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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL – CSTR
CAMPUS DE PATOS – PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
ISMAEL SANTOS FALCÃO
AVALIAÇÃO DA CASUÍSTICA DA SÍNDROME DE RABDOMIÓLISE POR
ESFORÇO EM EQUINOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
VETERINÁRIO/CSTR/UFCG, PATOS – PB, NO PERÍODO DE 2006 A 2016
Orientadora: profª. MSc. Sônia Maria de Lima
2018
ISMAEL SANTOS FALCÃO
AVALIAÇÃO DA CASUÍSTICA DA SÍNDROME DE RABDOMIÓLISE POR
ESFORÇO EM EQUINOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
VETERINÁRIO/CSTR/UFCG, PATOS – PB, NO PERÍODO DE 2006 A 2016
Clínica Médica de equídeos
Área de concentração
PATOS - PB
Março/2018
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado
ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade
Federal de Campina Grande - UFCG, como requisito
parcial para obtenção de título de Bacharel em
Medicina Veterinária, sob a orientação da professora
MSc. Sônia Maria de Lima
FICHA CATALOGRAFICA
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
F181a
Falcão, Ismael Santos
Avaliação da casuística da síndrome da rabdomiólise por esforço em
equinos atendidos no Hospital Veterinário/CSTR/UFCG, Patos – PB, no
período de 2006 a 2016 / Ismael Santos Falcão. – Patos, 2018.
53f.: il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2018.
“Orientação: Prof. MSc. Sônia Maria de Lima.”
Referências.
1. Degeneração muscular. 2. Miólise. 3. Miopatia. 4. Muscular. I.
Título.
CDU 619:636.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS - PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
ISMAEL SANTOS FALCÃO
Graduando
Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para
obtenção do grau de Médico Veterinário.
APROVADO EM: ............ /............ /.............
EXAMINADORES:
________________________________________________ _________
Profª. MSc. – UAMV/UFCG - Sônia Maria de Lima Nota
(Orientadora)
________________________________________________ _________
Prof. MSc. UCS/FIP - Rodrigo Barbosa Palmeira Nota
(Examinador)
__________________________________________________ _________
MV. MSc. - HV/UFCG - Josemar Marinho de Medeiros Nota
(Examinador)
DEDICATÓRIA
Minha formação como profissional não
poderia ter sido concretizada sem o apoio de
meus queridos pais Laelson e Rosário Falcão,
que, não mediram esforços no decorrer da
minha trajetória acadêmica, transmitindo-me,
imenso carinho e amor e uma estrutura de
conhecimentos de integridade e perseverança,
orientando sempre a buscar em Deus
motivação para concretizar meus sonhos. Por
tudo, dedico a vocês, deixando aqui minha
imensa e eterna gratidão e amor.
ORAÇÃO DO CAVALO
Meu senhor e meu dono
A festa vai começar
Não me maltrate que o levarei sobre minhas patas velozes
Não puxe o freio com força porque conheço o caminho tantas vezes percorrido
Não reclame da poeira que levantamos
Pois o mesmo ar que respira o boi e o cavalo também respira o homem
Seja valente e digno para vencermos porque somos dois contra um
Mas seja forte e humilde se perdermos porque somos dois contra um
Se cair que seja longe de minhas patas perigosas
Pois não posso pisar o meu dono o meu senhor
E quando esta festa acabar abraça-me com carinho
Dá-me de comer e beber
Suba no pódio e receba o troféu que é meu e seu
Mas volte a esta pista de areia vaqueiro
Volte e peça perdão ao boi derrotado
A este mesmo boi que um dia com seu hálito quente
Aqueceu o berço pobre do menino Jesus.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus que sempre iluminou os meus caminhos, dando-me
força e coragem para a conclusão do curso de Medicina Veterinária e para enfrentar os
desafios da vida; Aos meus pais, Maria do Rosário Santos Falcão e Laelson Falcão da
Silva, pelo esforço, dedicação, carinho, amor e apoio durante todos os momentos da minha
vida;
Aos meus irmãos, Israel Santos Falcão, Rafael Carneiro Falcão e Gabriela
Carneiro Falcão pelo carinho e compreensão e por nunca me deixarem desistir dos meus
sonhos; A todos os meus familiares agradeço pela força e pelo amor, oferecidos
simplesmente em sinal de carinho e compreensão, especialmente ao meu tio Manuel dos
Santos, Tânia e a meu primo Emanuel Calisto que sempre estiveram dispostos a contribuir
para esta conquista;
A minha turma pelo total apoio nessa caminhada, ajudando e dando força, sempre
presentes nos momentos de tristeza e alegria. E que, apesar da conclusão do curso, vale
lembrar que não há distância para boas amizades; A todos os mestres do curso de Medicina
Veterinária da UFCG pelo conhecimento passado, aos residentes e colaboradores do hospital
veterinário que me aturaram e sempre estiveram dispostos a tirar dúvidas, nunca medindo
esforços para ajudar;
A professora Sônia Maria de Lima com quem aprendi muito ao longo desta
caminhada e pela dedicação e atenção e que, diversas vezes, agiu com carinho e compreensão
contribuindo de forma preciosa me inspirando no amadurecimento dos meus conhecimentos e
conceitos que me levaram a execução e conclusão desta monografia;
Aos professores Dr. Thiago Arco Verde, Rodrigo Barbosa Palmeira e o Médico
Veterinário, Josemar Marinho de Medeiros que se prontificaram a fazer parte da Banca
Examinadora deste trabalho, meu muito obrigado;
Aos animais, que tive o prazer de aprender, praticar e ajudar durante esse percurso.
Aos proprietários, tratadores e donos de haras pela troca de conhecimentos e
companheirismo, que diversas vezes, me comprovaram o amor por esses incríveis animais,
que são minha paixão e razão pela escolha do curso. Aos meus amigos pessoais, que sempre
estiveram juntos nas conquistas. Por fim, agradeço a todos que contribuíram direta ou
indiretamente para a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................................... 9
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................... 10
RESUMO ............................................................................................................................................. 11
ABSTRACT ......................................................................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 13
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................................... 14
2.1 Exploração equestre e importância socioeconômica dos equinos para o Brasil ...................... 14
2.2 Morfofisiologia do sistema muscular ........................................................................................... 14
2.3 A bioquímica do sistema muscular .............................................................................................. 16
2.4 Miopatias em equinos.................................................................................................................... 18
2.5 Rabdomiólise por esforço ............................................................................................................. 20
2.5.1 Etiopatogenia .............................................................................................................................. 20
2.5.2 Epidemiologia ............................................................................................................................. 21
2.5.3 Sintomas clínicos ........................................................................................................................ 22
2.5.4 Diagnóstico .................................................................................................................................. 24
2.5.5 Diagnóstico Diferencial .............................................................................................................. 27
2.5.6 Tratamento e prevenção ............................................................................................................ 28
2.5.7 Técnicas fisioterapêuticas .......................................................................................................... 32
2.5.7.1 Crioterapia ............................................................................................................................... 32
2.5.7.2 Massoterapia ............................................................................................................................ 33
2.5.7.3 Hidroterapia ............................................................................................................................ 34
2.5.7.4 Termoterapia ........................................................................................................................... 35
2.5.7.5 Exercícios de alongamento ..................................................................................................... 36
2.5.7.6 Kinesio taping .......................................................................................................................... 37
3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 38
3.1 Amostra avaliada .......................................................................................................................... 38
3.2 Metodologia do desempenho ........................................................................................................ 38
3.3 Análise das observações ................................................................................................................ 39
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 40
4.1 Consequências dos erros de manejo ............................................................................................ 43
4.2 Terapias adotadas no HV/UFCG ................................................................................................. 45
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 47
6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Prevalência da casuística anual quanto ao ano, os equinos atendidos e os miopáticos
registrados no Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da (UFCG),
Patos - PB, no período de janeiro 2006 a julho de 2016. ................................................................. 40
Tabela 2 - Prevalência da casuística quanto as causas de Rabdomiólise, registrada no Hospital
Veterinário (HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a julho de 2016. ......................... 41
Tabela 3 – Casuística de rabdomiólise em equinos, registradas por faixa etária no Hospital Veterinário
(HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016. ............................................ 41
Tabela 4 – Casuística de rabdomiólise em equinos, registradas quanto à prevalência racial, no
Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016. .................. 42
Tabela 5 - Prevalência sexual da casuística Rabdomiólise, registrada no Hospital Veterinário (HV) do
Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
Patos - PB, no período de janeiro 2006 a julho de 2016. ................................................................. 43
Tabela 6 – Prevalência da casuística de rabdomiólise em equinos, registradas quanto à utilidade/fases
de vida correlacionada com os casos atendidos no Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e
Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no
período de janeiro 2006 a dezembro de 2016. ................................................................................ 43
Tabela 7 – Demonstrativa da correlação entre o sistema de criação X enfermidades (síndrome
rabdomiólise diagnosticada em equinos atendidos no Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e
Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no
período de janeiro 2006 a dezembro de 2016)................................................................................ 43
Tabela 8 – Casuística da síndrome rabdomiólise correlacionada a quantidade (kg) de concentrado
fornecidos aos equinos diagnosticada em equinos atendidos no Hospital Veterinário (HV) do Centro
de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos -
PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016. ..................................................................... 44
Tabela 9 – Casuística da síndrome rabdomiólise correlacionada a quantidade de vezes de
fornecimento de concentrado aos equinos diagnosticada em equinos atendidos no Hospital Veterinário
(HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016. ............................................ 44
Tabela 10 - Demonstrativos dos protocolos terapêuticos utilizados em miopatias no Setor de Clínica
Médica de grandes animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), Campus de Patos – PB, no período de
janeiro/2005 a outubro/2014. ....................................................................................................... 45
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ilustração esquemática das camadas e estruturas que compõe a anatomia muscular. .......... 15
Figura 2: Representação esquemática da bioquímica de contração muscular. .................................... 17
Figura 3: Amostras urinárias: normal e mioglobinúricas de equinos acometidos de miopatia por
esforço. .................................................................................................................................................. 21
Figura 4: Equino acometido por rabdomiólise: tensão muscular difusa, em especial, de glúteos e
quadríceps femural. ............................................................................................................................... 23
Figura 5: Câmera de infravermelho. .................................................................................................... 27
Figura 6: Imagem termográfica lateral de um equino. ......................................................................... 27
Figura 7: Capim elefante (Pennisetum purpureum). ............................................................................ 29
Figura 8: Feno de boa qualidade. ......................................................................................................... 30
Figura 9: Treinamento gradual com aquecimento prévio. ................................................................... 30
Figura 10: Piquete de liberdade ou de repouso. ................................................................................... 31
Figura 11: Trabalho ao cabresto. ......................................................................................................... 31
Figura 12: Ilustração de crioterapia em forma de bolsa na região da garupa....................................... 32
Figura 13: Imersão em banho de gelo. ................................................................................................. 33
Figura 14: Massoterapia em equino: massagem na região dos glúteos e no quadríceps femural. ....... 33
Figura 15: Massoterapia em equino: massagem na região dos glúteos e no quadríceps femural. ....... 34
Figura 16: Equino em hidroterapia com ducha fria. ............................................................................ 34
Figura 17: Equino em hidroterapia por imersão total ou natação. ....................................................... 35
Figura 18: Técnica de termoterapia. .................................................................................................... 35
Figura 19: Alongamento passivo do membro torácico: apoio manual articular e extensão cranial lenta.
............................................................................................................................................................... 36
Figura 20: Alongamento passivo do membro pélvico: apoio manual articular e extensão cranial lenta.
............................................................................................................................................................... 36
Figura 21: Uso do Kinesio taping. ....................................................................................................... 37
RESUMO
FALCÃO, ISMAEL SANTOS. AVALIAÇÃO DA CASUÍSTICA DA SÍNDROME DE
RABDOMIÓLISE POR ESFORÇO EM EQUINOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
VETERINÁRIO/CSTR/UFCG, Patos – PB. UFCG, 53p (Trabalho de conclusão de Curso em
Medicina Veterinária, Clínica Médica de Equinos) - Unidade Acadêmica de Medicina
Veterinária - Universidade Federal de Campina Grande - PB.
O estudo foi realizado no Hospital Veterinário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande, Patos – PB, no período de janeiro de 2006 a
dezembro de 2016. Com intuito de apresentara casuística da Síndrome de Rabdomiólise por
Esforço em Equinos, segundo os atendimentos clínicos de rotina registrados no Setor de
Clínica Médica de Grandes Animais. O presente trabalho divide-se em duas partes. Na
primeira parte, desenvolve-se o tema “rabdomiólise por esforço em equinos”. Faz-se uma
revisão teórica sobre a fisiologia do tecido muscular, com destaque ao tipo de fibras
musculares e vias de produção de energia para contração muscular, tendo em vistas, à
ampliação de conhecimentos nesta área. Para tanto, a abordagem epidemiológica e
fisiopatológica dessas miopatias, os sinais clínicos, recursos diagnósticos e terapêuticos
convencionais e primordialmente às terapias mais efetivas e quanto à prevenção. Efetuando-se
o levantamento de ocorrências, mediante as verificações registradas em fichas e prontuários
clínicos arquivados e, através de acompanhamento ambulatorial dos equinos atendidos. Na
segunda parte, faz-se a apresentação e a análise estatística da casuística assistida, , Por fim,
diante dos resultados obtidos, sempre que relevante, tentar argumentar e discutir sobre o
assunto de modo conclusivo, ressaltando-se a importância da prevenção para diminuir a
incidência de rabdomiólises, estando atento a fatores como: alimentação; treinamento
adequado; suprimento nutricional, entre outros que podem auxiliar numa melhor qualidade de
vida para os equinos, afinal, muitos proprietários e tratadores erram por desconhecimento, por
isso, a informação ainda é a melhor saída.
Palavras-chave: Muscular. Miopatias. Degeneração muscular. Miólise.
ABSTRACT
FALCÃO, ISMAEL SANTOS. AVALIAÇÃO DA CASUÍSTICA DASINDROME DE
RABDOMIÓLISE POR ESFORÇOEM EQUINOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
VETERINÁRIO/CSTR/UFCG NA PARAÍBA 53p (Trabalho de conclusão de curso em
Medicina Veterinária, Clínica médica de equinos) - Unidade Acadêmica de Medicina
Veterinária, Universidade Federal de Campina Grande.
The study was carried out at the Veterinary Hospital of the Rural Health and Technology
Center of the Federal University of Campina Grande, Patos - PB, in the period from January
2006 to December 2016. In order to present a case series of the Rhabdomyolysis Syndrome
by Effort in Equines, according to the routine clinical appointments registered in the Medical
Sector of Large Animals. This paper is divided into two parts. In the first part, the theme
"rhabdomyolysis by stress in horses" is developed. A theoretical review on the physiology of
muscle tissue is made, highlighting the type of muscle fibers and energy production pathways
for muscle contraction, in view of the expansion of knowledge in this area. To that end, the
epidemiological and pathophysiological approach of these myopathies, the clinical signs,
diagnostic and therapeutic resources conventional and primarily to the most effective and
preventive therapies. The occurrence survey was carried out by means of verifications
recorded on records and medical records filed and, through outpatient follow-up of the horses
served. In the second part, the presentation and the statistical analysis of assisted casuistry are
presented. Finally, in view of the results obtained, whenever relevant, try to argue and discuss
the subject in a conclusive way, emphasizing the importance of prevention to reduce the
incidence of rhabdomyolysis, being attentive to factors such as: feeding; adequate training;
nutritional supply, among others that can help a better quality of life for horses, after all, many
owners and caretakers err for lack of knowledge, so information is still the best way out.
Keywords: Muscular. Myopathies. Muscle degeneration. Myolysis.
13
1. INTRODUÇÃO
Evidências históricas demonstram que desde tempos remotos, o homem valoriza e faz
uso do equino pela sua força e velocidade, sendo utilizado como meio de transporte, em
esportes e lazer, em variadas atuações urbanas e no campo. Somado a isso, pesquisas recentes
têm revelado a influência positiva quanto à utilização da equoterapia no tratamento de pessoas
com necessidades especiais.
Segundo as características de boa conformação racial e grande vigor físico, alguns
equino são selecionados para reprodutores, com intuito de transmitir o desempenho atlético e
tais características fenotípicas aos seus descendentes.
Em termos regionais quanto à utilização equestre, a vaquejadas evidencia uma das
utilizações mais populares e rentáveis da utilização do equino na atualidade. Que segundo
Câmara Cascudo (1993), historiador e jornalista expert sobre essa temática, as práticas de
vaquejadas surgiram na década de 40, “como forma de extensão das atividades do manejo do
gado pelo vaqueiro sertanejo e, tal atividade foi se profissionalizando com o decorrer dos
anos”. Substituindo-se as montarias que eram formadas por equinos nativos, por equinos de
melhor linhagem.
Por conseguinte, é fato que de conformidade com as exigências desportivas equestres,
equinos estão sendo submetidos a treinamentos intensos, muitas vezes sem nenhuma
orientação profissional adequada, que preserve a qualidade e o potencial orgânico desses
espécimes, dando-se prioridade a competitividade lucrativa dessas atividades. Essa rotina de
treinamento pode provocar lesão traumática direta, estiramento, distensão de grupos
musculares ou disfunções, que levam a rabdomiólise aguda, ou recorrente por fatores
metabólicos ou genéticos.
Desse modo, a realização do trabalho teve por objetivo a atualização e aquisição de
conhecimentos acerca Rabdomiólise por Esforço em Equinos, fundamentados em literaturas
especializadas e a avaliação de ocorrências práticas, tendo em vistas, relacionar fatores
epidemiológicos, os sinais clínicos e a constatação de recursos diagnósticos e as terapias
usualmente efetivas. Para tanto, foi efetuado uma pesquisa no período de janeiro de 2006 a
dezembro de 2016, segundo os atendimentos clínicos de rotina registrados no Setor de Clínica
Médica de Grandes Equinos do Hospital Veterinário do Centro de Saúde e Tecnologia Rural
da Universidade Federal de Campina Grande, Patos – PB, mediante o levantamento das
verificações registradas em fichas e prontuários clínicos arquivados e através do
acompanhamento ambulatorial dos equinos atendidos com miopatias.
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EXPLORAÇÃO EQUESTRE E IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA DOS
EQUINOS PARA O BRASIL
O cavalo desempenhou um importante papel no desenvolvimento social, econômico e
político do Brasil. Esta memória embora pouco discutida na literatura ajuda na compreensão
de aspectos fundamentais para configuração do perfil atual do agronegócio do cavalo. No
aspecto social - englobando exibicionismo, vaidade, orgulho e diferenciação social. No
aspecto econômico, desempenhou as funções de sela, de carga e de tração. A partir da
segunda metade do século XIX, destacam-se no aspecto social, as atividades de esportes e
lazer, como corrida e salto (CNA, 2004).
O Brasil é o país da América Latina, que possui o maior rebanho de equinos,
destacando-se como a base do Complexo do Agronegócio do Cavalo, movimenta cerca de 7,3
bilhões de reais com a produção de cavalos, gerando 3,2 milhões de empregos, diretos e
indiretos, tornando-se o terceiro maior produtor mundial de equinos, com oito milhões de
cabeças (MAPA, 2015).
Nos últimos anos grande importância econômica está sendo destinada aos cavalos e
aos afazeres relacionados a estes animais. A renda gerada no Complexo do Agronegócio do
Cavalo no Brasil, em valores de abril de 2015, totalizou R$ 16,15 bilhões de reais. Ocupando
diretamente 607.329 pessoas, considerando o fato de que cada ocupação direta proporciona
outras quatro ocupações indiretas, estima-se que são gerados 2.429.316 empregos indiretos,
assim o complexo é responsável, diretamente e indiretamente, por 3 milhões de pessoas
ocupadas (BRASIL, 2016).
2.2 MORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA MUSCULAR
A musculatura esquelética de um equino está completamente desenvolvida e adaptada
para alcançar o potencial esquelético deste equino. Em contraposição a maioria dos
mamíferos, onde 30-40% do peso corporal corresponde ao tecido muscular, os equinos
adultos a percentagem de tecido muscular supera os 50% (BOFFI, 2006).
Sabe-se que o tecido muscular é de importância primária na locomoção equino, estudos
sobre a locomoção revelaram façanhas surpreendentes em termos de desempenho. Correr,
saltar, nadar, voar, escalar e cavar depende do tecido muscular como a “engrenagem de
15
desempenho”. Menos apreciado é o fato de que o tecido muscular está envolvido também na
maioria das outras funções corporais como, por exemplo, a respiração, digestão, deglutição, o
parto, movimentos do sangue e da linfa e movimentos oculares (REECE, 2006).
Existem três tipos de músculo no corpo, o esquelético, o cardíaco e o liso. O músculo
esquelético compõe cerca de 40% do peso total e o liso e cardíaco cerca de 10%. O músculo
esquelético consiste numa massa muscular contrátil central, carnosa, e de dois tendões, um em
cada extremidade do músculo. Cada massa muscular é formada por uma quantidade diferente
de células musculares (também chamadas de fibras musculares), que medem vários
centímetros entre os tendões de origem e de inserção. (KLEIN, 2014).
As fibras musculares estão organizadas em feixes circundados por tecido conjuntivo fibroso
(Figura 1). O tecido conjuntivo entre as fibras musculares individuais é denominado de endomísio. A
bainha que circunda os feixes das fibras musculares é denominada, perimísio e o tecido conjuntivo que
envolve todo músculo, denominado epimísio (FRANDSON; WILKE; FAILS, 2010).
Figura 1: Ilustração esquemática das camadas e estruturas que compõe a anatomia muscular.
Fonte: IESPE, 2016.
Cada músculo é composto por muitas células. Quando comparada com as células
comuns as células musculares são gigantes, variando de 10-100 μm de diâmetro e 5 – 10 cm
de comprimento, podendo ser ainda maior. As células musculares contem vários núcleos,
mitocôndrias e outras organelas intracelulares. A membrana limitante externa da fibra é
chamada de sarcolema. O sarcolema consiste em uma membrana plasmática, e em uma
camada externa polissacarídica, que se liga aos tendões nas extremidades das células. Cada
16
fibra muscular é inervada por um único neurônio motor, com a região da junção
neuromuscular localizando-se aproximadamente no meio da fibra, em relação as extremidades
(KLEIN, 2014; REECE, 2006).
A fibra muscular é composta por subunidades sucessivamente menores, possuindo
várias centenas a vários milhares de miofibrilas dispostas paralelamente ao longo de seu
comprimento. Cada miofibrila é formada uma série linear de sarcômeros, as unidades básicas
contráteis da fibra muscular (KLEIN, 2014).
O músculo estriado dos vertebrados é composto por fibras musculares que são
classificadas em duas ou mais categorias distintas e que são frequentemente referidas como
fibras de contração rápidas - tipo II (também chamadas de músculo branco), lentas - tipo I
(também chamadas de músculo vermelho) e mistas. As fibras musculoesqueléticas de período
de contração curto, podem ainda ser divididas em IIA, que representa fibras mais oxidativas,
IIB que é mais glicolítico e o tipo IIC, que parece ser intermediário em capacidade oxidativa e
glicolítica (SCHMIDT-NIELSEN, 2010).
As fibras tipo II tendem a ser maiores, tem um retículo sarcoplasmático extenso para
liberação rápida de íons Ca2+
e possuem um suprimento menor de sangue e menos
mitocôndrias porque o metabolismo aeróbico é menos importante. Essas fibras são fadigadas
um pouco mais rapidamente, mas são bem adaptadas para o salto, corrida e outros
movimentos breves e potentes. Já as fibras de contração lenta ou tipo I, são menores, tem um
suprimento abundante de sangue e mitocôndrias, possuem uma grande quantidade de
hemoglobina, elas dependem mais intensamente do metabolismo oxidativo, são menos
sujeitas a fadiga e estão mais bem preparadas para contração contínua de músculos extensores
anti gravidade (KLEIN, 2014).
No equino, a diferença de fibras é mais evidente no músculo glúteo médio, um dos
maiores e mais importantes músculos para a produção de força propulsora. Existindo
variações na área das fibras e na capacidade oxidativa intra e inter racial. Os equinos de
resistência, de elite, apresentam porcentagens elevadas de fibras do tipo I e IIA e
porcentagens diminuídas de fibras do tipo IIB em seus músculos glúteos médios que os
competidores comuns (MARTINS, 2007).
2.3 A BIOQUÍMICA DO SISTEMA MUSCULAR
A necessidade de gasto energético no meio da atividade pode chegar a ser 200 vezes
maior do que em repouso, enquanto a taxa de utilização de ATP está estreitamente
relacionada sua síntese. A redução dos estoques de creatina fosfato e ATP disponíveis para
17
utilização imediata se transformam na rota metabólica para síntese de ATP essencial para a
sustentação e evolução do exercício (PETER; VALESCA, 2002).
O combustível principal para que ocorra a contração muscular são os ácidos graxos e
glicose que, ao longo do exercício, são supridos pelas reservas intramusculares e
extramusculares. A glicose e o glicogênio precisam ser metabolizado para síntese de ATP por
meio da via aeróbica e anaeróbica enquanto o metabolismo da gordura é apenas aeróbico.
Triglicérides endógenos (intramuscular) pode ser também uma fonte importante de ácidos
gordurosos para gerar energia ao longo da atividade física e o treinamento parece aumentar a
habilidade de utilizar triglicéride intramuscular durante o treinamento (NÓBREGA, 2005).
O impulso nervoso é o estímulo para a contração muscular que através das inervações
chega à fibra muscular, propagando-se através da membrana das fibras musculares e alcança o
retículo sarcoplasmático, liberando o cálcio ali armazenado no hialoplasma. Entrando em
contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e possibilita que
esta se ligue à miosina (Figura 2), começando assim, a contração muscular (TADICH et al.,
1997).
Figura 2: Representação esquemática da bioquímica de contração muscular.
Fonte: Dyce, 1996.
A contração é cessada, depois que o estímulo cessa e o cálcio é instantaneamente
bombeado para o interior do retículo sarcoplasmático. Sendo a energia para a contração
muscularpreenchida por moléculas de ATP que são geradas durante o processo de respiração
18
da célula; agindo na ligação da miosina à actina, bem como em sua separação, durante o
descanso muscular (THOMASSIAN, 2005).
Quando acontece o déficit de ATP, a miosina se encontra unida à actina, provocando
enrijecimento muscular, como acontece depois da morte, acontecendo um estado de rigidez
cadavérica. O nível de ATP que se encontra na célula muscular é o bastante para auxiliar por
somente alguns segundos de esforço físico intenso e, constitui-se o fosfato de creatina a
reserva essencial de energia nas células musculares (RESENDE, 1993).
Com esse entendimento, a energia que no primeiro momento é fornecida por meio da
respiração celular é guardada essencialmente na forma de ATP e como fosfocreatina. No
momento que a fibra muscular carece de energia para conseguir a contração, grupos fosfatos,
ricos em energia, são enviados da fosfocreatina para o ADP, que se modifica em ATP. Nas
situações de trabalho muscular intenso, as células musculares conseguem repor as suas
reservas de ATP e de fosfocreatina através da intensificação da respiração celular por meio da
utilização do glicogênio armazenado no citoplasma das fibras musculares (SOARES, 2005).
2.4 MIOPATIAS EM EQUINOS
As enfermidades da musculatura esquelética denominadas miopatias geralmente podem
ser visualizadas nos equinos por diversos fatores, como o tipo de trabalho em que são
submetidos e o desenvolvimento muscular do equino. Diferentes miopatias vem sendo
estudada nos equídeos, é possível perceber que as ocorrências mais frequentes geradas do
esforço intenso da musculatura, em especial os equinos que são utilizados como instrumentos
para práticas de atração ou desportivas (LEAL BAITY et al., 2006).
Diferentes fatores levam os equinos a algumas lesões músculo-tendinosas,
essencialmente quando acontece esforço por atividades rigorosas e inadequadas, com cansaço
muscular depois de um longo tempo de caminhadas ou corridas, além de ferrageamento
impróprio, trabalho precoce, solo inadequado, obesidade, eixo falângico longo, defeito de
aprumos, debilidade de estruturas tendíneas, ligamentosas e lesões podais, dentre outros
(STASHAK, 2006).
Rabdomiólise pode ser considerada uma miopatia degenerativa popularmente chamada
por miopatia de esforço, encontrada em equinos de resistência que estejam sendo treinados de
maneira errada, pois se encontram em um regime de treinamento intensivo e que repousam
por um ou mais dias, mantidos com rações completas e, quando retornados a rotina dos
exercícios, sofrem a incidência dessas miopatias. O aumento repentino na intensidade do
19
estímulo para o esforço físico. pode aumentar as ocorrências de rabdomiólise (SMITH, 2006).
A miosite pode ser compreendida, como o processo inflamatório que na maioria das
vezes atinge os músculos esqueléticos do equino. Pode ser gerado devido uma lesão fechada
ou aberta, ou seja, um trauma direto, bem como, um trauma indireto. Miopatia fibrótica
acomete os membros pélvicos de equinos, dessa maneira existem lesões antigas nos músculos
semitendinoso, semimembranoso e no bíceps femoral. Sendo mais frequentes na raça Quarto
de Milha, considerando o tipo de trabalho a que são subordinados. Essa lesão fibrótica no
músculo semitendinoso apresenta-se com maior conotação, por causa das sinéquias que são
formadas entre o semimembranoso e o bíceps femoral. Por isso, restrição da ação do
semitendinoso, indicada pelo caminhar estranho, ou seja, claudicação do membro afetado,
apresentado por flexão caudal na primeira fase do passo (STASHAK, 2006).
As lesões musculares podem decorrer de aquecimento inadequado, exercício extremo
sem condicionamento físico adequado ou consequentes a claudicação pré-existente. Sendo
estabelecidas como causas mais frequentes de rabdomiólise, desequilíbrio hidroeletrolítico,
exercício extremo e hipertermia. Manifestadas por sinais clínicos variáveis, que podem ser
difíceis de diferenciar de outras afecções, como de algumas claudicações. O diagnóstico é
realizado com base no histórico, sinais clínicos, exames laboratoriais e através de recursos por
imagem (STASHAK, 2006; MIKAIL, 2007; PEDRO e MIKAIL, 2009).
Considera-se que a atrofia muscular é uma condição que acontece de uma complicação
por cronicidade de miopatias degenerativas ou de miosites, implicando na redução do nível de
tecido, depois de ter-se atingido um crescimento normal; por continuidade, diferindo de
hipoplasia. Tal atrofia muscular como resultado da diminuição da quantidade ou tamanho das
células, bem como de ambos motivos, como resultado do suprimento nutricional carente de
uma área, falta de inervação, necrose celular, compressão ou desuso muscular, quando um
músculo fica a mercê de longos períodos de tensão ou trabalho. Ademais, por motivo
mecanismos de retro alimentação deficiente e de distúrbio endócrino (SPEIRS, 1999; PEDRO
e MIKAIL, 2009).
Recentemente vários estudiosos têm investido em pesquisas que objetivam determinar a
resposta muscular frente aos treinamentos físicos e assim, estabelecer tentativas diagnósticas
precoce para lesões da musculatura esquelética em equinos, assim como, avaliar a
performance atlética (NETO, 2011).
20
2.5 RABDOMIÓLISE POR ESFORÇO
A rabdomiólise consiste na dissolução das fibras dos músculos estriados em resposta ao
exercício, além do nível de condicionamento do equino; ou seja, uma síndrome caracterizada
por lesão muscular degenerativa, consequente à disfunção ou distúrbio metabólico muscular
por excessivo estoque glicogênico, relacionado a esforço muscular exaustivo (RIET
CORREA et al., 2007).
Segundo Riet-Correa et al. (2007) a rabdomiólise pode ser melhor entendida como um
processo inflamatório que acomete o tecido muscular de equinos ou equídeos, que passaram
por intensos esforços físicos após descansarem por períodos longos, possuindo uma
alimentação rica em carboidratos. Além disso, a rabdomiólise também foi constatada em
equinos que se alimentam apenas de pastagens e que submetidos há esforços prolongados
após período de repouso (KNOTTENBELT e PASCOE, 1998).
2.5.1 ETIOPATOGENIA
A alimentação fornecida a muitos equinos em treinamento é a combinação de feno e
vários grãos de cereais que são dadas em forma de ração, que possui grande quantidade de
potássio, sendo o sódio limitado. A digestão dessa alimentação poderá culminar em
modificações nos líquidos e eletrólitos em alguns equinos, tornando-os mais propensos as
miopatias (RADOSTITS et al., 2007; SMITH, 2006; RIET-CORREA et al., 2007).
Alguns acontecimentos podem ser notados em equinos que estão em regime de
treinamento e que repousam por um ou mais dias, mantidos com ofertas de rações completas.
No momento que voltam ao hábito dos exercícios, ou quando submetidos á súbitas elevações
na duração ou intensidade do estímulo para treinamento, apresentam maiores chances à
reincidência de miopatia (RADOSTITS et al., 2007; SMITH, 2006).
Todavia, as mudanças do metabolismo muscular, tais como, na miopatia da estocagem
de polissacarídeos dos equinos Quarto de Milha e das raças de tração, a miopatia mitocondrial
e os defeitos na função do sarcolema são identificados em poucos casos (RADOSTITS et al.,
2002; SMITH, 2006). Tal doença pode surgir como consequência de algum procedimento
cirúrgico ou de qualquer episódio de stress, ou de intensa atividade muscular, como cólica,
doenças infecciosas, condições adversas de tempo e transporte (RADOSTITS et al., 2002;
THOMASSIAN, 2005; SMITH, 2006; CARNEIRO, 2006; RIET-CORREA et al., 2007).
Atualmente, se reconhece que outros fatores podem está envolvendo a etiologia da
rabdomiólise por esforço, (hipotireoidismo, desequilíbrio hormonal, deficiência de vitamina E
21
e de Se, exercícios em intervalos irregulares e infecções virais) porém, não existe conclusões
certeiras de algum desses quesitos podem ser o motivo da doença (RADOSTITS et al., 2002;
SMITH, 2006; RIET-CORREA et al., 2007).
As lesões musculares são oriundas do excesso de ácido láctico gerado pelo metabolismo
de “queima” do glicogênio no decorrer do desenvolvimento do exercício. O ácido láctico
elevado nos músculos lesa as células e ocasionalmente libera muita mioglobina, que é filtrada
por intermédio dos rins que cria uma coloração variável da urina com tom avermelhado,
marrom ou até preta (Figura 3) dependendo do nível da severidade das lesões musculares e
da mioglobina liberada pelos rins (AIELO e MAYS, 2001; THOMASSIAN, 2005;
STASHAK, 2006; RIET-CORREA et al., 2007).
Figura 3: Amostras urinárias: normal e mioglobinúricas de equinos acometidos de miopatia por
esforço.
Fonte:Mid-South Horse Review.
O acúmulo de ácido láctico na corrente sanguínea indicará o desequilíbrio ácido - base,
fenômeno chamado de acidose metabólica e, provoca a elevação da frequência respiratória,
cardíaca e congestão das mucosas (THOMASSIAN, 2005; SMITH, 2006; RIET-CORREA et
al., 2007). No tocante à liberação de mioglobina pelos músculos, as sequelas mais severas
refere-se à lesões originadas nas estruturas tubulares no momento da filtração renal,
provocando nefrose, que pode gerar uma evolução mais grave, pela degeneração miocárdica
(THOMASSIAN, 2005).
2.5.2 EPIDEMIOLOGIA
Qualquer equino pode ser acometido por essa síndrome, sempre predisposição racial,
sendo que os equinos da raça Quarto de Milha são mais predisponentes, por serem mais ágeis,
de bom temperamento que possuem excelente morfologia e exuberante força de tração e
22
explosão. Por isso, são os mais escolhidos para a prática de esportes equestres no Brasil e no
mundo. Sem falar que alguns equinos da raça Quarto de Milha de linhagem de conformação,
apresentam predisposição genética para a doença (CARNEIRO, 2006).
A doença afeta principalmente equinos sedentários, normalmente não utilizado sem fins
de semana, quando tem algum evento, como cavalgada e competições, na maior parte das
vezes, sem prepare físico, recebendo ração balanceada diariamente e em excesso e, o
proprietário erroneamente querendo agradar o equino pelo esforço, acha pouco e fornece uma
dose extra de ração concentrada trazendo ainda mais prejuízos para a saúde do equino,
favorecendo o surgimento de sintomatologia clínica que varia de leve à grave podendo levar o
equino a óbito (CARNEIRO, 2006).
Nos países como Canadá e Reino Unido, a existência de rabdomiólise sem relação com
o exercício, verificada em equinos que são alojados em pastagens. Uma incidência de 20 %
nos equinos sob-risco pode ser visualizada, considerando que em tempos quentes essa taxa de
mortalidade sobe para 66% (RADOSTITS et al., 2002; SMITH, 2006).
Na maioria das vezes, o tempo de inatividade surge por dois ou mais dias, antes da
detecção da doença. Principalmente em potrancas e éguas que estão em euforia, apresentando-
se nervosas, pela influência endócrina no surgimento da doença, os garanhões e castrados não
são tão acometidos, o retardo da função tireoidiana tem sido vista como fator predisponente
para a rabdomiólise de esforço (SMITH, 2006).
Alguns equinos se encontram em situações mais grave ao serem atingidos pela
rabdomiólise e terão períodos repetitivos, mesmo após exercícios leves. Estudos apontam que
a depender do tipo de raça, existem algumas anormalidades intrínsecas na função muscular
que causam forma crônica de rabdomiólise (CORTE et al., 2005; SMITH, 2006).
Em termos epidemiológicos, pode ser considerado que rabdomiólise por esforço em
equinos atletas constitui-se uma de caráter mundial. Os dados sobre taxa de mortalidade ainda
não são estimados; todavia, essa enfermidade é vista como uma grande modificação nos
equinos de corrida das raças puro-sangue, ou simplesmente nos equinos que atuam nos
eventos de enduros, introduzidos nessas atividades há poucos dias (SMITH, 2006; RIET-
CORREA et al., 2007).
2.5.3 SINTOMAS CLÍNICOS
Nos equinos as manifestações clínicas de miopatia por esforço variam de vigorosas a
suaves e podem se desenvolvem de 15 minutos à uma hora depois do começo de uma
23
atividade física, sumindo espontaneamente nos episódios leves, decorrendo de um a quatro
dias, se for direcionado para o descanso total, no entanto. Em situações severas os animas se
encontram transfixados, apresentando fortes dores, juntamente com sudorese, tremores,
taquicardia e polipnéia, no momento ou horas após o exercício (KNOTTENBELT; PASCOE,
1998; RADOSTITS et al., 2002; STASHAK, 2006; RIET-CORREA et al., 2007).
Normalmente, os sintomas dessa doença podem ser notados no aumento da frequência
cardíaca e respiratória, congestão de mucosas, associados à manifestação de fadiga muscular,
rigidez à locomoção, incoordenação motora, tremores musculares, com dor muscular aguda e
aumento do tônus muscular, demonstrado por consistência firme à palpação, principalmente
dos músculos glúteos, lombares, em especial, o ílio psoas e os quadríceps (Figura 4), que
estão edemaciados e sensíveis, tensos, contraídos, e urina com a cor, castanho avermelhada ou
castanho escuro. Os sintomas são agravados pelo exercício de maneira que tira a capacidade
do equino em permanecer de pé, podendo adotar “posição de cão sentado”, ou até cair e
permanecer em decúbito (KNOTTENBELT e PASCOE, 1998; TOMASSIAN, 2005; SMITH,
2006; RIET-CORREA et al., 2007).
Nos acometimentos graves, pode surgir profusa sudorese, rigidez, espasmos e tremores
musculares hiperagudos e dramáticos, com urina de coloração avermelhada, marrom ou até
preta, em decorrência da presença de grande quantidade de mioglobina, incoordenação,
Fonte: Vetlexicon (muscle: myopathy –
overview).
Figura 4: Equino acometido por rabdomiólise:
tensão muscular difusa, em especial, de glúteos
e quadríceps femural.
24
condições que em geral progridem ao decúbito, podendo levar o equino a morte
(KNOTTENBELT e PASCOE, 1998; SMITH, 2006, RIET-CORREA et al., 2007).
A legislação prevê que a medicina veterinária possui em sua área de atuação estudos que
podem prevenir e tratar distúrbios cinéticos funcionais, originados de doenças adquiridas,
alterações genéticas ou traumáticas. Assim sendo, essa área vem se destacando em paralelo,
segundo o caráter emergencial desses seus estudos (MIKAIL, 2007).
2.5.4 DIAGNÓSTICO
O histórico do equino deve ser tido como algo essencial e é preciso cautela com esse
dado, pois uma tomada de histórico sem diligência pode gerar um problema que não seja
detectado ou na melhor das hipóteses, que não seja notado antes de ter-se despendido uma
quantidade considerável de tempo examinando órgãos ou sistemas sadios (GARCIA et al.,
2000).
Ao considerar problemas de ordem muscular, o clínico necessitará aderir a uma maneira
rotineira para a realização do exame. É muito comum o veterinário ser abordado para que
avalie um equino com histórico de moléstia relativamente inespecífico, que pode ter ocorrido
devido à disfunção muscular (SMITH, 1993).
A LDH, por sua vez, catalisa a conversão do piruvato a lactato na presença de NADH,
existe em praticamente todos os órgãos e tecidos do organismo e sua atividade catalítica no
soro é devido à presença de várias isoenzimas, que podem gerar padrões diferentes
dependentes da origem da LDH presente no soro. Níveis séricos aumentados de desidrogenase
láctica podem ser notados em uma variedade de contextos. Os valores mais elevados são
encontrados em equinos com anemia megaloblástica, carcinomas e choque grave. Elevações
moderadas acometem equinos com infarto do miocárdio, infarto pulmonar, anemia hemolítica
e distrofia muscular progressiva (MESSER, 1995).
Algumas doenças do grupo do sistema músculo esquelético possuem um diagnóstico
fácil, apesar da relação de causalidade com outros sistemas corporais, em especial o sistema
nervoso, possa complicar o diagnóstico. Os procedimentos avaliativos necessários para
identificar a causa exata das miopatias podem incluir: histórico geral, história nutricional,
ambiente e confinamento, exame físico (geral, exames visual e manual), biópsia muscular,
concentração de eletrólitos sanguíneos, prova de função renal, hematologia, bioquímica sérica
e enzimática (BARROS, 2001).
Além disso, é preciso considerar o fato de as miopatias mais importantes serem de
25
origem nutricional, desse modo, uma história nutricional completa necessitará ser obtida, com
um olhar crítico na alimentação e determinação total de cada nutriente ingerido, incluindo a
taxa de um nutriente com relação a outro na dieta (PETER; VALESKA, 2002).
É de grande significado clínico o diagnóstico das lesões musculares em equinos, bem
como, a avaliação enzimática que consegue indicar a intensidade de lesões em equinos que
passaram por exercícios físicos, considerando que a sintomatologia pode ser manifestada
através de diversas doenças nos músculos (AIELO; MAYS, 2001; THOMASSIAN, 2005;
STASHAK, 2006; RIET-CORREA et al., 2007; BAPTISTELLA, 2009).
Creatina fosfoquinase (CPK) é considerada um indicador altamente sensível e específico
da lesão muscular em equinos domésticos. Embora CPK possa ser identificada no músculo
cardíaco e esquelético, o aumento desta enzima está mais relacionado à miopatias por esforço
e incidência de moléstias sistêmicas, sendo vista como um indicador altamente sensível e
específico de lesões muscular, tomando como partida que os principais tecidos fontes dessa
enzima são as fibras musculares (SMITH, 2006).
Nesse cenário, o vigoroso exercício ou prolongado embarque podem culminar em
modestas elevações, chegando até quatro vezes os valores em repouso, de CPK na circulação,
sem que seja gerada evidência histológica de lesões musculares. A meia-vida desta enzima na
circulação é bastante curta, podendo durar 2 horas em equinos, e 4 horas em ruminantes e
mesmo marcantes elevações na CPK podem voltar ao normal dentro de 12 a 24 horas depois
de uma agressão muscular isolada. Embora marcante elevação da CPK possa ser uma diretriz
para a extensão das lesões musculares (SMITH, 2006).
Ao observar enzimas musculares e hepatobiliares, o aumento nos valores séricos de
AST, com atividade normal de CPK, é entendido que o aumento da AST acontece devido a
doença hepatobiliar e não por causa do dano muscular, todavia, é preciso todo um sigilo nessa
consideração, pois a meia-vida da CPK circulante é menos que a da AST (STOCKHAM,
1995). Os valores no pico máximo podem atingir mais de 19 vezes o limite superior dos
valores de referência (STASHAK, 2006).
Embora a CPK seja mais específica para a necrose, para Stashak (2006) a determinação
simultânea de AST e CPK em equinos representa valioso potencial diagnóstico e ajuda no
prognóstico, em razão das diferentes taxas de desaparecimento de suas atividades no soro ou
no plasma.
O Aspartatoaminotransferase (AST) é uma enzima de indicação inespecífica de necrose
tecidual, tendendo há ser um pouco menos sensível nas lesões brandas, que as enzimas tecido-
específicas como SDH (sorbitoldesidrogenase) ou CPK. Em comparação com as enzimas
26
tecido-específicas, conforme fica determinado sequencialmente ao longo do transcurso de
situações de enfermidades. Elevações de CPK e AST representam as lesões musculares,
enquanto que o aumento de SDH e AST representam lesões hepáticas. A meia-vida da AST
na circulação é relativamente longa, e os aumentos podem continuar por até 10 dias, depois de
uma ocorrência de mionecrose ou lesão hepática. Como regra geral, a extensa necrose
muscular tende a produzir elevações maiores de AST, que a grave necrose hepática (SMITH,
2006).
Na miopatia do tríceps braquial a alteração ultrassonográfica mais perceptível é a perda
do padrão estriado normal que este músculo possui (SMITH et al., 2006).
Não se torna tão frequente e necessário o exame do ambiente para os equídeos, como é
para as outras espécies domésticas. Para subsidiar um exame clínico eficaz do ambiente
externo e interno, o profissional clínico precisará ter um bom conhecimento em relação à
criação de equinos, ou seja, acomodações, manejo geral, ventilação do estábulo, higiene, bem
como um conhecimento mínimo sobre a interação entre o equino e o ambiente, pelo estudo da
botânica, toxicológica ambiental e de plantas, tipo de solo, topografia (RIET-CORREA et al.,
2007).
A termografia tem se tornado de grande importância, é o mapeamento térmico da
temperatura superficial do equino, coma utilização de uma câmara específica que consegue
captar as radiações infravermelhas emitidas pelo corpo do equino e as converte numa
representação gráfica. Possui muita precisão para identificar lesões, bem como, quanto à
definição das anormalidades teciduais, diante do nível e fase evolutiva da lesão (MIKAIL,
2006).
Como o calor representa um sintoma cardinal de inflamação, a área inflamada pode ser
delimitada por causar aumento da temperatura da pele na região. Essas câmaras conseguem
ser mais eficaz que a palpação, realizada no exame clínico, identificando oscilações mínimas
de temperatura e áreas de inflamação ainda subclínicas (MIKAIL, 2006).
A redução da temperatura em uma determinada a área, pode representar uma
anormalidade tecidual, em outras palavras, que dizer presença de líquido, fibrose, ou redução
circulatória (hipóxia) tecidual. Nesse cenário, pode ser visto em áreas de atrofia muscular,
edema, ou hematoma, além de efusão articular (TURNER, 2001; MIKAIL, 2006).
A ultrassonografia também é bastante útil, pois determina o grau de dano muscular e
angaria informações na elaboração do prognóstico (CANALES et al., 2009).
27
Figura 5: Câmera de infravermelho.
Fonte: Testo 880 (MOURA et al, 2011).
Figura 6: Imagem termográfica lateral de um equino.
Fonte: http://jineteycaballo.blogspot.com.br
2.5.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Quanto ao diagnóstico diferencial, deve-se excluir outras causas musculares de
claudicação, como miosites traumáticas e infecciosas, miopatias pós-anestésicas por
compressão, por acúmulo de polissacarídeo e miopatia ossificante, intoxicações por Cassia
ocidentallis ou ionóforos. Descartar outras condições como laminite, tétano, pleurite, paralisia
periódica hipercalêmica, cólica e babesiose (EL-DEEB e EL-BAHR, 2014; KNOTTENBELT
e PASCOE, 2014; RIVERO e PIERCY, 2014; VALBERG, 2008; QUIST et al., 2011;
BAXTER e TURNER, 2006; ANDREWS, 1994; HARRIS e COLLES, 1988).
É importante ressaltar que no diagnóstico diferencial de Rabdomiólise Equina,
segundo Reed e Bayly (2000), deve ser diferenciada de antraz, cistite, enfermidade da medula
espinhal (“bamboleios”), trombose ilíaca, linfadenite inguinal/poplítea, laminite, hérnia,
sequelas de castração, cólica, nefrite, doença do músculo branco, pleurite, síndrome pós-
exaustão, tétano, claudicação de membro proximal, envenenamento por ionóforos, como a
28
Monensina.
Assim como, diferenciada de câimbra muscular induzida pelo Otobus megnini,
miopatia de armazenamento de polissacarídeos dos equinos Quarto de Milha, toxicose pela
Cassia occidentalis, paralisia periódica hipercalêmica, laminite, cólica, pleurites e trombose
artoilíaca (RADOSTITS et al, 2002)
2.5.6 TRATAMENTO E PREVENÇÃO
No tocante as terapias convencionais, o protocolo terapêutico geral em ocorrências
graves de miopatias implica em uma terapia de sustentação, sustentada por fluidoterapia
hidroeletrolítica e antiinflamatório não esteróides, ou ainda de esteroidais nas manifestações
agudas sem complicação por hipovolemia ou implicação renal. Transferir o equino de piso
sólido para um ambiente amplo ou terra fofa, com uma cama espessa e quando acontecer os
momentos de decúbito persistente, rolar o equino de um lado para o outro, no objetivo de
minimizar os efeitos secundários da miopatia e promover uma dieta rica de nutrientes
necessários para recuperação, essencialmente de forragem verde palatável (AIELO; MAYS,
2001).
Nas terapias convencionais mais específicas, os equinos com rabdomiólise de esforço
necessitam estarem em descanso e recebendo AINES (flunixin meglumine - 1,1 mg/kg/IV a
cada oito horas, durante três a cinco dias, ou fenilbutazona - 2,2 mg/kg /IV a cada 12 horas,
por dois a quatro dias). A dosagem recomendada deve ser de acordo com o nível da gravidade
da doença, considerando a normalização das condições hemodinâmicas, haja vista o controle
do volume plasmático, da frequência cárdio - respiratória e da temperatura retal para valores
correlatos aos parâmetros de normalidade, bem como, correção de desidratação e de acidose
metabólica (STASHAK, 2006)
Nesse entendimento, Thomassiam (2005) orienta que os equinos precisam ser
submetidos a exercícios brandos, gradualmente aumentando a carga de trabalho na proporção
que os sinais de dor muscular diminuam, necessitando ainda também ter livre acesso à água.
Nos casos de degenerações generalizadas do tipo graves afetada por uma severa dor, indicada
aplacar a fúria e a dor da musculatura, os tranquilizantes como acepromazina (na dose de 0,02
a 0,01 mg/ kg/ IV) ou xilazina (na dose de 0,1 mg/ kg/ IV) haja vista que a acepromazina
auxilia na equilíbrio do fluxo sanguíneo periférico, como reação do bloqueio α-adrenérgico.
(RADOSTITS et al., 2002).
Já nos casos de miopatias fibróticas, a resolução definitiva implicará na mioectomia
29
parcial do músculo semitendinoso, em outras palavras, a liberação das aderências entre o
semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral e, ressecção parcial do ventre muscular
semitendinoso. Instituindo no pós-operatório a formação de curativos diários, administração
reguladas de AINES e de antiinfeccioso sistêmico bactericida de amplo espectro de ação,
como exemplo, as penicilinas semi sintéticas, ou de gentamicina (THOMASSIAM, 2005).
Porter (1998) menciona sobre os efeitos da fisioterapia que os métodos alcançam a
rede nervosa, o sistema linfático, sanguíneo e o sistema de mensagem intra e intercelular,
devido as injúrias atingirem um ou mais desses sistemas e assim culminar na desorganização
do organismo vivo. Nesse entendimento, a fisioterapia possibilita a organização desse efeito
de maneira eficaz. Como resultado, a fisioterapia promove condições que auxilia no controle
do tônus e dos movimentos, aquisições de posturas e de padrões normais, considerando que
objetiva à inibição da atividade reflexa patológica (ROTTA, 2002).
É importante destacar que a prevenção ainda é a melhor saída para que não aconteça a
rabdomiólise. Os cuidados recomendados por Carneiro (2006) são: a alimentação do equino
deve ser essencialmente a base de capim ou feno de boa qualidade, restringir da oferta de
concentrado, nos período de repouso, ou de inatividade física. Assim como, treinamentos em
dias alternados, dar em média 20 minutos diários de liberdade ou trabalho ao cabresto para
equinos estabulados e suplementação nutricional com Selênio e Vitamina E.
É importante destacar que a prevenção ainda é a melhor saída para que não aconteça a
rabdomiólise. Os cuidados recomendados por Carneiro (2006) são: a alimentação do cavalo
deve ser essencialmente a base de capim ou feno de boa qualidade (Figura 7 e 8), fungindo
sempre do excesso de concentrado para o animal em repouso; treinar o animal em dias
alternados (Figura 9), dar em média 20 minutos diários de liberdade ou trabalho ao cabresto
para animais estabulados (Figura 10 e 11) e fornecer suplementação nutricional de vitamina
E e Selênio.
Figura 7: Capim elefante (Pennisetum purpureum).
Fonte: Arquivo pessoal.
30
Figura 8: Feno de boa qualidade.
Fonte: Agroinova.com.br
Rivero e Piercy (2014) citaram que as lesões induzidas pelo exercício são menores em
equinos que tenham aquecimento adequado antes do exercício. E o repouso deve acontecer
segundo Baxter e Turner (2006). O programa de treinamento também é fator importante e
deve-se garantir um aumento gradual do tempo e intensidade do exercício (HYYPPÄ e
PÖSÖ, 2013).
Figura 9: Treinamento gradual com aquecimento prévio.
Fonte: Arquivo pessoal.
31
Figura 10: Piquete de liberdade ou de repouso.
Fonte: https://www.equinetraining.co.uk/main-menu/equine-management
Figura 11: Trabalho ao cabresto.
Fonte: Arquivo pessoal.
A dieta balanceada deve ser ajustada devendo suprir as necessidades atléticas e de
manutenção do animal, devendo ser instituída além de forragens de qualidade, por óleos e
gorduras vegetais, e adequada quantidade de vitaminas e minerais, diminuindo assim os
valores de carboidratos e açucares (RADOSTITS et al., 2002; MACLEAY, 2004;
MCKENZIE e FIRSHMAN, 2009).
32
2.5.7 TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS
Porter (1998), menciona sobre os efeitos da fisioterapia que os métodos alcançam a
rede nervosa, o sistema linfático, sanguíneo e o sistema de mensagem intra e intercelular,
devido as injúrias atingirem um ou mais desses sistemas e assim culminar na desorganização
do organismo vivo. Nesse entendimento, a fisioterapia possibilita a organização desse efeito
de maneira eficaz. Como resultado, a fisioterapia promove condições que auxilia no controle
do tônus e dos movimentos, aquisições de posturas e de padrões normais, considerando que
objetiva à inibição da atividade reflexa patológica (ROTTA, 2002).
2.5.7.1 CRIOTERAPIA
A crioterapia tem efeitos fisiológicos para a dor aguda de condições inflamatórias,
usada imediatamente após o trauma para tratar espasmos musculares, tônus anormal, a dor e
diminuir a contratilidade dos músculos. O fluxo sanguíneo local é reduzido inicialmente,
assim como o edema local resultante de resposta inflamatória, e ainda tem efeito hemostático
na inibição de hemorragia (UMPHRED, 2004). Assim, a aplicação do frio sobre a área
lesionada, promove a retirada de calor corporal e, portanto, diminuição da temperatura
tecidual. Seu uso atenua os sinais cardinais da inflamação (Figura 12 e 13), visa à diminuição
do metabolismo local e das áreas vizinhas. Essa técnica pode ser realizada na forma de bolsas
de gelo aplicadas na área lesionada, durante 15-20 minutos, várias vezes ao dia, ou logo após
o exercício (TUDURY e POTIER, 2009).
Figura 12: Ilustração de crioterapia em forma de bolsa na região da garupa.
Fonte: Arquivo pessoal.
33
Figura 13: Imersão em banho de gelo.
Fonte: Horse Life, 2016.
2.5.7.2 MASSOTERAPIA
Na massoterapia a massagem proporciona sensações fisiológicas e orgânicas, assim
como, reações emocionais imprevisíveis desencadeando sensações de bem-estar, despertando
emoções distintas (FILIPPIN, 2011). Essa prática trás grande beneficios quando o objetivo é o
alivio da dor, a redução de edema ou a mobilização dos tecidos que sofreram contraturas uma
vez que, ela promove aumento da circulação e relaxamento muscular, sendo esta uma das
modalidades fisioterápicas mais acessíveis e eficientes (PEDRO e MIKAIL, 2009). A terapia
consiste na manipulação dos tecidos moles do corpo com técnicas especificas (Figura 14 e
15), que condiciona e recupera a musculatura após atividade física, regulando o tônus
muscular e possibilitando relaxamento da musculatura, drenagem linfática e o alívio da dor.
Além disso, promove aumento do fluxo sanguíneo arterial, venoso, linfático, aumento da
pressão arterial, da temperatura corporal, estimula o sistema imunológico, dissolve retrações,
aderências e coágulos (TUDURY e POTIER, 2009; CARVALHO, 2013).
Figura 14: Massoterapia em equino: massagem na região dos glúteos e no quadríceps femural.
Fonte: Arquivo pessoal.
34
Figura 15: Massoterapia em equino: massagem na região dos glúteos e no quadríceps femural.
Fonte: Arquivo pessoal.
2.5.7.3 HIDROTERAPIA
Na hidroterapia com duchas (Figura 16), a pressão exercida pela água tem ação de
massagem sobre os tecidos, melhora a circulação sanguínea e linfática. Quando a intenção é
melhorar a drenagem linfática o jato de água deve ser aplicado de baixo para cima. A pressão
da água ajuda a reduzir o inchaço, aumenta a circulação e auxilía na remoção do edema
(PEDRO e MIKAIL, 2009; TUDURY E POTIER, 2009). Hidroterapia, como a natação
(Figura 17) é indicada para manter ou recuperar o condicionamento físico, aumento de força e
estrutura muscular, treino cardiovascular e capacidade aeróbica (NETO, 2004). Outras
modalidades para tratamentos em animais são imersão total e imersão parcial, pode ser quente
ou gelada, somando os benefícios do calor e do frio ao do treino e da massagem (PEDRO e
MIKAIL, 2009).
Figura 16: Equino em hidroterapia com ducha fria.
Fonte: Arquivo pessoal.
35
Figura 17: Equino em hidroterapia por imersão total ou natação.
Fonte: Haras Duabelas, 2013.
2.5.7.4 TERMOTERAPIA
A termoterapia por adição de calor produz ação analgésica, devido ao efeito da
vasodilatação que restabelece a irrigação sanguínea e, em caso crônico promove relaxamento
muscular (ANDREWS, 2000; PRENTICE, 2002). Pode ser feita através de bolsas quentes e
terapia aquática, os efeitos fisiológicos produzidos pelo calor promove controle espástico
muscular, auxilia na resolução do edema e dos infiltrados e exsudatos inflamatórios
(TUDURY e POTIER, 2009). Sendo contra indicado nas lesões agudas, pois nestas o aumenta
da circulação local favorece a formação de edema, contudo em dores crônicas, como dores
musculares, a termoterapia proporciona maior conforto por diminuir a sensação de dor
(NETO, 2004).
Figura 18: Técnica de termoterapia.
Fonte: http://www.harassamurai.com.br
36
2.5.7.5 EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO
Os exercícios de alongamentos são técnicas que devem ser praticadas, com a
finalidade de avaliar a dor e a restrição dos movimentos, além de serem importantes para a
reintrodução gradual das atividades físicas. (PEDUCIA, 2010). Auxiliam na preparação das
estruturas musculares, tendões e ligamentos, e contribuem para a prevenção de lesões
devendo ser aplicado antes e após as atividades (NETO, 2004). A técnica de alongamento
“passivo” (Figura 19 e 20) é uma técnica que requer movimentos lentos, com o animal
relaxado. Promove a reestruturação das fibras trabalhadas após um treino ou competição e,
previne o aparecimento de lesões e melhorando a extensabilidade da estrutura (EQUILIFE,
2013).
Figura 19: Alongamento passivo do membro torácico: apoio manual articular e extensão cranial lenta.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 20: Alongamento passivo do membro pélvico: apoio manual articular e extensão cranial lenta.
Fonte: Arquivo pessoal.
37
2.5.7.6 KINESIO TAPING
É uma técnica que utiliza uma fita elástica de algodão que tem efeito através da
ativação de sistemas neurológicos e circulatórios com o movimento, utilizando uma variedade
de ajustes para redução de edema, controle da dor e a inibição e a facilitação da atividade
motora (Osterhus, 2004). Foi projetado semelhante à pele humana com mais ou menos a
mesma espessura da epiderme e pode ser esticado entre 30 e 140% do seu comprimento
permitindo gama completa de movimentos e podendo ser usado por vários dias sem remoção
(Williams et al., 2012; Aytar, 2011; Bicici, Karatas e Baltaci, 2012). A técnica permite a
recuperação da parte lesionada sem diminuir sua função corporal cujo principio de ação é
baseado no estímulo sobre os receptores sensoriais, aumento do espaço entre a pele e músculo
lesionado, melhora da irrigação e drenagem linfática, associado á descompressão e
diminuição dos processos inflamatórios (Calero e Cañon, 2012).
Figura 21: Uso do Kinesio taping.
Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/469148486167964236/
38
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo realizado no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016, sendo adotado o
método de pesquisa descritivo-qualitativa, de conformidade com Vergara (2005), mediante
revisão bibliográfica e através de levantamento de dados in loco de ocorrências práticas
registradas em fichas arquivadas no Setor de Clínica Médica de grandes equinos, do Hospital
Veterinário (HV) do Centro de Saúde a Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG), Patos – PB, com o intento de aprofundar os conhecimentos sobre
Rabdomiólise equina e avaliar recursos diagnósticos, terapias de suporte e métodos
profiláticos mais efetivos.
3.1 AMOSTRA AVALIADA
Composta por equinos atendidos no HV/CSTR/UFCG, de diferentes faixas etárias,
raças e mestiçagens, de ambos os sexos, submetidos a manejo e sistemas de exploração
adversos.
3.2 METODOLOGIA DO DESEMPENHO
Foram selecionados através de uma análise feita nos prontuários médicos da Clínica de
Grandes Equinos do Hospital Veterinário, os registros com problemas de degeneração
muscular, em equinos diagnosticados no setor de 2006 até 2016. Posteriormente todas as
fichas dos casos selecionados foram separadas e lidas para obtenção de informações
necessárias para o estudo, sendo anotadas separadamente, estudadas e comparadas para
melhor avaliação. A avaliação clínica adotada no HV/UFCG é feita através de exame físico
segundo os métodos semiológicos tradicionais utilizados na exploração equina, análises
clínicas avaliativas de função muscular como hemograma e bioquímica sérica, exames
diferenciais, e para tratamento a utilização de técnicas terapêuticas convencionais, de suporte
e uso de métodos disponibilizados.
A fundamentação teórica tomou por base pesquisas efetuadas no acervo da Biblioteca
Central - CSTR /UFCG /Patos - PB, como também de material didático pesssoal e artigos e
material diponibilizado por docentes da Instituição.
39
3.3 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES
Tomando por base os dados referenciados e tendo como ferramenta a utilização de
tabelas demonstrativas das informações catalogadas e registradas, foi realizada uma análise
avaliativa com o intuito de elucidar e suprir os objetivos primordiais do trabalho, para
possibilitar argumentar e discutir sobre o assunto de modo conclusivo.
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No percurso do estudo foi possível verificar no Setor de Clínica Médica de grandes
Equinos do HV/UFCG, uma casuística total de 5.185 equinos atendidos, dentre esses, 2.441
atendimentos, referentes a equinos, perfazendo 47% dos atendimentos, dos quais,
605(11,6%) acometidos de afecções locomotoras, dentre os quais, 25 episódios eram de
rabdomiólise por esforço, perfazendo (1,025%) do total de equinos atendidos, como
demonstrado na Tabela 1.
Tabela 1 - Prevalência da casuística anual, dos equinos atendidos e os miopáticos registrados no
Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de
2016.
CASUÍSTICA ANUAL
ANO Equinos atendidos Miopáticos(%)
2006 188 6 (0,245%)
2007 191 0 (0,000%)
2008 136 2 (0,081%)
2009 200 1 (0,040%)
2010 236 0 (0,000%)
2011 200 1 (0,040%)
2012 174 4 (0,163%)
2013 254 0 (0,000%)
2014 288 5 (0,204%)
2015 264 3 (0,122%)
2016 310 3 (0,122%)
TOTAL 2.441 25 (1,025%)
Perceber-se uma maior quantidade no ano de 2006, totalizando seis casos, seguida de
2014 com cinco ocorrências em comparação com os outros anos, estando 2007, 2010 e 2013,
sem ocorrências registradas.
De acordo com os exames de exploração, foi possível perceber que os sinais clínicos
foram essenciais para a diagnose clínica elucidativa, ou em alguns contextos, quando somados
à bioquímica sérica, ou quanto à etiopatogenia, quando associada à dieta alimentar
correlacionada a atividade física, ou a falhas no condicionamento físico.
Diante das suspeitas de miopatia foram considerados sinais de alteração locomotora,
41
caracterizada em especial, por diminuição do desempenho, relutância a locomoção, ou
claudicação, associada ou não, a evidências morfológicas de reação infamatória muscular
primária. Principalmente nas manifestações de caráter agudo, como nas ocorrências de
miopatias pélvicas generalizadas por rabdomiólise por esforço. Por outro lado as cronicidades
caracterizadas especialmente, pela disfunção, associada à atrofia e aumento da consistência
muscular.
Embora a casuística total de 25 ocorrências de rabdomiólise, seja numericamente pouco
expressiva em relação ao total de equinos atendidos no Setor de Clínica Médica de Grandes
Equinos, constitui-se de conotação peculiar, relativa às implicações comuns dessas
ocorrências, principalmente no que se refere às possibilidades comuns de limitação
prognóstica, quanto ao aproveitamento ou utilização em práticas esportivas e trabalhos que
exijam esforço de equinos com esses antecedentes; assim como, quanto ao condicionamento
físico em vigência permanente.
Observando a Tabela 2, percebe-se que dentre a casuística das 25 situações de
rabdomiólise, prevaleceu a ocorrência de rabdomiólise relacionada a esforço físico,
geralmente também associada ao excesso de carboidrato, totalizando, 23 acometimentos e,
não relacionada a esforço físico, apenas duas ocorrências, sem verificação de episódios de
natureza tóxica ou idiopática.
Tabela 2. Prevalência da casuística quanto os tipos de rabdomiólise equina atendida no Setor de
Clínica Médica de Grandes Equinos do Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e
Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos -
PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016.
Como evidenciado na tabela 3, no tocante a faixa etária, 9,48% (21) dos equinos
acometidos de rabdomiólise, tinha idade entre 2 e 10 anos e somente 4% (1) se situava abaixo
da mesma e somente 12% (3) em idade superior. Esses dados estão coerentes com o estudo de
Harris (2000), verificando que equinos com idade entre 2 a 10 anos, estão 2,8 vezes, mais
propensos ao desenvolvimento de patologias relacionadas a distúrbio alimentar, em relação
aos equinos com menos de dois anos de idade. Ademais, o risco de acometimento aumenta em
Tipos de Rabdomiólise Casuística %
Não relacionada a esforço físico 2 8
Relacionada a esforço físico 23 92
Tóxica ou idiopática 0 0
TOTAL 25 100
42
1,5 vezes, em equinos com idade superior a 10 anos de idade.
Tabela 3 – Casuística de rabdomiólise em equinos, registradas por faixa etária no Hospital Veterinário
(HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016.
IDADE Casuística %
0 – 1 ano 1 4%
2 – 4 anos 9 36%
5 – 10 anos 12 48%
11 – 16 anos 3 12%
Total 25 100%
De acordo com o exposto na tabela 4, percebe-se que as raças Quarto de Milha e SRD
foram as mais atingidas pela doença (total de 56% SRD e total de 40% Quarto de Milha) em
contra partida os equinos Paint Horse que apresentaram somente 4%, o que converge com os
escritos de Hodgson e Rose (2006) que encontraram equinos PSI como a única raça a qual
eleva-se os riscos de acometimento de tal síndrome. Essa disparidade pode justificar-se pela
menor quantidade de equinos da raça PSI existente na região onde foi realizado o presente
estudo.
Sendo sugestivo de maior predominância em equinos do sexo masculino, mestiços e
puro sangue da raça Quarto de Milha. Vale enfatizar que há o maior número da população de
equinos da raça Quarto de Milha no Nordeste brasileiro, por causa da exploração dessa raça,
justificadas por suas aptidões para certas atividades equestres, como exemplo, as práticas de
vaquejada mencionadas na revisão da literatura.
Tabela 4 – Casuística de rabdomiólise em equinos, registradas quanto à prevalência racial, no
Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de
2016.
Raça Casuística %
SRD 14 56
Quarto de Milha 10 40
Paint Horse 1 4
Total 25 100
43
Tabela 5 - Prevalência sexual quanto à casuística de rabdomiólise, registrada no Hospital Veterinário
(HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016.
Sexo Casuística %
Feminino 6 24
Masculino 19 76
TOTAL 25 100
Como mostra na tabela 6, sobressaiu àquantidade de enfermidade em equinos de
esporte, submetidos à vaquejada. Essas constatações podem ser mais bem entendidas na
compreensão da maior exploração na região Nordeste de equinos da raça Quarto de milha e
suas mestiçagens, por atribui-se a esses, maior aptidão para atividades equestres,
especialmente a vaquejada.
Tabela 6 – Prevalência da casuística de rabdomiólise em equinos, registradas quanto à utilidade/fases
de vida correlacionada com os casos atendidos no Hospital Veterinário (HV) do Centro de
Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016.
Utilidade / Fase de vida Casuística %
Trabalho 3 12
Esporte 11 44
Potro 9 36
Reprodução 2 8
Total 25 100
4.1 CONSEQUÊNCIAS DOS ERROS DE MANEJO
Como pode ser observado na tabela 7, 44% dos equinos que tiveram diagnóstico
definitivo para síndrome rabdomiólise, eram mantidos em sistema de criação semi-intensivo,
ficando o dia todo embaiados sendo liberados somente no período noturno, 32% eram
mantidos sob o sistema intensivo e 4% eram mantidos a pasto.
Tabela 7 – Demonstrativa da correlação entre o sistema de criação X enfermidade (síndrome
rabdomiólise diagnosticada em equinos atendidos no Hospital Veterinário (HV) do Centro de
Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016).
44
TIPO DE MANEJO Casuística %
Extensivo 1 4%
Semi – extensivo 5 20%
Semi – intensivo 11 44%
Intensivo 8 32%
Total 25 100%
Foi verificado que a grande exploração de equinos SRD, oriundos da equinocultura
empírica comumente realizada por pequenos e médios criadores, como costumeiramente
acontece por todo semi-árido nordestino. Desse modo, em muitos desses espécimes
sobressaem as potencialidades sanguíneas e atléticas da raça QM, automaticamente, muito
utilizados em vaquejadas, obtendo uma alimentação mais rica em energia, ingerindo uma
quantidade maior de concentrado e aumentando os riscos e os casos desse tipo de patologia.
Tabela 8 – Casuística da síndrome rabdomiólise correlacionada a quantidade (kg) de concentrado
fornecidos aos equinos atendidos no Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e
Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos - PB, no
período de janeiro 2006 a dezembro de 2016.
Alimento concentrado Casuística %
Mais de 5 kg 16 64%
Menos de 5 kg 9 36%
Total 25 100%
Esses dados compartilham do mesmo pensamento de Duncan e Prasse (1986) sobre o
fato de que equinos que se encontram vivendo em ambientes pastagens, estão mais distantes
de terem cólica, do que os estabulados, alimentados com quantidades abusivas de ração
concentrada, (verificar a Tabela 8) além do fato de estudos indicarem estabulações superiores
há 12 horas como motivos suficientes para elevar a ocorrência de cólica. Nesse entendimento
Dukkes (1993) afirma que o confinamento proporciona tédio e muito estresse, existindo
assim, a possibilidade de aumento na incidência de cólica e rabdomiólise crônica, o que
poderia justificar a situação de que alguns equinos sob sistema semi-intensivo podem ser
acometidos por recidivas.
Tabela 9 – Casuística da síndrome rabdomiólise correlacionada à quantidade de vezes de
fornecimento de concentrado aos equinos diagnosticados atendidos no Hospital Veterinário
(HV) do Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), Patos - PB, no período de janeiro 2006 a dezembro de 2016.
45
Alimento concentrado Casuística %
Uma vez ao dia 6 24%
Duas vezes ao dia
Tres vezes ao dia
Não comia
12
6
1
48%
24%
4%
Total 25 100%
De acordo, com Resende (2005) o fornecimento leva muitas vantagens para os equinos
que estão em situação de treinamento ou uso intensos 4 a 5h antes do exercício, todavia, é
preciso ser retirado por no mínimo uma hora depois da realização para um esforço árduo. A
tabela 9 demonstra a quantidade de vezes que ofereciam concentrado para os equinos.
Nesse entendimento, estudos afirmam que o confinamento proporciona tédio, muito
estresse e quando associado à suplementação com concentrado poucas vezes fracionada e sem
rotina de treinamento adequada, existe a possibilidade de maior incidência de rabdomiólise
por esforço, o que pode justificar a situação de que a maioria dos animais que eram criados
sobre sistema intensivo e semi-intensivo, associado a erros de manejo, estiveram mais
susceptíveis a possuir a doença.
4.2 TERAPIAS ADOTADAS NO HV/UFCG
A tabela 10 mostra as terapias que são realizadas nas situações de miopatias difusas e
são compatíveis com a literatura disponível que menciona através de Kerr (1998) que
considerando as morbidades graves, é recomendado que exista, fluidoterapia hidroeletrolítica,
repouso absoluto, suporte orgânico, terapia sintomática, especialmente, antitérmicos,
analgésicos, antiinflamatóriose relaxantes musculares, através de administração parenteral
endovenosa.
São aderidas algumas terapias específicas ou coadjuvantes simples que geralmente são
difundidas e rotineiras, nas recomendações de acometimentos locomotores, em especial nas
miopatias, como as ocorrências de hidroterapia por meio de duchas frias, compressa ou bolsa
gelada ou de banhos quentes, e através da massoterapia, frequentemente relacionadas a
fármacos revulsivantes, como iodados, mentolados, salicilatos e canforados.
46
Tabela 10 - Demonstrativos dos protocolos terapêuticos utilizados nas Rabdomiólises no Setor de
Clínica Médica de grandes animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG), Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR), Campus de Patos –
PB, no período de janeiro/2006 a dezembro/2016.
INDICAÇÕES MEDIDAS TERAPÊUTICAS
Reparadora/suporte
• Fluidoterapia com Solução de NaCl a 0,9% e
Solução de Ringer com lactato de sódio;
• Soluções vitamínicas / proteínas e minerais.
Analgésica/ Antiinflamatória/Antitérmica
• AINES: Flunixin Meglumine 1,1mg/kg/IV;
Fenilbutazona/ Monofenilbutazona: 4-5 mg/
kg/IV; Dimetilsulfóxido (DMSO).
Antiinflamatória / Desensibilizante
• Dexametazona (20mg/kg/IV/IM).
Tranquilizante/ Relaxante muscular/
Vasomotora
• Acepromazina: 0,02 a 0,1 mg/kg-IV; Xilazina:
0,1 mg/kg IV.
Antinecrótica/ Reguladora
• Vitamina E/ Selênio (20g/VO).
Terapia Tópica
• Hidroterapia: banho e ducha fria, compressa
geladas;
• Massagens revulsivantes;
• antiinflamatórios (escina, DMSO, solução
alcoólica canforada, salicilatos);
• Tardia: ducha/ compressa quente 20 min -
inversão térmica, antiinflamatórios.
Manejo
• Repouso absoluto em ambiente amplo; cama
macia;
• Dieta exclusiva com forragem; voltar
gradativamente aos exercícios com caminhadas
leves e a alimentação com pouca quantidade de
ração, criar rotina de exercicíos.
47
5. CONCLUSÃO
A maioria dos animais com rabdomiólise por esforço diagnosticado no HV da UFCG
possuíam estado nutricional bom pesando em média 450 kg, na maioria dos casos viviam em
haras super lotados podendo explicar a falta de compromisso e tempo em relação a falta de
treinamento diário adequado e erros de manejo.
Os tratamentos utilizados no HV da UFCG, mostrou-se altamente eficaz, alguns animais
foram liberados para casa após três dias e outros tiveram alta no mesmo dia, muitas vezes
devido ao grau da lesão e devido ao rápido atendimento, diagnóstico e tratamento correto. E
como muitos criadores da região já tem o conhecimento sobre a doença, em casos brandos, é
comum que os animais tenham alta no mesmo dia e que sejam encaminhados para concluir o
tratamento em casa. Isso quando o animal pode ser transportado devidamente e por curta
distância.
A realização estudo buscou trazer um referencial teórico sobre a rabdomiólise em
equino que pode ser entendida como uma miopatia que ocorre quando esses equinos se
encontram em repouso por períodos muito longos e são submetidos à grandes esforços físicos,
alimentados com rações ricas em carboidratos. Considera-se a relevância social do tema
diante da influência que a vaquejada possui para o povo nordestino e como a falta de
informação sendo evidenciada na prática por erros no manejo equino, pode levar à
consequências fatais.
De acordo com a casuística abordada foi possível perceber alguns erros cometidos nos
cuidados com os equinos, bem como, a não utilização de práticas fisioterapêuticas mais
especializadas para a diminuição da dor. O que se torna algo negativo, haja vista, a relevância
da aplicação de exercícios de amplitude e “alongamento como fator determinante para
prevenir e/ou reverter às alterações causadas pelo encurtamento muscular”.
Diante disso, ressalta-se que se torna imperioso, esforços para a absorção de
conhecimentos específicos e habilitação devida para a utilização correta das práticas
fisioterapêuticas utilizadas na reabilitação dos equinos acometidos por rabdomiólise, tendo em
vistas que essas afecções podem promover danos irreversíveis.
A prevenção ainda é a melhor saída para se evitar a ocorrência da rabdomiólise, nesse
sentido, recomendo-se a prevenção de equinos, mediante uma dieta rica em fibras como feno
e volumoso de boa qualidade e monitorar os exercícios diários com a ajuda de um
profissional, respeitando os limites do equino. Ademais, a ambição pode deixar qualquer um
cego ponto de submeter o equino a treinamentos além dos seus limites, só por dinheiro, de
modo, que alguns instantes definam a tragédia do seu equino.
48
6. REFERÊNCIAS
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