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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÃO
Por: Kelen Cristina Villanova Gomes
Orientador
Prof. Anselmo Souza
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÃO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Direito Público e Tributário
Por: Kelen Cristina Villanova Gomes.
3
AGRADECIMENTOS
....aos dedicados professores do
Instituto a Vez do Mestre......
4
DEDICATÓRIA
..... aos meus queridos pais, irmãos, e
meu amado noivo.......
5
RESUMO
Esta monografia traz como tema a licitação com enfoque especial na
contratação direta, prevista pela própria constituição federal como exceção ao
procedimento licitatório. O tema abordado foi escolhido devido sua temática
atual.
E Tem como objetivo analisar se a contratação direta sem licitação viola
a ordem constitucional, pois a licitação seria um dever que se impõe como
regra. Para tal iremos definir o que é licitação; o que é contratação direta;
quais as hipóteses em que é possível contratar sem fazer licitação; distinguir
quais as diferenças entre licitação dispensável, licitação dispensada e a
inexigibilidade de licitação e abordar quais os princípios que regem a
contratação direta. A metodologia baseou-se em procedimentos bibliográficos
e análise da legislação pertinente.
A contratação direta pode ser por: dispensa de licitação, que é uma
faculdade deferida ao administrador público perante determinadas hipóteses
taxativamente previstas pelo legislador; licitação dispensada, são hipóteses
em que há obrigatoriamente dispensa de licitação, independente de juízo de
valor do administrador público porque a lei assim determinou e inexigibilidade
de licitação, se trata de casos aonde a disputa é inviável em razão da natureza
específica do negócio jurídico, uma vez que é inviável a competição entre os
possíveis interessados.
A escolha na contratação direta pela Administração pública não significa
que a atuação por parte do administrador público é livre, pelo contrário, ele
estará sujeito a um procedimento administrativo específico, que visa assegurar
a prevalência dos princípios constitucionais e da Lei de Licitações e Contratos,
buscando sempre o interesse público.
6
METODOLOGIA
A metodologia obedecerá à pesquisa bibliográfica, baseada em fontes
primárias, através da análise da legislação pertinente, com enfoque na
Constituição Federal de 1988 e na lei 8.666/93 (alterada pela lei 12.440 de
07/07/2011) que versa sobre o tema abordado.
E também contará com o apoio de fontes secundárias, concentrando-se
em alguns autores renomados que, através de suas análises, poderão trazer
fundamentos jurídicos consistentes para o desenvolvimento da pesquisa. Além
leitura de artigos em revistas especializadas que tenham publicado matérias
sobre o tema em comento.
.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 11
CAPÍTULO II 18
CAPÍTULO III 43
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53
ÍNDICE 55
FOLHA DE AVALIAÇÃO 57
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho discorre sobre Licitação, com destaque especial a
contratação direta. E justifica-se pela oportunidade de se desenvolver um
estudo sobre uma temática atual e muito questionada pela sociedade, uma vez
que a contratação direta tornou-se uma prática muito utilizada no âmbito da
Administração Pública, para Renato Geraldo Mendes 1 os doutrinadores
precisam se dedicar a analisar a dispensa e inexigência de licitação com maior
atenção. Bem como a Lei nº 8.666/93, precisa ser melhorada, segundo suas
pesquisas os valores gastos com a contratação direta são muitas vezes
superiores aos realizados com licitações.
A metodologia baseia-se na análise da Constituição de 1988 e da Lei nº
8666/1993, além da pesquisa bibliográfica de autores renomados que trazem
fundamentos jurídicos consistentes para o desenvolvimento da monografia.
Será apresentado primeiramente um breve relato sobre o conceito de
licitação trazido pelo inciso XXI, do artigo 37 da Constituição Federal de 19882
o qual determina que se a Administração Pública tem a necessidade de
contratar produtos ou serviços, deve realizar licitação. Isto porque a
Administração não pode contratar livremente, devendo respeitar alguns
princípios administrativos.
Depois analisaremos mais profundamente a denominada contratação
direta, cuja contratação não vem antecedida de licitação, e que segundo Odete
1 MENDES, Renato Geraldo. A Licitação é regra ou exceção: repensando a contratação direta.
Revista Diálogo Jurídico. Ano I – n º. 9 – dezembro de 2001 – Salvador
<http://www.direitopublico.com.br/pdf_9/DIALOGO-JURIDICO-09-DEZEMBRO-2001-
RENATO-GERALDO-MENDES.pdf> data de acesso: 18/02/12. 2Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> data de acesso:
18/02/2012.
9
Medauar3 é prevista pela própria constituição como exceção, em que vamos
nos ater, para o tema desta monografia.
Aprenderemos quais são os tipos de contratação direta e porque ela é
necessária, conforme explicita Celso Antônio Bandeira de Mello4 a contratação
direta decorre da ausência de certos pressupostos para o procedimento
licitatório, cuja falta deixaria o certame licitatório sem- sentido.
A lei 8.666/93 arrola os casos de contratação direta classificando-os
como: licitação dispensável, licitação dispensada e inexigibilidade de licitação.
Por fim verificaremos quais os procedimentos que devem ser
observados para a contratação direta. Pois a escolha na contratação direta
pela Administração pública não significa que a atuação por parte do
administrador público é livre, pelo contrário, ele estará sujeito a um
procedimento administrativo específico, que visa assegurar a prevalência dos
princípios constitucionais e da Lei de Licitações e Contratos.
Veremos ainda a responsabilidade por danos causados a Fazenda
Pública, tendo em vista que o legislador para se precaver das possíveis
fraudes no processo de inexigibilidade ou dispensa da licitação, cuidou de
impor sanções a quem usar o instituto da licitação para favorecimento próprio.
Abordaremos também a possibilidade de anulação e revogação da contratação
direta.
Como questão central analisaremos se a contratação direta viola a
ordem constitucional, pois a licitação é um dever que se impõe como regra.
Mesmo com as divergências na doutrina em alguns pontos concernentes a
licitção, existe uma unanimidade em torno de ser a licitação uma regra.
3 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo moderno. 14ª edição, revisada e atualizada, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 4 DE MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 28ª edição. Malheiros
Editoras, 2010.
10
Segundo Elisa Maria Nunes da Silva 5a contratação direta, deve buscar
sempre o interesse público e o administrador público deverá respeitar os
preceitos legais.
5DA SILVA, Elisa Maria Nunes. Contratação direta na administração pública. Âmbito Jurídico,
Rio Grande, 84, 01/01/2011 <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8877> data de acesso
em 18/02/2012.
11
CAPÍTULO I
LICITAÇÃO
1.1- Conceito
O inciso XXI, do artigo 37 da Constituição Federal de 19886 determina
que:
“Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. “
Por sua vez o artigo 175 também da Constituição Federal7 exige
licitação para concessão e permissão de serviço público:
“Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos”
Segundo explicita Odete Medauar8:
6Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> data de acesso:
18/02/2012. 7 Idem 1.
12
“A Licitação, no ordenamento jurídico brasileiro é o processo
administrativo em que a sucessão de fases e atos leva à indicação de
quem vai celebrar contrato com a Administração. Visa, portanto, a
selecionar quem vai contratar com a Administração, por oferecer
proposta mais vantajosa ao interesse público. A decisão final do
processo licitatório aponta o futuro contratado”.
Para Hely Lopes Meirelles9:
“A licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a
administração pública seleciona a proposta mais vantajosa para o
contrato de seu interesse, inclusive o da promoção do
desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias
produtivas de bens domésticos (...)”
De acordo com Irene Patrícia Nohara10, os particulares dispõem de
ampla liberdade para realizar a contratação de obras e serviços, já a
Administração, para proceder com a contratação, em regra deve observar o
procedimento licitatório.
Assim, quando a Administração Pública tem a necessidade de contratar
produtos ou serviços, realiza-se a licitação. Isto porque a Administração não
pode contratar livremente. O procedimento licitatório decorre de dois objetivos:
o primeiro seria o de proporcionar, respeitadas as formalidades estabelecidas,
a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e o segundo para
garantir a igualdade de oportunidades para todos aqueles que desejam
8 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo moderno. 14ª edição, revisada e atualizada, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p.187. 9 MEIRELLES, Hely Lopes; AZEVEDO, Eurico de Andrade; ALEIXO, Délcio Balestero e
FILHO, José Emmanuel Burle. Direito Administrativo Brasileiro. 37ª edição. Malheiros
Editores, 2010. p.283. 10 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2007.
13
contratar com a Administração. Dessa forma estaria afastando o arbítrio e o
favorecimento nos contratos administrativos.
Devem ser observados vários princípios administrativos para a
realização da licitação, dentre os quais se podem mencionar:
O Princípio da Indisponibilidade do interesse público: para a proteção
de recursos governamentais, uma vez que estes são arrecadados da
população devendo, portanto ser revertidos respeitando-se o interesse
público;
O Princípio da Impessoalidade: pois a licitação pública confere
tratamento isonômico a todos os que obedeçam às disposições contidas
no certame, com o objetivo de escolher a proposta mais vantajosa, tanto
do ponto de vista técnico como econômico;
E os Princípios da Moralidade e Probidade Administrativas: esses
demonstrados pela transparência e maior controle de possibilidades
pelo procedimento.
1.2- Legislação
É competência privativa da União legislar sobre normas gerais de
licitação e contratação como prevê o artigo 22, XXVII da Constituição
Federal11, em todas as modalidades, para as Administrações Públicas diretas,
autárquicas e fundacionais das diversas esferas de governo, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista nos termos do artigo 173,
§ 1º, III, CRFB/8812.
11 Idem 1. 12
Idem 1.
14
Na concepção de Odete Medauar 13 a competência da união para fixar
normas gerais de licitação e contrato possibilita que Estados, Municípios, e
Distrito Federal legislem sobre normas específicas, por seus respectivos
âmbitos de atuação. Mas o problema estaria na separação precisa entre
normas gerais e normas específicas. Assim para a autora o mais comum é que
Estados e Municípios ou editam leis sem dispositivo que contrariem a lei da
União ou não editam lei específica e pautem suas licitações por aquela.
A lei 8.666 de 21.06.199314, com alterações trazidas por vários textos
posteriores, regulamenta o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal,
instituindo normas para licitações e contratos da Administração. E determina
em seu artigo 118 que os Estados, Distrito Federal, os Municípios e entidades
da Administração indireta adaptem suas normas de licitação e contratos ao
disposto na mesma.
Já a Lei 10.520 de 17.07.2002 instituiu a modalidade de licitação
denominada pregão, no âmbito da união, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
A Lei Complementar 123, de 14.12.2006 que regula o Estatuto da
Microempresa e da empresa de Pequeno Porte, em seus artigos 42 a 49
trazem normas relativas à participação de microempresas e empresas de
pequeno porte em licitações. Também o Decreto 6.204 de 05.06.2007
regulamenta o tratamento favorecido e simplificado para as microempresas e
empresas de pequeno porte nas contratações públicas de bens, serviços e
obras, no âmbito da Administração federal. A Lei 11.488 de 15.06.2007, em
seu artigo 34, determina a aplicação da referida lei Complementar 123, de
14.12.2006 às sociedades cooperativas.
13 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo moderno. 14ª edição, revisada e atualizada, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. 14 Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm> acesso em
18/02/2012.
15
Com relação às sociedades de economia mista, empresa e fundações
públicas, entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
distrito Federal e Municípios, o artigo 119 da lei 8.666/93 prevê que editarão
regulamentos próprios, mas devem observar as disposições da Lei. Esses
regulamentos, depois de aprovados pela autoridade de nível superior a que
estiverem vinculadas aquelas entidades, deverão ser publicados na imprensa
oficial conforme prevê o parágrafo único do artigo 119.
Explica Odete Medauar15 que o artigo 173, §1º, III da constituição
Federal, na redação dada pela Emenda 19/98, prevê que as empresas
públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias que explorem
atividade econômica, na licitação e contratação de obras, serviços, compras e
alienações, observem os princípios da Administração, conforme a lei que
estabelecerá seu estatuto jurídico. Assim o inciso III fixaria para aquelas
estatais, somente a observância dos princípios da Administração Pública o que
sugere que terão um regime de licitação e contratação diferente do regime de
outros entes e órgãos e diferente do regime das estatais prestadoras de
serviços públicos. Segundo seu entendimento a leitura do inciso XXVII do
artigo 22 também propicia essa conclusão, de que enquanto não se editar o
estatuto jurídico das estatais, as licitações e contratações dessas entidades
continuam a se reger pela lei 8.666/93.
Conforme o artigo 117 da lei 8.666/93, as obras, serviços, compras e
alienações realizadas pelos órgãos do poder legislativo e Judiciário e dos
Tribunais de Contas regem-se pelos seus preceitos, nas três esferas.
Por fim para as concessões e permissões de serviço público, a lei
8.987 de 13.02.1995 – lei de concessões - instituiu processo licitatório
específico, aplicando-se, no entanto, o que couber, os critérios e normas
gerais da Lei 8.666/93, como indica seu artigo 18, caput. E quanto às
parcerias público-privadas, possui tratamento específico em alguns pontos,
15 Idem 8.
16
segundo a Lei 11.079 de 30.12.2004, aplicando-se quanto aos demais, as
duas leis em supra.
1.3- Exceção
Ressalta Odete Medauar16 que a própria lei prevê casos em que a
contratação não vem antecedida de licitação, daí e denomina-se contratação
direta; ademais o próprio inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal 17
admite a exceção, ao mencionar o trecho: “ressalvados os casos especificados
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública (...)”
Ensina-nos Celso Antônio Bandeira de Mello18 que a realização de
qualquer licitação é necessária a ocorrência de certos pressupostos e a falta
deles deixaria o certame licitatório sem- sentido ou simplesmente não
atenderia as finalidades em vista das quais foi concebido.
Para o referido autor os pressupostos licitatórios podem ser de três
ordens: lógico; jurídico; e fático.
a. É pressuposto lógico da licitação a existência de uma pluralidade
de objetos e de uma pluralidade de ofertantes. Sem os quais não há como
conceber uma licitação. Impossível procedimento licitatório para casos de
apenas ofertante único ou exclusivo.
b. O pressuposto jurídico é aquele em que em face do caso
concreto a licitação possa se constituir em meio apto, ao menos em tese, para
16 Idem 8. 17 Idem 1. 18 DE MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 28ª edição. Malheiros
Editoras, 2010.
17
a Administração acudir ao interesse que deve prover. A licitação não é um fim
em si mesmo; mas sim um meio para chegar utilmente a um dado resultado: o
acontecimento de certa relação jurídica. Quando nem mesmo em tese pode
cumprir tal função, seria descabido realizá-la. Mesmo que fosse possível
realizá-la seria ilógico fazê-lo em face do interesse jurídico a que se tem que
atender. Situações desta ordem se configuram como casos intitulados na
legislação como “dispensa” de certame licitatório ou os considerados como
“inexigibilidade” de licitação.
c. O pressuposto fático da licitação é a existência de interessados
em disputá-la. Nos casos em que tal interesse não ocorra, não há como
realizá-la. Seria inviável, abrir-se um certame licitatório para obter o parecer de
um médico consagrado ou os serviços de um advogado renomado por
exemplo.
Logo quando a contratação não vem antecedida de licitação, pela
ausência dos pressupostos acima narrados, estamos diante do que é chamada
contratação direta.
18
CAPÍTULO II
CONTRATAÇÃO DIRETA
2.1- O que é contratação direta?
Segundo Odete Medauar19 a lei 8.666/93 arrola os casos em que não
se realiza processo licitatório antes da contratação, havendo, conforme o caso,
um procedimento interno. Por isso tais hipóteses são denominadas
contratação direta.
A Carta Magna em seu art. 37, inciso XXI20 assegura o entendimento
quando diz que a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para
realizar obras, serviços, compras e alienações deverão contratá-los mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
participantes, sendo ressalvados os casos especificados na legislação.
Vale destacar que em casos de concessão e permissão de serviços
públicos que a referida ressalva não encontra regramento, pois o art. 175 da
Constituição Federal é taxativo os casos que procederá a licitação.
19 Idem 8. 20
Idem 1.
19
2.2- Tipos de contratação direta
Segundo Elisa Maria Nunes da Silva21, o advento da Lei nº 8.666/93,
estipulou três modalidades de contratação direta: a licitação dispensável, a
licitação dispensada e a inexigibilidade de licitação.
Mesmo a lei estipulando nomes diferentes, alguns autores entendem
não haver distinção entre as duas modalidades de contratação direta: a
licitação dispensada e a licitação dispensável.
Já outros doutrinadores entendem haver distinção entre elas. Essa
discussão surge em relação aos artigos 17, 24 e 25 da Lei nº 8.666/93. O
artigo 17 estaria estipulando os casos de licitação dispensada, sendo o gestor
público obrigado ao real cumprimento de forma compulsória. E o artigo 24 a
licitação dispensável, onde estaria autorizada a dispensa por parte do gestor
público, pois a lei faculta a realização ou não da licitação, cabendo ao gestor
público decidir sobre seu cumprimento.
Hely Lopes Meireles22 afirma que no caso da licitação dispensada à
própria lei a declarou-a como tal, em seu artigo 17, inciso I e II, já a licitação
dispensável é toda aquela que a Administração Pública pode dispensar se
assim lhe convier.
São algumas hipóteses de contratação direta, em que é possível
contratar sem fazer licitação, de acordo com a Lei nº 8.666/93
21 DA SILVA, Elisa Maria Nunes. Contratação direta na administração pública. Âmbito Jurídico,
Rio Grande, 84, 01/01/2011 <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8877> data de acesso
em 18/02/2012. 22
Idem 4.
20
2.2.1- Licitação dispensável
Desta forma, afirma Justen Filho23:
“A dispensa de licitação verifica-se em situações, em que, embora
viável a competição entre particulares, a licitação afigura-se
objetivamente inconveniente ao interesse público. Justifica-se pelo
fato de que se parte do princípio de que a licitação produz benefícios
para a Administração e esses benefícios consistem em que a
Administração efetivará (em tese) contratação mais vantajosa do que
realizaria se a licitação não tivesse existido. Muitas vezes, sabe-se de
antemão que a relação custo benefício será desequilibrada. Os
custos necessários à licitação ultrapassarão benefícios que dela
poderão advir”.
Explica Odete Medauar24 que a licitação dispensável abrange os casos
em que a situação permite a competitividade, sendo assim é possível efetuar a
licitação, mas a lei faculta sua realização ou não. Por isso o rol do artigo 24 é
considerado taxativo.
José dos Santos Carvalho Filho25, em sua obra menciona o seguinte:
“Há, porém dois aspectos preliminares que merecem ser
considerados. O primeiro diz respeito sobre à excepcionalidade, no
sentido de que as hipóteses previstas no art. 24 traduzem situações
que fogem à regra geral, e só por essa razão se abriu a fenda no
princípio da obrigatoriedade. Outro diz respeito à taxatividade, das
hipóteses. Daí justa advertência de que os casos enumerados pelo
legislador são taxativos, não podendo, via de conseqüência, ser
ampliados pelo administrador. Os casos legais, portanto, são os
23 JUSTEN, Filho Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos administrativos. São
Paulo: Dialética, 2000. 24 Idem 8. 25 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 14º edição, revista e
ampliada. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.p.206.
21
únicos cuja dispensa de licitação o legislador considerou mais
conveniente ao interesse público”.
Para Elisa Maria Nunes da Silva26 nos casos de dispensa a lei garantiu
ao Administrador Público a discricionariedade de contratar de forma direta
quando este achar conveniente à Administração Pública, com intuito sempre
de promover a satisfação do interesse público.
Segundo a autora existem ainda pressupostos a serem observados para
que possa ocorrer à dispensa de licitação, esses pressupostos seriam a
própria demonstração efetiva e concreta da possibilidade do dano a ser
ocorrer, necessária demonstração de dados que evidenciam a urgência da
dispensa de licitação. Com intuito de eliminar o possível risco, logo, a
contratação de forma direta só será possível se o risco do dano for
comprovado. Sendo importante não somente a existência de emergência, mais
que o administrador público realizando a dispensa, esta será suficientemente
eficaz no que tange a evitar ou suprir as necessidades públicas.
2.2.1.1 - Tipos
As hipóteses de dispensa, de acordo com Elisa Maria Nunes da
Silva27 podem ser:
a - De acordo com o custo econômico da licitação:
Ocorre quando o custo da licitação for superior ao benefício dela será
decorrente. Seriam os casos dos incisos I e II do artigo 24 da lei 8.666/9328.
26 Idem 16. 27 Idem 21. 28 Idem 9.
22
Que José dos Santos Carvalho Filho29 classifica como hipóteses que
seguem o “critério de Valor”:
“Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de
engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na
alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser
realizadas conjunta e concomitantemente. (Redação dada pela Lei nº
9.648, de 1998)”
“Art. 24. É dispensável a licitação: II - para outros serviços e compras
de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do
inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo
serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)”
b - De acordo com o custo temporal da licitação:
Quando o tempo de duração do processo licitatório puder ocasionar a
ineficácia da contratação, seriam os casos dos incisos. III, IV, XII e XVII do
artigo 24 da lei 8.666/9330:
“Art. 24. É dispensável a licitação:”
“III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.”
São aquelas situações que admitem dispensa de licitação para
contratos relacionados com estes eventos. Conceitua Hely Lopes Meirelles31
da seguinte maneira:
29 Idem 20. 30 Idem 9.
23
“Guerra é o estado de beligerância entre duas ou mais nações,
devendo ser declarada, no Brasil, por ato do Presidente da República,
na forma constitucional (CF, art.84, XIX).”
“Grave perturbação da ordem é a comoção interna generalizada ou
circunscrita a determinada região, provocada por atos humanos, tais
como revolução, motim, grave que atinja atividades ou serviços
essenciais à comunidade.”
Conforme entendimento de José dos Santos Carvalho Filho32, “é
dispensável a licitação em situações de flagrante excepcionalidade”.
“Art. 24. É dispensável a licitação: IV - nos casos de emergência ou
de calamidade pública, quando caracterizada urgência de
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente
para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou
calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência
ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos.”
Para Hely Lopes Meirelles33 a dispensa de licitação nesse caso é
admissível somente para os bens necessários ao atendimento da situação de
emergência ou calamidade pública, não se admitindo emergência ficta ou
ainda fabricada.
O autor define calamidades públicas como situações de perigo e
anormalidades decorrentes da natureza como enchentes devastadoras, secas
assoladoras ou ainda quaisquer outros eventos similares que afetem
31 MEIRELLES, Hely Lopes; AZEVEDO, Eurico de Andrade; ALEIXO, Délcio Balestero e
FILHO, José Emmanuel Burle. Direito Administrativo Brasileiro. 37ª edição. Malheiros
Editores, 2010. p.296. 32 Idem 20.
24
profundamente a segurança ou saúde da sociedade, bens particulares, ou
transporte coletivo, habitação e trabalho.
Neste caso a dispensa de licitação também se justifica pela a ausência
de potencialidade de benefício em decorrência da licitação
“Art. 24. É dispensável a licitação: XII - nas compras de
hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo
necessário para a realização dos processos licitatórios
correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”
A alimentação não poderá ficar aguardando o procedimento licitatório,
sob pena de perecimento dos alimentos.
“Art. 24. É dispensável a licitação: XVII - para a aquisição de
componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos,
quando tal condição de exclusividade for indispensável para a
vigência da garantia. Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994”
Alguns requisitos devem ser observados: a aquisição do produto
dentro do período de garantia; que os componentes ou as peças sejam
originais; que os equipamentos sejam adquiridos somente pelo fabricante e
que a exclusividade seja indispensável a contratação da garantia técnica.
Neste caso a dispensa de licitação também se justifica pela a ausência
de potencialidade de benefício em decorrência da licitação
c - De acordo com a ausência de potencialidade de
benefício:
33 Idem 25.
25
Se não existir possibilidade de benefício em decorrência
da licitação, incisos. IV, VII, VIII, XI, XIV, XVII e XXIII do artigo 24 da lei
8.666/9334:
“Art. 24. É dispensável a licitação: VII - quando as propostas
apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos
praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado
o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será
admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não
superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços.”
Para Hely Lopes Meirelles,35 “essa disposição legal é altamente
moralizadora das aquisições da Administração, pois evita conchavos de
fornecedores para elevar, acima do mercado ou do preço tabelado, suas
ofertas em licitação.”
“Art. 24. É dispensável a licitação:”
“VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno,
de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que
integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”
“XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
quanto ao preço, devidamente corrigido.”
34 Idem 9. 35 MEIRELLES, Hely Lopes; AZEVEDO, Eurico de Andrade; ALEIXO, Délcio Balestero e
FILHO, José Emmanuel Burle. Direito Administrativo Brasileiro. 37ª edição. Malheiros
Editores, 2010. p.297.
26
Justifica-se, pois nesse caso é necessária a complementação do
contrato que foi rescendido. É preciso dar continuidade as obras que visem
atender aos interesses da administração pública. Mas a Administração Pública
deve respeitar a ordem de classificação dos licitantes e estes devem aceitar as
mesmas condições do contrato anterior. Caso contrário será necessária nova
licitação.
“Art. 24. É dispensável a licitação: “
“XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando
as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o
Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”
“XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade
de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a
aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)”.
d - De acordo com a destinação da contratação:
Se durante a contratação não se observar o critério da vantagem
econômica, porque a Administração Pública busca realizar outros fins, são os
incisos. VI, IX, X, XIII, XV, XVI, XIX, XX, XXI, XXIV do artigo 24 da lei
8.666/9336:
“Art. 24. É dispensável a licitação:”
“VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento.”
36 Idem 9.
27
Nesse caso, será realizada aquisição amigável ou desapropriação, bem
como requisição de serviços para atender as necessidades públicas como nos
ensina Hely Lopes Meirelles37.
José dos Santos Carvalho Filho38 classifica a hipótese acima como
dispensa de licitação por “intervenção no domínio econômico”. Para o autor: “a
União pode, em determinados momentos, intervir no domínio econômico com
vistas à regularização dos preços ou a normatização do abastecimento. Nesta
situação, atua como agente regulador da atividade econômica, permissão
contida no art. 174 da Constituição, cabendo-lhe, inclusive, reprimir o abuso de
poder econômico (art. 173, § 4º, CF)”.
“Art. 24. É dispensável a licitação: IX - quando houver possibilidade
de comprometimento da segurança nacional, nos casos
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o
Conselho de Defesa Nacional.”
Neste caso a dispensa de licitação também se justifica devido à
destinação da contratação, porque durante a contratação não se observa o
critério da vantagem econômica, pois a Administração Pública busca realizar
outros fins.
“Art. 24. É dispensável a licitação: X - para a compra ou locação de
imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o
valor de mercado, segundo avaliação prévia. (Redação dada pela Lei
nº 8.883, de 1994)”
Quando a aquisição ou o aluguel visar atender as necessidades
públicas, o administrador poderá dispensar o procedimento licitatório e
37 Idem 4. 38 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 14º edição, revista e
ampliada. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005. p.212.
28
contratar de forma direta com particular, já que o interesse público não pode
ser satisfeito através de outro imóvel, que não aquele selecionado.
Devem-se respeitar os seguintes requisitos: necessidade do imóvel
para realização das atividades administrativas; adequação do imóvel para
satisfação do interesse público em tela e que o valor seja compatível com o
preço de mercado.
“Art. 24. É dispensável a licitação:“
“XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento
institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do
preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos. (Redação dada pela Lei
nº 8.883, de 1994)”
“XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade.”
“XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais,
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico.
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)”
“XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando
houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído
pela Lei nº 8.883, de 1994)”
“XX - na contratação de associação de portadores de deficiência
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou
29
entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou
fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883,
de 1994)”
“XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente
à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela
Capes, pela FINEP, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento
a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim
específico. (Alterada pela Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010 -
DOU DE 16/12/2010)”
Essa hipótese de dispensa tem base na Constituição Federal no artigo
218 segundo o qual o Estado deve, entre outros objetivos, promover e
incentivar o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação
tecnológicas. Essa contratação direta possibilita a promoção e a ampliação do
conhecimento, cujo critério de seleção não é maior vantagem para a
Administração sim os benefícios da pesquisa.
“Art. 24. É dispensável a licitação: XXIV - para a celebração de
contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº
9.648, de 1998)”
As hipóteses de dispensa, de acordo com José dos Santos
Carvalho Filho39 podem ser ainda:
e- Pelo “desinteresse na contratação” o inciso V da lei
8.666/9340:
“Art. 24. É dispensável a licitação: V - quando não acudirem
interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder
39 Idem 20. 40 Idem 26.
30
ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste
caso, todas as condições preestabelecidas.”
Configura-se essa hipótese quando: não houver licitantes interessados,
os que interessarem-se não estarem qualificados ou ainda nenhuma proposta
for classificada.
f- Por “transferência de tecnologia” o inciso XXV da lei
8.666/9341:
“Art. 24. É dispensável a licitação: XXV- na contratação realizada por
Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento
para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito
de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº
10.973, de 2004)”
A dispensa se justifica primeiramente pela necessidade de fomento à
pesquisa e tecnologia dentro de um setor onde a contratação direta seja
necessária em razão das peculiaridades. Em segundo lugar, quando não há
interesse econômico direto na contratação, pois a lei 10.973/04 exige
privilégios para entidades sem fins lucrativos visando o aspecto social
resguardados no pleito constitucional.
g - Pelos “consórcios públicos e convênios de cooperação”
o inciso XXVI da lei 8.666/93:
“Art. 24. É dispensável a licitação: XXVI – na celebração de contrato
de programa com ente da Federação ou com entidade de sua
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de
forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público ou em convênio de Cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107,
de 2005).”
41 Idem 26.
31
h- Por “complementação do objeto” o inciso XI da lei
8.666/9342:
“Art. 24. É dispensável a licitação: XI - na contratação de
remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de
rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido.”
i - Por “energia elétrica” o inciso XXII da lei 8.666/93:
“Art. 24. É dispensável a licitação: XXII - na contratação do
fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário,
permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação
específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)”
O 24 da lei 8.666/9343 elenca ainda outras hipóteses de licitação
dispensável, contidas nos incisos:
j - Demais hipóteses:
“XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento,
quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor
não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23
desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)”
Nas operações militares que exijam o deslocamento eventual de
pessoas e bens para locais diversos de suas respectivas bases militares,
42 Idem 26. 43 Idem 9.
32
poderá haver necessidade de aquisição de bens ou serviços e a demora
poderia causar prejuízos irreparáveis para o pessoal e para o interesse
envolvido na operação.
A lei trata ainda sobre a exigüidade dos prazos, mas não em relação
aos prazos legais, mas sim a exigüidade como forma de duração de tempo no
local o que inviabilizaria um processo licitatório.
“Art. 24. É dispensável a licitação:”
“XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização
de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas
com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais
recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas
técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº
11.445, de 2007).”
“XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de
comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).”
“XIX - na aquisição de bens e contratação de serviços para atender
aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante
e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela LEI Nº 11.783,
de 17/09/2008 - DOU DE 18/09/2008)”
Justen Filho44 afirma que operação de cunho militar são aquelas que
exijam o deslocamento eventual de pessoas e bens para locais diversos
44 Idem 18.
33
daquelas em que são baseados. Nesse sentido, ocorrendo à necessidade de
promover aquisição de bens ou serviços. Caso haja a demora na contratação,
esta poderá surgir possíveis prejuízos a força militar.
“Art. 24. É dispensável a licitação:"
“XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou
privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional
de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº
12.188, de 2.010)”
“XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
observados os princípios gerais de contratação dela
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)”
“Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e
serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na
forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº
11.107, de 2005)”
2.2.2 - Licitação dispensada
“São obrigatoriamente dispensadas de licitação, independente de juízo
de valor”, de acordo com Irene Patrícia Nohara45.
45 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2007.p.75.
34
O artigo 17, I e II da Lei 8.666/9346, determina quais são as hipóteses de
licitação dispensada:
“Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada
à existência de interesse público devidamente justificado, será
precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos
da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e,
para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) Dação em pagamento.
b) Doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou
entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i. (Redação dada pela Lei nº
11.952, de 2009)
c) Permuta por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes
do inciso X do art. 24 desta Lei.
d) Investidura.
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar
inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação
e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do
valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
46 Idem 9.
35
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes,
ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em
núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que
considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e
não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da
concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
e) Venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de
qualquer esfera de governo. (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de
interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública. (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
g) Procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29
da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e
deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja
competência legal inclua-se tal atribuição. (Incluído pela Lei nº
11.196, de 2005)
h) Alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de
uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e
cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de
regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos
ou entidades da administração pública. (Incluído pela Lei nº 11.481,
de 2007)
i) Alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou
onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde
incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou
1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 11.952,
de 2009)”
36
Quando tratar-se de dispensa de licitação de bens móveis as
hipóteses serão:
“II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) Doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-
econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação.
b) Permuta permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades
da Administração Pública.
c) Venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
observada a legislação específica.
d) Venda de títulos, na forma da legislação pertinente.
e) Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades.
f) Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por
quem deles dispõe.”
“§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade
ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o
uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que
seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos
mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta
sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo
37
fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda
1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº
11.952, de 2009)”
“§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes
condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)”
“I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por
particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de
2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal
e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras
públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-
contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras
públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento
ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada
notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade
pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei
nº 11.196, de 2005)”
“I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a
vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante
atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)”
“II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que
não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação
para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº
11.763, de 2008)”
38
“III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da
figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o
limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
11.196, de 2005)”
2.2.3 - Inexigibilidade de licitação
A inexigibilidade está tipificada no artigo 25 da 8.666/9347 e difere da
dispensa, pois se trata de casos aonde a disputa é inviável em razão da
natureza específica do negócio jurídico, uma vez que é inviável a competição
entre os possíveis interessados, não se podendo pretender melhor proposta,
pois se tem apenas um proprietário do bem capaz de atender às exigências da
Administração Pública.
Para Marcus Vinicius Corrêa Bittencourt48 uma vez que não há
viabilidade de competição, que seria o pressuposto para o processo licitatório,
é impossível à Administração Pública realizar licitação.
De igual forma concorda Hely Lopes Meirelles49 que a licitação como
procedimento, que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua
como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos tem como
pressuposto a competição.
Também para Celso Antônio Bandeira de Mello50, a licitação por tratar-
se de um certame no qual as entidades governamentais devem promover e no
qual abrem disputa entre os interessados em com elas devem travar
determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais
47 Idem 9.
48 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição, Belo
Horizonte: Fórum, 2010. 49 Idem 4. 50 Idem 13.
39
vantajosa para a administração pública, estriba-se na idéia de competição, a
ser travada isonomicamente entre os quais preencham os atributos e aptidões
necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem assumir.
Elisa Maria Nunes da Silva51 diz que:
“O artigo 25 do Estatuto especifica casos em que o prévio certame
deve ser inexigível. Ao contrário do que ocorre nas hipóteses de
dispensa, aonde o processo licitatório é inconveniente para a
Administração Pública, nos casos de inexigibilidade será inviável o
procedimento licitatório, sob o fundamento da inviabilidade de
competição entre os licitantes (...). Assim, o instituto da inexigibilidade
refere-se a inviabilidade da contratação entre licitante, seja porque só
um fornecedor ou prestador de serviços possui aptidão técnica para
atender ao interesse público, seja porque fazia face às peculiaridades
do objeto do contrato requerido pela Administração Pública.”
Para Odete Medauar52 a inexigibilidade ocorre quando é inviável a
competição. Portanto é inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição.
Segundo a autora o caput do artigo 25 traz a expressão “em especial”
antes de enumerar as respectivas hipóteses, o que tem levado a se cogitar do
seu caráter não fechado (não taxativo), diferentemente da dispensa de
licitação, as hipóteses narradas pelo referido artigo seriam apenas
exemplificativas.
2.2.3.1 - Tipos:
As hipóteses de inexigibilidade de licitação previstas no artigo 25 da Lei
8.666/9353 são:
51 Idem 16.
52 Idem 8. 53 Idem 9
40
a - Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros
que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo:
“Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição, em especial: I - para aquisição de materiais,
equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio
do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas
entidades equivalentes.”
Para Elisa Maria Nunes da Silva54:
“De acordo com a classificação, pode a exclusividade ser relativa ou
absoluta. Sendo a classificação relativa quando existe fora da praça
mais de um fornecedor ou representante comercial, poderá ser
realizada a licitação. Já absoluta destaca-se sobre o critério da
existência de somente um produtor ou representante legal exclusivo
no país. Sendo a única alternativa usada pela Administração Pública
para contratação. Para que possa verificar o critério da distinção a
noção de praça, deverá verificar o vulto do contrato. Caso a licitação
for sob o tipo convite será considerado a exclusividade a localidade
do futuro contrato administrativo. Caso esta for do tipo convite,
verifica a exclusividade na localidade da futura contratação. Na
tomada de preço analisa a exclusividade do registro cadastral e por
fim, na concorrência caso seja o único fornecedor exclusivo no país.”
Essa hipótese de inexigibilidade deve respeitar o seguinte pressuposto:
a justificação da inexigibilidade deve ser comprovada.
41
b- para a contratação de serviços técnicos especializados:
“Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição, em especial: II - para a contratação de serviços técnicos
enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação.”
Hely Lopes Meirelles55 nos adverte que: “quando houver possibilidade
de competição, os serviços técnicos profissionais especializados deverão ser
contratados mediante concurso, com estipulação prévia de prêmio e
remuneração (art.13 §1º). Inexigível é a licitação somente para a contratação
de serviços técnicos profissionais especializados de natureza singular,
prestados por empresas ou profissionais de notória especialização”.
O legislador ressaltou que os serviços devem ser técnicos e
especializados executados por profissionais de notória especialidade sendo
este objeto do contrato administrativo. Podendo ser contratados diretamente
ou mediante empresário exclusivo.
c- para contratação de profissional de qualquer setor
artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo:
“Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição, em especial: III - para contratação de profissional de
qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela
opinião pública.”
54 Idem 16. 55 MEIRELLES, Hely Lopes; AZEVEDO, Eurico de Andrade; ALEIXO, Délcio Balestero e
FILHO, José Emmanuel Burle. Direito Administrativo Brasileiro. 37ª edição. Malheiros
Editores, 2010.p.303.
42
José dos Santos Carvalho Filho56 nos conceitua consagração:
“Entendemos que a consagração é fator de extrema relatividade e
varia no tempo e no espaço. Pode ser um artista ser reconhecido, por
exemplo, apenas em certos locais, ou determinado público ou críticos
especializados. Nem por isso deverá ele ser alijado de eventual
contratação. A nosso sentir, quis o legislador prestigiar a figura do
artista e seu talento pessoal, e sendo assim, a arte a que se dedica
acaba por ter prevalência sobre a consagração.”
Para Marcus Vinicius Corrêa Bittencourt57, ”como as hipóteses de
inexigibilidade são apenas exemplificativas, perante uma determinada
circunstância que impede o caráter competitivo numa eventual disputa, mesmo
não existindo previsão legal, poderia o administrador público justificadamente
não realizar a licitação por ser inexigível.”
.
56 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 14º edição, revista e
ampliada. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.p.218. 57 BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição, Belo
Horizonte: Fórum, 2010.p.125.
43
CAPÍTULO III
A CONTRATAÇÃO DIRETA VIOLA OU NÃO A ORDEM
CONSTITUCIONAL?
3.1 – Procedimentos para a contratação direta
A escolha na contratação direta pela Administração pública não
significa que a atuação por parte do administrador público é livre, pelo
contrário, ele estará sujeito a um procedimento administrativo específico, que
visa assegurar a prevalência dos princípios constitucionais e da Lei de
Licitações e Contratos.
Assim, as hipóteses de contratação direta feitas no âmbito
administrativo exigem procedimento prévio observando as formalidades e
etapas no que dispõe a Lei 8.666/93.
Segundo Odete Medauar58, ressalvadas as hipóteses de dispensa por
valores abaixo do limite legal, nas demais hipóteses de contratação direita, ou
seja, sem licitação, devem ser observadas as exigências fixadas no artigo 26
da lei 8.666/93, tais exigências legais seriam as condições de eficácia dos
atos.
O Artigo 26 da lei 8.666/93 conceitua-nos59:
“Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso
III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no
art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no
final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados,
dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e
publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
58 Idem 3. 59 Idem 9.
44
condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107,
de 2005)”
Logo, podemos extrair o dever do agente público de comunicar a
contratação direta dentro de 3 dias, à autoridade superior, para ratificação e
publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 dias, como condição para a
eficácia dos atos.
O parágrafo único do artigo acima citado diz que o processo de
dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, deverá ser instruído, no que
couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique
a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço e
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os
bens serão alocados.
Conclui-se que a opção pela dispensa por parte do administrador
público deverá sempre ser justificada, comprovando a conveniência e
oportunidade, visando o interesse público.
3.2 – Responsabilidade por danos causados a Fazenda Pública
O legislador para se precaver das possíveis fraudes no processo de
inexigibilidade ou dispensa da licitação, cuidou de impor sanções a quem usar
o instituto da licitação para favorecimento próprio.
O Artigo 89 da lei 8.666/93 dispõe60:
“Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou
deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à
inexigibilidade:”
60 Idem 9.
45
“Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.”
“Parágrafo único: Na mesma pena incorre aquele que, tendo
comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar
contrato com o Poder Público.”
A pena de detenção deverá ainda ser combinada com art. 99 da Lei
8.666/93 que dispõe sobre aplicação de multa, devendo esta ser calculada em
índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem
efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. Esses índices
não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco
por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou
inexigibilidade de licitação.
Segundo Odete Medauar61, ”em todos os casos em que não se realiza
licitação, se for comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo
dano causado a Fazenda Pública o contratado e o agente público, sem
prejuízo de outras sanções legais (§ 2º do artigo 25)”.
Vejamos o artigo 25 parágrafo segundo da mesma lei62:
“ §2º - Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa
se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo
dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou prestador de
serviço e o agente público responsável, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.”
Em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado o
superfaturamento ou preço além do mercado, respondem solidariamente pelo
dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou prestador de serviços e o
agente público, que foi o ordenador da despesa em questão.
61 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo moderno. 14ª edição, revisada e atualizada, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p.207.
46
Além da responsabilidade solidária, considera-se ainda o artigo 82,
que trata da sujeição dos agentes às sanções da Lei e às previstas nos
regulamentos próprios. O qual tipifica a responsabilidade civil e criminal.
3.3 – Anulação e Revogação da contratação direta
Segundo Odete Medauar63 a anulação ou revogação podem desfazer o
processo licitatório, porém em ambos os casos, a autoridade administrativa
necessita motivar sua decisão, respeitando o contraditório e a ampla defesa
aos interessados, conforme prevê o artigo 49, caput e § 3º da lei 8.666/93.
Os mesmos preceitos inerentes à anulação ou revogação do processo
licitatório também se aplicam para a dispensa e inexigibilidade de licitação
segundo o § 4º do artigo 49 da mesma lei.
A revogação desfaz o processo licitatório por razões de interesse
público, devidamente comprovado, havendo certa discricionariedade pelo
administrador público.
Contudo, a lei criou condições para a revogação com intuito de evitar
abusos por parte de maus administradores.
São elas: 1. A revogação deve ser claramente justificada com a
exposição de todos os motivos que levaram ao seu acontecimento e 2. As
razões devem decorrer de fatos supervenientes devidamente comprovados,
fatos esses que devem ser ainda pertinentes e suficientes para conduzir a
revogação.
Já anulação decorre da existência de ilegalidade. Podendo ser
efetuada por autoridade competente, superior à comissão de licitação, de
ofício ou por provocação mediante, por exemplo, recurso administrativo ou
62 Idem 9. 63 Idem 3.
47
noticiário de imprensa. Pode decorrer ainda de sentença ou acórdão do Poder
Judiciário.
Se ocorrer anulação do processo licitatório ocorre conseqüentemente
à anulação do respectivo contrato, e caso este já tenha sido celebrado, produz
efeitos retroativos como prevê o próprio artigo 49, § 2º, e artigo 59, caput da lei
em comento.
A anulação não gera para a Administração dever de indenizar o
vencedor indicado, tão somente a Administração deve indenizar o contratado
no tocante à parte já executada e os outros prejuízos comprovados, contando
que não lhe sejam imputáveis, como menciona o parágrafo único do artigo 59
da Lei em comento.
3.4 – A contratação direta viola a ordem constitucional, pois a
licitação é um dever que se impõe como regra?
Mesmo com as divergências na doutrina em matéria de licitação,
dispensa e inexigibilidade de licitação, existe uma unanimidade em torno de
ser a licitação a regra.
A licitação é sim um dever que se impõe como regra, contudo
comporta exceções, conforme explicita Elisa Maria Nunes da Silva64 a carta
magna consagrou o procedimento licitatório como regra para contratação pela
Administração Pública direta ou indireta com particulares, e sendo assim,
podemos deduzir que a dispensa ou a inexigibilidade de licitação serão as
exceções para contratos realizados com Administração Pública, contudo essas
exceções devem estar previamente estipuladas em lei específica.
64 DA SILVA, Elisa Maria Nunes. Contratação direta na administração pública. Âmbito Jurídico,
Rio Grande, 84, 01/01/2011 <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8877> data de acesso
em 18/02/2012.
48
Também para Marcus Vinicius Corrêa Bittencourt65, a regra é a
realização de licitação, ou seja, existindo a necessidade de celebrar algum
contrato com terceiros, deve ser realizado prévio certame licitatório. Mas a
constituição federal de 1988 previu que em certas hipóteses, a licitação
poderia ser dispensada ou ainda o administrador público considerar inviável a
realização deste processo. Assim, seria permitida a contratação direta com o
particular.
A dispensa de licitação é uma faculdade deferida ao administrador
público perante determinadas hipóteses taxativamente previstas pelo
legislador. Até seria possível ocorrer à licitação existindo a competição para
contratar o objeto que a Administração Pública necessita, contudo, o
administrador público, ao examinar o caso concreto, decidirá motivadamente
se a solução mais conveniente para o interesse público é licitar ou não. Essa
discricionariedade existe, pois muitas vezes, a realização de um processo
licitatório acarreta um prejuízo ao interesse público defendido pelo Estado.
Sendo assim, já que a própria constituição, em seu artigo 37, inciso XXI,
vislumbra as possibilidades de exceção ao procedimento licitatório, para
Renato Geraldo Mendes 66 os doutrinadores precisam se dedicar a analisar a
dispensa e inexigência de licitação com maior atenção. Bem como a Lei nº
8.666/93, precisa ser melhorada, pois a contratação direta deveria ser uma
prática pouco utilizada na Administração Pública brasileira, contudo segundo
suas pesquisas os valores gastos com a contratação direta são superiores aos
realizados com licitações. E maior parte das hipóteses legais trazidas no artigo
24 incisos III, V, VI, VII, IX, XI, XIV, XV, XX e XXI não poderiam justificar
despesas tão grandes, porque elencam situações de rara ocorrência.
65 Idem 43. 66 MENDES, Renato Geraldo. A Licitação é regra ou exceção: repensando a contratação
direta. Revista Diálogo Jurídico. Ano I – n º. 9 – dezembro de 2001 – Salvador
<http://www.direitopublico.com.br/pdf_9/DIALOGO-JURIDICO-09-DEZEMBRO-2001-
RENATO-GERALDO-MENDES.pdf> data de acesso: 18/02/12.
49
Assim faz-se necessário mesmo nos casos de contratação direta a
observância ao caput do artigo 37 da constituição, que proclama os princípios
que norteiam, não somente a licitação especificamente, mas toda e qualquer
ação no plano da Administração Pública. Tais princípios são: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Quando o legislador autorizou às exceções a regra da licitação,
dispensou o princípio da licitação, não os outros princípios previstos no artigo
37, acima mencionados.
Além desses princípios, existem outros princípios constitucionais, como
a igualdade, também os próprios princípios que devem ser observados no caso
de contratação decorrente de licitação, tais como: vinculação ao ato
convocatório, competitividade, julgamento objetivo e sigilo na apresentação da
proposta são aplicáveis, na mesma extensão e pelas mesmas razões, à
contratação direta. Importante ressaltar ainda a observância do princípio da
publicidade, mesmo que esta seja mínima, em face de situações de urgência.
Tudo isso para evitar ações indesejáveis e ímprobas.
Segundo Elisa Maria Nunes da Silva 67a contratação direta, deve buscar
sempre o interesse público e o administrador público deverá respeitar os
preceitos legais.
Logo a Administração Pública pode realizar negócios jurídicos com
particulares sem o procedimento licitatório, aplicando as causas de exceções
legalmente tipificadas, conforme o art. 2ª da Lei 8.666/93, que são as
hipóteses de dispensa e inexigibilidade da licitação.
Destarte, a contratação direta não viola a ordem constitucional se o
administrador público obedecer aos procedimentos para dispensa ou
inexigibilidade também tipificados na referida lei, buscando sempre a melhor
solução possível e, respeitando os princípios que regem a Administração
Pública.
67 Idem 16.
50
CONCLUSÃO
O inciso XXI, do artigo 37 da Constituição Federal de 198868 determina
que: “Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública(...)”
Segundo Odete Medauar69: “A Licitação, no ordenamento jurídico
brasileiro é o processo administrativo em que a sucessão de fases e atos leva
à indicação de quem vai celebrar contrato com a Administração”. O
procedimento licitatório decorre de dois objetivos: o primeiro seria o de
proporcionar, a proposta mais vantajosa para a Administração Pública e o
segundo para garantir a igualdade de oportunidades para todos.
É competência privativa da União legislar sobre normas gerais de
licitação e contratação como prevê o artigo 22, XXVII da Constituição Federal,
em todas as modalidades, para as Administrações Públicas diretas,
autárquicas e fundacionais das diversas esferas de governo, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista nos termos do artigo 173,
§ 1º, III, CRFB/8870. A lei 8.666 de 21.06.1993, com alterações trazidas por
vários textos posteriores, regulamenta o inciso XXI do artigo 37 da
Constituição Federal, instituindo normas para licitações e contratos da
Administração.
Ensina-nos Celso Antônio Bandeira de Mello71 que a realização de
licitação depende de certos pressupostos: pressuposto lógico - a existência de
68Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> data de acesso:
18/02/2012. 69 MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo moderno. 14ª edição, revisada e atualizada, São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p.187. 70Idem 1. 71 DE MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 28ª edição. Malheiros
Editoras, 2010.
51
uma pluralidade de objetos e de ofertantes; pressuposto jurídico - é aquele em
que em face do caso concreto a licitação possa se constituir em meio apto e;
pressuposto fático - é a existência de interessados em disputá-la.
Logo quando não pode haver licitação, pela ausência dos pressupostos
acima narrados, estamos diante da chamada contratação direta. Ressalta
Odete Medauar72 que a própria lei prevê a contratação direta quando o próprio
inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal admite exceção a licitação.
A Lei nº 8.666/93 estipulou três modalidades de contratação direta: a
licitação dispensável, a licitação dispensada e a inexigibilidade de licitação.
Afirma Justen Filho73:“A dispensa de licitação verifica-se em situações,
em que, embora viável a competição entre particulares(...)”.Os custos
necessários à licitação ultrapassarão benefícios que dela poderão advir”.
Explica Odete Medauar74 que a licitação dispensável abrange os casos
em que a situação permite a competitividade, sendo assim é possível efetuar a
licitação, mas a lei faculta sua realização ou não. Por isso o rol do artigo 24 é
considerado taxativo.
“São obrigatoriamente dispensadas de licitação, independente de juízo
de valor”, de acordo com Irene Patrícia Nohara75. O artigo 17, I e II da Lei
8.666/9376, determina quais são as hipóteses de licitação dispensada.
A Inexigibilidade de licitação está tipificada no artigo 25 da 8.666/9377 e
difere da dispensa, pois se trata de casos aonde a disputa é inviável em razão
da natureza específica do negócio jurídico.
72 Idem 2. 73 JUSTEN, Filho Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos administrativos. São
Paulo: Dialética, 2000. 74 Idem 2. 75 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2007.p.75. 76 Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm> acesso em
18/02/2012. 77 Idem 9.
52
A escolha da contratação direta estará sujeita as exigências fixadas no
artigo 26 da lei 8.666/93, tais exigências legais seriam as condições de
eficácia dos atos. O legislador para se precaver das possíveis fraudes no
processo de inexigibilidade ou dispensa da licitação, cuidou de impor sanções
no artigo 89 da lei 8.666/93 a quem usar o instituto da licitação para
favorecimento próprio.
A anulação ou revogação podem desfazer o processo licitatório, porém
em ambos os casos, a autoridade administrativa necessita motivar sua
decisão, respeitando o contraditório e a ampla defesa aos interessados. Os
mesmos preceitos inerentes à anulação ou revogação do processo licitatório
também se aplicam para a dispensa e inexigibilidade de licitação.
A revogação desfaz o processo licitatório por razões de interesse
público, devidamente comprovado, havendo certa discricionariedade pelo
administrador público. Já anulação decorre da existência de ilegalidade.
A licitação é sim um dever que se impõe como regra, contudo comporta
exceções: a dispensa ou a inexigibilidade de licitação previamente estipuladas
em lei específica.
Assim faz-se necessário mesmo nos casos de contratação direta a
observância aos princípios estipulados no caput do artigo 37 da constituição,
além do princípio da igualdade e da publicidade, mesmo que esta seja mínima,
em face de situações de urgência. Tudo isso para evitar ações indesejáveis e
ímprobas.
Logo, a contratação direta não viola a ordem constitucional se o
administrador público obedecer aos procedimentos para dispensa ou
inexigibilidade também tipificados na referida lei, buscando sempre a melhor
solução possível e, respeitando os princípios que regem a Administração
Pública.
53
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrativo. 4ª
edição, Belo Horizonte: Fórum, 2010.p.116-124.
Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm>
data de acesso: 18/02/2012.
DA SILVA, Elisa Maria Nunes. Contratação direta na administração pública.
Âmbito Jurídico, Rio Grande, 84, 01/01/2011 <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8877>
data de acesso em 18/02/2012.
DE MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 28ª
edição. Malheiros Editoras, 2010.p.528-559.
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 14º
edição, revista e ampliada. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2005.
JUSTEN, Filho Marçal. Comentários a Lei de Licitações e Contratos
administrativos. São Paulo: Dialética, 2000.
Lei nº 8.666 de 21 de Junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da
Administração Pública e dá outras
providências.<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666cons.htm> acesso
em 18/02/2012.
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo moderno. 14ª edição, revisada e
atualizada, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.p.187-265.
54
MEIRELLES, Hely Lopes; AZEVEDO, Eurico de Andrade; ALEIXO, Délcio
Balestero e FILHO, José Emmanuel Burle. Direito Administrativo Brasileiro. 37ª
edição. Malheiros Editores, 2010.p.281-305.
MENDES, Renato Geraldo. A Licitação é regra ou exceção: repensando a
contratação direta. Revista Diálogo Jurídico. Ano I – n º. 9 – dezembro de
2001 – Salvador <http://www.direitopublico.com.br/pdf_9/DIALOGO-
JURIDICO-09-DEZEMBRO-2001-RENATO-GERALDO-MENDES.pdf> data de
acesso: 18/02/12.
NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo. 4ª edição. São Paulo: Atlas,
2007.p.65-77.
55
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – LICITAÇÃO 11
1.1- Conceito 11
1.2- Legislação 13
1.3- Exceção 16
CAPÍTULO II - CONTRATAÇÃO DIRETA 18
2.1- O que é contratação direta? 18
2.2-Tipos de contratação direta 19
2.2.1- Licitação dispensável 20
2.2.1.1 – Tipos 21
2.2.2 - Licitação dispensada 33
2.2.3 - Inexigibilidade de licitação 38
2.2.3.1 – Tipos 38
CAPÍTULO III – A CONTRATAÇÃO DIRETA VIOLA OU NÃO A ORDEM
CONSTITUCIONAL? 43
3.1 – Procedimentos para a contratação direta 43
3.2 – Responsabilidade por danos causados a Fazenda Pública
44
3.3 – Anulação e Revogação da contratação direta 46
56
3.4 – A contratação direta viola a ordem constitucional, pois a licitação é um
dever que se impõe como regra? 47
CONCLUSÃO 50
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53
ÍNDICE 55
FOLHA DE AVALIAÇÃO 57
57
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONTRATAÇÃO DIRETA SEM LICITAÇÃO
Autor: Kelen Cristina Villanova Gomes
Data de entrega:________________________
Avaliado por:___________________________
Conceito:______________________________
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