vendidas a preços populares estimulando o desenvolvimento e crescimento deste
setor na região, tornando-o conhecido em todo o Brasil por suas feiras populares (COSTA,
2008; BARROS, 2009; SILVA, 2012).
O município de Toritama, conhecido como a capital do jeans, corresponde a uma
área de 34,8 km2 e concentra cerca de 35 mil habitantes (IBGE, 2010). Situada no Agreste
Setentrional de Pernambuco, a cidade localiza-se a 167 km do Recife e 36 km de Caruaru.
Apesar de apresentar uma reduzida extensão territorial, o município é considerado o maior
produtor têxtil das regiões Norte e Nordeste, e responsável por 14% da produção nacional
de jeans, com cerca de 2 milhões de peças/ano, perfazendo um montante de 6 milhões de
reais/ano (CPRH, 2005).
No pólo de confecções de Toritama, mais de 80 lavanderias e tinturarias realizam
a atividade de beneficiamento do jeans. O processo de beneficiamento proporciona ao
material aspecto envelhecido, leve e confortável, alterando as características como a cor,
toque e maciez do tecido. Para realizar o processo de beneficiamento do jeans são
necessárias algumas etapas como lavagem, estonagem, amaciamento, tingimento e
branqueamento (COSTA, 2008; SILVA, 2012).
A atividade têxtil é considerade uma atividade de grande impacto ambiental e o
beneficiamento do jeans é considerado crítico por empregar, em suas etapas, a maior
quantidade de substâncias químicas de alto risco ambiental, sendo potenciais poluidoras
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 18
dos rios, do solo e do ar (BASTIAN, 2009). A maior fonte poluidora deste processo são os
efluentes gerados que apresentam características variadas, possuindo elevadas
concentrações de compostos orgânicos como gomas, sabão, detergente, álcoois, corantes
entre outras substâncias (DELLAMATRICE, 2005; DE SOUZA; PERALTA -ZAMORA,
2005, COSTA, 2008).
2.3 EFLUENTES TÊXTEIS
Os efluentes têxteis gerados nas indústrias e lavanderias são altamente coloridos,
devido à presença de corantes que não se fixaram na fibra durante o processo de
tingimento. Além dos corantes, os efluentes têxteis apresentam grandes quantidades de
sólidos suspensos, altos valores de demanda química de oxigênio (DQO) e de demanda
bioquímica de oxigênio (DBO), elevadas temperaturas, acidez ou alcalinidade e outras
substâncias que estão presentes, como os surfactantes, metais, amido, dispersantes, óleos,
emulsificantes, solventes, soda cáustica, sais orgânicos e inorgânicos (DELLAMATRICE;
MONTEIRO, 2006; SILVA, 2012). A utilização contínua de vários aditivos químicos de
composição variada tais como: umectantes, antiespumantes, eletrólitos, ácidos e bases,
sequestrantes, entre outros, durante o banho de tintura, montagem e fixação dificultam o
processo de tratamento do efluente (ZANONI; CARNEIRO, 2001).
Sabe-se que a industrialização é um fator preponderante na degradação ambiental
e que a poluição da água, do solo e do ar teve um aumento significativo a partir da
Revolução Industrial (TORRES, 1996). Apesar de existir uma preocupação universal para
evitar a contaminação ambiental, esta ocorre naturalmente através dos processos de
transformação industrial, onde há a geração de resíduos que, direta ou indiretamente, são
lançados no meio ambiente (MORAIS, 1999).
A água é um recurso valioso e está cada vez mais escasso devido ao seu uso
indiscriminado, ao elevado crescimento populacional e à elevação dos padrões de vida da
população, além da ocorrência de contaminação de toda ordem. Devido à sua abundância e
ao fato de se apresentar sob as mais diversas formas, há uma dificuldade em avaliar a
importância da água, pois, embora seja um bem renovável, há um limite na disponibilidade
mundial de recursos hídricos (DA SILVA; ESPOSITO, 2004).
Nas tinturarias e lavanderias, a água é utilizada como veículo para os produtos
químicos que participam do processo de lavagem, tingimento e acabamento dos tecidos e,
também, para remover o excesso de produtos utilizados (IMMICH, 2006). No processo de
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 19
tingimento de tecidos de algodão é necessária uma considerável quantidade de água, tendo
como consequência grandes volumes de efluentes contaminados (COSTA, 2008).
A poluição das águas ocorre num ritmo mais acelerado que a poluição
atmosférica, tendo em vista que os compostos nocivos lançados em corpos hídricos são,
em sua estrutura química, muito maiores que os encontrados no ar (FELLENBERG, 1980).
As indústrias têxteis apresentam grandes dificuldades em realizar, de maneira eficiente, o
tratamento de águas residuárias geradas em seus processos de produção, principalmente no
que diz respeito à remoção de corantes desses efluentes que, mesmo em pequenas
quantidades, apresentam cor intensa, constituindo um dos efluentes mais complexos e
problemáticos a serem tratados (VASQUES et al., 2011).
O lançamento de efluentes sem o tratamento adequado no meio ambiente ocasiona
problemas estéticos e ambientais, refletindo diretamente na atividade de fotossíntese e na
realização dos processos biológicos dos indivíduos que habitam os corpos hídricos,
causando um desequilíbrio ambiental (PEREIRA et al., 2010). Além dos danos ambientais,
o uso de diversos compostos nas indústrias têxteis em variadas concentrações pode ser
prejudicial aos humanos, podendo causar desde pequenas irritações na região ocular e
nasal até o aparecimento de câncer. Podem gerar também danos a órgãos como rins, fígado
e pulmão, além de depressão, teratogênese e mutagênese (COSTA, 2008).
2.4 TRATAMENTO DE EFLUENTES TÊXTEIS
O efluente têxtil, quando liberado no ambiente sem o devido tratamento, acaba
gerando grande impacto ambiental (KUNZ et al., 2001). Devido à complexidade,
variedade e natureza química dos compostos presentes no efluente têxtil, não há um
método universal para o seu tratamento. Tal situação verifica-se, sobretudo, em relação à
natureza química dos corantes que são confeccionados com o intuito de resistirem à ação
de agentes oxidantes, sabão, luz e suor, pois os produtos finais devem atender ao padrão de
exigência do consumidor tanto inicialmente quanto após o uso prolongado. Assim, estes
compostos apresentam elevada estabilidade e baixa degradabilidade (FERREIRA, 2001).
Segundo a Resolução nº 430 de maio/2011, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados diretamente no corpo receptor se obedecerem às condições e padrões previstos na
resolução, como por exemplo, pH variando entre 5 e 9, temperatura acima de 3°C e abaixo
de 40°C, ausência de material flutuante e remoção de no mínimo 60% da DBO.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 20
Existem basicamente três tipos de tratamento para os efluentes têxteis: físicos,
químicos e biológicos. De modo geral, o tratamento de efluentes contendo corantes pode
ser baseado em dois processos distintos: remoção da cor por técnicas que permitam
eliminar os compostos por transferência, sem degradar os componentes, ou através da
utilização de métodos que permitam a degradação parcial ou total (mineralização) dos
componentes do efluente têxtil (KAMIDA et al., 2005; SILVA, 2012).
As indústrias têxteis, geralmente, utilizam processos de tratamento de efluentes
que consistem em sistemas físico-químicos, seguidos de tratamento biológico através do
sistema de lodo ativado. Embora estes apresentem alta eficiência na remoção da cor do
efluente, apresentam também um contraponto que é a geração de um resíduo, o lodo, que é
considerado preocupante do ponto de vista ambiental, pela quantidade de corantes e outras
substâncias adsorvidas. Deste modo, a busca por alternativas de tratamento dos efluentes
têxteis que não gere nenhum tipo de resíduo é de extrema importância (OLIVEIRA et al.,
2010; PEREIRA et al., 2010; SANTOS et al., 2011).
Na região agreste de Pernambuco, a reutilização da água dentro do setor industrial
se faz necessária devido à sua escassez. Processos físico-químicos estão sendo implantados
em algumas indústrias como forma de tratamento de efluentes, possibilitando a reutilização
de cerca de 60% da água utilizada para os processos de beneficiamento de confecções. O
percentual restante da água residuária é submetida a tratamento e lançada em corpos
hídricos com baixa carga poluidora (SANTOS et al., 2005).
2.4.1 Tratamento físico do efluente têxtil
O tratamento físico dos efluentes consiste basicamente em retirar os resíduos
sólidos em suspensão, sedimentáveis e flutuantes através de processos como:
peneiramento, gradeamento, separação de óleos e gorduras, sedimentação e flotação.
Alguns processos tem a única finalidade de desinfecção, através da radiação ultravioleta.
Outros ainda possuem a capacidade de remover a matéria orgânica e inorgânica em
suspensão coloidal, reduzindo ou eliminando a presença de micro-organismos, como
filtração em areia e filtração em membranas (microfiltração e ultrafiltração)
(GIORDIANO, 2011).
Estudos sobre os tratamentos físicos mostraram que dentre os processos mais
utilizados no tratamento de efluentes e corantes têxteis está o método de adsorção com
carvão ativado. A adsorção é considerada uma das melhores tecnologias no tratamento de
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 21
efluentes, por apresentar grande aplicabilidade, possibilitando a reutilização da água no
processo industrial e, por essa razão, está sendo bastante explorada pelas indústrias. A
descoloração por adsorção pode ser influenciada por fatores como: tamanho da partícula do
corante, temperatura e tempo de contato (SILVA, 2012).
O carvão ativado é considerado como um adsorvente universal para a retirada de
partículas poluentes de águas residuárias, tais como corantes e metais pesados, devido às
suas áreas de superfície, elevada capacidade de adsorção, rápida adsorção e relativa
facilidade de regeneração. No entanto, outros materiais podem ser utilizados como
adsorventes alternativos, como o carvão ativado de coco, bambu, casca de eucalipto,
quitosana, farelo de trigo, farelo de arroz (KUNZ, 2002; SUZUKI et al., 2007;
SATHISHKUMAR et al., 2012).
De maneira geral, os processos citados anteriormente são eficientes na remoção
do material particulado, entretanto, as substâncias como os corantes e compostos orgânicos
não são degradados ou eliminados, permanecendo o problema, pois os compostos
poluentes estão concentrados em elevados teores, e não conseguem ser degradados de fato.
Apesar disto, vale salientar a importância da utilização dos métodos físicos nas etapas
iniciais de um tratamento para obtenção de um resultado eficaz (FREIRE et al., 2000).
2.4.2 Tratamento químico do efluente têxtil
O tratamento químico tem sido aplicado em sistemas ambientais com a finalidade
de atuar no melhoramento de águas e de efluentes têxteis, na purificação do ar, entre
outros. Na maioria das vezes, este é utilizado em associação com outro tipo de tratamento,
físico ou biológico, para obtenção de um resultado favorável (FREIRE et al., 2000).
Os processos químicos utilizam produtos como agentes de coagulação, flocação,
neutralização de pH, oxidação, redução e desinfecção em diferentes etapas dos sistemas de
tratamento. Estes processos, através de reações químicas, promovem a retirada dos
poluentes. Os principais processos químicos utilizados nas indústrias são clarificação
química (remove a matéria orgânica coloidal e coliformes), eletrocoagulação (remove a
matéria orgânica, incluindo compostos coloidais, óleos e gorduras), precipitação de fosfato
e outros sais pela adição de coagulantes químicos (remove nutrientes) (GIORDIANO,
2011).
O método químico utilizado com maior frequência para o tratamento de efluentes
coloridos é o processo oxidativo. A oxidação acontece pela remoção do corante dos
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 22
efluentes através da quebra dos anéis aromáticos presentes nas moléculas do corante. Em
geral, o agente oxidante utilizado é o peróxido de hidrogênio (H2O2), variando apenas o
processo de ativação, por utilização de íons metálicos ou óxidos semicondutores, tendo
como alternativa a utilização de irradiação com luz ultravioleta (SILVA, 2012).
A utilização da técnica de ozônio foi pioneira no início da década de 1970. A
oxidação utilizando ozônio pode auxiliar na degradação de diversos compostos fenólicos,
hidrocarbonetos clorados ou aromáticos, pesticidas. Um benefício desta técnica é que este
pode ser aplicado de forma gasosa, não modificando o volume final do efluente e do lodo,
entretanto, como fator negativo, se tem a curta duração do efeito da utilização do ozônio,
sendo necessária aplicação frequente, aumentando os custos do processo (ANJANEYULU
et al., 2005).
Os sistemas de tratamento químico, na maioria das vezes, não possuem total
eficiência, visto que são processos não destrutivos, ou seja, o volume dos resíduos é
diminuído, mas grande parte da fase sólida ainda continua presente sem destino adequado
(KUNZ et al., 2002). De modo geral, os métodos físico-químicos utilizados nas indústrias
têxteis auxiliam na remoção da cor e matéria orgânica, entretanto, a aplicação desses
métodos resulta em altos custos de implantação e de manutenção, além de produzir grande
quantidade de lodo (DOS SANTOS, 2005).
2.4.3 Tratamento biológico do efluente têxtil
Os tratamentos biológicos têm como objetivo remover a matéria orgânica
dissolvida e em suspensão, através da transformação destas em sólidos sedimentáveis
(flocos biológicos), ou gases. Estes processos utilizam matéria orgânica dissolvida ou em
suspensão como substrato para micro-organismos tais como fungos, bactérias e
protozoários, que a transformam em gases, água e em outras substâncias. Os produtos
finais deste processo devem apresentar uma maior estabilidade, mostrando os efluentes
agora tratados, um aspecto mais claro, uma diminuição significativa da presença de micro-
organismos e matéria orgânica (GIORDIANO, 2011).
Os tratamentos com base em processos biológicos são utilizados com maior
frequência por pesquisadores envolvidos em estudos de biodegradação, uma vez que
permitem o tratamento de grandes volumes de efluentes por diversas espécies de bactérias,
fungos e protozoários (Freire et al., 2000). Entretanto, há uma intensa busca por micro-
organismos com maior capacidade para degradar os resíduos dos efluentes de maneira mais
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 23
eficiente e com baixo custo econômico. De modo prático, existem ainda muitas
dificuldades a serem superadas devido à grande diversidade, concentração e composição de
espécies químicas presentes em inúmeros efluentes (KUNZ et al., 2002).
O tratamento biológico baseia-se na utilização dos compostos tóxicos de interesse
como substratos para o crescimento e manutenção de micro-organismos. Os processos
biológicos podem ser divididos em aeróbios e anaeróbios. Na condição aeróbia, ocorre a
formação de CO2 e H2O, e o oxigênio molecular é o aceptor de elétrons. Nos anaeróbios,
ocorre a degradação de CO2 e CH4, e o oxigênio molecular está ausente. Algumas formas
de carbono, enxofre e nitrogênio participam do processo como aceptores de elétrons (ex:
NO3, SO4-2
, CO2) (FREIRE et al., 2000).
Os processos aeróbios mais aplicados por pesquisadores para o tratamento de
efluentes são: lodo ativado, filtros biológicos e lagoas aeróbias. O sistema de lodo ativado
consiste na utilização de micro-organismos que estão em suspensão no efluente (meio
líquido) e que sofrem constante mistura pelo próprio sistema de aeração, sem precisar de
agitação. Este sistema possui vários benefícios, como a obtenção de um efluente de ótima
qualidade, é um método estável, no qual se pode alterar o tempo de contato entre o efluente
e o micro-organismo, e ainda possui a capacidade de absorver compostos tóxicos. No que
se refere à desvantagem deste processo está a formação de um grande volume de lodo,
além do enorme consumo de energia (SILVA, 2012).
Um exemplo de um tipo de tratamento é a utilização de lagoas de estabilização
que consiste de lagos com pouca profundidade onde são lançados os efluentes
contaminados, que através de processo aeróbio e anaeróbio sofrem oxidação. Esse
tratamento não possui boa eficácia, sendo um tipo de processo biológico utilizado para
tratamento de esgoto (CASAS, 2004).
De acordo com Costa (2008), a utilização de micro-organismos para
biodegradação de corantes sintéticos é um atraente e simples método de operação, cujos
mecanismos biológicos são complexos. Estudos esclarecem que os micro-organismos são
capazes de metabolizar apenas um composto e por esse motivo, realizam um processo
limitado, diferentemente do consórcio de micro-organismos que age de maneira mais
eficiente, apresentando larga capacidade enzimática capaz de degradar poluentes
complexos.
A utilização de micro-organismos no saneamento básico ambiental é prática
antiga e comum nos processos biológicos de tratamento de águas residuárias e resíduos
sólidos. A utilização de agentes biológicos pela engenharia sanitária firmou-se pela
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 24
comprovação da capacidade destes micro-organismos de catabolizar diferentes compostos
orgânicos e inorgânicos, naturais ou sintéticos, para auxiliar na solução dos problemas
relacionados aos rejeitos lançados no ambiente (DELLAMATRICE, 2005).
A biorremediação utilizando os fungos como agente biológico vem ganhando
destaque nas últimas décadas, tendo em vista diversos estudos apresentando esses
microrganismos como promissores na degradação de poluentes orgânicos (LIMA et al.,
2011). Apesar desta ascensão na utilização de fungos, outras pesquisas confirmam que
estes organismos tendem a apresentar diferentes níveis de sucesso na degradação, que
podem variar de acordo com as condições adequadas de desenvolvimento fúngico e
quantidade de poluentes tóxicos do ambiente (SINGLETON, 2001; LIMA et al., 2011).
2.5 FUNGOS
Os fungos são seres que apresentam uma organização celular mais complexa do
que as bactérias, possuem uma membrana celular envolvendo o seu núcleo e por isso são
chamados de eucariontes. Estes micro-organismos podem ser unicelulares ou
pluricelulares, apresentam uma parede celular composta geralmente de quitina, são
heterotróficos, cuja nutrição ocorre por absorção de nutrientes e sua principal substância de
reserva é o glicogênio (VERMELHO et al., 2006; WEARING, 2010). Segundo Black
(2002), a estrutura dos fungos é formada por hifas que, frouxamente organizadas, dão
origem ao micélio. As células/hifas apresentam um ou mais núcleos e podem ser septadas
(presença de septo) ou não (hifa cenocítica ou asseptada).
Os fungos podem ser divididos em dois grandes grupos: fungos filamentosos e
leveduras, que são unicelulares. A reprodução pode ocorrer de duas maneiras: assexuada
e/ou sexuada. A reprodução assexuada pode ocorrer por fragmentação da hifa ou por
germinação de esporos (VERMELHO et al., 2006). A reprodução sexuada ocorre de
diversas formas, entre elas, plasmogamia. Os fungos produzem esporos tanto assexuada
quanto sexuadamente, e os esporos podem apresentar um ou mais núcleos (BLACK,
2002). Os esporos podem apresentar morfologia e tamanhos diversos, e podem ser
transportados pelo vento, água, animais, propágulos de plantas, podendo ser resistentes as
mudanças de temperatura no ambiente (SILVA, 2012).
No ecossistema podem viver numa grande variedade de habitats, por isso são
chamados de cosmopolitas. Podem ser decompositores, sapróbios, parasitas de interesse
médico entre outros. Os fungos são essenciais na decomposição da lignina e de outros
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 25
compostos derivados da madeira. Alguns secretam resíduos do metabolismo que são
tóxicos para outros organismos (BLACK, 2002).
De acordo com Guerra et al. (2009) e Gomes (2007), existem fatores que
influenciam no crescimento fúngico tais como: temperatura, pH, luminosidade,
disponibilidade de alimento, oxigênio e hidrogênio, salinidade e disponibilidade de
substrato específico. Alguns fungos são capazes de sobreviver em condições de
temperaturas e pH extremas, é o caso dos fungos termofílicos que suportam temperaturas
acima de 40C°, e os psicrófilos que conseguem crescer em condições de temperatura
abaixo do congelamento da água.
Os fungos são responsáveis pela maioria das transformações que caracterizam a
ciclagem de matéria orgânica no ambiente. Além disso, eles apresentam grande capacidade
de adaptação do metabolismo a diversas fontes de carbono e energia, o que é um fator
essencial para a sua sobrevivência. Este atributo se deve à produção de uma grande
quantidade de enzimas, não específicas, com capacidade de degradar polímeros de origem
vegetal, assim como um grande número de outras moléculas orgânicas (SILVA, 2012).
Estudos demonstram que diversos fungos são capazes de atuar como
biorremediadores de ambientes contaminados devido à capacidade de secretar enzimas
extracelulares que degradam substâncias recalcitrantes (LIMA et al., 2011). Araújo (2012)
realizou testes em meio sólido e líquido utilizando algumas espécies dos gêneros
Aspergillus, Penicillium, Cladosporium e Fusarium para a descoloração do corante têxtil
índigo carmine. Dos gêneros testados, Fusarium apresentou melhores índices de
descoloração. Mendonça et al. (2004) afirmam em seus estudos que o gênero Fusarium
apresenta capacidade de degradar compostos aromáticos presentes em resíduos
agroindustriais, no entanto, ainda são escassas as pesquisas do gênero Fusarium como
degradador de resíduos de lavanderias têxteis industriais.
2.6 O GÊNERO FUSARIUM
O gênero Fusarium foi descrito e classificado pela primeira vez em 1809, pelo
micólogo alemão Link. Pertence à família Nectriaceae, ordem Hypocreales, classe
Sordariomycetes, filo Ascomycota (MACIEL, 2012). Mais de 1472 espécies foram
catalogadas até o momento, sendo 348 variedades e 140 formae speciales (SOUSA, 2010).
No ano de 1935, Wollenweber e Reinking realizaram a primeira grande revisão
sobre o gênero Fusarium, e foram reconhecidas cerca de 65 espécies, 55 variedades e 22
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 26
formae specialis, reunidas em 16 seções. Posteriormente, um novo sistema de classificação
baseado em apenas 9 espécies foi proposto por Snyder e Hansen (1940; 1945). Booth
(1971) propôs um sistema baseado em 44 espécies com 12 seções e Nelson et al. (1983)
propuseram um sistema de classificação com 40 espécies.
Esse gênero apresenta um elevado nível de diversidade por suas espécies exibirem
atributos morfológicos, fisiológicos e ecológicos que contribuem para que ocorram nas
mais diversas regiões geográficas do globo (BURGUESS et al., 1997). São considerados
cosmopolitas, entretanto, algumas espécies são restritas a determinados ambientes,
ocorrendo predominantemente nas regiões tropicais e subtropicais, ou em condições de
clima frio das regiões temperadas (FORTES, 2006).
A maioria das espécies de Fusarium é classificada como habitante do solo,
enquanto outras foram encontradas somente em localidades específicas (MICHEREFF et
al., 2005; LAZAROTTO, 2013). Também podem ser encontrados habitando os tecidos
vegetais como parasitas e, ainda, há relatos de espécies presentes no ar e nos alimentos
(URBEN et al., 2009). A patogenicidade desses fungos ao homem ocorre por meio de
micotoxicoses ou de doenças invasivas (NELSON et al., 1994) e muitas espécies também
podem causar o apodrecimento de grãos e são descritas, na literatura, como importantes
produtores de micotoxinas (MARTINS, 2005).
A taxonomia morfológica desse grupo é considerada complexa, por se basear nas
características fenotípicas que muitas vezes podem sofrer variações devido à influência do
ambiente e às condições nutricionais (ANGELOTTI, 2003; SOUSA, 2010). A maioria das
espécies de Fusarium descritas foi classificada através do exame das estruturas
reprodutivas assexuadas, retiradas diretamente dos hospedeiros ou do substrato natural
(VENTURA, 2000; ANGELOTTI, 2003).
Para identificação de espécies de Fusarium, alguns autores utilizam descrições
baseadas nas características culturais dos fungos, tais como: estruturas reprodutivas,
crescimento micelial, pigmentação, odores, além de observações microscópicas de
conidióforos, macroconídios, microconídios e clamidósporos. A base para identificação
das espécies desse gênero é a morfologia dos macroconídios. Além deste, outros caracteres
devem ser considerados, como a produção e morfologia dos microconídios e
clamidósporos, morfologia das culturas, taxa de crescimento e especificidade do
hospedeiro. Estudos sobre a produção de micotoxinas e o uso de ferramentas moleculares
também estão auxiliando na identificação (BOOTH, 1971; NELSON et al., 1983;
VENTURA, 2000; SUMMERELL et al. 2003; OLIVEIRA; COSTA, 2002).
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 27
Devido às variações e plasticidades apresentadas pelas características fenotípicas
do gênero Fusarium, a taxonomia baseada apenas nos conceitos morfológicos tornou-se
insuficiente, por isso, a busca por novos instrumentos e ferramentas de identificação
mostrou-se indispensável para uma classificação mais precisa (OLIVEIRA; COSTA,
2002).
2.7 O USO DA TAXONOMIA NA IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS
A palavra taxonomia tem origem grega e foi usada pela primeira vez pelo médico
e cientista sueco Carl Von Linné em 1735, na obra Systemas Naturae. O estudo
taxonômico surgiu devido à necessidade do homem de classificar, organizar e agrupar os
seres vivos com a finalidade de promover pesquisas e compreender os mesmos. Um
sistema de classificação de organismos baseado nas características morfológicas foi
utilizado e atualmente é reconhecido como um método clássico de identificação
(CAMACHO, 2013).
Apesar de fornecer informações morfológicas importantes, o método clássico
apresenta grandes limitações no processo de distinção de espécies morfologicamente
próximas que preocupam os taxonomistas no momento de determinar as características
chaves para definir um gênero ou uma espécie (GUARRO et al., 1999).
A caracterização morfológica, embora essencial, é limitada muitas vezes devido ao
número de caracteres passíveis de serem analisados (FUNGARO, 2000). Características
morfológicas marcantes, como pigmentação, textura, forma marginal e velocidade de
crescimento da colônia, produção de estruturas típicas, presença ou ausência de zonas
concêntricas (BURGESS et al., 1995; URBEN; OLIVEIRA, 1999), entre outros, são, de
modo geral, instáveis e condicionáveis a vários aspectos como, por exemplo, a composição
do meio utilizado, condições de incubação e a própria variação intraespecífica dos
organismos. Portanto, podem ser subjetivos, inconclusivos e podem induzir a erros de
interpretação quanto à identificação das espécies em estudo já que, muitas vezes, as
características de uma colônia atípica de um organismo podem assemelhar-se à colônia de
outra espécie.
A partir da década de 50, a taxonomia morfológica começou a ter influência das
informações obtidas através da citologia e genética. Ambas contribuíram para expansão do
tradicional sistema de classificação. Por volta de 1965, surgiu a taxonomia numérica, com
o objetivo de analisar em conjunto uma grande quantidade de dados de origens diversas
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 28
utilizando algoritmos matemáticos. Mais adiante, vários trabalhos foram publicados
empregando a taxonomia morfológica associada à quimiotaxonomia, e a partir da década
de 1990, surgiram às primeiras informações de pesquisas utilizando dados baseados em
sequências de DNA e analisados através da sistemática molecular (BARROS, 2013).
O aprimoramento das técnicas moleculares em estudos de taxonomia vem sendo
implantados em muitos trabalhos, e sua aplicação vem contribuindo para um melhor
entendimento das relações filogenéticas entre espécies em geral e, principalmente, de
fungos, assim como contribuindo para uma melhoria no sistema de classificação de novas
espécies (AZEVEDO et al., 2006).
Com o intuito de complementar a identificação por abordagem unicamente
fenotípica, as análises moleculares vem fornecendo informações mais estáveis, tendo em
vista que as sequências de DNA são pouco susceptíveis às alterações ambientais em curto
prazo, dando maior confiabilidade no processo de identificação de espécies. Pesquisas vem
demonstrando que resultados obtidos através de uma abordagem molecular complementam
hipóteses baseadas em estudos realizados apenas por análises morfológicas, mostrando a
importância de se realizar a identificação não só por análise morfológica, mas também,
molecular (SAMUELS; SEIFERT, 1995).
2.7.1 Ferramentas moleculares no estudo da Taxonomia de fungos
A identidade dos seres vivos é determinada pela composição e sequência do
material genético. O uso de técnicas moleculares e análise de DNA possui a vantagem de
ser um processo rápido e altamente sensível. Essas técnicas não estão sujeitas a variações
fenotípicas, à ação do ambiente, ao estágio de desenvolvimento do fungo e a outros fatores
que possam alterar a morfologia do organismo. As técnicas conhecidas de diagnóstico
molecular baseiam-se na análise direta ou indireta da composição ou da sequência dos
ácidos nucléicos para identificação e caracterização de organismos (MENEZES et al.,
2010).
O DNA ribossomal é composto por várias regiões distintas (genes e espaçadores)
e está presente em todos os organismos. Estudos filogenéticos utilizam o rDNA para
auxiliar na identificação de organismos em diversos níveis taxonômicos, inclusive na
identificação de espécies (LANA, 2004). A síntese de proteínas depende da participação do
rRNA no processo de tradução da informação genética e a codificação do rRNA está
localizada em regiões específicas do genoma chamado rDNA. Esse tem como
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 29
característica marcante sua repetitividade, uma propriedade que permite um grande número
de aproveitamentos. Sendo assim, por ser repetitivo, a proporção do rDNA é, geralmente,
alta em relação ao conteúdo total de DNA da espécie. As regiões 28S, 18S e 5.8S das
unidades de repetição apresentam pouca variação de sequência, enquanto que as regiões
espaçadoras internas variam bastante (FUNGARO, 2000).
Segundo Fungaro (2000), a região 18S é considerada a mais conservada e, por
esse motivo, é utilizada apenas para comparação de organismos filogeneticamente mais
afastados. Já a região 28S apresenta grande variação e, portanto, é adequada para a
comparação de diferentes gêneros ou, em alguns casos, de diferentes espécies. As regiões
ITS (Internal Transcribed Spacer) sofrem modificações rapidamente e, geralmente, são
apropriadas para discriminar espécies relacionadas ou, até mesmo, variedades de uma
espécie.
Ao nível de espécie, as regiões dos espaçadores internos transcritos (ITS1 e ITS2)
auxiliam nos estudos taxonômicos de vários grupos, como os fungos (CARBONE; KOHN,
1997). A região ITS nos fungos varia, aproximadamente, de 500 a 800 pares de bases e
pode ser amplificada utilizando primers universais, os quais são complementares às
sequências altamente conservadas dos genes que codificam o rRNA (LARENA et al.,
1999). Os primers universais ITS1 e ITS4 são frequentemente utilizados na amplificação
desta região (WHITE et al., 1990).
Atualmente, um grande número de sequências da região ITS de diferentes fungos
encontra-se disponível em banco de dados de sequências de nucleotídeos. A utilização de
programas computacionais, que permitem a comparação de sequências com outras
similares ou não, ajuda a definir regiões apropriadas para a síntese de primers para detectar
uma determinada espécie de fungos (LANA, 2004).
De acordo com Keeling e Inagaki (2004) o fator de alongamento da tradução1-α
(Tef) é um elemento altamente conservado da família das GTPases, que incluem fatores
protéicos envolvidos no início do alongamento e término da tradução. É considerado pelos
autores uma das proteínas celulares mais abundantes e tem como importante característica
a conservação da sequência de aminoácidos, o que tem ajudado bastante nos estudos de
análise filogenética em fungos (NAKAZATO, 2005). Stringari (2009), ao estudar a
sistemática e diversidade genética de isolados de Guignardia spp. e Phyllosticta sp.,
concluíram que as regiões ITS e Tef são úteis para a distinção entre as espécies de G.
citricarpa, G. mangiferae, P. spinarum. Em ascomycetes filamentosos, além da região ITS
e dos fragmentos do gene Tef, outros genes podem ser considerados fonte potencialmente
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 30
rica de características para estudos de populações e de especiação (CARBONE; KOHN,
1999).
Segundo Geiser et al. (2004), o fator de elongação 1-α (Tef) é uma ferramenta
alternativa de identificação dos fungos por ocorrer de forma consistente como cópia única
no gênero Fusarium e apresentar um elevado nível de polimorfismo de sequências entre
espécies intimamente relacionadas. Estes autores foram responsáveis pela criação do banco
de dados FUSARIUM-ID, no qual se encontram depositadas, atualmente, cerca de 441
sequências do gênero Fusarium que representam uma variada seleção filogenética de
sequências do fator de elongação 1-α (Tef). Desta maneira, vários pesquisadores vêm
utilizando esse banco de dados para desvendar impasses sobre espécies pertencentes ao
gênero Fusarium e, consequentemente, contribuindo para uma correta identificação
taxonômica.
2.8 ANÁLISE DA BIOMASSA DE FUNGOS USANDO ERGOSTEROL
O ergosterol é o principal esterol presente nas células ou membranas miceliais da
grande maioria dos fungos. Os níveis mais elevados deste composto encontram-se nas
camadas fosfolipídicas da membrana fúngica (PEACOCK; GOOSEY, 1989), onde o
ergosterol desempenha uma importante função estrutural e hormonal na progressão do
ciclo celular (GOAD, 1994).
Fundamental para a arquitetura da membrana citoplasmática dos fungos, o
ergosterol aumenta a microviscosidade da membrana e participa, juntamente com os
fosfolipídios, na regulação das trocas na membrana celular (CAHAGNIER, 1988;
PEACOCK; GOOSEY, 1989). A ação do ergosterol na microviscosidade da membrana
dos fungos influencia na fluidez e no movimento molecular dos lípidos em geral, que por
sua vez, modulam a atividade de enzimas na membrana, como sintetases e ATPases.
Assim, a biossíntese do ergosterol é essencial para o normal crescimento e
desenvolvimento fisiológico da célula fúngica (RICARDO, 2013).
O ergosterol é praticamente insolúvel em água, entretanto, apresenta boa
solubilidade em solventes orgânicos. Além disso, possui boa estabilidade quando
manipulado em laboratório e, principalmente, quando conservado em meio alcalino
(GESSNER; SHMITT, 1996) e protegido da luz ultravioleta (SCHWADORF; MULLER,
1989).
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 31
O ergosterol é um composto termoestável e fotossensível. Os máximos de
absorção do ergosterol dissolvido em etanol absoluto situam-se nos comprimentos de onda
de 262, 271, 282 e 293 nm, sendo a sua absorção máxima obtida a 282 nm (RICARDO,
2013).
O ergosterol é um bom indicador de crescimento de fungos, pois pode
proporcionar uma boa correlação com a biomassa metabolicamente ativa do fungo
(NYLUND; WALLANDER, 1992). O conteúdo de ergosterol varia de acordo com a fase
do crescimento fúngico e, também, entre as espécies. Estudos tem demonstrado que a
quantidade de ergosterol é maior em micélios jovens ou velhos do que em micélio na fase
estacionária (ARNEZEDER; HAMPEL, 1991). A concentração de ergosterol numa massa
fúngica é dependente do estágio de desenvolvimento e, consequentemente, de fatores como
umidade, temperatura e tempo de crescimento (BENTZ; SIX, 2006). Ele também pode
variar entre estados nutricionais, além do efeito de alguns poluentes, em locais
contaminados (BARAJAS-ACEVES et al., 2002)
Trabalhos como os de Barajas-Aceves et al.(2002), Niemenmaa et al. (2008),
Montgomery et al. (2000) mostraram que o ergosterol é um indicador útil da biomassa
fúngica, podendo ser utilizado para monitoramento em processos de biorremediação.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 32
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. CULTURAS DE FUSARIUM
Para o estudo taxonômico foram utilizadas 25 culturas do gênero Fusarium,
sendo sete de F. lateritium, dez de F. oxysporum e oito de F. solani provenientes da
Micoteca URM da Universidade Federal de Pernambuco (Tabela 1).
Tabela 1- Culturas do gênero Fusarium depositadas na Micoteca URM da Universidade Federal de
Pernambuco, utilizadas neste trabalho
URM ESPÉCIE SUBSTRATO ANO DE DEPOSITO
5844 Fusarium lateritium Solo 2008
5456 F. lateritium Solo 2007
3148 F. lateritium Solo marinho 1989
6226 F. lateritium Endofítico 2010
4703 F. lateritium Solo 2003
4207 F. lateritium Rizosfera de girassol 1999
5291 F. lateritium Rizosfera de cana-de-
açúcar
2006
4613 Fusarium oxyporum Sedimento de manguezal 2003
5858 F. oxyporum Solo 2006
5005 F. oxyporum Solo -
6503 F. oxyporum Solo de sistema
agroflorestal
2011
5845 F. oxyporum Solo 2008
4363 F. oxyporum Solo 2001
6228 F. oxyporum Solo -
5068 F. oxyporum Solo 2005
6704 F. oxyporum Endofítico 2012
5062 F. oxyporum Solo 2005
3838 Fusarium solani Solo 1997
3821 F. solani Solo 1997
5074 F. solani Solo 2005
5796 F. solani Solo 2008
5955 F. solani Solo 2009
6749 F. solani Sedimento das margens
do rio Capibaribe
2012
3768 F. solani Solo 1997
6264 F. solani Solo 2010
Fonte: Autoria própria
3.2. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DAS LINHAGENS DE FUNGOS
As características morfológicas macroscópicas e microscópicas foram observadas
em microscopia de luz a partir de culturas cultivadas em meio Batata Dextrose Ágar
(BDA) e Ágar Nutriente Sintético (SNA) a 25°C, com 12h de luz fluorescente e 12h na
ausência de luz. As observações foram realizadas após sete dias de incubação e, em
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 33
seguida, as placas foram fotografadas. Para revisão taxonômica foi utilizada literatura
específica (BOOTH, 1971; LESLIE; SUMMERELL, 2006).
3.3. CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS LINHAGENS DE FUSARIUM
A extração e amplificação de fragmentos de DNA das culturas foram realizadas
no Laboratório de Biologia Molecular do Departamento de Micologia, CCB, UFPE. A
biomassa foi obtida a partir de culturas em Meio Mínimo líquido e mantidas sob agitação
de 250 rpm a 28ºC por 120 horas. Em seguida, o micélio foi coletado por filtração a vácuo
e lavado com água destilada e esterilizada. Foi determinado o peso úmido para a extração
do DNA e o material foi estocado a -20ºC em microtubos de 2 ml com tampa de rosca,
acrescidos de 0,5 g de contas de vidro (‘glass beads’) com dois diâmetros diferentes na
proporção de 1:1 (acid-washed, 150-212 µm and 425-600 µm; Sigma, U.S. sieve). O
material foi triturado por agitação em alta velocidade em um FastPrep. A extração do
DNA genômico foi realizada conforme o método de Góes-Neto et al. (2005). Para
amplificação da região ITS e do fator de elongação Tef foram utilizados os primers ITS1 e
ITS4 (WHITE et al., 1990), ef1 e ef2 (O’DONNELL et al., 1988) respectivamente. As
reações de PCR foram realizadas em Termociclador Axygen num volume total de solução
de 25µl contendo 25µl de Tampão da taq (10x), 0,2µl de MgCL2 (25µM), 0,5 de dNTP
(10mM), 2µl de cada primer (5mM), 0,2µl de Taq polimerase (5U/µl), 12,6µl de H2O
miliQ, 5µl de DNA (5ng/µl) e as condições de amplificação foram definidas com uma
desnaturação inicial de temperatura de 94°C durante 5 minutos, seguido de 35 ciclos de
temperatura de desnaturação de 94°C durante 45 segundos, hibridação do primer a 55°C
durante 45 segundos, a extensão do primer a 72°C durante 60 segundos e uma etapa de
extensão final a 72°C durante 7 minutos. Controles negativos, contendo todos os
componentes, exceto DNA, foram utilizados em cada procedimento para detectar possíveis
contaminações. Os produtos das extrações de DNA e das reações de PCR (5 μL) foram
visualizados em gel de agarose 1% corados com GelRed, em transiluminador UV. Os
produtos de amplificação foram purificados com o kit de purificação “PureLink PCR
Purification Kit” (Invitrogen) e encaminhados para sequenciamento na Plataforma
Multiusuária de Sequenciamento e Expressão Gênica do Centro de Ciências Biológicas da
UFPE.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 34
3.3.1 Alinhamento das sequências e análise filogenética
Os cromatogramas do sequenciamento foram analisados para auxiliar na edição
manual das sequências. Após a edição, todas as sequências foram utilizadas para busca das
mais similares depositadas no banco de dados GenBank (Tabela 2) e FUSARIUM ID
(Tabela 3), utilizando a ferramenta BLASTn. As sequências de todos os isolados de
Fusarium foram, então, alinhadas em conjunto com as recuperadas da base de dados
utilizando o programa Clustal X (LARKIN et al., 2007). Os alinhamentos foram
posteriormente editados manualmente, utilizando o programa BioEdit (HALL et al., 2011).
Árvores filogenéticas foram construídas com o emprego dos métodos de neighbor
joining (NJ), máxima verossimilhança (MV) e máxima parcimônia (MP), com 5000
reamostragens de bootstrap, utilizando o programa PAUP versão 4 (SWOFFORD, 2003).
A construção da árvore por máxima verossimilhança foi realizada usando o modelo de
substituição nucleotídica determinado pelo ModelTest 3.7 (POSADA; CRANDALL,
1998). Também foi construída uma árvore por meio de análise bayesiana (1 x 106
gerações) utilizando o programa MrBayes 3.1.2 (RONQUIST; HUELSENBECK, 2003) e
o mesmo modelo de substituição nucleotídica determinado para MV.
Tabela 2 – Acessos do GenBank de espécimes de Fusarium utilizados para reconstrução da árvore
filogenética da região ITS
Isolados Número de acesso
GenBank
Referência
Fusarium oxysporum f. sp. melonis AY188919.1 Hatsch,D. et al. (2004)
Fusarium oxysporum isolate 51 EU839400.1 Castro Lopez, N. et al.(2008)
Fusarium oxysporum f. sp. pisi strain
Arg3
KF913731.1 Bani,M. et al. (2013)
Fusarium oxysporum isolate 48 EU839398.1 Castro Lopez,N. et al.(2008)
Fusarium oxysporum isolate 42 EU839393.1 Castro Lopez,N. et al.(2008)
Fusarium equiseti isolate H02-765S
EU595566.1 Funnell-Harris,D.L. e Pedersen,J.F.
(2008)
Fusarium equiseti NRRL 26419 NR_121457.1 O'Donnell,K et al. (2009)
Fusarium equiseti isolate JG65 KJ412509.1 Valencia-Yah,T. et al. (2014)
Fusarium equiseti isolate ATT040 HQ607811.1 Rodrigues,A. et al. (2011)
Fusarium equiseti isolate JG4 KJ412500.1 Valencia-Yah,T. et al. (2014)
Fusarium lateritium AY904057.1 Melo-Sanguino,L. et al. (2005)
Fusarium lateritium FN547445.1 Santori,A. et al. (2010)
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 35
Fusarium lateritium FN547453.2 Vitale,S. et al. (2011)
Fusarium lateritium FN547466.2 Vitale,S. et al. (2011)
Fusarium lateritium FN547464.1 Vitale,S. et al. (2011)
Fusarium solani FJ948133.1 Sen,R. et al. (2009)
Fusarium solani FR691774.1 Sarmiento,J.M.(2010)
Fusarium solani isolate UENFCF275 JN006817.1 Gomes,V.M. et al. (2011)
Fusarium solani isolate CY230 HQ608044.1 Rodrigues,A. et al. (2010)
Fusarium solani clone OB3-1 JN882260.1 Gutierrez-Acosta,O.B. et al. (2012)
Fusarium solani HE974457.1 Lyskova,P. et al. (2012)
Trichoderma reesei strain SJVTR KF979305.1 Venkatesh,S.S. et al. (2013)
Hypocrea lixii strain CIB T44 EU280077.1 Hoyos-Carvajal,L. et al. (2007)
Fonte: Autoria própria
Tabela 3 - Acessos do banco de dados FUSARIUM ID de espécimes de Fusarium utilizados para
reconstrução da árvore filogenética dos fragmentos do gene Tef -1α
Isolados Número de acesso FUSARIUM ID
Complexo Fusarium oxysporum / espécie F. oxysporum NRRL36387
Complexo Fusarium oxysporum / espécie F. oxysporum NRRL38315
Complexo Fusarium oxysporum / espécie F. oxysporum NRRL22533
Complexo Fusarium oxysporum / espécie F. oxysporum NRLL38885
Complexo Fusarium oxysporum / espécie F. oxysporum NRLL38273
Complexo Gibberella fujikuroi / espécie F. proliferatum NRRL22944
Complexo Gibberella fujikuroi / espécie F. acutatum NRRL13308
Fusarium anguioides FD_01314 – NRRL31043
Fusarium polyphialidicum FD_01327 – NRRL25529
Fusarium sp. FD_01854 – NRRL25728
Fusarium concolor FD_01847 – NRRL13459
Complexo Fusarium incarnatum-equiseti NRRL34070
Complexo Fusarium incarnatum-equiseti 16-c NRRL34059
Complexo Fusarium incarnatum-equiseti 26-b NRRL28714
Complexo Fusarium incarnatum-equiseti 4-b NRRL36123
Complexo Fusarium solani 1-a NRRL28546
Complexo Fusarium solani 2-b NRRL43373
Complexo Fusarium solani 2-d NRRL22661
Complexo Fusarium solani 2-j NRRL43649
Complexo Fusarium solani 2-f NRRL28561
Fusarium delphinoides NRRL36152
Fusarium dimerum ET-gr. NRRL36384
Fonte: Autoria própria
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 36
3.4 EXTRAÇÃO DE ERGOSTEROL
O procedimento para extração de ergosterol foi realizado conforme a técnica
proposta por Seitz et al. (1977) com algumas adaptações. Foram utilizados 500mg de
micélio obtidos a partir do procedimento realizado no item 4.2. A biomassa foi colocada
em tubos de ensaio com tampa de rosca e adicionados 10 ml da solução extratora (etanol
absoluto + ác. Pirogálico). Os tubos foram submetidos a agitação por 2 horas em agitador
orbital e, em seguida, o conteúdo foi transferido para novos tubos e centrifugados a 12.000
rpm por 10 min a 10°C. Após a centrifugação, o sobrenadante foi transferido para um novo
tubo e adicionado 1 ml de KOH 60%, seguido de incubação em banho-maria a 90°C por 30
min. Após esse tempo, foram adicionados 1 ml de água destilada e 4 ml de hexano à cada
amostra. Os tubos foram agitados em vortex e colocado em repouso para separação das
fases. A fase hexânica foi removida para novo tubo e o processo repetido com mais 2 ml de
hexano. Em seguida, foram colocados os tubos com a fase hexânica abertos, em capela,
sobre placa aquecida para evaporação completa do hexano. Após a evaporação total do
hexano, os tubos receberam 2 ml de metanol e foram agitados em agitador orbital (TA) por
aproximadamente 1 hora. O ergosterol eluído foi transferido para tubos escuros com tampa
rosqueável e armazenados em freezer a -20°C.
3.4.1 Quantificação do ergosterol por cromatografia
O ergosterol foi quantificado por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).
Foram injetados 10µl da amostra no sistema cromatográfico no qual foi utilizado metanol
como fase móvel a um fluxo de 1ml/min. e uma coluna cromatográfica C18 fase reversa
(Kinetex- C18 – 5um 150 x 4.6 mm, Phenomenex). O ergosterol foi analisado com
detector de ultravioleta com comprimento de onda fixado em 282 nm. O tempo de retenção
cromatográfica do ergosterol foi de aproximadamente quatro minutos. A quantificação foi
realizada a partir da medida da área integrada do pico correspondente ao ergosterol contido
na amostra, comparado com a área do pico correspondente ao padrão de ergosterol.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 37
3.5 SELEÇÃO DE ESPÉCIES DE FUSARIUM DEGRADADORAS DE
EFLUENTES TÊXTEIS
A coleta do efluente têxtil foi realizada na Lavanderia Mamute, no município de
Toritama, região agreste de Pernambuco. O efluente têxtil foi coletado em quatro pontos
distintos e, em seguida, o material foi homogeneizado em uma amostra composta. O
efluente composto foi caracterizado quanto aos parâmetros físico-químicos, apresentando
29°C de temperatura e pH 6,8. Para os testes de biodegradação do efluente têxtil, discos de
6mm de diâmetro de culturas fúngicas (sete dias/ BDA), foram inoculados em frascos de
Erlenmeyers (125 mL) contendo 50 mL do efluente têxtil esterilizado e 0,5 g de farelo de
trigo. Após a inoculação, os fracos foram armazenados em condição estática, em estufa
incubadora, a 30ºC, por doze dias, no escuro. Alíquotas de 5ml foram retiras após seis dias
e doze dias. Todo o experimento foi realizado em triplicata. Ao término deste período, o
material biodegradado foi conduzido para a análise na qual se determinou a redução da cor
em espectrofotômetro (MACHADO et al., 2006), utilizando o espectro de leitura com
comprimento de onda em 360 nm. Em seguida, o percentual de descoloração foi calculado
de acordo com a seguinte fórmula:
%D = AbsT0 – AbsTx X 100
AbsT0
Na qual:
AbsT0 = Absorbância inicial
AbsTx = Absorbância em cada tempo
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. As análises foram realizadas com
auxílio do programa Assistat 7.6 beta (2011) e Minitab 17.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 38
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
4.1.1 Caracterização macroscópica
As 25 culturas de Fusarium depositadas na Micoteca URM da UFPE foram
avaliadas após sete dias de crescimento em meio de cultura BDA e SNA. As espécies
estudadas apresentaram as seguintes características quanto à macroscopia:
Fusarium lateritium – Em meio de cultura BDA, as colônias apresentaram em
seu verso coloração esbranquiçada, variando para cinza e podendo ser também creme,
rosado e amarronzado; seu anverso apresentou uma coloração semelhante ao verso,
entretanto em algumas colônias foi possível a observação de uma coloração amarelo
amarronzado; as colônias cresceram, em média, 4,42 cm em três dias e 10,21 cm em sete
dias; quanto ao aspecto da colônia, pode-se observar uma variação, apresentando colônias
flocosas, densas flocosas e esparsas, com margem regular e presença de micélio aéreo;
nenhuma das colônias apresentou formação de exsudato. Em meio de cultura SNA, o verso
e anverso das colônias apresentaram coloração esbranquiçada; o crescimento foi, em
média, de 2,77 cm em três dias e 7,77 cm em sete dias de incubação; as colônias
apresentaram consistência esparsa, com algumas exibindo consistência flocosa, com
margem regular, micélio aéreo e ausência de exsudatos (Figura 1).
Fusarium oxysporum – Em meio de cultura BDA, as colônias exibiram em seu
verso coloração violeta, apresentando também partes esbranquiçadas; seu anverso foi
bastante semelhante ao verso apresentando a mesma coloração; as colônias obtiveram em
média um crescimento de 2,47 cm em três dias e 8,13 cm em sete dias; as culturas
apresentaram aspecto flocoso, variando para esparso; margem regular foi verificada na
maioria das colônias, entretanto algumas exibiram margem irregular; presença de micélio
aéreo; nenhuma das colônias apresentou produção de exsudato. Em meio de cultura SNA,
as colônias mostraram uma coloração esbranquiçada para o verso e anverso; obtiveram
crescimento médio de 2,19 cm em três dias e de 7,63 cm em sete dias; colônias com
consistência flocosa esparsa foram observadas; a maioria exibiu margem regular com
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 39
algumas apresentando margem irregular; micélio aéreo presente e ausência de exsudatos
(Figura 2).
Figura 1 - Fusarium lateritium URM6226 verso e anverso após 7 dias de crescimento, a 25ºC. Verso em A e
anverso em B em meio de cultura BDA, verso em C e reverso em D em meio de cultura SNA
Fonte: Autoria própria
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 40
Figura 2 - Fusarium oxysporum URM6052 verso e anverso após 7 dias de crescimento, a 25ºC. Verso em A
e anverso em B em meio de cultura BDA, verso em C e reverso em D em meio de cultura SNA
Fonte: Autoria própria
Fusarium solani – Em meio de cultura BDA, as colônias apresentaram no verso
uma coloração creme amarronzado, variando para acinzentado e esbranquiçado; seu
anverso apresentou uma coloração esbranquiçada, variando para creme, e em algumas
colônias com pigmentação amarelo amarronzado ou rosado; o crescimento médio foi de
2,88 cm em três dias e 7,53 cm em sete dias; as culturas exibiram um aspecto flocoso
variando para denso flocoso; foi observado que a maioria das colônias apresentavam
margem regular, micélio aéreo presente e ausência de exsudato. Em meio de cultura SNA,
as colônias exibiram uma coloração de verso e anverso esbranquiçada; o crescimento das
colônias variou em média 2,78 cm em três dias e 8,03 cm em sete dias de experimento; o
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 41
aspecto das colônias variou de flocosa a flocosa esparsa; Algumas colônias apresentaram
margem regular; o micélio aéreo foi observado em todas as colônias e não foi observada a
produção exsudatos (Figura 3).
Figura 3 – Fusarium solani URM3838 verso e anverso após 7 dias de crescimento, a 25ºC. Verso em A e
anverso em B em meio de cultura BDA, verso em C e reverso em D em meio de cultura SNA
Fonte: Autoria própria
A Tabela 4 apresenta as características morfológicas macroscópicas dos isolados
de Fusarium da Micoteca URM da UFPE cultivados nos meios de cultura BDA e SNA,
incubadas a 25 oC por 7 dias.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 42
Tabela 4 – Características macroscópicas observadas nas colônias de Fusarium da Micoteca URM após sete dias de crescimento em meio de cultura BDA e SNA
MACROSCOPIA
BDA SNA
URM Espécie Cor Diâmetro
(cm)
3Dias -7Dias
Consistência Margem Micélio
aéreo
Cor Diâmetro
(cm)
3Dias - 7Dias
Consistência Margem Micélio
aéreo
4613 Fusarium
oxysporum
Esbranquiçada 3,4 8,1 Flocosa
esparsa
Regular + Esbranquiçada 2,2 6,8 Flocosa
esparsa
Regular +
5858 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta
3,0 9,0 Flocosa Regular + Esbranquiçada 2,0 7,0 Flocosa Regular +
5005 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta 3,1 9,0 Flocosa Irregular + Esbranquiçada 2,0 7,1 Flocosa Irregular +
6503 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta 3,0 7,9 Flocosa Regular + Esbranquiçada 3,0 9,0 Flocosa Regular +
5845 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta 3,3 9,0 Flocosa
esparsa
Irregular + Esbranquiçada 2,1 8,0 Flocosa
esparsa
Irregular +
4363 F. oxysporum Esbranquiçada 3,0 7,2 Flocosa esparsa
Regular + Esbranquiçada 2,2 7,5 Flocosa esparsa
Regular +
6228 F. oxysporum Esbranquiçada 3,0 7,0 Flocosa Regular + Esbranquiçada 3,1 8,7 Flocosa Regular +
5068 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta 3,7 8,3 Flocosa Regular + Esbranquiçada 3,0 7,9 Flocosa Regular +
6704 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta 2,2 6,8 Flocosa Irregular + Esbranquiçada 2,0 6,6 Flocosa Irregular +
6052 F. oxysporum Esbranquiçada Centro violeta 3,4 9,0 Flocosa Regular + Esbranquiçada 2,3 7,7 Flocosa Regular +
5844 F. lateritium Rosada/creme 4,2 9,3 Flocosa esparsa
Regular + Esbranquiçada 2,7 8,5 Esparsa Regular +
5456 F. lateritium Acinzentada centro amarronzada 5,0 9,3 Flocosa Regluar + Esbranquiçada 4,0 9,0 Esparsa Regluar +
3148 F. lateritium Esbranquiçada 4,0 7,8 Flocosa esparsa
Regular + Esbranquiçada 2,5 6.5 Flocosa Regular +
6226 F. lateritium Amarronzada 3,8 9,2 Flocosa Regular + Esbranquiçada 2,9 9,2 Esparsa Regular +
4703 F. lateritium Esbranquiçada 4,2 9,0 Flocosa Regular + Esbranquiçada 2,5 7,4 Esparsa Regular +
4207 F. lateritium Rosada/creme 4,5 8,4 Flocosa
esparsa
Irregular + Esbranquiçada 2,3 6,4 Esparsa Irregular +
5291 F. lateritium Esbranquiçada 5,3 9,3 Flocosa esparsa
Regular + Esbranquiçada 2,7 7,4 Esparsa Regular +
3838 F. solani Esbranquiçada 2,8 9,0 Flocosa densa Regular + Esbranquiçada 2,1 9,1 Flocosa Regular +
3821 F. solani Acinzentada centro esbranquiçada
2,9 5,5 Flocosa Regular + Esbranquiçada 2,7 5,8 Flocosa Regular +
5074 F. solani Acinzentada centro
esbranquiçada
3,0 9,2 Flocosa densa Regular + Esbranquiçada 2,7 8,8 Flocosa
esparsa
Regular +
5796 F. solani Esbranquiçada 3,0 7,2 Flocosa densa Regular + Esbranquiçada 3,1 8,1 Flocosa Regular +
5955 F. solani Esbranquiçada 3,0 8,0 Flocosa
esparsa
Regular + Esbranquiçada 4,0 8,9 Flocosa
esparsa
Regular +
6749 F. solani Esbranquiçada 3,3 8,9 Flocosa
esparsa
Regular + Esbranquiçada 3,1 9,0 Flocosa
esparsa
Regular +
3768 F. solani Acinzentada centro esbranquiçada
2,0 6,0 Flocosa Regular + Esbranquiçada 1,6 5,7 Flocosa Regular +
6264 F. solani Esbranquiçada 3,0 8,5 Flocosa densa Regular + Esbranquiçada 3,0 7,6 Flocosa
esparsa
Regular +
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 43
Características semelhantes às encontradas nesse estudo foram descritas por Leslie
e Summerell (2006), que verificaram todas as características morfológicas (diâmetro da
colônia, coloração, textura, micélio aéreo) das três espécies e citaram a dificuldade de se
distinguir espécies utilizando apenas dados morfológicos.
Gupta et al. (2010), caracterizando morfologicamente isolados de F. oxysporum f.
sp. psidii e F. solani, observaram que após sete dias de crescimento, as colônias
apresentaram um crescimento médio de 7,25 cm em uma temperatura de 28°C, não
diferindo do resultado encontrado nesse estudo.
Polleto et al. (2006) estudaram colônias puras de F. oxysporum cultivadas em
BDA e constataram que em três dias, as colônias apresentaram um crescimento médio de
3,0 cm de diâmetro, e a coloração das colônias variou de violeta, no centro, a
esbranquiçada nas bordas.
Uma variação na coloração da colônia de F. oxysporum foi observada num estudo
taxonômico realizado por Miranda (2000), que através de estudos moleculares comprovou
que essa variabilidade morfológica era, na verdade, uma expressão do polimorfismo
genético da espécie.
4.1.2 Caracterização microscópica
A análise das características microscópicas foi realizada após sete dias de
microcultivo em condições específicas, com todos os isolados de Fusarium. Foram
observadas formação de macro e microconídios, quantidade de septos presentes em cada
conídio, tipo de fiálide, presença de clamidósporos em meio de cultura BDA e SNA
(Tabela 5).
Fusarium lateritium – Em meio de cultura BDA, macroconídios com formato
retilíneo levemente curvado nas extremidades, com tamanho variando de 16,2 µm a 56,7
µm de comprimento de 2,7 µm de largura, de parede lisa, com septos variando de um a
nove; microconídios pouco abundantes ou até inexistentes em alguns isolados, medindo
cerca de 5,4 µm a 10,8 µm de comprimento e 2,7 µm de largura, com parede lisa e
septação variando de zero a três septos; monofiálides cilíndricas; presença de
clamidósporos globosos, dispostos de maneira intercalada na hifa ou disperso no micélio.
Em meio de cultura SNA, não houve diferença nas observações (Figura 4).
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 44
Tabela 5 – Características microscópicas observadas após 7dias de microcultivo em meio de cultura BDA e SNA dos isolados de Fusarium depositados na micoteca URM
MICROSCOPIA
BDA SNA
URM Espécie Clamidosporo Macroconídio
(µm)
Septos Microconídio (µm) Septos Clamidosporo Macroconídio (µm) Septos Microconídio (µm) Septos
4613 F.oxysporum - 16,2 – 35,1 X 2,7 0 – 8 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 1 - 16,2 – 48,6 X 2,7 0 - 2 5,4 – 10,8 X 2,7 0
5858 F.oxysporum - 16,2 – 45,9 X 2,7 2 – 5 5,4 – 10,8 X 2,7 1 -2 + 16,2 – 40,5 X 2,7 1 - 3 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 2
5005 F.oxysporum + 16,2 – 37,8 X 2,7 0 – 3 5,4 – 13,5 X 2,7 0 – 3 + 16,2 – 45,9 X 2,7 1 - 4 2,7 – 8,1 X 2,7 0
6503 F.oxysporum + 16,2 – 24,3 X 2,7 0 – 4 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 1 - 21,6 – 48,6 X 2,7 1 - 3 2,7 – 8,1 X 2,7 0 – 1
5845 F.oxysporum - 16,2 – 40,5 X 2,7 1 – 5 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 2 + 16,2 – 35,1 X 2,7 0 - 3 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 1
4363 F.oxysporum + 13,5 – 27,0 X 2,7 1 – 5 5,4 – 8,1 X 2,7 1 + 14,0 – 27,0 X 2,7 1 -3 2,7 – 8,1 X 2,7 0 – 1
6228 F.oxysporum + 16,2 – 29,7 X 2,7 1 – 3 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 2 + 16,2 – 32,4 X 2,7 0 - 3 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
5068 F.oxysporum - 16,2 – 37,8 X 2,7 1 – 4 2,7 – 8,1 X 2,7 0 -1 - 16,2 – 37,8 X 2,7 0 - 6 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 2
6704 F.oxysporum + 16,2 – 27,0 X 2,7 0 -3 5,4 – 10,8 X 2,7 0 -1 - 16,2 – 27,0 X 2,7 0 - 2 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
6052 F.oxysporum - 16,2 – 10,8 X 2,7 1 -5 5,4 – 8,1 X 2,7 1 - 13,5 – 58,0 X 2,7 1 - 3 5,4 – 10,8 X 2,7 0
5844 F. lateritium - 16,2 – 56,7 X 2,7 6 – 9 5,4 – 10,8 X 2,7 1 – 2 - 16,6 – 40,5 X 2,7 3 - 6 - -
5456 F. lateritium - 18,9 – 40,5 X 2,7 3 – 7 5,4 – 10,8 X 2,7 1 – 3 - 27,0 – 40,5 X 2,7 3 - 6 - -
3148 F. lateritium - 18,9 – 56,7 X 2,7 3 – 7 5,4 – 10,8 X 2,7 1 – 2 + 18,9 – 56,7 X 2,7 2 - 6 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 3
6226 F. lateritium - 21,6 – 32,4 X 2,7 3 – 7 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 2 + 16,2 – 27,0 X 2,7 1 - 3 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 1
4703 F. lateritium - 18,9 – 54,0 X 2,7 2 – 8 - - + 16,2 – 37,8 X 2,7 3 - 5 - -
4207 F. lateritium + 16,2 – 43,2 X 2,7 1 – 5 5,4 – 10,8 X 2,7 1 – 3 - 21,6 – 40,5 X 2,7 3 -7 8,1 – 10,8 X 2,7 1 – 3
5291 F. lateritium - 16,2 – 29,7 X 2,7 2 – 3 5,4 – 10,8 X 2,7 1 + 16,2 – 24,3 X 2,7 1 -3 5,4 – 10,8 X 2,7 1
3838 F. solani + 16,2 – 27,0 X 2,7 0 – 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 18,9 X 2,7 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
3821 F. solani - 16,2 – 18,9 X 2,7 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 18,9 X 2,7 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
5074 F. solani + 16,2 – 18,9 X 2,7 0 – 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 18,9 X 2,7 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
5796 F. solani - 16,2 – 21,6 X 2,7 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 21,6 X 2,7 0 - 1 5,4 – 10,8 X 2,7 0
5955 F. solani + 16,2 – 18,9 X 2,7 1 – 2 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 18,9 X 2,7 0 - 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
6749 F. solani + 16,2 – 21,6 X 2,7 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 21,6 X 2,7 0 - 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
3768 F. solani - 16,2 – 18,9 X 2,7 0 – 1 5,4 – 10,8 X 2,7 0 + 16,2 – 18,9 X 2,7 0 - 1 5,4 – 10,8 X 2,7 0 – 1
6224 F. solani - 16,2 – 18,9 X
2,7
0 – 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1 + 16,2 – 18,9 X 2,7 0 - 1 2,7 – 10,8 X 2,7 0 – 1
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 45
Figura 4 – Estruturas microscópicas encontradas na espécie Fusarium lateritium em meio de cultura BDA e
SNA. A – Macroconídios e microconídios em meio de cultura BDA; B- Macroconídio, microconídios e
clamidósporos em meio de cultura SNA; C e D - Macroconídios em meio de cultura BDA e SNA
respectivamente, após 7 dias de crescimento
Fonte: Autoria própria
Fusarium oxysporum – Em meio de cultura BDA, macroconídios com formato
falciforme moderadamente curvado e extremidades delgadas, com tamanho variando de
13,5 µm a 45,9 µm de comprimento e 2,7 µm de largura, de parede lisa, com septos
variando de zero a oito; microconídios abundantes, com formato oval, medindo cerca de
2,7 µm a 10,8 µm de comprimento e 2,7 µm de largura, com parede lisa e septação
variando de zero a três septos; monofiálides cilíndricas; clamidósporos abundantes de
parede lisa, dispostos de maneira intercalar ou terminal na hifa. Em meio de cultura SNA,
as características observadas foram bastante semelhantes, entretanto houve apenas variação
no tamanho dos macroconídios que foi de 13,5 µm a 58,0 µm de comprimento e 2,7 µm de
largura (Figura 5).
A B
C D
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 46
Figura 5 – Estruturas microscópicas encontradas na espécie Fusarium oxysporum em meio de cultura BDA e
SNA. A – Monofiálide com microconídios em meio de cultura BDA; B-Clamidósporos intercalares e
terminais em meio de cultura SNA; C e D – Macroconídios e microconídios em meio de cultura BDA e SNA
respectivamente
Fonte: Autoria própria
Fusarium solani - Em meio de cultura BDA, macroconídios com parede espessa,
formato levemente curvado e estreitamento nas extremidades, com tamanho variando de
16,2 µm a 27,0 µm de comprimento de 2,7 µm de largura, de parede lisa, com septos
variando de zero a três; microconídios de formato oval, medindo cerca de 2,7 µm a 10,8
µm de comprimento e 2,7 µm de largura, com parede lisa e septação variando de zero a um
septo; monofiálides cilíndricas; presença de clamidósporos de parede rugosa em algumas
culturas. Em meio de cultura SNA, houve apenas diferença na quantidade de
clamidósporos observados, visto que em todos os isolados os clamidósporos estavam
bastante abundantes e dispostos de maneira intercalar ou terminal na hifa (Figura 6).
A B
C D
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 47
Figura 6 – Estruturas microscópicas encontradas na espécie Fusarium solani em meio de cultura BDA e
SNA. A, B e D –Macroconídios e microconídios em meio de cultura BDA (A) e SNA (B,D) ; C- Monofiálide
com microconídios em meio de cultura BDA
Fonte: Autoria própria
Ao realizar um estudo taxonômico morfológico, Gerlach et al. (1982)
distinguiram as espécies F. lateritium, F. oxysporum e F. solani como diferentes das
demais do gênero. Os autores observaram que as colônias de F. lateritium possuíam
clamidósporos variando de globosos a subgloblosos, podendo ser observados em pares ou
solitários nas hifas, e constataram que nas espécies F. oxysporum e F. solani os
clamidósporos apresentavam paredes lisas e rugosas.
De acordo com Nelson et al. (1994), as características secundárias encontradas nas
colônias de Fusarium só são úteis na descrição de uma espécie quando as culturas são
cultivadas em condições padrão de luz, temperatura e substrato, entretanto, os autores
afirmaram que critérios secundários como pigmentação da colônia, presença e ausência de
esporodóquios, escleródios ou estromas, não devem ser considerados adequados para uma
diferenciação de espécie.
A B
C D
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 48
Analisando microscopicamente as características de F. oxysporum, Miranda
(2000) verificou que não houve diferença morfológica na estrutura dos macroconídios e
microconídios. O autor observou também que os microconídios estavam abundantemente
presentes na colônia, geralmente unicelulares e com morfologia oval ou reniforme; os
macroconídios apresentando morfologia falcada e os clamidósporos mostrando-se em
pares, terminais ou intercalares. As características encontradas no estudo realizado por
Miranda (2000) foram semelhantes às observadas nessa pesquisa.
Em um estudo realizado por Cambuim et al. (2007), estruturas como:
macroconídios longos de parede lisa, células apicais em formatos de bico, monofíalides
cilindrícas e clamidósporos isolados foram observadas, analisadas e, posteriormente,
identificadas como pertencentes a espécie F. lateritium.
Apenas com a análise das características morfológicas das espécies F. lateritium,
F. oxysporum e F. solani foi possível confirmar a identidade dos espécimes depositados na
Micoteca URM, cabendo às demais análises outras informações conclusivas.
4.2 CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR E FILOGENÉTICA
As 25 culturas do gênero Fusarium depositadas na Micoteca URM foram
revisadas taxonomicamente utilizando como ferramentas moleculares, a região ITS do
rDNA e o gene Tef-1α. Foram obtidos para a região ITS1-5.8S-ITS2 fragmentos de
aproximadamente 500 pares de bases e para o gene Tef, os fragmentos chegaram próximos
a 600 pares de bases. Inicialmente, as 25 culturas estavam agrupadas por características
morfológicas em três espécies F. lateritium, F. oxysporum e F. solani (Tabela 1), contudo,
após a análise das sequências foi possível verificar que as espécies estão inseridas em
complexos e que a delimitação entre elas ainda não pode ser resolvida.
Na análise filogenética baseada nos fragmentos da região ITS (Figura 7) foi
possível observar que as dez sequências originadas a partir das culturas depositadas na
Micoteca URM como pertencentes à espécie F. oxysporum, agruparam-se com sequências
da mesma espécie que estão depositadas no banco de dados GenBank, formando um clado
distinto dos demais URM, com valores de bootstrap superiores a 94%, para as análises de
Neibghbor Joining, Máxima Parcimônia, Máxima Verossimilhança e análise Bayesiana.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 49
Figura 7- Reconstrução filogenética de espécies de Fusarium depositadas na Micoteca URM a partir do
alinhamento de 490 nucleotídeos correspondentes à combinação dos fragmentos ITS1 + 5.8S + ITS2
(rDNA). Valores de Bootstrap (em %) foram gerados a partir dos métodos de Neibghbor Joining (K2P),
Máxima Verossimilhança, Máxima Parcimônia (5000 reamostragens) e de probabilidade posterior (análise
Bayesiana, abaixo do nó, 1000 reamostragens). Somente valores acima de 50% foram apresentados. Para
MP: Índice de Consistência (CI) = 29,51% e Índice de Retenção (RI) = 99,01%
Fonte: Autoria própia
Para as sequências obtidas dos sete isolados de F. lateritium não foi observado
agrupamento com nenhuma sequência da mesma espécie obtida no banco de dados
GenBank, formando um clado apenas com os espécimes de F. equiseti com valores de
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 50
suporte superiores a 98%. Essa informação sugere que culturas depositadas na Micoteca
URM como pertencentes a F. lateritium devem ser submetidas a análises de outras regiões
do DNA, o que provavelmente, poderá comprovar se pertencem ou não a uma outra
espécie, visto que as características morfológicas condizem com a espécie depositada na
Micoteca URM.
As sequências obtidas a partir dos oito isolados de F. solani agruparam-se com
sequências da mesma espécie depositadas no Genbank, formando um clado com valores de
suporte acima de 98%.
Tendo em vista a reconstrução da árvore filogenética com os fragmentos de ITS,
foi possível inferir que apenas o sequenciamento dessa região não foi conclusivo para
delimitar a espécie F. lateritium depositada na Micoteca URM, por discordar da análise
morfológica e não agrupar com nenhuma sequência da mesma espécie. Segundo Maciel
(2012) a região ITS não tem sido eficaz para a determinação de espécies de Fusarium,
devido à presença de duas cópias não homólogas da região ITS2, causando divergência nos
resultados.
Segundo Maharachchikumbura et al. (2011), deve-se observar a veracidade das
informações contidas nos bancos de dados, inclusive o Genbank, pois muitas espécies
importantes são depositadas nesses bancos públicos sem a conferência exata do nome da
espécie, o que pode ocasionar uma identificação incorreta. De acordo com Kristensen et al.
(2005) além da caracterização morfológica, a localização geográfica e a verificação da
patogenicidade de um determinado isolado, são passos indispensáveis para uma
identificação precisa em termos de espécie, auxiliando desta forma a filogenia molecular.
A análise dos fragmentos do gene Tef 1-α (Figura 8) foi realizada com a finalidade
de solucionar qualquer impasse que tenha ocorrido pela análise da região ITS, pois se sabe
que esta análise possui um maior poder de resolução para separar espécies dentro dos
clados (GEISER et al., 2004). Após a análise dos fragmentos do fator de elongação Tef 1-
α, foi possível observar que, comparando todas as sequências das culturas depositadas na
Micoteca URM com as depositadas no banco de dados específico para o gênero Fusarium
(FUSARIUM ID), houve uma separação mais concisa dos clados e a formação de quatro
complexos distintos.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 51
Figura 8- Reconstrução filogenética de espécies de Fusarium depositadas na Micoteca URM a partir do
alinhamento de 526 nucleotídeos correspondentes ao fragmento do gene Tef 1-α). Valores de Bootstrap (em
%) foram gerados a partir dos métodos de Neibghbor Joining (K2P), Máxima Verossimilhança, Máxima
Parcimônia (5000 reamostragens) e de probabilidade posterior (análise Bayesiana, abaixo do nó, 1000
reamostragens). Somente valores acima de 50% foram apresentados. Para MP: Índice de Consistência (CI) =
28,99% e Índice de Retenção (RI) = 99,06%
Fonte: Autoria própria
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 52
O primeiro complexo foi formado pelas sequências que compõem o complexo de
espécies F. oxysporum, entretanto, o isolado URM6226, que na análise da região ITS
apresentou afinidade com as sequências de F. equiseti, mostrou fazer parte das espécies
pertencentes ao complexo F. oxysporum, com valores de suporte significativos. As
espécies URM5845 e URM6704 destacaram-se nessa análise como pertencentes ao
complexo de espécies Gibberella fujikuroi, diferindo do resultado obtido com a região ITS.
A sequência do isolado URM3148 mostrou afinidade com outro complexo de espécies
chamado complexo F. concolor, não agrupando com nenhuma sequência de espécies
depositadas na Micoteca URM e diferindo, também, do resultado observado na análise da
região ITS.
As sequências dos isolados URM4207, URM5291, URM5844, URM5456 e
URM4703 que apresentaram afinidades com as sequências de F. equiseti na análise da
região ITS, apresentaram no estudo utilizando o Tef, semelhança molecular com as
espécies do complexo F. incarnatum-equiseti. Esse resultado, mais uma vez, difere dos
encontrados na análise morfológica, em que todas as características apresentadas afirmam
que as culturas dos isolados depositados na Micoteca URM pertencem à espécie F.
lateritium.
O estudo molecular realizado confirma que os isolados depositados na Micoteca
URM devem ser autenticados por mais de um método, tendo em vista que análises
taxonômicas utilizando apenas as características morfológicas estão sujeitas a dúvidas.
Ainda analisando as sequências dos isolados de F. solani, foi possível observar
afinidades com espécies pertencentes ao complexo F. solani com valores de suporte
significativo. Com isso, pode-se afirmar que os isolados de F. solani e F. oxysporum
estudados nessa pesquisa apresentaram características morfológicas que, juntamente com
os dados moleculares, ajudaram na confirmação taxonômica desses isolados, logo,
permanecerão sem alterações no depósito na Micoteca URM. Para os demais isolados, os
dados obtidos até o momento não foram suficientes para confirmação das espécies. Assim,
novas análises de outras regiões do rDNA deverão ser realizadas para obtenção de
respostas conclusivas.
As árvores da região ITS e do fator de elongação Tef 1-α foram enraizadas com
sequências de Trichoderma reesei (KH979305.1) e Hypocrea lixii (EU280077.1), e
Fusarium delphinoides (NRRL 36152) e Fusarium dimerium ET-gr (NRRL 36384),
respectivamente.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 53
Ao realizarem um estudo sobre diversidade filogenética utilizando espécies do
gênero Fusarium, O’Donnell et al. (2012) conseguiram distribuir as espécies em nove
complexos distintos sendo eles: Gibberella fujikuroi, Fusarium oxysporum, Fusarium
concolor, Fusarium tricinctum, Fusarium incarnatum-equiseti, Fusarium sambucinum,
Fusarium chlamydosporum, Fusarium lateritium, Fusarium solani e Fusarium
coccophilum, utilizando como referência as sequências do banco de dados FUSARIUM ID
e Fusarium MLST.
4.3 ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE ERGOSTEROL PELAS CULTURAS DE
FUSARIUM
A determinação do ergosterol foi utilizada para quantificação da biomassa fúngica
das culturas do gênero Fusarium. O conteúdo de ergosterol foi calculado a partir da curva
padrão utilizada como controle, construída com as seguintes concentrações de ergosterol:
0,03125 µg/mL, 0,125 µg/mL, 0,25 µg/mL, 0,5 µg/mL, 1 µg/mL, 2 µg/mL (Figura 9).
Segundo Ricardo (2013), a curva de calibração consiste numa representação
gráfica de um coeficiente de determinação (R2), que permite uma estimativa da qualidade
da curva.
Figura 9 - Curva padrão para quantificação do ergosterol, obtida com a absorbância ajustada em
282 nm
Fonte: Autoria própria
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 54
O tempo de retenção do ergosterol na análise em HPLC foi de aproximadamente 5
minutos. Após a leitura da curva padrão, foram feitas as análises das amostras do
ergosterol presente no micélio fúngico. De acordo com a curva de calibração do ergosterol
(Figura 9), o método apresentou uma boa correlação entre o sinal instrumental e a variação
da concentração do ergosterol. O coeficiente de determinação (R2) permitiu avaliar a
linearidade, observando-se para o estudo um coeficiente de determinação de 0, 9972.
Segundo Relacre (2000), a eficiência de um método analítico depende do grau de
conformidade entre os resultados individuais dos ensaios, quando o processo é aplicado
repetitivamente a inúmeras amostras retiradas de uma amostra homogênea.
As concentrações de ergosterol no micélio das culturas estão representadas na
Figura 10. Foi possível observar que as culturas de F. oxysporum que obtiveram maior
concentração de ergosterol foram URM6228 e URM6052, apresentando valores de 0,4936
pg/mg e 0,5348 pg/mg respectivamente. Já na espécie F. lateritium, a concentração de
ergosterol foi maior nas culturas URM3148 (0,4128 pg/mg) e URM6226 (0,2749 pg/mg).
Para a espécie F. solani a maior concentração de ergosterol foi obtidas pelas culturas
URM5955 e URM6749, apresentando 0,2940 pg/mg e 0,3774 pg/mg como maiores
valores, respectivamente.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 55
Figura 10 - Concentração de ergosterol obtidas do micélio das espécies F. oxysporum (1- URM
4613; 2- URM 5845; 3- URM 6228; 4- URM 5005; 5- URM 6704; 6- URM 5858; 7- URM 5068; 8- URM
6503; 9- URM 6052; 10- 4363), F. lateritium (11- URM 5456; 12- URM 3148; 13- URM 6226; 14- URM
4207; 15- URM 4703; 16- URM 5844; 17- URM 5291) e F. solani (18- URM 5955; 19- URM 5074; 20-
URM 3838; 21- URM 6749; 22- URM 3821; 23- URM 6264; 24- URM 5796; 25- URM 3768)
Fonte: Autoria própria
A análise de variância ANOVA e o teste Tukey foram realizados com os valores
de ergosterol obtidos da biomassa fúngica de todos os isolados, para observar diferença
significativa na produção de ergosterol entre as espécies (Tabela 6) e entre os isolados da
mesma espécie.
Tabela 6 - Análise de variância e interações entre fatores para dados de ergosterol entre as espécies Fusarium
oxysporum, Fusarium lateritium e Fusarium solani
QUADRO DE ANÁLISE
FV
GL
SQ
QM
F
Tratamentos
Resíduos
2
22
0.05125
0.48956
0.02563
0.02225
1.1516 ns
Total 24 0.54082
ns não significativo (p ≥ .05).
Fonte: Autoria própria
A análise entre as espécies demonstrou que não houve interação entre os fatores do
estudo. A produção da biomassa dos fungos não diferiu estatisticamente, quando aplicado
o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O teste de Tukey também foi realizado
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 56
para cada espécie, para observar possíveis variações significativas na produção do
ergosterol entre os isolados (Tabela 7).
Em seus estudos, Chiocchio e Matkovic (2011) afirmaram que as concentrações de
ergosterol presentes no micélio dos fungos podem variar entre espécies diferentes ou entre
indivíduos da mesma espécie. Bermingham et al. (1995), ao estudarem espécies de fungos
aquáticos, perceberam que o conteúdo de ergosterol varia de acordo com a idade do
micélio.
De acordo com Zill et al. (1988), a composição do substrato pode influenciar
fortemente no teor de ergosterol presente nos fungos, tendo em vista que estudando a
espécie Rhizopus oligosporus constataram que quando cultivado em meio de cultura o seu
crescimento micelial e, consequentemente, o conteúdo de ergosterol foi elevado quando
comparado a substratos naturais.
Pasanen et al. (1999), estudando o conteúdo de ergosterol em culturas microbianas
de seis fungos filamentosos, três espécies de leveduras e um actinomiceto, constataram
uma correlação maior entre o conteúdo de ergosterol e os fungos filamentosos, do que
ergosterol com fungos viáveis totais incluindo leveduras, corroborando que o ergosterol é
um bom indicador de concentrações de biomassa fúngica, particularmente para os fungos
filamentosos.
Tabela 7 – Análise One-Sample T para os isolados das espécies de Fusarium
ANÁLISE ONE-SAMPLE T - ISOLADOS DA ESPÉCIE
Espécie Variable N Mean StDev SE Mean 95% CI
Fusarium oxysporum C1 10 0,2516 0,1712 0,0541 (0,1292;
0,3741)
Fusarium lateritium C2 7 0,1630 0,1341 0,0507 (0,0390;
0,2871)
Fusarium solani C3 8 0,1560 0,1310 0,0463 (0,0463;
0,2655)
Fonte: Autoria própria
A análise dos dez isolados da espécie de F. oxysporum revelou que não houve
diferença signifitiva na produção do ergosterol, a média está dentro do intervalo de
confiança (CI). O mesmo se aplicou aos sete isolados de F. lateritium, onde a análise não
foi significativa e a média permaneceu também dentro do intervalo de confiança (CI). Por
fim, foi constatado o mesmo na análise realizada para os oito isolados de F. solani.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 57
Um teste utilizando dois fatores para observar se houve diferença na produção de
ergosterol também foi realizado entre as espécies F. oxysporum e F. lateritium (Tabela 8),
entre F. oxysporum e F. solani (Tabela 9) e entre F. lateritium e F. solani (Tabela 10).
Tabela 8 – Análise Two-Sample T entre as espécies Fusarium oxysporum e Fusarium lateritium
ANÁLISE Two-Sample T – Test and CI: C1;C2
Espécie Variable N
Mean
StDev
SE Mean
Fusarium oxysporum C1 10 0.252 0.171 0,054
Fusarium lateritium C2 7 0,163 0,134 0,051
Estimate for difference: 0,0886
95% CI (-0,0704; 0,2477); T-value = 1,20; P-value = 0,252*; DF =14
*(p ≥ 0,05) não significativo
Fonte: Autoria própria
Tabela 9 – Análise Two-Sample T entre as espécies Fusarium oxysporum e Fusarium solani
ANÁLISE Two-Sample T – Test and CI: C1;C3
Espécies Variable N
Mean
StDev
SE Mean
Fusarium oxysporum C1 10 0.252 0.171 0,054
Fusarium solani C3 8 0,156 0,131 0,046
Estimate for difference: 0,0957
95% CI (-0,0562; 0,2475); T-value = 1,34; P-value = 0,199*; DF =15
*(p ≥ 0,05) não significativo
Fonte: Autoria própria
Tabela 10 – Análise Two-Sample T entre as espécies Fusarium lateritium e Fusarium solani
ANÁLISE Two-Sample T – Test and CI: C2;C3
Espécies Variable N
Mean
StDev
SE Mean
Fusarium lateritium C2 7 0.163 0.134 0,051
Fusarium solani C3 8 0,156 0,131 0,046
Estimate for difference: 0,0070
95% CI (-0,1426 0,1566); T-value = 0,10; P-value = 0,920*; DF =12
*(p ≥ 0,05) não significativo
Fonte: Autoria própria
A análise de dois fatores revelou que não houve interação significativa, ou seja, não
existe uma diferença relevante na produção de ergosterol entre as espécies F. oxysporum
(C1) e F. lateritium (C2). O mesmo foi observado na análise realizada entre as espécies F.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 58
oxysporum (C1) e F. solani (C3), bem como na análise de dois fatores realizada entre as
espécies F. lateritium (C2) e F. solani (C3).
De maneira geral, os dados indicam que a biomassa fúngica não sofreu alteração
durante a realização desse experimento, mantendo-se praticamente constante, com isso não
foi possível utilizar o ergosterol como critério para diferenciar uma espécie das demais.
Niemenmaa et al. (2008), ao analisarem a variação do conteúdo de ergosterol de
alguns fungos, dentre esses Phlebia radiata e Phanerochaete chrysosporium, em diferentes
meios de cultivo (meio líquido, sólido e meio sólido com blocos de madeira), por 35 dias,
detectaram que o conteúdo de ergosterol de P. chrysosporium em meio líquido não
apresentou diferenças significativas entre a primeira e a quinta semana.
4.4 DESCOLORAÇÃO DO EFLUENTE TÊXTIL POR ISOLADOS DO GÊNERO
FUSARIUM
A realização do ensaio de descoloração do efluente têxtil pelas espécies de
Fusarium sofreu modificação na metodologia inicial, que a princípio utilizaria o efluente
têxtil nas condições naturais da indústria, e como resultado, foi verificado que todos os
isolados utilizados no ensaio descoloriram o efluente têxtil (Figura 11), porém, o frasco
controle também apresentou descolorção. Além disso, foi realizado também um isolamento
de unidades formadoras de colônias do efluente degradado para identificação de possíveis
organismos envolvidos. Foi constatado que havia colônias de bactérias e leveduras, e nos
frascos que estavam os isolados de Fusarium inoculados foi possível isolá-los novamente.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 59
Figura 11 – Frascos de Erlenmeyers controle (sem os isolados de Fusarium) do ensaio de
descoloração do efluente têxtil. Efluente em condições naturais antes do ensaio (A) e após 12 dias (B)
Fonte: Autoria própria
Tendo em vista esses resultados, o método teve que sofrer modificação
(esterilização do efluente) para atestar se os isolados de Fusarium eram realmente
eficientes na descoloração.
Após seis e doze dias de incubação, foram obtidos os percentuais de descoloração
do efluente têxtil esterilizado utilizando os isolados de Fusarium (Tabela11). De maneira
geral, pode-se observar que todos os isolados apresentaram um percentual de descoloração
abaixo de 50%, exceto o isolado F. oxysporum URM6228, que em seis dias apresentou um
percentual de descoloração de 41,50% e em doze dias 53,77%. O isolado que apresentou o
menor percentual de descoloração em doze dias foi F. lateritium URM4207 (11,32%).
Diante desses resultados, considerou-se que os fungos utilizados nesse
experimento apresentaram baixo potencial de descoloração quando analisados em efluente
esterilizado. Assim, nas condições naturais da indústria, em que o fungo age em consórcio
com outros micro-organismos, eles são promissores na descoloração de efluente têxtil.
A B
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 60
Tabela 11 – Percentual de descoloração do efluente têxtil por espécies de Fusarium
URM ESPÉCIE % DESCOLORAÇÃO 6
DIAS
% DESCOLORAÇÃO 12
DIAS
4613 F.oxysporum 19,81 37,73
5858 F.oxysporum 6,60 25,47
5005 F.oxysporum 12,26 29,24
6503 F.oxysporum 10,37 26,41
5845 F.oxysporum 22,64 30,18
4363 F.oxysporum 11,32 20,75
6228 F.oxysporum 41,50 53,77
5068 F.oxysporum 4,71 19,81
6704 F.oxysporum 20,75 23,58
6052 F.oxysporum 7,54 17,92
5844 F. lateritium 31,13 35,84
5456 F. lateritium 25,47 40,56
3148 F. lateritium 32,07 42,45
6226 F. lateritium 4,71 12,26
4703 F. lateritium 20,74 35,84
4207 F. lateritium 10,37 11,32
5291 F. lateritium 18,86 30,18
3838 F. solani 25,47 33,96
3821 F. solani 19,81 35,84
5074 F. solani 32,07 45,28
5796 F. solani 16,98 40,56
5955 F. solani 9,43 13,20
6749 F. solani 28,30 38,67
3768 F. solani 21,68 35,84
6264 F. solani 11,32 27,35
Fonte: Autoria própria
De acordo com Costa (2008), durante o processo de beneficiamento do jeans nas
lavanderias e tinturarias, os efluentes geralmente apresentam coloração azul dominante,
forte odor de matéria em decomposição e sedimento constituído por fibras e resíduos de
corantes. Além disso, os compostos presentes no efluente agem como substratos para
diversos microrganismos que metabolizam os nutrientes para o crescimento e manutenção
celular durante o tratamento biológico.
Num estudo de descoloração de corante têxtil realizado por Araújo (2012), foi
observado que a espécie Fusarium oxysporum apresentou um percentual de descoloração
de 100% em dez dias de experimento. O resultado encontrado por este autor difere do
presente estudo em que os isolados dessa espécie, em 12 dias de ensaio, não atingiram esse
percentual de descoloração do efluente têxtil.
Utilizando espécies do gênero Fusarium na descoloração de corante têxtil,
Torralba (2008) obteve um percentual de descoloração em torno de 75% em dois dias de
experimento. Rodriguez et al. (1994) avaliaram a capacidade de F. oxysporum e F. solani
na degradação de substâncias aromáticas como a lignina. Segundo os autores, a eficiência
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 61
na degradação da lignina por estes isolados foi atribuída à presença de enzimas oxidativas
não específicas. A lignina é um composto aromático, portanto essas enzimas podem estar
presentes nas espécies do gênero Fusarium, contribuindo para degradação de corantes.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 62
5. CONCLUSÕES
Os 25 isolados de Fusarium depositados na Micoteca URM apresentam
características morfológicas compatíveis com as espécies Fusarium lateritium,
Fusarium oxysporum e Fusarium solani.
A análise molecular indica que os 25 isolados de Fusarium depositados na
Micoteca URM estão distribuídos em complexos de espécies.
A análise molecular não foi conclusiva para confirmar os isolados
depositados na Micoteca URM como pertencentes à espécie F. lateritium.
Os isolados de F. oxysporum e F. solani depositados na Micoteca URM
foram confirmados taxonomicamente e não deverão sofrer alterações no depósito.
O ergosterol não se mostrou uma ferramenta eficiente na distinção dos
espécimes de Fusarium depositados na Micoteca URM.
As espécies F. lateritium, F. oxysporum e F. solani não são capazes de
descolorir, com percentual considerável, o efluente da lavanderia têxtil
esterilizado.
Araújo, G. R. - Caracterização polifásica de Fusarium lateritium... 63
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