universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo “lato …a vantagem é que o dinheiro depositado...
Post on 21-Jul-2020
1 Views
Preview:
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
Por: Simone Carvalho dos Santos
Orientador
Prof. Antonio Fernando Vieira Ney
Niterói
2009
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa.
Por: Simone Carvalho dos Santos.
3
AGRADECIMENTOS
Às pessoas que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a
confecção desse trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Agradeço à família, aos amigos e
professores, por contribuírem para
mais esta conquista.
5
RESUMO
O Objetivo deste trabalho é entender o funcionamento do Sistema de
Pagamentos Brasileiro, qual a sua relação com as empresas, os bancos e os
clientes. Além disso, entender que o Sistema de Pagamentos Brasileiro entrou
em uma nova fase em abril de 2002 quando passou por uma importante
renovação tecnológica que o colocou entre os mais modernos do mundo e que
isso trouxe segurança e confiança, um dos principais benefícios para a
economia nacional, para a sociedade e para o País. Dessa forma, evita
surpresas e turbulências que possam dificultar o funcionamento do sistema
financeiro e da economia e reduz os riscos das transações para todos aqueles
que recebem pagamentos e transferências em geral.
6
METODOLOGIA
A produção deste trabalho foi baseada em leitura de livros, e pesquisa a
sites de internet. Após a pesquisa verificou-se a estrutura do Sistema de
Pagamentos Brasileiro, sua importância para as transações econômicas
ocorrerem de forma mais ágil e segura, garantindo maior satisfação a todos os
agentes envolvidos no mercado financeiro, como Bancos e seus clientes e
garantindo também maior credibilidade ao mercado financeiro e à economia do
país.
Este projeto destina-se a esclarecer melhor todos os processos
envolvidos no Sistema de Pagamentos Brasileiro e define todas as suas
etapas e teve como referência a bibliografia citada. Primeiramente apresentou-
se e conceituou-se o tema, já no segundo capítulo esclareceu--se as etapas
deste processo e no último explica-se as formas de transferências de recursos
utilizadas atualmente.
Como anexo é fornecida uma das leis em que se apóia este sistema e
um gráfico para melhor compreensão do Sistema Financeiro.
Tem como principal apoio as informações fornecidas no site do Banco
Central, o regulador do SPB.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O Conceito 10
CAPÍTULO II
Como funciona o SPB 15
CAPÍTULO III
Instrumentos de transferências de recursos utilizados no SPB 19
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ANEXOS 28
ÍNDICE 44
8
INTRODUÇÃO
No novo sistema brasileiro de pagamentos, que entrou em vigor em abril
de 2002, os pagamentos e recebimentos passaram a ser feitos de forma mais
rápida. Os novos mecanismos são mais ágeis e rápidos que os tradicionais. As
transações com valores altos ocorrem em tempo real, ou seja, o dinheiro sai de
uma conta e entra em outra no momento em que a transferência é feita. Com
isso o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro desestimulou o uso do cheque
O Banco Central deixa de assumir o risco dos caixas dos bancos, pois
os mesmos não poderão terminar o dia com o caixa negativo. Assim a
incapacidade de pagamento de qualquer agente econômico (bancos, pessoas,
empresas) não onera o Banco Central, o Tesouro Nacional e o contribuinte.
Outra novidade foi o fato de os clientes poderem receber ou efetuar
pagamentos através da TED - Transferência Eletrônica Disponível, obtendo
seu saldo no mesmo dia. A vantagem é que o dinheiro depositado através da
TED fica disponível automaticamente.
Ocorreu a Intensificação do uso de canais alternativos (Internet Banking
e Centrais Telefônicas dos bancos) para a realização de transferências, com
redução dos riscos nessas transações.
9
Ocorreu também uma diminuição no risco de inadimplência uma vez que
as transferências por meios eletrônicos são interrogáveis e são garantidas pelo
saldo em conta concorrente.
O sistema exigiu maiores investimentos em segurança, para evitar
fraudes.
Os Bancos e empresas precisaram de reservas maiores para garantir o
fluxo de caixa, e, uma vez que precisaram do dinheiro em conta corrente pra
efetuar pagamentos, passaram a monitorar o futuro de caixa com maior
atenção.
CAPÍTULO I
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
O CONCEITO
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) trata-se da estrutura
tecnológica implantada no Brasil para efetuar transferências de recursos e
transações financeiras entre clientes, bancos, agentes não-bancários,
instituições financeiras, seguradoras, empresas de cartões de crédito,
instituições governamentais e pelo Banco Central do Brasil.
É um conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e dispositivos
operacionais integrados para transferir fundos, liquidar obrigações, efetuar
pagamentos e realizar transações financeiras ou bancárias.
É usado um sistema usado por instituições financeiras, bancos,
seguradoras, empresas de cartões de crédito, pelo Banco Central do Brasil e
instituições governamentais.
Em abril de 2002 o SPB entrou em uma nova fase, passou por uma
importante renovação tecnológica que o colocou entre os mais modernos do
mundo.
11
1.1 - Estrutura do SPB
O Sistema de Pagamentos Brasileiro é estruturado em câmaras de
compensação e liquidação. Podemos comparar essas câmaras a salas de
atendimento. Por exemplo, se um cliente chega a uma empresa para tratar
sobre troca de produto, ele é encaminhado para o setor de trocas, se ele
quiser pagar uma conta será encaminhado para o caixa da empresa.
Assim também funcionam as câmaras de compensação e liquidação do
SPB, o seja, cada uma delas possui uma função específica. Sua estrutura
tecnológica processa os dados e comandos relativos à natureza da transação
para o qual a Câmara foi programada.
No SPB, as instituições financeiras estão ligadas a uma rede de
transmissão de dados denominada Rede do Sistema Financeiro Nacional –
RSFN.
As mensagens eletrônicas de transferências de recursos transitam por
essa rede, como as Transferências Eletrônicas Disponíveis – TED, a
negociação de ativos financeiros, os resultados das câmaras de compensação
dos cheques, os Documentos de Crédito – DOC – e as cobranças bancárias.
Após o encerramento das operações de transferências, o resultado
financeiro apurado na Câmara interbancária de Pagamentos – CIP – é
lançado, no mesmo dia, na Conta de Reservas Bancárias,
12
Além do Banco Central, o Sistema de Pagamentos Brasileiro é integrado
por:
• Instituições Financeiras;
• Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC);
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de
Ativos BM&F;
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de
Câmbio BM&F;
• Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de
Derivativos BM&F;
• Cetip;
• Selic;
• Visanet e Redecard;
• Tecban;
• Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP).
13
1.2 - O papel do Banco Central
Os bancos e outros agentes financeiros devem seguir certas regras para
que o dinheiro que circula no país fique equilibrado, e quem define essas
regras é o Banco Central.
O papel do Banco Central é a gestão do Sistema Financeiro Nacional,
visando sempre garantir seu bom funcionamento e integridade.
Cabe ao Banco Central a regulamentação e o monitoramento do
sistema de pagamentos, com o estabelecimento de regras para disciplinar o
uso da conta de Reservas Bancários pelos Bancos. Se um banco faz uma
transação com outro banco e se, na conta dele no Banco Central não houver
saldo para isso automaticamente essa operação é negada.
A conta de Reservas Bancárias é uma conta similar a uma conta-
corrente que cada banco mantém no Banco Central. Nesta conta é processada
toda movimentação financeira diária, decorrente de operações do próprio
banco ou de seus clientes.
Ele exerce a fiscalização das instituições financeiras e aplica as
penalidades previstas. Atua de modo prudencial para evitar quebras de bancos
e o desencadeamento de uma crise bancária generalizada.
14
Além disso, após as mudanças implantadas no SPB o Banco Central do
Brasil ganhou maior credibilidade na comunidade financeira internacional. Isso
significa mais respeito e mais chances de atrair capital externo e investimentos
para o nosso país.
1.3 - O Novo SPB
A partir de 22 de abril de 2002, entra em vigor o novo Sistema de
Pagamentos Brasileiro. O novo SPB trouxe algumas mudanças no dia-a-dia
dos bancos e de seus clientes que se traduziram em mais agilidade, eficiência,
segurança e transparência nas suas transações bancárias.
Entre as muitas mudanças está a criação da Transferência Eletrônico
Disponível (TED), uma opção para a transferência de recursos entre contas de
depósitos mantidas em diferentes bancos.
Outra mudança é a utilização apenas de recursos efetivamente
disponíveis em conta corrente. Os recursos provenientes de depósitos em
cheque e DOCs somente poderão ser aplicados após a compensação desses
documentos.
.
15
Capítulo II
Como funciona o SPB
As instituições participantes do SPB têm disponível uma série de
serviços, entre eles:
STR – Sistema de Transferência de Reservas administrado pelo Banco
Central que processa a transferência de recursos por meio das contas de
Reservas Bancárias das instituições financeiras, mediante o envio e
recebimento de recursos on line das próprias instituições ou de seus clientes.
STN – Sistema do Tesouro Nacional, administrado pelo Banco Central
que processa a transferência de recursos, por meio das contas de reservas
bancárias das instituições financeiras, para a conta única do tesouro nacional e
deste para as instituições financeiras.
RCO – Recolhimento Compulsório. Grupo de serviço que controla os
depósitos compulsórios e encaixes obrigatórios. Permite que as instituições
financeiras detentoras de contas de Reservas Bancárias informem os valores
sujeitos a recolhimento e consultem o calendário dos períodos de cálculo e de
cumprimento, bem como os itens que compõem a base de incidência de cada
compulsório.
RDC - Redesconto do Banco Central. Grupo de serviço onde as
instituições financeiras titulares de conta de Reservas Bancárias podem
16
realizar as operações de Redesconto junto ao BACEN, exclusivamente com
títulos públicos federais, nas modalidades intradia e de um dia útil.
CIR – Maio Circulante. Grupo de serviço onde as instituições financeiras
detentoras de contas de Reservas Bancárias comandam operações
relacionadas com movimentação de numerário, com o BACEN ou com o
custodiante (saques e depósitos de numerário).
SLB – Sistema de Lançamento do Banco Central. Sistema que controla
a cobrança gerada pelo BACEN para as instituições financeiras. O sistema
informa à instituição financeira o valor a ser debitado na sua conta de
Reservas Bancárias. A instituição financeira então comanda o pagamento da
cobrança relativa ao débito, e nos casos de créditos são automaticamente
comandados pelo Banco Central na conta de Reservas Bancárias das
instituições financeiras.
LDL – Liquidação Multilateral de Câmaras. Por meio desse serviço as
câmaras de compensação e de liquidação administram o processo de
liquidação e o controle de garantias. As câmaras informam a cada instituição o
valor líquido referente às operações próprias da instituição e as de seus não-
liquidantes.
LTR – Liquidação Bruta ou Bilateral de Operações. Esse serviço
destina-se a realizar as liquidações brutas em tempo real e as liquidações
bilaterais de operações realizadas em câmaras.
17
SEL – Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Por meio desse
serviço, o participante da Rede do Sistema Financeiro Nacional pode
comandar todas as operações com títulos públicos federais permitidos no SEL.
Sendo que débitos em títulos geram créditos financeiros para a instituição no
STR.
PAG – Código das Mensagens da Câmara Interbancária de
Pagamentos. Tem como objetivo o processamento multilateral líquido de
pagamentos. A CIP sempre será a contraparte garantidora dos pagamentos,
cursando mensagens de pagamentos, levando em consideração o saldo do
participante e os créditos oriundos de outros participantes. Não é permitido
saldo negativo.
2.1 - Câmaras Compensatórias
As principais câmaras de compensação e liquidação do SPB são:
SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia. È operado pelo
BACEN. Efetua a custódia e a liquidação de títulos públicos federais. A
liquidação das operações é realizada uma a uma, pelo valor bruto, em tempo
real (sistemática da Liquidação Bruta em tempo real - LBTR).
CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação. Sistema semelhante ao
SELIC. É destinado à negociação de títulos privados, de alguns títulos públicos
e operações interbancárias. (CDI – Certificados de Depósitos interbancários).
18
Executa a liquidação multilateral líquida diferida e liquidação bilateral bruta,
uma a uma.
COMPE – Serviço de Compensação de Cheques. Sistema operado pelo
Banco do Brasil S/A. É responsável pela compensação de cheques com
valores inferiores a R$ 250 mil, cuja liquidação é defasada pelo valor líquido
multilateral. Ocorre no dia útil seguinte ao da compensação por meio do
serviço Recolhimento de Compulsório – RCO – do BACEN.
CÂMBIO – Sistema de Câmbio. Sistema em que são realizadas as
transações interbancárias com moeda estrangeira.
CIP – significa Câmara Interbancária de Pagamentos. Opera a
compensação e liquidação de ordens de crédito emitidas pelos bancos e seus
clientes.
As transferências interbancárias de fundos são também realizadas por
meio do Sistema de Transferência de Fundos – SITRAF – operado pela CIP,
com Resultado líquido finalizado no Sistema de Transferência de Reservas, o
STR.
O processo diferido líquido é vantajoso para as instituições financeiras,
pois o resultado impacta na conta de Reservas Bancárias somente ao final do
dia, sem prejuízo para os clientes, que têm as suas transferências finalizadas
em tempo real.
Capítulo III
19
Instrumentos de Transferências de Recursos
utilizados no SPB
TED – É a transferência on line entre instituições financeiras, efetuada
pelo próprio cliente, pela Internet (Internet Banking) ou nas agências (no auto-
atendimento ou direto no caixa ou com o gerente do cliente), utilizando-se
cartão magnético e respectiva senha. Destina-se à Instituição Financeira para
transferência em nome próprio e aos clientes. O cliente deve ser correntista e
estar de posse do cartão. Se o cliente não estiver portando o cartão, a TED
pode ser digitada pelo gerente de relacionamento do cliente, na estação
operacional da agência. Ocorre pagamento da tarifa própria do serviço. A
transferência de crédito é disponibilizada para o favorecido no mesmo dia
(same dau funds), geralmente em poucos minutos após a emissão da
correspondente ordem pelo remetente. É utilizada para valores a partir de R$ 5
mil. O cliente pode efetuar a transferência de valores de sua conta corrente
para outra conta, de sua titularidade ou não, em outro Banco, para o Tesouro
Nacional ou para Depósito Judicial. O cliente de conta investimento pode
transferir valores para contas investimento ou conta corrente de sua
titularidade. A vantagem é que é um produto moderno e útil, reduz os custos
operacionais e o volume de papéis em circulação nos Bancos, além de atender
às necessidades dos clientes.
DOC – É um instrumento de transferência de fundos interbancário por
conta ou a favor de pessoas físicas ou jurídicas clientes de Instituições
Financeiras. É utilizado para valores até R$ 4.999,99. É a transferência de
crédito cujos recursos são disponibilizados ao favorecido para saque no dia útil
seguinte (D+1). Embora a liquidação interbancária do DOC ocorra na manhã
de D+, o débito na conta do cliente ocorre em D. É de inteira responsabilidade
do cliente o correto preenchimento do DOC. Sua emissão se dá por meio de
20
pagamento em dinheiro, débito em conta via cartão ou cheque da própria
agência. Somente os bancos participantes do SILOC (Sistema de Liquidação
Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito) administrado
pela CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos), podem emitir ou receber
DOC.
A principal diferença DOC e TED está relacionada ao tempo em que essas transações são efetivadas.
Bloqueto de Cobrança – Os bloquetos de cobrança contêm códigos de
barras que possibilitam a leitura ótica dos seus dados. É a transferência de
crédito cuja liquidação interbancária também ocorre em D+1, e é colocada à
disposição do favorecido no dia da liquidação financeira.
Cheque – É uma ordem de pagamento à vista, passado a favor do
próprio emitente ou de terceiros, sacado contra fundos disponíveis em banco É
um instrumento com dupla função: instrumento de saque na apresentação ao
Banco e meio de pagamento nas relações comerciais e interpessoais. Os
princípios fundamentais que regem o cheque são regulamentados pela Lei
7.357/85, a Lei do Cheque. Dentro do princípio geral da Lei Uniforme coube ao
Banco Central do Brasil a regulamentação e padronização do cheque no nosso
país, acrescentando os elementos de padronização aos requisitos essenciais
estabelecidos pela Lei. As folhas de cheque contêm registros magnéticos que
possibilitam a leitura automática de seus dados fundamentais. Continua sendo
um importante instrumento de pagamento no Brasil, embora tenha havido
redução do seu uso nos últimos anos devido, principalmente, a sua
substituição por instrumentos eletrônicos.
21
O Serviço de Compensação de Cheques e outros papéis (SCCOP) é
regulamentado pelo Banco Central do Brasil e executado pelo Banco do Brasil
S/A. Participam do serviço o Banco Central do Brasil, os estabelecimentos
bancários autorizados a receber depósitos do público, movimentado por
cheque, e outras instituições financeiras a critério do Banco Central do Brasil
(BACEN). Os documentos compensáveis são divididos em dois grupos:
documentos de pagamento ou de débito e documentos de recebimento ou de
crédito. Os documentos de pagamento representam débito para o banco
destinatário e crédito para o banco remetente (ex.: cheque). Já os documentos
de recebimento representam crédito para o banco destinatário e débito para o
banco remetente (ex.: bloqueto de cobrança).
O Serviço de Compensação é desenvolvido em duas modalidades:
Sistema Integrado Regional de Compensação – SIRC, que abrange as
dependências de participantes localizadas em praças de uma mesma região,
previamente determinada pelo executante; sistema Nacional, que abrange
todas as dependências de participantes instaladas no país. Na troca regional,
funcionam duas Câmaras de Compensação de Cheques, uma para troca
noturna e outra para troca diurna. O Banco Central determina o valor mínimo
para que o cheque seja compensado no mesmo dia da sua apresentação,
através da sessão de troca noturna. Os cheques inferiores a este limite serão
compensados no dia seguinte, na sessão de troca diurna. Em função disso, os
depósitos em cheque ficam bloqueados pelo prazo necessário à efetivação da
compensação, quais sejam: troca regional cheque superior - 24 horas, troca
regional cheque inferior – 48 horas, troca nacional – de 72 horas a 20 dias
úteis conforme a praça acolhedora e a praça sacada.
O sistema log-cheque identifica automaticamente a praça sacada,
verificando inclusive a ocorrência de feriado municipal A compensação se
processa em duas sessões, sendo a primeira destinada à troca de documentos
22
entre os participantes e a segunda à devolução dos documentos impugnados
pelos destinatários.
Cartões de Crédito – São uma forma dos clientes adquirirem bens ou
serviços, com a facilidade de terem um prazo para o seu pagamento, muitas
vezes no valor à vista. E para quem vende há a garantia do recebimento da
venda.
A entidade financeira é denominada “emissor”, enquanto o comerciante
(ou prestador de serviços), que o aceitará, se chama “fornecedor”, e o usuário
é o “titular do cartão”.
Cartões de Débito – Os cartões de débito podem ser utilizados em
caixas automáticos de uso exclusivo da rede proprietária de um banco ou
compartilhado, ou em estabelecimentos comerciais que contam com máquinas
apropriadas para a realização de transferências eletrônicas de fundos a partir
do ponto de venda.
Cartão Múltiplo – O cartão múltiplo reúne em um plástico as funções de
débito e crédito, sendo destinado aos clientes detentores de conta corrente,
com ou sem cheque especial, e de conta poupança. Além da função de cartão
de crédito, pode ser utilizado em compras em estabelecimentos comerciais,
em saques, depósitos, extratos, saldos, pagamentos e transferências. O cartão
múltiplo permite ainda a consulta e a movimentação financeira da conta
corrente nos PAE (Pontos de Atendimento Eletrônico), nas Salas de
Conveniência, e no Banco 24 Horas. Destina-se a clientes detentores de conta
corrente, com ou sem cheque especial, e de conta poupança.
23
Cartões de Loja – São emitidos principalmente por grandes redes
varejistas. No Brasil há, entre outros, os cartões Carrefour, Extra, C&A, Leader.
A utilização do cartão da loja implica a postergação do pagamento, ou seja, o
adiamento da data de pagamento. Para quitar a obrigação ou a parcela do
valor, o devedor utiliza dinheiro em espécie ou outro instrumento de
pagamento, como cheque ou cartão de débito.
Cartões com valor armazenado - é utilizado para pagamento de serviços
específicos, relacionados com o uso de telefones e meios de transporte
públicos, ou compras de pequeno valor. Como aqueles cartões que as
empresas dão aos funcionários com recargas mensais, como cartão-
combustível, cartão-alimentação, cartão-refeição (vale-refeição, vale-
alimentação, vale - combustível, etc.).
Internet Banking – O Internet Banking conecta o computador do cliente
ao do banco com a finalidade de troca de informações a respeito de saldo e
movimentação em conta corrente, de cobrança, aplicações, resgates,
operações de empréstimos, cotação de moedas, índices e bolsas de valores,
saldos de poupança, etc.
Funcionam como verdadeiros bancos virtuais, uma vez que as
instituições bancárias disponibilizam a quase totalidade das suas operações de
prestação de serviços e investimentos aos seus clientes.
Débitos Diretos – O débito automático em conta, ou débito direto, é
normalmente utilizado para pagamentos recorrentes. O valor da obrigação é
debitado direta e automaticamente na conta bancária do devedor, ao amparo
de uma prévia autorização dada por ele ao seu banco. Normalmente essa
autorização é concedida por tempo indeterminado.
24
CONCLUSÃO
O Mercado Financeiro é o conjunto de mecanismos voltados para a
transferência de recursos entre os agentes econômicos. No mercado financeiro
25
são efetuadas transações com títulos de curto prazo, médios, longo e
indeterminado, geralmente voltados para o financiamento de capital de giro
permanente e de capital fixo.
Uma Instituição Financeira se faz com clientes.
Toda empresa, para ser forte, necessita conquistar e manter clientes. E
isso só se faz com um bom atendimento.
Para atender bem é necessário possuir informações a respeito do
cliente.
Além disso, é necessário conhecer as normas e leis que regem o
trabalho da empresa, para se prestar o melhor atendimento com segurança
para o cliente e para os Bancos.
Toda vez que o cliente de um banco faz compras com cartões de débito
ou crédito, por exemplo, está utilizando-se do Sistema de Pagamentos
Brasileiro.
Conclui-se, portanto que o Sistema de Pagamentos Brasileiro surgiu
para facilitar a vida de todos e proporciona muitas vantagens para os clientes,
os Bancos e o país, entre elas estão:
Diminuição do tempo de efetivação das transferências interfinanceiras,
garantindo maior satisfação aos clientes.
26
Certeza de finalização das operações realizadas com títulos, em
decorrência das garantias exigidas pelas câmaras de liquidação.
Comodidade oferecida pelas Instituições Financeiras aos seus clientes.
Maior credibilidade ao Banco Central diante da comunidade financeira
internacional uma vez que o risco sistêmico é assumido pelo setor privado e
não mais pelo Banco Central como acontecia antes.
Mais chances de atrair capital externo e investimento para o nosso país,
em função da redução dos riscos.
Mais segurança e confiança para a economia nacional.
“O Sistema diminui o risco sistêmico – possibilidade de que a quebra de
um banco provoque a quebra em cadeia dos outros”. João Antonio Fleury, do
Banco Central.
27
BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Maria da Glória D. S. O sistema de pagamentos brasileiro e a
assunção de risco pelo Banco Central. Rio de Janeiro: Notas Técnicas do
Banco Central, 2000.
Congresso Nacional. Resolução 2.882 . Brasília-DF, 2001.
Congresso Nacional. Lei no 10.214, de 27 de Março de 2001. Brasília-DF, 2001
28
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 5ª ed. 1994. 364 p.
NEVES, Edson Pimenta. Mecanismo e Contabilidade das Instituições
Financeiras. Material Didático. 2º semestre de 1998.
PAULANI, Leda Maria. BRAGA, Marcio Bobik. A nova Contabilidade Social.
São Paulo, Saraiva, 2000.
www.bc.gov.br/?SPB , Banco Central do Brasil, acessado em 05 de julho de
2009.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_Pagamentos_Brasileiro , acessado em
05 de julho de 2009.
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 - RESOLUCÃO 2.882
Anexo 2 - LEI No 10.214, DE 27 DE MARÇO DE 2001. Anexo 3 - GRÁFICO
30
ANEXO 1
RESOLUCAO 2.882
Dispõe sobre o sistema de pagamentos e as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação que o integram.
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o CONSELHO MONE- TÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 30 de agosto de 2001, tendo em conta as disposições dos arts. 4º, inciso VIII, e 11, inciso VII, da referida lei, dos arts. 3º, incisos I, III, IV e parágrafo único, e 15, inciso VI e parágrafos 2º e 3º, da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e da Lei nº 10.214, de 27 de março de 2001,
R E S O L V E U:
Art. 1º Estabelecer que o sistema de pagamentos deve ser estruturado segundo princípios que assegurem sua eficiência, segurança, integridade e confiabilidade.
Art. 2º Sujeitam-se ao disposto nesta Resolução as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação que operam qualquer um dos sistemas integrantes do sistema de pagamentos, cujo funcionamento:
I - resulte em movimentações interbancárias; e
II - envolva pelo menos três participantes diretos para fins
31
de liquidação, dentre instituições financeiras ou demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Resolução, considera-se:
I - câmara de compensação e de liquidação: pessoa jurídica que exerce, em caráter principal, a atividade de que trata o caput;
II - prestador de serviços de compensação e de liquidação : pessoa jurídica que exerce, em caráter acessório, a atividade de que trata o caput;
III - participante direto para fins de liquidação: pessoa jurídica que assume a posição de parte contratante para fins de liquidação, no âmbito do sistema integrante do sistema de pagamentos, perante a câmara ou o prestador de serviços de compensação ou outro participante direto;
IV - participante indireto para fins de liquidação: pessoa jurídica, com acesso a sistema integrante do sistema de pagamentos, cujas operações são liquidadas por intermédio de um participante direto.
Art. 3º No sistema de pagamentos devem ser observadas as regras gerais a seguir enumeradas, aplicáveis pelo Banco Central do Brasil, que considerará, para tanto, as especificidades de cada um dos sistemas que o integram:
I - os participantes devem ter acesso a informações claras e objetivas, que lhes permitam identificar os riscos em que incorram nos sistemas que utilizem;
II - as regras e procedimentos devem possibilitar e incentivar o gerenciamento e a contenção dos riscos de crédito e de liquidez, bem como estabelecer claramente, para estes fins, as obrigações
32
das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação e dos participantes;
III - a liquidação de obrigação, em caráter irrevogável e incondicional, em conta mantida no Banco Central do Brasil, deve ocorrer, o mais cedo possível, no dia para o qual estipulada; IV - a tradição do ativo negociado e a efetivação do correspondente pagamento devem ser mutuamente condicionadas;
V - as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação devem, no mínimo, assegurar, em caso de inadimplência de participante, a liquidação tempestiva de obrigações em montante equivalente à maior posição compensada devedora neles apurada, ressalvado o risco de emissor;
VI - a infra-estrutura operacional das câmaras e dos presta- dores de serviços de compensação e de liquidação deve ter adequado nível de segurança e confiabilidade, dispondo de planos de contingência e de recuperação capazes de assegurar o processamento no próprio ciclo de liquidação;
VII - os meios e procedimentos para a liquidação de obrigações devem satisfazer as necessidades dos usuários e ser economicamente eficientes;
VIII - os critérios de acesso aos sistemas devem ser públicos, objetivos e claros, possibilitando ampla participação, admitidas restrições com enfoque, sobretudo, na contenção de riscos; e
IX - a estrutura organizacional e administrativa das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação deve ser efetiva e transparente, de modo a possibilitar, inclusive, a avalia- ção do desempenho dos administradores e contemplar os interesses dos participantes.
33
Art. 4º O Banco Central do Brasil atuará no sentido de pro- mover a solidez, o normal funcionamento e o contínuo aperfeiçoamento do sistema de pagamentos, de acordo com o estabelecido nesta Resolução.
Art. 5º Com vistas à adequação das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação aos valores, princípios e regras aplicáveis ao sistema de pagamentos, o Banco Central do Brasil deverá: I - regulamentar suas atividades;
II - autorizar o funcionamento de seus sistemas;
III - exercer a supervisão de suas atividades, observando, no que se refere à aplicação de penalidades, o disposto na Resolução nº 1.065, de 5 de dezembro de 1985, com a redação dada pela Resolução nº 2.228, de 20 de dezembro de 1995.
Parágrafo 1º A regulamentação de que trata o inciso I poderá contemplar regras diferenciadas para as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação considerados sistemicamente importantes pelo Banco Central do Brasil.
Parágrafo 2º A supervisão a que se refere o inciso III compreende, quando for o caso, o acesso do Banco Central do Brasil aos documentos e informações que considere necessários à avaliação da conformidade, ao disposto na legislação e regulamentação em vigor, dos serviços, inerentes ao processo de liquidação, prestados por terceiros que tenham vínculo operacional com a câmara ou prestador de serviços de compensação e de liquidação.
Art. 6º No que concerne às câmaras e aos prestadores de ser- viços de compensação e de liquidação, compete à Comissão de Valores Mobiliários, no que diz respeito a operações com valores mobiliários: I - regulamentar suas atividades;
34
II - autorizar o funcionamento de seus sistemas; e
III - exercer a supervisão de suas atividades, observando, no que se refere à aplicação de penalidades, o disposto no artigo 11, da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
Parágrafo 1º Além da regulamentação, da autorização e da supervisão de que tratam os incisos I a III, sujeitam-se as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação de que trata o caput à autorização para funcionamento e à supervisão de seus sistemas pelo Banco Central do Brasil, ao qual compete, com exclusividade, a análise dos aspectos relacionados com o risco à solidez e ao normal funcionamento do Sistema Financeiro Nacional.
Parágrafo 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se às câmaras e aos prestadores de serviços de compensação e de liquidação já autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários quando da data de entrada em vigor desta Resolução.
Art. 7º As câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação devem ter suas demonstrações financeiras, inclu- sive as notas explicativas exigidas pelas normas legais e regulamen- tares vigentes, examinadas por auditor independente, na forma da Resolução nº 2.267, de 29 de março de 1996, e regulamentação complementar. Art. 8º Aplicam-se às câmaras e aos prestadores de serviços de compensação e de liquidação as exigências quanto à implementação de sistemas de controles internos de que trata a Resolução nº 2.554, de 24 de setembro de 1998.
Art. 9º. O Banco Central do Brasil operará, exclusivamente, sistemas com liquidação bruta em tempo real.
Art. 10. Fica o Banco Central do Brasil autorizado a:
35
I - regulamentar a troca eletrônica de mensagens no sistema de pagamentos;
II - estabelecer prazo para a adequação das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação ao disposto nesta Resolução.
Art. 11. Ficam o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas respectivas áreas de competência, autorizados a baixar as normas complementares e a adotar as medidas que julgarem necessárias ao cumprimento do disposto nesta Resolução, podendo, inclusive, estabelecer as condições para alterações nos regulamentos dos sistemas.
Art. 12. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, exceto o art.9º, que entrará em vigor na data de início do novo sistema de pagamentos, a ser estabelecida pelo Banco Central do Brasil.
Brasília, 30 de agosto de 2001
Ilan Goldfajn
Presidente, interino
36
ANEXO 2
LEI No 10.214, DE 27 DE MARÇO DE 2001.
Dispõe sobre a atuação das câmaras e dos
prestadores de serviços de compensação e de
liquidação, no âmbito do sistema de pagamentos
brasileiro, e dá outras providências.
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida
Provisória 2.115-16, de 2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu Jader
Barbalho, Presidente do Senado Federal, para os efeitos do disposto no
parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei:
Art. 1oEsta Lei regula a atuação das câmaras e dos prestadores de
serviços de compensação e de liquidação, no âmbito do sistema de
pagamentos brasileiro.
Art. 2oO sistema de pagamentos brasileiro de que trata esta Lei
compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com
a transferência de fundos e de outros ativos financeiros, ou com o
processamento, a compensação e a liquidação de pagamentos em qualquer
de suas formas.
37
Parágrafo único. Integram o sistema de pagamentos brasileiro, além do
serviço de compensação de cheques e outros papéis, os seguintes sistemas,
na forma de autorização concedida às respectivas câmaras ou prestadores de
serviços de compensação e de liquidação, pelo Banco Central do Brasil ou
pela Comissão de Valores Mobiliários, em suas áreas de competência:
I-de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de
crédito;
II-de transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
III-de compensação e de liquidação de operações com títulos e valores
mobiliários;
IV-de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas
de mercadorias e de futuros; e
V-outros, inclusive envolvendo operações com derivativos financeiros,
cujas câmaras ou prestadores de serviços tenham sido autorizados na forma
deste artigo.
Art. 3oÉ admitida a compensação multilateral de obrigações no âmbito de
uma mesma câmara ou prestador de serviços de compensação e de
liquidação.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, define-se compensação
multilateral de obrigações o procedimento destinado à apuração da soma dos
resultados bilaterais devedores e credores de cada participante em relação aos
demais.
38
Art. 4o Nos sistemas em que o volume e a natureza dos negócios, a
critério do Banco Central do Brasil, forem capazes de oferecer risco à solidez e
ao normal funcionamento do sistema financeiro, as câmaras e os prestadores
de serviços de compensação e de liquidação assumirão, sem prejuízo de
obrigações decorrentes de lei, regulamento ou contrato, em relação a cada
participante, a posição de parte contratante, para fins de liquidação das
obrigações, realizada por intermédio da câmara ou prestador de serviços.
§1oAs câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de
liquidação não respondem pelo adimplemento das obrigações originárias do
emissor, de resgatar o principal e os acessórios de seus títulos e valores
mobiliários objeto de compensação e de liquidação.
§2oOs sistemas de que trata o caput deverão contar com mecanismos e
salvaguardas que permitam às câmaras e aos prestadores de serviços de
compensação e de liquidação assegurar a certeza da liquidação das
operações neles compensadas e liquidadas.
§3oOs mecanismos e as salvaguardas de que trata o parágrafo anterior
compreendem, dentre outros, dispositivos de segurança adequados e regras
de controle de riscos, de contingências, de compartilhamento de perdas entre
os participantes e de execução direta de posições em custódia, de contratos e
de garantias aportadas pelos participantes.
Art. 5oSem prejuízo do disposto no § 3o do artigo anterior, as câmaras e
os prestadores de serviços de compensação e de liquidação responsáveis por
um ou mais ambientes sistemicamente importantes deverão, obedecida a
39
regulamentação baixada pelo Banco Central do Brasil, separar patrimônio
especial, formado por bens e direitos necessários a garantir exclusivamente o
cumprimento das obrigações existentes em cada um dos sistemas que
estiverem operando
§1oOs bens e direitos integrantes do patrimônio especial de que trata o
caput, bem como seus frutos e rendimentos, não se comunicarão com o
patrimônio geral ou outros patrimônios especiais da mesma câmara ou
prestador de serviços de compensação e de liquidação, e não poderão ser
utilizados para realizar ou garantir o cumprimento de qualquer obrigação
assumida pela câmara ou prestador de serviços de compensação e de
liquidação em sistema estranho àquele ao qual se vinculam.
§2oOs atos de constituição do patrimônio separado, com a respectiva
destinação, serão objeto de averbação ou registro, na forma da lei ou do
regulamento.
Art. 6oOs bens e direitos integrantes do patrimônio especial, bem como
aqueles oferecidos em garantia pelos participantes, são impenhoráveis, e não
poderão ser objeto de arresto, seqüestro, busca e apreensão ou qualquer outro
ato de constrição judicial, exceto para o cumprimento das obrigações
assumidas pela própria câmara ou prestador de serviços de compensação e
de liquidação na qualidade de parte contratante, nos termos do disposto no
caput do art. 4o desta Lei.
Art. 7oOs regimes de insolvência civil, concordata, intervenção, falência ou
liquidação extrajudicial, a que seja submetido qualquer participante, não
40
afetarão o adimplemento de suas obrigações, assumidas no âmbito das
câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação, que
serão ultimadas e liquidadas pela câmara ou prestador de serviços, na forma
de seus regulamentos.
Parágrafo único.O produto da realização das garantias prestadas pelo
participante submetido aos regimes de que trata o caput, assim como os
títulos, valores mobiliários e quaisquer outros seus ativos, objeto de
compensação ou liquidação, serão destinados à liquidação das obrigações
assumidas no âmbito das câmaras ou prestadores de serviços.
Art. 8oNas hipóteses de que trata o artigo anterior, ou quando verificada a
inadimplência de qualquer participante de um sistema, a liquidação das
obrigações, observado o disposto nos regulamentos e procedimentos das
câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação, dar-se-
á:
I-com a tradição dos ativos negociados ou a transferência dos recursos,
no caso de movimentação financeira; e
II-com a entrega do produto da realização das garantias e com a utilização
dos mecanismos e salvaguardas de que tratam os §§ 2o e 3o do art. 4o, quando
inexistentes ou insuficientes os ativos negociados ou os recursos a transferir.
Parágrafo único.Se, após adotadas as providências de que tratam os
incisos I e II, houver saldo positivo, será ele transferido ao participante,
integrando a respectiva massa, se for o caso, e se houver saldo negativo,
41
constituirá ele crédito da câmara ou do prestador de serviços de compensação
e de liquidação contra o participante.
Art. 9oA infração às normas legais e regulamentares que regem o sistema
de pagamentos sujeita as câmaras e os prestadores de serviços de
compensação e de liquidação, seus administradores e membros de conselhos
fiscais, consultivos e assemelhados às penalidades previstas:
I-no art. 44 da Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, aplicáveis pelo
Banco Central do Brasil;
II - no art. 11 da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, aplicáveis pela
Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único.Das decisões proferidas pelo Banco Central do Brasil e
pela Comissão de Valores Mobiliários, com fundamento neste artigo, caberá
recurso, sem efeito suspensivo, para o Conselho de Recursos do Sistema
Financeiro Nacional, no prazo de quinze dias.
Art. 10. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil e a
Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respectivas esferas de
competência, baixarão as normas e instruções necessárias ao cumprimento
desta Lei.
Art. 11.Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida
Provisória no 2.115-15, de 26 de janeiro de 2001.
Art. 12.Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
42
Congresso Nacional, em 27 de março de 2001; 180o da Independência e
113o da República.
Senador JADER BARBALHO
Presidente do Congresso Nacional
43
ANEXO 3
GRÁFICO
Diagrama 1: Arranjo geral dos sistemas de liquidação
Fonte: www.bc.gov.br
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
O CONCEITO 10
1.1 – Estrutura do SPB 11
1.2 – O papel do Banco Central 13
1.3 – O novo SPB 14
CAPÍTULO II
COMO FUNCIONA O SPB 15
2.1 – Câmaras Compensatórias 17
CAPÍTULO III
NSTRUMENTOS DE TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS
UTILIZADOS NO SPB 19
CONCLUSÃO 25
BIBLIOGRAFIA 28
ANEXOS 29
ÍNDICE 44
top related