o verdadeiro animal nem sempre tem 4 patas - 1!

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O VERDADEIRO ANIMAL NEM SEMPRE TEM 4 PATAS! (1) “É uma sangueira por todo o terreiro, as damas riem, batem palmas e os touros morrem uns após outros […] as fontes abertas nos flancos dos touros, manando a morte viva que faz andar a cabeça à roda, mas a imagem que se fixa e arrefece os olhos, é a cabeça descaída de um touro, a boca aberta, a língua grossa pendendo, que já não ceifará a erva dos campos, ou só os pastos de fumo do outro mundo dos touros, como haveremos de saber se Inferno ou Paraíso (?). Paraíso será, se justiça houver, nem pode haver Inferno depois do que sofrem estes.” In Memorial do Convento de José Saramago O estado de Santa Catarina é conhecido por promover um dos piores espetáculos de crueldade contra animais, a Farra do Boi, que ocorre na Semana Santa. Nela, as pessoas 1

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Tourada - uma diversão criminosa!

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Page 1: o Verdadeiro Animal Nem Sempre Tem 4 Patas - 1!

O VERDADEIRO ANIMAL NEM SEMPRE TEM 4 PATAS!(1)

“É uma sangueira por todo o terreiro, as damas riem, batem palmas e os touros morrem uns após outros […] as fontes abertas nos flancos dos touros, manando a morte viva que faz andar a cabeça à roda, mas a imagem que se fixa e arrefece os olhos, é a cabeça descaída de um touro, a boca aberta, a língua grossa pendendo, que já não ceifará a erva dos campos, ou só os pastos de fumo do outro mundo dos touros, como haveremos de saber se Inferno ou Paraíso (?). Paraíso será, se justiça houver, nem pode haver Inferno depois do que sofrem estes.”

In Memorial do Convento de José Saramago

“O estado de Santa Catarina é conhecido por promover um dos piores espetáculos de crueldade contra animais, a Farra do Boi, que ocorre na Semana Santa. Nela, as pessoas se divertem ao colocar o animal para correr pelas ruas, e lhe distribuindo pauladas, esfaqueamentos e outros atos de terror.... Algumas organizações não-governamentais, como a Arca Brasil, chegam a cogitar a organização de um boicote turístico nacional e internacional à Santa Catarina, para servir como forma de pressão e combate à farra do boi naquele estado. “

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“... Antes de entrar na arena, os touros são mantidos nos curros, para onde são conduzidos com aguilhões e à paulada, e onde os seus chifres são serrados a sangue frio para serem embolados. Ao entrar na arena, os touros vão já fortemente enfraquecidos e feridos (devido aos chifres serrados a sangue frio antes da tourada), além de apavorados. O pânico do touro é tão grande, que fugiria deste cenário aterrorizador, se tivesse essa possibilidade. É possível observar a expressão de medo e de confusão nos touros sempre que estes entram na arena, e que se agrava quando a tortura da tourada se acentua, à medida que as bandarilhas e os restantes ferros (que podem ter comprimentos variáveis entre os 8cm e os 30 cm, além de terem afiados arpões na ponta, para se prenderem à carne e aos músculos dos animais) rasgam os seus tecidos, provocando-lhes um sofrimento atroz, além de febres imediatas, acrescidas de um enfraquecimento acentuado pela perda de litros de sangue...”

“...Irvênia Prada, médica veterinária da Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo afirma que em um rodeio, 'não ocorre apenas a 'sensação' de dor orgânica, como também o sofrimento mental, emocional, porque os animais se sentem ameaçados e perseguidos.'Antes do rodeio acontecer, bois, cavalos e bezerros sofrem agressões que, muitas vezes, não são de conhecimento do grande público. Há um lado cruel nesta festa. Os animais expostos nas arenas são

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forçados a se comportar de maneira violenta, não natural. Ferramentas de tortura são usadas para enfurecer o bicho. Além das competições, que prejudicam a integridade física do animal e que podem levá-lo à morte, práticas de tortura são usadas para enfurecê-lo.Muitos defensores dos rodeios argumentam que os animais utilizados não são submetidos a maus-tratos. Por mais cuidados que eles possam receber, eles estão sendo perseguidos e expostos à tortura”.

O que acontece nas principais competições de um rodeio: Laçada de bezerro: animal de apenas 40 dias é perseguido em velocidade pelo cavaleiro,

sendo laçado e derrubado ao chão. O resultado de ser atirado violentamente ao chão pode causar a ruptura da medula espinhal, ocasionando morte instantânea, ou a ruptura de diversos órgãos internos, levando o animal a uma morte lenta e dolorosa.

Laço em dupla/'team roping': dois cowboys saem em disparada, sendo que um deve laçar a cabeça do animal e o outro as pernas traseiras. Em seguida os peões esticam o boi entre si, resultando em ligamentos e tendões distendidos, além de músculos machucados.

Bulldog: dois cavaleiros, em velocidade, ladeiam o animal que é derrubado por um deles, segurando pelos chifres e torcendo seu pescoço.

Algumas das ferramentas usadas em rodeio Agulhadas elétricas, pedaço de madeira afiado, ungüentos cáusticos. Sedem ou sedenho: artefato de couro ou crina, amarrado ao redor do corpo do animal

(sobre o pênis ou saco escrotal), que é puxado com força no momento em que o bicho sai à arena. Além do estímulo doloroso, pode também provocar rupturas viscerais, fraturas ósseas, hemorragias subcutâneas, viscerais e internas. Dependendo do tipo de manobra e do tempo em que o animal fique exposto a tais fatores pode-se evoluir até a morte.

Objetos pontiagudos: pregos, pedras, alfinetes e arames em forma de anzol são colocados nos sedenhos ou sob a sela do animal.

Peiteira e sino: consiste em uma corda ou faixa de couro amarrada e retesada ao redor do corpo, logo atrás da axila. O sino pendurado na peiteira estressa o animal pelo barulho que produz à medida em que ele pula.

Esporas: às vezes pontiagudas, são aplicadas pelo peão tanto na região do baixo-ventre do animal como em seu pescoço, provocando lesões e perfuração do globo ocular.

Choques elétricos e mecânicos: aplicados nas partes sensíveis do animal antes da entrada à arena.

Golpes e marretadas: na cabeça do animal, seguido de choque elétrico, costumam produzir convulsões e são o método mais usado quando o animal já está velho ou cansado.

“Não é raro cavalos usados em Touradas ficarem tão feridos que tenham de ser abatidos, mas apenas depois de saírem da vista do espectadores. Em Espanha há a modalidade dos “picadores”, cavaleiros com lanças que as espetam no touro. Os cavalos são frequentemente feridos apesar de estarem protegidos com uma capa, que pouco mais faz que esconder as feridas.Os cavalos são vendados e as suas orelhas tapadas com algodão para evitar que se assustem com o touro.As suas cordas vocais são cortadas para que este não “grite” quando o touro ataca.Os toureiros raramente são feridos ou mortos. Nos últimos 50 anos, apenas 10 toureiros morreram”

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Todas as desgraças e pontos negativos do mundo servem para tentar justificar a existência de touradas:

A fome

A guerra

As doenças

As crianças (raptos, abusos, prostituição, trabalho infantil)

Vandalismo

Os cães abandonados e maltratados

A alimentação das pessoas

A existência de matadouros

Animais usados na alimentação e vestuário

Experiências em animais

Os animais em espaços exíguos

A exploração sexual

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A 1 de Novembro de 1567, o Papa Pio V publicou a bula "De salute gregis dominici", ainda em vigor: “(...) Nós, considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo ou na praça pública não têm nada a ver com a piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espectáculos, não de homens, mas do demónio, e tendo em conta a salvação das almas na medida das nossas possibilidades com a ajuda de Deus, proibimos terminantemente por esta nossa constituição (...) a celebração destes espectáculos (...)”. (in "Bullarum Diplomatum et Privilegiorum Sanctorum Romanorum Pontificum Taurinensis editio", tomo VII, Augustae Taurinorum, 1862, pág. 630-631.).

A 15 de Outubro de 1978, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a:

Declaração Universal dos Direitos dos Animais

- Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a actos cruéis. (Artigo 3º, alínea 1)

- Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem. (Artigo 3º, alínea 2)

- As exibições de animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a

dignidade do animal. (Artigo 10º, alínea 2)

Ao fazer do sofrimento de um animal um meio de diversão, o Ser Humano está a propagar e

banalizar a violência gratuita como forma de ser e estar na sociedade. De geração em geração, o

sofrimento alheio banaliza-se no inconsciente colectivo. Uma sociedade mais fraterna, justa e

pacífica constrói-se em grande medida na abolição de práticas de “divertimento” que se baseiam

no abuso de animais, como são as touradas.

Do mesmo modo que actualmente se preserva o lince ibérico e a águia-real, nada nos indica que

os touros desapareceriam com o fim das touradas. Os touros poderiam viver livremente em

santuários ou em grandes quintas.

Mas mesmo que a raça se extinguisse, tal seria preferível ao sofrimento que os animais padecem

ao longo da sua vida. O impacto ecológico seria nulo, uma vez que o touro é uma raça

domesticada resultante de selecção artificial feita pelo homem.

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MAS A SANTA IGREJA EM NOME DE UMA BIZARRA BENEFICENCIA...

“SEJA A VOZ DOS ANIMAIS e demonstre o seu repúdio pelo apoio/conivência da Igreja Católica, ou de pessoas ou instituições a ela ligadas, face às touradas. O seu protesto pode contribuir para o fim das touradas em Portugal Escreva às seguintes entidades:(caso queira mandar a mesma mensagem a todos, abaixo seguem os e-mails juntos)

[email protected]  - União das Misericórdias Portuguesas (instituição ligada à Igreja Católica e proprietária de várias praças de touros)

[email protected] Patriarcado de Lisboa

[email protected]

[email protected] - Pe. Vítor Melícias

[email protected]  - Franciscanos (ordem à qual pertence o P.e Vítor Melícias

[email protected]

[email protected]

[email protected] - Agência Ecclesia (site oficial da Igreja Católica e da agência de notícias Ecclesia [email protected] - Papa Bento XVI (endereço exclusivo para falantes de português)

[email protected] - Rádio Renascença (emissora de rádio católica que promove touradas)

[email protected] - Jornal Voz das Misericóridas (jornal da União das Misericórdias Portuguesas)

[email protected]

(IN http://www.abrigodosbichos.com.br/Forum/Topico249.htm) 

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FONTES / REFERENCIAS

http://www.bullfightingfreeeurope.org/http://www.zoabonito.com/fotos/foto-acidente-na-tourada

http://www.horsetalk.co.nz/features/bullfighting.shtmlhttp://fightbull.com/blog/category/touradas/

http://ambiente.hsw.uol.com.br/maus-tratos-animais2.htmhttp://www.hi5.com/friend/group/410954--8035115--Anti-Touradas--Igreja+Cat

%C3%83%C2%B3lica+--topic-htmlhttp://www.centrovegetariano.org/Article-495-Touradas%253F....html

http://www.peta.org/http://www.animal.org.pt/

Marilia Miller®2009

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